2 Reportagens: Cida Haddad Felipe Shikama Jônatas Rosa
Fotos: Juliana Moraes / Teylor Soares Capa: Luciana Baião Diagramação: Jefferson Cascali de Lima
Gabriel Dalla dos Santos
Inglês faz parte do cotidiano
O
idioma Inglês está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, é o que garante quem ensina a língua. O professor Hudson Camargo afirma que, por exemplo, o idioma faz parte de muitas palavras que são faladas no dia a dia como shopping, hot dog, delivery, outdoor e ticket. De acordo com ele, muitas são as palavras usadas derivadas do Inglês. “Isso acontece, principalmente, no uso da tecnologia, quando falamos em notebook, laptop, internet”, comenta. Ainda sobre a tecnologia, o professor afirma que hoje é comum os manuais estarem escritos em Inglês, assim como termos utilizados em softwares e games. Quem não abre mão de saber sobre as novidades na área da tecnologia é o engenheiro Gabriel Dalla dos Santos. Ele, que estuda Inglês há três anos, conta que além da necessidade para o dia a dia profissional, utiliza o conhecimento no idioma durante os momentos em que não está no trabalho. Gabriel está constantemente conectado às redes sociais e mesmo nas horas de folga não deixa o Inglês de lado, com games e música. “Nos jogos, sempre há palavras em Inglês e quando não conheço o vocabulário procuro o significado, então consigo unir o conteúdo que aprendo em aula com um carga extra de vocabulário”, diz o engenheiro. Ele comenta que o mesmo aprendizado acontece com letras de música. “ Toco violão e treino bastante o idioma com a audição e antes de pesquisar a letra da música procuro entender o que está sendo cantado nelas’’, afirma Gabriel. Quanto à compreensão das letras de música, a jornalista Fabiana Blaseck diz que sente falta de aperfeiçoar o seu Inglês, que é básico, para poder utilizar melhor ele no dia a dia. “Sinto falta de saber mais sobre o idioma para compreender músicas, leitura de notícias em sites internacionais, pois considero interessante saber sobre o que é falado do Brasil em outros países e, é claro, para me garantir em caso de uma visita estrangei-
ra à empresa onde trabalho”, comenta. Filmes e séries O estudante Marcus Rigo Augusto Marcelino, que cursa Ciência da Computação, diz que usa o Inglês para leitura de artigos sobre tecnologia, os quais muitos são somente em Inglês, assim como tutoriais e partituras de músicas. “Procuro também ler alguns livros que não são escritos em Português. Quanto a filmes e séries, assisto muitos e, sempre que possível, vejo sem legenda ou com legenda em Inglês, pois alguns são bem difíceis de acompanhar”, garante. Sobre games, o estudante afirma que com eles “treina o ouvido”, acostumando-se com a velocidade da fala e de vários sotaques. “Com o aprendizado do Inglês, comecei a entender melhor as histórias dos jogos, perceber que as traduções de filmes não são muito fiéis ao que eles realmente querem dizer, além da capacidade de poder se comunicar com pessoas de outros países e de ter melhores oportunidades de trabalho”, conclui Marcus.
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Sinto falta de saber mais sobre o idioma para compreender músicas, leitura de notícias em sites internacionais, pois considero interessante saber sobre o que é falado do Brasil em outros países e, é claro, para me garantir em caso de uma visita estrangeira à empresa onde trabalho”, diz Fabiana Blaseck
Além da conversa básica com familiares O autônomo Marcos Henrique do Nascimento conta que, há quase 20 anos, fez um curso rápido de inglês só de conversação, mas não continuou os estudos devido à correria do dia a dia. Agora, aos 51 anos, ele voltou à sala de aula, junto da esposa Marilene. Ele diz que a necessidade de comunicação com familiares que são estrangeiros foi um dos pontos decisivos para recomeçar os estudos. “ A família cresceu e hoje tenho sobrinhos que ganharam o mundo e moram na Alemanha e nos Estados Unidos. Quando eles vêm para o Brasil, acompanhados de seus parentes estrangeiros havia uma certa dificuldade em interagir com eles nas reuniões familiares, o que já não será mais tão difícil assim”, garante Marcos.
