Cyrela #08

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PARA QUEM SABE VIVER

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ANestedona da festa fim de ano, Laís Bodansky presenteia o público com o filme Chega de Saudade – uma obra que emociona e convida a bailar...

e mais... MURICY RAMALHO SOLTA O VERBO

CULTURA CAIPIRA DE SÃO LUIZ DO PARAITINGA

O TURISMO LUXUOSO DE DUBAI

IDÉIAS PARA O QUARTO DE TV




Cartadoeditor Mariella Lazaretti Diretora Responsável mariella@4capas.com.br

Rua Andrade Fernandes, 297 CEP 05449-050 - São Paulo-SP Tel/Fax.: (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br Projeto Editorial: 4 Capas Editora

EMBARQUE NESSA VIAGEM É uma publicação trimestral da Cyrela Brazil Realty com distribuição gratuita. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.400 100 andar – Itaim – São Paulo (SP). Tel.: (11) 4502-3000 www.cyrela.com.br REDAÇÃO Editor: Denise Ramiro - denise@4capas.com.br Repórter: Carla Araújo - carla@4capas.com.br Diretores de Arte: Fábio Santos e Nina Franco Assistentes de Arte: Eduardo Galdieri e Lara Habib Colaboraram nesta edição: TEXTO

Alice Carta, Iva Oliveira, Janaina Medeiros, Marta Goes, Mônica Horn, Ricardo Castilho e Sergio Crusco FOTOS

Ed Viggiani e Daniel Wainstein REVISÃO

Paulo Roberto Pompêo Jornalista Responsável - Mariella Lazaretti MTB 15.457 PUBLICIDADE Diretores Doron M. Sadka doroncentral@uol.com.br

Georges Schnyder georges@4capas.com.br

GERENTE DE PUBLICIDADE Cristian Nahas Contatos Auxi Araújo Gisele Ávila Estela Brussolo Sadako Sigematu Assistente Patrícia Teodoro PRODUÇÃO GRÁFICA

Doron Central e Compras Gráficas IMPRESSÃO

Gráfica Copy Press A revista Cyrela é uma publicação distribuída exclusivamente pela CyrelaBrazil Realty. Dúvidas, críticas e sugestões pelo email: 4capas@4capas.com.br A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida pela redação ou pela Cyrela Brazil Realty. Os preços citados nesta edição estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.

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última edição do ano da Cyrela está especial. Na hora de arrumar as malas, não deixe de colocá-la na bagagem.Você vai entrar nos bastidores do último filme da cineasta Laís Bodansky, Chega de Saudade, que caiu na graça do público do Festival de Cinema de Brasília, realizado em novembro na capital federal. O novo trabalho trata do universo dos salões de festa e de tudo o que gira em torno dos bailes, trama, sensualidade, alegria, tristeza, traição e melancolia. Pela empolgação da crítica, Chega de Saudade promete fazer o mesmo sucesso do filme anterior Bicho de Sete Cabeças, que arrebatou vários prêmios. Quem gosta de futebol, e quem não gosta, vai se divertir com a entrevista concedida à revista pelo técnico Muricy Ramalho, atual campeão brasileiro pelo São Paulo e tido por muitos como um dos melhores treinadores do Brasil. Muricy fala aqui sobre o papel do técnico moderno, seleção brasileira, política e família. O que mais chama a atenção em Muricy é a simplicidade e forma espontânea com que responde às perguntas. Não mede as palavras para falar de assuntos polêmicos. Fala o que pensa. E uma surpresa boa, ele não é nenhum pouco rabugento. Atende jornalistas e os pequenos e grandes fãs que chegam a todo momento ao centro de treinamento do clube com carinho e paciência. Como é tempo de férias, duas sugestões para aproveitar bem a temporada. Uma delas vem dos Emirados Árabes, mais especificamente de Dubai, a capital do luxo. Localizada no Golfo Pérsico, Dubai vive uma exuberância econômica desde que descobriu petróleo, na década de 70. Como há previsões de esgotamento das reservas para os próximos anos, a cidade mudou a vocação. Nos últimos 30 anos, Dubai descobriu uma nova vocação, a do turismo luxuoso. Imagine se hospedar num hotel que te recebe no aeroporto com um Rolls-Royce, recepciona os clientes com spray de água francesa e oferece um mordomo particular para cada quarto. Pois é, o sete estrelas Burj al Arab tem tudo isso e muito mais. O contraponto é nossa outra dica de viagem: São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, em São Paulo, um dos últimos redutos caipiras.Além do conjunto arquitetônico colonial do século 19, tombado pelo patrimônio histórico, a pequena cidade é conhecida por sua luta pela preservação das tradições e folclores regionais e nacionais. Tudo feito com muita festa durante todo o ano. Ano-Novo é tempo de inovar. Aqui, sugestões para tornar aquele quarto de TV mais aconchegante para se reunir com a família e os amigos, objetos cheios de design, entre outras dicas para tornar sua casa mais bonita. Não perca também as dicas para renovar a adega, com as novidades que vêm de Portugal. Feliz 2008 para todos!

OS EDITORES Para falar com a redação, escreva para redacao@4capas.com.br. Será um prazer publicar sua opinião.



22Sumário | Perfil |

ENTREVISTA COM A CINEASTA LAIS BODANSKY, QUE CONQUISTOU O PÚBLICO COM O LONGA CHEGA DE SAUDADE, NO FESTIVAL DE BRASÍLIA

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| Grande Estilo |

O MEXICANO MARTINEZ FLORES E OS 170 ANOS DA TIFFANY

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| Muitos Mimos |

PEÇAS COM MOTIVOS FLORAIS DÃO UM TOQUE ESPECIAL A SUA CASA

30 | Tecnopop | TV DO FUTURO, IPOD RETRÔ E LAVADORA PORTÁTIL

32 | Ponto de Fuga | SÃO LUIZ DO PARAITINGA: O ÚLTIMO REDUTO CAIPIRA

42 | Sala de Estar | MURICY RAMALHO FALA SOBRE FUTEBOL, POLÍTICA E VIDA PESSOAL


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| Espaço e Idéias |

DICAS PARA TRANSFORMAR O QUARTO DE TV NO MELHOR LUGAR DA CASA

66

| Ponto de Fuga |

DUBAI: UMA VIAGEM QUE É UM LUXO SÓ

74 | Coisas sem as quais... | CAMILA MATARAZZO ABRE A CASA PARA MOSTRAR SEUS OBJETOS DE ESTIMAÇÃO

76 | Social Já |

32 54

ONG PAULISTA RESGATA O PASSADO DE CRIANÇAS QUE VIVEM EM ABRIGOS

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| Garfo e Taça |

OS VINHOS PORTUGUESES ESTÃO CADA VEZ MELHORES

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| Caravela |

1001 DISCOS HISTÓRICOS, TIM MAIA POR NELSON MOTTA E RATATOUILLE EM DVD

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| Cyrela |

CONSTRUTORA CRIA UM NOVO BAIRRO NO RIO DE JANEIRO

76

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{Ê ÊÊÊUÊÊÊPONTO DE VISTA . HORA DE RELAXAR ££{ÊÊUÊÊ PONTO FINAL O SHOW DOS PAIS CORRETOS


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-U X OS COM P OR T A M EN T O E AR T E \ POR *VA 0LIVEIRA

Na pontadosdedos

Chef Alain Retailleau inova com restaurante em Lille que dispensa talheres

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serviço Au Bout des Doigts 5, Rue Saint-Joseph Tel.: 33 (0)3 20 74 55 95 18 euros, em média, por pessoa – Lille, França

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aria Antonieta, responsável pelo rigor da etiqueta nas mesas francesas, ficaria de cabelo em pé ao saber que um dos restaurantes mais comentados no país neste momento não possui talheres. Isso mesmo! Come-se com as mãos, da entrada à sobremesa.Trata-se do Au Bout des Doigts (Na Ponta dos Dedos, em português), recém-aberto em Lille (150 quilômetros de Paris), que surpreende o comensal logo na entrada. Assim que o cliente chega à casa, é convidado a lavar as mãos para então começar a experiência. Já sentado, se dá conta de que não há cardápio, pois o menu é surpresa... e realizado pelo chef Alain Retailleau, que sugere uma degustação de oito a 12 pratos por pessoa. Não precisava mais para despertar a curiosidade dos renomados críticos gastronômicos. As primeiras impressões estão superfavoráveis!



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O design com sucata do irreverente arquiteto mexicano Aurélio Martinez Flores

Luxo x lixo R

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econhecido por seu design de vanguarda, o arquiteto mexicano radicado no Brasil, Aurélio Martinez Flores, inova mais uma vez ao apresentar uma linha de móveis que explora a cultura pop e brinca com o universo reciclável. Desenvolvidas a partir de caixotes industriais, as banquetas são estofadas em seda pura; as poltronas de madeira nobre levam o acabamento de lonas de caminhão e a mesa de vidro fino tem base feita a partir de ripas de caixas de frutas.A nova coleção, encontrada na loja Firma Casa (www.firmacasa.com.br), em São Paulo, mistura matérias-primas nobres e materiais inusitados. Artigos reciclados e baratos dão o contraponto às criações cheias de estilo e personalidade.

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-U X OS COM P OR T A M EN T O E AR T E

Enrole-se!

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verão pede braços à mostra e nada mais sensual do que uma pulseira poderosa, que evidencie a beleza da mulher. Pensando nisso, a Natan, uma das marcas de jóias mais consagradas no Brasil, criou uma linha de cobras que está dando o que falar. Este bracelete é todo em prata 950 com banho de ródio e couro de arraia. Pode ser encontrado nas cores burgandy (vinho), navy (azul-marinho) e chocolate. Mais informações: www.natan.com.br

Mundo encantado Q

uem entra no ateliê da artista plástica Calu Fontes, na Vila Madalena, em São Paulo, fica maravilhado com sua habilidade. Pinturas e decalques sobrepostos misturam orixás e deuses indianos, mandalas, flores, animais e referências marinhas que convidam a um universo mágico. São pratos, bijus, canecas, aparelhos de jantar e de chá, entre outros objetos que desfilam personalidade própria.“Cada peça é única, tem um processo diferente de criação.Arrisco, às vezes, sem saber no que vai dar, e muitos trabalhos acabam ganhando autonomia”, diz a artista.

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Jói a s para ver e " 3 5 &

aprender

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pós cinco anos de sua edição na Europa, chega ao Brasil Krystallos (Editora Terra das Artes), primeiro livro de arte dedicado à joalheria nacional.São 83 jóias criadas por 16 designers renomados – entre eles Bialice Duarte,Yael Sonia, Miriam Mamber e Ruth Grieco.Marcelo Lopes (foto), diretor de arte do projeto,traz diversas propostas de interatividade sensorial, com páginas que sugerem superposições de prata e texturas semelhantes a de pedras verdadeiras. "A jóia-arte reflete a personalidade e deve enaltecer quem a usa e observa", explica Francine Adida, curadora do projeto. "A criatividade dos artistas brasileiros é muito grande e realmente foi uma tarefa bastante árdua selecionar 16 designers para esse livro", completa.

es s leitor o a l a i r nso dade se i v i t a r e int propõe s o l l a t s asil Kry Livro Br

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Varanda com charme C

om lojas em pontos descolados de São Paulo como a Alameda Gabriel Monteiro da Silva e o Shopping D & D, a Breton Actual tem em suas muitas linhas uma destinada especialmente para áreas externas. Trata-se de uma evolução que caracteriza o perfil contemporâneo da grife em oferecer ao cliente as tendências que ele procura, sem abrir mão da tradição e qualidade que levaram a Breton Actual ao patamar de uma das marcas mais conceituadas entre os profissionais da decoração. O principal objetivo é criar ambientes aconchegantes, confortáveis e cheios de estilo.

170 anos de Tiffany D esde que a personagem de Audrey Hepburn parou em frente à joalheria Tiffany & Co, no filme Bonequinha de Luxo, o mundo nunca mais foi o mesmo. Pelo menos para as mulheres! Só que algumas delas não sabem que a história da grife vem de bem antes, ou melhor, de 1837, quando Charles Lewis Tiffany e John

Design moderno e seletas pedras preciosas enlouquecem as mulheres

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B. Young inauguraram a Tiffany & Young, um empório de artigos de luxo e papelaria, localizada no número 259 da Broadway, em Nova York. Cada item era marcado com um selo de preço não negociável, uma política revolucionária que foi manchete em todo o país. E, de lá, para cá, a Tiffany & Co não pára de inovar.

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A joalheria mais famosa do mundo comemora história de glamour e sucesso


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.6*504 .*.04 Peças cheias de estilo

Banco moderno

Para sentar e apreciar. Este banco, da Capri, é feito em tecido bordado e seu assento tem espuma revestida de poliuretano. Seus tons discretos permitem que ele combine com vários tipos de ambiente. É encontrado na Clássica Design, em São Paulo.

R$ 3.670 TEL.: (11) 6889-7500 - WWW. CLASSICADESIGN.COM.BR

Um charme a mais Os formatos já são conhecidos e consagrados. Mas com essas estampas as poltronas ganham um toque de descontração. Podem compor com um ambiente sóbrio, com o detalhe de que são giratórias. Os tecidos são nobres e duráveis. Encontradas na Clássica Design, em São Paulo.

R$ 5.670 (E STAMPADA DE PRE TO E BRANCO) R$ 2.60 0 (MOSTARDA E PRE TO) TEL.: (11) 6889-7500 - WWW.CLASSICADESIGN.COM.BR

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Tulipas Imperial Não é à toa que este pendente chama-se Império. É só reparar na sua exuberância e desenho do século XVII. Construído através de dois cilindros concêntricos, cria um efeito ótico pela sobreposição dos desenhos e o brilho da lâmpada. Ideal para iluminação geral nas mais diversas situações. Encontrado na Dominici.

Nem todo tapete é igual. A prova são estas sofisticadas e alegres peças da By Kamy, de São Paulo. Confeccionadas em ponto fino com formato de tulipas, flores de raríssima beleza, conferem charme ao ambiente.

R$ 1.500 (O METRO QUADRADO) TEL.: (11) 3081-1266 (ALAMEDA GABRIEL MONTEIRO DA SILVA) E (11) 3043-9166 (SHOPPING D&D) - WWW.TAPETES.COM

R$ 2.430 TEL.: (11) 3087-7788 (ALAMEDA GABRIEL MONTEIRO DA SILVA) E (11) 5105-8500 (SHOPPING D&D) - WWW.DOMINICI.COM.BR

Rosas em alta

As flores, especialmente as rosas, ganham cada vez mais espaço nas louças e nos objetos de decoração. Este jogo de café da badalada loja Mickey, em São Paulo, é gracioso e com uma embalagem ótima para presente.

R$ 22 TEL.: (11) 3088-0577 (RUA OSCAR FREIRE); (11) 3666-2744 (SHOPPING PÁTIO HIGIENÓPOLIS); (11) 3815-1195 (SHOPPING IGUATEMI); (11) 5181-3754 (MARKET PLACE SHOPPING CENTER).


.6*504 .*.04 Peças cheias de estilo

Suave movimento

Com design de Cristiana Bertolucci, esta luminária de chão é definida como um passo de dança. Ela tem base em tripé de madeira freijó e cúpula de tecido xadrez ou com estampa que lembra uma escama de peixe. O fio elétrico em tecido e as varetas coladas assimetricamente em sua base dão a sensação de movimento. Tem 1,66 metro de altura e 55 centímetros de diâmetro. Encontrada na Bertolucci, em São Paulo.

R$ 1.925 TEL.: (11) 3873- 2879 - WWW.BERTOLUCCI.COM.BR

Fibras naturais

O Empório Beraldin é especialista em fibras naturais e consagrou-se por oferecer coleções de extremo bom gosto. Esta luminária é feita em couro e organza.

R$ 786 TEL.: (11) 3030-3960 E (21) 3206-7272 - WWW.BERALDIN.COM.BR

De chita

A chita está na moda e cria propostas incríveis. Já a base do banco é feita em madeira compensada, revestida com laminado impresso. Tem impressão digital em fórmica e corte computadorizado. Encontrado na Dpot, em São Paulo.

R$ 2.344 TEL.: (11) 3082-9513 (GABRIEL MONTEIRO DA SILVA) E (11) 3043-9159 (SHOPPING D&D) WWW.DPOT.COM.BR

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Descolados

Receber convidados com peças como estas faz toda a diferença. O bowl e o prato de sobremesa são de cerâmica e a estampa não poderia ser mais mimosa. Encontrados na loja Andréa Araújo, em São Paulo, na charmosa Rua Gabriel Monteiro da Silva, nos Jardins.

R$ 389 (PREÇO DO CONJUNTO COM 4 PEÇAS CADA UM) TEL.: (11) 3891-1965 / 3083-7687 WWW.ANDREAARAUJO.COM.BR


Psicodélica

O design é moderno e a estampa leve. Esta poltrona criada por Flávia Pagotti Silva dá vida ao ambiente. É da grife Dpot, com lojas na Gabriel Monteiro da Silva e no Shopping D&D, ambas em São Paulo.

R$ 3.984 TEL.: (11) 3082-9513 (GABRIEL MONTEIRO DA SILVA) E (11) 3043-9159 (SHOPPING D&D) - WWW.DPOT.COM.BR

Paratodos osgostos Natureza

Em tempos de sustentabilidade, nada mais elegante do que este jogo americano em formato de folha, feito de couro sintético. O tom do verde chama a atenção e faz toda a diferença! Encontrado na Andréa Araújo, em São Paulo.

R$ 68 (JOGO AMERICANO) R$ 32 (PORTA-COPO) TEL.: (11) 3891-1965 / 3083-7687 - WWW.ANDREAARAUJO.COM.BR

O abajur normalmente segue o estilo da casa e de seu dono. Esse rosinha se encaixa no perfil de pessoas românticas. Já o vermelho e preto é ideal para os modernos. Ambos encontrados na Martha Candy, em São Paulo.

R$ 96 (ROSA) R$ 844 (BASE VERMELHA) TEL.: (11) 3872-5544


Perfil

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A L E V Á T O N a n e u q e p

ente e , v l o v n e tória tãaola de exibiçãlioa s i h a m í udade,éue dançar naFesstival de Bras a S e d a O LA "RAzJ ga Cheagaplaudir emdpo público no n 1 O R $ A R I G G I A N I o l o D 7 Com fez a platéi o coração 'OTOS & a e t s u i q u conq nante, emocioLaís Bodanzky


Perfil

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ma sala de cinema lotada. Es-

A decisão trouxe repercussão na mídia, que exaltou o filme de

pectadores com olhos atentos e emocionados. O filme acaba.

Bodanzky. No dia seguinte da exibição as manchetes dos cadernos

Não para a platéia.Ao som de Chega de

Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, enquanto a telona passa os créditos,casais apaixonados aos poucos se levantam e começam a dançar.A descrição acima parece cena de filme, mas não é. Aconteceu durante o Festival de Cinema de Brasília, em 25 de novembro, na exibição do filme Chega da Saudade, da diretora Laís Bodanzky.“Foi realmente algo muito forte e marcante. Difícil de explicar”, diz a cineasta. Apesar das manifestações explícitas do público – que aplaudiu incansavelmente o longa – o prêmio oficial de melhor filme ficou com o concorrente

Cleópatra, de Júlio Bressane. A decisão provocou rebuliços. Vaias para o campeão e aplausos para a produção de Laís. Um dos jurados, que preferiu não se identificar,disse que a decisão não foi nada pacífica. Já o diretor do festival, Fernando Adolfo, acha normal que a decisão dos jurados não coincida com a do público “São critérios totalmente diferentes, o preferido normalmente é levado pela emoção”, diz. Ao agradar o cidadão comum, o longa arrebatou os prêmios de melhor filme pelo júri popular, melhor direção e roteiro. Laís não deixou por menos. Quando subiu ao palco para receber o troféu, alfinetou a crítica.“É natural que os críticos tenham um olhar diferente. Às vezes a opinião deles coincide com a do público e outras vezes não. Eu faço filmes mais sutis para me aproximar do espectador”, diz.

