Projeto Pedagógico do SENAI Ceará 2ª EDIÇÃO REVISADA, AMPLIADA E ATUALIZADA
Projeto Pedagógico do SENAI Ceará 2ª EDIÇÃO REVISADA, AMPLIADA E ATUALIZADA
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional do Ceará Conselho Regional 2011-2013 Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Aluísio da Silva Ramalho Ricard Pereira Silveira Edgar Gadelha Pereira Filho Ricardo Pereira Sales Suplentes Luiz Eugênio Lopes Pontes Francisco Túlio Filgueiras Colares Paula Andréa Cavalcante da Frota Luiz Francisco Juaçaba Esteves Representantes do Ministério da Educação Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes da Categoria Econômica da Pesca do Estado do Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto Suplente Eduardo Camarço Filho Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco José Pontes Ibiapina Suplente Raimundo Nonato Teixeira Xavier Representantes dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima Fernando Ribeiro de Melo Nunes Diretor do Departamento Regional do SENAI-CE
Projeto Pedagógico do SENAI Ceará 2ª EDIÇÃO REVISADA, AMPLIADA E ATUALIZADA
FORTALEZA 2013
S491p Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Ceará. Projeto Pedagógico do Senai Ceará / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Ceará. Fortaleza : Departamento Regional do Ceará - 2. ed., rev. ampl. e atual. Fortaleza: Departamento Regional do Estado do Ceará, 2013.
54 p.
1. Educação 2. Projeto Pedagógico. I. Título.
CDU: 37
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DO CEARÁ – SENAI/DR-CE Avenida Barão de Studart, 1980 – Aldeota – 1º Andar 60120-024 – Fortaleza-CE Telefone: 85 3421.5900 www.sfiec.org.br/senai
Missão “Promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria cearense.”
Visão 2015 “Consolidar-se como o líder em Educação Profissional e Tecnológica e ser reconhecido como provedor da inovação e da transferência de tecnologias para a indústria cearense.”
Identificação Razão Social Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional do Ceará
Nome Fantasia SENAI/CE
CNPJ 03.768.202/0001-76
Documento legal de criação Resolução 510 de 29 de novembro de 2011 do Conselho Nacional do Serviço de Aprendizagem Industrial revogada pela resolução nº 14 de 27 de março de 2013 que aprova o regulamento da Integração do SENAI ao Sistema Federal de Ensino e do exercício de autonomia para a criação e oferta de cursos e programas de educação profissional e tecnológica. Considerando o Artigo 20 da Lei nº 12.513 que instituiu o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) em 26 de outubro de 2011, com a redação dada pela Medida Provisória nº 593, de 5 de dezembro de 2012, e ao presente regulamento. Considerando o que estabelece o Artigo 13 e o Artigo 19, Alínea “a”, do Regimento do SENAI.
Esfera Administrativa Particular
Endereço Avenida Barão de Studart - nº 1980,1º andar – Aldeota Fortaleza Ceará – CEP 60120-024 Telefone (85) 3421.5927 e Fax (85) 3421.5909 senai-ce@sfiec.org.br - www.senai-ce.org.br
Modalidade dos Cursos e Programas Cursos e programas de Formação Inicial (iniciação, qualificação e aprendizagem), Formação Continuada (aperfeiçoamento, especialização e atualização) e Educação Profissional Técnica de Nível Médio (Habilitação Técnica)
Diretor/Gestor Fernando Ribeiro de Melo Nunes
Natureza da Instituição O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), criado pelo Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro de 1942, é uma entidade jurídica de direito privado, de caráter educacional, nos temos da lei civil, com sede e foro jurídico na Capital da República, cabendo a sua organização e direção à Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Departamento Regional do SENAI-Ceará, inscrito no CNPJ Nº 03.768.202/0001-76, situado à Av. Barão de Studart, 1980 - 1º andar - Aldeota, é o órgão central responsável pela administração, coordenação e assessoramento às Unidades Escolares do SENAI.
Estrutura Orgânica Funciona com base na Resolução nº 08/2011, aprovada em 01 de setembro de 2011, na Reunião 08/2011 do Conselho Regional do SENAI-CE.
Créditos SENAI/DR-CE Unidade de Educação (UNED)
1ª Elaboração EQUIPE TÉCNICA E PEDAGÓGICA DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO (UNED) EQUIPE TÉCNICA E PEDAGÓGICA DO CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL ANTÔNIO URBANO DE ALMEIDA (CFP AUA) EQUIPE TÉCNICA E PEDAGÓGICA DO CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL ANA AMÉLIA BEZERRA DE MENEZES E SOUSA (CFP AABMS) EQUIPE TÉCNICA E PEDAGÓGICA DO CENTRO REGIONAL DE TREINAMENTO EM MOAGEM E PANIFICAÇÃO JOSÉ DIAS DE MACÊDO (CERTREM) EQUIPE TÉCNICA E PEDAGÓGICA DO CENTRO DE TREINAMENTO E ASSISTÊNCIA ÀS EMPRESAS (CETAE) EQUIPE TÉCNICA E PEDAGÓGICA DO CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL WALDYR DIOGO DE SIQUEIRA (CFP WDS) EQUIPE TÉCNICA E PEDAGÓGICA DO CENTRO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA ALEXANDRE FIGUEIRA RODRIGUES (CET AFR) EQUIPE TÉCNICA E PEDAGÓGICA DO CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL WANDERILLO DE CASTRO CÂMARA (CFP WCC)
Revisão FABIANO MESQUITA DE SOUSA
Consultoria MARIA DO SOCORRO DE SOUSA Ofi nArtes Assessoria Pedagógica Comércio e Representações Ltda. TÂNIA MARIA DE SOUSA FRANÇA Ofi nArtes Assessoria Pedagógica Comércio e Representações Ltda.
Ficha Catalográfica PAULA PINHEIRO DA NÓBREGA Centro do Conhecimento, Editoração, Documentação, Informação e Pesquisa (CEDIP/Unidade de Biblioteca)
Diagramação MARLY RODRIGUES MAIA Centro do Conhecimento, Editoração, Documentação, Informação e Pesquisa (CEDIP/Unidade de Editoração)
Capa RUAN PABLO MORO GLÓRIA Centro do Conhecimento, Editoração, Documentação, Informação e Pesquisa (CEDIP/Unidade de Editoração)
2ª Elaboração Revisão e Atualização ELISÂNGELA OLIVEIRA AMORIM – CFP WDS FRANCISCO CARTEGIANO DE ARAÚJO NASCIMENTO - CENTRO INTEGRADO SESI/SENAI - SOBRAL-CE GENILSON ALVES DE ARAÚJO - UNED PRISICLLA MARQUES CARNEIRO - UNED VALNICE MOREIRA DE LIMA - UNED
Sumário Apresentação 13
2 Marco de Referência
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2.1 Marco Situacional
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2.2 Marco Filosófico
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2.3 Marco Conceitual
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2.3.1 Educação profissional e tecnológica
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2.3.2 Educação a Distância – EaD
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2.3.3 Política da qualidade
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2.3.4 Responsabilidade social
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2.3.5 Educação profissional e tecnológica inclusiva
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2.3.6 Unidades escolares
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2.3.7 Gestão escolar
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2.3.8 Coordenação de Educação Profissional
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2.3.9 Recursos humanos
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2.4 Marco Operacional
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2.4.1 Diretrizes da educação profissional e tecnológica do SENAI
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2.4.2 Processos pedagógicos
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2.4.3 Organização do ensino
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2.4.3.1 Organização curricular
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2.4.3.2 Metodologia de ensino
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2.4.3.3 Recursos didáticos
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2.4.3.4 Avaliação de cursos
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3 Disgnóstico
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3.1 Período 2010-2012
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3.2 Análise do Biênio 2010-2012
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Sumário
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Projeto Pedagógico do Senai Ceará
1 Introdução
Projeto Pedagógico do Senai Ceará
Sumário
4 Programação
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4.1 Políticas e Estratégias
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4.2 Direcionadores Estratégicos
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4.3 Horizonte 2013-2015
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4.4 Rotinas
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Referências
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Apresentação
Dessa forma, o SENAI-DR/CE, através do seu Projeto Pedagógico, reafirma o seu compromisso de manter um sistema educacional capaz de traduzir para o mundo da educação as competências demandadas pelo mundo do trabalho, e de apoiar a competitividade da indústria cearense. Fernando Ribeiro de Melo Nunes Diretor Regional do SENAI-DR/CE
Apresentação
Neste contexto, o Projeto Pedagógico configura-se um importante instrumento que reflete a identidade do SENAI/CE definindo as ações educativas e as características necessárias ao cumprimento dos propósitos e metas direcionadas para a Educação Profissional. Nele encontra-se explicitado o conjunto de diretrizes organizacionais e operacionais, tais como: marco situacional, filosófico, conceitual, operacional, as diretrizes da educação profissional e técnica do SENAI, os processos pedagógicos, a organização curricular e do ensino, a metodologia, os recursos didáticos, a avaliação, a análise do horizonte do biênio 2010–2012 e a programação, destacando as políticas e estratégias e as metas no horizonte 2013–2015 de desenvolvimento e atuação, a curto, médio e longo prazo.
