@carmensteffens CarmenSteffensOnline
Carmen Steffens
Esporte ĂŠ uma Ăłtima terapia. E as melhores sessĂľes acontecem em grupo.
Grandes relações são as que marcam a nossa vida. E, para a Unimed, isso significa estar sempre ao seu lado, cuidando de você para que possa realizar todos os seus planos.
#ESSEÉOPLANO
AZUL MAGAZINE #38
Sumário
J U N H O 2 016
38
28
14 Editorial 16 Expediente 18 Colaboradores
32 46
60
4 CANTOS
26 Agenda 28 Literatura 32 Dança 34 Música 36 Exposição 38 Cinema HIGHLIGHTS
46 54 60 62 64 66 68 70
64 010 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
Menu Concierge Hotspot 5 Perguntas Take 5 Vitrine Olhar Azul Colunas
Mário Magalhães Mara Salles Denise Campos de Toledo
Sumário 80 DESTINOS
114
92
80
Itacaré
92
Serra do Rio do Rastro
102
Bok Tower Gardens
107
Chapada Diamantina
As praias, os rios e a natureza preservada da cidade baiana
Um tour pelas montanhas e cânions da região catarinense
Na Flórida Central, um recanto com extensos e coloridos jardins
A atriz Yanna Lavigne dá dicas sobre o destino baiano
EM FOCO
114
José Roberto Guimarães
122
Guil Blanche
128
Rede Asta
A trajetória do técnico e sua luta por mais um ouro olímpico
O paisagista que quer espalhar áreas verdes por São Paulo
O negócio social composto de artesãs de comunidades carentes
AZUIS
122 012 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
132 Novidades 135 Curtas 136 Linhas de Ônibus 138 Experiência Azul 141 Mapa de Rotas 146 Panorâmica
Editorial Atitudes solidárias Caro leitor,
Antonoaldo Neves PRESIDENTE
014 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
RETRATO: DIVULGAÇÃO
Nos últimos anos temos ampliado nossa atuação combater a proliferação do mosquito transmissor social com o apoio a projetos presentes em todas da Dengue, da Chikungunya e do Zika Vírus em 11 as regiões do Brasil. A área de Responsabilidade cidades brasileiras. Tivemos o apoio de voluntáSocial da Azul tem como objetivo profissionalirios que trabalharam na distribuição de folderes zar e viabilizar o investimento da companhia em nos aeroportos e nas comunidades, enfatizando iniciativas de voluntariado. a importância do combate ao foco do mosquito. Outro exemplo foi a Gincana Solidária. LanAlinhadas à missão, à visão e aos valores da Azul, as atividades apoiadas pela empresa reçamos um desafio a todos os Tripulantes, que forçam nosso espírito de servir, cuidar e fazer puderam selecionar e contribuir com uma insa diferença na vida das pessoas. Nossos Triputituição de sua escolha com pelo menos duas lantes são parte fundamental ações solidárias. As instituinesse processo e contribuem de ções que tiveram os projetos maneira primordial, por meio de mais criativos e os resultados nosso programa de voluntariado. mais expressivos receberam ULTRAPASSAMOS Ultrapassamos a marca dos um prêmio em dinheiro. A MARCA DOS MIL mil voluntários espalhados por A compa n h ia ta mbém VOLUNTÁRIOS mais de 100 cidades em todo o apoia outras causas imporPaís, que atuam em iniciativas tantes de diferentes organizaESPALHADOS POR que beneficiam comunidades ções, como a conscientização MAIS DE 100 CIDADES localizadas no entorno de onde da importância da prevenção EM TODO O PAÍS” a Azul está presente. Com misao câncer de mama, por meio sões educativas, culturais e de da campanha Outubro Rosa. assistência humanitária, o programa já realizou Já a Operação Sorriso trabalha em benefício de centenas de ações pelo Brasil. crianças com fissuras labiais (lábio leporino) Temos um programa moderno, com um portal e palatais (fenda palatina). E a Associação Vaga que permite aos voluntários compartilhar suas Lume tem como principal objetivo levar biblioexperiências, organizar grupos por localização, tecas comunitárias para a Amazônia brasileira. tomar conhecimento dos projetos em curso, entre Saiba mais sobre os projetos apoiados por outras funcionalidades. Trata-se de uma ferranós em voeazul.com.br/responsabilidade-social. Agradeço a você, Cliente Azul, a confiança e menta importante, que estimula o engajamento a preferência de voar conosco. Desejo uma boa de um número cada vez maior de Tripulantes. No início deste ano fizemos um mutirão para leitura e um excelente voo!
O PRAZER DE COCA-COLA COM STEVIA E 50% MENOS AÇÚCARES
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JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES RUMO AOS JOGOS RIO 2016 O CLIMA INVERNAL DA SERRA DO RIO DO RASTRO, EM SC
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O MELHOR DA 14ª FESTA LITERÁRIA DE PARATY
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AS PRAIAS QUASE DESERTAS, A NATUREZA PRESERVADA E O RITMO SOSSEGADO DO REFÚGIO BAIANO
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O MELHOR DA 14ª FESTA LITERÁRIA DE PARATY JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES RUMO AOS JOGOS RIO 2016 O CLIMA INVERNAL DA SERRA DO RIO DO RASTRO, EM SC
itacaré VOEAZUL.COM.BR A ZU L LI N HA S AÉ R E A S BR A S ILE IR A S
J U N H O 2016
J U NH O 2016
A ZU L L I N H AS AÉR EA S B RA S I LE IR A S
38
38
Foto da capa Roberto Seba
AS PRAIAS QUASE DESERTAS, A NATUREZA PRESERVADA E O RITMO SOSSEGADO DO REFÚGIO BAIANO
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Bruna Veiga bruna.veiga@azulmagazine.com.br
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Editora Ferrari Av. Paulista, 2200, 19º andar Consolação, São Paulo – SP 01310-300 11 3254 9950
A Azul Magazine é uma publicação mensal da Editora Ferrari com conteúdo desenvolvido pela Azul Magazine, uma parceria entre as empresas Azul Linhas Aéreas e Editora Ferrari. 016 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
Colaboradores Roberto Seba FOTÓGR AFO
Publica suas imagens de viagem e gastronomia em revistas nacionais, como Claudia e Menu, e internacionais, caso de Travel + Escape e National Geographic Traveler. Há oito anos em São Paulo, o capixaba vive na estrada. Para esta Azul Magazine foi à Bahia registrar as paisagens preservadas de Itacaré, destino que estampa a capa desta edição.
Mariana Lajolo
Gui Gomes
J O R N A L I S TA
FOTÓGR AFO
Trabalhou na Folha de S.Paulo por 12 anos como repórter e editora-adjunta do caderno Esporte e hoje é colunista e colaboradora do jornal. Participou da cobertura das Olimpíadas de Pequim, em 2008, e de Londres, em 2012. Aqui, ela assina o perfil de Zé Roberto Guimarães, técnico que busca seu quarto título olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro.
Natural de Campinas, vive (e percebe) na cidade de São Paulo desde 2006. Retratista, empresta seu olhar para a arquitetura e a gastronomia e, viajando pelo Brasil, leva na bagagem as palavras de Manoel de Barros: “É preciso transver o mundo”. Colabora aqui com os retratos do paisagista Guil Blanche, responsável pelos jardins verticais instalados no Minhocão, na capital paulista.
Sofia Franco
Julia Rodrigues FOTÓGR AFA
A fluminense radicada em São Paulo acredita que uma boa foto depende mesmo é de um olhar apurado. Colabora em títulos como Elle, Claudia e Contigo e dedica-se ao seu estúdio Cachalote. Para este número fez os retratos de Zé Roberto Guimarães, técnico da Seleção Brasileira feminina de vôlei.
018 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
Fã de cultura pop, TV e dança, era de se esperar que esta mineira escolhesse seguir carreira no jornalismo cultural. Moradora de São Paulo há cinco anos, considera contar histórias de lugares novos e pessoas interessantes o maior atrativo da profissão. Nesta edição ela apresenta as belezas da Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina.
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
J O R N A L I S TA
Encontre um dos nossos 70 restaurantes: www.restaurantemadero.com.br
MIAMI BEACH - OCEAN DRIVE, 1412
Próximas Inaugurações (SOON):
SYDNEY - GEORGE ST, 100
Brasília/DF - Shopping ID • Belo Horizonte/MG - BH Shopping • Indaiatuba/SP - Polo Shopping Itu/SP - Road Shopping, Rodovia Castelo Branco • Jundiaí/SP - Jundiaí Shopping • Mogi das Cruzes/SP - Mogi Shopping Vila Velha/ES - Shopping Praia da Costa • Vitória/ES - Shopping Vitória
28 Literatura Os convidados e os principais lançamentos da Flip, em Paraty
32 Dança A programação da Temporada do Teatro Alfa, em São Paulo
4 cantos
36 Exposição Mostra apresenta pequenas telas do ítalo-brasileiro Alfredo Volpi
36 FOTOS: SERGIO GUERINI/DIV. ( VOLPI); JOSÉ LUIZ PEDERNEIRAS/DIV. (GRUPO CORPO)
32
4 CANT OS | A G E N D A
junho dia
8
Salão do Livro Infantil e Juvenil RIO DE JANEIRO, RJ
Ziraldo, pai de O Menino Maluquinho, e Ana Maria Machado, detentora do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil, marcam presença na 18ª edição da feira. Além de oferecer palestras e seminários, 30 editoras do setor irão expor seus títulos e uma tenda destinada à Espanha, a homenageada da vez, apresentará obras clássicas do país. CENTRO DE CONVENÇÕES SULAMÉRICA, AV. PAULO DE FRONTIN, 1, CIDADE NOVA, RIO DE JANEIRO. DE 8 A 19 DE JUNHO. SEG. A SEX., DAS 8H30 ÀS 17H. SÁB. E DOM., DAS 10H ÀS 18H. R$6 21 2262 9130
dia
9
Festival Varilux de Cinema Francês VÁRIAS CIDADES
Cinquenta municípios recebem, até o dia 22, a mostra que lança luz sobre a produção cinematográfica do país europeu. Chocolate (foto), de Rochsdy Zem, e Meu Rei, de Maïwenn, que abriram o Festival de Cannes de 2015, são dois dos 15 filmes inéditos que estão na agenda. Haverá ainda oficinas e seminários – o principal deste ano será o ministrado pelo crítico francês Jean-Michel Frodon, ex-diretor da revista Cahiers du Cinéma (de 10 a 14, no Rio de Janeiro).
Festival Paranaense de Cervejas Artesanais CURITIBA, PR
A capital paranaense, um dos polos do segmento do Brasil, investe num evento que pretende destacar sua produção artesanal. Até o dia 12, o público pode participar de visitações a cervejarias, palestras com nomes de destaque do mercado, degustações, um circuito por bares especializados na bebida e um tour de trem regado a cerveja até Morretes. Paralelamente, o concurso South Beer Cup vai premiar os melhores rótulos sul-americanos, em categorias distintas. MUSEU OSCAR NIEMEYER, R. MARECHAL HERMES, 999, CENTRO CÍVICO, CURITIBA. DE 9 A 12 DE JUNHO, DAS 12H ÀS 20H. PALESTRAS: ENTRE R$270 E R$580; DEMAIS ATIVIDADES: ENTRE R$53 E R$450 PROCERVA.COM.BR/FESTIVAL2016
CINEMAS DE VÁRIAS CIDADES DO BRASIL. DE 8 A 22 DE JUNHO. A SESSÃO TEM O VALOR DO INGRESSO NORMAL DE CADA SALA. AS PALESTRAS E OS SEMINÁRIOS SÃO GRATUITOS (É PRECISO FAZER INSCRIÇÃO PELO SITE)
dia
11
VARILUXCINEFRANCES.COM
Roupa Nova SÃO PAULO, SP
dia
16
Festival Cine Ceará FORTALEZA, CE
Dona, Linda Demais, Volta pra Mim e outros grandes sucessos que marcaram a trajetória de mais de 30 anos da banda vão embalar a atmosfera dos casais nos dois shows em comemoração ao Dia dos Namorados. Todo Amor do Mundo, novo hit do grupo, também compõe o repertório. Clientes Azul contam com 30% de desconto na compra de ingressos.
Em sua 26ª edição, o evento conta com a mostra Novo Cinema Mexicano, que presta homenagem a diretores como Arturo Ripstein (La Calle de la Amargura; foto), Carlos Reygadas (La Maldad) e Amat Escalante (Los Bastardos), entre outros. Nas mostras competitivas de curtas nacionais e longas ibero-americanos a disputa promete ser acirrada: o número de inscritos ultrapassou a marca dos mil.
ESPAÇO DAS AMÉRICAS, R. TAGIPURU, 795,
CAIXA CULTURAL FORTALEZA, AV. PESSOA ANTA, 287,
BARRA FUNDA, SÃO PAULO. SÁB. (11), ÀS 23H;
PRAIA DE IRACEMA, FORTALEZA. NOVO CINEMA MEXICANO.
DOM. (12), ÀS 21H. ENTRE R$160 E R$260
DE 7 A 19 DE JUNHO. GRÁTIS
11 2117 4777
ESPACODASAMERICAS.COM.BR
026 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
CINETEATRO SÃO LUIZ, PÇA. DO FERREIRA, S/Nº, CENTRO. MOSTRAS COMPETITIVAS. DE 16 A 22 DE JUNHO. GRÁTIS
CINECEARA.COM
FOTOS: JULIAN TORRES/MANDARIN CINEMA /DIV. (FESTIVAL VARILUX); VICTOR MENDIOL A /MIRONLIBRE/ DIV. (CINE CEARÉ); MARTIN PARR/MAGNUM PHOTOS/GALERIA LUME/DIV. (MAIO FOTOGRAFIA DO MIS); JONAS TUCCI (DIA DA MÚSICA); MARK MCNEILLY/DIV. (FESTIVAL VINHO E JA ZZ); DIVULGAÇÃO
dia
8
SALAOFNLIJ.ORG.BR
Música
Cinema
TV
Esporte
Dança
Literatura dia
18
Exposição
Teatro
Outros
Maio Fotografia do MIS SÃO PAULO, SP
Excepcionalmente este ano a mostra terá início no mês de junho, estendendo-se até o dia 24 de julho. O grande destaque são as imagens do britânico Martin Parr (foto), considerado o papa da fotografia contemporânea, distribuídas pelos dois andares do edifício. Registros da Amazônia assinados pelo brasileiro Jorge Bodanzky e outros do acervo do MIS, que resgatam a memória do Vale do Ribeira, completam a exposição. MIS, AV. EUROPA, 158, JARDIM EUROPA, SÃO SAULO. DE 18 DE JUNHO A 24 DE JULHO. TER. A SÁB., DAS 12H ÀS 21H; DOM., DAS 11H ÀS 20H. R$6. A ABERTURA, NO DIA 18, SERÁ GRATUITA, DAS 12H ÀS 20H 11 2117 4777
dia
18
Um Príncipe Chamado Exupéry SÃO PAULO, SP
Além de escritor e ilustrador, Antoine de Saint-Exupéry, criador de O Pequeno Príncipe, também fez carreira como piloto da companhia de correio aéreo francesa. Tal ofício o levou diversas vezes à filial da empresa na Ilha do Campeche, em Florianópolis, onde conheceu o pescador Deca. A amizade dos dois é o mote do espetáculo teatral que estreia neste mês em São Paulo. Produzida a partir de maquetes, story-boards e protótipos – e sem nenhuma fala –, a montagem esbanja lirismo e poesia.
dia
18
MIS-SP.ORG.BR
Dia da Música VÁRIAS CIDADES
Porta de entrada para novos artistas e voltado à promoção da produção autoral, o circuito musical marca presença de Norte a Sul do País, com mais de 200 shows gratuitos realizados em 27 municípios. Alguns locais, no entanto, terão a cobrança de ingresso, como é o caso do Palco Mundo Pensante, em São Paulo, onde a banda Mustache & Os Apaches (foto) e o grupo Grand Bazaar se apresentam. VÁRIAS CIDADES DO BRASIL. SÁB. (18). A MAIORIA DAS APRESENTAÇÕES É GRATUITA; OUTRAS CUSTAM ENTRE R$7 E R$30
DIADAMUSICA.COM.BR
ESPAÇO SOBREVENTO, R. CORONEL ALBINO BAIRÃO, 42, BELENZINHO, SÃO PAULO. DE 18 A 26 DE JUNHO. SÁB. (18 E 25) E DOM. (19 E 26), ÀS 16H E ÀS 19H. R$10 11 97018 3677
dia
21
Festival Vinho e Jazz FLORIANÓPOLIS, SC
Perfeito para o friozinho da cidade, o evento promove uma experiência sensorial. Enquanto assiste aos shows de artistas como o nova-iorquino David Bennet Cohen, os africanos da Kora Jazz Band e os canadenses da Shuffle Demons (foto), o público degusta vinhos de Israel e de vinícolas catarinenses. Depois de Florianópolis o festival viaja a outros destinos da Região Sul com apresentações de um dia: Porto Alegre (25/6), Joinville (1º/7) e Curitiba (2/7). TEATRO ADEMIR ROSA, AV. GOVERNADOR IRINEU BORNHAUSEN, 5600, AGRONÔMICA, FLORIANÓPOLIS. DE 21 A 24 DE JUNHO.TER. A SEX., ÀS 19H. R$150, O INGRESSO PARA UM DIA
FESTIVALDEVINHOEJAZZ.COM.BR
027
4 CANT OS | L I T E R A T U R A
Entre nessa festa DE 29 DE JUNHO A 3 DE JULHO, A FLIP TOMA CONTA DE PARATY, NO RIO DE JANEIRO, COM HOMENAGENS À POESIA E MESAS-REDONDAS PROTAGONIZADAS POR ESCRITORES COMO A BIELORRUSSA SVETLANA ALEKSIÉVITCH E O NORUEGUÊS KARL OVE KNAUSGÅRD Por MÔNICA REOLOM
Abaixo, registro das atividades dedicadas às crianças; e, ao lado, uma das mesas do evento do ano passado
FOTOS: ANDRÉ CONTI/DIV. (ATIVIDADE INFANTIL); WALTER CRAVEIRO/DIV. (MESA)
PRINCIPAIS LANÇAMENTOS:
A Guerra Não Tem Rosto de Mulher
O Cara mais Esperto do Facebook
Svetlana Aleksiévitch
Abud Said
Assim como em sua obra anterior, sobre a tragédia da explosão nuclear em Chernobyl, a escritora premiada com o Nobel dá voz a personagens históricos: neste caso, as combatentes soviéticas que lutaram durante a Segunda Guerra Mundial. Muitas dessas mulheres, veteranas de uma batalha sanguinária e brutal, relatam pela primeira vez o capítulo mais sombrio de suas vidas. Companhia das Letras, R$49,90
028 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
Nascido em Manbij, distrito da Síria que foi devastado durante a guerra civil no país, o autor trabalhou em uma fábrica do Líbano como imigrante e iniciou os estudos ali, em uma universidade de economia que foi fechada por causa da situação política local. O livro é uma compilação de posts seus no Facebook, onde escrevia sobre a tentativa de manter uma vida normal em meio à violência. Editora 34, R$38
F de Falcão Helen Macdonald
A morte do pai foi o ponto de partida para a britânica desenvolver esta autobiografia. Na tentativa de sair da depressão, descreve sua viagem até a Escócia com o objetivo de comprar um falcão, que treina para a caça. A partir daí, ela começa a entender que o luto é um estado que não pode ser evitado, mas sim superado, inclusive com a ajuda de uma inusitada ave. Intrínseca, R$44,90
Este ano são os versos, as rimas e as estrofes que norteiam a Festa Literária Internacional de Paraty, o maior evento brasileiro do segmento. Entre os dias 29 de junho e 3 de julho, artistas, leitores e escritores que circularem pela cidade histórica fluminense poderão respirar e se inspirar na poesia brasileira. A reverência começa desde a escolha da homenageada, a carioca Ana Cristina Cesar (1952–1983). Expoente da geração da Poesia Marginal, que nos anos 1970 publicava em jornais e revistas textos de resistência aos cenários político e social no Brasil, a autora acabou influenciando nomes que passaram, nos últimos anos, pelas mesas da festa, como a também carioca Bruna Beber e a mineira Ana Martins Marques. “A poesia é um fenômeno na Flip. Como curador, era uma escolha quase óbvia”, justifica Paulo Werneck, à frente da programação principal do evento pelo terceiro ano consecutivo. Se no ranking dos livros mais vendidos do País não constam publicações do gênero, na Flip os poemas reinam. Em 2015, por exemplo, os três títulos mais comercializados eram da vertente:
O Dono do Morro Misha Glenny
O jornalista britânico narra a ascensão e a queda de Antônio Francisco Bonfim Lopes, traficante brasileiro conhecido como Nem, a partir de uma série de entrevistas realizadas na prisão onde ele cumpre sentença. Ao mesmo tempo, traça um panorama trágico do Rio de Janeiro, desde a forte presença da cocaína na cidade, na década de 80, até a situação atual, que mistura política, polícia, crime e tráfico. Companhia das Letras, R$54,90
Jóquei, de Matilde Campilho, Agora Aqui Ninguém Precisa de Si, de Arnaldo Antunes, e Desperdiçando Rima, de Karina Buhr. Assim, além da abertura da edição 2016, com Armando Freitas Filho – um dos melhores amigos de Ana C. e personagem central do documentário que o cineasta Walter Carvalho vai exibir –, o evento ainda terá uma mesa por dia dedicada aos autores e leitores de poesia. Para honrar a fama de ser ampla e diversa, no entanto, a Flip conta com atrações para além dos poetas. Entre os 39 convidados destaca-se a bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, ganhadora do prêmio Nobel em 2015, que vai lançar seu novo título, A Guerra Não Tem Rosto de Mulher, e falar sobre os dez anos que passou escrevendo Vozes de Tchernóbil, em que narra a história de pessoas afetadas pela catástrofe nuclear da Ucrânia. Ainda entre os nomes internacionais estão o norueguês Karl Ove Knausgård, autor de uma aclamada série autobiográfica, o escocês Irvine Welsh, de Trainspotting – adaptado para o cinema em 1996 –, e o britânico Misha Glenny, que lançará um livro sobre o traficante bra-
Profissão Repórter Caco Barcellos e equipe
O programa da Globo comandado pelo jornalista gaúcho comemora dez anos de estrada com este livro, composto de relatos de profissionais que participaram da produção de 20 das melhores reportagens exibidas. Semanal, o Profissão Repórter já conquistou prêmios, foi objeto de análise em universidades e virou referência para estudantes de comunicação do Brasil todo. Editora Planeta, R$49,90
sileiro Nem e dividirá uma mesa com o jornalista gaúcho Caco Barcellos. Há também um empenho em valorizar a cultura latino-americana com a presença de dois mexicanos, Valeria Luiselli e Álvaro Enrigue, da peruana Gabriela Wiener e da argentina Paula Sibilia. Durante os cinco dias de evento, os debates vão versar sobre literatura, jornalismo, ciência, humor e sexo, e haverá também atividades voltadas para crianças. As crises política e econômica do País não estão no roteiro, mas a realidade sempre ressoa nas tendas da Flip. “Os autores têm um perfil politizado, ninguém é alienado”, afirma Werneck, que diz ser preciso incorporar o divertido espírito de Luis Fernando Verissimo ao questionar: “Poesia numa hora dessas?”
