As evidências da nossa eleição e conversão

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SERMÃO

AS EVIDÊNCIAS DA NOSSA ELEIÇÃO E CONVERSÃO

ELVIS KELVIN

PREGADO NA NOITE DE 27 DE NOVEMBRO DE 2016 NA IGREJA PRESBITERIANA MEMORIAL DE CURRAIS NOVOS/RN


AS EVIDÊNCIAS DA NOSSA ELEIÇÃO E CONVERSÃO Texto: 1 Tessalonicenses 1:1-10

“[...] recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, [...]” (vss. chave 3,4)

O que evidencia que somos servos de Deus? O que torna a nossa vida com Deus visível? Como sei que sou um eleito do Senhor e quais são provas de minha eleição e conversão? Às vezes as pessoas não sabem responder estas perguntas, então ficam confusas. O mundo por vezes pode nos perguntar: você serve a Deus mesmo ou finge que é um crente? O próprio mundo, muitas vezes, quer ver, em nós, evidências de que somos crentes de fato ou não. Por vezes aqueles que são chamados de crentes também são apelidados de santarrões, santinhos, certinhos. Eles por um lado estão certos em querer ver em nós um grau de santidade elevado, pois para isso fomos chamados, para sermos santos e irrepreensíveis (Ef 1:4). Não temos que dar satisfações ao mundo, ao diabo e aos seres malignos, mas Deus cobra de nós uma vida que evidencie que somos eleitos (Jo 14:15). Pois como nós podemos dizer que amamos o Senhor se não obedecemos aos seus mandamentos? (Jo 14:15).

É inútil alguém se gabar dizendo que serve a Deus porque dá o dízimo sempre; porque é do grupo de oração da igreja; do grupo de louvor; porque prega e sabe algumas coisas da Bíblia; porque tem algum cargo na igreja local; sim, é inútil se gabar nestas coisas, pois os ímpios podem fazer as mesmas coisas e mesmo assim se acharem os donos da razão. Ora, nenhuma dessas coisas podem nos dizer que servimos a Deus corretamente. Se não estivermos em conformidade com a Palavra de Deus, tudo é inútil. Alguém pode


facilmente cumprir todas as tarefas que existe na igreja, mas ainda sim, se ele não estiver andando com Deus, em obediência ao Senhor, é inútil para esta pessoa dizer que está salva porque faz algumas coisas na igreja. Há muitas pessoas que leem a Bíblia, ouve sermões de grandes homens de Deus, mas que não coloca em prática aquilo aprende – se é que aprende.

Charles Spurgeon disse corretamente: “Não diga ‘sou eleito’ e pensando que pode viver em pecado. Isso é impossível. Os eleitos de Deus são santos”. Isso está em total acordo com a Bíblia. Precisamos ter uma vida que corresponda na prática o nosso credo. Se eu creio em Deus, quais são evidências de que sou seu servo? É isso que vamos analisar agora: Quais são as evidências de nossa eleição e predestinação no Senhor? E nós temos que ser sincero com nós mesmos após o nosso estudo.

I 1. Saudação aos Tessalonicenses Em primeiro lugar, é necessário que observemos uma notável atitude do apóstolo Paulo em relação à igreja dos Tessalonicenses. Ele faz sua saudação na carta, junto com seus dois companheiros, Silvano (ou Silas) e Timóteo, fazendo uma observação importante, dizendo para aqueles gentios, que estavam entre judeus, que Deus é o Pai deles também e que Jesus é o Senhor da vida deles assim como é da vida dos judeus convertidos. Isso nos serve para evidenciar que Deus não é só dos judeus, mas dos gentios também, pois a promessa feita a Abrão foi de que nele seriam abençoados todos os povos da terra (Gn 12:3). Ele termina sua apresentação inicial com uma saudação, como é de costume, com “Graça e Paz”. Segundo alguns estudiosos, ele sempre usa “Graça” antes de “Paz” para evidenciar que é pela Graça de Deus que temos Paz com o Senhor.