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A
atualização e ampliação do Projeto Pedagógico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) foi organizada a partir da efetiva contribuição da equipe técnico-pedagógica das Unidades Escolares. Reafirmamos o compromisso da construção coletiva e transparência.
1 Introdução “Não se conhece completamente uma ciência enquanto não se souber da sua história.” (COMTE apud VILLAMARÍN, 2002, p. 97).
No período de 2010 a 2012, o SENAI Ceará passou por mudanças que favoreceram a expansão dos Programas de Educação Profissional; em especial destaca-se o PRONATEC. É neste contexto de mudanças que o SENAI Ceará resolve atualizar e ampliar o seu Projeto Pedagógico, cujo processo foi desenvolvido em momentos de integração e ação-reflexão com a equipe técnico-pedagógica das Unidades Escolares. Considera-se esse documento como uma das bases na qual irá se fundamentar o pensar e o fazer da Educação profissional do SENAI/ CE no biênio de 2013-2015.
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em sua longa trajetória de Educação Profissional, tem ampliado cada vez mais suas ações para atender as reais necessidades e demandas do setor produtivo, em sintonia com as políticas públicas. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) tem como objetivo “expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores” (BRASIL. Ministério da Educação, 2012).
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2 Marco de Referência 2.1 Marco Situacional
A
s ações do SENAI expressam a compreensão do mundo atual considerando os aspectos: social, econômico, político, cultural e educacional, por ser neste contexto que a educação profissional está inserida.
Todavia, a crise também criou condições favoráveis para o reconhecimento de novos protagonistas. O crescimento de Brasil, Rússia, Índia e China (BRICs) na última década permitiu que esses países tomassem espaço nas mesas de decisões sobre os destinos da economia mundial. O Produto Interno Bruto (PIB) combinado desses países passou de US$ 2,8 trilhões, em 2002, para US$ 13,3 trilhões, em 2011, e a participação na economia global saltou de 8% para 19%. Juntos, eles controlam US$ 4,4 trilhões em reservas internacionais, cerca de 40% do total. Os contextos internacionais põem o mundo diante de um novo cenário, que passa por uma fase transitória de reorganização dos processos de dominação. Tal realidade exige a reflexão sobre os valores pautados no universalismo ético em prol do trabalho coletivo em beneficio da humanidade. Dessa forma, faz-se necessário reposicionamento competitivo: “inovar para sobreviver”. Ou seja, atualiza-se para inserir-se em um plano econômico, educacional, social, moral e do trabalho voltado ao atendimento das demandas existentes. Apesar do crescimento econômico e a adoção de comportamentos mais competitivos, o Brasil ainda vivencia altos índices de desigualdades sociais. Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, perduram disparidades principalmente entre as regiões. Neste contexto, as políticas públicas são alternativas eminentes para manter a estabilidade financeira. Além disso, é por meio destas políticas que a sociedade renuncia ao comodismo e se reconstrói
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Numa perspectiva econômica, o mundo passa por um dos períodos de maior dificuldade desde 1929. A crise de 2008 expôs a fragilidade das bases do crescimento das economias ricas, notadamente a americana e a europeia. Desde então, a taxa de crescimento da economia mundial despencou e as perspectivas para os próximos anos são pouco animadoras.
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através do acesso à educação, e na preparação para o trabalho, pois o crescimento econômico demanda um grande capital humano melhor qualificado.
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Com efeito, as políticas sociais de educação implementadas pelo novo Plano Nacional de Educação 2010-2020, que tem como propósito atuar com 10% do PIB, sinalizam um novo olhar para Educação, sob o prisma da emancipação humana, com os coeficientes da qualidade, considerando as condições básicas de acesso ao ensino básico por meio de programas eficientes de alfabetização, a melhoria da mão de obra no setor industrial através do Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, bem como as políticas de ampliação e ingresso no Ensino Superior. É importante salientar que a modernização tecnológica tem exigido a apreensão de competências transversais e de gestão, fazendo com que a educação continuada se torne uma nova prática considerada produtiva e competitiva para o trabalhador. Por esta razão, o SENAI/CE resignifica seus Itinerários Formativos, conforme disposto no parágrafo 1º do artigo 3º do Decreto Federal 5.154 de julho de 2004 “[...] considera Itinerário Formativo o conjunto de etapas que compõem a organização da Educação Profissional em uma determinada área, possibilitando aproveitamento contínuo e articulado dos estudos”. (BRASIL. DECRETO 5.154, 2013). Transportando-se da educação por conteúdo para a formação por competências, desenvolvendo nos alunos as capacidades técnicas, aliadas às de gestão, dentro do processo de formação para o trabalho e, sobretudo para a vida.
2.2 Marco Filosófico Os primeiros indícios de educação profissional datam de 1906 quando esta foi incorporada ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio com o propósito de preparar operários. Com o início do processo de industrialização, por volta de 1930, exigiu-se um esforço redobrado para a criação de escolas que pudessem desenvolver recursos humanos para atender o processo de produção. A partir de então, esta modalidade de educação ganhou força e foi contemplada na Constituição de 1937. Visando à regulamentação do ensino profissionalizante, foi criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, com seus respectivos Regionais, inclusive o SENAI/CE que tem como missão “Promover a educação profissional e tecnológica, a
inovação e a transferência de tecnologias, contribuindo para elevar a competitividade da indústria cearense”. Para dar respostas a este ideário, o SENAI/CE atua sobre o tripé: sociedade, homem e educação. Enquanto sociedade busca-se construí-la por cidadãos críticos, conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente, sustentabilidade, diversidade, bem como valores morais e éticos, saúde, segurança e inclusão socioprodutiva, proporcionando vínculo contínuo entre educação, trabalho, ciência, tecnologia e prática social de forma integrada e humanitária.
Na educação, propõe-se a realizar ações formativas em atendimento à demanda da indústria e da sociedade, fundamentando-se nos dispositivos constitucionais, na legislação educacional vigente, utilizando a Metodologia SENAI de Educação Profissional. A partir dos diversos saberes (saber fazer, saber aprender, saber ser e saber conviver), pretende-se formar sujeitos participativos, criativos e autônomos, capazes de enfrentar situações problema inerentes à sua atividade profissional.