Marcos Henrique do Nascimento
Marcus Rigo Augusto Marcelino
Hudson Camargo
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Certificação internacional é utilizada nos estudos e trabalho Adolescentes também mostram seus conhecimentos A certificação internacional também faz parte do dia a dia dos adolescentes, garante a professora e coordenadora pedagógica Flávia Patrícia do Nascimento Martins. Um ponto destacado por Flávia é que os testes, como o Toefl Junior, ajudam tanto os pais como os adolescentes na questão do intercâmbio, pois de acordo com ela, para qualquer intercâmbio, principalmente os para “high school”, o Ensino Médio, a certificação é um pré-rquisito. “Se os adolescentes não fizerem aqui no Brasil, eles terão que fazer no local do intercâmbio, então para que eles não se sintam apreensivos em fazer o teste em um país ‘diferente’ eles preferem fazer no país de origem’, comenta. Flávia explica que o Toefl Junior abrange um pouco de todos os conhecimentos do inglês. Existe a parte do áudio, com pessoas nativas e a questão do vocabulário e compreensão de texto.
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uem estuda Inglês tem nos testes de certificação internacional a chance de provar seu conhecimento no idioma. A professora Sheila Tortorella Mandl afirma que as pessoas prestam o exame para provar que têm proficiência em Inglês por várias razões ou necessidades: intenção de estudar em universidades no exterior, trabalhar em empresas ou escolas no exterior, galgar posições no mercado de trabalho de maneira geral, se qualificar profissionalmente, fazer cursos de Mestrado ou Doutorado e satisfação pessoal. Para cada caso há tipos diferentes de exames. Sheila menciona quatro certificados que considera os principais: Toefl, Toeic, Ielts e Cambridge. De acordo com Sheila, o Toefl foi criado em 1963, nos Estados Unidos, e tem como objetivo principal avaliar o inglês de quem pretende ingressar em universidades nos EUA ou Canadá, portanto com vocabulário e textos voltados a temas acadêmicos. O Toeic surgiu em 1979, também nos Estados Unidos, e é mais direcionado a
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aquelas pessoas que precisam provar proficiência em Inglês voltada ao mercado de trabalho. Quanto ao Ielts, Sheila explica que é semelhante ao Toefl, porém britânico, sob a responsabilidade da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em parceria com o British Council. Ele vale na Inglaterra e nos outros países do Reino Unido, na Austrália e na Nova Zelândia. Tem orientação acadêmica (para universidades) e orientação geral (para o mercado de trabalho). O Cambridge é o exame britânico reconhecido por empresas, instituições de ensino e órgãos governamentais, tanto no Brasil como no exterior como altamente confiável e imparcial, e se divide em 5 níveis: KET: Key English Test – nível 1, PET: Preliminary English Test – nível 2, FCE: First Certificate in English – nível 3, CAE: Certificate in Advanced English – nível 4 e CPE: Certificate of Proficiency in English – nível 5. Muito estudo Sheila diz que em todos estes exames se mede a habilidade funcional, a capacidade comunicativa, o grau de familiaridade do candidato com as formas corretas da língua
em geral. “Quem fala, lê e escreve com facilidade, mesmo sem ter total domínio das regras gramaticais, alcança uma boa pontuação”, garante. Segundo ela, hábito de leitura e ampliação de vocabulário são fatores importantes. “As escolas oferecem cursos preparatórios e testes simulados que também podem ser acessados na internet. Existe no mercado grande quantidade de livros preparatórios acompanhados de CD de áudio com dezenas de testes simulados que o candidato pode usar por conta própria”, comenta. Na opinião de Sheila, é preciso também treinar como administrar o tempo, fator decisivo no exame, desenvolver foco e atenção e na redação treinar como organizar seu pensamento e escrever de forma clara e objetiva. Sheila lembra que o Toefl, Toeic e Ielts são válidos por dois anos. “Acredita-se que a habilidade em língua estrangeira pode se alterar significativamente num período de dois anos. O Cambridge não expira. Uma vez recebido o certificado, será válido para sempre”, afirma.
“As escolas oferecem cursos preparatórios e testes simulados que também podem ser acessados na internet. Existe no mercado grande quantidade de livros preparatórios acompanhados de CD de áudio com dezenas de testes simulados que o candidato pode usar por conta própria”,
Se os adolescentes não fizerem aqui no Brasil, eles terão que fazer no local do intercâmbio, então para que eles não se sintam apreensivos em fazer o teste em um país ‘’diferente’’ eles preferem fazer no país de origem” Sheila Tortorella Mandl
Flávia Patrícia do Nascimento Martins
6 Entidades oferecem
curso gratuito
U
ma parceria entre Confederação Nacional do Transporte (CNT), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), Escola do Transporte e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está oferecendo, gratuitamente, cursos de inglês e espanhol aos taxistas de Sorocaba. “O projeto se chama ‘Taxista Nota 10’ e está sendo desenvolvido em todas as cidades que serão sedes da Copa do Mundo. Mas, Sorocaba também foi escolhida pelo fato de estar muito próxima de São Paulo e também por ser uma cidade promissora na parte turística”, explica Sérgio Luiz de Campos, coordenador de desenvolvimento profissional do Sest/Senat de Sorocaba. Ele conta que o curso é dirigido exclusivamente a taxistas profissionais
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e que tenham permissão da Urbes. O curso é à distância e tem 120 horas de duração. “O interessado se inscreve pelo site e recebe o material, que é uma apostila com exercícios e CDs. A ideia é que o profissional estude nas horas vagas, porque a gente sabe que eles, geralmente, tem pouco tempo disponível”, detalha Campos. Após o recebimento do material, os taxistas têm até 36 meses para realizarem uma prova online que garante um certificado da Escola do Transporte, da CNT, que é enviado pelos Correios. Campos conta que muitos taxistas já aderiram ao programa. “A aceitação foi muito boa. O projeto, na verdade, acaba sendo um incentivo importante para aqueles que estão há muito tempo fora da escola”, comenta. As inscrições podem ser feitas gratuitamente pelo site: http://www.sestsenat.org.br.
