Revista Alcoolbrás - edição n°140

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Editorial/Sumário

ETANOL • AÇÚCAR • ALCOOLQUÍMICA • AGRONEGÓCIOS • BIOCOMBUSTÍVEIS

Ano XV – Nº 140 – 2013 – www.revistaalcoolbras.com.br

Segurança Manutenção O que é fundamental para o funcionamento do sistema de gerenciamento de segurança?

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MUITO ALÉM DAS SOLUÇÕES.

GARANTIMOS MUITO MAIS DO QUE QUALIDADE, A GENTE SUPERA AS EXPECTATIVAS.

A Villares Metals fabrica barras laminadas e forjadas tratadas para aplicações como eixos de moenda, picadores, palitos e pinhão volandeira, utilizados nas usinas produtoras de açúcar e etanol. É a maior produtora de aços especiais não-planos de alta liga da América Latina e referência internacional em qualidade e inovação, sempre respeitando e atendendo às mais diferentes necessidades e aplicações de cada cliente.

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Editorial/Sumário Sumário

Editorial

Matéria de capa

Fator RH

Divulgação/Raizen

Dois incêndios registrados em usinas no início deste ano, mostram que, assim como os raios, o risco não escolhe local, tamanho ou cor de usina. Saber por que esse tipo de acidente (ainda) acontece – e como é possível evita-lo – é questão de entender a complexa dinâmica dos riscos. Sistemas instrumentados de segurança têm como finalidade estabelecer os requisitos mínimos para evitar acidentes. Acontece que a segurança operacional não pode ser exclusivamente atribuída a existência deles ou ao uso de EPIs. Ela depende de uma “cultura”. Muitas vezes, os riscos evoluem com a complexidade dos próprios equipamentos e processos – nesse contexto, o ser humano tem papel decisivo. A principal reportagem desta ALCOOLbrás mostra que a falta de qualificação faz com que os técnicos avaliem os riscos de forma equivocada e operem os sistemas de forma incorreta. As novas edições das normas do Ministério do Trabalho tomam como premissa que o conhecimento do operador precisa evoluir na mesma velocidade que a tecnologia, e adotaram a capacitação técnica dos profissionais, com treinamento específico, como obrigatoriedade sujeita a penalidades. Nas próximas páginas você encontra também o mais completo e isento noticiário do setor sucroenergético – com destaque para os artigos escritos por especialistas no tema. Boa leitura

DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire

Pag. 28

Artigos Técnicos

31 A relação homem/máquina nos sistemas complexos industriais 37 Estratégia de análise do comportamento de sinais de alarmes em plantas de processos

Atualidades

18 Setor discute desafios e perspectivas durante Ethanol Summit 2013 23 Realizado pela terceira vez no país, ISSCT recebe número recorde de trabalhos 25 Safra em ritmo intenso

Seções Permanentes 04 06 10 14

Agenda Acontece nas Usinas Jornal Empresas

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Painel Esalq Caderno Agronegócios Excelência Sustentável Painel de Compras

Próxima edição

Expediente

Valete Editora Técn. Com. Ltda. www.editoravalete.com.br email: editoravalete@editoravalete.com.br

Gerenciamento de segurança depende da correta análise dos riscos e da qualificação da força de trabalho

– Defensivos, fertilizantes, maturadores – Variedade de Cana

ESCRITÓRIO MATRIZ Rua Fernandes Vieira, 45 - Belenzinho 03059-023 - São Paulo - SP Tels/Fax: (11) 2292.1838 / 2292.4273 / 3798.1838 / 2291.9915 / 3476.4878

DEPTº COMERCIAL / PUBLICIDADE - MATRIZ publicidade@editoravalete.com.br

DEPTº DE REDAÇÃO redacao@editoravalete.com.br Teresinha Cehanavicius Freire – Diretora Flávio Bosco

Capa: Arquivo – Editora Valete Filiada à

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Agenda - Gente 2013 Julho 2 a 5 – 10ª Fersucro e XXX Simpósio da Canade-Açúcar de Alagoas – Maceió / AL – Organização: Stab Regional Leste – Tel: (82) 3327 9632 – www.stableste.org.br 5 – 2º Sugar & Ethanol Summit Brazil Day – Londres / Inglaterra – Organização: Datagro / Tel.: (11) 4133-3944 / www.isodatagroconferences.com 10 a 12 – VI Simpósio de Tecnologia de Produção de Cana-de-Açúcar – Piracicaba / SP – Organização: Esalq – Tel: (19) 3417-2138 – www.simposiocana.com.br

Agosto 27 a 30 – Fenasucro – Sertãozinho / SP – Organização: Multiplus – Tel: (16) 2132 8936 – www.fenasucroagrocana.com.br

Setembro 24 a 16 – Simpósio Nacional de Biorrefinarias - II SNBr – Brasília/DF – Organização: Embrapa Agroenergia – www.embrapa.br/cnpae

Outubro 1 a 3 – Tubotech – São Paulo – Organização: Cipa – Tel.: 11 5585-4355 – www.tubotech.com.br 14 a 18 – Diversificación 2013 XII Congreso Internacional sobre Azúcar y Derivados de la Caña – Havana / Cuba – Organização: Icidca – Tel: (537) 696 70 17 – www.icidca.cu 21 e 22 – 13ª Conferência Internacional Datagro – São Paulo – Organização: Datagro – Tel: (11) 4195-6659 – www.conferenciadatagro.com.br

Cursos A Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia - Biocana abriu as inscrições para o curso Master of Technology Administration - MTA em Gestão da Produção Industrial Sucroenergé-

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tica, realizado pela Universidade Federal de São Carlos – polo Catanduva. O curso, com início dia 3 de agosto, é voltado para engenheiros, administradores, economistas, biólogos, químicos e demais profissionais com formação em nível superior que exercem ou pretendem exercer atividades relacionadas ao setor sucroenergético. O curso tem duração de um ano e oito meses, sendo que as aulas acontecem em Catanduva, aos sábados, a cada 15 dias. A pós-graduação tem nível de especialização lato sensu e o certificado é emitido pela UFSCar. Informações podem ser obtidas pelo telefone (17) 3522 9026 ou site www. mta.ufscar.br

Gente José Velloso foi escolhido para assumir a presidencia executiva da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Engenheiro mecânico e administrador de empresas, José Velloso trabalhou 21 anos como diretor do grupo Power Transmission Industries - PTI e desde 1998 é vice-presidente da Abimaq/Sindimaq. Celso Casale é o novo presidente do Comitê Assessor Externo da Embrapa Instrumentação – entidade que tem como objetivo principal tornar viáveis soluções sustentáveis de pesquisa, desenvolvimento e inovação em instrumentação que resultem em benefício para o agronegócio. Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Uberlândia, com pós-graduação em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, Casale preside a Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos – Abimaq. Com atribuições consultivas, o Comitê Assessor Externo foi constituído com a finalidade de assessorar no processo de monitoramento de como o mercado agrícola se desenvolve, particularmente, quanto ao acompanhamento e análise de tendências.


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Acontece nas Usinas Raízen lança programa de relacionamento com fornecedores de cana A Raízen inicia a safra 2013/14 com o lançamento do Programa Cultivar, projeto que tem como objetivo estreitar o relacionamento com os fornecedores de cana-de-açúcar, compartilhar conhecimento e contribuir para melhorar os resultados de seus parceiros. Por meio do suporte agronômico, por exemplo, os fornecedores participantes terão oportunidade de incrementar a produtividade e qualidade do seu canavial. “Formamos um time especializado, que estará no campo, junto com o fornecedor, buscando a melhor forma de planejar a lavoura e torná-la mais rentável”, conta o diretor de Fornecedores e Parceria Agrícolas da Raízen, Carlos Martins. Na primeira fase do projeto, que contará com a participação dos seus 150 maiores fornecedores, a empresa disponibilizará assessoria técnica em três operações: amostragem de solo, levantamento de pragas e sistematização da área. Todo o processo será monitorado pela empresa por meio de um Relatório de Visita Estruturada, que será preenchido pelo agrônomo em todas as visitas

às áreas do fornecedor. Esse documento, além de trazer informações sobre as condições da lavoura, também servirá para auditar os parceiros quanto às questões ligadas à sustentabilidade. Os fornecedores filiados ao programa Cultivar terão ainda a vantagem de poder adquirir insumos, materiais e equipamentos em parceria com a Raízen. Outro benefício que os fornecedores poderão capturar é o uso de linhas de crédito que estão sendo negociadas pela Raízen no mercado financeiro para os seus parceiros filiados ao programa Cultivar. O programa conta com investimentos iniciais de R$ 5 milhões. Raízen investirá R$ 1,3 bi em 2013 – A Raízen Energia receberá da Cosan R$ 1,3 bilhão em investimentos este ano. Outra parcela, de R$ 500 milhões, terá como destino a Raízen Combustíveis, que concentra a operação de distribuição de combustíveis. O montante não prevê aquisições. A Raízen Energia encerrou o ano fiscal 2013 com receita líquida de R$ 8,4 bilhões – um crescimento de 46% sobre o mesmo período do ano anterior.

Colheita e moagem da Sabarálcool são prejudicadas por excesso de chuvas O excesso de chuvas na região de Engenheiro milhão por dia perdido nas duas unidades”, calcuBeltrão e Perobal, interrompeu a colheita e a moala o presidente da Sabarálcool, Ricardo Albuquergem de cana-de-açúcar por diversas vezes durante que Rezende Filho. os meses iniciais da safra nas unidades da SabaSegundo Rezende Filho, as lavouras por hora Divulgação não foram prejudicadas. Na rálcool. No início da colheita e moagem, em março e abril, safra 2013/2014, a expectativa choveu 277 e 186,5 milímetros, da Sabarálcool de produção é respectivamente, deixando a de 1.831 mil toneladas de canausina parada por vários dias de-açúcar – 901 mil toneladas por falta de cana. Os caminhos na unidade Matriz e 930 mil de acesso às lavouras ficaram toneladas na Filial. O etanol cobertos de lama, impedindo tem a produção planejada de a colheita e a retirada da cana 77.900 mil litros, e a previsão das propriedades rurais. Se- Caminhões e tratores pararam, atolados em para a produção do açúcar é gundo levantamento, a usina meio a um lamaçal de 106.800 toneladas. Por fatoteve um prejuízo de cerca de res climáticos nos meses após o R$ 30 mil por dia por ficar parada sem produção. início da safra, a empresa deixou de moer em mar“Tivemos um atraso de faturamento de cerca de ço cerca de 60% do planejado e em abril, conseguiu um mês e deixamos de faturar em torno de R$ 1,2 apenas moer em torno de 80% do previsto.

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Acontece nas Usinas ANP autoriza primeira usina segundo nova regulamentação A Cambuí Açúcar e Álcool é a primeira usina autorizada a funcionar a partir de resolução que transferiu do Ministério de Agricultura para a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis a regulamentação sobre a produção de etanol no País. A nova competência decorre da Lei 12.490/2011, regulamentada pela resolução nº 26/2012 da ANP,

publicada em agosto de 2012. Localizada em Santa Helena de Goiás / GO, a Cambuí Açúcar e Álcool recebeu investimentos de R$ 165 milhões e tem capacidade inicial de processamento de 850 mil toneladas de cana. Em 2014, essa capacidade já subirá para 2 milhões de toneladas. A usina, inaugurada no dia 17 de maio, produzirá etanol hidratado e anidro.

Biosev aposta em safra alcooleira A Biosev aposta que a safra MW, e duas de 30 MW. O empreen2013/2014 seja mais alcooleira, imdimento possui, ainda, um sistema pulsionada pelo aumento do perde transmissão de interesse restrito centual de etanol anidro na gasoli(linhão) com cerca de 76 km de exna e pelo pacote de créditos fiscais tensão e interligado à Subestação sobre o etanol vendido nas usinas. Sidrolândia, de propriedade da O CEO da Biosev, Christophe Akli, Brilhante Transmissora de Energia, lembra que o preço do açúcar para que irá receber a energia exportaa produção 2013/2014 da Biosev da, conforme definido no leilão A-3 está headgeado em 98%. de 2011 pela Agência Nacional de A cogeração de energia a partir Energia Elétrica. A usina foi consdo bagaço de cana é outro importruída em 20 meses e contou com tante foco da empresa. A Biosev um investimento de R$ 163 milhões, está colocando em operação mais e tem capacidade de gerar até 50 uma unidade exportadora de enerMW de energia elétrica excedente. gia elétrica – a usina termelétrica No ano safra 2012/2013 a BioPassa Tempo, localizada no munisev registrou receita líquida de R$ cípio de Rio Brilhante / MS. Esta é Usina termelétrica Passa Tempo: 4,2 bilhões, um crescimento de 22% nona cogeradora da empresa comcapacidade para gerar até 50 MW em relação ao resultado obtido no capacidade para exportação de período anterior. O trabalho de reenergia, de um total de 12 termelétricas, com cacuperação da produtividade agrícola foi o destapacidade total de 540 MW. que da safra, com a utilização de 73,7% de sua Com tecnologia 100% nacional, a termelétrica é capacidade instalada, atingindo 29,5 milhões de composta por três turbinas geradoras, uma de 17,8 toneladas.

Usina Salgado perde ação indenizatória contra União A Advocacia-Geral da União conseguiu impedir que uma indenização que ultrapassa R$ 164 milhões fosse paga à Usina Salgado, localizada em Ipojuca / PE. A empresa alegava que sofreu prejuízos no período da intervenção econômica no mercado de açúcar e álcool, ocorrida nos anos 80 e 90. A decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª

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Região reconheceu os argumentos da AGU de que a intervenção da União não gerou qualquer prejuízo às empresas. Os advogados da União reforçaram ainda que, segundo dados oficiais levantados pelo Ministério da Agricultura, dos 420 meses que durou a intervenção, apenas em 21 meses o preço internacional foi maior que o praticado no mercado interno.


Grupo TGM encerra atividades de destilaria A Destilaria TGM, localizada em Cerqueira César / SP, teve suas atividades paralisadas em 2013. O parque industrial da destilaria está sendo negociado e a cana foi negociada com as Usinas Furlan e São Manoel.

Usina São João amplia volume de cana processada A Usina São João, de Araras / SP, processou 562,26 mil toneladas de cana no primeiro mês da safra 2013/2014, volume 112% superior ao registrado no mesmo período da safra anterior. Um dos responsáveis pelo bom desempenho é o canavial jovem, o que proporciona maior produtividade. Desde 2010, o Grupo USJ vem investindo R$ 40 milhões/ano para renovar e expandir os canaviais. Hoje, a idade média dos canaviais próprios da Usina São João – que respondem por 80% da produção -- é de 3,4 anos, contra 4,3 anos antes da renovação. A meta é processar 3,2 milhões de toneladas nesta safra – 6% acima da safra passada. 62% do volume terá como destino a produção de açúcar. No primeiro mês da safra 2013/2014, mais de 60% da cana processada pela Usina São João foi destinada à fabricação de 36,05 mil toneladas de açúcar, em uma decisão que privilegia contratos de longo prazo firmados pela empresa. Além dos investimentos na renovação de seus canaviais nos últimos dois anos, o Grupo USJ iniciou investimentos de R$ 10 milhões para renovar seu parque de caldeiras para geração de vapor a partir de bagaço de cana.

Î Controle de Umidade de Laboratórios Î Controle de Umidade para LPCTS

(Laboratórios de Pagamento de Cana por Teor de Sacarose) Î Filtragem de ar insuflado ou de recirculação Î Resfriamento de áres de cozimento Î Análise de temperatura em áres específicas

Î Resfriamento de CCM’s, Casa de Painéis

Elétricos e moagem Î Resfriamento de refeitórios, vestiários, auditórios, oficina etc Î Climatização, Umidificação e Desumidificação de ambientes diversos Î Ventilação com Pressão Positiva Î Exaustores e Insufladores de ar

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Jornal Grupo João Lyra

Ministério Público do Trabalho pede R$ 100 milhões por danos morais coletivos O Ministério Público do Trabalho em Alagoas ajuizou ação na Justiça do Trabalho, com pedido de liminar, contra o deputado federal João Lyra e as empresas pertencentes ao grupo – Laginha, Uruba e Guaxuma, JL Comercial Agroquímica, LugTax Aéreo, Mapel Veículos e Sapel por irregularidades trabalhistas. A ação pede indenização de R$ 100 milhões por danos morais coletivos. O Grupo João Lyra possui um grande número de ações em trâmite nas Varas do Trabalho de Alagoas. O Ministério

Documentário

“Energia Verde e Amarela” mostra produção de agroenergia no Brasil O documentário “Energia Verde e Amarela”, uma iniciativa da Fundação John Deere e da Embrapa, mostra como o Brasil utiliza biomassa para produzir energia renovável na forma de etanol, biodiesel, biogás e outros produtos. Produzido pela Videomakers, o documentário está organizado em quatro capítulos – sobre etanol, o documentário mostra como o biocombustível é obtido, e mostra o início da produção em escala na década de 1970 como resposta à crise do petróleo, assim como a expectativa de aumento da produção com o uso de resíduos e culturas com o sorgo sacarino e capins sejam utilizadas pelas usinas como matérias-primas. O documentário “Energia Verde e Amarela” será distribuído para universidades, ministérios, empresas, escolas agrotécnicas e câmaras setoriais, e será utilizado também para divulgar a experiência do Brasil em outros países.

Público buscou acordo para que a empresa pudesse, administrativamente, resolver os conflitos com os seus empregados. Na ação civil pública, o Ministério Público requer a concessão de tutela antecipada para que as empresas do Grupo João Lyra, de imediato, não contratem novos trabalhadores até que sejam pagas todas as dívidas contraídas com empregados atuais e os já dispensados; não contratem trabalhadores por meio de intermediários e nem terceirizem a atividade-fim.

