UM ROTEIRO PELOS NOVOS ESPAÇOS ARTÍSTICOS DO CENTRO DE SP
#19 36 EXPOSIÇÃO
MOSTRA HOMENAGEIA IBERÊ CAMARGO
74 VIAGEM
OS CENÁRIOS PARADISÍACOS DE NORONHA
122 PERFIL
A TÉCNICA APURADA, AS MANOBRAS E OS PLANOS DO SKATISTA BOB BURNQUIST
112 dira paes
APÓS UMA SEQUÊNCIA DE SUCESSOS NA TV, A ATRIZ PARAENSE VOLTA À TELONA ESTE MÊS NO FILME OS AMIGOS
N OV E M B RO 2 014
VOEAZUL.COM.BR
A REVISTA DA AZUL LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS
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SUMÁRIO NOVEMBRO 2014
A REVISTA DA AZUL LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS
22 Editorial 24 Expediente 26 C olaboradores 29 4 cantos 30 Agenda
As melhores atrações de novembro
32 Gastronomia
Os pescados do Guaramare, em Guarapari
36 Exposição
Homenagem a Iberê Camargo em Porto Alegre
40 Teatro
Stepan Nercessian é Chacrinha em musical
48
44 Cinema
Matheus Nachtergaele vive Joãosinho Trinta
58 A Rua
As atrações do Pontão do Lago Sul, em Brasília
48 Livros
Obra reúne registros de Walter Carvalho
60 Hot Spot
Hugo Rodrigues indica restaurante em Recife
54 Música
O 13º álbum de Leonard Cohen
62 5 Perguntas
Cao Hamburger fala sobre sua nova série infantil
56 O Quarto
O Hotel Casa de Santo Antônio, em Parnaíba
64 Vitrine
Uma seleção de itens para facilitar sua viagem
66 Olhar Azul
Os melhores registros dos Clientes Azul
68 André Barcinski
O egoísmo do público nas salas de cinema
44
70 Mário Magalhães
As resistentes fitinhas do Senhor do Bonfim
56 32 64 018 | VOEAZ UL.COM.BR
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Ibuflex® (ibuprofeno) - Reg. nº 1.6773.0088. Indicação: Febre e dores leves e moderadas, associadas a gripes e resfriados, dor de garganta, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, cólicas menstruais, dores musculares e outros. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. NÃO USE ESTE MEDICAMENTO EM CASOS DE ÚLCERA, GASTRITE, DOENÇA DOS RINS OU SE VOCÊ JÁ TEVE REAÇÃO ALÉRGICA A ANTI-INFLAMATÓRIOS. Outubro/14. 1. Ref.: Packman B, Packman E, Doyle G, Cooper S, Ashraf E, Koronkiewicz K, Jayawardena S. Solubilized ibuprofen: evaluation
of onset, relief, and safety of a novel formulation in the treatment of episodic tension-type headache. Headache, 40:561-567, 2000. 2. Vide Bula.
SUMÁRIO 74
88 111 em foco
73 destinos 74 Fernando de Noronha
As praias paradisíacas do arquipélago
134
112 Dira Paes
Todo o brilho da atriz paraense
86 Fazendo a Mala
122 Bob Burnquist
88 Alta Floresta
128 Rodrigo Teixeira
98 Fazendo a Mala
134 Reportagem
100 Miami
142 Bem-Estar
105 Eu Fui
144 Made in Brazil
O que Giovanna Ewbank leva para a ilha Birdwatching no Norte do Mato Grosso Pedro Oliva indica produtos para o destino Feiras de arte movimentam a metrópole Dicas de Salvador, por Fabíula Nascimento
As manobras e o novo programa do skatista O brasileiro que fincou os pés em Hollywood Um roteiro artístico pelo Centro de SP A origem e as características do muay thai Diego Badaró, fundador da AMMA Chocolate
147 azuis
112
148 Expansão 151 Curtas 154 Novidades 156 Experiência Azul 159 Mapa de Rotas 162 Panorâmica
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EDITORIAL
Caro Leitor,
Azul em Congonhas
Este é um mês muito especial para a Azul. Após quase seis anos de vida, ganhamos espaço para ampliar nossas operações em Congonhas, um dos mais importantes e movimentados aeroportos do País. Nossa chegada à capital paulista traz mais força para nossa malha aérea e ainda mais benefícios para você, Cliente Azul. Com a redistribuição dos horários para pousos e decolagens realizada pela Anac em outubro, recebemos 26 slots, o equivalente a 13 frequências diárias. Com isso, passamos a ligar o terminal paulistano às cidades de Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte – nosso segundo maior hub. São cinco voos diários para Confins e outros quatro para as capitais gaúcha e paranaense. Com apenas uma conexão em um dos três destinos diretos ligamos Congonhas a mais de 50 aeroportos brasileiros. Agora, é possível chegar a localidades que antes não eram servidas a partir de São Paulo. Pelotas (RS), Cascavel (PR) e Uberaba (MG), por exemplo, são cidades às quais é viável ir e voltar no mesmo dia. No sentido inverso, abrimos também uma série de opções de conexão, ligando o interior do Brasil à maior cidade do País. Este, inclusive, é um dos fatores que nos levaram a conquistar esse importante espaço em Congonhas. Nossa extensa malha regional nos torna muito importantes para os usuários do transporte aéreo, contribuindo para o desenvolvimento de vários de setores da economia. As operações em Congonhas abrem a possibilidade para que novos Clientes possam usufruir ao máximo a experiência Azul. Todos os voos contam com TV ao vivo em monitores individuais, assentos dispostos dois a dois – sem a poltrona do meio –, além de snacks e bebidas à vontade e sem custo adicional. As frequências da companhia em São Paulo estão sendo realizadas com os jatos Embraer 195, aeronaves de fabricação nacional. Isso torna este momento especial também para a Embraer e para os brasileiros. Se você voa com frequência ou planeja realizar uma viagem saindo de ou chegando a São Paulo, consulte os voos da Azul em nosso site, por meio da central de atendimento, ou fale com seu agente de viagens.
Antonoaldo Neves Presidente 022 | VOEAZ UL.COM.BR
Foto: Divulgação Azul
Desejo uma boa leitura e excelente voo!
EXPED IENTE
E D ITO R I A L
CO M U N I CAÇÃO E M A RCA
PU B LI C I DA D E
FINANCEIRO/ADMINISTRATIVO
Editora Bruna Tiussu bruna.tiussu@azulmagazine.com.br
Diretor de Comunicação e Marca Gianfranco Beting
Gerente Comercial Marcelo Trevenzolli marcelo.trevenzolli@azulmagazine.com.br
Diretora Financeira Luciana Mello luciana@azulmagazine.com.br
Executivas de Contas Carina Nishida carina@azulmagazine.com.br Marcela Miranda marcela.miranda@azulmagazine.com.br Sandra Torre sandra.torre@azulmagazine.com.br Simone Montenegro simone@azulmagazine.com.br
Assistente Financeira Bruna Veiga bruna.veiga@azulmagazine.com.br
Assistente Comercial Paula Rezende paula@azulmagazine.com.br 11 3254 9895
Diretor de Criação Zé Renato Maia
Representantes de Vendas FTPI Andrea Medrado (RJ) andreamedrado.rio@ftpi.com.br 21 3852 1588
Designer Christian Toledo Cecilio
Gerente de Comunicação Carolina Constantino Editora-assistente Marina Azaredo Coordenador de Comunicação marina.azaredo@azulmagazine.com.br Fabio Abud Editor de Arte André Graciotti andre.graciotti@azulmagazine.com.br Repórter Luiza Vieira luiza.vieira@azulmagazine.com.br Estagiárias Sofia Franco sofia.franco@azulmagazine.com.br Sophia Ladeira sophia.ladeira@azulmagazine.com.br Tratamento de Imagens e Pré-impressão Everaldo Guimarães aldo@azulmagazine.com.br Revisão Paulo Vinicio de Brito
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#19 36 EXPOSIÇÃO
MOSTRA HOMENAGEIA IBERÊ CAMARGO
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10/16/14 8:34 PM
Foto de capa Murillo Meirelles
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Diretor de Arte Nemo Sampaio Gerente de Produto Renata Florenzano
M A R K ETI N G Gerente de Marketing Dilson Gonçalves Coordenador de Marketing Francisco Almeida Analista de Marketing Sênior Henrique Mathias Analista de Marketing Rafaela Cambiaghi Garcia Colaboradores Ana Ávila Ana Luiza Ponciano André Nicolau Antônio Frajado Camila Frois Carla Biriba Carol Rodrigues Cássio Vasconcellos Danilo Bandeira Daryan Dornelles Du Zuppani Gabriel Lordêllo Gabriel Rinaldi Ivi Brasil Lia Guimarães Mariana Cunha Murillo Meirelles Natali Pereira Raphael Briest Renata Reps Renato Alexandrino Renato Lemos Roberto Seba Rosa Jorge Rubens Paiva Sergio Caddah Tiago Agostini
Cristiane Prataviera (PR) cristiane.curitiba@ftpi.com.br 41 3026 4100 Ronaldo Spagnuolo (MG) ronaldo.minas@ftpi.com.br 31 2105 3609 Luciana Mir (DF) lucianamir.brasilia@ftpi.com.br 61 3035 3750
PROJ ETO G R Á FI CO zrmaia.com.br
I M PR ESSÃO CTP, Impressão e Acabamento IBEP Gráfica Tiragem 90.000 exemplares
Ivan Feitosa (PE) ivan.nordeste@ftpi.com.br 81 2128 4350 Loren Rodrigues (PE) loren.nordeste@ftpi.com.br 81 2128 4350
M A R K ETI N G Gerente de Marketing Géssica Romanini gessica@azulmagazine.com.br 11 3254 9950
D ISTR I B U I ÇÃO Gerente de Circulação Jane Pinheiro jane.pinheiro@azulmagazine.com.br
Expediente Editora Arranjo de Letras Eireli CNPJ – 11.052.806/0001-40 Endereço – Av. Paulista, 2200, 23º andar – Consolação, CEP 01310-300 – T 11 3254 9950 AZUL Magazine não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de AZUL Magazine ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em seu poder uma carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada por pessoa que conste do expediente.
COL ABORADORES
jornalista
Já trabalhou na Rádio ONU em Nova York, produziu e dirigiu programas de cinema nos canais Arte 1 e PlayTV, além de ter passado pelos globais Jornal Nacional, Jornal Hoje e Fantástico. Apaixonada pela sétima arte, vive querendo encontrar respostas para as suas dúvidas sobre o mundo cinematográfico. Colabora neste número com a reportagem sobre Rodrigo Teixeira.
jornalista
Gabriel Rinaldi
Gaúcho radicado no Rio há 16 anos, já passou por veículos como Zero Hora e Lance!. Desde 2004 é repórter da editoria de esportes do site do jornal O Globo, para o qual cobriu as Copas do Mundo da África do Sul e do Brasil. Com predileção pelas modalidades radicais, já cobriu uma edição dos X Games em São Francisco e etapas dos mundiais de surfe e bodyboard. Nesta Azul Magazine assina o perfil do skatista Bob Burnquist.
Formado no Rochester Institute of Technology, começou a carreira como retratista em Nova York. Hoje, aos 31 anos, mora em São Paulo e contribui em publicações como Forbes, Bloomberg e Marie Claire, além de fazer peças publicitárias. Em julho, filmou seu primeiro longa-metragem, The Fates, que deve estrear no início de 2015. Aqui, fez os cliques do produtor de cinema Rodrigo Teixeira.
Renato Lemos jornalista
Torcedor do Botafogo, da Portela e profissional da escrita, necessariamente nesta ordem. Já fez parte da equipe do Jornal do Brasil e de O Globo, além de ter assinado reportagens para as revistas Trip, TPM, Vogue e Piauí. Atualmente se dedica à biografia do produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, o Barretão. É dele o perfil da atriz Dira Paes. 026 | VOEAZ UL.COM.BR
fotógrafo
Roberto Seba fotógrafo
Capixaba de Vitória, vive há oito anos em São Paulo. Suas imagens de viagem e gastronomia já estiveram em veículos como Lonely Planet, O Estado de S.Paulo e Próxima Viagem. Em 2013, depois de um concurso mundial, foi contratado para registrar o lifestyle de Melbourne, na Austrália, por seis meses, para a Time Out. De volta ao Brasil, dedicase a trabalhos editoriais e projetos pessoais. Neste número, clicou as paisagens de Fernando de Noronha.
Murillo Meirelles fotógrafo
Fez seus primeiros cliques nos anos 1990. Hoje se dedica a ensaios de moda e retratos, com trabalhos publicados em revistas como Vanity Fair UK, L’Officiel Brasil, Rolling Stone e Vogue. Colabora também com as marcas Osklen, Cavalera, Arezzo, entre outras. Nesta edição, fotografou Dira Paes para nossa reportagem de capa.
Fotos: Arquivo Pessoal
Ana Luiza Ponciano
Renato de Alexandr ino
30 agenda
A programação de novembro
32 gastronomia
O Guaramare, em Guarapari
4cantos
36 exposição
Homenagem a Iberê Camargo
Novidades, atrações e descobertas em todo o Brasil
40 teatro
Musical lembra a vida de Chacrinha
44 cinema
A cinebiografia de Joãosinho Trinta
48 livros
Os cliques de Walter Carvalho
54 música
Leonard Cohen lança seu 13º disco
56 o quarto
Casa de Santo Antônio, em Parnaíba
58 a rua
O Pontão do Lago Sul, em Brasília
60 hot spot
O lugar favorito de Hugo Rodrigues
62 5 perguntas
Cao Hamburger e sua nova série
64 vitrine
Acessórios para viajantes
66 olhar azul
Os cliques dos Clientes Azul
68 colunas
Foto: Olivier Zimmermann/Div.
André Barcinski e Mário Magalhães
O mestre e seus discípulos Mostra em Porto Alegre traz uma seleção de obras de Iberê Camargo ao lado de trabalhos de 19 artistas contemporâneos que dialogam com sua arte
4 CANTO S AGE NDA
7/CE Mostra Sesc Cariri
novembro
de Culturas Mais de 100 grupos de tradições populares se apresentam nos 28 municípios da região do Cariri e promovem a integração de linguagens como música, circo e literatura. No dia 8 de novembro haverá uma homenagem especial aos 220 anos do Crato, cidade conhecida também como “oásis do sertão”, pelo clima úmido e favorável à agropecuária. Região Metropolitana do Cariri. De 7 a 12
1º/RS Sonho de Natal
de novembro. Grátis. Confira a programação
O espírito natalino chega mais cedo à Serra Gaúcha. O Sonho de Natal, em Canela, começa no dia 1º de novembro e segue até janeiro, juntando-se ao Natal Luz, da vizinha Gramado, que deu a largada no fim de outubro. Entre as atrações de Canela estão a tradicional chegada do Papai Noel e o espetáculo multimídia Simplesmente Natal, que toca canções clássicas na Catedral de Pedra.
no site mostracariri.sesc-ce.com.br
7/RN Festival DoSol Durante 17 dias, o público poderá assistir a mais de 100 shows em Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos e Santa Cruz – as duas últimas participam pela primeira vez do evento. No line-up, Céu, Pitty, músicos da região e atrações da Alemanha, dos EUA e do Uruguai. A edição também marca a estreia do Estúdio Tim Music, onde dez artistas farão pocket shows, com gravação de áudio e vídeo. Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos
2015. Há eventos grátis e espetáculos que custam
e Santa Cruz. De 7 a 23 de novembro.
entre R$25 e R$80. Confira a programação no site
R$5 em Natal; grátis no interior do Estado.
sonhodenataldecanela.com.br
Confira a programação no site dosol.com.br
030 | VOEAZ UL.COM.BR
1º/RJ Festival Panorama A 23ª edição do evento traz 15 atrações – sete delas internacionais –, com espetáculos focados no tema A Festa Como Ato Político. Antigone Sr./ Paris is Burning at the Judson Church (foto), do coreógrafo norteamericano Trajal Harrell, abre o festival, no Theatro Municipal. Outro destaque é a peça Disable Theater, do francês Jérôme Bel, que trabalha com atores com deficiências mentais na companhia suíça Theater Hora. Rio de Janeiro, De 1º a 16 de novembro, em vários espaços da cidade. Há espetáculos grátis e outros que custam até R$30. Confira a programação no site panoramafestival.com
8/SP Mercado Mundo Mix Após uma temporada de dez anos em Portugal, a tradicional feira de moda, música e design volta à Barra Funda, bairro paulistano em que se consolidou nos anos 1990. Reúne mais de 200 expositores e conta com a Incubadora Mundo Mix, espaço para iniciantes apresentarem seus produtos. Uma novidade é o segmento místico, com tarô, borra de café, cartomancia, entre outros. Parque da Água Branca, Av. Francisco Matarazzo, 455, Barra Funda, São Paulo. T 11 3865 4131. Sáb. (8) e dom. (9), das 9h às 20h. Grátis
Fotos: Ricardo Varela/Div. (Sonho de Natal); Ian Douglas/Div. (Festival Panorama); Karina Monteiro/ Div. (Festival DoSol); Tiago Calazans/Div. (Fliporto); MJ Kim/Div. (Paul McCartney); N.Razina/Div. (Ballet); Otávio Silva/Div. (Folianópolis); Gregorie Alexandre/Div. (Popload); Divulgação
Canela, De 1º de novembro a 11 de janeiro de
12/MG Circuito Literário Praça da Liberdade
10/ES Paul McCartney Depois de se apresentar no País 15 vezes desde os anos 1990, o astro faz sua estreia no Espírito Santo este mês. O show Out There! traz canções de diferentes fases do músico – incluindo sua carreira solo, o período dos Wings e, claro, a fase dos Beatles. Além dos sucessos que marcaram época, o público poderá ouvir músicas do álbum New, lançado em 2013. O artista passa também por Brasília (23) e São Paulo (25).
20/SC Folianópolis
De 12 a 16 de novembro. Grátis. Confira a
A 9ª edição da micareta da capital catarinense terá duração de três dias. O circuito será novamente dentro da Passarela do Samba Nego Quirido, com presenças confirmadas de Saulo, Timbalada, Claudia Leitte, Durval Lelys, Tomate e Diana Dias. O encerramento, no dia 22, ficará a cargo de Ivete Sangalo (foto), que deve apresentar hits consagrados e músicas mais recentes, como Tempo de Alegria. O evento conta ainda com DJs no camarote.
programação no site circuitoculturalliberdade.com.br
Passarela do Samba Nego Quirido, Av.
Com o mote Uma Pausa Para Você e as Palavras, o evento transforma a Praça da Liberdade – símbolo histórico e arquitetônico da capital mineira – em um oásis literário. A programação ocupa 12 museus e espaços do conjunto cultural com 15 atividades diárias e a presença de autores, como os mineiros Humberto Werneck e Carlos de Brito e Melo e o pernambucano Marcelino Freire. Circuito Cultural Praça da Liberdade, Pça. da Liberdade, Centro, Belo Horizonte. T 31 3239 2000.
Governador Gustavo Richard, 5000 , Centro, Florianópolis. T 48 3224 7655. Qui. (20), sex. (21) e sáb. (22), às 21h. Entre R$50 e R$1.500 / folianopolis.com.br
Estádio Kléber Andrade, Rod. BR 262, km 3,5, Rio Branco, Cariacica, Grande Vitória. T 27 2142 4876. Seg. (10), às 21h. Entre R$250 e R$800/ blueticket.com.br
13/PE Festa Literária Internacional de Pernambuco
12/RJ Ballet do Teatro Mariinsky de São Petersburgo Um dos maiores ícones da dança de todo o mundo, a companhia Kirov – hoje chamada Ballet do Teatro Mariinsky de São Petersburgo – inicia a temporada brasileira no Rio. Os russos trazem o famoso balé de repertório clássico O Corsário (foto) e apresentam também a Grande Gala. A companhia passa ainda por São Paulo, no Teatro Alfa, de 19 a 23 de novembro.
