Revista hosp 269 nov dez 2017 net

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Ano 23 - Nº 269 - NOV-DEZ/2017

www.revistahosp.com.br

PETER MACCALLUM CANCER CENTRE, EM MELBOURNE: a Austrália no elenco dos melhores da saúde

Entrevista: Fiocruz – Estado

Enfermagem: Escala ELPO –

Mercado: ComSaude – a luta

da arte no desenvolvimento de vacinas

a importância do posicionamento do paciente

da cadeia produtiva do setor



Publisher: Isa Bombardi Publicidade: comercial@revistahosp.com.br (11) 3835-4255

HOSP - Suprimentos e Serviços Hospitalares – Registrada no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos sob o nº 183.561, de acordo com a Lei de Imprensas 6.015/73 e no INPI. Dirigida e qualificada a hospitais, clínicas, unidades mistas, pronto-socorros, postos e centros de saúde públicos e privados de todo o território nacional, secretarias municipais de saúde, prefeituras municipais, universidades, associações e entidades de classe, indústrias, distribuidores e revendedores de máquinas, equipamentos, produtos e serviços. A reprodução de artigos, reportagens ou notícias por qualquer meio é permitida. Os conceitos dos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. Todas as informações são originadas de entrevistas, releases e catálogos das empresas. A responsabilidade das informações contidas nos anúncios é dos anunciantes.

Diretora Responsável:

E O ANO ESTÁ SE ENCERRANDO.... Mais um ano está chegando ao fim. Um ano em que, mais uma vez, o país passou por sobressaltos, incertezas, instabilidades de todas as ordens, mas que parece vislumbrar uma melhora, segundo a opinião de muitos e renomados economistas e analistas. Assim, podemos esperar que os próximos 12 meses nos brindem com um um quadro mais otimista, indicadores mais sólidos e animadores, e uma situação mais estável. Nós da Revista HOSP, estamos finalizando também mais um dos nossos 23 anos de existência, com temas interessantes, especialmente desenvolvidos para você, leitor! Na entrevista do mês, Nisia Trindade Lima, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, nos dá a completa dimensão da importância dessa entidade e seu papel na saúde pública brasileira. Falamos sobre temas de grande importância como a acreditação hospitalar, uma ferramenta essencial de gestão e de melhoria da qualidade nos serviços. E como qualidade é o essencial, tratamos ainda do valor do profissional de enfermagem nos programas de Saúde da Família e seu papel na prestação de serviços médicos de qualidade, nos mais distantes pontos da nação. Na seção Entidades de Saúde, conheça o Petter MacCallum Cancer Centre, uma instituição australiana de excelência, focada no tratamento e pesquisa do câncer. Com um sólido serviço de investigação e diagnóstico, o hospital é referência mundial. Em terras brasileiras, o Hospital Estadual Américo Brasiliense passou por uma extensa reforma e modernização, inclusive com intensa atualização tecnológica, para oferecer tratamento diferenciado aos pacientes do Sistema Único de Saúde. Leia também sobre a Escala ELPO, técnica de avaliação de posicionamento cirúrgico do paciente, desenvolvida por uma enfermeira brasileira, e que tem sido positivamente avaliada em diversos países. E como tecnologia é fundamental nestes tempos modernos, saiba porque é essencial que os hospitais passem a usar a computação em nuvem, seu papel na segurança e otimização de recursos. E não poderíamos terminar o ano sem tratar de um importante Comitê que surgiu para batalhar em diversas frentes pela cadeia produtiva da saúde: o Comsaúde, criado pela Fiesp, e que tem um relevante papel na luta pelos interesses da saúde brasileira. Boa leitura!

Maria Bombardi

Editora Suprimentos e Serviços Ltda. R. Gomes Freire, 331 - CEP: 05075-010

CONVITE

A revista HOSP quer a sua participação: opine, indique temas, seções, tudo que poderia deixar a revista ainda mais aprimorada para a sua rotina: redacao@revistahosp.com.br.

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SUMÁRIO

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Nísia Trindade Lima e a importância da Fiocruz

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Enfermagem

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Inspiração

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Opinião

Gestão Acreditação Hospitalar como ferramenta de qualidade essencial Protocolos clínicos: apoio e suporte à decisão

Cloud Computing em hospitais

Entidades de Saúde No Brasil: Hospital Estadual Américo Brasiliense – excelência em serviço público de saúde No Mundo: Peter MacCallum Cancer Centre – estado da arte em tratamento contra o câncer

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Mercado

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Tecnologia

Comsaude: a cadeia produtiva da saúde trilhando caminhos seguros

A importância dos serviços de hotelaria hospitalar e nutrição

Um Médico: O ortopedista René Abdala conta sua história na medicina Um Empresário: William Donisete de Paula, da Hospimetal e sua dedicação à empresa

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Educação

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Atualização

O papel do enfermeiro na Saúde da Família

Escala ELPO – a importância do posicionamento cirúrgico do paciente

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Hi Technologies inova para oferecer resultados de exames laboratoriais em minutos

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Opinião

FioCruz: Uma história de avanços em prol da saúde pública Sergio Arouca, teve programas e estruturas recriados, e realizou seu 1º Congresso Interno, marco da moderna Fiocruz. Nos anos seguintes, foi palco de grandes avanços, como o isolamento do vírus HIV pela primeira vez na América Latina. Já centenária, a Fiocruz desenha uma história robusta nos primeiros anos do século 21. Ampliou suas instalações e, em 2003, teve seu estatuto enfim publicado. Foi uma década também de grandes avanços científicos, com feitos como o deciframento do genoma do BCG, bactéria usada na vacina contra a tuberculose. Uma trajetória de expansão, que ganhou novos passos nesta segunda década, com a criação de escritórios como o de Mato Grosso do Sul e o de Moçambique, na África. Um caminho que se alimenta de conquistas e de desafios sempre renovados. A história da Fiocruz também pode ser conhecida, ano a ano, na Linha do Tempo do nosso Portal (https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/linha-do-tempo-em-texto).

Revista HOSP: Pode nos contar um pouco da história da Fiocruz? Nísia Trindade Lima: A história da Fundação Oswaldo Cruz começou em 25 de maio de 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, na então Fazenda de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Inaugurada originalmente para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica, a instituição experimentou, desde então, uma intensa trajetória, que se confunde com o próprio desenvolvimento da saúde pública no país. Pelas mãos do jovem bacteriologista Oswaldo Cruz, o NOV-DEZ/17

Instituto foi responsável pela reforma sanitária que erradicou a epidemia de peste bubônica e a febre amarela da cidade. E logo ultrapassou os limites do Rio de Janeiro, com expedições científicas que desbravaram as lonjuras do país. O Instituto também foi peça chave para a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1920. Durante todo o século 20, a instituição vivenciou as muitas transformações políticas do Brasil. Perdeu autonomia com a Revolução de 1930 e foi foco de muitos debates nas décadas de 1950 e 1960. Com o golpe de 1964, foi atingida pelo chamado Massacre de Manguinhos: a cassação dos direitos políticos de alguns de seus cientistas. Mas, em 1980, conheceu de novo a democracia, e de forma ampliada. Na gestão do sanitarista

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HP: Quais as suas principais diretrizes? NTL: A missão da Fiocruz é produzir, disseminar e compartilhar conhecimentos e tecnologias voltados para o fortalecimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e que contribuam para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, para a redução das desigualdades sociais e para a dinâmica nacional de inovação, tendo a defesa do direito à saúde e da cidadania ampla como valores centrais. A nossa visão é a de ser uma instituição pública e estratégica de saúde, reconhecida pela sociedade brasileira e de outros países por sua capacidade de colocar a ciência, a tecnologia, a inovação, a educação e a produção tecnológica de serviços e insumos estratégicos para a promoção da saúde da população, a redução das desigualdades e iniquidades sociais, a consolidação e o fortalecimento do SUS, a elaboração e o aperfeiçoamento de políticas públicas de saúde. E os nossos valores, pautados pela relevância da atuação da organização para a sociedade, são os alicerces de atitudes, comportamentos e características que configuram a doutrina essencial da organização. São valores da Fundação o compromisso institucional com o caráter público e estatal; a ciência e inovação como base do desenvolvimento socioe-

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Opinião

conômico e da promoção da saúde; ética e transparência; cooperação e integração; diversidade étnica, de gênero e sociocultural; valorização dos trabalhadores, alunos e colaboradores; qualidade e excelência; redução das iniquidades; compromisso com as principais metas de transformação social do Estado brasileiro; compromisso socioambiental; democracia participativa; democratização do conhecimento; e educação como processo emancipatório. HP: Quais são na sua opinião, os maiores desafios enfrentados atualmente no campo da pesquisa em saúde? NTL:A pesquisa em saúde precisa ser pensada no quadro do esforço geral de ciência, tecnologia e inovação no país. Nos últimos anos políticas voltadas para o fortalecimento do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação fizeram com que o país, em 20 anos, passasse do 24o para 13o lugar em produção de artigos científicos no mundo. Em 2015 o país encontrava-se na 23ª posição – primeira na América Latina – no ranking global de qualidade científica do Nature Index. As atividades de pesquisa em saúde representam cerca de um terço de toda a atividade de pesquisa no país, sem levar em conta as empresas. Este quadro mostra que há potencial para o país se desenvolver científica e tecnologicamente e alcançar patamares superiores de competitividade e bem-estar. No entanto, entre outros, há dois desafios a enfrentar. Primeiro, ao contrário do que vem ocorrendo, o Brasil precisa manter o ritmo de investimentos em ciência, tecnologia e inovação para, no mínimo, sustentar a derivada positiva das três décadas passadas nas próximas três. Segundo, aumentar a taxa de incorporação do conhecimento científico e tecnológico em novos processos e produtos, capazes de atender às necessidades e desejos dos brasileiros. No campo da saúde, é fundamental aportar conhecimentos e tecnologias necessários para o complexo processo de construção e consolidação do Sistema Único de Saúde, em especial, buscando torná-lo resistente às investidas para o seu desmonte, o que seria desastroso para a população brasileira. Ampliar o conhecimento sobre os problemas nacionais de saúde, suas causas e seus determinantes, encontrar nichos onde o Brasil, por razões especiais, possa vir a ter liderança no cenário internacional, enfrentar problemas de relevância nacional e também relevantes em outros países em desenvolvimento, como por exemplo zika, dengue, chikungunya, leishmaniose, produzir conhecimentos sobre a questão NOV-DEZ/17