Festa Literária Internacional de Paraty Em vários pontos da cidade. De 29 de junho a 3 de julho. Haverá programação das 10h às 21h45. Os ingressos para as mesas custam R$50 – a venda vai de 2 a 28 de junho; depois, somente na bilheteria, em Paraty – e é possível assisti-las gratuitamente a partir de um telão 11 3576 1480 FLIP.ORG.BR
Crítica e Tradução Ana Cristina Cesar
Reúne textos críticos que a poeta escreveu nos anos 1970 e no início dos 1980, separados em quatro seções: literatura não é documento, escritos no Rio, escritos da Inglaterra e alguma poesia traduzida. Entre ensaios sobre autores malditos e a participação feminina na poesia, destacam-se a tradução com notas explicativas do conto Bliss, de Katherine Mansfield, e suas versões para os poemas de Sylvia Plath e Emily Dickinson. Companhia das Letras, R$64,90
029
4 CANT OS | L I T E R A T U R A
É DURANTE A FLIP QUE PARATY ESBANJA SEU CHARME COLONIAL COM MAIS AFINCO. ENTRE UM E OUTRO EVENTO DA FESTA LITERÁRIA, APROVEITE PARA CONHECER MELHOR SUAS RUELAS DE CALÇAMENTO DE PEDRAS, AS ILHAS QUE A RODEIAM E A COZINHA TIPICAMENTE CAIÇARA Por MÔNICA REOLOM
Passeio de barco Atração tradicional do destino, o trajeto pela baía de Paraty oferece a contemplação de ilhas, praias, mar azul e montanhas cobertas pela Mata Atlântica. Há embarcações para todos os gostos, dos que apreciam tranquilidade aos que preferem agitação a bordo. As opções são: lanchas exclusivas, veleiros, pesqueiros ou ainda escunas com música ao vivo.
FOTOS: JOSÉ BASSIT
Atrações além dos livros Centro Histórico Reúne um dos mais harmoniosos conjuntos arquitetônicos coloniais do País, com um centenário calçamento de pedras e casarões de portas e janelas coloridas. É ali, entre lojinhas, ateliês e restaurantes, que são instaladas as tendas e outros espaços que recebem a programação da Flip. Não deixe também de conhecer a Igreja de Santa Rita, eterno cartão-postal da cidade.
Casa Coupê Com uma localização privilegiada, na esquina mais movimentada da cidade, em plena Praça da Matriz, o bar, inaugurado em 1952, é destino certo para quem quer curtir boa gastronomia e badalação. As mesas na rua são disputadíssimas à noite, e quem consegue ali se instalar pode optar entre uma seleção de cachaças produzidas na região. Para acompanhar há petiscos de frutos do mar ou hambúrgueres, os mais pedidos da casa. PÇA. MATRIZ, S/N°, CENTRO
24 3371 6008
CASACOUPE.COM.BR
Caminho do Ouro
CAIS DE PARATY, PRÓXIMO
Antiga trilha indígena que unia Paraty e o Vale do Paraíba, na divisa entre Rio de Janeiro e São Paulo, o trajeto serviu para escoamento de ouro nos séculos 17 e 18. Até hoje esse trecho da Estrada Real segue preservado e se encontra envolto pela vegetação do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Parte do caminho, que pode ser percorrido a pé, está repleto de cachoeiras, alambiques e pousadas.
AO CENTRO HISTÓRICO
TREVO DA ROD. RIO-SANTOS, DA ESTRADA PARATY-CUNHA
Restaurante Banana da Terra A chef Ana Bueno se inspira na culinária caiçara para preparar seus pratos, cuja característica é a forte influência indígena. Assim, destacam-se em sua cozinha produtos como o aipim, o inhame, a batata-doce, a mandioca e, claro, a banana-da-terra. Como principal, aposte na posta de peixe cozida com banana na panela de barro – e finalize com o sonho recheado com goiabada e catupiry. O casarão que o restaurante ocupa, do século 17, é um atrativo à parte. R. DR. SAMUEL COSTA, 198, CENTRO 24 3371 1725
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Movimentos de vanguarda A 13ª TEMPORADA DE DANÇA DO TEATRO ALFA INVESTIU NAS LINHAS DE TRABALHO MAIS MODERNAS PARA COMPOR SUA PROGRAMAÇÃO, QUE CONTA COM NOMES TÃO DISTINTOS QUANTO A CIA. DE DANÇA DEBORAH COLKER E O GRUPO JAPONÊS DE BUTÔ SANKAI JUKU
Em ano de Olimpíadas no País, Deborah Colker tem respirado esporte dentro e fora do palco. Convocada para assinar a cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016, a coreógrafa carioca permanece neste universo também quando à frente de sua companhia de dança. A mais recente criação da artista é VeRo, espetáculo resultado da fusão de Velox (1995) e Rota (1997), duas de suas obras de maior sucesso. O trabalho, que de certa forma homenageia as Olimpíadas, terá sua estreia no dia 23 deste mês e marcará a abertura da 13 a edição da Temporada de Dança do Teatro Alfa, em São Paulo. 032 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
Por VITÓRIA BATISTOTI
Como de praxe, a agenda do evento mistura trupes brasileiras e estrangeiras que trazem à capital paulista as grandes tendências da dança contemporânea mundial. Entre as nacionais, juntam-se à Cia. de Dança Deborah Colker o celebrado Grupo Corpo, que mostra todo o seu gingado nas coreografias Dança Sinfônica (2015) e 21 (1995), e os bailarinos da Mimulus, também de Belo Horizonte, com o espetáculo Do Lado Esquerdo de Quem Sobe (2006), que recria poeticamente a ocupação desordenada de espaços urbanos da capital mineira. Na ala dos internacionais, a diversidade artística é ponto alto. O Ballet
de Santiago desembarca em solo brasileiro com Zorba, o Grego (2013), adaptação do romance homônimo de Nikos Kazantzakis, que enaltece a mística do povo grego ao representar, a partir da dança, sentimentos como a tristeza e a alegria. Vindo do outro lado do mundo, apresenta-se o aclamado grupo japonês Sankai Juku, representante da segunda geração da dança butô, criada em 1950. Sua obra Meguri (2015) traz oito bailarinos e fala de ciclos e movimentos rotativos num cenário inspirado em fósseis de plantas e animais marinhos que surgiram na era paleozoica. “Quando se junta a música ao gestual e à iluminação, o desdobramento do espetáculo é incrível. É uma experiência quase espiritual”, descreve Elizabeth Machado, superintendente do Teatro Alfa. Em contrapartida às tradições orientais, a Temporada conv idou a companhia francesa de hip hop Käfig para fechar a programação. Tendo as projeções digitais como grande aliada, os onze bailarinos de Pixel (2014) convidam o público a experimentar a fronteira entre o virtual e a realidade a partir de uma coreografia pra lá de contemporânea, que mistura dança, poesia, música e circo.
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FOTOS: FL ÁVIO COLKER/DIV. (ROTA); SANK AI JUKU/DIV. (MEGURI); JOSÉ LUIZ PEDERNEIRAS/DIV. (21); L AURENT PHILIPPE/DIV. (PIXEL)
Aqui, Rota, uma das coreografias de VeRo, da Cia. de Dança Deborah Colker; ao lado, Meguri, de Sankai Juku. Na página ao lado, à esquerda, 21, do Grupo Corpo; e, à direita, Pixel, da Käfig
PROGRAMAÇÃO: 23 de junho a 3 de julho VeRo – Cia. de Dança Deborah Colker
15 a 17 de julho Zorba, o Grego – Ballet de Santiago
23 e 24 de julho Meguri – Sankai Juku
4 a 14 de agosto Dança Sinfônica e 21– Grupo Corpo
22 e 23 de outubro
13a Temporada de Dança do Teatro Alfa
Teatro Alfa, R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, São Paulo. De 23 de junho a 7 de novembro. Qua. e qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 20h; dom., às 18h. Os espetáculos custam entre R$50 e R$180. As assinaturas da temporada 5 a 7 de novembro completa custam entre R$212,50 e R$867 Pixel – Käfig 11 5693 4000 AF_Azul_MeiaPagina_20x13_RotaAmazonica_Belem.pdf 1 17/05/16 18:32 TEATROALFA.COM.BR/TEMPORADA2016
Do Lado Esquerdo de Quem Sobe – Mimulus
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Pop de além-mar A BANDA KAISER CHIEFS FAZ SHOW GRATUITO EM SÃO PAULO PARA CELEBRAR OS 20 ANOS DO CULTURA INGLESA FESTIVAL, CUJO TEMA EM 2016 É A DISSEMINAÇÃO DA MÚSICA BRITÂNICA PELO MUNDO Por MÔNICA REOLOM
Os integrantes do Kaiser Chiefs no Rio de Janeiro, durante a turnê mais recente da banda no Brasil
Um ano e meio após abrir os shows do Foo Fighters no Brasil, a banda britânica Kaiser Chiefs retorna ao País, desta vez como atração principal e em performance gratuita. No dia 12 deste mês, o grupo de indie rock faz a apresentação de encerramento do Cultura Inglesa Festival, que completa 20 anos em 2016 e já ganhou espaço cativo no calendário de eventos da capital paulista. Com o tema British Invasion, esta edição do festival homenageia os artistas do Reino Unido que desde a década de 60 têm lançado moda e influenciado comportamentos. Beatles e Rolling Stones foram os primeiros a marcar época e hoje nomes como Adele, Franz Ferdinand e o próprio Kaiser Chiefs disseminam a cultura musical britânica mundo afora. “Ficamos muito felizes quando a banda fechou a vinda ao Brasil, porque era a nossa escolha de número um”, afirma Laerte Mello, coordenador da programação do evento. “Nosso objetivo é celebrar a maior influência do Reino Unido ao redor do globo: a música pop britânica.” O repertório do Kaiser Chiefs, liderado por Ricky Wilson, deve contar com hits do mais recente álbum, Education, Education, Education and War (2014), e sucessos como I Predict a Riot e Oh My God, ambas do disco de estreia, Employment (2005). A banda brasileira Nação Zumbi faz o outro show do evento, em que cantará versões de músicas britânicas e canções próprias. Os fãs da cena musical inglesa ainda poderão curtir outras atrações do festival, como a exposição no Centro Cultural São Paulo sobre a chamada British Invasion, com fatos e curiosidades do movimento, e uma mostra de filmes temáticos no Caixa Belas Artes. Os destaques são O Lixo e a Fúria (2000), de Julien Temple, que conta a história dos Sex Pistols, e Amy, de Asif Kapadia, ganhador do Oscar de melhor documentário deste ano.
Espaços culturais de São Paulo. Até 12 de junho. Grátis. Show de encerramento: Kaiser Chiefs no Memorial da América Latina, Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda. Dom. (12), às 18h40 – os portões abrem às 14h. Veja informações sobre retirada de ingressos no site CULTURAINGLESASP.COM.BR
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FOTO: DIVULGAÇÃO
20º Cultura Inglesa Festival
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Duas obras expostas na mostra, que vai do impressionismo às famosas bandeirinhas de Volpi
Entre o COM ABERTURA MARCADA PARA O DIA 20 DESTE MÊS, A MOSTRA VOLPI: PEQUENOS FORMATOS EXIBE TRABALHOS PRODUZIDOS PELO PINTOR ÍTALOBRASILEIRO AO LONGO DE 50 ANOS DE CARREIRA Por VITÓRIA BATISTOTI
No mês das festas juninas, o Museu de Arte Moderna de São Paulo também recebe decoração de bandeirinhas – artísticas, no entanto. Azuis, brancas ou vermelhas, as formas geométricas são figuras centrais em muitas das pequenas telas e desenhos sobre papel e azulejos em exibição na mostra Volpi: Pequenos Formatos, que inaugura no dia 20. A exposição é uma compilação de trabalhos de Alfredo Volpi, pintor ítalo-brasileiro popularizado pelas bandeirinhas cromáticas e considerado um dos grandes nomes da segunda geração do modernismo. Após 20 anos da última exibição de suas telas diminutas, realizada na Pinacoteca do Estado, os trabalhos de pequena dimensão do artista, cuja carreira foi marcada pela tensão entre o elemento culto e o popular, vêm novamente a público. Medindo cerca de 30x20cm cada, as criações apresentadas serviam como estudo e eram realizadas antes que Volpi iniciasse suas pinceladas em telas maiores. Com curadoria de Aracy Amaral, a mostra conta com criações em papel, tela, madeira, cartão e azulejo. Destacam-se, por exemplo, oito desenhos a grafite que antecederam quadros e quatro pinturas sobre azulejos, produzidas nos anos 1940 para a Osiarte, empresa de azulejaria que executava encomendas para pintores e arquitetos.
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Os trabalhos contemplam momentos diferentes da trajetória artística de Volpi, que vai da década de 20 até o fim da de 70, e estarão organizados no MAM em ordem cronológica. “Nas obras dos anos 1920 e 1930, ele parte de uma tendência impressionista que dá muito valor à luz. Na década seguinte, desenvolve pinceladas expressivas e, em 1950, desaparece em suas telas a figura humana e a natureza. É quando ele começa a se abstrair, produzir fachadas de casas, portas e janelas, tornando-se um artista de construção preocupado com a cor. Um artista colorista”, explica Aracy. É apenas nos últimos anos de sua carreira que surgem as famosas bandeirinhas e ogivas – figuras geométricas frequentes em suas obras –, produzidas a partir da manipulação e da composição de pigmentos. “Ele não separava o artesanal do artístico. Para Volpi, tudo era um processo: o preparo da tela, a manipulação, a concepção da tinta e a pintura propriamente dita”, descreve a curadora.
Museu de Arte Moderna Parque Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, Ibirapuera, São Paulo. De 20 de junho a 18 de dezembro. Seg. (20), às 20h. Ter. a dom., das 10h às 17h30. R$6; grátis aos domingos 11 5085 1300 MAM.ORG.BR
FOTOS: SERGIO GUERINI/DIV.
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FOTO: RACHEL TANUGI RIBAS/DIV.
Gregorio Duvivier e Fábio Porchat em cena do filme de estreia do Porta dos Fundos
Um salto para a sétima arte Eles estouraram na internet, levaram milhares ao teatro e fizeram sucesso na TV. Percorrendo o caminho natural das artes, já era esperado que o coletivo Porta dos Fundos chegasse aos cinemas. E chegou. O filme Contrato Vitalício, com estreia marcada para o dia 30 deste mês, tem direção de Ian SBF e Fábio Porchat e Gregorio Duvivier destilando seu humor no papel dos protagonistas. Apesar de seguir o mesmo tom cômico e escrachado dos vídeos do grupo no YouTube, a dosagem do humor é diferente e distribuída ao longo de uma única trama com duração de quase duas horas. “Não adianta esperar um filme como esquete, com risada a cada minuto. Ele tem começo, meio e fim”, adianta Fábio Porchat que, além de atuar, assina o roteiro junto com o redator Gabriel Esteves. 038 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
MULTIPLATAFORMA, O PORTA DOS FUNDOS APOSTA AGORA NO CINEMA. EM CONTRATO VITALÍCIO, QUE CHEGA ÀS SALAS NO DIA 30 DESTE MÊS, FÁBIO PORCHAT E GREGORIO DUVIVIER ARRANCAM RISADAS COM SEU HUMOR ESCRACHADO Por MÔNICA REOLOM
O enredo versa sobre um pacto feito entre o ator Rodrigo (Porchat) e o diretor de cinema Miguel (Duvivier). Após receberem um prêmio internacional, os dois saem para comemorar, extrapolam na bebida e Rodrigo acaba assinando um contrato em que se compromete a participar dos longas do diretor pelo resto de sua vida. Miguel ressurge dez anos depois com uma proposta de filme delirante que pode acabar com a carreira do astro. A história também brinca com o mundo do entretenimento brasileiro. Em uma das cenas, por exemplo, Rodrigo “troca de lugar” com uma menina, em uma referência ao longa Se Eu Fosse Você (2006), com Tony Ramos e Glória Pires. Outras figuras nacionais consagradas aparecem como elas mesmas, como
Marília Gabriela, que entrevista Miguel, e Sérgio Mallandro, com o seu clássico bordão “pegadinha do Mallandro”. A ideia para o roteiro veio de conversas divertidas que Porchat alimentava há mais de uma década com SBF. Eles já haviam feito um filme juntos, o dramático Entre Abelhas (2015), e agora retornam ao gênero do humor. “Era um desejo nosso. O Porta dos Fundos é uma multiplataforma e cinema é mais um passo que a gente dá. Queremos produzir um longa por ano”, diz Porchat. Se os mais de 11 milhões de assinantes do canal do coletivo no YouTube acompanharem-no também na telona, o sucesso está garantido.
