Revista ANO 07 | Nº 14 | R$ 9,00 | 1º SEMESTRE 2020 | ISSN 2317-7667 WWW.REVISTATUTORES.COM.BR
MAIS DO QUE
Segunda década da Tutores é marcada por novos investimentos e pelo lançamento do seu próprio método cognitivo de ensino, composto por quatro manuais multidisciplinares e integrados
FILOSOFIA EDUCATIVA COMO ERA E COMO É?
Veja a evolução da escola através dos tempos e como deve ser a educação do futuro
EMPATIA, O NOVO DIFERENCIAL Saiba como ajudar os jovens da geração digital a desenvolverem essa habilidade socioemocional
INFÂNCIA DOENTE
Internações de crianças motivadas por doenças comportamentais e mentais dispara no Brasil
A Tutores conta com novo material didático desenvolvido na Europa. As dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos foram agrupadas em quatro áreas: Matemática, Habilidade Psicomotora, Consciência Fonológica e Funções Executivas. O material visa estimular o desempenho do aluno nessas áreas e é trabalhado de forma lúdica com tutores especializados em educação multidisciplinar. Além desse recurso, o aluno também conta com reforço nas disciplinas escolares.
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Nós podemos ajudar! Encontre a Unidade Mais Próxima
Revista
SUMÁRIO
ESPECIAL
EDITORA RESPONSÁVEL
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Tutores inicia nova fase de expansão com o lançamento de seu próprio método cognitivo de ensino, elaborado em parceria com o professor, pesquisador e especialista em transtornos de aprendizagem Rafael Silva Pereira
Editora Lamonica Tel.: (11) 3214-5938 / 3251-3476 / 3256-4696
PING-PONG
Ela foi professora por mais de 25 anos e implantou programas de formação docente no Brasil, na Colômbia e em outros países da América Latina: Andrea Ramal fala sobre o seu mais novo livro Educação no Brasil - um panorama do ensino na atualidade
Publisher José Lamônica - lamonica@editoralamonica.com.br Edição Andréa Cordioli (MTb: 31.865) andrea@editoralamonica.com.br Repórter colaboradora Renata Turbiani Diagramação Marcelo Amaral - marcelo@editoralamonica.com.br Diagramador colaborador Lucas Barone Faria COMERCIAL PROJETOS E VENDAS DE PUBLICIDADE Sede 55 (11) 3256-4696 - 3214-5938 Gerente Comercial Thais Andrade - 55 (11) 99115-3339 thais@editoralamonica.com.br Gerentes de Contas Bruna Ribeiro - 55 (11) 98568-2920 bruna@editoralamonica.com.br Luzia Rodrigues - 55 (11) 97014-2726 luzia@editoralamonica.com.br
NA LOUSA
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Conheça a evolução da escola através dos tempos e como deve ser a educação do futuro diante dos novos processos automatizados e das ferramentas educacionais desenvolvidas por neurocientistas
Bureau de Publicidade e Projetos LeMidia Email: atendimento@lemidia.com Tel: +55 11 3078-5840
PAIS E ALUNOS
Assinaturas: (11) 3214-5938 / 3251-3476 / 3256-4696
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NOTA MÁXIMA
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Em um mundo cada vez mais tecnológico, plural e individualista, quem trabalha a empatia pode se diferenciar. Como ajudar as crianças da atual geração a desenvolverem essa qualidade? E MAIS:
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Você sabia que as internações hospitalares de crianças de 10 a 14 anos motivadas por doenças mentais e comportamentais mais do que dobrou na última década? Saiba porque e veja como mudar essa realidade
Logística e Mercado Mônica Cavalcante - monica@editoralamonica.com.br Administração e Financeiro Silvia Medeiros - silvia@editoralamonica.com.br
A Revista Tutores é uma publicação semestral produzida, distribuída e comercializada pela Editora Lamonica. Disponível nas versões impresso, web, smartphones e tablets
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04 TiTiti da Educação 07 Sem TiTubear 23 Com a Palavra 24 Encontre a Tutores
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i iti da Educação 28% DOS ESTUDANTES DE SP SOFREM BULLYING NAS ESCOLAS Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), com estudantes de 119 escolas públicas e particulares do município de São Paulo, apontou que 28% deles disseram ter sido vítima de bullying no ano anterior. Ofensas, sarros e risos foram os tipos mais frequentes (17,5%). Além disso, 15% dos jovens admitiram ter praticado bullying com colegas e 19% disseram ter cometido atos de violência. O levantamento é resultado de um estudo de dois anos feito com 2,7 mil adolescentes, e não encontrou diferenças significativas entre os sexos nem entre os alunos de escolas públicas e particulares.
PARA OITO EM CADA DEZ BRASILEIROS, GOVERNO DEVE PRIORIZAR EDUCAÇÃO Uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostra que a educação é prioridade para a maioria dos brasileiros: oito em cada dez (78%) acreditam que os recursos públicos deveriam ser direcionados prioritariamente para o setor. Essa percepção é confirmada pelo fato de que 66% da população também concorda que o dinheiro utilizado para educação deve ser o último a ser cortado pelo governo. Além disso, 82% das pessoas que consideram que a educação deve ser prioridade do governo pertencem às classes D e E e, de cada dez brasileiros, nove dizem que a educação é o principal caminho para crescer na vida.
APLICATIVO BLU BY BS2 PROMOVE EDUCAÇÃO FINANCEIRA Com o objetivo de ajudar a desenvolver cidadãos competentes financeiramente, o aplicativo Blu by BS2 traz metodologia diferenciada, elaborada por especialistas em finanças comportamentais e com base em cinco competências: ganhar, planejar, gastar, poupar e doar. Usando inteligência artificial, o app consegue identificar, no dia a dia, como os adolescentes se comportam em relação a essas competências e quais são as habilidades que precisam ser desenvolvidas. Está disponível para smartphones com sistemas iOS e Android.
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STARTUP CRIA SOLUÇÃO PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS NO BRASIL A startup brasileira Capiche Education desenvolveu o software de Realidade Virtual e Inteligência Artificial Capiche VRAI, que permite ao aluno imergir em um ambiente virtual no qual é possível vivenciar a aprendizagem de Ciências por meio de experimentos e tarefas lúdicas. Segundo a empresa, ao colocar o óculos de realidade virtual, o estudante deve apenas segurar o controle na mão que costuma usar para escrever e entrar na sala virtual, onde há um quadro negro com orientações para cada aula. O cenário reproduz a ambientação de uma sala de aula do mundo real, e conta até com uma professora virtual, que está preparada para conversar e responder perguntas.
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MÃE LANÇA APP COLABORATIVO PARA COMUNIDADE AUTISTA Facilitar o acesso da comunidade autista a profissionais, serviços e oportunidades é o objetivo do aplicativo Rede Azul. Idealizado por Elaine Marques, mãe de uma garota com TEA (Transtorno do Espectro Autista), o app é colaborativo, o que permite que pessoas façam e avaliem indicações já presentes. Ele funciona assim: usuários que frequentam locais ou utilizam serviços amigáveis a autistas deixam suas indicações no aplicativo; assim, outras pessoas podem consultar, vivenciar e, depois, também deixar sua avaliação. Com todas as informações, checadas por moderadores, é calculada uma média de nota para cada indicação. Futuramente, a ideia de Elaine é desenvolver selos físicos para serem fixados nos estabelecimentos bem avaliados.
