Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea do Porto
Manual de
POESIA Professor
Hugo Nascimento Veloso
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Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea do Porto
© 2014, Edições Universidade Sénior Contemporânea Todos os direitos de publicação reservados por: EDIÇÕES UNIVERSIDADE SÉNIOR CONTEMPORÂNEA E HUGO NASCIMENTO VELOSO Universidade Sénior Contemporânea do Porto Rua Nova do Tronco, nº 504 4250-339, Porto, Portugal Telf: (+351) 964 068 452 / (+351) 964 756 736 Email: usc@sapo.pt www.usc.no.sapo.pt
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Ilustrações do próprio autor Impressão e Acabamento Nativartes, Vila Nova de Gaia ISBN: 978-989-99005-4-7 Março de 2014
MANUAL DE POESIA
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Hugo Nascimento Veloso
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Introdução
Poderia esta introdução versar sobre considerações técnicas sobre a poesia e os critérios que presidiram à selecção destes poemas. Poderia falar da variedade temática, da variedade de nacionalidades e de estilos. Ainda assim, para que esta introdução seja mais eloquente e esclarecedora, decidi que esta mesma introdução deveria conter excertos de alguns dos poemas que estão plasmados nas páginas seguintes. Bom proveito, pois como já dizia Natália Correia: ‘a poesia é para comer’!
Juntos ao redor da lareira ,derretíamos o inverno Pra nos lembrar que o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura!
Mas não te vou negar a visita às ruínas que deixaste em mim.
Quem sabe se, felizardo, hei-de ser o teu Leonardo e tu a minha Mona Lisa
Deixa-me ser a sombra da tua sombra, A sombra da tua mão, A sombra do teu cão.
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Disse-te adeus
Disse-te adeus não me lembro Em que dia de Setembro Só sei que era madrugada; A rua estava deserta E até a lua discreta Fingiu que não deu por nada Sorrimos à despedida Como quem sabe que a vida É nome que a morte tem. Nunca mais nos encontrámos E nunca mais perguntámos Um pelo outro a ninguém Que memória ou que saudade Contará toda a verdade Do que não fomos capazes? Por saudade ou por memória Eu só sei contar a história Da falta que tu me fazes
Manuela de Freitas (Portugal)
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Quasi Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além Para atingir, faltou-me um golpe de asa... Se ao menos eu permanecesse aquém... Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído Num grande mar enganador d´espuma; E o grande sonho despertado em bruma, O grande sonho - ó dor! - quasi vivido ... Quasi o amor, quase o triunfo e a chama, Quasi o princípio e o fim - quasi a expansão... Mas na minh´alma tudo se derrama... Entanto nada foi só ilusão! De tudo houve um começo... e tudo errou ... - Ai a dor de ser-quasi, dor sem fim... Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim, Asa que se elançou mas não voou... Momentos de alma que desbaratei... Templos aonde nunca pus um altar... Rios que perdi sem os levar ao mar... Ânsias que foram mas que não fixei...
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Se me vagueio, encontro só indícios ... Ogivas para o sol - vejo-as cerradas; E mãos d' herói, sem fé, acobardadas, Puseram grades sobre os precipícios... Num ímpeto difuso de quebranto, Tudo encetei e nada possuí... Hoje, de mim, só resta o desencanto Das coisas que beijei mas não vivi... Um pouco mais de sol - e fora brasa, Um pouco mais de azul - e fora além. Para atingir faltou-me um golpe d´asa... Se ao menos eu permanecesse aquém...
Mário de Sá-Carneiro (Portugal)
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Sou o teu homem Se quiseres um amante Farei tudo o que me pedires E se quiseres outro tipo de amor Usarei uma máscara por e para ti Se quiseres um parceiro Toma a minha mão Ou se preferires derrubar-me raivosamente Aqui estou eu Sou o teu homem Se é um pugilista o que queres, entrarei no ringue por ti E se quiseres um médico Examinarei cada centímetro teu Se quiseres um motorista Entra Ou se quiseres levar-me a passear Sabes que podes Sou o teu homem Oh, a lua brilha demais A corrente está apertada demais A besta não vai adormecer
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Tenho recordado essas promessas Que fiz e não pude cumprir Mas homem nenhum recuperou uma mulher Ajoelhando-se Eu rastejaria até ti, querida Cairia aos teus pés E uivaria à tua beleza Como um cão no cio Agarrar-me-ia ao teu coração Rebentaria em pranto nos teus lençóis Rogaria: por favor, por favor Sou o teu homem E se tiveres que dormir A meio da viagem, estrada fora Serei eu a conduzir E se quiseres andar na rua, sozinha Desaparecerei por ti Se quiseres um pai para a tua criança Ou apenas caminhar um pouco comigo Pelo areal Sou o teu homem Leonard Cohen (Canadá)
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Dança em tributo à tua beleza Ao som de um violino em chamas Dança através do pânico Até que me encontre são e salvo
Faz-me levitar como um ramo de oliveira sê a minha pomba bíblica e dança-me até ao amor findar Revela-me a tua beleza quando as testemunhas se retirarem deixa-me sentir teus movimentos como faziam na babilónia. Mostra-me subtilmente o que é meu mostra-me até aos limites e dança-me até ao amor findar
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