urbana e sua relação com a saúde e avançar na realização de pesquisas fundadas no uso de grandes bases de dados (Big data). Big data são alguns dos movimentos importantes a serem feitos no campo da pesquisa em saúde no Brasil. A articulação entre os sistemas nacionais de inovação e o aumento do bem-estar e a inclusão social é um terreno a ser ainda explorado. O principal desafio para o parque de pesquisa em saúde no Brasil está associado ao amadurecimento do sistema de inovação em saúde. Entre outros aspectos, isso significa a internalização, pelas empresas, dos procedimentos de pesquisa e desenvolvimento, hoje realizados predominantemente no exterior, bem como a ampliação do suporte às atividades de P&D para as mesmas, pelos governos federal e estaduais; o reforço às atividades de pesquisa em saúde nas universidades e institutos de pesquisa, ajustando-as a prioridades estabelecidas pelo sistema de saúde, em particular por seu componente público; a construção de pontes entre empresas, instituições de pesquisa e sistema de saúde. HP: Quais os projetos de maior peso em andamento no momento na fundação e qual sua importância na saúde pública? NTL: São muitos. Em agosto, a Fiocruz deu mais um passo no combate a dengue, zika e chikungunya, com o início da liberação de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, em larga escala, no município do Rio de Janeiro. A iniciativa faz parte das ações do projeto “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil (EDB)”, que amplia, gradativamente, a área de liberação destes mosquitos na cidade. Dez bairros da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, serão atendidos nessa etapa da expansão. Na sequência, toda a Ilha do Governador será coberta. Após a conclusão do trabalho na região, o projeto EDB se expandirá para outras localidades da cidade do Rio de Janeiro, nas zonas Norte e Sul. A liberação de mosquitos será encerrada até o final de 2018 e, ao término do processo, a expectativa é que as áreas beneficiadas pelo projeto reúnam cerca de 2,5 milhões habitantes. Este é um dos principais projetos em andamento na Fundação. Outra iniciativa de grande relevância é o Projeto para Implementação da Profilaxia Pré-exposição ao HIV no Brasil, no México e no Peru (ImPrEP), que foi lançado oficialmente em julho. Coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), tem como objetivo contribuir para a implementação da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) como

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estratégia de prevenção ao HIV nos três países, focando nos grupos populacionais mais expostos ao vírus: homens que fazem sexo com homens, mulheres transexuais e travestis. O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, apoia o projeto fornecendo todos os insumos, testes e medicamentos. Nesses, e em todos os nossos projetos, nossa missão é gerar conhecimento científico, mas queremos que esse conhecimento se traduza em bem-estar, produtos e políticas públicas que garantam o acesso da população. E é importante enfatizar o valor das práticas de educação, informação e comunicação, e da construção coletiva do conhecimento. Precisamos pensar em formas de fortalecer, junto à população vulnerável e aos profissionais de saúde, a visão da prevenção combinada à da promoção da saúde. Esse saber deve ser construído junto com a população, que deixa de ser objeto da pesquisa para ser o sujeito das investigações e da promoção da saúde. HP: As tecnologias de uso em saúde mudam muito rapidamente. Pode nos falar um pouco sobre esses avanços para pesquisa na saúde? NTL: Agora mesmo, no Ceará, estamos vendo um desses avanços, com a participação da Fiocruz. Em agosto, por meio da assinatura de um Memorando de Entendimento, o Governo do Ceará e a Fundação firmaram parceria para o desenvolvimento de ações integradas em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação na área da Saúde. O Instituto Pasteur também integrou o ato e o Governo do Ceará articula acordos futuros com a entidade francesa. O memorando prevê apoio a projetos em áreas estratégicas que contribuam para o desenvolvimento econômico e social no campo da saúde, em articulação com instituições nacionais e internacionais, como o Instituto Pasteur. A pactuação envolve organização de cátedras de excelências, novos programas de pós-graduação e outras iniciativas de interesse das partes. De início, serão aproximadamente R$ 800 mil para impulsionar linhas prioritárias de pesquisa, como biotecnologia e saúde da família. O processo de instalação de um centro como o do Ceará tem como horizonte contribuir para redução das desigualdades regionais. Isso não é feito isoladamente por nenhum instituto de pesquisa, e sim a partir de uma política pública que una desenvolvimento social, ciência, tecnologia e educação.

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Opinião

Parte do Polo Industrial e Tecnológico da Saúde e fruto de investimento de R$ 180 milhões, o centro de pesquisa da Fiocruz Ceará deverá estar em operação em sua plenitude até o final do ano. No mesmo local também estão em curso as obras do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). A previsão é de que o Centro Tecnológico de Plataformas Vegetais, que utilizará tecnologia de ponta das mais avançadas, seja inaugurado entre 2019 e 2020. A primeira unidade produtiva terá duas plataformas: a de expressão transiente em folha de tabaco e a de cultura de célula vegetal. As tecnologias poderão ser usadas na produção de uma nova vacina para febre amarela e do biofármaco alfataliglicerase, para tratamento da doença de Gaucher. HP: Como a Fundação trata a disseminação de conhecimento técnico? Existem parcerias com entidades de ensino? NTL: A Fiocruz tem ela própria, hoje, 30 programas de pós-graduação stricto sensu acadêmico (sendo cinco em participação com outras instituições) e 16 de stricto sensu profissional (um em participação). E conta ainda com 50 cursos lato sensu, pelos quais passam milhares de alunos anualmente.Também conta com uma escola de formação de profissionais de saúde em nível técnico. Em 2016 foram formados nesta escola 2.336 alunos. Atividades de ensino existem em todas as unidades da Fundação, no Rio de Janeiro e em outros estados, e as parcerias são diversas, principalmente com secretarias estaduais e municipais de Saúde para formação de profissionais de saúde para o SUS e com instituições científicas e universidades para formação de quadros para o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação. HP: Quais as unidades da fundação? Há perspectivas de ampliar esse número? NTL: A Fiocruz tem 21 unidades técnico-científicas, sendo 11 localizadas no Rio de Janeiro, 10 localizadas em outros estados brasileiros e um escritório em Maputo, capital de Moçambique. As unidades técnico-científicas localizadas no Rio de Janeiro são as seguintes: Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos); Centro de Criação de Animais de Laboratório (Cecal); Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict); Casa de Oswaldo Cruz (COC); Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp); Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV); Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos); Instituto Fernandes Figueira (IFF); Instituto Nacional de Infectologia NOV-DEZ/17

Evandro Chagas (INI); Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS); e Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Fora do Rio de Janeiro, as unidades técnico-científicas são: Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães - Fiocruz Pernambuco; Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz - Fiocruz Bahia; Centro de Pesquisa Leônicas e Maria Deane Fiocruz Amazônia; Centro de Pesquisa René Rachou - Fiocruz Minas Gerais; Instituto Carlos Chagas - Fiocruz Paraná; Gerência Regional de Brasília - Fiocruz Brasília; Escritório Técnico Fiocruz Mato Grosso do Sul; Escritório Técnico Fiocruz Rondônia; Escritório Técnico Fiocruz Ceará; Escritório Técnico Fiocruz Piauí; Escritório Internacional em Maputo - Fiocruz África. Também existem mais quatro unidades administrativas todas ligadas à Presidência da Fiocruz: Gerência de Administração do Campus; Gerência de Administração; Gerência de Recursos Humanos; e Gerência de Planejamento. HP: Quais as maiores dificuldades que a Fundação tem encontrado na produção de vacinas e medicamentos? E como elas têm sido vencidas? NTL: As áreas de biotecnologia, diagnóstico e farmacêutica da Fiocruz apresentaram, nos últimos anos, desenvolvimento expressivo em termos de capacidade de produção e de inovação, baseada principalmente em incorporação de tecnologias, e contribuíram para reduzir a vulnerabilidade do SUS como uma importante frente de atuação da Fiocruz. A Fundação é hoje uma das maiores farmacêuticas do Brasil se consideradas as suas duas unidades industriais, Farmanguinhos e Bio-Manguinhos. A entidade responde por mais de 50% das vacinas do Programa Nacional de Imunizações, respeitado no mundo todo, e também aporta medicamentos a Programas estratégicos do Ministério da Saúde, como é exemplo do DST/Aids, também internacionalmente reconhecido como um caso de sucesso. Hoje, no entanto, a Fiocruz enfrenta dificuldades em função da retração de investimentos na produção pública e, principalmente, da reversão de políticas voltadas para indução da capacidade nacional de desenvolvimento tecnológico e produção mediante o uso do poder de compra do Estado, principalmente pelas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs). No contexto atual de questionamento do papel das instituições públicas na área de produção, a busca de modelos inovadores e comprometidos com o SUS apresenta-se como uma necessidade da sociedade brasileira. A sustentabilidade da produção na Fiocruz no campo farma-

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cêutico e de produtos biológicos é essencial e depende fortemente de uma ação voltada para a crescente legitimidade social, política e econômica da produção pública em saúde em bases eficientes e passível de permanente avaliação, considerando que a sustentabilidade da Fiocruz e de suas unidades é parte crítica e essencial da própria sustentabilidade do SUS em sua área de atuação. Neste ponto, a sustentabilidade da atividade se relaciona diretamente com a própria sustentabilidade da política das PDPs. Essa política tem sido interpretada e conduzida de forma diferente, nas recentes gestões do Ministério da Saúde o que coloca em risco a estratégia de incorporação tecnológica centrada nessas parcerias. Isto torna critica a formulação de política institucional de inovação que leve em conta os diferentes elementos da cadeia de inovação da Fiocruz, via projetos que articulem projetos e iniciativas pelo lado da oferta e da demanda por conhecimentos que levem a novos produtos de interesse do SUS. HP: Existem parcerias da Fundação com entidades fora do país? Quais? NTL: Sim, temos parcerias com instituições de ciência e tecnologia de diversos países. Entre elas o Instituto Pasteur, a Fundação Gates e outras nos cinco continentes. Em agosto, por exemplo, divulgamos um projeto inovador fruto de uma dessas parcerias, uma iniciativa que visa criar um kit diagnóstico capaz de detectar o vírus zika em fluidos corporais (sangue, saliva e urina) de pacientes e que está sendo desenvolvido com a participação de profissionais da Fiocruz Pernambuco. Os pesquisadores que coordenam a equipe brasileira realizarão testes nos laboratórios de Virologia e Entomologia. O projeto é liderado por um professor da Universidade de Toronto e reúne cientistas de nove laboratórios, em outros quatro países (Canadá, Estados Unidos, Colômbia e Equador). A ideia é que o kit seja rápido, específico e de baixo custo, usando redes de genes sintéticos, que não dependem de cultivo em células. A parceria com a Fiocruz PE e com os institutos de pesquisa da Colômbia e do Equador permitirá estender os estudos preliminares - que serão feitos pelos pesquisadores canadenses e norte-americanos - para testes de campo, visando desenvolver e validar esses sensores moleculares em amostras de humanos e insetos vetores. Nísia Trindade Lima, Mestre em Ciência Política e doutora em Sociologia, atualmente exerce a Presidência da Fundação Oswaldo Cruz.

