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EDITORIAL
SOROCABA, 359 ANOS: CONHECIMENTO À DISPOSIÇÃO DA SOCIEDADE
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esta edição comemorativa, o Jornal Ipanema traz exemplos de iniciativas que comprovam que o desenvolvimento passa pelo saber. Aliada à educação e à pesquisa, vemos a lógica do desenvolvimento modernizando-se e mostrando-se mais ampla e mais preparada para o protagonismo local, dialogando com a realidade e transformando ideias em ação. Participar ativamente da produção do conhecimento é hoje uma necessidade para o desenvolvimento social, político e econômico. Ao completar 359 de sua fundação neste 15 de agosto, Sorocaba experimenta uma conjunção positiva de fatores que a projeta para um caminho cada vez mais favorável ao desenvolvimento e a sua inserção em cenários que evidenciam posicionamento de destaque, em níveis regional, estadual e nacional. Como toda e qualquer transformação econômica e social de grande porte começa pela evolução educacional, a cidade é privilegiada ao contar com uma excelente cadeia de faculdades, universidades e institutos de pesquisa e de ensino. São ingredientes de uma receita preciosa que colocam o conhecimento à disposição da sociedade. Fomentar, construir e disseminar o conhecimento, contribuindo para a formação do cidadão e desenvolvimento humano sustentável, eis o grande desafio às instituições e aos educadores. Atividade básica da ciência na construção da sociedade, a pesquisa alimenta a prática do ensino e o atualiza frente à realidade do mundo. Realizada no ambiente acadêmico, ganha amplitude e passa a ser aplicada na indústria, no comércio, nas comunidades, no dia a dia dos sorocabanos.
Também é por meio da pesquisa que se amplia a visão pessoal e profissional de alunos e mestres, processo fundamental para a construção do conhecimento e que faz de Sorocaba referência em educação. Nesta edição, convidamos você, caro leitor, a refletir sobre a produção do conhecimento. Resultado do tripé ensino, pesquisa e extensão, a inovação tecnológica se apresenta não apenas como a tecnologia em si, mas conduz aos seus usos e a novas formas de pensar e agir. E é nesse contexto que Sorocaba contabiliza iniciativas bem sucedidas que se destacam na produção de saberes tanto científicos e tecnológicos, quanto artísticos e filosóficos, tornando-os cada vez mais acessíveis à população.
Diagramação e Arte: Daniel Guedes Ipanema Sistema Gráfico e Editora Ltda
Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, 199 - Lageado - Votorantim/SP CEP 18.110-008 - Fone/Fax (15) 2102-0399
Direção: Francisco Pagliato Neto Juliana Pagliato
Editor: Urbano Martins MTB 36504
Gerente Geral: Wilson Rossi Textos: Cida Haddad Jomar Bellini Coordenação: Cida Haddad
Biblioteca Municipal está entre as principais fontes de estudos dos sorocabanos
Fotos: Jomar Bellini Sérgio Ratto Secom/Prefeitura de Sorocaba Revisão: Robson Camargo Súnica Distribuição: Sorocaba e região Tiragem: 30 mil exemplares Impressão: Log&Print Gráfica e Logística Ltda
PORTAL DO JORNAL IPANEMA: www.jornalipanema.com.br 4 • Sorocaba Sempre • 2013 | Jornal Ipanema
Capa produzida por Daniel Guedes
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BUSCA DO CONHECIMENTO
SOROCABA: CIDADE EDUCADORA S orocaba é conhecida por ser uma cidade educadora, que tem o objetivo permanente de aprender, permutar, partilhar e, como resultado, enriquecer a vida e melhorar a convivência de seus habitantes. Assim, os espaços públicos devem se tornar espaços educadores. Em Sorocaba, muitas são as ações desenvolvidas em regiões variadas da cidade. Entre os locais onde há a busca por conhecimento, estão os chamados “Sabe Tudo”, que têm como objetivo a inclusão digital. São centros de estudos equipados
O SABE TUDO É UM CENTRO DE INCLUSÃO DIGITAL COM OFERTA GRATUITA À POPULAÇÃO DE CURSOS DE INFORMÁTICA E ACESSO À INTERNET com computadores, que utilizam a internet como ferramenta de pesquisa , além de disponibilizar à comunidade jornais e revistas e mirante de observação. A inspiração para esse projeto da Secretaria da Educação, com o apoio da Secretaria de Governo e Planejamento, foi a “Farol do Saber”, de Curitiba, mas com diferenças como a Tecnologia da Informação. O Sabe Tudo é um centro de inclusão
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O projeto apresenta também espaços para leitura, disponibilizando jornais e revistas
digital com oferta gratuita à população de cursos de informática e acesso à internet. Para o gerenciamento do programa, a Prefeitura firmou convênio com a ONG “Projeto Pérola”, que é a responsável pela mão de obra qualificada, material didático e aplicação das aulas. O projeto apresenta também espaços para leitura, disponibilizando jornais e revistas. Os computadores do “Sabe Tudo” estão em funcionamento por meio do
sistema pré-Wimax, que é a tecnologia “wireless” (sem fio), com conexão via IP (Internet Protocol) de banda larga. O “Sabe Tudo” também tem videomonitoramento e telefone por Internet, o chamado “Voip” (voz sobre IP). O local é monitorado 24 horas por câmeras que enviam as imagens também pelo sistema “wireless”, sem a utilização de cabos. São câmeras internas e externas munidas com sensor de presença.
Fonte: Site oficial da Prefeitura de Sorocaba
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T E C N O LO G I A
PRIMEIRO CARRO ELÉTRICO FEITO EM SOROCABA DEVE FICAR PRONTO EM NOVEMBRO
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arros elétricos já estão deixando de ser coisa de filme futurista e se tornando realidade. Em Sorocaba, um grupo de estudantes da Facens (Faculdade de Engenharia de Sorocaba) monta um projeto de carro elétrico para levar o nome da cidade em competições nacionais. Até novembro, eles pretendem apresentar o projeto para concorrer com universidades de todo o país. E todo o grupo foi formado por calouros. A primeira ideia da equipe surgiu no primeiro ano de Engenharia Mecânica de 2012, já que estavam interessados em participar da criação de um kart. Foi o professor mestre Laercio Avileis Junior quem lançou a ideia do carro elétrico, uma competição nova que estava surgindo na época. No total, hoje, a equipe que leva o nome de B´Energy conta com 25 alunos de vários
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cursos de engenharia da Facens. Cada um com a sua função, desde uma equipe focada em divulgação e arrecadação de parceiros e verbas até os responsáveis pela parte técnica, elétrica, mecânica e elétrica. Além de Junior, o grupo também é orientado pelo professor-doutor Carlos Alberto Gasparetto. O projeto começou na metade do ano passado e, já na primeira competição, o Fórmula Elétrico SAE, poucos
Estudantes da Fatec irão apresentar o projeto que irá concorrer com universidades de todo o país
meses depois, ficou em terceiro lugar no ranking, enfrentando equipes da Unicamp e FEI (que já levaram o carro pronto) e da Universidade Federal de Itajubá (que também apresentou um projeto). “A ideia não é só participar da competição, mas mostrar que, em Sorocaba, nós temos profissionais com capacidade para fazer algo que está tão em foco hoje em dia e não é em qualquer lugar que pode ser pro-
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T E C N O LO G I A duzido. Nós concorremos com universidades extremamente conceituadas. É uma tecnologia nova tanto no Brasil quanto no exterior”, avalia o universitário, Kaique Andrade, de 19 anos, do curso de Engenharia Mecânica. Ao participar do Fórmula SAE Elétrico, o aluno se envolve com um caso real de desenvolvimento de projeto automotivo, desde sua a concepção, projeto detalhado, construção e testes. O
PARA O GRUPO, A PARTE MAIS DIFÍCIL FOI CONHECER A TECNOLOGIA. TRÊS DELES, INCLUSIVE, FORAM CONHECER AS COMPETIÇÕES NA ALEMANHA desafio agora é participar da próxima edição, em novembro, já com o carro pronto. “Estamos em busca de patrocinadores. A parte mais difícil é a elétrica, já que a tecnologia é importante”, conta o estudante de engenharia elétrica André Barros, 19, ao elencar que o custo total do projeto completo: R$ 25 mil. Para o grupo, a parte mais difícil foi conhecer a tecnologia. Três deles, inclusive, foram conhecer as competições na Alemanha. E não basta só ter um carro bonito. Cada centímetro do veículo é analisado durante as provas, desde o projeto (incluindo a planilha de custos), até o design, aceleração, segurança e normas técnicas.
Nas ruas A autonomia do carro dos estudantes da Facens foi calculada para 22 km, o percurso mais longo da competição.
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Para eles, a parte mais difícil é a elétrica, já que a tecnologia é importante
Apesar de o projeto ser fechado para o evento, os estudantes acreditam que a tecnologia dos carros elétricos não deve demorar para chegar ao consumidor final. “O nosso projeto é o pontapé inicial para poder trazer o veículo elétrico para o Brasil, com tecnologia e capacitação profissional”, comenta Barros. “Os carros já estão nas ruas, mas os motoristas ainda não estão dispostos
a pagar o preço, que ainda é alto”, diz Andrade. O estudante de Engenharia Mecânica conclui, comparando a tecnologia dos carros elétricos com os celulares: “hoje, o carro elétrico está para a gente como celular estava no passado: extremamente caro, inviável e quase ninguém tinha. Agora ninguém vive sem. Acredito que vai seguir esta mesma tendência”.
