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PLÁSTICAS PET entra nos mercados de leites e iogurtes

FECHAMENTOS

RESÍDUOS SÓLIDOS A cadeia do packaging se movimenta

Tampas menores para bebidas ganham espaço

O AEROSSOL DECOLA Consumo em alta e investimentos de fornecedores revigoram a produção local de embalagens nebulizadoras

www.embalagemmarca.com.br

ENTREVISTA: Alberto Moreau, da Avon, fala da importância da embalagem para as vendas diretas



EDITORIAL

}}} UMA

CONVERSA COM O LEITOR

Sobre notícias positivas e imitações

A

EMBALAGEMMARCA é

uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 São Paulo, SP Tel.: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463 www.embalagemmarca.com.br Filiada ao

fala sobre o modo como consumidoras de cosméticos se comportam em diferentes países e destaca a importância das embalagens no sistema de vendas diretas. Trata-se de uma entrevista que se encaixa na intenção de EmbalagEmmarca de tornar mais ampla e sistemática a cobertura sobre cosméticos e artigos de higiene pessoal na revista, sem prejuízo do noticiário sobre os demais segmentos. Toda esta introdução tem como razão de ser o interesse em chamar a atenção para um fato às vezes esquecido, quando são feitas comparações com outras iniciativas em que prevalece o conceito de preço (totalmente diferente do conceito de valor). Esse fato é que a cada mês (e a cada dia, no site www.embalagemmarca.com.br) entregamos aos leitores o mais denso e profundo conjunto de informações e conhecimento da mídia especializada em embalagem no Brasil. A propósito, cabe destacar, na página 54, o artigo do designer inglês Andrew Eyles, CEO da Blue Marlin Brand Design, sobre cópias de produtos. Ele lembra que “a imitação talvez seja a forma mais sincera de enaltecimento”, ponderando no entanto que os imitados “não se sentem lisonjeados quando confrontados com a clonagem de seus produtos”. É o dilema em que nos encontramos ao constatarmos que iniciativas nossas, na área editorial e em eventos, são disfarçadamente “adaptadas” por outros. Devemos sentir-nos elogiados ou lesados? O melhor talvez seja assumir o que se depreende das palavras de encerramento do artigo de Eyles: “Líderes devem fazer exatamente o que deles se espera – liderar”.

Wilson Palhares

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Redação: redacao@embalagemmarca.com.br

Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br Colaborou nesta edição: Marcelo

Marcondes

Departamento de arte: arte@embalagemmarca.com.br

Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br assistente de arte: Jorge H. I. F. Santos | jorge@embalagemmarca.com.br Administração:

Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br Departamento Comercial: comercial@embalagemmarca.com.br

Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br Karin Trojan | comercial@embalagemmarca.com.br Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br

2010

2010

PRÊMIO EMBALAGEMMARCA

TECNOLOGIAPRODUTIVIDADEGIROCONVENIÊNCIAINOVAÇÃOREDUÇÃODECUSTOSIMPACTOAMBIENTAL VIDADEPRATELEIRAAGREGAÇÃODEVALORLOGÍSTICAMATERIAISDESIGNCOMUNICAÇÃOSEGURANÇA

Grandes cases de embalagem

“Iniciativas nossas são ‘adaptadas’ por outros. Devemos sentir-nos elogiados ou lesados? O melhor, como se aconselha, talvez seja ter em mente que ‘líderes devem fazer exatamente o que deles se espera – liderar’”

Circulação e Assinaturas (Assinatura anual: R$ 99,00):

Marlyan Dulz | assinaturas@embalagemmarca.com.br Eventos: Manuel

Dias | eventos@embalagemmarca.com.br

Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos de direção, gerência e supervisão em empresas integrantes da cadeia de embalagem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colocados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos. O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.

caPa: © stePhen sWeet | dreamstime.com e andrÉ godoY

capa da presente edição, como devem ter notado nossos bem informados leitores, foi inspirada em recente capa da revista inglesa The Economist com reportagem sobre o crescimento da economia brasileira. Inspiramonos também no título “Brazil takes off” (“o Brasil decola”) daquela peça, aqui reproduzida. Segundo usos e costumes consolidados, criar adaptando – ou criar d’après alguma obra consagrada – não é exatamente plagiar, desde que se deixe bem clara a intenção. Como pode se ver na reportagem de capa, de autoria de Marcelo Marcondes, a cadeia de valor dos aerossóis no Brasil está em plena arrancada, depois de anos dependendo de importações da Argentina. A capa à moda de The Economist, convenhamos, mostra isso muito bem. Mais notícias boas e substanciosas são oferecidas nesta edição. É o caso da reportagem de Guilherme Kamio sobre avanços tecnológicos na produção de tampas, que resultam em benefícios econômicos e ambientais para a fabricação dos recipientes nos quais são aplicadas. Igualmente animador é o balanço apresentado na reportagem de Flávio Palhares sobre o estágio em que se encontram as providências de empresas e associações de empresas para a implantação da lei que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). Parece que “vai pegar”. Na Entrevista do mês, Alberto Moreau, vice-presidente de marketing da Avon,


sumáRio }}} Nº 140 }}} ABRIL 2011

Cenário desfavorável para aerossóis muda a reboque de injeções de gás nos mercados consumidores e fornecedores

setor de tampas aumenta oferta de soluções compatíveis com padrão mais curto de gargalo de garrafas de Pet mais: tendência de tampas menores chega ao mercado de óleos de cozinha

Limpeza doméstica

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Reportagem de capa

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Fechamentos

32

evita-mofos da soin ganha embalagens recarregáveis

Resíduos sólidos

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associações de fabricantes de embalagens começam a se adaptar à Política nacional de resíduos sólidos

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Entrevista

VP de marketing da avon fala de comportamentos de consumo e da importância da embalagem nas vendas diretas

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Lácteos

leite pasteurizado e iogurte líquido adotam embalagens de Pet

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Destilados grupo Petrópolis apresenta vodca premium para concorrer com a sueca absolut


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Internacional Pepsi anuncia criação de garrafa de Pet de origem 100% vegetal

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Bricolagem novo rótulo e tampa “pendurável” dão destaque a embalagem de cola

65 E mais

Eventos

onu e interpack debatem maneiras de a embalagem minimizar desperdício de alimentos

Editorial

3

Só na web

8

Panorama

26

Painel Gráfico

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Artigo: Andrew Eyles

54

Display

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Índice de Anunciantes

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Almanaque

66 www.embalagemmarca.com.br




SÓ NA WEB

Edição: FlÁVio PalharES ||| flavio@embalagemmarca.com.br

Amostra da seção diária de notícias de www.embalagemmarca.com.br e da e-newsletter semanal da revista

DISPLAY

Cerveja mais leve Schincariol lança cerveja em garrafa de 147 gramas. Produzida pela Owens-Illinois do Brasil, a embalagem é a mais leve, em vidro, no mercado de cervejas

INTERNACIONAL

METÁLICAS

Caixa para placa mãe serve como gabinete de computador

Brasil pode receber mais um fabricante de latas para bebidas

A fabricante de componentes de informática Asus apresentou em Hannover, na Alemanha, uma caixa para placas-mãe que pode ser utilizada como gabinete para o computador. Chega ao mercado em junho.

emb.bz/asus

emb.bz/schin

A Can Pack, fabricante de embalagens metálicas do grupo polonês Pol-Am-Pack, estuda a instalação de fábrica na Zona Franca de Manaus

emb.bz/canpack LEGISLAÇÃO

Anvisa suspende programa de rastreamento de remédios

ROTULAGEM

Memória na embalagem Cerveja Paulistânia adota rótulos com fotos antigas da rede Pão de Açúcar

SUSTENTABILIDADE

emb.bz/paulistania

“Garrafa filtrante” será vendida no Brasil O Brasil está na mira do Bobble, garrafa reutilizável produzida em plástico reciclado e dotada de um pequeno elemento filtrante interno acoplado à tampa. A embalagem foi inventada pela americana Move Collective e projetada pelo designer Karim Rashid

emb.bz/bobble

O programa nacional de identificação e rastreamento de medicamentos foi suspenso no início de março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

emb.bz/anvisa

PAINEL GRÁFICO

Visionflex é certificada

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A Visionflex Soluções gráficas, de São Paulo, recebeu o selo FSC (Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal), principal certificado para produtos de origem florestal.