Ointeressadoseinscrevepelositeerecebeomaterial,queéuma apostilacomexercícioseCDs.Aideiaéqueoprofissionalestude nashorasvagas,porqueagentesabequeeles,geralmente,tem pouco tempo disponível”, diz Sérgio Luiz de Campos
“Domínio de segundo idioma já é necessidade antiga”
O diretor-presidente da Associação dos Taxistas de Sorocaba e região, Silvio de Sousa, sabe que a necessidade dos profissionais em ter noções de língua estrangeira não se limita à realização da Copa do Mundo no Brasil. “Isso já é uma necessidade antiga. Desde 2007, quando foi aberta a Associação, a gente atende executivos estrangeiros, de multinacionais. Agora, com a proximidade da Copa eu acho que esse número de turistas vai aumentar, mas essa necessidade sempre houve”, comenta. Sousa acrescenta que pelo menos dez dos 72 taxistas que fazem parte da associação são bilíngues. “O pessoal faz curso, mas alguns
deles já moraram no exterior. Então, eles não só têm muita fluência, mas falam como nativos”, detalha. E se engana quem pensa que o inglês é o único idioma necessário para atender passageiros estrangeiros. Segundo Souza, já é grande em Sorocaba a demanda por taxistas que tenham fluência na língua japonesa. “Temos dois profissionais que falam japonês e já moraram no Japão. Eu acredito que vamos precisar de mais, por causa da vinda da Toyota. Muitos executivos que já estão pela cidade não falam inglês”, acrescenta.
7 Montadora faz aumentar interesse em
aprender japonês
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vinda da Toyota para a região de Sorocaba fez com que aumentasse a procura pelo aprendizado do idioma japonês. A professora Haru Ushisawa Yamamoto afirma que entre seus alunos estão aqueles que procuram oportunidades de emprego em empresas japonesas, assim como descendentes de japoneses. Há procura também por adolescentes que têm interesses culturais, como o mangá. Haru comenta que o interessante do aprendizado em japonês é que o conhecimento do idioma é sempre misturado às questões culturais, música e literatura. Uma das dificuldades encontradas pelos alunos é o fato de eles não serem tão expostos ao idioma, como acontece com o
Inglês. “A prática é feita geralmente em sala de aula ou com programas de televisão e filmes”, diz. Ela explica que é necessário o cuidado com as diferentes formas de tratamento na língua japonesa. Também há testes de proficiência para o idioma japonês.
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“A prática é feita geralmente em sala de aula ou com programas de televisão e filmes”, diz a professora
Haru Ushisawa Yamamoto
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se preparam para receber o público estrangeiro
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esde setembro de 2010, cerca de cem policiais rodoviários do estado de São Paulo, da região de Sorocaba, frequentam, semanalmente, aulas de Inglês. O curso, que se encerra no meio deste ano, visa capacitar os profissionais para atender o público estrangeiro – que deverá transitar pelas rodovias da região durante a Copa do Mundo de 2014. “Nós temos estimativa de que muitos turistas virão pra cá, porque na região onde está sediada o 5º Batalhão (com bases em Sorocaba, Tatuí, Itapetininga e Barueri), provavelmente três seleções fiquem hospe-
dadas”, afirmou à época o então comandante do 5º Batalhão de Polícia Rodoviária, tenente coronel Wagner Quarterone. O curso é pago com dinheiro da contrapartida das concessionárias que administram as rodovias paulistas. O recurso financeiro, além de auxiliar no custeio de despesas, como aluguel e telefone do batalhão, também é aplicado em investimentos na qualificação dos policiais rodoviários. Professora da turma, Gisele Deschamps destaca o interesse dos policiais para o aprendizado da língua inglesa. “Eles estão indo muito bem e houve pouquíssimas desistências. Esses casos foram de policiais que foram transferidos para
outras unidades”, explica. Aluno do curso, o capitão Edson Ramos afirma que as aulas, além da capacitação, representam uma forma de valorização aos policiais militares. “Sem dúvida. A gente se sente valorizado, por essa oportunidade que o batalhão me dá”, ressalta. Gisele conta que os policiais já aplicaram os conhecimentos do idioma em abordagens nas rodovias da região. “Já teve quatro casos em que eles pararam o veículo e a pessoa era estrangeira. E eles conseguiram se comunicar muito bem. Outro dia, na rodovia 264 eles pararam um motorista norteamericano que ficou encantado com o preparo dos policiais”, acrescenta a professora.
