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OUTROS TÍTULOS DE INTERESSE Bizu de Nutrição 3.000 Questões para Concursos, 2a ed. Clever Jucene dos Santos Junior Manual de Segurança Alimentar Débora Lopes Souto Eliane Lopes Rosado Contagem de Carboidratos no Diabetes Melito – Abordagem Teória e Prática Francisco Juarez Karkow Tratado de Metabolismo Humano Larissa Calixto-Lima / Valéria Abrahão / Gisele Resque Vieira Auad / Simone Côrtes Coelho / Maria Cristina Gonzalez / Rodrigo Luis da Silveira Silva Manual Prático de Nutrição Parenteral Lubos Sobotka (ESPEN) Bases da Nutrição Clínica, 3a ed. Manuela Pacheco Tabela de Composição Química dos Alimentos e Medidas Caseiras – Guia de Bolso
Manuela Pacheco Tabela de Equivalentes, Medidas Caseiras e Composição Química dos Alimentos Marcela Knibel / Dora Cardoso Assis Nutrição Contemporânea – Saúde com Sabor Márcia Regina Vitolo Nutrição – da Gestação ao Envelhecimento Nelzir Trindade Reis Nutrição Clínica – Interações Nelzir Trindade Reis Nutrição Clínica – Sistema Digestório Nelzir Trindade Reis / Cláudia Cople Rodrigues Nutrição Clínica – Alcoolismo Neuza Maria Brunoro Costa / Carla de Oliveira Barbosa Rosa Alimentos Funcionais – Componentes Bioativos e Efeitos Fisiológicos
Saiba mais sobre estes e outros títulos em nosso site: www.rubio.com.br
A editora e os autores deste livro não mediram esforços para assegurar dados corretos e informações precisas. Entretanto, por ser a nutrição e a medicina duas ciências em permanente evolução, recomendamos aos nossos leitores recorrer à bula dos medicamentos e a outras fontes fidedignas, bem como avaliar cuidadosamente as recomendações contidas no livro em relação às condições clínicas de cada paciente.
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Organizadoras
Silvia Eloiza Priore Nutricionista. Mestre em Nutrição e Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo –Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM). Professora do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Coordenadora do Programa de Atenção à Saúde do Adolescente (PROASA).
Renata Maria Souza Oliveira Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG.
Eliane Rodrigues de Faria Nutricionista. Mestre e Doutoranda em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.
Sylvia do Carmo Castro Franceschini Nutricionista. Mestre em Nutrição e Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP – EPM). Professora do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.
Patrícia Feliciano Pereira Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.
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Nutrição e Saúde na Adolescência Copyright © 2010 Editora Rubio Ltda. ISBN 978-85-7771-067-6 Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em partes, sem a autorização por escrito da Editora. Produção e capa Equipe Rubio Editoração Eletrônica EDEL
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Nutrição e saúde na adolescência / [organizadoras] Silvia Eloiza Priore, Renata Maria Souza Oliveira, Eliane Rodrigues de Faria, Sylvia do Carmo Castro Franceschini, Patrícia Feliciano Pereira. – Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2010. Vários colaboradores. Inclui bibliografia ISBN 978-85-7771-067-6 1. Adolescência – nutrição e saúde. I. Priore, Silvia Eloiza. II. Oliveira, Renata Maria Souza. III. Faria, Eliane Rodrigues de. IV. Franceschini, Sylvia do Carmo Castro. V. Pereira, Patrícia Feliciano. VI. Título. CDD 612.3
Editora Rubio Ltda. Av. Churchill, 97 sala 203 – Castelo 20020-050 – Rio de Janeiro – RJ Telefax: 55(21) 2262-3779 – 2262-1783 E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil
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Colaboradores
Alex Pinheiro Simiqueli de Faria Médico. Residência Médica em Infectologia pelo Hospital Couto Maia – Salvador, BA.
Bruna Bronhara Nutricionista pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), MG.
Alexandre Azevedo Novello Farmacêutico. Habilitação em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Toxicologia pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP – FIOCRUZ), RJ. Mestrando em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Bioquímico Responsável do Laboratório da Divisão de Saúde da UFV, MG.
Bruno Gonzaga Teodoro Educador Físico. Especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Desportivo pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), RJ. Mestrando em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV)/Universidade Federal de Juiz do Fora (UFJF), MG.
Aline Maria da Silva Sampaio Novello Médica. Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Endocrinologista da Prefeitura Municipal de Ponte Nova, MG. Alynne Christian Ribeiro Andaki Educadora Física. Especialista em Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestranda em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Ana Cristina Rocha Espeschit Nutricionista. Mestranda em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Antônio José Natali Educador Físico. Especialista em Treinamento Esportivo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Doutor em Fisiologia pela University of Leeds – Inglaterra. PhD pela University of Leeds – Inglaterra. Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Bianka Caliman Salvador Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.
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Carlos Garçon de Faria Médico. Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Membro da Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Carlos Jaime Simiqueli de Faria Médico. Otorrinolaringologista do Hospital Santo Antônio (Obras Sociais Irmã Dulce) – Salvador, BA. Cristiana Araújo Gontijo Nutricionista pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Daniela Alves Silva Nutricionista pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Daniela da Silva Rocha Nutricionista. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Denise Félix Quintão Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Edmar Lacerda Mendes Educador Físico. Mestre em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Doutorando em Biologia Celular e Estrutural pela UFV, MG. Professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), MG.
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Evelyn Eisenstein Médica. Mestre em Endocrinologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutora em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professora da Faculdade de Ciências Médicas – Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente – da UERJ. Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), da International Association for Adolescent Health e da International Society for Prevention of Child Abuse and Neglect. Diretora da Clínica de Adolescentes e do Centro de Estudos Integrado Infância e Adolescência (CEIIAS). Coordenadora do Ambulatório de Crescimento e Desenvolvimento do Serviço de Atenção Secundária do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da UERJ. Fabiane Aparecida Canaan Rezende Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Fernando Becker Lamounier Médico. Especialista em Pediatra pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), MG. Franciane Rocha de Faria Nutricionista. Mestranda em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Gilberto Paixão Rosado Nutricionista. Mestre em Ciências dos Alimentos e Doutor em Ciências (Fisiologia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Gisele Queiroz Carvalho Nutricionista. Especialista em Nutrição Humana e Saúde pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), MG. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Greisse Viero da Silva Leal Nutricionista. Mestranda em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Joel Alves Lamounier Médico. Mestre em Bioquímica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutor em Saúde Pública pela Universidade da Califórnia, Los Angeles. Especialista em Pediatria pela UFMG e em Nutrição pela Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto (USP-Ribeirão Preto). Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e
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Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Joseane Almeida Santos Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora da Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas, SP. Josefina Aparecida Pellegrini Braga Médica. Especialista em Pediatria e em Hematologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre e Doutora em Medicina pela UNIFESP. Professora do Departamento de Pediatria da UNIFESP. Juliana Almeida Pandini Nutricionista. Mestranda em Fisiopatologia Clínica e Experimental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Juliana Farias de Novaes Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG. Karin Louise Lenz Dunker Nutricionista. Mestre e Doutora em Nutrição Aplicada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Coordenadora e Professora do Curso de Nutrição da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), SP. Nutricionista do Grupo de Estudos em Nutrição e Transtornos Alimentares (GENTA). Karine Franklin Assis Nutricionista pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Kiriaque Barra Ferreira Barbosa Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição e Doutoranda em Ciência e Tecnologia dos Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Lina Enriqueta Frandsen Paez de Lima Rosado Nutricionista. Mestre em Ciências (Fisiologia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP) e Doutora em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professora do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Luciana Ferreira da Rocha Sant’Ana Nutricionista. Mestre e Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora do Departamento de Nutrição e Saúde da UFV, MG. Ludmila Quintão Uhebe Universidade Iguaçu (UNIG), Itaperuna, RJ.
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Márcia Rocha Parizzi Nutricionista. Mestre em Pediatria e Doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especialista em Medicina do Adolescente pela UFMG. Médica-Pediatra da Prefeitura de Belo Horizonte, MG. Professora de Pediatria da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), MG. Marcos Vinicius Uhebe Médico. Residente em Ginecologia e Obstetrícia. Maria do Carmo Gouveia Peluzio Nutricionista. Mestre em Agroquímica pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Doutora em Ciências pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do Departamento de Nutrição e Saúde da UFV, MG. Maria Sylvia de Souza Vitalle Médica. Mestre em Pediatria e Doutora em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Chefe do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente do Departamento de Pediatria da UNIFESP. Marle dos Santos Alvarenga Nutricionista. Mestre e Doutora em Nutrição Humana Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-Doutoranda do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP. Coordenadora do Grupo de Estudos em Nutrição e Transtornos Alimentares (GENTA). Mauro Fisberg Médico. Residência e Especialização em Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Doutor em Pediatria pela UNIFESP. Professor do Departamento de Pediatria da UNIFESP. Coordenador do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente (CAAA). Coordenador da Força Tarefa Estilos de Vida Saudáveis ILSI Brasil. Diretor da Nutrociência Assessoria em Nutrologia. Mayla Paula Torres Simplício Nutricionista. Mestranda em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Michel Uhebe Filho Médico. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Miguel Araújo Carneiro Júnior Educador Físico. Mestrando em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV)/Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), MG.