emb.bz/visionflex

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}}} Fechamentos

Cresce a redução Menor e mais sustentável, novo gargalo para garrafas de PET conquista bebidas nacionais e movimenta o mercado de tampas Por Guilherme Kamio

Q

uando marcas líderes mudam suas embalagens não costuma tardar para os demais players segui-las de cambulhada. É esse o motivo da multiplicação, no País, da oferta das tampas plásticas de rosca compatíveis com o PCO 1881 – novo padrão de gargalo de garrafas de PET para refrigerantes, águas minerais, sucos e outras bebidas de altíssimo giro. Nos últimos meses, pesos-pesados como Coca-Cola, AmBev, Minalba e Nestlé resolveram incorporar a novidade, deflagrando uma transformação no mercado. “O viés é de migração total”, avalia Alfredo Izzo, gerente de cadeia de valor da America Tampas. Conhecida até o fim de 2010 como Crown Tampas, quando mudou de nome em decorrência

CompactGuard, da America Tampas, é uma das opções short height oferecida no mercado nacional

de alterações em sua estrutura societária, a America Tampas tem hoje aproximadamente 40% de sua produção dedicada a tampas compatíveis com o gargalo 1881. A projeção da empresa é ter esse percentual dobrado até o final de 2011. “Acreditamos que este ano será um divisor de águas para a tendência”, afirma Izzo. Consultados por EmbalagemMarca, outros importantes fornecedores locais de fechamentos confirmaram rearranjos parecidos em seus parques fabris, ou declararam ter estratégias montadas para conversões ligeiras caso ocorram disparadas na demanda. É fácil compreender toda a expectativa gerada pelo novo desenho de gargalo. Aprovado há pouco mais de três anos pela International Society of Beverage Technologists (ISBT), autoridade em assuntos técnicos para a indústria mundial


de bebidas, o PCO 1881 apresenta algumas diferenças marcantes em relação aos padrões 1810 ou 1816 – gargalos para garrafas de PET mais difundidos no planeta e que se mantiveram paradigmáticos no mercado brasileiro por quase duas décadas. O novo modelo assegura o mesmo desempenho de vedação das versões clássicas, porém é aproximadamente 4 milímetros mais baixo e tem desenho da rosca abreviado, com passo (largura) quase meio milímetro mais estreito. Tais alterações propiciam aliviamentos médios de de 1,5 grama e de meio grama, respectivamente, no consumo de resina PET por garrafa e de polipropileno ou polietileno por tampinha. Basta multiplicar os resultados do desbaste por dezenas ou centenas de milhões, faixas em que gravitam as produções anuais das bebidasalvo, para se ter ideia das potenciais economias de matérias-primas e consequentes desonerações nos borderôs dos end-users. No início do ano passado, a Krones, conhecida fabricante de máquinas envasadoras para bebidas em PET, divulgou os resultados de um estudo sobre efeitos do uso do PCO 1881 numa linha de 24 000 unidades por hora e 92% de eficiência. Em seis dias de produção por semana, em três turnos, a economia em resina para a moldagem de pré-formas de 1,55 grama seria de 75 000 reais mensais (a tonelada do PET fora orçada em 3 700 reais). Para uma tampa com milheiro cotado em 28 reais, uma redução de meio grama (10%) geraria uma amortização de 37 000 reais.

Corte faz diferença Sob garantia de anonimato, o diretor de compras de uma engarrafadora de refrigerantes que utiliza o novo padrão há cerca de um ano fez o seguinte relato à reportagem. “Reduzimos os custos e pudemos baixar nossos preços em alguns centavos. Não é muito, mas no nosso negócio a redução faz diferença.” Segundo um cálculo oficioso, o retorno sobre o investimento na conversão do padrão de gargalo tende a ocorrer em torno de doze meses numa produção de médio porte, situada na casa das 50 milhões de unidades por ano. Depois desse período viriam os dividendos. Cabe ressaltar, no entanto, que vantagens financeiras não são os únicos benefícios aquinhoados pela troca

Guaraná Antarctica dá ideia das reduções de gargalo e tampa (da esq. para a dir.) viáveis com o PCO 1881

de PCOs. A diminuição no uso de matériasprimas e seus efeitos colaterais, como menor consumo energético, otimizações logísticas e outros ganhos operacionais, reduzem o impacto ambiental da operação. Não à toa, tanto a Coca-Cola, que estreou o PCO 1881 em seus refrigerantes há dois anos numa parceria com a Closures Systems International (CSI) (ver EmbalagEmmarca nº 113, janeiro de 2009), quanto a AmBev, que seguiu a trilha com o Guaraná Antarctica e suas demais bebidas gaseificadas empregando tampas da Ravibrás (ver nº 118, junho de 2009), têm alardeado o apelo sustentável de suas iniciativas. É importante dizer que bandear para o PCO 1881 exige dos fabricantes de bebidas ajustes gerais em suas operações de acondicionamento. Mesmo assim, as tampas podem ser consideradas as pedras angulares dos projetos. Sucede que a injeção de pré-formas, o posterior sopro das garrafas e o envasamento dos recipientes podem em muitos casos se adequar ao novo gargalo através de retificações de moldes e ajustes de máquinas. Com as peças de vedação não dá para improvisar; precisam ser soluções sob medida, de perfil baixo – ou short height, como se convencionou identificá-las. Isso explica o alvoroço que se observa no setor de produção de tampas. “Embora grandes nomes já tenham enve-

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Garboni criou tampas até 50% mais leves que as opções clássicas

redado pelo novo formato, muitos ainda não o fizeram, principalmente engarrafadores de atuação regional, que não deixam de ter volumes de produção significativos”, afirma Donato Edson Desiderio, gerente comercial da Garboni. A empresa fluminense oferece desde o ano passado tampas apropriadas ao formato PCO 1881 para bebidas com ou sem gás, com destaque para o modelo Miwa Light. Indicado para a vedação de garrafas de água mineral natural, ele pesa somente 1,6 grama. “É praticamente a metade do peso de muitas tampas de rosca no padrão PCO 1810”, ressalta Donato. Com resultados mais ou menos parecidos ao obtido pela Garboni, todos os demais fornecedores de renome desenvolveram tampinhas mais leves e baixas para o gargalo emergente, confiantes na irreversibilidade da transição. Isso

não quer dizer, contudo, que não existam desconcertos sobre os rumos do mercado. É o caso da discussão sobre a composição ideal dos novos fechamentos. Enquanto alguns fornecedores preferem tampas dotadas de vedante (disco de EVA inserido no domo das tampas, também conhecido como liner) para a retenção da carbonatação de bebidas gasosas, outros são partidários da eliminação do acessório. A America Tampas, por exemplo, encaixa-se no primeiro grupo. Sua linha de tampas de rosca short height, denominada CompactGuard, apresenta vedante – um modelo especial, denominado “flutuante”, alegadamente menos suscetível a perdas de estanqueidade causadas por variações de temperatura, solavancos e ligeiras deformações do gargalo capazes de acontecer durante a distribuição das pré-formas ou das garrafas. “Trata-se

SuperShorty, da Bericap, aplicada em garrafa de cerveja europeia

Redução aliada à conveniência O quadro de agitação pela mudança do gargalo PCO 1810 para o PCO 1881, mais curto, não se restringe às tampas mais simples, do tipo screw cap (de rosca). Fornecedores começam também a apresentar sistemas de vedação mais nobres adequados ao gargalo mais curto. A Closure Systems International (CSI), que milita na área de tampas de perfil baixo com sua linha Mini, lançou recentemente uma tampa push-pull esportiva (com bico dosador) compatível com o PCO 1881. Batizada de Sport-Lok Mini 28mm, a solução, construída em três peças, foi adotada pela Coca-Cola brasileira na linha de isotônicos i9, substituindo uma versão para o gargalo 1810. “É uma solução mais leve, que permite melhorar as margens de rentabilidade dos engarrafadores e contribuir com a susten-

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tabilidade, devido à redução de recursos materiais”, sustenta Noelia Francioli, analista de marketing da CSI. A multinacional alemã Bericap também disponibiliza há alguns meses uma sport cap similar para o padrão PCO 1881. Um dos primeiros adeptos foi o grupo americano Dr Pepper Snapple, que passou a utilizar a solução no mercado americano de águas minerais. Outra provedora na mesma rota é a Aptar. A empresa começa a oferecer

no mercado brasileiro a 1881 Light Original Sport, tampa esportiva que se diferencia pela sobretampa flip-top. “O perfil baixo possibilita uma economia de material no gargalo da ordem de 25% em relação às versões convencionais”, detalha a gerente de desenvolvimento de mercado da empresa para a América do Sul, Isabel La Rocca. A novidade está disponível com orifício standard de 7 milímetros ou com a válvula de silicone, que melhora o controle do fluxo da bebida, evitando respingos. Segundo a Aptar, a peça é compatível com a reciclagem de PET.