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RESÍDUOS SÓLIDOS
PREOCUPAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS LIMPAS
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preocupação com o meio ambiente está presente em áreas variadas como a engenharia, sendo assim, estudantes e professores se unem para projetos de pesquisa. Um dos exemplos dessa união está na Unesp - campus Sorocaba - com o Núcleo de Automação e Tecnologias Limpas (Natel). De acordo com Prof. Dr. Everson Martins, do curso de Engenharia de Controle e Automação, o Núcleo de Automação e Tecnologias Limpas (Natel) é um grupo de pesquisa científica formado por professores dos cursos de Engenharia de Controle e Automação e Engenharia Ambiental, que desenvolvem projetos de pesquisa e extensão em ambas as áreas, com a participação de alunos de graduação e pós-graduação. Segundo Martins, o Natel atua na caracterização e gestão de resíduos sólidos, no estudo de incorporação de resíduos industriais em cimento portland e material cerâmico, desenvolvimento de técnicas de reaproveitamento de resíduos, manejo de recursos naturais visando à análise de estoque de carbono, estudos de otimização e logística para a geração de rotas de veículos (visando em especial às cooperativas de reciclagem das cidades). O professor explica que, nas áreas de eletrônica e automação, o grupo atua na pesquisa de projeto de circuitos integrados, sistemas embarcados, robótica móvel e inteligência artificial aplicadas à logística industrial, controle fuzzy em automação industrial e automobilística, sistemas biomédicos baseados em processamento de imagens, diagnóstico auxiliado por computador e sistemas tu-
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PROBLEMAS AMBIENTAIS EM SOROCABA De acordo com o professor
Natel atua na caracterização e gestão de resíduos sólidos
tores inteligentes baseados em padrões (design patterns). Como benefícios para os sorocabanos, o professor cita a formação de profissionais especializados de alto nível - tanto no nível de graduação quanto de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) para trabalhar ou que estão trabalhando em Sorocaba (nas indústrias, poder público ou prestadores de serviço). Para as empresas de Sorocaba e região, os pesquisadores do Natel estão abertos ao desenvolvimento de projetos em conjunto sobre temas relacionados à controle e automação e temas ambientais.
doutor Everson Martins, do curso de Engenharia de Controle e Automação, os problemas ambientais de Sorocaba são os comumente enfrentados pelas cidades médias e grandes do Brasil: dificuldade de garantir um suprimento de água tratável, necessidade de tratar esgoto, coletar lixo e aumentar a coleta seletiva, melhorar a drenagem de água da chuva e recarga de aquíferos, restituir áreas verdes e a fauna associada, bem como outros problemas típicos como erosão, impermeabilização do solo, qualidade dos corpos d’água (inclusive o principal deles, o rio Sorocaba) e poluição atmosférica. Na opinião dele, um problema típico da cidade é o grande parque industrial, o que faz com que a fiscalização por parte do poder público bem como a atuação dessas empresas no sentido de diminuir seus próprios impactos tenham que ter um aprimoramento constante.
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ESTUDOS CIENTÍFICOS
PESQUISADORES DESENVOLVEM ENZINA BIOLUMINESCENTE POR MEIO DE TÉCNICA PIONEIRA
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grupo de pesquisa “Bioluminescência e Biofotônica” do câmpus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) conseguiu desenvolver, pela primeira vez, uma enzima luciferase através de técnicas de engenharia genética. As luciferases são as enzimas que catalisam reações biológicas transformando energia química em energia luminosa, ou seja, são responsáveis pela bioluminescência em organismos como vagalumes, lulas e larvas. Com base em estudos anteriores, o grupo de pesquisa coordenado por Vadim Viviani, docente do Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM) da UFSCar conseguiu desenvolver uma nova luciferase produtora de luz laranja partindo da enzima AMP-ligase, que se trata de uma classe antiga de enzimas amplamente distribuída em todos os organismos envolvida com o metabolismo de ácidos orgânicos. Esta é a primeira vez que uma luciferase é desenvolvida por engenharia genética a partir de uma outra enzima. Recentemente, o trabalho foi aceito e publicado pela Revista Biochemistry e no portal da American Chemical Society. As pesquisas envolveram a participação do estudante de Biologia da UFSCar, Deimison Neves; do professor convidado, Daichiro Kato, da Universidade de Hyogo (Japão), e João Barbosa, docente da Universidade de Brasília (UnB). Os estudos de desenvolvimento tecnológico foram também objeto de um pedido de patente junto
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Pesquisadores estão confiantes: estudos na área continuam
ESTA É A PRIMEIRA VEZ QUE UMA LUCIFERASE É DESENVOLVIDA POR ENGENHARIA GENÉTICA, A PARTIR DE UMA OUTRA ENZIMA
ao Instituto Nacional da Propriedade InIn dustrial (INPI). Segundo o professor Vadim Viviani, embora este não seja o fim da linha, pois mais estudos precisam ser feitos, esta realização, além de resultar em uma nova luciferase produtora de luz laranja para aplicações bioanalíticas, abre a perspectiva de se “engenheirar” luciferases a partir de outras AMP-ligases, o que poderia ter interessantes perspectivas biomédicas e biotecnológicas. Por exemplo, a técnica da bioluminescência pode monitorar em tempo real o progresso de uma doença ou, ainda, pode ser uma alternativa à ressonância magnética e à tomografia no diagnóstico de câncer em seres humanos. O “Bioluminescência e Biofotônica” é um grupo multidisciplinar que realiza pesquisas sobre bioluminescência com foco no estudo da estrutura, função e engenharia de enzimas luciferases e proteínas de sistemas bioluminescentes. O grupo é um dos líderes mundiais no estudo de luciferases. As pesquisas abrangem bioquímica de sistemas bioluminescentes, estudo da estrutura, função e evolução das luciferases e proteínas relacionadas evolutivamente, engenharia de luciferases, e o estudo da biodiversidade de organismos bioluminescentes brasileiros para seu uso como bioindicador ambiental. O objeto principal de estudo são besouros bioluminescentes como vagalumes, mas outros sistemas de artrópodes, fungos e anelídeos também são investigados.
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CIDADANIA
ATIVIDADES PARA A FORMAÇÃO DE LÍDERES
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Faculdade Esamc Sorocaba tem como preocupação a formação de líderes comprometidos com sua comunidade, além de preparados para os desafios do mundo dos negócios. Segundo o diretor Maurício Marra, para que isso aconteça há o apoio a importantes projetos de responsabilidade social, assim como os alunos são estimulados para que reflitam e busquem soluções para esses temas. De acordo com Marra e o professor Wilson Justo, um dos exemplos de projetos acadêmicos com esse propósito foi a pesquisa desenvolvida por alunos da disciplina de Prática e Pesquisa, a respeito da sensação de segurança do sorocabano para circular pela cidade à noite e a sua avaliação sobre o trânsito. Na pesquisa, dados revelam que mais de 36% dos moradores da cidade têm medo de andar sozinhos na rua, após às 19 horas e, 61% afirmam que o trânsito não está mais organizado e respeitoso após o início das atividades dos “amarelinhos”. O objetivo, segundo o professor responsável Wilson Justo, era saber se o sorocabano está satisfeito com a atuação desses profissionais e se os munícipes sabem quais suas reais atribuições. Para 66% dos sorocabanos entrevistados, o trânsito da cidade não é seguro e o aumento da demanda de veículos contribui para a sensação de insegurança. Os universitários também apresentaram propostas para melhorias da cidade. Uma delas é sobre a localização da rodoviária, sendo que os estudantes constataram uma divisão de opiniões. Cientes de todos os problemas, estu-
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dantes de Comunicação, juntamente com colegas dos cursos de Administração e Relações Internacionais, elaboraram uma proposta para revitalizar o local. Até mesmo uma arquiteta auxiliou os estudantes, elaborando o projeto de um novo espaço para a rodoviária.
HÁ O APOIO A IMPORTANTES PROJETOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, ASSIM COMO OS ALUNOS SÃO ESTIMULADOS PARA QUE REFLITAM E BUSQUEM SOLUÇÕES PARA ESSES TEMAS
Projeto de reciclagem de resíduos é destaque O coordenador dos cursos de Negócios da Faculdade Esamc Sorocaba, professor-doutor Antônio Carlos Silva, apresentou sua tese de doutorado na FCU (Florida Christian University), nos Estados Unidos. A proposta levantada por ele, de política pública para geração de trabalho e renda com a reciclagem de resíduos residenciais produzidos em Sorocaba, mereceu votos de congratulações da Câmara de Vereadores, por intermédio do parlamentar Luís Santos (PMN). No estudo, o educador sugere que exista um processo especializado de coleta de resíduos residenciais na cidade, por meio de uma política pública que proporcione e valorize a atuação de trabalhadores cooperados deste ramo, já que muitos encontram, na coleta, uma forma de geração de renda. O projeto visa, ainda, evitar a destinação incorreta do lixo e, com isso, a contaminação do meio ambiente. “Com essa ação, os trabalhadores de cooperativas de reciclagem serão inseridos, novamente, no mercado de trabalho, além de serem reconhecidos e remunerados adequadamente”, destaca o docente.
Alunos da instituição estão constantemente envolvidos em séries de atividades
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E S P O RT E S
ESPAÇO INCLUSIVO DIANTE DE SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE
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Faculdade de Educação Física de Sorocaba (Fefiso) desenvolve ações em série de projetos voltados para a melhoria da qualidade de vida dos sorocabanos. Entre os citados pelo secretário-executivo do Departamento de Desenvolvimento Social, Jorge Arcanjo da Silva e pelo assistente de direção Maurício Massari, está o Projeto Sementinha, criado em 1986, pela ACM Sorocaba com o propósito de atender à demanda de vulnerabilidade social do entorno da unidade. Com o projeto, é possível oferecer um espaço inclusivo e protetivo para crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade pessoal e social por meio de atividades (desportivas, sociais, culturais, de educação e lazer). As atividades são ministradas por profissionais de Educação Física e uma Terapeuta Ocupacional, além de contar com a participação de alunos da Facul-
dade de Educação Física da ACM/YMCA de Sorocaba com oficinas sócio-educativas, eventos e atividades especiais. Outra atividade citada pelos profissionais é o Grupo de Veteranos, que tem como objetivo promover uma qualidade de vida com atividades físicas informativas, nas quais se pode explorar a percepção, coordenação motora, raciocínio, capacidades, sociabilidade, tirando-os do sedentarismo. De acordo com eles, as atividades são desenvolvidas na Associação Cristã de Moços, na unidade Jardim São Paulo. São três dias por semana, com as seguintes atividades: ginástica, hidroginástica, natação, jogos adaptados e informática. As atividades desenvolvidas são as capacidades físicas, força, velocidade, agilidade, equilíbrio, coordenação motora (destreza), flexibilidade, resistência muscular, resistência respiratória,
Qualidade de vida é o objetivo dos profissionais na Fefiso
concentração, socialização. As atividades são dirigidas por uma equipe multidisciplinar composta de Terapeuta Ocupacional, Assistente Social, profissionais de Educação e alunos da Fefiso (estagiários voluntários).