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Morgana Martins Crizel Nutricionista. Mestranda em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Otaviana Cardoso Chaves Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pelo Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Paulo Fernando da Glória Leal Farmacêutico-Bioquímico. Mestre em Saúde Comunitária pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Psicanalista, Membro da Associação Mineira de Psicanálise. Professor do Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Paulo Roberto dos Santos Amorim Educador Físico. PhD pela Queensland University of Technology – Brisbane, Austrália. Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Membro do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE). Poliana Casagrande Ribeiro Vieira Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora e Coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Itabirana de Saúde, MG. Priscila Maximino Nutricionista. Especialista em Adolescência pelo Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente (CAAA). Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Regina Mara Fisberg Nutricionista. Mestre e Doutora em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Livre-Docente em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Professora da Faculdade de Saúde Pública da USP. Rita de Cássia de Aquino Nutricionista. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Nutrição Humana Aplicada e Doutora em Saúde Pública pela USP. Professora da Universidade São Judas Tadeu (USJT), Universidade Municipal de São Caetano (USCS) e Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), SP.
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Samantha Caesar de Andrade Nutricionista. Especialista em Adolescência para Equipe Multidisciplinar pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP). Nutricionista da USP. Santuzza Arreguy Silva Vitorino Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Saulo de Almeida Silva Educador Físico pela Universidade do Grande ABC, SP. Pesquisador em Ciências do Esporte pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS), SP. Pós-Graduando em Futebol pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Sérgio Oliveira de Paula Médico Veterinário. Mestre e Doutor em Imunologia Básica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.
Adolescência (CEIIAS). Docente do Curso de Nutrição da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), RJ. Sônia Machado Rocha Ribeiro Nutricionista. Doutora em Bioquímica Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora do Departamento de Nutrição e Saúde da UFV, MG. Membro da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais (SBAF). Sonia Tucunduva Philippi Nutricionista. Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP). Professora e Pesquisadora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP. Valéria Cristina Ribeiro Vieira Nutricionista. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), MG.
Sherley Ferreira Educador Físico. Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.
Virginia Resende Silva Weffort Médica. Mestre e Doutora em Pediatria pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Professora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), MG.
Simone Côrtes Coelho Nutricionista. Mestre em Ciências Médicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Nutricionista do Centro de Estudos Integrado Infância e
Viviane Monteiro Dias Nutricionista. Mestranda em Fisiopatologia Clínica e Experimental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
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Prefácio
A adolescência é uma fase em que múltiplas mudanças acontecem, as quais se refletem no aspecto físico e psicológico. O crescimento somático e o desenvolvimento das habilidades psicomotoras se intensificam, e os hormônios atuam vigorosamente, levando a mudanças que, não adequadamente compreendidas, podem gerar consequências nas condições de saúde e nutrição que implicarão ocorrência de doenças na vida adulta. A detecção precoce de agravos, o tratamento adequado e a reabilitação devem se fundamentar na integralidade das ações e, ao mesmo tempo, apresentar uma estratégia articulada de ações preventivas e curativas. Nesse sentido, abordar a saúde e nutrição do adolescente implica pensar nas mudanças biológicas, sociais, comportamentais e nos diversos modos de viver a adolescência. A Organização Mundial da Saúde estabeleceu o ano de 1985 como o “Ano Internacional da Juventude”, com o objetivo de melhor entender as questões que envolviam esse segmento da população. A partir desta data, os países passaram a destinar maior atenção às especificidades da saúde do adolescente. No que tange ao Brasil, somente a partir de 1989 se observa um avanço na discussão dessa temática, quando o Ministério da Saúde, por intermédio da Divisão Materno-Infantil, oficializa o Programa Saúde do Adolescente (PROSAD), cujas bases programáticas foram lançadas em consonância à problemática socioeconômica da população jovem brasileira. No entanto, as ações de saúde foram tímidas no que se refere ao atendimento das necessidades de saúde dos adolescentes. Somente a partir de 2005, começou a se projetar a normatização de atendimento visando à Saúde Integral de Adolescentes e Jovens. Até então, essas demandas estavam reprimidas, o atendimento ficava sob a responsabilidade dos pediatras, e a integralidade das ações permanecia no esquecimento. Discute-se, atualmente, que a saúde do adolescente, enquanto campo de saber e de práticas profissionais, precisa ser seriamente pensada e repensada. E a integralidade das ações deve ser uma meta dos profissionais que lidam com esse segmento da população. Neste sentido, Nutrição e Saúde na Adolescência vem preencher uma lacuna há muito tempo sentida no meio acadêmico, principalmente na área de Nutrição e Adolescência. No decorrer dos capítulos, os autores se propõem a discussão e orientação acerca dos diferentes aspectos nutricionais, desde as recomendações e necessidades nutricionais e os métodos e indicadores de avaliação do consumo alimentar, bioquímica, antropométrica e de composição corporal, destacando suas aplicabilidades e limitações para essa faixa etária. Ainda no que se refere à integralidade das ações, os capítulos apresentam temas atuais, que objetivam a compreensão, o atendimento e a orientação a respeito de distúrbios nutricionais, hipertensão arterial, síndrome metabólica, anemia, entre outros. Merece igual importância a abordagem do adolescente com necessidades especiais e das gestantes. Evidencia-se, portanto, a preocupação em discutir a
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problemática de saúde atual e os temas de relevância em nível de saúde pública, assim como a maneira mais adequada de conduzi-los e tratá-los. Aqui, não se pretende esgotar o assunto, mas sim, estabelecer um marco no movimento de repensar as práticas de saúde e nutrição voltadas para esta parcela significativa da sociedade: os adolescentes. Silvia Nascimento de Freitas Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Nutrição Humana pela UFRJ. Doutora em Saúde Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora da Universidade Federal de Ouro Preto, MG.
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Apresentação
Em um cenário de transição nutricional e epidemiológica, a adolescência tem sido apontada como período estratégico de prevenção de doenças e promoção da saúde. Este livro representa um acréscimo à literatura nacional, pois reúne, detalhadamente, temas atualizados sobre a atenção integral à saúde do adolescente, por meio da experiência de diversos profissionais (nutricionistas, médicos, farmacêuticos, educadores físicos, entre outros). É parte do trabalho de pesquisas e experiências práticas cotidianas dos diferentes colaboradores, que, juntamente com as organizadoras, se empenharam para sistematizar, de maneira didática, essas informações em uma única obra. O livro é organizado em 11 partes. Os capítulos que compõem a Parte I abordam temas relacionados com as necessidades, as recomendações e os principais métodos de investigação do consumo alimentar nesta faixa etária. Na Parte II discutem-se distúrbios nutricionais, como obesidade e transtornos alimentares, considerando-se a influência psíquica no estado nutricional dos adolescentes. Nas Partes III, IV e V, ressaltam-se os principais métodos de avaliação da composição corporal, clinica e bioquímica com análise dos critérios e pontos de corte utilizados na avaliação nutricional do adolescente, destacando-se possíveis limitações e sugerindo-se metodologias de acompanhamento nutricional nesta fase. Temas atuais, de grande discussão na literatura científica, são tratados nas Partes VI e VII, que abordam, respectivamente, os critérios diagnósticos, os fatores de risco e a prevalência da síndrome metabólica em adolescentes, bem como a influência da situação nutricional ao nascer em relação à saúde atual do adolescente, incluindo-se a hipótese da origem fetal das doenças. As Partes VIII, IX, X e XI apresentam questões específicas, como gestação na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, prática de atividade física e atenção ao cuidado dos portadores de necessidades especiais. Desse modo, o livro Nutrição e Saúde na Adolescência consiste em importante contribuição para a formação de estudantes de nutrição e demais áreas da saúde, além de uma ferramenta de atualização para o nutricionista, como também para outros profissionais que, na prática, se deparam com questões específicas referentes a esta faixa etária.
