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ESTRATÉGIA

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O QUE NÃO PODE FALTAR PARA O E-COMMERCE EM 2022?

Com a chegada do quarto trimestre, as atenções do e-commerce naturalmente se voltam para as ações promocionais de Black Friday e Natal. Especialmente neste ano, as mudanças de comportamento dos consumidores criam uma expectativa: como será a retomada pós-pandemia? Não apenas no fim do ano, mas especialmente em 2022, como será o e-commerce brasileiro? O que já podemos projetar como tendências?

Para facilitar a organização, vamos por tópicos:

1) Não voltaremos ao “antigo normal”

É líquido e certo que não voltaremos ao mundo pré-pandemia. O comportamento dos consumidores se digitalizou demais para permitir um reset ao ano de 2019. O que vimos durante os últimos 18 meses foi uma intensa aceleração da digitalização do varejo. A tendência já era de crescimento do e-commerce, mas o que vimos superou as expectativas mais otimistas.

Como se não bastasse, novos comportamentos foram adotados pelos consumidores, ao mesmo tempo em que o varejo passou a utilizar modelos digitais de vendas e relacionamento para se manter relevante. WhatsApp, redes sociais, live streaming, aplicativos e cashback continuarão muito presentes em 2022, moldando comportamentos e influenciando decisões de compra.

2) Lojas ou centros logísticos?

Quando a pandemia forçou o fechamento das lojas físicas, o varejo se viu em uma situação surreal: havia produtos e demanda, mas não era possível vender. Mais de 90% do varejo brasileiro esperava que o cliente fosse à loja e não estava preparado para fazer o caminho oposto.

O varejo sai da pandemia bem diferente. As empresas encontraram diversas maneiras de levar os produtos aos clientes, especialmente usando lojas físicas como hubs de distribuição para o delivery de última milha. Na Black Friday de 2020, segundo dados da Linx, houve um crescimento de 69% no número de pedidos omnichannel e de 142% no número de pedidos enviados a partir da loja física mais próxima dos clientes.

ALESSANDRO GIL

CRO da Linx

Essa transformação leva o varejo a mudar sua gestão de estoque, sua logística e, especialmente, sua capacidade de estar presente sempre que o consumidor desejar. Isso torna o varejo mais relevante para o cliente. Em 2022, fazer com que lojas atuem como hubs logísticos será mandatório.

3) O figital ganha espaço

Ao mesmo tempo em que lojas físicas se tornam parte da jornada digital de compras, meios digitais participam do dia a dia dos vendedores das lojas. Existem muitas oportunidades para incorporar o digital à experiência no PDV, efetivamente criando um varejo figital, que reúne o melhor dos mundos.

Vitrines digitais utilizam dados de geolocalização e de tendências hiperlocais de consumo para apresentar produtos diferentes de acordo com o perfil de cliente no PDV ou com o que se destaca nas buscas online na região. Espelhos virtuais e realidade aumentada, embora ainda não estejam ao alcance de boa parte do varejo, também digitalizam o ponto de venda e dão mais eficiência à decisão de compra dos clientes. A loja física se torna um ponto de coleta de dados, influenciando decisões de estoque, estratégia promocional e comunicação no e-commerce.

4) Uso intensivo de dados

Falar em uso de dados para entender comportamentos dos clientes e melhorar a experiência de compra já virou clichê. Entretanto, em 2022, o uso intensivo dos dados será mais importante do que nunca. A questão é: como sair do discurso para a prática?

O e-commerce precisa integrar suas bases de dados, para que toda informação flua livremente no backoffice e possa ser utilizada onde for necessário, a qualquer hora. O insight de comportamento de compra ajuda o vendedor a sugerir um produto na loja, mas também entrega uma vitrine promocional 100% personalizada no e-commerce. Nesse sentido, muito se fala, pouco ainda se faz.

5) Dê um papel estratégico à cibersegurança

Os ataques cibernéticos ocorridos este ano em grandes varejistas colocaram a questão da segurança em primeiro plano. Não é à toa: de janeiro a junho, os casos de ransomware cresceram 92% no Brasil, contra 41% de alta em todo o mundo. O país é cada vez mais visado, uma vez que as fragilidades da infraestrutura e a falta de cultura de prevenção abrem avenidas para a atuação de criminosos.

Em 2022, o e-commerce precisa dar atenção extrema à segurança de suas operações. Um site fora do ar não significa somente vendas perdidas: pode ser um abalo permanente na reputação de sua marca.

O ano que vem já está às portas. Não deixe para janeiro o que será tendência. Em vez disso, se antecipe e saia na frente.

Alessandro Gil é CRO da Linx. Com mais de 20 anos de carreira, possui extensa experiência em e-commerce e estratégia de expansão de negócios. É formado em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), com MBA em Marketing. Antes de chegar à Linx, passou por empresas como VTEX, Rakuten Brasil e Ikeda. Como diretor da Linx Digital, tem como principal responsabilidade a gestão das soluções de omnichannel, e-commerce e marketplace que integrem os canais de vendas online e offline e, também, colaborar com a transformação digital do varejo para proporcionar uma experiência única ao consumidor.

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