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Paraná&Cia Ano 8 nº 54 - dezembro \ janeiro de 2009 - R$ 8,00

A Re v is t a de Ec o n o mia e Negócios do Paraná

Márcio Pauliki e seu pai, Jeroslau Pauliki: os dois encabeçam a gestão das lojas MM.

Os reis do interior depois de conquistar o interior do paraná, a MM invade Santa catarina e quer ser uma das maiores do varejo no sul do país.

veja também Entrevista com um dos fundadores da Prati-Donaduzzi, uma das maiores empresas de genéricos do país.


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Da Redação

Recuperando o Fôlego O panorama ainda continua muito parecido. As demissões na indústria automobilística estão se confirmando e quem tinha investimentos programados para o ano que vem está reduzindo o ritmo. Há quem diga que a culpa do cenário econômico é também, em parte, daqueles que iam comprar carro novo, mas não compraram. Mas nada que configure uma recessão. Os indicadores de emprego, inclusive, continuam apresentando elevação. Menor, é claro, mas ainda um crescimento. A impressão que se tem é que o pior da crise de crédito já passou e que no ano que vem voltaremos às taxas de crescimento de 2% à 3% na economia. Com o que também já estamos acostumados. E as histórias da Prati-Donaduzzi e da MM Mercadomóveis trazidas nesta edição confirmam

que sempre haverá empreendedores com capacidade para derrotar as crises. Ambas esboçam crescimento e expansão sem se amedrontar com o

mercado. Outra que também parece imune é O Boticário. Estreou seu novo comercial da Campanha "Acredite na Beleza", a mais cara de sua história, apostando que não só a crise não atrapalhará nas vendas, como o crescimento previsto de 16% deverá

subir para 18% em 2008. Mas não é só na crise do crédito que precisamos ficar atentos. Nossos vizinhos de Santa Catarina estão atravessando um dos piores momentos das últimas décadas por causa do desastre causado pelas chuvas. Não só o comércio e o dia-a-dia de várias cidades do vale do Itajaí ficaram em estado precário, mas também o porto de Itajaí, que move a economia da região, ficou paralisado. E na tentativa de chegar com socorro, a Administração do Porto de Paranaguá e Antonina disponibilizaram dois berços, dos 19 do cais público, para que sejam destinados à operação de contêineres para atender exclusivamente as cargas de congelados originárias dos terminais de Itajaí e Navegantes. O Editor

Paraná&Cia

A Revista Paraná&Cia é uma publicação bimensal da Editora Ecocidade. Rua XV de Novembro, 1700 cj 07 Alto da Rua XV - Curitiba/PR CEP - 80050-000 Tel (41) 3082.8877 Impressão - Gráfica Capital Jornalista Responsável - Bernardo Staviski | bernardo@ecocidade.com.br Colaboradores - Luis Gaspar, Celsio Correato, João Alberto Simião, José Eduardo Moskevicz, José Roberto da Silva e Souza e Oscar C. Dizzimoto. Assistente de Arte - Lucas Staviski

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Nesta Edição

Entrevista

Os Reis do Interior

Depois de conquistar o interior do Paraná, a MM Mercadomóveis invade Santa Catarina e quer ser uma das maiores do varejo no sul do país. A meta é chegar a 200 lojas em 2010. Pág. 10 Índice Crescimento.......................................................14 Presente de Natal Antecipado: Devendo fechar o ano com receitas globais de R$ 4,3 bilhões, a Coamo cresce 24% e antecipa sobras de R$ 30 milhões.

Concessão...........................................................15 O Baixo Iguaçú é nosso! Lucro cresce 13,2% e Copel quer Baixo Iguaçu com anulação da concorrência do grupo privado Neoenergia.

Mercado Imobiliário..........................................16 Pensando Alto: Rossi e Thá querem construir o prédio mais alto de Curitiba, em um projeto com Valor Geral de Vendas de R$ 150 milhões.

Um dos fundadores da Prati-Donaduzzi, uma das maiores empresas de genéricos do país, o farmacêutico Luiz Donaduzzi fala um pouco da sua história e da sua empresa.

Pág. 06

Florestas plantadas Representando 3,4% do PIB nacional e gerando mais de 8,6 milhões de empregos, o setor de florestas plantadas do Brasil desenvolve hoje a melhor tecnologia do mundo nessa área.

Pág. 22

Expansão.............................................................20 Bem Longe da Tempestade: Estreando seu novo comercial da Campanha "Acredite na Beleza" e apostando que a crise não irá atrapalhar nas vendas, O Boticário revê crescimento de 16% para 18% em 2008.

Agricultura.....................................................28 A Alternativa da Borracha: De olho nos benefícios sociais e ambientais, Paraná lança programa de incentivo ao plantio de seringueiras e quer ampliar área de cultivo do estado de mil para 10 mil hectares.

Mercado em Baixa..............................................33 Efeitos da Crise na Volvo: Queda nas exportações leva Volvo do Brasil a demitir 532 em Curitiba e Pederneiras-SP.

Ajuda do Porto

Depois das fortes chuvas que atingiram Santa Catarina, o Porto de Paranaguá e Antonina disponibilizam dois berços para ajudar Itajaí.

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Entrevista

Luiz Donaduzzi - Presidente Fundador da Prati-Donaduzzi

PR&Cia▶ Vamos voltar um pouco a sua época de estudante, antes de virar empreendedor. Por que você se interessou por farmácia? Luiz Donaduzzi▶ Eu fiz técnica agrícola. Na verdade eu vim do meio rural e naquela época as pessoas iam para a área de agronomia. E de repente alguém falou que eu poderia fazer farmácia, que era um curso interessante. Me formei em Maringá, em 1979 e, desde formado até 1982, tive uma farmácia comercial em Querência do norte, no Noroeste do Paraná. Foi nessa época que eu comecei a gostar da área, mas eu queria alguma coisa a mais, queria continuar estudando. Não queria ficar no mato. Foi então que comecei um mestrado em Campinas e lá me mostraram que eu poDe uma pequena indústria deria fazer mestrado e doutorado na França, o que era intefarmacêutica, que fabricava ressante. Foi desta forma que produtos simples, como mercúrio, eu e minha mulher acabamos mertiolate, água oxigenada e chá de indo para a Europa. PR&Cia▶ Mas sua família ticamomila, a Prati-Donaduzzi nha recursos para bancar a tornou-se um grupo empresarial com viagem? Luiz Donaduzzi▶ Não, nós estrutura verticalizada, que pesquisa, viemos de uma família muifabrica, embala e transporta to trabalhadora, mas pobre. Nascí em Jaguaos medicamentos que produz. Tudo serão investidos rí, Rio Grande isso partindo do trabalho de Luiz Donaduzzi e de do Sul. A fasua esposa Carmem Donaduzzi, dois farmacêutico mília não tinha saídos do interior do Paraná, de Querência do Norrecursos, mas te e que, depois de realizarem doutorado na Franpara aumentar durante o períoça e de uma experiência empresarial no Nordeste, a capacidade do universitário voltaram para o estado e criaram uma das maiores de produção de trabalhei e fiz empresas de genéricos do Brasil. chocolates na capital paranaense estágio em farLuiz Donaduzzi elencou nessa entrevista um pouco da sua história e alguns dos fatores que fizemácia. Quando ram com que o faturamento da Prati-Donaduzzi continue forte fomos para a França, fomos na curva do crescimento, prevendo aumento da receita em 2009 sem bolsa, mas tinhamos os de 30%. recursos da venda da farmácia. Com mais de 130 produtos comercializados, o parque indus- Depois disso tive uma bolsa trial da empresa conta com mais de 30 mil metros quadrados do CNPQ, e minha esposa e capacidade de produção de 350 mil unidades/dia, atendendo veio logo em seguida. Ela termais de 25 mil clientes entre farmácias, hospitais e órgãos públi- minou farmácia também em cos de todo o Brasil. Hoje a Prati-Donaduzzi já vende tecnolo- Maringá e, um ano depois, gia farmacêutica para multinacionais. Segue a entrevista: estava comigo. Voltando para

A Força do Mercado de Genéricos

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Entrevista

Luiz Donaduzzi - Presidente Fundador da Prati-Donaduzzi

o Brasil, havia a oportunidade de ser diretor técnico do IDEP (Instituto de Desenvolvimento ao Ensino e Pesquisa) de Pernambuco. Nós sentimos que no Nordeste havia, e ainda há, um potencial para se fazer qualquer coisa que você imagina fazer, pois a concorrência ainda é bastante rudimentar. Ela não é agressiva como no Sul. Então existem espaços para você crescer. Começamos com o equivalente a cem reais no bolso e duas Brasílias velhas. Hoje seria impossível você começar uma indústria farmacêutica sem ter toda uma estrutura. Com as Brasílias nós comprávamos e vendíamos o medicamento. Eram produtos simples, como mercúrio, mertiolate, água oxigenada e chá de camomila. Em 1993 nós já tínhamos 30 funcionários, 270m2 contruídos, um espaço para o laboratório e produzíamos medicamentos simples, como para dor. Foi nessa época que surgiu a oportunidade de voltar para o Paraná, pois existia o “Programa Bom Emprego”, que oferecia cerca de US$ 50.000 na moeda da época. Além disso, conseguimos mais dois sócios, meu irmão e meu cunhado. O irmão trabalhou um ano conosco sem receber, e pagou dessa forma, e o cunhado entrou com US$ 23.000. Então, dos R$100,00 iniciais, a empresa em 1993 já valia U$100.000,00. PR&Cia▶ Vocês desistiram do Nordeste quando vieram para o Paraná? Luiz Donaduzzi▶ Não. Nós nos instalamos no Paraná, mas continuamos com a fábrica no Nordeste. Nós dividimos as atividades, pois não podíamos desistir de um lado que estava avançando. Até o ano 2000 nós tínhamos cerca de 20 registros, e hoje já são mais de