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Abreviaturas
%GC
percentual de gordura corporal
BSA
albumina do soro bovino
Σ 4PC
somatório de quatro pregas cutâneas: tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca
CART
transcrito regulado por cocaína e anfetamina
CC
circunferência da cintura
AACR
aminoácidos de cadeia ramificada
CDC
Centers for Disease Control
ACT
água corporal total
CHCM
ADA
Associação Americana de Dietética – American Association of Dietetics
concentração média de hemoglobina corpuscular
CHO
carboidratos
CID 10
Classificação Internacional de Doenças
CIGMA
infusão contínua de glicose com emprego de um modelo matemático – continuous infusion of glucose with model assessment
AgRP
proteína relacionada com o gene Agouti
AI
ingestão adequada – adequate intake
ALA
alfa-lactoalbumina
alfa-MSH
hormônio melanócito estimulante
CLF
capacidade de ligação de ferro
AMDR
faixa de distribuição aceitável de macronutrientes – acceptable macronutrient distribution range
COI
Comitê Olímpico Internacional
CP
fosfato
CQ
circunferência do quadril; creatina cinase
CQ-CP
creatina cinase-creatina fosfato
CQ-MM
creatina cinase muscular
Cr
creatina
CRH
hormônio liberador de corticotrofina
CSA
acelerômetro uniaxial
CSFII
Continuing Survey of Food Intakes by Individuals
CT
colesterol total
CV
coeficiente de variação
DAC
doença arterial coronariana
DAS
diâmetro abdominal sagital
Anti-Tg
antitireoglobulina
Anti-TPO
anticorpos antiperoxidase tireoidiana
APA
American Psychiatry Association
ARV
antirretrovirais
ASG
avaliação subjetiva global
ASP
acylation stimulating protein
ATP I
tratamento de adultos com alto colesterol sérico – adults treatment panel I
BIA
bioimpedância elétrica
BITE
teste de Investigação bulímica de Edinburgh
BLG
beta-lactoglobulina
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DC
densidade corporal
ENNyS
DCNT
doenças crônicas não transmissíveis
Encuesta Nacional de Nutrición y Salud
EPA
ácido licosapentaenoico
DCV
doença cardiovascular
EPE
erro padrão de estimativa
DEXA
absorciometria com raios X de dupla energia – dual-energy x-ray absorptiometry
ERO
espécies reativas de oxigênio
ETC
estatura tronco-cefálica
DFE
equivalente de folato alimentar
EUA
Estados Unidos da América
DG
doença de Graves
FAF
fator de atividade física
DHA
ácido docosa-hexaenoico
FAO
DIP
doença infecciosa-parasitária
DIU
dispositivo intrauterino
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação – Food and Agriculture Organization
DLW
água duplamente marcada – doubly labelled water
FC
frequência cardíaca
FE
faixa etária
DM
diabetes melito
FFM
massa livre de gordura
DM-2
diabetes tipo 2
FSH
hormônio foliculoestimulante
DMO
densidade mineral óssea
Flex-FC
DNA
ácido desoxirribonucleico
flexionamento da frequência cardíaca
DPC
desnutrição proteico-calórica
FNB
Food and Nutrition Board
DpD
desvio padrão de D
FNT-alfa
fator de necrose tumoral alfa
Dpi
desvio padrão de ingestão
FN-kB
fator nuclear kappa B
Dpn
desvio padrão de necessidade
GET
gasto energético total
DRI
ingestões dietéticas de referência – dietary reference intakes
GGT
gamaglutamil transpeptidase
DSM-IV
Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais
GH
hormônio de crescimento – human growth hormone
DST
doenças sexualmente transmissíveis
Ghre
grow hormone release
GMP
glicomacropeptídios
E
estatura total
GPx
glutationa peroxidase
EAR
necessidade média estimada – estimated average requirement
HAS
hipertensão arterial sistêmica
Hb
hemoglobina
EAS
elementos anormais e sedimentos HBsAg
EAT
teste de atitudes alimentares
antígeno de superfície do vírus da hepatite B
ECA
Estatuto da Criança e do Adolescente
hCG
gonadotrofina coriônica humana – human chorionic gonadotropin
ECLIPSNadol
Escala Clínica por Semiologia Nutricional para Adolescentes
HCM
hemoglobina corpuscular média
EER
necessidade energética estimada – estimated energy requirement
HDL
lipoproteína de alta densidade – high density lipoprotein
ENDEF
Estudo Nacional sobre Despesa Familiar
HEI
healthy eating index
HIV
vírus da imunodeficiência humana
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HMB
beta-hidroxi-beta-metilbutirato
MCH
HOMA
modelo de avaliação da homeostase
hormônio concentrador de melanina
MCM
massa corporal magra
HOMA-IR
modelo de avaliação da homeostase da resistência à insulina – homeostasis model assessment – insulin resistance
MCP-1
proteína 1 quimiotática de macrófagos e monócito – macrophages and monocyte chemoattractant protein
hPL
hormônio lactogênio placentário
MET
equivalente metabólico de repouso
HPV
papiloma vírus humano – human papilloma viruses
Mi
média de ingestão
HT
hormônios tireoidianos
MLG
massa livre de gordura
HVB
hepatite viral B
MONW
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
metabolicamente obesos de peso normal – metabolically obese but normal-weight
MSH
hormônio melanócito estimulante
IC
índice de cronicidade
MVMM
multivitamínicos-multiminerais
ICAM
molécula de adesão intracelular
NACB
ICP
infancy-childhood-puberty
Guideline da National Academy of Clinical Biochemistry
Ig
imunoglobulinas
NAS
National Academy of Sciences
IDF
International Diabets Federation
NCHS
IGF
fatores de crescimento semelhante à insulina – insulin growth factor
National Center for Health and Statistics
ND
não determinado
NHANES
National Health and Nutrition Examination Survey
NCEP
National Cholesterol Education Program
NHBPEP
Second Task Force on Hypertension Control in Children and Adolescents
NPY
neuropeptídio Y
NWO
obesos de peso normal – normalweight obese syndrome
OMS
Organização Mundial da Saúde – World Health Organization
ON
óxido nítrico
ONS
óxido nítrico sintetase
ONU
Organização das Nações Unidas
IgG
imunoglobulina G
IL-1
interleucina-1
IL-2
interleucina-2
IL-6
interleucina-6
IMC
índice de massa corporal
IMCG
índice de massa corporal de gordura
IMCPG
índice de massa corporal prégestacional
IO/IE
idade óssea/idade estatural
IOM
Institute of Medicine
IQD
índice de qualidade da dieta – diet quality index
IQD-R
índice revisado da qualidade da dieta – diet quality índex revised
OPAS
Organização Pan-americana de Saúde
LDL
lipoproteína de baixa densidade – low density lipoprotein
OR
odds ratio
OSLN
LH
hormônios luteinizantes
Organização de Saúde da Liga das Nações
MC3 e MC4
melanocortina 3 e 4
P
percentil
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PA
pressão arterial
RDW
índice de anisocitose eritrocitária
PAD
pressão arterial diastólica
RFG
ritmo de filtração glomerular
PAI -1
inibidor do ativador do plasminogênio – plasminogen activator inhibitor
RM
ressonância magnética
RNA
ácido ribonucleico
PAQ-C
questionário de atividade física
SM
síndrome metabólica
PAS
pressão arterial sistólica
SUS
Sistema Único de Saúde
PCB
prega cutânea bicipital
TANE
PC-R
proteína C-reativa
transtorno alimentar não especificado
PC-Rus
proteína C-reativa ultrassensível
TBW
água corporal total
PCSE
prega cutânea subescapular
TC
tomografia computadorizada
PCSI
prega cutânea suprailíaca
TCAP
transtorno da compulsão alimentar periódica
PCT
prega cutânea tricipital
TCM
triglicerídios de cadeia média
PEL
protoporfirina eritrocitária livre
TGO
transaminase oxaloacética
PIG
pequenos em relação à idade gestacional
TGP
transaminase glutamicopirúvica
PM
panturrilha medial
TMB
taxa de metabolismo basal
PNSN
Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição
TMR
taxa de metabolismo em repouso
TOTG
teste oral de tolerância à glicose
POF
Pesquisa sobre Orçamentos Familiares
TRAb
thyrotropin receptor antibody
PPV
puberdade precoce verdadeira
TRH
PROASA
Programa de Atenção à Saúde do Adolescente
hormônio liberador de tireotrofina; hormônio liberador hipotalâmico
TRP
triptofano livre
PTH
hormônio paratireoidiano
TSH
hormônio estimulador da tireoide
PHV
velocidade máxima do crescimento – peak height velocity
UL
QFCA
questionário de frequência de consumo alimentar
nível de ingestão máximo tolerável – tolerable upper intake level
UNG
uretrite não gonocócica
RAE
equivalente da atividade de retinol
USDA
US Department of Agriculture
RCC
relação cintura/coxa
VCM
volume corpuscular médio
RCE
relação cintura/estatura
VCT
valor calórico total
RCIU
retardo de crescimento intrauterino
VET
valor energético total
VHA
vírus da hepatite A
RCQ
relação cintura-quadril
VLDL
RDA
ingestão dietética recomendada – recomended dietary allowance
lipoproteína de muito baixa densidade – very low density lipoprotein