2. O exemplo de um verdadeiro pastor em Paulo No versículo dois nós podemos aprender com Paulo que bons pastores oram sempre pela igreja e se recorda dela em seus momentos de alegrias e tristezas. Podemos, então, notar aqui que este apóstolo mantinha um zelo por aqueles a quem Deus lhe deu a tarefa de pregar o evangelho e ter algum êxito. Este trabalho de oração deve estar presente na vida dos líderes da igreja. Os pastores e presbíteros devem manter o hábito de orar pelas ovelhas que estão sob seus cuidados. Aquele que pastoreia bem é porque entendeu bem o chamado de Deus para sua vida. Aquele que não pastorei bem não tem sido diligente no seu serviço e está tratando o serviço pastoral com desonra. Ora, não pensemos que Deus não cobrará de seus líderes que eles façam bem o seu trabalho, pois, a quem muito é dado, também muito é cobrado (Lc 12:48; Tg 3:1).

Senhores presbíteros e pastores, vocês estão orando por este pequeno rebanho? Estão se esforçando em ensinar a estas pessoas como elas devem ser na vida com Deus? Vocês estão dando o exemplo de pastores do rebanho de Jesus Cristo? Estão atendendo bem ao chamado de Deus? As pessoas podem ver em vocês as credenciais de pastores ou de meros “administradores” de igreja? Vocês não foram chamados para um grupo de dentro da igreja local, mas para cuidar de todo o rebanho que lhes foi entregue.

Os líderes devem meditar nestas coisas, pois Deus os chamou para cuidarem do seu rebanho, orar e doutrinar a sua igreja. Nós vemos que Paulo era de fato um pastor que sabia o que estava fazendo. Deus o inspirou a mencionar estas palavras para nos ensinar que os pastores (presbíteros) devem zelar pelo rebanho de Jesus Cristo (1 Pe 5:1-4). Esta é uma característica de verdadeiros pastores.


II Após ter mencionado Paulo como um pastor que ora por sua igreja agora vamos notar algumas características daqueles que Paulo chama de eleitos de Deus. Na introdução fiz uma pergunta, a qual foi: “Como sei que sou um eleito de Deus e quais são provas de minha eleição e conversão?”. É isso que vamos analisar pela observação do apóstolo. Notemos alguns pontos que destacam a nossa eleição no Senhor e obviamente o que condiz com nossa conversão. Como vimos as pessoas às vezes ficam confusas com relação à sua conversão. Muitas, quando estudam a doutrina da eleição e predestinação, se perguntam se de fato são eleitas de Deus. Este pensamento é natural uma vez que descobrimos nossa imundície diante do Senhor e de que nada podemos fazer para salvar a nós mesmos.

Vejamos então aquelas características que nos levam a ponderar sobre nossa eleição e conversão. É importante que saibamos que a eleição não é a conversão. Somos eleitos para a conversão, pois a eleição é antes da fundação do mundo (Ef 1:4,5).

COMO NOSSA ELEIÇÃO É RECONHECIDA

1. A operosidade da fé dos tessalonicenses No versículo três Paulo nos apresenta três características que apontam para nossa eleição no Senhor. A primeira delas é a “operosidade da vossa fé”. A igreja dos Tessalonicenses vivia um momento de perseguição. Por um lado eram os judeus, por outro, eram os romanos, que os perseguiam. Eram dias tristes, de perda de entes queridos, perda de propriedades, bens materiais, dias de dor e de muita luta pela fé. Apesar disso aquele povo se mostrou um povo forte e corajoso. Este é o motivo de Paulo falar da operosidade da


fé deles, pois por meio da fé eles abandonaram os ídolos (vs. 9) e se voltaram para o Senhor num tempo em que os cristãos eram ferozmente perseguidos por causa do nome de Jesus. Aquele povo, apesar dos sofrimentos, estava pondo sua fé em ação e vivendo para a glória de Deus.

