Ano 22 - Nº 263 - NOV-DEZ/2016
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RAMBAM HEALTH CARE CAMPUS: o maior hospital subterrâneo do mundo, em Haifa
Entrevista: Márcia Takeiti fala sobre a importância da Sobecc
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Enfermagem: Novo dispositivo de segurança para diabéticos
Tecnologia: Origem do sistema de IT Médico
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Publicidade: comercial@revistahosp.com.br (11) 3835-4255 HOSP - Suprimentos e Serviços Hospitalares – Registrada no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos sob o nº 183.561, de acordo com a Lei de Imprensas 6.015/73 e no INPI. Dirigida e qualificada a hospitais, clínicas, unidades mistas, pronto-socorros, postos e centros de saúde públicos e privados de todo o território nacional, secretarias municipais de saúde, prefeituras municipais, universidades, associações e entidades de classe, indústrias, distribuidores e revendedores de máquinas, equipamentos, produtos e serviços. A reprodução de artigos, reportagens ou notícias por qualquer meio é permitida. Os conceitos dos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. Todas as informações são originadas de entrevistas, releases e catálogos das empresas. A responsabilidade das informações contidas nos anúncio é dos anunciantes.
Imagine que você trabalha em um hospital e de um momento para o outro vê sua entidade sob forte ataque de bombas. Agora, visualize a possibilidade de poder transferir toda a operação para um ambiente de segurança e funcionalidade em poucas horas, e continuar oferecendo o mesmo serviço de excelência. Pois é exatamente para essa situação que o Rambam Health Care Campus, na cidade de Haifa, em Israel,está preparado. Conheça como funciona e as principais características deste, que é o maior centro de tratamento para traumatizados e vítimas de guerras no mundo Nesta edição, você também vai conhecer um pouco do pioneirismo e da qualidade de um tradicional hospital da capital paulista, o Santa Catarina, que está comemorando 110 anos e existência, com serviços de ponta e grande qualidade. E como estamos falando de avanços e qualidade, tratamos de dois assuntos importantes: o sistema isolado de IT médico, como surgiu e seu papel essencial numa instituição de saúde. Além disso, você vai conhecer um novo dispositivo para aplicação de insulina, desenvolvido pela BD, com o objetivo de reduzir o índice de acidentes e oferecer maior conforto ao usuário e ao profissional de saúde que o atende. A edição traz também a história do Dr Nabil Ghorayed, médico cardiologista especializado em medicina do esporte, e que nos dá uma lição de superação e força de vontade. E ainda a trajetória de Mario Schioppa Neto, que comanda um dos maiores fabricantes de rodas e rodízio do país. Então, aproveite e boa leitura!
Impressão e Acabamento: Vox Editora - Tel.: (11) 3871-7314 Diretora Responsável: Maria Bombardi Editora Suprimentos e Serviços Ltda.
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SUMÁRIO
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Opinião Márcia Takeiti, Presidente da Sobecc, explica a importância da entidade
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No Brasil: Hospital Santa Catarina comemora 110 anos de serviços na capital paulista No Mundo: Rambam apresenta o primeiro hospital subterrâneo do mundo
Guia de Compras
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Inspiração
Produtos em destaque para o setor
Dr Nabil Ghorayeb e sua história de sucesso no mundo da medicina do esporte Conheça a trajetória do empresário à frente da Schioppa
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Arquitetura Hospitalar
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Atualidades
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Educação
A conjunção da eficiência com conforto e beleza
Tecnologia Saiba como surgiu o o sistema isolado e do sistema IT-médico
Siemens Healthneers: tecnologia de ponta à serviço da saúde
Enfermagem
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Entidades de Saúde
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Lifetex apresenta sua linha de paramentação cirúrgica e descartáveis Dispositivo oferece maior segurança para aplicação de insulina
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Hotelaria Hospitalar: nela reside o suporte elementar para o bom andamento da instituição de saúde
Acreditação Hospitalar: preparo e treinamento dos avaliadores
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Opinião
SOBECC: uma entidade a serviço da segurança e integridade do paciente área estejam sempre atualizados e desenvolvam o seu profissionalismo dentro das condutas éticas, priorizando sempre o bem-estar, saúde e segurança do paciente.
Revista HOSP: Como surgiu a Sobecc? Marcia Takeiti: Em 1982 um grupo de estudo formado por enfermeiros de centro cirúrgico e integrantes da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), seção cidade de São Paulo reuniram-se para criar Grupo de Estudo em Centro Cirúrgico e Centro de Material (GECC), que se reunia para propor discussões focadas na prática de enfermagem e pesquisa científica sobre a assistência prestada no Bloco Operatório. Já no ano de 1991, nasceu então a Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico. A primeira presidente foi a Enfermeira Ana Maria Miranda, auxiliada pelos membros da diretoria da época. Desde então, as diretorias trabalham incansavelmente para fazer com que os enfermeiros dessa NOV-DEZ/16
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RH: Quais as principais diretrizes da Sociedade? MT: As diretrizes estão refletidas na Missão, Visão e Valores da Sobecc, que são: colaborar com o desenvolvimento técnico-científico e divulgar as melhores práticas para atuação da enfermagem no período perioperatório; propor recomendações referentes às áreas de centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de material de esterilização; e finalmente, ser reconhecida como associação que atua para a melhoria dos processos que envolvam a assistência de enfermagem perioperatório. Tudo isso sem deixar de lado a ética, responsabilidade e compromisso profissional. RH: Quais são em sua opinião, os maiores desafios da Enfermagem no Centro de Material e Esterilização? MT: Precisamos adotar um novo pensamento científico e eliminar hábitos prejudiciais, que impactam na qualidade da esterilização. Falhas em processos de esterilização e de desinfecção são, na maioria das vezes, a causa raiz das contaminações cruzadas em cirurgias e em endoscopias, colocando o paciente a um alto grau de risco de infecção com consequências graves, que ameaçam a sua vida. A educação dos gestores de CME focada em abordagens de qualidade e de boas práticas é essencial para o desenvolvimento de um CME eficaz. Do lado econômico, o CME é sempre visto como um departamento que custa caro e não gera retorno financeiro. Para mudar esse pensamento, é preciso fornecer dados da atividade que comprovem
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a sua eficiência, demonstrando o quanto também os profissionais estão envolvidos no controle de custos. RH: E com relação ao papel da enfermagem no combate à infecção hospitalar? MT: A compreensão sobre a influência dos procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização dos materiais de saúde reforça a importância e a responsabilidade do Centro de Material e Esterilização (CME) na luta contra as IRAS (Infeções Relacionadas à Assistência à Saúde). A existência de falhas nesses processos é crucial para o aparecimento de complicações nos pacientes. Não há cirurgia ou cuidados seguros sem um eficiente e confiável CME. A esterilização é uma pedra angular da política de controle de infecções. O uso de dispositivos médicos esterilizados e a lavagem correta das mãos são as duas principais medidas que têm de provar eficácia na redução da taxa de infecções. Em regiões onde a qualidade é baixa, a causa raiz está relacionada à falta de capacitação da equipe e ao não reconhecimento do CME como um departamento chave. A esterilização é, ainda, tratada, em muitos países, como um assunto de bastidor, e não é. A esterilização dever ser uma especialidade que necessita de formação e gestão específicas. É um trabalho de apoio à saúde, e não de cuidados de saúde. RH: Como a equipe de enfermagem faz para envolver pacientes e familiares nesse combate? MT: O nosso setor de atividade está passando por grandes alterações e desafios que se perfilam no horizonte, como nos campos científico, organizacional e econômico. Cada país está em uma fase de desenvolvimento. Mas, qualquer que seja a fase, a nossa evolução deve estar em conformidade com princípios básicos. O principal deles é a volta às práticas baseadas em fatos científicos/evidências. Esse é o movimento que reconhecerá a atividade como uma verdadeira disciplina científica.