Comemorando seu 10º aniversário, a Fliporto celebra a literatura conjugada ao cinema e tem como principal laureado o escritor paraibano Ariano Suassuna, morto em julho. Além dele, Adriana Falcão e Raimundo Carrero recebem homenagens na Fliporto Criança e na Feira de Livros, respectivamente. Atividades para todas as idades serão realizadas durante os quatro dias de evento. Olinda, De 13 a 16 de novembro. Grátis. Confira a programação no site fliporto.net
28/SP Popload Festival A 2ª edição do evento agita a capital paulista no último fim de semana do mês com 15 atrações, entre bandas brasileiras e internacionais. A primeira noite é dedicada ao indie rock, com shows de Tame Impala, Cat Power, Icona Pop e Boogarins. Já a segunda traz o estilo folk rock, além de intervenções eletrônicas – The Lumineers, Beirut, 2 Manydjs e Metronomy (foto) estão no line-up. Entre os nomes nacionais, Rodrigo Amarante e Marcelo Jeneci. Audio Club, Av. Francisco Matarazzo, 694, Barra Funda, São Paulo. T 11 3862 8279. Sex. (28), às 20h; e sáb. (29), às 19h. Entre R$460 e R$1.100 / poploadfestival.com
Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Pça. Floriano, s/nº, Centro, Rio de Janeiro. T 21 2332 9191. De qua. (12) a sáb. (15), às 20h30; dom (16), às 16h. Entre R$150 e R$450 / ingresso.com VO E AZU L .CO M.B R | 031
4 CA N TO S GASTRONOM I A
Pescados com sotaque macedônio Ingredientes frescos e tempero na medida exata são alguns dos segredos das delícias preparadas pelo chef Vicente Bojovski no Guaramare, premiado restaurante de Guarapari
Texto Carol Rodrigues Fotos Gabriel Lordêllo
Vicente Bojovski se reinventou quando, em meados dos anos 1980, casou-se com a capixaba Nadia e conheceu Guarapari, famoso balneário do Espírito Santo, a 54km de Vitória. Foi ali que ele, um macedônio que já havia se aventurado por países como a França e a Alemanha, encontrou aquilo que tanto procurava: “o seu lugar no mundo”, em suas próprias palavras. De fato, a cidadezinha não só acolheu o então jornalista como também o lançou a outro mundo, o da gastronomia, numa simbiose que culminou na criação do Guaramare, em 1986. De lá para cá, o restaurante é figurinha certa nas listas dos melhores do País dedicados aos pescados. É lá que Vicente prepara delícias como a paella marinara Guaramare e o misto de peixe, camarão e lagosta, que fazem muita gente encarar o bate e volta de Vitória a Guarapari. O chef visionário antecipou um conceito atualmente benquisto na gastronomia sustentável, dando preferência a ingredientes frescos e regionais. “Quando vi que teria uma fonte de frutos do mar, percebi que era o lugar ideal para abrir meu restaurante. A matéria-prima estava aqui, na própria cidade, e me encantei com isso”, relembra. Cioba, pargo, papa-terra e dentão são alguns dos peixes facilmente encontrados ali e que vão para a brasa de sua cozinha. Foi de maneira intuitiva que ele se adaptou ao novo ambiente de trabalho, ancorando-se nas 032 | VOEAZ UL.COM.BR
ATEND I MENTO I NFO R MAL
Na página anterior, Vicente Bojovski e sua famosa paella e, no topo da página, os pescados frescos, típicos da região. Nesta página, ao lado, o macedônio em ação na cozinha; abaixo, o salão do Guaramare; e, no pé da página, o ateliê do cozinheiro
lembranças da juventude, quando ajudava a avó em seu país natal, e dos períodos em que trabalhou fazendo reformas em restaurantes europeus. “Fazia experiências culinárias e as testava com a família e com os amigos. Foi assim que aprendi.” Tais invenções resultaram em pratos que exploram os sentidos com múltiplos aromas, sabores e cores. A paella é uma das atrações que fazem a fama da casa. Ali, a receita típica espanhola ganha identidade macedônia pela fartura de camarões, lagostinhas, lulas e polvos no arroz colorido pelos pimentões tricolores e pelo açafrão. A enorme frigideira de cobre sai direto do fogão para a mesa e é o próprio Vicente quem se encarrega de entregar o vistoso prato aos comensais. Não raro, senta-se à mesa dos clientes para bater papo e dividir um vinho ou convida-os para
conhecer seu ateliê – aos 73 anos, ele também pinta e escreve poemas. Além da paella, o misto de peixe, camarão e lagosta é outro destaque do chef, e vem guarnecido de batata cozida, espaguete na manteiga e arroz à grega. “A gente faz o peixe sem tempero algum. Usar sal grosso é errado. Só o temperamos depois, com nosso molho à base de manteiga, margarina, azeite e mostarda Dijon”, ensina ele, categórico. Sua predileção por receitas menos condimentadas é, inclusive, uma das razões que o afastam da moqueca, tradicional prato capixaba, que reina nos restaurantes do litoral. No Guaramare, nem adianta pedir: ela não é servida.
Endereços gastronômicos Por Vicente Bojovski
Argento Parrilla Como trabalho com pescados, procuro sempre restaurantes de carne. Estive lá quando fui a Vila Velha recentemente e gostei. Av. Afonso Pena, 677, Praia da Costa, Vila Velha. T 27 3208 2873 Lareira Portuguesa Quando estou em Vitória, vou a este restaurante de amigos muito queridos sempre que posso. Sugiro provar o Bacalhau na Brasa. Av. Saturnino de Brito, 260, Praia do Canto, Vitória. T 27 3345 0329 Guaramare, Av. Meaípe, 716, Nova Guarapari, Guarapari. T 27 3272 1300 / guaramare.com.br VO E AZU L .CO M.B R | 033
4 CAN TO S GASTRONOM I A
BOM APETITE Confira as melhores novidades de bares e restaurantes Brasil afora Textos Luiza Vieira
Mix de influências São Paulo SP
Foi no sofisticado bairro Higienópolis que um dos mais recentes – e promissores – endereços gastronômicos da capital paulista abriu suas portas. O José Bar e Restaurante é a nova empreitada de três Zés: José Eduardo Rotella, José Eduardo Reis e Cacá Ribeiro, que na certidão é José Carlos. Para comandar a cozinha o trio chamou o chef Rodrigo Lacerda, de volta ao Brasil depois de longa temporada entre França e Marrocos. A casa tem decoração rústica, luz natural e cardápio contemporâneo, com claras influências francesa e mediterrânea. Pratos leves, como o tartare de atum, disposto em uma salada de pepino, tomate verde e abacate (foto), fazem contraponto com belos cortes de carne. O suculento cordeiro Casablanca, servido com tâmaras, figo seco e amêndoas, é o carro-chefe.
Conexão Brasil-Líbano Rio de Janeiro RJ
Peixe ao forno, cordeiro marinado, além de kaftas, esfihas e quibes são algumas das estrelas do Mussalem, restaurante dedicado aos sabores libaneses que aportou em Copacabana, na Cidade Maravilhosa, em agosto. Mais um empreendimento de Omar Peres – também proprietário do La Fiorentina e do Sindicato do Chopp –, a casa tem no comando de sua cozinha Exequiel Moussallen, chef com descendência do país homenageado e curso de especialização na capital Beirute. Pães e salgados são feitos ali mesmo e parte do tempero utilizado, como pimenta, cominho e tahine, são importados do Líbano. Restaurante Mussalem, Av. Nossa Senhora de Copacabana, 178, Copacabana, Rio de Janeiro. T 21 2256 2000 / restaurantemussalem.com.br 034 | VOEAZ UL.COM.BR
Dois em um Salvador BA
Moda e gastronomia se encontram em Os Castros, espaço aberto há três meses em um casarão de 1892, no bairro Rio Vermelho. Enquanto Carla gerencia a loja Condessa de Castro, com roupas e acessórios sofisticados, seu irmão Saulo fica à frente da cozinha do Conde de Castro. O menu enxuto é composto de releituras de pratos clássicos com toques locais, como o carré de cordeiro com risoto de pesto de rúcula e farofa de parma. Os drinks são caprichados e as sobremesa ganham um toque divertido com as paletas mexicanas Monterrey, cujos sabores refrescantes são a pedida certa para aplacar o calor baiano. Os Castros, R. Professora Almerinda Dultra, 3, Rio Vermelho, Salvador. T 71 3016 0107
Fotos: Leo Feltran/Div. (José Bar e Restaurante); Filico/Div. (Mussalem); Divulgação
José Bar e Restaurante, R. Mato Grosso, 412, Higienópolis, São Paulo. T 30881829
P U B L I E D I TO R I A L CAS A VAL DUGA
A bebida certa para a estação Referência na elaboração de vinhos finos, a Casa Valduga conta com uma linha de 11 espumantes, todos produzidos a partir do tradicional método champenoise
Por ser um vinho leve e refrescante, que acrescenta charme das ocasiões mais simples às mais memoráveis de nossas vidas, o espumante é a bebida ideal para o clima descontraído da primaveraverão. Versátil, acompanha com maestria aperitivos e sobremesas. Há mais de um século cultivando terroirs de excelência no Rio Grande do Sul, a Casa Valduga tornouse referência na elaboração de espumantes e vinhos finos. A vinícola – presente em 24 países e com mais de 300 prêmios em concursos internacionais – segue as tradições de Champagne, na França, elaborando seus espumantes exclusivamente pelo método tradicional, o champenoise. Ele consiste na maturação de leveduras dentro da própria garrafa, ocasionando uma segunda fermentação na bebida, que passa por etapas longas e complexas, resultando em um produto com perlage mais fino, maior complexidade aromática e de altíssima qualidade. Atualmente, a Casa Valduga tem a cave com maior extensão da América Latina, com capacidade para abrigar seis milhões de garrafas, que descansam na penumbra de 12 a 60
meses. Sua linha é composta de 11 diferentes espumantes, cada um com um estilo próprio. A vinícola também criou um novo conceito para a apresentação dos espumantes no Brasil. Seus rótulos trazem informações que auxiliam o consumidor na hora da escolha, como o tempo de maturação (12, 25 ou 60 meses), indicação da safra e o tipo (nature, extra brut, brut e demi-sec).
S E LEC IONAD OS
No topo da página, a cave de espumantes da vinícola; acima, dois produtos de destaque: o Casa Valduga Brut 130 e o Maria Valduga Brut Vintage
Entre os produtos de destaque que levam o selo da Casa Valduga estão o espumante Brut 130 (36 meses) – elaborado em 2005 para comemorar os 130 anos da chegada da família Valduga ao Brasil –, que se tornou um dos espumantes ícones do País; e o Maria Valduga Brut Vintage (48 meses), considerado a joia da bebida nacional e desenvolvido em homenagem à matriarca da família. Já a linha Reserva, com maturação de 25 meses, oferece espumantes elegantes, com aromas intensos e complexos, além de um perlage fino e duradouro. A evidência é o Reserva Brut, premiado com medalha de prata no concurso francês Vinalies. Quanto aos vinhos tintos, os destaques ficam por conta do Gran Reserva Villa-Lobos Cabernet Sauvignon, produzido com grãos selecionados à mão, e o Storia Merlot, proveniente dos melhores vinhedos da região e apenas em safras excepcionais, com tiragem limitada. Os dois produtos estagiam em barricas de carvalho francês por 12 meses e evoluem por mais 12 meses nas caves da vinícola. Casa Valduga, Linha Leopoldina, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. T 54 2105 3122 / casavalduga.com.br
4 CA N TO S EXP OSIÇÃO
Conversas entre gerações Iberê Camargo: Século XXI expõe as mais famosas séries do pintor gaúcho ao lado de trabalhos de autores contemporâneos que se orientam por sua arte Texto Ivi Brasil
036 | VOEAZ UL.COM.BR
“Eu acho que uma reta tem muitas curvas. Quer dizer que tem muitas coisas que se fazem e não aparecem, mas que estão presentes ou ficaram marcas, rastros daquilo que foi feito. Algo subsiste daquilo que foi cancelado.” A frase de Iberê Camargo (1914-1994) dá indícios de sua consciência de que, dentre as inúmeras pistas e segredos que deixara pelo caminho, alguns seriam seguidos num futuro muito além de sua existência. Agora, passados 100 anos de seu nascimento e 20 de sua morte, podese comprovar que muitas gerações de artistas plásticos de fato se orientaram pelas pinceladas densas, pela liberdade e pelo caráter existencialista do mestre gaúcho. Prova disso é a exposição Iberê Camargo: Século XXI, com inauguração marcada para o dia 19 de novembro – na fundação que leva o seu nome, em Porto Alegre. Um tanto distinta da forma clássica de se organizar uma mostra comemorativa, ela traz uma seleção de
trabalhos – 33 pinturas, 6 gravuras e 30 desenhos – de Iberê exposta lado a lado com obras de 19 outros artistas brasileiros. Nota-se a genialidade da linguagem e das abordagens do gaúcho quando confrontado com gente tão diferente quanto Regina Silveira, Daniel Acosta, Angelo Venosa, Artur Lescher ou a Cia. de Foto, só para citar alguns dos convidados. A perspectiva que os curadores Icleia Borsa Cattani, Jacques
Fotos: Fábio Del Re /Div. (A Idiota, Ciclistas); Luiz Eduardo Robinson Achutti (Solidão); Olivier Zimmermann/Div. (esboço); Acervo FIC/Div. (Iberê com Carretéis); Mathias Cramer/Div. (retrato)
R I CO AC E RVO
Na página anterior, à esquerda, a obra Ciclistas, de 1989; à direita, um esboço de 1966; e, no centro, A Idiota, de 1991. Nesta página, no topo, Solidão, de 1994, e Iberê Camargo com um de seus trabalhos ao fundo; e, acima, à direita, o artista com a série Carretéis
Leenhardt e Agnaldo Farias pretendem destacar é que existe o diálogo consciente e mesmo inconsciente entre eles. Neste caso, evidenciam até um “efeito Iberê Camargo”. Ou seja, nota-se o modo como sua produção perpassa o cenário artístico brasileiro a ponto de revelar questões profundas da existência humana. Apesar de nunca ter se filiado a correntes ou movimentos, o gaúcho, que viveu por quatro décadas no Rio e retornou a Porto Alegre aos 79 anos, sempre exerceu forte liderança no meio intelectual do País. Até 29 de março de 2015, todos os espaços do premiado edifício da Fundação Iberê Camargo, projetado pelo português Álvaro Siza, serão tomados por esculturas, instalações
e fotografias, além de demonstrações literárias, performances e exibição de filmes. As obras de tantos autores diferentes colocam-se frente a frente com séries clássicas do pintor – como Ciclistas, Carretéis, Explosões, Espelhos, Fantasmas, Sombras e Manequins –, colaborando com o diálogo artístico e indo de encontro com mais uma de suas célebres frases: “Tenho sempre presente que a renovação é uma condição de vida. Nunca me satisfaz o que faço. Ainda sou um homem a caminho”. Iberê Camargo: Século XXI, Fundação Iberê Camargo, Av. Padre Cacique, 2000, Praia de Belas, Porto Alegre. T 51 3247 8000. De 19 de novembro a 29 de março de 2015. Grátis / iberecamargo.org.br VO E AZU L .CO M.B R | 037
4 CA N TO S EXP OSIÇÃO
ARTE EM FOCO Saiba mais sobre os destaques de museus e espaços culturais do País Textos Sofia Franco
Homenagem ao mestre russo Brasília DF
Primeira Aquarela Abstrata (1910), No Branco (1920; foto) e outras 20 obras de Wassily Kandinsky vão compor uma exposição inédita no País, que será inaugurada em 11 de novembro. Focada na vida, nas ideias e na produção do precursor do abstracionismo, Kandinsky: Tudo Começa num Ponto não se limita às telas do mestre russo. Outros 20 trabalhos de autores contemporâneos dele e peças que o influenciaram completam a mostra, que representa as diversas fases do artista. Em cartaz na capital federal até 12 de janeiro de 2015. Depois, segue para Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Centro Cultural Banco do Brasil, SCES, Trecho 02, Lote 22, Brasília. T 61 3108 7600. Qua. a seg., das 9h às 21h. Grátis / culturabancodobrasil.com.br
Urbanização em xeque São Paulo SP
White Cube São Paulo, R. Agostinho Rodrigues Filho, 550, São Paulo. T 11 4329 4474. Ter. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h. Grátis / whitecube.com/saopaulo
Força e movimento São Paulo SP
As obras mais importantes do abstracionista Hans Hartung chegam pela primeira vez à América Latina e ficam expostas de 7 de novembro a 12 de janeiro de 2015. No total, são 162 trabalhos do artista franco-alemão criados entre 1921 e 1989. As estampas, pinturas sobre cartão, telas, obras em papel e aquarelas capturam os movimentos e são frutos de gestos velozes, revelando a importância da espontaneidade em sua poética. Centro Cultural Banco do Brasil, R. Álvares Penteado, 112, São Paulo. T 11 3113 3651. Qua. a seg., das 9h às 21h. Grátis / culturabancodobrasil.com.br
Dalí em retrospectiva São Paulo SP
A maior retrospectiva de Salvador Dalí já feita no País está em cartaz em São Paulo, depois de uma passagem pelo Rio de Janeiro. Quem voa de Azul pode ter um privilégio na temporada paulistana, que vai até 11 de janeiro de 2015: os participantes do Tudo Azul terão acesso a uma fila prioritária para a retirada de ingressos – basta apresentar o cartão do programa e um documento de identidade. Entre as obras, destaque para O Espectro do Sex-appeal (1934) e Máxima Velocidade da Madona de Rafael (1954; foto). A mostra é composta ainda de 24 pinturas, 135 desenhos e gravuras, além de documentos, fotografias e filmes que retratam todas as fases do mestre surrealista. Instituto Tomie Ohtake, R. Coropés, 88, Pinheiros, São Paulo. T 11 2245 1900. Ter. a dom., das 11h às 20h. Grátis / insitutotomieohtake.org.br 038 | VOEAZ UL.COM.BR
Fotos: Prudence Cuming Associates Ltd/White Cube/Div. (Damien Hirst); Museu Estatal Russo/Div. (Kandinsky); Fundação Hartung Bergman/Div. (Hans Hartung); Museo Reina Sofia/Fundació Gala-Salvador Dalí/Div. (Dali)
Autor da famosa obra The Physical Impossibility of Death in the Mind of Someone Living (1991) – que consiste em um tubarão mergulhado no formol –, o inglês Damien Hirst prepara sua primeira individual no Brasil. A partir de 11 de novembro, a mostra Black Scalpel Cityscapes vai exibir 17 trabalhos inéditos do polêmico e premiado artista inglês. Descritas por ele próprio como “retratos de cidades vivas”, as obras são compostas de instrumentos cirúrgicos sobre fundo preto que, agrupados, criam visões aéreas de espaços urbanos. Por meio delas Hirst investiga tópicos do mundo moderno, como a vigilância e a globalização. Até 31 de janeiro.
4 CANTO S T EATRO
Música para o Velho Guerreiro Stepan Nercessian interpreta Chacrinha, sob direção de Andrucha Waddington, em grande produção que estreia no dia 14 de novembro Texto Ana Ávila
Fotos: Divulgação
As chacretes já estão escaladas e o troféu abacaxi garantido. Na trilha sonora, clássicos como O Meu Sangue Ferve por Você (Sidney Magal), O Amor e o Poder (Rosana) e Fogo e Paixão (Wando) vão ajudar a transportar o público para o programa de auditório que marcou a década de 80 no Brasil. A partir do dia 14 deste mês, episódios emblemáticos de Cassino do Chacrinha poderão ser revisitados no palco do Teatro João Caetano, no Rio, espaço escolhido para receber o espetáculo que homenageia o grande comunicador do rádio e da TV nacionais. Chacrinha, o Musical reúne nomes de peso da dramaturgia brasileira. Leo Bahia e Stepan Nercessian se dividem no papel principal, interpretando da infância difícil de Abelardo Barbosa em Pernambuco ao seu auge na TV. Na direção, o cineasta Andrucha Waddington faz sua estreia nos palcos, e o texto é um trabalho conjunto de Pedro Bial e Rodrigo Nogueira.
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Nercessian conta que chegou a participar como jurado do Cassino do Chacrinha, que ficou no ar na Rede Globo entre 1982 e 1988. “Fui três ou quatro vezes. Era um programa que todo o mundo gostava de ir. Ele era muito carismático, tinha empatia”, lembra. O espetáculo, além de marcar o retorno do ator aos palcos, depois de uma década, é o primeiro musical de sua carreira. Na preparação para viver o ícone da TV, ele acompanhou tudo de perto. “Procurei não fazer nada de fora para dentro, não imitar. O Chacrinha é inimitável”, diz. A produção, orçada em R$12 milhões, inclui ainda outros 22 atorescantores-bailarinos em cena e encerra a trilogia Uma Aventura Brasileira, realizada pela Aventura Entretenimento. Elis, a Musical e Se Eu Fosse Você, o Musical antecederam o atual projeto, o qual Andrucha e Bial foram convidados a encabeçar. O diretor afirma que o trabalho no teatro não foi planejado. “A Aniela (Jordan) e o Luiz (Calainho) – sócios da Aventura – me fizeram o
HOMENAGE M ESPECI AL
Na página anterior, Stepan Nercessian com alguns dos adereços-símbolos do apresentador; ao lado, um registro do elenco durante ensaio do musical
convite e estou adorando. O fato de ser o Chacrinha torna tudo ainda mais gostoso”, explica. Além do sucesso profissional, o espetáculo aborda também aspectos da vida pessoal e faces menos conhecidas do famoso Velho Guerreiro, como a bipolaridade, o autoritarismo e a obsessão pela audiência. “Faço o palhaço, mas também o cara fora do programa, com suas tragédias
e brigas. O Chacrinha da vida real”, diz Nercessian. Andrucha aprova o trabalho do colega no palco e garante que o público terá uma grata surpresa: “Ele está incrível”. Teatro João Caetano, Pça. Tiradentes s/nº, Centro, Rio de Janeiro. T 21 2332 9257. De 14 de novembro a 1º de março de 2015. Qui. e dom., às 19h; sex., às 20h; e sáb., às 16h. Entre R$50 e R$120 / ingresso.com
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Fotos: João Caldas/Div. (Azul Resplendor); Dalton Valerio/ Div. (A Lista); Helô Bortz/Div. (Selvagens); Divulgação
4 CANTO S TEAT RO
NOS PALCOS Acompanhe os principais festivais e estreias teatrais no Brasil Textos Sofia Franco
Obsessão online Rio de Janeiro RJ
Festa da dramaturgia Angra dos Reis RJ
Todos os estilos de produção teatral cabem na programação da 11ª Festa Internacional de Teatro de Angra, recheada de peças nacionais e internacionais, além de debates sobre dramaturgia. As apresentações começam no dia 7 com a montagem Conselho de Classe, de Jô Bilac, cujo tema é o estado atual do sistema educacional brasileiro. A veterana Eva Wilma vai ao palco em Azul Resplendor (foto), enquanto Marília Pêra participa de mesas-redondas e dirige a peça Callas, sobre a cantora lírica americana. Até 23 de novembro.
