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GENTE DESIGN ESTILO IDEIAS CULTURA COMPORTAMENTO TECNOLOGIA ARQUITETURA
Bruna Linzmeyer Beleza e talento saltam aos olhos Carole Crema Paulo André Barata Nay Jinknss e Odair Mindello Lapônia
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rua joão balbi, 1291 sonata residence
expediente
editorial
CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO E REALIZAÇÃO CAPA
Bruna Linzmeyer FOTO
Júlia Rodrigues
Publicarte Editora DIRETOR EDITORIAL
André Leal Moreira PROJETO GRÁFICO
Madre Comunicadores Associados PRODUÇÃO EDITORIAL
Camila Barbalho FOTOGRAFIA
Dudu Maroja ILUSTRAÇÃO
FINANCEIRO
91 . 4005_6882 COMERCIAL
Ingrid Rocha 91 . 98407_3042 ingridrocha@revistalealmoreira.com.br FALE CONOSCO:
91 4005_6874 contato@revistalealmoreira.com.br www.revistalealmoreira.com.br facebook.com/revistalealmoreira IMPRESSÃO
Gráfica Aquarela
Lucas Pereira REVISÃO
Márcia Azevedo BACK OFFICE
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DIREÇÃO DE ARTE
MULTIMÍDIA
Neto Porpino
Lucas Pereira
Olá, amigos! Eis que chega até vocês a última edição da Revista Leal Moreira de 2018: a 63, que traz na capa a belíssima e igualmente talentosa atriz Bruna Linzmeyer. Nesta especialíssima edição, trazemos duas Galerias: com Odair Mindello e suas surpreendentes obras em pontilhismo e com a fotógrafa Naiara Jinknss, que assina as fotografias da Agenda Leal Moreira 2019. Falando em nossa agenda 2019, ela resgata a trajetória de nosso fundador – e nosso pai – Carlos Moreira.
FUNDADOR
Carlos Moreira (1937-2018) DIRETOR EXECUTIVO
Habib Bichara DIRETOR EMPRESARIAL
Maurício Moreira
No Gourmet, conversamos com a chef pâtissier Carole Crema – eleita três vezes a melhor do Brasil. E foi uma conversa deliciosa (perdoem o trocadilho, mas ele é mais do que apropriado!).
DIRETOR DE PLANEJAMENTO E MARKETING
André Moreira DIRETOR DE CLIENTES
Thomaz Ávila Neto DIRETOR DE OPERAÇÕES
E não podia deixar de mencionar a belíssima entrevista com o músico Paulo André Barata – que nos emocionou ao reviver histórias e as circunstâncias de clássicos compostos por ele e o pai, o saudoso Paranatinga. Desejo a todos um Feliz 2019! Boa leitura! André Leal Moreira.
Igor Moreira DIRETOR PATRIMONIAL
João Carlos Moreira DIRETOR TÉCNICO
João José Miranda ATENDIMENTO AOS CLIENTES:
Rua João Balbi, 167 • Nazaré segunda a quinta-feira: 9h às 12h e das 14h às 18h sexta: 9h às 12h e das 14h às 17h30 ATENDIMENTO TELEFÔNICO:
91 . 4005_6868 segunda a quinta-feira: 9h às 12h e das 14h às 18h sexta: 9h às 12h e das 14h às 17h30 ESCREVA PARA:
atendimento@lealmoreira.com.br Rua João Balbi, 167 • Nazaré Belém/PA • Brasil CEP: 66.055-280 REDES SOCIAIS:
Curta: facebook.com/lealmoreira Veja: instagram.com/lealmoreira ON-LINE:
Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com.br. Nele, você fica sabendo de todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode falar com um corretor. é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.
auditada por:
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índice
perfil especial
galeria
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BRUNA LINZMEYER A bela e talentosa atriz está no ar em uma novela e na telona, no papel de uma artista circense.
ODAIR MINDELLO Cenas de Belém em pontos de cor.
galeria
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capa
38 Paulo André Barata. Enquanto fala do novo disco, o cantor rememora clássicos
80 Paulo Pinho. O amor a Belém pode transformar ações e a cena urbana.
88 Nay Jinknss. O Ver-o-Peso, as mãos e a humildade em retratos comoventes.
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gourmet
obra em destaque ��������������������������� pág • 16 CAROLE CREMA Considerada a melhor chef pâtissier do Brasil, ela compartilha uma receita com os nossos leitores.
dicas ��������������������������������������������������������������� pág • 18 Angela Sicilia ����������������������������������������� pág • 43 Celso Eluan ��������������������������������������������� pág • 78 no ponto ����������������������������������������������������� pág • 74 Leila Loureiro ����������������������������������������� pág • 86 Fernando Gurjão �������������������������������� pág • 70 confraria ������������������������������������������������������ pág • 96
46 14
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destino
horas vagas ��������������������������������������������� pág • 99 institucional ������������������������������������������ pág • 104 LAPÔNIA Uma viagem psicodélica à terra do bom Noel.
obra em destaque
O Beijo Gustav Klimt AtÊ 06 de janeiro de 2019 no Atelier des Lumières, Paris
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dicas Belém
Geek Burger unidade Braz de Aguiar Após o enorme sucesso da unidade João Balbi, a Geek Burger desembarca na rua mais charmosa de Belém, a Braz de Aguiar. Em um espaço temático, repleto de superheróis, personagens geek icônicos, os sanduíches, petiscos e drinks remetem ao universo lúdico. Recomendamos o Deadpool: pão brioche, burguer de 180 gramas, queijo cheddar tipo inglês e cebolas caramelizadas. Peça uma pink lemonade para acompanhar.
• Serviço: Avenida Braz de Aguiar, 750. Segunda a quinta, 12h às 14:30h e das 18h às 23h; Sexta: 12h às 14:30h e das 18h à 00:00; Sábado: 18h às 00:00h e Domingo: 18h às 23h.
Manioca Já ouviu falar em tucupi preto? O produto, considerado um substituto muito mais saudável ao shoyu, de origem indígena, foi resgatado pela Manioca e chega à mesa do consumidor. Nascida no coração da Amazônia, a marca resgata um hábito do saudoso chef Paulo Martins, que costumava enviar isopores aos amigos também cozinheiros com itens da culinária papa-chibé. Há outros produtos gastronômicos criativos e de muita personalidade e sabor. Destacamos, além do tucupi preto, as surpreendentes geleias de priprioca, taperebá, açaí e a perfumadíssima geleia de pimenta de cheiro. Além do dulçor, o consumidor poderá ainda adquirir tapioca e farinha de Bragança (tipo biscoito).
• Serviço: nos melhores supermercados de Belém. www.maniocabrasil.com
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dicas Belém
Famiglia Sicilia Trattoria No elegante e confortável espaço recéminaugurado no 4º piso do Boulevard Shopping, no coração de Belém, a família Sicilia ficou maior. Com capacidade de 270 lugares, a trattoria tem espaços bem distintos, como uma piazza, o salão principal, um mezanino e uma adega – que merece um capítulo à parte, por aliar tecnologia e tradição. Falando nisso, os clássicos do restaurante comandado pelos irmãos Fabio e Ângela Sicilia, estão também no Famiglia Sicilia Trattoria, então não deixe de se deliciar com os delicados pomodorini ou o risoto de filé com funghi porcini.
• Serviço: Boulevard Shopping, 4º piso Avenida Visconde de Souza Franco, 776 (91) 3073.2880 | diariamente, de 11:30 às 15h e de 18:30 às 23h.
Empório Belga Chocolateria Os quarteirões próximos à Basílica de Nazaré são poéticos, porque nos evocam a Belém de outrora. E justamente ali pertinho, na Generalíssimo, um cantinho cheio de afeto chama muito a atenção de quem passa – trata-se da Empório Belga Chocolateria, espaço dedicado a uma paixão: o chocolate. Os carros-chefes do local são os bolos diferenciados, associando-os à melhor matéria-prima: o chocolate belga. A chocolateria oferece ainda uma carta de cafés associados ao chocolate belga. A casa é comandada pelo casal Lorena e Wellington e trabalha com encomendas também.
• Serviço: Avenida Generalíssimo Deodoro, 1471. Todos os dias, das 14h às 23:30h.
dicas Brasil
Era Uma Vez Um Chalezinho
• Serviço: @chalezinho Rua Itapimirum, 11 – Morumbi – São Paulo – SP. (11) 3501 9322 | chalezinho.com
Barbearia Independência Foi-se o tempo em que o cuidado com a aparência era pauta delimitada a mulheres. Com o boom das barbearias no país inteiro, não faltam espaços focados em atender homens vaidosos e exigentes. A Independência é um desses lugares. Comandado por duas mulheres, o empreendimento é bem decorado, de bom gosto e 100% voltado para o público masculino. Caiu no gosto dos gaúchos muito rápido - tanto que a marca já expandiu para uma filial na cidade e outra na capital. Dentre os serviços diferenciados, destaca-se a barba a vapor - que promove a limpeza da pele e a desintoxicação dos poros do rosto, especialmente para quem curte cultivar o visual lenhador. Além disso, a barbearia oferta tratamentos de estética facial e corporal, como depilação e manicure; e ainda opera como escola para barbeiros. Ideal para passar o dia sendo mimado em um lugar descolado - de repente, tomando uma das mais de 40 opções de cervejas selecionadas sob a orientação de um sommelier cervejeiro.
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• Serviço: @barbearia_independencia Rua Independência, 245 – Passo Fundo-RS (54) 3045-5654 | barbeariaindependencia.com.br
Para quem duvida que exista amor em SP, há um reduto no Morumbi que está disposto a provar o contrário. O tradicional restaurante “Era Uma Vez um Chalezinho…” talvez seja o lugar obrigatório para casais paulistanos viverem jantares românticos e outros momentos a dois. Tudo favorece o clima adocicado. A arquitetura suíça, por exemplo, abusa da madeira para um clima rústico-idealizado - com direito a pombinhos entalhados na janela e tudo. O salão usufrui de um pianista tocando ao vivo, o que cria a atmosfera ideal para o carro-chefe da casa: as fondues. A variedade do cardápio é grande, e é preciso determinar previamente pelo menos qual será o estilo da sua escolha – as fondues de carne ao óleo são servidas no jardim; as de queijo e carne ao vinho, no espaço interno. Recomendamos a fondue Chalezinho - feita à base dos queijos emmental, gruyére e estepe - e a de chocolate meio amargo para sobremesa - que acompanha abacaxi, banana, uva, morango e “segredos”, segundo o menu. Naturalmente, o momento harmoniza bem com vinho. O somellier indicará o rótulo apropriado.
dicas Brasil
Didge Australian Bar O Didge Australian alia os conceitos de pub e steakhouse para levar ao público uma imersão na experiência australiana de comer e beber. O ambiente descontraído e informal combina com o clima de um dos maiores destinos turísticos do Brasil, o que é reforçado pela decoração levemente esportiva e pela trilha rock’n’roll. O menu não deixa de fora nenhum dos clássicos do país. A cozinha foca nos burgers e cortes nobres de carne bovina, mas também aposta em alternativas inusitadas – como a exótica carne de jacaré e a tasmanian chicken. Para os bons de copo, duas sugestões: experimente uma das cervejas exclusivas da casa, a Didge Beer – disponível nos estilos Indian Pale Ale (Ipa), Cream Ale e Red Ale – ou invista no shot Ned Kelly, que homenageia o famigerado fora-da-lei australiano, mistificado por desafiar as autoridades locais.
• Serviço: facebook.com/didgebalneario Rua 4450, 143 - Barra Sul, Balneário Camboriú - SC (47) 3361-6414 | didge.com
Bar Central Os entusiastas do tradicional boteco não podem deixar de conhecer o Bar Central, ícone da capital pernambucana. O lugar é point certo de músicos, jornalistas, publicitários, produtores culturais e artistas, além de ser um dos mais agitados da noite recifense. Dividido em dois ambientes, é possível se acomodar na calçada para ver a noite passar ou pedir uma mesa em um dos dois andares da casa. A decoração é inusitada e acolhedora, marcada por tons escuros, fotos antigas ou via satélite da cidade e uma adorável jukebox dos anos 40 - que funciona - no salão principal. Mas o grande destaque do Central é mesmo o vastíssimo cardápio. Há muitas opções para pessoas com restrições alimentares, como vegetarianos e adeptos do judaísmo, além de uma carta de cachaças considerável. Sugerimos experimentar uma porção de falafel em bocados recheado com bolinhos de grão de bico, tomate e repolho roxo. • Serviço: @bar_central_recife Rua Mamede Simões 144 - Santo Amaro, Recife - PE (81) 3222-7622 | facebook.com/barcentralrecife
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Djapa Bar
dicas mundo
Não precisa dedicar muito tempo a observar o espaço: o Djapa Bar é claramente um lugar para quem se entusiasma com arte. Extremamente colorida e vibrante, a decoração pode parecer à primeira vista um tanto nonsense – há grafites por toda parte, numa inusitada harmonia com luminárias e cadeiras igualmente chamativas. Apesar do impacto, é inevitável se sentir em casa no festivo ambiente. Se precisa de mais motivos para tal, vale destacar que a cozinha fusion é pautada no contato entre o universo japonês (exato, não é um restaurante chinês!) e o Brasil. Dentre as opções mais festejadas, estão o porquinho crispy, confeitado com coco, maçãs com canela e geleia picante, e os divertidos “suntanned crabs” – pequenos siris Sawaganis “deitados” em areia de farofa, bem ao lado de uma piscininha de molho picante de manga… à sombra de um guarda-sol de coquetel. Para beber, nem titubeie: a pedida é uísque. O bar é especializado na bebida, e conta com mais de 300 rótulos japoneses. • Serviço: @hkdjapa Shops G18-20, G/F, Lee Tung Avenue, 200 Queen’s. Rd E, Wan Chai, Hong Kong +852 2617 2900 | facebook.com/hkdjapa
Sabi Sabi Private Game Reserve • Serviço: @sabisabireserve +27 11 447-7172 (Joanesburgo) (11) 3085 5078 (Brasil) sabisabi.com
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Oitavo no ranking de melhores sistemas de hotelaria do mundo, o Sabi Sabi Private Game Reserve combina a sofisticação e o luxo de suas instalações com a intensa vivência da natureza local. Localizado na famosa reserva de Sabi Sand, nas adjacências do Kruger National Park, o Sabi Sabi não é exatamente um hotel: funciona como um conglomerado de quatro lodges temáticos de cinco estrelas - o Selati Camp, de inspiração colonial; o Bush Lodge, decorado com temas africanos da contemporaneidade; o Little Bush Camp, cujo foco é ser o mais íntimo e exclusivo possível; e o Earth Lodge, de abordagem futurística e sensível às questões ambientais. O Sabi Sabi fica no coração da selva africana, e por isso mesmo um dos seus maiores atrativos é o safári guiado - uma chance única de testemunhar leões, javalis, rinocerontes e elefantes em seu habitat natural. Uma diária lá custa a partir de 1700 dólares, mas a experiência - vaticinam os visitantes - é impagável. É possível fazer reservas a partir do escritório brasileiro.
