Paraná&Cia Ano 8 nº 53 - setembro \ outubro de 2008 - R$ 8,00
A Re v is t a de Ec o n o mia e Negócios do Paraná
Vista Privilegiada De um lado a bela arquitetura com pintura cor-de-rosa do Hotel das Cataratas. Do outro a deslumbrante presença das quedas d´água.
O Copacabana Palace das
cataratas depois de ganhar licitação, A empresa inglesa Orient-Express Hotels, mesma administradora do copacabana palace, planeja investir 59 milhões em reformas no hotel.
veja também
Entrevista com o novo Presidente da Kraft Foods no Brasil.
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Revista Paranรก&Cia | setembro.outubro de 2008 .3
Da Redação
Nem tudo está perdido O Paraná não escapou ileso da crise financeira, mas pelo menos conseguiu amenizar um pouco o estrago. Com uma economia fortemente ligada a commodities agrícolas, a crise no Estado vem à ritmo lento já que as safras de 2008 e 2009 já estavam garantidas e os insumos comprados. Assim, os danos causados pela restrição de crédito só deverão ser acentuados no ano que vem, quando os agricultores terão de fazer o planejamento da próxima safra. Enquanto isso, setores mais dinâmicos como o imobiliário e o de produção de automóveis já se preparam para enfrentar as quedas de vendas, já que, neste caso, a restrição dos financiamentos, principalmente dos bancos privados, está fazendo que a economia deste setor desaqueça mais rapidamente. Mas ainda não é momento de se prever o
pior. Muitas empresas, baseadas no crescimento constante de pouco tempo atrás, realizaram investimentos e estão apostando no Paraná. Nesta
edição da Paraná&Cia trazemos alguns exemplos disso como o das empresas paulistas Abiara e a Cirela, que desembarcaram no Estado para investir na construção civil, e da empresa curitibana de transporte e locação Ouro Verde, que aproveitou o crescimento do setor sucroalcooleiro para atuar no mercado de aluguel
de colhedoras de cana-deaçúcar. No turismo também se vê esperança de um cenário melhor: na matéria de capa mostramos como a empresa inglesa Orient-Express Hotels, depois de ganhar licitação do arrendamento do Hotel das Cataratas, vai investir 59 milhões em obras de recuperação das instalações e de proteção ao meioambiente. Enquanto o turbilhão começa a passar e os nervos se acalmar, a Bovespa já esboça sinal de crescimento e o dólar começa a cair, devendo ficar perto de 1,90, o que é bom para o exportador e para quem quer fazer turismo. Não dá para dizer que tudo voltará a ficar como antes, mas o Brasil e o Paraná, com certeza, enfrentam bem este período de turbulência. O Editor
Paraná&Cia
A Revista Paraná&Cia é uma publicação bimensal da Editora Ecocidade. Rua XV de Novembro, 1700 cj 07 Alto da Rua XV - Curitiba/PR CEP - 80050-000 Tel (41) 3082.8877 Impressão - Gráfica Capital Jornalista Responsável - Bernardo Staviski | bernardo@ecocidade.com.br Foto de Capa - A.Marchetti/Itaipu Binacional Colaboradores - Luis Gaspar, Celsio Correato, João Alberto Simião, José Eduardo Moskevicz, José Roberto da Silva e Souza e Oscar C. Dizzimoto. Assistente de Arte - Lucas Staviski
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Nesta Edição
Entrevista
Novo presidente da Kraft Foods no Brasil, o americano Mark Clouse pretende repetir aqui o sucesso que teve na China, quando duplicou o faturamento da empresa naquele país.
O Copacabana Palace das Cataratas
Pág. 06
Depois de ganhar licitação do Hotel das Cataratas, a empresa inglesa Orient-Express Hotels vai investir R$ 59 milhões em obras de recuperação das instalações e de proteção ao meio-ambiente. Pág. 12 Liderança Índice e-commerce.......................................................20 Investindo no crescimento do e-commerce e na sua expansão física, o Grupo MM Mercadomóveis quer dobrar de tamanho até 2012.
Expansão.............................................................24 Buscando novos nichos de mercado, a empresa paranaense Visum inaugura nova fábrica em Manaus com investimentos de R$ 4 milhões e prevê crescimento de 300%.
Mercado Pet.........................................................26 Aproveitando a expansão do mercado pet, a empresa paranaense Organnact dobra de faturamento descobrindo um novo nicho nesse segmento.
Em Curitiba para a abertura do Congresso Fenabrave, o presidente da aliança dos grupos Renault-Nissan, Carlos Ghosn anunciou o lançamento de dois novos veículos e antecipou as metas de vendas. Pág. 30
Agronegócio.....................................................28 Aproveitando o crescimento do setor sucroalcooleiro, a empresa curitibana de transporte e locação Ouro Verde parte para o mercado de aluguel de colhedoras de cana-de-açúcar.
Aquisições..................................................... 36 Por meio de sua subsidiária nos EUA, a paranaense Bematech adquire integralmente a Logic Controls para ampliar segmento de hospitality.
Novos Mercados.................................................40 Aproveitando um nicho ainda pouco explorado, a Imcopa pretende conquistar o público brasileiro preocupado em não consumir produtos transgênicos, saltando de 10% para 51% da produção destinada ao mercado interno.
Mercado
Depois de sair de uma crise, a Construção Civil em Curitiba hoje enfrenta um “boom” sem precedentes e deve crescer mais de 10% em 2008. Pág. 38
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Entrevista
Mark Clouse - Presidente da Kraft Foods no Brasil
PR&Cia▶ Como o Sr. ingressou na Kraft? Mark Clouse▶ Existe uma grande variedade de empresas nos EUA que contam com um programa chamado JMO (Junior Military Officer), que busca líderes dentro do exército e levam para o meio empresarial. Após sair de West Point (academia de elite do exército americano) e cumprir 6 anos e meio nas forças armadas, vivendo em vários lugares como Coréia, Honduras e Alemanha, eu fui chamado pela Kraft, que tinha uma parceria com esse programa. Penso que, numa carreira, o sucesso está muito ligado às pessoas que trabalham com você. E tive muita sorte por trabalhar com pessoas fantásticas na Aos 28 anos Mark Clouse ingressou Kraft, onde aprendi muito. na Kraft Foods, nos Estados Unidos, Realmente tive ótimos resulapós uma bem-sucedida carreira tados na divisão de queijos e havia uma boa relação de como piloto de helicóptero e oficial trabalho com a maioria dos do exército, aliando o fato de ser que tinham cargos de chefia. bom jogador de basquete. Formado numa das Foi nessa época que a Kraft mais prestigiadas academias militares do mundo, a West Point, Internacional e a Kraft Norno seu tempo de caserna foi considerado um dos maiores es- te americana se juntaram e, pecialistas do mundo em helicópteros russos, mas trocou a quando isso aconteceu, perfarda pelo terno e vida de executivo. Passou os primeiros cin- cebi uma ótima oportunidade fora dos EUA, co anos em diversos negócios na área de markeserão investidos na China, num ting e depois em vendas, cuidando de algo que papel estratégiera relativamente novo na época, o Sam’s Club. co para desenQuando voltou ao marketing, começou a cuidar volver o mercade unidades maiores. Ficou responsável pelo separa aumentar do de queijos na tor de queijos da companhia, uma categoria que a capacidade de produção de região. Os nemovimenta US$ 1,3 bilhão ao ano, dentro do fachocolates na gócios em Sinturamento global da empresa de US$ 40 bilhões. capital paranaense gapura não estaO sucesso nesta área foi a recomendação para o vam indo muito executivo ser enviado a China, dois anos atrás, onde os negócios da Kraft não iam bem. Rapidamente ele dobrou o bem e então pude juntar o resultado da companhia, de US$ 200 milhões para US$ 400 mi- conhecimento sobre queijos lhões, implantou a compra da divisão de biscoitos da Danone na com o conhecimento militar. região, e ganhou novo crédito com o board. Foi enviado ao Brasil, onde está desde janeiro na sede da empresa em Curitiba, para PR&Cia▶ O que estava agora dobrar o tamanho da operação brasileira que, em 2007, acontecendo com a subsidifaturou R$ 3,6 bilhões. A seguir, a entrevista que também ária da Kraft na China? inaugura um estilo aberto e menos low profile na empresa: Mark Clouse▶ Duas coi-
5 anos para dobrar de tamanho
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Entrevista
Mark Clouse - Presidente da Kraft Foods no Brasil
sas estavam acontecendo ao mesmo tempo: primeiro, a empresa estava percebendo que estava muito dependente dos negócios na América do Norte, e precisávamos aumentar a porcentagem dos nossos negócios nos mercados do mundo todo. Sempre tivemos uma operação forte na Europa, mas a decisão foi a de que iríamos focar em cinco mercados: China, Rússia, Brasil, México e Índia. Havia um grande senso de demanda na China, mas nosso negócio era pequeno e em declínio, de cerca de US$ 200 milhões, e eu tinha a responsabilidade por Hong Kong, Taiwan e o território principal. A realidade era que estávamos vendendo produtos ocidentais para os chineses. Este foi o desafio com que tive de lidar. Havia uma forte concorrência na China, tanto global quanto regional. O outro grande problema que tivemos é que estavamos tentando fazer tudo ao mesmo tempo. Investíamos em 15 marcas diferentes, em 50 a 60 projetos paralelamente, e trabalhando com uma organização muito jovem e inexperiente, sem entender realmente aonde estavamos indo, ou qual era a visão. O grupo Kraft, em geral, é uma combinação de aquisições ao longo dos anos, como a da Nabisco, e acabamos com uma combinação de negócios, sem seguir uma estratégia clara. Quando você não tem direção numa organização, um gerente de uma marca acaba tentando resolver seu problema, enquanto o gerente de outra marca tenta resolver o dele. Estavamos realmente perdendo em muitos casos.
PR&Cia▶ O que o Sr. fez? Mark Clouse▶ A primeira e a mais importante coisa que fizemos foi alinhar a equipe de liderança a certos princípios e direções. Foram duas ações para fazer isso: primeiro juntar todas essas pessoas numa sala e deixar claro que elas serão cobradas e remuneradas pela performance de todos juntos. Então decidimos quais eram os pontos fortes e fra-
“Não podíamos pensar como uma empresa americana, e sim como chinesa. Fizemos isso com Tang e em algumas outras marcas. Isso após um tempo fez com que todo o negócio na China crescesse. O time começou a sentir o gosto da vitória novamente. ” cos do portfólio com o qual estávamos lidando. Focamos em conseguir vitórias rápidas com os produtos já fortes, parando o “sangramento” dos que iam mal. Também haviam os produtos “neutros”, enquanto tentava-se arrumar os outros dois tipos. Chamamos isso de “gerência de crise”. Depois, na segunda etapa, a estratégia foi a de perceber quais marcas tínhamos e o que elas significavam para os consumidores chineses. Por exemplo, um grande sucesso foi quando reformulamos o Oreo (biscoito recheado).
