Revista Cyrela #03

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REVISTA CYRELA • ANO I • N O 3 . DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

PARA QUEM SABE VIVER REVISTA CYRELA • ANO I • N O 3

SONIA AGITA A CASA

COM UM DISCURSO FORA DO PADRÃO, NOSSA BELA ESTRELA INTERNACIONAL SURPREENDE...

CHINA ANTONIO GASTRONOMIA DE NAVIO BERNARDO SOCIAL IDÉIAS DE FERNANDA MARQUES E SIDNEY QUINTELA


ARTEFACTO POR PAULO MARCELO E EURICO GUEDES

SÃO PAULO R. Haddock Lobo, 1.405 T.:11 3087 7000 D&D Shopping T.: 11 5105 7777 RIO DE JANEIRO Casashopping T.: 21 3325 7667 BELO HORIZONTE R. Tomé de Souza, 830 T.: 31 3261 7377 BRASÍLIA Casapark sgcv/sul lote 22 T.: 61 3234 5656 CURITIBA R. Comendador Araújo, 672 T.: 41 3023 2223 GOIÂNIA Av. 136, nº 290 T.: 62 3238 3838 MACEIÓ Av. Dr. Antônio G. Barros, 185 T.: 82 3325 2575 RECIFE Av. Conselheiro Aguiar, 1.650 T.: 81 3467 6864 SALVADOR Av. Tancredo Neves, 2.158 T.: 71 3341 1165 CORAL GABLES • WEST PALM BEACH • WASHINGTON FORT LAUDERDALE • MÉXICO • PORTUGAL

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Mariella Lazaretti Diretora Responsável

Cartadoeditor

mariella@4capas.com.br

Rua Andrade Fernandes, 297 CEP 05449-050 - São Paulo-SP Tel/Fax.: (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br Projeto Editorial: 4 Capas Editora

Cyrela

É uma publicação trimestral da Cyrela Brazil Realty com distribuição gratuita. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.400 100 andar – Itaim – São Paulo (SP). Tel.: (11) 4502-3000 www.cyrela.com.br REDAÇÃO Editor: Sergio Crusco-sergio@4capas.com.br Repórter: Rosane Aubin - rosaneaubin@gmail.com. Direção de Arte: Fábio Santos e Nina Franco Assistente de Arte: Eduardo Galdieri Colaboraram nesta edição: T E X T O

Alice Carta, Janaina Medeiros, Marta Barbosa, Ricardo Castilho, Ricardo Gallupo, Silvia Lakatos F O T O S

Joseti Capusso, Marcos Corazza, Murillo Meirelles, Priscila Prade, Roberto Valverde, Rogério Voltan P R O D U Ç Ã O

Luana Prade (moda) R E V I S Ã O

Paulo Roberto Pompêo Jornalista Responsável - Mariella Lazaretti MTB 15.457 PUBLICIDADE Diretores Doron M. Sadka doroncentral@uol.com.br

Georges Schnyder georges@4capas.com.br

Contatos Auxi Araújo Gisele Ávila Estela Brussolo Sadako Sigematu Silvia Santos Assistente Patrícia Teodoro P R O D U Ç Ã O

G R Á F I C A

Doron Central e Compras Gráficas I M P R E S S Ã O

Prol Gráfica A revista Cyrela é uma publicação distribuída exclusivamente pela CyrelaBrazil Realty. Dúvidas, críticas e sugestões pelo email: 4capas@4capas.com.br A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida pela redação ou pela Cyrela Brazil Realty. Os preços citados nesta edição estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.

LEITORES EXIGENTES, REVISTA INTELIGENTE

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terceira edição da revista Cyrela chega às suas mãos com o sabor de vitória da equipe de jornalistas e profissionais que a fazem.Em muito pouco tempo ganhamos os aplausos de um público altamente qualificado.Isto,em se tratando de uma revista com um nome empresarial na capa,não é fácil.Mais fácil seria produzir uma folheto vendedor mascarado de revista,que acolhesse amontoados de matérias semi prontas sobre construção,design e desfiasse auto elogios.Mas não é este o objetivo da revista Cyrela.Os assuntos, os personagens,os roteiros de viagem,os objetos - cada item que preenche uma página de nossa revista deve passar por um crivo de qualidade editorial.Afinal temos uma marca poderosa a zelar – Cyrela,e mais precioso ainda,temos um público leitor crítico a cativar.Para que uma revista seja confiável,lida,apreciada e aguardada deve oferecer algo de interesse.Não necessariamente do interesse de construtores,mas do público que lê – médicos,profissionais liberais,banqueiros,executivos,artistas...Pessoas que vivem e trabalham em um Cyrela. Daí nós a produzirmos dentro das altas exigências que regem o jornalismo.Com profissionais que vieram da grande imprensa e prezam o bom gosto e a inteligência.A escolha de assuntos,o desenvolvimento dos temas,a imparcialidade,o tratamento dos entrevistados,a seleção de fotos,os títulos,as legendas – tudo respeita uma série de regras que visam um único interesse final: seduzir o leitor.Ou seja,queremos que você,definido como uma pessoa exigente,que lê inúmeras outras publicações nacionais e internacionais, que está conectado com o mundo e tem pouco tempo para si,pare aqui nesta bela revista um instante.Estas páginas devem merecer seu precioso tempo.E para isto esprememos os miolos para lhe oferecer boas idéias,beleza em fotos e páginas,assuntos nobres,atualidade cultural,oferta de diversão e de serviços. Procuramos destacar na capa personagens consagradas que acrescentem algo novo à imagem que fazemos delas.Assim é com Sonia Braga,assim é com Antonio Bernardo,nesta edição. Queremos ver nosso leitor divagar e sorrir. Uma viagem à China, por exemplo, considerado o país do momento,tornou-se tema desta edição.E asseguramos: vale a pena atravessar o mundo para ver suas transformações de perto.Também procuramos trazer textos feitos por gente consagrada no mundo das letras como o escritor Ricardo Galuppo que neste número publica sua segunda história familiar,nos dividindo entre os risos e as lágrimas.Ou as dicas da experiente Alice Carta,que expõe as boas maneiras à sua moda – com um jeito muito sincero de ser. Nós queremos que você tenha ciúme do seu exemplar...mas que goste de recomendá-lo a amigos. Tratar você como leitor exigente que é,fará com que a marca Cyrela seja lembrada como a propiciadora de tudo isto em sua casa e escritório.É nisto que acreditamos. Boa leitura. MARIELLA LAZARETTI Para falar com a redação escreva para redacao@4capas.com.br. Será um prazer publicar sua opinião.


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Saladeestar | SONIA BRAGA VOLTA AO BRASIL, FALA |

SOBRE TRABALHO, CONQUISTAS, AMORES... E CONTINUA QUEBRANDO CONVENÇÕES

Sumário | REVISTA CYRELA • ANO I • NO 3 |

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Grande Estilo

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OS SAPATINHOS DE CRISTAL SWAROVSKY, CRUZEIROS QUE FOGEM DO ÓBVIO E A ARTE DA DUPLA PAULISTANA OSGEMEOS

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Muitos Mimos

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A CADEIRA DE BALANÇO DE NIEMEYER, MÓVEIS COM LINHAS CUBISTAS E UM SOFÁ QUE MUDA DE TAMANHO

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Tecnopop

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SOM, IMAGEM, REFRIGERAÇÃO: O QUE HÁ DE NOVO PARA O LAR

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Ponto de Fuga

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É HORA DE VISITAR A CHINA, PAÍS QUE ABRE AS PORTAS PARA O TURISMO, A DIVERSÃO E O CONSUMO


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Espaço e Idéias

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A SALA DE VISITAS DE SIDNEY QUINTELA E A CASA MULTIFUNCIONAL DE FERNANDA MARQUES

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Closet

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PREPARE-SE PARA NAVEGAR: A MODA NAVY É TENDÊNCIA NO VERÃO

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Eu Prefiro

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A CANTORA E COMPOSITORA FERNANDA PORTO FAZ UM GIRO PELA SÃO PAULO QUE AMA

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Esboços

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OS TRAÇOS IMPREVISÍVEIS DO JOALHEIRO ANTONIO BERNARDO

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Garfo e Taça

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OS BISTRÔS MAIS CHARMOSOS DE SAMPA E OS SABORES DA TAILÂNDIA

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Social Já

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PROGRAMAS PROFISSIONALIZANTES REVELAM NOVOS TALENTOS NO MUNDO DA GASTRONOMIA E DA HOTELARIA

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GiraGira

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A FESTA DE LANÇAMENTO DO CONDOMÍNIO RESERVA JARDIM

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Caravela

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TODA A OBRA DE MARIA BETHÂNIA EM CD, O LADO OCULTO DE CLARICE LISPECTOR E AS JÓIAS DE RAINHA DE CLEMENTINA DUARTE

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Cyrela

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JARDIM AVELINO, CAMPO BELO E IPIRANGA: O MELHOR DESTES BAIRROS TRANQÜILOS, ARBORIZADOS E ENCANTADORES

C O L U N I S T A S 102 • 114 •

PONTO DE VISTA . HÁBITOS MAL EDUCADOS: COMO EVITÁ-LOS, POR ALICE CARTA PONTO FINAL . SOBRE HOMENS, CACHORROS E SAPOS, POR RICARDO GALUPPO


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LUXOS, COMPORTAMENTO E ARTE | POR ROSANE AUBIN

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SAPATOS

DE CRISTAL

ão existe nada mais ultrapassado do que a antiga Cinderela,mas um bom sapatinho enfeitado com cristais continua fazendo a cabeça das mulheres no século XXI.Prova disso é o sucesso da exposição que a indústria austríaca Swarovski exibiu durante a Francal,em São Paulo,e em breve aterrissará em Londres e Paris.A convite da empresa,designers do mundo inteiro criaram peças enfeitadas com os coloridos e famosos cristais,calçados capazes de tirar qualquer princesa do sério.O brasileiro Fernando Pires,por exemplo,aplicou pedrinhas num sapato de saltos altíssimos,sua marca registrada.Costança Basto criou uma peça digna do pezinho de qualquer princesa,com um desenho que abraça o tornozelo com graça e colorido.A ambientação da mostra é um atrativo à parte:as criações foram separadas de forma a representar tentações.As que lembram a vaidade são exibidas sobre chapéus do britânico Philip Tracy.Na seção que ilustra a gula,os sapatos aparecem dispostos dentro dos pratos sobre uma mesa elegantemente posta.Na tentação do poder,botas fazem as vezes das pernas de uma cadeira estilo Louis XVI.A luxúria é representada por pernas de manequins e a liberdade por uma gaiola dourada.E agora o que interessa:algum desses modelos vai chegar ao mercado? A criação da mineira Luiza Barcelos com certeza.“Alguns clientes viram o sapato na exposição e pediram”,adianta ela,que deverá entregar o primeiro lote de calçados finamente bordados com cristais Swarovski já em outubro.

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Representação da luxúria: delicadeza insinuante

Criações de Jorge Bischoff, Studio TMLS, Vanessa Noel e Rene Caovilla, da esquerda para a direita

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LUXOS, COMPORTAMENTO E ARTE

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A tela Pescadores de Ilusões (abaixo) e os murais da exposição O Peixe Que Comia Estrelas Cadentes: cultura popular, universo urbano e atmosfera onírica

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DAS RUAS PARA AS GRANDES GALERIAS

les começaram pintando os muros do Cambuci, na zona sul da cidade, onde nasceram e cresceram.Agora, vinte anos depois, as telas dos gêmeos, os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, são vendidas em galerias por preços que rivalizam com os de obras de conceituados artistas.No período que separa a época em que os dois eram contínuos de um banco e sua primeira exposição numa galeria de arte, eles fizeram muitas obras em áreas abertas e exibiram seu trabalho nos Estados Unidos, na Europa e no Japão. Recentemente, realizaram uma exposição de sucesso na Galeria Fortes Vilaça,Vila Madalena.A mostra, intitulada O Peixe Que Comia Estrelas Cadentes, transformou a fachada da galeria,pintada com um grande rosto amarelo com olhos separados,marca registrada da dupla.No andar térreo, uma grande instalação com bonecos que se moviam e som de caixinhas de música teve como cenário pinturas em estilo mural nas paredes. As telas, à venda por U$ 19 mil, podem indicar um bom investimento.Mas só no futuro será possível saber se a trajetória dos irmãos Pandolfo seguirá a mesma trilha de outros artistas que começaram nas ruas, como Jean Michel Basquiat, morto em 1988, que teve uma obra leiloada na Sotheby’s por € 800 mil recentemente.

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Quarto e piscina do spa Givenchy; vista aérea do hotel, à beira do rio Richelieu

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LUXOS, COMPORTAMENTO E ARTE

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O hotel Les Trois Tilleuls e o spa Givenchy

NO CORAÇÃO DO QUEBEC beira do rio Richelieu,na província canadense do Quebec,a possibilidade de tomar um verdadeiro banho de tratamentos estéticos não exclui os prazeres da boa cozinha. Essa é a principal atração do hotel Les Trois Tilleuls, situado na cidade de St-Marc-Sur-Richelieu, a menos de 50 quilômetros de Montreal.Além de poder deliciar-se com as inventivas criações do chef Jean-François Méthod, os visitantes contam com o seleto time de terapeutas do spa Givenchy,especializados em técnicas rejuvenescedoras,massagens especiais,hidratação e relaxamento.Entre as opções,destacam-se as sessões de massagem com essência de Ylang-Ylang ou com pedras aquecidas trazidas de cânions americanos, e os famosos tratamentos de beleza suíços.Tudo num cenário que mistura com harmonia tradição e modernidade: a antiga casa de fazenda que abriga o hotel se localiza a poucos passos das modernas suítes do spa, construídas com base na mais moderna arquitetura.

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Instalações do hotel Les Trois Tilleuls: conforto no inverno e no verão

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ARTIGIANO/CYRELA Parceria de sucesso

A Artigiano produziu os armarios de alguns dos belissimos apartamentos decorados CYRELA. O primeiro foi o Mandarim, depois o Dakota, seguido pelo Atmosfera, HLI, Çiragan, Vivai Moema, Vereda Paraíso, Vereda Ipiranga, Ventana, Beladdock, Gran Life Bosque da Saúde, Paulistânia,Walk Vila Nova e The Colony. Imagine o que podemos criar para o seu apartamento.

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QUALIDADE E RESPEITO POR VOCAÇÃO


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LUXOS, COMPORTAMENTO E ARTE

T U R I S M O

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1 | Rotas do Alasca 2 | Vistas do Continente gelado do Sul 3 | O Cruceros Australis: tesouros doJapão 4 | Passeios na Antártida 5 | A exclusivo Portofino, na Itália, está nos roteiros da Silversea 6 | Vinhos com o auxílio luxuoso de enólogos

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Firstar Representações: (11) 3253-7203 ou info@ncl.com.br • Píer 1: (11) 3078-2474 ou www.pier1.com.br Interpoint: (11) 3087-0094 ou www.interpoint.com.br • Vivere: (11) 3124-7100 ou www.vivere.com.br

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MARES POUCO NAVEGADOS

ansou-se de navegar pelo litoral brasileiro,fazendo o popular roteiro Rio–Buenos Aires–Montevidéu? Ou de fazer o island-hopping pelos mares gregos? As linhas internacionais de cruzeiros superam a monotonia de roteiros batidos e convencionais.Feitos para agradar aos viajantes que buscam emoção e paisagens pouco exploradas, passeios exóticos podem ser encontrados em quase todas as grandes companhias.Quem quiser visitar recantos inusitados do Alasca sem sofrer com as intempéries do clima, por exemplo, poderá fazer a viagem a bordo do iate Absinthe,que acomoda até 12 pessoas a partir de U$ 42 mil ao dia.Os tesouros da cultura nipônica são uma das atrações dos navios Cruise West — um de seus trajetos vai de Kobe a Niigata, passando por castelos do século XVII, ruínas de templos de mais de 2 mil anos,palácios e jardins.As vistas geladas do extremo sul do continente americano podem ser apreciadas a partir dos decks e janelas das embarcações do Cruceros Australis, que também contam com botes infláveis para a exploração de lugares como a baía de Ainsworth.No roteiro,visitas a colônias de elefantes-marinhos,pingüins,glaciares e a passagem pelo Cabo Horn,o encontro dos oceanos Pacífico e Atlântico.As linhas Silversea e Crystal Cruisers também são especializadas em passeios temáticos.Entre os preferidos,estão os dedicados ao cinema e ao teatro,com passagens por Edimburgo e Invergordon (Escócia), Tórshvan/Faroe Islands (Dinamarca),Reykjavik (Islândia) e Nuuk (Groenlândia); e os focados em vinhos e culinária,que contam com o luxo de ter enólogos e chefs de cozinha consagrados a bordo.

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MUITOS MIMOS PEÇAS CHEIAS DE ESTILO

BLUE VELVET A elegância das linhas clássicas e a comodidade juntam-se na versão em veludo azul da poltrona Trevo, criada pelo francês Pierre Paulin. Com pés em aço inox, concha em acrílico e estofamento, é feita para puros momentos de ócio criativo. Largura: 82 cm. Profundidade: 82 cm. Altura: 65 cm.

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CRISTAL SEM LIMITES As criações do designer israelense Ron Arad já ganharam vários prêmios e foram expostas em renomados museus pelo mundo. O porta-CDs Onda Rádio, em cristal curvo canelado e pés em metal, faz parte de uma série de peças no mesmo material, todas dignas de ocupar um lugar de destaque nas melhores decorações. Profundidade: 26 cm. Largura: 40 cm. Altura: 155 cm

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CENÁRIO FUTURISTA A cadeira Marì, desenhada por Luigi Baroli para a grife italiana Baleri, é um exemplo de que é possível levar em conta a ergonomia sem cometer atentados contra o senso estético. Confortável, ela tem braços e espaldar dobráveis, e é feita em alumínio com revestimento em tecido. Profundidade: 56 cm. Largura: 52 cm. Altura: 82 cm.

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COMO UMA ONDA

Criada por Marcus Ferreira, vencedor de vários prêmios nacionais e internacionais em concurso de design de móveis, a mesa de jantar Onda tem base em madeira e tampo de vidro pintado. Comprimento: 230 cm. Profundidade: 120 cm. Altura: 75 cm.

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TENTAÇÃO PARA NARCISO Mesmo quem procura manter a vaidade em níveis toleráveis não vai resistir ao aparador Hayden, com tampo em espelho e acabamento em aço inox polido. Comprimento: 200 cm. Largura: 60 cm. Altura: 74,5 cm.

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MUITOS MIMOS PEÇAS CHEIAS DE ESTILO

SURPRESA!

A Flipt, criada por Jeff Miller para a marca italiana Baleri, reúne as principais características do trabalho do designer: uma boa idéia, tecnologia avançada e linhas simples e elegantes. Aberta, é uma chaise longue. Fechada, uma poltrona. Na versão mais relaxante, ela não guarda nenhuma marca da dobradura, graças à inclinação. Em couro preto e areia, tem estrutura cromada. Comprimento (aberta): 314 cm. Largura: 75 cm. Altura: 22 cm.

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BALANÇO MODERNISTA A chaise Niemeyer, do arquiteto Oscar e de Ana Maria Niemeyer, é um dos clássicos do mobiliário brasileiro. Com estrutura em madeira multilaminada, pintura laqueada e assento em palhinha natural, renova a antiga cadeira de balanço. Comprimento: 175 cm. Largura: 60 cm. Altura: 81 cm.

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NINGUÉM DIZ A luminária de piso Arco, criada em 1962 pelos irmãos Castiglioni, é uma prova de que o design, quando é bom, não envelhece. Feita em alumínio, aço inox e mármore, tem um arco telescópico de longo alcance, para iluminação descendente. Largura: 200 cm. Altura 250 cm.