BRASIL É O 9º PAÍS QUE MAIS ENVIA ESTUDANTES PARA OS ESTADOS UNIDOS O Brasil é o 9º país no mundo a enviar estudantes para os Estados Unidos. Pelos dados do Relatório Open Doors 2019, publicado pelo Instituto de Educação Internacional (IIE) e pelo Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o número de alunos brasileiros no país aumentou 9,8%, atingindo 16.059 no ano letivo de 2018-2019. Quando se trata da quantidade total de estudantes estrangeiros nas escolas americanas, o acréscimo foi de 0,5%, atingindo um recorde de 1.095.299 no período.
MAIS DE UM TERÇO DOS JOVENS SÃO VÍTIMAS DE BULLYING ON-LINE Um em cada três jovens em 30 países disse ter sido vítima de bullying on-line, com um em cada cinco relatando ter saído da escola devido à cyberbullying e violência digital, de acordo com pesquisa divulgada no final de 2019 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Falando anonimamente por meio da ferramenta de engajamento de jovens U-Report, quase três quartos dos participantes – foram mais de 170 mil, com idade entre 13 e 24 anos – também disseram que as redes sociais, incluindo Facebook, Instagram, Snapchat e Twitter, são os locais mais comuns para o bullying on-line. No Brasil, 37% dos respondentes afirmaram já ter sido vítima de cyberbullying, e 36% já ter faltado à escola após ter sofrido bullying on-line de colegas de classe. Para 32% dos jovens entrevistados, os governos devem ser os responsáveis pelo fim desse problema, 31% acreditam que essa responsabilidade é dos próprios jovens e 29%, das empresas de internet. Mais informações: www.unicef.org.
CONTATO VISUAL COM TELAS PODE PREJUDICAR CÉREBRO DE CRIANÇAS Um estudo publicado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA) apontou que o contato visual com telas de aparelhos eletrônicos pode prejudicar o cérebro de crianças, além de suas habilidades de aprendizado e desenvolvimento da linguagem. Na pesquisa, 47 meninos e meninas, com idades entre três anos e cinco anos, participaram de um teste cognitivo e um exame de ressonância magnética. Aos pais coube responder um questionário sobre o contato dos filhos com a tecnologia. O resultado dos exames indicou que crianças que passam mais tempo diante de telas têm menos integridade na chamada “substância branca” do cérebro, o que significa que elas apresentam dificuldades maiores na comunicação neurológica.
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i iti da educação Eu leio
Dicas da Tutores para você NOVO LIVRO DA TUTORES BUSCA CONTRIBUIR PARA UMA EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR A Tutores ampliou a sua coleção de livros socioeducativos com o lançamento de Dificuldades de Aprendizagem: nós podemos ajudar. Com a novidade, o objetivo da empresa é contribuir para uma educação multidisciplinar, que privilegie a formação de pessoas mais inclusivas, empáticas, acolhedoras e bem informadas. O livro foi organizado pelos fundadores da rede Artur Hipólito e Léa Bueno, e pela coordenadora pedagógica Sueli Adestro, e nasceu da proposta de levar informações corretas sobre as principais dificuldades de aprendizagem, fazendo uso de uma
NEUROEDU2020 APRESENTA TRABALHOS SOBRE NEUROCIÊNCIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO O Brazilian Institute of Neuroscience and Neurotechnology (BRAINN), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a Assistência à Saúde ao Paciente com Epilepsia (ASPE) e a ADCiência – Divulgação Científica e Eventos realizam no dia 8 de maio, no anfiteatro da Unicamp, em Campinas (SP), o VII Encontro sobre Neurociências na Educação Inclusiva (NeuroEdu2020). Os interessados em submeter trabalhos sobre as neurociências aplicadas à Educação, especialmente a educação especial, devem realizar a inscrição até o dia 17 de abril no link do QR Code. O NeuroEdu2020 receberá trabalhos em duas categorias: estudo de caso e resumo. Inscrições disponíveis
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divulgação científica e especializada em “tom” de diálogo com o leitor e, especialmente, compreensível para pais, professores, diretores de escolas, tutores e profissionais multidisciplinares. Composto por dez capítulos escritos em coautoria com especialistas multidisciplinares, educadores e pesquisadores, o livro traz ainda um capítulo extra, com uma série de dicas práticas para organização de estudo e aprendizagem, além de uma seleção de filmes e referências bibliográficas. Mais informações pelo e-mail suporte@tutores.com.br.
UM EM CADA QUATRO ADOLESCENTES BRASILEIROS É DEPENDENTE DE INTERNET Um levantamento da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), realizado com mais de dois mil adolescentes, mostra que 25,3% deles são dependentes moderados ou graves de internet. Também constatou que o número de adolescentes com ansiedade é duas vezes maior no grupo que apresenta sinais de dependência virtual. Dentre eles, 34% demonstraram sintomas do transtorno. Já entre os não dependentes, o índice foi de 17%. O objetivo do estudo, feito com jovens de 15 a 19 anos, de escolas públicas e privadas da região metropolitana de Vitória, foi verificar como o acesso à internet impacta na rotina, emoções e relacionamentos dos usuários.
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VOCÊ PERGUNTA, A TUTORES RESPONDE Um aluno, de 11 anos, tem dificuldade de enxergar. Embora ele tenha óculos, não quer usar. Foi-me sinalizado por duas pessoas que ele teria algum déficit de atenção pelo modo como age (sem concentração e sem conseguir ficar parado). O que devo fazer? O Transtorno de Déficit de Atenção pode ou não vir acompanhado com o comportamento hiperativo (TDAH). Se duas pessoas indicaram, provavelmente outras também observaram essa falta de atenção, e isso não seria uma novidade para os pais. É possível assinalar isso para eles em algum relatório, sugerindo que procurem uma avaliação psicológica cognitiva ou avaliação psicopedagógica. Importante reforçar a necessidade de buscar um oftalmologista para confirmar ou não a dificuldade visual. Se o aluno usa óculos, é responsabilidade dos pais fazer com que aceite usá-lo. Justifique que seria importante até para melhor direcionar o atendimento, observando que a falta de atenção e de concentração podem ser resultantes de algum problema, inclusive visual.
Um aluno de 12 anos apresenta um comportamento de individualidade e os pais não conseguem lidar com ele em casa. Esse adolescente apresentou pré-diagnóstico de TOD (Transtorno Opositivo Desafiador). O que fazer? Não é incomum uma criança dessa faixa etária pensar com esse comportamento de “ensimesmamento”, ou seja, há um ambiente familiar que muito provavelmente facilite esse “individualismo”. Trabalhos com os limites e de tolerância às regras dão excelentes resultados quando “combinados”. Isso os professores conseguem fazer em sala de aula, mas grande parte da dinâmica é em casa, local onde os filhos vão, a cada dia, ampliando os desafios emocionais. É possível ajudá-lo desde que se entenda que uma tutoria não é uma psicoterapia comportamental. Há muitos contos, fábulas, histórias infanto-juvenis e livros paradidáticos que podem ser trabalhados com esse aluno. Também podese usar o recurso de elaboração de histórias em quadrinhos; reescrever o final de contos infantis (fábulas com moral), trabalhar com as emoções do aluno de forma lúdica e jogos, entre outras atividades.