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Arquivo
Policiais rodoviários
Eles estão indo muito bem e houve pouquíssimas desistências. Esses casos foram de policiais que foram transferidos para outras unidades”, afirma Gisele Deschamps
9 Sorocaba terá roteiros turísticos em
inglês, espanhol e japonês
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realização de grandes even tos esportivos no Brasil gera expectativa quanto ao aumen to de turistas em muitas cidades brasileiras. A mesma preocupação é vista pelos órgãos que representam o turismo em Sorocaba. Para a diretora-presidente do Convention & Visitors Bureau Gláucia Freitas, Sorocaba é considerada uma cidade de turismo industrial, pois é comum empresários alemães, americanos, japoneses e ingleses virem para desenvolver serviços nas empresas locais e passam de três a quatro dias, em média, na região e como consequência disso eles querem conhecer pontos turísticos. Segundo Gláucia, no ano passado, foram 120 mil pessoas à procura de turismo, e não somente empresários, mas estudantes, também, que vêm estudar nas universidades instaladas em Sorocaba. Diante de situações como a citada acima, além da realização de jogos da Copa do
Mundo em 2014 no Brasil, Gláucia comenta que os profissionais do Convention & Visitors Bureau começaram a desenvolver o projeto da elaboração de diferentes roteiros turísticos que poderão ser encontrados em japonês, português, inglês e espanhol. A diretora-presidente diz acreditar que até o final do mês de fevereiro os roteiros estejam prontos. Ela explica que cada roteiro contará com trabalhos de acompanhamentos de biólogos e professores de História, conforme a característica de cada passeio. Entre os roteiros estão o ecológico e sacro, este com visitação a dez igrejas. Gláucia cita ainda o roteiro das nações, que mostra um pouco da história dos espanhóis e japoneses. Há também o dos parques urbanos com destaque para cinco parques locais e o dos tropeiros, no qual é possível conhecer os lugares pelos quais as tropas costumam passar. “Em cada passeio os turistas poderão sabore-
ar refeições típicas, além da existência de intérprete ou a utilização de CD durante a locomoção dos turistas”, explica Gláucia. A divulgação do material com os roteiros será através das empresas, que receberão informações sobre agendamento. Outro trabalho desenvolvido pelo Convention & Visitors Bureau é voltado à rede hoteleira, para que mais hotéis se associem ao Convention e todos possam ter acesso aos materiais com os roteiros. De acordo com Gláucia, há projeto dos hotéis receberem um informativo de Sorocaba. Quanto ao turismo na cidade, Gláucia cita ainda o fato de Sorocaba estar situada dentro de uma região turística que é a de Itupararanga e representantes do Convention visitam as 32 cidades que fazem parte dessa região e preparam um inventário turísticos regional.