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Produtos doces não são muito procurados pelos chineses e tínhamos a mesma composição no Oreo na China e no EUA. Nós desenvolvemos uma versão menos doce, com o mesmo chocolate escuro e recheio branco, mas mais adequado ao perfil de sabor que os chineses tinham. Funcionou muito bem. Então desenvolvemos uma linha de biscoitos Waffer, em diferentes formatos que eram compatíveis com o que os chineses queriam. Foi assim que o Oreo se tornou o “motor” da nossa operação na China. Dobramos o negócio em dois anos. Falei com a China recentemente, e Oreo mantém metade do negócio lá, e se espalhou pelos três mercados. É uma ótima história de sucesso, de como pegar uma marca que é um ícone americano e torná-la em um ícone chinês. Não podíamos pensar como uma empresa americana, e sim como chinesa. Fizemos isso com Tang e em algumas outras marcas. Isso após um tempo fez com que todo o negócio na China crescesse. O time começou a sentir o gosto da vitória novamente. No começo era preciso “empurrar” e pouco antes de sair apenas “dava apoio”. PR&Cia▶ E como foi sua vinda para o Brasil? Mark Clouse▶ Quando saí dos EUA haviam dois mercados que eu queria muito conhecer. Primeiro o Brasil, depois a China. O Brasil não estava disponível na época. Conhecia muito bem o portfólio daqui. Para ser honesto, o Brasil tem sido um negócio-modelo para a Kraft há alguns anos. Como forta-
lecer marcas fortes regionalmente, como Sonho de Valsa, Bis, e como fazer uma marca global como Tang num mercado como esse. Posso dizer que, sem dúvida, é a melhor organização de vendas da Kraft. O Brasil foi uma organização que teve muito sucesso, mas nos últimos anos, em nossa própria avaliação, estamos apenas indo “bem”. Então, temos um problema diferente para resolver: ótimas pessoas, ótimos negócios, marcas bem desenvolvidas, mas provavelmente não vendendo o seu potencial real. PR&Cia▶ E qual é a saída para esta situação? Mark Clouse▶ Uma combinação de coisas. Quando você tem pontos fortes – o que nós temos - você tende a ficar dependente. Somos muito bons na execução, no ponto de vendas e ficamos muito dependentes disso. Acho que, como temos muitas marcas boas, é um desafio evoluir e adaptar essas marcas às necessidades de um novo consumidor, ou de um consumidor em evolução. Para realmente merecer essa liderança, é preciso manter o que você faz bem, mas desenvolver outras áreas como inovação, trazendo o que chamo de “conjunto de idéia de liderança” e programas que deixam bem claro que somos os líderes do mercado. Pela minha perspectiva, o que temos de fazer é tentar “soltar”, destravar o potencial que já existe aqui. Um líder, em grande parte dos casos, é avaliado somente após sua saída da empresa. Então, “soltando” a criatividade e o potencial, estaremos criando uma organização
que será bem sucedida pelos próximos 10 ou 15 anos. PR&Cia▶ A Kraft já tem muita tradição em comprar empresas. Isso significa também novas aquisições e parcerias? Mark Clouse▶ O que sempre falo sobre joint-ventures, aquisições ou fusão pode até
“Quando você tem pontos fortes – o que nós temos - você tende a ficar dependente. Somos muito bons na execução, no ponto de vendas e ficamos muito dependentes disso. Acho que, como temos muitas marcas boas, é um desafio evoluir e adaptar essa marca às necessidades de um novo consumidor" soar como um disco riscado: quando você sabe o caminho estratégico em que se está, então você procura por parceiros que possam ajudar a você “acelerar”. Então a resposta a sua pergunta é que estamos sempre a procura de parceiros que possam nos ajudar a “acelerar” pelo nosso caminho estratégico. Se fusões e aquisições fizerem parte da estratégia, às vezes pode-se esperar uma vida inteira para elas ocorrerem. A aquisição da Danone,
na China, foi bem-sucedida por ser uma grande empresa e também porque tínhamos uma visão muito clara da direção que queríamos seguir. A parceria com a Sadia agora é um grande exemplo. É muito importante entender e se alinhar com a visão e direção dos parceiros, e ter uma situação clara onde todos se beneficiam da experiência, e acho isso muito importante para que haja sucesso. PR&Cia▶ Por esse acordo a Sadia vai comercializar o cream cheese Philadelphia da Kraft? Mark Clouse▶ Quando se está num mercado como este, é importante manter a comunicação e a relação aberta com outras pessoas da indústria, sempre falando sobre o que está acontecendo. A Sadia é uma empresa fantástica, e acho que tem objetivos similares aos que estamos tentando chegar. A realidade era que tínhamos grandes marcas, e um grande conhecimento sobre queijo, globalmente, e a Sadia tem uma ótima distribuição de nível de excelência mundial. E a realidade é que para nós construirmos essa capacidade de distribuição internamente haveria um custo alto, seria a decisão empresarial errada, e então essa combinação de habilidades se juntam de uma maneira perfeita. Estamos em pleno ciclo de ação da relação, estabelecendo um modelo de sucesso com o queijo. Temos de provar que a relação é tão forte quanto acreditamos que seja. Mostrar o sucesso com isso. E então, sempre haverá novas oportunidades de dialogar e pensar em novas alternativas■
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Qualidade em hotelaria Na foto, Celso Valle, gerente geral do projeto do Hotel das Cataratas. "queremos transformar o hotel num dos Ăcones da hospedagem do continente".
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Capa
Hotel das Cataratas
O copacabana palace das cataratas Depois de ganhar licitação do arrendamento do Hotel das Cataratas, a empresa inglesa Orient-Express Hotels vai investir R$ 59 milhões em obras de recuperação das instalações e de proteção ao meio-ambiente.
"Há pelo menos 14 anos o hotel não recebia investimentos e a manutenção era precária. Os sistemas hidráulicos e elétricos estava inteiramente defasados. Estamos aproveitando somente as paredes" Celso Valle
em obras de recuperação das instalações e de proteção ao meio-ambiente. Administradora do Copacabana Palace há 18 anos, e do Hotel Monastério, de Cusco, no Peru, a Orient-Express Hotels, Trains and Cruises, com sede em Londres, é responsável por dois dos cinco melhores hotéis da América Latina – e já se prepara para o terceiro. A idéia
é transformar o hotel num dos ícones da hospedagem do continente e aproveitar o fluxo de visitantes de Foz do Iguaçu, já que a cidade paranaense é um dos principais pólos turísticos brasileiros, recebendo apenas em 2007 mais de 1,3 milhão de pessoas. Arrendado por 20 anos, numa licitação ganha em 2007, o vencedor tinha o ►
foto: A.Marchetti/Itaipu Binacional
n
ão é todo hotel que pode se gabar de uma vista particularmente deslumbrante. Menos ainda são os que podem ter, a poucos metros, uma das candidatas a 7 Maravilhas da Natureza. Pertencente a União, o Hotel das Cataratas, que é localizado dentro da área de proteção ambiental do Parque Nacional do Iguaçu, começa a passar por reformas com sua nova gestão. Depois de ganhar a licitação do arrendamento do Hotel das Cataratas, a empresa inglesa Orient-Express Hotels vai investir R$ 59 milhões
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Vista Privilegiada De um lado a bela arquitetura com pintura cor-de-rosa do Hotel. Do outro a deslumbrante presença das quedas d´água.
foto: A.Marchetti/Itaipu Binacional
Água Grande
As Cataratas fazem parte do Parque Nacional do Iguaçu, a maior reserva de floresta pluvial subtropical do mundo, tombado em 1986 pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade. O termo Iguaçu na língua guarani, deriva de ygu (“água”, “rio”) e asu ou açu (“grande”), significa literalmente “água grande”.
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Hotel das Cataratas
Algumas das atrações das proximidades A Usina hidrelétrica de Itaipu A Usina Hidrelétrica de Itaipu possui uma das maiores potências instaladas do mundo e foi eleita pela Associação Norte-Americana de Engenheiros Civis como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno em 1995. Atração turística popular, a série de barragens está situada no Rio Paraná, a 14 quilômetros a norte da Ponte Internacional que liga Foz do Iguaçu, no Brasil, a Ciudad del Este, no Paraguai. O Parque das Aves Localizado na entrada do Parque Nacional do Iguaçu e totalmente integrado à mata, o Parque das Aves é uma boa oportunidade de ver de perto os pássaros e animais da mata. O Templo budista Um dos maiores centros budistas da América do Sul se encontra perto do Rio Paraná. 120 estátuas estão distribuídas em 42 hectares de jardins. Destas, 108 são idênticas, todas alinhadas em direção ao pôr-do-sol. O que de início parece um exército, representa na verdade cada reencarnação de Buda na Terra. Elas são vigiadas por uma réplica dourada de sete metros de altura de Mi La Pu-San, famoso buda sentado. O templo principal mede 2500 metros quadrados e possui dois andares (entretanto o acesso a esta área é restrito). O Parque das Aves O Marco das Três Fronteiras é outra das atrações principais da região. Construído em pedra e cimento, o obelisco é pintado com as cores nacionais do Brasil. Este marco foi construído para demarcar geograficamente a tripla fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Em cada país, um obelisco foi construído como marco, com a forma de um triângulo eqüilateral, símbolo de igualdade e respeito entre os três países.
compromisso de executar obras de recuperação das instalações e de proteção ao meio-ambiente orçadas pelo Ibama em R$ 25,6 milhões. A Orient-Express Hotels, Trains and Cruises foi mais longe. Está investindo mais que o dobro no projeto cujo cronograma foi iniciado em junho e deverá ser executado em 18 meses, em três etapas, nas três alas que compõe o conjunto arquitetônico erguido no estilo colonial português do século XIX. O hotel permanece aberto neste período, com previsão de inauguração da primeira ala em janeiro de 2009, oferecendo 77 novos apartamentos. "Há pelo menos 14 anos o hotel não recebia investimentos e a manutenção era precária. Os sistemas hidráulicos e elétricos estava inteiramente defasados. Estamos aproveitando somente as paredes”, diz Celso Valle, um experiente gerente geral do projeto e que em 23 anos de profissão já passou pelo Rio Internacional, Maria Hotéis, Grande Hotel Campos do Jordão, L’Hotel e Emiliano. E, realmente, o Cataratas estava bem decadente. Os tapetes, por exemplo, não eram trocados há pelo menos 15 anos, quando duram no máximo 5 anos, além de existirem muitas improvisações. A Marca Orient Express, no entanto, somente será colocada no hotel após o término da reforma do prédio principal, cuja inauguração está prevista para maio de 2009. “Nesta etapa da obra estaremos com 131 apartamentos prontos e 64 ainda em fase de transformação”, explica Celso. Para não perturbar os hóspedes, as obras começam impreterivelmente às nove da
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foto: A.Marchetti/Itaipu Binacional
Capa
manhã e são encerradas às 17 horas. Para não causar problemas com o Ibama, árvores são recolocadas inteiras e está sendo respeitado até o ritmo da reprodução das aves locais, sendo proibido mexer em árvores com ninhos enquanto existerem ovos ou filhotes. Do total dos investimentos, R$ 52 milhões serão aplicados no ho-
"Também queremos abrir mais o hotel para o turista brasileiro e que a proporção de visitantes nacionais hoje em 5% chegue a 15%" Celso Valle
Dentre as atrações, o Hotel terá um passeio exclusivo para seus hóspedes no Macuco Safari, trilhas dentro da reserva ambiental e um passeio de barco pelo rio Iguaçu acima das Cataratas, além de rafting e rappel e uma rota de gastronomia na Argentina.
