Ano 24 - Nº 271 - MAR-ABR/2018
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H.OLHOS Referência em oftalmologia chega ao ABC
Entrevista: Fundação Pró-Rim: a batalha pelos doentes renais
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Enfermagem: Cuidado humanizado: empatia acima de tudo
Tecnologia: Régua de gases – segurança na inaloterapia
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DEPOIS DO CARNAVAL Publisher: Isa Bombardi Publicidade: comercial@revistahosp.com.br (11) 3835-4255 HOSP - Suprimentos e Serviços Hospitalares – Registrada no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos sob o nº 183.561, de acordo com a Lei de Imprensas 6.015/73 e no INPI. Dirigida e qualificada a hospitais, clínicas, unidades mistas, pronto-socorros, postos e centros de saúde públicos e privados de todo o território nacional, secretarias municipais de saúde, prefeituras municipais, universidades, associações e entidades de classe, indústrias, distribuidores e revendedores de máquinas, equipamentos, produtos e serviços. A reprodução de artigos, reportagens ou notícias por qualquer meio é permitida. Os conceitos dos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. Todas as informações são originadas de entrevistas, releases e catálogos das empresas. A responsabilidade das informações contidas nos anúncios é dos anunciantes. Impressão e Acabamento: BMF Gráfica e Editora
VÊM... AS FEIRAS! Desde sempre nos acostumamos com a máxima que no Brasil o ano só começa depois do carnaval! Então, vamos lá! E como o tempo passa muito depressa, o mercado de saúde não pode perder o passo. Assim, como avant premier, o setor já tem, logo de início, dois eventos importantes para impulsionar os negócios: a SAHE, que acontece de 13 a 15 de março, no Pro Magno, em São Paulo promete muita inovação, e grandes possibilidades de negócios. E em abril, nos dias 3 e 4, é a vez do CONDEPE, que apresentará uma completa revisão de conhecimentos do setor e trará as principais novidades científicas, avanços e terá um grande foco na qualificação profissional. Então, agende-se e aproveite bem essas oportunidades. A entrevista dessa edição traz o Dr. Marcos Alexandre Vieira, atual presidente da Fundação Pró-Rim, que fala sobre os desafios e as dificuldades para oferecer um tratamento diferenciado para pacientes que apresentam doenças renais crônicas, além de explicar o grande trabalho desenvolvido pela fundação. E como março é o mês das mulheres, a seção inspiração traz o perfil de duas personalidades que mostram força e garra para enfrentar as dificuldades: a Dra Erica Mantelli conta sobre o grande desafio e as muitas batalhas no dia a dia para atingir seus objetivos, desde o ingresso na faculdade, até os tempos de residência e por fim, à estável situação em que hoje professa sua carreira. E como representante no ramo empresarial, a jovem Livia Cunha fala sobre a grande dose de coragem e força de vontade necessárias para se transformar em uma empreendedora de sucesso. Além desses, teremos muitos outros temas. Acompanhe, critique, opine! Afinal, é para você, leitor, que nos reinventamos a cada dia!
Tel.: (11) 3658-4500
Boa leitura!
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SUMÁRIO
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Enfermagem
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Atualidades
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Marcos Alexandre Vieira – desafios a serem vencidos pelos doentes renais crônicos
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Tecnologia
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Entidades de Saúde
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Opinião
Painel de gases
No Brasil: H.Olhos ABC – referência e tecnologia de ponta No Mundo: Wooridul Hospital: estado da arte em cirurgia minimamente invasiva da coluna
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Facilities
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Inspiração
Manutenção de sistemas de ar condicionado
Cuidado humanizado – muito além de executar uma função
Assepsia em ambientes neonatais Limpeza profissional e o combate às infecções Sistema de coleta de resíduos hospitalares
Especial Feiras CONDEPE – ponto chave da qualificação profissional em enfermagem SAHE – conheça alguns participantes
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Uma Médica: Erica Mantelli – dedicação e empatia para com o paciente Uma Empresária: Lívia Cunha – coragem e empreendedorismo à frente da Dr Cuco
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Opinião
Fundação Pró-Rim: luta e persistência a favor dos doentes renais HP: Qual a estrutura da fundação? MAV: Cuidado com os detalhes, investimento nos mais de 500 colaboradores, conservação e melhorias fazem com que a estrutura física da Fundação Pró-Rim seja comparada às melhores instituições de saúde do país. Dispomos de serviços de atendimento ambulatorial, transplantes, hemodiálise, diálise peritoneal e realizamos procedimentos em centro cirúrgico ambulatorial para evitar a internação dos pacientes. Buscamos tratamento com segurança nas diversas unidades de tratamento. Atuamos também nas áreas de ensino, por meio do Instituto Pró-Rim de Educação e Pesquisa em Saúde (IPREPS); de prevenção, com palestras e campanhas junto à comunidade.
Revista HOSP: Pode nos contar um pouco da história da Fundação Pro-Rim? Marcos Alexandre Vieira: O sonho de fazer um tratamento diferenciado para pacientes que apresentam doenças renais crônicas, bem como a constatação das dificuldades existentes na saúde pública, levou os dois médicos nefrologistas, Dr. José Aluísio Vieira e Dr. Hercílio Alexandre da Luz Filho, a mobilizarem a comunidade, culminando com a criação da Fundação Pró-Rim em 22 de dezembro de 1987; uma entidade de administração privada, filantrópica sem fins lucrativos, reconhecida de utilidade pública municipal, estadual e federal. A Fundação Pró-Rim recebe quase 100% de pacientes oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS). Anualmente realiza mais de 56.000 atendimentos ambulatoriais, 80.000 sessões de hemodiálise e já ultrapassou a marca de 1.500 transplantes MAR-ABR/18
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renais. Está presente com centros de diálise próprios e em parcerias nas cidades de Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Mafra e Balneário Camboriú, em Santa Catarina e também no estado de Tocantins nas cidades de Palmas, Araguaína e Gurupi. Desenvolve ações em parceria com associações de pacientes renais crônicos em Caxias do Sul (RS), Triângulo Mineiro (MG) e no Estado de Goiás. HP: Quais as suas principais diretrizes? MAV: Nossa razão de existir é a nossa missão: salvar vidas com foco nos pacientes com doença renal. Ou seja, são aqueles pacientes que perdem parcial ou totalmente a função dos rins e dependem da hemodiálise, diálise peritoneal ou do transplante renal. Queremos ser uma instituição de excelência e de referência nas áreas de assistência médica, educação e pesquisa. Para que isso ocorra, visamos diariamente ter comprometimento com a luta pela vida das pessoas; mantemos transparência, ética, amor e dignidade nas atividades que realizamos; buscamos de forma contínua e incansável o aprimoramento em todos os setores da instituição; e temos como foco o “tratamento humanizado” com qualidade.
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HP: Como uma entidade filantrópica, quais suas maiores dificuldades? Como conseguem contrabalancear a necessidade de recursos e a demanda de atendimento? MAV: O maior desafio é superar a defasagem dos valores da tabela do SUS realizando um tratamento com qualidade e diferenciado, buscando melhoria contínua, segurança no tratamento e eficiência nos processos, assim como, proporcionar o que de melhor acontece no mundo para os pacientes. Os pilares de educação e a pesquisa vêm auxiliando a instituição a ter sustentabilidade, além da participação importante da sociedade na nossa missão. HP: Quais são, na sua opinião, os maiores desafios enfrentados atualmente no campo transplante de órgãos no Brasil? MAV: Aumentar e ampliar a captação de órgãos com treinamento das equipes de coleta nos hospitais do país, com melhorias na assistência ao potencial doador e da preservação do órgão. Precisamos pensar na importância de se reajustar o financiamento do transplante de órgãos para manter as equipes e os hospitais aptos para realizar esta atividade tão importante.
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Opinião
Além disso, criar política específica para pacientes hipersensibilizados que têm maior dificuldade para realizar um transplante por questões imunológicas. Em relação ao receptor, nossa preocupação atual é com a disponibilização de medicamentos imunossupressores pelo SUS, assunto veiculado constantemente na imprensa pela falta de medicamentos, algo tão importante para a vida deles. Estes são alguns pontos, mas é claro que podemos sempre fazer muito mais. HP: Pode nos dar um balanço dos resultados da Fundação ao longo dos seus 30 anos de existência? MAV: Salvamos muitas vidas ao longo da nossa história com muito amor e dedicação aos nossos pacientes. Realizamos mais de 1500 transplantes, milhares de sessões de diálise e tratamos, focamos na prevenção às doenças renais. Além disso, temos uma escola e um centro de pesquisa que queremos ampliar ainda mais. Nossas realizações foram conquistadas com parcerias, com o trabalho, fé, amor e a contribuição da sociedade. HP: Quais os projetos de maior peso em andamento no momento na fundação e qual sua importância na saúde pública? MAV: Estamos inaugurando uma nova unidade na cidade de Palmas (TO) para tratar mais pessoas. Queremos aumentar o número de pesquisas para a busca de soluções para os problemas renais. Assim como ampliar os programas de qualidade gerando segurança e melhorias nos processos internos. Investimos nos nossos colaboradores com treinamentos, bolsas de estudos, convênios e oferecendo um ambiente de trabalho de qualidade. Por isso, estamos pela 9ª vez entre as 150 melhores empresas para se trabalhar na revista Exame/Você S.A. Nosso grande sonho é construir um hospital com vocação para transplantes e atendimento aos pacientes renais, auxiliando na redução de pessoas que aguardam por um transplante no país. O maior desafio dos serviços de diálise no Brasil é sobreviver à crise que a área da saúde vive atualmente, além de superar o déficit da tabela SUS. Com a participação da sociedade nas nossas ações e o aumento dos recursos destinados à terapia renal substitutiva MAR-ABR/18
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pelos serviços públicos devem melhorar esse cenário. HP: As tecnologias de uso em saúde mudam muito rapidamente. Pode nos falar um pouco sobre esses avanços para pesquisa nesta área médica? MAV: Existem modalidades que vêm ganhando importância na área de tratamento do paciente renal crônico, como hemodiálise contínua para pacientes com consciência renal aguda, hemodiafiltração, diálise peritoneal – “urgent start”com início precoce em pacientes crônicos. Além de pesquisas na área de tratamento medicamentoso das comorbidades que acompanham o paciente renal crônico e avanços na área de tecnologia da informação relacionada à gestão das pessoas. HP: Como a Fundação trata a disseminação de conhecimento técnico? Existem parcerias com entidades de ensino? MAV: Temos parceria com instituições públicas, hospitais de ensino e realizamos a pesquisa com universidades. Além disso, temos um programa interno de bolsa de estudos para promover a melhoria do conhecimento técnico dos nossos profissionais. Temos o Programa de Especialização em Nefrologia, voltado para os médicos residentes que queiram se especializar na área por meio das práticas clínicas. HP: Quais as unidades da fundação? Há perspectivas de ampliar esse número? MAV: A Fundação Pró-Rim tem unidades no estado de Santa Catarina e Tocantins, nos municípios de Palmas e Gurupi. Além do relacionamento com entidades nestes estados, a Pró-Rim mantém parcerias em Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
“Nosso grande sonho é construir um hospital com vocação para transplantes e atendimento aos pacientes renais, auxiliando na redução de pessoas que aguardam por um transplante no país”
HP: Existem parcerias da Fundação com entidades fora do país? Quais? MAV: Somos certificados internacionalmente pela QMentum, instituição canadense vinculada ao IQG de São Paulo certificadora de qualidade de instituições de saúde. Sendo a primeira instituição de nefrologia no mundo a alcançar a qualificação na metodologia da Accreditation Canadá International. Além disso, temos parceiras na área de pesquisa clínica. Dr. Marcos Alexandre Vieira é Mestre em Ciências da Saúde e atual presidente da Fundação Pró-Rim.