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Gláucia Freitas
Em cada passeio os turistas poderão saborear refeições típicas, além da existência de intérprete ou a utilização de CD durante a locomoção dos turistas”
10 Além do Inglês para conseguir um
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No Grupo Schaeffler, o alemão é o grande diferencial e em algumas áreas é essencial, como na Engenharia, onde o contato e o intercâmbio de informações com a matriz e demais unidades no mundo é constante”, diz Peixoto
bom emprego
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er conhecimento aperfeiçoamento na sua área em idiomas é uma fora do Brasil. exigência e, conEm Sorocaba, onde a área forme a fluência, industrial é destaque, saber muitas vezes também um idiomas é essencial, garantem diferencial. profissionais da área de ReLuciano José Macursos Humanos. glio trabalha em manuten“Em uma multinacional, ção de aeronaves. Ele conprocessos e práticas são glota que no seu dia a dia, trabais e, por isso, cada vez mais balha com aviões norteos profissionais precisam esamericanos e tanto eles tar conectados com diversas como os europeus, têm partes do mundo. Hoje o inmanuais em Inglês. Maglio, glês é pré-requisito para alque está no início do curgumas posições, mas outros so básico, diz que com o idiomas são também necesconhecimento que está sários, dependendo da área adquirindo já é possível de atuação e do mercado. Antonio Carlos Peixoto, compreender as estruturas Reuniões, viagens, visitas de gerente de Treinamento e gramaticais encontradas clientes, procedimentos, muiDesenvolvimento do Grupo nesses manuais, além do tos destes itens exigem o coSchaeffler América do Sul vocabulário. Um dos innhecimento de algum outro centivos para Maglio em aprender idioidioma”, afirma a gerente de Treinamento mas é que ele deseja fazer cursos de e Desenvolvimento da Metso, Iara Paolani. Iara comenta ainda que a Metso tem uma política de reembolso que incentiva o aprendizado para aqueles profissionais que precisam conhecer outro idioma no seu dia a dia de trabalho. O gerente de Treinamento e Desenvolvimento Grupo Schaeffler América do Sul, Antonio Carlos Peixoto, diz que falar um segundo ou terceiro idioma hoje em dia é tão fundamental quanto ter um curso universitário, ainda mais para quem deseja trabalhar numa multinacional, onde ser fluente em inglês é básico para se man-
ter na empresa e falar um terceiro idioma é um diferencial, que pode destacar o profissional dos demais. “No Grupo Schaeffler, uma multinacional alemã, o alemão é o grande diferencial e em algumas áreas é essencial, como na Engenharia, onde o contato e o intercâmbio de informações com a matriz e demais unidades no mundo é constante”, afirma Peixoto. Requisitos de cada cargo Segundo o gerente de Treinamento e Desenvolvimento do Grupo Schaeffler América do Sul, Antonio Carlos Peixoto, a planta da empresa no Brasil é responsável pela América do Sul, por isso, em muitas áreas falar espanhol é necessário também. “Assim, para a Schaeffler, falar outros idiomas não é só uma questão de cargos, mas de atendimento aos requisitos de cada cargo. A necessidade de conhecimento de um ou mais idioma é determinado pelo tipo, conteúdo e forma da comunicação do funcionário com nossos parceiros internos e externos. Esta análise é que determina a exigência do idioma, podendo ser inglês, alemão ou espanhol, variando de acordo com a necessidade”,explica. Peixoto comenta que a Schaeffler investe muito na capacitação e desenvolvimento de seus profissionais, portanto, conforme a necessidade de cada colaborador e sua função, a empresa oferece a oportunidade da realização de cursos de inglês, espanhol e alemão.
Alemão ganha importância
em multinacionais O professor de alemão Alexander Vasquez também relaciona o potencial da área industrial de Sorocaba com o aprendizado de alemão. Ele afirma que a procura por cursos de alemão se deve à busca por uma posição em grandes empresas como as multinacionais. “Boa parte dessas empresas da região são alemãs, austríacas ou suíças, então o alemão é essencial. Até para estudantes de áreas como engenharia vemos isso”, garante. De acordo com Vasquez há até máquinas com indicação de funcionamento em alemão. Ele cita a existência de indicações como an (on) e aus (off ) e constantemente esclarece dúvidas dos alunos quanto a termos vistos em manuais, por exemplo.
Alexander Vasquez, professor de alemão
11 Experiências que resultaram em
sucesso profissional
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analista de Marketing Joyce Le mes de Rezende trabalha em uma multinacional e sabe da ne cessidade de aprender e aperfeiçoar constantemente o conhecimento de idiomas. “Hoje, somente o Inglês não é mais um diferencial no currículo, é necessário pelo menos dois idiomas, e o espanhol já é prérequisito para entrevistas. Como trabalho em uma empresa multinacional, utilizo bastante o espanhol para comunicação com outros países da América Latina”, diz. Para aperfeiçoar o conhecimento em espanhol, Joyce esteve em Córdoba, na Argentina. “Fiz um mês de intercambio de espanhol intensivo. Estudava seis horas por dia, cinco dias por semana. Com o intercâmbio, além de melhorar o idioma, você conhece novas culturas, ganha amigos do mundo todo e conhece lugares que não imaginava que iria conhecer”, diz. Joyce afirma que durante o intercâmbio, o estudante vive o idioma e a cultura
do país 24 horas por dia, o que faz com que o aprendizado seja muito mais rápido. “Além disso, o intercambio proporciona também crescimento pessoal e independência, pois você está sozinha em um país desconhecido, convivendo com pessoas que até então eram desconhecidas, isso faz com que você se torne uma pessoa e um profissional melhor, mais flexível, comunicativo e tolerante às diferenças”, conclui.
