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“Boom” do setor imobiliário continua em 2012
Reportagens: Cida Haddad / Marisa Batalim Diagramação e capa: Jefferson Cascali de Lima
ParapresidentedoSindicatodaHabitaçãodeSãoPaulo(Secovi-SP), João Crestana, o comprador da classe C merece total atenção
O mercado imobiliário e a economia do país vivem, atualmente, uma união perfeita. O que prova isso são os números do ano passado divulgados pelo Banco Central, em que o volume de crédito habitacional para a compra ou construção da casa própria passou, pela primeira vez, da fantástica marca de R$ 200 bilhões. Se comparado com 2010, o crescimento foi de 45%, quando o setor imobiliário também atingiu um patamar histórico, com 1.052 milhão de moradias financiadas com recursos das cadernetas de poupança e do FGTS, as duas principais fontes de crédito para a compra da casa própria. E tudo indica que o ritmo será mantido em 2012. Pelos números do Banco Central, o financiamento habitacional no Brasil corresponde a 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB), um índice sem precedente,masaindabastantemodestoquandocomparado à média internacional. Para acompanhar todo esse crescimento, as
empresas de vendas do setor imobiliário estão sendo estimuladas a criar novos produtos para satisfazer diferentes perfis de consumidores cada vez mais exigentes. Para o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e da Comissão Nacional da Indústria Imobiliária da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), João Crestana, o comprador da classe C merece total atenção. Segundo ele, atender as expectativas desse novo público é mais do que aumentar a escala de produção. “Deve-se entender esse novo comprador. Com base em alguns estudos divulgados até o momento, os consumidores da classe C são mais solidários, conforme pesquisa do Instituto Datapopular. Outras características interessantes: a presença feminina como chefe de família é maior nesse segmento e 60% das pessoas passam dicas de compra aos seus conhecidos, contra 20% da classe A”, frisa Crestana.
Jônatas Rosa
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Como escolher e contratar uma
administradora
A criação de empresas de administração e consultoria para condomínios, sejam eles horizontais ou verticais, acompanha a demanda crescente de novos núcleos residenciais. Nesse cenário de expansão, na hora de escolher o serviço é preciso cautela. O Guia de Orientação para Escolha de uma Administradora de Condomínios está entre as leiturasrecomendadaspeloSecovi/SP(Sindicato da Habitação), especialmente para os representantes de condomínios e associações de proprietários que estão se formando, ou acabam de se estabelecer. Devido à complexidade das funções do síndico ou do administrador, é recomendável
contar com os serviços de uma empresa adminisitradora. O novo Código Civil trouxe a inovação de que o síndico pode transferir, total ou parcialmente, para a empresa administradora, não somente as funções administrativas, como também os poderes de representação, tudo mediante aprovação da assembleia, salvo se o contrário dispuser a convenção. Mas uma empresa para administrar o condomíniioprecisaserescolhidacomcritério,afinal,se a intenção é contratar uma pessoa jurídica para resolver os problemas, é preciso cuidar para que ela não se torne um problema a mais. O Secovi orientasobreoscuidadosquedevemserobservados na hora de escolher uma administradora.