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Enfermagem

Hotelaria hospitalar e nutrição: uma nova visão na prestação de serviços de saúde

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star internado em uma unidade hospitalar é um processo, na grande maioria das vezes, estressante, que deixa o paciente e familiares ansiosos e apreensivos, porém quando o médico opta pela internação, certamente ela é fundamental para o restabelecimento das condições de saúde do doente. Contudo, as filosofias e condutas no tratamento médico-hospitalar mudaram bastante nas últimas décadas e um conceito que está bastante arraigado é o da humanização dos tratamentos de saúde. Esse processo engloba duas etapas importantes do serviço: a hotelaria hospitalar e a nutrição. A hotelaria hospitalar tem por objetivo proporcionar ao paciente e aos familiares um ambiente acolhedor, seguro e confortável, assegurando que a equipe médica mantenha-se focada nas atividades assistenciais propriamente ditas, garantindo a segurança dos processos e a melhoria dos resultados clínicos. Seu objetivo

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Enfermagem

é proporcionar uma estadia agradável, enquanto seja atendido por equipe ciosa, treinada e especializada em encantar e surpreender o doente e familiares. A competitividade entre as instituições de saúde foi necessária para que médicos e gestores despertassem para olhar seus pacientes como clientes e parassem de tratar das doenças e começassem a cuidar de pessoas. Segundo Marcelo Boeger, coordenador da especialização em hotelaria hospitalar do Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (2003: 24), “hotelaria hospitalar é a reunião de todos os serviços de apoio, que, associados aos serviços específicos, oferecem aos clientes internos e externos conforto, segurança e bem-estar durante seu período de internação”. Ao implantar a hotelaria hospitalar, a unidade passa a prestar um serviço de qualidade diferenciada aos padrões vigentes no mercado, dispondo da estrutura física e operacional do hospital que conta com ela e se destaca em relação à de um hospital normal. Assim, o paciente se sente acolhido, acomodado,

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passa a apresentar um boa impressão e opinião sobre a instituição e, como consequência, ele se fideliza a ela. A estrutura básica do serviço de hotelaria hospitalar é composta por leitos com mobílias e equipamentos de maior qualidade e serviço de governança (que engloba lavanderia, camareiras, rouparia, higiene, limpeza e gerenciamento de resíduos e sólidos, serviços de nutrição e dietética, lanchonetes e restaurantes, paisagismo, segurança, áreas de lazer, etc). No tocante à nutrição, é responsabilidade deste setor produzir bens e serviços relacionados e assistência dietoterápica embasada em fundamentos técnico-administrativos e científicos, contribuindo para a cura e/ou restabelecimento dos pacientes. Contudo, em virtude das inúmeras restrições que as doenças possam impor aos pacientes, muitas vezes a alimentação hospitalar é tida como ruim ou sem sabor. Com vistas a mudar essa visão, os hospitais têm investido no serviço de gastronomia hospitalar, onde as refeições

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são preparadas com muita criatividade e talento, mesmo havendo restrições alimentares impostas pelos médicos e nutricionistas, pois os profissionais desse setor sabem perfeitamente que é possível preparar refeições diferenciadas com qualidade e muito sabor. As refeições são desenvolvidas seguindo as restrições necessárias. No entanto, são definidas individualmente, segundo as necessidades de cada paciente, e o que foi estabelecido no seu tratamento, sem negligenciar a sua satisfação. Essa nova visão da nutrição é uma realidade graças à evolução na qualidade sanitária, que possibilitou a implementação de novas técnicas nos processos, mais o avanço da tecnologia de informação e dos equipamentos que facilitaram os processos produtivos. A implantação de uma Unidade de Nutrição e Dietética diferenciada pode ter um custo elevado, porém, se a instituição busca a qualidade e satisfação dos seus clientes/pacientes, o seu retorno será significativo.

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Inspiração

Dr René Jorge Abdalla: sucesso e realização na ortopedia

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r Abdalla é atualmente um expoente médico dos quadros do Instituto do Joelho do HCor, em São Paulo, e tem uma carreira sólida e estruturada, para assegurar o desempenho dessa função. Nascido em São Paulo, próximo à região do Mercado Central,teve sua carreira influenciada por seu tio e padrinho, também médico. Ele conta que o via prestar serviços médicos a todos que necessitassem, inclusive fornecendo

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por iniciativa própria, medicamentos e insumos aos mais necessitados. Foi o que o levou a seguir essa profissão. Seu primeiro grande desafio foi iniciar a Faculdade de Medicina em Vassouras, quando, pela primeira vez, se distanciou da família. “Logo no segundo ano já era monitor de anatomia e tinha meia bolsa de estudo por parte da faculdade. Isso acabou me dando uma série de conhecimentos que uso até hoje em minha vida”, lembra. Foi nessa etapa que percebeu seu grande interesse pelos assuntos relacionados ao sistema locomotor,

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além da influência de ter um irmão já ortopedista. Sua especialização já na época da residência, o direcionava para a ortopedia, uma vez que já tinha se familiarizado com a disciplina, e desenvolvido grande interesse pela cirurgia do joelho, que lhe parecia futurista, à época, quando o esporte começava a crescer e se profissionalizar e as lesões eram vistas com frequência na residência médica. “Acreditava que poderia tratar os pacientes e obter resultados clínicos em um curto prazo, o que me estimulou bastante em seguir neste caminho. Em 1984 me mudei para os Estados Unidos, na cidade de Columbus, estado da Geórgia, onde havia sido recém-inaugurado o Hughston Sports Medicine Hospital e tive a honra de trabalhar com o Dr. James Andrews e observar o trabalho do Dr. Jack C. Hughston, um dos pais da cirurgia do joelho no mundo”, conta o doutor. Ele relata que em sua carreira experimentou diversos desafios, mas por ter se formado muito novo, com 24 anos já era ortopedista, era difícil conseguir se impor como médico, motivo que o levou a continuar investindo na sua formação. “Em 1986 iniciei a pós-graduação na Escola Paulista de Medicina (EPM), onde realizei também meu mestrado, doutorado, pós-doutorado e livre docência. Até hoje participo do staff clínico no departamento de ortopedia. Naquele momento foi preciso abrir mão de empregos e ganho de dinheiro pra investir em formação”, explica. Crítico, o ortopedista vê a medicina no Brasil de uma maneira doente, sofrida. “A falta de dinheiro, material e apoio, principalmente para instituições públicas, como a EPM vem prejudicando muito a formação dos médicos. Mas, o que continua sendo admirável são os profissionais que por amor ao que fazem ainda mantêm as faculdades funcionando, os trabalhos publicados e um certo nível de formação do médico no Brasil. Mas acredito

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Inspiração

que nesse momento estamos numa fase difícil da medicina. Milhares de médicos são colocados no mercado todos os anos e não sabemos qual o grau de efetividade desses profissionais”, lamenta o profissional. Consciente de sua influência, o médico orienta: “Um conselho que dou a todos os estagiários, e já participei da formação de mais de 160 que passaram pelo nosso serviço, é: nunca tenham pressa em ganhar dinheiro. Lembro-me que quando acabei a residência eu não me preocupava com isso, embora meus colegas iniciaram na profissão e já ganhavam um bom dinheiro. O pouco que eu ganhava nos plantões usei para estudar fora, fazer cursos e me aprimorar. Devo confessar que depois tive uma vantagem muito maior utilizando esses conhecimentos nesse caminho que perfilou a minha vida financeira”. Ele reforça ainda que a formação é extremamente importante. Ele enfatiza que possui 35 anos de carreira, dos quais 30 em cirurgia do joelho, e se sente absolutamente

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realizado. “Obtive todos os títulos que gostaria e me considero um profissional respeitado. Fui presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) no biênio 2001-2002, talvez essa seja uma honra para poucos. Tudo que podia conquistar na profissão eu creio que consegui. Só falta agora escolher o momento certo para me aposentar e ir diminuindo paulatinamente a carga de compromissos profissionais”, pondera. Ele também reforça o fato importante na sua história representado pelo contato com o professor Gilberto Luís Camanho, que alavancou sua carreira e posteriormente o convidou para iniciar o serviço de medicina esportiva no HCor - Hospital do Coração, instituição onde, com todo apoio da direção, ajudou a formar, em 2009, o Instituto do Joelho, o primeiro em um hospital particular. “Lá atendo meus pacientes, opero e realizo minhas pesquisas”, informa. “Atender dentro de um hospital sempre foi um sonho, pois em 1980 terminei

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meu internato em um serviço de ortopedia num hospital privado orientado por dois ícones da ortopedia brasileira, os professores Waldemar de Carvalho Pinto e José Hungria Filho, que me mostraram os verdadeiros caminhos da ortopedia”, confidencia. Para finalizar, ele afirma: “estou realizado em termos de reconhecimento, tanto nacional quanto internacional. Reporto aqui as palavras de uma das pessoas que eu mais admirava, o Prof. Dr. Adib Jatene. Quando perguntado o que era o sucesso, a resposta foi simples: o sucesso não é o dinheiro que você tem. O sucesso não são as propriedades que você consegue. O sucesso é ser respeitado no meio em que você vive e eu consegui esse respeito, portanto, considero-me um profissional de sucesso”. Dr Rene Jorge Abdalla é médico ortopedista, formado pela Faculdade de Medicina de Vassouras, pós-graduado pela Escola Paulista de Medicina e Professor Livre Docente do Departamento de Ortopedia da Unifesp.

