Ano 26 - nº291 - 2024
MEDIÇÃO DE VAZÃO
ESTÁ NA BASE DE CÁLCULO DOS ROYALTIES
Quais os tipos de medição de vazão para petróleo e gás
Análise dos Impactos do RTM 156/2022
Medidores
de Vazão Magnéticos ADMAG AXW
ADMAG AXW
O medidor de vazão magnético é um produto de alta qualidade e extremamente confiável.
Dentre as diversas tecnologias disponíveis para medição de vazão, os medidores eletromagnéticos destacam-se por sua confiabilidade e alta precisão, especialmente em aplicações com fluidos condutivos.
Conheça toda a linha ADMAG Total Insight:
www.yokogawa.com/br
Medindo grandes e pequenos
capa
O Regulamento Técnico Metrológico (RTM) 156, elaborado pelo Inmetro em parceria com a ANP, é um marco no campo da medição de combustíveis e vem passando por um processo de ajustes multifacetado ao longo do caminho.
Antes da pandemia, o RTM 156 começou a ser desenvolvido com base na necessidade de aprimorar as normas metrológicas aplicáveis a sistemas de medição para atualizar as diretrizes técnicas em consonância com as inovações tecnológicas e as demandas do mercado, para garantir maior eficiência, precisão e conformidade com padrões internacionais. Com a pandemia, os prazos e atividades planejados foram significativamente afetados. E mais: conforme o RTM 156 foi sendo implementado, surgiram problemas técnicos e operacionais como divergências entre especificações técnicas do regulamento e as práticas de campo; diferenças entre grandes e pequenos volumes; dificuldades operacionais em diferentes tipos de sistemas de medição; custos de adaptação elevados para empresas menores. Daí o Regulamento entrou em revisão com ampla participação da sociedade - consultas públicas e audiências técnicas com a presença de engenheiros, representantes da indústria, associações do setor e especialistas em metrologia. Este processo permitiu ajustes importantes, mas essa novela está longe de acabar e vai impactar o mercado de medidores: só o E&P da Petrobras possui em torno de 851 sistemas de medição de gás e 440 sistemas de petróleo, sem contar com sistemas entrantes dos 14 FPSOs previstos. O RTM 156 revisado está em fase de consolidação, com datas de implantação que começam este ano e se estendem até 2030. Este é o principal assunto desta edição e se você, leitor, quiser se aprofundar nos detalhes técnicos, a matéria de capa traz, além do panorama deste Regulamento. A edição traz um condensado do noticiário do período de festas, complementando nossas conversas diárias nas mídias sociais e os informes das newsletters semanais.
Esta edição o alcança, leitor, no início de 2025. Que seja um ano de muitas realizações para todos nós!
Boa leitura
O editor
Colaboraram com imagens e informações as assessorias de imprensa.
20. Medição de Vazão está na base de cálculo dos Royalties
28. Quais os tipos de medição de vazão para petróleo e gás
32.Análise Impactos RTM 156/2022
Alckmin promete apoio à inovação tecnológica nas prefeituras brasileiras
Rodolfo Fücher, Presidente do Conselho da Abes, e Marcelo Almeida, Diretor de Relações Governamentais, se encontraram com o Vice-Presidente, Geraldo Alckmin, para discutir a criação de mecanismos de financiamento que permitiriam às prefeituras incorporarem tecnologias inovadoras em seus processos, com foco na melhoria dos serviços prestados aos cidadãos.
Participaram da reunião Uallace Moreira Lima, Secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC; Floriano Pesaro, Diretor de Gestão Corporativa da ApexBrasil, Daniel Annenberg, Consultor Associado do Instituto i, e Isabela Bonfim, da Vector Relações Governamentais
Geraldo Alckmin demonstrou apoio à causa, comprometendo-se a facilitar o diálogo com Esther Dweck, Ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos do Brasil. O objetivo é possibilitar que as prefeituras adotem soluções tecnológicas, uma forma de estimular o mercado para os fornecedores de software e agilizar e reduzir custos dos serviços públicos.
Além disso, o encontro abordou outros temas relevantes, como a internacionalização de empresas de tecnologia e o incentivo à inovação, elementos vistos como essenciais para impulsionar a indústria brasileira de diferentes segmentos, inclusivo no setor de TIC.
“As expectativas são de que, a partir dessas discussões, sejam debatidas e geradas políticas efetivas que tragam melhorias concretas na prestação de serviços públicos, tornando-os mais eficientes e acessíveis à população. A iniciativa promete criar um mercado saudável para a tecnologia no Brasil com impactos positivos tanto para os cidadãos quanto para as empresas de software”, destacou Rodolfo.
PSV - STATION
Híbrida, para gás e líquido em uma só estrutura.
Até 350 bar pneumática e 1000 bar hidráulica.
Abertura / Fechamento detectados digitalmente.
Fabricada no Brasil com tecnologia própria da Presys, assistência técnica local e sempre disponível.
3056.1900
Caso Eldorado: STJ define competência da Vara de Três Lagoas e determina que liminar de Favreto seja julgada no Mato Grosso do Sul
O ministro Gurgel de Faria, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu que a 1ª Vara Federal de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul (MS), é a competente para julgar as ações relacionadas à transferência do controle acionário da Eldorado Brasil Celulose. A decisão (16/12) resolve o conflito de competência entre dois processos movidos em diferentes jurisdições, reafirmando que o caso deve tramitar na Vara do MS onde ocorreu a alienação em discussão.
Considerada a maior disputa societária do Brasil, o caso envolve a J&F – holding dos irmãos Batista – e a Paper Excellence, que adquiriu a Eldorado em 2017, mas ainda não obteve o controle acionário da empresa. A controvérsia está centrada nas restrições legais à venda de terras para empresas com capital estrangeiro, tema abordado em duas ações judiciais: uma Ação Civil Pública ajuizada em Três Lagoas pela Fetagri-MS, e outra Ação Popular apresentada em Chapecó (SC) por um ex-prefeito. Ambas visam suspender a transferência do controle acionário da Eldorado para a CA Investment, subsidiária da Paper Excellence no Brasil.
O desembargador Rogério Favreto, do Tri-
bunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), havia concedido uma liminar atendendo aos pedidos da J&F, o que paralisou a operação e suspendeu os investimentos planejados pela Paper para uma segunda fábrica no Mato Grosso do Sul. A CA Investment recorreu ao STJ alegando risco de decisões contraditórias entre as ações e questionando a atuação do TRF-4 no caso.
Nesta última decisão, o ministro Gurgel destacou que o prosseguimento das ações em jurisdições diferentes poderia gerar “soluções distintas e até inconciliáveis”, comprometendo a segurança jurídica e os interesses públicos envolvidos.
O relator determinou que a competência para julgar as ações seja fixada provisoriamente na 1ª Vara Federal de Três Lagoas (MS), justificando que a Ação Civil Pública foi a primeira a ser protocolada e está diretamente vinculada ao local da alienação em disputa.
Com isso, a liminar concedida pelo desembargador Favreto, que havia suspendido a transferência do controle acionário, será reavaliada pelo juiz Roberto Polini, responsável pela 1ª Vara Federal de Três Lagoas (MS).
Cedro Participações vence leilão de terminal no Porto de Itaguaí
A Cedro Participações venceu o leilão da chamada “área do meio” do Porto de Itaguaí, no litoral fluminense, realizado na B3, em São Paulo. O projeto compreende investimentos da ordem de R$ 3,5 bilhões na construção de um terminal de armazenagem de minério, com capacidade estimada em 20 milhões de toneladas.
Com um lance de R$ 1 milhão, a empresa mineira foi a vencedora do leilão da área ITG-02, do Porto de Itaguaí. O terreno tem cerca de 350 mil m2 e fica entre as operações da Vale e da CSN, com acesso à malha ferroviária da MRS.
De acordo com a Cedro, em nota, o início das obras está previsto para 2027 e operações devem começar 2029.
“O
terminal está totalmente alinhado com a estratégia de crescimento e sustentabilidade da Cedro e da própria indústria”
Lucas
Kallas, presidente do Conselho de Administração da Cedro Participações, controladora da Cedro Mineração.
Com a iniciativa, a Cedro Participações será a primeira mineradora de ferro 100% brasileira e de capital fechado a verticalizar a operação e ter uma saída para o mar. Na avaliação da mineradora, o projeto no litoral fluminense será importante para o desenvolvimento da indústria extrativa na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, uma vez que abre mais uma janela de exportação para a produção mineral.
Atualmente, as pequenas e médias mine -
radoras dependem dos portos pertencentes às grandes do mercado para escoar sua produção. Com a perspectiva de aumento de capacidade das líderes, as companhias menores têm sua capacidade de expansão limitada pela falta de espaço de armazenagem nos portos atuais, informa a empresa. A Cedro estima que no prazo de cinco anos, haverá um gargalo na capacidade portuária para escoamento da produção.
“Vamos ganhar eficiência e competitividade, ajudando a desenvolver social e economicamente a região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais e o litoral fluminense. Esse investimento é positivo não só para as pequenas, mas também para as grandes, já que todo o mercado ganha mais espaço para crescer, abrindo uma janela para o futuro em exportações”.
A cadeia logística entre Minas Gerais e Rio de Janeiro tende a ser beneficiada com o destravamento logístico proporcionado por essa nova infraestrutura.
Publicidade
A Cedro Participações já havia anunciado investimento na construção de um ramal ferroviário entre Mateus Leme e Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para escoar minério de ferro na região da
“A expectativa é que a aquisição do Porto do Meio fomente novos negócios para a região, ampliando a capilaridade das operações e impulsionando o desenvolvimento de novos projetos”.
Fabiano Carvalho, vice-presidente Comercial, Estratégia e Projetos da Cedro.
Serra Azul. O empreendimento tem investimento estimado em R$ 1,8 bilhão.
Segundo o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do projeto, o novo terminal vai gerar 2,8 mil empregos diretos e indiretos, durante o período de construção, e 2,8 mil empregos diretos e indiretos, na fase de operação. Em impostos, a estimativa é de arrecadação de até R$ 1,2 bilhão em Imposto Sobre Serviço (ISS), nos 35 anos do contrato.
“A licitação do Porto do Meio é uma antiga demanda do setor no Estado e vai gerar desenvolvimento econômico e social, com responsabilidade ambiental”.
Eduardo Couto, vice-presidente Jurídico e Institucional da Cedro Par ticipações e Conselheiro do Sindiextra.
Scania Serviços Financeiros anuncia novo presidente e comemora ano recorde
A Scania Serviços Financeiros Brasil tem novo presidente: Oscar Jaern, ex-CEO da Scania Argentina. O sueco substitui o compatriota Martin Sörensson, que assumirá como diretor-geral da Scania Ibérica, que agrega os mercados de Portugal e Espanha. Para liderar a empresa na Argentina chegará Sebastián Figueroa, que estava justamente na Scania Ibérica. Os três iniciam as funções a partir de 1.º de janeiro de 2025.
“Será muito bom voltar a trabalhar no Brasil e tenho certeza que vou contribuir para oferecer aos clientes as melhores opções financeiras disponíveis. Minha expectativa é continuar posicionando os Serviços Financeiros Scania como um motor de crescimento de negócios, apoiando a Scania e a rede de concessionárias com soluções financeiras personalizadas tanto pelo financiamento via Scania Banco, quanto pelo Consórcio e por meio da Corretora de Seguros Scania”, afir-
ma Oscar Jaern, o novo presidente da Scania Serviços Financeiros Brasil. “Continuaremos, incansavelmente, trazendo aos clientes soluções completas de transporte para fortalecer nossas parcerias, impulsionar o crescimento sustentável e atrair mais negócios em um mercado dinâmico. Somos responsáveis, em média, por 50% das escolhas dos clientes do total das vendas da Scania e queremos avançar ainda mais neste apoio.”
Oscar Jaern, que tem mestrado em Ciências Econômicas pela Stockholm School of Economics, trabalhou no Brasil de 2014 a 2019 como diretor-geral das Casas Scania Cavese (SC) e Suvesa (RS). Foi quando aceitou o desafio de ser o diretor-geral da Scania Peru e ficou por lá até 2022. Desde então, era o CEO da Scania Argentina e chegará ao Brasil para assumir o maior desafio da carreira, que começou na Scania em 2003 na função de trainee de Vendas e Marketing.
Digitalização para a indústria de processos
Oferecemos soluções de automação preparadas para o futuro da indústria de processos: plataforma de controle de ponta a ponta, da zona 0 à nuvem dispositivo de ponta para aquisição completa de dados com NAMUR Open Architecture integração flexível da Ethernet-APL com o compacto ELX6233 TwinCAT MTP para modularização de plantas com o Module Type Package
Conheça nossas soluções de digitalização para a indústria de processos!
Confraternização da comunidade de automação pelo Brasil
ISA São Paulo Section
No último dia 05 de dezembro, a ISA São Paulo Section promoveu sua tradicional confraternização de fim de ano na Pizzaria Speranza, em Moema. O evento reuniu mem-
bros, patrocinadores e amigos para celebrar mais um ano de sucesso nas atividades, fortalecendo o espírito de união e parceria entre os presentes.
Durante a ocasião, também foi realizada a eleição da nova diretoria para o biênio 2026/2027. A chapa eleita é composta por Erik Maran (Presidente), Ana Cristina Rodrigues (Tesoureira), Carlos Paiola (Secretário) e Carlos Gury (Delegado).
A ISA São Paulo Section agradece mais um ano de parceria e segue comprometida com o fortalecimento de atuação da seção, impulsionando ainda mais a integração entre os profissionais do setor de automação industrial.
ISA Vale do Paraíba Section
A Isa seção Vale do Paraíba finalizou seu ano de sucesso com o tradicional Jantar comemorativo Honors & Awards, onde recebeu amigos, parceiros, empresários e políticos da região e entregou várias homenagens. O evento aconteceu na Sociedade Hípica de Guaratingueta(SP).
ISA Minas Gerais Section
ISA Rio de Janeiro Section
A ISA Rio de Janeiro Section promoveu um encontro (14/12/24) da diretoria da seção para avaliar as atividades realizadas durante 2024,celebrar um ano de bastante aprendizado, conquistas e também traçar os planos para 2025.
O objetivo é continuar oferecendo cursos e eventos de alta qualidade, com temas relevantes e a participação de empresas líderes no mercado.
Em 2025 a seção seguirá com o intuito de ampliar o conhecimento do público e de fortalecer as parcerias que tanto contribuíram para o sucesso deste ano.
Foi realizada (18/12) a 27ª edição do BNATA, encontro dos profissionais de Automação, e teve a participação da diretoria da ISA-MG e vários membros associados. A confraternização ocorreu em um bar em Belo Horizonte, com mais de 150 pessoas, na qual todos puderam reencontrar amigos e ex-colegas de trabalho.
A diretoria da ISA, seção Minas Gerais estava representada por: Danielle Cavalcanti (Simatec) , Paulo Coelho (Newon), Érico Rossi (Gerdau), Diego Viana (Nortel) e Lucas Fontoura Goulart (Cedro Textil) ( da esquerda para direita, na foto ao lado).
Lasers solares inspirados na natureza podem alimentar missões espaciais de forma sustentável
Cientistas internacionais, incluindo uma equipe da Universidade Heriot-Watt, anunciaram planos para desenvolver uma nova maneira revolucionária de coletar energia solar no espaço. A equipe trabalha em uma nova tecnologia que converte diretamente a luz solar em raios laser, facilitando a transmissão de energia por grandes distâncias, como entre satélites, de satélites para bases lunares ou mesmo de volta para a Terra. Sua abordagem é inspirada na maneira como bactérias e outras plantas e organismos convertem energia luminosa em energia química - um processo conhecido como fotossíntese. Reu-
“Se
tilizar estruturas fotossintéticas naturais da natureza é um componente-chave na nova tecnologia de laser.
Se bem-sucedida, a tecnologia inovadora poderá ajudar agências espaciais globais a impulsionar empreendimentos futuros, como bases lunares ou missões a Marte, além de abrir novos caminhos para transmissão de energia sem fio terrestre e soluções de energia sustentável globalmente.
nossa nova tecnologia puder ser construída e usada em estações espaciais, poderá ajudar a gerar energia localmente e até oferecer uma rota para enviar energia para satélites ou de volta para a Terra usando raios laser infravermelhos”
Professor Dr Erik Gauger, Instituto de Fotônica e Ciências Quânticas.
O projeto APACE é financiado conjuntamente pelo European Innovation Council e pela Innovate UK, parte da UK Research and Innovation. Ele reúne pesquisadores do Reino Unido, Itália, Alemanha e Polônia para criar o novo tipo de lasers movidos a energia solar que fornecerão energia confiável e eficiente para o crescente número de satélites e futuras missões espaciais.
O sistema reutilizará antenas de coleta de luz de certas bactérias fotossintéticas, que são altamente eficientes na absorção de luz solar ambiente e na canalização de sua energia para um local alvo desejado como parte de seu ciclo fotossintético.
A equipe pretende concretizar sua ideia primeiro em condições de laboratório, antes de testar e refinar sua adequação para implantação no ambiente espacial. A pesquisa começará extraindo e estudando a maquinaria natural de coleta de luz de tipos específicos de bactérias que evoluíram para sobreviver em condições de luz extremamente baixa. Essas bactérias têm estruturas de antena molecular especializadas que podem capturar e canalizar quase todos os fótons de luz que recebem – tornando-as os coletores solares mais eficientes da natureza.
Em paralelo, a equipe desenvolverá versões artificiais dessas estruturas e novos materiais de laser que podem funcionar com coletores de luz naturais e artificiais. Esses componentes serão então combinados em um novo tipo de material de laser e testados em sistemas cada vez maiores.
Diferentemente dos painéis solares semicondutores convencionais, que convertem luz solar em eletricidade, seu sistema
bioinspirado é construído em uma plataforma orgânica sustentável com potencial para replicação no espaço. Ele permitiria então a distribuição direta de energia sem depender de um intermediário elétrico.
O professor Erik Gauger explica: “A geração sustentável de energia no espaço, sem depender de componentes perecíveis enviados da Terra, representa um grande desafio. No entanto, os organismos vivos são especialistas em serem autossuficientes e aproveitar a automontagem. Nosso projeto não só se inspira na biologia, mas vai um passo além, pegando carona na funcionalidade que já existe na maquinaria fotossintética das bactérias para atingir um avanço na energia espacial. Já sabemos que é possível cultivar bactérias no espaço, por exemplo, por meio de estudos na Estação Espacial Internacional. Se nossa tecnologia puder ser construída e usada em estações espaciais, ela pode ajudar a gerar energia localmente; esta tecnologia tem o potencial de revolucionar a forma como alimentamos as operações espaciais, tornando a exploração mais sustentável e, ao mesmo tempo, avançando a tecnologia de energia limpa aqui na Terra. Todas as principais agências espaciais têm missões lunares ou a Marte em seus planos e esperamos ajudar a alimentá-las.”
A equipe de pesquisa espera ter seu primeiro protótipo pronto para testes dentro de três anos.
Celebração dos 10 anos da linha de montagem dos transmissores de pressão no Brasil e a marca de 100.000 unidades entregues em toda
a América do Sul
A Yokogawa está celebrando 10 anos da linha de montagem de transmissores de pressão EJA-E no Brasil, marcando a entrega de mais de 100.000 unidades em toda a América do Sul ao longo dessa década. Para essa ocasião especial, a empresa criou uma peça comemorativa banhada a ouro, simbolizando a relevância dessa linha de produção nacional para a indústria de processos da região.
Em 2014, a Yokogawa deu início à sua linha de montagem local na sede da empresa na América do Sul, em São Paulo, com o objetivo de ampliar a capacidade de atendimento ao mercado e oferecer prazos de entrega significativamente mais curtos.
Enquanto o mercado operava com prazos médios de 40 a 60 dias, a Yokogawa passou a garantir entregas em até cinco dias corridos, um grande diferencial na época. Em casos emergenciais, a empresa passou a ser capaz de realizar entregas em até 24 horas.
“Com a implantação da linha de fabricação e montagem no Brasil, nos tornamos ainda mais eficientes, atendendo aos clientes com alta qualidade, agilidade e uma enorme variedade de soluções e aplicações para transmissores de pressão e de pressão diferencial. Essa iniciativa consolidou a posição da Yokogawa como um dos principais fornecedores de instrumentação e automação no mercado sul-americano”
Luiz Henrique Pereira, Gerente Geral de Produtos da Yokogawa.
Transmissor de pressão
EJA-E banhado a ouro –Peça comemorativa
Seguindo rigorosamente os padrões de produção definidos pela matriz e alinhada à filosofia NYPS (New Yokogawa Productivity System), a Yokogawa se destaca no cenário global pela excelência no processo de montagem de seus equipamentos. A empresa mantém um compromisso contínuo com o aumento da produtividade, da lucratividade e da eficiência, buscando simultaneamente melhorar a qualidade, reduzir os prazos de entrega, otimizar estoques e minimizar custos em todas as suas operações. Os instrumentos da Yokogawa são produzidos em conformidade com os mais rigorosos protocolos e certificações internacionais, garantindo excelência, confiabilidade e alto desempenho em cada produto.
“Nosso sistema produtivo é uma “réplica” das linhas de produção da matriz da Yokogawa no Japão. Os métodos, ferramentas e treinamentos de nossos operadores são rigorosamente auditados pela matriz, garantindo total conformidade com os elevados padrões japoneses de segurança, qualidade e fabricação. Isso significa que entregamos aos nossos clientes exatamente o mesmo equipamento disponível no mercado japonês, com o benefício adicional da flexibilidade e da agilidade proporcionadas pela produção local. Além disso, a cultura de melhoria contínua ‘Kaizen’, característica da Yokogawa, está presente em nossos produtos e processos produtivos”
Reconhecida globalmente pela inovação em automação industrial, a Yokogawa redefine o conceito de precisão e confiabilidade com seus transmissores de pressão da série EJA-E. Equipados com o revolucionário sensor digital DPharp, esses dispositivos oferecem desempenho duas vezes superior ao dos sensores analógicos tradicionais, garantindo medições consistentes mesmo em processos estáveis.
O diferencial do sensor DPharp está em sua tecnologia de silício ressonante, que combina alta sensibilidade e estabilidade, permitindo monitoramento constante e confiável. Além disso, os transmissores possuem inteligência integrada para detectar automaticamente falhas no sinal, proporcionando maior segurança operacional e minimizando riscos no processo. Essa tecnologia supera as limitações dos sensores analógicos, que embora ainda funcionais, empregam métodos de design já superados.
Eric
Hodama, Gerente de Produção da Yokogawa.
Com o DPharp, os usuários contam com um equipamento que entrega resultados consistentes e confiáveis, essenciais para aplicações industriais que demandam precisão e alta performance. Outro aspecto que coloca a Yokogawa em evidência é a certificação de segurança SIL 2 para todos os seus transmissores de pressão, um reconhecimento obtido sem a necessidade de opcionais adicionais. Isso reforça o compromisso da empresa em oferecer soluções práticas e seguras, atendendo às rigorosas demandas da indústria. Combinando tradição e inovação, a Yokogawa continua a estabelecer novos padrões de excelência no setor, oferecendo produtos que atendem não apenas às necessidades atuais, mas que também estão prontos para os desafios do futuro da automação industrial.
está na base de cálculo dos Royalties
Os Royalties são uma remuneração à sociedade pela exploração do petróleo e do gás, recursos não renováveis; a Participação Especial (PE) é uma compensação financeira extraordinária devida pelos concessionários de exploração e produção de petróleo ou gás natural para campos de grande volume de produção e, diferentemente dos royalties, que são pagos mensalmente por todos os campos produtores, a participação especial é paga trimestralmente pelas empresas apenas para campos com grande volume de produção e/ou grande rentabilidade.
As estimativas de quanto a União vai arrecadar de Royalties são calculadas pela ANP a partir da estimativa dos volumes de produção, da alíquota definida no contrato de concessão e no valor do hidrocarboneto que é publicado mensalmente para cada campo e que depende de uma série de parâmetros. Em função das incertezas das variáveis utilizadas para os cálculos, não há garantia de efetivação das estimativas ao longo do período simulado – segundo a própria ANP.
Os volumes de produção são medidos e declarados pelas petroleiras; essa medição é garantida por normas e boas práticas. Existem diversas resoluções do INMETRO e da própria ANP que definem os requisitos e procedimento. Por exemplo, a Portaria INMETRO n° 291 de 2021 define o Regulamento Técnico Metrológico para a medição dinâmica de petróleo. Temos também o Regulamento Técnico de Medição de Óleo e Gás Natural publicado pela Portaria Conjunta da ANP e INMETRO n° 001 de 2013 que é a legislação mais importante para regulamentar as atividades relacionadas as medições. Esse documento inclusive está em fase de revisão/atualização com o objetivo de “aprimorar o equilíbrio do custo regulatório, imposto às empresas pelos requisitos de medição, reduzindo ou eliminando determinações, sem que isso gere um risco metrológico,” explica a ANPAgência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
O Regulamento Técnico de Medição, elaborado pela ANP em conjunto com o IN-
Estimativas Brasil: clique para acessar o conteúdo completo
Royalties
Participação Especial
METRO, traz requisitos aplicáveis aos sistemas de medição de instalações de produção e transporte de petróleo e gás natural: esses sistemas de medição têm impacto direto na arrecadação governamental, na gestão dos reservatórios, no controle operacional de equipamentos e nos contratos de transporte de gás natural.
Uma das principais alterações esperadas para essa nova versão é a criação de categorias de vazão de acordo com as características de produção do campo: sistemas de medição de baixa vazão têm características diferentes dos de alta vazão. A revisão irá determinar requisitos mais flexíveis para sistemas de medição de baixa vazão reduzindo os custos regulatórios desses campos e aumentando sua atratividade para investimentos; para sistemas de medição de alta vazão, foram adicionados requisitos para garantir uma maior qualidade de medição e diminuindo a ocorrência de falhas ou indisponibilidade destes sistemas.
Mas por que isso é tão importante? Porque o setor de petróleo e gás se baseia nas medições dos grandes volumes de fluidos produzidos e transferidos, produtos estratégicos para a geração de energia, produção de derivados e sistemas de transporte. Uma das características da produção é a inconstância das condições dos poços ao longo de sua vida útil e o simples aumento dos volumes da água e variações da pressão afetam as características físico-químicas do fluido e do escoamento, com impacto direto nas medições.
O RTM aprovado pela Portaria Conjunta ANP/INMETRO n° 001 é apenas um dos regulamentos e normas aplicáveis aí – porque são muitas as particularidades desse mercado na exploração, produção e transporte. Esse RTM busca manter as medições confiáveis e sua implementação, mais que compulsória e assim definidora de valores importantes para a sociedade, deve ser de interesse dos players porque influencia na escolha das tecnologias dos medidores – que carregam
O erro é a diferença entre o valor medido de uma grandeza e um valor de referência (considerado o verdadeiro) e a incerteza é o parâmetro que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a um mensurando, com base nas informações utilizadas (INMETRO, 2012 e 2016).
diferentes erros e incertezas nos resultados. E incerteza de medição significa dúvida sobre a validade do resultado de uma medição e reflete a falta de conhecimento exato do valor do mensurando. Inúmeros fatores podem contribuir para essa dúvida e um deles é o método de medição: um sistema com placa de orifício parte de uma certa incerteza maior que a de um medidor linear; um ruido sônico afeta mais um medidor ultrassônico que uma turbina; a velocidade do escoamento afeta menos um medidor de deslocamento positivo ou Coriolis que outras tecnologias. E quanto maior a incerteza maior o risco de erro no volume envolvido na medição e nos custos. Volumes e valores envolvidos no setor de petróleo e gás são gigantes; a importância de escolher bem as tecnologias aumenta. Os medidores de vazão usados pelo setor são testados em relação a padrões internacionais e/ou nacionais para determinar sua precisão e quão bem mantêm essa precisão sob diferentes condições. Testado, o instrumento re -
cebe um Certificado de Aprovação de Padrão Metrológico (MPA/PAC) que certifica que o instrumento atende aos padrões de segurança, testes técnicos e de medição, margem de erro e desempenho de características metrológicas e técnicas. E as agências reguladoras podem suspender um certificado por vários motivos, como violação de condições operacionais específicas, identificação de defeitos
ou erros de projeto ou desempenho, dúvidas em relação à precisão, exatidão ou confiabilidade e não conformidade com leis e regulamentos.