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Atualidades
ASSEPSIA EM AMBIENTES E EQUIPAMENTOS NEONATAIS: um caminho sem volta no combate às infecções hospitalares
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s infecções hospitalares representam um risco substancial à segurança do paciente e consistem em um grave problema de saúde pública. A infecção hospitalar, se não diagnosticada, pode evoluir para uma infecção generalizada, também conhecida como sepse. Dados do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), em 2016, mostram que elas atingem um índice de mortalidade de até 70% em algumas regiões brasileiras e que 400 mil novos casos são diagnosticados por ano. O Ministério da Saúde estima que a taxa de infecção hospitalar no Brasil chega a 15% e, nos países da Europa e nos Estados Unidos, o índice é de 10%. No caso particular de recém-nascidos, as infecções hospitalares são mais frequentes e, geralmente, mais graves. Nesta fase de vida, o paciente apresenta várias características que o tornam mais suscetível a infecções. O elevado tempo de internação em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal - UTIN, onde são submetidos a procedimentos invasivos e ao uso de antimicrobianos de largo espectro, contribui para o aumento da ocorrência destas infecções hospitalares, resultando em mais de seis milhões de mortes em casos neonatais e na primeira infância, também de acordo com o ILAS. Desta forma, a prevenção e o controle das infecções neonatais representam um desafio para todos os envolvidos nos cuidados hospitalares. Uma das principais causas das infecções hospitalares está relacionada à deficiência no processo de assepsia, conjunto de procedimentos que visam prevenir, reduzir e controlar essas infecções por meio do cuidado com a limpeza e higiene. Ela deve ser realizada em diferentes superfícies, desde pisos, paredes, janelas, mobiliários e, especialmente, nos equipamentos utilizados no tratamento dos pacientes. As medidas de prevenção e controle das infecções hospitalares neonatais visam minimizar a transmis-
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são exógena e endógena de micro-organismos patogênicos e aplicam-se à gestante, ao ambiente hospitalar, à equipe assistencial e ao próprio recém-nascido. Além disso, as medidas de antissepsia e desinfecção, utilizadas para inibir o crescimento de micro-organismos, ou reduzi-los através de antissépticos e desinfetantes, também devem ser eficientes. Os equipamentos eletromédicos, usados diretamente na assistência aos recém-nascidos, requerem uma atenção especial. Falhas nos processos de limpeza e desinfecção podem ter como consequência a disseminação de infecções, colocando em risco a segurança e a saúde de todos. Assim, é importante que o design desses equipamentos leve em conta características que minimizem os riscos de contaminação, como cantos arredondados e desmontagem completa e simplificada, sem o uso de ferramentas. Desta forma, sabemos que, na concepção e produção dos equipamentos eletromédicos, os fabricantes têm investido em pesquisa e aplicado tecnologias e soluções inovadoras tais como matérias-primas diferenciadas, para que as partes, peças e acessórios possam ser resistentes e facilmente higienizáveis e que seus produtos de assistência neonatal atendam aos requisitos fundamentais de assepsia e, também, contribuam para a redução dos casos de infecções hospitalares. Na indústria brasileira, por exemplo, uma inovadora unidade híbrida para cuidados intensivos neonatais prove assistência aos prematuros e recém-nascidos com características diferenciadas para evitar riscos de contaminação e infecção. Um de seus diferenciais é a transição ágil do modo incubadora para unidade de calor irradiante, reduzindo o contato direto com o paciente e, sobretudo, o risco de contaminação. São vários os aspectos que merecem a atenção na prevenção e transmissão de infecções na UTI neonatal, inclusive a responsabilidade das equipes e profissionais envolvidos na assistência ao recém-nascido de alto risco e das práticas específicas obrigatórias, como a higienização das mãos. Por conta disso, é fundamental a criação e a atuação de uma comissão de controle, ativa e participante no hospital, a fim de exercer papel fundamental na prevenção efetiva e na redução da infecção neonatal, bem como na manutenção de um ambiente seguro para todos. Profª Dra Evanisa M. Arone é consultora técnica e ministra os treinamentos da Fanem na modalidade equipamentos para neonatologia. Doutora em ciências, mestre em administração hospitalar e enfermeira pela USP. Atuou no SENAC-SP como docente e coordenadora na diretoria do COREN-SP. Foi presidente e vice-presidente da ABEN-SP. É membro do grupo de pesquisa - GEPAG da Unifesp.
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Atualidades
Limpeza profissional: serviços especializados reduzem o risco de infecções hospitalares
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maior preocupação ao contratar uma empresa de limpeza em hospitais deve ser com a aplicação dos procedimentos operacionais padrão de higienização, definidos e homologados pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), implantado de acordo com as normas da vigilância sanitária, responsável por executar as atividades definidas pela Comissão de Controle de Infecção hospitalar (CCIH). O SCIH desenvolve ações em conjunto com a CCIH, visando prevenir ou reduzir a incidência ou a gravidade das infecções hospitalares. Diante deste cenário rígido, a empresa contratada precisa seguir à risca as orientações, a fim de diminuir os riscos à saúde dos pacientes. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a infecção hospitalar é aquela adquirida durante a hospitalização e é considerada uma das principais causas de morbidade e mortalidade nos centros de saúde, o que, inclusive, pode aumentar o tempo de internação do paciente, elevando o custo do tratamen-
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Atualidades_limpeza_HOSP_271.indd 12
to. A infecção hospitalar nem sempre é estritamente responsabilidade do hospital e assistência prestada, pois pode ocorrer devido às condições do próprio paciente. Entretanto, algumas falhas da equipe podem elevar o risco de contaminação, como por exemplo, erros no processo de esterilização, no preparo das medicações parenterais, na execução de procedimentos invasivos e/ ou condições precárias de higienização do local. Por se tratar de um ambiente sensível à pequenas intervenções, alguns pontos essenciais devem ser observados nas empresas que prestam serviço especializado de limpeza, a fim de garantir a efetividade e qualidade da operação. É importante analisar o corpo técnico e o programa de treinamento e a formação dos profissionais que irão executar o trabalho, certificando-se de que as especificações do setor sejam seguidas de forma consistente. Ainda, é indispensável que tenham definidos processos e métodos para a limpeza, de forma que o trabalho não atrapalhe o andamento normal da rotina do hospital. Além disso, é necessário observar se os equipamentos e produtos químicos utilizados são adequados ao local. Para quem oferece esse serviço, a maior preocupação deve ser no processo de desinfecção. O cuidado vai além da antissepsia química, utilizando os produtos adequados, mas também abrange ações que evitem a chamada contaminação cruzada, que significa trazer bactérias de um ambiente para outro. Para impedir esse tipo de contágio, é necessário descartar panos, mops (espécie de esfregão), escovas e fibras que foram usados em um ambiente, para evitar a utilização em outro local. Para manter uma limpeza ideal, os profissionais devem ser orientados com relação a complexidade e a minuciosidade do serviço a ser executado em cada setor do hospital. As áreas podem ser dividas em “críticas”, “semicríticas” e “não-críticas”, auxiliando o planejamento dos processos de limpeza e desinfecção de superfícies, para que sejam adequados ao ambiente. São consideradas áreas críticas aquelas com alto perigo de transmissão de infecção, onde realizam procedimentos de risco, como centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva, uni-
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dade de diálise, laboratório de análises clínicas, setor de hemodinâmica, unidade de queimados. As áreas semicríticas são ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas, como enfermarias, ambulatórios, banheiros, posto de enfermagem, elevador e corredores. Já as áreas não-críticas são os demais espaços dos hospitais, que não são ocupados por pacientes e não são utilizados para procedimentos de risco, como vestiário, copa, áreas administrativas, almoxarifado e secretaria. Com isso, cada área de um hospital requer soluções singulares de higienização e existem diversos tipos de equipamento de alta qualidade que auxiliam nessas particularidades. Alguns exemplos são: lavadoras de piso silenciosas, com um sistema que protege contra contaminação e podem ser utilizadas em qualquer momento; limpadoras por spray, que economizam tempo na remoção de marcas em áreas movimentadas; limpadoras a vapor, que facilitam a limpeza de cantos e frestas ou, mops, esfregões com fibras específicas que seguem tabelas de cores, para evitar a contaminação cruzada. Também segundo a Anvisa, um ponto de atenção é especificamente com as superfícies em serviços de saúde, que são os mobiliários em geral, pisos, paredes e equipamentos. Elas possuem um risco mínimo de transmissão direta, mas podem contribuir para a contaminação cruzada secundária, que ocorre quando as mãos dos profissionais e instrumentos/ produtos são contaminados ao entrar em contato com essas superfícies e, posteriormente, contaminam os pacientes ou outros espaços/objetos. Nesse caso, a higienização das mãos dos trabalhadores e a limpeza e desinfecção de superfícies são fundamentais na prevenção de uma possível contaminação. Algumas técnicas que podem ser utilizadas para a higienização de superfícies são: evitar atividades que favoreçam o levantamento das partículas em suspensão, como a varredura seca, remover rapidamente qualquer matéria orgânica das superfícies e mantê-las sempre limpas e secas. Fernando Sodré é presidente da Limpidus Sistemas Avançados de Limpeza.