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Opinião
RH: As tecnologias de uso em saúde mudam muito rapidamente. Hoje diversas técnicas novas são empregadas para a esterilização de materiais. Pode nos falar um pouco sobre esses avanços? MT: Na atualidade, não só a transmissão potencial de microrganismos causadores de infecções nos preocupa, mas também os seus produtos tóxicos ou ainda a ocorrência de reações decorrentes de resíduos de produtos utilizados durante a limpeza, desinfecção e esterilização dos produtos para saúde. Uma circunstância recentemente noticiada pela mídia relata que a falta de esterilização de instrumentos usados em um mutirão de cirurgias de catarata provocou a contaminação pela bactéria Pseudomonas em 22 pacientes, trazendo inúmeras consequências, como perda de visão, retirada do globo ocular além de outras perdas intangíveis, confirmando, assim, a quebra do processo seguro em relação ao instrumental cirúrgico utilizado naqueles procedimentos. Falhas na limpeza, desinfecção e esterilização de produtos para saúde podem resultar em custo institucional significativo, morbidade e mortalidade do paciente. Procedimentos adequados de limpeza, desinfecção e esterilização têm sido enfatizados em várias publicações que documentam a infecção após o processamento inadequado de itens de cuidado ao paciente. Alvo principal deste contexto, o Centro de Material e Esterilização (CME), é caracterizado por possuir particularidades ímpares, desafiando diariamente o gestor que atua nesta área em relação ao ambiente, estrutura e processos adequados para o processamento de produtos para saúde de uma forma segura, eficiente e financeiramente viável. Para tanto, deve ser um departamento atualizado quanto às tendências de mercado, ao avanço tecnológico associado à complexidade de cirurgias e design do instrumental cirúrgico e ainda atender às normas, legislações e recomendações pertinentes às suas práticas, além das expectativas de seus clientes. Numa compreensão ampliada sobre a determinação do processo saúde/doença é importante que os profissionais da NOV-DEZ/16
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equipe tenham uma visão integrada dos desafios e dos recursos necessários ao seu enfrentamento. Ao considerar a complexidade da missão do CME, os processos de trabalho desse local não podem ser considerados simples, repetitivos e de menor importância dentro da instituição. Hoje as práticas de CME são pautadas em evidências científicas que apontam consequências graves para a assistência prestada aos pacientes, quando as recomendações não são seguidas, como, por exemplo, menosprezar etapas do processamento de materiais, pensando que um processo pode substituir outro e que as falhas poderão ser compensadas. Desta forma, considera-se essencial o monitoramento de cada fase do processamento de produtos para saúde assim como a descrição de todos os procedimentos operacionais padrão.(1) A atitude de cada colaborador que atua no CME, e o trabalho de supervisão do enfermeiro reflete e influencia diretamente na exequibilidade de prática segura ao paciente cirúrgico, mesmo que o cuidado seja indireto, garantindo a reprodutibilidade do processo em sua totalidade. Essas atitudes permeiam a possibilidade do rastreamento de todo as fases do processamento de materiais no que tange ao controle de infecção hospitalar no caso de um necessário “recall” de produtos para saúde. Tais metas só poderão ser atingidas com os esforços constantes de uma equipe multidisciplinar envolvendo profissionais do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, CME, Centro Cirúrgico, Engenharia Clínica, Suprimentos, Serviço de Higiene Hospitalar, setores administrativos e gerenciais e/ou qualquer outro setor que interaja no contexto das práticas de prevenção às infecções hospitalares. O envolvimento de todos os colaboradores é imprescindível para que os riscos e erros inerentes à ausência de comprometimento e subnotificação em determinadas fases do processo assistencial, procedimentos estes que corroboram que o gerenciamento de risco e segurança de pacientes cirúrgicos sejam papéis fundamentais dos gestores das áreas envolvidas.
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HP: Como a Sobecc trata a disseminação de conhecimento técnico nas regiões mais distantes do Brasil? MT: O trabalho da Sobecc está também na plataforma online, onde é possível que a informação chegue em qualquer lugar do mundo. Além dos nossos eventos e congressos, nos quais montamos estruturas e logística para receber congressistas de todos os locais do País, realizamos periodicamente aulas online, o que facilita a participação de pessoas de qualquer lugar, além da comodidade de poder adequar o curso a sua rotina, pois sem ter que sair de casa ou do trabalho fica mais fácil. Além disso, a nossa revista, site e mídias sociais levam conteúdo relevante para os nossos associados e sociedade em geral. HP: A Sociedade tem parcerias com universidades fora do país? Como são essas parcerias? MT: As parcerias que temos fora do país é participação ativa nas sociedades de classe como a Sociedade Latino Americana de Esterilização (SOLAE), na qual estamos como coordenação da comissão cientifica e na Federação Mundial da Ciência de Esterilização Hospitalar (WFHSS) em que atuamos como membro do comitê executivo. Também, temos no conselho editorial da revista SOBECC membros do EUA, Peru e Portugal. HP: Na sua opinião que características fundamentais deve apresentar um profissional da área? MT: Acima de tudo estar feliz, paixão e gostar de desafios da área de esterilização, microbiologia, gestão, física, química e aprendizado contínuo. HP: Que conselhos daria para aqueles profissionais que ingressam agora na profissão? MT: Tanto a enfermagem e como o mundo da esterilização são área muito promissoras e precisamos de profissionais engajados com os processos que contribuem para a segurança do paciente e do colaborador. Marcia Takeiti é enfermeira e Presidente da Sobecc Nacional.
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Suprimentos & Serviços
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Tecnologia
O surgimento do SISTEMA ISOLADO e do SISTEMA IT-MÉDICO
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o século XX a eletricidade já era amplamente utilizada nos hospitais de várias partes do mundo, trazendo significativas melhorias no atendimento à população. Alguns pesquisadores, que estudavam os perigos da eletricidade em ambiente comercial, industrial e residencial foram convocados por autoridades da área da saúde para avaliar os riscos de seu uso nos hospitais. Em especial, vários estudos foram realizados nos equipamentos eletromédicos e nas instalações de salas de cirurgia. Entre os grandes nomes deste tipo de pesquisa, destaca-se Charles Dalziel, cujos resultados dos experimentos são utilizados até hoje nas atuais normas que orientam os engenheiros dos hospitais. Outro pesquisador, W.R. Lee, publicou: “Death from electrical shock” na revista do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) sobre morte por choque elétrico e como o uso crescente de
Figura 1- Sistema IT-Médico: sistema isolado com transformador e DSI.
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equipamentos eletromédicos nas cirurgias potencializava a ocorrência de acidentes, como o relatado por Atkin: “Electrocution in operating room” à revista Anesthesiology. Considerando esses acidentes, dentre outros, e com o intuito de contribuir para a adoção de práticas seguras, pesquisadores apresentaram suas propostas para amenizar os problemas até então enfrentados. Uma destas propostas foi a da utilização de sistemas isolados de fornecimento de energia, no qual a tensão elétrica dos condutores não ficaria referenciada ao potencial de terra (Figura 1). Nas décadas de 1920 e 1930, alguns estudos já propunham a adoção de sistemas isolados, mas somente a partir de 1971 esta ideia tornou-se uma proposta discutida amplamente nos EUA. Na revista IEEE Spectrum de setembro de 1971, Friedlander sintetizou as propostas de instalações elétricas, inclusive da adoção do sistema isolado, em função da situação preocupante existente na época. No artigo, Friedlander abordou as iniciativas de alguns hospitais e concluiu que o treinamento de médicos e de engenheiros biomédicos atuantes em hospitais é a forma mais eficiente para se resolver os problemas detectados. Na sequência, em 1973, foi proposta pela National Fire Protection Association a NFPA 76B-T, que propunha a adoção, em todo o país, de um sistema isolado de fornecimento de energia elétrica para salas de cirurgia, o qual ficou conhecido como sistema IT e está normatizado, atualmente, pela norma IEC 60364-7, “Electrical Installations of Buildings: Requirements for Special Installations or Locations – Medical Locations, Part 710.413.1.5, IT system”. Esse sistema, que utiliza um transformador de separação, representado,
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Tecnologia
Figura 2 – Desenho esquematizando uma sala de cirurgia em 2016 com o sistema IT-médico.
