Revista Petro & Química n°386

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Editorial

Ano XLII - nº 386 - 2021

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Lei do Gás: para onde vão mercado e oferta

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Nº 266 | 2021

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Controle & Instrumentação


Editorial

Com todo gás Para alguns, a nova lei do gás foi apenas uma forma de forçar a ‘socialização’ das infraestruturas essenciais da cadeia de gás; mudar o regime de outorga para regime de autorização; criar um sistema com mercado secundário de gás (compra e venda de sobras e déficits de gás)... porque, na prática, a lei não vai entregar os benefícios prometidos. Fica difícil defender, já que o preço do gás subiu, e as previsões para 2022 são ainda de maiores altas – para indústria, comércio e residências. A justificativa é de que a commodity acompanha o preço internacional – que está aquecido e, em franca recuperação em relação aos efeitos da Pandemia, promete crescer mais. A pressão popular fica fora desse cenário já que, segundo dados de 2019, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apenas 8% das residências utiliza gás encanado, existe uma parcela da população que recebe vale-gás e, segundo a Petrobras, o GLP, vendido para as distribuidoras nas refinarias, representa menos da metade do preço do botijão de 13 kg, cobrado do consumidor – em média 39%, em 2020 –, com o restante correspondendo a impostos Giovanni Sergio/Agência Petrobras estaduais e federais, custos e remuneração de distribuidoras e revendedores. Mas, os reajustes do gás são trimestrais, e a Petrobras pretende reajustar os preços dos contratos de gás natural em até 4 vezes, a partir de 2022. No estado de São Paulo, em agosto, o reajuste foi de 25% – menos do que os 40% esperados, mas ainda alto. No horizonte de 2021 a 2031, as previsões da EPE – Empresa de Pesquisa Energética de oferta de gás natural no Brasil – se mantêm otimistas, dadas as perspectivas trazidas pelo Novo Mercado de Gás para o setor, e o novo marco setorial, consolidado com a Nova Lei do Gás e seu Decreto Regulamentador: a oferta nacional tem perspectivas de crescimento de mais de 100%, nos próximos 10 anos, enquanto a demanda por gás natural na malha integrada, somando os segmentos residencial, comercial, industrial, de GNV, downstream e termelétrico, tem aumento de 5% ao ano, no decênio. Mas a capacidade de importação de gás natural pelo Brasil tem perspectivas de ampliação. É um mercado em ebulição, que pesa na política, e vai continuar pesando na economia mundial, por estar no centro da migração para uma economia sustentável. E esta edição tentou ouvir as diversas vozes desse cenário – nem todas acharam o momento oportuno para comentar... Vale lembrar que a edição é uma fotografia que segue sendo atualizada pelas notícias, diariamente nas nossas redes sociais e newsletters semanais. Então, fique em contato, e participe! Boa leitura O editor Colaboraram: assessorias de imprensa Próxima Edição:Transição energética www.editoravalete.com.br DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br

ASSINATURAS comercial@editoravalete.com.br DEPTO. COMERCIAL/ANÚNCIOS publicidade@editoravalete.com.br FINANCEIRO financeiro@editoravalete.com.br

ENDEREÇO Rua Siria,. 90 Pq. São Jorge São Paulo - SP CEP: 03086-040 Tel/Fax: (11) 2292.1838 / 3798.1838

REDAÇÃO Teresinha Cehanavicius Freire - Diretora redacao@editoravalete.com.br ISSN: 0101-5397

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Sumário

Índice Giovanni Sergio/Agência Petrobras

Jornal 10 PPA para compra e venda de energia renovável 10 Biogás se destaca na modernização do setor elétrico 11 BASF convida futurista para falar das tendências e dos desafios do Futuro da Inovação para empresas e sociedade 11 GasBrasiliano ultrapassa 35 mil clientes atendidos 12 Seminário destaca estratégias corporativas para economia de baixo carbono e competitividade internacional 14 RJ deve aumentar em 5 vezes o consumo de gás, até 2030 15 Fábrica de Fertilizantes do Nordeste é reativada em Camaçari

Especial 35 IBP celebra seu 64º aniversário 36 1ª Braskem Week

Excelência Sustentável 34 Excelência Sustentável 34 COP26 37 ANP debate segurança operacional e meio ambiente com a indústria de E&P 38 Indicadores de sustentabilidade 38 Sika investe em projeto sustentável 39 Hidrogel, que estoca CO2 no solo, será desenvolvido e testado no Brasil 40 Basf reduz 3,29 mil toneladas de CO2 40 Nouryon recebe classificação “Ouro” da EcoVadis 2021, por suas contribuições para a sustentabilidade

Artigo 27 A importância da inspeção e certificação de terceira parte nos segmentos de fabricação de equipamentos de processo e produtos aeronáuticos

Seções 6 Agenda/Gente 10 Jornal 16 Empresas & Negócios 41 Produtos e Serviços

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Petróleo & Gás Matéria de capa – Lei do Gás @ André Valentim – Agência Petrobras

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Matéria de capa – Lei do Gás é arcabouço regulatório, mas não cria mercado, nem aumenta a oferta de gás ou torna os preços mais competitivos

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2 Parcela de petróleo da União alcança 10 milhões de barris 2 Brasil liderará a produção de petróleo e condensado de projetos futuros nas Américas em 2025 3 Petrobras e Firjan buscam viabilizar um complexo industrial no Polo GasLub 3 Primeiro projeto flutuante de GNL com tratamento de gás da BASF 4 Expansão para atender à crescente demanda por produtos químicos especiais 5 Petróleo e gás são 60% do PIB da Guiné Equatorial 6 Aker tem novo polo industrial verde 6 17ª Rodada deve gerar investimentos de R$ 136 milhões 7 ANP aprova tarifas de transporte extraordinário para 2022 7 Log-In compra dois navios porta-contêineres 8 Redução da alíquota de royalties para empresas de pequeno e médio portes 9 Búzios produz 709,7 Mboe/d no primeiro mês de vigência do Acordo de Coparticipação 10 Garantias de descomissionamento na ANP 10 Contrato para monitoramento de risers de aço no campo de Bacalhau 11 Com IA, indústria de O&G pode diminuir emissões de GEE 12 Navios autônomos e e-Navigation são destaques em evento marítimo com participação da Firjan 13 Posicionamento sobre precificação de derivados


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Agenda / Gente

2022

O World Hydrogen 2022 Summit & Exhibition reúne formuladores de políticas globais, líderes do setor privado, pesquisadores, associações comerciais e interessados da cadeia global de abastecimento de hidrogênio. Para mais informações telefone +44 20 7978 0088 ou pelo e-mail Hydrogen@sustainableenergycouncil.com

Desde 1931, a Conferência Mundial do Gás é realizada a cada três anos no país, que detém a Presidência da União Internacional do Gás (IGU). O WGC2022 marca a Presidência coreana, sob o tema “Um futuro sustentável - movido a gás”, e promoverá os principais objetivos do IGU, de elevar a voz do gás natural, ao mesmo tempo que oferece as últimas atualizações da indústria. https://www.wgc2022.org/registration/

Com base no cenário brasileiro, o Conselho de Administração do IBP optou por transferir o evento, que seria realizado entre 21 e 24 de setembro de 2021, para o período entre 26 e 29 de setembro de 2022. A decisão foi tomada, pensando na segurança de todos os stakeholders envolvidos – expositores, patrocinadores, congressistas, autores, visitantes e colaboradores –, mantendo as proporções do maior evento de óleo e gás da América Latina. O cuidado se faz ainda mais necessário, pelo caráter híbrido da conferência, que terá parte da programação online, e outra, física, diretamente do Pier Mauá, zona portuária no Rio de Janeiro. A decisão marca também a volta da conferência a um ano par, pelo qual ficou tão conhecida no calendário de eventos de óleo e gás. Informações: +55 (21) 2112.9000

* Mais notícias e eventos nas nossas redes sociais

Gente

@Divulgação

A Royal Dutch Shell plc (Shell) anunciou as nomeações de Wael Sawan, como Diretor de Soluções Integradas de Gás e Energia Renovável (R&ES), e Zoë Yujnovich, como Diretora de Upstream. Ambas as nomeações entraram em vigor em 25 de outubro de 2021. Wael, atualmente Diretor de Upstream, permanecerá como membro do Comitê Executivo em sua nova função, e continuará baseado na Holanda. Ele assume como Diretor Integrado de Gás e R&ES, e Maarten Wetselaar, que deixará a empresa após mais de 25 anos de serviços, ingressará na Cepsa, como CEO a partir de 1 de janeiro de 2022. Zoë, atualmente Vice-Presidente Executivo de Óleo e Gás Convencional, assume o lugar de Wael, como Diretora de Upstream, e ingressará no Comitê Executivo. Ela também ficará baseada na Holanda.

@Divulgação

Renaud Lions foi nomeado vicepresidente sênior de Relações com Investidores da TotalEnergies, a partir de 1º de novembro de 2021. Ele sucede Ladislas Paszkiewicz, que foi chamado para outras funções na empresa. Renaud começou sua carreira em 1997, como geólogo de poço em Exploração e Produção. Ele 6

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então alternou entre funções operacionais na França, Líbia e Nigéria, e posições de negócios, notadamente como negociador para novos empreendimentos. Ele ingressou no Departamento de Aquisições / Disposições Corporativas em 2015, onde teve uma participação notável na aquisição da Maersk Oil, e se tornou VicePresidente de Exploração da América do Norte e do Sul, com base em Houston, em 2018. Renaud Lions é graduado pela Ecole Nationale Supérieure du Pétrole et des Moteurs (ENSPM), e possui um mestrado em geologia pela Universidade de Grenoble. @Divulgação

A Brametal, considerada a maior fábrica das Américas de estruturas metálicas para geração e transmissão de energia, com capacidade fabril de 200.000 toneladas/ ano, tem como meta ampliar sua presença, principalmente, nos segmentos de Iluminação Pública e Energia Solar. Para isso, além dos investimentos feitos em fábrica e novos produtos, a companhia acaba de trazer para sua equipe Andre Soffiatti, que assume como Gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Brametal. Com importante atuação em empresas do setor de energia eólica e solar pelo mundo, Andre Soffiatti é Engenheiro Eletricista, mestre e doutor em energias renováveis, área em que possui mais de dez anos de experiência.


Agenda / Gente

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Agenda / Gente @Divulgação

Da esquerda para direita: Detlef Kratz, Frenzel Andrea, Jeffrey Lou e Kothrade Stephan.

A Basf está reorganizando suas atividades globais de pesquisa. No decorrer do segundo trimestre de 2022, elas serão agrupadas em uma unidade central de pesquisa, com sede em Ludwigshafen. Detlef Kratz, presidente, vai liderar a nova divisão central, que terá cerca de 3.500 funcionários. Kratz, atualmente, chefia a divisão de Pesquisa de Processos e Engenharia Química da Basf, em Ludwigshafen. Ao mesmo tempo, cerca de 1.800 pesquisadores serão transferidos para divisões operacionais – e, assim, trabalharão ainda mais estreitamente com as unidades de negócios. Isso fortalecerá ainda mais o foco de pesquisa e desenvolvimento no cliente. Detalhes sobre a futura estrutura global da pesquisa da Basf serão anunciados pela empresa em uma data posterior. Jianfeng Jeffrey Lou, Presidente, Pesquisa de Materiais e Sistemas Avançados, Basf Advanced Chemicals Co., Ltd., Xangai, assumirá como Chefe da Grande China, Basf (China) Company Ltd., Xangai, em 1 de janeiro de 2022 . Stephan Kothrade, presidente, Grande China, Basf (China) Company Ltd, Xangai, assumirá como chefe da divisão de intermediários, Ludwigshafen, Alemanha, na mesma data. A atual chefe da divisão, Andrea Frenzel, presidente, tirará um ano sabático, a seu pedido. @Divulgação

Marcelo Castilho assumiu o cargo de diretor substituto da ANP. Ele fica responsável pela Diretoria 3, em função do final do mandato de Dirceu Amorelli – convocação publicada (29/10) no Diário Oficial da União (DOU). Estão vinculadas à Diretoria 3 as superintendências de Promoção de Licitações (SPL), Participações Governamentais (SPG), Conteúdo Local (SCL) e Produção de Combustíveis (SPC). Marcelo Castilho é superintendente de Desenvolvimento e Produção da ANP, e faz parte da lista tríplice de servidores designados pelo Presidente da República, para atuarem como substitutos em diretorias vagas, conforme determina a Lei 9.986, de 2000, com redação dada pela Lei Geral das Agências (Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019). Cada servidor integrante da lista tríplice, que tem validade 8

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de dois anos, pode ficar como interino por até 180 dias, ou até a posse do diretor, que ocupará o cargo definitivamente, mediante indicação e nomeação pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal. A RUMO S.A., conforme o disposto no art. 26 do Regulamento do Novo Mercado, comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral, que o Conselho de Administração aprovou uma alteração em sua Diretoria da Companhia, consignando a renúncia de Ricardo Lewin ao cargo de Diretor Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Companhia, sendo que permanecerá no cargo até 1º de janeiro de 2022. O cargo de Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Companhia será ocupado, a partir de 2 de janeiro de 2022, por Rafael Bergman, graduado em Economia pela PUC-RJ, e mestre em Finanças pela London Business School. Rafael ingressou na Shell em 1999, e ocupou posições em finanças e M&A no Brasil, Inglaterra e Holanda. Em 2011, participou da formação da Raízen, onde atuou como Diretor de Tesouraria, Controladoria e Planejamento Financeiro. Em 2016, se juntou à Diretoria da Comgás, tendo atuado como Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Diretor de Operações e Serviços, e Diretor de Estratégia e Mercado. Em 2020, participou do lançamento da Compass Gas & Energia S.A., onde atuará como Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, até 1º de janeiro de 2022. @Divulgação

O INEL – Instituto Nacional de Energia Limpa – oficializou criação da Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento, que será comandada pelo exprofessor de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Itajubá, em Minas Gerais, José

Wanderley Marangon Lima. O objetivo do novo

grupo de trabalho do instituto é coordenar atividades, para contribuir na pesquisa e na inovação de energias renováveis, no setor elétrico e no setor de transportes. O trabalho desenvolvido pela nova secretaria do instituto apresentará foco em tecnologias de Geração Distribuída, de armazenamento, de veículos elétricos e suas interações com a rede elétrica, nos aspectos técnicos e econômicos. Umas das metas é a busca por traçar as diretrizes para um sistema energético mais eficiente, sustentável e resiliente às mudanças climáticas. Com vasta experiência no setor elétrico, e relevante trajetória acadêmica, o novo secretário do INEL, é especialista em Preços de Transmissão e Distribuição, Preços de Energia, Planejamento e Operação de Sistemas Elétricos. É graduado em Engenharia Elétrica, pelo Instituto Militar de Engenharia – IME / RJ – e Doutor em Engenharia


Agenda / Gente Elétrica, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ / RJ. Possui também graduação em Administração de Empresas, pela UFRJ. Entre 1980 e 1993, participou e coordenou estudos de operação e planejamento de Sistemas Elétricos, na Eletrobrás. De 1993 a 2015, trabalhou na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), como Professor Titular de Engenharia Elétrica, e foi pró-reitor da UNIFEI, entre 2013 e 2015. Além disso, teve passagens marcantes na Aneel, na Universidade do Texas, em Austin (EUA), e no Ministério de Minas e Energia, onde integrou o grupo que elaborou o Novo Modelo Elétrico Brasileiro. Atua também como diretor-presidente da Marangon Consultoria & Engenharia, onde coordenou projetos de P&D para mais de 20 empresas e concessionárias de serviços públicos. @Divulgação

A Abespetro comunica que Telmo Ghiorzi é o novo Secretário Executivo da associação. Telmo é um Executivo Senior do setor industrial, com foco nos setores de Oleo & Gas e Engenharia & Construção. Possui grande experiência em desenvolvimento de negócio B2B e no C-level de grandes empresas, além de estruturação de alianças empresariais e

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operações industriais. Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade de Brasília, pós-graduado e Mestre em Engenharia de Petróleo pela UNICAMP, obteve também pós-doutorado na FGV, em “Co-Evolution of Global Value Chains, Innovations Systems & Technological Capabilities”, e ainda pós-doutorado pela UFRJ, em “Sectorial Innovation System of Brazilian Oil & Gas Industry Suppliers”. Além de sua vasta experiência acadêmica, Telmo possui uma trajetória de sucesso como Executivo em diversas grandes empresas, como Shell, Emerson, Cameron, Camargo Correa, Aker Solutions, Wison, UTC e, mais recentemente, na Azevedo & Travassos. Telmo atuou como Diretor da ABESPetro, entre janeiro de 2016 e março de 2019, deixando relevada contribuição à nossa associação. Possui também atuação como director na ABEMI, desde 2020. Está assumindo as responsabilidades de Secretário Executivo, a partir do dia 10 de janeiro de 2021, já atuando diretamente com a nova Diretoria do biênio 2022-2023, que será empossada ao início do próximo ano. O Consultor de Relações Institucionais Gilson Coelho, com sua experiência de vários anos, atuando como Secretário Executivo e, mais recentemente, como Relações Institucionais da associação, irá apoiar Telmo, no grande desafio pela frente, de manter a ABESPetro como o principal interlocutor do primeiro elo da cadeia de fornecedores do setor de bens e serviços, para o setor de Óleo & Gás. Telmo contará também com o apoio da Equipe ABESPetro para dar seguimento nas agendas propositivas de nossos Comitês Temáticos.

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Jornal

PPA para compra e venda de energia renovável

A Eneva fechou acordo de longo prazo com a EDF Renewables, para a compra de energia renovável, que abre espaço para atuação da companhia integrada de gás e energia elétrica atuar no Mercado Livre de Energia, por meio de fontes incentivadas. @Divulgação De acordo com Camila Schoti, Gerente Geral de Comercialização da Eneva, a parceria com a EDF Renewables fortalecerá o leque de soluções em energia que a empresa já oferece ao mercado. “Esse é mais um passo da Eneva, na diversificação de seus produtos, o que nos possibilita formatar, sempre, a melhor alternativa para cada cliente. A parceria com a EDF Renewables permitirá à Eneva incluir, no seu portfólio de longo prazo, uma fonte que tem complementariedade com nossos ativos em operação, gerando mais competitividade para o cliente, e otimizando riscos de mercado para a companhia” afirma. Segundo Paulo Abranches, CEO da EDF Renewables no Brasil, a urgência da agenda ESG e os atributos compe-

titivos dos contratos de longo prazo têm despertado cada vez mais a atenção dos compradores de energia. “A contratação de energia renovável permite contribuir de forma @Divulgação decisiva na transição energética, além de trazer importantes impactos para os negócios, como a previsibilidade e a redução de custos. Estamos muito felizes em ajudar a Eneva a conquistar seus objetivos energéticos de forma sustentável. A parceria reforça a competitividade da EDF Renewables no mercado livre”, destaca o executivo.

Biogás se destaca na modernização do setor elétrico O presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, defendeu a capacidade de renovação e inserção de novas fontes no setor elétrico, em especial, do biogás, durante audiência pública (28/10), na Comissão de Minas e Energia que debateu a modernização do setor elétrico (PL 414/2021). Gardemann chamou atenção para a disponibilidade de resíduos, o chamado “Pré-sal caipira”, que hoje corresponde a mais de 100 milhões de m³/dia de biogás. “São quase 20 GW de geração descentralizada, despachável e descarbonizada, desperdiçados”, alertou. Entre as vantagens do biogás para o setor elétrico, Alessandro destacou a estrutura de custos, em reais, corrigida pelo IPCA, no longo prazo. “Não podemos subestimar a exposição ao dólar a aos riscos que o nosso sistema elétrico enfrenta na matriz energética atual. Estamos vendo os problemas que setor de gás natural está tendo na Europa e nos Estados Unidos, e esta previsibilidade de preços, que o biogás pode dar ao sistema elétrico, é essencial”, pontuou. O presidente da ABiogás lembrou que, assim como as fontes solar e eólica tiveram uma rápida inserção no setor elétrico, o mesmo pode ocorrer com o biogás. “Precisamos manter os incentivos corretos, transitórios, e que considerem os estágios diferentes de maturidade das fontes. Temos de

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manter a capacidade de inserção de novas fontes no setor elétrico trazendo racionalidade econômica, mas mantendo os incentivos temporários durante esta fase de transição”, afirmou. A intensidade de carbono na matriz energética também foi alvo das considerações de Gardemann. “Não podemos construir uma matriz que, na margem, seja baseada somente em back-ups fósseis. Acelerar o mercado livre é importante, mas mantendo o princípio da capacidade de renovação e inserção de novas fontes no setor”, concluiu. A audiência foi convocada a requerimento do deputado Paulo Ganime (NOVO/ RJ), e contou com a participação de 18 representantes de entidades governamentais, associações e instituições de pesquisa.


Jornal

BASF convida futurista para falar das tendências e dos desafios do Futuro da Inovação para empresas e sociedade

GasBrasiliano ultrapassa 35 mil clientes atendidos

No segundo encontro da jornada Diálogos para o Futuro, promovido gratuitamente pelo hub de inovação da BASF, foram discutidos novos modelos de negócios, transformação de mentalidade, tecnologias, relação empresa x consumidor. O que é importante saber sobre o futuro da inovação? A Basf convidou Daniela Klaiman, profissional de comportamento do consumidor, e um dos principais nomes da futurologia do Brasil, para analisar duas perspectivas de futuros: um, que é guiado pelo comportamento das pessoas, e o outro, ditado pela tecnologia. A partir dessa discussão, será possível entender como essa questão impacta, não só os negócios das empresas, mas também a sua relação com o consumidor. “Mais do que nunca, as empresas precisam estar Future Ready, o que significa estar olhando para o futuro constantemente, e se desafiando a planejar mais no longo prazo, pensando em planos B. Esse evento é importante por ser um convite da Basf, justamente para gerar essa consciência nas pessoas e em outras empresas do ecossistema”, afirma Daniela Klaiman. O evento contou com a participação do vicepresidente sênior de Químicos da Basf para a América do Sul, Antonio Lacerda. Diálogos para o Futuro faz parte do movimento realizado pelo hub de inovação da Basf, e conta com uma programação de fôlego, que se estenderá até o final do ano, unindo personalidades do mercado para mergulhar nos debates que pretendem, acima de tudo, captar o lado humano, e os desafios que ainda estão por vir. O conteúdo é disponibilizado também com tradução simultânea para o espanhol.

Responsável pela distribuição de gás natural em todo o noroeste do Estado de São Paulo, a GasBrasiliano iniciou o segundo semestre de 2021 ultrapassando a marca de 35 mil clientes ligados à sua rede de distribuição. De agosto de 2020 a agosto de 2021, mais de 3,5 mil novos clientes aderiram ao gás natural e seus benefícios. O crescimento foi liderado principalmente pela expansão dos mercados residencial e comercial. São Carlos, Ribeirão Preto, Bauru, Araraquara, Araçatuba e Marília tiveram destaque no mercado urbano, segmento de representatividade em número de clientes. Foram 3.448 novos clientes residenciais, um total de 40 novos edifícios com gás natural, e 57 novos estabelecimentos comerciais. Outro destaque foi a primeira ligação de rede de gás natural em uma usina de açúcar e etanol do Brasil: Usina Santa Cruz, unidade da São Martinho, localizada em Américo Brasiliense/SP. O projeto contou com investimento de aproximadamente R$ 500 mil, que incluiu uma travessia de rodovia para construção de 300 metros de rede em aço instalada sob a SP 255. O abastecimento dos veículos na Santa Cruz é feito em local específico para o gás natural veicular (GNV), com estrutura e equipamentos de compressão e dispenser de abastecimento, instalados pela usina. Este período também foi marcado pela chegada do gás natural a novos municípios: Guaiçara e Orlândia. Em Guaiçara, localizada a cerca de 10 quilômetros de Lins, a rede de distribuição de gás natural partiu de Lins, totalizando a construção de 2,8 quilômetros de tubulação, um investimento na ordem de 0,7 milhão de reais. Já em Orlândia, com investimento superior a R$ 3 milhões, foram construídos 7,5 quilômetros de rede de distribuição. A obra foi executada em ritmo acelerado, em 120 dias, com a instalação da tubulação pelo método não-destrutivo, através da perfuração dirigida (pequenas valas a cada 100 metros, sem abertura de valas contínuas, preservando as áreas onde a tubulação é instalada, e com reduzidos danos). Inicialmente, a cidade está sendo abastecida pelo GNC (Gás Natural Comprimido), via sistema de rede local, modalidade desenvolvida pela GasBrasiliano, que permite antecipar a disponibilização do recurso energético às indústrias locais. Em uma segunda fase do projeto, será contemplada a construção da tubulação para integrar a rede local ao gasoduto principal da GasBrasiliano, partindo de Ribeirão Preto. Atualmente, a GasBrasiliano está presente, com sua rede de distribuição, em 39 municípios, e atende ainda outros quatro com o gás natural comprimido (GNC). Desde o início de suas operações, investiu mais de R$ 550 milhões na construção de mais de 1.170 km de rede de distribuição.

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Seminário destaca estratégias corporativas para economia de baixo carbono e competitividade internacional O Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação deste ano trouxe alguns exemplos da estratégia corporativa, em direção à economia de baixo carbono, apresentados pela Solvay e Basf. Alexandre Kossoy, especialista sênior em finanças do Banco Mundial, que falou da visão da instituição sobre sustentabilidade e competitividade, fez um alerta: o Brasil tem uma oportunidade única de promover a recuperação econômica, de modo a priorizar investimentos em setores e tecnologias mais eficientes no longo prazo, como fizeram EUA e Alemanha, como resposta à crise causada pela Pandemia. “No caso da Alemanha, grande parte dos recursos foi para transporte elétrico, energia renovável e hidrogênio. Combustíveis fósseis não receberam recursos. Ou seja, recursos públicos estão sendo usados para recuperar a economia, e facilitar a transição energética. Em países em desenvolvimento, a perda de infraestrutura por eventos climáticos adversos chega a US$ 400 bilhões, por ano. No Brasil, essa perda é estimada em US$ 175 milhões, todos os meses”, afirmou Kossoy, enfatizando o papel da crise climática como catalisador do processo de transição energética. Para o especialista do Banco Mundial, a precificação do carbono é uma política pública fundamental, e uma das maneiras mais eficientes de se internalizar e monetizar o custo social e ambiental das emissões de GEE. Segundo ele, os mecanismos já implementados cobrem, juntos, 21% das emissões globais. “A precificação comprovadamente direciona capital e investimentos para tecnologias mais resilientes e eficientes, resultando em inovação, criação de empregos e redução de emissões.” Para a diretora de Assuntos Técnicos da Abiquim, Andrea Carla Barreto Cunha, não se pode esquecer que, além de uma agenda ambiental importantíssima, um sistema de comércio de emissões é também uma agenda de competitividade para o setor produtivo brasileiro. “A economia de baixo carbono já é uma realidade. A indústria brasileira só sobreviverá, se incorporar esta realidade.” Christoph Gahn, vice-presidente de Circularidade e Sustentabilidade de matérias-primas petroquímicas da Basf, falou sobre desafios tecnológicos e regulatórios da reciclagem química, em mesa-redonda que contava com Liza Bevilaqua, gerente sênior de Assuntos Científicos & Regulatórios da Nestlé; Luiz Falcon, líder da plataforma de tecnologia & inovação em reciclagem da Braskem; Paulo Coutinho, gerente do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras; Richard Haldimann, gerente de transformação para sustentabilidade da Clariant; e moderação de Rodolfo Viana, gerente de Sustentabilidade América do Sul, da Basf.

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O painel “Contribuições da indústria química brasileira aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, teve palestra de Ulisses Sabará, presidente da Química Sabará sobre Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no centro da estratégia organizacional, em mesa-redonda, com participação de Anna de Souza Aranha, diretora da Quintessa Aceleradora; Claire Sarantopoulos, diretora geral de Inovação do Instituto de Tecnologia de Alimentos; Juliana Pantalena, gerente global de Marketing em Crop Solutions da Oxiteno; Nei Arruda, líder de Sustentabilidade em nutrição animal da Evonik; e a moderação será de Paulo Itapura, diretor América Latina de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Sustentabilidade da Clariant. Jorge Soto, coordenador da Task Force de Advocacy do Grupo de Liderança em Energia e Clima do Conselho Internacional das Associações de Química (ICCA), e diretor de Desenvolvimento Sustentável, da Braskem, falou, em mesa redonda, sobre “A química como solução para a mitigação @Divulgação das mudanças climáticas”, e apresentou o estudo ‘Enabling the Future’, feito pelo ICCA, que avaliou soluções já adotadas ou em desenvolvimento para a questão das mudanças climáticas. O estudo mostra 17 grupos de soluções que, juntas, têm o potencial de reduzir de 5 a 10 GT de CO2, até 2050. À mesa, estavam também Eduardo Bastos, head de sustentabilidade da Bayer Crop Science; Tiago Acedo, gerente de marketing Ruminantes para América Latina, DSM; e Nei Arruda, líder de sustentabilidade em nutrição animal da Evonik. “O Brasil tem uma série de vantagens competitivas, em relação aos outros países, no que tange às matérias-primas em geral, quer seja óleo, gás, minérios e água. O País poderia colocar nossa indústria, que hoje está na 6º posição mundial, para a 4ª posição. Isso significaria basicamente dobrar a indústria química, num projeto de 20 a 30 anos. É um desafio factível, mas isso não se fará, sem cuidar do meio ambiente, das questões de sustentabilidade, um bom modelo de governança por trás de todos esses processos e, principalmente, inovação. A indústria química tem muito a contribuir, para que as demais cadeias produtivas usufruam desses benefícios de inovações. Seremos parceiros, seguramente, de todos os demais segmentos industriais”, disse, no encerramento do evento, o Presidente Executivo da Abiquim, Ciro Marino. O Seminário teve, como patrocinadores: Additiva Químicos, Arkema, Braskem, Elekeiroz, Grupo Sabará, Ceslog e Oxiteno e apoio institucional da ABIT, CEBDS, COFIC, COFIP ABC, FIESP, NEITEC, Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros, Senai, Sinproquim e Sociedade Brasileira de Química.