O que o mundo tem visto em nós? Temos sido verdadeiros cristãos, colocando nossa fé em prática? O Senhor Jesus nos exortou dizendo que, se o amamos, devemos obedecer aos seus mandamentos. A fé é a clareza de Deus em nossas vidas. Agora podemos crer em Deus de forma correta e confiar nele de todo o coração (Hb 11:1-3). Esta fé tem que ser vista na prática, não só em palavras, mas numa vida que corresponda ao nosso credo, pois quando dizemos que cremos em Jesus também estamos afirmando que Ele é o Senhor da nossa vida e que devemos obedecer à sua Palavra, pois, do contrário, somos apenas hipócritas dizendo que cremos em Deus e que Cristo é o Senhor, mas na realidade, nós é que fazemos de nós senhores da nossa vida.

É preciso que ponderemos nisso, pois, temos que dar provas de que somos eleitos de Deus. Não por orgulho e egoísmo, mas por amor a Deus. Nossa vida deve ser como uma árvore frutífera, que, de vez em quando, é podada para que possa frutificar mais novamente. Este ensino está em João 15 que mostra o Senhor ensinando aos seus discípulos sobre a vida de um verdadeiro eleito de Deus. Esta é a primeira coisa que Paulo diz que se recorda daquele povo em suas orações diante de Deus: a operosidade da fé deles. Somos um povo assim também ou nossa vida e fé não condiz com o nosso credo?

2. A abnegação do amor dos tessalonicenses A segunda coisa que o apóstolo menciona, é a abnegação do amor daquele povo abençoado por Deus. Em outra tradução [ACRF], que


penso ser melhor e mais fácil de compreender, é dito desta maneira: “… do trabalho do amor”. Assim fica mais fácil de sabermos que aqueles crentes estavam vivendo em harmonia amorosa, apesar de ter alguns dentro da igreja que eram teimosos e ignorantes quanto a maneira de viver para Deus. Nós podemos aprender com esta igreja que ela entendeu a mensagem do Senhor Jesus de que devemos amar uns aos outros e aprender a dar mais honra ao próximo do que a nós mesmos. Isso significa aprender a tomar a sua cruz e seguir a Cristo. Em 1 João 4:7 lemos:

“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”. E o versículo 21 diz: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão”.

Quando lemos estes versículos aprendemos que é dever do cristão amar o seu próximo e fazer este trabalho para glória de Deus, pois Ele nos criou em Cristo para servirmos uns aos outros em amor, não sendo orgulhosos, mas sinceros uns com os outros. O cumprimento da Lei é amar a Deus acima de todas as coisas, com todo o nosso coração, de toda nossa alma e com nosso entendimento; e amar o próximo como a nós mesmos. A Lei se resume no amor (Rm 13:10).

Como podemos amar a Deus acima de todas as coisas e ao nosso próximo como nós mesmos? A questão é que isto não gira em torno de nós. A Lei serve como professor que nos ensina para quem devemos olhar, nos espelhar e imitar. É isso que Paulo ensina


quando diz que a lei nos serviu de aio ou de guia até Cristo (Gl 3:24). A função da Lei é revelar que por meio dela não podemos ser salvos da ira de Deus, mas por meio de Cristo sim, pois Ele é o verdadeiro modelo de perfeição, Ele é o Deus/Homem que pode cumprir e cumpriu as exigências da Lei de Deus. É para o Senhor que devemos olhar e imitar. Ele mesmo deu o maior exemplo de abnegação de amor, pois deixou o seu trono no Céu, tornou-se homem, nasceu sob a Lei, esteve sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Apesar de saber que era o Senhor de todo o universo, e que passaria pela cruz, e seria visto como um bandido da pior espécie, Ele não fez caso o ser igual a Deus (Fp 2:5-8). Isto é um exemplo de humildade e humilhação. Deus se fez homem para ensinar aos homens o que é humildade e amor.

O exemplo do Senhor Jesus deve fazer com que pensemos se temos trabalhado no amor de uns para com os outros. Esta observação que Paulo faz da igreja dos Tessalonicenses é muito importante, pois a igreja do Senhor Jesus sempre deve ser vista como um povo que ama e que pratica o amor. Aquele povo, apesar das perseguições e muito pranto, estava frutificando nisso: no amor. Esta é uma marca distinta da igreja de Deus. Se não praticarmos isto, como afirmaremos que amamos a Deus? É verdade que é difícil lhe dar com algumas pessoas devido à maneira delas de serem, mas o nosso chamado, assim como era o dos Tessalonicenses, é amar uns aos outros. Temos deixado este mandamento de lado para estarmos em desavenças no nosso meio. Temos considerado o orgulho melhor do que a humildade.