tel e R$ 7 milhões no parque. Segundo Celso Valle, “o Hotel das Cataratas não terá paralelo no Brasil por causa de sua localização única no mundo, mas o nosso padrão e referência é o Copacapana Palace” diz ele. Assim, lençóis de algodão egípcio de 300 fios e travessseiros de plumas de ganso vão acolher os hóspedes dos apartamentos comuns enquanto que, nas suítes, o tecido de algodão terá 600 fios. Todos os apartamentos terão TV’s LCD de 32 polegadas, e a prataria e os cristais serão alemães. No novo projeto, que mantém incólume a bela arquitetura com a pintura cor-de-rosa, elaborado em sua maior parte pelo arquiteto francês Michel Joanet, que já executou algumas reformas no Copacana
seus hóspedes formados por estrangeiros, o Hotel Cataratas terá sua qualidade auditada pela Leading Quality Assurance já que os hotéis da Orient Express não costumam se utilizar das graduações da ABH ou da Embratur, “banalizadas”, segundo Celso. “Nosso público está na faixa dos 60 anos e desejamos diminuir um pouco esta idade média. Também queremos abrir mais o hotel para o turista brasileiro e que a proporção de visitantes nacionais hoje em 5% chegue a 15%”, diz ele. Toda a reforma também terá o acompanhamento da evolução no preço das diárias: “atualmente o preço da diária média é de US$ 165. Após a reforma a diária média sobe para US$ 350, valor que permanece até 2010. Depois, em 2011, atinge a US$ 415”, informa o gerente geral. Ele calcula ►
Palace, o Hotel das Cataratas ficará com 195 apartamentos contra os 203 originais. Toda uma ala que ficava num piso inferior meio enterrado foi considerada inapropriada para VISITAÇÃO POR NACIONALIDADE hospedagem e alí Parque Nacional do Iguaçu - Ranking dos 10 países mais representativos em termos de serão instalados os visitação Fonte: Instituto Chico Mendes de escritórios. O resConservação da Biodiversidade taurante e a área da piscina também Paises TOTAL estão sendo inteiBrasil 414.888 ramente remodeArgentina 200.887 lados “tanto para Espanha 55.624 U.S.A . 35.072 o excesso de calor Paraguai 30.644 como o excesso de França 27.666 frio que as vezes Alemanha 27.018 atinge a região, o Inglaterra 23.449 restaurante da pisItália 18.354 cina será fechado Chile 17.695 com vidros”, expliOutros 204.136 ca o gerente geral. Total 1.055.433 Com 95% dos
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Capa
Hotel das Cataratas
que em 10 anos a Orient-Express Hotels, Trains and Cruises recupera seu investimento no hotel. No modelo antigo, o Cataratas apresentava uma taxa de ocupação média de 68% mas Celso Valle aposta numa elevação para 75% no novo formato. “Uma das modificações mais importantes será a instalação de um SPA que, juntamente com o turismo de aventura será o responsável pelo aumento da taxa de permanência do hóspede no hotel. Atualmente ela está em 1,74 dias, mas queremos elevar a taxa para 3 dias porque afinal de contas a Orient Express não vende uma diária e sim uma experiência”, afirma Celso. No turismo de aventura, o
Hotel terá atrações como um será construída em paralelo a passeio exclusivo para seus estrada que dá acesso ao hotel hóspedes no Macuco Safari, e atravessa o parque”, revela. que leva passageiros em em- “A cozinha dos dois restaubarcações infláveis pelo rio rantes do hotel será diversifiIguaçu até a parte de baixo das quedas de água, As cidades mais numa visão de baixo para visitadas no Brasil cima das Cataratas. Além por estrangeiros Fonte: Embratur disso, há trilhas dentro da reserva ambiental de 9 1o Rio de Janeiro (RJ) 30,25 % km como a do Poço Pre- 2o Foz do Iguaçu (PR) 17,1% to que podem ser percor12,6% 3o São Paulo (SP) ridas a pé ou de bicicleta e o 15,1% um passeio de barco pelo 4 Florianópolis (SC) o 11,4% rio Iguaçu acima das Ca- 5 Salvador (BH) o taratas, além de rafting e 6 Balneário Camboriú (SC) 7,8% rappel. “Temos também 7o Fortaleza (CE) 4,6% a atração da gastrono- 8o Natal (RN) 5,3% mia argentina em Puerto 9o Armação de Búzios (RJ) 4,4% Iguazu e uma ciclotrilha 4,1% 10o Manaus (AM) de 11 quilômetros que
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Lençóis de algodão egípcio de 300 fios e travessseiros de plumas de ganso vão acolher os hóspedes dos apartamentos comuns enquanto que, nas suítes, o tecido e algodão terá 600 fios. Todos os apartamentos terão TV’s LCD de 32 polegadas, e a prataria e os cristais serão alemães
História do Hotel das Cataratas
cada, seguindo um cardápio meditarrâneo contemporâneo”, conclui. A empresa A Orient-Express Hotels, Trains and Cruises é uma empresa que trabalha em regiões de grande interesse histórico, cultural e ambiental. São 39 hotéis, três restaurantes, seis trens e dois cruzeiros, em países como África do Sul, Austrália, Espanha, Tailândia e Estados Unidos. O Hotel das Cataratas é o segundo empreendimento da rede no Brasil. O primeiro é o Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, sob a bandeira Orient-Express desde 1989 ■
Durante o governo do vias, cujo controle acionário Presidente Getúlio Vargas, foi posteriormente adquiriem 1939, foram iniciadas do pela Varig S/A em 1967. as obras de construção do Assim como sucessora da Hotel das Cataratas, porém, Realtur Hotelaria S/A surgiu interrompidas durante a II a Cia. Tropical de Hotéis que Guerra Mundial. Somente administrou o hotel, como dez anos depois, durante a Tropical das Cataratas até administração do governo do setembro de 2007. Presidente Juscelino KubitsO hotel passou por duas chek, a construção foi finali- obras de ampliação: uma em zada inauguran1971 e outra em do oficialmente 1982 elevando o Hotel em 4 de sua capacidade outubro de 1958 para os atuais foi a data oficial com 52 acomo- da inauguração do 203 apartamendações. Hotel das cataratas tos. Naquela époEmbora pasca, grandes dificuldades eram sadas mais de quatro décadas enfrentadas por aqueles que e completando 50 anos nesplanejavam se hospedar no te ano, a construção inicial e Hotel, devido às vias de acesso original foi preservada conque eram bastante primitivas. tando com uma manutenção Em agosto de 1959, constante e exaustiva. Oswald Q. Bianchi, por sua As Cataratas do Iguaçu tradição em hotelaria, asso- foram declaradas Patrimôciava-se ao Comte. Linneu nio Natural da Humanidade Gomes para juntos adminis- pela UNESCO e é forte cantrarem o hotel e, assim dessa didata à eleição como uma associação, nascia a Realtur das Novas 7 Maravilhas da Hotelaria S/A, uma subsidiá- Natureza, devido ao seu poria do Consórcio Real Aero- tencial natural.
1958
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e-commerce
MM Mercadomóveis
Dobrando com a ajuda do varejo eletrônico Com base no crescimento do e-commerce e na sua expansão física, o Grupo MM Mercadomóveis quer dobrar de tamanho até 2012.
N
ão é a toa que gigantes expansão física para 200 lojas. do varejo como CaEm 2007, a empresa fatusas Bahia e Wal-Mart rou R$ 240 milhões contra R$ confirmam seus planos de in- 190 milhões em 2006 e deve vestimentos nos seus portais chegar a R$ 300 milhões em de venda na internet. Com 2008, projetando ser, em dois apenas 13 anos de existência, anos, a maior rede de varejo o varejo eletrônico deve al- no Paraná e uma das maiores cançar faturamento da ordem do Sul do Brasil. "Até 2007 de R$ 8,5 bilhões este ano, a nossa visão era ser a maior o que representa no Paraná. Agora, um aumento de Crescimento além de concen35% em relação do Varejo trar os esforços a 2007, segundo Eletônico no Estado, nossa estimativa da E- no Brasil atenção também bit, empresa de se volta para ser Fonte: e-bit informações de uma das maiores 2,5 bilhões comércio eletrô- 2005 do Sul brasileiro. 2006 4,3 bilhões nico ligada à CâNo e-commerce mara Brasileira 2007 pretendemos mul5,5 bilhões de Comércio Ele- 2008 tiplicar por cinco 8,5 bilhões trônico. nossas vendas até Acompanhando de perto 2010 e estamos investindo essa mudança de hábito do num depósito exclusivo de consumidor, a segunda maior 3 mil metros quadrados para rede varejista de móveis e este tipo de vendas", conta eletro do Paraná, a Lojas MM Márcio Pauliki, superintenMercadomóveis, com 100 lo- dente da MM Mercadomójas e atuação praticamente veis e um dos quatro filhos concentrada no interior para- do fundador da rede, Jeroslau naense até aqui, tem projeto Pauliki. A previsão da entrada para dobrar de tamanho até em operação do novo site da 2012, com base no crescimen- empresa é para este mês para to do e-commerce e na sua vendas corporativas e em ou-
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tubro para o público em geral. Apesar de a venda de móveis pela internet ainda não figurar entre os produtos que lideram o comércio eletrônico, as lojas especializadas já perceberam a importância desse canal. Segundo o superintendente da MM Mercadomóveis, o comércio eletrônico representa hoje menos de 3% do faturamento da empresa e o objetivo é che-
“No e-commerce pretendemos multiplicar por cinco nossas vendas até 2010 e estamos investindo num depósito exclusivo de 3 mil metros quadrados para este tipo de vendas” Márcio Pauliki
Super MM da avenida Vicente Machado, em Ponta Grossa: Além das lojas físicas, a idéia agora é investir no comércio eletrônico, tratando o e-commerce como um negócio à parte dentro do grupo, com gestão administrativa própria de todos os processos e a transformação do site em um shopping de compras.
mento é tratar o comércio eletrônico como um negócio à parte dentro do grupo, com gestão administrativa própria de todos os processos e a transformação do site em um shopping de compras, com produtos de outros segmentos além de móveis e eletrônicos para que a loja virtual seja diferente da loja física, com produtos mais genéricos para atingir diversos públicos e classes. Sobre as Lojas MM gar a 7%. “Estamos também investindo em tecnologia e na formação de uma equipe exclusiva de 25 pessoas para cuidar da gestão dos negócios online porque enxergamos o comércio eletrônico como um caminho sem volta e precisamos estar preparados para suprir essa demanda”, diz. A empresa lançou, há pouco mais de dois anos, a loja virtual das Lojas MM, mas ela ficou limitada para suportar o atendimento dos novos consumidores da rede e se mantém constante na casa dos 500 mil page-views mensais, com média de 110 mil visitantes únicos. Ao todo são mais de 1.000 produtos distribuídos em diversos departamentos. 11,5 milhões é o total de internautas que comprou pela internet este ano
O novo projeto, que exigiu investimentos totais de R$ 1 milhão, é bem mais ambicioso e quer lançar o Grupo MM no cenário dos grandes varejistas nacionais, atraindo público das classes A e B, a predominante no comércio eletrônico, mas oferecendo produtos para outras classes sociais, como a C, que é a que predomina nas lojas existentes no Paraná, Santa Catarina e São Paulo que possuem mais de 1 milhão de clientes cadastrados. “A nossa idéia é que a loja on line seja a loja número 1 em vendas e hoje ela seria a 60ª, o equivalente a uma loja do interior”, diz Márcio Pauliki. A idéia em desenvolviR$ 324 é o valor médio individual gasto com compras online no primeiro semestre
25% dos internautas fazem compras virtuais
Revista Paraná&Cia | junho.julho de 2008 .21
As Lojas MM Mercadomóveis são a segunda maior rede varejista de móveis e eletro do Paraná, com quase 100 lojas em mais de 80 cidades (Paraná e São Paulo). O grupo emprega atualmente 1500 colaboradores e tem 1 milhão de clientes cadastrados, dos quais 300 mil são ativos ■
segunda geração Márcio Pauliki, superintendente da MM Mercadomóveis e um dos quatro filhos do fundador da rede, Jeroslau Pauliki
Aconteceu
“Eu colho oportunidades a partir dos riscos” Numa campanha que será veiculada até o final do ano, o presidente da maior cooperativa brasileira, a Coamo de Campo Mourão(PR), José Haroldo Galassini se tornou a estrela de um anúncio da Bolsa de Chicago destinando a promoção de negócios na instituição. A peça publicitária está sendo veiculada no Wall Street Journal e no site da Bloomberg, nos
Estados Unidos, e na Inglaterra, no jornal Financial Times, entre outros. A idéia partiu da CME Group, que escolheu o diretor-presidente da Coamo para uma campanha mundial para promover a importância da gestão dos riscos de preços no agronegócio. No título do anúncio, o presidente da Coamo diz: “Eu colho oportunidades a partir dos riscos”.
22. Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008
Brasil poderá produzir etanol de segunda geração em um ano e meio A sonhada produção do álcool de segunda geração, ou o combustível verde como é conhecido, porque é feito a partir de resíduos como bagaço de cana-de-açúcar ou de qualquer vegetal, está mais próxima do que se imagina. Quem garante isso é o presidente da Novozymes para a América Latina, Pedro Luiz Fernandes para quem “dentro de um ano e meio o país poderá iniciar a produção deste tipo de álcool em escala comercial”. No ano passado, em 13 de setembro, a dinamarquesa Novozymes, maior produtora de enzimas industriais do mundo, e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de São Paulo, assinaram um acordo para selecionar a enzima mais adequada para a hidrólise do bagaço da cana-de-açúcar entre os organismos existentes no acervo da empresa. Com esta tecnologia, o Brasil poderá triplicar sua produção de etanol sem necessitar de qualquer ocupação de novos territórios agrícolas. A sede da empresa na América Latina é em Araucária (PR) e, ao final do projeto, ela vai comercializar as enzimas capazes de hidrolisar o bagaço de cana.
foto: SECS
Rafain de olho nos grandes eventos
Operar como pool faz o Rafain de Foz do Iguaçu crescer mais de 100% em eventos Ausente do mercado de mercado começamos a perder grandes eventos por causa do terreno porque, com 7.500 espaço relativamente peque- metros quadrados tínhamos no que tinha destinando ao espaço para um congresso, seu Centro de Convenções, o mas não para as exposições Rafain Palace Hotel & Con- que acompanham estes envention Cencontros”, exter resolveu plica Cândiapostar alto do Ferreira para crescer Neto, Gerente foi o investimento do neste segmende Marketing Rafain Palace hotel to: investiu e Vendas do no seu centro de R$ 6 milhões Rafain que convenções na ampliação pertence a um do seu centro de convenções, grupo familiar da cidade com transformado no maior do mesmo nome. Mas só a expaís dentro de um hotel, e que pansão não bastava. Como pode se dividir em 43 salas, atrair os grandes eventos se sendo que a menor compor- o hotel tinha a oferecer uma ta até 15 pessoas e a maior capacidade de hospedagem até 3.900 pessoas, além na faixa de 500 participantes de ter um pé direito de em seus 224 apartamentos? 6,50 metros. “Nós já “Nós optamos por operar fomos pioneiros com um pool de hotéis lonesta área nos calizados num raio de 10 anos de 1980 e quilômetros e hoje temos chegamos a se18 empreendimentos endiar um Convolvidos com as nossas gresso da ABAV promoções e vendendo em 1993. Com o nossos projetos”, diz crescimento do o gerente.
R$ 6 mi
Paraná tem sua 5ª fazenda habilitada para exportar carne à UE Completando três anos da descoberta de focos de febre aftosa no Paraná - que até hoje não foram comprovados - o estado teve, no final de setembro, sua primeira fazenda habilitada para realizar exportações de carne bovina para a União Européia. Segundo Péricles Salazar, da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o estado tem ainda, em fase de certificação, outras cinco propriedades, mas para realmente ganhar escala “necessita de pelo menos 100 propriedades certificadas”. O Paraná possui um rebanho de quase 11 milhões de cabeças e já foi responsável por perto de 10% das exportações brasileiras do setor. Até o mês de outubro o Paraná habilitou 14 propriedades. Número de propriedades habilitadas a exportar para o bloco da UE
Fonte: Ministério da Agricultura
Na foto, Cândido Ferreira Neto, Gerente de Marketing e Vendas do Rafain.
Minas Gerais Goiás Mato Grosso Rio Grande do Sul Espírito Santo Paraná São Paulo
232 94 80 38 16 14 12
Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008 .23
de volta aos trilhos Ainda são poucas as fazendas certificadas, mas o Paraná já pode voltar a exportar carne à União Européia.
Expansão Visum
Made in Manaus Buscando novos nichos de mercado, a empresa paranaense Visum inaugura nova fábrica em Manaus com investimentos de R$ 4 milhões e prevê crescimento de 300%.
crescimento Na foto, André Lissner, Diretor Administrativo e Financeiro da Visum. "Devemos fechar 2008 crescendo em média 100% ao ano".
E
leita pela Revista Exame Pequenas e Médias empresas como uma das que mais cresce no país – em média 100% ao ano – a paranaense Visum Sistemas Eletrônicos S/A, empresa que atua na terceirização de montagem de placas e produtos eletrônicos EMS (Electronic Manufacturing Service), com sede em Curitiba, prepara mais um grande salto. Como parte de sua estratégia de entrar em novos nichos de mercado como a montagem de celulares, produtos de entretenimento e mesmo da linha branca, a Visum, inaugurou em setembro, em Manaus, sua terceira unidade fabril, que conta com investimentos iniciais da ordem de R$ 4 milhões. A empresa prevê com esses planos um crescimento
de quase 300% em 2008, saltando de um faturamento de R$ 105 milhões em 2007 para perto de R$ 300 milhões em 2008. Já a nova fábrica entra nos planos da empresa de faturar R$ 1 bilhão em 2011.
“Este é o segredo do nosso sucesso: em 60 dias podemos colocar uma nova fábrica funcionando para atender um ou vários grandes clientes” André Lissner
Em julho passado, a administradora de fundos Governança & Gestão Investimentos (G&G) com Antônio Kandir à frente fez sua entra-
24. Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008
da no segmento de tecnologia pela Visum com um aporte de R$ 100 milhões e vaga no Conselho de Administração da empresa que está sendo criado. A Visum é uma empresa de TI que funciona nos moldes de uma facção, modelo comum nas empresas de vestuário. Não possui e não quer ter marcas próprias e é especializada na produção e montagem de produtos para grandes empresas como placas eletrônicas com circuitos impressos (mothers board e placas de memórias) fornecidos a empresas como a AMD e a Positivo Informática. “Pelo nosso projeto, em um mês estaremos com 400 funcionários e chegaremos a 800 colaboradores até o final do ano em Manaus”, disse André Lissner, diretor adminis-
trativo e financeiro da Visum. sa que importava placas da Em 2006 a empresa contava Dinamarca.” Ele começou a com apenas 132 funcionários montar placas de forma artee deve fechar 2008 com 2.000, sanal em sua quitinete. “Dicrescendo em média 100% ao zem que muitas empresas ano nos últimos quatro anos. nascem na garagem, mas eu Na verdade, a Visum des- nem garagem tinha”, brincobriu um nicho de mercado ca. A empresa, fundada em em que atende com muita 1997, conta com seis unidarapidez e flexibilidade pedi- des fabris: três na Cidade Indos de grandes empresas que dustrial de Curitiba, uma em pretendem lançar produtos Pato Branco, uma na China e com muitos componentes de uma agora em Manaus. O TI. “Hoje temos 90 grandes empreendimento nasceu clientes e no dia que lançar- quando os três decidiram mos um produto com nossa trabalhar por conta própria própria marca escom um capital tas empresas nos crescimento de US$ 27 mil. Os abandonam”, ar- da empresa dois engenheigumenta Lissner. ros trabalhavam “Este é o segredo R$ 46 milhões 2006 na dinamarquesa do nosso sucesso: R$ 105 milhões 2007 Glunz& Jensen e em 60 dias pode- R$ 300 milhões 2008 o primeiro promos colocar uma duto pesquisanova fábrica funcionando para do foi uma placa eletrônica atender um ou vários grandes de uma máquina de revelar clientes”, completa. Segundo filmes desta empresa. A priele, antes mesmo de inaugurar meira linha de montagem de Manaus, a Visum já fechou placas eletrônicas foi financontratos de fornecimento ciada pelo BRDE – Banco para empresas locais. Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul. A empreA empresa sa também possui escritórios localizados em Taiwan e EsA Visum surgiu da idéia tados Unidos, que auxiliam, do engenheiro Túlio Henri- principalmente, na aquisição que de Lima de que era possí- de matérias-primas no extevel fabricar placas eletrônicas rior e atualmente encontrano Brasil a um custo baixo. se em fase de implantação do “Trabalhava em uma empre- seu sistema de gestão SAP■ Funcionários trabalhando na fábrica da Visum Dedicação à produção de placas eletrônicas para áreas, como energia, médica, automotiva e informática.
Mother board Em parceria com a AMD, gigante do mercado mundial de microprocessadores, a Visum vai produzir as premiadas placas-mãe AMD VS 761GXM2MA-RS2H, com o objetivo de abastecer o mercado nacional.
Mercado Aquecido O mercado de informática é um dos que mais cresceu no país (mais de 30% em 2007), favorecido pela expansão do crédito consignado e do consumo aquecido. Muitas pessoas estão tendo a oportunidade de comprar o primeiro computador ou fazer upgrades nos equipamentos que possuem, além da nova gama de consumidores que surge com a inclusão digital. Estima-se que no Brasil entre 18% e 20% da população já tenha acesso ao computador. São novos consumidores, de novas classes sociais, que se beneficiam com todo esse panorama, que é influenciado pela disponibilidade de crédito, produção local, acesso e queda do dólar. E depois do primeiro computador, fica difícil ficar sem.
Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008 .25
Mercado Pet
Organnact
Um negócio "bom pra cachorro" Aproveitando a expansão do mercado pet, a empresa paranaense Organnact dobra de faturamento descobrindo um novo nicho nesse segmento.