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RJ deve aumentar em 5 vezes o consumo de gás, até 2030

Entre os segmentos industrial, de geração elétrica e para o gás natural veicular – GNV –, a Firjan SENAI constatou a existência de uma demanda equivalente a mais de 97 milhões de m³/dia do energético, no estado do Rio de Janeiro. O dado faz parte do “Mapeamento da Demanda de Gás Natural no Rio”, levantamento promovido pela instituição, junto às empresas fluminenses. O estudo completo foi apresentado (30/11) em evento presencial, na Sede da Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Além dos representantes da federação: Luiz Césio Caetano, presidente em exercício; Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval e diretora geral da ONIP; e Fernando Luiz Ruschel Montera, coordenador de Conjan SENAI, foi possível mostrar o potencial do mercado de teúdo Petróleo, Gás e Naval; participam do evento, Heloisa gás natural fluminense, e as perspectivas para os próximos Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás Natural e Bioanos”, destacou. combustíveis da EPE; Maurício Lopes, gerente Comercial e Também foram contemplados, os grandes projetos de geração de Novos Negócios da NTS; e Vinicius Farah, secretário de de energia elétrica, em construção ou potenciais. O estudo idenDesenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internaciotificou os principais clusters de demanda, por região. Os municínais do governo do estado do Rio de Janeiro. @Vinicius Magalhães pios demandantes se encontram em boa parte das regiões: Norte, “A indústria tem total interesse em usar Sul, Leste, e Centro fluminense e Região Metropolitana. o gás natural como insumo, matéria-prima Entre os segmentos industriais com potencial de consumo ou fonte de geração de energia, desde que de gás, destacam-se o siderúrgico e metalmecânico, seguido se viabilize um preço competitivo”, analisou das indústrias química, fabricação de vidro e de cerâmica. O Luiz Césio Caetano, presidente em exerlevantamento destaca ainda o potencial do projeto do polo cício da Firjan, na abertura do evento. GasLub, com o interesse de empresas se instalarem no local, Com a indústria, o mapeamento reuniu empresas que equiincluindo, por exemplo, uma de fertilizantes. valem a mais de 80% do consumo atual de gás, nesse segmento Heloisa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás @Vinicius Magalhães do estado, que atualmente se encontra na ordem de 2,8 milhões Natural e Biocombustíveis da EPE, code m³/dia. Mais de 12 milhões de m³/dia de potencial de consumentou que a cadeia do gás natural é, hoje, mo, no horizonte de 10 anos, foram indicados pelas empresas. muito maior e complexa, e que sua utiliEsse potencial, entretanto, apontado pelas indústrias partização crescente pela indústria faz parte da cipantes, está atrelado a um preço de gás favorável para impleestratégia de conversão energética, na busmentação. Se concretizados, podem gerar investimentos das ca por modelos que reduzam a emissão de próprias empresas consumidoras, na ordem de R$ 15 bilhões, gases do efeito estufa. com R$ 4 milhões de efeito renda, e produzir 194 mil postos O mapeamento ressalta também o pode trabalho diretos, e 13 mil indiretos. tencial do GNV no Rio de Janeiro. A substituição total de todo Nesse momento, não foi analisada a avaliação econômica dos o consumo de combustíveis automotores no estado é equivaprojetos ou substituição de energéticos. O grande direcionador da lente a mais de 13 milhões de m³/dia de GNV. Nesse momento, viabilização destes é a competitividade do preço do gás natural não foi analisada a avalição econômica dos projetos ou subsque, em muito, depende de um ambiente regulatório favorável. tituição de energéticos. O grande direcionador da viabilização “Esse projeto tem, como objetivo, mapear continuamente o destes é a competitividade do preço do gás natural, que, em potencial existente para consumo do energético, em todo o termuito, depende de um ambiente regulatório favorável. ritório fluminense. O mapeamento olhou a fundo a visão das inA primeira edição do “Mapeamento da Demanda de Gás dústrias, com um prazo de futuro próximo de 5 e 10 anos, do Natural no Rio” tem o patrocínio da NTS, e os resultados serão ponto de vista do potencial de consumo”, destaca o presidente em avaliados em conjunto com a Empresa de exercício da Firjan, Luiz Césio Caetano. Pesquisa Energética – EPE, a partir de um @Vinicius Magalhães Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e NaAcordo Técnico de Cooperação. Os val da federação, e diretora-geral da ONIP (Orgadados são publicados em uma visão nização Nacional da Indústria do Petróleo), destacou a municipal, observando horizontes parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de tempo e preço de viabilização. e a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), para a https://www.firjan.com.br/firelaboração do documento no estado do Rio. “Graças jan/empresas/competitividadea esse levantamento, feito em todas as regionais da empresarial/petroleoegas/dadosfederação, e em parceria com nossas unidades da Firgas.htm

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Fábrica de Fertilizantes do Nordeste é reativada em Camaçari Dia 03/11, a antiga Fábrica de Fertilizantes do Nordeste, localizada no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, foi reaberta oficialmente – a unidade já estava em funcionamento há dois meses. Arrendada pelo Grupo Unigel, em 2020, por dez anos, prorrogáveis pelo mesmo período, a unidade recebeu investimentos estimados em R$ 95 milhões, gerando cerca de 300 empregos diretos. Autoridades que participaram da cerimônia de inauguração destacaram a importância da retomada da antiga Fafen da Bahia para o Brasil. “Os maiores produtores de alimentos produzem internamente, em seus países, mais de 80% dos fertilizantes que precisam. O Brasil produz apenas 20%. Então, do ponto de vista estratégico, é fundamental para a nação brasileira aumentar a produção de fertilizantes”, afirmou Rui Costa, governador da Bahia. A unidade Fafen de Laranjeiras, em Sergipe, também foi arrendada pela Unigel, pelo mesmo período. Juntas, as duas plantas terão capacidade de produzir 925 mil toneladas de amônia, 1,125 milhão de toneladas de ureia, e 320 mil toneladas de sulfato de amônio. O arrendamento inclui ainda os terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu, na Bahia. A hibernação da unidade, em março de 2018, gerou manifestações por parte da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no sentido de se colocar à disposição para mediar uma solução, considerando a importância estratégica da planta para a Bahia e para o país, bem como para a cadeia

produtiva do Polo Industrial de Camaçari, do qual a unidade faz parte. O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos de Camaçari (Sinpeq), Roberto Fiamenghi, também diretor de relações institucionais da Unigel, destacou a importância estratégica da reativação das duas plantas da Fafen para a produção de alimentos no país. “O Brasil estava importando 100% das suas necessidades de fertilizantes nitrogenados, insumos que são estratégicos para o país, que @ Alberto Coutinho/GOVBA é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, e atende 20% da população mundial. A falta de fertilizantes impacta diretamente a produção de alimentos”, explica. Fiamenghi lembrou ainda que as fábricas atendem apenas 20% do mercado de fertilizante nitrogenado, mas a reativação terá, como impacto, mais equilíbrio para a balança comercial, com a redução das importações. A produção da Unigel Agro Bahia também favorece o desenvolvimento, graças ao uso dos insumos em diversos segmentos industriais, pois, além do uso na produção de fertilizantes, os derivados são também usados na composição de ração animal para engorda do gado, na indústria de madeiras laminadas e, mais recentemente, um dos derivados passou a ser usado também nos catalisadores dos escapamentos dos caminhões a diesel, para reduzir a quase zero a emissão de CO2.“A reativação da Fafen é consequentemente muito importante para o Brasil, para a economia brasileira”, complementa Roberto Fiamenghi.

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Ouro Negro agora é ouronova Ao completar 11 anos de atividades, a Ouro Negro passa a ser a ouronova, uma marca que reflete a sua essência, como uma empresa de base tecnológica, fortemente ancorada em pesquisa, desenvolvimento e inovação, que aporta seus recursos intelectuais e operacionais para construir novos negócios, em parcerias que somam competências. A marca é nova, mas a empresa mantém o mesmo propósito: gerar impacto, por meio de inovações tecnológicas para desafios complexos e relevantes, de seus clientes e da sociedade. “Nascemos da reunião de quatro spin offs da PUC-Rio, que, por meio de suas soluções tecnológicas, anteviam a possibilidade de contribuir para que a indústria de óleo e gás viesse a superar um de seus maiores desafios: o desenvolvimento do Pré-sal. Em 11 anos, completados agora, consolidamos nossa posição, como uma empresa que trabalha em parceria com operadoras de óleo e gás, universidades e outras em-

presas de base tecnológica, para gerar soluções industriais nesse cenário de alta complexidade. Portanto, nada mais natural que explorar novos horizontes, uma vez que inovações geradas através do nosso esforço continuado, em pesquisa e desenvolvimento, encontram novas oportunidades em outros setores. Por isso, agora somos a ouronova”, pontua o CEO Eduardo Costa. Detentora de 18 patentes e com tecnologias reconhecidas como inovadoras e disruptivas, primariamente desenvolvidas para a indústria de óleo e gás, tendo algumas delas sido distinguidas em premiações internacionais e nacionais, a ouronova se reposiciona estrategicamente, como uma empresa apta a expandir sua atuação para outros segmentos do setor de energia. “Pretendemos ir ainda mais longe, direcionando a capacidade inventiva do nosso capital humano, para gerar soluções inovadoras, capazes de atender outros setores vitais da economia”, conclui o executivo.

YPF Brasil investe em reformulação de planta Buscando otimizar processos, e tornar a produção ainda mais tecnológica, a YPF Brasil anuncia o projeto “Planta do Futuro”, que vai readequar a estrutura da multinacional no país, e torná-la mais digital, em reforma que tem valor estimado em R$ 48 milhões. O projeto, que teve início há cinco anos, já quadruplicou a capacidade de produção da empresa, que, antes, gerava cerca de 1 milhão de litros de lubrificante automotivo, por mês, e, hoje, consegue alcançar a mesma quantidade, em apenas uma semana de operação. Até 2023, é esperado o alcance da marca de 10 mil metros cúbicos por mês. Como consequência, a empresa pretende aumentar oportunidades de emprego nos próximos anos, visando a novos talentos, com experiência em automação e tecnologia, que serão essenciais para suprir as demandas, ocasionadas pelo aumento expressivo da presença tecnológica nos processos da YPF. “Com a expectativa de termos uma fábrica cada vez mais inteligente e produtiva, a chegada de pessoas das áreas de estatística, programação e engenharia de processos se torna uma necessidade essencial, para alcançarmos esses objetivos”, afirma Fábio Lopes, gerente de operação industrial da YPF Brasil.

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As melhorias tecnológicas permitiram, além do aumento da capacidade de produção, a diminuição de erros, ocasionados pela ação humana, por meio da inclusão de máquinas e robôs proativos, que, não só evitam equívocos, mas também ajudam no processo de identificação deles. Outra preocupação da YPF Brasil é o impacto sustentável da nova planta sobre o meio ambiente. Atualmente, a empresa consome 500 gramas de gás liquefeito de petróleo, para a produção de um metro cúbico de lubrificante, enquanto concorrentes consomem cerca de 2 quilogramas, para a produção da mesma quantidade de produto final. Embora esteja em desenvolvimento, a realidade trazida pelas alterações na planta da fábrica já está na rotina dos funcionários da empresa. “A tecnologia é importante, mas as pessoas, nessa nova estrutura que montamos, são a chave para o nosso sucesso. Falamos de indústria 4.0, mas, para falar a verdade, penso que o ideal é construirmos uma planta, onde homem e tecnologia possam trabalhar, lado a lado”, completa Fábio. A primeira linha produtiva inteligente é resultado das melhorias do projeto “Planta do Futuro”, e tem startup em dezembro de 2021.


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CNOOC divulga estatísticas operacionais

A CNOOC Limited anunciou suas principais estatísticas operacionais, para o terceiro trimestre de 2021: a Companhia atingiu uma produção líquida total de 144,1 milhões de barris de óleo equivalente (“BOE”), no terceiro trimestre de 2021, representando um aumento de 9,9%, ano a ano (“YoY”). A produção da China aumentou 13,0% a/a, para 100,1 milhões de BOE, devido ao crescimento da produção, desde o início de novos projetos, incluindo Caofeidian 6-4, Luda 21-2, e o crescimento da produção de campos de gás não convencional em terra; a produção no exterior aumentou 3,2% a/a, para 43,9 milhões de BOE. No período, a Companhia fez nove novas descobertas, e avaliou com sucesso 13 estruturas de óleo e gás. No offshore da China, uma descoberta comercial de grande porte foi feita na estrutura Kenli 10-2, com 100 milhões de toneladas de óleo e gás de volume in-loco comprovado. Um volume in-loco comprovado de mais de 10 milhões de toneladas foi feito na estrutura Bozhong 28-1. A estrutura Baodao 21-1 foi avaliada com um progresso positivo. No exterior, três novas descobertas foram feitas, no bloco Stabroek, na Guiana, a saber, Whiptail, Pinktail e Turbot-2. Em termos de desenvolvimento e produção, seis novos projetos iniciaram a produção no terceiro trimestre, que são o campo petrolífero Luda 29-1, Liuhua Campo petrolífero 21-2, campo petrolífero Luda 6-2, projeto de expansão do campo petrolífero Bozhong 26-3, projeto de energia onshore Qinhuangdao / Caofeidian, e projeto de ajuste do campo petrolífero Bozhong 19-4. Entre eles, o início bem-sucedido da operação do projeto de energia onshore Qinhuangdao / Caofeidian representa um marco histórico no desenvolvimento verde, eficiente e inteligente das operações de campos petrolíferos offshore, da China. Também significa que a estrutura de consumo de energia dos campos de petróleo offshore embarcou em uma implementação completa de transformação de baixo carbono. Para o terceiro trimestre de 2021, o preço médio realizado do petróleo da Companhia aumentou 63,6%, no período, para US$ 70,38, por barril, o que está em linha com a tendência dos preços internacionais do petróleo. O preço médio realizado do gás da Companhia aumentou 21,0 % a/a, para US$ 7,08, por mil pés cúbicos, principalmente, devido ao maior gás realizado na China e no exterior. Devido aos efeitos combinados do aumento nos preços internacionais de petróleo e gás, e ao aumento do volume de vendas de petróleo e gás, a receita de vendas de petróleo e gás não auditada da Companhia atingiu, aproximadamente, RMB 58,03 bilhões, representando um aumento de 63,3% a/a. Durante o período, as despesas de capital da Empresa aumentaram 13,8% a/a, para aproximadamente RMB 20,94 bilhões, o que se deveu principalmente ao aumento na carga de trabalho. O Sr. Xu Keqiang, CEO da Empresa, comentou “Durante o trimestre, fizemos progressos constantes, e as principais estatísticas operacionais melhoraram substancialmente. A empresa está confiante em atingir as metas anuais de produção e operação, e se esforçará para criar valor para nossos acionistas”.

Novidade no portfólio

A Evonik está expandindo seu portfólio de compostos de poliamida 12, para isolar condutores elétricos, com o produto Vestamid LX9050 OR. Ao usar retardadores de chama livres de halogênio, de acordo com IEC 60754, o composto atende aos requisitos para a classificação V-0 de sua inflamabilidade, de acordo com UL94. Os barramentos isolados com o novo material laranja de sinalização RAL 2003 podem ser usados em temperaturas operacionais elevadas, de até 125 °C. No futuro, os barramentos feitos de cobre ou alumínio, em baterias de alta voltagem de veículos elétricos, ou parcialmente elétricos, exigirão proteção ainda mais segura contra interrupções elétricas, de voltagem de até 1000 V e acima, e o risco de incêndio associado. O novo composto de poliamida é feito com aditivos de proteção contra fogo, livres de halogênio, especificamente para esse propósito, para atingir a mais alta resistência possível ao fogo, com classe de inflamabilidade V-0; tem espessura de revestimento de 0,5 mm - 0,7 mm, atende aos requisitos de isolamento da e-mobilidade, para perfis de barramento, de 30 mm2 a cerca de 150 mm2. A cor laranja indica, à primeira vista, a aplicação para alta tensão. “Com seu mais alto retardamento de chama, excelentes propriedades de isolamento, e processamento muito favorável, desde a extrusão até o componente acabado do barramento moldado, o novo plástico de alto desempenho da Evonik, desenvolvido especialmente para e-mobilidade, oferece a possibilidade de tornar o gerenciamento de energia em veículos elétricos ainda mais eficiente e, acima de tudo, significativamente mais seguro”, disse Eckart Ruban, responsável pela e-mobilidade, na Unidade de Negócios de Polímeros de Alto Desempenho, da Evonik. O composto também é adequado para processamento em moldagem por injeção. Por causa dos retardantes de chama sem halogênio usados, ele pode ser usado para fabricar outros componentes, para eletricidade automotiva ou para a indústria elétrica. O composto tem classificação de inflamabilidade de V-0. no 386

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Geradora de energia limpa Primeira indústria de certificada oferece REC Brasil a vidro a usar biometano O Brasil ainpartir de fontes de energia solar da possui muita Atlas Renewable Energy anunciou que algumas de suas usinas fotovoltaicas no Brasil foram certificadas pelo Instituto Totum, para oferecer certificados de energia renovável (I-RECs), com valor agregado do REC Brasil, uma categoria única, disponível apenas no país, e endossada pelo Instituto Totum, no qual a instituição valida que os certificados de energia renovável fornecidos estão em conformidade com alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas (ODS). Essa certificação faz, da Atlas, a primeira geradora de energia solar a oferecer os certificados de energia com o selo REC Brasil, no mercado brasileiro. Para que uma empresa forneça créditos REC Brasil, o Instituto Totum realiza uma avaliação rigorosa de seus ativos de energia renovável, para certificar que o gerador está seguindo o plano da ONU para a paz e prosperidade, para as pessoas no planeta. Os geradores de energia renovável que oferecem esses certificados, como parte de seus negócios, devem trabalhar para lidar com pelo menos cinco dos 17 ODS. “Ser certificado pelo Instituto Totum, para fornecer o selo REC Brasil, nos permite oferecer aos nossos clientes e potenciais clientes uma solução, que compensa suas emissões de carbono com o valor agregado de saber que os certificados estão de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas. Esta solução é ideal para empresas que buscam uma certificação adicional para energia incentivada, de forma a comprovar, além da pegada de carbono, o compromisso social com as comunidades que estão sendo impactadas”, disse Luiz Ballester, Diretor Comercial da Atlas Renewable Energy. Os clientes que adquirirem certificados de energia renovável com o selo REC Brasil da Atlas, automaticamente, se tornarão patrocinadores e promotores de todos os programas que a empresa desenvolve para promover uma vida sustentável, melhorar a educação de qualidade, e promover a diversidade e inclusão nas comunidades onde os projetos estão localizados. Atualmente, a Atlas tem capacidade de oferecer I-RECs e RECs Brasil, para empresas do mercado brasileiro que buscam neutralizar suas emissões de CO2 para suas operações no país. Esses certificados de energia dão aos compradores direitos exclusivos aos atributos de cada MWh gerado, por alguns dos projetos de energia solar da Atlas no Brasil. Esses certificados também permitem que os compradores contabilizem onde e quando a eletricidade foi produzida, bem como o impacto ambiental e social que cada MWh gerado gera, no caso do selo REC Brasil. A Atlas detém uma das maiores bases de ativos de energia solar do Brasil, com quase 1 GW de capacidade instalada, entre projetos em construção e em operação.

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dependência de combustíveis fósseis. De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2020, elaborado pela EPE – Empresa de Pesquisa Energética –, ligada ao Ministério de Minas e Energia, as fontes renováveis correspondem por apenas 45% da matriz energética nacional. Dentre a fontes não renováveis, destacam-se o petróleo, que corresponde por 34% da matriz, e o gás natural (12%). Este, consumido majoritariamente pela indústria (43%), e na geração elétrica (38%). Tendo a sustentabilidade e a inovação em processos como alguns de seus compromissos, a Wheaton, empresa líder nacional, e uma das maiores fabricantes de embalagens de vidro para o segmento de perfumaria e cosméticos no mundo, utilizará o biometano como fonte energética, em substituição à parte do gás natural utilizado, investindo em fontes renováveis de energia. Com isso, a companhia será a primeira indústria de vidro a utilizar esse combustível renovável no mundo. Renato Massara Júnior, diretor Comercial e de Marketing da Wheaton, explica que a adoção dessa nova fonte energética está em harmonia com o trabalho realizado pela empresa. “A sustentabilidade, inovação e tecnologia estão entre os pilares da empresa, e também dos nossos principais clientes. E esse foi um projeto que nos deixou apaixonados. Por isso, decidimos tornar a Wheaton uma pioneira nesse sentido, ao incorporar o biometano à nossa produção”, diz. A comercialização do biometano para a Wheaton será viabilizada pela ZEG, empresa especializada na produção de energia renovável. Daniel Rossi, CEO da ZEG, explica que “a substituição do combustível fóssil, na produção de vidro da Wheaton, poupará a emissão de aproximadamente 7.000 toneladas de CO2, em um ano, o que equivale a mais de 50 mil árvores plantadas, num período de 20 anos”. O executivo da ZEG destaca ainda que o “GasBio”, nome do produto renovável que será fornecido, é produzido por meio do reaproveitamento sustentável de resíduos urbanos, em um aterro sanitário, localizado em Sapopemba, distrito da Zona Leste de São Paulo, Capital.


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Lanxess lança tecnologia

A Lanxess está em processo de lançamento no mercado de sua tecnologia híbrida, com perfil oco (hollowprofile). Com essa nova tecnologia de design leve, os perfis ocos podem ser utilizados em máquinas convencionais de moldagem por injeção com compostos plásticos. O resultado são componentes de plástico-metal compostos, que apresentam muito mais rigidez e resistência à torção do que o que poderia ser alcançado anteriormente com outras tecnologias para perfis ocos. “A tecnologia híbrida de hollow profile, agora, progrediu para um nível tão avançado, que embarcamos em uma variedade de projetos de desenvolvimento com clientes e já atingimos o estágio de protótipo, com alguns deles”, diz Matthias Theunissen, especialista em design leve, na Lanxess. As aplicações potenciais do material na indústria automotiva incluem cross car beams, hastes de acoplamento, estabilizadores e elementos de assento. Além disso, a nova tecnologia leve poderia ser usada para produzir bastões de esqui e para caminhadas, bem como componentes para móveis e construção civil, por exemplo. A tecnologia hollow-profile hybrid é um desenvolvimento adicional da tecnologia “tradicional” de compósito plástico-metal (tecnologia híbrida), usando chapa de metal. A vantagem da nova tecnologia é que os moldadores podem trabalhar com tempos de ciclo curtos, como é típico para moldagem por injeção, em produções de alto volume. Como resultado, o processo de fabricação é mais eficiente e econômico. Não há necessidade de unidades auxiliares ou tecnologia de ferramentas, o que mantém os custos de investimento baixos. O fato de ser possível utilizar perfis ocos, com preços razoáveis e com variações dimensionais relativamente grandes, ajuda a tornar o processo de produção também mais econômico. Como Theunissen explica, “com a ajuda de um gerenciamento de tolerância inovador, podemos evitar que perfis desse tipo danifiquem o molde, ou impedir que ocorram vazamentos na cavidade de moldagem por injeção”. Quando os perfis ocos de paredes finas são sobre moldados com o plástico fundido, altas pressões, frequentemente excedendo 400 a 500 bar, ocorrem na cavidade. Como resultado, existe um alto risco de deformação ou colapso dos perfis. “Otimizamos o processo, para que os perfis resistam às pressões que ocorrerem, e não precisem ser apoiados por dentro”, diz Theunissen. Em um estudo de simulação, a Lanxess examinou como o uso dos compostos compensa no projeto de cross car beam automotivo. “O componente pode ser projetado com cerca de 30% menos peso do que uma estrutura totalmente de aço, enquanto oferece melhor desempenho mecânico, em alguns aspectos”, diz Theunissen. Load cases típicos e propriedades de componentes foram calculados, assim como comportamento de vibração e a rigidez do volante na direção das forças gravitacionais. “O componente também destaca o enorme potencial da tecnologia na implementação de integração de funções, com economia de custos. Por exemplo, as conexões para o pilar A, bem como as fixações para a coluna de direção, painel, unidades de controle de temperatura e airbags foram injetados diretamente”, complementa.

A nova resina da Sabic

A Sabic lançou a resina NORYL GTX 9500, que oferece excelente estabilidade dimensional em condições de calor e umidade, respondendo ao desafio de aplicações automotivas altamente exigentes. A nova resina tem melhor equilíbrio de propriedades mecânicas quando exposta ao calor e à umidade, típicos de ambientes automotivos, sob o capô, do que as resinas de poliamida (PA) (PA66 e PA6), bem como desempenho comparável de alto fluxo e alta temperatura. Suas características podem abrir oportunidades, para projetos que pedem redução de peso. As aplicações alvo incluem caixas de junção de veículos, conectores e outras aplicações, que requerem estabilidade dimensional. Este material também demonstra um potencial para uso, como resina base, em compósitos termoplásticos, reforçados com fibra de carbono, usados em componentes estruturais e corporais, e para aplicações nos mercados industrial, aeroespacial e marítimo. A forte tendência das resinas PA em absorver umidade e água, que é exacerbada por temperaturas elevadas, pode causar amolecimento, perda de rigidez e empenamento. A nova resina oferece absorção de água e umidade significativamente menor do que o PA, mesmo sob condições de alto calor, até 150o – os testes na Sabic demonstraram que a resina NORYL GTX 9500 absorveu 21% menos umidade, no equilíbrio, do que PA66, e 58% menos que PA6. A resina NORYL GTX 9500 teve uma mudança dimensional total (direção de fluxo e direção de fluxo cruzado) de 0,29%, enquanto PA66 teve uma mudança total de 84%, e PA6, 165% maior. Essa estabilidade dimensional aprimorada oferece benefícios para aplicações sensíveis à umidade, incluindo a redução do empenamento, para minimizar as taxas de refugo, e permitindo projetos com paredes mais finas para suportar peso leve. A resina NORYL GTX 9500 também demonstra retenção excepcional de propriedades mecânicas – módulo de flexão, módulo de tração e resistência à flexão – em condições úmidas, em comparação com PA66 e PA6. Além disso, este material ultrapassa os graus normais de NORYL GTX, com base em PA, em termos de absorção de água e umidade, estabilidade dimensional e retenção de propriedade. no 386

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Estudo sobre utilização de gás natural no transporte público O SuperaLab – laboratório de inovação aberta, que fica no Supera Parque de Inovação e Tecnologia, de Ribeirão Preto/SP, sedia um estudo sobre impactos da utilização do gás natural no transporte público no município. O projeto GasBrasiliano Inovation Hub (GaBih) é promovido pela GasBrasiliano, empresa responsável pela distribuição de gás natural canalizado, na região Noroeste do Estado de São Paulo, abrangendo 375 municípios. O objetivo do GaBih é identificar, selecionar e captar startups e empreendedores, que possam gerar soluções para atendimento ao mercado do gás natural na região, proporcionando uma melhoria na experiência dos consumidores. @Divulgação

A parceria entre o Parque Tecnológico e a empresa foi selada com a presença do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, e do presidente do Supera Parque, Sandro Scarpelini, entre outras autoridades. No encontro, foi anunciada a realização do estudo sobre a aplicação do gás natural e biometano, como combustível de transição energética no transporte público de Ribeirão Preto. O projeto será totalmente fomentado pela distribuidora de gás, que atende a região, em parceria com a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), e será executado pela Consulgas. Na avaliação de Duarte Nogueira, a criação do SuperaLab é a comprovação da cultura da inovação, em que o mundo vive. “Nós estamos hoje, aqui, fazendo o que precisa ser feito. O SuperLab, do Supera Parque, os ambientes de inovação, e parceiros que reunimos, têm essa responsabilidade, que será, com certeza, a grande exigência para o futuro, para nossa própria sobrevivência. A busca pelo conhecimento humano, a capacidade de pensar, reagir e realizar, e o ambiente de inovação do SuperaLab é justamente isso, de sabedoria, paciência, persistência e resiliência apara inovar, elementos muito importantes para o desenvolvimento da nossa cidade e do mundo”, disse. “Em pouco mais de um ano e meio à frente do Supera Parque, tenho muito orgulho de trabalhar com essa equipe. Aqui, paramos para planejar, pensar no futuro, pensar para os próximos dez anos, como se faz nos países desenvolvidos, grandes empresas internacionais, e isso é muito prazeroso. O que estamos propondo, com a criação do SuperaLab, é mais uma modalidade para se utilizar energia, e, diante das circunstâncias que vivemos, se tivermos alternativas energéticas, principalmente que destruam menos o meio ambiente, ficaremos mais tranquilos, não passaremos por 20

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tantas crises. Portanto, parabéns a todos”, comemorou o presidente do Supera Parque, Sandro Scarpelini. O estudo vai elaborar uma base comparativa entre o gás natural e o biometano, sob a ótica da gestão de transporte público do município. O resultado será a comparação entre as alternativas existentes, a avaliação de como as duas opções citadas anteriormente se posicionam na transição energética, e um relatório sobre os impactos nas contas públicas, nas tarifas e no meio ambiente. A tecnologia empregada nos veículos a gás natural veicular (GNV) e biometano, utilizados no estudo, já atende à norma Euro 6, que será exigida a partir de 2023. A conclusão será compartilhada com a Prefeitura, com o objetivo de contribuir para a tomada de decisão em relação à revisão da estratégia de matriz energética municipal, e ao PMOB (Plano de Mobilidade Urbana). Para a distribuidora, o estudo contribuirá para alavancar a inserção do gás natural e do biometano no segmento de frotas pesadas. “A intensificação do debate em torno de iniciativas ESG, em especial as que visam à redução das emissões de gases de efeito estufa, bem como a aprovação e sanção da nova Lei do Gás, que abrirá caminho para a abertura do mercado de gás brasileiro, fizeram com que o gás natural e o biometano assumissem papel de destaque, no desenho de estratégias de transição para uma economia de baixo carbono. A busca por alternativas energéticas que visem à redução de impactos ambientais, e garantam competitividade e eficiência aos setores econômicos será uma pauta cada vez mais importante. Acreditamos que o GaBih, através deste estudo, e de outros projetos que virão, será fundamental para o avanço nessa caminhada”, explica Alex Gasparetto, diretor-presidente da GasBrasiliano. O gerente do Supera Parque, Eduardo Cicconi, afirma que a parceria do complexo tecnológico, por meio do SuperaLab, com a GasBrasiliano tem o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico da região, por meio da geração de inovação. “O empreendedorismo e a inovação tecnológica estão no DNA do Supera Parque. Nós temos, como missão, contribuir com o movimento crescente que existe na sociedade, e que pede por ações que tornem o mundo um lugar melhor, tanto do ponto de vista ambiental quanto social, incentivando o consumo consciente dos recursos, por exemplo. Vamos usar toda a nossa expertise para o desenvolvimento de projetos que impactem positivamente a região, no que diz respeito ao consumo e ao fornecimento do gás natural”, explica. Com o SuperaLab, o Parque Tecnológico busca contribuir, de forma sistemática, com o ecossistema de inovação, gerando um conjunto de práticas inovadoras e proporcionando insights e conexões entre os atores. O laboratório conta com uma estrutura física de espaço compartilhado, com 170 metros quadrados – disponível para receber times de inovação das empresas parceiras, com mesas fixas de trabalho; espaço para eventos e para reuniões.


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Tenaris e Sandvik estendem aliança, com renovação do contrato de cinco anos @Divulgação

Inovações Eletrostáticas

SISTEMA DE ATERRAMENTO ATIVO: monitor portátil TERRALIGHT e garra ativa TERRACLAMP

TERRALIGHT

O novo monitor de aterramento TERRALIGHT, da Eltex, funciona a pilha. Isso o torna portátil, prático e econômico. Outra vantagem do monitor de aterramento TERRALIGHT é sua certificação e aprovação para uso em áreas classificadas EX Zona 0 e Zona 20.

A Tenaris e a parceira de negócios de longa data Sandvik estão estendendo sua aliança, de quase 20 anos, com a assinatura de um novo contrato, de cinco anos, para o fornecimento de OCTG, com conexões premium e ligas de aços especiais, incluindo CRAs, para atender o petróleo e mercado de gás. O contrato renovado combina a experiência da Sandvik em tecnologia de materiais, e o desenvolvimento de ligas de aço resistentes à corrosão com a excelência da Tenaris na fabricação de OCTG de alta qualidade e alto desempenho, e conexões premium com tecnologia Dopeless. “Nossa aliança estratégica facilita uma cooperação mais estreita em inovações futuras, visando às aplicações mais exigentes do mercado. Juntos, seremos incomparáveis na indústria, nos permitindo desenvolver e oferecer soluções exclusivas para os ambientes operacionais mais desafiadores, enfrentados por nossos clientes”, disse Goran Bjorkman (esquerda na foto), Presidente Sandvik Materials Technology.