Meus queridos irmãos e irmãs, nossos dias são maus. Aquela igreja também vivia dias maus. Nós vemos algumas diferenças de tempo entre o nosso o deles, é óbvio, pois a perseguição daqueles dias era constante. Nós vivemos em um país livre para expressarmos a


nossa fé. Aquelas pessoas não tinha isso. Mas apesar de viver dias constantes de guerra, dor e sofrimento, elas estavam andando em amor, frutificando nisso para glória de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. E nós, temos feito a mesma coisa? Isso não quer dizer que aquela era uma igreja perfeita, sem pecados no meio dela, pelo contrário, ali estavam pecadores, pessoas, assim como nós, carecidas da glória de Deus, mas vemos ali um exemplo de amor em comunidade. Não é à toa que Paulo elogia aquela igreja. E é nisto que devemos manter os nossos olhos fixos. Podemos aprender com os Tessalonicenses a prática do amor, do trabalho amoroso para glória de Deus (1 Ts 4:9). Isto é ter um amor abnegado.

Este segundo ponto da visão de Paulo sobre a igreja dos Tessalonicenses é vital e muito importante. Ponderemos sobre o que temos estudado até aqui. É necessário que, à medida que formos estudando o texto, meditemos em nossa conduta diante de Deus. Não só em termos individuais, quero dizer, não só da minha parte, mas como comunidade cristã nesta cidade.

3. A firmeza da esperança no Senhor Jesus Cristo O terceiro ponto de nossa meditação condiz com a volta do Senhor Jesus. Como já meditamos, esta igreja vivia dias maus, de densas perseguições e mortes, mas, apesar disso, estava pondo sua fé e amor em ação e nós devemos aprender com aqueles irmãos que estão com o Senhor neste momento, pois eles viveram em tempos diferentes dos nossos, mas foram servos dele e já partiram para a glória celestial, para o lar dos remidos.

Como eles poderiam se manter firmes com relação à volta do Senhor Jesus em meio a tanta perseguição? Isso poderia fazer com que eles abandonassem a fé, como alguns fizeram. Como podemos ainda esperar pelo Senhor se vivemos em dias tão complicados e


que parecesse que foi uma ilusão tudo o que Ele disse? Algumas pessoas podem pensar que é demorada demais a volta do nosso Salvador, pois, o que elas veem é que quanto mais os anos passam mais demora esta promessa. Nosso tempo é visto como dias de pessoas apressadas. As pessoas querem tudo pra “já”, como que tudo tenha acontecer de modo imediato. Nós oramos e já queremos uma resposta. Lemos uma parte da Bíblia e pensamos que somos grandes interpretes deste livro tão profundo. Não queremos esperar pelas respostas de Deus no tempo certo, queremos as respostas assim que terminamos de orar. Não queremos mergulhar nas profundezas das Escrituras, queremos sair ensinando sem ir fundo neste mar tão profundo de conhecimento. Nossos dias são de pessoas apressadas, e pessoas apressadas querem que Jesus volte logo, pois não aguentam mais viver neste mundo. Este mundo é um tédio para os apressados.

Nós devemos sim pensar na volta do Senhor todos os dias, mas devemos meditar na nossa caminhada terrestre, pois muitos querem que este dia chegue logo, mas não pararam ainda pra meditar nele. Amós 5:18-20 diz:

“Aí de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que desejai vós o Dia do SENHOR? É dia de trevas e não de luz. Como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando ele em casa, encostando a mão à parede, fosse mordido de uma cobra. Não será, pois, o Dia do SENHOR trevas e não luz? Não será completa escuridão, sem nenhuma claridade?”.