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de cultura exibiam o sentimento que pairava na capital federal: “Chega de Saudade empolga Brasília”,“Chega de Saudade é aplaudido de pé em Brasília”, destaques dos jornais Folha de S.Paulo e O

Globo.“É um festival importante, pois é um ponto de encontro e de discussão do meio cinematográfico. Ter estado lá e recebido esse reconhecimento foi uma vitória”, diz Laís.“Nós fomos os grandes vencedores”,endossa Stepan Nercessian,um dos atores do filme que assistiram à fita pela primeira vez ao lado do público brasiliense, naquele dia memorável.“Foi um choque positivo, ninguém ia embora da sala. Foi uma receptividade tão calorosa que me emocionei”, diz Nercessian. O filme ainda tem no elenco estrelas como Tônia Carrero, Leonardo Villar, Beth Faria, Cássia Kiss e, no núcleo jovem, Paulinho Vilhena e Maria Flor. Sem falar da cantora Elza Soares, uma das vozes responsáveis pela bela trilha sonora da trama. Laís não abre mão de escolher pessoalmente o elenco de suas produções e costuma selecioná-lo após uma longa conversa com os candidatos. “É preciso mais do que uma afinidade com o personagem. Escolho pessoas que vão trabalhar comigo, trocar, evoluir”, diz. Não precisa ser famoso.“Gosto de atores bons e inteligentes.Valorizo a minha equipe.” Stepan é um dos que atestam essa veia de união.“Ela gosta do ator. Tem diretor que se pudesse trabalharia com bonecos. Ela não. Ela se envolve e tem uma sensibilidade muito grande”, diz. A afinidade com os atores tem explicação na formação da diretora. Antes de embarcar no universo da direção cinematográfica,Laís pensou em ser atriz.Cursou teatro com Antunes Filho e lá descobriu sua verdadeira vocação.“Antunes fazia questão que todos participassem de todas as etapas de criação, da limpeza do palco à concepção do projeto”, afirma. Laís gostou da experiência e dentre todas as funções que encarou nas aulas de teatro, a direção foi a que mais a seduziu. A carreira de Laís não tem um único ponto de partida. Sua ligação com o cinema mistura-se com sua própria história de vida. Paulistana, filha do cineasta Jorge Bo-

e a ç e b a c a n á t ó s s e é a e u m e q O cinalma de Laís, ovo filme na isos com o n sorr



Perfil

ís ens é Laer e filmag No set d anda. Sem perde a quem mhumor, ela dirigares o Elza So cantora iz Maria Flor tr a a e a de (acima) dir.) em Cheg ade (à Saud

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danzky, ela acompanhou desde muito cedo o dia-a-dia dos sets de filmagem. Quando

projetor e uma tenda para abrigar os

começou a cursar cinema, na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), percebeu que muitos dos colegas estavam ali apenas porque gostavam de assistir a filmes, mas

espectadores. Agora é uma verdadeira sala de cinema que viaja para os mais

desconheciam o universo do cinema. Já Laís, como boa observadora, prestava mais atenção no que ocorria atrás das câmeras. E saiu dali com a certeza de que queria ganhar a vida com a sétima arte. Seu primeiro trabalho profissional foi o curta-metragem Cartão Vermelho, que aborda o universo do futebol. Logo na estréia, a produção

longínquos e inusitados destinos. São 225 cadeiras, projeção 35 milímetros, som surround e ar-condicionado. E o que é melhor: é de graça. “Fico assustada com as estatísticas que mostram que apenas 8% dos municípios brasileiros possuem cinema”, diz a diretora.As atrações são sempre filmes nacionais e as exibições costumam ser recheadas de emoção. Os pais da idéia fazem questão de acompanhar o cinema móvel sempre que possível. No final da sessão eles perguntam à platéia quem está ali pela primeira vez. Normalmente, mais da metade do público levanta a mão.“É algo gratificante saber que estamos disseminando o cinema”, diz Laís. Apesar do sucesso no meio cinematográfico, Laís passa despercebida para

recebeu vários prêmios no Brasil e exterior. Depois vieram alguns trabalhos em vídeo, como clipes e documentários, até estourar com o longa Bicho de Sete Cabeças, que conta a vida de um jovem que é internado pelos pais em um manicômio após ser pego com um cigarro de maconha. O filme, baseado no livro Canto dos Malditos, de Austregésilo Carrano Bueno, além de tratar da questão da drogas, faz uma crítica severa sobre a realidade das instituições psiquiátricas do país. O sucesso de Laís vem da coragem e da personalidade da diretora.A parceria bemsucedida com o marido Luiz Bolognesi, roteirista de seus dois longas e pai de suas duas filhas, também é fundamental para o resultado de suas produções. A união que já dura 12 anos é um importante alicerce para o cinema da dupla. Juntos, Laís e Bolognesi demonstram afinidade e talento. Laís não gosta muito de falar de sua vida pessoal, preserva ao máximo a família e o casamento. Luiz é mais descontraído.“Quando estamos no processo criativo nosso relacionamento amoroso é ainda mais fortalecido. Mas quando vem a parte burocrática, as brigas vêm junto”, diz. O que ele mais admira na companheira é sua qualidade crítica.“Ela tem um olhar muito exigente. Às vezes o roteiro já está aprovado em todas as estâncias e ela ainda diz que não está bom. Acho isso ótimo”, conta Bolognesi.“Nos conhecemos trabalhando. É uma parceria que dá certo, estamos sempre somando”, diz Laís. Para que o casal pudesse realizar o sonho de fazer um cinema 100% autoral, sem interferências indigestas, os dois criaram a produtora Buriti Filmes.“É ilusão achar que é fácil fazer cinema. Não dá para ser só artista, temos de colocar a mão na massa”, afirma a diretora. A parceria entre o casal rendeu outro projeto. Cuidado carinhosamente pelos dois,o Cine Tela Brasil é um cinema itinerante,que percorre o interior e as periferias do país, levando produções a um público que não tem acesso a esse tipo de entretenimento. Inicialmente, a idéia surgiu da falta de espaços para exibir as produções próprias. Nessa empreitada, acabaram descobrindo esse déficit cultural no Brasil e resolveram mudar a realidade. O projeto começou no estado de São Paulo. Laís e Bolognesi rasparam as economias da poupança, compraram uma câmera e passaram a registrar a peregrinação pelas cidades em que exibiam os filmes. Na época, no início de 2000, o projeto recebeu o título de Cine Mambembe. Das exibições pelo interior do estado e com os registros feitos com a câmera do casal, nasceu o documentário Cine Mambembe – O Cine-

ma Descobre o Brasil, que ganhou oito premiações. O sucesso alçou o projeto a outro patamar. Hoje, o Cine Tela Brasil percorre todo o país e possui uma estrutura impressionante. No início era apenas uma tela, um

o grande público. O tom de voz baixo, o jeito tranqüilo de falar, a altura mediana e o tipo mignon não chamam a atenção num primeiro momento. Ela mesma implica com suas características físicas. “Acho que não correspondo ao estereótipo de um diretor. Às vezes as pessoas ficam meio decepcionadas com minha aparente fraqueza”, conta. No entanto, o 1,66 metro e os 53 quilos de Laís não interferem no comando dela em um set de gravação. No momento da ação a diretora é quem manda.Certa vez,no set de Bicho de Sete Cabeças, o ator Othon Bastos,pai do protagonista Rodrigo Santoro no longa, resolveu reagir a uma cena,dizendo que não concordava com ela. Laís, segura do que estava fazendo, rebateu.“Você não gosta? Mas vai fazer.” Othon acabou levando o Grande Prêmio


Perfil

o i r p ó r p O . r a ç " n a m d e g e a d n i o e s t r s e o p g e m r "Semlãpo de dança é u sa

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Laís valoriza o trabalho em equipe. Acima, concentrada na cena, ao lado do diretor de arte Marcos Pedroso

BR de Cinema Brasileiro de melhor ator coadjuvante.“A Laís tem uma segurança incrível. Sabe o que quer e ao mesmo tempo está aberta a contribuição de todos. É sensível e exigente quando precisa ser”, diz o ator Rodrigo Santoro. Aliás,foi justamente a visão em reconhecer talentos que fez com que a diretora o chamasse para o papel central de seu primeiro filme.“O Paulo Autran me deu a dica que o Rodrigo tinha muito talento”, conta Laís. Palavra de mestre não se contesta. O trabalho incansável de Laís e Rodrigo para construir o personagem rendeu bons frutos. Para Laís, a consolidação e o reconhecimento como diretora. Para Santoro, a projeção no universo cinematográfico. “A Laís foi uma peça fundamental na minha formação como ator.Vai morar sempre no meu coração”, conta Santoro, hoje astro de Hollywood. Mais de sete anos depois da estréia de Bicho de Sete Cabeças, Laís ainda é reconhecida pelo longa. Mas isso não a incomoda.“Acho que um filme puxa o outro. São todos irmãos”, diverte-se. O elenco e a equipe de produção também são como uma família para a diretora. Não há como manter uma relação de amizade próxima com todos,até porque a agenda de trabalho dos artistas complicada requer muito deslocamento.Apesar disso, ela não esquece de seus companheiros de trabalho.“Não tem como esquecer.Vamos sempre ter uma ligação, aquela memória de um momento de cumplicidade que é fazer um filme”, diz. Santoro concorda:“Ape-

sar da distância, Laís é uma grande amiga”, diz. Outro importante parceiro de Laís, já que ela foca seu trabalho no ator, é Sérgio Penna, preparador de atores, que estreou no cinema com o Bicho de Sete Cabeças e está em Chega de Saudade.“A Laís consegue encontrar equilíbrio entre emoção e lucidez o que ajuda muito na condução de todo o processo”, diz Penna. Os temas das produções de Laís num primeiro momento parecem não ter nenhuma ligação entre si.O que não é verdade.A inspiração para a cineasta vem do coração.“Não tenho uma fórmula. Sou movida à emoção.” Em Chega de Saudade o tema central é o universo dos bailes.“Eu sempre gostei de dançar e me encantei com o ambiente”, diz. Laís e Bolognesi percorreram os salões de dança de São Paulo, recolheram histórias, conheceram pessoas e descobriram inúmeros personagens.“O próprio salão de dança é um personagem do filme”, diz. Quando foi exibido em Brasília, alguns críticos descreveram a história como sendo da terceira idade.A diretora discorda.“Nós falamos sim da passagem do tempo, mas é possível que pessoas jovens se identifiquem com os casais mais velhos da trama, por exemplo. É algo mais abrangente.”O filme se passa num único baile, mas tem uma série de tramas que ocorrem em torno dele. Há muita libido, sensualidade e alegria. Mas também momentos de decepção,traição e melancolia.Além da fascinação que o universo dos salões de dança provocou, a diretora teve influência do longa O Jantar, de Ettore Scola, um dos mais importantes cineastas italianos e o preferido de Laís.“Todo mundo acha que o filme O Baile,de Scola,foi minha inspiração,mas o filme O Jantar também dele foi quem me trouxe elementos de cena fortes e marcantes.” Amante da sétima arte, mais do que uma criadora e disseminadora do cinema, Laís admira as produções de diversos colegas. O destaque vai para o filme Cinema,

Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes.“Quando assisti pensei: como queria ter feito esse filme”, diz. E ela também se encanta com os detalhes das produções que vê. O beijo mais bonito? O protagonizado por Clark Gable e Vivien Leigh em E o Vento Levou. “É um beijo clássico.Aquele ar de madrugada com o sol nascendo, uma cor linda. Ele tem um contexto lindo. É de fato um beijo cinematográfico.” No momento,Laís está integralmente dedicada ao lançamento de Chega de Saudade, que estréia em março de 2008 em todo o Brasil. São os bons ventos que sopram a favor do cinema brasileiro.“Temos uma política cinematográfica madura, com um leque amplo”, diz.Apesar disso, ela lamenta a crise vivida pelas salas de exibição.“É uma crise mundial,cada vez menos pessoas vão assistir a filmes no cinema”,afirma.O organizador do Festival de Brasília aposta que produções como as de Laís podem resgatar o interesse das pessoas.“O filme é arrebatador, indiscutivelmente, conduzido com maestria invejável e visando um público tão carente e merecedor de voltar às salas de cinema”, diz Adolfo. Se depender do sucesso e dos ecos dos aplausos vindos de Brasília, Chega de Saudade promete contrariar essa tendência. E a diretora avisa: “É um filme para todas as idades”.


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uena q e p a , Paulo oradores o ã S m raíba, e pulsa. Seus m egião e a P o d o Vale o Paraitinga popular da r ta festa n a d a v Encra de São Luiz d ar a cultura ito com mui t cidade a causa: resga elhor, tudo é fe têm um il. E o que é m do Bras

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Igreja da Matriz na pra莽a central: palco das festas folcl贸ricas e musicais da cidade


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Na Festa do Divino, a mais famosa da cidade, as crianças vestem-se de anjinho (na pág. ao lado). No famoso Carnaval das marchinhas, a brincadeira é na rua

B

enedito nunca se esqueceu do dia em que seu pai o colocou no lombo do cavalo e os dois partiram morro acima para ir buscar lenha. Era uma sexta-feira do mês de agosto, o que deixou o menino, com 7 anos na época, um pouco receoso. Ele cresceu ouvindo dos mais velhos que esse era o dia em que o lobisomem aparecia. Mas por nada desse mundo ia perder a chance de acompanhar o pai na “aventura”. Quando chegaram no topo da montanha o pai apeou o animal num pé de guaramim – árvore de madeira roxa de primeira qualidade, não faz fumaça nem dá cinza –, deixou o filho sentado num toco de madeira e embrenhou-se no mato para cortar lenha. De repente Benedito ouviu um barulho, que chegava cada vez mais perto. Não demorou e um moleque escurinho com cara pintada de vermelho saltou na sua frente e começou a rodeá-lo que nem um sagüi atrevido. O pequeno Benedito entrou na brincadeira e acabou se perdendo. O pai só o encontrou meia hora depois. Benedito, danado, sabia que se voltasse antes disso ia tomar uma surra. Depois de meia hora, conta Ditão, como é conhecido hoje, ficam com dó da gente. Chegou em casa com o olho arregalado. O

pai disse para a mulher que o menino não disse palavra até chegar em casa. A mãe não estava na mata, mas sabia exatamente o que aconteceu com o filho.“Ele viu o Saci”, afirmou com convicção. Ela sabia do que estava falando, viveu a mesma experiência quando pequena. Ditão é um cidadão luizense. Nasceu há 52 anos em São Luiz do Paraitinga, cidadezinha a 170 quilômetros da capital paulista, cravada no pé da Serra do Mar, no caminho para Ubatuba, litoral norte de São Paulo.As lendas, o folclore, a música regional, a comida típica, a natureza privilegiada da Mata Atlântica com seus rios de pedra e cachoeiras – perfeitos para a prática de esportes de aventura – e as festas religiosas fazem parte do universo dos pouco mais de 10 mil moradores desse pequeno povoado.Tanta diversidade cultural acabou rendendo a São Luiz do Paraitinga – ao lado de cidades vizinhas do Vale do Paraíba – o posto de último reduto genuinamente caipira do país. Se o título é ou não é legítimo, não tem a menor importância. O que vale mesmo é que a cultura caipira está viva em todos os cantos dessa charmosa cidade, tombada pelo patrimônio histórico nacional pelo conjunto arquitetônico colonial, erguido numa época em que o café valia mais do que ouro no Brasil. São Luiz mantém cuidadosamente preservados os casarões coloridos com suas portas e janelas pomposas, ruas de pedras e a pracinha com um charmoso coreto. Até aí, nada demais. Muitos municípios brasileiros ainda preservam ícones dos tempos em que o melhor programa de domingo era ir à pracinha com os amigos para paquerar as moças que passeavam de lá para cá com seus melhores vestidos. O diferencial de São Luiz do Paraitinga é que isso tudo continua acontecendo por lá, com pequenas adaptações.Vá lá que os vestidos deram lugar às calças de cintura baixa e às miniblusas que deixam a barriguinha das moças à mostra. Mas a nostalgia dos tempos idos ainda está no ar. Ali, tradição e modernidade andam de mãos dadas. O coreto da Praça da Matriz é o palco de músicos locais, violeiros de primeira categoria, e convidados que cantam modas inspiradas em costumes e lendas da região. São Luiz é pulsante.“Aqui temos festa 365 dias por ano”, diz Dona Cinira dos Santos, a primeira-dama da cidade. Não é exagero, afinal, para os católicos cada dia é dia de um santo. E a animação dos


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luizenses não deixa nenhum deles

fazer render. Além da restauração do casario colonial e da pavimentação

sem homenagem.

das ruas com o piso original de pedra, um rico calendário de atividades

Dona Cinira é viúva do músico Elpídio dos Santos, a maior expressão

culturais e folclóricas atrai milhares de turistas ao local o ano todo. São Luiz entrou definitivamente na agenda cultural de São Paulo. No fim de novem-

musical de São Luiz, e matriarca de uma família de músicos. É uma das mais atuantes defensoras da preservação histórica e cultural da cidade e do acervo do marido. Seu entusiasmo foi fundamental para a conquista do tombamento da cidade e da elevação do município à categoria de Estância Turística, em 2002. Isso garante uma verba adicional do Estado à cidade, que os luizenses sabem como

bro, por exemplo, a cidade sediou a 1ª Semana da Canção Brasileira, evento que colocou a música nacional em pauta, com palestras, debates e um festival de canções inéditas.“A musicalidade do luizense torna a cidade um cenário natural para o evento”, diz Galvão Frade, secretário de Cultura local. Contou com o prestígio de profissionais de peso ligados à música nacional, como os compositores Arnaldo Antunes, Luiz Tatit, Chico César, Fabiana Cozza, educadores, instrumentistas e até o secretário estadual de Cultura de São Paulo, João Sayad. E da dona Cinira, é claro, cheia de orgulho da sua cidade e dos seus conterrâneos, que tem como personalidades o médico e sanitarista Oswaldo Cruz e o geógrafo Aziz Ab´Sáber. O compositor e maestro Elpídio dos Santos, autor de mais de mil músicas,

Mascarados acompanham a cavalhada na Festa do Divino

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Típico morador da zona rural do Vale do Paraíba, Ditão, o contador de estórias da cidade, jura que viu o Saci na infância

Axé não tem vez em São Luiz. Lá o Carnaval é embalado a marchinhas sem dúvida, fez escola. Produziu peças de marchinhas, serestas, coral, fanfarra e embalou 25 filmes de Mazzaropi. Era o músico preferido do cineasta. A amizade entre os dois nasceu ao acaso. Certo dia, Mazzaropi passava pela cidade com seu circo, na época ainda não fazia cinema, e foi acometido com uma chuva torrencial. Sensibilizado com a situação da trupe, Elpídio deu abrigo a todos. Os dois tornaram-se amigos e parceiros por muitos anos. Os sete filhos de Elpídio cresceram nesse ambiente musical. Cinco deles, com outros músicos da cidade, criaram o grupo Paranga, no fim dos anos 70. Não poderia ser diferente. O Paranga está aí até hoje e realiza importante trabalho de preser-

vação e divulgação da produção musical do Vale do Paraíba. A música está no DNA dos luizenses. Muitos sonham em fazer parte da banda da cidade, outros em seguir seu próprio caminho. Seja qual for a escolha, a inspiração vem do berço. Aprendem a cantar desde cedo as marchinhas que caracterizam o Carnaval da cidade. Em São Luiz, axés, pagodes e os ritmos comerciais que tomaram conta da maior festa popular brasileira não têm vez. Essa é uma das regras do Carnaval de São Luiz, um dos mandamentos da festa. Os blocos de Carnaval e as bandas que se revezam no coreto garantem diversão para quem gosta de brincar como nos primórdios do Carnaval. E são muitos entusiastas. O número de pessoas cresce até quatro vezes durante o evento. O bloco de Carnaval mais famoso do pedaço é o do Juca Teles, que coloca 50 bonecos gigantes na rua. O artista responsável pela epopéia é Benito Campos. Natural da terra, Campos trabalhou na Receita Federal em Taubaté, cidade vizinha a São Luiz, até se cansar da vida burocrática. Voltou para casa e ajudou a ressuscitar o bloco do carnavalesco mais animado da cidade. Em sua oficina cria dezenas de bonecos feitos de sucata, arame, papelão, fita adesiva, todos cobertos com muitos metros de


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chita colorida. Juca Teles era um sujeito hospitaleiro. Benito Campos as-

ventos? Ditão é assim. É também

sumiu o posto de anfitrião e mantém a tradição de servir café-da-manhã

membro da Sociedade dos Observa-

aos foliões. Um preaquecimento antes de tomarem as ruas com suas cartolas (homem) e tiaras (mulheres).“O cardápio tem queijo produzido na

dores de Saci (Sosaci), criada em 2003 por um grupo de intelectuais e

região e café. Quem não gosta de café pode tomar pinga, assim já entra

gente da terra preocupada em resga-

logo no ritmo da festa”, brinca Benito. Outra festa tradicional da cidade é a do Saci, uma reação ao Halloween, tradição anglo-saxônica que definitivamente não tem lugar por aquelas bandas. “Raloim? Só se for com carne-seca.” Esse é o lema da cidade. A festa é realizada em 31 de outubro, mesma data do Dia das Bruxas. Na ocasião, além das homenagens ao Saci, o protetor das matas e brincalhão por natureza, contadores de história reúnem-se na praça para divertir as crianças com as histórias de Curupira, Iara, Boto, Cuca, Boitatá e muitos outros personagens do folclore nacional. Os eventos atraem turistas e a imprensa do país e do exterior. Ditão é um contador de histórias. Ele já trabalhou na fabricante de aviões Embraer, fazendo banco de co-pilotos, mas é como contador de causos, escritor e compositor de marchinhas de Carnaval que ele se sente à vontade. Ditão mora num sítio a poucos quilômetros da cidade, perto de onde viu o Saci quando criança. Estudou pouco, mas teve um mestre muito especial.“A natureza foi a melhor escola que tive. Ela me ensinou a respeitar a água, as plantas, os animais e, é claro, os mitos do folclore brasileiro”, diz Ditão. São esses elementos que conduzem

tar os personagens da mitologia brasileira.“A idéia é mostrar que os nossos mitos são tão ou mais interessantes que os exportados de terras distantes”, diz Jô Amado, presidente da Sosaci. Amado rendeu-se aos encantos de São Luiz e hoje vive por lá. Os luizenses são mesmo sedutores. Têm o olhar desconfiado, típico das pessoas que vivem no interior, mas ao primeiro dedo de prosa abrem um sorriso e quando menos se espera você já está dentro da casa deles tomando café com bolo de fubá, biscoito de polvilho e outros quitutes da região. O sotaque carregado de “erres” e as palavras ditas de forma

sua vida. Sabe aquele sujeito que sabe que vai chover só pela direção dos

abafada fazem com que o visitante

Crianças participam da Festa de São Luiz de Tolosa, padroeiro da cidade. Acima, a premiada cachaça Mato Dentro, produzida na região

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A cavalhada é uma representação da batalha eqüestre, representando a luta entre mouros e cristãos

perca trechos da conversa. O jeito é contentar-se com o contexto da prosa. E haja prosa, causos e lendas que são passadas de pai para filho. Muitas de cunho religioso que culminam em festa, é claro. A maior delas é a Festa do Divino, que desde o começo do século 19 comemora a descida do Divino Espírito Santo durante uma semana. O evento apresenta danças folclóricas – congadas, moçambiques – procissões e a famosa cavalhada (batalha eqüestre representando a luta entre mouros e cristãos). Durante o ano inteiro o festeiro, es-

colhido pelo padre, e seu bando percorrem a zona rural do Vale do Paraíba para arrecadar prendas (novilho, gado), que são à base do tradicional afogado, refogado de carne servido com farinha de mandioca e arroz, oferecido gratuitamente à população. As crianças recebem doces e se divertem com brincadeiras de outros tempos, corrida de ovo, corrida de saco, dança de fitas e pau-de-sebo. Os luizenses são muito devotos. Há dezenas de igrejas espalhadas pelo pequeno município. Algumas muito antigas, a Capela Nossa Senhora das Mercês é do século XVIII e mantém as características da época das construções de taipa, os sinos originais, o altar de madeira e teto com pintura da época. Mas a devoção em São Luiz é diferente da de outros lugares. Os fiéis de lá são alegres, sempre buscam um motivo para comemorar. Como toda festa pede boa música e bebida, o luizense escolheu a “marvada” para se divertir. E como se bebe por aquelas bandas! Também, a região é conhecida pelas saborosas cachaças artesanais.