Programa Caminhos do Desenvolvimento - Sucroalcooleiro

Usinas, governo e prefeituras assinam Termo de Adesão O Presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná - Alcopar, Miguel Rubens Tranin, o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho e 75 prefeitos do Noroeste e Norte Pioneiro do Paraná, assinaram o Termo de Adesão ao Programa Caminhos do Desenvolvimento – Sucroalcooleiro, que vai modernizar estradas rurais por onde passam os caminhões que escoam toda a safra de cana-de-açúcar e criará corredores rodoviários, interligando estradas rurais, rodovias estaduais e federais. Serão recuperados 1,5 mil quilômetros de estradas municipais, além da construção de 151 pontes e 49 trincheiras. As patrulhas mecanizadas usadas para recuperação e manutenção das estradas também estão incluídas no programa. Serão investidos, até 2016, mais de R$ 300 milhões.

Tributação

TRF extingue contribuição social de produtores Os fornecedores nordestinos de cana receberão do governo federal a importância financeira cobrada na folha de pagamento do setor desde 2005. O valor a ser ressarcido será calculado com base no somatório da taxação de 2,5% da receita bruta anual do produtor enquanto pessoa física, cobrado pela União. O

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Tribunal Regional Federal da 5ª Região classificou a tributação como indevida. A sentença é resultado da ação judicial coletiva, solicitada pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco em 2010. Cerca de 8 mil produtores pernambucanos de cana serão beneficiados com a decisão.


Gemea

Encontros discutem aumento da lucratividade O 26º Encontro do Grupo de Estudos para Maximização das Eficiências Agroindustriais - Gemea contou com palestrante internacional – Javier Echezarreta, da empresa argentina Caixo, que em parceria com uma empresa brasileira, promete revolucionar o setor em aproveitamento de palha com mais eficiência e menor custo. “Como o foco do setor para o futuro será aumentar lucratividade com a mesma matéria prima, estamos focando em sustentabilidade do setor, aumento da geração de caixa, mais segurança, menor custo, maior eficiência, etc”, afirma o diretor de Marketing e Assuntos Institucionais do Gemea, Hélio Belai. O presidente da Associação Profibus – Profinet Brasil, Marco Aurelio Padovan, apresentou as principais características, como aplicar cada uma das divisões e os ganhos da utilização das tecnologias Profibus (DP e PA) e Profinet. A importância do controle microbiológico foi tratada pela bióloga Andresa Povaga, consultora da CProbiol. O gerente comercial da ALLGroup, Roberto Léllis, tratou das ferramentas e ações para homologação e desenvolvimento de fornecedores, tratando de pontos críticos como procedimentos fiscais, trabalhistas, éticos e meio ambiente, além das questões técnicas e certificações. O engenheiro químico da Bosch Engenharia, Bruno Andrade Carvalho, falou sobre as possibilida-

27º Encontro do Gemea

26º Encontro do Gemea

des de aumento de recuperação de sacarose do ponto de vista de design de equipamentos, bem como a quantificação dos respectivos ganhos, apresentando as vantagens principais dos cozedores contínuos de tubos verticais. O valor de ganho referente a cada etapa proposta pode chegar a R$ 7,4 milhões por safra. Na palestra “Tecnologia da Cristalização da Sacarose”, o consultor Fernando Medeiros falou como aumentar eficiência da fábrica, redução de perdas na cristalização. 27º encontro – No 27º Encontro, Joachim Zang abordou o pré-tratamento de resíduos para a produção de biogás com tecnologia de carbonização hidrotermal. O coordenador de Negócios em Geração de Energia e Petroquímica da Lubritec, Daniel Micheli, mostrando as vantagens de um sistema de controle de lubrificação ISOPur – Nanofiltração para Turbinas. O presidente do Gemea, Ricardo Steckelberg, e o engenheiro Otávio Lage mostraram o quanto uma equipe treinada pode impactar positivamente na condução de um processo com boa eficiência e custos baixos durante a palestra “Fatores e Parâmetros que Influenciam a Regulagem, Operação e Extração da Moenda”. O engenheiro Uelton Gleik Alves, da Química Real, falou sobre “Custo e Benefício para Maior Rendimento Fermentativo e Apresentação dos Agentes Auxiliares”. O engenheiro Guilherme Antoneli abordou as vantagens da queima tangencial Sermatec.

Subvenção

Governo libera subsídio ao produtor Depois de ser vetada pela presidente Dilma Rousseff, o governo federal liberou subvenção econômica aos produtores da região Nordeste – a Medida Provisória 615 prevê R$ 12 por tonelada de cana-de-açúcar, limitado a dez mil toneladas, aos fornecedores de cana, e R$ 0,20 por litro de etanol para as usinas. A medida trata também do financiamento da renovação e da implantação de canaviais.

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Jornal Literatura

Esalq lança cartilha sobre produção de cachaça Para fornecer conhecimento sobre equipamentos, técnicas e as etapas do processo de produção de cachaça de qualidade, a USP/Esalq está lançando a cartilha ‘Produção de cachaça de qualidade’. A publicação revela aspectos históricos e econômicos do produto, a caracterização da aguardente de cana e seus padrões de identidade e qualidade, produção da cachaça, qualidade e produtividade da matéria-prima, preparo do

caldo, fermento, destilação, envelhecimento e engarrafamento. A cartilha é de autoria de Leandro Marelli de Souza, doutor em Produção Vegetal, André Ricardo Alcarde, docente do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, Fábio Vaz de Lima, aluno de graduação em Engenharia Agronômica, e Aline Marques Bortoletto, doutoranda do programa em Ciências e Tecnologia de Alimentos.

Cultivo

Colheita mecanizada

IAC apresenta sistema de mudas pré-brotadas

Setor mostra avanço em São Paulo

O Instituto Agronômico apresentou na Agrishow seu sistema de Mudas pré-brotadas - MPB de cana, uma tecnologia de multiplicação que poderá contribuir para a produção rápida de mudas, associando elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio. Para um hectare de cana, o consumo de mudas cai de 18 toneladas, no plantio convencional, para 2 toneladas no MPB. No lugar dos colmos como sementes, entram as mudas pré-brotadas que são produzidas a partir de cortes de canas, chamados minirrebolos – onde estão as gemas. Depois passam por uma seleção visual e são tratados com fungicida. São colocados em caixas de brotação com temperatura e umidade controlada, e ao final colocadas em tubetes que passam por duas fases de aclimatação. O ciclo completo leva 60 dias.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 73% da cana foi colhida sem o uso do fogo no estado de São Paulo – em 2007, ano em que o Protocolo Agroambiental foi firmado, essa parcela era de 47%. A expectativa do Instituto é que em 2013 chegue a 81% e em 2014 a 90%. Na safra 2006/07, as 164 unidades agroindustriais e 29 associações de fornecedores de cana-de-açúcar signatárias do acordo declararam 753 colhedoras de cana operando em território paulista. Na safra 2012/2013, este número atingiu 2.740 unidades, aumento que corresponde a um investimento estimado de mais de R$ 2 bilhões apenas em aquisição de máquinas.

Logística

Ceará

Logum coloca em operação Governo compra primeiro trecho do etanolduto usina para A primeira transferência de etanol hidratado no etanolduto que liga o Terminal Terrestre de Ribeirão Preto à Refinaria de Paulíreativar produção nia, em São Paulo, foi registrada em 25 de junho. O duto possui sucroalcooleira 24 polegadas de diâmetro e a 206 km de distância. A operação comercial definitiva desse ativo, prevista para julho, permitirá a venda do etanol hidratado em Paulínia ou a sua transferência, por meio de outros dutos, para Barueri e para o Rio de Janeiro. Esta é a primeira etapa do um empreendimento, estimado em R$ 7 bilhões, constituído de modais dutoviário e hidroviário. A iniciativa permitirá a coleta de etanol dos centros produtores de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo, e o transporte do combustível até os grandes centros consumidores do Sudeste do país, permitindo inclusive cabotagens e exportações.

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A Usina Manoel da Costa Filho, fechada desde 2005, voltará a funcionar após a intervenção do governador Cid Gomes. O estado adquiriu a unidade localizada na região do Cariri pelo valor de R$ 15,4 milhões, no leilão realizado pela Justiça do Trabalho. Quando estava em pleno funcionamento, somente a Usina Manoel da Costa Filho, representava 4% do PIB estadual.


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Empresas Com aquisição e parceria, YGB passa a fornecer válvulas de controle A quinta edição da Forind NE apresentou às usinas da região Nordeste a linha de válvulas de controle globo da YGB. A empresa foi criada há 30 anos, primeiramente com uma linha de usinagem de peças e dispositivos, principalmente para fábrica de pneus e petroquímicas – e hoje fornece também para os segmentos de álcool e açúcar, engenharia e naval, papel e celulose, petróleo e gás, químico e petroquímico, siderúrgico e de mineração, e desde está 2006 instalada em prédio próprio, de área total de 16 mil m², que possui uma área de conservação permanente coberta por vegetação nativa. A empresa, como toda a indústria nacional, enfrentou maior concorrência e amargou os anos 80 que reduziram os investimentos mas, em 1994 ampliou seu escopo para usinagem em geral. “Com o passar dos anos a concorrência se acirrou e procuramos outras alternativas. Adquirimos máquinas de maior porte mas mesmo assim não estávamos satisfeitos com o mercado - foi uma época em que os investimentos não foram levados a diante”, lembra o presidente da empresa, Manuel Lopes Braz. Muito trabalho e compromisso com o mercado fazem a receita da YGB para superar aqueles tempos. Mais recentemente, a equipe decidiu por ter um produto próprio e optou pelas válvulas de controle globo porque se encaixavam na expertise e no maquinário que a empresa já possuía. Em 2012, a YGB adquiriu a CV Controles, cuja a tecnologia em válvulas de controle globo passa dos 20 anos de experiência e combinava perfeitamente com o parque fabril da YGB. “Foi o caminho mais curto para termos um produto próprio”, afirma Leonardo Braz, diretor financeiro. As válvulas atendem a norma ANSI classes 150 a 1500 LBS, nos diâmetros de 1/2 a 18 polegadas, em

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CNC instalado na unidade paulista

aço carbono, inox e ligas especiais. A Sawem – grupo do qual a YGB faz parte – também possui uma área de usinagem mais leve, voltada principalmente para a indústria automobilística e duas rodas, cujo principal cliente é a Honda – que há dois anos montou uma fábrica em Manaus / AM e convidou um seleto grupo de fornecedores para acompanhá-la. Resultado foi a montagem de uma planta para usinagem leve perto da linha de montagem de seu maior cliente no segmento. Assim, os negócios ficam separados: uma estrutura da YGB em São Paulo e uma da Sawem em Manaus. A ideia é, em dois anos, separar inclusive fisicamente as unidades de negócio válvulas e usinagem leve e fazer com que as válvulas atendam um nicho de mercado maior que o atual, muito voltado ao setor de óleo e gás. “O mercado é dinâmico e, aproveitando a estrutura de vendas que montamos, vimos a oportunidade de atingir outros segmentos além de óleo e gás, inclusive com outros produtos, como aqueles da parceria com a Ham-Let fabricante mundial de conectores, válvulas de instrumentos, conexões e manifolds. Isso é importante porque agrega valor a tudo o que podemos oferecer ao cliente”, pontua Leonardo. Segundo Manuel, a parceria da YGB com a Ham-Let foi uma feliz coincidência – pois a YGB vinha trabalhando a ideia de completar sua li-

nha industrial e encontrou a Ham-Let, que estava procurando distribuidores no Brasil. “Graças a nossa estrutura fomos escolhidos distribuidor exclusivo no Brasil. A Ham-Let priorizou colocar seus conectores na área de óleo e gás, especialmente na Petrobras”, lembra o presidente da YGB. Embora a maior parte dos produtos da Ham-Let esteja voltada para a área de óleo, gás, a empresa israelense também é forte nos setores de papel e celulose, alimentos e bebidas, petroquímicos e farmacêutica. Leonardo ressalta que, apesar de a YGB já possuir uma estrutura montada, a parceria demandou um aumento no número de representantes e distribuidores pelo Brasil, e internamente na fábrica, investimento na compra dos produtos – que não estarão no Brasil em consignação – e no treinamento, em Israel, de uma equipe de suporte técnico, pré e pós venda, pois as empresas reconhecem que, em qualquer setor, sem assistência ao cliente, não se conquista o mercado. Faz parte dessa estrutura um departamento equipado para garantir a qualidade de seus produtos, em ambientes climatizados para testes de metrologia e ensaios metalográficos. O Grupo possui 310 colaboradores, faturamento superior a R$ 50 milhões e 25 representantes em todo o Brasil – mais a força de vendas em São Paulo – que vão colocar no mercado as válvulas da YGB, todo o portfólio da Ham-Let e também serviços de usinagem – dos quais a Petrobras já é um grande cliente. “Basta mandar o desenho e a YGB usina peças até 18 mil kg. Com qualquer material que o cliente peça, seja aço inox ou ligas especiais. Seremos dentre em breve uma das melhores empresa de transformação industrial no mercado brasileiro”, finaliza Manuel Lopes Braz.


Nova fábrica torna Parker maior fabricante de filtros hidráulicos da América Latina A Parker Hannifin inaugurou sua oitava fábrica no País. Localizada em Arujá / SP, a Unidade de Negócios Filtração Hidráulica é dedicada à fabricação de filtros e acessórios hidráulicos para a indústria de transformação, equipamentos para construção civil, equipamentos agrícolas e rodoviários. A produção anual de filtros hidráulicos, que era de 10 mil peças por ano em 2011, deve chegar próximo a 30 mil itens em 2013 – a capacidade instalada da nova fábrica é de 40 mil peças.

Nova fábrica: 4 mil m2

KSB coloca em operação nova fábrica de válvulas Para ampliar a produção de válvulas e diversificar a atuação, a KSB colocou em operação sua nova unidade fabril localizada em Jundiaí / SP. Fruto de um investimento de R$ 50 milhões a fábrica triplica a capacidade de produção – o investimento é o maior realizado desde a aquisição da fabricante de válvulas IVC, em 2005. Até o início deste ano, as válvulas esfera, globo, retenção e gaveta eram produzidas nas instalações da IVC, em Barueri / SP. Em uma próxima etapa, a KSB também deverá levar para a unidade a produção de bombas. O terreno onde a nova fábrica foi erguida tem 103 mil m², com 11,2 mil m² construidos. Atualmente o setor de petróleo representa 80% dos fornecimentos da KSB. A meta é que o faturamento da KSB com a produção de válvulas aumente de R$ 40 milhões para R$ 100 milhões em cinco anos. “Dentro da Petrobras, a KSB já é o principal player em válvulas enge-

Nova unidade fabril: maior investimento da KSB nos últimos anos

nheiradas. Mas queremos ir além: até 2018 o desafio é atingir outros mercados”, conta o diretor executivo, Igor Nelsen.

Basf lança sistema AgMusa para viveiros A Basf divulga sistema de produção de mudas sadias e formação de viveiros com alta qualidade. O sistema permite a introdução de um novo cultivar de forma acelerada, além de disponibilizar mudas de alta sanidade. “AgMusa garantirá ao produtor mudas com qualidade elevada que incrementam o potencial produtivo dos canaviais. A tecnologia reforça

nosso compromisso com o desenvolvimento do setor sucroenergético”, afirma o vice-presidente da Unidade de Cultivos da Basf no Brasil, Maurício Russomanno, Com o sistema, o processo de multiplicação e formação de uma nova variedade pode ser acelerado de seis para três anos antes do uso comercial. Os estudos para introdução do

sistema ocorrem desde 2009 em diversas regiões produtoras, em parceria com clientes e pesquisadores e na Estação Experimental Agrícola da Basf, em Santo Antônio de Posse / SP. A tecnologia estará disponível para comercialização a partir do segundo semestre de 2013, quando estarão finalizados todos os registros legais e os ajustes produtivos.

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Empresas Copersucar duplica capacidade de Terminal Açucareiro no Porto de Santos A Copersucar expandiu seu terminal de açúcar no porto de Santos / SP – que agora tem capacidade de embarque de 10 milhões de toneladas por ano, 42% do volume exportado do Centro-Sul do país. O investimento integra o programa de expansão infraestrutura logística da trading, que soma R$ 2 bilhões até 2015 - desde o início das operações no Porto de Santos, em 1998, a Copersucar já investiu cerca de R$ 400 milhões no Terminal, em valores históricos. Na safra 2012/2013, o Terminal registrou o seu recorde histórico, com 5,3 milhões de toneladas embarcadas. As exportações totais da Copersucar no período representaram uma receita de R$ 8,2 bilhões. A estimativa da Copersucar é que, já nesta safra, sejam embarcadas 7,5 milhões de toneladas de açúcar. Uma moega rodoferroviária, com capacidade de descarga simultânea de até seis vagões de alta performance, foi construída – obra que representa uma das principais vantagens logísticas do terminal, pois possibilitará o aumento da participação do transporte ferroviário, de 30% para 70% do volume embarcado, reduzindo de 30 para 16 horas o tempo total de permanência dos trens no sistema portuário, com maior eficiência de recepção e descarga (de 18 mil para 36 mil toneladas/dia). Com maior uso da ferrovia, a expansão do terminal possibilitará redução de mais de 100 mil viagens por

Terminal de açúcar no porto de Santos: capacidade de embarque de 10 milhões de toneladas por ano

ano de caminhões nas rodovias e trechos urbanos que ligam os polos produtores ao porto de Santos. A moega está conectada ao novo Armazém XXI, que teve capacidade estática ampliada para 110 mil toneladas, elevando para 330 mil toneladas a capacidade total de armazenagem do terminal. Para otimizar o processo de embarque, será entregue o terceiro carregador de navios – o novo shiploader permite o atendimento de navios maiores, com capacidade de carregar 3 mil toneladas por hora. A velocidade de carregamento de navios aumentará de 40 mil para 60 mil toneladas/dia.