Os fabricantes de medidores são responsáveis por assegurar o desempenho adequado dos equipamentos sob uso contínuo, conforme as especificações técnicas e os limites de erro máximo admissível.
TIPOS DE MEDIDORES
Tipo Deslocamento Positivo
Alta precisão. Os medidores de deslocamento positivo são muito precisos e confiáveis mesmo para taxas de fluxo muito baixas
Variedade de aplicações. Eles são adequados para uma ampla gama de fluidos incluindo aqueles com alta viscosidade
Manutenção mais fácil. As partes podem ser substituídas individualmente, tornando a manutenção mais simples e menos dispendiosa
O uso de novos materiais resistentes à corrosão e ao desgaste pode melhorar o desempenho e a vida útil
Demanda crescente nas indústrias de petróleo e gás: demanda por medições mais precisas e confiáveis nas indústrias de petróleo e gás pode fornecer
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS AMEAÇAS OPORTUNIDADES
oportunidades para medidores de deslocamento positivo
Sensível à qualidade do fluido. Pode ser afetado por sujeira ou partículas no fluido
Faixa de vazão menor: não é adequado para medir vazões muito altas
Possibilidade de desgaste: peças móveis podem se desgastar, o que afeta a precisão e a vida útil
Inovação tecnológica: novos tipos de medidores de vazão, como ultrassônicos, podem substituir medidores de deslocamento positivo em algumas aplicações
Regulamentações ambientais: restrições ambientais mais rigorosas podem limitar o uso de medidores de deslocamento positivo
Tipo Ultrassônico
Não intrusivo. Como não há partes móveis ou obstruções no tubo, eles não causam perda de pressão
Sem manutenção frequente. Devido à falta de partes móveis, eles são mais duráveis e exigem menos manutenção
Medição precisa em grande variedade de líquidos e gases
Capacidade de medir vazões
muito baixas e muito altas
A adoção de tecnologia digital e IoT
Integração de medidores de vazão
ultrassônicos com tecnologias de IoT
pode abrir novos mercados
O uso de medidores de vazão ultrassônicos pode ajudar a aumentar a eficiência energética em vários setores
Tipo Turbina
Tecnologia madura e estabelecida
Alto nível de precisão
Alta repetibilidade
Disponível para medição em uma ampla faixa de temperatura (de -220 a 600ºC)
Funcional em pressões mais altas
É aplicável em muitos segmentos da indústria além de petróleo e gás
Geralmente permite calibração direta contra testadores compactos para aplicação como um padrão de transferência
Outros medidores mecânicos geralmente têm maior queda de pressão
Demanda por eficiência energética
Pode ser afetado por sólidos ou bolhas de gás no fluido
Alto custo inicial em comparação com outros tipos de medidores de vazão
A instalação pode ser complexa e requer treinamento e experiência para configurar corretamente
Pode ter dificuldade para medir alta viscosidade e fluidos com alta concentração de sólidos
Concorrência com outros tipos de medidores, como os de deslocamento positivo, pode ameaçar a participação de mercado
Variações nos preços de componentes eletrônicos podem afetar o custo de fabricação dos medidores
Alta disponibilidade de recursos de diagnóstico em medidores eletrônicos
Algumas tecnologias de medidores dispensam o uso de seções retas
Existem medidores que são menos suscetíveis a distúrbios de viscosidade
É um medidor mecânico e as ferramentas de diagnóstico são restritas
Possui peças móveis que são suscetíveis a falhas
Requer espaço para instalação de seções retas a montante e a jusante
Precisa ser recalibrado se a viscosidade mudar
Pode ser afetado pela vibração do sistema de medição
As versões de medição são diferentes entre si
Tipo Coriolis
Medição simultânea de vazão mássica e densidade
Mede diretamente a vazão mássica
Pode ser usado em fluidos com resíduos sólidos
Menor sensibilidade às propriedades do fluido em comparação com outras tecnologias
Menor espaço de medição
Pode ser usado com um bypass em caso de medição de densidade
Capacidades de diagnóstico
Aplicação em muitas indústrias pelo amplo escopo de operação
Alta precisão devido à sua sensibilidade
Recuperação de dados para manutenção
Diversas interfaces e podem responder a diferentes usos
Porque mede a densidade por frequência, alongamentos com alta vibração podem atrapalhar a medição
Mais caro em comparação com outras tecnologias
Pode ser influenciado por fluxos com baixo número de Reynolds
Não mede o volume diretamente, o que em algumas aplicações pode ser uma desvantagem
Existem medidores que têm menor sensibilidade a vibrações na linha de medição
Podem ser trocados por um medidor que não sofra grandes variações em vazões menores
Os medidores podem ser calibrados em volume, mas não ter sua densidade calibrada
Pode gerar uma vazão mássica errada para ajustar erro de densidade
CLIQUE
AQUI PARA BAIXAR A TABELA COMPLETA DOS TIPOS DE MEDIDORES
Os quadros foram montados utilizando a análise SWOT, que permite identificar mais facilmente pontos fortes e fracos de cada tecnologia ajudando na escolha do medidor que melhor se encaixa no uso pretendido. Medidores de vazão tipo turbina, ultrassônico, Coriolis e deslocamento positivo são recomendados pelo RTM desenvolvido em conjunto pela
ANP e pelo Inmetro. Os quadros mostram que toda tecnologia tem sua própria limitação. Vale lembrar que para escolher o medidor também se deve ter em mente o espaço disponível para instalação, o investimento disponível, a temperatura, a instalação adequada, a calibração regular, a adequação aos regulamentos e padrões e um bom parceiro/fornecedor.
Vale ler e estudar mais profundamente o assunto: (clique para acessar)
Fiscal liquid and gaseous hydrocarbons flow and volume measurement: Improved reliability and performance paradigms by harnessing for fourth industrial revolution
Medição da Qualidade do Gás Natural: Reduzindo Erros e Incertezas
Medição Fiscal e de Transferência de Custódia: Redução das Incertezas e do Risco do Negócio
Liquid hydrocarbon flow meters calibration with high flow and viscosity: Conceptual design of a new facility
Fiscal Measurement and Oil and Gas Production Market: Increasing Reliability Using Blockchain Technology
Medição de vazão com computadores de vazão: conceitos básicos. Algoritmos e aplicações na área de óleo e gás
Fiscal measurement and the effects of atmospheric pressure variation: Small deviations and large risks
E para um apanhado sobre a evolução da tecnologia de medidores:
Mapping advancements in oil flow measurement technologies by means of a technology roadmap from 1999 to 2022: A Brazilian case study
A Portaria 156 foi revisada algumas vezes pelo Inmetro para realizar correções no texto (Portaria Inmetro n°236/2022) e ajustes nas disposições transitórias sobre regras e prazos de adequação (Portaria Inmetro n°308/2024).
A Portaria Inmetro n°156/2022 trata do estabelecimento do Controle Metrológico Legal para medidores de vazão lineares de gás natural e suas variações, isso é, biometano e GLP em fase gasosa. Os medidores lineares são usualmente utilizados em aplicações de transferência de custódia de volumes maiores de gás especificado em gasodutos de transporte e de distribuição. São exemplos de medidores lineares os do tipo turbina, ultrassônico ou de deslocamento positivo. A Portaria não afeta a medição de petróleo.
A ANP explica que se trata de regramento com o objetivo de garantir a qualidade da medição do volume de gás natural para aplicações fiscais, de apropriação da produção e de transferência de custódia. Nesse contexto, o termo “qualidade” se refere aos erros máximos admissíveis para os medidores que utilizam essas tecnologias abarcadas pelo Controle Metrológico Legal do Inmetro. Não há qualquer previsão nessa norma sobre a qualidade do produto.
Por hora, a grande maioria das aplicações das tecnologias de medição regulamentadas
pelo Inmetro são os pontos de acesso e saída de gasodutos de transporte. No futuro, tais medidores serão aplicados também na produção, mas já adequados.
A Agência reguladora destaca que é de interesse dos fabricantes de medidores adequarem seus produtos para a nova legislação. Uma vez adequado o modelo, os usuários deverão realizar uma homologação junto ao Inmetro nos seus medidores instalados em campo para que possam continuar utilizando o equipamento, denominada verificação inicial ou subsequente. Medidores não adequados para a aplicação deverão ser substituídos por modelos homologados. Essa substituição será acompanhada pela ANP, no âmbito das suas atribuições definidas na Resolução Conjunta ANP/Inmetro n°1/2013.
Os impactos dessa legislação decorrem do aumento da precisão e da confiabilidade das medições fiscais, de apropriação e de transferência de custódia, uma vez que os modelos de medidores utilizados nessas aplicações estratégicas para o país serão homologados pela Diretoria de Metrologia Legal do Inmetro, trazendo mais confiança para a apuração de participações governamentais decorrentes dos contratos de E&P e da segurança para as partes na compra e venda do gás natural no país.
Iris Trindade Chacon, Chefe da Divisão de Gestão
Técnica (Dgtec) Diretoria de Metrologia Legal (Dimel) Divisão de Gestão Técnica (Dgtec) Setor de Medição de Fluidos (Seflu) do Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.
“A Portaria Inmetro 156/2022 aprova a regulamentação aplicável aos medidores de vazão de gás. A proposta de simplificação regulatória teve como objetivo viabilizar a implantação do ato regulamentar. Esse processo ocorreu em dois momentos: com as Portarias Inmetro nº 236/2022 e nº 308/2024, trazendo adequações ao texto original. Além de melhor especificação em partes do texto, foi proposta simplificação, a exemplo das exigências para ensaio de desgaste acelerado, que passa a ser executado em um número menor de medidores. O ponto impactante foi a adequação da redação para deixar clara a obrigatoriedade de execução de verificações para os medidores de gás que não possuíam aprovação com base em regulamentos anteriores. Em adição, foi destacada a pronta necessidade de atendimento às diretrizes estabelecidas pelo Inmetro para os medidores cobertos pela Resolução Conjunta ANP/Inmetro nº 1/2013”
Quais os tipos de medição de vazão para petróleo e gás
Rubens Silva Telles, Pesquisador III do setor de Desenvolvimento de Negócios da TRM do Laboratório de Vazão do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas conta que o Regulamento Técnico de Medição (RTM) aprovado pela Portaria Conjunta ANP/ INMETRO n° 001/2013 de 10 de Junho de 2013, estabelece as condições e os requisitos técnicos, construtivos e metrológicos mínimos que os sistemas de medição de petróleo e gás natural deverão observar, com vistas a garantir a credibilidade dos resultados de medição.
Várias são as tecnologias utilizadas para a medição de petróleo e gás natural, porém estes medidores têm que ser compatíveis com os requisitos do RTM e atendam aos requisitos técnicos e metrológicos exi-
gidos pelo Inmetro, tal como aprovação de modelo do medidor. E o RTM define quatro tipos de medição para hidrocarbonetos líquidos e gasosos: medição fiscal, medição de apropriação, medição operacional e de medição de transferência de custódia.
A medição fiscal é a medição do volume de produção fiscalizada efetuada nos pontos de medição da produção definidos por lei. Refere-se ao total produzido e exportado por um campo ou uma plataforma de produção dentro de características determinadas. A medição de apropriação é a utilizada para determinar os volumes de produção a serem apropriados a cada poço. A medição operacional é medição de fluidos para controle de processo, tanto de produção quanto de movimentação e estocagem de petróleo e gás natural, que não se enquadrem como medição fiscal, de apropriação ou transferência de custódia.
A medição de transferência de custódia é a medição do volume de petróleo ou gás natural, movimentado com transferência de custódia, nos pontos de entrega e recebimento. Por exemplo a venda do gás natural de uma transportadora a uma distribuidora é feita por uma medição de transferência de custódia.
A medição fiscal de petróleo e gás natural é importante e representa a quantidade do produto o mais limpo possível e sem impurezas adicionais a ser enviado às refinarias e
estações de tratamento de gás natural e que será tributado por meio de royalties. Assim, os sistemas de medição fiscais devem utilizar tecnologias de medidores e de instrumentação acessória que ofereçam menor incerteza de medição de vazão. No RTM, o sistema de medição fiscal de petróleo tem que operar dentro de uma classe de exatidão 0,3 e, na prática, operar com uma incerteza máxima de medição de petróleo de 0,3% e um sistema de medição de gás natural necessita operar com uma incerteza máxima de 1,5% para o gás natural.
A medição por apropriação, usada principalmente para se determinar o volume produzido por um poço e assim fazer a divisão da parte dos royalties que são de direito de munícipios, estados, união e proprietários da terra onde se localizam cada poço. A medição de apropriação para petróleo por um sistema de medição tem por classe de exatidão 1,0 e, na prática, espera-se uma incerteza máxima de 1,0% na medição do petróleo para apropriação.
A medição operacional é utilizada no processo de extração e limpeza do petróleo e gás natural é muito utilizada para controle e conferência nos processos. Para este tipo de medição, o RTM não estabelece limites definidos. A medição de transferência de custódia, pela sua importância financeira, deve ter os mesmos limites de incerteza que os previstos para a medição fiscal.
O RTM está passando por um processo de revisão e a minuta básica apresenta diferentes limites de incerteza (tabela):
Tabela 5: Incertezas máximas admissíveis dos sistemas de medição
Sistema de medição Incerteza máxima admitida
Medição fiscal e de transferência de custódia de petróleo com viscosidade dinâmica de até 1000 mPa.s
Medição fiscal e de transferência de custódia de petróleo com viscosidade dinâmica acima de 1000 mPa.s
Medição de apropriação de petróleo
Medição fiscal e de transferência de custódia de gás natural - medidor linear
Medição de apropriação de gás natural - medidor linear
Medição fiscal e de transferência de custódia de gás natural - medidor por diferença de pressão
Medição de apropriação de gás natural - medidor por diferença de pressão
Medidor de gás natural ventilado ou queimado em tocha
Medidor operacional de petróleo
Medidor operacional de gás natural
Volume total de produção de petróleo
Volume total de produção de gás
(1) - Incerteza expandida do volume líquido medido pelo sistema de medição na condição padrão de medição, com probabilidade de abrangência de aproximadamente 95% considerando o disposto no item 9.9.1
Quanto às tecnologias utilizadas no RTM atual estão os medidores rotativos, tipo turbina, mássico Coriolis, os ultrassônicos e os por pressão diferencial (placa de orifício).
Para gás natural são muito utilizados os sistemas de medição por placa de orifício, embora na revisão do RTM se esteja abrindo oportunidade o uso de medidores lineares na expectativa de se baixar a incerteza para medição fiscal de 1,5% para 1% e abrindo um mercado para o uso de medidores ultrassônicos, por exemplo, para aplicação em exploração e produção de gás natural, uma vez que este tipo de medidor já é utilizado em transferência de custódia em transporte de gás natural.
As tecnologias de medição de vazão para as medições fiscal, de apropriação, operacional e de transferência de custódia podem ser utilizadas em plantas de refino, plataformas, dutos e em transferência de custódia. Devido ao RTM ANP/INMETRO, em áreas de produção e exploração de petróleo e gás natural onshore e offshore como as plataformas de petróleo, os conceitos são seguidos e a construção e operação dos sistemas de medição já estão bem consolidados.
Em situações de transferência de custódia entre transportadoras e distribuidoras de petróleo e gás natural, assim como no recebimento dos hidrocarbonetos pelas refinarias, os sistemas de medição já obedecem aos requisitos desse regulamento. Para medição
em dutos em geral, existe o desafio da regulação dos sistemas de medição em situações mais recentes como a injeção de biometano (não regulado) em dutos de gás natural (regulados) ou mesmo a possível injeção de hidrogênio em dutos de gás natural.
Mas não existe apenas o RTM. Em medição de petróleo e gás natural são utilizadas as normas e documentos técnicos da ISO, API MPMS e AGA. Também normas europeias com a BSI. Estes documentos são citados no RTM ANP/INMETRO tanto na versão atual como na versão em revisão. Boas práticas são utilizadas nos sistemas de medição de gás natural, tais como a cuidadosa calibração dos medidores que atendam corretamente as faixas de operação destes sistemas, assim como a periodicidade de calibração dos medidores e instrumentação acessória também definidas no RTM.
Referência bibliográfica:
Regulamento técnico de medição de petróleo e gás natural a que se refere à resolução conjunta ANP/INMETRO Nº 01, de 10 de junho de 2013 – Pode ser obtida no site da ANP ou INMETRO.
Minuta-resolução-CP-1-2022, pode ser obtida no site da ANP ou INMETRO
Análise dos impactos do RTM 156/2022
A Portaria no 156, de 30 de marco de 2022 emitida pelo Inmetro, é o Regulamento Tecnico Metrológico para instrumentos de medição de vazão de gás natural, biometano e gás liquefeito de petróleo (GLP) quando em sua fase gasosa para fins de medição fiscal, transferência de custódia, distribuição e comercialização. Neste regulamento estão definidos os requisitos técnicos, de segurança da informação e compatibilidade eletromagnética que os medidores de vazão de gás devem atender para obter sua aprovação de modelo.
Este processo da Portaria 156/2022 guarda uma similaridade ao ocorrido na medição de petróleo no âmbito da PORTARIA CONJUNTA ANP/INMETRO Nº 1, DE 19 DE JUNHO DE 2000, quando este regulamento entrou em vigor, não existia um RTM emitido pelo Inmetro para aprovar modelos de medidores de vazão de petróleo, o que foi resolvido com a publicação Portaria INMETRO Nº 64 DE 11/04/2003.
Anteriormente a entrada em vigor do RTM 156/2022, apenas os medidores de vazão de gás tipo turbina e rotativos podiam ter modelo aprovado pelo Inmetro, pois existiam regulamentos específicos para este fim, fato que gerava uma distorção no mercado, pois nenhum outro tipo de medidor de vazão de gás podia ter modelo aprovado, como por exemplo mássicos e ultrassônicos. É importante mencionar que o RTM 156/2022 não se aplica para medições de gás com elementos tipo deprimogêneos nem para queima de gás de flare.
No RTM 156/2022, nas disposições transitórias se define:
Art. 4o Os medidores que não foram objeto de aprovação de modelo com base nas Portarias Inmetro no 31, de 24 de marco de 1997 e no 114, de 16 de outubro de 1997 poderão ser submetidos a verificação inicial e subsequente conforme a regulamentação ora aprovada até 6 de maio de 2030.
Em julho de 2024, Portaria Inmetro nº 156, de 30 de marco de 2022 foi alterada pela Portaria Inmetro nº 308, de 18 de julho de 2024, tendo como principal impacto o os prazos de implementação:
No seu inciso II do Art 2 se define: “O prazo citado no caput não se aplica aos medidores utilizados para medição fiscal e transferência de custódia, no âmbito da Resolução Conjunta ANP/Inmetro nº 1/2013, ou outro ato superveniente, que devem ser aprovados pela presente regulamentação para o uso pretendido.”(NR)”.
Isto significa que o prazo de aplicação é imediato, onde nenhum medidor de vazão de gás pode ser utilizado no âmbito da Resolução Conjunta ANP/Inmetro nº 1 sem ter aprovação de modelo nem verificação inicial. Até o presente momento, não temos no mercado medidores de vazão com aprovação de modelo pelo Inmetro com base na
Portaria no 156, de 30 de marco de 2022.
O impacto mais claro da aplicação do RTM 156/2022 tem a ver com a revisão da Resolução Conjunta ANP/Inmetro n°1, que esteve em consulta pública em 2022, pois na versão colocada em consulta, a medição de gás por elementos deprimogêneos é vedada para certas aplicações, principalmente na medição de grandes vazões.
A adequação do setor do gás natural à nova realidade regulamentada é muito complicada, inicialmente, pela ausência de medidores de vazão de gás com aprovação de modelo pelo RTM 156/2022 com a exigência imediata de ter aprovação de modelo pelo RTM 308/2024.
Outra dificuldade é a falta de estrutura laboratorial para calibração dos medidores de vazão de gás em alta pressão, tais instalações são escassas no mundo e no Brasil, onde temos apenas um laboratório acreditado. Se a demanda por calibrações “obrigatórias” acontecer, ela não será atendida facilmente.
Todos os medidores de vazão de gás para utilizados para medição fiscal e transferência de custódia, no âmbito da Resolução Conjunta ANP/Inmetro nº 1/2013 são fabricadas no exterior, onde sua utilização obrigatória para certas aplicações restringe o fornecimento de sistemas de medição utilizando elementos deprimogêneos fabricados no Brasil, o que não é positivo para a indústria Nacional.
Esta preocupação já havia sido externada pela Abimaq durante o processo de consulta pública da resolução conjunta:
Este item da “nova versão” da Resolução Conjunta ANP/Inmetro nº 1 tem
alto impacto nos projetos novos e ainda nos que estão em desenvolvimento, é uma mudança drástica que tem implicações em todas as etapas dos projetos. É necessário avaliar os impactos pela utilização deste novo requisito, pois não passam unicamente por fatores económicos (CAPEX e OPEX).
A utilização de medidores de vazão como maior tecnologia embarcada sempre é desejável, pois possibilita além da própria medição da vazão, outras vantagens como: diagnósticos, informação do processo etc.. A utilização destas tecnologias deve acontecer pelo convencimento dos usuários sobre sua utilidade e ganhos no controle e segurança do processo, econômicos e até diminuição de riscos.
A escolha pela tecnologia de medição deveria ser feita pelos projetistas, integradores e usuários dos sistemas de medição, baseados nos requisitos técnicos e metrológicos. Se a tecnologia selecionada demonstra o atendimento aos critérios de exatidão e incerteza de medição, esta tecnologia poderia ser aceita e não vedada por decreto (a nova versão da resolução conjunta define critérios diferentes para as tecnologias de medição).
Isto posto, na nossa opinião, os regulamentos não devem ser alheios à realidade da indústria nacional, bem como devem estabelecer prazos de implementação compatíveis com o mercado, permitindo aos fabricantes nacionais o desenvolvimento de tecnologias para concorrência em igualdade de condições com os fabricantes internacionais, garantindo a previsibilidade e segurança jurídica no Brasil.
Octávio Francisco Paschoal Silva Ribeiro dos Santos, Nova Smar S/A.
Introdução
A disrupção causada pela COVID-19 afetou os mais variados mercados e toda sua cadeia de produção. As várias e contínuas tentativas de frear o avanço da epidemia com diversas, e muitas vezes desordenadas, ações de restrições impactou de maneira jamais vista a indústria de base, de bens e serviços. Na indústria de óleo & gás, os Estados Unidos, por exemplo, experimentaram uma queda de demanda de gasolina de 45% em abril de 2020, enquanto o consumo de combustível aeronáutico foi diretamente afetado pela queda de 80% dos voos também em abril 2020 em comparação a janeiro do mesmo ano [1].
No entanto, seja com o caótico cenário causado pelo coronavírus ou pelo momento de transição energética com energias renováveis ganhando espaço [2],
Uso de computador de vazão multitarefas em aplicação de carregamento portuário
–um estudo de caso
seria leviano apostar no enfraquecimento da indústria de óleo e gás, uma vez que os produtos extraídos neste setor se configuram como base de muitos outros. E com tanto valor agregado, todo tipo de perda de exatidão nas medições de óleo e gás pode ser traduzida em prejuízos financeiros extremamente altos a médio e longo prazos. Este prejuízo se torna ainda mais grave se esta perda ocorre na transferência de produto entre partes, o que é chamado de transferência de custódia.
Transferência de custódia é a transferência legal e/ou comercial de fluidos hidrocarbonetos [3]. Esta definição mostra um caráter importante, pois a transferência de custódia indica uma parte que efetua a venda e outra a compra, e se objetiva não haver prejuízos oriundos de incertezas de medição para nenhuma das partes.
Por isso, aplicações de transferência de custódia requerem mais que um medidor de vazão preciso, mas há uma série de componentes críticos que compõem um sistema de medição completo, como: múltiplas linhas de medição em paralelo, transmissores de pressão e temperatura para compensação, computadores de vazão estandardizados, medição de qualidade (cromatografia de gases ou amostragens de BS&W para óleo), calibrações locais com uso de provadores ou master meters e sistemas automatizados [4].
Assim, visto que as medições de óleo e gás estão cada vez mais atualizadas com elementos de medição, computação e registros automáticos, e que a automatização de processos prevê não apenas a garantia da medição, mas todo um conjunto de tarefas com intervenção humana mínima e manutenção de padrões, este artigo propõe mostrar um estudo de caso do uso de um sistema de medição fiscal com computador de vazão multitarefas em uma aplicação de transferência de custódia no Oriente Médio.
A aplicação
O projeto que é objeto deste estudo de caso fez parte da 12ª fase de exploração do campo de South Pars. O campo de gás de South Pars é um dos maiores reservatórios independentes de gás do mundo, localizado no Golfo Pérsico na fronteira territorial entre Iran e Qatar [5]. A décima segunda fase do projeto de exploração, definida em 2005, previu produções diárias de 78 milhões de metros cúbicos de gás, 110 mil barris de condensados pesados e 750 toneladas de enxofre granulado, contando com instalações onshore e offshore, além de utilidades e salas de controle e supervisão.
Dentre dessas instalações onshore, estavam incluídos dois skids de medição para transferência de custódia, compostos cada um por três linhas de medição de óleo, um provador bidirecional tipo U, um computador de vazão para medição de vazão compensada e um controlador habilitado para realizar as manobras de atuação e reversão do provador. Das três linhas de cada skid, sempre se deve ter duas delas prontas para o uso, sendo a terceira de backup. Além disso, o skid deve ser manobrável através de válvulas motorizadas para permitir que cada linha possa ser ligada ao provador, uma por vez, sem que seja afetada a medição nas outras linhas.
As linhas de medição de vazão de óleo foram compostas basicamente por um medidor de vazão tipo turbina com pulso duplo, um transmissor de pressão e um transmissor de temperatura, além de outros equipamentos pertencentes à estrutura, como filtros, válvulas e dispositivos de acoplamento. A figura 1 mostra uma imagem de parte de um dos skids de medição.
Como requisitos do sistema, foi designado que o sistema tivesse redundância de controlador / computador de vazão, fonte e rede de comunicação, suporte a provador para correção de meter factor, entradas e saídas discretas para manobras de válvulas direcionais e válvula multivias do provador, suporte à aplicação de batelada para transferência de custódia e computador de vazão aprovado para medição fiscal pela NMi. Além disso, para a sala de controle foram requisitadas duas estações de operação com software SCADA em comunicação Modbus TCP e uma estação de engenharia e relatórios.
Assim, a arquitetura desenvolvida para atender a aplicação utilizou-se de dois computadores de vazão modelo HFC302, em configuração redundante, com cartões adicionais para pulsos, entradas analógicas e sinais discretos. O desenho da solução pode ser visto na figura 2.