O fenômeno das selfies, autorretratos compartilhados nas redes sociais, inspirou o produtor Carlos Grun e os atores Mateus Solano e Miguel Thiré na concepção de uma nova comédia. O espetáculo Selfie aborda o vício tecnológico e traz Solano na pele de Claudio, um homem que armazena sua vida em computadores e se desespera quando perde todos os seus equipamentos. Ele se sente, então, um ser sem passado e parte em busca de sua história, recorrendo a vários personagens que marcaram sua trajetória – todos vividos por Thiré. Em cartaz até 25 de janeiro de 2015. Teatro Miguel Falabella, Av. Dom Hélder Câmara, 5332, Del Castilho, Rio de Janeiro. T 21 2597 4452. Qui. a sáb., às 21h; dom., às 20h. Entre R$60 e R$70 / teatromiguelfalabella.com
Palco Bradesco, Praia do Anil; e Teatro Municipal, Pça. Guarda Marinha Greenhalg, s/nº, São Bento, Angra dos Reis. De R$5 a R$50. Confira a programação no site fita.art.br
Catálogo da modernidade São Paulo SP
Premiada pelo espetáculo A Alma Imoral, Clarice Niskier (foto) estrela agora A Lista, monólogo inédito no Brasil e de autoria da canadense Jennifer Tremblay – trata-se da primeira parte de uma trilogia dramática que a atriz pretende montar por aqui. Na peça, a personagem passa por uma grande transformação pessoal depois da morte de sua vizinha, fato pelo qual se sente de alguma forma responsável. O texto é ágil e intenso, muitas vezes em forma de lista, e fala da falta de tempo para o afeto no mundo moderno. De 14 de novembro a 14 de dezembro. Teatro Eva Herz, Av. Paulista, 2073, Bela Vista, São Paulo. T 11 3170 4059. Sex. e sáb., às 21h; dom., às 19h. R$60 / teatroevaherz.com.br 042 | VOEAZ UL.COM.BR
Jogo de mistérios e conflitos
São Paulo SP
As fronteiras entre o real e o imaginário se confundem em Selvagens – Homem de Olhos Tristes, peça do austríaco Händl Klaus, em cartaz na capital paulista, sob direção de Hugo Coelho. Na narrativa não linear, um médico se depara com um ambiente árido, onde personagens contraditórios parecem marcados pelo abandono do lugar onde vivem. O elenco é formado por Rubens Caribé, Edu Guimarães, Vitor Placca, Flavia Couto e Henrique Taubaté Lisboa e o espetáculo segue até 18 de dezembro. Club Noir, R. Augusta, 331. Consolação, São Paulo. T 11 3255 8448. Qua. e qui., às 21h. R$40 / ciaclubnoir.blogspot.com
Fotos: Julia Schmidt/Div. (cena); Divulgação
4 CANTO S CINE MA
D ED I CAÇÃO À PASSAR ELA
O artista das multidões
Acima, Matheus Nachtergaele, no barracão da escola de samba, interpretando Joãosinho Trinta em uma das cenas do filme; ao lado, o cartaz do longa dirigido por Paulo Machline
Você chegou a conhecê-lo?
Matheus Nachtergaele chega às telonas este mês interpretando Joãosinho Trinta, na cinebiografia do carnavalesco que revolucionou a folia carioca Texto Luiza Vieira
Basta uma simples busca na internet para dar de cara com o seu sorriso. Com os braços constantemente para o alto, balançando-os no ritmo das alegorias, João Clemente Jorge Trinta – ou apenas Joãosinho Trinta – virou símbolo da alegria e do carnaval depois que levou para a passarela do samba toda a sua criatividade revolucionária. Personagem central de Trinta, cinebiografia de Paulo Machline que estreia nos cinemas no dia 13 de novembro, o carnavalesco, morto em 2011, é interpretado por Matheus Nachtergaele. O ator, com novo cabelo, sotaque e postura para melhor se adequar ao papel, divide cenas com nomes como Paolla Oliveira, Paulo Tiefenthaler, Milhem Cortaz e Ernani Moraes. Aqui, ele conta detalhes da produção e fala de sua admiração pelo artista maranhense. 044 | VOEAZ UL.COM.BR
Como surgiu o convite para o papel?
Quando conheci o Paulo Machline, ele já estava tocando o projeto do documentário A Raça Síntese de Joãosinho Trinta (2009). Na ocasião, ele contou que faria também um filme de ficção com a história e, quando aconteceu, me convidou. Topei na hora, mas confesso que com certo medo, pelo fato de o homenageado ser um dos maiores artistas do Brasil.
Sim, no Festival do Rio de 2009, quando o Paulo Machline apresentou o documentário. Passamos horas conversando. Depois marcamos um encontro em Brasília, mas infelizmente já não deu mais tempo. Fico honrado por ter recebido a anuência dele para sê-lo. Depois de sua morte tornou-se mais urgente homenageá-lo. Foram seis semanas de filmagens, mas com muita alegria. Aprendi com ele a arte de ser forte. O que Joãosinho Trinta representa para a cultura nacional?
Sempre o considerei um gênio. Ele realizava óperas a céu aberto, injetou alta cultura no carnaval. O bonito é que o filme acaba quando a história Quais as dificuldades enfrentadas na dele começa para o Brasil. O foco é seu composição do personagem? primeiro desfile como carnavalesco Eu procurei não fazer uma caricatura. Minha principal inspiração foi o espanto principal do Salgueiro, e foi um começo cheio de dificuldades. Ele e o encantamento que eu via nos olhos era uma pessoa de origem simples do João. Ele olhava tudo de um jeito inquieto. Como era bailarino também, fiz que, com força de vontade, tornou-se quatro meses de aulas diárias. Tenho 45 um homem culto. Do choque desse anos, nunca fiz ballet, mas foi importante encontro, entre o popular e a cultura erudita, nasceu Joãosinho Trinta. treinar os movimentos e a postura.
4 CANTO S CINE MA
TEL A GRANDE Fique por dentro das principais estreias nacionais e internacionais do mês Textos Sophia Ladeira
Missão intergaláctica Vencedor do Oscar deste ano de melhor ator, Matthew McConaughey volta às telonas na pele do astronauta Cooper, protagonista de Interestelar, nova aventura dirigida por Christopher Nolan. Após deixar a família, ele lidera um grupo de exploradores pelo espaço, numa saga que envolve viagens no tempo e a descoberta de dimensões paralelas que podem ajudar a salvar a humanidade. O elenco conta também com Anne Hathaway e Jessica Chastain.
Romance ao acaso Inspirado no conto Frontal com Fanta, de Jorge Furtado, o primeiro longa-metragem da cineasta Carolina Jabor narra uma improvável história de amor. Boa Sorte permeia o encontro de Judite (Deborah Secco), uma soropositivo e viciada em drogas, e João (João Pedro Zappa), adolescente introspectivo com distúrbios comportamentais. É numa clínica de reabilitação que os dois se conhecem e vivem uma forte paixão. Cássia Kis Magro e Fernanda Montenegro reforçam o elenco.
Estreia no dia 6 de novembro.
Estreia no dia 20 de novembro.
Guiada pela fé
Estreia no dia 27 de novembro. 046 | VOEAZ UL.COM.BR
Duelo contra a opressão Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 é a primeira etapa da adaptação cinematográfica do terceiro livro da saga – a segunda e última sai em novembro de 2015. Nela, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é novamente desafiada e torna-se símbolo da rebelião que toma conta do Distrito 13. Sob a liderança da presidente Coin (Julianne Moore), ela tem de salvar mais uma vez a vida de Peeta (Josh Hutcherson) e libertar a população de um governo opressivo e totalitário. Estreia no dia 20 de novembro.
Fotos: Felipe O’Neill/Div. (Boa Sorte); Valéria Simões/Div. (Irmã Dulce); Divulgação
A cinebiografia Irmã Dulce narra a trajetória da freira baiana – indicada ao Prêmio Nobel – que destinou sua vida a confortar e a ajudar os mais necessitados. No longa ela é interpretada por Bianca Comparato em sua juventude e por Regina Braga na fase adulta. O filme mostra como a persistência e o amor ao próximo construíram um ícone idolatrado nacionalmente, que enfrentava preconceitos e desconfianças para tocar projetos sociais a fim de amparar os que precisavam. A direção é de Vicente Amorim.
Intempéries da vida Ficção com toques de documentário, Ventos de Agosto traz como protagonista Shirley (Dandara de Morais), uma garota que vive numa pacata vila do Nordeste e se divide entre os cuidados com sua avó, o trabalho em uma plantação de coco e o romance com Jeison (Geová Manoel dos Santos). O casal embarcará em uma jornada sobre perdas e memórias com a chegada das tempestades e das altas marés que assolam a região nessa época do ano. A direção é de Gabriel Mascaro.
Programa Cinemark Mania. Todo mundo ama, todo mundo quer.
Estreia no dia 13 de novembro.
Dupla dinâmica Vinte anos depois do primeiro filme, Jim Carrey e Jeff Daniels voltam a viver a dupla Lloyd e Harry em Debi & Lóide 2. Recheada de peripécias, a comédia toma forma quando Harry descobre que tem uma filha precisando de um transplante de rim e chama o amigo para ajudá-lo a buscar a garota. Pelo caminho, os dois reencontram pessoas do passado e se metem em confusões hilariantes.
BRINDES
COMBOS
PROMOÇÕES
Estreia no dia 13 de novembro.
Ingress gratuit o o
Pipocas Sustentável e itinerante *O Cinesolar, veículo que utiliza
energia solar para exibir filmes nacionais gratuitamente, percorrerá dez cidades este mês
latinos *A 24ªTítulos edição do Cine Ceará, realizado
em Fortaleza de 15 a 22 de novembro, vai focar na produção argentina e o cineasta Daniel Burman será o homenageado
IRA JÁ ADQU O CARTÃ O SEU RIAS E T E H NAS BIL VEITE. E APRO
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4 CA N TO S LIVROS CENAS BR ASI LEI R AS
Ao lado, outdoor da Hope num edifício de São Paulo; abaixo, homem amolando uma faca; no centro, o cine Cumaru, em Pernambuco; e, no pé da página, a capa de Contrastes Simultâneos
Álbum de memórias Um dos principais diretores de fotografia do País, Walter Carvalho lança livro dedicado a registros feitos ao longo de 40 anos de carreira
O extenso currículo de Walter Carvalho, um dos principais diretores de fotografia do País, ganha mais um tópico no fim deste mês: o livro Contrastes Simultâneos (Ed. Cosac Naify, R$129), com 222 cliques selecionados entre os milhares de negativos produzidos desde 1972, ano em que deu início à sua carreira. Nome por trás da fotografia de filmes consagrados como Central do Brasil (1998), Lavoura Arcaica (2001) e Abril Despedaçado (2001), o paraibano tem mais de 70 prêmios. Atua ainda como documentarista e cineasta – dirigiu o novíssimo Brincante, que estreia no fim do mês –, mas gosta de frisar que, antes de tudo, é fotógrafo. Embora seja o sexto título do autor, a nova obra é a primeira que apresenta uma panorâmica sobre sua produção com uma câmera em mãos. “Há registros de mais de 35 anos. E outros de 2014. Não é cronológico nem temático, mas sim um contraste, que vai e volta no tempo”, define 048 | VOEAZ UL.COM.BR
ele. As imagens evidenciam personagens e ambientes do Brasil, como um folião durante o carnaval, cenas de um matadouro, de jogos de futebol e das ruas de São Paulo. A elaboração começou em 2008. Após apresentar uma coleção na Foto Rio – importante evento do setor –, decidiu reunir quatro ensaios expostos em uma publicação. No processo, deparou-se com fotografias há anos esquecidas, em gavetas e arquivos, o que o fez lançar um olhar sobre toda a sua trajetória. O nome, antes apenas Contrastes, ganhou o adjetivo “porque vai de uma coisa à outra com muita rapidez”, explica. “As imagens dialogam entre si, seja por aproximação ou distanciamento.” Característa tradicional do profissional, os registros estão em preto e branco. Segundo ele, dessa forma o objeto retratado adquire um significado desconhecido, que estimula o leitor a criar, também, sua própria interpretação.
Fotos: Walter Carvalho/Div.
Texto Luiza Vieira
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4 CA N TO S LIVROS
Estante Lançamentos do mês
BIBLIOTECA Veja aqui uma seleção de novos títulos nacionais e estrangeiros Textos Bruna Tiussu
DOUTOR SONO Stephen King
Marcas do passado Haruki Murakami reafirma seu lugar entre os principais escritores contemporâneos com O Incolor Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação, livro que teve mais de 1 milhão de cópias vendidas no Japão na semana de seu lançamento. No romance – aqui lançado pela Alfaguara, R$39,90 –, o autor realizou o desejo de se aprofundar em personagens secundários e apresenta Tsukuru Tazaki, um homem amargurado por conta do trauma de ter sido rechaçado por seus quatro melhores amigos há 16 anos. Com o apoio da namorada, ele decide enfrentar o passado e parte em uma jornada para reencontrá-los. Consequentemente, depara-se com descobertas que o ajudam a entender a si próprio e as pessoas que marcaram sua vida.
Continuação de O Iluminado, a obra traz Dan Torrance já adulto. Alcoólatra autodestrutivo, ele mudase para outra cidade para se tratar e arruma um emprego num hospital psiquiátrico, onde, com seus poderes, conforta pacientes terminais. Suma de Letras, R$44,49
Últimos escritos de Saramago
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MINHA PRIMEIRA VEZ Luiz Ruffato
Em sua primeira coletânea de crônicas, o escritor mineiro relembra, em textos cheios de delicadezas, episódios de sua infância em Cataguases, as primeiras descobertas da juventude, o início no jornalismo e a paixão pela literatura. Arquipélago Editorial, R$29,90
Fotos: Divulgação
A Companhia das Letras lança no Brasil Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas (R$27,50), último projeto de José Saramago, “o homem que não queria morrer sem ter dito tudo”, como afirma sua esposa, Pilar del Río. Na época de sua morte, em 2010, ele trabalhava na história de Artur Paz Semedo, funcionário de uma fábrica de armas que nunca questionou a finalidade dos artigos por ele produzidos. Sua mulher, no entanto, abandona-o por não suportar conviver com seu ofício. A narrativa, apesar de breve, discorre sobre a banalidade da violência com a força típica das tramas do autor. A obra conta também com ensaios do italiano Roberto Saviano, do espanhol Fernando Gómez Aguilera e do brasileiro Luiz Eduardo Soares.
4 CA NTO S MÚSICA
SET LIST O que toca no iPod de:
OUÇA ESSA Conheça os principais lançamentos nacionais e internacionais do mês
Unidos pelo jazz Textos Sofia Franco
Aparentemente improvável, a parceria entre a cantora Lady Gaga e o crooner Tony Bennet tem arrancado elogios da crítica. O recém-lançado álbum colaborativo da dupla – com 60 anos de diferença de idade –, Cheek to Cheek, traz 11 clássicas canções de jazz que ganharam frescor graças à musa pop. Há covers de compositores renomados, como Anything Goes, de Cole Porter, Lush Life, de Billy Strayhorn, e a faixa que dá nome ao disco, de Irving Berlin.
cantora
Silvia Machete I’M YOUR MAN Leonard Cohen
Celebração sonora LÁGRIMAS NEGRAS Jorge Mautner
Além de uma série exibida no Canal Brasil, o projeto Nelson 70 lança também um disco homônimo em comemoração aos 70 anos do jornalista, escritor e produtor musical Nelson Motta. O álbum é composto de 14 músicas cujas letras são assinadas pelo homenageado, ao lado de parceiros diversos, e interpretadas por convidados. Destaque para a inédita Nós e o Tempo, na voz de Marisa Monte e com João Donato ao piano, e a famosa Como Uma Onda, cantada pelo uruguaio Jorge Drexler.
VOCÊ NÃO VAI PASSAR Ava Rocha BIRTH IN REVERSE St. Vincent
Poeta veterano Aos 80 anos, o canadense Leonard Cohen entrega seu 13º disco
Candy rock abusado O terceiro disco de Thiago Pethit, Rock’n’Roll Sugar Darling intensifica as escolhas estéticas de seu antecessor, Estrela Decadente, de 2012. Nas dez novas canções autorais, o músico usa o rock’n’roll clássico como provocação. Apropria-se de sua origem marginal, sexy e debochada para compor faixas em que guitarras rockabilly e tambores à la Bo Diddley convivem com batidas eletrônicas e elementos digitais. Romeo, feita em parceria com Helio Flanders, é o carro-chefe do álbum, uma balada que celebra o amor bandido e anárquico. 054 | VOEAZ UL.COM.BR
Com mais de seis décadas dedicadas à literatura e à música, Leonard Cohen surpreendeu os fãs ao lançar, dois dias após completar 80 anos, seu 13º álbum de estúdio. Popular Problems traz nove faixas inéditas que refletem o mundo atual e sentimentos como o amor e a esperança (ou a falta dela). Em Slow, canção de abertura do disco, o compositor discorre sobre o tempo e o ritmo acelerado do século 21. Já A Street – escrita logo após os atentados de 11 de setembro, em 2001 – é marcada pelo tom melancólico e fala sobre guerra e abandono.
ator
Armando Babaioff SING Ed Sheeran COCOON Comets NECESSIDADE Castello Branco REFLEKTOR Arcade Fire ON IRA Zaz
Fotos: Steven Klein/Div. (Lady Gaga e Tony Bennet); Daniela Dacorso/Div. (Nelson Motta); Gianfranco Briceno/Div. (Thiago Pethit); Marcelo Correa/Div. (Armando Babaioff ); Divulgação
PUSH THE SKY AWAY Nick Cave
4 CA N TO S O QUARTO
No Hotel Casa de Santo Antônio, em Parnaíba, a arquitetura e a decoração impecáveis conspiram para que o hóspede se sinta no Brasil do século passado Texto Marina Azaredo
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O Hotel Casa de Santo Antônio desafia as leis da física. Atravessar seu portão de entrada é como fazer uma viagem no tempo: o piso de madeira, os janelões, os lustres imponentes, os móveis europeus, tudo remete ao início do século 20. Fincada no Centro Histórico de Parnaíba, no Piauí, a hospedagem ocupa um prédio erguido na fase áurea do município, famoso pela exportação de cera de carnaúba. Encantado com a Rota das Emoções – trecho que abrange os Lençóis Maranhenses, Jericoacoara e o Delta do Parnaíba –, o empresário português Mario Vieira de Carvalho decidiu investir na região e adquiriu o casarão tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), onde já haviam funcionado uma escola de freiras e uma fábrica de tecidos. Após uma reforma em que as características originais do imóvel foram preservadas, o hotel abriu as portas, em agosto de 2013. Dentre os 22 quartos mobiliados com a elegância de outrora, há um que impressiona pela grandiosidade.
Fotos: Marina Azaredo (escalda-pés); Divulgação
Charme e elegância de outrora
EST I LO IM PE RIA L
Experiência completa
Na página anterior, abaixo, a imponente fachada do Hotel Casa de Santo Antônio; acima, detalhes do quarto, cuja cama king size de dossel é o grande destaque. Nesta página, acima, a delicada sala de banho da suíte D. Pedro I, com dois biombos, uma chaise longue e uma poltrona; e, ao lado, o escalda-pés que recebe os hóspedes após os passeios pela região
A suíte D. Pedro I tem 50m² e um pé-direito de 5m. Do teto, cai um reluzente lustre trazido de Portugal especialmente para decorá-la. Sob ele, uma cama king size de dossel convida a um longo descanso. As paredes sustentam retratos e imagens de membros da nobreza e pesadas cortinas diante de seus janelões. O conforto segue no cômodo ao lado, onde fica a sala de banho, equipada com uma poltrona, uma chaise longue e decoração com tecidos vindos do Oriente. Atrás de dois luxuosos biombos, esconde-se a área de banho, proporcionando mais privacidade àqueles que escolhem o Casa de Santo Antônio para os dias em Parnaíba. Tudo isso com um bom
Menu matinal Também chamado de pequeno almoço – assim como em Portugal –, o café da manhã conta com delícias feitas na casa, como bolo de goma, pães caseiros, empadas, compotas e um saboroso iogurte grego Para relaxar O hotel possui uma sala de massagens em que podem ser agendados tratamentos como massoterapia, reflexologia, drenagem linfática e banho de lua
sistema de ar-condicionado, pois as temperaturas facilmente superam os 30ºC – e ninguém é de ferro. Os mimos oferecidos são um capítulo à parte. Logo na chegada, o visitante é recebido com frutas frescas e uma mensagem de boas-vindas. À noite, a governanta surpreende com morangos e chocolate. E, no fim do dia, um escalda-pés fica preparado na suíte, para relaxar após o inesquecível passeio pelo Delta. Pequenos luxos que completam uma estada marcada pelo requinte do passado.