O presidente e CEO da Tenaris, Paolo Rocca, visitou a sede da Sandvik Materials Technologies, em Sandviken, Suécia, antes da assinatura do acordo, que marca duas décadas de colaboração entre as empresas. “Continuamos a aproveitar nossos pontos fortes, combinados em P&D e fabricação, para oferecer aos clientes soluções diferenciadas, incomparáveis na indústria, hoje”, disse Rocca. “E, à medida que o setor gira, com maior foco em soluções de baixo carbono, estamos mais bem posicionados, e temos o know-how para executar projetos de transição energética, como captura e armazenamento de carbono, produção geotérmica e de gás – segmentos que exigem materiais avançados, e tecnologias de produto que maximizam o desempenho, enquanto reduzem o impacto ambiental.” A parceria estratégica entre Tenaris e Sandvik começou em 2003, para agregar valor à indústria de petróleo e gás, por meio de pesquisa conjunta, desenvolvimento de produtos, e fabricação de soluções tubulares, especializadas para aplicações exigentes.

A nova garra de aterramento TERRACLAMP, da Eltex, tem indicação luminosa. O Led verde só acende quando a condição segura de aterramento é, de fato, atingida. Além disso, ela é ainda mais ergonômica e tem alta pressão de força. Seus mordentes extremamente afiados ultrapassam com facilidade espessas camadas de sujeira ou tinta. Conheça mais sobre esses dois produtos Eltex. Juntos, eles garantem o aterramento eletrostático eficiente nas operações com substâncias inflamáveis.

TERRACLAMP

Representante exclusivo no Brasil: Knapp Representações Ltda Calçada das Bétulas, 97 Centro Comercial Alphaville no 386 Petro & Química 06453-045 Barueri/SP 21 (11) 4195-0728 knapp@uol.com.br www.eltex.com


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Dow inaugura o Latin America Inspiration Center

Alinhada à ambição de se tornar a empresa de ciências de materiais mais inovadora, centrada no cliente, inclusiva e sustentável do mundo, a Dow escolheu o Brasil, para ser sede do seu primeiro centro de inovação para a América Latina, o Latin America Inspiration Center. Localizado em Jundiaí/SP, o Latin America Inspiration Center concentra, em um único lugar, uma estrutura robusta de pesquisa e desenvolvimento, que será o núcleo tecnológico de inovação sustentável e colaborativa da Dow para a América Latina. A empresa é uma das indústrias químicas que mais investe, globalmente, em Pesquisa e Desenvolvimento. De Jundiaí, graças a recursos tecnológicos de última geração, atenderá a clientes e parceiros de todos os países em que a Dow atua, na América Latina. Com 9.291 m2, o Latin America Inspiration Center conta com laboratórios de alta tecnologia, e equipamentos de última geração, além de laboratórios de avaliação sensorial e de análise de performance de materiais, espaços de colaboração para processos de design thinking, salas multiuso, e espaços para treinamentos presenciais ou digitais. As instalações do novo centro estão preparadas para impulsionar a inovação sustentável da indústria, em segmentos como: embalagens plásticas, cosméticos, produtos de limpeza, adesivos, lubrificantes, mineração, petróleo e gás, tintas e revestimentos e aplicações industriais, em geral. Nesse ambiente, composto por sistemas inteligentes e avançados, a Dow irá fomentar parcerias colaborativas com seus clientes, donos de marcas e a comunidade científica, para acelerar esforços em direção à inovação da indústria latino-americana. “Acreditamos que inovação começa com colaboração. Trabalhamos de perto com nossos clientes, para ajudá-los a solucionar seus desafios e, assim, contribuir para tornálos mais sustentáveis, e para melhorar seu desempenho e produtividade”, enfatiza Ana Claudia Rueda, Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento e Serviços Técnicos, da Dow América Latina. Projetos que aliam inovação e sustentabilidade já estão em 22

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fase adiantada de testes no Latin America Inspiration Center e, em breve, devem chegar ao mercado. Entre eles, estão o desenvolvimento de um processo de reciclagem de espumas de colchões e de outros materiais similares; um antiespumante para uso no mercado sucroalcooleiro; e uma tinta de única demão, para construção. Na América Latina, a Dow pretende desenvolver inovações em ciência dos materiais, por meio de três pilares estratégicos: Inovação Sustentável, Aceleração Digital e Ecossistema Inovador. Na prática, isso significa ajudar seus clientes, e a cadeia de valor dos segmentos em que atua, a desenvolver soluções mais sustentáveis, com foco na proteção do clima, em uma economia circular, e no manuseio de materiais mais seguros, para as pessoas e para o planeta; usar a conectividade e a digitalização para promover rápidas aprendizagens e respostas às mudanças no mercado; e dispor de um time diversificado de especialistas, que garantam a inovação, com segurança e agilidade. É por isso que, além da estrutura de ponta, um dos grandes diferenciais do Latin America Inspiration Center é seu time multidisciplinar. Ao todo, cerca de 200 especialistas irão conectar as tecnologias, os laboratórios e as equipes de suporte técnico, e pesquisa e desenvolvimento, da Dow, aos outros laboratórios que a empresa possui no México, Colômbia, Brasil e Argentina, bem como à rede global de especialistas, permitindo a replicação e adaptação de soluções, desenvolvidas em outras geografias, para a realidade dos mercados locais. “Os laboratórios do Latin America Inspiration Center são equipados com sistemas digitais, que irão oferecer experiências imersivas integradas, aos clientes e parceiros. Eles poderão usufruir da tecnologia do centro de maneira remota, participando de sessões virtuais de ideação de produtos, assim como da análise de performance e dos testes de prototipagem”, explica Ana Claudia.


Empresas & Negócios

Tecnologia promove a sustentabilidade em refinaria A Blossom Consult tem sido responsável por uma mudança cultural em setores tradicionais, como os de mineração, metalurgia e óleo e gás, nos quais a contratação, baseada em BIM (Modelagem da Informação da Construção), ainda é pouco usual. BIM é uma metodologia que traz inúmeros benefícios à indústria de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), entre eles, a economia de gastos por hora da equipe envolvida no projeto, redução de erros que podem ser previstos antes da execução da obra, e economia de materiais. A Blossom resolveu dar um passo além nessas vantagens, e aproveitar os recursos que podem promover projetos mais sustentáveis, seja no plano em si, como na comunidade do entorno do mesmo. Recentemente, a empresa foi contratada para fazer toda a atualização da documentação técnica, As-Built, de uma grande planta industrial na região Norte, mais precisamente na Amazônia. Toda a documentação da planta deveria ser atualizada, e a Blossom resolveu lançar mão de tecnologia disruptiva para isso. Com a inquietude usual da Blossom em utilizar novas tecnologias que agregam valor, desde a fase de planejamento da proposta de trabalho, buscou-se uma maneira adequada, eficiente e sustentável para a execução de um escopo “tradicional”, e com metodologia “enraizada”. Ao se aprofundar no projeto, a Blossom foi se adaptando, para atender todo o espectro de sustentabilidade presente na condução dos trabalhos, e que iam de acordo com as exigências de seu cliente. Lançando mão do Autodesk BIM Docs, a equipe implantou uma ferramenta, que trouxe o impacto tecnológico esperado, substituindo os papéis usados tradicionalmente para esse tipo de projeto, por informações digitais cadastradas em tablets. Com a comunicação clara e direta entre o campo e o escritório, que a tecnologia Autodesk permite, a produtividade das equipes foi totalmente impactada de forma positiva, endereçando a sustentabilidade técnica do projeto. A eficiência do processo acabou trazendo economia de horas de trabalho. A estimativa inicial de gasto em papel seria da ordem de R$ 180 mil. Sem o uso do papel, essa verba foi economizada, e o impacto de uso foi completamente zerado. Isso, sem contar que o contrato vem sendo executado com uma velocidade

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acima da inicialmente calculada. Aqui, vemos presente a sustentabilidade empresarial. A eliminação da utilização de papel gerou, diretamente, a economia de 3,5 kg de CO2, 11,5 Kwh de energia, e 5 mil litros de água. Os valores são preliminares, mas impactantes, quando levamos em conta que se tratava @Divulgação de um projeto inédito. Esses são alguns aspectos da sustentabilidade ambiental do projeto. “BIM é a socialização da informação, com todo o ecossistema do projeto”, afirma Frederico Jannotti, sócio da empresa. De acordo com ele, essa forma de integrar tecnologia, para promoção de todo o espectro da sustentabilidade, foi apresentada para um concorrente canadense, que, de tão impressionado, nomeou a prática como “Blossom Technique”, e demonstra como a engenharia brasileira promove boas práticas, em nível global. Para a condução dos trabalhos em local remoto, e utilizando tecnologia disruptiva, a Blossom optou por uma estratégia desafiadora, que foi a formação de mão-de-obra local. “Contando com o apoio de nosso RH atuante, a equipe técnica da Blossom percorreu as escolas da região, atraindo jovens talentos, com habilidade para absorver a tecnologia BIM da Autodesk. Mesclamos esses jovens com pessoas experientes da região, e com vivência prévia em plantas industriais. A mescla das gerações configurou um time forte, e mostra como a tecnologia não é excludente, uma vez que ela necessita “embarcar” a experiência dos mais sêniores. Dessa forma, promovemos a sustentabilidade social, trazendo oportunidades de trabalho de vanguarda, no local de origem desses profissionais. Entendemos a educação como vetor de transformação”, conta Jannotti. O projeto do As-Built foi apenas a porta de entrada de nossa equipe local, no mundo da tecnologia Autodesk. A partir desse projeto, nossa equipe do norte participa ativamente de todos os projetos da Blossom, envolvidos com a metodologia BIM. Quando falamos em promover a sustentabilidade, e estamos trabalhando na região da Amazônia, consideramos os tópicos da ONU e os de sustentabilidade corporativa, para que o impacto social seja efetivo. Esse modelo deu tão certo que passou a ser replicado em outras regiões e clientes. A Blossom segue firme, em seu curso como empresa de vanguarda no desenvolvimento de projetos em BIM, intensificando a aderência aos pilares da sustentabilidade. no 386

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Parceria para melhorar a eficiência da cadeia de suprimentos A Kongsberg Digital firmou parceria com a Data Gumbo, para melhorar a eficiência da cadeia de suprimentos, integrando e disponibilizando contratos inteligentes de blockchain, dentro da Kognitwin A parceria permite que os clientes aproveitem o poder combinado de gêmeos digitais com a rede industrial inteligente de contrato massivamente interconectada, da Data Gumbo, alimentada e protegida por blockchain. As ofertas de tecnologia combinadas melhoram a eficiência da cadeia de suprimentos, e a precisão e transparência das transações, para gerar valor para as indústrias de ativos pesados. Kognitwin é uma plataforma digital dupla de software, como serviço que permite aos operadores industriais integrar e contextualizar dados de seus sistemas de TI e OT, para análises e simulações avançadas, que geram níveis mais elevados de desempenho e colaboração de ativos. Kognitwin muda a natureza do trabalho com dados industriais, permitindo que os fluxos de dados alterem os fluxos de trabalho corporativos. Quando implantado com contratos inteligentes automatizados na GumboNet, fornecedores e clientes podem integrar dados transacionais específicos, resultando em réplicas digitais preditivas, e em tempo real. “Os gêmeos digitais e seus portfólios estão se tornando facilitadores para a transformação de operadoras. Estamos observando cada vez mais um número crescente de empresas que pretendem centralizar dados transacionais e de sensores, incluindo informações críticas da cadeia de suprimentos, em seus gêmeos digitais. No passado, liberar valor, por meio de contratos inteligentes, era um grande desafio, devido ao acesso a dados de origem complexos. Agora, com gêmeos digitais que incluem representações para sensores em tempo real, sensores virtuais e dados transacionais integrados, encontramos uma oportunidade sem precedentes, para catalisar

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significativamente a utilização de contratos inteligentes e tecnologias de razão distribuída. Por meio de nossa parceria com a Data Gumbo, os clientes alcançam um progresso @Divulgação significativo, em direção ao gerenciamento da cadeia de suprimentos, em tempo real, mudando fundamentalmente como esse processo de negócios opera hoje”, disse Shane McArdle, vice-presidente sênior de energia digital da Kongsberg Digital. “Esta integração de tecnologia digital dupla, com contratos inteligentes apoiados por blockchain, sinaliza uma grande oportunidade para redução de custos da cadeia de suprimentos e transparência. Ao implantar o GumboNet, a Kongsberg Digital é capaz de oferecer uma torre de controle aos seus clientes, com a capacidade de fornecer correspondência de 4-5 vias, referência cruzada, e acionamento de dados e eventos da @Divulgação cadeia de suprimentos. Ao automatizar transações em tempo real, com certeza, estamos tornando o gerenciamento da cadeia de suprimentos intuitivo, fácil e transparente, permitindo que as partes capitalizem a economia e o valor”, disse Andrew Bruce, CEO e fundador da Data Gumbo. “No futuro, esperamos que os gêmeos digitais, por meio de sua capacitação de fluxo de trabalho, precisão de informações, e riqueza de dados, sirvam como gatilhos para as atividades da cadeia de suprimentos. Temos o prazer de fazer parceria com a Data Gumbo, na pavimentação do caminho para a inovação neste domínio”, conclui McArdle.


Especial

IBP celebra seu 64º aniversário

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undado em 21 de novembro de 1957, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, carrega a missão de promover o desenvolvimento do setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, visando a uma indústria competitiva, ética, e socialmente responsável. E dessa forma, o IBP trabalha para reunir os diferentes players do setor de óleo e gás, atuando para congregar interesses, disseminar conhecimento técnico e boas práticas, e mostrar a potencialidade de uma das indústrias que mais contribui para o fortalecimento da economia do Brasil. Junto com suas empresas e profissionais associados, a instituição constrói, diariamente, um ambiente de troca de conhecimento e expertise, contribuindo para ampliar as oportunidades de negócios, e o engajamento entre diversos stakeholders. @Divulgação Este ano, Eberaldo de Almeida Neto assumiu como presidente do Instituto, com o desafio de fortalecer o papel da organização em meio à abertura dos mercados de refino e gás natural, e do cenário global provocado pela Pandemia. “(...) O IBP segue comprometido com a transição energética para uma economia de baixo carbono, e ciente da importância do setor de O&G brasileiro nesse processo. Não há transição energética justa, sem a presença dos combustíveis fósseis, pois, uma possível escassez desses ativos de alta densidade energética e capilaridade teria como resultado o aumento vertiginoso dos preços, prejudicando a velocidade da transição energética, os países em desenvolvimento, e, sobretudo, as pessoas mais pobres. Ressalto ainda que a energia está longe de ser acessível a todos, e que atividades vitais, como Saúde, Educação, Transporte, conforto do lar, dentre outras, necessitam da sua democratização. De outro modo, o Brasil possui um alto percentual de renováveis, na sua oferta interna de energia (OIE). São 48%, contra 14% da média mundial, o que nos coloca em posição de destaque, e abre possibilidades para utilização de múltiplas fontes, como os fósseis. Adicionalmente, o petróleo produzido aqui, com menor “pegada de carbono” e maior eficiência, pode desarticular a produção de fontes mais poluentes, como o carvão ou

óleos produzidos com menor eficiência. Esse cenário contribui para a redução na emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), e aumenta nossas expectativas, que são as melhores possíveis, desde que seja mantido um ambiente de negócios amigável aos investimentos em O&G no país, algo que está na agenda de advocacy do IBP. É natural que, no resto do mundo, onde os fósseis são 75% das emissões de GEE, o setor seja tema polêmico das agendas, inclusive de instituições financeiras, que estão deixando de financiá-lo, porém, as emissões de fósseis no Brasil correspondem a 19% do total (44% das emissões vêm do uso da terra – desmatamentos e queimadas, e 28% da Agropecuária), e muitas tecnologias e novos processos têm sido implementados pelo indústria, no sentido de reduzirmos as emissões, sem descartar a adoção de soluções baseadas na natureza (como projetos de reflorestamento), como medida complementar às que estão e serão implementadas na cadeia produtiva. Não quero dizer que não seja tema importante, mas que deve ser encarado como parte crucial da solução. Nós, como colaboradores do IBP, temos a enorme responsabilidade e a honra de podermos contribuir para ampliar os investimentos na produção eficiente e tempestiva de nossas províncias petrolíferas, contribuindo para a monetização desses recursos, em benefício da sociedade brasileira, e auxiliando na longa jornada da transição energética eficiente e justa. É um período único na história, e fazemos parte dele!” no 386

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Especial

1ª Braskem Week

A primeira edição da Braskem Week, realizada em outubro, contou com quase 10 mil acessos, nos dias de evento. A feira teve como foco principal a apresentação de soluções sustentáveis e inovadoras, da química e do plástico da Braskem, para diferentes setores, como agronegócio, embalagens, construção civil, automotivo, entre outros. Com formato 100% digital, a Braskem Week foi realizada em uma plataforma (www.braskemweek.com.br), em três idiomas (português, inglês e espanhol), que simulava um ambiente tradicional para eventos, composta por estandes com diversos conteúdos e espaço para atendimento individual, feito por especialistas das áreas técnicas e comerciais da companhia. Durante a feira, os visitantes puderam navegar pelos espaços da Braskem Week de forma independente, como se estivessem em um evento de negócios presencial. Além disso, mais de 3 mil participantes puderam acompanhar palestras ao vivo, sobre assuntos variados, que envolvem o plástico, a química e a sociedade, entre eles, economia circular, design para circularidade de embalagens, desenvolvimento sustentável, diversidade nas empresas, soluções renováveis e Marco Legal do Saneamento. “A Braskem Week foi desenvolvida como uma oportunidade de promover sinergia entre os variados segmentos de negócios onde atuamos e, ao mesmo tempo, mostrar toda a nossa capacidade de desenvolver soluções inovadoras, sustentáveis e customizadas de acordo com as necessidades dos nossos clientes”, explica Roberto Simões, CEO da Braskem. Segundo Edison Terra, vice-presidente da Unidade de Olefinas & Poliolefinas na América do Sul, o resultado do evento excedeu as expectativas. “Foi um sucesso. Ficamos muito felizes em saber que a primeira edição da Braskem Week, um evento inédito do qual a Braskem é inteiramente proprietária, atingiu seu objetivo, reunindo diversos players do mercado, assim como outros interessados pelo segmento onde atuamos, e gerando conhecimento e discussão sobre os temas atuais que giram em torno da sustentabilidade, e mostrando ao mercado todo o diferencial dos negócios da nossa empresa”, declara. Para Isabel Figueiredo, vice-presidente de Vinílicos e Especialidades, “a Braskem Week foi também uma oportunidade de reforçarmos, aos nossos Especialistas da Braskem

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públicos, o compromisso da Braskem com o desenvolvimento sustentável, por meio da química e do plástico, além de incentivá-los e engajá-los, com relação ao uso de soluções renováveis e à economia circular”. As palestras promovidas, ao vivo, durante a Braskem Week, contaram com a presença de um público diverso, desde empresas a universitários que buscavam conhecer mais sobre a companhia, e soluções sustentáveis para a indústria. Ao todo, mais de três mil visitantes assistiram às apresentações, interagindo e trazendo novos pontos de discussão para junto dos palestrantes. No primeiro dia de evento, foi discutido “O Valor da Diversidade Dentro das Organizações”, palestra ministrada por Ricardo Salles, da Mais Diversidade. Na sequência, Jorge Soto, Diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, realizou a apresentação sobre a “Estratégia de Desenvolvimento Sustentável da Braskem” e, depois dele, Yuri Tomina, Gerente de Desenvolvimento de Mercado e Polietileno Renovável da Braskem, falou sobre “Design para a Circularidade de Embalagens”. No dia seguinte, o economista ambiental convidado pela Braskem, Pavan Sukhdev, realizou o debate sobre “Economia e Sustentabilidade”. Na mesma data, Fabiana Quiroga, Di@Divulgação retora de Economia Circular da Braskem, ministrou a palestra sobre “A Trajetória da Braskem em Economia Circular: Soluções e Desafios”, seguida por Éverton Van Dal, Líder de Desenvolvimento de Negócios Químicos e Renováveis da Braskem, que trouxe para debate as “Soluções Renováveis para o Mercado de PET e Poliésteres”. No último dia, Édison Carlos, Presidente Executivo do Instituto Trata Brasil, foi convidado para falar sobre os “Desafios e Oportunidades do Saneamento Básico, Após o Novo Marco Legal”; Luiz Alberto Falcon, responsável pela plataforma de Reciclagem Química da Braskem, e Éverton Van Dal ministraram a palestra sobre “Alternativas para um Futuro mais Circular: O Desenvolvimento de Novas Tecnologias @Divulgação de Reciclagem, Renováveis e Balanço de Massa”, enquanto Ana Paiva, especialista de Desenvolvimento de Mercado da Braskem, e Natália Gava, Engenheira de Aplicação da Braskem, abordaram sobre “Irrigação: Overview do Mercado e Portfólio Braskem”. Durante os próximos três meses, as palestras e os demais conteúdos estarão disponíveis on demand.


Artigo Técnico

A importância da inspeção e certificação de terceira parte nos segmentos de fabricação de equipamentos de processo e produtos aeronáuticos Edilson Rosa Barbosa de Jesus Eng. Mecânico. Especialista em Engª de Segurança do Trabalho

Marcelo Pieri Pereira Engenheiro de Produção. Especialista em Engª de Segurança do trabalho e Eng. de Avaliações e Perícias

Introdução Este artigo pretende tratar basicamente de dois tipos de equipamentos ou produtos, para os quais é extremamente importante o processo de Certificação, cuja inobservância da aplicação integral e correta, das normas e regulamentos, pode produzir resultados catastróficos, acidentes graves, e fatalidades. Estamos nos referindo aos equipamentos de processo e produtos aeronáuticos (aeronaves). Denominam-se equipamentos de processo, os equipamentos estáticos em indústrias de processamento, que são as indústrias nas quais materiais sólidos ou fluidos sofrem transformações físicas e/ou químicas, ou as que se dedicam à armazenagem, manuseio ou distribuição de fluidos. Dentre essas indústrias, citam-se as refinarias de petróleo e suas precursoras (prospecção e extração de petróleo), as indústrias químicas e petroquímicas, grande parte das indústrias alimentícias e farmacêuticas, a parte térmica das centrais termoelétricas, e os terminais de armazenagem e distribuição de produtos de petróleo, entre outras (TELLES, 1979). Equipamentos estáticos, tais como colunas de destilação, vasos de pressão, caldeiras, trocadores de calor, fornos, tanques e tubulações industriais constituem, não só a parte mais importante da maioria das indústrias de processamento, como também são, geralmente, os itens de maior tamanho, peso e custo nessas indústrias (Figura 1).

Figura 1 - Equipamentos de processo: (a) forno cilíndrico; (b) coluna de destilação; (c) trocadores de calor; (d) vaso de pressão. Fonte: Jesus e Biscuola (2012); Jesus (2012).

Edson Souza de Jesus Filho Eng. Mecânico. Especializando em Engª de Manutenção Aeronáutica

Jesus (2012) observa que, nas indústrias de processamento, algumas condições específicas fazem com que seja necessário um grau de confiabilidade mais apurado para os equipamentos, em comparação com o que normalmente é exigido para os equipamentos dos demais ramos industriais. Dentre estas condições, citam-se: • regime contínuo de operação, o que submete os equipamentos a condições severas de trabalho; • equipamentos interligados entre si, com potencial risco de paralisação de toda a planta, por conta da ocorrência de uma falha individual (de um único equipamento); • operação em condições de grande risco, que envolvam fluidos inflamáveis, tóxicos, explosivos, corrosivos, etc. Dentre algumas definições possíveis para “aeronave”, na Anacpedia (2021), ela é definida como sendo um dispositivo que é usado ou que se pretende usar para voar na atmosfera, capaz de transportar pessoas e/ou coisas. De acordo com Jesus e outros (2021), no setor aeronáutico, a segurança de voo é o principal alvo, almejado desde a concepção inicial de um modelo de aeronave, até a operação e manutenção da sua aeronavegabilidade continuada. A engenharia aeronáutica é um dos ramos da engenharia, no qual pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias, projetos e materiais são constantes, com vistas a obter aeronaves cada vez mais leves, eficientes e seguras. Uma aeronave pressurizada, inclusive, possui semelhanças de projeto com um vaso de pressão, na medida em que a cabine de passageiros é dimensionada para suportar tensões radiais, produzidas pelos ciclos de pressurização e despressurização durante a operação de voo, sendo que, em suas extremidades dianteira e traseira, também existem paredes de pressão (bulkheads), conhecidos como “tampos” nos vasos de pressão industriais (ibid). Dentro do universo aeronáutico, o que também pode ser estendido para outros segmentos industriais, incluindo o de fabricação de equipamentos de processo, cabe definir ou esclarecer a expressão “nível aceitável de segurança”, do inglês Acceptable Level Of Safety – ALOS (ANACPEDIA, 2021a). Basicamente, podemos definir como “Gerenciamento de Risco”, ou seja, na aviação, o nível aceitável de segurança é geralmente definido em termos de probabilidade de um acidente aeronáutico ocorrer. Exemplificando de forma mera-

* Artigo técnico originalmente publicado como capítulo de livro lançado por ocasião da 11ª BRAGANTEC, 14ª SEMTEC e 11° no 386

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Artigo Técnico mente didática, poderíamos dizer que a aeronave mais segura do mundo não conseguiria decolar, de tão pesada que seria, diante da existência de um número enorme de dispositivos e redundâncias que a engenharia teria que nela incorporar, com o objetivo de garantir sua segurança absoluta (JESUS E OUTROS, 2021). Evidentemente que o papel da aeronave é sair do chão e voar, para poder cumprir seu papel de transportar pessoas e bens; assim, na aviação é importante que haja um equilíbrio adequado entre a finalidade ou objetivos desejados e a exposição ao risco ou taxa de acidentes/incidentes aceitável, ou nível aceitável de segurança (ibid). A questão da segurança (safety) na aviação tornou-se tão importante que, mais recentemente, passou a contar com o Anexo 19 na Organização de Aviação Civil Internacional (do inglês International Civil Aviation Organization – ICAO), que trata especificamente desse tema (ICAO STORE, 2021). Dentre as condições mencionadas anteriormente para os equipamentos de processo, algumas das quais se aplicam também à aviação; a preocupação com os riscos envolvidos na operação é, de longe, a mais importante, e pode ser administrada com níveis adequados/equacionados de confiabilidade, quando obedecidos à risca todos os requisitos de projeto e fabricação, estabelecidos em normas, sendo fundamental um rigoroso processo de acompanhamento do equipamento ou produto aeronáutico por inspetores de terceira parte, desde a etapa de projeto, passando pela fase de aquisição de materiais, qualificação de pessoal e procedimentos, fabricação, montagem, instalação, operação e manutenção (JESUS E OUTROS, 2021). De acordo com Berger (2014), a adoção de códigos e padrões (normas) tem um duplo propósito. O motivo principal é garantir que o equipamento/produto seja seguro (para as pessoas que trabalham ao seu redor, e para o público em geral). Adaptando as observações de Berger para o caso específico do setor aeronáutico, seguro para quem está a bordo, e seguro para as instalações e pessoas em solo (JESUS E OUTROS, 2021). A segunda razão, de acordo com Berger (2014), é promover o comércio, alcançando uniformidade, intercambialidade, ou pelo menos compatibilidade. Nesse contexto, os padrões (normas) também devem adequar-se para garantir que o equipamento/produto possa ser usado para proporcionar benefício econômico. Convém destacar que, no caso de equipamentos de processo, os inspetores de terceira parte são, em geral, instituições de caráter privado, como é o caso da própria ASME (American Society of Mechanical Engineers), ou de uma de suas agências autorizadas, como, por exemplo, a HSB (The Hartford Steam Boiler Inspection and Insurance Company); enquanto, na área de aviação, normalmente, são órgãos reguladores governamentais, a exemplo da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), no Brasil, e da FAA (Federal Aviation Administration), americana. (JESUS E OUTROS, 2021)

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O setor de equipamentos de processo De acordo com Masters (2014), nas duas décadas anteriores a 2014, foi, por um lado, vertiginoso, o crescimento do mercado mundial de equipamentos submetidos à pressão, para as indústrias de óleo e gás, e para outras, nas quais ocorrem processos contínuos. Por outro lado, fabricantes e clientes desses equipamentos assistiram à proliferação de códigos e normas, que assegurassem, cada vez mais, que um equipamento de pressão estivesse apto a operar de forma segura e confiável. Dentre os diversos códigos e normas existentes, o Código ASME Boiler and Pressure Vessel Code (BPV Code), da American Society of Mechanical Engineers, é, sem dúvida, o código mais amplamente adotado e, de fato, a base para muitas especificações locais (ibid). A sociedade americana de engenheiros mecânicos publicou o primeiro código ASME para caldeiras e vasos de pressão em 1914, e tem procurado acompanhar os diversos avanços tecnológicos ocorridos, desde então. Citam-se, por exemplo, a substituição do uso de rebites por soldas na construção dos equipamentos, que exigiu dos redatores do código, à época, a consideração das novas tecnologias, e adoção de boas práticas; também a criação de um código específico, com o advento da indústria nuclear, nos anos 1950; e, mais recentemente, a adequação dos códigos, para considerar a utilização de materiais e fabricação de equipamentos para operar em condições supercríticas, com temperaturas da ordem de 625°C. (DEWEES E OUTROS, 2014) No entanto, apesar do amplo uso do Código ASME, ainda restam conceitos equivocados, de como pode ser obtida uma “efetiva conformidade” com o Código ASME, se comparada à solicitação genérica do comprador, que muitas vezes requer que o equipamento seja projetado e fabricado apenas “em conformidade” com o código ASME (JESUS E OUTROS, 2021). Esclarecendo, a “efetiva conformidade” do equipamento com o código (nesse caso, o ASME), implica no acompanhamento rigoroso do processo de certificação do equipamento, desde a fase de projeto, até a finalização da fabricação do mesmo, por um Inspetor Autorizado ASME. Tal acompanhamento garante que a projetista e/ou a fabricante seguiu à risca todas as determinações estabelecidas na norma, o que resulta na emissão de um certificado de conformidade e na estampagem do sinete (selo ASME) no equipamento e em sua respectiva placa de identificação, conferindo um nível de confiabilidade aceitável ao equipamento, mormente em relação às questões de segurança operacional (ibid). Já no caso do equipamento projetado e/ou fabricado “em conformidade” com o código ASME, não existe o acompanhamento pelo Inspetor Autorizado ASME, mas, tão somente uma declaração do próprio projetista/fabricante, de que o projeto e/ou fabricação serão ou foram realizadas de acordo com os requisitos da norma (ibid). A “efetiva conformidade” de um equipamento com o código vai além do minucioso acompanhamento de todas as etapas, por inspetor autorizado de terceira parte (ibid).