150. Eram antibióticos, medicamentos para dor, antiinflamatórios. Nós já havíamos abandonado aquilo que chamamos de “varejinho”, como mercúrio, água oxigenada, e estávamos com medicamentos mais sofisticados e elaborados. Eram comprimidos, cápsulas, líquidos e pomadas. Foi com esse “know-how” que chegamos em Toledo, em 1994. A única pesquisadora na época era minha esposa, e hoje temos mais de 300 pessoas trabalhan-

“Até 2014 todos os produtos vão ter que ter bioequivalência, então os produtos chamados de “similares” no passado, terão de fazer bioequivalência ou não conseguirão renovar o registro” do com inovações. Em 1999, com a lei dos genéricos, nós entramos firme nesse mercado. Hoje são mais de 80 laboratórios, dos quais pouco mais de 20 são viáveis. São esses poucos que são agressivos, que estão desenvolvendo o mercado. Os outros muitas vezes lançaram um produto e pararam. A indústria farmacêutica, hoje, ou está indo em direção a produtos de marca forte ou para genéricos. E esse mercado de genéricos tem potencial de R$ 10bilhões. Mas é preciso estar preparado. Até 2014 todos os produtos vão ter que ter bioequivalência, então os produtos chamados de “similares” no

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passado, terão de fazer bioequivalência ou não conseguirão renovar o registro. PR&Cia▶ Como você começou em Toledo? Luiz Donaduzzi▶ Ganhei um terreno de 5.000m2 da prefeitura. Começamos com esse terreno, mais o dinheiro do cunhado e os US$ 50.000 do “Programa Bom Emprego”. Tínhamos 10 funcionários quando iniciamos as nossas atividades em Toledo. Em 2002 já estávamos com 200 funcionários, cerca de 30 produtos, e com faturamento de R$ 14 milhões. O ano de 2002 foi um divisor de águas, pois descobri que tinha câncer. Chamei meu pessoal e falei que tinha cerca de 90 dias de vida, e que eles teriam que “tocar o barco”. Comecei um tratamento em Curitiba, que acabou curando o câncer. Fui contratando cada vez mais gente, e contamos hoje com mais de 2.500 funcionários. Estamos crescendo cerca de 30% este ano, com um faturamento de R$ 240 milhões. Fui para a área administrativa da empresa, pois inicialmente fazia de tudo. Comprava, vendia, fabricava, contratava gente, mandava gente embora. Enquanto isso, a Carmen tinha um “feeling” para essa área de pesquisa. Ela tem uma maneira especial de trabalhar. Tem a capacidade de “consertar o carro andando”. Eu, quando o carro entra em colapso andando, eu também entro. Como eu sou gaúcho, prefiro ter dois carros bem conservados pra ter um de reserva. Para quem faz pesquisa isso é fundamental, pois você vai fazendo ajustes à medida que as coisas acontecem. PR&Cia▶ O que as suas outras empresas fazem?


Luiz Donaduzzi▶ Nós montamos uma fábrica de embalagens. Comecei com máquinas muito velhas, e hoje nós temos uma fábrica de embalagens que começa a se tornar conhecida no Brasil, fornecendo embalagens para grandes empresas. Essa empresa do grupo vai atingir um faturamento de R$ 28 milhões de reais neste ano. Nós fazemos hoje o nosso frasco plástico, o copo de medida, entre outras coisas. Tenho um centro de P&D, onde eu tenho 300 pesquisadores. Esse centro, hoje, está vendendo tecnologia para multinacionais. Ele dá todo o suporte para produtos acabados, embalagens e farmoquímicos. Nós temos um financiamento da FINEP de R$ 21 milhões de reais, e em novembro passado conseguimos R$ 2 milhões a fundo não reembolsável para desenvolver medicamentos a partir de plantas. Queremos transformar esse centro num dos mais importantes do país, e temos potencial para isso. Cerca de 50% dos recursos da empresa são investidos anualmente nesse centro, e em todo setor de inovações da empresa. Temos também uma fábrica de máquinas e equipamentos, que faz a automação da nossa empresa e futuramente a robotização. PR&Cia▶ Qual é a sua projeção para 2009? Luiz Donaduzzi▶ Espero 30% de crescimento. Tenho garantido um crescimento neste patamar pois a nossa área de P&D está lançando vários novos produtos, e somente com isso já podemos garantir o crescimento. Lançamos cerca de 30 produtos em 2008. PR&Cia▶ Que tipos de produtos vocês estão desenvolvendo?

Luiz Donaduzzi▶ Estamos avançando na área de genéricos. Ao contrário do que muitos pensam, o genérico não é uma “fotocópia”. É um trabalho gigantesco, que demora de 1 a 4 anos, para fazer um produto que seja igual ao de referência, que suporte os vários climas do Brasil e que tenha o mesmo efeito que o produto original. Estamos avançando muito nessa área de genéricos mais elaborados, principalmente na linha cárdiovascular.

“Queremos continuar crescendo, desenvolvendo as pessoas. Eu não me preocupo em quanto crescer, mas sim em continuar desenvolvendo pessoas. Elas que irão trazer esse crescimento” Começamos a exportar alguns produtos para a América Central. Esse processo de exportação de medicamentos é um processo lento, pois é necessário que você registre o laboratório e os produtos no país antes da venda. Este processo em que nós dominamos as várias etapas, e por trabalharmos com muitas inovações, fez com que nossos produtos sejam produtos de alta qualidade, o que é fundamental. Hoje fazemos produtos com garantia de qualidade, e com um baixo custo. Isso permitiu produzir medicamentos para as multinacionais brasileiras de medicamentos. Nós temos contratos com três

empresas, envolvendo cerca de 50 produtos. Quando produzimos para eles, significa que o nível de exigência é internacional. PR&Cia▶ Como é feita a seleção do pessoal do centro de P&D? Luiz Donaduzzi▶ Nós temos trazido pessoas da área de farmácia principalmente, mas também da área de engenharia, química, informática. Trazemos esse pessoal das melhores universidades do Sul do Brasil. Hoje, pela empresa estar se tornando conhecida, aplicamos provas muito rígidas, e selecionamos os melhores. E para os próximos anos, estaremos começando um trabalho onde os alunos são classificados durante a graduação e vão fazer estágio durante as férias conosco. Durante esse período, já avaliamos o trabalho desenvolvido por eles. Quando eles forem fazer o estágio obrigatório do curso, eles podem ser contratados caso tenham sido aprovados nos estágios anteriores. Neste meio tempo vamos também dar a eles módulos na área de gestão e de psicologia, pois um farmacêutico não tem idéia de trabalho em equipe, de empreendedorismo ou de planejamento estratégico. Em muitas empresas há uma troca anual de diretores e vendedores. Você não consegue formar equipes quando há tanta mudança. Temos vendedores que estão conosco há muitos anos, e crescendo conosco. Queremos continuar crescendo, desenvolvendo as pessoas. Eu não me preocupo em quanto crescer, mas sim em continuar desenvolvendo pessoas. Elas que irão trazer esse crescimento ■

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Márcio Pauliki e seu pai, Jeroslau Pauliki: os dois encabeçam a gestão do MM Mercadomóveis, que deve expandir para toda a região sul do país e faturar R$ 350 milhões em 2009.

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Capa

MM Mercadomóveis

Os reis do interior Depois de conquistar o interior do Paraná, a MM Mercadomóveis invade Santa Catarina e quer ser uma das maiores do varejo no Sul do país. A meta é chegar a 200 lojas em 2010.

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erto de se transformar na maior rede de varejo paranaense, a MM Mercadomóveis ou simplesmente MM como está ficando mais conhecida, com sede em Ponta Grossa, começa a executar o projeto mais arriscado de sua relativamente curta história: ser uma das redes mais importantes do Sul do país, chegando a 200 lojas em 2010. Nada que o descendente de ucranianos Jeroslau Pauliki pudesse sequer imaginar nos anos 60, quando deixou a área rural de Arapoti, sua cidade natal no Paraná, rumo a Ponta Grossa, com apenas um singelo sonho: trabalhar num escritório. Depois de ser verdureiro, barbeiro e cobrador de ônibus, ele conseguiu sua meta, mas quase perdeu a chance no escritório porque não sabia utilizar papel carbono para fazer cópias. A MM começou há exatos 30 anos, quando ele cursava a faculdade de Economia e tendo como capital uma Brasília amarela e um imóvel, resolveu abrir com um sócio uma loja de móveis na periferia da cidade, num lugar o mais improvável possível, porque de um lado havia um bar mal frequentado e do outro uma casa de encontros, digamos,

daqueles informais. “No pri- cado de Móveis Ponta Grossa meiro dia meu pai vendeu a abriu sua primeira filial, numa loja inteira. Um cliente saiu cidade próxima, Ivaí, e de lá do bar, errou a porta e entrou para cá não parou de crescer na loja. Ele havia recebido seu pelo interior paranaense: hoje salário e um acerto de contas os produtos são diversificacom a empresa e dos como os das comprou móveis grandes redes para sua casa, varejistas, e são para a filha e para 105 lojas que em uma terceira pes2007 faturaram soa que preferiu R$ 200 milhões, é o QUE DEVE não identificar”, o que deve cresFATURAR A mm conta Márcio cer para R$ 280 EM 2009 Pauliki, o mais milhões em 2008 velho dos quatro e conta com uma filhos do seu Pauliki, como Je- projeção de R$ 350 milhões roslau é conhecido na cidade. para 2009, empregando 1.900 Vendendo para as classes pessoas. C e D, principalmente para Em 1994, quando tinha seis clientes que não passavam lojas, Jeroslau desmanchou a nas avaliações de crédito das sociedade e foi a partir daí que grandes redes, em 1982 a Mer- a empresa começou a deslan-

R$ 350 mi

Do Paraná para Santa catarina Super MM da avenida Vicente Machado, em Ponta Grossa: a meta agora é ser uma das redes mais importantes do Sul do país.

