EmbalagemMarca 138

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REFRIGERANTES: Cresce o uso do PET retornável • ENTREVISTA: Psicoestética pode auxiliar o design



EDITorIaL

}}} umA

CONvErsA COm O LEItOr

Iniciativas com vistas a melhorar

A

EMBALAGEMMARCA é

uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 São Paulo, SP Tel.: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463 www.embalagemmarca.com.br Filiada ao

ciclo dE conHEcimEnTo trarão inovações e aperfeiçoamentos que os diferenciam dos similares. Embora seja expressivo o número de manifestações espontâneas de elogio a seu formato e a seu conteúdo, a revista EmbalagEmmarca vem há meses sendo objeto de estudo para uma reformulação, para torná-la ainda mais útil ao trabalho dos profissionais e empresários envolvidos na cadeia de valor de embalagem. Da mesma forma e com o mesmo objetivo, os meios eletrônicos vinculados ao título – o site e a newsletter semanal EmbalagEmmarca – passarão por profunda reestruturação. O aperfeiçoamento procurado não poderia deixar de abranger o Prêmio EmbalagEmmarca – grandEs casEs dE EmbalagEm. Assim, o regulamento da premiação contém mudanças que tornam mais preciso e, utilizando linguagem ultimamente disseminada, mais amigável o processo de inscrições. E já está definido o local da cerimônia de entrega dos troféus: é o moderníssimo auditório do Centro Universitário Senac, em São Paulo, cuja Faculdade de Design é hoje o principal ambiente acadêmico relacionado ao desenvolvimento de design de embalagens no Brasil. Essa escolha, que se vincula a um pretendido aprofundamento do relacionamento com a entidade, deverá contribuir sobremaneira para o intuito dos organizadores do Prêmio de fazer da iniciativa mais que uma festa de homenagem à cadeia de valor da embalagem. Pretende-se que o Prêmio seja, como vem sendo, cada vez mais um reforço ao conhecimento na área de embalagem no Brasil. Até março.

Wilson Palhares

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Redação: redacao@embalagemmarca.com.br

Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br Colaborou nesta edição: Marcelo

Marcondes

Departamento de arte: arte@embalagemmarca.com.br

Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br assistente de arte: Jorge H. I. F. Santos | jorge@embalagemmarca.com.br Administração:

Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br Departamento Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br

Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br Karin Trojan | comercial@embalagemmarca.com.br Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br

2010

2010

PRÊMIO EMBALAGEMMARCA

TECNOLOGIAPRODUTIVIDADEGIROCONVENIÊNCIAINOVAÇÃOREDUÇÃODECUSTOSIMPACTOAMBIENTAL VIDADEPRATELEIRAAGREGAÇÃODEVALORLOGÍSTICAMATERIAISDESIGNCOMUNICAÇÃOSEGURANÇA

Grandes cases de embalagem

“Dentro da meta de aperfeiçoamento contínuo, estão programados a reformulação e o aprofundamento de produtos e eventos. O primeiro deles, sobre rotulagem, terá visão diferenciada”

Circulação e Assinaturas (Assinatura anual: R$ 99,00):

Marlyan Dulz | assinaturas@embalagemmarca.com.br Eventos: Manuel

Dias | eventos@embalagemmarca.com.br

Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos. O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

ILUstraÇÃo de CaPa: Jorge H.I.f. santos

ideia de entrevistar nesta edição o renomado designer Ravi Sawhney surgiu da leitura do livro de sua autoria Predictable Magic – Unleash the Power of Design Strategy to Transform your Business, em parceria com a estrategista de negócios Deepa Prahalad, como ele radicada nos Estados Unidos. Sem tradução em português, trata-se de uma obra cuja leitura apresenta, entre as principais satisfações que oferece, uma metodologia prática para a aplicação eficaz daquele que dia a dia se transforma num dos principais fatores de inovação e de desempenho positivo nas vendas de produtos – seu design, incluindo o das embalagens. Como afirma Sawhney, a mágica do sucesso nos negócios é o design. O prisma pelo qual ele encara a inovação está no consumidor, não meramente no produto. É, no mínimo, instigante. O impacto da leitura do livro foi tão forte na redação de EmbalagEmmarca que estimulou um convite ao designer para participar como principal palestrante do Fórum Internacional Design de Embalagens, a ser realizado em 28 de junho próximo em São Paulo e, dois dias depois, em Curitiba, no âmbito do ciclo dE conHEcimEnTo. A propósito, a programação de eventos do ciclo está em fase de conclusão, devendo ser divulgada em breve. Será inaugurada em 12 de abril próximo, com um Fórum sobre rotulagem a ser organizado de modo a aprofundar o conteúdo do primeiro deles, realizado em abril do ano passado, com elevados índices de público e de aprovação a seu conteúdo. Dentro do esforço da Bloco de Comunicação de aprimorar continuamente a qualidade de tudo que faz, não só os eventos que se enquadram no


suMÁrio }}} Nº 138 }}} FEVEREIRO 2011

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Reportagem de capa

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Gelo

Indústria, canal institucional e varejo. Bag-in-box pode estar em todos esses ambientes

embalagem especial dá vida a gelo higiênico

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Vidro fornecedora lança nova classe de vidro negro para embalagens

Entrevista

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guru do design, ravi sawhney fala da aplicação da psicoestética na criação de objetos

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Logística

automação contorna gargalo na produção de autopeças

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Refrigerantes Cresce o uso de garrafa retornável de Pet entre fabricantes de refrigerantes

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Artigo andrew eyles fala da precipitação na avaliação de logotipos


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Internacional Champanhe de luxo tem garrafa de 33 litros revestida em ouro

E mais Editorial

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Só na web

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Panorama

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Painel Gráfico

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Display

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Índice de Anunciantes

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Almanaque

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SÓ na WEB

Edição: FlÁVio PalharES ||| flavio@embalagemmarca.com.br

Amostra da seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e da e-newsletter semanal da revista

INTERNACIONAL

Designer cria blister para acondicionar joias

PANORAMA

Betts em novas mãos Albéa investe para fortalecer atuação no segmento de bisnagas

EQUIPAMENTOS

Embalagens são produzidas com papel reciclado

Omas Tecnosistemi terá fábrica no Brasil

emb.bz/manymals

Indústria italiana de máquinas automáticas para envase será instalada em são Paulo

emb.bz/betts

http://emb.bz/equipamentos VINHOS

Club des Sommeliers tem novos rótulos marca do grupo Pão de Açúcar incorpora códigos visuais de país de origem da bebida

emb.bz/club POSICIONAMENTO

Henkel renova logotipo Empresa adota nova assinatura corporativa

emb.bz/henkel

EVENTO

São Paulo tem exposições de rótulos de cachaças mostra fica em cartaz até 10 de abril no Instituto tomie Ohtake

REDESIGN

Água Crystal tem novos rótulos e embalagens

emb.bz/expo

Logotipo, que também foi alterado, será padrão na América Latina

emb.bz/crystal

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}}} BeBidAs

Pureza on the rocks Adaptação em copinho de água mineral cria gelo imaculado até o consumo

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esenvolvido pela agência paulistana Magma Design, o GoodRox propõe-se a tranquilizar quem se preocupa com a higiene do gelo consumido em pontos de dose. O produto consiste numa porção de 90 mililitros de água mineral fluoretada e levemente radiativa – da marca Raiz da Serra, de Louveira (SP) – acondicionada num copo de polipropileno lacrado com selo de alumínio. A ideia é que o copo seja congelado e aberto somente no momento do uso, para a adição do gelo em bebidas. Mas não é o mesmo que congelar um copo convencional de água mineral? Não. A diferença do GoodRox é a presença, no interior do copinho, de uma divisória plástica tripartida, em formato de Y. Produzida com base em um co-polímero de polipropileno com elastômero, ela tem topos salientes, que ficam à tona dentro da embalagem. Basta o usuário segurar a peça nessa região e torcê-la para desprender três cubos da embalagem (ver passo a passo). “O objetivo é fazer com que o GoodRox esteja disponível em locais como bares, restaurantes e clubes de uísque”, diz o designer Paulo Kanashiro, que imaginou o produto cerca de quinze anos atrás. A fabricação, porém, só foi iniciada em 2010, quando ocorreu também o depósito da patente, de alcance internacional. Segundo Manoel Duarte, parceiro de Kanashiro na Magma Design, o gelo de qualidade e sem impurezas não deve ser visto como um luxo. “O

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custo é de centavos, para tornar viável o novo hábito de consumo.” Por ora, os usuários são a gigante em alimentos JBS (que utiliza o produto em eventos como feiras de negócios e jantares de gala), o Grande Hotel – Escola SENAC e o Club A, casa noturna paulistana que tem como um dos sócios o apresentador de TV Amaury Jr.