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"Aqui temos festa 365 dias por ano" Dona Cinira,primeira-dama da cidade

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Os adultos apresentam a famosa cavalhada na Festa do Divino fantasiados a caráter

A mais famosa é a Mato Dentro, listada entre as melhores do Brasil por veículos especializados. À frente do negócio está o advogado Rômulo Cembranelli. Com um sítio localizado no bairro que deu origem à marca, por muitos anos o lugar era o refúgio de Rômulo e sua família nos fins de semana. Quando se aposentou, decidiu estabelecer-se por ali. Tentou criar gado leiteiro, mas deu muito trabalho. Foi então que um sujeito da região fez uma proposta inusitada para Cembranelli. Trocar o gado por equipamentos para fabricação de cachaça. Cembranelli aceitou a oferta e emergiu no mundo dos

alambiques. Aprendeu os segredos para a produção de uma cachaça de primeira linha. A primeira lição: “Não pensar em quantidade, mas em qualidade”, ensina. A produção da Mato Dentro é de 4 mil litros por mês, sendo que quase metade desse volume vai para a exportação. Portugal, Espanha e Estados Unidos já provaram, e aprovaram, a bebida. A escolha da matéria-prima é fundamental. A cana-de-açúcar e o milho para fermentação não levam agrotóxicos e a água vem da montanha. Depois de descansar por seis meses nos tonéis, a Mato Dentro está pronta para o consumo. Curiosamente, Cembranelli não bebe:“Só molho o dedinho pra ver se está boa”. Em compensação sente um orgulho enorme de mostrar aos visitantes os prêmios e certificados de qualidade conquistados pela Mato Dentro. Dá pra ganhar dinheiro com o negócio? “Dá para se equilibrar e isso já está bom demais”, diz Cembranelli. Esse é o espírito do luizense. Parece que ali a felicidade está nas pequenas coisas. E isso contagia. Depois de conviver um pouco com a simplicidade, o talento e a hospitalidade dos luizenses, saímos de lá com a alma lavada. Com a sensação de que quem vive na cidade grande complica demais a vida.


SaladeEstar

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Defendo o

torcedor"

O técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, é destemido. Critica a CBF, a corrupção na 1OR %ENISE 3AMIRO \ FOTOS &D 7IGGIANI

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polĂ­tica e conta como conseguiu ser campeĂŁo com um time sem craques


SaladeEstar rinta de novembro de

ao clube. E faz a lição de casa. Há seis meses revelou o menino Breno. Na época, o ta-

2007. Chego ao centro

lentoso zagueiro valia zero,hoje vale US$ 18 milhões.A competência de Muricy chamou

de treinamen- to do São Paulo Futebol Clube, no bairro da Barra Funda, com

a atenção da CBF na troca de comando da seleção brasileira. Ainda não foi desta vez. Se um dia assumir a seleção promete um futebol capaz de reanimar a torcida canarinha.

uma missão difícil: entrevistar o técnico

“Dá pra ter futebol arte com resultado”,garante.Mas o cargo mais almejado por qualquer

Muricy Ramalho no último dia de trabalho da equipe campeã brasileira. Confesso, deu um friozinho na barriga. Acompanho as entrevistas do Muricy e sei que ele é um homem de personalidade.Não tem paciên-cia para perguntas “bobas”. Muricy é sério. Seus jogadores sabem bem disso. A sexta-feira estava ensolarada.Alguns atletas cobravam faltas,descontraídos,quando Muricy reagiu em altos brados:“Vocês estão quase de férias e ainda não sabem como se faz?” Arrumou o posicionamento dos jogadores e mandou chutar: gol. Muricy faz valer a fama de rabugento e de não ter papas na língua. Por isso fui atrás dele. É difícil no meio

treinador do planeta tem seu preço. Muricy estaria disposto a pagar? Sobre o fracasso da Copa da Alemanha ele é taxativo.“Aquilo lá foi uma festa. Ganharam muito dinheiro, mas vê se o povo está feliz? O povo quer ganhar.” Muricy é assim. Quem quiser que compre. E também sabe ser muito gentil. Na saída do treino, ele veio do campo em minha direção. Me apresentei. Disse que não era da imprensa esportiva mas queria uma entrevista, de pelo menos uma hora. Sabia que sua agenda estava lotada. Além disso, Muricy comemorava 52 anos naquele dia. Ele pensou, pensou...“Se você esperar eu atender todo mundo, falo com você”, disse. Conversamos durante duas horas. E parece que o tempo nem passou.

esportivo encontrar alguém que não tem medo de falar o que pensa. Ele não tem. E ganha títulos. Lembra o obcecado Bernardinho do vôlei ou o inesquecível Telê Santana, o maior ídolo da torcida tricolor. Coincidência? Não, Muricy é pupilo do mestre. Telê foi técnico do meio-campista Muricy e o escolheu para sucedê-lo. Tarefa árdua: Telê ganhou duas Libertadores e dois títulos mundiais para o São Paulo. Telê tinha comando e olho clínico para revelar jogadores. Muricy tem o mesmo perfil. Projetou Kaká, ainda garoto. Agora é craque do Milan e o jogador do momento. Hoje, Muricy é considerado por muitos o melhor técnico do Brasil. Ele se define como um técnico moderno, um misto de treinador e empresário. Sabe que um treinador tem que dar retorno

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Você teve mais reconhecimento como campeão pelo São Paulo do que quando foi campeão pelo São Caetano. É mais difícil ser campeão com o São Paulo ou com o São Caetano? Os dois têm dificuldades muito grandes. No São Caetano não tem pressão para ser campeão, não tem grande torcida. Pensam exclusivamente em negócios. Por outro lado, não têm nenhuma estrutura, não tinha nem campo pra treinar lá. No São Paulo a dificuldade é a de time grande.Tem muita gente que pensa diferente, tem sua vaidade, preferência.

Você é considerado por muitos hoje o melhor técnico do Brasil. O que é preciso para ser um bom técnico? Sou valorizado no meio do futebol, recebo convite a toda hora pra ganhar muito mais do que no São Paulo. Isso porque dou título e dinheiro para o clube. Tenho facilidade de revelar jogadores. Há seis meses tínhamos um jogador que valia zero e hoje ele vale US$ 18 milhões, que é o Breno (zagueiro). No Internacional idem, Rafael Sobis, Edinho, Nilmar.Vejo futebol como técnico e como empresa.

E no trato com os jogadores? Tem clube que a estrutura é pouca, você não recebe em dia, tem que ter outro comportamento para motivar os jogadores. Sei lá, chegar para o cara e dizer: meu filho, aqui não tem dinheiro, mas se você não ganhar não vai para lugar melhor. No São Paulo não precisa dar motivação. Os jogadores têm que saber que o clube dá estrutura, paga em dia, dá prêmio, cuida do cara como a coisa mais importante do mundo. O meu papel aqui é cobrar objetivos, a disciplina, tem que ir para o campo e correr como um louco. Tem que devolver alguma coisa para o clube. Agora, meu relacionamento com os jogadores, além de ser chato, porque cobro pra caramba, tem o outro lado. Eu os defendo. Quando acaba um ano como este, se você perguntar para os jogadores se eles estão satisfeitos, vão falar que estão. A vida deles melhorou muito no sentido financeiro, como pessoa, a auto-estima, como profissional.


Noúltimo treinodoano, obicampeão brasileiro mostraum semblante maissereno: missão cumprida

O São Paulo é o clube mais bem estruturado do Brasil. Vê outros nesse caminho?

Você o incentivou a bater falta?

O São Paulo faz isso há muitos anos, sua filosofia é de sempre inovar. Vários clubes passaram a seguir o São Paulo. O Cruzeiro tem dois centros de treinamento enormes e bem equipados. O Atlético Paranaense é muito forte nessa estrutura. O Santos se modernizou. O São Paulo é exemplo pra muita gente.

Um time de futebol é assim. Quem é que bate escanteio? Hoje é o Jorge Wagner. Quem é que bate falta lateral? É fulano.É tudo determinado. E aí, quem bate falta central de frente para o goleiro? O Rogério Ceni. Então falei, o Rogério vai bater. Diziam que eu era louco, que estava inventando coisa.Como no meu time quem bate é quem treina, ele era o que mais treinava. Mas também trabalhei com jo-

Quais técnicos você admira hoje e na história do futebol mundial? Gosto do Wanderley Luxemburgo aqui no Brasil. De fora, gosto do (Rafa) Benitz, do Liverpool, da Inglaterra, ele é muito bom. De todos os tempos, claro, admiro o Telê Santana, foi meu professor. O Rubens Minelli foi o melhor que vi. Há os técnicos disciplinadores, comandantes e outros mais táticos e técnicos. Minelli foi completo.

Fale sobre o Telê. O que ele representou na tua vida profissional e pessoal? O Telê foi importante na vida de muitas pessoas. Minha formação como técnico foi com ele. O São Paulo tinha um projeto, em 1994, de preparar um técnico para o lugar do Telê e ele me chamou para trabalhar com ele. Tenho um pouco o gênio dele, por isso a gente se dava bem. Às vezes a gente ficava dez dias sem se falar, sem falar bom dia, e tudo bem. O que o Telê tinha de melhor era o comando muito forte. Num clube como o São Paulo se você não tiver comando forte não vira um mês aqui dentro.Telê trabalhou com os melhores craques que tinha, e craque é complicado de trabalhar. São cheios de manias, ficam ricos, compram carros importados, e não querem treinar. O Telê não aceitava isso, era duríssimo com esses caras. No jeito de procurar dar exemplo para os jogadores, trabalhando duro, sou muito parecido com ele. Fico o dia todo aqui, sou doido por trabalho, esqueço da minha vida. Se não for assim, não se consegue as coisas. O Telê foi tudo na minha vida.

Quais os maiores craques do futebol? Goleiro eu posso falar do Rogério Ceni, porque o conheço há anos. Coloquei Rogério como titular, e depois para cobrar faltas.

gadores como o Leonardo, aqui no São Paulo: um dos profissionais mais corretos que vi.O Zico foi o jogador mais completo de todos. É o que a gente chama de craque, chutava com as duas pernas, cabeceava bem, cruzamento, parte física. Rivelino também foi um fora-de-série.Do Pelé a gente nem fala. O Pelé é rei.

Até a Copa de 1986 a seleção brasileira era admirada pelo talento dos jogadores e pelo estilo ofensivo de jogo. Depois disso, a sensação é que o futebol ficou burocrático. O que aconteceu? As pessoas querem ver o futebol do passado no presente. Só que no passado um jogador corria 4 quilômetros em


SaladeEstar Otécnico Muricyvibra comasboas jogadasdo time,frutoda repetição nostreinos

média por jogo. Hoje corre 13.A velocidade aumentou um absurdo,os campos continuam iguais e têm muito menos espaços. Não é o futebol do Brasil, é o mundial. Os saudosistas (também sou, gosto do meu tempo) têm que deixar isso de lado, o futebol mudou. Só que o brasileiro não se conforma com isso. O Brasil é considerado o melhor futebol do mundo, não aceitamos que outros lugares do mundo evoluíram. Antes se dizia que a tínhamos a técnica e eles a força, só que eles evoluíram na técnica. As pessoas têm que avaliar o futebol hoje, o antigo já passou.

Me fale sobre a sua infância, teus pais, onde você nasceu, cresceu? Nasci em Pinheiros (bairro de São Paulo). Morava perto do Clube Piratininga, onde jogava bola. Minha infância foi assim, sempre atrás de bola. Com 9 anos meu tio Roberto, que era sócio do São

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Paulo, me levou lá para treinar. Nem pensava nesse negócio de futebol, mas ele achou que eu ia dar jogador, me levou e fiquei até hoje.

E os teus pais? Não tenho mais meus pais, infelizmente. Perdi meu pai quando ele tinha 56 anos. O futebol te dá as coisas, mas te tira as coisas também. Eu não vi meu pai sendo enterrado, Foi num domingo, eu estava jogando no México. A minha mãe teve um derrame, eu cheguei e ela já estava em coma. Morreu dois dias depois. Minha filha eu conheci com três meses. Então, aniversários, essas coisas, fiquei sem. O futebol é assim, tira.

Você é casado? Sou casado com a mesma mulher há 28 anos.

Parabéns. Parabéns pra ela (risos). Tenho três filhos, o caçula Fabinho, 13 anos, o Muricy, que é o Junior, 18 anos, e a Fabíola, 25 anos. Essa é a minha turma que não quer sair de casa.

Algum joga bola? O Muricy, o que coloquei o meu nome. Está na escolinha do São Paulo e sabe jogar.

Quando o futebol surgiu na sua vida? Lembra de quando ganhou a primeira bola? Pra eu ganhar uma bola era uma dificuldade, meu pai não tinha dinheiro. Ele trabalhava no mercadão de Pinheiros, tinha uma barraca de verduras. Ficava muito distan-


"Hoje já não tem mais Michael Jordan,Rivelino e Zico" Muricy, sobre os craques que decidiam jogo

te da gente, saía às 2 horas da manhã. Quando eu fazia alguma coisa errada, meu pai me levava com ele na marra. O que me despertou para o futebol foi o campeonato Dente de Leite que a Tupi criou para os jogadores iniciantes. Eu tinha13 anos e participei. Ali a gente começou a sentir uma coisa diferente. Passava na televisão, as pessoas conheciam a gente. Davam prêmio, o melhor em campo ganhava uma bicicleta. Ganhei, e eu não tinha bicicleta. Depois ganhei mais cinco, era sempre o melhor em campo. A primeira que ganhei andei dois dias direto, depois até vendi. Ali comecei a pensar: eu vou dar jogador.

Lembra de um golaço que você fez?

Você apanhava do teu pai?

O primeiro colegial.

Contusão séria no joelho direito. Ia para a Copa de 1978. Na posição, era eu e o Zico. Com certeza o Zico ia ser o titular, ele era fera. Na posição éramos os melhores do país. Estava muito bem, sabe quando você está no melhor da sua vida? Na época não tinha operação que dava garantia pra voltar jogar. Perdi a Copa.

Depois ficou no futebol?

Ficou deprimido?

É. Fui para o Pontagrossense (PR). O São Paulo me emprestou para eu pegar experiência, pra sofrer mesmo. E lá era um sofrimento, era frio pra caramba, tinha que acordar cedo pra treinar. Voltei com 17 anos já jogando no time de cima. Daí fui vendido para o Puebla, do México, fiquei quase seis anos lá.Voltei para o América, do Rio, joguei lá um ano.Voltei para o Puebla e encerrei minha carreira por lá.

É uma frustração do caramba,tava perto da coisa mais importante que o jogador quer e de repente ela foge assim, em segundos. Depois joguei por muito tempo ainda. Daí comecei a ouvir dos colegas que eu dava jeito como técnico, sempre fui meio comandante.No Puebla amadureci a idéia de estudar o futebol, fiz curso.Voltei ao Brasil, fiz mais cursos e fui trabalhar com os pequenininhos. Aí começou a minha carreira.

Tomava uns tapas na orelha, meu pai era brabo pra caramba. Ele ficava me procurando e se não me achava... Duas horas da manhã eu tinha que estar de pé pra ir ao mercadão. Ia de ônibus, dormia no caixote de tomate. Puxa, o que eu sofri... Mas era a punição que se tinha antigamente. Entendia bem meu pai e ele deu muita força pra eu ser jogador de futebol.

Você estudou até...

Você já jogava como meia desde o tempo de pelada ou alguém descobriu essa posição para você? Não era meia, jogava como criança. Sei lá, joga aí, quero jogar, correr atrás da bola.

Mas qual posição você gostava? Gostava de criação, porque pra ser meia tem que pensar. Achava bonito pegar a bola, passar, organizar o time. Depois que você vai para um time é o técnico que tem obrigação de identificar a posição.

Mas já era posição de que você gostava? Claro. E tenho certeza que se ele (técnico) escolhesse outro lugar eu ia dizer que não, porque era meio respondão (risos).

Fiz um gol no Morumbi no Santos, no Paulista de 1976. Driblei quase a defesa todinha, uma coisa bonita mesmo, de driblar, driblar, driblar. Aí o goleiro saiu, driblei-o também e fiz o gol.

Você teve uma contusão que prejudicou sua carreira?

O que fazer com time sem craques? Ele é o mais importante nesse sentido. Quando se tinha craque, a coisa tava muito feia no campo, se falava: cadê o Rivelino? Dá pro Rivelino decidir o jogo. No Flamengo, dá pro Zico. É igual o Mi-


SaladeEstar

Muricynão páraquieto àbeirado campo: "Tem queficar louco.Senão vocênão chegaalugar nenhum".

chel Jordan no Chicago Bulls. Dava a bola para ele que ele decidia. Hoje já não tem Michael Jordan,Rivelino e Zico. Então o técnico tem que trabalhar o conjunto. Como? Repetição de posicionamento, cruzamento, cabeceio.

Hoje durante o treino você falou bravo com os jogadores que cobravam falta.... Aí saiu o gol, você estava aqui e viu, né? Você tem que gostar de fazer isso,porque é um negócio chato,o jogador não gosta. Quando você tem um craque,de vez em quando pode depender dele. Como o meu time só tem um craque que é o goleiro, ele pode decidir numa falta ou agarrar uma bola lá no gol. Mas o time depende do conjunto.

Assistiu Corinthians e Vasco, penúltima rodada do Brasileirão? Ficou com dó daquela molecada de 17, 18 anos em campo tendo que decidir o jogo? É claro que fiquei triste, a gente tem sensibilidade.O problema no futebol é o de saber lançar o jogador na hora certa.

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Aqui no São Paulo, no Internacional, sofri pressão, tem que pôr não sei quem, tem que pôr fulano.Não tem que pôr nada.Aqui o especialista sou eu e ponho na hora que achar que devo, porque vocês (imprensa) não sabem nada.

Você fala isso pra qualquer um aqui no São Paulo? Pra qualquer um. Sou preparado, joguei, já lancei não sei quantos jogadores. Para lançar um jogador não é só com a emoção. Estou no dia-a dia-aqui, sei quando ele está preparado. Num momento como esse de dificuldade para o Corinthians pôr um garoto como o Lulinha em campo é um terror. Ele não é preparado pra segurar a pressão.Você pode acabar com o cara. O Breno mesmo, demorei um ano pra lançar. Falo pra imprensa, que eles sabem 10% do que é um time de futebol, porque isso aqui é muito complicado. São muitos interesses, sentimentos. Me preocupo com esses meninos aí. A imprensa é irresponsável, não pensa no que pode acontecer. Sei o que o Lulinha deve estar sentindo. Eu joguei, também fui lançado.Você entra no Morumbi, 70 mil pessoas (São Paulo x América de Natal), jogo em que o tricolor se consagrou campeão por número de pontos...

Eu estava lá, te olhando. Você estava louco... Louco não, muito louco. Porque sei que aquilo é uma responsabilidade terrível. Eram 70 mil ali e não sei quantos milhões fora dali que acreditam em você. Imagina pra você que dirige, aquilo não dar certo. É uma frustração terrível para o povo. Fico enlouquecido, cara, ali na beira do campo. Tem que ficar louco, senão você não chega a lugar nenhum.

A imprensa esportiva diz que você é rabugento. Você é rabugento? Sou rabugento no meu trabalho. Nosso time já faz um mês que é campeão e não tem um que chega atrasado. Quer ser campeão tem que fazer sacrifício. No ano passado fomos campeões, esse ano de novo. Quando você faz a conta final vai ver que é muito



SaladeEstar Você ainda joga bola? Não jogo mais.Quando os amigos jogam, tomo conta do churrasco.

Como conter a exportação de jogadores?

bom pra você, se sente muito bem, as pessoas te admiram na rua, ganha mais dinheiro. O ser humano é desafio. Não só no futebol, em qualquer profissão você quer vencer. Agora, sou um chato necessário. Porque num clube como esse, você chega ali no estacionamento só tem carro importado.Os caras têm grana.E se você não pegar no pé,eles se acomodam. Dou exemplo. Durmo com eles quando estamos concentrados.

E com os filhos você também é rabujento? Em casa, sou o cara mais tranqüilo do mundo, sou de ficar num canto, vendo meus jogos, meu time. Eles falam: esse aí não é meu pai na televisão. Claro que tem a parte de pai, tem que ter a disciplina. Sei que não sou um cara agradável no que diz respeito à parte social.Venho aqui, trabalho, almoço e volto para casa. Dependo de resultado. Se não ganhar, eles me mandam embora. Então me dedico demais ao trabalho. Minha família sabe disso.

No penúltimo jogo do Brasileirão, o São Paulo já era campeão e perdia de 2x0 para o Botafogo. Você estava furioso, chutou agasalho. Você não sabe perder? Não sei perder. A pior coisa da minha vida é perder um jogo. Fico doente, não como direito, não durmo, fico mal-humorado. Nesse jogo tinha 30 mil pessoas, era a entrega do troféu e a gente tava uma vergonha em campo. Fomos para o vestiário no intervalo e falei umas boas pra eles.

O que você falou? Trinta mil pessoas aí, meu filho, entrega de taça e nós nessa moleza! Temos que voltar lá e, no mínimo,empatar.Eles empataram.

