Sumário Incentivo a todos os movimentos da arte
40 I Literatura ao
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alcance de todos
A preservação histórico-cultural da cidade
08 I Sorocaba tem diversão para todos os gostos
44 I Rico acervo à disposição dos sorocabanos
10 I Entretenimento gratuito à população 12 I Fomento da cidadania 14 I
46 I
Ferroviários são destaque na história sorocabana
Cantatas de Natal
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16 I
Muita música e exposições no Campolim
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18 I Teatro Popular
do Sesi: o encontro do erudito e do popular
20 I Grande Otelo - As mais diversas
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Espaços culturais precisam ser ocupados, diz Lippi
O prefeito Vitor Lippi adotou como lema de sua administração e que faz questão de destacar sempre que se refere a Sorocaba: Cidade Educadora e Cidade Saudável. Não seria exagero algum se incluísse mais um: Cidade Cultural. Não só o Poder Público mas a iniciativa privada e as instituições particulares começaram efetivamente a mudar a face cultural da cidade. Foi na administração de Lippi que a Cultura passou a ter uma pasta própria, atualmente sob a responsabilidade do secretário Anderson Santos. A cultura tem sua importância indiscutível, ainda mais por representar a somatória de costumes, tradições e valores. Os povos evoluem através de mudanças significativas em sua cultura. Cabe aqui reverenciar o artista, seja ele escritor, pintor, cantor, compositor, ator etc que é o centro deste fomento, pois, sem sua arte, nada dessa transformação seria possível, da mesma forma os produtores. Também tem aquele que não cria nem promove e que, no entanto, aprecia intensamente a arte: o público. Em Sorocaba, um fato que chama atenção foi a criação de novos espaços culturais, contando entre os mais recentes o Chalé Francês e o Teatro Estação. A ocupação dos locais, com realização de eventos e de iniciativas da própria comunidade, ainda tem muito terreno para avançar. E é por apostar neste caminho que o tema Cultura foi escolhido como linha principal desta revista Sorocaba Sempre em sua edição 2010.
24 I Levando cinema de qualidade à população
26 I Antigo Matadouro Municipal será transformado em complexo cultural
27 I Caramez: um nome ligado a grandes espetáculos
28 I Sorocaba dança com estilo Hip Hop A filosofia das ruas 32 I Réplica do 14 Bis e busto de Santos Dumont estão na Vila Angélica
34 I TMTV - Grandes artistas, grandes 38 I Estação Ferroviária também tem espaço para apresentações
Ipanema Sistema Gráfico e Editora Ltda Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, 199 - Lageado CEP 18.110-710 - Votorantim - SP - FoneFax (15) 2102-0300
Direção: Francisco Pagliato Neto Juliana Camargo Pagliato Consani Editor: Urbano Martins MTB 36504 Coordenador de Arte: Manoel D. Magueta Gerente geral Jornal Ipanema Wilson Rossi
Editorial
Cidade Cultural
expressões culturais
espetáculos
Sorocaba Sempre
30 Revisão: Robson Camargo Súnica Distribuição: Sorocaba e região Impressão: Globo Cochrane Gráfica e Editora
Coordenação e textos: Cida Haddad Foto da capa Textos Palhaço/mágico Felipe Shikama Renata Moeckel Alexandro Tomé Alves (Rabisco), em Jônatas Rosa espetáculo no Teatro Fotos: de Arena – Virada Juliana Moares Cultural 2010. Foto de Teylor Soares Juliana Moraes Emerson Ferraz/Secom Zaqueu Proença/Secom Tiragem: 30.000 exemplares Paulo Ochandio/Secom Filiação:
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Sorocaba Sempre
A
Fundec
Fundec (Fundação para o Desenvolvimento Cultural de Sorocaba) promove, desde maio deste ano, o projeto Formação Instrumental para Novos Talentos, por meio do programa Pontos de Cultura do governo federal, em parceria com o governo estadual. O presidente da Fundec, Geraldo Ricci, afirma que a instituição é destaque na educação quando o assunto é arte e música e explica que o Pontos de Cultura tem como objetivo revelar e formar novos talentos para a música. No primeiro ano do projeto, são beneficiados 16 alunos de cordas do IMMS (Instituto Municipal de Música de Sorocaba). “Queremos treinar mais o pessoal que tem maior potencial de desenvolvimento. É o nosso reconhecimento perante os alunos que se destacam. E nós esperamos que logo eles possam ser reconhecidos também fora daqui. Essa é a ideia”, afirma Geraldo Ricci, presidente da Fundec. No segundo ano do projeto, além dos alunos de cordas, haverá sete estudantes de sopro (flauta, clarinete e saxofone) participando do Pontos de Cultura por meio da Fundec. A partir do segundo ano, os 23 contemplados terão, além das aulas de instrumento, aulas de prática de orquestra. Durante os três anos de projeto, a Fundec receberá dos governos federal e estadual uma verba de R$ 180 mil para dar andamento à iniciativa. Desenvolvimento da cultura Em 14 de abril de 1992, regulamentada por meio da Lei Municipal 3496, de 2 de julho, foi criada a Fundec, entidade civil de direito privado e sem fins lucrativos, tendo como principal objetivo “o patrocínio, o apoio e o incentivo a todos os movimentos que visem ao desenvolvimento da cultura e das artes no município de Sorocaba”. Promovendo uma diversidade de atrações artísticas, a Fundec recebe um grande número de pessoas em todos os eventos realizados.