Oferta a grandes marcas A ideia dos criadores é agora difundir o uso do produto junto a grandes nomes em bebidas, para que estes fortaleçam suas imagens junto aos consumidores. Duarte conta que contatos estão sendo mantidos com a Pernod Ricard (Chivas, Ballantines, Absolut) e a Diageo (Johnnie Walker, J&B, Smirnoff). Saltos de demanda são toleráveis, uma vez que a Raiz da Serra possui uma máquina fill-seal rotativa da Brasholanda (marca da Dixie Toga) dotada de triplo sistema de dosagem para o processamento do GoodRox. A capacidade de produção é de 7 500 unidades por hora. (Marcelo Marcondes)

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Divisória Advento (11) 4055-0072 www.adventodobrasil.com.br Máquina Dixie Toga (41) 3661-1000 www.dixietoga.com.br Design Magma Design (11) 3873-2873 www.magmadesign.com.br Copo Prafesta (11) 4486-8100 www.prafesta.com.br Lacre Politampas (11) 4146-6000 www.politampas.com.br Resina da divisória Tecpolimer (19) 3304-5544 www.tecpolimer.com.br

O passo a passo para o uso do GoodRox: o consumidor pressiona a base do copo (1), remove o selo (2) e retira o gelo por meio das saliências da divisória interna (3). Basta então torcer a peça para desprender as três pedras num copo de bebida (4)

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}}} Vidro

Preto mais acessível Nova tecnologia barateia produção de embalagens de vidro negro

É

mais um passo na crescente abrangência do “luxo popular” em embalagens. Quase trivial na confecção de roupas, já que nunca fica fora de moda, a ponto de ser descrita banalmente como “pretinho básico”, a cor negra é um poderoso símbolo de diferenciação quando se trata de recipientes de vidro. Mas, dado o alto custo desse recurso, apenas produtos top de linha, com elevado preço final de venda, conseguiam alcançar aquele diferencial. Agora, a Owens-Illinois (O-I), maior produtora mundial de embalagens de vidro, está disponibilizando no Brasil seu black glass, vidro negro resultante de um novo processo de fabricação desenvolvido na matriz da empresa, nos Estados Unidos. Assim, embora continuem com seu aspecto de exclusividade, os frascos, potes e garrafas de vidro com aquela cor – se é que se pode chamar de “cor” a ausência total de pigmentos – se tornam mais acessíveis à indústria usuária, segundo afirma o fabricante.

Efeito químico A tecnologia utilizada na fabricação do black glass difere significativamente do método padrão de alimentação de cores através do colour feeder (processo de coloração da massa incandescente de vidro no momento em que sai do forno e antes de entrar na calha que conduz aos moldes dos recipientes). De acordo com a O-I, o processo é mais econômico do que a tradicional coloração no feeder e do que a decoração

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Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br

Petra Stark Bier, da Cervejaria Petrópolis, é a primeira usuária da nova classe de garrafas

das embalagens já prontas. No black glass, a alteração de cor se dá no forno, com a utilização de insumos naturais, através de processos químicos que permitem reações ao longo da formação da embalagem. Até agora, além do alto preço, o vidro negro representava um problema de segurança, porque os instrumentos tradicionais são incapazes de realizar a verificação de qualidade, devido à opacidade da cor. Isso não ocorre com o black glass, já que o novo processo não requer alterações nas linhas de produção e não inviabiliza a inspeção automática das embalagens. Não se altera também a forma de reciclar as embalagens. “Oferecemos uma solução visual atraente, que reúne elegância e sofisticação”, diz Ricardo Leonel Vieira, diretor de marketing e vendas da O-I Brasil. Além da questão estética, a cor preta – que destaca o produto no ponto de venda – protege o conteúdo das embalagens dos raios UV (ultravioleta), garantindo aos produtos maior vida de prateleira. O primeiro produto a utilizar o vidro negro é a cerveja premium Petra Stark Bier, da Cervejaria Petrópolis. A garrafa é totalmente negra e tem rótulos e tampa dourados. “A garrafa cumpre com os requisitos que todo produto de sua categoria deve ter: elegância e qualidade”, diz o gerente de marketing e relações com o mercado do Grupo Petrópolis, Douglas Costa. Afora o Brasil, a OwensIllinois produz o vidro negro nos Estados Unidos e na Austrália. Nesses países, os primeiros adeptos também são fabricantes de cervejas. (FP)

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panorama

}}} mOvImENtAçãO

NO muNDO DAs EmBALAgENs E DAs mArCAs

EQUIPAMENTOS

Fabrima sob nova direção Masipack adquire fornecedora e amplia seu portfólio com encartuchadoras e emblistadoras Fechado um negócio de peso no mercado nacional de máquinas de embalagem. A masipack anunciou a compra da Fabrima junto ao grupo alemão Oystar. O valor da transação não foi revelado. Com a aquisição, a masipack ganha força em emblistadoras e encartuchadoras voltadas aos mercados farmacêutico e de cosméticos. “vemos nesses setores um grande potencial de crescimento, que nos permitirá ampliar a nossa participação no mercado de embalagens”, declarou a empresa por meio de seu departamento de marketing. A compradora também ampliará as exportações, pois há Emblistadora anos a Fabrima escoa equipamentos para clientes europeus, da Fabrima: novidade americanos, asiáticos e de outros países latino-americanos. no portfólio da Masipack segundo a masipack, não haverá mudança de marca nas linhas de emblistadoras, encartuchadoras verticais e horizontais, 1973. Quatro anos depois, o grupo alemão IWKA entrou como empacotadoras verticais e dosadores da empresa adquirida. sócio da empresa. Em 2007, a Fabrima foi vendida à firma trinta milhões de reais serão investidos na renovação alemã de private equity Odewald & Compagnie, passando a da infraestrutura da fábrica da Fabrima, localizada em integrar o grupo Oystar com outras quinze empresas do setor guarulhos (sP), e na criação de novos produtos e serviços. do packaging. Os 180 funcionários da Fabrima serão também absorvidos Já a masipack, fundada em 1987, destaca-se pelas linhas pela masipack, que passará a contar com um total de 610 de empacotadoras verticais e horizontais para embalagens colaboradores. flexíveis. sediada em uma área com mais de 23 000 metros Fundada em 1971, a Fabrima desenvolveu a primeira quadrados em são Bernardo do Campo (sP), a empresa tem empacotadora vertical automática do mercado brasileiro, em filiais nos Estados unidos e na África do sul.

BIOPLÁSTICOS

Estreia sorridente Dentifrício sueco adota bisnaga plástica biodegradável

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combiná-los com boas propriedades de conversão”. As bisnagas plásticas formam um mercado emergente para os plásticos “verdes”. Diversos fornecedores têm investido nessa direção, entre eles a inglesa m&H e a brasileira C-Pack – que em 2010 anunciou o desenvolvimento de uma solução desse tipo, voltada inicialmente a cosméticos. A novidade da Allveggie: “desafio de conversão”

O NÚMERO

4,8%

Deverá ser a taxa anual média de crescimento do mercado mundial de embalagens de PET até 2015, para quando se espera um volume total de 14,5 milhões de toneladas produzidas em nível global. Oceania, América do Sul, Oriente Médio e África deverão apresentar os maiores índices de avanço, entre 5% a 7,5% ao ano. Em mercados desenvolvidos como América do Norte e Europa Ocidental, porém, a evolução anual se manterá entre 1% e 2%.

fonte: PIra InternatIonaL – fev. 2011

Especializada no desenvolvimento de produtos de higiene pessoal com apelo natural, a sueca Allveggie acaba de lançar aquela que afirma ser “a primeira pasta de dente do mundo em bisnaga plástica biodegradável”. A extrusão do tubo e a injeção da tampa são feitas na suécia pela tectubes com base no Bio-Flex, resina da alemã FKur obtida do ácido polilático (PLA, resina derivada do amido de milho ou outras fontes vegetais). “O uso de um bioplástico nesse tipo de aplicação foi um desafio”, afirma Johan Barkentin, encarregado do projeto na tectubes. “tivemos de assegurar a compatibilidade entre os diferentes componentes e

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Edição: guilherme kamio ||| guma@embalagemmarca.com.br

BIOPLÁSTICOS

Cinco vezes mais Ecoflex Produção de resina biodegradável da Basf é acelerada A Basf inaugurou em Ludwigshafen, na Alemanha, a ampliação de sua fábrica do plástico biodegradável Ecoflex, material promissor para a produção de embalagens. Agora, a capacidade é de 74 000 toneladas anuais, um salto de cinco vezes em relação ao antigo output. O Ecoflex é derivado do petróleo e tem as propriedades de um polietileno convencional, porém é totalmente biodegradável em condições de compostagem industrial. O material tem conformidade com a norma

europeia DIN EN 13432. Com a expansão da fábrica de Ludwigshafen, a Basf pretende também ampliar a oferta do Ecovio, derivado do Ecoflex que incorpora em sua composição até 75% de matériaprima de fonte natural renovável (ácido polilático, ou PLA, resina obtida a partir do milho ou outras fontes vegetais). Ambas as resinas da Basf já são empregadas na confecção de embalagens de alimentos, sacolas de boca de caixa, sacos de lixo e filmes para aplicações na agricultura.

METÁLICAS

Bicentenário ilustrado Obra da Abeaço recapitula os 200 anos da lata de aço Na onda das comemorações do bicentenário da lata de aço, ocorrido em 2010, a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) está lançando um livro. Nosso Aço – uma história para ser contada, sem autor especificado, fala da criação da embalagem pelo francês Nicolas Appert, em 1810, e das evoluções tecnológicas que ela sofreu desde então – melhorias de

matéria-prima, revestimentos internos e até o recente lançamento das versões para forno de micro-ondas (ver EmbalagemMarca nº 133, setembro de 2010). A obra também ressalta os atributos “verdes” da embalagem, como a reciclabilidade e a degradabilidade em curto período. Haverá versões impressa e digital do livro. Esta última poderá ser baixada do site da Abeaço (www.abeaco.org.br) a partir de março.


panorama

}}} movimentação

no mundo das embalagens e das marcas

CODIFICAÇÃO

Marcações amplas Surgem novas codificadoras inkjet para grandes caracteres A Videojet está lançando no Brasil novos modelos de codificadoras jato de tinta para grandes caracteres. Para os trabalhos que não exigem alta resolução, a novidade é a Videojet 2120. Com versões para substratos porosos e nãoporosos, o modelo é pré-programado com uma série de mensagens prontas para uso e foi toda desenvolvida de modo a facilitar a operação, diminuindo riscos de marcações incorretas. Já os modelos 2340, 2350 e 2360 são voltados a impressões em alta resolução. O destaque fica por conta do processo patenteado de micropurga automática da cabeça - que purga a cabeça de impressão a fim de reduzir o tempo de parada da linha para manutenção, de modo a proporcionar alta qualidade de impressão mesmo em ambientes com pó em suspensão. A tinta purgada é reciclada e reutilizada nas próprias máquinas – uma exclusividade no mercado, segundo a fabricante.