de forma simplificada, na Figura 1, tem como principal função impedir que uma primeira falha interrompa o fornecimento de energia durante a cirurgia. Além disso, também visa a impedir que a primeira falha produza uma centelha elétrica capaz de inflamar os gases produzidos pela evaporação de anestésicos largamente utilizados até um pouco mais da metade do século XX. No sistema TN-S, também descrito na IEC 60364-7, que utiliza condutor neutro e condutor fase, a primeira falha é o contato acidental do condutor fase com um ponto aterrado na sala de cirurgia. Este fato proporciona o desarme do disjuntor de proteção e, por consequência, o desligamento imediato da energia. No sistema IT, em que os condutores de alimentação não possuem tensão elétrica referenciada ao terra, um contato acidental de F1(ou F2) com o terra não provocaria nenhuma faísca. Mantido este contato, uma segunda falha, colocando F2 (ou F1) em contato com outro ponto aterrado, provocaria a faísca (um curto circuito) e o desligamento da alimentação feito pelos disjuntores de NOV-DEZ/16
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proteção. Para aumentar a segurança desse sistema IT foi adicionado ao transformador isolador um Dispositivo Supervisor de Isolamento (DSI), capaz de avisar, por meio de um alarme sonoro, quando a resistência elétrica entre F1, ou F2 e o aterramento fica abaixo de um valor selecionado, normalmente 50 kΩ. No Brasil, a NBR 5410 descreve o sistema IT como Esquema IT de Aterramento, enquanto a NBR 13534, que recomenda a adoção desse esquema para uso médico, chama-o de sistema IT-Médico. A Figura 2 mostra uma sala de cirurgia com o sistema IT-médico. Luiz Eduardo Schardong Spalding, é engenheiro e diretor da Elomed, e Rafael Fazolin Wendling, também engenheiro, atua na área de controle e automação na mesma empresa. Uma grande parte deste texto, inclusive as fotos é baseado no livro CAPACITÂNCIAS PARASITAS NO SISTEMA IT-MÉDICO EM INSTALAÇÕES HOSPITALARES, produzido pelo CEB/HSVP em 2010.
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Enfermagem
Lifetex: Paramentação cirúrgica de qualidade e com segurança “Entre as principais características dos produtos Lifesaver, as que mais se destacam é que são atóxicos, hipoalergênicos, permeáveis ao ar (ou impermeáveis) e de uso único”
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Lifetex, presente nos principais hospitais e clínicas do Brasil, possui uma ampla linha de produtos da marca Lifesaver como aventais e campos cirúrgicos, kits cirúrgicos para diversos tipos de intervenções, máscaras, toucas, gorros, sapatilhas, toalhas e invólucros. A organização Lifetex tem por objetivo principal oferecer conforto, qualidade e segurança às equipes médicas, aos corpos de enfermagem, aos centros cirúrgicos e aos pacientes. Sua equipe técnica vem exercendo um trabalho incansável para mostrar que a mudança do tecido convencional para o não-tecido não está baseada apenas em qualidade, mas também em custos. A preocupação constante com a excelência na qualidade, o atendimento aos requisitos obrigatórios impostos pelos órgãos reguladores e a plena satisfação do cliente, fazem com que este trabalho seja logo reconhecido. O portfolio da empresa inclui kits
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cirúrgicos para variados procedimentos, aventais cirúrgicos, campos descartáveis, wraps (invólucros) e commodities (toucas, gorros, máscaras, sapatilhas etc). Todos de uso único, isentos de látex e de reprocessamento proibido! A totalidade dos produtos é classificada na RDC 16/2013 da Anvisa, o que confere qualidade total, rastreabilidade e formação de um histórico de produção. Entre as principais características dos produtos Lifesaver, as que mais se destacam é que são atóxicos, hipoalergênicos, permeáveis ao ar (ou impermeáveis) e de uso único, ou seja, descartáveis. Além disso, proporcionam barreira eficiente contra fluidos corporais, bactérias, vírus e esporos; são resistentes ao rasgo e à tração; não propagam fogo; sendo flexíveis e confortáveis; não soltam filamentos. Lifetex (21) 3544.5999 www.lifesaver.com.br
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Entidades de Saúde – No Brasil
Hospital Santa Catarina: 110 anos de tradição na capital paulista
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undado em 1906 na cidade de São Paulo, o Hospital Santa Catarina, pertencente à Associação Congregação de Santa Catarina, e completou 110 anos de fundação em fevereiro. Referência de qualidade em serviços de saúde no Brasil, a instituição realiza desde pequenos procedimentos até cirurgias de alta complexidade e prima pela excelência no atendimento seguro e humanizado. Dotado de moderna infraestrutura, equipamentos de última geração e profissionais altamente qualificados, o hospital dispõe de 324 leitos operacionais (sendo 85 leitos de UTI), 16 salas de cirurgia, cinco Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs neurológica, cardiológica, pediátrica, geral e multidisciplinar) e pronto atendimentos adulto e pediátrico.
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Para Denise Schout, diretora técnica da Instituição, “os investimentos em infraestrutura e tecnologia e a especialização em áreas médicas específicas, como Neurologia, Oncologia, Pediatria, Ortopedia e Cardiologia, além de Cirurgia Geral, são considerados pilares para o modelo assistencial com ênfase no cuidado focado nas necessidades do paciente. Assim queremos reforçar que o Santa Catarina permaneça na vanguarda da área médica e consolide a trajetória de referência em saúde para os pacientes e familiares”. Recentemente, o hospital realizou ações de melhoria com o objetivo de conciliar os avanços tecnológicos com a excelência na qualidade dos serviços, sempre procurando ampliar a segurança e garantir na essência o atendimento humanizado. São setores de destaque a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), voltada para o atendimento multidisciplinar, o Centro Cirúrgico e o Centro de Diagnóstico por Imagem, que funciona dentro do próprio hospital. Investir em especialidades
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proporciona aos pacientes ainda mais conforto e rapidez em diagnósticos Com atuação em todas as especialidades clínicas, algumas áreas agrupam os atendimentos em linhas de serviço, a fim de proporcionar um atendimento integral ao paciente e ainda mais rapidez durante os procedimentos. O Centro de Ortopedia Especializada (COE), reúne os casos desta especialidade médica e assim integra atendimentos, exames e procedimentos cirúrgicos. Conta, ainda, com áreas relacionadas à reabilitação, como fisioterapia, e terapias alternativas, como acupuntura. Já na área de Oncologia, a Instituição preza pela qualificação do atendimento e assistência ao paciente com câncer, o que garante acesso mais rápido e preciso às informações relevantes para a tomada de decisões clínicas e cuidado integrado da equipe assistencial. Neurologia, Cardiologia e Pediatria também são outras linhas de serviço consideradas áreas estratégicas de atuação da instituição, que investe cada vez mais no aprimoramento de processos e em modernas instalações e equipamentos para proporcionar ao paciente precisão no diagnóstico e tratamento adequado e rápido. Equipamentos de alta tecnologia trazem mais eficiência a procedimentos neurológicos Outro investimento recente foi a implementação de um conjunto de aparelhos que proporciona aos cirurgiões ainda mais precisão e assertividade em procedimentos cirúrgicos em uma área sensível e complexa: o cérebro. Os equipamentos Buzz® e Kick®, instalados em uma sala do centro cirúrgico, possibilitam aos neurocirurgiões realizar o mapeamento preciso da região a ser tratada e, desta forma, fazer incisões direcionadas e altamente efetivas. Por meio desta solução, os médicos conseguem verificar o real tamanho do tumor e apurar quais as vias de acesso à região são menos invasivas, além de apurar o tamanho e a profundidade real do tumor. Estes avanços fazem a diferença na qualidade de vida dos pacientes e no tempo de reabilitação.