2.3 Marco Conceitual Para concretizar sua função social, humana e educacional, o SENAI compromete-se a contribuir para uma educação mais consciente, atualizada e flexível, que oferte uma formação profissional e tecnológica baseada nos princípios estruturadores de: I Igualdade de condições para o acesso e permanência do aluno no processo de formação nas Unidades Escolares; II Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III Respeito e tolerância às etnias e diferenças culturais; IV Garantia de padrão de qualidade;
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O SENAI fortalece o compromisso de colaborar com a formação do ser humano reflexivo, integrador, pacificador, tolerante, proativo, preparado culturalmente e psicologicamente e livre de preconceitos. Que saiba respeitar os outros, que se perceba como sujeito de sua própria história, capaz de traçar, escolher seu percurso, atuar de forma consciente e transformadora na sociedade, não sendo somente objeto de uso das demandas.
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V Valorização da experiência extraescolar; VI Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais; VII Valorização do profissional da educação; VIII Promoção de uma educação contextualizada; IX Inclusão e acessibilidade para as pessoas com deficiências;
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X Desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
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O SENAI fortalece o propósito de ser uma instituição que se articula para as mudanças, com seus objetivos pedagógicos integrados e assimilados em todas as unidades escolares. Utiliza-se de metodologias e práticas pedagógicas inovadoras que facilitam o processo de ensino para o desenvolvimento de competências, proporcionando ao aluno vivências reais ou simuladas, em ambientes pedagógicos do SENAI/ CE ou nas empresas. Todos os esforços serão empenhados a fim de se ter no Regional uma área de educação articulada, que fomente a quebra de paradigmas, visando uma estrutura organizacional com padrão de excelência em educação profissional e tecnológica. Neste contexto, é fundamental a ampliação dos investimentos na modernização das instalações físicas, expandindo a capacidade de atendimento ao setor industrial cearense. Para isso, a estrutura reorganizar-se-á primando pelos aspectos pedagógicos, nos quais a visão de mundo e de homem que se deseja formar possa estar no âmbito dos critérios balizadores das decisões estratégicas da instituição.
2.3.1 Educação profissional e tecnológica O SENAI tem por finalidade oferecer Educação Profissional e Tecnológica obedecendo aos direcionadores estratégicos de seletividade, intensidade, escala, complementaridade e articulação, maximizando o atendimento às demandas da indústria através da oferta dos cursos presenciais e/ou Educação a Distância (EaD) e por meio das Unidades Móveis para acompanhar as necessidades do mercado de trabalho em seu processo de transformação e competitividade crescente, primando sempre pela formação de cidadãos criativos e empreendedores. Nesta perspectiva e em consonância com a Legislação Educacional vigente que estabelece uma nova organização curricular com foco
em competências, o SENAI vem trabalhando na formatação de seus cursos e programas através da Metodologia SENAI de Educação Profissional, com definição de perfis profissionais por comitês técnicos setoriais, elaboração de desenho curricular e implantação do norteador da prática pedagógica, tendo como objetivo traduzir para o mundo da educação as competências profissionais demandadas pelo mundo do trabalho.
Esse perfil de formação exige a reestruturação do SENAI/CE através da: Modernização das unidades escolares contempladas pelo projeto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cujo investimento é de 1,9 bilhões de reais; Aquisição e substituição de máquinas e equipamentos; Construção de um centro de tecnologia e um centro de inovação; Ampliação dos demais Centros de Formação Profissional; Atualização de acervos bibliográficos.
2.3.2 Educação a Distância – EaD O SENAI Ceará, atento à qualificação dos profissionais do setor produtivo cearense, também oferta cursos a distância nas modalidades de iniciação, aperfeiçoamento, qualificação e habilitação técnica, proporcionando uma maior flexibilidade de estudo. A Educação a Distância – EaD é uma modalidade de ensino que proporciona agilidade e flexibilidade no processo ensino-aprendizagem e possibilita uma aprendizagem mediada por tecnologias modernas e inovadoras com recursos didáticos sistematicamente organizados, que se apresentam com diversos suportes de informações para o estudo, veiculados através da internet, por meio de Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA.
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A referida metodologia evidencia que, durante o desenvolvimento da formação, o educando deverá dominar, não apenas o conteúdo técnico específico da sua atividade, mas, igualmente, detenha capacidade crítica, autonomia para gerir seu próprio trabalho, habilidade para atuar em equipe e solucionar criativamente situações desafiadoras em sua área profissional.
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2.3.3 Política da qualidade A política da qualidade fundamenta-se nos seguintes princípios: I Satisfação dos clientes internos e externos, considerando suas peculiaridades; II Ampliação e fortalecimento de parcerias; III Otimização de recursos; IV Valorização das pessoas;
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V Prática da ética e cidadania;
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VI Cultura empreendedora; VII Respeito ao meio ambiente; VIII Uso e difusão de informações tecnológicas e novas tecnologias; IX Melhoria contínua dos processos; X Capacitação técnica e comportamental dos educandos; XI Incentivo a uma cultura voltada à qualidade e produtividade; XII Incremento de Marketing Institucional da Unidade Escolar; XIII Valorização do trabalho em equipe, potencializando as competências individuais.
2.3.4 Responsabilidade social Contribuir na execução de projetos voltados para a inclusão social e atendimento ao público de baixa renda, atendimento à diversidade e às pessoas com necessidades educacionais especiais, através da ampliação de investimentos na oferta de cursos e programas gratuitos. Oferecer oportunidade a todos, independente de classe social, assegurando as competências de formação profissional e tecnológica necessárias para ingresso e permanência no mercado de trabalho.
2.3.5 Educação profissional e tecnológica inclusiva No que se refere à formação profissional de pessoas com necessidades educacionais especiais, criaremos para esse público soluções e oportunidades de profissionalização a partir dos princípios da inclusão e do respeito à diversidade, por meio de metodologias apropriadas, bem como tecnologia assistente e recursos de acessibilidade.
O Programa SENAI de Ações Inclusivas – PSAI visa incluir nos cursos do SENAI pessoas com necessidades educacionais especiais (deficientes/condutas típicas e altas habilidades), expandir o atendimento a negros/índios, oportunizar acesso das mulheres aos cursos estigmatizados para homens e vice-versa, bem como requalificar na educação profissional pessoas acima de 45 anos e idosos. O foco é oportunizar a educação profissional para cidadãos que, por algum motivo sociocultural, econômico ou por preconceito, são tolhidos de exercer esse direito constitucional.
A adequação de currículos, métodos, técnicas, recursos educativos, difusão da linguagem em LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão de pessoas surdas e a garantia de acesso e utilização de todos os ambientes ou compartimentos serão implementados como ações prioritárias no SENAI/CE.
2.3.6 Unidades escolares As unidades escolares do SENAI primam pelo desenvolvimento da educação profissional técnica, atendendo à indústria e à comunidade, sendo norteada pela Legislação vigente, sob a orientação e assessoria da Unidade de Educação (UNED), com o apoio das coordenações: Administrativa e Financeira e de Educação Profissional, desenvolvendo as atividades com planejamento integrado, socializando as ações e atividades. Prioriza-se a integração, realizando um trabalho de sensibilização e enfatizando a importância de cada membro no contexto pedagógico, desenvolvendo a capacidade criativa, colaborativa e de uso racional dos recursos. Busca-se formar uma equipe harmônica, proativa e altamente comprometida com o mesmo ideal.
2.3.7 Gestão escolar O modelo de gestão é participativo, onde os gestores são líderes motivadores de equipes e de novos líderes. Opta-se por uma política de descentralização visando à melhoria contínua dos processos. Deste modo, consolida-se dentro do sistema da qualidade a padronização da educação profissional com vistas ao mapeamento das ações de
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A inclusão das pessoas com necessidades especiais nos programas de educação profissional estabelece o amplo atendimento a deficientes físicos, intelectuais, auditivos, visuais e múltiplos, bem como, superdotados (altas habilidades) nas unidades operacionais do SENAI.