PLÁSTICAS

Decomposição diagnosticada Scanner “radiografa” embalagens plásticas oxi-biodegradáveis O d2Detector parece um scanner. E é de fato um leitor, mas não de códigos de barras. Trata-se de um dispositivo lançado pela inglesa Symphony Environmental Technologies para detectar a presença de seu aditivo oxi-biodegradável d2w em embalagens plásticas. As leituras, feitas em 1 minuto, permitem aos usuários verificar não só se o material utilizado é genuíno, mas também se a quantidade correta de aditivo foi empregada. Comercializado no mercado nacional pela Res Brasil, o aditivo da Symphony é adicionado aos produtos plásticos durante a fase de transformação e proporciona a desintegração de materiais plásticos em questão de meses.

O d2Detector: resultados em menos de 1 minuto

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Ajuda em boa hora Dono da Tetra Pak e da fabricante de equipamentos de embalagem Sidel, o grupo sueco Tetra Laval anunciou a doação de 50 000 euros (aproximadamente 115 000 reais) para auxílio das vítimas dos desastres causados pelas chuvas no Rio de Janeiro no mês de janeiro último. “A contribuição segue nossa filosofia de tomar responsabilidade e papel ativo nas sociedades em que operamos”, diz um comunicado emitido pelo grupo.

2340: versão para imprimir em alta resolução

CELULÓSICAS

ABPO oferece cursos

DESIGN

Nome ampliado 100% Design se movimenta A agência paulistana 100% Design decidiu incorporar a frase “Em Movimento” ao seu nome. Segundo as designers e diretoras Renata Melman (ao centro na foto), Patricia Oliveira (à esq.) e Lílian Chiofolo, a nova assinatura “reflete a movimentação constante para estar sempre atual num mundo em permanente transformação”. Entre projetos de embalagens e outros serviços, a empresa tem como seus clientes nomes como Ajinomoto, Akzo Nobel, Bic, Cepêra, Forno de Minas, Marilan, O Boticario, Pernod Ricard, Piraquê, Seara e Yakult.

Entidade organiza aulas sobre embalagens de papelão ondulado Em abril e junho próximos a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) irá organizar em São Paulo o curso “Como Desenvolver Embalagens de Papelão Ondulado”. O programa contará com palestras sobre capacitação em projetos do produto, modelo da embalagem, dimensional

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e transporte, entre outras. As aulas terão apostila com exercícios práticos e têm como público-alvo fabricantes e usuários de caixas de papelão ondulado das áreas técnica, de marketing, industrial, de suprimentos e comercial. Mais informações podem ser obtidas em www.abpo.org.br.

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ENTREVISTA }}} rAVi sAWHneY

“O design é a mágica” Para guru do desenho industrial, priorizar processos atávicos e utilizar a criatividade desde o início facilita o desencadeamento de produtos e embalagens certeiros

F

ilho de pais indianos, nascido no Canadá em 1956 e radicado desde os nove anos de idade nos Estados Unidos, o designer Ravi Sawhney é um nome presente como professor de sua especialidade em diversas universidades americanas, entre elas a Universidade da Califórnia de Los Angeles (UCLA). Mais que isso, suas contribuições em design industrial são lendárias. Na Xerox, por exemplo, ele foi o único designer participante da equipe de cientistas que desenvolveu a primeira tela de computador sensível ao toque. É fundador e CEO da RKS, famosa empresa especializada em estratégia, inovação e design que contribuiu para a geração de mais de 150 patentes de produtos. Sawhney é o criador da estratégia de design denominada psicoestética, exposta no livro Predictable Magic – Unleash the Power of Design Estrategy to Transform your Business, escrito em parceria com a estrategista de negócios Deepa Prahalad. É sobre esse processo que ele fala nesta entrevista concedida por telefone, que iniciou com a afirmação de que “o design é a mágica”.

© dIvULgaÇÃo

Cada vez mais, as empresas investem fortunas em inovação, com ênfase nas embalagens e em seu design. No entanto, segundo diferentes estimativas, algo próximo a 80% dessas iniciativas fracassam. Por quê? Há duas razões principais. A primeira delas

A força vendedora dos rótulos Patrocínio

São Paulo 12 de abril 16

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Este evento acontecerá também em

Recife

24 de agosto www.embalagemmarca.com.br Durante a


é que inovações são criadas a partir de uma perspectiva de desafio – um novo avanço tecnológico ou algo que previamente não podia ser feito –, mas nem sempre elas são desejadas por alguém. Há também inovações que podem ter relevância para o mercado, mas para as quais o consumidor não está preparado. Muitas delas implicam revoluções de hábitos e mudanças exageradas de atitude. O limite aceitável de mudança pelos consumidores os impossibilita de desaprender o que já sabem. Eles preferem ficar em suas zonas de conforto. O ambiente é crescentemente comoditizado e globalizado, mas, paradoxalmente, busca-se customização, produtos capazes de atender públicos específicos. Como contornar essa situação? Vejamos essa questão pelos olhos do consumidor. Mais opções e um maior nível de interatividade não necessariamente ressoam com o que nós pensamos e queremos. Na verdade, isso pode até ser visto como um fardo, à medida que continuam nos dando mais opções, mais opções e mais opções, de cambulhada com a comoditização. Para os comoditizadores, aqueles que chegam atrasados na corrida, o negócio é confundir e esmagar um pouco o mercado

e, no processo, propor o seu preço, seus valores e seus atributos para desafiar a concorrência. Uma das questões que esta discussão suscita é a da mudança de atitude do consumidor. Sempre ouço dizer: “Precisamos mudar a cabeça do consumidor”. A questão não é essa. A questão é avançar, fazer o consumidor progredir. É desenvolvê-lo, não mudálo. É fundamental nos negócios perceber que as pessoas não necessariamente mudam, mas sim que evoluem. Assim, o que devemos tentar conseguir junto aos consumidores é torná-los melhores. A partir daí, passam a consumir não só volumes maiores, mas a consumir mais com mais qualidade. O processo criado pelo senhor para liberar a força do design estratégico, batizado de psicoestética, consistiria em estabelecer uma conexão emocional com os consumidores através do design. Como isso ocorre? Pense na psicoestética como se fosse um palco a ser construído. Nesse palco ocorrerá uma grande performance. Elaboramos um pano de fundo com um panorama da concorrência e mapeamentos das personas dos consumidores. Então começamos a trazer ao palco as pessoas criativas que farão a perfor-

mance – não só os designers, mas executivos de diferentes áreas da empresa, incluindo gente do financeiro, gerentes e diretores. Daí elaboramos “jornadas do herói” (*) hipotéticas dos participantes. É esse o ponto nevrálgico da psicoestética. Isso facilita a equipe a entender e a conectar-se com seu público, entendendo seus anseios, e o rumo a uma situação competitiva. Como é possível, na prática, transformar esse processo em produtos e serviços? Há exemplos concretos? Posso citar o conhecido case da garrafa de água Kor One (ver quadro na pág. 18). Além dele temos atualmente programas inteiros específicos para serviços, área em que vem ocorrendo grande demanda por design. As ferramentas e os talentos que o design envolve podem ser aplicados a serviços, proporcionando experiências incrivelmente ricas e recompensadoras para os consumidores. É um desafio que já vem sendo enfrentado por pessoas criativas. No dia-a-dia das empresas no Brasil, o que se vê é que o desenvolvimento do design de produtos,

Design São Paulo 28 de junho Curitiba www.embalagemmarca.com.br 30 de junho

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EM AIS :

(*) Referência ao conceito explicitado por Joseph Campbell (1904-1987), profundo estudioso americano de mitologia e religião, segundo o qual a humanidade precisa de herois e, mais ainda, de que os indivíduos podem tornar-se herois ao bem administrarem suas tentativas de empreendimento e as circunstâncias que as cercam. O trabalho do entrevistado é em boa parte fundamentado nesse conceito.

Capa de Predictable Magic, escrito por Sahwney em parceria com Deepa Prahalad

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Este evento acontecerá durante a

Bioplásticos Papel Cartão São Paulo Novembro

São Paulo Novembro

Para mais informações sobre como participar destes eventos, consulte: fevereiro 2011

17 (11) 5181-6533 R. 22

www.ciclodeconhecimento.com.br


especialmente no setor de embalagens, é o último componente a ser considerado. Não há um alinhamento do design com a estratégia. Essa é a realidade também em países nos quais o senhor já atuou? Sim, acontece em todos os lugares, mas isso está mudando. Cresce a compreensão de que a contribuição da estratégia de design deve ser trazida o mais cedo possível para os projetos de desenvolvimento de produtos. Está provado que quem faz isso ganha mercado, e então a concorrência não tem saída senão tentar alcançá-lo. Mas é difícil conseguir isso se os designers forem envolvidos tardiamente no processo. O que sempre recomendo aos nossos clientes é que envolvam em peso e o mais cedo possível todos os integrantes da equipe de design nos projetos. Aconselho também que empreguem a equipe de maneira que seus membros se sintam lotados estrategicamente. Convém estabelecer algum tipo de acordo contratual que dê a eles a certeza da estabilidade e, em contrapartida,

que não partam para a concorrência. Quais têm sido as conseqüências do não alinhamento do design? Altas taxas de fracasso de lançamentos de novos produtos e baixo retorno dos investimentos líquidos. Não é assim quando se vai ao mercado com as perguntas certas e as respostas certas para o público-alvo. Do contrário entra-se no velho processo de ‘tentativa e erro’, e aí cabe a pergunta: espera-se até estar no mercado e ter o produto exposto no ponto de venda, para então descobrir que ele não é o que se imaginava? Ao ir mais fundo na psicologia dos consumidores, acaba-se descobrindo quais são seus desejos, qual o design mais indicado para eles, e então colhem-se os benefícios dessa prática cada vez mais cedo. E quanto mais cedo se fizer isso tanto menor será o risco. Quando se tem foco estratégico, o que um designer faz? Ele olha essa mercadoria de maneira holística, isto é, não só seu lado gráfico, mas também como as pessoas a manuseiam. Ele se pergunta: “O