PROJETO SEMENTINHA TEM COMO OFICINAS: ■ Oficina de Terapia Ocupacional ■ Iniciação Esportiva: futebol, futsal, voleibol, basquete, natação, atletismo, ginástica ■ Oficina Pedagógica: reforço escolar ■ Balé ■ Sapateado ■ Oficina de Informática ■ Oficina de Primeiros Socorros ■ Recreação ■ Oficina de Leitura ■ Ênfase Cristã
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MEIO AMBIENTE
CAMPANHAS EDUCATIVAS AUXILIAM NA PRESERVAÇÃO
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uando o assunto é preservação, a secretária municipal do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho, e o diretor de educação ambiental Welber Senteio Smith afirmam que as campanhas educacionais são ferramentas poderosas. Entre as principais ações desenvolvidas estão as denominadas “Blitz da Fumaça Preta”, “Queimada” e “Arborização Urbana.” Quanto ao “Plano de Arborização”, eles explicam que o objetivo é melhorar e ampliar a arborização urbana da cidade, por meio de um processo técnico, planejado e participativo, priorizando o uso de espécies nativas. A distribuição de mudas é, por exemplo, uma ação para a promoção da arborização urbana descentralizada. De acordo com Jussara e Smith, a cidade tem a capacidade de produzir até 30 mil mudas por mês. Os especialistas adiantam que a partir do segundo semestre deste ano, será realizada uma pesquisa utilizando o cadastro das doações para a verificação do status da muda (se foi plantada, tamanho, local efetivo do plantio). Até junho deste ano, já foram seis mil mudas distribuídas. O Megaplantio Escolar é outra ação considerada essencial para o município. O trabalho une as secretarias do Meio Ambiente, Educação, de Obras e o Sistema Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Tem como objetivo a utilização de pra-
ças, parques para sensibilizar as crianças sobre a importância da recomposição da vegetação nas áreas urbanas e sobre o papel de cada uma delas como cidadã atuante. Já participaram do Megaplantio 8.800 alunos, sendo plantadas mais de 22 mil mudas. Neste ano, até junho, foi feito o atendimento de 1.800 alunos, com o plantio de 2.500 mudas. Como campanha, eles destacam ainda a “Blitz da Fumaça Preta”. Em junho deste ano, por exemplo, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, realizaram uma Megaoperação de Controle de Fumaça Diesel na avenida Independência, no Éden. Foram vistoriados 499 veículos movidos a diesel, sendo que 17 foram reprovados e multados pela Cetesb, o que representa 3,4% do total. O objetivo é consEm junho, a Prefeitura de cientizar os motoristas Sorocaba lançou sobre a importância de a Campanha de Prevenção e Combate manter os veículos a dieàs Queimadas sel regulados para garan“Patrulha Verde” tir uma melhor qualidade
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Prefeitura promove diversas ações de conscientização ambiental
do ar, contribuindo para a saúde da população. A preocupação com as queimadas também é constante. Em junho deste ano, a Prefeitura de Sorocaba lançou a 8ª edição da Campanha de Prevenção e Combate às Queimadas “Patrulha Verde”. Neste ano, de janeiro ao dia 10 de junho, antes mesmo do lançamento oficial, a equipe da campanha atendeu 58 ocorrências de focos de incêndio na cidade. Já em 2012, a “Patrulha Verde” combateu 540 ocorrências, sendo 11 em março, 21 em abril, 23 em maio, 21 em junho, 58 em julho, 165 em agosto, 128 em setembro, 84 em outubro, 22 em novembro e sete em dezembro. Deste total, 53% ocorreram na Zona Norte, 27% na Zona Leste, 14% na Zona Oeste e 6% na Zona Sul.
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MEIO AMBIENTE
COLETIVOS EDUCADORES TÊM PAPEL IMPORTANTE NA CONSCIENTIZAÇÃO
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secretária municipal do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho e o diretor de Educação Ambiental, Welber Senteio Smith enfatizam que a participação da população e parcerias são importantes para a conscientização do que acontece com o meio ambiente. Eles citam os chamados Coletivos Educadores, como exemplo. Jussara e Smith explicam que os coletivos educadores são um conjunto de instituições ligadas à educação de um contexto territorial, que articuladas viabilizam a implementação de políticas públicas, programas e projetos relacionados à gestão sustentável do território, por meio da organização de processos educacionais continuados para a formação de pessoas que analisam e intervêm criticamente na sua realidade. Segundo
Welber Senteio Smith, diretor de Educação Ambiental, e Jussara de Lima Carvalho, secretária municipal do Meio Ambiente
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eles, em Sorocaba, está sendo implantado o primeiro coletivo educador do país fomentado pelo poder público. Outro ponto destacado por eles é a Comissão Intersetorial de Educação Ambiental (Cisea) que tem como objetivo promover a comunicação, articulação entre instituições públicas e privadas, com ou sem fins lucrativos, instituições educacionais, entidades de classe e organizações comunitárias. É também estimulado o desenvolvimento de instrumentos e metodologias visando o acompanhamento, elaboração, avaliação e implementação da Política
Ambiental e do Programa Municipal de Educação Ambiental, além de ter como principal objetivo a criação de um Coletivo Educador.
MUNICÍPIO VERDE AZUL No final de 2012, Sorocaba, pelo quarto ano consecutivo conquistou o selo no Programa Município Verde Azul e é considerada exemplo ambiental. Na classificação geral, Sorocaba ficou na 2ª posição, com 97,21 pontos. Em primeiro lugar ficou a cidade de Botucatu (127.370 habitantes), com 97,26 pontos. O certificado “Município Verde Azul” garante à administração prioridade na captação de recursos junto ao Estado, por meio do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (Fecop). Para obter o selo, os municípios têm que atingir uma nota mínima de 80 (de 0 a 100). A pontuação é dada com base no desempenho em dez diretivas: Esgoto Tratado, Resíduos Sólidos, Mata Ciliar, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Cidade Sustentável, Uso da Água, Qualidade do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho Ambiental. As administrações municipais ainda podem pontuar com proatividades e até perder pontos, por pendências ou passivos ambientais, por ter áreas contaminadas, entulhos em Áreas de Proteção Permanente (APP’s) ou pendência com licenciamento, por exemplo.
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MEIO AMBIENTE O Parque de Biodiversidade terá como principal função proteger integralmente a fauna e a flora típicas da região
PROTEÇÃO DA FAUNA E DA FLORA TÍPICAS DA REGIÃO
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om a inauguração deste parque vamos mostrar a todo o país que o slogan que adotamos de Sorocaba ser uma cidade sustentável começa a realmente acontecer. Este será um município cada vez melhor para se viver”, destacou o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) durante a inauguração do Parque Natural Municipal Corredores de Biodiversidade “Marco Flávio da Costa Chaves”, em junho deste ano. Com cerca de 60 hectares, a primeira unidade de conservação
Ações como o Megaplantio levam à conscientização dos alunos
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do município está localizada numa área anexa ao Parque Tecnológico, próxima ao Complexo Industrial da Toyota, na Zona Norte da cidade. O investimento total foi de aproximadamente R$ 5 milhões, originários da Toyota como compensação ambiental da implantação do complexo industrial no município. O Parque de Biodiversidade terá como principal função proteger integralmente a fauna e a flora típicas da região, ampliando a proteção das áreas
de proteção permanente (APPs) das afluentes do Rio Sorocaba, nas quais não são permitidas quaisquer atividades ou intervenções. Trata-se de uma unidade de proteção integral, na categoria Parque Municipal, definida pela Lei Federal nº 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc). Situado numa região de floresta estacional semidecidual, o parque também propiciará o desenvolvimento de pesquisas científicas em parceria com as universidades, educação ambiental, ecoturismo e lazer, além de ampliar e proteger os corredores de biodiversidade e fragmentos de vegetação nativa na Zona Norte de Sorocaba, garantindo a conectividade e o fluxo gênico. “Tenho certeza da importância desse parque para a conservação da biodiversidade do nosso município. Ele é de vital importância para assegurar a conservação ambiental em uma região de forte expansão econômica”, explica Jussara de Lima Carvalho, secretária do Meio Ambiente. A cuíca-de-três-listras foi eleita o animal símbolo do Parque de Biodiversidade graças a um trabalho de estudo de manejo ambiental realizado pela USP, em parceria com a Prefeitura. Em fevereiro de 2012, pela primeira vez, pesquisadores encontraram um exemplar da espécie na região de Sorocaba.
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ENTREVISTA
EDUCAÇÃO EM SOROCABA PANNUNZIO QUER UNIR ENSINO INTEGRADO COM TECNOLOGIA
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ma cidade inclusiva e educadora. É assim que o prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, imagina o futuro da Educação na cidade. Em entrevista exclusiva para o Jornal Ipanema no sexto andar do Palácio dos Tropeiros, Pannunzio abre um sorriso para falar da área educacional de Sorocaba e olha longe quando o assunto trata dos planos para os próximos anos. Hoje a prefeitura investe 25% de seu orçamento na área da educação. São aproximadamente R$ 409,9 milhões para a manutenção das 45 escolas de Ensino Fundamental, 87 CEIs (Centros de Educação Infantis) e
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diversas outras unidades, atividades e servidores ligados à atual pasta de Educação. No total, são mais de 48 mil estudantes nos bancos escolares da rede municipal em Sorocaba. “O principal desafio da prefeitura é melhorar esse trabalho”, afirma o Pannunzio ao comentar que o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de Sorocaba já é superior à média do estado. O atual índice da cidade registra 6 pontos no 5º ano, quando a média estadual é de 5,4. Já para o 9º ano, a diferença é maior: 5,6 frente a 4,4 do estado. “Mas não estamos satisfeitos e queremos melhorar”, completa. Para isso, o ex-professor da Fatec (Faculdade de Tecnologia) pretende unir ensino integrado com inovação tecnológica.
Ensino integrado Pannunzio afirma que, para preparar
as gerações futuras, será necessário extrapolar os limites das salas de aula. “A prefeitura tem uma rede escolar bem equipada quando comparada com o restante do estado e país. Nos eixos que colocamos para a nossa educação, Sorocaba é uma cidade inclusiva, educadora. Isso implica em usar de todas as formas possíveis, não apenas com os recursos formais da secretaria de Educação e as atividades habituais de sala de aula, só assim é que nós iremos preparar as gerações futuras. Temos que fazer isto de forma integrada com Meio Ambiente, Saúde, Esportes, Cultura e todas as outras secretarias para ir além do que é a nossa obrigação”. A ideia é que todos estes pontos se unam para tornar realidade a escola em tempo integral na cidade, que tem como principal braço as chamadas Oficinas do Saber. “Estamos estudando a
formação de uma grade complementar para não repetir as atividades nos dois locais”. Apesar da proposta, Pannunzio já tem os três principais focos que devem ser enfatizados e que julga serem fundamentais para a vida dos cidadãos: Português, Matemática e Ciências numa maneira geral. Há ainda a formação voltada para as áreas do esporte e das artes. “Não são apenas os conhecimentos formais. É preciso desenvolver as inteligências múltiplas. Só através da diversificação do conhecimento, a criança terá uma formação completa”. Outro reforço na educação também está voltado para as áreas ambientais, com um foco para a preservação. “A ideia não é só trazer o tema para as salas de aula com o professor discorrendo, mas levar as crianças para os parques e levá-las às regiões próximas
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ENTREVISTA para conhecerem as características de vegetação do lugar em que vivem”.