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Meu filho, de 10 anos, é autista. Ele está no 4º ano e tem sérias dificuldades para se alfabetizar, não consegue ler orações e nem escrever. A escola particular respeita as suas dificuldades, mas comentaram que pouco estão conseguindo ajudar no desenvolvimento dele. Se eu mudálo para uma escola pública, já que a secretaria municipal da minha cidade atua com vários profissionais que atendem crianças com necessidades especiais, a Tutores pode acompanhá-lo? A Tutores pode ajudar no acompanhamento das dificuldades do seu filho sim. Somos especialistas em dificuldade de aprendizagem, porém, não somos escola regular. E é de muita importância que seu filho seja mantido em uma escola que o acolha e promova a sua interação social (integração escolar). Sobre tirá-lo de uma escola privada e colocar na rede pública, será uma decisão familiar. A escola pública tem por obrigação e força de lei manter um ensino diferenciado para alunos diagnosticados com Necessidades Educativas Especiais. Portanto, faça valer esse direito adquirido e nunca deixe de acompanhar bem de perto o desenvolvimento cognitivo e emocional do seu filho.
Se você tem alguma dúvida, crítica ou sugestão escreva para canaldoleitor@editoralamonica.com.br 1o semestre 2020
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A EDUCAÇÃO NO BRASIL Novo livro da doutora em Educação pela PUCRio Andrea Ramal faz um balanço sobre o assunto
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educadora Andrea Ramal lançou no final de 2019 seu 15º livro: Educação no Brasil – um panorama no ensino na atualidade (Editora Atlas), que reúne textos escritos por ela e publicados entre 2014 e 2019 em diversos veículos de comunicação brasileiros, em um estudo crítico sobre a educação no País nos últimos anos. Ao longo de 200 páginas, a doutora em Educação pela Pontifícia Univer-
sidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro analisa os rumos educacionais e propõe caminhos, tanto na esfera pública quanto na privada. Também trata das questões que envolvem professores e pais. Para debater mais esse tema, a Revista Tutores conversou com Andrea. Ela, que foi professora por mais de 25 anos e implantou programas de formação docente no Brasil, na Colômbia e em outros países da América Latina, atualmente apóia o GEN | Grupo Editorial Nacional na produção de conteúdo multimídia para Ensino Superior e é consultora na implementação de inovação educacional. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.
O que te levou a escrever o livro Educação no Brasil um panorama do ensino da atualidade? Escrevi o livro como uma espécie de guia para entender como funciona o sistema educacional no País. Reuni artigos que publiquei entre 2014 e 2019, em diversos veículos de comunicação, com temas políticos, sociais, afetivos e, principalmente, as novas tendências que vão ao encontro da mentalidade dos jovens. Pensei em uma publicação dirigida tanto a pais como a professores, e todos aqueles que acreditam que podemos ter uma sociedade melhor por meio de um processo educacional antenado com a realidade de hoje.
9 Quais as principais constatações a que chegou? Por um lado, se analisamos os indicadores educacionais, temos a impressão de que os anos passam e as mudanças demoram a chegar. Por outro lado, o contraponto é o advento de tendências no ensino, pois novos métodos de aprendizagem podem ajudar a revolucionar a sala de aula. E quais são essas tendências? A tendência é a implementação das metodologias ativas, que são realidade em instituições de ponta dos Estados Unidos, Ásia e Europa. Nelas, os estudantes assumem um papel mais efetivo na gestão da própria aprendizagem. Fazem tarefas antes de cada lição e encontram-se com o professor para receber orientação em atividades mais sofisticadas, como estudos de casos e dinâmicas que requerem o domínio de conhecimentos prévios. O processo é personalizado, interativo e motivador. Em geral, resulta em melhor desempenho acadêmico. Mas será que essas metodologias ativas de ensino funcionam no Brasil? No Brasil, as metodologias ativas estão chegando aos poucos, não só nas escolas, como também em instituições de Ensino Superior reconhecidas pela excelência. Claro que a maioria das escolas brasileiras ainda não está apta para implantar esse conceito em suas salas de aula. Falta formação do professor: ele precisa saber dar aula sem ficar apresentando conteúdos. Mudar esse método, trazendo a parte mais complexa para a aula, como desafios, estudos de caso, debates e trabalhos em grupo é mais difícil, exige uma preparação maior do docente e mais segurança sobre o que ensina. Além disso, na educação básica, depende de um envolvimento da família, sobretudo para reforçar a atitude comprometida com aprendizado e em uma cultura de estudo autônomo.
ão pela PUC-Rio utora em Educaç do , al m Ra ea Andr
Como funciona hoje o sistema educacional no País? Quando comparamos a escola e a universidade de hoje com outras áreas, vemos que em muitos aspectos ainda estamos no século passado. Atualmente, o sistema educacional tem uma organização nos documentos e legislações, que, na prática, é prejudicada por problemas de gestão. Na educação pública, onde temos a maior parte dos estudantes do ensino básico, há que valorizar e capacitar os docentes, garantir infraestrutura e recursos compatíveis com o aluno do mundo contemporâneo, renovar as formas de ensinar e aprender. Há que reforçar também a importância da contribuição das famílias. Sem que a família faça a sua parte, as melhores políticas públicas fracassam. O desempenho dos estudantes brasileiros, na lanterna dos exames internacionais, mostra que ficamos para trás. Colocar a educação como alta prioridade é uma decisão que não deveria mais ser adiada. O que mudou nos últimos anos na educação brasileira? Olhando exclusivamente para os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a educação brasileira parece estagnada. Há milhares de crianças sem creche e pré-escola, o analfabetismo funcional continua a crescer, o Ensino Médio segue perdendo jovens e a educação superior pública está
cada vez mais debilitada. Sem falar do contexto em que a educação acontece: por exemplo, em algumas escolas de grandes centros urbanos, é comum que as aulas sejam interrompidas por causa da violência do entorno. Em muitas, não há professores para todas as matérias. No entanto, há avanços: conseguimos universalizar o acesso ao ensino básico. Há professores que, apesar dos problemas, fazem trabalhos maravilhosos, mesmo nas mais remotas salas de aula, com pouquíssimos recursos. Temos também mais estudantes nas universidades, jovens que, décadas atrás, não teriam acesso a um diploma de Ensino Superior. No entanto, ainda há muito a fazer. E o que é preciso para que isso aconteça? O Ministério da Educação precisa ser tratado como estratégico e a pasta precisa de gestores de excelência, com a continuidade nas ações. Vale lembrar que a sociedade também tem papel decisivo. O Poder Público só prioriza a educação quando ela passa a ser uma demanda da sociedade e esta se envolve seriamente na fiscalização da qualidade e no controle da aplicação dos recursos. Formação e valorização dos professores, ações sociais para prevenir as situações de evasão e abandono e um trabalho que envolva as famílias são fatores importantes para mudar o ensino básico.