FMC lança linha de fertilizantes Tradicional fornecedora de defensivos agrícolas, a FMC incluirá em seu já amplo portfólio uma linha de fertilizantes especiais para aplicação foliar, via solo e tratamento de sementes. A empresa firmou um acordo com a americana Cytozyme, fabricante de fertilizantes especiais e terá a partir de agora a linha denominada Fertís FMC, que conta com os produtos Crop Fertís FMC, Seed Fertís FMC, Nutri Fertís FMC, K-Humate Fertís FMC – além de outros que serão lançados ainda em 2013 e 2014. A Fertís FMC é uma linha focada em proporcionar maior enraizamento da planta, melhoria no stand, na fixação de estruturas reprodutivas, além de plantas mais saudáveis e resistentes a estresses bióticos e abióticos. “Teremos soluções que atuarão no ambiente químico e biológico do solo, criando

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um ambiente favorável para uma melhor assimilação de nutrientes. Tudo isso visando o incremento na produção e maior rentabilidade ao produtor”, salienta o diretor de Novos Negócios Corporativos da FMC, Paulo César de Oliveira. Com o lançamento do novo negócio, a empresa passa a acessar um mercado de aproximadamente U$ 1 bilhão, com perspectivas de crescimento devido ao potencial biológico das culturas plantadas no Brasil. Com o impulso da adoção de produtos de nutrição vegetal, ainda considerada baixa, a estimativa da empresa é que o potencial para este mercado seja próximo a U$ 4 bilhões. O acordo prevê a exclusividade da FMC para distribuir os produtos da linha em todo o território brasileiro e alguns países da América Latina.


Turnkey faz Edra crescer no mercado sucroenergético Para atender a todas essas necessidades dos projetos de fertirrigação – desde o fornecimento de tubos até a montagem e execução de obras civis – a Edra investiu na parceria com as empresas Metro e Pena&Pena. Juntas, as empresas oferecem desde o produto até a execução de toda a obra necessária para este projeto. “O turnkey entende uma entrega total da obra, ou seja, a empresa não compra mais uma adutora, mas um projeto completo, que compreende não só o fornecimento dos tubos, mas sua montagem e as obras civis que este projeto necessita”, afirma o diretor comercial da Edra e sócio da Pena&Pena, Luiz Pena. A parceria entre as empresas nasceu da necessidade de garantir que a instalação dos produtos da Edra tivesse a mesma qualidade que os produtos, gerando uma maior segurança e confiabilidade para os nossos clientes. “Já vivenciamos experiências péssimas contratando empresas para instalar os tubos,

em que tivemos que trocar toda a tubulação porque a contratada não tinha conhecimento para instalar essa tubulação. Então, com parceiras especializadas em obras com os nossos produtos, nossa postura de mercado, nossa qualidade, que vai desde a matéria prima utilizada pela Edra até a instalação e obras civis, o cliente passou a ter segurança e preferir nossos produtos”, afirma o diretor da Edra e sócio da Metro, Ciro Zanatta. Para oferecer solução, as três empresas têm investido em tecnologia e recursos humanos. A Edra está investindo em uma nova fábrica, que possui uma tecnologia italiana para a produção de tubos de grande diâmetro, e iniciou o ano com 90 contrações para atender os contratos fechados recentemente. A Metro investiu em uma nova máquina valetadeira, com velocidade e força para abrir até 5 metros de vala por minuto. A máquina abre valas de até 1,2 metro de largura e 2,7 metros de profundidade. “Essa é uma má-

quina de alto desempenho que quebra qualquer tipo de solo. Tenho certeza que essa aquisição facilitará o fechamento de novos contratos, pois o custo operacional dela é muito baixo, já que ela é de alta velocidade e capaz de triturar o solo, pedras e já formar a areia que irá cobrir a tubulação, além de otimizar o prazo e tempo de obra”, afirma Zanatta. Já a Pena&Pena, faz investimentos constantes não só em equipe mas também em equipamentos. “Hoje, nós temos 29 carros para atender todas as obras, sendo que todos os nossos equipamentos não podem ter mais que dois anos de uso. Estamos investindo, também, na compra de um caminhão munk e retroescavadeiras, além de profissionais qualificados - fundamentais para garantir a qualidade e atendimento dos nossos serviços. Ao todo, são 120 colaboradores, que se dividem nas mais de 21 obras que estamos atendendo”, comenta Luiz Pena.

Volkswagen fornece 86 caminhões para frota da Raízen A Man Latin America entregour 86 caminhões VW para a Raízen — pela primeira vez, o grupo investiu em motores eletrônicos para seus veículos em operação nas unidades de produção. A Raízen priorizou a solução EGR como sistema de pós-tratamento de emissões, oferecida no motor MAN D08. O maior volume de caminhões adquiridos foi do VW Constellation 26.280, com 37 unidades, que adota a motorização MAN. O veículo tem ainda tração 6x4, ideal para transbordo de cana picada, comboio lubrificante, guindaste veicular e bombeiro.

Com 24 unidades, os caminhões da linha VW Worker 15.190 serão utilizados como oficina ou borracheiro para auxiliar na manutenção de outros veículos das unidades produtoras. O VW Constellation 31.280, com 17 veículos, transportará cana planta. Completam a encomenda o VW Delivery 8.160 e o VW Constellation 31.330, com quatro unidades cada, que serão empregados para transportes em geral e como prancha para a movimentação de máquinas como trator e colheitadeira.

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Atualidades

Mercado futuro

Setor discute desafios e perspectivas durante Ethanol Summit 2013 A contribuição dada ao setor sucroenergético paulista, como a redução de ICMS para 12% sobre o etanol, colocou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como um dos cinco homenageados do 4º Top Etanol, iniciativa do Projeto Agora que finalizou o primeiro dia do Ethanol Summit 2013. Em seu discurso de agradecimento, Alckmin reiterou seu compromisso com o setor, destacando o apoio econômico e social proporcionado aos municípios onde a indústria da cana se faz presente. “Ela muda a cara da cidade, agrega valor e leva prosperidade. O trabalho destes empresários garante ao estado o título de principal produtor de cana do país. Sinto-me honrado com a premiação”, disse o governador. Também foram reconhecidos o presidente do grupo Barralcool, João Nicolau Petroni; o criador e primeiro presidente da Associação Nacional dos Produtores de Álcool, José Carlos Correia Maranhão; o ex-presidente do Sindicato dos Produtores de Álcool de Minas Gerais, Luiz Custódio Cotta Martins; e um dos fundadores da Sociedade Produtora de Açúcar e Álcool, Segundo Braoios Martinez. O 4º Top Etanol premiou ainda os melhores trabalhos dedicados ao tema “Agroenergia e Meio Ambiente”. Ações para viabilizar o crescimento do setor começam com claras e permanentes Políticas Públicas, segundo o diretor executivo da Unica, Eduardo Leão de Sousa. O diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, afirmou que o setor precisa de medidas que estimulem mudanças reais e não artificiais. Destacou ainda que tais alterações de paradigmas devem ser feitas em conjunto entre governo e setor. Mauro Borges Lemos, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, reforçou a posição de Dornelles sobre cooperação, destacando a importância dela para a “comoditização” do etanol de cana. Segundo o secretário de Acompanhamento Econômico Adjunto do Ministério da Fazenda, Rutelly Marques da Silva, a crise de 2008 contribuiu para o retardamento do crescimento econômico brasileiro, e que o setor deve investir em pesquisa e tecnologias que levem a um futuro mais competitivo para o etanol. Para Plínio Nastari, presidente da Consultoria

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Com a cooperação da FMC Agricultural Solutions, a Unica assinou um protocolo de intenção com o ICMBio, para o projeto que visa contribuir com o processo de renovação populacional da onça parda e permitir que eles cumpram seu papel no ecossistema, como predadores de topo da cadeia alimentar da região. Essa ação beneficiará indiretamente os produtores de cana-de-açúcar, uma vez que a onça-parda se alimenta de espécies menores como javalis, lebres e capivaras, responsáveis por perdas significativas de produtividade, já que se alimentam dos brotos da cana-de-açúcar. Durante dois anos, o acordo vai viabilizar três eixos de atuação: a capacitação de técnicos das empresas associadas à Unica por meio de workshops; a elaboração de um manual de procedimentos; e apoio à construção de um centro para reabilitação de animais para que sejam posteriormente reintegrados à natureza e monitorados via satélite. Serão elaborados materiais informativos e equipados funcionários de usinas paulistas de processamento de cana para enfrentar situações de encontrar onças nos canaviais.

Datagro, e para o professor da USP de Ribeirão Preto, Marcos Fava Neves, é preciso que o governo estabeleça uma política que viabilize crescimento de longo prazo, com investimentos palpáveis e


medidas que favoreçam os ganhos ambientais e sociais proporcionados pelo consumo do etanol, em detrimento aos combustíveis fosseis. A primeira plenária do evento trazia o tema “Cenários 2020: Para Onde Caminham os Biocombustíveis?”. Para o vice-presidente da Amyris, Joel Velasco, o problema é que se superestima a capacidade de consumo e produção do Brasil e dos EUA, e esquece-se de projetar com realismo os mercados futuros. “Estudos mostram que daqui alguns anos, o consumo de biocombustíveis não deve sofrer grandes mudanças nos dois países; muito pelo contrário, a tendência é de declínio. Em compensação, na Ásia, até o final da década, 1 bilhão de pessoas farão parte da classe média, o que deve impactar na demanda por energia, alimentos, entre outras coisas. E a cana onde entra nisso? O etanol de cana é o futuro, mas para tanto, a indústria precisa ter uma ambição tecnológica,” posicionou-se Joel. Para o ex-secretário do Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez, os EUA não representam um obstáculo para o Brasil, quando se fala em etanol: apesar da maior produção, poucos investimentos foram feitos em infraestrutura nos postos de abastecimento. Para ele, é o atual “boom” americano na exploração de gás que representa forte concorrência aos biocombustíveis. “Se todas as medidas previstas forem colocadas em prática, vislumbro frotas de caminhões usando esta nova fonte energética. O seu valor é muito mais estimulante economicamente do que o etanol,” destacou Gutierrez. A diretora-geral do departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores, Mariangela Rebuá, destacou a previsão de consumo para o ano de 2020 no Brasil, que apesar de modesta, indica um aumento dobrado do biocombustível de cana. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, afirmou que para uma ampliação da oferta ou uma concorrência mais igualitária do combustível extraído dos canaviais com os demais, existe a necessidade de políticas públicas claras de longo prazo no Brasil. Numa segunda plenária, o presidente da Bunge, Pedro Parente, Luis Roberto Pogetti, presidente do Conselho de Administração da Copersucar, Fábio Venturelli, presidente do Grupo São Martinho, Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustíveis, Vasco Dias, CEO da Raízen, e o economista José Roberto Mendonça de Barros, argumentaram sobre o “Cenário 2020: Por que investir no Setor Sucroenergético?” Os participantes, de forma geral, acreditam que a matriz energética brasileira comporta a con-

A primeira plenária do evento trazia o tema “Cenários 2020: Para Onde Caminham os Biocombustíveis?”

tinuação dos investimentos nos biocombustíveis e outras alternativas. Houve fortes críticas em relação a fatos que levam o mercado se ressentir “da falta de clareza da regra do jogo”, como preferiu resumir Pedro Parente, sobre o momento atual brasileiro: ele entende que no futuro políticas públicas continuarão os investimentos no etanol, mas existe uma grande dúvida sobre o porquê disso não estar acontecendo atualmente na intensidade devida. Isso colocou os debatedores em uníssono sobre a concorrência injusta em relação a gasolina nos últimos três anos. Para Luis Roberto Pogetti, o mercado aposta que no longo prazo o negócio do etanol continuará forte e crescente. Para ele o problema não é de demanda mas o fato de que não se utilizam todas as potencialidades da cana – o que coloca enormes possibilidades. Todos foram categóricos quanto ao fato de o shale gas americano estar fazendo os mercados repensarem suas perspectivas energéticas de médio prazo – ainda que Pogetti pontuasse que ele lembra o ciclo de 2004/11, quando todo mundo pensou que ia ter retorno rápido. “E o shale ainda tem sérias questões ambientais”, pontuou o presidente do Conselho da Copersucar. Miguel Rossetto pontuou até que ponto o shale desestrutura a matriz energética mundial, já que até bem pouco tempo a grande aposta era a energia nuclear. “As energias renováveis e limpas já têm seu papel na matriz mundial. O que garante se ele é definitivo é a qualidade de produção e sua competitividade. Dentro de pouco mais de uma década a matriz americana vai ter 7% de etanol – e isso não é pouco! Para a Petrobras, as energias renováveis são uma agenda definitiva, tanto que estamos investindo R$ 1,9 bilhões na produção de etanol”, afirmou Rossetto. Para Vasco Dias, o shale gas vai bagunçar os

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Atualidades

Pedro Parente, Luis Roberto Pogetti, Fábio Venturelli, Miguel Rossetto, Vasco Dias e José Roberto Mendonça de Barros discutiram sobre o Cenário 2020

preços da energia mas deve tirar mais espaço de outros combustíveis fósseis que da biomassa. Ficou claro também que a indústria automobilística não se engajou ao etanol – pelo contrário, fez o mundo caminhar para o carro elétrico e foi cobrada apenas recentemente sobre o aumento de potência dos carros movidos a etanol. Muito comentada a proposta elaborada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos que pode encarecer a exportação de etanol brasileiro ao mercado americano. Segundo Elizabeth Farina, a proposta foi divulgada há um mês e não há previsão se será regulamentada. A EPA quer que os volumes de etanol de cada usina exportadora aos EUA possam ser identificados. Se a medida for adotada, explicou, não será possível transportar o produto até os portos por etanolduto nem enviar etanol de diferentes usinas no mesmo navio. Para ela, trata-se de uma barreira não tarifária. A Unica ainda não calculou os custos adicionais que seriam gerados. No caso da Europa, Farina lembra que o bloco está rediscutindo as energias renováveis e pode reduzir a participação dos biocombustíveis neste mercado. Havia uma diretiva de participação de 10% de energias renováveis no uso total de combustíveis na União Europeia, mas existe uma proposta para que seja imposto um teto de 5%. Como o diesel é o combustível mais usado pelos europeus, esses 5% poderiam ser preenchidos com biodiesel, e não com etanol. A política de preços para a gasolina praticada pelo governo federal foi coroada como um obstáculo para o crescimento do etanol no Brasil. “Precisamos parar de dar incentivos para o transporte individu-

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al e a gasolina, e começar a dar incentivos para o transporte coletivo. É preciso que haja uma convergência dos movimentos da população com a visão da política pública da produção de biodiesel, pois não podemos competir com subsídios”, afirmou. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, defendeu a criação de uma política de investimentos definindo o preço dos combustíveis, a matriz energética do país e o papel do etanol na área. “Para o biocombustível ser competitivo ele depende de políticas públicas governamentais. O governo voltou a investir esse ano, mas não foi suficiente. Precisamos ter certezas de investimentos no setor a longo prazo”, explicou. Então fica bem colocada a frase que marcou o segundo painel do evento, de Mendonça de Barros: “Nunca vi uma destruição de valores como a promovida pela política de combustíveis desse governo”. “A energia primária da cana é semelhante à do petróleo; pena não usarmos mais essa energia. O Brasil tem tradição no uso da energia de biomassa e perde apenas para os EUA e a Alemanha, sendo que dois terços dessa energia vêm da cana. Precisamos encontrar uma maneira eficaz de elevar a utilização da capacidade de geração das usinas para compensarmos os investimentos,” disse o pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa - Cenbio, José Moreira, no painel “Eliminando Entraves: Como Avançar com a Bioeletricidade.” Participaram também desse painel o especialista em Tecnologia Agroindustrial do CTC, Hélcio Lamônica; o secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal; o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim; e o diretor de mercado da CPFL Energia, Paulo Javorsky; com moderação do gerente de bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza. Tolmasquim disse que o Brasil tem um potencial “enorme” de geração de energia a partir do bagaço e da palha da cana, podendo chegar a 17 mil MW em 2020 e destacou que a energia exportada pelas usinas para o sistema elétrico tem crescido a uma taxa de 11% ao ano. Para eliminar os entraves, os produtores têm de garantir a entrega física do que tem sido contratado, o que se tornou um elemento de risco pois cerca de 33% das usinas entregaram menos de 10% do que foi contratado. José Aníbal lembrou que a lei estadual determina que em 2020 as emissões de CO2 no estado sejam equivalentes às de 2005 menos 5%, e para cumprir isso os desafios são elevar a geração de energia por parte do setor sucroenergético, com ou sem chuva. Sobre o tema “Etanol Celulósico: evolução e pers-