Figura 2 – Arquitetura do sistema de medição
Autor: PASCHOAL, Octávio
(Nova Smar S/A)
O HFC302 se mostrou uma solução bastante atrativa por conseguir reunir em um único hardware todos os requisitos necessários ao atendimento da aplicação. Por ser um controlador parte da linha DFI302, as questões de redundância são atendidas de maneira padrão, com hot swap em caso de falhas de CPU, fonte ou placa de rede primários, com sincronização automática entre as CPUs.
Além disso, a linha DFI302 é modular, de forma que permite a adição de cartões de entradas e saídas diversas, sejam sinais 4~20
O uso de blocos funcionais na configuração do HFC302
Em uma definição, os Blocos Funcionais representam as funções de automação básicas, que são executadas por aplicações do bloco funcional. Cada bloco funcional processa parâmetros de entrada, de acordo com um algoritmo específico e um conjunto interno de parâmetros de controle. Eles produzem parâmetros de saída, que estão disponíveis para uso dentro da mesma aplicação de bloco funcional, ou em outras aplicações de bloco funcional [7].
Isto significa que várias funções de automação estão prontas para serem usadas sem
mA, Foundation Fieldbus®, pulsos simples ou duplos e incluindo os discretos para integração via lógica Ladder. Outra característica do HFC302 é a capacidade de medição fiscal de até quatro linhas de vazão, o que torna o custo por medição mais atrativo. As medições compartilham os mesmos cartões de aquisição de dados e a mesma CPU se encarrega dos cálculos de vazão compensados com exatidão fiscal, bem como toda tratativa de sinais adicionais.
Para os sinais de pulsos e provador, o HFC302 conta com um módulo de entrada com nível A de fidelidade e segurança, com diagnósticos tipo pulsos coincidentes, pulsos defasados e pulso faltante, por exemplo. Além disso, este cartão tem suporte direto à provadores com sinais automáticos de início de corridas e detectores.
Finalizando a arquitetura, na parte de software foram fornecidos o software de engenharia, para configuração e manutenção das estratégias de medição e controle discreto, servidor de comunicação OPC para acesso aos controladores DFI302 e, por fim, o software de gestão de relatórios, que em conformidade com as normas API 21.1 e API 21.2 é capaz de estabelecer a rastreabilidade do sistema pela compilação e retenção de informações suficientes para verificar quantidades de transferência de custódia [6].
a necessidade de se criar algoritmos especializados, apenas lançando-se mão destes blocos funcionais, e interligando estratégias com uso de entradas e saídas, ou mesmo apenas parametrização de blocos específicos.
A linha de controladores DFI302 dispões de uma longa biblioteca de blocos funcionais, que vão desde funções básicas de controle, como bloco PID (controlador proporcional, integral e derivativo) até funções avançadas para medição fiscal, como LKD (base de conhecimento para líquidos), PIP (entrada de pulso e provador) e SBC (controle de batelada e amostrador). Outro bloco funcional disponível no HFC302 é o FFB-1131 (flexible
function block), que agrega controle lógico ao computador de vazão através de lógica Ladder.
Para este projeto, destaca-se o uso dos seguintes blocos funcionais, bem como suas características [8]:
- Base de Conhecimento para Líquido (LKD): Este bloco, específico para medição de líquido, possui parâmetros para configuração das condições base, informações sobre os medidores, prover e produtos. Todas as características do líquido em medição são parametrizadas neste bloco, de forma que se permita saber qual o tipo de líquido está sendo medido.
- Transação de Líquido: Cálculo das vazões bruta, bruta corrigida e líquida e as correspondentes totalizações e médias ponderadas para transação contínua ou batelada com geração de relatórios para períodos: batelada, hora, dia e mês. Faz todo o processamento referente à avaliação das condições usuais. Em resumo, este bloco é o responsável pela aplicação das normas AGA, API e ISO nas medições de vazão compensada. O diagrama da figura 3 abaixo mostra a estrutura do bloco, com ênfase nas conexões de entrada (vazão, temperatura, pressão e densidade)
- Entrada de Pulso e Provador (PIP): Bloco transdutor do módulo DF77 que possui 5 grupos de entradas de pulso com fidelidade de transmissão nível A e capacidade de provador.
- Controle de Batelada e Amostrador (SBC): Bloco utilizado para programação de batelada de gás e líquido, que pode ser do tipo: quantidade (volume, massa, energia), intervalo de tempo (programação do início e fim da batelada) ou detecção de interface entre produtos líquidos de diferentes densidades. Uma aplicação típica que usa este bloco é a medição de produto de mesmo tipo, na qual a batelada é programada por volume bruto na condição base. Ao se atingir o valor de volume da transferência, um arranjo de válvulas On/Off bloqueia a linha, cessando o fluxo.
3 – Esquemático do bloco LT (Transação de Líquidos)
Autor: Nova Smar S/A
- Bloco de Função Flexível (FFB-1131): bloco que tem o propósito de prover a conexão entre a lógica Ladder (tipicamente utilizada em estratégias de controle discreto) e as estratégias de controle contínuo, configuradas através da linguagem de blocos funcionais. Este bloco foi utilizado neste projeto com parte fundamental no quesito de manobras das linhas de vazão, bem como atuação / reversão do provador. A figura 4 a seguir mostra a lógica discreta usada neste fim.
Figura 4 – Configuração do bloco FFB para atuação e reversão do provador
Autor: KAI, Chang Shen (Nova Smar S/A)
Conclusões
As aplicações de medição de vazão são muito variadas e envolvem diversos requisitos de precisão. Mesmo no setor de óleo & gás, por exemplo, existem medições que requerem menos precisão (medições operacionais) e aquelas que exigem alto grau de certeza, incluindo variações que o fluido pode sofrer no próprio processo. As transferências de custódias, executadas em pontos de carregamento e descarregamento, por exemplo, são um exemplo desta medição mais acurada, pois envolve uma questão financeira bastante importante para as partes envolvidas no processo.
A especificação de equipamentos que atendam as normas e sejam adequados a esta medição se faz básica para o sucesso de um projeto com tamanho rigor. Neste quesito, não basta apenas um sistema que cumpra estes requisitos nas camadas de campo e controle, mas que tenha também caracterís -
ticas importantes na disponibilidade, rastreabilidade e interoperabilidade para compor um pilar que atenda em sua totalidade aos requisitos de um cliente.
Neste cenário, a solução com o computador de vazão HFC302 se mostrou robusta e expansiva, de forma a concentrar em apenas um hardware as tarefas de medição fiscal das linhas de vazão, transferência de custódia via batelada, controle lógico, disponibilidade via redundâncias e conectividade com sala de controle. Além disso, o uso de blocos funcionais permitiu uma configuração de estratégias simples, limpa e estruturada.
Por fim, vale ressaltar que esta aplicação está em uso desde o ano de 2013, e mesmo com os adventos tecnológicos que trazem à tona a indústria 4.0, a solução de hardware e software apresentada neste artigo encontra-se totalmente em consonância com os novos requisitos, devido sua arquitetura aberta.
Referências:
1 DICKSON, Duane – Deloitte Midyear Outlook, 2020 oil and gas industry outlook
2 DICKSON, Duane – Deloitte 2020 oil, gas and chemistry industry outlook
3 Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – Resolução Conjunta ANP/Inmetro nº 1 de 10 de junho de 2013
4 DUPUIS, Emerie – Oil and Gas Custody Transfer, Petroleum Africa Magazine, May 2014, p. 24 – 29
5 Pars Oil & Gas Company – Informações sobre o campo de South Pars, retirado de https://www.pogc.ir/Default.aspx?tabid=136
6 Nova Smar S/A – Catálogo do AuditFlow, Junho de 2013
7 Nova Smar S/A – Manual de Blocos Funcionais, Julho de 2007
8 Nova Smar S/A – Manual do AuditFlow, versão 7.4, Agosto de 2019
Introdução
Inovação aberta: do poço ao topside
A integridade de ativos e a segurança operacional sempre foram pontos prioritários na inventiva da ouronova, que desde os seus primórdios vem investindo em PD&I para gerar soluções que atendessem as necessidades de uma indústria de alta complexidade, a de óleo e gás.
Os desafios contínuos, principalmente nas atividades chaves, como a exploração e produção de hidrocarbonetos em ambientes severos, como o offshore em águas ultraprofundas, nos levaram a adotar uma estratégia que acelerasse a inovação.
Adotamos o modelo de inovação aberta a partir de parcerias com operadoras, academia e outros fornecedores de bens e serviços, para agilizar todas as etapas de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Os números consolidados em quase 15 anos de atuação da ouronova mostram o acerto dessa estratégia. Fizemos parcerias no modelo de inovação aberta com operadoras como Petrobras, Shell, Repsol Sinopec Brasil, Galp e Equinor, além de instituições acadêmicas como PUC-Rio e USP.
Em dez anos, desde a primeira parceria, nos tornamos uma das brasileiras da cadeia de fornecedores da indústria de óleo e gás com o maior volume de recursos da cláusula de PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) alocados em projetos.
Geramos até agora 24 patentes, estabelecendo parcerias comerciais com grandes players, como a Baker Hughes, que representa a validação técnica das tecnologias que a ouronova vem desenvolvendo na área de poços, com foco na completação inteligente totalmente elétrica.
Eduardo Costa, CEO da ouronova.
Números que refletem a expertise consolidada pela ouronova atuando em parcerias que integram a experiência prática e o conhecimento de um time interdisciplinar para gerar soluções disruptivas, no timing da necessidade da indústria.
Hoje temos um portfólio de produtos inovadores e projetos em desenvolvimento que vão do poço ao topside, com foco também na descarbonização das operações da nossa indústria.
Completação inteligente totalmente elétrica
O sistema totalmente elétrico de completação inteligente de poços (eICS - eletric intelligent completion system) desenvolvido pela ouronova foi idealizado para aplicações em cenários complexos como o do pré-sal, com poços de alta temperatura, elevada pressão e vazão, em águas ultraprofundas da costa brasileira.
Reunimos um conjunto de tecnologias proprietárias para criar uma solução de ponta, totalmente elétrica, capaz de operar em poços com pressão absoluta de até 16.500 psi e temperatura de até 175º C. O ‘coração’ dessa solução é a válvula elétrica de controle de fluxo (eICV – electric Inflow Control Valve) que tem como principal função regular a vazão de produção de poços terrestres e marítimos.
Com um inovador atuador elétrico, integrado a um robusto sistema de comunicação, controle e sensoriamento, essa válvula otimiza a produtividade do poço, aumentando o fator de recuperação e reduzindo custos operacionais. Tudo isso é feito remotamente e em tempo real.
O sistema elétrico aumenta a confiabilidade da completação inteligente (CI), pois utiliza somente controle elétrico (e não hidráulico, mais suscetível a falhas), assegurando maior grau e melhor qualidade de redundância. Ele é alimentado por um único cabo elétrico, que vai até a cabeça do poço, independentemente do número de zonas de produção existentes.
A CI permite o monitoramento contínuo e controle seletivo do fluxo em cada intervalo produtor de um poço de petróleo, oti- mizando o gerenciamento do reservatório. É integrado por um conjunto de equipamentos instalados na coluna de produção do poço, com o intuito de dividi-lo em zonas de produção (que são isoladas entre si). Em cada zona são instalados sensores capazes de medir a temperatura e pressão, assim como uma ou mais válvulas para controlar a vazão do fluxo de produção (ou injeção, em caso de poços injetores).
Essa solução 4.0 é integrada por três subsistemas que conectam o poço ao top side. A operação remota e em tempo real é executada, a partir do top side, pela unidade de controle de superfície (eSCU – electric Surface Control Unit), que é formada pelos equipamentos responsáveis por ‘traduzir’ todo o tráfego de informação vindo do poço para uma interface gráfica para que o operador possa acompanhar e atuar no fundo do poço.
A segunda parte está instalada na árvore de Natal molhada: o módulo de controle submarino (eSCM - electronic Subsea Con-
trol Module), responsável por toda a interface entre o poço e a superfície. O módulo desenvolvido pela ouronova tem capacidade de ampliar o fornecimento de energia para o poço e gerenciar maior quantidade de dados do poço por ser um equipamento dedicado, com um sistema de comunicação que by passa a ANM (árvore de Natal molhada), chegando diretamente à superfície pela linha de potência do umbilical.
Além de transmitir informações em tempo real para o topside, auxiliando na tomada de decisões, o eSCM é capaz de fornecer até 300 watts, agregando valor à solução, uma vez que o poço dispõe, em geral, de até 96 watts. O que possibilitará agregar novas tecnologias permanentes no poço.
O eSCM viabiliza o uso da completação inteligente totalmente elétrica sem precisar modificar toda a interface e equipamentos submarinos existentes atualmente. Foi desenvolvido para ser uma solução universal, funcionando com todos os sistemas de fundo de poço que possuem um cartão de controle no padrão IWIS.
O sistema completo inclui a eSSV (electric Subsurface Safety Valve), uma válvula de segurança subsuperficial totalmente elétrica, baseada em um atuador eletromecânico robusto com eletrônica de controle embutida.
Projetada para poços de águas profundas de alta pressão e alta temperatura, bem como altas taxas de fluxo, a eSSV possui um sistema de monitoramento integrado para pressão e temperatura e um “gatilho” ele -
tromecânico que compõe o mecanismo de fechamento seguro do equipamento, permitindo um fechamento rápido e confiável da válvula em caso de falha do poço.
Os vários componentes desse sistema de completação inteligente totalmente elétrico vem sendo desenvolvido pela ouronova em parceria com Galp, tendo o suporte técnico da Petrobras. A tecnologia está licenciada para a Baker Hughes, com a qual a ouronova e a Galp têm acordo de colaboração tecnológica para o desenvolvimento de válvulas elétricas de completação inteligente (eICVs) e válvulas elétricas de segurança de poços (eSSVs).
Uma parceria que irá possibilitar a chegada das tecnologias e inovações em completação elétrica, para aplicações em cenários de águas profundas no Brasil e mundo.
Para avaliar, intervir e monitorar a integridade do poço, um dos ativos mais importantes da atividade de E&P, a ouronova desenvolveu novas ferramentas que possibilitam ao operador acompanhar todas as etapas do ciclo de vida do poço: desde sua perfuração e construção ao descomissionamento.
Ciente da necessidade de uma ferramenta para avaliação rápida, precisa e confiável da cimentação do poço, fator crucial para apoiar as decisões operacionais no campo, a ouronova desenvolveu a plataforma computacional wellnova®.
A solução utiliza recursos de inteligência artificial e machine learning na interpretação de dados de perfilagem, assegurando maior confiabilidade nas avaliações da qualidade e
integridade da camada de cimento em poços com múltiplos revestimentos.
O wellnova® pode ser usado a qualquer momento em que seja necessário inspecionar a camada de cimento, desde a construção até o abandono, incluindo as diversas operações de workover ao longo da vida do poço.
O grande diferencial está no suporte aos profissionais das operadoras na interpretação de perfis de integridade de cimento por meio de uma ferramenta de interpretação automática construída com modelos de Machine Learning. Isso porque o software fornece uma interpretação da qualidade do cimento em alguns minutos, com os perfis sendo analisados de forma detalhada, gerando um diagnóstico metro a metro.
A tecnologia wellnova® é resultado de projetos da ouronova em parceria com a Repsol Sinopec Brasil e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Outra solução voltada para avaliar a integridade do poço é o WAA - Temporary Abandon Alert, um sistema de monitoramento de poços temporariamente abandonados, que dispensa o uso de sondas.
A tecnologia atende as normas do Sistema de Gestão da Integridade de Poços (SGIP) da ANP, marco regulatório crítico, que estabelece os requisitos essenciais e os padrões mínimos de segurança operacional e preser-
vação ambiental a serem seguidos pelos operadores contratados no Brasil. A regulamentação exige que pelo menos duas barreiras de poço independentes sejam monitoradas
durante o abandono temporário; caso contrário, o poço deve ser permanentemente abandonado dentro de três anos.
Por meio de um módulo de controle colocado no fundo do mar ou conectado à árvore de Natal submarina, o WAA mede va-
Intervenção sem sondas
Atividade recorrente no desenvolvimento da produção de um campo, a intervenção em poços com ferramentas tradicionais como wirelines, tratores e tubos flexíveis, gera custos tanto pela interrupção da produção como pelo deslocamento significativo de equipe e infraestrutura (equipamentos e embarcações).
Em mais uma parceria estratégica, a ouronova desenvolve uma ferramenta disruptiva, que além de não interromper a produção, dispensa o uso de sondas: o WellRobot®, uma plataforma robótica autônoma para operações Rigless.
Um robô autônomo residente no poço, que pode realizar tarefas through tubing, ou seja, dentro da coluna de produção, sem que haja necessidade de utilização de sistemas de conveyance (wireline, coil tubing ou slickline) em operações de intervenções em poços. Uma estação de acoplamento inteligente também é instalada na cabeça do poço para coletar e transmitir dados.
Dotada de sensores de pressão, tempe -
riações de pressão dentro das cavidades da árvore, determinando se há vazamento em uma das duas barreiras do poço e garantindo uma operação segura. Todas as informações podem ser enviadas via satélite para uma base offshore ou um ROV.
ratura, identificação de juntas, medição de diâmetro interno da coluna e de final de coluna, a plataforma modular pode incorporar outras ferramentas de perfilagem, de monitoramento e intervenção de poços, sendo possível, inclusive, realizar adaptações de sensores já existentes.
Solução desenvolvida pela ouronova em parceria com a Repsol Sinopec Brasil e a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) recebeu o Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2020, na categoria de projeto desenvolvido por empresa brasileira, com ou sem participação de instituição credenciada, em colaboração com empresa petrolífera, área temática geral “Exploração e Produção de Petróleo e Gás”.
A tecnologia brasileira também foi uma das seis finalistas na categoria “Best Well Intervention Award” do World Oil Awards, uma das mais importantes premiações internacionais na área de upstream, concorrendo com grandes grupos tecnológicos. Um reconhecimento de que a inovação está no nosso DNA.
Do subsea ao topside
Ainda que as soluções mencionadas até agora sejam tecnologias usadas no ambiente subsea de um sistema de desenvolvimento da produção, foi no topside que a ouronova deu os primeiros passos com o desenvolvimento, em parceria com a Petrobras e a PUC-Rio, do sistema MODA - Monitoramento ótico direto no arame.
Baseado em sensores a fibra óptica, é uma solução avançada de monitoramento remoto e em tempo real da integridade dos risers flexíveis que levam o hidrocarboneto do poço ao topside das unidades offshore.
A tecnologia 4.0, que pode ser instalada em risers em fabricação (MODA Spy Hole) ou em equipamentos em produção (MODA
Retrofit), vem sendo utilizada nas bacias de Campos e Santos: a ouronova já forneceu mais de 400 sistemas MODA para as operadoras.
Licenciada pela Petrobras, o MODA recebeu o prêmio de Inovação Tecnológica da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2014, e é uma das tecnologias usadas no desenvolvimento do pré-sal pela Petrobras, que recebeu o Award Distinguished Achievement Award da Offshore Technology Conference (OTC), em 2015.
Com diversos projetos de PD&I em andamento e novas parcerias estratégicas, a ouronova consolida sua posição como uma deeptech que vem acelerando a inovação.
Medição de Nível – Pressão
Diferencial DRS (Digital Remote Sensor)
Introdução
A medição precisa de nível é essencial para o controle de processos industriais, impactando diretamente a eficiência, segurança e qualidade de plantas industriais. Com os desafios das condições de processo, como grandes dimensões de tanques, fluidos corrosivos ou temperaturas extremas, a Yokogawa desenvolveu o sistema DRS (Digital Remote Sensor), que elimina limitações das medições tradicionais e oferece alta confiabilidade em condições severas.
Transforme desafios em soluções com o DRS da Yokogawa
Imagine eliminar problemas de medição causados por variações de temperatura ambiente, evitar falhas críticas em tanques de grande porte e garantir a estabilidade de processos em condições extremas. O sistema DRS (Digital Remote Sensor) da Yokogawa é mais que um equipamento; é a solução que transforma incertezas em precisão.
Com tecnologia avançada e comunicação digital, o DRS elimina os erros comuns nos sistemas tradicionais, garantindo medições confiáveis mesmo nos ambientes mais desafiadores. Evite transbordamentos, danos a equipamentos e inconsistências na produção com um sistema projetado para superar expectativas e oferecer controle absoluto.
Benefícios do Sistema DRS
1. Eliminação de Erros de Temperatura
2. Alta Precisão e Estabilidade
3. Facilidade de Integração e Configuração
4. Versatilidade de Aplicação
5. Diagnósticos Avançados
Aplicações
Típicas
O sistema DRS é ideal para aplicações como:
• Tanques de grande porte em indústrias químicas e petroquímicas.
• Medição de nível em evaporadores e torres de resfriamento.
• Processos que envolvem fluidos corrosivos ou abrasivos e condições de temperaturas extremas.
Conclusão
O DRS (Digital Remote Sensor) da Yokogawa redefine os padrões de medição de nível com tecnologia digital avançada, oferecendo uma solução confiável para as condições mais desafiadoras.
Com alta precisão, estabilidade e integração eficiente, o DRS garante desempenho, reduzindo custos operacionais e otimizando os processos industriais. Seja em indústrias químicas, alimentícias ou de energia, o DRS é a escolha ideal para medições precisas e seguras.
Medição de Vazão – ADMAG AXW
(Total Insight)
A medição de vazão é uma variável crucial nos processos industriais, essencial para o controle de sistemas, otimização de recursos e garantia de qualidade e segurança operacional. Dentre as diversas tecnologias disponíveis para medição de vazão, os medidores eletromagnéticos destacam-se por sua confiabilidade e alta precisão, especialmente em aplicações com fluidos condutivos.
A Yokogawa, com décadas de expertise em medição de vazão, apresenta o ADMAG AXW como parte de sua linha Total Insight (TI). Essa solução combina tecnologia de ponta com recursos avançados de diagnóstico e manutenção, tornando-se uma escolha ideal para aplicações em água, efluentes e indústrias químicas.
Além disso, o ADMAG AXW é fabricado no Brasil, o que oferece vantagens significativas para nossos clientes, como prazos de entrega reduzidos e maior competitividade no preço final, atendendo às necessidades de maneira ágil e eficiente.
Tecnologia Avançada para Máxima Precisão
Graças à tecnologia Total Insight, o AXW oferece diagnósticos detalhados que auxiliam na detecção de anomalias, como desgaste de revestimento interno e flutuações de processo. Esses recursos não apenas garantem medições confiáveis, mas também otimizam a manutenção e reduzem custos
operacionais.
Aplicações Típicas Precisão
O ADMAG AXW é amplamente utilizado em:
• Tratamento de água e efluentes, para monitoramento e controle eficiente de processos.
• Indústrias de papel e celulose, especialmente em medições de polpas abrasivas.
• Indústrias químicas, para transporte e medição de líquidos corrosivos.
Revolucione sua operação com o ADMAG AXW da Yokogawa
Grandes tubulações, líquidos abrasivos ou corrosivos, e a necessidade de medições confiáveis não são mais um problema. O ADMAG AXW, da linha Total Insight, é a resposta definitiva para quem busca precisão, robustez e eficiência.
Produzido no Brasil, este medidor de vazão eletromagnético combina alta tecnologia com diagnósticos avançados, reduzindo custos operacionais e otimizando processos. Elimine incertezas, garanta estabilidade e descubra como o ADMAG AXW pode ser o diferencial que sua planta precisa para atingir novos patamares de desempenho.
1. Versatilidade de Aplicações
2. Construção Robusta
3. Fabricação no Brasil
4. Alta Precisão e Estabilidade
5. Funções de Diagnóstico Avançado
6. Facilidade de Instalação e Configuração
7. Sustentabilidade e Eficiência Energética
Medição de Nível com Transmissor de Pressão Diferencial
César Cassiolato, Presidente & CEO – Vivace Process Instruments.
Introdução
A medição de nível, embora muito simples em seus conceitos, requer na prática artifícios e técnicas avançadas, principalmente para fins operacionais e de custos (transferências fiscais, inventários). É uma medição amplamente utilizada nas mais diversas aplicações industriais.
Existe uma variedade de sistemas de medição de nível envolvendo líquidos, sólidos, vapor, gases; sendo que cada um possui suas vantagens e desvantagens.
Podemos ter interfaces entre líquidos e sólidos, entre líquido e gás ou vapor, mais de um líquido, ou mesmo entre um sólido e um gás. Podem variar em complexidade desde simples visores para leituras locais até indicação remota, registro ou controle automático. Com o avanço tecnológico e exigências dos processos com exatidão, variabilidade dos processos, otimização de matéria-prima, existem hoje no mercado equipamentos com alta exatidão e performance. Veremos alguns detalhes a seguir.
Definição
A maneira mais simples de definição de nível é dizer que nível é a altura do conteúdo de um reservatório ou tanque de armazenamento, através do qual torna-se possível basicamente avaliar o volume estocado de produto, determinando e controlando a quantidade de material em processo físico e/ ou químico, levando ainda em conta a segurança, onde o nível do produto não pode ultrapassar determinados limites. Além disso, existe a condição de monitoração e controle
visando o controle operacional e/ou de custo e a proteção ambiental.
Métodos de medição
Os três tipos básicos de medição de nível são:
a) direto
b) indireto
c) descontínuo
A medição direta pode ser feita medindo-se diretamente a distância entre o nível do produto e um referencial previamente definido. Neste tipo de medição podemos utilizar a observação visual, como por exemplo, réguas, gabaritos, visores de nível, boia ou flutuador, ou até mesmo através da reflexão de ondas ultrassônicas pela superfície do produto.
Na medição indireta, o nível é medido indiretamente em função de grandezas físicas a ele relacionadas, como por exemplo, pressão (manômetros de tubo em U, níveis de borbulhador, níveis de diafragma, células de pressão diferencial etc.), empuxo (níveis de deslocador) e propriedades elétricas (níveis capacitivos, detector de nível condutivo, níveis radioativos, níveis ultrassônicos, detector de nível de lâminas vibrantes etc.).
Na medição descontínua, tem-se apenas a indicação apenas quando o nível atinge certos pontos especificados, como por exemplo, condições de alarmes de nível alto ou baixo.
Na prática a preferência é pelas medições diretas, pois o peso específico do líquido varia com o tempo.
Vamos comentar a seguir um método in-
direto, através da medição de pressão e que é uma das soluções mais utilizadas com excelente custo/benefício.
Medição de nível com transmissor de pressão diferencial
Neste tipo de medição utiliza-se a pressão exercida pela altura da coluna líquida(hidrostática), para indiretamente obter-se o nível, como mostra abaixo o Teorema de Stevin.
Este tipo de medição é utilizado quando a densidade do líquido é conhecida e não varia substancialmente no processo:
P = h * δ
Onde:
P = Pressão em mm H2O ou polegada H2O h = nível em mm ou em polegadas d = densidade relativa do líquido na temperatura ambiente.
Figura 1 - Pressão exercida pela altura da coluna líquida(hidrostática)
Essa técnica permite que a medição seja feita independente do formato do tanque, seja ele aberto ou pressurizado. Normalmente os transmissores de pressão utilizados são instalados no campo e as tomadas de pressão Hi e Low são conectadas diretamente ao tanque. Neste tipo de medição deve-se analisar cuidadosamente os cálculos, ajustes e calibrações, o efeito das colunas liquidas
nas tomadas do transmissor. Outro detalhe é se o tanque é aberto ou fechado.
