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PAPEL CARTÃO

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Sempre na linha de frente dos pontos de venda, embalagens secundárias querem mostrar mais seu valor

ENTREVISTA: A expansão do mercado de PET • METÁLICAS: Vinhos adotam garrafa de alumínio



EDITORIAL

}}} UMA

CONVERSA COM O LEiTOR

Considerações a respeito de um e-mail

R

EMBALAGEMMARCA é

uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 São Paulo, SP Tel.: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463 www.embalagemmarca.com.br Filiada ao

incluídas embalagens flexíveis, sacos de papel kraft, papel cartão laminado, embalagens para congelados, para forno de microondas, rótulos – enfim, tudo que se possa imaginar na área. Ante tão ampla disponibilidade, não nos preocupamos então em estipular qual seria a possível ameaça representada pela concorrência previsivelmente imbatível em termos de preço para o papel cartão. Afinal, ela é bem mais abrangente, e não teria muito sentido reservar o privilégio da ameaça predatória a um único segmento. Assim, preferimos abordar na reportagem, que aparece a partir da página 10, o potencial de mercado da cadeia de valor da embalagem de papel cartão, a alta qualidade do produto celulósico brasileiro e a interessante abordagem que as gráficas dedicadas ao segmento fazem do produto: embora seja tecnicamente definido como “embalagem secundária”, na maioria dos casos ela é a primeira ser vista pelo consumidor nos pontos de venda e, nessa situação, a que melhor cumpre as funções de atraí-lo e convencê-lo a comprar. Acreditamos que, atingidas essas metas – alvo que entre outras exigências coloca o necessário empenho das indústrias fornecedoras de papel cartão e das gráficas em inovar permanentemente, aprimorar a qualidade de seus serviços, elevar a produtividade e serem cada vez mais competitivas –, não haverá oferta vinda de fora que consiga vingar por aqui. Até fevereiro.

Wilson Palhares

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Redação: redacao@embalagemmarca.com.br

Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br Departamento de arte: arte@embalagemmarca.com.br

Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br Assistente de arte: Jorge H. I. F. Santos | jorge@embalagemmarca.com.br Administração:

Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br Departamento Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br

Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br Karin Trojan | comercial@embalagemmarca.com.br Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br

2010

2010

PRÊMIO EMBALAGEMMARCA

TECNOLOGIAPRODUTIVIDADEGIROCONVENIÊNCIAINOVAÇÃOREDUÇÃODECUSTOSIMPACTOAMBIENTAL VIDADEPRATELEIRAAGREGAÇÃODEVALORLOGÍSTICAMATERIAISDESIGNCOMUNICAÇÃOSEGURANÇA

Grandes cases de embalagem

Circulação e Assinaturas (Assinatura anual: R$ 99,00):

Marlyan Dulz | assinaturas@embalagemmarca.com.br Eventos: Manuel

Dias | eventos@embalagemmarca.com.br

“Se a indústria de embalagem se empenhar em inovar, aprimorar a qualidade de seus serviços, elevar a produtividade e ser competitiva, nenhuma oferta vinda de fora vingará por aqui” Público-Alvo

EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos. O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

foto de caPa: carlos gustaVo curado

ecentemente recebemos, como provavelmente aconteceu com muitas e muitas empresas no Brasil, um e-mail procedente de Xangai, em que uma gráfica localizada naquela cidade chinesa oferece, em inglês, serviços de impressão dos mais variados tipos de embalagens, nos mais variados substratos, em todos os processos conhecidos. O remetente pretende tirar proveito do atraente mercado brasileiro e, para isso, simplesmente apresenta seu menu e se coloca à disposição de quem tiver interesse em informar-se. Não fala em preços. Não nos sentimos motivados a consultá-lo, sequer para confirmar nosso pressentimento de que os valores dos serviços daquele fornecedor devem ser mais baixos do que os que circulam na praça. Também não nos preocupou apurar qual a qualidade dos serviços oferecidos, mas pelo que conhecemos da produção gráfica chinesa desconfiamos que deve ser muito boa. Por que, então, citamos aqui esse fato aparentemente fortuito, mais um entre milhares de spams que invadem os endereços eletrônicos mundo afora? Fazemos isso pela simples razão de que, ao receber a mensagem, preparávamos uma reportagem sobre o empenho das gráficas brasileiras especializadas na impressão de embalagens de papel cartão em valorizar o produto e evidenciar ao máximo seus atributos, de modo a conquistar mais espaço junto à indústria usuária e aos consumidores finais. No leque de ofertas da mensagem chinesa estão


suMárIo }}} Nº 137 }}} JANEIRO 2011

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Capa: Papel Cartão

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Internacional cresce o uso de carteira com mecanismo deslizante no mercado farmacêutico europeu

Setor de papel cartão se movimenta e pleiteia valorização das embalagens feitas do material

Internacional

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surgem, nos eua, os primeiros vinhos em garrafa de alumínio

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Entrevista

Presidente da abipet fala dos esforços ambientais e do crescimento da indústria do Pet

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Farináceos

embalagem a vácuo é a novidade de dona Benta, da J. Macêdo

Lynn Dornblaser

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exemplos de embalagens que facilitam e enriquecem a experiência de consumo

Cachaças

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rotulagem cria efeito especial de superposição em garrafa de marca paulista

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Vitamínicos

Yakult reformula apresentações de seus produtos

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E mais Editorial

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Só na web

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Panorama

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Painel Gráfico

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Display

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Índice de Anunciantes

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Almanaque

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SÓ NA WEB

Edição: FLÁVIO PALHARES ||| flavio@embalagemmarca.com.br

Amostra da seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e da e-newsletter semanal da revista

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Transformação em arte Concurso estimula a produção de esculturas com caixinhas recicladas Veja mais: emb.bz/tetra

GÁS DE COZINHA

Ultragaz apresenta novos vasilhames Embalagens são mais leves Veja mais: emb.bz/ultragaz

MEMÓRIA

Museu do Ipiranga realiza exposição de embalagens de doces CURSO

Mostra “Papel de Bala” fica em cartaz até março Veja mais: emb.bz/balas

Especialização em perfumaria Pós da Faculdade Santa Marcelina tem apoio de grandes indústrias Veja mais: emb.bz/fasm

INTERNACIONAL TECNOLOGIA

Embalagens luminosas chamam atenção no ponto de venda Caixas acendem quando aproximadas de campo magnético Veja mais: emb.bz/ecoupled

Empresa americana lança cerveja em “capítulos” Microcervejaria estampou em seus rótulos história da década de 1920 Veja mais:

emb.bz/capitulos

Download de edições

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Todas as edições de EmbalagemMarca estão disponíveis para download gratuitamente no endereço: www.embalagemmarca.com/pdf

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PANORAMA

}}} MOViMENTAçÃO

NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Dados ao alcance do público

Código dá acesso a informações guardadas em banco de dados on-line

Produtora brasileira é a primeira no mundo a ter caixinhas de leite rastreadas A cooperativa catarinense Aurora tornouse a primeira empresa do mundo a disponibilizar para seus consumidores um sistema de rastreabilidade ativa para leites longa vida. Batizado de P.A.R. (Produto Aurora – ou Aurolat – rastreado), a iniciativa é fruto de uma parceria com a Tetra Pak. “Já tínhamos a ideia há quase seis anos. A Aurora se interessou pelo projeto e se propôs a ser pioneira mundial”, conta o diretor de marketing da Tetra Pak Brasil, Eduardo Eisler. Produzidos numa fábrica em Pinhalzinho (SC), os leites da Aurora são acondicionados em caixinhas de 1 litro

dotadas de um código no topo. Ao digitar a combinação numa área exclusiva do site da fabricante, o consumidor acessa um banco de dados com informações sobre a unidade adquirida, tais como data de produção, nomes das cooperativas fornecedoras do leite, a análise de qualidade de matériaprima e tabela nutricional. Todo baseado em softwares especiais, o sistema de rastreabilidade ativa foi desenvolvido pela subsidiária brasileira da Tetra Pak com apoio da matriz sueca. De acordo com Eisler, outros clientes já estão em negociação para aquisição do sistema.

VIDRO

PLÁSTICAS

Leve e maior Verallia apresenta garrafa de 1,5 litro com peso reduzido Numa expansão de sua linha Ecova de garrafas com apelo de sustentabilidade, a Verallia (ex-Saint-Gobain) apresenta uma opção com 1,5 litro. Desenvolvida especialmente para o mercado de vinhos, a novidade está disponível nos formatos Bordeaux e Bourgogne, com fechamentos rolha ou pilfer (tampa de rosca). De acordo com a fornecedora, a produção da embalagem exige 15% menos matéria-prima em relação às garrafas convencionais de vidro com igual capacidade volumétrica, além de reduzir o consumo de energia em 4% e a emissão de gás carbônico em 15%. Segundo o diretor comercial da Verallia, Paulo Dias, a nova garrafa apresenta o mesmo desempenho dos modelos convencionais. “Garrafas grandes e leves eram tudo o que o mercado esperava, pois ajudam a otimizar os custos logísticos”, diz o executivo.