Artigo Técnico No caso da “Certificação ASME”, ou seja, da obtenção dos Certificados de Autorização e da Marca de Certificação do Código, Masters (2014) observa que é requerido primeiro que o projetista/fabricante seja acreditado, para tanto, deve preparar a descrição escrita do seu Sistema de Controle da Qualidade (SCQ), por meio de um Manual de Controle da Qualidade (MCQ), complementado por procedimentos específicos. Após, o fabricante deverá ainda ser submetido a uma auditoria do Sistema de Controle de Qualidade (conhecida como ASME Joint Review), procurando demonstrar fisicamente sua habilidade para implementar o sistema, através da simulação sobre um equipamento demonstração ou um equipamento referente a uma ordem de serviço real. Finalmente, em sendo atendidos os requisitos do código, sob o ponto de vista dos auditores avaliadores, é feita a recomendação ao Comitê de Credenciamento e Certificação da ASME, para que seja emitido o Certificado de Autorização para esse fabricante (ibid). A importância da certificação de equipamentos, em relação à confiabilidade em segurança, pode ser verificada através dos estudos de diversos pesquisadores, em equipamentos fabricados em regiões onde a certificação é obrigatória pela legislação governamental, a exemplo do Canadá e países da Europa. Nivolianitou et al. (2006) e Esouilem et al. (2019) concluíram, em suas análises, que as principais causas de acidentes envolvendo equipamentos pressurizados, em países onde a certificação é obrigatória, estavam associados a fatores organizacionais e, mesmo naqueles casos em que as causas estavam associadas a falhas do equipamento, verificou-se que a origem também era de cunho organizacional, tal como falta de um sistema de SST (Saúde e Segurança do Trabalho), falta de treinamento de pessoal e manutenção deficiente, entre outras. É preocupante, a prática amplamente utilizada na indústria nacional de equipamentos submetidos à pressão, em que o fabricante, conjuntamente com o comprador (usuário), decide pela construção do tipo “em conformidade” com o ASME, logo, sem a exigência da certificação formal (JESUS E OUTROS, 2021). A experiência da HSB demonstra que a grande maioria dos fabricantes não acreditados não possui as normas devidamente atualizadas e, consequentemente, produzem cálculos, inspeções e fabricação de equipamentos em desacordo com os códigos vigentes. Convém lembrar ainda que tal conceito tem proporcionado aos fabricantes a livre (e por vezes equivocada) interpretação dos códigos, utilizando materiais inapropriados, procedimentos de soldagem e END (Ensaios Não Destrutivos) inadequados, e aplicação de técnicas de reparos não permitidas, entre outras diversas inconformidades (JESUS E OUTROS, 2021). O exposto no parágrafo anterior fica bastante evidente, ao analisar-se o diagrama de deficiências (Figura 2) encontrado junto a fabricantes (na América do Sul) em processo de certificação/recertificação, durante as pré-auditorias ASME realizadas pela HSB.

Figura 2 Diagrama de distribuição de problemas. Fonte: Cortesia HSB, apud JESUS E OUTROS, 2021.

Considerando que o diagrama da Figura 2 foi obtido a partir do acompanhamento de fabricantes acreditados, que possuem um adequado conhecimento e nível de atualização dos códigos ASME, incluindo um sistema de qualidade em conformidade com seus requisitos, salienta-se que, ainda assim, foram detectadas deficiências pelos inspetores autorizados, principalmente nas áreas de cálculos (75% dos casos auditados), soldagens (55%) e END (43%), entre outras; deficiências essas que, obviamente, foram corrigidas, ao longo do processo de acompanhamento e fabricação dos equipamentos (ibid). Ora, com base no exposto no parágrafo anterior e no diagrama da Figura 2, o que esperar então de equipamentos confeccionados por fabricantes não certificados/acreditados, cujo sistema de qualidade, na maioria das vezes, é inexistente, e que também não contam com o acompanhamento de inspetores autorizados? Daí a importância de iniciativas, como aquelas adotadas pelos EUA e por muitos países europeus, que tornaram legalmente obrigatórias a inspeção e a certificação – por inspetores autorizados – de equipamentos que trabalham em condições críticas de operação, o que aumenta consideravelmente a confiabilidade, e reduz substancialmente a ocorrência de acidentes. No Brasil, infelizmente, essa prática ainda não é adotada, mas já seria grande avanço, se o governo considerasse constar, das normas brasileiras (NR13- por exemplo), ao menos uma recomendação para que os equipamentos instalados fossem certificados (JESUS E OUTROS, 2021). Convém destacar que os inspetores autorizados ASME devem ser submetidos a treinamentos e exames obrigatórios, junto ao National Board em Columbus – Ohio, EUA –, além de ser exigido que eles mantenham sua proficiência, através de treinamentos, prática permanente e auditorias anuais, tendo suas atribuições claramente definidas nas normas, e devidamente controladas pelas Agências de Inspeção Autorizadas ASME, não podendo atuar de forma independente ou sem qualquer controle, o que reforça ainda mais a garantia de que os equipamentos por eles acompanhados terão nível de segurança aceitável, do ponto de vista operacional (ibid). no 386

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Artigo Técnico O setor aeronáutico A fabricação de aeronaves no Brasil é orientada essencialmente pelos Regulamentos Brasileiros de Aviação Civil (RBAC) e por Instruções Suplementares (IS), que dão suporte a esses regulamentos. Aeronaves Certificadas, que detêm um Certificado de “Tipo” (ANACPEDIA, 2021b), demonstraram cumprimento integral com os requisitos de certificação contidos nos RBAC, aplicáveis ao tipo e tamanho da aeronave, os quais refletem as recomendações da Organização de Aviação Civil Internacional, por meio do Anexo 8, que trata da Aeronavegabilidade de Aeronaves (ICAO STORE, 2021a). Para aeronaves assim certificadas, em geral, não é imposta qualquer tipo de restrição operacional, por terem níveis de segurança aderentes, e em conformidade com o preconizado pela Organização de Aviação Civil Internacional. Essas aeronaves operam com um certificado de aeronavegabilidade padrão. O requisito 21.175 do RBAC 21 (RBAC, 2021) classifica os certificados de Aeronavegabilidade em dois tipos: o certificado padrão e o especial. O certificado de aeronavegabilidade padrão é concedido àquelas aeronaves que são concebidas e permanecem aderentes às premissas estabelecidas pela Organização de Aviação Civil Internacional. As aeronaves, que não cumprem ou cumprem apenas parcialmente as diretrizes da ICAO, operam com um certificado de aeronavegabilidade especial. Aeronaves que operam com certificado de aeronavegabilidade especial, por não terem seus processos de construção ou produção acompanhados por órgão ou autoridade aeronáutica, nem estarem aderentes com as premissas da ICAO, possuem, em geral (com exceção das aeronaves leves esportivas), nível de segurança desconhecido ou inferior, pois, não cumprem com qualquer requisito formal de projeto e construção, ou, quando cumprem, são requisitos menos rígidos do que aqueles previstos pela ICAO, os quais são adotados pelos seus 193 países membros. Enquadram-se, nesse caso, por exemplo, as aeronaves experimentais. O segmento de construção de aeronaves diferencia-se do setor de construção de equipamentos, essencialmente, pela necessidade de reduzir peso das aeronaves, obtendo-se assim ganho de autonomia, eficiência e performance, com consequente redução de custos e aumento de carga paga. A redução de peso é alcançada, sobretudo, com a utilização de novos materiais mais resistentes, confiáveis e leves, e a aplicação cada vez mais racional dos coeficientes de segurança estabelecidos pelas normas e regulamentos aeronáuticos, em função do conhecimento mais aprofundado e preciso dos materiais disponíveis. Além disso, nos processos de certificação aeronáutica, as aeronaves e seus componentes, sobretudo aqueles críticos para a segurança de voo, são submetidos a exaustivos testes e avaliações, aliados ao uso de sofisticadas e modernas ferramentas de engenharia, para avaliação e validação das condições de projeto (JESUS E OUTROS, 2021). De acordo com Zipay e outros (2016), o fator de segurança, atualmente usado no projeto de aeronaves, é de 1,5, fator relativamente baixo, se comparado àqueles geralmente usados no projeto de equipamentos de processo conforme 30

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ASME, que, segundo Stewart (2008) e Canonico (2000), é, atualmente, de 3,5 para vasos de pressão e caldeiras. Convém lembrar que 1,5 é um fator de segurança utilizado em aplicações gerais na aviação. Para aplicações de maior responsabilidade, cuja falha do componente ou sistema pode afetar adversamente a segurança de voo, coeficientes maiores são indicados pelos regulamentos, e devem ser praticados pela indústria aeronáutica (JESUS E OUTROS, 2021). Com o uso de novos materiais mais confiáveis na construção de aeronaves, consegue-se redução de custo, aliada a uma grande confiabilidade e segurança, não só para passageiros, como também para a sociedade em geral, uma vez que as aeronaves sobrevoam cidades e pessoas. Portanto, a confiabilidade da máquina confere segurança para seus ocupantes, bem como para as pessoas e bens em solo (ibid). Assim como no caso dos equipamentos de processo, tal confiabilidade é reforçada ainda pelo acompanhamento de auditorias de sistema, feitas pelo órgão regulador, que cobrem, desde a fase de aquisição de matéria prima, passando pela produção, fornecedores, prestadores de serviço, produção e gerenciamento de documentação, qualidade, inspeções e testes, até a liberação final da aeronave. Além disso, conforme também previsto por regulamento aeronáutico, mesmo depois de entregue, a aeronave deve cumprir com o que chamamos de aeronavegabilidade continuada, que, em linhas gerais, consiste em manter a aeronave em condições seguras, e conforme seu projeto original, durante toda sua vida operacional, por meio das manutenções previstas nos manuais do fabricante (ibid). A aviação contempla dois grupos de aeronaves: as aeronaves civis e as aeronaves militares. As aeronaves militares não estão sendo consideradas no escopo desse texto, por possuírem regras próprias e particulares de certificação e operação. Na Aviação Civil, existem diferentes tipos de aeronaves, com diferentes propósitos de operação. Esse conjunto de informações é que vai determinar que tipo de exigência será feita pela autoridade aeronáutica, e que tipo de certificado será concedido para operação das mesmas (padrão ou especial) (ibid). As aeronaves destinadas ao transporte público de pessoas devem, obrigatoriamente, ser de modelo certificado (detentoras de Certificado de Tipo que normalmente operam com certificado de aeronavegabilidade padrão). No universo das aeronaves que recebem um certificado de aeronavegabilidade especial, temos as aeronaves leves esportivas e as aeronaves experimentais, sendo que as aeronaves construídas por amadores, por exemplo, estão no grupo das experimentais, e são regulamentadas por meio do requisito 21.191(g)-I do RBAC 21 (RBAC, 2021). Portanto, nas permissões, restrições e/ou proibições, impostas pela autoridade aeronáutica à operação de uma aeronave, leva-se em consideração vários aspectos, tais como o propósito de operação, a confiabilidade da máquina (aeronave), bem como o nível de risco que essas aeronaves podem representar para as pessoas que estão a bordo, e para as instalações e pessoas que se encontram em solo (JESUS E OUTROS, 2021).


Artigo Técnico Assim, fazendo-se uma analogia com o caso da fabricação dos equipamentos de processo, os quais, em tese, deveriam sempre ser fabricados em “efetiva conformidade”, ao invés de apenas “em conformidade” com o código, sob pena de aumentar a probabilidade da ocorrência de acidentes, espera-se, por exemplo, que uma aeronave comercial não tenha restrição alguma de voo, tendo em vista o criterioso processo de auditoria pelo órgão regulador, pelo qual a mesma é submetida, em todas as etapas de projeto, fabricação, operação e manutenção; enquanto que, para uma aeronave experimental construída por amador, são impostas maiores restrições, pelas razões já esclarecidas anteriormente, ou seja, por não terem seus processos de construção ou produção acompanhados pela autoridade aeronáutica, nem estarem aderentes com as premissas e diretrizes da ICAO; deste modo, o nível de confiabilidade e de segurança dessas aeronaves são certamente inferiores aos das aeronaves certificadas, e/ou até mesmo desconhecidas (ibid). A Figura 3 ilustra a relação das liberdades operacionais dos diferentes tipos de aeronaves, em função do seu tipo de enquadramento e grau de confiabilidade. Observa-se que as aeronaves experimentais possuem baixa liberdade operacional, e devem, prioritariamente, operar sob uma série de limitações e em áreas segregadas, justamente para diminuir a exposição ao risco das pessoas e instalações em solo. Para esse tipo de aeronave, em se tratando das pessoas a bordo, o próprio regulamento já se encarrega de alertar que a operação é por conta e risco dos próprios ocupantes (ibid). Na medida em que a intervenção regulamentar no processo de verificação de cumprimento aos requisitos de construção das aeronaves vai aumentando, as liberdades operacionais também seguem essa tendência, pois, o conhecimento sobre a máquina e o comportamento dela, sob diversas condições operacionais (envelope de voo), é bem estabelecido e conhecido, durante o exaustivo processo de certificação (ibid).

Figura 3 Nível de liberdade operacional versus nível de intervenção regulatória em função do tipo de aeronave. Fonte: JESUS E OUTROS, 2021.

Camargo (2017) observa que aeronaves comerciais são conceituadas como o meio de transporte mais seguro, quando

são considerados os índices de horas de utilização por acidentes ou incidentes. Segundo ele, entretanto, para que os produtos aeronáuticos cheguem aos mais altos níveis de confiabilidade, antes de voar, é necessário que sejam testados de forma exaustiva, demonstrando que os projetos, materiais e métodos de produção atendam aos requisitos de segurança convencionados internacionalmente, em um processo obrigatório de avaliação, chamado de Certificação Aeronáutica. Um caso relativamente recente, que teve bastante repercussão mundial, demonstra claramente a importância da certificação de terceira parte no segmento aeronáutico, cujo processo compõe-se de um conjunto de ações, que envolvem auditorias, inspeções, conformidades, testemunhos, fiscalizações e, finalmente, a Certificação. Trata-se dos acidentes envolvendo duas aeronaves Boeing modelo 737 MAX, que ocorreram em outubro de 2018, na Indonésia, e em março de 2019, na Etiópia (JESUS E OUTROS, 2021). O relatório final do comitê Americano de Transporte e Infraestrutura, responsável pela investigação (THCTI, 2020) revelou, dentre diversas outras constatações, que a FAA havia delegado excesso de funções de certificação de sua responsabilidade para a própria Boeing, no caso do 737 MAX, comprometendo a eficácia do processo de certificação e, consequentemente, a segurança dos passageiros e do público. Ainda, de acordo com o relatório, ficou caracterizado certo grau de conflito de interesses, envolvido na relação autoridade e regulado, na medida em que foi delegado para funcionários da própria Boeing autonomia e autoridade para atuarem como representantes da FAA, ou desempenharem funções e atividades de certificação em nome dela, tendo estes sido impedidos pela Boeing de atuarem de forma independente da empresa, em vários momentos do processo, no que diz respeito à certificação do 737 MAX. Nas observações finais desse mesmo relatório, conduzido pelo comitê Americano de Transporte e Infraestrutura, consta que pesquisas realizadas internamente à Boeing demonstraram que os Representantes Credenciados (Authorized Representatives – AR), que são empregados da empresa e credenciados pela Autoridade Aeronáutica, sofrem pressões por parte da empresa, em relação às atividades delegadas desempenhadas por eles dentro da companhia. O comitê identificou, ainda, diversos casos em que os representantes da Boeing não transmitiram à FAA importantes informações relacionadas à segurança, dificultando uma avaliação mais abrangente do 737 MAX pela Autoridade Aeronáutica, o que poderia ter resultado em melhoria da segurança da aeronave e, potencialmente, evitado os dois acidentes fatais Assim, ambas as instituições foram responsabilizadas pelos acidentes: a Boeing, por deter a responsabilidade da delegação de atividades de certificação, e por não ter reportado ocorrências importantes durante o processo de certificação do modelo de aeronave 737 MAX à FAA; e a própria autoridade aeronáutica, por não ter fiscalizado adequadamente as atividades de Certificação de sua responsabilidade, ao delegá-las para o fabricante Boeing, por meio da figura jurídica denominada de Organization Designation Authorization – ODA. no 386

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Artigo Técnico No Brasil, atualmente, existe a figura dos Representantes Credenciados, atuando nas instalações do fabricante, em nome da Autoridade Reguladora (no caso a ANAC). Estas pessoas são colaboradores da própria fabricante, os quais, no modelo praticado atualmente, necessitam prestar contas diretamente à autoridade reguladora (ANAC). A figura da Empresa Delegada ou Certificação de Organização de Projeto COPJ –, equivalente ao ODA Americano, já está regulamentada aqui no Brasil, por meio da Subparte J do RBAC 21 (RBAC, 2021), entretanto, não se encontra operacional, pois, nenhuma empresa fabricante demonstrou cumprimento com as exigências, para fazer jus à prerrogativa de Empresa Delegada. Nesse modelo de empresa delegada (COPJ), a fabricante, em tese, tem autonomia total sobre o processo de certificação. Tal nível de delegação é extremamente ambicioso, pois, transfere responsabilidades do estado para o regulado, portanto deve ser muito bem fiscalizado, de modo a impedir que interesses comerciais ou conflitos de interesses interfiram no processo de certificação (JESUS E OUTROS, 2021). No universo do setor aeronáutico, o apoio e a cooperação conjunta da indústria com as atividades desempenhadas pelo órgão regulador são importantes e necessárias, uma vez que o Estado não teria condições de desempenhar a atividade de regulação e fiscalização a contento sem cooperação mútua, principalmente com a crescente tendência de aumento da demanda aérea mundial. Entretanto, apesar da necessidade de que exista um ambiente mútuo permanente de cordialidade, cooperação e respeito entre as partes, é imprescindível que os limites de atuação e os papéis de cada um, no processo de Certificação, estejam bem claros e definidos, de modo a não permitir que as respectivas responsabilidades se confundam com eventuais interesses particulares e comerciais, pois, o que se objetiva alcançar é sempre a segurança de voo, e a proteção física e da vida de passageiros e de pessoas, e instalações em solo (ibid). O caso do Boeing 787 Dreamliner (FAA, 2013) pode ser mencionado como um exemplo de sucesso, considerando o nível de novas tecnologias e materiais incorporados ao projeto à época, em que houve um trabalho intenso de equipe e relação de colaboração mútua entre a autoridade aeronáutica e a indústria, com vistas a atingir o objetivo comum de entregar ao mercado uma aeronave moderna e segura. Por outro lado, temos o citado caso do 737 MAX, no qual se constatou a existência de atropelos no processo de certificação, devido a supostos interesses comerciais, inclusive com possibilidade de conivência do órgão fiscalizador, que era quem deveria zelar primariamente pelo cumprimento e manutenção dos requisitos regulamentares de certificação, resultando em dois trágicos acidentes de grandes proporções, que ceifaram 346 vidas, e deixaram inúmeras outras órfãs e desamparadas.

Considerações finais O segmento de equipamentos de processo opera em condições variadas, muitas das quais críticas, em termos de temperatura, pressão e/ou armazenamento/condução de fluidos, inflamáveis, tóxicos e letais; já o segmento aeronáutico de32

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sempenha atividades sensíveis de transporte de cargas e de pessoas, muitas vezes executando voos sobre cidades e regiões com grande adensamento populacional, daí a importância da certificação, não só para a garantia da confiabilidade operacional do equipamento/aeronave propriamente dito(a), como também para o aumento da segurança de operadores, usuários, e da sociedade em geral (JESUS E OUTROS, 2021). Através dos dados e informações apresentadas, tanto em relação aos equipamentos de processo, quanto em relação aos produtos aeronáuticos, fica evidenciada a importância da inspeção e certificação de terceira parte por inspetor autorizado ou órgão regulador, junto às empresas e atividades desempenhadas por esses setores (ibid).

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Excelência Sustentável

COP26

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP) é um lugar para negociações formais, com vários eventos temáticos paralelos. Mas o sucesso – ou não – de uma COP pode ser medido pelo resultado das negociações oficiais, e também pela soma das ambições levantadas entre todos os que participam. A Irena – Agência Internacional de Energia Renovável – acredita que sua participação na COP26 foi significativa, apesar da severa limitação do tamanho da delegação, devido a considerações de saúde. O objetivo da Agência era mostrar evidências de como a transição energética global está progredindo, onde o ímpeto está aumentando, mas, também, onde mais trabalho precisa ser feito, com urgência. A Irena foi a agência líder, responsável por convocar o Evento de Ação de Energia deste ano – Rompendo o Status Quo: Acelerando a Transição Global de Energia para um Futuro de 1,5°C, – com o objetivo de catalisar e apresentar ação acelerada para cumprir as metas do Acordo de Paris e do ODS 7, sobre energia sustentável. A Irena, juntamente com o Fórum Econômico Mundial, lançou o Roteiro de Medidas de Capacitação para o Hidrogênio Verde, que visa a capacitar os formuladores de políticas a priorizarem as políticas para o hidrogênio verde e acelerarem sua implantação em nível internacional, em busca de um sistema de energia líquido zero, alinhado com um cenário de 1,5°C, seguro para o clima. Após um hiato de dois anos, devido à Pandemia global, a COP26 produziu resultados importantes, ao mesmo tempo que não deixou dúvidas de que ações ainda mais ambiciosas serão necessárias, se tivermos esperança de manter o aumento da temperatura em 1,5°C.

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@Divulgação

Um evento copatrocinado pela Dinamarca, Irena e o pavilhão dos EUA – Expandindo a ambição do vento global, em busca de uma economia de energia limpa –, destacou o crescimento do setor eólico offshore em todo o mundo e seu papel crítico, como uma solução climática baseada no oceano. Neste evento, o Diretor-Geral forneceu um contexto global sobre a necessidade de expandir energia eólica globalmente e, no encerramento do evento, os países foram convidados a unirem esforços de planejamento para uma Aliança Global Offshore Wind (GOWA) intergovernamental, com lançamento previsto para 2022 . Depois de um hiato de dois anos, a COP 26 aconteceu, apesar das incertas condições de planejamento e realização do evento – que acabaram por afetar a participação de países com menos recursos financeiros, e um compromisso mundial deixa de ter justa representatividade, se os mais afetados têm dificuldades em comparecer aos debates e definições. Neste contexto, é louvável que a participação da sociedade civil brasileira na conferência se tenha mostrado sólida, com a participação do IEMA – Instituto de Energia e Meio Ambiente. Nesta edição, além de acompanhar as discussões, o IEMA se somou aos debates na Zona Azul da


conferência, restrita a quem tem credencial, principalmente no Brazil Climate Action Hub (pavilhão coordenado por organizações da sociedade civil brasileira), e também fora da conferência, na Cúpula dos Povos pela Justiça Climática (People’s Summit For Climate Justice). Presente pela segunda vez na COP, o IEMA busca acompanhar as discussões e resoluções referentes à descarbonização do Setor de Energia, com foco na matriz elétrica e nos transportes. Ambas as áreas têm ligação direta com as condições de desenvolvimento social, tocando no acesso à energia, no direito à cidade, no custo de vida e na quantidade e qualidade dos empregos. Questões, portanto, relacionadas à justiça climática. Em relação à geração de energia elétrica, o texto final do Pacto Climático de Glasgow trocou a proposta inicial de “descontinuidade do uso do carvão até 2030”, que não teve consenso, mas a velocidade dessa transição, deixada em aberto, será determinante, ao alcance do desejado cenário de contenção do aquecimento em até 1,5oC, previsto no Acordo de Paris. A matriz elétrica brasileira tem apenas cerca de 2% de carvão na composição de sua capacidade instalada. O esforço de uma transição energética justa com a eliminação dessa fonte no Brasil seria, portanto, muito menor do que nos países altamente dependentes dela. No entanto, o Governo Federal caminha na contramão dessa discussão, com um plano de expansão do carvão mineral, até 2050. A Pandemia demonstrou mundo afora que é possível reduzir drasticamente e abruptamente as emissões do transporte, ao evitar o deslocamento por meio de automóveis. Diante de tamanho desafio, a atuação da sociedade civil brasileira se destaca como ponto positivo. Representantes de comunidades indígenas, quilombolas, ambientalistas, organizações, governos estaduais e municipais estiveram presentes, expondo os problemas locais, debatendo formas de se conectar com as soluções globais e, também, mostrando o potencial que têm, para mitigar e capturar emissões. É essencial que sejam trazidas à tona as particularidades do Brasil, para que se possam planejar e implementar ações climáticas com o maior nível de ambição possível, e de maneira convergente com o progresso social. O Brasil entrou e saiu da COP26 com uma imagem de vilão do clima. Os desafios nacionais são claros, para que o país retome a rota de descarbonização, e faça melhor papel na próxima edição da conferência.

Petroquímica sustentável

das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – UNFCCC – COP-26, em evento do Ministério do Meio Ambiente e pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, no Espaço Brasil. Ele abordou o tema “A inovação e a química como soluções para o Desenvolvimento Sustentável”, no painel ‘Indústria e Inovação’, que faz parte da agenda global da COP 26. Durante sua participação, o presidente-executivo da Abiquim afirmou que o Brasil tem um repertório robusto, no que tange aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, para compartilhar com a comunidade internacional, e assegurar um trabalho de excelência no enfrentamento das mudanças climáticas. O executivo ressaltou ainda que, em poucos anos, a indústria química nacional será líder em renováveis. “Vamos redirecionando a tecnologia baseada no petróleo para a abertura e crescimento de alternativas renováveis. No quesito matérias-primas, nosso país será competitivo e imbatível, para ajudar o mundo inteiro a melhorar sua condição de emissão de gases de efeito estufa.” Marino explicou como a colaboração da química para a sustentabilidade é imprescindível em vários setores, entre eles, o automobilístico, o agroquímico e a construção civil. “Cerca de 96% das indústrias dependem da química como fornecedora de insumos, matérias-primas, serviços e soluções”. Ciro Marino fez um alerta sobre o alcance das metas ambientais para 2050. “Esse objetivo exigirá um alinhamento de todas as partes envolvidas: cientistas, governos, organismos multilaterais e a indústria. Vejo ainda muitos países com discursos interessantes, mas olhando apenas para seus contextos. O olhar deve ser global. Precisamos de diálogos globais – e a COP26 é um deles – e regionais permanentes, com compartilhamento de experiências e das melhores práticas, para alcançarmos um progresso significativo nas questões climáticas”.

Logística reversa é destaque @Divulgação

@Divulgação

Ciro Marino, presidente-executivo da Abiquim, participou da 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro

A logística reversa do óleo lubrificante usado e contaminado (OLUC), que compreende a cadeia de coleta e rerrefino do resíduo para produção de óleos básicos, foi apresentada como um case de sucesso de economia circular, no pavilhão Brasil-Glasgow, na COP26: com um total de aproximadamente 468 milhões de litros de OLUC coletados e destinados corretamente, em 2020, o Brasil é uma referência para o setor. Desse montante rerrefinado, foram produzidos cerca de 303 milhões de litros de óleos básicos, o que garante uma

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economia de divisas para o país, na ordem de US$ 300 milhões, por ano. O case brasileiro de economia circular foi apresentado pela vice-presidente da Ambioluc – Associação Ambiental para Gestão do OLUC – e gerente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Lwart Soluções Ambientais, Aylla Kipper, que destacou os dados do setor, e como é feita a logística reversa do óleo lubrificante. “O óleo lubrificante é composto por uma grande parcela de óleo mineral, que recebe aditivos para melhoria do seu desempenho. Este óleo mineral, presente na sua composição, não se degrada durante o uso nas máquinas e motores. E por isso é possível, por meio do processo de rerrefino, separar o óleo mineral contido no óleo lubrificante usado dos demais componentes, como água, aditivos degradados e outros tipos de óleo e combustíveis, recuperando-o incontáveis vezes”, explica. A eficiência do processo de rerrefino do OLUC é capaz de produzir 70% de óleos básicos, a partir do que foi coletado. Dos resíduos resultantes, 13% são compostos por borra asfáltica, utilizada como matéria-prima na produção de produtos para impermeabilização, como manta asfáltica, por exemplo. 10% da composição é água, que é tratada e reutilizada. Por fim, 7% restante do processo é referente a frações leves, que podem servir como combustíveis auxiliares nas fábricas. Aylla também destacou que o exemplo de logística reversa do OLUC é pioneiro no Brasil. “O setor vem desenvolvendo-se, desde a década de 1970, no País. Hoje, somos uma referência mundial consolidada no rerrefino e produção de óleos básicos de alta performance, estamos presentes em 95% do território nacional, coletando em 4.250 municípios, com 59 bases de armazenamento de OLUC e 12 rerrefinadoras”, comenta. A Lwart possui em Lençóis Paulista/SP, uma das plantas mais modernas do mundo para rerrefino de óleo lubrificante usado.

O petróleo ainda mantém controle sobre a economia Os debates desta cúpula do clima global na Escócia vão mover alguns programas para a redução das emissões de gases de efeito estufa, mas deixaram uma certeza, a de que a indústria de petróleo e gás ainda mantém controle sobre os sistemas econômicos e políticos do mundo. O projeto de acordo divulgado incluía apenas uma referência aos combustíveis fósseis, pedindo que se acelerasse a eliminação gradual do consumo de carvão “inabalável” e dos subsídios “ineficientes”, mas referências explícitas ao petróleo e ao gás ficaram de fora. A COP gerou muitas promessas – que provavelmente resultarão em pouca ou nenhuma mudança no curto prazo. Um grupo de governos anunciou a Beyond Oil and Gas Alliance: França, Groenlândia, Irlanda, Suécia, País de Gales, e a província canadense de Quebec, aderiram à Beyond Oil and Gas Alliance, já formada pela Dinamarca e Costa Rica. O grupo representa coletivamente menos de 1% da produção 36

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global. Talvez a ação mais contundente possa vir de uma promessa de mais de 100 países, de reduzir as emissões de metano produzidas pelo desenvolvimento de petróleo e gás e outras atividades, incluindo a agricultura. Mas a promessa @Divulgação não incluía metas específicas. E pode ter passado despercebido na arena internacional que, pela primeira vez, os executivos de empresas de petróleo foram forçados a testemunhar, no Congresso dos EUA, sobre a história de seu setor, de financiar a desinformação climática. Em depoimento no Congresso estadunidense, altos executivos de algumas das maiores empresas de petróleo e gás do mundo insistiram que suas empresas nunca enganaram o público sobre a ciência ou a gravidade das mudanças climáticas. A audiência rendeu poucas novidades, mas pode ser vista como um divisor de águas para o público.

Queda de braço Os EUA e a China, principais emissores de gases do efeito estufa, que juntos respondem por cerca de 40% da produção anual de carbono do mundo, concordaram em cooperar na limitação das emissões para enfrentar a crise climática global. O acordo foi anunciado na COP26, e não é suficiente para cumprir a meta de 1,5 graus Celsius do Acordo de Paris, mas tem capacidade de estimular a responsabilidade mútua e a ação – ainda que grande parte da linguagem do acordo permaneça não quantificada.

A questão central

@HighLevelGlobalAction_KiaraWorth-39

Vanessa Nakate, de Uganda, disse que a COP26 ficou alheia às nações mais afetadas pelas mudanças climáticas, porque estas pediram que as nações ricas mantenham a promessa feita em 2009, na cúpula do clima da ONU em Copenhagen, Dinamarca, de canalizar US$ 100 bilhões por ano para os países menos ricos para ajudá-los a se adaptar às mudanças climáticas. A ativista ugandense Vanessa Nakate afirmou que, em 2021, essa promessa ainda não foi cumprida. A African Energy Chamber afirma que os governos africanos devem agir para proteger as indústrias de petróleo e gás de seus países, após a COP26. Pois, com o fim da COP26, a indústria africana de petróleo e gás se encontrará em uma posição precária. Como se a devastação econômica da pandemia não fosse suficiente, também enfrentam uma pressão crescente, para reduzir nossa produção de combustíveis fósseis, e avançar em direção às energias renováveis. Muitas das principais empresas estão começando a se desfazer de projetos africanos de petróleo


e gás, devido aos problemas que emergem em torno da transição energética. Mas, o petróleo e o gás continuam sendo extremamente importantes para atender às necessidades econômicas e de energia da África, e essa necessidade é maior do que nunca. Os países africanos dependem da produção de petróleo para obter receitas e empregos, e o gás natural ainda é um meio importante de reduzir a pobreza energética. Também é essencial construir a infraestrutura necessária, para que possamos industrializar e diversificar as economias. Os países africanos enfrentam desafios em todos os lados. Antes da COP 26, Fatih Birol, diretor Executivo da International Energy Agency (IEA), refletiu sobre as ações

necessárias para o enfrentamento das alterações climáticas. Frisou que as condições meteorológicas extremas, causadas pela mudança climática, já destruíram vidas e meios de @Divulgação subsistência em todo o mundo – e esses efeitos continuarão a se intensificar, enquanto continuarmos a bombear mais emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Mas, os governos também precisam ter olhos sobre como esforços para reduzir as emissões afetarão as pessoas e as comunidades – e fazer o máximo para lidar com os impactos negativos. Esta é uma das questões mais críticas no debate de hoje, sobre energia limpa e ação climática. “Sem pensar nas pessoas, a transição para energia limpa falhará.”