Considere a figura 2, onde temos o esquema de medição de nível para tanques fechados. Neste tipo de medição, a tubulação de impulso da parte de baixo do tanque é conectada à câmara de alta pressão (Hi) do transmissor. A pressão na câmara Hi é a soma da pressão exercida sob a superfície do líquido e a pressão exercida pela coluna de líquido no fundo do reservatório. A câmara de baixa pressão (Low) do transmissor de nível, é conectada na tubulação de impulso da parte de cima do tanque onde mede somente a pressão exercida sob a superfície do líquido.
Figura 2 – Medição indireta utilizando transmissor de pressão diferencial em tanques fechados
No caso da figura 3, temos os tanques abertos. Na situação onde o transmissor está instalado no mesmo nível que sua tomada de alta, não há necessidade de compensação da coluna de líquido na tomada do transmissor, o que é requisitado onde se tem o transmissor a um nível inferior, que muitas vezes é n prática a maneira preferencial por facilitar acesso, visualização e manutenção. Neste caso, uma coluna líquida se forma com a altura do líquido dentro da tomada de impulso e o transmissor indicará um nível superior ao real. Isto deve ser considerado. É o que chamamos de Supressão de Zero.
Figura 3 – Medição indireta utilizando transmissor de pressão diferencial em tanques abertos
Ainda de acordo com a figura 2, onde se pode ter o tanque fechado e o transmissor de pressão diferencial localizado abaixo de sua tomada Hi e não há selagem líquida na tomada de Low, é necessária a compensação da coluna de líquido aplicada na tomada Hi, fazendo-se a Supressão de Zero. No caso onde existe a selagem liquida na tomada de pressão baixa(low), é necessária a compensação da coluna de liquido aplicada na tomada Hi e na tomada Low. É o que chamamos de Elevação de Zero. Na prática a selagem pode ser necessária quando o fluído do processo possuir alta viscosidade, ou quando se condensa nas tubulações de impulso, ou ainda no caso do fluído ser corrosivo.
Vejamos um exemplo simples (na figura 4) de controle de nível: a variável controlada é o nível e a variável manipulada é a vazão de produto na entrada do tanque.
O transmissor recebe a informação do sensor, transformando-a em um valor de medição em sinal 4-20 mA que é aplicado à entrada do controlador. Este, em função de seu algoritmo de controle e levando em consideração o valor atual da variável controlada e do SP (Set Point) ajustado, gerará uma saída em 4 a 20 mA que irá variar a abertura da válvula de controle. Na válvula de controle, um posicionador recebe como entrada a corrente de 4 a 20 mA (SP para seu servo PID) e controlará a pressão para que o atuador pneumático movimente a haste da válvula, abrindo ou fechando a mesma, de
modo a levar a variável controlada para o valor de SP.
Figura 4 – Exemplo de uma malha de medição de nível
Figura 5 – VPT10 – Transmissor de Pressão para medição de nível
Para uma medição com alta precisão, onde a densidade de um líquido varia com a temperatura, a densidade deve ser compensada em relação à temperatura atual do líquido.
Neste caso, a solução VIVACE com o VDL10 que é um transmissor com selo eletrônico é a solução mais indicada. O VDL10 é um transmissor de pressão com selo eletrônico desenvolvido para medições de pressão diferencial, nível, vazão e densidade. Possui dois sensores capacitivos inteligentes e microprocessados, conectados por um selo eletrônico que possibilita operação segura e excelente desempenho em campo, com compensações de pressão e temperatura integradas, proporcionando alto desempenho e estabilidade das medições.
O transmissor de pressão, nível, vazão e densidade com selo eletrônico VDL10 é composto por dois sensores: o de alta pressão VDL10-H-A e o de baixa pressão VDL10-H-B.
sidade), vazão e densidade/concentração
• Dois sensores capacitivos inteligentes e microprocessados, conectados por um selo eletrônico (cabo de até 45 m, 22 Ohm/Km, capacitância <30pF/m) com alimentação+sinal de comunicação sobreposto)
• Compensações de pressão e temperatura integradas
O circuito da placa principal que está no VDL10-H-A recebe as leituras de capacitância (CL e CH) de seu sensor e do sensor do VDL10-H-B, além das temperaturas vindas das placas analógicas dos sensores e do sensor de temperatura externo, quando este for utilizado. Os valores de pressão normalizados são calculados aplicando-se polinômios de compensação de fábrica sobre as leituras de CL e CH de ambos os sensores. A partir deste valor, utilizando as faixas de leitura dos sensores, calculam-se as pressões na unidade do usuário (configurável) com as calibrações pertinentes de zero, pressão máxima e pressão mínima.
O VDL10 fornece a leitura da diferença entre as pressões do sensor A e do sensor B, além das pressões individuais de cada sensor e da variável primária configurada pelo usuário.
A variável primária (PV) pode ser configurada para indicar pressão diferencial, medição de nível em tanques pressurizados, medição de vazão ou medição de densidade/ concentração.
As funções de transferência Linear e Tabela são utilizadas para medição de pressão diferencial, nível ou densidade, enquanto a função Extração de Raiz Quadrada é utilizada para a medição de vazão.
Esta disponível com tecnologias HART 7/4-20mA e PROFIBUS-PA:
• Transmissor de pressão com selo eletrônico
• Desenvolvido para medições de pressão diferencial, nível (compensado pela den-
Com a opção de Tabela, tem-se a possibilidade de montar uma tabela para caracterização da medição, por exemplo, para relacionar o nível de um tanque com volume ou massa.
De acordo com o tipo de variável a ser indicada, o usuário poderá ainda configurar a unidade de medição, faixa de trabalho, limites e alarmes (para pressão, vazão, nível e densidade, de forma independente).
Além disso, o transmissor configurado para medição de vazão, poderá calcular a Totalização, de acordo com a unidade configurada pelo usuário (massa ou volume no tempo). É possível zerar a Totalização (reset), habilitá-la/desabilitá-la e ainda estipular um valor limite para que um alarme seja gerado.
O VDL10 pode ser utilizado para, por exemplo, medir o diferencial de pressão entre a entrada e saída de um filtro para verificar seu nível de entupimento. Neste caso, a variável primária (PV) será configurada para indicar pressão diferencial e a função de transferência será Linear.
Figura 7 – Medição de nível de líquido em tanque pressurizado
Pode também ser instalado em conjunto com um elemento primário para medição de vazão, tais como placa de orifício, bocal de vazão, tubo de Pitot múltiplo, tubo Venturi ou cunha segmental. Neste caso a variável primária (PV) será configurada para indicar vazão e a função de transferência para Extração de Raiz Quadrada.
O VDL10 pode ser utilizado também para medição de densidade de um líquido, em tanques abertos ou pressurizados. Neste caso, ambos os sensores de pressão devem estar em contato com o fluido de processo. A distância (H) entre os sensores, deve ser medida e configurada no equipamento.
Desta forma, o VDL10 fornecerá a densidade do fluido, dividindo o delta P pela distância H (conhecida) e pela aceleração da gravidade local (constante). A variável primária (PV) será configurada para indicar densidade e a função de transferência será Linear.
Se os dois sensores estiverem submersos, pode compensar o nível com a densidade.
Conclusão
A medição de nível é uma medição amplamente utilizada nas aplicações industriais, com grande importância, muito simples em seus conceitos, mas que na prática requer artifícios e técnicas avançadas.
Existe uma variedade de sistemas de medição de nível envolvendo líquidos, sólidos, vapor, gases; sendo que cada um possui suas vantagens e desvantagens. Com o avanço tecnológico e exigências dos processos com exatidão, variabilidade dos processos, otimização de matéria-prima, existem hoje no mercado equipamentos com alta exatidão e performance.
A solução com selo eletrônico é algo muito vantajoso a um custo efetivo e onde podemos citar as vantagens do VDL10:
• Melhor performance comparada com a solução com selo remoto
• Sem degradação com a temperatura. A arquitetura digital fornece medições estáveis em aplicações com variação de temperatura.
• Reduz os custos de instalação e manutenção enquanto fornece insights sobre o processo. Os sensores são instalados de forma simples e independente. Cada sensor pode ser acessado independentemente, garantindo uma manutenção simplificada.
• Melhor tempo de reposta
• Ideal para aplicações de medição de nível em evaporadores, torres de resfriamento e tanques com grandes dimensões (onde demandariam transmissores com capilares com comprimentos muito grandes, inserindo erros com a variação de temperatura e
10 – Medição de Nível com a Compensação de Densidade
densidade do fluido de enchimento)
• Possui disponibilidade de diversas conexões ao processo, tipos de materiais de partes molhadas, comprimento do cabo digital entre os sensores, facilidade de instalação e manutenção e possibilidade de caracterização de curva de medição de acordo com o tanque através do DTM ou EDD.
Essa combinação de fatores não apenas aumenta a eficiência operacional, mas também contribui para a segurança e a integridade dos processos industriais.
Referências:
• CASSIOLATO, César – Medição de nível & nível de interface, Revista Controle & Instrumentação, Edição nº 110, 2005
• Material de treinamento em transmissores de pressão VIVACE – César Cassiolato
• www.vivaceinstruments.com.br
The Open Group Summit 2024
No final de outubro de 2024, o Open Group Summit reuniu em Houston mais de 570 participantes de todo o mundo, incluindo especialistas, líderes do setor, e profissionais experientes nas áreas de IA, código aberto e muito mais. O tema “Idealização, Através da Inovação, para Implementação” (“Ideation, Through Innovation, Into Implementation”) englobou discussões de alta relevância, experiências e conhecimento técnico e de negócios.
Após as boas-vindas do presidente e CEO do The Open Group, Steve Nunn, Lars Rossen, vice-presidente sênior e arquiteto-chefe da OpenText, fez uma apresentação sobre a arquitetura de ecossistemas de IA: será que vamos acabar com uma catedral ou um bazar? Lars nos conduziu pelo gerenciamento da complexidade por meio da orientação de produtos ou processos, começando com Agile, depois SAFe, Value Streams, o padrão IT4IT™ , um padrão do The Open Group, e o modelo de pizzas da AWS.
Saumya Dash, arquiteto corporativo principal da Atlassian, apresentou a AI-Driven Enterprise Architecture: Transformando a agilidade e a inovação nos negócios. Ele explorou como traçar sua jornada: comece pequeno, pense grande - obtenha o patrocínio dos principais executivos - tenha uma visão clara – deficiências nos recursos e, por fim, comece com ganhos rápidos de baixo esforço e alto impacto.
“Você está pegando a base de conhecimento, dividindo-a em partes, processando-a e colocando-a em vetores. Você, então, é capaz de recuperar conceitos da IA”.
Andras Szakal, vice-presidente, diretor de tecnologia do The Open Group, explorou a operacionalização da IA - soluções atuais e futuras, além de demonstrar o que o The Open Group está fazendo com a IA. Ele mostrou a arquitetura lógica “Retrieval Augmented Generation” da IBM.
Em seguida, houve um painel de perguntas e respostas conduzido por Steve Nunn.
O evento foi dedicado a muitas reuniões de membros do fórum e a sessões de conscientização do setor, nas quais os participantes aprenderam como o The Open Group e seus membros estão contribuindo para vários setores.
Charles Betz, da Forrester Research, discutiu em profundidade as Notas dos Prêmios de Arquitetura Corporativa de 2024. Charles anunciou os vencedores do 2024 EA Awards, em parceria com o The Open Group, e compartilhou insights da pesquisa da Forrester no campo da arquitetura corporativa: “Vemos um maior senso de responsabilidade nos arquitetos corporativos”.
As trilhas de Conscientização do Setor começaram com John Linford, Diretor do Portfólio de Segurança do The Open Group, e contaram com apresentações sobre Zero Trust (Security) Architecture, com Nikhil Kumar, ApTSi, Mark Simos (Microsoft) e Tim Morrow, CMU SEI.
Os participantes obtiveram mais informações sobre os esforços em andamento no Fórum de Segurança do The Open Group e no Fórum de Tecnologia Confiável (Open Trust Technology), atividades que incluem o desenvolvimento ativo de padrões e orientações para a Arquitetura Zero Trust, como o Modelo de Referência Zero Trust, os Mandamentos Zero Trust e o Guia do Processo de Implementação do Zero Trust. O Fórum de
Segurança (Security Forum) está desenvolvendo ativamente a quantificação de riscos cibernéticos (CRQ) e a aplicação do Open FAIR™ Body of Knowledge.
FLASH
O Open Trusted Technology Forum apresentou o Open Trusted Technology Provider™ Standard (O-TTPS) e estruturas emergentes, como o MITRE System of Trust - essa trilha descreveu uma atividade para quantificar o risco da cadeia de suprimentos e revolucionar os métodos de gerenciamento de riscos de forma holística.
Na trilha do Open Footprint® Forum, Jim Hietala, vice-presidente de sustentabilidade e desenvolvimento de mercado do The Open Group, discutiu a revisão da agenda e conduziu as conversas que apresentaram os Ecossistemas de Padrões de Emissões, liderados por Zakhar Ziktyar, Docstudio, Arjen (AJ) Van de Voort, Intertek, e os Desafios de Emissões do Setor, liderados por Siva Bhagavatula da Chevron e Rodrigo Chavez da Petrobras. Rodrigo falou sobre como a Petrobras lida com sustentabilidade, gerando grande interesse das várias empresas operadoras de óleo e gás presentes.
As sessões revelaram várias maneiras pelas quais a EA está sendo usada para enfrentar os desafios de coleta de dados de emissões/ gerenciamento de dados e requisitos de relatórios regulamentares.
Paralelamente, houve as sessões de Prática de EA do Fórum de Arquitetura: Richard Gornitsky, Diretor Sênior de Inovação Tecnológica e Arquitetura Corporativa do CNO Financial Group, falou sobre a Introdução ao Fórum de Arquitetura e uma Abordagem para a Seleção de Blocos de Construção, e Aaron Rorstrom, Arquiteto Chefe/Diretor Administrativo do Acacia & Pine Consulting Group, sobre Arquitetura Corporativa e Gestão da Inovação, e depois Ron Schuldt, Gerente da Data-Harmonizing, LLC, sobre Dados e Ecossistema de IA.
No Industry Awareness falou-se sobre o Open Process Automation™ Forum (OPAF), workshop abrangente sobre o padrão O-PAS™, um padrão do The Open Group, que se aprofundou nas tecnologias do padrão O-PAS. Os integradores de sistemas aprenderam a fornecer o padrão O-PAS a seus clientes, e os usuários finais aprenderam como iniciar suas jornadas de adoção do O-PAS.
Liderados por Sharul Rashid, Especialista em Excelência Técnica da Petronas, Brad Mozisek, Gerente do Programa OPA, Wood, Don Bartusiak, Consultor, Collaborative Systems Integration, e Dave Emerson, Consultor Executivo, Yokogawa. Houve também uma sessão sobre Prática de EA com o Fórum de Arquitetura, que se concentrou no tema “Mastering Enterprise Architecture”, com insights sobre caminhos de aprendizado por Andrew Josey, vice-presidente de padrões e certificação, The Open Group.
O Fórum OSDU® incluiu a apresentação do novo Grupo de Interesse Especial em Mineração do Fórum OSDU e as últimas atualizações do Energistics Consortium. Essa sessão contou com a participação de Dung “Zoom” Nguyen, engenheira principal de análise de perfuração e conclusões da Conoco Phillips, Thomas Halland, especialista da Equinor, e Dale Harris, gerente de informações de geociência da AngloGold Ashanti. Essa seção apresentou a Plataforma de Dados OSDU, que foi desenvolvida por mais de 200 organizações membros do Fórum OSDU. A OSDU Data Platform é uma plataforma de dados de código aberto, baseada em padrões e independente de tecnologia para o setor de energia que estimula a inovação, industrializa o gerenciamento de dados e reduz o tempo de lançamento de novas soluções no mercado.
FLASH
Chris Frost, CTO de Tecnologia Global da Fujitsu, que agora lidera o grupo sobre Uso Aplicado dos Padrões do The Open Group, falou na Sessão de Conscientização sobre EA e Indústria Digital.
Depois de um primeiro dia sobre IA e código aberto, Andrew Josey conduziu os participantes pelo “The Open Group Standards Process Refresher & Introducing the Environmentally Sustainable Information Systems Specialist” (Atualização do processo de padrões do Open Group e introdução aos sistemas de informação ambientalmente sustentáveis).
Durante o The Open Group Houston Summit, Patrick Kelly, Chevron, presidente do fórum e Jane McConnell, Spinning Yarns, vice-presidente do fórum, juntamente com Dennis Stevens, diretor do programa OSDU® Forum e Steve Nunn, presidente e CEO do The Open Group, anunciaram os vencedores do The OSDU Forum Outstanding Contribution Awards. Os prêmios foram apresentados por Daniel Bachmann, ExxonMobil:
• Impacto na Comunidade
Concedido a Tamas Kerekjarto [Shell], Steve Tomlinson [Shell] e Tartan Collier [ExxonMobil]
• Força dos Padrões
Carl Godkin [DGI], Bert Kampes [Shell]
• Excelência Técnica
Charith Tangirala [Thoughtworks] e Zhibin Mai [SLB]
• Contribuidor de Destaque Michael Arneson [INT]
Da esquerda para direita: Jim Hietala, Arien Van de Vort, Roberto Severo, Heidi Karlsson, Rodrigo de Oliveira, Sammy Lakshmanan, Pedro Vieira
O evento contou com o O-PAS Standard Road Show, conduzido pela Nova SMAR, que ofereceu aos participantes um certificado de participação, acesso à sua plataforma de e-learning com vários cursos de controle e automação e premiou os três melhores participantes. A sessão foi conduzida por Libanio
Carlos de Souza, CEO da Nova Smar, Mateus Favaron, Especialista em Automação, e Luciano Botto, Gerente de Produto da Nova Smar.
O evento possibilitou intenso networking, que deu aos presentes a chance de conversar com participantes profissionais.
ETRI 2024 reúne especialistas para debater o futuro da transição energética
Promovida pelo RCGI - Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa da Universidade de São Paulo, a sétima edição da ETRI 2024 - Conferência Internacional de Pesquisa e Inovação em Transição Energética reuniu mais de 500 participantes em novembro, na USP, para debater soluções tecnológicas inovadoras voltadas à sustentabilidade energética.
Com o tema “Ação Climática por Meio de Tecnologias Avançadas para um Futuro Sustentável”, a ETRI 2024 foi um espaço de discussão das inovações tecnológicas, políticas públicas e marcos regulatórios essenciais para impulsionar a transição energética e mitigar as mudanças climáticas.
A cerimônia de abertura contou com a presença de Olivier Wambersie, diretor geral de Pesquisa e Desenvolvimento da Shell; Marisa Maia de Barros, subsecretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo; Carlos Carlotti Jr., reitor da USP; Reinaldo Giudici, diretor da Escola Politécnica da USP; Julio Meneghini, diretor científico do RCGI; Marco Antonio Zago, presidente
da Fapesp; Daniela Correa, especialista em regulação e advisor da superintendência de tecnologia da ANP; e Karen Mascarenhas, Diretora de Recursos Humanos e Comunicação Institucional do RCGI e chair do evento, entre outras autoridades.
A programação da ETRI 2024 abordou questões essenciais para o futuro da transição energética, como a Importância e Impacto no Longo Prazo do Combustível do Futuro; Exploração das práticas de ESG nas empresas e como elas podem impulsionar a transição para uma sociedade de baixo carbono; os desafios e oportunidades do setor elétrico brasileiro na descarbonização, incluindo soluções tecnológicas e regulató-
rias; as estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no transporte terrestre, aéreo e marítimo, transformando o setor de mobilidade; os futuros possíveis da transição energética com base em estudos e projeções da Shell, destacando desafios e oportunidades globais e nacionais; o papel das Deep Techs na transição energética e como atrair investimentos e fomentar colaborações entre academia e indústria; a incorporação da bioenergia de forma sustentável nas matrizes energéticas, contribuindo
para um sistema energético mais limpo; melhores práticas para envolver a sociedade e acelerar a transição para uma economia sustentável; o resumo dos pontos altos das discussões e trabalhos apresentados, retratando os avanços e desafios da pesquisa em descarbonização no Brasil, com foco em inovações tecnológicas e políticas públicas; e o lançamento do novo hub de pesquisa do RCGI, o GeoStorage, que desenvolverá tecnologias disruptivas para armazenamento de carbono e energia.
GeoStorage: Novo hub do RCGI nasce para viabilizar o armazenamento em larga escala de energia e carbono no Brasil
O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da USP anunciou, durante a Conferência Internacional sobre Transição Energética (ETRI 2024), em São Paulo, a criação do GeoStorage, um hub de pesquisa que visa posicionar o Brasil como líder global em sistemas de armazenamento em larga escala de energia e carbono. Esse novo hub amplia o já robusto portfólio do RCGI, dedicado ao desenvolvimento de tecnologias cruciais para a transição energética, fortalecendo ainda mais o papel do centro na inovação e sustentabilidade energética.
“O Brasil tem um potencial extraordinário para se destacar neste setor, alinhando-se às principais iniciativas internacionais. As tecnologias do GeoStorage são fundamentais
para a transição energética, e o crescente interesse de empresas globais em aplicá-las reforça a relevância do hub no cenário energético”, afirma o diretor executivo e científico do RCGI, Júlio Meneghini. “Com a demanda por hidrogênio limpo, projetada para 2050, e a captura de carbono estimada para alcançar 115 gigatoneladas até 2060, o impacto dessas tecnologias é claro e transformador para o futuro da energia sustentável”, complementa o pesquisador Pedro Vassalo Maia da Costa, diretor do hub.
Um dos principais temas de pesquisa do GeoStorage, o desafio aqui é resolver o problema da intermitência das energias renováveis, como a eólica e a solar. Utilizando cavernas de sal para armazenar hidrogênio produzido por eletrólise nos momentos de baixos preços e excedente de energia, a tecnologia permite converter o hidrogênio de volta em eletricidade durante períodos cujos preços estão mais elevados e há necessidade de se preservar os reservatórios das hidrelétricas. Este sistema oferece uma capacidade de armazenamento em larga escala, variando de centenas de GWh até TWh, com um custo 240 vezes menor que o dos sistemas de bombeamento hidráulico e 2000 vezes menor que o das baterias de lítio.
O GeoStorare consolida a expertise do RCGI no desenvolvimento de tecnologias inovadoras:
Armazenamento Sustentável com Ar Comprimido (CAES)
Esta proposta pioneira no Brasil visa gerenciar as flutuações de carga da rede e apoiar a integração das energias renováveis. O sistema funciona comprimindo ar nas cavernas subterrâneas utilizando o excesso de energia gerado nos períodos de baixa demanda
Hidrogênio Azul no Pré-Sal
Este projeto visa transformar o gás natural associado de reservatórios do pré-sal brasileiro, ricos em CO2, em hidrogênio azul diretamente nas plataformas offshore. Utilizando um processo de reforma a vapor ou pirólise, o gás natural é convertido em hidrogênio, com armazenamento em
Separação Gravitacional em Cavernas de Sal
( vencedora do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica em 2019 ) – O RCGI desenvolveu uma tecnologia, já patenteada, que realiza a separação gravitacional de metano (CH4) e CO2 em cavernas de sal, resolvendo o problema do alto teor de CO2no gás natural do pré-sal. A nova tecnologia
GeoStorage CO2 & Hidrogênio
Focado na Bacia Sedimentar do Paraná, uma das maiores e mais promissoras da América do Sul para o armazenamento de gases, o projeto combina dados geofísicos, geomecânicos e geoquímicos para monito -
Descarbonização da Amazônia
Avalia o potencial da Bacia Sedimentar Amazônica para o armazenamento geológico de CO2, enquanto simultaneamente explora a produção de gás natural. Utilizando ferramentas avançadas de modelagem geo -
energética. Quando a demanda aumenta, o ar comprimido é liberado e passa por turbinas que convertem essa energia de volta em eletricidade. Seu custo de implantação é a metade do das hidrelétricas reversíveis e até 20 vezes menor que o das baterias de lítio.
cavernas de sal. A tecnologia maximiza o aproveitamento econômico do gás natural, evitando os altos custos e riscos relacionados à reinjeção contínua de CO2 nos reservatórios de petróleo. Além disso, reduz a dependência de gasodutos e infraestruturas terrestres.
substitui a filtragem por membrana, que é cara e exige a reinjeção contínua de CO2, o que pode comprometer os poços. Com essa solução, o CO2 e o CH4 são armazenados separadamente, reduzindo custos e aumentando a eficiência da recuperação de gás natural.
rar a integridade dos reservatórios. A bacia oferece condições ideais para o sequestro de CO2 e o armazenamento de hidrogênio, fundamentais para a transição energética.
lógica e sísmica, o projeto visa consolidar um banco de dados geofísico e geológico para o uso de xistos negros como reservatórios de CO2 e gás de xisto, promovendo a descarbonização da região.
O hub também conta com renomados especialistas, como o professor Colombo Tassinari, do Instituto de Energia e Ambiente da USP, que recebeu o Prêmio ANP de Personalidade
Científica em 2023. Além disso, está ancorado em uma base robusta de estudos científicos validados por publicações e apresentações em importantes congressos internacionais.
O evento proporcionou uma visita ao USP-RCGI Digital Lab, que utiliza tecnologias imersivas e realidade virtual para simular soluções em mitigação de gases de efeito estufa e descarbonização: o espaço integra ciência e arte, permitindo a visualização e interação com processos moleculares e planetários, além de promover educação e validação de produtos para startups. O laboratório visa engajar diferentes públicos, como pesquisadores, empreendedores e tomadores de decisão.
Em uma palestra durante a ETRI 2024, o gerente geral de Tecnologia da Shell Brasil, Olivier Wambersie, destacou a importância de centros de pesquisa como o RCGI. Wambersie falou sobre a visão da empresa sobre as perspectivas de inovação e os desafios da transição energética. Ao refletir sobre o cenário atual, ele enfatizou que muitas tecnologias necessárias para a descarbonização global ainda estão em fase experimental – e que, de fato, 50% das soluções tecnológicas para reduzir as emissões de carbono sequer existem no momento. Esse quadro coloca um desafio: manter investimentos significativos em tecnologias já comprovadas enquanto se viabiliza a inovação.
“Vivemos em um mundo onde muitas das tecnologias que podem transformar nossa matriz energética estão a 10, 20, até 30 anos de alcançar uma escala industrial. Esse é o tempo necessário para que surjam soluções disruptivas capazes de atender às demandas por energia limpa em larga escala. Para isso,
é preciso assegurar investimentos consistentes em ativos seguros, que gerem valor para financiar essa transição,” afirmou Wambersie.
O executivo explicou como a Shell está posicionada em um cenário de crescente demanda energética, observando que a atual fase é de adição e não de substituição de fontes de energia. Wambersie destacou o contexto dinâmico e volátil do setor, marcado pelo acrônimo BANI – Brittle (frágil), Anxious (ansioso), Nonlinear (não linear) e
Incomprehensible (incompreensível) – que, segundo ele, torna essencial para empresas de energia como a Shell manterem um equilíbrio cauteloso entre os investimentos em tecnologias de longo prazo e a continuidade dos ativos existentes. “Neste mundo instável, é fundamental que nossas estratégias criem mais valor com menos emissões, sempre considerando a incerteza futura”, afirmou.
Segundo ele, o valor gerado nos negócios atuais permite financiar o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono. E esse modelo é essencial em países como o Brasil, onde a produção de petróleo e gás segue como uma das principais fontes de energia e de receita. “O presidente Lula mencionou isso bem recentemente: a produção de petróleo e gás no Brasil não é apenas uma necessidade energética, mas uma base financeira que permite o investimento em pesquisa, inovação e novos conceitos sustentáveis”, afirmou.