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Inspiração

William Donizete de Paula: Otimismo e pé no chão fazendo acontecer

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“Já passamos por muitos momentos difíceis, e como parte de um ciclo, as coisas voltarão a melhorar, pois a solução está em nossas mãos, basta acreditar e trabalhar” William Donizete de Paula

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ormado em engenharia pela FAAP, William sempre alimentou, junto com seu irmão, o sonho de ter sua própria industria. Na década de 80, após pesquisar o melhor segmento de atuação, conheceram uma pessoa do setor metalúrgico e que já havia trabalhado com móveis hospitalares. Esse foi o ponto de partida para o profissional, hoje referência no mercado. Assim, em 1984 foi fundada a Hospimetal, e a partir desse momento, começaram a pesquisar e desenvolver produtos para movelaria hospitalar. “Foi um momento difícil, pois não havia muito material de pesquisa e o setor não tinha muitas informações”, lembra o executivo. “Mantivemos contato com muitos hospitais e pesquisamos junto às enfermeiras, que tinham todas as informações sobre as necessidades”, explica. Com o passar do tempo, foram adquirindo mais conhecimento sobre os produtos e as necessidades do mercado e passaram a desenvolver produtos que atendessem a estes quesitos. O empresário recorda que em 1988 tiveram sacramentada sua filiação à Abimo, onde passaram a ter contato com outros fabricantes, e puderam, então, padronizar seus produtos dentro de critérios técnicos. Em 2002 a empresa iniciou sua fase de internacionalização, e a busca por conhecimento dos produtos em nível mundial, com vistas a adequar seus artigos para atender a esse mercado. Teve início, assim, a jornada de participação em feiras e rodadas de negócios internacionais, o que facilitou bastante a abertura de mercado. “Passados 33 anos da nossa fundação, temos produtos compatíveis com os mais modernos, tanto no mercado nacional quanto internacional, temos uma planta fabril com equipamentos de última geração, exportamos para 27 países e estamos preparados para os próximos desafios, que incluem estar sempre na vanguarda em nosso segmento”, orgulha-se ele. Salienta que um dos maiores desafios que enfrenta na liderança de sua empresa é lidar com o descaso com que são tratados os empreendedores no pais, que são

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os verdadeiros geradores de empregos, impostos e riquezas. “Nenhum país do mundo poderá ser rico sem produção, e mantendo suas indústrias, gerando emprego em outros países”, adverte. Segundo ele, a relação com seus colaboradores é bastante tranquila, até por estarem localizados em uma cidade de porte médio(Araçatuba), onde as pessoas se conhecem e se relacionam mais facilmente. Entre as maiores dificuldades por ele vivenciadas, destaca-se a enorme burocracia que existe no Brasil, principalmente em relação ao registro de produtos, que na sua opinião, muitas vezes atrasa a incorporação de novas tecnologias em nossos produtos. Ao longo de sua história de 33 anos, a empresa vivenciou muitos momentos difíceis, como a inflação de 100% ao mês, os sucessivos planos econômicos a que fomos submetidos e outras soluções milagrosas. Ressalta ainda que a crise que vivemos atualmente é muito mais complicada por estar se estendendo por muito mais tempo e envolve não apenas as dificuldades econômicas, mas uma profunda crise política e moral. Porém, para superar este momento, ele afirma que é preciso acreditar que podemos mudar o quadro atual, e trabalhar com afinco, pois esta é a saída, na sua opinião. Ele lembra ainda que uma característica essencial a todo executivo é ter equilíbrio, tranquilidade para analisar a situação e fazer a escolha adequada dos caminhos a seguir. Avalia que já passamos por muitos momentos difíceis, e como parte de um ciclo, as coisas voltarão a melhorar, pois a solução está em nossas mãos, basta acreditar e trabalhar. E como mensagem final aos jovens que começam suas carreiras ele orienta: “os desafios existem para serem superados. A vida não para nem espera que estejamos preparados, ela simplesmente acontece. Então, temos que entender esse processo e fazer a nossa parte, nos prepararmos e conseguir ver as oportunidades, pois muitas vezes, é nas adversidades que aparecem as melhores soluções”, finaliza.

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Educação

O papel da enfermagem em Saúde da Família

O

programa de saúde da família (Estratégia de Saúde da Família – ESF) foi criado pelo governo em meados da década de 90, a partir de equipes multiprofissionais que têm por objetivo disponibilizar o acesso aos serviços de saúde em todas as regiões do país. Essas equipes ficam

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encarregadas de prover este acesso, gerenciar as formas de prestação do serviço, identificando problemas e necessidades da população assistida. O Ministério da Saúde atribuiu ao enfermeiro da ESF a assistência integral aos indivíduos, famílias e comunidade, ficando sob sua responsabilidade a realização dos cuidados diretos de enfermagem, a consulta de enfermagem, solicitação de exames complementares e prescrição/ transcrição de medicações. É também o enfermeiro que acompanha e promove a capacitação dos ACS (Agentes Comunitários de Saúde) e dos auxiliares de enfermagem, além de ter a corresponsabilidade no planejamento, gerenciamento e execução das diversas atividades da Unidade de Saúde da Família (USF).

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Educação

Para o sucesso da ESF, é de fundamental importância que o profissional esteja em completa sintonia e proximidade com as necessidades da população assistida. Somente com o amplo conhecimento das necessidades desse grupo é que conseguirá exercer suas funções com eficiência, alcançando os objetivos do programa. Por não estar restrito ao ambiente de uma unidade hospitalar ou de saúde, o trabalho desses profissionais permite observar as condições de vida das pessoas assistidas, como por exemplo, o tipo de habitação onde vivem, o que comem, como realizam os procedimentos de higiene pessoal e doméstica, como tratam os problemas de saúde que acontecem, entre outros. Com base nessas informações é possível ao enfermeiro traçar políticas de ação, orientação, identificar necessidades de exames, tratamentos mais específicos e complexos, definir e orientar quanto às vacinações, suporte e acompanhamento pré-natal, puerperal e pós-natal, entre tantos outros aspectos.

Estudos do Ministério da Saúde demonstram que, desde a implantação do ESF, os enfermeiros passaram a desempenhar um papel de destaque e são apontados como um dos grandes responsáveis pela melhoria observada nos indicadores de saúde no país, tais como a redução da mortalidade infantil e materna. As visitas domiciliares realizadas pelos enfermeiros e equipe devem ser efetuadas, evidentemente, dentro de critérios rígidos da ética e legalidade, como forma de conferir empoderamento às famílias, em especial àquelas em vulnerabilidade , de forma a terem seus direitos garantidos. O modelo de assistência do PSF estabelece, sem dúvida, um grande desafio para o enfermeiro que deve levar em consideração o envolvimento do seu comportamento com os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais, e que juntos se mostram absolutamente relevantes para o processo de transição e consolidação do novo modelo da assistência à saúde.

Dessa forma, podemos concluir que o papel do enfermeiro em uma Unidade de Saúde da Família (USF) vem para apoiar e supervisionar o trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS), assistir às pessoas que necessitam de cuidados, organizar o cotidiano da USF, planejar ações e executar atividades juntamente à comunidade. Além disso, esse profissional tem ainda sob sua responsabilidade, a execução de ações na assistência básica de vigilância epidemiológica e sanitária nas áreas de atenção à criança, ao adolescente, à mulher, ao trabalhador e ao idoso; desenvolver ações para capacitação dos ACS e técnicos de enfermagem; oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde e abordar os aspectos de educação sanitária; promover a qualidade de vida e contribuir para que o meio ambiente torne-se mais saudável. ampliar a visão sobre o exercício de enfermagem na saúde coletiva, com a busca por novas experiências.

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Atualização

Escala ELPO: o cuidado essencial com o posicionamento cirúrgico do paciente

Q

uando um paciente precisa ser submetido a um processo cirúrgico existem diversas variáveis que podem interferir. O posicionamento dele na mesa cirúrgica é um fator chave no

desempenho do procedimento seguro e eficiente, e envolve a aplicação de conhecimentos de anatomia, fisiologia e patologia. As principais funções do posicionamento cirúrgico são: • Expor exclusivamente a área cirúrgica, garantindo uma boa

visibilidade e movimentação ao cirurgião e sua equipe; • Oferecer o mínimo de desconforto possível ao paciente; • Seguir os princípios do alinhamento corporal; • Permitir a desobstrução do suprimento vascular; • Proporcionar acesso para a administração de soluções endovenosas, drogas, agentes anestésicos; • Não deverá interferir na respiração; • Proteger os nervos, músculos e pele de pressão indevida; • Deverá ser observada a precaução quanto à segurança do paciente em relação ao peso, à idade, à altura e à deformidade física, respeitando seus limites anatômicos e fisiológicos. O enfermeiro cirúrgico é um dos principais partícipes desse processo e, via de regra, é o grande responsável pelo posicionamento na mesa. Em vista das importantes implicações disso no processo operatório e suas consequências, uma enfermeira brasileira, a dra Camila

Escore Itens

5

4

3

2

1

Tipo de posição cirúrgica

Litotômica

Prona

Trendelenburg

Lateral

Supina

Tempo de cirurgia

Acima de 6h

Acima de 4h até 6h

Acima de 2h até 4h

Acima de 1h até 2h

até 1h

Tipo de anestesia

Geral+regional

Geral

Regional

Sedação

Local

Superfície de suporte

Sem uso de superfície de suporte ou suportes rígidos sem acolchoamento ou perneiras estreitas

Colchão de mesa cirúrgica de espuma (convencional)+coxins feitos de grampos de algodão