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Voltada a vinhos, embalagem utiliza 15% menos matériaprima

Mais poliéster bi-orientado Terphane planeja construir nova fábrica de filmes de BOPET Líder na produção de filmes de poliéster bi-orientado (BOPET) para embalagens flexíveis e aplicações industriais na América Latina, a Terphane anunciou que planeja investir algo próximo a 100 milhões de reais na construção de uma segunda fábrica no Brasil. A unidade deverá ser inaugurada em 2012, em local ainda indefinido, e poderá dobrar a capacidade instalada da empresa no País – hoje, de 34 000 toneladas por ano. A empresa tem uma unidade na cidade de Cabo de Santo Agostinho, próxima a Recife, e controla ainda uma pequena fábrica no seu país de origem, os Estados Unidos, em Bloomfield, no estado de Nova York. O diretor-geral da Terphane, Renan Bergmann, disse ser grande a chance de a nova fábrica ser instalada próximo à base pernambucana. Desde meados de 2010 a empresa trabalha com 100% de sua capacidade tomada, o que pesou a favor da expansão. O projeto é apoiado pelo novo dono da Terphane, o Vision Capital. Em setembro último, o fundo inglês adquiriu o controle do negócio junto ao grupo de private equity americano Rhone Capital.

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Edição: GUILHERME KAMIO ||| guma@embalagemmarca.com.br

11,85%

foi o crescimento das vendas da indústria nacional de papelão ondulado em 2010, segundo balanço da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). O setor comercializou 2,543 milhões de toneladas do material, contra 2,273 milhões de toneladas em 2009. O desempenho reflete o aquecimento do consumo no mercado interno no ano passado, já que a principal aplicação para o papelão ondulado é a confecção de caixas de transporte.

METÁLICAS

Vidraria investe em latas Ardagh adquire a Impress, potência em embalagens metálicas Autoridades europeias e americanas aprovaram no fim de 2010 a aquisição da impress, uma das maiores fabricantes mundiais de embalagens metálicas, pela vidraria irlandesa Ardagh Glass. O negócio, de 1,7 bilhão de euros, resultará na criação de uma nova empresa, a Ardagh Packaging Group. “É um divisor de águas que nos proporcionará escala e alcance globais”, disse o presidente da

Ardagh, Paul Coulson. A impress possui 57 fábricas em 22 países ao redor do mundo, empregando 7 500 pessoas. Em 2009, registrou vendas de 1,8 bilhão de euros. Já a Ardagh Glass é a terceira maior produtora de embalagens de vidro da Europa (fica atrás somente da Owensillinois e da Verallia), possuindo 24 fábricas em sete países. No ano passado, a receita da empresa foi de 1,2 bilhão de euros.

CODIFICAÇÃO

Prioridade ao meio ambiente Nova codificadora a jato de tinta destaca atributos “verdes” Com lançamento oficial previsto para fevereiro próximo, a 9232 é a mais nova codificadora a jato de tinta para pequenos caracteres da Markem-imaje. A fabricante afirma que o diferencial da novidade é o desenvolvimento todo baseado em aspectos ambientais. O equipamento é construído com mais de 80% de materiais recicláveis, opera com novas tintas 9232: tintas sem acetona e baixo consumo energético

sem acetona ou MEK (metiletilcetona) e tem baixo consumo de energia. Os predicados “verdes” são acompanhados por cartuchos de alto rendimento, capazes de imprimir até 86 milhões de caracteres por litro e substituíveis sem necessidade de parada de máquina, e uma tela touchscreen de 7 polegadas para o controle. A 9232 imprime códigos de barras uni e bidimensionais (Data Matrix) a velocidades de até 6,6 metros por segundo, em até cinco linhas de impressão.

fonte: aBPo / Jan. 2011

O NÚMERO


}}} rePortaGeM de caPa

Secundárias querem ser vistas como Gráficas dedicadas a embalagens de papel cartão se empenham em reforç Por Wilson Palhares

P

ara variar, foram alarmistas os rumores, intensos nas proximidades do final do passado, de que ocorreria uma crise de desabastecimento de papel cartão no mercado brasileiro, ante o forte crescimento do consumo motivado pelo aumento da renda em geral e do dinheiro extra do 13º salário. Superado o pico da procura, a produção brasileira de papel cartão (e de artigos celulósicos em geral) voltou à situação normal de oferta superior à demanda, na qual se consumem internamente 60% e se exportam 40% de tudo que é fabricado no País. A rigor, o setor está estável, e não há no horizonte sinais de que ocorram fusões como a da Ibema com a Papirus, que deverá consolidar-se em meados deste ano, quando concluídas as auditorias a que ambas as empresas estão sendo submetidas. Em poucas palavras, o setor de papel e celulose, com ênfase no papel cartão, vai bem e se empenha agora em desenvolver produtos inovadores, ao lado da sustentabilidade, comprovadamente, uma forma muito eficaz de ser competitivo em âmbitos local e internacional.

Mas, embora confortavelmente embalada em 2010 por índices de crescimento de 6,7%% na produção de papel cartão e de 17,2% de aumento nas vendas internas de embalagens feitas do material, há na cadeia de valor dessa matéria prima quem esteja incomodado, por questão de imagem. O incômodo se manifesta sobretudo no elo da transformação, ou seja, nas gráficas que convertem papel cartão em estojos para acondicionar alimentos, medicamentos, cosméticos, perfumes, artigos de higiene pessoal e tantos outros bens de consumo de massa. “Não gostamos nem um pouco de ver a embalagem de papel cartão ser chamada de embalagem secundária, ainda que tecnicamente seja essa a designação”, queixa-se Sidney Anversa Victor, diretor do Grupo Empresarial de Embalagens da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). Esse grupo, responsável por 46% dos 23 bilhões de reais produzidos em 2010 pelas empresas representadas na Abigraf, (sem contar préimpressão), reúne empresários e profissionais de empresas ligadas àquela associação e à Bracelpa, Carriers de papel cartão transmitem a ideia de produto premium a cervejas em comparação com as envoltas em filmes, mesmo com impressão a cores

Variação de decoração em produtos acondicionados em embalagens standard, sem identificação de marca ou conteúdo

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primeiras ar imagem e ganhar mercado que representa o setor de celulose e papel. “Para o consumidor final, em grande parte das vezes, para não dizer na maioria delas, a embalagem de papel cartão é a que leva ao primeiro contato com o produto no ponto de venda”, argumenta Victor. “Além de atender a uma série de necessidades e expectativas do consumidor, ela contribui fortemente para aumentar a percepção de valor dos produtos.”

Sustentabilidade Ante essa constatação, aquele núcleo da Abigraf planeja pôr em marcha uma campanha de valorização da embalagem de papel cartão (ver entrevista na pág. 14), para a qual busca a parceria da Bracelpa. Com a campanha, as gráficas visam conquistar mais adeptos do papel cartão na indústria usuária de embalagens e de melhor informar os consumidores finais sobre os atributos do material. Nessa linha, um dos pontos de destaque será a sustentabilidade do produto, obtido de florestas 100% plantadas, certificadas e “100% renováveis, o que diferencia o papel cartão dos demais materiais de embalagem,” nas palavras de Victor. “Para

Em estojos que lembram carteiras, gomas de mascar ganham status de confeitos sofisticados

Com as crescentes restrições à publicidade, embalagens ganharam força como veículo de inovação e promoção de marca

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completar, é um produto totalmente reciclável, por incontáveis ciclos.” O aspecto da reciclabilidade, consideram os membros do grupo, ganha relevância no contexto da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em fase de implantação no País. Passo importante nessa direção foi o recente lançamento do primeiro Relatório de Sustentabilidade do setor pela Bracelpa, com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative – GRI (ver quadro na página ao lado). Se fosse levado em conta somente seu desempenho, o setor certamente não teria motivos de queixas. Estimativas apresentadas recentemente pela Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa) para o encerramento de 2010 mostram um crescimento de 5,1% na produção de celulose em comparação com 2009, chegando a 14 milhões de toneladas, enquanto a produção de papel (incluídos papel para escrever e imprimir e papel cartão) registraria 3,4% de aumento, alcançando a marca de 9,8 milhões de toneladas. No caso das exportações, onde preponderam os embarques de celulose, os números são superlativos: a receita deveria registrar 41,2% de aumento, chegando a 4,7 milhões de dólares no final do ano passado. O setor aposta na tendência de crescimento para os próximos anos, o que favorece um ciclo de expansão da indústria. Otimista, o presidente do Conselho Deliberativo da Bracelpa, Horacio Lafer Piva, anunciou uma previsão de investimentos de 20 bilhões de dólares até 2020 para ampliação da base florestal (mais 45%), produção de celulose

(mais 57%) e papel e papel cartão (mais 30%). No conjunto de todos os segmentos de papel, a produção deverá atingir 12,7 milhões de toneladas. Assim, do nono lugar entre os maiores produtores, alcançado no ano passado (estava em 11º), até lá o Brasil poderá subir um ou dois degraus. Cabe lembrar que as projeções para a demanda de celulose para o próximo ano indicam um crescimento da demanda de 3% em média ao ano, até 2025, para a celulose de fibra curta, obtida a partir de eucaliptos 100% plantados.