A
tendência de consumo de alimentos funcionais pelos humanos já garantiu o sucesso de muitas empresas pelo país afora. Estender esse hábito para seus animais de estimação, no entanto, é algo de novo e já vem sendo observado no Brasil, criando um mercado que também pode ter suas atrações. Com este ponto de partida, a paranaense Organnact, empresa com sede em Curitiba, pretende duplicar seu faturamento com base em novos lançamentos e no atendimento específico deste nicho. A Organnact foi fundadada há 12 anos e é especializada em produtos nutracêuticos, probióticos, vitamínicos, minerais, aminoácidos e fitoterápicos para animais, especialmente pets. O faturamento estimado para 2008 é de R$ 11 milhões, mas a empresa projeta R$ 20 milhões em 2009, segundo seu presidente e fundador, o médico veteriná-
rio Antonio Roberto Bacila. “Há uma exigência por parte dos consumidores pela qualidade de vida de seus animais de estimação e, apesar da concorrência entre empresas
“ Apesar da concorrência entre empresas de alimentação ser bastante acirrada, o mercado de suplementos para animais é potencialmente muito mais aberto” Antonio Roberto Bacila
de alimentação ser bastante acirrada, o mercado de suplementos para animais é potencialmente muito mais aberto e pode ser bastante explorado”, diz Antonio Roberto Bacila. Neste nicho, a Organnact investiu R$ 3 milhões em aquisições e desenvolvimento de novos produtos. Em março
passado lançou o PetPalitos, palito comestível para os cães que contém probiótico, por enquanto o único no mercado brasileiro. O probiótico é uma levedura 100% natural, que melhora o funcionamento do intestino dos cães e aumenta sua resistência a doenças. Além disso, reduz o volume e o odor das fezes, melhora a qualidade da pelagem, proporciona melhor absorção dos nutrientes do alimento e contribui para a manutenção da saúde bucal e prevenção da saúde de calculo dental. PetPalitos associa os efeitos positivos do prebiótico (estimula o sistema imunológico e a microflora intestinal) e do probiótico, impedindo o crescimento de microorganismos nocivos ao animal. Com isso, o cão fica mais resistente à ação de agentes presentes no meio ambiente. “O setor de produtos naturais e ecologicamente corretos tem extremo potencial e, cada vez mais, atrai proprietários de animais e criadores.
O mercado de Pet Produts em faturamento Segmento 2007 (US$) % Alimento 3.067.511.609,49 75% Medicamentos Veterinários e produtos 272.680.639,20 7% para higiene, embelezamento,etc. Serviços 546.080.000,00 13% Equipamentos e Acessórios 215.622.000,00 5% Total 4.101.894.248,69 100%
26. Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008
Produção da indústria brasileira do setor de alimentos PET Em 2007, a indústria brasileira do setor produziu 1,8 milhões de toneladas de alimentos para cães e gatos. A Região Sudeste é a maior responsável por este resultado, respondendo por 52,64% do mercado, seguida pela Sul (40,42%), CentroOeste (4,45%), Nordeste (1,94%), Norte (0,55%). O potencial do mercado brasileiro, de acordo com a associação, está muito além dos resultados conquistados – há 31 milhões de cães e 15 milhões de gatos, um consumo potencial de 3,96 milhões de toneladas/ ano. Esses números levam o Brasil à colocação de segundo maior mercado do mundo em número de animais e volume de produção. Entretanto, os alimentos industrializados são oferecidos a apenas 45,32% dos animais de companhia, sendo os outros 54,68% alimentados com sobras de mesa. “São aproximadamente 2 milhões de toneladas de arroz, carnes, leite e outros alimentos utilizados para alimentar nossos animais de companhia, consequentemente desviados da alimentação humana”, afirma José Maria Parra, presidente da Anfal Pet.
Depois do sucesso desse produto que em embalagem de 160 gramas vendeu 90mil unidades em pouco mais de dois meses, atendendo o consumo de 14 mil animais/mês e representa algo próximo a 2,5 milhões de unidades de palitos, a empresa agora está lançando no mercado a sua linha Tabs, uma nova forma de medicar os animais de companhia por meio de tabletes mais saborosos ao seu paladar. Os dois primeiro produtos da linha - Promun Dog Tabs e Deratopic Tabs - proporcionam crescimento do número de pele macia e bonita, disposição animais de estimação junto às para brincar, mais resistência famílias brasileiras. Segundo às agressões do meio ambien- dados da AnfalPet (Associate, melhoria da flora intestinal ção Nacional dos Fabricantes e fornecimento extra de vita- de Alimentos para Pequenos minas A, C, E e do complexo Animais), o gasto médio com produtos e serB. Para alcançar viços per capita/ a meta de faturaano é de R$ 390, mento e produentre pet food, ção, a Organnact produtos farmacomprou em é o gasto médio cêuticos, vacinas, 2007 a gaúcha per capita/ano embelezamento Fitovet, laborados brasileiros e acessórios, totório de producom produtos e talizando R$ 16 tos fitoterápicos serviços pet bilhões de fatu(à base de exramento. O Bratratos de ervas) para saúde animal, por R$ sil é o segundo país no ranking 1,2 milhão. “A empresa atua populacional de animais docomo coadjuvante dos trata- mésticos, com 28,8 milhões de mentos receitados pelos médi- cães, 13,08 milhões de gatos e 4 cos veterinários. Além disso, a milhões de outros pets, ficanreestilização e readequação de do atrás somente dos Estados produtos e distribuidores na Unidos. Para 2008, somente o linha de ruminantes; a volta mercado de Petfood ( alimenda Fitovet ao mercado, soma- tos) no Brasil deve movimendo ao projeto de investimento tar US$ 3,22 bilhões■ de marketing mais audacioso vão nos proporcionar o crescimento”, justifica Antonio Roberto Bacila. Sua expectativa corresponde a um segmento em expansão e que tem sido impulsionado pelo
Ao lado, o médico veterinário Antonio Roberto Bacila presidente e fundador da Organnact.
R$ 390
Revista RevistaParaná&Cia Paraná&Cia||setembro.outubro agosto.setembro de 2008 .27
investimentos em novos produtos Em março deste ano a Organnact lançou o PetPalitos, palito comestível para os cães que contém probiótico. Por enquanto o único no mercado brasileiro.
Agronegócio Ouro Verde
De olho na demanda
Aproveitando o crescimento do setor sucroalcooleiro, a empresa curitibana de transporte e locação Ouro Verde parte para o mercado de aluguel de colhedoras de cana-de-açúcar.
M
esmo com a restrição ao crédito advinda da crise financeira global, que pode afetar a expansão do setor sucroalcooleiro no Brasil, a perspectiva ainda é boa de acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que prevê que, em sete anos, haverá um aumento de quase o dobro no consumo interno de etanol, ao mesmo tempo em que as exportações mais do que triplicariam. Isso, mais o vertiginoso crescimento do setor nos últimos anos, estão propiciando a criação de muitos novos negócios. O mais recente deles foi anunciando pela curitibana Ouro Verde Transporte e Locação: o aluguel de colhedoras de cana-de-açúcar, equipamentos que custam ao redor de R$ 1 milhão a unidade e que estão tendo grande procura, tanto
pela falta de mão-de-obra em várias regiões produtoras do país, como pela novas restrições ambientais que estão eliminando a colheita manual da cana com a utilização de
"Há 376 usinas em operação no país e devem ser inauguradas mais 33 em 2008. Entre 2009 e 2011, se prevê a entrada em operação de outras 138 novas usinas" Adão de Oliveira
queimadas. “A nossa percepção é a de fazer a locação de pelo menos 70 equipamentos para as safras entre 2009 e 2010”, disse Adão de Oli-
veira, gestor de negócios da Ouro Verde, empresa que é lider no setor de movimentação de produtos químicos, mas que possui uma grande divisão de locação de equipamentos como caminhões pesados e extra-pesados, tratores e empilhadeiras. E foi justamente para atender a necessidade de clientes do setor sucroalcooleiro que a empresa resolveu entrar no setor: “a Ouro Verde já faz a locação de caminhões para usinas como a Santa Elisa e a Luis Dreyfuss há alguns anos e desse relacionamento surgiram informações sobre essa nova oportunidade de mercado. E eles são os nosso primeiros clientes”, completa Adão de Oliveira. Numa primeira operação que acabou de ser fechada, a Dreyfuss locou sete unidades, quatro para operar no Mato Grosso e três
CANA-DE-AÇÚCAR PROCESSADA PELAS USINAS (toneladas)
Paraná Brasil Fonte:
2004-2005 28.997.547 386.090.117
2005-06 24.808.908 387.441.876
2006-07 31.994.581 425.535.761
2007-2008 40.369.063 493.384.552
União da Indústria de Cana-de-açúcar/UNICA e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/MAPA.
28. Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008
em Minas Gerais, enquanto começou mais forte há cerca que a Santa Elisa alugou um de cinco anos e a empresa já lote de seis unidades. Todos acumula cerca de 600 equios equipamentos são da mar- pamentos alugados, quase ca Case IH. “Neste momento todos no setor sucroalcooem que as empresas estão com leiro. “Há todo um setor em seus limites de operações de crescimento que poderemos empréstimos bancários quase atender: em 2006 foram cototalmente tomados é muito mercializadas 313 colhedoras vantajoso não e em 2007 fofazer imobiram 650. Há 376 lizações em usinas em opeequipamentos ração no país e como as colhedevem ser inaué a estimativa de doras de canaguradas mais 33 crescimento até de-açucar e em 2008. Entre 2020 do setor usar este limite 2009 e 2011, se sucroalcooleiro em outra área”, prevê a entrada diz o supeem operação de rintendente da Ouro Verde, outras 138 novas usinas. Nós Karlis Jonatan Kruklis. “De- temos um estudo que diz que pois, nosso negócio é o alu- o setor deve crescer 790% até guel corporativo com contra- 2020”, finaliza o gestor de tos de cinco anos aonde nós negócios Adão de Oliveira. fornecemos toda a manutenção e o cliente fica em poder A empresa do equipamento o ano inteiro. E a cada cinco anos nós A Ouro Verde atua no trocamos a máquina antiga mercado há 35 anos, com por uma nova”, acrescenta. sede em Curitiba. Possui 44 O setor de locação da filiais/apoio espalhadas pelo Ouro Verde é responsável país e ainda uma filial em por metade do faturamento Buenos Aires, na Argentina, de mais de R$ 300 milhões contando com 1200 funcioobtido pela empresa em nários. Atua com Transporte 2007. Este tipo de operação de Cargas Secas, Trans-
porte de Granéis Líquidos e Perigosos, Transporte Internacional, Armazenagem, Terceirização de Frota e Locação de veículos ■
790%
Bom momento Na foto, o Superintendente da Ouro Verde, Karlis Jonatan Kruklis "Neste momento em que as empresas estão com seus limites de operações de empréstimos bancários quase totalmente tomados é muito vantajoso não fazer imobilizações em equipamentos como as colhedoras de cana-deaçucar e usar este limite em outra área”.
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liderança Renault-Nissan
O superador de metas No lançamento do Sendero Stepway e do Livina, o presidente e CEO da aliança dos grupos Renault-Nissan diz que as perspectivas para 2009 são de vender 200 mil veículos.
T
lançamentos Nissan e renault Deste lado, o primeiro veículo de passeio da Nissan produzido no Brasil, o Livina. Do outro, o Renault Sendero Stepway, modelo crossover com desenho mais esportivo e mais robusto.
odas as metas de vendas e faturamento previstas apenas para 2009 no Brasil serão antecipadas e mesmo superadas até o final de 2008”. É o que afirmou o presidente e CEO da aliança dos grupos Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, que esteve em Curitiba dia 22 de agosto para participar do lançamento de dois novos veículos – um Renault, o Sendero Stepway, e um Nissan, o Livina, e da abertura do XVIII Congresso Fenabrave, da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores. Com isso, as duas empresas já esperam comercializar um total de 200 mil carros em 2009. Quando Carlos Ghosn assumiu a Nissan, em 1999, a montadora estava beirando a falência, com um endividamento de 19 bilhões de dólares e perdas consecutivas em sete dos últimos oito anos.