Colchão de mesa cirúrgica de espuma (convencional)+coxins de espuma

Colchão de mesa cirúrgica de espuma (convencional)+coxins de viscoelástico

Colchão da mesa cirúrgica de viscoelástico+coxins de viscoelástico

Posição dos membros

Elevação dos joelhos > 90º ou abertura dos membros superiores > 90º

Elevação dos joelhos > 90º ou abertura dos membros inferiores > 90º

Elevação dos joelhos > 90º e abertura dos membros inferiores > 90º ou pescoço sem alinhamento mento-esternal

Abertura < 90º dos membros superiores

Posição anatômica

Comorbidades

Úlcera por pressão ou neuropatia previamente diagnosticada ou trombose venosa profunda

Obesidade ou desnutrição

Diabetes mellitus

Doença vascular

Sem comorbidades

Idade do paciente

> 80 anos

Entre 70 e 79 anos

Entre 60 e 69 anos

Entre 40 3 59 anos

Entre 18 e 39 anos

Figura: Escala de avaliação de risco para o desenvolvimento de lesões decorrentes do posicionamento cirúrgico (ELPO – Versão 2) NOV-DEZ/17

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Atualização

Mendonça de Moraes Lopes, a partir de suas observações em campo, sentiu a necessidade de desenvolver uma escala para a avaliação dos riscos decorrentes do posicionamento do paciente. Segundo ela, o posicionamento cirúrgico deve ser realizado com todo cuidado. O enfermeiro deve ter o conhecimento para propor intervenções e prevenir as complicações decorrentes da permanência prolongada do paciente em cada tipo de posição cirúrgica. Dessa forma, a enfermeira criou a escala ELPO (Escala de Avaliação de Risco para o Desenvolvimento de Lesões Decorrentes do Posicionamento Cirúrgico do Paciente), como uma estratégia eficaz para implementação de ações que auxiliem e direcionem o profissional na redução dos riscos de lesões decorrentes da posição cirúrgica. A ELPO contempla sete tópicos (tipo de posição, tempo de cirurgia, tipo de anestesia, superfície de suporte, posição dos membros, comorbidades e idade do paciente), cada um deles organizado com cinco subitens que indicam da menor à maior situação de risco. A pontuação da

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escala ELPO varia de 7 a 35 e, quanto maior índice, maior o risco de o paciente desenvolver complicações decorrentes do posicionamento cirúrgico do paciente. Para facilitar a sua utilização, a equipe da doutora propôs uma nota de corte, definida estatisticamente, e ficou definido que os pacientes com escore acima de 19 estão numa situação de maior risco. A escala deve ser aplicada ao se posicionar o paciente em mesa operatória. O item tempo deverá ser estimado, e levada em conta sempre a situação de maior risco. Deve-se verificar sempre a necessidade de implementar cuidados especiais para a redução dos riscos de lesões em pacientes classificados com escore acima de 19. Assim, a escala ELPO direciona o cuidado do profissional com o objetivo de indicar aqueles pacientes em maior risco. No entanto, é importante que sejam realizados protocolos assistenciais de posicionamento e programas educativos que incluam todos os profissionais envolvidos no nessa ação, para que todos tenham o conhecimento necessário para

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a implementação de estratégias que atendam os pacientes em maior risco de desenvolvimento de lesões resultantes do posicionamento cirúrgico.

REFERÊNCIAS

Escala criada por enfermeira avalia risco de lesão decorrente da posição na cirurgia - http://www.cofen.gov.br/escala-criada-por-enfermeira-avalia-risco-de-lesao-decorrente-da-posicao-na-cirurgia_48972.html – acessado em 18/10/17 Novo modelo de escala ganha destaque internacional - http://www.sobecc.org.br/entrevista/2 – acessado em 18/10/17 Posicionamento cirúrgico e prevenção de lesões – Cintia Guerreira - https://pt.slideshare. net/CintiaGuerreira/posicionamento-cirurgico-pdf – acessado em 18/10/17 Escala de avaliação de risco para lesões decorrentes do posicionamento cirúrgico - http://www.scielo.br/pdf/rlae/v24/pt_01041169-rlae-24-02704.pdf – acessado em 18/10/17 Escala criada por enfermeira brasileira avalia risco de lesões decorrentes da posição do paciente na cirurgia - https://www.segurancadopaciente.com.br/seguranca-e-gestao/ escala-criada-por-enfermeira-brasileira-avalia-risco-de-lesoes-decorrentes-da-posicao-do-paciente-na-cirurgia/ - acessado em 18/10/17

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Gestão

Acreditação Hospitalar: a força da qualidade nos serviços de saúde

O

processo que conhecemos hoje como Acreditação Hospitalar remonta de meados da década de 20, quando o Colégio Americano de Cirurgiões (CAC) definiu um Programa de Padronização Hospitalar, e que definia um conjunto de padrões considerados os mais apropriados para garantir a qualidade da assistência aos pacientes. Deste conjunto, três padrões estavam relacionados à organização do corpo médico, ao exercício da profissão, e ao conceito de corpo clínico; outro preconizava o preenchimento do prontuário, incluindo a história clínica e exames do paciente, bem como as condições da alta; e o último, estava ligado à existência de recursos diagnósticos e terapêuticos, além de no mínimo um laboratório clínico para análises e departamento de radiologia.

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A partir dessa ideia inicial, e balizado nos resultados e dificuldades encontradas, o CAC desenvolveu parcerias com a Associação Médica Canadense, Colégio Americano de Clínicos e Associação Americana de Hospitais para apoio e participação com outras organizações inteiramente dedicadas à melhoria e promoção da acreditação voluntária. Esse foi o ponto de partida para a criação da Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (CCAH) que logo, em dezembro de 1952, delegou oficialmente o programa de Acreditação à Joint Commission on Accreditation of Hospitals. empresa de natureza privada, que na ocasião procurou introduzir e enfatizar na cultura médico-hospitalar a qualidade em todo o país. Criada inicialmente para a normatização dos serviços em hospitais norte-americanos, com o tempo a certificação passou a abranger outras categorias de serviços e de profissionais. Já no Brasil, o Colégio Brasileiro de Cirurgiões foi o precursor da filosofia, na década de 80. Dez anos depois a ideia se disseminou junto a instituições acadêmicas e do go-

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verno, com foco na análise comparativa dos modelos existentes, dos emergentes na Europa e na proposta da Organização Pan-americana de Saúde, tendo em vista a criação de um modelo próprio. No Brasil, as duas principais agências acreditadoras são o Consórcio Brasileiro de Acreditação de Serviços e Sistemas de Saúde (CBA), com sede no Rio de Janeiro e a Organização Nacional de Acreditação (ONA), sediada em Brasília. Ambas iniciaram seu trabalho nos idos de 90, tendo consolidado oficialmente o início de suas atividades entre os anos de 1998/99. Hoje, a acreditação é definida como um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde, com um caráter eminentemente educativo, voltado para a melhoria contínua, sem finalidade de fiscalização ou controle oficial/governamental, não devendo ser confundida com os procedimentos de licenciamento e ações típicas de Estado. De acordo com a ONA, o processo acreditação está sustentado por três princípios fundamentais: • É voluntário, feito por escolha da organização de saúde; • É periódico, com avaliação das organizações de saúde para certificação e durante o período de validade do certificado; • É reser vado, e por tanto, as informações coletadas nas organizações de saúde durante o processo de avaliação não são divulgadas. A partir desse conjunto de ideias, desenvolveu-se o Sistema Brasileiro de Acreditação (SBA), constituído por um conjunto de estruturas, processos e entidades, que juntos têm a função de promover e estimular a acreditação. O sistema é formado por Instituições Acreditadoras Credenciadas (IACs),

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Gestão

as Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde (OPPS), Serviços Odontológicos, Serviços para a Saúde e Programas de Saúde e Prevenção de Riscos, credenciados pelo SBA/ONA. São as instituições acreditadoras credenciadas as responsáveis pelas avaliação e diagnóstico organizacional, certificação, acreditação e manutenção da certificação. Sob sua responsabilidade repousa também o entendimento, aplicação e cumprimento as normas e diretrizes da ONA, bem como a adoção de providências para os casos de não conformidade. Para o CBA, os padrões de acreditação para hospitais são destinados a avaliar qualidade e segurança do paciente nos hospitais e são aplicáveis para os diversos tipos de hospitais públicos, privados e para centros médicos acadêmicos. Atualmente, temos no Brasil as seguintes entidades especializadas na acreditação hospitalar: • ONA(Organização Nacional de Acreditação); • CBA (Colégio Brasileiro de Acreditação); • Joint Commission International; • NIAHO – Acreditação Nacional Integrada para Organizações de Saúde; • HIMSS – Healthcare Information and Management Systems Society; • Accreditation Canada. A implantação de um processo de acreditação, não importa qual a entidade certificadora escolhida, necessita fundamentalmente da elaboração de um plano bem estruturado de avaliação, diagnóstico e definição de metas de melhorias, bem como da participação comprometida de toda a equipe de colaboradores, independentemente do seu nível hierárquico. A elaboração desse plano de ações deve ser bastante clara e didática, de tal forma que todos entendam a necessidade e os objetivos do processo. Como em qualquer processo de certificação e melhoria da qualidade, será necessário criar um robusto sistema de informação e documentação, e atingirá o comprometimento de todos os colaboradores. De todas as vantagens trazidas pela acreditação hospitalar, as mais importantes estão relacionadas com a melhoria da qualidade da gestão hospitalar, da assistência e segurança do paciente. Esse processo é que permite à instituição ter um diagnóstico claro e direto de todas as atividades desenvolvidas, tanto as de cuidado direto ao paciente quanto as gerenciais e administrativas. De posse dos diagnósticos gerados nas fases de análise, o hospital pode, então, discutir esses resultados com as equipes e traçar planos de ação estruturados, e sólidos, com vistas a atingir a desejada melhoria da qualidade dos serviços prestados. Isso proporciona, além da já citada melhoria na segurança do paciente e qualidade do atendimento, uma maior satisfação e motivação da equipe, o que faz com que os processos internos fluam de maneira ainda melhor. A obtenção do certificado de acreditação, traz inúmeros benefícios: além da segurança para os pacientes e usuários do serviço, é uma ação que fortalece a reputação e confiança na instituição. Outro aspecto importante é que esse processo permite também identificar de maneira clara e precisa todas as áreas que ainda necessitam ser melhoradas e a otimização das ações que foram bem sucedidas.