Produtos inovadores Os produtores se preparam para tirar proveito de um cenário favorável, que estimula a expectativa de aumento do consumo mundial de papel e papel cartão de todos os tipos (principalmente de embalagem e para fins sanitários) de 1,5% ao ano nos próximos quinze anos. Nessa tendência, abrem-se oportunidades para a exportação de produtos inovadores, com vistas em primeiro lugar à exportação, já que, não obstante a crise que ainda atinge os Estados Unidos, a Europa e o Japão, há bastante procura por papel cartão com altos teores de brancura e alta rigidez, segundo André De Marco, gerente de produto da Unidade Papel da Suzano Papel e Celulose. O executivo cita dois exemplos que inclui entre os cases de grande sucesso da Suzano. Um é o recém-lançado triplex TP White, apresentado pela primeira vez ao mercado na edição da Pack Expo de Las Vegas, em novembro último e “sucesso

No ponto de venda, além de oferecer cinco faces de exposição, a embalagem pode ser empilhada na horizontal e na vertical, dando novas opções de visibilidade

Para chocolates, papel cartão possibilita a criação de embalagens com formatos diferenciados, picotes e altos recursos de impressão, como hot-stamping e relevo

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imediato nos Estados Unidos”. Basicamente, a rigidez do produto permite ao usuário utilizar gramaturas mais baixas do que as utilizadas regularmente, sem prejuízo da resistência mecânica. O TP White oferece também superfície e verso mais brancos e homogêneos, o que garante resultados de impressão com fundo mais branco e acabamento mais requintado. Dado o êxito do produto, a Suzano está estendendo a linha TP White, com o lançamento do TP White Pharma, triplex de alta performance destinado ao mercado de embalagem de medicamentos, e do TP White Zero Transfer, direcionado ao mercado de alimentos. Segundo o fabricante, o produto controla a transferência de sabor e odor do papel cartão para o alimento. Outro exemplo é o do Art Premium Barr, um triplex com superior barreira à gordura e rigidez mais elevada que a de outros tipos de papel cartão. Desenvolvido inicialmente para embalagens da rede McDonald’s, que já usa cartões Suzano exclusivos em suas embalagens de sanduíches e batatas, o produto está disponível para outras empresas do ramo. Seu principal benefício consiste em melhorar a apresentação do produto entregue ao consumidor final, diz Adriano Canela, gerente executivo de Estratégia e Marketing da Unidade Papel da Suzano. O projeto foi desenvolvido em conjunto com a Brasilgráfica. De sua parte, as gráficas convertedoras querem beneficiar-se da tendência positiva que favorece o papel cartão, apostando sobremaneira no mercado interno. O principal atrativo vislumbrado

Com uso de facas de corte, criação de janelas permite a visualização do produto

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Relatório pioneiro no setor Baseado nas diretrizes do Global Reporting initiative (GRi), organização não-governamental internacional que busca atribuir ao conteúdo de publicações de fundo ambiental e social o mesmo peso dos balanços financeiros das empresas, a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) lançou em dezembro último seu Relatório de Sustentabilidade. Segundo Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da entidade, o principal objetivo da iniciativa é “apresentar o engajamento e o comprometimento das empresas de celulose e papel com o desenvolvimento sustentável do País”. O relatório, o primeiro sobre sustentabilidade no setor no

Brasil, resultou de um processo de discussão, análises e debates que durou dois anos e contou com a participação das empresas associadas da Bracelpa, reunidas no comitê de sustentabilidade da associação.


pelas gráficas está na inclusão de grandes contingentes de consumidores de perfil comprador modesto em faixas de consumo mais sofisticado. O mercado consumidor chamado de baixa renda é composto por cerca de 170 milhões de pessoas, com potencial para movimentar mais de 800 bilhões de reais por ano no País. Nesse potencial, apostam os impressores de embalagens de papel cartão, está embutida a busca de produtos com maior valor agregado, manifesto claramente em suas embalagens (ver entrevista sobre consumo de baixa renda em EmbalagEmmarca nº 132, de agosto de 2010).

Flexíveis de olho Ocorre que os convertedores de materiais concorrentes, em especial aqueles que visam tomar espaços de sistemas de embalagem compostos por recipientes primário e secundário, estão de olho no mesmo mercado. É o caso das embalagens flexíveis em geral e dos stand-up pouches (SUP’s) em particular. Como podem ser colocados em pé, esses sacos plásticos sanfonados representam a mais nova ameaça aos recipientes rígidos e semirrígidos, categoria em que se inserem os feitos de papel cartão, na medida em que oferecem ampla área de exposição nos pontos de venda. Os SUP’s já conquistaram fatias expressivas em algumas categorias de produtos, como aconteceu com as lata de aço e com os potes de vidro para derivados de tomate. A categoria é dominada hoje por aquele tipo de embalagem. Como foi mostrado na reportagem de capa da edição anterior de EmbalagEmmarca, esse tipo de

Material proporciona montagem de estojos tipo “leve 2 e pague 1”

embalagem mostra potencial para entrar em searas nas quais o papel cartão sempre foi hegemônico. O exemplo mais notável talvez seja o de alimentos matinais, em que os SUP’s – uma peça única – são oferecidos como alternativa (revestida de vantagem de preço e de manuseio) às caixas celulósicas, nas quais vão as embalagens plásticas flexíveis contendo o produto. Como o tema da sustentabilidade é campo livre para a semeadura de todos os tipos de argumento, a eliminação de embalagens secundárias entra também na tendência de projetos com propósito verde. Nessa linha, há notícia de que uma grande fabricante de alimentos vem testando a eliminação dos cartuchos que envolvem suas bandejas de pratos prontos. Na defesa do território que sempre dominou, as gráficas se esmeram na oferta de cartuchos com acabamentos cada vez mais elaborados e organizam, por intermédio do Grupo Empresarial de Embalagens da Abigraf, campanha de comunicação destinada a ressaltar as vantagens que o papel cartão ofereceria frente aos materiais concorrentes. O diretor do grupo, Sidney Anversa Victor, que é também diretor da Congraf, aponta para a “multiplicação” de lançamentos de produtos que têm recorrido ao papel cartão para transmitir o conceito de valor percebido. De fato, basta percorrer supermercados, farmácias, lojas de confecção e de produtos de uso pessoal para constatar essa tendência, na qual as funções da embalagem secundária variam de produto para produto, como pode ser observado nos exemplos selecionados aleatoriamente e reproduzidos ao longo desta reportagem.

Além de proteger a garrafa de vidro no transporte, cartucho com impressão especial dá aspecto premium ao produto

Uso de abas aumenta visibilidade no ponto-de-venda

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O consumo apenas engatinha Gráficas especializadas em papel cartão apostam firme em crescimento

A

s gráficas especializadas em embalagens de papel cartão querem valorizar o produto. Nesta entrevista, Sidney Anversa Victor, diretor do Grupo Empresarial de Embalagens da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e da Congraf, fala como pretendem conseguir isso. A participação do papel cartão no bolo das embalagens impressas é muito expressiva. Mas as gráficas entendem que seu desempenho pode ser melhor. Quais as expectativas de crescimento? Depois que milhões de pessoas de baixo ou quase nulo poder aquisitivo ascenderam para faixas mais elevadas, tendo finalmente acesso ao consumo, temos expectativas muito otimistas. O Brasil tem quase 200 milhões de habitantes e apenas engatinha no consumo. Milhões de pessoas que antes mal conseguiam comprar um frango vivo para matar, limpar e cozinhar passaram a comprar uma bandeja de peito ou de coxa. Passaram a ser consumidores e, nessa condição, a consumir embalagens, e isso não terá mais parada. Foi um grande passo, considerando que o Brasil estava em nível praticamente zero no consumo de embalagens em relação a países desenvolvidos. Nesse quadro, nossa expectativa é de que, no balanço de 2010, o crescimento girará em torno de 6%, devendo aumentar gradativamente até dezembro de 2011. Para os próximos quatro anos a projeção é de 10% ao ano, em média. Em que se baseia essa expectativa? Em modelos econométricos para projeções feitos pela equipe econômica da Abigraf e também no fato de que todo www.embalagemmarca.com.br