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Entidade de saúde – No mundo
Rambam Health Care Campus:
excelência e modernidade a toda prova, no subterrâneo do complexo Saiba como, em pouco tempo, o estacionamento é transformado no melhor hospital de traumas do mundo
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maginar um hospital de ponta, com centros avançados para diversas especialidades, e localizado numa área de conflitos militares pesados, chega a ser quase impensável. Mas, em Haifa, ao norte do Estado de Israel, está implantado o Centro Médico de Rambam, um hospital acadêmico que conta com aproximadamente 1000 leitos para atender a uma população de cerca de 2 milhões de residentes da região, e que tornou-se líder mundial no tratamento de traumas e educação médica. Fundado em 1938, durante o governo britânico e posteriormente transferido para o governo israelense em 1948, possui mais de 4700 empregados, que atendem a 34 departamentos de internação e 54 departamentos de especialidades
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ambulatoriais, 10 institutos médicos e nove laboratórios centrais. Anualmente, desenvolve perto de 400 projetos de pesquisa, sendo que existem 1.373 projetos ativos atualmente, e seu Centro de Treinamento em Trauma, Emergências e Situações de Casualidades em Massa habilitou mais de 3000 profissionais de 61 países. Tendo em vista o histórico problemático da região, foi inaugurado no local um estacionamento, que comporta cerca de 1.400 automóveis, e incorpora uma qualidade peculiar: pode se transformar no maior hospital de emergência do mundo. Totalmente subterrâneo e a prova de bombas convencionais, químicas ou atômicas, o local pode imediatamente ser transformado num moderno e altamente equipado hospital de emergências. A ideia surgiu após um intenso bombardeio a que foi submetida a cidade em 2006, durante a segunda guerra do Líbano, quando a população civil passou cinco semanas abrigada em refúgios
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antibombas. O hospital e seus arredores foram atingidos por 45 mísseis. Assim, a direção decidiu transformar seu estacionamento no maior hospital para esse tipo de atendimento do planeta. A construção durou quatro anos e custou 125 milhões de dólares, finalizando um centro médico de 57 mil m2. Sempre que há uma situação de emergência (em especial, ataques hostis), o estacionamento é subitamente transformado em hospital. Para isso, são necessários 300 médicos e enfermeiros. As equipes, altamente treinadas, sabem exatamente quais seus lugares no complexo, e com quais equipamentos devem trabalhar, conhecem a fundo todos os caminhos e rotas de fuga, e quais os responsáveis por cada setor. Em menos de 72 horas, o hospital subterrâneo funciona normalmente como qualquer outro. Conta com banheiros e chuveiros totalmente funcionais na zona do estacionamento, e toda a infraestrutura necessária para atender tanto os pacientes do dia a dia quanto para os feridos de guerra. Estão disponíveis salas cirúrgicas e de partos, modernos equipamentos tanto ´para tratamento quanto para diagnóstico e até um departamento exclusivo para hemodiálise, tudo absolutamente isolado, que impede a entrada de tóxicos. Para seu funcionamento, está incorporada uma estação elétrica composta por vários geradores que podem funcionar por até 72 hs, sem depender da rede pública de energia, o que é essencial, levando-se em conta as ameaças e perigos a que estão submetidos. Forças militares se encarregam da proteção do local e de fazer com que os feridos sejam transportados do heliporto para o subsolo em segurança. Há inclusive uma área especial de descontaminação, que permite o pré-tratamento daqueles pacientes submetidos às armas químicas, antes de sua completa admissão na área hospitalar, com o intuito de evitar a contaminação.
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Ferramentas para registro do histórico do paciente
Descompressão da coluna cervical A Máquina de Descompressão SpineMED® foi desenvolvida para atingir segmentos doentes da coluna vertebral e descomprimir os discos intervertebrais promovendo regeneração discal. Sua aplicação tem amplos resultados comprovados por estudos científicos ao redor do mundo. A teoria por trás do método de descompressão da coluna é: processo no qual forças (de descompressão) são aplicadas na coluna de maneira que potencializa o alongamento. O tratamento consiste em no mínimo 20 sessões, de 30 minutos cada, que devem ser ministradas diariamente no paciente. Ao iniciar o procedimento, são identificados o máximo de tensão que pode ser utilizada em cada pessoa, conforme informações de sua patologia e biotipo. SpineMed (11) 2628-1929 www.spinemedbrasil.com.br
Lexmark PACS Redefined é um conjunto modular de software e serviços que consistem em uma alternativa de baixo custo para os sistemas de PACS (Picture Archiving and Communication System) tradicionais. Quando implementada como parte de uma estratégia corporativa, a PACS Redefined pode liberar os sistemas HDOS de fornecedores do setor, permitindo quebrar silos departamentais de imagem, simplificar o compartilhamento e o acesso para toda a empresa, bem como habilitar o sistema EHR (Electronic Health Record) ou outro sistema utilizado pela companhia. Lexmark (11) 3046-6200 www.lexmark.com
Ventilador não-invasivo A White Martins apresenta o Precision Flow, da Vapotherm, que reduz custos e aumenta a produtividade dos hospitais, ao mesmo tempo em que proporciona maior comodidade e segurança aos pacientes. Oferece suporte ventilatório não invasivo para pacientes neonatais, pediátricos ou adultos com insuficiência respiratória. Seu sistema integrado de terapia de alto fluxo de ar medicinal e oxigênio garante umidade, temperatura e concentração de oxigênio nos níveis adequados. De fácil utilização, o Precision Flow permite ainda que os pacientes durmam, comam e falem de forma mais confortável, sob tratamento de ventilação não-invasiva. White Martins 0800 709 9000 www.praxair.com.br
Medicamento para diabetes tipo 2 A Lilly está lançando no Brasil o Trulicity (dulaglutida), a primeira terapia injetável semanal para o tratamento do diabetes tipo 2. Com aplicação em formato de caneta descartável e pronta para uso, o medicamento foi desenvolvido para ter longa duração, eliminando a necessidade de uso diário e reduzindo a quantidade de injeções no período de um ano de 365 para 52 aplicações. Lilly 0800 701 0444 www.lilly.com.br
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Aplicativo garante acompanhamento à distância com imagens realistas do bebê
Sistema de gerenciamento de gases medicinais
A Samsung desenvolveu um novo aplicativo exclusivo denominado Hello Mom que soluciona o problema da distância e proporciona a experiência do momento especial do ultrassom, por meio da transmissão da imagem feita com um equipamento Samsung WS80A Elite, para o aplicativo Helo Mom via smartphone. A tecnologia soluciona as dificuldades de familiares e amigos que moram em outra cidade, ou até mesmo para os papais que têm algum compromisso inadiável no dia e fiquem impossibilitados de acompanhar o exame. O app ainda oferece o recurso “Álbum” para downloads automáticos, edição e compartilhamento das imagens do bebê. Além disso, o aplicativo conta com a função “Diário de nascimento” para que as mamães possam fazer textos e anotações, montando um diário completo de toda a gravidez com recordações preciosas de um momento único. Outro facilidade do Hello Mom é o arquivo digital de registros de crescimento do feto, como peso corporal, circunferência da cabeça, entre outras informações sobre o bebê, que são úteis, principalmente a cada consulta com o obstetra. Samsumg (16) 3878-1510 www.sonoimagem.com.br
O Sistema de Gerenciamento dos Gases Medicinais da Linde permite o monitoramento das condições operacionais dos sistemas de ar medicinal e vácuo clínico e das pressões das centrais de cilindros e tanques criogênicos e da rede de distribuição. Tratase de uma ferramenta de apoio a equipe técnica e engenharia clinica do hospital, oferecendo um completo controle do suprimento continuo dos gases administrados aos pacientes, emitindo sinais de alerta sobre a necessidade de reposição de estoque, de manutenção e possíveis falhas. Permite emissão e visualização gráfica e envios de SMS. Linde 0800 725 4633 www.linde.com.br
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Cadeira de banho Com estrutura fabricada em tubo de aço inoxidável AISI 304 e parede de 2mm, a cadeira de banho tem uma capacidade de carga de um paciente com até 160Kg. Por meio de um potente acionador hidráulico MK5 a cadeira tem sua altura facilmente regulada para que a equipe possa atuar da forma mais ergonômica possível, reduzindo drasticamente o risco de quedas e o afastamento por dores nas costas. É acompanhada de uma comadre de aço inox. Palmetal (21) 24816453 www.palmetal.com.br