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Sumário
INTRODUÇÃO Adolescência, 1 Silvia Eloiza Priore Franciane Rocha de Faria Sylvia do Carmo Castro Franceschini
PARTE I – ANÁLISE DIETÉTICA Capítulo 1 – Histórico das Recomendações Nutricionais, 7 Gilberto Paixão Rosado Lina Enriqueta Frandsen Paez de Lima Rosado
Capítulo 2 – Recomendações Nutricionais e Cálculo da Adequação da Dieta no Atendimento Nutricional de Adolescentes, 17 Sylvia do Carmo Castro Franceschini Silvia Eloiza Priore
Capítulo 3 – Necessidades e Recomendações Nutricionais na Adolescência, 35 Eliane Rodrigues de Faria Patrícia Feliciano Pereira Gilberto Paixão Rosado Lina Enriqueta Frandsen Paez de Lima Rosado
Capítulo 4 – Recomendações Nutricionais e a Pirâmide Alimentar para o Adolescente, 51 Sonia Tucunduva Philippi Rita de Cássia de Aquino Greisse Viero da Silva Leal Marle dos Santos Alvarenga
Capítulo 5 – Métodos Utilizados para Avaliar o Consumo Alimentar em Adolescentes, 55 Kiriaque Barra Ferreira Barbosa Sylvia do Carmo Castro Franceschini Silvia Eloiza Priore
Capítulo 6 – Índice de Qualidade da Dieta em Adolescentes, 65 Regina Mara Fisberg Samantha Caesar de Andrade
PARTE II – DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS Capítulo 7 – Obesidade na Adolescência, 75 Joel Alves Lamounier Virginia Resende Silva Weffort Márcia Rocha Parizzi Fernando Becker Lamounier
Capítulo 8 – Transtornos Alimentares, 93 Sonia Tucunduva Philippi Marle dos Santos Alvarenga Karin Louise Lenz Dunker Greisse Viero da Silva Leal
Capítulo 9 – Influências Psíquicas no Estado Nutricional de Adolescente: Abordagem Psicanalítica, 101 Paulo Fernando da Glória Leal
PARTE III – AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL Capítulo 10 – Diferentes Classificações e Pontos de Corte de Índice de Massa Corporal para Adolescentes, 117 Denise Félix Quintão Renata Maria Souza Oliveira Luciana Ferreira da Rocha Sant’Ana Silvia Eloiza Priore
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Capítulo 11 – Déficit Estatural e Atraso Puberal, 127 Evelyn Eisenstein Simone Côrtes Coelho
Capítulo 12 – Equações para Predição de Gordura Corporal em Adolescentes, 139 Patrícia Feliciano Pereira Sylvia do Carmo Castro Franceschini Silvia Eloiza Priore
Capítulo 13 – Adolescentes Metabolicamente Obesos de Peso Normal, 147 Patrícia Feliciano Pereira Poliana Casagrande Ribeiro Vieira Sylvia do Carmo Castro Franceschini Silvia Eloiza Priore
Capítulo 14 – Métodos de Avaliação de Composição Corporal, 151 Fabiane Aparecida Canaan Rezende Daniela da Silva Rocha
Capítulo 15 – Utilização de Medidas de Distribuição de Gordura Corporal em Adolescentes, 159 Patrícia Feliciano Pereira Sylvia do Carmo Castro Franceschini Silvia Eloiza Priore
Capítulo 16 – Avaliação da Maturação Sexual de Adolescentes: Autoavaliação versus Exame Clínico, 167 Daniela Alves Silva Cristiana Araújo Gontijo Morgana Martins Crizel Silvia Eloiza Priore
Capítulo 17 – Crescimento e Desenvolvimento na Adolescência, 173 Silvia Eloiza Priore Franciane Rocha de Faria Sylvia do Carmo Castro Franceschini
PARTE IV – BIOQUÍMICA Capítulo 18 – Parâmetros Bioquímicos para Adolescentes, 183 Eliane Rodrigues de Faria Silvia Eloiza Priore Sylvia do Carmo Castro Franceschini
Capítulo 19 – Exames Laboratoriais: Urina e TSH, 195 Alexandre Azevedo Novello Aline Maria da Silva Sampaio Novello
PARTE V – AVALIAÇÃO CLÍNICA E NUTRICIONAL Capítulo 20 – Aspectos Familiares nas Condições Nutricionais e de Saúde do Adolescente, 207 Otaviana Cardoso Chaves
Capítulo 21 – Vacinação na Adolescência, 215 Carlos Garçon de Faria Alex Pinheiro Simiqueli de Faria Carlos Jaime Simiqueli de Faria
Capítulo 22 – Hipertensão Arterial Sistêmica na Adolescência, 233 Juliana Farias de Novaes
Capítulo 23 – Anemia na Adolescência, 249 Josefina Aparecida Pellegrini Braga Maria Sylvia de Souza Vitalle
Capitulo 24 – Avaliação Nutricional do Adolescente Hospitalizado, 257 Simone Cortês Coelho Viviane Monteiro Dias Juliana Almeida Pandini Evelyn Eisenstein
PARTE VI – COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA Capítulo 25 – Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Adolescência, 269 Mauro Fisberg Priscila Maximino
Capítulo 26 – Síndrome Metabólica, 277 Eliane Rodrigues de Faria Silvia Eloiza Priore Sylvia do Carmo Castro Franceschini
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Capítulo 27 – Inflamação Subclínica na Adolescência, 287 Sônia Machado Rocha Ribeiro Maria do Carmo Gouveia Peluzio Ana Cristina Rocha Espeschit
PARTE VII – RELAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES DE NASCIMENTO E ESTADO NUTRICIONAL NA ADOLESCÊNCIA Capítulo 28 – Crescimento Intrauterino e Consequências na Adolescência, 297 Bianka Caliman Salvador Renata Maria Souza Oliveira Valéria Cristina Ribeiro Vieira Silvia Eloiza Priore
Capítulo 29 – Associação entre Déficit Estatural, Excesso de Peso e Adiposidade Global ou Localizada, 307 Valéria Cristina Ribeiro Vieira Bruna Bronhara
PARTE VIII – GESTANTE ADOLESCENTE Capítulo 30 – Mudanças Fisiológicas Durante a Gestação e Riscos Associados à Gestação na Adolescência, 317 Luciana Ferreira da Rocha Sant’Ana Karine Franklin Assis Renata Maria Souza Oliveira
Capítulo 31 – Critérios para Avaliação Nutricional da Gestante Adolescente, 327 Sylvia do Carmo Castro Franceschini Mayla Paula Torres Simplício Silvia Eloiza Priore
PARTE IX – DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS Capítulo 32 – Doenças Sexualmente Transmissíveis na Adolescência, 339 Michel Uhebe Filho Marcos Vinicius Uhebe Ludmila Quintão Uhebe
Capítulo 33 – Avaliação do Estado Nutricional de Adolescentes Portadores do HIV, 349 Edmar Lacerda Mendes Alynne Christian Ribeiro Andaki Sérgio Oliveira de Paula
PARTE X – ATIVIDADE FÍSICA Capítulo 34 – Instrumentos Disponíveis para Avaliação do Gasto Energético em Adolescentes, 359 Denise Félix Quintão Sylvia do Carmo Castro Franceschini Saulo de Almeida Silva Luciana Ferreira da Rocha Sant’Ana Silvia Eloiza Priore
Capítulo 35 – Importância e Metodologia de Avaliação da Atividade Física, 367 Paulo Roberto dos Santos Amorim Antônio José Natali Miguel Araújo Carneiro Júnior Sherley Ferreira
Capítulo 36 – Uso de Suplementos Alimentares por Adolescentes Praticantes de Atividade Física, 379 Maria do Carmo Gouveia Peluzio Sônia Machado Rocha Ribeiro Gisele Queiroz Carvalho Bruno Gonzaga Teodoro
PARTE XI – AVALIAÇÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS Capítulo 37 – Avaliação Nutricional de Indivíduos com Síndrome de Down, 391 Joseane Almeida Santos
Capítulo 38 – Avaliação Nutricional de Indivíduos com Paralisia Cerebral, 405 Santuzza Arreguy Silva Vitorino
Anexos, Índice,
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1
Histórico das Recomendações Nutricionais
Gilberto Paixão Rosado Lina Enriqueta Frandsen Paez de Lima Rosado
INTRODUÇÃO No campo das ciências da Saúde muitos consideram a Nutrição uma ciência jovem. No entanto, a nutrição e o ritual da nutrição sempre foram processos vitais. Desde tempos imemoriais, quando o ser humano ainda não conhecia a agricultura e não domesticava animais com a finalidade de usá-los para a alimentação, o homem já selecionava alimentos como forma de sobrevivência. Na atualidade, muito se conhece sobre dietética, incluindo composição química de alimentos, processos de seleção e de preparo, a digestão, a absorção e o metabolismo; excreção de nutrientes e armazenamento do excedente; e tudo que se correlaciona com esses fatores, como biodisponibilidade de macro- e micronutrientes e a interação com fármacos, entre outros. Hoje, os conhecimentos científicos dão suporte para se recomendar padrões dietéticos ou nutricionais com elevado grau de confiabilidade, mas nem sempre foi assim. Apesar da história da Medicina dispor de registros desde antes da Era Cristã, os conhecimentos eram muito empíricos e, no que tange à alimentação, o desconhecimento era ainda mais marcante. Áreas como fisiologia, química, bioquímica, bromatologia, biologia molecular e nutrição experimental, entre outras
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ciências que dão suporte à dietética, eram pouco conhecidas. Mas, apesar de os conhecimentos antigos carecerem de suficiente base científica, eles foram acompanhados de elevado senso de observação e registro escrito e memorizado, o que permitiu, com sua evolução, chegar aos elevados padrões científicos de sofisticação para termos, hoje, as Recomendações Nutricionais.