A apresentação de Wambersie abordou ainda os diferentes níveis de maturidade tecnológica. Enquanto tecnologias mais maduras, como eólica onshore e solar, já são amplamente utilizadas, outras soluções, como o hidrogênio verde e o biocombustível avançado, ainda estão em fases de piloto ou de desenvolvimento inicial. Ele ressaltou que a Shell aposta no gás natural como alternativa de curto prazo, servindo como um importante suporte na transição para reduzir o uso de combustíveis mais poluentes, como o carvão. A transição para um futuro de baixo carbono, segundo ele, requer não só inovação tecnológica, mas um ambiente estável e de longo prazo para atrair investidores e permitir projetos ambiciosos. “Investimentos em energia são de décadas. Não podemos avançar sem previsibilidade e segurança, especialmente quando se trata de projetos de alto risco”, comentou.
Um exemplo da complexidade e do tempo necessário para desenvolver tecnologias de transição energética é a planta piloto na USP, que transformará etanol em hidrogênio
verde. “A estação de abastecimento é resultado de uma ideia que surgiu há mais de uma década, nascida do trabalho de um doutorando e financiada pela FAPESP. Desde então, ocorreram ajustes, retrocessos, avanços graduais e novos desafios para transformar essa visão em realidade,” explicou Wambersie. Ele comparou o processo a aprender a andar: “Tal como um bebê que cai muitas vezes antes de andar e correr, a inovação tecnológica exige tentativas e ajustes contínuos. Se desistíssemos a cada queda, jamais chegaríamos a resultados concretos.” Esse é o caminho até que se possa, em 2030, escalar o projeto industrialmente.
Wambersie também mencionou a importância da formação de recursos humanos, para dar sustentação às inovações futuras, e das parcerias da Shell no Brasil, que incluem 23 instituições acadêmicas e 1.600 pesquisadores, sendo que 630 estão diretamente ligados ao RCGI, na USP. Com um investimento de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em P&D nos últimos cinco anos, a Shell busca colaborar em tecnologias que tenham impacto prático, mantendo um equilíbrio entre risco e retorno, principalmente em áreas de biocombustíveis e tecnologias de captura e armazenamento de carbono.
Wanbersie frisou que é muito difícil escolher entre tantas pesquisas que são realmente boas, mas é preciso ter foco.
Todos os projetos de Pesquisa e Desenvolvimento da Shell são viabilizados a partir da cláusula de PD&I da ANP, estabelecida em 1998, que estipula que os concessionários devem investir 1% (um por cento) da receita bruta dos campos com grande produção ou grande rentabilidade em projetos de pesquisa e inovação no Brasil. Ao longo dos anos, essa cláusula vem propiciando grandes investimentos em novas tecnologias. Por exemplo, de 2018 a 2023, a Shell Brasil investiu cerca de R$ 2,5 bilhões em P&D com recursos provenientes da cláusula da ANP.
“Adotamos o modelo da Inovação Aberta no Brasil, pois o país é mundialmente
reconhecido como um centro de excelência para operações e tecnologias em águas ultra profundas. Além disso, o Brasil possui uma rede de capacidades e know-how de primeira classe que precisam ser aproveitados, em vez de duplicados. Mas as soluções propostas pelas instituições acadêmicas precisam estar alinhadas à estratégia da Shell, “Impulsionando o Progresso” que se baseia em quatro pilares: gerar retorno para o acionista, impulsionar vidas, respeitar a natureza e alcançar emissões líquidas zero até 2050. É importante ressaltar que temos um compromisso com o fornecimento de energia que o mundo precisa hoje, enquanto estudamos e construímos os sistemas energéticos de amanhã. O mix de energia global está mudando e para suprir a demanda, é preciso combinarmos diferentes tipos de energia. Todo projeto de P&D é uma aposta em uma solução que será ainda estudada e pesquisada por alguns anos, até que apresente resultados consistentes para que se tome uma decisão comercial. Nosso objetivo é impulsionar o progresso, fornecendo soluções energéticas mais limpas”.
Wanbersie pontua que uma das razões para a importância e o sucesso da clausula da ANP é que, apesar dos recursos virem da receita de um ativo nacional, ele não se origina do orçamento público. A cláusula deixa a cargo da iniciativa privada decidir em quais projetos investir, de que forma e quais condições. Essa dinâmica destravou investimentos, tornando o processo para obtenção de recursos mais ágil, além de possibilitar um retorno mais efetivo para as empresas. Os recursos podem ser direcionados a projetos individuais ou em parcerias firmadas entre empresas petrolíferas, brasileiras ou instituições credenciadas, impulsionando um ecossistema de inovação no Brasil.
“Trazendo para o contexto da Shell Brasil, a cláusula permite que 100% dos projetos da área de P&D sejam viabilizados por meio de parcerias com universidades, institutos de tecnologia, agências de fomento, startups e
outras empresas”.
Anualmente, a Shell Brasil investe aproximadamente R$ 500 milhões em P&D, sendo 30% da verba direcionada a iniciativas de baixo carbono e 70% a projetos voltados para descarbonização e a eficiência da indústria offshore.
Wanbersie ainda reiterou a importância de o setor de petróleo custear as pesquisas sobre renováveis. “O setor de petróleo e gás tem papel relevante na transição energética brasileira, trazendo investimentos, arrecadação, empregos e ao mesmo tempo desenvolve tecnologias e soluções para reduzir a intensidade de emissões. Empresas de óleo e gás podem diversificar seus portfólios com tecnologias de captura e geração de créditos de carbono, biocombustíveis, além de projetos em energia renovável. O setor em si é fundamental no financiamento desse processo. Não é uma ruptura de um modelo ao outro, é uma transição – que vai acontecer em ritmos e com soluções diferentes para cada país. E o Brasil desempenha um papel crucial no setor energético global devido à sua vasta riqueza de recursos naturais, incluindo petróleo, gás natural, biocombustíveis e fontes renováveis como hidrelétrica, solar e eólica”.
Wambersie reiterou a importância da pesquisa acadêmica lembrando que a transição energética exige investimentos contínuos em inovação e a tecnologia é a chave para o sucesso hoje e sempre. “A equipe brasileira da Shell desempenha papel importante nessa construção. O portfólio brasileiro é um subconjunto do que é útil e pode ser aplicado no país. Nosso objetivo é desenvolver tecnologias acessíveis e aplicáveis, com base na cláusula da ANP, gerando valor para o Brasil e a Shell, com foco crescente em soluções de Descarbonização e Transição Energética,” afirmou.
A Shell vem investindo pesado na academia, não apenas através do RCGI Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (fundado em 2015 com a Fapesp) cuja equipe,
em 2024, teve acesso ao Campus de Transição Energética de Amsterdã (ETCA, um espaço colaborativo inovador instalado na mesma região do centro de tecnologia da empresa na Holanda), expandindo a parceria para o exterior, mas também através do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE, fundado pela Shell Brasil e FAPESP em 2018, com apoio da USP, Unicamp, Ufscar, com investimento de R$ 62 milhões para fornecer soluções mais limpas e acessíveis de energia), o OTIC (Centro de Inovação de Tecnologia Offshore, fundado pela Shell em parceria com a Fapesp, USP e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) com na sustentabilidade e em tecnologias para reduzir emissões na produção offshore), e o Centro de Bioenergia, com foco em tecnologias mais sustentáveis, eficiente e competitivas para a produção de etanol de segunda geração, em parceria com Raizen e Senai-SP. Com um investimento inicial de cerca de R$ 120 milhões.
O executivo ressaltou ainda que a IA é um dos pilares que a Shell identificou, não apenas para transformar os negócios atuais, como para criar novos modelos para o futuro. “Considerando todo o tempo que leva, da descoberta de novas fontes de petróleo até o início da produção, focamos em utilizar a IA para transformar essa etapa, com ganhos em agilidade. Os aplicativos habilitados para Inteligência Artificial têm sido amplamente implementados na Shell em Upstream, Downstream, Trading e área de Novas Energias. No Brasil, Machine Learning tem sido aplicada em toda cadeia de valor do Upstream, da perfuração à produção. Isso inclui coleta de dados do reservatório e geração de imagens mais precisas baseadas em aprendizado profundo para reduzir custos, acelerar o fluxo de trabalho de construção de modelos, para embasar interpretações e predições de cenários. Enfim, a tecnologia tem contribuído para aumentar a confiabilidade, a velocidade e dar mais segurança à tomada de decisão. Alguns projetos de Pesquisa & Desenvolvimento incluem uso de Gêmeo Digi-
tal dinâmicos em 3D para FPSOs e IA para otimizar o fluxo de trabalho no processo de produção. E ainda, a IA ajuda geocientistas a ter melhores imagens da subsuperfície, o que reduziu significativamente o tempo de ciclo e forneceu inferências para decisões de melhor qualidade. A inovação também ajudou a entender e gerenciar melhor os reservatórios”, conta Wambersie.
O Brasil pode se tornar um dos primeiros
países a alcançar a neutralidade de carbono, em 2040. A previsão é do Cenários da Shell 2024, apresentado na na 7ª edição da ETRI.
A Shell trabalha com dois cenários para 2050: o Sky, mais otimista, que prevê aumento de temperatura de 1,2oC acima dos níveis pré-industriais, e o cenário Arquipélagos, mais pessimista, que prevê aumento de temperatura de 2,2oC. O primeiro antevê um cenário de cooperação entre os países, já o segundo, de políticas internacionais focadas no interesse próprio, com uma corrida para garantir recursos energéticos.
“Em ambos os cenários, o Brasil lidera o mundo em emissões zero e se destaca também como um fornecedor de energia”, disse Cleusa Araujo, gerente do Programa de Transição Energética da Shell Brasil, patrocinadora do evento. Segundo ela, os principais fatores a serem considerados em cenários futuros são a segurança energética, energia para o desenvolvimento econômico e social, aumento de temperatura e aceleração tecnológica”, disse Araújo.
Ela ressaltou que, embora o Brasil use menos combustíveis fósseis, emite carbono
relacionado ao uso da terra. Segundo ela, diminuir essas emissões, evitando o desmatamento, aumentando o reflorestamento e reduzindo as emissões da agropecuária é chave para que o país neutralize suas emissões. “O Brasil poderia passar de emissor a sequestrador de carbono e fazer uso do artigo 6 do acordo de Paris, passando a exportar créditos de carbono”, apontou Araujo.
“O petróleo brasileiro se mantém competitivo em termos de emissões de gás carbônico (CO2), uma vez que o óleo do Canada e da Venezuela emitem mais CO2”, disse Araújo, que prevê aumento na produção até a década de 2030. “Há uma janela de oportunidade para exportação durante a transição energética, uma vez que o combustível ainda é necessário globalmente e a exportação pode ajudar na substituição de outros combustíveis fósseis como o carvão”, observou Araújo. Além disso, o gás natural poderia ser usado na fabricação de fertilizantes, que hoje são importados da Rússia, diminuindo a dependência desse produto. No cenário Arquipélagos, a produção de petróleo aumenta até 2050, enquanto no cenário Sky ela diminuiu a partir de 2040 e chega aos níveis de 2000 em 2050.
Segundo a Shell, a demanda de eletricidade deve triplicar até 2050 em ambos os
cenários, impulsionada pelo crescimento da frota de veículos elétricos, o que deve reduzir as emissões de CO2, com a energia solar liderando o setor energético. Em ambos os cenários, a proporção de carros e pequenos caminhões elétricos aumenta, sendo que
cenário o Sky prevê que toda a frota seja elétrica até 2050. “Uma oportunidade seria passar a usar etanol como combustível sustentável na aviação ou no setor marítimo”, aponta Araújo.
E em meio à transição energética rumo à ampliação do uso de fontes renováveis para gerar eletricidade, o Brasil parte de um patamar favorável, na comparação com outros países. Enquanto o mundo ainda depende do carvão para suprir cerca 35% de sua matriz energética e apenas 14,7% vêm de fontes limpas, mais de 80% da matriz brasileira tem origem em renováveis. O cenário no país em princípio vantajoso apresenta, no entanto, desafios – que podem ser encarados como oportunidades, segundo especialistas presentes no painel “Perspectivas para o setor elétrico brasileiro”,
“Precisamos modernizar e digitalizar o setor, pensar em uma regulação que seja mais adequada para o momento que estamos vivendo, temos também algumas questões em relação a incentivos e encargos no setor, muitas vezes questionáveis”, sintetizou o engenheiro eletricista Mauricio Salles, professor da Escola Politécnica (Poli) da USP e diretor do programa InnovaPower do RCGI, que coordenou o painel. O sistema brasileiro, assim como os de outros países, vem passando pelos primeiros “soluços” para a integração em larga escala das energias renováveis, de acordo com o professor da Poli-USP Renato Monaro, vice-diretor do InnovaPower, que também coordenou o painel. “Esses outros sistemas [de diferentes países] têm natureza distinta do nosso. Precisamos encarar o nosso problema de maneira única, aprender com o que foi feito e trazer para o nosso contexto o que for bom. Onde olhar para possíveis tecnologias que nos auxiliem a avançar mais na integração das nossas renováveis?”, questionou.
De acordo com ele, um dos novos vetores de interesse deve ser o de armazenamento de energia, como os de bateria de lítio-íon e bateria de fluxo, por exemplo. Outro está na digitalização e no uso de inteligência ar-
tificial para desenvolver previsões mais adequadas com relação às curvas de demanda, geração e distribuição. Também merecem atenção os sistemas híbridos, com integração de geração eólica e solar. Outra vertente é a produção de hidrogênio como opção de fonte de energia.
A engenheira química Karina Araújo Sousa, diretora do Departamento de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, que participou do painel por videoconferência, disse que a previsão do governo é de um crescimento de 3,4% no consumo de eletricidade em dez anos, ao mesmo tempo em que se impõe a necessidade de ampliação das fontes renováveis para a redução da emissão de gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global. Além da perspectiva de crescimento da economia, de eletrificação de processos industriais, de residências e serviços essenciais, há ainda no cenário a demanda de altas cargas previstas por novos data centers e plantas de hidrogênio. “Uma das questões é a expansão da nossa rede de transmissão. Como fazer para escoar de forma mais inteligente os recursos das renováveis eólicas e solar, concentradas no Nordeste? A nossa principal preocupação é fazer com que a rede consiga atender a geração por energia solar e eólica, que vai continuar expandindo nos próximos anos, consiga acomodar também a micro e média geração distribuída e ainda as novas cargas das plantas de hidrogênio, dos data centers e o aumento no consumo de eletricidade.”
Observando que o setor elétrico é em geral resistente a mudanças, o professor de Engenharia Elétrica da Poli-USP Dorel Soares Ramos ressaltou que há uma profunda transformação em curso, motivada, entre outros fatores, pela inovação tecnológica e pela mudança de comportamento na sociedade, cada vez mais digital e mais exigente em relação aos produtos consumidos. “Nos próximos 10 anos vai acontecer muito mais do que aconteceu nos últimos 100”, estimou. “Temos uma necessidade premente de evolução de recursos de comunicação, contro -
le, automação, eletrônica de potência e de novos paradigmas na regulação, porque, se a regulação não acompanha, muitas das tecnologias acabam não podendo ser implantadas. O armazenamento até hoje ainda não está devidamente regulamentado pela Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, por exemplo”, disse.
Quatro megatendências foram apontadas pelo professor Dorel Ramos para o setor: descarbonização, digitalização, descentralização e diversificação. “A matriz energética tem que ser diversificada para focarmos na segurança e olharmos o aspecto da complementariedade”, afirmou. Segundo ele, as chamadas renováveis não despacháveis (energia eólica e solar), que não são diretamente controláveis e dependem do recurso primário (vento e sol), são as atuais responsáveis pela expansão da matriz energética. “Quando elas atingirem o status de player dominante, há que se desenvolver novas arquiteturas de mercado, inclusive para permitir a compatibilização e estabelecer uma convivência pacífica entre as fontes renováveis, as convencionais e os recursos de armazenamento. Há que se explorar a resposta pelo lado da demanda, melhorando a cooperação em tempo real entre os operadores de distribuição e transmissão, significando aí trocar dados, regular funções e responsabilidades.”
Se antes a energia percorria em uma direção só - era gerada em sítios distantes, nas grandes usinas, depois colocada no sistema de transmissão e então distribuída, sempre num mesmo sentido -, os fluxos agora são multidirecionais, o que representa um grande desafio para planejar e operar o sistema, apontou o professor. Ele vislumbra um futuro com condomínios inteligentes, plantas de geração de energia virtuais e mini operadores do sistema. “O consumidor vende a sua flexibilidade diretamente para a concessionária, agrega várias unidades de produção e consumo, com um sistema de comunicação e processamento bastante avançados. Esse é o meu grande sonho.”
Marcelo Miterhof, economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmou que a expansão do setor representa uma oportunidade e o banco está interessado em ser o financiador de grandes investimentos em hidrogênio verde, na química verde e no aço verde. “O trabalho do BNDES é chegar aonde tem mais risco. É tentar criar as condições para que o mercado possa se agregar a esse financiamento à medida em que os riscos vão sendo controlados. Temos 200 gigawatts de potência e quase 120 foram adicionados de 2001 para cá. Temos a perspectiva de, em 10 anos, dobrar de novo, porque a transição energética é um grande desafio para todo o mundo, mas no Brasil é uma oportunidade produtiva muito grande”, afirmou.
Também participaram do painel o físico José Augusto Campos, líder de novos negócios da empresa Casa dos Ventos, que desenvolve e opera projetos de geração de energia a partir de fontes renováveis; João Gonzaga, líder de sistemas de energia da multinacional francesa TotalEnergies; Gustavo Gonçalves Gomes, gerente do Departamento de Infra-
estrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); e - de forma virtual - Daniel Vieira, especialista em regulação da Aneel.
Em termos de legislação para reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) no setor de transportes e estimular a produção de biocombustíveis, o Brasil vai bem e avançou ainda mais com a aprovação da Lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na avaliação de especialistas que participaram do painel “Combustível do Futuro: Importância e Impacto a Longo Prazo” que teve a coordenação da pesquisadora e professora da Universidade de São Paulo (USP) Suani Coelho, chair do comitê científico do ETRI 2024.
“Nos últimos anos, o Brasil construiu um conjunto de regulações muito apropriadas, que colocam o país na vanguarda mundial. [A lei do] combustível do futuro é uma dessas regulações”, afirmou o economista Plinio Nastari, presidente da Datagro, consultoria especializada em agronegócio. A lei14.993/24, que ficou conhecida como Lei do Combustível do Futuro, institui, entre outras iniciativas, programas nacionais de combustível sustentável de aviação (SAF), de diesel verde e de incentivo ao biometano. Além disso, aumenta o percentual de mistura do etanol na gasolina, determinando um mínimo de 22% e um máximo de 35% do biocombustível, e de biodiesel ao diesel.
“A lei defende mandatos, mas ao mesmo tempo adota a neutralidade tecnológica, sem subsídio. Ou seja, deixa que a inovação defina qual tecnologia será a vencedora. É diferente do que faz a Europa e os Estados Unidos hoje, que elegem tecnologias. O Brasil está indicando qual é a meta de descarbonização, qual é o objetivo de eficiência energética ambiental que se almeja, sem definir a tecnologia. Isso tem um valor extraordinário do ponto de vista de eficiência econômica”, afirmou Nastari.
Outras regulações importantes nesse sentido, de acordo com o economista, são o
RenovaBio, o Programa de Aceleração de Produção Energética (Paten) e o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que substitui o Rota 2030. “O Mover é muito importante ao introduzir o vetor ambiental às regras de eficiência energética relacionadas à indústria automobilística e ao adotar a avaliação de todo o ciclo de vida como métrica de avaliação”, disse.
A advogada Isabela Morbach, cofundadora e diretora da CCS Brasil, associação que visa fomentar condições técnicas e regulatórios para a implementação em larga escala de projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS) no país, considera que a nova lei colabora para dar previsibilidade para investir na produção de biocombustíveis e ressaltou a importância de haver um mandato, uma quantidade mínima obrigatória de etanol na mistura com a gasolina, e de biodiesel ao diesel. “A lei do combustível do futuro olha para essa política de forma ampla. Ela olha para o Brasil aproveitando o que temos de melhor. Finalmente aprendendo com a nossa experiência positiva, e não com os nossos erros. A política da mistura do etanol não é de hoje. E ela foi muito feliz. Porque ela dá previsibilidade para o investimento”, afirmou Morbach. “Temos um mercado garantido, com um mandato para os próximos anos definido em lei. Fazemos política de verdade no atacado, e não no varejo, não deixando que as pessoas façam suas escolhas no dia a dia. Acho que esse foi um grande acerto do combustível do futuro.”
Alexandre Breda, gerente de tecnologia de baixo carbono da Shell Brasil, comentou em sua fala que no Brasil os biocombustíveis são uma grande oportunidade, não uma obrigação. “Temos tecnologia, competência, empresas fortes investindo, regulação. A do combustível do futuro é a mais recente, tem várias outras antes dela. E, pelo fato de termos uma matriz tão limpa, por termos terra, clima, tecnologia, competência, legislação, temos todas as cartas desse baralho na mão”, disse. “Para alguns países vai custar mais caro; para nós, será uma grande opor-
tunidade.”
Por outro lado, ele defendeu que se crie uma métrica indicando a pegada de carbono de cada combustível – e que seja exposta nos postos de abastecimento – para dar mais poder ao consumidor na tomada de decisão de qual combustível utilizar na hora de encher o tanque. “Empoderar a ponta, o consumidor final, é um fator primordial. Isso é algo que pode melhorar.” Breda também sugeriu um “reposicionamento de marca” para
os biocombustíveis. “Por que o etanol tem de custar 70% da gasolina? É um produto diferente, internaliza o preço do CO2 dentro dessa compra.”
A ETRI 2024 contou com seis sessões orais curtas para apresentação de pesquisas científicas que discutiram temas cruciais para a sustentabilidade energética, como Soluções Baseadas na Natureza (NBS), Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS), Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS), Tecnologias para Redução de Gases de Efeito Estufa (GHG), Eletrificação e Armazenamento de Energia (InnovaPower), e Descarbonização.
Busca por eficiência energética e redução de emissões devem reger o mercado de reposição em 2025
Apesar dos desafios impostos por fatores econômicos, como juros elevados, desvalorização cambial e a dificuldade de acesso ao crédito, o mercado de reposição automotiva no Brasil se mantém resiliente, projetando, para 2024, um crescimento de 8% em comparação ao ano de 2023, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). A entidade reviu sua previsão de faturamento, passando de R$ 247,7 bilhões para R$ 259,1 bilhões em 2024, o que demonstra o potencial de evolução do segmento. Em meio a essa conjuntura, a frota brasileira, cada vez mais envelhecida e diversificada, segue como um elemento chave para as transformações e oportunidades do setor.
Com uma idade média que ultrapassa 11 anos para automóveis e 12 anos para veículos comerciais pesados - de acordo com dados da Sindipeças, a frota nacional evidencia o fato de que os consumidores estão mantendo seus veículos por mais tempo, priorizando manutenções preventivas e corretivas
em vez da aquisição de novos modelos. Esse comportamento reflete o contexto econômico e reforça a relevância do mercado de reposição, que se consolida como um propulsor na manutenção da mobilidade e da economia do país.
Entretanto, a complexidade desse cenário é amplificada pela diversificação da frota. Atualmente, mais de 22 mil modelos de veículos circulam pelas ruas brasileiras, segundo levantamento recente da Fraga Inteligência Automotiva, o que impõe desafios significativos a fabricantes, distribuidores e, principalmente, oficinas e reparadores.
Desta maneira, a gestão de estoques e a acessibilidade a peças tornam-se cada vez mais críticas, demandando estratégias mais eficientes e integradas. Para as oficinas, o investimento em tecnologia e capacitação não é apenas desejável, mas indispensável. Ferramentas como scanners modernos e softwares de diagnóstico avançado já não são diferenciais, mas requisitos para acompanhar a evolução dos veículos, que a cada ano incorporam mais tecnologias embarcadas e conectividade.
Como a busca pela eficiência energética e redução de emissões impacta o setor?
A busca por eficiência energética e redução de emissões de carbono está direcionando o desenvolvimento de produtos mais avançados, como os lubrificantes de baixa viscosidade, já comuns em veículos novos. Enquanto viscosidades como 0W-20 e 0W40 começam a se consolidar no Brasil, mercados internacionais como Europa e Japão já operam com opções ainda mais avançadas, como 0W-16 e 0W-08. Essa tendência, impulsionada por regulamentações ambientais mais rigorosas e pela pressão por sustentabilidade, deverá moldar as escolhas dos consumidores e as estratégias dos fabricantes nos próximos anos.
Ao mesmo tempo, a eletrificação da frota brasileira, embora tímida, continua avan-
çando. No entanto, a infraestrutura limitada para recarga, especialmente em trajetos de longa distância, ainda é um obstáculo significativo para a popularização dos veículos elétricos. Por outro lado, a tecnologia híbrida apresenta-se como uma solução mais viável e alinhada às condições do país, combinando a praticidade e a necessidade de ampliar a eficiência energética. Isso cria um ambiente dinâmico no mercado de reposição, que precisará lidar simultaneamente com as demandas de uma frota tradicional e de uma frota em transição para tecnologias mais modernas e sustentáveis, trazendo desafios às oficinas para se adaptarem a essa nova realidade.
Conectividade e tecnologias embarcadas exigem não apenas novas ferramentas, mas também uma constante atualização de conhecimento por parte dos reparadores. Esse é um ponto fundamental para garantir a competitividade do reparador independente, que desempenha um papel fundamental na manutenção da frota brasileira.
No entanto, o avanço da sustentabilidade vai além da eletrificação. Tecnologias de descarbonização, novos combustíveis e motores mais eficientes estão na pauta de desenvolvimento da indústria automotiva. O mercado de reposição, como elo final dessa cadeia, precisará se alinhar a essas demandas, oferecendo soluções que atendam tanto às necessidades de veículos modernos quanto às de uma frota que ainda terá muitos anos de circulação.
Olhando para 2025, é evidente que o mercado de reposição automotiva enfrentará um cenário de transformações. Entretanto, o histórico de resiliência aponta para um futuro promissor, levando em consideração a capacidade de adaptação às mudanças, somada à inovação e à busca por eficiência, que, certamente, será determinante para que fabricantes, distribuidores e reparadores mantenham sua relevância em um mercado de reposição cada vez mais competitivo e dinâmico.
A força que defenderá a economia latino-americana contra o cyber crime em 2025
Oscar Chavez-Arrieta, Vice-Presidente da SonicWall LATAM. Juan Alejandro Aguirre, Diretor de Soluções de Engenharia da SonicWall LATAM.
Na guerra contra o crime cibernético em 2025, os MSSPs (Managed Security Service Provider, provedores de serviços de segurança gerenciada) são a força primordial, o elemento que pode defi- nir a vitória. É um mercado maduro e em franca expansão, cada vez mais autônomo em relação aos fornecedores de tecnologia. Os MSSPs na América Latina estão se focando no desenvolvimento e na venda de serviços de cibersegurança com marca própria para pequenas e médias empresas. Trata-se de uma resposta à estratégia de fornecedores que apostam em vendas diretas – isso inclui SOC as a service, resposta de incidentes ou qualquer serviço MSP. Essas empresas se transformam em competidores de seus próprios parceiros. Cientes desta ameaça, os MSSPs buscam se diferenciar oferecendo serviços personalizados e com valor agregado adaptados às necessidades específicas de seus clientes, sobretudo as SMBs. O objetivo atual de um MSSP visionário é manter o controle sobre o relacionamento com seus clientes e proteger suas margens e seus serviços escaláveis, posicionando-se como provedores locais confiáveis de cibersegurança. Em 2025, fica no passado o MSSP que atuava apenas como revendedor de soluções de fornecedores.