Gastronomia Funcionando com reserva antecipada, o restaurante concilia a culinária brasileira com toques da cozinha mediterrânea, sem deixar de lado ingredientes típicos do Nordeste Happy hour A distância entre o Casa de Santo Antônio e o Porto das Barcas é de apenas 1km. Lá o viajante encontra lojas de artesanato e bares para curtir o fim do dia. No Aventur Café e Restaurante, há boas noites de música ao vivo
Voos Azul Hotel Casa de Santo Antônio, Pça. Santo Antônio, 988, Centro, Parnaíba. Entre R$230 e R$600. T 86 3322 1900 / mvchoteisdecharme.com.br
A COMPANHIA OPERA VOOS DIRETOS PARA PARNAÍBA A PARTIR DE TERESINA (PI) E FORTALEZA (CE) VO E AZU L .CO M.B R | 057
4 CANTO S A RUA
a ost te C Pon ilva eS
Quiosque de Wake Pontão do Lago Sul
Atletas experientes e amadores cruzam o lago praticando wakeboard, stand up paddle e outros esportes aquáticos. Quem quiser aprender algum deles ou até se aventurar na água pela primeira vez pode agendar aulas neste espaço, que conta com profissionais dispostos a ensinar as modalidades para todas as idades. De quebra, a casa serve sucos e lanches naturais. T 61 9982 3562
Pontão do Lago Sul
Brasília/DF
Às margens do Lago Paranoá, o local é endereço certo para curtir os fins de semana ensolarados na capital federal. Ali, esporte, música e boa gastronomia garantem a diversão de famílias, grupos de amigos e turistas Texto Renata Reps
Mormaii Surf Bar A marca, que nasceu embalada nas ondas do surfe, em Garopaba (SC), na década de 70, ali se desdobra em um misto de loja e bar. No primeiro ambiente, trajes de neoprene e equipamentos como pranchas e barracas de acampamento. Adentrando o deck, em direção ao lago, chega-se ao espaço onde os brasilienses põem em prática a tradição de saborear açaí com guaraná e granola, um hit do local. O menu também tem comida japonesa e ótimos sanduíches no pão ciabatta. T 61 3248 1265 / mormaii.com.br
Bier Fass A primeira filial do restaurante alemão nasceu não muito longe dali, no centro comercial Gilberto Salomão, no mesmo bairro. Mas a casa à beira do lago tem clima mais agradável: no happy hour, chopes e caipirinhas dividem a mesa com petiscos sofisticados, como o carpaccio de bacalhau e a porção de peixe, lula, polvo e mariscos. Música ao vivo também é um dos fortes do lugar. T 61 3364 4041 / bierfass.com.br 058 | VOEAZ UL.COM.BR
O restaurante de cozinha japonesa contemporânea harmoniza com maestria os diferentes sabores orientais. Não deixe de provar as robatas, os ceviches e as diferentes combinações de temakis. Último estabelecimento da extensa orla do Pontão, possui ambiente sofisticado, com uma grande varanda e esculturas do artista plástico baiano Bel Borda em sua área externa. T 61 3364 3979 / sohobrasilia.com
Fotos: Divulgação Ilustração: Danilo Bandeira (mapa)
Soho
Café Antiquário Delfinna O antigo endereço dedicado à cervejaria Devassa ganhou requinte para receber o gastrobar, aberto em junho. Por conta da parceria com a Ambev, o chope Brahma agora é protagonista. O cardápio variado agrada toda a família, com pratos como o risoto de camarão e a feijoada, servida às sextas-feiras. T 61 3365 1690
As mesinhas soltas no calçadão às margens do lago mostram apenas uma pequena parte da aconchegante casa. No hall de entrada, um mostruário de objetos antigos reforça a decoração rústica do lugar, comandado pela curadora Cora Guimarães. Boa gastronomia – possui parceria com a pizzaria Capodanno – e música ao vivo completam o tom de fim de tarde constante deste agradável café. T 61 3248 7755
Manzuá Considerada a capital nordestina do Centro Oeste, Brasília não poderia deixar de dar destaque a restaurantes como este. No cardápio, especialidades que levam frutos do mar e sabores baianos, como o acarajé e o sururu, que fazem os imigrantes matarem as saudades de casa. A bela vista do lago também os aproxima um pouco mais da atmosfera tranquila de sua terra natal. T 61 3364 6090 / manzua.com.br
Azul Viagens O PACOTE DE QUATRO NOITES, COM AÉREO, HOSPEDAGEM NO BRASÍLIA PALACE HOTEL E CAFÉ CUSTA R$1.070 – SAÍDA NO DIA 2/12. T 4003 1181
4 CA NTO S HOT SP OT
SABO R ES CLÁSSI COS
Cozinha secular Texto Marina Azaredo
Hugo Rodrigues conheceu o restaurante Leite em um momento tumultuado de sua vida. Em 1999, depois de perder o emprego em São Paulo, o publicitário foi para a capital pernambucana tentar a sorte. Lá, fez uma campanha bem-sucedida para uma marca de telefones e o dono da agência que o havia contratado lhe chamou para comemorar no restaurante, famoso ponto de encontro de políticos e intelectuais desde a sua fundação, em 1882. “Primeiro sentamos no piano-bar para curtir o ambiente e ali comecei a me apaixonar. Depois de alguns gimtônicas, fomos para a mesa e eu comi uma inesquecível sinfonia de frutos do mar. Por fim, veio a deliciosa cartola, sobremesa típica de Pernambuco que vale cada uma das calorias”, lembra ele. “Foi lá que aprendi a fazer refeições com drinks, entrada, prato principal, sobremesa, licor e café.” 060 | VOEAZ UL.COM.BR
A experiência gastronômica foi tão marcante que Hugo se tornou cliente fiel do Leite durante o ano em que viveu em Recife. De volta a São Paulo, as visitas diminuíram, mas ele bate cartão no restaurante sempre que pode. “Durante a semana, é um ambiente mais comercial, onde coisas importantes acontecem. Aos sábados e domingos ganha ares pitorescos: do lado de fora, as ruas um pouco decadentes; dentro, pessoas bem vestidas e famílias almoçando”, descreve o publicitário, hoje à frente das agências Publicis Brasil, Salles Chemistri e Publicis Dialog. Nomes como Gilberto Freyre, Ariano Suassuna, Juscelino Kubitschek e Assis Chateaubriand já passaram pelo salão da casa e provaram as delícias de sua cozinha, que privilegia peixes e frutos do mar. “Tenho certeza de que alguns dos principais assuntos do País foram decididos naquelas mesas”, afirma Hugo. Restaurante Leite, Pça. Joaquim Nabuco, 147, Santo Antônio, Recife. T 81 3224 7977 / restauranteleite.com.br
Fica a dica
Por Hugo Rodrigues Ingredientes frescos A sinfonia de frutos do mar não está mais no menu. Entre os destaques estão o bacalhau centenário, o lagostim do império e o camarão com risoto de ervilhas, todos deliciosos Sugestão O Leite tem um cardápio especial para cada dia da semana, mas o melhor é o da quarta-feira: cabrito ao forno com batatas douradas e arroz de chouriço Para começar Antes de dar início à refeição, a pedida são os drinks da casa. O bellini, que leva espumante e suco de pêssego, costuma agradar os paladares femininos. Já para os homens a dica é o negroni, uma combinação de campari, gim e vermute
Fotos: Divulgação
O tradicional restaurante Leite é o endereço gastronômico preferido do publicitário paulista Hugo Rodrigues nas idas à capital pernambucana
No topo da página, o salão do Leite; acima, a cartola, típica sobremesa pernambucana; e, ao lado, o camarão com risoto de ervilhas frescas
4 CA N TO S 5 PE RGU NTAS
CR I ATUR AS ADMI R ÁV EI S
À esquerda, o diretor Cao Hamburger; acima e à direita, cenas de sua nova série infantil, que traz seres imaginários e aposta na mistura de técnicas clássicas e modernas para fisgar o pequeno espectador
Cao Hamburger, criador de Castelo-Rá-Tim-Bum, aventura-se novamente no universo infantil ao dirigir Que Monstro Te Mordeu?, nova série da TV Cultura Texto Luiza Vieira Retrato Raphael Briest
Para reforçar a ideia de unir diversão e educação, Cao Hamburger está de volta à TV Cultura, à frente de Que Monstro Te Mordeu?, série infantil que estreia no dia 10 de novembro. Neste mundo de fantasia, monstros diversos encaram aventuras muito verossímeis e deixam transparecer sentimentos e medos típicos de uma criança. Com características similares às que o diretor adotou, 20 anos atrás, no bem-sucedido Castelo-Rá-Tim-Bum, o programa mistura bonecos com humanos, traz cores fortes e faz uso de tecnologias modernas. Aqui, Cao dá detalhes da produção que, além dos 50 episódios para 062 | VOEAZ UL.COM.BR
a telinha, terá outros 50 veiculados na internet.
1 Como surgiu a ideia de fazer a série?
Depois de trabalhar com a produtora inglesa Regdoll, que faz o Teletubbies, pensei que seria legal experimentar um programa infantil com o oposto de figuras fofinhas. E os monstros são aparentemente assustadores, mas, no fundo, são criaturas doces. Escrevi um projeto, porém, acabei me dedicando a outros públicos. Quando retomei a ideia, tive a ajuda do roteirista Teo Poppovic para atualizar a história e, enfim, chegamos ao produto final.
4 Como foi retornar ao
não animais selvagens, por exemplo?
Foi uma coincidência interessante revisitar esse mundo após 20 anos. Gostei muito e me diverti. CasteloRá-Tim-Bum eu mostrava para meus filhos, pequenos na época. Agora, apresentamos para grupos de crianças, para testar a aceitação e os personagens. São pesquisas informais, já que as oficiais são muito caras. Prefiro gastar esse dinheiro na série.
Em diferentes culturas os monstros estão ligados àquilo que conhecemos pouco. São frutos da nossa insegurança. Na série, toda vez que uma criança desenha um ele se torna real e representa a questão que ela está vivendo: ciúme, preconceito, frescura para comer. A função dos nossos personagens é conseguir lidar com elas e aprender algo com isso.
3 Eles são personagens reais ou animações?
Temos dois atores: a Daphne Bozaski, que vive a Lali, menina meio humana e meio monstro, e Caio Horowicz, interpretando o Super Tom. Para falar de medos e sentimentos, buscamos o que é mais humano, num formato contemporâneo. Por isso a mistura de técnicas. Usamos animação 3D e muito efeito especial, mas também bonecos manipulados.
universo infantil?
5 Foi preciso uma adaptação para tocar as crianças de hoje?
O público-alvo é de 4 a 10 anos. Os pequenos vão curtir o movimento, o colorido. Já os maiores vão entender melhor as situações. Não sei dizer o quão diferentes as crianças são hoje, porque todos nós passamos por uma revolução tecnológica e de costumes. Mas tenho a impressão de que a base da criança não muda. Assim como o Castelo foi apropriado lá atrás, tenho certeza de que esta série também é contemporânea.
Fotos: Divulgação
De volta à magia
2 Por que monstros, e
4 CA N TO S VITRINE
Check-list de viagem Com o verão e as festas de fim de ano se aproximando, apresentamos uma seleção de itens para você encarar a estrada ou longos voos com conforto, segurança e charme Por Lia Guimarães e Sophia Ladeira
POSTURA PERFEITA A almofada tem o interior preenchido com macias micropérolas e possui um massageador embutido, que ajuda a relaxar a musculatura do pescoço – funciona com duas pilhas AA. R$89,90 lojazonacriativa.com.br PERTENCES EM ORDEM A mala, com 48cm x 69cm, é leve e prática. Conta com cadeados com combinação TSA, rodas com sistema 360o e cintas elásticas internas, que mantêm a organização. R$1.090 samsonite.com.br
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Fotos: Divulgação
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4 CA N TO S OLHAR AZU L
Instantâneos Confira aqui alguns dos melhores cliques feitos pelos Clientes Azul e publicados no Instagram. Quer ver sua foto na próxima edição da revista? Use a hashtag #azulmagazine no aplicativo
@charolla – ES
A primavera convidando para uma pedalada nas ciclovias de Vitória
@epitacionetobug – BA A beleza em cores vivas no Farol da Barra, na capital baiana @cfxmelo – PR O magnífico espetáculo formado pelas quedas d’água em Foz do Iguaçu
@drikasikora – RJ Um gringo curtindo a Praia de Ipanema, com direito a bote e violão
@gustavo_b98 – DF Leva-se um tempo para entendê-la, mas Brasília é excelente para passear
@lucorreia – SE A bela Barra dos Coqueiros como cenário para um ensaio fotográfico @raphaeljende – PE Contemplando e agradecendo por estar nesse paraíso que é Noronha 066 | VOEAZ UL.COM.BR
@mayaragrazielli – SP Um registro feito pelo comandante Skuplik no Aeroporto de Guarulhos
@engdaniellelima – ES A linda paisagem da Pedra Azul para alegrar o fim de semana
@ericaelke – MG Pedaloucos em ação na Trilha do Galego, em Barbacena
@josenascimento_100 – PR Entre os ipês floridos de Curitiba, uma tiriva, ave típica da região
@iggysouto – RJ Curtindo o solzão na laje, na Praia do Caxadaço, em Ilha Grande
@jennyfadinha – BA
O lago natural da Gruta Azul, um dos highlights da Chapada Diamantina
@duduwilkens – SC Depois da trilha, a vista do Mirante da Coroa, na Lagoinha do Leste
@renancpires – AM Ao chegar em Manaus, as boas-vindas recebidas do Rio Negro VO E AZU L .CO M.B R | 067
4 CAN TO S COLUNA
André Barcinski
Adeus, cinema. Foi bom ter te conhecido
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a atrair um público mais elitizado. Quando comecei a ir ao cinema sozinho, no fim dos anos 1970, uma entrada custava o equivalente a dois bilhetes de ônibus. Sei disso porque ia com o dinheiro contado para a ida, o filme e a volta. Hoje, custa o mesmo que sete ou oito passagens.
“Comprar um DVD ou blu-ray sai mais barato do que pagar ingresso para um casal ir ao cinema” Para piorar, as salas encolheram de tamanho e as telas, idem (a menos que você goste de ver Transformers ou algum outro espetáculo infanto-juvenil de efeitos especiais ribombantes em 3D ou Imax). Os espaços de que eu mais gostava sempre foram as salas de repertório, que exibiam retrospectivas de diretores antigos e títulos clássicos, e essas foram quase extintas. As vantagens de ter um cineminha em casa são também econômicas. Comprar um DVD ou blu-ray sai mais barato do que pagar ingresso para um casal ir ao cinema, sem contar o estacionamento e a pipoca – que pode ser saboreada em casa a um décimo do preço. Tudo isso tem conspirado para me tornar cada vez mais antissocial e, paradoxalmente, mais feliz. André Barcinski é colunista do portal R7 e diretor e produtor dos programas O Estranho Mundo de Zé do Caixão e Nasi Noite Adentro, no Canal Brasil
Retrato: Divulgação
A experiência lúdica de assistir a um filme nas grandes salas foi extinta pelo egoísmo e pela falta de civilidade do público
Dez da noite de uma terça-feira em um cinema no Rio de Janeiro. Tento ver um filme, mas a tarefa é difícil. Na poltrona ao meu lado, duas senhoras batem papo em voz alta. Na fileira da frente, um rapaz atende ao celular e a luz do aparelho atrapalha minha visão da tela. Peço silêncio. Ele grunhe qualquer coisa e passa o resto do tempo tuitando. Isso não aconteceu em uma sala de shopping lotada de adolescentes, mas em uma de filmes alternativos, frequentada, supostamente, por um público mais “sofisticado” – ou seja lá o que isso signifique hoje em dia. Depois de mais de 40 anos indo ao cinema – no início, com meus pais, e depois, sozinho – tomei uma decisão radical: de agora em diante, só vejo filmes nesses espaços por obrigação profissional. Semanas atrás, comprei um projetor e uma tela de 150 polegadas e montei um pequeno cinema em casa. Não é tão legal quanto uma telona de 20 metros, mas pelo menos não me aborreço com gente falando ou tuitando. Chega. Desde pequeno, fui fascinado pela experiência coletiva de ver um filme. Você entra, senta-se, a luz se apaga, ouvem-se os murmúrios da plateia e então ele começa. Uma coisa linda e lúdica. Mas essa magia já era. Foi aniquilada pelo egoísmo e pela falta de civilidade. O curioso é que esse fenômeno do barbarismo cinéfilo cresce à medida que os ingressos ficam mais caros e, presumidamente, passam
4 CAN TO S COLUNA
Mário Magalhães
As resistentes fitinhas do Senhor do Bonfim
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imagine a frustração de quem confiou no amuleto e desejou o hexa, o regresso do Tobey Maguire ao papel de Homem-Aranha ou, por pura inveja do galã, que o George Clooney só arrumasse namorada baranga.
“Não sei o que é pior. Não alcançar a graça por falta de contrapartida ou se esquecer dos pedidos” Sobreveio a bordoada de 7 a 1, o Andrew Garfield assumiu de vez a pele do Peter Parker, e o conquistador de cabelos grisalhos se casou mais uma vez, novamente – desgraça! – com uma bela noiva. Não sei o que é pior. Não alcançar a graça por falta de contrapartida ou se esquecer dos pedidos. Aqui em casa, a moda infantil das pulseirinhas de borracha chegou e partiu, e nada de a teimosa fitinha do Bonfim se entregar. Outro dia, quase um ano e meio depois de o garoto incorporar a fita azul ao seu visual, pergunteilhe se recordava o que pedira. Ele respondeu, desanimado: “Não sei... Acho que não... Não”. Mário Magalhães é jornalista e escritor. Recebeu 25 prêmios jornalísticos e literários no exterior e no Brasil. Quando criança, dizia que no futuro sua profissão seria “passageiro de avião”
Retrato: Leo Aversa
Lá tem vatapá, lá tem caruru, lá tem munguzá, “então vá!”, cantou Dorival Caymmi em Você já foi à Bahia? Lá, aonde eu vou sempre que dá, tem também fitinhas do Senhor do Bonfim. Ganhei uma em Salvador, em maio do ano passado. De volta da viagem, dei-a para um moleque que amarrou a fita azulescuro no pulso esquerdo. A cor reverencia Ogum, orixá guerreiro. Não me lembro se levou os três nós, como reza a tradição, para que três pedidos sejam atendidos. Mas sei que, para os desejos se realizarem, Quando feita de algodão, a é preciso que a fitinha rompa ao lembrancinha mais tradicional de natural, desgastada pelo tempo. E Salvador se rompia antes de a gente que seu dono não conte a ninguém se esquecer dos pedidos feitos a graça almejada. Incrível, o guri guardou segredo, ao menos do pai. Para infelicidade dele, a fitinha não arrebenta, pois é fabricada em poliéster. E olha que o menino não é nenhum membro da fedorenta tribo dos toalhas secas: além de tomar no mínimo um banho diário, faz natação em piscina saturada de cloro, atravessou um verão no mar e expõe a fita às intempéries que deveriam despedaçá-la. Antigamente, a matéria-prima era algodão, e em poucos meses as fitas artesanais se desmilinguiam. Elas mediam 47 centímetros, a mesma extensão do braço direito da estátua de Cristo do altar-mor da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Meses atrás anunciaram a retomada da confecção com o tecido de outrora. Tomara que seja pra valer. Com a fita indestrutível,
GRCcomunicacao.com.br
74 fernando de noronha Paraíso cercado de água
86 fazendo a mala Com Giovanna Ewbank
destinos
88 alta floresta
Os encantos da Amazônia
Praias, cidades e recantos para passar as férias
98 fazendo a mala Com Pedro Oliva
100 miami
A vocação artística da cidade
105 eu fui
Salvador, por Fabíula Nascimento
Foto: Du Zuppani
Na natureza selvagem A Reserva Cristalino, próximo ao município de Alta Floresta, no Mato Grosso, convida a passeios com direito a observação de aves – quase 600 espécies vivem ali –, trilhas e mergulhos em rios
D ES TI N O S FE RNAN D O D E NOR ONH A ( P E) FUGINDO DO ÓBVIO À esquerda, turista descansa em uma das extremidades da ilha, onde, à noite, tem-se uma bela vista do mar e das estrelas que brilham no céu do arquipélago
Mas o que pouca gente sabe é que a noite de Noronha guarda ainda outro show. Este proporcionado pela natureza, na extremidade da ilha, onde ficam o Forte Santo Antônio e a Associação de Artistas e Artesãos Noronhenses, exatamente onde o Mar de Dentro e o Mar de Fora se encontram. É ali, na escuridão total, com o barulho do mar ao fundo, que as estrelas parecem brilhar mais intensamente do que no resto do mundo. Gastar alguns minutos por lá, deixando o vento bater no cabelo, é a maneira perfeita de se fechar uma temporada no arquipélago. Vai dar vontade de ficar para sempre. Mas para isso, lembre-se, é preciso casar.
Onde ficar
Onde comer
Pousada Del Mares Localizada na Vila dos Remédios, o centrinho de Noronha, fica próxima a pontos de táxi e ônibus, bancos, lojas e restaurantes. Os apartamentos são simples, porém confortáveis. Serve um bom café da manhã.