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DR NABIL GHORAYEB: conhecimento, perseverança e amor à medicina a serviço da cardiologia
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r Nabil Ghorayeg é um daqueles exemplos, como tantos em nossa história, em especial, no segmento médico. Libanês, naturalizado brasileiro, veio de seu país de origem com seus pais e avós nos anos 50, em função do convite recebido por seu avô para produzir
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uma revista libanesa em São Paulo. Por ter gostado muito do tratamento recebido, buscou toda a família que estava estabelecida em Boston e se mudaram para cá. A família se estabeleceu no bairro do Ipiranga, com forte apoio da família Jafet. Dr Nabil começou então seus estudos em terras brasileiras, tendo sido agraciado com uma bolsa no Colégio Arquidiocesano, patrocinada pela família Jafet, onde
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concluiu seu ensino básico e médio. Seguindo o curso de sua educação, prestou vestibular, tendo sido admitido na Faculdade de Medicina de Sorocaba. Ele lembra que terminou a faculdade no ano de 1970, e imediatamente ingressou na residência no antigo Instituto de Cardiologia do Estado de São Paulo, hoje Dante Pazzanese (dirigido à época pelos Drs Adib Janete e Dante Pazzanese), onde permanece até os dias atuais. “Faz 46 anos que trabalho neste instituto. Fiz todo o meu ciclo de residência lá, depois fui contratado, e no meio deste caminho conseguimos fundar o que chamamos atualmente de Cardiologia do Esporte, do qual fui fundador, sob a batuta do dr Michel Batlouni, que começava a atender atletas, trabalho ao qual demos continuidade. A partir desta empreitada inicial, o Brasil todo pode contar com a disciplina de cardiologia do esporte como uma área de atuação muito importante”, lembra o Dr Nabil. A partir deste ponto, ele deu sequência à sua formação, fazendo o doutorado na Faculdade de Medicina da USP, no Incor, e o pós-doutorado está sendo realizado no Dante Pazzanese. Dr Nabil aponta ainda as diversas funções ocupadas na área científica: “Fui diretor da Associação Paulista de Medicina, sou delegado do conselho Regional de Medicina, fui também diretor científico da Cardiologia do Esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e presidente do Departamento de Ergometria e Exercício, fui editor geral do jornal da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e continuo sempre atuando na área científica da cardiologia do esporte, participo sempre de congressos, palestras e aulas, de forma que me mantenho sempre muito ocupado no dia a dia, e mesmo assim, almoço e janto em casa com minha família todos os dias, o que considero importante”. E continua: “O interesse por essa área especifica surgiu num processo curioso. Próximo à minha formatura,
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“Eu nunca parei de trabalhar e sempre busquei coisas novas, como escrever, ler, dar aulas, e hoje eu dou aulas para a pós-graduação de cardiologia no Dante Pazzanese e de Medicina do Esporte, na Unifesp” Dr Nabil Ghorayeb é médico cardiologista e médico do esporte
o bairro possuía diversos consultórios médicos, de clínicos gerais e ginecologistas, todos de grande qualidade, como os irmãos João e Amilcar Yazbek, o Dr Douglas Haddad, Dr Fadlo Fraige, que me aconselharam a montar meu consultório no próprio bairro mesmo, e acabei optando pela cardiologia, que era uma especialidade que faltava na região. E como essa era uma das especialidades que mais me atraía, entrei de cabeça”, ressalta. “O fato de ter iniciado a residência no Dante Pazzanese, pelas mãos do Dr Adib Jatene, que era o diretor, teve um papel decisivo no processo. Ele me orientou a preparar meu currículo, juntar cartas de professores que me orientaram e enviar ao Instituto, uma vez que na época a seleção era feita apenas por análise de currículo, ainda não existia prova para residência médica então”, explica o professor. E fiel ao seu professor, dr Nabil lembra-se do conselho dado pelo professor Jatene: “Você deve estar sempre muito bem preparado. O bom médico é aquele que, um dia, o hospital irá querer tê-lo em seus quadros, para manter a qualidade dos serviços do hospital e não ao contrário usar para si o Hopsital como grife”. Assim, ele fez dessa lição um mote, que segue há 46 anos. No HCor foi um dos criadores do Sport Check-up referencia no Brasil desde 2002 no atendimento aos atletas profissionais e esportistas. E a aposentadoria não faz parte dos seus planos tão cedo. Tanto que ele acabou de ser contratado pelo Fleury Medicina e Saúde para desenvolver diversos trabalhos relacionados à Cardiologia e Medicina do Esporte, no campo da educação continuada, atualização e produção de artigos científicos, “ o que para mim, com 70 anos, foi efetivamente uma honra”, celebra o médico . Evidentemente, para chegar ao patamar profissional em que se encontra atualmente, ele enfrentou diversas barNOV-DEZ/16
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reiras. “Para ter sucesso na profissão, via de regra, o médico deve ser conhecido. Então, quando você vem de uma família que não tem a tradição da medicina, é sempre mais difícil. Ainda mais em uma cidade como São Paulo. Então, eu busquei me aproximar de pessoas como o querido Dr Carlos Grabriel Tartuce, que tinha um laboratório de análises no bairro, visitei diversos colegas nas redondezas, para que me conhecessem e pudessem indicar minha especialidade para seus pacientes, de forma que acabei criando uma parceria muito importante com esses profissionais baseada na confiança da ética com que fazia esse intercâmbio e com a qualidade do conhecimento médico adquirido, de modo que, quando surgem dúvidas com relação à minha área, eles me procuram, e vice-versa. Dessa forma, conquistei meus colegas, e passei a movimentar bastante meu consultório”. Outra forma que ele encontrou de divulgar seu trabalho foi visitando as farmácias e laboratórios de análises da região, e essa parceria foi bastante proveitosa. Porém, essa carreira em ascensão enfrentou um revés importante, quando aos 48 de idade ficou viúvo, o que foi um choque importante em sua vida e sua carreira, conta ele. Com três filhos adolescentes e sob o forte impacto emocional do fato, precisou parar de trabalhar por seis meses para reestruturar sua vida. Então, ele teve de buscar formas de levar sua vida e seus projetos adiante. E novamente, o destino pregou-lhe outra peça, ao adoecer, ele também de câncer! Foi uma luta árdua, mas vencida com muito orgulho e sem sequelas . Nesse ponto, orientado por uma amigo jornalista, ele começou a escrever colunas sobre saúde em um jornal local e num antigo site webrun. A partir daí, sua participação na mídia passou a se tornar frequente e já esperada, tanto pelos colegas, quanto pelos pacientes, que o acompanhavam
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há anos. Também investiu tempo e forças escrevendo livros, tendo sido agraciado com o Prêmio Jabuti na área de Ciências da Saúde, e a partir desse ponto, o profissional lembra que passou a ser bastante lembrado pela mídia, tendo se tornado colunista e consultor fixo de diversos veículos como emissoras de rádio (Band e Jovem Pan) e sites especializados em esportes desde 2012 no www.euatleta. com do Globo Esporte. “Fato é que eu nunca parei de trabalhar e sempre busquei coisas novas, como escrever, ler, dar aulas, e hoje eu dou aulas para a pós-graduação de cardiologia no Dante Pazzanese e de Medicina do Esporte, na Unifesp. E isso me deu uma energia nova, pois para dar aulas, temos de estudar muito, estar atualizados, entendendo dos assuntos, e cria-se um círculo muito interessante e contínuo de aprender e estudar, que é muito prazeroso. O professor acredita que os aspirantes a essa carreira devem pensar que precisam de um comprometimento maior com o verdadeiro significado da profissão, e com a busca de conhecimentos, de seguir os valores dos grandes e melhores profissionais da área, que é o que formara uma base sólida para os novos médicos. Uma preocupação do Dr Nabil com relação à profissão se concentra na educação e formação dos novos médicos. Temos atualmente uma profusão de escolas de medicina, mas há falta de professores efetivamente qualificados e estrutura para a preparação desses profissionais com qualidade. Dr Nabil Ghorayeb é médico cardiologista e médico do esporte, Chefe de Seção Médica de Cardiologia do Esporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Coordenador da Clinica de Medicina do Esporte e clínico do Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio de SP.