as as daeic Veja uma bo scolha para
* Peça proposta para três empresas *Consulteempresasindicadasporsíndicosoucondôminos satisfeitos * Leia com atenção o contrato a ser assinado, o rol de serviços prestados, etc. * Desconfie de honorários muito baixos * Desconfie daquelas que difamam outras administradoras *Peçaumalistadealgunscondomíniosadministrados, com nome e telefone dos síndicos, e ligue para alguns * Visite a empresa e seu site antes de contratá-la * Verifique com quem a empresa trabalha (bancos, fornecedores) * Verifique o capital social, o quadro societário e o objeto social da empresa * Verifique se a empresa tem sede própria * Verifique qual a forma de rescisão contratual prevista * Discuta com o conselho antes de se decidir por esta ou aquela empresa * Opte por empresas com boa administração de recursos humanos, que tenha bons profissionais * Verifique se a empresa opera pelo sistema de conta pool, em que o dinheiro do condomínio fica na conta bancária da administradora, ou pelo sistema de conta bancáriaprópriaparacadacondomínio.Escolhaoque melhor atenda às necessidades do condomínio * Verifique se o demonstrativo financeiro é feito em bases correntes (de 1 a 30/31 de cada mês), de modo a coincidir com a movimentação financeira do condomínio. Esse expediente também facilita o controle dos recursos
*Analiseospequenosdetalhesdocontrato.Exemplos: sistema de cobrança de condôminos atrasados (se tem advogado próprio, se é obrigatório recorrer ao advogado da administradora); sistema empregado para compra de materiais (se permite que moradores apresentem orçamentos ou indiquem empresas) * Observar se no contrato há cláusula especificando que a administradora é responsável pelo pagamento de multas ou despesas extras decorrentes de seus erros.Exemplo:senãorecolheroFGTSdosfuncionários ou qualquer outro encargo ou tributo no prazo, deve arcar com as multas * Solicitar um modelo de demonstrativo financeiro da administradora * Verificar se a administradora tem estrutura para assessorar o síndico na cotação de serviços extras * Checar se a taxa de administração é aplicada sobre a despesa ou a receita e avaliar o que seria mais conveniente para o condomínio * Dê preferência a uma administradora associada ao SECOVI-SP * Opte por empresas que dêem valor para qualidade. O SECOVI-SP certifica todos os anos, pelo PQE - Programa * Qualificação Essencial -administradoras de condomínio.Peçaumacópiaatualizadadocertificado *Verifiquetodasascertidõesdaempresa(CNPJ,CND da Receita Federal, Protestos etc.) e de seus sócios. Sempre peça cópias atualizadas * Analise a experiência da administradora e verifique quanto tempo de atuação ela possui nesta área Fonte: Secovi/SP
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Pesquisar preços, comparar projetos e não ter pressa
são as dicas para comprar um imóvel com segurança As informações são simples e de fácil entendimento. Confira: 1) Decida-se pela região onde quer morar e, principalmente, quanto pretende e pode gastar com a compra do imóvel. Lembre-se: a aquisição da moradia é um dos passos mais importantes na sua vida e precisa ser dado com segurança, com muito debate junto ao
ela. Peça uma cópia do registro da incorporação ao corretor e antes de assinar o contrato de Compra e Venda. Consulte o que diz a Lei 4.591/64 (Condomínios e Incorporações) e submeta-a a um advogado conhecido. Apesar de conterem basicamente as mesmas cláusulas, não é demais a análise de um especialista em mercado imobiliário. Acompanhe o estágio das obras por meio de visitas ao empreendimento ou pela internet. Muitas empresas oferecem o serviço em seus sites.
Sindicato da Habitação alerta para os problemas mais comuns durante a escolha pelo empreendimento. Pesquisas revelam que brasileiro compra, em média, dois imóveis durante a vida. Comprar um imóvel, seja na planta, pronto ou usado, requer do interessado muita pesquisa, visitas a inúmeros estandes de vendas, comparação de preços e projetos, e diálogo com parentes e amigos. Não faz bom negócio quem adquire um imóvel por impulso, recomendam os representantes do Secovi (Sindicato da Habitação). Visitar o entorno do imóvel de interesse é um dos primeiros passos para conhecer se há escolas, hospitais, transporte público e outras benfeitorias na região. A questão é não ter pressa. Na média, o brasileiro compra dois imóveis durante a vida, avalia o sindicato. Motivo mais do que suficiente para o consumidor ser cauteloso. Pensando no consumidor e em orientá-lo nesse momento decisivo, o Secovi-SP elaborou dez dicas fundamentais para uma compra segura e responsável.
cônjuge e filhos. Leve em conta as necôn cessidades futuras da família. cess Escolha o tipo de imóvel que pretende 2) Esc adquirir: usado, novo ou na planta. Pense na adquirir metragem do imóvel, se quer casa ou apartamento (andar baixo ou alto, de frente, de fundo ou tanto faz), número de vagas de garagem, com ou sem varanda, ampla ou nenhuma área de lazer (piscina, salão de festas, jogos). Se escolher condomínio, pense até quanto pretende ou pode pagar de taxa de rateio de despesas.