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Enfermagem
HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE: a diferença entre executar uma função e tratar com maestria •
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s últimas décadas têm trazido uma substancial mudança nas relações entre pessoas e prestadores de serviços, de qualquer área. Isso porque, passamos a perceber, enquanto consumidores, que faz uma enorme diferença sermos tratados com respeito e dignidade, seja qual for a necessidade do serviço que procuramos. Se olharmos, então, do ponto de vista comercial, essa característica ganha um peso espetacular, na medida em que tem influência direta na escolha dos clientes pela sua empresa, tendo, então se transformado também numa poderosa ferramenta de marketing. Mas e em saúde? Funciona assim também? Sim, funciona. A humanização no atendimento tem se tornado central não apenas por essa consciência social, mas por também ter sido comprovado que um atendimento humanizado gera mais retorno positivo do público e contribui para um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Pesquisas evidenciam que no instante em que se precisa de um tratamento médico, a adesão e confiança nele estão diretamente conectados à segurança na equipe que presta o serviço. E essa equação envolve ainda diversos outros fatores. A relação entre o paciente, seus familiares e a equipe profissional desempenha papel fundamental nos resultados e é tão importante quanto a qualidade do tratamento técnico disponibilizado. Um tratamento humanizado é aquele que equilibra com maestria a qualidade técnica e profissional do serviço com a qualidade de nas relações interpessoais, não apenas com o paciente mas com os familiares. Empatia tem de ser a palavra-chave. Saber se colocar no lugar o paciente, buscar entender suas inseguranças, medos e dúvidas é fundamental para, entre outras coisas, conseguir uma melhor participação do mesmo no tratamento. Em linhas gerais, podemos dizer que o tratamento humanizado é aquele que: • st aseado na tica pro ssiona • sempre indi idua i ado sem tratar o paciente de maneira generalista em função do seu diagnóstico ou uadro era
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rea i ado com empatia aten ão e aco imento inte ra ao paciente e sua amí ia ou acompan ante • pro ssiona est capacitado para ou ir atentamente e de maneira diferenciada ao paciente e sua família, mostrando um cuidado especial com a sensi i idade para as uest es umanas • rea i ado com respeito intimidade e s di eren as • onta com uma comunica ão c ara e e ciente e permite a troca de informações levando em considera ão o estado emociona do paciente e da amí ia • ransmite con an a se uran a e apoio • onta com uma estrutura ísica ue atende s necessidades de cuidado e tratamento. Para se constituir em um processo de sucesso, a humanização do atendimento deve vir de dentro para fora. Antes de mais nada, todos os colaboradores devem sentir que o ambiente de trabalho é humanizado, que são respeitados como pessoas e profissionais em todas as suas necessidades. Mesmo que a instituição adote os melhores protocolos de atendimento, o treinamento dos funcionários deve levar em conta o fato de que eles são o primeiro contato da instituição com os seus pacientes, que pela sua própria condição, encontram-se fragilizados. Assim, é essencial que desde o primeiro momento de contato, paciente e familiares tenham a certeza de que seus problemas são importantes para todos aqueles que participarem do processo. Atender bem o paciente, oferecendo-lhe conforto e o tratamento adequado, é função primordial para qualquer pro ssiona da sa de ratar as pessoas com di nidade e atenção que elas merecem é também uma questão de ética profissional. Além disso, o atendimento humanizado contribui deniti amente no processo de cura e de recupera ão s pacientes respondem melhor aos procedimentos clínicos e se mantêm com a saúde mental fortalecida, fatores que são muito importantes para a melhoria do estado de saúde como um todo. Nessa perspectiva, vale ressaltar, mais uma vez a importância do treinamento de toda a equipe, para que entendam que desde o porteiro ao mais especializado cirurgião, tem seu impacto no atendimento e devem estar treinados e preparados para lidar com as expectativas e inseguranças do paciente no momento. utro aspecto a ser considerado ue a me or publicidade é aquela feita pela indicação dos que foram bem atendidos na entidade. De nada adianta fazer imensos investimentos em propaganda, se o atendimento vivenciado pelo paciente for desastroso, ou frio e impessoal. Ao tratar os pacientes de maneira diferenciada, o estabelecimento conquista sua confiança, ampliando e reforçando sua imagem positivamente. Em tempos de redes sociais e aplicativos de comunicação, é importante ter em mente que as opiniões são manifestadas e compartilhadas muito mais rapidamente, colocando o estabelecimento numa evidência impar. E vale ainda ressaltar que ser bem tratado, com qualidade técnica e humana, o paciente tende a solidificar sua preferência pelo estabelecimento. Assim, é essencial saber ouvir o paciente, respeitar suas dificuldades e oferecer todo o amparo possível.
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Especial Feiras
CONDEPE traz o que há de mais moderno e eficaz para a qualificação dos profissionais de Enfermagem
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arcado para 3 e 4 de abril de 2018, no Transamerica Expo Center, o Congresso de Desenvolvimento Profissional em Enfermagem, CONDEPE 2018, fará uma completa revisão dos conhecimentos dessa importante área de cuidados aos pacientes. Também apresentará as principais novidades científicas, os avanços em terapias no mundo, além de focar especialmente na qualificação prática de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Com uma proposta ousada e inovadora, o CONDEPE construiu programação de altíssimo nível (http://condepe2018.com. br/programacao) conforme afirma a presidente científica Renata Pietro. Serão tratadas em profundidade questões como urgência e emergência, terapia nutricional e intensiva, feridas e estomas, traumas, estética e saúde, enfermagem forense, entre outras. “Quando pensamos no conteúdo, a ideia foi contemplar as mais diferentes áreas da Enfermagem: desde o atendimento básico, passando pelo paciente neonatal e por aquele que necessita de atenção domiciliar, até o doente crítico, em estado grave”, pontua Renata Pietro.
CÂNCER NA INFÂNCIA
De acordo com a Enf Ms Ana Lygia Pires Melaragno, especialista em oncologia, Presidente do Comitê de Enfermagem da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica – SOBOPE e Diretora do Centro de Desenvolvimento de Práticas Profissionais da ABEN-SP, o Congresso MAR-ABR/18
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também será de suma importância para a capacitação de profissionais sobre os sinais e sintomas do câncer na infância. Durante as consultas de enfermagem é essencial estar preparado para identificar estes sinais, acionar o atendimento da equipe interdisciplinar e agilizar o encaminhamento dos casos suspeitos. Estas medidas contribuirão para a melhoria das curvas de sobrevida das crianças brasileiras. Atualmente o câncer é a primeira causa de morte por doença na faixa de 5 a 19 anos. Nos países desenvolvidos, as taxas de cura superam 70%. No Brasil atingimos 60%, índice que com certeza pode melhorar com conhecimento científico capaz de diminuir os diagnósticos tardios. “Embora as famílias levem os filhos aos serviços de saúde, há profissionais ainda não capacitados adequadamente para o diagnóstico. As chances de cura de uma criança estão relacionadas à identificação precoce e ao atendimento adequado”, acrescenta.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
O CONDEPE 2018 receberá ainda profissionais que trabalham com o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), com o GRAU (Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências) e com empresas de transporte e remoção pré-hospitalar. “A intervenção pré-hospitalar é de extrema relevância para a proteção à saúde, principalmente por lidar com o paciente em situação de urgência, seja em casa, na rua, na ambulância etc. É o primeiro socorro e diversas vezes em situações graves. Portanto, a boa organização do atendimento pré-hospitalar e a adequada capacitação dos profissionais fazem toda a diferença no resultado, até aumentam as chances de sobrevivência de uma vítima”, destaca Marisa Malvestio, Profa Dra da Escola de Enfermagem da USP e Coordenadora de Enfermagem do SAMU de São Paulo.
PACIENTE CRÍTICO
Assuntos relacionados aos cuidados ao paciente crítico, relevantes para a melhoria dos desfechos clínicos e para a qualidade de vida na pós-alta da UTI, serão apresentados por Débora Feijó Vieira, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem em Terapia Intensiva (ABENTI), e professora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especial atenção será dispensada ao campo da terapia intensiva, tratando de questões como o uso da microdiálise em paciente neurológico, a utilização do balão intra-aórtico, processos dialíticos na insuficiência renal, a atuação do enfermeiro
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na pós-cirurgia cardíaca, monitorização invasiva e não invasiva do paciente crítico e a gestão das necessidades dos cuidados dos pacientes e seu impacto no dimensionamento da equipe de enfermagem. “Queremos aperfeiçoar o conhecimento científico e a prática. Assim, o CONDEPE traz a proposta de interação entre todas as especialidades de nossa área, o que é essencial à promoção de uma assistência à saúde eficaz e segura à população brasileira”, aponta Feijó.
TERAPIA NUTRICIONAL
A prática segura da terapia nutricional também está na pauta do Congresso. Segundo Claudia Satiko Takemura Matsuba, enfermeira coordenadora da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional-EMTN do Hospital do Coração e presidente do Comitê de Enfermagem da BRASPEN (Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral - gestão 2018-2019), estudos demonstram que a prevalência de pacientes desnutridos no âmbito hospitalar gira em torno de 40 a 50%, sendo maior no período de internação. Como um dos problemas mais graves da saúde atualmente, a desnutrição tem consequências como a elevação das taxas de morbidade, tempo de internação, custos hospitalares e mortalidade. “O panorama justifica a importância do enfermeiro na identificação do risco para desnutrição e na otimização da oferta proteico-calórico. Uma intervenção adequada minimiza riscos de complicações e garante a administração segura das diferentes terapias”.
PROSPECÇÃO E PARCERIAS
O Congresso de Desenvolvimento Profissional de Enfermagem será simultaneamente um fórum privilegiado para contatos e fechamento de bons negócios. As empresas poderão prospectar um público seleto que, no dia a dia, avalia os produtos, serviços, materiais, equipamentos e insumos nas instituições de saúde, com grande influência no fechamento das parcerias comerciais. “Queremos que todos desenvolvam e aprimorem suas práticas, focando no cuidado seguro. Com educação continuada adequada, conseguiremos que os profissionais tenham uma intervenção mais eficaz. Ganham os pacientes, as instituições e nós da Enfermagem”, finaliza Renata Pietro. As inscrições para o CONDEPE estão abertas, podendo ser efetuadas no site www.condepe2018.com.br, onde há informações gerais sobre a programação científica e atividades práticas.
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Enfermagem
Prontuário Eletrônico: uma ferramenta de otimização e melhoria da equipe de enfermagem
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desenvolvimento da informática tal como conhecemos e sua influência em nossa realidade é algo que não deixa mais a menor dúvida. Absolutamente tudo em nossas vidas, desde a mais banal função é, hoje em dia, controlado por algum sistema informatizado. E em saúde, não é diferente. Sistemas informatizados para aplicação em saúde começaram a surgir na década de 60, para controlar estoques e faturamento, mas na década de 70 é que foi criado o primeiro “Prontuário Eletrônico do Paciente – PEP”, com o objetivo de organizar e facilitar a guarda de informações e dados dos pacientes. Hoje, o PEP tornou-se uma das principais ferramentas tecnológicas à disposição das equipes de saúde e indispensável, uma vez que permite otimizar os processos e garantir a segurança dos pacientes. Sua chegada ao setor provocou uma mudança substancial por permitir o uso das informações clínicas de modo sigiloso para a geração de dados sobre a saúde. Esta ferramenta tem-se mostrado bastante eficaz, com significativo resultado no aprimoramento e melhor uso do tempo e na simplificação de tarefas, especialmente no que tange ao sistema de informação nesta área. A contínua busca pela melhoria de processos e oferta de novos produtos e serviços no mercado levou diversos setores a investir financeiramente mais em sistemas de informações, e, de forma mais abrangente em tecnologia de informação. Embora estejamos ainda caminhando na direção de termos um sistema que abrace
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tanto entidades privadas quanto públicas, essa ainda não é a nossa realidade. Assim, temos disponíveis no mercado, diversos sistemas que atendem a essa demanda, faltando ainda ultrapassar algumas barreiras econômicas, administrativas e até mesmo legais, para que todo o sistema de saúde no Brasil esteja ligado, permitindo que, de qualquer ponto da nação, as informações do paciente estejam disponíveis, a profissionais evidentemente reconhecidos e com acesso, de tal forma que seja possível que tenham pleno conhecimento da história clínica do paciente, sem a necessidade de manusear enormes volumes de papel. Assim, o PEP pode ser definido como um banco de dados de informações sobre a história clínica do paciente que, resguardado pelo devido sigilo, disponibiliza informações apenas aos membros do grupo multidisciplinar, contribuindo, dessa forma, para a realização de um trabalho em equipe que favoreça o prognóstico do paciente e possibilite a continuidade do tratamento. Há que se considerar que o PEP apresenta diversas vantagens sobre o prontuário em papel e elas envolvem o acesso, maior disponibilidade, mais rapidez na localização de informações, melhor qualidade e confiabilidade. A segurança dos dados, assim como os demais fatores são cruciais, devendo ser implementados e regulamentados, possibilitando o armazenamento das informações por tempo indeterminado. Pode-se ainda citar a economia de espeço físico e redução da ocorrência de erros como aspectos que
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trazem um impacto positivo direto na segurança do cliente. Um dos principais protagonistas do tratamento do paciente está centrado na equipe de enfermagem, e seu papel no registro dos dados é essencial. O registro clínico no prontuário é a mais importante forma de transmissão das informações entre os membros da equipe multiprofissional que atende ao paciente. Nele são registrados todos os procedimentos realizados, os resultados e a situação deste. Com o advento do registro online, notou-se uma maior facilidade tanto no registro quanto na interpretação dessas informações, sem mencionar o fato de que todo o conjunto de dados está centralizado em um único ambiente. De acordo com informações levantadas pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), acredita-se que os enfermeiros sejam responsáveis pelo registro de mais de 50% das informações contidas no prontuário, que, de modo geral, são anotações de procedimentos de enfermagem realizados, a descrição de ocorrências, além da evolução de enfermagem. Para o pessoal desta área, assim como para o resto da equipe multiprofissional, a ferramenta agrega maior agilidade às atividades de registro, consequentemente conferindo mais tempo dedicado ao paciente à beira-leito, que se traduz na melhoria da qualidade da assistência e menor tempo de espera. Pode-se ainda ressaltar a maior efetividade na consulta ao histórico de hospitalizações anteriores, redução de erros, especialmente aqueles ligados à medicação e otimização do tratamento. Pelo já exposto, fica evidente que as anotações de enfermagem no PEP são de fundamental importância para o desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), visto que estas poderão fornecer dados que irão subsidiar o enfermeiro no estabelecimento do plano de cuidados e prescrição, darão suporte para análise reflexiva dos cuidados aplicados, além de servir de base para o desenvolvimento da Evolução de Enfermagem.