A garrafa de água livre de bisfenol A Coube à RKS, empresa fundada por Ravi Sawhney, desenvolver o primeiro recipiente no mundo a utilizar uma resina livre de bisfenol A (BPA), aditivo utilizado em ampla gama de plásticos, hoje considerado cancerígeno. Em 2008 a condenação ao aditivo atingira o auge das críticas nos Estados Unidos, mas a essa altura a KSR já vinha desenvolvendo para a Kor Water, nos Estados Unidos, um projeto de garrafa para ser usada permanentemente por consumidores preocupados com o descarte do vasilhame usado, poluidor do ambiente quando não tem destinação adequada após o uso, como a reciclagem. Nasceu assim a garrafa Kor One, cujo êxito de vendas cresce na proporção inversa do aumento das preocupações com o impacto ambiental causado por embalagens descartadas. No projeto, a RKS utilizou a resina livre de BPA Tritan, da Eastman. Além desse fator, as características básicas da

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garrafa são: 1) tampa de fácil abertura, operacional com apenas uma das mãos; 2) material de alta transparência, semelhante à do vidro; 3) boca larga, capaz de receber cubos de gelo; 4) formato elíptico, de fácil manuseio; 5) tem longa vida útil e é reciclável; 6) a tampa tem um dispositivo, denominado Kor Stone, que permite personalizar o objeto.

consumidor apalpa a embalagem? Ele amassa a embalagem? O que acontece quando a embalagem é aberta?”. Para melhorar o produto, o designer cria adaptações a partir daquelas respostas. Ao entender as pessoas – e não apenas os produtos – podem ser criados produtos inovadores e bem-sucedidos, a baixo custo. A negligência com que o design é tratado nas grandes corporações não se deveria em boa parte à atitude dos designers, que mistificam a atividade? Sim, existe verdade nisso – e é uma parte do processo pelo qual a psicoestética se tornou mais rica e mais profunda. Os consumidores rejeitam aquilo a que não conseguem se adaptar, e o altíssimo design é um bom exemplo. Não acho que isso seja culpa do designer, ou da empresa ou do consumidor. Diria que isso é um exemplo típico do tipo de mau alinhamento. Se os consumidores de determinado produto ou serviço fossem todos designers e arquitetos, talvez o altíssimo design fosse aceitável para eles enquanto solução. Eles veriam toda a funcionalidade ou a pura estética da coisa. Entretanto, pode acontecer – e geralmente acontece – de se lançar no mercado um bem altamente durável e valioso e, mesmo assim, ter-se um mau alinhamento. No Brasil, com o aumento da renda da população e do poder aquisitivo das classes mais baixas, as redes de varejo e os fabricantes de bens duráveis procuram caminhos para atingir este público de forma a vender mais. Imaginamos que o senhor dirá que um instrumento muito adequado para isso é utilizar a psicoestética. Como convencer as empresas a adotar essa filosofia? Isso é feito através da seqüência da

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“jornada do herói”, da maneira que a aplicamos na psicoestética. Esse é um dos desafios que enfrentamos. Nada melhor para isso do que mostrar exemplos nos quais as pessoas foram atraídas a empregar – e adotar – uma grande quantidade do que chamados de “verdade da psicoestética”. E para enfrentar o desafio temos de construir a credibilidade e a atração, isto é, a atração para melhorar o desempenho de negócios. A psicoestética aumenta não somente o market share das empresas, mas pode ser usada para atrair novos consumidores que antes não eram alcançados. Como é possível saber se as constatações da filosofia da psicoestética estão se transformando adequadamente em

produtos, em embalagens? O sistema de mapeamento é usado não só como estratégia, mas também para medir o nível de engajamento, e é necessário desenvolver um sistema de avaliação do consumidor. Usando a psicoestética como plataforma é possível testar as raízes subjetivas que motivam o consumidor, com vistas a gerar mais inteligência. Nem sempre os designers de embalagem têm bom domínio técnico de processos e de materiais. A psicoestética pode funcionar num quadro desses? Perfeitamente. Mas é preciso que os designers também apliquem os princípios da psicoestética. Se o desafio é fazer com que o designer entenda e

adote novos materiais, por exemplo, é necessário personificar esses designers e desenvolver uma “jornada do herói” para eles, a fim de que se engajem na adoção e nas inovações a serem feitas. No caso, o processo da psicoestética se aplica diretamente aos desafios específicos dos membros daquele público. Muitos designers têm egos inflados, mas quando veem que há um novo approach que podem entender e evoluir com ele, isso os torna mais produtivos, faz com que seus projetos sejam mais desejáveis aos consumidores. Assim o designer ganha mais visibilidade e segurança. É o que chamo de atingir o ponto mágico: identificar onde estão as oportunidades, quem as alimenta e quem se beneficia com isso.


}}} Autopeças

Em marcha mais rápida Yamaha ganha produtividade e reduz custos com automação de embalagem

Tempo reduzido Antes da adoção da linha automática, a empresa tinha lead time médio de 30 segundos por unidade. O tempo caiu em todas as operações de acondicionamento. Nos casos mais drásticos, o índice foi reduzido para 10,8 segundos. As trocas de serviço podem ser feitas em apenas dois minutos, com mudanças de parâmetro numa tela de computador. Além da maior velocidade, o aparelhamento resultou em economia com mão de obra. “Isso proporcionou o retorno sobre o investimento na máquina em aproximadamente dez meses”, comenta Victor Basso, diretor da Opuspac. Para Paulo Matsuo, analista de materiais da Yamaha

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Motors, o investimento valeu a pena. “A qualidade da embalagem melhorou e o produto agora fica hermeticamente fechado, portanto mais bem conservado.” Contudo, a substituição do trabalho manual não deve ocorrer tão cedo em outros setores da planta da Yamaha. “De forma geral, todas as áreas do armazém de peças ainda necessitam de mão de obra, pois a quantidade de itens em estoque – por volta de 45 000 – ainda é muito grande para viabilizar a total automação do processo”, explica Matsuo. (MM)

Opuspac (19) 3878-7708 www.opuspac.com.br

A sequência de fotos mostra o processo de acondicionamento da Opus 10: Rotulagem; abertura das embalagens a sopro; acondicionamento manual; vedação da embalagem pelo equipamento e o produto final

© fotos: andré godoy

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Yamaha Motors do Brasil vinha enfrentando um gargalo em seu centro de distribuição localizado em Guarulhos, na Grande São Paulo. As peças de reposição para motocicletas, motores e quadriciclos eram acondicionadas manualmente, uma a uma, num processo que rendia aproximadamente 280 peças por hora por funcionário. Essa produtividade não atendia à demanda das concessionárias da marca. A montadora japonesa decidiu, então, automatizar o processo. Depois de análises e consultas junto a fornecedores, o departamento de peças da Yamaha iniciou em 2009 um projeto com a Opuspac, fabricante de máquinas sediada em Louveira (SP). Em janeiro de 2010 foi fechada a compra de uma unidade do modelo Opus 10. O equipamento passou a realizar o acondicionamento automático das peças de metal, plástico ou borracha em embalagens de quatro soldas (sachês), confeccionadas em um filme multicamada de polipropileno e polietileno. Além de colocar os produtos nas embalagens, a máquina realiza a impressão digital de etiquetas com dados do conteúdo, executando a rotulagem em linha. A produtividade aumentou sensivelmente.

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}}} reportAGeM de cApA

Híbrido curinga Versátil, bag-in-box busca avançar como solução em embalagem para a indústria, o canal institucional e o varejo Por Guilherme Kamio

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or que não juntar duas embalagens numa só, tentando combinar suas qualidades e superar as limitações intrínsecas de cada uma? Talvez tenha sido esse o insight tido pelo engenheiro americano William R. Scholle em meados da década de 50, quando decidiu acomodar bolsas plásticas em caixas de papelão ondulado para criar o conceito do bag-in-box (BIB). Scholle apostava que a soma da leveza e da impermeabilidade das flexíveis com a robustez e o formato logisticamente favorável das caixas de despacho poderia resultar numa embalagem capaz de aprimorar a distribuição de ácido sulfúrico para fábricas de baterias automotivas. Deu certo. O bag-in-box passou então a ser utilizado no acondicionamento de outras soluções químicas consumidas em atividades industriais. Scholle apostou depois no desenvolvimento de tecnologias de envase a quente e envase asséptico das bolsas para o uso do BIB em ingredientes líquidos ou pastosos para a produção de alimentos. Também deu certo. Mas no que o inventor talvez não apostasse de início é que sua criação pudesse ser versátil a ponto de extrapolar o ambiente fabril para ter aplicações no atacado institucional, como o canal do food service, e até no varejo, em produtos para o grande público. Tais modalidades começam a ser valorizadas no Brasil em negócios como o de vinhos. De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o volume de vinhos nacionais acondicionados em bag-in-box aumentou vinte vezes de dois anos para cá, alcançando 1,74 milhão de litros (ver tabela). O avanço vem ocorrendo na forma de embalagens de 5 litros e, sobretudo, de 3 litros. De menos de dez, o número de vinícolas nacionais adeptas do BIB subiu para setenta em menos de cinco anos. Contrastada com a produção total interna, que em 2010 ficou em 233 milhões de litros, a fatia abocanhada pelo bag-in-box ainda é irrisó-

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ria. Mas se o entusiasmo em relação à nova embalagem for tomado como parâmetro, é certo que a evolução em ritmo chinês continuará nos próximos anos. “Confiamos que o bag-in-box possa desempenhar um papel importante na democratização do produto no Brasil, assim como ocorreu na Austrália”, diz o presidente do Ibravin, Julio Fante. Hoje, naquele país, mais de 50% dos vinhos são ensacados em caixas.

