Revista LM 62

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R$ 15

GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA

Cleo www.revistalealmoreira.com.br

Ela escreveu o roteiro de sua própria vida Anthony Hopkins Batista Campos Círio histórico Arthur Espíndola


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expediente

editorial

CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO E REALIZAÇÃO DIRETOR EDITORIAL

Ingrid Rocha 91 . 98407_3042 ingridrocha@revistalealmoreira.com.br

André Leal Moreira

FINANCEIRO

Publicarte Editora CAPA

Cleo FOTO

Jacques Dequeker

COMERCIAL

PROJETO GRÁFICO

91 . 4005_6882

Madre Comunicadores Associados

FALE CONOSCO:

FOTOGRAFIA

Dudu Maroja ILUSTRAÇÃO

Talitha Lobato REVISÃO

91 4005_6874 contato@revistalealmoreira.com.br www.revistalealmoreira.com.br facebook.com/revistalealmoreira IMPRESSÃO

Gráfica Aquarela

Ana Clara Mattos BACK OFFICE

91 . 4005_6874 distribuicao@ revistalealmoreira.com.br DIREÇÃO DE ARTE

André Loreto e Neto Porpino MÍDIA E PRODUÇÃO

Paulo André Marques

É com enorme felicidade que trazemos até você mais uma Revista Leal Moreira - a de número 62. Esta edição foi feita com o carinho habitual, mas com um diferencial: a caminho do ano 15, estamos trabalhando em melhorias e diferenciais. Até lá, algumas mudanças serão percebidas e esperamos que vocês gostem! Nesta RLM 62, a atriz (e agora cantora) Cléo fala sobre sua liberdade, o novo momento profissional, e empoderamento. Ainda a seguir, conversamos com o chef Jefferson Rueda, um apaixonado pelo porco e estudioso de processos gastronômicos para melhor utilizar os insumos e entregar aos clientes e consumidores um produto final livre de ingredientes artificiais e químicos. Também nesta edição, um raio-x da produção artística do ator Anthony Hopkins, que tem se dedicado - há 15 anos - à pintura. Ainda estamos falando de Círio e curiosidades históricas - já que estamos em um período tão especial para os paraenses. É meu maior desejo que seja uma leitura agradável. Meu abraço, André Leal Moreira

FUNDADOR

Carlos Moreira SÓCIOS / CONSELHO

André Leal Moreira João Carlos Leal Moreira Maurício Leal Moreira DIRETORIA EXECUTIVA / CEO

Habib Bichara DIRETORIA DE OPERAÇÕES E FINANÇAS

Igor Moreira DIRETORIA DE RELACIONAMENTO E REPASSE

Thomaz Ávila Neto ATENDIMENTO AOS CLIENTES:

Rua João Balbi, 167 • Nazaré segunda a quinta-feira: 9h às 12h e das 14h às 18h sexta: 9h às 12h e das 14h às 17h30 ATENDIMENTO TELEFÔNICO:

91 . 4005_6868 segunda a quinta-feira: 9h às 12h e das 14h às 18h sexta: 9h às 12h e das 14h às 17h30 ESCREVA PARA:

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Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com.br. Nele, você fica sabendo de todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode falar com um corretor.

é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.

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índice

perfil especial

galeria

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CLEO A atriz se lançou na música e celebra um momento especial na carreira.

ANTHONY HOPKINS O aclamado ator britânico fala sobre o amor pela pintura.

Círio histórico

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capa

30 Arthur Espíndola. Leve, solto e muito à vontade com o samba amazônico

58 Batista Campos. O charmoso bairro reserva agradáveis surpresas e muito afeto

44 O Círio reúne multidões e curiosidades

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gourmet

obra em destaque ��������������������������� pág • 12 JEFFERSON RUEDA Apaixonado pela carne de porco, o chef elevou o suíno à suprema arte gastronômica.

dicas ��������������������������������������������������������������� pág • 16 Angela Sicilia ����������������������������������������� pág • 28 Celso Eluan ��������������������������������������������� pág • 65 especial joias ����������������������������������������� pág • 66 no ponto ����������������������������������������������������� pág • 72 Fátima Petrola ��������������������������������������� pág • 76 Bertrand Tenório indica ��������������� pág • 89

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destino

Leila Loureiro ����������������������������������������� pág • 90 Fernando Gurjão �������������������������������� pág • 96 ÍNDIA Uma viagem ancestral às origens do mundo.

confraria ������������������������������������������������������ pág • 98 horas vagas ������������������������������������������ pág • 104 institucional ������������������������������������������ pág • 109 índice de anunciantes ��������������� pág • 118


SIERRA BELÉM End.: Rui Barbosa - 1820 Belém - PA www.sierrabelem.com.br Fone: (91) 3352 7601


obra em destaque

Berlinda de Belém

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Jorge Eiró | 2018 Obra inédita





dicas Belém

Bar do Parque Outroura, no apogeu da Belle Époque, era a bilheteria do imponente Theatro da Paz, símbolo maior do período da borracha, uma época áurea para a cultura e riqueza amazônicas. Anos depois, já funcionando como bar, um icônico ponto da boemia paraense, foi imortalizado nos versos de uma canção de Elói Iglesias. O belíssimo exemplar de art noveau, que foi construído desde 1904, foi completamente restaurado. A reforma, que durou um ano, fez o restauro estrutural do quiosque e ainda deu nova vida ao local, transformando-o em um point da capital paraense. O projeto foi assinado por Helder Coelho, com paisagismo de Ana Carla Aguilera. O cardápio é bem diversificado e atende paladares variados. Sugerimos o drink Bar do Parque, coincidentemente um dos mais pedidos por lá, e o quibe de maniçoba é uma atração à parte.

• Serviço: Endereço: Av. Presidente Vargas s/n. Ao lado do Theatro da Paz. Dias e horários de funcionamento: De terçafeira a domingo. Abre para o café da manhã, às 7h. De terça a quintas, fica aberto até às 22h. Às sextas e sábados, até 2h da manhã. Aos domingos, encerra-se à meia-noite. O local aceita cartões de débito e crédito.

BBQ Premium

A casa é dedicada à uma das maiores paixões gastronômicas do brasileiro, o churrasco, e tem um ambiente rústico com toques de modernidade. Confortável e elegante a BBQ Premium tem Steaks e peixe assado. Aliás, merece um a alta qualidade dos pescados – frescos – temperados com primor e assados na hora. Para combinar, não deixe de pedir um drink frutado. Se optar por Steak, peça um bom vinho. Na hora do almoço, a casa funciona com buffet a quilo. No jantar, além dos assados, a BBQ Premium oferece hambúrgueres e chope geladíssimo.

• Serviço:

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Endereço: Av. Rômulo Maiorana, 700. Telefone: (91) 98278.7990


The Pug Pizza

• Serviço: Endereço: Av. Braz de Aguiar, 288. Dias e horários de funcionamento: De terçafeira a domingo, das 18h à meia-noite. O local aceita cartões todos de débito e crédito.

Na charmosa Braz de Aguiar, rua no coração de Belém, a The Pug Pizza recebe clientes e comensais para uma legítima experiência napolitana (com pitadas de influência nova-iorquinas). A produção pura e artesanal, as massas são fermentadas naturalmente em um laboratório com temperatura controlada, em um processo que chega a durar 30 horas, até chegar à mesa. Com um plus: um forno de cobre, de alta performance também foi importado da Grande Bota e assa a pizza em 90 segundos. O presidente da Associação napolitana de Pizzas, no Brasil, prestou uma cuidadosa consultoria à casa, que adota um blend de farinhas italianas, além de ingredientes importados e artesanais. Dentre as pizzas mais pedidas, a de pepperoni é destaque. Embora a casa ofereça uma carta de drinks, o vinho é a combinação perfeita com as pizzas da casa. Não deixe de pedir a carta de vinhos (todos italianos). O nome da casa também faz referência à sua personalidade pet friendly.

Amazon Deli Coffee Shop

Ainda caminhando na Avenida Braz de Aguiar, um charmoso cantinho convida para um hábito muito paraense e que celebra a paixão do brasileiro pelo grão negro: o café de fim de tarde. Inaugurado há menos de 6 meses por Taiana Laiun (com uma vasta expertise em doces) a cafeteria tem uma proposta acolhedora: trazer grãos e métodos de extração de café para proporcionar uma experiência afetiva de sabores. A filosofia é usar ingredientes regionais, em parceria com pequenos produtores paraenses, eliminando, aos poucos, produtos industrializados. São apenas 20 lugares sentados e, por isso, é preciso chegar cedinho ao local – que costuma lotar nos fins de tarde e finais de semana. No cardápio, leites vegetais, chás, sucos naturais e, é claro, café, além de bolos, pães de fermentação natural, macarons regionais, croissants. Aliás, um dos clássicos da panificação francesa é executado com muita maestria por lá. Peça um café com leite de castanha-do-Pará, para completar essa experiência.

• Serviço: Av. Braz de Aguiar, 400. Horário de funcionamento: Às segundas, de 12h às 19h. De terça a sábado, de 10h às 19h. Aos domingos, de 8h às 12h. Aceitam todos os cartões.


dicas Brasil

Chaplin, o musical

Impressionante é um adjetivo pequeno para o musical “Chaplin”, com Jarbas Homem de Mello e produção de Cláudia Raia. Jarbas interpreta Chaplin dos 13 aos 82 anos, em um trabalho minucioso e primoroso de preparação. O espetáculo, depois de rodar algumas poucas cidades do sudeste, prossegue em cartão em São Paulo. • Serviço: Local: Espaço Teatral Endereço: Rua Coropé, 88 – Pinheiros, São Paulo Horário: Quintas e Sextas às 21h, Sábados às 17h e 21h e Domingos às 18h Abertura da casa: 30 minutos antes de cada sessão Classificação etária: Livre. Menores de 12 anos devem entrar acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais

Pierre Verger no Museu Oscar Niemeyer

• Serviço: Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba-PR Até 10 de março de 2019 Terça a domingo, das 10h às 18h – acesso até 17h30 Quartas gratuitas, das 10h às 18h – acesso até 17h30 Sala 4 Informações: (41)3350.4400

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Até 10 de março de 2019, o MON, em Curitiba, abriga a exposição sobre o fotógrafo francês Pierre Verger (19021996), que transformou seu trabalho em um grande panorama dos cinco continentes, incluindo o Brasil, onde realizou uma profunda pesquisa. Fotógrafo, etnólogo e antropólogo, Verger viveu parte da sua vida na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, inclusive com uma produção escrita significativa sobre esta cultura. Com curadoria de Alex Baradel e Marcelo Guarnieri, a exposição conta com aproximadamente 150 imagens, e está dividida por núcleos que compreendem distintos momentos do seu trabalho, onde o público pode perceber toda a extensão historiográfica e fotográfica da obra de Verger pelo mundo. Estão em exibição os primeiros vintages - impressão fotográfica realizada enquanto o autor era vivo; as fotografias para a imprensa francesa, feitas entre 19321934; o registro da Segunda Guerra Mundial; o Nordeste brasileiro; os cultos afro-brasileiros; a Segunda Guerra Sino-Japonesa, entre outras documentações.


dicas Brasil

Curso de torra no Museu do Café Considerado uma referência no Brasil (e exterior) da história da cultura do café em nosso país, o Museu do Café (localizado em Santos, no estado de São Paulo), por contar a trajetória do grão no Brasil e no mundo. Suas exposições abordam detalhes que vão desde o plantio até a xícara, passando pelo mercado e curiosidades do grão. A Bolsa Oficial de Café, local onde o Museu do Café está instalado, é um edifício de arquitetura única. A riqueza de detalhes presente dentro e fora do palácio reflete o poder do grão à época de sua construção. Em sua programação, desde exposições, passando por degustações simples a cursos mais complexos, como a da torra do café – que ocorrerá nos dias 21 e 21 de outubro. O investimento é R$750. Imperdível! • Serviço: Rua XV de Novembro, 95 - Centro Histórico/Santos-SP Fone: (13) 3213-1750

PÃO Padaria Artesanal Orgânica Os conceitos de panificação orgânica e fermentação lenta, controlada estão em alta. Os estabelecimentos que privilegiam tais técnicas estão aumentando (e somos gratos!). A missão da PÃO - Padaria Artesanal Orgânica é – há uma década! – conectar as pessoas à comida de verdade, feita com integridade e amor, em um ambiente simples e acolhedor. Por filosofia ainda valorizam os pequenos produtores orgânicos e servem um produto final saudável, com texturas e camadas de sabor inigualáveis. • Serviço: Rua Bela Cintra, 1618 – São Paulo/SP Horários de funcionamento: de segunda à sábado, das 7h às 20h. Domingos e feriados, das 7h às 19h.


dicas mundo

A casa mais elegante do chef Felipe Bronze tem 8 anos de vida e uma trajetória marcada por inúmeros prêmios, “inovações e revoluções na cena gastronômica brasileira”, como define seu proprietário. O ORO foi contemplado, em 2015, com uma estrela no Guia Michelin e em 2018 conquistou sua 2ª estrela. Em 2016 ganhou em três categorias no prêmio Veja Rio Comer e Beber: Chef do Ano, Melhor Contemporâneo e Sommelier do Ano. Destacamos a brasa como protagonista na preparação de nossos dois menus. Respeitando a sazonalidade dos ingredientes, o menu tem como ponto alto a criatividade, quase todos os pratos são feitos na brasa. O chef enfatiza a afetividade, em um menu mais enxuto, tem receitas consagradas e feitos na medida para quem quer apenas 1 prato.

Foto: Tomás Rangel

Foto: Tomás Rangel

ORO

• Serviço: Rua General San Martin, 889. Rio de Janeiro. Leblon. Terça a sexta: 19:30h às 23h Sábados: 13h às 15h e 19h:30 às 23h Reservas: (21) 2259.1164 | (21) 2540.8768 reservas@ororestaurante.com.br

Roberta’s pizza

Nelson Rodrigues afirmava que toda unanimidade é burra. Pra sorte dos americanos, a máxima não tem validade por lá – ou teríamos um problema com a pizza nova-iorquina e, em especial, com o Roberta’s. Em um local super gostoso de estar, o público é majoritariamente jovem. Mas não deixei as aparências enganarem: na parte de trás, há um local para tomar cerveja e se aquecer em volta de uma fogueira. A melhor companhia você terá: a Margherita do local é perfeita! Peça uma cerveja e seja feliz. • Serviço: 261 Moore St, Brooklyn, NY 11206, EUA Site: www.robertaspizza.com

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capa

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Lorena Filgueiras

O nome dela é

divulgação

Cleo

Ela é atriz e agora, cantora. No ar, na novela “O tempo não para”, ela vive Betina, uma personagem complexa, que oscila entre a vilania e a necessidade de ser bem quista. Na vida real, Cleo vive intensamente sua vida, com todas as cores que ela têm a oferecer.

O

enredo de estreia fora decidido sem muita participação de nossa personagem principal: filha da atriz Glória Pires e do cantor Fábio Júnior, dois ícones da cultura brasileira, Cleo nasceu sob a atenção de um país inteiro. Foi criada pela avó materna (uma importante referência feminina), enquanto a mãe – de quem ela fala com muito orgulho – conquistava espaços inéditos para uma mulher. Cleo afirma que cresceu com muita liberdade e independência, aspectos que a tornaram ainda mais forte. Hoje, no ar, na pele de Betina, Cleo brilha em outras áreas, como a Música – um terreno que ela passou a desbravar muito recentemente, embora sempre pulsasse forte em sua vida (o padrasto, Orlando Morais, também teve influência determinante em sua disciplina musical). Ela conversou conosco sobre essa nova fase profissional.