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10 PING-PONG Como você definiria uma educação justa e eficaz? É aquela que oferece uma formação integral de qualidade para todos, sem excluir ninguém; um ensino voltado não só para conteúdos, mas para valores, comportamentos e atitudes. O quanto essa educação é fundamental para a construção de um país? Ela é fundamental para a formação do país, tanto na área social, já que uma educação de qualidade consegue minimizar diferenças e as desigualdades, quanto no âmbito da cidadania, uma vez que uma sociedade bem-educada é mais capaz de eleger seus representantes, como também de cobrar resultados e melhorias. É fundamental ainda na área econômica, porque jovens bem preparados ingressam naturalmente no setor produtivo e isso torna o país mais competitivo. Por áreas, quais os desafios da realidade brasileira na educação, indo do Ensino Fundamental até o Superior? Nas políticas educacionais voltadas para o Ensino Fundamental, o esforço visará à implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Isso dependerá das redes estaduais e municipais, como também do engajamento das escolas para adaptar a BNCC à realidade local. Um dos pontos mais críticos é a meta de alfabetizar as crianças em dois anos, o que requer uma revisão da didática, professores qualificados, o envolvimento das famílias e ações sociais de suporte. Para o Ensino Médio, o maior gargalo da educação brasileira, quase nada foi feito na última década. O resultado aparece nas taxas alarmantes de abandono escolar. É o retrato de um sistema que perde os jovens: um dia eles chegaram a estar na sala de aula, mas não voltam mais.
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Há muito caminho pela frente, ainda mais considerando a infeliz tradição de descontinuar políticas educacionais a cada mudança de governo. E no Ensino Superior? No Ensino Superior, também não se pode falar de uma política definida. A situação das universidades públicas está à beira do colapso. Não há recursos para o funcionamento diário, as bolsas de pós-graduação estão ameaçadas, o investimento em laboratórios, pesquisa e inovação cessaram e, em algumas instituições, os docentes estão sem receber salário. Deveria ganhar importância na pauta deste ano a retomada das visitas do MEC/INEP às instituições de Ensino Superior e um sistema de avaliações mais severas, tanto das instituições como dos graduandos. Como fica o papel do professor nesse contexto? Como comento no livro, o professor brasileiro se sente muito esquecido pelas políticas públicas do País. Frequentemente, muda-se o Ministro da Educação e o Secretário de Educação, seja estadual ou municipal. Toda hora começa um novo projeto para a área e raras vezes se pensa na pessoa central, que é o professor. A consequência disso é a grande evasão no mundo dos professores e a alta taxa de desistência da profissão. Para muitas pessoas, a docência virou uma carreira de passagem. O Brasil não pode tratar assim os seus professores. O que fazer para melhorar essa realidade? É necessário que haja um conjunto de medidas para a formação e a valorização da profissão docente, a inclusão de mais recursos e melhor estrutura nas escolas, a mudança da didática. Não existe uma medida só, há um
conjunto de fatores que vão gerar um resultado prático. É preciso começar o quanto antes. Quanto aos pais, como eles devem se comportar diante dessas questões? Todos os pais deveriam se envolver na batalha da qualidade do ensino público, mesmo quando seus filhos estiverem matriculados na escola privada. É um direito de todo cidadão e o Brasil só poderá garantir um desenvolvimento sustentável se todos os estudantes receberem uma boa educação. E os alunos? Os alunos precisam ser mais protagonistas e aprender de forma mais autônoma. Disciplina, maturidade, autonomia, interatividade, planejamento, proatividade, comprometimento são algumas características extremamente importantes para o melhor aproveitamento do aprendizado e constituem também competências valorizadas no atual mercado de trabalho.
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A ESCOLA ATRAVÉS DOS TEMPOS Especialistas avaliam como foi, é e será a educação no Brasil
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ousa, carteiras alinhadas, alunos sentados e professor na frente da sala de aula. Quando se fala em escola, para muita gente, é essa a imagem que (ainda) vem à cabeça. Apesar de tudo isso continuar fazendo parte do cenário educacional mais tradicional, é preciso levar em conta que o mundo está em constante transformação, impactando nos estabelecimen-
tos de ensino e na própria educação. Historiadores apontam que o processo de ensinar e aprender sempre existiu, no início de forma mais espontânea, com os mais sábios passando seus conhecimentos para os que sabiam menos. Foi só na virada do século 19 para o 20 que a escola se consolidou no Ocidente como uma instituição formal. “No Brasil, à medida em que a população aumentou nos grandes centros, a escola foi se constituindo como transmissora de saberes, conhecimentos, conteúdos e certos valores da sociedade capitalista. Ela, então, se tornou obrigatória e foi eleita como espaço que transmite e ensina para
crianças e jovens no sentido de prepará-los para o futuro”, comenta o assessor pedagógico da Mind Lab, especializada em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias educacionais, Ricardo Chiquito.
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PRESENTE E FUTURO No mundo atual, cada vez mais interativo e globalizado, a escolas estão novamente passando por transformações, e a tecnologia tem revolucionado as formas de se aprender e o relacionamento entre aluno e professor. “Ao mesmo tempo em que os recursos tecnológicos facilitaram o acesso à informação, colocaram o professor em uma posição diferente da que se estava acostumado. Agora, ele não é mais o detentor de todo o conhecimento, mas sim um mediador”, avalia Maria Amabile. Ainda segundo ela, esse é um papel importantíssimo, mas levanta uma questão necessária: a da formação.