Contrato Vitalício Estreia no dia 30 de junho
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Incorporação:
Incorporação, construção e informações:
(31) 3293-5918 Todas as ilustrações desta peça têm caráter exclusivamente promocional por se tratar de um bem a ser construído. Desenhos de caráter artístico e ilustrativo. O mobiliário e os equipamentos não fazem parte do memorial descritivo. Os materiais e cores representados poderão sofrer alterações ao longo do projeto da construção em função da disponibilidade dos mesmos no mercado. *As áreas comuns do empreendimento Medplex atendem a exigências restritivas da RDC-50 - ANVISA e estão detalhadas no memorial descritivo. **Serviços não inclusos na taxa de condomínio. Incorporação imobiliária registrado sob o R-22 da matrícula nº 6770. Creci Patrimar: 8098.
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48 Menu Novidades gastronômicas do paulistano Mercado de Pinheiros
54 Concierge O charme do Nomaa, cinco estrelas recém-inaugurado em Curitiba
highlights
60 Hotspot As principais atrações do Largo de São Sebastião, em Manaus
FOTOS: ROGÉRIO VOLTAN (MERCADO DE PINHEIROS); CHEMA LL AMOS (L ARGO DE SÃO SEBASTIÃO)
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Sustentabilidade e rigor britânico DEPOIS DE SÃO PAULO, CAMPINAS FOI ELEITA PARA RECEBER A SEGUNDA UNIDADE DO JAMIE’S ITALIAN. SOB O COMANDO DO CHEF PAULISTANO LISANDRO LAURETTI, A CASA SEGUE OS MESMOS RÍGIDOS PADRÕES DE QUALIDADE DA REDE INGLESA E INOVA AO SERVIR PIZZAS ASSADAS EM FORNO DE BARRO Por MÔNICA REOLOM
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Enquanto os corredores do Shopping Parque Dom Pedro, em Campinas, permanecem vazios e as lojas, escuras, no interior do Jamie’s Italian o movimento é intenso e a iluminação, idem. Alguns checam planilhas, outros testam ingredientes, recebem mercadorias ou arrumam o ambiente – que começará a ter clientes em cerca de três horas. Desde sua inauguração, em fevereiro, o restaurante da rede do chef-celebridade Jamie Oliver mantém o ritmo acelerado. Tudo para estar com a cozinha e o atendimento em perfeita sintonia para satisfazer os comensais que ocupam suas 240 mesas diariamente, das 12h às 23h (nas sextas-feiras e nos fins de semana, até meia-noite). A casa é a segunda da marca do cozinheiro britânico no Brasil – a primeira, em São Paulo, foi aberta em março de 2015 – e cumpre os mesmos rígidos padrões de qualidade de qualquer uma das outras 59 espalhadas pelo mundo. “Temos de ser sustentáveis e orgânicos. E os animais que utilizamos devem ser criados de maneira específica”, explica o chef paulistano Lisandro Lauretti, no comando das duas unidades no País.
FOTOS: DOUGL AS COSTANZO/DIV.; MAT T RUSSELL /DIV. (RIB -EYE STEAK)
Na página anterior, o chef Lisandro Lauretti e o rib-eye steak. Acima, a pizza margherita parma e, ao lado, o balcão do restaurante
Cozinheiro e consultor gastronômico, Lisandro já havia assinado o cardápio de 20 estabelecimentos de São Paulo, como o Le Caipirinha e o Buffett Ginger, quando resolveu investir na franquia britânica. Apaixonado pelo conceito de alimentação saudável, enviou seu projeto para um e-mail que achou no site da rede. “Quando me responderam, uma semana depois, pediram mais detalhes da proposta”, lembra. Para conquistar a equipe de Jamie, ele foi à Inglaterra e encarou um treinamento de 60 dias, no qual voltou às funções básicas da cozinha, mesmo após 20 anos de experiência no ramo. Lá percebeu como é alto o grau de exigência da marca, que impede, por exemplo, o uso de 80 corantes e conservantes em seus restaurantes – o benzoato de sódio, usado em refrigerantes, e o aspartame são dois deles. Outro ponto trabalhado é a arquitetura das unidades: tal qual as demais, a de Campinas tem um amplo salão com pé-direito alto, mobiliário colorido e madeira e azulejos misturados na decoração. Apesar das inúmeras especificações, as casas têm identidades próprias. O bar que serve chope e o forno de barro para assar pizzas são os diferenciais do Jamie’s Italian de Campinas. Feita com farinha italiana, a massa é fermentada por 72 horas antes de ser levada ao fogo. O resultado é uma
deliciosa combinação de elasticidade com crocância nas bordas. Além da clássica margherita – a massa e os tomates usados no molho vêm da Itália; a mozarela de búfala e o manjericão são nacionais –, um destaque é a margherita parma, com presunto de parma, rúcula, parmesão e azeite trufado. O menu completa-se com receitas já consolidadas no restaurante da capital paulista. Caso do linguine com camarões, o Jamie’s sausage pappardelle, que leva ragu de porco, erva-doce, vinho tinto, parmesão e migalha de pão crocante, e o rib-eye steak, contra-filé grelhado servido com cogumelos, rúcula, endívia e chips de batata. Apesar da correria para se dividir entre as duas unidades, Lisandro explica que a abertura da segunda casa era um caminho natural. “Demorei três anos para montar a rede de fornecedores e precisava continuar testando-a. E Campinas é um baita mercado”, diz ele, que cogita investir em mais uma filial no futuro, desde que seja numa região com grande volume de consumidores. “Eu só consigo vender barato se tiver muita gente. É um princípio básico do Jamie Oliver: boa comida deve ser acessível, e não de elite.”
Jamie’s Italian Campinas Av. Guilherme Campos, 500, Shopping Parque Dom Pedro, Jardim Santa Genebra, Campinas 19 3365 3042 JAMIEOLIVER.COM/ITALIAN/BRAZIL
ENDEREÇOS
gastronômicos
Por
Lisandro Lauretti
D’autore Ótimo restaurante contemporâneo, com boas opções de massas, carnes e peixes. Oferece uma verdadeira experiência gastronômica. R. DOS BANDEIRANTES, 303, CAMBUÍ, CAMPINAS 19 3307 3957
D.O.M. Alex Atala é muito bom no que faz e a casa oferece um menu degustação incrível. Mas também recomendo os demais restaurantes dele, como o Dalva e Dito. R. BARÃO DE CAPANEMA, 549, JARDINS, SÃO PAULO 11 3088 0761
Leggera Pizza Napoletana Serve a autêntica pizza napolitana – sem dúvidas, uma das melhores da capital. R. DIANA, 80, PERDIZES, SÃO PAULO 11 3862 2581
HI GHLIGHT S | M E N U
Receita de
renovação TRADICIONAL PONTO DE COMPRAS GASTRONÔMICAS DA ZONA OESTE PAULISTANA, O MERCADO MUNICIPAL DE PINHEIROS PASSA POR UM PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO COM A ABERTURA DE RESTAURANTES DE CHEFS ESTRELADOS E A CHEGADA DO INSTITUTO ATÁ, DE ALEX ATALA Por MARINA AZAREDO
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A velha peixaria continua lá, a mercearia de grãos integrais também e o hortifruti ainda domina o ambiente. Mas o deque outrora abandonado agora é ocupado por clientes de um badalado restaurante nordestino, o açougue está se preparando para inaugurar uma área batizada de “butique de carnes” e o antigo box de laticínios será reaberto neste mês como um espaço inspirado nas delicatessens novaiorquinas. Por muitos anos relegado ao esquecimento devido às obras urbanísticas que tomaram conta do entorno, o Mercado Municipal de Pinheiros, tradicional ponto de compras da Zona Oeste paulistana, ganhou ares de renovação em um movimento capitaneado por três chefs famosos da cidade. Criado por Alex Atala, o Instituto Atá é um dos inquilinos mais recentes. Com o objetivo de valorizar a culinária sustentável e estruturar a cadeia alimentícia, o projeto inaugurou em março três boxes dedicados aos biomas brasileiros. Neles é possível encontrar produtos como o mel branco de Cambará do Sul (RS) e a pasta de pequi, do Cerrado.
FOTOS: ROGÉRIO VOLTAN (AMBIENTE E ROYAL MEAT); LUCAS TERRIBILI/DIV. (COMEDORIA GONZ ALES); RUBENS K ATO/DIV. (ALEX ATAL A); DIVULGAÇÃO (DADINHOS MOCOTÓ)
Na página anterior, Checho Gonzales no balcão da Comedoria. Nesta página, em sentido horário, Germano de Almeida no açougue Royal Meat; Alex Atala, criador do Instituto Atá; o ambiente do mercado; e os dadinhos de tapioca do Mocotó Café
CULTO À CARNE DE SEGUNDA
“O Mercadão [no centro de São Paulo] se tornou um grande polo que agrega ingredientes das cozinhas dos imigrantes. Por que não fazer do Mercado de Pinheiros esse espaço para difundir os ingredientes brasileiros? A ideia é fortalecer a nossa cozinha e abordar os nossos diversos biomas, cada um com seus ingredientes, suas culturas”, explica Atala. Mas o processo de renovação do espaço, inaugurado em 1971, começou há algum tempo com o boliviano Checho Gonzales, que, em 2012, passou a organizar ali a feira O Mercado, que vendia comida de qualidade a preços módicos. Dois anos depois, notando o potencial do lugar, abriu a sua Comedoria Gonzales, que aos sábados chega a atender 650 pessoas ávidas por pratos como o galeto com batata e o cebiche – com b mesmo – de manga com frutos do mar.
Um ano depois, Gonzales ganhou um “concorrente” estrelado. Em dezembro do ano passado, o Mocotó, restaurante nordestino da Zona Norte de São Paulo, famoso pelas longas filas, abriu uma espécie de versão pocket no local. Batizado de Mocotó Café, o pequeno estabelecimento serve café da manhã, almoço e petiscos ao longo do dia – com destaque para os dadinhos de tapioca e o baiãode-dois. “Este é um novo momento para o mercado, que andava um pouco esquecido. As novidades trouxeram público e uma nova energia”, afirma Alex Gomes, parceiro do chef-celebridade Rodrigo Oliveira e responsável pela cozinha do estabelecimento. Os reflexos do público mais jovem e descolado já começaram a aparecer. “Gosto de interagir com todas as idades, tento sempre entender o que já vinha sendo
Além do D.O.M., do Dalva e Dito e do Riviera Bar, Alex Atala inaugurou em abril mais um empreendimento gastronômico em São Paulo, em parceria com três sócios. Especializado em carnes, o Açougue Central prega a máxima do aproveitamento total do alimento, transformando todas as partes do animal em cortes ricos em sabor e textura. Um exemplo é o tomahawk, localizado na parte dianteira do boi, rebatendo o imaginário de que esta região não é saborosa. Sete de paleta, músculo, ossobuco, timo (glândula do crescimento do boi) e orelha de porco são outros exemplos de cortes trabalhados lá. A cozinha é comandada pelo chef argentino Alejandro Peyrou. AÇOUGUE CENTRAL, R. GIRASSOL, 384, VILA MADALENA, SÃO PAULO 11 3095 8800
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O QUE COMPRAR NOS BOXES DO INSTITUTO ATÁ
MEL BRANCO (1kg). R$34
Originário de Cambará do Sul, pequena cidade do interior gaúcho famosa pela produção da iguaria. Tem sabor suave e cremosidade intensa. Pode ser usado no molho da salada, para adoçar bebidas e como acompanhamento de pães e biscoitos.
Cerrado e Caatinga
PASTA DE PEQUI (300g). R$18
O fruto da árvore nativa do Cerrado tem sabor pronunciado e pode ser explorado de diferentes formas. O prato mais conhecido é o arroz com pequi, mas ainda é usado para preparar galinhada, carnes, suflês e até pão. Também disponível nas versões polpa e creme.
Amazônia e Mata Atlântica
CACHAÇA DE JAMBU (700ml). R$75
A cachaça desta erva da Amazônia – que também é usada para preparar o tradicional tacacá – chama a atenção por provocar dormência nos lábios. Justamente por isso é recomendável degustá-la com petiscos quentes, crocantes e apimentados.
QUEIJO SERRANO. R$36, o quilo
CASTANHA DE BARU (100g). R$8
PIMENTA BANIWA (35ml). R$40
COPA ARTESANAL. R$64, o quilo
SABONETE DE BABAÇU (90g). R$4
PICOLÉ DE CAMBUCI. R$6
feito aqui”, diz Bruno Alves, 34 anos, representante da “novíssima geração” de empreendedores que ali chegaram. Ele assumiu recentemente a administração do box Laticínios D’Oro, transformandoo na Dëlika, um espaço onde os clientes poderão montar seus próprios sanduíches, com diferentes opções de charcutaria. “Vamos resgatar a velha decoração e fazer um ambiente inspirado nas delis de fora, mas com gostinho brasileiro”, diz ele, que prevê finalizar a reforma neste mês. Há 21 anos no mercado, Germano de Almeida também já planeja a reestruturação de um de seus quatro espaços. O açougue Royal Meat deve ganhar em julho uma espécie de butique de carnes, com venda de chope e uma churrasqueira. “O cliente vai ter o privilégio de experimentar a carne antes de comprar”, promete ele, que há alguns meses já trabalha com os chamados cortes especiais. Bife 050 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
ancho, prime rib e chorizo fazem sucesso principalmente com o público mais jovem. Com a chegada dos novos ares e algumas queixas de que o mercado estaria passando por um processo de “gourmetização”, o desafio dos recém-chegados e antigos permissionários é conviver em harmonia e não afastar os velhos frequentadores. Para fomentar o comércio local, por exemplo, o Mocotó Café e a Comedoria Gonzales compram parte dos ingredientes que usam dos seus vizinhos fornecedores. E atribuem outros significados ao termo que já ganhou conotação pejorativa. “O que é gourmetizar? O que tem sido feito aqui é incentivar produtores que antes não tinham tanta qualidade”, defende o pioneiro Checho Gonzales. “Se gourmetizar é trazer para o consumidor produtos que ele não conhecia ou não tinha acesso, acho que estamos no caminho certo”, completa Atala.
Mercado Municipal de Pinheiros R. Pedro Cristi, 89, Pinheiros, São Paulo 11 3813 3194
FOTOS: ROGÉRIO VOLTAN
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BOM APETITE CONFIRA AS MELHORES NOVIDADES DE BARES, RESTAURANTES E CAFÉS Por VITÓRIA BATISTOTI
Frescor no ar Após 16 anos com o mesmo menu, o Josephine Bistrô, badalado endereço da Vila Nova Conceição, em São Paulo, decidiu colocar a criatividade à prova. Seu novo cardápio, formulado sob a tutela do proprietário Jesse de Andrade, oferece opções de entradas como a burrata com orégano e tomate cereja (foto) e o tartare de salmão. A seção de sanduíches, um dos carros-chefes da casa, ganhou reforço com o hambúrguer Loire, com maionese, gorgonzola, mozarela de búfala, alface e tomate servido no pão australiano. E, nos principais, destaca-se o pintado ao Mediterrâneo, regado ao molho de uvas frescas e amêndoas e acompanhado de risoto de limão siciliano. Durante o almoço o restaurante inova também com o menu executivo: prato principal e salada saem por R$49 e as opções são alteradas mensalmente. JOSEPHINE BISTRÔ, R. JAQUES FÉLIX, 253, VILA NOVA CONCEIÇÃO, SÃO PAULO 11 3842 5891
JOSEPHINE.COM.BR
Experiência sensorial Quando criou o conceito do Budhakan Cuisine, o chef Thiago de Freitas almejava proporcionar uma vivência para além da gastronomia. E conseguiu. A casa, inaugurada em julho passado na capital pernambucana, tem decoração cenográfica, iluminação bem-feita e menu com acento asiático repleto de opções lúdicas. A entrada Roda Q Roda (foto), por exemplo, é composta de minitemakis recheados de lascas de bacalhau, creme de queijo e musse de azeitonas pretas dispostos numa... roda! Já a porção cubo mágico é servida em uma versão gigante do brinquedo, em que nove criações surpresa ocupam suas gavetinhas. E, para uma refeição supercompleta, o menu degustação Pequim traz magret de niguiri com brulê de fava de baunilha salgada, além de arroz, manchon e “bolinhas de gude” de pato embebidas no vinho do Porto. Uma verdadeira viagem pelos sabores orientais. BUDHAKAN CUISINE, R. DO ATLÂNTICO, 147, PINA, RECIFE
81 3048 5430
Instalado ao lado da Vila Olímpica, o cinco estrelas Grand Mercure Rio de Janeiro inaugurou recentemente o aconchegante Í Bistrô. Enquanto desfruta da vista da Lagoa de Jacarepaguá e do Maciço da Pedra Branca, o cliente degusta delícias assinadas por Morena Leite, que comanda o celebrado Capim Santo, em Trancoso (BA), e também sua filial paulistana. Inspirada na natureza brasileira – especificamente montanhas, mares, florestas, sertão e cerrado –, a chef criou pratos que privilegiam ingredientes nacionais, como os canudinhos de pato com molho de pitanga (foto), a moqueca de pirarucu com palmito pupunha e banana-da-terra e a grelha de frutos do mar com nhoque de batata-doce roxa. Í BISTRÔ, AV. SALVADOR ALLENDE, 6555, RECREIO DOS BANDEIRANTES, RIO DE JANEIRO
052 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
21 2153 1854
FOTOS: TOMAS RANGEL /DIV. (Í BISTRÔ); RAFA MEDEIROS/DIV. (BUDHAK AN CUISINE); TADEU BRUNELLI/DIV. (JOSEPHINE BISTRÔ)
Bom para os olhos e para o paladar
Em 1953, a JCB inventou a retroescavadeira. E continua reinventando até hoje.