Você costuma dizer que sempre teve muita liberdade. Foi criada pela avó; filha de uma mãe que assumiu sozinha a maternidade... você teve muitos exemplos inspiradores de mulheres fortes, decididas. Como isso te moldou? Grande parte dessas referências femininas que tenho me moldaram como mulher, mas principalmente como ser humano em si. Eu convivo com mulheres muito fortes, donas de si e pude absorver isso e trazer para a minha vida; algo pelo qual sou grata. Além do fato de que toda a minha família sempre respeitou e incentivou a liberdade e independência, elas me mostraram que não existe um jeito certo de ser mulher, mas sim o seu jeito de ser mulher, e que isso é permitido e é maravilhoso. Tudo isso junto me ajudou a ser a mulher que sou hoje. »»»

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Foto: JoĂŁo Miguel JĂşnior

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Foto: João Miguel Júnior

Quais mulheres te inspiram? E por quê? Difícil citar apenas uma, são algumas e que me inspiram de diferentes maneiras. Mas gosto de falar sobre minhas avós, Odícia e Elza (já falecida), que me ensinaram muito e são mulheres que admiro e continuam sendo verdadeiras inspirações. Minha mãe também é uma inspiração, ela foi mãe solteira e atriz em uma fase que era muito difícil para a mulher, teve que abrir mão de muita coisa para ser respeitada, assim como abrir mão de coisas para que eu, futuramente, não precisasse passar pelas mesmas situações para ser respeitada. Em tempos de tanto debate sobre feminismo e empoderamento da mulher, quais são as conquistas a celebrar? Sim, foram muitas conquistas. Por exemplo, nós conseguimos o direito de votar, de ir trabalhar sem precisar da permissão do marido. Lutamos bastante para o assédio sexual no trabalho ser considerado crime, embora só em 2001 isso tenha acontecido; temos também a Lei Maria da Penha para proteção às vítimas de agressão doméstica, enfim, muitas coisas. No entanto, ainda há muito para fazer. A meritocracia, por exemplo, que é ganhar pelo o que você produz, por seu mérito e o quão bom profissional você é, independentemente do gênero. Porém, em uma sociedade na qual houve séculos de opressão, não só em relação a mulher, é difícil de conquistar. O homem teve a oportunidade de evoluir muito além da mulher, e mesmo conseguindo competir no mercado de trabalho, sustentar a própria família, ainda assim recebemos salários menores que os homens para realizar a mesma função, ou seja, ainda há muito o que fazer e acredito na força do movimento feminino para promover a mudança capaz de extinguir o machismo e o discurso patriarcal enraizados em nossa sociedade. Você se lançou como cantora e agora, além de seu pai e seu irmão, a família conquistou mais uma cantora. Eles te deram dicas? Quais as participações de ambos neste teu momento? A minha família me apoiou bastante neste processo. Eles sabem o quanto amo cantar e o quanto isso é importante pra mim, mas não houve uma interferência na produção musical. O meu pai Orlando [Morais, seu segundo pai, que a criou e educou] acompanhou mais de perto a fase inicial, mas o meu pai Fábio desde quando eu comecei a trabalhar como atriz ele perguntava quando eu ia começar a carreira como cantora, pois ele sabia que era isso o que eu queria fazer. Mas a minha identidade musical é bastante diferente das produções dos meus »»»

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Foto: Raquel Cunha

pais e irmãos, então o apoio foi mais emocional, mesmo. Falando em música, o que tens ouvido com mais frequência? Quais são tuas maiores referências e inspirações quando se trata de música? Nossa, eu tenho um gosto bastante eclético, ouço desde Elis Regina até Nine Inch Nails. Atualmente tenho escutado bastante SZA, acho ela maravilhosa, Drake, Caetano Veloso, Karol Conka, Pabblo... É bem misturado. As minhas referências musicais também são diversas, adoro o som da Alanis Morissette, Marina Lima, enfim, são vários! Você está no ar em uma novela com enredo delicioso e a sensação que tenho é que vocês se divertem muito em cena... Qual teu sentimento? Sim, as gravações sempre têm uma vibe boa, alto astral. Eu estou muito feliz com a novela e a repercussão que temos tido, o sentimento com certeza é de felicidade. A Betina tem sido uma personagem muito instigante para mim, pois há toda uma complexidade nela que tem sido interessante explorar. Inicialmente ela foi apresentada como uma mulher moderna, para frente, mas o que ela se tornou hoje na trama é completamente diferente. Ela é mais uma mulher que acha que é moderna, mas tem a vida girando em torno de um homem e, por causa dele, ela desce em uma espiral negativa. Acho que ela demonstra a fragilidade feminina e como ficamos refém dos relacionamentos e não vemos o cenário geral.

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Soma dos afetos... ou Círio de Nazaré Uma vez o Fabio, meu irmão, definiu a generosidade espontânea da natureza em Belém: as mangueiras começam a alimentar as pessoas um pouco antes do Círio; o calor é insuportável neste período, mas as chuvas são abundantes e o povo... ah, o povo paraense é a prova maior de que o afeto alimenta. A cidade cheira à maniçoba, porque mesa farta é sempre o prato principal das casas... que são abertas aos conhecidos... e desconhecidos, afinal, “maniçoba e ‘feliz Círio’ não se negam a ninguém!”. Assim, aguardamos Nossa Senhora passar. Tão abundantes quanto a chuva que – felizmente cai, para abrandar o calor dos que caminham com Ela – são os sentimentos que lavam as almas das milhares de pessoas que são parte desta engenharia tão complexa e – ao mesmo tempo – tão simples que é o Círio: já vi católicos, espíritas, umbandistas, protestantes, evangélicos juntos, por compreenderem que todos os caminhos do bem nos conduzem a um único destino: a consciência superior que chamamos de Deus. Neste texto, em especial, quero homenagear meu filho Lucca, o primogênito, dono de uma espiritualidade atípica à sua idade (desde sempre). Por causa dele, amo o Círio. E por ele e pelo irmão, Ênio, bem como Fábio, a mesa sempre multiplica. Não somos apenas nós à volta da mesa (à qual devo meu sacerdócio profissional): somos tantos mais! Somos a somatória de todos os afetos que nos alimentam (mas a maniçoba não pode faltar!). Aqui, comemos massa recheada com a “paixão dos paraenses”:

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Ângela Sicilia chef de cozinha @angelasicilia

Ravióli recheado com maniçoba Ingredientes: • 250 g de trigo; •2 ovos. Modo de fazer: Misturar tudo e abrir bem fina para rechear. Receita do recheio: • 100 g de maniçoba pronta

Modo de fazer: • Coar a maniçoba para separar o caldo. Reserve. Retire os ossos da parte coada (maniva e embutidos) e bata tudo no processador para fazer as bolinhas que rechearão os raviolis; • Colocar o caldo numa panela com um pouco da maniçoba triturada e levar ao fogo, até levantar fervura. Desligue o fogo e reserve. Está pronto o “molho” dos raviolis. • Cozinhar os raviolis já recheados e fechados. Depois de cozidos, regue-os com um pouco de azeite extra virgem. Sirva com farofa, em um prato e acrescente o molho. Está pronto! Bom apetite.



perfil

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Elvis Rocha

Dudu Maroja

Samba

de raiz

O músico e sambista Arthur Espíndola é um profundo conhecedor do passado, sem jamais deixar de contemplar o futuro com olhar curioso e de novidade.

U

ma amiga do jornalismo cultural certa vez contou a seguinte história: para cumprir uma pauta de última hora, bateu um telefonema sem agendamento para o sambista Jorge Aragão. Metade da manhã. E do outro lado da linha, em uma mensagem pré-gravada na voz inconfundível do compositor, ouviu a resposta. “Você está ligando para um sambista. Por favor, respeite a boemia. Volte a entrar em contato após o meio-dia.” Conversa mole ou não, o causo é bom, e fica difícil não resgatá-lo após algumas horas de tête-à-tête com Arthur Espíndola, igualmente sambista, mas que não só

acorda cedo para produzir até mais tarde como também equilibra a disciplina de anos de carreira com a malemolência necessária a quem faz da arte um meio de vida. Afinal, combinemos: não há quem se transforme em verbete mais citado no sistema de buscas do Google, sem, com perdão antecipado ao trocadilho, ter sambado direitinho. Experimente “Samba + Amazônia” e confira o resultado. Desmamado em batucadas e sambasenredo do ‘Rancho Não Posso me Amofiná’ e passado na casca do alho da ponte Rio de Janeiro-Belém, Arthur é o mais perto do que se pode chamar de militante do gênero. »»»

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Faz da ansiedade - clinicamente diagnosticada um motor para a construção da própria trajetória, deixando no breque a pista aberta para livre circulação de parceiros e chegados. “Músico desde os 10 anos de idade, frequentou o conservatório Carlos Gomes, em Belém. Morou no Rio de Janeiro, onde teve contato com grandes nomes do samba. Produziu a série ‘Amazônia Samba’, cujo projeto tem como objetivo pesquisar e divulgar os sambas da região amazônica. Em 2012, foi o vencedor do Festival de Música Paraense, promovido por uma emissora local, com a música “Tô Fora de Moda”. Em 2013, participou do projeto Música na Estrada e também do Festival Terruá Pará. Em 2014, gravou o CD “Tá Falado” (...) O disco mesclou ritmos regionais, como carimbó e o lundu, com o samba tradicional (...) Ainda em 2014, gravou seu o primeiro DVD, ao vivo no Teatro Margarida Schivasappa, em Belém (PA).” O empréstimo de uma biografia quase taquigráfica, pinçada do “Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira”, faz sentido para descrever de forma sucinta um sujeito que olha o passado com carinho, mas sem lá muita reverência. Aos 32 anos, Arthur Espíndola, citado pelos críticos como um dos baluartes contemporâneos de um tal “Samba Amazônico”, cujas raízes remontam à obra de referências como o Manga Verde (grupo que nos anos 1980 vendeu discos a granel na esteira de sucessos como “Olê, Olá, Belém”e “Vai Lavar o Siri na Maré”), prefere o presente, e dele tem muito a dizer. Aos pouco familiarizados com a obra do músico, no entanto, é preciso reforçar dois aspectos-chave para compreender o perfil de Arthur: a curiosidade sem fim e a vocação para o trabalho em conjunto. Após o lançamento do primeiro álbum e a consequente gravação do supracitado DVD ao vivo, Espíndola investiu na finalização de um projeto concebido inicialmente como uma websérie sobre a história do samba no Pará. “Amazônia Samba”, realizada em parceria a Senda Produções, do também músico Pedro Vianna, reuniu a nata dos compositores e intérpretes do ritmo na região em torno de uma ideia simples: contar o que havia de curioso nos bastidores de clássicos da música popular como “Sufoco” - imortalizada por Alcione e (você sabia?) composta pelo paraense Chico |

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da Silva. Foram produzidos 12 episódios para a primeira temporada, que da emissora estatal e ganharam espaço na TV aberta, dando outra dimensão ao projeto, com desdobramentos que reverberam até hoje na carreira do músico. “Virou um programa na TV Cultura e depois entrou na grade nacional da TV Brasil. Era pra ficar três meses na programação, mas ficou mais de um ano direto”, contou, sorriso orgulhoso, no final de uma tarde de setembro na sala de seu apartamento, no bairro da Cremação. A repercussão além do esperado atiçou em Arthur a vontade de ampliar o escopo da iniciativa. Nascia assim um novo questionamento: quem são e por onde andam os compositores de sambas anônimos no Pará? A resposta, que envolveu um ano de trabalho e fez o sambista e sua equipe de produção baterem perna pelos quatro cantos do estado, ganha as telas em novembro deste ano, quando está prevista a exibição da segunda temporada do “Amazônia Samba”. “Égua, registramos mais de cem músicas durante esses meses. Fomos ao Baixo Amazonas, fomos ao Baixo Tocantins, ao Marajó, visitamos a região do Salgado. Vimos e gravamos a realidade desses músicos, o que fazem, como vivem. Fomos em quilombos, aldeias, os lugares mais improváveis.” A cereja do bolo também já está pronta: o lançamento de um álbum duplo com 24 das músicas registradas na interpretação de nomes consagrados da música brasileira. Entre os mais de 30 convidados, medalhões como Leci Brandão, Dudu Nobre, Fundo de Quintal, Leila Pinheiro, Pedro Luís e Simoninha. “Imagina a emoção que é ver o Fundo de Quintal, onde tudo começou pra mim, gravando um samba de um compositor de Cametá?”. Resguardados por um contrato de edição com a Deckdisc, cada centavo arrecadado com as vendas dos produtos será repassado aos autores. A voz de Arthur vacila um pouco ao detalhar o projeto. “Vou te dizer: se não fizesse mais nada a partir de agora eu já estaria feliz. Chorei mil vezes ouvindo essas músicas.” Além do trabalho com outros artistas, Arthur também encontra tempo para preparar a sequência na discografia solo. Para o próximo »»»

Arthur e Mariana transformaram o apartamento em um espaço multifuncional. Abaixo, o banjo de estimação.

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“Esse novo disco vem mais corajoso”, afirma, ao externar que desafiou regras clássicas do samba.

álbum, ainda sem data de lançamento, o músico promete ampliar a sonoridade que marcou “Tá Falado” - uma paisagem sonora composta de partidos altos misturados a lundus, sambas-canções nas batidas de um carimbó. “No primeiro disco a minha coragem foi colocar instrumentos amazônicos para dar aquele sotaque paraense ao samba. Agora também pretendo incluir outras influências à minha música.” Um disco de samba? “Não sou um músico bitolado, que acha que o samba é a única música do planeta. Além de escutar de tudo, sou muito ligado na galera mais contemporânea. Ouço Pretinho da Serra, Casuarina, Inácio Rios, mas também curto Liniker, Strobo, Marisa Brito. São sons que quero implementar no meu trabalho, que é basicamente samba”, diz, olhando pra coleção de discos de vinil repleta de Paulinhos da Viola e Pink Floyds. “Por que não posso botar ali um moogie, uma guitarra nervosa? Onde tá a regra? Esse novo disco vem um pouco mais corajoso”.

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Num cenário de mudanças radicais na relação entre artistas e público consumidor, Arthur vive da própria marca. Sob a coordenação da companheira, Mariana Cordeiro (“eu sou das ideias, ela é da organização”), toma conta de uma ponta a outra dos aspectos relacionados à carreira. No apartamento que dividem há quatro anos, lar e sede da “Oriente Produções”, um quadro de dois metros por oitenta centímetros ocupa lugar de destaque no escritório improvisado, com um planejamento de dar inveja ao mais caxias dos executivos. Ensaios, entrevistas, sessões de estúdio, negociações para captação de recursos: não há nada que escape do controle da dupla. Durante duas horas de bate-papo, sacou conceitos como Cauda Longa (cunhado pelo jornalista inglês Chris Anderson, cujo livro o músico admite, rindo, não ter lido) e mostrou o portfólio com que bate “sem vergonha” na porta de patrocinadores a fim de tornar suas ideias realidade, “ao menos cinco para viver bem no patamar que desejo”.

Já perto do final da entrevista, Arthur olha para o relógio. Dali a pouco a agenda prevê um ensaio para a apresentação da noite seguinte, dentro do projeto “Sexta Sesi no Samba”, que mensalmente traz algum nome nacional para, por duas horas, contar histórias e entreter o público que desde maio lota as sessões realizadas no teatro da instituição. Mais cedo, havia participado de um programa televisivo local e, nos dias seguintes, estaria às voltas com o planejamento para retomar a roda de bambas itinerante que produz, sem periodicidade definida, pelas praças da capital paraense - isso sem contar as gravações do “Ilha do Samba”, programa voltado para as plataformas digitais que, na Ilha do Maracujá, apresentará músicas de Nilson Chaves, Mestre Cupijó, Pinduca e Waldemar Henrique em ritmo de samba. Uma rotina movimentada, mas a amiga jornalista cultural citada no primeiro parágrafo pode ficar tranquila: em caso de necessidade, ele atende a qualquer hora.



destino

Taj Mahal - o palรกcio ou a promessa de amor.