ANP debate segurança operacional e meio ambiente com a indústria de E&P A ANP realizou o IX Workshop de Segurança Operacional e Meio Ambiente (IX SOMA). Durante o evento, foi apresentada a análise de desempenho de segurança operacional das atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural, e foram debatidos os principais desafios para a indústria, conforme o Relatório Anual de Segurança Operacional de 2020. “Esse seminário é mais um processo de engajamento do regulador com todos os que consideram a segurança um valor, um atributo essencial para as operações sustentáveis”, afirmou o Diretor da ANP, Raphael Moura, na abertura do evento. “Os regulamentos da ANP fomentam a melhoria contínua dos sistemas de gerenciamento dos operadores, através do estabelecimento de práticas de gestão. Ou seja, o protagonismo pode e deve ser da indústria. A ANP se insere no processo como regulador, fiscalizador e como agente catalisador de aprimoramentos, em áreas em que percebemos, a partir de fatos e dados consolidados no nosso Relatório Anual de Segurança Operacional, que há espaço para melhorias”, complementou. No workshop, também foram tratados temas relacionados a: boas práticas para o início das operações; novas abordagens adotadas pela SSM para o fomento da segurança operacional, como, por exemplo, o fomento às auditorias internas dos Operadores; descomissionamento de instalações; ações no sentido de estimular a sustentabilidade e redução de emissões de gases de efeito estufa; e outros assuntos necessários para a

superação dos desafios, apontados no Relatório Anual de Segurança Operacional de 2020. O IX SOMA foi realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). O evento foi transmitido pela plataforma da Rio Oil and Gas e pelo site da ANP. A ANP lançou, durante o IX SOMA, três novos painéis di@Divulgação nâmicos, sobre segurança operacional em instalações que executam atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural, no Brasil. O Painel Dinâmico de Documentação de Segurança Operacional de Instalações de Exploração e Produção reúne as informações relacionadas ao status dessa documentação, separadas por sondas marítimas, plataformas de produção e campos terrestres. O Painel Dinâmico de Infrações em Instalações de Exploração e Produção apresenta dados relacionados às infrações ocorridas nessas instalações, e as multas correspondentes. Já o Painel Dinâmico de Fiscalizações em Instalações de Exploração e Produção traz as informações relacionadas às não conformidades e às fiscalizações, realizadas nessas instalações pela ANP. Foi publicado, ainda, um painel índice, que concentra os links para os cinco painéis da ANP sobre segurança operacional das instalações que executam atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, no Brasil – os três lançados hoje e dois já existentes (Painel Dinâmico de Descomissionamento de Instalações de Exploração e Produção e Painel Dinâmico de Dados de Covid de Instalações de Exploração e Produção). no 386

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Indicadores de sustentabilidade Os indicadores de sustentabilidade da indústria de cloro-álcalis, monitorados anualmente pela Abiclor – Frequência de Acidentes no Transporte Rodoviário, Uso de Hidrogênio e Uso de Água –, mostram o quanto o setor está comprometido, voluntariamente, em reduzir os impactos ambientais decorrentes dos processos produtivos e da prestação de serviços das empresas associadas à entidade. As ocorrências, em 2020, envolvendo caminhões que transportam produtos de cloro-álcalis, continuaram mostrando redução. Desde o início da série histórica, em 2005,

@Divulgação

houve uma diminuição de 81% nos acidentes. O índice de acidentes, a cada 10 mil viagens, ficou em 0,22%, no ano passado, ante 0,24%, em 2019. O resultado mostra a eficácia do trabalho de prevenção realizado pelas empresas. O levantamento mostra também que as iniciativas da indústria para diminuir o consumo de água, como reaproveitamento de efluentes, sistemas de reuso de água, otimização de processos, estão no caminho certo. Entre 2016 e 2020, houve uma redução substancial no consumo de água nos processos produtivos, de 6,3%, para 5,3%.

Sika investe em projeto sustentável A Sika tem apostado em iniciativas sustentáveis, que possam minimizar os impactos que suas operações causam ao meio ambiente. Com esse foco, em 2021, a multinacional instituiu o Comitê de Sustentabilidade para a América Latina. Multidisciplinar, reúne lideranças de distintas áreas e países, para discutir projetos que melhorem o desempenho da Sika em sustentabilidade, considerando as características e operações da região. @Divulgação Uma das principais estratégias traçadas foi a revisão das atividades, em suas plantas que produzem membrana asfáltica na América Latina, e que são intensivas no consumo de energia. Segundo Kleber Bautz, Gerente de Operações, para amenizar essa questão, foi traçado um projeto, com a participação dos engenheiros responsáveis pelo gerenciamento dessas fábricas, e especialistas regionais e globais, para aperfeiçoamento na operação e compartilhamento das práticas de sucesso. “No Brasil, após um mapeamento do consumo de energia da fábrica, localizada em Lençóis Paulistas, foi definida a revisão de equipamentos, para obter mais eficiência, e substituir o combustível utilizado na fabricação dos produtos”, completa. O investimento da marca no país foi de R$ 1,7 milhão com o programa, e propõe a atualização do sistema de aquecimento das linhas produtivas. “Estão sendo instalados novos queimadores, que são o estado da arte da tecnologia atual. Isso permitirá aumentar a eficiência nesse processo, com maior controle da temperatura, melhor aproveitamento na queima

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@Divulgação

do combustível, e menor perda de calor. Além disso, será substituída a fonte energética de óleo combustível para gás natural, um combustível que tem menores emissões causadoras de efeito estufa”, conta. Em sua estratégia de sustentabilidade, a multinacional estabeleceu metas para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. “Em 2023, o objetivo é reduzir 15% das emissões relativas, comparadas ao ano de 2019. Neste esforço global, o Brasil se destaca. Somente este projeto de Lençóis Paulista nos permitirá reduzir, em mais de 1000 tCO2eq, as emissões desta planta. Para se ter uma ideia da dimensão deste projeto, as emissões diretamente controladas pela Sika, em todo o Brasil, foram de 5,3 mil tCO2eq, em 2020. Ou seja, aproximadamente 20% das emissões diretas da marca, em 2020, serão evitadas no próximo ano”, explica. A jornada sustentável da marca segue também com outros propósitos, como avaliação do consumo de água nos processos, redução da geração de resíduos e desenvolvimento de produtos, tem como premissa buscar as melhores alternativas para os clientes, alcançando seus objetivos favoráveis ao meio ambiente.


Hidrogel, que estoca CO2 no solo, será desenvolvido e testado no Brasil O sequestro de dióxido de carbono (CO2), com soluções baseadas na natureza, é das alternativas mais instigantes, entre os esforços para diminuir o efeito estufa na atmosfera. No geral, são tecnologias com grande potencial disruptivo, e que poderão abrir frente para uma nova cadeia de valor na captura, uso e armazenamento de carbono. É o caso de um hidrogel, que está sendo desenvolvido no âmbito do Programa Hidrogel, financiado pela Shell Brasil, com recursos da Cláusula de Investimento em P&D dos Contratos de Concessão da ANP, e que envolve diversas instituições da Universidade de São Paulo (USP), sob a liderança do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI), além da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Composto por material orgânico, o hidrogel será produzido com moléculas sintetizadas a partir de CO2. Uma vez usado no plantio, os grânulos do produto se degradariam e liberariam o carbono para estocá-lo no solo. Segundo Alexandre Breda, executivo da Shell e vice-diretor do RCGI, o produto será desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a partir de ácido oxálico e um bio-monômero. O ácido oxálico, por sua vez, será produzido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), a partir do CO2. Uma vez pronto, o hidrogel será testado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP). Em paralelo, o Instituto de Energia e Ambiente (IEE/USP) irá propor os padrões normativos, necessários para a entrada do produto no mercado. O IEE já desenvolve um trabalho focado na produção de documentos normativos para a aplicação global deste tipo de tecnologia, em conformidade com as normais internacionais. O trabalho abrange, tanto soluções baseadas na natureza, como aquelas que permitem transformar CO2 em produtos químicos de alto valor agregado. Apontado como um dos principais gases causadores do efeito estufa e das mudanças climáticas, a quantidade de CO2 na atmosfera vem crescendo, devido à queima de combustíveis fósseis, principalmente. Estocar o excedente desse carbono é uma ação urgente, e recomendada para ajudar a mitigar o efeito estufa. E o solo, que já faz o processo de estocagem, mas de forma natural, tem potencial para ser um grande sumidouro de CO2. É aí que entra o papel da ESALQ nos testes com o hidrogel. “Além de quantificar a estocagem de CO2, queremos saber quais são os possíveis benefícios do hidrogel para o solo e a planta, em condições de clima tropical”, afirma o coordenador da pesquisa, Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, professor do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ. Segundo ele, quando um material orgânico se decompõe no solo, parte do dióxido de carbono gerado fica retido na terra, e o restante retorna à atmosfera, na forma de gás. “Em condições naturais, aproximadamente 1/3 do carbono fica retido no solo. O que buscamos saber é o

@ Ngo Minh Tuan/Pixabay

FAPESP SHELL Research Centre for Gas Innovation (RCGI)

quanto do carbono do hidrogel ficará estabilizado no solo em condições tropicais”, afirma. Um desafio da pesquisa é avaliar o desempenho do hidrogel na relação solo-planta. A expectativa é que os grânulos do produto, uma vez umidificados, retenham a água, e a liberem gradualmente para a planta, o que diminuiria a necessidade de irrigação, aumentaria a absorção de macro e micronutrientes pela planta, além de trazer benefícios para as propriedades do solo. “O fato de o hidrogel ser biodegradável tem vantagens, que vão além da questão ambiental. Uma delas é aumentar a taxa de absorção de micronutrientes, algo que só ocorre na solução do solo. Outra é propiciar condições favoráveis para a proliferação de micro-organismos benéficos no solo, o que potencialmente aumentaria a competição com patógenos causadores de doenças”, afirma Cerri. Caberá ao Instituto de Química da UFRGS produzir um hidrogel com essa capacidade. O trabalho está sendo liderado pelo professor Douglas Gamba, do Departamento de Química Orgânica, e prevê o uso do ácido oxálico produzido pelo IPEN, com seus derivados ésteres etílicos, além de produtos de fontes renováveis, como glicerol e/ou poliglicerol, e diferentes hidróxi-ácidos carboxílicos naturais. Tal composição resultará em um hidrogel com alta capacidade de absorção e retenção de cátions no solo. Outra aplicação promissora, que poderá ser estudada mais à frente, é fazer do hidrogel um meio de entrega de xenobióticos nas culturas. Em vez de pulverizar grandes quantidades de pesticidas, por exemplo, os produtos químicos seriam disponibilizados pelo @Reprodução hidrogel, de forma mais efetiva e controlada. Inicialmente, os testes na Esalq serão feitos em sistemas fechados, que propiciam melhor controle dos experimentos. Depois é que se partirá para avaliação em campo. Estão previstos testes com cinco culturas, de ciclos diversos: soja, milho, eucalipto, cana-de-açúcar, e outras gramíneas, por exemplo. Os primeiros resultados deverão sair em menos de dois anos. “Após quatro anos, esperamos ter dados robustos para subsidiar a tomada de decisão sobre o potencial do uso desse hidrogel nos agrossistemas do Brasil.” no 386

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Basf reduz 3,29 mil toneladas de CO2

Com o objetivo de implementar uma gestão cada vez mais ecoeficiente, há 10 anos, a Basf atua com a iniciativa Demarchi+Ecoeficiente, em seu Complexo Industrial de Tintas e Vernizes, onde são produzidas tintas automotivas e decorativas das marcas Suvinil e Glasu! Localizada no bairro Demarchi, em São Bernardo do Campo, a fábrica também está completando 70 anos de atividade. Com o apoio da consultoria da Fundação Espaço ECO®, instituída e mantida pela Basf, o programa calcula os benefícios para a empresa e toda a cadeia de fornecimento, mapeando ganhos ambientais e econômicos, e o uso eficiente de recursos, bem como promovendo o conhecimento e a prática de conceitos ambientais para os colaboradores. Por meio do estudo, toda a cadeia de valor de produção de tintas é analisada, englobando 11 iniciativas, ligadas à otimização e reaproveitamento de matérias-primas, melhorias na cadeia logística para reduzir o número de viagens de caminhão, eficiência energética, e utilização consciente de recursos hídricos. Desde 2010, o programa contribuiu para reduzir 3,29 mil de toneladas de CO2, o equivalente a 62 voltas com um caminhão ao redor da Terra. No período, houve aumento nas produções e, ao mesmo tempo, redução do consumo de energia do Complexo, que diminuiu 16%, contribuindo para a diminuição em 21% de gases de efeito estufa. Além disso, em 10 anos, a iniciativa melhorou sua ecoeficiência em 20%, isto é, combinando o melhor desempenho ambiental e econômico. “Os dados nos ajudam a tomar melhores decisões, considerando tanto os impactos ambientais como econômicos. Além disso, podemos destacar também a preservação e criação de valor pela empresa, identificação de riscos e oportunidades, e a motivação para mudança de comportamento e

@Divulgação

o relacionamento com foco na sustentabilidade com clientes, colaboradores e a sociedade”, ressalta o diretor de operações de Tintas Decorativas da Basf para América do Sul, Ricardo Gazmenga. A iniciativa inspirou ainda outras ações ambientais, como o programa Zero Aterro, que busca encontrar alternativas mais sustentáveis para a destinação de resíduos sólidos. Com isso, tanto resíduos gerados no processo de produção – como borracha, esfera de moagem, vidro, isolante térmico, lodo –, como os gerados por outras áreas da unidade, incluindo papel toalha, podas de jardinagem, e mesmo resíduos orgânicos do restaurante, deixaram de ser enviados para aterros industriais. Somando todas as iniciativas implementadas, desde 2015, a unidade deixou de enviar 12 mil toneladas de resíduos para aterros industriais, e a taxa de reciclagem em 2020 foi de 98,8%. O complexo industrial conta ainda com o projeto Triple E (Excelência em Eficiência Energética), cujo objetivo é melhorar os índices energéticos e de sustentabilidade, além de aumentar a competitividade da companhia na América do Sul. Resultado disso, foi a recomendação para a certificação internacional ISO 50001. Este reconhecimento atesta que a empresa possui políticas para uso consciente de energia, e estabelece sistemas e processos de eficiência energética no uso e no consumo. A iniciativa Demarchi + Ecoeficiente foi divulgada duas vezes pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), como um dos casos pioneiros de aplicação de Avaliação de Ciclo de Vida Organizacional, recebendo destaque como uma das 12 melhores práticas, contribuindo para que a Basf fosse reconhecida na categoria sustentabilidade.

Nouryon recebe classificação “Ouro” da EcoVadis 2021, por suas contribuições para a sustentabilidade A Nouryon foi reconhecida como categoria Ouro pela EcoVadis, por suas conquistas na área de sustentabilidade. Essa classificação coloca a empresa no top 3%, das mais de 75.000 empresas avaliadas pela EcoVadis, que é provedora global de classificações de sustentabilidade. “A sustentabilidade é um dos principais impulsionadores de negócios da Nouryon, e sabemos que nossos clientes também se preocupam profundamente com essa pauta”, dis@Divulgação se Charlie Shaver, presidente e CEO da Nouryon. “Esta classificação Ouro na EcoVadis reforça que estamos progredindo no desempenho de segurança de pessoas do quartil superior, na redução da nossa pegada ambiental, e no fornecimento de soluções sustentáveis para nossos clientes. Estamos orgulhosos dos muitos

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fatores que nos levaram a essa conquista, especialmente pelo fato de 37% da nossa receita de 2020 ter sido gerada a partir do nosso portfólio de produtos sustentáveis”, disse. A Nouryon alcançou pontuações fortes em todas as áreas avaliadas, incluindo meio ambiente, trabalho e direitos humanos, ética e compras sustentáveis. “Estamos entusiasmados com nossa classificação Ouro, e também por termos visto nossas pontuações aumentarem @Divulgação este ano – principalmente, quando se trata de nossas práticas ambientais. O ranking confirma claramente que estamos fazendo a coisa certa, e que estamos conseguindo impulsionar o progresso sustentável”, disse Vivi Hollertt, diretora de Sustentabilidade e Comunicações na Nouryon.


Produtos & Serviços

Câmera térmica faz triagem eficaz de temperatura e máscara

Uma câmera de imagem térmica é um dispositivo de triagem, eficaz para detectar indivíduos com temperatura elevada. Usar uma solução de triagem sem contato é uma das medidas atuais, para descobrir rapidamente indivíduos com temperatura cutânea elevada (EST). A solução de triagem de temperatura da HikMicro, com vários tipos de produtos e ampla gama de aplicações, é projetada para a detecção rápida de temperaturas, e sua flexibilidade significa que pode ser usado em uma infinidade de cenários. Há, ainda, a triagem de temperatura com controle de acesso, realizada por onde as pessoas se estão movendo, através do terminal de triagem de temperatura livre de toque MinMoe, para montagem na parede. A medição de temperatura na solução de patrulha também pode ser chamada de programa de inspeção manual em movimento. Ele pode ser usado rapidamente, em entradas e saídas fixas para emergências, por exemplo, em eventos externos ou locais de construção, ou em postos de controle. Também pode ser usado para inspeção flexível, em saídas de alta velocidade, cabines e salas de máquinas. E tem mais. Em alguns lugares, é exigido que as pessoas usem máscaras: a HikMicro também oferece uma solução que inclui um DeepinMind NVR, com as câmeras termográficas. Isso oferece uma interface especial, que pode exibir visualmente a temperatura e o status da máscara. Os produtos de triagem da HikMicro já são usados em aeroportos, portos, prédios de escritórios, indústrias e outros lugares, onde muitas pessoas se reúnem, em todo o mundo, oferecendo um rastreamento rápido e eficaz, como uma parte importante da luta para manter a segurança e a saúde.

Transformadores

Pequeno e compacto em tamanho, esta unidade da Eltex se destaca das soluções de transformadores convencionais, tanto por suas pequenas dimensões, quanto por seu baixo peso. Independente das variações internacionais nas tensões de linha, o Compact Power ES24 oferece o máximo em flexibilidade de uso. Esta fonte de alimentação pode ser usada, como fonte de tensão, para todos os eletrodos de descarga Eltex, e bicos de sopradores, em áreas não perigosas. Trabalha com tensão de alimentação de 24 V DC; geração de alta tensão por fonte de alimentação separada; atmosfera circundante não EX; monitoramento possível; com duas (02) saídas de alta tensão, detecção de função com saída de mensagem de erro, conexão HSP, plug-in.

Densímetro Não Radioativo – ARENAL

O Densímetro Não Radioativo, da Metroval, foi desenvolvido para o monitoramento contínuo da densidade de lamas nas indústrias de mineração, perfuração e dragagem. É um equipamento com baixo desgaste, especialmente projetado para não sofrer abrasão com polpas de minério, possuindo várias funções – entre elas, a medição da densidade, totais de sólidos suspensos, temperatura e vazão mássica, quando conectado a um medidor de vazão com saída 4-20ma. Entre suas vantagens estão: tecnologia não-radioativa; sonda feita de sic (Carbeto de Silício) com alta dureza, e isento de abrasão; utilização em todos os tipos de polpas; alta exatidão e repetibilidade; medição em tempo real; sistema para armazenamento de dados. O analisador do densímetro gera um gráfico de comportamento físico acústico das ondas ultrassônicas, controle remoto e conectividade. Os tipos de montagem desse sensor em tubulações são feitos entre flanges, por um carretel ou wafer. Podem ser aplicados na indústria de mineração; em drenagem; perfuração; materiais de construção (cimento); indústria de energia; indústria com necessidade de medição da densidade de fluidos abrasivos. no 386

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Produtos & Serviços

Atuador Cilindro Pneumático

O ACP301 – Atuador Cilindro Pneumático –, desenvolvido pela Smar, é um equipamento com o objetivo de responder às crescentes necessidades da indústria, principalmente no que diz respeito às aplicações de controle em cilindros pneumáticos. O Atuador ACP301 alia a força de cilindros pneumáticos às potencialidades do posicionador inteligente microprocessado FY, permitindo aplicações em controle modulante. A estrutura modular do ACP permite sua montagem em uma larga variedade de tamanhos de cilindros, utilizando uma única versão de suporte de montagem. O ACP301 está disponível em vários tamanhos, selecionados de acordo com a função e curso requeridos. Os modelos podem ser de dois tipos: Linear ou Rotativo, para diferentes cursos de trabalho. Através da ação do posicionador FY301, controla-se a posição do cilindro pneumático de dupla ação, através do sistema de imã linear ou rotativo, via efeito Hall. Com este sistema de posicionamento, consegue superar-se uma das maiores desvantagens da ação da pneumática, que é a obtenção de paradas intermediárias do cilindro. Mais do que levar o microprocessamento ao cilindro, o ACP301 se apresenta na versão linear e rotativa, dando ao usuário a liberdade de aplicação, em vários elementos finais de controle, tais como dampers (para controle de tiragem de fornos), comportas, válvulas de grande porte, e outras aplicações que requerem controle do movimento. O ACP301 recebe um sinal no protocolo padrão 420 mA proveniente do controlador que aciona e direciona o cilindro para a posição exata desejada, de acordo com a estratégia e sintonia da malha de controle ao qual está aplicado. Ao colocar inteligência no cilindro, o ACP301 permite ao usuário configurar a característica de abertura do cilindro com o sinal de controle recebido. Além disso, as facilidades do protocolo HART de comunicação possibilitam uma interface simples, entre o campo e a sala de controle, e várias características que reduzem os custos de instalação, operação e manutenção. 42

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Transmissores de pressão

A Vivace possui uma ampla linha de transmissores de pressão, para melhor atender sua aplicação nas medições de pressão, nível, vazão e densidade. São equipamentos de alta exatidão, confiabilidade, robustos, e que ajudam a aumentar a produtividade e eficiência de seus processos, com segurança, melhoria da qualidade e redução de custos. São transmissores de alta performance, desenvolvidos com microprocessadores de última geração, baixo consumo (low power), com alto MTBF (Mean Time Between Failure), de calibração simples, flexível, e que possui compensação automática de pressão e temperatura, garantindo uma alta performance (High End). A linha de transmissores Vivace combina a tecnologia do sensor de pressão mais utilizado nas medições que exigem alta performance e robustez, o sensor capacitivo, com a eletrônica de última geração. Toda a linha de transmissores utiliza as mesmas partes eletrônicas e mecânicas, de forma modular, simplificando enormemente a instalação, operação, manutenção e a necessidade de reposição de peças. Os instrumentos possuem sensor capacitivo inteligente (microprocessado) e de alta performance; compensação Onboard de pressão e temperatura; garantem a minimização da variabilidade dos processos; disponibilizam diagnósticos avançados; têm alta rangeabilidade; estabilidade incomparável (LongTerm Stability); HART/4-20mA (HART 7), e Profibus-PA; LCD de 5 dígitos, rotativo, multifuncional, e com bargraph; ajuste local intuitivo, configurável e com função de edição rápida; modelos: diferencial, manométrico, absoluto, in-line, nível flangeado, e selo remoto; conexão elétrica sem polaridade; podem ser usados para medições de gás, líquido e vapor; EDDL e DTM. Podem ser aplicados no monitoramento de baixa pressão a vácuo absoluto; monitoramento de pressão e vazão em dutos; proteção de bombas; medição de nível e vazão em geral; nível de resistência de sobrecarga, e medição de sobrepressão.


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Calibrador de pressão automático

Válvulas borboleta Neles

O PCON Kompressor-Y18 é um calibrador de pressão automático, com compressor de ar interno. Disponível nas versões para Montagem em Rack (Rack Mounting), e uso em campo (Field Service). Nenhum software adicional ou computador é necessário, para gerar um relatório de um teste de calibração rapidamente, e os dados são protegidos, em concordância com os requisitos de segurança da CFR 21, Parte 11. O PCON-Y18 é ideal para calibrar seus instrumentos de maneira mais eficiente, nas áreas industriais; ele se tornará rapidamente uma ferramenta indispensável no seu trabalho do dia-a-dia, permitindo ganhos reais de produtividade. Ele possui tela colorida, sensível ao toque (touchscreen), de 5,7”. Processador Dual Core de 1 GHz, e memória Flash de 16 GB; trabalha com Ethernet, Wi-Fi via adaptador USB/Ethernet USB/serial, com protocolo SCPI; Webserver Integrado, tecnologia cliente-servidor, para buscar tarefas no servidor remoto; possui porta USB; comunicação Hart / Profibus opcionais; teste automático de pressostatos; corrente de entrada: -1 a 24,5 mA, ± 0,01% do fundo de escala; fonte de alimentação para transmissor: 24 Vcc regulada; teste de estanqueidade; compensação da exatidão de temperatura, de 0°C a 50°C; pressão e unidades selecionáveis pelo usuário: Pa, hPa, kPa, MPa, bar, mbar, psi, mmHg@0°C,cmHg@0°C, mHg@0°C, inHg@0°C, inH O@4°C, mmH O@4°C, cmH O@4°C, mH O@4°C, mmH O@20°C, cmH O@20°C, mH O@20°C, kg/m², kg/cm², mtorr, torr, atm, lb/ft² ; controle de velocidade: 10s (para aumento de 10% da pressão do fundo de escala em um volume de 50 ml); compressor interno para geração de pressão positiva e negativa.

As válvulas borboleta da Neles oferecem versatilidade e desempenho, para aplicações de serviço severas. Seu design compacto e leve, disponibilidade em tamanhos maiores, e fácil utilização, tornam as válvulas borboleta Neles em uma opção atraente para muitos processos industriais. Elas podem ser usadas em serviço de controle, liga-desliga, ou desligamento de emergência. Manter uma excelente vedação de longa duração, ao longo de toda a vida útil das válvulas, é um requisito fundamental para válvulas em serviço liga-desliga e desligamento de emergência. A segurança é uma prioridade para as válvulas borboleta Neles, como a nova Neldisc, que oferece uma vedação metal a metal, com vazamento praticamente zero. Nossas válvulas borboleta têm capacidade SIL 3, para desempenho confiável, em serviço ESD. A nova geração de válvulas borboleta Neldisc, com sede em metal, e WaferSphere, com sede macia, foi construída para oferecer um desempenho sustentável. O maior coeficiente de fluxo (Cv) do mercado de válvulas borboleta torna o processo mais eficiente, sustentável e lucrativo. Uma necessidade de torque menor significa menor consumo de ar, atuadores menores, menor peso total, e economia de energia. A facilidade de manutenção, aprimorada por meio de um design compacto e modular, torna as operações de serviço mais seguras, rápidas e fáceis.

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Válvulas de isolamento basculantes

As válvulas de isolamento basculantes ASCO, série 062, foram projetadas para uso com os líquidos neutros, ou altamente agressivos, presentes em instrumentos diagnósticos clínicos e laboratoriais. O diafragma de isolação evita a transferência de calor, e o mecanismo de basculante especial tem cavidades internas, fáceis de limpar e de baixo volume. Com tamanho de 16 mm, e ambas as funções de 2 e 3 vias, a válvula é intercambiável com a maioria das outras válvulas de isolamento de 16 mm, no mercado. Aplicações típicas incluem diagnósticos in vitro, hematologia, sequenciamento de DNA, e analisadores líquidos industriais. A série usa PPS como material do corpo, trabalha com líquidos ou gases; tem montagem em bloco, e encaixe farpado; 2 vias, normalmente, fechada, 3 vias, universal; vazão Kv0,03m3/h; orifício de 1,6 mm (0,063 polegadas).

Proteção passiva contra incêndios

@Divulgação

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A fischer anunciou ao mercado brasileiro doze soluções, da linha FireStop – proteção passiva contra incêndios –, que passaram por aferições em órgãos internacionais de comprovação de performance. A companhia atua juntamente com órgãos certificadores, reconhecidos mundialmente, por atender às mais exigentes normas da construção civil. Atualmente, a fischer vem apoiando todo processo de definição e aprimoramento de normas no Brasil, participando, inclusive, das discussões com a ABNT. As soluções da fischer são aplicadas na linha hidráulica e elétrica, além das proteções para fachadas ventiladas modernas, como as famosas “peles de vidro”. O objetivo das soluções é fazer com que o andar da edificação fique isolado, oferecendo tempo para que os profissionais possam agir. As soluções da fischer contam com massa acústica flexível, resistente ao fogo; selante de uso geral resistente ao fogo, projetado para aplicações específicas; pintura elastomérica RFS 640: sistema de proteção para fachadas; revestimento elastomérico resistente ao fogo, para juntas e conjuntos de construção; selante universal de combate a incêndios, adequado para serviços metálicos, não metálicos e juntas de construção; massa intumescente de grafite de alto desempenho, resistente ao fogo; espuma e bloco corta fogo – usados individualmente ou como sistema –; invólucro intumescente simples ou sem fim, para instalações de tubos inflamáveis; sistema intumescente de proteção para tubos com acesso restrito; sistema de proteção ablativa FireStop, para grandes e médias aberturas; argamassa resistente ao fogo, para pisos e paredes; espuma de enchimento monocomponente, com resistência eficaz ao fogo. 44

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Resina epóxi de alta resistência

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Para atender indústrias que precisam efetuar reparos de precisão em peças e equipamentos, a Quimatic Tapmatic lança, no mercado, o Plasteel Titanium – resina epóxi bicomponente, reforçada com titânio. O novo produto se destaca, por ser uma excelente alternativa à metalização convencional, dispensando muitos dos equipamentos necessários para o processo. Plasteel Titanium é resistente à compressão (de até 103 Mpa), a elevadas temperaturas (de 175°C constantes, a picos de 200°C), e ao ataque químico (não enferrujando em contato com estas soluções). Ideal para recuperar as mais diversas peças industriais – como, eixos, luvas protetoras, carcaças de alta dureza, buchas, válvulas, mancais, entre outras partes de maquinários que apresentem desgastes, trincas, rachaduras ou outros danos mecânicos – o lançamento é completamente usinável após 1 hora, garantindo reparos com excelente acabamento, e alta precisão dimensional. Dessa forma, as indústrias ficam com as máquinas paradas por menos tempo para manutenção, e conseguem manter sua produtividade. Vale lembrar que o novo produto é uma alternativa mais prática e, em muitos casos, mais econômica que a metalização convencional, pois, não requer toda a estrutura necessária para este processo. É também mais seguro que a solda convencional, por não oferecer riscos de incêndio e explosão, e não causar empenamentos ou danos às propriedades físicas na estrutura reparada. De fácil aplicação, possibilita o reparo no próprio local onde estão instalados grandes peças e maquinários, evitando seu transporte para uma oficina. Além das vantagens técnicas citadas, Plasteel Titanium se destaca, por ser fabricado no país, contando com estoque para rápida entrega, e suporte técnico presencial e digital para um pronto atendimento. Não inflamável e livre de componentes orgânicos voláteis (VOC), o lançamento é certificado pelo Instituto Bureau Veritas, e está disponível em distribuidores de todo o Brasil, em kits com 450 gramas (resina 366 g e endurecedor 84 g).


