Hosp 270 Jan Fev 2018

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Ano 24 - Nº 270 - JAN-FEV/2018

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HOSPITAL EDMUNDO VASCONCELOS apresenta nova ala de quimioterapia

Entrevista: ABIMED – Desafios

Enfermagem: Demandas no

Tecnologia: Práticas

da indústria médica no Brasil

tratamento de crianças diabéticas

importantes de cibersegurança


Sistema Mecânico para Infusão Ambulatorial Sistema Mecânico para Infusão Ambulatorial Sistema Mecânico para Infusão Ambulatorial

INFUSÃO MECÂNICA INFUSÃO PRECISA EMECÂNICA EFICIENTE INFUSÃO PRECISA EMECÂNICA EFICIENTE AGORA 100% NACIONAL PRECISA E EFICIENTE AGORA 100% NACIONAL AGORA 100% NACIONAL

FABRICAÇÃO 100%

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Publisher: Isa Bombardi Publicidade: comercial@revistahosp.com.br (11) 3835-4255 HOSP - Suprimentos e Serviços Hospitalares – Registrada no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos sob o nº 183.561, de acordo com a Lei de Imprensas 6.015/73 e no INPI. Dirigida e qualificada a hospitais, clínicas, unidades mistas, pronto-socorros, postos e centros de saúde públicos e privados de todo o território nacional, secretarias municipais de saúde, prefeituras municipais, universidades, associações e entidades de classe, indústrias, distribuidores e revendedores de máquinas, equipamentos, produtos e serviços. A reprodução de artigos, reportagens ou notícias por qualquer meio é permitida. Os conceitos dos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. Todas as informações são originadas de entrevistas, releases e catálogos das empresas. A responsabilidade das informações contidas nos anúncios é dos anunciantes. Impressão e Acabamento: BMF Gráfica e Editora Tel.: (11) 3658-4500

PONTAPÉ INICIAL PARA UM ANO DE GRANDES MUDANÇAS Pronto! Começou tudo de novo! Ainda bem, porque as projeções dão conta de que este será o ano das mudanças. Esperamos deixar para os livros de história as lembranças de crises, desgastes e dificuldades econômicas. É, mais uma vez, o momento de arregaçarmos as mangas e tomarmos em nossas mãos as rédeas do que virá. E começamos essa edição, com a entrevista do presidente do Conselho de Administração da ABIMED, Felipe Kietzmann, que conta dos desafios que a entidade tem para os próximos meses e faz importantes observações sobre o mercado. Com relação às atualidades, a edição traz um interessante artigo de Rogério Pires, diretor do segmento de Healthcare da TOTVS, tratando da relevância dos prontuários eletrônicos e os obstáculos a serem superados para a sua plena implantação no país. Tratamos ainda de um dos assuntos mais corriqueiros, porém de suma importância nos atendimentos emergenciais: as ambulâncias. Saiba quais características são necessárias, de acordo com o tipo de atendimento que será prestado e as normas que regem o assunto. Acompanhe ainda um interessante artigo de Mariana Romero, gerente de contas sênior da Global Health, que apontas os principais mitos no segmento da saúde na América Latina. A seção Entidades de Saúde traz a história do principal hospital filantrópico da Costa Rica, o Hospital Clínica Bíblica, que desempenha um importante papel na promoção na saúde no país. E no Brasil, o Hospital Edmundo Vasconcelos concluiu a remodelação de sua Unidade de Quimioterapia e Infusão, trazendo acolhimento e eficiência, tão necessários aos pacientes. Boa leitura!

Diretora Responsável:

CONVITE

Maria Bombardi Editora Suprimentos e Serviços Ltda. R. Gomes Freire, 331 - CEP: 05075-010 São Paulo - SP - Brasil Telefax: (11) 3835-4255

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A revista HOSP quer a sua participação: opine, indique temas, seções, tudo que poderia deixar a revista ainda mais aprimorada para a sua rotina: redacao@revistahosp.com.br. Importante: Antes de adquirir qualquer produto, certifique-se de que o mesmo está de acordo com as normas exigidas por lei.

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SUMÁRIO

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Felipe Kietzmann explica os desafios da ABIMED

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Inspiração

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Tecnologia

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Opinião

Enfermagem Educação - As demandas de cuidado das crianças com Diabetes Mellitus tipo 1

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Um Médico: Dr. Marcelo Calil Burihan e sua escalada pela Cirurgia Vascular

Importâncias de medidas de cibersegurança

Entidades de Saúde No Brasil: Edmundo Vasconcelos e sua nova unidade de quimioterapia No Mundo: Hospital Clínica Bíblica faz da filantropia um marco na Costa Rica

Facilities Gerenciamento de Facilities em Hospitais

Atualidades Mobiliário hospitalar Bombas de infusão Ambulâncias: características essenciais para os primeirossocorros Prontuário eletrônico: desafios da implantação

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Opinião

ABIMED: alta tecnologia a favor da saúde A ABIMED é também membro fundador e ocupa cargo no Conselho do Instituto Coalizão Saúde, é membro do Conselho Consultivo do Instituto Ética-Saúde e do ComSaúde da FIESP

Revista HOSP: Pode nos contar um pouco da história da ABIMED? Felipe Kietzmann: A ABIMED foi fundada em 1996, em um momento no qual era importante o setor de produtos para saúde ampliar o diálogo com os órgãos de governo com o objetivo de incrementar o acesso da população às novas tecnologias médicas. Iniciou com 20 associadas e teve crescimento rápido e consistente desde então. Hoje, é reconhecida como uma legítima representante dos fabricantes de alta tecnologia médica. Conta com cerca de 235 associados, que representam 65% do mercado brasileiro de dispositivos médicos. Além da defesa dos interesses do setor, a ABIMED trabalha para a melhoria do sistema de saúde no Brasil, no fomento a um ambiente ético de negócios, de uma competição justa e na defesa da sustentabilidade do setor. A ABIMED tem acordos de cooperação com a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estreito contato com a ANS – Agência Nacional da Saúde Suplementar e com o Ministério da Saúde. Contribui ainda com Ministérios como o MDIC e o MCTI, no suporte à implementação de políticas industriais e no fomento à inovação no país. A ABIMED é também membro fundador e ocupa cargo no Conselho do Instituto Coalizão Saúde, é membro do Conselho Consultivo do Instituto Ética-Saúde e do ComSaúde da FIESP. JAN-FEV/18