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Capa

MM Mercadomóveis

char e ser conhecida como “os reis do interior”. Em 2000 a rede já tinha 30 lojas e o fundador podia contar com o auxílio do filho mais velho Márcio, atual superintendente, depois que este foi fazer cursos no exterior. “Hoje somos a maior rede paranaense em número de lojas no estado e logo vamos ser também em faturamento. A rede Dudoni tem mais lojas que nós, mas pelo menos 15 são em São Paulo enquanto nós temos 101 no estado”, informa Márcio Pauliki. Somente em 2008 foram abertas 22 lojas e este ano consolidou o início da nova estratégia da MM: reinar também no Sul do país. “Abrimos as primeiras três lojas em Santa Catarina e temos projeto de chegar a 27 lojas naquele estado até 2012”, conta o superintendente. No Paraná, os planos são de abrir novas 67 lojas até 2012. “Depois disso vamos refazer nosso planejamento estratégico e escolheremos um novo estado para investir. Será uma decisão entre o interior de São Paulo, onde já temos uma loja em Itararé, Rio Grande do Sul ou o Mato Grosso do Sul”, acrescenta Márcio Pauliki. “Há também a chance crescer mais rapidamente em Santa Catarina porque estamos negociando a compra de uma rede de 30 lojas no estado, num negócio que pode ser fechado até março de 2009”, informa. Em 2008, a MM comprou pelo menos cinco pontos em pequenas cidades e um em Curitiba, cidade que faz questão de estar presente, e que pertenciam a Casas Bahia. “Nós temos um ponto de equilíbrio diferente no volume de vendas e o negócio foi muito interessante”, comenta o superintendente.

A MM tem suas peculiaridades. A principal delas, e talvez uma das razões do seu sucesso, é a maneira de chegar nas cidades de médio e grande porte que agora começam a ser enfrentadas. Ao contrário das grandes redes, a empresa de Ponta Grossa começa fazendo um grande cerco regional, se instalando em pequenas cidades próximas, com população entre 10 mil ou 20 mil habitantes e vai fazendo sua maneira de fazer negócios e sua marca ficarem conhecidas.

"Abrimos as primeiras três lojas em Santa Catarina e temos projeto de chegar a 27 lojas naquele estado até 2012. Depois disso vamos refazer nosso planejamento estratégico e escolheremos um novo estado para investir. Márcio Pauliki

Só depois de alguns anos e da marca bem consolidada é que ela desembarca em locais onde a competição é mais acirrada, com a vantagem de conhecer bem o terreno onde vai pisar. Foi assim com Curitiba, onde a MM desembarcou há cinco anos, mas cercou o mercado primeiro pelas cidades da Região Metropolitana aonde possui atualmente 23 lojas. Com Londrina e Maringá (PR) e Joinville (SC), cidades na faixa de 500 mil habitantes, está sendo assim e os planos de novas lojas para estes mu-

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nicípios estão bem adiantados. Outra característica da MM é fazer com que sua equipe visite pelo menos quatro grandes redes do varejo por ano, para saber o que está acontecendo e aprender com os erros e acertos dos adversários. “Nós já somos campeões da série B e agora estamos ali na série A beliscando uns pontinhos para disputar a Copa Sul Americana e quem sabe mais para a frente tentemos a Libertadores da América”, compara Márcio Pauliki. A maneira de fazer negócios também é diferente: nas pequenas cidades, enquanto a maioria dos competidores abriu lojas com catálogos virtuais, a MM quer ter seu próprio jeito de ser: “Nós estamos lançando a figura do nosso vendedor com um notebook embaixo do braço e batendo de porta em porta como faz a Avon”, acrescenta o superintendente. Desde o início, a MM também se diferenciou por cuidar do planejamento estratégico quando no interior do Paraná ninguém sabia o que era isso, criando metas e profissionalizando a gestão que avançou hoje até algumas práticas de governança corporativa com a criação de um Conselho Familiar e de um Conselho Administrativo. Outra fórmula eficaz de aumentar as vendas também é mais ou menos o oposto do que fazem as grandes redes para as grandes promoções abertas a grandes públicos: “Nós criamos a figura do Cliente Diamante. E uma vez ao ano fazemos um convite especial, fechado para não mais do que mil clientes de determinada cidade, para que venham participar de uma grande promoção de vendas.


Nestas ocasiões conseguimos comercialziar o que uma loja normalmente levaria 20 dias para vender e o cliente se sente exclusivo e mais bem tratado”, revela o superintendente. Outro ponto de apoio na estratégia da empresa é a prática do gerenciamente conjunto dos 6 P’s: ponto, produto, preço, pessoas, propaganda e planejamento. “Quando um deles não vai bem todos vão mal”, acrescenta Márcio. Na sua essência, no entanto, a empresa continua familiar. Jeroslau Pauliki, aos 64 anos, firme e forte, cuida mais da área financeira, mas ainda mantém a presidência da empresa, dividindo a gestão com o filho mais velho. Márcio, 36 anos, na superintendência é quem cuida do planejamento, expansão e dos novos negócios, como o novo site onde a MM investiu R$ 1 milhão para melhorar seu e-commerce, que já começa a se tornar importante na composição do faturamento. As irmãs mais novas, Juliana e Rubiane e o irmão Jorge estão na empresa no setor de estoque e compras. Outra característica do modelo de negócios da família Pauliki é a existência de quatro formatos diferentes de lojas: a virtual, para pequenas cidades de até 20 mil habitantes e que agora terá o vendedor de porta em porta; a convencional, para cidades de até 100 mil habitantes; as de shopping centers e a super MM, como a que foi inaugurada em Ponta Grossa há seis anos e que conta inclusive com cinema. A empresa reserva perto de 40% dos seus resultados para investimentos, o que faz também com que pelo menos 80% de suas lojas

sempre tenham cara de novas. Em 2008, por exemplo, a MM aplicou R$ 10 milhões em novas lojas e na ampliação do seu grande centro de distribuição em Ponta Grossa que passará de 40 mil m3 para 120 mil m3 de capacidade e vai atender as necessidades do negócio até 2012. “Nos últimos quatro anos nós crescemos 25% ao ano e queremos continuar neste ritmo”, conta Márcio Pauliki. “Na semana passada fizemos uma reunião com os colabora-

dores e decidimos que não vamos participar desta crise que está aí. Sabemos que é exatamente nestas ocasiões que as empresas que tem gestão e as que não tem se diferenciam”, diz Márcio Pauliki. Para melhor explicar como se sente neste mercado, a empresa costuma utilizar, sintomaticamente, a imagem de uma zebra em cima de uma moto fugindo do ataque de um leão. “ Nós nos sentimos como zebra, mas o mais importante é a moto”, conclui o superintendente ■

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Crescimento

Coamo

Presente de Natal antecipado Devendo fechar o ano com receitas globais de R$ 4,3 bilhões, a Coamo cresce 24% e antecipa sobras de R$ 30 milhões.

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om toda a pompa e tecipação das sobras”, disse circunstância, como Gallassini. Todos os 21 mil faz todos os anos per- cooperados associados da Coto do Natal, o presidente da amo receberam uma parte do Coamo Agroindustrial Co- dinheiro a que tem direito pela boa produção, operativa, José que além de “enAroldo Gallassigordar” o Natal ni, anunciou em dos agricultores dezembro a dise seus familiares, é o crescimento do tribuição da anvolume de sobras ajudou a aquetecipação de R$ (resultados) cer o comércio 30 milhões como comparado com o em todas as ciparte das sobras ano passado dades da região do exercício de de atuação da 2008. O volume é 39% maior que o antecipado cooperativa. A antecipação no ano passado, quando so- das sobras foi feita de forma simultânea em todas as mou R$ 21,5 milhões. Esta é unidades da Coamo, no uma notícia que mexe com Paraná, Santa Catarina toda a economia da região e Mato Grosso do Sul. Oeste paranaense, a partir A segunda parte de Campo Mourão, onde será distribuída a cooperativa tem sua após a realizasede. “Não é a toa ção da assemque esta é uma das bléia geral do notícias mais aguarexercício de dadas pelos co2008 no iníoperados porcio do ano que quando se que vem. aproximam as O cresfestas de final cimento nas de ano crescem “sobras”, ou o as expectativas lucro das coopeem torno da anrativas, segundo Galassini, foi possível porque “2008

39%

“Superamos todas as metas e devemos fechar o ano com receitas globais de R$ 4,3 bilhões, um crescimento de cerca de 24% na comparação com o ano anterior, quando a cooperativa teve receitas globais de R$ 3,47 bilhões” José Aroldo Gallassini

foi o melhor ano de toda a história da entidade. Crescemos em faturamento e em recebimento de grãos”, contou. Para o presidente da Coamo o período só não foi melhor por causa da crise americana, que tirou um pouco do brilho dos resultados. “Superamos todas as metas e devemos fechar o ano com receitas globais de R$ 4,3 bilhões, um crescimento de cerca de 24% na comparação com o ano anterior, quando a cooperativa teve receitas globais de R$ 3,47 bilhões”, informou. Para ele, a participação maciça do quadro social crescimento no dia-a-dia da Coamo com Na foto, o presidente da abastecimento de insumos e Coamo Agroindustrial entrega da produção foram Cooperativa, José Aroldo Gallassini "2008 foi o os principais motivos para o melhor ano de toda a crescimento da distribuição história da cooperativa". de sobras”, finalizou ■

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Concessão

Copel

O Baixo Iguaçú é nosso! Lucro cresce 13,2% e Copel quer Baixo Iguaçu com anulação da concorrência do grupo privado Neoenergia.

