A dor mais afiada

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A DOR MAIS AFIADA L

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© Luís Dill, 2012 Coordenação editorial Elaine Maritza da Silveira Capa, projeto gráfico e editoração Juliana Dischke Revisão Renado Deitos – Conforme Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

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Dill, Luís. A Dor Mais Afiada/ Luís Dill. – Porto Alegre: 8Inverso , 2012. 208 p. ISBN 978-85-62696-10-7 1.Literatura brasileira : romance policial. I. Título. CDU 869.0(81)-312.4

Cip – Catalogação na Publicação Vanessa I. de Souza CRB10/1468

Reservados todos os direitos de publicação a Editora 8INVERSO Rua Comendador Rheingantz, 50 cj. 303 Cep 90450-020 – Porto Alegre, RS F.: 51 3237.9588 8inverso@8inverso.com.br www.8inverso.com.br IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRASIL ISBN 978-85-62696-10-7


Depois de certo tempo, a única certeza que temos em nós é a da implacável beleza das mulheres que amamos um dia, loucamente e até, em casos mais graves, eternamente... (...) Poema Depois de certo tempo Ruy Espinheira Filho



Capítulo um Correr para algum lugar pode ser a pior coisa do mundo. E chegar nem sempre é uma maravilha.

Capítulo dois Achei melhor fazer como já tinha visto nos filmes da TV. Por isso saí e comprei as luvas de borracha. Estavam em promoção.

Capítulo três O que foi que eu fiz? Calma, já chego lá. Primeiro é preciso contar o começo, explicar como tudo foi se atropelando.

Capítulo quatro Eu poderia dizer que começou em algum momento na minha infância, mas não tenho tanto tempo a perder.

Capítulo cinco Semana passada decidi matar minha mulher. Espera, espera, agora talvez eu esteja indo rápido demais.


Capítulo seis Casei num sábado. Ocupamos o domingo com a lua de mel. Na segunda-feira descobri que ela me traía.

Capítulo sete O que me levou ao supermercado e às luvas de borracha em promoção. Tamanho grande, amarelas. Cheiravam bem.

Capítulo oito Minha mãe morreu de câncer. No hospital ela disse, meu filho, nunca acredita demais nas pessoas. Em ninguém, fez questão de insistir.

Capítulo nove A caixa do armazém me conhecia. Sorriu. Estranhou as luvas. Vou limpar a caixa de gordura, expliquei. Seria culpa?

Capítulo dez Meu pai apareceu no enterro da minha mãe. Ele disse, ela nunca prestou, mas mesmo assim era tua mãe. Parecia tranquilo.

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Capítulo onze Keyla era o nome da moça no caixa. E a vida de casado?, perguntou com certa faceirice. Dois dias é bodas de quê?

Capítulo doze Guardei as luvas debaixo do tanque e fui para o quarto. Deitei no escuro tentando lembrar dos filmes que assisti na TV.

Capítulo treze Naquela segunda-feira atendi o telefone da oficina onde trabalhava. Volta pra casa, Douglas, tua mulher tá com outro.

Capítulo quatorze Essa coisa de telefonema anônimo era novidade para mim. Devia ser piada. De mau gosto. Alguém da oficina, claro. Desliguei.

Capítulo quinze Pensei um pouco sobre o telefonema. Aí avisei o pessoal da oficina que já voltava e resolvi dar um pulo em casa. Sabe como é.

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