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À MODA CUBISTA Se o pintor Pablo Picasso tivesse desenhado móveis em sua fase cubista, muito provavelmente eles lembrariam um pouco as linhas traçadas pela arquiteta Juliana Llussa. A mesa de jantar Billar é uma amostra do consistente trabalho da designer, que usa madeira maciça e técnicas de encaixe: suas peças de linhas retas e harmônicas não têm parafusos nem pregos. Comprimento: 360 cm. Largura: 145 cm. Altura: 73 cm.

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CONFORTO AOS PEDAÇOS

O sofá Shadow, revestido em couro, pode ter a medida pessoal do seu bem-estar. O dono pode montar a peça com o número de módulos e pufes que quiser. Medidas do módulo: 95 cm largura por 95 cm de profundidade.

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Excêntrica,ativista,chique e bicho-grilo.Musa de Caetano,ex de Redford,Sonia Braga volta ao lar rindo das formalidades e de si mesma: “Tigresa,eu? Sou um macaquinho...” POR JANAINA MEDEIROS | FOTO MURILLO MEIRELLES

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ara entender Sonia Braga é preciso livrar-se de preconceitos.É difícil conceber, por exemplo,porque uma estrela no auge da carreira larga tudo para o alto para fazer trabalhos esporádicos nos Estados Unidos.Ou a razão da demora de vinte anos para retornar às novelas brasileiras,depois de incessantes convites.Mais ainda,porque nunca quis se prender a marido ou filhos.Mas nem arrependimento ou solidão fazem parte de seu vocabulário. Tudo isso faz muito sentido se pensarmos com as duas palavras que a movem:liberdade e curiosidade.Foi isso que a fez ir tão longe. Como ela mesma diz, sua vida daria um folhetim. Nascida em Maringá (Paraná) em 1950, foi criada em São Paulo com seis irmãos, perdeu o pai aos 8 anos e trocou colégio particular Notre Dame pela escola pública. Sua família foi morar num apartamento em cima de uma padaria,negócio de onde tirava seu sustento.Aos 15, Sonia, teve de parar os estudos para trabalhar. Era praticamente improvável que a menina magricela, muito branca e com 1,60 metro fosse se tornar um furacão que mexeria com a libido masculina por décadas. Mas Sonia estava na hora certa, no local certo e, quando se deu conta, já dominava a TV brasileira.Por causa da eterna Gabriela,que encarnou na novela de Walter George Durst, em 1975, virou musa do escritor Jorge Amado, a quem considerava um pai.Teve ex-amantes famosos e cobiçados,entre eles Caetano Veloso (que compôs para ela Tigresa) e Clint Eastwood (que a dirigiu em Rookie). Hoje ela se limita a falar apenas dos seus dois relacionamentos mais longos: com o ator e di-


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Saladeestar retor americano Robert Redford, que durou três anos, e com o músico americano Mark Lambert, com quem viveu por quatro. Durante os vinte anos em que morou nos Estados Unidos, não colecionou só amores. Foi indicada ao Globo de Ouro por O Beijo da Mulher Aranha (1985) e Amazônia em Chamas (1994),e é uma das poucas brasileiras a fazer parte dos quase 6 mil membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que votam para o Oscar. Principalmente, continuou a conquistar o que sabe melhor: grandes amigos. Entre eles o ator Chris Noth (o Mr. Big de Sex and The City), responsável por sua badalada participação no seriado americano. Sonia Braga é autêntica e gosta mesmo é de gente. E foi saudade da gente daqui que a trouxe de volta ao Brasil. Cidadã americana desde 2001, quando repaginou o visual com uma lipoaspiração e um lifting facial assinados por Ivo Pitanguy, este ano ela recebeu o convite do autor Manoel Carlos para interpretar a artista plástica Tonia Werneck na novela Páginas da Vida, da Globo. Depois de quase trinta anos do sucesso de Dancin’ Days, de Gilberto Braga, é o seu grande retorno ao horário nobre brasileiro.Trocou seu apartamento em Nova York – quase ao lado do Marco Zero, onde existiam as torres gêmeas do World Trade Center – por uma casa em Niterói (RJ). Mas tem feito sua base na zona sul do Rio, onde alugou um apartamento no Alto Leblon e tem ido diariamente praticar aulas de tai chi chuan no Jardim Botânico. Foi lá, cercada pelo que mais gosta – verde e gente – que a nova Sonia nos falou sobre sensualidade, vaidade, amores, desbunde, carreira e vida. Muita vida.

montanha onde, no verão, você pode fazer caminhadas,no inverno você esquia.Quando eu era amiga dele,a gente nem namorava ainda,ele me levou para as caminhadas.

A amizade com o Robert Redford continua? Os meus amigos são os meus amigos,onde eles estejam.As pessoas permanecem nos seus lugares.Se eu não tenho nenhuma formação acadêmica para a vida,não é nenhuma formalidade humana que vai me conduzir também,certo? Isso de“você vai perder os seus amigos se você não encontrá-los todos os dias” também é uma forma de aprisionamento.

Não se deixar aprisionar foi um dos motivos por não ter tido marido e filhos? Foi.E nunca me arrependi.

Nos primeiros anos nos Estados Unidos você nunca sentiu solidão?

Quando se fala de autoconhecimento parece que vai dar sono,né? (risos) O tai chi chuan é uma arte interna de grande vitalidade,vem de uma concentração de poder interno que explode numa potência incrível.É mais uma interação sua com todo o universo.

O que é solidão? Solidão é mais um aprisionamento. Se você me pergunta se eu sou feliz,respondo:“Sou muito feliz”. Só que você entende a felicidade de uma maneira e eu de outra. O ser humano está fazendo sempre análise para entender. Não para se entender,mas para decodificar as palavras do mundo.

Em Nova York você também tinha bastante contato com a natureza?

Você já fez análise?

Eu andava pelo rio Hudson,7 ou 8 quilômetros por dia.E não era só em Nova York.Eu ia para Utah,que é um estado perto do Novo México.Sabe aquelas montanhas de filme de caubói? Bem aquilo.Eu ficava lá às vezes dois meses,fazia escaladas.

Fiz algumas vezes e gostei muito.Aqui, em Nova York e em Los Angeles.Foi mais por curiosidade.Sempre tive muita curiosidade também por medicina alternativa.Às vezes você está com muita coisa

O tai chi chuan ajuda a domar a tigresa dentro de você? Não.A tigresa existe,sempre existiu.Olha,todo mundo acha que eu sou uma tigresa,mas eu sou um macaquinho! (risos)

Essa prática ajuda você a se autoconhecer?

Como você foi parar em Utah? Foi por causa do Robert (Redford). Ele é o dono do Sundance Resort lá.Tem uma

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pesada na cabeça e só precisa se equilibrar fisicamente para que internamente isso possa fluir.Olha,pode ser até vodu: se me faz bem,eu faço!

Você é muito curiosa, talvez por isso a escola não a atraía tanto quanto a vida? O Brasil não é um país de pessoas de dom, mas de oportunidades.Acho um absurdo que ainda se diga que dinheiro não traz felicidade. Não tenho uma formação acadêmica porque a minha mãe não tinha dinheiro.Se tivesse,eu teria continuado no colégio pago,teria feito faculdade e sabe Deus o que eu teria sido.Só que o destino não foi esse.

O que você fez depois que largou a escola? Fazia os orçamentos de um bufê de um primo meu.Depois trabalhei na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) e num escritório de arquitetura.Nesse tempo,conheci muita gente porque no bufê tinha desfiles,eu conhecia cabeleireiros e pessoas das revistas de moda.Aí fiz fotos e fui modelo de comercial.Minha primeira vez na TV foi ao vivo,no programa Jardim Encantado,do Vicente Sesso,que é o pai do Marcos Paulo.Eu trabalhava com o Marcos Paulo, nós dois tínhamos 15 anos.Fazia tudo que pintava,aproveitava as oportunidades.Dom eu não sei se tenho,se tive ou se terei.

Aos 17 você foi morar numa comunidade hippie. Como foi a experiência? A festa nunca terminava,eu ia a festas todas as noites. Foi a época do desbunde. Eu estava desbundando, mas

Não ligo para críticas e fofocas. O que tira meu sono é a miséria na África!


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Saladeestar Você se sentia muito cobrada de voltar para o Brasil ou de ganhar um Oscar? Eu mesma me cobro.Quero ganhar um Oscar.Acho que seria bacana,por que não?

Se eu morasse em Los Angeles, talvez eu fosse mais amiga dos jardineiros do que das estrelas estava feliz, morando com pessoas mais velhas e de nível intelectual fantástico. Eu aprendia muito, era uma escola avançada. Mas nada que nenhum outro adolescente não tenha feito em nenhuma outra escola.

Você já tinha ansiedade de ganhar o mundo? Olha,desde os 9 anos eu me lembro de estar sentada sozinha no fundo da padaria da minha família,tinha um balancinho que o meu avô colocou.Eu ficava horas sentada ali,pensando,lia os livros que o meu pai tinha deixado,o Tesouro da Juventude,poemas árabes...

Poemas árabes aos 9 anos? É,era o que tinha ali para ler.Na primeira parte dessa novela,nas Páginas da Minha Vida, a minha mãe estudava piano e era uma dona-de-casa da classe média indo para a alta,tinha livros lindos de pintura,às vezes pintava.Aí o papai morreu e veio a segunda fase da novela.Fomos morar em cima da padaria,todo mundo trabalhando,carregando lenha.

Fazendo um salto no tempo, nesta novela Páginas da Minha Vida, é verdade que, durante seu período nos Estados Unidos, você continuava recebendo convites mas não voltava ao Brasil por causa do salário? Por muitas vezes me ofereceram menos do que eu ganhava antes. Diziam que eu estava fora da realidade. Aí eu falava:“Gente, só pode ser uma realidade paralela!”Vamos supor que uma emissora, nos anos 80, ganhasse 100 por uma inserção comercial e hoje ganha 1.000. Por que um salário que custava 100 hoje custa 10? Era isso que eu não podia admitir!

E você gerou inimizades ou antipatia por causa disso? Da minha parte, nunca! Amigos, amigos; negócios à parte. Disse para eles que não ia fazer, muitas vezes também porque eram papéis que eu não quis ou porque achei que não estava pronta.

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O que determinou sua mudança para os Estados Unidos? Aconteceu O Beijo da Mulher-Aranha, fui para os Estados Unidos para promover o filme. Eu estava contratada para fazer Eu Sei que Vou te Amar do (Arnaldo) Jabor, aqui no Brasil.Só que o Jabor desistiu de fazer comigo e eu estava demitida. Sempre quis aprender uma outra língua, então decidi ficar nos Estados Unidos. Eu nunca fui para Hollywood, fui para a escola aprender inglês! (risos)

Uma atitude ousada em pleno auge profissional, não? Na realidade,acho que fui egoísta.Eu queria aprender inglês e esse foi meu objetivo. Mas nunca na minha cabeça eu estaria trabalhando lá. Sempre a minha idéia era que eu estaria aprendendo inglês até aparecer um novo projeto no Brasil.

Mas você acabou se envolvendo mais do que imaginava, não é? Nesses vinte anos você lutou pelos direitos dos latinos nos Estados Unidos e até ajudou a fundar a National Hispanic Foundation for the Arts. Fale sobre isso. A fundação foi criada em 1997 por Jimmy Smits, Esai Morales, Felix Sanchez e por mim. Ela dá bolsas de estudo para latinos se formarem em ar-


SOFÁS


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Saladeestar

Em cena da novela Páginas da Vida, atuando com Ana Paula Arósio

tes.Quanto mais latinos se formarem nos Estados Unidos, mais latinos você vai ter no business e mais roteiros vão ser escritos para latinos.Aumenta a indústria. Os hispânicos são hoje a maior minoria dos Estados Unidos. E é a minoria que mais gasta dinheiro em entretenimento.Fomos ao Congresso Americano exigir da indústria que se abrisse mais campo para os latinos. Dessa maneira é que eu acho que vamos ganhar mercado, através de mais leis.

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Você enfrentou alguma dificuldade financeira nos Estados Unidos? Não,nunca parei de trabalhar.Desde que aconteceu de eu ficar lá,comecei a namorar e fui trabalhando.Nunca conseguia voltar ao Brasil porque eu trabalhava muito.

Mas era uma média de quê? Dois trabalhos por ano? Às vezes três, às vezes mais, às vezes menos.

Era suficiente para viver? Nossa, muito mais do que se estivesse aqui fazendo novela o ano inteiro.

Morar em Nova York te afastou de um grupo de amigos mais ligado à indústria do cinema? Se morasse em Los Angeles talvez eu fosse mais amiga dos jardineiros do que das estrelas.(risos) Em Nova York nunca parou de ter trabalho.E Nova York é mais chique,né? Uma première em Nova York é chiquíssima.Em termos de cultura,então,nem se fala!


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Saladeestar Você teve algum choque cultural nessa volta ao Brasil? Eu não sou culta,então nunca tenho choque cultural! Quem é culto é quem tem choque cultural.Não sou culta,gosto de gente.E você encontra em todos os lugares as mesmas pessoas com as mesmas roupas. Em todos os lugares do mundo você tem pessoas lindas e pessoas horrorosas.

Ter se permitido engordar e envelhecer incomodou muita gente? Incomodou, por exemplo, o Ocimar Versolato, que fez o figurino Tieta do Agreste (filme de Cacá Diegues estrelado por Sonia em 1996). Ele foi a Nova York e me disse:“Sonia,vou fazer um pedido.Você emagrece uns 6 ou 7 quilos?”. E eu falei:“Claro, porque é para fazer um trabalho”. Em três meses, emagreci exatamente o que ele quis. Ele queria 66 centímetros de cintura. Deu certo.Sou muito disciplinada.

Mas você não é tão vaidosa no dia-a-dia, né? Acima (com Armando Bógus), e, ao lado, na pele de Gabriela, personagem eterna, vivida em 1975. Abaixo, contracena com Lídia Brondi na novela Espelho Mágico, de 1977

Depende. Sou muito vaidosa em relação à minha saúde, mas como é que vai refletir na minha aparência não importa tanto.Profissionalmente,sou muito vaidosa.

E a opção de fazer plástica foi para ficar em paz com o espelho? Foi para não brigar com o Pitanguy (risos). Eu só queria fazer as pálpebras,a pele estava crescendo e me atrapalhando. Fui procurar o Pitanguy e ele disse:“Sonia, queria te deixar com o rosto descansado”.Se eu não respeitar o Pitanguy,quem mais tem títulos nessa área? Aí pensei:“Poxa,se ele puder me devolver algumas horas de sono, por que não?”

Ele te devolveu também os convites para papéis mais sensuais? Uma coisa vem com a outra.Segundo os cientistas,a vida não existe e você é que a programa,depende do espectador.

Críticas e fofocas tiram o seu sono? O que tira o meu sono é a miséria na África, por favor! Cada coisa no seu lugar! Se existe alguma coisa que tira o meu sono é não ter água aqui no Nordeste. Imagina! A miséria na África, um continente em que 99% da população têm Aids, crianças, mulheres, homens. Uma civilização que provavelmente vai desaparecer daqui a pouco.

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Saladeestar Você chegou a fazer um movimento ligado à ecologia e as pessoas acharam que você estava ficando louca. O que foi isso? A gente se deu o nome de Loucos Varridos. Um dia resolvi com o meu cunhado varrer uma praça desenhada pelo Burle Marx, em frente ao Aeroporto Santos Dumont (Rio).Virou uma campanha em 1998.Mas não era uma ONG,não era nada,foi uma coisa da família. Uma vez o Mark (Lambert, músico americano, ex-namorado) e eu chegamos no aeroporto,minha irmã foi nos pegar e fomos direto para Ramos (zona norte do Rio). Foi o primeiro lugar que o Mark conheceu no Brasil. Ele foi lá varrer a praia de Ramos!

Você transita tão bem na praia de Ramos quanto em festas chiques de Nova York? Acho que gente é gente.Ostentação eu não gosto. Mas as decisões das pessoas de como se vestir ou o que fazer,isso não me incomoda.

Há quanto tempo está sem namorado?

A novela Dancin’ Days, de 1978, foi um dos maiores sucessos de Sonia, como a ex-presidiária Júlia Matos

Desde ontem à noite (risos). Essa noite sonhei que estava namorando. Quem sabe se esse sonho não é uma premonição?

mento com alguém,não é verdade? O mais importante são os amigos,são com eles que você conta, são eles as pessoas com as quais você se emociona. E isso, graças a Deus,eu tenho.Tenho bastante.Uns estão lá nos Estados Unidos,outros estão aqui.

O que mais te faz falta num relacionamento? O sexo, o amor ou o companheirismo? Se eu sentisse falta em qualquer um desses setores, eu teria um relaciona-

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Você nunca planeja o futuro? Tudo está em aberto. Uma vez me perguntaram:“Você é homossexual?”, e eu respondi:“Acho que não”. É ou não é, eu não sei. Se me perguntarem se sou uma árvore, vou dizer:“Acho que não”. Nem isso eu sei.


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TECNO

POP

O QUE HÁ DE NOVO EM TECNOLOGIA

MÚSICA DE BOLSO

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A dinamarquesa Bang & Olufsen está reeditando com nova tecnologia a idéia da antiga fita K7.O BeoSound 4 traz a possibilidade de gravar músicas de CDs ou de rádios FMs direto em cartões de memória SD (de 128 MB a 1GB),eliminando a chateação de ter de carregar CDs. O aparelho,que explora todas as possibilidades da era digital,oferece outras vantagens: pode ser transportado com facilidade para aquele fim de semana na montanha e permite ligações com qualquer caixa acústica da marca, sonorizando até 16 ambientes.

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EFEITO ESPECIAL O futuro já chegou:os novos aparelhos de TV que a Philips está lançando têm um exclusivo recurso que permite que a iluminação em volta da tela mude automaticamente de acordo com as imagens exibidas.É o Ambilight,disponível em alguns modelos como o de plasma de 42 polegadas. Além de ampliar o ambiente e proporcionar maior conforto para os olhos,porque reduz os esforços de visualização, essa nova tecnologia melhora a percepção de cor,contraste e detalhes. O modelo 42PF9630 também conta com Pixel Plus 2,Active Control e tela dupla cheia.

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Pontodefuga

A China abre as portas para o turismo,o consumo e a diversão.Conhecê-la

Cena da Ópera de Pequim

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O

ANO DO

DRAGÃO POR LETICIA ROCHA | FOTOS TADEU BRUNELLI

é uma experiência inesquecível e muito mais barata do que se imagina...

POR MARIELLA LAZARETTI

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FOTOS GEORGES SCHNYDER

voz da aeromoça soava pontilhada de reticências, em um doce poema de consoantes chocando-se em “txins-txans-txins” incompreensíveis: pela primeira vez na vida escutava o aviso de chegada do avião em mandarim.Ao descermos em Xangai percebemos que não bastava entender e falar mandarim – era preciso ler também. As poucas palavras em alfabeto romano com as quais tive contato no aeroporto estavam nos guichês de táxi. E eram para a compreensão de marcianos – o letreiro indicava o logotipo dos principais hotéis da cidade – Pudong Shangri-La era o nosso. O atendente nem precisava falar inglês (o que ocorria realmente): sob aquela placa, e com o valor da corrida mostrada numa máquina de calcular, fomos levados até o hotel. Havia a possibilidade de tomar o trem-bala – um show da tecnologia.Mas após 24 horas em aviões e aeroportos,meus neurônios dormiam o sono dos justos,só eu estava acordada.