Sidney Anversa Victor: “Em termos de sustentabilidade, o papel cartão brasileiro tem condições inigualáveis de competitividade”

o mundo está acreditando no desenvolvimento do Brasil. Estão de olho num mercado de 200 milhões de pessoas. A dimensão desse mercado em si já é muito atraente, e se torna mais ainda na medida em que está se fortalecendo. Esse otimismo é comum a todo o setor? Não só no Brasil, mas também lá fora. Tanto é que, como em outros segmentos, muitas empresas da área gráfica no exterior estão querendo se instalar aqui. São fornecedoras ou convertedoras? As duas coisas. O que posso dizer é que o interesse está voltado não só para o segmento de embalagens de papel cartão, mas também para o de flexíveis. O Grupo de Embalagens da Abigraf pretende desenvolver movimentos com vistas a concretizar essas expectativas? Sim, estamos empenhados numa campanha de valorização da embalagem de papel cartão. Será centrada na comunicação sobre as vantagens do produto. Um dos eixos da campanha será a ênfase no fato de que, embora tecnicamente

ela seja classificada como “embalagem secundária”, não é assim que o consumidor final a percebe. A embalagem com quem ele tem o primeiro contato no ponto de venda é a que acondiciona sachês, potes, latas, frascos e garrafas – as chamadas “embalagens primárias”, Em tal situação, é a embalagem “secundária” que faz a comunicação, que atrai a atenção do consumidor, que o informa e o convence a comprar o produto. A campanha visa reiterar para a indústria usuária o fato de que a embalagem de papel cartão valoriza o produto nela contido e é a que melhor responde ao requisito da sustentabilidade. A propósito, como o setor pretende enfrentar a crescente movimentação de ambientalistas no combate às embalagens em geral? Ao lado do plástico, as embalagens de papel cartão aparecem entre as mais combatidas, por serem “supérfluas”. Em vez de confrontar os combatentes naturalistas, a Abigraf atua propositivamente. O setor procura unir seus esforços aos demais que buscam melhorar a condição do mundo nos três pilares da sustentabilidade, isto é, o social, o econômico e o ambiental. Para ficar só neste aspecto, lembro que o papel cartão brasileiro é produzido com celulose obtida de florestas plantadas, certificadas e manejadas com as melhores práticas do mundo. Isso em matéria prima virgem. Da produção total do produto, uma parte menor é feita com uso de papel cartão reciclado. É outra vantagem ambiental, já que o material é total e eternamente reciclável. Em termos de sustentabilidade, o papel cartão brasileiro tem condições inigualáveis de competitividade.

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}}} Internacional

Inovação colateral Carteira com mecanismo deslizante amplia o número de adeptos no mercado farmacêutico europeu

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rimeiro foi a Bayer, em meados de 2009, com os antiácidos Rennie Ice e Rennie Peppermint. Agora, a mesma empresa, com o medicamento contra disfunção erétil Levitra, e a Sanofi Aventis, com o analgésico DolipraneLib e o antiácido Maalox, começam a dar visibilidade no mercado farmacêutico europeu ao Burgopak Slider. Trata-se de uma embalagem que, à primeira vista, parece mais um daqueles blisters envolvidos por luvas cartonadas tão comuns na venda de gomas de mascar. No entanto, guarda um diferencial em seu exclusivo mecanismo deslizante. A cartela em que os comprimidos são acondicionados é expelida de um lado da embalagem à medida que uma lingueta é puxada no lado oposto. A parte ejetada juntamente com a lingueta traz colada a bula do medicamento. Convenientemente, os componentes não se desprendem, mantendo informações relevantes sobre o produto sempre acessíveis ao consumidor – e visíveis durante todo o período de uso.

Algo de novo O Burgopak Slider tem ganhado destaque entre os laboratórios europeus como aposta para reforçar a imagem de remédios de marca em meio a um mercado bastante concorrido. “A embalagem é portátil, de uso amigável, discreta e proporciona uma vantagem visível frente à concorrência”, afirma Thomas Proske, gerente global da Bayer para o Levitra. “Ao mesmo tempo em que é segura e adequada, ela é também cheia de estilo e irá apelar

Burgopak Slider agora é utilizado pelo Levitra, medicamento da Bayer contra disfunção erétil

aos nossos consumidores”. Lançado em versão industrial automatizada há pouco mais de dois anos (ver EmbalagemMarca nº 105, maio de 2008), o Burgopak Slider não é adequado somente para a venda de fármacos. Sua criadora, a britânica Burgopak, já emplacou projetos para outros produtos, como doces e cigarros. Mas o apelo para medicamentos parece maior. Primeiro, por representar uma possibilidade de inovação para um setor mais conservador em termos de apresentação. E, não menos importante, por funcionar como uma ferramenta para coibir falsificações. O processamento automático é feito por meio de uma máquina da Bosch Packaging Technology, empresa com filial no Brasil. A propósito, a Burgopak afirma, em seu site, ter um representante em São Paulo. Procurada pela reportagem, a empresa não havia identificado o parceiro até o fechamento desta edição. (GK)

Bosch Packaging Technology (11) 2117-6807 www.boschpackaging.com Burgopak +44 (0)20 7089-1950 www.burgopak.com

Sanofi Aventis também adotou a solução em dois produtos

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}}} Internacional

Degustação metálica Vinícola americana promove estreia da garrafa de alumínio no mercado de vinhos

A

té hoje mais utilizada em edições especiais de cervejas e refrigerantes, a garrafa de alumínio agora estreia no mercado de vinhos. A iniciativa é da JT Wines, vinícola sediada no famoso Vale do Napa, na Califórnia. Produzida nos Estados Unidos pela Exal Corporation, fornecedora que está construindo fábrica no Brasil (ver EmbalagemMarca nº 132, agosto de 2010), a garrafa adotada pela JT Wines tem 375 mililitros e acondiciona vinhos de duas castas, Chardonnay e Merlot, comercializados por meio da marca Flasq. A novidade começaria a ser distribuída no início de janeiro para empórios, arenas esportivas, hotéis, casas noturnas e restaurantes espalhados por vinte estados americanos. “Acredito que o Flasq será uma inovação capaz de difundir vinhos premium junto às gerações mais novas e em locais onde o produto sempre foi reprimido”, aposta Tim McDonald, cofundador e diretor-geral da JT Wines.

Vantagens importantes Num comunicado sobre o lançamento, a JT Wines sustenta que a garrafa de alumínio reúne atributos vantajosos para a venda de vinhos: é inquebrável, permite gelar a bebida cinco vezes mais rápido que a garrafa de vidro, protege o conteúdo da ação dos raios ultravioleta (fotodegradação) e tem tampa de rosca, que permite sua abertura e resselagem de forma conveniente. De acordo com o diretor da JT Wines, a garrafa de alumínio também se destaca “por ser ambientalmente correta”. “Nos Estados Unidos, a reciclagem de vidro e plástico não chega à metade da de alumínio”, aponta McDonald. “Ademais, comparada com o vidro, a garrafa de alumínio tem pegada de carbono 35% menor, devido ao aliviamento de peso proporcionado durante o transporte”. (GK) Exal +54 (2322) 496-226 www.exal.com

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Para a JT Wines, produtora da linha Flasq, garrafa de alumínio traz imagem premium e inovadora, atributos de conveniência e é ambientalmente correta


ENTREVISTA }}} aurI MarÇon

Crescimento contínuo Presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) explica as razões das evoluções em consumo e reciclagem do material no mercado local de embalagens

B

astou começar uma nova temporada de chuvas pelo País e o noticiário foi inundado por fotos de garrafas plásticas boiando em rios e córregos. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), Auri Marçon, a exibição frequente desse tipo de imagem estimula a execração – injusta – das embalagens. “Infelizmente, é mais fácil culpar o objeto, inanimado, e não quem o deixou chegar onde não deveria”, afirma. O executivo lamenta que a grande mídia não dê o mesmo destaque aos feitos da indústria para minimizar o passivo ambiental, como o fomento à reciclagem de politereftalato de etileno (o nome por trás da sigla PET). A Abipet acaba de anunciar que essa atividade bateu novo recorde: 55,6% da produção local de garrafas foram recondicionados em 2009. Buscando novos incrementos desse índice, a entidade lançou, na internet, um guia de postos de coleta de garrafas. Também pretende colocar em prática novas ações em 2011. EMBALAGEMMARCA conversou com Marçon acerca desses projetos e sobre o mercado em geral.

© diVulgaÇÃo

De acordo com a Abipet, a reciclagem de PET vem crescendo ano após ano. O mais recente estudo da entidade, divulgado em dezembro último, aponta que a atividade evoluiu 3,6% em 2009, atingindo 262 000 toneladas. O que explica a valorização dessa atividade? Acima de tudo, o trabalho de criação de demanda por PET reciclado, iniciado há quinze anos. O Brasil é líder no desenvolvimento de aplicações para o PET recondicionado. Isso cria valor e acaba dinamizando toda a cadeia de recuperação, o que não é comum em outros materiais. Em outros seto-

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res tenta-se coletar primeiro e depois pensar em como reciclar. Não fazemos esse jogo de empurra. Nossa evolução é sustentada por uma demanda firme, o que é de suma importância. A procura por resina reciclada viabiliza a

coleta e a separação de garrafas, sustentada pela farta mão-de-obra com baixa qualificação. E a segunda etapa da reciclagem, a da moagem, exige baixo investimento, o que favorece o ingresso de micro e pequenas empre-

A INDÚSTRIA DO PET EM NÚMEROS Faturamento (em bilhões de reais) 2006

2007

2008

Resina virgem (resina, pré-forma, garrafas e frascos)

2,071

2,187

2,242

Reciclados (uso final nas indústrias têxtil, química, de embalagens e outras)

0,980

1,021

1,083

Demanda anual de embalagem ANO

1994

2000

2005

2009

Kton

80

255

374

471

Principais mercados Principais aplicações da resina:

Participação em cada segmento:

• Refrigerantes: 63,3% • Água mineral: 13,4% • Óleo de cozinha: 12,2% • Suco de frutas: 2,2% • Outros: 8,9%

• Isotônicos: 100% • Vinagre: 95% • Água: 90% (fora garrafões) • Refrigerantes: 80% • Óleos de cozinha: 80%

Reciclagem de PET (sobre novas embalagens) ANO

1994

2000

2005

2009

Kton

13

67

174

262

%

18,8

26,3

47

55,6

Aplicações do PET reciclado

sas. Como estimulamos a demanda, agora precisamos aprimorar a coleta. Por isso, estamos lançando o LevPet, que é um serviço virtual de localização de postos de coleta de embalagens (ver quadro na página 23). Qual a situação do Brasil em relação a outros países que também reciclam o material? É difícil e injusto comparar os desempenhos dos países. Explico. O Japão, que costuma ser apontado como o número 1 nessa atividade, coleta quase 68% das garrafas de PET que consome. Mas algo em torno de 70% desse total é exportado para a reciclagem em outros países, especialmente vizinhos asiáticos. Ou seja, o lado positivo no sistema de coleta é negativo no sistema de reciclagem e destinação, já que o material é exportado. Os europeus também se gabavam de ter uma coleta muito eficiente, mas não diziam que enviavam o PET recolhido para outros países. O Brasil se destaca porque coleta 55,6% de suas garrafas, recicla-os e os destina para aplicações ambientalmente corretas em seu próprio território. Nos Estados Unidos, a coleta nem chega a 22%, e boa parte do material é exportada. O México coleta menos de 20%. Alguns países nanicos, como Suíça e Dinamarca, podem até ter desempenho melhor que o brasileiro. Mas a realidade é totalmente diferente. Os volumes são radicalmente menores, o que facilita o processo. O senhor disse que o Brasil é um polo de desenvolvimento de aplicações para o PET reciclado. Quais são os destaques nesse campo? O uso do PET reciclado para aplicações químicas era até pouco tempo desconhecido do resto do mundo. Foi desen-

• Têxteis (39%) • Resinas insaturadas e alquídicas (19%) • Laminados e chapas (15%) • Embalagem de alimentos (10%) • Outras embalagens (9%) • Fitas de arquear (6%) • Tubos (2%) fonte: aBiPet

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volvido aqui no Brasil. Peguemos, por exemplo, o emprego do material na formulação de tintas e vernizes. Quase todas as grandes fabricantes já fazem isso no País. Desenvolvemos, aqui, o uso do PET reciclado insaturado como resina estrutural ou de laminação para a composição, em misturas com fibra de vidro, de bancos de ônibus, bancos de estádios de futebol, banheiras, pranchas de surfe e mármores sintéticos para pias e tampos residenciais. Essas tecnologias estão sendo exportadas para o resto do mundo, o que nos orgulha. O Censo aponta que 10% do volume total de PET reciclado em 2009 foram destinados à produção de embalagens

de alimentos. O dado surpreende, já que não ouvimos falar em aplicações desse gênero no mercado local desde sua liberação, em 2008, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)... Já ocorre no Brasil a produção de resina de grau alimentício, inspecionada pela Anvisa e voltada a aplicações nobres. Existem usos dessa resina. Só que as empresas preferem não fazer propaganda. São elas que decidem a pertinência de anunciar ou não essas ações. Temos de respeitar. Parece uma oportunidade perdida de se trabalhar um apelo de sustentabilidade. Seria por causa do temor de rejeição pelo consumidor?

Pode ser. Esse é um aspecto que não nos surpreende. Anos atrás, visitava indústrias têxteis e o pessoal costumava dizer: “Certo, usarei PET reciclado. Mas não conte para ninguém”. A alegação era a de que as pessoas não entendiam que o produto reciclado é tão nobre quanto o virgem. Isso, porém, melhorou muito. Muitas empresas estão fazendo publicidade dessas ações. Outro dia, passou no meio do Jornal Nacional aquele comercial em que a (atriz) Maria Fernanda Cândido destaca que os carros da Ford usam carpete de PET reciclado. A Coca-Cola, por sua vez, tem divulgado fortemente que quer utilizar PET reciclado em suas embalagens.


Por falar em Coca-Cola, é grande a expectativa em torno do uso do PET reciclado em garrafas de refrigerante. Quando poderemos ter esse tipo de aplicação, conhecido como bottle-tobottle, no Brasil? Cabe aí um esclarecimento. A tecnologia bottle-to-bottle já existe e é utilizada faz tempo no Brasil. Há anos já fazemos embalagem de detergente a partir da reciclagem de embalagens de PET. O fato novo – e desafiador, portanto – é a tecnologia de PET reciclado food grade (adequada para acondicionar alimentos). Já temos pelo menos cinco fornecedoras de resina desse gênero no País. Uma delas já foi avaliada e conseguiu uma carta de nãoobjeção da Anvisa. Tecnologia existe. Mas a ação efetiva, o uso no mercado, envolve diversos fatores. Grandes indústrias costumam ser rigorosas, ter exigências de qualidade mais severas que as da Anvisa. Leva-se tempo em testes, para que a tecnologia respeite todas as regras de best practices da indústria alimentícia. Existe alguma ação da Abipet para coibir uma prática que, segundo já ouvimos, é um tanto comum, que é a utilização – clandestina – de resina reciclada como se fosse matéria prima virgem? Enviamos nota a entidades de classe de nossos clientes, como as associações de produtores de refrigerantes, alertando para a pertinência de os compradores de embalagens das indústrias adotarem sistemas de controle de qualidade ou no mínimo questionar seu fornecedor de embalagens sobre o uso de material reciclado. Gostaríamos que a Anvisa tivesse um sistema de fiscalização mais abrangente, que tivesse um plano claro de monitoramento do mercado. É um pleito nosso. O que o organismo alega,

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não sem fundo de razão, é que é impossível fiscalizar todas as empresas em tempo integral. Por isso, é importante que os end-users se conscientizem de que o uso de PET reciclado como se fosse virgem, sem controle de qualidade e homologação, pode trazer prejuízo às suas marcas. Muito provavelmente lançaremos em 2011 um plano de monitoramento da qualidade das

“Não há nenhum motivo técnico ou ambiental para proibir a cerveja em PET. As mesmas empresas que atuam no Brasil usam, lá fora, essa embalagem. Querer barrar o PET para cerveja é uma afronta à livre concorrência e um desrespeito ao consumidor. Toda a situação é absurda” embalagens de PET. Não só para evitar desvios, mas para podermos medir a qualidade total de nossa atividade. A embalagem de PET é uma das poucas a contar com uma normalização ampla, que envolve características físico-químicas, saúde pública e reciclabilidade. Consultamos pesquisas mundiais para criar os parâmetros. Cogitamos fazer

uma premiação para as embalagens que mais respeitam códigos e regras. Em vez de punir quem não faz bem, queremos premiar quem faz bem. Uma expectativa de longa data é a da difusão, no Brasil, da cerveja em garrafa de PET, trabalhada há anos em outros países. O produto, contudo, tem sido alvo de restrições de autoridades. Recentemente, por exemplo, a Justiça decidiu condicionar sua fabricação a um aval do Ibama, entendendo ser necessária uma análise de risco ambiental. Qual sua opinião sobre esse imbróglio? A situação pode parecer confusa para o leitor, mas para nós é clara. Cerveja pode ser envasada em PET. Todas as barreiras tecnológicas foram resolvidas. O mundo todo usa garrafa de PET no mercado de cerveja. As mesmas empresas que atuam no Brasil usam, lá fora, essa embalagem. Não há absolutamente nenhum motivo técnico ou ambiental para proibir. Querer barrar o PET para cerveja é uma afronta à livre concorrência e um desrespeito ao consumidor. Isso é claro, um ponto pacífico. Quer dizer, não tão pacífico assim... (risos) Mas toda a discussão é absurda. O EIA-RIMA (estudo e relatório de impacto ambiental) serve para avaliar a implantação de uma usina, de uma fábrica. Não serve para determinar a viabilidade de um produto. E uma coisa me deixou pasmo. Com todo respeito ao Poder Judiciário, como é que uma autoridade decide o que é bom ou não para o meio ambiente sem consultar Cerveja em PET: viabilidade técnica existe, mas autoridades são contra