Incentivo a todos os movimentos da arte
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Sorocaba Sempre
Turismo
cultural
Sorocaba tem diversão
para todos os gostos “Sorocaba possui uma riqueza cultural enorme”, afirma Lílian Sanches, gerente executiva do Sorocaba e Região Convention Visitors & Bureau. “Tivemos períodos históricos muito significativos que fizeram com que a cidade crescesse por si só ao longo da sua história”, diz. Lílian comenta que é evidente que Sorocaba possui vocação para o turismo de lazer, mas toda a região deve ser trabalhada. Sobre o setor de entretenimento, ela diz que é considerável o aumento de bares, restaurantes e casas noturnas com programação para todos os gostos e bolsos. “Nosso calendário de eventos culturais vem se ampliando a cada ano, com muitas opções para população e turistas”, garante. Segundo ela, a maior demanda de Sorocaba está ligada ao turismo de negócios e eventos, ou seja, pessoas
que vêm para a cidade a trabalho, para visitas a empresas, participação em seminários, treinamentos, eventos sociais etc. “Não há dados precisos, mas a estimativa é de que cerca de 80% dos visitantes venham a negócios, segundo dados da hotelaria local. Os restantes 20% se dividem em outros
Segundo o secretário municipal de Cultura, Anderson Santos, a população também tem acesso à programação cultural na agenda “Viva Cultura”, com circulação nos bares, hotéis, restaurantes. A programação pode ser consultada ainda no site da Prefeitura de Sorocaba (www.sorocaba.sp.gov.br).
segmentos como saúde, compras e lazer”, afirma Lílian. A gerente executiva diz que há procura pelos “city tours” que envolvem todos os tipos de atrações, desde visitas a museus e igrejas, prédios históricos, gastronomia, entretenimento e eventos culturais. Para divulgar as atrações, o Convention Bureau realiza diversas ações de promoção e são utilizados materiais promocionais como o Showcase, Mapa Turístico, Folder Regional e materiais promocionais das cidades da região que possuam produtos turísticos. “Nosso site (www.sorocababureau.com.br) é outra ferramenta que contribui para a promoção da cidade e da nossa região. O local mais visitado em nosso site é o calendário de eventos regional”, comenta Lílian.
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Sorocaba Sempre
Tom
Natural
Entretenimento gratuito à população “Quando o tom é bom, todo mundo pede bis”
E
ste acima é o slogan do projeto Tom Natural 2010, que leva entretenimento cultural de forma gratuita à população e divulga a boa produção artística da região. O projeto é promovido pela Gas Natural São Paulo Sul, dentro da lei de incentivo cultural Rouanet, do Ministério da Cultura, e recebe o apoio da Prefeitura de Sorocaba por meio da Secretaria da Cultura. A realização é da empresa GPA Empreendimentos Culturais. O diretor-geral da Gas Natural São Paulo Sul, Armando Laudorio, afirma que o projeto surgiu do desejo da empresa em retribuir a acolhida da população sorocabana. “Nada melhor, então, do que oferecer entretenimento cultural gratuito, de forma democrática, nas praças públicas da cidade. Além
disso, o projeto também promove os artistas da região e incentiva a produção da música de alta qualidade no interior”, comenta. Segundo Laudorio, a população interage com a empresa enviando sugestões, comentários ou elogios. Um indicador do sucesso do projeto é sua extensão para a cidade de Itu, desde o segundo semestre de 2009. Além disso, há solicitações de outras prefeituras para que o projeto também atenda essas cidades, o que já está sendo estudado pela empresa para 2010 ou 2011. Em 2009, foram 45 apresentações do Tom Natural em Sorocaba e cinco em Itu (onde os shows aconteceram no último sábado de cada mês).
Em 2010, as apresentações de chorinho são realizadas na praça Pio XII (em Santa Rosália), além das apresentações no Campolim e Parque dos Espanhóis.
