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Ano 8 nº 58 - junho/julho de 2010 - R$ 12,00

a chegada dos gigantes Com a compra de usinas sucroalcooleiras por grandes grupos estrangeiros, o paraná entra na rota da concentração e desnacionalização do setor, no momento em que o etanol está pronto para deslanchar

veja também

Tendo trabalhado em algumas das mais importantes produtoras de alimentos do Brasil, Helio Schorr fala sobre o mercado internacional da carne e suas tendências


a defesa do pequeno e médio frigorífico é essencial para a pecuária brasileira. O Brasil possui atualmente um rebanho de 180 milhões de cabeças e, deste rebanho, são abatidos anualmente 40 milhões de animais. Do total produzido, 78% é destinado ao mercado interno, onde atuam os frigoríficos associados a Abrafrigo. O processamento de 31 milhões e 200 mil cabeças representa uma produção anual de 7 milhões de toneladas de carne, com o que as empresas brasileiras têm reais condições de atender grandes e exigentes mercados consumidores internacionais. A Abrafrigo - Associação Brasileira de Frigoríficos, é uma associação civil que foi criada em 2004, justamente o ano em que o Brasil assumiu o primeiro lugar no ranking de maior exportador do mundo de carne bovina em volume e posteriormente em receita cambial, com seu rebanho de alta qualidade, onde predominam as raças zebuínas.

Av. Cândido de Abreu, 427 | Sala 1601-A e 1602 Curitiba/PR - Brasil | Tel.: 55 41 3021 3221 www.abrafrigo.com.br

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Da Redação

Com pé no acelerador As perspectivas de crescimento de 7,5% na economia brasileira neste ano está produzindo uma enxurrada de boas notícias e novas necessidades na área de infra-estrutura. Há uma movimentação incontrolável no mercado de usinas de álcool que passa por um momento de concentração interessante com a entrada de novos players neste mercado, com gigantes como a Shell e a Petrobras entrando decididamente no setor via aquisições. Como sempre acontece nestas situações - e que já se constatou isso no mercado de carnes - o espaço para os pequenos produtores de etanol vai ficar cada vez mais reduzido. Outra notícia é a possibilidade de Paranaguá receber navios maiores a partir da dragagem que foi realizada no Canal da Galheta e dos investimentos que ainda serão feitos no porto paranaense que está com sua capacidade de crescimento cada vez mais limitada. Outra

novidade é a Copel se tornar um grande player nacional no seu setor, a exemplo da mineira Cemig que já andou até tentando comprar a Celesc, estatal de energia catarinense no seu projeto de expansão pelo país.

Agora a Copel decidiu também seguir este caminho, o que é uma notícia alvissareira, já que uma atuação voltada somente ao Paraná não responderia pela necessidade futura de crescimento da empresa. Também não poderia escapar da pauta a recente inauguração da FPT – Powertrain Technologies, em Campo Lar-

go, a mais moderna unidade produtora de motores midsize da América Latina. Braço de motores e transmissões da Fiat, a FPT foi rápida ao atropelar a GM, comprando a fábrica de motores Tritec, joint-venture entre a Chrysler e a BMW. Aplicou R$ 250 milhões para revisar máquinas, processos e manufatura, aplicou um conceito mundial de qualidade pelos parâmetros do WCM – World Class Manufaturing e deu sentido ecológico às instalações. Impressionante. A verdade é que o país está fervilhando de novos projetos, novos empreendedores e grandes obras e, além de tudo isso, há a campanha para as eleições presidenciais. Enquanto a Europa e Estados Unidos ainda se debatem na procura de saídas para acelerar o crescimento, nós vamos aqui com o pé fundo no acelerador. Graças a Deus! O Editor

Paraná&Cia

A Revista Paraná&Cia é uma publicação bimensal da Editora Ecocidade. Rua XV de Novembro, 1700 cj 07 Alto da Rua XV - Curitiba/PR CEP - 80.045-125 Tel (41) 3082.8877 paranaecia@ecocidade.com.br Impressão - Gráfica Capital Jornalista Responsável - Bernardo Staviski | bernardo@ecocidade.com.br Colaboradores - Norberto Staviski, Luis Gaspar, Celsio Correato, José Eduardo Moskevicz, José Roberto da Silva e Souza e Oscar C. Dizzimoto. Assistente de Arte - Lucas Staviski

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Nesta Edição

Entrevista

Eles estão chegando!

Tendo trabalhado por muitos anos em algumas das mais importantes produtoras de alimentos do Brasil, Helio Schorr fala sobre o mercado internacional da carne e suas tendências.

Pág. 06

Com o mercado de etanol aquecido, grandes empresas mundiais iniciam processo de aquisições de empresas brasileiras do setor e o Paraná está na rota. Pág. 10 Pulo do Gato Índice Agronegócio.......................................................16 Aftosa: Mesmo com movimentação intensa do Paraná e Rio Grande do Sul, ainda pode demorar que os dois estados sejam considerados como territórios livres de aftosa sem vacinação.

Logística..............................................................28

Com a nova unidade da FPT, Campo Largo terá a mais moderna planta para produção de motores midsize na América Latina.

Pág. 20

Porto de Paranaguá: Porto passa a receber navios com mais de 300 metros e, com isso, ganha escala e permitirá redução dos custos logísticos como um todo.

Cooperativa........................................................30 Crescendo lá fora: Há 14 anos no Paraguai, a cooperativa paranaense Lar inaugurou unidade própria em San Alberto, Alto Paraná, a oitava unidade naquele país.

Nicho de Mercado..............................................31 Matéria-prima do Oeste: Situada em Marechal Cândido Rondon, onde processa soro de leite, transformando-o num pó utilizado por indústrias como Nestlé e Kraft Foods, a Sooro achou um novo e rentável nicho de mercado.

Energia................................................................32 A brisa que dá lucro: Com grande potencial de geração, a energia eólica vem ganhando maior destaque no Brasil crescendo quase 80% em 2009.

Copel vai ao Mercado

A estatal decide finalmente expandir para fora do Paraná e agora mira projetos em todo o país.

Pág. 24

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Entrevista

Helio Schorr

O futuro da indústria de proteínas animais Helio Schorr, médico veterinário formado pela UFPR em 1975, com mestrado em Economia e Administração pela Purdue University (USA), atuou algum tempo como pesquisador

PR&Cia▶ Como O Sr. está vendo o mercado para a carne bovina brasileira? Schorr▶ O Brasil está vaticinado a ser o maior produtor de proteínas animais do mundo em muito pouco tempo e permanecer assim por décadas. Temos solos férteis em abundância; clima muito adequado; empreendedores arrojados e, muito importante: condição sanitária invejável. É bom lembrar que temos mais de 172 milhões de hectares de pastagens, que hoje são ocupadas por aproximadamente 195 milhões de cabeças de bovinos. É ainda uma produtividade muito baixa. É certo que haverá, num futuro próximo, uma competição muito forte pelo uso do solo no Brasil. A pecuária de corte terá que se modernizar. Não há praticamente mais possibilidade de expansão horizontal. O crescimento da produção de grãos que fatalmente ocorrerá, será às custas de áreas de pastagens. A pecuária bovina terá, portanto, que obrigatoriamente melhorar seus níveis de produtividade.

PR&Cia▶ Isso é ruim para o setor? Schorr▶ Não. Isto só trará bedo Instituto Agronômico do Paraná e é experiente condu- nefícios para o negócio carnes no Brasil. Já metor de negócios em empresas do agronegócio, lhoramos bastante. tendo trabalhado por muitos anos em produção em 1970 o Brasil É bom lembrar que de bovinos de corte e integrações de frango de tinha 78 milhões em 1970 tínhamos corte em algumas das mais importantes coopede cabeças em 78 milhões de carativas e empresas produtoras de alimentos do 154 milhões de beças em 154 miBrasil. Nos últimos anos se dedicou mais forhectares. hoje lhões de hectares e temente ao comércio internacional de carnes possui 195 milhões que hoje temos 195 de cabeças em de frango, suínos e bovinos. Hoje é requisitado milhões de cabeças 172 milhões analista dos mercados internacionais, fazendo em 172 milhões de de hectares. palestras em fóruns técnicos no Brasil e em dihectares. PraticaPraticamente versos países da Europa, América do Norte e dobrou a densidade mente dobramos a densidade em 40 Ásia. A seguir, a sua entrevista sobre o mercado em 40 anos anos. Precisamos internacional e as tendências do setor:

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Entrevista

Helio Schorr

fazer muito mais. A competição demandará investimentos em tecnologias que permitam crescimento com sustentabilidade e qualidade. A população mundial está crescendo, enriquecendo e envelhecendo. Demanda cada vez mais proteínas de melhor qualidade, saudáveis e práticas. Sustentabilidade, sanidade, segurança alimentar, rastreabilidade são os pontos cruciais para embasar este crescimento. Temos também que considerar que o mercado doméstico brasileiro é um dos mais importantes do mundo. Somos 190 milhões de habitantes consumindo 37 kg de carne bovina per capita. São mais de 7,2 milhões de toneladas vendidas no Brasil. Quando olhamos para fora vemos que o Brasil exporta mais de 2 milhões de toneladas, gerando uma receita superior a 5 bilhões de dólares.

em muitos outros lugares do mundo está fadada ao fracasso econômico. Não tem como competir com o Brasil ou a Argentina. O difícil é explicar para um fazendeiro irlandês que o seu negocio só sobrevive às custas dos subsídios pagos pelo cidadão comum. Não fosse isto, ele estaria quebrado. Recentemente, uma missão de técnicos europeus esteve visitando as indústrias brasileiras e verificando o sistema