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Opinião

HP: Quais as principais diretrizes e valores da associação? FK: A ABIMED tem como pilares principais Relações Institucionais, Ética, Organização e Governança, Comunicação, Ambiente de Negócios e Inovação e Acesso. Seus principais valores são: foco no paciente, ambiente ético de negócios, sustentabilidade do sistema de saúde e acesso da população às tecnologias médicas. HP: Quais são na sua opinião, os maiores desafios enfrentados atualmente pela indústria de produtos para a saúde? FK: Um grande desafio que o sistema de saúde enfrenta é a crescente demanda por serviços, decorrente, principalmente, do envelhecimento da população, o que acarreta uma mudança epidemiológica significativa, com aumento sobretudo das doenças crônico-degenerativas. Essa situação requer uma revisão do atual modelo assistencial e a indústria, além de acompanhar essas transformações, tem colaborado com gestores e outros elos da cadeia de saúde com debates, estudos e soluções que promovam sustentabilidade e acesso. HP: Quais são as ações atuais da associação junto às autoridades para fortalecer este segmento? FK: Temos mantido um relacionamento sólido e constante com as diversas esferas do Governo, agências regulatórias, ministérios e com o Congresso. Também JAN-FEV/18

agimos em conjunto com associações parceiras e Institutos na promoção de melhoria das políticas de saúde. Hoje a grande busca do setor é ampliar a assistência sem perda da qualidade, o que só é possível com ética e ações que promovam a sustentabilidade econômica do sistema de saúde. HP: As tecnologias de uso em saúde mudam muito rapidamente. Pode nos falar um pouco sobre esses avanços e seu impacto nesta indústria? FK: A indústria de produtos para saúde está vivendo um momento de disruptura, a chamada Saúde 4.0. O advento de enormes avanços, como a big data/ analytics/inteligência artificial, impressão 3D, nanotecnologia, vestíveis e aplicativos estão mudando radicalmente o sistema de saúde e o papel do paciente, que passa a ser cada vez mais ator ativo na promoção e manutenção da sua saúde. Estas mudanças tendem a se aprofundar e trazer grandes transformações na maneira de se fazer saúde no país e no mundo

“Um grande desafio que o sistema de saúde enfrenta é a crescente demanda por serviços, decorrente, principalmente, do envelhecimento da população, o que acarreta uma mudança epidemiológica significativa” Felipe Kietzmann, Diretor Regional de Compliance para América Latina e Caribe da Alcon/Novartis

HP: Como a ABIMED participa da disseminação de conhecimento técnico? Existem parcerias com entidades de ensino? FK: A ABIMED conta com vários grupos de trabalho internos, promove seminários, treinamentos e workshops para debater tendências e avanços e conta com apoio de várias consultorias especializadas.

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Opinião

HP: O que é necessário para uma indústria se tornar membro da associação e quais os benefícios oferecidos aos associados? FK: Para se tornar membro, a empresa deve atender aos requisitos e autorizações de funcionamento determinados pela Anvisa, possuir um responsável técnico e comprovar que dispõe de tecnologia que atende os melhores padrões de qualidade. Além disso, é obrigada a cumprir as normas estabelecidas no Código de Conduta da ABIMED, que está na 5ª edição. HP: Quais as maiores dificuldades que a ABIMED encontra em nossa atual política econômica e de saúde? FK: Vemos muitos pontos que têm potencial de melhoria, como a consolidação e revisão dos aspectos regulatórios, agilização nas liberações de importação nos portos e aeroportos, melhoria na gestão dos serviços, – como, por exemplo a digitalização e integração de hospitais –, racionalização no uso das tecnologias e na sua incorporação pelo setor público.

HP: Que mudanças tornariam a nossa indústria médico-odontológica mais eficiente e competitiva? FK: Mudanças que criem um ambiente mais amigável para atração de investimentos, como por exemplo a redução da burocracia e a melhoria da infraestrutura e logística. Também consideramos muito importante ter uma visão focada na complexidade da cadeia de fornecimento de produtos para saúde, que tem características próprias e específicas. HP: Existem parcerias da associação com entidades fora do país? Quais? FK: Somos membros do GMTA (Global Medical Technology Alliance), que congrega associações de vários países para troca de melhores práticas. Somos membros da DITTA (Global Diagnostic Imaging, Healthcare and Radiation Therapy Trade Association) que, por sua vez, congrega importantes grupos de trabalho junto a entidades normatizadoras. A ABIMED também participa de todas as reuniões de IMDRF (Inter-

national Medical Devices Regulators Forum), entidade que congrega nove agências reguladoras do mundo, incluindo a Anvisa. Além disso, mantemos estreito contato com associações congêneres, como a AdvaMed, nos Estados Unidos, e a Medtech Europe, na União Europeia. HP: Há algum outro aspecto que queira abordar que não tenha sido tratado? FK: Podemos dizer que este momento de transformação que estamos vivendo torna imprescindível a união de todos os elos da cadeia de saúde para trabalhar com o objetivo maior que a saúde do paciente e a sustentabilidade do setor e do sistema de saúde do país. Felipe Kietzmann é Diretor Regional de Compliance para América Latina e Caribe da Alcon/Novartis e recém-empossado presidente do Conselho de Administração da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde.

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Atualidades

Móveis hospitalares: elegância sem descuidar da funcionalidade

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o mundo globalizado em que vivemos, e com as constantes e diversas modernizações em todos os segmentos, o serviço de atenção à saúde não ficou ao largo. O conceito antigo de hospitais espartanos, camas duras e desconfortáveis tanto para o paciente quanto para a equipe, ficaram num passado remoto. O hospital moderno busca se distanciar da imagem de um local onde só se vê doenças, tristezas e sofrimentos. Hoje, tem fundamental importância a arquitetura, decoração, conforto e beleza, que conferem ao ambiente um aspecto muito mais humanizado e ameno. Atualmente, a montagem ou reestruturação de unidades de saúde passa por novos conceitos. Assim, a escolha dos itens de mobiliário têm tanta importância quanto a de outros insumos, uma vez que deve considerar não apenas a durabilidade (frente ao ambiente caracterizado pelo uso intensivo e repetidos processos de higienização), mas também itens essenciais como conforto e facilidade de limpeza e manutenção. O ambiente hospitalar moderno precisa obrigatoriamente levar em conta que sua estrutura atenderá não apenas os doentes, mas vai abrigar durante grande parte do tempo também os seus familiares, fornecedores e visitantes. E

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para estes também há que se pensar em conforto e segurança. Assim, a escolha dos móveis deve ser feita de maneira criteriosa, de forma a ajudar a transformar o local em um ambiente seguro, harmônico, eficiente e confortável. Além disso, devem estar de acordo com o local e o tipo de terapia ou atendimento oferecido ao paciente. Nos apartamentos e enfermarias, o primeiro móvel a ser pensado é a cama ou leito hospitalar. Os antigos modelos de materiais tubulares foram com o tempo sendo substituídos por modernas camas, com controles eletrônicos. Eles recebem acabamento em material de alta resistência, que permite a devida higienização com produtos sanitizantes, sem que o equipamento seja danificado. Além disso, são materiais mais leves que facilitam o trabalho da equipe médica e de enfermagem. As partes metálicas, em geral recebem acabamento com pintura eletrostática e com tratamento antiferruginoso. Na mesma linha, são fabricados móveis de apoio como os sofás-cama para acompanhantes, mesas de refeição, poltronas reclináveis, mesas auxiliares, carros multifuncionais, entre diversos outros artigos. Em muitas linhas, os produtos também recebem a aplicação de um material antibacteriano, importante na prevenção das contaminações e infecções cruzadas.

