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Odisseu e Penélope

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Narciso e Eco

Narciso e Eco

Você já deve ter ouvido a expressão “parece que está tecendo a colcha de Penélope”. Quando alguém diz isso, fala de uma tarefa que nunca termina. Ou de um trabalho que demora para ser feito. A expressão vem de um caso muito, muito, muito antigo. E se baseou no exemplo dado pela rainha Penélope, que era casada com o rei Odisseu.

Os dois viviam felizes e apaixonados junto com o filho Telêmaco. Eram amados pelos súditos, que se orgulhavam de soberanos tão justos e bons. Mas, um dia, Odisseu foi convocado para a Guerra de Troia. Fez de tudo para não abandonar a família. Até se fez de louco. Mas não adiantou. Partiu e ficou muito tempo fora, sem dar notícias.

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Penélope esperava o marido. Seu pai lhe dizia que Odisseu deveria ser dado como morto. Afinal, ninguém sabia dele. E ela tinha a obrigação de se casar novamente porque o reino precisava de um rei. Havia muitos pretendentes e era preciso escolher um deles. Para ganhar tempo, ela respondeu que, quando o filho crescesse, pensaria no assunto.

Telêmaco tornou-se adulto. O número de pretendentes aumentava todos os dias. Impacientes, eles cobravam uma decisão. Como escapar? Ela teve uma ideia: tecer uma mortalha. Quando os moços a pediam em casamento, ela prometia: – Eu me caso quando acabar a mortalha.

Tecia de dia e, à noite, desfazia o trabalho. A obra nunca ficava pronta.

Muito tempo depois, a manobra foi descoberta. A rainha ficou sem saída. Aí tentou um último recurso. Escolheria o pretendente que vencesse um torneio. Elaborou uma tarefa bem difícil. Eles deveriam acertar uma única flecha em 12 argolas enfileiradas. Sabe de quem era o arco? De Odisseu. A esperta mulher sabia que só ele poderia vergar o arco para disparar a flecha.

Odisseu, finalmente, conseguiu voltar ao reino. Ele chegou no dia do torneio. Vinha sozinho, vinte anos depois da partida. Havia enfrentado muitos problemas na viagem e perdido navios e marinheiros em naufrágios. Irreconhecível, usava roupas de

mendigo. E nas ruas não se falava de outra coisa que não fosse o torneio. Comovido com a demonstração de amor da rainha, que o esperou tantos anos, decidiu entrar na disputa. Os pretendentes reclamaram. Consideravam ousadia um mendigo querer se tornar rei. Ali só havia lugar para nobres como eles. Mas tiveram de ceder: as regras não impediam qualquer candidato de participar. Nenhum concorrete conseguiu vergar o arco e atirar as flechas. Foram eliminados um a um. Quando chegou a vez de Odisseu, ele pegou o arco, vergou-o e atirou a flecha, que atingiu o alvo. Vencedor, revelou que era o rei guerreiro que voltava para casa. O reino se alegrou. Odisseu e Penélope continuavam apaixonados.

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