Mercado de Trabalho Pannunzio comenta também o crescimento da cidade em outros setores da educação que não são de competência da prefeitura, como as universidades e escolas técnicas. “Em todas as áreas, Sorocaba tem se desenvolvido”. Ele enumera, por exemplo, o Senai instalado na cidade e que agora constrói sua segunda unidade na Zona Norte e as escolas do Centro Paula Souza. “Somos a única cidade de São Paulo com três Etec’s (Escolas Técnicas) e já pedi mais uma para o governador Geraldo Alckmin (PSDB)”, conta.
COM TECNOLOGIA Mas não basta pensar apenas fora da sala de aula. É preciso investir no ambiente escolar. Para isto, a prefeitura vem equipando as escolas com lousas digitais e salas para informática. A inovação mesmo deve se dar nos próximos meses, quando o Executivo finalizar a instalação de um anel de fibra ótica com 240 km de perímetro, cobrindo a maior parte da área urbana de Sorocaba e permitindo as ramificações que dão acesso a todos os próprios da prefeitura, incluindo escolas. Com isto, as unidades poderão ter uma internet de alta velocidade. A implantação está na fase de licitação. O investimento será de R$ 23 milhões, com financiamento do Programa de Modernização da Administração Tributária e Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT III).
SOMOS A ÚNICA CIDADE DE SÃO PAULO COM TRÊS ETEC’S (ESCOLAS TÉCNICAS) E JÁ PEDI MAIS UMA PARA O GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN (PSDB) O prefeito ainda compara o número de universidades existentes hoje na cidade com a época em que esteve no comando de Sorocaba pela primeira vez. “A cidade cresceu e muito na área de ensino superior. Há 20 anos, quando terminei meu mandato, não tínhamos universidades plenas”, compara ao lembrar principalmente da existência de duas federais: Unesp e UFSCar. “A somatória destes equipamentos todos permite, à nossa juventude, viabilizar o seu potencial das mais diferentes formas e áreas possíveis sem precisar sair do município”.
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Com esta evolução, veio também outra conquista para Sorocaba: o Parque Tecnológico. De acordo com Pannunzio, a proposta só pode se tornar realidade com o desenvolvimento do ensino superior e tecnológico na cidade aliado com o avanço industrial do município.
“A pré-existência destes elementos deu condições de se criar o Parque, que vai propiciar o casamento entre pesquisadores e o universo empresarial”, analisa o prefeito ao lembrar que a tecnologia criada na empresa municipal não será restrita à cidade, mas que deve ser utilizada em todo o país e, quem sabe, no mundo.
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UNIVERSIDADE DO TRABALHADOR
Os cursos desenvolvidos pela Universidade são relacionados às necessidades do mercado de trabalho local
REQUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA ATENDER ÀS DEMANDAS DO MERCADO
A
Uniten (Universidade do Trabalhador Empreendedor e Negócios) promove cursos gratuitos de qualificação e/ ou requalificação profissional, bem como de geração de renda e empreendedorismo. Os cursos desenvolvidos pela Universidade são relacionados às necessidades do mercado de trabalho local, levantadas pelo PAT – Posto de Atendimento ao Trabalhador e outros indicadores. Segundo informações divulgadas no mês de julho pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura, a Uniten, com 62 cursos, estava em fase de conclusão da capacitação de mais 1.336 sorocabanos para o mercado de trabalho. A qualificação se dá em áreas como: Conferente na Área de Logística, Assistente de Recursos Humanos, Corte e Costura, Sistema Toyota de Produção, Inspetor de Qualidade e Operador de Empilhadeira, entre outros. O índice de aproveitamento (candidatos que concluem os cursos) atingiu 81%.
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Levantamento feito pela Uniten indica que 56% dos alunos que concluem algum dos cursos de capacitação profissional conseguem colocação no mercado
56% DOS ALUNOS QUE CONCLUEM ALGUM DOS CURSOS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL CONSEGUEM COLOCAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
de trabalho. A pesquisa é feita por meio de contato direto com ex-alunos, entre 30 e 40 dias após a conclusão do curso. Outro fator positivo é que o quadro mostra uma evolução no volume de alunos contratados: em 2010, 47% dos entrevistados estavam trabalhando quando da realização da pesquisa; em 2011, 54% e no ano passado foi de 56%. Dos 614 contratados, 47% fizeram cursos voltados ao setor industrial, como: Inspetor da Qualidade, Sistema Toyota de Produção, Conferente na Área de Logística e Soldador. Para a realização dos cursos, a Uniten firma parcerias com entidades como o Senai, Sesi, Sest / Senat, Universidades, Sindicatos, empresas privadas, Fundo Social de Solidariedade, Comissão Municipal de Emprego e outros. A Prefeitura arca com as despesas de contratação dos monitores (nenhum deles é servidor público) e ainda propicia vale transporte aos alunos que estão desempregados e utilizam ônibus para vir ao curso.
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JUVENTUDE
OPORTUNIDADE DA EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL
A
educação não-formal tem espaço no chamado Território Jovem, que foi criado pela Secretaria de Juventude com o objetivo de garantir ao jovem, em especial, um local para a educação não formal, cursos profissionalizantes e experiências de lazer em geral. É um espaço aberto para as manifestações culturais e artísticas propostas pelos próprios jovens. Por isso, ele pode ser usado para ensaios, eventos de grupos musicais, danças e apresentações em geral. Quando o assunto é qualificação dos jovens, o programa “Primeira Chance”, realizado em parceria com a Associação “Bom Pastor”, é uma ação de cidadania que ajuda os adolescentes de 18 e 19 anos a se qualificarem e a encontrarem o caminho para o primeiro emprego. São oferecidas palestras e aulas técnicas, como cursos de metrologia, informática e recepção, além de rodas de conversas, visitas a empresas, testes vocacionais e incentivos ao trabalho como agentes comunitários, atendendo a crianças dos bairros mais carentes da cidade.
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Adolescentes têm encontros semanais sobre desenvolvimento profissional, com palestras e cursos
Jovem Cidadão e Projovem Adolescente Há também o Projeto Jovem Cidadão. Realizado em parceria com a Associação “Bom Pastor”, o programa “Jovem Cidadão” é destinado ao atendimento de jovens de 16 e 17 anos de maior vulnerabilidade social. Pelo período de um ano, os adolescentes têm encontros semanais sobre desenvolvimento profissional, com palestras e cursos. Paralelamente, os jovens são preparados para desenvolver trabalhos de ação comunitária em seus bairros, buscando atender as suas necessidades. O programa ProJovem Adolescente é um serviço socioeducativo destinado a jovens entre 15 e 17 anos de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família e jovens vinculados ou egressos da proteção social especial.
O espaço físico, recursos humanos e materiais para o desenvolvimento das ações de acompanhamento do Programa são financiados pelo poder público municipal. Entre os objetivos, está acolher, acompanhar e motivar os jovens, favorecendo a convivência familiar e comunitária, assim como a continuidade no sistema educacional. Fonte: Site oficial da Prefeitura de Sorocaba
CONHECIMENTO
A CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PARA O DESENVOLVIMENTO
O
processo de desenvolvimento de uma cidade está relacionado ao conhecimento e o ensino superior tem papel importante neste processo. Com 60 anos de atuação na área educacional, o professor e assessor especial da reitoria, Aldo Vannucchi, da Universidade de Sorocaba (Uniso) afirma que representantes de uma universidade ou faculdade não devem pensar somente na população que estuda na instituição, mas sim na totalidade da sociedade. Segundo ele é preciso trabalhar na direção da pesquisa, razão da essência da universidade. “O conhecimento não pode ser para um público privilegiado,
mas para a sociedade como um todo. Sorocaba recebe muito das universidades, se analisarmos setores como saúde, eduProfessor Aldo Vannucchi, da Universidade de Sorocaba
cação, em tópicos como a alfabetização e o meio ambiente. É essencial ir além das normas e conhecimentos técnicos, mas sim ampliar a visão do papel de cidadão, da realidade”, comenta. Ele lembra ainda que a universidade não tem compromisso restrito à uma ideologia, mas o compromisso de fazer com a que sociedade cresça em valores, que forme e transforme uma pessoa, tudo sem esquecer do papel da família que, em sua opinião, é a guardiã dos valores básicos da condição humana. Em 60 anos de atuação, Vannucchi faz questão de destacar que o trabalho da educação é sempre feito com o aluno “real”, e não com uma personagem perfeita. “O professor é antes de tudo um educador, tem que ter a vocação, pois transformamos uma pedra bruta em uma joia rara e não deve existir o medo diante da diferença entre os alunos”, garante.
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D E S E N V O LV I M E N T O U R B A N O
UM RETRATO DA ZONA SUL
O
desenvolvimento da região sul de Sorocaba foi tema de trabalho de pós-graduação em Especialização em Arquitetura Comercial de alunos do Senac Sorocaba. Os alunos Ana Andrézia de Barros Barbosa, Eduardo F. da Silva e João Carlos Valim Boldori apresentaram o trabalho da disciplina Referências Históricas da Arquitetura Comercial do professor-doutor Ilson Juliano Barreto. Entre os pontos destacados está a história da região. De acordo com as pesquisas apresentadas, antes da formação do bairro Parque Campolim, havia no local
O boom imobiliário e econômico tornou esta região a mais nobre e valorizada da cidade
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uma chácara de propriedade do Achiles Campolim, que a adquiriu no ano de 1917. A área era utilizada para criação de gado leiteiro e cultivo de gêneros agrícolas para sustento da família. Após o falecimento do patriarca Achiles na década de 1950, assume os negócios da família seu filho João Campolim até meados da década de 1970. A família Campolim, em conjunto com a Construtora Júlio & Júlio, dotam o local de toda infraestrutura para, posteriormente, comercializar os terrenos. A primeira fase ficou pronta em 1981, momento em que os lotes menos desvalorizados eram os da avenida central, hoje a Carlos Comitre.