pectivas”, o presidente da GranBio, Bernardo Gradin, afirmou que o ciclo de cinco anos acabou para o desenvolvimento do etanol de segunda geração, que a empresa já está pronta! O mesmo entusiasmo permeou os outros palestrantes, que mostraram a rápida evolução da tecnologia nos mais diversos países em que atuam como: Itália, Alemanha e, principalmente, o Brasil. “O nosso país tem a chance única de aproveitar esse momento histórico, não apenas pelo crescimento da frota de veículos flex, mas também pela tecnologia existente e sua capacidade de multiplicação em escala”, afirmou Gradin. Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da Unica, lembrou a frase do secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, João Alberto Paixão Lages, em que afirmava a expectativa do setor sucroenergético em produzir 160 milhões de litros de etanol de segunda geração, feito a partir do bagaço da cana-de-açúcar, no mercado em 2015. O presidente da Mossi & Ghisolfi, Guido Ghisolfi, mostrou que seu grupo já investiu centenas de milhões de dólares em pesquisas e que decidiu construir uma usina na Itália, próximo a Torino, que já foi testada e cujo funcionamento pode ser comprovado na prática. O diretor de Biocombustíveis e Derivados da Clariant, Markus Rarbach, afirmou que a planta piloto em Munique, na Alemanha, é uma usina demonstração de celulósico a partir do bagaço e palha da cana, e que a eletricidade gerada por ela é suficiente para operar a fábrica. Robson Freitas, diretor de Novas Tecnologias do CTC, apresentou a planta piloto que está sendo construída ao lado da Usina São Manuel para produzir três milhões de litros de etanol celulósico e oito toneladas de biomassa por ano. Ele defende a integração da tecnologia de segunda geração com a de primeira, aproveitando a infraestrutura e o conhecimento adquiridos de forma eficiente. O vice-presidente Executivo de Desenvolvimento de Negócios da Novozymes, Thomas Videbaek, reforçou a importância de investimento em pesquisa, relatando que a empresa investe 14% da receita nessa área. Elizabeth Farina, presidente da Unica, pontuou em seu discurso de abertura do Ethanol Summit 2013, que os destinos dos carros flex, as perspectivas da produção do etanol celulósico em escala comercial, a cooperação entre os países consumidores e produtores e as questões de natureza regulatória são os principais gargalos do setor sucroenergético, e que o segmento precisa encaminhar essas questões com urgência. “Quando pensamos no cenário de 2020, é possí-

vel enxergar, de um lado, uma oportunidade ímpar de mercado e, de outro, importantes desafios e responsabilidades para o setor. Sete anos pode parecer pouco tempo quando constatamos que representa pouco mais que um ciclo de produção da cana e parece também quando sabemos que é o tempo entre a tomada de decisão de um investimento em uma nova unidade industrial e a sua plena maturação. Mas, para um setor tão dinâmico como o sucroenergético, é possível”. A secretária Estadual da Agricultura, Mônika Bergamaschi, que representou o governador Geraldo Alckmin na abertura do evento, enfatizou que a importância da cana não se restringe a questões agrícolas, mas também à sustentabilidade do setor sucroenergético. Na cerimônia de encerramento do Ethanol Summit 2013, foram homenageados sete “Pioneiros do Carro Flex,” que contribuíram decisivamente para a criação e implantação dessa tecnologia no mercado brasileiro em 2003: Marcus Vinícius Pratini de Moraes, ministro da Agricultura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Moraes contribuiu para que o governo tomasse as primeiras decisões que incentivaram a produção e utilização dos motores flex; Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva que acompanhou a introdução do carro flex no mercado; Besaliel Botelho, presidente da Bosch para a América Latina. O executivo atuou de diversas formas no desenvolvimento da tecnologia; Fernando Damasceno, executivo da Magneti Marelli. Criou, há 10 anos, o software que possibilitou o desenvolvimento da tecnologia flex no mercado brasileiro; Eduardo de Carvalho, consultor. Presidente da Unica entre 2000 e 2007, o economista comandou um momento de protagonismo da entidade no período de implantação do carro flex no Brasil; Henry Joseph Jr., gerente do Laboratório de Emissões da Volkswagen. O seu trabalho na Volkswagen fez com que ele decidisse investir no lançamento do primeiro veículo flex no Brasil, o Gol, em 2003; Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Durante o processo de desenvolvimento da tecnologia flex, além de estudar as questões mecânicas desses veículos, Nigro participou de ações de discussão e divulgação do tema.

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Atualidades

Plenária sobre evolução e perspectivas do etanol celulósico

Wagner Bittencourt, vice-presidente do BNDES, listou uma série de programas do banco para aquecer o segmento que já viveu momentos melhores e piores na última década. “A ideia é fazer com que o mercado como um todo seja beneficiado, a partir de iniciativas contínuas que passam pela pesquisa, por novas tecnologias e também por projetos ligados à melhoria da infraestrutura no País”, enfatiza. No entender de Bittencourt, sem boas estradas, ferrovias e etanolduto não há como conectar de forma eficiente e econômica o produtor ao resto da cadeia nacional e internacional. Britta Thomsen, deputada da União Europeia pela Dinamarca, defendeu o etanol brasileiro como uma das soluções para a produção de energia limpa e renovável do mundo. “É preciso desmistificar a ideia, comum em parte da comunidade europeia, de que a cana brasileira é plantada na Amazônia e que com ela o país está perdendo espaço para a agricultura voltada para o alimento”. Dennis Hankins, cônsul Geral dos EUA, elogiou os investimentos no etanol brasileiro e ressaltou que há anos os dois países têm firmado acordos de cooperação para pesquisa e desenvolvimento de novos negócios no setor. “Biocombustíveis ‘Drop-in’: Perspectivas Estratégicas e Comerciais” foi o painel que discutiu a viabilidade técnica e econômica do combustível, sob a moderação de Letícia Phillips, representante da Unica para a América do Norte, e com a presença de Adilson Liebsch - diretor Comercial da Amyris no Brasil; Al Bryant - vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da Boeing Brasil; Kevin R. Weiss - CEO da Byogy Renewables Inc.; Luis Cortez - professor da Unicamp e coordenador de Projetos de Biocombustíveis Sustentáveis para Aviação no Brasil e Michael McAdams - presidente da Advanced Biofuels Association

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– ABFA. Biocombustível que mantém características semelhantes ao querosene de aviação, de acordo com as palestras do evento, permitirão drásticas reduções dos níveis de emissão de CO2, mas sem a necessidade de mudanças na estrutura do motor, tanto no que diz respeito ao seu funcionamento quanto aos componentes usados. Um desses biocombustíveis está sendo desenvolvido pela Amyris, baseado em cana-de-açúcar, a partir da modificação genética de uma levedura, para que o produto final ao invés de etanol, seja um hidrocarboneto. “Até o momento, quando se fala nesse setor, o que vemos é que o único produto que, de fato, se mostrou viável economicamente é o etanol”, afirmou Kevin R. Weiss. Por isso, para ele, todas as pesquisas que busquem novas opções de combustíveis renováveis, com base na cana-de-açúcar, devem atender mais rapidamente esse novo “issue” de mercado. Quanto a posição do etanol na questão “Alimentos x Combustíveis: um debate em busca de precisão científica”, parece que não existem globalmente grandes divergências entre a produção de alimentos e de combustíveis entre os especialistas participantes. O chefe do Centro de Estudo e Capacitação da Embrapa, Elisio Contini, explicou que para aprofundar esse tema seria necessário dividir essas questões em duas partes: ‘o que acontece no mundo’ e o ‘que acontece no Brasil’, pois cada país tem sua realidade: “Aumentamos quatro vezes a produção de grãos e de cana-de-açúcar e não houve problemas de abastecimento interno. Podemos produzir mais alimentos e agroenergia,” destacou. A gerente de Segurança Alimentar para a América Latina da Syngenta, Karla Camargo, relembrou o desafio em atender a demanda crescente com o aumento da população mundial, que até 2050 deve chegar a nove bilhões de pessoas. A agricultura de larga escala esteve presente na pauta do debate, que contou também com a presença do professor doutor da FEA/USP, André Chagas; da coordenadora de Projetos em Bioenergia e Sustentabilidade da 4 Cantos do Mundo e do presidente e CEO da Africare, Darius Mans. De acordo com André Nassar, diretor do Agroicone, o Brasil já fez sua transição para um mundo mais urbano nos anos 60 e 70, o que reduz alguns impactos que poderiam surgir. “Algumas questões especificamente locais poderiam ser debatidas, mas não alavancam discussões profundas e nem se aplicam na agricultura como um todo”.


Realizado pela terceira vez no país, ISSCT recebe número recorde de trabalhos Pela terceira vez, o Brasil é sede do Congresso da International Society of Sugar Cane Technologists - ISSCT. Organizado pela - Sociedade dos Técnicos Açucareiros Alcooleiros do Brasil - Stab Nacional e pela Reed Multiplus, o evento recebeu aproximadamente 2000 congressistas e visitantes de 60 países. Na exposição, 150 empresas apresentaram seus produtos e serviços. O presidente da Comissão Executiva e Conselho da ISSCT, Timothy Murray, destacou que esta edição é uma das mais representativas por receber número recorde de resumos enviados por tecnólogos e pesquisadores de diversos países e do Brasil – mais de 500, dos quais foram selecionados 198 trabalhos técnicos e 136 pôsteres para serem apresentados. O presidente da Stab, José Paulo Stupiello, foi homenageado durante a abertura do evento por sua contribuição ao setor sucroenergético brasileiro. Emocionado, Stupiello reforçou a importância do Brasil sediar mais uma edição do Congresso. A Secretária de Agricultura e Abastecimento do

Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, ressaltou que o Congresso da ISSCT abre a Semana Mundial da Cana, que aconteceu entre 24 e 28 de junho, na capital São Paulo, e conta com o Ethanol Summit 2013 e o 4º Prêmio Top Etanol. Convidados de honra, Rubens Ometto, Presidente do Conselho de Administração da Cosan e presidente do Congresso da ISSCT, e o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, coordenador do Centro

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Vantagens:


Atualidades de Agronegócio da FGV/EESP e presidente honorário do Congresso da ISSCT, falaram sobre os desafios tecnológicos e geopolíticos do setor sucroenergético. “Nós, investidores, desejamos construir a ponte do Século XXI, que vai ligar as bases da tecnologia, da biotecnologia, das máquinas e processos, às terras acima e abaixo do Equador, entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio. Queremos as rupturas tecnológicas que nos dêem mais produção com menos dispêndios de uma forma geral”, afirmou Ometto para quem a tecnologia de 2ª geração, em rápida evolução, deverá entrar em escala a partir de 2015, com a oferta de etanol – o que mudará para melhor a competitividade setorial brasileira e dos outros países canavieiros. “Para isso, investimentos em pesquisa e a montagem das novas plantas representarão uma ruptura tecnológica no agronegócio canavieiro”, destacou Ometto. Para Roberto Rodrigues, o etanol pode mudar a geopolítica mundial já que contribui para promover o desenvolvimento econômico dos pequenos e médios países produtores. O ex-ministro da Agricultura defendeu que o modelo produtivo sucroenergético do Brasil, “forjado em nossas instituições de pesquisa e por nossas empresas e produtores”, deve ser exportado como exemplo para outros países. Mas são necessárias políticas estratégicas para o setor. O diretor executivo da Raízen, Antonio Alberto Stuch, participou do Congresso apresentando o projeto da empresa para a produção de etanol de segunda geração. Empresas indianas participam pela primeira vez como expositores, assim como a indústria nacional representada pelas empresas filiadas ao Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution e também pelas indústrias associadas ao Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis - Ceise Br. O

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cônsul geral da Índia, G. V. Srinivas visitou o evento a convite da ISGEC Heavy Engineering, expositora e patrocinadora do evento, sendo recebidos por Ranjit Puri, presidente da companhia, uma das maiores empresas de tecnologia sucroenergética da Índia. O representante do governo indiano conheceu toda a expertise da companhia nas áreas de engenharia de projetos com cana de açúcar, usinas, maquinários e caldeiras utilizadas na cogeração de energia. Com foco em um rápido crescimento na América Latina, a empresa pretende explorar o alto potencial da indústria de cana-de-açúcar e etanol brasileira por meio de parcerias com empresas locais para poder oferecer vantagens competitivas. O setor canavieiro colombiano também marcou presença com representantes de empresas, entidades de pesquisa e técnicos das usinas Mayaguez, Manuelita, Cabana, Providencia, Incauca, do Centro de Investigación de la Caña de Azúcar de Colômbia - Cenicaña, da Asociación Colombiana de Técnicos de la Caña de Azúcar de Colombia - Técnicaña e das empresas Ethanol and Energy, Fundiciones Universo, Lazos e Biogreen Natural. O Arranjo Produtivo Local do Álcool - Apla e a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimentos disponibilizam os espaços Brazil Sugarcane Bioenergy Solution Business Lounge” e “Brazil Sugarcane Bioenergy Solution Business Center”, de negócios exclusivo para os representantes das empresas ligadas ao Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution. O coordenador do Programa Cana do Instituto Agrícola de Campinas - IAC, Marcos Landell, ressaltou que surgiu durante as discussões técnico-científicas do Congresso a possibilidade da criação de uma nova coleção mundial de germoplasma (banco genético) de cana. As duas existentes atualmente estão em Miami/ EUA e na Índia.


Atualidades

Safra em ritmo intenso Até a primeira metade de junho, as usinas da região Centro-Sul moeram 151,64 milhões de toneladas de cana-de-açúcar – 56,86% superior quando comparado com o mesmo período da safra passada. O volume só perde para o acumulado na safra 2010/2011 – que registrou recorde de 556,95 milhões de toneladas. A quantidade de ATR atingiu 122,10 kg por tonelada de cana-de-açúcar processada – 4,82% maior do que o apurado no mesmo período de 2012. Na segunda quinzena de maio e na primeira quinzena de junho a moagem foi prejudicada pelas chuvas. 58,11% da cana-de-açúcar processada foi direcionada à produção de etanol. No acumulado desde o início da safra, a fabricação de açúcar totalizou 7,39 milhões de toneladas - um incremento de 56,86%. Já o volume produzido de etanol nesse período cresceu 74,87%, alcançando 6,32 bilhões de litros – sendo 3,93 bilhões de li-

tros de etanol hidratado e 2,38 bilhões de litros de etanol anidro. “Os números de produção registrados até o momento confirmam a tendência de um mix mais alcooleiro para a atual safra”, afirma o diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues. As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul acumuladas entre 1º abril e 16 de junho somaram 4,76 bilhões de litros, alta de 23,18% em relação ao montante observado no mesmo período de 2012. O presidente da Datagro, Plinio Nastari, prevê que nesta safra a moagem some 584,5 milhões de toneladas no Centro-Sul e em 50,5 milhões de toneladas no Nordeste. Mesmo com a maior infestação de cigarrinha e a broca, o clima favorável e a renovação dos canaviais aumentam a produtividade da safra – com aumento de 13,8% na quantidade de cana por hectare, para 85,5 toneladas, e na quantidade de ATR para 136,5 kg por tonelada.

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Anéis de crescimento do lenho são usados como monitores ambientais

Matheus Peres Chagas

Levar uma vida saudável em cidades industrializadas, onde a concentração de poluentes atmosféricos aumenta gradativamente sem que percebamos, pode ser considerado um desafio no que diz respeito à quaAplicação da técnica analítica Coleta de amostra Anéis de crescimento do lenho de ipê de El lidade do ar. Além das do lenho pelo LIBS, no Centro de Energia Nuclear Salvador (Tabebuia pentaphylla) diversas doenças respira- método não na Agricultura (USP/CENA) zados são os liquens, musgos, samamtiu identificar com precisão os anos (petórias, a intensa poluição destrutivo baias e as árvores. “Para as árvores, os ríodo entre 1985 e 1990) em que houve o provoca graves problemas estudos de biomonitoramento têm sido maior acúmulo de cobre (Co), ferro (Fe), ambientais, ocasionanaplicados, principalmente, na avaliação magnésio (Mg), manganês (Mn) e zinco do efeitos prejudiciais e irreversíveis aos retrospectiva das alterações dos ambien( Zn) no lenho das árvores, diretamente ecossistemas. Foi a partir deste cenário tes comprovadamente poluídos, pela anárelacionados com o período do início das que Matheus Peres Chagas, doutorado no lise dos anéis de crescimento, formados a atividades de diversas indústrias do setor Programa de Recursos Florestais, da Escocada ano no seu lenho”. químico na cidade. la Superior de Agricultura “Luiz de QueiA pesquisa foi desenvolvida em área Segundo o pesquisador, as informaroz” (USP/ESALQ), viu a necessidade do do município de Paulínia, interior de São ções geradas pelo estudo poderão ser monitoramento dos agentes poluentes por Paulo. Este município destaca-se por utilizadas como forma de monitoramento meio da análise dos anéis de crescimento possuir 350 empresas industriais, sendo complementar e com grande precisão - esformados no lenho dos troncos de árvores, conhecido como o mais importante polo pacial e temporal - às redes instrumentais como biomonitores ambientais. “Essas inpetroquímico da América Latina. “Na instaladas no país, a exemplo das implanformações auxiliam no entendimento da avaliação espacial da poluição atmostadas pela Companhia de Tecnologia de dinâmica da poluição atmosférica e na férica, três outras áreas, nos municípios Saneamento Ambiental (Cetesb), no Estadefinição de parâmetros e valores para a de Paulínia e de Piracicaba, distantes em do de São Paulo. “Este trabalho é fundaquantificação do estado de sanidade do 10, 15 e 60 km da região industrial foram mental para a geração de base de conheambiente”, afirma o pesquisador. selecionadas, estabelecendo-se um gracimento na área e como subsídio para a O estudo, desenvolvido no Laboradiente ambiental de pressão antrópica”, definição de políticas públicas e de legistório de Anatomia e Densitometria de conta o engenheiro florestal. lação de controle, além do monitoramento Raios X, do Departamento de Ciências Os resultados obtidos mostraram que da emissão de poluentes”, conclui. Florestais, da ESALQ, propôs avaliar os as árvores das duas espécies, crescendo Sob a orientação do professor Mario anéis de crescimento do lenho de árvores na região industrial do município, responTomazello Filho, do Departamento de de sibipiruna (Caesalpinia pluviosa var. deram à presença de poluentes presentes Ciências Florestais (LCF), a pesquisa peltophoroides) e de ipê de El Salvador no ambiente a partir da redução da taxa contou com o apoio do Centro de Energia (Tabebuia pentaphylla), ambas espécies de crescimento e do acúmulo de elemenNuclear na Agricultura (CENA; Professor amplamente utilizadas na arborização tos químicos com grande potencial tóxiFrancisco José Krug e equipe) e da Univerde ruas, parques e avenidas das cidades co em seu lenho, a exemplo do cádmio sidade Federal de São Carlos (UFSCar; brasileiras. (Cd), cromo (Cr), níquel (Ni) e chumbo Professores Edenir P. Filho e Joaquim A. Segundo Chagas, o biomonitoramento, (Pb). Além desses elementos, a avaliação Nóbrega e equipe) e o Instituto Argentisurgido há mais de 30 anos, é um método química dos anéis de crescimento, por no de Nivología, Glaciología y Ciencias experimental indireto utilizado na detecmeio da técnica analítica Laser Induced Ambientales (IANIGLA; Professor Fidel A. ção de poluentes por meio de organismos Breakdown Spectroscopy (LIBS), permiRoig e equipe - Argentina). vivos sendo que os principais vegetais utili-