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Mário Schioppa Neto: a nova geração à frente da empresa
O administrador nos fala de sua experiência e desenvolvimento na gestão da companhia
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ascido de uma família de origem italiana, Mario Schioppa Neto é um dos diretores da empresa líder do segmento de rodas e rodízios no país. Formado em Marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing, SP), e com MBA Executivo pelo Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa, SP), além do Certificado em Supply Chain and Logistics pelo MIT (Massachussets Institute of Technology, EUA), ele começou desde muito jovem na empresa. O executivo conta que o setor médico-hospitalar é muito importante para a empresa, tendo grande representatividade em sua receita através da venda de rodas e rodízios específicas para aplicação em mobiliário e equipamentos hospitalares. “Meu maior contato com o setor foi quando trabalhei no departamento de exportação e tive o prazer de participar diversas vezes das feiras internacionais com a Abimo como Arab Health (Dubai, EAU), FIME (Miami, EUA) e Medica (Dusseldorf, ALE). Durante esses eventos, conheci diversos empresários brasileiros do setor que se tornaram grandes amigos, além de ótimos clientes”, explica ele. Ao longo de sua carreira, enfrentou diversos desafios. Um dos maiores enfrentados por este setor é ter agilidade e capacidade financeira para se adaptar às mudanças. “O mercado médico-hospitalar evolui exponencialmente e nós como fornecedores, temos que estar atentos, preparados e dispostos a investir nas novas exigências. É muito dinâmico e recompensador poder fazer parte dessa indústria que melhora a cada dia”, acredita. Como todos os outros setores da atividade econômica, este também é afetado pelas oscilações de mercado que trazem instabilidades à economia como uma todo. Estas, são cíclicas, principalmente num país em desenvolvimento como o Brasil. “ É importante separar o ruído e o sinal e fazer o melhor uso possível das informações, sempre se atendo aos valores e fundamentos da estratégia de longo prazo da empresa”, ensina ele. Schioppa relembra uma das situações
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mais difíceis por ele enfrentada à frente da companhia: “Houve um momento no qual precisamos fechar uma fábrica na Grande São Paulo e mudamos para o interior do Rio de Janeiro. Saber comunicar a mudança com clareza, negociar o pacote de rescisões de forma racional, manter a equipe motivada, conseguir manter os talentos na nova operação, contratar e treinar a nova equipe e realizar a mudança de fato, foram sem dúvida atividades que não aprendi na escola”, relembra. Porém, foram fases passadas evidentemente com um elevado grau de sucesso. E isso, efetivamente está diretamente relacionado às competências por ele apresentadas, embora ache difícil falar sobre esse tema, e explica o porquê: “a cada dia aprendo algo novo e tenho muito mais a aprender, mas o que eu tenho tentado ter como foco é a gestão de pessoas. Ainda estou no início de minha vida como empreendedor, mas a cada dia tenho mais convicção que a gestão das pessoas é o maior diamante de qualquer empresa. Saber atrair, reter e motivar os talentos certos para as funções corretas e claro, tirar da equipe as pessoas que não agregam valor”. Na sua visão empresarial, um líder deve acumular diversas características, entre as quais está a capacidade de execução, serventia e consistência. “Um líder precisa executar, não apenas presidir. Um líder deve servir aos seus liderados e não o contrário, a pirâmide hierárquica deve ser invertida. Um líder precisa ser consistente, sendo capaz de entregar as ferramentas necessárias para sua equipe realizar o que será cobrado no futuro”, sentencia o executivo. Para aqueles que desejam tornarem-se verdadeiros profissionais, cada um na sua área, ele aconselha: “seja extremamente curioso, saiba ser humilde e assumir que não sabe tudo sobre tudo, e procure ajudar as pessoas, pois no final do dia, são elas que te ensinarão tudo”. Mario Schioppa Neto é Diretor Administrativo da Schioppa Rodas e Rodízios.
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Tecnologia
SIEMENS HEALTHNEERS: tecnologia de ponta que faz a diferença em vários níveis do serviço de saúde
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á dois anos, a Siemens anunciou que a Siemens Healthcare se tornaria uma empresa autônoma dentro do Grupo Siemens, com o objetivo de seguir com seu pioneirismo liderando um segmento em forte transformação. Em julho de 2015, a Siemens Healthcare fez o lançamento no mercado de seu novo nome, Siemens Healthineers, é mais um passo na direção de dar identidade a sua estratégia e seus valores. Mesmo em face do atual cenário econômico, a empresa aposta em enormes oportunidades e o uso da tecnologia tem um papel fundamental na gestão do sistema de saúde em suas mais variadas escalas. A tecnologia deve ser vista como um investimento, cujo retorno se dá na produtividade e na redução do custo, que libera recursos para novos investimentos, ampliando ainda mais o acesso à saúde. Falando especificamente como indústria de soluções em diagnósticos, serviços e suporte à terapia, a Siemens Healthineers acredita que seu papel seja trazer soluções cuja excelência clínica, operacional e financeira reduzam o retrabalho, tornem o tratamento mais assertivo e o diagnóstico mais precoce - tudo isso coerentemente alinhado numa proposta de produtos e serviços que se encaixam e otimizam a cadeia de valor de saúde como um todo. Dentro dessa nova filosofia a empresa lançou equipamentos com tecnologia de ponta como é o caso do equipamento de ultrassonografia ACUSON NX3 Elite, uma nova plataforma adaptável à demanda e principais necessidades da rotina clínica. O equipamento apresenta alto desempenho, baixo consumo energético e recursos inovadores, como Touch Screen de alta sensibilidade e soluções automatizadas para equalização de imagens. Entre os portáteis, o destaque é o ACUSON P500, uma solução com interface intuitiva e ágil, que se adapta facilmente às principais rotinas clínicas, inclusive Point of Care e Emergências. Para a radiografia, o lançamento é a Multix-B com novo design. O sistema de radiografia analógica possui movimentos motorizados com maior precisão e rapidez nos posicionamentos. Apresenta gerador Polydoros que trabalha em alta rotação, possibilitando melhora na dissipação térmica, aumento do tempo de vida útil do equipamento e otimização das doses de radiação. Em análises clínicas e Point of Care a novidade é o RAPIDPoint 500 Blood Gas Systems, um equipamento projetado para atender os desafios de configurações das áreas de cuidado clínico. O sistema fornece resultados rápidos, precisos e abrangentes da análise gasométrica de sangue em aproximadamente 60 segundos. O aparelho é fácil de usar e não necessita de manutenção do operador, sendo possível conectá-lo com o Sistema de Gestão de Dados RAPIDComm. Siemens Healthineers 0800 55 48 38 www.healthcare.siemens.com
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Enfermagem
Segurança de ponta para os profissionais da saúde que lidam diariamente com AGULHAS NOS HOSPITAIS
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ecentes estudos realizados pelo Ministério do Trabalho mostram um aumento no número de acidentes laborais no Brasil no setor da saúde, e isso leva a uma demanda maior de sistemas, produtos e serviços que confiram maior segurança para o profissional da saúde . Embora esses acidentes possam acontecer em qualquer segmento da economia, em alguns setores eles ocorrem com maior frequência, como é o caso da construção civil, transporte de cargas e na saúde. Segundo os dados mais recentes do Ministério do Trabalho e Previdência Social, divulgados em maio de 2016, houve uma redução dos acidentes entre 2013 e 2014: de 725.664 em 2013, o
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número caiu para 704.136 em 2014. No entanto, no setor da saúde, o número aumentou de 71.050 para 74.276 casos. Não apenas por conta desses dados, mas também com base nas particularidades do segmento, há dez anos o Ministério do Trabalho e Emprego criou a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde. A chamada NR32 estabelece medidas de proteção e segurança dos trabalhadores que atuam em qualquer serviço deste segmento, e tem o objetivo de prevenir os acidentes de trabalho. “Os hospitais que querem se tornar referência e conquistar a preferência dos pacientes estão buscando acreditações que os diferenciem dos demais. Utilizar produtos com dispositivos de segurança é um desses diferenciais”, afirma Dra. Denise Franco, Coordenadora do Departamento de Novas Tecnologias de Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD.