“Muitos desses profissionais, sobretudo os que lecionam em escolas públicas, não estão preparados para essa nova realidade. Então, é imprescindível que haja investimento na sua formação para que eles possam trabalhar de forma efetiva com as inovações.” A gerente de desenvolvimento e responsável pelo Ensino Médio Técnico do Senac São Paulo M elina Sanjar destaca que as escolas de hoje têm passado por grandes mudanças metodológicas. “No Senac, por exemplo, priorizamos a educação com ênfase no desenvolvimento de competências. No nosso curso, o aluno não é obrigado a decorar todas as matérias para a prova. Muito pelo contrário, aqui ele aprende por projetos. Esse é um modelo que faz mais sentido para o
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO “Atualmente, as crianças são nativas digitais e é, para nós, um grande desafio fazer com que as aulas curriculares sejam mais interessantes do que os estímulos que muitas crianças já têm em suas casas, mais específicos, na palma das mãos – visual, auditivo e interativo. Os recursos utilizados em nossas aulas devem ter uma linguagem acessível para as crianças, os temas abordados devem ser de forma atualizada e contextualizada. Para muitos profissionais como eu, que ministraram aulas no ‘século passado’ e se mantêm na profissão, percebe-se o quão desafiador é utilizar dos mesmos recursos em um ambiente educacional. O que antigamente estimulava o aluno, hoje não prende mais a sua atenção. Outro grande desafio é a participação ativa das famílias na escola. Antigamente, as festas eram o meio social, onde as famílias se encontravam para divertirem. Hoje, já não as reunimos com tanto entusiasmo. Todos têm muitos compromissos sociais e a escola nem sempre é a prioridade. Precisamos cuidar dessas relações nos dias atuais, para que o papel da escola não passe a ser somente um facilitador de informações via aplicativo, que resume de recados frios através de palavras nas agendas eletrônicas.” Marielly Lopes Guimarães Galli, diretora do Centro Educacional Curumim, de Uberlândia (MG)
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Ao longo dos anos, foi dessa forma que se firmou. “Claro que tivemos mudanças, e muitas importantes. As instituições de ensino e a própria educação evoluíram, se desenvolveram, se expandiram, mas ainda há certa permanência”, indica. “De um lado temos escolas com grandes estruturas e aparatos cada vez mais tecnológicos, e do outro as que não têm nem cadeira, lousa e outros elementos básicos para que a atividade pedagógica possa acontecer”, acrescenta o pedagogo. Para a diretora de Tecnologias Educacionais do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) Maria Amabile Mansutti, o Brasil teve importantes conquistas nas últimas décadas, como a democratização do ensino a partir dos anos 1970, a criação do Ensino Fundamental e, mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “Apesar disso, a qualidade da educação nacional não tem tido grandes avanços. Ainda sofremos com problemas de aprendizagem e alfabetização e proficiência baixa em áreas fundamentais do conhecimento, como português e matemática. Embora tenhamos melhorado em alguns pontos, ainda temos um longo caminho a percorrer”, pondera a especialista.
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mundo atual e que deverá ser ainda mais explorado no futuro.” Por falar em futuro, os especialistas consultados pela Revista Tutores acreditam que as escolas, daqui para frente, estarão cada vez mais conectadas com a tecnologia, utilizando ferramentas de inteligência artificial e realidade aumentada para se adequarem às exigências da sociedade e até do mercado de trabalho, e olharão mais para o ensino de habilidades cognitivas, sociais, comportamentais e emocionais, não focando apenas nas disciplinas obrigatórias. “Precisamos de novas diretrizes e legislação, para reinventar a organização e a formação do professor de forma a atender as questões impostas pela contemporaneidade, e priorizar o valor formativo do conhecimento, a fim de desenvolver competências que cada vez mais serão exigidas pela sociedade”, diz Maria Amabile.
PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM “As dificuldades de aprendizagem representam um dos maiores desafios educacionais dos últimos tempos, pois se referem a situações que ocorrem com alunos que não conseguem acompanhar as aulas, e ocorre por diversos motivos como propostas pedagógicas inadequadas, falta de capacitação de professores, falta de acompanhamento das famílias, déficits cognitivos, problemas psicológicos, falta de motivação e outros. O grande desafio da comunidade escolar hoje é saber identificar quais são os alunos que possuem dificuldades, e que não são identificados patologicamente, para que tenham um acompanhamento adequado e as famílias possam ser orientadas. Várias são as possibilidades de trabalho com eles: acessibilidade, planejamento adequado, trabalho com pequenos grupos, currículo flexível, projetos motivadores e que considerem a história de vida dos mesmos, professores mediadores, avaliações diagnósticas e continuas e outros. Pensando nisso, torna-se relevante ter um olhar afetuoso e acreditar que qualquer pessoa é capaz de aprender desde que tenha apoio.”
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Débora Márcia de Amorim, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Professor Domingos Pimentel de Ulhôa, de Uberlândia (MG)
O QUE PRECISA MUDAR? O
Brasil, apesar do otimismo gerado pelos novos currículos estaduais recriados pela BNCC, a reforma do Ensino Médio e outras mudanças pontuais, não tem conseguido bons resultados nos rankings mundiais que avaliam a educação. Para se ter uma ideia, em um dos mais recentes, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para medir o desempenho em leitura, matemática e ciências, o País ficou entre os 20 piores colocados. Os resultados do estudo mostraram que mais de dois terços dos alunos brasileiros de 15 anos têm nível de aprendizado em matemática mais baixo do que é considerado “básico”. Em ciências, a nação caiu da 63ª para a 67ª posição em comparação com a edição de 2015 e, em leitura, perma-
neceu praticamente estagnada nos últimos dez anos. Para mudar esse quadro, de acordo com a diretora de Tecnologias Educacionais do Cenpec Maria Amabile Mansutti, é preciso se espelhar nos primeiros colocados. “Para eles, a educação é prioridade, faz parte do projeto de país. Aqui não, e essa mentalidade precisa mudar o quanto antes. Na prática, isso implicaria em aporte de recursos financeiros na área e elaboração de novas políticas nacionais.” A gerente de desenvolvimento do Senac São Paulo Melina Sanjar acrescenta que o Brasil, diferentemente dos melhores posicionados nas avaliações, não aposta nos cursos técnicos. “Eles são vistos como secundários e para as classes mais baixas. Estima-se que apenas 13% dos estudantes brasileiros optem por essa modalidade, enquanto em nações evoluídas, como a Noruega, esse índice chega a 70%.”
Outro ponto, e que é consenso entre os especialistas, é que a educação nacional só evoluirá quando passar a valorizar o professor, e não só do ponto de vista monetário, mas no sentindo de transformar o magistério em uma carreira atrativa. “No Brasil de hoje existe a preocupação de um colapso da profissão da docência porque os jovens não se interessam mais por ela. Para evitar que isso aconteça, é necessário oferecer para esse profissional melhores condições salariais, de segurança e de trabalho”, diz o assessor pedagógico da Mind Lab Ricardo Chiquito. O especialista destaca ainda que, para melhorar a performance, as escolas brasileiras também devem fortalecer o vínculo com as famílias, de forma que elas se envolvam e façam parte do processo de ensino-aprendizagem. “Sem isso, a nossa educação não vai avançar”, encerra.
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Hospitalização de crianças e adolescentes por doenças mentais e comportamentais aumenta no Brasil
A
s internações hospitalares de adolescentes com idade entre 10 e 14 anos, motivadas por doenças mentais e comportamentais, subiram 107% nos últimos dez anos no Sistema Único de Saúde (SUS), registrando quase 25 mil casos no período. Na faixa etária entre 15 e 19 anos foram mais de 130 mil, sendo quase 14,5 mil só no ano passado. As informações são de um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), elaborado com base nos dados do Ministério da Saúde.