PRINCIPAIS MARCOS HISTÓRICOS ▌ Influência Grega Os conhecimentos e registros mais antigos de estudos sobre Saúde e Medicina são da Antiga Grécia. Hipócrates (460 a.C.–377 a.C.), considerado o Pai da Medicina, nasceu na Ilha de Cós, e faleceu em Tessália. Naquela época, já realizava uma série de descrições clínicas pelas quais se pode, ainda hoje, diagnosticar doenças como malária, papeira ou caxumba, pneumonia e tuberculose. Para o estudioso grego, muitas epidemias relacionavam-se com fatores climáticos, étnicos, dietéticos e com o meio onde as pessoas viviam, o que mostra que, desde a Antiguidade, os padrões alimentares, entre outros, já eram considerados determinantes na preservação da saúde humana.1
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8
Nutrição e Saúde na Adolescência
▌ Evolução no estudo das vitaminas O conhecimento empírico de que determinados alimentos são necessários para manter a saúde e evitar algumas doenças é muito antigo, embora não fossem evidentes seus princípios ativos. Antes do século XX, as causas de doenças como pelagra, beribéri, escorbuto, cegueira noturna, raquitismo e anemia perniciosa eram desconhecidas, e em razão de afetarem pessoas de uma mesma comunidade, como os habitantes da Londres vitoriana, as crianças de um mesmo orfanato ou os marinheiros que permaneciam no mar em caravelas, nas viagens de longa duração, sem atracarem em qualquer porto para reabastecimento, os médicos acreditavam terem natureza infecciosa. A forma de tratamento prescrita, naquela época, para esses males, se baseava em origem infecciosa, daí não ser eficaz devido à inconsistência e inadequação da conduta clínica, pois a origem dessas doenças, na verdade era a carência nutricional.2 Ainda que de forma empírica, no século XVIII conhecia-se o valor da suplementação alimentar com frutas cítricas, como laranja e limão, para evitar o escorbuto. No século XIX, constatou-se que a ingestão de arroz integral em substituição ao arroz polido prevenia beribéri; que o fígado de boi cru prevenia e tratava a anemia perniciosa e o óleo de fígado de bacalhau era eficaz contra o raquitismo.2 Com essas informações ainda incipientes e com estudos alicerçados em métodos bioquímicos e da nutrição experimental, evoluiu-se para o conhecimento do poder curativo dos alimentos ou de seus nutrientes. No século XX, em 1906, o bioquímico inglês Sir Federick Gowland Hopkins (Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, em 1929) demonstrou a importância desses fatores acessórios em alimentos e, em 1911, o químico polonês Casimir Funk descobriu na casca do arroz um fator antiberibéri, que hoje se sabe tratar-se da vitamina B1, ou tiamina, utilizada experimentalmente
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para combater a doença em animais e seres humanos. Casimir Funk denominou este fator de vital amin (do Latim vita [vida] + elemento composto amina), uma amina indispensável para a vida, termos posteriormente sintetizados no termo vitamina, que permanece até nossos dias apesar de ter sido descoberto posteriormente que a maioria dessas substâncias não é amina.2 Nos registros históricos das grandes navegações de Colombo, Pinzón, Magalhães e Vasco da Gama, entre outros, constam que os suprimentos alimentares eram basicamente constituídos de bolachas secas, água, vinho e carne salgada. Esse padrão alimentar não incluía fonte nutricional de vitamina C, o que levava a tripulação, depois de algum tempo em viagem, a apresentar gengivas inflamadas e inchadas, grave problema de mau hálito, perda de dentes, feridas e hemorragias nas mucosas e na pele, sobrevindo fraqueza e anemia e, gradualmente, morte. Em uma das frotas de Magalhães, dos 400 marinheiros, 360 sucumbiram ao escorbuto durante a viagem.2 Por mais de duzentos anos, as mazelas da carência de vitamina C persistiram nas grandes viagens. Em 1753, James Lind, médico escocês pertencente à Armada britânica, descobriu que o consumo de laranjas-lima, limões e toronjas evitava o escorbuto. O almirantado britânico deu ordem para que todos os navios ingleses levassem um suprimento dessas frutas e que o suco de limão fosse servido obrigatoriamente junto com a ração diária, acabando dessa forma com a carência antes existente. As frotas de outras nacionalidades que não adotaram essa medida permaneceram com o problema. Em 1928, o cientista húngaro Albert SzentGyörgyi (1893-1986) descobriu e isolou o fator antiescorbuto nos alimentos mencionados, a que denominou de vitamina C, ou ácido ascórbico. Com essa descoberta, ele conquistou o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1937. A primeira descrição clínica do beribéri foi feita pelo médico holandês Nicolaas Tulp, em 1652, quando tratou um jovem que tinha adqui-
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52
❚ ❚ ❚ ❚ ❚ ❚ ❚
Nutrição e Saúde na Adolescência
Grupo dos legumes e verduras (15kcal) → 4 porções = 60kcal. Grupo das frutas (70kcal) → 5 porções = 350kcal. Grupo do leite, queijo, iogurte (120kcal) → 4 porções = 480kcal. Grupo das carnes e ovos (190kcal) → 2 porções = 380kcal. Grupo dos feijões e oleaginosas (55kcal) → 1 porção = 55kcal. Grupo dos óleos e gorduras (73kcal) → 1 porção = 73kcal. Grupo dos açúcares (110kcal) → 1 porção = 110kcal.
Os alimentos/preparações são exemplos de uma dieta distribuída em três refeições principais
(café da manhã, almoço e jantar), intercaladas por três lanches (manhã, tarde e noite). Os alimentos/ preparações estão com os pesos em gramas, as medidas usuais de consumo (unidade, copo, colher e outras) e as porções para cada grupo referido. A Figura 4.1 ilustra a divisão dos grupos e porções indicadas na pirâmide alimentar.
DIETA DO ADOLESCENTE Para se atingir as recomendações nutricionais do adolescente, as dietas devem ser planejadas com a presença de alimentos de todos os grupos da pirâmide, respeitando-se o número de porções de acordo com idade, gênero, atividade física e necessidades energéticas estimadas.
Figura 4.1 Pirâmide alimentar para o adolescente: dieta de 2.800kcal/dia. Fonte: Phillipi e cols, 2009.7
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5
Métodos Utilizados para Avaliar o Consumo Alimentar em Adolescentes Kiriaque Barra Ferreira Barbosa Sylvia do Carmo Castro Franceschini Silvia Eloiza Priore
INTRODUÇÃO Diante da existência da associação entre o consumo alimentar na infância e na adolescência e a crescente prevalência de doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta, justifica-se o aumento do interesse em torno da avaliação do consumo alimentar neste grupo etário.1-3 No Brasil, Monteiro e cols.,4 ao analisarem a tendência secular da composição e da adequação da dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil, entre os anos de 1988 a 1996, utilizando dados da Pesquisa sobre Orçamentos Familiares (POF), ressaltam que a população total de adolescentes e adultos converge em um padrão dietético caracterizado por alto conteúdo de gordura saturada, colesterol, carboidratos simples, alimentos refinados e baixos teores de fibras e carboidratos complexos, que constituem fatores de risco para o aumento da prevalência da obesidade e suas complicações metabólicas associadas. As sociedades industrializadas, imersas em um processo de transição nutricional, manifestam alta incidência de morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis associadas à obesidade. É neste contexto que o comportamento alimentar dos adolescentes torna-se de extrema importância, pois em tal período, além da formação e consolidação dos hábitos alimen-
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tares, o indivíduo está influenciado por fatores ambientais, familiares, socioeconômicos e de estilo de vida que poderão conduzi-lo a um padrão alimentar distorcido, com consequências sobre sua saúde atual e futura.5 Tendo em vista a importância da avaliação do consumo alimentar, este capítulo tem por objetivo apresentar os principais métodos utilizados em tal avaliação, bem como as implicações e conceitos relacionados, sobressaltando as particularidades inerentes aos adolescentes.
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR Os indicadores dietéticos, em contrapartida aos antropométricos, bioquímicos e clínicos, constituem métodos indiretos da avaliação do estado nutricional, fornecendo dados qualitativos e quantitativos do consumo alimentar, seja em nível populacional ou individual.6 O consumo alimentar pode ser avaliado por diferentes métodos. Nenhum deles é ideal, pois todos são passíveis de erros, assim, para a escolha do método mais adequado é necessária uma série de considerações (ver item Implicações da Avaliação do Consumo Alimentar, adiante).7 Também é pertinente recorrer a alguns conceitos básicos que nos permitirão tal escolha, bem como à classificação dos métodos para a avaliação do consumo alimentar.
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56
Nutrição e Saúde na Adolescência
O termo dieta habitual é caracterizado por um padrão alimentar mantido por determinado período (meses ou um ano), representado pela média do consumo alimentar referente a tal período, ao passo que o termo dieta atual refere-se à média do consumo alimentar decorrente de um curto período (dias ou semanas).8,9 Em relação ao período referente à coleta de informações, os métodos para a avaliação do
consumo alimentar em nível individual podem ser classificados em dois grupos: prospectivos (refere-se ao presente, refletindo a dieta atual) e retrospectivos (passado imediato ou de longo prazo, dieta habitual).8-10 Serão abordados os seguintes métodos de avaliação do consumo alimentar: recordatório de 24 horas, registro alimentar, questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) e história alimentar (Tabela 5.1).