Amós estava se referindo nestas palavras àqueles que dizem que servem ao Senhor, mas é só com os lábios e não com o coração. É a mesma coisa que Isaías disse (Is 29:13) e que o Senhor Jesus repete (Mt 15:8). Ao olhar para estas advertências tão severas como


podemos pensar no Dia do SENHOR sem antes meditarmos em nossa conduta diante de Deus? Faz-se necessário que façamos isso, pois se pensarmos que pelo nosso falar seremos salvos daquele Dia e não praticarmos o que ouvimos da parte do Senhor de como devemos andar, então estaremos totalmente enganados. Aquele Dia revelará todos os cristãos nominais, ou seja, aqueles que são crentes só de boca, mas sua vida é uma desgraça diante de Deus, suas atitudes revelam quem ele é e que ele será julgado como um reprovado no Dia do Julgamento Divino. Pessoas assim descobrirão que sempre foram vasos de ira, preparados para perdição (Rm 9:22)

É óbvio pelo que vemos no nosso texto que Paulo não está repreendo aquela igreja, mas sim se alegrando com ela e elogiando a sua conduta diante de Deus apesar das perseguições que aqueles crentes estavam sofrendo. O apóstolo diz que se recorda da firmeza da esperança daquelas pessoas de um dia se encontrarem com o Senhor Jesus. E isso é considerável para ele, pois Paulo conhecia a vida daquela igreja, e sabia que ali estavam pessoas que amavam o Senhor Jesus e que estavam vivendo para Ele.

O apóstolo estava dando graças a Deus por ver que aquelas pessoas estavam se mantendo firmes na esperança da volta do Senhor vivendo em integridade diante de Deus. Podemos aprender muito com isso. De que maneira devemos manter nossa firmeza na esperança do Senhor Jesus?

1. Vivendo em santidade e integridade (Sl 15). As Escrituras nos ensinam que aqueles que receberam o Senhor foram eleitos antes da fundação do mundo para serem santos e irrepreensíveis (Ef 1:4). Vivendo por modo digno do evangelho para o qual fomos chamados para que no Dia do SENHOR sejamos encontrados irrepreensíveis (Fl 1:27; 2 Pe 3:14).


2. Praticando as boas obras que Deus nos deu para que praticássemos (Ef 2:10). Não sendo um crente que só sabe falar e não sabe agir (Tg 2:14-26);

3. Tendo uma vida de oração (1 Ts 5:17), de leitura da Santa Bíblia (2 Tm 3:16-17; 1 Ts 5:20) e vida eclesiástica (Ef 4:1-6; Hb 10:25). Tendo uma vida de comunhão íntima com Deus.

Nós devemos buscar dias após dia viver para glória do Deus Trino. Apesar de cairmos em pecados, sempre devemos nos arrepender e voltar, rapidamente, para os caminhos do Senhor. Paulo destacou este ponto da vida dos Tessalonicenses para nos ensinar que se quisermos manter nossa fé viva e eficaz, devemos andar na luz, como filhos da luz. Somente aqueles que andam corretamente, com santidade e integridade, serão salvos, pois estas coisas não são produto de ação humana, mas da ação do Espírito Santo na vida daqueles que andam com Deus. Você tem andado em santidade? Tem buscado ao Senhor e meditado em sua Palavra dia e noite (Sl 1:1-3)? Se você está vivendo assim, que benção! Mas se não, que tragédia! Você está vivendo para ser condenado com os piores bandidos e assassinos deste mundo.

É necessário que mantenhamos uma íntima comunhão com Deus para que então pensemos em rogar ao Senhor por aquele Dia. Este ponto nos ensina também que devemos apesar das circunstâncias, dos dias maus, saber aguardar a vinda do Senhor. Não devemos desanimar, mas nos mantermos firmes na esperança da volta do Senhor, aguardando a sua vinda mantendo uma vida santa e íntegra diante de Deus. Apesar de parecer demorada a vinda do nosso Amado Senhor (2 Pe 3:9), em breve Ele voltará (Tg 5:7-11) e há de limpar toda lágrima dos seus filhos e filhas (Ap 21:4).


A EVIDÊNCIA DA ELEIÇÃO DOS TESSALONICENSES “Reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição” (vs 4).