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Com o intercâmbio, além de melhorar o idioma, você conhece novas culturas...”, diz Joyce
Superar adversidades O analista de planejamento Júlio César Gonçalves também considera essencial a experiência do intercâmbio. Ele esteve em Brisbane, na Austrália. “ O Inglês é uma ferramenta de trabalho indispensável no meu dia a dia, já que trabalho em uma multinacional
e o contato com plantas e fornecedores do Brasil é constante. Superar adversidades em um lugar tão distante, onde você não tem amigos e ainda tem a dificuldade do idioma, influencia diretamente no seu crescimento como pessoa”, conclui.
Espanhol e Alemão fazem parte do
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programa de intercâmbio
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ntre as maneiras mais procuradas de aprimorar o conhecimento em idiomas está o intercâmbio. Jânio Pereira, proprietário de uma agência de Intercâmbios e Turismo, afirma que no momento atual que vivemos, onde a tecnologia e a qualificação profissional se tornam competitivas, um segundo idioma , seja ele o inglês, espanhol, mandarim ou outra língua, dependendo da empresa e do uso que cada um tem como objetivo, é fundamental. “Já ouvi de vários diretores de Recursos Humanos que em suas entrevistas, tanto para uma vaga nova como principalmente para uma promoção a um cargo de direção, buscam a qualificação mais adequada e dão preferência não mais a quem tem somente um segundo idioma, mas, principalmente, conta muito a vivência desse profissional; se ele viveu em outro país “, afirma Pereira, que diz que entre os principais programas está o Au Pair (trabalho e estudo). Quando pensamos em viagem para fora do Brasil é comum as pessoas acharem que só o Inglês pode ser aprimorado, mas Allan Mitelmão, proprietário de uma agência de intercâmbios na cidade
afirma que podem ser aperfeiçoados também idiomas como Espanhol, Francês, Alemão, Japonês, Italiano e até Mandarim. Mas ele destaca que estar fora do país é um intensivo de vida. De acordo com ele, as opções de estudos de Espanhol estão na Europa (Espa-
nha), ou América do Sul (Argentina e Peru). O Alemão pode ser aprendido na Áustria e na Alemanha, o Francês pode ser estudado na parte francesa do Canadá como na França. “Hoje a grande maioria é para aprender o Inglês. Devido às características da nossa região, o Alemão começou a ter uma procura um pouco maior, até alunos de Ensino Médio”, afirma. Mitelmão comenta que costuma dizer que quando a pessoa está fora do país, o idioma acaba ficando em segundo plano. “É claro que a fluência é essencial, mas o amadurecimento pessoal e profissional, a questão de vivenciar culturas diferentes são pontos que ajudam em termos de visão do mundo, do entender que não existe cultura nem melhor nem pior, existem diferenças culturais. Você passa a valorizar muita coisa do Brasil”, comenta. Um dos pontos destacados por Mitelmão é que o intercâmbio, principalmente quando procurado por quem busca o curso chamado high school, o ensino médio, é o convívio com várias nacionalidades diferentes e saber como é o dia a dia de uma família hospedeira.
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Já ouvi de vários diretores de Recursos Humanos que em suas entrevistas, tanto para uma vaga nova como principalmente para uma promoção a um cargo de direção, buscam a qualificação mais adequada e dão preferência não mais a quem tem somente um segundo idioma, mas, principalmente, conta muito a vivência desse profissional; se ele viveu em outro país“, afirma Pereira
Perfís diferentes e mais opções Allan Mitelmão diz que hoje o leque quanto a cursos de idiomas está mais aberto. Segundo ele, a procura por viagens varia desde adolescentes até os da terceira idade. “Antes era só para as classes A e B e isso mudou. Hoje a pessoa se planejando, tem mais opções, ou seja, países mais econômicos, outros que custam mais, tipos diferentes de cursos. Entre os destinos mais procurados está a África do Sul”, diz. Quanto ao critério de escolha, Mitelmão comenta que é uma mistura de atendimento com psicologia, já que as pessoas têm perfis e perspectivas diferentes, assim como poder de investimento. “Primeiro é ouvir
e conseguir extrair das pessoas o que é importante para elas, ai juntamos com o que temos de conhecimento quanto a cursos e países. O mais importante é fazer com que a pessoa faça a melhor escolha. Tem que saber se a pessoa gosta de cidade grande ou pequena, que tipo de clima prefere etc. Nenhum destino pode ser prêmio de consolação, comenta Mitelmão, que complementa afirmando que um destino que teve aumento de procura foi a Irlanda. De acordo com ele, quando há o domínio do idioma, é possível encontrar mais opções quanto a cursos, como os de proficiência e business.