Hoje se tornando o metro quadrado mais caro de Sorocaba. A família Campolim ficou com 50% dos lotes para ser comercializados. Naquele momento os terrenos eram muito baratos, se comparados com outra região. Os negócios eram feitos à vista ou apenas a compra pela palavra ou seja, pagava-se como podia. O loteamento foi concluído em 1985, com venda ainda lenta. Segundo dados do trabalho, em 1990, a ocupação da área foi acelerada radicalmente através da instalação do Hipermercado Carrefour, ao sul do bairro, e na sequência, em anexo, o Esplanada Shopping Center. Dias antes das inaugurações, foi entregue a ponte de ligação entre a Avenida Carlos Cômitre e a Avenida Gisele Constantino, atravessando a Rodovia Raposo Tavares. Após estes acontecimentos, houve
ANTES DA FORMAÇÃO DO BAIRRO PARQUE CAMPOLIM, A ÁREA ERA UTILIZADA PARA CRIAÇÃO DE GADO LEITEIRO E CULTIVO DE GÊNEROS AGRÍCOLAS PARA SUSTENTO DA FAMÍLIA
um boom imobiliário e a construção de edifícios nesta região cresceu muito. O boom imobiliário e econômico tornou esta região a mais nobre e valorizada da cidade. Partindo do cruzamento das avenidas Washington Luiz e Barão de Tatuí, foram contabilizados 115 prédios. Desse total, 88 prédios são residenciais, 19 em construção e 8 são voltados ao comércio. Contam com uma população de aproximadamente 20 mil pessoas e 4,5 mil famílias, sem contar a quantidade de condomínios residenciais horizontais e casas existentes no local. Outro fator em destaque no trabalho é a ligação da avenida Carlos Comitre com a cidade de Votorantim, proporcionada pela ponte. Por meio dela, o mercado na Avenida Gisele Constantino está aquecido com vários condomínios residenciais, edifícios residenciais e em construção o Iguatemi
COMO CONCLUSÃO DO TRABALHO, ESTÃO OS SEGUINTES PONTOS • A cidade é um tecido vivo. Em constante transmutação. Direcionado pelo poder público e pelo capital de interesse. • A história nem sempre consegue guardar sua memória, pois as construções são constantemente alteradas. • O desenvolvimento segue um fluxo direcionado unilateral e normal. • Há dificuldade de se prever um futuro regional, porém a região demonstra as suas características especificas.
Shopping com um edifício comercial. Sendo o principal corredor comercial do bairro e sustentando este comércio direcionado à avenida Carlos Comitre, é hoje o m2 mais caro da região. Sendo
ele também o maior canteiro de obras da região. No início do seu desenvolvimento com prédios de quatro pavimentos e sem elevador. Hoje com prédios com mais de dez pavimentos e de alto padrão.
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D E S E N V O LV I M E N T O
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA A
educação tecnológica em Sorocaba promete aquecer os motores nos próximos anos. Isto porque até o final de 2013, pelo menos seis universidades devem estar instaladas e atuando na EMPTS (Empresa Municipal Parque Tecnológico). O Parque Tecnológico é um espaço criado pela Prefeitura de Sorocaba para abrigar laboratórios de desenvolvimento e pesquisa que serão ocupados por empresas e universidades que tenham o objetivo de desenvolver produtos ou serviços inovadores. Ou seja, o Parque Tecnológico é um espaço que tem a
Espaço abriga laboratórios de desenvolvimento e pesquisa
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o Parque Tecnológico contribuirá para que a educação chegue a um novo patamar, tanto em Sorocaba como nos demais municípios da região”, avalia o presidente da EMPTS, Vitor Lippi, ao afirmar que dez instituições foram convidadas e aceitaram participar do projeto. E os nomes são de peso. Já existem projetos de implantação de universidade como a PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista), UFScar (Universidade Federal de São Carlos) e Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo). Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo), Facens (Faculdade de Engenharia de Sorocaba), Uniso (Universidade de Sorocaba) e Mauá estão na fase de execução do projeto. Completam a lista Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e FEI, que já elaboram a vinda para o Parque Tecnológico. Lippi vê o papel das universidades como fundamental para que a poten-
Vitor Lippi é presidente do Parque Tecnológico
finalidade de auxiliar no desenvolvimento da indústria através do aprimoramento tecnológico. As principais áreas de atuação serão a automotiva, metal-mecânica, eletroeletrônica, TIC (Tecnologias Integradas de automação e Comunicação) e energias alternativas. “O desenvolvimento educacional do município será altamente impactado. Certamente,
cial proposta da EMPTS se torne realidade e possa impactar o desenvolvimento industrial de toda a região. “A proposta do Parque Tecnológico é transformar conhecimento em riqueza. As universidades, que detêm o conhecimento, terão, através de seus laboratórios, a oportunidade de aplicar suas pesquisas científicas no mercado por meio das empresas que demandam novas soluções em termos de tecnologia”. Um exemplo que pode ser dado é o projeto em conjunto entre a Scania (montadora de veículos de grande porte) e a Faculdade Politécnica da USP, que farão pesquisas com o objetivo de desenvolver um motor menos poluente. Com quatro anos de duração, o projeto prevê investimentos de aproximadamente R$ 6 milhões, envolvendo o trabalho de 26 pessoas, coordenadas pelo professor Marcelo Massarani, do Centro de Engenharia Automotiva da Poli. A iniciativa da EMPTS deve colocar Sorocaba em evidência também no cenário internacional. Segundo dados da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), hoje o Brasil ocupa o 58ª colocação entre os países mais inovadores do mundo e é responsável por 2,7% da produção científica mundial. A perspectiva é de que, com a vinda destas dez instituições, cerca de mil pessoas devam estar trabalhando e realizando pesquisas no Parque Tecnológico até 2016. Para este ano, a previsão é de 150 pesquisadores até dezembro.
O PARQUE TECNOLÓGICO TEM A FINALIDADE DE AUXILIAR NO DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA ATRAVÉS DO APRIMORAMENTO TECNOLÓGICO. AS PRINCIPAIS ÁREAS DE ATUAÇÃO SERÃO A AUTOMOTIVA, METAL-MECÂNICA, ELETROELETRÔNICA, TIC (TECNOLOGIAS INTEGRADAS DE AUTOMAÇÃO E COMUNICAÇÃO) E ENERGIAS ALTERNATIVAS Jornal Ipanema | Sorocaba Sempre • 2013 • 39
INTERCÂMBIO
CIDADE ATRAI ESTUDANTES DE OUTROS PAÍSES brasileiro de Mei Yang. Ela diz que entre os motivos da escolha pelo Brasil, está o fato do país ser muito bonito e há troca de experiências entre China e Brasil em várias áreas, o que mostra a importância do aprendizado do idioma português. Sophia diz que conheceu conceitos diferentes quanto à maquiagem e aprendeu a ser positiva como são os brasileiros.
Melissa e Sophia, estudantes chinesas na Universidade de Sorocaba
Educação ambiental
A
s instituições de ensino superior em Sorocaba recebem estudantes de outros países que, além do conhecimento em uma determinada área, aprendem uma cultura diferente e ensinam sobre seus costumes. A Universidade de Sorocaba (Uniso) recebeu, recentemente, estudantes da China, entre elas, Melissa, nome brasieliro de Qiuxia Zheng, que veio estudar corpo e movimento (Curso de Teatro). Ela conta que a escolha pela Uniso foi devido a um projeto entre a universidade e seu país de origem. Questionada sobre a diferença no ensino, Melissa afirma que na China há mais teoria e no Brasil as aulas são mais práticas. “Eu aprendi que os brasileiros são muito legais, simpáticos e educados. Eles gostam muito de doce enquanto nós gostamos de pratos mais picantes”, diz. Quem também veio para estudar estética e maquiagem foi Sophia, nome
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A CIDADE DE SOROCABA FOI UMA RECOMENDAÇÃO DE UM DOS MEUS PROFESSORES DA ESPANHA. ELE DISSE QUE OS SOROCABANOS SÃO MUITO LEGAIS E QUE A CIDADE CRESCE, A CADA ANO ANDREA PINTADO
A parceria com a Universidade de Vigo, da Espanha trouxe Paula Martínez para Sorocaba, na Uniso. Ela veio para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Engenharia Industrial. “O trabalho está relacionado à Usina de Biodiesel Móvel da Prefeitura de Sorocaba, que tem parceria com a Uniso. A finalidade da usina é a educação ambiental, permitindo que o processo de conversão seja visível às pessoas. O biodiesel é produzido a partir de óleo de cozinha usado e é utilizado para abastecer os caminhões do Programa de Coleta Seletiva de Sorocaba”, explica Paula. Quem também veio da Espanha foi Andrea Pintado Garcia. Formada em Engenharia Industrial, foi estudante de intercâmbio para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso. De acordo com ela, no Brasil há a possibilidade de estudar todas as fontes de energia renovável: sol, ar, calor e água. “A cidade de Sorocaba foi uma recomendação de um dos meus professores da Espanha. Ele disse que os sorocabanos são muito legais e que a cidade cresce, a cada ano, em desenvolvimento e qualidade de vida”. Ela diz que conheceu muitas religiões e aprendeu a respeitar a opinião de cada um. “O brasileiro faz da casa dele a nossa casa”, complementa.
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CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS
PROGRAMA INCENTIVA O INTERCÂMBIO CULTURAL
O
programa Ciência sem Fronteiras é a chance para muitos alunos estudarem fora do Brasil. De Sorocaba, muitos são os que participam da experiência considerada “excelente” por eles. Um desses alunos é o estudante do quarto ano de Engenharia Mecânica, da Facens, Guilherme Mariano, que está na Hungria. “Estou na cidade de Debrecen e atualmente faço cursos de Inglês e Alemão pagos pelo governo brasileiro, antes do início das minhas aulas acadêmicas na Universidade de Debrecen”, conta. Segundo Mariano, o Ciência sem Fronteira é um excelente programa, pois são proporcionados aos estudantes todos os subsídios durante os meses de estudos no exterior. “Já tive outra experiência internacional, fiz um trabalho de verão durante três meses em Washington, nos Estados Unidos, trabalhei como vendedor de produtos eletrônicos em um shopping em 2011, mas as expectativas aqui são muito boas, já que nunca havia estudado no exterior, em função de alguns possíveis obstáculos, como: o alto custo que isso teria, a distância dos meus familiares e a adaptação de uma cultura totalmente diferente do Brasil”, diz.
Consolidação, expansão e internacionalização Austrália, Canadá, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Hungria e Reino Unido são os destinos de alunos da Fa-
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Guilherme Mariano, estudante do quarto ano de Engenharia Mecânica, da Facens, faz intercâmbio na Hungria
cens que irão participar do Programa Ciência sem Fronteiras, promovido pelo governo federal. O Programa possui acordos e parcerias com diversas instituições de ensino, programas de intercâmbio e institutos de pesquisa ao redor do mundo. O objetivo é promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, inovação e competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por
meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC. Até 2015, a meta do governo é oferecer 101 mil bolsas de estudo para estudantes brasileiros. Somente na modalidade “graduação sanduíche”, da qual fazem parte os alunos da Facens, estão sendo oferecidas 24.600 bolsas. Esta modalidade compreende um ano de estudo em instituição estrangeira durante o período de graduação iniciada no Brasil.