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Pontodefuga

Chegamos dois dias antes do previsto em Xangai. Fomos para juntar-nos a um grupo organizado pela operadora Viking Cruises, para uma excursão de dez dias pela China.Seguiríamos de avião até Yichang, onde tomaríamos um ônibus até Maoping, de onde zarparíamos em um navio para navegar por quatro dias pelo rio Yang-Tsé,passando pelas Três Gargantas até Chongquing. Então voaríamos até Xian para ver o exército de terracota e finalmente chegaríamos a Beijing,para conhecer a Cidade Proibida e a Muralha.Chegar dois dias antes da turma foi muito bom:pudemos utilizar todos os códigos de sinais já inventados pela humanidade pra nos comunicar,comer,comprar... Xangai é um assombro, um deslum-

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O novo bairro de Pudong, à margem direita do rio Huang Pu, visto do lado da velha Xangai: cenário futurista de Blade Runner e luminosos de quem manda no mundo

bramento.Logo na entrada da cidade é possível divisar em cada quarteirão sete ou oito guindastes ladeados por gigantescos edifícios recém-construídos.Lá está o terceiro maior edifício do mundo,a Jinmao Tower em formato de pagode chinês – e lá estará o maior do planeta até 2007.A cidade treme sob a febre renovadora da construção.Xangai,diz o Partido Comunista,deve ser o retrato do futuro da China,fazendo frente a Hong Kong, que voltou a pertencer ao país em 1997.Avenidas grandiosas,como a Century Avenue,cruzam a nova Xangai, levantada à margem direita do rio Huang Pu com dez pistas.E lindos jardins indicam,mais do que os grandes edifícios,que os dias de terror de Mao Tsé- tung terminaram.Nos anos de chumbo,o Grande Timoneiro decretara que jardins e gramados eram“burgueses”,e assim hordas de estudantes foram obrigadas a matar plantas e arrancar gramados,deixando Xangai e Pequim (renomeada para Beijing) com a face triste das cidades bombardeadas. Hoje, Mao já não é mais visto como o salvador do povo. Lentamente o partido passou a solapar a imagem santificada do comandante comunista para o bem da nova diretriz do capitalismo em marcha. Diz, por exemplo, que


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Meninas em Beijing e os jardins bem cuidados do Museu de Xangai: sinais de que Mao foi “70% bom e 30% mau”

Mao “foi 70% bom e 30% ruim”. Tratase de um notável avanço, porque embora o mercado esteja aberto, o totalitarismo e a censura grassam. O capitalismo na China é o mercantilismo mais furioso que pude presenciar, o que gera um clima de festa permanente em Xangai. No lado antigo da cidade, milhares de pessoas caminham pela Nanjing Dong, a grande rua do comércio, atordoadas com sua própria capacidade de consumir e produzir.Se o bairro do lado novo da cidade,à margem direita do rio chamado Pudong, é uma visão acabada do filme Blade Runner – futurista e impessoal –, a velha Xangai é um sábado de sol rutilante, com ondas de pessoas, bicicletas, guardachuvas e dezenas de shoppings. As casas são minúsculas, a cota decretada pelo partido é de 6 metros quadrados por pessoa,motivo pelo qual todos correm para a rua.É gente que não acaba mais. No sábado à noite, a The Bund, grande avenida com lindos edifícios antigos,é o local do footing à beira rio Huang-Pu. Trata-se de um passeio fundamental, que deve ser feito à noi-

te, quando todos os luminosos do mundo parecem se concentrar nas duas margens do rio.Da parte antiga,onde está a Bund,os chineses e os forasteiros assistem à pujança crescendo como um King Kong do outro lado, tendo como porta-estandarte a antena de TV futurista Pérola Oriental.Nas águas escuras,barcarolas coloridas de luzes levam turistas como os bateaux franceses. No alto dos edifícios construídos nos anos 40 à moda européia, funciona o restaurante M on the Bund – ambiente sofisticado, vinhos bons e comida média,com uma vista imperdível.De lá de cima,você vê as marcas que mandam no mundo – Nestlé, Eprom,Toyota, Nikon, Osim, Lenovo,Aurora – e mal repara nas sentinelas bandeiras vermelhas com quatro estrelas amarelas que ainda tremulam ao lado. Mas é bom pôr reparo... Xangai que já foi chamada de Prostituta do Oriente, por seus cabarés e vocação notívaga,sente a veia pulsar novamente.Os Starbucks crescem como mamona em terreno baldio. Há bairros boêmios com bares enfileirados em Xintiandi, o mais novo reduto pop construído sob a nova cartilha da cidade.Nesse quarteirão, as antigas casinhas Shikumen (vilas fechadas por portões de ferro) foram abertas e ganharam fachadas com beirais e varandas floridas. Ali entre shows de jazz,vinherias,restaurantes e cafés,chineses e estrangeiros tentam comunicar-se. Fomos jantar no Crystal Jade,um tradicional restaurante freqüentado por chineses,onde depois de tentar falar inglês,sem sucesso,e lutar com um cardápio de 40 páginas,decidimos apontar as mesas ao lado para indicar o que imaginávamos desejar comer.Foi a melhor comida chinesa que provei na vida. Curiosamente todos os chineses são esbeltos.Alguns são esquálidos,sobretudo no interior do país.Mas de modo geral a comida chinesa é relativamente gorda. Na verdade, os hábitos chineses ainda prescindem das facilidades modernas.Usa-se mais o corpo para tudo – o veículo da maioria ainda é a bicicleta ou os pés. Ainda se vê muitos velhinhos que carregam água nas costas com aquele cabo com dois baldes na ponta, e até os vasos sanitários feitos no chão exigem mais preparo físico do que os em estilo ocidental.


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Pontodefuga Nos restaurantes “familiares” onde estivemos com o grupo, nunca giravam sobre a mesa menos do que sete pratos. Sempre sobrava muita comida – que eu esperava sinceramente que a brigada de garçons levasse para a família no fim do expediente.Reza a história que a mãe de um dos imperadores tinha 47 chefs, que cozinhavam para ela todos os dias numa quantidade que daria para alimentar 2 mil pessoas. A tensão ali era acertar o prato que ela queria comer, enquanto do lado de fora do palácio, a fome rondava. Depois não entendem por que o comunismo vingou! Todos esses detalhes soubemos ao longo da viagem,com a entrada de nosso guia James em cena. Quero deixar claro que todos os comentários maldosos que provavelmente farei sobre o comunismo não me foram inspirados por ele, ao contrário, nesse aspecto ele era um túmulo de cautela. Conhecer a China sem guia exige mais tempo – talvez a vida inteira. E James foi de extrema habilidade, atenção e presteza com o grupo de 36 americanos e neozelandeses aos quais nos unimos. Para brasileiros,é quase natural contornar as malandragens que um sistema como o burocrático chinês costuma semear.Identificar notas de yuan falsas sacudindo-as ao lado do ouvido, por exemplo. Se fizerem barulho são verdadeiras.Também recomendase evitar sorvetes de todos os tipos – a água não é confiável. Mas ao contrário daqui, o turista raramente deve preocupar-se com roubos na rua. Se há, é nas compras e com o aval sorridente do turista. Tudo é barato.Muito,muito barato.Uma corrida de táxi de meia hora custa algo como R$ 10. As compras são momentos delirantes.E barganhar,um vício.Os

Loja de doces no mercado de Yu Yuan, onde centenas de doces são objetos indecifráveis para o ocidental e, abaixo, chinesa em loja de suvenires

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preços baixam 100,200 vezes,se você for incisivo.A maquininha de calcular é o idioma de negociação entre chineses e o planeta.Não precisa falar – faça cara feia e indique o que quer pagar na maquininha.A vendedora rebate com negativas, cara feia e outro preço na maquininha,dizendo “last price,last price”. Quando você ameaça ir embora,ela volta atrás e diz: “Your price, madam, your price”. O golpe de misericórdia é tirar o



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As compras são momentos delirantes e barganhar, um vício.Tudo é muito barato

dinheiro da carteira e deixá-lo à mostra.Fecha-se negócio na hora.É divertido no começo,depois torna-se exaustivo,porque não há um preço;há vários.Americanos pagam mais,brasileiros,menos. Além de sermos mais pobres,temos um futebol que eles amam.De modo geral, são educados,simpáticos e embora contidos encantam-se com a chance de conversar com ocidentais. Há artigos falsos e verdadeiros,há lixo e tesouros.É preciso perseverar pelos mercados e shoppings das cidades.De qualquer modo,saiba: eles estão tendo lucro.Sempre.A força da China é a população – a mão-de-obra barata e sua força de consumo.Não que isso seja justo,mas... Se os artigos não fossem baratos, com custo de poucos cents de dólares, nenhum chinês conseguiria comprar com o salário médio que ganha e de nada serviria abrir o mercado. O primeiro programa feito em grupo foi uma visita oficial do partido, no estilo socialismo realista ao Palácio das Crianças.É algo como levar turistas a conhecer o grêmio popular da Rocinha.As crianças são invariavelmente lindas.Assim como as moças chinesas: miúdas,meigas e com pele de porcelana.No interior ainda há o hábito cruel de livrar-se das meninas.Esse costume hediondo gerou um problema social grave:a falta de mulheres para casamento.Outro problema

Uma das alas do jardim de Yu Yuan: gente por toda parte onde, há 400 anos, um rico chinês fez seu escritório

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Pontodefuga do controle ferrenho de natalidade é que os filhos únicos ficavam sobrecarregados com o sustento dos pais e avós.Hoje há novas regras – se um filho único casa-se com uma filha única,pode ter duas crianças.Se a primeira filha é menina,pode-se ter uma segunda chance.As mulheres,ao que tudo indica,continuam sendo o rebotalho da família em vários pontos da China. Visitamos Yu Yuan Garden – um jardim construído há 400 anos pelo então homem mais rico de Xangai,que fez ali seu escritório.No belo mercado com construções típicas,ao lado,foi a primeira vez que vimos chineses comendo algo que parecia um galeto mirrado em um espeto.Depois soubemos que se trata de um passarinho,uma espécie de pardal.Não,não comi – havia coisas maravilhosas para se comer. O café-da-manhá chinês conta com macarrão, peixes e os divinos dumplings, bolinhos cozidos recheados. Há lindas lojas de doces,onde milhares de embrulhinhos coloridos ficam soltos em balcões e que jamais saberemos do que se trata. E nas farmácias, em mais de um lugar vimos um vidro enorme com cobras e lagartos boiando em água esverdeada,cujas propriedades,segundo consÀ direita, o ta,curam reumatismo e conferem energia sexual. rancho no rio Daning, Pulemos para a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas,situconstruído ada numa região do rio Yang-Tsé onde estão as homônimas para a parada das barcas. cadeias monumentais de montanhas.Trata-se da maior usiAbaixo, a na hidrelétrica do mundo,com 2 quilômetros de largura,que Hidrelétrica de Três Gargantas consumiu o dobro do concreto usado na Itaipu.A grande

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usina produzirá 18,200 megawattz de energia e terá custado U$ 21,68 bilhões. Quando estiver funcionando plenamente,em 2009,o rio subirá algo como 170 metros, 1,1 milhão de pessoas terão sido removidas e todas as vilas estarão submersas. Nessas cidades que descemos, ao longo do rio, um guia devidamente treinado pelo governo tomava a dianteira.Eram ótimos.Todos fizeram o mesmo discurso pró-partido.Diziam-se nativos da região que tiveram de abandonar suas casas para ocupar novas cidades reconstruídas pelo governo em pontos mais altos.E cada um deles garantia: “Estou muito feliz, pois o governo me deu uma casa nova de 100 metros quadrados com lavanderia”. Parece que a usina gerou muitos debates – isso num país totalitário tem seu peso. Do ponto de vista estético as novas construções dessas cidades são um desastre:fileiras de prédios blocados brancos, sem nenhum adorno ou charme. Embarcamos no navio Century Sky para percorrer o leito do Yang-Tsé,onde ele se torna sinuoso e estreito, ser-


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Pontodefuga penteando entre paredões colossais de montanhas que chegam a 1.200 metros de altura, no trecho das Três Gargantas. São elas a Qutang, a Wushan e a Wu. É realmente uma paisagem exótica e quase melancólica. Há famílias morando nessas encostas inacreditavelmente íngremes, ao lado de cabritos e pés de milho. Nessas casas, a lei permite a instalação de antenas parabólicas, porque não há diversão alguma por perto. Nada a fazer a não ser se equilibrar na ribanceira e ver as barcas passarem.No alto das montanhas, olhando com vontade, a mais de 600 metros de altura, enfiados em nesgas da montanha, estão caixões de madeira seculares.Ali os antepassados costumavam levar seus mortos. Como faziam isso em lugares tão inacessíveis, ainda hoje é um mistério para os arqueólogos. A vida por quatro dias dentro do navio Century Sky,novíssimo,para 300 passageiros,foi edificante: todas as manhãs praticamos tai chi chuan; aprendemos a contar até dez em chinês usando a fala e os dedos das mãos (sim,é diferente do jeito ocidental), disputamos partidas de um jogo chamado mahjong e tivemos algumas aulas sobre a China de ontem e de hoje, sempre estarrecedoras.

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No alto, os soldados de terracota em Xiang; acima, a seção de Badaling, da Grande Muralha; à esquerda, a Cidade Proibida, sob a vigilância do Grande Timoneiro e, à direita, o Circo de Xangai

Em um dos dias fizemos um piquenique no rio Daning numa espécie de rancho no alto de uma enseada. Nas escadarias, mulheres da região vendiam milho, o pobre pardalzinho e batatas assadas.Ao ameaçarmos fotografá-las gritavam“on dóla,on dóla”.Já aprenderam a mercantilizar seu lado pitoresco. A última parada do navio, antes de chegar a Chonqing, foi em Feng Du, conhecida como a Cidade Fantasma, onde descemos para conhecer a organizadíssima gruta Snow Jade. Nossa guia regional nos avisa que a cidade tem fantasmas, cuja convivência com os vivos parece ter chegado a um equilíbrio se amparada em algumas precauções.“É preciso ter cuidado: eles costumam aparecer no fim do dia, se passam por gente, mas não são e seu dinheiro não é real.” Hummm... Outro dos nossos guias, Stewart, avisa-nos que o povo chinês não é religioso, mas extremamente supersticioso. Sabemos também que só quem é membro do partido não pode declarar religião – isto é, 10% da população. Em compensação, estes têm facilidades para comprar casas e arrumar empregos. Chonqing, onde deixamos o navio, é uma impressionante cidade de 30 milhões de habitantes,a mais populosa do planeta,desde que em 1997 se tornou província abraçando uma multidão de vilarejos.Sentimos na pele a força de seu apelido – “Fornalha”.Lá,ninguém anda de bicicleta – os morros não permitem. As motocicletas são o meio de locomoção mais popular,seguidos de motos com cobertura e lugar para três no formato da velha Romi-Isetta.Em seguida fomos para Xian onde tudo é antigo,e lar do grande imperador Qing Xian,que criou os

5 mil ideogramas usados até hoje e a moeda da China,400 anos antes de Cristo. É a ele que o exército de terracota protege. O exército teria sido feito sob suas ordens: ele queria muita gente vigiando sua tumba.As maldições para quem abri-la são tantas que até agora ninguém se atreveu.Documentos indicam que há nela um teto cravejado de diamantes,mas também um rio de mercúrio e dezenas de armadilhas mortais. O que se vê num pátio coberto do tamanho do Anhembi são impressionantes 1.400 soldados com seus cavalos e charretes de bronze,uma maravilha.Mas há ainda 6 mil soterrados,aguardando algum produto ou técnica que impeça a perda das suas cores originais dez minutos após terem contato com oxigênio. Ao chegarmos em Beijing,visitamos a alameda guardada por animais de pedra que leva às tumbas da dinastia Ming, boa parte destruída a marteladas e fogo por estudantes histéricos na Revolução Cultural. A capital da China tem um clima mais tenso no ar.Ali


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está o centro nervoso do partido. Na praça da Paz Celestial há soldados fardados e à paisana. Nosso guia avisa: “Não fotografem nenhuma manifestação caso haja uma, porque as câmeras serão tomadas”.Na praça fazia um calor infernal e havia uma cidade do México inteira nas ruas.Um fila de duas horas levava até o mausoléu onde Mao está embalsamado. Do outro lado, a foto do Grande Timoneiro ainda protege a entrada da Cidade Proibida, onde viveu o último imperador Pu Yi, cuja vida foi retratada no filme de Bertolucci.Pu Yi terminou sua vida como jardineiro em Beijing usando o mesmo uniforme imposto a todos os chi-

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SERVIÇOS QUEM LEVA A Viking Cruises organiza excursões para vários bolsos. Esta, dura dez dias, com todas as refeições incluídas, contando com quatro dias dentro de um navio pelo interior da China e dois vôos, além de hospedagem em hotéis cinco estrelas: U$ 1.979 por pessoa, sem as passagens. Excelente custo/benefício, organização nota dez e guias bem preparados. Passagens aéreas: preços a partir de U$ 2.300 por pessoa, pela Lufthansa ou Air France. A agência Píer 1 representa a Viking Cruises no Brasil. Tel..: (11 ) 3078-2474 - Fax: (11 ) 3071-4511 www.pier1.com.br PROGRAMAS FORA DA EXCURSÃO Tente chegar dois dias antes da saída do grupo. Para ir a estes lugares, peça ajuda ao concièrge. Ele escreverá em um papel o lugar, em mandarim, para onde você deseja ir, para que o táxi entenda. Na volta, o papel (já timbrado para isso) dirá em chinês– “leve-me para o hotel X”. É assim que funciona. EM XANGAI Passeios Ande muito a pé. Há shoppings em todo canto, mas prefira as lojas minúsculas da região antiga e da Nanjing Dongu a rua do comércio, onde há pôsteres de Mao Tsé-tung à venda, carimbos de pedra onde o vendedor grava seu nome na hora, em chinês e português; pincéis chineses, caixinhas entalhadas.Há muitas barracas de comida boa, sobretudo dumplings e Starbucks em cada esquina.

À esquerda, guarda-chuvas, gente e compras na rua do comércio na antiga Xangai. Acima, um casal de Feng Du, em motocicleta chinesa. Abaixo, à esquerda, mapa com roteiro da viagem organizada pela Viking Cruises

neses.O palácio onde ele ficou aprisionado desde a infância levaria 27 anos para ser usado, caso seu habitante passasse um dia em cada um dos 9.999 cômodos. E enfim fomos conhecer a Grande Muralha, que é realmente um colosso. Entramos na seção de Badaling, construída na dinastia Ming, que chega a uma elevação de 1.000 metros.Com 67 metros de altura e 6.600 quilômetros, a Muralha teve recentemente nova seção descoberta dentro do deserto de Gobi, inteirando 7.000 quilômetros. Em alguns pontos da Muralha, a inclinação deixa o tronco dos transeuntes numa posição de 45 graus em relação às pernas, tamanho o esforço da subida. Ficamos um dia a mais na cidade,enquanto nosso grupo ia embora.Também recomendamos esse dia extra. A excursão é corrida e intensa, e não deixa espaço para o dia de compras. Preparese para percorrer o Mercado da Seda ou o Ya Xuy Market.Você vai sentir-se um milionário. Só tome cuidado para não cair das nuvens na hora do excesso de bagagem, que continua sendo cobrado em dólares americanos.Você irá embora com a certeza clara de que não viu tudo que há para se ver, que não comeu todas as delícias que queria, nem comprou tudo o que havia para comprar. E, não obstante seja uma viagem longa e cansativa, fica a certeza de que é preciso voltar ao planeta China para entendê-lo um pouquinho mais. Aos chineses, nosso “xiexie”pela inesperada experiência. Obrigado!