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Domink Giusti

Divulgação

Umbigo

do mundo

A jornalista Dominik Giusti mergulhou numa viagem para a Índia e embarcou numa jornada dentro de si. Enfrentou altas temperaturas, cansaço, mas alcançou o destino desejado. O diário de bordo ela compartilha agora, com os leitores da Revista Leal Moreira.

O

sol estava se pondo quando atravessei a pé a ponte Ram Jhula, que fica sobre o rio Ganges, em Rishikesh, cidade do Norte da Índia. A sensação – tanto pelo calor como pela beleza e poesia dessa cena – era como se eu estivesse chegando no próprio terreno solar. Era maio e as temperaturas chegaram a 45º. Decidi viajar, inadvertidamente, no mês mais quente do ano inteiro. Mas andando mais alguns metros logo achei o ashram – local dedicado aos retiros espirituais do hinduísmo – que eu ficaria pelos próximos cinco dias, localizado entre uma montanha e o rio sagrado, que recebe as águas geladas pelo derretimento da neve na cordilheira do Himalaia. Por falar em sol, na crença hindu, politeísta, o deus sol é Surya, considerado o criador do universo e de toda forma de vida. Rishikesh possui inúmeros ashrams e centros de yoga, e é conhecida como a capital internacional dessa prática. É também muito lembrada por ser a cidade para onde os Beatles realizaram um retiro, há exatos 50 anos, em 1968, e onde compuseram o “White Album”. As faixas “Back In The USSR”, “Ob-la-di Ob-la-da” e “Revolution” saíram de lá. A convite de George Harrison, mais afeito à cultura oriental, eles foram para o ashram do Maharishi Mahesh Yogi para estudar meditação transcendental, mas acabaram

se desentendendo e foram voltando para a Europa aos poucos, por falta de conexão com o país, com a comida e com as próprias práticas religiosas que estariam buscando aprender. Descobri que Harrison, meu beatle preferido, não influenciou apenas os colegas para ir até lá, mas a mim também - cresci sob influência fortíssima de meu pai neste quesito e, por conta da proximidade do guitarrista com o movimento Hare Krishna, na minha adolescência comecei a ler mais sobre isso. (Eu tinha muita, muita vontade de conhecer a Índia). Ele é, aliás, um dos principais responsáveis pela propagação da cultura indiana e do hinduísmo pelo ocidente: em 1971 gravou, em Londres, o “The Radha Krsna Temple”, com músicas de devoção e louvor do hinduísmo e que foram para shows e para as rádios. Lembro dos Beatles porque boa parte do que nós, aqui no Brasil e no ocidente como um todo, sabemos sobre a cultura indiana vem dessa rompante ligação com a maior banda de todos os tempos, seja pela leitura da experiência deles por lá, pelas músicas com sonoridade das cítaras e tablas, pelas fotografias e pela iconografia “hippie” que vem com os meninos de Liverpool. Aqui, muito longe, é como se um dos maiores países do mundo em extensão territorial (o sétimo) e o segundo em população, com

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O ahsram dos Beatles.

1,3 bilhão de habitantes, se resumisse a isso. Ou a uma foto do Taj Mahal, talvez o ícone maior do país. Chegando na capital Nova Delhi, saindo do aeroporto de Guarulhos e após uma conexão em algum país europeu (Londres ou Frankfurt, geralmente), essa fantasia começa a se descortinar, mesmo para os mais ligados ao cenário indiano: a miséria está bem na esquina. Não há como não perceber. Trata-se de uma cidade com mais de 21 milhões de habitantes, quase o dobro de São Paulo. E é como se pelo entorno da avenida Paulista pudéssemos ver famílias inteiras quebrando pedras e dormindo embaixo de lonas. No Brasil, esses bolsões de pobreza também existem, mas aparentemente ainda se escondem nas periferias, nas esquinas mal iluminadas, pelo sertão, pelas palafitas. Saí de casa para o aeroporto de Belém numa quinta-feira, 13h, e só cheguei em Nova Delhi - que tem diferença de fuso horário de 8h30 em relação ao Brasil - após aproximadamente 36 horas. Por lá já era manhã de sábado. Um sábado bastante ensolarado. Pelo jet-legging, acabei passando o domingo inteiro dormindo, ainda meio tonta e sem conseguir me ajustar aos horários de lá. Só na segunda-feira pos-

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terior encarei o sono e a indisposição para sair pela cidade. Fui direto para Old Delhi, por onde existem mercados de especiarias, o Red Fort (forte da cidade, construído no século XVII com uma pedra típica da região de tom bastante avermelhado. Na saída do metrô, numa área de comércio, o primeiro estranhamento: todos ao redor me olhavam com “olhos de comer fotografia”, como bem escreveu Chico Buarque. Era como se eu fosse uma imagem distante daquele universo no qual eu estava. Como eu gosto de anotar impressões por onde passo, jornalista que sou, peguei meu caderninho e um lápis. Comecei a sentir mais olhares, desta vez, um tanto intimidadores. Guardei de volta o material. Como não é uma viagem barata, optei por ficar na casa de um indiano, o querido Akshay Chadda, que também estava recebendo outras duas russas pelo Coushsurfing. Mais tarde ele me informou que eu estava na frente de um tempo de Shiva - mais um deus do hinduísmo. Boa parte dos templos têm placas com escritos em inglês, mas aquele era só a grafia hindi, o idioma oficial da Índia que têm origem no sânscrito, absolutamente incompreensível para nós por ser escrita por

meio do alfabeto devanagri - com linhas e curvas. E existem mais outros 22 idiomas oficiais, e é como se aqui no Brasil continuássemos a falar as línguas dos indígenas, como o Tupi. Tem ainda o inglês, já que o país foi colonizado pela Inglaterra e a independência veio em 1947, após forte luta social, com líderes como o mundialmente conhecido Mahatma Gandhi - que hoje estampa de quadros em locais públicos a notas de rúpias indianas, a moeda oficial. Sobre templos, a cada esquina pode-se encontrar algum, seja pelas ruas da cosmopolita Nova Delhi, seja pelas cidades do interior. E quase sempre com alguém fazendo orações ou colocando flores e colares de cravos amarelos ao redor dos deuses. E não só templos do hinduísmo, mas também de religiões como o sikhismo, que poucas pessoas conhecem no ocidente, mas é como uma mistura do hinduísmo com o islamismo, que surgiu em uma região entre o Paquistão e a Índia. Outra religião muito forte é o próprio islamismo. Algumas das mesquitas mais antigas do mundo estão no país, como a Jama Masjid, em Old Delhi. No país onde o budismo nasceu, são poucos os praticantes da religião hoje por lá, estima-se que


Acima, a vaca, animal sagrado na Ă?ndia. Abaixo, o Ganges.

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Ao lado, as cores e perfumes do país. Acima, mais um vislumbre (belíssimo) do Rio Ganges.

0,5% da população. Como se espalhou pelo oriente, hoje é mais comum na China e no Japão, sobretudo. Para nós ocidentais, acostumados com símbolos do Cristianismo, é realmente impactante ver que nada se assemelha às nossas concepções de religião. Como disse, é um estranhamento. Não tem cruz nem imagens de Cristo. Não tem papai noel também na Índia, nem a celebração do dia 25 de dezembro. Há sim, as vacas sagradas pelas ruas, muitas. As festas de celebração mais populares são o Diwali, que ocorre entre outubro e novembro e representa o ano novo hindu, e é conhecido como festival das luzes; o Holi, quando se colorem as pessoas com tintas naturais - já existem até versões ocidentalizadas também do ritual. E o Khumba Mela ou Kumbh

Mela, principal festival do hinduísmo, que ocorre quatro vezes a cada doze anos na Índia, rodando por quatro cidades: Allahabad, Ujjain, Nashik e Haridwar, e que chega a reunir mais de 50 milhões de pessoas, às margens dos rios Ganges, Yamuna e Saraswati. O Ganges é sagrado em todos seus 2.510 quilômetros de extensão, desde a nascente no Himalaia, mas tem uma cidade em que ele é mais celebrado: Varanasi ou Benares, distante quase 800 km de Nova Delhi. Saí de Rishikesh e fui de trem até lá, em uma viagem super cansativa, mesmo em classe A com direito a dormir deitada. Lá não existe tanto contato com um ambiente natural. Estranhei, quis voltar, mas estava longe demais. Encontrei um argentino em Rishikesh, o Jeremias, e acabamos descobrindo que chegaríamos na cidade no mesmo dia.

Eu já estava me sentindo só e foi um alívio tê-lo perto. Combinamos de ver o nascer do sol no Ganges, um passeio típico lá, mas não acordamos. Andamos pelas ruas com nossas coisas, suando muito, e sem saber ao certo onde iríamos parar. Fomos para os Ghaths, que são espaços na beira do rio onde ocorrem os aartis (celebrações tipo missas) diariamente, sempre o por do sol. Pegamos um barquinho e saímos pelo Ganges, até ver um dos Ghaths onde se faz a cremação dos corpos para que as cinzas sejam despejadas no rio. Muitos indianos hinduístas vão até Varanasi para morrer e assim serem cremados. Vi o fogo, os homens quebrando os ossos. Antes tive uma espécie de transe, numa rua pelo comércio: de repente todo som parou, a luz clareou minha vista e me senti flutuando. Um dia devo voltar. »»»


Foto: Dominik Giusti

Turismo A Índia turística não é essa que descrevi, pois escolhi ficar 20 dias no país, sem roteiro. Mas quem escolhe pacotes turísticos ou prefere seguir os sites de viagens aposta no roteiro do Triângulo Dourado, que inclui Nova Delhi, Agra (cidade onde fica o Taj Mahal, no estado de Uttar Pradesh) e Jaipur (capital do estado do Rajastão) - cidades que ficam relativamente próximas da capital do país, de carro, com acesso pelas estradas do norte do país. Em Agra, além do Taj Mahal, há também o forte. Decidi ir lá no último dia e pensei em não ir, mas chegando ao local, confesso que lagrimei com a imponência desse monumento, erguido de um amor, considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. É incrivelmente belo. Fiquei parada olhando, atônita. Na cidade, como ponto turístico há também o Forte de Agra. Já em Jaipur, uma área de deserto, há o imponente prédio Hawa Mahal, um palácio em tom roda, parada obrigatória dos turistas. O seu nome significa Palácio dos Ventos e é uma referência ao sistema de ventilação do palácio. A capital, caótica, oferece opções de lazer e compras, bem como de passeios a outros pontos como a Tumba de Humayun, que é mausoléu do império mongol, construído pela viúva do imperador Humayun no século XVI, para lembrar do seu poder. É também interessante a ida ao Qtub Minar, ao Lotus Temple, ao Portão da Índia, Indira Gandhi Memorial Museum, o Gurdwara Bangla Sahib (templo sikh), Templo de Akshardham, o maior templo hindu do mundo.

E ALGO IMPORTANTE:

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para ir até a Índia, é necessário visto, que pode ser solicitado pelo site do governo indiano ou pela Embaixada em Brasília.



especial

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Carolina Menezes

Dudu Maroja

Círio histórico Envolto em uma lista de detalhes – permeada de riquezas, memórias e minúcias – bem mais longa do que a corda que liga os promesseiros à Rainha da Amazônia, a manifestação mais amada do povo paraense é tal e qual um baú de lembranças - só que mais profundo (e de eterna, além de infinita) capacidade de acolhimento de tantas, quase infindáveis peculiaridades.

N

atural que uma festividade tão cercada de paixão e devoção, como é o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, guarde consigo também um lastro inimaginável de histórias, “causos” e curiosidades que chegam a parecer impensáveis agora, passados mais de dois séculos desde aquela primeira vez em que a imagem percorreu as ruas de Belém – já para uma multidão proporcional à população da época. Na História, na religião, na memória afetiva de qualquer pessoa que vivencia ou estuda um fenômeno capaz de bater recordes nos aspectos mais inusitados - como de impressão de cartazes temáticos em todo o mundo, por exemplo -, são tantas as inspirações, as lembranças, os costumes – alguns mantidos, outros descontinuados porém não esquecidos –, que se torna até arriscado pensar no que pode se transformar uma manifestação tão rica e acolhedora de

detalhes e acessórios, seja daqui a 10 ou a 100 anos. No lar do historiador Aldrin Figueiredo, um sobrado antigo super charmoso no centro da capital paraense, há um sem-número de imagens e outros itens de decoração e são poucos os que ele não consegue estabelecer como tendo alguma conexão com as origens ou inspirações da devoção nazarena. Os “registros”, de origem portuguesa, são comparáveis às peças de cera que os devotos depositam nos carros de promessas. Nos quadros, de bordados a imagens de santos, cujas adorações antecipavam o que estava por vir. “O Círio tem um pouco de tudo isso”, afirma ele, que antes de estudar a manifestação, de fato, se dedicou a estudar as irmandades religiosas dos séculos XVII e XVIII, inclusive uma chamada Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, que desapareceria no século XIX. »»»

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O historiador Aldrin Figueiredo reúne, em sua casa, objetos raros de Círios passados.

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Vigia vs. Belém “De um modo geral, irmandade era uma associação de leigos com ligação à Igreja, mas independentes. Não muito diferentes da Diretoria da Festa como a conhecemos. Àquela época a igreja estimulava a atuação das irmandades porque eram poucos os padres para a missão de difundir o catolicismo. Então você tinha as irmandades para negros, índios. Os jesuítas se estabeleceram definitivamente aqui no século XVII, mas já estavam vindo desde antes, e embora exista o ‘Mito do Achado’, historicamente sabe-se que as primeiras imagens de Nossa Senhora foram trazidas por eles”, esmiúça Figueiredo. Uma polêmica inclusive que Aldrin faz questão de esclarecer é que, ao contrário do que muita gente imagina, o Círio de Vigia não é o mais antigo do Estado. A devoção começou antes lá, de fato, mas Círio mesmo, oficial, da maneira como sempre foi, começou mesmo em Belém. “Alguns historiadores reivindicam, com documentos dos jesuítas, alegando que em 1697 já havia romarias, mas romaria não é Círio. Círio é procissão muito bem instituída, com a presença do governador. Inclusive já começa com esse status de super oficial, e a Igreja incentiva que o povo se aproprie do costume”, afirma, citando o uso dos terços, as próprias procissões, o uso de relíquias e outros como exemplos desse incentivo. Tempo e tamanho reconfiguram o Círio a cada ano São muitas as mudanças que vão aparecendo na história do Círio. A relação entre naufrágios e a devoção à Nossa Senhora, retratada em um dos carros, o dos Milagres; novas romarias, ladainhas. “Começa como uma procissão quase medieval, onde se tem o Estado presente, o eclesiástico e o povo, uma base que permanece inalterada. Ou ‘os que rezam, os que guerreiam e os que governam’”, destaca. Por ser um evento cheio de “oficialidades” é considerado um desrespeito por parte das autoridades faltar a um Círio. “Inclusive no primeiro, em 1793, é o governador Francisco Souza Coutinho quem leva a imagem do Palácio do Governo até a capela onde hoje é a Basílica. Nas próximas já atraca no boi e vai, porque cresce a cada ano”, explica. Tanto pelo aumento do número de fervorosos seguidores quanto pela mudança dos tempos, a festividade vai acolhendo novos elementos, tradições da cidade. Como por exemplo as honrarias da Umbanda e do Candomblé à Nossa Senhora, tida como Oxum e sincretizada como Rainha das águas doces. “Vai incorporando um universo sincrético, são muitas referências”, admite.