Tampa esportiva da CSI já pode ser vista no i9. Aptar lançou solução similar

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de um acessório importante para garantir a integridade dos produtos ante as condições extremas que eles têm de suportar no transporte”, argumenta Alfredo Izzo. Outras fornecedoras são mais cautelosas. A Garboni, por exemplo, oferece tampas nas duas versões. Donato, no entanto, não esconde a preferência pessoal pela solução sem liner. “O consumo de resina é menor e a reciclagem é facilitada pela presença de um único material”. O gerente comercial da Garboni entende que as tampas linerless só não são consensuais no mercado devido a experiências malfadadas ocorridas no passado. “Houve vendas de tampas sem qualidade, que causaram problemas e deixaram péssima impressão”, conta o executivo.

Vedete da CSI para gargalo curto, Xtra-Lok Mini é adotada pela Coca-Cola

Multinacionais têm as duas opções O trabalho em ambas as vertentes é também o caminho trilhado pelas multinacionais Bericap e CSI, ambas com forte atuação no mercado brasileiro. A primeira demonstra ser favorável às tampas de uma peça em seu catálogo SuperShorty, mas não se privou de lançar um modelo com vedante. Já a segunda, cuja tampa para PCO 1881 Xtra-Lok Mini já tem boa clientela no mercado local – é utilizada pelos refrigerantes e pelas águas minerais da Coca-Cola, pelos sucos concentrados Maguary e Dafruta, da Ebba (Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos), e

Mirvi lança tampas sem liner: tendência europeia

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pelas águas Minalba, Indaiá, Sarandi e Bioleve – também criou uma opção sem liner para bebidas gasosas, a Omni-Lok Mini. “O produto ainda não está disponível no Brasil, mas já é utilizado no mercado peruano”, diz Noelia Francioli, analista de marketing da CSI. Por sua vez, a Mirvi, subsidiária da espanhola Betapack e com atuação importante no mercado nacional de tampas para óleos de cozinha, prepara sua estreia no terreno de tampas para embalagens de PET apostando alto nas tampas sem liner. “Os mercados europeu e asiático têm preferido essa abordagem, que permite maior redução no consumo de material e resulta em produtos finais com maior apelo de sustentabilidade”, afirma o gerente de vendas da empresa, Marcelo Adell. As tampas da Mirvi são moldadas em polietileno de alta densidade (PEAD), e não em polipropileno (PP), o material mais popular entre as soluções para garrafas de PET. De acordo com Adell, isso se deve ao fato de a fornecedora prever um ciclo mais acentuado de alta na cotação do PP. Os sucessivos aumentos de preços das resinas termoplásticas, aliás, é visto pelo setor de tampas como o virtual empecilho para a propagação definitiva do PCO 1881. “Os acréscimos têm sido descabidos, acima do nível da inflação”, critica Donato, da Garboni. “Isso pode acabar confundindo os clientes quanto à percepção das vantagens da troca.”

America Tampas (11) 2504-7012 www.americatampas.com.br Aptar (11) 4196-7500 www.aptar.com Bericap (15) 3235-4500 www.bericap.com Closures Systems International (11) 4134-2500 www.csiclosures.com Garboni (24) 2244-3300 www.garboni.com.br Mirvi (11) 4409-0100 www.mirvibrasil.com.br Ravibras Embalagens (11) 4689-6500 www.gruporavi.com.br

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}}} Fechamentos

A Liza abre a porteira Tendência de revisão de gargalos e adoção de tampas menores chega ao mercado de óleos de cozinha

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as bebidas, a tendência da adoção de gargalos e fechamentos mais curtos para garrafas de PET agora promete fazer barulho no terreno dos óleos de cozinha. A expectativa se deve à adoção de um padrão de embalagem mais leve, que demanda menor consumo de materiais plásticos, por uma das principais marcas do mercado brasileiro, a Liza, da Cargill. Os catalisadores do projeto foram as ofertas de novos formatos de pré-formas pelos principais fornecedores da Cargill, cujas identidades não são reveladas pela empresa, ajustes em máquinas e a implantação de uma tampa fliptop com perfil reduzido, desenvolvida pela Bericap em polietileno. Com o projeto, o gargalo das garrafas “emagreceu” em 50%, passando de 2,7 gramas para 1,35 grama. O novo fechamento, por sua vez, é 1 grama mais leve, o que representa uma redução de aproximada-

mente 30% em peso. A troca de embalagem começou em dezembro de 2010, com a inauguração da primeira linha de envase da Cargill adaptada ao novo formato. No último mês de março, a empresa instalou uma segunda linha, e espera modificar gradualmente todo seu parque instalado.

Economia de 518 toneladas Procurada pela reportagem, a fabricante evitou dar detalhes do projeto de conversão fabril. No entanto, revelou que a nova embalagem propiciará uma economia com polietileno equivalente a 518 toneladas por ano, o que corresponde a 230 milhões de tampinhas. “A reformulação representa ganhos para o consumidor e para o meio ambiente”, diz a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa. Além de iniciativa de cunho sustentável, a mudança de gargalo e tampa promete também levar vantagens ao consumidor. “A nova versão possui duas abas

Uma solução childproof mais sustentável Na área de tampas do tipo childproof, que buscam evitar aberturas indevidas de embalagens de produtos perigosos por crianças, a Clever Pack lançou uma solução que também apela à sustentabilidade. Trata-se de uma tampa fliptop que incorpora travas de segurança e depende de dois movimentos simultâneos para sua abertura: a compressão das travas e o levantamento da peça superior basculante. Segundo Claudio Patrick, diretor da fornecedora, a novidade é em média 30% mais leve que outros sistemas de fechamento à prova de uso por crianças. “Diferentemente das soluções concorrentes, a nossa é feita numa única matéria-prima, o polipropileno, e não requer montagem, enquanto as demais combinam polipropileno com polietileno e exigem a etapa Nova solução é 30% mais leve que as tampas childproof convencionais. Mat Inset líquido é o primeiro usuário

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adicional na fabricação”, diz o profissional. O diretor da Clever Pack acrescenta outro benefício da novidade. De acordo com ele, a tampa emite um estampido ao ser acionada, permitindo que deficientes visuais tenham certeza do travamento. “Isso não ocorre nas soluções childproof convencionais, como as tampas de rosca do tipo ‘abaixe e gire’”, diz Patrick. Recém-adotada pela Hypermarcas nos frascos de 500 mililitros da linha de inseticidas líquidos Mat Inset, a invenção, disponível para gargalos no diâmetro 28 milímetros, ganhará em breve opções mais largas, adequadas ao fechamento de potes de medicamentos. A aposta da fornecedora é grande. No fim de 2010, a solução foi apontada como uma das principais inovações em embalagem na Pack Expo International, feira do setor do packaging realizada em Chicago, nos Estados Unidos.