Atributos de força Motivos não faltam para o bag-in-box ser visto como ferramenta potencial para alavancar o consumo de vinhos. Primeiro, ele é uma solução de custo atraente. Caixas de 3 litros, por exemplo, são hoje vendidas a preços em média 30% inferiores ao equivalente em garrafas (quatro unidades). O BIB é também seguro e conveniente. Não se estilhaça e incorpora alças e válvulas (torneiras) que facilitam servir a bebida. Um detalhe importante é que as válvulas não permitem o contato do conteúdo do bag-in-box com o oxigênio depois da abertura da embalagem. Trata-se de um diferencial para os vinhos, já que as contaminações e a oxidação que em poucas horas afeta as propriedades da bebida, deixando-a rançosa, são evitadas. “No caso do vinho, o produto mantém-se conservado por até dois meses após o uso inicial exclusivamente graças à embalagem, sem necessidade de refrigeração”, explica Adriano Dessimoni, diretor comercial para a América Latina da Scholle, empresa fundada por William R. Scholle e que brande a liderança no fornecimento da solução entre as vinícolas nacionais. “Assim, o consumidor pode levar a embalagem para casa e consumir a taça diária recomendada pela medicina.” O uso doméstico do vinho em bag-in-box,

Produção nacional de vinhos em bag-in-box (em litros) 2008 85 290

2009 976 000

2010 1 740 000 Fonte: Ibravin – Fev. 2011

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Exemplo de bolsa plástica acomodada em caixas de papelão ondulado para formar o bag-in-box


Miolo Wine Group tem dispensers com BIBs em mais de 300 estabelecimentos

© danIeLa XU

entretanto, ainda está mais concentrado na região Sul, onde há a maior tradição de consumo da bebida no País. “Os consumidores de outras localidades ainda não se familiarizaram com o conceito e o estranham”, diz o enólogo Marco Antônio Salton, sócio-proprietário da vinícola Valmarino, de Bento Gonçalves (RS), usuária do bag-in-box desde 2005 na linha de vinhos Tré Fradei. “Além disso, muitos lojistas boicotam a embalagem, porque acham que a margem das garrafas é maior.” Embora depositem esperança na difusão do consumo doméstico, os produtores de vinho vêm também tentando escoar BIBs no canal do food service. Nesse campo, uma estratégia interessante foi posta em prática recentemente pela Miolo Wine Group. A empresa começou a utilizar um dispenser exclusivo, com nichos para três caixas, com o objetivo de estimular, em pontos de dose, a venda de taças de seus vinhos das linhas Seleção e Terranova – desde 2007 disponíveis em BIBs.

Valmarino também investiu em equipamento para acomodar BIBs em pontos de dose

Requinte extra Na Europa, a Constellation Wines vem fazendo sucesso com uma inovação em bag-in-box para vinhos. É o FreshCase, embalagem com volume de 2,25 litros e duas variantes de válvulas especiais para a expulsão do conteúdo. No vinho branco (Chardonnay), a válvula fica embutida na base do bag-in-box, permitindo que a embalagem seja armazenada deitada nas geladeiras. Deslocada para baixo, a alça para transporte vira um calço, criando um desnível que facilita a vazão da bebida. Já na embalagem do vinho tinto (Cabernet shiraz) a válvula também fica embutida, porém no canto inferior do painel frontal da embalagem, para facilitar o recomendado consumo do produto em temperatura ambiente. O FreshCase é utilizado em vinhos das marcas Hardy’s Nottage Hill, Banrock station e Da Luca, e preserva o conteúdo por seis semanas após a abertura. Para facilitar a reciclagem, a embalagem é desmontável. O papelão ondulado e os plásticos podem ser separados e enviados para seus respectivos pontos de coleta.

As duas versões do FreshCase: com válvula superior, para ir à geladeira (acima) e a com válvula frontal, para vinho tinto

VEJA UM VÍDEO SOBRE O USO DO FRESHCASE:

emb.bz/freshcase

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Montado pela Monofrio, o aparelho é capaz de manter temperaturas distintas para cada bebida. “O equipamento já está presente em mais de 300 estabelecimentos em todo o Brasil”, conta o diretor nacional de vendas da vinícola, Alexandre Miolo (o executivo antecipa que vinhos da Almadén, marca comprada pela Miolo junto à Pernod Ricard em 2009, serão também lançados em BIBs e poderão ser comercializados sob o mesmo modelo). A Valmarino seguiu a ideia e hoje tem um dispenser similar, da mesma fabricante, em cinquenta restaurantes. “No caso das cozinhas industriais, o vinho em bag-in-box é também uma boa solução para o preparo de pratos, por economia e praticidade”, acrescenta Franco Perini, diretor da Vinícola Perini, de Farroupilha (RS). “Isso também vale para a cozinha doméstica. O consumidor não precisa abrir uma garrafa, usar só um copo e ser obrigado a beber o restante.” A Perini é a maior produtora de vinhos em BIB do País, tendo sete produtos com a marca Jota Pe oferecidos em caixas. Em 2010 a empresa produziu aproximadamente 350 000 unidades, quantidade que só foi possível graças à aquisição, em caráter pioneiro no mercado vinícola nacional, de um equipamento automático para o trabalho com o bag-in-box. Orçada em 650 000 reais, a máquina, fornecida pela Scholle, envasa o bag, monta a caixa, coloca o bag dentro dela e entrega a embalagem pronta para a paletização. “Como a demanda vinha crescendo exponencialmente, não podíamos mais continuar com processos manuais”, conta o diretor da Perini.

Avanço em food service Fora da raia dos vinhos, o bag-in-box é ainda raramente utilizado para aplicações voltadas ao consumidor final. Os maiores escoadouros têm sido as aplicações B2B. “Já temos atuação forte no canal do food service, como em iogurtes e outros derivados lácteos e em recheios e coberturas para panificação”, detalha Eduardo Casali, gerente comercial da Embaquim, especializada em BIB. O profissional destaca também o consumo de bag-in-box para o abastecimento de máquinas que servem bebidas em pontos de dose. “Nessa seara suprimos operações de mate

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gelado, que já vai diluído para as lojas”, diz. Essa atividade é também explorada pela Scholle. “Um case importante foi a migração dos xaropes para refrigerantes das principais marcas nacionais, utilizados em máquinas do tipo post mix”, ressalta Dessimoni. “O bagin-box hoje ocupa a maioria do espaço que até alguns anos atrás era exclusivo dos cilindros de metal.” Outra empresa no páreo para o fornecimento de BIBs para aplicações em food service é a DuPont, por meio de sua divisão Liquid Packaging Systems. A empresa desencadeou projetos em clientes como a Louis Dreyfus Commodities, que passou a utilizar um bag-in-box de 18 litros para o óleo vegetal Vila Velha. A embalagem, que figurou entre as vencedoras do Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem 2008, se coloca como opção vantajosa às latas de mesmo volume. Confeccionada pela Orsa, a caixa tem alça no topo, onde também se destaca uma válvula de largo diâmetro. Em um projeto parecido, recém-lançado, a CDI Barra colocou no mercado um bag-in-box

Com aumento da procura, linha Jota Pe, da Perini, ganhou linha automática de envase

Versão de 1 000 litros é hit entre indústrias O uso em indústrias, na movimentação e no armazenamento de grandes volumes de insumos, foi a aplicação original do bag-inbox nos Estados Unidos. Essa é a vocação da Embaquim, empresa brasileira fundada há 31 anos. Segundo Eduardo Casali, gerente comercial da fornecedora, o BIB vem também avançando no País em operações fabris. “A principal vantagem do bag-in-box, nesse campo, é o fato de ele ser descartável, diferentemente das soluções retornáveis como tambores, cilindros, bombonas e IBCs (Intermediate Bulk Containers, grandes receptáculos plásticos retornáveis geralmente envolvidos por gaiolas metálicas).” Com o BIB, ressalta Casali, “a empresa usuária não precisa se preocupar com operações de

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retorno e pode se concentrar em sua vocação, que é produzir”. Casali explica que, hoje, o principal campo de aplicação para os BIBs da Embaquim em ambiente fabril se dá no uso da versão de 1 000 litros, utilizado para estocagem ou transporte de substâncias líquidas ou pastosas para indústrias alimentícias, química e de cosméticos (por questões contratuais, nomes de clientes não são revelados). Nessa atividade, a empresa mantém parceria com a Rigesa, que fornece as armações de papelão ondulado. Embora o B2B entre indústrias seja seu maior filão, a Embaquim aposta na versatilidade do bag-in-box. Tanto é que mantém cerca de 300 soluções em seu portfólio, para os mais variados tipos de produto.