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o terceiro trimestre do ano a Companhia Paranaense de Energia (Copel) obteve um lucro líquido de R$ 286 milhões, com o que o lucro obtido nos nove primeiros meses de 2008 atinge a R$ 899 milhões (3,29 por ação), 13,2% acima do resultado obtido no mesmo período do ano passado. Segundo relatório da empresa divulgado a investidores, a Receita Operacional Líquida atingiu a R$ 4,056 bilhões com aumento de 6% em relação a 2007, enquanto o lucro operacional atingiu a R$ 1,298 bilhão.“Até o final de setembro, 2008 vinha sendo marcado por intenso crescimento em todos os setores, verdade confirmada pela freqüente divulgação de indicadores positivos como a geração de novos empregos formais, a intensificação das atividades industriais, boas safras e o aquecimento das vendas no comércio”, diz o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. “Em razão disso, do aumento de renda da população e abundante disponibilidade de crédito, houve significativo acréscimo no consumo de energia elétrica”, completou. Segundo a empresa, o crescimento econômico foi o grande responsável pela elevação das receitas e do lucro, com as vendas gerais de energia subindo 6,4%, e os destaques para o maior consumidor, o setor industrial paranaense, que cresceu 9% e

a ampliação do mercado com o crescimento de 7% em novos consumidores. O setor residencial, por sua vez, apresentou crescimento de 4,7%, o comercial de 6,2% e o rural de 6,2%. O presidente da Copel confirmou também que empresa entrou com recurso em novembro para tentar anu-

"O engenheiro responsável indicado pela Neoenergia não tem vínculo com a empresa, e não há acervo técnico comprovando a experiência do engenheiro nesse tipo de hidrelétrica" Rubens Ghilardi

lar o resultado do leilão de concessão da hidrelétrica de Baixo Iguaçu, vencido pelo grupo privado Neoenergia no final de setembro. Para ele, a documentação entregue pela Neoenergia teria irregularidades que impediriam sua participação no certame. O projeto de Baixo Iguaçu deve exigir investimentos de mais de R$ 1 bilhão numa usina de 350 megawatts entre os municípios de Capitão Leônidas Marques e Capanema, no Sudoeste do Paraná. Segundo Ghilardi, a Agência Nacional

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de Energia Elétrica (Aneel) ainda não deliberou sobre o assunto. "O engenheiro responsável indicado pela Neoenergia não tem vínculo com a empresa, e não há acervo técnico comprovando a experiência do engenheiro nesse tipo de hidrelétrica", argumentou. A perda desta licitação deixou o Governador Roberto Requião (PMDB) tão irritado que ele prometeu cassar a licença ambiental concendida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para a usina porque a considera “irregular” e impedir a construção se ela não for feita pela Copel. Prevendo dificuldades, a Neonergia contatou a Copel para uma possível associação, mas para a concessionária paranaense só interessa o controle do empreendimento, o que enviabiliza a parceria ■ crescimento O presidente da Copel, Rubens Ghilardi: crescendo o lucro e a vontade por novas concessões.


Expansão O Boticário o mais alto da capital Segundo o responsável pelo projeto do Universe Life Square, o edifício, além de ser o mais alto de Curitiba, vai superar em altura toda a Região Sul.

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Mercado Imobiliário

Universe Life Square

Pensando Alto

Rossi e Thá querem construir o prédio mais alto de Curitiba, em um projeto com Valor Geral de Vendas de R$ 150 milhões.

S

e olharmos para a construção civil na capital paranaense, parece que a cidade não passa nem perto da crise de crédito que tanto já afetou o país. Com o desembarque de pelo menos 12 das 18 grandes construtoras que abriram seu capital nos últimos anos, Curitiba está fervilhando de novos projetos. Só em novembro, foi a vez da associação entre a empresa local Thá e a paulista Rossi, que anunciaram um dos maiores projetos imobiliários da cidade, com um valor de VGV (Valor Geral de Vendas) aproximado de R$ 150 milhões. O edifício, batizado de Universe Life Square concentra em uma única torre de 152 metros de altura e 44 pavimentos, residência exclusiva, endereço de escritório estratégico e lojas âncoras no mall e promete ser a construção mais alta de Curitiba. “O centro da cidade está há muito tempo sem novos investimentos e, por isso, há grande procura por prédios novos e mais modernos que possam suportar toda a tecnologia existente atualmente”, diz o diretor de negócios da Rossi,

Paulo Weber. “É um projeto que está imune a crises pela própria necessidade do mercado local”, resume. Segundo ele, somente nesta fase de prélançamento, pelo menos 50 unidades já foram reservadas. O responsável pelo proje-

"O centro da cidade está há muito tempo sem novos investimentos e, por isso, há grande procura por prédios novos e mais modernos que possam suportar toda a tecnologia existente atualmente" Paulo Weber

to arquitetônico do Universe Life Square, o arquiteto paulista Jorge Königsberger, confirmou aos executivos das incorporadoras Thá e Rossi que o edifício será o mais alto da Região Sul. Destacou também que o empreendimento está alinhado com as tendências mundiais de "mixed

use" (múltiplas funções) para modernos empreendimentos imobiliários. Com o início de obras marcado para abril de 2009 e a conclusão em 40 meses, as unidades comerciais do empreendimento deverão ser comercializadas na faixa média de R$ 200 mil e as residenciais na faixa média de R$ 160 mil. O principal público que a Rossi e a Thá querem atrair para seu investimento são profissionais liberais e empresas de pequeno porte. Para isso os offices do Universe terão salas modulares com flexibilidade de planta de 70m² a 750m², todas planejadas para utilização de piso elevado, proporcionando maior versatilidade de layout e possibilidade de unificações de espaços. O hall de entrada do Office tem pé direito de 8,60 metros e conta com catracas eletrônicas e sistema de segurança 24 horas. Neste contexto de negócios, o Universe Life Square dispõe ainda de um Centro de Eventos composto por 4 salas modulares para reuniões e auditório com capacidade para 173 pessoas sentadas ■

Ficha técnica do Universe Life Square Altura: 152 metros Pavimentos: 44 Número de Torres: 01 Área construída: 45.632,09m² Área do terreno: 3.679m² Office: 207 unidades comerciais Residence: 137 unidades residenciais

Mall: galeria para 6 lojas. Elevadores: 14 sociais e 1 de carga Subsolo: 3 pavimentos Praças: 2 praças de convivência Centro de Eventos: 4 salas modulares e auditório para 173 pessoas sentadas.

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Aconteceu

Kraft Vende

Recorde de Público em Foz

Sem revelar os números do negócio, a Kraft Foods Brasil S.A. anunciou no final de novembro a venda de sua fábrica de matéria-prima para a produção das gelatinas que produz com a marca Royal localizada em Pedreira, interior de São Paulo, para a colombiana Gelco S.A. As empresas firmaram um acordo pelo qual a Gelco fornecerá à Kraft a matéria-prima usada na fabricação das gelatinas Royal pelo período de cinco anos. Na mesma operação foi vendida outra fábrica de atuação semelhante em Ambato, no Equador. A unidade de Pedreira emprega atualmente cerca de 100 pessoas. Com a venda, a Kraft Foods mantém no Brasil seis fábricas localizadas em quatro Estados e empregando cerca de 7.000 funcionários.

O 5º Encontro Cultivando Água Boa, que se encerrou dia 25 de novembro em Foz do Iguaçu, alcançou a participação recorde de 3.600 pessoas, das quais boa parte participou das discussões realizadas nas dez oficinas temáticas do evento. O evento possibilitou uma avaliação dos projetos abrigados no programa, além de estabelecer novas metas e compromissos a serem cumpridos no próximo ano. Na opinião do diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, o envolvimento das comunidades da Bacia do Paraná 3 no programa vem transformando a iniciativa em um verdadeiro movimento.