O torcedor são-paulino ou de qualquer time pode ficar tranqüilo, então, você está sempre pensando nele? Eu sou representante deles.Tem técnicos que usam palestras de multinacionais, com a mulher, o filho falando... Isso tira a concentração. Quando preciso motivá-los pego um vídeo da torcida, mostro nossa chegada ao Morumbi, que é a coisa mais linda do mundo em jogo da Libertadores. Eles cercam o ônibus, é a coisa mais gostosa que existe. Os caras têm que saber que o torcedor não tem dinheiro, vai ao Morumbi, mora longe, o jogo é tarde. Isso mexe com nosso time.

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Tem que mudar a lei. Uma lei razoável é o jogador permanecer um pouco mais depois do primeiro contrato. Os clubes sofrem demais, investem, depois vem um cara e leva embora. Já está amadurecendo uma idéia no Congresso para melhorar isso.

Pode haver um retrocesso nesse processo de mercantilização do futebol? Futebol está na onda do mundo globalizado e o vento está a favor do mundo todo. É uma loucura um jogador custar 50 milhões de euros. Hoje, mesmo que os países errem, e o nosso erra demais, está dando tudo certo. Mas não está. As economias vão mudar e não vai ser tudo isso. Se você olha a bolsa (de valores), há quanto tempo está embalada? O futebol acompanha.

Podemos sonhar com o futebol arte? Acho que sim.Tem jogadores que ainda fazem isso: Kaká, Gaúcho, Robinho. O Robinho é um artista da bola. Só que a gente não os vê ,eles vão embora.Nosso futebol não é bonito mesmo,mas é competitivo, tanto é que o São Paulo é três vezes campeão mundial. O Corinthians vendeu um garoto,o Willian,que poderia ser diferente.Por 18 milhões de euros foi pra Rússia. O torcedor pode ter essa expectativa se houver proteção para os craques não irem embora.A fábrica não parou, continua revelando.

Por que perdemos a Copa de 2006? (pausa) Porque o Brasil fez a festa antes



SaladeEstar da conquista. Aquilo que fizeram lá na

Se você for convidado para treinar a seleção brasileira vai falar isso pra CBF?

Alemanha... Do jeito que penso o fute-

Vou ter que falar. Não concordo com o que foi feito lá.

bol, não poderia ser técnico da seleção. Sou amigo e fui auxiliar do Parreira, só

Você acompanha a vida política do Brasil, o que você pensa de tanta corrupção?

que não concordo com aquilo. Jogado-

É a pior coisa que temos no nosso país. O povo mais uma vez ficando pra trás, ouvindo

res treinando,mulher entrando em campo, abraçando Robinho. Aquilo não é time de futebol. Esqueceram que foram lá jogar futebol.

que está tudo certo, que o país está crescendo. Cresce porque o mundo está crescendo. Mas as pessoas continuam morrendo de fome, matando nas ruas. Estamos no discurso. Isso que eu não me conformo, ninguém dá uma porrada na mesa. Agora é a hora. Mas continuamos com o mesmo discurso, um governo demagogo e populista.

É o dinheiro falando mais alto?

Você votou no Lula? Ele te decepcionou?

É claro, vou chegar nisso. Por esse motivo não sei se vou chegar lá (na seleção). Aquilo não é sério. Já começou de novo com essa seleção aí: transmitindo treino ao vivo. Time de futebol tem que ter um momento só seu. O time da Alemanha não estava concentrado, tomou um gol que não podia. Falta de concentração e de consideração. Estavam distraídos, se prepararam

Não votei. Eu gostava daquele Lula antigo. Se ele fosse ele, do jeito que ele pensa, acho que seria legal. Mas ele se juntou com muita gente que não pensa como ele.

mal. Juntaram um monte de craques, como se futebol fosse só isso. É preciso motivá-los. Foi mal organizado, festa todo dia. Treino não é festa, é ensaio para o jogo. É claro, a CBF vive disso aí, negócio. Mas tem que saber escolher, você quer o título ou ficar rico? Ganharam muito dinheiro, mas vê se o povo está feliz? O povo quer ganhar.

Você acha que tem o perfil de técnico da seleção? Tenho o perfil de técnico. Meu nome foi citado nessa troca de comando. Mas desse jeito é ruim pra mim. Uma vez uns caras do Internacional vieram me contratar, era uma soma legal e eu disse: voltem para Porto Alegre e daqui a cinco dias me falem se sou eu mesmo. Investiguem a minha vida, pode ser que não seja eu, meu filho. Sou bom técnico, mas tenho defeitos. Não quero que se metam no meu trabalho.

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Você se acha poderoso? Não. Eu não gosto de poder na mão de ninguém. Não gosto que ninguém mande em mim. Não sou poderoso pra nada. É claro que as pessoas me dão privilégios, acham que técnico é importante, me convidam pra shows, dão camarote.

Você aproveita os privilégios? Não, não gosto de muito barulho.

Por que o sucesso vira a cabeça? Dizem que se você quer conhecer a pessoa basta dar poder a ela. A gente é ser humano, começa a achar que é o bambambã. Não sou melhor do que ninguém. Às vezes tem amigos que não encontro há tempos, aí, de repente, chego num bar e eles dizem: não é possível que você esteja aqui. Eu digo, não é possível por que, cacete? Sou o mesmo cara, mas pensam que você é um objeto estranho. Nunca mudei meus hábitos, continuo não me vestindo bem, tenho carro por obrigação. Quero paz. Por isso vou parar logo com o futebol. É desgastante, muito técnico fica depressivo, adquire doenças, como aconteceu com o Seu Telê. Não quero isso pra mim.

Quando vai parar? Não vou além de cinco anos mais.Depois posso supervisionar uma base,algo mais light. Nada que eu tenha que decidir. Decisão todo dia é muito pesado.

Você falou que ganhará a Libertadores em 2008. É otimismo ou fórmula infalível? Sou otimista, mas sem fórmula mágica. Tenho que fazer o que a torcida pensa. Puxo a responsabilidade para mim e para o clube. Não posso falhar. Essa semana fizemos exames no elenco, a preparação da pré-temporada, e falamos sobre contratações.Tem que ter essa noção de realidade, senão fica no discurso.

Você falou outro dia que o São Paulo tem um craque na manga, quem é ele? É um menino que a lei não protegia. O São Paulo fez uma excursão na Espanha e ficou


com ele lá até que completasse 16 anos e assinasse contrato com o clube.O Oscar é uma esperança. É da posição do Kaká, estilo parecido.Se achamos que ele pode ser um novo Kaká, cuidamos dele.

Se treinar a seleção um dia, o torcedor pode esperar futebol arte ou de resultado? (risos) Ai, gosto dos dois.Também gosto de filé mignon,salmão,essas coisas boas. Não gosto só de osso.Futebol arte é uma imagem que querem passar.Se você perguntar ao torcedor hoje, tenho certeza que ele vai dizer que quer ganhar. Se um dia for técnico da seleção, vou querer futebol arte, até porque ali estão os melhores craques. Dá pra ter futebol arte com resultado.

O que você mais te diverte? Gosto de futebol porque é a minha profissão. Não gosto que me perguntem sobre um jogador que está no Japão e eu não saiba responder.De um dirigente me chamar para uma reunião e eu não saber responder.Não gosto que me cobrem,então me preparo.Mas o que mais gosto é de ficar com a minha família, na minha casinha de campo, em Ibiúna (SP), no meio do mato. Lá tem piscina, buguinho, moto, essas coisas todas. Gosto de reunir todos eles e fazer um churrasco.Gosto de andar descalço,ver bicho. E gosto muito de ficar com a minha mulher. Fiquei quase nove anos longe dos meus filhos. Fui um pai ausente.Isso me machuca um pouco, porque também fui um filho ausente,aconteceu tudo aquilo com os meus pais. Gosto de ver meus amigos antigos,os amigos mesmo,que têm orgulho e prazer de ficar comigo. Tem um barzinho em Pinheiros que nos encontramos para tomar cerveja. E, se for na calçada mesmo, melhor.


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EspaçoeidÊias

y a l P d n u o gr

Como fazer de um cĂ´modo da casa o lugar preferido de toda a famĂ­lia

a i l Ă­ m a f da

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Espaçoeidéias

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O

que fazer quando os filhos crescem e a casa parece dobrar de tamanho. Ou quando não se tem filhos e sobram dormitórios em casa. Ou ainda quando a casa é cheia,mas os moradores mal se encontram,pois ficam isolados cada um em seu dormitório? Nessas três situações e em muitas outras possibilidades há uma solução simples que pode mudar a rotina, o ritmo, a alegria e até a decoração de seu apartamento.Ela nada mais é do que transformar um simples dormitório no “quarto da família”. Com um ar mais intimista do que a sala de estar,esse dormitório transformado pode garantir bons momentos ao lado dos familiares.

APROVEITANDO OS ESPAÇOS Uma casa com três suítes, um living amplo, um escritório e uma pequena área de lazer. Parecia estar tudo bem, mas a família ainda sentia falta de um espaço mais aconchegante para que pudessem ficar juntos.Em um espaço bem pequeno resolveu colocar um sofá e uma televisão. Não adiantou. O local não atraía os moradores, que preferiam assistir televisão cada um em seu quarto.A solução encontrada foi a construção de um family room no sótão da casa.Aí, sim, a rotina mudou e a família pôde desfrutar de momentos de intimidade e conforto. A decoradora Neza César foi a responsável pelo projeto.

O sotão virou destaque da casa com a reforma do espaço. Tem bancada para brincar de quebra-cabeça (acima), mesa para comer uma pizza com os amigos (à esq.). Tudo decorado com objetos pessoais que dão personalidade ao ambiente


Espaçoeidéias

Ponto de partida do projeto, a sala de TV tem teto rebaixado,mais intimista, sofás confortáveis e cores fortes para quebrar o gelo dos aparelhos eletrônicos

A adega dá um charme especial ao cantinho da família. As luzes embutidas na escada (pág. ao lado) permitem que as pessoas circulem sem atrapalhar quem assiste TV

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“Eles queriam um lugar mais alegre na casa, tirei a televisão do living e mobiliamos o sótão para ter diversas situações em um único espaço”, diz Neza. O ambiente ainda tem duas mesas,uma especialmente usada para a hora do lanche ou da pizza. A outra serve tanto para abrigar o laptop da família, quanto para montar o quebra-cabeça – um passatempo adorado pela família. Aproveitando o teto baixo e algumas restrições para a construção do novo espaço, a decoradora resolveu brincar com as alturas. O teto em diagonal dá um ar ainda maior de intimidade para ao local. O cantinho que modificou a rotina da família paulistana hoje é cobiçado pelos filhos adolescentes.O casal de filhos costuma sortear quem irá convidar os amigos para festinhas. Os pais têm o prazer de emprestar o quarto da família para que os filhos se reúnam com os amigos.

“Assim eles também podem receber seus convidados no living sem problemas com espaço, já que os filhos preferem ficar no sótão”,diz Neza.Apesar de normalmente possuir uma televisão,o quarto de família não deve ser um home theater.“O legal é misturarmos tecnologia com um ambiente mais agradável”, diz a decoradora. O family room dessa família paulistana é um bom exemplo de um espaço bem aproveitado.Além de uma pequena geladeira e de uma adega, objetos como pratos,copos e talheres à mostra dão um ar mais moderno ao espaço. Pequenas luzes em diversos locais,como na escada, são excelentes recursos para auxiliar a decoração.“Assim se alguém precisa ir ao banheiro,por exemplo,não precisa acender as luzes e atrapalhar o filme dos outros”, diz Neza. Uma simples solução de realocação dos espaços que ajuda a unir as famílias dos tempos modernos.


Uma simples solução de readequação dos espaços ajuda a unir as famílias dos tempos modernos


EspaçoeidÊias

A

decoradora Clarisse Gaudio soube e muito bem transformar os antigos quartos das filhas no cĂ´modo mais aconchegante da casa. Com sua experiĂŞncia em decoração e noçþes de arquitetura ela resolveu “desmontarâ€? o apartamento. Dos dois dormitĂłrios ela fez apenas um.â€œĂ‰ o lugar mais gostoso da casa.AlĂŠm de receber meus netos e minhas filhas, ĂŠ aqui que passo a maior parte do tempo.â€? Como se fosse uma extensĂŁo da sala, mais aconchegante, o quarto de famĂ­lia de Clarisse transforma-se conforme a situação. AlĂŠm da sala de televisĂŁo, mĂşsica e leitura, o local ĂŠ o preferido para bate-papos e jogos de carta.“Toda semana minha filha Luciana vem com as amigas jogar baralho, pois aqui ĂŠ um lugar mais tranqĂźiloâ€?, diz Clarisse, que nĂŁo gosta tanto assim de cartas, mas

O cantinho da vovĂł 'OTOS &D 7IGGIANI

Os filhos cresceram, se casaram e a casa ficou grande demais.A decoradora

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Clarisse Gaudio criou um espaço especial para manter a família por perto


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Detalhes como a coleção de espelhos de Clarisse (acima) ou o porta-controles remotos (ao lado), feito com suas próprias mãos, fazem a diferença. O computador é para falar com os filhos distantes ou divertir os netos

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Os tons neutros, com destaque para o azul e branco, suavizam o ambiente. Para virar um quarto de hóspede, basta fechar a porta de correr

não recusa um pedido da neta primogênita, Ana Paula. “Eu gosto de jogar, mas prefiro mesmo é bater papo”, diz a anfitriã.A neta Ana Paula confirma o prazer da avó em receber visitas.“Sempre que posso venho aqui. Além de jogar, montamos quebra-cabeça”, conta.“O melhor é que se eu quiser ficar por aqui é só fechar as janelas e as portas e vira um quarto delicioso”, diz a neta. Para aproveitar melhor ainda o espaço Clarisse improvisou um pequeno escritório no mesmo ambiente. Em um armário embutido, a mesa e o computador podem ou não ficar expostos.

O computador faz até mesmo com que a família fique ainda mais completa já que as outras duas filhas moram longe e se comunicam via internet. A decoradora, que hoje dá consultoria sobre o assunto, também ressalta a importância da escolha das cores e dos objetos para tornar o quarto da família ainda mais agradável.“A melhor opção são sempre as cores neutras para tornar o ambiente mais suave e acolhedor”, diz. Clarisse é uma mulher ativa que, além de decorar, pinta quadros e até constrói pequenos móveis. Praticamente todos os objetos que estão no cômodo foram confeccionados por ela. Durante anos, além de criar ambientes e apartamentos modelos, Clarisse deu aulas em importantes centros de decoração como na Escola Panamericana de Arte. Hoje suas consultorias são extremamente personalizadas. Ela percorre lojas com suas clientes à procura de objetos ideais para determinados ambientes. Os do quarto de família dela são mais especiais ainda, foram feitos pelas mãos da dona da casa. “Eu gosto de construir e decorar. Um dos meus maiores orgulhos é ter montado justamente esse quarto tão especial”, exalta.


P u b l i e d i t o r i a l

A bordo de u m Discovery

NAS NUVENS UM LAND ROVCOM ER

3, a expediç ão pelo char moso “Camin o de las Nub es”

na Argentina


reuniu o cha rme

de cenários rústicos com o conforto d e um Land R over ro se comportou de forma impecável, tina e s na Argen o ir te in s mantendo a segurança e a establidade ia d o de las assar três vel “Camin cí ue q es que justificam a boa fama da Land Rover in Andes é percorrer o ilheira dos d or C a d em situações fora de estrada. pés esNubes” aos realizar. Acr oucos podem p O conforto do carro dotado de bancos o ue rt q fo o n nh co um so lo com o so um veícu is em couro, ar condicionado com regulagem o ue d q tu as a so centar faz as pes Land Rover a independente para motorista e passageiid um e ov d m xo e o lu ição pro desta exped ti m n ros, computador de bordo e amplo espara a se ip is ic part tomóve tânica de au ri b ca ço interno com capacidade para até sete . ar as m pela rivilegiad eiramente p e ad d a rd d adultos, nos permite apreciar uma das ve ci , e -s te rem Cafaya meçou em co vi m s o ge mais belas paisagens que se pode viel a p vi A a, famosa a Argentin 0 d 5 6 te u es e venciar. Os tons de cinza e amarelo da rr ro o o an e, e perc a a qualidad ir lt a te n e o d fr terra seca e árica se mesclam com o s a o nh cidade n ão a Salta, ei eç ir ilh d rd o C em branco da neve avistado ao longe no km s pés da e situada ao pertatopo das montanhas. A altitude que com o Chile m árida des ge a is a p A . se es d o n il A u q s a o d o em certos pontos superava os 5 mil ra que tud timento de . Eram oito ra va um sen metros, nos dava um pouco de tu en av e um filme d brilhantes, e tratava de tontura e dificuldade para respirar, s o p m li os ainda ravelmente e carros tod d si por causa do ar rarefeito. Mas n co a e mudari estrada. e imagem qu d s este é o preço por se estar em um to u in meiros m uipado com logo nos pri eq 3 lugar deslumbrante, de cenários ry ve o Disco Ao dirigir 2.7 litros, a e d o d a lúdicos e superfícies instigantes in iesel turb veículos uti motor V6 d s re o h el para um Land Rover. m io r um dos da. O câmb fama de se a rm fi n Durante o último dia de co mundo é ção litários do as com op h rc a m percurso, quando a cidais de se a orciona um automático p ro p , is a de de Salta — localizada s manu mpara troca rtável. O co fo n co e a aos pés da Cordilheira e de maci os transmit dirigibilida com GPS n o dos Andes — surgia enrd o s b o e d d em um putador o estando sm tre as montanhas de e m , ça seguran bo. otos do glo m pedra e a poeira da esre r o is p a s m lugares , passamo o percurso o d trada, um sentimento e, to o te lt n a Dura ma e asf s, areia, la a d ci de que a aventura pores ca d o s, ações, subida destas situ a m u deria durar mais era er u lq em qua forte. Os dias que se passaram após esta viagem só aumentavam a vontade de fazer parte desta “família” Land Rover que, mais do que veículos, trabalha com um fantástico estilo de vida.

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Pontodefuga

Nos Emirados Árabes, terra do petróleo, onde dinheiro não é problema e os prédios alcançam o céu, surge uma Dubai mística que nos envolve em suas raízes culturais

Novo rico

arábias das

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Hotel Burj al Arab


Pontodefuga ssim que o avião pousou no Te r m i n a l Sheikh Rashid, em Dubai, nos Emirados Árabes, a primeira surpresa. Um imponente Rolls- Royce branco nos aguardava na saída do aeroporto para nos levar ao hotel. Nada mal para quem enfrentou mais de 15 horas de vôo. No trajeto deu para notar que estávamos num lugar diferente de tudo o que havíamos visto até então. O que mais chama a atenção ao passar por largas avenidas são os arranha-céus, construções modernas que têm como característica principal formas geométricas inusitadas, de esferas a pirâmides. Além dos inúmeros canteiros de obras espalhados por todos os cantos. De repente, um clarão chamou nossa atenção.Vinha de um suntuoso prédio fincado em pleno alto-mar, que emitia um belíssimo jogo de luzes e se parecia com um imenso barco a vela. Estávamos diante do Burj al Arab, o hotel que escolhemos para uma estada de cinco dias. Antes de colocar os pés no saguão não fazíamos idéia do que era um hotel sete estrelas – é preciso ficar claro que essa é uma autoclassificação do empreendimento, já que o setor hoteleiro mundial, por enquanto,só reconhece estabelecimentos até cinco estrelas. Mas essa discussão perde a importância assim que a porta de entrada do Burj al Arab se abre e começamos a entender o que é ter o mundo aos nossos pés.Fomos recepcionados com chás, tâmaras, spray de água francesa Evian e toalhas geladas. Sentamos diante de uma linda e mágica fonte colorida, na qual as águas dançam conforme a música. Boquiabertos, assistimos a um show de música, ao lado de um majestoso aquário, rodeados por paredes brancas revestidas em

Vista do hotel Burj al Arab a partir do resort Medinat Jumeirah (acima). Ao lado, fachada do Resort Medinat Jumeirah

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ouro. Quando olhamos para cima, nossos olhos vagaram até o topo do edifício, que nos remetia a um lindo céu iluminado.Ao nosso redor, lindas turistas com seus vestidos decotados e curtos misturavam-se a mulheres islâmicas cobertas de preto. Nesse momento já estávamos completamente hipnotizados pelo exotismo e forte aroma que vinha das essências florais espalhadas pelo ambiente. Muita emoção para um dia só. Hora de um descanso merecido. Ao entrar na suíte, não deu para disfarçar o deslumbramento. Um dúplex de mais de 200 metros quadrados, com sala de estar, sala de jantar, mesa de reuniões, escritório, cozinha, e dois quartos e uma jacuzzi no andar de cima. Parecia uma casa, decorada com cores fortes e objetos suntuosos. Enquanto ainda desvendávamos os vários am-

Sete estrelas: vista da marina (acima) e do interior do hotel Burj al Arab

bientes do quarto, a campainha tocou e as quatro TVs de plasma acenderam, mostrando o rosto de quem estava do lado de fora. Mas afinal, acabamos de chegar, quem tocaria a campainha? O mordomo. Isso mesmo, cada quarto tem seu próprio mordomo. Ele desfaz as malas, serve cafezinho e um maravilhoso docinho de pistache com a maior alegria. Para fechar com chave de ouro o primeiro dia em Dubai, uma pausa em uma bela jacuzzi, antes de um magnífico jantar à luz de velas ao som de música árabe.Tudo preparado por nosso fiel escudeiro e regado a muita champanhe. Dubai é a capital de mesmo nome de um dos sete estados que compõe os Emirados Árabes Unidos. A cidade de arquitetura futurista é jovem,foi construída em pouco mais de 30 anos. Originalmente, Dubai era uma aldeia de pesca-

dores.Em 1830,membros da tribo Bani Yas,liderados pela família dos Al Maktoum, ali se instalaram e recusaram obediência a Abu Dhabi. O legado passou de pai para filho e até hoje os Maktoum estão no poder. A descoberta do petróleo, em 1971,mudou a cara do lugar.O antigo vilarejo de 20 mil habitantes multiplicou-se para mais de 1 milhão de habitantes, sendo que apenas 20% deles são formados pela população nativa.Com o dinheiro dos petrodólares o comércio desenvolveuse e as obras de condomínios residenciais e comerciais foram substituindo a paisagem árida do deserto.Na década de 90,um estudo previu o fim das reservas petrolíferas para 2010. Um grande desafio para o xeique Mohamed Al Maktoum. Ele não titubiou. Mudou a vocação econômica da cidade e passou a investir parte da receita em comércio e turismo. Atualmente, a maior parte da renda do emirado vem da Zona Franca Jebel Ali, endereço de 140 multinacionais que desfrutam de vantajosas isenções comerciais e fiscais, e do porto de Dubai, o 13º mais movimentado do mundo, estrategicamente localizado entre a Ásia e o Ocidente. As atividades relacionadas ao turismo também trazem