The Bund, a avenida mais animada da cidade à noite, exige um footing pela região. Museu de Xangai, onde estão as peças de porcelana mais antigas da humanidade. Tel.: 6372-3500; Renmin Dadao, 201. Yuyuan Garden, você visita em duas horas, (está na excursão) e depois segue a pé até o mercado Dongtai Lu, ao lado. Faça compras nos mercados Dongjiadu ou Xiangyang. COMER E BEBER M on The Bund – Restaurante de comida internacional. A comida é média, mas a vista e os bons e baratos vinhos são o máximo. Cerca de US$ 50 por pessoa. Tel.: 6350-9988; Zhongshan Dong Yi Lu, 5. www.m-onthebund.com Xintiandi – Nos calçadões estão os bares e restaurantes mais modernos da cidade. Crystal Jade – Comida chinesa tradicional excepcional. Restaurante relativamente simples. Se conseguir, peça de sobremesa a sopa quente de amêndoas. Gastam-se US$ 20 por pessoa. No Xintiandi. A entrada é pela rua de trás; casa 67. Tel.: 6385-8752. EM BEIJING Compras Fique ao menos um dia a mais do que o previsto pela excursão. Beijing exige uma exploração apurada. Silk Market – apesar do nome, nesse shopping se encontra o inimaginável em termos de vestimentas em seus cinco andares: roupas, casacos, seda, cashmere, bolsas, tênis e bijuterias e cacarecos variados. Barganhe muito. Lá, já se fala espanhol. Avenida Zhongguó Dàfandiàn. Não se preocupe em encontrar, os chineses que andam na rua o abordarão e indicarão o caminho, por mais estranho que pareça. Shopping China World – Na mesma avenida, funciona um shopping dentro do hotel China World, onde estão as grifes mais famosas e caras do planeta. As originais, claro. Comer Aria – O hotel China World, onde nos hospedamos, tem um dos melhores restaurantes da cidade. Elegantérrimo, comida excelente tocada pelo chef Andrew McKee. Na carta de 280 vinhos, só constam acima de 87 pontos Wine Spectator e Robert Parker. Cerca de US$ 50 por pessoa. Tel.: 6505-2266 Courtyard – Moderninho, clean e comida internacional boa. 95, Donghuamen Dajie. Tel.: 8511-5556. Quan Ju De – O mais tradicional e antigo restaurante para se comer pato de Pequim. Com menu em inglês. 9, Shuaifuyuan Hutong. Tel.: 6525-3310. DICAS RÁPIDAS * É preciso tirar visto para ir à China. Tels.: (11) 3082-9877 ou 3891-1282. *A moeda está cotada a 8 yuan ou RMB para 1 dólar. *Não viaje sem o guia de viagem da China, da editora Lonely Planet. É uma ajuda valiosa e está à venda no aeroporto de Guarulhos. * Palavras úteis: Olá = Ni hao. Obrigada = Xiexie. Até logo = Zaijiàn.


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Luz,amplitude e boa comunicação entre os ambientes são os

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A CASA QUE FLUI

traços da arquiteta Fernanda Marques

No projeto de reforma desta casa nos Jardins, Fernanda Marques integrou a sala de estar, a de jantar e até um espaço fitness (situado ao lado direito da grande janela) . Espelhos (como o da sala de jantar, ao lado) dão maior sensação de amplitude

ara a arquiteta paulistana Fernanda Marques,uma casa,antes de tudo, tem de ser funcional. Os cômodos devem se comunicar, o que facilita a vida dos seus habitantes e propõe dinamismo nas relações. É assim seu escritório,uma ampla cobertura no bairro de Vila Olímpia.Ao optar por dividir os ambientes apenas com vidro transparente, ela acredita ter feito a escolha certa.“Nosso rendimento cresceu depois da reforma,simplesmente porque nos comunicamos com mais facilidade”, diz Fernanda. Um lar com paredes de vidro seria impensável, uma vez que precisamos de momentos de privacidade. Mas Fernanda trata de aplicar o mesmo conceito de fluidez em seus projetos, especialmente na casa que mostramos nesta edição de Cyrela, com idéias que, segundo ela, podem ser executadas em um apartamento de bom tamanho. Bastam criatividade e bom gosto. No caso específico desta casa de 300 metros quadrados — na praça Morungaba, Jardim Paulistano —, Fernanda contou com a vantagem de ter um pé-direito duplo,de 5 metros,o que fez questão de ressaltar com os feixes de bambu que sobem do chão ao teto, ladeando a janela da sala de estar.“Esse truque pode e deve ser usado por quem não tem um pé-direito tão grande, pois os objetos verticais, como os bambus, ajudam a ampliar a sensação de altura”, indica.“Outra maneira de ‘alongar’ o ambiente é escolher móveis baixos e lustres pequenos.Aqui,usei uma bela luminária Pierre Ou Paul,desenhada por Ingo Maurer,mas é bom lembrar que ela só combina com espaços realmente generosos.”

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Truques de Fernanda para ganhar espaço: móveis baixos, lustres pequenos, espelhos e muita luz natural 52 53

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No hall de entrada, mosaico em mármores branco e negro. Na sala da lareira (ao lado), efeito de simetria com o travertino. Poltronas italianas ABC garantem o conforto

Na linha da comunicação, vários ambientes foram integrados: a sala de estar com home theater, a de jantar, a da lareira, o hall de entrada e ainda um espaço para fitness. Outra característica fundamental do estilo de Fernanda é o aproveitamento intensivo da luz natural, o que a fez ampliar janelas e lançar mão de espelhos que multiplicam a noção de amplitude. Um dos espaços mais bem resolvidos da casa, ela acredita, é o quarto das


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crianças,nascido da fusão de dois cômodos que faziam parte da planta original.Os donos da casa estão em seu segundo casamento e convivem com uma população flutuante: três crianças de suas uniões anteriores.Pensando nisso, a arquiteta criou um quarto reversível, com beliche e sofá-cama, que se transforma em sala de televisão,espaço para jogos e estudo e,ocasionalmente,pousada para hóspedes. Ou tudo isso ao mesmo tempo. Para decorar,Fernanda buscou objetos de linhas simples e materiais nobres, como os mármores branco e negro que revestem o piso do hall de entrada,e o travertino usado na moldura da lareira, cortado de maneira a formar um desenho simétrico com seus veios.Dos objetos que selecionou,destaca o par de cadeiras brancas ABC, de fabricação italiana, que colocou ao pé da lareira. “São reclináveis,confortabilíssimas,pois se adequam à posição do corpo”,diz.

Abaixo, dois ângulos do quarto infantil multifuncional criado por Fernanda. Além de dormitório, ele pode ser sala de TV ou lugar para jogos ou estudos


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Luxo e aconchego dão as mãos neste projeto de Sidney Quintela, 54 55 C Y R E L A


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Na ampla área social do apartamento de Feira de Santana, o arquiteto Sidney Quintela integrou ambientes e criou um lugar perfeito para reunir família e amigos

ESPAÇO GOURMET pensado para um casal experimentado na arte de bem receber


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Espaçoeidéias Abaixo, o bar e a adega climatizada são ocultos por portas de vidro jateado, que se mimetizam com as paredes. O lounge (à dir.) decorado com orquídeas: convite para uma boa conversa

arquiteto baiano Sidney Quintela define seu estilo como orgânico. Ele considera importante ter olhos para o futuro, observar os novos hábitos da sociedade ao criar ou reler espaços. Mas também acredita que não se deve perder de vista as influências da cultura local,o entorno,a natureza e,sobretudo, o estilo de vida e os desejos de quem vai ocupar este espaço — tradição e vanguarda caminhando juntas. Para se ter uma idéia melhor do que ele quer dizer com isso,basta lembrar de um de seus projetos mais comentados recentemente, o fumoir criado

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para a última edição da Casa Cor em São Paulo. Sidney inspirou-se nas salas do século XIX, presente nas casas francesas requintadas, que serviam de espaço de leitura e de conversas íntimas, e onde o dono da casa apreciava seus tabacos.Na Casa Cor,o conceito de fumoir foi repaginado em estilo high tech,com livros e revistas substituídos por laptops,e formas geométricas luminosas em branco e vermelho criando um ambiente de night club. Quando foi encarregado da reforma do apartamento em Feira de Santana, que Cyrela mostra em primeira mão, o desafio de Sidney era outro — assumia também um compromisso com a arte de receber. Um casal de anfitriões buscava transformar a área social da casa no lugar perfeito para encontros e jantares. Como seus quatro filhos moram na capital baiana,a 108 quilômetros,e volta e meia vão a Feira de Santana para visitá-los, os donos da casa queriam que o cenário da festa já estivesse pronto quando eles chegassem.


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Espaçoeidéias O clima de aconchego,de “seja bemvindo”, já se percebe na entrada do apartamento, onde Sidney desenhou um pequeno lounge para leituras e conversas.“Aproveitei um pilar que marcava uma das paredes do hall e selecionei filetes de pedra São Tomé, revestindo as faces da estrutura no tradicional formato canjiquinha”, explica. Para esse lounge, Sidney escolheu poltronas de fibras naturais, nas quais os visitantes podem apreciar a coleção de orquídeas do casal. Boa festa é sinônimo de boa bebida, e Sidney teve a idéia oportuna de usar um nicho existente na estrutura do imóvel para acomodar o bar, com prateleiras para copos, cristais, garrafas e uma adega climatizada que comporta os vinhos. Quando não está em uso,o bar é oculto por portas de vidro jateado e moldura em alumínio, que se mimetizam com as paredes. Na sala de jantar,optou por uma iluminação quase teatral, garantida pelas luminárias AR70, de foco mais fechado, que define bem as cores.“Foi a forma que encontrei para ressaltar o bom gosto da dona da casa,que tem pratos,taças, talheres e prataria magníficos. Nesta sala de jantar, até uma refeição trivial vira banquete de luxo.”

A sala de jantar ganhou iluminação especial, que ressalta a beleza dos pratos, cristais e taças, elementos capazes de transformar qualquer refeição em banquete de luxo

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O apartamento parece dizer ao visitante: “Seja bem-vindo”


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O SOL

Tecidos leves e liberdade de movimentos: é tudo o que você precisa para viver o verão dos seus sonhos inverno chega ao fim e, com a onda de calor se aproximando,vem a vontade de ganhar a rua, viver intensamente cada momento de lazer e deixar para amanhã os problemas que você não conseguiu resolver ontem. Se os seus planos de aproveitar a temporada mais sensual do ano incluem doces passeios pelo mar — em ótima companhia —,prepare-se.Filtro solar e óculos escuros são essenciais para o sucesso de qualquer veraneio. Mas não se esqueça de levar na bagagem a elegância que você esbanjou nos dias mais frios. Só que agora a palavra de ordem é a liberdade de movimentos, emoldurada por tecidos fluidos e confortáveis, cortes largos e generosos, cores claras, acessórios clean. No píer, na praia ou em alto-mar, deixe-se levar pelo espírito de leveza que a moda da estação pede. Padrões como os xadrezes e os listrados — clássico dos marinheiros — estão em alta.Para enfrentar a temperatura,aposte em tecidos como a malha,o algodão,o laise,a viscose.O charme fica por sua conta.Temos certeza de que este será mais um verão inesquecível.

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POR TESTEMUNHA

FOTOS: PRISCILA PRADE - WWW.PRISCILAPRADE.COM.BR | COORDENAÇÃO E EDIÇÃO DE MODA: LUANA PRADE - WWW.LUANAPRADE.COM.BR | MAQUIAGEM E CABELO: ANDREA BRAGA (AGENCIA FIRST) | MODELOS: RICARDO CICILIANO E LARISSA KERKHOFF - LEQUIPE AGENCE | AGRADECIMENTO (LOCAÇÃO): MARINAS NACIONAIS (13) 3305-1421

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Ela usa short jeans, bata de algodão, faixa de seda estampada, colar de cristas e pedras e sandália Zoomp Ele veste calça estampada, cordão Mario Queiroz, camiseta de manga longa em tricot soft e pulseira Zoomp


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Ela usa vestido tela com gesso craquelado e sandália Zoomp, óculos Emporio Armani/Safilo Grop e bolsa couro de peixe Darhjan

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Ela usa vestido Osklen. Ele veste calテァa de sarja Zoomp e camiseta de malha fria Mario Queiroz. テ田ulos Emporio Armani/Safilo Group


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Ele vai de bermuda, camiseta de malha, blazer e sapato de palha Mario Queiroz. テ田ulos Mormaii Eyewear


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MODA: USE SEM MODERAÇÃO

Ela usa maiô de paetês frente única, capa de laise branca e sandália Iódice

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MODA: USE SEM MODERAÇÃO

Ele veste calça bege, bata viscose, colares, faixa e chinelo de couro Ricardo Almeida, e chapéu de palha Mario Queiroz

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Regata, sapato e bolsa TNG. Biquíni branco Pokopano. Óculos Alexander MQueen/Safilo Group

AGRADECIMENTOS | DARHJAN - (11) 5056-0813 • GLORIA COELHO - (11) 3083-1079 • IÓDICE - (11) 3085-931 • MARIO QUEIROZ - (11) 30623982 • MORMAII EYEWEAR - (48) 3216-2000 • OSKLEN - (11) 3083-7977 • POKOPANO-(11) 3082-0799 • REDLEY - (21) 3294-9100 • RICARDO ALMEIDA (11) 3812-6947 • SAFILO GROUP - (11) 2173-9900 • TNG - (11) 3083-7350 • ZOOMP - (11) 3664-1556


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PORTO DE FERNANDA Em duas andanças,a cantora já se apaixonou por várias cidades,mas não troca São Paulo por nenhuma delas amosa em pistas de dança de todo o mundo,a cantora e compositora Fernanda Porto mistura ritmos regionais,MPB e bossa nova com beats e timbres eletrônicos.Andarilha – faz shows tanto no exterior quanto pelo Brasil –,ela conta que já se encantou por várias cidades.“Mas não adianta,São Paulo é o lugar em que quero ficar mesmo.Às vezes até faço um exercício emocional e me imagino fora,mas sempre chego à conclusão de que não estou aqui por acaso.” Esse amor pela cidade que a acolheu ainda bebê – ela nasceu em Serra Negra,mas se mudou com poucos dias e foi registrada na capital – inspirou duas canções, Ave Paulista e Saudades do que Não Tive,ambas com música dela e letras de Lina de Albuquerque e Vitor Bellis. A lembrança mais impactante de Fernanda sobre a cidade é a de um passeio que fez com os avós,que moravam na rua Augusta,até o Masp, aos 9 anos.“Fiquei impressionada,porque o prédio me parecia futurista,e era muito diferente do bairro em que vivia (City Boaçava), mais residencial”,diz.Depois de adulta,viveu no Pacaembu e em vários outros endereços,até mudar-se para um apartamento em Pinheiros.“Moro no quarto andar,então tenho uma proximidade com a rua,ouço os pássaros e as folhas das árvores quase entram pela janela.” E aproveita para uma provocação:“Muita gente acha que sou carioca,daí pergunto:‘Só porque sou feliz?’Tento brincar com esse preconceito...”

F NAS ASAS LARGAS DA PAULISTA ATÉ PERCO DE VISTA O MEU AMOR AVENIDA, AVE NADA MAIS PARECE UMA SERPENTE LUXO DE PAULICÉIA NASCEU DESVAIRADA ME DEIXA DEITAR NA SUA CAMA CARA E PESADA E VER ESTRELAS TRECHO DA MÚSICA AVE PAULISTA FERNANDA PORTO/LINA DE ALBUQUERQUE

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em frente,e a comodidade de encontrar várias coisas no mesmo lugar.Posso aproveitar para ver os livros,tomar um café e ler.Lá descobri várias poesias que depois musiquei. UMA PRAÇA OU PARQUE | Perto do meu estúdio (no Jardim das Bandeiras) tem várias pracinhas (Homero Silva,Pedro Dias e Cidade Paz) encantadoras,onde costumo tomar um suco,fazer uma pausa para uma caminhada...Quando tenho mais tempo livre,costumo ir até o Parque Burle Marx,o Bosque do Morumbi ou o Ibirapuera. CASA DE SHOWS | O Tom Brasil é um espaço de nível internacional,tudo funciona.O som tem grande qualidade e a altura do palco permite boa visualização dos shows .Não é à toa que escolhi a casa para gravar meu DVD,em abril deste ano. UM RESTAURANTE | Gosto de vários nas redondezas da rua Groenlândia.Tem a Mercearia do Conde, e o Fillipa, que tem um cuscuz marroquino delicioso. De culinária japonesa, meu preferido é o Sushi Papaia, em Higienópolis. Gosto de pedir o prato especial do sushiman,que é sempre uma surpresa,você nunca sabe o que vem. UMA PADARIA | Na Letícia,na avenida Heitor Penteado,indico o sanduíche de agrião e milho,é muito bom,feito na hora,fresquinho.Na Saint Etienne,na Vila Madalena,gosto do carpaccio.

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EU PREFIRO... UM BAIRRO | Às vezes tenho a tentação de morar num condomínio,para poder caminhar pelas ruas, pela tranqüilidade. Mas Pinheiros é muito mais prático pela proximidade,é um ponto bacana para tudo o que costumo fazer, até fica perto do aeroporto. UMA LOJA DE DISCOS | Fica difícil escolher apenas uma,mas a Fnac de Pinheiros é uma de minhas prediletas.Tem a praça

ROUPAS | Não tenho o hábito de sair para comprar roupas,prefiro seguir as dicas de amigos produtores ou estilistas.Às vezes gosto de caminhar pela rua Oscar Freire,ou visitar o Shopping Iguatemi. CABELEREIRO | O Soho,porque abre às segundas-feiras e tem um ambiente neutro,sem afetação.Gosto da filosofia japonesa de trabalho,os profissionais se formam lá,fazem tai chi chuan antes de trabalhar,a marca é garantia de profissionalismo.Eles são bem cool,não fica aquela “perguntação”sobre sua vida...Você só fala se quiser. CINEMA | No Espaço Unibanco sempre tem filmes interessantes.Como são várias salas,não corro o risco de errar.E gosto dessa região da Augusta,me faz lembrar da primeira vez que fui ao cinema,ver o desenho animado Fantasia,da Disney, no antigo cine Marachá. UMA VISTA DA CIDADE | A partir do restaurante Terraço Itália.Ali você consegue ter o impacto do tamanho da cidade e apreciar a mistura do antigo com o novo. O BOM DE SÃO PAULO | Acho interessante como as pessoas se inventam, a cidade acolhe, permite que exista um cara que cospe fogo no farol.Se ele está ali,é porque deve ter algum resultado.Quem é criativo consegue se virar,e a gente convive com isso,sem expurgar esses pobres.Numa cidade do Nordeste,não vai aparecer ninguém para ajudar,mas aqui eles não morrem de fome. O QUE DÁ SAUDADE | Sinto falta de bares que virem referência,como em outras cidades do mundo. O Supremo (na rua Oscar Freire), por exemplo, era conhecido pelos shows de música instrumental e jazz,e de repente veio uma marca de fora e comprou o espaço.O Sanja (na rua Frei Caneca) também fechou,e a cidade fica sem história.Nesse sentido,o All of Jazz é um exemplo,considero heróica a trajetória do bar,todo dia tem show.


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Esboços

A N T O N I O

B E R N A R D O

ESCULTOR DO LUXO

As jóias lúdicas, sensuais e cheias de movimento de Antonio

Bernardo são um sucesso no Brasil e no exterior.Ele foi o primeiro joalheiro brasileiro a ganhar o iF,considerado o Oscar do design P O R R O S A N E A U B I N | F O T O S R O B E R T O VA LV E R D E

uando criança, Antonio Bernardo ficava fascinado ao ajudar o pai, Rudolf Herrmann,dono de uma loja de ferramentas para relojoeiros e joalheiros,a empacotar as minúsculas pecinhas que chegavam da Suíça e da Alemanha. “Eu via um parafusinho dentro do relógio,e ficava maravilhado de ver como eles conseguiam fazer um objeto de tamanho tão diminuto. E a precisão, o acabamento...”, conta ele, sem disfarçar o brilho nos olhos azuis. Um brilho que fica mais intenso quando ele começa a falar de seu trabalho, hoje conceituado e premiado no Brasil e no exterior.Por volta dos 22 anos,incentivado por essa convivência com o valor das pequenas coisas,ele desenhou o seu primeiro anel,jóia que era o embrião do seu estilo – um jeito de criar que alia a precisão do joalheiro,a criatividade do artista,o pragmatismo do artesão e o raciocínio do designer. A harmonia entre essas várias abordagens é fácil de ser detectada quando se observa uma de suas peças.Como o brinco 360º.Encaixes precisos envolvem várias e finíssimas argolas de ouro,unidas por uma pequena corrente central,fazendo com que a jóia tenha um movimento que acompanha o balanço de quem a usa.Pode ser lúdica ou sensual,dependendo da intenção,e lembra esculturas ou até aqueles móbiles que tanto fascinam as crianças.“O que faz de Antonio um joalheiro e designer especial é que ele domina as duas áreas.Tanto se envolve com o projeto,como se realiza na execução.Tanto acredita na magia da criação,como reverencia a alquimia dos metais”,define Cidda Siqueira,coordenadora técnica da pós-graduação de design de jóias da PUC-Rio e professora de História da Moda.