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- Welcome 2018 - Prêmio 100 Mais Influentes da Saúde - 1º Congresso Gestão Hospitalar - Prêmio HealthARQ - 1º Congresso de Saúde Pública - Prêmio Health-IT - 2º Congresso do Hospital Conectado - Prêmio CIO do Ano - Fórum de Infraestrutura do Ambiente de Saúde - 5º Seminário Brasileiro de Engenharia Clínica - 2º SAHE Clínicas - Fórum em Gestão da Enfermagem - Congresso de Limpeza e Esterilização de Produtos para a Saúde - Rodada de Cases de Limpeza e Desinfecção de superfícies ambientais - Ilha do Conhecimento

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Tecnologia

Sete práticas de cibersegurança que a área de saúde deveria adotar

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s informações confidenciais de pacientes podem valer dez vezes mais que os dados de cartão de crédito no mercado ilegal. Mas é possível agir de forma preventiva para dificultar o acesso de hackers ao sistema de hospitais e clínicas médicas. Estes guardam dados confidenciais de diversos pacientes e, se ainda não utilizam práticas de cibersegurança, deveriam. Os protocolos de segurança protegem tanto os clientes quanto os colaboradores, especialmente no setor da saúde. De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Ponemon, 90% dos estabelecimentos que prestam serviço de atendimento clínico já experimentaram algum tipo de violação de dados. Pacientes e funcionários confiam nos estabelecimentos de saúde com suas informações privadas, e é responsabilidade dessas instituições proteger esses dados. Até porque o prejuízo total de uma

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violação de dados pode chegar a US$ 4 milhões, segundo essa mesma pesquisa, realizada em 2016. Há muitas maneiras pelas quais os hackers podem se infiltrar em uma base de dados, por isso, é fundamental tomar medidas para proteger o sistema antes que seja invadido – e evitar gastos futuros e emergenciais.

SEJA UM USUÁRIO INTELIGENTE Normalmente, a ponta mais vulnerável de um sistema é o próprio usuário. Quanto mais bem informado, menos ele se expõe às ameaças. São dois os ataques mais comuns: a) Phishing – Os cibercriminosos usam esse tipo de ataque com os usuários para revelar informações confidenciais ou baixar malwares (código ou programa malicioso). Em maio de 2017, a UC Davis Health sofreu uma violação potencial após um funcionário abrir um e-mail de phishing. O hacker ganhou acesso a essa conta, se passou por empregado e enviou e-mails aos outros funcionários solicitando grandes somas de dinheiro. O ataque afetou mais de 15 mil pessoas. b) Ransomware ( é um tipo de malware que sequestra o computador da vítima e

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cobra um valor em dinheiro pelo resgate) – Este é um software sofisticado que bloqueia os usuários de acessar seus arquivos, exigindo que eles paguem um resgate para recuperar o acesso. Também em maio de 2017, um ransomware afetou 74 países da Europa e da Ásia. Isso atingiu os Serviços Nacionais de Saúde no Reino Unido.

PROTEJA SEUS DISPOSITIVOS IP NA REDE As informações confidenciais de pacientes são absurdamente valiosas no mercado ilegal. Uma vez que hackers conseguem acesso ao sistema de hospitais, podem obter imagens de vídeo no local ou remotamente. A melhor maneira de evitar isso é habilitar a criptografia em suas soluções de segurança, que codificam imagens se extraídas e atualizam constantemente o firmware (conjunto de instruções operacionais programadas diretamente no hardware de um equipamento eletrônico. É ele que contém as informações de inicialização que permitem o correto funcionamento do aparelho). Todos os pontos de um sistema de saúde são vulneráveis à violação. Por isso, é imperativo ser pró-ativo e implantar as melhores práticas de segurança cibernética.

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Tecnologia

CONTROLE O ACESSO A DADOS SENSÍVEIS Em um relatório, a Verizon revelou que 25% dos incidentes de segurança, tanto intencionais como não-intencionais, são causados por pessoas de dentro da organização que têm acesso a informações normalmente indisponíveis para outros. Por isso, os estabelecimentos de saúde devem implementar o princípio de “contas de menor privilégio”. Esses parâmetros podem ser parte de um sistema operacional ou incorporados a um aplicativo; eles podem ser feitos manualmente usando uma lista de controle de acesso ou com controle de acesso baseado em função, e envolvem uma senha para proteger os dados do acesso não autorizado.

USE UM FIREWALL Hospitais e clínicas devem usar um firewall (dispositivo de uma rede de computadores que tem por objetivo aplicar uma política de segurança a um determinado ponto da rede) para proteção contra as intrusões externas e as ameaças cibernéticas. Programas antivírus destroem softwares mal-intencionados que ganham acesso a uma rede, mas um firewall impede que ele entre na rede antes de qualquer coisa.

ATUALIZE O SOFTWARE E O FIRMWARE Os cibercriminosos geralmente comprometem as redes através de vírus. Mesmo um dispositivo protegido pelo software de segurança mais recente pode ser violado por unidades flash, e-mails e links aparentemente inocentes. Instalar o software e o firmware mais recente não é suficiente, também é preciso atualizá-los continuamente (especialmente quando novos patches de segurança são liberados).

TENHA UM PLANO! Os cibercriminosos podem invadir qualquer rede a qualquer momento, e é por isso que é melhor ter um plano de emergência no caso de isso acontecer. Uma estratégia sólida permitirá aos funcionários dedicar seus esforços a tomar medidas rápidas e agressivas para frustrar as ações dos criminosos e proteger informações vitais.

USE SENHAS FORTES Cerca de 81% das invasões por hackers acontecem por senhas roubadas ou fracas. É recomendado que funcionários utilizem senhas diferentes para cada dispositivo. Assim, no caso de uma invasão, a mesma senha não será utilizada para se infiltrar em outras áreas. As senhas fortes geralmente incluem oito ou mais caracteres, letras maiúsculas e minúsculas, caracteres especiais e pontuação. Sanar todas as vulnerabilidades é muito difícil, mas seguindo um bom protocolo de cibersegurança, é possível minimizar a chance de ter o os dados de pacientes roubados. Treinar e garantir que sua equipe esteja ciente de ameaças irá reduzir a probabilidade de o sistema ser invadido. É melhor tomar todas as precauções quando se trata de segurança cibernética para criar uma rede forte e segura. No final, isso poderia potencialmente impedir ações na Justiça, evitar o comprometimento da imagem da instituição e economizar milhões de reais. Paul Baratta é gerente de Desenvolvimento de Negócios da Axis Communications para a área de Saúde.

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Atualidades

Bombas de infusão inteligentes têm facilitado o trabalho de enfermeiros Tecnologia permite que profissionais da saúde otimizem tempo com mais segurança.

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entro de um mesmo hospital são encontrados pacientes de diferentes níveis de complexidade e inúmeros riscos ocupacionais para os profissionais de saúde. Administrar os vários fluídos, saber quais são as exigências de cada paciente, calcular o tempo e volume das terapias infusionais, e ainda reunir todas as informações em vários prontuários é uma tarefa que exige muita atenção, preparo e cuidado do profissional de enfermagem. Entretanto, essa rotina pode ficar comprometida por conta do alto volume de trabalho proveniente de grandes hospitais. A boa notícia é que a tecnologia chegou até esse ambiente e têm contribuído para otimizar tempo e o desempenho dos profissionais de enfermagem. A B. Braun Brasil têm