Avicultura pede mais crédito para enfrentar pressão do importador O setor avícola brasileiro está encontrando dificuldades para financiar suas exportações e está solicitando mais crédito ao governo. “A carne de frango é item importante na pauta de exportação e sem linhas de crédito fica difícil exportar. É preciso definir uma política emergencial de recursos para o setor avícola”, explicou Pedro

Henrique Oliveira, executivo e fechados com nível de câmda Unifrango Agroindustrial, bio mais baixo, e a conseholding paranaense do setor qüência é uma desaceleração que reúne 19 empresas e res- na velocidade do fechamenponde pela produção diária de to de novos negócios. “Essa cerca de 2.200.000 renegociação é pintainhos e pelo complicada, mas "É preciso abate de 1.800.000 possível e precidefinir uma aves por dia, forsa acontecer rapolítica mando o terceiro pidamente para emergencial de maior grupo do oferecer ambienrecursos para o setor avícola do te para retomada setor avícola" país. das vendas. Sem Segundo ele, é as linhas de créimportante a criação de meca- dito as empresas estão franismos de crédito antes que os gilizadas para enfrentar essa prejuízos cheguem a essa área pressão do importador. É do agronegócio brasileiro por- preciso que o governo haja que hoje a ação do importador rapidamente para que a avié a de forçar uma renegocia- cultura minimize os reflexos ção dos contratos estabele- da crise internacional”, disse cidos no início do 2º semestre o executivo.

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Programa Desmatamento Evitado Para quem trabalha com seriedade na área ambiental, criar uma maior independência de doações e ações de beneficência e atingir uma atmosfera sustentável pode parecer uma sonho distante. No Paraná, um programa desenvolvido pela Ong SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental está conseguindo isso atraindo grandes empresas como o Banco HSBC, Positivo Informática, O Boticário, Rigesa e Sun Chemical para um projeto que consegue unir as duas pontas: faz as empresas realmente venderem mais e elas destinam parcela deste lucro para projetos de preservação de áreas florestais preservadas em termos de biodiversidade. “Este sistema consegue criar empregos e faz nascer empreendimentos ligados a preservação ambiental porque, no momento em que se destinam recursos para o proprietário de uma área com remanescentes florestais, ele tem de encontrar alguém para fazer o serviço de preservação”, explica o diretor da SPVS, Clóvis Borges. O projeto, que recebeu o nome de Programa Desmatamento Evitado está conservando 1.763,63 hectares ou 17,636 milhões de metros quadrados de terras no Paraná e Santa Catarina com o apoio de empresas que aderiram ao programa.

Rede Condor inaugura hipermercado de R$ 25 milhões

A rede Condor Super Center, empresa paranaense que investiu R$ 80 milhões em 2008 em inaugurações e reformas de lojas, inaugurou dia 3 de dezembro a sua 26ª loja, um hipermercado na Avenida das Torres na capital paranaense que contou com investimentos de R$ 25 milhões. O novo hipermercado vai gerar 480 empregos diretos com a

rede totalizando 5.400 funcionários. O projeto da nova loja utiliza nas fachadas painéis isolantes que ajudam a economizar energia. Além disso, a arquitetura aproveita ao máximo a luz natural, mesmo em dias nublados com um sistema de Domus Prismático que filtra os raios ultravioleta em 98%. Há também um sistema de reaproveitamento de água da chuva. A nova loja vai oferecer um espaço onde os clientes podem comprar vinhos ou espumantes gelados com conselhos de uma sommelier para ajudar na escolha e esclarecer dúvidas.

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Novidade em Curitiba a 26ª loja da rede Condor, um hipermercado na Avenida das Torres na capital paranaense.


Expansão O Boticário

Bem longe da tempestade

Estreando seu novo comercial da Campanha "Acredite na Beleza" e apostando que a crise não irá atrapalhar nas vendas, O Boticário revê crescimento de 16% para 18% em 2008.

T

udo começa no interior de uma casinha coberta de neve. Dentro, um menino e seu cachorrinho contemplam, espantados, a árvore de Natal que cresce no centro da sala de estar. Logo, começa a escalar o tronco repleto de luzinhas e bolas natalinas até que se depara com um imenso castelo no topo. Curioso, o pequeno adentra o local por um buraco, onde avista uma linda mulher gigante, se embelezando. Ela passa batom e perfume em frente ao espelho. O menino, encantado com a beleza da moça, escala sua penteadeira, avistando vários produtos do Boticário. No ar desde 7 de dezembro nas redes de TV aberta e

“O que sabemos é que nosso nível de investimento será de no mínimo outros R$ 175 milhões e vamos abrir pelo menos uma centena de novas lojas” Artur Grynbaum

fechada, o tradicional comercial de Natal de O Boticário, que neste ano custará um investimento de R$ 10 milhões e utiliza muito os efeitos de animação, terá a importante missão de fazer a empresa paranaense, líder do setor de franquias no país, ultrapassar

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a barreira de R$ 1 bilhão de faturamento pela primeira vez na sua história. “Nós já revisamos a nossa projeção de crescimento de 16% para 18% em 2008 e acho que atingiremos a marca”, disse o presidente da empresa, Artur Grynbaum que no início do ano substitui o fundador Miguel Krigsner no cargo. No segundo semestre deste ano a empresa já havia estreado a campanha “O Boticário. Acredite na Beleza”, o maior investimento de sua história de mídia institucional: R$ 31 milhões. No ano passado, O Boticário faturou R$ 832 milhões e a rede de franquias movimentou R$ 2,4 bilhões. Para este ano, o faturamento da rede deve-


rá subir para R$ 2,8 bilhões. presa paranaense tem um porA empresa paranaense tem tfólio de produtos de largo altodas as condições para atin- cance em termos de preços, o gir este novo patamar. Em que a faz capaz de atingir tanto 2008 foram cerca de 300 lan- as faixas populares como a de çamentos desde novas linhas clientes mais sofisticados. “Teaté produtos pontuais e 175 mos uma linha de batons, por novas lojas instaladas pelo país exemplo, com preços que vão – pelo menos 20 foram em ci- desde R$ 9,90 a R$ 22,50”, diz dades onde não existia loja de o presidente. O Boticário - que fizeram a Ele evita fazer prognóstirede atingir a 2.640 pontos de cos de crescimento e de faturavenda. Os invesmento para 2009 timentos devem – “a situação ainatingir R$ 175 da não está bem milhões até o ficlara para definir é quanto a rede nal do ano, 20% números, mas de franquias a mais do que em nós vamos condeverá 2007. “Estamos tinuar crescendo movimentar bem acima da nos dois dígitos este ano média de crescicomo quando a mento do noseconomia crescia so mercado que deverá ficar a 2% ou 3%. O que sabemos abaixo de 10%”, disse Artur é que nosso nível de investiGrynbaum. “Há uma história mento será de no mínimo ouantiga no mercado que diz que tros R$ 175 milhões e vamos nas épocas de crise as empre- abrir pelo menos uma centena sas de cosméticos e perfumes de novas lojas”, conta o prevendem mais porque as pes- sidente. Em O Boticário, por soas querem se sentir melhor sinal, abertura de novas lojas e o valor agregado é baixo”, não significa exatamente noacrescenta. Depois, o último vos franqueados. “Em 2008 trimestre tem representado entraram na rede somente cinsempre 35% das vendas. co novos franqueados porque Depois, segundo ele, a em- os mais antigos é que fazem questão de aproveitar as nocrescimento vas oportunidades abertas O Presidente de pela empresa”, explica. AsO Boticário, Artur sim, para 2.640 lojas há 960 Grynbaum que franqueados. no início do ano substitui o fundador Artur Grynbaum conMiguel Krigsner no fessa que a área internaciocargo. nal, que participa com menos de 3 % das vendas já não é tão atraente para o Boticário.

2,8 bi

Neste ano, cinco países de um total de 20 - Austrália, Nicarágua, Jordânia, El Salvador e Chile tiveram operações suspensas. “Vamos manter as atuais operações como estão, mas no ano que vamos reestudar nosso modelo e repensar as operações de outras maneiras”, adiantou. Há pouco mais de um mês O Boticário também trocou de sócio numa pequena participação (2,41%) que o fundo GP Administração de Recursos, subsidiária da GP Investments que detém participação em empresas como a ALL, Telemar e Gafisa mantinha. “Completou o ciclo do investimento do fundo que durou quase dois anos, mas vamos manter essa pequena participação com outro sócio da área financeira, o Banco Votorantin”, revelou ele. O Conselho de Administração de O Boticário, formado por cinco membros, agora também está completo: Miguel Krigsner como presidente, Artur Grynbaun como acionista e mais José Paschoal Rossetti (professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral), José Roberto Matos Curan, que representa o Banco Votorantin e o ex-presidente da Unilever no Brasil, Vinicius Priatti. Nelson Rozental (sócio-executivo da BRZ Investimentos que representava o fundo GP deixou o Conselho) ■

O Boticário em números R$ 1 bi faturamento da indústria R$ 2,8 bilhões, faturamento rede 2640 lojas no Brasil, em1420 cidades 70 lojas e 1000 pontos de venda espalhados por 15 países

960 franqueados 1.200 empregos diretos 14 mil empregos indiretos 300 produtos lançados em 2008 Mix de 600 produtos

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Foto: Klabin/Zig Koch

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Florestas Plantadas

O Setor no Brasil

Plantando o Futuro Representando 3,4% do PIB nacional e gerando mais de 8,6 milhões de empregos, o setor de florestas plantadas do Brasil desenvolve hoje a melhor tecnologia do mundo nessa área e logo estará exportando esse conhecimento para outros países.