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Matéria de Capa

Sob controle? Regras mais rígidas e novas tecnologias não têm sido suficientes para reduzir índices de acidentes. O funcionamento de um sistema de gerenciamento de segurança depende da correta análise dos riscos e da qualificação da força de trabalho Flávio Bosco A sequência de incêndios que atingiram tanques nas usinas Rio Claro, de Caçú / GO, e São Luiz, de Ourinhos / SP, no início do ano, abre um ponto de interrogação sobre a eficácia da metodologia de prevenção de acidentes. Nos dois casos, uma causa comum: a queda de um raio. Mesmo com máquinas mais confiáveis, regulamentações cada vez mais restritivas e maiores recursos destinados à segurança operacional, acidentes continuam a ocorrer. De acordo com o Anuário Estatístico do Ministério da Previdência Social, feito com dados de 2011, em um ano a produção de açúcar e etanol registrou 21,8 mil acidentados. Reduzir esse índice não é uma tarefa fácil. Num setor tão complexo – que reúne um grande número de pessoas operando com sistemas altamente energizados, torres trabalhando a altas pressões e temperaturas, líquidos inflamáveis percorrendo tanques e dutos – o problema vai além da implementação de sistemas

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de gestão de segurança. Outros fatores também são determinantes para a ocorrência de acidentes – como requisitos de manutenção, inspeção, projetos, operação, gestão de mudanças e qualificação de pessoal. Primeiro é necessário entender porque os acidentes acontecem – e aprender com eles. Fatores isolados, no entanto, raramente possuem força suficiente para provocar um acidente – mas uma sucessão de erros, que podem variar desde uma análise inadequada dos riscos ou equipamentos mal projetados e mal instalados a procedimentos não seguidos e falhas de inspeção, aumenta as chances de acidentes em uma indústria. As consequências de explosões e incêndios em equipamentos contendo esses líquidos possuem efeitos devastadores. “Evitar acidentes é possível. Para isso, primeiramente é imprescindível pesquisarmos as causas dos acidentes, depois traçarmos um plano de ação para eliminá-las, relacionando diretamente cada


medida tomada com a respectiva causa que será o requisito legal seria a Norma Regulamentadora eliminada”, destaca o engenheiro Estellito Rangel NR-10, que trata de segurança em instalações e Jr, especialista em instalações elétricas em atmosserviços de eletricidade, enquanto as normas NBR feras potencialmente explosivas da Associação 5410 – para rede elétrica em baixa tensão – e NBR Brasileira de Engenheiros Eletricistas e da Asso5419 – para proteção de estruturas contra descarciação Brasileira para Prevenção de Explosões. gas atmosféricas – seriam os principais requisitos Abrir todos os detalhes dos acidentes não é, ditécnicos. gamos, uma prática comum – apesar de ser uma “Quando da ocorrência de eventos desta nafonte de informação útil para evitar que condições tureza há um interesse em se estudar as causas semelhantes possam se repetir em outros locais, e a tomada de medidas de controle segundo as as empresas preferem manter as investigações em normas tecno-legais vigentes”, conta o diretor exesigilo, até para blindar de ações judiciais e danos cutivo do Grupo de Saúde Ocupacional da Agroinà imagem. Mas cada acidente de grandes prodústria, João Augusto Ribeiro de Souza. porções tem o poder de desencadear a revisão de Prevenir é melhor (e mais barato) normas e procedimentos na busca por melhorias. No Brasil, as Normas do Ministério Estellito lembra que instalações de do Trabalho – como a NR -10, NR-12, armazenamento de combustíveis necesNR-13 e NR-20 – e da ABNT, e a tradusitam cumprir, além de requisitos técnição da IEC 61511 têm impulsionado a cos, requisitos legais, como a Norma indústria para a busca de uma postura Regulamentadora NR-20, do Ministério mais segura. A substituição do seguro do Trabalho e Emprego. Essa norma, de acidentes pelo Fator Acidentário de repaginada no início do ano passado, Prevenção também despertou a atenção estabeleceu a verificação e monitorada indústria para mais um item na lista ção da instalação com relação ao prode vantagens de investir em prevenção. jeto, a execução de análises de riscos e As empresas também passaram a plano de prevenção e controle de acicomparar os custos envolvidos na predentes – e a capacitação técnica dos Estellito: acidentes venção com as despesas geradas em trabalhadores. Um de seus itens trata geraram novos requisitos acidentes. A visão do overall equipespecificamente da atualização dos para projeto e operação ment effectiveness - OEE, que poderia de instalações petrolíferas projetos existentes com a utilização de ser traduzido por eficiência global de metodologias de análise de riscos, para identificar equipamentos, tem ajudado nisso, bem como os a necessidade de adoção de medidas de proteção princípios do Layer of Protection Analisys - Lopa complementares. “Instalações antigas devem so– em que as camadas de proteção são analisadas. frer uma auditoria para identificar os pontos nãoSegundo levantamento do Center for Chemical conformes para com a nova Norma RegulamenProcess Safety, um bom sistema de segurança metadora e um cronograma de adequação deve ser lhora até 5% o processo, reduz em 3% os custos de estabelecido”. produção e em 5% os de manutenção. Em alguns Nos casos descritos no início dessa reportagem, casos, pode reduzir consideravelmente os custos Sistemas de segurança não são novidade, mas para que a tecnologia possa ser aplicada de forma eficiente, precisa corresponder a exigências mínimas de desempenho – e é disso que trata a IEC 61511. Ela exige a execução de uma análise de risco para poder especificar os sistemas de segurança. O sistema abrange todos os componentes e subsistemas parciais – desde o sensor até o atuador. O ciclo de vida de segurança e o nível de integridade de segurança - SIL constituem a base para utilização desta norma internacional. Os sistemas considerados na norma referem-se à tecnologia elétrica, eletrônica e eletrônica programável – se forem usadas outras tecnologias para criação de comandos lógicos, devem ser aplicados os princípios básicos desta norma de forma correspondente. A norma IEC 61511 é aplicada especificamente na indústria de processos conforme a IEC 61508 e é a chave para o planejamento, a implementação e a operação de Sistemas Instrumentados de Segurança - SIS em plantas de processo. Os requisitos para a confiabilidade do SIS resultam das avaliações de risco durante o projeto inicial ou modificação da planta e são divididos em quatro níveis de segurança – os níveis de integridade de segurança, de acordo com as normas mencionadas.

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Matéria de Capa com seguro. “o empregador deve elaborar plano que contemColocar em prática as dezenas de itens que faple a prevenção e controle de vazamentos, derzem parte das NRs, no entanto, não é nada fácil ramamentos, incêndios e explosões”. Isso leva à – para os projetos já em operação, os desafios são filosofia de priorização da segurança como o meio ainda maiores. Mais difícil ainda é mantê-las semprincipal para a preservação do negócio”, destaca pre atualizadas a cada alteração no parque indusEstellito. trial ou a cada revisão da norma. A maior dificulA maior falha das empresas, segundo o engedade reside na identificação dos riscos existentes nheiro está na “cultura da prevenção” – desenna instalação, operação e manutenção. Como não volvida pela linha de comando, e que se revela existem soluções prontas, os sistemas de seguranna forma como os projetos são conduzidos e os ça precisam ser desenhados a partir da realidade operadores e técnicos de manutenção são capade cada usina. Ao não mapear seus riscos, a usina citados. “Percebemos que os projetos priorizam “brinca com fogo”. detalhes funcionais, e pequenas alterações que O diretor executivo do GSO explica que fazer visariam maior segurança da instalação são difíanálises de riscos já uma prática em andamento ceis de serem introduzidas, com base apenas no tanto nas áreas industriais como agrícola, macusto da aquisição dos componentes necessários. nutenção e logística. “Estamos entrando Também é muito comum encontrarmos as num clima de entrosamento entre as áreequipes de operação reduzidas a um ‘mías de SST e operacionais”. nimo minimorum’, além de profissionais A NR-12, por exemplo, que trata da sede manutenção ‘generalistas’, que cuigurança em máquinas e equipamentos, dam de mais de uma especialidade, como também exige a elaboração de análises mecânica e instrumentação, por exemplo. de risco e manutenções periódicas – no fiComo resultado, os conhecimentos destes nal do ano passado, técnicos do Ministéprofissionais são mais superficiais que o rio interditaram três usinas em Pernamburequerido”. co que não estavam cumprindo a norma. Apenas essas atualizações das normas Sua versão mais recente, publicada em João Augusto: técnicas já seria motivo suficiente para co2010, está passando por uma revisão que interesse em estudar locar os técnicos de volta à sala de aula. deverá alterar seu formato e atualizar o as causas e a tomada Mas as novas edições dessas NRs tomade medidas de conteúdo. ram como premissa que o conhecimento controle Muitas vezes, o risco pode estar nos do operador precisa evoluir na mesma próprios equipamentos que cuidam da segurança, velocidade que a tecnologia, e adotaram a capaque estão cada vez mais complexos – a falta de citação técnica dos profissionais, com treinamento capacitação faz com que os técnicos configurem específico, como obrigatoriedade sujeita a penaou operem os sistemas de forma incorreta. Metolidades. dologias como Hazard and Operability Studies Os dois incêndios, nas usinas Rio Claro e São Hazop, Failure Mode and Effects Analysis - FMEA e Luiz, mostram que o risco, assim como os raios, Análise Preliminar de Riscos - APP são importantes não escolhe local ou porte de usina – e também para reconhecer o risco, avaliar e implementar as põem em cheque a teoria de que os novos grupos soluções que podem torná-lo aceitável – apesar de imprimem uma visão mais moderna à manutenserem, essencialmente, cálculos matemáticos, esção. sas análises estão fundamentadas no know how Saber como e por que os acidentes acontecem dos técnicos. é questão de entender a complexa dinâmica dos “O fator humano tem papel fundamental nesse riscos – já que eliminá-los é impossível. “O setor contexto, pois são as pessoas que fazem acontede petróleo sofreu muito para atingir o nível de secer. Para isto, precisamos de gerentes conscientes, gurança atual. Todos os acidentes geraram novos que entendam que, se o negócio é vital, a empresa requisitos para projeto e operação de instalações tem que ser preservada. Uma explosão simplespetrolíferas. É muito importante que o setor sumente pode levar à ruína não só a empresa, como croalcooleiro não espere aprender com processo o município onde está instalada – uma vez que a similar, pois foi às custas de muitas vidas que o economia dos pequenos centros giram em torno setor petróleo implantou modificações para uma destes empreendimentos. E a NR-20 confirma a gestão mais segura em suas instalações”, finaliza importância do tema ao exigir, no item 20.12 que Estellito.

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Artigo Técnico A relação homem/máquina nos sistemas complexos industriais

Uma reflexão sobre o papel do homem nesse novo contexto Francisco Sérgio Ruiz Assessor de Assuntos Industriais da Abiquim Paulo Victor Rodrigues de Carvalho Comissão Nacional de Energia Nuclear /Instituto de Engenharia Nuclear Resumo Na década de 1960, a relação homem/máquina era pautada por uma grande resiliência, onde o homem se adaptava todos os dias a situações não previstas que emergiam de um processo com falhas na sua concepção original. Nesse contexto, a operação desses complexos industriais sofria intervenções nem sempre adequadas e a solução dada pelo operador naquele momento atendia aquela emergência, mas não se constituía numa prática que garantisse resultados sempre iguais quando ela acontecesse novamente, e o resultado algumas vezes provocava novas situações também não previstas. Nas décadas seguintes, com o advento de novas tecnologias de controle, passando por instrumentação eletrônica e depois digital, além de novas práticas de gestão de segurança de processo baseada em análise de riscos, os processos industriais complexos em muitos casos passaram a ser operados por controles avançados, que caracterizaram uma época de mudança na relação homem/máquina, com o ser humano passando de operador de máquina a supervisor de um sistema sócio-técnico. O operador, nesse novo contexto, passou em muitos casos de protagonista a coadjuvante criando um sofisma onde todos acreditam, inclusive ele, ser capaz de controlar toda aquela tecnologia no mesmo nível em que a máquina opera. Os sistemas de gerenciamento de segurança de processo são essencialmente sócio-técnicos e neles o homem exerce a sua capacidade cognitiva, onde a resiliência é sua principal força e fraqueza. Nesse ambiente não linear e de intensa relação entre ele e o sistema, as consequências não tratadas pelo projetista emergem e são tratadas agora de acordo com as habilidades e/ou idiossincrasias de cada um dos profissionais que estiver naquele

momento vivendo aquela situação. Este artigo pretende trazer uma reflexão sobre o papel do homem dentro desse processo, onde as relações sócio-técnicas têm um papel fundamental na condução de toda essa parafernália que, apesar de ter sido projetada pelo homem, muitas vezes não o leva em consideração.

Introdução Nos ambientes sócio-técnicos do século 21, o nível de informações que ainda não se transformaram em conhecimento aumentou muito, obrigando as organizações a se estruturarem de forma diferente, criando sistemas de gestão onde os elementos e requisitos agora são tratados como camadas de proteção com forte predominância tecnológica (figura 1), onde uma enorme quantidade de informação é processada automaticamente, muitas vezes sem o conhecimento do operador, com o objetivo de manter a segurança e produtividade de processos cada vez maiores e mais complexos.

Figura 1 – Camadas de proteção de sistemas sóciotécnicos

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Artigo Técnico Essa situação cria uma contradição, pois o homem agora monitora um processo muito mais complexo, que tem velocidades e inteligência superiores a sua capacidade cognitiva e que, na sua normalidade, cria o sofisma de que ele é capaz de fazer igual quando emergirem situações não previstas. Este artigo pretende tratar de soluções sistêmicas, que levem em conta aspectos da engenharia de resiliência dentro das soluções dadas pela engenharia de segurança, que de certa forma privilegiam a tecnologia em detrimento do homem.

Da chave de válvula ao controle avançado de processo Uma experiência pessoal em um contexto histórico da evolução da automação e controle Na década de 1960, quando as petroquímicas ainda não existiam no Brasil, as refinarias de petróleo dominavam a cena industrial dos processos contínuos. Nelas, podia-se achar o que tínhamos de melhor nos controles de processos industriais, com instrumentação pneumática Honeywell, Masoneilan, Fisher & Porter, entre outros. Nas salas de controle, poucos instrumentos tentavam controlar as principais variáveis em unidades de grande porte com várias turbomáquinas, colunas de destilação, vasos, muitas bombas, fornos e turbinas. No campo, todos os controles locais de nível e pressões obrigavam o operador de campo a se desdobrar para preencher intermináveis folhas de leitura na tentativa de administrar todas aquelas variáveis que só podiam funcionar em automático. Um instrumento de campo em manual obrigava o operador a controlar um nível pelo “by pass” da válvula automática olhando o indicador de nível de vidro, que naquela época tinha que funcionar muito bem. O homem nesse contexto era obrigado a se utilizar de um conhecimento tácito, e precisava ser muito resiliente, pois o meio ambiente era imprevisível pela total falta de procedimentos escritos e atualizados, exigindo que ele lidasse constantemente com as questões emergentes e não previstas que, de certa forma, eram a rotina de seu trabalho.

Dos anos 1970 ao século 21 As novas centrais petroquímicas e suas unidades de segunda geração, que foram construídas a

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partir do inicio da década de 1970, agora tinham salas de controle centralizadas com instrumentação eletrônicas (Fisher & Porter, Foxboro Spec 200 entre outros), com muito mais instrumentos em salas de controle. Para uma mesma unidade equivalente àquela da década de 60 que possuía somente 25 instrumentos em sala de controle, as mais modernas com instrumentação eletrônica tinham cerca de 250, dez vezes mais. Junto com essas mudanças, os sistemas de segurança dessas novas unidades também evoluíram, e os intertravamentos, especialmente nas caldeiras, receberam sistemas de votação, duplas fotocélulas, duplos limites cruzados. Nos processos de produção, os controles locais ficaram somente nas grandes turbomáquinas ou nas centrais de sistemas de refrigeração (chillers), unidades de desmineralização e em processos de apoio à produção. Os sistemas de comunicação internos dessas plantas também ganharam novos telefones fixos nas áreas, sistemas de alto-falantes e rádios “walkie talk” somente para supervisores. Com essa maior facilidade de comunicação, o operador de campo também ganhou na sua área de atuação um escritório de campo, onde podia fazer o seu relatório, proteger-se da chuva e monitorar alguns pontos próximos desse ponto de apoio. Nesse momento, as leituras de campo que ainda eram feitas a cada duas horas, passaram para quatro e com muito menos itens de leitura. A década de 1980 caracterizou-se na grande indústria pela implementação da instrumentação digital e dos SDCDs. Essa sim foi uma virada de mesa em tudo aquilo que representava valor na administração, controle e operação de grandes complexos industriais, com o homem passando de operador de processos a supervisor de sistemas. A antiga cultura da operação tinha algumas situações prosaicas, como por exemplo, a de operar os painéis em pé. O sentido de urgência e de prontidão era tão forte que, o fato de permitir que o operador se sentasse representava perder essa condição. As primeiras empresas no Brasil que se aventuraram nessa troca de paradigma mantinham a instrumentação antiga como backup. Algumas levaram anos para confiar plenamente na nova tecnologia. De fato, essa transição precisava ser bem planejada, pois a quantidade de instrumentos, variáveis e alarmes se multiplica de forma exponencial. Daquela primeira unidade com 25 instru-


mentos de controle na sala, praticamente nenhum alarme ou uma mesa de TI (temperature indicator) com cerca de 70 pontos, e que se multiplicava por dez com a instrumentação eletrônica, passou a ter 250 instrumentos em sala de controle, cerca de 100 alarmes e registro de mais de 400 variáveis entre vazões temperaturas e pressões. Na sala digital, esse valor foi multiplicado de novo por dez, e essa mesma unidade iria operar com 30 telas em quatro ou seis estações de operação, com possibilidade de ter cerca de 2000 variáveis, mais de 500 alarmes, ou os que os grupos interessados quisessem configurar. Operar um sistema desses representava ser possível “olhar” todo o processo de uma única estação de operação, e programar variáveis para monitorá-las com várias escalas de definição e com precisão milimétrica. E tudo isso deveria ser absorvido e deglutido por equipes, que em alguns casos tinham aprendido em sistemas rudimentares do final da década de 1960.