“Paticídio” e “clima de Círio” Estabelecendo uma linha do tempo de marcos importantes, Aldrin lembra que, no início, eram os marinheiros que abriam a procissão, com homenagens em forma de um verdadeiro balé de malabaristas e aprendizes circenses, uma tradição super portuguesa. “Já é nos anos 30 que vai se modificando, com a entrada dos colégios católicos. Por muito tempo a data também foi móvel, o Círio ocorria entre setembro e novembro, logo depois da Festa de São Brás, que não existe mais”, cita. O “paticídio”, um costume já do século XIX e que significa exatamente o que o nome sugere, foi a prévia da relação da comilança com a festividade. O Arraial de Nazaré era ainda maior do que é hoje, segundo o historiador, com teatros, jogos de roletas, área de circo, moradores do entorno com cadeiras na porta de casa, por vezes até alugando essas cadeiras - a chamada ‘Sociedade do Descanso’. “Um detalhe interessante eram os doces vendidos em tabuleiros nesses momentos, os doces do espírito: alegria, raiva, sonho, suspiro e paciência, sendo que esses três últimos ainda existem até hoje”, relata “Um conjunto de tradições religiosas, mas culturais. Viajantes relatavam desde o início o ‘clima de Círio’: um mês antes os moradores pintando a casa, costurando roupas novas, cozinhando. Na época da Cabanagem, em 1848, um cientista protestante inglês chegou a escrever sobre o clima surpreendente da época sem chuva e ventilada, chamou de ‘Lua Cheia de Outubro’”, conta. Estudioso do tema há muitos anos, Aldrin confessa que é inclusive mais de se contagiar pelo tal clima de Círio do que da devoção. “Gosto do almoço, gosto de ir à Basílica, à Sé, não necessariamente em dia de procissão, amo o fato de conseguir encontrar, sem marcar, com pessoas que acabo não vendo durante o ano”, revela. Ele desaprova os arcos fixos ao longo da Av. Nazaré, que deram lugar aos que eram montados ano a ano especialmente para o Círio. “Eram belos, de madeira, e sempre davam a chance de um artista plástico fazer algo novo, voltado para a festa, como é com o manto. Uma tristeza trocar por algo tão sem beleza”, lamenta. Culto Mariano: ponto para a Igreja No século XX, a espetacularização do Círio, muito em razão da atenção dada pela mídia, faz sua marca a partir dos anos 70. É a partir daí que ganham força os eventos paralelos, boa parte deles não reconhecidos pela igreja, como a Festa da Chiquita e o Auto do Círio - reconhecidos no entanto pelos órgãos de patrimônio, como o Iphan - algo que ele »»»

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Se o assunto é origem, João é firme em apontar as influências lusitanas. “É totalmente português, inclusive o Círio da Prata Grande, em Portugal, é o mais semelhante ao nosso que existe”, compara. Para ele, a essência da celebração é mantida, afinal, o objetivo permanece sendo levar a imagem da Igreja da Sé até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Mas de lá para cá, foi muita coisa que mudou. “O governador, por exemplo, não vai mais. Até durante o período de Governo Militar, todos foram: Alacid, Guilhon, Passarinho. Acompanhavam ao lado do arcebispo”, exemplifica.

João Carlos e a devoção apaixonada à Virgem de nazaré.

entende como uma forma de controle por parte do clero. “Sempre foi assim. A verdade é que o paralelo sempre existiu. O arraial já era um circuito alternativo, lugar para namorar. Há registro de transgressões, de brigas. Diziam que era o momento em que Deus dá licença ao diabo!”, diverte-se. Um detalhe desconhecido para muitos é que o culto mariano é do Oriente, vem da Síria, e Aldrin vê como acerto o, digamos, investimento da Igreja Católica nessa devoção. “Acho essa uma conexão legal do Cristianismo, porque vira um grande ponto de união. É só você ver: judeus vão ao Círio, evangélicos servem comida e água. É um transe, uma emoção, um diluidor de diferenças de classe. Não tem ateu que não fique tocado”, elucida. “E tem o mito do eterno retorno, cíclico. Passa o ano inteiro, volta, e a gente quer que aconteça de novo tudo o que aconteceu antes, a reunião com a família, visitar a casa dos outros. Nada é igual, mas fica tudo

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interligado nessa memória afetiva do Círio”, analisa. Portugal é pai (e mãe) Devoto apaixonado por Nossa Senhora de Nazaré, o professor e jornalista João Carlos Pereira passeia entre o histórico, ao qual se dedica a estudar até hoje, e às próprias memórias, como a “transladação mole”, que ele lembra de ter acompanhado antes dos 20 anos de idade, na década de 70, pagando promessa para passar no vestibular. “Era manso, ventilado. A gente ia com a mão na corda sem sufoco, tinha espaço entre as pessoas, dava para andar sem aperto”, garante. Em seguida relembra a Questão Nazarena (1877-1880), quando a Igreja se põe contra a Irmandade de Nossa Senhora de Nazaré, o que rendeu dois Círios civis, nos anos de 1878 e 1879, após a proibição do bispo D. Antônio de Macedo Costa de qualquer envolvimento por parte do clero na manifestação.

Círios grandes desde o início Entre um Círio e outro, os famosos carros vão mudando, uns saindo, outros entrando. Um que acabou sendo extinto foi o dos foguetes, pelo risco que oferecia. Mas o mais antigo, o da barca portuguesa, simbolizando os sobreviventes de um naufrágio, permanece. O da Santíssima Trindade foi substituído pelo da Sagrada Família. E por aí vai. “O Círio já começa grande, saiu engolindo Corpus Christi, Páscoa, virou o maior. Mesmo os círios civis foram grandes. Dizem que em um desses dois a imagem foi levada ao Hospital da Beneficente Portuguesa, mas isso é apenas dito, não há registros. O Theatro Nossa Senhora da Paz virou só Theatro da Paz por conta da Questão Nazarena: Dom Macedo Costa não admitia esse nome em um lugar de apresentações profanas. E a sugestão do nome tinha partido dele, depois ele mesmo mudou de ideia!”, brinca. João lembra que até mesmo em Portugal a devoção nazarena era muito forte, até aparecer Nossa Senhora de Fátima. Círio agropecuário...? O lado cultural do Círio ganha muita força no século passado, o jornalista também confirma, mas ele lembra que a origem da procissão já mostrava que não seria algo somente religioso. “Não dá para esquecer que o primeiro ocorre em meio a um evento semelhante a uma feira agropecuária. Miriti, comidas, festas, é tudo bastante recente”, pontua. A valorização por parte da imprensa é um ponto bastante forte na linha do tempo do Círio de Nazaré, tendo ele mesmo participado das primeiras transmissões pela TV. “Era uma loucura, a gente dentro do estúdio narrando e a


AQUI DEVE TER UM MONTE DE COISAS QUE VOCÊ NÃO SABIA SOBRE O CÍRIO: • A Diretoria da Festa foi criada em 1910, 30 anos após a Igreja assumir para si a total administração da festividade. Todo o lucro gerado pelo Círio é voltado aos projetos sociais da Basílica de Nazaré, que atendem crianças, jovens e adultos. • Só em 2018 as paróquias compraram 5 mil “kits Círio”, composto de imagem, cartaz e livreto. A estimativa é de que, com a passagem desses kits de casa em casa, o alcance do processo de evangelização envolva pelo menos 1 milhão de pessoas. • O caboclo Plácido, protagonista do Mito do Achado, não viu o primeiro Círio, que ocorreu nove décadas após a descoberta da imagem.

Santa passado na porta da TV e a gente sem poder ver!”, lembra. “É preciso reconhecer que a partir do momento em que o jornalista Romulo Maiorana, no final da década de 60, começa a dar um embalo à festa, os outros veículos seguem e tudo fica ainda maior. Antes disso o Círio nem patrocinado era, ia às ruas com o que se tinha, a berlinda era de flores de papel, a corda era a mesma por vários anos, não havia sonorização nas ruas”, rememora. O ‘Jornal do Dia’ passou a contratar artistas plásticos para fazer cadernos inteiros dedicados ao Círio. “Hoje em dia o negócio ficou tão chique, que Banco patrocina; café, concessionária de energia. Prova de que as coisas mudaram muito. A imprensa foi percebendo o tamanho da festa”, relaciona. Recorde mundial Duas curiosidades bem inusitadas sobre o Círio têm a ver com a quantidade de impressões de cartazes e também de livretos de orações, aqueles usados nas novenas realizadas nas igrejas e nas casas nas semanas que antecedem o segundo domingo de outubro. São 900 mil cartazes anualmente e 100 mil livretos. “Segundo meu amigo e vizinho Osvaldo Mendes, publicitário, são dois recordes. O primeiro é mundial: ele diz que não existe no planeta outro lugar que imprima, todo ano, um único cartaz de uma única festa religiosa. E o segundo é porque não há tiragem de publicações na região Norte maior, nenhum livro já sai com 100 mil cópias impressas”, contabiliza João. A mudança do horário do início do Círio, de 7h para 6h da manhã é um desastre na opinião dele,

• O primeiro Círio aconteceu meio que por acaso. A ideia da espécie de feira agropecuária que D. Francisco de Souza Coutinho estava organizando era, sim, para celebrar a devoção, mas foi a doença que lhe acometeu, semanas antes do evento, que lhe fez prometer um cortejo levando a imagem de Nossa Senhora até o palácio. E assim ele o fez, reunindo dez mil pessoas. • A data fixa do Círio, segundo domingo de Outubro, só foi instituída em 1901, por D. Francisco Rego Maia. • A trasladação não tem origem confirmada, mas é contado que no sábado a imagem era levada pelo diretor da festa de Nazaré para a Cidade Velha, à casa de uma família muito devota. De manhã ela devolvia a estátua ao bispo.

por conta do risco de precisar sair às 3h, 4h de casa para acompanhar a missa em uma cidade insegura como está Belém. Mas se é para falar de mudanças positivas, o professor aponta a “evolução” da administração do uso da corda ao longo dos anos. “É a mudança mais significativa. O esquema atual, com Núcleo da Berlinda, cinco estações, foi bastante estudado por engenheiros e parece mesmo ser o melhor até agora. Já houve corda com fileiras separadas por sexo e guiada por um único tenente da Polícia Militar, Orlando Bezerra, isso entre 1966 a 1984, que era protestante. Sozinho e com um apito de dois toques ele ordenava todo o percurso”, revela. Baratismo e a corda Por falar em corda, João Carlos lembra que a “crise da corda”, na década de 30, foi resolvida graças ao populismo de Magalhães Barata (1888-1959), o então governador do Estado, que peitou a igreja diante da determinação de extinguir um dos maiores símbolos da procissão. “O impasse só foi resolvido às vésperas do Círio, mais pela popularidade do governador do que pela questão religiosa. A igreja aproveitou a ocasião para disciplinar o uso da corda e as coisas mudaram a partir daí”, confirma. Em quase uma hora de conversa, ele conta um tanto sem fim de minúcias sobre o Círio de Nazaré, muitos detalhes, nada pequeno, sempre tudo muito grandioso, como é a festa, a fé e o culto na maior procissão católica do planeta. “Será que esqueci alguma coisa?”, pergunto, ao final da entrevista, ao que ele responde, meio rindo: - É claro que esqueceu!

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ao porco! O chef Jefferson Rueda é um apaixonado por comida de verdade, caseira, sem ingredientes impronunciáveis. A partir de um desejo antigo e de compartilhamento, Rueda transformou o porco – uma carne historicamente considerada inferior – na estrela única de seu restaurante.

N

ascido no interior de São Paulo, em São José do Rio Pardo, é justamente dos hábitos simples e de infância que Rueda mais se recorda. “Assar o porco era uma grande festa... juntávamos a família inteira em torno do porco”, ele rememora. Com 24 anos de carreira, o chef, Jeffin, como é carinhosamente chamado por amigos e admiradores, sempre fez questão de trabalhar com ingredientes brasileiros e o trabalho naturalmente foi ganhando mais identidade brasileira. “Quando comecei a estudar o porco, me apaixonei ainda mais por ele... o tanto de coisa que dá pra fazer com uma carne que sofre tanto preconceito!”. Aliar técnica ao amor nunca foi muito mais natural do que se imagina, uma vez que a primeira profissão do jovem Rueda foi como açougueiro. “Aprendi [aos 17 anos] diferentes cortes e também a produção de embutidos, então já é algo que desenvolvo e aprimoro

há alguns anos”. O diferencial é que só vão ingredientes que possam ser pronunciados. “Vejo a grande indústria que vem entrando na casa das pessoas, com produtos cheios de conservantes e aditivos químicos, sendo que é possível desenvolver produtos incríveis, mais saborosos e muito melhores para o consumo”, explica. Rueda é casado com a também chef Janaína Rueda – a dona Onça – e tem dois filhos. Janaína, que é uma grande fã e entusiasta do trabalho do marido, já afirmou que cuida muito da alimentação da família e que os Rueda decidiram compartilhar os hábitos de casa com os clientes, com o mesmo cuidado e ingredientes puros. “Eu vejo que é meu papel como cozinheiros fazer esses produtos e apresentar à população a preços acessíveis, como fazemos na Casa do Porco, no Hot Pork e na Sorveteria do Centro”, conclui Rueda. »»»

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Acima, a casa do Porco Bar. Abaixo e ao lado, o Porco San Zé.

Restaurante de vários elogios e uma única estrela (ou ingrediente): o porco A Casa do Porco Bar nasceu como uma materialização de toda devoção ao nobre suíno. Deixemos as justificativas para o próprio autor do restaurante temático: “comecei a desenvolver uma receita, que hoje é o carrochefe da Casa do Porco: o Porco San Zé. Ele é inspirado em uma receita típica da minha terra natal, o Porco à Paraguaia, mas eu não concordava muito como ela era feita. Então eu comecei a trabalhar nela e, ao invés de usar leitão, eu uso um porco adulto, desossei o porco. E, ao invés de injetar temperos, deixo marinando. Também desenvolvi a minha própria técnica de assado. Foram anos e anos de erros e acertos até chegar na receita perfeita! Eu comecei a fazer eventos com o Porco San Zé, e as pessoas vinham ao restaurante que eu trabalhava buscando o porco, que não era servido lá. Mas dois eventos foram muito importantes para eu tomar a decisão de abrir a Casa do Porco: o primeiro foi a Virada Cultural, quando o jornalista Luiz Américo Camargo experimentou e me disse que eu deveria abrir uma portinha com o porco. O segundo foi o G11, que ocorreu em São Paulo e reuniu os

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maiores chefs do mundo, quando Ferran Adrià veio me parabenizar pelo porco e me disse que deveria virar um negócio. Foi quando decidi juntar toda a minha experiência na gastronomia brasileira às minhas paixões e voltar pro centro de São Paulo, para perto da minha família. Na Casa do Porco eu posso criar, aqui é um lugar onde busco entender o que meus clientes querem e criar novas tendências de consumo, oferecer uma cozinha brasileira conceitual a preços acessíveis. Uma cozinha que não taxa nada, nem ninguém”, conclui. Mesmo com todo sucesso do Porco San Zé, o menu “De Tudo Um Porco” é campeão de pedidos dentro do restaurante, que preza por um ambiente aconchegante e gosto de casa da gente. Mais caipira e autêntico, impossível.

Serviço: A Casa do Porco Bar R. Araújo, 124 - Centro - São Paulo TEL: (11) 3258 - 2578 Horário de funcionamento: Segunda a Sábado das 12h às 0h e aos Domingos das 12h às 17h.

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PANCETTA COM GOIABADA

15 unidades

Torresmo • 500g de pancetta de porco • 1L de banha de Porco • 1L de água • 80g de sal • 20g de açúcar • Óleo

Modo de preapro Misture a água, sal e açúcar e dissolva bem. Mergulhe a Pancetta nessa salmoura líquida e deixe por 3 horas. Após esse período, retire a Pancetta e seque no papel toalha. Em uma panela, coloque a banha, acrescente a Pancetta e deixe cozinhar em fogo baixo (+- 75º) por 5 horas. Retire a Pancetta da banha, coloque em uma assadeira e resfrie +- por 4 horas. Depois desse período, corte a Pancetta em cubos grandes e frite em uma panela com óleo pré-aquecido (200º) até ficar dourada e crocante e reserve.

Molho de goiabada • 100g de goiabada cremosa • 30g de purê de pimenta fermentada

Modo de preapro Misture os ingredientes e coloque em um sacapuxo (bisnaga) e reserve.