Pontodefuga divisas para a economia local, com

Tradição e modernidade

projetos arrojados e luxuosos que de-

Segundo dia em Dubai. Dia de bater perna pela cidade. A primeira parada foi

sencadearam um fabuloso boom do mercado imobiliário.

no shopping Emirates Mall, um enorme centro de compras com as mais conceituadas lojas do cenário da moda internacional, praça de alimentação e

O hotel Burj al Arab é um bom exemplo dessa exuberância imobiliária que tomou conta de Dubai nos últimos anos. Construído em uma ilha artificial, a torre tem uma altura de 320 metros, os quartos têm vista deslumbrante do mais profundo mar azul. O hotel dispõe de spa, piscina, parque aquático, praia particular, marina com modernos iates e um batalhão de serviçais para realizar todos os desejos dos clientes. O projeto foi executado pelo arquiteto inglês Thomas Wright, demorou cinco anos para ficar pronto e custou US$ 650 milhões.Virou reduto de famosos. Brad Pitt, Angelina Jolie, David e Victoria Beckham, Tiger Woods e Ronaldinho já passaram por ali.

cinemas. O que surpreende são os preços acessíveis dos produtos, resultado de uma política fiscal vantajosa.Vitrines tentadoras à parte – até a Daslu fincou bandeira por lá – o que mais chama a atenção é o povo árabe. Homens e mulheres vestidos de burcas, roupa típica da região, que deixa à mostra apenas o rosto. Num primeiro momento é estranho, principalmente pelo clima quente da região. Mas aos poucos passamos a admirar os costumes locais. O islamismo, seguido por 90% da população, é uma religião que segue preceitos rígidos. Os fiéis acreditam num só Deus e têm em Maomé o seu profeta. Devem ir ao menos uma vez na vida à Meca, jejuar no Ramadã e rezar cinco vezes ao dia. É comum ouvir chamados ao louvor soarem por todos os lados ao longo do dia. É a convocação dos sacerdotes para a população rezar para Alá. Todos correm para as mesquitas ou estendem um tapete onde estiverem, na rua, no shopping ou no trabalho e fazem suas preces. Mesmo cobertas dos pés à cabeça,as mulheres chamam muita atenção.Aprendi a enxergá-las de um outro modo depois de conhecer um pouco do universo islâmico. Elas se escondem embaixo das burcas por serem comparadas a tesouros ocultos que ninguém pode ver. Vivem num mundo muito belo e particular. Fazem hena nas mãos, se arrumam, perfumam a casa e os filhos e esperam

Loja da Starbucks em shoppings de Dubai

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Pontodefuga pelo marido. Poucas trabalham fora de casa, só as que precisam se sustentar.

proibida, e no auge do passeio pega-

Foram criadas seguindo o preceito islâmico de que seus maridos podem ter

mos um pequeno barco para atraves-

até quatro mulheres, todas com direitos iguais. Isso é natural para a maioria

sar o canal em direção a Deira, um bairro modesto onde está o mercado

delas. Pareceram-me felizes. Quando achávamos que já tínhamos visto o bastante, numa simples manhã nos deparamos com uma estação de esqui. Em pleno deserto. De um lado do vidro, 40 graus, do outro, neve. Em torno da pista de esqui, restaurantes e cafés servem comida típica da montanha: fondues, queijos e vinhos. Sentamos em uma das casas e almoçamos ao lado de uma lareira, vendo a neve cair. À tarde saímos para um passeio. É um grande canteiro de obras. As tamareiras naturais dividem espaço com ilhas artificiais, espigões com arquitetura moderna e muitos hotéis – só neste ano foram inaugurados mais de 150 unidades. Passamos por condomínios temáticos que abrigam escritórios e serviços voltados para a saúde, o lazer e os esportes. O condomínio esportivo é impressionante: são nove torres que comportam ao seu redor campo de golfe, quadra de futebol, academia, entre outras atrações.Tudo em Dubai é superlativo. Para o fim de 2008 está prevista a inauguração do Burj Dubai, torre de mais de 700 metros que promete ser a mais alta do mundo. Passamos por mesquitas deslumbrantes, onde a entrada de turistas é

de ouro e especiarias mais famoso de Dubai. No meio do trajeto, cruzamos com outros barcos vendendo especiarias e objetos turísticos e foi ali que compramos nossas próprias burcas. No mercado, encontramos barracas e muitas lojas que vendiam todo tipo de jóias, a maior parte réplicas de famosas joalherias. Nas barracas, temperos: curry, açafrão, hortelã e coentro. A palavra-chave do mercado é “barganhar”. Em 10 minutos de conversa conseguimos comprar uma pulseira de ouro de US$ 350 por US$ 100. Na saída do mercado, vários restaurantes flutuantes.Terminamos o dia jantando num maravilhoso barco em pleno Golfo Pérsico, com decoração exótica e comidas muito bem temperadas: pão sírio torrado na hora para comer com coalhada ou pasta de grão-debico, vários tipos de salada, quibe, esfiha, carne com pistache, arroz com amêndoas, charutos de folha de uva, pimentão ou abobrinha recheados com arroz e carne moída. De sobremesa, um maravilhoso folhado de nozes com calda de água de rosas e um cafezinho turco para arrematar.

O Mall of Emirates (ao lado) tem pistas de esqui com 80 metros de altura e neve artificial

Um oásis no deserto Em Abu Dhabi, a paisagem muda logo na entrada, o tom amarelado do deserto vai sendo substituído por muitas árvores. A capital federal dos Emirados, a 120 quilômetros de Dubai, é uma benção em pleno deserto. O líder político dos Emirados, Khalifa Bin Zayed Al Nahyan, reside ali.Vimos edi-

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fícios parlamentares, ministérios federais, embaixadas estrangeiras. A arquitetura da cidade mistura edifícios antigos com modernos arranha-céus. Os Emirados Árabes Unidos reúnem sete países (Abu Dhabi, Dubai, Ajman, Fujeira, Rasal-khaimah, Sharjah e Umm-al- Qiwain) que se localizam ao longo da costa oriental do Golfo Pérsico. A população de Abu Dhabi é a maior dentre todos os emirados: 1,6 milhão de habitantes. Lá a religiosidade é mais ortodoxa. As mulheres nem mostram os olhos, ficam cobertas dos pés à cabeça parecendo uma torre preta. Mas há sinais de vaidade. Usam bolsas chamativas de grifes badaladas como Gucci, Chanel ou Dior. É curioso ver os homens andando pelas ruas ao lado de uma de suas mulheres e seguidos pelas outras três esposas. Em Abu Dhabi visitamos o Emirates Palace, o hotel mais suntuoso de todos dos emirados. Foi o palácio de um xeique em tempos passados. Dentro dele, um museu abriga os futuros projetos para a cidade. Os empreendedores de Abu Dhabi estão seguindo os passos de Dubai e começam a criar seus próprios projetos, que não deixam nada a desejar às exuberantes construções da vizinha. Entre eles, a quinta maior mesquita do mundo e o museu de Abu Dhabi, que busca inspiração em nada mais nada menos do que o francês Louvre e o espanhol Gugenheim Bilbao. De volta a Dubai aproveitamos o resto do dia na piscina e no spa. O ator Jean Claude Van Damme estava por lá se refrescando e relaxando. À noite, cansados de tantas andanças, decidimos ficar no hotel. Jantamos no maravilhoso Al Mahara, restauran-

te submarino do hotel, ladeado por um gigantesco aquário, especializado em peixes e frutos do mar. Na última noite fomos conhecer o deserto de perto. Saímos num carro 4x4 até chegar em uma duna bem alta para ver o pôr-do-sol, onde tinha um acampamento montado. Andamos de camelo, fizemos hena nas mãos, fumamos muito narguilé e jantamos um belo churrasco, assistindo a um espetáculo de dança do ventre. Estávamos envolvidos pelo doce balançar da música árabe e pelo aroma de seus incensos de jasmin. Era hora de nos despedirmos de Dubai. Nada melhor do que deitar sobre um tapete persa, encostar a cabeça em largas almofadas e só ter o céu estrelado como cenário.

4&3 7* `04 Hotel

Burj al Arab – O pacote de cinco dias e quatro noites de hospedagem inclui caféda-manhã, city tour, passeio e rali no deserto com guia privativo e visita a Abu Dhabi (a capital federal dos Emirados Árabes). A partir de U$$ 3.869 por pessoa em quarto duplo. Queensberry Agência de Viagens e Turismo: tel.: (11) 3365-4000 Teresa Perez Tour: (11) 3217-7200

Companhia Aéreas

flutuante, com espetáculo de dança do ventre. A culinária típica da região é maravilhosa.

Melhor época para visitar Dubai

Alta estação – De dezembro a março as temperaturas variam em torno de 25 graus centígrados. Baixa estação – De junho a setembro, a temperatura passa dos 40 graus centígrados, mas os preços são mais em conta.

Passeios imperdíveis

Mall of Emirates, estação de esqui artificial, que fica no shopping Emirates Mall.

A Emirates tem vôos diretos São Paulo– Dubai, seis dias por semana. O valor da passagem em classe econômica é de US$ 1.590. Informações: www.emirates.com

Mercado de ouro e especiarias, em Deira, bairro a 20 minutos do centro da cidade.

Restaurantes

Todos os passeios podem ser contratados no hotel Burj al Arab ou na Alpha Tours: tel.: 971-4-2949888 ou pelo site www.alphatoursdubai.com

Al Mahara – Restaurante do hotel Burj Dubai, especializado em peixes e frutos do mar, é garantia de uma boa refeição. O charme fica por conta do enorme aquário instalado no ambiente. O preço por casal é de US$ 500. É preciso fazer reserva. Homens devem usar blazer. Informações: www.burj-al-arab.com Dubai Boat – Jantar dançante em barco

Passeio de helicóptero – Custa US$ 600, por casal.

Roupas

É recomendável não abusar dos decotes e short muito curtos. Em Dubai a população é muito religiosa. Maiores informações no site: www.dubai.com

Loja de objetos típicos no mercado de especiarias


Coisas sem as quais... 'OTOS %ANIEL 8AINSTEIN

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om um portfólio de destaque no cenário nacional e participação em exposições como Casa Cor SP,Equipotel e Projeto Casa da Criança, a decoradora Camilla Matarazzo dedica-se, há duas décadas, a projetos que primam pelo conforto e adequação de ambientes. Sua casa não podia ser diferente. Há poucos meses mudou-se de um apartamento de 630 metros quadrados, nos Jardins, em São Paulo, para um de 120, em Perdizes,“mais prático”, conforme diz. Deixou a maioria dos móveis

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e objetos de decoração num depósito, levando aquilo que é de extremo valor sentimental. Quando abre a porta de seu novo lar, sorridente, e acompanhada da yorkshire Mira – nome dado em homenagem à artista concretista Mira Schendel –, já se percebe que a decoradora respira arte desde a infância. Para quem não sabe, ela é sobrinha do mecenas Ciccilo Matarazzo, que aparece, pontualmente, aqui e ali, nas telas – como não podia deixar de ser – cadeiras, enfim, em pequenos mimos...

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$AMILLA .ATARAZZO 3

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1 DEUSA NEGRA “Comprei numa feira de rua, na Nigéria. A cada viagem que faço, trago muitos objetos neste estilo.” 2 MEIA-LUZ “Sempre que faço uma Casa Cor acabo levando prejuízo”, brinca. A luminária de Simone Rodrigues fazia parte de um ambiente que criou para uma mostra na década de 90. 3 INSPIRAÇÃO A prateleira de livros traz raridades como diários de Warhol, cadernos de desenhos de Cocteau, entre dezenas de outros livros, que ela folheia antes de se deitar. 4 CHINA Camilla adora tudo o que vem de lá. As frutas em cerâmica faziam parte da decoração da casa de seu avô, Nicola. 5 MARFIM Não importa onde mora, no banheiro de Camilla sempre está o conjunto de escovas com suas iniciais. Um presente de quando ainda era bebê. 6 SURPRESA “Certa vez, uma repórter da Vogue perguntou-me o que eu gostaria de ganhar de presente de Natal. Fui a uma galeria e apontei o quadro do modernista Aldo Bonadei. Dias depois, meu marido aparece com o quadro e diz: ‘É seu’”. 7 PÚRPURA O sofá de plumas de ganso foi desenhado pela maison de designer Cassino & Dantas especialmente para Camilla. “Quando chegou não sabia ao certo se era roxo, lilás...”

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Social

ONG paulista resgata o passado de crianças em $"3-" "3"«+0 \ '0504 %"/*&- 8"*/45&*/

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Era uma

rovavelmente, a primeira coisa que vem à cabeça de qualquer um ao ouvir histórias de crianças e adolescentes com um enredo triste ou trágico é pensar alguma forma de fazer com que aquele fato ou ato seja esquecido. Mas será mesmo possível apagar más lembranças? Será que existe a possibilidade de tirarmos de pequenos cidadãos as marcas internas de violência, maus-tratos, descaso ou abandono? O ideal é que houvesse uma espécie de magia com tal poder. Mas não há, pelo menos até hoje, nenhum antídoto mágico contra experiências dolorosas. E como utopia não ajuda a solucionar os problemas, a psicóloga Cláudia Vidigal resolveu ir na contramão do pensamento coletivo e fazer com que crianças que vivem em abrigos registrassem sua vida e recuperassem seu passado. “Percebi que precisávamos dar a chance de resgatar a identidade dessas crianças”, diz. Foi da percepção de Cláudia que surgiu um programa chamado Fazendo Minha História, em 2002. Três anos mais tarde, com o sucesso da iniciativa, nasceu o Instituto Fazendo Minha História, que realiza esse e outros trabalhos sociais. Quando Cláudia ainda estava no quinto ano da faculdade, em 1999, ela foi estagiar em um abrigo. Antes as instituições para acolher crianças eram conhecidas como orfanatos. No início dos anos 90, com a mudança no Estatuto da Criança e do Adolescente, esses lugares passaram a se chamar

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livros e faz renascer a esperança em olhares inocentes

Júlia Eid, colaboradora da Ong: "O resgate da história e o registro do presente são lembranças que as crianças levarão por toda a vida"


Social

O álbum revela talentos, como o dom de desenhar que o garoto pretende transformar em profissão

abrigos e pelo respaldo da Lei só poderiam acolher até 20 crianças. O abrigo funciona como uma instituição de zelo, tanto que a maioria das crianças não é órfã. Ele é um local provisório. “Ainda tem muita coisa pra melhorar, mas o Brasil está em um caminho bom”, acredita a psicóloga. Abuso, violência, pobreza, falta de condições psicológicas e descaso são algumas das razões que fazem com que crianças sejam retiradas de suas famílias pela justiça e encaminhadas a um abrigo. O objetivo é tentar oferecer um futuro melhor para esses pequenos seres que tão cedo têm de enfrentar uma dura realidade. Com a revisão do Estatuto os abrigos passaram a buscar uma nova forma de organização. “Antes as roupas eram de todos, não havia privacidade. Hoje, na maioria das casas que trabalhamos cada criança tem seu armário”, diz Cláudia. Apesar de terem melhorado a situação nos abrigos, nem todos conseguem cumprir as regras à risca. E aí que o trabalho de ONGs (organizações não-governamentais), como

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a Fazendo Minha História, têm facilitado o dia-a-dia. O projeto de Cláudia parece simples, mas envolve muita sensibilidade e comprometimento. Na prática, ela criou um mecanismo para incentivar a leitura e a escrita. O resultado desse trabalho faz com que as crianças registrem sua própria história em um livro, que é único e particular. E extremamente especial. Chamado de “álbum” pelos coordenadores do projeto, essa verdadeira obra de arte e vida traz as histórias das crianças, experiências vividas dentro do abrigo e resgata as raízes e os problemas da vida de cada uma delas. “Quando começamos vi que havia crianças que não sabiam nem a própria data do aniversário”, diz Cláudia. Com a criação do álbum as crianças são capazes de conhecer um pouco melhor de si mesmas, registrar uma vivência, um período importante da vida e encarar seus problemas para assim poder resolvê-los ou, no mínimo, superálos. Grande parte dos problemas está na família. A equipe da revista Cyrela teve a oportunidade de acompanhar a rotina de um dos abrigos parceiros da ONG, no Educandário Dom Duarte, na capital paulista. Fomos recepcionados com muito carinho pelas crianças. Mesmo com passado sofrido elas ensinam uma grande lição de amor. E o que é melhor. É possível ver que são verdadeiros anjinhos, que ainda guardam esperança no olhar. Apesar do


álbum ser extremamente pessoal, Diego, Jeferson, Paulo, Renato (nomes fictícios) e as outras 16 crianças abrigadas fazem questão de mostrar sua vida naquelas páginas. Jonathan, por exemplo, mostra seus desenhos com orgulho e não se intimida ao ver que lemos a página ao lado contando o dia em que seu pai saiu de casa e não voltou mais. “Tem crianças que se abrem mais rapidamente, outras nem tanto. Não obrigamos elas a nada, nem mesmo a fazer os encontros”, diz Júlia Eid, colaboradora técnica há dois anos do Fazendo Minha História. “Trabalhamos por temas. Sempre procuro associar os livros que vamos ler aos temas que podemos tratar no álbum”, completa. Outro álbum marcante é o do pequeno Diego. Empolgado, ele exalta as fotos da família e fala o tempo todo do seu irmão mais novo que nasceu há pouco. As primeiras páginas do livro de Diego, de apenas 7 anos, mostram sua tristeza ao chegar o abrigo. Ele escreveu em letras bem grandes que não queria estar ali. Mas, ao continuar virando as folhas, percebemos que ele está tendo uma infância na medida do possível normal, com atividades esportivas e muitas brincadeiras.

“Esse registro da rotina deles também é importante, pois é a história que vão carregar para o resto da vida”, diz Júlia. Apesar de aprovado por especialistas e pelas crianças, a própria mentora do projeto reconhece que não sabe o papel e a importância dos álbuns na vida futura dessas crianças. “Até porque elas estão ali de passagem. E costumam ser reintegradas às famílias ou são encaminhadas para adoção”, diz Cláudia. Uma experiência vivida em um dos abrigos que assiste mostra que ela está em um bom caminho. “Uma vez uma garota de mais ou menos 20 anos entrou em um dos abrigos, onde haviam morado um dia. Ela tinha ido resgatar sua história. Ao se deparar com o projeto caiu em lágrimas e disse algo que me marcou muito. `Daria a vida para saber quem eu era e para ter um álbum próprio`”, lembra Cláudia. O sucesso do Fazendo Minha História não ocorreu por acaso. Anualmente, o instituto trabalha em mais de 15 abrigos, o que significa por baixo mais de 300 crianças. Cláudia não poderia nem teria tempo de se dedicar a cada uma delas sozinha. E aí que entra em cena os colaboradores, sem os quais o sucesso da ONG ficaria comprometido. Já passam de 100 o número de pessoas que aderiram à causa. Para começar, Cláudia não gosta que eles sejam chamados de voluntários, pois acredita que o nome correto é mesmo o de colaborador. Para ela, para entrar no projeto é preciso muito mais do que vontade de ajudar. É necessário haver comprometimento e preparo. “Faço uma seleção rigorosa, não é justo que as crianças se apeguem a algum colaborador que vai abandonar o trabalho no meio do caminho”, diz Cláudia. Realmente não ajuda em nada deixar o trabalho incompleto e fazer com que as crianças sintam novamente a sensação de abandono. Mas para os que garantem comprometimento, há sim espaço e muito. “Há uma série de abrigos conveniados, portanto, precisamos sempre de mais colaboradores.” A carga horária é relativamente leve, é preciso dedicar-se uma vez por semana, por três horas. Cada colaborador fica com uma criança por cerca de uma hora. Mas como é preciso planejar o encontro, é preciso dedicar mais uma hora para a preparação. A outra hora restante que Cláudia contabiliza para a dedicação é por conta da locomoção. Depois disso, o colaborador participa a cada dois meses de reuniões de supervisão. “É um trabalho gratificante. Não atrapalha minha rotina de trabalho. É totalmente viável”, diz Nina Franco, colaboradora desde março. “O pouco tempo que dedicamos às crianças é muito para elas.” Quem pensa em ir além e tem como meta na vida construir uma sociedade mais justa e humana, Cláudia aconselha: “Primeiro faça, faça e faça. Acredite sempre. Só depois busque parceiros e patrocinadores. Quando as coisas começarem a dar certo, saia contando para os outros para que sua boa ação se multiplique”, finaliza. A elaboração do álbum incentiva o hábito da leitura e a criatividade da criançada


Garfo e taça O MELHOR DA

GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA 1 0 3 3 * $ " 3 % 0 $ " 4 5 * - ) 0

Descubra

Portugal

O país, com suas uvas regionais e enólogos de primeiro time, faz cada vez mais vinhos de alta gama, instigantes e que não devem nada aos grandes rótulos do mundo

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e você já não agüenta mais ouvir falar e degustar vinhos do chamado Novo Mundo, principalmente da Argentina e do Chile, está na hora de conhecer os vinhos portugueses.Até pouco tempo vistos com desconfiança por sua rusticidade e falta de um caráter, digamos, mais internacional, os portugueses deram a volta por cima e agora estão produzindo vinhos que não ficam devendo nada aos dos outros grandes países da Europa. E, com outra grande vantagem, o país explora como poucos suas uvas regionais – algumas de nomes pitorescos --, o que é outro atrativo para aqueles que já estão fartos da trilogia Chardonnay, Cabernet e Merlot. Em Portugal, os brancos são elaborados com uvas como Arinto,Antão Vaz, Fernão Pires ou Malvasia Fina. Já os tintos com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Roriz, Aragonês e uma francesa adotada, a Alicante Bouschet. O Alentejo e o Douro podem até estar um passo a frente, mas regiões como o Dão, o Ribatejo, a Estremadura e a Bairrada vão reagindo e mostrando grande potencial. Abaixo, uma pequena seleção de vinhos que merecem ser degustados.