A partir de agora, do versículo 4 até ao 10, começamos a ver que Paulo mostra que aquele era um povo eleito do Senhor de fato. Eles tinham características de um povo predestinado para ser do Senhor, que não tinha uma vã esperança nem sua fé era falsa. Ao olharmos para estas características devemos olhar para nós mesmo e vê se temos as mesmas evidências de eleição no Senhor. Prestar atenção a tudo isso e pondere sobre se sua vida é mesmo a de um eleito.

1. Pregação no poder e convicção do Espírito Santo No versículo 4 vemos Paulo dizendo que diante de Deus ele reconhecia a eleição no Senhor daqueles crentes Tessalônicos. O que torna a nossa eleição evidente não é o simples fato de fazermos boas obras, mas de termos sido chamados pelo Espírito Santo. A obra de conversão na vida de um homem não depende do ser humano, mas somente do Espírito Santo. Este é um trabalho impossível para o homem natural (Mc 10:26, 27; Jo 3:3-9; 1 Co 2:14), o Espírito de Deus tem de agir na vida daqueles que se encontram mortos em seus delitos e pecados (Ef 2:1). Sem isso é impossível que uma pessoa busque a Deus porque quer. A Palavra de Deus diz que ninguém tem o desejo de buscar a Deus, pois todos se extraviaram em seus próprios caminhos (Rm 3:10-18), vivem seguindo os desejos dos seus pensamentos obscuros (Ef 2:2,3; 4:1719). A condição do homem natural é terrível. Ele não quer viver para Deus, mas quer as bençãos dele. Não sente prazer na Lei do Senhor, mas vive segundo o seu raciocínio longe do Senhor.

Por isso Paulo diz que o evangelho que chegou até aquelas pessoas não foi tão somente em palavras, mas no poder e plena convicção do Espírito Santo. É este poder que transforma pessoas


embrutecidas em servas do Deus vivo e único. É importante Paulo mencionar que os tessalonicenses não vieram a receber a fé em Jesus Cristo por meio de palavras de homens, mas por meio da Palavra de Deus que foi pregada com o poder e a convicção do Espírito Santo (1 Ts 2:13). O Senhor usou Paulo e o seu companheiro para levarem até aquela cidade a salvação por meio da pregação fiel da Palavra dele (At 17:1-4).

2. Uma igreja modelo para outras pessoas (vss. 6-10) Os cristãos daquela igreja apesar das perseguições se tornaram um modelo para outros cristãos. Uma igreja modelo tem características peculiares assim como uma pessoa que foi alcançada pela graça de Deus se torna um modelo e tem características peculiares. Quais são estas características? O nosso texto nos ensina quais são:

1. Ele ama a Palavra de Deus e se alegra com ela (vs. 6); 2. Torna-se um modelo de fidelidade a Deus para outros cristãos em tempos de adversidade (vs. 6); 3. Torna-se um modelo de santidade (vss 3, 7; 1 Ts 4:1-8); 4. É um cristão que pratica o amor (vs. 3; 1 Ts 4:9,10); 5. Torna-se um modelo de perseverança na fé (vss. 3, 7-10).

Há muitas características que poderíamos mencionar aqui. Uma característica essencial na vida de um eleito que se converteu é que ele é parecido com Cristo. Ele está sendo modificado, transformado à imagem de Jesus Cristo (Rm 8:29).

3. Uma igreja que fortalecia outros cristãos pelo seu testemunho Ainda vemos que os Tessalonicenses podem nos ensina que quando somos salvos, nossa fé tem repercussão na vida de outras pessoas. Os versículos 8, 9 e 10 nos mostram que outras pessoas estavam se fortalecendo em saber que aqueles irmãos, mesmo em meio a


muitas tribulações receberam a Palavra com todo o coração e estavam dispostos a morrer por Cristo. Eles abandonaram os ídolos para servirem ao Deus único e verdadeiro (vs. 9). Outras igrejas estavam alegres com a firmeza da fé daquela igreja tão sofrida. Eles estavam agarrados à firme promessa da vinda do Senhor Jesus, do dia da ira de Deus e justiça sobre o mundo (vs. 10).