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O documento aponta que a maioria dos casos são provocados por transtornos de humor e devido ao uso de substâncias psicoativas, tais como medicamentos ansiolíticos e sedativos, maconha, canabinoides sintéticos, alucinógenos, inalantes ou solventes, estimulantes e tabaco, e podem estar relacionados à maior prevalência da depressão, considerado o mal do século XXI nessas faixas etárias. Para a médica Ana Maria Costa da Silva Lopes, membro do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da SBP, esse cenário tem relação direta com o aumento dos fatores de risco: sedentarismo, alto nível de exigência das performances escolar e social, afastamento dos pais, violência velada (negligência, por exemplo) e violência psicológica, entre outros. “Está relacionado também à redução de fatores de proteção, como brincadeiras ao ar livre, prática de esportes, convivência familiar, religiosidade e ambiente seguro e tranquilo. Tudo isso, e a concomitância de predisposição familiar e genética, aumentam a incidência do transtorno de humor do tipo depressivo em faixas etárias cada vez mais precoces”, complementa a especialista. ATENÇÃO E PREVENÇÃO Apesar dos altos números identificados pela SBP, a psicóloga Gabriela Malzyner, professora do
FIQUE DE OLHO: SINAIS DE QUE ALGO NÃO VAI BEM § Irritabilidade, frustração ou raiva excessivas curso de Formação em Psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos de São Paulo (CEP/SP) e membro efetivo da Clínica de Estudos e Pesquisas em Psicanálise da Anorexia e Bulimia (Ceppan), pondera que a adolescência, por si só, é um período de muito sofrimento psíquico. “Além de essa ser uma fase de constante transformação, a sociedade de hoje exige que os adolescentes
§ Mudanças rápidas e inesperadas no humor e explosões emocionais § Dor de estômago, dor de cabeça ou náusea § Piora no rendimento escolar § Falta de interesse § Tristeza e isolamento § Automutilação
SAÚDE MENTAL DOS ADOLESCENTES § As condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos § Metade de todas as condições de saúde mental começam aos 14 anos de idade, mas a maioria dos casos não é detectada nem tratada § Em todo o mundo, a depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes § O suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos § As consequências de não abordar as condições de saúde mental dos adolescentes se estendem à idade adulta, prejudicando a saúde física e mental e limitando futuras oportunidades Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS)
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16 PAIS E ALUNOS tenham comportamentos que são típicos de faixas etárias mais avançadas, não permitindo que tenham tempo para simplesmente viver a vida, sem contar que essa turma está totalmente imersa no mundo tecnológico, e pouco no mundo real. Tudo isso acaba tendo um impacto psicológico negativo para muitos”, afirma. A profissional ressalta que nem toda dor psíquica é transtorno, doença: “ela é um sinal de que algo não vai bem e, claro, deve ser cuidada, mas é fundamental fazer a distinção do que precisa efetivamente ser tratado, com medicamentos, e o que simplesmente faz parte da vida”. A especialista em terapias com crianças e adolescentes e professora da Cognitiva Scientia Valquiria Tricoli comenta que a família e a escola têm o papel de ajudar a construir habilidades para que os mais novos consigam lidar com os desafios cotidianos.
DICAS PARA UMA BOA SAÚDE § Diminuir as cobranças e, ao mesmo tempo, impor limites claros § Dizer não, para que as crianças aprendam a lidar com a frustração § Incentivar a prática de atividade física não competitiva § Investir em uma alimentação mais saudável § Aprender a escutar de forma acolhedora e amorosa, sem críticas e cobranças § Evitar comentar assuntos trágicos e discutir na presença dos filhos ou alunos § Promover o uso da tecnologia com moderação § Não sobrecarregar as crianças com responsabilidades e tarefas excessivas “Falando especificamente na escola, é preciso enxergar o estudante como uma pessoa, buscando ficar mais próximo dele e de sua família. Além disso, nesse ambiente, vale trabalhar a reflexão e as habilidades sociais, para que as crianças e os adolescentes as aprendam e saibam colocá-las em prática. Isso pode ser feito por meio de várias atividades, como oficinas, leituras, conversas e trabalhos em grupo.”
A médica da SBP, Ana Maria, complementa que as estratégias de prevenção de transtornos mentais e comportamentais incluem ainda trabalhar o bullying e o estresse tóxico na infância e os cuidados de familiares com depressão, principalmente a materna. “Pediatras, pais e escola devem de ser promotores de uma sociedade com fatores de proteção para a vida psíquica da criança e do adolescente, promovendo uma vida saudável e harmônica”, finaliza.
MORBIDADE HOSPITALAR DO SUS – 0 A 19 ANOS – BRASIL Faixa etária
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Var.% (2009-2018)
0 a 4 anos
209
505
654
539
475
401
415
469
269
257
23%
5 a 9 anos
211
403
724
790
777
742
820
806
414
335
59%
2.365
2.799
2.774
2.525
2.467
2.388
2.449
2.442
3.128
107%
10 a 14 anos 1.508
15 a 19 anos 12.215 13.480 14.330 14.137 12.972 12.631 11.735 12.050 12.962 14.482 19% Total
14.143 16.753 18.507 18.240 16.749 16.241 15.358 15.774 16.087 18.202 29%
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) com informações do Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS
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ESPECIAL 17
Rede trabalhará quatro manuais de estimulação cognitiva multidisciplinar: Matemática, Funções Executivas, Consciência Fonológica e Habilidade Psicomotora
TUTORES LANÇA SEU MATERIAL
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
N
ascida com a missão de oferecer um sistema de educação complementar e estruturado para melhorar o desempenho escolar de crianças, adolescentes e jovens, a Tutores completa 11 anos no mercado em uma nova fase, movida por grandes investimentos: a rede passa a contar com o próprio material didático-pedagógico. Trata-se do Programa de Estimulação Cognitiva Multidisciplinar, um valioso recurso para estimular o processo de reeducação e habilitar o estudante a ter um melhor desempenho cognitivo, favorecendo o progresso das capacidades funcionais que estimulam o cérebro na aprendizagem e promovendo autoestima, autonomia e autoconfian-
A filosofia educativa da Tutores – capaz de trabalhar com quaisquer metodologias utilizadas nas escolas brasileiras – soma-se agora aos quatro novos programas de estimulação cognitiva, que complementam as tutorias nas dificuldades de aprendizagem
ça para a solução das dificuldades, sejam elas diagnosticadas ou apenas queixas meramente situacionais que costumam ser verbalizadas pela família ou pela instituição de ensino que frequentam.
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ESPECIAL Fotos: Divulgação
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Artur Hipólito e Léa Bueno, sócios-fundadores da Tutores
O pesquisador e professor português Rafael Pereira construiu sua base acadêmica focada na educação básica. Ele é autor de vários de livros internacionais sobre dificuldades de aprendizagem, cognição (raciocínio lógicomatemático), psicomotricidade, consciência fonológica e funções executivas.