Alentejo CORTES DE CIMA RESERVA 2003 Mescla das uvas Syrah, Aragonês e Touriga Nacional, que mostra muita cor, denso, com fruta vermelha predominando e muito corpo. www.adegaalentejana.com.br ESPORÃO PRIVATE SELECTION GARRAFEIRA 2004 Alentejo – Tinto de cor granada, aroma intenso de fruta com notas de madeira, além de especiarias, muito atraente e elegante. www.qualimpor.com.br HERDADE DOS GROUS RESERVA 2005 Exuberante nos aromas frutados, com sabores florais, corpo sedoso e notas de madeira de grande qualidade. www.epice.com.br

Douro

Ao lado, vinhedos nas encostas do Douro, uma das regiões vinícolas mais bonitas. Garrafas do Esporão e do Abandonado: dois grandes vinhos

DOMINGOS ALVES DE SOUSA ABANDONADO 2004 Grandioso no aroma e com muita estrutura veio confirmar o grande momento desse produtor.Vinho longo e elegante. www.decanter.com.br

Bairrada QUINTA DAS BACELADAS 2004 Rico corte de Cabernet Sauvignon e Merlot e um pouco de Baga. Elegante, gostoso e longo. www.santaluzia.com.br


Garfo e taça O MELHOR DA

GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

Amadas cerejas

Fim de ano marca a desejada chegada dessa fruta doce e maravilhosa no mercado brasileiro Fotos Tadeu Brunelli

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odo fim de ano é a mesma coisa. Uma leva de produtos diferentes e sazonais aparecem no mercado para alegrar ainda mais a mesa do brasileiro. Nos últimos anos, a cereja tem sido uma delas e transformou-se em uma das frutas mais festejadas e procuradas. Em São Paulo, por exemplo, é vendida até nos sinais de trânsito. Alem de ser uma delícia quando consumida ao natural, casa muito bem em receitas. Para confirmar isso, pedimos ao talentoso chef Píer Paolo Picchi que criasse receitas com a fruta. O resultado são sobremesas deliciosas. De origem asiática, a cereja é uma fruta que precisa de estações definidas para obter êxito em seu consumo.Pede inverno muito frio e verão ameno e seco. O Chile é o principal país exportador. A fruta, de paladar adocicado, no Brasil ainda é muito consumida em conservas, compotas e licores, mas seu consumo in natura aumenta a cada estação.A fruta fresca tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas, é rica em vitaminas A e C, além de fornecer sais minerais como cálcio, ferro e fósforo. Já na cozinha, é extremamente versátil.“Engana-se quem pensa que cereja é para decorar um prato”, diz o chef Píer Paolo Picchi, do restaurante Picchi, badalado restaurante no bairro do Itaim. Portanto, aproveite a temporada de cerejas e faça a festa, lembrando que a fruta combina perfeitamente com champanhe e com espumantes brasileiros.

CROSTATA DE CEREJA 20 porções Massa sablé 300 g | de manteiga 5 g | de sal 187,5 g | de açúcar 100 g | de ovos 500 g | de farinha de trigo 2,5 g | de fermento químico Creme patissier 3 | gemas 100 g | de açúcar 25 g | de amido de milho 25 g | de farinha de trigo 500 g | de leite 30 g | de cereja chilena Baunilha e hortelã a gosto Modo de preparo Massa sablé 1. Bata a manteiga, o sal e o açúcar. 2. Em seguida, adicione os ovos e bata até a massa ficar homogênea. 3. Acrescente a farinha e o fermento químico. 4. Deixe a massa descansar e, depois, enforme-as. Creme patissier 1. Bata a gema com açúcar até branquear. 2. Em seguida, adicione o amido de milho e a farinha de trigo. Misture bem. 3. Ferva o leite com a baunilha e jogue na mistura acima e volte para o fogo baixo até engrossar. 4. Retire do fogo e misture as cerejas picadas. Montagem Recheie as crostatas (tortas) com creme patissier e por cima decore com cerejas chilenas e hortelã.

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ESPUMA DE CHOCOLATE BRANCO COM CEREJAS 24 porções Espuma de chocolate branco 300 g | de chocolate branco 300 g | de clara 300 g | de creme de leite 100 g | de cereja batida e coada 2 cápsulas | de chantilly Modo de preparo Espuma de chocolate branco 1. Junte a calda de cereja com o creme de leite e leve ao fogo. 2. Derreta o chocolate branco picado com o creme de leite quente. 3. Passe numa peneira, misture com a clara e coloque tudo no sifão. 4. Acrescente as cápsulas de chantilly e deixe em banho-maria. Montagem Sirva a espuma em uma taça de dry martini.

*RICARDO CASTILHO É DIRETOR DA REVISTA PRAZERES DA MESA


C a r a v e l a /AVEGUE PELA CULTURA LIVROS MzSICA CINEMA &DIkiO 4ERGIO $RUSCO

1001 discosquefizeramhistĂłria m meados dos anos 50, o avanço tecnolĂłgico da gravação e da reprodução de som transformou a maneira de ouvir – e de vender – mĂşsica. Os discos de longa duração (ou long playing records, hoje jurĂĄssicos LPs) decretaram a morte da bolacha de 78 rotaçþes por minuto, trouxeram maior fidelidade sonora e permitiam ao ouvinte continuar dançando ou bebendo seu uisquinho no sofĂĄ sem ter de trocar de lado a cada mĂşsica (sĂł uma vez a cada lado). Mas a revolução em 33 RPM nĂŁo se restringia apenas ao conforto e Ă qualidade sonora. Diante da possibilidade de juntar um punhado de mĂşsicas em um sĂł disco (no comecinho, em 10 polegadas, logo em seguida em 12), alguns artistas logo perceberam que ali havia uma chance de desenvolver suas carreiras de uma maneira totalmente diferente. Nasciam os discos conceituais – aqueles que “defendem uma idĂŠiaâ€?, contam uma histĂłria por meio das vĂĄrias historinhas contidas nas letras, criam determinado “climaâ€? ou servem como veĂ­culo para estudos de estilo. Frank Sinatra

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foi um dos primeiros a lançar mĂŁo da novidade, gravando In The Wee Small Hours, disco de cançþes exclusivamente tristĂ­ssimas em que os temas recorrentes eram amores desfeitos, desilusĂľes, saudade, coraçþes partidos – o de Sinatra e o dos ouvintes que se dispusessem a sofrer daquele jeito. Com arranjos do jovem Nelson Riddle (que se tornaria um dos maiores maestros de estĂşdio da mĂşsica americana), Sinatra viu sua carreira, precocemente tida como decadente, renascer. É com In The Wee Small Hours, de 1955, que começa a viagem por 1001 ĂĄlbuns selecionados e comentados por 90 crĂ­ticos internacionais,abrangendoquaseseisdĂŠcadasdeproduçãomusical,doLPao CDeaoMP3.NomomentoemqueoconceitodeĂĄlbum(umconjunto demĂşsicasqueserelacionam,embaladoporumaidĂŠiavisual)ĂŠposto emxequepelocompartilhamentodearquivosviainternet,ĂŠinteressante passar a limpo a histĂłria da mĂşsica popular de acordo com esse formato. Obra fundamental para qualquer pessoa interessada em mĂşsica pop, 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer apresenta cronologicamente obras-primas de diversas vertentes – com maior apego ao rock´n´roll. Os trabalhos que “mudaram tudoâ€? estĂŁo


1001 DISCOS PARA OUVIR ANTES DE MORRER Prefácio de Michael Lydon e edição de Robert Dimery 960 págs, R$ 59,90 – Sextante

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aqui: o lançamento de Garota de Ipanema e da bossa nova ao mundo em Getz/Gilberto (João Gilberto e Stan Getz), a canção folk em Highway 61 Revisited (Bob Dylan), a psicodelia em Pet Sounds e Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band (Beach Boys e Beatles, respectivamente), a loucura lisérgica em Are You Experienced (Jimi Hendrix), o grito da soul music em Lady Soul (Aretha Franklin), o jazz eletrificado em Bitches Brew (Miles Davis), obras-primas do rhythm´n´blues como What´s Going On e Talking Book (Marvin Gaye e Stevie Wonder), o rock´n´roll sem frescura em Sticky Fingers (Rolling Stones), o rock cerebral em Transformer (Lou Reed), a explosão do reggae em Catch a Fire (Bob Marley), a virada punk em Never Mind The Bollocks (Sex Pistols) e tantos mais (só para ficar nos anos 60 e 70). Os discos mais importantes vêm acompanhados de fotos dos artistas e quase todos os 1001, com reproduções das capas. Nomes obscuros, que não fizeram tanto sucesso comercial mas seguem influenciando gerações, também estão representados: Van Morrison, Nick Drake, Randy Newman, John Martyn e outros bardos. É um livro de gringo, sem dúvida, focado primordialmente

no que aconteceu nos Estados Unidos e na Inglaterra. Mas a música brasileira é bem representada na obra por Caetano Veloso, Mutantes (ambos com seus discos de estréia), Milton Nascimento e Lô Borges (com o grande álbum duplo Clube da Esquina), Bebel Gilberto (com o CD Tanto Tempo, que lançou para o mundo a bossa nova eletrônica) e alguns mais. O troféu mico da edição vai para o sujeito que indica a coletânea Vento de Maio, de Elis Regina, nada mais que um picadinho de sua obra, lançado depois da sua morte, em 1982, pela EMI (onde ela gravou pouco), como se fosse um álbum original da diva, para enganar trouxa. Este foi tapeado. Mas será possível que ele nunca ouviu dizer que, em 1974, a cantora gravou com nosso maior compositor popular um certo álbum chamado Elis & Tom? Enfim, o deslize, embora feio, não chega a estragar a delícia de ler e folhear o livrão, relembrar a trilha sonora de bons momentos da sua vida ou procurar ouvir aquele disco importante para o qual você nunca deu bola. E aguarde novidades: a Editora Sextante promete, para 2008, o lançamento dos volumes 1001 Filmes e 1001 Livros – para ver e ler antes de morrer...


C a r a v e l a /AVEGUE PELA CULTURA LIVROS MzSICA CINEMA

Astro superlativo VALE TUDO O SOM E A FĂšRIA DE TIM MAIA Nelson Motta 392 pĂĄgs, R$ 49,90 Objetiva

Ăł um amigo inteligente e bom de prosa como Nelson Motta para escrever uma biografia tĂŁo carinhosa e divertida como Vale Tudo – O Som e a FĂşria de Tim Maia. Nelson acompanhou a carreira de Tim desde seu lançamento em um dueto com Elis Regina (em 1969, no ĂĄlbum Em Pleno VerĂŁo, de Elis, que produziu) atĂŠ os Ăşltimos momentos, no fim dos anos 90, quando os excessos de uma vida regada a ĂĄlcool e drogas combaliam definitivamente a saĂşde do vozeirĂŁo mais possante e cheio de ritmo da mĂşsica brasileira. Logo no começo do texto, o autor jĂĄ avisa que ficcionista algum seria capaz de inventar uma personagem como Tim Maia, e narra sua vida desde a infância como entregador de marmitas da pensĂŁo do pai no bairro carioca da Tijuca, onde começou a se reunir a turma da Jovem Guarda (Tim ensinou um bocado de mĂşsica a Roberto e Erasmo Carlos), atĂŠ momentos de glĂłria e de profunda solidĂŁo. Sem rodeios, o Ă­dolo ĂŠ descrito em suas vĂĄrias faces, todas superlativas como o tamanho de sua pança e o volume de sua voz: era capaz de atos de grande generosidade e tambĂŠm de extrema ingratidĂŁo (sobrando atĂŠ para Nelson em certo

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episĂłdio). Mas aqui nĂŁo hĂĄ juĂ­zo de valores – e a obra, alĂŠm de trazer passagens engraçadĂ­ssimas envolvendo namoradas, mĂşsicos, credores, aditivos quĂ­micos e os cĂŠlebres canos que dava em seus shows, presta tributo Ă obra do talentoso e inimitĂĄvel artista. Quem viveu paixĂľes ao som de Primavera e VocĂŞ, ou dançou com Descobridor dos Sete Mares e Vale Tudo, nĂŁo pode deixar de ler. E de rir com as mĂĄximas do cantor, como a com que costumava definir sua popularidade: â€œĂ‰ uma questĂŁo de equilĂ­brio. Metade das minhas mĂşsicas ĂŠ esquenta-sovaco. A outra metade ĂŠ mela-cuecaâ€?.

Vida simples carioca LetĂ­cia Ferreira Braga ĂŠ advogada e entende de viver bem como ninguĂŠm. Mas, para a autora, estar em harmonia domĂŠstica nĂŁo ĂŠ cercar-se de luxos e facilidades tecnolĂłgicas. É encontrar, no lar, o perfeito refĂşgio para o mundo que ruge lĂĄ fora. Numa ĂŠpoca em que somos bombardeados com informaçþes e enfrentamos situaçþes pra lĂĄ de estressantes no caminho casatrabalho-trabalho-casa, LetĂ­cia propĂľe entender sua morada como um templo. E nĂŁo estamos falando de religiĂľes, mas de um estilo de vida que pode transformar seu “casuloâ€? num lugar de paz e de boas vibraçþes, ideal

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O PRAZER DE FICAR EM CASA LetĂ­cia Ferreira Braga 82 pĂĄgs., 14,90 Casa da Palavra

para o exercĂ­cio da criatividade e do convĂ­vio gostoso com famĂ­lia e amigos. Num livrinho sucinto, simpĂĄtico e rĂĄpido de ler, ela dĂĄ dicas de como melhorar o astral do pedaço lançando mĂŁo de aromas, banhos relaxantes, tĂŠcnicas de meditação, livrando-se do que ĂŠ desnecessĂĄrio (“cinco jarras d´ågua, 12 toalhas de mesa? NĂŁo!â€?, diz) e organizando tudo na base do “quanto menos complicado, melhorâ€?. Se vocĂŞ ĂŠ do tipo que demora horas para encontrar algum objeto que a casa resolveu simplesmente “engolirâ€?, talvez seja hora de prestar atenção aos sĂĄbios ensinamentos contidos em O Prazer de Ficar em Casa.


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vete Sangalo, de chef de cozinha. Renata Fan, de pijama, Maguila, de empresĂĄrio, Mara Maravailha, de lavadeira. Essas sĂŁo algumas das mais de 30 personalidades clicadas pelo fotĂłgrafo Welison Calandria para o livro Celebridades Como VocĂŞ Nunca Viu. O pro-

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adolescentes com deficiência intelectual. Ana Hickman, aparece com vestidinho acinturado e fita na cabeça, figurino típico dos anos 60, abençoou o projeto: ela Ê madrinha da entidade. Calandria fotografa desde 1989 nas åreas editoriais e de publicidade. Hoje comanda a

jeto tem causa nobre. Toda a renda arrecadada com a venda da publicação serå revertida para a Sociedade Pestalozzi de São Paulo, uma instituição beneficente de utilidade pública, que hå 55 anos atende crianças e

FrameStudio e ministra cursos de fotografia no Senac, em SĂŁo Paulo. AlĂŠm do Brasil, seus trabalhos jĂĄ foram publicados nos Estados Unidos, na Inglaterra, em Portugal, no MĂŠxico e na Argentina.



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Roedor N de bico doce

ĂŁo ĂŠ preciso ser gourmet de carteirinha ou diploma para se divertir – e muito! – com Ratatouille, a mais recente animação da Disney/Pixar. Mas

se vocĂŞ ĂŠ apaixonado pela alquimia culinĂĄria dos restaurantes estrelados (ou do trivial requintado) e perdeu o filme no cinema, reserve jĂĄ sua cĂłpia em DVD.

Sem querer fazer trocadilho, Ratatouille ĂŠ uma delĂ­cia. Tudo começa numa casa de campo, onde nosso herĂłi, o ratinho francĂŞs Remy, assiste sorrateiramente a programas culinĂĄrios na televisĂŁo e folheia o livro de seu Ă­dolo, o renomado chef Auguste Gusteau, autor de Qualquer um Pode Cozinhar. Inspirado pelo mundo de sabores que descobre em suas incursĂľes Ă cozinha, pela leitura do mestre (sim, ĂŠ um rato alfabetizado) e pelas combinaçþes de ingredientes que experimenta, o roedor de bico doce se vĂŞ em Paris, mais precisamente na cozinha de Gusteau, que acaba de morrer e cujo restaurante ĂŠ disputado por um chef mau-carĂĄter, porĂŠm talentoso, e um herdeiro legĂ­timo, o jovem Linguini, que nĂŁo entende nada do riscado. Remy une-se a Linguini e atua como seu ghost cook, escondido no chapĂŠu de mestrecuca do rapaz, e as hilĂĄrias confusĂľes começam a acontecer. O desafio da dupla ĂŠ impressionar o pernĂłstico crĂ­tico gastronĂ´mico Ego (com a voz de Peter O´Toole na versĂŁo original). NĂŁo pense que este filme destina-se apenas Ă s crianças, que riem a valer com a histĂłria (principalmente com os malabarismos aloprados de Linguini e Remy), mas nĂŁo entendem boa parte das piadas cheias de referĂŞncias ao mundo das caçarolas – estas, feitas para os pais, tios e avĂłs. AlĂŠm do roteiro genial, a tĂŠcnica dos animado-

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res da Pixar ĂŠ outro espetĂĄculo. E se vocĂŞ nĂŁo acabar de assistir ao desenho tomado por um desejo incontrolĂĄvel de degustar um prato fenomenal, aquele dos deuses, deve consultar um mĂŠdico imediatamente, para averiguar o que anda errado com seus sentidos.

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Rock ĂŠ rock mesmo S

e você acha que estå faltando um som, digamos, mais pesado e substancial em sua vida, Ê tempo de voltar no tempo e curtir de novo o Led Zeppelin. O quarteto inglês que deu origem ao som que mais tarde seria denominado heavy metal (embora não tivesse nada a ver com caveiras, morcegos e outras diabruras) volta com a corda toda nos palcos (reuniu-se recentemente em Londres para um show de caridade) e em relançamentos que vão alucinar os fãs. Para começo de conversa, a obra completa da banda Ê final-

aposentado CD, a banda preparou dois biscoitinhos finos – ou melhor, trĂŞs. O primeiro ĂŠ o ĂĄlbum duplo Mothership, com 24 faixas escolhidas pelo guitarrista Jimmy Page, pelo cantor Robert Plant e pelo baixista John Paul Jones (o baterista John Bonham, integrante da formação inaugural do Led, morreu em 1980). AlĂŠm de definir o repertĂłrio, eles acompanharam a remasterização das mĂşsicas. Ou seja, serviço completo. ClĂĄssicos como Stairway to Heaven, Kashmir ou Whole Lotta Love nunca soaram tĂŁo bem. Como revival pou-

mentelançadaoficialmentenainternet,paraquemtemo hĂĄbitopoliticamentecorretodepagarpelosMP3quebaixa na rede. Os oito ĂĄlbuns de estĂşdio do grupo, mais o clĂĄssico “ao vivoâ€? The Song Remains the Same e algumas compilaçþes estĂŁo disponĂ­veis para download nos melhores sites do ramo (procure em www.itunes. com), com som cristalino e remasterizado. Para os que ainda preferem ocupar as prateleiras com o semi-

co ĂŠ bobagem, o Led Zeppelin tambĂŠm coloca nas lojas uma nova versĂŁo, com seis faixas inĂŠditas, de The Song Remains the Same, concerto histĂłrico de 1973 no Madison Square Garden, em Nova York, que rendeu um longa-metragem (no Brasil, com o tĂ­tulo “doidĂŁoâ€? de Rock É Rock Mesmo).

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Quanto vale o

SHOW?

nquanto o Led Zeppelin lança sua discografia completa para downloads oficiais (sendo que a obra já navega há um bom tempo ilegalmente nos sites de compartilhamento de arquivos), outra banda inglesa, o Radiohead, encara a briga e dá a cara a tapa, fazendo a pergunta que não quer calar: afinal, num tempo em que é possível piratearqualquerdisco,filmeoulivrovirtualmente,quantoestávalendo o show? Antes de lançar seu oitavo disco (gravado à própria custa, sem apoio de gravadora alguma) da maneira tradicional, para ser comprado nas lojas, a banda colocou o álbum In Rainbows no endereço www.radiohead.com à disposição de quem quiser baixá-lo, pelo preço que o internauta se dispuser a pagar.

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Preço que varia de 0,00 libra esterlina (isso mesmo, zero) até quanto o bolso ou a consciência permitam. De acordo com a pesquisa divulgada pelo próprio Radiohead, a maioria resolveu baixar o disco de graça. Em média, os pagantes andam desembolsando cerca de 8 libras para ter em seu computador as canções melancólicas bem ao gosto de Thom Yorke e sua turma, como All I Need ou Weird Fishes. Ou a balançada 15 Step, que abre o disco. Para quem não abre mão do suporte físico, o quinteto caprichou: é possível comprar, também via internet, uma caixa contendo o CD, dois discos em vinil, um segundo CD (com canções extras e fotos digitais) e um livro artístico com as letras das músicas. Pelo preço – tabelado – de 40 libras.