BIB de grandes dimensões tem clientela cativa para o transporte de insumos

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DuPont emplacou projeto em óleo da Louis Dreyfus Commodities

de 18 litros de óleo vegetal para o canal do food service. A embalagem, patenteada pela Scholle, atende pelo nome Jerribox, e traz um diferencial importante: a válvula superior permite o envasamento do produto em linhas convencionais de enchimento de embalagens rígidas. “Os clientes podem continuar utilizando o seu atual sistema de envase, não necessitando de adaptação e investimento na linha de produção”, afirma Ailton Pupo, gerente de desenvolvimento de negócios da fornecedora de caixas de papelão ondulado Rigesa, parceira da Scholle na comercialização do conceito Jerribox no Brasil. Para Casali, da Embaquim, aplicações semelhantes, mas em litragem menor, trariam benefícios claros no uso doméstico. “É possível fazer BIBs de 1 litro, por exemplo, para azeite de oliva”, ele sugere. “O bag-in-box propiciaria alta barreira contra a luz, que degrada o produto”. Casali se resguarda de revelar os nomes

Jerribox, adotado pela CDI Barra em óleo de soja, permite envase em linhas de embalagens rígidas

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dos clientes, mas informa que estão em andamento projetos com água de coco (em bag asséptico), lava-roupas líquido e sucos. “Vejo também enorme espaço em água mineral”, diz o profissional, “mas desde que os produtores entendam que o bag-in-box não é para água commodity: é mais caro que o garrafão plástico, mas traz vantagens de higiene e praticidade.”

No mercado de água mineral, catarinense Ariwa aposta no BIB como alternativa aos garrafões retornáveis

Águas e sucos Sediada em Blumenau (SC), a Ariwa assimilou essa noção. A empresa está lançando uma linha de águas minerais em BIBs de 5, 10 e 20 litros com objetivo de posicioná-la numa faixa premium. “Os principais alvos são as classes A e B. Notamos que muitas pessoas desse grupo social têm restrições ao garrafão retornável”, diz a empresa, que decidiu não especificar um porta-voz para atender a reportagem. “Além de ser higiênico e descartável, o bag-inbox barra a luz, o que preserva as propriedades de nossa água, rica em minerais.” Dessimoni, da Scholle, acredita que o mercado de sucos também pode aproveitar os predica-

Valduga tem exemplo bem-sucedido de uso do bag-in-box em suco de uva

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dos do bag-in-box para fazer o consumo aumentar. As primeiras iniciativas já podem ser vistas. Pioneira no uso do BIB em vinhos no Brasil, tendo iniciado as experiências há quase dez anos, a Casa Valduga lançou em 2005 um suco de uva em bag-in-box de 3 litros. “Tivemos de fazer uma verdadeira re-engenharia da linha de envase”, conta o gerente de marketing Fabiano Olbrisch. O desafio que teve de ser superado, segundo ele, é que o suco, sem conservantes, é processado a quente, o que impossibilitava o envase imediato nas bolsas. A solução foi fazer o produto passar por um período de resfriamento antes do acondicionamento. “Mas valeu a pena”, diz o executivo da Casa Valduga. “As vendas têm crescido ano após ano, e muitos consumidores entram em contato para elogiar a praticidade do produto.”

NA PRÓXIMA EDIÇÃO: Bag-in-ball, versão do bag-in-box com embalagem de PET como componente externo, começa a se difundir no Brasil

DuPont 0800 171715 www.dupont.com.br Embaquim (11) 2066-2333 www.embaquim.com.br Orsa (11) 4689-8700 www.grupoorsa.com.br Monofrio (54) 3458-1222 www.monofrio.com.br Rigesa (19) 3881-8800 www.rigesa.com.br Scholle (19) 3826-8800 www.scholle.com

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paInEL GrÁFICo

}}} mErCADO DE CONvErsãO E ImPrEssãO DE rÓtuLOs E EmBALAgENs

Presente de aniversário Ao completar 30 anos, Braga ganhará nova fábrica Fundada na cidade de Campinas, no interior de são Paulo, pelo empresário Laércio Braga – seu presidente até hoje –, a Braga Produtos Adesivos completa 30 anos em 2011. Inaugurada em 1981, a empresa iniciou suas atividades como convertedora de rótulos e etiquetas – atividade que só deixou em 1993 – e depois se especializou no que é sua atividade exclusiva atualmente: produção de papéis e filmes autoadesivos. Hoje com sede em Hortolândia (sP), a Braga

está prestes a ampliar sua capacidade mensal de produção de 5 milhões de metros quadrados. A empresa deve inaugurar ainda no primeiro semestre sua segunda planta industrial, na cidade de três Lagoas, em mato grosso. Com a nova fábrica em operação, a Braga irá rapidamente dobrar a sua capacidade de produção. Quando atingir a sua plena capacidade, o que deve acontecer em um ano e meio, a nova máquina vai fabricar entre 8 e 10 milhões de metros quadrados de material adesivo.

Acabamento automatizado Nova Página adquire máquina de hot-stamping Já está em operação a mais nova aquisição da gráfica Nova Página, de Cajamar (sP), para acabamentos. A máquina sBL 1050 possui o recurso de corte e vinco com destaque e aplicação automática de hot-stamping, que garante a padronização no processo da primeira até a última folha. Para aplicação

de hot-stamping, o equipamento processa entre 5 000 e 6 000 folhas por hora, enquanto o processo manual produz de 600 a 800 folhas no mesmo espaço de tempo. Para corte e vinco, a produtividade é de 7500 folhas/hora. A máquina também processa substratos em papelão micro-ondulado.

Virtual, mas quase real Aplicativo mostra como embalagens ficariam na gôndola

Primeira sede da Braga, na década de 80, em Campinas (SP)

A EskoArtwork e a vtales graphics criaram um programa que permite ver o efeito de embalagens nas gôndolas dos mercados. O produto foi batizado de “Esko store visualizer”, e possibilita ao usuário colocar objetos virtuais em fotos de prateleiras ao lado de produtos concorrentes, simulando o ambiente real de uma loja. O programa permite a vizualização ultrarrealista de como fica a disposição dos produtos no supermercado antes da fabricação das embalagens e dos displays de ponto de venda.

Flexografia padronizada Flint Group automatiza processamento de chapas A Flint group lança uma linha totalmente automatizada para processamento de chapas para flexografia. A linha Nyloflex APP (Automated Plate Processor) segue a tendência de padronização e automatização no setor de impressão. Combina uma lavadora com escovas circulares, um forno de secagem com oito gavetas, uma unidade de pósexposição e acabamento (uv-A / uv-C) e um empilhador com oito gavetas, oferecendo capacidade total de até 120 chapas/320m² por dia. O equipamento trabalha com chapas até 1320mm x 2032mm (Formato Fv) e espessuras de 0,7mm a 7mm.

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Novo programa hiperrealista leva as embalagens para a gôndola como se fossem reais (abaixo)



}}} reFriGerAntes

Gás no vaivém de PET Franqueados da Coca-Cola intensificam o uso de garrafa plástica retornável

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garrafa de PET é preenchida com refrigerante, distribuída ao varejo e levada para casa pelo consumidor. Depois de esvaziada, ela não é descartada como qualquer outra. É devolvida no ponto de venda e então recolhida pelo fabricante para ser novamente envasada. Essa operação é realizada pela Coca-Cola brasileira desde meados dos anos 90, porém sempre se manteve restrita a poucas praças e a volumes limitados de produção. Agora, promete crescer, graças a investimentos dos franqueados locais da companhia americana. O vaivém é baseado na Ref PET, garrafa retornável de PET criada pela Amcor (o “Ref” é uma contração do termo inglês refillable, ou “recarregável”, em tradução livre). Maior engarrafadora mundial das bebidas Coca-Cola, a Femsa inaugurou no dia 13 de janeiro último em sua fábrica de Jundiaí (SP) uma nova linha de produção baseada nessa embalagem. Trata-se da maior instalação no mundo para o trabalho com a Ref PET.

Fruto de um investimento de 34 Coca-Cola brasileiro. Outra importante milhões de reais, a nova linha da Femsa franqueada, a Brasal, de Brasília, prepara é capaz de envasar até 27 000 garrafas de para o próximo mês de julho a inaugu2 litros por hora. Setenta novos funcio- ração de uma planta expandida para o nários foram contratados para operá-la. trabalho com a garrafa de PET retornável. “Investimos no que há de mais sofistica- “Já investimos 25 milhões de reais nesse do em equipamentos de controle e ins- projeto”, relata Victor Bernardes, gerente peção, que garantem um produto sempre comercial da empresa. nas melhores condições para o consumo”, A Brasal utiliza a Ref PET desde afirma o gerente industrial da Coca-Cola 1995. Hoje, a embalagem responde por Femsa Jundiaí, Alexandre Tortorelli. A 12% do total produzido anualmente pela Ref PET tem um ciclo de uso de até 25 empresa, algo próximo a 15 milhões de vezes. “Toda vez que retorna à fábrica, unidades de 2 litros. “A produção só não a embalagem passa por um rigoroso sis- é maior porque seguramos seu crescitema de higienização e seleção de forma mento nos últimos anos”, conta Rafael a reconhecer o nível de qualidade para Rosano, diretor industrial da engarrafaque ela continue no processo dora. Segundo o executivo, a manutenção no portfólio fez a fabril”, explica o executivo. PET retornável tornar-se um A Femsa já vinha utilihábito para “parcela expreszando a Ref PET em escala siva” de seus consumidores menor desde 2007 no interior – “principalmente para quem paulista. Agora, irá expanbusca melhor custo/benefídir a penetração da embalagem na Grande São Paulo É o ciclo de vida cio”. Na Brasal, a Ref PET e no litoral do estado. Seu de uma garrafa de 2 litros chega a ter preço final até 90 centavos menor caso não é único no sistema Ref PET

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Embalagens plásticas retornáveis de 2 litros sendo processadas na nova linha da Femsa: 27 000 unidades por hora