Nova JCB 3CX Alta produção: maior caçamba da categoria. Mais força e tração ao escavar e carregar. Alta robustez e durabilidade. Novo design da cabine com mais espaço e conforto. Manutenção fácil e segura, ao nível do solo. Motor JCB DieselMax, mais força em baixas rotações. Maior gama de opcionais e acessórios de fábrica. LiveLink de série - sistema de monitoramento a distância.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Ode à Região Sul NA SUÍTE MAIS LUXUOSA DO HOTEL NOMAA, O NOVO CINCO ESTRELAS DE CURITIBA, AS BELEZAS, AS MATÉRIASPRIMAS E AS GRIFES LOCAIS SÃO CELEBRADAS NUMA DECORAÇÃO QUE COMBINA ELEGÂNCIA E ACONCHEGO
Por MÔNICA REOLOM
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Quando o sol entra em sua plenitude pelas janelas de vidro que vão de alto a baixo, o ambiente discreto da suíte Ático, em tons de branco e marrom, ilumina-se e põe em evidência seus detalhes delicadamente pensados. Favorecida pela luz natural, a habitação mais luxuosa do Hotel Nomaa, cinco estrelas inaugurado em julho de 2015 no badalado bairro Batel, em Curitiba, então revela um de seus grandes diferenciais: foi desenhada, construída e mobiliada de modo a enaltecer a Região Sul do País. Na cama king size, os lençóis da marca catarinense Trussardi e uma profusão de travesseiros dão um ar de aconchego ao quarto, que tem poltronas e sofás de couro – matéria-prima proveniente
de fornecedores locais –, móveis desenhados por Jader Almeida, também de Santa Catarina, além de algumas peças assinadas pelo mestre carioca Sergio Rodrigues. Nas paredes, fotos enquadradas com cenas paranaenses destacam as belezas naturais do Estado. Com 91 metros quadrados de área, a suíte é composta pelo quarto e outros ambientes: há ainda uma confortável sala de estar e um banheiro, revestido de mármore branco Paraná e abastecido com toalhas e roupões também Trussardi. Da sala, uma porta de vidro leva ao terraço, onde a lareira é destaque. No inverno rigoroso de Curitiba,o espaço é perfeito para se ler um livro no fim da tarde, próximo ao fogo, e saborear a cerveja artesanal
Na página anterior, o quarto da suíte Ático. Nesta página, ao lado, a sala de estar da habitação; abaixo, à esquerda, o lobby do Nomaa; e, à direita, a varanda do restaurante Nomade
UMA PAUSA NO SPA GAYA Massagem Restauradora Concentra-se na região superior das costas e no pescoço e é perfeita para o viajante frequente, que passa horas sentado. Para proporcionar total relaxamento, uma massagem crânio-facial finaliza a sessão. Duração: 50min. R$152
Mini Break Gaya Relax Começa com uma esfoliação hidratante nos pés, seguida de um escalda-pés. Depois, movimentos rítmicos provocam o relaxamento do corpo e, ao final, uma massagem facial elimina as tensões do rosto. Duração: 2h. R$344
Day Spa Gaya Supreme Um período dedicado ao bem-estar do corpo e da mente: o tratamento inclui sauna, esfoliação de baunilha, hidratação com produtos de leite de cabra, banho em água com espumante Chandon – que tem polifenóis antioxidantes –, além de massagens facial e corporal para alívio das tensões. Duração: 4h30. R$1.008
Way Beer, de Pinhais (PR), ou o suco de uva Casa Madeira, de Bento Gonçalves (RS), ambos disponíveis no frigobar. Se a ideia for permanecer longe do sereno, pode-se ainda aproveitar a banheira com água quentinha da habitação. A pedida pós-banho é aproveitar as mordomias do Nomaa. Na Ático e nas demais 42 suítes da casa o hóspede tem à disposição um iPad em que pode solicitar room service, videogame, bolsa de ginástica para usar no espaço fitness, além de agendar uma massagem no Spa Gaya, comprar itens de perfumaria e até pedir a arrumação da mala. Para atender o público que visita a cidade a negócios, o hotel possui uma ampla sala de reuniões e um espaço de coworking, com computadores e impressoras, aberto 24 horas por dia. A atmosfera elegante-discreta se faz presente em todos os ambientes comuns,
mas é no restaurante Nomade que ela ganha pontos extras no quesito aconchego. A partir do hall do hotel, basta subir as escadas de mármore para chegar ao espaço, decorado com elementos sóbrios, de madeira e couro, poltronas e cadeiras de formatos variados e luminárias modernas. As mesas da varanda, aquecida e ornada com prateleiras repletas de plantas, são as melhores escolhas para provar as criações de Lênin Palhano. O chef paranaense, nome de destaque na cena gastronômica da região, oferece um menu contemporâneo enxuto, com pratos que exaltam, como não poderia deixar de ser, os ingredientes locais.
Nomaa Hotel R. Gutemberg, 168, Batel, Curitiba, Paraná. Entre R$507 e R$1.120 41 3087 9595 NOMAA.COM.BR
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FOTOS: MARCELO ISOL A /DIV. (FACHADA); ULISSES MATANDOS/DIV. (RETRATO); DIVULGAÇÃO (PANAM)
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Sofisticação com diversão
ÍCONE DO LUXO PAULISTANO NOS ANOS 1980, O HOTEL CINCO ESTRELAS MAKSOUD PLAZA APOSTA NA GASTRONOMIA E EM ESPAÇOS DE ENTRETENIMENTO PARA GARANTIR O FLUXODE TURISTAS E ATRAIR OS MORADORES DA CIDADE
Por BRUNA TIUSSU
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A lista de visitantes ilustres já foi extensa. Ray Conniff, Julio Iglesias, Catherine Deneuve e até os músicos do Guns N’Roses já elegeram o Maksoud Plaza como hospedagem em São Paulo. O pianista britânico Sir George Shearing e o astro norte-americano Sammy Davis Jr. deram shows nas dependências do hotel. E ninguém menos que Frank Sinatra fez sua última apresentação em solo brasileiro, em 1981, no Jazz 150 Night, então clube de jazz de seu lobby.
Na página anterior, a entrada do cinco estrelas. Nesta página, acima, à esquerda, o PanAm; e, à direita, Henry Maksoud Neto, atual presidente do hotel paulistano
Ícone do luxo e da sofisticação da década de 80, o cinco estrelas paulistano, dono de uma das localizações mais privilegiadas da metrópole – fica na Alameda Campinas, próximo à Avenida Paulista –, viveu um período de decadência entre 1990 e 2000, e atualmente se esforça para voltar a ser uma referência de luxo e sofisticação. Agora, porém, de acordo com a cartilha do século 21. O primeiro passo foi atualizar seu próprio conceito de glamour. “Luxo hoje é outra coisa. Está aliado à praticidade. É oferecer uma experiência única a um preço justo”, define Henry Maksoud Neto, presidente do hotel e responsável pela guinada moderninha que ele vem sofrendo desde 2015. Neto do fundador do empreendimento, Henry trabalha lá desde os 15 anos. Começou no restaurante, passou por todos os departamentos e assumiu plenamente as operações quando o avô morreu, em 2014. Ele conhece como ninguém as dificuldades do negócio e percebeu que para prosperar novamente precisava de mais hóspedes, mas também de paulistanos frequentando o local. Para alavancar o número de
clientes, fechou uma parceira com a francesa Accor, maior operadora hoteleira do mundo, que passou a oferecer, no ano passado, reservas do hotel em seus canais de venda. A ação deu resultado: em 2015 a média de ocupação do Maksoud cresceu 10%. Já para atrair moradores da cidade para dentro do empreendimento ele notou que teria de reinventar alguns espaços do edifício. “Por muito tempo nos concentramos no cliente corporativo. Afinal, temos cinco mil metros quadrados de área para eventos. As pessoas só vinham ao hotel por conta do trabalho. Os jovens não apareciam.” Em busca desse desejado frescor, começou a mirar o mundo do entretenimento. Na hora de i nvesti r em ações de fato ele aliou-se a quem realmente entende do assunto: Facundo Guerra. Da parceria com o empresário do Grupo Vegas – dono de três casas noturnas, dois bares e do espaço Mirante 9 de Julho –, “um cara todo tatuado, mas muito sério”, segundo Henry, nasceu o PanAm, em janeiro de 2015. Ocupando o rooftop do prédio, uma área até então ociosa, a casa de eventos com temática inspirada na antiga companhia aérea americana é palco de festas de diferentes estilos. Portanto, um chamariz para públicos variados. Dos hipsters aos “mauricinhos”, todos os baladeiros vão ao Maksoud.
FOTOS: DANIEL PINHEIRO/DIV. (RESTAURANTE); RUBENS K ATO/DIV. (DRINQUE E PRATO)
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À esquerda, drinque Clover Leaf, do bar Frank; acima, ambiente do recéminaugurado 150 Maksoud; e, a lado, polvo cozido com castanha-do-pará e molho de pequi do restaurante
R$
56milhões
foi o faturamento do Maksoud Plaza em 2015
19%
foi o seu percentual de crescimento em 2015, em relação ao ano anterior
70%
foi a média de ocupação do hotel em 2015 – lembrando que ele possui 417 quartos
R$
5milhões
foram investidos no hotel nos últimos cinco anos
5mil
metros quadrados é a área total dos espaços destinados a eventos
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O PanAm saiu do papel apenas porque Facundo acreditou em seu potencial. Toda a operação da casa é sua, já que Henry não tem nenhuma pretensão de gerir novos negócios. Antes do primeiro encontro com o presidente do hotel, ele nunca havia pisado no Maksoud. “Eu tinha certo preconceito com o espaço, um lugar da elite paulistana. Porém, quando o conheci e vi aquele ecossistema todo fechado em si, ao lado da Avenida Paulista, mas sem diálogo com a cidade, achei que deveria fazer algo ali”, lembra. A localização, somada à atmosfera décadence avec élegance, fez com que o Maksoud permanecesse nos planos de investimento do empresário, o que significa novos espaços para o hotel. O seu teatro, por exemplo, no subsolo, vai abrigar uma espécie de cinema misturado a um cabaré, projeto fruto do contrato com a rede francesa de cinema MK2. Prevista inicialmente para este ano, a inauguração foi adiada para 2017 por conta da crise que assola o País. Depois Facundo pretende revitalizar um espaço ocioso que fica no meio do estacionamento para transformá-lo num misto de floricultura, café e restaurante vegetariano.
Além de colocar a mão na massa, o empresário da noite paulistana também ajudou Henry com indicações preciosas. Caso do premiado barman Spencer Jr., à frente do Frank, bar que presta homenagem a Frank Sinatra e foi aberto em abril de 2015, no lugar do pouco badalado Batidas e Petiscos. Para revitalizar o antigo local e colocar o novo de pé, o investimento foi enxuto: R$50 mil. “Nós tivemos de repaginar tudo sem gastar muito. Somos uma empresa independente, não temos a ajuda de ninguém. E infelizmente eu não conto com a situação financeira que meu avô tinha”, explica Henry. Se os drinques perfeitamente executados por Spencer Jr. já mudaram o movimento no lobby do hotel noite adentro, o restaurante 150 Maksoud chegou para aumentar o vaivém também durante o dia. Inaugurado há quatro meses, tem cozinha comandada por Juca Duarte, exClos. Com total liberdade para compor o novo menu, o jovem chef tratou de criar receitas que priorizam ingredientes nacionais e da estação. A casa oferece menu degustação, pratos à la carte e também um bufê no almoço. A fila, quase até a porta do hotel, prova que os paulistanos já aprenderam o caminho que leva ao Maksoud.
Maksoud Plaza Al. Campinas, 150, Bela Vista, São Paulo 11 3145 8000 MAKSOUD.COM.BR
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Epicentro
Rua 10 de julho
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amazônico
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R. José Clemente
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Rua Costa e Azevedo
O LARGO DE SÃO SEBASTIÃO, EM MANAUS, REÚNE ÍCONES HISTÓRICOS, CASAS DE CULINÁRIA REGIONAL E CENTROS CULTURAIS. FREQUENTADO POR MANAUARAS E TURISTAS, TEM COMO ATRAÇÃO EXTRA ENORMES ÁRVORES QUE PROPORCIONAM SOMBRA IDEAL PARA UM DESCANSO Por BRUNA TIUSSU Fotos CHEMA LLANOS
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Largo de São Sebastião
Rua Saldanha
Avenida Getúlio Vargas
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Marinho
Manaus (AM)
2 Galeria do Largo Inaugurada em 2005, durante a segunda edição do Amazonas Film Festival, ocupa um lindo casarão revitalizado pela Prefeitura. Além de seu acervo permanente, recebe exposições temporárias, sobretudo de arte contemporânea. R. COSTA E AZEVEDO, 290, CENTRO 92 3631 4786
3 Bar do Armando
Símbolo da fartura do Ciclo da Borracha, foi inaugurado em 1896 e logo tornou-se cartão-postal da cidade. A visita guiada – segunda a sábado, das 9h às 17h – contempla a linda sala de espetáculos, um camarim e espaços com espelhos originais e peças de pau-brasil e jacarandá, entre outros. Com arquitetura eclética, que vai do barroco ao rococó, tem como destaque a cúpula composta de 36 mil peças de cerâmica e telhas vitrificadas vindas da Europa.
Tombado como Patrimônio cultural imaterial do Estado, o estabelecimento foi inaugurado nos anos 1970 pelo português Armando Dias Soares. Hoje, sob a tutela de sua filha, segue como ponto de encontro de artistas e intelectuais interessados em uma cervejinha e no tradicional sanduíche de pernil com queijo do reino.
LGO. DE SÃO SEBASTIÃO, S/Nº, CENTRO
R. 10 DE JULHO, 593, CENTRO
1 Teatro Amazonas
92 3622 1880
060 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
92 3232 1195
4 Igreja de São Sebastião
5 Tacacá da Gisela
Com mais de 100 anos, a edificação é uma das mais admiradas pelos manauaras. À semelhança das igrejas italianas, possui enormes pinturas cobrindo o teto, além de painéis e vitrais tipicamente europeus. Ela chama a atenção ainda pelos traços arquitetônicos góticos e medievais.
A barraca acumula ano após ano prêmios que reconhecem o seu tacacá como o melhor de Manaus. Servido em uma cestinha de vime, leva os tradicionais ingredientes – mandioca-brava, tucupi, goma, jambu e camarão – e um segredinho guardado a sete chaves. A venda se inicia às 16h, quando a temperatura começa a baixar e tomar o caldo quente fica mais agradável.
R. 10 DE JULHO, 567, CENTRO 92 3232 4572
6 Tambaqui de Banda Não tem jeito. O tambaqui reina soberano no cardápio do restaurante – e os visitantes agradecem, já que o peixe é a grande estrela gastronômica da Região Norte. Com preços que variam de acordo com seu tamanho, é servido assado, com as costelinhas no ponto e acompanhado de farinha, vinagrete e baião-de-dois.
LGO. DE SÃO SEBASTIÃO, S/Nº, CENTRO
7 Sorveteria Glacial A rede, que conta com nove pontos de venda, promete entregar frutas na versão sorvete – e é quase isso mesmo. Sabores como açaí, buriti e cupuaçu são campeões de pedidos. Já as opções pupunha e tucumã (árvore nativa da floresta) figuram entre os líderes no quesito excentricidade. AV. GETÚLIO VARGAS, 585, CENTRO 92 8826 0041
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8 Banca do Largo O historiador Joaquim Melo é quem comanda o espaço, cujas prateleiras são ocupadas com livros e revistas com temas amazônicos – há títulos novos, usados e raros. Amigo de figurões da literatura local, como Milton Hatoum, ele atrai para a banca concorridos lançamentos de obras. LGO. DE SÃO SEBASTIÃO, S/Nº, CENTRO
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9 Monumento de Abertura dos Portos Erguida em 1900, a obra celebrou a abertura dos portos brasileiros para o comércio com outros países além de Portugal. No topo, a figura feminina representa a Amazônia. Já no chão da praça o piso com linhas ondulares em preto e branco faz referência ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões. LGO. DE SÃO SEBASTIÃO, S/Nº, CENTRO 061
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RETRATO: DIVULGAÇÃO
Nesta página, Claudia Poci com um dos cavalos do instituto; e dois momentos da terapia na fazenda. Na página ao lado, um dos espaços em que os pacientes interagem com os animais
Equitação
do bem Praticante de equitação desde a infância, a terapeuta familiar paulistana Claudia Poci percebeu há 30 anos que o contato de seus pacientes com os cavalos ajudava – e muito – na sua recuperação. Desde então vem desenvolvendo um método terapêutico que, diferentemente da equoterapia tradicional, trata não só o paciente, mas também sua família e seus acompanhantes com o auxílio dos animais. Batizada de equitação terapêutica sistêmica, a técnica apresentou resultados tão positivos que, em 062 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
APAIXONADA POR CAVALOS, A TERAPEUTA FAMILIAR CLAUDIA POCI CRIOU HÁ CINCO ANOS O HORSOUL, PROJETO SOCIAL QUE ATENDE PACIENTES ESPECIAIS E SEUS FAMILIARES A PARTIR DO CONTATO COM OS ANIMAIS Por MARINA AZAREDO Fotos GABRIEL RINALDI
2011, ela fundou o Horsoul, instituição que atende gratuitamente mais de 50 pacientes especiais na região de Itu, a 80km de São Paulo, em uma bela fazenda com muito verde e ar puro. “Temos um menino autista que demorou um mês só para sair do carro. Hoje ele monta a cavalo sozinho”, conta Claudia, que recebe autistas, cegos, pessoas com paralisia cerebral e com síndrome de down, entre outros. Aqui, ela fala mais sobre o projeto, o método terapêutico e seus principais benefícios.
Horsoul Rod. Marechal Rondon, Km 115, Itu, São Paulo 0800 772 5900 / 11 99970 9697 INSTITUTOHORSOUL.ORG
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Como surgiu a equitação terapêutica sistêmica? Eu sempre tive um olhar sistêmico. Como dizia Freud, a loucura não é solitária. Quando existe um “louco” é preciso alguém que o “aguente”. Lá atrás, eu atendia os pacientes, devolvia-os para suas famílias e elas não sabiam como agir a partir dali. Então ele voltava e tínhamos de começar tudo de novo. Na época, eu já trabalhava com cavalos e juntei as duas coisas. Com os pacientes especiais percebi que a melhora era muito significativa quando os familiares eram assistidos também, porque muitas vezes eles nem sabiam o diagnóstico correto. Foi a partir disso que comecei a recebê-los com um olhar sistêmico. Hoje eu cuido dos pacientes e outro terapeuta familiar fica a cargo dos parentes. Quando todos têm orientação, a melhora é muito mais rápida.
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Quais os benefícios do contato com os cavalos? O principal é a alegria. Nunca vi alguém montar num cavalo e não sorrir. Na terapia convencional, eu não consigo isso tão rápido. E, por meio da alegria, vou abrindo diversas portas. Aos poucos, o paciente com paralisia cerebral, por exemplo, começa a segurar as rédeas sozinho, o cego passa a acariciar e sentir o pelo do animal. É diferente de entrar em uma sala de fisioterapia. Subir no cavalo é o máximo – e o que promove toda a grande melhora do paciente. Trabalhamos elementos como autoestima, disciplina, coragem e sociabilidade. E temos, claro, o benefício físico, pois o método mexe com todos os sentidos.
Quais as diferenças entre a equoterapia e a equitação terapêutica sistêmica? Eu sou formada em equoterapia, mas percebi que ela não era suficiente, pois se limita a um redondel, um pequeno espaço delimitado. Na equitação terapêutica sistêmica nós passeamos com os pacientes. Além do cenário em meio à natureza, temos outras pessoas, porque sempre trabalhamos em grupo. São pelo menos quatro ou cinco pacientes ao mesmo tempo. Juntamos gente com down, com paralisia cerebral, autistas, cegos. Estão todos na mesma turma e um tem de perceber o outro. E ainda fazemos o trabalho com a família.
Qual é o perfil dos pacientes atendidos pelo Horsoul? São pessoas que normalmente não conseguem apoio das prefeituras para a equoterapia – a sessão custa entre R$300 e R$400. Atualmente temos uma fila de espera. Infelizmente não posso me comprometer a receber 70 pessoas, pois não tenho verba para isso. Quando se lida com pacientes é preciso preservar a qualidade do atendimento. Temos de dedicar um tempo precioso para cada um deles. São pessoas que esperam a semana inteira para ter um dia na fazenda, para andar a cavalo, para ver o filho que não sai de uma cadeira de rodas montar. As famílias que podem nos dão contribuições mensais, mesmo que simbólicas, mas isso não é obrigatório.
Além das contribuições, o que mais ajuda na manutenção do instituto? Eu tenho um grande apoiador que é quem nos cede o espaço onde atuamos. Ao longo dos anos fui ganhando outros parceiros e gente que trabalha voluntariamente. Recebemos muitas doações, mas a verdade é que sempre precisamos de mais. Porque hoje temos 50 famílias atendidas, oito cavalos e o custo com ração, medicamentos e veterinários é alto. Porém, o mais importante já possuímos: os animais, a vontade, o amor e nossos cinco voluntários fixos.