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fotos: carlos curado

Reformulação bancada pela Cargill gerou embalagem com gargalo 50% mais leve e tampa com peso aliviado em 1 grama

para abertura do produto, em vez de uma, o que facilita o manuseio para destros e canhotos”, assinala a Cargill. Gerente-geral da Bericap, Aurel Forgaci diz esperar uma maior difusão de soluções nos moldes daquela implantada pela Cargill. “Há cinco anos tivemos uma experiência com os óleos da cooperativa agroindustrial Comigo, mas não aconteceu propriamente uma disseminação

do conceito”, rememora o executivo. Agora, a expectativa é de que o conceito possa se disseminar na seara dos óleos de cozinha à moda do que vem ocorrendo com refrigerantes e águas minerais. “Assim como as bebidas, os óleos têm produção altíssima”, expõe Forgaci. “Ou seja, o payback de uma revisão desse tipo também é rápido e a redução do impacto ambiental é bastante significativa.” (GK)

Bericap (15) 3235-4500 www.bericap.com Clever Pack (21) 2573-6426 www.cleverpack.com.br


}}} RepoRtagem de capa

A disparada do a

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erossol brasileiro Crescimento do consumo, investimentos na cadeia do packaging e ações setoriais dão gás a um produto cuja indústria nacional já pareceu fadada à aniquilação Por Marcelo Marcondes

N

otícias recentes na área de aerossóis remetem a um flashback, oferecendo como resultado a idéia de algo próximo a um lançamento de foguete, à arrancada de um cenário de fim de mundo rumo a um céu de competitividade e prosperidade. Como se verá adiante, o setor está, literalmente, com gás novo, em total reversão do cenário de algum tempo atrás. Em setembro de 2007, em entrevista a EmbalagEmmarca, o presidente da Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários (Abas), Hugo Agustín Chaluleu, vaticinava que a indústria brasileira desse tipo de embalagem, de qualidade mundialmente reconhecida e grande vitalidade histórica, poderia “fechar as portas”. A aniquilação do setor, segundo ele, marchava a todo vapor desde que a Argentina, cinco anos antes, congelara a níveis ínfimos os preços de seu gás propelente, importante componente dos aerossóis, abalando a competitividade tanto de produtos acondicionados em tubos de alumínio quanto em aço bem como da indústria fabricante daquelas embalagens no Brasil. Na mesma época, João Carlos Basílio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), que tem

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sobretudo no filão dos desodorantes um poderoso ramo consumidor de aerossóis, fazia coro à gritaria generalizada contra a alarmante perda de mercado para o país vizinho, que devorava uma fatia de 80% do bolo local daquele produto. Nem o respeitável peso da entidade que Basílio preside, e tampouco sua insistência pessoal junto à Petrobras, no sentido de que instalasse no Brasil uma unidade específica para a produção de gás propelente 100% inodoro – crucial para a obtenção de antitranspirantes de qualidade – demoviam a estatal de pesada indiferença. O quadro não era diferente na área de aerossóis de aço, cujas queixas eram centralizadas por Antonio Carlos Teixeira Álvares, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia de Metais (Siniem). A questão do gás impedia um atendimento mais eficaz da demanda, entre outras, das indústrias de lubrificantes e inseticidas, insuflada pelo boom das vendas de automóveis e por notícias sobre o implacável avanço da dengue em todo o território nacional. Eis que agora tanto Chaluleu quanto Basílio e Teixeira Álvares exultam e profetizam algo próximo a uma ressurreição benéfica para fabricantes e para grandes usuários de aerossóis. O que aconteceu?

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Simplesmente, deu-se mais um efeito em cadeia do fato que tem servido de pano de fundo a praticamente todas as notícias referentes ao desempenho da economia brasileira: o aumento generalizado da renda da população e a incorporação de milhões de consumidores das classes C e D a patamares mais elevados. As vendas de diferentes produtos acondicionados em aerossóis cresceram cerca de 150% nos últimos cinco anos, segundo dados da Abas. O salto foi de 282 milhões de unidades em 2005 para 702 milhões em 2010, e a previsão é de que em 2012 seja alcançada a marca de 1 bilhão de unidades (ver tabela). No caso dos desodorantes: além de comprar mais, os brasileiros passaram a substituir produtos acondicionados em frascos plásticos squeezable por marcas embaladas em alumínio, de maior valor agregado. “Chegamos a consumir 300 milhões de unidades de desodorantes em 2010, o que é uma quantidade expressiva”, considera o presidente da Abihpec. Grande parte, segundo ele, veio pronta da Argentina. Complementarmente, embora sem registrar as impressionantes cifras apresentadas pelos artigos de cuidados pessoais, cresceu significativamente o consumo de inseticidas, domínio dos aerossóis em tubos de aço. Guardadas as proporções dos diferentes mercados, o fenômeno se repetiu de forma mais ou menos semelhante em praticamente todos os países da América Latina. Como lembra Basilio, o suprimento de gás propelente para atender a demanda dependia basicamente das problemáticas importações da Argentina. O problema maior no

Itens de cuidados pessoais: responsáveis pelo aumento do consumo interno

Fonte: Abas | março de 2011

702,2

545,5

413,8

282,1

224,9

206,1

206,5

202,9

194,9

184,6

172,8

Em milhões de unidades

339,1

A evolução do mercado brasileiro de aerossóis

490,8

Tubos de alumínio: oferta promete aumentar com chegada de novos players

1998

20

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

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fornecimento é a demora na entrega, de 180 dias no mínimo. “É um tempo extremamente longo para um mercado tão voraz quanto é atualmente o de aerossóis”, considera o presidente da Abas. Mesmo assim, a pujança do mercado atraiu novos fabricantes de aerossóis e de produtos neles acondicionados, além de estimular investimentos de fornecedores locais. Atraídos acima de tudo pelo mercado brasileiro de produtos de higiene pessoal, que carece fortemente de aerossóis de alumínio, no período aproximado de um ano estabeleceramse no País portentosos fabricantes de cosméticos e artigos de higiene pessoal para marcas de terceiros (contract manufacturing), como a espanhola Exal, a francesa Fareva e a luso-canadense Colep CCL. Entre os co-packers há os que fabricam também tubos, diretamente ou em parceria com indústrias dedicadas. Ante quadro tão dinâmico, seria letargia demais, para dizer o mínimo, que a cadeia brasileira de aerossóis, supridora do maior mercado consumidor da América Latina e de boa parte da demanda de vizinhos, continuasse em forte dependência do gás argentino – de quebra, “viabilizando a concorrência” de produtos importados, como observa Basílio.

Gás novo no mercado O quadro mudou totalmente no primeiro trimestre deste ano, com o lançamento de propelentes de alta qualidade, alinhados às mais rígidas exigências mundiais da categoria dos aerossóis, por dois supridores gigantes, a Liquigás e a Ultragaz.

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A primeira, controlada da Petrobras, lançou no final de fevereiro o Purogas, à base de propano e butano, derivado do gás liquefeito de petróleo (GLP) que está sendo produzido no Centro Operativo Capuava da empresa, em Mauá, no ABC paulista. Poucos dias depois, já em março, a Ultragaz apresentou ao mercado, com a marca demexx, um novo tipo de propelente, o dimetil-éter (DME), derivado do gás natural com características físicas semelhantes ao GLP. De acordo com o fabricante, o grande diferencial do DME é o fato de ser solúvel em água e emitir uma quantidade ínfima de compostos orgânicos voláteis (VOCs). Ambos os fornecedores mostram-se muito motivados. “A decisão de comercializar o demexx baseou-se no crescimento do mercado de aerossóis, especialmente no Brasil, mas também no restante da América Latina”, conta Hermano Jordão, coordenador comercial de gases especiais da Ultragaz. “Além disso, o mercado brasileiro de propelentes está em alta desde 1998”. Por sua vez, Thomaz Lucchini Coutinho, diretor GLP Granel da Liquigás, considera que “a chegada do Purogas ao mercado é um passo fundamental para a autonomia brasileira em abastecimento de propelentes”. Ele acredita que a iniciativa irá promover melhorias para todos os setores que atuam ligados ao segmento de aerossóis, “dentre eles o mercado de embalagens, que poderá ofertar modelos e formatos dos mais diversos, a exemplo do que acontece em outros países”. Isso deverá acontecer porque o gás, segundo ele, não causa corrosão nos recipientes e em suas vedações, não reage com os produtos propelidos nem possui restrições quanto ao seu uso. E, feitos ajustes na proporção da mistura, poderá atender um leque maior de produtos. Enfim, como destaca o presidente da Abas, “a fabricação nacional dos componentes dos aerossóis dinamiza muito a produção das indústrias”. “Hoje podemos dizer que temos finalmente infraestrutura para atender a produção do aerossol, que era inexistente quatro anos atrás”, sintetiza Hugo Chaluleu, da Abas. Teixeira Álvares, do Siniem, entende que o atual quadro abre novas perspectivas principalmente para o alumínio, mas de forma significativa também para o aço. E Basílio, da Abihpec, prevê que, apesar das dificuldades do câmbio, “em poucos anos o Brasil terá uma indústria usuária de aerossóis, moderna, competitiva e com ótimas possibilidades de exportar”. 22

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Ultragaz investiu em planta para a produção de DME, propelente de alta nobreza

No lado das empresas produtoras das embalagens ou envasadoras de aerossóis, a decisão de investir pesado com o objetivo de abocanhar boas fatias do mercado brasileiro, com destaque para o de produtos situados no âmbito de perfumaria, cosméticos e higiene pessoal, área que há mais de uma década cresce em ritmo de dois dígitos ao ano, não se deu, obviamente, de uma hora para outra.