Picles de cebola • 50g de cebola roxa • 20ml de água • 20ml de vinagre de arroz • 5g de açúcar • 2g de sal

Modo de preapro Em uma panela, misture a água, o vinagre, o sal e o açúcar e leve ao fogo até o ponto de fervura e desligue. Quando esfriar, acrescente a canola e reserva na geladeira. Ficará pronto para o uso em 12 horas.

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Finalização

Modo de preapro

• 15 cubos de pancetta • Molho de goiabada • Picles de cebola • Cerefólio • Flores da estação • Flor se sal

Coloque as pancettas em um recipiente e com o sacapuxa coloque a goiabada sobre a Pancetta. Em cima da goiabada coloque o picles de cebola e decore com cerefólio e as flores e finalize salpicando flor de sal.


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especial Batista Campos / Torre Lumiar

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Paulo Silber

Dudu Maroja

Bairro da poesia O bairro de Batista Campos ocupa, no tempo, uma importância mais ampla do que o espaço que lhe é reservado nos retalhos da cidade. Dentro do polígono de ruas que lhe dão o atual contorno, costurando seus limites com o fio invisível da História, a profusão de memórias, conexões, lugares e peculiaridades transforma Batista Campos em um ambiente único. Morar nele é uma experiência de vida.

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ão há dúvida de que Batista Campos é um dos bairros melhor urbanizados de Belém e um dos recantos que mais conservam a Belém de outrora. Limitado pelos bairros da Campina, Cidade Velha, Nazaré e Cremação, o bairro conquistou seu nome em homenagem ao Cônego João Batista Gonçalves Campos (um dos nomes mais importantes da história do Pará) e suas ruas receberam nomes de tribos indígenas, como Pariquis, Timbiras, Caripunas, além de nomes de personalidades da história brasileira. Na matemática dos negócios, objetiva por natureza, Batista Campos é um dos endereços mais valorizados da cidade, o que explica ser o sonho de consumo de bem-viver de muitos paraenses. Mas não é esta a maior qualidade de Batista Campos. É da soma dos valores subjetivos que advém sua grandeza. Mesmo caracterizado como um bairro nobre,

não é uma área esnobe. Os espaços de convivência são acolhedores. O melhor exemplo é a Praça Batista Campos - o “jardim sem grades” de António Lemos (talvez o mais apaixonado gestor público que Belém já teve, à época, como intendente geral). Não é em todo canto que a cidade se encontra como ali se encontra. Poucos lugares em Belém são testemunhas da convivência, cada vez mais rara, entre diferentes mundos e oriundos. O exercício da dialética, inaugurado pelos gregos nas clássicas ágoras, onde além de trocar mercadorias se trocavam ideias, também se vê ali, na incomparável Praça Batista Campos, já classificada pela boa e velha revista Seleções como a mais bela praça do País. O bairro de Batista Campos, assim a como a praça – agrega e acolhe. E tem todas as condições de permitir essa convivência, seja pela localização estraté- »»»

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Famosas moradoras da praça, as garças costumam posar para fotos.

Acima, o centenário coreto orna a paisagem da praça, muito frequentada por crianças aos finais de semana.

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gica, seja pela variedade de acessos, seja pela qualidade dos locais de encontro. Num tempo em que o tecido social está cada vez mais esgarçado, Batista Campos cirze essas fendas. É um lugar de convergência, para usar uma palavra moderna, cujo significado, no entanto, atravessa as linhas do tempo e das gerações e gerações de moradores e frequentadores do bairro. Para a juventude, há uma variedade de pontos de encontro, diversos roteiros seguros para a diversão cotidiana, acesso fácil a serviços indispensáveis na rotina urbana. Na lembrança dos mais maduros, saltam retratos de um tempo emoldurado na galeria das melhores recordações. A grande horta da Veiga Cabral, os campinhos de pelada da Serzedelo, a inesquecível Mesbla, as fantásticas histórias do Soledade, a efervescência da feira, os sabores da Tip Top, a grande livraria Globo, a paquera nas calçadas do Santa Rosa, a colheita sob a sombra das eternas mangueiras, os cinemas de arte, os caminhos secretos da Arcipreste. As travessuras e obrigações nas dezenas de colégios que marcaram infâncias. Mas é no registro da História que o bairro ganha relevo definitivo. Na homenagem a um prócer da Cabanagem, o cônego que lhe empresta o nome. Na presença do cemitério erguido diante do desespero e tornado patrimônio histórico. Nas transformações constantes, que modificaram a paisagem da cidade, mas preservaram este nicho de verdades indeléveis. É claro que, como em todo bairro, Batista Campos também sofre com eventuais atropelos que expõem a carne viva do Poder Público e suas feridas nem sempre bem cuidadas. Contudo, Batista Campos ainda é um lugar privilegiado. Retrato do desafio cada vez maior de promover a convivência humana. Extrato paradoxal de uma cidade que perdeu as rédeas da expansão. Contato da Belém de hoje com a Belém de outrora. O olhar preciso de um morador, o testemunho dos passantes, a narrativa de um trabalhador, tudo cabe nesse caleidoscópio de lembranças. Que remetem às lutas cabanas, às alegrias e aos dramas, desde quando Belém era menina, passando pelos surtos de crescimento. O bairro reconstruído no final da década de 60, após a conclusão do canal da Tamandaré, e novamente renascido com a chegada do grande shopping, e finalmente ressuscitado pelo impulso imobiliário dos grandes prédios, que oferecem conforto na experiência de morar em Batista Campos, lugar onde as brumas de tempos idos cheios de certezas se encontram com o crepúsculo dos nossos tempos repletos de desafios. Por tudo isso, ser de Batista Campos, morar em Batista Campos, não é apenas uma condição de espaço e tempo. Mais do que um bairro, Batista Campos é um estado de espírito. O bairro da poesia é o lar do Lumiar, novo empreendimento da Leal Moreira. Viva Batista Campos. Viver com nome e sobrenome.






O QUE HÁ DE NOVO PELA FRENTE As eleições presidenciais de 2018 vão deixar marcas profundas na memória nacional e serão certamente objetos de estudos futuros e, independente do resultado, deixarão lições para as próximas gerações se debruçarem. A marca mais evidente deste pleito é a radicalização dos extremos, que culminou no atentado à vida do líder nas pesquisas. Grosso modo o país está dividido em 30% de cada lado do espectro político e o restante como observador e fiel da balança. Essa divisão não é nova e vem se mantendo desde a primeira eleição após a redemocratização do país em 1989, a diferença em 2018 é exatamente a radicalização. Nos pleitos anteriores, para contrapor as coligações lideradas pelo PT, havia um candidato do PSDB representando uma união de partidos batizados de Centrão, um eufemismo para definir um saco de gatos de oportunistas de toda ordem, mas que mantinham um tom ameno nas propostas e no discurso. Depois da decepção com o primeiro presidente eleito, oito anos do PSDB no poder e catorze do PT, além dos dois anos de mandato tampão do MDB, o eleitor mais tradicional decepcionado com a avalanche de denúncias e implicados na Lava Jato encampou o discurso politicamente incorreto de um ex-capitão do exército. No lado oposto as forças de esquerda se aglutinaram para retomar o poder após o que consideraram um golpe. Diante disso quem está

Celso Eluan Lima empresário celsolima2210@gmail.com

sofrendo é o bom senso e a temperança. Vivemos tempos de guerra fria que vem se anunciando desde o primeiro governo Dilma e descambou para um enfrentamento radical nas urnas, cooptando mais corações e menos mentes. No entanto, 2018 também será marcado como o primeiro pleito de um partido que foge de todo estereótipo a que estamos acostumados, e de certa forma, revoltados. O NOVO é o único partido dentre os 35 existentes atualmente (fora mais de 50 em trânsito para registro) que não foi fundado por sindicatos, igrejas ou políticos desgarrados de outras agremiações. É a primeira experiência nacional de uma organização nascida na sociedade não organizada, por pessoas que querem participar mais ativamente da vida política sem que isso implique numa carreira oportunista. Fazer política não significa necessariamente ser político como conhecemos. Tudo pode dar errado no futuro, mas o NOVO se preveniu em seu estatuto para minimizar os erros que possam advir. Primeiramente não aceita verba pública, seria uma contradição com seus princípios que prega um Estado mínimo, o partido vive da contribuição mensal dos seus milhares de filiados, dentre os quais me orgulho de figurar. Não é permitido usar a máquina do partido para fins pessoais, para ser candidato o pretendente deve abdicar do cargo no diretório que estiver ocupando. Os candidatos passam por um crivo seletivo com entrevistas e testes antes de serem indicados pelo diretório. Não há nenhum político de carreira nos quadros do NOVO e há várias restrições estatutárias para que haja no futuro

Não há carreirismo político, no NOVO só é permitida uma reeleição, mesmo em cargos legislativos. E não é só discurso, nas eleições municipais de 2016 o NOVO elegeu quatro vereadores e todos já reduziram em mais de 50% as verbas de gabinete, eliminando assessores e cortando despesas e vantagens destes cargos eletivos, como o uso de carro oficial e auxílio-paletó. Isso é coerente com o programa liberal do partido que prevê redução da participação do Estado, não apenas com privatizações, mas reduzindo burocracia, gigantismo e cortando custos para que haja mais recursos para serem investidos no que importa para a população. Se o Brasil fosse uma máquina, já teria sido aposentada, pois gasta praticamente 100% do que arrecada no seu próprio funcionamento. Imagine que você tivesse um carro que ficasse com o motor ligado o tempo todo, mas sem rodas, este é o país em que vivemos, não sai do lugar porque gasta tudo consigo mesmo. O que precisamos é melhorar a eficiência dessa máquina, talvez até criando outra, mas este é um trabalho coletivo. É lento, incerto, custoso, cansativo, exige muito esforço e participação, mas acreditar que um Salvador da Pátria possa sozinho azeitar essa máquina emperrada é muito mais do que simples crença, é conformismo de entregar essa tarefa ao primeiro mecânico que apareça e que jure conseguir colocar tudo no lugar. Tem algo que acredito e repito sempre: para todo problema complexo sempre tem uma proposta de solução fácil e impossível de ser aplicada. Não acredito em soluções fáceis, por isso estou ajudando a criar algo NOVO.

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especial

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Luly Mendonça

Dudu Maroja/Arquivo pessoal

Joias lapidadas

para o sucesso Naisha Cardoso, Beta Freitas e Bárbara Müller provam que o Pará pode ser um poderoso polo de fabricação e exportação de joias.

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las são mulheres, criativas, empreendedoras e paraenses, de nascença ou de coração. Em meio a histórias de vida e trajetórias diferentes, uma coisa em comum: o talento para criar, a arte minuciosa das joias e a imersão em um mercado seleto e difícil. Segundo Bárbara Müller, o mercado paraense é único e por isso vem ganhando espaço e destaque. “Belém, o Pará, a Amazônia são fontes infinitas de pesquisa e inspiração, por toda a riqueza cultural cheia de força, história e ancestralidade.” Porém, isso não significa que seja um

mercado fácil! “O mais difícil do mercado é o mercado!”, brinca Beta Freitas. Naisha Cardoso completa: “A construção de um mercado autoral suficientemente grande e representativo para se manter economicamente saudável é o grande desafio desse nicho.” Através de peças que contam histórias, que carregam valor além do produto, essas três mulheres desafiam os entraves e os tempos de fast fashion, apostando em marcas com propósito e mostrando que é possível apostar em economia criativa e ir além. »»»

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BARBARA MÜLLER Talento de berço Nascida em Rondônia, Bárbara mora em Belém desde os 4 anos. Formada em Design de Produtos pela UEPA, em 2011 Bárbara começou a atuar profissionalmente, quando na faculdade uma professora notou seu talento e a convidou para desenhar joias para o Círio, no Polo Joalheiro. No ano seguinte, foi convidada pelo crítico de arte italiano, Claudio Franchi, para expor em Roma. Foi selecionada, através de concurso, para ter uma peça como acervo definitivo no Museu di Casamaggiore, também em Roma, e comercializou uma coleção na Inglaterra e na França, em parceria com uma marca de Londres. Um ano depois, estava em programa da GNT, sendo entrevistada por Mariana Weickert. “Foi quando caiu a ficha: Acho que tenho um negócio, devo ser mesmo uma designer de joias!”

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Lilian Pacce e André Lima também a entrevistaram para o GNT Fashion e, recentemente, sua participação no programa da Angélica, “Estrelas”, da Rede Globo contribuiu para mais visibilidade. Segundo Bárbara, o estilista Dudu Bertholini também foi um “padrinho” importante: “ele incluiu minhas joias em um ensaio com a Juliana Paes, também trabalhei com ele para a marca de prèt-à-porter queridinha dos famosos, no Rio, a Martu, e tive a honra de estar com eles no desfile Moda Rio”, lembra. Este ano, Bárbara é convidada do São Paulo Fashion Week, para contar sua trajetória profissional a empresários do Brasil inteiro. Mas não é a primeira vez que ela participa do maior evento de moda do Brasil: em 2016, ela expôs suas joias através do grupo de moda do Sebrae.

Sobre o processo de criação, Bárbara diz que, diferente do que parece, tudo é muito intuitivo, não existem regras. “É um trabalho de olhar pra dentro e com o que emociona. Morar em Belém é o melhor laboratório criativo pra quem trabalha com artes de um modo geral.” Bárbara já expôs no Copacabana Palace e recentemente foi convidada pela Farm para o projeto Sotaques, sendo porta voz da região também no lançamento da coleção “O coração é o norte”. Selecionada entre 100 designers do mundo inteiro - sendo apenas dois brasileiros - em um evento importante em Milão, onde recebeu uma menção honrosa pela peça “pulmão do mundo”, hoje ela é uma das designers contempladas no livro “Artistar Jewels”, fruto do evento, que circula na Europa.


BETA FREITAS Arte com propósito Formada em Propaganda e Marketing e Design de Produtos, podemos dizer que o processo criativo sempre esteve presente na vida de Beta Freitas. Mas a veia artesã vem de criança: já fazia trabalhos manuais aos 9 anos e a família sempre incentivou seu interesse pelas artes. Durante algum tempo, conciliou a vida de publicitária com a de artesã. Já desenvolveu coleções de camisetas e expôs na Babilônia Feira Hype, no Rio de Janeiro, e em 2007 produziu uma coleção de móbiles de cristais e muranos para a Feira Arte de Portas Abertas, também no Rio. Talvez fosse um prenúncio. Foi neste mesmo ano que ingressou na escola de joalheria do Polo Joalheiro e desde então começou a investir em cursos de técnicas. “Em 2009, mudei para São Paulo, trabalhei com direção de arte para uma agência cultural e também assinando o marketing do André Lima (estilista paraense). Com ele, participei da produção de dois desfiles no SPFW e o desfile no evento Fashion Rocks, em 2010”, lembra. De lá pra cá, Beta se dedicou à carreira autoral, desenvolvendo joias exclusivas por encomenda e está sempre presente em eventos de moda e design locais, como o Boulevarte e o Circular. Seu ateliê é em casa, longe do centro e num espaço cheio de conexões com a natureza, o que ajuda muito no processo de criação. “Meus insumos têm procedência, a prata é reciclada e o ouro certificado, uso gemas. Outro compromisso que carrego é o social, a joia também pode ser uma ferramenta de desenvolvimento humano e de despertar da empatia”. Em 2018, Beta começou o projeto da Oficina Experimental de Joalheria Artesanal, oferecendo uma troca de experiência e conhecimento sobre o mundo da joalheria aos alunos de design ou à qualquer pessoa que se interesse pelo ofício. As encomendas continuam e as feiras e eventos são bem-vindos, mas agora o propósito é outro: “inclusão, sustentabilidade e transmissão de conhecimento são meu new little black dress!”. »»»

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Foto: Terezaearyanefotografia

NAISHA CARDOSO Talento intuitivo Incorformada e curiosa. Características da designer Naisha Cardoso que foram fundamentais para chegar até aqui. “O mercado local de joias é parte desconhecido e em parte mostrado de forma equivocada, por vezes folclórica, ufanista e exótica demais. Não somos só isso”, diz. Naisha se formou em Direito, mas seu contato com o design manual começou de maneira totalmente intuitiva e autoral. Quando criança, fazia acessórios e vendia para as amigas no colégio. Em 2004, fez uma série de peças com murano e as comercializou. “Durante a faculdade, vivi um período importante de testes para o que viria a ser uma marca autoral com identidade e propósito anos depois. E assim fiz os primeiros Caixas de Criadores em Belém. Tive também uma loja física colaborativa de marcas do coletivo”, relembra. Naisha foi aprendiz de mestres ourives no Rio de Janeiro, seguindo a metodologia alemã, e depois, em Brasília, seguindo a escola argentina. Passou por uma temporada na Itália. Em 2017, teve sua primeira experiência em um mercado autoral de grande importância nacional, com concorrência de altíssimo nível e um consumidor formador de opinião: a Feira na Rosenbaum e Rede Manual, ambos em São Paulo. Na época, era a marca autoral paraense na feira, a convite do próprio Rosenbaum. No mesmo ano, foi convidada para entrar na ABEST (Associação Brasileira de Estilistas) como primeira marca do Norte, num grupo seleto de estilistas porta-vozes da moda brasileira no exterior, como Osklen, Ronaldo Fraga, Fernando Jorge, Lenny Niemeyer e Vitorino Campos. “Ser uma marca pequena, pautada no slow design, e estar no meio desse grupo para falar do Norte é uma honra e responsabilidade”, diz. No segundo semestre de 2018, Naisha se prepara para participar de uma das feiras internacionais de joias mais importantes do mundo, em Paris, a Premiere Classe e Bjorhca. Sua marca representará o norte em um livro que será lançado ainda este ano, em São Paulo, dedicado à joalheria contemporânea no Brasil. E além disso, vem desenvolvendo uma coleção com os artesãos da ilha de Murano, em Veneza, sobre as cores da gastronomia paraense.