Das salas de controle para os Centros de Controle Operacionais - CCOs As salas de controle do século XXI passaram a se chamar CCOs – Centro de Controle Operacional, e essa nova condição também atingiu

os grupos operacionais mudando mais uma vez a organização do trabalho dentro dos turnos. O operador de painel analógico, agora no digital, fica mais isolado e possui uma habilidade tácita adquirida e difícil de ensinar, pois é adquirida na frente de um console, sem ações ou movimentos aparentes. Essa condição criou naquele momento uma classe diferenciada dentro do turno. Essa nova classe, em algumas empresas, ganhou até um uniforme diferente, quase de gala, o que também em alguns casos resultou em perdas de controle, algumas delas passageiras, até que tudo se ajustasse e virasse rotina. Essas CCOs pareciam salas de controle espaciais e algumas tinham o apelido de Nasa. A partir daí, o acesso a esses espaços ficou naturalmente mais restrito, e de novo uma separação entre sala e campo aconteceu. Em alguns casos essa separação foi muito drástica e perdeu-se conhecimento sobre o processo. Os rodízios foram congelados e criou-se em alguns casos a função operador de painel. A instrumentação digital também trouxe uma nova nomenclatura para a operação, onde os relês passaram a se chamar controladores lógicos programáveis – PLCs, e os fluxogramas de malha,

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Artigo Técnico “Ladders”. O operador agora pode e deve ser um profissional com profundos conhecimentos de configuração e instrumentação, tornando-se um especialista em sistemas mecatrônicos. Atualmente, depois de mais de 25 anos, ainda estamos surfando nessa onda, pois muitas unidades químicas, ou mesmo grandes complexos ainda operam com uma miscelânea de tecnologias de instrumentação, dependendo da periculosidade e da complexidade do processo. No século XXI, os SDCDs efetivamente passaram a ser usados para garantir uma maior segurança e produtividade através da implantação de sistemas avançados, onde a máquina através desse uso passou a adquirir inteligência com algoritmos projetados para tomar decisões programadas com mais velocidade do que as tomadas pelo operador. Nesse ambiente tornou-se possível programar dentro do SDCD uma parada segura de uma unidade através da geração de outputs modulados, programados pela engenharia de automação através da transferência do conhecimento tácito do operador para a máquina, reproduzindo o que ele faria, com grandes vantagens temporais. Essa tecnologia também proporcionou partidas em rampa, partidas de colunas através do gráfico do perfil de operação normal, sequenciamentos de ações na regeneração de leitos catalíticos ou resinas de troca iônica, ou de qualquer sistema com etapas definidas. Demorou para percebermos que agora se tornava possível operar sistemas críticos totalmente em automático, e que dentro das engenharias de instrumentação e controle era preciso potencializar as áreas de automação, aproximando-as do chão de fábrica com o sentido de facilitar a captação de oportunidades dentro das situações emergentes com baixo investimento. Esses movimentos proporcionaram estudos de novas interfaces mais seguras com os sistemas corporativos, buscando captar em ambientes de engenharia e controle e planejamento de produção informações e conhecimentos no sentido de facilitar os inventários e o controle diário dos estoques e produção. Para que isso acontecesse, muitas empresas se aparelharam com medidores mássicos de vazão e nível realizando inventários diários, e até verificando a produtividade por turno no apertar de uma tecla. No controle de qualidade, as empresas investiram na melhoria do controle do processo de produção, aparelhando melhor as suas colunas de

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destilação através da instalação de mais sensores de temperatura (termopares), possibilitando a garantia da especificação de seus produtos sem análises laboratoriais de rotina, com redução de custos. Esses sistemas de controle de processo nas unidades contínuas ganharam força também com a instalação de equipamentos analíticos on-line que, combinados com o controle de processo em muitos casos, zeraram as análises de laboratório. Em algumas situações nas unidades de processamento contínuo, os pré-tanques de processo passaram a operar vazios, com a produção saindo da coluna diretamente para a estocagem final, sendo desviada para eles só nos casos de variações do perfil das torres que ultrapasse os valores préestabelecidos. Nessas circunstâncias, a análise laboratorial só acontecia para produzir o laudo oficial nos tanques finais e nas próprias carretas quando fosse o caso. De 1969 a 2013, período em que contamos toda essa história, podemos observar no texto acima quantas mudanças ocorreram nas unidades de processo contínuo, semicontínuos e até nas de bateladas. Será que, de fato, seria possível para o ser humano evoluir ou adaptar seu processo cognitivo na mesma velocidade?

O sistema tecnológico e o sócio-técnico Os sistemas sócio-técnicos podem ser definidos por quatro características, colocando a forma como atualmente são pensados os sistemas de segurança. Essas características são: Complexidade: o aumento das escalas industriais, os sistemas digitais de controle distribuído, onde várias operações unitárias podem ser controladas pelo mesmo operador em multi-telas colocando mais energia sob o seu controle, o aumento de informações traduzidas em alarmes e alertas e a relação máquina/máquina cada vez maior, colocam esse item como um dos principais para avaliação do projeto da segurança destes sistemas; Incerteza: As consequências oriundas da atuação dos variados sistemas instrumentados de segurança podem não ser previstas, pois esses sistemas de alta complexidade podem ter propriedades emergentes; sistemas não lineares podem produzir resultados inesperados pela combinação de regras simples, isto é, incidentes ou acidentes pela combinação de padrões criados por operadores para manter o sistema operando; Dinâmica: Os controles automáticos e o sistema


instrumentado de segurança podem mostrar ao longo do tempo variações e relações que conflitam com a “realidade” imaginada pelos projetistas, com “delays”, mudanças de configuração etc., muitas vezes imperceptíveis para o operador, comprometendo a qualidade do ”feedback” e com os quais o operador precisa lidar, muitas vezes sem uma perfeita compreensão dos fenômenos e numa condição temporal onde sua capacidade cognitiva pode não acompanhar a velocidade dos acontecimentos; Subespecificação: Por mais esforços que os projetistas façam na especificação do projeto, é impossível prever todas as situações/bifurcações que podem acontecer num sistema complexo, que por si só já produzem variáveis aleatórias que sempre vão precisar da ação dos operadores humanos, sem contar com os fatores subjacentes gerados pela cultura dentro do grupo social diretamente ligado as operações unitárias ([2]) Por estas razões, é engano acreditar que um operador de sistema complexo seguindo um procedimento Ipsis litteris possa resolver os problemas e manter o sistema funcionando. Em situações dinâmicas e subespecificadas, o conhecimento tácito representa muito da solução. Evidentemente que procedimentos são necessários como uma ajuda para ação humana e, quanto mais representarem a realidade, mais o resultado vai ser o esperado. O desenvolvimento de mecanismos cooperativos será sempre necessário para lidar com as lacunas inerentes à complexidade dos sistemas, e esse é um dos desafios dos ergonomistas. Essas características de sistemas sócio-técnicos exigem do grupo gestor das unidades industriais que compreendam que demandas de produção inesperadas, bem como questões temporais que podem aumentar o nível de pressão nos operadores, podem agravar uma situação que já é critica por natureza ao tentarem manter o sistema operando a qualquer custo. Os sistemas tecnológicos podem ser decompostos e as suas falhas podem ser estudadas, previstas e monitoradas. Nas últimas décadas esses sistemas foram muito estudados, sendo possível através de predições saber até como e quando vão falhar com precisões muito grandes. Já o sistema social não pode ser decomposto e não tem um comportamento linear, sendo influenciado pela cultura, crenças e valores morais que formam um conjunto de ações que caracterizam aquele sujeito que pode ser parecido com o outro, mas nunca é igual. Diferentes sujeitos podem partir e parar, ou mesmo operar em

situações normais complexos industriais com alguma diferença! Reconhecendo esta característica humana, a Engenharia de Resiliência busca desenvolver sistemas que a levem em conta, ao invés de buscar eliminar o ser humano dos sistemas por meio de automatismos cada vez mais herméticos.

As ferramentas tecnológicas para gerenciar o risco A visão tradicional da Engenharia de Segurança é baseada no pressuposto de que é possível buscar a origem dos acidentes em um raciocínio linear de relação de causa e efeito. Essas ferramentas, tais como Hazop, FMEA, APP e outras, são muito importantes para o reconhecimento do risco e das soluções tecnológicas que podem torná-lo aceitável, mas apesar da eficiência dessas ferramentas, o raciocínio linear vem demonstrando não ser capaz de lidar com sistemas complexos devido as suas limitações no tratamento das questões sociais, que representam parte importante da solução esperada. Nas últimas décadas nos deparamos com acidentes ampliados que mostraram que as soluções tecnológicas não foram capazes de preveni-los e evitá-los. Pior do que isso, os acidentes ocorreram fora dos envelopes de segurança previamente definidos, de modo que nem sequer foram tratados nas análises. Passamos a chamar de erros humanos aquilo que era diferente da norma ou procedimento vigente, sem muitas vezes levar em conta se era realmente possível aplicar a norma naquela situação, ou a que tipo de pressão os operadores estavam submetidos, deixando para o final da linha a responsabilidade de lidar com eventos não previstos pelas tecnologias cartesianas. O erro humano, durante muitas décadas, foi o principal argumento para justificar falhas estruturais nos sistemas de gestão de segurança. Não se trata de fazer apologia ao erro, pois sabemos que a negligência precisa ser observada, mas as poucas certezas que temos na vida são as de que vamos morrer e que vamos errar e acertar sempre. Tomar decisões em sistemas naturalmente subespecificados e dinâmicos leva a constante utilização de estratégias do tipo ‘tentativa-e-erro’ para buscar opções adequadas, e quanto mais hermético for o sistema, maiores as chances de escolher opções inadequadas. A contradição que precisamos entender também vem da constatação de que o desenvolvimen-

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Artigo Técnico to dos sistemas tecnológicos na grande indústria química mundial efetivamente diminuiu o nível de acidentes ampliados e aumentou significativamente a produtividade, mudando um cenário do passado, onde os riscos tinham uma avaliação empírica e a intervenção do operador era muito mais intensa, tornando o processo de produção extremamente variado e potencializando o risco de acidentes com muitas paradas e partidas dos complexos industriais. Da mesma forma, os programas de manutenção e de integridade das instalações não tinham uma gestão organizada e nem soluções tecnológicas que garantissem um longo ciclo de operação sem intervenções ou quebra de máquinas. Nessa fase a manutenção corretiva dominava a cena. Junto com o desenvolvimento da automação e dos controles avançados já com a instrumentação digital, a gestão dos ativos rotativos e estáticos evoluiu também através da NR-13 no Brasil, garantindo para as plantas, especialmente as contínuas, longas campanhas. A partir desse período, que representa também o momento atual, a manutenção preditiva garante um acompanhamento dos principais equipamentos e dispositivos tornando os processos de produção mais confiáveis. E onde está a contradição? Ela está no fato de que o homem, artífice de toda essa parafernália, não evolui na mesma velocidade dentro dos sistemas complexos industriais, mas ainda é parte fundamental do sistema, que precisa ser projetado levando-o em consideração.

Conclusão No século XXI, os programas de capacitação com foco em comportamento seguro ganharam força depois que alguns acidentes industriais mostraram falhas e fraquezas de organizações no discernimento de algumas situações, onde o homem isoladamente não foi capaz de mudar uma decisão consensual, que compunha uma cultura ou um pensamento de um grupo social sobre riscos envolvidos em uma determinada ação ou tarefa. Esses programas, focados mais no homem isoladamente, não contemplavam o grupo social como um todo, devido à dificuldade de entendimento dos códigos e sinais de grupos isolados dentro da organização. Esses programas também sofrem uma forte influência de tudo que já fizemos com grande êxito para diminuir os acidentes do trabalho, onde o foco muitas vezes está mais no homem (o elo mais fraco

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da cadeia) e nas suas ações para realizar o trabalho individualmente. Também é verdade que muitos conceitos explorados por esses programas servem tanto para o acidente do trabalho como para o acidente tecnológico – o acidente de processo – pois o comportamento seguro baseado numa forte disciplina operacional, conhecimento profundo das tecnologias e uma formação cidadã baseada em direitos e deveres e preservação da vida, são fundamentais para atingirmos patamares elevados de segurança tanto do trabalho como de processo. O que é preciso aprofundar, como foi dissertado exaustivamente neste artigo, é que esses programas precisam focar o sistema sócio-técnico, isto é todo o grupo social e suas relações com essa nova realidade tecnológica, onde o aprendizado tácito e a ação tácita estão sendo substituídos por ações tecnológicas. Não podemos esquecer também que existe uma realidade tanto no Brasil como no mundo que passa pela cultura local, por desenvolvimento econômico e social, que nos mostra processos com altas tecnologias e processos ainda em desenvolvimento com poucos recursos tecnológicos e humanos, e essa constatação torna muito mais complexo tratar dos aspectos sociais e cognitivos dentro desses contextos. Mas de uma coisa temos que ter certeza: os homens, e não as máquinas, é que podem melhorar essa relação, através de um melhor entendimento da realidade no chão de seus processos tecnológicos e humanos – o chão de fábrica - garantindo que as condições de trabalho e tecnológicas sejam levadas em consideração nos projetos, onde quase sempre tratamos a tecnologia com muita competência, mas nos esquecemos de como tudo isso deve ser aprendido e operado num ambiente que poucos conhecem.

Referências bibliográficas [1] LAFRAIA, João Ricardo Barusso – “Criando o Hábito da Excelência” [2] SILVA, Silvia Costa Agostinho – “Culturas de Segurança e Prevenção de Acidentes numa abordagem psicossocial – Fundação Calouste Gulbenkian – Fundação para a ciência e tecnologia. Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – Universidade de Lisboa. [3] VYGOTSKY, Lev – A teoria sócio - cultural da aprendizagem e ensino [4] Vidal, Cesar Mario – Carvalho, Paulo Victor – “Ergonomia Cognitiva – Raciocínio e decisão no trabalho”


Estratégia de análise do comportamento de sinais de alarmes em plantas de processos Vinícius Barroso Soares, José Carlos Costa da Silva Pinto Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia - Coppe / UFRJ Maurício Bezerra de Souza Júnior Escola de Química, Centro de Tecnologia, UFRJ Resumo Alarmes bem ajustados às condições de processo proporcionam maior segurança operacional, permitem que o processo opere mais próximo das condições de projeto, refletindo em maior produtividade e produtos de melhor qualidade. Por outro lado, alarmes mal configurados às condições de processo geram uma grande quantidade de sinais sonoro-luminosos nas salas de controle, humanamente impossível de serem diagnosticados pelos operadores. Este cenário acarreta, num primeiro momento, um incômodo aos operadores e, num segundo momento, leva ao descrédito total do sistema de alarmes, aumentando significativamente o risco das operações. Este artigo propõe uma estratégia de análise de sinais de alarmes em plantas de processo integrando simulação dinâmica em Hysys como programação em Visual Basic For Applications - VBA. É possível através deste tipo de abordagem inserir, por exemplo, técnicas de mineração de dados para obter informações específicas acerca do comportamento do processo, auxiliando engenheiros e operadores durante as etapas de detecção, diagnóstico, correção e monitoramento de falhas.

1. Introdução Dada a grande consolidação dos sistemas de controle e supervisório, pesquisas apontam que o mercado industrial busca novas alternativas capazes de detectar, diagnosticar, corrigir e monitorar falhas, em tempo real (FRANK et al., 2000; CHIANG et al., 2001). O tema ganha em importância, principalmente porque a detecção precoce da ocorrência de falhas é um fator crítico para evitar a deterioração de produtos, a degradação do desempenho da planta, danos ambientais, humanos e materiais (BLÁZQUEZ e MIGUEL, 2005). Engenheiros e operadores assumem papel importante neste processo, pois cabe a eles interagir em todas

estas etapas. A figura 1 ilustra um modelo típico de processo onde as etapas de detecção, diagnóstico, correção e monitoramento de falhas estão inseridos dentro de um processo industrial. Para facilitar e otimizar o tempo de ação durante estas etapas, alarmes (sinais visuais e/ou sonoros) são configurados na planta para monitorar o comportamento determinadas variáveis de processo.

Figura 1. Modelo típico de monitoramento de processos.