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Gestão

Protocolos clínicos: como

ferramenta de apoio e suporte à decisão clínica, que auxilia os hospitais na busca de diferenciais competitivos Resumo: Estamos chegando a uma certa maturidade e evolução dos sistemas de registros eletrônicos de saúde (S-RES), bem como maior adesão por parte dos médicos. Com isto, já podemos começar a pensar em evoluções ainda maiores na informática em saúde. Neste artigo será abordado uma ferramenta que é pré-configurada em estilo de fluxograma e que auxiliará os médicos na escolha da melhor conduta a ser tomada com o paciente. Com apenas alguns cliques, os especialistas conseguirão finalizar o atendimento que faria em cinco telas distintas no S-RES. Com a implantação desta funcionalidade de protocolos clínicos, os hospitais conseguirão ter retornos, financeiro ou de NOV-DEZ/17

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qualidade, como: – alto nível de padronização entre pacientes com os mesmos diagnósticos; – redução nas readmissões de pacientes na emergência; – minimização de pedido de exames desnecessários e prescrições inadequadas; – possibilidade do médico de uma especialidade, clínico, por exemplo, atender um paciente com queixa que seria para uma especialidade de otorrinolaringologia; – maior agilidade no atendimento ao paciente (menor tempo de espera/atendimento), pois Receituários, Prescrições, Solicitações de Exames, Atestados e Orientações são gerados automaticamente ao finalizar o fluxo/conduta. Introdução: Os sistemas de informática com foco na área clínica estão

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Gestão

avançando a passos largos, tanto por uma pressão da concorrência, como por uma exigência dos próprios médicos, que vem a cada dia deixando a caneta de lado. É fato que não podemos comparar o tempo gasto pelos médicos fazendo suas atividades no sistema ou fazendo no papel (que é infinitamente menor), porém as empresas de software têm evoluído bastante seus sistemas no quesito usabilidade, possibilitando que as atividades sejam feitas com poucos cliques, telas mais amigáveis e inteligentes. Citando os setores de emergência dos hospitais, por exemplo, devido ao dinamismo que estes setores exigem e ao grande volume de pacientes que são atendidos nas diversas especialidades, necessitam de bastante agilidade, pensando em uma possível informatização da clínica deste setor. O sistema deverá prover o máximo de facilitadores possível. Assim, o objetivo principal deste artigo é mostrar uma solução que materializa todos estes pontos relatados de usabilidade e interação do médico com o S-RES para chegar à conduta do paciente de forma mais rápida e assertiva, solução esta chamada de Protocolos Clínicos, desenvolvido por uma empresa multinacional provedora de sistemas para área de saúde. Ao longo do artigo, serão detalhados os potenciais ganhos, pré-requisitos, premissas e dificuldades para implementação desta solução. Ao final deverão ser respondidas às seguintes questões: Quais os benefícios esperados ao se implantar a solução de protocolos clínicos no hospital? Quais os pré-requisitos ou premissas para implantação da solução? Metodologia: Para o desenvolvimento deste artigo, foi utilizada a solução de protocolos clínicos criada pela empresa multinacional provedora de software para área hospitalar, com 140 anos de história, contando com cinco fábricas de desenvolvimento de sistemas no mundo, sendo uma sediada no Brasil. Também foi utilizado um grupo hospitalar, cujo nome não poderá ser divulgado, que utiliza esta ferramenta há mais de seis anos e desde o início da implantação a adesão só cresceu, bem como o número de protocolos criados pela organização já passam de 330 fluxos.

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Este grupo hospitalar é a maior empresa do setor de saúde do Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Saúde. Atende mais de 5,8 milhões de beneficiários nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e no Distrito Federal. De grande porte, conta com mais de 30 mil colaboradores atuando em seus mais de 35 hospitais próprios, na área de plano de saúde e em seus centros médicos. Estudo de caso: Todo processo se inicia com admissão do paciente, passando pela estratificação de risco (triagem), sendo encaminhado para atendimento, que dentro do consultório o médico efetua, por meio do S-RES, todo processo de anamnese ou avaliação inicial com o paciente. Ao informar um diagnóstico, o sistema abre o protocolo/ fluxo associado a este diagnóstico. As imagens a seguir mostram um exemplo de um fluxo de amigdalite construído na funcionalidade de protocolos clínicos, no qual poderemos observar a facilidade de usabilidade e bastante intuitivo. O médico, com base nas informações passadas pelo paciente, segue o fluxo no sentido top-down até chegar nas saídas preconizadas para este protocolo e conduta a ser tomada para o paciente. O médico tem total autonomia de não aceitar algum fluxo, por quaisquer motivos que julgar pertinente. Ao optar por não dar

sequência em um fluxo, deverá justificar a não aceitação para o comitê clínico responsável do hospital tomar conhecimento e fazer possíveis ajustes nos fluxos – processo de melhoria contínua dos fluxos. O profissional também terá acesso à bibliografia utilizada pelo comitê clínico para criação do fluxo em questão. Aceitando o fluxo preconizado, o sistema exibirá uma tela com todas as saídas do protocolo, como medicações, exames, receituários, atestados, orientações para o paciente etc. O comitê poderá configurar estas saídas de diversas formas, como, por exemplo, deixar alguns itens ou campos como obrigatórios, permitir que o profissional escolha mais de um medicamento ou apenas um, carregar alguns campos com valores padrões (default). Caso o paciente seja alérgico a uma das medicações do fluxo, o sistema irá alertar por meio de uma comunicação visual na tela. A seguir algumas premissas para início da utilização dos protocolos clínicos: • Estabelecer quem será o médico-referência responsável por construir os fluxos de protocolo com base nas bibliografias e padrões usados no hospital. Este trabalho é fundamental, pois ele será a base para validação dos protocolos com o comitê clínico;

Figura 1 – Exemplo de Fluxo de Amigdalite

Fonte: Sistema da empresa desenvolvedora do software

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Gestão

Figura 2 – Exemplo de uma das saídas do protocolo utilizado e aceito pelo médico

Fonte: Sistema da empresa desenvolvedora do software • Formar (ou acionar, caso exista) o comitê clínico para o projeto

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de protocolo, visando realizar as validações dos fluxos e realizar

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melhorias e ajustes nos protocolos definidos; • Definir quem será o responsável pelos recursos da área de TI (tecnologia da informação) que realizará a configuração da ferramenta (sistema) dos fluxos definidos e validados pelo médico-referência e comitê. Dependendo da estrutura do hospital, o próprio médico-referência assumirá este papel; • Formatar um processo de melhoria contínua dos fluxos definidos para que possam ser ajustados conforme necessidade e apontamentos dos médicos que estão utilizando os protocolos. Conclusão: Com base nos estudos realizados nos hospitais que implantaram esta solução, foi possível observar uma considerável redução dos custos, pois exames deixaram de ser solicitados desnecessariamente e as medicações administradas na observação passaram a ser mais assertivas conforme diagnóstico do paciente. O número de retornos ao serviço de emergência também diminuiu considera-

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Gestão

Figura 3 – Exemplo de uma saída com orientações para o paciente

Fonte: Sistema da empresa desenvolvedora do software velmente, pois os tratamentos passaram a ser mais efetivos. No que diz respeito à qualidade,

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tiveram uma mudança significativa, pois passaram a seguir uma padronização estabelecida pelo hospital dentro de

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normas e literaturas preconizadas pelos órgãos regulamentadores e competentes. Sabemos que sem um modelo como este cada médico seguirá uma conduta distinta com seus pacientes. Os dados gerados acima para análise da viabilidade desta solução de protocolos clínicos foram extraídos por meio de uma ferramenta de BI (Business Intelligence) que, além destes indicadores, são acompanhadas das adesões dos fluxos, identificando possíveis necessidades de melhorias ou ajustes. Outro ponto é que com esta solução conseguiu-se informatizar as emergências de todos os hospitais do grupo, tendo uma aceitação superior a 90%, fato inédito na corporação que já tinha realizado algumas tentativas de implantação destes setores, porém sem sucesso. Valdir Soares da Silva Júnior é graduado em Gestão da Tecnologia da Informação Universidade Federal de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil e gerente de Produto da Agfa HealthCare.

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Entidades de Saúde – Brasil

Hospital Estadual Américo Brasiliense: excelência à serviço do SUS

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HEAB nasceu de uma ampla reforma na estrutura física e modernização de equipamentos no Hospital Nestor Goulart Reis, em Américo Brasiliense - SP, que havia sido inaugurado no ano de 1958 para internação de pacientes portadores de tuberculose, chegando a ter 672 leitos ativos. Com o passar dos anos, deteriorou-se e ficou obsoleto. Entre os anos de 2003 e 2004, por meio de uma decisão da Secretaria de Estado da Saúde, foi realizada uma ampla reforma da área física e atualização tecnológica do antigo hospital. Do ponto de vista estrutural, o hospital tem forma da letra H, e está dividido em 11 blocos de 02 ou 03 pavimentos. Uma das “pernas” do H continuou sendo o Hospital Nestor Goulart Reis e manteve a sua finalidade de atendimento a pacientes portadores de tuberculose (multidrogas resistentes ou problema social), ficando ligado à Coordenadoria de Serviços de Saúde (CSS). O restante do prédio passou a ser o Hospital Estadual Américo Brasiliense (HEAB) e o Ambulatório Médico de Especialidades, o AME Américo Brasiliense. Desta reforma nasceram, em uma parte do antigo prédio, o HEAB e o AME Américo Brasiliense.