Antes era só para as classes A e B e isso mudou. Hoje a pessoa se planejando, tem mais opções, ou seja, países mais econômicos, outros que custam mais, tipos diferentes de cursos. Entre os destinos mais procurados está a África do Sul”, afirma Allan Mitelmão
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Em média, os jovens ficam com três famílias. Além disso, ele tem o supervisor, uma pessoa sem ligação com a família, que dá todo apoio para qualquer problema que ele possa vir a ter”, esclarece Porcel.
Rotary oferece programas D os nove programas desenvolvidos pelo Rotary, distrito 4.620, que abrange mais de 27 cidades e 48 clubes na região de Sorocaba, dois são voltados para o intercâmbio. De acordo com Vanderlei da Silva Porcel, da Comissão Distrital de Intercâmbio Internacional de Jovens, cerca de 30 jovens estão, atualmente, em alguma parte do mundo pelo programa da instituição. Ele explica que o intercâmbio, que começou nos anos 1960 e hoje tem em torno de 10 mil pessoas participando, tem o objetivo de promoção o conhecimento cultural. “A ideia é encurtar distâncias, apresentar outras culturas. Sem contar que fazer um intercâmbio ajuda muito na diplomacia entre os países”. São dois tipos de intercâmbio: um de curta eum de longa duração. No de longa duração os jovens ficam cerca de um ano vivendo em outro estado. É preciso se inscrever cedo, entre 15 e 16 anos. “O Rotary não recebe inscrições depois dessa idade porque o limite de idade para chegar ao intercâmbio é 18 anos”. Nessa modalidade, os custos ficam por conta das famílias. Segundo Porcel, as famílias arcam com despesas como passagem, seguro
de saúde e uma taxa de inscrição de algo em torno de US$ 600, além de algumas outras taxas. ”Dá mais ou menos uns US$ 3 mil dólares de gastos”. Ele completa que o intercambista não tem que pagar pela moradia, alimentação e estudo. “Aqui em Sorocaba, nós mandamos os jovens para escolas como colégio Objetivo. Apesar de não pegar o material didático, ele tem a oportunidade de vivencia o dia-a-dia da escola brasileira”. Os jovens ficam em casa de famílias de rotarianos e não passam o ano todo numa mesma residência. “Em média, os jovens ficam com três famílias. Além disso, ele tem o supervisor, uma pessoa sem ligação com a família, que dá todo apoio para qualquer problema que ele possa vir a ter”, esclarece Porcel. Quem manda um jovem também deve receber um intercambista. O processo de seleção envolve análise do histórico escolar do jovem, uma redação, entrevista e um teste de inglês. “O que a gente pede é que a pessoa tenha o inglês intermediário, para que ele consiga se adaptar melhor para onde for”, pontua Porcel. Já no programa de curta duração o tempo fora do Brasil gira entre três e oito semanas e não
inclui atividades em escolas, pois é geralmente oferecido durante as férias escolares. O jovem é também hospedado em casa de família e tem uma série de atividades culturais nesse período, com a oportunidade de conhecer culturas e lugares diferentes. Dentro da programação do Intercâmbio de Curta Duração, há viagens opcionais muito interessantes oferecidas por todos esses países, que não são muito caras e tem duração variada de 5 a 15 dias. Nesse caso, a faixa etária para inscrição é a mesma, entre 15 e 16 anos. No entanto, como o período é menor, o Rotary consegue enviar jovens de até 21 anos. “Ai depende do país, cada um tem um limite de idade, que fica entre 20 e 21 anos”. O processo de seleção também prevê redação, entrevista e teste de proficiência. Há inscrição a exigência de uma taxa de inscrição, no valor de R$ 300,00 que não é devolvida caso o jovem não consiga realizar a viagem. Os programas, tanto de longa quanto de curta duração, não são exclusivos para os rotarianos. “Não precisa ser sócio do clube para participar, basta ter interesse no intercâmbio”.
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de estágios para jovens Fundação Rotary – Outro programa de intercâmbio, este desenvolvido pela Fundação Rotary, promove viagens de um mês para grupos de profissionais. Nesta modalidade, todo o custo é pago pela fundação. “A ideia é promover encontro com outras culturas e fazer visitas profissionais”. Os candidatos para esse programa não podem fazer parte do clube e precisam passar por um processo de seleção. “Nós fazemos entrevista e um teste de inglês. São quatro vagas e, nesse caso, a pessoa tem que ser fluente no idioma”. Os interessados em participar dos programas de intercâmbio podem obter mais informações no site do Rotary www.rotaryintercambio.com.br.