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Fábio Nóvoa

Dudu Maroja

Ricardo Costa: 30 anos , empresário, proprietário da The Premium Steaks, amante de cozinha e principalmente de carne.

Churrasco de grife: paleta de cordeiro No The Premium Steaks, um dos espaços pioneiros em Belém no conceito de Boutiques de carnes, você pode comprar o melhor para o seu churrasco e, de quebra, ainda pede para fazer na hora. Na segunda série deste “No ponto”, o chef Ricardo Costa prepara uma deliciosa receita de Cordeiro.

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Normalmente, quando você decide comprar uma roupa, segue o mesmo ritual básico. Entra em uma loja, vê as opções, escolhe aquelas que lhe agradam, experimenta, paga e, se quiser, pode sair usando a nova aquisição. Agora, imagina fazer a mesma coisa quando o produto é... churrasco! Resguardadas as comparações, é exatamente isto que dá para fazer no The Premium Steaks, um lugar criado para quem é apaixonado por uma boa carne assada. Mais que um restaurante, eis um espaço que pode ser chamado de “boutique de carne”, segundo um dos sócios e chef, Ricardo Costa, o ambiente, rústico e acolhedor, na mesma medida, tem pitadas de mercado e pub também. Cada detalhe remete ao churrasco, paixão dos brasileiros. Na parede, os passos simples que o cliente pode seguir: você escolhe a carne que desejar, pede para assar, escolhe o ponto e voilá!... É só sentar e esperar que o seu pedido fique pronto, tomando uma cervejinha ou uma taça de vinho. Depois de toda essa apresentação, vamos ao que interessa. Nesta edição, Ricardo traz uma paleta de cordeiro com um toque especial. Conheça o preparo e os ingredientes e tenha um prato que vai impressionar parentes e amigos.

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O cordeiro O cordeiro utilizado em nossa receita, é da raça Poll Dorset, referência mundial, com genética importada da Nova Zelândia e Australia, da fazenda ‘A Cabaña Oviedo’ é a primeira do Brasil, voltada à criação de cordeiro de corte, inteiramente desenvolvida de acordo com os preceitos sustentáveis. A 900 metros de altitude, a fazenda conceito possui mais de 15 nascentes que abastecem o rebanho com água mineral. O pasto também é diferenciado para oferecer os melhores níveis de proteína. Além disso, toda a alimentação destinada aos animais é preparada na própria fazenda. Esses cuidados criam um habitat mais favorável e sem estresse para o rebanho, fatores que influenciam diretamente na qualidade da carne, garantindo a excelência na criação de cordeiros gourmet. Corte utilizado É o pernil dianteiro, com osso, do cordeiro. A Paleta de Cordeiro é sempre um sucesso em churrascos, almoços e jantares. Sua versatilidade permite que seja assada no forno, na brasa, ou em diversas receitas. No sabor, a paleta desfiada é o destaque.


MARINADA CORDEIRO

RECEITA

• 200 ml vinho tinto • 6 dentes de alho • 2 ramos de alecrim • 2 ramos tomilho

COUSCOUZ:

PREPARO Juntar tudo e sobre a paleta, cobrir e deixar descansando na geladeira no mínimo 10 horas, ideal deixar de um dia para o outro.

• sal a gosto

• 500GR DE couscouz

• pimenta do reino em graos

• 2 litros de água

• 200 ml azeite

• 2 cenouras • 1 cabeça de alho • 4 talos de salsão • 2 cebolas roxas • 2 tomates • 100 ml de azeite • 1 maço de salsinha PREPARO Em uma panela, colocar a agua, as cenouras, o alho, e o salsão, sal e pimenta, e deixar ferver durante 30 minutos em fogo brando. Coar o liquido, e em uma vasilha, colocar o couscouz, e cobrir com o caldo, até passar 1 dedo do couscouz e tampar, esperar até o couscouz absorver todo o liquido, e juntar o vinagrete, afofar com o auxilio de um garfo.

GREMOLATA • 1 maço de salsinha • 2 maços de hortelã • 50 gr. de açúcar • raspas de 2 limões sicilianos • suco de 1 limão siciliano • 3 dentes de alho • 200 ml de azeite • sal a gosto

Para

harmonizar:

PREPARO Picar todos os ingredientes e colocar numa vasilha e juntas com azeite e o suco de limão. Sal a gosto (sugerimos uma pitada).

PALETA DE CORDEIRO: APROX 1.5KG PREPARO Retirar a paleta já marinada, da geladeira, 30 minutos antes de assar. NA CHURRASQUEIRA: Assar lentamente, em fogo brando, o mais alto

por Ricardo Gluck Paul

possível na churrasqueira, durante 3 horas, virando de 30 em 30 minutos, de modo a

Este prato traz a força e a suculência do Cordeiro marinado, em conjunto com a delicadeza do Couscouz e a refrescância da Gremolata, misturando tons cítricos e condimentados. A cerveja escolhida é a Roleta Russa do estilo American Brown Ale, que conversa com o prato em dois momentos gustativos. Em primeiro plano, seus maltes torrados e notas evidentes de dulçor atingem em cheio a potência da proteína finalizada na brasa, com semelhantes notas de caramelização. Ao fundo o lúpulo americano, que dialoga sutilmente com a citricidade da Gremolata e imprime ainda mais personalidade aos demais condimentos do prato através de seu moderado amargor, trazendo uma interessante experiência à mesa.

ROLETA RUSSA AMERICAN BROWN ALE

permitir que asse por igual. NO FORNO: Assar lentamente, em forno, a 180º, por 3 horas. COMO SERVIR: Em uma travessa ou tábua grandes, arrume o couscouz por baixo e delicadamente deite a paleta sobre o couscouz. Finalizar com a gremolata em cima da paleta.

Coloração marrom escuro. No aroma notas de café, chocolate, caramelo e contida citricidade típica de lúpulo americano. O sabor acompanha o aroma, com um amargor médio, elegante e equilibrado.

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Carolina Menezes

Dudu Maroja

Realizar

sonhos

Quem poderia imaginar que o diploma de Arquitetura e Urbanismo e a experiência de atuação como empresária de marcas franqueadas seriam a combinação perfeita para a inauguração de um novo jeito de fazer eventos, dos mais complexos aos mais simples? Fátima Petrola sabia. Só demorou um pouquinho para descobrir.

“C

ara? Sofisticada? Não sou nada disso”. Ouvir isso de uma das designers de eventos mais requisitadas do Estado nos últimos 15 anos dá meio que um nó na cabeça. Primeiro porque quem vê a cearense Fátima Petrola, sentada muito calmamente em seu escritório, de maquiagem leve, tênis novinho, bermuda e camiseta tem dificuldade para imaginar que ela atravessa semanas, às vezes com dez eventos para realizar - como foi o caso na época da entrevista. Segundo porque sua expertise já rendeu até elogios da equipe do ex-presidente norte-americano Bill Clinton quando participou de um congresso de Contabilidade em Belém, há cinco anos. É preciso criar a imagem de um personagem híbrido, uma espécie de proprietária-operária para entender o modus operandi da arquiteta que nunca fez e nem nunca quis fazer um projeto de residência na vida, e que se orgulha da carta de clientes com mais de 200 nomes e empresas. A carreira de Fátima se inicia junto com o primeiro casamento, aos 16 anos, quando toma a função de administrativo e financeiro da empresa do marido, com quem foi casada por 30 anos. “Meu pai sempre foi muito trabalhador, então eu sempre quis ser independente”, justifica. A profissão de engenheiro,

do então companheiro, fez com que eles morassem um tempo em Santa Catarina e finalmente em Belém. A faculdade, iniciada ainda no Ceará, ela transferiu para o Sul e depois para a Universidade Federal do Pará (UFPA), onde concluiu o curso. Ligada no 220 volts A atuação de empresária à frente de franquias famosas de mobiliário, principalmente, e depois de roupas, consolidou o nome de Petrola no mercado paraense, isso há algumas décadas. Em especial, com a abertura dos primeiros shopping centers, época em que ela chegou a ser proprietária, por cinco anos, de dez franquias. Ao mesmo tempo. “Academia, manicure, nunca soube o que é isso, não. Só quando dá! Meu dia sempre foi de muito trabalho, sou muito elétrica, dinâmica. Não sei se é qualidade ou defeito, quero fazer só o melhor”, detalha ela. Só que a dinâmica do shopping center era bem diferente da lida com a franquia de mobiliários, e quando as coisas começaram a não ir tão bem, Fátima não se fez de rogada e começou a fechar e/ ou repassar suas lojas. Ela sabia que era a hora de encerrar aquele ciclo, mas quem estava em volta ficou preocupado. “Ficavam me perguntando o que eu faria da minha vida, fui até para a terapia, e lá ouvi »»»

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que, em algum momento, com toda a minha experiência, eu puxaria uma carta guardada na manga”, lembra. Voilà! E isso ocorreu quando, há 17 anos, a convite de um amigo, proprietário de uma rede de supermercados, que estava para tomar posse da presidência da Associação Comercial do Pará (ACP). Foi para Fátima que ele fez o pedido para que organizasse a festa de comemoração. Com a ajuda de uma amiga que já trabalhava com decoração de eventos, ela topou a experiência. E saiu de lá com uma enorme certeza. “Estou falando de uma época em que as pessoas trabalhavam de forma muito empírica. Quando cheguei e vi, disse para mim mesma: eu vou dominar esse mercado. Juro a você que foi meu pensamento”, desabafa. A experiência de franqueada de lojas até internacionais com a formação em Arquitetura e Urbanismo, aliadas à sua garra, transformaram Fátima Petrola em uma marca. “Comecei a profissionalizar, fazer levantamento dos espaços, contratei arquiteto pra fazer layout, planta baixa. As pessoas não sabiam o que era isso. Fui começando a trabalhar com o que eu sabia. Não foi desgastante, eu só virei meus conhecimentos para outro ramo. E eu nunca poderia fazer o que faço hoje se não tivesse tido todas as experiências anteriores”, reconhece a designer.

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120% transpiração O que para uns pode ser pouca vaidade, para ela é a fonte de sua felicidade diária. “Nunca vão me ver fazendo pose, arrumada. Sou operária, sou de criação, de produção, e não de gabinete. Não sei o que é discriminação, sempre chefiei, mandei, meu perfil é autoritário, o que nem todo mundo entende, mas é só meu jeito, não sei falar ‘bonitinho’”, expõe. A rotina diária fica entre os lo-


cais das festas e o enorme terreno onde funciona seu escritório e estão os galpões que surpreendem pelo tanto que guardam de todo tipo de acessório, produto, peças, móveis, tecidos imagináveis e até plantas em uma câmara hebárica - creio que não seja exagero dizer que, com o verdadeiro arsenal que há ali, é possível criar qualquer tipo de evento, independente de tamanho, tema e local. E sim, é uma rotina muito mais puxada do que era na época das dez lojas nos shoppings. Como em casa de ferreiro o espeto é de pau, Fátima não é muito chegada a festas, não, só que ela não dispensa um feriado prolongado ou uma folguinha extra para curtir a família. “E sair para comer caranguejo, eu amo. Quando eu aguento, saio da arrumação do evento, chego em casa, ponho um short e uma sandália e vou comer caranguejo!”, confessa. Esses pequenos e necessários períodos de descanso ela consegue também graças ao fato de que conta com uma equipe bem dividida, que inclui mais quatro arquitetos, um departamento de publicidade e outros dois departamentos que atendem, separadamente, eventos empresariais e eventos sociais. “Festeira”, sim. Sem princípios, nunca. O investimento na própria marca é outro padrão de qualidade da qual ela não abre mão. “Não economizo na hora de investir. Boa parte do lucro vai no investimento, do mobiliário ao humano. Aqui são os melhores, nada é amador. Eu tenho nome construído há 16 anos pelo meu trabalho. Não tenho herança de pai, mãe, marido”, reforça. Sem qualquer pudor em negar interesse de expandir para outros estados ou aumentar o tamanho da marca, Fátima, que tira duas horas

diárias para estudar e se atualizar sobre a área em que atua, só quer continuar desempenhando um trabalho de excelência e respeitando seus clientes. “Minha obrigação é, com a verba que oferecem, realizar o sonho da melhor maneira. E se o evento for contra meus princípios, declino, digo que não, não aceito o trabalho. Faço aquilo que acredito que seja o correto”, dispara. “Isso não é ser melhor, é ser diferente. Eu, por exemplo, não estudo o que o mercado aqui faz. Estudo Londres, Dubai, Nova Iorque. Não me interessa o muro do vizinho, e sim quem está na minha frente. Tanto que toda festa que faço tem alguma novidade, é o que dá a identidade a cada evento”, explana. Realidade e gratidão Se engana quem pensa que a crise econômica diminuiu a dinâmica do mercado de eventos este ano ou no ano passado. “Ficaram mais realistas, sim, mas não diminuíram. Brasileiro gosta e sabe fazer festa, paraense mais ainda. Não falta nada em uma festa de paraense, e sempre tem a ‘briga’ com os salões porque os clientes querem ficar até 6h da manhã!”, diverte-se. Ela, que já cansou de viajar para fazer evento de réveillon e chegar a Belém a poucas horas da virada do ano só para curtir os festejos com os familiares, jura que não tem nem do que se queixar, e não é dessas que promete, de um ano para o outro, que vai desacelerar. “Eu trabalho com o belo, com o sonho, é muito gratificante. Não sou daqui e faço eventos de peso na cidade, faço a Varanda da Fafá, já fiz Berlinda de Nossa Senhora. Sou muito agradecida pelo acolhimento, e não acho que eu seja a melhor, mas afirmo que me cerco dos melhores”, conclui, com um sorriso meio cansado, meio satisfeito, mas inteiramente indubitável.

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da redação

Marcus Mendonça

Íntimo & pessoal O apartamento do casal – clássico e muito iluminado – recebeu ainda mais contornos brancos e o hobby do proprietário ganhou destaque e espaço privilegiado.