O executivo asseverou que abandonaria a empresa se não conseguisse fazê-la regressar aos lucros em dois anos. Ne-
"Há realmente tendência de queda de vendas nos mercados mais maduros... ... já o crescimento do mercado dos países emergentes vai mais do que compensar esta queda para os grandes fabricantes" Carlos Ghosn
cessitou de apenas 18 meses, durante os quais, entre outras coisas, reduziu a dívida da empresa para metade. Com uma trajetória de gestão arrojada à frente das duas montadoras, Ghosn abriu o lançamento muito satisfeito com os recordes de vendas e lucros e anunciou que a empresa pretende
30. Revista Paraná&Cia | setembro.outubro de 2008
utilizar a experiência que está iniciando na associação com a indiana Bajaj naquele país para produzir um carro com preço abaixo dos US$ 10 mil no Brasil. “Haverá a adaptação das diferentes características de produção da Índia para o Brasil, mas acredito muito que poderemos lançar um carro mais barato no Brasil”, disse ele. Na Índia, o projeto pretende lançar em 2011 um veículo que custará US$ 2,5 mil. No primeiro semestre de 2008 a Renault do Brasil aumentou suas vendas em 91,6% em relação a 2007, comercializando 68.904 veículos, bastante acima dos 30% do crescimento do mercado. A previsão de Ghosn é a de chegar ao final do ano com 130 mil veículos vendidos. Já as vendas da Nissan cresceram 130% no semestre e a empresa pretente atingir um patamar de comercialização de 30 mil unidades. Com este resultado, a Renault subiu 1,4 ponto percentual na sua participação no mercado, atingindo 4,3%, obtendo a quinta colocação no ranking das vendas nacionais. A meta da Renault era a de atingir, em 2008, a 106 mil veículos. Boa parte do sucesso de vendas está apoiado no crescimento do Sendero, com 25 mil unidades emplacadas no semestre e do Logan, com 24 mil unidades vendidas, o que corresponde a 64% das vendas. A visita do presidente mundial da aliança Renault/Nissan
também serviu para marcar a seis lançamentos que a empreentrada da Nissan na produ- sa francesa anunciou que irá ção de veículos de passeio no fazer até o final de 2009 como Brasil com o lançamento do parte de um investimento de Livina, com o que a empresa R$ 1 bilhão que começou a também passa a disputar o seg- ser efetivado a partir de 2006 e mento que utiliza motores flex que trouxe para o país o Mégafuel. O Livina deverá ter suas ne, Logan e Sendero. vendas iniciadas nos primeiros O projeto envolveu o Remeses de 2009. Trata-se de um nault Design América latina, monovolume equipado com o primeiro stúdio de design da motores 1.6 ou 1.8 de 16 válvu- marca no continente americalas com o que a Nissam passa no, inaugurado em São Paua disputar uma fatia maior do lo em abril passado. Os dois mercado brasileinovos veículos ro: hoje a empresa serão produzidos japonesa compete no Complexo Inem 17% do merdustrial Ayrton cado total e com Senna que a Nisé o número o Livina passará a san divide com a de veículos competir na faixas Renault em São comercializados neste ano que ocupam 30% José dos Pinhais, pelo Grupo do mercado. Este na Região MetroRenault-Nissan mesmo automóvel politana de Curijá é produzido na tiba e que pode China, Indonésia, Africa do produzir até 240 mil veículos Sul e Oriente Médio. por ano, total que deveá ser alJá o Renault Sendero Ste- cançado em 2010. pway é um modelo crossover, Carlos Ghosn também fez e começa a ser vendido no país uma avaliação dos mercados a partir de Outubro com um mundiais e disse que “há redesenho mais esportivo e apa- almente tendência de queda rentando mais robustez que o de vendas nos mercados mais modelo do qual deriva da pla- maduros como a Europa, Estaforma B0. “É o mais brasi- tados Unidos e Japão mas que leiro dos veículos Renault lan- o crescimento do mercado dos çados no país até hoje”, disse países emergentes vai mais ► o presidente da empresa no Brasil, Jérôme Stoll. Este é o quinto modelo dos
6,1mi
Trajetória de Carlos Ghosn
1954
Raízes Carlos Ghosn nasce em Porto Velho, Rondônia, com família de origem libanesa.
1974
Formação Foi educado na França e formou-se, em 1974, pela Escola Politécnica de Paris.
1981 início de carreira Iniciou sua vida profissional na Michelin e, aos 27 anos, tornou-se o mais jovem diretor da fabricante de pneus.
1985
matador de custos Foi nomeado responsável máximo pela filial sulamericana da Michelin, onde passou a fazer jus a seu apelido de “matador de custos”.
1990
início de carreira Implementou um plano rigoroso de contenção de gastos para combater a crise da Michelin no Brasil. Sua gestão catapultou-o à presidência da Michelin na América do Norte, tornando-se ali o artífice da aquisição da Uniroyal Goodrich.
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liderança Renault-Nissan
1996
renault Começa a trabalhar na Renault quando o presidente da montadora, Louis Schweitzer, pediu que elaborasse um plano de corte de custos em um momento complicado da empresa. O programa compreendia o fechamento da fábrica de Vilvoorde, na Bélgica, de 3.000 empregados, os quais chegaram a se rebelar para impedir o fechamento da unidade. A montadora francesa, sentindo-se pequena, decidiu comprar 36,8% da Nissan.
1999
CEO Carlos Ghosn começa a trabalhar para a Nissan Motor Co. e, em junho do ano seguinte, já era o presidente da empresa. No ano seguinte é nomeado CEO.
2005 duas empresas Schweitzer, depois de treze anos à frente da companhia francesa, elege seu sucessor no comando da Renault. Agora, Ghosn tem diante de si uma dupla tarefa: por um lado, comandar a Renault e, por outro, dirigir ao mesmo tempo a primeira empresa automobilística da Europa e a fabricante de carros japonesa Nissan, da qual a Renault possui 44%. É a primeira vez que alguém se propõe a dirigir duas empresas de tamanha envergadura, num total de 250.000 funcionários.
2007
crescimento No comando do 4º maior grupo automobilístico do mundo com 6,1 milhões de unidades comercializadas neste ano.
do que compensar esta queda da unidade de São José dos para os grandes fabricantes". Pinhais-PR, com um investi“Acho que em 2009 a Rússia mento de US$ 1,3 bilhão. Dese China irão crescer 10% e o sa época ele fez um mea culpa Brasil irá ficar ainda acima dis- em algumas entrevistas onde so”. O presidente da Nissan/ afirmou, por exemplo, que Renault citou também um es- “Erramos muito na estratégia tudo do Banco Mundial que de implantação da empresa no prevê a existência de 3 bilhões Brasil quando definimos que de carros rodando no planeta os veículos seriam fabricados em 2050 contra os 650 milhões com 50% de componentes naque circulam hoje. “Eu não sei cionais e 50% importados, o se daqui há 20 anos estarei len- que tornou os nossos carros do um jornal na forma como muito caros, enquanto nosé feita a leitura hoje mas sei sos concorrentes trabalhavam que haverá pessoas com 85% de nacionaveículos a dirigindo automólização”. veis sejam elétricos, cada 1000 Pouco ele pode biocombustíveis, habitantes fazer na época porBrasil que em 1999 foi para a células, biodiesel 250/1000 ou outros mode- 600/1000 Japão a Nissan Motor Co, los”, argumentou. 800/1000 EUA e no ano seguinte já Segundo ele, ainda era o presidente da há muito espaço para a indús- empresa, chegando a CEO em tria automobilística crescer: 2001. O trabalho lá realizado “no Brasil, para cada mil habi- levou-o ao topo da carreira, tantes, 250 possuem automó- quando, em 2005, assumiu o vel. No Japão, para cada mil comando do grupo Renault, 600 habitantes possuem um além da Nissan, comandando carro e nos Estados Unidos o 4º maior grupo em cada mil pessoas, 800 delas automobilístico tem carro”, concluiu. do mundo com 6,1 milhões de A Lenda Carlos Ghosn unidades comercializadas Carlos Ghosn entrou na em 2007■ Michelin em 1978 para dirigir a fábrica de Puy (França), sendo nomeado logo depois chefe de pesquisa e desenvolvimento de pneus industriais em Ladoux. Foi enviado ao Brasil para dirigir as atividades da Michelin na América do Sul e em 1990 chegou a presidência da Michelin América do Norte. A fama de executivo Na foto, o presidente arrojado o levaram a Ree CEO da aliança Renault-Nissan, Carlos nault em 1996, contrataGhosn, que esteve em do como Diretor Geral AdCuritiba junto, onde supervisionou as atividades da fábrica no Mercosul, incluindo a implantação
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Artigo
Bruxo, visionário ou missionário?
por João Alberto Simião
A máxima de que ninguém é insubstituível não funciona no caso do fundador de uma empresa. Enquanto ela é de pequeno ou de médio porte,
esse homem, ou mulher, é realmente insubstituível. Se o fundador for retirado do comando, a empresa tem grande chance de morrer. Ninguém, na empresa, chega perto do típico empreendedor em termos de sensibilidade, conhecimento do negócio, motivação, interesse pelo resultado, disposição física para 10 ou 15 horas de trabalho diário, conhecimento perfeito do que é austeridade (gastar no que realmente é necessário), objetividade contundente e foco no que decidiu fazer. Qualquer funcionário está muito longe desse perfil. Não devemos comparar com o proprietário os principais funcionários e nem mesmo os próprios filhos. Freqüentemente, os filhos e os principais colaboradores não entendem essa superioridade do fundador na empresa. Muitos filhos me confessam que seus pais são verdadeiros bruxos. Dizem eles: “Meu pai, de costas, sabe
que estou fazendo algo errado. Deve ter um olho biônico e um sensor no ouvido, pois escuta e vê tudo. Isso não é bruxaria? Ele anda pela empresa, aparentemente olhando tudo superficialmente. Na verdade, ele ouviu e viu tudo e, quando alguém vai falar com ele, já sabe a resposta. Isso não é bruxaria? Com todo o meu conhecimento universitário, não consigo entender como isto é possível, já que meu pai não é muito ligado a teorias e técnicas de administração.”