Entre as apresentações em Sorocaba, estão Moraes Moreira, Jazz Band, Banda Blind Bulldog Blues, Renato Teixeira, Sampa Leblon, Quarteto Coisa Brasileira, a pianista sorocabana Lúcia Helena Bismara, grupo Aboio, Tom Jazz Trio, entre outros.
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Sorocaba Sempre
+ Cultura
Fomento da cidadania
De acordo com Santos, o Mais Cultura é destinado a um público que não tem acesso frequente a teatro, música clássica e artes plásticas, por exemplo. “Com esses jovens integrados ao programa, nós trabalhamos a cidadania, fazemos com que eles conheçam as artes e, a partir daí, existem pessoas com destaque na carreira artística, que vão buscar suas especializações, além da formação de público consumidor de arte”, comenta. Diversos são os cursos oferecidos como o de Tai Chi Chuan, desenho, capoeira, dança, pintura em tela, teatro, teclado, coral, flauta, violão, DJ e percussão.
E
ntre as ações culturais desenvolvidas em Sorocaba, um dos destaques é o programa Mais Cultura. Segundo o secretário municipal de Cultura, Anderson Santos, o Mais Cultura tem como objetivo fomentar cidadania para adolescentes, jovens e crianças (como as que se apresentam durante as Cantatas de Natal) e pessoas da terceira idade. Ele afirma que, com os cursos oferecidos, é possível resgatar valores artísticos e formar público.
N
a opinião de Anderson Santos, a Secretaria da Cultura tem algumas missões e, segundo ele, o principal é esse resgate através da formação dos adolescentes, o fomento dos artistas locais e o resgate dos espaços culturais. Uma das ações lembradas por Santos é o Carnaval de Sorocaba.
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Sorocaba Sempre
Expressão
cultural
As Cantatas de Natal na Estação Ferroviária foram inseridas definitivamente no calendário cultural da cidade. A cada ano se inova pela qualidade. Fazem parte do espetáculo natalino os alunos do projeto Mais Cultura que reúne dança, canto, artes circenses e teatro.
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Sorocaba Sempre
Produtores
Muita música e exposições no Campolim Carlos Madia, cantor e compositor que se apresenta nas noites desde garoto, é conhecido dos sorocabanos. Ele conta que sempre quis estar envolvido com a arte, com os músicos, mesmo quando não estava se apresentando. “Eu sempre adorei emprestar aparelhagem, cuidar do som, ajudar e participar de alguma forma para contribuir com os eventos culturais, muitas vezes sem remuneração”. Tendo ficado fora do país – Madia passou anos trabalhando no Japão – ele nos conta que, ao voltar, uniu-se a outros artistas e, juntos, passaram a atuar mais assiduamente na cidade e comenta que hoje se percebem grandes melhorias no setor cultural local. Ele mesmo é um dos grandes atuantes nesse sentido: atualmente está responsável pela produção artística do projeto “Domingo no Parque”, entre outros. O compositor conta que o nome do evento que atrai muita gente ao Parque Carlos Alberto de Souza, no bairro do Campolim, aos domingos, deixou de ser chamado de Domingo na Praça por seu constante crescimento e evolução, contando hoje com várias atrações culturais e de lazer, bem como a feira de artesanato, inserida no contexto por ideia do secretário das Relações do Trabalho, Luiz Alberto Firmino, e também porque pretende levá-lo a outros parques da cidade. “O projeto tem um ano e três meses e o nome “Domingo na Praça” foi escolhido porque deveria acontecer na praça central da cidade mas, como não foi viável, trouxemos ao Parque Campolim e agora deverá chegar também aos parques da periferia”. Carlos Madia destaca que a grande maioria das pessoas que hoje vai ao Campolim vem de outros bairros, de outras cidades: “O projeto já pode ser considerado uma atração turística de Sorocaba”. Ele faz questão de lembrar que quem primeiro viu os pontos mais positivos do projeto “Domingo no Parque” como fonte de cultura, lazer, cidadania e geração de renda foi a atual secretária da Cidadania, Mazé Lima. Hoje a Secretaria da Cultura tem também um papel importante no projeto, assim como a de Relações do Trabalho. Além do “Domingo no Parque”, já consolidado e tendendo a crescer cada vez mais, o produtor Carlos Madia atua também no Sonoridarte e no Cultura da Hora, lembrando também aos empresários locais o quanto é importante apoiar projetos culturais, com patrocínios, que podem ser feitos através, por exemplo, da Lei Rouanet, a qual destina parte do imposto de renda ao apoio à cultura.