A

arquiteta Larissa Chady recebeu uma missão, no mínimo, apaixonante: trabalhar em um projeto para um casal, cujos filhos, já adultos, não moram mais no mesmo endereço... mas como filhos serão sempre crianças aos olhos dos pais, seus quartos foram cuidadosamente arrumados para quando visitassem (e quisessem ficar para dormir). Para o apartamento de 270 m², localizado no Torre Belvedere, o casal de proprietários pediu que tivesse uma atmosfera neutra, privilegiando o piso, todo em porcelanato marmorizado; espelhos bisotados também ganharam destaque, juntamente com a bancada retroiluminada. Pedido especial Uma whiskeria, paixão do proprietário, foi concebida também, privilegiando a madeira e o couro. Com iluminação e umidade controladas, o ambiente é um dos prediletos do casal.

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Acima, a whiskeria foi um pedido especial, para celebrar um hobby do proprietรกrio.

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Para o quarto do casal, uma atmosfera ainda mais intimista, privilegiando o branco e tons pasteis. Note a cabeceira da cama, que ĂŠ um painel, recobrindo a parede do cĂ´modo. No banheiro, destaca-se a bancada retroiluminada.

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Foto: Rogério Maranhão

Larissa Chady, arquiteta responsável por este belíssimo projeto, criou uma atmosfera bem intimista, satisfazendo aos desejos dos proprietários. Cores claras, neutras, além de muita madeira e couro, foram as predileções.


décor • indica | por Bertrand Tenório

divulgação

Escrivaninha Soho (coleção linha Manhatan) A madeira maciça traz a nobreza e a base em aço Corten entra como matéria-prima inusitada. Ambos os elementos deixam essa peça descolada e com ‘baforadas’ de modernidade.

Cama para Cachorros (coleção Empório)

Cadeira de Aproximação Pietro (coleção linha Petrus)

A cama mais chic e elegante que eu já vi para nossos pets feita em mix de peles sintéticas em couro e croco, são um luxo só.

Sofá Loft (coleção Abraccio) É um sofá com cara de conforto e tem volume, mas sem perder a beleza do design, vem com detalhe em debrum e fica lindo em couro natural ou sarja.

Foto: Estúdio Tereza & Aryanne

Design de inspiração claramente italiano, com formas orgânicas. Revestida em tecidos nobres, como o linho e o couro, vai bem com projetos contemporâneos e clássicos.

Bertrand Tenório Com 15 anos de mercado, Tenório tem projetos realizados em Belém, Rio de Janeiro e Brasília. É formado em designer pela ABRA - Escola de Arte e Design, de São Paulo. Participou da CasaCor Pará 2014 e 2015.

Bandeja Bar (coleção Empório) Celmar

Mesa de Jantar Habitare (coleção Abraccio) Para quem pediu uma peça conceito, temos essa mesa linda com leveza nas formas, porém a estrutura é em madeira maciça, compondo com projetos que ousam dar uma rasteira no óbvio.

Celmar Móveis Planejados A Celmar, além de ser uma marca consagrada com mais de 60 anos no mercado nacional, contabiliza projetos idealizados por grandes profissionais e tem, em seu franqueado de Belém, todo um diferencial de venda, montagem e pós-venda - o que a torna uma unanimidade entre clientes e profissionais que transitam na loja.

Essa é coringa em qualquer ambiente, em madeira e junco natural, traz esse DNA charmoso para o décor.

*As informações publicadas nesta página são de responsabilidade da loja Celmar Móveis Planejados.

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O MEDO É A FÉ INVERTIDA

Leila Loureiro advogada, professora universitária e escritora @leilaloureiro

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Outubro. Belém do Pará. Cheiro de maniçoba no ar. Eu tinha 16 anos e prometi acompanhar a procissão da “Trasladação” na corda noturna dos romeiros para agradecer a aprovação no vestibular para o curso de Direito. Após percorrer alguns quilômetros descalça, bem mais confortável do que nas micaretas que frequentamos nessa idade, voltei para casa me sentindo “a pagadora de promessas”. Desfilei minha vaidade travestida de gratidão por ser uma “boa menina, inteligente e futura advogada”, uma das várias “provas” que temos que dar ao nosso “profano” ego. Nessa época do ano, pessoas chegam de todos os lugares para ver a Virgem de Nazaré passar e cumprir o prometido. Em seguida, quitada a dívida, já renegociamos novos desejos para o próximo ano, e para cada graça alcançada, mais três pecados são cometidos. A banca da culpa cristã sempre ganha. Uma espécie de “cheque especial divino”. No Círio passado estive em Belém, depois de anos sem participar da maior festa religiosa do país. Foi emocionante rever aquele mar de gente agradecendo por suas bênçãos. Lembro especialmente de um romeiro exaltado que carregava uma vela nas mãos e gritava: “Eu sou doido, mas a santinha me salvou do remédio da cura!”. Fui remetida imediatamente ao premiado documentário “Estamira”, do diretor Marcos Prado, que relata a vida da catadora de lixo com problemas psiquiátricos, que dizia “Eu sou perturbada, mas lúcida. Eu sei distinguir minha perturbação”.

Quanta lucidez!!! Até hoje, um ano depois, lembro da fisionomia exata daquele inofensivo romeiro. Olhos marejados, feliz pela graça da loucura que o protege da realidade. Como testemunha daquela narrativa de pessoas que passavam por mim carregando suas histórias, sigo refletindo sobre o que disse aquele homem. Afinal, quem é capaz de julgar a “racionalidade” de alguém quando estamos diante do fenômeno da fé e o explosivo poder vibratório das orações? Não seria a loucura um bálsamo para suportamos todas as “crueldades” do mundo? Aquele romeiro talvez não queira enxergar as dores do cotidiano. Ou, quem sabe, talvez esteja em paz consigo mesmo. A maior insanidade dos dias atuais: o auto-perdão! Viver buscando a perfeição provoca calos nos pés e nas mãos. A vida é essa procissão de erros e acertos, e que, por vezes, nos exige uma certa dose de loucura, que também podemos chamar de confiança, em si e em nossos devaneios. Renunciar ao cargo de super-humano talvez seja a graça alcançada pelo “romeiro maluco”. Ele não agradecia pela aquisição de bens materiais, status ou honras obtidas, mas celebrava o simples fato de estar livre do que julgam ser bom para ele. O sofrimento conduz o homem a empreender grandes jornadas espirituais, e assim, trilhar a romaria da vida de cara limpa, sem precisar “curar-se” de si mesmo, mas sim, “curar” a si mesmo. Ter medo de ser quem se é, ainda vai nos levar à loucura...Caminhemos, irmãos!


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galeria

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da redação

divulgação

Vibrante

loucura

Detentor da maior premiação do cinema, Sir Anthony Hopkins expõe um outro talento em uma tela diferente

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ão à toa, Anthony Hopkins é considerado o ator mais completo (e complexo) dentre seus pares em Hollywood. Ostentando a mesma tranquilidade com a qual interpretou Nixon no cinema, Hopkins encarnou – anos depois – o genial (e genioso) artista Pablo Picasso. O ano era 1996 e Hopkins deixou plateias do mundo inteiro boquiabertas pela semelhança com o pintor espanhol. Aos 80 anos, com um Oscar (por sua atuação em “O Silêncio dos Inocentes”), Hopkins conserva uma inquietude impressionante: acaba de estrear a série Rei Lear (o clássico de William Shakespeare ganhou uma nova adaptação, desta feita para a TV, em uma série produzida pela BBC e Amazon) e, desde 2003, por sugestão da esposa, Estella, ele exercita o talento para a pintura. “Ela encon-

trou uns desenhos... rabiscos mesmo e me perguntou ‘foi você quem fez isso?’, ao que respondi que sim. ‘Você deveria pintá-los’. E foi como tudo começou”. Hoje, passados quase 15 anos desde sua imersão no universo da pintura, ele mantém, em Los Angeles, uma galeria com uma exposição permanente de seus trabalhos. O produtor de cinema Aaron Tucker, amigo, também tem trabalhos expostos, dividindo o espaço com Sir Hopkins, na Margam Fine Art, Com traços expressionistas, os trabalhos estão ao alcance do público que desejar ter uma obra de Sir Hopkins em casa. Em entrevista à W Magazine, Hopkins declarou que a “pintura era um hobby que mantinha seu cérebro ativo e que o fazia rir”. Sobre a curiosidade que suas pinturas despertam no público, o ator se diverte: “Interessante!”. Morando »»»

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há alguns anos nos Estados Unidos, sua rotina está quase toda ligada ao exercício criativo: segundo o próprio, ele amanhece ao piano, praticando partituras e entra em seu ateliê pelo menos “4 vezes por semana”. Tamanha dedicação foi intensificada nos últimos dois anos. “Ultimamente tenho pintado mais e só saio deste exercício se tiver algum trabalho [no cinema] ou se tiver algum trabalho ou reunião no exterior”. Quando questionado sobre prováveis influências, Hopkins não pensa duas vezes. “Não, não tenho influências... quer dizer, gosto muito de Van Gogh e Picasso, mas não ao ponto de ser influenciado por ambos. Sei que Picasso pintava muito nervosamente [rapidamente]; ele era um desenhista, que vendia. De qualquer forma, era um gênio!” Tímido, se você perguntar a Anthony Hopkins o significado de uma pintura ou desenho em particular, a resposta poderá surpreendê-lo. “Eu não acho que haja algum significado nisso. Eu apenas crio. Vou pintando e não analiso, eu só vou para isso”. Em seu estúdio, tomado de tintas, óleos, acrílicos, garrafas de têmpera, canetas, marcadores, pincéis e telas, tudo converge para uma mistura de cores e possibilidades. “Estranhamente, mesmo com pinturas de todos os tamanhos nas paredes, o estúdio consegue expor um caos organizado”, ele afirma em seu site. Hopkins define sua faceta como artista plástico como uma loucura. “Tudo é loucura total. É um reflexo do que está em minha mente. Eu digo aos mais jovens para serem isso: loucos! E que aproveitem, porque é da loucura que somos feitos. É do que eu sou feito”. Nas telas, paisagens são retratadas, bem como pessoas. A predileção por rostos, entretanto, é flagrante. Em comum, em todos os retratos, olhos expressivos, poderosos e com muita vibração. “O rosto não é importante. São os olhos que são a parte mais assombrosa da alma de alguém. É muito primitivo. É uma arte infantil. Tem que ser infantil porque eu sou criança. Eu descobri ultimamente que gosto de tudo que é supostamente errado comigo. Eu costumava me levar tão a sério, mas agora eu não. Eu me permito me divertir na natureza emocionante da vida”. Muito justo, afinal de criança e de loucos, todos temos um pouco.


Rostos e olhos expressivos são traços muito característicos dos trabalhos de Sir Anthony Hopkins. O ator completará 81 anos no final deste ano e não tem planos de parar.


OS CÍRIOS DE MINHA AVÓ Era uma luta constante a avó conseguir assistir ao Círio. A velha senhora já não era dona absoluta de suas forças, dona de corpo frágil que não aguentava os empurrões da multidão que se apertava para ver a Santa passar, entre choros e rezas silenciosas. Ficar em pé durante tanto tempo era tormenta gigantesca, nunca maior do que a vontade de estar ali, e a avó nunca abriu mão disso. Por anos foi jornada silenciosa do neto e da avó, que sozinhos pegavam um táxi e paravam na Braz de Aguiar ou na Gentil após muito pedido aos guardas de trânsito, que finalmente liberavam acesso ao verem a velha senhora no banco traseiro, vestida de domingo, os cabelos branco-algodão e o olhar altivo que a tudo dominava. Assim conseguiam chegar bem perto do rio de correnteza humana que passava em força infinita. Amparada nos braços magros do neto moleque, a velha dava seus passos vacilantes que faziam dançar o vestido que ela mesma costurara especialmente para a festa. Já na beira, o neto buscava uma reentrância de muro qualquer que servisse de apoio para as horas lentas no meio do calor das pessoas. Tinha de ser lugar confortável, pois o neto sabia que a avó jamais sairia dali sem ter seus breves momentos de ver a Santa e pedir as bênçãos anuais a toda a família de muitos filhos e incontáveis netos. Ela nunca foi de igreja, mas tinha a fé caseira de seus santos e altares espalhados pela casa, as missas televisivas que durante anos povoaram o imaginário do neto que dormia na cama e acordava com a voz abafada do padre saindo pelo autofalante da tevê, a avó sentada na rede onde dormia e de onde, silenciosamente, cumpria seus ofícios. Na peregrinação da Santa, antes do Círio, a avó somente ia à casa que a antecedia e à casa que receberia a imagem após passar pelos seus cuidados. Aí também andavam juntos, avó e neto, menino requisitado à filha dias antes com recomendação de roupa bonita e cabelo aparado, pois ele também era mostrado às velhas vizinhas pela avó que alardeava seus pequenos feitos como conquistas do mundo. O neto conhecia todas as velhas e seus maridos, e suas histórias repletas da infância da mãe e dos tios, e ele também era neto de todos na rua, de quem ouvia conselhos e recomendações. Ao fim

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da novena, era ele quem acompanhava cada uma daquelas senhoras em segurança até suas portas altas com tinta carcomida na rua antiga, os ternos beijos de despedida envoltos em bençoas cheias de amor. Os lanches eram as preciosidades com as quais o menino era remunerado, páginas reviradas em antigos cadernos de receita para os petiscos da Santa, tudo servidos ao final das rezas, o menino que mantinha um olho na ladainha, outro nas largas mesas de madeiras por onde se espalhavam os doces e bolos e sucos que logo forrariam o bucho magro do rapaz. Quando a avó morreu, porque infelizmente as avós morrem, já não havia a peregrinação pelas ruas festivas do Círio. Muito antes de sumir daqui a avó deixou de ser dona de si, a mente presa num desabar de consciência que fez sumir o olhar vivo, a voz terna e o toque macio dos carinhos inesquecíveis. Também já era rara a peregrinação da Santa na rua da infância, vizinhas também desaparecidas, pouco a pouco, na poeira dos dias que insiste embaçar a visão, o cheiro das colônias e do talco abafado pela saudade viva. No dia em que arrumamos seu quarto para nunca mais, pude sentir nos dedos o sabor de todos os vestidos de Círio e festa que ela mesma fazia com calma, na máquina de costura agora coberta no canto, perto da janela, pois ali a luz era melhor. O toque de tantos tecidos e fazendas que compramos juntos e agora, na sua falta, me acarinhavam pela última vez. Lembro-me dos moldes em papel enorme, que vinham encartados nas revistas de costura, colecionados como preciosidades no fundo da gaveta de agulhas. Lembro-me do tec tec da máquina de minha avó em pleno funcionamento, enquanto fazia roupas para os netos, e não consigo e nem quero esquecer nada. Morreu a avó, mas segue vivo todo o sentimento dos Círios espremidos nas grades da Avenida Nazaré, a avó resguardada por meu corpo franzino, em paz com sua crença e seus pedidos, e também seguem vivos os cheiros e sabores dos lanches, e o cheiro das velhas e suas lavandas e talco importado que, agora, fazem parte de quem sou. Nasceu em mim o mar de lembrança que me mantem vivo e do qual me alimento, ansiosa espera pelos dias felizes de outubro onde seguirei vendo a Santa passar.

Fernando Gurjão Sampaio advogado e escritor @tantotupiassu tantotupiassu@gmail.com


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Explicando Em uma série de documentários, com menos de 20 minutos, Explicando está em alta na Netflix. Sintonizada nos dias atuais, a série explora temas tão variados, como a ascensão das moedas digitais, a razão do fracasso das dietas e o orgasmo feminino. Vale muito a pena conferir.

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Eleanor Shellstrop está morta. Após a sua partida do plano terrestre, ela é enviada ao “Bom Lugar”, uma dimensão celestial destinada às pessoas que fizeram o bem durante a vida. No entanto, tudo não passa de um acidente. Eleanor, na verdade, não merecia estar lá. Agora ela precisa esconder a verdade do coordenador do local, Michael, ou então será enviada ao “Lugar Ruim”. Diversão garantida.