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Ela observa um movimento por parte dos hospitais de transmitir mais segurança tanto para o profissional quanto para o paciente. “Hospital é um ambiente onde há doenças e esta instituição precisa garantir um procedimento com cuidados extras para que um paciente não saia de lá com uma nova patologia. Ela lembra ainda que dispositivos safety garantem um descarte mais seguro. De olho nesta tendência que tem a segurança como foco, a indústria vem se adequando à regulamentação da NR32 e lançando produtos com dispositivos de segurança. Um exemplo que já está disponível para atender profissionais que atuam em hospitais é a BD AutoShield™ Duo 5mm, da BD, empresa norte-americana de tecnologia médica. O dispositivo é o primeiro no mercado com dupla proteção e com tecnologia patenteada pela BD, sendo dotado de agulha de 5mm que é utilizada em canetas para aplicação de insulina nos pacientes diabéticos que estejam internados. O tratamento do Diabetes feito com canetas é mais seguro e tem se tornado cada vez mais popular. Além disso, as novas insulinas têm sido lançadas em caneta. No Brasil, em 2015, eram 14 milhões de diabéticos, segundo a International Diabetes Federation. O desenvolvimento da BD AutoShield Duo™ 5mm nasceu a partir de uma demanda crescente por parte dos hospitais por mais segurança para seus colaboradores. A agulha possui acionamento automático nas duas extremidades, impossibilitando o contato do profissional tanto com a ponta que foi inserida na pele do paciente, quanto com a ponta que conecta a agulha à caneta. Com apenas 5mm, ela dispensa a prega cutânea, facilitando a aplicação. Para pacientes com fobia de agulha, ela é a opção ideal pois ela não fica exposta, nem antes da aplicação e nem depois. Pode-se destacar ainda mais duas vantagens: redução no risco de contaminação e impossibilidade de reuso da agulha. BD 0800 055 56 54 - www.bd.com.br
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Arquitetura Hospitalar
ARQUITETURA HOSPITALAR:
a conjunção da eficiência com conforto e beleza
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s conceitos de arquitetura hospitalar vêm passando por mudanças significativas ao longo dos tempos. Aqueles antigos edifícios austeros, semelhantes a casarões coloniais foram cedendo espaço para edifícios mais modernos, de linhas mais avançadas e dinâmicas. E a estética passou a ser também incorporada no conceito de arquitetura hospitalar. Um edifício voltado para a saúde pode e deve ser também bonito, e não apenas funcional. Era muito comum no passado, um edifício pré-existente fosse transformado em hospital, com muitas adaptações, é verdade. Mas esse processo acabava por deixar de centralizar aspectos importantes na rotina como eficiência energética, uso racional de água, e conforto ao paciente. Com o avançar do tempo, e a evolução tecnológica, os responsáveis pela elaboração de projetos hospitalares passaram e trabalhar com o conceito de que um hospital deve ser planejado e construído com bastante flexibilidade para poder contemplar modificações e inovações futuras a serem implementadas. Por exemplo, uma edificação muito antiga, realizada sem essa visão futurística não permite com facilidade a instalação
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de um tomógrafo de ultima geração. Nesse caso, serão necessárias obras profundas e complexas e um grande processo de reconstrução e adaptação. Seguindo os conceitos modernos como aqueles utilizados por ícones da arquitetura hospitalar, como é o caso dos arquitetos Jarbas Karman e João Carlos Bross, ambos com vasta experiência neste segmento, os projetos devem sempre ser flexíveis e prever esse tipo de mudança ou ampliação. Evidentemente, o projeto precisa levar em consideração o tipo de atendimento que será prestado e o grau de complexidade, pois tudo isso tem um grande peso na dinâmica da obra. Na elaboração do é recomendado contar com a intensa participação da equipe administrativa, dos profissionais médicos e da equipe técnica de arquitetura, para que o resultado final seja uma obra, economicamente viável, inteligente, prática, e confortável também para o principal interessado: o paciente. A escolha dos materiais deve levar em conta o local onde serão aplicados, o tipo de atividade que será exercido no local e as inúmeras regras de normas estabelecidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), referente aos estabelecimentos de saúde. No ano de 2002 essa agência publicou a RDC 50 que normatiza os processos de arquitetura para entidades de saúde. Entre as tendências atuais na arquitetura hospitalar está a escolha por materiais que otimizem o uso dos recursos naturais. Assim, é bastante comum a escolha, por exemplo por muitos ambientes
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com bastante vidros e janelas, de forma a aproveitar a maior quantidade de luz solar possível, o que reduz o consumo com a iluminação, e traz uma maior comodidade aos pacientes e visitantes. Outro aspecto bastante importante é o uso e racionalização do consumo de água nestes estabelecimentos. O reaproveitamento deve ser sempre estimulado, mas há que se considerar as questões importantíssimas referentes à limpeza, higiene e combate às contaminações. E também, além dessas características técnicas, a humanização do ambiente tem um papel primordial na recuperação do paciente. Nesse contexto, o investimento em paisagismo, iluminação e ventilação natural, sempre que possível, trazem um benefício enorme ao paciente, sem contar no impacto que pode apresentar na redução do custo de operação de todo o complexo. Some-se a isso o grande desenvolvimento que a indústria trouxe no que se refere a novos materiais, com características específicas para cada modelo de atendimento, resistência à produtos químicos, materiais com características antimicrobianas como é o caso do uso de cobre e de produtos como o Corian® , da DuPont, pisos com características antiderrapantes, como as pisos Fademac e Ace, com o objetivo de oferecer eficiência e conforto a todos que circulam no local. Assim, o projeto arquitetônico de um hospital envolve uma ampla gama de aspectos a serem avaliados, que tendem a promover uma prestação de serviço cada vez mais eficiente, econômica e ambientalmente consciente.
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Atualidades
HOTELARIA HOSPITALAR:
nela reside o suporte elementar para o bom andamento da instituição de saúde Nas atividades desse profissional está a o segredo de um atendimento de ponta. Ana Augusta Blumer Salottie nos esclarece sobre as atribuições
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Hotelaria Hospitalar é um segmento que vem gradativamente adquirindo importância no setor de saúde e a área está se tornando uma tendência irreversível. É muito difícil existir alguma instituição de saúde que tenha implantado a área de hotelaria e voltado atrás. A hotelaria hospitalar atende tanto aos pacientes, em suas necessidades não assistenciais, quanto às áreas internas, estabelecendo uma relação saudável e responsá-
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vel na gestão não somente de recursos, como de todos os serviços que dão suporte para que a equipe clínica desempenhe sua função com foco totalmente voltado ao paciente. Normalmente o profissional responsável pela hotelaria dentro de um hospital recebe o título de coordenador, gerente ou gestor de hotelaria. Dentro do organograma da área no entanto, dependendo da visão estratégica, porte e cultura da instituição, esse profissional pode ser responsável somente pelas áreas correspondentes aos serviços de governança. Mas em geral, o coordenador ou gestor de hotelaria, é responsável não
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somente pelas áreas de governança (higienização, gestão de enxoval, gerenciamento de resíduos, jardinagem, controle de pragas, segurança, estacionamento, ambientação, etc.) como também pelo serviço de nutrição e dietética; gerenciamento de leitos (que compreende atendimento, os processos de internação e alta) e hospitalidade, que seria uma área diretamente voltada às necessidades dos clientes externos: pacientes, acompanhantes e familiares. Cabe a esse profissional prover todo suporte necessário (dentro das áreas de sua responsabilidade) para que a equipe clínica possa desempenhar seu
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Atualidades
papel com atenção totalmente voltada ao paciente. O profissional de hotelaria hospitalar deve estar em constante análise crítica dos seus processos de trabalho, identificando oportunidades de melhoria por meio da avaliação dos indicadores e das expectativas e exigências dos seus clientes internos, externos e órgãos de regulamentação das atividades de saúde, como a Anvisa, por exemplo, e até instituições certificadoras. Tendo identificado essas oportunidades de melhoria, ele é responsável por estabelecer, definir e padronizar novas rotinas de trabalho e implantar essas novas rotinas por meio de treinamentos (que ele mesmo pode elaborar e aplicar) e ainda, garantir que o que foi definido e treinado foi efetivamente implantado, ou seja: ocorre na prática. Esse trabalho é realizado por meio de avaliação e feedback frequentes. Por ser um profissional da liderança, ele participa das decisões relacionadas à área em conjunto com as áreas interdependentes e estabelece uma relação direta de acompanhamento e avaliação da sua equipe, bem como das empresas contratadas que estiverem sob sua responsabilidade, analisando contratos, definindo padrões mínimos para os serviços prestados e realizando auditorias internas. Além das competências administrativas e habilidades em utilizar os recursos disponíveis com inteligência sendo um bom gestor financeiro, ele deve ser um excelente negociador, que saiba estabelecer relações e acordos onde todos ganham. O gestor de hotelaria trabalha essencialmente, firmando contratos com seus clientes e prestadores, quer sejam contratos formais ou informais. Olhando por essa perspectiva, ele deve ter bastante equilíbrio e flexibilidade para manter um bom relacionamento com todos (desde a sua equipe, as áreas internas, órgãos externos, prestadores de serviços, chefias diretas, lideranças...) sem deixar de atender suas necessidades e exigências, mas também sendo realista: não assumindo mais responsabilidades do que tem condições de atender; não sobrecarregando sua equipe; não perdendo o foco das prioridades da área e por outro lado, sem ser extremamente rígido, irredutível, que não sabe quando abrir concessões e olha somente os seus interesses. O sucesso na gestão de hotelaria hospitalar está exatamente nessas relações