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Túnel do tempo
HOJE TRANSFORMADAS EM HOSPEDAGENS, GRANDES PROPRIEDADES DOS SÉCULOS PASSADOS DIZEM MUITO SOBRE A TRAJETÓRIA DO BRASIL, AO MESMO TEMPO QUE OFERECEM CONFORTO E LAZER EM MEIO À NATUREZA. CONHEÇA CINCO HOTÉIS FAZENDA HISTÓRICOS QUE MERECEM A VISITA Por SOFIA FRANCO
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Fazenda União
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RIO DAS FLORES, RJ
Seu casarão, de 1836, foi construído pelo Visconde do Rio Preto e é atualmente uma das grandes relíquias da época áurea do café no País. Se de um lado o hotel oferece quartos confortáveis e mordomias como sauna, spa e piscina aquecida, do outro convida a uma viagem ao passado com refeições focadas em receitas do século 19 e o Sarau Afro, que conta histórias de quilombolas. 24 2458 1701 FAZENDAUNIAO.COM.BR
Fazenda Capoava
Fazenda Dona Carolina
Reserva do Ibitipoca
ITU, SP
ITATIBA, SP
LIMA DUARTE, MG
A hospedagem, que já se dedicou ao cultivo da cana-deaçúcar e do café e à criação de gado, preserva o casarão de 1750 e uma bela capela. Parte de sua história é contada no Espaço Memória Capoava, que reúne objetos originais e réplicas com o compromisso de manter viva a cultura local. Já a comida preparada para os visitantes no fogão a lenha é uma homenagem aos sabores regionais, com delícias como leitoa à pururuca, canjica e curau.
Uma das pioneiras do movimento abolicionista brasileiro – libertou seus escravos três meses antes da aprovação da Lei Áurea –, a propriedade cafeeira foi transformada em hospedagem nos anos 1990. Sua sede, de 1872, foi restaurada, mas manteve o esplendor da época. Edifícios recentes abrigam as 96 suítes, decoradas com mobiliário antigo. Um de seus cinco restaurantes fica no Salão das Cavalariças, com vista do lago.
As principais dependências funcionam na antiga sede da Fazenda do Engenho, de 1715. Mas há como se hospedar em três construções anexas, opções ideais para pequenos grupos que desejam ainda mais exclusividade. Criada em 1981 para ajudar na preservação do Parque Estadual do Ibitipoca, a pousada tem como grande atrativo o Circuito das Águas, que dá acesso às principais cachoeiras da região.
Fazenda Marrecas MARAGOGI, AL
A casa grande desse antigo engenho de cana-de-açúcar do século 18 chama a atenção por conta de sua arquitetura com influências árabe e portuguesa. É nela que estão instaladas as charmosas suítes com decoração rústica. Passeio a cavalo, de charrete, trilhas ecológicas, ordenha no curral e visita ao alambique da Cachaça Maragogi são algumas das atividades propostas.
11 2118 4100
11 4534 9863
32 3281 8144
81 3666 1600
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FOTO: DIVULGAÇÃO
COMO IR
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@alximist GO Em Pirenópolis fui surpreendido pela natureza revelada por trás da cidade
@cmsdanielmichel FL Felicidade está naquilo que nos tira do chão. A liberdade faz voar!
Instantâneos CONFIRA ALGUNS DOS MELHORES CLIQUES FEITOS PELOS CLIENTES AZUL E PUBLICADOS NO INSTAGRAM
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@cmscynthia PE O meu primeiro pouso neste paraíso chamado Noronha foi pura magia
068 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
@bhandarina DF Quando o corpo pede movimento e a mente um pouco de descanso
@jarbasmarins PE Fazendo pose enquanto esperávamos pelo pôr do sol de Tamandaré
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@paulistadomundo BA Arrisquei alguns movimentos na capoeira e me encantei. Foi inesquecível!
@vicoejoycefeitosa SP Desde pequenino já contemplando o mundo de cima
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Quer ver sua foto na próxima edição da revista? Use a hashtag #azulmagazine no Instagram
HI GHL IGHT S
COLUNA Mário Magalhães
O susto da doutora Nise
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Mário Magalhães é jornalista e escritor. Recebeu 25 prêmios jornalísticos e literários. Foi ombudsman da Folha de S.Paulo. Quando criança, dizia que no futuro sua profissão seria “passageiro de avião”
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RETRATO: LEO AVERSA
presentei-me, e do outro lado da linha veio Por lá passaram Fernando, Adelina, Carlos, a interjeição: “Ahnn?” Emygdio, Raphael, muita gente. “O pintor é feito um Repeti: “Meu nome é Mário Magalhães”. livro que não tem fim”, filosofou Fernando Diniz, o “Ahnn?!?”, ouvi de novo. único ainda vivo no lançamento do filme de Leon. Achei que a senhora de 82 anos não escutava O que na origem era psicoterapia revelou artistas direito e me esgoelei: “Mário Magalhães, repórter!” plenos, aclamados pelo crítico Mário Pedrosa. E o silêncio sepulcral caiu entre nós. Nise cercava-se de gatos em seu apartamento, Sepulcral ao pé da letra. Eu não sabia que a psi- na Rua Marquês de Abrantes, onde me recebeu no quiatra Nise da Silveira, minha interlocutora, era Rio. No Pedro II, ela incentivava a convivência dos viúva do célebre sanitarista Mário Magalhães. O internos com animais, sobretudo cachorros, que sobrenome português do médidenominava coterapeutas. Seus co tinha raiz alagoana. O meu, desafios e batalhas a levaram a se gaúcha. Éramos homônimos, não corresponder com o mestre suíço EU NÃO SABIA QUE parentes. Fiquei com a impresCarl Gustav Jung. são de que, feito assombração, A psiquiatra rebelde, seus arA PSIQUIATRA NISE tistas e os Mários Magalhães e quase matara Nise de susto. DA SILVEIRA, MINHA Procurei-a para entrevistáPedrosa estão de volta em Nise: INTERLOCUTORA, ERA O Coração da Loucura, de Roberto la sobre o filme Imagens do VIÚVA DO CÉLEBRE Inconsciente, que Leon Hirszman Berliner. Em cartaz Brasil afora, o lançava em 1987. Nos três episófilme retrata o regresso da protaSANITARISTA MÁRIO dios, com três horas e 25 minugonista ao hospital, em 1944, deMAGALHÃES” tos ao todo, o texto era da lavra pois de anos afastada em virtude da médica. A lembrança mais marcante que ficou de perseguição ideológica. Presa política em 1936 do documentário foram as cores em profusão, e 1937, ela se tornaria personagem de Memórias do fulgurantes, urgentes. Cárcere, obra-prima do escritor Graciliano Ramos, O cineasta inventariou pinturas, esculturas e com quem esteve em cana. desenhos de autoria de doentes esquizofrênicos Na pele de Glória Pires, Nise ressurge exubeacompanhados por Nise no Hospital Psiquiátrico rante. Ela viveria até 1999. Sobre Leon Hirszman, Pedro II, no bairro carioca Engenho de Dentro. a doutora me falou: “É uma pessoa inteligente, Avessa à maluquice da violência de tratamentos em lúcida e tranquila”. O diretor morreu três mevoga no século 20, como lobotomia e emprego de ses mais tarde. Leon dizia que “o desespero da choques elétricos, a doutora franzina transformou dificuldade já fez sair vários tipos de flor”. Como a seção de terapia ocupacional num ateliê de artes. no Engenho de Dentro.
HI GHL IGHT S
COLUNA Mara Salles
A saga da farinha – parte 1
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Mara Salles é chef do restaurante Tordesilhas, em São Paulo
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RETRATO: DIVULGAÇÃO
astei dias pelejando para conseguir fazer Antonio, que mantém um minientreposto em Uarini, um pedido de farinha ovinha de Uarini, onde alguns produtores entregam suas farinhas. um município amazonense. Trata-se de Liguei para o Seu Antonio muitas vezes, duuma farinha de mandioca artesanal dourada, de rante muitos dias. Deixei recado com sua mulher, sabor levemente ácido e que é diferente das outras com sua nora e, quase desistindo, consegui falar porque sua textura lembra ovinhas de peixe. Além com o homem. A conversa já começou esquisita de muito gostosa, ela é linda! porque havia um delay. Além disso, ele não tinha Na floresta esta preciosidade é alimento de interesse em ouvir meu nhe-nhe-nhem pergunsubsistência dos ribeirinhos, no chibé de toda hora, tador. Falava bem, mas não tinha paciência. Eu com o peixe ou o açaí. Nas mãos de chefs, longe começava a falar e ele respondia a contragosto de lá, é iguaria fina. Depois de a pergunta anterior que, por hidratadas, as bolinhas da faconta do delay, encavalava-se rinha crescem e ficam ainda com a seguinte, num diálogo mais perfeitas, potencializando custoso e improdutivo. NA FLORESTA ESTA sua cor. Acabam dando graça e Fui truncando, fracionando PRECIOSIDADE a fala... 30 quilos. Sim, trin-ta sabor particular a um sem fim É ALIMENTO DE de preparos: cuscuz, farofas, qui-los. Hein? Correios? Sim, empanados, sopas, entre outros. Correios! Ótimo! Seu Antonio, SUBSISTÊNCIA DOS A farinha virou meu objeto mande-me pelos Correios diRIBEIRINHOS, NO CHIBÉ de desejo desde que uma amiga reto daí. Anote meu endereço DE TODA HORA, COM O me apresentou a ela. Pena que o (momento em que a ligação ficou PEIXE OU O AÇAÍ. NAS produto estava muito longe, lá ainda mais tensa). Cordesilhas, MÃOS DE CHEFS, LONGE não, é Tor-de-si-lhas. Como? no médio Solimões, em Uarini, próximo a Tefé, no Estado do Tordesilhas no plural? Para faDE LÁ, É IGUARIA FINA” Amazonas. Estava apenas ali, cilitar, confirmei: sim, no plural. onde se chega exclusivamente pelo rio, e em mais Tudo devidamente anotado, disse que faria logo o nenhum outro lugar do planeta. depósito – e entreguei para Jesus. Já havia esperado a resposta de uma cozinheira Contados 20 dias, chega na porta do nosso resde Manaus que havia me iludido com 10kg de fa- taurante o tão desejado ingrediente em perfeitas rinha a serem enviados por avião. Esperei, espe- condições. Salve esta glória nacional, os Correios! Eis que, quando a farinha estava acabando, rei e nada. A mulher sumiu. Nem aí para os meus liguei novamente para o Seu Antonio. Tentei uma, vários e-mails e telefonemas. Também tentei a Prefeitura Municipal de Uarini. duas, cinco vezes. Desisti. O homem foge de mim Atendeu um assistente social atencioso, mas que como o diabo da cruz. Tem mais o que fazer do adiantou que demoraria três dias para que a mer- que me explicar se as bolinhas são ou não feitas cadoria chegasse até Manaus de barco, onde eu de- uma a uma, à mão. veria ter um portador que pudesse despachá-la por Pensa que a história acabou? Semana que transportadora para São Paulo. Não daria certo. O vem vou para Uarini e depois conto para vocês moço, então, apontou-me outra saída: falar com Seu como foi a aventura.
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HI GHL IGHT S
COLUNA Denise Campos de Toledo
Os obstáculos da nova gestão
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Denise Campos de Toledo é jornalista especializada em economia, comentarista da Rádio Jovem Pan e da TV Gazeta, além de palestrante, escritora e editora do site economiaemfoco.com.br
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RETRATO: ROBERTO SEBA
administração da economia pode ser de estratégias para a retomada do crescimento, mais eficiente com o novo governo, mas com a aceleração dos investimentos. Isso pode isso não significa uma reversão rápida da ser feito por meio das concessões de infracrise, e muito menos das adversidades com as quais estrutura, em parceria com o setor privado, os brasileiros estão convivendo. A deterioração dos e da atração de capital externo, além da expansão cenários econômico e político foi muito forte. Este do comércio internacional. último, por conta das investigações da Lava Jato, É preciso superar os entraves burocráticos e ainda gera pressões e instabilidade. Sem falar no até ideológicos estabelecidos nos últimos anos desgaste decorrente do impeachment e nas inevi- e mostrar que o Brasil voltou a ser confiável. É fundamental fortalecer a contáveis reações contrárias. A nova equipe briga para fiança em um caminho melhor. Parte do retrocesso dos últimos estabelecer uma contabilidaA NOVA EQUIPE BRIGA tempos veio do desânimo, da falta de mais positiva das finanças públicas, que deve ser a base de perspectiva, que agora se tenta PARA ESTABELECER para um melhor desempenho UMA CONTABILIDADE reverter. econômico. É hora de corrigir Do ponto de vista das finanças MAIS POSITIVA erros do passado, de desfazer a pessoais, por mais que se tenha DAS FINANÇAS uma expectativa favorável quanto herança nociva. O descaso com as metas fiscais custaram muito ao andamento da economia, o PÚBLICAS... É HORA para o País, e estamos pagando aperto não vai diminuir tão cedo. DE CORRIGIR ERROS a conta. Medidas impopulares Ainda temos uma inflação que DO PASSADO, lançadas pelo novo governo pesa no orçamento, até porque DE DESFAZER A parecem inevitáveis diante do a maior parte dos trabalhadores rombo encontrado. Foi demolido tem tido reajustes modestos dos HERANÇA NOCIVA” um dos pilares de sustentação salários, o que também atinge os do crescimento com estabilidade, que era a ca- empresários. É raro encontrar uma empresa que pacidade de geração de superávits contábeis. Por não apresente queda no movimento e na receita. isso perdemos até o grau de investimento junto às Muitas dispararam pedidos de recuperação judiagências internacionais de classificação de risco. cial, as falências. O endividamento elevado deve contaminar os balanços por um bom tempo. E, E a reconstrução não será rápida. Por mais que haja esforço na implantação enquanto isso, a inadimplência de empresas e de uma estratégia de reequilíbrio, já está “defini- pessoas físicas cresce. Um problema reforçado do” para este ano um déficit imenso. O governo pelo desemprego, que também deve aumentar. indica saídas, embora, provavelmente, não Enfim, por mais que haja algum alívio político consiga apresentar saldos positivos. e confiança na nova gestão, vamos amargar um Mas é importante que, ao mesmo tempo que cenário de crise pelo menos até meados de 2017. reestrutura as finanças, também esteja cuidando Temos muito chão pela frente.
80 Itacaré No Sul da Bahia, um refúgio com paisagens quase intocadas
92 Serra do Rio do Rastro O clima invernal no alto das montanhas de Santa Catarina
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FOTOS: ROBERTO SEBA (ITACARÉ); ANNA CAROLINA NEGRI (SERRA DO RIO DO RASTRO)
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102 Bok Tower Gardens A arquitetura e a natureza privilegiada do parque da Flórida
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Canoas e barcos de pesca na Praia da Coroinha. Na pรกgina ao lado, coqueiros que enfeitam as paisagens do destino baiano
Teatro da NATUREZA Um dos refúgios mais bem preservados da Costa Sul da Bahia, Itacaré – a 65km de Ilhéus – brilha com belas praias, vegetação intocada, rios de águas mornas e espetáculos diários, como o incrível pôr do sol Por MÔNICA REOLOM Fotos ROBERTO SEBA
D EST INOS | I T A C A R É
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os poucos, o burbu rinho intermitente revela ser o inconfund í ve l b a r u l ho da s onda s. No caminho de terra, a densa Mata Atlântica salva os turistas do sol a pino, enquanto as enormes árvores gameleiras começam a ser substituídas por coqueiros. Bastam alguns metros adiante para o azul do céu garantir seu espaço sobre as cabeças, indicando que o clímax do passeio está próximo. Quando o sol volta a queimar a pele, a panorâmica já é outra e os olhos pedem alguns segundos para apreender a grandiosidade da cena que se descortina. E então o mar deixa de ser apenas um ruído longínquo e se transforma em protagonista. Ou melhor, em uma imensidão azulada e límpida enquadrada por morros esverdeados e uma vegetação transbordante. 082 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
A composição da Praia do Havaizinho traduz a vocação de Itacaré, no Sul da Bahia, como destino de revelações dramáticas – no quesito natureza, que fique claro. Nunca se sabe o que se encontrará na próxima curva, no fim da trilha ou na incidência repentina da luz sobre as águas. Os cenários mudam a toda hora, deixando a plateia atônita, emocionada. E os espetáculos consistem, invariavelmente, na combinação magistral de mata, sol, areia, mar e rio. Quem primeiro descobriu este oásis cênico foram surfistas estrangeiros que elegeram a região para fincar suas pranchas. Em meados dos anos 1970, em busca das melhores ondas, não se importaram de encarar os 65km de estrada esburacada desde Ilhéus e alcançaram o mar privilegiado de Itacaré. Por mais de duas décadas eles desfrutaram do paraíso praticamente sozinhos, até que, em 1998, a pista ganhou asfalto, e o turismo, impulso.
Na página anterior, Praia do Havaizinho e camarão no abacaxi, um dos pratos regionais. Nesta página, cacau colhido na Fazenda Yrerê e estátua de Jorge Amado, em Ilhéus
Apesar do número de frequentadores ter aumentado consideravelmente, uma série de fatores contribuiu para que as características originais do lugar se mantivessem intocadas. Em 1993, a cidade e sua vizinha Uruçuca tiveram o equivalente a 47 mil campos de futebol convertidos em Área de Proteção Ambiental, ampliados dez anos depois para 63 mil. A via com origem em Ilhéus ganhou túneis subterrâneos para a passagem de animais e, sobre ela, redes para que macacos pudessem cruzá-la sem correr risco de atropelamento. Localizado em plena Costa do Cacau – área de 180km de extensão, entre Itacaré e Canavieiras, que é a maior produtora do fruto no Brasil –, o destino também se beneficiou do cultivo do produto: como o cacau precisa de sombra de vegetação tropical para sobreviver, a Mata Atlântica dali segue preservada. Com tais condições, ganham os nativos e também os visitantes, que são surpreendidos por uma incrível fartura de praias e rios majestosos, ótimas cachoeiras, além de morros e mirantes. Somam-se a estas belezas uma temperatura média anual de 25 graus e cardápios recheados de frutos do mar. Voilà! Eis o palco ideal para os amantes de sombra e água fresca.
Algumas das melhores atrações, porém, exigem que o turista encare trilhas sob o sol escaldante. A Praia de Jeribucaçu requer 40 minutos de caminhada, mas sua panorâmica vista do alto do morro compensa o esforço. Desenhada pelo encontro do rio com o oceano, ela divide o público conforme o perfil: o mar agitado é para os fortes; as tranquilas águas doces são para quem quer relaxar. Não se pode esperar que escureça, no entanto, para ir embora. Se na ida a expectativa da paisagem suplanta o cansaço, o trajeto inverso pede pernas preparadas para uma subida escorregadia, que pode durar até uma hora.
DA AGRICULTURA AOS LIVROS Uma das principais cidades da Bahia, e considerada a capital do cacau, Ilhéus se tornou famosa por ter sido morada e inspiração para Jorge Amado. O escritor nasceu na vizinha Itabuna, mas passou a infância no município, razão por que está presente nos grandes pontos turísticos dali, como a casa que pertenceu à sua família e hoje é um centro cultural. Já o Bar Vesúvio ficou conhecido por causa do romance Gabriela, Cravo e Canela, em que o proprietário árabe Nacib se apaixona pela protagonista. História e cultura também estão presentes nas visitas às fazendas de cacau, que aos poucos se recuperam da devastação causada na década de 90 pelo fungo vassoura-de-bruxa. Na Fazenda Yrerê, os amáveis proprietários Gerson Marques e Dadá oferecem um tour pelas plantações, permitem que os turistas experimentem a fruta e explicam como a amêndoa do cacau se transforma em chocolate.