O interesse era antigo

Produto vendido no Brasil em tubo da Exal argentina: potencial de nacionalização

A Exal, que afirma ser a maior produtora mundial de tubos de alumínio para higiene pessoal, atua na Argentina desde meados dos anos 90 e há tempos demonstrava interesse pelo Brasil. Em entrevista a EmbalagemMarca, Rubén Yantorno, diretor da empresa para a América Latina, afirmou que os acionistas começaram a olhar com bons olhos para o mercado nacional em 2002. “À época o País consumia mais desodorantes acondicionados em embalagens squeezable do que em qualquer outro formato”, ele relembra. “Isso nos fez perceber quão promissor era o mercado brasileiro.” Segundo o executivo, a substituição do squeezable começou a ocorrer para valer, no Brasil, nos últimos cinco anos. Essa tendência, aliada ao enorme mercado consumidor local de aerossóis levou à decisão da empresa de construir uma planta com duas unidades de produção em Jundiaí (SP). Sobre um terreno de 40 000 metros quadrados, funcionará ao mesmo tempo uma fábrica de tubos de aerossol e outra de enchimento de tubos. Num primeiro momento, a planta de dupla função produzirá, para terceiros, desodorantes, cremes de barbear e odorizadores de ambiente. A inauguração ocorrerá nos próximos meses, e a produção estimada será de 600 milhões de unidades por ano. “Nosso empenho consiste em sempre fornecer a nossos clientes um produto diferenciado”, promete Yantorno. “Só assim conseguimos bater a concorrência, seja no Brasil, na China ou na Europa.” Também apostando alto no potencial do setor brasileiro de aerossóis, a Colep CCL teve sua estréia anunciada em EmbalagemMarca nº 134, www.embalagemmarca.com.br



de outubro de 2010. Com fábricas na Espanha, em Portugal, na Alemanha, na Polônia e no Reino Unido, e líder europeia na fabricação de embalagens para produtos de consumo pessoal, aliou-se à brasileira Provider, dona de posição de destaque no mercado latino-americano de contract manufacturing para itens de higiene pessoal e cuidados do lar. Nasceu assim a joint-venture CPA – ColepCCL Provider Aerosol, que terá sua primeira fábrica na cidade de Itatiba (SP). Essa planta terá capacidade de produção de 150 milhões de unidades por ano e contará com três linhas de enchimento de aerossóis e cinquenta postos de trabalho. Deverá estar totalmente operacional ainda no primeiro semestre de 2011 e, no início, produzirá aerossóis para o segmento de higiene pessoal, informa Fabio Zalaquett, CEO da CPA, devendo ampliar o fornecimento para novas categorias de produtos em aerossol, como protetores solares e artigos para cuidados da pele. Zalaquett adianta que há planos para oferecer, em futuro próximo, novas tecnologias, como a bag-on-valve (“bolsa sobre válvula”, na tradução do inglês). Esse é um tipo de spray ainda pouco difundido no Brasil que traz em seu interior uma bolsa de alumínio lacrada por uma válvula (ver EmbalagemMarca nº 122, outubro de 2009). A terceira gigante que está chegando ao mercado e promete dar ímpeto à crescente indústria Impacta investiu US$ 11,5 milhões em nova linha de tubos

brasileira de aerossóis é a francesa Fareva Holdings, com investimento de 10 milhões de dólares na construção de uma fábrica de cosméticos em Itupeva (SP). O diretor geral da empresa, Wilfried Toth, afirma que “a estratégia global da Fareva é acompanhar seus clientes onde estiverem instalados; de modo que, ante o grande crescimento observado no setor brasileiro de cosméticos, criouse a necessidade de ter uma operação no País para apoiar os parceiros presentes”. Deverão ser criados 100 postos de trabalho no ano de inauguração, mais 450 nos quatro anos seguintes. Na atividade de envasadora para terceiros, a Fareva fabrica cosméticos, produtos farmacêuticos, de cuidado pessoal e cuidados do lar, responsabilizando-se também pela formulação. A previsão da empresa é que a planta entre em operação no início de 2012.

Alemães também vão chegar Os tubos de alumínio utilizados pela empresa para a produção de itens em aerossol serão feitos por uma parceira de negócios em outros países: a alemã Tubex, que pretende construir uma fábrica no País – provavelmente também em Itupeva, por motivos logísticos. A entrada desses players vem complementar a presença estrangeira na cadeia de valor de aerossóis em alumínio, presente desde 1949 por meio da fabricante de tubos Impacta, de capital suíço. Atualmente a empresa produz também bisnagas (em metal ou em plástico), além de oferecer discos de alumínio para a confecção de tubos de aerossol. Para atender a alta demanda por aerossóis (notadamente por parte da indústria de cosméticos), a

Cosmético da Nivea em embalagem da ColepCCL. Empresa alemã prepara ingresso no País

Destaques europeus Nos dias 8 e 9 de março último aconteceu em Paris a quinta edição do Aerosol Forum, que busca congregar a indústria mundial de aerossóis por meio de sessões de palestras e exposições de produtos e serviços. O evento registrou aproximadamente 800 participantes, originários de vinte países, e abrigou também a cerimônia de entrega do Paris Aerosol Award, prêmio para

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inovações do setor. Entre os vencedores, os destaques ficaram para o SinuSense e o Vinospray. O primeiro, laureado na categoria Farmacêuticos, é um spray nasal eletrônico recarregável. Já o último, que faturou a categoria Alimentos, consiste numa combinação de argônio e gás carbônico que, borrifado na garrafa aberta de vinho, ajuda a conservar a bebida por mais tempo.

Vinospray conserva vinhos. SinuSense (abaixo) inova com refis

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empresa investiu, já no início do ano passado, 11,5 umidade, como os banheiros onde itens daquele milhões de dólares em equipamentos de última gênero costumam ser utilizados e guardados. Para superar esse fator limitante e poder congeração para a fabricação dos tubos, segundo o diretor de vendas Sérgio Teixeira Rolão. O aporte correr com os tubos de alumínio, metalúrgicas resultou num incremento de 4 milhões de unidades como a Brasilata e a Cerviflan investiram no revestimento de latas de aço para aerossóis com produzidas ao fim de um ano. Na área, com capital nacional, destaca-se a películas de PET (ver EmbalagemMarca nº 133, Tubocap, fabricante de tubos e bisnagas de alumí- setembro de 2010). “Percebemos o mercado com nio há sessenta anos, localizada curva crescente, por isso realino bairro paulistano do Butantã. zamos investimentos”, diz Jean Segundo Edson Gomes, diretor Daniel Lozargo, diretor da Cercomercial da empresa, a reversão viflan, que afirma ser a única do movimento de desindustrialia fabricar no País todos os diâzação do segmento de aerossóis metros possíveis de latas de aço foi fruto, além do conjunto de para aerossóis (45 milímetros, 52 fatores como a oferta de propemilímetros, 57 milímetros e 65 milímetros). Ante os bons venlentes nacionais, crescimento do tos, a empresa prevê a instalação mercado interno e alta demanda de mais uma linha de produção por cosméticos, do papel deciside alta velocidade – sua sexta. vo de associações de classe e de Diretor da divisão química empresas. “O Siniem e a Abas, da Brasilata, José Maria Granjuntamente com a Federação ço também prevê crescimento. das Indústrias do Estado de São Latas de aço revestidas com PET, uma novidade, foram objeto de “Além de cosméticos, estamos Paulo (Fiesp), uniram esforços reportagem veiculada em 2010 explorando os mercados vetepara reverter o quadro desfavorável que o setor vivenciava”, ele afirma. Teria rinário, automotivo, de inseticidas e de odorizasido fundamental, também, a atuação do Minis- dores, que deve crescer 15% este ano”, afirma o tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio profissional. Exterior entre meados de 2009 e outubro de 2010, Outra importante produtora nacional de latas em incontáveis reuniões com representantes dos de aço para aerossóis, a Prada, vem também invesgovernos do Brasil e da Argentina, de onde vem tindo. Buscando se aparelhar para poder responder o maior volume de desodorantes em aerossol à demanda, a empresa adquiriu dois equipamentos: vendidos aqui. Com vistas a atender à demanda uma bomba de teste automática, capaz de avaliar em plena ascensão, a Tubocap investiu 3 milhões 400 latas por minuto, e uma linha robotizada para de reais em equipamentos e planeja construir uma processos de paletização, com capacidade de 400 nova planta no interior paulista. latas por minuto. “Com isso, pudemos aumentar a entrega de produtos para clientes de vulto como Fort Dodge e Reckitt Benckiser”, comenta o gerenAço não teme A entrada de agentes internacionais parece não te geral de operações da Prada, Aldo Brito. atemorizar os produtores locais de embalagens de aço para aerossóis, todas de origem nacional, algumas familiares. Também elas estão colhendo Odorizadores, os frutos do bom momento, e veem de maneira lubrificante, inseticida e otimista o futuro do setor. Em geral, o uso final dos repelente: clientes cativos do aço aerossóis em aço é destinado a produtos de cuidados para o lar. Nessas áreas a embalagem nada na corrente favorável do mercado. Mas no segmento de personal care a lata de aço sempre enfrentou resistência, por enferrujar em ambientes de alta