"Mercados também pouco explorados e com potencial muito grande são os da África. O Brasil tem desempenhado um papel diplomático importante na África. Precisamos transformar PR&Cia▶ Mas alguns países a diplomacia e a União Européia não reco- em resultados nhecem isso. comerciais" Schorr▶ A maioria dos problemas que temos, não somente com a União Européia, mas com outros importantes importadores não são de origem sanitária como alegado por eles. São barreiras comerciais travestidas de sanitárias. Muitas destas barreiras ainda virão. Teremos que ter tenacidade para ultrapassá-las. É bom lembrar que a Europa, na última década foi assolada por febre aftosa e encefalopatia espongiforme (vaca louca),afora muitos outros problemas sanitários ainda mais graves do que os que tivemos no Brasil. Em nenhum momento o Brasil tomou partido da infelicidade deles para ter vantagens comerciais. A verdade é que a produção animal na Europa e

de controle sanitário e de rastreabilidade implantado pelo Ministério da Agricultura. Saíram bastante impressionados. Espera-se que o relatório por eles apresentado venha a reduzir um pouco a pressão sobre a indústria. Isto vai facilitar o fluxo de carnes do Brasil para aquele mercado. PR&Cia▶ E como está a situação em outros mercados? Schorr▶ Temos uma posição muito firme e sólida na Rússia e nos países árabes. Temos um trabalho muito grande para ser feito nos países asiáticos. Coréia e Japão só compram de regiões ou países livres de febre aftosa

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sem vacinação. Por enquanto só temos Santa Catarina nesta condição e sabemos que não é exatamente um estado produtor de carne bovina. Nestes países temos também a concorrência e a pressão dos Estados Unidos que tem feito acordos comerciais importantes. PR&Cia▶ E a China. Vamos conseguir fazer exportações diretas para lá? Schorr▶ A China é um mercado gigantesco, com uma população enorme que está aumentando significativamente a sua renda e, portanto, a demanda por proteínas de origem animal. Tem sido muito difícil vender carne diretamente para a China continental, embora haja plantas habilitadas. As tarifas e a burocracia são praticamente intransponíveis. O que se faz é negociar com Hong Kong, que é muito mais fácil. Outro ponto importante: A China demanda principalmente produtos de menor valor agregado. PR&Cia▶ Há novos mercados naquela região? Schorr▶ Outros países importantes na Ásia são: Indonésia, Malásia, Filipinas e outros do Sudeste Asiático. Nestes mercados sofremos concorrência muito forte de fornecedores tradicionais como Austrália e Estados Unidos. São mercados essenciais. Tem grande população, renda crescente e consumo de carne bovina muito baixo. Devemos investir muito nestes mercados. Mercados também pouco explorados e com potencial muito grande são os da África. O Brasil tem desempenhado um papel diplomático importante na África. Precisamos transformar a diplomacia em resultados comerciais.


PR&Cia▶ E nossos competidores como Austrália e Argentina, como estão? Schorr▶ A Austrália é talvez o mais tradicional exportador de carne bovina do mundo. Tem se aproveitado da sua condição sanitária privilegiada, sem febre aftosa, para atingir mercados em que o Brasil está bloqueado. Por isto e por sua localização, tem tratamento privilegiado nas trocas comerciais e obtém preços bem mais atraentes que o Brasil. A Argentina está, ano a ano, perdendo competitividade. Nos últimos anos, tem se aproveitado das taxas de câmbio favorecidas em relação ao Brasil. Isto tem feito deles um competidor muito forte. PR&Cia▶ Nesse mercado onde imperam grandes como a JBS Friboi, há espaço para pequenos frigoríficos? Schorr▶ Certamente. O Brasil tem uma das indústrias de carnes mais modernas do mundo. Temos padrões de qualidade, higiene e sanidade incomparáveis. Pequenas e médias empresas brasileiras são tão boas ou melhores que as melhores do mundo. Nosso problema não é de qualidade. Nossos problemas são comerciais. Os frigoríficos menores tem todas as possibilidades. São tecnologicamente adequados e tem uma agilidade comercial que os grandes algumas vezes perdem. Há nichos de mercado que os grandes produtores não querem ou simplesmente não podem atender. Sempre digo que a vantagem dos pequenos é que vendem para produzir enquanto os grandes produzem para vender. Os pequenos tem, portanto, todas as condições de atender mais adequadamente as espe-

cificidades de cada mercado. PR&Cia▶ As barreiras sanitárias existentes hoje, podem ser superadas? Schorr▶ O mercado mundial de carnes é, para o Brasil, uma corrida de obstáculos. Toda vez que ultrapassarmos uma barreira, outra maior será levantada. Não fosse assim, quebraríamos a indústria de carnes de quase todo o mundo. Há produtores

"A indústria de carne bovina no Brasil gera um produto total superior a R$ 50 bilhões e a sua cadeia de produção emprega mais 7,5 milhões de pessoas direta ou indiretamente. Não estamos falando de uma indústria qualquer" que só existem graças às barreiras sanitárias, comerciais a aos subsídios vergonhosos que existem. Graças a Deus a ao empenho e dedicação do pecuarista e do industrial brasileiro, o negócio de carnes no Brasil está com a musculatura de um atleta olímpico. Estamos prontos para derrubar barreiras cada vez mais fortes. Derrubá-las depende também de um apoio forte das autoridades. Trabalhar sozinho nisto é uma luta inglória. PR&Cia▶ E o futuro das exportações, como será? Schorr▶ Apesar das barreiras, o futuro da indústria de proteínas

animais do Brasil é brilhante. Não há nenhum país com as nossas condições de produção e a nossa capacidade de atender as demandas de uma população que cresce e enriquece. Precisamos andar para frente em termos tecnológicos, melhorando índices de produtividade e parâmetros de qualidade. Prestar atenção à sustentabilidade também é fundamental. PR&Cia▶ O mercado brasileiro está consolidado? Schorr▶ Ainda não. Podemos crescer muito. Há mercados importantes que podemos suprir. Se melhorarmos o status sanitário, entraremos em novos e importantes mercados. Devemos também focar no aumento de valor agregado de nossos produtos. Mais que quantidade, devemos querer valor. Precisamos também ter uma postura comercial mais agressiva. Penso que o Brasil precisa deixar de ser comprado para ser vendido. O apoio das autoridades brasileiras é fundamental para continuarmos crescendo. A indústria de carne bovina no Brasil gera um produto total superior a R$ 50 bilhões e a sua cadeia de produção emprega mais 7,5 milhões de pessoas direta ou indiretamente. Não estamos falando de uma indústria qualquer. Estamos falando de um negócio altamente profissionalizado que gera empregos, renda, bem-estar. Diferente do que algumas autoridades pensam e erroneamente difundem, não é o boi o vilão ecológico do Brasil. Há espaço para um enorme crescimento sem que seja necessária a derrubada de uma árvore sequer. Há um mundo de pessoas que querem e precisam da carne produzida no Brasil ■

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mercado sucroalcooleiro

Eles estão chegando!

Com o mercado de etanol bastante aquecido, grandes empresas mundiais iniciam processo de aquisições de empresas brasileiras do setor e o Paraná entrou no roteiro por ser o segundo maior produtor do país. Por aqui, a Petrobras resolveu ingressar na área prometendo fazer oito aquisições milionárias, mas deve acontecer uma gradativa e enorme desnacionalização no setor.

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esde meados de 2009, o mercado sucroalcooleiro tem passado por um intenso processo de fusões e aquisições com a entrada de novos e grandes grupos internacionais e com a movimentação cada vez mais agressiva da Petrobras no setor. Muito disso se deve a crise do setor e a posterior crise econômica internacional, quando diversas empresas enfrentaram escassez de crédito, baixa expectativa de crescimento e baixa produtividade das safras. O Paraná entrou efetivamente neste roteiro com a compra da produtora paranaense de álcool e açúcar Vale do Ivaí, situada no Noroeste do estado pela maior

refinaria de açúcar da Índia, e resta pouco lugar para peShree Renuka Sugars. O valor quenos e médios empreendifoi de US$ 82 milhões mais a mentos. Uma característica do absorção de dívidas na casa mercado paranaense aonde sode US$ 240 milhões. Segun- mente o grupo Santa Terezinha possui condições do informações de fazer frente da Associação aos novos grude Produtores pos. De resto, é de Bioenergia do um quadro que Estado do Parase espalha pelo ná (Alcopar), foi foi o valor pago país. o primeiro nepela produtora Muitos progócio com uma paranaense, mais jetos de novas grande empreabsorção de dívidas u s i n a s fo r a m sa internaciointerrompidos nal ocorrido no estado. Mas outros deverão e cerca de 50 unidades foram acontecer porque, a partir do colocadas à venda desde 2008. momento que grandes players Somente em fevereiro de 2010 entram no mercado t udo houve quatro importantes muda, espaços são ocupados, anúncios de negócios. O pri-

US$ 82 milhões

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mercado sucroalcooleiro

meiro, e um dos mais importantes, foi a assinatura de um memorando de entendimentos entre a Shell e a Cosan para a criação de joint venture no Brasil. Além dos ganhos no mercado de combustíveis, a união das empresas, avaliada em US$ 12 bilhões, poderá tornar a Shell uma das maiores produtoras de etanol e açúcar do mundo. O segundo foi o anúncio da fusão da ETH Bioenergia e Brenco. O terceiro foi a aquisição, pelo principal produtor de açúcar indiano, o grupo Shree Renuka Sugars, de 50,8% da Equipav Açúcar e Álcool. A participação majoritária na brasileira foi comprada por US$ 329 milhões e o negócio prevê renegociação de dívidas. O quarto anúncio foi a compra de 50% da Usina Vertente, do Grupo Humus, por parte da Açúcar Guarani, do grupo frances Tereos. A operação envolveu R$ 105 milhões. O processo de fusões e aquisições começou com força em 2009 com a criação de uma joint venture, entre a LDC

Bioenergia, braço da francesa Louis Dreyfus Commodities no Brasil, com a Santelisa Vale. Com o acordo, a francesa passará a ter 60% da companhia, capaz de processar mais de 20 milhões de toneladas de cana-

"A predominância de grupos estrangeiros reflete o levantamento do Banco Central, de que entre janeiro de 2007 a junho de 2009, o Brasil recebeu cerca de US$ 3,1 bilhões de investimentos estrangeiros na indústria do etanol" Adriano Pires

-de-açúcar por safra, criando a segunda maior companhia mundial de açúcar, etanol e bioenergia. No fim de 2009 a multinacional Bunge finalizou

A produtora paranaense de álcool e açúcar Vale do Ivaí, comprada pela maior refinaria de açúcar da Índia.