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educação profissional e a visualização precisa das oportunidades de melhoria, objetivando resultados bem sucedidos dos mecanismos de auditoria educacional.
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2.3.8 Coordenação de Educação Profissional
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A Coordenação de Educação Profissional tem por objetivo alinhar e socializar os processos de educação nas Unidades, garantindo a integração com as diretrizes regionais. Desenvolve integralmente o papel de acompanhamento e orientação no planejamento, elaboração, coordenação, assessoramento, avaliação, monitoramento, pesquisa e execução de programas e projetos, visando atender as necessidades da Unidade Escolar e da indústria, além de proporcionar a interação entre a coordenação pedagógica e os docentes, estimulando a renovação de suas práticas e estratégias educacionais.
2.3.9 Recursos humanos O SENAI/CE, consciente sobre a evolução da tecnologia industrial e seus desafios, reconhece o surgimento de novos requisitos de competências que são exigidas para o trabalhador da indústria. Por isso, investe cada vez mais nos profissionais da instituição, por meio de programas de treinamento interno para retenção de talentos, capacitações e formação continuada. Para fortalecer a identidade institucional interna e ampliar o leque de atração externa, implantou o Programa Trainee, que oportuniza jovens talentos a ingressarem no sistema e comporem o quadro funcional. Em relação ao aperfeiçoamento de competências em gestão de mudanças organizacionais e a promoção da inovação, o SENAI/CE investe no desenvolvimento das lideranças, estimulando o autodesenvolvimento e reconhecimento profissional dos colaboradores por sistemática que valorize resultados e o alcance de metas.
2.4 Marco Operacional As ações deste Regional pautam-se em normas e procedimentos do Departamento Nacional e orientam-se pelo Conselho Regional do SENAI/CE com base na Resolução nº 410 do Conselho Nacional do SENAI em 30 de março de 2010.
2.4.1 Diretrizes da educação profissional e tecnológica do SENAI Considerando a legislação acima citada, o SENAI Ceará destaca as seguintes diretrizes considerando-as mais focadas nos aspectos técnico-pedagógicos: A educação profissional e técnica para todos constitui objetivo institucional permanente, requerendo diversificação e flexibilização de estratégias formativas e de gestão, para garantir aos trabalhadores a qualificação profissional requerida para o desenvolvimento da indústria brasileira, incluída a educação profissional e técnica a distância;
As ações formativas, em atendimento às demandas da indústria e da sociedade, devem fundamentar-se nos dispositivos constitucionais, na legislação nacional, na legislação dos sistemas de ensino, no Regimento do SENAI e nas diretrizes e normas institucionais vigentes; Políticas e ações afirmativas de inclusão social e de atendimento à diversidade devem ser estimuladas e consolidadas na educação profissional e técnica; O desenvolvimento e a valorização dos profissionais da educação profissional e técnica constituem permanente prioridade institucional; Os perfis profissionais nacionais baseados em competências constituem referenciais que deverão ser adotados pelos Departamentos Regionais, para a formação, para a certificação e para a organização dos cursos e programas em itinerários formativos; para a educação profissional e técnica e para a certificação profissional; A oferta de educação profissional e técnica deve ocorrer de forma planejada, em função de demandas identificadas e de estudos de viabilidade técnico-financeira; por meio de cursos regularmente instalados ou por meio de estratégias flexíveis, tendo assegurada a qualidade pedagógica e técnica em todas as ações formativas;
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Os princípios estruturadores das propostas pedagógicas, dos cursos, programas e currículos da educação profissional e tecnológica são: o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas; o vínculo entre a educação, o trabalho, a ciência, a técnica e a prática social; a flexibilidade, a interdisciplinaridade e a contextualização;
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Para a identificação e atualização dos perfis profissionais, são organizados comitês técnicos setoriais, estaduais ou nacionais (com a participação de trabalhadores, empregadores e especialistas em educação profissional e técnica) que levam em conta as demandas do mundo do trabalho, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e, quando necessário, as diretrizes curriculares nacionais oficialmente estabelecidas;
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Entende-se por competência profissional a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho e pelo desenvolvimento técnico; Entende-se por itinerário formativo o conjunto de etapas ou módulos que compõem a organização curricular de um curso ou programa da educação profissional e técnica, possibilitando o aproveitamento contínuo e articulado dos estudos bem como qualificações intermediárias; As ações formativas do SENAI, além do desenvolvimento das competências profissionais, devem incluir fundamentos de: empreendedorismo, tecnologia da informação, legislação trabalhista, gestão ambiental, segurança do trabalho, gestão da inovação, gestão de pessoas, gestão da qualidade, entre outros; As estratégias flexíveis e as ações móveis na educação profissional e técnica devem ser intensificadas, assegurada à qualidade das ações formativas; A educação profissional e técnica a distância constitui modalidade educacional a ser estimulada e desenvolvida mediante utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com discentes e docentes em lugares ou tempos diversos; Para a execução dos cursos a distância do SENAI, será utilizada a plataforma Moodle, um sistema informatizado de relacionamento para aprendizagem on-line, que é comumente denominado Learning Management System (LMS) ou Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). As escolas devem ser organizadas para o atendimento às pessoas com necessidades especiais, de acordo com a legislação em vigor; Privilegia-se a articulação da educação profissional e técnica do SENAI com a educação básica, segundo diretrizes institucionais
específicas, com vistas ao desenvolvimento humano integral do jovem e adulto e do trabalhador; As parcerias – incluídas as franquias e outras formas flexíveis de negociação – para expandir e melhorar a oferta de ações de educação profissional e técnica serão estimuladas, observando os seguintes requisitos: Atendimento a demandas localizadas, no tempo e no espaço; Definição de custos, benefícios e responsabilidades em instrumento jurídico adequado que resguarde o equilíbrio das partes envolvidas e a imagem institucional;
Avaliação contínua de impactos e resultados; Deverão ser estimuladas e adotadas parcerias e formas flexíveis de negociação para atualização tecnológica, tais como leasing, comodato e doação; As vagas gratuitas nos cursos e programas de educação profissional devem ser destinadas a pessoas de baixa renda, preferencialmente, trabalhador, empregado ou desempregado, matriculado ou que tenha concluído a Educação Básica; A educação profissional e técnica deverá ser avaliada nos níveis institucional, curricular, do ensino e da aprendizagem; As competências profissionais adquiridas no trabalho ou por meios informais poderão ser avaliadas e reconhecidas para aproveitamento em prosseguimento ou conclusão de estudos, e aproveitadas, seguindo critérios definidos em cada plano de curso, observadas as normas dos respectivos sistemas de ensino; A educação profissional e técnica deve contar com a estrutura adequada ao desenvolvimento dos cursos e programas, de forma a garantir a qualidade do processo de ensino e o permanente acompanhamento e avaliação dos resultados. É importante considerar que, diante dos novos direcionadores estratégicos, o SENAI se remodela com a proposição de políticas consistentes eficientes e viáveis, que ampliem a capacidade de gerar as transformações necessárias à evolução da indústria brasileira. Destacam-se:
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O SENAI e a indústria como campos para o desenvolvimento de projetos de inovação, tecnologia e pesquisa aplicada;
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Seletividade: Priorizar as ações de maior impacto sobre a competitividade da indústria, o que implica abandonar as ações menos impactantes e reduzir o portfólio para se concentrar no que é essencial; Intensidade: Atuar fortemente nas ações selecionadas para gerar resultados relevantes e perceptíveis pelos clientes, governo e sociedade;
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Escala: Atuar em grande escala, visando atingir direta ou indiretamente, por meio da mobilização da ação de outros atores, parcela significativa do público alvo das ações;
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Complementaridade: Integrar redes que ampliem a capacidade de atuação e de geração de resultados, inclusive e especialmente, entre o SESI, SENAI e IEL para que atuem de forma sistêmica e sinérgica. Não substituir o governo, nem concorrer com a iniciativa privada, agir sem perder o foco, mas tampouco comprometer a autonomia do Sistema Indústria; Articulação: Ganhar maior protagonismo e poder de influência na formulação e alinhamento das políticas públicas às necessidades da indústria, para que a sinergia entre o governo e o empresariado possa estimular o avanço que a indústria precisa empreender para acompanhar o mundo em seu processo de transformação e competitividade crescente.