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MERCADO DE TRABALHO
ESCOLA FOCA A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
A
Escola Senai iniciou seu funcionamento em Sorocaba no ano de 1959 e em 1974, recebeu patrono e nova denominação: Escola Senai “Gaspar Ricardo Júnior”. Entre os cursos há os de aprendizagem industrial, técnico, superior e de formação inicial e continuada. De acordo com o coordenador de atividades pedagógicas, Luiz Carlos Moretti, o objetivo do trabalho desenvolvido no Senai está na formação total do profissional, ou seja, não somente para executar as funções necessárias para cada cargo, mas sim a formação quanto à postura ética. Para conhecer mais sobre o que é exigido no mercado de trabalho é feito um perfil profissional durante o comitê técni-
O objetivo do trabalho desenvolvido no Senai é a formação total do profissional
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co setorial. Novamente, Moretti comenta, o profissional pode ser um “excelente fazedor de coisas”, mas é preciso simpatia, honestidade, ética e esses conceitos são trabalhados, entre outras formas, com dinâmicas em sala de aula. Atualmente, o Senai passa por uma fase de investimentos em troca de maquinários. Em recente entrevista ao Jornal Ipanema, o diretor da unidade Jocilei Oliveira comentou sobre a futura unidade do Senai na Zona Norte, estará localizada na avenida Itavuvu e oferecerá cursos na área de metalurgia, caldeiraria, construção civil, automobilística, manutenção mecânica e mecatrônica. Outro destaque do Senai é a Banda Marcial, que foi fundada em 15 de maio
A FUTURA UNIDADE DO SENAI NA ZONA NORTE OFERECERÁ CURSOS NA ÁREA DE METALURGIA, CALDEIRARIA, CONSTRUÇÃO CIVIL, AUTOMOBILÍSTICA, MANUTENÇÃO MECÂNICA E MECATRÔNICA
de 2004 com o nome de Fanfarra Marcial Senai Sorocaba. No início de sua formação, a Fanfarra utilizou instrumentos que estavam disponíveis de outras unidades do Senai. Em 2008, após ter recebido o incentivo fiscal, no valor de R$60 mil, pelo Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, a Banda pode renovar alguns de seus instrumentos musicais e passou a se chamar Banda Marcial Senai Sorocaba. Em 2010, em parceria com o Sesi, recebeu o nome de Banda Marcial Sesi - Senai Sorocaba. No final do ano de 2011, o Senai-SP realizou um investimento de R$ 600 mil em novos instrumentos musicais. As apresentações são em desfiles cívicos, comemorativos e culturais, empresas e entidades, concertos, além de participação em concursos e campeonatos, tendo como principal objetivo incentivar a cultura através da música e desenvolver em seus componentes atitudes como: trabalho em equipe, competitividade, ética e educação.
D E S E N V O LV I M E N T O C I E N T Í F I C O E T E C N O L Ó G I C O
PROJETO AUXILIA NO CONHECIMENTO DAS VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS
A
Faculdade de Tecnologia José Crespo Gonzales, a Fatec, conhecida pelos seus projetos em áreas como Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Eletrônica Automotiva, Fabricação Mecânica, Polímeros, Processos Metalúrgicos, Projetos Mecânicos e Sistemas Biomédicos, teve seu primeiro projeto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Segundo o professor Francisco Carlos Ribeiro, que é doutor em Economia, o projeto aprovado trata-se de uma estação meteorológica digital. “É um projeto que ajudei a coordenar, projeto de autoria do professor-doutor José Carlos Ferreira, doutor em Engenharia Agríco-
la (que se aposentou da Fatec), o Econat - Escola da Natureza. Nós, em 2009, conseguimos uma verba do CNPq, de R$ 40.000, para a aquisição de uma central meteorológica e equipamentos de hidroponia e, recentemente, concluímos o relatório e estamos em fase de depósito dos equipamentos que irão funcionar no parque Chico Mendes ou no Parque da Biodiversidade”, explica. De acordo com Ribeiro, o local será um ponto de instrução ecológica com os alunos da rede básica sobre interações e explicações sobre a utilidade de saber sobre as variáveis meteorológicas, tanto para a agricultura como para a Defesa Civil. “Também mostrará
Representantes da Fatec tiveram projeto aprovado pela CNPq
relações entre a olericultura e os nutrientes para o seu desenvolvimento (hidroponia)”, comenta o professor. Ribeiro afirma que uma vez instalada a central, também a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Município poderá dispor de dados locais para análises do seu Business Intelligence. “Obviamente, o Inemet - Instituto Nacional de Meteorologia (que tem uma estação na FATEC) é o responsável por dados oficiais de meteorologia, mas essa central terá funções complementares e pontuais para uso local, além, obviamente, da função educativa dos parques”, diz.
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MOBILIDADE URBANA
CIDADE DESENVOLVE NOVO CONCEITO PARA O PLANO DIRETOR
A
Mobilidade Urbana é um novo conceito que abrange todas as questões que envolvem o trânsito e o transporte coletivo, notadamente nas condições em que se realizam os deslocamentos das pessoas e cargas no espaço urbano, fatores que interferem diretamente na rotina e na qualidade de vida de todos os cidadãos. De acordo com o presidente da Urbes – Trânsito e Transporte, Renato Gianolla, esse tema tem suscitado dúvidas e embates em todo o mundo. Como uma cidade deve crescer, gerar renda, emprego e, ao mesmo tempo, renovar suas estruturas de meios de transporte? “Esta deverá ser a prioridade de muitos governantes para os próximos anos, que deve ser definida por meio da realização de um Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana, que em Sorocaba está em fase de desenvolvimento. As diretrizes determinadas pelo plano deverão subsidiar técnicos e gestores para nortear ações e políticas públicas, viabilizando a mobilidade urbana nas cidades”, explica Gianolla.
Pesquisa Está sendo realizada a “Pesquisa de Mobilidade da Cidade de Sorocaba”. Segundo Gianolla, ela teve início em março deste ano com o objetivo de compreender como as pessoas se movimentam pela cidade e entender os motivos e os modos de transportes utilizados. De acordo com ele, os dados coletados pela pesquisa servirão para a análise do atual cenário do trânsito e dos transportes da cidade, além de colaborarem nos estudos de planejamento futuro, melhorando a qualidade de vida de todos os cidadãos. 46 • Sorocaba Sempre • 2013 | Jornal Ipanema
As diretrizes determinadas pelo plano deverão subsidiar técnicos e gestores para nortear ações e políticas públicas
Ao todo, quatro mil domicílios das 59 zonas que formam a cidade foram pesquisados num prazo de quatro meses. Para isso, pesquisadores percorreram toda a cidade a fim de ouvir os moradores. As casas selecionadas para responder à pesquisa foram informadas, antecipadamente, por meio de carta oficial assinada pela Urbes e pela Prefeitura de Sorocaba. Gianolla explica que, ao serem apurados, os dados coletados pela pesquisa levantarão várias informações sobre o porquê dos deslocamentos, incluindo o tempo das viagens, os meios de deslocamento que as pessoas usam (carros, taxis, bicicletas, ônibus, dentre outros), quais são os transportes mais utilizados e qual é a frequência desse uso. Os resultados apontarão ainda os locais e horários que apresentam maior
fluxo de tráfego, os polos de origem e destino das viagens, a participação dos modos de transporte por motivo, idade, renda, residência e escolaridade. Todos os dados são sigilosos. No sistema, os resultados de uma entrevista são juntados a outras respostas. Desse modo, nenhuma informação individual será identificada. Questionado se o projeto “Para cada carro vendido, uma árvore será plantada”, proposto pela cidade, tem a ver com a mobilidade urbana, Gianolla afirma que esse projeto, uma iniciativa inovadora, não está diretamente relacionado à questão da mobilidade urbana, mas sim com a melhora do ambiente em que vivemos. Com mais árvores é possível melhorar o ar que respiramos, assim como através do uso racional do automóvel.
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MOBILIDADE URBANA
CENÁRIO FUTURO PASSA POR ANÁLISE
O
Plano Diretor de Transporte e Mobilidade - PDTM constitui um instrumento básico de planejamento e gestão do sistema de transporte e circulação da cidade, devendo orientar, dentro de uma perspectiva de médio e longo prazo, os investimentos públicos e as parcerias público/ privadas no setor de transporte urbano, visando obter uma melhor relação custo/ benefício aos usuários. Incorporar a mobilidade urbana no Plano Diretor é priorizar, no conjunto de políticas de transporte e circulação, a mobilidade das pessoas e não somente dos veículos, o acesso amplo e democrático ao espaço urbano e aos meios O Plano Diretor
constitui um instrumento básico de planejamento e gestão do sistema de transporte e circulação da cidade
não motorizados de transporte. O PDTM deverá definir, de acordo com o presidente da Urbes – Trânsito e Transportes, Renato Gianolla, de maneira clara e com base nas metodologias e procedimentos científicos de planejamento de transportes urbanos, as diretrizes e princípios da mobilidade urbana
O PLANO DIRETOR CONTERÁ EM LINHAS GERAIS: ■ Avaliação das condições gerais da mobilidade da população; ■ Avaliação das condições de circulação na área urbana; ■ Avaliação das condições gerais de circulação de mercadorias e cargas em geral na área urbana; ■ Avaliação das condições de organização e prestação dos serviços de transporte público; ■ Avaliação das condições do plano cicloviário, notadamente aquelas relacionadas às ciclovias;
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sustentável, a concepção preliminar de ações imediatas, de médio e longo prazos que devem orientar a elaboração posterior de estudos e projetos visando proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, através da priorização dos modos não motorizados e coletivos de transporte, de forma efe-
■ Avaliação das condições do transporte suburbano e interurbano no âmbito municipal; ■ Avaliação prospectiva do cenário futuro da mobilidade e transporte da cidade; ■ Diretrizes gerais e específicas para a mobilidade e transporte; ■ Plano de ações; ■ Programa de investimentos em infraestrutura, tecnologias e serviços.
Renato Gianolla, presidente da Urbes – Trânsito e Transportes, define como prioridade os modos não motorizados e coletivos de transporte
tiva, focado principalmente nas pessoas. Os trabalhos em desenvolvimento têm caráter técnico, fundamentado na aplicação de conceitos e práticas comuns de planejamento urbano, engenharia de transporte e de tráfego com o
objetivo de apresentar à Administração Pública e à sociedade de Sorocaba um Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade – PDTM. Os objetivos das diretrizes, ações e investimentos propostos deverão estar
adequados aos objetivos da política urbana do município, à sua legislação, em particular ao Plano Diretor Urbano, e aos conceitos fundamentais de sustentabilidade, inclusão social e desenvolvimento da cidade.