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Little Red Door Como o nome denuncia, a fachada desse cocktail bar é facilmente reconhecida: uma portinha vermelha, sem nenhum letreiro ou indicação. Apesar da discrição, o Little Red Door é um dos lugares mais aclamados da badalada Paris quando o assunto é tomar um drink high-class. Figurando há algum tempo nas listas dos 50 melhores bares do mundo, a casa concentra alguns dos bartenders mais conceituados e premiados de todo o globo - que viajam horas a fio para ganhar uma chance de exibir suas criações no menu, que muda por completo duas vezes por ano. O cardápio, aliás, é um show por si só: um drink por página, com ilustração e minuciosa descrição dos ingredientes que o fundamentam. Também é possível pedir ao barman da noite uma criação fora do script. • Serviço: @littlereddoorparis 60 Rue Charlot, 75003 Paris +33 1 42 71 19 32 | lrdparis.com
Boragó O melhor restaurante do Chile, um dos 10 maiores da América Latina e o 33º no ranking mundial. É com esse gabarito que o chef Rodolfo Guzmán trabalha. Sua gastronomia tem inspiração ancestral, mas é sobretudo vanguardista e abstrata. O restaurante em si é simples; e a decoração, minimalista. O grande destaque é que a cozinha funciona em um aquário de vidro, o que permite ver a montagem de cada prato – deixando claro, mais uma vez, que o protagonismo é da culinária. Tudo é muito autoral, e servido com muitas explicações e significados. Não há cardápio: como o objetivo é a experiência, a única forma de vivê-la por inteiro é por meio das opções de menu degustação, que pode incluir harmonização de vinhos e sucos. Detalhe: a água servida vem da chuva da Patagônia - um atestado de pureza - e custa até 40 reais a garrafa. • Serviço: @rgborago Nueva Costanera 3467, Vitacura Región Metropolitana, Santiago +56 2 2953 8893 | borago.cl
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capa
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Tyara de La-Rocque
Júlia Rodrigues
Perto dos
olhos e do
coração
Consciente de seu papel dentro e fora das telas, a atriz Bruna Linzmeyer vive um momento muito especial – está no ar, na novela “O Sétimo Guardião” e no longa “O Grande Circo Místico”, dirigido por Cacá Diegues.
S
er atriz não era a pretensão nem o sonho de Bruna Linzmeyer. A paixão pelo ofício de atuar foi algo que aconteceu, mas não ao acaso. Parece ter ido ao encontro de um desejo íntimo de viver infinitas possibilidades de existências numa só existência. Representar diversas personagens, desbravar novas realidades, criar outras lógicas de pensar transpassa a vivência da telinha; é sobretudo, a expressão da variedade das vontades e de tantas coisas possíveis que ela pode realizar numa única vida. É assim que Bruna habita o mundo, sob a perspectiva da não permanência das cenas, com a emoção das constantes mudanças e exercendo a liberdade de ser múltipla num corpo. Ela vive o que pensa, assume o protagonismo da própria voz, rompe os padrões e contraria as normas sendo naturalmente quem é. Desde que estreou na TV em 2010, na minissérie global “Afinal O que Querem as Mulheres?”, conquistou espaço e visibilidade com papéis de destaque na televisão e no cinema. Aos 25 anos já tem uma intensa carreira com 11 filmes brasileiros, 9 novelas, incluindo “O Sétimo Guardião”, no ar às 21h na Rede Globo, na qual encarna a ambiciosa
Lourdes Maria. No telão está em “O Grande Circo Místico”, dirigido por Cacá Diegues, que teve estreia mundial no Festival de Cannes este ano. Neste longa-metragem o processo de preparação para interpretar a circense Beatriz foi um trabalho de imersão no corpo com aulas regulares de yoga, circo, contorção e dança do ventre durante seis meses, o que segundo Bruna, foi uma experiência de entrega profunda e importante para a construção da personagem. Atenta e consciente sobre os desafios de se trabalhar com arte no Brasil, a atriz reconhece o privilégio e a oportunidade de ter tido uma boa estrutura e preparo para as filmagens e diz ter ficado feliz com o resultado. Foi a primeira parceria de Bruna com o premiado cineasta Cacá Diegues, um dos fundadores do Cinema Novo e referência no cinema nacional. No elenco de “O Grande Circo Místico” está ao lado de nomes como Antonio Fagundes, Juliano Cazarré, Jesuíta Barbosa, Mariana Ximenes, o ator francês Vicent Cassel, entre outros, com toda trama embalada pela a trilha sonora de Edu Lobo e Chico Buarque. »»»
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A pouca idade não esconde a maturidade visível com que conversa sobre assuntos complexos e contemporâneos. Engajada nas causas sociais e políticas, principalmente quando relacionadas à mulher e ao movimento LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexual), Bruna se posiciona com frequência e abertamente sobre os ativismos, especialmente em seus perfis nas redes sociais. No Instagram, com quase um milhão e meio de seguidores, sempre provoca seus seguidores e questiona-os sobre a pressão do padrão de beleza imposto às mulheres. No meio virtual também divulga seus projetos, o dia a dia nos sets de gravações, divide novos conhecimentos, posta retratos sem filtros e maquiagem e expressa sua maneira livre de ser. Ao compartilhar sua história de forma
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transparente e espontânea, Bruna foge ao modelo do artista idealizado e se mostra real, de carne e osso, como qualquer ser humano. Nascida em Corupá, cidadezinha de 10 mil habitantes no interior de Santa Catarina, cresceu cercada por florestas e cachoeiras, e daí vem o grande amor pela natureza. No Norte do país se encantou com as belezas naturais de Alter do Chão, no Pará, e do Rio Negro, no Amazonas. Apaixonada pela diversidade do mundo e as muitas maneiras de nele existir, Bruna acolhe e abraça todas as suas vontades. Poderia ser arquiteta, historiadora, filósofa, jardineira, seria feliz como babá de cachorros. Mas, no momento, é atriz. E vive os caminhos abertos para as suas personagens e para os seus desejos que são infinitos. Com a revista Leal Moreira, Bruna Linzmeyer bateu um papo sobre a carreira artística,
liberdade feminina, ativismos, planos futuros, Amazônia e o carinho que tem pelo Pará. Você se descobriu meio que por acaso na profissão de atriz e logo conquistou espaço e visibilidade com papéis de destaque na televisão e cinema. O que te marca nessa descoberta? O que você aprende e gosta nessa carreira? Gosto das infinitas possibilidades que o ofício de atuar traz. Conhecer outras realidades, criar outras lógicas de pensar, adentrar um outro ritmo de mundo, dependendo da personagem, da equipe com que se trabalha, do assunto que se resolve falar. Gosto da não-permanência, de que a cada ano, ou a cada seis meses o trabalho muda completamente, muda de jeito, muda de cidade, mudam as pessoas à minha volta. E de
uma maneira mais íntima, gosto de ser atravessada pelas cenas, pelas personagens que faço, gosto de abrir meu peito meus poros e rir, me emocionar, ser atazanada por algo que não sou eu, mas que me permito ser. Quando faço novela, gosto de conversar com as pessoas, das conexões que se tornam possíveis, entre eu e pessoas que nunca vi na vida no meio da rua, por causa de uma novela. “O Grande Circo Místico”, filme no qual você atua, teve estreia mundial no Festival de Cannes este ano e foi escolhido para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2019. Como foi receber essa notícia e trabalhar com o Cacá Diegues? Conta um pouquinho sobre a experiência e preparação para o filme.
Foi uma experiência importante pra mim, o processo e as filmagens do circo. Tivemos o privilégio de ter meses de ensaio e isso é muito raro, pelas questões financeiras que nosso cinema nacional enfrenta. Mas tive essa oportunidade: de fazer aulas de circo, contorção, yoga e dança do ventre para viver essa contorcionista. Pude acessar, através de um trabalho profundo com meu corpo e descobrir nele quem era Beatriz. A personagem foi surgindo aos poucos, de uma maneira fluida, sem racionalizar o processo. Conseguimos até não usar dublê para as cenas, e aproveitar algumas coisas que consegui fazer. Fico, obviamente, feliz demais de ter conhecido e trabalhado com o Cacá, essa figura tão importante pra história do nosso país e do nosso cinema. E feliz também com a trajetória que o filme está tomando. Os festivais de cinema, desde os
menores até os maiores, como Cannes, são essenciais para que o cinema continue existindo, para que novas conexões aconteçam, para que os filmes possam ser vistos de uma maneira diversa. É uma alegria enorme poder acompanhar esses festivais. Você faz parte de uma nova geração de atrizes que questiona abertamente a pressão de beleza sobre as mulheres e artistas da televisão e cinema. Como você se vê sendo parte desse movimento de desconstrução de um padrão estabelecido e o que você percebe de mudança no seu próprio meio profissional? Acho importante nos questionarmos sobre caixinhas de gênero, sexualidade, raça, classe e plasticidades. Por que essa necessidade de regularidade/ homogeneidade/ conformidade? »»»
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Quantas coisas são compulsórias na nossa vida? Nossas diferenças e diversidades me encantam e tecem o mundo que eu acredito. Que cada uma e um possa ser o que quiser. É preciso uma pesquisa íntima em cada um de nós para que a gente descubra o que realmente quer, individualmente, sem obrigatoriedades. O que te deixa feliz? Onde você tem tesão? Em quem? De onde vem sua paixão? São perguntas que parecem clichês, mas a construção da nossa sociedade nos leva a não tocar nos nossos reais desejos. Você é superativista do feminismo e das questões LGBTQIA+. Quais os seus desafios na representatividade dos personagens femininos? Como você nota as possibilidades para as mulheres trans artistas? Acho e quero acreditar que estamos, aos poucos, caminhando. Na minha área de trabalho, com mais cotas em editais públicos, mostras, festivais, para que mais mulheres, pessoas LGBTQIA+, pessoas negras, pessoas de outros pertencimentos geográficos e sociais tenham espaço, dinheiro, e oportunidade de serem autorxs de suas próprias histórias. Mas, para além das instituições, essa é uma tarefa diária e de cada um de nós. Quando você tem oportunidade de chamar alguém para trabalhar, pensar e tentar chamar mulheres, pessoas LGBTQIA+, pessoas negras, de outras realidades geográficas e sociais. E entender que isso será produtivo e bom para o seu próprio trabalho. Que as diferenças e diversidades só têm a contribuir com o mundo. A torná-lo mais divertido e possível pra todxs. Você já declarou que adoraria exercer outras profissões, estudar história, filosofia, morar fora do país e que talvez não seja atriz a vida inteira. Fala um pouco sobre isso. Tem a ver com a sua liberdade? É, talvez tenha a ver com liberdade, com o tamanho e variedade das minhas vontades, tantas coisas são possíveis… mas nesse momento meu exercício é não fechar nenhuma caixinha, nem nenhuma porta, nem nenhuma janela. E seguir vivendo. O Pará é muito falado pela sua cultura, especialmente a música e a gastronomia. O que você conhece e gosta na região? Tenho muito carinho pelo Pará, alguns amigxs também. Estive em Belém com Aíla, essa artista maravilhosa que vocês têm, e em Alter no Chão com amigxs que moram lá. Sou fãzona de Dona Onete, Gaby Amarantos, Jaloo, Aíla, Luê, Samliz. Também adoro a Marara Kelly, os pensamentos, alegrias e questionamentos que ela traz. O jambu, o sotaque… :) Como pensa os próximos passos na carreira? Bom, tô fazendo a novela até maio, [além de] e um filme esse mês da Yasmin Thayná e Lucício Jota, chamado Escândalo. Alguns outros filmes [estão] programados pra quando a novela acabar: “O Que Resta”, de Fernanda Teixeira e “Partiu Paraguai”, de Daniel Lieff, pra lançar... e os desejos são infinitos… :) Como se imagina daqui a uns anos? Amando e sorrindo :) »»»
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# Cinema # • Rio, Eu Te Amo - ep Carlos Saldanha (2013) • Seewatchlook, O que Você Vê Quando Olha o que Enxerga - Michel Melamed (2014) • O Amuleto - Jeferson de (2015) • A frente fria que a chuva traz - Neville de Almeida (2016) • O Filme da Minha Vida - Selton Mello (2017) • O Banquete - Daniela Thomas (2018) • O Grande Circo Místico - Carlos Diegues (2018) • O que Resta - Fernanda Teixeira (2019) • Partiu Paraguai - Daniel Lieff (2019) • Doberman - Ernesto Solis (2019) (curtametragem) • Escândalo - Yasmin Thayna e Lucílio Jota (2019) (curta-metragem)
# Performance # • Seewatchlook, O Que Você Vê Quando Olha O Que Enxerga - Michel Melamed (2012) • Autorretrato - Anna Costa e Silva (2014)
# Teatro # • Adeus à Carne ou Go To Brazil - Michel Melamed (2013)
# Televisão # • Afinal, O Que Querem As Mulheres? - Luiz Fernando Carvalho (2010) • Insensato Coração - Gilberto Braga e Dennis Carvalho (2011) • As Brasileiras - Daniel filho (2012) • Gabriela - Walcyr Carrasco e Mauro Mendonça Filho (2012) • Amor À Vida - Walcyr Carrasco e Mauro Mendonça Filho (2013) • Meu Pedacinho De Chão - Benedito Ruy barbosa e Luiz Fernando Carvalho (2014) • A Regra Do Jogo - João Emanuel Carneiro e Amora Mautner (2015) • A Força Do Querer - Glória Perez e Rogério Gomes (2017) • O Sétimo Guardião - Aguinaldo Silva e Rogério Gomes (2018)
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Camila Barbalho
Dudu Maroja
Soma
de todos os
afetos
Paulo André Barata há muito habita a memória afetiva do paraense, por meio dos clássicos que criou. Em entrevista rara, concedida à Leal Moreira, o músico e poeta fala de afetos, rememora momentos históricos e emocionantes.