2.4.2 Processos pedagógicos Os procedimentos pedagógicos estão alinhados às diretrizes institucionais e educacionais, nas quais o fazer pedagógico priorize a articulação entre planejamento, desenvolvimento, acompanhamento e avaliação do ensino e da aprendizagem. As atividades dos profissionais são definidas de acordo com o Regimento Escolar das Unidades do SENAI/CE, priorizando-se a relação educação e trabalho. Cultiva-se a eficiência e a eficácia nas práticas pedagógicas, de modo que o docente, munido de formação técnica e humana, trate todos os alunos de forma igualitária, fornecendo-lhes esclarecimentos e informações durante o processo educacional. Com o objetivo de melhorar o perfil de conclusão, realiza-se seleção rigorosa para o ingresso dos alunos nos cursos e programas. É realizado ainda o acompanhamento efetivo dos alunos, ouvindo-os
e intervindo nas dificuldades eminentes no processo de ensino e de aprendizagem.
2.4.3 Organização do ensino
I de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; II de educação profissional técnica de nível médio. Neste aspecto, destaca-se: I
Educação para o Trabalho – processo educativo que propicia condições de inserção genérica no mundo do trabalho. Compreende, de forma indispensável, leitura, escrita e cálculo, e será desenvolvida por meio de programas de iniciação profissional;
II Formação Inicial – destinada a qualificar jovens e adultos, independente de escolaridade prévia e de regulamentação curricular, podendo ser oferecida, segundo itinerários formativos, de forma livre em função das necessidades da indústria e da sociedade, por meio da aprendizagem industrial básica e qualificação profissional básica; III Educação Profissional Técnica de Nível Médio – destinada a jovens e adultos matriculados ou egressos do ensino médio com objetivo de proporcionar habilitação ou qualificação profissional técnica de nível médio, segundo perfil profissional de conclusão, desenvolvida na aprendizagem industrial técnica, qualificação profissional técnica, habilitação técnica e especialização técnica. IV Formação continuada – processo educativo que se realiza ao longo da vida, com a finalidade de desenvolver competências complementares, incluída, quando necessário, a elevação da escolaridade básica do cidadão trabalhador. Em nível de formação inicial e de educação profissional técnica de nível médio é desenvolvida em aperfeiçoamento profissional e especialização profissional.
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A educação profissional e técnica oferecida pelo SENAI é estruturada de acordo com as peculiaridades dos Regionais, e sob a legislação, conforme explicitado no artigo 39º da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/96 (BRASIL. LEI Nº 9.394, 2013). Observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação, estabelece-se que a Educação Profissional deva ser desenvolvida por meio dos seguintes cursos e programas:
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O SENAI/CE poderá oferecer também, conforme sua disponibilidade: A educação profissional e técnica articulada e concomitante, através de termo de complementaridade como iniciativa estratégica da entidade, nas seguintes possibilidades:
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I Formação Inicial – nas modalidades de aprendizagem industrial básica e qualificação profissional básica com a educação básica;
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II Educação Profissional Técnica de Nível Médio – nas modalidades aprendizagem industrial técnica, qualificação profissional técnica e habilitação técnica, com o ensino médio; III
Educação profissional e técnica a distância – como modalidade educacional a ser estimulada e desenvolvida mediante utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com discentes, docentes e técnicos em lugares ou tempos diversos.
2.4.3.1 Organização curricular A proposta curricular fundamenta-se no princípio constitucional do pluralismo de idéias, flexibilidade, interdisciplinaridade e de concepções pedagógicas, contemplando uma abordagem integradora, referendada na Metodologia SENAI de Educação Profissional, tendo uma organização curricular proposta para o desenvolvimento dos cursos e programas composta pela integração de etapas ou módulos. As competências trabalhadas são: a) Básicas – constituem-se nos fundamentos técnicos e científicos, de caráter geral, em que se baseiam as competências específicas e de gestão relativas à qualificação profissional; b) Especificas – constituem-se nas capacidades técnicas que permitem operar eficientemente os objetos e variáveis que interferem diretamente na criação do produto. Implicam o domínio dos conteúdos no âmbito do trabalho e a posse de conhecimentos e habilidades necessários em sua atividade; c) Gestão – compõem-se de um conjunto de capacidades organizativas, metodológicas e sociais, relativas à qualidade e à organização do trabalho, às relações no trabalho e à condição de
responder a situações novas e imprevistas. A organização curricular por cursos e programas compreende: a) Os cursos e programas de formação inicial e formação continuada – terão duração e organização curriculares estabelecidas de acordo com as competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho, com o objetivo de desenvolver no educando aptidões para a vida produtiva e social;
c) A educação profissional técnica de nível médio – será desenvolvida de acordo com as diretrizes curriculares nacionais e a legislação vigente e os currículos serão estruturados em unidades curriculares, que poderão ser agrupadas sob a forma de módulos. Os cursos e programas do SENAI/CE são elaborados com a participação de Comitês Técnicos Setoriais Nacionais e/ou Estaduais, representados por especialistas dos setores tecnológicos (da indústria, do meio acadêmico e do SENAI), representantes dos respectivos sindicatos dos empregados e empregadores e/ou associações, e do poder público. Esses comitês funcionam como fórum de discussão, planejamento e consultas correlatas às questões estratégicas e gerenciais da instituição, tendo como objetivo a identificação e atualização permanente das competências dos trabalhadores, promovendo uma maior aproximação do processo de formação às necessidades do mundo do trabalho, constituindo-se assim, como um instrumento de legitimação dos processos de gestão para assegurar a eficiência e a eficácia técnica e administrativa do SENAI/DR-CE.
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b) Os cursos de aprendizagem industrial básica, qualificação profissional básica, aperfeiçoamento profissional e especialização profissional – destinam-se a proporcionar conhecimentos compatíveis com a complexidade tecnológica do trabalho, com o grau de conhecimento técnico do educando, seu nível de escolaridade e idade. Terão duração e organização curricular definidas pelas Unidades Escolares, com base na legislação em vigor, contando com a assessoria técnica da UNED – SENAI/DR-CE, com base nos perfis profissionais definidos pelos Comitês Técnicos Setoriais (CTS) e/ou Classificação Brasileira de Ocupação (CBO);
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2.4.3.2 Metodologia de ensino
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Na educação profissional, é importante destacar o conceito de competência profissional como: “Mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes profissionais necessários ao desempenho de atividades ou funções típicas, segundo padrões de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho”. (SENAI, 2009).