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Artes
Cênicas
Teatro Popular do Sesi:
erudit o e do popular
o encontro do
O Teatro Popular do Sesi de Sorocaba Dr. Armando Pannunzio tem capacidade para acomodar 253 pessoas sentadas, recebe frequentemente apresentações gratuitas de teatro, cinema, dança e músicas erudita e popular. No local, funciona o Núcleo de Artes Cênicas do Sesi, que atende, em média, 220 alunos por ano no curso de iniciação teatral.Um projeto já está sendo elaborado para a construção de um novo teatro, com capacidade para mais de 400 lugares, no terreno de 20 mil m2 onde, atualmente, funciona o Feirão de Automóveis no bairro Mangal. O investimento, que inclui ainda a expansão do Centro Educacional, será de R$ 27 milhões.
Usina Cultural está localizada em prédio histórico Para quem gosta de prestigiar a arte cênica, Sorocaba reserva boas opções quanto a salas de teatro, como o Teatro Municipal Teotônio Vilela, a Usina Cultural Ettore Marangoni e o Teatro do Sesi. A Usina Cultural Ettore Marangoni é hoje um dos principais palcos para apresentações teatrais e eventos como a exibição de filmes no Cinecult. Por quase três anos, o prédio histórico, que fica às margens da avenida Dom Aguirre, ficou fechado para restauração e adequações e, a partir de 2008, passou a receber os espetáculos.
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I
Sorocaba Sempre
Oficina
Cultural
naugurada em abril de 1994, a Oficina Cultural Grande Otelo está instalada no antigo prédio do Fórum Municipal e conta com ateliês, salas multimeios, sala de dança, laboratório fotográfico, espaço para exposições, camarins e auditório para 100 pessoas. A coordenadora regional, Bernadete Pacheco, explica que as oficinas culturais têm como principal objetivo um diálogo permanente com o público de diversas idades. O objetivo principal é fomentar, despertar, instigar e levar à reflexão, com ações de estímulo às diferentes expressões culturais através de atividades em diversos formatos e linguagens que possam embasar demandas e atender solicitações explícitas de dirigentes culturais da região, que trazem à tona experiências inovadoras.
Bernadete destaca que o trabalho da Oficina Cultural não se restringe a Sorocaba, mas é uma oficina regional e são desenvolvidos trabalhos com mais de 65 municípios, localizados até quase na divisa com o Paraná. Em 2009, a Oficina Cultural Grande Otelo ofereceu 5.900 vagas e 175 atividades. No primeiro semestre deste ano, foram abertas 700 vagas em diversas áreas e mais de 1.200 pessoas procuraram pelos cursos e atividades oferecidos. As práticas voltadas para o teatro são intensas, mas, em 2010, os trabalhos estão voltados também à literatura. No primeiro semestre, foram realizadas palestras com representantes da Academia Sorocabana de Letras e, neste segundo semestre, será abordado o gênero crônica. Outra atividade destacada por Bernadete é a temática do hip hop, trabalhada em várias linguagens como dança e música.
Grande Otelo As mais diversas expressões culturais
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Sorocaba Sempre
Entrevista
Espaços culturais precisam
ser ocupados ocupados,
diz Lippi
O caminho é a parceria
A
penas neste ano, a população sorocabana foi presenteada com uma série de espaços destinados à realização de apresentações artísticas e manifestações culturais. As recentes inaugurações do Chalé Francês, do Teatro Estação e da Casa de Espanha, segundo o prefeito Vitor Lippi, revelam que o planejamento da cidade tem colocado a cultura como prioridade para a atual gestão municipal. “Queremos transformar todas essas instalações do Jardim Maylasky, junto ao Palacete Scarpa, o Museu Histórico Sorocabano e a Estação Ferroviária, em um complexo histórico-cultural vocacionado para a cultura”, afirma o prefeito. Além do polo de “efervescência cultural” no qual essa região pretende se transformar, com diversas atividades como apresentações, cursos e oficinas, os espaços destinados às práticas artísticas também parecem estar espalhados por todos os cantos da cidade. “Todas as novas escolas municipais têm teatro e isso está aberto a toda população. As unidades do Território Jovem, do Jardim Ipiranga e do Nova Esperança também têm sido utilizadas para atividades de cultura e lazer”, comenta Lippi. O chefe do Executivo destaca que todos os novos parques da cidade, como o Parque das Águas, da Vila Formosa e do Central Parque possuem teatro de arena. “Nós vamos, em breve, inaugurar um parque no Jardim Rodrigo que também terá teatro de arena. Ou seja, nós estamos sempre com foco pensando na cultura, criando espaços que possam favorecer as manifestações culturais”, comenta.