Sob a ótica da segurança de processos, os alarmes podem ser melhor compreendidos em termos de camadas de proteção (BAUM et al., 2009). A figura 2 ilustra as principais camadas de proteção que normalmente estão presentes numa planta industrial. A primeira camada de proteção envolve questões inerentes de projeto, uma vez que um cenário associado à operação de um equipamento pode ter seu risco reduzido utilizando-se técnicas específicas de projeto ou projetos inerentemente mais seguros. A segunda camada de proteção envolve o sistema de controle automático de processo cuja finalidade principal é otimizar a produção da planta e possibilitar as operações da forma mais segura possível. Os alarmes estão inseridos na terceira camada de proteção e possuem a função de monitorar o funcionamento do próprio sistema de controle. Assim, sempre que o controle for ineficiente, alarmes são acionados. A quarta camada de proteção é formada pelo Emergency Shut Down System (ESD), também conhecido como Sistema Instrumentado de Segurança (SIS), cuja finalidade é interromper

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Artigo Técnico automaticamente o funcionamento do processo levando a planta a uma condição segura. A quinta camada de proteção é constituída pelos dispositivos de alívio imediato como discos de ruptura, válvulas de alívio de pressão (Pressure Relief Valve - PRV), válvulas de segurança (Pressure Safety Valve - PSV). A sexta camada de proteção compreende os mecanismos de contenção, tais como, barreiras de contenção, telas de proteção, diques, armadilhas, entre outros. A função principal desta camada é agir de forma rápida e instantânea aliviando o excesso de pressão. A sétima camada de proteção é representada pelos planos de emergência (estratégias de abandono) caso todas as camadas anteriores não obtenham êxito em suas funções. Por fim, a oitava camada de proteção compreende as respostas de emergência extramuros, ou seja, são as ações que a comunidade circunvizinha à planta deve realizar como acionamento a corpo de bombeiros, polícia, etc.

operador possa agir no processo na anunciação de um alarme não é uma tarefa trivial e requer conhecimento profundo do comportamento dinâmico do processo. Atualmente os dois guias de melhores práticas em gerenciamento de alarmes mais utilizados no ambiente industrial são EEMUA 191 (Alarm Systems, a Guide to Design, Management and Procurement Management of Alarm Systems for the Process Industries) e ISA 18.2 (Management of Alarm Systems for the Process Industries). É possível encontrar nestas obras algumas sugestões de tempo de resposta em função da criticidade do alarme, ainda que pouco fundamentado. Por outro lado, a demora em uma resposta a um sinal de alarme gerado pode comprometer a segurança operacional do processo contribuído para a ocorrência de acidentes e aumento dos custos operacionais. O objetivo deste trabalho é apresentar como o uso da simulação dinâmica, em ambiente Hysys, permite avaliar o comportamento dos sinais de alarmes em determinados estados transientes do processo. Através deste tipo de análise é possível determinar com maior exatidão o tempo de resposta associado aos sinais de alarmes. Além disso, é possível integrar Hysys como a linguagem de programação Visual Basic For Applications (VBA). Esta integração permite, por exemplo, estabelecer códigos de mineração de dados capazes de analisar conjuntos de sinais de alarmes emitidos durante um período de tempo identificando eventuais correlações existentes.

2. Acidentes industriais Figura 2. Exemplo típico de camadas de proteção em plantas industriais

Observa-se que os alarmes localizam-se numa posição estratégica dentro de uma planta industrial, seja para a segurança do processo, seja por questões de produção. Um sistema de alarme bem configurado às condições operacionais permite detectar falhas no sistema de controle, dando aos operadores da planta tempo suficiente para intervir no processo antes da atuação do SIS. Atuações do Sistema de Intertravamento de Segurança implicam em interrupções (shutdown) no funcionamento do processo aumentando os custos adicionais, seja devido às perdas de produção ou às dificuldades adicionais para o retorno do funcionamento normal do processo. Dimensionar o tempo de resposta para que um

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Décadas atrás, devido às dificuldades físicas de instalação e elevados custos envolvidos, apenas alguns poucos alarmes eram instalados em plantas de processos (HONEYWELL, 2011). Atualmente, com o avanço tecnológico a introdução de alarmes tornou-se uma atividade relativamente trivial e de baixo custo, tratando-se apenas de uma questão de configuração de software. Como resultado, muitos alarmes são configurados em plantas de processo sem, contudo, levar em consideração as limitações humanas para o monitoramento destes sinais. Para se ter uma ideia, estimase que um único operador manipule cerca de 3500 alarmes numa unidade de processos (HABIBI e HOLLIFIELD, 2006); plantas industriais geram, em média, 10000 ativações por mês (PARIYANI et al., 2012); indústrias de petróleo e gás, muitas vezes, ultrapassam as 14000 ativações de alarmes num único dia (O’BRIEN et al., 2004).


Não é difícil perceber que estes valores aumentam a insegurança operacional dos processos, pois, dificultam a etapa de diagnóstico de falhas. Em função disso, ARJOMANDI e SALAHSHOOR (2011) destacam que o assunto tornou-se um dos temas de maior interesse no ambiente industrial. Muito provavelmente por conta dos inúmeros acidentes industriais, com perdas humanas, ambientais e materiais, associados ao excesso de sinais de alarmes gerados nas salas de controle. Neste sentido, BRANSBY (1998) e HSE (1997) destacam a explosão ocorrida na refinaria da Texaco, em Milford Haven, no ano de 1994. Na ocasião a queda de um raio na planta, cinco horas antes da explosão, gerou uma grande quantidade de alarmes. Estima-se que na ocasião uma nova ocorrência de alarme era anunciada a cada dois segundos, tornando-se humanamente impossível a compreensão de todos estes sinais. O acidente resultou em perdas financeiras superiores a £ 48 milhões em decorrência de danos materiais, multas e processos judiciais envolvendo os funcionários feridos durante esse episódio. Outros acidentes semelhantes envolvendo grandes quantidades de alarmes ativados podem ser vistos em VENKATASUBRAMANIAN (2003).

4. Simulação de processo A simulação de processo é uma importante ferramenta que pode ser utilizada para prever determinadas situações de risco e, obviamente, estabelecer estratégias seguras caso estas situações realmente ocorram. Se por um lado, o uso da simulação estacionária possibilita prever o comportamento do processo em seus diferentes pontos de equilíbrio de operação (fundamentais para o dimensionamento de equipamentos e sistemas), é somente através da simulação dinâmica que o engenheiro conhece o comportamento do processo em seus estados transientes. A simulação dinâmica permite, por exemplo, avaliar o comportamento dos sinais de alarmes durante partidas e paradas de equipamentos. Existem diversos softwares comerciais que permitem realizar simulações estáticas e dinâmicas de processo, além de outras funcionalidades. A Tabela 1 apresenta alguns destes simuladores atualmente disponíveis no mercado, onde as seguintes características foram avaliadas: capacidade de elaborar Fluxograma de Enge-

nharia (F), capacidade de realizar Simulação Estacionária (SE) e Simulação Dinâmica (SD), capacidade de realiar Dimensionamento de Equipamentos (D) e capacidade de realizar análise de Custo-Benefício (C). Tabela 1. Programas de simulação de processos e características gerais

PROGRAMA PROPRIETÁRIO Aspen Technology, Hysys Inc. CADSIM Aurel Systems Inc. Bryan Research & ProMax Engineering, Inc. COCO PE ON USIM PAC Caspeo CHEMCAD Chemstations, Inc. UniSim Honeywell SPEEDUP Imperial College SuperPro Intelligen Designer Petro-SIM KBC Mobatec Mobatec BV Modeler Petrox Petrobras Process Systems g_PROMS Enterprise Limited ProSimPlus ProSim INDISS RSI ProSimulator Sim Infosystems SysCAD SysCAD CHEMPRO Technotrade EMSO UFRS - ALSOC Virtual Materials VMGSim Group DESIGN II WinSim Inc. Omega Yokogawa

F SE SD D C x

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Dentre os simuladores apresentados na tabela 1, três merecem destaque maior. Dois por terem sido desenvolvidos por instituições brasileiras (Petrox e EMSO) e um por ser considerado o ambiente de simulação mais completo atualmente disponível no mercado de softwares (Hysys), possibilitando o estudo completo de simulação estacionária, dinâmica, controle regulatório e avançado em um mesmo ambiente de desenvolvimento. É possível configurar alarmes no Hysys, conforme apresentado na figura 3. O passo a passo para este tipo de abordagem pode ser encontrado em Aspen Technology (2005 a/b/c/d).

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Artigo Técnico namics Expression, Statistica, etc. Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas para a mineração de dados. Obviamente cada técnica tem o seu propósito, oferecendo suas vantagens e desvantagens (BERRY e LINOFF, 1997; HARRISON, 1998. A tabela 2 resume algumas técnicas que podem ser utilizadas em mineração de dados. Tabela 2. Exemplos de técnicas utilizadas em mineração de dados. Figura 3. Ambiente de configuração do set point de alarmes no simulador Hysys

Destaca-se, ainda, que o Hysys foi desenvolvido com uma estrutura modular de programação orientada a objetos, utilizando-se da tecnologia Microsoft COM, portanto, as propriedades do Hysys podem ser acessadas através de outros aplicativos compatíveis com esta tecnologia. O modo mais simples de fazer esta comunicação é a utilização da linguagem de programação Microsoft Visual Basic disponível nos aplicativos Microsoft e conhecida como Visual Basic For Applications (VBA). A capacidade de realizar este tipo de comunicação permite ao simulador interagir com o Hysys de forma a criar sua própria linguagem de programação ou modificar aquelas já existentes no programa.

5. Mineração de dados Poder analisar regras de associação, padrões sequenciais, agrupamentos, classificar e predizer resultados em banco de dados de alarmes, através da implementação de modelos de mineração de dados, possibilita reduzir significativamente o esforço humano durante as etapas de detecção, diagnóstico, correção e monitoramento de falhas em plantas de processos. Conforme apontado por HAN e KAMBER (2001), HAND et al. (2001), WITTEN e FRANK (2000), entre outros, a mineração de dados é uma área de pesquisa multidisciplinar que inclui tecnologia de bancos de dados, inteligência artificial, aprendizado de máquina, redes neuronais, estatística, reconhecimento de padrões, sistemas baseados em conhecimento, recuperação da informação, computação de alto desempenho e visualização de dados. O mercado de softwares nesta linha também é bem desenvolvido, apresentando uma gama de produtos capazes de auxiliar no processo de mineração de dados. É o caso, por exemplo, do Intelligent Miner, MineSet, Clementine, DBMiner, Ge-

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TIPO

DESCRIÇÃO Estabelece uma correlação estatística Regras de entre atributos associação de dados e conjuntos de dados Hierarquização dos dados, baseada em Árvore de estágios de decisão decisão e na separação de classes Métodos gerais de busca e otimização, inspirados na Teoria da Evolução, Algoritmos onde a cada genéticos nova geração, soluções melhores tem mais chance de ter descendentes Modelos inspirados na fisiologia do cérebro Redes humano, onde neuronais o conhecimento artificiais é fruto do mapa das conexões neuronais e dos pesos dessas conexões

OBJETIVO

EXEMPLOS

Associação

Apriori, AprioriTid, AprioriHybrid, AIS, SETM, DHP.

Classificação Regressão

CART, CHAID, C5.0, Quest, ID-3, SLIQ, SPRINT.

Classificação Agrupamento

Algoritmo Genético Simples, Genitor, CHC, Algoritmo Hillis, GANuggests, GA-PVMINER

Classificação

Rede Perceptron, Algoritmos

Como o Hysys permite que o simulador interaja com o seu código de programação, é plenamente possível, por exemplo, criar rotinas de mineração de dados em Visual Basic For Applications (VBA) e utilizar estas rotinas para analisar conjunto de


dados de alarmes gerados na simulação dinâmica. Este tipo de abordagem permitiria identificar eventuais correlações entre sinais de alarmes e, em função disso, estabelecer um índice de prioridade de ações em caso de multiplicidades de ativações de alarmes. Fatalmente isto implicaria em maiores facilidades durante as etapas de detecção, diagnóstico, correção e monitoramento de falhas.

7. Conclusões O simulador Hysys permite analisar o comportamento de sinais de alarmes em situações transientes de operação como, por exemplo, partidas e paradas de equipamentos/planta. Conciliar estas informações com técnicas de mineração de dados permite auxiliar engenheiros de processamento em situações de tomadas de decisão, facilitando as etapas de correção, detecção, diagnóstico, correção e monitoramento de falhas. Em função da arquitetura do Hysys, conclui-se que o modo mais simples de fazer esta comunicação é através da associação deste ambiente de simulação com a linguagem de programação conhecida como VBA ou Visual Basic For Applications.

6. Referências ARJOMANDI, R. K., SALAHSHOOR, K. Development of an Efficient Alarm Management Package for an Industrial Process Plant. In: Chinese Control and Decision Conference, Tehran, Iran: Petroleum University of Technology, may, 2011. ASPEN TECHNOLOGY INC. Hysys Dynamic Modeling. USA. 2005a. ASPEN TECHNOLOGY INC. Hysys Operations Guide. USA. 2005b. ASPENTECH. Advanced Process Modeling Using Aspen Hysys, 2005c. ASPENTECH. Aspen Hysys: Tutorials and Applications, 2005d. BAUM, D., FAULK, N., JOHN PÉREZ, P. E. Improved integration of LOPA with HAZOP analyses. Process Safety Progress, v. 28, n.4, p.308-311, 2009. BERRY, M. J., LINOFF, G. Data Mining Techniques: for marketing, sales and customer support, John Wiley & Sons, 1997. BLÁZQUEZ, L. F., MIGUEL, L. J. Additive fault detection in nonlinear dynamic systems with saturation. ISA Transactions, Vol. 44, pp 515-538, 2005. BRANSBY, M. L. Best Practice in Alarm Management. Control of Railways – The Human Challenge. IEE Seminar. London, 2000. BRANSY, M. L. Best Practice in Alarm Management. In:

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Safra

Produção de grãos chega a 184,3 milhões de toneladas A safra nacional de grãos do período 2012/2013 está estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento em 184,3 milhões de toneladas, volume recorde, superior em 10,9% à da safra 2011/12, quando atingiu 166,17 milhões de toneladas. Os números são do 9º levantamento da safra. Segundo a Conab, o aumento se deve à cultura de soja, que apresentou crescimento de 10,7%

na área cultivada, e 22,4% a produção, chegando a 81,28 milhões de toneladas, e o milho segunda safra, que cresceu 17,5% em área cultivada e 11,5% na produção, chegando a 43,62 milhões de toneladas. A produção de arroz também cresceu 2,8%, atingindo 11,92 milhões de toneladas. A área total plantada cresceu 4,6% e chegou a 53,20 milhões de hectares.

Estocagem

Conab vai construir novos armazéns A Companhia Nacional de Abastecimento irá investir R$ 350 milhões para a construção de 10 novas unidades armazenadoras no país. Com a medida, a capacidade estática de armazenagem da Conab passará de 1,96 milhões para 2,81 milhões de toneladas. Os novos armazéns serão construídos em Campina Grande / PB, Maracanaú / CE, Eliseu Martins / PI, Petrolina / PE, Anápolis / GO, Viana / ES, Xanxerê / SC, Estrela / RS, Luís Eduardo Magalhães / BA e Itaqui / MA. Segundo o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, “a iniciativa vai fortalecer a

empresa para atuar de forma incisiva nos estoques e na regulação dos preços dos produtos, atingindo de forma positiva a população brasileira”. A iniciativa também visa ampliar a capacidade de atendimento aos programas sociais do governo e regular o abastecimento dos principais alimentos básicos. Além das novas unidades anunciadas, a Companhia irá destinar R$ 150 milhões para modernizar a atual rede de armazenamento existente – a expectativa é que sejam reformadas 84 unidades em todo o país.

Citros

Citrograf lança nova seleção de variedades que aumentam produção em até 30% A Citrograf acaba de lançar novas mudas de citros com alto potencial produtivo. As nove variedades – Murcott Olé Sete Lagoas, Hamlin Sete Lagoas, Natal Sete Lagoas, Valência Sete Lagoas, Pera Bianchi Sete Lagoas, Valência Midknight Sete Lagoas, Valência Delta Sete Lagoas, Baianinha Sete

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Lagoas e Baia Lane Late Sete Lagoas produzem, em média, de 20% a 30% a mais, segundo pesquisas feitas em 25 safras na Fazenda Sete Lagoas, de Mogi-Guaçu / SP. Além disso, elas são livres de patógenos como CVC, cancro cítrico e greening, tristeza.


Balança comercial

Exportações do agronegócio aumentam 10,1% até maio As exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 40,39 bilhões entre janeiro e maio de 2013 – um incremento de 10,1% em relação ao mesmo período em 2012, quando as vendas do setor haviam somado US$ 36,70 bilhões, segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. Nos mesmo período, as importações do setor aumentaram 1,4%, passando de US$ 6,94 bilhões para 7,04 bilhões. Assim, o saldo da balança comercial do agronegócio no período foi positivo em US$ 33,35 bilhões. O setor de cereais, farinhas e preparações foi o que mais contribuiu para o crescimento das exportações do agronegócio. No período, houve incremento

de US$ 1,65 bilhão nas vendas do setor, em função da expansão nas exportações de milho. Em relação ao valor exportado o complexo soja foi o setor que mais se destacou, com vendas de US$ 13,13 bilhões – aumento de 4% ante 2012. A soja em grão representou 79,0% desse valor, somando US$ 10,38 bilhões e 19,60 milhões de toneladas. As carnes ocuparam a segunda posição no ranking de exportações do agronegócio, alcançando US$ 6,86 bilhões – incremento de 7,9% ante o mesmo período em 2012. A Ásia foi o principal destino das exportações brasileiras do agronegócio, alcançando US$ 16,85 bilhões. A União Europeia, com US$ 8,69 bilhões, ficou em segundo lugar.