“A nossa busca por melhorias não para, e essa novidade chega para que possamos oferecer para os estudantes um resultado ainda mais significativo. Ela será aplicada concomitantemente com o reforço usual, no sentido de tornar esse aluno um cidadão livre, para que ele possa seguir seus estudos de maneira individual”, comenta o sócio-fundador da marca Artur Hipólito. O material, elaborado em parceria com o professor, pesquisador e especialista em transtornos de aprendizagem Rafael Silva Pereira, é composto por quatro programas de estimulação: Matemática, Funções Executivas, Consciência Fonológica e Habilidade Psicomotora. Em fase de implementação na rede, a expectativa é de que, até o
final do ano, 100% dela já o esteja utilizando. E, em 2021, adianta Hipólito, outros quatro livros deverão ser lançados, com níveis mais avançados por temas. “Queremos atender o maior número possível de estudantes, e suas famílias, e contribuir para que se desenvolvam com mais velocidade, eficiência e consistência”, acrescenta. Léa Bueno, editora responsável pelo projeto e sócia-fundadora da Tutores, complementa que o novo material consegue atender praticamente todas as dificuldades de aprendizagem diagnosticadas, como dislexia, discalculia e disgrafia, além de dificuldades em se organizar nos estudos, administrar o tempo e a falta de atenção e concentração. “Esse é um programa bem abrangente e completo, com o qual conseguimos trabalhar desde os primeiros anos Todos os exercícios propostos pelos programas de estimulação em dificuldades de aprendizagem desenvolvidos pela Tutores são apresentados em formato de livros didáticopedagógicos individuais com um método prático e lúdico, que possibilitam o desenvolvimento em três níveis, do mais simples ao mais complexo.
Manual de MATEMÁTICA O programa de estimulação do raciocínio lógico-matemático desenvolve as competências matemáticas necessárias e funcionais para a formação das estruturas matemáticas, além de despertar nos estudantes o gosto pela matéria por meio de exercícios didático-pedagógicos e lúdicos. Ele é dividido em três níveis, selecionados de acordo com a avaliação que será aplicada antes do início das sessões, destacando que as atividades, como jogos de estimulação, devem ir ao encontro das funcionalidades do estudante. Entre as competências trabalhadas estão: § Números e quantidade § Cálculo mental e situação-problema § Cálculo, leitura e sequência numérica § Adição e subtração
§ Multiplicação e divisão § Análise de dados § Tabuadas § Comparação de grandezas, perímetro, localização e orientação espacial
19 Manual de FUNÇÕES EXECUTIVAS As funções executivas, que incluem flexibilidade cognitiva, planejamento, tomada de decisões e resolução de problemas autorregulação, devem ser devidamente estimuladas não somente quando o estudante apresentar alguma dificuldade de aprendizagem, mas também como medida preventiva de dificuldades futuras. O objetivo do material é promover a autorregulação, permitindo que o próprio estudante identifique e corrija seu raciocínio, a fim de encontrar novas soluções para seus problemas e necessidades escolares e cotidianas. Entre as competências trabalhadas estão: § Organização perceptomotora § Compreensão verbal
do Ensino Fundamental até o final do Ensino Médio. Ele conta com exercícios práticos e lúdicos, para ser mais interessante para o aluno, e possibilita o desenvolvimento em três níveis, do mais simples ao mais complexo”, relata. Junto a isso, Pereira pontua que o material permitirá que os tutores que fazem parte da rede possam levar aos seus alunos uma melhor intervenção. “Produzimos os manuais utilizando a técnica da neurometria, procedimento que nos permite perceber, como equipamento neurofisológico que é, a área ativada quando o aluno está realizando determinado exercício. E o que é muito interessante é que os estudantes farão avaliações que permitirão, acima de tudo, obter um perfil de sua funcionalidade em várias áreas do conhecimento, possibilitando ao profissional direcionar a intervenção e comparar os resultados antes e depois.”
Presença em todas as capitais brasileiras
Em 2020, a Tutores pretende inaugurar, pelo menos, 30 operações e alcançar todas as capitais do País, chegando à marca de 100 pontos até dezembro. A rede também quer aumentar a expansão interna, levando as franquias home based a estabelecerem unidades físicas em suas regiões de atuação.
§ Atenção e funções executivas § Memória
Manual de CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA Entre os objetivos desse manual estão propor que o estudante discrimine os três níveis da consciência da palavra, silábica e fonêmica; formar a consciência das diferenças dos níveis; reduzir e/ou eliminar as dificuldades metalinguísticas; estimular e facilitar a melhoria no desempenho das competências da leitura e da escrita. Ricamente ilustrado, o material propõe atividades que correspondem aos níveis indicados à necessidade de cada estudante. Do conteúdo programático que o compõe, constam: § Consciência da palavra § Consciência da sílaba
§ Consciência intrassilábica § Consciência fonêmica
Manual de HABILIDADES PSICOMOTORAS Esse programa de exercícios para habilidades psicomotoras também está dividido em três níveis, a partir da avaliação da necessidade do estudante, para que sejam disponibilizadas as sessões adequadas ao seu desempenho. Cada fase é composta por várias atividades que envolvem treino correspondente da psicomotricidade fina, do grafismo e da escrita de números e letras. Muitos anexos com ricas ilustrações são propostos no desenvolvimento das sessões. O programa é composto por um conjunto de exercícios divididos em três áreas: § Desenvolvimento motor § Desenvolvimento do grafismo § Desenvolvimento da escrita
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20 NOTA MÁXIMA
Saiba como ajudar as crianças da atual geração a desenvolverem essa habilidade
EMPATIA SE APRENDE EM CASA Revista Tutores
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C Foto: Karina Marques
ertamente você já ouviu falar em empatia. Pela definição do dicionário, trata-se da “tendência para identificar-se com outra pessoa, sentindo o que sentia se estivesse no lugar dela”. De maneira mais clara, é a ação de se colocar no lugar de alguém, agindo ou pensando como ele ou ela e vendo as coisas pela sua perspectiva, pelos seus olhos. Considerada uma habilidade socioemocional fundamental para o convívio social, sobretudo na atualidade, a empatia, aponta a psicóloga Christiane Reis, do grupo Prontobaby, não é uma capacidade com a qual já se nasce, mas que precisa ser aprendida e cultivada. “Trata-se de um hábito, como escovar os dentes e fazer exercício, que tem de ser estimulado e trabalhado desde cedo, nos primeiros anos de vida, tanto em casa quanto na escola”, acrescenta.
Foto: Divulgação
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Christiane Reis, psicóloga do Grupo Prontobaby
Bia Sant’Anna, psicóloga especialista em neuropsicologia
A especialista explica que é na primeira infância, período que vai do nascimento até os seis anos, que o cérebro passa pelo maior número de sinapses (conexões neurais), criando uma janela de oportunidade para todo tipo de aprendizado. “A criança tem o cérebro plástico, portanto, quanto mais estimulada for, mais vai absorver.” Mas no caso da empatia, como exatamente isso pode ser feito? A psicóloga Bia Sant’Anna, especialista em Neuropsicologia e professora dos cursos de pós-graduação do Centro de Terapia Cognitiva Veda, diz que para conseguir desenvolvê-la, antes de tudo os pequenos têm de entender as suas próprias emoções. “É difícil se colocar no lugar do outro e imaginar o que ele sente e pensa sem saber identificar, distinguir e compreender os sentimentos, os bons e os ruins, como raiva, ansiedade, alegria e tranquilidade”, analisa. “E cabe aos pais e responsá-
BENEFÍCIOS DA EMPATIA Pesquisas e estudos realizados mundo afora têm mostrado que a empatia interfere positivamente na saúde e na vida. Do ponto de vista pessoal, o ser empático consegue lidar melhor com as adversidades, é mais feliz, constrói relações mais positivas, duradouras e fortes e sofre menos com problemas emocionais e físicos. Fora isso, essa habilidade prepara melhor as pessoas para viverem em um mundo globalizado e cada vez mais tecnológico, as ajudam a ter mais sucesso profissional e contribui para a construção de sociedades mais solidárias.