É
difícil dizer com precisão, mas muito dificilmente quem entra para a história sabe que está a fazê-lo no momento em que o faz. Só o tempo é capaz de ditar o que será história e o que passará. Talvez o então moço Paulo André, contador de narrativas sonoras que demandaram tantas vezes as palavras de seu pai, jamais tenha imaginado que as discussões entre eles na sala de casa - sobre este ou aquele refrão ainda não resolvido - pudessem resultar em canções que, de tão pertencentes à cultura paraense, beiram o status de mantras locais. Mas “o tempo tem tempo de tempo ser”, e ainda bem: passadas décadas desde momentos corriqueiros como esse, Paulo André Barata entende com clareza seu lugar na nossa memória cultural. No mesmo sobrado do centro da cidade em que construiu com o pai, o icônico poeta Ruy Barata, algumas das pérolas do nosso cancioneiro popular, o herdeiro da dinastia Paranatinga conversa com a reportagem da Revista Leal Moreira sobre seu disco novo. Recém-lançado pela Natural Musical, o trabalho traz seu nome
e entremeia músicas já consagradas com outras faixas inéditas, além de marcar a volta de Paulo André aos estúdios - depois de muitos anos distante da atmosfera corrida da produção musical. Mas tem algo de curioso no compositor que chama uma atenção ainda maior que seu peso emblemático. É a humanidade de seu coração de artista. Paulo está com 72 anos, e talvez por isso se permita muitas sinceridades. Revela não se interessar pelos holofotes, faz grandes silêncios, não esconde as limitações que o tempo trouxe. Muitas vezes, parece não querer falar muito. Ao mesmo tempo, (se) emociona falando do pai, comenta sobre outros parceiros e hábitos de sua rotina, rememora como grandes hinos foram feitos, cantarola e sorri com as lembranças. Até esquece que não gosta de dar entrevistas, mas lembra rápido. Apesar do jeito introvertido, é extremamente simpático e acolhedor. Momentaneamente, também esquecemos que falávamos com a história viva - que traz em si uma naturalidade em lidar com a própria importância que só o tempo pode dar. Confira o papo exclusivo: »»»
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O que lhe fez voltar aos estúdios e gravar um disco, depois de tanto tempo afastado desse universo? O Marcel Arêde me falou há tempos isso, de que queria gravar um disco comigo. Eu disse “não, não quero de jeito nenhum, nem tô mais mexendo com isso”. Passou um ano e pancada; quando eu vi, tinha aqui um contrato pra eu assinar. Quem subscrevia a produção era Ana Luiza, minha filha. Ele usou a minha filha (risos). Aí eu não podia dizer ‘não’. Aí fomos vendo, “vamo fazer lá no [estúdio do Luiz] Pardal [multi-instrumentista, compositor, arranjador e diretor musical]; os arranjos, eu quero do Pardal e do Tynnoko Costa [maestro, pianista e compositor]; os músicos, eu quero tal e tal e tal”… E ficou. E vou lhe contar, eu já tô até arrependido (risos). É muita correria, sempre sobra pra gente. É uma rotina que desacostuma, né? Eu nunca gostei de dar entrevista, dessas coisas. Sou meio taciturno, caladão, quando se trata dessas coisas de música. Além do que, não tenho mais a juventude que eu tinha. Meu caso agora é ficar coçando a barriga, não me aventurar tanto. Mas graças a Deus, deu tudo certo. Foi
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bom. Aquilo que eu te falei de estar arrependido é meia-palavra. O dia a dia das gravações foi muito intenso? Não foi intenso porque eu gravava quando queria. Ia pro estúdio, gravava três canções, duas, uma. Os meninos são meus amigos de longa data. Então foi feito com calma, deu pra trocar ideias com os arranjadores… Tive a chance de trazer João Donato, meu parceiro antigo. Como foi esse reencontro? Vocês estavam afastados? Estávamos, mas falávamos sempre pelo telefone. Não sabia que ele tava tão gordo, isso foi surpresa pra mim (risos). Você gravou nesse disco canções inéditas e outras já consagradas. Como foi revisitar músicas feitas há tanto tempo, como “Nasci Para Bailar”? Essa eu nunca tinha gravado, então é o primeiro registro na minha voz. E é uma gravação diferente, porque eu digo o refrão de outra maneira: “porque eu nasci, nasci - hm-hm - para bailar” [cantarola]… Eu dou esse tempinho. O João Dona-
to criou alguns arranjos, elogiou os músicos daqui. Foi excelente. A única coisa que não foi excelente é que no estúdio não podia fumar. O Donato foi uma grata surpresa, veio aqui, se empenhou. Surpresa não, porque ele sempre foi um rapaz dadivoso, generoso conosco. Moramos juntos no Rio de Janeiro. Fiquei muito feliz com essa vinda. A Leila Pinheiro veio gravar comigo, que é uma excelente cantora. Convidei minhas amigas Andrea Pinheiro, Lucinnha Bastos, Alba Mariah, Lia Sophia. Todas essas garotas são muito especiais pra mim. Foi algo que valeu a pena. Os rapazes são muito bons, os produtores. A gente vai pra São Paulo, mas ainda não sei quando. Vamos ver. Como está o pique pra excursionar com o disco? Não tenho isso não (risos). Eu tô cego de um lado. Geralmente, eu não tenho sentido de profundidade. Pra mim é duro, é difícil. É isso. Não quis ir pra televisão, aparecer. Não tenho saco. Meu negócio é a música. E 72 anos… não é fácil também. Eu sou uma droga pra decorar letra. Algumas coisas são difíceis de cantar também, porque operei a corda vocal. Fui pra São Paulo operar. O cara deu um diagnóstico na base do
“não sei se é, mas tá com cara…[de câncer]”. Ele tava botando na minha garganta um espelhinho de dentista pra ver. Cheguei lá e o cara tinha uma câmera de televisão na minha boca, monitor e tudo. O assistente dele disse “eu rasgo meu diploma se for”. Mas eu quis operar, e ele disse que só podia ser se fosse no dia seguinte. Isso já tem mais de 20 anos, mas você não recupera mais. Aí tem que achar um jeito de cantar. Acabou que mandaram pra biópsia e não era nada. Era um calo, de tanto cantar em tom que não era o meu. Eu gostava de fazer falsete… É difícil essa relação da música com o negócio que envolve a música, né? Demais. E eu já não fazia show há muitos anos aqui em Belém, porque não queria mesmo. Não por falta de oportunidade: eu realmente não tinha mais vontade. Fui mais honesto, né? Melhor do que ir sem querer. Mas você não sentiu saudade do palco? Eu senti. Mas só quando eu pisei nele. As coisas voltam. Por exemplo, nem o lançamento do meu disco duplo, que eu fiz pela Secretaria de Cultura, eu tive que fazer show. Lançaram, ele
esgotou… hoje eu tenho um só pra contar história aqui. Eu não tava me apercebendo disso até pisar no palco. Eu gostei, sim. Ficou emocionado em algum momento? Os aplausos foram muito emocionantes. Eu senti. Quem é que não sentiria, né? Uns dias atrás, Fafá fez um show aqui e me homenageou por cinco minutos. Falou de mim, cantou minhas canções. Era pra ela ter gravado no disco, mas estava em Portugal. Eu disse pra ela: “queria que eu te esperasse? Não dá” (risos). A sua relação diária com a música ainda existe? Você para pra tocar ou ouvir alguma coisa sempre? Eu tenho um violão dentro do quarto. Tenho uma eletrola também. Escuto e toco quase todo dia. Nem que eu pegue o violão por 10 minutos, eu pego. Mas eu sinto que tenho preferido que outros me acompanhem. Eu me ligo no violão e vou esquecendo a melodia, a letra. Eu cantei lendo no show. A maior parte das músicas era inédita, não deu tempo de decorar. As do papai, eu sei as letras todas. Papai ia ficar muito feliz com esse disco, eu tenho certeza. Quando eu morava no Rio, dizia pra ele: “Ve-
nha pra cá, papai… Eu tô sozinho, preciso de um parceiro pra compor”. Ele respondia: “Por que tu não compõe com o Pinheirinho?”. “Pinheirinho” é o Paulo César Pinheiro. Papai gostava muito dele, achava ele um excelente letrista. Acabou que isso deu certo e temos mais de 20 parcerias. Eu acho que ele é o letrista mais preparado que tem. Eu botei música nas letras dele. Isso requer um bocado de técnica. A gente vai adquirindo isso com o decorrer da idade, do tempo. Seu pai era um grande ativista, não só da política, mas da poesia, chegando a ser preso pela ditadura. Imagino como deve ser forte a memória dele em momentos como esse… Meu Deus do céu… Sim, demais. Estourou o golpe num dia, ele foi preso no outro. Eu tinha 18 anos, mais ou menos. Já tava me preparando pra ir pro Rio, estudar música lá. Aí veio um camarada aqui, já era mais de meia-noite. “Ruy, Ruy, Ruy!”. Mamãe atendeu, perguntou o que foi. “Estourou a rebelião dos militares. Estão vindo em cima de nós, diga pro Ruy se mandar”. Papai foi pra casa da minha tia porque não queria ser preso na frente dos filhos. Depois disso, qualquer coisinha ele era preso. »»»
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Como ficava o coração nessas horas? Eu era um filho muito apegado ao papai, tanto que éramos parceiros. Foi uma época muito difícil. Mas, mesmo assim, ele me mandou pro Rio pra estudar. Além de bom sujeito, ele era bom poeta. Eu admiro muito ele, até hoje. Como diz o Paulo César Pinheiro, “o importante é que nossa emoção sobreviva”. Depois desse processo do disco, você continua compondo? Sim. Cabeças curtas de música, ainda. Falta trabalhar o resto. As primeiras coisas que chegam, eu vou logo anotando. Você ainda tem esse costume de escrever as partituras? Só quando a música fecha. Às vezes eu penso “essa música não é boa”. Se começa a dar a dar muito trabalho, eu descarto. Lembrei de uma história boa agora: eu fui convidado pra fazer a trilha sonora do último filme que fez o Líbero Luxardo em Belém, chamado ‘Brutos Inocentes’. Eu tava jogando baralho com o papai, minha irmã, minha ex- mulher… quando veio uma música na minha cabeça. Era um carimbó que eu tinha que fazer pro filme. Eu continuei a jogar, ela todinha na minha cabeça. Quando fui embora pra casa, a música sumiu. Aí eu pensei: se a música for boa mesmo, ela volta. Pois eu tava vendo [a novela] ‘Irmãos Coragem’ - aquela primeira, ainda na televisão em preto e branco - quando a música veio. Aí, pensei, “agora ela não escapa”. Fui pra um gravador grandão que eu tinha e gravei. Sabe que música era? Este Rio É Minha Rua. Acho que eu não contei isso pra ninguém. Nós fomos pro Aquiqui, lá pro Baixo Xingu. Lá eu arranjei um grupo de garotos, os Aquiqui Boys (risos). Os garotos eram afinados, cantam muito. Pegaram rápido, era música fácil de aprender. Depois, o papai colocou a letra. Foi muito bom. Aí muita gente pergunta “mas o que o Paulo tá fazendo em Belém?”. Eu me enchi o saco disso. Olha, eu fui contratado por uma gravadora que me dava tudo. Eles acreditaram em mim. O presidente me chamou pra dizer que pagaria programa de televisão pra mim, tudo que fosse política da gravadora, como ir pro Chacrinha. Isso custava uma ponta. Isso simplesmente caía no meu colo, e eu não queria ir… Você se arrepende disso? Me arrependo. Eu vim passar férias em Belém, tava correndo a maior política aqui. Fiz uma porrada de jingle - de graça, porque acreditava nos caras. E aqui fui ficando… Conheci uma gata aqui e casei com ela. Hoje, é uma grande amiga. Mas não quis mais voltar pro Rio. Perguntei pro Donato o que ele fez da vida. Ele diz “o que me enrola é mulher” (risos). Donato largou o Rio pra ir pra Brasília, casar com a namorada dele lá. Aí eu falei “tu me fazes lembrar uma pessoa que eu conheço… eu mesmo” (risos). »»»
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O que você vê do seu pai em você, e o que você vê de si na sua filha? Ah, ela é a minha danadinha. Gosta de produzir coisas, principalmente pro lado da arte. E o papai… eu tenho muita identidade com ele. Papai sempre foi um cara muito digno. Às vezes a gente vê um artista vir fazer show e exigir garrafas de uísque, isso e aquilo, luxo, ostentação… Eu acho uma indignidade aquilo. Quando me perguntaram o que eu queria no camarim do teatro nesse último show, eu disse: nada. Mesmo assim, tava lotado de coisa. Tinha uísque, e eu não tomei - porque eu aprendi uma coisa, depois de muitos anos: vale mais a pena encarar o público de cara limpa. Nunca mais bebi pra fazer show. Mas eu ainda bebo pra burro (risos). Você ainda se considera um boêmio? Não, não mais… eu gosto de ir quase todo dia lá pro Cosanostra, pro happy hour. Tenho alguns grandes amigos que vão lá - estavam todos no teatro - e nós ficamos trocando ideia sobre futebol, filosofia, música, literatura… sobre tudo. As coisas mais comunzinhas da vida. Coisas que pra muitos
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não têm sentido nenhum, mas pra outros têm todo o sentido… [faz uma pausa longa] Agora tô esperando o meu neto. Ele tem cinco anos. Tá uma graça. Como é ser avô? Ele não mora comigo, né? Mora com os pais. O outro avô dele é mais novo, faz todas as galhofas com ele, põe no ombro… eu não consigo mais (risos). Eu sou o vovô Paulo. Ele é um ótimo menino. Sapeca que só ele, como toda criança dessa idade. Você sente saudade de quê? A grande saudade da minha vida é papai, sem dúvida. Eu tenho várias saudades. Meu avô, minha mãe, minha avó… Mas meu pai era o cara que fazia música comigo. Isso tem que ter um “chega mais”. Pensa que a gente era só flores, só amores? Não, a gente discutia por causa de música. Ele dizia “vai trabalhar um pouco mais nessa canção, porque ela é boa, ainda falta”. Ele lhe cobrava muito nesse sentido? Cobrava sim. Mas, no geral, gostava do que eu fazia. Por exemplo, tava eu aqui na sala e ele, lá na
cozinha com a mamãe. Eu tava com uma namorada minha aqui. Cheguei de paletó e gravata, tirei o paletó e peguei o violão. Comecei: “tototó, tototó, tototo-tototó; tototó, tototó, tototo-tototó” [cantarola]… Aí ele manda pela mamãe um pedaço de papel de cigarro - e eu não tenho mais isso, uma pena. Estava escrito: “uma leira, uma esteira, uma beira de rio / um cavalo no pasto, uma égua no cio”. Ele disse pra ela, “leva lá pro Paulo, pra ver se cabe”. Eu cantei a música e deu exatamente certo. Aí esqueci a música, já tava com a letra, já tinha uma ideia formada. Aí comecei a fazer outra. “Parari… parareré paraporó…”. Aqui, assim, rápido. Ele perguntou “não é a mesma canção, né?”. Aí, mais uma vez, ele mandou um pedaço da letra pela mamãe. Eu fiquei com a responsabilidade de fazer as outras partes. São duas músicas de três partes, ‘Pauapixuna’ e ‘Foi Assim’. Depois ele me disse pra trabalhar na segunda parte de ‘Foi Assim’. Ele fez uma letra de bolero. Eu nem tava pensando num bolero. Ele queria que o nome fosse “Bolero Tropical”. Eu disse “nada disso, vai ser Foi Assim mesmo” (risos). Aí já fiz a última parte pensando num bolero. “Ah, é pra ser bolero? Então o pau vai cantar”.