3) Faça suas contas. A hora é boa também para pensar na melhor forma de financiamento. Com banco ou parcelado com a construtora? Pretende usar recursos do FGTS? Se o imóvel for novo ou usado, há sempre a opção de obter financiamento bancário (os sites de vários bancos oferecem simuladores das parcelas do financiamento). Caso disponha de uma boa reserva financeira – ou algum bem que possa ser vendido, como carro – é possível utilizá-la na entrada da compra do imóvel. 4) Decidido, visite o local escolhido e verifique quais
9) Programe-se. Os valores das prestações pagas durante o período da construção do empreendimento podem ser diferentes das parcelas de financiamento do saldo devedor. Atenção: até a entrega das chaves, o saldo devedor é corrigido mensalmente pelo INCC ou CUB. Após a entrega das chaves, você terá a opção de quitar a dívida, usar os recursos do FGTS para amortizar parte do valor – caso seja a aquisição do primeiro imóvel – e financiar o restante com o banco. Há taxas atrativas e prazos longos disponíveis no mercado. O fundamental, no entanto, é que a parcela – fixa ou reajustável - caiba no seu bolso. empreendimentos existem no local. Aproveite e analise a infraestrutura disponível na região, bem como os serviços oferecidos, como escolas, padarias, supermercados, farmácias, hospitais, linhas de ônibus e metrô próximos, parques e outras áreas de lazer. Visite o empreendimento durante o dia e, principalmente, à noite. Não tenha pressa. Vá a estandes de vendas, visite decorados, converse com corretores e pense muito, pois a decisão tem de ser responsável e exclusivamente da sua família. Depois de percorrer a região escolhida
não tenha medo de expandir horizontes e procurar imóveis em bairros próximos. A internet também é uma ótima opção para quem busca imóveis. Visite sites especializados na venda de imóveis, de imobiliárias, construtoras e incorporadoras. 5) Ao optar pela compra de um usado, seja firme com o corretor quanto às suas definições do tipo de imóvel. Dê preferência ao profissional que conhece o imóvel. Peça informações a ele antes de marcar a visita. Se estiver fora das suas especificações, não vá. Evite também ficar nas mãos de muitos profissionais. Prefira o sistema de exclu-
sividade (em que o imóvel está disponível em apenas uma imobiliária). 6) Se o imóvel for novo ou na planta, usualmente o valor da comissão é cobrado separadamente do preço. Se o imóvel for usado, a comissão é paga pelo vendedor, mas saiba que caberá a você o pagamento da comissão proporcional ao valor do seu imóvel dado como parte do pagamento. Nesse momento é importante não se envolver emocionalmente com o dono do imóvel que vai comprar. Deixe que o corretor negocie. 7) Na hora de apresentar uma proposta, ponha-se no
lugar do vendedor. Evite propostas absurdas, como descontos elevados, por exemplo. Se ele aceitar, deve haver algo errado. Certifique-se do que está e do que não está incluído no valor e converse abertamente, evitando constrangimentos futuros. Questione aquilo que não entender e exija respostas claras e precisas. Muita atenção com os documentos do imóvel e do proprietário, que devem preferencialmente ser analisados por um advogado de sua confiança. 8) Ao escolher comprar um imóvel na planta, pesquise a história e a atuação da empresa construtora/incorporadora e, se possível, visite uma obra já entregue por
10) Após a liberação do financiamento, a assinatura da escritura do imóvel e a entrega das chaves, o comprador tem de pagar o ITBI à prefeitura e as taxas de registro cartorárias. Juntas, elas correspondem a aproximadamente 4% do valor de compra do imóvel. Programe-se e faça uma reserva financeira. Nunca deixe de registrar sua escritura no Registro de Imóveis, mesmo que não tenha contratado financiamento. Mais: quando receber o imóvel, leia as instruções de uso e o Manual do Proprietário para certificar-se das garantias da sua unidade. Os prazos legais são diferentes para os vários componentes.