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disponibilizado para hospitais brasileiros bombas de infusão inteligentes (smart pumps) com sistemas de integração. “O Sistema Space (Infusomat e Perfusor, bomba peristáltica e bomba de seringa respectivamente), conta com uma placa de comunicação de dados, que possibilita o tráfego de informação, tanto “cabeado” quanto Wi-Fi. Dessa maneira, através do software Space Online Suite, pode-se fornecer uma estrutura de software estável para as aplicações de monitoramento remoto, gestor de biblioteca de fármacos e gerenciamento de upload. Essas aplicações são direcionadas aos profissionais qualificados de saúde e de engenharia clínica, de forma que possam gerir informações das bombas de infusão”, explica Davidson Corrêa, Gerente de Produto. Adicionalmente, a B.Braun possui o software DoseLink, utilizado para estabelecer ligações entre a própria aplicação e os dispositivos de comunicação, assim como armazenar os dados recebidos das bombas de infusão da B. Braun numa base de dados. “Esse mecanismo

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permite criar um banco de dados sobre o paciente e a terapia utilizada e, assim, salvar informações importantes como tipo e volume de fármaco, tempo de início e término da terapia e ainda monitorar alarmes que vão auxiliar o enfermeiro no gerenciamento do tratamento desse paciente”, afirma Corrêa. O Sistema Space também é capaz de administrar todos os tipos de fármacos como antibióticos, anti-inflamatórios, anestésicos, e pode ser utilizado em vários tipos de terapia como TCI (Target Controlled Infusion), PCA(Patient-Controlled Analgesia), além da possibilidade de utilização de módulo para controle de glicemia em pacientes críticos com insulinoterapia endovenosa - sendo a única bomba de infusão do mercado brasileiro a possuir esse último recurso. Outro ponto a ser ressaltado sobre a terapia infusional automatizada são as informações do prontuário e as medidas para a segurança de cada paciente. “A tecnologia permite gerar um banco de dados sobre os fármacos utilizados por cada

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Atualidades

paciente, bem como informações como horário de início e término, e volume. Os dados são armazenados de maneira eficiente e segura”, explica o especialista. Sobre economia de energia da Infusomat Space, Corrêa conta que a tecnologia têm se mostrado mais eficiente que as outras bombas disponíveis no mercado. “Um estudo feito pela B. Braun Brasil sobre consumo de energia elétrica das bombas de infusão do Sistema Space e a concorrente, revelou que enquanto as bombas alemã gasta em média R$ 20 mil reais anualmente (500 bombas funcionando continuamente), as concorrentes chegam a gastar entre R$ 120 e R$180 mil reais”, afirma. Denis Moura Jr é Enfermeiro e Especialista de Projetos do Hospital Israelita Albert Einsten, ele relata que há cerca de dois anos o hospital optou por utilizar a Infusomat Space por conta da possibilidade de integração com o prontuário eletrônico que foi implantado no hospital em 2017 . “A bomba tem nos possibilitado ganhos de gestão. Conseguimos tornar a infusão de drogas mais efetiva

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e eficiente. A visão geral do hospital ficou muito melhor. Ganhamos também na verificação, organização de pacientes, medicamentos infundidos, localização dos mesmos”, garante. No Hospital Aliança, em Salvador, as UTIs implementaram sua Biblioteca de Fármaco nas bombas de infusão há alguns anos. Maria de Fátima Veiga, Enfermeira líder da UTI Neonatal, afirma que um dos maiores benefícios deste recurso foi a possibilidade de visualização da terapia em uso. “Na unidade é imprescindível a utilização de bombas de infusão, pois o volume de medicamentos infundidos nesse tipo de paciente é muito pequeno e qualquer erro pode representar um dano grave. A existência de uma Biblioteca de Fármaco permite deixar a vista da equipe multidisciplinar as medicações e/ou soluções em uso no paciente”. Veiga explica que antes da implementação deste recurso, a identificação das medicações era feita com etiquetas produzidas pelos profissionais do serviço. Para a enfermeira, a implementação da

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Biblioteca de Fármacos na terapia de infusão proporcionou agilidade e segurança para toda equipe, assim como possibilitou selecionar as medicações conforme o perfil da unidade. “Vale ressaltar que a escolha das medicações para alimentar a Biblioteca de Fármaco nos demais setores seguiu o mesmo critério”, afirma. “No caso da Biblioteca do Hospital Aliança, por exemplo, nós temos a possibilidade de fazer o armazenamento de até 1.200 fármacos, em 30 categorias e em 50 unidades de cuidados dentro dos limites de segurança”. A Biblioteca de Fármacos, porém, vai além de uma listagem de fármacos. O objetivo maior é garantir a segurança durante a terapia de infusão, como por exemplo, ocorre no caso das configurações de limites absolutos, que quando excedidos durante a programação, geram um reconhecimento por parte do equipamento e interrompem a infusão automaticamente. B Braun - 0800 022-7286 www.bbraun.com.br.

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Atualidades

AMBULÂNCIA: um impacto decisivo no resultado final do atendimento

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m todo ser viço de saúde, um dos aspectos fundamentais do sucesso do tratamento do paciente é a pronta remoção e transporte, especialmente nos casos mais graves ou urgentes. Os veículos utilizados devem estar devidamente preparados e aparelhados para garantir a segurança e a resposta médica necessária para o quadro em questão. Diversas empresas trabalham com esse serviço, como é o caso da GO! Emergências Médicas, cujo gerente Vagner Batistela, nos explica detalhes. A adaptação de veículos para operarem como ambulâncias deve atentar a diversos aspectos. A escolha do tipo a ser utilizado depende das necessi-

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dades clínicas do paciente. Quanto maior a complexidade do caso, maior será a necessidade de suporte. A transformação de um veículo comum em ambulância deve seguir as normas da ABNT, mas especificamente a NBR 14561 e há no país diversas empresas especializadas nessa adaptação. Existem quatro tipos de ambulâncias terrestres, definidas pela Portaria 2048/02 do Ministério da Saúde: • Tipo A – para transporte de pacientes sem risco de vida, em posição horizontal; • Tipo B (mais conhecida como “simples” ou “básica”) – para transporte de pacientes com risco de vida conhecido ou para atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida desconhecido sem potencial necessidade de inter venção médica durante o atendimento e transporte para o hospital;

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• Tipo C – ambulância de resgate – utilizada pelos bombeiros para atendimento pré-hospitalar em situações de urgência, com equipamentos de salvamento; • Tipo D – popularmente conhecida como “UTI” ou “avançada” – utilizada para transporte e atendimento pré-hospitalar de pacientes de alto risco, com necessidade de cuidados médicos intensivos. Além destes veículos terrestres, a portaria ainda prevê o transporte de pacientes por aeronaves (Tipo E) e embarcações (Tipo F). Cada uma das versões citadas acima possui uma necessidade diferente de recurso humano e material. Entretanto, alguns itens como sinalizadores ópticos e acústicos, equipamentos de comunicação, maca e oxigênio estão presentes em todos eles. As ambulâncias do Tipo B são tripuladas por motorista e auxiliar ou técnico de enfermagem, e possuem itens necessários para a imobilização e suporte básico à vida, como ambú, sondas de aspiração de secreção, materiais diversos para oferta de oxigênio, para curativo e controle de sinais vitais, prancha rígida e colar cervical, kit parto. Já nas ambulâncias de resgate (Tipo C) são essenciais os materiais de imobilização e salvamento terrestre, aquático e em alturas, bem como sinalizadores para isolamento da área onde ocorre o atendimento. As do tipo D possuem todos os materiais da ambulância do tipo B acrescido de outros que possibilitam o suporte avançado à vida, como: drogas vasoativas (medicações utilizadas em casos de parada cardíaca), ventilador mecânico, desfibrilador para reanimação cardíaca e monitorização do paciente, bombas de infusão para administração de