Diferentemente de um passado não tão distante, Sorocaba hoje não sofre com a ausência de espaços destinados à cultura. No entanto, a ocupação desses locais, com realização de eventos e de iniciativas da própria comunidade, ainda tem muito terreno para avançar. Segundo Lippi, uma das soluções para a ocupação efetiva dos espaços culturais tem sido a realização de parcerias com produtores culturais da cidade. “Temos o “Domingo no Parque”, do Carlos Madia e o “Tom Natural”, da Gas Natural, que têm levado grande público a esses eventos”, ressalta o prefeito. Para ele, as parcerias com a iniciativa privada são fundamentais. “O importante é fazermos (apresentações artísticas) por meio de parcerias porque diminui o custo e quanto maior o público que a gente tiver é mais fácil de ele (empreendedor) se autofinanciar”, justifica o prefeito, que vem estimulando empresas da cidade a participarem da Lei Rouanet. Com tantos espaços voltados à cultura, cabe aos artistas, empresários e produtores culturais a iniciativa de incrementarem a realização dos espetáculos artísticos no município. “Nós temos muitos talentos locais, grupos de teatro amador e os nossos espaços estão à disposição. Hoje temos grande quantidade de espaços destinados às manifestações culturais, agora estes espaços precisam ser efetivamente ocupados”, defende.
“Queremos transformar todas essas instalações (do Jardim Maylasky, junto ao Palacete Scarpa, o Museu Histórico Sorocabano e a Estação Ferroviária) em um complexo histórico cultural vocacionado para a cultura”, afirma o prefeito.
Sorocaba Sempre
Cineclube Quilombinho
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Cineclubes
CineCafé
N
os últimos anos, os sorocabanos ganharam, como opção para assistir a bons filmes, os cineclubes. As jornalistas Larissa Gallep e Mariana Campos explicam que o “Usina CineCult” é realizado pela Prefeitura de Sorocaba, por meio das secretarias da Cultura e Lazer e da Comunicação, e os filmes são exibidos quinzenalmente. Já foram mais de 50 apresentações desde dezembro de 2008, na Usina Cultural Ettore Marangoni. “Nossa intenção é proporcionar uma opção gratuita e diferenciada de lazer e cultura. Visualizamos um espaço para fomentar o gosto pelo cinema. As pessoas vão descobrir que outros filmes podem ser tão bons quanto os chamados ‘pipoca’”, afirmam as jornalistas.
Numa iniciativa de promover o cinema e o vídeo, o Sesc de Sorocaba apresenta o projeto CineCafé, com exibições na Oficina Cultural Grande Otelo, com curadoria do cineasta Marcelo Domingues. Os filmes exibidos são consagrados pelo público e pela crítica, sendo clássicos, alternativos ou contemporâneos, em maior parte fora do circuito comercial. O projeto é um espaço de discussão e construção de um novo panorama cinematográfico, através de bate-papos.
Sesi Cinema
Levando cinema de qualidade à população
O Cineclube Quilombinho teve a sua primeira exibição no final de 2008 com o filme Orfeu Negro. Há o apoio da Secretaria de Cultura de Sorocaba e um nome que não é esquecido pelos idealizadores é o do ator Paulo Betti. Segundo Andreia Oliveira, o objetivo do projeto é levar a questionamentos e reflexões que provoquem mudanças de atitudes, que as pessoas saiam de uma exibição com outra forma de ver a cultura do outro, a forma de viver do outro, afinal, que aceitem as diferenças existentes.
O Sesi (Serviço Social da Indústria) oferece o Cinema Itinerante que já apresentou 17 mostras. Desde sua implantação, em 2005, foram exibidos 206 longasmetragens e 44 curtas-metragens em 5.688 sessões gratuitas. O projeto recebeu um público de 170 mil espectadores.
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Sorocaba Sempre
Novos
espaços Secretário da Cultura, Anderson Santos, prefeito Vitor Lippi e a arquiteta Maria Inês Deluno detalham o projeto de expansão cultural
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m dos mais antigos prédios históricos de Sorocaba, construído há mais de 82 anos, deverá se tornar um novo espaço destinado à cultura na cidade. Localizado na rua Paes de Linhares, o Matadouro fica em uma área com cerca de 25 mil metros quadrados, cortada pelo rio Sorocaba e com bastante vegetação nativa. A construção é formada por tijolos aparentes, com inspiração no estilo arquitetônico inglês. Quando foi inaugurado, em 8 de janeiro de 1928, tinha a capacidade para abater 150 animais diariamente. Acabou fechado na década de 1970.