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O educando passa, nesse contexto, a ser requerido não apenas para aplicar técnicas e tecnologias, mas também para criar novos campos de atuação, para reinterpretá-las criticamente em função das exigências e demandas da sociedade. O leque de perspectivas e de decisões torna-se, deste modo, bastante amplo, pois cria possibilidades de conquista pela aprendizagem no trabalho e pelo trabalho. Nesse contexto, a metodologia de ensino do SENAI/CE fundamenta-se no pressuposto de que os alunos “aprendem fazendo”, pois o sentido do trabalho é que dá significado às suas aprendizagens profissionais. Reconhece-se, prioritariamente, que a competência é formada pela prática, construída em situações concretas, com conteúdos, contextos e riscos identificados pelos alunos. As situações de aprendizagem, utilizadas através da ação docente, devem oferecer contextos nos quais as competências são exercidas tanto em situações rotineiras como naquelas inusitadas, que exigem respostas novas para a solução de problemas. Os ambientes de ensino são extremamente fecundos para o desenvolvimento de competências. O processo de ensino e de aprendizagem integra-se, portanto, a uma prática pedagógica interdisciplinar, contextualizada, integradora do aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e do aprender a ser, proporcionando aos educandos uma formação integral. Neste sentido, busca-se promover a empregabilidade como um dos resultados da ação, envolvendo os alunos em trabalhos que incentivem a criatividade, o trabalho em equipe e a autonomia, e a participar cada vez mais das ações extracurriculares desenvolvidas pelo SENAI/CE. A utilização da Metodologia SENAI de Educação Profissional reforça a importância da prática pedagógica eficaz, através de situações de aprendizagem simuladas da realidade, situações-problema, projetos, pesquisas, estudos de caso, em que o aluno mobiliza as competências desenvolvidas para a resolução de casos diversos.
A implementação dos cursos e programas deverá propiciar o desenvolvimento das competências constitutivas do perfil profissional estabelecido pelos Comitês Técnicos Setoriais nacionais e estaduais, considerando o que dispõe no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio e Superior, como também, nos Catálogos Nacional de Cursos SENAI de Qualificação Profissional Básica, Aprendizagem Industrial e Técnica.
A matriz curricular dos cursos, composta por Unidades Curriculares, deverá ser desenvolvida integrando teoria e prática e congregando problemas e projetos desafiadores, reais ou simulados, que desencadeiem ações resolutivas, que levem o aluno a lidar com as diversas matérias-primas, máquinas e equipamentos utilizados nos processos produtivos. Destarte, o docente deverá proporcionar a realização de ensaios e testes para desenvolver estas capacidades. Quanto ao planejamento de ensino, os docentes deverão selecionar os diferentes tipos de estratégias e recursos (exposição dialogada, demonstração, estudo dirigido, exercício de fixação, elaboração de planilhas e relatórios, painel integrado, visita técnica, álbum seriado, lousa interativa, multimídia, amostra, protótipo, simulador, simuladores, fórum, chat, videoconferência, entre outros) que subsidiarão o aluno para resolver as situações desafiadoras propostas em ambientes pedagógicos equipados com máquinas, ferramentas, instrumentos e materiais, para subsidiar o planejamento das práticas pedagógicas, mantendo uma postura mediadora ao planejar e desenvolver o ensino, a aprendizagem e a avaliação, levando sempre em consideração os critérios de mediação propostos: Intencionalidade e reciprocidade; Transcendência; Mediação do significado; Mediação do sentimento de competência; Mediação do comportamento de compartilhar; Mediação da individuação e diferenciação psicológica;
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O norteador de toda a ação pedagógica são as informações trazidas pelo mundo do trabalho, em termos das competências requeridas pelas áreas específicas, numa visão atual e prospectiva, bem como no contexto de trabalho em que os profissionais se inserem, situando seu âmbito de atuação, tal como apontado pelos Comitês. (SENAI, 2009).
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Mediação da conduta de busca, planificação e realização de objetivos; Mediação do desafio: busca pelo novo e complexo; Mediação da consciência da modificabilidade humana; Mediação da escolha pela alternativa otimista;
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Mediação do sentimento de pertença.
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O desenvolvimento dos cursos e programas parte do princípio de que os processos de ensino e de aprendizagem são dinâmicos, sujeitos às mudanças decorrentes de transformações que ocorrem segundo contextos socioculturais. Desta forma, docentes e alunos devem atuar como parceiros. No que se refere à avaliação, esta deve ser pensada e desenvolvida como meio de coleta de informações para a melhoria do ensino e da aprendizagem, tendo as funções de orientação, apoio e assessoria ao desempenho do aluno, por meio de estratégias e instrumentos mais adequados, que possibilitem a autoavaliação por parte do aluno, estimulando-o a progredir e a buscar sempre a melhoria de seu desempenho, em consonância com as competências explicitadas no perfil profissional de conclusão dos cursos e programas. O Regimento das unidades escolares do SENAI-CE, no Art.67 referente à avaliação da aprendizagem estabelece: Art. 67. A avaliação realizada pela unidade escolar constitui uma ação sistêmica e dinâmica, fundamentada na metodologia de formação profissional com base em competências e na análise e reflexão da ação educativa. Parágrafo único. A avaliação será realizada nos níveis: I Ensino e aprendizagem, que objetiva aferir aspectos mais específicos do desempenho do aluno, através de situações de aprendizagem e da autoavaliação, sem se deter somente em competências adquiridas, mas também nos processos de aprendizagem em curso ou programa, conforme uma sequência de interações, dificuldades e aprendizados. (SENAI/CE, 2012).
2.4.3.3 Recursos didáticos Visa desenvolver uma prática contextualizada à realidade do aluno e adequada aos desenhos curriculares propostos pelo DN. Para tanto, o SENAI/CE desenvolve uma nova forma de fazer educação, distanciando efetivamente o modo tradicional de ensino, que, na maioria das vezes, anula essa nova proposta educacional. Precisa- se fazer uso dos diversos recursos didáticos disponíveis.
De acordo com orientação do DN, os recursos didáticos disponíveis, são: Narrativos: Animações, apostilas e livros didáticos, apresentações em slides, lousas eletrônicas e projetores interativos, páginas e sites web, podcasts – programa de rádio personalizado –, vídeos, e materiais on-line. Comunicacionais: blogs, chats, comunidades virtuais, dispositivos móveis, E-mails, fóruns eletrônicos, redes sociais, Web, tele e videoconferências. Interativos (exige pesquisa e seleção): bibliotecas físicas, bibliotecas virtuais e sistemas de posicionamento geográfico (GPS). Produtivos (são usados pelo aluno para produzir suas próprias contribuições): Aplicativos para escritório (Word, Excel), mapas mentais (apresenta visualmente a estrutura de significados e relações em uma área do conhecimento) e softwares colaborativos. Adaptativos: Jogos, kits didáticos, máquinas e equipamentos, realidade aumentada (tecnologia que possibilita o enriquecimento de um ambiente real com elementos virtuais. Podem variar de simples projeções sobre objetos físicos a projeções holográficas de personagens), realidade virtual (pode ser usada para simular desafios e problemas reais da indústria, sem oferecer riscos a alunos e docentes), simuladores (softwares integrados que propiciam ao usuário as mesmas sensações do mundo real). Integrativos: Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), laboratórios e oficinas, portfólios / e-portfólios, sala de aula e unidades móveis.
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Esse trabalho é realizado pelo docente e em parceria com a coordenação pedagógica da unidade escolar para qual o recurso se destina. Se um curso é ofertado em mais de uma unidade, as coordenações deverão, conjuntamente, participar da definição dos Recursos Didáticos (RDs).
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2.4.3.4 Avaliação de cursos
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Todos os anos, passam pelo SENAI/CE em média 50.000 pessoas que aperfeiçoam seu conhecimento ou aprendem uma nova profissão. Graças à flexibilidade de sua estrutura, o SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina.