Ângela Sicilia chef de cozinha @angelasicilia
SOBRE AMOR,
PACIÊNCIA E TEMPO
O ano voou. É o que mais tenho ouvido de todos ao meu redor, enquanto 2019 já nos espera bem ali na frente, acenando com ares de “logo estarei aí”. Que ele passou voando, não tenho dúvidas. E garanto: foi um ano intenso. Quero dedicar esse último texto de 2018 a um tema que pode parecer não-gastronômico: o tempo. Quem trabalha com cozinha sabe: tempo é tudo! E também o nosso ingrediente principal. Como você, leitor, viveu este ano? Quanto tempo dedicou às pessoas e coisas que você ama? Pergunto isso porque quando o Natal chega, ficamos mais reflexivos; a vida passa diante dos nossos olhos como um grande filme em perspectiva e, é muito comum nesta época, a gente fazer (além das promessas) uma grande revisão de vida... e o tempo (ah, o tempo!), como diz o Lulu Santos, escorre pelas mãos. Nunca sabemos o que o amanhã nos reserva, por isso é tão importante fazer o nosso melhor no melhor tempo que temos: o agora! Nestes tempos de amores fluidos, relações breves (quase sempre conectadas por uma mensagem de texto), recomendo o exercício da paciência. Nenhum relacionamento é fácil: todas as relações exigirão cuidados, atenção, abdicação, cessão. Porque não se trata mais apenas de 1, mas da intercessão de 2
(ou vários!) e... se ainda não esqueci as lições da Matemática, só há uma área comum, quando nossos interesses se encontram. E para construir o alicerce mais sagrado, que é uma família (e entenda-se aí a família que você escolheu, que está sempre junto ou a família de amigos), bons materiais são necessários, mas sem paciência (e disposição) e uma dose extra de tempo (dedicação), a obra não anda. Neste Natal - uma época que amo! - permita-se FAZER um pouco mais de tempo. Invista-o na sua família, nos pequenos e prazerosos momentos que são milagres cotidianos que nos avivam... invista no agora, porque ele é o maior presente que podemos ter. Invista mais tempo, doe-se mais aos que você ama e aos desconhecidos... porque gentilezas sempre gerarão mais gentilezas. Por fim, esta cozinheira que escreve a vocês, deseja que este fim de ano seja de muita união, de paz, amor, harmonia. Que o tempo de vocês seja sempre presente - bem como as pessoas que vocês escolheram para vivê-lo conjuntamente! Feliz Natal e um 2019 promissor! P.s.: que tal incentivar seus filhos, sobrinhos, netos a passarem mais tempo na cozinha e produzirem suas lembrancinhas de Natal? A receita desta coluna é o biscoitinho “paciência”.
Ingredientes • 2 xícaras (chá) de farinha de trigo • 3 ovos inteiros • 1 xícara (chá) de açúcar • 1 xícara (chá) de manteiga • 1 colher (chá) de fermento em pó • Raspas de limão Modo de preparo Em uma batedeira, misture todos os ingredientes. Bata em alta velocidade por 10 minutos, até obter uma mistura bem homogênea e clarinha. Transfira a massa para um saco de confeiteiro. Se você tiver o bico Pitanga, ficará bem bonito. Se não, só core o bico do saco de confeitar e faça pequenos discos. Leve para assar em uma forma forrada com papel manteiga até ficarem bem douradinhos e firmes.
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Camila Barbalho
Divulgação
Luzes
do Natal
Atravessar o mundo para testemunhar luzes que cruzam o céu é um espetáculo que transcende a beleza do momento – porque é na Lapônia, onde há a maior ocorrência do fenômeno das auroras boreais, o lar do Papai Noel.
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alvez a teogonia das civilizações milenares tenha sido ofuscada pela ciência, diante da missão grandiosa de explicar como tanto caos foi capaz de amarrar suas pontas para tornar-se o universo - em toda sua complexidade e vastidão de fenômenos ainda inacessíveis para nós, mentes comuns, cotidianas. Mas ninguém tira da mitologia a carga imagética dessas leituras, assim como é inafastável dos poetas a compreensão lírica do mundo. Hesíodo foi um dos gregos da Idade Clássica que emprestaram certa magia ao que parecia injustificável. Segundo ele, os titãs (e irmãos) Hiperião - senhor do Leste e do fogo astral - e Teia - senhora da luz e da visão - viveram um amor que gerou três filhos: Hélio, o Sol; Selene, a Lua; e Eos, conhecida na mitologia romana como Aurora, era a deusa do amanhecer. Seria dela o papel de abrir caminho no céu para a carruagem de seu irmão Sol ir e vir. Porém, mais que assessora da luz do dia, Eos era uma apaixonada intransitiva. Viveu grandes e efêmeros romances, até que se uniu a Astreu - filho de seus tios Crio e Euríbia. Astreu era o titã das estrelas e planetas, assim como do entardecer. Da união de Eos e Astreu, nasceram quatro deuses-ventos. Bóreas, o vento do Norte, tinha temperamento intenso e violento - e era, acima de tudo, frio. A relação da titânide Eos (ou Aurora, sua equivalente romana)
com seu filho Bóreas conta da capacidade que só as mães têm de enternecer o coração explosivo e impetuoso dos jovens. Além disso, traduz - e batiza - de maneira muito particular um dos eventos naturais mais misteriosos e tocantes da Terra: a Aurora Boreal. A explicação científica para o fenômeno não é menos impressionante: trata-se da reação físico-química causada pelo choque entre o plasma solar - partículas empurradas pelo sol em nossa direção graças aos seus ventos e tempestades, frutos de explosões e rompimentos de filamentos - e a magnetosfera terrestre, que nos protege da agressividade dessas forças e as atrai para os polos do globo (como o titã de terceira geração sugere, a Aurora Boreal é a versão deste choque no Norte. No Polo Sul, se chama Aurora Polar). O resultado disso é absurdo: luzes riscam o céu em tons de rosa, verde, azul, laranja, amarelo e outras cores cujo nome nos escapa; e o frio e silêncio absolutos servem de moldura para emprestar ainda mais assombro a quem contempla o efeito. Não à toa, a busca pelo encontro com o feito da natureza motiva peregrinações de gente do mundo todo, que anseia pelo brilho celeste como devotos anseiam estar mais perto dos deuses. Um dos destinos mais procurados para este fim é a região da Lapônia. »»»
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Localizada no extremo norte da Escandinávia, a Lapônia é, sobretudo, uma província da Finlândia – embora sua região compreenda ainda parte do território da Suécia, da Noruega e da Rússia. Seu centro administrativo é a cidade de Rovaniemi, e sua densidade demográfica é baixíssima: coisa de menos de dois habitantes por quilômetro quadrado. Só não é mais baixa que a temperatura, que pode chegar a -40 graus – afinal, estamos falando da região setentrional do país. O caminho mais acessível para chegar lá é via Helsinque, a capital finlandesa, por meio de um voo de aproximadamente 3 horas e meia. Para quem acredita que a graça de viajar é a própria viagem, também é possível ir de trem e apreciar a paisagem - num trajeto que dura 8 horas. De todo modo, vale a pena planejar algum tempo de estadia na capital antes de iniciar a aventura polar, já que Helsinque guarda bons museus e restaurantes, além
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da arquitetura peculiar que coroa uma cidade caracterizada pela amplidão de seus espaços abertos. Em Rovaniemi, o ideal é passar pelo menos três dias. Habituada com o apelo turístico dos fenômenos meteorológicos, a cidade acabou fortalecendo sua logística para receber bem os visitantes. Há muitas atrações nas redondezas, assim como um comércio movimentado, locadoras de carros e satisfatória gama hoteleira - nas mais diversas faixas de preço. Uma boa sugestão é alugar um veículo para rodar não apenas pelas proximidades, mas para cidades vizinhas que, no período da viagem, ofereçam maior visibilidade do céu. Esse é um fator importante de frisar para quem pretende ser um caçador das luzes do Norte: não é possível prever com exatidão quando elas aparecerão, nem em que local o fenômeno será mais nítido. Depende da quantidade de nuvens no céu, da velocidade dos ventos e outras
variáveis do tipo. Não por coincidência, o período de maior probabilidade de incidência da Aurora Boreal é justamente o pesado inverno laponês, que vai do fim de setembro até março - piorando drasticamente de outubro a dezembro (no verão, as luzes boreais se escondem, mas aparece o Sol da Meia-Noite - quando o dia dura 24 horas ininterruptas e a bola dourada apenas ameaça se pôr no horizonte… para subir novamente). É preciso estar disposto a manter uma rota flexível para encontrá-la, considerando deslocar-se até 400km mais ao norte, ou mesmo sair das fronteiras da Finlândia para a Suécia ou Noruega. Por isso, o carro é uma boa alternativa. As estradas no geral são boas, mas demandam cuidado - sobretudo pelo risco de estarem cobertas de gelo e neve. Também há a possibilidade de realizar passeios por meio de companhias de turismo voltadas para excursões com essa finalidade. »»»
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Algumas das localidades da Lapônia comumente visitadas por interessados no reluzir atmosférico são as cidades de Inari, a três horas de carro de Rovaniemi (onde fica a vila Saariselkä, terra do famoso Hotel Kakslauttanen - um dos destinos mais comuns de quem quer ver o fenômeno do conforto inusitado de um iglu com teto de vidro!); e Sodankylä, a uma hora e meia da capital da província, onde está Luosto vilarejo incrustado em uma colina rochosa de 500m de altura. Mas Rovaniemi tem outros atrativos para quem não quer submeter o sucesso da expedição ao risco de acabar não vendo o encanto meteorológico. Para amantes dos animais, por exemplo, há programações inesquecíveis - como o zoológico Ranua Wildlife Park, onde se faz uma trilha de quase 3km para ver em seu habitat natural 200 espécies do Ártico, como alces, corujas, raposas, linces e até ursos polares; visitar uma das fazendas criadoras de huskies siberianos para saber como eles são criados e, de quebra, fazer um tradicional passeio de trenó puxado pelos adoráveis cães; ou ainda conhecer as histórias do povo Sami em uma fazenda de renas - os animais que são mais numerosos que as pessoas na região. Para os interessados em adrenalina, alugar um snowmobile - um tipo de lambreta para neve – pode proporcionar momentos de velocidade e interação direta com a natureza. É possível praticar o esporte com um guia pilotando ou assumindo o volante – mas para tal, é necessário ter habilitação e seguir as regras apresentadas nas orientações do
guia. Todas essas alternativas são comumente ofertadas por empresas de turismo que atuam na área. Porém, de todas as possibilidades de entretenimento e turismo na Lapônia finlandesa, nenhuma tem um impacto no imaginário popular do tamanho do universo que orbita a carismática figura do Papai Noel. No lugar habitado por mais renas que gente, parece ser Natal o ano inteiro: há neve por todos os lados, cujo branco é interrompido por pinheiros e construções bucólicas de madeira. Valendo-se disso, Rovaniemi ergueu um verdadeiro ecossistema natalino, a fim de atrair mais turistas para viver a magia da data comemorativa. Hoje, a cidade é reconhecida como “a Terra do Papai Noel” - ou Joulupukki, como ele é chamado por lá. Historicamente, é bem verdade, não faz parte do arco de lendas nórdicas a ideia de que é na Finlândia que o bom velhinho descansa. A própria vinculação do Papai Noel ao Natal é fruto de um grande sincretismo religioso e cultural, atrelando a imagem de São Nicolau às comemorações do nascimento de Jesus (cuja data histórica também sofreu alterações em função de outros processos híbridos e políticos da própria Igreja). Sua chegada no país é até recente - trazida pelos povos cristãos mais ao sul (e pelas questões de mercado), ofuscando as narrativas exóticas da Escandinávia. Outros países vizinhos também construíram a morada do Pai Natal (um dos muitos nomes da personagem), como Suécia, Noruega e o Canadá, reivindicando seu pró-
prio quinhão turístico - um sinal da comoção que envolve a temática. Embora a Lapônia tenha construído sua Santa Claus Village – a 8km de distância do centro, onde o próprio Papai Noel recebe os visitantes em pessoa – em 1985, apenas em 2010 o empreendimento ganhou o reconhecimento de lar oficial. Apesar de toda essa informação ser de conhecimento geral, é fácil esquecê-la no instante em que se pisa lá: na vila, todos se vestem como duendes ajudantes do velhinho de vermelho; e é possível ver as oficinas de brinquedos repleta de enfeites e luzes contagiantes. Logo ali próximo, há o premiado Santa Park – o maior parque natalino do mundo, localizado estrategicamente em uma caverna cujo acesso ocorre por meio de um largo portal rochoso. Lá, carrosséis, trenzinhos e outros brinquedos típicos do gênero convivem com a cozinha da Mamãe Noel, a Escola dos Elfos e a Estação dos Correios para quem quiser escrever sua cartinha ali, no “calor gelado” do momento. Há ônibus do próprio complexo natalino que saem de Rovaniemi em direção ao complexo temático. A grande questão é: não importa a mitologia que motive uma visita ao norte do Norte - a Lapônia é para quem tem olhos dispostos ao encantamento. Seja ao se deparar com luzes no céu ou o trenó do senhor de barbas brancas, é impossível voltar deste destino sem se sentir transformado. É bem menos difícil crer na magia do mundo em território finlandês do que nas nossas intempéries cotidianas. »»»
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Como chegar: Não há voos diretos do Brasil para a Finlândia. Saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo, é mais viável fazer uma conexão a partir de Lisboa, Amsterdã ou Paris os trajetos com menor tempo de voo - com destino a Helsinque. Para a Lapônia, companhias locais têm melhor relação custo-benefício na execução do trecho até Rovaniemi por via aérea. Para fazer o trajeto de trem: https://www.vr.fi/cs/vr/en/ Para previsões das próximas ocorrências da Aurora Boreal: http://abuscadaauroraboreal.blogspot.com/ p/previsao-di.html Hotel Kakslauttanen http://www.kakslauttanen.fi/ Zoológico Ranua Wildlife Park https://english.ranuazoo.com/ Santa Claus Village https://santaclausvillage.info/ Santa Park https://santaparkarcticworld.com/santapark
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Dominik Giusti
Dudu Maroja/Acervo pessoal
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A obra de Odair Mindello é uma celebração da cultura e elementos paraenses – que passeia entre pontos e cores cheios de vida.