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Tecnologia
Praticidade e segurança no painel de GASES MEDICINAIS
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uando pensamos na estrutura de um hospital, logo a associamos a uma dimensão de grandeza: da recepção aos centros cirúrgicos, passando pelos leitos e outras instalações, são muitos os itens que precisam ser observados com a devida atenção. Em alguns, a necessidade de cuidados e manutenção fica mais evidente, como por exemplo, o estado de conservação do mobiliário hospitalar e dos materiais utilizados nos diversos procedimentos ali realizados. Já outros podem ser menos percebidos, mas são tão importantes quanto todo o restante. Exemplo disso são os painéis de gases medicinais, mais conhecidos como “réguas”. A função do painel de gases medicinais no ambiente hospitalar é agrupar as principais funcionalidades necessárias à beira do leito, tais como: pontos de consumo para os diferentes tipos de gases
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aplicados; conexão dos acessórios utilizados para que essa medicação chegue até o paciente; pontos de eletricidade, considerando as distintas voltagens existentes; iluminação; dispositivo para chamada de enfermagem; suportes para bomba de infusão; entre outras utilidades. Ter múltiplas funcionalidades disponíveis na “régua” traz praticidade aos profissionais da saúde envolvidos no dia a dia hospitalar, além de otimizar o atendimento ao paciente, possibilitando a administração de diferentes tratamentos a partir de um ponto em comum. À medida que se percebem essas características, torna-se mais visível a importância do painel de gases medicinais, cuja instalação também deve ser feita com segurança. Um painel de gases medicinais abrange passagens tanto para o gás, propriamente dito, quanto para a parte elétrica. Essa conjunção precisa ser feita de forma segura, pois alguns gases medicinais, como o oxigênio (O2) e o óxido nitroso (N2O), são inflamáveis e, uma vez que exista uma fonte de ignição, pode haver o risco de uma explosão ou incêndio. Portanto, as “réguas” devem ser fabricadas contendo a separação interna dos gases medicinais e da eletricidade, a fim de evitar acidentes. Por todos esses aspectos, a produção e instalação de painéis de gases medicinais deve ser feita por empresas que detenham o conhecimento técnico necessário para entregar ao hospital um produto seguro, de qualidade e de acordo com as normas exigidas pelos órgãos reguladores de saúde. Considerando que a “régua” é um dos meios pelo qual o gás medicinal chega até o paciente, é preciso destacar ainda a atenção que os estabelecimentos de saúde devem ter com a procedência desse insumo. Os gases medicinais são utilizados nas mais variadas áreas da saúde: desde o oxigênio, indispensável à vida humana, àqueles que aliviam dores (analgésicos e anestésicos) ou ajudam a preservar amostras biológicas. Suas aplicações são diversas e a eficácia, comprovada.
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Por sua importância associada à preservação da vida, esses gases vêm sendo objeto de regulamentação específica: dentre as já publicadas e relacionadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as mais impactantes são a RDC 69/2008, que dispõe sobre as boas práticas de fabricação de gases medicinais, equiparando-os, inclusive, à categoria de medicamentos; e a RDC 32/2011, que determina os critérios técnicos para a concessão de autorização de funcionamento de empresas fabricantes e envasadoras de gases medicinais. Uma vez que a publicação dessas regulamentações qualificou os gases medicinais como medicamentos e estabeleceu regras para as empresas que fazem parte da sua cadeia produtiva, é fundamental que todos os agentes envolvidos no processo de produção e distribuição de gases medicinais cumpram as obrigações que lhe competem, tendo em vista o uso final nos cuidados com a saúde, em variados tipos de tratamento, assim como acontece com medicamentos farmacêuticos. Quando uma ou mais partes deixa de lado essa responsabilidade, coloca em risco a vida de inúmeras pessoas que dependem de alguma terapia com gás medicinal e que confiam na qualidade e procedência das soluções que lhes são aplicadas. Portanto, é indispensável que o hospital esteja atento a todo o ciclo que abrange o fornecimento do gás medicinal que chegará ao seu paciente, desde a produção até a “régua”. Para isso, pode buscar parcerias com empresas que atuem “de ponta a ponta” nesse processo, a fim de garantir a qualidade e segurança necessárias para que o tratamento de saúde aplicado ao paciente tenha êxito. André Kovatch é especialista em criobiologia, equipamentos e instalações da Air Liquide Brasil.
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Especial Sahe
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SAHE | South America Health Exhibition, é uma feira de negócios no setor da saúde criada para permitir uma aproximação entre os líderes do mercado de saúde e é voltada para o desenvolvimento de parcerias, inovações
e debates. Trata-se de um evento com foco e compromisso em gerar resultados inovadores e uma grande oportunidade para empresas e profissionais da área realizarem networking e novos negócios. A proposta transformadora da SAHE conquistou expositores, visitantes e todos que tiveram a oportunidade de participar da intensa movimen-
tação de negócios e atividades voltadas ao público. A 2ª Edição da SAHE vai acontecer de 13 a 15 de março, com o objetivo de antecipar metas de prospecção e gerar interesse pelas marcas e oportunidades de negócio para o ano todo. Conheça algumas das empresas que estão presente no evento:
CMOS DRAKE – VENTILADOR PULMONAR O Ventilador Massimus é equipado com os modos mais avançados de ventilação à pressão e volume, sendo especialmente indicado para a ventilação mecânica. Seu funcionamento não depende da rede externa de ar comprimido ou de oxigênio e o dispositivo conta com display colorido e com sistema touchscreen de 7”. É dotado de sensor de fluxo distal que analisa, a cada respiração, dados essenciais para a segurança do paciente. Dessa forma, qualquer alteração pode ser analisada. Sua tecnologia avançada assegura a qualidade da ventilação em qualquer local. Possibilita a seleção de uma grande variedade de modalidades ventilatórias, tais como APRV e modos espontâneos com volume corrente ou volume minuto garantido. Através de seu modo noturno, o equipamento permite que, quando desejado, o display do aparelho se desligue, para o conforto do paciente, possibilitando uma noite de sono mais tranquila. O Ventilador Massimus atende a todos os tipos de terapia, como traumas, lesões e edema, e é dotado de bateria com autonomia para até 12 horas de funcionamento. CMOS Drake – (31) 3547-3969 www.cmosdrake.com.br
H STRATTNER – SIMULADOR ROBÓTICO
OPUSPAC – UNITALIZADORA DE MEDICAMENTOS A Opus 30X embala o medicamento convertendo-o em unidade e imprimindo toda a informação necessária para identificação, alertas e avisos, com textos e imagens, para reduzir a ocorrência de eventos adversos na administração do medicamento. Com capacidade para embalar 2.600 unidades por hora, permite processar medicamentos, ampolas, frascos e kits. O sistema proporciona mais tempo ao farmacêutico, mais espaço livre, reduz a ocorrência de problemas com equipe de trabalho, demanda um menor número de pessoas envolvidas no processo de unitarização, reduz desvios de inventário e eventos adversos na administração e dispensação de drogas. O equipamento aumenta a segurança do paciente através de recomendações, avisos e alertas sobre a via de administração, usando gráfico e imagens. Fácil de operar, sua interface intuitiva permite que um único operador atenda a demanda de um hospital. A possibilidade de comunicação com os sistemas de TI do estabelecimento torna o processo ainda mais conveniente, sincronizando toda informação automaticamente para a Opus 30x. Opuspac – (19) 3878 1036 www.opuspac.com
Mimic é um simulador robótico que auxila os cirurgiões laparoscópicos e convencionais durante a sua curva de aprendizado. O dispositivo reproduz diversos exercícios que facilitam o aprimoramento do cirurgião aos braços do robô da Vinci, trazendo com isso facilidade, melhoria e desenvoltura do cirurgião para cirurgia robótica. H Strattner – (21) 2121-1399 www.strattner.com.br MAR-ABR/18
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STERIS – SISTEMA DE ESTERILIZAÇÃO A BAIXA TEMPERATURA Desenhada com três ciclos de esterilização disponíveis, a esterilizadora a baixa temperatura V-PRO® 60 favorece o desempenho acima da curva no seu centro de reprocessamento de materiais, independentemente de onde esteja localizado. Construída na plataforma das esterilizadoras da família V-PRO, a V-PRO 60 esteriliza com eficiência uma ampla variedade de produtos para saúde, utilizando a tecnologia proprietária da Steris de vapor de peróxido de hidrogênio (VHP®). O equipamento assegura a flexibilidade de uma esterilizadora com base móvel, ou então a opção de bancada. A base móvel oferece espaço para guarda de bandejas, contêineres e outros itens, enquanto a versão de bancada é uma ótima solução quando há restrição de espaço. A esterilizadora não requer nada além de uma fonte dedicada de energia elétrica para sua instalação. O esterilizante VAPROX® HC, utilizado durante o processo, resulta em subprodutos não tóxicos: água e oxigênio. Steris – (11) 2149-1744 www.steris.com
AIR LIQUIDE – MONITOR MULTIPARAMÉTRICO Os monitores multiparamétrico da linha SVM destacam-se por serem pré-configurados, de fácil manuseio e transporte. De utilização intuitiva, possuem rela touch-screen e bateria com autonomia para até seis horas de utilização. Entre seus diferenciais destaca-se a capacidade de rastreabilidade das informações do paciente, acumulando um histórico de dados monitorados por até 120 horas. Conta com a função interbed, que conecta as informações de até oito equipamentos ligados à uma mesma rede. Dessa forma, um médico pode consultar em um aparelho as informações de um paciente que esteja ligado a outro monitor. A tela também possui um guia com ilustrações úteis, que facilita a operação até mesmo para profissionais que utilizam o equipamento pela primeira vez. O guia traz explicações sobre as abreviaturas dos parâmetros utilizados, arritmias e outros ícones. O dispositivo apresenta tela de 10.4” ou 12.1”, coloridas, com resolução resolução de 800x600 pixels; e peso de 4 kg. Air Liquide – (11) 5509-8300 www.airliquidehealthcare.com.br
BIOMECÂNICA – CIMENTO ACRÍLICO Desenvolvido para aplicações em ortopedia, o cimento acrílico Biomecânica é composto por um componente em pó e uma cola acrílica que devem ser misturados no momento da utilização. Indicado para procedimentos de vertebroplastia, apresenta rápido tempo de mistura, e é comercializado em kits de fácil manuseio, com aplicadores que permitem maior controle da injeção do cimento. O processo é minimamente invasivo e o cabo de aplicação é radiotransparente, para melhor controle da equipe médica. Biomecânica – (14) 2104-7900 www.biomecanica.com.br