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a aquisição das ações do Grupo Moema, que possui uma usina de cana de açúcar em Orindiúva (SP), além de participação em outras cinco. A transação de US$ 1,5 bilhão não envolveu dinheiro, foi realizada através da troca de ações com os acionistas da Moema, que passaram a deter cerca de 9% das ações da Bunge na Bolsa de Nova York. Com a finalização das negociações, a Bunge adquiriu 100% de 4 das 5 usinas do Grupo Moema. Ficou de fora a Usina Vertente. Pesquisa divulgada pela KPMG mostra que de 2000 ao terceiro trimestre de 2009, o setor sucroalcooleiro registrou 99 fusões e aquisições envolvendo empresas brasileiras, sendo que apenas nos últimos três anos, foram 45, dos quais 22 foram negócios de empresas de capital estrangeiro adquirindo representantes nacionais. “Pode-se dizer que, hoje, os principais produtores brasileiros são grupos estrangeiros. Ou seja, a consolidação do setor esta se dando através de uma desnacionalização. A predominância de grupos estrangeiros reflete o levantamento do Banco Central, de que entre janeiro de 2007 a junho de 2009, o Brasil recebeu cerca de US$ 3,1 bilhões de investimentos estrangeiros na indústria do etanol”, explicou Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Mas os grupos paranaenses também estão se mexendo. Após meses de negociação, o grupo paranaense Santa Terezinha concluiu a compra da Usaciga Açúcar, Álcool e Energia Elétrica SA, perten-


Quatro importantes anúncios de negócios no setor sucroalcoleiro no início de 2010 O negócio

No que resultou

Joint venture no Brasil entre a Shell e a Cosan

poderá tornar a Shell uma das maiores produtoras de etanol e açúcar do mundo, um negócio avaliado em US$ 12 bilhões

Fusão da ETH Bioenergia e Brenco.

O negócio, que envolve troca de ações, tem valor estimado em R$ 7 bilhões

Aquisição de 50,8% da Equipav Açúcar e Álcool pelo grupo indiano Shree Renuka Sugars.

A compra da fatia majoritária da Equipav é o segundo negócio do grupo indiano no Brasil. O negócio prevê a injeção de R$ 600 milhões na companhia sucroalcooleira e produtora de energia elétrica de biomassa. A empresa indiana assumirá, ainda, proporcionalmente, parte da dívida de R$ 1,5 bilhão da Equipav

Compra de 50% da Usina Vertente, do Grupo Humus, por parte da Açúcar Guarani, do grupo frances Tereos

A francesa passará a ter 60% da companhia, capaz de processar mais de 20 milhões de toneladas de canade-açúcar por safra, criando a segunda maior companhia mundial de açúcar, etanol e bioenergia

cente à família Barea, com uma usina em Cidade Gaúcha (PR) e um projeto "greenfield", paralisado, em Eldorado (MS). A empresa, que está entre os maiores grupos sucroalcooleiros do Centro-Sul, não revelou o valor do negócio mas os ativos industriais da Usaciga, que tem capacidade de moagem de 2,3 milhões de toneladas de cana por ano, estavam avaliados em US$ 230 milhões - considerando o preço médio de US$ 100 por tonelada instalada. O roteiro foi o mesmo de todos os negócios do tipo: no ano passado, os sócios da Usaciga - família Barea (51%) e a empresa de investimentos Clean Energy Brasil (49%) anunciaram ao mercado que

estavam em dificuldades finan- lhões de toneladas, ante as 14,2 ceiras e que precisam de um milhões de 2009/10. Com mosócio estratégico. A dívida era agem de 40% da cana paranaquase toda de curto prazo, sen- ense, o grupo Santa Terezinha do R$ 100 milhões em moeda tem participação majoritária nacional e cerca de US$ 60 mi- em dois terminais portuários lhões em moeda - um de açúcar, estrangeira. a Pa sa ( Pa raná Operações Mas há ouPor t uár ias), e t ros negócios foi o número possíveis no Paoutro de álcool, de operações raná e a Santa envolvendo empresas o Álcool do PaTerezinha que raná Terminal brasileiras insolventes nos concluir a comPortuário SA, e últimos 3 anos pra da Coocarol também é acio(C o o p e r a t i v a nista de uma das Agroindustrial dos Produ- maiores tradings nacionais, a tores de Cana), de Rondon CPA Trading. (PR), também arrendada em O apetite demonstrado pe2008 pela empresa, que tem los grandes players parece ser uma estimativa de moagem de cada vez maior, assim como as cana para esta safra, de 18 mi- cifras que envolvem cada nego-

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mercado sucroalcooleiro

ciação. Depois de realizar a sua primeira aquisição no Paraná, o grupo indiano Shree Renuka Sugars Ltd. comprou a parte majoritária da Equipav Açúcar e Álcool, que tem usinas nas cidades paulistas de Promissão e Brejo Alegre. O negócio prevê a injeção de R$ 600 milhões na companhia sucroalcooleira e produtora de energia elétrica

"Estamos anunciando a construção de mais uma grande empresa brasileira de biocombustível. A parceria apresenta importantes sinergias com outros ativos do sistema Petrobras" Miguel Rossetto

de biomassa. A empresa indiana assumirá, ainda, proporcionalmente, parte da dívida de R$ 1,5 bilhão da Equipav, que será renegociada. No Paraná, há pelo menos mais três usinas em dificuldades que se encaixam no perfil de futuras aquisições e, no país, nos últimos três anos, houve uma média de 1,52 operação desse tipo por mês. Foram 58 operações envolvendo mais de 100 das cerca de 400 usinas de açúcar, álcool e bioeletricidade brasileiras. Famílias como Biagi, Junqueira e Rezende Barbosa, até então sinônimos de usineiros, fizeram apostas erradas na crise, enfrentaram dificuldades e viraram acionistas minoritários de grandes companhias. E com a entrada da Petrobras

no setor, a movimentação deve continuar quente. Um player nacional A maior empresa brasileira montou uma estratégia agressiva para investir no mercado de etanol e deu um mandato ao Bradesco para comprar oito usinas de etanol procurando garantir a liderança no setor de biocombustível e evitar o problema de desabastecimento de etanol como o que ocorreu no início do ano, com os problemas de quebra da safra de cana-de-açúcar provocados pelo excesso de chuva. O objetivo é da estatal passar a deter pelo menos 25% da produção nacional de etanol, e seu primeiro investimento no setor foi a compra de 40% da usina mineira Total, por R$ 150 milhões. Mas a mais importante até aqui foi a associação da Petrobras Biocombustível com o Grupo São Martinho com a formação da empresa Nova Fronteira Bioenergia S.A., com a qual projeta elevar a sua capacidade de moagem de cana-de-açúcar de 20 milhões para até 30 milhões de toneladas por ano até 2014. A Nova Fronteira Bionergia controla a usina Boa Vista, atualmente em produção, e o projeto SMBJ Agroindustrial S.A., ambos localizados em Goiás. A Petrobras Biocombustível, que ficou com 49% das ações da nova sociedaPetrobras firma parceria no setor de cana-de-açúcar: Em abril, a Petrobras já havia adquirido 45,7% do capital da Açúcar Guarani num negócio calculado em R$ 1,6 bilhão. A Guarani é a quarta maior processadora de cana de açúcar do Brasil.

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de, fez um aporte de R$ 420,8 milhões enquanto o Grupo São Martinho entrará com seus ativos. A usina de Boa Vista terá sua capacidade de moagem ampliada dos atuais 2,5 milhões de toneladas de cana para 7 milhões de toneladas na safra 2014/15. A nova empresa terá um patrimônio líquido de R$


858,8 milhões e dívida líquida de R$ 409,5 milhões. "Estamos anunciando a construção de mais uma grande empresa brasileira de biocombustível. A parceria apresenta importantes sinergias com outros ativos do sistema Petrobras", ressaltou Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustível.

Em abril, a Petrobras já havia adquirido 45,7% do capital da Açúcar Guarani num negócio calculado em R$ 1,6 bilhão. A Guarani é a quarta maior processadora de cana de açúcar do Brasil. Segundo Rossetto, os investimentos no Centro-Oeste, com o São Martinho, e o no Sudeste, com

a Guarani, são "os dois grandes veículos de crescimento da companhia na área de etanol." "Estamos muito concentrados na consolidação dos dois investimentos", afirmou. A estatal projeta ter entre 4% e 5% da produção de etanol do país em 2014. Como se vê, muita coisa ainda irá acontecer ■ Foto: Agência Petrobras

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Agronegócio

Aftosa

Com o pé no freio Mesmo com movimentação intensa dos governos e empresários do Paraná e Rio Grande do Sul, e de suas respectivas divisões sanitárias, ainda pode demorar que os dois estados sejam considerados pela OIE como territórios livres de aftosa sem vacinação.