Feira

Agrishow movimenta R$ 2,6 bilhões e recebe mais de 150 mil visitantes A edição de 20 anos da Agrishow bateu todos os recordes de geração de negócios e visitação. Em 440 mil m², 790 expositores apresentaram aos mais de 150 mil visitantes de 67 países as principais novidades tecnológicas para incrementar a produtividade do setor agropecuário. Os negócios iniciados na Agrishow 2013 devem movimentar R$ 2,6 bilhões, valor 20% superior ao registrado na edição de 2012, impulsionado pela supersafra de grãos e o bom momento vivido pelo setor. Apenas a 14ª Rodada Internacional de Negócios, promovida pelo Programa Brazil Machinery Solutions, gerou nas 25 empresas participantes a expectativa de que para os próximos meses mais de 55 negócios sejam realizados, tendo totalizando mais de US$ 22 milhões. Uma das novidades da Agrishow 20 anos foi a ampliação das demonstrações de campo – em 100 hectares foram realizadas mais de 800 demonstrações de campo. Além das demonstrações de máquinas para agricultura e pecuária, a edição de 2013 da Agrishow teve o Núcleo de Tecnologia, com plots que continham cultivares das culturas de milho, cana-de-açúcar, sorgo sacarino e soja. Outra novidade foi uma área de 16 hectares em que, em parceria com a Embrapa, foram

Ofício da Imagem / Divulgação Agrishow

Agrishow: 790 expositores e 150 mil visitantes

demonstrados alguns dos arranjos possíveis do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Um dos principais focos desta edição foi o projeto Agrishow Sustentável, um espaço autossustentável – com um protótipo que gerava energia solar e térmica para seu funcionamento – para apresentação de casos de empresas de diversos elos da cadeia do agronegócio com produtos, serviços e processos sustentáveis.

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Milho

Nova cultivar tem quatro vezes mais pró-vitamina A A Embrapa desenvolveu uma cultivar de milho com quantidade de pró-vitamina A (carotenoides) cerca de quatro vezes superior à encontrada em cultivares comuns do cereal. A cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade responsável pelo desenvolvimento da cultivar – identificada pela sigla BRS 4104 – explica que o milho biofortificado apresenta concentração de carotenoides percursores da vitamina A na faixa de 6 a 8 microgramas por grama de grãos.

O milho comum apresenta entre 2,5 e 4 microgramas. O milho biofortificado com pró-vitamina A é específico para programas sociais, como os de merenda escolar. O trabalho de transferência de tecnologia vem sendo feito pela Embrapa por meio da multiplicação de sementes biofortificadas pelas comunidades parceiras. No Brasil, pesquisadores da Embrapa já conseguiram cultivares de mandioca e de batata-doce com altos teores de vitamina A e arroz, feijão e feijão-caupi mais ricos em ferro e zinco.

Plano Agrícola e Pecuário

Recursos para safra 2013/2014 alcançam R$ 136 bi Roberto Stuckert Filho/PR

O volume de recursos disponibilizados no Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014 aumentou 18% em comparação à safra 2012/2013. No total, serão R$ 136 bilhões, distribuídos em R$ 97,6 bilhões para financiamentos de custeio e comercialização e R$ 38,4 bilhões para programas de investimento. A taxa de juros anual média será 5,5%, podendo chegar a 3,5% em programas de aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem. Ao médio produtor serão disponibilizados R$ 13,2 bilhões, valor 18,4% maior que o volume disponível na safra atual. A taxa de juros aplicada ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural - Pronamp é 4,5% ao ano. Os limites de empréstimo para custeio subiram para R$ 600 mil e os referen-Dilma, durante lançamento do Plano Agrícola e Pecuário: “ Gastem e terão mais”. tes a investimento para R$ 350 mil. A presidente Dilma Rousseff disse, durante o lanAs cooperativas poderão acessar R$ 5,3 çamento do plano, que o governo pode injetar novos bilhões por meio dos programas de Desenvolvimenrecursos se o atual volume não for suficiente. “Se esto Cooperativo para Agregação de Valor à Produção ses recursos forem gastos com custeio e investimento Agropecuária - Prodecoop e de Capitalização de Coem todas as áreas previstas, não irá faltar recursos, operativas Agropecuárias - Procap-Agro, com taxa de nós iremos complementar. Gastem e terão mais”. juros anual para capital de giro de 6,5% ao ano.

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Pesquisa

Estudo analisa arquitetura vegetativa da cana-de-açúcar

Gerhard Waller

Etanol 2G

GranBio entrega estação que vai atender a primeira fábrica do país

Michel Rios

Fausto: emergência eficiente da gema axilar

Estudo realizado pelo pesquisador Fausto Andrés Ortiz Morea, doutorando no programa de Genética de Melhoramento de Plantas da USP/Esalq mostra que otimizar a emergência da gema axilar – processo no qual o broto emerge de 20 a 30 dias após o plantio – é necessário durante o ciclo produtivo do canavial, já que este é um fator agronômico que influencia na uniformidade do plantio durante seu estabelecimento e subsequentes safras. O estudo se propôs a caracterizar as modificações na população de pequeno RNAs ou sRNAs (microtranscriptoma) durante a transição da gema axilar, assim como integrar estas informações com mudanças na expressão de fatores de transcrição (FTs) e o balanço hormonal no período de desenvolvimento da cana. “Uma boa germinação da gema de cana-de-açúcar diminui a quantidade de atividades e materiais utilizados para sua propagação, sendo traduzido em lucro para o agricultor. A eficiente emergência da gema axilar, combinada com adequadas práticas agrícolas, resulta em um maior perfilhamento (produção de colmos) aumentando sua produção, além de prolongar o número de cortes e diminuir custos para o produtor”, afirma o pesquisador.

Biopolímeros 1

Produção deve crescer 240% até 2020 A capacidade de produção de biopolímeros deve crescer de 3,5 milhões de toneladas em 2011 para quase 12 milhões de toneladas em 2020, segundo um estudo realizando pela agência alemã Nova-Institut. Isso representará aproximadamente 3% da produção global de polímeros, estimada em cerca de 400 milhões de toneladas em 2020. Os maiores investimentos estão previstos para a Ásia e América do Sul, devido ao melhor acesso à matéria-prima e um cenário político favorável.

Estação Experimental: desenvolvimento de matéria-prima

A GranBio inaugurou sua Estação Experimental para o desenvolvimento da cana-energia e outras fontes de biomassa. Instalada no município de Barra de São Miguel / AL, a estação de pesquisa tem o objetivo de desenvolver matéria-prima competitiva para futuras unidades industriais da empresa – como a fábrica de etanol de segunda geração que está sendo construída em São Miguel dos Campos / AL. A estação já está funcionando com foco no desenvolvimento da cana-energia – variedade com maior teor de fibra e potencial produtivo, obtida a partir do cruzamento genético de híbridos comerciais com tipos ancestrais de cana-de-açúcar. O primeiro plantio comercial da cana-energia da GranBio, batizada de Cana Vertix, está previsto para 2015. Com 60 hectares de área, a Estação Experimental da GranBio recebeu investimentos da ordem de R$ 10 milhões, sendo 90% do valor financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos.

Biopolímeros 2

Braskem vai produzir PEBD a partir de etanol A Braskem, que já produz o polietileno de alta densidade - PEAD e baixa densidade linear - PEBDL em escala industrial desde setembro de 2010, decidiu usar o eteno obtido a partir da cana-de-açúcar para produzir polietileno de baixa densidade. A produção anual será de aproximadamente 30 mil toneladas e o produto estará disponível para o mercado a partir de janeiro de 2014. Para viabilizar a produção da nova linha, foram realizados investimentos para a interligação das fábricas e alguns equipamentos. A produção terá duas opções de tecnologia para possibilitar a produção de um portfólio de resinas com diferentes características e que permita atender uma maior variedade de aplicações.

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Filantropia

Parceria entre Raízen e Instituto Ayrton Senna beneficia 185 mil crianças e jovens

Prêmio

Andef homenageia profissionais do agronegócio

A primeira ação de marketing de causa promovida pela Raízen, feita em parceria com o Instituto Ayrton Senna beneficiará um total de 185 mil crianças e jovens. A meta inicial era de 67 mil crianças. Entre 15 de maio e 15 de junho, parte do valor arrecadado com a venda da gasolina ou etanol Shell V-Power ou do Combo Senninha foi destinada à ação, que contou com a participação de 3000 postos Shell, distribuídos em mais de 580 cidades.

Biocombustíveis

Pesquisa investe na caracterização da biomassa

Daniela Collares / Embrapa

Patrícia: caracterização da parede celular

A pesquisadora Patrícia Abrão de Oliveira Embrapa Agroenergia começou a desenvolver um trabalho sobre caracterização da parede celular vegetal no Laboratório de Química e Engenharia de Bioprodutos do Western Regional Research Center, na California. É no laboratório que a pesquisadora utiliza espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear para a análise de diferentes matérias-primas lignocelulósicas. O desenvolvimento deste trabalho permitirá a aplicação da técnica em projetos da Embrapa Agroenergia, contribuindo com maior conhecimento sobre as características estruturais da parede celular que podem ter influência sobre o desempenho de diferentes matériasprimas vegetais em processos químicos e bioquímicos. A técnica possibilita maior compreensão da estrutura química da parede celular, fornecendo informações que não são obtidas por outros métodos. Outra vantagem é poder analisar a estrutura da parede celular na íntegra com menor perda da informação original causada pelos processos usuais de preparação da amostra. Com essa metodologia, também é possível reduzir o consumo de reagentes, o tempo e a quantidade da amostra e de efluentes.

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Empresas associadas homenageadas

A Associação Nacional de Defesa Vegetal homenageou revendas, distribuidores, cooperativas e universidades na 16ª Edição do Prêmio Andef. Os projetos inscritos nesta edição abordaram temas atuais ligados ao meio ambiente, segurança alimentar, boas práticas agrícolas, responsabilidade ambiental e social. “Nosso objetivo é valorizar os profissionais que contribuem com o desenvolvimento do agronegócio do nosso país. O prêmio também é uma forma de incentivo, pois esses trabalhos são fundamentais para o nosso setor”, afirma o gerente de educação da Andef, José Annes Marinho. Vencedores da 16ª Edição do Prêmio Andef Empresas Arysta, Basf, Bayer, Dow, Dupont, FMC, Ihara Monsanto e Syngenta Profissionais José Lourenço de Freitas - Bayer CropScience Adriano Jurach - Basf Bruno Pereira Calili - Dupont Clodoaldo Dutra Flaitt - Arysta LifeScience Marcelo Gonçalves - Syngenta Paula Miguel Siqueira Viana - Dow AgroSciences Vergilio Antonio Pereira Sobrinho - FMC Joernilson Alves de Macedo - Monsanto Campo Limpo Central de Araranguá/SC Central de Goianésia/GO Central de Manhuaçu/MG Revendas e Boas Práticas Agrícolas Distribuidores Defagro/ES: Plantando Sustentabilidade Responsabilidade Ambiental AgroAmazônia/MT: Mutirão Ambiental no Educa Mais Responsabilidade Social Alvorada/MT: Ações para o Bem Cooperativismo Boas Práticas Agrícolas COPLACANA/SP: Inovar para ganhar Responsabilidade Ambiental COMIGO/GO: Prêmio Gestão Ambiental Responsabilidade Social COOXUPÉ/MG: Aprendendo Legal Universidades Junior Esalq-USP Projeto: Aprendendo a empreender Sênior Cesupa/PA Projeto: Esse rio coopera


Painel de Compras Defensivos

Literatura

A Syngenta apresenta aos produtores o Manejo Estratégico de Pragas - MEP, um protocolo para o controle antecipado de infestações de lagartas como a Helicoverpa armigera. A intenção é obter a maior eficiência possível por meio de ações preventivas. As ações agrícolas previstas no MEP são conhecidas – como o monitoramento ininterrupto, controle no cedo, uso de armadilhas luminosas, baterias de aplicação, rotação de ativos, barreira fisiológica e manejo químico entre safras e no pré-plantio – mas integradas ao portfólio de inseticidas da empresa, potencializam os resultados.

O Manual de Filtração, de autoria de Marcos Gomes de Oliveira, preenche a lacuna na bibliografia nacional sobre filtração industrial. Cada sistema é tratado em capítulos específicos visando possibilitar ao leitor agregar conhecimentos em áreas distintas, abordados em uma sequência lógica, concisa e detalhada de cada sistema com suas configurações e características técnicas funcionais. Para maior amplitude global, dois capítulos são dedicados a gestão aos fundamentos e conceitos da filtração que são temas comuns aos demais capítulos, além das normas nacionais e internacionais que estão detalhadas em cada capítulo. Aborda ainda a redução de custos, atendimento a legislações ambientais, qualidade de vida, aumento da produtividade, proteção de equipamentos e saúde ocupacional.

Medidor

O novo medidor Coriolis Promass 100 com Heartbeat Technology - HBT da Endress + Hauser vem com diagnóstico, monitoramento e verificação rastreável integrados ao sensor. O sistema de monitoramento integrado HBT está continuamente online e garante que o medidor esteja em boas condições de funcionamento para segurança do processo. No caso de um problema no sensor ou na parte eletrônica, são fornecidas instruções reais escritas em português para que a solução aconteça de forma rápida e segura e de acordo com as normas Namur. Com um único dispositivo para medições multivariáveis, o Proline Promass 100 mede a vazão mássica, volumétrica, densidade, temperatura e com o Promass I, é capaz de medir até viscosidade, com uma precisão de até + /-0,05% e com imunidade a variações nas condições de processo. Graças ao novo design e componentes, o Promass 100 é 30% menor do que os demais transmissores de vazão, esse design compacto e com alojamento de aço inoxidável 316L permite que ele atenda aos requisitos de higiene e esterilidade, garantindo grau de proteção até IP69K.

Software A Pentagro desenvolveu o sistema BdME (Balanço de Massa e Energia) que permite ao usineiro prever - com margem de erro menor do que 0,1% - quais os volumes produzidos de açúcar, etanol e energia elétrica, baseado em parâmetros como especificação da matéria-prima e configurações dos equipamentos. Tal previsibilidade permite balanceamentos prévios para adequação do mix de produção e otimização do consumo de energia e capacidade produtiva. Em campo, o sistema provou ter impactos relevantes. A produção de açúcar e etanol apresentou incremento em torno de 2% e a produção de energia elétrica a partir do bagaço, ganhos de 5% a10%. O mix de produção é maximizado entre 4% e 6%. A plataforma de simulação, inicialmente concebida dentro do Centro Tecnológico Canavieiro, utiliza-se de tecnologia baseada em modelos matemáticos e técnicas de simulação sequencial. O tempo médio de implantação é de 20 dias, e inclui o mapeamento das especificações de cada parque produtivo, testes e treinamento de funcionários.

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Painel de Compras Inversores

A Siemens ampliou a linha de conversores de frequência Sinamics V20, lançando o equipamento com alimentação monofásica, para a faixa de tensões entre 200 e 240 Volts. Até agora, o modelo de conversor existia apenas na versão com alimentação trifásica entre 380 a 480 Volts. A ampliação da linha de conversores torna o equipamento adequado para aplicações em ambientes onde esteja disponível apenas uma rede monofásica de energia e para aplicações de baixa potência, a partir de 0,12kW. O Sinamics V20 abrange uma faixa de potência que vai de 0,12 a 15 kW, em quatro tamanhos. Pode ser instalado em qualquer parte do mundo para operar bombas, sopradores, compressores, esteiras transportadoras, bem como para tarefas simples de acionamento nos setores de processos e manufatura.

Água O Serviço de Deionização Integral da Veolia Water possibilita às mais variadas indústrias o fornecimento de água de qualidade constante em qualquer capacidade e sem a necessidade da implantação de equipamentos próprios. Os cilindros de tratamento são fornecidos pela Veolia Water em regime de locação e o acompanhamento da operação inclui reposição periódica das resinas. O Serviço também atua em setores específicos que pedem soluções especiais. A Veolia Water conta com uma central própria de regeneração de resinas, especialmente projetada e construída para dar toda a segurança e qualidade ao SDI.

Corrosão A Metso Fuel Diet Corrosion Management, solução de gestão de corrosão da Metso, aborda os efeitos da corrosão, otimiza a alimentação de combustível e prolonga vida útil de equipamentos. A solução mede e reporta o nível de corrosão e controla a quantidade de gases corrosivos na caldeira. Ele dá informações relevantes para a otimização da “dieta” de combustíveis e ajuda a planejar a manutenção preventiva. Com a solução, as usinas são capazes de estender a vida de seus superaquecedores, maximizar a flexibilidade de combustível, otimizar a economia de combustível e reduzir o impacto ambiental. O pacote inclui a unidade de medição on-line Metso Corrosion Reduction Analyzer e o software Metso DNA Corrosion Manager.

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Válvulas

A Pentair Valves & Controls lançou uma nova linha de válvulas borboletas Keystone CompoSeal na faixa de tamanho de DN 40 – 300 (de 1,5 a 12 polegadas). A combinação do projeto inovador e materiais compostos modernos permitem a utilização nas mais variadas aplicações. A empresa definiu o padrão para a tecnologia de válvula de materiais compostos com o lançamento dessa válvula como uma alternativa às soluções de borboleta com sede resiliente e corpo em ferro fundido, sem comprometer o desempenho. A baixa condutividade térmica do material composto elimina a necessidade de isolamento. A integridade máxima da vedação praticamente elimina o risco de vazamento para o ambiente, tornando as operações mais seguras e limpas. A combinação de materiais compostos projetados para alto desempenho e sedes em EPDM, NBR e fluorelastômero (FKM-B) oferece um benefício extra ao melhorar bastante a resistência química. As válvulas foram projetadas com materiais que garantem alto desempenho enquanto enquadram-se rigorosamente nas estruturas regulatórias e padrões de projeto industrial atuais como o ISO, EN, API e PED. As válvulas de materiais compostos Keystone são certificadas para padrões rigorosos de água potável e alimentação como KIWA, ACS, WRAS, Belgaqua, NSF61, FDA, além de vários padrões industriais importantes, incluindo a certificação de classe de embarcação DNV.


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ATENÇÃO Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Uso exclusivamente agrícola.

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