Antigo Matadouro Municipal será transformado em complexo cultural Atualmente o prédio está desativado, sendo o terreno usado como uma central operacional do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Além da restauração do prédio, o espaço ao seu redor será revitalizado, iluminado e receberá arborização e paisagismo. De acordo com o prefeito Vitor Lippi, o espaço será concebido como um novo centro cultural, dedicado principalmente para pesquisas e apresentações de teatro. Já o entorno deverá abrigar serviços da Ciretran e o Feirão do Automóvel, que serão transferidos do bairro Mangal em razão da doação do terreno para o Serviço Social da Indústria (Sesi).
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Produtores
Caramez: um nome ligado a grandes espetáculos A ligação de João Caramez com a cultura começou muito cedo. Ele nos conta que, quando garoto, já fazia cinema em caixinhas de papelão e cobrava “ingresso” das crianças. No final dos anos 60, Caramez começou a participar dos festivais de música do Clube União Recreativo como compositor e passou a promover outros festivais, como os da “Concha Acústica” e, posteriormente, do próprio Recreativo, já como organizador ao lado de Pedro Salomão José. Profissionalmente, Caramez começou a trabalhar com eventos culturais diversificados em 1978, quando trouxe para a cidade o show de Ivan Lins, seguido de Rita Lee e muitos outros. Ele comenta que, durante sua trajetória profissional, veio a vontade e intenção de fazer, novamente em Sorocaba, os bons festivais de música e, assim, com o apoio da Secretaria da Cultura, nasceu o “Prêmio Sorocaba de Música”, que teve recentemente sua 5ª edição e que hoje é um dos mais prestigiados festivais de música do país, com participação não só dos sorocabanos mas de muitos talentos de outras cidades e estados. Com relação a shows de grande porte, Caramez explica que as exigências legais são cada vez maiores, o que se por um lado é necessário, por outro requer cautela na elaboração das leis que regulam os eventos para que não os tornem inviáveis. João Caramez é, sem dúvida, sinônimo de “cultura”, trabalhando direta e efetivamente para que Sorocaba tornese cada vez mais uma cidade ícone de grandes eventos.
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Sorocaba Sempre
Promotores
Sorocaba
dança com estilo O
Centro Hípico Pagliato é, há 12 anos, uma das principais casas countries do interior de São Paulo. Norma Sinocca, do Centro Hípico Pagliato, afirma que, antes do local ser destaque em shows, todas as atrações eram concentradas em aulas de equitação e, com o passar do tempo, os frequentadores passaram a se reunir para um bom bate-papo e tocar violão. Os bailes, segundo ela, começaram a ser promovidos em 1998 e, aos poucos, o Centro Hípico foi se destacando como local onde eram realizados diversos shows de artistas sorocabanos ou da região e de nomes conhecidos da mídia nacional, além de grandes eventos e festas típicas de peão. Em uma área de oito alqueires, no Jardim Itanguá, é possível ainda passar bons momentos com a família no restaurante que fica em área do Centro Hípico Pagliato, aberto aos sábados.
Norma Sinocca
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Hip Hop
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ntes, restrito aos bailes black do Clube 28 de Setembro. Hoje, parte definitiva da cultura sorocabana. Denominado filosofia das ruas, o hip hop surgiu nos anos de 1960, nos Estados Unidos, e, pouco tempo depois, em meados dos anos 1980, chegou ao Brasil. Praticamente ao mesmo tempo, desembarcou em Sorocaba. O hip hop está espalhado pelos quatro cantos da cidade. Mesmo assim, não perdeu o estigma de marginalidade que o acompanha. Manteve, no entanto, o caráter de voz da periferia, como acontece no bairro Ana Paula Eleutério, o Habiteto. Lá, os quatro elementos do movimento (o rap, o grafite, o break e o DJ) podem ser vistos e ouvidos constantemente.
A filosofia das ruas O MC Claudinei Pereira da Silva, de 30 anos, morador do bairro, diz que encontra no movimento uma forma de expressar sua realidade. “O rap fala com a gente, bate com o que a gente está vivendo. O rap tem uma informação muito forte, fala da realidade em que vivo”. O jovem tem o grupo Rebeldes Conscientes, do qual fazem parte, ainda, dois de seus sete filhos. É o mesmo que pensam os MC’s Willian de Oliveira Ribeiro, 20, e Douglas Eduardo dos Santos, 21. Integrantes do grupo Mente Periférica, eles apontam que encontram no hip hop uma forma de identificação. “O movimento passa uma mensagem. No rap, eu pude falar o que eu pensava, escrever o que eu sentia”, diz Santos.