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Abas (11) 5505-1663 www.as.org.br Abihpec (11) 3372-9899 www.abihpec.org.br Brasilata (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br Cerviflan (11) 2433-2644 www.cerviflan.com.br CPA (11) 4487-6500 www.colepccl.com Exal +54 (232) 249 6226 www.exal.com Fareva (11) 4593-3157 www.fareva.com Impacta (11) 4447-7300 www.impacta-brazil.com.br Liquigás (11) 3703-2000 www.liquigas.com.br Prada (11) 5682-1000 www.prada.com.br Tubex +49 (471) 9900 www.tubex.de Tubocap (11) 3032-4356 www.tubocap.com.br Ultragaz (11) 3287-5343 www.ultragaz.com.br

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NO MUNDO DAS EMBALAgENS E DAS MARCAS

DESIGN

Para apelos variados Dixie Toga quer difundir o uso da holografia em diversas frentes Como resultado de investimentos mantidos em sigilo, a Dixie Toga começou a oferecer acabamentos holográficos para embalagens plásticas flexíveis ou rígidas, cartuchos de papel cartão, rótulos e bisnagas laminadas. “Acreditamos que a holografia tem muito potencial e ainda é pouco explorada no mercado brasileiro”, afirma Ruy Casale, gerente de marketing corporativo da fornecedora multipackaging. Segundo o executivo, o recurso é capaz de proporcionar aos clientes novas formas de enobrecer produtos, atrair o olhar do consumidor e coibir falsificações e imitações. Para divulgar a novidade, uma campanha de marketing foi enco-

mendada à Casa Rex. A agência decidiu mostrar as possibilidades de uso da holografia não por meio de mock-ups simulando produtos reais, como é frequente no mercado, mas através de uma coleção de embalagens fictícias, decoradas com dizeres alusivos ao fato de estarem vazias. “A ideia foi alertar os nossos clientes e agências que a holografia, quando bem integrada ao design da embalagem, pode empregar diferentes apelos aos produtos dos mais diversos segmentos”, esclarece Casale. Distribuído meses atrás a parceiros da Dixie Toga, o kit de embalagens faturou prêmio da How, prestigiada revista americana de design.

Embalagens fictícias, criadas pela Casa Rex, buscam divulgar os rec

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Uma italiana pode chegar IPI Aseptic Packaging Systems cogita construir fábrica no Brasil O mercado nacional pode ganhar em breve uma nova fonte de embalagens cartonadas assépticas. Conforme noticiou o jornal sul-mato-grossense Correio do Estado, a italiana IPI Aseptic Packaging Systems estaria à procura de um local para a construção de uma fábrica no País. O diretorgeral da empresa, Pierluigi Locchi, reuniu-se em março com o governador daquele Estado, André Puccinelli, para apresentar um projeto de investimento. O aporte na unidade brasileira seria de aproximadamente 23 milhões de reais, para uma produção inicial de cerca de 200 milhões de embalagens por ano. Fundada em 1981, a IPI atua hoje em trinta países, e afirma ter

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confeccionado 1 bilhão de caixinhas em 2010. A empresa fabrica também máquinas envasadoras, dizendo ter, atualmente, 150 unidades operando ao redor do mundo. A reportagem enviou e-mails para a matriz da empresa a fim de obter detalhes, mas não havia recebido resposta até o fechamento desta edição.

O NÚMERO

205 530 Foi o total de sugestões recebidas, em 2010, pelo Projeto Simplificação, sistema interno de captação de ideias inovadoras da Brasilata. O índice resulta numa média de 212 contribuições por funcionário da fabricante de embalagens metálicas. Os destaques foram o operador de empilhadeira da unidade São Paulo, Eduardo Aparecido Tonelli, responsável pelo envio de mais de 22 000 ideias durante 2010, e a operadora de produção Juliana Martins de Almeida Paula, da unidade Rio Verde (GO), que no mesmo período submeteu quase 21 000 sugestões para a direção da empresa.

Caixinhas da IPI. Empresa sinaliza vontade de ingressar no mercado nacional

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Edição: guilherme kamio ||| guma@embalagemmarca.com.br

cursos holográficos da Dixie Toga. Campanha ganhou prêmio de design VIDRO

Nobreza disponível Vidraria oferece linha de garrafas premium no Brasil A Owens-Illinois começou a oferecer no mercado brasileiro sua família Specialty de garrafas de vidro especiais, destinadas a bebidas com apelo de requinte. A linha é composta por sete modelos básicos, dotados de formatos complexos, alta transparência e bases espessas. Existe, também, a possibilidade de criação de shapes exclusivos. Segundo Fabio Archilla, responsável na Owens-Illinois pelas vendas da linha Specialty, os recipientes são ideais para produtos como uísque, vodca, gim, cachaça, tequila, rum e conhaque. As garrafas são fabricadas numa fábrica da vidraria situada em Soacha, na Colômbia. Com formatos especiais, O-I mira bebidas de luxo


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MÁQUINAS

O desembarque da Modulfill Franqueada da Coca-Cola para o Rio recebe enchedora top de linha O mercado brasileiro já conta com uma unidade daquela que é apontada pela Krones como a enchedora mais possante do mundo, a Modulfill. O exemplar foi entregue recentemente à Rio de Janeiro Refrescos (RJR), franqueada da Coca-Cola dirigida pelo grupo chileno Andina. Pesando quase 30 toneladas e com 162 válvulas de enchimento, que lhe permitem processar até 78 000 litros de bebidas por hora, a máquina será utilizada pela RJR no envase de

refrigerantes em embalagens de PET de 2 litros, 2,25 litros, 2,5 litros e 2,75 litros, em cadências que variam de 37 000 a 28 000 garrafas por hora. Fabricada na Alemanha, a Modulfill foi trazida ao Brasil por meio de navio, em viagem iniciada em outubro de 2010. VEJA UM VÍDEO SOBRE A MÁQUINA

emb.bz/modulfill

A máquina instalada no parque da Rio de Janeiro Refrescos: 78 000 litros/hora

METÁLICAS

Latas “geladas” Verniz especial dá sensação de que embalagem saiu do freezer A Rexam começa a oferecer ao mercado sulamericano uma nova tecnologia de impressão para latas de alumínio. Trata-se de um verniz fosco que dá a aparência de condensação de água na superfície da embalagem, transmitindo a sensação de que o produto está sempre Efeito fosco: gelado. A bebida viável no chilena Mistral Ice, à Brasil base de vodca, é o primeiro produto na América do Sul a utilizar o efeito, numa latinha sleek de 310 mililitros. O produto será comercializado somente no Chile, mas as embalagens são produzidas no Brasil.