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MOBILIDADE URBANA
SISTEMA DE INFORMAÇÕES EM TEMPO REAL É FERRAMENTA ESSENCIAL
A
Urbes tem investido muito para melhorar a mobilidade urbana da cidade, afirma o presidente da Urbes – Trânsito e Transporte. “Fato este comprovado com os diversos projetos executados ao longo dos anos. São seis Áreas de Transferência que evitam que os passageiros precisem se deslocar até o centro da cidade para se locomoverem e Linhas Interbairros, que também cumpre este papel”, comenta. Gianolla lembra que há ainda o sistema de informações em tempo real de chegada dos ônibus nos terminais através das TV Indoors instaladas naquele espaço público. Enquanto esperam, os passageiros podem acompanhar quanto tempo falta para a chegada de seu ônibus. Adesivos com informações sobre as principais rotas dos ônibus nos pontos de espera também mantêm os passageiros mais informados, além do APP “Infobus Sorocaba”, lançado em março de 2013 para celulares que trazem horários e itinerários das linhas, além de estudos avançados para implantação do BRT (Ônibus Rápido), que interligará as regiões norte/sul e leste/oeste com rapidez, conforto e eficiência. Segundo Gianolla, Sorocaba é ainda uma das dez cidades do país a possuir o sistema “Como Chegar” do Google Maps, disponível no site da Urbes. Para ele, o conceito de Mobilidade Sustentável tem seu foco principal em priorizar o uso do transporte coletivo e dos modos não motorizados, notadamente a bicicleta e o modo a pé. “Nesse sentido, nossa cidade se destaca no cenário nacional, visto que a política pública cicloviária, implantada em Sorocaba
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nos últimos anos, tornou-se referencia em nosso país”, garante. Na opinão dele, o grande desafio da Mobilidade Urbana consiste em implantar alternativas atraentes para o transporte coletivo, integradas entre todos os modais envolvidos, com o objetivo de facilitar e possibilitar aos usuários o complemento de suas viagens, com o uso de mais de um modo de transporte num único sistema.
ADESIVOS COM INFORMAÇÕES SOBRE AS PRINCIPAIS ROTAS DOS ÔNIBUS NOS PONTOS DE ESPERA TAMBÉM MANTÊM OS PASSAGEIROS MAIS INFORMADOS Sobre a questão da inspeção veicular, assunto frequente em se tratando de trânsito, Gianolla afirma que é um tema que se arrasta desde a entrada em vigor do atual Código de Trânsito Brasileiro – CTB. “Para que ela se torne realidade e cumpra realmente seus efeitos, é necessário que todo o país venha a adotá-la. O município está atento às questões que envolvem esse tema e quanto à forma pela qual ela deverá ser realizada. A seu tempo, irá tomar as providências cabíveis para cumprir o que determina a lei”, diz.
PROJETO BUSCA INTEGRAÇÃO TOTAL DO ATUAL SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO DA CIDADE
O
principal projeto da Prefeitura de Sorocaba, desenvolvido por meio da Urbes, é o que contempla o BRT (Bus Rapid Transit) apresentado pelo município ao Ministério das Cidades e que, conforme explica o presidente da Urbes – Trânsito e Transporte, Renato Gianolla, compreende a implantação de 35 km de corredores e faixas exclusivas para ônibus em sistema BRT, interligando as regiões Norte e Sul e Leste e Oeste do municí município. A proposta contempla ainda a instalação de bicicletários e/ou estações do sistema Integrabike, anexos às estações dos corredores, conjuntos de sinalização com semáforos, bem como a acessibilidade e paisagismo. No projeto, afirma Gianolla, Sorocaba é dividida em dois eixos: Norte/Sul e Leste/Oeste. “A ação pretendida pela Prefeitura de Sorocaba vai ao encontro aos critérios definidos pelo Ministério das Cidades já que prevê a ampliação e qualificação do sistema de mobilidade urbana; promove a integração operacional do sistema de transporte coletivo e o dá prioridade”, diz. Sorocaba já tornou alguns desses elementos de mobilidade urbana em realidade. A cidade soma 106 quilômetros de ciclovias, que cortam a cidade de Leste a Oeste e de Norte a Sul, com predominância na Zona Norte da cidade, sendo que 103 quilômetros são para uso exclusivo de ciclistas e três quilômetros são de ciclofaixas. Elas estão interligadas e
não são segmentadas. O Plano Cicloviário de Sorocaba começou a ser implantado em 2006. A cidade também possui 50 paraciclos (estacionamentos de bicicletas), sendo um deles no Terminal Santo Antonio
Projeto prevê implantação de 35 km de corredores e faixas exclusivas para ônibus
(com capacidade para 60 bicicletas), oito módulos comerciais (quiosques), com capacidade de acoplar entre 40 e 60 bicicletas cada um.
OS OBJETIVOS DESTE EMPREENDIMENTO SÃO: ■ Consolidação de sistema estrutural com integração total do atual sistema de transporte coletivo da cidade, bem como com o sistema cicloviário existente; ■ Afirmação dos princípios da política de mobilidade do município, com a reserva de espaços viários para a circulação de forma prioritária e exclusiva do transporte coletivo, e a qualificação dos espaços de circulação não motorizada; ■ Afirmação do transporte coletivo como modo prioritário de circulação motorizada no município, mediante a promoção de um padrão de imagem elevado; ■ Redução dos tempos de viagem da população; ■ Redução da emissão de gases na atmosfera; ■ Melhoria global do conforto e segurança para os usuários do serviço.
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MOBILIDADE URBANA
152 bicicletas disponíveis e mais de 15 mil usuários cadastrados no Programa Integrabike
A ESTIMATIVA É QUE EXISTAM 3OO MIL BICICLETAS NA CIDADE
O
Programa Integrabike, de empréstimo gratuito de bicicletas, disponibiliza os veículos para pessoas com mais de 18 anos e que tenham pelo menos um dos cartões do transporte coletivo, possibilitando assim a integração de modais. O sistema conta com 19 estações espalhadas na região
A cidade soma 106 quilômetros de ciclovias, que cortam a cidade de Leste a Oeste e de Norte a Sul
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central da cidade e na zona norte, somando 152 bicicletas disponíveis à população. São mais de 15 mil usuários cadastrados, e a média mensal de utilização é de cerca de 10 mil deslocamentos, onde 25% também utilizam o transporte coletivo. De acordo com o presidente da Urbes – Trânsito e Transportes, Renato Gianolla a estimativa é que existam 300 mil bicicletas na cidade. O número é baseado em pesquisa de preferência declarada na qual se verificou que a cada dois habitantes da cidade possuem uma bicicleta. Não se descarta, com a preservação da malha ferroviária, que corta a cidade de leste a oeste (após a construção de novo ramal ferroviário para cargas) um estudo de viabilidade para implantação de sistema de transporte de massa sobre trilhos, notadamente o VLT, veículo leve sobre trilhos. A frota de ônibus possui atualmente 402 veículos, sendo destes 377 da frota operacional, que atendem 102 linhas do sistema. São atendidos mensalmente cerca de 5 milhões de passageiros, sendo destes, aproximadamente 4,5 milhões de pagantes.
Outros tantos passageiros são beneficiados pela política de gratuidade, que representam 14,6% dos usuários do sistema. Os idosos a partir dos 60 anos, que não pagam passagem, graças à uma lei municipal (em outros municípios a idade para obter a gratuidade é de 65 anos), representam 2,9% dos passageiros. A idade média dos ônibus que atendem a população possuem, em média, 2,4 anos, uma das frotas mais jovens do país, sendo que destes, 90% dos veículos possuem elevadores para cadeirantes. A frota também é totalmente monitorada por GPS, o que garante melhor fiscalização no cumprimento dos horários das viagens. Trata-se também de uma frota com sistema de segurança, já que 67% dela possuem câmeras de videomonitoramento. O Serviço de Transporte Especial possui 17 microonibus. O Sistema de Integração ou Bilhete Único existente permite a utilização de mais de um ônibus sem pagamento de uma nova tarifa, o que representam 5,3% do uso. Há ainda a Tarifa Reduzida aos domingos e feriados, o que proporciona uma economia a 4,7% aos passageiros que possuem o Cartão Cidadão do passe social. As calçadas e a acessibilidade também fazem parte da preocupação do governo municipal, como exigências aos novos empreendimentos e as adaptações às áreas mais antigas da cidade.
PROGRAMAÇÃO
MAIS DE 2OO ATIVIDADES MARCAM AS COMEMORAÇÕES DE ANIVERSÁRIO
A
s comemorações pelos 359 anos de fundação de Sorocaba reservam muitas opções. A agenda apresenta mais de 200 intervenções plurais em parques, praças, feiras livres e espaços públicos, além de ocupar, também, áreas como o Sesi, Sesc, a Fundec e a Oficina Grande Otelo, parceiros da Secretaria da Cultura e Lazer e da Prefeitura na comemoração. Parceria, aliás, é a base da realização dos eventos que conta com a participação da maior parte das secretarias municipais; em especial as de Cidadania, Juventude, Meio Ambiente, Educação Esporte e Relações do Trabalho. O então secretário da Cultura, José Simões de Almeida Junior, disse que este
processo colaborativo é que tem determinado resultados positivos e apontado o quanto a população, enquanto produtora de cultura, está disposta a agir. Sinergia encampada pela secretária da Juventude, Edith Di Giorgi e do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho, que ressaltaram a importância de ações em todos os setores para que uma cidade possa vivenciar qualidade de vida. “Estamos pensando Sorocaba juntos”, reiterou Jussara completando o pensamento de Edith Di Giorgi para quem “a vida das pessoas não pode ser dividida”, exigindo que todos os organismos atuem para fazê-la melhor no seu cotidiano social. Entre as atrações, está uma noite in-
teira de aventura, diversão e surpresas que receberá 30 meninos e meninas, com idades entre 8 e 10 anos, na quarta-feira (14), no primeiro acantonamento que a Biblioteca Municipal “Jorge Guilherme Senger” vai fazer, aproveitando a celebração dos 359 anos de fundação de Sorocaba. As vagas foram preenchidas durante sorteio. De acordo com a coordenadora da Biblioteca, Tânia Maria Bernardi Kalil, as atividades terão início às 18 horas do dia 14, com a recepção das crianças. Após isso, muita coisa bacana deve acontecer, o que inclui brincadeiras, contação de histórias e várias surpresas. Os participantes vão dormir na biblioteca e vivenciar uma noite diferente, recheada de emoção. Saiba mais sobre a programação dos 359 anos de Sorocaba, que conta com mais de 200 ações em vários locais, acessando: http://agencia.prefeiturasorocaba.com.br/site/sorocaba359anos.