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Atualidades

medicamentos e, o principal, a presença de médico e enfermeiro. Alguns equipamentos não são exigidos pelas legislações vigentes, mas conferem maior qualidade e segurança para os atendimentos em ambulância. Na ambulância Tipo B, por exemplo, é importante a presença do DEA – desfibrilador elétrico automático, que auxilia na reanimação cardíaca, sem a necessidade da presença de um médico. Caso ocorra uma parada cardíaca durante o transporte do paciente, o DEA é capaz de identificar se o choque é necessário e, se for, orienta a equipe de enfermagem a disparar a descarga, o que garante maiores chances de vida ao paciente. No caso da GO! Emergências Médicas, na ambulância do Tipo D estão sendo implantados equipamentos de análise laboratorial, capazes de fornecer o resultado de exames de maneira instantânea (sangue e urina), possibilitando ao médico um diagnóstico rápido e confiável, aumentando as possibilidades de tratamento em domicílio, reduzindo a necessidade de hospitalização do paciente.

Como ensina o executivo, um aspecto importantíssimo é a questão da higiene nestes veículos. Há uma máxima em medicina que preconiza que a maior barreira contra a infecção é a higienização das mãos. Ele explica que toda ambulância deve possuir dispensadores de álcool gel para os profissionais. Porém, além da higienização das mãos, existem dois tipos de limpeza e desinfecção das ambulâncias. O primeiro é chamado de “limpeza concorrente” e é realizada no início de cada plantão e após os atendimentos realizados. A equipe de enfermagem aplica produtos específicos em toda superfície que há contato com o paciente. O segundo tipo é a “limpeza terminal” que deve ser realizada ao menos uma vez por semana e sempre após o atendimento a pacientes com colonização microbiana, mantidos em precaução (isolamento) no hospital. A escolha do material a ser utilizado é de suma importância. A escolha por produtos como detergente desinfectante de ação bactericida, fungicida e

contra vírus nos dois tipos de limpeza, irá garantir a máxima proteção contra infecções cruzadas. Batistela esclarece ainda que os serviços prestados por ambulância são cada vez mais necessários, seja para remoções eletivas, atendimentos domiciliares de urgência, cobertura em eventos ou atendimento a empresas, condomínios e shopping centers. “É importante dizer que existem inúmeras empresas atuando nesse mercado e a escolha pela empresa ideal deve levar em conta sua estrutura, a qualidade oferecida e a credibilidade. A GO! Emergências Médicas pertence à Home Doctor, empresa com mais de 23 anos de atuação no mercado, acreditada pela ONA (Organização Nacional de Acreditação) em nível 3 e pela Accreditation Canada International em nível Diamante, que atestam nossa qualidade e traduzem nosso compromisso em melhor atender nossos pacientes”, finaliza. Vagner Batistela é gerente da GO! Emergências Médicas.

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Facilities

Gerenciamento de FACILITIES em Hospitais

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as últimas décadas, um dos segmentos que mais têm mostrado crescimento é o setor de facilities (que é a terceirização de mão-de-obra especializada e dedicada à serviços dentro de uma empresa com o objetivo de otimizar o trabalho e simplificar a vida dos contratantes). Normalmente, os serviços incluem limpeza, recepção e segurança, mas pode também englobar o RH e o departamento pessoal. Ao contratar os serviços de facilities, o estabelecimento almeja disponibilizar ambientes agradáveis, harmônicos, humanizados e acolhedores, interagindo e se conectando com o meio interno e externo. De acordo com as novas tendências observadas nesse segmento, fica evidente que os serviços relacionados ao acolhimento e humanização da infraestrutura são de relevante importância ao bem-estar de todos que se encontram no hospital, além de atuarem de forma subjetiva na recuperação

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de pacientes. O gerenciamento desses serviços é fundamental para que a instituição atinja os objetivos estabelecidos com a contratação dos mesmos. Assim, para que todo o empreendimento siga com suas atividades a pleno vapor e nas condições apropriadas de funcionamento, o gestor de facilities deve estar atento às seguintes áreas: Limpeza: nem precisamos falar da importância e do papel crucial que este serviço tem em uma instalação de saúde. Além de rigorosamente limpo e dentro do preconizado pelas normas que regem este setor, a organização em todos os ambientes contribui bastante para a saúde física e mental de todos, pacientes, colaboradores, visitantes, familiares, prestadores de serviços, parceiros, etc. Manutenção: o completo funcionamento de todas as instalações, sejam hidráulicas, elétricas, mecânicas, etc, é de fundamental importância no conjunto. Não pode haver surpresas nem sustos. E este gestor tem que ter olhos e rapidez de raciocínio, além de poder e força de decisão para fazer os ajustes necessários. Segurança: Não existe hoje tema mais preocupante em todos os setores da atividade profissional, e nos hospitais não é diferente. Saber gerir o acesso e circulação de pessoas, e a preservação

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do patrimônio é uma tarefa bastante complexa e delicada, e exige profissionais extremamente competentes, atualizados e que tenham competência para lidar com as tensões da situação. Além dessas atividades primordiais, o gestor de facilities pode também ter que coordenar atividades de paisagismo, mensageria, transporte, fluxo de documentos, entre outros. As funções do gestor de facilities iniciam no momento da contratação de serviços de apoio e envolve a fiscalização dos serviços prestados, cuidados com a obediência das leis trabalhistas e a obtenção e manutenção de toda a gama de certificações que incidem sobre a atividade desenvolvida no estabelecimento de saúde. O trabalho desse profissional tende a resultar em economia de tempo e de recursos, que poderão ser investidos nos processos fundamentais da companhia, otimizando seus resultados. É ainda este profissional responsável por avaliar e implantar soluções inovadoras, utilizando-se de equipamentos e sistemas inteligentes e interligados, adequando as instalações e infraestrutura das edificações aos padrões mais modernos, respeitando a legislação vigente, abordando a atualização técnica e tecnológica dos ambientes.

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Inspiração

Dr Marcelo Calil Burihan: tradição familiar e reverência aos mestres

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ascido em São Paulo e descendente de libaneses, Dr Marcelo Calil Burihan é oriundo dos bancos do Colégio Dante Alighieri, onde cursou o ensino fundamental e médio. Como muitos outros colegas sua inspiração para a medicina veio de familiares médicos, mas salienta que sempre, desde pequeno, teve empatia pela profissão, o que o levou a realizar o vestibular nessa área. “Com 17 anos, em 1986, fui aprovado nos vestibulares da Faculdade de Medicina do ABC e na Faculdade de Medicina de Santo Amaro, onde me formei em 1991. Nessa ocasião, fiz o concurso para Residência Médica de Cirurgia Geral, no qual fui aprovado na Casa de Saúde Santa Marcelina. Devido à necessidade do serviço militar, tive que trancar a matrícula na residência”, lembra. Em 1992, tendo cumprindo o serviço médico obrigatório no Exército Brasileiro, no Hospital Geral do Exército, na capital paulista, ingressou na pós-graduação em Anatomia na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), sob orientação do Prof. José Carlos Prates. Mas, profissional eternamente em busca de aperfeiçoamento, Dr Burihan prestou concurso de residência do SUS, ingressando no então renomado Hospital Umberto Primo (outrora Hospital Matarazzo, nas mediações da Avenida Paulista). “Assim, iniciei, os primeiros meses de residência sob a tutela do Prof. Raul Cutait, na época, chefe da Cirurgia no Matarazzo. Mas o destino parecia já ter sido traçado anteriormente. Com o fechamento do Umberto Primo, em meados de 1993, fui transferido, com alguns colegas,