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Ao lado, o cenário paradisíaco da Praia de Jeribucaçu; acima, circuito de arvorismo instalado na Ribeira; e, à direita, surfistas na Praia da Engenhoca
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Tranquila, sem obstáculos nem subidas íngremes, outra trilha parte da estrada Ilhéus-Itacaré rumo às praias rurais, assim denominadas justamente por margearem a via. Primeira a despontar no horizonte, a da Engenhoca é banhada pelo Rio Burundanga e tem águas incrivelmente mornas. A segunda é a Havaizinho, aquela do imenso mar azulado enquadrado por morros esverdeados. Sua panorâmica é tão bela que vale estender a canga e ficar ali apenas contemplando a cena – de preferência com uma caipirinha de cacau da tenda Cantinho do Céu, servida no próprio fruto. A última faixa de areia do roteiro surge aos poucos, na subida do morro, escondida entre as plantas. Com cinco quilômetros de extensão, a Itacarezinho tem areias branquíssimas, cachoeiras próximas, como
a do Tijuípe, e um ótimo restaurante. Batizado de Cabana do Itacarezinho, a casa comandada pelo chef mineiro Clécio Campos oferece um delicioso marinado de peixe. O cardápio de praias vai além. Há ainda as chamadas urbanas, por estarem pertinho do centro. Basta seguir a trilha desde a Pituba – principal rua dali, repleta de lojinhas, bares e restaurantes, cujas trilhas sonoras variam entre o reggae e o forró pé-deserra – para chegar a Resende, Tiririca, Ribeira e Costa. Fora a última, pouco frequentada por causa do repuxo do mar, as outras faixas de areia possuem boa estrutura de barracas e aluguel de guarda-sois. A Ribeira conta ainda com um circuito de arvorismo, com uma tirolesa de 40 metros de altura que proporciona uma bela vista da praia.
LÁ VÊM AS GIGANTES A partir do mês que vem há como testemunhar a chegada das jubartes à região de Itacaré e Ilhéus, onde aportam após percorrerem até 25 mil quilômetros desde as águas polares. Os trópicos proporcionam temperatura ideal para as baleias se reproduzirem. Da Praia da Concha, próxima ao Centro Histórico de Itacaré, parte uma excursão pelo mar para observação dos animais, que dura até quatro horas e custa R$120. O passeio, feito até meados de outubro, é precedido de explicações de pesquisadores sobre a espécie e os esforços para a sua proteção.
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PRODUTOS
Locais
Artesanato Mandalas, abajures e cataventos são fabricados com gravatá, coco, açaí, cipó, imbé e sisal. Os preços começam em R$12
Geleia de cacau Deliciosa mistura fervida de açúcar com mel de cacau (extraído da polpa da fruta). O pote com 175g sai por R$7
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Nesta página, em sentido horário, pôr do sol no Rio de Contas; rafting praticado no mesmo rio; e guia com caranguejo capturado no manguezal. Na página ao lado, Praia da Concha, ideal para o stand up paddle; e Igreja de São Miguel Arcanjo
A outra ponta da Pituba leva até o Centro Histórico, que tem na Igreja de São Miguel Arcanjo, de 1723, sua maior riqueza. A construção remete à primeira alcunha dada ao então povoado, São Miguel da Barra do Rio de Contas. Somente quando se tornou município, em 1932, o lugar resgatou seu nome indígena. Do Tupi, Itacaré pode ser traduzido como pedra torta ou redonda ou jacaré de pedra, mas não se sabe qual pedra deu origem à denominação. Já a associação com o Rio de Contas explica-se por ser ele o principal da região: atravessa 600km desde a Chapada Diamantina e ali desemboca no mar, ao lado da Praia da Coroinha – a escolhida dos moradores para “bater o baba”, expressão regional para jogar futebol. O rio, sempre enfeitado de barquinhos de pesca e canoas, é o caminho das embarcações que fazem um tour até o mangue, com direito a um túnel de manguezais e bromélias, chamado carinhosamente de Veneza Itacareense.
Trinta quilômetros interior adentro, o Rio de Contas abastece o distrito de Taboquinhas, que ganha o turista por conta do rafting ali operado. As quedas, de diferentes níveis, levam os aventureiros da tranquilidade ao susto em poucos segundos. E, ao fim do passeio, há como pegar cacau direto do pé para repor as energias. O fruto, aliás, encontra seu ápice gastronômico em uma casa instalada na estrada que leva de volta ao centro da cidade. O anúncio em sua entrada não tem modéstia: “É até possível ir a Roma e não ver o papa, mas é inadmissível ir a Itacaré e não fazer uma parada no Café com Cacau”. Marly Catarina Brito de Lima de fato tem talento para adoçar bocas e corações com seu bolo de cacau com cobertura de chocolate e suas trufas que misturam a fruta com cupuaçu, pimenta e leite de coco. Fa la ndo em modéstia , outros nativos também abrem mão dela, sem qualquer pudor, quando o assunto é o
pôr do sol da cidade. Muitos defendem que mais lindo que o dali não há. Para tirar a prova, os visitantes costumam rumar para a famosa Ponta do Xaréu, na Praia da Concha, a mais próxima da maioria das pousadas e hotéis. Por ali, enquanto alguns aproveitam o balneário sem ondas para praticar stand up paddle, outros se acomodam em banquinhos à espera do espetáculo da natureza. Para um fim de tarde ainda mais teatral, a dica é fazer diferente: opte pelo passeio de canoa no Rio de Contas no fim do dia, quando se vê a cidade lá ao longe, a partir dos manguezais. Neste clima de paz sem igual, o sol começa a sair de cena. Seus raios perdem intensidade e tingem vagarosamente o céu de tons de rosa e laranja. O jogo de cores hipnotiza. É como se não houvesse nada mais importante do que contemplar a natureza em seu ritmo habitual. Eis o perfeito cerrar das cortinas de Itacaré. 087
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ONDE FICAR
ONDE COMER
PASSEIOS
Vila do Dengo
Cabana da Empada
Ertour
Charmosa, a pousada fica longe do barulho do centro, mas, ainda assim, perto da Rua da Pituba. Tem varanda com rede nas suítes, piscina e um farto café da manhã.
Chama a atenção por servir apenas comida produzida na casa. A empada de carne seca com banana-da-terra é imperdível, assim como os pratos de camarão, espécie ali cultivada.
A agência especializada na Região Sul da Bahia oferece traslados de ida e volta de Ilhéus para Itacaré, passeios nas trilhas, praias, cachoeiras, além de rafting e arvorismo. Também leva a Morro de São Paulo e Maraú.
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Aldeia do Mar É o único hotel pé na areia de Itacaré. A piscina tem vista do mar e o restaurante oferece jantares românticos com uma panorâmica privilegiada da Praia da Concha.
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D EST INOS | S E R R A D O R I O D O R A S T R O
Inverno NAS ALTURAS
A mais de 1.400 metros de altitude e a 65km de Criciúma, a catarinense Serra do Rio do Rastro oferece paisagens pontuadas por montanhas, cânions e cachoeiras. E, entre junho e agosto, temperaturas perfeitas para investir nos casacos e degustar um bom vinho Por SOFIA FRANCO Fotos ANNA CAROLINA NEGRI
D EST INOS | S E R R A D O R I O D O R A S T R O
F
lorianópolis, a Ilha da Magia, faz brilhar os olhos dos turistas nacionais e estrangeiros. Guarda do Embaú, Praia do Rosa e Garopaba colocam suas faixas de areia em espaços de destaque nos principais guias de viagem. E até a pequena Blumenau tem fama surpreendente, muito por conta da versão brasileira da Oktoberfest. Mas os atrativos de Santa Catarina não param por aí. Cada vez mais interessados em destinos pouco explorados – aqueles que dão uma sensação de exclusividade –, viajantes encontram no interior do Estado, a 50km da costa e a 1.400 metros de altitude, um refúgio perfeito. Longe das praias e das tradições alemãs, são as montanhas, os cânions, as cachoeiras e o friozinho que nem parece brasileiro que dão um tom especial à Serra do Rio do Rastro. 094 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
Subidas íngremes e curvas fechadas são os primeiros “desafios” que este recanto da natureza impõe aos visitantes. Situado a 15km de Bom Jardim da Serra e de Lauro Müller – e a 65km de Criciúma, cidade servida pela Azul –, o local tem como estrada principal a SC 438, ou Serra do 12, assim chamada pois antigamente passava 12 vezes por cima do Rio do Rastro. Um dos cartõespostais da região, a via é margeada por uma exuberante mata que escala impressionantes morros. A sequência de montanhas, aliás, é o que difere esta da serra mais famosa da Região Sul, a Gaúcha. Enquanto no destino do Estado vizinho a panorâmica é praticamente plana, ali as altitudes variadas são maioria, e os cenários mudam à mercê do vaivém da neblina. Um horizonte com cores múltiplas e a sensação de experimentar as quatro estações do ano em apenas um dia são
Na página anterior, a chamada Serra do 12, repleta de curvas e subidas; e turista no ambiente invernal do destino. Nesta página, em sentido horário, panorâmica da Serra; cavalgada em uma das trilhas da região; e entrevero, prato tradicional da cozinha local
características típicas da área catarinense. “Como uma atriz diante de um público exigente, a serra troca de figurino e apresenta diversas facetas aos visitantes”, compara, achando graça, Seu Ivan Cascaes, dono do Rio do Rastro Eco Resort. É nesta época do ano, entre junho e agosto, que o confortável hotel fica mais concorrido, já que os turistas buscam mesmo, como diz a gíria local, “um frio de renguear cusco”. Quem tem “sorte” encontra ali temperaturas abaixo de zero durante o inverno – os termômetros já marcaram 17 graus negativos, mas a média anual é de 12 graus –, clima perfeito para que os pinheiros que enfeitam as paisagens deem também o pinhão, ingrediente frequente nos pratos locais. O mais famoso deles, o entrevero, é feito de pinhão, carnes variadas, linguiça e legumes, e é ótimo quando acompanhado de um bom vinho. O frio também é o que determina a mala dos visitantes. Roupas propícias para baixas temperaturas – vale até um poncho – são essenciais para cair na natureza sem sofrer. Afinal, trilhas, sempre acompanhadas de um guia, devem ser vencidas a pé ou a cavalo para se chegar aos principais atrativos da Serra. 095
D EST INOS | S E R R A D O R I O D O R A S T R O
Em sentido horário, Cânion das Laranjeiras, principal atrativo do Parque Nacional de São Joaquim; Cachoeira do Rio Alagados; ovelha, animal típico da Serra; e vista do alto dos 1.470 metros do Cânion da Ronda
Alguns deles concentram-se no Parque Nacional de São Joaquim, com mais de 20 nascentes de rios. Uma leve caminhada leva até o Cânion das Laranjeiras, um dos ápices do lugar. Com fendas de rochas expostas, cachoeiras e uma incrível panorâmica, é parada obrigatória para contemplação. Os mais destemidos chegam pertinho de sua beirada – é preciso certa dose de coragem, mas a foto fica incrível. Também a pé ou a cavalo há como alcançar o Cânion da Ronda, local para onde os tropeiros que desbravaram a região levavam o gado para descansar. Nos arredores existem centenárias muretas de pedras por eles deixadas para demarcar as rotas. E do alto de seus 1.470 metros veem-se as escarpas dos 096 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
morros cobertas por um tapete verde-escuro de vegetação, as cidades lá embaixo e até o Parque Eólico de Bom Jardim da Serra, com 62 turbinas. Se dos cânions contemplam-se as quedas-d’água de longe, a rota das cachoeiras passa bem pertinho de várias delas. O percurso, feito de carro, com pequenas caminhadas incluídas, contempla o Salto do Rio Pelotas, maior conjunto de cascatas da região, a Cachoeira do Rio Alagados (ou Cachoeirinha) e a Cascata do Rio Barrinha. Outra opção é percorrer os quatro quilômetros da Trilha do Puma Solitário, entre belas e antigas araucárias, até a Cachoeira do Gritador. Difícil, apenas, é conseguir cair na água.
PRODUTOS
LOCAIS Riquezas enogastronômicas
VF Rosé O rótulo da Villa Francioni resulta de uma assemblage de uvas da propriedade. Ficou famoso quando degustado por Madonna, em uma de suas visitas ao Brasil. R$60
Chardonnay Da Monte Agudo, o 100% chardonnay foi premiado como o melhor vinho branco nacional em 2011. No rótulo, a silhueta dos morros da região marca presença. R$52
Na Serra do Rio do Rastro, o vinho é bebida onipresente nas mesas de restaurantes e casas de famílias, e também produto importante da economia local. Por conta do clima e do relevo propícios para o cultivo de uvas, inúmeras vinícolas foram instaladas em São Joaquim e arredores. Bem estruturadas e com o olhar voltado aos turistas elas oferecem uma ótima experiência gastronômica e contemplativa. Primeira a oferecer visitas guiadas, a Villa Francioni é resultado do projeto ambicioso do fundador Manoel Dilor Freitas, que a inaugurou em 2004 e morreu apenas três meses depois, antes mesmo da primeira safra da propriedade. Arquitetada em desníveis, para utilizar a gravidade e evitar o bombeamento de água, seus vinhedos dão frutos capazes de produzir 300 mil garrafas de vinho por ano. A sede, repleta de vitrais e mosaicos, é decorada com peças trazidas de viagens da família – hoje, os filhos de Manoel estão à frente do negócio –, caso do portão de ferro que já foi de um cassino do Uruguai e da porta de madeira oriunda de um templo na Indonésia. Como de costume, o roteiro da visita passa por todas as etapas da produção da bebida, dos tanques de fermentação à cave com barricas de carvalho francês, onde os tintos envelhecem. Depois, uma
Acima, à esquerda, Carolina Rojas Ferraz no restaurante da vinícola Vinhedos do Monte Agudo; e, à direita, barricas de carvalho francês onde descansam os vinhos da Villa Francioni
degustação com os melhores rótulos da casa fecha o tour com chave de ouro. Também instalada em 2004, a Vinhedos do Monte Agudo recebe os turistas para uma experiência, digamos, mais intimista. Carolina Rojas Ferraz, filha do fundador, comanda a fazenda que deu início ao plantio da uva em 2005 e teve a primeira safra em 2008. Os vinhos são vendidos exclusivamente em Santa Catarina e a própria família cuida de sua distribuição. Um dos destaques do local é o restaurante, aberto há três anos e com belíssima vista dos vinhedos. O almoço (servido sob agendamento), um menu de três tempos, varia de acordo com a época do ano e, claro, é harmonizado com os rótulos da casa. No intuito de valorizar a área verde da propriedade, há ainda como degustá-los no pôr do sol ou durante um piquenique, organizado no gramado e com a serra catarinense como panorâmica. 097
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ONDE FICAR
ONDE COMER
Rio do Rastro Eco Resort
Mensageiro da Montanha
Vinhedos do Monte Agudo
Conta com três categorias de chalés projetados para uma estada confortável. Instalado no alto e debruçado sobre a Serra do Rio do Rastro, está totalmente harmonizado com a natureza do entorno.
Funciona como café diariamente, das 9h às 19h, e como restaurante, aos fins de semana, das 11h30 às 14h30. Trabalha com grãos orgânicos moídos na hora e possui cardápio variado de quitutes.
ROD. SC 390, KM 402, BOM JARDIM DA SERRA
MIRANTE SERRA DO RIO DO RASTRO, ROD. SC 390,
A vinícola prepara almoço e jantar com menu de três etapas – o destaque fica por conta do ossobuco com polenta. Também oferece degustações de vinho ao pôr do sol e piqueniques. É preciso agendar com antecedência.
KM 402, BOM JARDIM DA SERRA
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Hotel Fazenda Rota dos Cânions Possui acomodações com vista da paisagem campestre e oferece café da manhã e jantar. Entre as opções de lazer dentro da propriedade estão a cavalgada e o passeio de quadriciclo. ROD. SC 390, KM 395, BOM JARDIM DA SERRA
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Canto das Águas Café e Bistrô Aqui se pode tomar um ótimo café com rosca de coalhada, além de matar a fome com lanches típicos da gastronomia serrana. Também abre para o jantar.
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FAZENDA NOLY, ROD. SC 390, KM 389,
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Fazenda Santa Rita A proprietária, Dona Marcia, é uma cozinheira de mão cheia que prepara um farto café da manhã com delícias regionais. Apesar de distante dos cânions, há como agendar saídas de lá para explorar os atrativos locais. ROD. SC 390, KM 108, BOM JARDIM DA SERRA 49 9145 7533
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Um segredo
BEM GUARDADO
A 85 quilômetros de Orlando, o parque Bok Tower Gardens é um respiro em meio à agitada Flórida. Um espaço perfeito para esvaziar a mente e contemplar a natureza
FOTOS: MICHAEL POT THAST/DIV. (SINGING TOWER); CHAD BAUMER/DIV. (JARDIM)
Por BARBARA HECKLER
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empre na dianteira das listas de destinos internacionais preferidos dos brasileiros, Orlando guarda atrações ainda pouco exploradas pelos turistas – o que, cá entre nós, é uma excelente notícia para o viajante que quer ir além dos parques temáticos. É o caso do Bok Tower Gardens, um reduto de paz e tranquilidade na pequena cidade de Lake Wales. A uma distância confortável dos gritos das montanhas-russas rocambolescas e do mundo encantado das princesas da Disney – são 85km, vencidos em uma hora de carro –, esconde-se este que é um dos segredos mais bem guardados da Flórida Central. As extensas plantações de laranja no trajeto já anunciam que se trata de um refúgio em meio à agitação tradicional da região. Com área de 101 hectares – 20 estão abertos à visitação e outros cinco serão inaugurados em setembro –,
o parque tem um jardim impecável que conta com samambaias, palmeiras, carvalhos e pinheiros, além de flores como azaleias, camélias e magnólias. Como não poderia deixar de ser, a vida selvagem é rica: há tartarugas, cobras e pássaros de 126 espécies diferentes morando ali. A sua beleza, no entanto, não está apenas em sua natureza, mas também na sua história, que se confunde com a de seu fundador. O holandês Edward Bok (18631930) mudou-se para os Estados Unidos ainda criança. Era um jovem perspicaz e logo conseguiu trabalhar em diferentes lugares até alcançar, aos 21 anos, o posto de redator na The Brooklyn Magazine, revista que mais tarde se tornaria a Cosmopolitan. Estava marcado o início de uma carreira de sucesso no meio editorial. Bastaram cinco anos para ele assumir como editor da Ladies’ Home Journal e fazer dela uma das publicações mais influentes do país, além da primeira do mundo a atingir um milhão de assinaturas.
Na página anterior, a Singing Tower, marco principal do jardim. Nesta página, ao lado, a vegetação exuberante do parque
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M .B R
Mato Grosso do Sul
São Paulo
EUA
ORLANDO BOK TOWER GARDENS
ESPAÇO PARA A ARTE Além de seus atrativos permanentes, o Bok Tower Gardens recebe exposições temporárias, já incluídas no valor do ingresso. Até 14 de julho, a artista Patty Lovell expõe no Centro de Visitantes pinturas e fotografias que revelam o fascinante e colorido mundo dos peixes Koi – carpas ornamentais que surgiram por mutação genética espontânea das carpas comuns no Japão.