"Os filhos de donos de empresas dizem que seus pais são bruxos. “Ele vê e ouve tudo. Quando alguém fala com ele, já sabe a resposta. Isso não é bruxaria?" É evidente que não são somente os filhos que não compreendem a figura do fundador. Os principais funcionários, principalmente os recém-contratados, também têm dificuldade para trabalhar com os empreendedores. Poucos conseguem aproveitar a riqueza de conhecimento sobre o negócio acumulado por eles. Na maioria das vezes, o diagnóstico recomenda tirá-lo do lugar, como se isso fosse pré-requisito para a profissio-
nalização da empresa. Quando se trata de empreendimento de grande porte, em alguns casos a saída do fundador é necessária. Ele está há muito tempo no comando e a motivação para mudanças diminui. Na grande maioria das empresas brasileiras, porém, é um equívoco afastar o fundador pela simples necessidade de mudar a cultura radicalmente. A cultura organizacional de uma empresa não se muda radicalmente, aperfeiçoa-se. Por isso, todo o cuidado é pouco com propostas milagrosas de mudanças. Muitos colaboradores reclamam da falta de diálogo, de entendimento e de sensibilidade do fundador. Isso não é verdade. A empresa está onde está justamente por ele ter cultivado o diálogo, o conhecimento e a sensibilidade, tanto com os colaboradores como com os clientes e fornecedores. Foi por essas habilidades e outras mais que a empresa prosperou. É fundamental conhecer o fundador da empresa onde se trabalha. Se ele é um bruxo, um visionário ou um missionário fica para nós a tarefa de descobrir. Por isso, devemos colocar nossa sensibilidade para funcionar. Começar a olhá-lo com outros olhos e ouvi-lo com outros ouvidos. Você vai se surpreender ao perceber que sabe muito pouco sobre ele ■
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Bússola
Especialistas dizem que efeitos maiores da crise serão sentidos em 2009. Com a compra de insu- projetos e continuar crescen- exigibilidades bancárias; seletividade maior e prazos memos realizada e parte da área do", concluiu. já cultivada, a turbulência Já o especialista em eco- nores; aumento dos juros de deste momento não deve in- nomia rural e professor da mercado; atraso na liberação; fluenciar significativamente Universidade Federal do Pa- limite da oferta de crédito as projeções da raná, Eugenio para a venda de insumos e a próxima safra. Stefanello, aler- compra antecipada de produ“A queda dos tou que esta cri- tos (CPR); menos crédito de preços das comse vai ter conse- comercialização e de exporé o que deve modities agrícoqüências diretas tação, entre outros. Segundo aumentar no custo las vai ser reverno crédito rural, ele, “um aumento dos custos de produção no tida depois que mas da próxima de produção é irreversível e segundo semestre a turbulência safra, em 2009, deve chegar próximo a 20% de 2009 passar”, disse o por motivos no segundo semestre de 2009, economista da como menos re- como também das taxas de juConsultoria Safras e Merca- cursos em função da redução ros, que devem ir de 9 a 10% dos, Flávio Roberto de Fran- dos depósitos à vista e das para 12 a 22%”, explicou. ça Júnior. "Não é o fim dos tempos. Os preços têm conEm quem você votaria? dições de reagir. Dificilmente vão chegar ao pico que tiveQueiram ou não, os três são pré-candidatos a govermos no auge da especulação, nador em 2010. Osmar e Alvaro Dias já declararam que em junho e julho deste ano, pretendem o cargo. Já Beto Richa nada diz, mas é visto mas não vão recuar para a como o mais forte para disputar a eleição, graças à sua média histórica. Logo as corecente vitória na capital paranaense, com mais de 70% de aprovação nas urnas. tações da bolsa devem recuOsmar Dias afirma que é candidato independente perar força e o dólar estará dos adversários e Alvaro Dias diz que vai decidir em mais estabilizado. Os preços cima de pesquisa de opinião, em abril. Mas, antes de das commodities permanetudo, os dois torcem mesmo para que Beto Richa fique cerão acima da média hisaté o final do mandato na prefeitura, em 2012. Será? tórica”, garantiu. Para ele, a demanda vai ficar menos agressiva em 2009, mas não haverá quedas expressivas no consumo “porque os estoques mundiais vão permanecer em patamares apertados". "É uma crise do setor financeiro, o que diminui os recursos disponíveis e se reflete na economia real, que precisa de dinheiro para financiar seus
20%
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foto: SECS
Um pouco de fôlego antes da crise
este comparativo, já que houve saldo positivo em todas as regiões do território nacional. Os números também confirmam: o Paraná foi o terceiro maior responsável pelas vagas abertas no país nos nove primeiros meses do ano, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, que têm População Economicamente Ativa (PEA) bem superiores. “Considerando que São Paulo tem uma população quatro vezes maior que a do Paraná e que Minas Gerais tem o dobro, percebemos que estamos no caminho certo e que hoje temos uma política foto: SECS
De cada 100 empregos formais gerados no Brasil entre janeiro e setembro deste ano, 7,4 foram registrados no Paraná. É o que revela o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo o levantamento, o Paraná foi responsável por 154.896 dos 2.086.570 postos de trabalho gerados este ano no país. Isso significa que, embora a população do Paraná represente 5,2% da brasileira, o Estado gera 7,4% dos empregos do país. Esta é a primeira vez no ano em que é possível fazer
Expansão da Ferroeste beneficia nova unidade da Sadia A Sadia deverá utilizar a infra-estrutura da Ferroeste e os novos trechos da expansão da ferrovia para facilitar novos negócios no Paraná, onde estão cinco das 15 fábricas da empresa. Segundo o diretor presidente da Sadia, Gilberto Tomazoni, ”a infra-estrutura é uma questão crucial para o crescimento e a sustentabilidades de empresas, devido aos gargalos existentes e ao alto custo do transporte no Brasil”, questão ainda mais aguda para empresas exportadoras. Única ferrovia pública do Brasil, a Ferroeste oferece tarifas mais baratas, tornando os produtos nacionais mais competitivos. As obras devem começar em 2009.
foto: SECS
Paraná é responsável por 7,4% dos empregos gerados no Brasil
pública de geração de empregos sólida e eficiente”, analisa o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social do Paraná, Nelson Garcia.
Consumo de eletricidade no Paraná cresceu 6,4% de janeiro a setembro O consumo de energia elétrica dentro do mercado atendido diretamente pela Copel, representado por quase 3,5 milhões de ligações espalhadas por 393 dos 399 municípios do Paraná – aumentou 6,4% nos nove primeiros meses de 2008, em comparação com o mesmo período do ano passado. A Companhia comercializou de 1.º de janeiro até 30 de setembro deste ano 14,645 milhões MWh (megawatts-hora) contra 13,768 milhões MWh no ano de 2007 – 877 mil MWh a mais. Esse crescimento foi fortemente impulsionado pelo desempenho das indústrias instaladas no Estado, cujo consumo observou expansão de 9%. O segmento industrial – com 61.903 unidades consumidoras ligadas – responde por quase 35% de toda a energia elétrica fornecida pela Copel ao seu mercado cativo, exercendo, por isso, considerável influência sobre os números do consumo.
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foto: SECS
tecnologia De fora Na foto, Marcelo Coppla, diretor de Assuntos Corporativos da empresa. " Nosso foco é o Brasil e América Latina e vamos trazer estes produtos para cá, mas agora temos um pé nos Estados Unidos".
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Aquisições Bematech
Com um pé nos EUA Por meio de sua subsidiária nos EUA, a paranaense Bematech adquire integralmente a Logic Controls para ampliar segmento de hospitality.
P
rosseguindo com sua política agressiva de aquisições depois de seu IPO (abertura de capital) de R$ 406 milhões em 2007, a paranaense Bematech, líder em automação comercial no Brasil, anunciou final de julho a aquisição integral da Logic Controls Inc, empresa que desenvolve soluções em automação comercial para o segmento de hospitality - restaurantes, bares e hotéis. A aquisição está sendo feita pela subsidiária norte-americana da empresa, a Bematech International Corp. Em dois anos a paranaense já adquiriu sete empresas do setor de software e hardware, investindo R$ 107 milhões nestas aquisições. “Ainda estamos abertos a fusões e aquisições desde que sejam para incorporar novos produtos ou sistemas porque com esta operação encerramos o planejamento de nossas necessidades em 2008”, disse Marcelo Coppla, diretor de Assuntos Corporativos da empresa. No caso da Logic Controls, que obteve em 2007 uma receita de US$ 10 milhões, o valor da compra consiste em um pagamento inicial de US$ 11 milhões e um outro pagamento calculado de acordo com modelo de desempenho futuro, no prazo de um ano, utilizando uma tabela progressiva de EBITDA da Logic Controls, em que a soma alcançada representa um valor que não pode ultrapassar US$
11 milhões. Há uma semana a Bematech comprou a MisterChef Sistemas de AutomaçãoLtda, empresa produtora do software Mister Chef e em maio passado a Snack Control, ambas fabricantes de software para redes de fast food. Com o negócios feito nos EUA, a Bematech incorpora ativos tecnológicos ao seu
"Estamos abertos a fusões e aquisições desde que sejam para incorporar novos produtos ou sistemas porque com esta operação encerramos o planejamento de nossas necessidades em 2008" Marcelo Coppla
portfólio de hardware com mais de 20 patentes, adquire conhecimento de uma cadeia de fornecedores estratégicos na China e complementa sua oferta para o segmento de hospitality, cuja demanda tem apresentado forte crescimento. A Logic Controls produz sistemas KDS (Kitchen Display Systems), que efetuam o controle de pedidos para redes de fast food; PDV Touch (terminais de ponto de venda com tecnologia touch screen); PDV Modular; uma linha de CPU´s
para automação comercial, entre outros, que serão agregados à linha de produtos da Bematech no Brasil e vendidos em todos os países nos quais a empresa atua. “ Nosso foco é o Brasil e América Latina e vamos trazer estes produtos para cá, mas agora temos um pé nos Estados Unidos”, diz o diretor. A maior parte do faturamento da Logic Controls é no mercado norte-americano. Logic Controls A Logic Controls foi fundada em 1982 pelo engenheiro Jackson Luhn e está localizada em New Hyde Park, Nova Iorque, especializando-se no desenvolvimento e fabricação de uma linha de produtos para o varejo tais como All-in-One POS Touch e Kitchen Display Systems (KDS), Periféricos de pontos de venda (teclados programáveis, gavetas, leitores de cartão) e computadores industriais. Segundo Marcelo Coppla, o antigo dono vai permanecer na empresa no setor de Pesquisa & Desenvolvimento, onde a empresa tem equipe própria nos Estados Unidos e China. O fechamento do negócio está sujeito a práticas usuais para operações dessa natureza, como aprovação pelo Conselho de Administração da Bematech, finalização do processo de auditoria legal e contábil e finalização de certas obrigações contratuais dos vendedores ■
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mercado
"Boom" imobiliário
Terra fértil para a construção civil
Depois de superada a crise da construção civil, Curitiba hoje enfrenta um “boom” sem precedentes no setor e deve crescer mais de 10% em 2008.