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de parceria. Assim como as áreas assistenciais dependem da hotelaria para prestar um serviço assistencial de excelência, a hotelaria depende da colaboração das áreas assistenciais para a gestão eficaz dos seus recursos, serviços e insumos. Para implantar esse serviço, devem ser observados alguns critérios fundamentais, como a cultura da instituição, bem como sua visão estratégica, missão e valores. Antes de implantar os serviços de hotelaria, a liderança deve enxergar com clareza qual o papel da área para a conquista dos objetivos estratégicos da instituição. Ter as áreas de governança, atendimento e internação, serviços de nutrição e dietética... respondendo à uma gestão de hotelaria envolve muito mais do que organizar as “caixinhas” dentro de um organograma e mudar algumas nomenclaturas. Faz parte também do escopo de atribuições deste profissional o cuidado com ações de sustentabilidade. Considerando que as rotinas de trabalho de responsabilidade da hotelaria provocam um impacto significativo no uso de água, energia elétrica, produtos químicos e manejo e destinação adequada dos resíduos (tanto recicláveis quanto infectantes, químicos, orgânicos entre outros), é uma área que está totalmente envolvida com a sustentabilidade. Mas esse envolvimento vai além das questões ambientais: quando um gestor de hotelaria consegue aumentar o tempo de vida útil do enxoval hospitalar; ao implementar equipamentos e tecnologias voltadas para redução do uso de água, de produtos químicos e que também proporcionam maior produtividade; ao otimizar a utilização e giro dos leitos, ele está contribuindo diretamente para o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, reduzindo desperdícios e aumentando a lucratividade e consequentemente, proporcionando sustentabilidade. Outro segmento diretamente envolvido nas suas atividades é a área de higienização hospitalar, responsável pela limpeza, descontaminação e conservação dos ambientes dentro dos estabelecimentos de assistência à saúde, e que tem relação direta com a hotelaria, já que é uma das principais áreas que compõem seu organograma. Já a esterilização de instrumentais cirúrgicos, materiais e equipamentos de uso direto nos pacientes e
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de manipulação exclusiva das equipes assistenciais, são de responsabilidade da enfermagem. Nesse caso, a hotelaria não tem nenhuma relação. O profissional da gestão em hotelaria hospitalar deve estar consciente sobre noções gerais de infecção, higiene pessoal e cuidados para manter sua saúde, uma vez que estará trabalhando dentro de um local insalubre, exposto à bactérias e vírus. Lavar sempre as mãos é importante, assim como utilizar equipamentos de proteção individual sempre que necessário. Sabemos que a função de gestor não exige um trabalho operacional, mas o profissional de hotelaria deve estar atento ao que acontece em seus processos de trabalho, e para isso sempre é necessário (e ideal) que ele acompanhe de perto a operação dos profissionais de ponta. E isso pode requerer que ele faça uso eventual de EPIs. Outra questão importante é manter as vacinas em dia e não ser negligente com os cuidados gerais com a saúde, inclusive de prevenção. Assim como todas as profissões, existem riscos ocupacionais. A interação do profissional da gestão de hotelaria com os pacientes e familiares é maior no sentido de avaliação com relação à satisfação dos serviços e feedback quando ocorre alguma reclamação ou insatisfação. Já das equipes operacionais, é constante, considerando que os serviços de hotelaria permeiam toda experiência de hospitalização dos pacientes. De qualquer forma, o profissional de hotelaria (seja ele da segurança, da copa, da higiene ou da hospitalidade), deve ser sempre discreto, cordial, não ser invasivo e inconveniente, saber prestar informações sempre que necessário e principalmente ser ético, tendo o cuidado para resguardar a privacidade, segurança e integridade física e moral dessas pessoas, que enfrentam momentos tão delicados e de grande fragilidade. Ana Augusta Blumer Salottie é idealizadora do site hotelariahospitalar.com, sócia fundadora da Hotelaria Hospitalar Comunicação e Treinamentos, formada em Hotelaria pelo Senac, com MBA em Gestão em Saúde pela Unifesp, Coordenadora Geral de Hotelaria no Hospital Moriah e pós graduada em Hotelaria Hospitalar pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein. NOV-DEZ/16
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Educação
CAPACITAÇÃO EM ACREDITAÇÃO HOSPITALAR: uma poderosa ferramenta de gestão da qualidade em saúde
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om o desenvolvimento dos serviços de saúde em todas as instâncias e modalidades, este segmento, a exemplo de diversos outros setores da economia, sentiu a necessidade de criar modelos que lhe permitisse avaliar a qualidade do atendimento oferecido. Para os outros setores surgiram métodos de avaliação que possibilitam determinar o grau de qualidade do produto e/ou serviço disponibilizado, como é o caso da Norma ISO, por exemplo. No caso da saúde, foi necessário desenvolver uma metodologia específica, que atendesse exclusivamente a este mercado. Assim, surgiu a Acreditação Hospitalar, que é um sistema de avaliação voluntário e periódico, cujo principal objetivo é assegurar que a instituição siga a risca critérios de qualidade previamente definidos, promovendo a racionalização da utilização de todo o parque hospitalar, seus insumos e serviços, levando à excelência nos resultados. Este sistema de avaliação de qualidade conta, atualmente com algumas entidades certificadoras, entre elas a ONA – Organização Nacional de Acreditação e a CBA – Consórcio Brasileiro de Acreditação. Cada uma dessas entidades conta com um time de avaliadores, que têm a função de, em conjunto com a administração do estabelecimento, identificar os pontos que fogem à escala de qualidade desejada, analisar as causas e propor processos de melhoria, fazendo poste-
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riormente a avaliação final, que deve ser periodicamente repetida. Assim, toda entidade que oferece o serviço de Acreditação Hospitalar, precisa estar municiada de profissionais altamente capacitados para estas funções. Esses profissionais são treinados e preparados dentro dos mais atuais conceitos para este fim. Para ser um avaliador existem algumas exigências a serem cumpridas. No caso da ONA, o candidato deve ser graduado há pelo menos três anos, e ter um ano de experiência em gestão de saúde, processos de avaliação em serviços de saúde ou em atividades assistenciais. O candidato precisa fazer o curso Sistema Brasileiro de Acreditação para Avaliadores, disponibilizado online pela ONA, e ser aprovado no Exame do Sistema Brasileiro de Acreditação - ONA. Além disso, é necessário ser aprovado no Programa de Integração promovido pelas IACs - Instituições Acreditadoras Credenciadas, e participar de avaliações como trainee. Para os avaliadores que já estão em atividade, é necessário cumprir uma carga horária de 80 horas de cursos e capacitações. Já o CBA exige do candidato no mínimo oito anos de formação básica em medicina, enfermagem ou outra categoria de saúde e administração ou áreas relacionadas com atividades de saúde ou em operadoras de planos de saúde (OPS); mínimo de quatro anos de experiência profissional em atividades relacionadas com sua formação básica e/ou relacionadas com atividades em saúde ou gestão em saúde ou atividades em OPS; apresentar formação adicional, incluindo pós-graduação, especialização, mestrado ou doutorado, a ser considerado como desejável em sua análise curricular, não sendo, entretanto, critério excludente para seleção. O curso preparatório da ONA tem duração de sete semanas, sendo que
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cada módulo (I a III) possui carga horária de 20 horas, e o trabalho e prova final, 10 horas. Não é necessário ter dedicação exclusiva, porém, o avaliador precisa ter disponibilidade para viagens e horários flexíveis para desempenhar uma avaliação. No CBA O Curso de Introdução a Acreditação Internacional acontece em três dias, perfazendo um total de 24 horas. Para aquele que quer ser um avaliador do CBA, o treinamento prático varia conforme a disponibilidade do candidato, mas, em média, dura cerca de oito meses. Como o CBA não exige dedicação exclusiva, o candidato vai sendo treinado de acordo com sua disponibilidade. Porém, além dos próprios agentes acreditadores, é necessário também promover o treinamento das equipes nas instituições a serem acreditadas. Para esse treinamento a ONA oferece cursos e webinars reforçando aqueles anteriormente mencionados. Já as IACs ( Instituições Acreditadoras Credenciadas) promovem formações específicas para as suas equipes - o que é uma condição, inclusive, para que a instituição avaliadora possa ser credenciada pela ONA. O CBA oferece uma gama de cursos para que os profissionais desenvolvam a cultura de qualidade e segurança, sendo ofertados em três formatos: presencial, in company e à distância. Além do curso de Introdução a Acreditação Internacional, o CBA oferece variados cursos de capacitação, extensão, especialização, pós-graduação e MBA. Esses últimos em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e com Faculdade de Educação em Ciências da Saúde, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP). Colaboraram nesta matéria: Dra. Maria Manuela Alves dos Santos, superintendente do CBA, e Shailiny Merlino, gerente de educação da ONA.
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