História Recuperada

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Hist贸ria recuperada [Um romance qu芒ntico]



J. R. Castro

Hist贸ria recuperada [Um romance qu芒ntico]


Copyright © José Renato Castro Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma e por qualquer meio mecânico ou eletrônico, inclusive através de fotocópias e de gravações, sem a expressa permissão do autor. Todo o conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do autor. Editora Schoba Rua Melvin Jones, 223 - Vila Roma - Salto - São Paulo - Brasil CEP 13321-441 Fone/Fax: +55 (11) 4029.0326 | 4021.9545 E-mail: atendimento@editoraschoba.com.br www.editoraschoba.com.br CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ C351h Castro, José Renato História recuperada : [Um romance quântico] / José Renato Castro. - 1. ed. - Salto, SP : Schoba, 2013. 72 p. : 21 cm ISBN 978-85--8013-235-9 1. Romance brasileiro. I. Título. 13-0579. CDD: 869.93 CDU: 869.134.3(81)-3 19.02.13 20.02.13

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Comentário do autor O estilo “quântico”, que se tenta relacionar com frases e sentidos fragmentados, ligações forçadas, valorização do vazio e até desprezo pelo tempo e espaço, traz um mundo louco, insólito e capaz... De validar a nossa realidade!



Para Laisa



e a vida... É um estado de percepção!

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1 e donde vim? Vim dali e por aqui... Sinto uma dor repentina. Neste peito, corpo... Que agora só... Pede cautela. Descanso! Estou à beira... Duma poça de água. Da chuva que... Como eu... Tem visitado com frequência e disciplina... Este local. Em estrada de terra. Aqui. Com plantação de eucalipto à direita. E esta falha linha de vegetação... Nativa e esquecida. A cobrir esta cerca de arame farpado à esquerda. A dor diminui e eu preciso... Voltar ao ponto de partida. A poça reflete o sol... Que ainda se mostra e espelha a minha... Imagem que mostra... Outros movimentos?

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2 estou pouco nítido. E falante? Estou a conversar comigo... Mesmo ouvindo um som... De carros de guerra ao fundo. E deste fundo de sacola... Companheira e servil... Pelo gole de água que acomoda... E desta agenda... Que retiro molhada pelos suores... Dos longões, treinos... Para esta nova jornada. E vejo-me. Sem brilho... Neste reflexo, mas vejo-me! E quem é você, sendo eu? a água suja... Treme. E mesmo assim... Quantas vidas há... Aqui dentro? “Retrato Sem Nome” sobressai-se! Para mostrar talvez... Um outro mundo... Que não existe e existe. Eu estou falando (e escrevendo) e

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3 tento fazer... Alguns alongamentos pra desapossar... A dor que esparrama deste local. Não me assusto. “Retrato” sai da poça. (Que poderia ser... De sangue) neste instante. Não ouço mais o barulho... De guerra? Vejo a paz neste “Retrato”. Que se modifica. Está num belo... Aspecto de mulher. E como deveria... Está nua... De corpo malhado, corredora? (Como a minha paixão) e rigorosamente... Exótica. Agora (subo no barranco. Sem me ofender) ela é alta, esguia, repetindo... Cabelos verdes (e também... Os pelos pubianos), lábios... Da cor (do nosso) céu. Olhos límpidos, levemente amarelos. Como... Dois sóis em cútis... Dióxido de titânio com branqueador óptico. E sem ter... Dúvida? é de outro mundo. E neste... Retiro a minha suada camisa. Pra tapar o seu sexo! Aqui é preciso... Esconder!

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4 e ela... Surpreende-me! Fazendo-me... entender. Que... “Eu também sou ele.” Mas... Eu não vejo... Pênis algum! Neste corpo fantástico... De mulher! O meu pênis está aí. E aqui dentro... Conversamos... Em pensamentos e... Agora estamos nesta elevação. Sentados no barranco e Saila (sem... saia!) e é assim... Que começo a... chamá-la e ela... Não mostra ferimentos com a (rente... E seca) galhada. E nesta ajeito-me. Para conhecer... A sua história. Nesta (minha) história que busca... Mitigar aquela dor daquele instante. Neste instante... Com passado! Saila aparece... No meu colo. E já estou... Dentro dela! Sou agora o seu feto. E ela... Conta-me do seu... este mundo que nunca... Conheci! E

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5 devo... Chamá-lo de... Primazum ou pode ser... Ele existiu! E ainda preciso existir. Nesta trans(a)parência e pra você! A reconsolidação desta antiga essência. Neste cheiro atraente e perturbador. Vejo novas... Sailas ou Sailos. De semblantes diferentes em reflexos ampliados! As enormes árvores deste ou... Daquele mundo... A minha agenda (também... Cortesia do amigo Zé Carlos) está na poça! (E posso... Perdê-la?) preciso recuperá-la e... Ergo-me esticando... O ventre de Saila (mãe) e com ela... Consigo a... Água estagnada [a água é vida essencial à vida... Sim!] treme. Os reflexos mudam. E o chão próximo alinha-se... Em textos. Vejo Saila e novamente... De fora (aqui aprecio... sua beleza). Agora... Parece que... está em código? Em sílabas, palavras embaralhadas, mas... Eu tento ler