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m homem com terno azul tem cabeça de arara vermelha. Outro tem uma gravata e a cabeça de onça e mais um, cabeça de tucano vestido de terno. Nas mais recentes produções do artista paraense Odair Mindello, o uso do desenho antropomórfico busca chamar atenção para a natureza da Amazônia, pelo componente exótico entre cor e traços, com a técnica do pontilhismo. Reunidas na exposição “Real Sociedade Amazônica - Diálogos Itinerantes” - ocorrida entre novembro e dezembro na galeria que ele administra, no bairro do Umarizal, em Belém - a intenção é provocar o espectador a olhar para a região em que habitamos, de forma mais apurada, para entender as singularidades dessa realidade social e cultural. O título da mostra deu o tom sobre esse aspecto e apresenta uma dualidade entre o real – por tratar de questões políticas contemporâneas sobre meio ambiente – e a ideia de realeza. Essa ambivalência
semântica traduz a forma como o artista enxerga as questões sobre as quais se debruça; que além de um apelo político, também tem a intenção de exaltar a população amazônica em termos de uma família monárquica, elevando ao status de um reinado a vida simples do caboclo amazônida. Em outras obras da mostra, a abstração geométrica é predominante, também sob a estética do pontilhismo (ou os pontos, possíveis de serem facilmente identificados na superfície da pintura). E o tema não varia: é novamente sobre os rios, os sentimentos do homem ribeirinho e sobre as memórias de sua relação com a paisagem que o artista mostra suas preferências estéticas (o que é possível perceber pelo nome dado às telas: “Aldeia”, “Caa-mutá”, “Mundiá”). Na série “Percursos”, ele explica que se baseou no movimento das águas dos rios quando se joga uma pedra em sua superfície, uma brincadeira típica do interior. »»»
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“Nosso habitat é o principal foco do meu trabalho. E isso veio por conta do meu contato diário durante 15 anos como atleta de remo, quando atravessa a cidade pelas águas para treinar. E também pelas idas à casa do meu avô nas margens do rio, no Baixo Tocantins, em Cametá. Ainda hoje, essa maneira de viver do ribeirinho, por exemplo, me chama atenção, como ainda é tão presente na nossa região. Isso me chama atenção”, comenta o artista. Sobre os traços geométricos, ele tem outra visão. “As pessoas analisam que é abstrato, mas pra mim é uma brincadeira com os rios, dessa água barrenta, desse encontro das águas. Os ‘Cilindros’ para mim são como as sementes e vejo também as fibras das plantas entrelaçadas”, explica. Já a preferência pelos pontos tem a ver com os pixels de uma imagem, que se ampliada ao extremo é possível ver seus pixels. Dessa questão da fotografia, ele levou à pintura o que hoje é a sua principal técnica pictórica. »»»
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Parcerias Os trabalhos com os desenhos de representações de homens com cabeça de bichos foram inspirados nas revistas de moda. “Todos estão em pose de modelos”, explica Mindello. E isso foi o que chamou atenção de uma curadora de São Paulo, Ângela Oliveira, que o levou para expor na capital paulista. Em seguida, com a visibilidade de sua obra no Sudeste, por meio de uma curadora dos Estados Unidos, ele expôs primeiramente em Miami e depois em Nova York, na Saphira & Ventura Gallery - que agencia artistas do Brasil, da França e de Singapura, além dos EUA, com coleções de nomes como Frida Kahlo, Andy Warhol, Salvador Dalí, Jackson Pollock.
Por meio da mesma curadora, duas obras foram expostas no salão de meio ambiente, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), também em NY. “Para onde eu vou, faço questão de ressaltar que sou um artista da Amazônia”, celebra Odair Mindello, feliz com os rumos da carreira, agora também de empreendedor artístico. Ele já recebeu prêmios do Banco da Amazônia e teve projetos premiados pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), do Ministério da Cultura. Ele também foi autor da pintura que ilustrou o cartaz do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em 2016, que na sua visão, foi o seu trabalho mais importante. »»»
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Carreira Quando completou 18 anos, o artista foi colocado contra a parede pelo pai, Orlando: “afinal, o que vais fazer da vida?”, questionou. Àquela altura, Odair já sabia que não seria fácil decidir pela carreira artística, mas apostou ciente que era preciso trabalhar sem o mito do artista boêmio e inspirado, que espera algo como uma luz para fazer uma obra de arte. Tanto que hoje cita uma frase atribuída a Picasso, que diz que se a inspiração chegar, o encontrará trabalhando. Ele já intuía também que era preciso achar uma marca, para que pudesse ser reconhecido assim que alguém colocasse o olho sobre uma tela sua. Nessa busca, ele não precisou ir muito longe. Após quase 15 anos como praticante de remo, entre os rios da região de Belém, passou a ter uma relação especial com a paisagem ribeirinha. O que se estendeu, posteriormente, para uma relação ainda mais íntima com a paisagem cultural e da natureza amazônica - motivo predominante em sua produção.
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3 EMPREENDIMENTOS ENTREGUES EM 2018 E SENTIMENTO.
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Dever cumprido. Esta é nossa sensação ao findar mais um ano de muito trabalho e muitas entregas. São 33 anos de história e 37 empreendimentos entregues – 3 deles somente este ano. São 858 unidades. São sonhos das pessoas que nos escolheram e optaram por torná-los as moradas de suas felicidades. Há 33 anos caminhamos de mãos dadas com você. Leal Moreira, mais valor com nome e sobrenome.
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Lorena Filgueiras
Tadeu Brunelli/divulgação
A vida é (um)
doce!
A chef pâtissier Carole Crema encontrou nos doces motivos de sobra para ver e servir o melhor da vida... de bandeja. São 25 anos de dedicação aos doces à moda antiga e reconhecimento que a elegeu três vezes, pela Revista ‘Prazeres da Mesa’, uma das publicações mais respeitadas do país, a melhor chef confeiteira do Brasil.
O
primeiro contato com Carole Crema é uma agradável surpresa. Ela responde ao pedido de entrevistas, enviado por meio de um aplicativo de mensagens instantâneas, com uma doçura e generosidade impressionantes e demonstra aquilo que os clichês incansavelmente tentam explicar: é preciso ter muita alma para estar em uma cozinha. É o conselho que ela compartilha, aliás, com os confeiteiros que participam do “Que seja doce”, programa que vai ao ar pelo canal fechado GNT e do qual ela participa como jurada. “Aparência [do doce] é importante, mas o sabor... ah, não há comparação!”. Até encontrar seu caminho (ou ele chamá-la), Carole enveredou pelo Jornalismo, Ciências Sociais e Hotelaria. “Passar por essas outras áreas me fez entender que não sou uma pessoa de
ficar quieta, sentada... o faniquito me fez mudar pra faculdade de hotelaria e lá descobri a cozinha. Depois de formada fui estudar em Londres. Gastronomia aqui no brasil ainda não existia como profissão... arrisquei, me apaixonei pra sempre!”. A parada seguinte seria Milão, onde se especializou. E por que doces? “Os doces entram primeiro por eu ser super formiga desde que nasci... Depois, na época que resolvi empreender (2002), aqui no brasil não haviam muitas confeitarias com chef... restaurante já pipocavam alguns tantos, mas nos doces, além do Fabrice Lenud [chocolatier, considerado um dos mestres da confeitaria francesa] e Flavio Federico [chef pâtissier brasileiro], [não havia] quase mais ninguém... Fui pelo mercado e pela possibilidade de ter doces diariamente”, ela confessa entre risos. »»»
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Carole foi a grande responsável pela popularização dos cupcakes no Brasil e pela “invenção” [se assim pode ser dito] do brigadeiro de colher. Modesta, ela conta que apenas “pegou um hábito do brasileiro [o de comer brigadeiro molinho ainda na panela] e o colocou à venda”. “Nunca alguém tinha pensado nisso.... e virou mania!”, diverte-se. O empreendedorismo e o amor aos doces conquistaram o reconhecimento do público e da mídia especializada, que a elegeu – três vezes – a melhor chef pâtissier do Brasil. “Muito orgulho e felicidade de ver meu esforço e dedicação serem reconhecidos... fazer doce é abraçar, dar carinho, cuidar das pessoas.... doce é indulgencia e amor, não é?”, filosofa.
Um bate-bola rapidinho com a Carole Qual seu doce preferido? E o mais desafiador? Preferido é o sfogliatelle italiano... massa super crocante com recheio leve de ricota com frutas cristalizadas (sim, eu amo....) o preferido corriqueiro é brigadeiro quente !!! Desafiador pra fazer são macarons. Muito cheios de detalhes, acho que sou agitada demais pra eles.
Foto: Trícia Vieira
Casa de doceira, colher de pau Crema não esconde de ninguém sua predileção e paixão por doces. “Adoro beliscar docinho. Mas nunca na sobremesa! Sempre em momentos estranhos. De manhã, em jejum... de madrugada.... no meio da tarde!”. Quando pergunto qual a receita de família (considerando que nossa entrevistada nasceu no seio de uma família de mulheres exímias cozinheiras) mais tradicional e que ela seguia à risca, a resposta surpreende novamente. “Muito convívio, muita conversa e diversão!!! Não deixo de sentar à mesa com meus filhos para as refeições (claro que não conseguimos todos os dias, mas nos esforçamos para isso). Neste momento conversamos, ficamos sem celular e são momentos especiais demais!”. Equilíbrio, aliás, é o que não pode faltar à vida, nem aos doces. Até porque, como ela mesma faz questão de enfatizar, “sal não pode faltar a um doce... pra realçar. E não pode haver culpa também!”
Como jurada de um programa de doces, o que mais pesa para você: sabor ou aparência? Com certeza sabor... sempre!!!»»»
Foto: Trícia Vieira
Acompanhei, recentemente, um movimento entre chefs pâtissiers (no instagram) pela valorização do profissional confeiteiro (como se fosse simples executar uma sobremesa e por mais respeito à profissão). Quais os maiores desafios para quem trabalha com doces? O preconceito com o açúcar... todo mundo come, criança, velho, magro, gordo, homem e mulher !!! mas as pessoas ainda tem receio de falar que comem, tem cobrança, culpa demais envolvida.
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Bolo Chiffon de Laranja Rendimento: 1 unidade
Ingredientes: • • • • • • • • •
225g de farinha de trigo 340g de açúcar 1 colher de sopa de fermento em pó 120ml de óleo 6 ovos 60ml de leite 120ml de suco de laranja pera Raspas de 1 laranja pera Essência de baunilha
Preparo: Peneire junto a farinha, o fermento e o açúcar e reserve. Misture os ingredientes líquidos (incluindo gemas e raspas de laranja) e adicione-os aos poucos a mistura de secos até formar uma massa homogênea. Bata as claras em neve e adicione na massa, delicadamente. Leve para assar em forno pré-aquecido a 160oC por cerca de 1 hora, em forma não untada, até que esteja firme e levemente dourado. Vire-o de cabeça para baixo e deixe-o descansar assim até que a massa esfrie completamente.
CALDA DE AÇÚCAR PARA COBRIR Ingredientes: • 500g de glaçúcar • 60g de leite • Gotas de suco de limão
Preparo: Aqueça o leite e misture ao açúcar e limão. Se preciso, ajuste a consistência com mais água. Misture bem para o açúcar dissolver e quando estiver bem liso, cubra o bolo ainda morno.
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Carole Crema compartilha com os leitores da Revista Leal Moreira uma de suas receitas de maior sucesso.
Fernando Gurjão Sampaio advogado e escritor @tantotupiassu tantotupiassu@gmail.com
FRANGO
SUPERLATIVO Era mãe de muitos, mesmo tendo parido somente duas daquelas crianças que rondeavam sua vida. Acontece que os filhos de Izabel viviam cercados de amigos, de primos e agregados, a quase serem grudados e a nunca estarem sós. A fortaleza dessas amizades se revelava de forma mais intensa nas idas ao Mosqueiro, na casa espalhada pelas fartas terras da ilha, quando a mulher tinha que abrigar, cuidar, banhar e alimentar mais de quinze moleques, que faziam tudo iguais gafanhotos, a não poder ver uma vintena de pão sem devorar todos, antes mesmo de a manteiga chegar. Para dar conta de tantos, além de coração bondoso, Izabel também contava com as invenções de quem cresceu com pouco, nas ilhargas da Vila Sorriso, quando por ali, nas redondezas de sua antiga morada, pouca viv’alma havia. Só assim, lembrando-se de seus apertos, Izabel resolveria os problemas surgidos com o cerco dos meninos. Certa vez, quando as crianças se perdiam num polícia e ladrão pelos matos próximos, Izabel abriu a geladeira para preparar o almoço e, com quase tristeza, se deparou com dois frangos magros que deveriam bastar para saciar a fome da horda infantil. Decidiu-se por uma canja, pois comida de caldo sempre rende muito. Na panela, mais água que qualquer coisa, Izabel jogou batatas, cenouras, cebola e até ovo. Depois de entupir a panela com arroz, terminou afogando os franguinhos magros, muito bem curtidos em tempero caseiro. A mistura
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rendeu panelada digna de suas realizações. Não demorou muito, Izabel ouviu os gritos dos pequenos que se aproximavam da casa vorazes, tal qual Lampião preparando cerco com seus coriscos. Mal deu tempo de arrumar a mesa, pratos e copos postos de qualquer maneira, e logo os bancos foram invadidos pelos meninos sujos e fedidos, que contavam aos berros as aventuras do dia. Era incrível a capacidade de Izabel de organizar tudo. Sem qualquer erro, ao mesmo tempo, mandava moleque lavar as mãos, reparava canela arranhada por espinhos, barriga riscada por urtiga e capim cortante, passava álcool nas picadas de mutuca e mucuim, acarinhava filhos, servia a mesa com cuidado, “olha a panela quente”, enquanto enchia a jarra com suco das frutas do quintal. Foi nessa hora, tudo quase acertado, que a molecada perguntou, em coro, pelo menu do dia, como se fizesse qualquer diferença aos esfomeados: - Hoje tem canja de frango! – respondeu Izabel, o que bastou para começar a gritaria: - Tia, quero asa e coxa; - Quero igual, tia; - Ah, também quero asa e coxa, tia Izabel; - Tia, eu só como asa e coxa; No meio da gritaria, um, berrando mais do que o outro, tentava provar ser mais merecedor das partes, Izabel se deu conta da enrascada. “Se tenho só dois frangos, num total de quatro
coxas, quatro asas, para quinze famintos, todos urrando por asa e coxa, como fazer!?” Mas a boa ideia sempre surge na cabeça do inventivo: - Não se preocupem! Tem asa e coxa pra todo mundo – e Izabel começou o serviço. Ao primeiro, serviu uma asa e um naco de peito, com a cara mais limpa do mundo. O moleque olhou desconfiado para as carnes que boiavam no prato e perguntou, encabulado: - É asa e coxa, tia? - É, meu filho. É que cozinhou demais, perdeu as carnes e ficou assim, magrelo. Coma, coma! Ao segundo, serviu parte do peito, e assim foi fazendo servindo bunda, até o sobrecu do frango, jurando ser tudo asa e coxa do frango superlativo de quinze coxas e mil asas. Com o semblante muito sério, segurando o riso entre os dentes, pedia que ficassem tranquilos, pois todos teriam asa e coxa. Nem o pescoço escapou, boiando no prato de um mais novinho que almoçava com avidez. No fim, de pança cheia, a molecada se largou no chão frio do pátio para fazer a digestão, já planejando a tarde. E Izabel, satisfeita com o sucesso do almoço, lavava a louça do almoço apressada, encarando duas línguas que seriam o jantar. Sabia que metade dos meninos não comia língua, então era urgente pensar no que transformar aquilo, provavelmente a carne assada com molhe ferrugem que todos adoravam.
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no ponto
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Fábio Nóvoa
Dudu Maroja
Ricardo Costa: 30 anos , empresário, proprietário da The Premium Steaks, amante de cozinha e principalmente de carne.