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Sorocaba Sempre
Projeto
Artístico
Réplica do 14 Bis e busto de Santos Dumont estão na Vila Angélica
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m comemoração ao 137º aniversário de Santos Dumont, comemorado em julho, foi inaugurado um monumento em homenagem ao pai da aviação. Foi instalada a réplica do avião 14 Bis e houve a colocação do busto do inventor brasileiro, em frente ao aeroporto Bertram Luiz Leupolz, na Vila Angélica. A réplica do famoso avião biplano construído pelo brasileiro Alberto Santos Dumont, em 1906, tem 7,50 metros de comprimento, 2,90 metros de altura e 9,80 metros de envergadura, pesando 2,2 toneladas. O projeto mantém 70% das características do modelo original e foi idealizado pelo pesquisador Emanuel Rodrigues e pelo empresário Marcos Valdir Dias, sendo desenvolvido por Márcio Luis Pensa durante três meses, sob a orientação do arquiteto Amilton Silveira. Como a estrutura ficará exposta ao tempo, ela foi montada com materiais resistentes às adversidades climáticas. Sua fuselagem e asas são em aço carbono e o revestimento em chapas de aço de 1,21 milímetro.
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Teatro
Municipal
Grandes artistas, grandes espetáculos Projetado pelo arquiteto L. A. G. Nararrette, o Teatro Municipal Teotônio Vilela (TMTV) foi inaugurado em 29 de janeiro de 1983, com a apresentação da Orquestra Sinfônica e Coral Getúlio Vargas. Construído em uma área de 450 m2, conta com dois espaços cênicos: um interno e outro externo, o Teatro de Arena. O hall de entrada do TMTV abriga o acervo do Museu do Teatro, que preserva objetos e documentação dos espe-táculos ali exibidos.
O espaço é dotado de instalações e equipamentos para acolher espetáculos teatrais, de dança ou música, do mais alto nível, tendo sido frequentemente elogiado por artistas de renome pela sua excepcional acústica. Um movimento pretende a mudança do nome do teatro para Rubens Pellini, um dos grandes nomes do teatro sorocabano, entre outros, como Homero Búfalo, Osório T. Moraes (cujo nome designa hoje o Teatro de Arena), Pedro Salomão José, Armando de Oliveira Lima, Werner Rothschild e Afonso e Elvira Gentil.
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Preservação
Estação Ferroviária também tem espaço para apresentações
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ecentemente foi inaugurado o Teatro Estação, com a ocupação de um dos mais importantes prédios históricos da cidade: a Estação Ferroviária. Com direito a um sistema de iluminação cênica, sonorização ambiente e camarins, o Teatro Estação – que tem uma área total de 88 metros quadrados – conta com cadeiras estofadas individuais, não presas ao chão, para possibilitar a modificação do layout das apresentações, dando maior versatilidade ao local. A exemplo de teatros alternativos da capital, como o Teatro Fábrica e as salas do Teatro do Sesc Paulista, o Teatro Estação – que tem até 50 poltronas disponíveis – possibilita a grupos de teatro profissionais e amadores a realização de espetáculos diferenciados, onde o público poderá se movimentar ou se posicionar em pé ou sentado no chão, por exemplo, para aumentar a interação público/peça conforme a intenção da direção artística. A peça que inaugurou o local, no primeiro semestre deste ano, foi O Estrangeiro Misterioso, que aborda a vida de Luís Matheus Maylasky, sob a direção de Rodrigo Cintra.
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Vai e Vem
ao alcance de todos
I
niciativa da Prefeitura de Sorocaba para incentivar a população à leitura, o “Vai e Vem” tem muita procura pelo público. Diariamente, pelo menos 150 pessoas visitam sua sede no Terminal Santo Antônio para retirar gratuitamente exemplares de um acervo de cerca de 20 mil livros, dos mais diferentes gêneros e autores. Para emprestar um livro no “Vai e Vem”, basta escolher o título e levá-lo, sem a necessidade de cadastramento algum. Não há também um prazo estabelecido para a devolução, mas, mesmo assim, o índice de devolução dos livros é superior aos 80%. Na sede do projeto, os frequentadores também podem utilizar o espaço para ler os jornais do dia ou as revistas da semana. A inspiração para o projeto em Sorocaba surgiu em 2007, quando o prefeito Vitor Lippi visitou a Colômbia e conheceu um projeto similar chamado "Livros ao Vento”. Atualmente, há um protótipo de um carrinho com livros, que é levado ao projeto “Domingo no Parque”, no Campolim. Em breve, mais destas unidades móveis estarão disponíveis nos 21 Sabe Tudo e nas cinco Casas do Cidadão, distribuídos em regiões estratégicas da cidade. Nesses locais ficará um carrinho do "Vai e Vem".
