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TREINAMENTO CORPORATIVO
por sergio chaia
O TEMPO É O SENHOR DA GESTÃO
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Acara era de espanto, preocupação e frustração. Aquele CEO, que se considerava sinônimo de produtividade, não podia entender os resultados que entregava. Como coach, pedi que registrasse por uma semana cada atividade de seus dias. Desde levar o filho à escola, as várias reuniões de trabalho, os telefonemas que atendia e as leituras de mensagem de Whatsapp, a angustia atual dos CEOs.
Foi pensando em ajudá-lo que mergulhei sobre temas como gerenciamento de energia vital, produtividade exponencial e foco. A questão não é trabalhar demais, mas como alocar bem a energia. Ou seja, como encontrar a melhor maneira de combinar atividades e definir prioridades. Cheguei a algumas conclusões:
1. Dedicamos muito tempo no gasto de energia, mas não na geração dela. Exercícios físicos e alimentação balanceada são exemplos de atividades geradoras, assim como as coisas que dão prazer: encontros com amigos, viagens, meditação, ações de voluntariado em causas seletivas.
2. É importante fazer pequenas pausas entre reuniões para instituir um respiro necessário. Esses momentos de descompressão ajudam a entrar na próxima atividade mais afiado. Escutar música ou telefonar para os familiares são minibreaks produtivos.
3. Multitask atrapalha: aquela história – ou histeria – de fazer tudo ao mesmo tempo tira produtividade. Vários estudos comprovam que multitarefa rouba energia, é quase como passar uma noite sem dormir. Como você não resolve nada com profundidade, é bem provável que tenha que voltar ao tema outras vezes.
4. Encontrar o tempo certo das coisas é fundamental. O autor Daniel Pink fala sobre isso em seu novo livro, Quando - Os Segredos Científicos do Timing Perfeito. Descubra as melhores horas do seu dia para realizar as tarefas certas. A produtividade agradece.
5. Gastamos tempo demasiado no que não importa. Cal Newport, professor de ciência da computação da Georgetown University, traduz isso como ninguém com os conceitos de deep work e shallow work. Segundo ele, o primeiro engloba as atividades nas quais se performa sem distração, levando a capacidade cognitiva ao limite. O shallow work está no âmbito das funções corriqueiras, que tomam tempo e exigem pouco raciocínio qualificado, como responder e-mails e atualizar o feed do Instagram. Para Newport, uma pessoa otimizaria sua performance se dedicasse pelo menos 50% de seu tempo ao deep work
É comum reclamarmos da falta de tempo, mas ele existe. Com disciplina e técnica podemos dedicar nosso melhor no que realmente importa. E quando isso acontece, a chance de melhores resultados aumentam consideravelmente. E isso nas várias dimensões da vida. n
Sergio Chaia é coach de CEOs e atletas de alto rendimento e faz mentoria na Endeavor. Ex-CEO da Nextel e da Sodexo, é autor do livro Será que É Possível? (ed. Integrare)