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Sandra Ramos
Sandra Ramos, nascida em Alcochete (Portugal) em maio de 1976, vive desde os seus 27 anos na Charneca da Caparica. Concluiu o Curso de Engenharia Química e o mestrado em Gestão da Qualidade, estando a frequentar o Doutoramento em Gestão Industrial. Em abril do ano de 2020, abriu uma página de autora onde publica diariamente poesia e prosa poética. Participa regularmente na publicação de poemas num blogue e atualmente é uma das cronistas (da equipa Heli Cayenne) da revista Helicayenne Magazine. Foi desafiada a publicar o 1. º livro “Memórias de um Tempo Enfermo e Infinito: Diário Epidémico” (em outubro de 2020) com a chancela da Chiado Editora, uma súmula de textos e poemas escritos durante a pandemia (de março a agosto de 2020). Tem vindo, também, a participar em muitas coletâneas de poesia desde abril de 2020 ) até à data presente. Tem participado também em tertúlias e programas de rádio de divulgação poética. O que mais ama fazer? Escrever, partilhar com os demais o que sente e contemplar a perfeita união de vogais e consoantes, decifradas em sentimentos íntimos e adornadas em mensagens de purpurinas. Ama a sua Filha (A “Voa-Voa”, razão do seu Viver), a Gestão da Qualidade e a Poesia (o seu refúgio, a sua melhor amiga).
O TEMPO QUE DÓI DE SAUDADE
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O frio aperta o peso do silêncio, gélido o pensamento que me envolve, na acesa noite que se projeta, na fragmentada lança que me acerta. Deserto tatuado no corpo afogado, chagas perfumadas e sagradas da vontade, compassos recolhidos no desejo de carícias, escolhas preparadas em certeiras delícias. Gestos que se colidem no nó intemporal, beijos fluidos, dedos presos na exaltação de corpos molhados; mel de conforto escorrido no enlace, acalmia do abraço rendido ao desenlace. O tempo não segue na espera disforme,
as órbitas nucleares recusam-se a girar, a ausência geme na sede da vontade, esgota-se - docemente - na estrangulada saudade. E.…no frio do meu suspiro, chamo; perfumo o desejo recriado nesta noite, repouso nas asas semeadas da minha vontade, e.…aguardo...no tempo...que dói de saudade. Por isso…Tempo, ordeno-te que a leves, segue o teu/vosso caminho áspero e vazio, recuso a vossa presença rasante, personagens assíduas da laceração e distante. Partam..., o bilhete já vos dei; as indicações estão apreendidas, almejo que não crucifiquem outras almas, porque - vós – Saudade e Tempo, sois cruéis eAlfa. Vão...! Levem convosco o pior da minha essência, Esqueçam-se de mim, porque – Saudade e Tempo - finalmente, eis que chegou o vosso Fim!