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Prazo para guardar
documentos é de dez anos São diversos os documentos existentes no condomínio. O prazo de guarda dos documentos administrativos, fiscais e bancários é de dez anos, já que este é o prazo prescricional para a cobrança das dívidas do condomínio regularmente aprovadas, nos termos do art. 205
Confira os principais documentos Declaração de Imposto de Renda CNPJ e CCM Demonstrativo Financeiro Mensal Extraordinárias Ordinárias Despesas
Livros recomendados Livro de atas das assembleias Livro de reclamações e sugestões Livro de registro de empregados Livro de inspeção do trabalho Fonte: Secovi/SP
do novo Código Civil. Quantoàsdemaismodalidadesdedocumentos, caberá ao síndico observar o prazo de guarda exigido por lei, caso a caso. Há também os livros, que devem apresentar termos de abertura e de encerramento, assinados e rubricados.
O que não pode faltar em uma ata O síndico deverá mandar a todos os condôminos cópia da ata ou comunicação que resuma o deliberado na assembleia. É interessante estipular algumasdatasparareuniõesdesíndico,subsíndicoeconselhoparaavaliação permanente do condomínio, sem poder deliberativo. Tais reuniões podem ser abertas àpaticipaçãodoscondôminos,quese tiveremqueixas,problemasousugestões,podemcentralizá-losnessasocasiões.Ouainda,anotandonumlivrode reclamações e sugestões, com a indicação dos fatos ocorridos, o nome do condôminoeonúmerodesuaunidade, aliviando a carga do síndico em contatos diários, muitas vezes para tratar de assuntos nem sempre urgentes. São temas às vezes irrelevantes e que podemcomprometeraAssembleiaGeral Ordinária (AGO) ou a Assembleia Geral Extraordinária (AGE).
Elementos essenciais
Tipos de reunião: Assembleia Geral / AGE Assembleia Extraordinária / AGO Assembleia Ordinária
O que deve constar na ata
Orçamento Dia, mês, ano e hora da assembleia, por extenso Local da assembleia Lista de presença com o número do apartamento ou casa e assinatura dos condôminos presentes Presidência dos trabalhos Pessoa que secretariou os trabalhos Ordem do dia Dliberações Encerramento Assinatura do presidente e do secretário Fonte: Secovi/SP
9 Nutricionista dá dicas le de alimentação saudáve io integraçãonocondomín Em palestra no Secovi-SP, a nutricionista do Sesc SP, Fernanda Conejero, falou sobre escolhas e benefícios da alimentação saudável e deu dicas de integração entre os condôminos
Uma boa maneira de contribuir para a convivência harmônica no condomínio é a promoção de eventos de integração, como por exemplo, almoço ou lanche comunitário, oficina de culinária para crianças, entre outras ações. A sugestão foi feita pela nutricionista do Sesc SP, Fernanda Conejero, que ministrou palestra no Secovi-SP no dia 16 de abril, na sede do sindicato. “Isto promove a integração e aproximação entre os vizinhos, resgata valores, melhora relacionamento e diminui conflitos”, afirma Fernanda, que também sugeriu a implantação de hortas verticais. O diretor de Administradoras do sindicato, João Luiz Annunciato, citou como exemplo um prédio vizinho ao dele em que, semanalmente, os moradores se reúnem no salão de festas para degustar um jantar “patrocinado” por um condômino. A cada semana, um morador é sorteado para patrocinar a ação. Alimentação saudável - A nutricionista explicou o conceito que envolve muitas vezes o resgate de vivência da infância. “Tem início lá no aleitamento materno, que é o alimento mais saudável que existe”, lembrou Fernanda,quealertouparaapropagandaexcessivaem que,especialmente,ascriançasestãoexpostas.“Desde a década de 70 estamos sendo bombardeado com informaçõessobrefastfood.Seráqueéissoquequeremos?”, indagou Fernanda. Para ela, o alimento mais completo é o arroz e feijão. “Nós, brasileiros, temos isso e não aproveitamos como deveríamos”, destacou Fernanda, reiterando a necessidadedefazermosescolhasinteligentes.“Prefira frutas, verduras, proteína e carboidrato. E evite frituras, doces, refrigerantes, entre outros alimentos industrializados, que podem até facilitar o nosso dia a dia, mas possuem alto índice de sódio e causam retenção hídrica, obesidade e hipertensão”, alertou.