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Novos lubrificantes sintéticos para a indústria

A utilização do lubrificante adequado é fundamental, para reduzir a possibilidade de falhas dos equipamentos, e otimizar os custos operacionais na indústria. Os óleos lubrificantes sintéticos foram desenvolvidos para aplicações onde os lubrificantes minerais não eram adequados, ou quando eram necessárias características especiais. Podemos classificá-los como lubrificantes com tecnologia superior. Eles são muito úteis em qualquer aplicação, onde é preciso confiabilidade, maior vida útil do óleo, menor consumo de energia, segurança e biodegradabilidade, por exemplo. Essas são apenas algumas das vantagens dos lubrificantes sintéticos. Para citar outros benefícios, podemos afirmar que eles suportam altas temperaturas, podem também ser usados em baixíssimas temperaturas, tem alta resistência à oxidação, boa resistência à carga, ótima relação temperatura vs viscosidade e longos períodos de relubrificação. Além disso, alguns óleos apresentam baixa toxicidade, e podem ser usados nas indústrias alimentícia e farmacêutica. Eles têm diversas aplicações, nos mais diferentes equipamentos, das mais variadas indústrias. Compressores de ar, rolamentos, máquinas da indústria de papel, engrenagens, compressores de ar e de refrigeração, sistemas hidráulicos, motores, equipamentos off road, aviação e muito mais. Os lubrificantes sintéticos MobilM são o Mobil SHCM 600 (oferece maiores benefícios potenciais, pois, possui excelente desempenho em elevadas temperaturas – acima de 100°C – e baixo coeficiente de tração, que traz uma melhoria de até 3,6% na eficiência energética); Mobil GlygoyleM (linha de óleos lubrificantes sintéticos, com registro do FDA e na NSF, para contato acidental com alimentos; ela garante o trabalho em uma ampla faixa de temperatura, e apresenta índices de viscosidades muito

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altos, 170 até 285, garantindo elevada estabilidade térmica em altas temperaturas; além de fácil partida em baixas temperaturas, o que é muito importante em fábricas de alimentos com refrigeração); Mobil Gargoyle Arctic SHC 226E (lubrificante de altíssimo desempenho, desenvolvido especialmente para compressores de refrigeração; possui excepcional resistência à degradação térmica e à oxidação, o que proporciona maior vida útil do óleo, mesmo para aplicações em altas temperaturas. Sua base e aditivos são registrados no FDA e no NSF, como H1, aplicáveis à indústria de alimentos e bebidas); Mobil SHC Cibus (possuem registro NSF H1, e têm diversas aplicações na indústria de alimentos. Eles proporcionam excelente lubrificação, mesmo sob temperaturas extremamente baixas ou altas, com potencial para redução do consumo de energia de até 3,6%; apresenta excelente proteção antidesgaste, ajudando a diminuir os custos de manutenção); Mobilith SHC (graxas de performance superior, disponíveis em seis graus diferentes e, por isso, tem muitas aplicações, como: engrenagens fechadas, rolamentos de alta velocidade, motores elétricos, ambiente industrial severo, setor automotivo, marinho, entre outros; elas proporcionam fácil partida até -40°C, e excelente proteção, até 150°C; apresentam também proteção excepcional, mesmo em ambiente severos e aquosos, potencial para reduzir o consumo de energia, e elevar a vida mecânica dos componentes, as graxas Mobilith SHC são aprovadas por mais de 370 fabricantes de equipamentos industriais críticos).

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Válvula com zero emissão

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A redução de emissões fugitivas é uma prioridade máxima na batalha contra as mudanças climáticas. E é por isso que a empresa holandesa Mokveld Valves BV lançou uma inovação exclusiva, com zero emissão – a primeira válvula do mundo sem vedação dinâmica para a atmosfera. A Mokveld incorporou um atuador elétrico à sua nova válvula, eliminando inteiramente a vedação na haste para a atmosfera. Projetos de válvula comuns dependem da vedação na haste, para evitar que o fluido do processo vaze para o meio ambiente. Esse tipo de vedação dinâmica na haste está sujeito ao desgaste, à deterioração e à degradação com o passar do tempo, apresentando emissões acentuadas. Ao eliminar completamente a vedação na haste, a nova válvula com zero emissão, da Mokveld, evita todo tipo de vazamento para a atmosfera, durante todo o ciclo de vida da válvula. Esta tecnologia revolucionária representa um passo à frente em relação às metas do Escopo 1 de emissão de GEE – zero emissões fugitivas. A válvula com zero emissão consome muito pouca energia, e exige uma força de atuação baixa. Isso é possível com a eliminação da vedação da haste e o atrito associado, em combinação ao projeto com marca registrada da Mokveld, com balanço integral da pressão. O consumo de energia durante a vida útil da válvula é ainda mais reduzido, com o corte de potência no acionamento da válvula sob condições estáveis, utilizando uma porta de acionamento com autofrenagem. Isto contribui para cumprir as metas do Escopo 2 de emissões de GEE – reduzido as emissões indiretas. As baixas forças de atuação, em combinação com a tecnologia de ponta de servocontrole, proporciona uma precisão inigualável. O desempenho do controle global da válvula melhora com praticamente zero tempo ocioso, e zero sobrepassagem. Por mais de dezoito meses, os ensaios de campo confirmaram integralmente os benefícios do projeto, resultando no status TRL7. A Mokveld é bastante conhecida, por seus projetos testados e aprovados de elementos inteiriços de fluxo axial, com seu fluxo otimizado e uma linha completa de guarnições de controle. Esses produtos serviram de base para o desenvolvimento desta válvula. O projeto compacto e leve da válvula contribui para cumprir as metas do Escopo 3 de emissão de GEE – emissões reduzidas na cadeia de valores. Ajudando nossos clientes a reduzirem seus Escopos 1, 2 e 3 de emissões de GEE, com o mais baixo impacto ambiental possível, a Mokveld orgulhosamente apresenta sua válvula com tecnologia de ponta: a válvula com zero emissão.

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Compósitos de espuma para partes estruturais de aerogeradores

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Um avanço impressionante levou a energia eólica a se tornar uma das principais fontes de eletricidade no Brasil, com participação de 10% na matriz nacional. Em dez anos, a capacidade instalada saltou de menos de 1 gigawatt para os atuais 19 gigawatts. O cenário é animador para as espumas de PET (polietileno tereftalato) ArmaPET Struct, da Armacell, cada vez mais presentes em partes estruturais, como pás e naceles, dos aerogeradores. Combinadas a outros materiais, como fibra de vidro e resinas, as espumas ArmaPET Struct são utilizadas na produção de compósitos para a moldagem das pás e da nacele – gabinete que fica no topo da torre do aerogerador, e que abriga o gerador, o transformador, a caixa de multiplicação (transmissão), e outros componentes do sistema de geração eólica. Os compósitos, que utilizam núcleo em PET, são ideais para os geradores eólicos, porque viabilizam estruturas de altíssima resistência mecânica, porém, leves, garantindo desempenho adequado aos rigores da aplicação. A leveza se deve à estrutura de células fechadas das espumas, resultante da injeção de um gás inerte no processamento do material plástico. Uma pá de aerogerador pode ter mais de 80 metros de comprimento, pode pesar mais de 10 toneladas, e está constantemente submetida a esforços gigantescos, quando em operação. Isso dá ideia do quão tecnologicamente avançado deve ser o seu material estruturante.


Giovanni Sergio/Agência Petrobras

Lei do Gás é arcabouço regulatório, mas...

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Petróleo & Gás

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Parcela de petróleo da União alcança 10 milhões de barris A parcela de petróleo da União acumulada alcançou dez milhões de barris, em julho de 2021, somando a produção de três contratos, em regime de partilha, desde novembro de 2017. De acordo com o Boletim Mensal dos Contratos de Partilha de Produção elaborado pela Pré-Sal Petróleo (PPSA), gestora dos contratos, a maior contribuição foi da Área de Desenvolvimento de Mero, com aproximadamente 5,8 milhões de barris, seguida de Entorno de Sapinhoá (3,8 milhões) e Tartaruga Verde Sudoeste (500 mil barris). Em julho de 2021, a produção média diária total dos três contratos foi de 38 mil barris por dia (bpd), puxada novamente pela Área de Desenvolvimento de Mero (25 mil bpd). Ainda assim, o resultado total foi 30% inferior ao de junho, devido à parada programada de Mero para o encerramento do Sistema de Produção Antecipada-1 (SPA-1), e a mudança de locação do FPSO Pioneiro de Libra para iniciar o SPA-2 durante o quarto trimestre do ano. A média diária do total do excedente em óleo da União, em julho, nos três contratos de partilha de produção, foi de 9,3 mil bpd. A produção média diária nos dois contratos, com aproveitamento comercial do gás natural, foi de 209 mil m³/dia, sendo 171 mil m³/dia no CPP do Entorno de Sapinhoá e 38 mil

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m³/dia no CPP do Sudoeste de Tartaruga Verde. Em comparação com o mês anterior, o volume de gás disponível apresentou queda de 24,6%. A média diária do total do excedente em gás natural foi de 120 mil m³/dia, referente apenas ao contrato do Entorno de Sapinhoá. Para acompanhar a produção mensal de cada campo de forma dinâmica, basta acessar o Painel Interativo Pré-Sal Petróleo. Elaborado em uma ferramenta de Business Inteligence, o painel consolida informações de produção dos campos e do excedente da União, desde novembro de 2017. Também permite acompanhar as cargas comercializadas, a arrecadação gerada para a União, e a projeção da produção e arrecadação, até 2030. Acesse o Painel Interativo: https://www.presalpetroleo. gov.br/ppsa/conteudo-tecnico/painel-interativo

Brasil liderará a produção de petróleo e condensado de projetos futuros nas Américas em 2025 O Brasil deve contribuir com cerca de 48%, ou 1.350 mil barris, por dia (mbd), da produção de petróleo e condensado das Américas, em 2025, de projetos planejados e anunciados (novos projetos de construção, excluindo os EUA L48), de acordo com a GlobalData, uma empresa líder de dados e análises empresa. O relatório da GlobalData, ‘Americas Upstream Development Outlook, 2021–2025’, revela que 1.164 mbd de produção de petróleo e condensado, no Brasil, em 2025, são esperados de projetos planejados com planos de desenvolvimento identificados, enquanto 364 mbd são esperados de projetos anunciados em estágio inicial, que estão em fase de estudos conceituais, com previsão de aprovação para desenvolvimento. No Brasil, Bacalhau, Itapu (Florim) e Búzios V (Franco) são alguns dos principais projetos que deverão contribuir coletivamente, com cerca de 39% da produção de petróleo e condensado, em 2025. Analistas de Petróleo e Gás da GlobalData comentam que “uma das razões para o sucesso da indústria de petróleo e gás do 2

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Brasil é que o país tem um setor de petróleo e gás relativamente liberalizado, em comparação com outros países latino-americanos, que estão lutando para encontrar dinheiro para financiar seus programas de exploração. Os recursos offshore do Pré-sal de alto retorno do Brasil já atraíram muitos investidores internacionais, e o país foi um dos poucos na região das Américas que manteve seu crescimento de produção em 2020, apesar da redução na demanda de energia, devido à Pandemia de Covid-19.” A GlobalData identifica os EUA como o segundo maior país das Américas, com 623 mbd de produção de petróleo e condensado, em 2025, ou cerca de 22% da produção total de petróleo e condensado das Américas no ano (excluindo os EUA L48). A Guiana segue com uma produção de 312 mbd de projetos planejados e anunciados, em 2025. Entre as empresas, Petróleo Brasileiro SA, Exxon Mobil Corp e Royal Dutch Shell Plc lideram, com a maior produção de petróleo e condensado de 768 mbd, 206 mbd e 166 mbd, respectivamente, em 2025, de projetos planejados e anunciados (excluindo os EUA L48).


Petrobras e Firjan buscam viabilizar um complexo industrial no Polo GasLub

A Petrobras e a Firjan assinaram (10/09) um protocolo de intenções para realização de ações e estudos para a implantação de um complexo industrial no Polo GasLub, em Itaboraí, no Leste Fluminense. A cerimônia ocorreu no Palácio Guanabara, onde a Petrobras também assinou protocolos de intenções, com o governo do estado e a prefeitura de Itaboraí, para explorar o potencial da infraestrutura do antigo Comperj, e fomentar o desenvolvimento econômico da região. No local, está sendo implantada a Unidade de Processamento do Gás Natural – UPGN – do GasLub, que deve entrar em operação no primeiro semestre de 2022. O objetivo dos protocolos é atrair grandes indústrias, que poderão utilizar o gás natural, proveniente do gasoduto de escoamento Rota 3, seja como matéria-prima, ou como fonte de geração de energia e calor. Iniciativas que constam no estudo “Rio a todo gás”, elaborado pela Firjan, no ano passado, e que reúne diversas propostas para destravar investimentos em gás natural, que podem alcançar R$ 45 bilhões, no estado fluminense. @Divulgação “Foi entendendo o potencial do mercado de gás natural e seus benefícios para o estado do Rio, que a Firjan elegeu o ano de 2021 como o ano da demanda de gás. E, não há como falar de GasLub, sem falar da estruturação de um novo mercado de gás aberto, dinâmico e competitivo. E esse novo mercado passa pelo fortalecimento da indústria. Estamos desenvolvendo um Mapeamento de Demanda que já passou por todas as regiões do estado, e visa a identificar todo o potencial industrial de consumo de gás”, destacou o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano. Segundo ele, o papel da federação na cooperação conjunta vai além do apoio ao desenvolvimento de projetos na região do GasLub. “Por meio da excelência e das capacidades oferecidas pela Firjan SENAI SESI, daremos suporte na capacitação profissional e oferta de serviços sociais para os empregados e seus familiares, além de produzir estudos de desenvolvimento de oportunidades para a região”, acrescentou Caetano, que também é presidente da Firjan Leste Fluminense. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou que o protocolo já tem potencial de atrair novas indústrias, e gerar empregos. “A nova lei do gás é um marco para a atração de novos investimentos e agentes para esse mercado. Com esse protocolo de intenções, já haverá atividade industrial na região do Leste Fluminense, e em todo o Rio”, afirmou. Também presente à cerimônia, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, destacou as empresas que poderão ser atraídas. “Esse esforço de cooperação visa a criar os esforços necessários para a instalação de empresas na área da petroquímica, fertilizantes, cerâmicas e diversas outras”. O governador Cláudio Castro garantiu que serão feitas melhorias de infraestrutura. “Temos um novo e produtivo diálogo com a Petrobras. E já determinei o início das ações para levar infraestrutura à região do GasLub, incluindo aí rodovias, saneamento e segurança, a fim de ajudar na instalação de novas indústrias que trarão desenvolvimento, emprego e renda”, destacou. Vinicius Farah, secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, acrescentou que já existem conversas adiantadas com duas multinacionais.

Primeiro projeto flutuante de GNL com tratamento de gás da BASF

@ Petronas

O mais recente projeto de Gás Natural Liquefeito Flutuante (FLNG) da Petronas (PFLNG DUA) selecionou o OASE, da Basf, para seu processo de Unidade de Remoção de Gás Ácido. Esta é a primeira referência de FLNG, em todo o mundo, com a tecnologia de tratamento de gás OASE da Basf. Petronas e sua parceira de engenharia, a japonesa JGC Corporation, deram início ao PFLNG DUA com sucesso, em fevereiro de 2021, e completaram seu teste de desempenho em maio de 2021. A instalação flutuante de GNL abre uma nova fonte de fornecimento de energia mais limpa, pois, é projetada para extrair gás natural proveniente de reservatórios de gás em águas profundas, de até 1.500 metros. OASE é uma solução à base de amina, utilizada para a remoção de gases ácidos, como dióxido de carbono (CO2) e sulfeto de hidrogênio (H2S), do gás natural. A remoção dos gases ácidos é necessária, para preparar o gás para a liquefação e subsequente transporte pelo gasoduto. A tecnologia Basf eficiente e ecologicamente correta oferece flexibilidade e baixo dispêndio de capital. Além disso, a baixa demanda de energia do processo, combinada com a natureza não corrosiva do solvente, mantém os custos de operação e manutenção baixos. O processo também fornece um alto nível de pureza e recuperação de gás, enquanto mantém as perdas de solvente em um mínimo. @Divulgação “Estamos orgulhosos de ter agora nossa primeira referência de FLNG em operação, e funcionando a 100% da capacidade, o que é fruto de muitos anos de pesquisa. Aplicamos nossa experiência em GNL on-shore, e conduzimos estudos de movimento e Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD), para garantir um projeto de alta confiabilidade e baixa manutenção, que atende as rigorosas especificações e desafios off-shore de nossos clientes,” afirma Andreas Northemann, Chefe do negócio de Tratamento de Gases da Basf Agora, a Petronas possui e opera duas instalações flutuantes de GNL, seguindo o sucesso da PFLNG SATU, que está em operação desde 2017. no 386

Petróleo & Gás

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Expansão para atender à crescente demanda por produtos químicos especiais

@Basf

A Basf e a Sinopec irão expandir ainda mais seu site Verbund, operado pela Basf-YPC Co., Ltd., uma joint venture 50-50 de ambas as empresas, em Nanjing, China. Isso inclui a expansão da capacidade de várias fábricas de produtos químicos downstream, como uma nova fábrica de acrilato de terc-butila, para dar suporte ao crescente mercado chinês. Os parceiros irão expandir as capacidades de produção de ácido propiônico, aldeído propiônico, etilenoaminas, etanolaminas e óxido de etileno purificado, e construir uma nova planta de acrilato de terc-butila. A planta de acrilato de tercbutila será uma extensão para o downstream, usando ácido acrílico e isobuteno da Verbund, existente como matéria-prima, o que marca a primeira vez que esta tecnologia de produção avançada é aplicada fora da Alemanha. As plantas expandidas e novas estão planejadas para entrar em operação em 2023. “A Sinopec e a Basf realizaram uma cooperação profunda e amigável por um longo tempo, implementaram seriamente os requisitos relevantes dos governos nacionais e locais para acelerar a transformação e o desenvolvimento verde da indústria petroquímica, otimizaram continuamente a estrutura industrial e promoveram uma maior extensão da cadeia industrial para o downstream”, disse o Sr. Yuefeng Gu, presidente da Sinopec Yangzi Petrochemical Company Limited e da Basf –YPC Company Limited. “Com a expansão das instalações da Verbund, forneceremos novos materiais de alta qualidade, para atender as necessidades crescentes dos clientes e o desenvolvimento de indústrias emergentes.” “Este é um passo significativo, desde a assinatura de um Memorando de Entendimento, em 2018, para fortalecer ainda mais nossa parceria de longo prazo com a Sinopec”, disse o Dr. Stephan Kothrade, presidente da Basf Grande China. “Com o pacote de investimento planejado, apre4

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sentaremos tecnologias de ponta e usaremos as vantagens da Verbund ao máximo.” “O acrilato de tert-butila, como um novo produto em nosso portfólio, fortalecerá ainda mais a posição de mercado da Basf -YPC”, disse Bram Jansen, presidente da Basf –YPC. “Com base no sucesso de 20 anos, estamos expandindo as capacidades locais, para melhor atender à demanda continuamente crescente de nossos clientes.” O ácido propiônico (PA) é usado como um inibidor de fungos para a preservação de grãos para alimentos e rações. Oferece grandes benefícios econômicos e ecológicos, em relação à preservação, por meio da secagem ou armazenamento em silos herméticos. Também é utilizado na produção de produtos farmacêuticos, defensivos agrícolas, solventes e @Divulgação termoplásticos. Etilenaminas (EEA) e Etanolaminas (EOA) são intermediários, usados na fabricação de agentes de proteção de lavouras, surfactantes para produtos de higiene pessoal e domésticos, processos químicos para tratamento de gás, lubrificantes e aditivos para cimento, produtos químicos para papel, e ingredientes farmacêuticos ativos. O aldeído propiônico (PALD) é um intermediário usado como matéria-prima chave, para a produção de ácido propiônico e n-propanol. É principalmente utilizado na fabricação de produtos farmacêuticos, inseticidas, fragrâncias e plásticos. @Divulgação O óxido de etileno purificado (PEO) é uma matéria-prima para aplicações industriais e é frequentemente utilizado em processos de síntese na indústria química. É utilizado na fabricação de etanolaminas, éteres glicólicos e tensoativos para agentes de lavagem e limpeza. Acrilato de terc-butila (TBA) é um éster de ácido acrílico, para a fabricação de polímeros, e é usado como matéria-prima para sínteses. Como um produto químico especial, é usado em aplicações de colagem e emulsão de papel.


Petróleo e gás são 60% do PIB da Guiné Equatorial Gabriel Mbaga Obiang Lima, Ministro de Minas e Hidrocarbonetos da Guiné Equatorial, sobre a diminuição e corte de investimentos em combustíveis fósseis: “Desde que a Irlanda, em 2018, se tornou o primeiro país a dizer que se desfaria inteiramente dos combustíveis fósseis, governos, ativistas e agências em todo o mundo começaram a recitar o mesmo grito de guerra: banir todo o financiamento para o desenvolvimento e produção de hidrocarbonetos. A ideia de uma proibição geral tem como objetivo ajudar a alcançar as ambições líquidas de zero, e conter a mudança climática. Os proponentes dizem que, ao reduzir o financiamento para petróleo, gás natural e carvão, uma parte maior ficará no solo, e o mundo será forçado a mudar para energias renováveis para eletricidade e calor – independentemente de haver infraestrutura e capacidade para fornecer energia solar, eólica e hidrelétrica, de forma equitativa, em todo o globo. Poucos dias antes do início da Semana de Energia da África 2021 – de 9 a 12 de novembro, na Cidade do Cabo, organizado pela Câmara Africana de Energia, em parceria com o Departamento de Recursos Minerais e Energia da África do Sul –, demos um passo importante para melhorar nossa legislação de hidrocarbonetos, já que o setor de petróleo e gás representa mais de 60% do PIB da Guiné Equatorial. Desde 1996, a descoberta e o desenvolvimento de petróleo e gás transformaram a economia da Guiné Equatorial. Os produtos petrolíferos representam a grande maioria de nossas exportações, mais de 60% de nosso produto interno bruto (PIB), e 80% de nossa receita fiscal. Graças à alavancagem de nossos recursos de hidrocarbonetos, temos o orgulho de dizer que temos o maior GCP per capita da África Subsaariana. Como muitos outros países, no entanto, o PIB encolheu, durante a Pandemia de Covid-19, e o investimento também retraiu. Com a Pandemia recuando, pelo menos por agora, e o mercado retornando, devemos aproveitar a oportunidade para restaurar nossa economia. A Guiné Equatorial é dotada de enormes riquezas de hidrocarbonetos: 1,1 bilhão de barris de reservas provadas de petróleo bruto, e 1,3 trilhão de pés cúbicos de reservas provadas de gás natural. Será necessário mais investimento, para que esses recursos sejam produzidos e bem utilizados, não menos. Com isso em mente, a Guiné Equatorial está revisando

a Lei de Hidrocarbonetos de 2006. Nossa esperança é de que nos permita atrair mais participantes regionais e internacionais de energia, e incentivar o investimento em toda a cadeia de valor. Isso nos permitirá realizar o potencial de nossa indústria de gás natural offshore, e nos tornarmos cada vez mais competitivos no setor de gás. Um fatorchave é a monetização contínua do projeto Alen Gas, que inclui uma rede de instalações de produção, processamento e transporte em Punta Europa, Ilha de Bioko. O projeto, liderado pela Chevron e parceiros (Glencore, Atlas Petroleum, Gunvor e GEPetrol), atraiu investimentos estrangeiros diretos de US$ 475 milhões. O primeiro gás começou a fluir no projeto em março de 2021. Alen Gas representa a primeira fase do Gas Mega Hub (GMH). GMH é uma estratégia nacional, para aproveitar @Divulgação nossos recursos domésticos de gás inexplorados, e ajudar nossas instalações de GNL a se manterem competitivas, mas vai além de nossas fronteiras. O GMH inclui o projeto de fronteira proposto com nosso vizinho Camarões, o que permitirá que ambos os países se beneficiem de nossos recursos compartilhados no campo de gás condensado Yoyo-Yolanda, e construam uma indústria de GNL intra-africana. Vamos priorizar acordos regionais de gás com a Nigéria, pois, é fundamental. Trabalhando com nossos parceiros americanos, temos um plano para o Fortuna FLNG, em que pretendemos usar tecnologia de classe mundial, para produzir GNL de baixo carbono. Não vamos parar por aí, porque a Guiné Equatorial é um modelo de como uma região rica em gás pode explorar seus recursos, e aumentar o crescimento do setor. Na África, como em muitas outras nações, o gás natural significa empregos. Na África, em particular, tem o potencial de tirar famílias da pobreza. Usaremos o gás da Guiné Equatorial para nos juntarmos à luta para fazer história da pobreza energética. Imagine uma África onde projetos de gás para energia são usados para aumentar as possibilidades para muitos, criar empregos, e expandir nossa base tributária. E mais. Porque o gás natural é um combustível fóssil limpo, é essencial para a transição energética. Isso é sabido por todas as nações e países, como EUA, UK e Japão estão planejando sua transição com ele. Por que a África seria diferente? Ao invés de fechar a válvula dos investimentos em gás natural na África, o mundo deveria apoiá-la, para um futuro zero carbono.”

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Aker tem novo polo industrial verde A Aker ASA e Aker Horizons ASA estão colaborando com o município de Narvik e parceiros de negócios para o estabelecimento de um centro de desenvolvimento industrial verde no norte da Noruega. A Aker Horizons anunciou uma série de iniciativas na região de Narvik. Para começar, as propriedades e ativos foram adquiridos, e os investimentos foram acordados no valor de NOK 290 milhões. A visão é que a Aker Horizons e suas empresas de portfólio, por meio de grandes investimentos regionais, terão permissão para desenvolver cadeias de valor inteiras, de forma holística, utilizando suas capacidades em setores como hidrogênio e energia renovável, com possibilidades de entrar em novos segmentos, como produção de baterias, e o valor do aço verde cadeia. Além disso, a Aker, por meio de sua subsidiária Aker Capital AS, celebrou contrato com a empresa de energia

@Divulgação

Nordkraft, referente a um investimento de NOK 200 milhões, nos projetos de data center da Nordkraft, em Kvandal, e Fjellbu, em Narvik. De acordo com o contrato, Aker e Nordkraft irão investir nos projetos de data center em Narvik Data e, após a implementação, a Aker deterá 65% da Narvik Data, enquanto a Nordkraft ficará com 35%. Para a Aker, esta oportunidade representa mais um passo no aumento do foco da Aker nas cadeias de valor digital. “A região de Narvik está perfeitamente posicionada para desempenhar um papel importante na mudança verde, e para criar empregos voltados para o futuro. Estamos ansiosos para explorar e perceber oportunidades junto ao município de Narvik e parceiros de negócios”, disse Øyvind Eriksen, presidente e CEO da Aker, e presidente do conselho da Aker Horizons.

17ª Rodada deve gerar investimentos de R$ 136 milhões A 17ª Rodada de Licitações, realizada (07/10) pela ANP, deve gerar investimentos de, pelo menos, R$ 136.345.000,00 nos primeiros anos dos contratos dos cinco blocos arrematados. As áreas estão localizadas em dois setores da Bacia de Santos. Os investimentos são resultado dos compromissos assumidos pelas empresas vencedoras para a primeira fase do contrato, chamada de fase de exploração. Esses compromissos, na forma de Programa Exploratório Mínimo (PEM), são um dos critérios de escolha das vencedoras. O ágio do PEM, a partir dos mínimos definidos no edital da rodada, foi de 37,76%. Já o bônus de assinatura, arrecadado com os cinco blocos, foi de R$ 37.140.000,52. O Diretor-Geral da ANP, Rodolfo Saboia, ressaltou os investimentos gerados pela rodada que, em sua opinião, foi bem-sucedida. “É importante lembrar que essa rodada teve foco em novas Nome da Bacia Santos Santos Santos Santos Santos

Nome do Setor SS-AP4 SS-AP4 SS-AUP4 SS-AUP4 SS-AUP4

Nome do Bloco S-M-1707 S-M-1709 S-M-1715 S-M-1717 S-M-1719

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fronteiras exploratórias, ou seja, áreas com muito risco para empresas do setor. E, essas empresas definem seus orçamentos no ano anterior. Portanto, fizeram isso quando a situação de pandemia global era mais acentuada. O contexto da indústria internacional do petróleo é ainda bastante desafiador. Com tudo isso, não havia, nem poderia haver, expectativa de que todos os blocos fossem arrematados. Cada bloco arrematado em uma nova fronteira é uma grande vitória porque, além dos investimentos, representa a abertura de novas possibilidades para futuras licitações”, afirmou. Rodolfo Saboia destacou ainda o potencial das áreas arrematadas hoje, na Bacia de Santos, que é grande produtora no Pré-sal. “Esses blocos podem consolidar também o Pós-sal na região. E os blocos não arrematados integrarão a Oferta Permanente, com exceção dos localizados além das 200 milhas, que dependem de autorização do CNPE”, concluiu. Veja abaixo os blocos arrematados na 17ª Rodada:

Empresa/ Consórcio Vencedor Shell Brasil (100%)* Shell Brasil (70%)*; Ecopetrol Óleo e Gás (30%) Shell Brasil (100%)* Shell Brasil (100%)* Shell Brasil (100%)*

*Operadora A assinatura dos contratos está prevista para ocorrer até o dia 31/03/2022. Devido à Pandemia, o evento foi híbrido: a sessão pública de apresentação de ofertas foi presencial, com número reduzido de pessoas (apenas as necessárias à sua realização e os representantes inscritos pelas empresas), e houve transmissão 6

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Bônus de assinatura R$9.100.000,13 R$6.560.000,00 R$6.880.000,13 R$7.300.000,13 R$7.300.000,13

ao vivo, para que o público pudesse acompanhar todo o processo pela internet. O evento contou com todas as precauções de segurança, como distanciamento social e uso obrigatório de máscaras. O calendário de rodadas prevê, ainda para este ano, a Segunda Rodada de Licitações dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa, em 17 de dezembro.


ANP aprova tarifas de transporte extraordinário para 2022 A Diretoria Colegiada da ANP aprovou (28/10) as tarifas aplicáveis ao serviço de transporte extraordinário, para o ano de 2022, para a Transportadora Associada de Gás S/A (TAG) e para a Nova Transportadora do Sudeste S/A (NTS). As novas tarifas incorporam o fator locacional, que introduz a distância como um dos elementos para o cálculo tarifário. Atualmente, utiliza-se o regime de tarifação postal, um valor unificado, que não reflete os efetivos custos do uso da rede de transporte. A inclusão do fator locacional em futuras contratações de serviço de transporte extraordinário dá uma importante sinalização, no processo de abertura da indústria do gás natural, facilitando a inserção de novos agentes como carregadores e, portanto, a competição no suprimento de gás natural. As tarifas aprovadas hoje foram definidas a partir de estudos e análises de diversas proporções, entre os fatores postal e locacional. Ficou estabelecido que, para a TAG, a tarifa será composta por 90% de fator postal, e 10% de fator locacional. Já no caso da NTS, a proporção será 80% postal, e 20% locacional. O percentual de valor locacional inferior para a TAG é devido à necessidade de atenuar os impactos da variação das tarifas nas extremidades do sistema de transporte, neste momento de transição de abertura do mercado.

