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DISSONNETTO PARA UMA VELHA PERGUNTA [2046]
Accerca do motivo por que escrevo perguntam-me outra vez … Respondo ja: si espero, na cegueira, ser longevo, para mactar o tempo não será. Ganhar dinheiro? Fama? Não me attrevo a dar dessas respostas. Quem as dá até pode ser franco, mas relevo seu nome só na lapide terá.
Escrevo porque, cego, ja não leio.
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Escrevo porque entendo o que me soa. Si abuso, ao versejar, do nome feio, é para não fallar, na rua, à toa.
Escrevo e não me drogo, nem me macto. Escrevo em primeirissima pessoa. Escrevo porque vivo, e fico grato ao verso, ja que a vida não é boa.
Devido a serio trauma que soffri, sahindo à rua, dia desses, quero pedir perdão a todos, mas daqui por deante, a quem chamar, serei sincero: Não topo! Não acceito! Recupero a tal “privacidade”: resolvi ficar em casa! A chance é egual a zero que eu saia, até si ganho um Jaboty! A um hermitão alguem ja me compara! Pensando bem, ao premio eu comparesço, sinão paresceria desappreço por uma estatueta honrosa e rara. Até que reflecti, mesmo: Tomara! Mas, como tal hypothese affastada está, posso dizer que não, que nada me leva, então, na rua a pôr a cara.