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para o Hospital Santa Marcelina, sob a coordenação do Dr. Adnan Neser. Conclui então, a residência de Cirurgia Geral e após concurso, continuei no serviço como residente de Cirurgia Vascular durante os anos de 1995 e 1996”, relembra. O profissional salienta que durante a formação na graduação, participou ativamente na organização de vários congressos acadêmicos, sendo presidente de um deles em 1990. As dificuldades durante a residência foram muito grandes, principalmente para conciliar as dissecções para a tese, realizadas aos finais de semana, e plantões da residência e da Prefeitura (concursado em 1993), no Hospital Municipal do Campo Limpo. Ele ressalta que a opção pela cirurgia vascular vem desde os anos de graduação, na disciplina básica, quando ficava fascinado com as dissecções, principalmente com o sistema circulatório. Inspirado no Prof. Prates e em familiares, optou então por realizar a residência em cirurgia geral, pré-requisito obrigatório para me aprimorar na cirurgia vascular. “Costumo dizer que a Cirurgia Vascular é a especialidade cirúrgica mais clínica que há, dentre todas as especialidades cirúrgicas. A necessidade do conhecimento das principais doenças (dislipidemia, diabetes, hipertensão, por exemplo) que podem desencadear os comprometimentos circulatórios é um grande desafio na especialidade”, conta o médico. Como todo profissional dessa área, Dr Burihan vivenciou desafios como conciliar o trabalho, a família e as atividades relacionadas ao ensino, o que na sua opinião é extremamente difícil. “Quantos não foram os plantões de fim de semana, durante décadas, sem poder ver a família e acompanhar o crescimento das crianças!”, lamenta. Com relação à situação da medicina hoje em nosso país ele entende que apesar de esforços das entidades de classe (Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira), na tentativa de barrar a criação de muitos cursos de medicina, houve um crescimento desenfreado. “Muitas instituições não têm professores capacitados e muito menos hospitais de ensino para que seus alunos possam desenvolver a prática. Outro detalhe extremamente importante é que o número de vagas para residência é defasado. Teremos no mercado, infelizmente, muitos despreparados. Uma

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notícia recente e boa foi a suspensão de novos cursos nos próximos cinco anos. É necessário uma melhor avaliação das graduações, recentemente abertas, para justificar sua permanência e também provas avaliando a evolução dos alunos durante o curso, realizada pelos conselhos de medicina (não semelhantes ao exame aplicado pela Ordem dos Advogados, mas sim, como avaliação da progressão durante os seis anos)”, opina. Para os que pretendem seguir a profissão ele orienta: “Estudem! Sejam “ratos” de hospitais, isto é, fiquem no hospital o maior tempo possível, pois lá, junto ao paciente, será seu maior aprendizado. Vale aqui lembrar algumas partes do decálogo para o estudante de Medicina noviço (calouro), do Prof. Renato Locchi, e propagado pelo Prof. Prates em todas suas primeiras aulas do curso. Em uma de suas frases dizia: “A instrução médica é apenas uma parcela da educação médica; esta é, essencialmente, autoeducação, pois cada homem consciente é o resultado do que fez, ele mesmo de si próprio”. Em outra frase dizia o Prof. Locchi: “Importa mais a atitude do que o êxito, mais o que se pretende do que o que se consegue”; “Vocação médica envolve motivação interior e atitude caritativa”; “A vida do médico deve ser guiada pelo conhecimento, mas inspirada no amor, do contrário será o médico um homem tecnicamente evoluído, mas espiritualmente atrofiado”; “O futuro médico deve ser honesto, mas também competente, pois a ignorância de hoje favorece a desonestidade de amanhã”, ensina ele, citando os mestres. E para os que desejam abraçar a de Cirurgia Vascular, ele afirma que é muito gratificante. “De um lado, pacientes sendo tratados clinicamente, de outro, cirurgicamente, isto sem contar com os métodos endovasculares e de diagnóstico ultrassonográficos. Vimos, nos últimos anos, um crescimento expressivo da especialidade tanto com o advento dos métodos endovasculares, quanto ultrassonográficos. Dificuldades sempre existirão, mas “reza, confia e espera” (lema Marcelínico) que serão superadas”, finaliza. Dr Marcelo Calil Burihan é médico formado pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro e atual presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular de São Paulo (SBACV-SP). JAN-FEV/18


Entidades de Saúde – Brasil

COMPLEXO HOSPITALAR EDMUNDO VASCONCELOS: Unidade de Quimioterapia do alia acolhimento e resolução Quando o ambiente faz a diferença em um hospital.

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Entidades de Saúde – Brasil

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undado em julho de 1949, o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos nasceu como Gastroclínica, por concentrar atendimento às doenças do aparelho digestivo. Com o passar do tempo, sofreu diversas alterações e, ao completar 60 anos, passou a se chamar Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos. Atualmente, a instituição atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 1.400 médicos. Realiza aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 230 mil consultas ambulatoriais, 145 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,45 milhão de exames por ano. Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 - Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o Prêmio Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil,

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conquistado pelo sexto ano consecutivo em 2016. Recentemente, o hospital passou por uma nova remodelação, com foco no setor de Quimioterapia e Infusão. De acordo com a superintendente do hospital, Maria Lúcia Pontes Capelo Vides, este conceito visa gerar a melhor experiência ao paciente. “O ambiente fala e mostra muitos de nossos valores. No caso desta área, nosso objetivo era deixá-la acolhedora e resolutiva”, reforça a executiva. Com uma estrutura focada em proporcionar uma melhora da qualidade de vida dos pacientes, a unidade possui outro diferencial: a privacidade. A executiva explica que esse modelo tem a capacidade de estimular o contato com a família e transmitir conforto em um momento delicado. Para compreender a percepção dos pacientes em relação a essas mudanças, a instituição aplicou

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Entidades de Saúde – Brasil

no semestre passado, um ano após a reforma na área, uma pesquisa qualitativa com todos os pacientes que realizavam a quimioterapia. O grupo era composto tanto por quem iniciou o tratamento antes, como depois da remodelação da área. O resultado mostrou, de forma unânime, que a relação do ambiente com o tratamento tem grande importância e interfere positivamente durante todo o processo, pois auxilia na motivação dos pacientes. A superintendente salienta que outra fundamental constatação foi a percepção de tranquilidade e paz que o local transmite. “Essa observação nos chamou atenção de forma bastante positiva, pois a quimioterapia geralmente é um momento de estresse. Isso mostra, portanto, que o ambiente exerceu a sua função e nosso paciente se sente tranquilo e acolhido no lugar”, complementa. A importância do bom atendimento das equipes médica e de enfermagem também foi reforçada na enquete. A avaliação, para a superintendente, é que os profissionais fazem toda a diferença. “Temos uma equipe devidamente treinada e selecionada para este tipo de tratamento. Eles possuem ainda envolvimento e empatia com o paciente, proporcionando um atendimento de forma acolhedora”. Localizada no Centro Médico de Especialidades do hospital, a nova unidade de quimioterapia hoje conta com

