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e “medicamentos inovadores”
Acompanhamento de doentes crónicos em tempos de pandemia e “medicamentos inovadores”
TENDO POR BASE A MINHA EXPERIÊNCIA CLÍNICA NO ACOMPANHAMENTO DE DOENTES CRÓNICOS, NEUROLÓGICOS E OUTROS, VENHO FALAR DE UMA ABORDAGEM INOVADORA. NÃO É UM TRATAMENTO, PORÉM, POR VEZES, APARENTA. TUDO COMEÇOU POR ESTA SUGESTÃO: ANTIGAMENTE NÃO EXISTIAM DENTES TORTOS?
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Autor: Rita Sousa Tavares, Médica Dentista – prática clinica em Oclusão e Respiração
SSou médica dentista, formada em ortodontia e odontopediatria, em Ortopedia Funcional dos Maxilares e Oclusão, e posteriormente fiz uma formação holística pelo Centro de Respiração
Buteyko. Tudo na saúde é controverso e muito se tem falado da eficácia do método Buteyko. Porém, a respiração nasal seria óbvia e muitas vezes não acontece.
A fisiologia é complexa e a sociedade em que estamos inseridos também.
Os estímulos funcionais que devemos ensinar e manter são importantes em todas as idades.
Diversos estudos são imperativos na relação entre a mastigação e os índices cognitivos. Há estudos realizados com crianças, adolescentes (que aumentam 30 % da nota de matemática se mastigarem bem) e com pacientes neurologicamente comprometidos.
Também existem estudos das doenças respiratórias e procurando bem nos artigos científicos percebemos que ninguém estuda a saúde. Os artigos científicos estudam as doenças. E, por isso, a relação entre a respiração nasal e a saúde não está “cientificamente“ provada. Todos temos um nariz, mas o que terá acontecido para que este não cumpra a sua função eficazmente?
Observar a cascata de fármacos que levam ao aumento do consumo de outros fármacos é notório. É um facto que os fármacos são fundamentais no controlo de doenças. Ainda assim, penso que, se soubermos o que comemos e como respiramos, mais fácil será atingir a saúde e afastarmo-nos de doenças.
As situações mais comuns são, nas crianças, os pacientes pós-cirurgia que mantém a roncopatia, e nos adultos, os que novamente em semanas sentem a obstrução nasal, quadros de sinusite e alterações do sono. Estes pacientes devem ser acompanhados de forma integral e integrativa. Ao estudar reabilitação Neuro-Oclusal, variadas questões foram surgindo e convergindo. E de forma eficaz iniciámos a recuperação de centenas de pacientes até à alta. A equipa multidisciplinar avalia e trata sempre que necessário.
Os sinais e sintomas mais comuns na consulta de saúde oral são:
Pigmentos dentários exógenos e endógenos Xerostomia Queilite angular Arcadas dentárias atrésicas Oclusão dentária alterada Desgaste no colo dos dentes junto da gengiva com recessão Gengivite/ Periodontite Hiperventilação Alterações da fala e voz Alterações na deglutição Alterações na mastigação Hipotonicidade muscular intra e extra-oral
Quando tudo começa? Num inverno, numa primavera ou basta nascer? Quase todos os bebés nascem com a capacidade de respirar pelo nariz. O que fará esse bloqueio? No desenvolvimento, a disfagia, por exemplo, é comum no paciente com ventilação predominantemente oral. Na roncopatia estão associadas, além da respiração oral, enurese noturna, agitação, sonolência diária e alterações cardiovasculares. Os pacientes acompanhados e tratados pela ortopedia funcional dos maxilares com foco na normalização de respiração são colaborantes. A principal causa dessa colaboração é o conforto que sentem e a melhoria da qualidade de vida. A ortopedia funcional dos maxilares promove a reabilitação neuro-oclusal. A remodelação das arcadas dentárias, a posição adequada da língua e o selamento labial são três premissas que mudam a vida dos pacientes.
As adaptações farmacológicas do paciente são feitas pelo médico assistente.
O nariz foi feito para respirar. É uma obra prima da perfeição. Quando não o sabemos usar, começam os problemas.
O respirador oral inicia um ciclo de excesso de respiração que irá condicionar a resposta do anel de Waldeyer, o ritmo cardíaco, a posição da cabeça na coluna, membros inferiores e pescoço. A rotação da cabeça para melhorar a capacidade respiratória quando a boca está aberta tem implicações severas intraorais. A língua assume uma posição baixa e o desenvolvimento das arcadas acontece ou não. Quando os lábios não estão selados, a contração dos bucinadores é maior e o sorriso fica automaticamente mais estreito. Quando os dentes não têm os contactos corretos com os antagonistas, a mastigação torna-se lenta ou mais ainda extremamente rápida ou por esmagamento lingual. A cascata de acontecimentos acontece e vai acontecendo de tal forma discreta e silenciosa que a perceção das alterações já é considerada normal.
Para o controlo eficaz da respiração devemos saber que a Valeriana é excecional. A desobstrução nasal deve ser feita sempre antes da aplicação de corticoides tópicos.
E como dentista afirmo que a lavagem nasal deve ser diária como a escovagem dos dentes.
Os hábitos de higiene dependem da frequência e qualidade dos produtos. Nos dentes, a ação mecânica é fundamental devendo a escova ser simples e de cabeça pequena. A pasta dentífrica deve ser adequada sendo importante não conter lauril sulfato de sódio, nem álcool, nem glúten e ter sempre flúor.
A higiene nasal é mais fácil quando a solução não está fria, mas morna ou tépida. Já existem, para o efeito, dispositivos no mercado que facilitam este trabalho, tornando os pacientes bem mais colaborantes.
Quanto aos fármacos, sabemos que devem ser de longa duração principalmente o anti-histamínico e os corticoides de aplicação tópica.
E para o equilíbrio geral, o paciente deveria ser avaliado na consulta de medicina funcional dado o padrão respiratório. São pacientes com carências vitamínicas e minerais e as compensações metabólicas parecem idiopáticas.
A saúde começa em casa, com pequenos hábitos diários. Podemos passar dias sem comer, mas não passamos uma hora sem respirar.
Tal como acontece com o hábito do exercício físico, para respirar melhor devemos ter força de vontade, visualizar o objetivo e compreender a necessidade de mudança.
Para ensinarmos a respirar, temos de respirar bem.
Fica aqui um exercício: respire lenta e suavemente apenas pelo nariz. Com a boca fechada: inspira 5 segundos pelo nariz, expira 5 segundos pelo nariz, suspende 5 segundos a respiração. Retoma o ciclo suavemente e sempre de forma confortável.
Foi fácil ou exigiu esforço?