▌ Tabela 5.1 Vantagens e desvantagens dos métodos de avaliação dietética Vantagens
Desvantagens
Recordatório de 24 horas Necessário um único contato
Não reflete a ingestão habitual
Dispensa alfabetização do entrevistado
Dificuldade em estimar precisamente o tamanho das porções
Não altera a ingestão de alimentos
Influenciado pela memória do entrevistado
Baixo custo
Requer treinamento do investigador para evitar indução
Curto período de administração Registro alimentar Não depende da memória do entrevistado
Requer alfabetização e motivação
Boa exatidão na estimativa das porções ingeridas (registro por peso)
Requer tempo e cooperação Requer conhecimento prévio de medidas caseiras Menor precisão com o aumento dos dias Menor adesão de indivíduos do gênero masculino Pode alterar o padrão alimentar Custo elevado (registro por peso)
Questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA) Rápido e de baixo custo
Desenho do instrumento requer esforço e tempo
Simples administração
Necessita validação prévia
Não altera o padrão de consumo alimentar
Limitações em analfabetos e idosos
Estima ingestão habitual, inclui sazonalidade
Perda de detalhes
Categoriza em níveis de consumo
Quantificação pouco exata
Observa modificações na dieta
Requer memória de hábitos do passado (continua)
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Índice de Qualidade da Dieta em Adolescentes
71
Figura 6.1 Percentual de adolescentes segundo categorias do IQD Fonte: Andrade e cols.28
Figura 6.2 Média de pontos de cada componente do IQD Fonte: Andrade e cols.28
risco de vir a desenvolver osteoporose em idades mais avançadas.30-32 O estudo também demonstrou que a qualidade da dieta ingerida pelos adolescentes em regiões do Estado de São Paulo, medida pelo IQD, está relacionada com fatores socioeconômicos e demográficos.28 Portanto, a utilização de medidas que resumem vários aspectos da dieta, como o IQD, parece ser útil em estudos populacionais, porém há a necessidade de reformulação frente ao Guia Alimentar para a população brasileira.
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REFERÊNCIAS 1. Margetts BM, Nelson M. Design concepts in nutricional epidemiology. New York: Oxford University Press, 1997. 2. Lustosa TQO. Para que servem os dados sobre consumo alimentar? In: Simpósio. Consumo alimentar: as grandes bases de informação. São Paulo: Instituto Danone; 2000. p. 53-61. 3. Trigo M. Estudo da metodologia de um inquérito dietético: validade de método recordatório de 24 horas [tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 1993.
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Déficit Estatural e Atraso Puberal
3. Período de desaceleração da velocidade e parada do crescimento com a fusão completa das epífises ósseas. A relação entre a idade do ganho máximo de peso que antecede o ganho máximo de altura também varia com a velocidade de maturação, ocorrendo antes e, em média, 3 meses e 5 meses, nos gêneros masculino e feminino, respectivamente.23 Daí a importância no aumento da ingestão calórica de proteínas, vitaminas e demais nutrientes devido ao aumento proporcional das necessidades nutricionais. Esta progressão acompanha o estirão puberal.
Figura 11.1 Fase de aceleração do crescimento, gênero feminino
Figura 11.2 Fase de aceleração do crescimento, gênero masculino
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135
▌ Tabela 11.5 Fator de crescimento por idade ou de acordo com a maturação puberal segundo Tanner Idade (anos)
Maturação puberal (estágios)
Fator de crescimento (kcal/kg)
10 a 15
2a3
2
15 a 16
3a4
1
16 a 18
4a5
0,5
NANISMO PSICOSSOCIAL Desde as primeiras descrições sobre o nanismo psicossocial, ou síndrome da privação materna, este transtorno é reconhecido como um dos aspectos mais importantes da desnutrição crônica com componentes comportamentais e ambientais associados.24,25 São crianças ou adolescentes que são rejeitadas, quase sempre desde o nascimento, e aparentam ser retardadas, com deficiência de crescimento, desnutrição crônica, às vezes com episódios de voracidade ou ingestão de líquidos sem qualquer controle e com diarreias frequentes. Pode existir história ou lesões (prévias) de abuso ou negligência, abandono, ou relatos de episódios de fome ou jejum prolongado, ou distúrbios de sono. Estas crianças podem apresentar um quadro clínico e laboratorial compatível com um pan-hipopituitarismo, mas se recuperam logo que são afastadas da residência ou de seus pais, ou assim que são hospitalizadas ou abrigadas. Crianças e adolescentes que vivem em orfanatos ou institucionalizadas, que sofreram traumas de guerra ou que são abandonadas, nas ruas ou nas favelas de cidades urbanas periféricas, também podem apresentar quadros clínicos semelhantes. A deficiência de crescimento é interrompida imediatamente após se iniciar os cuidados nutricionais e de acolhimento, com estímulos afetivos e de atenção positivos.
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Adolescentes Metabolicamente Obesos de Peso Normal
▌ Tabela 13.1 Frequência de fatores de risco cardiovasculares avaliados em adolescentes do gênero feminino Grupos
Fatores de risco
NWO
Eutróficas
Excesso de peso
Colesterol total ≥150mg/dL
24 (63,2)
17 (42,5)
20 (57,1)
LDL ≥100mg/dL
17 (44,7)
11 (27,5)
12 (34,3)
HDL <45mg/dL
13 (34,2)
11 (27,5)
16 (45,7)
Triglicerídios ≥100mg/dL
7 (18,4)
4 (10)
7 (20)
Glicemia ≥100mg/dL
1 (2,6)
0 (0)
0 (0)
Hiperinsulinemia
6 (15,8)
3 (7,5)
16 (45,7)*b
HOMA ≥3,16
6 (15,8)
1 (2,5)*
16 (45,7)*b
Hiperleptinemia
7 (18,4)
3 (7,5)
17 (48,6)*b
Hiper-homocisteinemia
1 (2,6)
1 (2,5)
2 (5,7)
HAS
4 (10,5)
1 (2,5)
5 (14,3)
a
Notas: n (%); a: Associação entre NWO e eutróficas; b: Associação entre NWO e excesso de peso. Teste do qui-quadrado (χ2) *p<0,05. LDL: lipoproteína de baixa densidade; HDL: lipoproteína de alta densidade; HOMA: modelo de avaliação da homeostase; HAS: hipertensão arterial sistêmica. Fonte: Pereira, 2008.17
Figura 13.1 Características metabólicas de adolescentes eutróficas, obesas de peso normal e com excesso de peso. (Adaptado de Karelis e cols.5)
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162
Nutrição e Saúde na Adolescência
Figura 15.1A a D Obtenção do diâmetro sagital
lada, tem sido colocada como melhor preditora das alterações da síndrome metabólica em crianças e adolescentes.4,14
PONTOS DE CORTE Para estabelecer na população pediátrica medidas preventivas e de intervenção quanto ao excesso de peso e suas consequências na morbidade atual e futura, torna-se necessário monitorá-la quanto às tendências de acúmulo de adiposidade total e regional,18 entretanto ainda não se tem pontos de corte internacionalmente aceitos para classificação de excesso de gordura abdominal em adolescentes. Alguns países, contudo, já disponibilizam valores de referência para a circunferência da cintura para o grupo adolescente. Sugere-se que esses pontos de corte tenham sua aplicabilidade
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mais bem investigada para outros grupos, principalmente em razão das diferenças étnicas e de estilo de vida (hábitos alimentares e prática de atividade física) entre populações. Outro ponto que dificulta o emprego padronizado da medida de cintura são os diferentes locais utilizados, com frequência, na sua aferição: ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca,37 ponto mais alto da crista ilíaca,38 menor circunferência do abdome24 e circunferência da região umbilical.9 Falta também melhor detalhamento do método empregado, explicitando se a medida foi feita sobre a roupa e o momento da respiração utilizado. A pouca padronização ainda encontrada é um fator que dificulta a comparação dos resultados obtidos pelos diferentes estudos. Freedman e cols.39 avaliaram a relação entre a circunferência da cintura (menor circunferência do abdome) e valores de lipídios e insulina séri-
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Crescimento e Desenvolvimento na Adolescência
175
Figura 17.3 Estirão de crescimento e maturação sexual no gênero masculino IE: início do estirão; PVC: pico de velocidade de crescimento; FE: final do estirão.
▌ Comparação entre as curvas de velocidade de crescimento e de ganho de peso, conforme o gênero - Intervalo anual
Figura 17.4 Curvas de velocidade de crescimento e de ganho de peso no gênero feminino, construída com base no National Center for Health Statistics (1977)
Figura 17.5 Curvas de velocidade de crescimento e de ganho de peso no gênero masculino, construída com base no National Center for Health Statistics (1977)
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Exames Laboratoriais: Urina e TSH
Alexandre Azevedo Novello Aline Maria da Silva Sampaio Novello
URINA A urina é o resultado de um ultrafiltrado do plasma formada continuamente pelos rins e estocada na bexiga até a sua eliminação.1 Desta forma, é possível estimar o funcionamento renal e suspeitar da etiologia das disfunções com os elementos urinários. Os exames realizados na urina são de grande utilidade clínica, proporcionando alta demanda de procedimentos para os laboratórios. A coleta fácil da amostra e as informações obtidas sobre as principais funções metabólicas do organismo tornam a análise de urina um suporte importante para a conduta de prevenção, monitoração e tratamento.2 Descreveremos adiante as principais empregabilidades e utilidades que uma análise urinária é capaz de fornecer,
expondo os valores de referência com as implicações de resultados anormais para o exame.