Minutos Psíquicos

Alimente o cérebro

Nem só de música e vídeos engraçadinhos sobrevive o Youtube. O Serviço oferece vídeos muito interessantes em canais “despintados”, como o “Minutos Psíquicos”, cujos mini documentários abordam, dentre os temas, ansiedade, desonestidade, polarização política.

Um poderoso aliado na educação de jovens e crianças, este canal dedica-se a ensinar Lógica. Mas há muitos outros temas pertinentes ao mundo contemporâneo.

Playkids

Samba de raiz

Conteúdos e atividades educativos, criados por especialistas em educação e desenvolvimento infantil para estimular o aprendizado por meio da diversão. Lá, pais e crianças encontrarão dicas que vão da culinária à higiene do bebê.

Uma delícia de playlist para embalar momentos festivos: samba de raiz tem baluartes da MPB, como Adoniran Barbosa, Clara Nunes, Cartola, Dona Ivone Lara, Jair Rodrigues e Paulinho da Viola. Para colocar no repeat.

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horas vagas | Fox

Títulos disponíveis na Fox | livrariafox.com.br

HOMEM FORMIGA E A VESPA

DVD | Blu-Ray

Após os eventos de Capitão América: Guerra Civil, Scott Lang está em prisão domiciliar, mas é chamado para ajudar o Dr. Hank Pym em uma nova e urgente missão. Ele deve, mais uma vez, vestir o uniforme de HomemFormiga e, dessa vez, terá a nova heroína da Marvel, a Vespa, ao seu lado para descobrir segredos do passado. Melhor Filme. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

Destaque

Quando o super-soldado Cable chega em uma missão para assassinar o jovem mutante Russel, o mercenário Deadpool precisa aprender o que é ser herói de verdade para salvá-lo. Para isso, ele recruta seu velho amigo Colossus e forma o novo grupo X-Force, sempre com o apoio do fiel escudeiro Dopinder.

MARIA BONITA

• Adriana Negreiros

A mulher mais importante do cangaço brasileiro, que inspirou gerações de mulheres, ganha agora sua biografia mais completa e com uma perspectiva feminista. Embora a mitificação da imagem de Maria Bonita tenha escondido situações de constante violência, ela em nada diminui o caráter transgressor da Rainha do Sertão. A cangaceira era simplesmente Maria de Déa. A lacuna de informações sobre sua vida contribuiu para que se criasse a fantasia de uma impetuosa guerreira, a Joana D’Arc da caatinga. Neste livro, Adriana Negreiros constrói a biografia mais completa até então daquela que é, sem dúvidas, a mulher mais importante do cangaço.

Lançamento ANTES QUE EU ME ESQUECA

Dica

Aos 80 anos, o juiz aposentado Polidoro decide tornar-se sócio de uma boate de strip-tease. Diante de tal situação, sua filha Beatriz decide interditá-lo judicialmente. Seu outro filho, Paulo, se declara incapaz de depor porque não fala com ele há anos. O juiz determina que seja feita uma avaliação de Polidoro por Paulo, em encontros regulares entre pai e filho, forçando uma reaproximação que transformará suas vidas.

A MORTE DE STALIN

União Soviética, 1953. Após a inesperada morte do ícone Josef Stalin, o alto escalão do comitê do Partido Comunista se vê em momentos caóticos para decidir quem será o sucessor do líder soviético e quais rumos a nação seguirá a partir de então. Indicado ao BAFTA de Melhor Filme e Roteiro, e vencedor de 11 prêmios em diversos Festivais.

Cult 106

• Steven Pinker

Com profundidade analítica e talento literário, Steven Pinker defende a razão, a ciência e o humanismo, os ideais de que precisamos para enfrentar os nossos problemas e dar continuidade ao nosso progresso. Em O novo Iluminismo, uma original avaliação da condição humana no terceiro milênio, o cientista cognitivo Steven Pinker nos incita a rechaçar manchetes alarmistas e profecias apocalípticas, que vicejam nos dias atuais e influenciam nossa visão de mundo. Sem negar que nossos tempos são atribulados, Steven Pinker não hesita em apontar o caminho para as soluções: reforçar o ideal iluminista de usar a razão e a ciência para resolver problemas.

Dica DEADPOOL 2

O NOVO ILUMINISMO

Destaque

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21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21 • Yuval Noah Harari

O novo livro do autor de Sapiens e Homo Deus explora as grandes questões do presente e o que podemos fazer para melhorá-lo. Como podemos nos proteger de guerras nucleares, cataclismos ambientais e crises tecnológicas? O que fazer sobre a epidemia de fake news ou a ameaça do terrorismo? O que devemos ensinar aos nossos filhos? Em Sapiens, Yuval Noah Harari mostrou de onde viemos; em Homo Deus, para onde vamos. 21 lições para o século 21 explora o presente e nos conduz por uma fascinante jornada pelos assuntos prementes da atualidade.

Confira

DOENÇAS QUE MUDARAM A HISTÓRIA • Guido Carlos Levi

Doenças têm o poder de alterar o andamento do processo histórico? Para o médico infectologista Guido Carlos Levi, com décadas de experiência no serviço público e privado, a resposta é positiva. A obra apresenta momentos em que seres microscópicos foram os protagonistas da História, registrando, assim, exemplos emblemáticos sobre o tema em uma linguagem acessível a todo tipo de leitor.

Clássico

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS EM QUADRINHOS • - GEORGE ORWELL • ADAPTAÇÃO E ILUSTRAÇÃO: ODYR

O clássico de George Orwell em quadrinhos. Clássico moderno, “A revolução dos bichos” ganha vida e movimento no traço do gaúcho Odyr. Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945, essa breve narrativa causou desconforto. Mais de 60 anos depois, se tornou uma alegoria universal sobre as fraquezas humanas que levam à corrosão de grandes ideias e projetos de revolução política.



horas vagas | Sr. iPhone

GLUCOSECRETS O GlucoSecrets é um dos aplicativos vencedores do concurso da Apple. Criado por um jovem desenvolvedor de 18 anos, o app faz o acompanhamento das taxas de glicose no sangue de pessoas que sofrem de diabetes. Em sincronia com o iCloud, o usuário pode fazer o registro de todas as suas medidas para o acompanhamento, analisando seus passos e informando os benefícios de exercícios físicos para os valores apresentados. O registro desses valores ainda pode ser feito por comandos de voz, assim como informar quais medicamentos já foram tomados. O histórico de registros pode ser buscado por data, remédios, horário de alimentação, entre outros dados. Usuários de Apple Watch ainda podem conferir a medida de sua glicose por ele.

Raul Parizotto empresário parizotto@me.com

Custo: Free

TRY NOT TO SMILE Mais um app premiado pela Apple! O divertido Try Not to Smile, ou “tente não sorrir”, também é como se fosse um aplicativo de competição. O Try Not to Smile conta com um acervo de vídeos engraçados e o objetivo é fazer com que você não consiga ficar sério. Mas, como eles sabem se você riu ou não? Bom, o aplicativo pede acesso à câmera e seu rosto é filmado enquanto você assiste aos vídeos. Caso você esboce um sorriso, você perde o jogo automaticamente. Antes de começar o desafio, você pode escolher entre vídeos de animais, com “fails” de pessoas bêbadas, vídeos na praia, de crianças, entre outros temas. O app ainda conta com um ranking para descobrir quem ficou mais tempo sem sorrir.

DIVI Também reconhecido pela Apple, o aplicativo Divi. foi desenvolvido para ajudar no aprendizado de matemática, mais precisamente nas contas de dividir. O Divi. ensina em forma de jogo de raciocínio rápido. Ele oferece três versões de jogo: classic, com 10 segundos para tentar adivinhar a resposta da conta sem poder errar; rush, em que você tem um minuto para responder às perguntas e continua tentando mesmo se errar; e o endless, sem tempo. Custo: Free

Custo: Free

IDLE FACTORY TYCOON SELFIE GUIDE Viajar é bom e todo mundo gosta! Durante uma viagem, muitas pessoas logo saem em busca de locais para fazer uma boa selfie, principalmente com monumentos como a Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade, a Torre de Pisa, entre outros como cenário. Porém, nem sempre há a garantia de que as fotos vão sair boas e as pessoas acabam perdendo um bom tempo da viagem atrás de um ângulo perfeito. Mas, felizmente, foi pensando nisso que o Selfie Guide foi criado. O aplicativo conta com guias completos de diversas localidades no mundo, cada um deles com os melhores pontos para tirar fotos. Você escolhe o ponto turístico e depois o ângulo da foto que deseja tirar, e ele te mostra o endereço completo de onde você deve ir para fazer a captura. O mais incrível é que, abrindo a câmera do Selfie Guide, ele mostra o contorno exato de como o cenário vai ficar na foto, e você precisa apenas encaixar o prédio, montanha, etc, neste contorno. Custo: Free

No jogo Idle Factory Tycoon você precisa criar estações de trabalho em fábricas e, quanto mais você produz, mais dinheiro arrecada. Para isso, você precisa não só colocar a mão na massa, como também contratar mais funcionários para ajudar na venda de seus produtos. O game está fazendo bastante sucesso entre os usuários de iOS e já ganhou destaque da Apple na App Store. Custo: Free

Foodie Um dos temas mais fotografados para as redes sociais é, sem dúvida, comida. Desde belas xícaras de café até um suculento hambúrguer, ninguém resiste a tirar foto de um bom prato de comida antes de realmente começar a comer. Pensando nisso, o app Foodie criou um local para você personalizar as fotos dos seus alimentos com filtros exclusivos para cada categoria. O aplicativo conta com filtros para sanduíches, doces, bebidas frias e quentes, sorvetes, frutas e carnes, cada um deles com configurações que deixam a imagem ainda mais apetitosa. Custo: Free

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intitucional • LM

Nova loja da leal moreira é inaugurada A nova loja da Leal Moreira foi inaugurada no 4º piso do Boulevard Shopping e é mais uma unidade que reforça o atendimento a clientes em horário comercial. Lá, o visitante encontrará um time de consultores à disposição e auxílio tecnológico para conhecer, de perto, os empreendimentos da construtora.

Stand do Torre Lumiar recebe clientes A Leal Moreira inaugurou o stand de vendas do Torre Lumiar. Localizado na Avenida Roberto Camelier, 261 (entre Rua dos Tamoios e Rua dos Mundurucus), no coração de Batista Campos, o espaço é dedicado a receber visitantes e clientes. Para agradecer à acolhida do bairro, promotores da Leal Moreira saíram às ruas e logradouros de Batista Campos distribuindo balões nas cores da construtora. Nosso time de consultores Leal Moreira aguarda sua visita!

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intitucional • LM

Leal Moreira entrega Torres Devant No último dia 22 de setembro, a Leal Moreira entregou o Torres Devant, o 36º empreendimento da construtora em 32 anos de existência. Em meio a um descontraído brunch de boas vindas, oferecido aos convidados, clientes e parceiros puderam conhecer, em detalhes as áreas comuns do condomínio. Ao som do grupo “Mercado do choro”, todos os presentes puderam aproveitar o belo dia de sol. Orlando Monteiro e Adriana Prado foram dois dos primeiros a chegar ao evento. Ansiosos para conhecer a primeira casa própria, o casal circulou pelos espaços e estava encantado. “Pra nós está sendo bastante prazeroso, né? [O empreendimento] está atendendo às nossas expectativas e estamos gostando”, afirmou Orlando Monteiro. Adriana estava emocionada. “Estou ansiosa porque é nossa casa própria. Está tudo muito bonito. A Leal Moreira cumpriu o que prometeu”, concluiu. Diana e Eduardo Pontes Vieira também aproveitaram bastante. O casal estava bem feliz e satisfeito. “Ela está feliz e eu fico feliz. Gostei muito do que vi. A Leal Moreira é uma empresa confiável. A gente sabe que será um projeto bom, bem-feito, de bom gosto”, afirmou Eduardo Pontes Vieira. Eduardo Ribeiro Gomes e Aline Rodrigues Fernandes celebraram a conquista da primeira casa própria. “A gente tem gostado bastante do contato com a empresa, do empreendimento. Somos de Santa Catarina e [o Torres Devant] está dentro do padrão que estamos acostumados a ver por lá. O empreendimento atendeu às nossas expectativas”, afirmou Eduardo. “Desde que compramos, temos planejado os detalhes cuidadosamente, afinal, a gente passa a maior parte do tempo no lar. Temos um bebê de 1 ano e 8 meses e um cachorro que vão amar, com certeza, o espaço”, finalizou Aline.

Brunch de boas vindas

Grupo Mercado do Choro

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Vítor e Cristyane Deprá

Luciano Rocha e Gabriela Muniz

Aglene de Pádua e Matheus Maquim

Eduardo Ribeiro e Aline Rodrigues

Eduardo e Diana Pontes Vieira

Diretoria Leal Moreira

Para André Leal Moreira, diretor de marketing da empresa, a celebração ocorre em um momento muito especial. “Compreendemos que é um grande sonho, talvez o maior e mais importante, para muitas famílias. Comemorar a entrega de mais um empreendimento é dar também nossa contribuição para aquecer o mercado e mostrar que, mesmo com o cenário adverso, é possível e necessário trabalhar com afinco e seriedade”.

Torres Devant – conheça mais detalhes do empreendimento em www.lealmoreira.com. br ou acesse nosso canal de relacionamento com o cliente, por meio do telefone: 4005.6800

Equipe e Diretoria Leal Moreira

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intitucional • LM

Check-list

obras Leal Moreira TO R R E

P ROJ ETO

L A NÇA MEN TO

FUN DAÇÃO

ESTRUTURA

FECHAM ENTOS

ACABAME NTO S

FASE D E E NTR EGA

SE U L E AL MO R E I RA ESTÁ P R O NTO

Torre Lumiar 2 ou 3 dormitórios (1 suíte) • 78m2 e 106m2 • Av. Roberto Camelier, 261 (entre Rua dos Tamoios e Rua dos Mundurucus)

Torre Santoro 2 ou 3 suítes • 123m2 • Av. Governador José Malcher, 2649 (entre Av. José Bonifácio e Tv. Castelo Branco)

Torres Devant 2 ou 3 dormitórios (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma)

Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de Janeiro e Av. Alcindo Cacela)

Torres Dumont 2 e 3 dormitórios (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval)

Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso)

Torres Floratta 3 e 4 dormitórios (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura)

Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br

• PROJETO = elaboração e aprovação de projetos executivos. • LANÇAMENTO = apresentação e início da comercialização do empreendimento. • FUNDAÇÃO = execução de fundações. • ESTRUTURA = execução de estrutura de concreto armado. • FECHAMENTOS = execução de alvenarias/painéis externos e internos. • ACABAMENTOS = execução de revestimentos de argamassa, revestimentos cerâmicos (piso e parede), esquadrias e pintura. • FASE DE ENTREGA = paisagismo, decoração e início do processo de entrega com as vistorias. • SEU LEAL MOREIRA ESTÁ PRONTO

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mês de referência: setembro de 2018

em andamento concluído


intitucional • LM

Check-list obra Elo

TO R R E

P R OJ E TO

L A N ÇA M E N TO

FUNDAÇÃO

ESTRUTURA

F EC H A M E N TO S

ACA BA M E N TO S

FA S E D E ENTREGA

SEU LEAL M O R E I R A E S TÁ P R O N TO

Terra Fiori 2 quartos • 44,05 a 49,90 m2 • Tv. São Pedro, 01. Ananindeua. mês de referência: setembro de 2018

em andamento concluído

TORRE JASMIM - REBOCO DE FACHADA

TORRE GARDÊNIA - JANELAS

TORRE BROMÉLIA - REBOCO DE FACHADA

TORRE VIOLETA - REBOCO DE FACHADA

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intitucional • LM FACHADAS

VARANDA GOURMET

PISCINA

CHURRASQUEIRA

PISCINA

FACHADA

VARANDA GOURMET

CHURRASQUEIRA COZINHA

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intitucional • LM FACHADAS

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