O outro lado deste quadro é que os fornecedores de soluções de cibersegurança que capacitarem os MSSPs a criar e vender seus próprios serviços gerenciados de segurança dominarão – sem ser uma ameaça de competição atual ou futura - o mercado SMB na América Latina. Com as SMBs demandando soluções de segurança personalizadas e acessíveis que permitam aos gestores se focar em seus próprios negócios, os fornecedores precisarão colaborar mais de perto
com os MSSPs. A meta é oferecer ferramentas flexíveis, treinamentos, assinaturas mensais abrangentes de cibersegurança e todo o suporte para ajudá-los a construir ofertas de segurança completas e promover sua autossuficiência e independência. O perfil de fornecedor vencedor é aquele que atua como retaguarda do MSSP. A meta é ajudar esses provedores de serviços a competirem com provedores de serviços maiores, manter a rentabilidade e oferecer soluções localizadas e centradas no cliente. Quem trilhar essa jornada conquistará a confiança dos MSSPs e um grande market share do mercado de cybersecurity latino-americano.
Experts em cybersecurity
O papel crítico do MSSP é justificado por sua proposta de valor. Esses provedores de serviços somam, às plataformas de cybersecurity que identificam ameaças e implementam as respostas para proteger a integridade dos dados, um time de experts em segurança digital. São pessoas que fortalecem a postura de segurança da empresa usuária, qualquer que seja seu porte, sua vertical, sua geografia.
Esses dois fatores explicam por que o SOC (Security Operation Center) é o coração do MSSP. Trata-se de uma abordagem que une pessoas e tecnologia.
A missão do SOC é fazer frente aos ataques cibernéticos, enfrentando os vetores de ataque surgidos com o trabalho remoto e o IoT e a explosão de alertas. Um recente estudo da Accenture com 3.000 empresas globais concluiu que a percentagem de patentes de IA relacionadas com a segurança cibernética aumentou 2,7 vezes entre janeiro de 2017 e outubro de 2022. A complexidade atual faz com que somente a automação consiga gerenciar alertas, bloquear tentativas de intrusão, responder a invasões bem-sucedidas e investigar incidentes em escala.
Outro ponto de atratividade dos MSSPs é o fato de se tratar de uma oferta “as a service”. A América Latina é uma região sensível a preço. Isso fará com que cada vez mais empresas de todos os portes, de corporações a PMEs, escolham o Opex em vez do Capex (imobilização de capital), consumindo mais segurança como serviço ou oferta gerenciada.
Embora somente os ataques contra as grandes corporações sejam mais divulgados, o fato é que empresas de todos os portes da nossa região são atacadas diariamente. O custo do prejuízo aumenta sem cessar. Estudo revela que, se hoje o custo médio de uma violação de dados é de 4,88 milhões de dólares, essa marca deve seguir se expandindo ao menos até 2029. Como resultado, em 2025 mais e mais empresas contratarão seguros cibernéticos.
O SOC é a base de serviços gerenciados de segurança 24x7
Trata-se de outra alavanca do crescimento dos MSSPs. A maior parte das seguradoras oferece taxas mais atrativas para a empresa usuária que conta com serviços gerenciados de segurança 24x7. É nesse contexto que ofertas as a service extremamente eficazes mostram seu valor. É o caso de MDR (Ma-
naged Detection and Response), EDR (Endpoint Detection and Response), NDR (Network Detection and Response) e finalmente XDR (Extented Detection and Response). A base dessas ofertas de segurança gerenciada é o SOC do MSSP.
O grande vencedor do fortalecimento dos MSSPs na nossa região é o CISO ou o gestor da empresa usuária. A dependência de organizações de todos os tamanhos de seus ambientes digitais torna qualquer ataque um possível bloqueador de negócios. Ciente disso, o mercado busca formas de solucionar problemas como o orçamento limitado, a falta de head count e a tarefa de utilizar soluções avançadas de cibersegurança para antecipar e bloquear, 24x7, ameaças baseadas em Inteligência Artificial. Em 2025, o sucesso está à mão quando o CISO conta com o parceiro certo ao seu lado: o MSSP.
Um cenário promissor para o mercado de Data Centers brasileiro
Samuel Carvalho, líder de marketing global da Angola Cables.
O mundo está demandando, cada vez mais, capacidade de processamento e armazenamento de dados. Essas duas necessidades estão impulsionando o setor de data centers a novos patamares.
Nesse cenário, o Brasil se destaca como um dos países mais promissores para a instalação e expansão de data centers.
Já vemos por aqui diversos tipos de operadores, como os Hyperscale (empresas que possuem data centers dedicados para suas próprias operações e para oferecer serviços de nuvem e IA), os Wholesale (operadores que alugam grandes blocos de capacidade para atender clientes específicos) e os Colocation ou multi-tenant (que comercializam partes de sua capacidade para diversos clientes corporativos, desde pequenas empresas até grandes corporações).
Estimativas da consultoria Arizton Research publicados em abril deste ano apontavam que, até 2030, os investimentos em novos projetos de data centers chegariam a US$ 3,5 bilhões ao ano no Brasil. Mas isso mudou. Atualmente, as previsões de investimentos anuais em infraestrutura para data centers no Brasil saltaram para US$ 6,5 bilhões.
A receita do setor no Brasil também mudou. De acordo com a consultoria Oliver Wyman, a receita estimada de US$ 1,3 bilhão em 2023 saltaria para quase US$ 2 bilhões em 2027.
Diversos fatores têm contribuído com isso, como a oferta de energia limpa renovável; a posição geográfica favorável, com destaque à Fortaleza, no Ceará, que é um dos maiores hubs de cabos submarinos do mundo; e a
própria transformação digital, impulsionada pelas novas tecnologias, como a Inteligência Artificial.
Eficiência Energética e Vantagens Naturais
A eficiência energética é uma questão crucial para os data centers, principalmente por conta da inteligência artificial, uma vez que o treinamento e o funcionamento de algoritmos de IA exigem enormes capacidades de processamento e armazenamento.
A consultoria Oliver Wyman estima que a demanda global por energia para data centers deve crescer 16% ao ano até 2026. Isso é bem factível quando avaliamos que o consumo de energia por rack está subindo de, aproximadamente, 5 kW para até 100 kW, em algumas configurações.
Dados da Associação Brasileira de Data Center mostram que o Brasil possui, atualmente, aproximadamente 580 MW instalados, com expectativa de ultrapassar 2 GW até 2028.
Por conta disso, o Brasil torna-se um local atraente para data centers graças a sua matriz energética diversificada, composta em grande parte por fontes renováveis. Com cerca de 60% de sua energia proveniente de hidrelétricas, e um crescimento significativo em energia solar e eólica, o país tem as condições ideais para suportar as demandas crescentes de energia.
Vale destacar, nesse sentido, os avanços em energia eólica no Ceará, que tem condições de atender às demandas crescentes dos data centers de Fortaleza, que estão localiza-
dos ou sendo construídos na Praia do Futuro.
Além disso, a localização geográfica do Brasil o posiciona como um hub estratégico, facilitando a conexão entre a América Latina, os Estados Unidos e a Europa.
O hub de Fortaleza, por exemplo, já é um dos mais importantes do mundo, possuindo uma infraestrutura de quase 20 cabos submarinos, sendo um dos Pontos de Troca de Tráfego que mais cresce em volume de dados.
E a tendência é que isso cresça ainda mais com as novas rotas de cabos submarinos que estão sendo implementadas.
Interesse empresarial
Tais vantagens tem despertado o interesse das empresas, de todos os portes, que estão investindo e procurando oportunidades. Nesse cenário competitivo, grandes players, como Amazon Web Services, Google Cloud e Microsoft Azure estão reforçando suas operações no Brasil, o que contribui para o fortalecimento do mercado de data centers local.
Esses investimentos não só trazem novos recursos ao setor, mas também representam um avanço na modernização da infraestrutura digital brasileira, permitindo que o país acompanhe a transformação digital global.
Um bom exemplo é o AngoNAP 2, o novo data center da Angola Cables, que cuja infraestrutura já é voltada para atender as grandes demandas, como as de IA, armazenamento, dentre outras.
Além das gigantes, também há um grande mercado de crescimento. Atualmente, apenas 15% das empresas que precisariam estar dentro de data centers já fizeram essa migração, o que abre um grande campo de negócios.
Desafios para o setor:
Apesar do cenário favorável, o setor ainda enfrenta desafios, que podem prejudicar a expansão e a consolidação dos data centers no Brasil. Precisamos lembrar que estamos competindo contra outros países, que também possuem matrizes energéticas limpas e
condições de atrair os data centers para seus territórios, como Chile, Colômbia e algumas nações do Sudeste Asiático.
Os custos envolvidos na importação dos componentes são muito altos, reflexos da carga tributária e oscilação do dólar, o que aumenta os custos operacionais e a expansão do setor em comparação com outros países.
Os prazos envolvendo questões burocráticas e licenciamentos ambientais e operacionais também é lento, podendo levar até 18 meses.
Além disso, há a necessidade de que haja uma expansão das redes de transmissão de energia e infraestrutura de telecomunicações, de forma que possam suportar a demanda. Essas redes precisam de investimentos e atualizações para atender aos requisitos de data centers modernos.
O Brasil está se posicionando de forma única no cenário global de data centers, impulsionado por investimentos robustos, um ambiente favorável para energia renovável e uma localização geográfica estratégica.
A combinação de uma matriz energética sustentável, a urgência em atender à demanda por processamento de dados e o surgimento de uma concorrência inovadora cria um panorama extremamente positivo para o setor.
Contudo, o Brasil precisa se tornar mais competitivo, reduzindo barreiras, como a burocracia e a carga tributária sobre equipamentos, para atrair mais investimentos internacionais e promover o crescimento do setor, além de aprimorar as redes de energia e telecomunicações existentes.
Assim, os próximos anos poderão ser cruciais para transformar o Brasil em um líder regional e global na indústria de data centers.
Com um futuro promissor pela frente, o potencial do Brasil para se tornar um hub de tecnologia e inovação está mais evidente do que nunca, prometendo não apenas atender às necessidades locais, mas também estabelecer conexões vitais com o mercado global.
Lei de Inovação completa 20 anos reforçando a consolidação entre a ciência e o setor produtivo
Com representantes da academia e da indústria, ministra Luciana Santos ressaltou que a norma trouxe uma mudança estrutural, ao criar mecanismos de interação entre universidades, institutos de pesquisa e empresas
A Lei de Inovação (10.973/2004) completou 20 anos de sua criação. Ao longo dessas duas décadas ela promoveu a integração entre o conhecimento científico, o setor produtivo e o desenvolvimento econômico. Para celebrar o marco, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) reuniu nomes desses setores para apresentar e debater os benefícios e cases de sucesso.
A abertura do evento contou com a presença da ministra da pasta, Luciana Santos, que ressaltou que a Lei trouxe uma mudança estrutural, ao criar mecanismos que promoveram a interação entre universidades, institutos de pesquisa e empresas. “Ela viabilizou ambientes colaborativos como os parques tecnológicos, aceleradoras e incubadoras de empresas, que hoje se tornaram pilares da economia do conhecimento. Mais do que isso, foi o início de uma trajetória que permi-
tiu ao Brasil competir em um cenário global cada vez mais desafiador e dinâmico”, disse.
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Daniel Almeida Filho, reforçou a importância da Lei para a inovação do país. “A Lei foi um marco histórico para definir os caminhos da inovação e da pesquisa tecnológica no Brasil. Essa legislação tem desempenhado um papel essencial ao incentivar a colaboração estratégica entre as instituições científicas, tecnológicas e de inovação”, pontuou.
Para o diretor de Tecnologia e Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Jefferson Gomes, a celebração é essencial. “É importante lembrar que foram mais de 4 mil empresas que já trabalharam com a Lei do Bem”, disse. “É fundamental esse relacionamento que a indústria tem com o MCTI”, complementou.
Também participaram da cerimônia de abertura, o diretor do CNPq, professor Olival Freire, o diretor-presidente da Embrapii, Álvaro Prata, e de forma online, o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, e a presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader.
A consolidação de ecossistemas de inovação está refletida em diversas regiões do país fruto da parceria entre governo, academia e setor privado. O Brasil conta atualmente com 62 parques tecnológicos em operação, 23 em implantação e 7 em estágio de planejamento, além de 291 incubadoras de empresas e 65 aceleradoras. O MCTI estima que essas iniciativas envolvem cerca de 10 mil empresas inovadoras. Os dados são da plataforma Inovalink, mantida pelo Sebrae, Anprotec e MCTI para mapeamento de ambientes de inovação e startups.
A cerimônia de abertura foi finalizada com o lançamento do livro “Brasil Inovador - quatro décadas das políticas públicas que impulsionaram os ambientes de inovação e empreendedorismo no país”, produzido e editado pela Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETAD) do MCTI.
Acesse o livro na íntegra
“Nesta publicação, revisitamos a trajetória que nos trouxe até aqui, desde a primeira política pública de apoio aos ambientes de inovação, até os avanços legislativos recentes que fortaleceram ainda mais nosso Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”
Luciana Santos, Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil.
Economia do Gêmeo Digital
Um relatório do NIST examina a economia dos gêmeos digitais na indústria de manufatura, incluindo os custos, benefícios e decisão econômica de investir na adoção de um gêmeo digital.
Um gêmeo digital é um modelo de computador de um sistema físico, como uma máquina ou edifício, que tem potencial para alta precisão, exatidão e flexibilidade para modelar vários aspectos do sistema. Eles são usados em cinco áreas principais com base nas vendas de software para implementação: manutenção preditiva (39,9%), otimização de negócios (25,3%), monitoramento de desempenho (17,8%), gerenciamento de estoque (11,9%) e design e desenvolvimento de produtos (3,4%). Os aplicativos restantes representam 1,6% das vendas.
Os gêmeos digitais funcionam principalmente para fazer previsões ou como um indicador de status para o sistema que está sendo modelado. O benefício da categoria mais ampla de rastreamento e análise de dados, que inclui gêmeos digitais, é ser
Acesse o estudo completo
capaz de identificar design e/ou configurações mais ideais para um sistema específico, como quando realizar a manutenção ou onde colocar máquinas. Eles fornecem o potencial para precisão, exatidão e flexibilidade de alto nível no rastreamento e análise de dados, onde a flexibilidade é a capacidade do modelo de considerar diferentes tipos e níveis de fatores de entrada e saída. A relação custo-benefício do investimento em um gêmeo digital provavelmente é afetada pela complexidade e sensibilidade (ou seja, o nível de variação do sistema que afeta os resultados econômicos) do sistema do mundo real que está sendo modelado, juntamente com a consequência de custo de ter um
Resultados de Monte Carlo sobre o impacto dos gêmeos digitais junto com o rastreamento/análise de dados
nível não ideal de configurações ou design para o sistema.
Os benefícios totais de todos os investimentos futuros em rastreamento e análise de dados nos EUA, incluindo aqueles para gêmeos digitais e aqueles com menos precisão, exatidão e flexibilidade, são estimados em US$ 88,6 bilhões. Se os gêmeos digitais forem responsáveis por custos de investimento em rastreamento e análise de dados acima de 85% o impacto potencial total da adoção de gêmeos digitais na indústria de manufatura é estimado em US$ 37,9 bilhões.
Curiosamente, é comum que a categoria de melhor desempenho dentro de um grupo seja responsável por entre os 10% e 20% superiores; portanto, o 85% é uma suposição significativa, mas razoável, dados os padrões nos custos e retorno sobre o investimento encontrados em outros investimentos semelhantes que são discutidos neste relatório. Uma simulação de Monte Carlo variando os principais fatores dessa estimativa em -50% e +20% (ou seja, enviesando para baixo) e assumindo que os gêmeos digitais representam entre 80% e 95% dos investimentos em rastreamento e
análise de dados por custo, coloca o intervalo de confiança de 90% entre US$ 16,1 bilhões e US$ 38,6 bilhões com uma mediana de US$ 27,2 bilhões anualmente. Essas estimativas de nível de indústria são baseadas em vários conjuntos de dados e cálculos, incluindo tendências ou padrões na relação entre os custos e retornos sobre investimentos inseridos nos dados do Centro de Avaliação Industrial do Departamento de Energia (DOE).
A partir das estimativas neste relatório, pode-se razoavelmente supor que o impacto potencial dos gêmeos digitais é provavelmente na casa das dezenas de bilhões de dólares. Suposições razoáveis são feitas para calcular as estimativas acima e essas suposições são relaxadas usando uma abordagem de Monte Carlo.
Apesar desses melhores esforços, há uma ampla gama de erros nas estimativas. Pesquisas futuras podem aumentar a exatidão e a precisão dessas estimativas coletando dados adicionais dos fabricantes. Entender o impacto potencial afeta a análise de investimento público no avanço dos gêmeos digitais e sua adoção.
O que os CEOs falaram no quarto trimestre de 2024
De acordo com o último relatório “O que os CEOs falaram sobre” da IoT Analytics, três temas ganharam força notável no quarto trimestre de 2024: tarifas, relocalização e IA.
As discussões sobre IA diminuíram no geral, mas a IA agêntica aumentou significati- vamente. É preciso entender a diferença: a IA generativa se refere a sistemas que podem criar novos conteúdos com base nos dados em que foram treinados; IA agêntica toma decisões autônomas, persegue objetivos complexos, adapta-se a ambientes em mudança e toma medidas proativas em vez de reativas para atingir objetivos específicos. Um sistema de IA agêntica não apenas gera conteúdo; ele cria estratégias, planeja e executa tarefas multietapas com autonomia.
Apesar dos recentes furacões catastróficos, inundações e tempestades de inverno, os tópicos relacionados à sustentabilidade diminuíram em menções trimestre a trimestre e têm apresentado tendência de queda desde o primeiro trimestre de 2022.
Isso importa porque a priorização de tópicos específicos pelos CEOs pode influenciar o investimento nessas áreas.
As eleições nos EUA ganham destaque no quarto trimestre de 2024 e o impacto da eleição estava na vanguarda das mentes de muitos CEOs no quarto trimestre de 2024 — antes e depois do dia da eleição — com o termo subindo 58% no trimestre a trimestre
(QoQ) para 38% das teleconferências de resultados corporativos. Esta é a primeira vez desde o segundo trimestre de 2022 que um tópico apareceu mais do que preocupações econômicas como inflação. Até mesmo as discussões em torno do presidente eleito Donald Trump aumentaram 230% no trimestre para 0,7% das teleconferências de resultados.
Política comercial foi um assunto que subiu drasticamente nas menções; as menções de política comercial e guerra comercial subiram 250% QoQ em menções para 0,3% e 0,5%, respectivamente. Com isso, o tópico de tarifas subiu 98% QoQ para 13% das discussões.
As discussões sobre inflação se mantêm estáveis enquanto a incerteza aumenta. Além da eleição, as preocupações econômicas continuaram sendo o tema mais prevalente nas discussões da sala de diretoria no quarto trimestre de 2024. As menções à inflação diminuíram ligeiramente (-1,4% no trimestre) em comparação com cerca de 33,5% das chamadas, enquanto o tópico da incerteza aumentou 13,5% no trimestre para 23% das chamadas de lucros, e as discussões sobre taxas de juros aumentaram 8% no trimestre para 27%. Depois de ver um pico no terceiro trimestre de 2024, as menções à recessão caíram drasticamente no quarto trimestre de 2024, caindo quase 40% no trimestre para 3% das chamadas.
Ferramentas de IA mais populares de 2024
Popularidade no mundo da tecnologia é difícil de medir e depende muito do que se usa para medi-la e quão disponíveis as métricas estão. Quando se pensa em Inteligência Artificial, some-se o fato de que uma determinada IA pode ser uma ferramenta autônoma ou incorporada em outros produtos.
A Exploding Topics é uma empresa que analisa tendências com base em pesquisas na web, conversas e menções. Ela recentemente elaborou um relatório para determinar a popularidade de ferramentas IA baseando sua coleta de dados nas plataformas Senrush e Similarweb para calcular o total de tráfego de 20 ferramentas de IA. Os dados usados foram os de agosto de 2024.
O ChatGPT ficou em primeiro lugar, com participação 54,96%de mercado. De acordo com a Similarweb, o chat.openai.com foi visitado aproximadamente 3,66 bilhões de
vezes nos últimos 30 dias (novembro), cada visitante do ChatGPT visualiza uma média de 3,66 páginas por visita; cada usuário gasta uma média de 6 minutos e 11 segundos. E cresceu muito rápido. Mas o ChatGPT tem uma taxa de rejeição de 37,96%.
O Canva, uma ferramenta de marketing e edição de imagens baseada na web, investiu bastante em recursos de IA e ficou em segundo lugar, com participação de mercado 14,92%, seguida pelo DeepL – serviço de tradução online que traduz 33 idiomas, oferece edições com tecnologia de IA e pode traduzir arquivos, incluindo PDFs, documentos do Word e decks do PowerPoint –que ficou com participação de mercado de 5,38%. Bem perto, em quarto lugar, ficou o Google Gemini, com participação de 4,75%. Com participação de 3,90%, a quinta posição é do Character.AI – que permite que os
Seu portal de informações sobre a indústria nacional!
Tudo o que você precisa saber sobre inovação, tecnologia e negócios na indústria.
usuários criem chatbots personalizados que simulam certas personalidades.
Em sexto, o Remove.bg – que remove fundos de imagens – conseguiu participação de mercado 1,76%; o JanitorAI - gerador de personagens de IA, mas este foca mais em RPG online do que em caracterizações mais profundas de personagens – ficou em sétimo lugar, com participação de mercado 1,72%; com participação de mercado 1,68%, em oitavo lugar, está o QuillBot - assistente de escrita online, com verificador gramatical, verificador de plágio, detector de IA, paráfrase, resumidor, gerador de citações, tradutor; o Grammarly, que existia muito antes do boom da IA como um serviço para ajudar com gramática e ortografia, ficou em lugar,
com participação de mercado 1,66%; e em 10º lugar, com participação de mercado de 1,57%, ficou o Claude, da Anthropic, empresa que recebeu investimento de US$ 4 bilhões da Amazon (com a intenção de que o Claude irá alimentar a “notável Alexa” ), um investimento de US$ 2 bilhões do Google e uma integração com o Slack.
Abaixo de 1,5% estão, em ordem decrescente: Perplexity (1,46%), Suno (1,26%), CapCut (0,89%), Poe (0,89%), Quizizz (0,67%), Microsoft Copilot (0,56%), Luma Al (0,54%), ElevenLabs (0,51%), OpenAl Playground (0,47%), DeepAl (0,46%).
Mas a IA está abrindo caminho embarcada em muitas aplicações, a ponto de ser apenas um componente de uma oferta maior.
Comissão Europeia aprovou sete novas fábricas de IA
A European High Performance Computing Joint Undertaking (EuroHPC) selecionou sete propostas para estabelecer e operar as primeiras Fábricas de IA na Europa - é um marco para a Europa na construção de um ecossistema para treinar modelos avançados e desenvolver soluções de IA.
As primeiras Fábricas de IA representarão um investimento de € 1,5 bilhão, combinando financiamento nacional e da EU: metade
desse valor será financiado pela UE por meio do Programa Europa Digital para infraestrutura de IA e do Horizonte Europa para serviços AIF. As Fábricas de IA selecionadas serão hospedadas em centros de pesquisa e tecnologia na Europa:
• Barcelona, Espanha: “ BSC AIF ” no Centro de Supercomputação de Barcelona
• Bolonha, Itália: “ IT4LIA ” no CINECA - Bologna Tecnopolo
• Kajaani, Finlândia: “ LUMI AIF ” no CSC
• Bissen, Luxemburgo: “ Meluxina-AI ” em LuxProvide
• Linköping, Suécia: “ MIMER ” na Universidade de Linköping
• Stuttgart, Alemanha: “ HammerHAI ” na Universidade de Stuttgart
• Atenas, Grécia: “ Pharos ” no GRNET
As sete Fábricas de IA envolvem 15 Estados-Membros e dois Estados participantes da EuroHPC. Portugal, Romênia e Turquia aderiram ao BSC AIF ; Áustria e Eslovênia, ao ITA4LIA ; e República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Noruega e Polônia aderiram ao LUMI AIF .
Cinco dos locais de hospedagem selecionados implantarão supercomputadores otimizados para IA de classe mundial total-
mente novos, nomeadamente na Finlândia, Alemanha, Itália, Luxemburgo e Suécia. A Fábrica de IA na Espanha resultará da atualização do sistema EuroHPC existente, MareNostrum 5. Na Grécia, uma Fábrica de IA será estabelecida e operada, associada ao supercomputador DAEDALUS, um supercomputador EuroHPC atualmente em implantação naquele país. As Fábricas de IA na Espanha e Finlândia também apresentarão uma plataforma experimental, fornecendo uma infraestrutura de ponta para desenvolver e testar modelos e aplicações de IA inovadores, e promovendo a colaboração em toda a Europa.
Essas Fábricas de IA mais que dobrarão a capacidade de computação da EuroHPC, abordando necessidades específicas e impulsionando as capacidades europeias em IA. Elas serão implantadas em 2025-2026.
As Fábricas reunirão poder de computação, dados e talento. Espera-se que ecossistemas de IA se desenvolvam centrados em torno dos supercomputadores EuroHPC, conectando universidades e academia, centros de supercomputação, indústria e atores financeiros.
Outros Estados-Membros demonstraram interesse em se juntar às recém-selecionadas
Fábricas de IA ou em criar novas Fábricas de IA. E a próxima data limite para o envio de propostas sobre Fábricas de IA é 1º de fevereiro de 2025. Detalhando:
Na Finlândia, a LUMI AI Factory fortalecerá e apoiará o papel crescente da Europa como inovadora em IA, fornecendo um ambiente de computação de classe mundial (LUMI-AI) e acesso a fontes de dados completamente novas, juntamente com um centro de serviços e um pool de talentos para dar suporte aos testes rápidos e ao desenvolvimento de novas soluções de IA. O sistema será hospedado pelo CSC - Centro de TI para Ciências e localizado em Kajaani, próximo ao supercomputador EuroHPC LUMI existente.
O consórcio por trás da LUMI AI Factory é liderado pela Finlândia, juntamente com outros cinco países: República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Noruega e Polônia.
Na Alemanha, a HammerHAI (Plataforma Híbrida e Avançada de Aprendizado de Máquina para Fabricação, Engenharia e Pesquisa @ HLRS) criará um balcão único para usuários de IA em pesquisa acadêmica e indústria, incluindo um foco na redução das barreiras que atualmente impedem startups, PMEs e grandes corporações de usar IA.
Coordenada pelo Centro de Computação de Alto Desempenho de Stuttgart (HLRS) em colaboração com um forte consórcio da Alemanha, composto por GWDG, BADW-LRZ, KIT e SICOS, a nova Fábrica de IA será hospedada e localizada em Stuttgart, nas instalações do HLRS.
O projeto instalará uma nova infraestrutura de larga escala otimizada para IA no HLRS, que oferece uma plataforma segura, local e confiável para aprendizado de máquina, inteligência artificial e aplicações híbridas de HPC/IA.
Essa arquitetura alavancará tecnologias semelhantes à nuvem que são bem conhecidas na comunidade de IA, reduzindo os obstáculos que os usuários enfrentam ao migrar e dimensionar aplicativos de IA existentes de suas redes locais ou outros serviços de nuvem. Além disso, a nova AI Factory forne -
cerá acesso a modelos de fluxo de trabalho, modelos pré-treinados e conjuntos de dados compartilhados.