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Trinta e três anos depois de criar o seu primeiro anel – que na verdade eram dois,para serem usados em contraposição, um em cada dedo, ou mesmo em justaposição – ele mantém o frescor de um iniciante na empolgação com o trabalho, mas aprendeu, e muito. Sua sala num prédio no Jardim Botânico,no Rio, é cheia de livros sobre a história da joalheria e da arte,discos de rock,MPB,pop e jazz. Mas o que realmente chama a atenção são os muitos protótipos,de todo tipo e material.São fiozinhos de ferro retorcidos em formas geométricas ou representando objetos do cotidiano,massinhas,papéis com dobraduras,esculturas que imitam a concepção de suas jóias e até um cordão umbilical fundido em prata.“Lembrei de cordão,opa,tem a ver comigo. Pedi a uma obstetra, ela


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Paixão pela natureza: o joalheiro patrocina a manutenção do Orquidário do Jardim Botânico carioca; e a pulseira Ondas

conseguiu,moldei e mandei fundir.Está aí há dois anos.Nunca fiz uma jóia disso.Talvez algum dia tenha um clique,ou esqueço esta idéia”,conta,rindo da própria originalidade.Num canto,a bancada de ourives,com o maçarico,limas,enfim,todo tipo de ferramenta dessa profissão que já deve ter lá seus 6 mil e tantos anos.É entre o cantinho do ourives, a mesa, equipada com um moderno lap top, e as mil e uma esculturinhas que ele cria suas peças. O processo? “É intuitivo,experimental e se realiza ali na hora,já com o material.Um desenho é um projeto de alguma coisa, não é a coisa em si. O desenho de uma jóia é a representação de uma jóia.Quando eu estou trabalhando com material,tenho o resultado imediato daquilo que manipulo, já transformo, mudo. O desenho tem um segundo estágio,que é realizar”,explica.Mas ninguém deve tirar conclusões apressadas e achar que todas as 60 a 80 peças que ele cria, em média, por ano, nascem da mesma forma.Algumas,ao contrário,surgem de brincadeiras com o desenho. A nova diversão do joalheiro,por exemplo,é dobrar uma folha de papel ao meio e riscar com o lápis,em uma das metades,linhas sinuosas.Depois,com a ajuda do grafite que passa de uma parte para outra do papel,ele complementa o desenho.Muito


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Esboços Bernardo exercita o talento de ourives na bancada de sua sala: as possibilidades de manuseio da matéria-prima influenciam sua obra

provavelmente, em breve suas fiéis consumidoras estarão usando brincos que surgiram desses rabiscos.Uma delas é a atriz Sonia Braga,que acaba de voltar ao Brasil depois de um longo período morando em Nova York.“Gosto do trabalho do Antonio desde os anos 70,quando ia à casa dele e pedia que me jogasse a chave pela janela.Ele é um artista,não faz jóias de ostentação.Consegue dar movimento ao metal,como no anel Balanço”,diz.Ela prefere não escolher uma entre as suas peças preferidas — “seria como escolher um quadro de Matisse,eu gosto de todos!”—,mas não consegue se separar de um brinco que tem mais de 25 anos e reproduz a figura de uma cobra.

A PALAVRA VIRA JÓIA Antonio Bernardo adora conversar.Gosta de falar sobre seu trabalho — conta que deu sua primeira entrevista quando ainda vivia com os pais,pouco tempo depois de sua estréia como joalheiro,e fazia questão de receber os clientes em sua casa-ateliê no começo da carreira.Essa intimidade com as palavras acabou,claro,virando jóias.Divertidos e irreverentes,seus pingentes personalizados são uma aula de humor e sutileza.Como o Mala.Explica-se:“Você pode dizer carinhosamente a uma pessoa,com um objeto de ouro,olha,deixa de ser mala.Ou pode desejar uma boa viagem...Procuro fazer com que

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tenha duplo significado”.E assim surgiram o Barraco,uma boa forma de encerrar de vez uma disputa ou parabenizar alguém pela compra da nova casa;a Banana,a Arara,e assim por diante.“São objetos mais baratos,então cabe o humor”, diz Bernardo.Aliás,um de seus maiores sucessos, ainda nos anos 90, é a pulseira Wish (desejo, em inglês). Em um fio de couro,cada pessoa pode acumular o número e tipo de plaquinhas e berloques que desejar,da malinha até uma pimentinha.As placas custam por volta de RS 50. E ficam num cofre que abriga peças que podem ser vendidas por até R$ 500 mil, luxos em ouro cravejados de profusões de diamantes.


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Não gosto de pensar no mercado, isso é olhar no espelho retrovisor

Brinco 360o: movimento e sensualidade

É num cofre,aliás,que Antonio Bernardo faz uma bonita reverência a seu pai.Sua loja na rua Garcia D’Ávila, em Ipanema, tem um grande que abriga o armário de madeira da antiga loja da família. Cheio de gavetinhas, que formam nichos, ele expõe peças como os braceletes criados para o desfile da coleção de alta-costura de Ocimar Versolato em Paris, em 1995. Ou ferramentas usadas de joalheria, pedras... No segundo andar, mantém uma galeria de arte que realiza exposições periódicas de artistas plásticos. A arte, aliás, é uma de suas paixões, ao lado da literatura, do cinema e da natureza.

Pingente Angel (abaixo, à esq.) e Bernardo trabalhando em sua oficina (acima)


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Esboços Anel Puzzle

Pingente Coração (à dir.) e colar Duplo Sentido

Foi por causa de um desses interesses que ele decidiu adotar,em 1997,o Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.“Passava lá sempre com as minhas filhas (Bárbara,de 21 anos,e Alexia,de 18) e sempre encontrava o espaço fechado,e as pessoas tentando espiar as flores pelas frestas.Um dia li no jornal que eles procuravam uma parceria com a iniciativa privada para manter o local,e decidi colaborar”,resume.O viveiro,comandado pela bióloga Marta Morais,já teve a maior coleção de orquídeas do Brasil.Detalhe:antes de ser adotado pelo joalheiro,não tinha nem uma espécime.“É uma planta muito rica,por sua forma,sua textura,suas cores,é quase infinito o interesse pelas orquídeas.Via um paralelo nessa beleza,diversidade,com as jóias,mas não transformei uma orquídea em jóia, até porque outras pessoas fizeram isso e muito bem,como (René) Lalique.” Essa atitude respeitosa com o grande – para ele o maior – mestre da joalheria denota a admiração de Antonio Bernardo por toda a tradição do segmento.Ele começa citando as grandes obras da Antiguidade,em especial as jóias que enfeitavam a tumba do faraó Tutankamon,depois passa pelas jóias romanas e salta para o século XIX,quando surgiram grandes casas como Fabergé,Tiffany e Cartier.Daí lembra a livre expressão dos anos 50 e a entrada em cena do design,mais recentemente.“Comecei mais ligado ao design,pensando no uso,no material,nem mais nem menos,de acordo com o modo que se está vivendo naquele determinado momento.Entrei com outro pensamento que é o da forma e da função, mais ligado à Bauhaus, que já tinha essa preocupação,em oposição à jóia que se fazia,que era de autor,mais artística”,conta,avaliando sem falsa modéstia o seu pioneirismo na joalheria brasileira.Uma ousadia que se ma-

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nifestou desde o primeiro anel e segue até hoje,quando cria peças inusitadas como o recente Puzzle, que pode ser desmontado. E sempre muito bem-sucedido, seja na repercussão crítica ou no campo comercial. Será que a capacidade de bem avaliar o mercado explica esse sucesso? “Não gosto de pensar no mercado,acho que quem faz isso olha para o vidro re-


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Esboços Coloquei minha banca de ourives, inclusive com um cigarro pela metade, na vitrine da loja trovisor. Porque o mercado é só o que você pode medir dele, é algo que já aconteceu...”,analisa.Uma aposta na originalidade e no novo que dá certo desde sua primeira investida na venda em maior escala.Quando ainda trabalhava com prata,Antonio Bernardo tentou vender suas bijuterias numa butique carioca.Mostrou ao dono as peças,e,por um capricho do destino,percebeu que ele havia gostado bem mais de seu trabalho do que estava disposto a admitir,numa tentativa de regatear um preço mais baixo.“Ele começou a falar com o sogro em alemão.Para mim,dizia que não sabia se ia querer...Para o outro,falava:‘Acho que vou comprar,estou gostando’.Eu entendia e não falava nada,só curtindo a situação”,lembra. Como o grande Lalique,que criou ele mesmo os móveis de sua loja,Antonio Bernardo acompanha tudo o que se relaciona a seu trabalho.Pensa nas vitrines,nos cartões de Natal... A sua primeira vitrine,aliás,é um daqueles casos em que a tragédia mais a passagem do tempo resultam em algo engraçado.“Quarenta e oito horas antes de inaugurar minha loja ainda não havia definido a vitrine.O que fiz? Peguei minha banca de ourives,tentando aproveitar o máximo de tudo aquilo,com o que estava pendurado na parede,inclusive com um cinzeiro e um cigarro pela metade – eu costumava fumar muito – e coloquei na vitrine.”Nada que assuste quem admira a originalidade e a beleza de suas jóias,hoje vendidas em mais de 30 lojas no exterior, sete endereços próprios e seis representantes no Brasil.

PRÊMIOS INTERNACIONAIS Depois de perceber o potencial de suas jóias no exterior,Antonio Bernardo decidiu participar de concursos. Logo de saída,em 2004,teve os anéis Ciclos e Expand premiados no iF Product Design Award,sediado em Hannover,na Alemanha, e considerado o Oscar do design. Além de obter o selo nos dois produtos, ele também levou o iF Prata. Em 2005, recebeu o selo do iF pelo anel Fold, e, em 2006, pelo Puzzle e Balanço.Também este ano, ganhou o Red Hot Design Award,na Alemanha,pelo anel Expand.Em 2004,outro anel,o Celebrations, foi destacado com o prêmio IJL 2004, distribuído durante a feira International Jewellery London, uma das mais importantes do mundo.

Anel Gota (acima); protótipos em fios, à direita

De cima para baixo, o primeiro esboço do anel Balanço; pulseira Pingos de Chuva; Noite e Dia e Celebration

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Garfo e taça O MELHOR DA

No Le Vin, os vinhos têm lugar de destaque e casam perfeitamente com o estilo de sua cozinha

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GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

VOLTA DOS BISTRÔS POR RICARDO CASTILHO*

Pequenas casas, com boa comida e enxuta, mas interessante carta de vinhos,voltam a se destacar na paisagem gastronômica de São Paulo opas do dia,Coq au Vin,filé ao poivre e cassoulet são algumas das delícias que estão conquistando o paladar dos paulistas novamente. Os responsáveis por essa, digamos,moda,são alguns pequenos restaurantes que foram sendo abertos nos últimos anos,sem muito alarde,mas que hoje fazem parte do cenário da boa mesa de São Paulo.O estilo é o dos bistrôs franceses – casas pequenas e simples,com muito de familiar e culinária rica,bem condimentada,sem muitas invenções,mas com sabores e aromas que conquistam a alma do comensal – com toques brasileiros. Um deles, comandado pelo genial e temperamental Erick Jacquin, um dos melhores chefs franceses em atividade no país,é o La Braserrie Erick Jacquin.Pelo espaço que o restaurante ocupa, pode-se até argumentar que foge da proposta dos bistrôs, mas os pratos que saem de sua cozinha não deixam dúvidas. São o caso do steak tartar, com a carne crua muito bem temperada e servida com crocantes batatas fritas e do steak ao poivre, picante no ponto certo. Mas o pato à Dr. Ricardo,com rica mistura de temperos e feito na panela,e as preparações com foie gras fazem a visita valer ainda mais a pena.As sobremesas são divinas. Ainda em Higienópolis,depois de um começo de altos e baixos,o chef Benny Novak conseguiu fazer do Ici Bistrô um endereço perfeito para os amantes da boa comida.A vichyssoise (creme de batata e alho-poró) e o steak tartar estão entre os melhores da cidade,mas vale destacar também o peito de pato com cogumelos e foie gras. Já na agitada Vila Madalena o brilho fica por conta de duas casas. No Lola Bistrô, a decoração chama a atenção,com forro de madeira branco e luminárias coloridas. A cozinha,de inspiração francesa,abusa da criatividade e da mistura saudável de in-

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gredientes. É fruto do trabalho da jovem chef Raquel Arruda, profissional talentosa, com preparações acima da média. Sua coxa de pato confit, por exemplo,é desses pratos que ficam na memória.O outro é o Allez,Allez!,simpático bistrô comandado pelo chef Luiz Emanoel,que executa com rigor clássicos da gastronomia francesa.Seus pratos brilham pelos molhos,bom tempero e tempo perfeito dos pontos de cozimento.Destaque para a terrine de foie gras; jarret de vitela, servido com molho de pimenta-da-jamaica, parmentier de espinafre e queijo gruyère; coxinhas de rã à provençal com favas verdes, e para o sempre bem-vindo cassoulet. Finalize com a terrine de coco com amêndoas e calda de chocolate. Indo para os Jardins,encontramos as caçarolas afinadas da paulistana Tatiana Szeles,jovem talentosa e com vários prêmios conquistados em sua curta carreira,e que hoje está no Boa Bistrô.Tatiana abusa,mas com competência,de especiarias e temperos orientais,fugindo do clássico.Um exemplo é o filé de avestruz guarnecido de purê de mandioquinha ao alho e queijo feta, o tartar de peixe-prego com shoyu e wasabi,e o robalo com purê de banana-daterra, molho de limão e sauté de ervilha torta. No local, também é possível fazer massagens e relaxar como se estivesse fora do agito da cidade. Por fim,rumo ao Itaim Bibi,encontramos o Le Vin,com um cardápio de clássicos franceses, boa carta de vinhos e preços bastante justos. O bar de ostras na entrada dá as boas-vindas aos comensais. No enxuto cardápio brilham omeletes, sanduíches, quiches, salmão com purê de batata e filés ao poivre ou com molho rôti,ambos deliciosos.Não dispense o pão do couvert, que é um dos melhores da cidade.

Camarão marinado em Jerez e purê debanana-da-terra, criação da chef Tatiana Szeles (abaixo)

La Brasserie Erick Jacquin Rua Bahia, 683, Higienópolis, tel. (011) 3826–5409 Le Vin Rua Paes de Araújo, 137, Itaim Bibi, tel. (011) 3168-3037 Lola Bistrô Rua Purpurina, 29, Vila Madalena, tel. (011) 3034–6407 Boa Bistrô & Bem-Estar Rua Padre João Manuel, 950, Jardim Paulista, tel. (011) 3082–5709 Ici Bistrô Rua Pará, 36, Higienópolis, tel. (011) 3257–4064 Allez, Allez! Rua Wisard, 288, Vila Madalena, tel. (011) 3032-3325 *Ricardo Castilho é diretor da revista Prazeres da Mesa


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GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

PARA A ADEGA Três vinhos que não devem faltar em sua casa PARA O DIA-A-DIA Casillero del Diablo Cabernet Sauvignon 2005 – Esse chileno da casa Concha Y Toro é um dos melhores já elaborados pela empresa. Corpo médio, muita fruta e taninos bem resolvidos. Por cerca de R$ 30, nos supermercados.

PARA O FIM DE SEMANA Bremerton Selkirk Shiraz 2003 – Esse australiano é uma delícia, com muita fruta vermelha no aroma e paladar. Longo e complexo, desses que encantam facilmente. Por R$ 72, na Paralelo 35 Sul. Tel. 0800-2863535.

OCASIÕES ESPECIAIS Primus Merlot 2002 – Seguramente esse é um dos melhores vinhos já elaborados pela argentina Salentein. Potente, elegente e com final complexo. Muito bom, por R$ 174, na Wine House. Tel. (011) 3704-7313.

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PARA OS AMANTES

DO CHOCOLATE arousse do Chocolate, do francês Pierre Hermé, um dos principais nomes da pâtisserie mundial, é um livro que vai agradar em cheios aos amantes do chocolate.Além de um grandioso cardápio de deliciosas receitas, conta a origem do cacau, ensina segredos da fabricação e conservação do produto e mostra as combinações com chocolate.Outro atrativo do livro é que as receitas não são todas de Hermé.Vários convidados mostram suas criações,caso de Philippe Gobet,da escola Lenôtre;Valentine Tibère,da Université du Chocolat, e Hugues Pouget, do restaurante Guy Savoy.

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SUPER VINHOS EM TAÇAS restaurante La Casserole tem organizado um evento que acontece no jantar das quartas e quintas-feiras chamado Le Grand Vin,quando a dona Marie abre a possibilidade de se beber grandes vinhos em taça. Entre os dias 15 e 30 de setembro, o tema será os supertoscanos. O Mormoreto IGT 2001 - Marchesi di Frescobaldi, será vendido a R$ 430 a garrafa, abaixo da tabela da importadora e a taça, a R$ 107,50. De 5 a 31 de outubro, o vinho escolhido será o Cheval des Andes 2002 (Terrazas de los Andes/Château Cheval Blanc), vendido a R$ 370 a garrafa, também abaixo do preço da importadora, com a taça a R$ 92,50. É preciso que quatro clientes estejam interessados em degustar em taça para que a garrafa seja aberta.

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MARIELLA LAZARETTI

La Casserole Largo do Arouche, 346 Tel: (11) 3331-6283/3221-2899

BANQUETE TAILANDÊS O Thai Gardens Av. 9 de Julho, 5871 Tel. (11) 3073-1507 - CC: todos Não abre no domingo para o jantar

ito cozinheiros tailandeses, um menu de 60 pratos, quinto restaurante da mesma rede no mundo.O restaurante Thai Garden inaugurado há alguns meses na avenida 9 de Julho impressiona com superlativos,mas na verdade seu charme está nos detalhes. Os talheres, uma introdução ocidental incorporada pela cultura do país, são esculpidos sob medida. Elegantes objetos tailandeses trazidos de Bangcoc destacam-se logo que a hostess com as mãos postas abre a gigantesca porta. No andar superior, as mesas estão acima de um piso de madeira escura, de modo que as pernas dos comensais desaparecem sob as almofadas dos assentos. Os sócios Emilio Carcur e a chef tailandesa Tasanai-Phian-o-Pas começaram a receita de sucesso em Madri,em 1995,depois a repetiram em Barcelona, na Cidade do México e em Casablanca. Em São Paulo, um sócio novo entrou no negócio, Bernard Roca e a casa ganhou alguma adaptação – uma carta de vinhos mais complexa, por exemplo. O menu degustação é composto de seis entradas, cinco pratos principais, arroz branco de acompanhamento e uma sobremesa, a R$ 79 por pessoa. É um preço absolutamente modesto pelo banquete que se abre à sua frente. Nele brilham pedaços de frango envoltos em folha de baithoy, o frango com castanhas e os camarões com curry verde e legumes. Quanto aos currys, conseguem ao mesmo tempo conter suaves odores e pimentas escaldantes. Há três tipos de curry (um mais forte que o outro) compostos com base em misturas de especiarias que vêm especialmente da Tailândia. A comida tai costuma ser servida com chá ou cerveja, mas não se intimide em pedir ajuda ao sommelier Fernando BonM.L. fim.Um riesling bem gelado garante ótima harmonização.