Encontro de bambas

hick Corea (um dos mais importantes e hábeis pianistas do jazz moderno) e Béla Fleck (o maior instrumentista de banjo do planeta, líder da banda The Flecktones) já namoravam musicalmente havia um tempinho. Um participava do disco do outro, outro dava uma canja no show de um. Até que resolveram juntar os instrumentos e partir para a gravação do dueto que os fãs tanto lhes cobravam. O álbum The Echantment é mesmo o que o título promete: uma festa de virtuosismo, técnica, sensibilidade e musicalidade. Em algumas faixas, às vezes confundimos o que é banjo e o que é piano, quem toca o quê, tamanha a sincronia entre os bambas. Ouça a aceleradíssima Spectacle (outro título justo) e tire a prova. Mas, além da “pauleira”, há vários momentos suaves, como a doce Waltse for Abby ou a meditativa faixa que dá nome ao disco. O som dos dois casase tão bem quanto queijo branco e goiabada, arroz e feijão, carne-seca e abóbora, num cardápio capaz de aplacar a fome musical mais voraz. Béla e Chick alternamse na autoria das peças, e o único compositor “convidado” é o nosso Ary Barroso... adivinha com que música? Aquarela do Brasil, ora.

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Pontodevista " "35& %& $0/7*7&3

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É PROMOTER E EMPRESÁRIA CULTURAL DAS MAIS RESPEITADAS DO PAÍS E AUTORA DO LIVRO NINGUÉM É PERFEITO, MAS PODE MELHORAR

HORA DE RELAXAR É

tempo de férias e a ordem é se divertir. Que tal conhecer melhor o Brasil? Se a idéia é recarregar as energias, há várias opções de resorts e hotéis muito aconchegantes, onde a ordem é relaxar e curtir momentos inesquecíveis com a família ou alguém muito especial. A única tarefa agora é escolher o destino. Com as temperaturas em elevação, as praias de Norte a Sul do país são um convite irresistível. Vamos começar pelo Rio de Janeiro, que hoje, para nós, paulistas, virou uma cidade balneária. Lá a melhor parada é o Hotel Fasano. Recém-inaugurado, ele é a união perfeita da vocação paulistana de receber bem com a descontração do povo carioca. Eu adorei! Especialmente o Lounge Bar Baretto/Londra, embalado pelo melhor do rock clássico, pocket shows e ambiente intimista. No último andar, onde fica a piscina, só para hóspedes, uma das mais deslumbrantes vistas da Cidade Maravilhosa: a famosa praia de Ipanema, com o Morro Dois Irmãos de um lado e o Arpoador de outro. Tudo isso mais as atrações culturais e de lazer que o Rio reserva para os turistas. Para quem não conhece a Bahia de todos os santos e ritmos e o jeito descansado do baiano tem um ótimo motivo para arrumar as malas e aterrissar por lá. O pequeno balneário de Itacaré, no litoral sul, é uma maravilha. Ainda mais se a estada for no Txai Resort, caracterizado pelos seus bangalôs extremamente confortáveis, cercados de natureza por todos os lados, atendimento impecável e gastronomia sofisticada. Fica na paradisíaca praia de Itacarezinho. É imperdível. A cerca de 50 quilômetros dali, em Ilhéus, terra do cacau e palco de inspiração para os famosos romances de Jorge Amado, uma dica preciosa, o Hotel Fazenda da Lagoa, um propriedade de coco e dendê. Localizado entre o mar e o Rio Aliança, junto aos manguezais e uma lagoa belís-

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sima, é o refúgio ideal para quem quer se proteger da civilização. Fora do país, mas muito próximo da gente, a vizinha Argentina é uma alternativa muito prática e bacana para quem procura ares europeus em plena América do Sul. Ficar no bairro da Recoleta é a melhor pedida. Hospede-se no cinco-estrelas Hotel Alvear, que fica no coração do bairro mais charmoso de Buenos Aires,e esqueça da vida.Comer no Munich Recoleta é um vício.As especialidades da casa são o bife de chorizo e supremas de pollo. De sobremessa, deixe a dieta de lado e se entregue ao crepe de dulce de leche. Simplesmente divino! Eu já escolhi o meu roteiro para as férias: Porto de Galinhas, em Pernambuco. Depois conto como foi. O que importa nesse momento é dar uma parada, ficar juntinho das pessoas queridas e voltar para 2008 novinho em folha. Bom descanso e um regresso cheio de novas conquistas a todos.



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A cobiçada Chácara Flora

Com uma atmosfera cosmopolita e sofisticada, o bairro paulistano lembra

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Perspectiva ilustrada das piscinas adulto e infantil do Les Jardins

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crescente busca por áreas verdes, espaçosas e com segurança garantida tem feito com que o bairro da Chácara Flora seja um dos endereços mais cobiçados de São Paulo. Com uma localização privilegiada, acesso a importantes avenidas e ótimos serviços, a concentração de condomínios fechados, mansões luxuosas e apartamentos sofisticados elevam ainda mais o padrão da região. O bairro já é conhecido até mesmo por ser o reduto da comunidade européia em São Paulo. A infra-estrutura da região também é um ponto extremamente positivo para seu desenvolvimento. Importantes instituições de ensino como Pueri Domus, Magno e Escola Suíço-Brasileira estão presentes no bairro. Sem falar o amplo acesso a shoppings, hipermercados, teatros e cinemas que fazem com que o morador da Chácara Flora desfrute da vida com qualidade.


um pedacinho da charmosa Paris em plena capital paulista Foi justamente pensando em ampliar o conforto e a tranqüilidade da região que a Cyrela e a Tecnisa criaram o Les Jardins Chácara Flora. O conceito – já utilizado com sucesso pelas construtoras no Alto de Pinheiros – chega à Chácara Flora para sofisticar ainda mais o bairro. Em uma área de mais de 19 mil metros quadrados o Les Jardins é um condomínio inspirado nos principais modelos neoclássicos e com uma área de lazer extensa. Apartamentos de quatro suítes, dúplex e ainda magníficas maisons que permitem com que o morador desfrute da mesma liberdade e privacidade de morar em uma casa.

Perspectivas ilustradas das fachadas (acima); do túnel perfumado (abaixo) e Pet Care do Les Jardins

LES JARDINS CHÁCARA FLORA Rua Belterra, 151 – tel.: 11 5521-5953 www.lesjardins.com.br A sofisticação do Les Jardins se estende nas áreas externas. São tantas opções de lazer, que um morador do Les Jardins vai desfrutar do melhor lado da vida. Quadra de tênis e esportiva, piscinas, playgrounds, pet care, bosque, lan hou-

se, fitness, rock center, brinquedoteca e ateliê são apenas alguns exemplos das possibilidades de diversão para todas as idades. O projeto arquitetônico é de Itamar Berezin. São quatro torres com duas unidades por andar. As opções de metragem variam de 310 metros quadrados privativos a 533 metros quadrados privativos, com, no mínimo, quatro vagas na garagem.


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Os encantos de Perdizes Parque, colégios, comércio e localização central fazem do bairro paulistano um dos mais cobiçados da capital

Perspectivas ilustradas da fachada (ao lado), do espaço gourmet (acima) e da churrasqueira com forno para pizza (à dir.)

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orar perto de um parque é um privilégio em qualquer parte do mundo. Ainda mais para quem mora numa metrópole do porte de São Paulo. A população que vive no bairro de Perdizes, zona oeste da capital paulista, tem mais motivos para apreciar o local. Além do Parque da Água Branca, o lugar acomoda harmonicamente áreas residenciais e comerciais e diversos colégios e faculdades que se estabeleceram por ali. Tudo isso com a vantagem adicional de estar localizado numa região próxima ao centro da cidade e aos bairros que concentram grande parte dos eventos culturais e de lazer da cidade, caso dos Jardins, conhecido pelas lojas de grifes famosas, restaurantes badalados e salas de cinema e teatros. Portanto, para se divertir é só escolher entre as inúmeras vias de acesso que o bairro oferece, tais como as avenidas Francisco Matarazzo, Sumaré, Pacaembu e muitas outras. Mas não é preciso sair do bairro para estudar, ir às compras, freqüentar academia, fazer cursos de línguas, entre outras necessidades do dia-a-dia. Sem contar os shoppings West Plaza, o futuro Shopping Bourbon e os ótimos restaurantes e cafés localizados na região.

VERGÊ PERDIZES Rua Turiassu, 507 – tel.: 11 3871-4747 www.vergeperdizes.com.br O condomínio reúne duas torres de apartamentos no tamanho ideal para quem procura espaços menores ou não tão pequenos assim. A Torre Ipê dispõe de plantas que vão de 49 a 66 metros quadrados. A Torre Figueira dispõe de plantas de 83 a 166 metros quadrados privativos. Destaque para as amplas varandas e as áreas de lazer. São mais de 20 itens de lazer para distrair a criançada e entreter os adultos. Piscina adulto e infantil com solarium e deque molhado, espaço gourmet, salão de festas, quiosque com churrasqueira e forno para pizza, playground, trilha para caminhada, entre outras atrações.

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Foto do lago do empreendimento (ao lado). Ilustrações artísticas do clube (abaixo, à esquerda) e da portaria

Uma cidade repleta de encantos A Cyrela escolhe Bragança Paulista para lançar seu primeiro empreendimento da área de desenvolvimento urbano

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ma das cidades que formam o pólo mais rico do Estado de São Paulo, Bragança Paulista tem atraído olhares e conquistado admiradores. Uma das principais razões para o sucesso do município é a natureza da região. Com o título de estância climática, a região é conhecida por ter um dos melhores climas do mundo, com temperatura média de 22oC e brisa permanente da Serra da Mantiqueira. Uma cidade que carrega consigo riquezas históricas que remontam ao período colonial, Bragança Paulista surpreende também por ter uma visão moderna, sempre investindo em infraestrutura e serviços de qualidade. Considerando todos esses aspectos naturais e apostando no potencial de mercado, a Cyrela, em uma iniciativa inédita, apresenta o Portal de Bragança, um loteamento fechado com terrenos

residenciais de 500 a 1.200 metros quadrados, cercados por mais de 150 mil metros quadrados de área verde. “Com apenas três meses de lançamento já alcançamos mais de 83% de vendas e o mercado local já considera esse produto como referência de qualidade”, comemora Marcelo Puntel, executivo comercial da área de desenvolvimento urbano da Cyrela. Além de muito espaço e lazer, o Portal de Bragança também possui um verdadeiro marco histórico, pois está situado na área mais nobre da Fazenda Santa Helena, que abriga o casarão colonial que foi sede e residência da família Alexandre Markowicz. Com um lindíssimo lago rodeado de palmeiras imperiais, toda a estrutura da casa sede será preservada. E o que é melhor, os moradores do Portal de Bragança poderão desfrutar de momentos de lazer com a família nessa jóia histórica da arquitetura que guarda consigo riquezas e histórias dos tempos de auge do ciclo do café.

PORTAL DE BRAGANÇA Avenida Salvador Markowicz, s/nº Além da casa colonial restaurada o Portal de Bragança tem uma infra-estrutura completa para os proprietários dos terrenos, com sistema de drenagem de águas pluviais, pavimentação, abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, rede de energia e paisagismo. E no quesito diversão o clube do loteamento é completo com piscinas, quadra de tênis, lounge, fitness, espaço zen, quadras e trilhas com estação de ginástica. Lazer para todas as idades. Mais informações: www.visiteportaldebraganca.com.br


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As cores do Jardim da Saúde Antigo bairro paulista é uma opção de para quem quer tranqüilidade e natureza

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característica mais forte do Jardim da Saúde está expressa até mesmo no seu nome. Conhecido pela enorme quantidade de árvores e praças, o bairro tem outra peculiaridade bastante importante: foi um dos poucos que cresceram de forma planejada. A sua construção inicial foi idealizada pelo Engenheiro Jorge de Macedo Vieira, no fim da década de 30. Sua localização também é excelente. Cercada pelos bairros do Ipiranga, Vila Mariana e Aclimação a região possui um ritmo de vida mais descontraído. O bairro dispõe de múltiplos acessos, por estar próximo a vias como a Ricardo Jafet, Vergueiro, Cursino e o Bosque da Saúde. Em 2002, o bairro foi tombado como patrimônio da cidade pelo Conpresp (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Urbanístico, Paisagístico e Ambiental do Município de São Paulo). O tombamento garante aos moradores a preservação da história e da cultura do local, sem esquecer é, claro, da tranqüilidade. Com o objetivo de ressaltar a vida e garantir o conforto do Jardim da Saúde a Cyrela apresenta o Viva Cor, um condomínio feito para levar a be-

Perspectivas ilustradas da fachada da Torre Mosaico (ao lado) e do terraço do apartamento de 103 m2

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leza e a energia das cores em um ambiente harmonioso para se viver.

VIVA COR Rua São Daniel, 66 – tel.: 11 5061-6090 www.vivacorsaude.com.br Com duas torres e opções de apartamentos de 68, 80 e 103 metros quadrados privativos o Viva Cor possui um terreno de mais de 5,3 mil metros quadrados com espaços e itens de lazer para todas as idades. O projeto paisagístico possui linhas suaves que valorizam ainda mais o verde, trazendo a natureza para mais perto dos moradores. O orquidário e o redário existentes enfeitam e relaxam. Assim como a sala de massagem e o espaço mulher. Para a prática do esporte, além da quadra recreativa coberta a estação ginástica e a trilha de caminhada complementam as opções.


A natureza invade Santo André

Perspectivas ilustradas das fachadas e piscina, à esq.

A Cyrela lança o quinto empreendimento no bairro mais nobre da cidade e confirma sua presença na região

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m Santo André, cidade do ABC paulista, localiza-se o Parque Prefeito Celso Daniel, repleto de verde por todos os lados. Entre as atrações, pistas, lagos com peixes, quadras poliesportivas, playground, anfiteatro, trilhas para caminhada e muito ar puro. Destaque para a majestosa figueira de mais de 150 anos de vida. Já pensou em ser vizinho de toda essa natureza? E ainda estar perto do ABC Plaza Shopping, faculdades, escolas, bares, restaurantes, muitos serviços e comércio? Pois é, a localização do Club House oferece tudo isso. E também vias de acesso importantes como as avenidas do Estado e D. Pedro II, que levam à capital paulista e suas várias atrações. É esse local privilegiado que a Cyrela escolheu para lançar seu quinto empreendimento.

CLUB HOUSE SANTO ANDRÉ Alameda Gaspar Nogueira, 162 – tel.: 11 4432-1260 www.clubhouse.com.br Um projeto para agradar quem gosta de morar com conforto e muito espaço. O Club House possui duas torres com apartamentos de 89 metros quadrados privativos, três dormitórios (com suíte) e 116 metros quadrados privativos, com quatro dormitórios. Cada apartamento conta com duas vagas de garagem. O espaço de lazer dispõe de praças, descanso com sauna, fitness, home office, piscinas infantil e adulto climatizadas, quadra, playgrounds, espaço gourmet, salão de festas adulto e infantil, brinquedoteca, entre outros atrativos, tudo cercado de muito verde e com a garantia de segurança 24 horas.

Perspectivas ilustradas da brinquedoteca e da quadra poliesportiva


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A valorização da zona leste

Região paulistana que abriga bairros como Mooca e Vila Prudente tem futuro promissor

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futuro vai chegar sob trilhos na região da Mooca e da Vila Prudente, em São Paulo. A chegada da linha 2 – verde do Metrô, prevista para 2010 – acelera o crescimento da zona leste e chama a atenção do mercado imobiliário. Estimativas apontam que os novos empreendimentos da região devem ter uma valorização de, no mínimo, 30% por causa dessa nova via de acesso que ligará a zona leste à Avenida Paulista em poucos minutos. A região leste de São Paulo é uma área caracterizada por sua formação de colônias, principalmente a italiana. Na Mooca, por exemplo, ainda há um forte caráter de cidade de interior, o que pode ser retratado pela tranqüilidade das suas ruas e pela simplicidade de seus moradores. Segundo uma pesquisa da Data Folha este ano o bairro da Mooca foi apontado como o melhor local para se viver na cidade de São Paulo. Tal título orgulhou os moradores tradicionais e atraiu ainda mais a atenção de um público que busca qualidade de vida e segurança. Aliás, um dos pontos fortes da região é justamente o baixo índice de criminalidade. Outro fator positivo da região leste é seu desenvolvimento constante que tem atraído serviços de qualidade e melhorado significativamente a infra-estrutura do local. Um exemplo disso é a nova unidade da Universidade de São Paulo (USP) na zona leste. Para destacar ainda mais as qualidades da região a Cyrela anuncia o lançamento do Bellíssimo – Clube Residencial, um empreendimento singular na região que oferece aos moradores inúmeras opções de lazer e conforto. Uma forma de destacar ainda mais o potencial da região.

BELLÍSSIMO – CLUBE RESIDENCIAL Rua do Orfanato, 411 – tel.: 11 2219-1590 www.bellissimo.com.br Em um terreno de mais de 5 mil metros quadrados, o Bellíssimo reúne um verdadeiPerspectiva ilustrada do spa e Perspectiva ilustrada da torre Mondo

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ro clube para toda a família com espaço e conforto nos apartamentos. São duas torres com opções de três e quatro dormitórios com metragens de 70, 91 e 120 metros quadrados. Na área externa a diversão é garantida. Piscina de 25 metros, piscina infantil, quadra, salas de ginástica e spinning, sauna e sala de massagem são alguns dos espaços comuns. Ainda há muito verde e natureza na praça dos aromas, jardim dos jerivás e no jardim dos bambus.



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Perspectiva ilustrada da fachada do Condomínio Gardênia

Um bairro em ascensão Zona leste mistura desenvolvimento com natureza

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Vila Ema, bairro da zona leste de São Paulo, tem como vizinhos importantes bairros como Mooca, Tatuapé e Vila Prudente. A região leste tem apresentado um desenvolvimento acelerado e promissor, mesmo assim, em locais como na Vila Ema é possível encontrar espaços com muitas praças. O franco crescimento residencial do bairro tem feito com que sua infra-estrutura seja ainda melhorada. O entorno da Vila Ema é repleto de conveniências e bons serviços. A localização também é um fator chave. Importantes avenidas e vias de acesso cercam a região, que com a chegada da futura linha do Metrô será ainda mais valorizada. A Cyrela e a Magik resolveram enfatizar a vocação natural da Vila Ema e apresenta o Fiore Clube Jardim – Condomínio Gardênia, um espaço que une natureza e diversão. Um empreendimento que promete favorecer ainda mais o desenvolvimento e

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a consolidação da Vila Ema como um dos bairros mais agradáveis para se viver na capital.

FIORE CLUBE JARDIM Rua Caioaba x Rua Domingos Afonso x Rua Marius – tel.: 11 2024-4210 www.fioreclubejardim.com.br Com apartamentos de 61 e 90 metros quadrados privativos e até duas vagas na garagem, o Condomínio Gardênia terá sua portaria exclusica e áreas externas próprias. No condomínio, diversas opções de lazer, como piscina adulto climatizada, com raia de 25 metros, churrasqueira e forno para pizza, salão de jogos, quadra poliesportiva, praça central e brinquedoteca. Além disso, play zôo, play aventura e fitness center.

Perspectiva ilustrada da piscina adulta climatizada (acima) e brinquedoteca do Condomínio Gardênia


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Perspectiva ilustrada da fachada do Condomínio Gardênia

Um bairro em ascensão Zona leste mistura desenvolvimento com natureza

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Vila Ema, bairro da zona leste de São Paulo, tem como vizinhos importantes bairros como Mooca, Tatuapé e Vila Prudente. A região leste tem apresentado um desenvolvimento acelerado e promissor, mesmo assim, em locais como na Vila Ema é possível encontrar espaços com muitas praças. O franco crescimento residencial do bairro tem feito com que sua infra-estrutura seja ainda melhorada. O entorno da Vila Ema é repleto de conveniências e bons serviços. A localização também é um fator chave. Importantes avenidas e vias de acesso cercam a região, que com a chegada da futura linha do Metrô será ainda mais valorizada. A Cyrela e a Magik resolveram enfatizar a vocação natural da Vila Ema e apresenta o Fiore Clube Jardim Condomínio Gardênia, um espaço que une natureza e diversão. Um empreendimento que promete favorecer ainda mais o desenvolvimento e

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a consolidação da Vila Ema como um dos bairros mais agradáveis para se viver na capital.

FIORE CLUBE JARDIM Rua Caioaba x Rua Domingos Afonso x Rua Marius – tel.: 11 2024-4210 www.fioreclubejardim.com.br Com apartamentos de 61 e 90 metros quadrados privativos e até duas vagas na garagem, o Condomínio Gardênia terá sua portaria exclusica e áreas externas próprias. No condomínio, diversas opções de lazer, como piscina adulto climatizada, com raia de 25 metros, churrasqueira e forno para pizza, salão de jogos, quadra poliesportiva, praça central e brinquedoteca. Além disso, play zôo, play aventura e fitness center.

