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SONNETTORRHAGIA RECORRENTE [3992]
Elles fallam do milagre mas não fallam sobre o sancto: o sonnetto era vinagre, hoje é vinho, em todo cantho. Caso um nome se consagre, uma lebre eu ja levanto: si não for o meu, me flagre no semblante qual o expanto. Tudo quanto se practica ou commenta vem da dica mais formal e elementar que estou dando ao sonnettar: Este genero não morre, mas não ha ninguem que exporre tanto, ou tome o meu logar sem bordel nem lupanar.
POESIA CONCRETA [4014]
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Tem “visualidade” meu poema?
Tem “visibilidade” seu auctor?
Um delles a terá, seja qual for, comtanto que seu thema nada tema. Com olhos livres ver, eis o dilemma: eu posso, si quizer, ver qualquer cor num verbo e, nelle, um verso, ao me suppor poeta e ao me proporem um problema.
“Visivel”? “Visual”? Faz differença a alguem cuja visão não é concreta, si é nitida a palavra de quem pensa?
Hem? Como tal dilemma se interpreta?
Eu vejo com poetica licença.
Eu vejo cada lettra, a curva, a recta, na mente, ora minuscula, ora immensa. Ver tudo, sem ser visto, é ser poeta!