O

Brasil desenvolveu e possui, hoje, a melhor tecnologia do mundo no setor de florestas plantadas e logo ela estará em outros países e continentes. Não há um levantamento completamente seguro sobre o que existe no país em termos de áreas ocupadas por reflorestamentos, mas calcula-se que o setor ocupe hoje uma área de 5,5 hectares que produzem atualmente 150 milhões de toneladas de madeira - 3.549.147 hectares de eucalipto e 1.824.270 hectares de pinus. Na época do plantio por incentivos, nos anos 70, a produtividade destas florestas era muito baixa e, em 1980, não superava os 15 metros cúbicos por hectare. Hoje, já se aproxima de 40 metros cúbicos por hectare e continua subindo graças a incorporação de tecnologia como a pesquisa de novos clones, melhor preparo do terreno, adubação, uso de transgênicos e outras técnicas que trazem um comportamento econômico de ganhos de produtividade de maneira semelhante ao que ocor-

reu na agricultura brasileira. Isso quer dizer que estamos produzindo o dobro praticamente na mesma área plantada e a expectativa é dobrar mais uma vez esta produção até 2020, atingindo a 300 milhões de toneladas de madeira quase que somente com ganhos de produtividade.

“Os empresários estão atentos a esse novo momento e estão planejando seus negócios a longo prazo" Antônio Rubens Camilotti

Com tudo isso, o setor já representa 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e gera mais de 8,6 milhões de empregos, fornecendo matéria-prima para grandes empreendimentos. Referência para muitos países da América do Sul como Equador, Uruguai, Argentina e Chile, o setor de base florestal brasileiro deve também crescer a

passos largos nos próximos anos aproveitando ao máximo esse desenvolvimento. Essa é a expectativa dos empresários baseado em um estudo que revela a possibilidade de investimentos na ordem de US$ 20 bilhões de dólares até 2015. A indústria de base florestal, principalmente a vinculada aos setores de papel e celulose, siderurgia e de painéis reconstituídos (aglomerado, MDF e OSB), tem buscado nos últimos anos o aumento de escala de seus negócios, conforme constatou a consultoria STCP Engenharia de Projetos, de Curitiba, que atua em 30 países. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Antônio Rubens Camilotti, o momento é favorável para os investidores, já que a procura por produtos de madeira provenientes de florestas plantadas é alta. “Os empresários estão atentos a esse novo momento e estão planejando seus negócios a longo prazo”, afirma Camilotti. Estudos da con-

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O Setor no Brasil

sultoria STCP apontam que M o ç a m b i q u e , aspectos como o crescimen- Angola ou no to dos mercados doméstico Congo. Tudo isso e internacional, bem como vantagens competitivas do tem uma explisetor de base florestal brasi- cação bastanleiro, frente aos competido- te simples: um res internacionais, têm cria- projeto de prodo um ambiente altamente dução de pafavorável para a expansão das pel ou celulose florestas plantadas no Brasil. na faixa de 1,5 Atualmente, 80% da madeira milhão de toconsumida para fins indus- neladas anuais triais provém de plantações como os da Suzano e da Araflorestais. Em 2007, a expor- cruz necessita de uma área de tação de produtos de flores- florestas plantadas de 200 mil tas plantadas atingiu a US$ hectares e como quase sem6,1 bilhões e em 2008 deve pre as empresas já pensam o ultrapassar os R$ 7 bilhões, a projeto com duas linhas de maior parte disso em celulose produção, na verdade o plae papel. O Paraná representa nejamento pede 400 mil hectares de reflores39% das plantamentos. Em tações de pinus algumas regiões do país, Santa do país como a Catarina 30%. é o que amazônica, uma Já Minas Gerepresenta área destas deve rais é respono paraná em ser acrescida de sável por 28% plantações de mais 100 mil das plantações pinus do país hectares a título de eucalipto, de reserva legal, seguida por São Paulo com 22%. um tipo de área de conservaCom o investimento de ção que nasceu com o intuiUS$ 20 bilhões até 2015 tam- to de se permitir a explorabém pode se encerrar um ção de espécimes nativas mas ciclo. O Brasil pode não ser que, com a proibição efetiva mais, num futuro próximo, do manejo, acabou virando o destino de grandes empre- área de preservação permaendimentos na área de papel nente e intocável. No Sul a e celulose ou de produção de situação é ainda mais comchapas de madeira porque plicada porque as exigências tanto investidores nacionais de áreas de reserva legal são como estrangeiros já estão de ainda maiores. A este custo adicional da olho no potencial de outro continente: a África. Num reserva legal, foi acrescida prazo de 10 anos ou pouco a valorização das terras nos mais que isso, calculam os últimos anos pelo “boom” especialistas da STCP como da agricultura e da pecuáIvan Tomaselli, os investi- ria. Há cinco anos, o preço mentos deverão desembar- de um hectares de terra no car preferencialmente em Mato Grosso do Sul estava

39%

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Foto: Klabin/Divulgação

Florestas Plantadas

Produção em alta Máquinas embarcando toras com destino para indústrias.


o setor de florestas plantadas no Brasil

Fote: Abimci

Arrecadação de tributos (2007) R$ 8,5 bilhões Valor bruto da produção - valor da receita bruta arrecadada (2007) R$ 49,8 bilhões* Investimentos (2007): empresas associadas da ABRAF (Assoc. Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) = R$ 6,00 bilhões *(48% papel e celulose; 23% indústria madeireira; 9% painéis reconstituídos; 2% siderurgia e carvão vegetal; 18% móveis)

mais barata – R$ 500 a R$ 600 o hectare, como no extremo Sul do Rio Grande do Sul, no Piauí e Maranhão, estão tomados por novos projetos e esta possibilidade também estará esgotada em dez anos, sem falar na valorização que também ocorre por lá. Na região do Serrado, exigências ambientais e de certificação para a madeira deverá impedir abertura de novas áreas. Na América do Sul, algumas possibilidades de expansão existem no Paraguai e Colômbia, mas somente se houver

algum tipo de estabilidade política e política de atração de investimentos que até aqui nunca houve. Por outro lado, na África, países como Moçambique tem a característica de somente possuir terras públicas, com o que é possível obter uma concessão por 50 anos ou 100 anos sem grandes investimentos. Encerrando-se, portanto, a atual etapa de investimentos no país, o rumo dos novos projetos certamente será o de se atravessar o Atlântico em busca de vastas regiões inexploradas e de terras incrivelmente baratas ■

Foto: Volvo/Divulgação

em R$ 1 mil e agora está em R$ 5 mil. No Sul, um hectare custa R$ 10 mil. Construir uma nova fábrica pode custar, portanto, um investimento superior a R$ 2,5 bilhões só em terras, o que torna qualquer novo projeto inviável. Estados onde a terra está

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Bússola

Mesa Farta

Crise e clima não impedem aumento da produção agrícola no Paraná. A previsão é que o Paraná, que colheu na safra passada 30,449 milhões de toneladas de grãos, venha a colher 30,904 milhões de toneladas – um aumento de 1,5%. Os três estados do Sul vão colher 61,1 milhões de

toneladas, um recorde para a região. Com este saldo, o Brasil alcançará a segunda melhor colheita da história, de 140,3 milhões de toneladas, atrás apenas da safra passada, que foi de 143,9 milhões de toneladas.

Confaz é a favor da reforma tributária O presidente do Confaz e secretário executivo da Fazenda Nacional, Nelson Machado, que esteve representando o ministro Guido Mantega na 132ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), encerrado sexta-feira em Foz do Iguaçu, no Paraná, garantiu que a maioria dos Estados apóia a reforma tributária encaminhada no começo deste ano para ser discutida no Congresso Nacional. Segundo ele, a maioria dos 27 secretários estaduais de Fazenda, de Tributação e de Finanças que participou do encontro se mostrou favorável às alterações e assinaram uma moção de apoio às emendas propostas pelo relator e deputado federal Sandro Mabel (PR-GO). O secretário estadual da Fazenda do Paraná, Heron Arzua, por exemplo, disse que o Paraná apóia a proposta de reforma tributária do governo federal já aprovada pela comissão especial do Congresso Nacional e que será votada pelo plenário em março de 2009 “porque o relatório apresentado contempla todas as reivindicações que o Paraná fez. Portanto, nós estamos apoiando a reforma”, afirmou.

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apoio Heron Arzua, secretário estadual da Fazenda do Paraná."O estado apóia a proposta de reforma tributária do governo federal".

foto: Arnaldo Alves - SECS

O clima e a crise financeira não devem atingir a expansão das lavouras no Paraná. É o que aponta o terceiro levantamento da safra de grãos 2008/09, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


foto: seab

Paraná é o maior produtor de erva-mate do país Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado é responsável por 70% da produção nacional. Dos 20 principais municípios produtores, 15 deles são paranaenses. São Mateus do Sul se destaca como o maior produtor de erva-mate do País e responde por 14% da produção nacional. Conforme o IBGE, a produção paranaense de erva-mate em 2007 atingiu 156.444 toneladas, um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior, quando a produção foi de 152.971 toneladas e correspondeu a 65,5% da produção nacional em 2006.

Demissões no setor da indústria Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Paraná Pesquisa divulgada pelo Sindimetal/PR (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná) junto a 62 das maiores empresas do segmento no estado aponta um enxugamento de aproximadamente 20% nas folhas de pagamento do setor até o começo do ano que vem, o que pode significar o fechamento de 5 mil vagas. “A crise está afetando toda a cadeia produtiva, principalmente a ligada a indústria automobilística, mas neste número não incluímos montadoras e sim somente algumas empresas de auto-peças”, disse o presidente do Sindimetal, Roberto Karan. Segundo Karan, até o final de dezembro 13,05% dos trabalhadores do setor metal-mecânico de Curitiba e Região Metropolitana já foram ou deverão ser demitidos, representando aproximadamente 3.900 demissões. Nas 62 empresas pesquisadas que representam pouco mais de 10 mil empregos dos 30 mil que o segmento estima gerar, foram realizadas 1.300 demissões desde outubro passado.