C

onseguir o status de território livre de aftosa sem vacinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), é uma ambição que já foi declarada pelo Paraná e pelo Rio Grande do Sul. Há uma movimentação intensa dos governos e empresários do dois estados e de suas respectivas divisões sanitárias, mas a conclusão é a de que não deve existir precipitação sob pena de se repetir a experiência ocorrida no Rio Grande do Sul, em abril de 2000. Naquela época os gaúchos deixaram de vacinar seu rebanho porque há sete anos não registravam casos da doença, situação pare-

cida com a de hoje. Porém, em agosto daquele mesmo ano, foi identificado um foco de aftosa no município de Jóia, no Norte do estado, que se espalhou rapidamente e obrigou ao sacrifício de 11 mil animais pondo tudo a perder e trazendo muita frustração. Conseguir este status, que hoje no Brasil somente Santa Catarina possui desde maio de 2007, no entanto, é algo possível, embora ainda seja necessária muita cautela. E gratificante pelas vantagens que traz para o setor, com a possibilidade de abertura de mercados como o dos Estados Unidos, Coréia do Sul e Japão para a carne in

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natura brasileira e melhores preços para o produto. “O status de região livre da doença sem vacinação é interessante, mas o trabalho tem de ser muito bem estruturado e com garantias muito grandes”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ronei Lauxen. “Nós temos consciência de que queremos isso, mas ainda não estamos preparados”, acrescenta o diretor executivo da entidade, Zilmar Moussali. “Tanto a Abrafrigo como o Sindicarnes-PR são favoráveis a obtenção deste status mas enquanto não tivermos estru-


foram aprovados no concurso foram contratados 44. A Seab precisa de 65 médicos e 401 técnicos agrícolas. Foram chamados 48 médicos, mas apenas 15 se apresentaram. Do total de técnicos apareceram 25%. Tudo isso é muito importante porque nos dois estados, a partir de momento em que se reconhece o status, em relação ao trânsito de animais, não será mais permitida a entrada de bovinos e bubalinos vacinados e isso tem de ser controlado por meio das barreiras instaladas nas regiões de fronteira.

"O status de região livre da doença sem vacinação é interessante, mas o trabalho tem de ser muito bem estruturado e com garantias muito grandes" Ronei Lauxen

É por isso também, que o Rio Grande do Sul está procurando envolver nas discussões tanto o Uruguai como a Argentina. O primeiro país, por sinal, também está procurando trabalhar nesta direção. O Secretário es-

tadual de Agricultura gaúcho, Gilmar Tietböhl informa que possui um quadro de vigilância sanitária com 400 técnicos e pede cautela. “Para garantir um sistema de vigilância durante 24 horas por dia esse contingente teria que ser dobrado”, garante ele. No Paraná, o que se sabe, é que quando o estado estiver pronto para suspender a vacinação, o Mapa deverá realizar uma auditoria. Caso esteja tudo certo, após um ano é possível realizar a solicitação para a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que pode demorar até dois anos para apresentar o resultado. O secretário estadual de Agricultura, Erikson Camargo Chandoha, diz, no entanto, que o Estado vai precisar ainda de uma estruturação das barreiras sanitárias. A ideia é fazer a licitação das obras onde é possível e, onde não for, realizar parceria com a iniciativa privada. Hoje, há 33 barreiras sendo que 60% delas estão adequadas e o restante precisa de reforma e restruturação. Além disso, será necessário construir mais duas barreiras. Segundo ele, a parte que já está pronta é a informatização, compra de veículos e móveis, o que quer dizer que ainda falta muita coisa ■

Foto: AENotícias

tura, equipes bem treinadas e fiscalização rigorosa, é melhor não fazer este tipo de tentativa”, comenta o presidente das entidades, Péricles Salazar. O Paraná estava mais avançado nestas tratativas mas dificilmente vai conseguir o reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação este ano como o estado pretendia porque não conseguirá cumprir todas as adequações exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até novembro quando acontece a segunda etapa da campanha de imunização deste ano. Os principais problemas, hoje, são a falta de pessoal e a necessidade de adequação de todas as barreiras sanitárias e ainda a construção de duas novas. Durante reunião realizada em junho do Conselho de Sanidade Animal (Conesa), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), representantes de mais de 20 entidades tentaram esclarecer dúvidas sobre o processo, mas ficaram sem respostas. A avaliação do momento é que ainda não há data para suspender a vacinação dos animais. O chefe do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) da Seab, Marco Antonio Teixeira Pinto, disse que a secretaria é que será responsável pela fiscalização em parceira com a iniciativa privada, ou seja, com os produtores. Hoje, há 394 Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária no Estado que podem ajudar neste trabalho. Mas há necessidade de mais pessoal. Em 2006, o governo do estado realizou um concurso para médicos veterinários e técnicos agrícolas. Dos 63 que

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Aconteceu Crescimento maior no planeta No início de julho o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou para 4,6% sua previsão de crescimento mundial para 2010, devido ao forte impulso da Ásia na primeira metade do ano, mas expressou preocupação sobre a crise das dívidas em países europeus. O novo cálculo da entidade supera em quatro décimos o de abril e mantém sem mudanças sua previsão para 2011, de 4,3%. Segundo o organismo, os países emergentes e as economias em desenvolvimento crescerão este ano meio ponto percentual a mais que o anteriormente previsto. Este au-

mento foi liderado pelo Brasil, sobre o qual o FMI subiu sua previsão de crescimento em 1,6 pontos percentuais, para 7,1% este ano. Já a China terá um crescimento superior a 10% em 2010 e o da Índia está prestes a alcançar as duas cifras.

Klabin investe no Paraná para ampliar produtividade A Klabin está aportando R$ 60 milhões em uma linha de transmissão da futura hidrelétrica Mauá (PR), da Copel e de uma subsidiária da Eletrobras. A Klabin será consumidora de parte da energia da hidrelétrica. Além disso, futuramente, os dois próximos grandes investimentos da Klabin, ainda sem data, serão no Paraná: uma linha de produção de celulose de 1,5 milhão de toneladas e uma máquina de papel de 400 mil toneladas de cartões por ano integradas.

Céu de brigadeiro na Embraer A Embraer anunciou que entregou 69 aviões no segundo trimestre de 2010, contra os 56 despachados no mesmo período de 2009. O aumento ocorreu com entregas maiores de jatos executivos e um volume menor de aviões comerciais enviados a clientes. A carteira de pedidos firmes da empresa somava 15,2 bilhões de dólares em

30 de junho, uma queda de 5 por cento sobre os 16 bilhões de dólares dos três primeiros meses do ano. Um ano antes, a carteira estava em 19,8 bilhões de dólares. A empresa entregou 40 jatos executivos no segundo trimestre, mais que duas vezes o volume de 19 aviões do segmento despachado no mesmo período de 2009. A maior parte das entregas foi do pequeno

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Phenom 100, somando 35 unidades. No semestre, foram 59 envios. Na aviação comercial foram 29 aviões, contra 35 um ano antes, dos quais 15 do modelo 190. De janeiro a junho, a área acumula 50 entregas. No total, a Embraer entregou no primeiro semestre um total 110 aviões, incluindo um Legacy 600 do segmento de defesa, contra 96 de janeiro a junho de 2009. A expectativa de entregas para 2010 é de 90 aviões comerciais e 137 jatos executivos. Em 2009, as entregas totalizaram 244 unidades, incluindo o segmento militar.


Demora Injustificada O Brasil ocupa a 4ª posição (de um total de 87) em um ranking elaborado pelo Banco Mundial com os países em que leva mais tempo para um estrangeiro abrir uma empresa. Segundo o estudo, no país, o prazo médio para que todas as licenças necessárias ao funcionamento da companhia sejam emitidas é de 166 dias. À frente do Brasil no ranking estão Venezuela (179 dias), Haiti (212) e Angola (263). Dentre as nações em que a situação é melhor, estão o Vietnã (94 dias) e a Indonésia (86). Os países em que a legislação mais facilita a abertura de empresas por estrangeiros são Ruanda e Geórgia, com quatro dias cada, Canadá (6 dias) e Afeganistão (7). Nos Estados Unidos, o processo leva, em média, 11 dias.

Repsol em Antonina

Mais comida A produção agrícola global precisa dobrar até 2050 para que a segurança alimentar mundial seja garantida, informa a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O diretor-geral assistente da FAO e representante regional para Ásia e Pacífico, Hiroyuki Konuma, disse que a estimativa se baseia na previsão de que a população do mundo somará 9,1 bilhões de habitantes em 2050. A expectativa da FAO é de que o Brasil eleve sua produção em 40% até 2019, enquanto China, Índia e Rússia deverão expandir as safras em 20%. Se concretizados, esses aumentos resultarão em produção agrícola global 1,8% maior. Konuma disse que, para atingir o objetivo, os investimentos agrícolas na região da Ásia e do Pacífico precisariam somar US$ 120 bilhões por ano, nos próximos 40 anos. Em escala global, os investimentos devem totalizar US$ 200 bilhões por ano.