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Sem demagogia ou falso assistencialismo, projetos sociais apostam

Alunos de Restaurante-Escola SĂŁo Paulo fazem a festa com o cozinheiro Luiz Brito, um de seus mestres

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na formação profissional e transformam a vida de muita gente ão basta dar o peixe, é preciso ensinar a pescar, já rezava a máxima antiassistencialista.O ditado pode parecer velho,mas a teoria que o inspira tem,na prática,mudado a vida de muita gente. Os projetos Restaurante-Escola, da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo,o Formare,da Fundação Iochpe,e o Cozinheiro-Cidadão,do Instituto Lina Galvani,são trabalhos sociais que apostam no potencial das pessoas,e que conseguem,com sucesso, tirá-las de situações de risco para inseri-las no mercado de trabalho.O resultado desse esforço? Gente feliz,realizada,autoconfiante e com uma chance real de ter uma vida melhor do que a de seus pais. A paulistana Solange Bulhões,de 17 anos,sabe bem disso.Ficou órfã de pai aos 11 e hoje mora em um abrigo,pois a mãe sofre de sérios problemas de saúde e não pode cuidar dela.Uma história que poderia terminar em delinqüência ganhou um rumo totalmente diferente quando Solange teve a chance de se profissionalizar.Hoje sonha com uma carreira de chef de cozinha.E investe todo o seu talento nisso.Solange está entre os 60 alunos do Restaurante-Escola São Paulo,instalado na Câmara Municipal de São Paulo,iniciativa da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

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PREPARANDO O

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O restaurante é o lugar perfeito para quem busca uma refeição deliciosa,preparada com carinho e servida com esmero.O melhor: a preços acessíveis.Quem está por trás desse show de competência são os participantes da sexta turma de alunos de um projeto de formação em gastronomia concebido pela própria prefeitura.“São jovens provenientes de famílias cuja renda é igual ou inferior a meio salário mínimo per capita”,explica Ana Maria Buccini Rosé,presidente da Fundação Jovem Profissional,entidade que desde 1936 investe na profissionalização de adolescentes e que se tornou parceira da secretaria para a implantação do projeto. “Estar no restaurante-escola é um privilégio. Fiz amizades, superei medos, fiquei menos tímida. Acho que, além do aprendizado profissional,estou me tornando também uma pessoa melhor”,diz Solange.“Nunca falto,pois

Estar no restauranteescola é um privilégio. Além do aprendizado, me torno uma pessoa melhor SOLANGE BULHÕES, ALUNA DO RESTAURANTE-ESCOLA SÃO PAULO

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adoro tudo o que a gente aprende aqui.Tive um pouco de dificuldade na hora de trabalhar no salão, pois não é fácil servir as mesas, equilibrar copos e pratos sem derrubar nada. Mas a sensação de superar os desafios é realmente muito boa”, completa ela. “O melhor é que a gente aprende fazendo.As aulas teóricas são legais também,mas não adiantariam nada se faltasse a prática”,diz Glauber Maciel Auada, 18 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio e colega de Solange. Ele chegou ao restaurante-escola graças ao empenho do pai.“Somos só nós dois em casa, por isso sempre fiz todo tipo de trabalho doméstico. Lavo, passo, faço faxina. Mas o que curto mesmo é mexer com as panelas”, conta. “Por isso,quando meu pai falou sobre o restaurante,me animei.Ele enfrentou uma fila enorme, eu já nem tinha esperança de conseguir uma vaga... Mas, graças a Deus,estou aqui”,orgulha-se o garoto. Durante seis meses,meninos e meninas de 17 a 21 anos,que passaram por rigorosa seleção para serem aceitos no programa, chegam ao restaurante-escola às 8 da manhã e permanecem até 16 horas,de segunda a sexta-feira.Ali, aprendem a cozinhar pratos sofisticados, pães e sobremesas, a conhecer vinhos e a preparar drinques no melhor padrão cinco estrelas.Também têm aulas de francês,segurança alimentar e higiene,entre outras disciplinas,ministradas por professores da Universidade Anhembi-Morumbi,parceira do projeto. A administradora Teresa Barros Barreto,que coordena o Restaurante-Escola, entende que o trabalho não consiste apenas em formar bons profissionais, mas bons cidadãos:“Procuro conversar sobre todos os assuntos com eles. Temos a missão de transmitir valores, de contribuir para que tenham uma formação plena. É trabalhar em algo que realmente faz a diferença”,


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À esquerda, o corre-corre dos alunos num dia típico no restauranteescola: aprendizado com a mão na massa. Acima, Glauber Auada e Solange Bulhões, adolescentes que tiveram suas vidas transformadas pelo projeto

afirma. Diferença que se expressa em números: pelo restaurante-escola, já passaram 350 alunos (incluídos os 60 da turma atual),dos quais 90% conseguiram empregos no setor. O projeto mantém uma espécie de banco de empregos, aos quais estão conveniados restaurantes de alto nível da cidade, como o Ça-Va e o Nakombi. Assim, quando o jovem se forma,geralmente já está empregado,ou pelo menos com um estágio remunerado garantido. Como a procura pelo curso tem sido muito grande – no começo de 2006, 2.300 pessoas se inscreveram –,a prefeitura já estuda a possibilidade de implantar outros restaurantes-escola pela cidade.“A idéia é abrir mais um na Assembléia Legislativa,e outro no Mercado Municipal”,revela Floriano Pesaro,secretário da Assistência e Desenvolvimento Social do Município de São Paulo.“É importante que cada unidade do restaurante-escola esteja em lugares de fácil acesso ao consumidor”,ressalta.


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ENSINO DE QUALIDADE “Investir na profissionalização é investir no futuro do Brasil. Não basta distribuir diplomas. É preciso oferecer uma formação profissional sólida, consistente, capaz de mudar a realidade das pessoas, da sociedade, do país.” Com essa frase,o empresário Vitor Siaulys,dono do laboratório Achè e da rede de hotéis Unique, explica seu empenho em oferecer oportunidades para jovens em situação de risco. Uma das missões abraçadas por Siaulys – que, antes de se tornar empresário de sucesso, chegou a trabalhar como peixeiro – é atuar em conjunto com o Projeto Formare, da Fundação Iochpe, que oferece cursos profissionalizantes para jovens provenientes de famílias de baixa renda. Bruna Rabelo de Souza, 18 anos, é uma das beneficiadas pelo projeto. Em 2005,assistiu a uma palestra na escola sobre o Formare e interessou-se pela formação em hotelaria.“Sempre gostei de lidar com pessoas, e pensava em fazer turismo.Quando assisti à palestra,percebi que aquele trabalho tinha tudo a ver comigo”,conta a garota,hoje uma das 12 alunas da primeira turma que o Formare mantém no spa Unique Garden de Atibaia,onde são ensinados vários serviços que envolvem a atividade hoteleira:bebidas e alimentos,governança e administração, entre outros. Moradora de Mairiporã, na Grande São Paulo, Bruna enfrentava dificuldade para conseguir emprego.Agora recebe ajuda de custo, além de transporte e alimentação gratuitos para freqüentar o curso,que tem duração de um ano.As chances de conseguir trabalho no próprio hotel são grandes:“Estou me esforçando para ser uma das pessoas que,no fim do curso,serão contratadas pelo Unique”,diz,entusiasmada. De uma maneira ou de outra,Bruna terá boas chances de conseguir trabalho na área que escolheu.“O índice de emprego entre os jovens que passaram pelo Formare é de 85%”,informa Beth Callia,coordenadora do projeto que já formou mais de 4 mil alunos em cursos voltados principalmente à área industrial.“Nosso foco até o momento tem sido a preparação de jovens para esse setor.O curso de hotelaria é um novo desafio,que fornecerá mão de obra qualificada para uma área

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Colher camomila é um dos muitos afazeres dos jovens que estudam hotelaria no Unique Garden. Bruna Rabelo (acima) acredita ter emprego garantido no fim do curso

que cresce muito no Brasil”,explica.“Todos os alunos do Formare recebem certificado emitido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná.” “Na minha opinião,o mais legal desse curso é receber as aulas dos funcionários do hotel. Dá uma sensação de aprender algo de verdade, com quem realmente faz as coisas”,comenta Bruna.Beth Callia completa:“Todos os cursos do Projeto Formare são ministrados voluntariamente por funcionários das empresas parceiras.Assim,eles explicam o que fazem,enquanto colocam a mão na massa. Isso cria nos jovens uma familiaridade ímpar com o trabalho a que irão se dedicar”.Vitor Siaulys enxerga outra virtude nesse modelo de trabalho: “Ao desempenharem de forma voluntária o papel de professores,os funcionários deixam aflorar seu lado mais humano.A dinâmica estabelecida nesse tipo de relação é muito saudável para todas as partes envolvidas”.


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SONHOS CONQUISTADOS Implementado em outubro de 2005 pelo Instituto Lina Galvani,numa parceria com a Congregação de Santa Cruz,o projeto Cozinheiro-Cidadão tem um diferencial em relação ao Formare e ao RestauranteEscola:trabalha com uma faixa etária mais ampla.“Como nosso objetivo é mudar a realidade das pessoas que moram na favela do Jaguaré,comunidade onde o nosso trabalho está focado,optamos por oferecer formação profissional a pessoas de 18 a 35 anos”,explica a coordenadora Cecília Galvani.“Durante três meses,os alunos selecionados recebem aulas práticas e teóricas numa cozinha pedagógica instalada na própria favela.Além do aprendizado de habilidades básicas da gastronomia,têm aulas de português e literatura,direitos humanos,empreendedorismo e responsabilidade sócio-ambiental”,conta.A equipe é formada por oito educadores remunerados e oito voluntários. Entre os parceiros do projeto, destacam-se estabelecimentos de renome, como o Bistrô Charlô,o Spasso Araguari,o Empório Santa Maria,a rede Viena

Eu estava ‘desenganada’ da vida. Hoje tenho sonhos e objetivos que não tinha antes URIDÉIA DA COSTA, FORMADA EM GASTRONOMIA PELO PROJETO COZINHEIRO-CIDADÃO

Delicatessen,o Bar Astor e os restaurantes Spot e Tordesilhas.O resultado disso é que boa parte dos formandos já sai do curso com emprego garantido:“Até agora, o projeto atendeu 28 pessoas,das quais 18 se formaram.Destas,14 estão empregadas”,diz Cecília.“Queremos atender um número muito maior de alunos,pois existe demanda.Mas o custo do trabalho é alto,e precisamos de mais parceiros-patrocinadores dispostos a investir no projeto”,esclarece. Uma das ex-alunas que teve sua vida transformada pelo projeto foi Maria José da Silva Lages, 35 anos. Ela estava desempregada e nunca tinha trabalhado com registro em carteira.Hoje,é funcionária do Viena do Shopping Villa-Lobos e sentese realizada profissionalmente:“Eu achava que nunca conseguiria um bom emprego,pois não tinha experiência comprovada e já passava dos 30.Quando o projeto apareceu,me animei e resolvi tentar.Hoje me considero vitoriosa,porque estou empregada,posso dar uma vida melhor para os meus filhos.Já sonho em me mudar da favela,pois tudo é muito difícil por lá”,relata. A vida da jovem Uridéia Andrade da Costa,hoje com 20 anos,também passou por transformação profunda.Ela nasceu em Natal,no Rio Grande do Norte,e foi criada pela avó – o pai a abandonou ainda bebê e a mãe migrou para São Paulo em busca de emprego,quando a filha tinha somente 2 anos.Aos 15,ela resolveu viver com a mãe,moradora da favela do Jaguaré,em São Paulo.Enfrentou muitas dificuldades, principalmente o desemprego.“Estava em São Paulo há três anos,‘desenganada’da vida,pois não tinha emprego,não tinha conseguido faculdade,não tinha nada.Um dia,já sem saber o que fazer,vi um cartaz anunciando inscrições no Cozinheiro-Cidadão.Achei que fosse aprimorar o que já sabia de cozinha,não tinha idéia do que seria.O fato é que minha vida mudou e muda até hoje,porque tenho sonhos,objetivos que não tinha antes”,relata a garota,que resolveu dividir sua experiência com outros jovens e hoje é uma das educadoras contratadas pelo Projeto Buffet Solidário, que também oferece aprimoramento profissional a alunos de baixa renda. Logo após concluir o curso,Uridéia foi convidada pela ONU para participar de um congresso em Nova York:“Fui como representante de uma das Oito Metas do Milênio”.A meta simbolizada por ela foi a de incentivar a formação profissional de jovens em desvantagem social.“O mais legal foi ver quantas pessoas se identificavam com a minha história”, diz Uridéia, única brasileira presente ao evento. Sua história,assim como as dos outros sete jovens participantes,foi registrada em textos e imagens,que ficaram expostas na sede da ONU para lembrar aos líderes mundiais da importância de investir no futuro do planeta.


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FESTA NO JARDIM 2 oi um sucesso o lançamento do empreendimento Reserva Jardim, em São Paulo. Na noite de seu lançamento, foram escrituradas 90 unidades. A festa aconteceu em 26 de agosto, um sábado de calor no meio do inverno paulistano.Os convidados e felizes proprietários de apartamentos do Reserva Jardim brindaram com champanhe.Taças ao alto para a nova vida que começa no Jardim Avelino, um dos bairros mais charmosos e exclusivos da cidade (veja matéria nesta edição). FOTOS: JOSETI CAPUSSO

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1. Cassia da Penha Paes e Carlos Cesar Bendassoli 2. Os corretores Dirceu e Laporta, Nilza Perez, M. Antonio Perez, Luciana Wermelinger, Carlos Perez e Andrezza Perez 3. Natalia Penteado, Lais Claudia Alves, Ricardo de Souza e os corretores Rafael e Barbara 4. Rodrigo Veroneze Caetano e a corretora Irani 5. Juliana Papadopoli, Maria Graça S. Zuliani, João Batista P. Zugliani e o corretor Rossi 6. Daniel Ferreira Pinto e Ana Karina Grassi


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EDIÇÃO: MARTA BARBOSA

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O RELANÇAMENTO DA OBRA COMPLETA DE MARIA BETHÂNIA EM CD FAZ JUSTIÇA A UMA DAS TRAJETÓRIAS MAIS OUSADAS DA MÚSICA BRASILEIRA

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nquanto era fácil encontrar em CD a obra de artistas influentes da MPB – Chico, Gil, Caetano – o fã de Bethânia ainda via navios. Conseguia comprar os mais recentes – e ótimos – álbuns da cantora, pela gravadora Biscoito Fino, e alguns sucessos como Álibi ou Mel. Grande parte dos discos que a irmã de Caetano lançou em 41 anos de carreira, porém, estava curiosamente indisponível. Alguns nem sequer haviam aparecido no formato digital. O “mistério” acabou. No ano em que se comemoram os 60 anos da cantora, as gravadoras por quais passou relançam 38 CDs (contando os da Biscoito) – sua obra completa. Os álbuns dos selos Universal, SonyBMG e EMI vêm com textos do pesquisador Rodrigo Faour, que revela peculiaridades da escolha de repertório, do momento político que se vivia na época de cada disco e os conceitos da intérprete. Caetano Veloso – embora

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suspeito – diz que Bethânia é uma das artistas mais conceituais da música brasileira. Seus trabalhos, no palco ou nos estúdios, geralmente contam uma história, partem de uma idéia bem concebida, que envolve não apenas as canções, a forma de alinhavá-las umas às outras e sua sonoridade, mas a criação gráfica das capas dos discos. A grande viagem de Maria Bethânia começa em 1965, quando alcançou o estrelato imediato, substituindo Nara Leão no espetáculo Opinião, com os compositores João do Vale e Zé Kéti. Nara vivia no palco uma garota da classe média da zona sul carioca, que desvendava a realidade social brasileira por meio de seus companheiros – o nordestino, vivido por Vale, e o homem do morro, encarnado por Kéti. Quando Bethânia foi integrada ao espetáculo, não havia como vê-la na pele de garotinha ingênua. Nada tinha da doçura de Nara. Era uma força da natureza, levava o público às lágrimas, à revolta ou à catarse (ou tudo isso ao mesmo tempo) cantando Carcará, especialmente quando relacionava o vôo faminto da ave de rapina ao êxodo do povo nordestino.

DESDE SEMPRE, IMPREVISÍVEL Bethânia também trouxe na bagagem as primeiras composições de Caetano. De Manhã, incluída a seu pedido no roteiro de Opinião, virou hit. E aí inicia-se a sua história de intérprete impetuosa, que nunca se dobrou às vontades da indústria da música. A fama acidental de musa do protesto, conquistada com Opinião, a incomodava. Buscavam seus palpites sobre política, na esperança de que dali jorrassem soluções para a questão da reforma agrária ou o problema das secas no sertão. Ela, uma garota de 17 anos recém-chegada de Santo Amaro da Purificação, Bahia, não sabia muito bem o que dizer. Mas sabia o que queria e, definitivamente, o que não queria. Demonstrando de imediato a personalidade que assumiria ao longo de sua carreira, fez o contrário do que esperavam dela: foi cantar um repertório romântico nas boates de Copacabana, bairro em que ainda borbulhavam os inferninhos de música ao vivo – onde o fino do fino dos músicos egressos da bossa nova e da onda do samba-

canção se apresentavam. A opção de Bethânia, àquela altura, já parecia “cafona” para os modernos. Mas ela nunca esteve preocupada com o que achassem. O próximo passo seria revolucionar o conceito de espetáculo musical no Brasil com o show Rosa dos Ventos, em 1971, em que entremeava canções a textos de autores como Fernando Pessoa e Clarice Lispector. Esses e outros momentos foram registrados ao longo de 41 anos em forma de discos, feitos em estúdio ou ao vivo. O relançamento de toda a obra de Bethânia faz justiça a uma trajetória corajosa e única, para aplicar os adjetivos mais modestos. Cyrela seleciona e comenta alguns dos pontos mais altos.


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SETE DISCOS FUNDAMENTAIS DE BETHÂNIA MARIA BETHÂNIA (1965) É o grito primal de Bethânia, com os sucessos Carcará e De Manhã. Já na estréia, ela mostra seu carinho pelas músicas do passado (uma constante em seu repertório), cantando Caymmi, Noel Rosa e o baiano Batatinha. Uma certa Maria da Graça divide os vocais em Sol Negro. Era Gal Costa, que também nascia.

CHICOBUARQUEEMARIABETHÂNIAAOVIVO(1975) Em 1975, não ter visto o show de Chico e Bethânia no Canecão carioca era algo como não ter assunto. Para quem perdeu ou não havia nascido, o CD revive momentos brilhantes. Atenção para a primorosa Sem Açúcar, de Chico, na qual a cantora esbanja drama.

PÁSSARO PROIBIDO (1976) Olhos nos Olhos – clássico de Chico que fez de Bethânia uma cantora ainda mais popular – está aqui. Vale a revisão de outras faixas do LP, sobretudo Amor, Amor (Sueli Costa e Cacaso), uma de suas mais belas gravações. O respeito às divindades do candomblé está expresso na mítica As Ayabás.

ÁLIBI (1978) Um dos maiores sucessos comerciais da filha de Santo Amaro, traz músicas que marcaram paixões:

Explode Coração, De Todas as Maneiras, O Meu Amor (com Alcione) e a faixa-título, de um ainda pouco conhecido Djavan. O samba pede passagem no saboroso dueto de Gal Costa e Bethânia em Sonho Meu.

DEZEMBROS (1986) Outro êxito de vendas de Bethânia, vale pela faixa de abertura, Anos Dourados, de Tom Jobim, com letra de Chico – aqui, em versão definitiva. Mas há outras delícias, como a toada Gostoso Demais, de Dominguinhos e Nando Cordel.

OLHO D’ÁGUA (1992) Considerado pela própria cantora um de seus melhores discos, Olho D’Água não teve a atenção que mereceu. Talvez porque, de novo, ela nadasse contra a corrente, num disco ousado, totalmente acústico e até sem bateria. Redescubra Louvação a Oxum, por exemplo, uma jóia escondida pelo tempo.