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O sistema de avaliação dispõe de metodologias próprias elaboradas pelo Departamento Nacional para que as Unidades Escolares possam avaliar a concepção dos projetos e planos de cursos, a implantação e desenvolvimento de cursos quanto à atuação do corpo docente, a infraestrutura e a gestão escolar. Os estudantes também são avaliados a fim de verificar o alcance do perfil profissional do curso, o conhecimento apreendido e as competências adquiridas para o desempenho da profissão. Além disso, o SENAI tem a preocupação com a inserção dos jovens no mercado de trabalho e, portanto, ex-alunos são acompanhados nas suas expectativas e atuação profissional através da avaliação de egressos. As avaliações estão estruturadas conforme sequência abaixo indicada: Avaliação de projeto de cursos: é o conjunto de decisões tomadas no planejamento de um curso, desde o momento em que foi detectada a necessidade de concebê-lo e implantá-lo, até o momento em que se finaliza a elaboração do plano de curso e está dividida em: Pré-projeto: Informações necessárias para tomada de decisão quanto à estruturação do curso; Plano de Curso: Decisões de caráter técnico-pedagógico, principalmente as relativas ao desenho curricular. Visa dirigir as ações de implantação e todo o desenvolvimento do curso. A avaliação de projetos de cursos tem como principal finalidade contribuir para que a equipe de elaboração perceba os pontos fortes e fracos do planejamento do curso, propiciando oportunidades de melhoria. Avaliação de desenvolvimento de cursos: visa garantir a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem. O SENAI avalia o desenvolvimento dos seus cursos em três momentos: antes do início, durante e ao final. As equipes verificam as possibilidades de melhoria dos cursos com foco nas condições para o inicio, na atuação dos docentes e na
gestão escolar no suporte à docência. Tudo para assegurar a eficácia do desenvolvimento dos cursos de educação profissional e técnica. Programa de Avaliação de Desempenho dos Estudantes (PROADE) - a avaliação de estudantes, obtida por meio de diversas estratégias, técnicas e instrumentos, pretende verificar se o perfil profissional de conclusão do curso foi alcançado e se as competências para o exercício da profissão foram adquiridas.
Programa de Acompanhamento de Egressos - os alunos formados em aprendizagem industrial, habilitação profissional técnica de nível médio e qualificação profissional são monitorados desde o término do curso até um ano após a sua conclusão. A avaliação é composta por três fases que envolvem os concluintes, os ex-alunos e as empresas empregadoras, contemplando as fases abaixo. 1ª FASE: Inserção no sistema de avaliação: Cadastra os concluintes das três modalidades; atualiza dados e avalia as condições de realização do curso, grau de satisfação e fidelização ao SENAI. 2ª FASE: Acompanhamento do egresso: Analisa a situação e desenvolvimento socioprofissional do egresso, suas perspectivas e grau de satisfação/fidelização como cliente do SENAI. 3ª FASE: Avaliação da empresa: Avalia a adequação do perfil profissional do egresso ao mercado e afere o grau de satisfação e fidelização do cliente-empresa.
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Os resultados dessa avaliação permitem a definição de novas ações de melhoria dos processos de ensino e aprendizagem, buscando elevar a qualidade da formação profissional do SENAI.
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3 Disgnóstico “O diagnostico é o instrumento do processo que tem a capacidade de levantar, no empírico, a temática a ser trabalhada como ação prático-reflexiva pelo planejamento participativo”. (VEIGA, 1995, p. 138).
Com essa visão, o Departamento Regional do Ceará promoveu a atualização e ampliação de seu projeto pedagógico, por compreender a variável existente entre as suas práticas atuais e as ensejadas pelo novo contexto. Os estudos de diferentes vertentes e enfoques afirmam que o processo de educação escolarizada não se reduz à sala de aula e se viabiliza pela ação articulada entre todos os agentes educativos. Deste modo, contemplar-se a partir do prisma da representatividade e avaliação desse projeto, todos os agentes educacionais envolvidos na construção do Projeto Pedagógico, levando em conta o fato de que os debates não têm enfocado regiões periféricas do processo pedagógico, mas contemplam parte de uma pesquisa mais ampla, de natureza quali-quantitativa no campo da avaliação dos processos educacionais, e tendo como objeto de reflexão o espaço do Projeto Político-Pedagógico das Unidades Escolares.
3.1 Período 2010-2012 Como conceito plural, fluído, multifacetado, consideramos que a avaliação deve ser participativa, de caráter político e ético, embora em muitos casos seja apresentada como técnica e neutra. Ela é histórica e epistemológica, fruto de negociações, acordos e pactos que confirmam visões de mundo de educação e de homem. No entanto, a avaliação tem sido usada para excluir e submeter, para manter e não transformar. Para cumprir o seu papel, o SENAI/CE necessitava organizar um processo de retroalimentação do planejamento, incluindo a avaliação,
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A
reestruturação do aparato legal, em especial o Regimento Nacional do SENAI, evidencia a necessidade de reformulação de suas práticas e diretrizes, objetivando um ajuste de suas ações aos novos preceitos.
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verificando a qualidade nos processos instituídos no diagnóstico e nos objetivos permanentes na versão 2010 do Projeto Pedagógico, concebendo muito além das práticas avaliativas pontuais e fragmentadas, consistindo num empreendimento sistemático que busca a compreensão global da escola.
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Considerou-se primordial a meta-avaliação, ou seja, a avaliação das avaliações, um olhar, de dentro para fora, de uma instituição educativa muito mais do que uma tarefa técnica e de ação restrita, é uma importante questão política (com significados ético-políticos) porque traduz fortes e substantivas implicações no sistema educativo e, portanto, na sociedade, estando no centro da discussão do que deve ser a escola relativamente ao seu papel na construção da sociedade e na produção do futuro.
3.2 Análise do Biênio 2010-2012 Após análise dos objetivos permanentes e estratégicos do Projeto Pedagógico do SENAI Ceará elaborado em 2010, foram pontuadas a realização das seguintes ações: Participação no INOVA com 16 (dezesseis) propostas de projetos das 6 (seis) unidades sendo encaminhados para a etapa nacional 5 (cinco) projetos nas áreas Têxtil e Construção Civil; Padronização de quinze planos de ensino envolvendo todas as Unidades Escolares; Nova formatação da preparação dos competidores para Olimpíada do Conhecimento com o alcance de 5 (cinco) medalhas nas ocupações: Mecânica de Automóveis, Eletrônica Industrial, Instalação e Manutenção de Redes, Mecatrônica, Fresagem, e 9 (nove) certificados de excelência nas ocupações: Tornearia, Mecânica de Usinagem, Confecção de Roupas, mecânica de Automóveis, Tecnologia da Informação, Aplicação de Revestimento Cerâmico, Construção em Alvenaria, Eletricidade Industrial e Panificação; Participação nos editais de inovação 3 (três) projetos: 1 (um) da Área de Calçados, 1 (um) da Automotiva, 1 (um) de Alimento e 1 (um) SENAI/SESI denominado Oficina em Séries; Implantação da experiência piloto (realizada pelo DR/CE) da avaliação sistemática dos processos educacionais por meio do Sistema de Avaliação da Educação Profissional (SAEP), sinalizando as variáveis com propostas de melhoria;
Atualização do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para adequação ao mercado de trabalho com criação dos cargos de coordenador pedagógico, especialista educacional e coordenador de Educação Profissional (EP); De acordo com o Plano de Ação e Orçamento Retificado de 2012 do SENAI/CE, em relação à adequação tecnológica, foi realizada modernização e ampliação dos recursos tecnológicos disponíveis nos ambientes de aprendizagem (oficina, sala de aula e laboratório);
Promulgação da Lei nº 12.513/11 (alterada pela Lei nº 12.816/13) e a Resolução 510/2011 revogada pela Resolução 14/2013 que delega autonomia ao SENAI para credenciamento e recredenciamento de cursos Técnicos e Unidades Escolares; Implantação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) ampliando as fontes de receitas e parceria com o Governo Federal na democratização da oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio e qualificação profissional básica; Disseminação das metodologias de avaliação de desenvolvimento de cursos, avaliação de projetos e a metodologia de formação profissional com base em competência possibilitando uma melhoria operacional dos processos educacionais; Ampliação na participação de Fóruns de defesa de interesse, como por exemplo, Fórum de Aprendizagem Estadual e Fórum Estadual de Educação; Objetivando a melhoria do processo e acompanhamento pedagógico do docente e discente, foram capacitados 104 (cento e quatro) docentes na área pedagógica e 90 (noventa) na atualização tecnológica, alinhados com instrumentais para este fim. Em relação à intensificação do processo de formação continuada dos que atuam na área da educação, os docentes tiveram a oportunidade de participar de cursos de atualização tecnológica nas áreas ocupacionais específicas do SENAI/CE (na modalidade
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Criação da unidade de marketing no Sistema FIEC, ampliando o intercâmbio entre o SENAI e as empresas por meio da implementação da área de mercado nas unidades escolares com os estudos da capilaridade, a inserção regional e a descrição das fichas de produto, considerando o uso da ferramenta Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM);
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EaD e semipresencial), como também na metodologia SENAI de Educação Profissional (na modalidade EaD e semipresencial). Vale ressaltar que as coordenações pedagógicas participaram de capacitações específicas para o acompanhamento em sua área de atuação;
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Foram concluídos os Procedimentos Padronizados de EPT que contaram com a participação dos Representantes da Direção (RDs) e coordenações pedagógicas de todas as Unidades e representantes da Unidade de Educação;
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Início da implantação pelas Procedimentos Padronizados;
Unidades
Escolares
dos
Investimentos financeiros para o desenvolvimento prioritário de iniciativas como: Construção do Centro Tecnológico da Cadeia Têxtil; Implantação do Centro de Tecnologia Industrial do Ceará; Modernização e Interiorização de Laboratórios de Metrologia; Expansão de Unidades Móveis; Implantação de três pólos de Educação a Distância.