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11 boxes individuais, que asseguram a privacidade e segurança dos pacientes, sendo quatro com leitos e sete com poltronas. Desde a iluminação até a distribuição dos ambientes, o projeto respeita os diferentes momentos e necessidades dos pacientes. “Logo quando se chega ao local, é possível verificar uma gota. Este é o símbolo da vida e uma alusão às gotas de medicamento que são aplicadas durante o tratamento”, afirma a gestora. Os boxes individuais possuem um sistema de iluminação especial. Criadas como um elemento de bem-estar, as luminárias de teto lembram folhas e galhos, dando a sensação de que se está embaixo da copa de uma árvore. O paciente pode controlar qual a cor da iluminação do seu box, expressando seu estado de espírito. Ao concluir um ciclo da quimioterapia, o box deste paciente e os demais boxes livres ficarão na cor verde - uma alusão à natureza e à vida. Também foi criado na área da quimioterapia um espaço para convívio, onde os pacientes podem conversar e trocar experiências. “O engajamento e motivação do paciente no tratamento foi fundamental para que pudéssemos colher estes frutos”, conclui a superintendente. O Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos está localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, numa das áreas mais agradáveis da cidade.

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“Desde a iluminação até a distribuição dos ambientes, o projeto respeita os diferentes momentos e necessidades dos pacientes”

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Entidades de Saúde – Mundo

HOSPITAL CLÍNICA BÍBLICA: uma estrela nascida na filantropia

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Hospital Clínica Bíblica é o maior e mais completo hospital privado da Costa Rica. Fundado em 1929, está crescendo constantemente nas áreas de melhoria da qualidade dos serviços e infra-estrutura. Sua história começa em 1921 quando teve início um projeto da Missão Latino-Americana. Vários missionários provenientes de diversos países chegaram à Costa Rica com o objetivo de ajudar os mais necessitados. O casal Enrique Strachan e sua esposa Susana abraçaram esta causa depois de ter servido na Argentina por 17 anos como missionários evangélicos. Ao chegarem, eles ficaram particularmente tocados e preocupados com o estado deplorável do sistema de saúde local, em especial com as crianças, ao descobrirem que anualmente, de cada 1000 crianças nascidas 355 morriam, e 50% deles, antes de completar cinco anos. A desnutrição e o abandono foram

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as principais causas desse quadro. Além disso, o único hospital que existia e que só poderia atender a uma parte dos pacientes, era o Hospital San Juan de Dios. Quanto à saúde em geral, a expectativa de vida era de cerca de 40 anos, principalmente por conta de doenças como a tuberculose e malária. Até o ano de 1968, houve avanços importantes na área da saúde nacional. A taxa de mortalidade infantil diminuiu consideravelmente. As enfermeiras foram preparadas com grande excelência profissional e havia programas especiais de alta qualidade para atendimento de maternidade e tratamento pós-operatório. Da mesma forma, já havia uma rede de bons hospitais associados ao Fundo Costarriquense de Segurança Social, como o Hospital Rafael Ángel Calderón Guardia e o Hospital México. Neste novo contexto, a missão latino-americana entendeu que seu trabalho já estava realizado e, por já não dispor de recursos financeiros para continuar seu trabalho altruísta, se retirou do projeto. Isso implicou o fechamento temporário do Hospital Clínica Bíblica, que possuía instalações extensas, boa equipe médica e excelente equipamento tecnológico. No entanto, sem ajuda financeira, não poderia continuar trabalhando.

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Assim, um grupo de empresários evangélicos, representado pelo Sr. Enrique Cabezas, decidiu solicitar aos missionários permissão para a formação de uma associação que continuaria a administrar o Hospital. O missionário David Howard, em nome da Missão Latino-Americana, aceitou a abordagem, criando-se então a Associação de Serviços Médicos da Costa Rica (ASEMECO), em 1968, que deu continuidade ao propósito original da Clínica Bíblica. A entidade hoje conta com as mais variadas especialidades médicas, incluindo um moderno centro de medicina aeroespacial, medicina do sono, reabilitação física, serviço de maternidade e emergências médicas. Acreditado pela Joint Comission e Medical Tourismo Association , recebe ainda selos de qualidade referente ao controle de emissão de carbono e uso responsável dos recursos hídricos. No Hospital Clínica Bíblica, há um grande compromisso de cuidar do meio ambiente ao prestar serviços hospitalares, o que se reflete em atividades dentro da organização, bem como aqueles que buscam promover essas práticas na Comunidade. Algumas dessas atividades são: Responsabilidade ambiental: Por meio de seu novo centro de reciclagem todos são convidados a classificar e trazer de casa seus resíduos de reciclagem, de forma a vivenciar a experiência das atividades do centro de reciclagem, onde são recebidos materiais como: plástico, alumínio, tetrabrick e vidro. Programa Compostagem: Permitem ensinar boas práticas na reutilização de resíduos orgânicos. O Hospital adquiriu um sistema de compostagem sueco, que assegura que este processo seja desenvolvido reutilizando os resíduos orgânicos da cozinha. Além de reduzir a poluição, a ação permite a entrega de sacos de compostagem aos funcionários e vizinhos para serem reutilizados como fertilizantes, levando ainda a um processo educacional positivo no ambiente hospitalar.

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Atualidades

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atendimento em hospitais ou clínicas, na maioria das vezes, engloba mais de um médico ou especialidade e passa por várias áreas dentro da instituição. A centralização dos dados do paciente em um mesmo local facilita os procedimentos médicos, melhora o atendimento e contribui para redução de custos. Isso sem falar no aumento da segurança das informações ali registradas. O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é um sistema de prontuário médico padronizado e digital. É um meio virtual (seja em dispositivos web ou desktop), com o objetivo de perpetuar todas as informações de saúde, clínicas e administrativas, ao longo da vida de um indivíduo. O PEP surgiu em decorrência da necessidade de se controlar melhor a enorme quantidade de dados do paciente e procedimentos associados. Desenvolvida nos EUA, a ferramenta chegou ao Brasil há aproximadamente 16 anos, mas ainda é bastante incipiente. De acordo com um estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar

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(IESS), até 2012, apenas 1% dos hospitais brasileiros possuíam um sistema que integrasse plenamente todas as informações produzidas por seus diversos setores – ambulatorial, emergência, financeiro, entre outros. No entanto, nos últimos anos, a adoção da solução vem sendo impulsionada pela transformação digital e a busca do setor por uma operação paperless e mais eficiente. Isso porque o prontuário eletrônico substitui o uso do registro de informações em papel e, assim como seu antecessor, armazena todas as informações clínicas e assistenciais do paciente - peso, altura, sintomas, histórico médico, medicações aplicadas em cada passagem pela instituição – independentemente dele se consultar com apenas um médico ou ficar internado. Além disso, permite à instituição organizar e acompanhar o fluxo do paciente, seja na internação ou no ambulatório, ao centralizar todas as informações – prescrição, dispensação de medicamentos na farmácia, aplicação deles pela enfermagem, rotinas do centro

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“Até 2012, apenas 1% dos hospitais brasileiros possuíam um sistema que integrasse plenamente todas as informações produzidas por seus diversos setores”