Confraternização
à moda da
casa
Neste período de festas de final de ano, nada melhor que um bom churrasco para reunir os amigos e a família. Nesta edição, trazemos o terceiro especial da série “No Ponto” e uma receita especial com o corte que é o preferido dos brasileiros: a Picanha. 75
PICANHA: corte derivado da parte externa da alcatra, ideal para grill, marmorizada e com capa de gordura. Utilizaremos a picanha de cruza 50% de Angus e 50% de Nelore, da linha TPS reserva.
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Ela é a queridinha da maioria dos brasileiros e uma das estrelas da churrascaria. Graças ao sabor e suas características únicas. É claro que a gente está falando da Picanha, o corte de carne que domina as mesas e churrasqueiras de Norte a Sul do País. Na boutique de carnes do The Premium Steaks, em Belém, não é diferente. A loja, localizada na avenida Brás de Aguiar, disponibiliza a picanha, além de muitos outros cortes de carne – mas, segundo o sócio do local e chef de cozinha Ricardo Costa, a escolha é óbvia e indefectível: é a peça que mais tem demanda por lá. Conhecida no exterior como Tapa de Cuadril ou Rump Cap, a picanha é um corte tipicamente nacional. A versão mais conhecida para a origem de seu nome é atribuída a um instrumento italiano (chamado picanha) que tem a ponta afiada e era usado para picar o gado na região lombar – área, aliás, que caiu no gosto da culinária e acabou incorporando o nome da ferramenta (“abrasileirada”, digamos assim). Mas, segundo o Guia dos Curiosos, esse churrasco tem origem na cidade de São Paulo, envolvendo um empresário de nome Baby Pignatari, que teria pedido – em uma certa ocasião, alcatra... mas foi convencido pelo cozinheiro a experimentar um outro tipo de corte. O industrial gostou da novidade e perguntou de qual parte do boi vinha a peça. O churrasqueiro, argentino, respondeu: “En la parte donde se pica la aña”, ou seja, na parte onde se espeta o boi. A expressão teria dado origem ao nome “picanha”. Assim, a carne se tornou uma das melhores para churrascos e agrada o paladar dos apreciadores da proteína. Localizada ao lado do contrafilé, na região considerada mais macia do boi, a picanha é parte da alcatra, de onde se retiram também o miolo da alcatra e a maminha. Cada boi produz apenas duas picanhas, que pesam entre 1 e 1,5 kg. O corte agrada pelo sabor, suculência e gordura característica, que derrete na boca quando feita na brasa. “É um corte bem brasileiro e mais democrático”, afirma Ricardo. Por todas essas razões é que Ricardo apresenta, na coluna “No Ponto” desta edição, uma receita especial para os leitores da Leal Moreira, em que a picanha é a estrela. Afinal, estamos no período das festas de final de ano e, com ele, vêm as esperadas confraternizações. “Decidi fazer três acompanhamentos diferentes para agradar a diferentes gostos. Se você quiser convidar amigos e parentes para uma reunião em casa, todos irão apreciar”, garante. “A nossa receita é boa para isso. Confraternizar. São prepares simples e práticos para você fazer”. Então, mãos à obra!
PREPARO DA CARNE Sempre tire a carne da geladeira, meia hora antes de grelhar. Nesse período faça um braseiro bom e forte, nunca grelhe carne alguma no fogo e sim na brasa. Quando o braseiro estiver no ponto ideal (ponha a mão dentro da churrasqueira, se aguentar no máximo 5 segundos, está no ponto ideal para
colocar a carne), sele a picanha inteira dos dois lados por 1 minuto de cada lado, retire-a do fogo, corte em tiras antes de voltar para o fogo. Já fatiada, grelhe dos dois lados por 3 minutos de cada lado (para deixar mal passada) e depois de grelhada, suba a carne para a parte mais alta da churrasqueira, onde
descansará a carne, para os sucos se redistribuírem pela peça novamente. Descanse 3 minutos de ambos os lados. Só salgue a carne, no final de todo processo, depois de tirá-la do fogo. Neste caso, utilizamos sal de parrila, mas, se quiser também pode finalizar com pimenta do reino moída na hora.
• 1 cebolinha
SALADA DE BATATA (ACOMPANHAMENTO): Em uma panela com água fervente e salgada, cozinhe as batatas durante apenas 5 minutos, retireas e corte no meio, coloque na grelha e termine a cocção das batatas até que fiquem cozidas. Espete com um garfo para verificar.
• 1 tomate
MAIONESE CASEIRA
• 1 limão siciliano
• 2 ovos
• Azeite
• 1 dente de alho
• Sal e pimenta a gosta
• uma colher de sopa cheia de mostarda Dijon
Coloque os pimentões e a cebola direto na brasa, até ficarem queimados. Retireos, tire as peles e reserve. Corte o tomate ao meio, e ponha na grelha, até queimar a parte das sementes. Corte o limão siciliano ao meio e coloque na grelha para caramelizar a parte interna. Pique os pimentões, a cebola, o tomate, a cebolinha, em cubos pequenos, coloque em uma vasilha, adicione o azeite sal e pimenta e finalize com o suco do limão caramelizado.
• sal a gosto
SALSA CRIOLA (ACOMPANHAMENTO): • 1 pimentão vermelho • 1 pimentão amarelo • 1 cebola
• pimenta do reino a gosto • óleo de canola Coloque o óleo de canola na geladeira, para utilizálo frio. No liquidificador, coloque os 2 ovos, o dente de alho, o sal e a pimenta. Bata tudo até obter uma mistura homogênea. A partir daí comece a colocar o óleo em fio. Quando a mistura tiver engrossando, adicione uma colher de mostarda Dijon e vá adicionando óleo, até obter a consistência desejada, sempre com o liquidificador na velocidade média.
FAROFA (ACOMPANHAMENTO): • 500 gr de farinha de mandioca fina • Manteiga • 2 dentes de alho • Sal a gosto
Em uma frigideira, em fogo brando, torre lentamente a farinha de mandioca, cuidado para não queimar. Reserve. Coloque a manteiga na frigideira, até ela atingir uma cor marrom, coloque o alho picado, até fica dourado. Já com o fogo desligado, junte a farinha e o sal.
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Celso Eluan Lima empresário celsolima2210@gmail.com
É fácil falar mal do capitalismo, parece cachorro morto, todo mundo quer chutar. Nas rodas intelectuais e mesmo nos ambientes menos arejado em QI é comum citarem todos os malefícios do sistema: desigualdade de renda, desemprego, mais valia, exploração do trabalhador, especulação, poluição, destruição do meio ambiente e até o surgimento de neologismos. Você não precisa xingar a mãe de um desafeto, basta sacar um enorme palavrão para detratá-lo: neoliberal. Muito provavelmente nem quem xinga nem que é xingado sabe exatamente o que é isso, mas que ofende e agride isso pode-se ter certeza. No entanto, não é preciso muito exercício de memória e observação para encontrar as infinitas vantagens para todos e não só para a elite, outra palavra que perdeu seu sentido original para tornarse palavrão. Esse cara é dessa elite neoliberal fascista! Pronto, ficou pior do que um juiz de futebol ouve sobre sua mãe nas arquibancadas, ainda mais porque fascista é a cereja do bolo que faltava. A idade me permite e para quem não estava vivo na década de 1960 basta consultar o nosso Farol da Alexandria dos tempos modernos, o Google. Uma família de classe média tinha no seu orçamento poucas rubricas: aluguel ou prestação do BNH (não vou falar o que é, consultem o Farol), comida, vestuário, transporte público (esqueçam o Uber), gás de cozinha, água e energia, o resto que sobrasse ficava pro lazer no final de semana ou poupança, não dava pros dois.
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Hoje, sobre essa lista, temos que acrescentar: TV a cabo, telefone celular, internet, escola particular, plano de saúde, academia, cursos de idiomas, cartões de crédito (já existiam, mas muito restritivos), segurança (a violência era mínima) e tantas outras mais. E como isso entrou no orçamento já apertado? Primeiramente houve sim um incremente de renda real, nosso PIB per capita mais que quadruplicou nesse meio século comportando assim mais despesas. E isso ocorreu basicamente pelo aumento de produtividade, deixamos de ser uma nação essencialmente agrícola de baixo rendimento para uma produção diversificada em vários setores da economia e com o agronegócio atingindo liderança mundial em muitos setores. Mas, muito além disso contribuiu para esse cenário a abrupta queda nos preços de todos os itens que compõem a cesta de gastos de uma família. Para não ser extenso, viajar de avião naqueles anos era um sonho impossível para a imensa maioria, hoje está mais acessível que viagem de ônibus. Carro era item de luxo para pouquíssimos eleitos, hoje temos uma frota de veículos de praticamente um carro ou motocicleta para cada dois habitantes. Telefone era impensável , hoje temos mais de um celular por habitante. O que promoveu esse cenário é a maior característica do capitalismo: a concorrência. É ela quem provoca inovações, derruba preços, cria novos serviços, faz com que todas as empresas tenham maior produtividade para se manterem competitivas. Fazer mais com menos e assim oferecer melhor preço
que a concorrência e cativar os consumidores. Mesmo os detratores do capitalismo não resistem ao seu encanto, preços atraentes e diversidade de oferta principalmente. E isso se reflete nos preços do vinho ou cerveja que animam as acaloradas discussões ideológicas. Mas para atingir esse objetivo há sempre os efeitos colaterais. Uma empresa que não conseguir se adaptar a esse ambiente de competição não resistirá e levará consigo não só os acionistas à ruína como ao desaparecimento de muitos postos de trabalho. Para se manter competitivo não se pode oferecer garantias de sobrevivência em troca. E adaptação é a palavra chave, muito mais que força ou capital, isso já ensinou Darwin. E como na natureza tudo tem um ciclo de nascimento, crescimento e morte, um grande pensador, Peter Drucker calculou em 30 anos a vida média das empresas saudáveis. E não temos que lamentar essas perdas, é da natureza, empresas como pessoas morrem para dar lugar e oportunidade para outras fazerem mais e melhor. E assim perpetua-se o ciclo de evolução que possibilitou essa mudança radical que ocorreu no Brasil nos últimos 50 anos. E olha que nem falei da China que teve uma transformação exponencial em apenas 30 anos de abertura de mercado para a iniciativa privada. Isso fica para outra oportunidade. Então, antes de chutar o cachorro deguste suavemente um gole de vinho e imagine o caminho percorrido pela uva até chegar à sua boca, e por este preço.
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Carolina Menezes
Dudu Maroja
união do bem faz a força A
Quando voltou ao Brasil com o doutorado concluído em Ciências Ambientais, o engenheiro Paulo Pinho já sabia que só difundir o conhecimento em sala de aula não acabaria com a inquietude de quem acredita que sempre dá para fazer melhor. E transformou a insatisfação em uma série de ações solidárias que só se desdobram
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es, parcerias, estímulo à conscientização e ao senso de corresponsabilidade. Nada de coitadismo, de ser do contra e se limitar a ficar reclamando daquilo que as autoridades não resolvem. Muito mais amplo e complexo do que um simples resumo, dá para dizer que esses quesitos são o motivo da existência da ‘Associação Amigos de Belém’, idealizada pelo engenheiro civil Paulo Pinho (atual presidente do movimento), ainda em 2012. O movimento ganhou tantos desdobramentos que rendeu, dentre outros feitos, a criação da ‘Rede Voluntariado’, a primeira do gênero digital na Amazônia, e a elaboração do ‘Plano de Manejo Sustentável’ que permitiu o pleno funcionamento do Parque Estadual do Utinga, em Belém. E os planos para daqui para frente seguem se multiplicando. “São atitudes para amar a cidade. É simples. Existimos porque, seja a prefeitura, seja o governo, nos devem em serviços e infraestrutura”, define Pinho, que fez da inquietação uma série de ações, logo após voltar de um doutorado sanduíche entre São Paulo, Alemanha e Inglaterra, na área de Ciências Ambientais. “Eu voltei logo e, imediatamente, assumi minha cadeira de professor em uma faculdade particular, mas já com a intenção de colocar a mão na massa. Não queria ficar somente na formação”, explica. Assim ele começa a debater suas ideias com alunos, amigos e quem mais estivesse incomodado com a situação de Belém. “Eu dizia que, se eu pudesse mudar uma coisa aqui, seria o clima – muito quente e úmido. Depois o que passa é o saneamento. Belém é fedorenta, suja... e essa questão bate no ordenamento territorial, no trânsito, com como a cidade funcionava. A minha formação me traz esse olhar diferente”, justifica Pinho, que também é mestre em Engenharia Urbana. »»»
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O ponto de partida é pensar em sanar, ainda que em pequenas doses, os atrasos da cidade em termos de funcionalidade. Ele lembra da revolta em ver, na Rio +20, naquele mesmo ano, “não sei quantos líderes mundiais incapazes de chegar a um consenso diante das evidências de que o clima do planeta inteiro estava e está mudando”. “Depois de reunir com amigos de áreas muito diversificadas, vieram 200 alunos com a meta de insistir no Plano de Manejo do Utinga, já que, pela Lei nacional, não entra um prego em Unidades de Conservação sem isso. O viés era o que a gente falava em sala de aula: gestão de resíduos sólidos, planejamento urbano e ambiental, ordenamento territorial. O Governo recebe nossa reivindicação e contrata o plano. Aí vem a sacada: deu certo a primeira briga. Dá para fazer mais”, reconhece. O foco seguinte foi o aniversário dos 400 anos de Belém, com o projeto ‘Balão da Poesia’. Duzentas pessoas puderam voar, gratuitamente, por cima do Portal da Amazônia e dos estádios do Remo e do Paysandu. O objetivo? Olhar para trás, de cima, e pensar no futuro da capital. Com o projeto ‘Sombrinhas’, uma ideia
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totalmente a cara de Belém, espalhou sombrinhas em diversas bancas de revistas e estimulou com que o pedestre passasse, pegasse, usasse durante um momento de chuva ou de muito sol e, em seguida, devolvesse na banca mais próxima, para que alguém pudesse usar em um momento seguinte de aperto. Com o ‘CatAmor’, só durante o Círio 2018, foram milhares de toneladas de latinhas recolhidas transformadas em dinheiro para os catadores e ainda ações de limpeza durante o show do Arraial do Pavulagem. De tantas pequenas grandes ideias, surgiu a Rede Voluntariado, que articula voluntariado para sete causas consolidadas: Abrigo João de Deus; Casa de Davi; Rancho Não Posso Me Amofiná; ORVAM; Grupo Junte-se a Nós; Casa do Autista e Associação Amigos de Belém/ CatAmor. Os dois maiores times do futebol paraense são, inclusive, parceiros solidários diretos do projeto, emprestando a marca às camisas que são vendidas para angariar recursos. “Quem vende mais, marca um gol, e nessa primeira fase, que levou a melhor foi o PSC. A diretoria será presenteada com um troféu em reconhecimento criado pelo Jorge Eiró [artista
plástico], que integra o conselho do Amigos de Belém”, revela Pinho. Vale dizer que, como não poderia deixar de ser, os conselheiros da rede integram o... Conselho de Amigo. O próximo grande embate da associação é cobrar da gestão pública um cinturão de saneamento em torno do Parque do Utinga, que irradie por toda a Região Metropolitana de Belém (RMB) - uma senhora missão, diga-se de passagem. “Quando nos ouviram em relação ao Plano de Manejo, vimos que muitas vezes o problema não é técnico, e que falta quem ouça. A ideia desse cinturão já está no papel. Agora a Sociedade Civil [tem que] fazer seu papel vigilante, isso é cidadania”, estimula Paulo. Sempre com parcerias e patrocínio, a ideia é manter também o ‘Conhecer Belém’, que leva estudantes de áreas de periferia por passeios para que eles conheçam as histórias da cidade, com apoio do Belem Photos, pocket show com Salomão Habib no final e lanche oferecido pelos donos do Supermercados Líder. No canal de YouTube ‘Votei Aí’, são divulgados vídeos que falam sobre a importância de cobrar das autoridades a responsabilidade pelas ações de melhoria da cidade. “A ideia
é não ficar na inércia de deixar tudo nas mãos do Governo. Gostamos de promover a reflexão de que a nossa causa também é sua, é mostrar que prefeito, governador passam, mas nós é que sentimos. É conscientização, cidadania ativa. E eu sou muito chato. Se tenho dez ‘sim’, é porque já levei 100 ‘nãos’”, admite. Atual presidente da associação, ele já antecipa que não concorrerá novamente porque é preciso oxigenação, sempre. “Nossa ideia não é fazer para, e sim com. Fizemos um plano de coleta seletiva para a Prefeitura de Belém que segue até hoje à disposição da gestão e... nada. As novas lideranças vão sair sempre do Terceiro Setor, que só existe pelo que as autoridades deixam faltar. É por isso que o Terceiro Setor existe. Nosso sonho é deixar de existir!”, almeja, esbanjando o espírito do que veleja otimista aproveitando o melhor que o vento pode oferecer, em vez de brigar contra.