Vanderlei da Silva Porcel, da Comissão Distrital de Intercâmbio Internacional de Jovens,
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Não há idade para começar
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oordenador de Treinamento & Desenvolvimento e professor universitário José Oreste Cirto Gomes, 41 anos, fez no ano passado um intercâmbio em Charlotte, Carolina do Norte, EUA. Entre os motivos da escolha, ele diz que as estatísticas apresentadas pela Agência de Intercâmbio mostravam uma baixa incidência de brasileiros e pessoas em que a língua mãe era o Espanhol, apenas 7% dos alunos. “Isso porque no meu entender, o nível de aproveitamento e imersão na língua inglesa seria menor se houvessem alternativas de falar a minha língua mãe. Com 40 anos foi a minha primeira viagem para este país. Participei do curso semi intensivo, com gramática e conversação”, diz. Ele conta que não teve muitas dificuldades durante o período em que esteve por lá. “Acredito que seja porque quando nos expomos a este tipo de situação, naturalmente nos abrimos e aceitamos as adversidades de uma forma muito natural e até esperada, e quando elas vêem, já estamos prontos e dispostos a superá-las. Não julgo como dificuldade, mas o que estranhei muito foi a comida. Lá é tudo muito doce e apimentado e como eu queria sair do fast food, confesso que muitas vezes me dei mal”, lembra.
Segundo Gomes, no Brasil ele deixou esposa e filha. “O que me deixou um pouco apreensivo, mas logo no primeiro dia fiz contato e com alguns recursos muito eficientes, nos falávamos todos os dias via vídeo conferência por uns 30 minutos, sempre com muita qualidade e de graça”, comenta. Quanto à experiência no campo profissional ele garante que foi o destravamento para falar em Inglês. “Ressalto que boa parte do meu aprendizado se deu fora da escola, no contato com a família, amigos e pessoas comuns da cidade. Pes-soalmente, confirmei que nós, brasileiros, somos realmente tidos como um povo simpático, pois em todos os lugares que visitava e me apresentava como brasileiro percebi que as pessoas sorriam e davam um atendimento especial. Percebi que há diferenças culturais fortes entre nossos países e aprendi a valorizar ainda mais nossa forma de convívio, pois lá há uma individualidade muito grande, o que é bom pelo lado do respeito às questões pessoais mas que certamente geram relacionamentos superficiais e frios quando comparados aos nossos”, conclui.
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Com 40 anos foi a minha primeira viagem para este país. Participei do curso semi intensivo, com gramática e conversação”, relata o professor universitário José Oreste Cirto Gomes
Viagem planejada O administrador Glaucio Carlos Nilsen foi para Calgary no Canadá. “Escolhi o Canadá pela melhor relação custo / benefício e Calgary por ser uma cidade melhor que Toronto ou Vancouver para estudar. É uma bela cidade com aproximadamente um milhão de habitantes. Fiquei lá 12 semanas. Na época em que fui, setembro de 2011, eu tinha 38 anos. Fiz especificamente curso de Inglês, mas também fiz um curso de Business no qual o vocabulário tinha um foco maior em linguagem de negócios”, diz. Ele conta que a viagem foi uma decisão difícil, mas planejada. “Resolvi deixar o trabalho para fazer esse curso. Avisei meu chefe com quatro meses de antecedência de modo que pude
preparar a minha saída da empresa treinando uma outra pessoa que iria ficar em meu lugar. Por mais que se busque informações, nada é como se imagina. A cidade, o clima, a comida, as pessoas, tudo é novidade e cada dia é um aprendizado. Morei com um casal onde ela era canadense e ele inglês. Para mim foi bom pois pude treinar os dois sotaques, o inglês americano e britânico”, comenta. Nilsen afirma que a palavra-chave para o melhor aproveitamento do intercâmbio é “interação”. É necessário interagir com a família, com os amigos da escola, com a comunidade. Somente assim é que se sente o progresso nos estudos. “Eu estudava somente na parte da manhã e por ter a tarde livre, aproveitava para andar pela cidade, shopping, parques, museu, sair com amigos e também frequentava um centro de recreação onde eu tinha o direito de frequentar a piscina
ou academia”, lembra. para ele, talvez a maior dificuldade tenha sido a adaptação ao modo de vida canadense. “Os canadenses em geral são bastante rigorosos com horário e também são bastante metódicos”. Ele diz que além do aprimoramento no idioma, que será importante profissionalmente, o intercâmbio proporcionou experiências únicas como algumas viagens que fez, onde pode contemplar paisagens únicas e entender melhor o modo de vida canadense. “Mas sem dúvida nenhuma o maior legado que ficou foram as amizades com pessoas dos mais diversos países onde até hoje mantenho contato. Esse tipo de interação me permitiu avaliar melhor a mim mesmo como pessoa, como profissional, como cidadão”, comenta.