CELULÓSICAS

Embalagem transformada em RG No Reino Unido, carteira especial de papel cartão passa a acondicionar documento de identidade Já utilizado por medicamentos europeus (ver EMBALAGEMMARCA nº 137, janeiro de 2011), o Burgopak Slider – embalagem cartonada dotada de um engenhoso mecanismo deslizante, que faz duas lâminas laterais serem

expelidas simultaneamente – ganhou uso diferente. Ele é a mais nova “cara” do CitizenCard, cartão autorizado pelo governo britânico a funcionar como substituto de documentos como carteira de identidade, passaporte e licença

para dirigir. “O novo formato protege a cédula com foto e dados do usuário e propicia um jeito mais divertido de carregar o cartão”, diz Jess Macnaught, diretor de marketing da inglesa Burgopak, a criadora da solução.

Criado para medicamentos, Burgopak Slider agora protege o CitizenCard

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PLÁSTICAS

Uma butique para laboratórios Com aquisição da Védat, Gerresheimer quer se firmar como one-stop shop de embalagens plásticas para medicamentos Nome forte em embalagens para medicamentos, a alemã gerresheimer anunciou, no fim de março último, a compra da Védat, empresa brasileira com destacada atuação no mercado de recipientes e tampas plásticas para a indústria farmacêutica. O valor do negócio não foi revelado. Segundo a gerresheimer, a aquisição faz parte de um projeto de intensificação das atividades na América do Sul, onde já detém quatro fábricas, sendo três no Brasil e uma na Argentina. A meta, em curto prazo, é fazer o faturamento de 100 milhões de euros obtido na região em 2010 dobrar até 2013 – objetivo que tem um grande passo na recente aquisição. No ano passado, Védat registrou receita de cerca de 106 milhões de reais, o equivalente a 45 milhões de euros. A empresa adquirida emprega 450 pessoas e tem fábrica em Embu, na grande São Paulo. Vice-presidente da gerresheimer para a América do Sul, Jens christian Friis conversou com EMBALAGEMMARCA sobre as razões do investimento e as perspectivas que se abrem. O que motivou o investimento na compra da Védat? A expansão em mercados emergentes é um ponto chave de nossa estratégia de crescimento. O Brasil é um mercado em franco crescimento. Com a compra da Védat passamos a ter uma sólida combinação de frascos, tampas e acessórios, podendo atender nossos clientes sul-americanos da área farmacêutica sob o conceito de soluções

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totais. É um passo importante para nos tornarmos um fornecedor full-service de embalagens plásticas para medicamentos na América do Sul. Já foi decidido como a operação conjunta irá funcionar? A Védat irá se tornar parte do negócio Plastic Packaging South America e a marca será gradualmente integrada ao universo gerresheimer. Queremos alavancar as vantagens de ter uma marca forte, conhecida no mundo farmacêutico. A expertise da Védat em tecnologias de moldagem combinada à nossa base consumidora na América do Sul e no mundo abre grandes oportunidades na área de pesquisa e desenvolvimento. A gerresheimer é a única fornecedora de embalagens primárias para o setor farmacêutico a trabalhar tanto com plásticos quanto com vidro em nível global. Vejo enorme potencial em alavancar nosso know-how em todos os campos por meio de nossa base operacional brasileira fortalecida. A Gerresheimer cogita ingressar localmente no negócio de embalagens de vidro para medicamentos, cosméticos e perfumes, assim como faz de maneira destacada na Europa? Esperemos para ver...

“Aquisição abre grandes oportunidades”, diz Friis. No detalhe, a fábrica da Védat


PANORAMA

}}} MOVIMENTAçÃO

GENTE o presidente da rexam Beverage Can para as américas, André Balbi, assumiu a direção executiva do Can manufacturers institute (Cmi), entidade que reúne os principais produtores de latas para bebidas dos Estados unidos. Balbi já dirigiu a subsidiária brasileira da rexam e presidiu a associação Brasileira dos Fabricantes de latas de alta reciclabilidade (abralatas) entre 2005 e 2009. Evandro Cazzaro foi promovido à função de diretor de vendas para a toda a américa do Sul da canadense husky, fabricante de equipamentos de injeção com forte atuação na área de embalagens. Cazzaro iniciou carreira na husky em 1997, como gerente de área, e nos últimos três anos vinha dirigindo a operação brasileira da empresa. a fabricante de embalagens de vidro Verallia (ex-Saint-gobain Embalagens) tem nova gerente de meio ambiente e desenvolvimento sustentável para a américa do Sul. É Lilian Velloso Pereira, engenheira química que tem em seu currículo passagens por empresas como Cargill Fertilizantes e alstom Brasil.

METÁLICAS

Qualidade reconhecida Prada Embalagens conquista ISO 9001:2008 Importante fabricante nacional de embalagens de aço, a Prada Embalagens anuncia a obtenção do Certificado do Sistema de gestão da Qualidade ISO 9001:2008, homologado pelo Bureau Veritas. “A conquista se deve ao grande comprometimento dos funcionários e gestores, que ao longo dos anos vêm se dedicando ao aperfeiçoamento dos processos internos, ocasionando também o bom desempenho durante a rotina de trabalho”, comenta a empresa. Sem dar detalhes, a Prada antecipa que irá investir em “renovação e novas tecnologias” em 2011, quando comemora 75 anos de atividades. Eficiência das linhas da Prada tem novo atestado. No detalhe, o certificado

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MÁQUINAS

Nova grife em automação Com aplicações em packaging na mira, Epson começa a trazer ao Brasil suas linhas de robôs Mais conhecida entre os brasileiros por sua atuação em informática, a Epson agora quer se destacar no mercado nacional por suas soluções em automação industrial. A empresa começa a oferecer no País seus robôs de uso fabril, produzidos no Japão e indicados para diversas operações de embalagem. Marcos Nora, gerente de negócios da Epson, explica que os dispositivos podem ser utilizados em variadas aplicações de pick and place (manuseio de objetos), kitting (separação de peças em caixas diferentes), rotulagem e inspeção. “É possível, por exemplo, criar aplicações para separar e encaixotar tubos de perfumes ou esmaltes”, ilustra o executivo. “Na indústria de alimentos, um robô de alta velocidade pode pegar biscoitos de uma esteira em movimento e transferi-los para o empacotamento, para depois apanhar os pacotes prontos e encaixotá-los. Há inúmeras possibilidades de uso.” A Epson afirma ser líder mundial em automação industrial com controle de precisão por computador, tendo base instalada de mais de 180 000 robôs ao redor do globo. O escritório da empresa em São Paulo será o centro de vendas dos autômatos para toda a América do Sul. Processos de embalagem estão entre as possibilidades dos robôs da empresa

VEJA ROBÔS DA EPSON EM AÇÃO:

emb.bz/epson1 emb.bz/epson2

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}}} Limpeza doméstica

Absorção Soin cria linha de evita-mofos

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Pote moldado em PET laranja translúcido é “carregado” por pote menor, de PP

Para ativar o produto deve-se remover o filme de alumínio do topo do refil

m alta graças à valorização de operações industriais menos onerosas ao ambiente, o uso de refis chegou aos absorvedores de umidade para ambientes domésticos, popularmente conhecidos como evita-mofos. Dona da marca Secar, a Soin (Sociedade Industrial Importação e Exportação) lançou em março último o Secar Premium, extensão de linha que se destaca por sua apresentação em “aparelhos” reutilizáveis. Na verdade, os aparelhos são simples potes moldados em PET translúcido na cor laranja. Os refis, por sua vez, são potes cilíndricos menores, produzidos em polipropileno (PP) transparente e preenchidos com cloreto de cálcio – substância altamente higroscópica, isto é, capaz de absorver água. Para colocar o produto em funcionamento, o consumidor deve remover do refil um lacre autoadesivo aplicado na base e um filme de alumínio situado no topo, e acoplá-lo ao aparelho. Por ter borda saliente, o refil se assenta sobre o bocal do pote maior, ficando suspenso em seu interior. Uma tampa de rosca, produzida em polipropileno e repleta de furos em formato de gotas, prende o conjunto, pressionando a borda do refil a um o’ ring (anel de borracha) colocado sobre a beirada do aparelho (ver fotos). Quando o dispositivo é acionado, a umidade começa a ser “sugada” do ambiente, caindo pelo orifício da base do refil, na forma de salmoura O conjunto é preso por uma tampa de rosca, ficando pronto para o uso

É preciso também retirar um selo autoadesivo da base do pote de PP

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Abas fazem refil assentar sobre a borda do pote maior, ficando suspenso www.embalagemmarca.com.br


com refil em embalagens recarregáveis (formada pela reação de água com o cloreto de cálcio), no espaço vazio do pote maior. O contrarrótulo do aparelho traz impressa uma indicação do nível máximo para o acúmulo do líquido, avisando o consumidor da necessidade de troca do refil. Cada refil dura de um a quatro meses, dependendo da quantidade de vapor de água no local em que o evita-mofo é depositado.