MISSNER – FITA CIRÚRGICA Fabricada em material hipoalergênico, a fita cirúrgica é comporta de tecido à base de fibras de viscose com adesivo acrílico de ótima aderência e extra flexível, na cor bege. A linha hospitalar está disponível nos tamanhos 10cm x 10m, 5cm x 10m, 2,5cm x 10m e 1,2cm x 10m. A empresa ainda oferece uma ampla variedade de curativos aderentes em diversos formatos, fita adesiva hospitalar, fita crepe para esterilização e esparadrapo impermeável. Missner – 0800 47 0015 www.missner.com.br
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GE HEALTHCARE – SISTEMA DE ULTRASSOM O LOGIQ* S7 foi desenvolvido para realizar exames de imagem em pacientes de vários tamanhos e idades e em uma ampla gama de áreas clínicas. Acessível e móvel, foi especialmente projetado para oferecer aos médicos maior segurança no diagnóstico em várias aplicações com desempenho consistente de qualidade da imagem, maior rapidez na realização do exame, conforto e produtividade com o design pensado para o usuário e melhoria na utilização em várias aplicações com as ferramentas intuitivas do sistema. Sua arquitetura avançada ajuda a proporcionar imagens nítidas em todos os exames e com o uso de um número mínimo de toques de teclas. A potente tecnologia dos transdutores E-Series do LOGIQ permite que imagens excelentes sejam obtidas rapidamente, e o sistema oferece um conjunto completo de ferramentas que ajuda a melhorar a qualidade da imagem, como a resolução de contraste e definição da borda. O
LOGIQ S7 pode ser modificado de acordo com a altura e a preferência do operador porque seu painel de controle pode ser girado e movimentado para cima /para baixo independentemente do monitor para facilitar o posicionamento, e seu monitor de LCD de 19” possui um braço articulado para ajudar os usuários a obter um excelente ângulo de visão. Uma interface intuitiva oferece teclas fáceis de usar, controles com luz de fundo e teclas inteligentes que ajudam a promover o máximo desempenho. A tela de toque de 7” para seleção do usuário facilita a realização do exame sem interrupções. Conta ainda com o Scan Assistant, programa personalizável de assistência para o exame, que possibilita reduzir o número de teclas pressionadas e o tempo do exame, e a aumentar a consistência entre os exames. GE HealthCare – 0800 165 799 www.gehealthcare.com.br
LABOR IMPORT - CONTADOR DE CÉLULAS O hemocitômetro ou contador de cédulas é um equipamento para auxiliar a análise e monitoramento de células sanguíneas na visualização de microscopia. Possui as funções de valor absoluto e contagem de 10 índices, permitindo assim a visualização dos dez grupos de células e de números totais ao mesmo tempo, com precisão, estabilidade funcional e boa monitoração no laboratório clínico. Opera em sistema bivolt com consumo de energia de 5W. Labor Import – (11) 3652-2525 www.laborimport.com.br
NILFISK – LAVADORA DE PISOS Oferecendo maior confiabilidade e menor custo total de propriedade, a lavadora SC 900 B é produzida com componentes selecionados manualmente dos principais fabricantes para maior durabilidade. Suas funções essenciais são simples para a máxima confiabilidade e o equipamento conta com motores poderosos que asseguram anos de operação sem problemas e um desempenho poderoso. Simples de operar, elimina dúvidas e incertezas do operador e torna o treinamento do rápido e fácil. Não utiliza placa de controle e elimina reparos caros. Possui alavanca de plataforma mecânica e simples, elimina a complexidade, a falta de confiabilidade e os custos de serviços que estão associados aos métodos alternativos. Não utiliza botões ou interruptores, que confundem o operador, o que a torna simples e fácil de usar. O controle de velocidade é realizado de maneira simples com o dedo polegar e está convenientemente localizado, de forma a aumentar a produtividade e segurança. A lavadora possui um único botão para controle de reverso, segurança e facilidade de uso. Operando com velocidade máxima de 5,15 km / hr, sua produtividade máxima (ISSA 540) atinge 3.162 m² / h. Nilfisk – (11) 3959-0300 www.nilfisk.com.br MAR-ABR/18
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PHILIPS – SISTEMA DE RAIOS X DE INTERVENÇÃO Indicado para uso em intervenções cardíacas e vasculares, o sistema Azurion Series 7 com detector plano de 12’’ é uma solução de terapia guiada por imagem de última geração. Foi desenvolvido para dar fluidez aos procedimentos. Todas as versões do sistema têm a mesma interface do usuário padronizada para treinar e fazer, com facilidade, o rodízio de equipes médicas entre laboratórios. Na tela, pode-se ver informações com facilidade no fundo preto, onde os aplicativos ativos ficam destacados. Os usuários podem utilizar o sistema instintivamente, por meio de botões de formatos diferentes. Todo o controle do atendimento ao paciente, segurança dos funcionários e conformidade regulatória é realizado utilizando as soluções DoseWise, um conjunto abrangente de ferramentas de gestão de dosagem de radiação, treinamento e tecnologias de produto integradas. Com esse sistema, o tubo de raios-X MRC200+ com filtro SpectraBeam, posicionamento de dosagem zero e a Philips DoseAware permitem administrar a dosagem com eficiência e segurança. Philips HealthCare – 0800-7378423 www.philips.com.br
SAMTRONIC – BOMBA DE INFUSÃO PERISTÁLTICA LINEAR. Com design arrojado, esta bomba concentra tecnologia e recursos inéditos em um volume leve e compacto, propiciando o empilhamento de vários equipamentos no mesmo suporte. Seu display gráfico é de fácil visualização, e o equipamento permite a programação de parâmetros de infusão, registra o histórico da infusão e conta com sistema patenteado de corta fluxo automático (opcional), tudo isso projetado e executado de forma ergométrica e inteligente. Já a versão ST1000 SET é simples de operar, com programação interativa e intuitiva. O equipamento mostra os dados da infusão num amplo display LCD, de cor azul. Emprega descartáveis dedicados, propiciando baixo custo de infusão. Possui detector de ar ultrassônico e sensor de pressão eletrônico com nível de oclusão regulável, para garantir maior segurança ao paciente durante a infusão. Samtronic – (11) 2490-1910 www.samtronic.com.br
INTERSYSTEMS – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE SAÚDE O TrakCare é um sistema unificado de informação de saúde que permite atendimento coordenado dentro de um hospital ou em centros de atendimento em qualquer região – contribuindo para uma jornada perfeita do paciente. Médicos e gestores usam o TrakCare para melhorias em segurança, resultados, controle de custos, redução de erros de prescrição, agilidade no faturamento, otimização de recursos e também para alcançar demais iniciativas estratégicas. Os módulos clínicos, administrativos e departamentais abrangentes do TrakCare compartilham um único repositório de dados e têm uma interface de usuário comum. Uma vez inseridos, os dados ficam imediatamente disponíveis para todos os prestadores autorizados, enriquecendo as informações do paciente com cada interação. Desenvolvido na plataforma de informática de saúde – InterSystems HealthShare – o TrakCare cria uma visão consolidada do histórico de cada paciente, dando acesso seguro a registros em cada ponto de atendimento e em qualquer dispositivo conectado à Internet, possibilitando a interoperabilidade com aplicativos, e ainda realizando análises que fornecem informações em tempo real para conduzir ações plenamente informatizadas. O TrakCare é um sistema que conta com uma configuração em vários idiomas personalizável, vem pré-configurado para atender aos requisitos locais de diferentes regiões, reduzindo o risco de implementação e acelerando a instalação. InterSystems – 0800-888-2200 www.intersystems.com
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Entidades de Saúde – Brasil
H.Olhos ABC: tecnologia de ponta, conforto e segurança reforçando a saúde na região
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ABC Paulista entra para o rol da excelência em oftalmologia num novo patamar com a inauguração do Hospital de Olhos do ABC. Localizado no coração da cidade de São Bernardo do Campo, a entidade está abrigada em uma moderna e recém-construída edificação de 12 andares, que contém não apenas os ambulatórios, mas também diversos serviços relacionados. Per tencente ao Grupo H.Olhos, o hospital é o primeiro da região especializado em oftalmologia, e foi equipado com tecnologias compatíveis aos maiores centros de saúde ocular do mundo. O grupo gestor fez um investimento de
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R$ 32 milhões para a compra dos equipamentos e a reforma do edifício, de forma a oferecer uma estrutura completa, com pronto-socorro 24h, centro cirúrgico dotado de tecnologia de ponta para realizar até 10 cirurgias simultaneamente, centro de diagnóstico e consultórios equipados com aparelhos de última geração. Na instituição, os profissionais contam ainda com apoio para aprimoramento, através de seu Departamento Científico, que lhes permite ampliar seus conhecimentos por meio das reuniões clínicas mensais. Com capacidade para realizar 12 mil consultas, 13 mil exames e 3 mil cirurgias mensais, faz parte do grupo que possui seis clínicas CERPO, no ABC e em São Paulo, e o Hospital de Olhos Paulista, na capital, e que se consolidou como referência em oftalmologia no Brasil. “Construímos o H.Olhos ABC para suprir uma demanda de mercado, pois
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33% das cirurgias realizadas no H.Olhos Paulista são de pacientes que vêm do ABC. O novo hospital tem o objetivo de reunir em um só local as facilidades de consulta, atendimento de emergência, exames e cirurgias, oferecendo o que há de mais avançado na área”, explica William Fidélix, sócio-diretor do H.Olhos. A partir de agora, o H.Olhos ABC incorpora a CERPO São Bernardo. Hoje, a unidade da cidade atende 12 mil procedimentos por mês, sendo 6 mil consultas, que serão realizadas, de fevereiro em diante, no novo hospital. “A expectativa é que este número cresça 30% em 2018 e duplique em cinco anos. Prevemos que até o fim deste ano sejam realizadas 700 cirurgias por mês”, diz o executivo. Além da toda a estrutura física moderna e bem equipada, os médicos contam com equipes de apoio operacional preparadas para dar todo o suporte na realização de agendamentos, reservas de salas e insumos, além da colaboração de equipes clínicas e cirúrgicas. Para o conforto e segurança dos pacientes, o hospital conta com uma unidade de internação que assegura um espaço tranquilo e confortável para os que necessitam de pouco tempo de preparo pré-cirúrgico, recuperação pós-operatória ou tratamento clínico em regime de internação. O Grupo H.Olhos iniciou sua trajetória de sucesso com a abertura da primeira Clínica CERPO em Santo André, no ABC, e consolidou-se como referência no setor ao longo do tempo, a ponto de poder realizar o sonho de seus idealizadores: a inauguração em 2011 de um hospital altamente especializado, materializado no H.Olhos Paulista. Em vista do grande potencial representado pela região (uma população que gira em torno de 2,5 milhões de habitantes), o grupo apostou, então, neste moderno centro hospitalar especializado, localizado na eterna “Detroit” brasileira.