Pousada do Zé Maria Seu famoso festival gastronômico agita as noites de quarta e sábado, mas o restaurante também funciona nos outros dias da semana. As opções vão de saladas e sanduíches a pratos exóticos, passando pela comida nordestina.
R. do Sol, 141, Vila dos Remédios. T 81 3619 1243 / pousadadelmares.com.br
R. Nice Cordeiro, 1, Floresta Velha. T 81 3619 1258 / pousadazemaria.com.br
Pousada Maravilha Hospedagem mais cara de Fernando de Noronha, conta com piscina de borda infinita, varandas amplas com ofurôs e redes e uma panorâmica inesquecível da Baía do Sueste.
Varanda Comandado por um ex-funcionário do Zé Maria, Auricélio Romão, tem pratos bem executados. Destaque para o deck com vista da vegetação da ilha, perfeito para começar a noite com uma caipirinha.
Vila do Vai Quem Sabe, s/nº, BR 363, Baía do Sueste. T 81 3619 0028 / pousadamaravilha.com.br
R. Major Costa, 130, Vila do Trinta. T 81 36191546
Pousada Triboju Tem bangalôs temáticos e suítes em torno da piscina. Abriga um dos restaurantes mais destacados da ilha.
Na Moita A pizzaria serve as melhores redondas de Noronha e tem ambiente à luz de velas. Não esqueça o dinheiro, pois cartões não são aceitos ali.
R. Amaro Preto, 133. T 81 3040 6336 / pousadatriboju.com.br
R. Dom Juquinha, s/nº, Vila do Trinta. T 81 3619 1914
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Passeios
Atalaia A agência oferece atividades como trilhas, passeios de barco e o ilhatur. Também faz roteiros customizados. R. Eurico Cavalcanti de Albuquerque, s/nº. T 81 3619 1328 / luckreceptivo.com.br
Águas Claras Maior operadora de mergulho da ilha, faz o batismo dos iniciantes e também tem opções para quem já está mais familiarizado com a prática. Al. do Boldró, s/nº. T 81 3619 1225 / aguasclaras-fn.com.br
Azul Viagens
O pacote de cinco noites, com aéreo, hospedagem em pousadas domiciliares e café da manhã sai por R$2.505 – saída em 2/12. T 4003 1181
Voos Azul A COMPANHIA OPERA VOOS DIÁRIOS PARA FERNANDO DE NORONHA A PARTIR DE RECIFE (PE) E NATAL (RN)
A Z I L A C LO
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Simples e irresistível Fernando de Noronha é o destino favorito da atriz Giovanna Ewbank quando quer relaxar e aproveitar dias de sol e praia Texto Sofia Franco Retrato André Nicolau
Se pudesse eleger um lugar no mundo para viver para sempre, Giovanna Ewbank escolheria Fernando de Noronha. “É lá que eu me sinto conectada com Deus e com a natureza”, justifica a atriz, que viaja para o arquipélago pernambucano ao menos três vezes por ano. Apaixonada pela natureza, ela gosta de trocar o bugue – transporte mais popular do destino – pelas longas corridas para chegar às belas praias da ilha. E garante que a simplicidade do ambiente, no qual se permite dispensar os luxos da cidade grande, é tranquilizadora e ideal para recarregar as baterias antes de voltar à vida agitada do Rio de Janeiro. “O lugar tem uma energia maravilhosa”, afirma. Sua companhia frequente nas idas a Noronha é o marido, o também ator Bruno Gagliasso. A última vez em que o casal esteve por lá, por sinal, foi para comemorar o aniversário dele, em abril deste ano. O lugar é tão especial para os dois que eles têm até planos de abrir uma pousada no destino. O nome já está escolhido: Boutique da Gio.
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A B
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“É em Noronha que eu me sinto conectada com Deus e com a natureza”
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D ES TI N O S ALTA FLOR ESTA ( MT )
Sinfonia da floresta Com quase 600 espécies de aves, a Reserva Cristalino, pertinho da cidade mato-grossense de Alta Floresta, é refúgio ideal para observar pássaros e aproveitar dias em meio à natureza amazônica Texto Camila Frois Fotos Du Zuppani
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CENÁRIO VERDE
Na página anterior, toda a exuberância da Mata Amazônica. Nesta página, em sentido horário, uma andorinha-azul; uma turista registrando as espécies da região devidamente equipada; duas jacutingas; e um gavião
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P
repare-se para acordar antes do despertar dos pássaros. Eles são muitos. Quase 570 espécies diferentes, de todas as cores, tamanhos e com as mais variadas performances musicais. Alguns se apresentam já na varanda do quarto. Outros, mais recatados, dão o ar da graça somente na mata fechada, depois que o visitante coloca o pé na trilha, desliza de canoa rio abaixo ou encara os degraus de uma torre de 50 metros de altura, que leva até um “andar” acima das copas das árvores. Pois todo esforço é válido para conhecer os principais anfitriões da Reserva Particular do Cristalino, localizada no Norte do Mato Grosso e com mais de 12 mil hectares de Floresta Amazônica – tamanho equivalente a seis arquipélagos de Fernando de Noronha. Essa exuberância natural conta ainda com o Cristalino Jungle Lodge, hotel de selva fundado em 1992 por Vitória da Riva, uma das pioneiras do ecoturismo no Brasil e reconhecida lá fora por seu trabalho de preservação da Amazônia. Filha dos fundadores de Alta Floresta – município que é 090 | VOEAZ UL.COM.BR
Edson Endrigo/Div.
D ES TI N O S ALTA FLOR ESTA ( MT )
R EQ UI NTE AO NATUR AL
Acima, vista aérea da Reserva Particular do Cristalino; ao lado, três biguás; e, abaixo, o deck flutuante do Cristalino Jungle Lodge. Na página ao lado, acima, um anu e um barco usado nos passeios; no centro, a área comum do hotel, cercada por vidros; e uma bromélia típica da região
porta de entrada para a reserva e recebe exclusivamente voos da Azul – ela apostou na hospedagem como forma de gerar desenvolvimento socioeconômico mantendo a floresta de pé. Ao mesmo tempo, pressionou o governo para a criação do Parque Estadual do Cristalino, que tem 186 mil hectares e faz divisa com a área particular. Com vários prêmios que evidenciam sua arquitetura sustentável – o hotel é o único brasileiro na lista dos 25 melhores lodges do mundo da revista National Geografic –, o local oferece uma sofisticação particular, que começa pela chance de iniciar o dia se aventurando com segurança pela maior floresta tropical do planeta e se
estende até o jantar, servido em um restaurante iluminado por velas em meio a um aconchegante jardim. Seu público mais cativo são os observadores de aves, que consideram a região uma verdadeiro oásis para a atividade. Também chamados de birdwatchers, ou passarinheiros, eles chegam de todos os cantos do planeta dispostos a cortar os 26 quilômetros de trilhas da reserva para completar sua curiosa lista, uma espécie de álbum de figurinhas com as espécies a serem avistadas. Alguns se satisfazem só de vê-las ou ouvi-las, outros não medem esforços para clicar e gravar seu canto. Há ainda os que participam de rankings que levam em conta o número de aves registradas. VO E AZU L .CO M.B R | 091
D ES TI N O S ALTA FLOR ESTA ( MT )
DE CAMAROTE Acima, uma biguatinga prestes a levantar voo; à direita, acima, visitantes exploram a paisagem do alto da torre de 50 metros; e, abaixo, o amanhecer na floresta. Na página ao lado, uma andorinha-azul e dois tracajás numa pedra, no meio do Rio Cristalino
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Ester Ramires, de 39 anos, encaixa-se no segundo grupo. Com quase 900 cliques em sua lista, ela conta que a observação de aves é muito mais comum em países como os Estados Unidos e a Alemanha, mas que está crescendo expressivamente no Brasil. “É um hobby que proporciona uma profunda intimidade com a natureza e acaba sendo também um pretexto para viajar para lugares belíssimos e remotos”, explica. O Cristalino é paixão antiga da empresária, que visita a região duas ou três vezes por ano. “Aqui tem trilhas sempre limpas, uma estrutura impecável e guias com profundo conhecimento em aves”, justifica. O dia desses aventureiros começa antes de clarear. O ritmo da selva é intenso e costuma contagiar quem está de passagem. Às 5h da manhã o café é servido e, por mais cedo que os primeiros quitutes sejam colocados à
mesa, há sempre alguém já esperando para o início da empreitada, com binóculos, lanternas e máquinas fotográficas a postos. A ansiedade faz sentido. Ela é compreendida quando se chega ao alto da torre de observação (aquela dos 50 metros) e se vê a floresta acordando com o sol que surge alaranjado atrás de um mar de árvores dos mais diversos tons, formas e texturas. Aos poucos, o calor vai dissipando a névoa que evapora da mata e desperta a cantoria alegre da passarada entre castanheiras,
figueiras e embaúbas. Com a ajuda de um telescópio, é possível admirar as cores vibrantes e os movimentos delicados de alguns deles, como a saíra, o tucano-de-papo-branco, o anambé-azul, o xexéu e o anu. As espécies catalogadas na reserva representam um terço de todas as existentes no País. Graças aos rios Teles e Xingu, que fazem fronteira com a área e criam uma barreira natural, elas são impedidas de migrar para as redondezas. Muitas podem ser avistadas de pertinho, em trilhas por dentro da mata tropical. Como os cipós retorcidos, a imponência das figueiras se entrelaçando às árvores
vizinhas e as cores dos cogumelos gigantes são distrações frequentes, melhor estar na companhia de um especialista no assunto. Há quase dez anos na região, Francisco de Oliveira é um dos guias capazes de indicar o local e o horário ideais para fotografar jacutingas, biguás, biguatingas, andorinhas-azuis, gaviões e até uirapurus. O canto deste último é tão lindo que, segundo a lenda, quando ele cantarola, toda a floresta se silencia e passa a ser orquestrada pelo pássaro. A música suave toma conta do ambiente, como trilha sonora perfeita para se contemplar as castanheiras de quase 700 anos. VO E AZU L .CO M.B R | 093
D ES TI N O S ALTA FLOR ESTA ( MT )
PR ESENÇAS I LUSTR ES
À esquerda, um jacaréde-papo-amarelo; abaixo, uma das gigantescas e centenárias figueiras da floresta; à direita, um macaco-prego e um caititu, espécie de porco-do-mato
O know-how de Francisco, porém, vai além da sabedoria das aves. Ele conhece a mata e seus rios caudalosos como a palma de sua mão. Diz onde o pôr do sol vai estar mais fascinante, de acordo com o clima do dia, e a que horas as borboletas vão tomar conta das praias fluviais. Parece um oráculo. Também tem a exímia capacidade de ouvir o mais leve farfalhar das folhas e dizer, sem chance de erro, qual bicho aparecerá pela frente. Pode ser uma capivara, um caititu (espécie de porco-do-mato) ou os exibicionistas macacos-prego. Na água, avista antes de todos os tracajás (tipo de tartaruga comum na Amazônia), um jacaré-de-papo-amarelo e reconhece os esconderijos dos mais ariscos, como as ariranhas. 094 | VOEAZ UL.COM.BR
Ilustração: Danilo Bandeira
D ES TI N O S ALTA FLOR ESTA ( MT )
PA D ETALHES PR ECI OSOS RESERVA CRISTALINO
Alta Floresta
RO
MT 792 km
Acima, o incrível pôr do sol na reserva e, abaixo, o banquete que espera os hóspedes do Cristalino Jungle Lodge à noite
Onde ficar
Cristalino Jungle Lodge Apesar de ser considerado de luxo, o hotel não oferece mimos convencionais, como serviço de quarto, banheira de hidromassagem ou ar-condicionado. A sofisticação fica por conta dos bangalôs com paredes de vidro, com vista de 180o da floresta, do jardim privativo com ducha ao ar livre e do deck flutuante usado para banhos de sol e como base para mergulhos no Rio Cristalino. T 66 3521 1396 / cristalinolodge.com.br
Cuiabá
Como chegar Por ali é o sol quem avisa sobre o fim das atividades. Quando baixo, indica o momento de cair na água de barco ou em canoas canadenses para se render às correntezas do Cristalino. Nas margens, a beleza da vida selvagem continua a aguçar a curiosidade. E numa perfeita curva do rio se assiste, de camarote, o grande astro se despedindo da Amazônia. É hora de voltar ao lodge. Logo mais o jantar será anunciado com o badalo de um sino e uma fogueira vai estar preparada. Ao seu redor, não se veem mais pássaros, mas sim as estrelas que brilham e embalam a noite na floresta. 096 | VOEAZ UL.COM.BR
Alta Floresta é a porta de entrada para a reserva. De lá, é preciso encarar mais uma hora de estrada de terra e 40 minutos de barco. Finalmente uma pequena trilha dá as boas-vindas aos hóspedes do lodge.
Azul Viagens
O pacote de três noites com transfers desde e para o aeroporto de Alta Floresta, pensão completa e atividades custa R$3.182 – saída em 20/12 de Cuiabá. T 40031181
Voos Azul
A COMPANHIA OPERA VOOS DIÁRIOS E DIRETOS DA CAPITAL CUIABÁ PARA ALTA FLORESTA
D ES TI N O S FAZE NDO A MA L A /A LTA F LO RESTA ( MT)
Adrenalina sobre águas O atleta Pedro Oliva esteve na região de Alta Floresta para desbravar um dos melhores pontos do País para a prática de caiaque Texto Sofia Franco Retrato Raphael Briest
Aventureiro profissional, Pedro Oliva não resiste a um desafio. Em novembro de 2010, o atleta de caiaque extremo viajou para a região de Alta Floresta, no Mato Grosso, para gravar um episódio do programa Kaiak, no ar pelo Canal Off. Era o período de chuvas e os rios estavam cheios e prontos para serem navegados. Ao lado dos colegas americanos Ben Stookesberry e Chris Korbulic, Pedro organizou uma expedição cujo objetivo era chegar ao trecho do Rio Teles Pires conhecido como Sete Quedas, na divisa com o Pará. Segundo ele, existe ali um complexo desafiador de corredeiras, com ondas que estão entre as mais fortes do mundo. “Há um alto nível para a prática esportiva do caiaque”, afirma. Outra atividade famosa na área é a pesca esportiva. “Os pescadores exploram o fim das corredeiras, onde se concentram peixes de espécies grandes, com até três metros.” A empreitada, no entanto, não foi fácil. Os atletas tiveram de enfrentar os mosquitos e o calor, em uma longa caminhada até a queda d’água. “É preciso ter a disciplina de um soldado”, define ele. Mas o grupo foi recompensado com a adrenalina e com a boa acolhida dos moradores da região. “Fomos recebidos com muita hospitalidade.”
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“Em Alta Floresta, há um alto nível para a prática esportiva do caiaque” B
A CÂMERA GARMIN Ideal para registrar momentos de aventura na terra e na água. Captura imagens em HD e tem GPS e wi-fi. R$2.198,99 regatta.com.br
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Produção: Lia Guimarães; Assistente de Produção: Sophia Ladeira; Fotos: Divulgação
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F CAMISETA ASICS A malha, feita de fibras de casca de coco, é antiodor, ajuda na proteção contra os raios solares e tem secagem rápida. R$159,90 asics.com.br
Nécessaire Viajantes dispostos a se aventurar na água e na mata devem estar preparados para enfrentar mosquitos e sol forte
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REPELENTE REPELEX Evita as indesejadas picadas de insetos durante os passeios e proporciona uma sensação refrescante na pele. R$9,15
ESCOVA DE DENTES CURAPROX Conta com 5460 cerdas, tem design que melhora o desempenho na escovação e apresenta alta durabilidade. R$17
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D ES TI N O S MIAMI (EUA)
Arte por toda parte Pinturas, esculturas, design e muito papo cabeça transformam Miami em festa na primeira semana de dezembro e atraem cerca de 100 mil visitantes do mundo todo Texto Rosa Jorge
O
dia a dia de Miami parece sempre uma festa para turistas. Em dezembro, esta sensação se multiplica e viver bem na cidade vira, literalmente, arte. Durante a primeira semana do mês, duas feiras dedicadas às artes plásticas e ao design acrescentam ao destino uma atmosfera cultural, turbinada por quase 100 mil visitantes, vernissages nos hotéis mais elegantes e muito, muito papo cabeça. Filha da Art Basel da Suíça, maior feira do segmento do planeta, a Art Basel Miami Beach recebeu 75 mil visitantes em 2013. Este ano, em sua 13ª edição, ainda adolescente, faz bonito em números e programação. A lista de galerias participantes soma 267, de 31 países – 16 são brasileiras –, que, ao longo de quatro dias, vão mostrar o que há de melhor na produção contemporânea. Nomes importantes, como a Fergus McCaffrey, de Nova York, e a alemã Galerie Eigen + Art estarão presentes.
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No setor batizado de Nova, galerias jovens terão espaço para exibir o trabalho de até três artistas. Ali estará a paulistana Mendes Wood DM com a instalação de Cibelle Cavalli Bastos e Patricia Leite. Outra novidade, o setor Positions destacará obras solo: do Brasil, a galeria Marilia Razuk leva as criações multimídia de Maria Laet, e a Central Galeria de Arte, uma obra de Nino Cais. “Para nós, a feira é importantíssima. É uma forma de aumentar a inserção de nossos artistas nos mercados dos Estados Unidos e latino-americano”, diz Eliana Finkelstein, diretora da Vermelho, uma das galerias brasileiras selecionadas para expor na Art Basel, da qual participa há 10 anos.
PO R D ENTR O DA ART BASEL
Acima, Yokos, de Jack Early, obra que será exibida pela galeria Fergus McCaffrey, de Nova York; ao lado, o ambiente a céu aberto onde são projetados filmes; e, na página ao lado, um dos trabalhos da brasileira Maria Laet, representada pela galeria Marilia Razuk
Fotos: Fergus McCaffrey/Div. (Yokos); Galeria Marilia Razuk/Div. (Maria Laet); Art Basel/Div. (ambiente)
Colecionadores, representantes de museus, críticos e curadores são a maioria dos visitantes, claro. Mas a programação inclui atrações para o público em geral. É o caso dos trabalhos exibidos gratuitamente no Collins Park e da mostra Film, com longas sobre artistas ou feitos por eles, apresentados no SoundScape Park do New World Center e projetados ao ar livre num paredão de 650 metros quadrados. O outro evento do período, a Design Miami, dedica-se ao design de vanguarda e corre em paralelo à Art Basel – há até ingressos combinados para os dois. Com a proposta de ser um polo de debates e convergência entre a criação e VO E AZU L .CO M.B R | 101
D ES TI N O S MIAMI (EUA) D ESTAQUES DA D ESI GN MI AMI
o comércio de móveis, utensílios e objetos de decoração, a feira recebeu 22 mil visitantes em 2013. Agora, sua 10ª edição promete novidades. Além das 36 galerias selecionadas para expor as criações que representam – aqui, nenhuma brasileira –, terá a chamada Design Curio, com espécies de armários de curiosidades que vão exibir uma visão mais prática do design, ultrapassando o escopo das peças colecionáveis e abraçando a ciência, a tecnologia e o artesanato. Com a edição inaugural do projeto Design at Large, a feira vai mostrar também “trabalhos fora dos limites tradicionais do espaço da galeria”, segundo o curador Dennis Freedman. As instalações devem abordar desde a recriação de interiores famosos até o estado da arte da tecnologia interativa. Tanta efervescência artística embala toda a Miami no período. Hotéis sofisticados e restaurantes cheios de requinte anunciam eventos e festas poucos dias antes – pratos cheios para quem gosta de 102 | VOEAZ UL.COM.BR
ver celebridades de Hollywood, que costumam aparecer. Já os museus e coleções privadas aproveitam para dar uma variada no acervo. É o caso da Cisneros Fontanals Art Foundation, que estreará a mostra Impulso, Razão, Sentido, Conflito – Arte Abstrata na Coleção Ella Fontanals-Cisneros. No Wynwood Arts District, a The Margulies Collection at the Warehouse celebrará os 15 anos da instituição com uma exposição que terá Joan Miró, Olafur Eliasson, Pier Paolo Calzolari, entre outros. E o Perez Art, museu mais novo da cidade, aberto em dezembro de 2013 sob projeto do escritóriosensação Herzog & de Meuron, tem ao menos um ótimo motivo para despertar especial interesse dos brasileiros. A retrospectiva de Beatriz Milhazes, inaugurada em setembro, fica em cartaz até janeiro de 2015. O canadense Geoffrey Farmer e o mexicano Mario Garcia Torres também serão temas de exposições individuais no período. É mesmo arte por toda parte.
Fotos: Joe Kramm for R&Company/Div. (Joaquim Tenreiro); Galleria Antonella Villanova/Div. (Beatrice Bongiasca); Design Miami/Div. (ambiente)
Ao lado, uma das salas de exposição da feira; abaixo, Round Dining Table and Curved Back Chairs, criação de Joaquim Tenreiro; e Cherry Pop Bracelet, da artista Beatrice Bongiasca, exibida no evento pela Galleria Antonella Villanova
Art Basel Miami Beach, 1901 Convention Center Dr., Miami. De de 4 a 7 de dezembro. US$45 / artbasel.com/en/Miami-Beach Design Miami, Meridien Ave. com 19th Street, Miami. De 3 a 7 de dezembro. US$25 / miami2014.designmiami.com
D E STI N O S EU FU I /S ALVADO R (BA)
Retrato: Carol Caminha/Div.