Isso deve fazer-nos refletir, mais uma vez, sobre a nossa caminhada aqui neste mundo. Estamos caminhando com Deus? Estamos vivendo em santidade, na esperança da vinda bendita de nosso Senhor e Salvador Jesus? Estamos sendo um modelo de cristão para as outras pessoas? O que estamos sendo neste mundo: sal e luz ou trevas e tristeza para Deus? Tudo o que vimos até aqui deve nos levar a um autoexame da nossa vida, deve nos levar a refletir se realmente estamos salvos ou se ainda estamos perdidos brincando de sermos crentes. Ora, Deus não vê a aparência, mas o coração (1 Sm 16:7). Um coração que não foi regenerado não pode fazer-nos amar a Deus com todo nosso ser. Pessoas não regeneradas não amam a Deus, mas a si mesmas e os prazeres deste mundo jaz no maligno.

APLICAÇÃO DA MENSAGEM De tudo o que ouvimos (lemos) até aqui o que faremos a partir de agora? Como andaremos diante do Senhor?

1. Como eu posso saber se estou salvo, que sou um eleito de Deus? Esta resposta é encontrada em nossa caminhada neste mundo. Se estivermos caminhando com Deus, vivendo em obediência, em santidade, isso revelará que temos sido chamados. Mas cuidado, às vezes podemos pensar que estamos vivendo com Deus, mas tudo não passa de mera hipocrisia. As pessoas têm que ver em nós Jesus Cristo, sentir o seu bom perfume. As evidências da nossa eleição no


Senhor e conversão a Ele estão em viver verdadeiramente com Ele. Você está andando – mantendo íntima comunhão – com Deus?

2. Há alguma necessidade de arrependimento neste momento com relação ao seu andar neste mundo? Se há, faça isso agora. Rogue a Deus um arrependimento sincero, que gere vida entre você e Ele (2 Co 7:10). Não adie isso, caia aos pés do Salvador agora mesmo e confesse seus pecados. Se isso for sincero Ele te perdoará (Pv 28:13).

3. Meu caro ouvinte (leitor), me dirijo aos não crentes, você entrou aqui e talvez não tenha parado para meditar em sua caminhada. Quero lhe dizer que é necessário que você nasça de novo (Jo 3:3). Isso não acontecerá por sua própria vontade. Os eleitos de Deus viram até Ele, em arrependimento e fé, pois Deus produzirá isso em seus corações (Rm 2:4; 2 Tm 2:25). Você está necessitado da graça de Deus. Quero ser sincero com você: para aonde quer você tente ir, você encontrará, no final das contas, Deus. Você não poderá escapar de Deus. Todos os caminhos que você tentar pegar te levará ao tribunal do Senhor. Arrependa-se dos seus pecados e creia em Jesus Cristo. Abandone os ídolos, como fizeram os tessalonicenses e vá a Cristo. Você só pode ir pela graça de Deus, então pela graça vá agora mesmo!

4. Último ponto. Caro cristão, apesar das tristezas que temos neste mundo, tenha esperança no Senhor. Ele virá em breve nos resgatar e julgar este mundo – os perversos. Cristo cuida das suas ovelhas, apesar dos momentos doloridos desta vida. Agarre-se ao Bom Pastor de nossas almas e encontre alívio para suas dores (Mt 11:2830).

Meus irmãos e irmãs, coloquemos nossa fé, amor e esperança em


ação. Vivamos para glória de Deus. Que o Senhor Deus Pai e Espírito Santo nos abençoe para que possamos viver corretamente para Ele até o dia da vinda do nosso Amado Senhor Jesus Cristo. Amém.

Soli Deo Gloria!

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Sobre o autor: Elvis Kelvin é um estudante apaixonado da Palavra de Deus. Cristão reformado/calvinista. Atualmente congrega na Igreja Presbiteriana Memorial de Currais Novos/RN, Brasil, onde é líder de mocidade (UMP); namora com Bruna. É brasileiro, atualmente mora em Currais Novos, interior do estado do Rio Grande do Norte


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