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As tarifas aprovadas se aplicam ao serviço de transporte extraordinário. Nesse tipo de serviço, é feita uma contratação na capacidade disponível em um gasoduto. O serviço extraordinário possui prazo máximo de um ano, ou vigora até a contratação firme, decorrente do processo de chamada pública. Assim, a medida é importante para permitir a contratação de capacidade de transporte nas malhas da NTS e TAG, para o ano de 2022, já que não serão concluídas chamadas públicas para essas transportadoras no ano de 2021. A inclusão do fator locacional reflete as determinações da nova Lei do Gás (Lei nº 14.134/2021), e seu decreto regulamentador (Decreto nº 10.712/2021), que estabeleceram o regime de contratação dos serviços de transporte de gás natural, por meio do sistema de entradas e saídas. Neste contexto, as tarifas de transporte de gás natural, por meio dutoviário, devem refletir os custos associados à área de mercado e ao sistema de transporte, conforme estabelecido no art. 13 da Lei. A medida também vai ao encontro da Resolução nº 16/2019 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que estabelece, como um dos princípios da transição no mercado de gás, a mitigação de condições que favoreçam discrepâncias acentuadas de preços entre as regiões do país, durante o período.

Log-In compra dois navios porta-contêineres A Log-In Logística Intermodal, empresa 100% brasileira, que opera com soluções de logísticas integradas, movimentação portuária, e navegação de cabotagem e longo curso, assinou acordo de compra de dois navios porta-contêineres, no valor de US$ 42,6 milhões, cada. As novas embarcações serão construídas no estaleiro chinês ZhoushanChanghong International Shipyard Co., e o valor da transação será pago ao longo dos principais marcos contratuais, até a entrega dos navios, que acontecerá em dois períodos distintos: dezembro de 2023 e maio de 2024. Cada embarcação possui capacidade nominal de 3.158 TEUs, comprimento total de 199,98 m, e boca de 35,2 m. A capacidade efetiva projetada de transporte é, aproximadamente, 25% maior do que a capacidade do Log-In Polaris, o navio mais moderno da Log-In, porém, com performance similar de consumo de combustível, por contar com tecnologia mais atual e eficiente, auxiliando na redução de emissão de poluentes por TEU transportado. “A aquisição das novas embarcações é um grande marco do processo de crescimento sustentável e modernização da nossa frota.

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A aquisição desses dois navios está em linha com o planejamento estratégico da companhia, reiterando os nossos valores de segurança, excelência operacional e cuidado com o meio-ambiente, durante a prestação de serviços de logística integrada”, afirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Pascoal Gomes. no 386

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Redução da alíquota de royalties para empresas de pequeno e médio portes A diretoria da ANP aprovou (23/09) a publicação da resolução que regulamentará a redução da alíquota de royalties como incentivo às empresas de pequeno e médio portes. Esta nova resolução adiciona-se ao conjunto de ações para incentivar investimentos em projetos de E&P no Brasil, implementadas a partir da Resolução CNPE nº 17/2017, que estabeleceu a nova Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural. Desde 2003, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabelece diretrizes para a adoção de medidas, que incentivem a participação de pequenas e médias empresas nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. Em 2018, a Diretoria Colegiada da ANP já havia aprovado a Resolução nº 749, que regulamentou o procedimento para concessão da redução de royalties como incentivo à produção incremental em campos maduros. O Art. 1º da Resolução CNPE nº 04, de 04/06/2020, estabeleceu, como de interesse da Política Energética Nacional, que a ANP avaliasse adoção de medidas, visando à redução para até 5% da alíquota de royalties, para campos concedidos a empresas de pequeno e médio portes, classificadas de acordo com os critérios estabelecidos pela Agência. Antes de sua publicação, o texto passou por um período de consulta e audiência públicas. Adicionalmente, para estimular a participação social, foi realizado, em dezembro de 2020, um workshop com entes federados beneficiários dos royalties, o Ministério de Minas e Energia (MME) e integrantes da indústria. A expectativa, com a nova resolução, é de que haja aumento na atratividade econômica e continuidade da produção, com extensão da vida útil dos campos, mantendo seus benefícios socioeconômicos regionais, como geração de empregos, renda e arrecadação de tributos estaduais e municipais. Há, ainda, a perspectiva de aumento da participação de empresas de pequeno e médio portes nas atividades de exploração e produção, resultando em maior pluralidade de atores da indústria. Os critérios para classificação do porte de uma empresa, no setor de petróleo e gás, estão previstos na Resolução ANP

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nº 32/2014. Atualmente, a lista das empresas classificadas inclui 19 de pequeno porte, e 5 de médio porte. Existem 113 campos pertencentes a empresas de pequeno e médio portes, porém, 15 campos não produziram em 2021. A regulamentação da redução de royalties será um incentivo à retomada da produção desses campos inativos. Em produção, existem 38 campos operados por empresas de pequeno porte, e 60 de médio porte. As empresas de pequeno porte são: Alvopetro S.A. Extração de Petróleo e Gás Natural; BGM Petróleo e Gás S.A.; Duna Energia S.A.; Eagle Exploração e Produção de Óleo e Gás Ltda. ; Energizzi Energias do Brasil Ltda.; EPG Brasil Ltda.; Geopark Brasil Exploração e Produção de Petróleo e Gás Ltda.; Imetame Energia Lagoa Parda Ltda.; Imetame Energia Ltda.; Leros Petróleo e Gás S.A; Nord Oil and Gas S.A.; OESTE DE CANOAS Petróleo e Gás Ltda.; Perícia Engenharia e Construção Ltda.; Petroborn Óleo e Gás S.A.; Petroil Óleo e Gás Ltda.; Petrom Produção de Petróleo e Gás Ltda.; Phoenix Óleo & Gás Natural Ltda.; Santana Exploração e Produção de Óleo e Gás Ltda.; Ubuntu Engenharia e Serviços Ltda. – ME; Vipetro Petróleo S.A. As empresas de Médio Porte: Maha Energy Brasil LTDA.; Petrosynergy Ltda.; Potiguar E&P S.A.; Recôncavo E&P S.A.; eSPE 3R Petroleum S.A. A atuação dessas empresas, no Brasil, é um importante catalisador do desenvolvimento socioeconômico regional, em especial no interior do Nordeste. A redução de royalties terá potencial impacto sobre 52 campos no RN, 30 na BA, 13 em AL, 10 no ES, 7 em SE e 1 no MA. Em atendimento ao Art. 2º da Resolução CNPE nº 4, de 04/06/2020, outras iniciativas, para impulsionar a atratividade de projetos e benefícios socioeconômicos regionais associados, estão em andamento na ANP, como a definição e implementação de eventuais incentivos para acumulações ou campos com economicidade marginal.


Búzios produz 709,7 Mboe/d no primeiro mês de vigência do Acordo de Coparticipação O campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, produziu 709,697 Mboe/d (mil barris de óleo equivalente por dia), no mês de setembro, sendo 566,196 Mbbl/d (mil barris diários) de petróleo, e 22,815 MMm3 (milhões de metros cúbicos) de gás natural. A partir deste mês, a produção do campo passou a ser atribuída a dois contratos distintos, um de cessão onerosa e outro de partilha, oriundo da primeira Rodada de Licitações dos Volumes de Excedentes da Cessão Onerosa, realizada em 2019. As parcelas correspondentes foram definidas no Acordo de Coparticipação de Búzios (ACP de Búzios), aprovado pela ANP, em agosto. O percentual destinado ao contrato de Cessão Onerosa é de 26,1205% e, para o contrato de Partilha de Produção, é de 73,8795%. O ACP de Búzios garante segurança jurídica para essa modalidade de contrato, além de gerar um aumento na arrecadação de royalties para a União, estados e municípios brasileiros, bem como o recebimento de um percentual da produção pela União. Em novembro de 2019, na primeira Rodada dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa, o consórcio formado pela Petrobras (operadora), CNODC Brasil Petróleo e Gás Ltda. e CNOOC Petroleum Brasil Ltda adquiriu o direito de exploração e produção do volume excedente ao Contrato de Cessão de Cessão Onerosa do campo de Búzios, sob o regime de partilha. No segundo leilão, previsto para 17 de dezembro, serão licitados os volumes excedentes das áreas de Sépia e Atapu. As informações consolidadas sobre a produção nacional no mês estão disponíveis no Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural, no site da ANP. Também estão disponíveis, de forma interativa, nos Painéis Dinâmicos de Produção de Petróleo e Gás Natural. A produção nacional de petróleo e gás natural, em setembro, totalizou 3,840 MMboe/d, sendo 3,001 MMbbl/d de petróleo, e 133 MMm3/d de gás natural. Houve aumento de 0,1% na produção de petróleo, em comparação com o mês anterior, e de 3,2%, em comparação com setembro de 2020. Já no gás natural, houve redução de 2,4%, em comparação com o mês anterior, e aumento de 6,5%, se comparado a setembro de 2020. A produção do Pré-sal, no mês de setembro, totalizou 2,845 MMboe/d (milhões de barris de óleo equivalente), sendo 2,255 MMbbl/d (milhões de barris por dia) de petróleo, e 93,8 MMm³/d (milhões de metros cúbicos diários) de gás natural. Foi o maior registro histórico de produção mensal no Pré-sal, tanto em termos absolutos, quanto em percentual de participação na produção total do país. Houve aumento de 2,9%, em relação ao mês anterior, e de 10%, se comparada ao mesmo mês de 2020. A produção do Pré-sal teve origem em 130 poços, e correspondeu a 74,1% do total produzido no Brasil.

@Agência Petrobras

Em setembro, o aproveitamento de gás natural foi de 97%. Foram disponibilizados ao mercado 48,8 MMm³/dia. A queima de gás, no mês, foi de 3,9 MMm³/d, um aumento de 28,4%, se comparada ao mês anterior, e de 14,6% se comparada ao mesmo mês, em 2020. Em setembro, o campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural, registrando 948 Mbbl/d de petróleo, e 43,1 MMm3/d de gás natural. A plataforma Petrobras 75, produzindo no campo de Búzios, por meio de quatro poços a ela interligados, foi a instalação com maior produção de petróleo, com 166,771 bbl/d; a instalação FPSO Cidade de Itaguaí, produzindo no campo de Tupi, por meio de 7 poços a ela interligados, foi a instalação com maior produção de gás natural, produzindo 6,678 MMm³/d; Estreito, na Bacia Potiguar, teve o maior número de poços produtores terrestres: 984; Tupi, na Bacia de Santos, foi o campo marítimo com maior número de poços produtores: 62. Os campos de acumulações marginais produziram 322,3 boe/d, sendo 85 bbl/d de petróleo, e 37,7 Mm³/d de gás natural. O campo de Iraí, operado pela Petroborn, foi o maior produtor, com 230,9 boe/d. O grau API médio do petróleo, extraído no Brasil, foi de 28,1, sendo 2,1% da produção considerada óleo leve (>=31°API), 88,1% óleo médio (>=22 API e <31 API), e 9,8 % óleo pesado (<22 API). As bacias maduras terrestres (campos/testes de longa duração das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) produziram 91,749 Mboe/d, sendo 71,4 mil bbl/d de petróleo, e 3,2 MMm³/d de gás natural. Desse total, 66,3 mil boe/d foram produzidos pela Petrobras, e 25,4 mil boe/d foram produzidos por concessões não operadas pela Petrobras, dos quais: 16.122 boe/d no Rio Grande do Norte; 8.397 boe/d, na Bahia; 493 boe/d, no Espírito Santo; 266 boe/ d, em Alagoas; e 164 boe/d, em Sergipe.

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Garantias de descomissionamento na ANP

A ANP aprovou (23/09) resolução, que regulamenta procedimentos para apresentação de garantias e instrumentos que assegurem o descomissionamento de instalações de produção, em campos de petróleo e gás natural.

A apresentação de garantias financeiras de descomissionamento de instalações já estava prevista nos contratos de exploração e produção, de petróleo de gás natural, firmados entre a ANP e as empresas. A resolução traz previsibilidade quanto ao momento de apresentação da garantia, e segurança jurídica, quanto aos critérios exigidos para sua aceitação pela ANP, respeitada a baliza de discricionariedade da Agência. A questão ganhou especial importância no contexto atual, com a proximidade do fim de contratos da Rodada Zero e a execução de projetos de desinvestimento da Petrobras, o que transfere os direitos e obrigações de um número expressivo

@ANP (PDIs)

de contratos para outras empresas. O descomissionamento é uma obrigação contratual, e é realizada ao final de sua vida produtiva do Campo, quando a produção já não é suficiente para sustentar os custos de operação. O descomissionamento requer que os contratados realizem gastos, exatamente em um momento em que o campo já não apresenta retorno financeiro. Por isso, os contratos para exploração e produção de petróleo e gás natural determinam, além da própria obrigação de conduzir o abandono e a desativação das instalações, a obrigação apresentar garantias financeiras, para assegurar os recursos necessários para este fim. A ANP começou a debater o tema em 2015 e, a partir de 2018, no âmbito da Tomada Pública de Contribuições nº 8/2018, foram intensificadas as discussões por meio de grupos de trabalho, junto às partes interessadas, possibilitando consolidar as modalidades de garantias, a metodologia de cálculo do custo do descomissionamento, e o modelo de aporte progressivo, com o objetivo de assegurar financeiramente o descomissionamento à União. A ANP submeteu a minuta à apreciação do mercado, por meio da consulta prévia em março de 2020, e posteriormente à consulta e audiência públicas, resultando na nova resolução aprovada ontem. A resolução entrou em vigor após sua publicação no Diário Oficial da União, em conformidade com o Decreto 10.139/19.

Contrato para monitoramento de risers de aço no campo de Bacalhau A 4Subsea obteve um contrato de serviço para monitorar risers de catenária de aço em FPSO, no campo de Bacalhau. O serviço é prestado usando 4insight® Subsea Asset Integrity, que combina sensores avançados de tensão e movimento para medir os movimentos da embarcação e a carga do riser com algoritmos para calcular a pressão e a tensão do arco, danos acumulados por fadiga do riser, e taxa de danos para monitorar a integridade e os riscos para os risers da catenária de aço no FPSO. O serviço digital é entregue como painéis de monitoramento e dados alimentados na plataforma de dados da Equinor, para análise posterior. O serviço de monitoramento de riser monitora continuamente a integridade física de diferentes infraestruturas submarinas e offshore, usando sensores autônomos retrofitáveis, e algoritmos e métodos de aprendizagem de máquina otimizados, para diferentes ativos e medições. Os resultados são apresentados como insights e painéis de fácil

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interpretação, simplificando a análise complexa, e apoiando efetivamente as decisões críticas. Os dados também estão disponíveis por meio de APIs abertas, que as próprias plataformas de dados da Operadora podem acessar para análise posterior. @Divulgação “Estamos muito satisfeitos, por termos sido escolhidos para monitorar a integridade dos risers do Bacalhau. Esses serviços, comprovadamente, reduzem o risco operacional e os custos durante operações complexas, e são ótimas demonstrações da transformação digital das operações offshore para aumentar a segurança”, disse Peter Jenkins, CEO da 4Subsea. Os mesmos sensores, tecnologia e algoritmos foram adaptados, para monitorar a fadiga e integridade em instalações eólicas offshore, para monitorar a integridade da construção e dos cabos, demonstrando a versatilidade e robustez da tecnologia de sensor 4Subsea e serviços digitais.


Com IA, indústria de O&G pode diminuir emissões de GEE Um estudo divulgado pelo Boston Consulting Group (BCG) apontou que a melhor saída para reduzir as crescentes emissões de gases de efeito estufa (GEE), por parte da indústria global de óleo e gás, é o uso de inteligência artificial (IA), para identificar e mapear essas emissões com maior precisão. O relatório The AI Angle in Solving the Oil and Gas Emissions Challenge mostrou também que as preocupações neste sentido podem criar, inclusive, uma vantagem competitiva para empresas desta indústria, uma vez que muitos de seus clientes já vêm trabalhando para reduzir suas próprias emissões de GEE. O setor de óleo e gás é responsável por 41% das emissões globais de GEE. Enquanto 10% são emissões diretas (escopo 1), as indiretas, relacionadas à energia elétrica (escopo 2), são 1% do total, e as demais (escopo 3) representam 30%. O segredo, segundo o BCG, portanto, está em identificar e reduzir os impactos na cadeia de fornecedores e consumidores finais. Para a consultoria, a IA é uma aliada fundamental do setor para apoiar a tarefa. A tecnologia permite que empresas aproveitem dados de fornecedores e consumidores, para criar modelos preditivos que estimam os níveis de emissões com mais precisão. Desta forma, elas podem refinar suas estratégias de descarbonização, ao realizar ações mais efetivas, e monitorar os progressos com mais precisão. As emissões de escopos 1 e 2 são mais simples de serem mitigadas, com iniciativas operacionais e de eficiência energética, por exemplo. Já as de escopo 3 são de maior dificuldade – e é onde mais esforços devem ser aplicados. Com o apoio da IA, as empresas podem fazer análises mais avançadas e precisas, que ajudam na identificação das fontes e impulsionadores das emissões indiretas, e assim direcionar as estratégias e ações mais valiosas, para atingir o objetivo de descarbonização. Tudo deve ser feito levando em conta as particularidades dos ativos energéticos da empresa, possíveis impactos financeiros das ações, e a regulação vigente”, avalia Henrique Sinatura, diretor-exe-

cutivo e sócio do BCG. Além disso, para auxiliar as indústrias de óleo e gás que desejam começar a trabalhar de forma mais sustentável, o BCG preparou três importantes recomendações: • Certificar-se de que os esforços de previsão de emissões sejam feitos em todas as operações de base, incluindo fornecedores e clientes. Levar em consideração todos os processos de produção e oportunidades de crescimento, não deixando que eles sobrecarreguem a meta de redução de emissões; • Focar os esforços de redução em cenários que considerem

melhorias no processo de produção e a vida útil esperada dos ativos utilizados. Essas iniciativas podem ser executadas rapidamente, mas devem ser economicamente sólidas; Integrar ferramentas digitais de redução à central de dados para gerar uma única fonte para os dados financeiros e de cadeia produtiva, tornando o sistema mais confiável. A estratégia pode servir de base para um programa de gestão de mudanças culturais e trabalhistas, permitindo uma @Divulgação tomada de decisão rápida e a redução de carbono mais ágil e eficaz; O estudo completo você encontra on-line. Ele aborda os desafios da redução de emissões de gases de efeito estufa por partes das empresas, bem como as possíveis soluções para reduzi-los, como o uso de inteligência artificial e um planejamento de ações. no 386

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Navios autônomos e e-Navigation são destaques em evento marítimo com participação da Firjan

O e-Navigation e os navios autônomos são as novas tendências de negócios no ambiente do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro (CTN-RJ). Com esse destaque, Carlos Erane de Aguiar, vice-presidente da Firjan, presidente do Conselho de Administração do CTN-RJ, e diretor-presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde), abriu os painéis internacionais da manhã do 1º Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial para Navios e Navios Autônomos, em 17/09. “O e-Navigation ou navegação aprimorada está entre os projetos de modelos de negócios que estão sendo discutidos no ambiente do Cluster marítimo do estado. A sedimentação desse conceito permitirá um tráfego de dados mais eficiente desde o porto de origem, em qualquer parte do planeta, até seu destino, agilizando operações de serviços alfandegários, sanitários, tributários, de segurança marítima, de navegação e de meteorologia, entre outros”, explicou Erane. Segundo Erane, que também é presidente do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança Pública da Firjan, novas tecnologias poderão ser agregadas às infraestruturas portuárias, observando o conceito da indústria 4.0 na automatização e digitalização dos portos, obtidas pela robótica, big data, internet das coisas (IoT), blockchain e inteligência artificial. “É nesse mesmo cenário que os navios autônomos também se apresentam como uma tendência, que evolui rapidamente nas tratativas para a regulamentação da operação de sistemas marítimos autônomos”, contextualizou. O evento foi mediado por Alejandro Caprario, presidente do Cluster Brasileiro de Inteligência Artificial para Navios e Navios Autônomos (Cianna), organizador do evento. O encontro on-line discutiu, em dois dias, os desafios da indústria; a importância da produção nacional de novas tecnologias; e a necessidade de aprovação de refor12

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mas pelo Congresso Nacional, para alavancar a competitividade do Brasil. Diante do que vem se intensificando no Rio de Janeiro com o desenvolvimento das novas tecnologias, Erane sinalizou que há novas oportunidades de negócios surgindo. Mas, acredita que ainda é preciso consolidar um arcabouço legal que ampare o emprego dessas tecnologias, proporcionando mais segurança jurídica aos empreendedores do setor. Na esteira da consolidação de um hipercluster marítimo brasileiro, o CTN-RJ se encontra em vias de assinar um acordo de cooperação técnica com o cluster marítimo de Santa Catarina e com o do Rio Grande do Sul. “Estamos com esperança de que o cluster se propague e se consolide no Brasil inteiro”. Erane ressaltou ainda que o estado do Rio é sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), centro dedicado ao estudo de inteligência artificial, e que dispõe de infraestrutura de alto desempenho. “No Rio, também se encontra o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Virtuais de Produção, da Firjan, que é membro do Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial para Indústria 4.0, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações”, acrescentou.


Posicionamento sobre precificação de derivados “O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) acredita que mercados eficientes maximizam os benefícios à sociedade, porque equilibram, no tempo, competitividade e investimentos contínuos. A precificação dos combustíveis no Brasil, que contempla derivados de petróleo e biocombustíveis, deve ocorrer segundo premissas claras de mercado, evitando-se mecanismos conjunturais, que causem distorções e desequilíbrios que comprometem o abastecimento e a continuidade de investimentos. Nesse contexto, o alinhamento de preços ao mercado internacional apresenta-se como a abordagem necessária para garantir o abastecimento do mercado aos menores custos para a população, seja por viabilizar a complementação do mercado a partir de fontes de menor custo, quanto por transparência aos investidores em refino, logística e distribuição no Brasil. O consumo de combustíveis tem crescido, ao longo de 2021, e já alcança patamares pré-pandemia. A capacidade de produção interna de derivados é inferior à demanda, e o equilíbrio para o atendimento ao crescente mercado se dá via importação. De janeiro a agosto de 2021, 26% do volume de diesel e 8% da gasolina foram adquiridos no mercado externo. Mesmo com o 9º parque de refino do mundo, e com capacidade de produção de 2,3 milhões de b/d, o Brasil é um impor-

tador líquido de derivados, quadro que não deve alterar-se na próxima década. Sem a percepção clara por parte dos agentes econômicos de que os preços variarão segundo regras de mercado, como ocorre com todas as demais commodities, não há segurança para a ampliação do parque de refino nacional, para a ampliação da @Divulgação produção de biocombustíveis, ou ainda, para que agentes importadores complementem o déficit interno de derivados, especialmente considerando o atual cenário mundial de defasagem conjuntural entre oferta e demanda de commodities, devido à rápida e significativa recuperação pós pandemia. O mercado de combustíveis é mundialmente integrado, e é o alinhamento de preços ao mercado internacional, adotado no Brasil desde 2016, que garante a transparência quanto aos preços relativos, e dá a sinalização correta aos agentes econômicos, para que estes invistam no aumento da oferta, e no aprimoramento da logística de distribuição, garantindo o abastecimento nacional. O IBP advoga pela livre formação de preços e liberdade de importação de derivados e biocombustíveis, como forma de promover a competição, a atração de investimentos, a geração de novos empregos e, consequentemente, a garantia do abastecimento nacional no curto e longo prazo”.

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Lei do Gás F

oi quase uma década, de discussões, reuniões e movimentos sobre o mercado de gás no Brasil. O que, nem de longe, resultou num PL 4476/2020 de texto fácil de ser aprovado. A ideia era substituir o monopólio estatal federal por um setor de investimento privado, sem privilégios ou subsídios; estimular a entrada de novos fornecedores de gás natural; tornar o setor mais transparente; promover a competitividade na comercialização de gás natural, especialmente para o consumidor industrial; reduzir os preços do gás natural, do gás de cozinha, do combustível e da energia elétrica no país; gerar empregos. Texto aprovado, a Nova Lei do Gás Natural (Lei no14.134, de 8 de abril de 2021) estabeleceu um marco para a produção do gás no Brasil. Pela nova lei, o regime de concessão é extinto, e novos gasodutos poderão ser construídos, por meio do regime de autorização, ou seja, a empresa que for construir um gasoduto deverá pedir autorização para a ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. A intenção é tornar o processo mais simples, evitar concentração de mercado, e aumentar a concorrência. Segundo o MME, o país precisava de regras que atendessem a todos os agentes, de forma equânime, e o novo cenário prevê uma adequação de até 5 anos para os contratos vigentes de transporte de gás. O maior ator desse mercado no país, a Petrobras, nesse processo de abertura do mercado de gás natural, assinou um Termo de Compromisso de Cessação (TCC), em julho de 2019, com o Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica –, prevendo um conjunto de medidas para a redução da sua participação nos diversos elos da cadeia do gás natural, e a entrada de novos agentes no mercado. Entre os compromissos assumidos pela estatal, está o desinvestimento nas empresas de transporte e distribuição; a indicação de conselheiros de administração independentes para estas empresas, enquanto o desinvestimento não é concluído; a negociação de acesso de terceiros, para utilização de instalações de processamento e escoamento; a indicação dos volumes de injeção e retirada nos sistemas de transporte e, posteriormente, negociação com as transportadoras, para promover as adequações necessárias aos contratos de transporte vigentes, a fim de que as transportadoras possam ofertar a capacidade remanescente ao mercado, no regime de entrada e saída – para facilitar a entrada de novos agentes na oferta do gás natural; arrendar o Terminal de GNL

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(Gás Natural Liquefeito) da Bahia; reduzir as compras de gás natural; e contratar um Trustee de Monitoramento para o acompanhamento das ações; entre outros. Mas, como o novo mercado foi pensado como sendo regulado por suas próprias forças, nem tudo está definido. A Petrobras propôs aumentar, já para 2022, os valores dos fornecimentos de gás, em até quatro vezes mais, propondo contratos de 1 mês a um ano, por cerca de US$ 35, por milhão de BTUs; e contratos de 4 anos, por cerca de US$ 20, por milhão de BTUs. A estatal pontua que os reajustes se devem à cotação do gás natural no mercado internacional e, desde agosto, essa diferença entre a demanda e a oferta mundial se vem agravando, fazendo com que os valores no mercado spot sejam ainda mais altos. E a Abegás – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado – decidiu entrar com uma representação contra a Petrobras, no Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. A Associação afirma que o TCC assinado pela Petrobras não está gerando resultados, não está permitindo que outros agentes entrem no mercado. Sobre isso, a Petrobras, em nota, reforçou “seu compromisso em oferecer às distribuidoras de gás natural mecanismos contratuais para reduzir a volatilidade, e conferir mais previsibilidade aos preços do produto, mantendo o alinhamento com o mercado internacional. Neste sentido, a companhia está negociando novas modalidades de contratos de gás natural, no âmbito das chamadas públicas. Importante reforçar que, para atender a demanda brasileira por gás natural, em 2022, é imprescindível complementar a oferta com importação de GNL. Observa-se que alta demanda por GNL e limitações da oferta internacional resultaram em expressivo aumento do preço internacional do insumo, que chegou a subir cerca de 500%, em 2021, com tendência de manutenção da alta, no início de 2022. Buscando atenuar o aumento, a Petrobras ofertou contratos com referência de indexadores, ligados ao GNL e ao Brent, assim como a opção de parcelamento nos contratos de longo prazo. Cabe reforçar que os novos contratos ainda se encontram em fase de negociação, no âmbito das chamadas públicas, nas quais a Petrobras concorre com outras empresas. Importante ressaltar que essa situação não se aplica a todo o mercado de gás natural, mas apenas a uma parcela de cerca de 20% da demanda nacional.”


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Mercado de gás é parte importante do PNE Em toda ação envolvendo o presente e o futuro, as práticas e políticas relacionadas às energias no Brasil têm – ou deveriam ter – base no Plano Nacional de Energia, elaborado pela EPE – Empresa de Pesquisa Energética. A última versão desse documento, o PNE 2050, tem um caráter integrado e dinâmico, e deve ser entendido como um processo dividido em três etapas: o desenho da estratégia (descrito no Relatório do Plano Nacional de Energia 2050), a implementação da estratégia (a ser estabelecida em um Plano de Ação) e, por fim, o monitoramento dos efeitos e desdobramentos da estratégia adotada. Com isto em mente, o Plano foi construído com base na observação do cenário atual e futuro do setor, bem como os movimentos que já vinham sendo realizados, e terão maior força, nos próximos anos. “Neste sentido, buscou-se levantar inicialmente uma série de desafios, a serem enfrentados pelo setor de gás, nesta transição do histórico para o futuro, e, em seguida, buscou-se avaliar quais seriam as ferramentas importantes para a resolução destes desafios. As ferramentas de política pública, indicadas no PNE 2050, foram integradas e aprimoradas, com base nas iniciativas que já vinham sendo realizadas no setor de gás natural, a principal delas sendo o programa Novo Mercado de Gás, inaugurado em 2019, com participação da EPE, e que prossegue até hoje, com a atuação do Comitê de Monitoramento da Abertura do Mercado de Gás Natural (CMGN), do qual a EPE também faz parte”, pontua Heloísa Borges, Diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural na EPE – Empresa de Pesquisa Energética. Sendo assim, o Programa Novo Mercado de Gás, bem como a LEI Nº 14.134, de 8 de abril de 2021 e o decreto Nº 10.712, de 2 de junho de 2021 que a regulamenta, têm sido os principais instrumentos do poder público, no sentido de equacionar os parâmetros necessários para a abertura do

Perspectivas de produção de gás natural no Brasil

Perspectivas de produção de gás natural no Pré-Sal e capacidade existente de escoamento

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Matéria de Capa mercado, também solucionando os desafios que haviam sido levantados no PNE 2050, e no relatório de diagnóstico do Novo Mercado de Gás. No que toca à criação de um mercado competitivo de gás natural, Heloísa destaca que já foi concluído o arrendamento do terminal de GNL da Bahia, de posse da Petrobras; já são observados novos ofertantes privados de gás natural para as CDLs, assinando contratos junto a elas, em chamadas públicas para fornecimento de molécula (das quais algumas estão em andamento, e apresentarão resultados nos próximos meses); estão sendo estabelecidas regras para acesso de terceiros a escoamento e UPGNs, e a Petrobras já publicou informações sobre suas instalações, para facilitar a solicitação de acesso; e contabilizam-se 53 produtores, 73 carregadores (6 com movimentação ativa), e 12 consumidores livres (16% do consumo nacional, no 1ºtri/2021). Já no eixo de viabilização da expansão da infraestrutura, a executiva da EPE destaca que dois terminais privados de GNL já entraram em operação, desde 2019 (SE, RJ); pelo menos mais três terminais privados de GNL já estão previstos (SC, PA, PE); o projeto de gasoduto de transporte Itaboraí-Guapimirim se encontra em vias de construção; houve retorno das perspectivas para as obras do gasoduto GASFOR II, que estava hibernado; e foi anunciada nova rota de escoamento, trazendo gás já especificado, do projeto Pão de Açúcar. Ressalte-se que a integração do gás com os setores elétrico e industrial já contou com discussões sobre a composição do gás natural no GT de integração; sobre novos modelos de negócio e regras para UTEs a gás, devido aos parâmetros dos projetos. E, do leilão PCS 1/2021 (realizado

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O escoamento da produção de gás do Pão de Açúcar (campo BM-C-33, no Présal da Bacia de Campos, operado pela Equinor), programado para entrar em operação em 2026, será direcionado para Cabiúnasa, través de um gasoduto offshore, ligando o FPSO até uma nova instalação de recebimento de gás onshore, no TECAB da Petrobras, em Cabiúnas – Macaé, e daí para a rede de transporte de gás nacional. 16

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dia 25/10, já sob as novas regras), saíram 14 projetos de UTEs a gás, vencedores no produto “disponibilidade”, que se preparam para entrar em operação a partir de 2022. Heloísa pontua que, no que tange à harmonização das regulações estaduais e federal – tema que ainda gera dúvidas – foi publicado um manual de boas práticas, para auxiliar os Estados, com adesão voluntária. “No Decreto 10.712/2021, foi estabelecido o Pacto Nacional para o Desenvolvimento do Mercado de Gás Natural, também com adesão voluntária e caráter de cooperação entre os Estados. Pelo menos sete estados já alteraram seus limites de enquadramento com o Consumidor Livre (SC, SE, BA, RJ, SP, ES e AM), e as discussões sobre o modelo regulatório têm avançado em mais um Estado, o Rio Grande do Sul. “É sempre importante ressaltar que as políticas públicas da esfera federal estabelecem um arcabouço, sobre o qual as transações irão ocorrer, porém, a regulação da distribuição de gás natural é uma atribuição dos estados, e o investimento nas infraestruturas deve ser realizado pelos agentes, para que estas instalações possam, de fato, operar e alavancar o setor. Por este motivo, é importante avançar na harmonização regulatória entre as esferas federal e estadual, a fim de que a sociedade possa apropriar-se de todos os potenciais benefícios vislumbrados. Os projetos analisados nos Planos Indicativos da EPE (PIG, PIPE, PITER) devem ser detalhados pelos agentes, e, em seguida, construídos, somente se todos os condicionantes de mercado relevantes estiverem equacionados. Somente com a integração entre as condições socioambientais, as políticas públicas, e os investimentos privados, é que o setor de gás natural realmente terá o avanço que tanto desejamos”, destaca Heloísa Borges.