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CARTA DE DESPEDIDA Caríssimo, Depois de ter passado por mim como um furacão, depois de ter devorado minha carne e meus dias, acredito ter direito a uma opinião. Você que chegou cheio de promessas otimistas, erotizando o meu simples ato de viver, precisa ler essa carta e carregar a culpa pela profecia não realizada. Quem você pensa que é para invadir a minha vida derrubando todas as certezas? Acha que pode chegar e destruir meus planos só porque é amigo do tempo, dos meses e das horas? Eu sei que o sofrimento é que faz o homem empreender grandes jornadas, mas você deu a sua palavra e garantiu que seria uma temporada florida, calma e tranquila. Lembro quando você surgiu. Eu estava toda de branco, leve e feliz. Tudo, absolutamente tudo em minha vida estava sob controle. No entanto, como habitamos um corpo com dois metros de pele e milhares de pontos sensíveis, estamos sempre à procura de arrepios e novos frissons. É aí que você
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entra, e como todos só falavam de você, eu resolvi acreditar que poderia largar tudo e seguir na sua cola. Eu nem estava bêbada, apesar de ter tomado algumas taças de Champagne. E não foi só a mim que você iludiu, seu bandido! Todos ao meu redor. Todos! As pessoas acreditaram em você, esperaram ansiosamente que com a sua chegada tudo seria melhor, mas não, você chegou e nos fez perder no jogo e no amor, no melhor estilo “se der cara eu ganho, se der coroa você perde”. Pois, como se não bastasse aquela sensação de derrota por não chegar na final do campeonato mundial, você ainda destruiu relações de amizades, separou famílias, construiu muros com tijolos de afinidades perdidas. Como um estranho na minha cama, você sorriu vitorioso por ter conduzido tantos egos para uma suruba antropofágica, num auto-engano coletivo. E agora, só nos cabe catar nossas vestes entre os escombros, depois que você nos deixou pelados,
revelando nossos preconceitos e medos. Mas pensando bem, você chegou para movimentar as placas tectônicas da existência, e isso é bom. Graças a você todos desceram do muro, tudo ficou mais claro, novos afetos se aproximaram, rotas foram recalculadas, tudo saiu do lugar para que possamos estabelecer um novo olhar sobre nós e sobre o mundo. Como dizia Leminski, “todo ser em movimento é perigoso”. Já imaginou o perigo que é escapar da prisão e encontrar a saída? Você agora fica pra trás, cumpriu seu papel. Estamos condenados a seguir adiante. O tempo não para. Seu sucessor se aproxima com novas promessas, lições e rimas. E apesar de muitos estarem ressentidos com sua passagem indelicada, sabemos que foi necessária. Desnecessário foi aquele gol contra do Fernandinho a favor da Bélgica nas quartas de final. Adeus, meu caro 2018.
galeria especial
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Elvis Rocha
divulgação
Mãos que movem o mundo A fotógrafa Naiara Jinknss assina (com o olhar) as fotografias que ilustram a Agenda Leal Moreira 2019 - publicação tradicional e esperada que marca os 33 anos da empresa e resgata a história de seu fundador, Carlos Moreira. Nesta Galeria especial, você conhece um pouco mais da profissional que deu vida a uma das campanhas mais emblemáticas da construtora e do próprio Carlos Moreira.
A
primeira frase de “A Câmara Clara”, último e mais famoso ensaio de Roland Barthes (19151980), diz o seguinte: “Um dia, há muito tempo, dei com uma fotografia do último irmão de Napoleão, Jerônimo (1852). Eu me disse então, com um espanto que jamais pude reduzir: ‘Vejo os olhos que viram o Imperador’”. Corte para os registros feitos pelas lentes de Naiara Jinknss, uma paraense afro-indígena de 28 anos que escolheu o Ver-o-Peso como segundo lar e campo de estudo/produção. Fica fácil ceder à tentação de reconstruir as palavras do semiólogo francês e afirmar, com igual espanto: “Vejo os olhos que viram as pessoas comuns”. Naiara - ou Nay, como é conhecida pelos mais próximos - construiu, apesar da curta carreira, um portfólio sólido o suficiente para situá-la entre os melhores nomes da nova geração de fotógrafos da Amazônia. Seus registros, feitos em câmeras analógicas, digitais e telefones celulares, constituem não só um relato nervoso do cotidiano na maior feira livre da América Latina, mas também servem - por que não? - como um aglomerado de polaróides da identidade local. Afinal, como negar nestes corpos, quase todos negros, esturricados pelo sol e pela labuta, a existência daquela aura mista de alegria e cansaço que só os bailarinos da realidade conhecem tão bem? As imagens captadas por Naiara, nascidas da genuína
relação de confiança estabelecida com suas personagens, quase exalam aromas, por pouco não oferecem sabores. “O Real em sua expressão infatigável”, diria o Barthes. E teríamos todos de concordar. Foi essa capacidade de capturar com fidelidade a natureza dos que fazem a história cotidiana acontecer que levou a Leal Moreira a convidar Naiara para traduzir em imagens um conceito: “Mãos que trabalham”, que compõem a Agenda 2019 - que celebra os 33 anos de história da empresa com a campanha “Há 33 anos a Leal Moreira anda de mãos dadas com você”. Ainda em suas páginas está a história de Carlos Moreira (1937-2018), fundador da construtora, que ilustra o verso das fotografias do caderno. Ele, que assim como muitos dos retratados por Naiara, começou sua trajetória profissional no Porto do Sal, no bairro da Cidade Velha, fazendo as vezes de ajudante nos regatões que levavam suprimentos ao interior do estado. “A narrativa proposta pelas fotos é essa: unir a ideia de construção e tempo, brincar com a ideia de mãos que trabalham, constroem”, explica a fotógrafa. São dez imagens. Uma dezena de closes em mãos jovens/idosas, brancas/negras, femininas/masculinas, todas elas ostentando símbolos da busca diária de pessoas comuns do Norte do país por sustento e sentido. Entre os modelos, claro, quatro selecionados entre os trabalhadores e andarilhos do Ver-o-Peso. »»»
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A identificação com o complexo vem de muito antes do ingresso de Naiara no universo das Artes Visuais. Foi nas redondezas do Veropa que os avós maternos trocaram os primeiros carinhos. Era na feira que ela, menina nascida e criada em Ananindeua, vinha passear com os amigos quando começou a dar os primeiros passos rumo à independência emocional. E foi lá, afinal, que um evento prosaico definiu os rumos que a levaram aos caminhos que trilha desde então. “Eu tinha uns 18 anos. Havia saído de uma cirurgia no pé esquerdo e passei de ônibus na frente do Ver-o-Peso. Como andava sempre com uma câmera digital daquelas bem baratinhas na bolsa, fiz a fotografia de uma mulher esperando na parada, de dentro do ônibus mesmo, e curti o enquadramento. Não tinha nada muito incrível naquela imagem, mas foi a primeira vez que olhei pra uma fotografia feita por mim e pensei: ‘Égua, isso aqui tá bom’”. Leitora voraz que alimentou por anos o desejo de ser jornalista, Naiara virou a chave sem traumas ao descobrir que o curso de Comunicação Social oferecia um mísero semestre de estudos vol-
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tados para as técnicas de fotografia. “Pesquisei bastante e descobri que o curso de Artes Visuais na Unama oferecia um ano e meio de disciplinas de fotografia, estudo da imagem, foi aí que decidi o que ia fazer.” O cavalo do destino estava selado. Entre o começo e o término da faculdade, no entanto, foram muitas as idas e vindas na relação com o universo acadêmico, ao mesmo tempo em que a ligação com os registros de rua se aprofundou. “Eu já fotografava muito e achava que não tinha o menor jeito para a Licenciatura, que eu odiava.” A reconciliação entre os dois mundos viria por meio da influência direta de uma professora, Janice Aguiar, responsável pela disciplina “Arte, Cultura e Sociedade”. Foi ela, Naiara aponta, que uniu fios soltos entre teoria e vivência prática, oferecendo à fotógrafa um novo entendimento sobre o papel do ensino nas artes. “A Janice falava muito de educação em espaços não formais. Foi nessa disciplina que aprimorei minha relação com Belém. Entendi muito das minhas rejeições e passei a ter outra visão, estudar mais as questões da cidade. Mudou tanto as minhas ideias que hoje em dia as abordagens
que faço na fotografia são abordagens de sala de aula, e uso como suporte alguns pensadores da arte e da educação, como a Ana Mae Barbosa, no que faço. Atualmente inclusive gosto mais de ser identificada como educadora social do que fotógrafa”. De canudo na mão e tempo livre, Naiara decidiu passar uma temporada no Rio de Janeiro, onde estudou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Foram quase dois anos longe da capital paraense que a fizeram – estrangeira pela primeira vez – descobrir a própria negritude e aprofundar as reflexões sobre questões ligadas à Amazônia. De volta a Belém, um novo episódio no Ver-o-Peso, que passou a visitar com cada vez mais frequência, a fez repensar a atitude diante de sua produção fotográfica, que praticamente abandonou no período em que esteve no auto-exílio em terras cariocas. “Fui assaltada pela primeira vez no Ver-o-Peso depois que voltei do Rio. Esse acontecimento me deu uma espécie de estalo: ‘E se eu morresse nesse dia, o que ia deixar?’ Passei a levar mais a sério minha produção e a fazer tudo com muito »»»
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mais urgência. A primeira coisa que me propus como trabalho foi: e se aquele menino usasse minha máquina roubada, o que ele fotografaria? Refiz então um caminho imaginário de possíveis registros que ele produziria com minha máquina, passando por vários pontos do Ver-o-Peso, isso imediatamente após ter sido assaltada. O episódio não mudou de maneira nenhuma minha relação com o lugar”. De fato. Desde o retorno a Belém, Naiara vai pelo menos uma vez por semana visitar os amigos/ personagens do local. Chega às três da manhã todas as quintas-feiras, passeia e joga conversa fora até as nove, toma café, compra frutas, fica sabendo das últimas e só depois inicia a rotina
profissional como fotógrafa freelancer e monitora de oficinas em instituições públicas. “Nem sempre vou lá pra fotografar. São meus amigos que estão ali. Sabem se minha mãe foi internada, se eu viajei, quando voltei, essas coisas. Também sei muito sobre a vida deles, de todos. Não é uma relação fotógrafo/fotografado apenas. Bem distante disso”. Uma olhada no Instagram da fotógrafa, por fim, confirma a força desse elo. Das quase 400 imagens postadas desde outubro de 2015, a maioria absoluta é ambientada no Ver-o-Peso e arredores. As cores saturadas e os flagrantes de trabalhadores, andarilhos e malandros de toda sorte são possíveis, neste grau de intimidade, apenas
a quem recebeu passe livre para compartilhar um espaço afetivo muito particular, entupido de idiossincrasias e códigos internos. Longe, muito longe, de dizer que Naiara se resuma ao Veropa - seu trabalho mais recente com comunidades do bairro da Terra Firme e sua produção independente como fotógrafa documental renderiam por si a realização de um novo perfil. Mas é fato que a experiência vivida desde os tempos da adolescência com essa gama tão rica de personagens/situações num tempo-espaço definido da capital paraense, incutiram na fotógrafa um posicionamento bem definido diante da existência, do mundo. Naiara Jinknss, a afro-indígena, tem lado. Não é difícil advinhar qual é. »»»
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Nay Jinknss, com a palavra: “Eu acho que o projeto fica muito mais sólido, muito mais íntimo quando a gente tem a possibilidade de escolher tudo dele, toda produção. Cada peça foi escolhida criteriosamente, porque houve todo um cuidado para fotografar. Enquanto fazia as fotos, só vinha à mente a ideia de evolução, de passagem de tempo mesmo. Fotografei mãos amigas, de trabalhadores que eu considero muito, de pessoas queridas. Cada símbolo é muito específico e todas as pessoas que deram as mãos construíram uma relação de diálogo com o projeto”. CONFIRA: https://www.instagram.com/nayjinknss/
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A Catedral do Mar La Catedral del Mar
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André Pilli
Receitaria
O produtor de conteúdo André Pilli apresenta um canal sobre tecnologia, viagens e entretenimento. Ele também resenha produtos para os apaixonados por fotografia, dando dicas de edição e direção de imagens. Recentemente, passou a compartilhar seus films publicitários para inspirar seus seguidores.
São receitas (talvez uma febre do momento) em vídeos descomplicados, curtinhos. O objetivo é inspirar até os que não tem prática com cozinha. São quase 410 mil inscritos e agora só falta você colocar sua pitada de sal!
SPOTIFY
Spotify Acoustic Hits: Oldies but Goodies A playlist criada pelo Spotify reúne clássicos das antigas em uma pegada soft e moderna. Trilhas de bandas como The Fray, Mumford & Sons e The Script estão presentes. Eclética e tranquila, a playlist é uma excelente pedida para aqueles momentos relax.
YOUTUBE
Este documentário, produzido em 2014, resgata a história do movimento feminista surgido nos Estados Unidos entre as décadas de 60 e 70. Dirigido por Mary Dore, o doc conta com personalidades fundamentais na construção do que hoje conhecemos como feminismo e levanta a bandeira acerca das discussões sobre os direitos reprodutivos, situados em Austin, bem como posicionamentos políticos e geográficos das ativistas.