▌ Elementos anormais e sedimentos (EAS) A pesquisa de EAS na urina é um exame simples, de alta demanda aos laboratórios, capaz de fornecer uma avaliação das funções metabólicas do organismo, do grau de hidratação, de disfunções renais e infecções urinárias. São realizados exames físico-químicos na amostra e exames microscópicos no sedimento resultante da centrifugação de 10mL da urina. Os exames físico-químicos são realizados em tiras reativas com reagentes fixados em um suporte plástico que, em contato com a urina, apresenta reação colorimétrica a qual é comparada a uma escala padronizada de cores (Figura 19.1). Esta comparação pode ser por
Figura 19.1 Tiras reativas com reagentes fixados em um suporte plástico que, em contato com a urina, apresenta reação colorimétrica, que então é comparada a uma escala padronizada de cores Fotografia: Alexandre Azevedo Novello
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Fonte: CDC, 2000.
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Figura 24.1 A e B Gráficos de peso e altura para faixa etária entre 2 e 20 anos
Avaliação Nutricional do Adolescente Hospitalizado
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Critérios para Avaliação Nutricional da Gestante Adolescente
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As curvas de acompanhamento do ganho de peso de gestantes, segundo a classificação do IMCPG, propostas pelo IOM11 podem ser observadas nas Figuras 31.1 a 31.3. Para utilizar a curva, deve-se escolher a mais adequada, considerando-se o estado nutricional pré-gravídico (IMCPG: baixo peso, eutrofia, sobrepeso ou obesidade). Ressalta-se que, assim como as adolescentes, as mulheres afro-americanas e tabagistas devem basear-se nos limites superiores estabelecidos. A recomendação para as adolescentes não deve acompanhar o limite inferior, conforme adotado para mulheres de baixa estatura (segundo o IOM, considera-se como baixa a estatura inferior a 157cm), pois apesar de algumas adolescentes ainda apresentarem baixa estatura permanecem em fase de crescimento e desenvolvimento.11 Deve-se plotar o ganho de peso obtido da primeira até a última consulta, de acordo com a semana gestacional (tempo de amenorréia). Observar que o tracejado deve construir uma curva ascendente e dentro dos intervalos dos limites estabelecidos como meta de ganho de peso
para aquela gestante. Se o ganho de peso estiver abaixo do limite mínimo, o mesmo é classificado como insuficiente, e se acima do máximo, está excessivo.
Figura 31.1 Curva para acompanhamento pré-natal do ganho de peso da gestante com baixo peso
Figura 31.3 Curva para acompanhamento pré-natal do ganho de peso da gestante com sobrepeso
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Figura 31.2 Curva para acompanhamento pré-natal do ganho de peso da gestante eutrófica
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▌ Acelerômetros Os acelerômetros são sensores de movimentos, sensíveis à variação na aceleração do corpo em um eixo (uniaxial) ou nos três eixos (triaxial); o triaxial monitora os movimentos horizontais, verticais e diagonais produzidos pelo corpo. São capazes de medir direta e objetivamente a frequência, intensidade e duração dos movimentos referentes à atividade física realizada, registrando a aceleração e a desaceleração do corpo.6 Considerando-se que a movimentação do corpo é pluridirecional, vários autores indicam a medição nos três eixos como método mais apropriado para a avaliação da atividade física e dispêndio energético.1,6,15 Ainsworth e cols.11 citam que estes instrumentos estão sendo utilizados com adolescentes por apresentarem maior habilidade em mensurar a quantidade e intensidade do movimento em relação a outros sensores eletrônicos. Os acelerômetros revelam melhor confiabilidade do que os pedômetros, pois estimam o total de energia despendida, com base no impacto no solo e no deslocamento do centro de gravidade. A estimativa do acelerômetro parte do princípio de que a movimentação de um indivíduo gera aceleração do corpo teoricamente proporcional à força exercida pelos músculos responsáveis por esta aceleração e, desta forma, movimentos realizados cotidianamente e para efetuar estimativas do dispêndio energético correspondente.15 O acelerômetro Tri-axial TriTrac, uma versão mais sofisticada do Caltrac, vem sendo bastante utilizado como método de avaliação da atividade física desde 1992.6 As vantagens deste aparelho incluem: a possibilidade de ser aplicado a qualquer faixa etária e às atividades cotidianas; avaliar os indivíduos em condições reais de vida; a grande capacidade de armazenamento de dados; a não existência de comandos que possam ser manipulados externamente e a capacidade de avaliar a atividade durante períodos específicos, possibilitando a análise da frequência, duração e intensidade.3
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Contudo, o gasto energético não aumenta à medida que aumenta a carga de trabalho. Tendem a superestimar o dispêndio energético na caminhada e a subestimar esse gasto associado a muitas outras atividades; são imprecisos na estimativa do dispêndio energético associado à posição de sentado e nos movimentos da parte superior do tronco e não podem ser usados em atividades aquáticas.3 O modelo RT3 (Figura 34.4), lançado a poucos anos, é menor e mais leve. Registra o vetor magnitude, “contagem de atividade”, gasto energético da atividade e gasto total. Dispõe de quatro opções de armazenamento, podendo registrar a atividade a cada segundo e minuto a minuto, com a opção de registro ou não do vetor magnitude com duração de até 21 dias.6 A validação do modelo Tritrac RT3 foi inicialmente estudada por Wenos e cols.,21 que avaliaram os efeitos da inclinação na caminhada em esteira e o posicionamento do aparelho. Comparado com a calorimetria indireta, concluíram que o modelo RT3 superestima o gasto calórico somente na caminhada no plano, sem inclinação. Não
Figura 34.4 Acelerômetro
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Instrumentos Disponíveis para Avaliação do Gasto Energético em Adolescentes
foram encontradas diferenças entre a utilização central, no lado esquerdo ou direito do quadril. No Brasil, não foram realizados estudos de validade destes acelerômetros, porém já estão sendo utilizados na avaliação da atividade física em alguns estudos. Os modelos de acelerômetro TriTrac geram uma estimativa aceitável da atividade física, pois medem de forma precisa o dispêndio energético, porém não recomendam a comparação de estudos com modelos diferentes, pois há diferenças entre os modelos.6 O acelerômetro uniaxial e o TriTrac R3D apresentam-se válidos para mensurar a atividade física em diversas faixas etárias e são instrumentos mais práticos e acessíveis quando comparados com a calorimetria e a DLW, além de fornecerem uma medida mais precisa do que as obtidas com frequencímetros, questionários e pedômetros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Os instrumentos indiretos citados fornecem cálculo da prática de atividade física, mas não são suficientemente válidos para estimar o verdadeiro gasto energético total. Isto continua sendo um dos problemas dos profissionais afins, e assim tornou-se um campo relevante de investigação com a necessidade de desenvolver métodos válidos, mais simples e com menor custo, para o cálculo da atividade física desempenhada e do gasto energético total em todas as faixas etárias.
REFERÊNCIAS 1. Pinho RA. Nível habitual de atividade física e hábitos alimentares de adolescentes durante período de férias escolares [dissertação mestrado]. Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, 1999. 2. Hill JO, Melby C, Johnson SL, Peters J. Physical activity and energy requirements. Am J Clin Nutr 1995; 62:1059-66. 3. Oliveira MM, Maia JA. Avaliação da actividade física em contextos epidemiológicos. Uma revisão da validade e fiabilidade do acelerómetro Tritrac–
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R3D, do pedómetro Yamax Digi-Walker e do questionário de Baecke. Rev Portuguesa de Ciências do Desporto 2001; 1(3):73-88. 4. Rodrigues AMCM. Validação de um diário para a avaliação da actividade física habitual, tendo como referência a acelerometria. Estudo em adolescentes escolares [dissertação mestrado]. Coimbra: Universidade de Coimbra, Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, 2004. 5. Moura JAR, Rech CR, Fonseca PHS, Zinn JL. Validação de equações para a estimativa da densidade corporal em atletas de futebol categoria sub20. Rev Bras de Cineantropometria & Desempenho Humano 2003; 5(2):22-32. 6. Ilha PMV, Silva RCR, Petroski EL. Validade do acelerômetro Tri-axial Tritrac: um estudo de revisão. Rev Bras Cine Des Hum 2005; 7(1):75-81. 7. Scagliusi FN, Lancha Júnior AH. Estudo do gasto energético por meio da água duplamente marcada: fundamentos, utilização e aplicações. Rev Nutr 2005; 18(4):541-51. 8. Stone MR. The effect of leg length and stride frequency on the reliability and validity of accelerometer data [tese doutorado]. Canadá: College of Kinesiology, University of Saskatchewan Saskatoon; 2005. 9. Bouchard CA, Tremblay C, Leblanc G, Lortie R, Savard R, Theriault GA. Method to assess energy expenditure in children and adults. Am J Clin Nutr 1983; 37:461-7. 10. Murgatroyd PR. Techniques for the measurement of human energy expenditure–a pratical guide. International Journal of Obesity 1993; 17(10):468549. 11. Ainsworth BE, Montoye HJ, Leon AS. Methods of assessing physical activity during leisure and work. In. C. Bouchard RJ, Shephard, T. Stephens. Physical Activity Fitness and Health: international precedings and consensus statement Canada. Champaing: Human Kinetics Publishers 1994; 146-54. 12. Bailey RC, Olson J, Pepper SL, Porszasz J, Barstow TJ, Cooper DM. The level and tempo of children’s physical activities: an observational study. Med Sci Sports Exerc 1995; 26:1033-41. 13. Sallo M, Silla R. Physical activity with moderate to vigorous intensity in preschool and first-grade schoolchildren. Pediatric Exercise and Science 1997, 9:44-54. 14. Livingstone MB, Coward WA, Prentice AM, Davies PS, Strain JJ, Mckenna PG. Daily energy expenditure in free-living children: comparison of heart-rate monitoring with the doubly labeled water method. Am J Clin Nutr 1992; 56(2):343-52.