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@ André Valentim – Agência Petrobras

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Lei do Gás é arcabouço regulatório, mas não cria mercado, nem aumenta a oferta de gás ou torna os preços mais competitivos

A

Nova Lei do Gás, nome popular da Lei nº 14.134, de 8 de abril de 2021, definiu as bases para a formação de um mercado organizado de gás natural, prevendo até a existência de uma entidade administradora desse mercado, que deverá celebrar acordo de cooperação técnica com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Entre os ganhos, a Nova Lei do Gás estabeleceu o modelo de contratação de capacidade de transporte por entrada e saída, podendo ser contratadas de forma independente; assegurou o acesso não discriminatório e negociado de terceiros interessados aos gasodutos de escoamento da produção, às instalações de tratamento ou

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processamento de gás natural, e aos terminais de GNL. Isso permite que os produtores, mesmo os pequenos, possam escoar e processar o gás natural produzido, para depois ofertar ao mercado. No entanto, segundo os agentes econômicos do setor, a fase de adaptação terá início em janeiro de 2022, exigirá harmonização das regulações estaduais à lei federal, e “a interiorização dessas linhas mestras pelos principais stakeholders, principalmente a Petrobras, que ainda é, e vai continuar sendo, o maior supridor de gás do país, para que se possa atingir o pleno funcionamento desse novo mercado, daqui a algum tempo”, afirma Larissa Dantas, CEO da Potigás,


Matéria de Capa algum processo que leve a redução do nível de reinjeção do gás que, na bacia de Santos, chega a ser superior a 50%”. “Acho que essas lacunas devem efetivamente passar por um acerto na fase regulatória na ANP. Achar que as leis do mercado irão resolver a questão da maior oferta de gás e preços mais competitivos no Brasil é um equívoco brutal, ou uma expectativa de que isso aconteça em muito longo prazo”, enfatiza Victer. Para a Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, do Ministério de Minas e Energia, “o objetivo é que o mercado competitivo seja formado dentro do sistema de transporte de gás natural, em um ponto virtual de negociação, permitindo a contratação da entrada por um agente, e a saída, por outro, e, consequentemente, a negociação do gás natural ocorra independentemente de sua localização física, promovendo a liquidez e a competição nesse mercado, favorecendo a diversificação de agentes, importante para a formação do mercado competitivo”.

Harmonização regulatória

sinalizando que o ponto positivo envolve o atendimento de uma demanda antiga do setor, aguardada com expectativa. Já o engenheiro e administrador Wagner Granja Victer – ex-Secretário de Energia, Indústria Naval e do Petróleo do Estado do Rio de Janeiro, e ex-conselheiro do CNPE –, é categórico: “Não resolveu os principais problemas que existiam”. Para ele, há três pontos dependentes de equalização: o barateamento do preço final do gás; a criação de um modelo efetivo que venha a desparametrizar o gás de preços internacionais como se fosse uma commodity – “ou seja, criar um hub nacional, onde inclusive estados produtores possam ter melhores preços,–; e o fato de não remeter a

Escalonando as necessidades, a CEO da Potigas acredita que, do lado da demanda, “a diversificação pode ser obtida com novos consumidores livres”, porém, depende da harmonização das regulações federal e estaduais, o que inclui a regulação do consumidor livre. “Com relação à viabilização da expansão da infraestrutura de transporte de gás natural, consigo enxergar alguns pontos acontecendo. Como a velocidade do mercado de gás é impressionante, nos tem demandado muita atenção e acompanhamento diário de todos os acontecimentos”, esclarece, seguindo para a integração do novo modelo do mercado de gás com o setor elétrico, que, garante Dantas, “ainda tem muito a percorrer. É preciso de mais maturidade para o mercado, e, infelizmente, nesse momento de crise energética no Brasil e no mundo, não temos muito como pensar nisso no curto prazo; no médio prazo, tenho a sensação de que isso irá ocorrer”. Medidas para melhor integração entre os setores de gás natural e elétrico estão sendo implementadas nos leilões de energia elétrica, informa a Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, explicando que essas “não são medidas estabelecidas na Nova Lei do Gás, mas sim nas portarias de diretrizes para os leilões de energia elétrica e nos respectivos editais. São exemplos de medidas implementadas, a retirada do limite de inflexibilidade operativa para as usinas termelétricas a gás natural, e a possibilidade de habilitação de empreendimentos com recursos contingentes ou reservas de gás natural”. Concordando com os dois entrevistados, de que o arcabouço legal necessário não é suficiente para o surgimento de um mercado aberto, dinâmico e competitivo, o MME alerta que chegar à maturidade demanda anos, a exemplo do

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Matéria de Capa @Potigas

ocorrido em países europeus, e complementa: “é necessária a harmonização da regulação dos serviços locais de gás canalizado, de competência dos estados, e que inclui, entre outros, a definição dos critérios para classificação de consumidores livres”. Em todo caso, a Lei e sua regulamentação sinalizam para que o mercado se desenvolva com as condições dadas, o que não impede – lembra o MME – “que outras medidas possam ser tomadas, a partir da análise de dificuldades ou barreiras, enfrentadas pelos agentes para acesso ao mercado”. Mais alguns passos foram dados, com o Decreto nº 10.712, de 2 de junho de 2021, que regulamenta a Nova Lei do Gás, e estabelece a formação “de redes de conhecimento, para geração e disseminação de conhecimento e experiências, relativos às políticas energéticas e da regulação da indústria do gás natural, as diretrizes da ANP para a regulação estadual dos serviços locais de gás canalizado, e o Pacto Nacional para o Desenvolvimento do Mercado de Gás Natural, acordo voluntário celebrado entre representantes da União, dos Estados e do Distrito Federal, que estipula a cooperação federativa para a efetivação das medidas necessárias para a harmonização das regulações estaduais e federais, e para o desenvolvimento do mercado de gás natural”.

Contrapontos Victer entende que “os resultados computados, até en20

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tão, ainda são mera expectativa e mero sentimento. Enquanto não houver efetivamente uma situação de maior oferta e menores preços, não podemos afirmar que o resultado foi eficaz”. Não deixa, contudo, de lembrar de um bom exemplo: o recente leilão de reserva de capacidade de geração de energia elétrica, através de gás natural liquefeito importado (GNL), foi “importante, mesmo com a grande disponibilidade de gás, a maioria dos projetos ainda vai trabalhar em GNL e, hoje, no Brasil, há um conjunto de terminais de importação de GNL, com perspectivas de serem construídos, inclusive próximos às bacias produtoras de gás”, lamenta. Lembrando que a lei foi promulgada há sete meses, Dantas indica a organização de empresas para construção de novas infraestruturas, como “sinal muito positivo”, ao qual agrega as “Chamadas Públicas de algumas distribuidoras que tiveram ofertantes, novos fornecedores na indústria de gás, com valores bem mais em conta do que os valores apresentados pela Petrobras. Notadamente, os fornecedores de gás onshore, uma solução em que o Rio Grande do Norte apostou, e também os demais produtores de gás onshore como a Bahia, Espírito Santo, dentre outros. E, a partir de janeiro, no RN, vamos ter um GNV muito mais barato, com uma tarifa extremamente atrativa e competitiva para a indústria, que vai facilitar a reindustrialização, geração de emprego e renda, e criar um momento para a indústria potiguar”.


Notícias da Petrobras

Petrobras e Firjan assinam protocolo de intenções para viabilizar um complexo industrial no Polo GasLub

@ Paula Johas/Firjan

A Petrobras e a Firjan assinaram, em setembro, um protocolo de intenções para realização de ações e estudos, para a implantação de um complexo industrial no Polo GasLub, em Itaboraí, no Leste Fluminense. A cerimônia ocorreu no Palácio Guanabara, onde a Petrobras também assinou protocolos de intenções com o governo do estado e a prefeitura de Itaboraí, para explorar o potencial da infraestrutura do antigo Comperj, e fomentar o desenvolvimento econômico da região. No local, está sendo implantada a Unidade de Processamento do Gás Natural – UPGN – do GasLub, que deve entrar em operação no primeiro semestre de 2022. O objetivo dos protocolos é atrair grandes indústrias, que poderão utilizar o gás natural proveniente do gasoduto de escoamento Rota 3, seja como matéria-prima ou como fonte de geração de energia e calor. Iniciativas que constam no estudo “Rio a todo gás”, elaborado pela Firjan no ano passado, e que reúne diversas propostas para destravar investimentos em gás natural, que podem alcançar R$ 45 bilhões no estado fluminense. @Comperj/Petrobras

“Foi entendendo o potencial do mercado de gás natural e seus benefícios para o estado do Rio, que a Firjan elegeu o ano de 2021 como o ano da demanda de gás. E, não há como falar de GasLub, sem falar da estruturação de um novo mercado de gás aberto, dinâmico e competitivo. E esse novo mercado passa pelo fortalecimento da indústria. Estamos desenvolvendo um Mapeamento de Demanda, que já passou por todas as regiões do estado, e visa a identificar todo o

potencial industrial de consumo de gás”, destacou o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano. Segundo ele, o papel da federação, na cooperação conjunta, vai além do apoio ao desenvolvimento de projetos na região do GasLub. “Por meio da excelência e das capacidades oferecidas pela Firjan SENAI SESI, daremos suporte na capacitação profissional, e oferta de serviços sociais para os empregados e seus familiares, além de produzir estudos de desenvolvimento de oportunidades para a região”, acrescentou Caetano, que também é presidente da Firjan Leste Fluminense. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou que o protocolo já tem potencial de atrair novas indústrias e gerar empregos. Também presente à cerimônia, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, destacou as empresas que poderão ser atraídas, e que esse esforço de cooperação visa a criar os esforços necessários para a instalação de empresas na área da petroquímica, fertilizantes, cerâmicas e diversas outras. O governador Cláudio Castro garantiu que serão feitas melhorias de infraestrutura. “Temos um novo e produtivo diálogo com a Petrobras. E já determinei o início das ações para levar infraestrutura à região do GasLub, incluindo aí rodovias, saneamento e segurança, a fim de ajudar na instalação de novas indústrias, que trarão desenvolvimento, emprego e renda”, destacou. Vinicius Farah, secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, acrescentou que já existem conversas adiantadas com duas multinacionais.

Terminais de Regaseificação de GNL da Petrobras batem o recorde anual de transbordos A Petrobras atingiu, em 4 de novembro de 2021, o recorde de 104 operações de transbordo de cargas de gás natural liquefeito (GNL) entre embarcações (STS ou Ship-to-Ship), através de seus terminais de regaseificação de GNL. A marca superou os 103 procedimentos registrados em 2014, anteriormente o ano de maior demanda. Até o final de 2021, a expectativa é chegar a 120 transbordos. O aumento do número de operações reflete o crescimento das importações de GNL pela Petrobras, este ano. Desde 2009, data de inauguração do primeiro terminal de GNL do Brasil, foram realizadas 716

operações no total. O recorde é resultado de um conjunto de iniciativas, adotadas pela Petrobras, para ampliar a oferta de gás natural, garantindo o atendimento aos seus compromissos no atual @Agência Petrobras cenário de crise hídrica nacional. E somente foi possível, devido ao esforço da equipe de gestão dos terminais para manutenção da integridade e da disponibilidade dos ativos da companhia, bem como das equipes de programação e comercial para aquisição das cargas de GNL no mercado, garantindo a disponibilidade de estoque. no 386

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Notícias da Petrobras

Petrobras obtém certificação do Ministério da Economia por qualidade na governança @ Rogério Reis / Agência Petrobras

A Petrobras recebeu, pela quinta vez seguida, a certificação no Indicador de Governança da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (IG-Sest), do Ministério da Economia, alcançando classificação no melhor nível do indicador – Nível 1, o que demonstra o grau de excelência da companhia em governança corporativa. Esse resultado representa o reconhecimento aos avanços obtidos pela companhia, nos últimos anos, a partir de uma série de medidas implementadas para reforçar a governança corporativa, afirma a gerente executiva de Governança da Petrobras, Cláudia Zacour. “Esse reconhecimento reforça a busca permanente pelo aprimoramento de nossas práticas, e nos posiciona como uma das companhias com os mais altos níveis de excelência em governança”. @reprodução TVSenado O objetivo do IGSest é incentivar que as empresas desenvolvam ações além daquelas necessárias ao mero cumprimento de requisitos legais. Neste quinto ciclo do indicador, o IG-Sest incorpora, além de parte dos aspectos já avaliados nos ciclos anteriores, recomendações e diretrizes da OCDE, da Controladoria-Geral da União – CGU e do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, além de elementos contidos também na nova versão do modelo de estatuto divulgado pela Sest. Para a Petrobras, esta certificação, mais que um reconhecimento, é uma oportunidade de avaliar seus processos em um novo patamar de qualidade, e reafirmar o seu compromisso com a contínua melhoria de sua governança corporativa. 22

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Iniciada fabricação de módulos da P-78

@ P-69 - Agência Petrobras / André Motta De Souza

A Petrobras iniciou a fabricação, no Brasil, dos módulos de produção da plataforma P-78, no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis/RJ. Os módulos são unidades responsáveis pelo processamento de óleo, gás e água, e compõem, junto com o casco, as utilidades e o flare, toda a estrutura de uma plataforma flutuante desse tipo. Essa etapa da obra prevê a fabricação simultânea de dez módulos, dos 21 previstos para a P-78, e deve ser concluída em cerca de 20 meses. A construção dos demais módulos, do casco e a integração serão realizados na China, Coreia do Sul e Singapura. A obra será concluída, atendendo ao índice de conteúdo local previsto para o campo de Búzios, na Bacia de Santos, onde a plataforma será instalada. A expectativa é de que a plataforma seja entregue em 2024, com início da produção em 2025. “A P-78 é a primeira da nova geração de FPSOs da Petrobras, fruto de mais de dez anos de aprendizado nos ciclos de projeto, construção, partida e operação de plataformas de produção no Pré-sal. A unidade incorpora as melhores soluções técnicas e de gestão de engenharia, identificadas por meio do programa corporativo Projeto Referência, que culminou com a definição de um modelo de unidade de produção a ser utilizada no Pré-sal. Para o FPSO de referência, focamos em maximizar o valor econômico dos projetos de desenvolvi@Divulgação mento de produção, enquanto incorporamos novas tecnologias de baixo carbono, maior eficiência, e compatibilizamos os sistemas à magnitude e complexidade dos poços do campo Búzios”, afirmou o Diretor de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, João Henrique Rittershaussen. Com capacidade de processamento diário de 180 mil barris de óleo, e de 7,2 milhões de m³ de gás, a P-78 incorpora soluções que abrangem a ampliação da eficiência energética, novas tecnologias de separação e reinjeção de CO2, redução da queima de rotina, entre outras. O projeto prevê, ainda, a interligação de 13 poços ao FPSO, sendo 6 produtores e 7 injetores, por meio de uma infraestrutura submarina, composta por dutos rígidos de produção, e de injeção e dutos flexíveis de serviço.


Notícias da Petrobras

Petrobras amplia investimentos para US$ 68 bilhões O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o Plano Estratégico para o quinquênio 2022-2026 (PE 2022-26): nos próximos cinco anos, a companhia prevê investimentos de US$ 68 bilhões, valor 24% superior ao mesmo período do plano anterior. “A Petrobras mantém sua estratégia consistente, de focar em projetos com pleno potencial de gerar recursos e contribuições para a sociedade brasileira. Priorizamos transformar recursos em riquezas para o país, ao mesmo tempo que trilhamos o caminho sustentável para a transição energética. Ampliamos nossa previsão de investimentos para os próximos anos, e fazemos @Divulgação isso com extrema responsabilidade e diligência na alocação dos recursos”, destaca o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna. No segmento de E&P, serão investidos US$ 57 bilhões, entre 2022 e 2026. Para o período, está prevista a entrada em operação de 15 novas plataformas, em seis campos, com mudança na estratégia de contratação de unidades afretadas por próprias, em alguns dos projetos. Foi mantida a premissa destacada no plano passado de resiliência da carteira de investimentos do E&P, de maneira que todos os projetos considerados apresentam viabilidade econômica, em cenário de preço do petróleo de US$ 35 por barril, no médio e longo prazo. Esta premissa reforça o foco da Petrobras em ativos competitivos, em cenários acelerados de transição. A produção de óleo e gás estimada para 2022 e 2026, respectivamente, são de 2,7 e 3,2 milhões de barris de óleo equivalente, por dia. Na área de Refino, a Petrobras investirá US$ 6,1 bilhões nos próximos cinco anos, sendo US$ 1,5 bilhão na integração entre a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), e o GasLub Itaboraí, para a produção de derivados de alta qualidade e óleos básicos, a fim de aproveitar a crescente demanda do mercado de lubrificantes. Outro projeto relevante, previsto no plano, é a conclusão da segunda unidade da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), com investimentos de US$ 1 bilhão, possibilitando a ampliação de sua produção, de 115 mil, para 260 mil barris, por dia (bpd), em 2027. Para a Comercialização e Logística, o investimento de US$ 1,8 bilhão se destina principalmente à continuidade operacional, focada em um ambiente cada vez mais competitivo, com destaque para os investimentos obrigatórios a serem alocados no Terminal de Santos, em função do leilão da área realizado recentemente. O investimento de US$ 1 bilhão, previsto para a área de Gás e Energia, contempla, principalmente, conclusão da Unidade de Tratamento de Gás (UTG) Itaboraí, com previsão de entrada em operação em 2022, além de manutenções e paradas programadas dos ativos.

@Agência Petrobras/Alaor Filho

A visão da Petrobras, no plano aprovado, é a de “ser a melhor empresa de energia na geração de valor, com foco em óleo e gás, sustentabilidade, segurança, respeito às pessoas e ao meio ambiente”. A inclusão da sustentabilidade na visão é refletida no investimento de US$ 2,8 bilhões, para redução e mitigação de emissões, incluindo investimentos em eficiência operacional incorporados nos projetos para mitigação das emissões (escopos 1 e 2), bioprodutos (diesel renovável e bioquerosene de aviação), e pesquisa e desenvolvimento. Todos estes projetos contribuirão para a ambição divulgada em setembro, pela Petrobras, de atingir a neutralidade das emissões de gases de efeito estufa das operações sob seu controle, em prazo compatível com o estabelecido pelo Acordo de Paris. A Petrobras também tem como estratégia utilizar o seu potencial inovador para gerar soluções em descarbonização e novas linhas de negócio. Nesse sentido, estão previstos investimentos na área de Transformação Digital e Inovação, da ordem de US$ 1,6 bilhão, no horizonte do PE 2022-26, com foco na eficiência, na conformidade ambiental, na segurança das operações e nos compromissos com a sustentabilidade. Todos os projetos previstos no Plano serão executados seguindo as melhores práticas de governança e conformidade. A companhia reafirma seu compromisso de adotar um modelo de governança que permita o equilíbrio entre eficiência e controle; e promover um ambiente de referência em ética e transparência, consolidando a cultura de integridade entre os colaboradores, e com tolerância zero à fraude e corrupção. Hoje, a companhia atua de forma íntegra, e suas decisões consolidam sua saúde financeira, assim como asseguram a sustentabilidade da empresa. “Este plano reforça a importância de uma Petrobras forte, saudável e geradora de recursos. Em 2021, são estimados mais de R$ 220 bilhões, entre tributos e impostos recolhidos e dividendos, pagos à União e demais entes federativos. Vamos gerar cada vez mais recursos, que não ficam retidos no caixa da companhia, mas retornam à sociedade, sob a forma de tributos, dividendos e investimentos, com efeito multiplicador na geração de empregos e no crescimento da economia brasileira. No horizonte do plano, estão previstos pagamentos de participações governamentais, tributos e dividendos à União que representam cerca de 58% da nossa geração de caixa operacional. Isso significa que grande parte da geração de caixa das nossas operações retorna ao nosso maior acionista, que é o Estado Brasileiro”, conclui o presidente Silva e Luna. no 386

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Petrobras vence licitação para arrendamento de terminal marítimo no Porto de Santos A Petrobras venceu a licitação para arrendamento da instalação portuária para armazenamento e movimentação de combustíveis, denominada STS08A, no Porto de Santos, promovida pela ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários –, em São Paulo. A companhia ofertou R$ 558 milhões pela área, e aguarda homologação do resultado do leilão, para assinar o contrato de arrendamento pelo período de 25 anos.

Petrobras conclui venda da RLAM

@Vinícius Rosa/MInfra

A Petrobras, por meio de sua subsidiária Transpetro, é a atual arrendatária do Terminal de Santos e, com o resultado da licitação, garante a continuidade de sua logística, através desse ativo importante para o escoamento de derivados, produzidos em suas refinarias, localizadas em São Paulo. Conforme disposto no edital da licitação, a Petrobras realizará investimentos para melhoria da infraestrutura em geral, incluindo a construção de tancagem e novo píer.

@ Andre Valentim / Agência Petrobras

A Petrobras finalizou a venda da RLAM – Refinaria Landulpho Alves –, localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, e seus ativos logísticos, associados para o Mubadala Capital. Após o cumprimento de todas as condições precedentes, a operação foi concluída, com o pagamento de US$ 1,8 bilhão (estimados R$ 10,1 bilhões) para a Petrobras, valor que reflete o preço de compra de US$ 1,65 bilhão, ajustado preliminarmente, em função de correção monetária e das variações no capital de giro, dívida líquida e investimentos, até o fechamento da transação. O contrato ainda prevê um ajuste final do preço de aquisição, que se espera seja apurado nos próximos meses. A refinaria é a primeira, dentre as oito que estão sendo vendidas pela Petrobras, a ter o processo concluído. A Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para a operação, assumirá, a partir de 1º de dezembro, a gestão da RLAM, que passa a se chamar Refinaria de Mataripe. @Divulgação De acordo com o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a conclusão da venda reflete a importância da gestão de portfólio, e fortalece a estratégia da companhia: “Esta operação de venda é um marco importante para a Petrobras e o setor de combustíveis no país. Acreditamos que, com novas empresas atuando no refino, o mercado será mais competitivo, e teremos mais investimentos, o que tende a fortalecer a economia, e gerar benefícios para a sociedade. É também parte do compromisso firmado pela Petrobras com o CADE, para a abertura do mercado de refino. Do ponto de vista da companhia, é um avanço, na sua estratégia de realocação de recursos. No segmento de refino, a Petrobras vai concentrar-se em cinco refinarias no Sudeste, com planos de investimentos que a posicionará entre as melhores refinadoras do mundo, em eficiência e desempenho operacional”, afirmou Silva e Luna. @Divulgação O presidente do Mubadala Capital no Brasil, Oscar Fahlgren, afirmou: “A nossa prioridade é garantir excelência na produção e operação da refinaria, além de uma transição estruturada, serena e sem ruptura. É criar valor com atenção especial às pessoas e ao meio ambiente. Enfatizamos sempre o compromisso de longo prazo, que temos com o país e as regiões onde atuamos. Este é certamente um dos objetivos da Acelen”. Além da RLAM, outras duas refinarias já tiveram seus contratos de venda assinados: a Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), Petro & Química 24 no 386

no Amazonas, cuja assinatura ocorreu em 25/8, e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, com contrato assinado em 11/11. Quando também forem concluídos os processos de desinvestimento dessas duas unidades, a Petrobras responderá por cerca de 50% do abastecimento do mercado de combustíveis no país. Além da Petrobras e dos novos operadores dessas refinarias, o mercado também é suprido por importadores e produtores de biocombustíveis. Dentro da estratégia de reposicionamento do refino, a Petrobras reforça seu compromisso de vender as refinarias REGAP, LUBNOR, REPAR, REFAP e RNEST, e está investindo em tecnologias para tornar as refinarias que continuarão na empresa duplamente resilientes, tanto do ponto de vista ambiental, quanto econômico. A empresa seguirá como a maior refinadora do país, com foco nas refinarias de SP e RJ mais próximas à produção de petróleo e aos maiores centros consumidores, com 50% da capacidade de refino do país. A projeção é dobrar, em 5 anos, a oferta de diesel S-10 nessas refinarias, produto com menores níveis de emissão, e a custos cada vez mais competitivos. O processo de venda da RLAM foi lançado em junho de 2019 e, em fevereiro de 2021, foi recebida a proposta vinculante. Todo o processo seguiu rigorosamente a Sistemática de Desinvestimentos. A venda da RLAM está em consonância com a Resolução nº 9/2019 do Conselho Nacional de Política Energéqca, que estabeleceu diretrizes para a promoção da livre concorrência na atividade de refino no país, e integra o compromisso firmado pela Petrobras com o CADE para a abertura do setor de refino no Brasil. Com a conclusão da venda, inicia-se uma fase de transição, em que as equipes da Petrobras apoiarão a Acelen nas operações da Refinaria de Mataripe. Isso acontecerá sob um acordo de prestação de serviços, evitando qualquer interrupção operacional. A Petrobras e o Mubadala Capital reafirmam o compromisso estrito com a segurança operacional na refinaria, em todas as fases da operação. @Divulgação Em vídeo, o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa, falou sobre a conclusão da venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) para o Mubadala Capital, e lembrou que nenhum empregado da Petrobras será demitido, por conta da transferência do controle da RLAM para o novo dono; eles poderão optar por transferência para outras áreas da empresa, ou aderir ao Programa de Desligamento Voluntário, com pacote de benefícios.


Notícias da Petrobras

Robô inédito na indústria de óleo e gás da América Latina

@Divulgação

A Petrobras desenvolveu o primeiro robô para operação autônoma em área classificada – de risco – da indústria de óleo latino-americana. O Tupã Ex poderá operar em ambiente offshore ou terrestre, integrando diferentes sistemas, sensores, câmeras e detectores, com capacidade de inspeção visual HD/termográfica, além de análise de espectro sonoro, para detecção de vazamento de gases. Dotado de esteiras, será capaz de transpor obstáculos, como degraus e escadas, acessando os locais mais remotos. A máquina irá somar-se a outra inovação desenvolvida por nós, o robô pintor, já em operação. E a companhia tem mais de R$ 100 milhões em investimentos realizados e planejados, para próximos anos. Os primeiros testes do Tupã Ex estão previstos para o fim do ano. Segundo especialistas do nosso Centro de Pesquisas, o Cenpes, há poucas iniciativas semelhantes no mundo. Desenvolvido para realizar inspeções autônomas e remotas, a fim de aumentar a segurança das pessoas e das operações, o projeto é resultado da parceria dos nossos cientistas com uma startup, a Instor, selecionada em edital do Programa Petrobras Conexões para Inovação, uma ação da companhia, para estrei@Divulgação tar o relacionamento com o ecossistema de inovação. “Ao unir a força da Petrobras com as startups, sonhos grandes podem virar realidade. Com o Programa Conexões para Inovação, conseguimos desenvolver grandes soluções, que geram mais valor para a companhia, sustentabilidade e aumento na segurança das operações. Esse projeto se soma aos mais de 15 projetos voltados para o desenvolvimento de robôs e drones, com potencial de retorno, não só para a Petrobras, mas, também, para a indústria e toda a sociedade,” afirma nosso Diretor de Transformação Digital e Inovação, Nicolás Simone. O robô é autônomo, ou seja, é possível programá-lo para realizar todo o serviço, sem a necessidade de um operador humano, nem mesmo à distância. Com os dados completos da unidade já instalados em seu software, ele pode determinar a necessidade de reparos e a qualidade dos materiais instalados. Totalmente alinhado às práticas de transformação digital que a Petrobras implementa nas operações, ele também será capaz de registrar os dados obtidos, e rastrear facilmente as informações que forem produzidas durante sua ronda. Segundo seus idealizadores, o equipamento será utilizado para inspeção, mas poderá ser aperfeiçoado para executar outras operações. Também foi desenvolvido um mecanismo, já patenteado e em operação, capaz de realizar a preparação da superfície, e pintar grandes superfícies planas verticais, como cascos de navios e plataformas. O sistema, resultado de uma parceria com o Instituto Senai de Inovação de Joinville, também é pioneiro no mundo, em termos de conceito e produtividade, e está licenciado para ser produzido comercialmente por empresas. Utilizado no casco da P-47, na Bacia de Campos, o robô pintor possibilitou a redução da exposição humana ao risco em 88%, e a diminuição dos custos de manutenção em 84%. Este ano a máquina será utilizada em outras plataformas, sem comprometimento das operações. O projeto gerou, ainda, um segundo robô para pintura, capaz de operar em áreas curvas, como tanques e esferas para armazenagem de combustíveis, que deve estar pronto no fim do ano.

Petrobras assina contrato para fornecimento de Mero 4 @Divulgação Petrobras

A Petrobras assinou contratos com a empresa SBM Offshore, para afretamento e prestação de serviços do FPSO Alexandre de Gusmão, quarto sistema definitivo a ser instalado no campo de Mero, localizado no Pré-sal da Bacia de Santos. Os contratos seguem os mesmos parâmetros da carta de intenção, assinada em agosto deste ano. A previsão é de que unidade comece a produzir em 2025. O FPSO será instalado a aproximadamente 160 km de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, e terá capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo, e 12 milhões de m³ de gás, por dia. Os contratos terão duração de 22 anos e 6 meses, contados a partir da aceitação final da unidade. O projeto prevê a interligação de 15 poços ao FPSO, sendo 8 produtores de óleo, 6 injetores de água e gás, 1 poço conversível de produtor para injetor de gás, através de uma infraestrutura submarina composta por dutos rígidos de produção e injeção, e dutos flexíveis de serviços. Até o momento, o projeto já teve 4 poços perfurados, e 2 completados. Os contratos reforçam a atuação da Petrobras em parceria na área de E&P, com foco em águas profundas e ultra profundas. A companhia segue atuando de forma eficiente e competitiva, maximizando o potencial dos ativos, e promovendo mais retorno para a empresa e para a sociedade. no 386

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