@instamission O Instagram está deixando de ser apenas uma plataforma para compartilhamento de selfies e caminhando para se tornar o principal veículo de informação instantânea, com conteúdo humanizado e relevante. O Instamission trabalha nesta premissa: é um projeto sobre conexão humana. Mensalmente, a equipe do Instamission organiza missões para os usuários da plataforma: todas com o mesmo propósito, ressignificar a participação e a interação entre as pessoas através do instagram. A jornada mais recente é a #jornadadeautocuidado, seguindo a mecânica proposta: lançamento da missão, engajamento do público (compartilhamentos) através das hashtags que mudam de acordo com o tema da missão.
Documentário: “She’s beautiful when she’s angry”
A série se passa no século 14, período eminentemente feudalista, com a narrativa de Bernat e Francesca. A fórmula que já conhecemos, o casal apaixonado que sofre para ficar juntos, é reinventada neste roteiro sensível e ao mesmo tempo polêmico - peste bubônica, santa inquisição e soberania da igreja são alguns dos temas apresentados ao longo da série.
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HEADPHONE INTRA AURICULAR SEM FIO O grande diferencial deste produto está na otimização da potência de som: o headphone intra auricular permite a sensação de som ambiente ao usuário, que pode desfrutar de suas trilhas sonoras de forma segura e com qualidade máxima de áudio. Um outro ponto a se destacar é o design sofisticado, que investe nas sensações - o produto possui texturas para transformar ainda mais a experiência de quem está ouvindo. Ideal para praticar esportes ao ar livre. Preço Sugerido: A partir de R$ 399 Onde: Walmart Site: www.amazon.com.br
FECHADURA INTELIGENTE A tecnologia que otimiza a nossa rotina chegou para ficar. Conheça a fechadura eletrônica, que opera a partir de sensores de presença, biometria e até aplicativos para celular. Com esse tipo de equipamento, é possível usar um smartphone para abrir a porta de sua residência, por exemplo. A “fechadura smart” faz parte do fenômeno digital que vem conquistando espaços em nossas vidas. Preço Sugerido: A partir de R$ 1.799 Onde: Fast Shop Site: fastshop.com
ROBÔ ASPIRADOR HOUSEKEPPER O housekepper da Polishop limpa, aspira e varre o espaço e, por seu tamanho reduzido, entra em lugares de difícil acesso. Com lâmpada UV, o robô elimina germes, ácaro, fungos e bactérias. É uma novidade prática que promete otimizar a limpeza da casa, além de proporcionar uma sensação futurista. Preço Sugerido: A partir de R$1.799,00 Onde: PoliShop Site: www.polishop.com.br
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Jackson Maine é um cantor no auge da fama. Um dia, após deixar uma apresentação, ele para em um bar para beber algo. É quando conhece Ally, uma insegura cantora que ganha a vida trabalhando em um restaurante. Jackson se encanta pela mulher e seu talento, decidindo acolhê-la debaixo de suas asas. Ao mesmo tempo em que Ally ascende ao estrelato, Jackson vive uma crise pessoal e profissional devido aos problemas com o álcool.
BUSCANDO...
Destaque
Depois que a filha de 16 anos de David Kim desaparece, inicia-se uma investigação pela polícia local. Mas depois de 37 horas sem ter qualquer pista, David decide fazer suas buscas onde ninguém havia ainda investigado: o laptop de sua filha. Neste thriller supermoderno narrado através dos dispositivos tecnológicos que utilizamos todos os dias para nos comunicar, David precisa achar as pegadas digitais deixadas por sua filha antes que ela desapareça para sempre.
10 SEGUNDOS PARA VENCER
Dica
A extraordinária trajetória de Éder Jofre, conhecido como “Galinho de Ouro”, por ter sido eleito o maior peso galo da história do boxe e considerado um dos maiores boxeadores de todos os tempos. Um homem dividido entre a paixão pelo esporte e a vida em família. Pai e filho na busca de um sonho, o de ser um verdadeiro campeão.
OS INVISÍVEIS
Cult
Após o Partido Nazista tornar oficial a perseguição ao povo judeu na Alemanha, muitos deles precisam se tornar praticamente invisíveis, entre eles a jovem órfã Hanni Lévy; o habilidoso falsificador Cioma Schönhaus; o apaixonado adolescente Eugen Friede; e Ruth Arndt, que perde o contato com a família passando-se por viúva e trabalhando para um oficial alemão. Baseado em uma história real.
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IRONIAS DO TEMPO
Destaque
• Luis Fernando Verissimo
Nas voltas e reviravoltas da vida, lá estão elas, as ironias do tempo, o tema da nova antologia de crônicas de Luis Fernando Veríssimo. Faz tempo que o autor registra em suas crônicas nos jornais, toda a poesia, graça e lógica dos principais eventos do Brasil e do mundo. Pensamentos, desastres, sentimentos, escândalos, está tudo ali, acontecendo em tempo real diante dos nossos olhos. Adriana e Isabel Falcão se debruçaram sobre pilhas e mais pilhas de textos produzidos nos últimos vinte anos para montar esta antologia. O resultado é uma curiosa jornada pelo tempo.
Dica
FIQUE COMIGO
• Ayọ̀bámi Adébáyọ̀
Finalista do Baileys Women’s Prize for Fiction, este romance de estreia inesquecível, ambientado na Nigéria dá voz a marido e esposa, enquanto eles contam a história de seu casamento — e as forças que ameaçam destruí-lo. Yejide e Akin se apaixonaram na faculdade e logo se casaram. Porém, após quatro anos de casamento, Yejide não consegue engravidar. Ela está certa de que ainda há tempo, mas a família do marido aparece na sua casa com uma jovem moça que eles apresentam como a segunda esposa de Akin. Yejide sabe que o único modo de salvar seu casamento é engravidar. ‘Fique comigo’ debate as questões familiares da sociedade nigeriana.
Lançamento
APRENDIZADOS
• Gisele Bündchen
Conheça profundamente uma das brasileiras mais respeitadas do século. A caminhada de Gisele Bündchen começou no Rio Grande do Sul, numa casa com cinco irmãs, jogando vôlei e resgatando cães e gatos de rua. Nessa época, a carreira dos sonhos de Gisele estava bem longe das passarelas. Mas, aos 14 anos, numa viagem a São Paulo, o destino interveio e colocou um olheiro em seu caminho. Gisele se tornou um ícone, deixando uma marca permanente na indústria da moda. Ela revela pela primeira vez quem é e quais ensinamentos, em seus 38 anos, a ajudaram a viver uma vida com mais significado.
Confira
UM CRIME DA SOLIDÃO • Andrew Solomon
Uma seleção inédita de textos do extraordinário autor de ‘O demônio do meio-dia’ e ‘Longe da árvore’, que discutem com sensibilidade e empatia os vários aspectos do suicídio e da depressão. Seu autor, Andrew Solomon, tratou de forma singular e inédita sobre esse mal que afeta milhões de pessoas no mundo. Numa edição exclusiva para o Brasil, Solomon reflete sobre casos recentes de suicídio de personalidades, como Anthony Bourdain, Robin Williams e Kate Spade, assim como de literatos, entre eles Sylvia Plath e David Foster Wallace, e ainda Virginia Woolf.
Clássico
OS REIS TAUMATURGOS • MARC BLOCK
‘Os reis taumaturgos’ abriu perspectivas novas para a história, sendo uma das primeiras obras do que hoje se conhece como a Escola dos Annales, o movimento historiográfico mais bem-sucedido de nosso século. Ele aprofunda uma mística: a crença, bem difundida na Europa durante mais de meio milênio, de que os reis de França e Inglaterra tinham o poder miraculoso de curar, com seu toque, uma afecção da pele, as escrófulas. Não bastam os tratados sobre o bom governo, nem as teorias do direito divino e do absolutismo, mas se deve considerar também aquilo que a modernidade desprezou como mera crença ou fábula. Com Os reis taumaturgos nasce, então, a história das mentalidades, mas também um novo modo de pensar a história.
intitucional • LM
Leal Moreira entrega Torres Dumont No dia 27 de outubro, a Leal Moreira entregou, aos seus clientes, o Torres Dumont, 37º empreendimento ao longo de 32 anos de história. Foi uma manhã muito especial para os convidados, que puderam aproveitar a recepção preparada pela Construtora: um brunch, ao som do grupo “Mercado do Choro”, que, ao som de chorinhos clássicos, deu o tom do evento. Ana Célia e Yasmin Blois são as mais novas moradoras do Torres Dumont e estavam encantadas com a privilegiada área de lazer que o condomínio tem. “Quando entrei, fiquei emocionada, porque achei muito bonito e tenho certeza de que será uma ótima moradia para nós”, afirmou Célia. Já Yasmin comemorava o fato de o apartamento, na Torre Pelicano, ser sua primeira casa própria. “Estou muito feliz! O lugar é lindo e já me sinto em casa”, celebrou.
Portaria com Port Cochére
Para André Moreira, diretor de marketing da empresa, a entrega do Torres Dumont teve um sabor todo especial. “O empreendimento é muito bonito e com uma área de lazer maravilhosa, que transforma o condomínio em um clube – com uma diferença de poder viver essa atmosfera até durante a semana e usufruí-lo na hora desejada”. Piscinas
Kátia e Norpetrine Fonseca
Leon Carneiro e Pamela Barra
Jogos juvenis
Marilene Guerra e SolaNge Kahwage
Torres Dumont – conheça mais detalhes do empreendimento em www.lealmoreira.com.br ou acesse nosso canal de relacionamento com o cliente, por meio do telefone: (91) 4005.6800
abiana Matos e Fabiola Mendes
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Flávia Melo
intitucional • LM
Salão Leal Moreira de Imóveis CONSULTE
NTO NO SITE
O REGULAME
IRA.COM.BR
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De 06 a 23 de dezembro a Leal Moreira realizou o segundo Salão de Imóveis de 2018, na loja da construtora, localizada no 4º piso do Boulevard Shopping. Ao longo de quase três semanas de duração, a Leal Moreira apresentou vantagens competitivas e condições especiais para aquisição de apartamentos e lojas comerciais.
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Carlos Moreira é homenageado na Agenda Leal Moreira 2019 Em meio a uma reunião, com todos os colaboradores lotados no prédio-sede da construtora, os diretores da empresa apresentaram a Agenda Leal Moreira 2019, que homenageia seu fundador, Carlos Moreira. O diretor de Planejamento e Marketing, André Moreira, abriu a reunião e emocionouse ao lembrar do pai, falecido em fevereiro de 2018. “Ele continua aqui, entre nós e a presença dele tem de ser uma inspiração para todos”, afirmou. O diretor empresarial, Maurício Moreira, externou a felicidade em ver a trajetória do pai na agenda. “A Agenda Leal Moreira 2019 está muito bonita e faz jus à nossa história!”. Campanha de 33 anos Em 2019 a Leal Moreira completará 33 anos de existência e para celebrar, a campanha institucional enfatizará o trabalho, a humildade, com o tema “Há 33 anos caminhando de mãos dadas com você”.
HÁ 33 ANOS DE MÃOS DADAS COM VOCÊ
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OBRAS EM ANDAMENTO 2 QUARTOS, ELEVADORES E
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TERRA FIORI, O INVESTIMENTO CERTO PARA SUA VIDA. Vendas: Artes e fotos meramente ilustrativas que poderão ser alteradas sem prévio aviso, conforme exigências legais e de aprovação. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas com sugestões de decoração. Medidas internas de face a face das paredes. Os móveis, assim como alguns materiais de acabamento representados nas plantas, não fazem parte do contrato. A incorporação encontra-se registrada no Cartório de Registro de Imóveis, Faria Neto, Único Ofício da Comarca de Ananindeua-PA, no Livro Nº2(RG), matrícula 16911, sob o NºR-5-Matrícula 16911, Protocolo Interno Nº81936, Protocolo Definitivo Nº52465, em 07/06/2013.
Planejamento, Incorporação e Construção:
VENDAS: (91) 3222-5974 Avenida Governador José Malcher, 1350
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Check-list
obras Leal Moreira TO R R E
P ROJ ETO
L A NÇA MEN TO
FUN DAÇÃO
ESTRUTURA
FECHAM ENTOS
ACABAME NTO S
FASE D E E NTR EGA
SE U L E AL MO R E I RA ESTÁ P R O NTO
Torre Lumiar 2 ou 3 dormitórios (1 suíte) • 78m2 e 106m2 • Av. Roberto Camelier, 261 (entre Rua dos Tamoios e Rua dos Mundurucus)
Torre Santoro 2 ou 3 suítes • 123m2 • Av. Governador José Malcher, 2649 (entre Av. José Bonifácio e Tv. Castelo Branco)
Torres Devant 2 ou 3 dormitórios (1 suíte) • 68m2 e 92m2 • Travessa Pirajá, 520 (entre Av. Marquês de Herval e Av. Visconde de Inhaúma)
Torre Unitá 3 suítes • 143m2 • Rua Antônio Barreto, 1240 (entre Travessa 9 de Janeiro e Av. Alcindo Cacela)
Torres Dumont 2 e 3 dormitórios (1 suíte) • 64m² e 86m² • Av. Doutor Freitas, 1228 (entre Av. Pedro Miranda e Av. Marquês de Herval)
Torre Triunfo 3 e 4 suítes (170m²) • cobertura 4 suítes (335m²) • Trav. Barão do Triunfo, 3183 (entre Av. Rômulo Maiorana e Av. Almirante Barroso)
Torres Floratta 3 e 4 dormitórios (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura)
Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br
• PROJETO = elaboração e aprovação de projetos executivos. • LANÇAMENTO = apresentação e início da comercialização do empreendimento. • FUNDAÇÃO = execução de fundações. • ESTRUTURA = execução de estrutura de concreto armado. • FECHAMENTOS = execução de alvenarias/painéis externos e internos. • ACABAMENTOS = execução de revestimentos de argamassa, revestimentos cerâmicos (piso e parede), esquadrias e pintura. • FASE DE ENTREGA = paisagismo, decoração e início do processo de entrega com as vistorias. • SEU LEAL MOREIRA ESTÁ PRONTO
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mês de referência: setembro de 2018
em andamento concluído
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Check-list obra Elo
TO R R E
P R OJ E TO
L A N ÇA M E N TO
FUNDAÇÃO
ESTRUTURA
F EC H A M E N TO S
ACA BA M E N TO S
FA S E D E ENTREGA
SEU LEAL M O R E I R A E S TÁ P R O N TO
Terra Fiori 2 quartos • 44,05 a 49,90 m2 • Tv. São Pedro, 01. Ananindeua. mês de referência: setembro de 2018
em andamento concluído
TORRE JASMIM - JANELAS
TORRE GARDÊNIA - JANELAS
TORRE BROMÉLIA - JANELAS
TORRE VIOLETA - BARRILETE
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LIVING
PISCINA
FACHADA
GARAGEM COZINHA
PASTILHAMENTO
FACHADAS
ÁREA DE SERVIÇO
LIVING
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