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NOTA MÁXIMA
REFLEXÃO E LITERATURA Mais uma dica para que os pequenos entendam a opinião e os sentimentos do outro é estimular o convívio social com pessoas que tenham ideias e valores diferentes dos deles. “Isso é importante para provocar o deslocamento do próprio umbigo e fazer com que enxerguem as adversidades”, relata Bia, que recomenda ainda a participação em atividades colaborativas. “Tirá-los um pouco do lugar de quem recebe e colocá-los no lugar de quem serve e doa, também contribui para o aprendizado da empatia.” Junto a isso, Christiane recomenda a realização de exercícios de reflexão. Diante de uma determinada situação, real ou imaginária, vivenciada por alguém, ela relata que é possível fazer vários questionamentos à criança. Por exemplo: o que acha que a pessoa está sentindo e pensando? Por quê? Como poderia ajudá-la? “Os livros são ferramentas poderosas nesse sentido, pois possibilitam viver e ver pelos olhos dos personagens”, afirma. Segundo a psicóloga, participar de trabalhos em grupo, praticar esportes coletivos e fazer teatro ou qualquer atividade, inclusive brincadeiras, que envolvam a coletividade, também são ações importantes nesse processo.
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TUTORA
Como os tutores usam a empatia para adquirir o sucesso esperado? “Não é nada simples esse papel, entender a necessidade do aluno, da família e se colocar no lugar deles, entender onde podemos ajudar. O âmbito escolar é o nosso foco, mas não apenas ele. Nós tutores, quando estamos com o aluno, queremos entender e compreender a ‘causa’ dos problemas e dificuldades, para podermos trabalhar o aluno como um todo, pois, se não for trabalhada a causa, de nada irá adiantar. Sendo assim, eu, como tutora, mãe, amiga e apaixonada pela educação, viso a avaliar, juntamente com a família e a escola, o porquê de o aluno estar com determinada dificuldade e assim poder resolvê-la, para que o ambiente escolar se torne algo legal, alegre, divertido e, acima de tudo, agradável.” Amanda Pereira do Vale, tutora de Matemática e Física da Tutores Uberlândia (MG)
Foto: Arquivo pessoal/Facebook
veis ajudar as crianças nesse processo, com acolhimento e aceitação, ao invés de crítica e julgamento”, acrescenta. A especialista destaca que meninos e meninas costumam repetir comportamentos e exemplos que observam e presenciam dentro de casa. “Se eles têm por perto adultos de referência que agem de forma empática, vão aprender natural e instintivamente a agirem assim também.”
Foto: Divulgação
DEPOIMENTOS
CLIENTE
O que acontece com as crianças que não desenvolveram a empatia? “Nas crianças que não desenvolveram empatia geralmente aparecem fatores de risco para comportamentos antissociais de agressividades e violências. Com isso seu rendimento emocional e cognitivo fica falho, trazendo para sua vida dificuldades, limitações e baixa autoestima. Os tutores conseguem, no exercício afetivo e cognitivo e com todo o seu conhecimento, preparação e disposição, se empenharem em desenvolver potencialidades e motivações, diminuindo suas dificuldades e bloqueios, mostrando sua competência em seu contínuo aprendizado.” Iandara Regina Aguiar de Meneses, terapeuta ocupacional e cliente da Tutores Uberlândia (MG)
COM A PALAVRA
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Por Danielle Vieira Gomes
O
s desafios da vida contemporânea nos acarretam inúmeras fontes de tensão. Cada vez mais cedo, nossas crianças e adolescentes estão submetidos a pressões e cobranças excessivas para cumprir uma série de compromissos e exigências, em nome de garantir sucesso no futuro. Mas será que estamos conseguindo criar adultos emocionalmente capazes e felizes? O mundo acadêmico e o mercado de trabalho estão cada vez mais competitivos e exigentes, o que tem comprometido a nossa saúde emocional e física. A maior parte dos motivos de estresse nos dias de hoje é causada por nossos processos mentais. Vivemos num estado frequente de preocupações, com medo do fracasso e de não cumprir as expectativas.
A ansiedade é uma resposta natural aos eventos estressantes que estamos sujeitos em nossas vidas. O que irá torná-la patológica é a sua frequência e a sua intensidade. As pessoas respondem ao estresse de maneiras diferentes, algumas lidam melhor com a pressão excessiva, enquanto outras são mais vulneráveis. Precisamos estar atentos ao que está acontecendo na vida de nossas crianças e adolescentes. Quando os problemas surgem, não devemos esperar que o tempo se encarregue de consertar as coisas. Procure apoiá-los e ser um aliado. Não ignore seus sentimentos, esteja sensível às possíveis dificuldades em sua vida acadêmica, social e familiar. Ajude-os a superar as experiências difíceis, ampliando sua compreensão do mundo e encontrando um método mais eficaz de processar emoções. Se desejamos uma vida em que as pessoas se sintam mais realiza-
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COMO CULTIVAR O BEM-ESTAR PARA O EQUILÍBRIO EMOCIONAL
das e sejam emocionalmente capazes, precisamos desenvolver uma aprendizagem mais cooperativa e empática, que priorize o autoconhecimento e que ensine estratégias de autorregularão. Devemos nos preparar para um futuro que exigirá novas habilidades, uma maior adaptabilidade, intercomunicação e colaboração. A educação deve valorizar o trabalho em equipe, a honestidade, a generosidade, o respeito às diferenças e o fortalecimento das relações. Conquistamos uma vida mais plena de significado quando temos consciência de nosso autovalor, nos sentimos capazes de superar os obstáculos para concluir as atividades e conquistar objetivos. Somos mais bem-sucedidos quando conseguimos encontrar no trabalho uma fonte de realização e crescimento pessoal, podendo utilizar nossos talentos para contribuir com o bem comum e com o desenvolvimento da sociedade.
* Psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas e Especialização em Docência, coach e educadora Parental de Disciplina Positiva e coautora do livro Coaching para Pais – Estratégias e Ferramentas para Promover a Harmonia Familiar. Vol 1 e 2.
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24 ENCONTRE A
MAIS DE 100 UNIDADES
EM TODO BRASIL RORAIMA
EM E V BRE
AMAPÁ
EM E V BRE
MARANHÃO CEARÁ
EM E V BRE EM E V BRE
PARÁ
PIAUÍ
PARAÍBA
EM E V BRE
PERNAMBUCO
TOCANTINS
EM E V BRE
SERGIPE
MATO GROSSO
BAHIA
DISTRITO FEDERAL
EM E V BRE
MINAS GERAIS
GOIÁS ESPÍRITO SANTO MATO GROSSO DO SUL PARANÁ
EM E V BRE
SÃO PAULO
RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA
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