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Em 1919, o publisher aposentouse e lançou sua autobiografia, The Americanization of Edward Bok, premiada com o Pulitzer. Após décadas de êxito profissional, Bok resolveu, então, seguir a máxima de sua avó, que dizia: “faça um mundo um pouco melhor ou mais bonito, porque você vive nele”. Pensando nisso, transformou o grande terreno de Lake Wales – cidade em que costumava passar os invernos – em um imenso espaço para relaxar o corpo e a mente diante de um incrível pôr do sol. Para criar uma atmosfera contemplativa e informal ele chamou o famoso paisagista Frederick Law Olmsted Jr., que mesclou o colorido das flores com as
gigantescas árvores. E, como forma de homenagear sua terra natal, a Holanda, Bok levantou o que viria a ser o marco principal do jardim: uma torre para abrigar um carrilhão. Mais conhecido na região nórdica europeia, o instrumento é composto de um conjunto de sinos controlados por um teclado. Para instalar os 60 sinos de até 12 toneladas cada o arquiteto Milton Medary construiu uma edificação de 62 metros de altura, de calcário rochoso e mármores cinza e rosa, em estilos neogótico e art déco. Desde que o parque foi inaugurado, em 1929, até hoje, quem passa o dia apreciando a paisagem e observando o santuário de pássaros do Bok Tower Gardens escuta as badaladas harmoniosas, seja por meio de uma gravação, seja a partir de um instrumentista, ao vivo, vindas da Singing Tower (torre que canta, em tradução livre). Dificilmente alguém vai embora sem a sensação de que o corpo e a alma ficaram em paz, assim como seu idealizador já previa. BOK TOWER GARDENS, TOWER BOULEVARD, 1151, LAKE WALES, FLÓRIDA. DIARIAMENTE, DAS 8H ÀS 18H. ENTRE US$3 E US$12 1 863 676 1408
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Acima, a entrada do Bok Tower Gardens; e, ao lado, placa alerta para a presença de tartarugas no local
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*Fonte: ABF - Pesquisa Selo de ExcelĂŞncia
DEST INOS | E U F U I
Chapada Diamantina P E L A AT R I Z
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Terra encantada EM BUSCA DE LOCAIS QUE PROPORCIONEM CONTATO COM A NATUREZA, A ATRIZ YANNA LAVIGNE VISITOU RECENTEMENTE A CHAPADA DIAMANTINA, DESTINO BAIANO COM INCRÍVEIS CACHOEIRAS, GRUTAS E UMA ENERGIA CONTAGIANTE Em depoimento a LUIZA VIEIRA
Eu tinha acabado de grava r Ligações Perigosas (série da Globo que foi ao ar em janeiro deste ano) quando resolvi me recolher em um retiro hare krishna, na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. Fiquei tão fascinada com o cenário que decidi que não sossegaria enquanto não conhecesse todas as chapadas do Brasil. Então, planejando o réveillon de 2015, não hesitei. Escolhi como destino a Chapada Diamantina, na Bahia. A experiência foi mágica! Estava apenas com meu namorado e tivemos uma virada de ano bem diferente, sem festa, fogos, barulhos, champanhe e superstições. Porém, com uma encantadora natureza ao nosso redor. Eu já amo a Bahia por sua energia natural – minha mãe é de Ilhéus –, mas, ainda assim, me surpreendi com a vibe do lugar. Há uma vivacidade que paira no ar e contagia. Além disso, as atrações são incríveis. As belas cachoeiras, as ricas fauna e flora, as grutas, os passeios e a culinária regional, cheia de requinte. Um fato curioso da gastronomia local é que é comum se comer um tipo de cacto, a palma. Eles descascam e refogam a planta, dando origem a um prato muito gostoso chamado Cortado de Palma, em que o sabor e a textura lembram o palmito. Apenas um fato me deixou chateada durante minha visita. Na época a região passava por uma seca rigorosa e vi muitas queimadas tomando conta da vegetação. Mas fiquei feliz porque, poucos dias depois que retornei ao Rio de Janeiro, a dona do hotel de Lençóis, onde eu me hospedei, ligou contando que havia caído o maior pé-d’água por lá!
D ES T INOS | E U F U I
Confira as atrações da Chapada Diamantina sugeridas pela atriz Yanna Lavigne:
1 Fazenda Lapa Doce BA-122, KM 14, IRAQUARA
2 Morro do Pai Inácio BR-242, S/Nº, PALMEIRAS
3 Poço do Diabo BR-242, KM 22, LENÇÓIS
4 Marimbus BA-142, KM 149, LENÇÓIS
5 Igatu
O complexo, de fácil acesso, chama a atenção pela coloração avermelhada de sua água, abastecida pelo Rio Mucugezinho. Conta com cachoeiras incríveis, ideais para passar a tarde relaxando, além de tirolesa, rapel, trilhas e um delicioso restaurante.
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6 Cachoeira do Buracão EST. DO BURACÃO, S/Nº, IBICOARA
Para visitar este cartão-postal da Chapada Diamantina é preciso vencer uma trilha de 30 minutos de subida leve. Do alto de seus 1.120 metros de altitude se tem uma visão completa da região, agraciada por muitos outros morros. Os nativos indicam, e eu reforço: vá no fim de tarde para assistir ao pôr do sol!
Localizada na cidade de Iraquara, a 30km de Lençóis, tem como principal atrativo a Gruta Lapa Doce. De seus três salões, apenas um pode ser visitado, mas já é o suficiente para se observar estalactites e estalagmites surpreendentes, pinturas rupestres e piscinas que se formam no interior. E não se preocupe com o calor: o ambiente é tão fresquinho que até parecer ter ar-condicionado.
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Trata-se de uma planície inundada localizada entre as cidades de Lençóis e Andaraí, uma área de proteção ambiental. Apelidada de “minipantanal da Chapada”, possui pântanos e lagoas que podem ser explorados de canoa, o que também permite conhecer melhor a fauna e a flora locais. A atração está entre as minhas preferidas da região.
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ILUSTRAÇÃO: JOÃO L AURO FONTE
A Machu Picchu da Bahia (em menor escala, é claro) é uma vila histórica, com casario de pedra remanescente da época da mineração na região. Charmosa e mística – há várias lendas de tesouros enterrados por ali –, ela tem boa infraestrutura para receber os visitantes e pontos interessantes, como a Galeria Arte e Memória, que conta mais de seu passado, além de cachoeiras e trilhas.
Principal ponto turístico da cidade de Ibicoara, a 210km de Lençóis, a queda-d’água figura entre os atrativos mais procurados de toda a Chapada Diamantina. Depois de uma caminhada de uma hora chega-se a um cânion de três metros de largura, onde corre um rio de águas escuras. A partir desse ponto é preciso nadar (ou atravessar uma ponte de madeira) até o poço principal, para então desfrutar da cachoeira de 85 metros de altura.
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VIAJE PARA UM LUGAR DIFERENTE: A MENTE HUMANA.
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114 José Roberto Guimarães Um técnico em busca de seu quarto ouro olímpico no vôlei
122 Guil Blanche O paisagista por trás dos jardins verticais do Minhocão, em SP
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FOTOS: JULIA RODRIGUES (JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES); GUI GOMES (GUIL BL ANCHE)
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128 Rede Asta O projeto que capacita e valoriza o trabalho de pequenas artesãs
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Fórmula de
SUCESSO Técnico da Seleção Brasileira feminina de vôlei há 13 anos, José Roberto Guimarães prepara-se com muito estudo e o apoio da família para brigar pelo seu quarto título olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro Por MARIANA LAJOLO Fotos JULIA RODRIGUES
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ntes mesmo dos primeiros sinais do dia, José Roberto Guimarães já está de pé, pronto para treinar. A vida de atleta ficou para trás há muito tempo, mas o desafio que tem pela frente é tão desgastante quanto os que encarava em quadra. Depois de correr ou jogar tênis, senta-se à mesa para o café da manhã e liga o computador. Na tela, surgem notícias, dados e estatísticas de campeonatos do mundo inteiro e das principais seleções. São informações que o ajudam a montar um quebra-cabeça essencial para quem busca realizar um sonho. Em agosto, no Rio de Janeiro, ele estará novamente no comando da Seleção Brasileira feminina de vôlei. E o objetivo não é modesto: conquistar, aos 62 anos, o terceiro ouro consecutivo em Olimpíadas, o quarto de sua carreira. “Só consigo pensar nisso. Procuro notícias dos times, das nossas jogadoras, sobre quem jogou. Só viajo se for para ver vôlei, não consigo fazer de outro jeito”, diz. O que para alguns pode parecer exagero é a fórmula que tem funcionado desde o fim dos anos 1980, quando o ex-levantador, natural de Quintana – a 480km de São Paulo –, começou a atuar como treinador. Três títulos olímpicos confirmam a eficácia de seus métodos: foi um com a Seleção Brasileira masculina (1992, em Barcelona) e dois com a feminina (2008, em Pequim, e 2012, em Londres) . Além do vôlei, Zé Roberto, como é chamado, guarda espaço para apenas duas outras paixões: a família e os cavalos. Ele tem uma pequena criação de animais em um rancho em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, e também adora montar. Nos últimos meses, no entanto, está afastado da sela para se dedicar inteiramente aos treinos. Apenas os netos Felipe, 6 anos, e Gael, nascido em março, não perderam lugar na agenda do técnico. Casado com Alcione há mais de 35 anos, é pai de Anna Carolina e Maria Fernanda. Como sempre viajou muito, não conseguiu acompanhar tão de perto o crescimento das filhas. Mas com os meninos tem sido diferente. “Hoje saio para brincar com meu neto. São momentos em que me sinto mais vivo, mais relaxado, mais tranquilo”, afirma. 116 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
NAOS DNAOSND OASND OASOD ANSODN OASDNOANDO
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ZĂŠ Roberto em momento de folga antes dos Jogos OlĂmpicos do Rio de Janeiro
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UR REPE CULPA SEQUI BEARCIUM ET ULPARCHIT FUGIT VELITAM RE SITIBUST, VELICTAS DUCIUNT, CUS DOLORE PEREPUDA EXCERATUR
OS PRINCIPAIS MOMENTOS DA CARREIRA DE ZÉ ROBERTO 1967
1976
1988
1992
2003
2004
Começa a jogar vôlei profissionalmente no Randi, de Santo André
Disputa as Olimpíadas de Montreal como levantador
Torna-se assistentetécnico da Seleção Brasileira masculina
Conquista o primeiro ouro olímpico, contra a Holanda, em Barcelona
Assume o cargo de técnico da Seleção Brasileira feminina
O time termina as Olimpíadas de Atenas em quarto lugar
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O treinador faz questão de manter a família por perto sempre que possível. Alcione já foi a seis Jogos Olímpicos. A proximidade das três mulheres de sua vida, alías, o ajudou-o muito na transição do vôlei masculino para o feminino. Campeão com os homens em Barcelona, primeiro ouro olímpico brasileiro na modalidade, ele assumiu a atual função em 2003. “Elas me ajudam a observar o comportamento das jogadoras. A Alcione dá muitos toques, ela enxerga coisas que eu e a comissão técnica às vezes não vemos. As mulheres têm mais sensibilidade”, diz. Com o passar dos anos, Zé Roberto começou a entender melhor suas comandadas. No início, ele sonhava com o dia em que todas cortariam o cabelo
bem curtinho. Para ele, a distração com as madeixas e o risco de bater com o rabo de cavalo na rede eram desnecessários. Também se incomodava demais com a resistência de algumas em esculpir braços musculosos. Seu parâmetro físico eram as cubanas. Hoje, o treinador já consegue aceitar a vaidade das pupilas. “Você vai conhecendo mais o universo feminino e consegue entender que elas têm necessidades como mulheres e também podem ser cobradas como jogadoras.” Ser pai e avô ainda o ajuda a compreender a maternidade, já que algumas das atletas têm filhos e se dividem entre os treinos e os cuidados com os pequenos. “Endurecer sem perder a ternura” é uma das máximas que costuma repetir.
O técnico, no entanto, passou por dois momentos bastante delicados com a equipe feminina. Logo que assumiu a seleção, teve como desafio os Jogos de Atenas (2004). O Brasil, até então, possuía duas medalhas de bronze, em Atlanta (1996) e Sydney (2000). Na semifinal, o time desperdiçou cinco chances de fechar o jogo contra a Rússia e se classificar para uma decisão inédita. Acabou derrotado. “Carregamos por quatro anos o rótulo de ‘amarelonas’. Eu tinha vergonha de sair de casa e encarar as pessoas na rua. Foi difícil, mas foi um marco nas nossas vidas. Aprendemos com aquela derrota e, de certa forma, foi nosso combustível para conquistarmos o ouro, em 2008, em Pequim”, relembra.
2006
2007
2008
2010
2012
2014
Conquista o segundo lugar no Mundial após derrota para a Rússia
Perde para Cuba na final dos Jogos PanAmericanos, no Rio
Conquista o primeiro ouro olímpico feminino do vôlei, contra os EUA
Fica com a prata no Mundial, novamente diante das russas
Ganha o terceiro ouro olímpico, vencendo novamente os EUA
Leva a medalha de bronze no Mundial, ao bater a Itália
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O QUE ELAS DIZEM SOBRE ELE
Em sentido horário, a comemoração após a conquista do ouro olímpico de 2012; a mulher, as filhas e o neto assistindo a um jogo do Grand Prix de 2014; e Zé Roberto nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro em 2007
Fernanda Garay “Zé Roberto é muito exigente. Ele sabe que qualquer detalhe pode fazer a diferença. Trabalhar com ele faz com que a equipe esteja preparada para os momentos de maior dificuldade do jogo, o momento do 24 a 24, em que ninguém pode errar”
ZOOM Crendice excêntrica Zé Roberto tem diversas superstições. Em Londres, em 2012, desdobrou-se para conseguir passar a mão na corcunda de um voluntário dos Jogos, o que considera um sinal de sorte. Ele já havia feito o gesto em Barcelona (1992), quando encontrou um garçom corcunda
Bola em campo Dani Lins L E VA N TA D O R A
“Com o tempo ele passou a conhecer o mundo feminino e aprendeu como lidar com as mulheres. Temos uma afinidade muito boa. Ele é muito tranquilo, além de perfeccionista. Sempre busca o nosso melhor”
Fabiana MEIO DE REDE
“Estou com o Zé Roberto nessa parceria faz tempo. Ele me levou para a seleção aos 19 anos, em 2004, para a minha primeira Olimpíada. Ele tem clareza nos ensinamentos e é muito paciente e perfeccionista” 120 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
Defender o título olímpico, em 2012, foi outra tarefa árdua. A equipe não chegou bem aos Jogos de Londres e quase acabou eliminada antes mesmo de se classificar para a fase de disputa de medalhas. Mas conseguiu colocar a cabeça no lugar e se recuperar em tempo de conquistar o bicampeonato. Agora, o desafio é no Brasil. “Não tenho dúvidas de que esse time tem chance de brigar contra qualquer um do mundo. Mas temos de nos preparar para reagir aos desafios que se colocam: jogar em casa, lidar com um assédio maior da mídia, ter família e amigos por perto. Tenho repetido para elas que são só duas semanas em que devemos nos blindar e manter a concentração.” Seja qual for o resultado das Olimpíadas, o técnico tem uma certeza: quer continuar a treinar equipes de vôlei. Outro projeto é criar uma fundação. Ele já tem o local para abrigá-la e o primeiro objetivo é criar uma escolinha de tênis para crianças, uma das muitas modalidades que pretende oferecer. São vários os planos e desafios. Assim que os Jogos do Rio terminarem – se tudo der certo, com mais um ouro no vôlei feminino –, Zé Roberto estará preparado para todos eles.
Antes de começar a praticar vôlei, sonhava em ser jogador de futebol. No fim dos anos 1990, chegou a ser gerente da HMTF (Hicks, Muse, Tate & Furst Incorporated), empresa parceira do Corinthians e do Cruzeiro. Mas ele torce para o São Paulo
Intercâmbios Após a derrota do Brasil na semifinal dos Jogos de Atenas (2004), o técnico investiu no estudo das jogadoras rivais. Para isso foi trabalhar fora do País. Treinou o Scavolini Pesaro (que hoje se chama Robursport Volley Pesaro), da Itália, e o Fenerbahce, da Turquia
Fanatismo Apaixonado por cavalos, Zé Roberto vibrou quando um dos animais que foi de sua propriedade se classificou para os Jogos de Pequim (2008). Oceano do Top foi montado por Leandro Silva na disputa de adestramento e ficou em 43º lugar
FOTOS: MAURÍCIO K AYE/CBV/DIV. (OLIMPÍADAS DE LONDRES); ALEX ANDRE ARRUDA /DIV. (GRAND PRIX); SILVIO ÁVIL A /CBV/DIV. (PAN-AMERICANOS)
PONTEIRA
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O menino do DEDO VERDE
Um dos símbolos da degradação do centro de São Paulo, o Minhocão entrou na mira do jovem Guil Blanche em 2013. Com uma boa ideia na cabeça e força de vontade, o paisagista já instalou seis jardins verticais que contribuem na filtragem da poluição do ar e melhoram – e muito – a panorâmica da via Por MARINA AZAREDO Fotos GUI GOMES
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nde antes havia concreto, poluição e barulho, agora há concreto, poluição, barulho... e enormes áreas verticais verdes. Símbolo máximo da urbanização desenfreada e pouco planejada da capital paulista, o Elevado Costa e Silva, ou Minhocão, vem ganhando cara nova nos últimos meses. Tudo graças a um movimento que viu ali a oportunidade de criar grandes jardins que somam oito mil metros quadrados, mais que um campo de futebol. A diferença dos parques tradicionais está simplesmente na posição dos gramados: eles são instalados em paredes de prédios construídos ao longo da via. O responsável pelo chamado “corredor verde do Minhocão” é o Movimento 90o, uma iniciativa capitaneada por um jovem paisagista de apenas 26 anos. Natural de Goiânia, considerada a capital mais arborizada do Brasil, Guil Blanche – de origem hebraica, seu nome significa alegria – mudou-se para São Paulo aos 18 anos para estudar arquitetura na conceituada Escola da Cidade, na Vila Buarque, região central da metrópole. 123
De uma tradicional família judaica, a escolha óbvia para fixar moradia foi o bairro vizinho Higienópolis, enclave da classe média alta paulistana. Nas caminhadas diárias da casa para a faculdade, sentia o que ele chama de desconforto pela ausência de vegetação. “A região do Minhocão tem 1,5 metro quadrado de área verde por habitante, o que é quase dez vezes menos do que o mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde”, lamenta. Com o futuro do Minhocão em debate – entre as propostas está a demolição do viaduto de 3,4km e a sua transformação em parque, a exemplo do invejado High Line, em Nova York –, Guil pensou em uma alternativa que pudesse ser implantada em curto prazo. E então, em 2013, inspirado em um projeto para cobrir as paredes de Paris do botânico Patrick Blanc, publicou um manifesto em que explicava como jardins verticais poderiam ajudar a sanar a deficiência de área verde em São Paulo. 124 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
Sua ideia era instalá-los nas empenas cegas, paredes dos edifícios sem janelas – feitas assim porque uma lei que vigorou até a década de 60 exigia que os prédios fossem erguidos um ao lado do outro, sem recuo. Por isso o centro da cidade, com construções mais antigas, é um prato cheio para o projeto de Guil. Mas, com o manifesto colocado no mundo, o jovem paisagista percebeu que falar sobre a causa não era o suficiente. “Apesar de os jardins terem uma estrutura simples, com placas modulares para instalar as espécies e um sistema de irrigação automático, não havia ninguém que executasse a ideia. Acabamos percebendo que teríamos de colocar a mão na massa”, lembra. O movimento, então, trabalhou para que a Prefeitura aprovasse um decreto que considera os gramados verticais ferramentas de compensação ambiental e, um ano após a publicação do manifesto, foi inaugurado o primeiro jardim, um projeto piloto bancado por uma marca
Acima, Guil Blanche no Minhocão, em frente ao Edifício Huds. Na página ao lado, acima, detalhes da vegetação do Edifício Santa Filomena; no centro, jardins do Edifício Santa Cruz; e, embaixo, a panorâmica do Santa Cruz
FOTOS: LUIZ EGIDIO/DIV. (DETALHE DA VEGETAÇÃO DO EDIFÍCIO FILOMENA); DIVULGAÇÃO (JARDIM DO EDIFÍCIO SANTA CRUZ)
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NA CALCULADORA Cada metro quadrado de um jardim vertical custa R$891:
MANUTENÇÃO (CUSTO POR SEIS MESES) 5%
EQUIPE MOVIMENTO 90O 20,2%
OBRA CIVIL 19,9%
MÓDULOS 15,3%
LUCRO 6,2%
IRRIGAÇÃO 10%
PLANTIO 11,8%
IMPOSTOS 11%
de vodka que já foi desmontado. Apesar da exigência da empresa de que o parque durasse apenas um ano, ele serviu para provar que a iniciativa era viável. Mapeadas todas as empenas cegas do Minhocão – são mais de 100 –, Guil e os integrantes do Movimento 90 O passaram a trabalhar para convencer os moradores de que a instalação do jardim é benéfica para eles, e não apenas para quem passa pelo Elevado. O painel contribui na filtragem da poluição do ar e para o conforto térmico, além de auxiliar no controle da umidade e representar uma significativa barreira acústica, condição importante para uma via que recebe 80 mil carros diariamente. Hoje há seis jardins verticais implantados ali, todos bancados por empresas privadas, a um custo de R$891 por metro quadrado. O plano é chegar a pelo menos dez nos próximos meses. Com paletas vegetais diferentes para cada posição solar, os jardins também são obras de arte. O do edifício Santa Filomena, por exemplo, finalizado em abril, foi projetado pelo artista plástico brasileiro de origem suíça Pedro Wirz, com plantas como coraçãomagoado, lutiela e liríope. “Eu e o Guil temos um amor particular por tradições e histórias brasileiras. Quando eu falei que queria fazer uma carranca para ‘vigiar’ e ‘proteger’ o Minhocão, não 125
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O CORREDOR VERDE 1 Ed. Mackenzie 2 Ed. Minerva 3 Ed. Santa Filomena 4 Ed. Santa Cruz 5 Ed. Huds 6 Ed. Santos
Minhocão São Paulo (SP)
ZOOM Origens
Acima, a carranca verde do Edifício Santa Filomena; e, ao lado, Guil trabalhando em um dos jardins do Minhocão
Assim como o menino que dá título a este texto, clássico da literatura infantil de autoria do francês Maurice Druon, Guil Blanche teve dificuldades de se adaptar ao ensino tradicional. Foi expulso de oito escolas por indisciplina. Terminado o Ensino Médio, passou uma temporada em Israel, período decisivo para sua escolha profissional. “Fui fazer uma residência artística. Estudei balé clássico, vídeo, fotografia e percussão árabe. Mudou a minha vida”
Crescimento
tivemos nem um segundo de discussão. Ele entendeu e logo aceitou! Não vejo a hora de voltar ao Brasil em setembro e visitar o jardim”, diz ele, que atualmente vive em Roma. Com 50 metros de altura, o paredão verde chama a atenção de quem passa por ali de carro ou a pé – nos fins de semana e à noite o Elevado fica fechado para veículos e é utilizado por quem quer se exercitar ou passear. O resultado é tão impressionante que ganhou as redes sociais assim que ficou pronto. Muitas das pessoas que ali estiveram fizeram questão de postar fotos do desenho da enorme carranca, figura usada na proa das embarcações que na126 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
vegavam no Rio São Francisco, como forma de protegê-las. Ainda trabalhando no corredor do Minhocão, o paisagista já tem ideias para outras regiões da cidade, como a Rua Augusta, a Rua da Consolação e Avenida Brigadeiro Luís Antônio. “O Minhocão é a área mais icônica de degradação pela presença do equipamento público, mas há outras com muitas empenas cegas que renderiam corredores incríveis”, afirma Guil, lembrando que um jardim pode diminuir em 20% a quantidade de poluição do entorno. Se depender do Movimento 90O, São Paulo será uma cidade com cada vez menos concreto, poluição e barulho.