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Museu
Histórico Sorocabano
A preservação histórico-cultural da cidade Sorocaba é uma cidade cheia de história e muitos pontos essenciais não são esquecidos por seus museus. O mais importante é o Museu Histórico, com rico acervo que começou a ser formado no início do século passado. Nele há objetos e documentos, a história do surgimento de seus ilustres moradores e personalidades, que tiveram participação ativa na formação e desenvolvimento de Sorocaba e do país. Embora a data de fundação seja considerada 3 de março de 1954, foi a partir da mudança para a antiga casa de Francisco Xavier Paes de Barros, o “Capitão Chico”, em 20 de outubro de 1968, que o Museu se consolidou como centro de exposição e estudos da cidade.
Segundo registro em livro próprio, o casarão que abriga o Museu, localizado no interior do Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, foi doado pelo Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar como dote pelo casamento de sua irmã com o Capitão Chico. O casarão, construído em 1780, hospedou, entre outros moradores ilustres, a Marquesa de Santos (Domitila de Castro) quando ela se refugiou em Sorocaba ao fugir da Revolução Liberal de 1842.
De objetos arqueológicos, passando pela etnologia, aos primeiros bandeirantes que por aqui passaram; da Real Fábrica de Ferro Ipanema ao Ciclo do Tropeirismo; a escravidão dos negros; a Revolução Liberal de 1842; a implantação da indústria têxtil, tudo está registrado no Museu Sorocabano. Urnas funerárias e artefatos indígenas também constam do acervo, preservando relíquias que atraem visitantes de toda a região.
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Sorocaba Sempre
Bibliotecas
Renato Sêneca de Sá Fleury há décadas encanta o público infantil
Rico acervo à disposição dos sorocabanos Em Sorocaba, a primeira Biblioteca Municipal de que se tem notícia foi criada em 27 de maio de 1941 pelo então prefeito, capitão Augusto César do Nascimento Filho. A Biblioteca Municipal Jorge Guilherme Senger foi inaugurada no dia 10 de dezembro de 2004 e está localizada no Alto da Boa Vista. Com 3 mil m2 de área construída e uma arquitetura arrojada, a Biblioteca Municipal de Sorocaba conta com um espaço funcional para a prática da leitura e da pesquisa, elementos fundamentais para a formação escolar, intelectual e do embasamento dos conceitos que regem a prática da verdadeira cidadania. O prédio tem mais de 50 mil volumes. No local, estão a Biblioteca Braille, o Acervo de Pesquisa (livros que podem ser lidos e pesquisados apenas no recinto), a Hemeroteca (recorte de jornais e revistas com temas atualizados e história de Sorocaba) e a Reserva Técnica (livros para substituição e reposição do acervo). São mais de 1.663 volumes em livros impressos no sistema braille e 1.200 títulos de livros falados e gravados em fitas cassete.
A Biblioteca Infantil Renato Sêneca de Sá Fleury tem vários diferenciais, afirma o administrador da biblioteca, José Rubens Incao. Ele cita as coleções de revistas antigas, como O Cruzeiro e Manchete, tudo para pesquisa, além do arquivo sonoro com discos e livros sobre diversos estilos de música. Segundo ele, são 19 mil gravações, de 1904 até os últimos exemplares em vinil. Incao afirma que, além das consultas sobre temas referentes à música, há eventos na área, como o “Encontros com o Choro”, aos sábados. Mais consultas ainda podem ser feitas aos acervos de historiadores sorocabanos como Benedito Cleto, Landa Lopes, Rogick Vieira e Renato Sêneca de Sá Fleury. E ainda há os livros infanto-juvenis e a Gibiteca, com quatro mil gibis. Incao lembra que o prédio em que a Biblioteca está localizada é histórico.
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Sorocaba Sempre
Museu
Ferroviários são destaque na história sorocabana A Estrada de Ferro Sorocabana tem forte relação com a vida de muitos cidadãos pois trouxe muitas oportunidades de emprego e desenvolvimento para a cidade. O Museu da Estrada de Ferro Sorocabana fica no casarão em estilo inglês, datado de 1910, que serviu de residência aos engenheiros da empresa. O acervo é composto por peças e documentos sobre a ferrovia, servindo de base para estudos dos pesquisadores. Merecem destaque, entre outros, a Sala do Império, a efígie de Dom Pedro II (esculpida por Goterrot) e o quadro com o decreto imperial autorizando a construção da ferrovia. O Museu fica na rua Dr. Álvaro Soares, 553, Centro. A visitação pode ser feita de terça a domingo, das 9 horas às 16h30. Para pesquisadores, o acervo está disponível de segunda a sexta, das 8h30 às 16h30.