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absolutamente nenhum perito, nenhum técnico, nenhum cientista, ninguém especializado em sustentabilidade ou análise de ciclo de vida? A Abipet pretende recorrer das sentenças? Uma dessas ações civis-públicas contra a cerveja em PET acaba de receber liminar, transferindo a decisão para o STF. A discussão irá continuar, é claro. Não aceitaremos a proibição e iremos nos defender. Haverá novidades em 2011. A Copa do Mundo de 2010 promoveu grande exposição da cerveja em PET, vendida livremente nos estádios sulafricanos. A Copa a ser realizada no Brasil daqui a três anos não estimulará a liberação do produto? Temos essa expectativa, mas ainda não dá para ter certeza. De fato, a Copa do Mundo rendeu uma exposição enorme, deixando clara a possibilidade de uso do PET em cervejas. Como a embalagem vazia é leve, não consegue ser arremessada. É segura. Por isso, sua presença em eventos grandes e parques temáticos é comum nos países desenvolvidos. No carnaval do Rio de Janeiro só se pode vender água mineral em embalagem

plástica. Por que não cerveja? Quais são os mercados promissores para a embalagem de PET? O uso parece estar crescendo na área de materiais de limpeza... O uso do PET em domissanitários já se tornou praxe para alguns produtos e começa a se difundir para outros. Um deles é o amaciante de roupas. O mercado não utilizava PET. Dia desses, andando num supermercado, fui atraído pela embalagem de PET do amaciante Ola (Colgate-Palmolive). Voltei para olhá-la melhor. A embalagem sobressaía frente às outras da mesma seção, feitas de plástico opaco. Até parecia maior. Saltou aos olhos. Não é fácil substituir parques instalados, por isso há oportunidades em novos produtos ou em categorias que estão crescendo, que exigem renovações de linhas. A Unilever usou o PET no projeto de seu lava-roupas líquido. O álcool em gel também foi desenvolvido amparado em embalagens de PET. E o PET asséptico na área de bebidas? A Nestlé lançou em 2010 sua linha de bebidas lácteas escorada nessa tecnologia... Bem lembrado. O uso do PET asséptico em bebidas lácteas é uma novidade

Amaciantes formam um novo mercado para as embalagens de PET

no Brasil, mas já existe há mais de dez anos em outros países. Vejo potencial enorme para sucos naturais, já que, mesmo nesse tipo de aplicação mais sofisticado, o PET tende a manter baixos custos de investimento comparado a outras embalagens. Vale dizer que também vislumbramos oportunidades de crescimento no segmento de cosméticos. A verdade é que toda a indústria do PET sempre foi intensamente focada em aplicações para commodities. Agora, a tendência é nos libertarmos um pouco da trinca refrigerante, água e óleo. Demandas por novas aplicações já começaram a acontecer. VEJA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA EM:

emb.bz/137entrevista

A serviço da logística reversa Guia mapeia, na internet, postos de coleta de garrafas de PET O LevPet é o mais novo serviço lançado pela Associação Brasileira da Indústria do PET para tentar ampliar a coleta de embalagens de PET. Nos moldes do programa da Tetra Pak na área de cartonadas assépticas, o LevPet fornece na internet, através do sistema Google Maps, a localização exata de pontos onde é possível fazer o descarte correto do PET. Capaz de ser acessado pelo endereço www.levpet.org.br ou pelo próprio site da Abipet (www.abipet.org.br), o LevPet lista Postos de Entrega Voluntária (PEVs), cooperativa de catadores, comerciantes de recicláveis, ONGs, entidades assistenciais e recicladores que recebem o material reciclado de forma

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pulverizada nas cidades. Para encontrar o local mais próximo, basta o internauta digitar o número do CEP em que se encontra. De acordo com o presidente da Abipet, Auri Marçon, o serviço vai ao encontro da responsabilidade compartilhada pregada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos e poderá aumentar o volume de material para a reciclagem, já que há demanda reprimida devido à coleta pública insuficiente. “É uma chance acessível e criativa de gerar logística reversa”, diz o executivo. “Não é um projeto marqueteiro, não é greenwashing. É uma iniciativa consistente. A legitimidade dele é a indústria de reciclagem do LevPet mostra endereços com base no Google Maps PET, cuja consistência já existe. Queremos alimentá-la”.

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PAINEL GRÁFICO

}}} MERCADO DE CONVERSÃO E iMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAGENS

Processos padronizados

Abertas as inscrições para o Prêmio Abigraf

Antilhas adota norma internacional para impressão

Entrega dos troféus será em junho

A Antilhas adotou a norma internacional iSO 12647, que padroniza e controla os processos desde a criação até a impressão final. Com investimentos de mais de 300 000 reais, a gráfica adquiriu softwares especializados e uma impressora para garantir fidelidade no gerenciamento de cores. A empresa padronizou os arquivos com a nova tecnologia, gerando maior estabilidade nas impressoras. As máquinas de impressão off set da Antilhas já

estão em conformidade com a norma internacional e a previsão é que já no início deste ano aconteça o mesmo com as impressoras flexográficas, pois ainda está em fase de testes uma normatização para esse tipo de impressão. A padronização dos processos de impressão conforme a norma iSO 12647 está consolidada em todo o mundo. Os conceitos e ferramentas de aplicação são focados no propósito da repetitividade de cores, desde a criação ao produto final.

Estão abertas até o dia 18 de abril as inscrições para o “2º Prêmio Abigraf de Responsabilidade Socioambiental”. A cerimônia de entrega dos troféus aos vencedores será realizada no dia 7 de junho, durante as comemorações da Semana do Meio Ambiente. O prêmio, instituído em 2009 pela Abigraf, é bienal e contempla as cate-

gorias de “Responsabilidade Ambiental” e “Responsabilidade Social”. Podem inscrever-se no prêmio gráficas instaladas em território brasileiro que sejam associadas às seções regionais da Abigraf. Cada empresa poderá inscrever apenas um trabalho em cada categoria. informações sobre a inscrição no site www. premiosocioambiental.org.br

Qualidade reconhecida Divulgados os vencedores do Prêmio Abflexo 2010 Em evento realizado no dia 8 de dezembro de 2010, em São Paulo, a Associação Brasileira Técnica de Flexografia (Abflexo) anunciou os vence-

dores da 18ª edição do Prêmio Qualidade Flexo Professor Sérgio Vay. Confira a lista dos vendedores no site: emb.bz/abflexo2010

Feira ampliada ExpoPrint ganha 8 000 metros quadrados para a edição de 2014 A Afeigraf (Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e insumos para a indústria Gráfica) e a APS Feiras e Eventos, respectivamente realizadora e organizadora da ExpoPrint Latin America, anunciaram que a edição de 2014 do evento contará com uma ampliação de área de 8 000 metros quadrados. A exposição, considerada o maior evento de artes gráficas da América Latina, e que totalizou em 2010 mais de 35 000 visitantes, acontece a cada quatro anos no Transamérica Expo Center, em São Paulo. A área de exposição, que já contava com cinco pavilhões, agora também abrirá espaço para mais dois, como parte do projeto de ampliação do centro de eventos paulistano. “É uma notícia excelente, já que notamos

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um crescimento exponencial de público em 2010 e, para 2014, já temos mais de 60% do espaço comercializado. Esses 8 000 metros quadrados servirão para atendermos melhor e com mais conforto nossos expositores”, disse Sandra Keese, diretora da APS. Karl Klökler, Presidente da Afeigraf, também comemorou a ampliação. “A quatro anos da feira de 2014 nosso mapa já possui mais de 60% do espaço dos cinco pavilhões vendidos. Sendo assim, ter um evento em 2014 com sete pavilhões nos possibilitará crescer e, assim, oferecer mais conforto e espaço para novos expositores, além de mais vagas para estacionamento de nossos visitantes”, disse.

Gráficas certificadas Fotoimpress e Crespo Impressora conquistam FSC As gráficas Fotoimpress, de Taboão da Serra (SP), e Crespo impressora, de São José do Rio Preto (SP), são as mais novas gráficas a ostentar a certificação FSC (Forest Stewardship Council – Conselho de Manejo Florestal), reconhecida como “Selo Verde” e presente em 75 países. A certificação indica que a matéria-prima e toda a cadeia de produção seguem padrões internacionais ecologicamente adequados, socialmente justos e economicamente viáveis.

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}}} farináceos

Farinha como café Dona Benta ganha embalagem plástica a vácuo

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Dona Benta, marca da J. Macêdo, apresenta uma novidade em sua linha de produtos: as primeiras farinhas de trigo do Brasil embaladas a vácuo. O processo, todo automatizado, é similar ao utilizado na comercialização de cafés. Segundo a empresa, o novo método de acondicionamento, aplicado na Farinha de Trigo Reserva Especial e na Farinha de Trigo Integral, garante a preservação do produto por mais tempo em comparação com as embalagens de papel e as flexíveis plásticas convencionais já utilizadas na categoria. A embalagem, produzida em um laminado de PET e polietileno de baixa densidade (PEBD), garante shelf life médio de doze meses aos produtos. Já as embalagens tradicionais costumam conservar as farinhas por até cinco meses.