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O HEAB e o AME Américo Brasiliense ficam em um prédio com cerca de 30 mil m2 de construção, com padrão arquitetônico de meados do século passado, com ambientes amplos e iluminados, cercado por áreas verdes. Os quartos possuem antecâmara e 25 deles estão equipados com pressão negativa, o que o torna estratégico para atendimento de doenças infecciosas emergentes, sendo referência para estes casos, entre outros. O Complexo assistencial é um prestador de serviços 100% SUS, todos os atendimentos prestados estão integrados ao sistema público de saúde. A assistência realizada tem o foco na média complexidade atendendo solicitações de todo estado, em especial, aos 24 municípios pertencentes ao Departamento Regional de Saúde III (DRSIII). Está integrado aos sistemas de regulação de serviços eletivos da Central de Regulação de Ofertas de Serviços da Saúde (CROSS), onde os gestores municipais, regionais e estadual podem agendar e acompanhar, de modo online a utilização deste serviço. São 30 mil m2 construção, 104 leitos de internação (individual ou duplo com varanda), 10 leitos de UTI individualizados, todos com antessala e condições de uso de pressão negativa para isolamento respiratório, 3 Salas Cirúrgicas, 6 leitos de recuperação cirúrgica. O complexo possui ainda, 19 consultórios para atendimento de 29 especialidades médicas e 4 não médicas. A entidade contempla diversas especialidades cirúrgicas, tais como: cirurgia pediátrica, vascular, urológica, ginecológica, geral, torácica, proctologia, oftalmologia, cirurgia da cabeça-pescoço, dermatologia, gastrocirurgia, ortopedia, otorrinolaringologia e cirurgia plástica. Além das especialidades médicas e não médicas, o complexo conta ainda com setores de exames endoscópios (broncoscopia, colonoscopia, endoscopia digestiva Alta (EDA), laringoscopia e nasofibroscopia) e um centro de diagnóstico por imagem com mais de 20 tipos de exames por imagem. Conta também com o Serviço de Verificação de Óbitos do Hospital Estadual Américo Brasiliense, criado em Junho de 2011, que visa a determinação da causa dos óbitos naturais (não violentos),

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da rede pública e privada, ocorridos no DRS III, contribuindo para o correto preenchimento da Declaração de Óbito, para a detecção de doenças de notificação compulsória e para as ações em saúde. A tecnologia é um elemento presente em toda estrutura assistencial da instituição, que possui os melhores equipamentos para realizar exames radiológicos, ultrassonográficos e endoscópicos. Seu centro cirúrgico, apresenta equipamentos de ponta para realização de cirurgias minimamente invasivas, sendo quatro torres de videocirurgias, bisturi harmônico, carrinhos de anestesia de primeiro mundo, grampeadores endoscópicos, aparelho para catarata com lente dobrável entre outros elementos que fazem com que mais de 70% das cirurgias realizadas sejam consideradas minimamente invasivas. Lembrando que o foco assistencial é a média complexidade, ou seja, atualmente 99% das cirurgias de retirada de vesícula são realizados por videocirurgia, fato pouco comum em um hospital 100% SUS. O software de gestão hospitalar é o “ERP”, que é compartilhado com os sistemas do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, isso faz com que a entidade tenha todo o prontuário assistencial e administrativo eletrônico com certificação digital e diversos “BI” que auxiliam na gestão modernizada da instituição. O HEAB é um braço de ensino da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, onde, alunos do internato fazem estágio na instituição, contando com a participação de diversos médicos residentes do HCFMRP-USP que nele estagiam. A instituição tem ainda convênio com instituto de ensino Centro Paula Souza de Araraquara na formação de Técnico de Enfermagem, convênio com o curso de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), convênio com a Faculdade de Farmácia da UNESP Araraquara, Residência multidisciplinar do HCFMRP. No campo de pesquisas, possui vários projetos que envolvem diversas instituições como FMRP-USP, UNESP, UFSCAR, UNIARA, UNIP, além de instituições internacionais como, Universidade de Santiago de Compostela na Espanha, Universidade de Aveiro em Portugal.

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Entidades de Saúde – Mundo

Peter MacCallum Cancer Centre: tratamento, ensino e pesquisa para o câncer

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Peter MacCallum Cancer Centre é um dos mais importantes centros para pesquisa, tratamento e educação sobre câncer no mundo, e o único hospital público na Austrália exclusivamente dedicado ao tratamento de pessoas afetadas pela doença. Com um quadro de colaboradores de mas de 2500 funcionários, a entidade conta com 580 pesquisadores clínicos e de laboratório, todos centrados no fornecimento dos melhores tratamentos, cuidados e potenciais curas para o câncer. Sua história remonta do final da década de 40, quando Sir Peter MacCallum e o Dr Rutherford Kaye-Scott convenceram o governo a instalar no distrito de Victoria o primeiro centro destinado ao tratamento de câncer, que começou timidamente em uma pequena sala cedida pelo então chamado

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Queen Victoria Hospital, em Melbourne. Por volta de 1986 a entidade já ocupava 11 locais diferentes no entorno de Melbourne, que foram todos consolidados em um único local em 1990, onde se localizava o St Andrews Hospital, na região leste da cidade. No ano de 2016 o complexo foi totalmente mudado Em junho 2016, Peter Mac foi totalmente transferido para sua nova casa, completamente reformulada, com investimentos da ordem de US $ 1 bilhão, e localizada na entrada do complexo biomédico de Melbourne Parkville. Para a realização de investigação e diagnóstico, o centro utiliza uma ampla variedade de testes e procedimentos para saber mais a cerca da doença em cada caso especificamente. A abordagem investigativa dependerá do sexo, idade, tipo e estágio da doença, e análise de resultados de exames previamente executados. No Peter MacCallum encontra-se disponível uma grande variedade de tratamentos e serviços, baseados nas mais recentes pesquisas e modernas tecnologias. Os tratamentos são escolhidos caso

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a a caso, de acordo com as necessidades de cada paciente e poderão incluir mais de uma modalidade, tanto de tratamento quanto de serviços correlatos. Na instituição todos têm plena convicção de que a jornada do paciente vai mutio aém de receber o tratametno adequado. Para isso, os pacientes podem contar uma uma grande gama de serviços auxiliares tanto para o doente, quanto para a família e cuidadores, de forma a prover o suporte necessário para vencer os impactos emocional e financeiro que o quadro pode trazer. Além disso, fornece um grande leque de informações para os pacientes, familiares e cuidadores, com o objetivo de complementar o serviço disponibilizado pela equipe de cuidados médicos, e todos, indistintamente, são convidados a visitar e conversar com a equipe. Outro importante compromisso da instituição diz respeito à educação e ensino, através de seu centro de ensino de primeira linha. Por meio dele, os melhores recrutas e estudantes de todo o planeta são atraídos para aprender com os pesquisadores e clínicos do hospital. NOV-DEZ/17


Mercado

COMSAUDE: a cadeia produtiva da saúde trilhando caminhos seguros

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situação econômica, as políticas que atingem os setores produtivos e um mercado com uma enorme demanda, fazem do segmento das saúde uma área promissora, mas também problemática. Não é novidade que a cadeia produtiva no Brasil é bastante sacrificada por conta de inúmeras dificuldades e pela pesada carga tributária que incide sobre nossos produtos. Também não é segredo que saúde é um setor bastante importante com necessidades específicas e um vasto campo para evolução. Por este motivo, e com o objetivo de favorecer uma ampla comunicação com todo o setor da saúde, foi criado na Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o ComSaude – Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia, que atua buscando atender as mais variadas demandas do setor, objetivando a cooperação entre os vários participantes e ampliando o relacionamento com órgãos do governo. Está divido em duas seções:

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• Saúde: engloba toda a cadeia produtiva da saúde, desde dispositivos médicos, farmacêutica, hospitais e clínicas, políticas de saúde, saúde suplementar, odontologia, laboratórios, assuntos governamentais, e jovens empreendedores. Esta divisão possui 45 membros efetivos, 83 entidades do setor, 3 representações de grupos com governo, e 5 representações em Secretárias da Saúde • Biotecnologia, Nanotecnologia e Tecnologias Convergentes (BioNanoTC): atuação dentro dos conceitos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de promoção conjunta de políticas e ações para estimular o desenvolvimento destas tecnologias nos diversos setores industriais. Inclui saúde humana e animal, agricultura, energia, meio ambiente, defesa, insumos e serviços. O BioNanoTC tem 11 membros efetivos, 7 entidades biotecnológicas, 5 empresas do setor e 8 áreas internas ligadas às principais ações do ComSaude. Entre suas principais atividades destaca-se o desenvolvimento de projetos de melhoria e de grupos de trabalho que atendem às mais diversificadas ne-

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cessidades, buscando a cooperação com entidades do setor e o relacionamento com órgãos do governo com o intuito de: • Promover a interlocução e aproximação setorial entre os participantes da cadeia produtiva de saúde e biotecnologia; • Aumentar o protagonismo político da saúde e biotecnologia; • Criar e facilitar um ambiente favorável a um relacionamento entre todos os envolvidos com o tema saúde e biotecnologia, no Brasil e no exterior; • Apoiar e/ou realizar eventos para debater, esclarecer ou propor temas ligados à saúde, biotecnologia e nanotecnologia; • Estimular e divulgar a inovação em todas as esferas; • Analisar, discutir e propor políticas que afetam o setor; • Aprimorar e fortalecer a imagem e reputação da indústria brasileira da saúde no mundo; • Participar de importantes conselhos e grupos ligados à saúde e biotecnologia, incluindo Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (GECIS) – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde; Conselho

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Mercado

Estadual de Saúde de São Paulo; Conselho Municipal de Saúde de São Paulo; Conselho de Curadores da Fundação Oncocentro de São Paulo; Conselho de Curadores da Fundação Pró-sangue; Hemocentro de São Paulo; Câmara Técnica de

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Implantes – Associação Médica Brasileira; Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde; Conselho Executivo da Fundação Zerbini; Conselho Administrativo Instituto Coalizão Saúde; Conselho Regional Senai-SP; Conselhos Curador

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e Consultivo do Incor; Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST); Grupo de Trabalho de BNCT da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) . O Comitê tem a seguinte composição diretora: • Diretor Titular – Ruy Baumer; • Coordenadora Executiva - Priscila F Martins; • Dispositivos Médicos – Paulo H. Fraccaro; • Farma – Bruno Abreu; • Hospitais e Clínicas – Francisco Balestrin; • Políticas de Saúde – Chediek; • Biotecnologia – Eduardo Giacomazzi; • Assuntos Governamentais – Franco Pallamolla; • Jovens Empreendedores – Eduardo Santana. ComSaude (11) 3549-4744 comsaude@fiesp.com.br