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C A RT Ã O - P O S T A L
ZOOLÓGICO É RECONHECIDO NACIONAL E INTERNACIONALMENTE
U
m dos cartões-postais de Sorocaba é o Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”. O chefe da Seção de Biologia e Veterinária, Rodrigo Teixeira, afirma que entre os desafios dos profissionais está o de manter a excelência nos serviços e sempre inovar. “Posso dizer que nós lutamos pelo pódio, em busca de estar nos primeiros lugares entre os zoológicos do Brasil”, comenta. Pioneiro no país na área de Educação
Ambiental, o Zoo de Sorocaba iniciou suas atividades educativas no final da década de 1970. Foi reconhecido por várias entidades nacionais e internacionais e recebeu apoio do Fundo Nacional para a Natureza (WWF- Estados Unidos), Fish and Willdlife Service, Fundação o Boticário de Proteção à Natureza, entre outros. Entre as parcerias, Teixeira cita a Unesp de Botucatu (com a primeira residência médica brasileira na área de medicina veterinária), com o Ibama, SeSe
CUIDADOS COM OS ANIMAIS EM EXTINÇÃO A PREOCUPAÇÃO com animais em extinção faz parte do dia a dia dos profissionais. No início de 2013, as pessoas viram pela primeira vez dois filhotes de arara-de-testa-vermelha (Ara rubrogenys). Os dois exemplares da espécie nasceram no parque em novembro do ano passado, no final da primavera. Entre os habitantes que mais chacha mam a atenção estão três exemplaexempla res de lêmures-de-cauda-anelada (Lemur catta), sendo duas fêmeas e um macho, provenientes do Zoológico Aticca Zoo Park, da Grécia. “O ‘Quin‘Quin zinho de Barros’ é o único zoológico do Brasil a abrigar essa espécie. Isso é fantástico”, comenta Jussara de Lima Carvalho, secretária do Meio Ambiente. Tratam-se de primatas endêmiendêmi cos da Ilha de Madagascar, no concon tinente africano. Lá, eles vivem em florestas que vêm sendo destruídas pelo homem, ocasionando a dimidimi
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nuição de sua população a cada ano. “É um animal que se encontra em estado de vulnerabilidade segundo a classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Esse fato comprova a importância da manutenção desses animais em cativeiro”, completa Jussara. Três exemplares de muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) do “Quinzinho de Barros” foram transferidos, este ano, ao Zoológico de São Paulo, considerado o maior do país. Em todo o Brasil, existem apenas 19 indivíduos em cativeiro. Desse total, nove estavam em Sorocaba, sendo oito machos e uma fêmea. “Sorocaba enviou, por meio de uma
permuta, três machos adultos do maior primata das Américas para o zoológico da capital. Essa é nossa contribuição para a conservação da espécie, um dos animais em maior risco de extinção do mundo”, explica Rodrigo Teixeira. Informações variadas sobre esses animais são divulgadas em programas oferecidos à comunidade como Zoo vai à Escola, onde equipe do Zoo visita a escola levando animais vivos, taxidermizados, jogos e pôsteres para uma animada exposição ecológica. Há ainda o tradicional Tranzoo, com gincanas, exposições e temas variados.
Lêmures-decauda-anelada estão entre as novidades do zoo
cretaria Estadual e Municipal do Meio Ambiente, USP e PUC Sorocaba. Ele cita também a troca de experiência recente em Dortmund, na Alemanha. Teixeira explica que Sorocaba fornece material biológico para alimentar linhas de pesquisas para laboratórios brasileiros e mundiais. Recentemente, o zoo foi destaque na mídia por procedimentos com animais e a chegada de novos habitantes. Neste ano, um macho de onça-pintada (Panthera onca), mais conhecido como Vagalume, de 16 anos, passou por um tratamento dentário no Setor de Veterinária do Zoo. A equipe, formada por quatro anestesistas da Universidade Anhembi
Morumbi, três dentistas da Universidade de São Paulo (USP), quatro veterinários e um biólogo do Zoológico, realizaram o preparo dos dentes e moldagem de toda a boca da onça-pintada para receber futuramente duas próteses metálicas. “A ideia foi de devolver o formato e a função dos dentes do felino, que os anos de cativeiro cobraram dele”, explicou Teixeira.
Macho de onça-pintada passa por um tratamento dentário no Setor de Veterinária do Zoo
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PATRIMÔNIO
AS RIQUEZAS DAS IGREJAS SOROCABANAS Mosteiro de São Bento Construída pelos escravos do fundador de Sorocaba, Baltazar Fernandes, em 1654, foi a primeira capela de Nossa Senhora da Ponte, padroeira da cidade. Doada aos monges beneditinos de Santana de Parnaíba, em abril de 1660, passou à igreja de Sant’Ana, com a construção de uma nova matriz. As paredes de taipa da Igreja de Sant’Anna são as mesmas que foram levantadas com barro socado pelos escravos. A clausura e outras instalações foram construídas de taipa de pilão e de torrão, em 1667. O Mosteiro de São
Mosteiro de São Bento é tombado como patrimônio histórico
Bento de Sorocaba é o único da congregação beneditina no Brasil que mantém a originalidade e seu prédio é tombado como patrimônio histórico. O Mosteiro guarda algumas preciosidades, como o altar-mor esculpido com madeira, com lâminas de ouro aplicadas no retábulo, trazido de Portugal no século XVIII. Em frente ao local fica o Monumento a Baltazar Fernandes. ■ Endereço Largo de São Bento, 62 - Centro
Catedral Metropolitana de Sorocaba A Catedral Metropolitana de Sorocaba é a segunda matriz da cidade. É a primeira obra edificada em pedras do município, sendo que a primeira missa foi realizada em 11 de fevereiro de 1783. Em 1841, inaugurou-se o relógio, adquirido no Rio de Janeiro, que hoje funciona na torre da Igreja de São Carlos Borromeu. Na fachada estão quatro evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João), o brasão da Arquidiocese de Sorocaba e a inscrição D.O.M, do latim Deo Optimo Maximo (em português, “Ao Deus Supremo”). A imagem da padroeira Nossa Senhora da Ponte, presente no altar, data de 1771, trazida da cidade do Porto, em Portugal. Hoje a imagem fica sob um afresco de Cristo Todo Poderoso (Pantocrator), pintada na parte superior do prédio. Em 13 de janeiro de 1924, a Igreja deixou de ser matriz para se tornar Catedral, tendo como primeiro bispo Dom José Carlos de Aguirre. ■ Endereço Praça Coronel Fernando Prestes - Centro
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Catedral Metropolitana, a primeira obra edificada em pedras do município
Capela Senhor do Bonfim João de Camargo Homem dotado de dons espirituais e de cura, João de Camargo era um escavo negro e filho de uma benzedeira, nascido em 1858, em Sarapuí (SP). Veio para Sorocaba após a Abolição, em 1888. Em busca de sustento, trabalhou para diversas famílias, em serviços gerais. Numa noite de tempestade, em 1906, segundo a tradição, teve a visão do menino Alfredinho, falecido alguns anos antes. O Monsenhor João Soares do Amaral o orientou a erguer uma igreja e auxiliar as pessoas. Com a ajuda de familiares e de pessoas simples, João de Camargo ergueu a capela às margens do Córrego da Água Vermelha. Conseguia curar doenças com o uso de óleos e ervas, sem nenhum outro artifício. Sua igreja foi fechada por diversas vezes e ele preso, mas continuou humildemente o seu trabalho, mesmo com as perseguições. João de Camargo morreu em 28 de setembro de 1942 e, até hoje, a capela atrai um expressivo número de pessoas do Brasil e do exterior, assim como seu túmulo, no Cemitério da Saudade. ■ Endereço - Avenida Barão de Tatuí, 1.083 - Jardim Vergueiro
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PATRIMÔNIO
O QUE ENSINA A HISTÓRIA DE SOROCABA Museu da Estrada de Ferro Sorocabana O acervo é composto por peças, bibliotecas e material documental importante para o público interessado em pesquisa sobre ferrovia. Merecem destaque a Sala do Império, a efígie de Dom Pedro II, esculpida por Goterrot e o quadro com o Decreto Imperial, autorizando a construção da ferrovia, entre outros. O Museu da Estrada de Ferro Sorocabana está sediado no casarão em estilo inglês, localizado no jardim Maylasky, onde também encontra-se o Monumento a Luiz Matheus Maylasky, voltado de frente para a Estação Ferroviária, na Av. Afonso Vergueiro. Engenheiro, Maylasky nasceu na Áustria e participou da criação da Companhia Sorocabana, em 2 de fevereiro de 1870, com o objetivo de construir uma estrada de ferro ligando Sorocaba a São Paulo. Em 18 de junho de 1875, chegava a Sorocaba a primeira locomotiva vinda da capital: a locomotiva Ipanema. O Jardim Maylasky abriga também o Chalé Francês, que foi restaurado. Construído em 1910, com padrões arquitetônicos ingleses e telhado em estilo francês, o imóvel serviu de moradia para os engenheiros chefes da Estrada de Ferro Sorocabana. Em frente ao Chalé Francês, fica ainda a antiga casa de Matheus Maylasky, construída no século XIX, e que atualmente abriga a sede da Academia Sorocabana de Letras (ASL). ■ Endereço Rua Álvaro Soares, 553 - Centro
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Casarão estilo inglês sedia o Museu da Estrada de Ferro Sorocabana
Estação Ferroviária A Estação Ferroviária foi inaugurada em 1875, como o ponto final da Estrada de Ferro Sorocabana que, não por acaso, tem esse nome: a ideia original dos donos era ligar Sorocaba a São Paulo pelo caminho mais curto. A Sorocabana teve grande importância para o desenvolvimento econômico de Sorocaba e do Brasil, principalmente entre o final do século XIX e o início do XX. A Prefeitura de Sorocaba recebeu o direito de uso do prédio histórico e dos dois armazéns anexos à estação da antiga Rede Ferroviária Federal, em 2006. ■ Endereço Avenida Afonso Vergueiro - Centro
Palacete Scarpa Um dos mais importantes patrimônios históricos da cidade e um dos cartões-postais de Sorocaba, o Palacete Scarpa é sede da Secretaria da Cultura e Lazer (Secult). O prédio em estilo neoclássico com linhas greco-romanas possui um amplo Espaço de Exposições e salas para oficinas culturais. O Palacete Scarpa começou a ser construído em 1921, sendo a primeira agência bancária de Sorocaba, além do primeiro edifício da cidade a ter três pavimentos e elevador, do tipo gaiola. Ao longo das décadas, o prédio deixou de ser banco e já abrigou um hotel, Correios e a Delegacia Regional Tributária, da Secretaria Estadual da Fazenda. ■ Endereço Rua Souza Pereira, 448 - Centro
Fonte: Site oficial da Prefeitura de Sorocaba
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