A HammerHAI oferecerá suporte flexível e completo para todo o ciclo de vida da IA, do desenvolvimento do modelo à inferência, bem como suporte dedicado ao usuário e educação profissional contínua para ajudar os usuários a desenvolverem novas habilidades.
O consórcio também trabalhará dentro do ecossistema de IA alemão e europeu para acelerar a inovação, impulsionar o crescimento econômico e apoiar o desenvolvimento de novos produtos e serviços baseados em IA.
Na Grécia, Pharos, a nova fábrica de IA tem como objetivo explorar o DAEDALUS, o supercomputador EuroHPC atualmente em implantação para atender às necessidades nacionais e europeias de IA em saúde, cultura, idioma e sustentabilidade (energia, meio ambiente, clima), oferecendo suporte completo ao usuário (desde qualificação, fornecimento de conjuntos de dados e treinamento em modelos de IA até suporte à inovação empresarial) e envolvendo o ecossistema nacional e europeu de IA.
O sistema será gerenciado e operado pela National Infrastructures for Research and Technology GRNET SA, em Atenas, Grécia, operando sob os auspícios do Ministério Grego de Governança Digital. A Greek AI Factory Pharos é coordenada por um consórcio de parceiros, incluindo duas organizações de pesquisa, o National Centre for Scientific Research “Demokritos” e Athena, a National Technical University of Athens e o National Fund of Greece.
Será dada atenção especial à implementação de um conjunto de dados e serviços de IA que permitirão o desenvolvimento contínuo de produtos de IA que sejam éticos, confiáveis e compatíveis com a Lei de IA da UE e regulamentações específicas do setor.
Os serviços que exigem HPC interagirão com a infraestrutura DAEDALUS para habilitar recursos computacionais pesados, re -
cursos de armazenamento, agendamento de tarefas, conectividade de rede de alta velocidade e pilhas de software prontas para uso.
Na Itália, com base na experiência do Bologna Tecnopolo e do site EuroHPC LEONARDO, o IT4LIA fornecerá uma infraestrutura de IA de classe mundial e um ecossistema coeso para reunir pesquisadores, desenvolvedores, startups e PMEs, para preencher a lacuna entre provedores de IA e usuários em potencial, como administração pública, estudantes, academia, PMEs e indústrias.
O consórcio IT4LIA AI Factory é coordena- do pela Itália, em colaboração com a Áustria e a Eslovênia. O novo sistema será hospedado pelo CINECA Consorzio Interuniversitario e ficará localizado em Bolonha, Itália.
A IT4LIA AI Factory representará a evolução da LEONARDO com um novo supercomputador otimizado para IA de primeira classe, rumo a uma infraestrutura de IA altamente competitiva e fácil de usar, pronta para uso.
Do ponto de vista tecnológico, o supercomputador otimizado para IA aproveitará tecnologias de ponta para fornecer uma infraestrutura 4 vezes mais poderosa para aplicações padrão e 40 vezes mais poderosa para
cargas de trabalho específicas de IA (precisão mista Linpack de mais de 40 ExaFlops).
De uma perspectiva sistêmica, o IT4LIA se concentrará em aumentar a adoção de soluções de IA em setores-chave, como agroalimentar, segurança cibernética, terra e manufatura, alavancando valiosos repositórios de dados externos e internos e uma vasta gama de serviços horizontais e específicos do setor, juntamente com uma série de iniciativas de treinamento voltadas para a qualificação de todo o ecossistema. Este suporte direcionado será crucial para garantir que as PMEs e os players emergentes possam explorar totalmente o potencial avançado da IA.
A Fábrica de IA de Luxemburgo pretende confirmar a posição do país como líder europeu em inteligência artificial. Projetada para abordar desafios críticos enfrentados por usuários de IA em setores estratégicos como finanças, espaço, segurança cibernética e economia verde, a AI Factory tem como objetivo oferecer integração rápida e suporte personalizado para todas as empresas, especialmente startups e PMEs.
No seu núcleo está o MeluXina-AI, um supercomputador otimizado para IA que forne-
ceria recursos de computação, dados e conectividade incomparáveis.
Reunindo a expertise da Luxinnovation, do Serviço Nacional de Dados de Luxemburgo (LNDS), da Universidade de Luxemburgo (Uni.lu) e do Instituto de Ciência e Tecnologia de Luxemburgo (LIST), sob a coordenação da LuxProvide e com o apoio de importantes parceiros nacionais, a AI Factory visa ampliar o comprometimento de Luxemburgo com a inovação. O MeluXina-AI será hospedado e operado pela LuxProvide e ficará localizado em Bissen, próximo ao supercomputador EuroHPC MeluXina existente.
A BSC AI Factory é uma iniciativa conjunta da Espanha, Portugal, Turquia e Romênia, representados respectivamente pelo Barcelona Supercomputing Center (BSC-CNS), a Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT), o Conselho de Pesquisa Científica e Tecnológica da Turquia (TÜBİTAK) e o Instituto Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento em Informática (ICI București).
O novo sistema desenvolverá uma nova Fábrica de IA e uma infraestrutura de computação habilitada para IA a serviço do ecossistema de inovação em IA da UE para permitir a adoção de IA pela indústria, startups, PMEs e administrações públicas.
Com foco em serviços para administração pública, saúde, farmacêutica e biotecnologia, finanças e jurídico, agricultura e clima, setor público, energia e comunicação e mídia, a BSC AI Factory, que atualizará o sistema EuroHPC MareNostrum 5 existente, será hospedada e operada pelo Barcelona Supercomputing Center (BSC-CNS).
A Fábrica Sueca de IA - MIMER - será hospedada pela Infraestrutura Acadêmica Nacional de Supercomputação (NAISS) na Suécia, na Universidade de Linköping, em colaboração com os Institutos de Pesquisa da Suécia (RISE).
O MIMER fornecerá um supercomputador de médio porte dedicado à IA que prioriza mecanismos de acesso em estilo de nuvem e armazenamento em larga escala para dados
confidenciais.
A Fábrica Sueca de IA desenvolverá, principalmente, suporte de IA e experiência em treinamento em Ciências Biológicas e Assistência Médica, Ciências de Materiais, Sistemas Autônomos e Indústria de Jogos, todas áreas de força na Europa em geral e na Suécia em particular.
Como parte das principais aplicações, o projeto se concentrará em modelos generativos em biologia estrutural e design de medicamentos, treinamento em larga escala em medicina personalizada e trabalho com parceiros internacionais para desenvolver modelos de base de última geração que serão então ajustados para aplicações industriais e acadêmicas específicas.
A EuroHPC JU é uma entidade legal e de financiamento, criada em 2018 e revisada em 2021 pelo Regulamento (UE) 2021/1173 do Conselho para permitir que a União Europeia e os países participantes coordenem esforços e reúnam recursos com o objetivo de tornar a Europa líder mundial em supercomputação.
Para equipar a Europa com uma infraestrutura de supercomputação líder mundial, a EuroHPC JU já adquiriu nove supercomputadores, localizados por toda a Europa. Independentemente de sua localização na Europa, cientistas e usuários europeus do setor público e da indústria podem se beneficiar desses supercomputadores EuroHPC por meio das EuroHPC Access Calls. Esse acesso permite que eles avancem na ciência e apoiem o desenvolvimento de uma ampla gama de aplicações com relevância industrial, científica e social para a Europa.
Revisado recentemente por meio do Regulamento do Conselho (UE) 2024/1732, a EuroHPC JU recebeu um novo mandato para desenvolver e operar fábricas de IA. Esses ecossistemas de IA abertos abrangentes centrados em instalações de supercomputação da EuroHPC darão suporte ao crescimento de um ecossistema de IA altamente competitivo e inovador na Europa.
Parque termelétrico está emitindo mais por gigawatt-hora gerado
O parque termelétrico que injeta eletricidade no Sistema Interligado Nacional emitiu 4,8% a mais por gigawatt-hora (GWh) produzido em 2023, em comparação ao ano anterior, aponta os dados do “4º Inventário de emissões atmosféricas em usinas termelétricas”, lançado pelo Iema -Instituto de Energia e Meio Ambiente. Foram emitidas 671 toneladas de gás carbônico por gigawatt-hora gerado (tCO2e/GWh). Em 2022, o número era de 641 tCO2e/GWh. Esse aumento aconteceu porque as usinas a carvão operaram por mais tempo, enquanto outras, mais eficientes, foram menos acionadas.
A geração inventariada de eletricidade fóssil injetada no SIN - Sistema Interligado Nacional, que já apresentava queda entre 2021 e 2022, manteve essa tendência em 2023. Houve uma redução de 13% na produção, que passou de 31,1 TWh, em 2022, para 26,9 TWh, em 2023, representando uma diminuição absoluta de 4,1 TWh. Este declínio foi impulsionado, principalmente, por uma queda de 20% na operação das usinas a gás natural, enquanto a geração das usinas a carvão mineral registrou um aumento de 11%.
Ao todo, as 67 termelétricas analisadas geraram 17,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), 96% proveniente de quase metade delas. Do total das termelétricas analisadas, apenas dez emitiram 71% dos gases, sendo metade delas a carvão mineral e a outra, a gás.
“Devido aos maiores níveis de água de reservatórios para geração hidrelétrica e da ascensão de fontes renováveis, 2023 foi um ano de baixo acionamento de termelétricas.
Mas, em períodos de estiagem, como ocorreu este ano de 2024, a geração dessa modalidade aumenta e, como consequência, as emissões são maiores também”,
Raissa Gomes, coordenadora do estudo e pesquisadora do Iema.
ENERGIES
As cinco termelétricas que mais geraram energia elétrica em 2023, respectivamente, foram: Mauá 3 (Manaus, AM), com 10% da participação total; Parnaíba II (Santo Antônio dos Lopes, MA), com 9%; Jorge Lacerda IV (Capivari de Baixo, SC), com 9% da participação total; Termorio (Duque de Caxias, RJ), com 8% da participação total; Candiota III (Candiota, RS), com 7% da participação total.
Já as seis usinas mais emissoras de gases de efeito estufa (GEE) foram: Candiota III (Candiota, RS), com 13% de participação to -
Ineficiência das usinas a carvão mineral
Vale destacar que nove das dez usinas que mais emitem por gigawatt-hora (GWh) produzido empregam carvão. São elas, respectivamente: Candiota III (Candiota, RS), Pampa Sul (Candiota, RS), Jorge Lacerda III (Capivari de Baixo, RS), Jorge Lacerda I e II (Capivari de Baixo, RS), Porto do Itaqui (São Luís, MA), Porto do Pecém I (São Gonçalo do Amarante, RN), Figueira (Figueira, PR), Porto do Pecém II (São Gonçalo do Amarante, RN), Jorge Lacerda IV (Capivari de Baixo, RS), Termopernambuco (Ipojuca, PE). Apenas a última emprega gás natural.2
A usina Candiota III está em primeiro lugar no ranking de emissões – respondendo por 13% do total em 2023 –, mas se encontra apenas como a quinta em termos de geração elétrica, sendo responsável por 7% da energia elétrica produzida. Parnaíba II, a exemplo, é a segunda térmica fóssil que mais produziu energia elétrica em 2023, mas é a sétima maior emissora.
Esses dados apontam a ineficiência de usinas que empregam o carvão mineral como combustível – em 2023 essa categoria de usinas teve média de eficiência de apenas 33%. A Região Sul, sede de grandes usinas a carvão mineral, apesar de ser aquela com o menor número de usinas, é a maior emissora com 45% das emissões inventariadas (oito milhões de toneladas de CO2e).
Inclusive, tramita no Senado o Projeto de Lei (PL) número 576/2021 que, inicialmen-
tal; Jorge Lacerda IV (Capivari de Baixo, RS), com 12%; Pampa Sul (Candiota, RS), 10%; Mauá 3 (Manaus, AM), 6%; Termorio (Duque de Caxias, SE), 6%; e Jorge Lacerda III (Capivari de Baixo, RS), também 6%. Em 2023, a maior geração por termelétricas foi do Subsistema Norte (39%), principalmente, do Amazonas, disponibilizando 10,5 TWh à rede. “Ainda que a geração termelétrica fóssil tenha caído no ano analisado, observa-se um aumento da proposição de novos projetos termelétricos, inclusive, nessa região”, lembra Raissa.
te, deveria tratar sobre a exploração de energia eólica em alto-mar (offshore), mas incluiu a postergação dos contratos de termelétricas a carvão mineral até 2050. Pela legislação em vigor, essa obrigatoriedade acabaria em 2028.
Em 2023, 27 empresas mantiveram sua participação em termelétricas, mas houve alterações em composições de proprietários. Entre os principais destaques está a venda da Candiota III da Eletrobras para a Âmbar Energia. Já o BTG adquiriu participação em quatro usinas: obteve a Ponta Negra e, na Pampa Sul, na Geramar I e na Geramar II, adquiriu 50% das ações.
Também foi realizada a venda de 80% da Porto do Pecém I da EDP Brasil para a Mercúrio Asset. Além disso, três empresas entraram no mercado de geração termelétrica: Mitsubishi Power Americas, Infraestrutura Brasil Holding III S.A. e Shell Gas B.V., com a inauguração da termelétrica Marlin Azul, em Macaé (RJ).
Observa-se ainda uma concentração da geração, onde cerca de 66% foi de responsabilidade de quatro empresas: Petrobras com 21%; Eneva, 17%; Fram Capital Energy, 15%; Eletrobras, 13%.
As emissões de gases de efeito estufa (GEE) também se concentraram: 73% das emissões foram responsabilidade de cinco companhias. Neste ranking, a Fram Capital Energy sai na frente, sendo responsável por 22% das emissões. Seguida de: Petrobras, 19%; Âmbar Energia, 12,5%; Eneva, 11%; e Eletrobras, 9%.
Com relação à taxa de emissões de dióxido de carbono equivalente (tCO2e/GWh), a Âmbar Energia foi a maior emissora, pois é detentora da termelétrica a carvão Candiota III. As seis empresas com as maiores taxas de emissão são, predominantemente, proprietárias de usinas a carvão mineral.
E a Petrobras, que se destaca como uma das maiores geradoras de energia, ocupa o segundo lugar no ranking das emissões, mas apresenta taxa de emissão menor que a média do sistema devido ao seu portfólio predominantemente composto por usinas a gás natural ciclo combinado.
Poluentes do Ar
Apenas 35 das 67 termelétricas disponibilizaram dados de emissão de óxidos de nitrogênio (NOx.) no Relatório de Atividades Potencialmente Poluidoras (RAPP/Ibama), algo obrigatório às empresas. As dez termelétricas com as maiores emissões disponíveis estão localizadas nos municípios de: Capivari de Baixo (SC), Duque de Caxias (RJ), Cubatão (SP), Candiota (RS), Linhares (ES), São Francisco do Conde (BA) e Paulínia (SP).
Uma tendência observada, em razão dos projetos recentes de termelétricas cadastradas, é o adensamento de usinas em um mesmo território. O município de Macaé, por exemplo, além das duas termelétricas já em operação, inaugurou em 2023 a usina Marlim Azul em uma área identificada como saturada em termos de qualidade do ar. Em 2020, Macaé registrou recorrentes ultrapassagens dos limites diários de ozônio, com mais de 80 dias de ocorrências, conforme apontado pelo estudo “Qualidade do ar em Macaé (RJ)”, do Iema.
Produzido anualmente pelo IEMA, este é o quarto estudo que avalia as emissões de GEE, os poluentes atmosféricos e a representatividade das termelétricas brasileiras de serviço público e autoprodutoras — usinas associadas a indústrias que, em sua maioria, atendem à própria demanda por eletricidade — com energia fornecida ao SIN. A análise exclui plantas movidas a combustíveis renováveis e unidades cujos combustíveis utilizados não puderam ser identificados. Também ficam fora do escopo as termelétricas dos Sistemas Isolados (Sisol), compostos por pequenas e médias usinas com informações limitadas disponíveis.
Eneva conclui aquisição de usina Gera Maranhão
A Eneva, operadora privada de gás natural onshore do Brasil, anunciou nesta quarta-feira, 11, a conclusão da aquisição da usina Geradora de Energia do Maranhão (Gera Maranhão). A transação, aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), envolve a aquisição de ações representativas de 50% do capital social da Gera Maranhão que eram de titularidade dos acionistas que exerceram o direito de tag along em decorrência da aquisição, pela Eneva, em 14 de novembro de 2024, dos 50% de participação detida pelo BTG Pactual Holding Participações.
A operação consolida a capacidade contratada da companhia em 6,8 gigawatts (GW). A aquisição total da Gera Maranhão
contempla o conjunto de quatro ativos adquiridos do BTG pela Eneva. As demais usinas estão localizadas no Espírito Santo. São elas: Linhares, Viana e Povoação.
Este movimento reforça a posição da Eneva como importante player em geração térmica no país, alinhado a uma estratégia de investimento em projetos que garantam a segurança energética do país e maior confiabilidade ao sistema elétrico brasileiro.
A Usina Termelétrica Gera Maranhão é um parque térmico de geração de energia situado em Miranda do Norte, a 120 km de São Luís, no Maranhão. Possui duas plantas gêmeas (Geramar I e Geramar II) com uma capacidade total de 332 MW. @Divulgação
Cemig é a única empresa do setor elétrico das
Américas presente no Índice Dow Jones de Sustentabilidade
A Cemig celebrou a inclusão da companhia, pelo 25º ano consecutivo, no Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI World). Neste ano, a empresa é a única do setor elétrico das Américas presente no seleto grupo de empresas globais reconhecidas por suas práticas em ESG (Ambiental, Social e Governança). Além disso, a companhia é uma das poucas corporações mundiais presentes ininterruptamente no índice desde a sua criação, em 1999.
O DJSI World, elaborado pela S&P Global e auditado pela Deloitte, avalia o desempenho em sustentabilidade de 3.300 empresas. No setor elétrico mundial, foram avaliadas 73 companhias e apenas a Cemig e outras 7 europeias foram incluídas no índice. A avaliação, que é muito rigorosa, considera questionários, relatórios anuais, informações públicas e a capacidade de criar valor para os acionistas a médio e longo prazo.
Em 2024, a nota da Cemig teve uma evolução de 6 pontos em relação ao ano anterior. A empresa conquistou a liderança nos blocos Transparência e Reporte, geração renovável e Direitos Humanos, consolidando sua posição como referência em sustentabilidade no setor elétrico mundial.
De acordo com o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, a inclusão pelo 25º ano consecutivo no índice Dow Jones é resultado de uma estratégia minuciosa da empresa na agenda ESG. O executivo também reafirma o compromisso da companhia com um futuro mais sustentável, impulsionando a transição energética no Brasil e servindo como modelo para o mercado.
“O setor de energia é fundamental para a descarbonização no mundo. A sociedade só conseguirá mitigar as emissões com a liderança do setor elétrico. As grandes tendências do mundo são a geração de energia renovável para enfrentar as mudanças climáticas e a inteligência artificial generativa. E elas estão interconectadas, pois não é possível crescer em inteligência artificial e avançar na descarbonização sem o correspondente aumento de oferta de energia limpa”
Reynaldo Passanezi Filho, presidente da Cemig.
De acordo com Passanezi, a sustentabilidade é um pilar fundamental da estratégia da companhia, garantindo um futuro mais próspero para a empresa, para Minas Gerais e para o planeta.
“A Cemig é uma das precursoras na agenda
de ESG no Brasil e a presença no Índice Dow Jones de Sustentabilidade, há tanto tempo, demonstra a importância desse assunto para a empresa, mesmo quando ele ainda não era tão presente nas discussões na sociedade e nas empresas”, destaca.
IEA: Estatísticas mensais de eletricidade
Conflitos regionais e tensões geopolíticas estão destacando fragilidades significativas no atual sistema energético global, deixando clara a necessidade de políticas mais fortes e maiores investimentos para acelerar e expandir a transição para tecnologias mais limpas e seguras, de acordo com o novo World Energy Outlook 2024 da AIE.
A última edição do World Energy Outlook ( WEO ) examina como as tendências de mercado em mudança, as incertezas geopolíticas em evolução, as tecnologias emergentes, o avanço das transições de energia lim-
pa e os crescentes impactos das mudanças climáticas estão mudando o que significa ter sistemas de energia seguros. Em particular, o novo relatório ressalta que as tensões geopolíticas e a fragmentação atuais estão criando grandes riscos tanto para a segurança energética quanto para a ação global na redução das emissões de gases de efeito estufa.
As projeções do relatório com base nas configurações de políticas atuais indicam que o mundo está pronto para entrar em um novo contexto de mercado de energia nos próximos anos, marcado por riscos ge -
opolíticos contínuos, mas também por um fornecimento relativamente abundante de vários combustíveis e tecnologias. Isso inclui um excesso de fornecimento de petróleo e gás natural liquefeito (GNL) surgindo durante a segunda metade da década de 2020, juntamente com um grande excesso de capacidade de fabricação para algumas tecnologias-chave de energia limpa, notavelmente energia solar fotovoltaica e baterias.
Fatih Birol, diretor executivo da AIE.
“Na segunda metade desta década, a perspectiva de suprimentos mais amplos – ou mesmo excedentes – de petróleo e gás natural, dependendo de como as tensões geopolíticas evoluem, nos levaria a um mundo energético muito diferente daquele que vivenciamos nos últimos anos durante a crise energética global. Isso implica pressão descendente sobre os preços, proporcionando algum alívio para os consumidores que foram duramente atingidos pelos picos de preços. O espaço para respirar das pressões sobre os preços dos combustíveis pode fornecer aos formuladores de políticas espaço para se concentrarem em aumentar os investimentos em transições de energia limpa e remover subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis. Isso significa que as políticas governamentais e as escolhas dos consumidores terão enormes consequências para o futuro do setor energético e para o enfrentamento das mudanças climáticas.”
ENERGIES
Com base nas configurações de políticas atuais, o relatório conclui que fontes de baixas emissões devem gerar mais da metade da eletricidade do mundo antes de 2030 –e a demanda por todos os três combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás – ainda está projetada para atingir o pico até o final da década. A energia limpa está entrando no sistema de energia em uma taxa sem precedentes, mas a implantação está longe de ser uniforme entre tecnologias e mercados.
Neste contexto, o WEO-2024 também mostra que os contornos de um novo sistema de energia mais eletrificado estão entrando em foco à medida que a demanda global por eletricidade dispara. O uso de eletricidade cresceu em um ritmo duas vezes maior que a demanda geral de energia na última década, com dois terços do aumento global na demanda de eletricidade nos últimos dez anos vindo da China.
“Nos relatórios anteriores, a AIE deixou claro que o futuro do sistema energético global é elétrico – e agora é visível para todos”, disse o Dr. Birol. “Na história da energia, testemunhamos a Era do Carvão e a Era do Petróleo – e agora estamos avançando rapidamente para a Era da Eletricidade, que definirá o sistema energético global daqui para frente e será cada vez mais baseado em fontes limpas de eletricidade.”
“Assim como muitas outras tendências globais de energia hoje, a China é uma parte importante do que está acontecendo”, acrescentou o Dr. Birol. “Seja investimento, demanda por combustível fóssil, consumo de eletricidade, implantação de energias renováveis, mercado de VEs ou fabricação de tecnologia limpa, estamos agora em um mundo onde quase toda história de energia é essencialmente uma história da China. Apenas um exemplo: a expansão solar da China está agora ocorrendo a uma taxa tal que, no início da década de 2030 — daqui a menos de dez anos — a geração de energia solar da China sozinha pode exceder a demanda total de eletricidade dos Estados Unidos hoje.” O crescimento da demanda global por
eletricidade deve acelerar ainda mais nos próximos anos, adicionando o equivalente à demanda japonesa ao uso global de eletricidade a cada ano em um cenário baseado nas configurações políticas atuais — e aumentando ainda mais rapidamente em cenários que atendem às metas nacionais e globais para atingir emissões líquidas zero.
Para que a energia limpa continue crescendo em ritmo acelerado, são necessários investimentos muito maiores em novos sistemas de energia, especialmente em redes elétricas e armazenamento de energia. Hoje, para cada dólar gasto em energia renovável, 60 centavos são gastos em redes e armazenamento, destacando como a infraestrutura de suporte essencial não está acompanhando as transições de energia limpa. A descarbonização segura do setor elétrico exige que o investimento em redes e armazenamento aumente ainda mais rapidamente do que a geração limpa, e que a taxa de investimento seja reequilibrada para 1:1. Muitos sistemas de energia estão atualmente vulneráveis a um aumento em eventos climáticos extremos, colocando um prêmio nos esforços para reforçar sua resiliência e segurança digital.
Apesar do crescente ímpeto por trás das transições de energia limpa, o mundo ainda está muito longe de uma trajetória alinhada com suas metas de net zero. As decisões de governos, investidores e consumidores muitas vezes consolidam as falhas no sistema de energia atual, em vez de empurrá-lo para um caminho mais limpo e seguro, conclui o relatório. Refletindo as incertezas no mundo energético atual, o WEO-2024 inclui análise de sensibilidade para a velocidade em que as energias renováveis e a mobilidade elétrica podem crescer, quão rápido a demanda por GNL pode aumentar e como ondas de calor, políticas de eficiência e o aumento da inteligência artificial (IA) podem afetar a demanda por eletricidade no futuro.
Com base nas configurações políticas atuais, as emissões globais de dióxido de carbono devem atingir o pico em breve, mas a ausência de um declínio acentuado depois
disso significa que o mundo está a caminho de um aumento de 2,4 °C nas temperaturas médias globais até o final do século, bem acima da meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 °C. O relatório destaca os vínculos inextricáveis entre os riscos de segurança energética e as mudanças climáticas. Em muitas áreas do mundo, eventos climáticos extremos, intensificados por décadas de altas emissões, já estão representando desafios profundos para a operação segura e confiável dos sistemas de energia, incluindo ondas de calor, secas, inundações e tempestades cada vez mais severas.
Um novo sistema de energia precisa ser construído para durar, enfatiza o WEO-2024 , um que priorize a segurança, a resiliência e a flexibilidade, e garanta que os benefícios da nova economia energética sejam compartilhados e inclusivos. Em algumas regiões do mundo, altos custos de financiamento e riscos de projeto estão limitando a disseminação de tecnologias de energia limpa competitivas
em termos de custo para onde elas são mais necessárias. Este é especialmente o caso em economias em desenvolvimento, onde essas tecnologias podem gerar os maiores retornos para o desenvolvimento sustentável e reduções de emissões. A falta de acesso à energia continua sendo a desigualdade mais fundamental no sistema energético atual, com 750 milhões de pessoas — predominantemente na África Subsaariana — sem acesso à eletricidade e mais de 2 bilhões sem combustíveis limpos para cozinhar.
Para abordar os desafios energéticos em evolução enfrentados por países ao redor do mundo, a AIE está convocando uma Cúpula Internacional sobre o Futuro da Segurança Energética no segundo trimestre de 2025. Organizada pelo governo do Reino Unido em Londres, a Cúpula avaliará os riscos existentes e emergentes que o sistema energético global enfrenta, com foco em soluções e oportunidades.
Eletrobras escolhe Tendência Energia como um dos principais parceiros para comercialização de energia elétrica
A Eletrobras e a Tendência Energia assinaram contrato de parceria em comercialização de energia no mercado livre, com foco em consumidores menores. A iniciativa fortalece a atuação da Eletrobras junto ao consumidor final em todo território nacional e marca um momento de expansão da área de Comercialização da companhia, estruturada no início de 2024.