AS CANÇÕES QUE VOCÊ FEZ PRA MIM (1993) Bethânia já era fã da dupla Roberto e Erasmo na época da Jovem Guarda – foi quem alertou Caetano Veloso sobre a força do movimento, o que o instigou a detonar o Tropicalismo. Mas pouco havia gravado dos dois. “Erro” reparado nessa coleção, onde não faltam os hits Detalhes e Emoções. POR SERGIO CRUSCO

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DE ROSA

ROSA PASSOS PASSEIA PELOS CLÁSSICOS DA MÚSICA BRASILEIRA osa Passos é uma das intérpretes, violonistas e compositoras mais refinadas da música brasileira, porém, curiosamente, apresenta-se no exterior com maior freqüência do que por aqui. Com Rosa, seu novo CD, começa a ser “descoberta” e ocupar o lugar que merece. Quem é fã de bossa nova não pode deixar de ouvir este trabalho, de apenas voz e violão. Mas que voz, e que violão – a serviço de um repertório de músicas próprias e clássicos como Olhos nos Olhos(Chico Buarque), Até Quem Sabe (João Donato), Eu Não Existo sem Você (Jobim e Vinicius) e Sentado à Beira do Caminho (Roberto e Erasmo Carlos). Para ouvir sonhando.

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ROSA | ROSA PASSOS TELARC/UNIVERSAL R$ 30 MÚSICA

TRILHA SONORA DOS SONHOS THOM YORKE, VOCALISTA DO RADIOHEAD, LANÇA SEU PRIMEIRO TRABALHO SOLO.

THE ERASER THOM YORKE XL / BEGGARS US ADA R$ 98 (IMPORTADO)

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s fãs mais cabeçudos da banda inglesa dirão que falta um “quê” de paixão ao álbum The Eraser. Bobagem. Afinal, o disco não chega a ser um rompimento – ao contrário, parece uma continuação dos trabalhos anteriores do grupo. Yorke usou trechos de gravações com a banda, apostou nos arranjos e recriações de Nigel Godrich, produtor da maioria dos clássicos do Radiohead, e se deixou levar pelos ritmos eletrônicos. Saímos ganhando, claro. Ainda mais porque Thom Yorke não perdeu sua introspecção, nem sua lamúria. Faz isso com extremo talento em Analyse e Atoms for Peace. Mais: extrapola os sentidos em Cymbal Rush – verdadeira trilha sonora dos sonhos.

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NOVA

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PEQUENA NOTÁVEL

LILY ALLEN TEM APENAS 21 ANOS E UMA LEGIÃO DE FÃS PELA EUROPA

ALRIGHT, STILL LILY ALLEN EMI MUSIC BRASIL R$ 40

Inglaterra tem candidata nova a rainha pop. Lily Allen é uma garota de apenas 21 anos que arrebatou os corações britânicos com sua música irreverente como ela própria. A festiva Smile, que abre o seu disco Alright, Still, é a trilha sonora do verão londrino e está há semanas nas paradas. Há quem diga por aqui que Lily Allen é a versão inglesa e melhorada da nossa Pitty. A julgar pela pegada adolescente, essa é uma meia-verdade. Indiscutível é que sua música é boa mesmo, criativa e engenhosa. Tanto que Lily fez sucesso primeiro na internet. Sua fama se deve, antes de tudo, ao seu site (myspace.com/lilymusic), que já teve quase 2 milhões de acessos e de onde dá para baixar algumas canções. O disco é todo uma festa. LDN, uma das mais tocadas, mistura hip hop, Caribe e dance. Alfie nos faz sentir num carrossel. E Everything’s Just Wonderful tem até uma virada de bossa nova.

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DVD

PERGUNTAS

SEM RESPOSTAS

MEIO DOCUMENTÁRIO, MEIO FICÇÃO, QUEM SOMOS NÓS? INDICA AS POSSIBILIDADES ão se assuste com o tema deste DVD. Sim, ele trata de física quântica, mas de uma maneira tão criativa e moderna que não chega a ser chato. Física quântica é a física das possibilidades, e isso vai sendo explicado ao longo do filme por declarações de cientistas renomados, intercaladas pela história de Amanda, personagem interpretada por Marlee Matlin (Oscar de melhor atriz por Filhos do Silêncio, em 1986). Você se sente parte de um dia na vida cotidiana e sem graça da protagonista quando um mundo de valores ocultos e realidades paralelas começa a se revelar. Amanda se vê num redemoinho de acontecimentos caóticos e tenta tirar disso tudo alguma conclusão. São saborosas as descobertas que ela faz, e que fazemos com ela. Imagine que nosso cérebro processa 400 bilhões de bits de informação por segundo, mas só temos consciência de 2 mil bits por segundo. O assunto é tão interessante, e a direção tão primorosa, que você vai ouvir falar de hipotálamo com a mesma naturalidade que escuta sobre a força do pensamento positivo. Só não espere respostas. O que fica no fim do filme são perguntas, muitas perguntas.

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QUEM SOMOS NÓS? (WHAT THE BLEEP DO WE KNOW) DIREÇÃO DE WILIAM ARNTZ PLAYARTE R$ 44


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SÃO PAULO EM TRANSIÇÃO

EXPOSIÇÃO RETRATA A URBANIZAÇÃO DA CAPITAL PAULISTA POR FOTOS DA COLEÇÃO PARTICULAR DO EX-PREFEITO FÁBIO PRADO ábio da Silva Prado (1887-1963) foi o primeiro prefeito de São Paulo depois de um longo período de instabilidade por causa das revoluções de 30 e 32. Durante sua gestão, entre 1934 e 1938, o engenheiro formado pela Universidade de Liège (Bélgica) colocou em prática um dos mais ousados planos de urbanização, pensado pelo seu antecessor Prestes Maia. Construiu as avenidas Rebouças e 9 de Julho, o estádio do Pacaembu e reconstruiu o viaduto do Chá. A exposição Renata e Fábio Prado – A Casa e a Cidade reúne 50 fotografias e muitos documentos oficiais que registram a transformação que a capital paulista viveu nesses anos. A relação íntima do prefeito e sua mulher Renata Crespi (1897-1984) com os modernistas também ganha espaço na exposição, que apresenta peças da coleção particular do casal como a escultura do busto de Renata Crespi em mármore branco, assinada por Victor Brecheret.

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RENATA E FÁBIO PRADO – A CASA E A CIDADE NO MUSEU DA CASA BRASILEIRA ATÉ 1O DE OUTUBRO | ENTRADA: R$ 4 (ESTUDANTE PAGA MEIA) 98 99 C Y R E L A


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LIVROS

JÓIAS DE RAINHA

A JOALHEIRA CLEMENTINA DUARTE COMEMORA 40 ANOS DE CARREIRA COM UM LIVRO E O RETORNO AO BRASIL

illary Clinton, as rainhas Elizabeth da Inglaterra e Sílvia da Suíça, além de todas as primeiras-damas brasileiras desde o governo Sarney aos dias de hoje têm algo em comum em seus cofres. Todas têm ao menos uma peça by Clementina Duarte – um dos nomes brasileiros mais prestigiados do design de jóias ao redor do mundo. Tanta glória não é à toa. Essa recifense de acento forte que estreou, há 40 anos, com uma exposição na galeria Steph Simon, em Paris, tem como mestre ninguém menos que o arquiteto Oscar Niemeyer, e acumula todos os prêmios que qualquer um nessa área pode desejar. Muita gente não a reconhece como referência fundamental na joalheira brasileira pelo fato de, por 15 anos, Clementina ter morado fora do país, parte do tempo em Paris, outra parte em Washington. A boa notícia é que, como o herói que volta à sua aldeia, ela está de novo entre nós. “Senti que era hora de me fazer conhecida no país onde nasci”, diz, e prepara-se para inaugurar sua primeira loja em São Paulo, ainda este ano. Antes de abrir as portas, no entanto, delicia-se com seu sucesso devidamente registrado no livro Clementina Duarte – A Arte e o Design da Jóia Moderna Brasileira, escrito por Cynthia Unninayar, editora da revista americana International Jeweler. A mesma que, em 2002, inscreveu o nome de Clementina entre as 20 mais importantes designers de jóias do mundo. No início da sua carreira, a senhora viveu o conflito de criar beleza num país dominado pela pobreza e, na época, a ditadura militar. Vivemos uma democracia, é verdade, mas a pobreza é ainda maior nos dias de hoje. Ainda existe esse conflito? Não mais. E quem me livrou desse dilema foi dom Hélder Câmara (religioso falecido em 1996), que me ajudou a ver que tenho um dom e que preciso utilizá-lo. Ele me disse

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que, se eu deixasse de criar o belo, Recife e o Brasil ficariam ainda mais pobres. Aceitei dessa forma. E a senhora já compreende sua função como designer de jóias, é isso? Sim. A jóia é um trabalho de arte permanente. O design está à frente da matéria e as peças que fiz nos anos 60 continuam perdurando. Nas civilizações egípcias e gregas, as jóias contavam um pouco da história daquelas sociedades. E tento fazer isso nos dias de hoje. Imagine que tenho peças desenhadas no início da minha carreira e que registraram e até imortalizaram riquezas do mar que nem mais existem, como espécies de plantas e animais. Isso não é surpreendente? E o que a inspira? Eu me inspiro em algumas coisas, entre elas o Barroco brasileiro, do qual Recife é um berço, o trabalho de Oscar Niemeyer e a natureza do Brasil. E que tudo isso resulte numa jóia requintada, descontraída e moderna, como são as mulheres do nosso país.

CLEMENTINA DUARTE A ARTE E O DESIGN DA JÓIA MODERNA BRASILEIRA EDIÇÃO PRÓPRIA (À VENDA NAS LIVRARIAS DAS REDES CULTURA, SARAIVA, LASELVA E NOBEL) 270 PÁGINAS, R$ 150


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IMPROVÁVEL E IMPRECISO A REEDIÇÃO DA OBRA DE MURILO RUBIÃO É A CHANCE DE (RE)CONHECER O PRECURSOR DO REALISMO FANTÁSTICO NO BRASIL brasileiro, de modo geral, demorou a conhecer Murilo Rubião. Do lançamento do seu primeiro livro até sua descoberta pela crítica e pelos leitores foram mais de duas décadas. Foi preciso escritores de fora, como o colombiano García Márquez e o argentino Julio Cortázar, fazerem sucesso com um gênero conhecido como realismo fantástico, no fim dos anos 60, para que se notasse o mineiro Rubião, que seguia a mesma cartilha desde seu primeiro livro, lançado em 1947. A reedição de sua obra em três volumes (o terceiro, O Homem do Boné Cinzento, será lançado em abril de 2007), que juntos reúnem 33 dos cerca de 50 contos escritos pelo autor, é uma chance e tanto para mergulhar nesse mundo do improvável e do impreciso. Mundo que permite a insólita narração de um acidente mortal pela voz do defunto, como em O Pirotécnico Zacaria – conto que dá título a um dos volumes.

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A CASA DO GIRASSOL VERMELHO (100 PÁGINAS) O PIROTÉCNICO ZACARIAS (120 PÁGINAS) MURILO RUBIÃO COMPANHIA DAS LETRAS R$ 29 (CADA UM)

CLARICE PARA MULHERES

CORREIO FEMININO REÚNE TEXTOS DE COLUNAS PUBLICADAS EM JORNAIS ENTRE OS ANOS 1950 E 1960, QUE TIVERAM CLARICE LISPECTOR COMO GHOST-WRITER s ghost-writers são aqueles escritores que emprestam talento, mas não o nome, a um projeto específico. Dificilmente aparecem – e são bem pagos para não aparecer. Foi preciso mais de meio século para que se tornasse pública a identidade da autora de três das mais criativas colunas femininas publicadas nos jornais brasileiros entre os anos 50 e 60. Por trás de conselhos de etiqueta, moda e comportamento, estava Clarice Lispector. Ao mesmo tempo em que escrevia o livro de contos Laços de Família, Clarice se esforçava para dar dicas para a mulher moderna, num tom de conversa íntima. Uma das colunas, publicada no Diário da Noite, era assinada pela atriz de cinema e TV Ilka Soares, que mais tarde se tornou amiga de Clarice, de quem era vizinha no bairro carioca do Leme. Nas outras duas colunas, uma do jornal Comício e outra do Correio da Manhã, o nome da escritora manteve-se oculto por exigência dela, que temia que a atividade comprometesse sua carreira literária e de mulher de diplomata. Melhor, porque assim Clarice pôde exercitar seu gosto pelas entrelinhas, criando personagens capazes de instigar a leitora a refletir sobre assuntos sérios. Além das lições de “feminice”, Clarice coloca a mulher diante do conflito na qual se estrutura a sociedade moderna: o mundo das simulações e a verdadeira natureza das coisas.

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Pontodevista A ARTE DE CONVIVER

ALICE CARTA

CONFRONTOS DE RISCO

É PROMOTER E EMPRESÁRIA CULTURAL DAS MAIS RESPEITADAS DO PAÍS E AUTORA DO LIVRO NINGUÉM É PERFEITO, MAS PODE MELHORAR

Algumas situações banais podem nos colocar na vala comum dos mal-educados.Veja como se portar para não incomodar o outro e ser incomodado utro dia tive uma pequena discussão com uma amiga (uma discussãozinha,pois mais não merece) a respeito de recados através de secretárias.Se você precisa dar um recado para uma pessoa que trabalha e você também trabalha,pode ser através de secretárias,tudo bem.Se você em compensação quiser dar um recado pessoal,tipo,“não vamos ao cinema”é muito feio mandar recado para desmarcar,afinal é a tua amiga – ligue pessoalmente. Recados telefônicos têm de ser respeitados. Se você liga uma vez e não te ligam de volta,insista,pois a pessoa pode não ter recebido o recado. No entanto,depois da terceira tentativa, não deixe de avisar sua amiga que afinal na casa dela não sabem dar recados. O pior é no trabalho, quando um diretor de empresa alega que não recebeu seu recado, diga a ele que deve mandar a secretária embora, pois se ele tem uma posição de destaque na empresa,está na hora de ter uma secretária de peso.Na verdade, muitos diretores de empresa jogam a culpa na secretária, quando querem se esquivar de um assunto ou rejeitar um convite. Mas é preferível dizer “desculpe, não tenho tempo”,a culpar subalternos.Além de tudo é politicamente incorreto... Você quer algo mais desagradável do que alguém te encontrar e dizer a seguinte frase:“Garanto que você não se lembra de mim,e nem de onde me conhece”.Quando é comigo,tenho vontade de matar.Pois se ele mesmo já sabe disso,porque não diz “olha,sou o fulano de tal,trabalhamos juntos em tal lugar”.Essa atitude evita o constrangimento da pessoa questionada,que está ali,sem fazer mal a ninguém.Hoje em dia eu simplesmente digo que não me lembro mesmo e ponto final. Se você não se lembra, fica conhecendo naquele momento. E a impressão pode ser até melhor do que a anterior que,no fim das contas,passou em branco em sua memória. Outra situação chata é ir com um grupo a um restaurante, pedir um vinho e obrigar todo mundo a dividi-lo na conta.Quando você é quem está convidando pode escolher a bebida que quer.Se você é convidado deixa o anfitrião escolher,e bebe o que for servido ou pede uma água.Se a turma é íntima,chega-se a um denominador comum – ou todo mundo bebe vinho,ou na conta você toma a dianteira e diz:“O vinho eu pago”. Distribuir lugares no carro em uma viagem. Deve-se oferecer o lugar ao lado do motorista à convidada mulher ou a uma pessoa mais velha do grupo. Se o homem guia,a esposa dele tem obrigação de oferecer o lugar para a outra mulher que esteja no carro, sobretudo se a passageira for mais velha.O banco da frente é o lugar mais confortável do carro.Também faz parte da boa educação,esta outra mulher não aceitar,claro.Sobretudo se ela não for tão velha assim. Questão de horários.É inadmissível mais do que 10 minutos de atraso para uma reunião de negócios ou para encontrar alguém em um restaurante.Não há nada mais grosseiro

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do que um homem deixar uma mulher sentada sozinha esperando em um restaurante.Se for um jantar na casa de alguém,o máximo de espera deve ser de 20 minutos,pois será uma falta de respeito com os que chegaram na hora.Em um coquetel,o atraso pode ser de até 1 hora que não faz a menor diferença. Uma frase bem idiota é:“Apareça lá em casa”.Você com certeza não quer que essa pessoa apareça sem avisar.O pior é que se você falar isso para um americano ou um europeu ele acha que é para ir mesmo e aparece, pois acredita no que você falou.Também dizer que vai telefonar para almoçar e nunca o fazer,é melhor simplesmente não dizer nada. Se convidar para aparecer,dê endereço,telefone e data. Furar fila. É errado, feio e passível de agressões verbais por parte de quem está sendo prejudicado.O que,no fim,é um constrangimento desnecessário.O pior é que eu mesma já fiz isso tanto em fila de autógrafos,como em fila de missa.Sempre por questão de compromissos importantes a caminho.Mas pega mal,eu sei. Afinal,nos dias de hoje,todo mundo tem seus compromissos importantes.Se tiver de passar na frente, das duas uma: seja muito discreta ou peça a alguém mais novo se pode passar na frente dele porque você não pode ficar em pé muito tempo. Paciência...E que isso não se torne um hábito,pois é hábito de mal-educado.


Cyrela e Kitchens. Uma parceria de sucesso.

Showroom São Paulo Av. Brig. Faria Lima, 2015

Central Kitchens de Informações 0800 11 41 42 www.kitchens.com.br

Jd.Paulistano

(11) 3030.1900


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OÁSIS PAULISTANO

Como uma jóia incrustada na zona leste da cidade, o Jardim Avelino oferece qualidade de vida e tranqüilidade a quem o elege como seu lugar para morar

á vai longe o tempo em que o Jardim Avelino era considerado um lugar desolado por seus primeiros habitantes. Antes de as ruas ganharem asfalto,o vento que soprava sobre a colina espalhava poeira sobre as casas e a chuva criava lama nas ruas.Hoje o pequeno bairro, incrustado na Vila Prudente, é bem mais parecido com o que sonhou seu desbravador Fernando Avelino Correa, proprietário de um loteamento de mais de 1 milhão de metros quadrados na região,ao contratar o engenheiro Alberto Morato Krahenbuhl para urbanizar o pedaço, na década de 50. Krahenbuhl tratou de transformar o Jardim Avelino numa espécie de oásis a ser penetrado apenas por seus habitantes. No melhor estilo “segredo bem guardado”, cuidou para que o trânsito das avenidas vizinhas não cortasse a vila de ruas curtas e sinuosas,que em seus primórdios abrigou imigrantes italianos. Ali,plantou árvores e criou redutos aprazíveis,como a praça Adail Nunes da Silva,rebatizada pelos moradores com um nome mais familiar e poético, como o próprio bairro: praça do Sol. Foi no fim dos anos 70, no entanto, que o bairro começou a ganhar status

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de lugar em que se vive bem – muito bem. Com as ruas asfaltadas, a beleza e a calma da região começaram a atrair empreendimentos imobiliários sofisticados,que levaram modernidade ao lugar.Hoje o Jardim Avelino é referência de valorização e elegância. Completo de comércio e serviços do dia-adia,conta com acesso fácil para todas as regiões da cidade (via avenidas Anhaia Mello e Salim Farah Maluf), o que atrai moradores interessados em qualidade de vida,praticidade e sossego. Atualmente, há mais de 30 condomínios de alto padrão no bairro,distribuídos nas quadras ao redor do terreno de 17 mil metros quadrados onde foi lançado o Reserva Jardim,novo empreendimento da Cyrela.

resiste a experimentar os doces e outras delícias made in Cepam. O sucesso desses produtos fez com que os donos da padaria lançassem a marca Village, famosa por seus panetones, ovos de Páscoa e bombons.

TRILHA ECOLÓGICA

A MAIOR PADARIA DA CIDADE Rua Ibitirama, 1409 Tel.: (11) 6342-6644 A Cepam,fundada em 1968,é uma padaria superlativa, que também funciona como restaurante, rôtisserie, pizzaria, supermercado e ponto de encontro de moradores do Jardim Avelino,da Vila Prudente,da Mooca,do Ipiranga e até do ABC.No mês de setembro,quando for concluída mais uma obra de ampliação,a padoca tamanho-família contará com 1.700 metros quadrados, tornando-se a maior da cidade.Quem passa por lá,além de pão fresquinho,não

Av. Francisco Falconi s/no Quem não abre mão de uma caminhada matinal ou da prática de esportes ao ar livre tem no Jardim Avelino o lugar ideal para relaxar e respirar ar puro. É o Parque Ecológico de Vila Prudente, com 70 mil metros quadrados de área verde,onde se localiza o Centro Educacional e Esportivo Arthur Friendreich – assim batizado em homenagem ao futebolista paulistano que brilhou em vários clubes do estado e na seleção brasileira nos anos 1910 e 1920.O centro,que fica exatamente ao lado do terreno do Reserva Jardim, conta com equipamento para diversas práticas esportivas,destacando-se seu conjunto aquático, com três piscinas.