Vendas online devem ter crescimento para o Natal Empresas investem em e-commerce para conquistar consumidores online As vendas pela internet no Leoz, diretor executivo da durante o período natalino agência Midiaweb – Intelidevem chegar a gência Interativa, aproximadamenesse aumento dete R$ 1.350 bive-se a uma curva lhão, gerando um crescente da culé o que deve aumento de 25% tura de compras aumentar nas em relação aos pela internet. “O vendas pela R$ 1.082 bilhão crescimento do internet durante o faturados no pecomércio online período natalino ríodo em 2007, se dá por diversegundo dados sos fatores, como da e-Bit, empresa de informa- a facilidade na pesquisa dos ções sobre o comércio eletrô- preços, a obtenção, muitas venico. De acordo com Cristia- zes, de produtos com valores

25%

mais atraentes, a comodidade de comprar sem sair de casa”, enumera. Cristiano Leoz afirma, ainda, que com o tempo a população está perdendo o medo de fazer compras pela internet, em compensação os clientes estão, a cada dia, mais exigentes. “Quanto mais claros forem os objetivos da empresa, sua forma de atuação, sua política e seu posicionamento, mais segurança o consumidor terá”, afirma.

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Agricultura

Programa Seringueira

A alternativa da borracha

De olho nos benefícios sociais e ambientais, Paraná lança programa de incentivo ao plantio de seringueiras e quer ampliar área de cultivo do estado de mil para 10 mil hectares.

A

busca pela auto-suficiência em borracha natural atingiu a região Sul do país. Além do Estado de São Paulo, que é o maior produtor de borracha natural do país - responsável por cerca de 50% da produção nacional - o Noroeste do Paraná também começa a ter como nova alternativa a borracha dos seringais. Com excelente potencial para o cultivo, com o tipo climático predominante subtropical úmido mesotérmico, verões quentes e baixa freqüência de geadas, temperatura média anual de 22ºC, entre outros fatores benéficos para esta cultura, o Paraná possui 34.990 km² aptos para plantio (incluindo-se peque-

"O cultivo na formação da reserva legal tem se apresentado como boa alternativa porque é possível repor a reserva legal a partir do plantio consorciado entre espécies exóticas e nativas" Flávio Turra

nas e médias propriedades com mão-de-obra familiar). E, considerando-se as projeções de redução da oferta e elevação de preços da borracha natural, é possível vislumbrar o potencial da contribuição econômica e ambiental do cultivo desta espécie sobre os solos arenosos da região. No final de novembro, o Paraná lançou um programa oficial de incentivo ao plantio da seringueira com o objetivo de elevar a área da cultura dos atuais mil hectares para 10 mil hectares num prazo de dez anos. Esta proposta foi apresentada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) a representantes de cooperativas, na sede da Cooperativa Agroindustrial (Cocamar), em Maringá, que já anunciou sua intenção de ampliar a produção da cultura na sua área de atuação, o Noroeste paranaense. Estudo do Iapar aponta a seringueira como uma cultura capaz de trazer benefícios sociais e ambientais, como alternativa de aumento de renda aos produtores familiares porque a extração da borracha pode ser feita pela família do

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A rentabilidade da Borracha No total, o país tem cerca de 200 mil hectares com seringueiras plantadas, sendo que 130 mil já estão produzindo, mas somente para atender o mercado interno, seriam necessários pelo menos 300 mil hectares. O grande atrativo da cultura está na sua rentabilidade: uma seringueira em produção apresenta ganhos maiores do que o da cana-de-açúcar porque a rentabilidade da borracha é de US$ 1.500 por hectare/ano e da cana, US$ 1 mil.


Lançamento do programa oficial de incentivo ao plantio da seringueira, apresentada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), na sede da Cooperativa Agroindustrial (Cocamar), em Maringá.

agricultor, mantendo assim as pessoas no campo. Segundo o pesquisador do Iapar, André Luiz Medeiros Ramos, há três formas corretas de cultivo e manejo: o plantio puro (único), consorciado (com outros cultivares como o café) e na formação de área de reserva legal. Nesse aspecto da reserva legal, uma resolução da Secretaria do Meio Ambiente do Paraná permite o uso da árvore por um ciclo econômico em conjunto com cinco espécies nativas do Estado. Para o gerente técnico da Ocepar, Flávio Turra, que participou do encontro com as cooperativas, “o cultivo na formação da reserva legal

recursos do Pronaf-Eco e do Propiflora para o plantio. A partir desta idade a planta produz borracha durante 10 meses consecutivos, por um período de 30 a 35 anos e após esse período pode ser retirada para madeira. Segundo o Iapar, o custo de implantação do seringal em uma pequena área é de R$ 4 mil por hectare se o gasto for apenas mudas e insumos. Já em áreas grandes, onde são necessários maquinários, pode atingir a R$ 12 mil o hectare. Neste caso, a Secretaria da Agricultura aponta a grande tem se apresentado como boa vantagem do plantio em conalternativa porque é possível sórcio porque, enquanto a repor a reserva legal a partir planta não começa a produzir, do plantio consorciado entre o produtor pode tirar sua renespécies exóticas da das culturas e nativas com intercaladas. Há o que, além de ainda o aspecto cumprir a legispositivo de que é o custo de lação da reserva a sombra da seimplantação do legal, o produringueira sobre seringal por tor poderá obos cafezais faz hectare se o gasto ter renda com o com que haja um for apenas mudas produto’’, disse aumento no tae insumos ele. manho do grão O grande problema para do café sem apresentar alteraa disseminação da cultura no ção em relação ao sabor, ou a Paraná, até aqui, é o fato de qualidade do produto, além de que ela leva entre seis a sete evitar a erosão em locais acianos para começar a produzir dentados protegendo o solo e mas, para superar este obstá- evitando ainda os efeitos negaculo, o produtor pode utilizar tivos das geadas ■

R$ 4mil

produção mundial Cerca de 80% da produção mundial é proveniente de pequenas propriedades rurais do sudeste asiático (Tailândia, Indonésia e Malásia), e aproximadamente 70% da produção total vai para a indústria de

pneumáticos. O Brasil, de primeiro e único exportador de borracha natural no início do século XX, hoje importa 63% do seu consumo interno, produzindo 1% do total mundial.

Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008 .29


Ajuda do Porto

Paranaguá e Itajaí

A Ajuda do Vizinho Depois das fortes chuvas que atingiram Santa Catarina, a Administração do Porto de Paranaguá e Antonina disponibilizam dois berços para ajudar Itajaí.

A

Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) disponibilizou no começo de dezembro dois berços dos 19 do cais público para que sejam destinados à operação de contêineres para atender exclusivamente as cargas de congelados originárias dos terminais de Itajaí e Navegantes. Depois do desastre que atingiu Santa Catarina, os dois terminais tiveram seus atracadouros destruídos pela forte chuva, além de ter ficado assoreado um canal de acesso utilizado pelas embarcações. “Estamos em plena época de entressafra e podemos usar para esta finalidade, por pelo menos seis meses, os dois berços antes utilizados para grãos e descarga de fertilizantes que estão sem movimento”, disse o superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza. Em Paranaguá há ainda mais dois berços operando este tipo de carga no Terminal de Contê-

ineres de Paranaguá (TCP) que também possui quase 3 mil tomadas para armazenagem de contêineres refrees. O Superintendente da Appa calcula que o movi-

"Estamos em plena época de entressafra e podemos usar para esta finalidade, por pelo menos seis meses, os dois berços antes utilizados para grãos e descarga de fertilizantes que estão sem movimento" Daniel Lúcio Oliveira de Souza

mento de contêineres, principalmente os tipo refrees, aumentou em 20% no terminal por causa do novo destino dos navios. Navegantes e Itajaí movimentam mensalmente perto de 64 mil TEU’s (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés). Também foi disponibilizado espaço na área portuária para depósito de contêineres

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originários de Santa Catarina e que já abriga 300 contêineres vazios. Há pedidos para depósito de mais 1.200, entre cheios e vazios. Com estas iniciativas a Appa resolveu ajudar também 791 trabalhadores portuários avulsos (TPAs) de Itajaí, 568 na ativa e 223 inativos, sem perspectiva de trabalho nos próximos meses. “O armador vai pagar 15% a mais de tarifa para usar os berços e nós vamos dar um desconto de 15% sobre o que ele paga. Somando as duas contribuições teremos 30% da tarifa que será destinada aos seis sindicatos de TPAs de Itajaí num total superior a R$ 1,2 milhão mensais para a compra de cestas básicas e utilidades domésticas diversas”, informou Daniel Lúcio Oliveira de Souza. Para os navios que desviam de Itajaí e Navegantes e entram no terminal de Paranaguá não há agregação de custo ou frete e toda a operação de embarque será realizada pelo TCP utilizando carregadores móveis e guindastes dos navios. Todos eles já fazem uma rota em que embarcam contêineres que vai do porto de Rio Grande ao de Suape. No frete terrestre, um conteiner vindo do Oeste catarinense com frango congelado tem de agregar pelo menos R$ 800,00 a mais para