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Entidades de Saúde – Mundo
Wooridul Hospital: estado da arte em cirurgia minimamente invasiva da coluna
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Wooridul Hospital é uma entidade de saúde que, desde o seu estabelecimento em 1982, em Busan, na Coréia, tem se especializado no tratamento das afecções da coluna vertebral e suas complicações. Em virtude do seu elevado nível de excelência, vem sistematicamente atraindo a atenção da comunidade médica no mundo todo. Atualmente, o Wooridul congrega 10 hospitais localizados em Seoul(3), Busan(2), Daegu(1), Pohang(1), Gwangju(2) e Jeonju(1) na Coréia. Em 2009 o grupo incorporou o Shanghai Wooridul Hospital, e em 2010 oWooridul Spine Center em Jakarta, Indonesia. Finalmente em 2011 passaram a integrar o grupo o Wooridul Spine Centre
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de Dubai, U.A.E e o Wooridul Turkey Spine Center, em Istanbul. Seguindo a filosofia de que o “Paciente vem em Primeiro Lugar”, o Wooridul Hospital pesquisou e desenvolveu uma moderna técnica cirúrgica para a coluna vertebral, denominada Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna Vertebral, (Minimally Invasive Spine Surgery – MISS), que preserva a maior quantidade possível do tecido discal normal e atende às expectativas dos pacientes em relação a cicatrizes mais discretas, menor grau de debilitação, rápido restabelecimento e menor possibilidade de complicações e sequelas. Esses resultados são fruto da cooperação integrada de uma equipe multidisciplinar que inclui neurocirurgiões, ortopedistas, especialistas em medicina interna, em reabilitação, e cirurgiões gerais e torácicos. Além disso a instituição conta com mais de 1200 colaboradores, dos quais 130 são médicos, altamente capacitados para garantir aos pacientes saúde e bem estar em todas as suas unidades. O Hospital Wooridul também desenvolveu os novos tratamentos para distúrbios da coluna vertebral sem cirurgia. A “Micro terapia de espinha direta com imagem em tomografia computadorizada”, a mais nova terapia de injeção, é segura, rápida e precisa, devido ao uso de CT multidetector (MD-CT) e sistema de imagem múltipla de três dimensões. Assim, o processo é monitorado em tempo real, o medicamento é inserido apenas na lesão exatamente. Outra novidade oferecida é o X-MRI que é o primeiro sistema do mundo, que combina a radiografia de intervenção e a ressonância magnética. Por meio dessa tecnologia, a via cirúrgica adequada pode ser decidida através da ressonância magnética e, como o disco pode ser removido por laser endoscópico logo após a decisão, a taxa de sucesso do tratamento minimamente invasivo pode ser grandemente aumentada. Além de diversos equipamentos ultra modernos e tecnologia de ponta
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em todos os setores, o hospital oferece modernos e confortáveis quartos para internação, com acesso à internet e wi-fi gratuito, TV a cabo, telefonia e secretária particular disponível. A entidade também oferece um amplo programa de ensino e treinamento, e desde 1993, formou mais de 650 especialistas provenientes de 60 países, com foco nos tratamentos mais avançados, por meio de conferências e programas de treinamento. A entidade ainda oferece à médicos um programa de bolsa de estudo que pode durar entre 6 meses e 1 ano com o objetivo de difundir os tratamentos avançados da coluna para todo o mundo. E também conta com um sistema de divulgação de tecnologia médica avançada no exterior através de videoconferência e cirurgias ao vivo.
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Suprimentos & Serviços
Você está realmente
Embalagem para Esterilização
Avental Impermeável Quimio
protegido?
Avental Cirúrgico
RDC15: Art. 30 O trabalhador do CME e da empresa processadora
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Facilities
AR CONDICIONADO – manutenção é essencial para garantir conforto e bem-estar
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ar condicionado deixou de ser um luxo ou material de conforto nas últimas décadas, especialmente em ambientes não-domésticos. Isso ocorre porque hoje em dia o grau de automação nos estabelecimentos de serviços ou comerciais atingiu um patamar extraordinário. A grande presença de equipamentos eletroeletrônicos nos ambientes provoca um considerável aumento de temperatura. Porém, além do desconforto térmico, esse fato tem implicações importantes no que se refere a manutenção de um ambiente saudável, visto que a elevação da temperatura favorece o desenvolvimento de inúmeras bactérias e microrganismos. Assim, para que este equipamento cumpra seu papel, é importante observarmos algumas recomendações. Por este motivo, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) elaborou uma regulamentação a respeito. Esta é extensa e teve início com a publicação da Portaria nº. 400, de 6 de dezembro de 1977. Acompanhando o desenvolvimento e
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a introdução de novas tecnologias de construção, bem como a mudança de paradigmas nos sistemas de saúde do país, esta Portaria foi revogada e substituída pela Portaria nº. 1.884, de 11 de novembro de 1994. Atualmente a norma em vigor é a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC/Anvisa nº. 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Uma vez que para o atendimento dos recintos de um Estabelecimentos de Atendimento à Saúde - EAS, são necessárias condições especiais de assepsia e conforto, devem ser tomadas as devidas precauções para o correto dimensionamento do sistema, principalmente naquelas atividades relacionadas ao diagnóstico e terapia de doenças com possibilidade de transmissão de infecções. Portanto, devem ser observados os parâmetros de climatização para os diversos ambientes do EAS, em especial os relativos aos sistemas de filtragem, controle dos fluxos de ar e renovação de ar. De acordo com a NBR 7256-2005 as áreas hospitalares são diferenciadas em função do potencial de risco para a ocorrência de infecção, sendo divididas em: áreas não críticas, que não são ocupadas por pacientes, como escritórios e almoxarifado; áreas semicríticas, aquelas ocupadas por
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pacientes que não exigem cuidados intensivos ou de isolamento, como as enfermarias e os ambulatórios; áreas críticas, aquelas que oferecem risco potencial para a infecção, sejam pelos procedimentos invasivos ou presença de pacientes imunocomprometidos ou ainda pelo risco ocupacional relacionado ao manuseio de substâncias infectantes tais como centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva, unidades de transplantes, entre outros. Dessa forma, a falta de uma rotina adequada de procedimentos básicos como troca de filtros e limpeza e manutenção de equipamentos pode levar a uma deterioração do meio ambiente a tal ponto que a transmissão de contaminantes por via aérea seja alarmante. Um dos erros mais comuns neste setor é com relação à escolha e dimensionamento dos sistemas de ar condicionado. Muitos estabelecimentos escolhem sistemas individuais, como de janela ou split, o que é contraindicado, uma vez que, além de apresentarem maior gasto de energia para suprir a carga térmica dos sistemas centrais, não realizam a filtragem adequada do ar, favorecendo a proliferação e transporte de bactérias, vírus e fungos. Por tudo exposto acima, em todos os setores do estabelecimento, da sala de espera às salas cirúrgicas, pós-operatórias, UTI, Neonatal e Pediátrica, é de fundamental importância contar com um sistema que impeça que pacientes debilitados sejam infectados por alguma doença originada na estadia do hospital. A manutenção dos sistemas de ar condicionado deve ser frequente, para evitar a proliferação dos contaminantes e garantir conforto térmico aos presentes. Neste contexto e em face aos riscos envolvidos, a Anvisa (BRASIL. Anvisa, 2000) passou a preconizar a higienização mensal dos componentes do sistema de climatização, porém no componente hídrico, usado para umidificação do ar, recomenda-se limpeza quinzenal, pois há risco de crescimento bacteriano, produção de aerossóis e inalação dos mesmos. Semestralmente preconiza-se a limpeza do sistema de dutos de ar e de forros falsos.
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Gestão
Compliance cível e penal na medicina: é melhor prevenir do que remediar
A
imperícia, a imprudência e a negligência são fatores de risco intrinsecamente ligados a qualquer atividade humana, e maior ainda em atividades complexas como as ciências médicas. Mais do que isso, tais conceitos também tratam de questões jurídicas, podendo sua ocorrência afetar o resultado de eventuais demandas cíveis e criminais contra os profissionais. Não por outra razão, ao longo do tempo vem criando-se uma rede de supervisão técnica capaz de minimizar os problemas decorrentes da atividade, rede que hoje se entende necessitando de uma revisão constante de protocolos, da criação e do aprimoramento de códigos de conduta, e da busca por capacitação de excelência, visando a uma prática médica cada vez mais segura. Inobstante tais esforços contínuos, a percepção pública é de crescimento de problemas na relação entre usuários de serviços de saúde e integrantes da cadeia de prestadores dos serviços, dado esse confirmado pelo aumento na quantidade de processos cíveis, penais e administrativos, colocando os profissionais na frágil e estigmatizante posição de réus. De fato, o aumento de faculdades com níveis duvidosos de formação, a glamourização de complexos procedimentos estéticos influenciados pela indústria do sexo e da beleza, o empoderamento do consumidor, o Dr. Google, e o inconformismo sempre presente para com o sofrimento e a morte (e a consequente culpabilização do médico) são alguns dos pilares do quadro crescente do que se conceitua como judicialização da atividade médica – quadro esse que afeta quase que indiscriminadamente estes profissionais. Deste contexto nasceu a especialização do direito voltado às disputas judiciais na saúde. Mas se a advocacia parece fornecer profissionais antenados com esta tendência, as cortes nacionais e os conselhos profissionais permanecem com grandes dificuldades em enfrentar o assunto, o que abre espaço não apenas para insegurança a respeito da aplicação de normas e os parâmetros de
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decisão, como também para uma nefasta publicização de casos, que segue a agenda de espetacularização de muitos dos veículos de comunicação. Se até hoje a paixão pelo exercício da medicina tem, de certa maneira, sobrepujado a preocupação com os cuidados para minimização de riscos que afetam o profissional, o momento mostra que uma mudança é imperativa. A desinformação sobre direitos e o descuido em procedimentos são características na quase totalidade dos julgados envolvendo médicos, o que demonstra a clara necessidade da implementação de estratégias preventivas – o chamado compliance cível e penal. Apesar do estrangeirismo, o compliance nada mais é que fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição ou empresa, bem como evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer. É um conjunto de ações feitas por um especialista especificamente para as demandas de determinada organização ou indivíduo, uma espécie de plano de contingências que se baseia no conjunto de experiências anteriores para definir o que precisa ser feito para evitar a ocorrência de problemas e, caso aconteçam, como agir. Para a construção diária desta proteção em torno do médico, além da correição da conduta e do comportamento ético e adequado do profissional, o que é em realidade o patamar mínimo desejado a qualquer um, deve-se tomar especial cuidado para com a comunicação – tanto com pacientes como entre a equipe –, a distribuição de tarefas e responsabilidades, o respeito completo ao sigilo profissional, o extremo esmero para com a ferramenta de maior importância tanto no dia-a-dia quanto nos processos, que é o prontuário médico, seja ele físico ou eletrônico, e a utilização correta dos termos de consentimento informado e esclarecido. Estes pontos são importantes porque criam barreiras de proteção aos às vezes inevitáveis deslizes pessoais, proporcionam a adequada documentação para embasar defesas bem sucedidas, e permitem o estabelecimento de um vínculo médico-paciente de melhor qualidade, o que por sua vez não apenas reduz a insatisfação, como também leva a um melhor atendimento. Realmente, não é apenas útil, mas essencial, que os profissionais da saúde passem a adotar técnicas de compliance para a proteção de si próprios e de suas equipes e pacientes, adequando-se assim a uma realidade pautada pela dificuldade do exercício da profissão médica e da facilidade de acesso de pacientes a mecanismos que colocam em movimento o Poder Judiciário e os Tribunais Administrativos. O desafio, hoje, é a implantação e a disseminação destas práticas na profissão, de modo a se ter o compliance médico transformado em ferramenta cotidiana nas clínicas e hospitais, revertendo a atual tendência de judicialização indiscriminada. Ana Paula Souza Cury e Maria Luiza Gorga, são advogadas especializadas em Direito Médico e sócias do escritório CGRCZ Advogados.