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Gestão

A importância da informação em nuvens para os hospitais

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mercado mundial de serviços de nuvem pública crescerá 18% neste ano, segundo o Gartner. O maior aumento virá dos serviços de infraestrutura de sistemas em cloud (IaaS - Infrastructure as a Service), seguido pelos serviços de aplicações em nuvem (SaaS - Software as a Service). O uso de tecnologia pelas organizações deixou de ser um diferencial para tornar-se uma questão de sobrevivência, independentemente do setor. Os gastos globais com TI cresceram a taxas superiores a 5% ao ano na última década. A computação em nuvem (cloud computing) entra neste cenário como um dos maiores filões para os novos investimentos. Com esse recurso é possível atender às mudanças de maneira ágil e com o menor custo inicial possível. No contexto da saúde, a

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adoção de tecnologias em clínicas e hospitais é obrigatória para a continuidade dos negócios. Nesta vertical, a computação em nuvem é de fundamental importância para acelerar este processo, tanto no que diz respeito a prazos menores de implementação quanto em investimentos reduzidos para adoção de novas tecnologias. Os principais fatores considerados para a adoção de computação em nuvem são: custos, segurança, riscos, flexibilidade, disponibilidade, normativas e simplificação de gestão. Assim como em outros mercados, os temas mais discutidos na área hospitalar em relação à adoção de Cloud Computing são as questões da segurança das informações e da disponibilidade da nuvem e, consequentemente, a disponibilidade dos sistemas e dados. Em relação à segurança das informações, mesmo que este tema seja uma preocupação comum, os provedores de computação em nuvem investiram muito neste quesito e hoje conseguem prover um nível de segurança superior ao que encontramos

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nos data-centers proprietários. Recentemente, o governo dos EUA autorizou órgãos estatais a levarem dados governamentais sensíveis para a nuvem. Alguns provedores receberam uma chave de autorização de segurança do governo norte-americano e com a medida, os órgãos governamentais poderão hospedar e rodar serviços críticos dos Estados Unidos em nuvem. Os ambientes atendem a requisitos do Federal Risk and Authorization Management Program (FedRAMP), que contempla uma série de padrões de proteção e avalia mais de 400 tipos de controle. Estima-se que praticamente metade dos US$ 80 bilhões que compõem o orçamento de TI do governo dos Estados Unidos irá para contratação de soluções cobertas pelo FedRAMP em 2017. A mesma lógica segue para a disponibilidade dos sistemas. Uma vez em nuvem, os usuários têm a segurança de alta disponibilidade, escalabilidade e performance superiores aos ambientes tradicionais, desde que bem desenhados e dimensionados os itens de conectividade. Neste ponto, torna-se fundamental o

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Gestão

apoio de fornecedores especialistas em nuvem, conhecidos como MSPs - Managed Services Providers (em tradução livre, provedores de serviços gerenciados) de nuvem. Uma grande vantagem da utilização da computação em nuvem é que torna-se desnecessário o emprego de um grande número de equipamentos para processar e armazenar os dados. Além disso, a visão orçamentária passa a ser feita anualmente, ou seja, não é necessário adquirir a capacidade de processamento e armazenamento projetada para os próximos cinco anos antecipadamente. Caso a empresa apresente crescimento, com o emprego da nuvem, a capacidade de armazenamento ou processamento é flexível, podendo ser aumentada ou reduzida de acordo com a necessidade. Assim, a empresa só paga pela quantidade de dados armazenada em determinado tempo, o que evita o desperdício de recursos. As operadoras de saúde foram pioneiras no emprego da computação em nuvem buscando o benefício da otimiza-

ção nos processos. Por meio da nuvem, a comunicação desse tipo de instituição com clínicas, principalmente, facilitou o processo de distribuição do resultado de exames, o que o tornou mais funcional e dinâmico. Imagine, então, como seria consolidar todos os sistemas de informação internos de um hospital em um único local? Um sistema de processamento em nuvem capaz de conter todas as informações que circulam dentro do hospital, sejam elas prontuários de atendimento, exames realizados, prescrições médicas ou estoque da farmácia, é estrategicamente importante do ponto de vista da instituição. Desta forma, seria possível construir uma base de dados muito rica onde estariam todas as informações geradas dentro do hospital. A partir disso, por exemplo, pode-se traçar um perfil dos atendimentos e otimizar os processos internos. As vantagens de utilização da nuvem não são apenas para as instituições, mas também para os pacientes. Com a padronização das informações,

integração das aplicações e um repositório nacional seria possível que o médico em atendimento de emergência no hospital tenha acesso rápido a todo o prontuário do paciente dos últimos anos e estabeleça o melhor tratamento da forma mais rápida possível. Temos ainda diversas vantagens em relação a mobilidade, aplicativos para smartphones integrados com os sistemas hospitalares - com funcionalidades de agendamento de consultas ou check-in, por exemplo. A jornada da computação em nuvem está apenas no início e as transformações que estão por vir impactarão instituições, profissionais de saúde e pacientes. Rodrigo Deoud Xavier é diretor de estratégia e inovação da V8 Consulting. Especialista em inovação exponencial pela Singularity University, pós-graduado pela FGV-EASP e engenheiro pelo Inatel, atua no ramo de tecnologia há 16 anos tendo participado de diversos projetos de inovação tecnológica para grandes clientes no Brasil e no exterior.

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Tecnologia

Hi Technologies inova para oferecer resultados de exames laboratoriais em minutos Com tecnologias Microsoft e Intel, o Hilab realiza exames como: Zika Vírus, dengue, HIV, gravidez, hepatite e muitos outros, entregando laudos a pacientes com mais agilidade

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Hi Technologies apresentou o Hilab, primeiro serviço de telemedicina que realiza exames laboratoriais, como: HIV, vírus Zika, Chikunguya, dengue, hepatite, teste de gravidez, colesterol total, HDL, hemoglobina glicada, vitamina D, glicemia, dentre outros. Quase indolor e bem mais rápido que os métodos tradicionais, o serviço Hilab, desenvolvido com tecnologias Microsoft e Intel, revoluciona o mercado ao introduzir uma nova categoria em análises clínicas que associa internet das coisas e inteligência artificial para acelerar o diagnóstico médico. O Hilab cabe na palma da mão e utiliza gotas de sangue do dedo do paciente para a coleta, possuindo um mecanismo menos invasivo. “Nós estamos trazendo três grandes inovações: o primeiro tricorder¹ médico da história, um sistema de telemedicina totalmente disruptivo e uma nova tecnologia de big data para a saúde. O Hilab é um mix disso tudo. Ele traz o laboratório para a mão do médico e isso muda o cenário da saúde. Nós acreditamos que

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uma disrupção no sistema de exames laboratoriais tem o potencial de causar mudanças significativas de proporção mundial. Queremos ser o maior laboratório do mundo, sem ter nenhum posto de coleta”, explica Marcus Figueredo, CEO da Hi Technologies. O funcionamento é simples: após a coleta do sangue, o mesmo é colocado em contato com os reagentes, dentro do dispositivo onde a amostra é “digitalizada” e transmitida instantaneamente via internet para a equipe de biomédicos da Hi Technologies. Após esse processo, os profissionais analisam e liberam o laudo validado, obedecendo padrões de qualidade, confiabilidade e precisão equivalentes aos métodos já disponíveis no mercado. “O Hilab vai promover avanços importantes ao usar Inteligência Artificial Microsoft para transformar o processo de realização de exames médicos com mais rapidez e assertividade. Esse é um projeto que ajuda a colocar em prática nossa missão de empoderar pessoas e organizações a conquistarem mais e também de democratizar a Inteligência Artificial. E, neste caso, em uma área essencial, que é a saúde”, diz Priscyla Laham, vice-presidente de vendas ao consumidor da Microsoft. A contribuição da Microsoft ao projeto da Hilab se dá por meio da plataforma de nuvem Azure, pelos dispositivos com Windows 10 IoT (Internet das Coisas) e também pela disponibilização de algoritmos de machine learning (aprendizado de máquina) para a análise laboratorial com base em diversos parâmetros pré-estabelecidos. Com essa tecnologia, o médico poderá obter os resultados dos exames laboratoriais no momento da consulta ou em poucos minutos após o término. Para Mauricio Ruiz, diretor-geral da Intel Brasil, este é um bom exemplo de como as soluções tecnológicas podem oferecer novas formas para os diagnósticos e tratamentos médicos, fornecendo agilidade e inclusão de mais pessoas no sistema. “Acreditamos que essas colaborações focadas em saúde são essenciais para melhorar

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a vida das pessoas e, com essa parceria, reforçamos o nosso desejo de contribuir para o desenvolvimento das empresas locais”. De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde), o mercado brasileiro de medicina diagnóstica movimenta cerca de R$ 25 bilhões ao ano. “Estamos entusiasmados com o universo de possibilidades do Hilab, que proporciona vantagens incríveis a pacientes, podendo também ser uma grande oportunidade para pontos de atendimento, como farmácias e hospitais, ampliarem a prestação de serviços. O mercado de exames laboratoriais é enorme e estamos atuando em conjunto com a da Hi Technologies para conquistar uma fatia do segmento”, relata Hélio Rotenberg, CEO da Positivo Tecnologia. A Hi Technologies buscará atuar junto aos consultórios médicos, provendo uma carteira crescente de exames a preços mais competitivos do que os praticados por laboratórios tradicionais. Além das diversas inovações tecnológicas, o serviço Hilab, se comparado à atual realidade no segmento, muda a logística, excluindo etapas que reduzem o engajamento do paciente, retardam o diagnóstico médico e encarecem o processo. A agilidade no diagnóstico é importante, já que 70% das decisões médicas se baseiam nos resultados desses exames. Com o Hilab, o paciente não precisa retornar ao consultório para ter acesso ao laudo. Por isso, o lançamento inova o modelo de negócio, trazendo conveniência e menor custo, principais requisitos para um movimento de ruptura, sendo uma inovação radical oferecida pelo Brasil para o mundo todo. Um tricorder médico (termo usado na ficção cientifica) é um dispositivo portátil de mão para escaneamento que pode ser utilizado por qualquer pessoa, servindo para autodiagnosticar condições médicas, em questão de segundos, e coletar sinais vitais básicos. Hi Technologies – www.hitechnologies. com.br Positivo – www.positivotecnologia.com.br

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