Depois da tragédia causada pelas chuvas, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) disponibilizaram dois berços dos 19 do cais público para atender as cargas de congelados originárias dos terminais de Itajaí e Navegantes.

chegar a Paranaguá, chegando a R$ 2.500 por caminhão. De janeiro a 30 de novembro, o Porto de Paranaguá movimentou 534.480 contêineres, sendo que 262.738 foram exportados e 271.742 importados. Já Itajaí é o maior exportador brasileiro de cargas congeladas e refrigeradas e o terceiro do país na exportação de cargas em contêineres, movimentando US$ 33 milhões por dia ou de igual para igual no se4% da balança comercial do tor de congelados. Ontem país. O governo federal libe- foi anunciado o projeto de rou R$ 350 milhões para as construção do Terminal Púobras no porto e na semana blico de Frigorificados, com que vem, uma draga vai co- capacidade estática de 12 mil meçar a nivelar o Itajaí-Açu toneladas e capacidade de que antes das chuvas tinha operação de 14.440 contêineprofundidade de 11,3 metros res anuais, num investimento e com a enchente ficou com de R$ 20 milhões e que deo fundo muito acidentado. verá estar operando a partir Há trechos com de setembro de 22 metros de 2009, segundo profundidade e André Cansian, outros com 5,5 diretor técnico metros e para a foi o que aumentou da Appa. Sona movimentação navegação vale a mando-se a inde contêineres menor medida. vestimentos da no Porto de As chuvas desiniciativa privaParanaguá depois truíram 740 meda como os da de se tornar tros de cais. Dos Martini Meat, destino dos navios quatro berços que também de Santa Catarina de atracação, está investindo um foi levado R$ 20 milhões pelas águas, outro foi destru- na ampliação de seus armaído parcialmente e um tercei- zéns de 12 mil para 20 mil ro sofreu avarias leves. toneladas estáticas, o termiO terminal de Paranaguá, nal paranaense vai elevar sua por sinal, está se preparan- atual capacidade estática de do para competir com os armazenagem de refrigerados terminais de Santa Catarina de 58 mil toneladas para 99

20%

mil toneladas, ficando mais próximo do complexo Itajaí/ Navegantes que possui capacidade superior a 100 mil toneladas. Segundo a Appa, antes da demanda catarinense eram movimentados em média, por dia, no mês de novembro, em Paranaguá, 2.000 TEUs. Após o fechamento do Porto de Itajaí, o número passou para 2.400 TEUs/ dia. No caso das cargas congeladas, movimentadas em contêineres tipo reefer, principal carga movimentada no Porto de Itajaí -, o aumento registrado é de 32%. A movimentação média diária em novembro era de 250 TEUs e passou para 330 TEUs. O TCP também registrou incremento na movimentação de navios que estavam programados para as janelas públicas de atracação (o mesmo navio está movimentando mais contêineres porque está recebendo a carga de Itajaí em Paranaguá)■

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Artigo

O fim de um erro colossal por Norberto Staviski

Quem desce em direção ao litoral paranaense, no lado esquerdo da BR-277, em pleno contraforte da majestosa Serra do Mar, dá de cara com uma imensa plantação de Pinus elliottii, a conhecida conífera que tomou conta de todos os projetos de reflorestamento do Sul do país por causa de sua alta produtividade e facilidade com que cresce em qualquer tipo de terreno. O que faz ali, em meio a um bioma superprotegido de Mata Atlântica, e numa das áreas mais bem preservadas deste tipo de vegetação no país, não dá para entender. Afinal, quem derrubou a cobertura dos morros, limpou a delicada floresta original e plantou com ousadia estas árvores alienígenas numa reserva garantida e bem preservada de biodiversidade tão cara aos ambientalistas? Esta história começou há cerca de 40 anos, na época dos generosos incentivos fiscais para a implantação de projetos de florestas plantadas que deveriam abastecer a futura indústria

de papel, celulose, siderúrgicas e madeira. Quando se têm recursos fartos, alguma pressão econômica, um governo com autoridades ambientais despreparadas e, no final da fila, empresários sem visão de longo prazo, tem-se também a receita para que se cometam alguns erros co-

"Afinal, quem derrubou a cobertura dos morros, limpou a delicada floresta original e plantou com ousadia estas árvores alienígenas numa reserva garantida e bem preservada de biodiversidade tão cara aos ambientalistas?" lossais. Há vários deles no Paraná, mas este ficou mais evidente porque é visível por todos a partir de uma das mais movimentadas estradas do país, a que leva ao Porto de Paranaguá. A boa notícia é que mais este monumento a estupidez plantado pela desinformação e desinteresse deverá desaparecer em breve. Uma empresa norueguesa adquiriu em 2000

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Artigo publicado originalmente no Jornal Gazeta Mercantil

a área de nove mil hectares da Fazenda Arraial, uma área de preservação permanente em Morretes, onde está o projeto, e agora resolveu fazer voltar os 1.300 hectares de pinus ali plantados a sua forma original de Floresta Atlântica. A área toda, por sinal, faz divisa com o Parque Estadual do Marumbi e com o Parque Estadual do Pau Oco e, nas suas fronteiras, há também os exemplares de uma floresta de transição, a que existe entre a Mata Atlântica e floresta ombrófila mista, onde há pinheirais nativos ( Araucaria angustifolia), também ameaçados de extinção. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP), já deu sua autorização para a iniciativa e consta que esta é uma das primeiras autorizações “do bem” da instituição, ou seja: vai ser dada licença para um projeto que irá recuperar, ao invés de causar danos a natureza, mesmo que sejam mínimos, algo que o IAP não está acostumado a fornecer no trato com empresas e projetos. Vai ser um trabalho lento e difícil. As árvores estão de bom tamanho e a tecnologia para sua retirada é dispendiosa. Há de se ter muito cuidado na criação de acessos para a retirada das toras para não se comprometer partes boas do bioma. Os exemplares de pinus nem para produzir papel e celulose servem


Crise

mais. Agora é para madeira serrada, sua melhor utilização. Depois, este reflorestamento tem uma capacidade incrível de se regenerar, o que significa dizer que, se simplesmente forem retiradas as árvores, milhares de árvores vão rebrotar ou nascer de sementes ainda existentes pelo chão, o que invalidaria a área como bioma. Resolver isso vai exigir um trabalho braçal duríssimo durante pelo menos cinco anos, porque todo brotinho de pinus que nascer terá de ser arrancado do solo um a um para que a mata nativa comece seu processo de regeneração e uma floresta com espécies locais também comece a ser plantada. Se deixar o pinus agir sozinho, ele ganha esta parada e logo a conífera tomará conta do local novamente. A empresa norueguesa está disposta a assumir a empreitada porque não há realmente muito o que fazer na sua Área de Preservação Permanente. A venda ou beneficiamento das coníferas certamente vai pagar o custo da operação devido ao alto valor que a matéria-prima possui hoje em dia, quando 80% da madeira consumida para fins industriais no país provém de plantações florestais de pinus ou de eucalipto. Perder, evidentemente ela não vai. Mas quem vai ganhar realmente vai ser a paisagem da Serra do Mar e o meio-ambiente que vão assistir um cicatriz se fechar e não deixar marcas se o projeto for bem executado■

mercado em baixa

Efeitos da Crise na Volvo

Queda nas exportações leva Volvo do Brasil a demitir 532 em Curitiba e Pederneiras-SP

N

o início de dezembro a Volvo do Brasil anunciou a demissão de 532 funcionários de sua fábrica de caminhões e ônibus na capital paranaense e da unidade que produz equipamentos para construção civil em Pederneiras (SP) e o aumento do período de férias coletivas em dezembro para os funcionários que permanecem. É o maior programa de demissões feito pela empresa na sua história brasileira e inicia a escalada de demissões que se espera que aconteçam na indústria automobilística devido a queda de demanda no mercado. Segundo a assessoria da empresa, a maioria das demissões de Curitiba (250), refere-se a prestadores de serviços com contratos que venceram no final de novembro e que não foram renovados. Mesmo com as demissões, a empresa informou que o número de empregados que ficam ainda é maior que os existentes em dezembro de 2007 – 2.410 hoje contra 2.393 naquele ano. Com o ajuste, a produção da Volvo cai de 77 para 54 caminhões diários nas linhas F e VM; a linha de ônibus continua com os mesmos 7 veículos diários. A assessoria da empresa disse que a empresa refez os cálculos dos efeitos da crise de

crédito em 2009 e concluiu que uma redução de 20% na produção era necessária porque “ a crise evoluiu muito mais rapidamente do que a Volvo imaginava”. Há pouco mais de um mês a empresa havia informado que acreditava numa queda de demanda entre 5% e 10%. Os efeitos foram bastante significativos nas exportações de componentes – a linha de cabines para caminhões terá uma queda de vendas prevista de 8.024 unidades comercializadas em 2008 para 1.148 unidades em 2009, redução de 85% em função da crise nos Estados Unidos, o maior importador deste componente. A Volvo do Brasil informou que “há uma significativa queda de demanda para mercados como Europa, Austrália, África do Sul e Arábia Saudita nas cabines para caminhões e de blocos para motores no mercado norte-americano. A empresa, no entanto, não pensa em reduzir seus investimentos no Brasil. Em dezembro foi encerrado o plano de investimentos de US$ 110 milhões e no início do ano que vem será anunciado um novo ciclo de investimentos de longo prazo para o mercado brasileiro. Não estão previstas novas demissões em 2008 e nem em 2009”, concluiu a assessoria ■

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