A boa mistura baiana Para Fabíula Nascimento, Salvador é sinônimo de alegria. Mesmo com a agenda lotada – a atriz, que está no ar em Boogie Oogie, da Rede Globo, filmou quatro longas só neste ano –, ela sempre reserva alguns dias para se divertir na cidade
Em depoimento a Luiza Vieira
Acho que não sou baiana por um acaso da vida, pois deveria ser. Minha relação com Salvador é de muito afeto e amor – apesar de ter nascido em Curitiba e viver no Rio. Conheci a capital em 2008, por conta de um trabalho, e nunca mais deixei de visitála. Ela foi meu primeiro contato com a Bahia e só confirmou o que dizem dessa
terra: é linda, aconchegante e tem um povo pra lá de carinhoso. Tenho amigos queridíssimos na cidade, que me recebem de braços abertos a cada visita. Meu lugar predileto é o Rio Vermelho. Não por ser boêmio, mas pelo o que há nas redondezas. Quando gravei a minissérie O Canto da Sereia passei um mês no
bairro e consegui vasculhar cada uma de suas portinhas, restaurantes e lojas. Outra característica que adoro é a religiosidade baiana. O modo como as diferentes crenças convivem, de forma harmoniosa e respeitosa. A energia dos orixás, das mães de santo e das igrejas católicas é uma só. E pode ser sentida em todos os cantos de Salvador. VO E AZU L .CO M.B R | 105
D ES TI N O S EU FUI/S A LVA D OR ( BA)
F DESIGN HOSTEL
Idealizado pelo ator Luiz Fernando Guimarães e pelo empresário Adriano Medeiros, é uma delícia de lugar para se hospedar com a galera ou mesmo em casal. Cada um dos 13 quartos tem uma decoração temática e divertida e também há opções super-românticas. Até os banheiros comunitários são incríveis. E o café da manhã é outro ponto alto.
RESTAURANTE MANJERICÃO
É o primeiro local que vou quando chego a Salvador. Passo o dia inteiro lá, das 10h às 22h. Por conta do ambiente maravilhoso, na beira da praia, e por servir o melhor arroz de polvo, é um dos meus lugares preferidos no mundo. Perfeito para se esquecer da vida – ou para se lembrar do quão boa ela pode ser. SORVETERIA A CUBANA
Taí uma parada obrigatória para mim, que amo sorvetes. Todas as opções da casa, inaugurada em 1930, são deliciosas, mas o meu preferido é o de tiramissu. Há ainda invenções fantásticas para quem gosta de três ou mais sabores misturados, caldas e castanhas. Para fazer lambança e deixar a balança para lá.
PELOURINHO
Impossível ir a Salvador e não visitar o Pelô, apelido carinhoso da região. Quando estou lá, compro rapé do preto velho (tabaco em pó para uso medicinal) e faço uma trança no cabelo. A programação cultural é variada e, às terças-feiras, há a “terça da bênção”: começa com uma missa afro-baiana na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e segue com um show de Gerônimo na Escadaria do Paço e ensaio do Olodum.
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João Miguel, ator baiano que trabalhou comigo em O Canto da Sereia, foi quem me apresentou a casa, o melhor restaurante de comida natural da cidade. Abriu suas portas há mais de 20 anos, sempre comandado pela mesma família. Funciona como bufê e serve receitas primorosas, como a lasanha de banana-daterra com ricota. É de comer rezando!
Fotos: Pedro Accioly/Div. (A Cubana); Ricardo Prado/Div. (Manjericão); Jonne Roriz (Pelourinho e MAM); Rita Barreto/Bahiatursa/Div. (Praia do Rio Vermelho); Amanda Oliveira/Govba/Div.(Terreiro de Mãe Menininha do Gantois); Guilherme Ramos/Div. (Borracharia); Tereza Torres/Div. (Mercado do Peixe); Divulgação
BARRACA DO LÔRO
PRAIA DO RIO VERMELHO
Vou sempre que posso, especialmente no dia 2 de fevereiro. Nessa data, quando se homenageia Iemanjá, Salvador fica ainda mais contagiante. O Rio Vermelho se transforma em um conglomerado de gente, flores e oferendas para a Rainha do Mar. E qualquer um pode participar e se benzer nas areias da praia.
TERREIRO DE MÃE MENININHA DO GANTOIS
Se puder, faça uma visita no dia de Oxóssi, o orixá da caça, em 22 de maio. Taí uma festa linda: começa com uma missa às 7h na Igreja de Sant’Ana, no Rio Vermelho, e depois as homenagens continuam no terreiro, até à noite. Todos são muito bemvindos ao espaço e as demais religiões são extremamente respeitadas.
MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA
Por conta de sua localização – fica no Solar do Unhão, conjunto arquitetônico do século 16 –, o local tem uma das vistas mais bonitas da Baía de Todos os Santos. O museu é lindo e suas cinco salas expositivas abrigam sempre uma programação bacana. Outra dica é o Jam, projeto musical que conta com apresentações de bandas no fim da tarde, aos sábados, e reúne um público interessante.
A BORRACHARIA MERCADO DO PEIXE
Suas 36 barraquinhas, instaladas de frente para o mar, funcionam 24 horas por dia. Por isso, as noitadas da capital costumam acabar ali. Baladeiros de estilos variados se encontram para tomar um drink, uma cerveja, conversar e até dançar. É um lugar divertido, simples, sem frescuras e democrático. Do jeito que eu gosto.
O bar tem este nome porque ocupa uma antiga borracharia, que encerrou suas atividades diurnas no ano passado e segue apenas como balada. O lugar, que tem pneus, boias e rádios antigos como decoração, convida a dançar livremente ao som de música boa. Para ir sem salto e ficar na pista até o amanhecer.
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DE STI N O S EU FU I /SA LVA D O R ( BA)
O melhor de Salvador Confira as dicas de Fabíula Nascimento para curtir a capital baiana
1 BARRACA DO LÔRO R. Desembargador Manoel de Andrade Teixeira, 266, Praia do Flamengo T 71 3374 7509 / barracadoloro.com.br 2 SORVETERIA A CUBANA Pça. Thomé de Souza, 1, Elevador Lacerda, Cidade Alta, Pelourinho T 71 3322 7000 / acubanasorvetes.blogspot.com.br 3 F DESIGN HOSTEL Trav. Prudente de Moraes, 65, Rio Vermelho T 71 3035 9700 / fdesignsalvador.com.br 4 RESTAURANTE MANJERICÃO R. Fonte do Boi, 3B, Rio Vermelho T 71 3565 8305 / restaurantemanjericao.wordpress.com 5 A BORRACHARIA R. Conselheiro Pedro Luiz, 101A, Rio Vermelho T 71 3334 0091 6 MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA Av. do Contorno, s/nº, Solar do Unhão, Comércio T 71 3117 6132 / bahiamam.org 7 TERREIRO DE MÃE MENININHA DO GANTOIS R. Mãe Menininha do Gantois, 23, Federação T 71 3331 9231 8 PELOURINHO Centro Histórico de Salvador pelourinho.ba.gov.br 9 MERCADO DO PEIXE Lgo. da Mariquita, s/nº, Rio Vermelho 10 PRAIA DO RIO VERMELHO
O PACOTE DE SETE NOITES, COM AÉREO, HOSPEDAGEM NO SOL BAHIA HOTEL E CAFÉ CUSTA R$1.180 – SAÍDA NO DIA 1º/12. T 4003 1181 108 | VOEAZ UL.COM.BR
Ilustração: Rubens Paiva
Azul Viagens
112 dira paes
Os múltiplos papéis da atriz
122 bob burnquist A irreverência do skatista
emfoco
128 rodrigo teixeira
Um caçador de boas histórias
Histórias e personagens que movimentam o País
134 reportagem
As novidades do Centro de SP
142 bem-estar
Os benefícios do muay thai
144 made in Brazil
Diego Badaró, da AMMA Chocolate
Uma vida sobre rodas
Foto: Daryan Dornelles
Aos 38 anos, o skatista Bob Burnquist tem pistas por ele construídas em suas duas casas, na Califórnia e no Rio, e revela que, com vários títulos acumulados, campeonatos já não são a sua prioridade
EM FO CO DIRA PAES
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Ao mesmo tempo sexy, valente, feminina e sonhadora, Dira Paes desponta como uma atriz plural, que se encaixa em papéis ora populares, ora enérgicos. Este mês ela exibe seu brilho em Amigos, novo filme de Lina Chamie
Mulher de PERSONALIDADE(S) Texto Renato Lemos Fotos Murillo Meirelles
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EM FO C O DIRA PAES
D
ira Paes ouviu dizer em algum lugar que são necessários apenas cinco segundos para que se tenha a impressão completa de uma pessoa. Então vamos lá. Um: Dira está sentada em uma cadeira simples, na frente de um espelho, e seu cabelo está enrolado com bobes do diâmetro de uma daquelas pulseiras coloridas usadas por Carmen Miranda. Dois: A cabeleireira, que tem 90% da parte visível de seu corpo cobertos de tatuagens, arranca micropelos da sobrancelha da atriz, que resiste à dor sem soltar nem um ai nem um ui. Três: Os pés dela estão para o alto, apoiados nos braços de uma cadeira, as unhas pintadas de um vermelho intenso, como parte da camisa do Flamengo. Quatro: Usa uma roupa simples e comportada. Calça preta de tecido fino e uma camisa rosa que, na avaliação de um leigo, parece ser de seda. Algo que poderia estar vestindo uma secretária executiva num escritório da Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro. Cinco: A atriz então diz: “Oi, tudo bom?” Levanta-se, empurra a cadeira para trás e, de pé, dá um beijo e um abraço no entrevistador. Pronto. Em cinco segundos, a impressão que se tem é de que Dira Paes é uma mulher linda, vaidosa, valente, afetuosa e prática. E é tudo mais ou menos verdade.
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LUZ P R Ó P R I A
Durante ensaio fotográfico, Dira Paes fala sobre carreira, objetivos profissionais e até dá dicas de beleza
Porém, para se ter uma ideia das muitas mulheres existentes na atriz são necessários muito mais do que os tais cinco segundos. Para início de conversa, desde que interpretou o furacão Celeste, com direito a cenas quentes com Cauã Reymond, na minissérie Amores Roubados, exibida no início do ano na Rede Globo, a atriz passou a ser vista de uma maneira diferente. Aos 45 anos, era ao mesmo tempo sexy, gostosa, frágil,
sacana e dominadora. Um mulherão capaz de manter a audiência acesa até o início da madrugada. Era outra Dira. Ou não. Na verdade, são várias Diras, cada uma de um jeito. A atriz iniciou carreira lá atrás, em filmes como Ele, o Boto (1987), em que interpretava uma menina de vestido de chita encantada pelo boto namorador. Dali em diante, esteve sempre identificada com personagens populares, como a faxineira matusquela Solineuza, do seriado A Diarista, a insinuante Norminha, da novela Caminho das Índias, e Lucimar, a moradora barraqueira do Complexo do Alemão de Salve Jorge. A minissérie do início do ano foi uma guinada. Depois, a policial linha-dura do remake O Rebu, que foi ao ar até setembro, mudou de vez o rumo da prosa e mostrou ao público uma parte de sua personalidade normalmente mantida na discrição.
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EM FO C O DIRA PAES
“Eu quero sempre subverter a expectativa do público”, diz a atriz, enquanto é submetida a uma sessão de chapinha no cabelo que deixa seus fios retos como uma régua de escola primária. “Tenho que ser um monte de coisas. Feminina, profissional, enérgica, marrenta e sonhadora. Mas sempre mulher. Quando você é mulher, é mulher mesmo dirigindo um trator.” Ainda que tenha se popularizado na televisão, ela sempre foi atriz de cinema. Chegou a ser considerada a musa da retomada da produção nacional, movimento que renovou o meio cinematográfico a partir do fim da Embrafilme (1993) e conciliou cineastas e atores com o público. Emprestou seu talento – e o corpo moreno, o cabelo comprido, a força das palavras – a produções como Anay de las Misiones (1997), Amarelo Manga (2002), Meu Tio Matou um Cara (2004) e 2 Filhos de Francisco (2005). E a TV? “Eu pensava que o 116 | VOEAZ UL.COM.BR
pessoal da televisão não gostava de mim. Tenho a impressão de que me achavam fora dos padrões de beleza, estranha. Foi uma conquista aos poucos”, conta. Agora, depois de ter merecidamente reconhecido seu espaço, Dira se permite alternar trabalhos entre os dois meios. Ela se prepara para o lançamento, no dia 6 deste mês, de Amigos, longa dirigido por Lina Chamie (de Via Láctea, 2007). Um filme que fala de amor, perda e da vida solitária nos grandes centros urbanos. A diretora levou a proposta de “ação ente amigos” do roteiro para dentro do set. Era uma mistura de camaradagem, torcedores e profissionais de primeira linha. “Não acho que seja indispensável agir dessa maneira. Sei que é possível obter resultados apostando unicamente no profissionalismo, mas prefiro trabalhar assim”, diz Lina, que recorreu ao amigo do peito Marco Ricca para chegar à atriz. “Além de
Styling: Antonio Frajado e Isabela Queiroz; Produção de Moda: Olimpia Liberti; Maquiagem: Carla Biriba (Blissme); Assistente de Maquiagem: Renata Brazil; Assistentes de Fotografia: Alessandro Fidalgo, Fabricio Pimentel, Jhones Mattos e Marcelo Boldrini; Tratamento de Imagem: Studio AW
Tenho que ser um monte de coisas. Feminina, profissional, enérgica, marrenta e sonhadora. Mas sempre mulher ”
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EM FO CO DIRA PAES
PER SONAGENS DA TELI NHA
ter uma inteligência aguda, ela tem explosão. É uma força da natureza. No set, é uma luz, um ponto de fuga, como um raio de sol para onde a gente quer ir.” Dira dá sua versão sobre a produção: “É um daqueles filmes que, quando acaba a projeção, a gente tem vontade de abraçar a pessoa da poltrona do lado.” O longa deu a ela também a chance de passar mais tempo em São Paulo, cidade que busca descobrir, além de acrescentar uns erres a mais 118 | VOEAZ UL.COM.BR
em seu sotaque paraense. Há anos morando no Rio de Janeiro, fez de sua casa – em uma ilha repleta de árvores frutíferas, na Lagoa da Barra – um centro de experimentações. O lugar já foi parar no programa Casa Brasileira, do GNT. Dira tira até onda de arquiteta. “Uma vez vi um depoimento de Lúcio Costa explicando que os edifícios de Brasília deveriam ter, no máximo, seis andares para que o filho, na rua, escutasse a mãe, no alto do prédio, chamando para o almoço. Na minha casa também é assim. De onde estou eu vejo meu filho Inácio e ele é capaz de me escutar, seja onde for, chamando para o banho”, diz ela, que aprendeu a “ler” a lua na água que bate na beirada do seu quintal.
Fotos: Estevam Avellar/Globo/Div. (Amores Roubados e O Rebu); Fabrício Mota/ Globo/Div. (A Diarista); Márcio de Souza/Globo/Div. (Caminho das Índias)
Em sentido horário, Dira Paes contracena com Cauã Reymond em Amores Roubados; na pele de Solineuza, em A Diarista; como Norminha, em Caminho das Índias; e interpretando uma policial, em O Rebu
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EM FO C O DIRA PAES
TALENTO NO CI NEMA
Em sentido horário, a atriz em Amarelo Manga; com o ator Marco Ricca em Amigos, longa que estreia este mês; e em cena do filme 2 Filhos de Francisco
Sa iba ma is
Um filme que gostaria de ter feito “Tatuagem, de Hilton Lacerda. É daqueles filmes que nos tiram o fôlego. O cinema de Pernambuco é visceral”
“Quem é de Belém tem uma relação muito intensa com a água”, explica. A atriz também é uma daquelas paraenses que levam o lugar onde nasceram para onde vão, amarrado nas cordas do Círio de Nazaré. Por todo o seu corpo, por todas as coisas que fala, está impregnada uma mistura de floresta, mangueiras, açaí, chuva, calor, tucupi e futuro. Ela gosta de embaralhar tudo e seguir em frente. Uma característica que transparece nos trabalhos que faz, nos projetos dos quais escolhe 12 0 | VOEAZ UL.COM.BR
participar. Dira – o corpo mantido em forma à custa de malhação e uma estranha combinação de banhos quentes e frios – dá a sua receita de beleza. “Passar duas horas na academia é fácil. Difícil é a malhação intelectual”, diz ela, que anda até se sentindo mais vaidosa. Porém, está sempre se matriculando em cursos de psicologia, filosofia e história da arte. “Estudar rejuvenesce. Pensar faz bem para pele.” Dira – a pele macia como casca de sapoti – deve andar pensando um bocado.
Um personagem que gostaria de ter feito “Maria Moura, de Memorial de Maria Moura. Na verdade fiz o longa (dirigido por Leilany Fernandes) até a metade, mas as filmagens foram interrompidas por problemas de produção. Fiquei frustrada” Uma palavra “Expansão. No sentido de expandir alma” Outro lugar “Ando querendo conhecer São Paulo de verdade. Ter um dia a dia na cidade, me misturar com as coisas de lá, ter a sensação de viver lá. É um lugar fascinante”
Fotos: Arquivo Pessoal (Amarelo Manga); Ana Chiossi/Div. (Os Amigos); Divulgação
Uma viagem “Tikal, na Guatemala. É uma cidade maia. É como levar a Amazônia para o meio da América Central”
EM FO C O B OB BURN QU I ST
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Manobras
no quintal
Com 27 anos dedicados ao skate e inúmeros títulos na carreira, Bob Burnquist segue exibindo sua técnica apurada em vídeos cheios de adrenalina. Este mês, estreia um programa no Canal Off, cujo cenário são as rampas instaladas em sua casa, na Califórnia
N
o imenso terreno de sua casa, na cidade de Vista, a 130km de Los Angeles, Bob Burnquist montou uma espécie de Disneylândia dos skatistas. Construiu várias rampas, entre half pipes e bowls e até uma megarrampa com 24m de altura e 170m de comprimento, algo como um prédio de oito andares. Um lugar dos sonhos de todo amante do skate – não por acaso, batizado de Dreamland. Recentemente, ele abriu as portas de seu parque de diversões particular para uma turma de amigos também atletas: Ítalo Penarrubia, Eliot Sloan e Jake Brown, entre outros, participaram do torneio Desafio Dreamland. O campeonato gerou momentos tão impressionantes que rendeu um programa de TV: o Especial Pela Rua – Na Casa do Bob, com quatro episódios, estreia no dia 22 de novembro, no Canal Off.
Texto Renato de Alexandrino Fotos Daryan Dornelles
Não foram só os Estados Unidos, porém, que receberam as investidas arquitetônicas de Bob. Carioca, criado em São Paulo, ele escolheu a Califórnia para se estabelecer, mas mantém raízes bem sólidas em sua terra natal. Cliente mais que assíduo da ponte aérea Los Angeles-Rio, o atleta se “esconde” na Ilha da Gigóia, um verdadeiro refúgio em meio à confusão da Cidade Maravilhosa. Além de casa, churrasqueira, piscina, grafites e dois vira-latas, o local conta com uma pequena pista de skate por ele desenhada, assim como as que impressionam em Dreamland. Quando ali recebeu nossa equipe, posou para as fotos, conversou e em seguida pediu um tempo para explorá-la. Afinal, ninguém é de ferro. “Esta pista é muito divertida. É mais técnica, então fico com o skate no pé. Nenhuma das minhas pistas teve projeto. Fiz tudo no ‘olhômetro’, na base da experiência”, assume.
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EM FO C O B OB BURN QU I ST
Experiência é o que não falta para o atleta de 38 anos, sendo 27 deles em cima do “carrinho”, como o skate é carinhosamente chamado por seus praticantes. Dono de uma técnica apurada, Bob coleciona títulos na mesma medida em que acumula uma legião de fãs, que o reconhece como o maior nome do esporte no Brasil e um dos mais importantes do mundo. Sua paixão pelo skate começou por acaso. Goleiro de futsal nos tempos de criança, foi aos poucos deixando a modalidade porque sofria de asma, o que limitava seu condicionamento físico. “Um dia emprestei uma bola para um grande amigo, o Daniel. Ele a perdeu e me deu um skate em troca para compensar. Fiquei andando dentro de casa. Minha mãe ‘adorava’”, recorda, bem-humorado. “Depois, ao invés de um skate pronto, meu pai comprou shape, rodinhas, parafusos e montamos um juntos, quando eu tinha 11 anos. Lembro que isso foi 124 | VOEAZ UL.COM.BR
muito legal. E quando a Ultra [pista famosa em São Paulo nos anos 1980 e 1990] abriu suas portas, a três quadras de onde eu morava, não parei mais de andar.” Bob aprendeu o ollie, uma das manobras mais básicas da modalidade, não tardou a realizar flips e a impressionar com o switch stance, quando utiliza-se o outro pé como apoio – é como se um destro usasse a canhota. Logo o Brasil ficou pequeno para ele, sobretudo na década de 90, quando o esporte não tinha por aqui o reconhecimento que tem atualmente. Pegou a estrada e foi morar em São Francisco, na Califórnia. E em 1995 venceu uma conceituada competição em Vancouver, no Canadá. Era o início de uma carreira que, ao longo de quase 20 anos, lhe rendeu ótimas marcas: dois títulos mundiais na categoria vertical, sete na temida megarrampa e 27 medalhas de ouro nos X Games, as olimpíadas dos esportes radicais.