Companhia petrolífera líder na América Latina quer investir no Porto de Antonina Empresários argentinos da empregos diretos. companhia petrolífera Repsol, A localização geográfica e uma das dez maiores emprea infraestrutura do terminal sas energéticas do mundo e a portuário de Antonina foram maior companhia privada do destacadas pelo grupo como setor na América Latina, visi“extremamente favoráveis taram no começo para o desenvolde julho o termivimento dos proEstimativas nal paranaense de jetos”. Segundo o apontam que sejam gerados Antonina interesgerente de fábrica 700 empregos sados na instalação da Repsol, Ariel diretos de uma fábrica de Pozzi, uma avaliaplataformas de peção detalhada das tróleo que atenda a Petrobrás características gerais do porna exploração do petróleo em to paranaense será feita nos alto mar, além da criação de um próximos meses e as consiporto naval para reparo de naderações iniciais são bastante vios e rebocadores. Estimativas positivas. “Estamos animada companhia apontam que, sodos para fechar esta parceria mente na fábrica de plataformas e aproveitar todo o potencial petrolíferas, sejam gerados 700 que foi apresentado”, afirma

Pozzi. “É uma atividade de longo prazo, para a produção de navios plataformas que atuam em alto mar na retirada de petróleo da camada pré-sal”, disse o diretor da empresa Bueno Engenharia, Avelino Bueno, que acompanha o grupo argentino.

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Foto APPA


Investimentos

FPT

O Pulo do Gato

A FPT, uma das empresas do Grupo Fiat, inaugura sua nova unidade industrial a partir da compra de uma das fábricas de motores mais modernas do mundo, instalada na antiga Tritec Motors, em Campo Largo/PR. O local será sede da maior e mais moderna planta para produção de motores midsize na América Latina, em um investimento de R$250 milhões.

F

oi uma grande jogada do grupo FIAT. Aproveitou a briga da BMW com a Chrysler e comprou uma das fábricas de motores mais modernas do mundo em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. Com a tecnologia que veio junto com a aquisição, a empresa pretende alavancar maiores vendas no mercado mundial, já que os motores produzidos na antiga fábrica da Tritec embarcavam veículos de sucesso mundial como os Mini Cooper e foram considerados por

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revistas especializas como os melhores do mundo. Após dois anos de investimentos em intervenções tecnológicas, o Grupo Fiat deu início oficialmente à linha de produção da FPT (Fiat Powertrain Technologies) de Campo Largo/ PR, a mais moderna unidade produtora de motores midsize da América Latina. Com investimento de R$ 250 milhões em adaptações na planta, a empresa aumenta sua capacidade de produção de motores e câmbios em 20% no Mercosul, atingindo um poten-


Nova unidade A unidade industrial da FPT em Campo Largo produzirá a família de novos motores E.torQ da Fiat, que serão utilizados no Punto 2011

cial produtivo de 2,5 milhões de sistemas de propulsão por ano. “Antes da aquisição, a produção dessa planta era voltada exclusivamente para a exportação, o que atesta o caráter global dos novos motores E.torQ. Hoje estamos prontos para atender não só ao mercado brasileiro e sul-americano, mas também clientes dos cinco continentes, pertencentes ou não ao Grupo Fiat, o que é um grande passo na estratégia da FPT”, diz Franco Ciranni, superintendente da FPT para o Mercosul. A fábrica, que fica a 20 minutos de Curitiba, produzirá apenas a família de novos motores E.torQ da Fiat, que serão utilizados no Punto 2011. A produção da FPT Campo Largo teve início em fevereiro, com capacidade inicial de

330 mil motores por ano, com previsão de chegar a 400 mil em 2012. Segundo o principal executivo do grupo na América Latina, Cledorvino Belini, os investimentos no braço de propulsores e peças da multi-

"O Paraná já tem um parque automotivo muito sólido, bastante avançado. Nosso objetivo é, gradativamente, contribuir para seu crescimento, tentando trazer fornecedores que hoje são de outras regiões do país" Alfredo Altavilla

nacional italiana teve início em 2008 e acompanha outra série de aportes em vista de ampliar os resultados. "Com isso, prevemos crescimento da Fiat na América Latina de dois dígitos para este ano. No Brasil, pretendemos crescer 8%", destacou Belini, sem falar de valores. Melhorias para a região A aquisição desta planta por parte da FPT deve gerar cerca de 500 novos empregos diretos e 1.500 novos empregos indiretos, impulsionando o crescimento econômico da cidade de Campo Largo, do pólo industrial local e do estado do Paraná. Alfredo Altavilla, CEO da FPT, afirmou que “a compra da unidade industrial de Campo Largo permitirá à empresa o alcance de dois importantes

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Investimentos

FPT

objetivos estratégicos: o primeiro deles é a ampliação da atual gama de produtos, oferecendo ao mercado motores extremamente modernos e competitivos. O segundo, por conseqüência, é o de ampliar ainda mais as nossas vendas para novos clientes potencialmente interessados neste novo produto”. “O Paraná já tem um parque automotivo muito sólido, bastante avançado. Nosso objetivo é, gradativamente, contribuir para seu crescimento, tentando trazer fornecedores que hoje são de outras regiões

Quando a FPT concretizou do país. É um trabalho que será feito aos poucos, de modo a aquisição da Tritec Motors, proporcional ao crescimento a porcentagem de componentes importados dos volumes pronos motores era duzidos”, explica de 30%. A emCiranni. “Essa fápresa, então, reabrica nunca proé o número de lizou um grande duziu mais de 200 motores por trabalho de momil motores por ano que a FPT bilização de forano, e essa marca Campo Largo deve necedores, a fim vamos alcançar já produzir até 2012 de reduzir esse em 2011, passanpercentual – hoje do numa segunda etapa a 330 mil e, depois, a 400 em 10% – sem jamais abrir mão mil. Naturalmente, os fornece- da excelência dos propulsores. dores verão que é interessante "No próximo ano vamos chegar se incorporar a essa oportuni- a 5%", diz Alfredo Altavilla, principal executivo da FPT. A dade.”

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400 mil


Concebida com o conceito de produção enxuta, a FPT Campo Largo considera aspectos como ecologia, qualidade, alto nível do corpo profissional, gestão, produtos e processos – com elevado índice de automação e alta tecnologia incorporada.

meta da empresa é, em 2011, fabricar os motores E.torQ com 95% de componentes nacionais. Segundo Altavilla, um trabalho que chama de reengenharia abriu espaço para ampliar as

compras de peças no mercado brasileiro. "O parque de fornecimento de motores do Brasil é um dos melhores do mundo", afirma. Dessa maneira, a empresa também impulsiona a

economia local. A projeção é de que, em médio prazo, poderá se formar um novo polo industrial automotivo nas imediações de Campo Largo, a exemplo do que ocorreu em Betim após a chegada da Fiat – o que significa empregos e riquezas para a região, além de melhorar a competitividade e o desenvolvimento industrial ■

A FPT A FPT é uma das empresas do Grupo Fiat especialista em motores e transmissões. A companhia está presente em dez países, possui 22 fábricas e 14 centros de pesquisas. Com um total de 20 mil empregados em todo o mundo, produzindo 2,6 milhões de motores e 2,4 milhões de transmissões, registrou em 2009, um faturamento total de € 5 bilhões. Além de produtos para a Fiat, a FPT também desenvolve peças para outras montadoras.

A FPT Campo Largo ficou responsável pela fabricação da família de propulsores E.torQ, nas versões 1.6l 16v e 1.8l 16v, flex e a gasolina.

E.torQ 1.6l 16v

E.torQ 1.8l 16v Revista Paraná&Cia | junho.julho 2010 .23


Expansão

Copel

A Copel vai ao mercado

Mesmo com atraso, a Copel decide finalmente expandir para fora do estado e agora mira projetos em todo o país. Exemplo disso é uma concorrência forte que venceu em São Paulo por novas linhas de transmissão.

S

empre muito fechada dentro de si mesma e sem grandes arroubos de imaginação, nos últimos anos a Copel se ateve ao mercado local, enquanto sua grande concorrente em termos de desempenho, a Cemig, de Minas Gerais, deu saltos gigantes ao ocupar fatias do mercado brasileiro concorrendo com as grandes empresas estrangeiras que entraram no setor. A estratégia da empresa, no entanto, deve estar mudando com as trocas de diretoria pelas quais passou. No dia 11 de junho, por exemplo, a subsidiária de geração e transmissão da Copel foi um dos grandes destaques no leilão da Aneel realizado em São Paulo, para a concessão de novas obras de transmissão de energia elétrica. A Companhia arrematou a concessão de dois empreendimentos, ambos no interior do estado de São Paulo e integrantes do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), que reforçarão a rede básica do Sistema Interligado Nacional mediante investimentos estimados em cerca de R$ 270 milhões. Outro sinal: quando a Cemig fez uma oferta para adquirir a problemática Celesc, do vizinho estado de Santa Catarina, a Copel também fez a sua e não deixou a mineira ocupar um espaço que, em tese, deveria ser seu. Na verdade, a Copel perdeu tempo e capacidade de expansão entre as energéticas, ao não ver simplesmente o que acontecia lá fora. O resultado é que não há

como confrontar a nossa estatal da com seus bons lucros e há com a Cemig, cujas ações valem ausência de bons projetos para o dobro da regional por uma ra- investimentos no Paraná, devizão muito simples: ela só per- do ao esgotamento do potencial de no Brasil para a Eletrobras. energético. Seja como for, esta Minas Gerais, sem alarde, nos foi a primeira vez que a Copel últimos cinco anos investiu R$ disputou em leilão a concessão 5 bilhões em cinco aquisições de empreendimentos em São do setor; comprou Paulo. “É uma a italiana Terna e conquista do Paavançou em neraná, consequência da orientação gociações com a Light; conta com que nos deu o go63 usinas e capavernador Orlando é o valor cidade de geração Pessuti de procuestimado para as de 6,7 MW e o varar expandir os concessão de dois lor de mercado de negócios da Coempreendimentos suas ações, negopel para que ela se em SP arrematados fortaleça e possa ciadas no Brasil, pela Copel Nova York e Escontinuar crespanha, é da ordem cendo”, observou de R$ 20 bilhões, o triplo do que o presidente da estatal paravaliam no início do governo Aé- naense, Ronald Ravedutti. “A cio Neves meta é consolidar uma posição Talvez não seja tarde para de destaque para a Companhia empatar essa disputa, já que a dentro dos setores de geração e Copel está muito capitaliza- transmissão de energia elétrica