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6 e consigo TER>RE>LA>ÇÃO. E... Enxugo como posso... Esta agenda... De surpresas vejo esta nova cidade... No chão aqueles novos Sailos e Sailas... Eles invisibilizaram-se? Volto a olhar rápido... Na busca... Da materialização da “Baita” Saila. E vejo-a... Menor. Bem menor e é uma menina! E assim... Não posso voltar ao seu ventre... Da esperança! Ela segura a minha mão. E eu... Entrego-lhe. A minha agenda úmida (pelo ambiente. De suor e lágrimas) Sailinha e Sailinha... E choro

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7 (e eu sou... Ouvidos que...). Escrevo! Vou confortá-la! Circulando esta poça... A crescer (neste... Acrescer) desta... Minha agenda de... Vários textos borrados... Sujos! De páginas coladas. Inesperadas figuras. Para se revelar! Com o pequeno Sailo... Que estica... A poça agora... Para contar... Melhor, mostrar escrevendo... O seu mundo. A sua história que... Também faz parte... Da nossa história estamos... Neste simples universo e... quantos “bilhanos” tem você? Saila que... e saiba que... Antes do resto! Estou perdido e nem sei... Onde me encontro? Pois... Aqui tudo é novo! E não vejo... Sailo ou Saila. Estou só? De novo! Sailossaila? Sailossaila?

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8 estou suspenso? O céu é o chão ou... a terra, sei lá! (E existe a Seilá?) E não estou plantando bananeira! Há um vazio (em ocorrências... Visíveis) entre... Os meus olhos e este... Chão “lousa”! E os meus pés estão seguros... Neste espaço? e neste espaço... Seilá escreve... Sem código e olhando para o chão. O meu céu! Fomos... Como a Terra e (expandindo por mortes. Vivendo a nossa sorte! Éramos... Mais uma civilização) procuro... Copiar, reproduzir... Nesta agenda... [estragada?] e por favor, caneta... Não me falhe! (e neste... Nosso mundo... Primazum?) e das solas destes tênis... Desgruda mais uma placa de barro. [Já seco] e... (Também não tínhamos todas as respostas. Trabalhávamos algumas perguntas. E desfrutávamos dos momentos vitais... Sem planejamentos!)

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9 (a dor era o alarme. A inteligência, o desarme. E a renovação como ferramenta... Da continuação) (a nossa espécie... Éramos o topo da cadeia alimentar. Num planeta diverso. E bem maior... Em seu início) também uso... Reticências e (também... Altamente tecnológico no decorrer da expansão. Aprimoramos e depredamos e poluímos e naturalmente... Éramos diferentes no amor. Deste amor... Que cola a gente. E) [e (a Natureza) disse: estes são os seus elementos e você a criação... De melhor conteúdo pro... Aperfeiçoamento renovável] as letras... Ainda estão distintas. E facilmente... Legíveis? nesta minha agenda. De poucos dias procuro as folhas... Mais secas e sento-me nelas. E ela... A Sailá ou somente... Saila reaparece

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10 resvalando-me. E sentando juntinho... Ao meu lado e... A minha vontade é de... Abraçá-la, beijá-la. Deitando-a... Na cama deste mundo. E provar degustar o céu... Dos seus lábios [é vermelho... O seu coração?], mas... Um quê de homem [ainda sou humano] repele-me. E Sailá também tem... Os seus erros e acertos e (sim! Confirmo: éramos, e se quiser grifar este... Passado hermafrodita!). Continuo

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11 a escrever. A ler (uma possível...) e com Saila... Acompanhando-me agora... Também com... Sailove? E Sailinda! Ambos... Em meu lado... Esquerdo esposo ou esposa. Com filho ou filha, e Saila confirma... Esposo e filha e esta história... É antiga! Pra mim, pra você (éramos... Hermafroditas e já vivíamos... Numa civilização bem avançada e... Inchada. De regulamentos e muitas leis. Pra desprezar... As naturais fazíamos... Uma cópula existencial para cada... Diferente indivíduo e... Constituíamos famílias com... Até três genitores e... a gestação... A cada vinte anos primazunos vivíamos... Em média. Oitenta anos primazunos e sem... Ciúmes. Sentimentos de traições. Era outro o conceito de... Fidelidade e fixada... Por lei) Sailinda... Beija esta folha. E deixa a marca de saliva. Da poça e

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