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que o da versão de mesmo volume em garrafa one way. Franqueada que atende o noroeste do estado de São Paulo e o sul de Minas Gerais e adepta da Ref PET desde 2000, a Companhia de Bebidas Ipiranga promete também entrar na onda. “Como a embalagem traz bom retorno, pretendemos expandir a produção”, diz Tiago Garcia, coordenador de trade marketing

da empresa, evitando antecipar pormenores do projeto. A única engarrafadora de Coca-Cola adepta da Ref PET a não abrir planos em relação à embalagem foi a Spaipa, atuante no interior paulista e no Paraná. Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, ela não havia se manifestado até o fechamento desta edição. Além de proporcionar a prática de preços finais mais enxutos, fator impor-

tante frente à competição acirrada com as marcas regionais, a Ref PET é também vista como sustentável, por exigir menor consumo de matéria-prima e energia. “Com ela é possível aumentar as vendas e fortalecer a marca”, avalia Tortorelli, da Coca-Cola Femsa. (GK) Amcor Plásticos Rígidos (11) 4589-3000 www.amcor.com

Fornecedora investe para absorver a demanda A escalada no uso de garrafas retornáveis de PET pode extrapolar o caso da CocaCola e avançar em novos segmentos de bebidas no País. É o que deixa no ar Julio Leite, diretor comercial da Amcor Plásticos Rígidos no Brasil, única fornecedora local da tecnologia. “Há projetos em andamento”, revela o executivo. “Mas neste momento

não podemos divulgar mais informações devido à confidencialidade prevista em tais iniciativas.” A Amcor investiu recentemente 5 milhões de dólares em sua fábrica de Poços de Caldas (MG) para ampliar a produção de garrafas Ref PET de 1,5 litro e 2 litros. Com o aporte, a capacidade instalada alcançará 3,5

milhões de garrafas por mês. Para Leite, as Ref PET têm potencial de crescimento por combinar os predicados do PET com vantagens em sustentabilidade. “É uma solução retornável, leve, inquebrável, 100% reciclável e que reduz custos logísticos e emissões de gases de efeito estufa durante o transporte”, resume o dirigente da Amcor.


ARTIGO }}} ANDREW EYLES

Trabalho emblemático Críticas ao logotipo das Olimpíadas do Rio mostram como é duro agradar a todos. Ele é original? Não. Mas gostei do resultado

Agência carioca Tátil foi acusada de se inspirar no quadro A Dança, de Matisse (acima), para criar o logotipo Rio 2016. Mas rodas de humanos são figuras usadas desde épocas remotas, como provam pinturas rupestres

Q

uando foi a última vez em que vimos algum artigo elogiar o design de um logotipo? Boas notícias não vendem jornais. E símbolos são alvos fáceis para a crítica. Quanto maior a importância e o orçamento, maiores os julgamentos. “Especialistas” loucos para aparecer surgem aos montes para condenar os trabalhos. A execração faz barulho, ressoa. Foi o que ocorreu com o logotipo dos futuros jogos olímpicos do Rio de Janeiro, lançado na virada do ano. O trabalho atraiu mais que o limite razoável de críticas. Foi ridicularizado. Acusaramno de não ser original, de ser derivativo. Muitos o tacharam de uma imitação de A Dança, de Matisse, ignorando o fato de que figuras antropomorfas reunidas em círculo

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representam um dos mais antigos e mais comuns símbolos de unidade. É algo singular? Não. Mas é um recurso visualmente eloquente e instantaneamente compreensível. Talvez por isso ele seja tão comum em pinturas préhistóricas encontradas em cavernas. Surgiram, também, acusações veladas de que a agência carioca Tátil plagiou a identidade da Telluride Foundation para criar o logotipo Rio 2016. Acho injusto. Parece improvável que a Telluride, do Colorado, seja conhecida a ponto de ter sua marca impregnada entre a comunidade de design. Reivindicar os direitos sobre a figura de um círculo de pessoas faz tanto sentido quanto reclamar a propriedade pelo uso de um pote ou frasco standard. O autor original da imagem foi provavelmente um neandertal. É um

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conceito universal, presente na psique coletiva de todos nós, não somente artistas e designers. Prefiro acreditar na paixão e na dedicação dos designers da agência, que ficam visíveis neste vídeo: emb.bz/rio2016 Francamente, o logotipo do Carnaval de 2004 em Salvador é muito mais parecido com o da Telluride que o logotipo Rio 2016...

Humanidade e graça Mas deixando a polêmica de lado, o logotipo Rio 2016 é uma boa peça de design? Evoca uma celebração da humanidade, como deveria? Para mim, sim. A palavra “Rio” tem boa legibilidade, há o simbolismo de infinitude e a peça parece fabulosa renderizada em três dimensões. Detalhe importante é que a identidade não destoa do design do logotipo da Copa do Mundo de 2014, o que pode ajudar a construir uma imagem de marca para o Brasil – algo a ser bastante valorizado nestes dias de competição global acirrada. É impossível agradar a todos na criação de logotipos de tanta proeminência. O logotipo Rio 2016 denota fluidez, expressividade e inclusão. A identidade das Olimpíadas de 2012 em Londres, por sua vez, tomou uma postura antagônica, deliberadamente anárqui-

Símbolo dos Jogos de 2012 em Londres, com jeitão anárquico e punk, também foi duramente criticado

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Houve quem acusasse o logotipo Rio 2016 de plagiar a marca da Telluride Foundation. Logotipo do Carnaval de 2004 em Salvador é muito mais suspeito

ca e rebelde. O resultado? Furor é uma palavra amena para descrever as reações. Houve até quem dissesse que a imagem representa a personagem de desenho animado Lisa Simpson num ato sexual. Aprecio o esforço depositado nesse trabalho, mas não simpatizo com ele no mesmo grau com que simpatizo com o do Rio 2016. Neste último eu sinto paixão, modernidade, humanidade e graça. Muitos de nossos clientes frequentemente dizem: “Quero uma identidade no estilo à da Nike”, mas se esquecem de que esse sinal nem sempre foi famoso. Foram necessários anos de investimentos em marketing para torná-lo mundialmente reconhecido. Por isso, talvez valha mais a pena avaliar a força e o apelo do logotipo Rio 2016 daqui a cinco anos, quando as pessoas já tiverem convivido com ele por um bom período e sua exposição aumentar graças a investimentos em publicidade por parte dos organizadores do evento. Parece mais sensato. Mas isso não venderia muitos jornais, certo? Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand Design (www.bluemarlinbd.com), consultoria de marcas e design sediada no Reino Unido e com filiais na Europa, na Ásia, na Austrália e nos Estados Unidos. Ele pode ser contatado através do e-mail andrew.eyles@bluemarlinbd.com.

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DISpLay

}}} LANçAmENtOs

E NOvIDADEs – E sEus sIstEmAs DE EmBALAgEm

Revisão nostálgica Novo pote da geleias destaca rótulo retrô Para comemorar 90 anos, a ritter Alimentos reformulou a embalagem de sua linha de geleias, composta por mais de trinta sabores. O pote de vidro agora tem cantos arredondados para facilitar o manuseio e bocal mais largo, para simplificar o acesso ao conteúdo. O rótulo autoadesivo, confeccionado em filme de polipropileno biorientado (BOPP) metalizado, resgata a identidade dos antigos logotipos da empresa. O design gráfico é do departamento de marketing da fabricante.

Potes Nadir Figueiredo (11) 2967-8800 www.nadir.com.br Tampa Metalgráfica Rojek (11) 4447-7900 www.rojek.com.br

Novo design de Del Valle Mais agora informa quantidade de frutas usadas

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Cappuccino adota pote com silhueta única

Rótulos Gráfica Estrela (49) 3441-0200 www.graficaestrela.com.br

Mais natural e didático As cartonadas assépticas dos sucos Del valle mais ganharam nova identidade. O visual, repleto de imagens de folhas e frutas, busca reforçar o conceito de naturalidade dos produtos. uma nova informação é exibida numa das laterais das caixinhas: a quantidade média de frutas utilizadas para obter o suco presente em cada embalagem.

Formato de coração

Caixinhas Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

A linha de cappuccinos da 3 Corações é ampliada com o Cappuccino shake, bebida que deve ser consumida gelada. O pote de polipropileno em que a novidade é acondicionada tem formato alusivo ao de um coração, equity da marca. O desenho facilita o manuseio. A decoração fica a cargo de um rótulo termoencolhível de PvC. Rótulo Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br

Selo protetor Geraldiscos (11) 4155-9000 www.geraldiscos.com.br

Design Dezign com Z (11) 2184-8100 www.dezigncomz.com.br

Tampa Revpack (11) 4070-7755 www.revpack.com.br

Pote Frasquim (11) 2412-8261 www.frasquim.com.br

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Edição: FlÁVio PalharES ||| flavio@embalagemmarca.com.br

Petrópolis também tem sleek Cervejaria adota lata esguia em suas marcas Depois da AmBev, agora é o grupo Petrópolis que aposta no acondicionamento de cervejas em latinhas de alumínio de 269 mililitros – formato conhecido como sleek. Itaipava Pilsen e Crystal Pilsen são as primeiras cervejas da empresa a contar com a novidade. Itaipava Premium, Crystal Premium e Itaipava Fest serão as próximas contempladas. Esta última terá latas decoradas com tinta especial refletiva, que brilha sob luz negra. Lata Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br

Design simplificado BadBoy renova embalagem de energético O energético BadBoy Power Drink teve seu visual renovado. O design foi simplificado, com a redução do número de elementos gráficos. As mudanças foram incorporadas nas duas versões do produto – lata de alumínio de 269 mililitros e garrafa de PEt de 1 litro. Em breve, o produto será lançado em um flaconete de 10 mililitros.