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R$ 270 milhões


no País, e as duas obras que arrematamos no leilão registram de forma marcante a concretização do desejo do governador, que é de ver a Copel disputando novos empreendimentos com mais ousadia e arrojo”. Segundo Ravedutti, o sucesso da Copel no leilão de transmissão “reafirmou a força e a competitividade da Companhia e, mais do que isso, a qualificação e a competência de todo o seu quadro”. A estatal paranaense vai construir e operar uma nova linha de transmissão com 356 quilômetros de extensão conectando, na tensão de 500 mil volts, as subestações Araraquara 2 e Taubaté, e uma subestação com 300 MVA (megavolts-ampères) de capacidade na cidade de Cerquilho, localizada na região centro-leste do estado, a 150 quilômetros da capital paulista. O prazo para a entrada em operação dos dois empreendimentos é de 24 meses, contados a partir da outorga das concessões, cuja validade é de 30 anos. O primeiro dos dois empreendimentos arrematados pela Copel no leilão foi a construção e operação de uma linha de transmissão em 500 mil volts e 356 quilômetros de extensão entre as subestações Araraquara 2 e Taubaté, colocado em disputa com o teto de R$ 31,2 milhões de remunera-

ção anual máxima permitida. O lance vencedor apresentado pela Copel, de R$ 21 milhões, significou deságio de 36% sobre o máximo permitido. Essa linha de transmissão, segundo a Aneel, vai possibilitar o escoamento pleno da energia proveniente das usinas do rio Madeira (Jirau e Santo Antônio) até os principais centros de carga na região Sudeste. “Essa referência ilustra bem a importância dessa linha de transmissão que iremos construir”, sublinha Ronald Ravedutti. “As usinas do rio Madeira estão entre os principais reforços com que conta o

"Mas o nosso interesse não se restringe à transmissão. Queremos recuperar mercado em geração também" Edson Sardeto

Sistema Elétrico Interligado nos próximos anos, e o transporte dessa energia até os centros de consumo é uma etapa crucial do processo”. Estimativas preliminares da Copel indicam que essa obra deverá demandar investimentos da ordem de R$ 230 milhões, aproximadamente. Já a Aneel calcula que as obras possam gerar cerca de 900 empregos diretos. A cidade paulista de Cerquilho tem aproximadamente 40 mil habitantes e está localizada nas proximidades de Piracicaba, Sorocaba e Campinas, região que vem registrando forte crescimento nos níveis de consumo de energia elétrica por estarem O presidente da estatal paranaense, Ronald Ravedutti: aposta na expansão.

sendo incorporadas novas atividades do setor industrial na região. Lá, onde já operam duas subestações, a Copel irá construir a terceira, na tensão de 230 mil volts e com 300 MVA de potência de transformação, adicionando mais eletricidade para o suprimento de toda a região. Novo mercado Segundo nota da empresa, a conquista de dois lotes no leilão de transmissão realizado hoje marcou o ingresso da estatal paranaense Copel no mercado de energia do Estado de São Paulo. Na disputa, a empresa ganhou a concessão da linha de transmissão (LT) Araraquara 2 - Taubaté e da subestação Cerquilho III, vencendo empresas estabelecidas no mercado paulista, como Cteep e Furnas. "Para nós, a entrada em São Paulo é estratégica", disse o diretor de engenharia da Copel, Edson Sardeto, após conclusão da licitação, promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo ele, o ingresso da Copel já reflete a nova diretriz da companhia de ser mais agressiva nos leilões promovidos pelo governo federal, postura incorporada com o ingresso de Ronald Ravedutti na presidência da companhia recentemente. Sobre a participação em novos leilões, o executivo disse que a Copel tem interesse em linhas de transmissão no Sul e no Sudeste. "Mas o nosso interesse não se restringe à transmissão. Queremos recuperar mercado em geração também", disse o executivo. Segundo Sardeto, a participação da Copel em geração caiu de 5%, em 2002, para 3,5%, em 2010. Além de disputar os leilões de novas usinas, a estatal não descarta aquisições de ativos existentes ■

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Bússola

Bebendo para esquecer a crise O consumo de uísque do tipo scotch vem batendo recordes no mundo todo e, em 2009, as exportações da Escócia atingiram algo próximo a US$ 5 bilhões. As explicações para isso são várias, mas as mais criativas apontam que na Europa e Estados Unidos se bebeu muito mais para esquecer a crise do ano passado, enquanto que nos países emergentes se consumiu mais scotch justamente para comemorar bons resultados das economias diante das dificuldades. Segundo as agências de notícias internacionais, as vendas no ano passado em, relação a 2008, aumentaram 44% no Brasil, 7% na África do Sul e 13% nos Estados Unidos e na França. Para atender à demanda, empresas como Pernod Ricard e Diageo fizeram investimentos de cerca de US$ 890 milhões de dólares nos últimos três anos em ampliação da capacidade de produção e construção de novas destilarias.

Emprego em alta O aumento de 4,2% no emprego industrial em maio em comparação a igual mês do ano passado representou a maior variação neste quesito apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde outubro de 2004, quando a expansão foi da mesma magnitude. O resultado de maio representou a quarta taxa positiva consecutiva na ocupação do setor e em termos regionais, ante maio de 2009, houve aumento do emprego na indústria em todas as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, com destaque de influência positiva para São Paulo, que contribui com cerca de 40% da ocupação nacional do setor e registrou expansão de 3,3% nesse confronto.

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Crédito continua aquecido A busca dos consumidores brasileiros por crédito cresceu 16,6% no primeiro semestre do ano em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Serasa Experian, empresa especializada em informações financeiras. No mês de junho, houve alta de 4,1% na demanda por crédito em relação ao mesmo mês de 2009 e queda de 10,2% diante de maio deste ano. A queda na comparação mensal, de acordo com a Serasa Experian, está ligada à realização de três jogos da seleção na Copa do Mundo em dias úteis de junho, o que reduziu as operações de crédito. Além disso, o Dia das Mães, comemorado em maio, tradicionalmente gera mais operações de crédito que o Dia dos Namorados, em junho. No semestre, a alta foi puxada pelos consumidores de baixa renda que apresentaram aumento de 26,6% na demanda por crédito.

Foto: SECS


Outra Supersafra

Conab estima colheita recorde de 8,6% a mais que as 135,13 milhões toneladas da última safra A safra de grãos no Brasil, ciclo 2009/10, foi estimada pela Conab no início de julho em 146,75 milhões de toneladas no seu 10º levantamento, o que significa uma colheita recorde de 8,6% a mais que as 135,13 milhões toneladas

da última safra. Com relação A soja deve alcançar 68,7 ao levantamento de junho, milhões toneladas, 20,2% ou houve uma redução 11,5 milhões tode 168,4 mil tonenelada s a ma is ladas. O motivo é que na safra antea correção na área rior. Para o milho de plantio e na pro- é quanto deve ser segunda safra, o dutividade do feijão o crescimento da crescimento prepróxima safra de terceira safra, afevisto é de 11,9%, soja tado pelo clima, no com um total de estado da Bahia. 19, 41 m i l h õ e s toneladas. A produção total do cereal deverá atingir 53,46 milhões toneladas, somadas a primeira e a segunda safras, com ganho de 4,8% em relação ao período passado. O total de área plantada é de 47,34 milhões de hectares, inferior em 0,7% (338,9 mil ha) à safra 2008/09.

20,2%

Standard Logística se alia a ALL e ao Terminal de contêineres A paranaense Standard Logística investiu R$ 15 milhões na construção de uma unidade de armazenagem frigorificada e na ampliação da infraestrutura do Terminal Intermodal Rodoferroviário em Cambé para operar com a América Latina Logística (ALL) e o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). O armazém vai funcionar como Redex-Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação, transpor-

tando a carga da ferrovia direto para o navio. A unidade aguarda liberação do Ministério da Agricultura na primeira quinzena de agosto para trabalhar com produtos de origem animal da Big Frango e Seara. O armazém tem capacidade para cinco mil posições palets numa primeira fase e deve alcançar a 15 mil posições na segunda etapa. São 34 mil metros quadrados de área total, contemplando o armazém

para cargas frigorificadas e secas, pátio com 60 tomadas para contêineres reefer e depósito para 700 contêineres vazios.

Foto:APPA

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Logística

Porto de Paranaguá

Embarcando Gigantes Porto de Paranaguá passa a receber navios com mais de 300 metros e, com isso, ganha escala e permitirá redução dos custos logísticos como um todo.