Perspectiva ilustrada da piscina adulta climatizada (acima) e brinquedoteca do Condomínio Gardênia



Cyrela

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Cidade mais do que maravilhosa Um verdadeiro bairro construído pela RJZ Cyrela em parceira com a Carvalho Hosken promete dar ainda mais brilho ao Rio de Janeiro

A

cidade do Rio de Janeiro é reconhecida mundialmente pelas suas belezas naturais. O título de cidade maravilhosa faz jus as suas encantadoras praias e paisagens. Além disso, é possível encontrar bairros com condomínios que oferecem aos cariocas um jeito de morar mais seguro e tranqüilo.Pensando em ressaltar suas belezas e garantir ainda mais qualidade de vida para os moradores a RJZ Cyrela em parceria com a Carvalho Hosken promete revolucionar a cidade. Em uma área de 512 mil metros quadrados, próximo às facilidades que a Barra da Tijuca oferece, está sendo construído o Cidade Jardim, um bairro planejado, seguro e tranqüilo, com condomínios de alto padrão. O primeiro condomínio, o Reserva Jardim, teve a sua primeira fase totalmente vendida em poucos dias e a infra-estrutura do bairro já está em construção. Todo o local é completamente planejado dentro dos

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Detalhe da fachada do Edifício Jacarandá


mais inovadores conceitos urbanísticos, com muita área verde, ruas largas, segurança e uma infra-estrutura extremamente moderna. O bairro Cidade Jardim é um projeto ousado que surge como uma nova opção para moradores dos mais diversos pontos da cidade, que buscam maior contato com a natureza, segurança e diversas opções de lazer. O bairro já nasce atento a questões ambientais, comprometido em preservar recursos naturais, focando no bem-estar e na garantia do futuro das pessoas. Apesar de ter um olhar voltado para o futuro, o Cidade Jardim busca resgatar as coisas boas da vida e o viver bem como antigamente. A localização do empreendimento é mais do que privilegiada. Junto às avenidas Abelardo Bueno e Imperatriz Leopoldina, ao lado do futuro centro metropolitano, na área que mais se valoriza na Barra, e se projeta para a sua consolidação definitiva. Os condomínios do novo bairro obedecerão a normas de um plano diretor, com redes subterrâneas de telefonia, água, esgoto e iluminação pública. Tudo para garantir uma ocupação equilibrada e a preservação estética e ambiental, que proporcione maior integração entre os moradores e a natureza. Aliás,

Fotomontagem da região (acima, à esq) , Salão de Festas (acima) e do Aquaspinning do Espaço Aquático

o verde será predominante no novo bairro. No Cidade Jardim cada família terá uma árvore com seu nome, é o primeiro bairro do Rio com árvore privativa. Uma forma de incentivar ainda mais o cuidado com a natureza. São infinitos cuidados com o meio ambiente, a coleta seletiva, por exemplo, além de diminuir o impacto sobre o meio ambiente poderá beneficiar o bairro com reciclagem. Outras medidas, como a reutilização das águas da chuva também gerarão economia nos recursos naturais. Enfim, um bairro que promete virar modelo.


Cyrela

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Outros diferenciais existentes no Cidade Jardim, que certamente servirão de referência para outros bairros e cidades, são os projetos de segurança e transporte. Viver com liberdade sentindo-se absolutamente seguro. O que pode parecer difícil nos dias de hoje transforma-se em uma oportunidade real e concreta. No Cidade Jardim haverá sistemas de segurança de última geração, com monitoramento feito por meio de câmeras, controle eletrônico dos condomínios e rondas 24 horas. Assim, os moradores poderão aproveitar o melhor do condomínio, do bairro e da cidade ao redor. Em relação ao transporte, o novo bairro terá um sistema privado, que ligará os moradores aos principais pontos de conexão da Barra e que será definido por eles a melhor forma de complementá-

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lo. Além disso, as alamedas do bairro convidam os moradores a andar e pedalar nos deslocamentos mais curtos. Um novo jeito de viver e morar e de deixar a cidade do Rio de Janeiro e a vida ainda mais bela.

RESERVA JARDIM Expo Cidade Jardim Av. Abelardo Bueno, 1000 - Barra Tel. 21 3503-1320 O primeiro condomínio do novo bairro é composto por oito edifícios. Com apartamentos de dois, três e quatro quartos, com metragens de 78 a 150 metros quadrados, todos com qualidade e espaço para garantir mais conforto para a sua família. Na área de lazer, inúmeras opções para divertir a todos. Mais informações: www.bairrocidadejardim.com.br

Ilustração artística da Praça Monumental do Reserva Jardim (foto maior) , da sala ampliada do apartamento de três quartos (acima) e da sala ampliada do apartamento de quatro quartos


Perspectiva ilustrada da fachada do EdifĂ­cio JacarandĂĄ


Cyrela

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Um ano de sucesso

Living, marca criada pela Cyrela, para facilitar o acesso ao

A

Acima, imagem do novo site da living www.livingweb.com.br

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Cyrela Brasil Realty é considerada uma das empresas mais sólidas e admiradas do setor da construção civil. Com mais de quatro décadas de atuação e mais de 5,3 milhões de metros quadrados construídos, a empresa que já havia conquistado o público pela qualidade e magnitude de seus empreendimentos, comemora um ano de sucesso da marca Living. Criada com o objetivo de facilitar o acesso ao primeiro imóvel e garantir maior acesso ao sonho da casa própria, a nova marca é um verdadeiro sucesso. Além de atender ao público que está conquistando pela primeira vez um imóvel próprio, a Living representa também uma série de empreendimentos que aparecem como uma ótima oportunidade de investimento. “A Cyrela tinha o desejo de atuar em outros segmentos de mercado e ampliar o leque de clientes”, diz Antônio Guedes, presidente de novos negócios da Cyrela. Com projetos inteligentes e diferenciados, o conceito Living engloba imóveis com valores de R$ 50 a 180 mil. As plantas são inteligentes e contemplam funcionalidades feitas sob medida para o cliente. No quesito de lazer e segurança, os imóveis da marca Living


primeiro imóvel, completa um ano de existência não deixam a desejar. Como herança da Cyrela, os empreendimentos Living possuem uma estrutura completa de lazer para toda a família. E o que há de melhor em segurança para manter a tranqüilidade. Todos os empreendimentos da marca contam com uma localização privilegiada, que são estudadas minuciosamente pelos especialistas da empresa. Praticidade, facilidade de acesso e infra-estrutura eficiente são algumas das vantagens que um morador Living pode encontrar bem próximo a sua residência. Nesse primeiro ano a Living lançou 18 empreendimentos e alguns desses se tornaram case de sucesso como o Líber Vila Matilde, em parceria com a Tecnum, que conquistou o Top Imobiliário na categoria performance em vendas. Entre outros que foram sucesso de vendas podemos citar o Vitória Vila Matilde (SP), Vitória Vila Prudente (SP), Mérito (SP), Vivare (RS), Paradiso (ES) e Vita (BA), que tiveram 100% de suas unidades comercializadas em apenas 15 dias. Hoje a Living está presente em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo. O ano de 2007 foi um sucesso de vendas e 2008 promete ser ainda melhor.

Perspectivas ilustradas do Edifício Mérito, o mais recente sucesso da marca Living


4 0 1 " 6 - 0

ENTREGA

PINTURA E LIMPEZA

ACABAMENTO

INSTALAÇÃO

FACHADA

VEDAÇÃO

ESTRUTURA

#"*330

FUNDAÇÃO

&.13&&/%*.&/50

PREPARO DO TERRENO

NÚMERO DE DORMITÓRIOS (planta básica)

PREVISÃO DE ENTREGA

Valores em % realizada

ALLORI VILA ROMANA

Vila Romana

4

100

95

15

Abril-09

ÁPICE SANTANA

Santana

4

100

80

10

Junho-09

CAMAROTTE CAMPO BELO

Campo Belo

4

95

CENNARIO

Hípica Santo Amaro

4

100

100

100

Dezembro-09

CENTRAL PARK MOOCA

Mooca

3e4

78

56

5 100

100

99

95

50

45

Maio-08 Dellacorte, Fifith Av, The Mark, The Plaza e Lincoln Plaza: jun/09 Pierre, Madison, The Belvedere e Metropolitan: jun/10

2

CHÁCARA DOS PÁSSAROS

São Bernardo do Campo

3e4

100

100

CONTEMPORÂNEO CAMPO BELO

Campo Belo

3e4

100

100

100

100

100

100

100

50

Março-08

ESSÊNCIA ALPHAVILLE

Alphaville

3e4

60

10

Novembro-09

FLORAE PARQUE DA ACLIMAÇÃO

Aclimação

4

70

90

Outubro-09

Setembro-09

GRAND LIFE BOSQUE SAÚDE

Bosque da Saúde

4

100

100

99

92

HLI 120

Itaim Bibi

4

100

100

85

40

HUMANARI

Brooklin

3e4

100

100

100

90

NOVA KLABIN

Chácara Klabin

4

100

100

75

40

ORNATO MOEMA

Moema

4

100

60

PARC EVIAN

Higienópolis

3

100

100

100

95

PATEO POMPEIA

Pompéia

3

100

100

90

50

5

38

22

Setembro-08

10 30

55

Julho-08 30

Cyan: jul/08 Magenta e Rubine: ago/08

15

Abril-09 Outubro-09

80

90

85

50

Janeiro-08 Sumaré e Pacaembu: set/08 Perdizes: mar/09 Pompéia: set/09

15

PAULISTÂNIA

Brooklin

4

100

100

100

90

25

60

20

PLATEAU JARDINS

Jardins

4

100

100

100

100

30

55

70

Dezembro-08 15

Março-08

REFERENCE KLABIN

Chácara Klabin

4

95

95

8

Julho-09

RESERVA JARDIM

Jardim Avelino

4

100

95

8

Agosto-09

SARAU PINHEIROS

Pinheiros

4

100

100

95

85

THE CITY

Itaim Bibi

com

100

100

100

100

95

55

10

85

65

Janeiro-09 65

THE COLONY

Cidade Jardim

4

100

100

100

100

100

90

90

90

THE PARLIAMENT

Pacaembu

4

100

100

100

95

90

85

80

75

2e3

100

100

100

100

75

90

45

25

4

30

VARANDA PAULISTA

Paraíso

VENTURA

Santo André

VEREDA IPIRANGA

Ipiranga

VERTENTES GRANJA VIAJA

Granja Viana

3e4

100

4

95

Janeiro-08 41

Novembro-07 Janeiro-08 Março-08 Dezembro-09

98

82

48

35

8

Novembro-08 Maio-09

VIA PAULISTA HOME STAY

Paraíso

2

100

100

35

Março-09

VITALE MOOCA

Mooca

4

100

100

5

Agosto-09

4

100

100

90

WALK VILA NOVA CONCEIÇÃO

Vila Nova Conceição

ÁPPIA LORENA

Jardins

55

3e4

45

15

Agosto-08

LANÇAMENTO

Março-10

CENTRAL PARK PRIME

Tatuapé

4

LANÇAMENTO

Ago/2010 e Ago/2011

CRISTALL

Aclimação

4

LANÇAMENTO

Agosto-10

DOMÍNIO MARAJOARA

Jardim Marajoara

GRAND LIFE IPIRANGA

Ipiranga

PASSEIO BROOKLIN

Brooklin

VANILLA HOUSE & GARDEN

Alto de Pinheiros

3e4

LANÇAMENTO

Set/10 e Set/11

4

LANÇAMENTO

Janeiro-10

4

LANÇAMENTO

Dezembro-09

3e4

LANÇAMENTO

Junho-09

VARANDA POMPÉIA

Pompéia

2

LANÇAMENTO

Abril-10

VERGÊ PERDIZES

Perdizes

2e3

LANÇAMENTO

Outubro-10

1e2

LANÇAMENTO

Maio-10

comercial

LANÇAMENTO

Agosto-10

VIA IBIRAPUERA

Ibirapuera

VILLA LOBOS OFFICE PARK

Alto de Pinheiros

3 * 0 % & + " / & * 3 0 ATAULFO CORPORATE

Leblon

ATMOSFERA - AMBIANCE

Península da Barra

Com

100

50

4

100

100

Setembro-09 100

100

95

85

75

30 20

ATMOSFERA - ESSENCE

Península da Barra

4

100

100

100

100

90

80

70

ATMOSFERA- VERVEINE

Península da Barra

4

100

100

100

100

50

70

30

ATMOSFERA - POEME

Península da Barra

4

100

100

100

100

20

BARRA FAMILY - LAGUNA BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

90

60

Março-08 Março-08 Agosto-08

50

20

Agosto-08

75

20

Agosto-08

BARRA FAMILY - LONG BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

90

60

75

15

Agosto-08

BARRA FAMILY - PALM BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

90

65

75

15

Agosto-08

BARRA FAMILY - SUNSET BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

100

80

BARRA FAMILY - VENICE BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

50

20

10

BELLE ÉPOQUE - DEGAS

Freguesia

2e3

100

100

BELLE ÉPOQUE - MONET

Freguesia

2e3

100

80

BELLE ÉPOQUE - RENOIR

Freguesia

2e3

100

65

COSMOPOLITAN

Barra da Tijuca

Com

100

85

10

85

40

Agosto-08

20

5

Agosto-08 Outubro-08 Outubro-08 Outubro-08

70

15

5

Abril-08

FRONT LAKE - LAKE VIEW

Barra da Tijuca

2e3

100

100

60

10

5

Agosto-08

FRONT LAKE - LAKE VISION

Barra da Tijuca

2e3

100

100

95

60

45

Agosto-08

$ : 3 & - "


3 * 0 % & + " / & * 3 0 $0/5*/6"`ย 0

ENTREGA

PINTURA E LIMPEZA

ACABAMENTO

INSTALAร ร O

FACHADA

VEDAร ร O

ESTRUTURA

#"*330

FUNDAร ร O

&.13&&/%*.&/50

PREPARO DO TERRENO

Nร MERO DE DORMITร RIOS (planta bรกsica)

PREVISร O DE ENTREGA

Valores em % realizada

GOLF VILLAGE - BLUE

Sรฃo Conrado

4

100

100

100

100

85

90

60

15

Janeiro-08

GOLF VILLAGE - GREEN

Sรฃo Conrado

4

100

100

100

100

70

90

60

15

Janeiro-08

GOLF VILLAGE CASA

Sรฃo Conrado

4

100

100

100

100

60

90

60

15

Janeiro-08

GRAND LIFE BOTAFOGO

Botafogo

4

100

100

100

100

100

100

95

100

Dezembro-07

80

85

75

20

LANAI SPA

Barra da Tijuca

2

100

100

100

100

L. R. DE MONACO - BEAU SOLEIL

Barra da Tijuca

4

100

70

90

15

17

Fevereiro-08 Outubro-08

L. R. DE MONACO - CAP D'AIL

Barra da Tijuca

4

100

100

100

65

18

Outubro-08

L. R. DE MONACO - CAP MARTIN

Barra da Tijuca

4

100

30

80

0

17

Outubro-08

L. R. DE MONACO - CONDAMINE

Barra da Tijuca

4

100

100

100

50

18

Outubro-08

L. R. DE MONACO - MONTE CARLO

Barra da Tijuca

4

100

100

80

25

17

Outubro-08

L. R. DE MONACO - RIVIERA MARRIOT

Barra da Tijuca

4

100

100

100

60

LE MONDE - HONG KONG 1000 / 2000 / 3000

Barra da Tijuca

Com

100

100

100

100

100

90

90

90

Marรงo-08

100

100

98

98

95

Janeiro-07

LE MONDE - LONDRES

Barra da Tijuca

Com

100

100

70

LE MONDE - TORONTO 1000 / 2000 / 3000

Barra da Tijuca

Com

100

100

100

18

Outubro-08 Dezembro-08

MAISON LEBLON - CASAS

Leblon

3

100

100

100

100

90

80

70

15

Dezembro-07

MAISON LEBLON - Gร IS

Leblon

3e4

100

100

100

100

70

60

50

5

Dezembro-07

RISERVA UNO - BOLZANO

Barra da Tijuca

5e6

100

100

80

25

25

Dezembro-08

RISERVA UNO - FIRENZE

Barra da Tijuca

4e5

100

100

70

10

15

Dezembro-08

RISERVA UNO - MILANO

Barra da Tijuca

4e5

100

100

75

20

15

Dezembro-08

RISERVA UNO - ROMA

Barra da Tijuca

5e6

100

100

70

30

20

Dezembro-08

RISERVA UNO - VENEZIA

Barra da Tijuca

4e5

100

100

70

10

15

SAINT BARTH - FLAMANDS, SAINT JEAN, LE PETIT ANSE

Penรญnsula da Barra

4

100

35

1

Setembro-09

90

15

Setembro-09

Outubro-08

SAINT BARTH - LORIENT E GOUVERNEUR

Penรญnsula da Barra

4

100

SAINT MARTIN - MARIGOT, COLE BAY E GRAND CASE

Penรญnsula da Barra

2, 3 e 4

100

SAINT MARTIN - GRAND ILET E SAINT LOUIS

Penรญnsula da Barra

2, 3 e 4

100

70

PAร O REAL - MIRANTE

Sรฃo Cristovรฃo

2e3

100

90

10 5

Dezembro-08

Abril-10

PAร O REAL - BOA VISTA

Sรฃo Cristovรฃo

2e3

60

50

UP SIDE ICARAร

Niterรณi

1e2

50

20

Setembro-09 Outubro-08 Junho-09

# " ) * " 4 " - 7 " % 0 3 PROVENCE HORTO

Horto Florestal

3e4

LANร AMENTO

Marรงo-10

& 4 1 ยค 3 * 5 0 4 " / 5 0 7 * 5 ยจ 3 * " ALDEIA PARQUE CONDOMร NIO IGUATEMI

Norte Sul

3e4

80

CAIOBAS

Laranjeiras

3e4

100

GRAND PARC RESIDENTIAL RESORT

Enseada do Suรก

a definir 95

85

75

10

65

40

Agosto-08

4

LANร AMENTO

Marรงo-10

4

LANร AMENTO

Maio-10

( 0 * ยก 4 ( 0 * ย / * " SKY LIFE

Setor Bueno

. * / " 4 ( & 3 " * 4 # & - 0 ) 0 3 * ; 0 / 5 & "1ยฐ fase: mar/09 GRAND LIDER OLYMPUS

Vila da Serra

4e5

85

90

15

1

2ยฐ fase: mar/10 3ยฐ fase: mar/11"

3 * 0 ( 3 " / % & % 0 4 6 - 1 0 3 5 0 " - & ( 3 & CONTEMPORร NEO

Iguatemi

CENNARIO

2e3

100

98

80

30

30

Marรงo-09

3

LANร AMENTO

a definir

Jardim Lindรณia Tristeza

2e3 3

LANร AMENTO LANร AMENTO

Dezembro-09 Junho-09

VIVARE

Jardim Itรกlia

2e3

LANร AMENTO

Novembro-10

PRAIA DE BELAS PRIME OFFICES

Praia de Belas

Com

LANร AMENTO

Dezembro-09

Pร TEO LINDร IA VARANDA ZONA SUL

Referรชncia: Dezembro/07


Pontofinal POR MARTHA GÓES*

O SHOW DOS PAIS CORRETOS T

ento aprender numa revista um método interessantíssimo de eliminar as células mortas dos pés e dos cotovelos, mas o segundo mergulho-bombinha a poucos metros de minha espreguiçadeira me respinga inteira e encharca nossas batatas fritas. O que mesmo que essas mães estão dizendo tão alto? – Chisitos, não, Ana Carolina! Se você quiser uma fruta a mamãe dá. Pelo menos tem alguma vitamina. – Toma um suco, João Pedro, tão gostoso... (entredentes) Você já tomou seis Sprites! – Larga o joguinho agora, Marina.Vem pro sol! A gente combinou que joguinho era só se chovesse. Cutuco meu marido.“É show dos pais”. Ele me olha intrigado. Nossos filhos são grandes, ele já esqueceu essa história. Basta juntar alguns adultos no papel de pais e começa imediatamente essa demonstração ansiosa de que eles fazem tudo certo, de que eles são os campeões da educação de filhos. Os pais das reuniões da pré-escola, sentados nas cadeirinhas das crianças, levantando a mão, loucos para contar à professora que, na casa deles, só programas educativos, só em companhia de um adulto, só carne branca; que,“ah, só depois de fazer a lição”. E as professoras, que já viram aquele filme exaustivamente – e na manhã seguinte escutam as histórias do Ratinho que as crianças estavam assistindo em casa –, ali impassíveis, cansadas. No show dos pais de bebês, os bebês são sempre tranqüilos.Tranqüilo deixou de ser um estado passageiro, que se alterna com ansiedade ou com agitação – tornou-se uma virtude, um enésimo atestado, não sei ao certo se do caráter dos pais e da competência dos bebês ou se é o contrário – o caráter dos bebês e... Não importa. Mas os bebês deles só acordam para mamar, tomam suco de cenoura e adoram, devoram pratos de sopa de legumes, mesmo aquelas esverdeadas. Eles freqüentam o pediatra certo, claro. Mais tarde, estudam na escolinha certa, nadam na natação certa, passam férias no acampamento certo. E alguns anos depois, começam a se encontrar na sala de espera da psicopedagoga certa, na fonoaudióloga certa, no psicólogo certo... Será que a gente inventou crianças que acordam às vezes às 3 da manhã e querem ir dormir na nossa cama? E aquelas que só adormecem se a gente der uma volta de carro no quarteirão? E aquelas que são loucas por fandangos? E aquelas que mordem o bracinho do “amigo” na escola, e voltam a fazer xixi na cama quando nasce o irmão? Aquelas crianças que não querem ir à natação – querem assistir à Xuxa, e confundem "p" e "b" na alfabetização. São filhas de quem essas crianças? Da Bia Falcão? “Falcão, Falcão”, repete meu marido, para me convencer de que estava ouvindo tudo o que eu falava. E aquelas mães que arrancam os cabelos quando os filhos brigam para decidir quem

$

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vai dentro do carrinho do supermercado – elas também não existem? E aquelas que, em vez de dizer logo “Não, prefiro morrer”, falam com ódio: “Então tá, vamos ao Playcenter!”. E compram fandangos. Será que ninguém conhece mães assim? Uma voz estridente interrompe meus debates íntimos. – Marina, se você não largar esse diabo desse jogo agora eu vou moer ele no processador.Você está me ouvindo, Marina? Não vai sobrar um parafusinho.Me dá isso aqui, Marina! Baque surdo, guinchos estridentes. – Aiiii! Socorro, pai! A mamãe jogou meu Gameboy no estacionamento! Ela tá me beliscando! Paiêee! Um pai se aproxima com passos rápidos. – Marlene, por favor! Silêncio, um vento gelado percorre a piscina. Marlene se retira, soterrada em canga, sacola, chapéu e bóias, as lágrimas rompendo o fator de proteção solar 50. Pescoços altivos giram à sua passagem. Mais um mergulho-bombinha encharca de vez as células mortas, as batatas fritas e, desta vez, o jornal do meu marido, que olha irritado na direção do jorro gelado. – Coitada da Marlene – eu suspiro – Ela é a única que fracassou no show dos pais. Ele me olha perplexo,mas eu me limito a lhe jogar a toalha. * Martha Góes é jornalista e dramaturga


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