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Atualidades

“A padronização não é a única barreira a ser superada para que haja uma adoção em larga escala da ferramenta. A resistência apresentada pelos profissionais mais antigos às mudanças causadas pelas novas tecnologias em qualquer projeto de digitalização também é um grande desafio”

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cirúrgico e, até mesmo, solicitação de autorizações ao convênio. Desta forma, fica claro que o uso da ferramenta simplifica a operação de um hospital e alavanca a otimização de recursos, ao consolidar todos os dados em um só local e permitir a inserção e visualização das informações por meio de tablets e dispositivos móveis, evitando assim, exames duplicados e consultas repetidas. Além disso, a adoção do prontuário eletrônico aumenta a confiabilidade dos processos e dados e garante a segurança do paciente durante todo o atendimento, pois utiliza protocolos clínicos e assistenciais baseados nas melhores práticas do mercado. Esses padrões também tornam mais simples o processo de decisão de todos os profissionais envolvidos no atendimento à um doente. Porém, embora as informações ali armazenadas sejam do paciente, ele acaba tendo um prontuário em cada clínica ou hospital que frequenta, pois não há uma padronização entre os sistemas disponíveis que permita o compartilhamento de dados, uma vez que esses documentos são personalizados para cada instituição. Este cenário deve mudar nos próximos anos com o apoio do Ministério da Saúde. A instituição pretende implementar a ferramenta em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do País até o fim deste ano. Essa meta tem estimulado um debate em torno da padronização do registro das informações de saúde e de mecanismos rígidos de proteção, acesso e compartilhamento dos dados dos pacientes entre agentes do setor - médicos, hospitais, laboratórios, operadoras de planos de saúde. Essa discussão é fundamental, pois só com a integração total teremos um sistema de saúde, privado e público, mais eficiente. No entanto, a padronização não é a única barreira a ser superada para que haja uma adoção em larga escala da ferramenta. A resistência apresentada pelos profissionais mais antigos às mudanças causadas pelas novas tecnologias em qualquer projeto de digitalização também é um grande desafio. As instituições que desejam encará-lo de forma a se tornarem cada vez mais paperless precisam investir em um processo de aculturamento do seu quadro de funcionários. De qualquer forma, a

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chegada de uma nova geração, que já vêm com um viés digital da própria formação, também deve contribuir para aceleração desse processo. Todo esse investimento tem um retor no bastante expressivo. Uma pesquisa da IESS, realizada com médicos nos EUA – país que utiliza essa tecnologia há mais de três décadas – comprovou que o prontuário eletrônico contribui para um melhor atendimento ao paciente em cerca de 80% dos casos. Além disso, 65% dos participantes informou que o sistema alertou para potenciais erros de medicação e 37% apontaram uma redução de pedidos de exames desnecessários. A diminuição no volume de exames implica não só em menores custos para os hospitais, mas também para os planos de saúde, o SUS e, até mesmo, para os pacientes. Ainda em relação à redução de custos e ao aumento da eficiência do setor, a tecnologia também pode ser usada para fins epidemiológicos e estatísticos. Com base nos dados armazenados no prontuário eletrônico, é possível identificar quantos pacientes dentro de uma determinada faixa etária são propensos a terem problemas cardiovasculares, por exemplo. Desta forma, será possível melhorar a prevenção de doenças e realizar campanhas direcionadas a um público específico. Isso só deve acontecer daqui alguns anos, pois o setor de saúde brasileiro ainda é muito analógico. O envolvimento do Governo Federal na discussão e adoção do prontuário eletrônico deve impulsionar o uso da tecnologia nos hospitais e clínicas. Principalmente se considerarmos que as instituições não precisam fazer um alto investimento em infraestrutura para suportá-la - basta uma rede de internet. É claro que esse movimento começou, e será alavancado, pelos grandes hospitais. A maioria deles inclusive já conta com o PEP e vem obtendo ganhos expressivos. Mas, os consultórios e clínicas também devem implementar a tecnologia em breve, uma vez que a digitalização – e a adoção do prontuário eletrônico – são um caminho sem volta. Rogério Pires é diretor do segmento de Healthcare da TOTVS. JAN-FEV/18


Enfermagem

TRATANDO CRIANÇAS COM DIABETES MELLITUS TIPO 1: o enfermeiro como aliado de peso no complexo processo terapêutico

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Diabetes Mellitus tipo um é uma doença crônica de alta prevalência, que afeta 7,6 por 100.000 indivíduos menores de 15 anos de idade, somente no Brasil. Dados de um estudo recente da OMS (Organização mundial da Saúde) apontam a alarmante estimativa de que até a década de 2030 teremos cerca de 366 milhões de pacientes com a doença. A diabetes é uma patologia que apresenta uma elevada carga de morbi-mortalidade associada e requer do paciente e familiares um grande envolvimento e aprendizado de técnicas de autodiagnóstico e automedicação (controlada). Em todo o processo de tratamento, a criança portadora da doença precisará de diversos profissionais que a auxiliarão a conviver com a doença e as limitações que ela impõe. Um deles é o profissional de enfermagem, que terá papel decisivo na orientação e

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treinamento quando aos cuidados com a alimentação, mecanismos de controle da glicemia, preparo e administração das doses de insulina, gerenciamento das crises hipo e hiperglicêmicas, etc. Em face da seriedade e dos riscos inerentes ao quadro clínico, a Sociedade Brasileira de Diabetes - SBD recomenda os seguintes cuidados na escola à criança e ao adolescente com DM1: que os profissionais reconheçam os quadros de hipoglicemia, hiperglicemia e cetoacidose; a escola deve possuir um glicosímetro e saber utilizá-lo; permitir às crianças ir ao banheiro, alimentar-se ou tomar líquidos livremente, mesmo fora dos horários estabelecidos, e realizar monitorização glicêmica; possuir os telefones do serviço de saúde, médico e da família, caso sejam necessários; ter disponível insulina e glucagon, e pessoal treinado para aplicação em situações de emergência; e armazenar insulina em local adequado. Dessa forma, o papel do enfermeiro é crucial, e é essencial que ele oriente a criança e chame sua atenção para a importância da adesão ao tratamento, por meio de programas de educação continuada, fator fundamental no controle da patologia. Ainda de acordo com a SBD,

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é necessário criar meios que incentivem o indivíduo a adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades para as mudanças de hábitos, base fundamental do bom controle metabólico e melhor qualidade de vida. Assim, o enfermeiro pode influenciar significativamente para sensibilização dos pacientes por meio das consultas de enfermagem, quando promoverá a orientação, aplicará técnicas de monitoramento, informando ao paciente sobre as necessidades do quadro e, através de suas orientações, tranquilizá-lo, mostrando que apesar da doença, é possível que ele tenha uma vida normal, dentro das limitações do quadro, e desde que haja a sua participação efetiva em todas as orientações e propostas de tratamento apresentadas. O enfermeiro tem o poder de estimular a criança a desempenhar um papel de comando na situação, usando a criatividade e habilidade de influência para ensinar o jovem a fazer uso das tecnologias disponíveis para controle dos níveis glicêmicos, por exemplo, assim como a identificação do momento da aplicação da insulina e cuidados para a execução do procedimento e manutenção da medicação e aparelhos necessários.

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