E
m crise por um longo período que durou até 2006, quando desapareceram do mercado local boa parte das construtoras e incorporadoras mais tradicionais, Curitiba enfrenta um “boom” sem precedentes no mercado imobiliário. Nada menos que 12 das 27 grandes empresas que abriram seu capital e foram ao mercado de ações fazer captações entre 2006 e 2007, desembarcaram na cidade com grandes projetos. A ida ao mercado resultou num volume de recursos estimado em R$ 18 bilhões, com o que sobra dinheiro para novos empreendimentos e novos mercados. A estimativa é a de que, apenas entre o final de 2007 e 2008, se façam lançamentos num valor aproximado de R$ 1,5 bilhão no chamado Valor Global de Venda (VGV) na capital e em municípios da região metropolitana. “O primeiro sinal deste aquecimento foi o aumento absurdo no preço dos terrenos com casos em que o valor está batendo em R$ 2 mil o metro quadrado, mais do dobro do que era pedido há alguns anos”, conta o presidente
do Sinduscon-PR, Hamilton Pinheiro Franck. O PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil, segundo estimativa oficial, deve atingir um crescimento próximo a 9% em 2008 segundo o Sinduscon Paraná, mas este número pode ser ainda mais
"O primeiro sinal deste aquecimento foi o aumento absurdo no preço dos terrenos com casos em que o valor está batendo em R$ 2 mil o metro quadrado, mais do dobro do que era pedido há alguns anos" Hamilton Pinheiro Franck
se o mercado continuar tão aquecido como se observou no primeiro semestre do ano. No ano passado, as vendas de imóveis novos cresceram somente 5% no estado. “O momento atual é de crescimento sustentável no setor da Cons-
geração de empregos Ano 2005 2006 2007 2008 (*)
Brasil 85.053 85.796 176.755 197.153 (102%)
Fonte: MTB/Caged
Paraná 2.091 5.955 8.011 11.514 (99%)
(*) Janeiro à junho
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Curitiba 1.169 2.568 3.865 6.354 (123%)
trução Civil. Embora muitos falem da “bolha” e do “boom” do crescimento, o aumento do crédito, a redução de juros e o alongamento dos prazos de financiamento imobiliário têm contribuído para a pavimentação de um caminho sólido do setor”, explica o presidente Hamilton. O crescimento da construção em 2008 deverá ser de pelo menos 10% em volume (medido por metros quadrados) de alvarás para novas construções. De acordo com dados do Banco Central, de janeiro a junho deste ano foram aplicados R$ 414 milhões no Paraná em financiamentos imobiliários com recursos da poupança, 45% a mais que no mesmo período do ano passado. Os financiamentos realizados com recursos do FGTS atingiram R$ 364 milhões de janeiro a junho, volume 37% superior aos seis primeiros meses de 2007. Com os resultados positivos, as empresas de construção civil estão contratando mais. No primeiro semestre deste ano, o setor dobrou o número de novas vagas criadas em relação ao período de janeiro a junho de 2007 e fechou com 11.514 postos de trabalho no Paraná. “O cenário econômico favorável tem proporcionado também maior segurança aos compradores, que se sentem mais confiantes em assumir financiamento de longo pra-
Apartamento decorado em um lançamento feito por uma das 12 novas empresas que desembarcaram no Paraná para investir R$ 1,5 bilhão. Dentre as empresas mais importantes estão a Abiara e a Cirela de São Paulo.
zo. Neste contexto, a queda de estado e aonde o mercado está juros contribuiu bastante para mais aquecido, as perspectivas o aquecimento do mercado da são de estatísticas maiores: na construção. Hoje a concor- capital, por exemplo, esperarência entre os bancos para a se que o volume de alvarás oferta de financiamentos imo- seja 25% maior que em 2007, biliários está mais acirrada, o quando 2.286.501 m2 foram que é positivo para o compra- liberados pela prefeitura. Isso dor, que encontra taxas de 6 a porque o mercado local foi 12%, por exemplo. Os juros um dos que mais se retraiu nos anos anteriono Brasil comperes. “Estamos retem com países de Novas construções tomando números primeiro mundo, que tivemos no que estabilizaram a no Paraná Residencias passado”, diz o moeda muito antes Ano 991 presidente. A boa do nosso país”, ex- 2000 2001 1.711 fase foi percebida plica presidente do 2002 1.650 pela maior parte Sinduscom Paraná, 2003 1.860 das grandes emHamilton Pinhei- 2004 1.006 presas brasileiras. ro Franck. “Pode- 2005 1.708 Pelo menos doze mos perceber que 2006 1.892 delas desembarcaos números são ex- 2007 3.927 pressivos e as pers- 2008 (janeiro à junho) 2.079 ram no estado nos últimos dois anos pectivas positivas. O Brasil está efetivamente com lançamentos superiores retomando o crescimento da a R$ 2 bilhões em valores de indústria da construção civil, venda – só em Curitiba, R$ 1,5 juntamente com o resto da bilhão e R$ 450 milhões em economia do país, de maneira Londrina. Segundo o Sindusforte e sustentável, semelhan- com, 95% destes investimente ao que houve na Espanha, tos são para novas moradias. Por sinal, há todo um quaChile e México”, conclui. dro favorável para a aquisição de imóveis por conta do auCidades aquecidas mento da renda do paranaenEm Curitiba, Londrina e se, graças às excelentes safras Maringá, as maiores cidades do de 2007 e 2008 que, além de
baterem recordes de produção, vieram atreladas a preços nunca vistos pelos produtores rurais. Como o Paraná é um dos estados que mais depende do setor para investimentos, a hora é de comemorar e investir. Em Londrina, 2007 já foi considerado um ano muito bom para o setor, mas só no primeiro semestre deste ano a cidade superou em 15% o volume de vendas do ano passado, com o que foram comercializados 75% dos estoques previstos para este ano e os outros 25% devem ser vendidos até o final de setembro. Resultado: há mais demanda que produtos. Para acompanhar este ritmo, as construtoras locais decidiram antecipar para agosto e setembro alguns dos lançamentos previstos apenas para 2009. No total, serão lançados 940 apartamentos de médio e alto padrões, com tamanhos entre 105 e 290 metros quadrados, com valores de R$ 160 mil a R$ 600 mil por unidade ■
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Maré alta Na foto, o presidente do Sinduscon-PR, Hamilton Pinheiro Franck. "Como o mercado ficou muito tempo parado e sem lançamentos, está ávido por novas ofertas de qualquer categoria”.
novos mercados
Imcopa
Com foco no mercado nacional
Aproveitando um nicho ainda pouco explorado, a Imcopa pretende conquistar o público brasileiro preocupado em não consumir produtos transgênicos, aumentado a destinação para o mercado interno de 10% para 51% da sua produção.
N
o mercado de commodities, as regras competitivas parecem quase sempre igualar os concorrentes, de forma que fica difícil perceber vantagens e diferenças dentre um produto e outro, deixando o preço como único apelo. Entretanto algumas empresas conseguem achar nichos de mercado que não só agradam pela qualidade, mas também por dar opções diferentes ao consumidor. Esse é o caso da Imcopa, que preferiu optar por trabalhar apenas com soja não-transgênica, e hoje é uma das maiores movimentadoras e exportadoras do mundo do grão, adquirindo anualmente cerca de 2 milhões e 300 mil toneladas no Paraná e Mato Grosso.
“Embora a maior parte do consumidor brasileiro desconheça o assunto transgênicos, nós queremos ocupar este nicho a partir de agora, como fizemos com os negócios na Europa” Enrique Marti Traver
Agora, em busca de maior Só depois disso vamos ver o rentabilidade nas suas opera- que funcionou na estratégia”, ções e também para não ficar argumentou. “O nosso prinna dependência de pratica- cipal apelo será o rótulo com mente só o mercado europeu, a inscrição “alimento nãotransgênico” até a Imcopa está danporque as marcas do uma guinada líderes de merradical no seu peré quanto a Imcopa cado estão sendo fil de negócios: até quer destinar de obrigadas pela leo final de 2009 a gislação a colocar empresa quer des- sua produção ao mercado interno nos seus produtos tinar 51% de sua o símbolo da transgenia. Emprodução ao mercado interno na forma de óleo refinado – bora a maior parte do consuhoje a empresa exporta 90% midor brasileiro desconheça das 450 mil toneladas de óleo o assunto transgênicos, nós bruto que produz por Parana- queremos ocupar este nicho a guá. A Imcopa pretende atingir 5% deste mercado de óleo Produto non-GMO mais de oito anos a de soja de consumo domésti- Há Imcopa rotula o óleo de co dominando pelas transna- soja da marca Leve com cionais como Bünge e Cargill. a informação "alimento Segundo seu presidente, não-transgênico". A empresa foi a primeira Frederico José Busato Jr, “a fabricante brasileira empresa está investindo US$ de óleo de soja não50 milhões” na ampliação da transgênico certificado a informar ao consumidor a produção, capacidade de re- origem de sua matériafino e envase e terá ainda de prima. contratar novas empresas no mercado para auxiliar na pro- Desafios dução de 1 milhão e 400 mil Segundo integrantes da Abrange, o grande caixas de latas e embalagens desafio do setor de pet que pretende colocar no produtos nãomercado do Centro-Sul a par- transgênicos garantir o tir de abril do ano que vem. éfornecimento “ Nós ainda não imaginamos da matéria-prima, utilizar publicidade tradicio- considerando que nal porque é preciso colocar a produção de soja transgênica no Brasil já pelo menos 1 milhão de cai- ocupa cerca de 60% da xas para sentir o mercado. área plantada no País.
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51%
partir de agora, como fizemos com os negócios na Europa”, disse o diretor da operações da Imcopa, Enrique Marti Traver. O produto, hoje comercializado com a marca Leve em pequena quantidade e exclusivamente em Curitiba, será vendido pelo mesmo preço das marcas líderes e que utilizam soja transgênica. “Vamos aguardar ainda pelo menos uns dois anos para ver ser será possível colocar um prêmio no preço para agregar maior valor ao produto pelo fato de ser um óleo comestível não-transgênico”, acrescentou o diretor. A Imcopa fez esta opção de não movimentar transgênicos desde 1998 e, a partir disso, multiplicou por dez sua movimentação de soja, passando de 200 mil toneladas anuais para as atuais 2 milhões e 300 mil toneladas. Seu faturamento, em 2007, foi de US$ 1,2 bilhão e neste ano será de US$ 1,7 bilhão, graças a elevação de preços no mercado internacional de commodities. Segundo, Frederico Busato Jr, “ o crescimento da produção com os novos investimentos vai compensar em parte a destinação maior ao mercado interno”. A empresa é certificada pela norte-americana Na foto, Enrique Marti Traver, Diretor de Operações da Imcopa.
CETR-ID e pela Non-GMO que atesta o rastreamento do processo deste a produção da semente da soja até o produto final. A Cert-ID também emite o selo ProTerra para o produto, o que assegura que a empresa não adquire soja de propriedades em áreas de desmatamento e que não utilizam mão-de-obra infantil ou escrava, além de possuir um rigoroso controle agro-químico. Como a Imcopa adquire a
maior parte de sua matériaprima de cooperativas, boa parte da segregação do produto já foi realizada, o que tem garantido um índice de rejeição de lotes contaminados por transgênicos na porta da fábrica na faixa de 1,6%. “Em nome do bom relacionamento com as cooperativas entramos até em setores em que não atuamos como aluguel de armazéns para fazer a segregação”, conclui Busato Jr ■
Óleo de algas marinhas Por conta de um nicho de mercado que movimenta 1,5 milhão de toneladas de óleo de peixe anualmente, a Imcopa está estudando há dois anos a substituição do óleo obtido principalmente da anchoveta, um peixe em extinção, por um óleo obtido de algas marinhas e também rico em ômega 3 e 6. Este óleo é utilizado essencialmente na produção de um farelo que alimenta a criação de salmão em cativeiro em várias partes do mundo, o que lhe garante o tom róseo único e saboroso da sua carne. A empresa paranaense conseguiu US$ 10 milhões da Finep – Financiadora de Estudos e Pesquisas para envolver laboratórios e universidades na pesquisa que já identicou quatro espécies de algas marinhas bastante promissoras, inclusive duas existentes na costa brasileira – há algas que podem produzir até 100 vezes mais óleo em um hectare do que a soja, por exemplo. “ É um passo importante para novas fontes de produção de óleo e os estudos vão demorar pelo menos mais dois anos. Só aí entraremos na planta industrial para produzir pelo menos 400 mil toneladas por ano para substituir o óleo de peixe que começa a ter dificuldades de produção”, diz o diretor de operações, Enrique Marti Traver. “ A nossa próxima etapa é estudar como produzir algas em grande quantidade”, acrescenta. A pesquisa é única no mundo, pelo que se tem conhecimento, o que pode garantir para a empresa um novo nicho de atuação, algo em que ela gosta de atuar pelo que se viu com os transgênicos.
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