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Eros e Psique
Eros nasceu lindo, gordinho e bochechudo. Com duas asas de anjo, carregava um arco cheio de flechas. Divertia-se atirando a torto e a direito. Sem mirar o alvo, o resultado era um só. Os atingidos se apaixonavam. O garoto cresceu e virou um belo rapaz.
No reino de Eros vivia Psique. A jovem era tão bonita que os homens caíam de amor por ela. As mulheres morriam de inveja. Todos a comparavam com a deusa Afrodite, considerada a mais perfeita das criaturas.
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Afrodite, que era a mãe de Eros, não gostou da comparação. Queria continuar única, sem concorrente. Mandou o filho acertar uma flecha em Psique para ela se apaixonar pelo primeiro homem que encontrasse. Mas a trama fracassou.
O deus se encantou pela princesa e não deixou ninguém se casar com ela.
Resultado: apesar de bela e cheia de qualidades, Psique não arrumava pretendente. O tempo foi passando, as irmãs se casaram, e ela continuava solteira. Os pais, preocupados, consultaram o oráculo, que tudo sabia. Receberam a ordem para abandonar a moça numa montanha. Lá, ela encontraria o marido, um monstro terrível. Eles choraram a sorte da filha, mas obedeceram.
Sozinha no lugar desconhecido e assustador, ela tremia de medo. Esperava o momento em que o tal monstro fosse buscá-la. De repente, sentiu um vento suave e gostoso, que a carregou para o jardim de um palácio, onde encontraria o marido. Psique ficou à espera da criatura medonha. Estava em pânico.
Ele chegou, mas não se deixou ver. Será que era tão feio assim? Mas, ao contrário do que ela imaginava, o ser foi muito gentil e carinhoso. Psique se apaixonou. Só que teve de aceitar uma condição. Nunca poderia vê-lo. Todas as noites, o marido vinha encontrá-la, porém, no dia seguinte, quando ela acordava, ele já havia saído.
A princesa estava cada vez mais apaixonada, mas se sentia só. Então disse ao marido que queria
visitar a família. Ele falou que isso não seria bom. Porém, depois de ela insistir muito, mandou o vento levá-la até os pais. Foi uma festa só. Psique entregou ricos presentes para todos e não escondia a felicidade.
Mas a moça tinha um grande defeito. Não sabia guardar segredo. Contou para as irmãs o mistério sobre o marido que não se deixava ver. Elas, invejosas e curiosas para conhecer a verdade, convenceram-na a descumprir o trato.
De volta ao palácio, quando o marido dormia, Psique acendeu uma lamparina de óleo e, ao vislumbrá-lo, teve uma surpresa! Seu amado era Eros. Contemplando tanta beleza, ela se distraiu.
Uma gota de óleo quente caiu no corpo do deus, e ele acordou.
Ficou muito bravo. Garantiu que ia embora para sempre. E foi. Bateu asas e nunca mais voltou. Psique se arrependeu por não ter respeitado o combinado. Perdeu o amor de Eros.
Dizem que ela chora até hoje.