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Design EC (11) 3034-2852 www.ec.vc Garrafa Portoplastic (11)2905.4424 Rótulo BR Films www.brfilms.com.br Lata Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil


DISPLAy

}}} lançamentos

e novidades – e seus sistemas de embalagem

Lançamento doce Phytonutre apresenta adoçante líquido A Phytonutre lançou sua nova linha de adoçantes com a marca Docel. O produto é apresentado na forma líquida em embalagens de Design e/w propaganda (19) 3407-8074 www.ewpropaganda.com.br

Rótulos Grif (11) 2146-1150 www.grifetiquetas.com.br

PET de 100 mililitros com tampa-lacre e bico dosador. O rótulo autoadesivo tem predomínio de tons alaranjados. Tampas Injesa (19) 3468-4547 www.injesa.com.br

Embalagem Inpet Brasil (11) 4886-9000 www.inpet.com.br

Manuseio facilitado Rótulo Damver (11) 2693-9527 www.damveradesivos.com.br

Bombril apresenta limpadores com alça

Frasco Engratech (11) 3079-3947 www.grupoengra.com.br Design MN design (11) 2345-6644 www.mndesign.com.br Tampa Garboni (11) 5051-3575 www.garboni.com.br

A marca de produtos para limpeza doméstica Pratice, da Bombril, ganha o reforço da recém lançada linha de Limpadores com Brilho, que tem as variantes Lavanda e Clássico para Cerâmica e Porcelanato, Laminados e Todos os Tipos de Pisos Frios. Os produtos são acondicionados em frascos de polietileno de alta densidade (PEAD) de 750 mililitros, com alça para facilitar o manuseio, e tampas de polipropileno. Os rótulos autoadesivos são impressos em offset.

Sobremesa servida pela Moça Personagem é destaque em pote da Nestlé decorado com rótulo in-mold A Nestlé amplia sua linha de sobremesas geladas com os sorvetes Moça Fiesta nos sabores Pudim de Leite e Cocada. A identidade visual leva os ícones da marca Moça para a embalagem, com um toque de informalidade em formas irregulares e balões de fala, que trazem as informações, ressaltando a mensagem “Feito com o verdadeiro Leite Condensado Moça”. A Moça do logotipo ganhou status de personagem, destacando-se na embalagem

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ao oferecer o produto ao consumidor. Os potes termoformados de polipropileno (PP) têm rotulagem in-mold labeling (IML) e são importados da Itália.

Rótulo Grafiche Rekord www.rekord.it Pote MPG www.mpgplast.it Design Pande Design Solutions (11) 3849-9099 www.pande.com.br

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Para usar com refil

Mudança ruidosa

Ovomaltine lança pote recarregável

Energético Big Thor tem novo rótulo

Ovomaltine conta com nova embalagem de 400 gramas. O pote, com design desenvolvido na Europa, é atóxico e tem tampa de rosca. A embalagem é reutilizável, pois acomoda as quantidades de produto em refis disponíveis aos consumidores: 190, 300 e 400 gramas.

O Big thor Energy Drink está de embalagem nova, concebida em parceria com a Baumgarten. O novo rótulo termoencolhível foi escolhido para conferir maior destaque e segurança ao produto, comercializado nas versões 250 mililitros e 2 litros e acondicionados em garrafas PEt. “Nossas vendas aumentaram 30% já no primeiro mês no varejo e abrimos novas portas no mercado atacadista” diz Felipe spett, diretor comercial do Big thor.

Pote Marcony Industria de Plásticos (47) 3436-0624 www.marconyindustrial.com.br Rótulo Uniflexo (11) 4619-9600 www.uniflexo.com.br

Tampa Alpla (11) 2104-1400 www.alpla.com

Garrafa Servpack (17) 4009-1500 www.servpack.ind.br

Rótulo Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br


}}} Internacional

Toque de Midas Champanhe francês adota garrafa gigante revestida em ouro

N

uma licença à tradição vinícola de associar volumes de garrafas a nomes de reis bíblicos, a Champagne Cattier decidiu batizar a recém-lançada garrafa de 30 litros do champanhe Armand de Brignac não como Melquisedeque, conforme o costume, mas como Midas. A menção ao rei grego, famoso pela lenda de ter ganhado poder para transformar tudo o que tocasse em ouro, deve-se à composição da embalagem, definida pela empresa francesa como “a mais suntuosa no mundo dos champanhes”. Feita à mão na França, a garrafa de vidro é toda revestida com acabamento em ouro. Sua decoração é feita por meio de quatro rótulos confeccionados em peltre (liga metálica de estanho e chumbo), cuidadosamente aplicados à mão, com destaque para o grande brasão em forma de ás de espadas, símbolo da marca Armand de Brignac. A inspiração para o design foi o trabalho do famoso estilista francês André Courrèges.

Pesada e cara A primeira unidade da Midas foi vendida no dia 1º de janeiro último pela bagatela de 100 000 dólares, na boate XS, anexa ao cassino Encore, em Las Vegas. O comprador, que preferiu se manter no anonimato, participava de uma festa organizada por lutadores de artes marciais mistas (MMA) após a realização da 125ª edição do famoso Ultimate Fighting Championship (UFC). Foram necessários dois brutamontes para carregar a garrafa, que pesa pouco mais de 45 quilos. Procurada pela reportagem por meio de sua assessoria, a Champagne de Cattier preferiu não informar quantas unidades da Midas serão produzidas. Sabe-se que não haverá uma tiragem grande. A vinícola, fundada em 1763 no terroir Montagne de Reims, na região de Champagne, é conhecida pela produção pequena – e esmerada. “Nosso champanhe é formulado por meio de métodos artesanais intensivos”, explica o diretor da empresa, Jean-Jacques Cattier. “Queremos que isso fique patente também na apresentação”. (GK)

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A Midas ao lado de uma garrafa de 750 mililitros: quarenta vezes maior

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}}} índice de anunciantes

Empresa

Antilhas Baumgarten Betim Química BMB BP Filmes Braskem Center Fix Colacril CSI Closures Indexflex Interpack Label Summit MetaPack Máquinas Metrolabel Moltec PakTech Papirus Plastic Solution SIG Combibloc Technopack Tyrex Vemax Videojet Vidro Porto

Página

21 11 39 41 13 7 37 9 4ª capa 43 5 31 27 19 37 33 15 25 2ª capa 37 25 23 29 27

Telefone

Site

(11) 4152-1100 (47) 3321-6666 (31) 3358-8500 +41 (0) 44 864 45 45 (11) 3616-3402 (11) 3576-9999 (11) 4122-2988 (44) 3518-3500 (11) 4134-2500 (11) 3618-7100 (11) 5535-4799 +1 (262) 782 1900 (54) 3454-9215 (11) 3603-3888 (11) 5693-4600 (11) 8509-8676 (11) 2125-3900 (11) 2872-1555 (11) 3028-6744 (51) 2139-9000 (11) 3617-8888 (19) 3881-8990 (11) 4689-7273 (19) 3589-3199

www.antilhas.com.br www.baumgarten.com.br www.betimquimica.com.br www.bmbag.ch www.bpfilmes.com.br www.braskem.com.br www.centerfix.com.br www.colacril.com.br www.csiclosures.com www.indexflex.com.br www.mdkfeirasinternacionais.com.br www.labelsummit.com/brazil www.metapack.ind.br www.metrolabel.com.br www.moltec.com.br www.paktech-opi.com www.papirus.com www.plasticsolution.com.br www.sig.biz/brasil www.technopack.com.br www.tyrex.com.br www.vemax.com.br www.videojet.com www.vidroporto.com.br


Almanaque Futebol americano e embalagens com o nome de sua companhia. A empresa era a Indian Packing Company, que produzia carne enlatada, e o time adotou o nome de “Green Bay Packers”. Em 1921 a empresa se fundiu com outra produtora de enlatados, a Acme Packing Company, e deixou de existir – mas o time permaneceu com o mesmo nome. Ainda em 1921, a equipe entrou para o que hoje é a NFL – National Football League (Liga Nacional de Futebol Americano). O nome do time é o mais antigo da NFL e um dos mais antigos da história do esporte norte-americano, tanto pelo nome de guerra “Packers” quanto pelo fato Capacete dos “Packers” e lata produzida pela de permanecer na mesma Indian Packing Corporation, que deu cidade desde sua fundação.

Vencedor do Super Bowl XLV (final da liga de futebol americano, edição 45), realizado no último dia 7 de janeiro, o Green Bay Packers leva em seu nome uma história curiosa. Fundado em 1919, o time da cidade de Green Bay, em Wisconsin, não tinha dinheiro para comprar uniformes. Um dos seus fundadores, Earl “Curly” Lambeau, pediu ao seu patrão dinheiro para os acessórios. O chefe deu uma contribuição de 500 dólares, com a condição de que o time fosse batizado

origem ao nome do time

De envelopes a flexíveis O primeiro preservativo anatômico de látex foi criado depois da invenção da vulcanização da borracha, por Charles Goodyear, em 1839, mas seu uso só se popularizou nos Estados Unidos quase um século depois, quando as camisinhas começaram a ser produzidas em escala industrial. Nas décadas de 1930 e 1940, as embalagens eram envelopes de papel com as marcas impressas. Apesar de a maioria dos invólucros ter aparência sóbria, algumas marcas usavam imagens e nomes provocativos. Com o passar dos anos, as embalagens ficaram mais seguras, com o uso de estojos de lata e, depois, de filmes flexíveis.

Calças pela primeira vez Até 1973, anúncios de perfumes nunca haviam mostrado mulheres vestidas de calças. Todas usavam saias ou vestidos, seguindo a etiqueta conservadora. O tabu só caiu em 1973, com a campanha de lançamento da fragrância Charlie,

da Revlon, nos Estados Unidos. A “ousadia” fez enorme sucesso, celebrizando o produto e a estrela dos anúncios, a modelo americana Shelley Hack – que, cinco anos depois, ganharia um papel no seriado de tevê As Panteras.

Veja outros exemplos no endereço:

emb.bz/preservativos

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