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Inspiração
Dedicação, amor à profissão e empatia para com o paciente: receita de sucesso da Dra Erica Mantelli
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nteressada e dedicada aos estudos desde criança, Erica Mantelli conta que sempre se interessou pela área biológica e pelos estudos do corpo humano, e acompanhou documentários, filmes e séries cujo tema central era a medicina. E esse histórico foi fator preponderante para que alcançasse seu objetivo: ingressar na faculdade de medicina. “Fiz faculdade de medicina na Universidade de Santo Amaro e depois, residência médica em ginecologia e obstetrícia, totalizando nove anos, e depois fiz mais duas pós-graduações na Universidade de São Paulo (USP), a primeira foi em medicina legal e perícias e a segunda foi em sexualidade humana”, conta a doutora. Como não havia tradição da carreira na família, ela desbravou seus caminhos arduamente, descobrindo a cada passo a melhor direção a seguir. Conta que teve forte peso na sua formação as
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diversas vezes que acompanhava seus familiares aos serviços de saúde, quando então ficava admirada e sonhava com o momento em que estaria executando aquelas funções. Ela recorda que os tempos de faculdade foram mágicos, porque podia se dedicar as suas disciplinas de interesse, e que compartilhava com familiares e amigos todas as experiências adquiridas nos bancos da escola. “A cada aula, a cada semestre passando, eu tinha mais convicção que eu estava no caminho certo, que eu realmente tinha escolhido aquilo que eu amava, fazia por amor mesmo”, afirma emocionada. E ressalta que para conseguir atingir suas metas, precisou de muito carinho, compreensão e cumplicidade da família e dos amigos. A escolha pela Ginecologia e Obstetrícia se deu por ser, segundo ela, apaixonada pelo universo feminino. “Nesta especialidade, eu consigo acompanhar um bebê quando ele ainda está em formação na barriga da mãe, toda a gravidez, o trabalho de parto e o nascimento, depois dou continuidade a esta mulher. Consigo atender crianças, jovens, adolescentes, mulheres em idade reprodutiva, mulheres na menopausa, idosas, ou seja, a gente consegue migrar em todas as áreas do universo feminino”, explica. Ainda na fase de estudante, sempre considerou um grande desafio das mulheres profissionais, e no seu caso específico, conciliar a profissão com as diversas facetas da vida pessoal. No entanto, conforme ela afirma, com muita dedicação, foco nas diversas etapas e o que era importante para cada uma delas. Outro desafio importante na sua formação foi vencer a verdadeira prova de resistência física representada pelas inúmeras horas de estudos, incontáveis plantões, ausência de regras e horários para alimentação, três anos consecutivos durante a especialização. Depois, já vencida esta etapa, a batalha para conseguir
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uma colocação profissional decente também é algo extenuante. Hoje, com sua prática e vivência, a médica conta que se preocupa com a situação da medicina em geral em nosso país. “há um excesso de faculdades que estão abrindo e a percepção que se tem é que as pessoas estão mais interessadas na quantidade do que na qualidade e isso nos preocupa bastante. Formar um médico é algo muito sério”, afirma. Sua carreira tem sido marcada por inúmeros episódios importantes, mas um bastante marcante foi, quando ainda na fase de especialização, entre os diversos plantões, passou a apresentar uma grande indisposição e dores nas costas. Mas preocupada com o trabalho e estudos, negligenciou os sintomas. Acabou internada com sepsis, por conta de uma infecção urinária não tratada! Isso lhe ensinou uma lição preciosa: cuidar bem de si mesma para poder cuidar adequadamente dos outros. Para os que pretendem abraçar a carreira médica ela é categórica: “aproveitem bastante a época da faculdade, façam amigos. “Aproveitem muito as aulas e tentem ao máximo prezar pela medicina humanizada, se colocar no lugar do outro e sempre olhar para o paciente como uma pessoa e não como um número de prontuário e nem como uma doença. Lembrem-se: atrás de cada paciente há um ser humano, que tem sentimentos e que muitas vezes o que eles mais precisam é mais que um remédio ou uma cirurgia, é uma palavra de consolo ou um abraço, então não tenha medo de ser caloroso”, finaliza. Dra Erica Mantelli é graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, e pós-graduada em Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP) e pós graduada em saúde sexual pela USP.
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Inspiração
LÍVIA CUNHA e sua história de coragem e empreendedorismo à frente da Dr Cuco
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dministradora de Empresas formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, Lívia Cunha vem de uma família de médicos e, por isso, com muita frequência esteve em contato próximo com a área de saúde. A empresária conta que sempre teve o desejo de empreender e, desde muito nova, via uma grande oportunidade em melhorar a experiência dos pacientes. Neste cenário, ela conta o surgimento da Dr Cuco, startup de digital health que desenvolve um aplicativo para ajudar os pacientes a seguirem o tratamento médico. “A empresa surgiu como projeto de TCC ainda na faculdade de Administração da UFSC, onde eu e meu antigo sócio começamos a esboçar o que se tornaria o CUCO. Passamos por muitas dificuldades no início, principalmente em relação à formação de time da área de tecnologia, mas os desafios foram superados, tivemos nosso primeiro investimento anjo e iniciamos o projeto em 2016. Desde então
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a CUCO consolidou-se no mercado como referência na área de engajamento de pacientes, com mais de 10 prêmios e reconhecimentos na área de digital health e participando de importantes programas de aceleração como o Startup SC, Biostartup Lab e Brazilab. Para 2018, temos novo time, com nova operação em São Paulo em nova casa e uma parceria de sucesso unindo o mercado tradicional de saúde à startup”, afirma a executiva. Num ambiente altamente competitivo, e com toda a complexidade empresarial brasileira, ela e seus parceiros vivenciaram muitas experiências. “Como empresária enfrento desafios diferentes ao longo da construção da empresa. Desde daqueles internos, como o engajamento da equipe no longo prazo e a montanha de impostos sobre a operação, como os desafios externos de vencer a barreira do medo de grandes instituições de saúde trabalharem com inovação colocando o paciente no centro”, explica. Para ela uma das maiores dificuldades é manter o alinhamento do time para trabalhar em um “mercado de longo prazo”, como é o de saúde. Embora as startups tenham um dinamismo muito maior do que os negócios tradicionais, o setor de saúde ainda está amadurecendo para incorporar tecnologia e inovação em sua operação, o que faz com que seja necessário um continuo processo de educação do cliente antes de começar a “decolar”. A resiliência é constante e manter o time engajado no longo prazo é o maior desafio”, afirma. E em se tratando de capital humano, também ocorrem diversas situações a serem trabalhadas e aprimoradas, como explica Cunha: “Acho que quando não há um alinhamento claro de valores e princípios, as dificuldades começam a aparecer ao longo do caminho. No caso da CUCO tivemos alguns problemas neste sentido, e hoje sabemos qual o perfil de pessoas que queremos ter conosco”, afirma. Como empresa nova, num segmento altamente desafiador, é evidente que houve momentos de crise. E ela relata quais foram e como isso foi superado: “Desde um investimento que estava “fechado” e tivemos que desistir, até a desconfiguração de toda uma equipe. Para ambos é extremamente necessário que exista resiliência e foco na solução. Uma grande diferença que vejo entre empreendedores
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que conseguem o sucesso e aqueles que desistem no meio do caminho é justamente a capacidade de encontrar alternativas em meio à uma crise, seja ela interna ou externa. É um momento em que você precisa colocar a empresa em primeiro lugar e agir da forma mais racional e objetiva possível. No meu caso, analisei o cenário atual, busquei alternativas muito rápido para poder analisar prós e contras e tomar a melhor decisão. E analisando todo o caminho percorrido até agora, ela reafirma características que considera essenciais ao empresário na atual conjuntura: “Resiliência e inteligência emocional”, reafirma e enfatiza, “aprendi que, por mais difícil que seja um problema, todos têm solução. Mas para encontrar a solução é extremamente necessário que você saiba lidar com seu emocional e ter a capacidade de superar, e rápido, os desafios que surgem na jornada. Tudo depende do quão capaz você é de controlar sua mente para balizar suas atitudes no campo da racionalidade”, afirma. Com bastante maturidade e segurança, ela nos conta sua expectativa para o futuro: “Analisando este setor especificamente, acredito que será um ano em que as organizações de saúde passarão a investir mais em tecnologia como uma alternativa à redução de custos para ganharem vantagem competitiva e se recuperarem da crise em que vivemos nos últimos anos. Penso que 2018 será um ano de muita incerteza, principalmente pela questão eleitoral, mas tenho uma visão otimista sobre os anos que passaram”, diz a executiva. Como sugestão, em especial para os jovens que estão ingressando na vida profissional, ela orienta: “Tenha consciência de que a melhor maneira de aprender e crescer, é justamente tentando. Não se preocupe se seu primeiro emprego não lhe pagará aquilo que você esperava, contanto que você esteja aprendendo muito onde está. Sempre esteja onde você aprende, onde pode crescer como pessoa e como profissional. Siga bons líderes, questione e construa um pensamento crítico sobre as coisas. Seja inconformado, mas buscando a solução, não apenas o problema. Arrisque, a hora é agora!” Lívia Cunha é administradora de empresas e sócia da startup Dr Cuco.