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15. Ilha PMV. Relação entre nível de atividade física e hábitos alimentares de adolescentes e estilo de vida dos pais [dissertação de mestrado]. Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. 16. Crocker PR, Bailey DA, Faulkner RA, Kowalski KC, McGrath R. Measuring general levels of physical activity: Preliminary evidence for the physical activity questionnaire for older children. Med Sci Sports Exerc 1997; 29:1344-9. 17. Pardini R, Matsudo M, Araújo T, Matsudo V, Andrade E, Braggion G et al. Validação do questionário internacional de nível de atividade física (IPAQ – versão 6): estudo piloto em adultos e jovens brasileiras. Rev Bras Ciên e Mov 2001; 9(3):45-51. 18. Florindo AA, Romero A, Peres SV, Silva MV, Slater B. Desenvolvimento e validação de um questioná-
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Índice
A Acelerômetros, 364, 372 Ácido fólico, 42 Adiponectina, 290 Adiposidade, 291 - baixo peso ao nascer e, 299 - corporal, marcadores inflamatórios e, em adolescentes, 291 - global ou localizada, associação entre déficit estatural, excesso de peso e, 307-314 - - achados instigantes, 308 - - hipóteses explicativas, 310 - - - alterações hormonais, 310 - - - alterações no gasto energético, 310 - - - efeito da proporcionalidade corporal, 311 - - - falhas na regulação da ingestão, 310 - - - maior hidratação ou proporção da massa magra, 311 - - - menor adiposidade pélvicofemoral, 311 - pélvico-femoral, 311 Adolescência, 132 - anemia na, 249-255 - - fatores de risco, 252 - - pontos de corte, 251 - - prevalência, 249 - crescimento, 297-306 - - e desenvolvimento na, 173-180 - - - composição corporal, 177
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- - - estirão de, e maturação sexual, 173 - - intrauterino e consequências na, 297-306 - - - condições de nascimento e sua relação com o estado nutricional, 301 - - - mecanismos propostos e algumas suposições quanto à relação pré- e pós-natal, 299 - doenças, 269-275, 339-347 - - crônicas não transmissíveis na, 269-275 - - - cardiovasculares, 274 - - - diabetes melito, 270 - - - dislipidemias, 273 - - - obesidade, 272 - - sexualmente transmissíveis na, 339-347 - - - cancro mole, 346 - - - candidíase, 345 - - - fômites, 343 - - - gonorreia ou blenorragia, 340 - - - hepatite B, 345 - - - herpes genital, 344 - - - HIV/AIDS, 342 - - - pediculose, 346 - - - sífilis, 339 - - - trichomoníase, 343 - - - vaginose bacteriana ou infecciosa por Haemophilus, 343 - gravidez na, fatores de risco associados a, 321 - - repercussões sobre a mãe adolescente, 322
- - repercussões sobre o concepto, 321 - hipertensão arterial sistêmica na, 233-247 - - características da família, 234 - - condições de vida intrauterina, 235 - - diagnóstico, 237 - - hábitos alimentares, 237 - - obesidade, sobrepeso e composição corporal, 235 - - tratamento, 245 - inflamação subclínica na, 288-293 - - biomarcadores inflamatórios como preditores de risco na síndrome metabólica, 290 - - marcadores inflamatórios, 288 - necessidades e recomendações nutricionais na, 33-48 - - cálculos, 36 - - caracterização biológica, 33 - - energética estimada para adolescentes, 35 - - - de 19 anos, 35 - - - do gênero feminino de 10 a 18 anos, 35 - - fundamentação das estimativas, 34 - - macronutrientes, 36 - - micronutrientes, 38 - obesidade na, 75-92 - - aspectos metabólicos, 78 - - consequências e complicações da, em curto e longo prazos, 76 - - diagnóstico, 82
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- - endógena, 81 - - epidemiologia, 75 - - etiologia, 80 - - prevenção e controle, 89 - - propedêutica da, ou sobrepeso, 83 - - tratamento, 86 - - valores do índice de massa corporal para sobrepeso e, por gênero e idade, 84 - particularidades e prevalência dos transtornos alimentares na, 96 - principais diferenças entre transtornos nutricionais e transtornos alimentares durante a, 132 - vacinação na, 215-231 - - calendário vacinal, 230 - - contra difteria, tétano e coqueluche, 221 - - contra febre amarela, 220 - - contra gripe A e B, 224 - - contra hepatite viral, 217 - - - A, 219 - - - B, 217 - - contra HPV, 226 - - contra meningite, 223 - - contra pneumonia, 225 - - contra sarampo, caxumba e rubéola, 220 - - contra tuberculose, 228 - - contra varicela, 222 - - novas vacinas em pesquisa, 229 Adolescente(s), 20, 396 - água e eletrólitos para, 25 - aminoácidos para, de 10 a 18 anos, 25 - aspectos familiares nas condições nutricionais e de saúde do, 207-213 - - alterações clínicas e metabólicas, 211 - - estilo de vida, 208 - - excesso de peso, 209 - avaliação da maturação sexual de, 167-172 - - estudos de, 171 - - métodos de, 168 - características metabólicas de, eutróficas, obesas de peso normal e com excesso de peso, 149 - classificação da pressão arterial para crianças e, 239
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- classificação do percentual de gordura corporal de, segundo o gênero, 178
máxima e mínima de cada componente, 67 - - do estado de São Paulo, 68
- com síndrome de Down, 398
- - estudos de consumo alimentar, 63
- - avaliação nutricional de, 396
- - média de pontos de cada
- - estudos sobre curvas para crianças e, 398 - desnutrição aguda e crônica em, 131 - diferentes classificações e pontos
componente do, 69 - - uso do, 64 - influências psíquicas no estado nutricional de, 106
de corte de índice de massa
- macronutrientes para, 20
corporal para, 117-125
- marcadores inflamatórios e
- - desempenho, 121 - - internacionais, 118 - - nacionais, 120
adiposidade corporal em, 291 - metabolicamente obesos de peso normal, 147-150
- - vantagens e desvantagens, 123
- - diagnóstico, 148
- distúrbios nutricionais em, sinais e
- - recomendações, 150
sintomas clínicos mais importantes nos, 263 - equações para predição de gordura corporal em, 139-145 - escala clínica por semiologia nutricional para, 265 - estimativas de desvio padrão intrapessoal para ingestão de macronutrientes baseadas no Continuing Survey of Food Intakes by individuals para, 28 - excesso de peso em crianças e, segundo o estado nutricional dos pais, 210 - fibras totais para, 20 - frequência de fatores de risco cardiovascular avaliados em, do gênero feminino, 149 - hospitalizado, avaliação nutricional do, 257-266 - - estadiamento puberal, 262 - - exame físico, 263 - - indicadores de, 258 - - subjetiva, 264 - índice de qualidade da dieta em, 63-71 - - adaptado à população brasileira, 66
- - riscos adversos do excesso de gordura corporal, 148 - - tratamento, 148 - métodos de avaliação do consumo alimentar em, 57 - minerais para, 23 - necessidade energética estimada para, 18 - parâmetros bioquímicos para, 183-193 - - alterações do metabolismo da glicose, 187 - - evolução dos pontos de corte para dislipidemias, 183 - - inflamação e disfunção endotelial precoce, 190 - portadores do HIV, avaliação do estado nutricional de, 349-355 - pós-menarca, 309 - - peso e comprimento ao nascer de, com baixa estatura e estatura normal, 302 - - variáveis e índices antropométricos de, com e sem déficit estatural, 309 - praticantes de atividade física, uso de suplementos alimentares por, 381-390
- - - componentes, 66
- - conceito e classificação, 381
- - - variedade da dieta, 67
- - tipos de suplementos, 383
- - avaliação da dieta por meio do, 68
- proteínas para, 20
- - categorias de classificação, 67
- recomendações nutricionais
- - descrição, variação da pontuação e critérios para pontuação
para, 15 - - e a pirâmide alimentar, 49-52
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