TÉCNI CA E D I V ER SÃO
Acima, Bob Burnquist ensaia manobras na pista por ele desenhada, em sua casa, no Rio de Janeiro
Já ganhei tudo. Então, hoje, tenho o luxo de poder escolher onde disputar. Acho que o skate evolui mais com vídeos do que com campeonatos”
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EM FO C O B OB BURN QU I ST
R OTI NA R AD I CAL
Abaixo, Bob Burnquist na megarrampa de sua casa, na Califórnia; à esquerda, o atleta, que também pega onda, com o amigo e surfista profissional Rob Machado; e, ao lado, abaixo, em 1989, aos 12 anos, já com um skate nos pés
Sa iba ma is
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ao publicar, no ano passado, o seu Dreamland, gravação de oito minutos feita nas pistas de sua casa, na Califórnia, com direito ao uso de um helicóptero para lhe auxiliar em algumas manobras – o número de visualizações é de quase 3,5 milhões. Agora, ele acaba de lançar um clipe no site The Berrics. As investidas atuais mostram sua preocupação em se manter sempre ligado às raízes do esporte. Afinal, deixar de usar o “carrinho” como equipamento profissional não passa pela sua cabeça. Seja fazendo vídeos, seja competindo esporadicamente, a prática tem espaço garantido na vida de Bob ainda por muito tempo. “Skate não é como luta, por exemplo. Não preciso ficar ganhando para continuar relevante no meio. Isso me dá longevidade. Sem skate não vou ficar. Acho até que vou dar um ollie com meu caixão”, completa ele, rindo.
Adrenalina Saltar de paraquedas é outro vício do carioca. Em 2006, ele aliou este esporte com o skate e andou em uma rampa montada à beira de um precipício no Grand Canyon. Depois de deslizar sobre o “carrinho” por alguns metros, jogou-se no penhasco e saltou de paraquedas. No mês passado, na semana de seu aniversário, o atleta realizou no Rio de Janeiro seu 600º salto Nome Chegou a cogitar usar o nome Bob Silva nas competições, para marcar que é brasileiro, mas escolheu o sobrenome Burnquist em homenagem ao avô, que foi vaqueiro nos Estados Unidos Família O atleta tem duas filhas, de dois casamentos: Lotus, com 14 anos, e Jasmyn, com 7. A mais nova mora no Rio, enquanto a mais velha vive na Califórnia, dança na escola e, segundo o pai, puxou o seu perfeccionismo
Fotos: Arquivo Pessoal (criança); Divulgação
Foram tantas as conquistas que Bob acabou se cansando de disputar provas. “Os resultados trouxeram atenção para o meu nome, me ajudaram por esse lado. Mas, aos poucos, fui perdendo o prazer em competir. Em 2000 venci o circuito mundial. Depois, eu queria fazer outras coisas. Já ganhei tudo. Então, hoje, tenho o luxo de poder escolher onde disputar. Acho que o skate evolui mais com vídeos do que com campeonatos”, explica. A modalidade profissional tem essa peculiaridade. Os torneios não chegam a ser tão valorizados quanto em outros esportes e muitos atletas vivem somente de vídeos e filmes. Neles, apresentam novas manobras e mostram seu talento em sessões sem preocupações com juízes e notas. Esta é a onda do momento para Bob, que balançou o mundo dos atletas
No ar Voar é outra paixão de Bob Burnquist. Ele fez um curso de aviação nos EUA e tirou o brevê para pilotar aviões e helicópteros. Já passou das 650 horas no comando de uma aeronave. “Pilotar um helicóptero lembra andar de skate. É muito técnico e muito suave. Eu me acostumei mal. Agora fico louco no carro, quando estou preso no trânsito”
EM FO C O RODRIGO T EI X EI RA
O homem
dos
bastidores Com um pé em São Paulo e outro em Hollywood, Rodrigo Teixeira se destaca entre os produtores de cinema. Enquanto toca um projeto em parceria com Martin Scorsese, ele acompanha a estreia de Tim Maia, seu trabalho mais recente
O
s livros estão por todos os lados, amontoados na estante, sobre a mesa e em pequenas pilhas no chão. A sala, escondida em uma arborizada e tranquila casa em Higienópolis, bairro do Centro de São Paulo, parece não ser suficiente para o maior tesouro de Rodrigo Teixeira: as histórias que um dia podem ser transformadas em cinema. O carioca, à frente da RT Features, tem se destacado como um dos produtores mais promissores do País, com habilidade apurada para negociar direitos de obras nacionais e estrangeiras com potencial para a telona. Há alguns anos seu faro o levou a apostar na biografia Vale Tudo: o Som e a Fúria de Tim Maia, de Nelson Motta, cujo fruto cinematográfico acaba de estrear nas salas brasileiras.
Texto Ana Luiza Ponciano Fotos Gabriel Rinaldi
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Além do selo da RT Features, o filme tem outros nomes de peso. A direção é de Mauro Lima (de Meu Nome Não É Johnny) e o elenco conta com Alinne Moraes, Cauã Reymond, Babu Santana e Robson Nunes – os dois últimos se dividem no papel de Tim. Apenas mais uma experiência em que Rodrigo esteve bem acompanhado. Aos 38 anos, ele não é do tipo que dá autógrafos na rua, mas trabalha com os grandes tubarões do cinema e circula com facilidade em escritórios de Los Angeles e Nova York. Atualmente, mantém uma parceria com Martin Scorsese em um processo para encontrar novos diretores e tem engatilhadas as adaptações de Lobão e da primeira obra da trilogia O 130 | VOEAZ UL.COM.BR
Mistério do Cinco Estrelas, best-seller juvenil de Marcos Rey. “Eu sempre comprei livros e desenvolvi projetos. Eu compro se me dá vontade. Por que não?”, pergunta. “Meu talento é encontrar histórias.” Rodrigo andou por outras áreas antes de trilhar carreira no cinema. Veio muito cedo para São Paulo, com a família, e cursou administração. Logo percebeu que este não seria seu caminho e pulou do mercado financeiro para o mundo editorial. Criou as coleções Camisa 13, em que autores escreviam sobre seus times, e Amores Expressos, na qual brasileiros relatavam suas vivências numa cidade estrangeira. A sétima arte veio quando a Camisa 13 inspirou o filme O Casamento de Romeu e Julieta,
de 2004, e, com um empurrão da família Barreto (fundadores da LC Barreto e responsáveis por longas como Lula, O Filho do Brasil e Dona Flor e Seus Dois Maridos), ele encarou sua primeira produção. Nos anos seguintes, virou uma espécie de garimpeiro cinematográfico, sempre em busca das boas histórias, seja adquirindo direitos autorais, seja financiando títulos. Seu currículo inclui longas diversos: O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia; Heleno, de José Henrique Fonseca; O Abismo Prateado, de Karim Aïnouz; e Alemão, de José Eduardo Belmonte. E também feitos pioneiros, como a produção de Frances Ha, do diretor prodígio de Hollywood, Noah Baumbach, o
primeiro título norte-americano 100% produzido por um brasileiro. Quase como uma fábula urbana, ele conta a história de uma bailarina que se muda para Nova York e sonha em evoluir profissionalmente dentro de uma das principais companhias de dança do país. Feito com orçamento baixo, virou um clássico cult e ganhou prêmios – a protagonista, Greta Gerwig, foi até indicada como melhor atriz no Globo de Ouro. “Quando você comenta que trabalha com os Estados Unidos as pessoas falam que você é megalomaníaco. Cansei de ouvir isso”, diz Rodrigo,
que rebate dizendo que tudo se resume a muita vontade e bons contatos. “Não é difícil fazer um filme com o Noah Baumbach ou encontrar com o Scorsese. O problema é você ir lá e fazer acontecer”, argumenta. Ele explica também que a metodologia do trabalho de um produtor não é tão complexa quanto parece. Com os direitos autorais comprados, discute-se para encontrar o roteirista, a melhor abordagem e qual é a mídia mais adequada – televisão ou cinema, por exemplo. Após reuniões e mais reuniões, muito do que foi falado começa a virar realidade. Com o roteiro aprovado e dentro do orçamento, a segunda etapa tem início e o projeto é rodado, em média, em 60 dias. VO E AZU L .CO M.B R | 131
EM FO C O RODRIGO T EI X EI RA
S E LO RT FEATU RES
Em sentido horário, Babu Santana, como Tim Maia, no mais recente longa produzido por Rodrigo Teixeira; Selton Mello, protagonista de O Cheiro do Ralo; Alessandra Negrini, em O Abismo Prateado; e Greta Gerwig, no filme norte-americano Frances Ha
Sa iba ma is Cineastas favoritos Howard Hughes, John Ford, Steven Spielberg e Martin Scorsese
Este ciclo produtivo o fascina e o coloca como exceção no mercado cinematográfico ao afirmar que não pensa em sentar-se na cadeira de diretor. Seus planos incluem mais sossego e menos horas de trabalho. “Para o futuro, eu quero paz. Quero ter tempo para mim e para os meus.” Casado e pai de dois filhos, ele acertou com a família que essa paz virá e terá o Rio de Janeiro como 132 | VOEAZ UL.COM.BR
cenário – a ideia é voltar a morar em sua cidade natal. Enquanto isso, batalha para manter uma rotina mais tranquila, mas lembra que foram necessários muitos anos de batalha atrás do reconhecimento. “Escolhi o que eu queria e hoje faço o que gosto”, diz ele, antes de completar: “Essa é a única coisa que posso garantir. Essa, e que a estante continuará crescendo”, brinca.
Rotina internacional “Nos Estados Unidos, o meu escritório é o hotel. Normalmente faço nove reuniões por dia” Marco na carreira Em 2012, quando Rodrigo comprou os direitos autorais de Blood On The Tracks, álbum de Bob Dylan, que ainda quer transformar em filme, a notícia correu na imprensa e saiu em veículos como The New York Times, Los Angeles Times e Chicago Tribune
Fotos: Sam Levy/Div. (Frances Ha); Divulgação
Frio na barriga Ao encontrar o ator Antônio Fagundes, o diretor Martin Scorsese e o cantor Chico Buarque. “A primeira vez que o vi o Chico fiquei bem nervoso”
EM FO C O RE P ORTAG EM
C E N T R O
VIVO C E N T R O CRIATIVO Nos últimos meses, prédios icônicos localizados no coração de São Paulo têm sido ocupados por espaços culturais e coletivos independentes. O movimento lançou luz sobre a região e rendeu um novo roteiro guiado pela experimentação artística
Texto Natali Pereira Fotos Sergio Caddah 134 | VOEAZ UL.COM.BR
E
m qualquer viagem às grandes cidades do mundo, uma visita ao Centro é quase obrigatória. É assim em Buenos Aires, em São Francisco ou em Madri. Já na capital paulista, por causa de um processo de degradação e abandono de sua parte mais antiga – e bonita –, é comum não se dedicar à região muito mais que uma manhã na famosa Rua 25 de Março. Nos últimos meses, porém, o coração de São Paulo vive uma espécie de renascimento que se dá principalmente a partir da cultura. De galerias de arte contemporânea a casas de shows, passando por bares descolados e espaços artísticos experimentais, as opções de passeios se multiplicaram. E os motivos para querer bater perna por lá também.
R ENASCI MENTO UR BANO
Na página anterior, a vista da região central da capital paulista a partir do terraço do Red Bull Station. Aqui, obra exposta no Instituto Choque Cultural indica ruas e atrações de destaque do bairro VO E AZU L .CO M.B R | 135
EM FO C O RE P ORTAG EM
Em comum, todos esses novos redutos culturais resgatam parte da memória afetiva ou arquitetônica da cidade. Um dos espaços mais bacanas nesse contexto é o Red Bull Station, inaugurado em outubro do ano passado. Instalado em um prédio da década de 20, a fachada tombada contrasta com o projeto moderníssimo do interior: paredes de cimento queimado, tubulação aparente e decoração minimalista. As atrações também têm um tom conceitual. Com exposições de fotos e pocket shows, o lugar funciona como um laboratório para artistas iniciantes, sejam eles pintores, designers ou escritores – em um dia qualquer, é possível encontrá-los em pleno processo de criação nos ateliês do segundo andar. O mais inusitado, contudo, é sua localização: em plena Avenida 23 de Maio, uma das mais movimentadas da metrópole, e no meio do emaranhado de passarelas do Terminal Bandeira, ponto de chegada e partida de vários paulistanos que trabalham na região.
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OCUPAÇÃO ART ÍST ICA
Na página anterior, o edifício do Red Bull Station. À esquerda, Daniel Lie em seu ateliê, dentro do espaço cultural; acima, o terraço do prédio; no alto, parte do acervo da Casa Juisi; e, à direita, um dos ambientes do local, que também abriga a galeria Sé e o coletivo Phosphorus
Para apreciar essa confusão urbana que é a cara de São Paulo, há um delicioso terraço com banquinhos e espreguiçadeiras. “A imagem do Centro como um lugar inseguro é muito antiga, não vale mais. Nós nos instalamos aqui para fazer parte dessa revitalização”, explica Paula Borghi, uma das curadoras da casa. A proposta de dar espaço para o experimental fez com que um grupo de vizinhos se juntasse para estabelecer um pequeno roteiro de arte independente pela área. O Circuito Centro (circuitocentro.org) reúne dez endereços dedicados à cultura, todos em um raio de cinco quilômetros. Com o mapa em mãos – pode ser conseguido no primeiro local escolhido para a visita –, é possível circular entre eles a pé ou
percorrendo, no máximo, três estações de metrô. Uma boa ideia é começar pelo número 108 da Rua Roberto Simonsen, entre o Solar da Marquesa de Santos e o Pátio do Colégio. Lá, dividem o mesmo teto a galeria Sé, o coletivo de artistas Phosphorus e a Casa Juisi, um megabrechó e acervo de moda com mais de 30 mil peças. Nos três andares do casarão de mil metros quadrados, as três vertentes de trabalho se misturam nos cômodos e quase não dá para saber onde começa um e termina o outro. É o que torna a visita mais interessante. “São Paulo tem uma cena alternativa precária. Tudo vira comercial muito rápido. Nossa ideia é ter um ambiente para inovar, para correr riscos. Estar no Centro influencia nesse processo. A criação é contaminada pelo que vemos nas ruas”, explica Maria Montero, diretora do Phosphorus. VO E AZU L .CO M.B R | 137
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Com um foco bem similar, a Tag Gallery abriu suas portas há dois meses na Rua Líbero Badaró, outro ponto de referência da região. Ela aposta na mistura entre música, street art e fotografia e só funciona em eventos esporádicos, que podem durar uma tarde ou duas semanas. “Fazer arte não é só pendurar um quadro na parede ou pintar um muro. Nossa proposta é olhar para fora, dialogar com o espírito da rua”, conta Billy Castilho, curador do espaço. Um pouco mais longe, a Casa do Povo, no finalzinho da parte histórica de São Paulo – o bairro ali já é Bom Retiro –, é outro endereço com programação constante. Vai de feiras de zines a oficinas de montagem de maquetes. “No urbanismo é comum ver primeiro a juventude ocupando um determinado local da cidade. 138 | VOEAZ UL.COM.BR
LU G ARES E PER SO NAS
No topo da página, Maria Montero e Marcelo Maia, do Phosphorus e Galeria Sé, e Billy Castilho (à direita), curador da Tag Gallery; no centro, uma das amplas salas do endereço recéminaugurado; e, acima, um dos espaços coletivos do Instituto Choque Cultural
Aí, ele vai ficando legal e começa a atrair o grande público”, explica Baixo Ribeiro, arquiteto e dono do Instituto Choque Cultural. Ele acredita que esse movimento acontece no Centro de São Paulo, já frequentado – e exaltado – pela turma dos 20 e 30 anos. Ribeiro montou recentemente um braço de seu instituto no Edifício Farol, próximo ao Vale do Anhangabaú.
EM FO C O RE P ORTAG EM
DIA E NOITE
Ao lado, uma das escadas do prédio que abriga o Instituto Choque Cultural; abaixo, o bar Mandíbula e o drink gim-tônica de Hendrick’s com pepino, um dos destaques do cardápio
Red Bull Station Pça. da Bandeira, 137 Ter. a sex., das 11h às 20h; sáb., das 11h às 19h T 11 3107 5067 / redbullstation.com.br Phosphorus / Casa Juisi R. Roberto Simonsen, 108 Qui. e sex., das 11h às 19h; dom., das 11h às 17h T 11 3063 5766 / phosphorus.art.br Tag Gallery R. Líbero Badaró, 336 Funcionamento esporádico T 11 98280 5780 Casa do Povo R. Três Rios, 252 Seg. a sex., das 11h às 16h. T 11 3227 4015 / casadopovo.org.br
O local abriga outros projetos criativos, como a descolada Balsa, aberta só eventualmente e cenário de festas animadas. Além desta, o bairro ganhou outras atrações que convidam o público a explorá-lo também à noite. Na Galeria Metrópole, a casa de shows Grand Metrópole e o recém-inaugurado bar Mandíbula comandam a madrugada dos arredores de uma das ruas mais bonitas da capital, a Avenida São Luís. O prédio dos anos 1960 combina sua riqueza arquitetônica com a bela vista da Praça Dom José Gaspar, onde fica o já consagrado Paribar. “Percebo o pessoal muito ansioso para descobrir ou revisitar a região. Os lugares abertos nos últimos meses são simples, mas diferentes de tudo. É isso que está dando liga no Centro”, afirma 140 | VOEAZ UL.COM.BR
Instituto Choque Cultural R. Capitão Salomão, 26 Funcionamento esporádico T 11 4171 6556 Bar Mandíbula Galeria Metrópole, Av. São Luís, 187 Ter. a sáb., das 14h às 2h T 11 3129 3556
André Bandim, sócio do Mandíbula. Sem mesa nem garçom, a casa é dedicada aos vinis de rock e oferece poucas (mas caprichadas) opções de drinks e cervejas, que devem ser comprados diretamente no balcão. Às sextas e aos sábados, fica lotado e os frequentadores se esgueiram pelas varandas da galeria, de pé mesmo. Lugar perfeito para encerrar um passeio de reconhecimento pelo Centro de São Paulo. Ou, por que não, para começar.
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Chute, soco e
muito suor Arte marcial milenar, o muay thai exige habilidade, força e agilidade em treinos que aliviam o estresse, desenvolvem os músculos e queimam até 1500 calorias
Texto Mariana Cunha Fotos Sergio Caddah
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Quando agricultores chineses migraram para a atual região da Tailândia em busca de terras férteis, viram-se obrigados a criar um método de luta para sobreviverem aos constantes ataques de bandidos e animais selvagens ao longo do caminho. Quase dois mil anos depois, essa antiga técnica de autodefesa ganhou regras e se espalhou pelo mundo com o nome de muay thai. E hoje figura entre as modalidades de artes marciais mais populares no Brasil e em outros países, procurada pelos aficionados por exercícios e adeptos da boa qualidade de vida.
Como nas demais lutas, no muay thai o objetivo principal é finalizar o adversário. Mas, diferentemente do jiu-jítsu, por exemplo, que implica golpes no chão, o praticante usa punhos, cotovelos, joelhos e canelas para aplicar o nocaute. Por isso ele também é conhecido como “a arte das oito armas”. O treino dura cerca de 90 minutos e é composto por aquecimento, técnica e sparring (o confronto entre alunos), o método mais eficaz para melhorar e corrigir os movimentos aprendidos. A regra para quem quer se arriscar no ringue é simples: abdômen forte, chute forte; abdômen fraco, chute fraco. O esforço é tanto que, em cada “brincadeira”, o praticante perde até 1500 calorias. Para servir de comparação, um corredor amador de 60 quilos queima 630 calorias em 10 quilômetros percorridos.
ESFOR ÇO COM R ECOMPENSA
Agradecimento: Peralta Fitness
Na página anterior, à esquerda, um praticante utiliza-se da canela para acertar uma adversária; à direita, uma aluna aprimorando socos e os exercícios abdominais que também fazem parte do treino. Nesta página, ao lado, outro momento da aula e, abaixo, a mão de um atleta protegida com uma bandagem
Primeiros golpes Conheça algumas academias de muay thai Brasil afora
SÃO PAULO Versus Fight Club R. Ana Cintra, 44 , Santa Cecília T 11 3431 0535 / versusfightclub.com.br
O resultado pode ser visto – e admirado – nos músculos tonificados da apresentadora Sabrina Sato, uma adepta da atividade. Ou, de forma ainda mais acentuada, no corpo do brasileiro Cosmo Alexandre, lutador profissional e campeão no Kings Cup Challenge, um dos maiores eventos da modalidade, realizado na Tailândia. Segundo o paulistano Fernando Maestro, atleta e dono da academia Versus Fight Club, as pessoas podem até começar a praticar o muay thai para buscar a “barriga dos sonhos”. Mas é questão de pouco tempo até perceberem que ele é, na verdade, uma filosofia de vida com ganhos de performance que podem ser facilmente transferidos para a rotina de forma geral. “A luta acelera o metabolismo, aumenta o fortalecimento muscular e
desenvolve uma ótima resistência cardiovascular”, afirma ele, que indica três treinos por semana. Além disso, as habilidades defensivas ajudam a melhorar a autoconfiança. Sem restrição de idade e com um número cada vez maior de adeptos, a modalidade aos poucos vence a fama de violenta. “Quem rotula as artes marciais nunca fez nenhuma delas. Pior: não enxerga o lado da dedicação e do empenho. O muay thai me deixa mais calmo e traz um autocontrole para a minha vida”, comenta Guilherme Câmara, de 22 anos e praticante desde os 18. Polêmicas à parte, não há dúvidas de que os chineses criaram um esporte intenso, que exige altas resistências física e mental. E, de quebra, dá forças para lidar com desafios variados, dentro e fora do ringue.