Com a nova embalagem, shelf life do produto mais que duplica

Embalagens Inapel (11) 2462-8800 www.inapel.com.br

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ARTIGO }}} LYNN DORNBLASER

Conveniência em foco Do Reino Unido, do Canadá e da Coreia, exemplos de embalagens capazes de simplificar – e valorizar – as experiências de consumo

Fridge Pack: para consumo familiar, em pote com janela lateral

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Snap Pots: porções individuais de feijão para microondas

Para porções menores, a empresa tem seus Snap-Pots. São porções individuais comercializadas em embalagens plásticas bastante parecidas com copos de iogurte. Segundo a empresa, cada recipiente tem feijão suficiente para cobrir uma torrada (sim, a combinação parece estranha para quem não vive no Reino Unido, mas lá se come até feijão com pizza...), podendo ir ao forno de micro-ondas. Já no caso das embalagens maiores, o Fridge Pack é a novidade. Tratase de um pote de polipropileno que contém cinco porções de feijão cozido, assegurando, convenientemente, a conservação do conteúdo por até cinco dias após a abertura. O consu-

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fotos: diVulgaÇÃo

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oje em dia, produtos capazes de proporcionar economia aos consumidores têm lugar garantido no mercado. Vemos esse conceito de economia ser expresso de diferentes maneiras. Por vezes, em produtos acondicionados em embalagens bastante grandes, que redundam em melhor custo/benefício. Por outras, em embalagens pequeninas, que oferecem ao público porções acessíveis, sob medida para uma necessidade imediata. No Reino Unido, a Heinz explora ambas as estratégias em novas apresentações para seus feijões cozidos – verdadeiros baluartes do café da manhã britânico, tradicionalmente comercializados em latas.


midor retira a quantidade desejada de feijão, ressela a embalagem por meio de uma tampa de rosca e o guarda na geladeira. É conveniente para famílias com estilo de vida moderno, que frequentemente fazem refeições em horários diferentes. Uma janela transparente, situada numa das laterais do pote, permite ao consumidor regular as porções. A Heinz é a marca de feijão cozido predileta para nove entre dez britânicos. Isso não só pela qualidade do produto, pela longevidade da marca e pela publicidade ostensiva – que criou um dos slogans mais conhecidos da terra da Rainha, o “Beanz Meanz Heinz” (jogo de palavras que em inglês forma a frase “Feijões significam Heiz”). Isso também ocorre pela grande importância que a empresa dá à inovação em embalagem. Os Snap-Pots e o Fridge Pack são as mais recentes amostras disso.

Batom com escotilha Um dos papéis da embalagem é o de simplificar a experiência de consumo. E continuam a surgir maneiras novas e singulares de proporcionar isso. No Canadá, a Outside Labs desenvolveu um batom chamado K2. O aplicador do produto é dotado de um mecanismo de rosca elevatória (twist-up), indefectível na categoria. O que é único, porém, é o fato de o recipiente não ter tampa para retirada e recolocação (ou perda...). Ao se rosquear a base da embalagem, seu topo se abre como uma escotilha. Não é o mesmo mecanismo que vemos no mercado há anos, especialmente nos produtos da Avon, baseado num mecanismo des-

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lizante na lateral. O benefício desse tipo de embalagem é proporcionar a fácil aplicação do batom utilizando-se apenas de uma mão. E, dado o clima gélido canadense, a empresa destaca que o produto pode ser usado com uma mão vestida com luva.

O rosto é a parede Por fim, nunca é demais lembrar que a embalagem pode também ter o papel de proporcionar um benefício que não poderia ser oferecido de nenhuma outra forma. Na Coreia do Sul, por exemplo, a Holika Holika lançou um creme facial para ser aplicado por meio de uma espécie de rolinho. O acessório lembra bastante uma miniatura dos rolos utilizados para a pintura de paredes. A empresa sustenta que tal aplicador proporciona o benefício de uma aplicação mais suave e uniforme do creme hidratante, sem necessidade de uso dos dedos. Detalhe: o cartucho em que o produto é vendido traz um “estepe” do rolinho. Assim, o original pode ser substituído em caso de desgaste ou avarias.

Creme facial sul-coreano tem rolinho para aplicação mais suave e uniforme

Lynn Dornblaser é diretora da divisão CPG Trend Insight da consultoria Mintel International, com escritórios em Chicago e Londres. Com mais de vinte anos dedicados a análises de tendências globais de consumo, ela pode ser contatada pelo e-mail lynnd@mintel.com

Aplicador sem tampa e com “escotilha” facilita a aplicação de batom canadense

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}}} Bebidas

Inovação por dentro e por fora Efeito especial na rotulagem leva à idéia de folhas de cana dentro de garrafa de cachaça

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riada em 1986 em São Luís do Paraitinga, em São Paulo, a cachaça MatoDentro lança uma versão premium – tanto na bebida quanto na embalagem. Aguardente artesanal, a MatoDentro New Beat passou por estudos de mercado, realizados para a marca pela Arbo, empresa de inteligência que criou um novo conceito para a bebida, além da logomarca, da identidade visual e da embalagem. O novo conceito premium é envolvido por inovação, desde o acondicionamento até as embalagens e a rotulagem. Apesar de o nome da destilaria ser MatoDentro, só agora o “mato” foi levado para dentro da garrafa, graças ao rótulo autoadesivo, impresso digitalmente pela Indemetal Gráficos, de Itu (SP). O rótulo “abraça” a garrafa de vidro, numa espiral ascendente. No lado interno do rótulo há imagens de folhas de cana-de-açúcar, que ganham destaque graças ao “efeito lupa” da garrafa de vidro, que amplia o tamanho das plantas. “A ideia é convidar os clientes a interagir com a garrafa, fazendo movimentos girató-

rios, observando o design externo e interno do rótulo, e ter uma experiência inicial com a bebida”, diz Edgar Leite, diretor de negócios da Arbo. “A impressão digital foi fundamental para a execução da ideia, já que o processo é utilizado para pequenas e médias tiragens.” Um cartucho de papel cartão, impresso em offset com cold foil, completa essa experiência, a partir de um sistema de abertura e fechamento que interage com o produto, pois a tampa é presa ao corpo da embalagem. Design Arbo (11) 4115-5262 www.arbo-im.com.br

Cartucho Premier Artes Gráficas (11) 3642-1280 www.premierag.com.br

Rótulo Indemetal Gráficos (11) 4013-6644 www.indemetalgraficos.com.br

Garrafa Verallia (11) 2246-7402 www.verallia.com.br

Tampa presa ao corpo do cartucho faz consumidor “interagir” com a embalagem

fotos: carlos curado

Impressão frente e verso do rótulo “leva” folhas de cana para dentro da garrafa

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}}} VItaMínIcos

Adição nos suplementos Produtos da Yakult ganham letras nos nomes e rótulos autoadesivos

A

s tradicionais e inconfundíveis embalagens de vidro âmbar dos suplementos vitamínicos Taffman-E e Hiline acabam de passar por mudanças na rotulagem. Além de adicionar uma letra em cada uma das duas marcas, que passaram a ser Taffman-Ex e Hiline F, a Yakult adotou uma providência muito mais segnificativa: substituiu os rótulos de papel com cola por autoadesivos de BOPP. Um aspecto interessante é que a alteração, coordenada pela Novelprint – que também fornece os rótulos – foi feita sem a necessidade de troca de equipamentos. Foram apenas introduzidos cabeçotes importados em uma rotuladora Krones na fábrica da Yakult, em São Bernardo do Campo (SP). “Além da economia com a não troca de equipamentos, houve ganho de produtividade, já que a rotuladora passou a operar à velocidade de aplicação de 36 000 rótulos por hora, contra pouco mais de 30 000 na versão anterior”, observa Guido Raccah, gerente comercial da Novelprint. Além da troca de substrato, os rótulos tiveram o design alterado, com cores e desenhos mais leves, bem como informações mais claras. No Taffman-Ex, o dourado ganhou mais destaque, enquanto o Hiline F valoriza a cor rosa. A embalagem cartonada asséptica da bebida láctea com suco de frutas Yodel também teve o design gráfico modernizado, com novos desenhos no estilo aquarela, e mais espaço para o branco e para a cor característica das frutas – amarelo (abacaxi), vermelho (morango) e verde (uva verde). As mudanças nas embalagens foram feitas pela agência 100% Design. (FP) Design 100% Design (11) 3032-5100 www.100porcento.net

Rótulos Novelprint (11) 3760-1500 www.novelprint.com.br

Tampas (Taffman-Ex) CSI (11) 4134-2500 www.csiclosures.com

Frascos Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br

Rotuladora Krones (11) 4075-9500 www.krones.com.br

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Tampas (Taffman-Ex e Hiline F) Rexam Plásticos do Brasil (11) 2152-9800 www.rexam.com Caixinha (Yodel) Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

Yakult moderniza design de suas embalagens; produtos acondicionados em vidro (à esq.) ganham novo sistema de rotulagem; assépticas têm novo visual


DISPLAy

}}} lançamentos

e novidades – e seus sistemas de embalagem

Mais bag-on-valve para o verão

Tubo (Natura) Impacta (11) 4447-7300 www.impacta-brazil.com.br

Surgem novos protetores solares em aerossóis sem propelente Depois do Sundown, da Johnson & Johnson (ver EmbalagemMarca nº 122, outubro de 2009), as loções fotoprotetoras Coppertone, da MSD, e Fotoequilíbrio, da Natura, ganharam versões aerossol em embalagens do tipo bag-on-valve. Acondicionados em bolsas plásticas no interior dos tubos metálicos, os produtos não dependem de gás propelente para sua expulsão. “Essa tecnologia permite uma aplicação rápida e fácil em qualquer ângulo, mesmo quando a embalagem estiver de cabeça para baixo, sendo ideal para as áreas de difícil alcance do corpo”, diz Carolina Lapetina, gerente de produto da marca Coppertone. A linha da MSD é importada dos Estados Unidos, com decoração adaptada para o português. Já a novidade da Natura tem os componentes da embalagem fornecidos localmente.