As principais recomendações são realizar pelo menos três refeições ao dia, procurar a maior variedade de alimentos. Dê preferência aos produtos naturaisouintegrais,queajudamnofuncionamento do intestino. “A água é um alimento vital e devemos, se possível, tomar oito copos (ou 2 litros) por dia”, adicionou Fernanda. Pirâmide alimentar - “Nós somos o que comemos e quando aprendemos a comer, melhoramos a nossa condição de saúde e de vida”, afirmou a especialista, que indicou a pirâmide alimentar como forma de entender e praticar a boa alimentação. A pirâmide é dividida em quatro grupos alimentares:4)açucaresedoces;óleosegorduras;3) carnes e aves, leguminosas e leite e produtos lácteos; 2) hortaliças e frutas; e 1) cereais, tubérculos e raízes. Segundo ela, o ideal é ingerir pelo menos um alimento de cada grupo em cada refeição. Fernanda também indicou o consumo de frutas e hortaliças da estação, pois são mais baratas, frescas e ricas em nutrientes. “As frutas são ótimas para serem consumidas nos lanches intermediários entre as refeições”, indicou a nutricionista, admitindo que mudar o hábito não é fácil. “Alimentação é prazer, qualidade de vida e escolhas inteligentes”, concluiu. A palestra integrou o conjunto de ações realizadaspeloSecovi-SPemparceriacomSescSPe contou com a presença de Maria Helena Mauad, presidente do Projeto Ampliar, idealizadora do evento Ação Social dos Condomínios, que será realizado em 3 de junho, no Sesc Pinheiros. Na ocasião, será oferecido aos funcionários de condomínios e seus familiares um dia inteiro de lazer, cidadania, promoção à saúde e qualidade de vida. Fonte: Secovi/SP
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Moradores de condomínios podem ter Morar em condomínio passou a ser uma realidade para grande parte da população, que busca maior segurança e comodidade para viver. Mas, junto com os benefícios, esse modelo residencial também traz o desafio da boa convivência e da transparência e idoneidade na administração do empreendimento. Quem já morou em um condomínio sabe que o custo e as regras para esse espaço coletivo de moradias não são poucos. A punição administrativa e até judicial para os que infringem as normas ou deixam de pagar as taxas são bastante claras. Mas nem todos sabem o que fazer quando os seus direitos, como condôminos, não são respeitados. O advogado Vinícius Camargo Silva orienta que a solução amigável dos conflitos vem se mostrando a mais eficiente, tanto do ponto de vista financeiro, como em relação ao tem-
po. Ele afirma que o próprio estatuto e a assembleia dos condôminos devem apresentar o caminho a ser percorrido e a quem recorrer no encaminhamento de questões relacionadas ao condomínio. “Todavia, caso não se encontre a solução por meio dessas vias, ou mesmo diante delas persista o inconformismo do condômino, não restará outra alternativa senão a submissão da questão ao Poder Judiciário”, afirma. Entre as principais reclamações dos moradores está a falta de clareza na prestação de contas que são embutidas nas taxas de condomínios. Com o rateio das despesas, que podem mudar de acordo com as demandas do empreendimento, os condôminos nem sempre têm acesso aos documentos que compravam esses gastos ou até mesmo a execução do serviço. Nestes casos, o advogado diz que o morador tem o direito legal de solicitar a prestação de contas por parte do síndico ou do administrador. O mais recomendável, orienta ele, é que o primeiro passo seja dado de forma amigável, com a solicitação extrajudicial dessa prestação contas. “Caso não obtenha resposta ou se esta vier a ser insatisfatória ou insuficiente, o condômino poderá mover uma ação judicial para que as contas sejam prestadas, como também mover uma ação cautelar para exibição
dos documentos que julgar importantes nesse processo”, explica. Além de ações individuais, esse encaminhamento de reclamações também pode ser encabeçado por uma entidade representativa, como é o caso da Associação de Moradores, que tem como dever a defesa dos direitos dos condôminos. Caso a reclamação em questão extrapole o interesse específico do empreendimento em questão, mas se figure como direito coletivo do cidadão, o advogado diz que até mesmo o Ministério Público pode ser acionado para uma atuação conjunta. Como exemplo, Camargo Silva cita o caso de proteção da população contra a perturbação por ruídos excessivos na relação de vizinhança, que podem resultar tanto em uma ação individual do cidadão para a preservação do seu interesse, quanto uma ação movida pela Associação de Moradores ou pelo próprio Ministério Público. “Embora o Ministério Público atue em defesa do bem difuso, ou seja, em benefício da coletividade, nada impede que ele possa ser acionado pela sociedade civil organizada ou até mesmo por um cidadão individualmente, nos casos em que houver entendimento jurídico de natureza difusa ou coletiva a ser defendida”, afirma.