BOAS COMPRAS LOGO ALI Avenida Doutor Francisco Mesquita, 1000, tel.: 6914-0422 A poucos minutos de carro do Jardim Avelino, o Central Plaza Shopping é uma opção completa para compras, gastronomia, serviços e

entretenimento – e não deve nada aos grandes centros de consumo da cidade. Além de moda para todos os públicos – infantil, juvenil, masculino e feminino –, o shopping abriga um hipermercado, academia de ginástica e complexo Cinemark com dez salas de projeção. Para quem pensa em cuidar do visual e da funcionalidade do novo apartamento, o Shopping Interlar, anexo ao Central Plaza, oferece diversas lojas de móveis, decoração e utensílios domésticos.


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RESERVA JARDIM Rua José Gonçalves Galeão, 287 Tel.: (11) 6341-9771 assear pelas ruas tranqüilas do Jardim Avelino é um convite irresistível. Mas os moradores do Reserva Jardim, novo empreendimento imobiliário no bairro,também terão muitos motivos para “ficar em casa”. Em mais de 17 mil metros quadrados de terreno,onde serão construídos dois condomínios independentes, será possível desfrutar de um complexo de lazer pensado para toda a família.Enquanto as crianças se divertem na Brinquedoteca,no Cine Kids,na Casa do Tarzan ou nas piscinas, os adultos passam horas agradáveis nas quadras esportivas, no Fitness Center, na Sala de Jogos ou no Espaço Gourmet, ambiente equipado para receber amigos e impressioná-los com seu bom gosto gastronômico.Para os adolescentes, há opções como a Lan House, o Lounge Juvenil ou a Garage Band,sala com revestimento acústico onde é possível aumentar os decibéis das guitar-

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Perspectiva ilustrada da fachada da Torre Figueira, do Condomínio Tarumã

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Perspectiva ilustrada da quadra de tênis do Condomínio Tarumã

ras sem incomodar ninguém.Esses são apenas alguns dos atrativos das áreas sociais dos condomínios Gravatá e Tarumã,que formam o Jardim Reserva.O Gravatá conta com duas torres – a Ingá e a Ipê – que juntas totalizam 188 apartamentos de 130 metros quadrados.No Tarumã, as torres Jacarandá e Jatobá têm apartamentos de 156 metros quadrados e mais quatro coberturas dúplex.Na terceira torre,a Figueira,os apartamentos são de 192 metros quadrados, sendo que duas são coberturas dúplex, somando 156 apartamentos. Na internet: www.cyrela.com.br/reservajardim

A piscina coberta e climatizada do Condomínio Gravatá garante lazer e saúde para toda a família


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TÃO LONGE, TÃO PERTO

O Campo Belo fica a um pulinho de várias regiões importantes e agitadas da cidade,mas mantém as ruas largas e arborizadas de antigamente um depoimento ao site do projeto Viva SP, o quadrinista Lourenço Mutarelli lembrou que nos anos 60, quando morava no Campo Belo,o pão quentinho era entregue de lambreta.“Era só ouvir o barulho que a gente já pegava o dinheiro com os pais e ia comprar”,conta ele, que sempre torcia para que sobrasse troco para um desejado pão doce.Como toda a cidade de São Paulo,de lá para cá a região próxima ao aeroporto de Congonhas modernizou-se e ganhou prédios arrojados, de alto padrão. Mas ainda estão lá as ruas largas,silenciosas e arborizadas,com pouco trânsito,as padarias de esquina com mesinhas na calçada,suas mais de 30 praças – tudo nos convidando a um bom passeio. Além de contar com esse charme que lembra uma cidade de interior dentro da metrópole,o bairro é um prato cheio para quem faz questão de estar próximo a importantes regiões comerciais, de lazer e de negócios da capital.Os moradores adeptos das caminhadas podem, por exemplo, andar até o Parque Ibirapuera.Também é possível ir a pé até o Shopping Ibirapuera, centro de

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O Contemporâneo Campo Belo terá apartamentos one floor e double floor: tendência de sucesso em outros empreendimentos da Cyrela. Abaixo, perspectivas ilustradas do living e do terraço double floor

compras que tem algumas das mais consagradas grifes da moda brasileira. Outro importante endereço da cidade, a avenida Luís Carlos Berrini,um dos maiores corredores de negócios da cidade, também está perto do Campo Belo. Para os goumerts,o bairro é pródigo em opções de bares e restaurantes.Um deles é o Svanen, atualmente o único de gastronomia escandinava na cidade,onde a chef Vera Jacobsen prepara pratos típicos da Suécia. Os fãs da culinária alemã contam com o Die Meister Stube e o Bier & Mais, e as especialidades da cozinha suíça são oferecidas no ambiente romântico e intimista do Florina.Pizzarias tradicionais e conhecidas pela excelência do serviço, como a Zi Teresa di Napoli ou a sofisticada Leona,também fazem a fama do bairro. Uma herança dos imigrantes italianos,que com portugueses

e espanhóis começaram a ocupar a região em meados do século XX. As qualidades de bairro residencial do Campo Belo não afastam dele o comércio e os serviços que facilitam a vida de seus moradores. Uma ótima estrutura de bancos, escolas, supermercados, academias de ginástica e muitos outros estabelecimentos de primeira necessidade serve sua população com diversas opções.Tudo isso,porém, convive harmoniosamente com o charme interiorano do lugar,lembrança do tempo em que a vista de um recanto muito belo deu nome ao bairro.

CONTEMPORÂNEO CAMPO BELO Rua Gabrielle D’Annunzio, 330 Tel.: (11) 5531-3300 Idealizado com base no conceito Human Design, o novo empreendimento

alia elegância e conforto.Todas as unidades terão amplo terraço com integração com a copa e a cozinha. Serão 27 pavimentos,fachada em estilos clássico e contemporâneo numa única torre.Entre as áreas de uso comum estão a praça das águas,espaço gourmet, spa com sauna seca,ofurô,ducha e sala de descanso,piscinas climatizadas para adultos e crianças,solarium e tecno lounge. Os projetos são de Marcio Curi & Azevedo Antunes,na arquitetura; Benedito Abbud,paisagismo,e Débora Aguiar,decoração de áreas comuns e apartamento-modelo. Serão duas opções de apartamento.Os one floor terão quatro dormitórios (duas suítes), 206 metros quadrados e três vagas na garagem.Os double floor contam com 216 metros quadrados, três suítes,living,terraço com pé-direito duplo e três vagas. Na internet: www.cyrela.com.br/ contemporaneocb


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UM PRESENTE PARA A MOOCA No ano em que completa 450 anos,o bairro ganha novo condomínio de alto padrão

VITALE MOOCA Rua Celso de Azevedo Marques, 308 Tel.: (11) 6606-5539 A Mooca festejou seu 450o aniversário, em agosto deste ano, em plena transformação. A paisagem antes dominada pelas tradicionais mansões e antigas fábricas cedeu espaço para modernos e sofisticados condomínios,como o Central Park, que teve suas 564 unidades vendidas em 11 dias.O novo empreendimento da Cyrela,Vitale Mooca,está localizado na Celso de Azevedo Marques, uma rua repleta de serviços e facilidades. A construção terá uma única torre e um espaço de lazer completo,com piscinas,miniquadra, playground, centro de fitness, spa, salão de festas gourmet, brinquedoteca e sala de jogos. O projeto arquitetônico é de Márcio

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Perspectiva da fachada (acima), apartamento decorado por Débora Aguiar do Vitale Mooca (ao lado) e da piscina (abaixo)

Curi & Azevedo Antunes, o paisagismo de Neusa Nakata e a decoração das áreas comuns de Sandra Picciotto.Para se exercitar,os moradores contarão com uma sala de ginástica equipada com aparelhos modernos. O spa, sob medida para relaxar,terá ofurô e sauna seca.Nos apartamentos,o acesso do living para o terraço permite iluminação natural e vista panorâmica do bairro.Serão três opções.O apartamento tipo terá quatro dormitórios (duas suítes),184 metros quadrados privativos,três vagas e terraço que integra sala e cozinha.A cobertura dúplex, com 346 metros quadrados, terá uma piscina com solarium, terraço com churrasqueira e quatro vagas. Na internet: www.cyrela.com.br/vitalemooca


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CYRELA BRAZIL REALTY / TECNISA / KLABIN SEGALL CYRELA BRAZIL REALTY / AGRA CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY / SOUEN NAHAS CYRELA BRAZIL REALTY / VIVENDA NOBRE CYRELA BRAZIL REALTY / KLABIN SEGALL CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY / QUEIROZ GALVÃO CYRELA BRAZIL REALTY / MAGIK CYRELA BRAZIL REALTY / MAC CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY / MAC CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY / SCHAHIN / MAGIK CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY / MAC CYRELA BRAZIL REALTY / MAGIK / TECNISA/ GENERAL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY / TECNISA CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY / KLABIN SEGALL / TECNUM CYRELA BRAZIL REALTY / LUCIO ENGENHARIA / BIG CITY/ MAC CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY CYRELA BRAZIL REALTY / MAC CYRELA BRAZIL REALTY / NAMOUR CYRELA BRAZIL REALTY

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CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ/ GULF INCORPORAÇÕES CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ / KLABIN SEGALL CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ CYRELA BRAZIL REALTY / RJZ

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CONTEMPORÂNEO

M I N A S GRAND LIDER OLYMPUS

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ACERVO ATMOSFERA BELADDOCK JARDINS CENNARIO CHÁCARA DOS PÁSSAROS ÇIRAGAN EVIDENCE FARIA LIMA SQUARE HLI 120 HUMANARI NOVA KLABIN NOVA MOOCA ON THE PARK PARC EVIAN PARQUE ALFREDO VOLPI PATEO POMPEIA PAULISTÂNIA PLATEAU JARDINS PREMIÈRE ANÁLIA FRANCO THE CITY THE COLONY THE PARLIAMENT VARANDA PAULISTA VENTANA VEREDA PARAÍSO VIVAI MOEMA WALK VILA NOVA CONCEIÇÃO ALLORI VILA ROMANA ÁPICE SANTANA CENTRAL PARK MOOCA CONTEMPORÂNEO CAMPO BELO GRAND LIFE BOSQUE SAÚDE RESERVA JARDIM SARAU PINHEIROS VEREDA IPIRANGA VIA PAULISTA HOME STAY VITALE MOOCA

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INCORPORAÇÃO

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G E R A I S CYRELA BRAZIL REALTY / CONSTRUTORA LIDER

LANÇAMENTO Referência: Set/2006


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TRADIÇÃO E

TRANQÜILIDADE

Foi ali que dom Pedro I deu o grito de independência da nação,sem imaginar que aquelas terras se transformariam num dos bairros mais encantadores da cidade uando Fernanda Watfe Balbino, empresária na área de relações públicas e comunicação,decidiu comprar seu primeiro imóvel,rodou a cidade de São Paulo em busca de opções. A procura só acabou quando se encantou com um apartamento próximo ao Museu do Ipiranga,onde construiu seu porto seguro.“É um bairro tranqüilo,acima de tudo, e muito bem localizado. Estou perto da Paulista e também do caminho para o litoral, mas aqui dentro o trânsito é ameno”, diz. E nem é preciso que ela se desloque do Ipiranga para fazer o que mais gosta.“Adoro passear nos parques em volta do museu.Em meio ao verde,me sinto até fora da cidade.Também tenho um comércio ótimo à mão, com todos os serviços necessários.Acha-se de tudo.” Outra característica do Ipiranga que agrada Fernanda é o fato de o bairro – famoso por ter sido palco do nosso grito de independência,em 1822 – ter tradições sólidas e abrigar famílias que vivem ali há anos.Por tudo isso,ela acredita:“O Ipiranga me deu sorte.Aqui declarei minha independência também”, diz a empresária,que hoje nem se imagina morando em outro lugar.

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A história do corretor de seguros Leonardo Alface de Aragón é diferente e ao mesmo tempo parecida com a de Fernanda Balbino.Diferente porque, ao contrário da empresária, ele não escolheu o Ipiranga para morar. Simplesmente nasceu e vive no bairro há 25 anos. E parecida porque, assim como Fernanda,não tem vontade de deixar o reduto natal.“Estou bem aqui, o bairro é tranqüilo, bem localizado,perto do centro e muito bonito.” Durante a adolescência, Leonardo até reclamava da pacatez do Ipiranga. Hoje pensa de outra maneira.“A che-

gada de novos empreendimentos imobiliários mudou um pouco a cara do pedaço,para melhor.O comércio cresceu bastante e,se antes não havia muitas opções para o público jovem,agora temos no Ipiranga alguns bares e restaurantes de ótimo nível, que recomendo a quem vem de fora”, diz ele, freqüentador da Pizzaria Sala Vip e dos bares Dom Pedro e Nico,que atraem a gente charmosa da região.“O melhor é que, mesmo com todo o crescimento,o Ipiranga não deixou de ser aquele lugar gostoso e familiar em que passei toda a minha infância.”

Perspectiva ilustrada de uma das torres do Vereda Ipiranga, que será ligada às outras por uma ilha de verde (abaixo)

VEREDA IPIRANGA Rua Lino Coutinho, 75 Tel.: (11) 6215-9020 “Mãos ao verde.As obras já começaram!”Com esse slogan,a campanha publicitária do Vereda Ipiranga anuncia o que vem por aí. Um espaço agradável,cheio de verde,num dos pontos mais arejados do bairro, já tradicionalmente arborizado. São mais de 11 mil metros quadrados, um quarteirão inteiro transformado em reduto de qualidade e bem viver,com equipamentos de lazer completos para cuidar do corpo e da mente.As quatro torres do condomínio serão ligadas por uma ilha verde central, espelhos-d’água e pontes,projeto paisagístico assinado por Benedito Abud.As áreas sociais,decoradas por Débora Aguiar, incluirão fitness center, espaço gourmet, salões de festa infantil e adulto,brinquedoteca, salas de jogos, lounge adolescente, piscina descoberta e aquecida.Na área externa,mais piscinas e quadras de esportes.A arquitetura dos prédios,de linhas simples e sofisticadas,fica a cargo de Márcio Curi & Azevedo Antunes Arquitetura.Nas Torre dos Lagos e na Torre do Recanto, os apartamentos têm 146 metros quadrados,com quatro dormitórios (duas suítes).Nas torres do Arvoredo e do Jardim,os apartamentos são de 110 metros quadrados, com três dormitórios (uma suíte). Na internet: www.cyrela.com.br/ veredaipiranga


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Pontofinal

SOBRE SAPOS, CÃES E AMIZADE izem que os bichos de estimação e seus donos,com o tempo,acabam se tornando muito parecidos.Discordo.Meu avô Cisso,por exemplo,criava um sapo cururu e nunca desenvolveu a menor semelhança com o bicho.Da mesma forma,jamais reconheci no sapo os traços de meu avô. Mas a ligação que existia entre eles, pude testemunhar,era muito estreita.Bastava meu avô acender a luz da varanda da fazenda,onde costumávamos sentar nas noites das férias para jogar baralho,e o bicho deixava seu esconderijo.Guimarães Rosa escreveu que sapo não pula por boniteza,mas por pura precisão. Deve ser verdade.Acho que o cururu de meu avô jamais deu um salto na vida.Não teve necessidade.Aquele foi provavelmente o único sapo que surgiu sobre a terra desde o dilúvio a receber na boca comida com fartura. Com uma certa preguiça,o bicho se arrastava até um lugar onde a luz o alcançasse e ficava lá, paradão, porém atento.Assim que algum besouro sobrevoava a mesa, meu avô o abatia com um safanão e o despachava para um lugar ao alcance da língua do sapo. Fazia isso com todos os insetos de maior porte que se atrevessem a incomodá-lo.Para o sapo,era um banquete.Quando o carteado terminava,o bicho nem esperava a luz se apagar.Com um jeito que mais lembrava o de um lutador de sumô, se arrastava de volta para a toca,de onde só sairia na noite seguinte para mais comilança.Quem teve a oportunidade de assistir considerou a cena um espetáculo. Confesso que sempre fui um leigo em matéria de comportamento dos sapos. Na minha ignorância,acreditava que o cururu não passava de um interesseiro movido pela certeza da comida fácil. Engano. Um dia, meu avô nos convocou para o jogo com o dia ainda claro. Não acreditei quando, minutos depois, vi o sapo em sua posição habitual. Mesmo fora de hora, ele havia se arrastado até o lugar de sempre. E mais: não esboçou o menor indício de desagrado com a escassez de besouros – raríssimos àquela hora do dia. Fiquei intrigado. Meu avô sorriu para dentro, como era do seu estilo, e deu a explicação mais óbvia do mundo.“Ele gosta de mim”, respondeu.“E sabe que eu também sou amigo dele.” Não precisou dizer mais nada – como a maioria dos avós de antigamente, o meu era mais sábio do que culto. Me lembrei do sapo um dia desses,durante minha caminhada matinal pelo parque Trianon,em São Paulo.Em janeiro deste ano,eu e minha mulher notamos um rapaz que apareceu por lá arrastado por um cão.Era evidente que a dupla se formara sob efeito de uma daquelas resoluções radicais de fim de ano.O moço estava bem mais acima do peso do que eu – e deve ter jurado,por todos os santos,incluir a caminhada diária em sua rotina.O cão, por sua vez,parecia escolhido a dedo para estimulá-lo a se mexer.Era um Greyhound magérrimo e,quando o vimos pela primeira vez,aparentava a mesma agilidade que seus parentes ingleses demonstram nas pistas de corrida.Numa temporada que passei em Londres, aderi ao hábito local de assistir carreiras de cães e pude testemunhar do que um Greyhound é capaz quando tem uma raia livre em sua frente.Acho esse cão muito simpático. A verdade,no entanto,é que o ímpeto do Greyhound parecia incomodar o rapaz e,

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C Y R E L A

RICARDO GALUPPO JORNALISTA E ESCRITOR ricardo@totumex.com.br

com o tempo, suas aparições se tornaram menos freqüentes.Até que, outro dia, os vimos novamente. O moço conserva a mesma aparência robusta dos primeiros dias do ano. E o Greyhound, coitado,engordou tanto que mais parece um São- Bernardo.Sinal dos tempos. Em janeiro,o cão se mostrava contente e seu dono,a mais infeliz das criaturas. Agora,o Greyhound parece acabrunhado enquanto o rapaz exibe um sorriso vitorioso. Costuma dizer aos outros donos de cães, como ouvimos outro dia, que o veterinário deu ordens expressas de levar o cão para andar todos os dias. “Mas ele é tão preguiçoso. Só quer comer.Nem quer sair de casa.”No lugar de um companheiro,encontrou um álibi. O cão, claro, não é culpado. O rapaz também não. Ele enche o Greyhound da melhor ração e de todo tipo de guloseima canina que encontra no pet shop porque, na sua cabeça, isso é o que de melhor pode fazer pelo bicho. Os dois se relacionam bem – é evidente.Mas nem a obesidade os tornou parecidos:um é obrigado a contrariar sua natureza para se adequar ao ritmo do outro.Com o sapo de meu avô,a história era outra. Os dois só se encontravam algumas horas do dia.Poucas.Mas se entendiam muito bem.Meu avô alimentava o cururu para se livrar dos insetos que o aborreciam.Eles se ajudavam e essa cumplicidade tornava um importante para o outro.Como sempre acontece com os verdadeiros amigos – que podem ser diferentes em tudo, mas são sempre indispensáveis.



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