N

o começo de julho, o Porto de Paranaguá recebeu o navio Cap Scott, com 295 metros de comprimento, 32 metros de largura e capacidade para 5.047 unidades de contêineres, a maior embarcação já recebida no terminal paranaense. Embarcações deste tipo, denominadas de Pós-Panamax devido a seu tamanho ultrapassar o limite das comportas do Canal do Panamá, são consideradas de grande porte e permitem diminuir custos de frete e aumentar a quantidade de carga transportada. Seu uso é uma tendência mundial, e quem não se adaptar a ela pode começar a perder carga e receita. A liberação para a entrada deste tipo de embarcação foi assinada pelo superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Mario Lobo Filho, levando em consideração uma portaria publicada pela Capitania dos Portos do Paraná. Daqui para frente, o Porto de Paranaguá está autorizado a receber navios com até 301 metros de comprimento e 40 metros de largura. Até aqui, a norma de navegação vigente só permitia a entrada

de navios com no máximo 285 metros de comprimento. De acordo com o capitão dos portos do Paraná, Marcos Antônio Nóbrega Rios, “a dragagem feita no ano passado foi importante para possibilitar a atracação de embarcações maio-

"A dragagem feita no ano passado foi importante para possibilitar a atracação de embarcações maiores, assim como a implantação e manutenção de melhorias" Marcos Antônio Nóbrega Rios

res, assim como a implantação e manutenção de melhorias e normas de segurança exigidas pela Marinha do Brasil”. As vantagens de poder receber navios de grande porte são destacadas pelo diretor-superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva. “Teremos maior oferta de carga

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reefer (congelados) já que estes navios são mais modernos. Além disso, a decisão mantém Paranaguá como um porto estratégico para a América Latina”, afirmou. “Este ganho de escala permitirá redução dos custos logísticos como um todo, a ser refletido em toda a cadeia de suprimentos. A expectativa é de que os navios seguirão crescendo, demandando para 2011 portos estruturados para receber embarcações acima de 330 metros de cumprimento. O desafio será investir na expansão dos berços existentes, em equipamentos de última geração e principalmente em dragagem, para calado acima de 14 metros”, disse Silva. Segundo Mário Lobo Filho, a medida deve garantir maior competitividade ao terminal paranaense e atrair novos usuários. “Os navios Pós-Panamax são resultado da modernização do comércio internacional e o Porto de Paranaguá, como um dos mais importantes do Brasil, acompanha esta evolução. Com a movimentação de grandes volumes de carga nossas operações ficam mais dinâmicas e lucrativas para exportadores e importadores” ■


Um pouco do histórico e perspectivas navios de 9 mil TEUS e está construindo seu Até o início da década de 2000 a média próprio terminal de contêineres privativo, o de capacidade dos navios que passavam pela Tecon Santa Catarina, junto com o Grupo costa brasileira era de 2,5 mil TEU’s ( medida Battistella, em Itapoá, Santa Catarina, jusequivalente a um contêiner de 20 pés). Nos tamente para receber este tipo de últimos anos, porém, esta capaciembarcação. O novo porto deve dade vem dando saltos: chegou a Em ser inaugurado no final do ano e 3,8 mil TEU’s em 2005; subiu logo trabalhará como “hub port”, ou para 3,8 mil TEU’s e hoje está em seja, receberá carga dos navios 5,9 mil TEUS. No final do ano, a a empresa principal empresa de navegação planeja colocar maiores e distribuirá para o restante do país em navios menores ou em operação que trabalha com contêineres na navios de 9 mil por outros modais. Mas Paranaguá América Latina, a Hamburg Süd, TEUS não está sozinha nas dificuldades pretende colocar em operação o para receber este tipo de embarcaprimeiro de uma série de navios ção: Santos e maioria dos portos brasileiros com capacidade de 7,1 mil TEUS. Um navio enfrentam o mesmo problema de como se como este não entra em Paranaguá com seu preparar para o futuro da navegação. calado atual. Para 2014, a empresa planeja

2014

Foto: Rodrigo Leal / Appa

Embarcações do tipo Pós-Panamax (foto), que Porto de Paranaguá começa a receber, são uma tendência mundial, e quem não se adaptar a ela pode começar a perder carga e receita.

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Cooperativa Lar Rodrigues Com mais de 8.500 associados hoje e grande investimento em estrutura e equipamentos, a marca Lar é exemplo em crescimento e expansão. A primeira das unidades inauguradas no Paraguai, há 14 anos, foi a de Mbaracayú, um marco inicial de vendas e recepção de grãos. A essa unidade, se somam outras sete e o escritório central em Ciudad del Este. Atualmente são mais de 700 clientes, a área de atuação é superior a 100 mil hectares cultivados e 300 mil toneladas de grãos que são recebidos e comercializados. Além da diretoria executiva da Coopearativa Lar, a cerimônia de inauguração foi prestigiada pelo vice-ministro da Indústria do Paraguai, Salvador Imbernice; pelo prefeito de San Há 14 anos no Paraguai, a Alberto, Romildo Maia; autoridades militares e eclesiásticas, cooperativa paranaense Lar além de um grande número de inaugurou unidade própria em San produtores rurais. A unidade Alberto, Alto Paraná. A oitava está em funcionamento, e já recebendo a produção do miunidade naquele país. lho segunda safra. "Estamos undada há 46 anos por de agroquímicos, 3 silos metáli- prontos para desempenhar um um grupo de agriculto- cos com capacidade individual ótimo trabalho, até porque esta res que buscavam maio- de 10 toneladas, balança para é a estrutura mais ampla e mores vantagens e competitivida- 100 toneladas, tombador de 80 derna da Cooperativa", garantiu de na aquisição de insumos toneladas, secador de 130 to- o gerente da Lar no Paraguai, agrícolas e na comercialização neladas/hora e esOvídio Zanquet. de sua produção, a Cooperati- trutura de recepção A nova estrutura va Agroindustrial Lar cresceu de 33 mil toneladas. conta com a No Brasil capacidade mais do que seus pioneiros O total de invesA sua área de estática de podiam imaginar, chegando timentos chega a ação está centrada armazenagem até mesmo a cruzar fronteiras. US $ 3. 50 0 .0 0 0 . na Região extrePresente no Paraguai desde "A proposta em superior a 30.000 mo -oeste Pa ratoneladas 1996, a cooperativa inaugurou implantar unidanaense, atuando no final de junho uma unidade des em outro país em 12 municípios. própria no município paraguaio além da expansão econômica, Conta com 14 unidades de rede San Alberto, Alto Paraná. A gera a integração entre culturas cepção de produtos agropecuestrutura conta com a capaci- e disponibiliza oportunidades ários, com industrialização de dade estática de armazenagem de emprego e renda, o que con- soja, mandioca, vegetais congesuperior a 30.000 toneladas, tribui com o crescimento local lados, aves e 13 postos de venda alta capacidade de beneficia- e internacional de ambos os pa- de insumos e supermercados mento e secagem de grãos e íses", disse o diretor presidente onde também são realizadas as ainda com um depósito central da cooperativa, Irineo da Costa atividades administrativas ■

Crescendo fora da fronteira

F

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Nicho de Mercado Sooro

Matéria-prima do Oeste Situada em Marechal Cândido Rondon, onde processa soro de leite, transformando-o num pó utilizado por indústrias como Nestlé e Kraft Foods, a Sooro achou um novo e rentável nicho de mercado.

C

riada por dois ex-funHá pouco mais de cinco anos cionários da Coope- o BRDE liberou R$ 3,8 milhões rativa Central Frime- para que a empresa iniciasse suas sa, Willian da Silva e Esméria atividades. E, de lá para cá, a SoEngels, a Concentrado Indús- oro não parou de crescer, comtria de Produtos Lácteos, mais provando a visão que Willian conhecida como Sooro, está e Esméria tinham do negócio. situada em Marechal Cândido Tanto que, em meados de juRondon, no Oeste paranaense nho, o BRDE liberou mais R$ 7 milhões destinaonde processa soro dos à implantação de leite (subproCom os novos de uma Unidade duto da fabricação empréstimos do de Processamento do queijo), transBRDE, a empresa formando-o num pretende duplicar de Concentrado a capacidade e Protéico de Soro pó que é utilizado triplicar seu que irá duplicar a por indústrias de faturamento capacidade da emalimentos do porte presa e vai triplicar da Nestlé e Kraft Foods. É um nicho de mercado seu faturamento hoje na casa que foi percebido pelos empre- dos R$ 20 milhões. Com essa endedores quando ainda tra- operação, a empresa, de origem balhavam na cooperativa que, familiar, poderá se transformar por sinal, chegou a iniciar um na maior fabricante de soro de projeto nesta área, ao qual não leite em pó do Paraná. Os sócios da empresa , chegou a dar seqüência. “Nós fundamos a nossa em- William da Silva e Leandro presa a partir da desistência da Tenfem, disseram que com essa Frimesa de investir no setor por- linha de crédito vão ampliar a que havia muitas oportunida- capacidade de produção. Com des para crescer já que boa par- isso, acreditam que, em cinco te deste tipo de matéria-prima anos, vão dobrar a produção de é importada”, conta Willian da soro de leite em pó das atuais 36 Silva. E O BRDE foi a instituição escolhida pelos empreendedores para o primeiro contato em direção a um financiamento que permitisse o início da atividade que, inclusive, possui um impacto ambiental positivo, uma vez que, quando o soro não é industrializado ou convenientemente tratado, representa um grande risco ao meio ambiente uma vez que seu potencial poluidor é cerca de cem vezes maior que o esgoto doméstico.

toneladas por dia em equivalente pó para 70 toneladas por dia em equivalente pó. Atualmente, são fornecedores para grandes indústrias de alimentos que fabricam achocolatados e sorvetes, principalmente. A própria Kraft Foods se interessou em assessorar a empresa no seu projeto de ampliação para transformá-la em seu fornecedor brasileiro. Com a linha de crédito no valor de R$ 7 milhões, os investimentos da Sooro somam R$ 10,8 milhões, somente em recursos do BRDE. O empresário adiantou que com os recursos pretende investir na construção de sistemas de produção e torre de secagem mais modernos. Segundo Silva, a fabricação desse tipo de produto é muito comum na Europa e Estados Unidos, mas o Brasil costuma utilizar matéria-prima importada. A fábrica gera em torno de 120 empregos diretos e com a expansão decorrente do financiamento do BRDE, pretende ampliar o número de empregos diretos para algo entre 150 a 170 postos de trabalho ■

Instalações da Concentrado Indústria de Produtos Lácteos, mais conhecida como Sooro, situada no Oeste paranaense

Revista Paraná&Cia | junho.julho 2010 .31


Energia

Energia Eólica

A brisa que dá lucro

Com grande potencial de geração, a energia eólica vem ganhando maior destaque no Brasil crescendo quase 80% em 2009.