Válvula e atuador (Natura) Aptar B&H (11) 4196-7500 www.aptarbhlatinamerica.com Tampa (Natura) AB Plast (47) 3451-9103 www.abplast.com.br

Comemoração de um clássico

Da cor do açaí

Kit alude a marca histórica do Copo Americano

Rótulo de 360 graus valoriza imagem da fruta

Tradicional fabricante de utensílios domésticos e embalagens de vidro, a Nadir Figueiredo lançou um kit especial para o Copo Americano. A ação faz referência à marca alcançada de 6 bilhões de unidades produzidas do modelo, lançado pela empresa em 1947. O kit traz doze copos numa caixa de papelão ondulado com decoração alusiva ao número, projetada por Luciano Geraldo, designer da própria vidraria.

Composto por açaí, guaraná e banana, o Açaí Mix é a novidade da linha de coberturas gourmet da Bazzar. A novidade é comercializada em frasco de polipropileno (PP) de 300 gramas do tipo upside-down. A orientação invertida é possível graças a uma tampa flip-top larga, moldada em PP, e da decoração, feita por um rótulo termoencolhível de filme de PVC. A sobreposição de imagens de frutos de açaí, na arte do rótulo, leva à percepção de tridimensionalidade.

Caixa Gegraf (11) 3393-1911 www.gegraf.com.br

Design Hi Design (11) 3375-9434

© Ro

gér

io R

esen

de

Frasco Olveplast (11) 4148-4412 www.olveplast.com.br

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janeiro 2011

Rótulo CCL Label (19) 3976-9300 www.ccllabel.com.br Tampa Igaratiba (19) 3821-8000 www.igaratiba.com.br

www.embalagemmarca.com.br


Edição: FLÁVIO PALHARES ||| flavio@embalagemmarca.com.br

Legumes selecionados Predilecta amplia linha de conservas A Predilecta Alimentos amplia sua linha de vegetais em conserva. Acondicionada em latas de aço de 300 gramas, a seleta de legumes passa a fazer companhia ao milho verde e à ervilha em conserva da marca. Latas de aço JBS Latas www.jbs.com.br

Design Leo T Design (11) 5575-2811 www.leot.com.br

Foco em gourmets Camil tem linha de arroz premium para alta gastronomia A Camil apresenta sua Linha Premium de arrozes, indicados para a alta gastronomia. São embalagens de 250, 500 e 1000 gramas, desenvolvidas pela Spice Design. Cada uma das seis variedades de arroz é indicada para determinado tipo de culinária, e harmoniza com pratos específicos. Os cartuchos de papel cartão receberam verniz fosco e brilhante, trazendo como detalhe uma textura diferente para cada um dos grãos. A janela de transparência do produto também tem desenhos diferentes e auxilia a visualização de cada tipo de arroz.

Cartuchos Graphis Studio Gráfico e Editora (11) 4035-1772 www.graphisstudio.com.br Design Spice Design (11) 2977-2203 www.spicedesign.com.br www.embalagemmarca.com.br


DISPLAy

}}} lançamentos

e novidades – e seus sistemas de embalagem

Personagens engarrafados Cereser lança bebida infantil com motivos da Disney Spunch é a nova bebida lançada pela Cereser, em parceria com a Disney, para crianças. Trata-se de uma bebida gaseificada não alcoólica produzida a partir do suco natural de frutas. As garrafas de vidro de 660 mililitros são decoradas com rótulos termoencolhíveis impressos em offset com os personagens infantis dos desenhos Carros, Princesas e Mickey. Rótulos CCL Label (19) 3976-9300 www.ccllabel.com.br

Design DZ Design (19) 3256-4400 www.dzdesign.com.br

Garrafas Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br

Do vidro para o PET Dafruta adota garrafas exclusivas de plástico Rótulos Gráfica Centauro (62) 3248-2100 www.centauronet.com.br Design Speranzini Design (11) 5685-8555 www.speranzini.com.br

As novas garrafas dos sucos concentrados Dafruta, da Ebba, já estão no mercado com novo shape. As garrafas de PET 500 mililitros possuem formato exclusivo, gravação do logotipo em relevo, texturas e pega para facilitar o manuseio, e substituem as embalagens de vidro. As garrafas são sopradas na fábrica da Dafruta. A empresa não informou quem fornece as tampas.

Quarentão remoçado Palmito Gini ganha nova identidade Em comemoração aos 40 anos de lançamento, a marca de palmitos Gini, da Inaceres, estreia um novo visual. Os rótulos autoadesivos que decoram o pote de vidro do produto passam a ter predomínio da cor verde, em substituição ao azul. A marca Gini, com nova tipologia, ganha destaque em uma área vermelha. As tampas abre-fácil seguem o mesmo padrão de cor dos rótulos.

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janeiro 2011

Rótulos Multilabel (11) 5641-4573 www.multilabel.com Design Ozônio Propaganda & Marketing (19) 3402-5573 www.ozoniopropaganda.com.br Tampas Rojek (11) 4447-7900 www.rojek.com.br Potes Verallia (11) 2246-7402 www.verallia.com.br

www.embalagemmarca.com.br


}}} índice de anunciantes

Empresa

America Tampas

Página

Telefone

Site

3 ª capa

(11) 2504-7000

www.americatampas.com.br

4ª capa

(47) 3321-6666

www.baumgarten.com.br

21

(31) 3358-8500

www.betimquimica.com.br

Center Fix

31

(11) 4122-2988

www.centerfix.com.br

Giro News

19

(11) 3675-1311

www.gironews.com

Indexflex

7

(11) 3618-7100

www.indexflex.com.br

Interpack

11

(11) 5535-4799

www.interpack.com

Maq Inox

25

(41) 3284-1020

www.maqinox.com

2ª capa

(51) 3489-9700

www.metalgraficarenner.com.br

Metrolabel

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(11) 36073888

www.metrolabel.com.br

Moltec

31

(11) 5693-4600

www.moltec.com.br

5

0800 883 2000

www.sp.senac.br

Simbios-Pack

31

(11) 5687-1781

www.simbios-pack.com.br

Technopack

13

(51) 2139-9000

www.technopack.com.br

Tyrex

17

(11) 3612-4255

www.tyrex.com.br

9

(19) 3881-8990

www.vemax.com.br

29

(11) 5581-9986

www.vitoriaribbom.com.br

Baumgarten Betim Química

Metalgráfica Renner

Senac

Vemax Vitória Régia


Almanaque Xampu bala de prata

Bebida da coragem O vinho Sangue de Boi, produzido pela Vinícola Aurora em Bento Gonçalves (RS), é inspirado em um vinho criado no século 16 na Hungria, chamado Sangue de Búfalo de Eger (Egri Bikavér, em húngaro). Em 1552, o exército turco, muito maior que o húngaro, atacou o castelo de Eger, pequena cidade no norte do país magiar. Soldados repeliram os ataques das tropas otomanas diversas vezes. Na última batalha, os locais defenderam o castelo com valentia acima da normal. Apavorados com a fúria dos inimigos, os invasores abandonaram a batalha e atribuíram a coragem ao que viram à distância: guerreiros bebendo “sangue de búfalo”, manchando suas barbas e armaduras de vermelho. Depois desse episódio, o vinho Egri Bikavér ganhou fama e hoje é o mais conhecido da Hungria.

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o roteiro esdrúxulo de Evolução, comédia de ficção lançada em 2001. O filme foi um fracasso, mas rendeu minutos de fama em Hollywood ao produto da Procter & Gamble, recémlançado no Brasil. Os principais atores do filme acabaram até estrelando uma propaganda para a marca.

Monstros espaciais atacam a Terra, espalhando terror. Toda sorte de armamento revela-se inútil em seu combate. Os invasores só tombam quando alvejados por esguichadas do xampu Head & Shoulders – formulado com selênio, substância que revela lhes ser mortal. É esse

Seann William Scott, David Duchovny e Orlando Jones, astros de Evolução, seguram frascos do Head & Shoulders

O início das cartonadas A revista americana de tecnologia Modern Mechanix anunciava, em agosto de 1934, a criação de uma revolucionária técnica para acondicionamento de leite. A reportagem mostrava a invenção de “uma máquina desenvolvida que não só esteriliza, enche e tampa garrafas de leite, mas também confecciona as garrafas”. O recipiente de papel usado para acondicionar o leite tinha predicados fantásticos. Segundo o artigo, a construção forte permitiria à embalagem ser manuseada “como uma garrafa de vidro, sem o perigo de vazamentos”. Um clipe especial selava a garrafa e podia ser recolocado no lugar se o conteúdo não fosse consumido de uma só vez. Todo o processo de envasamento era automático e a garrafa poderia ser produzida por menos de um centavo de dólar. A maravilha ficou na promessa.

EmbalagemMarca

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“Garrafa de papel” foi saudada em 1934 como grande inovação, mas não saiu do papel

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