Após começar como um manifesto, o Movimento 90º tem hoje 13 funcionários. O regime de trabalho segue a cartilha das empresas moderninhas: há uma reunião semanal e no resto do tempo os profissionais podem trabalhar como e onde quiserem, sem regras rígidas. O escritório fica no bairro Sumaré, Zona Oeste paulistana
Habitué Atualmente morador dos Jardins, Guil continua frequentando o entorno do Minhocão. “Santa Cecília e Higienópolis são meus bairros do coração”, diz. Entre seus endereços preferidos na região estão o Café Beluga, a Galeria Pivô e o restaurante La Central. “São lugares que estão trazendo uma dinâmica nova para a cidade”
ras e 6 a 12 ho d o ã ç a a d Início stão após a inge
BISALAX® (bisacodil) Indicado nos casos de prisão de ventre. MS 1.0497.1168. Ref.1. Bula do Produto. www.uniaoquimica.com.br. SAC 0800 11 15 59. Abr/2016.
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EM FOCO | M A D E I N B R A Z I L
Mulheres superpoderosas 128 A Z U L M A G A Z I N E | 0 6 . 2 0 1 6
ARTESÃS DE COMUNIDADES CARENTES DO PAÍS ENCONTRARAM SEU ESPAÇO NO MERCADO GRAÇAS À REDE ASTA, NEGÓCIO SOCIAL QUE HÁ 11 ANOS PROMOVE A CAPACITAÇÃO E A VALORIZAÇÃO DO TRABALHO FEMININO Por VITÓRIA BATISTOTI Fotos HAROLDO SABOIA
Na página anterior, Alice Freitas, idealizadora da Rede Asta. Nesta página, ao lado, Divino Espírito Santo feito de bagaço de cana-de-açúcar; e, à direita, mochila fabricada a partir do reaproveitamento de tecidos e banners
As garrafas pet viram bolsas; os retalhos, almofadas coloridas. Já o jornal velho é transformado em criativos porta-retratos e barbantes curiosamente “organizados”, em luminárias. Até o bagaço da cana-de-açúcar tem utilidade: manipulado de maneira correta, torna-se um belo Divino Espírito Santo. Tão variados quanto suas matériasprimas – todas calcadas no princípio da sustentabilidade –, os produtos da Rede Asta são resultado do trabalho manual de artesãs de comunidades de dez estados brasileiros. Mulheres que, antes sem espaço no mercado, encontraram na iniciativa o caminho ideal para rentabilizar seu talento. Com o lema “inclusivo para quem faz, exclusivo para quem compra”, o negócio, que visa à inserção econômica feminina por meio da venda direta de artesanatos, foi fundado em 2005 como a concretização da ideia visionária da friburguense Alice Freitas. No auge de seus vinte e poucos anos, ela havia largado o emprego em uma multinacional e deixado de lado as faculdades de direito e de relações internacionais para passar quatro meses entre Tailândia, Índia, Bangladesh e Vietnã catalogando iniciativas sociais. De volta ao Brasil, a bagagem repleta de experiências guiou seus passos em direção ao terceiro setor. “Depois que eu vi o mundo e percebi a nossa insignificância, não era mais coerente gastar tempo me capacitando, investindo em algo que só fazia sentido para mim. Seria egoísmo”, explica.
R$
2,2milhões
foi o faturamento da Rede Asta em 2015
95%
foi o índice de crescimento da empresa em 2015 em relação ao ano anterior
974
artesãs, de dez estados do Brasil, fazem parte da iniciativa
A guinada inicial nos projetos sociais deu-se na companhia da amiga Rachel Schettino, que também havia se demitido há pouco tempo do cargo de gerente de vendas de uma empresa. Juntas elas capacitaram 30 mulheres dentro de uma cooperativa de catadores de recicláveis, no bairro Campo Grande, no Rio de Janeiro, a produzirem jogos americanos a partir de jornal. Ao final, a dupla comprou todos os produtos e os revendeu. Assim foi plantada a sementinha da Rede Asta. Hoje com onze anos de estrada, o projeto já capacitou quase mil artesãs. Organizadas em grupos – devem somar ao menos três integrantes para fazer parte da rede –, elas têm orientações de designers, oficinas de criação, treinamento para aprender a rentabilizar
seus itens e serem produtivas. Ou seja, o exercício da autoestima é também um foco. A escolha por comunidades de baixa renda justifica-se pelo intuito de contribuir com a diminuição da desigualdade e com a valorização do trabalho feminino. Segundo o Banco Mundial, as mulheres destinam à família 90% de sua renda. No caso dos homens, o percentual é menor que 30%. “Quando se investe na mulher, investe-se também nos seus filhos”, analisa Alice. No início, os artesanatos da Rede Asta eram comercializados no atacado e no varejo, em duas lojas instaladas no Rio. Desde 2012 ela conta ainda com um e-commerce. Porém, é na relação com o mercado corporativo que encontra sua maior fonte de receita, tanto na venda de itens feitos a partir de resíduos da própria empresa quanto no comércio de produtos do catálogo que são distribuídos como brindes. Comprar um item da marca é levar para casa algo que tem história: sabe-se quem o fabricou e, no site, é possível conhecer mais do grupo de artesãs e de sua comunidade. “Queremos contar para as pessoas quem fez os produtos e onde vivem. Também jogamos questionamentos como: Que resíduo ele tira da natureza? Que impacto gera?”, enumera Alice, que, não por acaso, inspirou-se na deusa grega Astrea, defensora da igualdade e da sabedoria, para chegar ao nome do seu negócio social.
redeasta.com.br 129
132 Novidades Azul se destaca no transporte aéreo de órgãos para transplante
135 Curtas Cardápios feitos sob medida para atender a diferentes dietas
141 Mapa de Rotas
FOTO: DIVULGAÇÃO A ZUL
azuis
Os destinos da companhia e das empresas parceiras
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A ZUIS | N O V I D A D E S
Ação em prol da saúde dos brasileiros
FOTO: DIVULGAÇÃO A ZUL
EM 2015 A AZUL FOI A COMPANHIA AÉREA QUE MAIS TRANSPORTOU ÓRGÃOS PARA TRANSPLANTE NO PAÍS
A Azul foi a empresa aérea campeã em transporte de órgãos no Brasil em 2015, de acordo com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Um terço dos 3.636 órgãos e tecidos que percorreram o País pelos ares no ano passado foram levados pela companhia, o que equivale a cerca de três deslocamentos do tipo por dia. E, neste ano, o esforço continua. Apenas entre janeiro e março, a empresa já transportou 250 órgãos e tecidos. “A atuação da Azul nessa parceria
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inspira nossos Tripulantes, traz mais significado ao nosso trabalho diário e nos ajuda a cumprir nosso papel com a sociedade. É uma grande satisfação poder ajudar pacientes que precisam de um transplante”, afirma Antonoaldo Neves, presidente da companhia. “Por conta de nossa extensa malha aérea e melhor índice de pontualidade do País, podemos levar cada vez mais órgãos de maneira ágil e segura”, completa. Os deslocamentos são feitos gratuitamente e a empresa ainda disponi-
biliza assentos nos voos para as equipes médicas quando necessário, por meio do Acordo de Cooperação Técnica entre o SNT, as companhias, o Comando da Aeronáutica e a Secretaria de Aviação Civil. Nos últimos dois anos, as companhias e a Força Aérea Brasileira (FAB) aumentaram em 60% o número de partes do corpo levadas por aeronaves. Já os transplantes cresceram 3,2% neste período e, nos últimos dez anos, saltaram 81%.
Tecnologia a serviço da segurança EQUIPADOS COM TABLETS, TÉCNICOS DE MANUTENÇÃO DA COMPANHIA PODEM ACESSAR MANUAIS, STATUS DA AERONAVE E OUTRAS INFORMAÇÕES SEM TER DE SE DESLOCAR
precise ‘sair de baixo da asa do avião’. A iniciativa é um rompimento de paradigma na distribuição de dados essenciais ao trabalho de manutenção”, explica Flávio Costa, vice-presidente técnico-operacional da companhia. A prática é resultado da parceria entre as áreas de manutenção, que seleciona os manuais a serem acessados, e de tecnologia da informação, responsável pelo upload de informações nos dispositivos. Eles ajudam, sobretudo, na obtenção de dados sobre o status da aeronave, o que permite reduzir o tempo de análise das condições para o início das operações. A ação envolve
todos os modelos da frota da companhia – Embraer, ATR e Airbus. “Inovação está em nosso DNA e faz parte da nossa cultura. Essa novidade trará ainda mais eficiência ao processo de manutenção e ao trabalho dos AzulTecs, como são chamados os técnicos de manutenção da empresa, colaborando também no reforço de nosso principal valor: a segurança”, completa Costa. A expectativa é a mplia r o uso dos tablets para as demais bases da Azul, como Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte (Confins), assim que o projeto estiver consolidado.
FOTO: JACKSON DE LIMA /DIV.
Sempre atenta a ferramentas que buscam agilizar processos e facilitar a comunicação interna, a Azul inova ao equipar com tablets os seus colaboradores. A novidade, em fase piloto, já faz parte do cotidiano dos profissionais de manutenção que atuam no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e é pioneira no Brasil. O uso dos equipamentos permite aos técnicos uma resposta imediata para qualquer ocorrência relacionada à aeronave, sem a necessidade, por exemplo, de deslocamentos para buscar manuais físicos. “Com os tablets disponibilizamos informações sem que o profissional
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AZU I S | C U R T A S
Universo Azul DESCUBRA AQUI NOVIDADES E PROMOÇÕES DA EMPRESA PARA FACILITAR SUA VIAGEM
Reforços na rota Brasil-Portugal No dia 22 deste mês, a Azul dá início aos voos entre São Paulo/Campinas e Lisboa (foto) com três frequências semanais. Apenas duas semanas mais tarde, a partir de 7 de julho, a companhia vai ampliar a oferta adicionando outros dois voos, totalizando cinco por semana. “Estamos muito felizes com o resultado do lançamento da rota. A demanda superou nossas expectativas e decidimos antecipar o pedido de mais duas frequências para atender ao mercado de forma satisfatória. Este é mais um exemplo do contínuo investimento da empresa no mercado internacional”, comenta Antonoaldo Neves, presidente da Azul. As passagens para a capital portuguesa já estão disponíveis no site e nos outros canais de venda da companhia.
Sempre conectados A Azul apresenta mais uma novidade aos seus Clientes. Agora, nos jatos Embraer 190 e 195, é permitido usar dispositivos eletrônicos portáteis no modo avião em todas as fases do voo – táxi, decolagem, cruzeiro, pouso e táxi. Neste último já é possível, inclusive, efetuar chamadas. “Fizemos diversos estudos para poder proporcionar este benefício, sempre mantendo nossos rigorosos padrões de segurança”, explica Flavio Costa, vice-presidente técnico-operacional da Azul. Vale ressaltar que, em caso de pouso ou decolagem sob condições de baixa visibilidade, poderá ser solicitado que os aparelhos sejam desligados.
FOTOS: CHEMA LL ANOS (LISBOA); DIVULGAÇÃO A ZUL
Sabores especiais Para oferecer maior comodidade aos Clientes dos voos internacionais, a Azul dispõe de cardápios feitos sob medida para atender a diferentes dietas. Há refeições preparadas para bebês, crianças, diabéticos, vegetarianos, pessoas com restrição a glúten, lactose ou sódio, além de opções feitas com alimentos Kosher (sob os preceitos da tradição judaica) e Halal (segundo as regras islâmicas). O menu especial é gratuito e deve ser solicitado com pelo menos 48 horas de antecedência da viagem por meio da Central de Atendimento ao Cliente. Este serviço está disponível nos voos que partem de São Paulo/Campinas com destino a Orlando, Miami/Fort Lauderdale e Lisboa. 135
A ZUIS | L I N H A S D E Ô N I B U S
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FOTO: DIVULGAÇÃO A ZUL
A Azul oferece ônibus executivos gratuitos, com Wi-Fi e ar-condicionado, em lugares estratégicos no Estado de São Paulo. Entre a capital paulista e o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, a companhia opera linhas de 30 em 30 minutos. Para utilizar o serviço apresente seu cartão de embarque ou seu itinerário 15 minutos antes da partida do ônibus.
SÃO PAULO Campinas (Viracopos) Terminal Barra Funda (São Paulo-SP)
Shopping Tamboré (Alphaville) Shopping Eldorado (São Paulo-SP)
Sorocaba
Aeroporto de Congonhas (São Paulo-SP)
Aeroporto de Congonhas > Aeroporto de Viracopos > Aeroporto de Congonhas segunda a sexta
sábados
domingos
Congonhas > Viracopos
Viracopos > Congonhas
Congonhas > Viracopos
Viracopos > Congonhas
Congonhas > Viracopos
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Experiência Bagagem
Azul
NESTA SEÇÃO, REUNIMOS ALGUMAS DICAS IMPORTANTES PARA TORNAR SUA VIAGEM SEGURA, TRANQUILA E CONFORTÁVEL
Na hora de preparar sua mala, lembre-se: o limite total para bagagem despachada é de 23kg. A de mão deve pesar até 5kg e não pode conter objetos cortantes e inflamáveis.
TudoAzul Para garantir pontos no programa de vantagens informe sempre seu CPF em suas reservas ou na hora do check-in. Se você ainda não é Cliente TudoAzul, cadastre-se e ganhe 1.000 pontos de boas-vindas. VOEAZUL.COM.BR/TUDOAZUL/AZUL-MAGAZINE
Aeroporto A Azul recomenda que você chegue ao aeroporto pelo menos uma hora antes de seu embarque, no caso de voos nacionais. E duas horas antes, em viagens aos EUA.
Bem-Estar
Ônibus Azul
- Faça uma alimentação leve e hidrate-se bem antes de embarcar - Prefira viajar com roupas confortáveis - Caso se sinta mal durante o voo, se necessário, utilize o saquinho disponível no bolsão à sua frente - Se sentir um desconforto nos ouvidos devido à mudança de altitude, tampe o nariz e engula saliva algumas vezes.
Serviços de ônibus para o aeroporto estão disponíveis em São Paulo e Santa Catarina. Não é necessário fazer reserva. Apenas apresente seu cartão de embarque. Confira a tabela de horários em nossos canais de atendimento e no site.
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Documentos Sempre que viajar com a Azul, tenha em mãos um documento de identificação em bom estado e com foto. Apresente-o no balcão de check-in e no portão de embarque.
Dicas para o
check-in A AZUL OFERECE CINCO MANEIRAS DIFERENTES PARA REALIZAR O SEU CHECK-IN*. ESCOLHA A QUE MELHOR SE ADAPTA ÀS SUAS NECESSIDADES
Totem check-in Para os Clientes que preferem o método tradicional de check-in, a Azul disponibiliza totens de autoatendimento nos aeroportos.
SMS check-in
Web check-in
Basta enviar um SMS para o número 26990 com o localizador do voo ou o CPF do passageiro. Ao final do processo, o Cliente recebe um SMS com o link para o acesso ao cartão de embarque.
No site da Azul é possível fazer o check-in de forma rápida e simples a partir de 48 horas antes de seu embarque. Perfeito para quem tem fácil acesso a computadores e quer economizar tempo.
App check-in Com o aplicativo da Azul, disponível gratuitamente para os sistemas iOS e Android, o bilhete fica guardado no passbook do smartphone e é possível embarcar mostrando apenas a tela do aparelho.
Fast check-in Para utilizar esta opção é preciso apenas digitar o endereço FC.VOEAZUL.COM.BR no navegador do celular e inserir uma das quatro alternativas de informação: número do localizador, RG, CPF ou número do Tudo Azul.
Clientes com conexão para voos da United Airlines em Guarulhos devem dirigir-se diretamente ao Terminal 3. Não há necessidade de refazer o check-in nem despachar novamente as bagagens
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Nossos destinos
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PA N O R Â M I C A Caio Cezar
Jogo de contrastes Foi a disparidade da vibração do amarelo com o breu do preto que induziu Caio Cezar a registrar esta cena, em 2009, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Paulistano radicado em Florianópolis, o fotógrafo conta que só depois do clique percebeu algumas correspondências entre a bailarina ilustrada no painel e o homem que ali caminhava. Detalhes que deixam a imagem ainda mais especial. “Primeiro vi que o movimento das pernas deles é meio geométrico. Depois notei certa oposição entre suas posturas: ela, com uma linguagem corporal alegre; ele, mais melancólico, com a cabeça baixa”, analisa.
Finger. 38 anos de experiência naquilo que mais importa: encantar você.
A Finger Móveis Planejados reúne o melhor do design europeu e da precisão alemã para criar ambientes únicos e cheios de personalidade. E faz isso há 38 anos, com tecnologia de última geração, fábrica moderna e uma rede de lojas que cresce cada vez mais.
f i n g e r. i n d . b r
MKT / Freeway
Leve a vida
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