Através da parceria, os consumidores poderão acessar o mercado livre de energia, com benefícios como redução de custos e acesso a fontes renováveis.
A Eletrobras, maior empresa de geração e transmissão da América Latina, é líder no fornecimento de energia limpa, enquanto a Tendência Energia, especializada na gestão de energia e com atuação nacional, oferece capilaridade para a atração de novos clientes.
Com essas sinergias, a Eletrobras se posiciona estrategicamente no mercado livre de energia, promovendo o acesso dos clientes a tarifas mais competitivas em comparação às do mercado regulado.
A Tendência Energia é pioneira no merca do de varejo na comercialização de energia, tendo iniciado a atuação nesse segmento em 2019. Hoje, a empresa atende todo o Bra sil, buscando a proximidade com os clien tes, seja em grandes centros urbanos ou em regiões mais remotas. A Eletrobras, por sua vez, tem registrado crescimento significativo na comercialização de energia em 2024. Se gundo o último balanço divulgado pela em presa, o número de consumidores finais au mentou 115% do terceiro trimestre de 2023, quando somavam 228, para 488 no terceiro trimestre deste ano.
“A recente decisão da Eletrobras de atuar com pequenas e médias empresas marca o início de uma nova era na comercialização de energia no Brasil, reafirmando compromisso da Eletrobras em se consolidar como uma empresa voltada para o cliente e protagonista no mercado livre de energia. Como maior geradora de energia da América Latina, esse é um marco na democratização do Mercado Livre de Energia. A Tendência, nos proporciona uma capilaridade para que todos os consumidores elegíveis tenham acesso à energia limpa, soluções inovadoras e personalizadas em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo”,
Rodrigo Kwee de França, CRO da Eletrobras.
ISA Energia Brasil investirá US$ 130 milhões em startups para acelerar transição energética
A ISA, a empresa de transmissão de energia elétrica com maior presença na América Latina e acionista controlador da ISA Energia Brasil, lança o INNDIGO, um programa estratégico de investimento em inovação e empreendedorismo com um capital de USD 130 milhões até 2030. Na iniciativa, são analisados empreendimentos ou startups de base tecnológica, de qualquer parte do mundo, que estejam em estágio avançado (séries B em diante) e que contribuam de forma tangível para acelerar a transição energética. O programa tem dois enfoques em sua tese de investimento: potencializar a eficiência e a competitividade da transmissão de energia, a partir de soluções nas redes elétricas do futuro (flexíveis, confiáveis, resilientes e seguras); e participar em novos negócios
“Com o INNDIGO, respondemos ao nosso objetivo de liderar a transição energética, pois nos permite alavancar o conhecimento e a velocidade dos empreendimentos para acelerar a implementação da inovação no setor de energia, mundialmente. Com um investimento de USD 130 milhões, este programa se torna uma das apostas mais relevantes de Corporate Venture Capital (CVC) na região”
Jorge Andrés presidente da ISA Energia.
de energia, como soluções energéticas distribuídas, armazenamento em grande escala, entre outros.
Dentre os benefícios do programa estão o acesso a capital inteligente, a conexão com o mercado na América Latina, a criação de alianças estratégicas, o acesso a capacidades e experiência para crescimento de negócio, o escalonamento de tecnologias com empresas da ISA e a conexão com o mercado de investimento em energytech.
A criação do INNDIGO foi apoiada pela Wayra, assim como pelas áreas de inovação aberta e fundo corporativo do Grupo Telefónica Movistar, que conta com 15 anos de experiência em serviço de assessoria técnica especializada em Corporate Venture Capital (CVC as a Service).
“As características de escala e velocidade exigidas na transição energética para alcançar a neutralidade nas emissões de gases de efeito estufa, até 2050, exigem soluções inovadoras para gerir um sistema de transmissão de energia elétrica cada vez mais complexo e aproveitar as oportunidades que essa transição trará aos líderes. Estamos convencidos de que o INNDIGO nos coloca numa posição relevante nos nossos mercados de interesse e nos permite potencializar os objetivos estratégicos da ISA”
Amanda Coutinho, Líder do INNDIGO.
Faturamento do setor eletroeletrônico cresce
11%
em 2024
A indústria elétrica e eletrônica encerrou 2024 com faturamento de R$ 226,7 bilhões, um crescimento (nominal e real) de 11% na comparação com 2023, segundo a AbineeAssociação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. Todas as áreas representadas registraram alta no faturamento.
A produção física do setor apresentou aumento de 10,2% em relação ao ano passado, puxada principalmente pelo desempenho da área elétrica durante o ano. Os resultados de faturamento e produção contaram com uma base fraca de comparação (2023) visto no ano passado esses indicadores apontaram quedas de 6% e 11%, respectivamente.
Já o número de empregados em 2024 teve alta de 7%, encerrando o ano com 284,2 mil trabalhadores, 18,7 mil vagas a mais que no final de 2023 (265,5 mil trabalhadores).
De acordo com a Abinee, também os investimentos do setor eletroeletrônico apresentaram crescimento, de 10%, alcançando R$ 3,9 bilhões em 2024. Já a utilização da capacidade instalada passou de 73% em dezembro de 2023 para 79% no final de 2024.
“Os números do ano realmente nos surpreenderam. Nós não tínhamos essa expectativa”, afirma o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato. Ele pondera, porém, que os empresários estão apreensivos com a política fiscal do país e com a desvalorização cambial. “A preocupação é a de que a alta do dólar, agravada ainda mais neste final de ano, traga novos impactos nos custos de matéria-primas e componentes importados em 2025.”
Outra preocupação da Abinee é a elevada participação do mercado irregular de celulares nas vendas do segmento. De cada 10 aparelhos comercializados no país, 2 são vendidos de forma irregular, ou seja, 20% do total.
“Durante o ano, conseguimos expor esse absurdo, atuando junto à mídia e aos órgãos responsáveis, o que contribuiu para intensificar o combate à ilegalidade no comércio de celulares, que entram no Brasil pelo descaminho e são distribuídos via marketplaces”, comenta Barbato. Segundo ele, foram tomadas uma série de medidas pela Anatel, Senacon, Polícia e Receita Federal e pelo Legislativo. “Mesmo com todos os esforços para conter essa prática, ela ainda é preocupante e demanda ações contínuas.”
As exportações foram destaque positivo de 2024 e apresentaram aumento de 4%, totalizando US$ 7,5 bilhões. Destacaram-se os crescimentos nas vendas externas de bens de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica - GTD (17%) e de Equipamentos Industriais (15%). Os motores e geradores foram os principais produtos exportados do setor, totalizando US$ 764 milhões, 17% acima do resultado de 2023. Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações, correspondendo a 26% do total do setor.
As importações cresceram 12%, somando US$ 47,9 bilhões. As áreas que apontaram as maiores taxas de crescimento nas importa-
ções foram Equipamentos Industriais (22%), Utilidades Domésticas (22%), Componentes Elétricos e Eletrônicos (19%) e Informática (18%). Individualmente, o produto mais importado foi o módulo fotovoltaico (US$ 2,7 bilhões), que ficou entre os dez produtos mais importados do Brasil.
Perspectivas para 2025
Os principais indicadores da indústria eletroeletrônica deverão registrar no próximo ano incrementos mais discretos do que os verificados em 2024.
O faturamento do setor deverá somar R$ 241 bilhões em 2025, crescimento de 6% em relação a 2024, com taxas positivas em todas as áreas.
No próximo ano, a produção física do setor deverá crescer 5%. A previsão é de aumento também na mão de obra empregada no setor, que passará de 284,2 mil funcionários no final de 2024 para 290 mil no final de 2025. Já a utilização da capacidade instalada deverá se manter em 79%.
Os investimentos deverão totalizar R$ 4,2
A maior parte (47%) das importações do setor é proveniente da China.
Dessa forma, o déficit da balança comercial totalizou US$ 40,4 bilhões, resultado 14% superior ao apresentado em 2023 (US$ 35,5 bilhões).
bilhões, resultado 7% acima do verificado em 2024. A expectativa é de que as exportações continuem contribuindo com o desempenho do setor, com elevação de 3% e as importações cresçam 2%.
CNI apresenta perspectivas para a economia em 2025 e os últimos dados do setor em 2024
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2,4% no ano que vem, projeta o relatório Economia Brasileira 2024-2025, da CNI - Confederação Nacional da Indústria. Para 2024, a CNI subiu para 3,5% a expectativa de alta do PIB, mais do que o dobro em relação à estimativa anunciada no fim do ano passado.
Segundo a CNI, os fatores que impulsionaram o crescimento da economia em 2024 também vão influenciar o ritmo da atividade no ano que vem, embora com menos intensidade. O consumo, por exemplo, deve cres -
cer 2,4% em 2025, quase metade do previsto para este ano. Os investimentos, por sua vez, tendem a subir 2,6%, ante os 7,3% em 2024.
A retomada do ciclo de alta da taxa Selic pelo Banco Central é um dos principais fatores para a desaceleração do crescimento, apesar de não ser o único.
A CNI acredita que o Banco Central vai manter o ciclo de aperto monetário pelo menos até a metade do ano que vem, com redução a partir do segundo semestre. Projeta-se que a taxa Selic vai fechar 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima do patamar ao fim de 2024. Nesse cenário, as concessões de crédito devem crescer 7,1%, menos do que em 2023.
Devido à redução do crescimento da demanda interna, o documento mostra que a indústria deve crescer 2,1% no ano que vem. A indústria de transformação tende a subir 2%. Se a expectativa se confirmar, serão dois anos consecutivos de alta do setor, o que não ocorre desde o biênio 2017-2018.
Já os serviços devem aumentar 1,9%, enquanto a agropecuária deve se recuperar da queda prevista para 2024, crescendo 4,2% no ano que vem.
No que diz respeito ao setor externo, as importações devem seguir em alta em 2025, mas em ritmo bem mais lento ao de 2024, prevê a CNI, sobretudo pela desvalorização do real e crescimento menor do PIB. As exportações devem melhorar, entre outras coisas, por causa da recuperação da agropecuária.
A CNI acredita que o Banco Central vai manter o ciclo de aperto monetário pelo menos até a metade do ano que vem, com redução a partir do segundo semestre. Projeta-se que a taxa Selic vai fechar 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima do patamar ao fim de 2024. Nesse cenário, as concessões de crédito devem crescer 7,1%, menos do que em 2023.
Devido à redução do crescimento da demanda interna, o documento mostra que a
“A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos, devido à menor concessão de crédito; mas há outros fatores, como a evolução mais lenta do mercado de trabalho, depois de três anos bastante positivos; e a redução do impulso fiscal, ou seja, as compras dos governos federal, estaduais e municipais”
Alban, presidente da CNI.
indústria deve crescer 2,1% no ano que vem. A indústria de transformação tende a subir 2%. Se a expectativa se confirmar, serão dois anos consecutivos de alta do setor, o que não ocorre desde o biênio 2017-2018.
Já os serviços devem aumentar 1,9%, enquanto a agropecuária deve se recuperar da queda prevista para 2024, crescendo 4,2% no ano que vem.
No que diz respeito ao setor externo, as importações devem seguir em alta em 2025, mas em ritmo bem mais lento ao de 2024, prevê a CNI, sobretudo pela desvalorização do real e crescimento menor do PIB. As exportações devem melhorar, entre outras coisas, por causa da recuperação da agropecuária.
Consumo e investimentos explicam bom resultado do PIB de 2024
Para 2024, a CNI revisou de 3,4% para 3,5% a expectativa de crescimento do PIB. No Economia Brasileira 2023- 2024, previa-se alta de 1,7% da atividade econômica. Entre os indicadores que contribuíram para o resultado surpreendente estão o desempenho positivo do mercado de trabalho, que deve superar 1,5 milhão de novas vagas formais; a expansão fiscal; e o aumento significativo das concessões de crédito, que tende a ser 10% maior do que em 2023.
Esses fatores impulsionaram o consumo, cuja alta prevista para 2024 é de 4,6%; e os investimentos, que devem subir 7,3%, com destaque para a compra de máquinas e equipamentos. Caso as projeções da CNI se concretizem, a taxa de investimentos vai passar de 16,4% para 17,3%.
De acordo com o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi, todos esses fatores explicam por que a composição do crescimento da economia em 2024 é melhor que a observada em 2022 e 2023, anos em que o PIB também subiu acima de 3%.
Segundo a CNI, a indústria deve crescer 3,3% este ano. A exemplo do PIB, a indústria de transformação deve subir 3,5%. Na última projeção do ano passado, a CNI apostava em alta de apenas 0,3% para a indústria de transformação.
Os serviços, por sua vez, devem crescer 3,7%. A alta do PIB só não será maior por causa da agropecuária, setor que deve recuar 2,7% devido a quebras em safras de grãos, principalmente por causa de fatores climáticos, como excesso de chuvas ou estiagem.
Apesar do câmbio desfavorável, as importações devem registrar alta de 10,6% em 2024, na comparação com o ano passado, projeta a CNI. O resultado contrasta com a perspectiva de crescimento de apenas 0,8% nas exportações, o que vai diminuir o saldo da balança comercial brasileira.
A CNI lembra que a inflação se tornou menos favorável ao longo do ano, principal-
“No ano passado, o crescimento foi muito puxado pelas exportações, devido a uma safra recorde e a um bom desempenho da pecuária. Não foi um crescimento muito equilibrado. Já neste ano, o crescimento é puxado por fatores internos, com alta significativa da demanda, e todos os segmentos da indústria e o setor de serviços crescendo. É preciso chamar a atenção para o crescimento da indústria da transformação, que paga melhores salários, investe mais em inovação, e causa mais demanda em outros setores; e para os investimentos, que criam a base para que a economia continue crescendo”
Rafael Lucchesi, Diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI.
mente a partir do segundo trimestre. Pressionado pela alta no preço dos alimentos e da energia, bem como pela desvalorização do real, em parte por conta das incertezas fiscais, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 4,8%, 0,3 ponto percentual acima do teto da meta, que é de 4,5%.
Para o ano que vem, a CNI calcula que a inflação vai baixar para 4,2%, desacelerando frente a 2024. Esse movimento é explicado pelo menor crescimento do PIB, ritmo mais lento do mercado de trabalho, intensificação do aperto monetário, redução do impulso fiscal e menor pressão sobre o preço dos alimentos e da energia.
Interoperabilidade de dados perfeita na engenharia de máquinas
A Siemens e a Eplan tornarão os processos de engenharia e produção para clientes em construção de máquinas e linhas mais eficientes. Isso será alcançado por ambas as empresas expandindo significativamente a interoperabilidade de dados entre suas ofertas. A interação automatizada entre o software Teamcenter X® da Siemens, TIA Portal, Eplan Electric P8 e Eplan Pro Panel torna as informações de engenharia disponíveis diretamente na Eplan e vice-versa. Os clientes se beneficiarão de uma cadeia de ferramentas mais eficiente para engenharia de máquinas e linhas, tornando a engenharia elétrica muito mais rápida e menos propensa a erros. Esta colaboração expande os ecossistemas de parceiros da Siemens e da Eplan. A plataforma de negócios digitais aberta Siemens Xcelerator cria um ecossistema poderoso de parceiros que está acelerando a transformação digital e sustentável da indústria. Os
“Com esta colaboração, a Eplan e a Siemens estão reunindo sua vasta experiência em engenharia de máquinas para fornecer aos nossos clientes conjuntos uma cadeia de ferramentas de engenharia de ponta a ponta. Isso torna os processos de engenharia muito mais rápidos e menos propensos a erros.”
clientes da Eplan estão se beneficiando da colaboração estendida por meio da Eplan Partner Network.
A colaboração entre as duas empresas foi acordada por Cedrik Neike e Prof. Dr. Friedhelm Loh, proprietário e presidente do Friedhelm Loh Group, na feira comercial SPS (a Eplan faz parte do Friedhelm Loh Group).
Sebastian
Seitz, CEO da Eplan.
“A parceria entre a Siemens e a Eplan é um marco na engenharia digital. A troca otimizada de dados permite que os clientes realizem seus projetos em construção, operação e expansão de forma mais rápida e eficiente. Com essa colaboração, estamos fortalecendo nosso ecossistema Siemens Xcelerator e criando mais valor para nossos clientes do que cada um de nós poderia
Cedrik Neike, membro do Conselho de Administração da Siemens AG e CEO da Digital Industries.
Acordo Mercosul-UE deve injetar
R$ 37 bilhões ao PIB
brasileiro
O acordo Mercosul-União Europeia, assinado nesta sexta-feira (6) deve aumentar as exportações brasileiras em R$ 52,1 bilhões e reduzir os preços ao consumidor em 0,56%. Porém, o especialista em comércio exterior, Sandro Marin, destaca que, para aproveitar o potencial do pacto, será necessário superar desafios como a modernização da infraestrutura logística, ajustes tributários e investimentos em tecnologia para garantir competitividade no mercado europeu.
O acordo de livre comércio assinado entre Mercosul e União Europeia pode injetar R$ 37 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até 2044, além de elevar as exportações em R$ 52,1 bilhões e reduzir os preços ao consumidor em 0,56%, segundo projeções da CNI - Confederação Nacional da Indústria. O pacto eliminará tarifas de 97% dos bens industriais e 77% dos produtos agrícolas exportados ao bloco europeu, além de beneficiar setores estratégicos como o automotivo e excluir do acordo compras do SUS - Sistema Único de Saúde, o que garante a proteção à indústria nacional. Com um volume de transações comerciais que ultrapassou R$ 90 bilhões em 2023, a União Europeia já ocupa a posição de segundo maior parceiro comercial do Brasil.
“O acordo Mercosul-União Europeia é um divisor de águas para o comércio exterior brasileiro. Ele não apenas facilita o acesso ao mercado europeu, um dos mais exigentes e lucrativos do mundo, como também promove a competitividade da indústria nacional ao incentivar investimentos e inovação tecnológica. A eliminação de tarifas sobre produtos industriais e agrícolas abre oportunidades para que o Brasil amplie sua participação em cadeias globais de valor, reduzindo a dependência de commodities e fortalecendo
setores com maior valor agregado, como o automotivo e a indústria de transformação”, comenta Sandro Marin, especialista em comércio exterior com mais de 20 anos de experiência e diretor da Tek Trade, uma das principais empresas do setor.
Ainda assim, o especialista alerta para os desafios regulatórios e industriais que o Brasil enfrentará para maximizar os benefícios do acordo. “Embora o acordo Mercosul-União Europeia represente uma oportunidade histórica, ele também traz desafios significativos para o Brasil. Será necessário adequar a infraestrutura logística para atender à crescente demanda de exportações, política da legislação tributária a fim de manter a competitividade internacional e, principalmente, investir na capacitação da força de trabalho e na adaptação tecnológica das indústrias. Sem essas ações, o país corre o risco de não aproveitar todo o potencial do pacto e de enfrentar dificuldades para competir em pé de igualdade com outros players globais”, alerta Marin.
1
A Dewalt, empresa de ferramentas elétricas e a bateria voltadas ao usuário industrial e profissional, atualizou seu catálogo com um novo produto: a Caixa Contractor 113L TSTAK® - DWST17871-1. O principal diferencial da solução é a possibilidade de conexão com outros produtos da linha TSTAK®, a fim de possibilitar o empilhamento de diversas caixas, para melhor acomodar às necessidades do profissional.
Com uma capacidade máxima de 50 Kg, a Caixa Contractor 113L também conta com uma vedação IP54, um índice de proteção que oferece resistência à água e poeira, o que garante uma melhor conservação das ferramentas elétricas e manuais. Além disso, possui alça telescópica e retrátil, que facilita o manuseio na hora do transporte.
2
Os sensores indutivos tubulares standard são aprovados junto ao Inmetro/Cepel para utilização em atmosferas explosivas de Poeiras Combustíveis, encontradas em diversos tipos de indústrias, tais como: moveleira, têxtil, armazéns e silos de armazenamento de grãos ou farelos e áreas portuárias, etc.
Os sensores da linha Standard são aprovados no IP69K, permitindo a limpeza com jatos d’ água quente e alta pressão (100 bar a 80°C).
Ferramentas precisam ser bem armazenadas, principalmente quando o profissional precisa se locomover constantemente. A Caixa Contractor além de garantir uma armazenagem robusta, junto de uma garantia vitalícia, conta também com a tecnologia TSTAK®, e ainda tem um fecho para cadeado, para bloquear ambas as tampas e uma tampa de acesso rápido, que permite que somente metade dela seja aberta individualmente, sem a necessidade de remover os outros módulos TSTAK® empilhados.
Suas características incluem: Invólucro em latão ou plástico de engenharia, Modelos para corrente alternada ou contínua, Proteção contra curto e inversão de polaridade, Modelos com cabo padrão de 2 metros, Modelos com conector M8 ou M12, Indicação de acionamento por LED, Grau de proteção uso geral IP67 / IP69K, Aplicação com poeiras combustíveis e Marcação Ex tb IIIC T100°C Db IP65
Os sensores da Sense possuem grau de proteção IP65 para aplicações com poeiras explosivas e IP67 / IP69K para aplicações de uso geral.
Nova UPS ultracompacta oferece proteção de energia para ambientes de infraestrutura crítica, incluindo data centers que implementam servidores de inteligência artificial, fabricação de semicondutores, e instalações de produção comercial e industrial.
Seu design maximiza a disponibilidade e oferece até 99% de eficiência, ao mesmo tempo em que minimiza o custo total de propriedade; inclui funções de segurança e cibersegurança aprimoradas, capacidades de monitoramento remoto e o plano de serviços Eco Care de próxima geração para máxima durabilidade e suporte exclusivo.
A Schneider Electric lançou seu novo Galaxy VXL, um dispositivo compacto de 500 a 1250 kW (400V) que funciona como fonte de alimentação ininterrupta (UPS) de três fases, com funções avançadas de segurança física e cibernética.
Com apenas 1,2 m² de tamanho e densidade de potência de até 1042 kW/m², o UPS Galaxy VXL estabelece um novo marco nas tecnologias de UPS eficientes, sustentáveis e avançadas. A solução oferece os mais altos níveis de desempenho de potência, sendo perfeita para ambientes de data centers de hiperescala, serviços de colocation e inteligência artificial (IA), além de infraestruturas críticas e sistemas elétricos em grande escala, em edifícios comerciais e instalações industriais.
Esta solução conta com um design compacto de alta densidade que é tolerante à carga de IA e maximiza tanto o tempo de atividade quanto a disponibilidade dos sistemas de infraestrutura com maior demanda
de energia. Assim, consegue alimentar até 1,25 MW em um único frame e até 5 MW com quatro unidades operando em paralelo, ao mesmo tempo em que aumenta a eficiência operacional e energética, ajudando a minimizar o custo total de propriedade (TCO) dos clientes.
Graças à sua tecnologia, oferece até 99% de eficiência no modo eConversion e até 97,5% de eficiência no modo de conversão dupla, proporcionando proteção de energia de primeira classe juntamente com níveis líderes de redução de energia, ao passo que diminui as emissões de carbono das UPS em um fator de dois.
O produto possui pegada de carbono 52% menor na comparação com a média do setor, com design modular e escalável que também permite níveis de redundância N+1, ampliando a disponibilidade do sistema em até 10 vezes.
Por meio de sua arquitetura modular, os clientes podem reduzir seus gastos de capital (CapEx) ao comprar módulos de potência conforme for necessário, bem como desfrutar de eficiência energética otimizada e adicionar mais módulos de potência à medida que crescem as demandas.
A Schneider Electric expandiu a capacidade de produção em várias de suas fábricas globais, nas quais a sua capacidade de fabricação anual para o UPS Galaxy VXL ultrapassará 9 mil unidades em 2025 devido aos diversos benefícios que sua tecnologia oferece aos clientes e mercados
O Galaxy VXL é compatível com baterias de íons de lítio e VRLA.
Um novo modelo de carregador veicular chega ao Brasil: o carregador EV Inteligente G2 é o novo modelo que ampliará o portfólio da multinacional SolaX Power. Um dos principais diferenciais desse produto é a integração direta com sistemas de energia renovável, solares ou eólicos, o que se adapta perfeitamente a um estilo de vida mais sustentável, além de contribuir para a economia na conta de energia, já que é capaz de utilizar 100% de energia gerada por esses sistemas verdes.
Além disso, é um modelo mais completo em relação aos disponíveis no mercado, tendo em vista que possui conectividade avançada com vários protocolos e oferece ainda opções de conectividade via Wi-Fi, LAN e 4G. Outra característica é o balanceamento dinâmico de cargas, que ajusta automaticamente a distribuição de energia para otimizar o consumo e evitar sobrecargas na rede elétrica. Os modos de carregamento ajustáveis permitem que o usuário escolha entre maximizar o uso de energia renovável ou priorizar a velocidade de carregamento.
Vale destacar que esse modelo de carregador possui controle e monitoramento inteligentes, compatíveis com o aplicativo SolaX, sendo possível o agendamento de horários de carregamento e monitoramento remoto do status do carregador.
Outra característica importante se refere à segurança: é equipado com proteções contra sobretensão, subtensão, sobrecarga, curto-circuito, fuga de corrente, aterramento inadequado, surtos e superaquecimento, além de design resistente com classificação IP65, o que garante proteção contra poeira e água, adequado para instalações internas e externas.
O carregador EV Inteligente G2 se integra aos outros dois modelos de carregadores da SolaX Power:
X1-EVC-7.2K – modelo de carregador monofásico de 7,2 kW, adequado para instalações residenciais;
X3-EVC-22K - carregador trifásico de 22 kW, projetado para uso comercial ou situações que demandam carregamento mais rápido.
O testador de sinalização de caixa única CMX500 e o gerador de sinal vetorial R&S SMBV100B da Rohde & Schwarz agora estão integrados à tecnologia de câmara e ao software EMQuest™ da ETS-Lindgren. Com essa integração, as duas empresas continuam sua parceria para avançar capacidades de teste abrangentes para tecnologias sem fio. O CMX500 oferece uma ampla gama de recursos de teste de dispositivos, suportando tecnologias celulares e não celulares, como 4G LTE, 5G NR FR1 e FR2, a mais recente tecnologia 5G RedCap e Wi-Fi, até o mais recente padrão Wi-Fi 7.
O R&S SMBV100B é um gerador de sinal vetorial que define padrões em sua classe com potência de saída ultra alta e geração de sinal de banda larga totalmente calibrada. É um simulador de constelação GNSS completo e, em combinação com o CMX500, pode executar cenários A-GNSS realistas e repetíveis sob condições controladas. A integração desses instrumentos da Rohde & Schwarz com as câmaras anecóicas da ETS-Lindgren e o software EMQuest™ cria soluções poderosas prontas para uso que permitem que os clientes acompanhem os últimos avanços em tecnologia sem fio. Essas soluções integradas são certificadas pela CTIA para 4G e 5G FR1 e oferecem suporte a SISO e MIMO. A agregação de operadoras em centenas de canais e bandas está disponível para combinações de operadoras 4G e 5G. Tecnologias adicionais, como Wi-Fi até a versão 7, Bluetooth®, Narrowband NTN e RedCap são totalmente suportadas usando a instrumentação Rohde & Schwarz e o software EMQuest.
Tenha Acesso Completo a Todas as Edições!
Quer car por dentro de tudo o que já foi publicado? Acesse a nossa coleção completa, sem custo e de onde estiver.
ACESSE AGORA A COLEÇÃO COMPLETA
Mantenha-se Sempre Atualizado!
Receba em primeira mão nossas newsletters exclusivas e que por dentro do lançamento de cada edição da revista! Notícias, insights, e tendências direto no seu e-mail.
INSCREVA-SE AGORA!