Divulgação
seus direitos garantidos na Justiça
Advogado Vinícius Camargo Silva: “solução amigável vem se mostrando mais eficiente”
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Saiba como utilizar o gás de forma segura na sua casa ou apartamento Em muitas cidades da região ainda existem situações de risco àpopulação,taiscomoapartamentoscombotijõesdegásconfiados emáreainterna,semventilaçãoadequada,comodentrodacozinha, oquevaicontraasInstruçõesTécnicasnº28e29doCorpodeBombeiros,doDecreto56.819/2011,doEstadodeSãoPauloedasnormas técnicas brasileiras vigentes (NBRs 15.526 e 13.103). De acordo com o engenheiro Danilo Kostenko, da área residencial da Gas Natural Fenosa em São Paulo, a concessionária estadual de distribuição de gás natural canalizado para a região, a regulamentaçãoemvigorprevêque,nãoimportaotipodegás-seja
ogásnaturalouodebotijão-,ambosdevemtersuasinstalaçõesexecutadascomosmateriaiscorretosecomventilaçãoadequada,talcomo ascentraisdegásconstruídasemcondomíniosdecasaseprédiosde apartamentos.Nasresidênciasunifamilares,osistemadegástambém devepermaneceremáreaexterna–nuncanacozinhaounobanheiro-, tendotambémtodasasdevidasadequaçõesdeambienteparaacorreta ventilação.“Oproblemapreocupantedaexistênciadebotijõesdegás confinadosdentrodeapartamentos,semventilaçãoadequada,aindaé encontradonascidadesdaregião,masasituaçãojáestásendoprevenida.Umadasaçõesparaissosãoasparcerias,cadavezmaisfrequentes,comconstrutoraseempreiteiros,paraqueasnovasedificaçõesjá prevejaminstalaçõesinternasadequadasecentraisdeabastecimento externas”,destacaKostenko.OutramedidarealizadapelaGasNatural Fenosa em São Paulo, com o intuito de garantir a segurança das instalaçõesdegás,sãopalestrasinstrutivasgratuitasemcondomíniose parceriacomoSECOVI-SP(sindicatodahabitação)emseusencontros técnicosnaregião.Alémdisso,esclareceKostenko,oCorpodeBombeiroseasautoridadescompetentestambémfiscalizamocumprimento dessas normas pelos condomínios e prédios.
Prevenção e responsabilidade
Outra informação importante é que, muitas vezes, a população desconhecequeainstalaçãodegásemsuacasaouapartamentoestá inadequada, o que faz com que o risco não seja sanado. Todososcondomíniostêmaobrigaçãoderealizarumsegurocontra incidentes em áreas comuns. Para tanto, é preciso que as instalaçõesdegásestejamdevidamenteadequadasecomdocumentação emdia.Nocasodedescumprimentodessasexigências,osíndico do condomínio pode ser responsabilizado, civil e criminalmente, em caso de acidentes.
Confira: Ambientes ventilados
Devemos deixar bem ventilados os ambientes onde funcionam aparelhos a gás, pois, na queima do gás, o oxigênio é consumido. Por este motivo precisamos deixar as janelas e basculantes livres dos obstáculos que impeçam a renovação do ar.