A

crescente demanda no consumo de energia elétrica devido ao crescimento econômico desses últimos anos e a expansão da rede elétrica, que proporciona um maior acesso à energia, tornou necessário investimentos no setor em novas alternativas. Tenta-se hoje, de forma ainda modesta, expandir a oferta de energia com novas concessões para construção e exploração de usinas hidrelétricas ou com a retomada do projeto de construção de uma terceira usina nuclear, ou mesmo com as fontes alternativas de energia que vêm sendo destaque devido ao baixo impacto ambiental. E é nessa terceira alternativa que se vislumbra maior crescimento. Ganhando maior destaque no país, a energia eólica aumentou no Brasil 77, 7% em 2009, em relação ao ano anterior. Com isso, o país passou a ter uma capacidade instalada de 606 megawatts (MW), contra os 341 MW de 2008, segundo dados divulgados pelo Conse-

lho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês), mostrando que o país cresceu mais do que o dobro da média mundial que foi de 31%. Tratando-se das formas al-

"O Brasil tem ainda muito terreno para crescer na energia eólica, sendo importante por complementar o potencial hidráulico. Inclusive porque ela não consome água, que é um bem cada vez mais escasso" Pedro Perrelli

ternativas de produção, o Brasil se destaca por seu grande potencial eólico, sendo estimado em 143.000 MW, ou o equivalente a quase oito itaipus segundo o Ministério de Minas e Energia. Atualmente, somente uma parte irrisória é utilizada. A importância de tal recurso é tanta que estima-se que com ela é possível produzir aproximadamente 12% da energia mundial, representando a não emissão de 10 bilhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera considerando um período de 12 anos, sendo que parte significante dos 12% está concentrada por aqui. O Brasil se destaca em números porque cresceu mais, por exemplo, que os EUA, que

Capacidade mundial de utilização de energia eólica 180,000 160,000 140,000 120,000 100,000

O crescimento da energia eólica no mundo tem sido vertiginoso. Em 2008 a capacidade total instalada atingiu a marca dos 115.000 MW, equivalente a cerca de 8 usinas de Itaipu. Entre 1998 e 2007 a média anual de crescimento ultrapassou os 28% ao ano!

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80,000 60,000 40,000 20,000 0

Itaipu 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010


teve aumento de 39%, a Índia (13%) e a Europa (16%), mas menor que o da China, cuja capacidade de geração ampliou-se em 107%. Entretanto o país cresceu menos do que a média da América Latina, cujo aumento foi de 95%, puxado, em grande parte, pelas expansões de capacidade do México (137%), Chile (740%), da Costa Rica (67%) e Nicarágua (que saiu de zero para 40 MW). De acordo com a pesquisa, a capacidade da América Latina passou de 653 MW para 1,27 gigawatt (GW ou 1.270 MW), enquanto a capacidade do mundo ampliou-se em 37,5 GW, chegando a 157,9 GW. Em termos absolutos, os Estados Unidos têm uma capacidade de

35 GW, a China, de 25 GW, a tem ainda muito terreno para Índia, de 11 GW e a Europa, crescer na energia eólica, sendo de 76 GW. importante por complementar O Brasil responde por cerca o potencial hidráulico. Includa metade da capacidade insta- sive porque ela não consome lada na América água, que é um Latina, mas reb e m c a d a ve z presenta apenas mais escasso e vai ficar cada vez 0,38% do total mais controlado, mundial. Para o d i sse Per rel l i . diretor-executié o potencial De acordo com vo da Associaeólico estimado ção Brasileira de a ABEEólica, a do Brasil, ou o Energia Eólica capacidade insequivalente a talada de energia (A BE E ól i c a) , quase oito itaipus Pedro Perrelli, o eólica no Brasil desenvolvimento do parque deve crescer ainda mais nos eólico do país só não é maior próximos anos. Isso porque porque o Brasil tem muita um leilão realizado no ano capacidade hidrelétrica ins- passado comercializou 1.805 talada e potencial. Segundo MW que devem ser entregues ele, apesar disso, o Brasil até 2012 ■

143 mil MW

Moinhos de Energia

Os países com maior participação eólica no consumo de energia elétrica (em porcentagem do total) 1º

Dinamarca ............. 21,4%

Espanha ................... 8,8%

Portugal ....................... 7% Alemanha...................... 7%

Índia .......................... 1,7%

Inglaterra .................. 1,5%

Itália .......................... 1,3%

Estados Unidos ......... 0,8%

França ....................... 0,7% BRASIL .................. 0,23

Revista Paraná&Cia | junho.julho 2010 .33


Artigo

O quebrador de jornais por Norberto Staviski

Exatamente um ano depois da Gazeta Mercantil circular com sua última edição e fechar definitivamente suas

portas depois de 83 anos de existência, o empresário baiano Nelson Tanure comunicou oficialmente que o centenário Jornal do Brasil vai deixar de circular e ficar somente com suas páginas na Web. Tanure um dia sonhou em ser um grande empresário de comunicação, mas vai é ficar marcado como o empresário que mais prejudicou o setor, um Midas ao contrário que tudo que toca vira pó. Especialista apenas em adquirir empresas quebradas para depois passá-las adiante, não teve talento para levantar tanto a Gazeta Mercantil como o Jornal do Brasil e contribuiu efetivamente para o seu final melancólico. Ressalve-se, no entanto, que parte da culpa da quebra de dois dos maiores e mais tradicionais veículos de comunicação do país também é da nossa legislação trabalhista que, entre multas e sentenças desenxabidas, deixou a Gazeta Mercantil com um passivo impagável de R$ 200 milhões. O total de dívidas do Jornal do Brasil estima-se em R$ 100 milhões, mas o desfecho destas ações todo mundo já sabe: muita pouca gente vai receber alguma coisa. O mais triste de tudo isso

é ver um exemplo do que de melhor já se produziu no jornalismo brasileiro simplesmente naufragar. O Jornal do Brasil, até a década de 80, era o nosso New York Times até na modelagem dos textos com “lead” de no máximo cinco linhas. Independente, sem interferências dos proprietários, a Condessa Carneiro Pereira e sua família, o jornal tinha a melhor equipe e a melhor linha editorial do país. Se algum jornalista aparecia como promessa no mercado, o JB ia lá contratá-lo pagando sempre

"O mais triste de tudo isso é ver um exemplo do que de melhor já se produziu no jornalismo brasileiro simplesmente naufragar" mais do que o dobro do que ele ganhava. E sempre inovava: criou o primeiro caderno de cultura do país - o Caderno B - e foi o primeiro jornal a ter uma editoria de economia, além de ter um projeto gráfico anos luz na frente de seus concorrentes como o Globo e Estadão. A Folha de São Paulo, muito atrelada ao regime militar da época, sequer existia como jornal. Problemas financeiros decorrentes de uma aventura de tentar ingressar no segmento de TV na época do governo Geisel fizeram com que o jornal começasse a soçobrar. Sua independência, de certa manei-

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Norberto Staviski, ex-diretor da Gazeta Mercantil no Paraná, é jornalista em Curitiba

ra, ameaçava a ditadura militar e o projeto de TV foi vetado por Geisel, mas a dívida ficou. Enquanto isso, o Globo, que sempre esteve do lado da ditadura, passou a receber mais e mais ajuda e a crescer até ultrapassar o JB. Nos últimos anos, o Jornal do Brasil era apenas uma caricatura de veículo embora ainda assombrasse a mídia com alguns “furos” como o do mensalão, o qual foi o primeiro a denunciar. Mas era um jornal meio sem cor, meio marrom e meio sério, um tipo de veículo em extinção no mundo por causa da Internet. Dizem que os jornais impressos vão desaparecer em 2043, mas aqui eles começaram a sumir bem antes disso por culpa de empresários como Tanure que, em realidade, não são assim tão diferentes dos Frias, Civitas, Marinho e dos Mesquita. São empresas familiares que defendem seus interesses, e seus jornalistas não defendem os fatos, e sim a linha editorial proposta pelo patrão. Talvez, por isso, a circulação de jornais no Brasil tenha caído tanto, a ponto da Folha de São Paulo ter uma tiragem de menos de 300 mil exemplares diários quando, em bons tempos de seriedade, saia com mais de 1 milhão. O leitor não é tão burro como acham os donos da mídia, me parece. Para quem trabalhou no JB nos seus áureos tempos como eu, isso dói profundamente, mas acho que o fim de algum jornal em alguma parte do mundo será notícia corriqueira neste futuro próximo ■




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