Peralta Fitness Av. Giovani Gronchi, 5653, Morumbi T 11 3501 9829 / peraltafitness.com.br
CURITIBA Chute Boxe R. Tenente Francisco Ferreira de Souza, 1540, Hauer T 41 3278 7707 / grupochuteboxe.com
RIO DE JANEIRO Art Fighters Brasil R. do Rezende, 141, Centro T 21 2221 6183 / artfightersbrasil.com
FLORIANÓPOLIS Thai Brasil Rod. Armando Calil Bulos, 4747, Praia dos Ingleses T 48 8813 2242 / thaibrasil.com
BELO HORIZONTE Akio Matsuura R. da Bahia, 581, Centro T 31 3213 3403 / akiomatsuura.com.br VO E AZU L .CO M.B R | 143
EM FO C O MADE IN B RA ZI L
Doce herança Diego Badaró, o nome por trás dos chocolates AMMA, encontrou no cultivo sustentável do cacau uma forma de reverenciar a história de sua família Texto Luiza Vieira
Minha ligação com o cacau existe desde a infância, mas se fortaleceu em meados de 2002, após a morte de minha avó. Seu último desejo foi que eu recuperasse a fazenda da família, no sertão baiano, devastada no fim dos anos 1980 por causa da infestação de um fungo amazônico. Coincidentemente, meus ancestrais também apareceram em sonho pedindo que eu retomasse os negócios naquela terra. E assim minha missão se confirmou. Deixei um pouco de lado a carreira na área de relações internacionais para focar na fazenda, em Itacaré, a 300km de Salvador, minha cidade natal. Ainda havia árvores centenárias lá, de origem amazônica e sem cruzamentos genéticos. Então, não só resgatei a plantação, mas também decidi que deveria transmitir uma mensagem de preservação do meio ambiente. Em 2005, já vendia cacau para a França e pensava em ter um produto final. No ano seguinte, depois de uma feira em Nova York, o chocolateiro Frederick Schilling me procurou, pois queria comprar minha matéria-prima. Um mês depois ele estava na fazenda e ali fechamos uma parceria que culminou na AMMA Chocolate.
A ideia surgiu em 2007, mas a marca só foi lançada em 2010. O objetivo sempre foi oferecer um produto de alta qualidade que, além do sabor, fosse associado à conexão com a terra. Nosso chocolate é da categoria premium: artesanal, possui baixa quantidade de açúcar e leite e grande porcentagem de cacau, de 30% a 100%. Quanto ao cultivo, estamos cientes de que se trata de uma cultura manual, de integração entre homem e natureza, e que, se nada for feito para sua conservação, pode acabar em questão de anos. Portanto, nossos grãos são colhidos corretamente, respeitando variedade, safra e ponto de torra. De imediato nosso chocolate passou a ser exportado, graças ao bom relacionamento que mantemos lá fora: Schilling, por ser americano, e eu, por minha formação acadêmica. Hoje a marca é mais forte no exterior do que no Brasil. Somos mais competitivos no mercado internacional, pela característica da mercadoria. Por meio dela queremos resgatar a essência da vida. Considero a AMMA não apenas um produto, mas uma missão de preservação. ammachocolate.com.br
60% da matéria-prima utilizada na produção são da própria AMMA
toneladas de chocolate. Esta é a produção anual da marca, que possui uma linha de 30 produtos REC EI TA P R E MI UM
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No topo da página, Diego Badaró; ao lado, os miniboxes da AMMA, cujos chocolates se diferenciam de acordo com as porcentagens de cacau
países importam os chocolates AMMA – eles são encontrados em mercados e lojas especializadas
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Fotos: Victor Affaro/Div. (retrato); Divulgação
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VOLT.AG
DICAS PARA VOAR MELHOR E COM AS MELHORES CONDIÇÕES DE PREÇO QUAL A MELHOR ÉPOCA PARA ENCONTRAR PREÇOS COMPETITIVOS?
COMO ECONOMIZAR AO VOAR COM A FAMÍLIA? Ao programar sua viagem, principalmente em épocas de grande movimento, procure voos em dias e horários menos concorridos. São várias opções, e você encontrará a melhor para todos.
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INFORMAÇÃO IMPORTANTE Ao comprar sua passagem, verifique a classificação tarifária. Cada empresa tem regras próprias, mas, em geral, quanto mais barato for o bilhete, menor é a flexibilidade para cancelar ou mudar dia e hora da viagem. Já em tarifas superiores, o passageiro tem ampla liberdade de remarcação e cancelamento, além de receber o reembolso quase integral no caso de desistência.
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TOP DICA Aproveite as promoções que pintam nos sites das empresas aéreas e nas redes sociais!
CURIOSIDADES
2002
2013
De 2002 a 2013, o valor da tarifa doméstica foi reduzido em 40%.
A cada ano mais brasileiros trocam as viagens de ônibus pelas de avião.
No ano de 2013, 9 milhões de pessoas voaram pela primeira vez.
Algumas passagens promocionais podem custar menos do que o preço do táxi até o aeroporto.
ABEAR.COM.BR
148 expansão
13 novos voos em Congonhas
151 curtas
Compre passagens com PayPal
azuis
154 novidades
Azul Cargo no exterior
Serviços, novidades e promoções
156 experiência azul Informações de viagem
159 mapa de rotas
Os destinos da companhia
162 panorâmica
Um olhar sobre o País
Foto: Divulgação Azul
Em Congonhas, vá de Azul A companhia conta agora com 26 slots no aeroporto paulistano, o que equivale a cinco novas frequências para Belo Horizonte, quatro para Curitiba e quatro para Porto Alegre, todas diretas
Foto: Divulgação Azul
AZUI S EXPANSÃO
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Azul marca presença em Congonhas Com 26 slots no aeroporto, a companhia oferece agora mais de 50 conexões para todo o Brasil a partir de voos diretos para Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre
A Azul tem mais um motivo para comemorar: a companhia acaba de ganhar espaço em Congonhas, um dos mais importantes e movimentados aeroportos do País. Com a definição da redistribuição dos horários para pousos e decolagens anunciada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no mês passado, a empresa conta agora com 26 slots no aeródromo paulistano. A quantia equivale a 13 pousos e 13 decolagens todos os dias, o que representa cinco novas frequências diretas para Belo Horizonte (Confins) – segundo maior hub da Azul –, quatro para Curitiba e quatro para Porto Alegre. Uma das principais apostas da companhia para marcar e fortalecer sua presença em Congonhas está nas possibilidades de conexões: são mais de 50 opções de destinos ofertadas a partir desses voos. “Este é um importante marco para a indústria brasileira, assim como para a Embraer. Usamos a força de nossa malha, que atende a mais de 100 cidades em todo o País, e nossa presença regional, para criar ligações que até então não existiam. E, com isso, oferecemos mais possibilidades aos Clientes que
desejam ir do interior para a capital. É possível, por exemplo, ir e voltar de Passo Fundo (RS), Montes Claros (MG) e Maringá (PR) no mesmo dia. Ainda haverá conexões para cidades como Carajás (PA), Ipatinga (MG), Manaus (AM) e Vitória da Conquista (BA)”, explica Antonoaldo Neves, presidente da Azul. “Somos a única empresa a oferecer tantas opções de conexão a partir de Congonhas, com o já reconhecido atendimento da Azul e diferenciais que só nós oferecemos: aeronaves equipadas com TV ao vivo, poltronas dispostas duas a duas e um completo serviço de bordo, sem custo adicional”, completa Neves. Em Congonhas, os Clientes Azul contam com ônibus executivos gratuitos para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, e para o terminal de Guarulhos. Com as operações em Congonhas, os principais aeroportos das cidades de São Paulo e Campinas contam com serviços da Azul. A partir de Guarulhos, a companhia oferece mais de 50 voos diários e diretos para 15 destinos. Já no aeroporto de Viracopos, são aproximadamente 170 decolagens, todos os dias, para mais de 50 cidades, sem escalas ou conexões.
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A Z U I S CU RTAS
Universo Azul Descubra aqui novidades e promoções da empresa para facilitar sua viagem
Fotos: Divulgação Azul
Pague sua passagem online
Clientes Azul agora podem adquirir passagens por meio do PayPal, sistema líder mundial em pagamentos online. A opção permite que o valor dos bilhetes seja parcelado em até 12 vezes sem juros. Com o início das operações internacionais – em dezembro a Azul começa a voar para Fort Lauderdale/Miami e Orlando –, a alternativa também vai facilitar a emissão de passagens por estrangeiros. Para usar o serviço é necessário ter uma conta no PayPal ou criar um cadastro no ato da compra. O sistema oferece formas simples de efetuar pagamentos sem que seja necessário compartilhar informações financeiras com vendedores. Permite tanto transferências por meio de contas bancárias e uso de cartões de crédito quanto a utilização do saldo acumulado na conta PayPal.
Certificado de segurança
A Azul concluiu com êxito a Auditoria de Segurança Operacional da IATA (International Air Transport Association), referencial de excelência mundial para a gestão de segurança em companhias aéreas, e passou a fazer parte das empresas certificadas IOSA. A obtenção desse registro é mais uma importante etapa para o início das operações internacionais. “Estamos muito felizes por obtê-lo. Este reconhecimento é resultado do trabalho e da dedicação diária de cada um dos Tripulantes da companhia”, comemora Antonoaldo Neves, presidente da Azul. “O IOSA nos permitirá seguir com os planos de voar para outros países, além de abrir possibilidades em demais frentes de negócio, como futuros acordos de codeshare”, completa. Em setembro, a Azul iniciou a venda de bilhetes dos voos para os EUA. Eles partirão de Viracopos, em Campinas, para Fort Lauderdale/ Miami e Orlando. As frequências serão diárias e têm inícios nos dias 1º e 15 de dezembro, respectivamente.
Malha aérea ampliada
De olho na comodidade e com o objetivo de oferecer cada vez mais opções aos Clientes, a Azul está iniciando novas operações que envolvem diversas regiões do País. A partir deste mês a companhia contará com voos diretos entre Brasília (DF) e Teresina (PI). Já a partir de Belo Horizonte (Confins) haverá oferta de voos sem escalas ou conexões para Altamira (PA), assim como uma operação que tem como destino Feira de Santana (BA), com escala em Vitória da Conquista (BA). E Campinas ganha duas novas frequências: uma delas passa por Campina Grande (PB) e João Pessoa (PB) e a outra leva até Juazeiro do Norte (CE) e Petrolina (PE). Ambos os voos retornam à cidade paulista.
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AZUIS NOVIDADES
Azul Cargo no mercado internacional
A Azul Cargo, unidade de cargas da Azul Linhas Aéreas, inicia suas operações internacionais no próximo mês. Em consonância com o plano de expansão da companhia, que contempla uma nova frota de 12 aeronaves de grande porte, serão aproveitados os porões dos Airbus 330-200 e 350-900, com capacidades de até 18 toneladas, para transportar contêineres para o exterior. A rota de importação e exportação contemplará os voos comerciais diários que partirão de Campinas para os Estados Unidos. “O início das nossas operações internacionais amplia a qualidade do serviço para nossos exportadores e importadores”, destaca Claudio Fonseca, diretor da Azul Cargo. “Este é mais um importante passo para servir bem aos negócios no Brasil. Estenderemos a esse mercado a conveniência da conexão de uma malha aérea composta de mais de 100 cidades, com mais de 850 voos diários, operados por uma frota de 143 aeronaves”, completa. Além disso, a Azul Cargo conta com uma novidade também para o mercado doméstico. Para atender ainda mais Clientes, a empresa tem pela primeira vez em sua história uma aeronave dedicada exclusivamente ao transporte de cargas. O modelo escolhido é um turboélice ATR 72, com capacidade para carregar cerca de seis toneladas. 154 | VOEAZ UL.COM.BR
Os voos dedicados à área de cargas são noturnos e começaram a ser realizados em outubro, nas cidades de Porto Alegre, Campinas, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, no aeroporto do Galeão. Fernando de Noronha também deve receber voos cargueiros, com previsão de início para este mês. “Esta operação é parte da estratégia da Azul Cargo para oferecer ao mercado regional mais opções de transporte de cargas pesadas e sensíveis, além da possibilidade de fretamentos. Com isso, a Azul cumpre mais um compromisso com o Brasil, integrando a carga aérea em seus hubs das regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste”, finaliza Fonseca.
Fotos: Divulgação Azul
Os porões dos novos Airbus serão usados para transportar cargas para o exterior; já as operações domésticas acabam de ganhar uma aeronave exclusiva
SERV I ÇOS PER SO NALI ZAD OS
No alto, funcionários preparam a carga em um dos jatos da companhia; e, acima, detalhe de um carregamento prestes a ser transportada pela empresa
Fast
Check-in
SM
Novas Fast ferramentas Check-in A Azul acaba de desenvolver duas outras opções para agilizar o embarque dos passageiros: o SMS Check-in e o Fast Check-in
A Azul criou duas novas ferramentas para facilitar o checkin por meio do aparelho celular: SMS Check-in e Fast Check-in. Com as novidades, todos os Clientes, independentemente do tipo de aparelho que possuam, poderão efetuar o processo com mais rapidez e comodidade. Para utilizar o SMS Check-in o passageiro deve mandar uma mensagem de texto para o número 26990 com o localizador ou o CPF do titular da passagem. Na sequência, a companhia envia uma confirmação com a reserva. Com esta ferramenta é possível escolher um assento. E, ao final do processo, é enviado um SMS com o link para acesso ao cartão de embarque. Já o Fast Check-in foi criado pensando nos Clientes que têm um celular com navegador de internet. Para utilizar esta opção, é necessário digitar o endereço fc.voeazul.com.br e inserir um dos dados a seguir: número do localizador, RG, CPF ou o número
SMS
do Tudo Azul. Após alguns segundos o cartão de embarque é gerado. “O desenvolvimento dessas ferramentas simplifica a vida de nossos Clientes. São duas opções fáceis e rápidas para realizar o check-in e que agregam ainda mais valor à experiência de voar Azul”, diz Kleber Linhares, diretor de TI da empresa. A companhia também conta com um aplicativo com o qual é possível realizar o check-in online e verificar o status do voo em tempo real. O Azul Mobile é gratuito e está disponível para os sistemas Android e iOS. VO E AZU L .CO M.B R | 15 5
PÁG INAS AZUIS SE RV AZUI IÇOS S NA E PRODUTOS ESCUTA
Experiência Azul Nesta seção, reunimos algumas dicas importantes para tornar sua viagem segura, tranquila e confortável
Bagagem Na hora de preparar sua mala, lembre-se: o limite total para bagagem despachada é de 23kg. Ela é acomodada em um compartimento separado e nela devem ser colocados objetos cortantes, como tesouras e alicates, e inflamáveis, caso dos perfumes, já que são itens proibidos na mala de mão. Esta, por sua vez, deve pesar até 5kg para ser levada a bordo. Aproveite-a para carregar eletrônicos, joias, dinheiro, cartões de crédito e outros bens.
Aeroporto A Azul recomenda que você chegue ao aeroporto pelo menos uma hora antes de seu embarque. Se for utilizar os serviços de ônibus da companhia, disponíveis em São Paulo e Santa Catarina, confira a tabela de horários em nossos canais de atendimento e no site.
Bem-estar Para você ter uma viagem segura e tranquila, fique atento a algumas dicas: - Faça uma alimentação leve e hidrate-se bem antes de embarcar - Evite a ingestão de bebidas alcoólicas e gasosas antes do voo - Prefira viajar com roupas confortáveis, principalmente em voos mais longos - Tome as vacinas indicadas - Evite utilizar medicamentos sedativos - Caso se sinta mal durante o voo, procure relaxar, mantenha a cabeça apoiada e mire um ponto fixo no horizonte. Se necessário, utilize o saquinho disponível no bolsão à sua frente - A mudança de altitude pode gerar um desconforto, sobretudo nos ouvidos, que podem se entupir. Se isso ocorrer, tampe o nariz e engula saliva algumas vezes.
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Documentos Sempre que viajar com a Azul, tenha em mãos um documento de identificação válido e com foto. Ele tem de estar em bom estado e deverá ser apresentado no balcão de check-in e no portão de embarque.
Dicas para fazer o check-in Para evitar perda de tempo e otimizar a experiência de seus Clientes, a Azul oferece cinco maneiras diferentes de realizar o check-in. Veja aqui quais são elas e escolha a que melhor se adapta às suas necessidades
Web check-in No site da Azul, é possível fazer o check-in de forma rápida e simples a partir de 48 horas antes de seu embarque. Perfeito para quem tem fácil acesso a computadores e quer economizar tempo.
SMS check-in Para fazer o check-in com este mecanismo, basta enviar um SMS para o número 26990 com o localizador do voo ou o CPF do passageiro. Na sequência, a companhia envia uma confirmação com a reserva. Com esta ferramenta, o Cliente pode escolher um assento na janela ou no corredor. Ao final do processo, é enviado um SMS com o link para o acesso ao cartão de embarque.
App check-in Com o aplicativo da companhia, disponível gratuitamente para os sistemas iOS e Android, você também pode fazer o check-in a partir de 48 horas antes de seu embarque. Dessa forma, o bilhete fica guardado no passbook do smartphone e é possível embarcar mostrando apenas a tela do aparelho. A ferramenta informa ainda status de voo, horários de ônibus e outros serviços da Azul.
Totem check-in Para os Clientes que preferem o método tradicional de check-in a Azul disponibiliza totens de autoatendimento nos aeroportos, com profissionais sempre à disposição para tirar dúvidas.
Fast check-in Esta modalidade foi criada para Clientes que têm um celular com navegador de internet. Para utilizar esta opção é preciso apenas digitar o endereço fc.voeazul.com.br e inserir uma das quatro alternativas de informação. São elas: número do localizador, RG, CPF ou número do Tudo Azul. Após alguns segundos o cartão de embarque é gerado.
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A Z U I S MAPA DE R OTAS Nova York
Orlando Ft. Lauderdale/Miami
Boa Vista
Porto Trombetas
São Gabriel da Cachoeira
Macapá Belém
Santarém
Manaus
São Luís
Parintins
Parnaíba
Altamira
Tefé
Tucuruí
Tabatinga
Marabá Imperatriz
Coari Itaituba
Fortaleza
Teresina
Natal
Carajás
Fernando de Noronha
Juazeiro do Norte
Eirunepé Araguaína
Recife
Porto Velho
Petrolina
Alta Floresta
Rio Branco Ji-Paraná
Paulo Afonso
Palmas Barreiras
Aracaju Lençóis
Vilhena
Feira de Santana Valença
Vitória da Conquista
Brasília
Cuiabá
Goiânia
Rondonópolis
Patos de Minas
Rio Verde
Caldas Novas Uberlândia
Corumbá
Uberaba S. J. do Rio Preto
Campo Grande Bonito
Pelos ares São 104 destinos, mais do que o dobro da concorrência, em 850 voos diários
Maceió
Sinop
Cacoal
Três Lagoas
Araxá
Salvador
Ilhéus
Montes Claros Porto Seguro Texeira de Freitas Governador Valadares Ipatinga (Confins) Belo Horizonte (Pampulha)
Ribeirão Preto
Vitória Zona da Mata Campos dos Goytacazes Macaé Cabo Frio Campinas (Santos Dumont) S. J. dos Campos Rio de Janeiro (Galeão)
Araçatuba Araraquara Presidente Prudente Bauru Dourados Marília Londrina
Maringá
São Paulo (Congonhas)
Cascavel
São Paulo
(Guarulhos)
Curitiba
Foz do Iguaçu Chapecó
Joinville
Passo Fundo Caxias do Sul
Fort Lauderdale/Miami e Orlando a partir de dezembro de 2014 Nova York previsão de início em 2015
João Pessoa
Campina Grande
Navegantes Florianópolis Criciúma
Santa Maria Porto Alegre Pelotas
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AZUIS PANORÂMICA
Cássio Vasconcellos
O UTR A P E R SP ECT I VA
Especialista em fotos aéreas, o paulistano já sobrevoou mais de 500 vezes sua cidade natal. Foi em um voo de helicóptero em junho deste ano que ele fez este registro. “Estava acompanhando um colega belga que veio para a Copa do Mundo. Fiz o clique na altura do cruzamento da Avenida Brigadeiro Luís Antônio com a Avenida Brasil. A névoa do inverno deu um clima legal para a cena”, lembra Cássio, que chama a atenção também para a presença da Serra da Cantareira, no horizonte. Fotógrafo há 34 anos, já publicou quatro livros. No mais recente deles, Aéreas do Brasil, reuniu imagens feitas no País inteiro. “Do céu, temos uma visão diferente de lugares que já conhecemos.”