Conexão do fogão
A instalação de seu fogão deve possuir um registro de gás em local de fácil acesso e, para evitar deterioração, o tubo deve ser flexível metálicoeestenuncadeveestaremcontatocomsuperfíciesquentes, tampoucopassarportrásdosfornosdosfogões.Asinstalaçõesdasconexões dos fogões devem estar em boas condições e bem apertadas.
Tubulações e uniões
Tubulações, uniões e conexões são meios por onde passa o gás em uma instalação. Elas devem estar sempre em boas condições de conservação. Seguem alguns cuidados: - Não faça das tubulações suporte para outros objetos; - Não permita o contato das tubulações de gás com cabos elétricos; - Nunca coloque materiais inflamáveis ou corrosivos próximo às tubulações; - Feche a válvula do gás (ou do medidor, no caso do gás natural canalizado), caso se ausente de sua casa por um período longo. Em caso de vazamento ou cheiro de gás: - Não acione interruptores, nem aparelhos elétricos; - Não fume, nem acenda fósforos ou isqueiros; - Abra portas e janelas. Deixe o ambiente bem ventilado; - Feche os registros dos aparelhos a gás e do medidor (no caso do gás natural canalizado) e não abra até que seja reparado o defeito.
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Bons vizinhos:
regras para quem mora (ou vai morar) em apartamentos A vida em condomínio exige regras para que você não precise um dia usar da frase cinematográfica: “O inimigo mora ao lado”. Com a expansão do setor imobiliário, muita gente está trocando a casa onde até agora residia com familiaresporapartamentos.Sóque,essesnovosmoradores terão que conhecer como funciona a vida em condomínio. Algumasinstituiçõesfinanceirasdeimóveis,porexemplo,exigemquefuturosresidentesemempreendimentospopularescusteadosporessasinstituiçõesrecebamumcurso, para quem espera por um imóvel. Incorporadorasdeimóveisparafaixasdemaiorrendatambém oferecem aos clientes, já na assinatura do contrato, a minutadaconvençãodecondomíniocontendoasregrasbásicas quevãonortearasleisnosespaçoscomuns.Próximodaentrega do apartamento, faz-se uma assembleia para elaborar o regulamentointerno.Jáalgumasempresasmantémumacentralde relacionamentodiretocomoclientepelaqualrespondedúvidas por telefone, e-mail ou de forma presencial.
Principais causas que geram atritos 1)Éimportante,antesdemaisnada,buscarsempreum bom relacionamento para que não paire no ar um clima de desentendimento gratuito. 2) Seja de crianças correndo na áreas térreas, festas em horários impróprios, além das 22 horas ou pessoas que não se importam com o barulho provocado por elas, espe-
Algumas instituições financeiras de imóveis, por exemplo, exigem que futuros residentes em empreendimentos populares custeados por essas instituições recebam um curso, voltado para quem espera por um imóvel. cialmente casos, i l t para os praticantes ti t musicais i i que, em alguns l gostam de mostrar seus “talento” fora de hora e em alto e bom som. 3)Inadimplência:Saberquevocêestápagandoascontasdo vizinho é muito irritante 4) Os animais de estimação são permitidos em alguns condomínios e proibidos em outros. Para quem pode tê-los é bom lembrar que cachorro e gato dentro de apartamento pode gerar incômodo.Algunsficammuitotemposozinhos,acabamlatindo, miando.Játempessoasquenãoseimportamcombichosmaiores,queintimidam.Piorsãoaquelesqueescolhempassearpelas calçadas do condomínio ou ruas próximas e não se importam com o cocô e xixi deixados pelos animais. Sempre leve consigo um saquinho para colher e depositar em local próprio. 5)Muitoscondôminosnãoparticipamdasassembleiasedepois reclamam da administração. 6) Falta de garagem: nos prédios onde o número de vagas é inferioraodeapartamentos,agestãodasgaragenssempregera conflito. Invariavelmente há um morador insatisfeito.