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Atualidades
Como anda o Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde no Brasil
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o ano de 2016, os estabelecimentos de saúde no Brasil geraram em torno de 256 mil toneladas de resíduos. Isso equivale a 1,2 kg por dia por habitante e representa 2% do total dos 71,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no país.
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Embora a legislação defina regras de manipulação, segregação, coleta, tratamento e destinação dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS), muitos estabelecimentos não estão preparados para o cumprimento das normas. E, por incrível que pareça, alguns até desconhecem as regras. Infelizmente, 25,7% dos Resíduos de Serviço de Saúde ainda são descartados em aterros, valas sépticas e lixões (ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais/2016), sem nenhum tratamento. Vale ressaltar que a legislação define RSS como aqueles resíduos resultantes de atividades relacionadas à saúde humana ou animal, incluindo serviços de assistência domiciliar; laboratórios; necrotérios; funerárias; serviços de medicina legal, drogarias, farmácias e
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distribuidoras, além de estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centros de controle de zoonoses, unidades móveis de atendimento à saúde. Os RSS ameaçam tanto a população quanto o meio ambiente. Os que oferecem mais riscos são os biológicos e os químicos. Mas, eles não são os únicos resíduos de serviço de saúde. Os RSS são classificados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em cinco grupos (A, B, C, D, E), de acordo com suas características e os danos que podem causar. Essa classificação ajuda a estabelecer a correta manipulação e o correto tratamento, evitando, assim, riscos aos trabalhadores, à saúde coletiva e ao meio ambiente. De uma forma geral, os RSS do grupo A correspondem àqueles que podem apresentar presença de agentes
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Atualidades
biológicos e riscos de infecções. São subdivididos em cinco grupos (A1, A2, A3, A4 e A5). Já os do grupo B, são resíduos que apresentam substâncias químicas. Os RSS do grupo C são aqueles relacionados à medicina nuclear e radioterapia; o do grupo D são os chamados resíduos comum, que não apresentam riscos químicos, biológicos nem radioativos; e, por fim, o grupo E, que são os resíduos perfurocortantes, como lâminas, agulhas, ampolas e outros similares. Cada tipo de RSS possui um acondicionamento exclusivo e precisa passar por um tratamento específico. De uma forma geral, o tratamento consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais e de danos ao meio ambiente. O tratamento mais utilizado é a desinfecção química ou térmica, que pode ocorrer através de três formas: autoclavagem, micro-ondas e incineração. A autoclavagem consiste em manter o material contaminado em contato com vapor de água, a uma temperatura elevada, durante período de tempo suficiente para destruir potenciais agentes patogênicos ou reduzi-los a um nível que não constitua risco. O processo de microondas consiste na descontami-
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nação dos resíduos com emissão de ondas de alta ou de baixa frequência, a uma temperatura elevada (entre 95 e 105°C). Já a incineração é o processo físico-químico de oxidação a temperaturas elevadas que resulta na transformação de materiais com redução de volume dos resíduos e destruição de matéria orgânica. No Brasil, a incineração ainda é o processo mais utilizado. Em 2016, do total de resíduos de saúde tratados, 50,2% foram incinerados, 22,3% passaram pela autoclavagem e 1,88% pelo processo de microondas. Porém, é importante destacar que a incineração gera poluentes gasosos que precisam respeitar os limites de emissão estabelecidos pela legislação. Além disso, as cinzas e efluentes líquidos gerados no processo devem ser destinados a um aterro especial. Independentemente do sistema de tratamento escolhido, após processados, os resíduos tratados devem ser encaminhados para disposição final em aterros licenciados pelo órgão ambiental competente. Os locais de tratamento também devem ser licenciados e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. A legislação é clara ao dizer que a responsabilidade pelo correto gerenciamento dos RSS é dos estabelecimentos de serviços de saúde, sejam eles públicos ou privados, que geram esses resíduos. Porém, com base no princípio da responsabilidade compartilhada, ela se estende a todos aqueles envolvidos na cadeia de gerenciamento do resíduo (Lei 12.305/10). Aos órgãos públicos cabe a tarefa de gestão, regulamentação e fiscalização. O estabelecimento que não estiver adequado ao que determina a lei, cometerá infração ambiental e sanitária, ficando sujeito às penalidades previstas em lei.
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Todo esse processo parece delicado e complicado. Mas, é possível se fazer uma gestão responsável e consciente dos RSS. A elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) é a peça chave para isso. O Plano consiste em fazer uma análise qualitativa e quantitativa de cada resíduo gerado e, a partir daí, implantar um sistema de manejo interno, levando em consideração, entre outras coisas, a segregação, o acondicionamento, a identificação, a coleta, o tratamento e a disposição final dos resíduos.
Para isso, é importante designar um profissional para ser responsável pela elaboração e implantação do plano; treinar e capacitar de forma continuada o pessoal envolvido e sempre exigir das empresas prestadoras de serviços de coleta tratamento a apresentação das licenças sanitárias e ambientais. É preciso lembrar que a responsabilidade do gerador não acaba no momento em que o resíduo é levado do seu estabelecimento. A legislação responsabiliza os estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, pelo adequado gerenciamento dos RSS, desde sua geração até disposição final, reconhecendo a responsabilidade compartilhada com os órgãos públicos e as empresas de coleta, tratamento e destinação final. Por Juan Carlos Cerda, diretor-presidente da Stericycle. MAR-ABR/18
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Atualidades
Higiene e limpeza hospitalar: sem elas, não há saúde!
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ambiente hospitalar, pela natureza de suas funções, por um lado é ampla fonte de contaminantes e patógenos. Ao mesmo tempo, para que consiga aquilo a que se propõe, ou seja alcançar a cura do paciente, precisa ser rigorosa e sistematicamente limpo. A maneira de conciliar essa ambiguidade, é desenvolvendo métodos e processos coerentes, efetivos e seguidos por todos, com a consciência da importância de seu papel no processo. Por definição, limpeza hospitalar é todo o processo, físico ou químico, ou pela combinação destes, para a completa remoção de sujidades e patógenos das superfícies do ambiente, materiais e equipamentos. O objetivo é assegurar um local com a menor taxa de contaminação possível, reduzindo a possibilidade de transmissão de patógenos. A limpeza de unidade de saúde, era num passado não muito remoto, executada pela equipe de enfermagem, porém, dento das novas diretrizes de administração e governança, passou a ser realizada por profissionais próprios, especificamente treinados e capacitados para a função ou, em algumas instituições, por equipes terceirizadas, contratadas especificamente para essa função, e devidamente geridas e coordenadas pela chefia de governança hospitalar. Este conjunto de ações tem início a partir da separação das áreas da unidade, de acordo com seu potencial risco de contaminação e transferência desses contaminantes, a saber: • Áreas críticas: são aquelas que oferecem maior risco de transmissão de infecções, ou seja, áreas onde se realizam procedimentos invasivos e/ou que possuem pacientes de risco
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ou com sistema imunológico debilitado, como UTI, clínicas, salas de cirurgias, pronto socorro, central de materiais e esterilização, áreas de descontaminação e preparo de materiais, cozinha, lavanderia etc. • Áreas semicríticas: são as ocupadas por pacientes com doenças não infecciosas ou infecciosas de baixa transmissibilidade, ou seja, áreas ocupadas por pacientes que não demandem cuidados intensivos ou de isolamento, como sala de pacientes, central de triagem etc. • Áreas não-críticas: são todos os espaços não ocupados por pacientes e onde não se realizam procedimentos clínicos, como as áreas administrativas e de circulação Uma vez definidas as classificações das áreas, as equipes podem se planejar e dividir as tarefas de acordo com o tipo de limpeza a ser executado. As áreas críticas devem ser submetidas diariamente ao processo de limpeza denominado concorrente, com vistas a assegurar a higiene, e deve incluir a limpeza molhada dos banheiros e pisos, assim como a higienização de superfícies horizontais e equipamentos mobiliários, o abastecimento e a reposição dos materiais de consumo diário, e finalmente a remoção dos resíduos hospitalares, segundo sua classificação, como determinam as normas vigentes. Limpeza imediata ou descontaminação é realizada quando ocorre sujidade após a limpeza concorrente em áreas críticas e semicríticas, em qualquer período do dia. Em geral envolve a presença de sujidades de origem orgânica, química ou radioativa, com riscos de disseminação de contaminação. Esse processo limita-se a remoção imediata da sujidade do local onde ela ocorreu e sua adequada dispensação. A técnica utilizada dependerá do tipo de sujidade e de seu risco de contaminação. A limpeza de manutenção envolve alguns requisitos da limpeza concorrente. Limita-se em geral ao piso, banheiros e esvaziamento de lixo, em locais de grande fluxo de pessoal e de procedimentos, devendo ser realizada nos três períodos do dia, segundo a necessidade. Já a limpeza terminal constitui-se no procedimento de limpeza e/ou desinfecção, de todas as áreas do estabelecimento para fins de redução da sujidade, reduzindo a possibilidade de
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contaminação ambiental. Deve ser realizada periodicamente de acordo com a criticidade das áreas (crítica, semi-crítica e nãocrítica), e inclui todas as superfícies e mobiliários, alcançando, assim, todas as superfícies horizontais e verticais das áreas críticas, semi-críticas, não-críticas, infra-estrutura e área comum. Esse procedimento deve ser realizado ao final de cada intervenção que envolva pacientes. O processo de limpeza e desinfecção deve ter especial atenção com a denominada unidade do paciente, que compreende a cama, mesa de cabeceira e de refeição, escadinha, cadeira, suporte de soro, campainha, luminária e cesto de lixo. Esses itens devem ser limpos conforme frequência preestabelecida nos protocolos determinados e efetuada por funcionário da higiene. Já a limpeza e desinfecção de artigos e equipamentos como bombas de infusão, de assistência ventilatória, monitores, ficam a cargo da equipe de enfermagem. Para a execução dos processos de limpeza e higienização em serviços de saúde é necessário a utilização dos chamados agentes saneantes que são substâncias ou preparações destinadas a limpeza, desinfecção, desinfestação, desodorização/ odorização de ambientes. Esses produtos são classificados como risco 1 e risco 2. Os produtos de risco 1 incluem os agentes de limpeza em geral e afins, que são notificados e apresentam a expressão “Produto Saneante Notificado na Anvisa”, seguido do número do processo que originou a notificação. Já os produtos de risco 2 compreendem os saneantes que possuam características de corrosividade, ação desinfestante, sejam à base de microrganismos viáveis ou contenham em sua fórmula os ácidos inorgânicos: fluorídrico (HF), nítrico (HNO3), sulfúrico (H2SO4). Esse grupo de produtos precisa ser registrado junto à Anvisa. Para que a limpeza atinja seus objetivos, torna-se imprescindível a utilização de produtos saneantes, como sabões e detergentes nas diluições recomendadas. A entidade deve estar atenta que durante todos os procedimentos em questão sejam observadas as normas ditadas por entidades como a Anvisa, que regulamenta o tipo de produtos e equipamentos adequados para cada setor, além de garantir e exigir de todos os colaboradores envolvidos o uso de dos equipamentos de proteção individual cabíveis para as funções.
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