4 Programação “Andar alguns passos, a cada dia, na direção traçada é tão importante como debater o rumo e questionar se caminhamos nele”. (GANDIN, 1994.)
4.1 Políticas e Estratégias
4.2 Direcionadores Estratégicos Com o objetivo de facilitar o processo de orientação das ações, atendendo as mudanças e às exigências das demandas do mercado o SENAI Ceará priorizou os direcionadores estratégicos relacionados a seguir: Para a Educação Consolidar o modelo pedagógico da educação profissional por competências mantendo o foco na demanda industrial; Aprimorar os métodos e intensificar a produção e padronização dos perfis, itinerários formativos, desenhos curriculares e recursos didáticos para educação básica e profissional; Ampliar a escolaridade dos trabalhadores da Indústria, articulando a educação básica com a profissional – Educação de Jovens e Adultos (EJA) EBEP; Ampliar substancialmente o atendimento da demanda de educação profissional da indústria: EAD, unidades móveis, otimização
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O SENAI Ceará, ao propor objetivos, indicadores e metas, está ciente de que não existe um único caminho para o desenvolvimento organizacional. Destarte buscou realizar o que é planejado, através de uma boa integração e comunicação, e por um ciclo de aprendizado constante, referenciado no cumprimento da Missão Institucional, promover a Educação Profissional e Técnica, a inovação e a transferência de tecnologias, contribuindo para elevar a competitividade da Indústria Cearense, e pelo Mapa Estratégico do Sistema SENAI 2011-2015 que traz em seu bojo metas e desafios robustos que necessitam de um comprometimento de todos os atores envolvidos.
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e expansão dos ambientes pedagógicos. Para o Desempenho do Sistema Reduzir substancialmente os tempos de resposta às demandas da indústria, garantindo a qualidade dos produtos e serviços em todo o Sistema;
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Atuar, a partir de uma visão da indústria em grande escala (cadeias produtivas, clusters, redes de valor), com foco de atuação das instituições nas ações com maior impacto sobre a competitividade da indústria;
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Assegurar sinergia e complementaridade nas atividades finalísticas do SENAI, Serviço Social da Indústria (SESI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL); Acentuar o alinhamento estratégico, tático e operacional entre o Departamento Regional e as Unidades Escolares, ou seja, áreas-meio e área-fim; Aprofundar o modelo de gestão e de monitoramento estratégico com foco em resultados; Aprimorar o modelo de governança para ampliar a eficiência, o foco na atuação, a celeridade dos processos de decisão e o controle e a interação com as lideranças empresariais; Melhorar a percepção da sociedade quanto à contribuição do SENAI por meio de nova estratégia de comunicação alinhada aos referenciais nacionais.
4.3 Horizonte 2013-2015 Tendo em vista os direcionadores estratégicos acima definidos, o Projeto Pedagógico foi revisado e ampliado. Seguem abaixo as propostas de ações para o período de 2013-2015: Implementar processos de mudanças nas práticas pedagógicas relacionadas a currículo, estrutura dos cursos e metodologia, para que o SENAI/CE seja referência em Educação Profissional e Técnica, qualificando os profissionais para atuarem no setor industrial; Estruturar os currículos de todos os cursos na Metodologia SENAI de Educação Profissional;
Implantar os cursos na Metodologia SENAI de Educação Profissional conforme o planejamento de cada Unidade; Incluir, na elaboração do projeto dos cursos, contribuição das pesquisas de mercado; Ampliar o setor do material didático através da terceirização dos serviços de elaboração e finalização; Intensificar o contato com as indústrias para captar as necessidades e as problemáticas enfrentadas por elas e propor as possíveis soluções;
Desenvolver processos de avaliação de reação e desempenho visando qualificar a prática para obter um padrão de excelência; Reestruturar o formulário de avaliação de reação da educação profissional; Intensificar o acompanhamento das ações de educação nas Unidades Escolares; Dar continuidade ao processo de formação continuada de todos os colaboradores garantindo qualificação profissional e pessoal no desenvolvimento do trabalho de educação de excelência; Oportunizar o repasse das qualificações recebidas para outros colegas; Buscar parcerias com universidades para realização de mestrados nas Unidades de Ensino para capacitação dos colaboradores; Capacitar a equipe de coordenação pedagógica para fortalecer o acompanhamento pedagógico; Realizar programa de marketing que divulgue os projetos desenvolvidos nas Unidades; Desenvolver ações que busquem mais recursos financeiros para investimento na Instituição; Intensificar os programas de recuperação da estrutura física e de serviços essenciais para o funcionamento do SENAI/CE, garantindo o desenvolvimento das ações de educação profissional com qualidade e viabilidade; Estruturar a equipe de educação a distância;
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Ampliar parcerias com as empresas para modernização e atualização tanto de informação como de equipamento;
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Ampliar a oferta de cursos na modalidade de educação a distância; Desenvolver ações para inovações na área de tecnologia educacional com apoio das Unidades; Finalizar a padronização da lista de compra de material de consumo de cursos comuns a duas ou mais unidades.
4.4 Rotinas
Desenvolver o planejamento em conjunto dos setores no início de cada ano; Planejar mensalmente as atividades por unidade; Atualizar o Projeto Pedagógico periodicamente a cada 2 anos; Realizar visitas mensais às empresas, por unidade, para acompanhamento dos cursos de aprendizagem e habilitação técnica; Acompanhar os egressos durante um ano após a conclusão do curso; Informar aos alunos, no início de cada curso, seus direitos e deveres, e esclarecer as dúvidas; Realizar auditorias nas Unidades para verificação dos processos implantados; Realizar acompanhamento pedagógico nas Unidades verificando a implantação dos planos de curso, plano de ensino e situações de aprendizagem; Atualizar o Sistema de Administração Escolar – SADES para atendimento as informações educacionais das Unidades Escolares.
Projeto Pedagógico do Senai Ceará
Realizar trimestralmente reuniões pedagógicas para avaliação, disseminação e troca de práticas pedagógicas;
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Referências AEC. Revista de educação. Planejamento participativo como metodologia libertadora. Revista de Educação AEC, ano 24, n. 96, jul./set. 1995.
Projeto Pedagógico do Senai Ceará
AMMANN, Safira Bezerra. Participação social. São Paulo: Cortez & Moraes, 1978.
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