A aquisição de um refil permite o início de um novo ciclo de uso do produto

Ideia própria

© fotos: ca

rlos cura

do

O Secar Premium está disponível em dois tamanhos – 100 gramas (com refil de 80 gramas) e 200 gramas (com refil de 180 gramas) – e apresenta refis nas versões Floral, Silvestre, Natural, Lavanda, Limão e Kids. As embalagens são confeccionadas pela própria Soin a partir de resinas adquiridas junto à M&G e à Braskem. O produto em si, aliás, é prata da casa. Foi desenvolvido pela equipe de marketing e teve embalagem desenhada pelo diretor-proprietário da empresa, Sérgio Fidêncio de Lima. O dirigente lança uma comparação com os evita-mofos convencionais da empresa, descartáveis, para delinear o apelo de sustentabilidade da novidade. “As embalagens de 80 gramas e de 180 gramas da versão tradicional de nosso produto pesam respectivamente 21,5 gramas e 57 gramas. Já os refis equivalentes da linha Premium, de 100 gramas e de 200 gramas, têm, nesta ordem, embalagens 37% e 65% mais leves”, diz Lima. “O consumo de plástico é significativamente menor.” (MM) Umidade absorvida vira líquido. Nível máximo de acúmulo é indicado no verso

Para reutilizar o “aparelho”, o consumidor descarta o líquido absorvido

Polipropileno Braskem (11) 3576-9999 www.braskem.com.br

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Resina PET M&G (11) 2111-1300 www.gruppomg.com.br

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Rótulos Mark Label (11) 2957-5706 www.marklabel.com.br

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ENTREVISTA }}} aLbeRto moReau

Consultoras silenciosas Para vice-presidente de marketing da Avon, vendas diretas dependem das embalagens — e a exigência pela qualidade delas é o maior ponto em comum entre as consumidoras de cosméticos de todo o mundo

P

ara manter-se firme como potência mundial na área de vendas diretas de cosméticos, a americana Avon decidiu iniciar um programa intenso de descentralização em meados da década passada. Aprofundou a operação global por meio de divisões regionais, que praticamente se transformaram em empresas independentes – comercializando matérias primas entre si, por exemplo. Em meio a essa mudança, o venezuelano Alberto Moreau foi nomeado vicepresidente de marketing para o Brasil, peçachave do cluster sul-americano da empresa. O executivo assumiu papel importante dentro de um outro efeito da reestruturação da multinacional: a valorização de oportunidades e tendências locais para o desenvolvimento de produtos. Na entrevista que se segue, Moreau fala das diferenças de hábitos de consumo entre países e da importância, no canal porta a porta, da embalagem – segundo ele, tão crucial quanto no varejo. “Atrair a consumidora tornou-se nosso principal desafio, porque hoje ela é bombardeada por diversas oportunidades de compra”, diz. “A apresentação dos produtos é uma ferramenta poderosa para conquistá-la.”

© rodrigo ZorZi

As operações da Avon vêm nos últimos anos passando por mudanças, com o reforço ao desenvolvimento de produtos regionais em detrimento de um portfólio mais globalizado, como ocorreu no passado. Como ficou o processo de criação de produtos pela empresa? O desenvolvimento de produtos é feito por uma equipe global e por equipes regionais. O time global fica encarregado dos lançamentos que seguem o cenário macro, as tendências universais do mercado de cosméticos. Já as divisões regionais realizam pesquisas técnicas e de opinião para verificar quais

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necessidades e oportunidades específicas podem ser exploradas dentro das tendências situadas nos mercados regionais. Os produtos criados a partir de insights regionais são testados pela matriz, nos Estados Unidos, que avalia sua qualidade e eficácia. Se forem aprovados, são lançados nos mercados a que se destinam. O olhar regional vem crescendo ao longo dos anos. Faço parte da divisão da América Latina há cinco anos. Tentamos entender os consumidores de nossa região para buscar pontos comuns entre todos eles e desenvolver produtos que atendam às suas necessidades e lhes entreguem benefícios. O design das embalagens é decidido em termos globais ou existe autonomia nas unidades locais para decidir? Os desenhos de produtos podem ser feitos de duas maneiras. Quando são para lançamentos de âmbito mundial, são decididos pela equipe global. Quando são lançamentos regionais, a decisão é dos grupos regionais. O senhor poderia falar das principais diferenças de comportamento dos consumidores de diferentes países em relação a alguns produtos? Há diferenças muito, mas muito importantes no mundo. E não se trata somente de produtos diferentes, mas de comportamentos de consumo diferentes. Um caso emblemático é o do xampu. No Japão, por exemplo, o xampu é bastante diferente daquele vendido no Brasil. Ao contrário do que acontece em muitos países, no Japão não se usa somente xampu e condicionador para se lavar o cabelo. São sete produtos complementares. Os japoneses primeiro lavam o couro cabeludo, depois lavam o cabelo, depois condicionam o couro cabeludo, depois condicionam o

cabelo, depois usam dois produtos para dar volume enquanto estão no chuveiro... É uma cultura totalmente diferenciada. Os produtos capilares nipônicos são bem diferentes em textura, cheiro, porque eles têm uma cultura muito forte de xampu. Também deve haver comportamentos de consumo diferentes em relação à maquiagem... É verdade. Em maquiagem, o México, por exemplo, é um país muito diferente do resto do mundo. Uma maquiagem completa para mulheres é realizada em sete etapas. Acontece que quase nenhuma mulher do mundo utiliza esses sete passos, pois a maquiagem fica

A AVON EM NÚMEROS

US$ 10,9 bilhões

Foi o faturamento global da empresa em 2010, valor 6% maior que o registrado em 2009 e que manteve a empresa no posto de número 1 em vendas diretas no mundo

70%

Foi o aumento das vendas da multinacional americana no Brasil entre 2006 e 2010

5 milhões de pessoas atuam como revendedoras dos produtos da marca no mundo

muito forte, “carregada”. As mexicanas, porém, costumam utilizar cinco desses passos. São as consumidoras que mais utilizam produtos faciais no dia a dia. Outra categoria que tem diferenças bastante marcantes é a de fragrâncias. A nota olfativa adequada varia muito de país para país. É preciso ser muito cuidadoso e perceptivo para criar um perfume que atenda a todas as consumidoras do mundo. Muitas vezes temos de optar por lançamentos regionais e poucos casos de lançamentos globais porque não é fácil estar perto de todas as consumidoras do mundo sem enfrentar algum problema. E quais as peculiaridades da consumidora brasileira em termos de consumo de cosméticos? Quais são seus traços marcantes? Uma coisa marcante da consumidora brasileira é que ela gosta de valorizar seu corpo, sua pele, o que cada uma tem. Isso é muito diferente do que acontece em outros países. Eu falo isso porque sou venezuelano, e as venezuelanas usam produtos para que as pessoas as olhem, para despertar a atração dos demais. No Brasil é diferente. A mulher faz maquiagem ou usa um creme para o corpo não por estar insatisfeita. Muitas vezes ela está contente com sua pele, mas prioriza um sentimento próprio de bem-estar. São pontos de vista bastante diferentes. Há também gostos e necessidades diferentes em termos de embalagens? Em embalagem não há tanta diferença, porque ela tem de ser excelente em todo o mundo. O empaque tem de ser funcional, ajudando o produto a ser dispensado e usado da melhor forma possível. Um recipiente com essas características consegue fazer todas as pessoas do mundo felizes.

fonte: aVon e abeVd – março de 2011

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Para um batom de uma fórmula bastante diferenciada, a mulher vai querer ter o melhor aplicador possível, para ter orgulho em mostrar o produto para as amigas. Pode ser que um país precise de uma embalagem mais luxuosa que a dos demais, por exigência do mercado. Mas geralmente são detalhes menores em algumas categorias. O senhor pode dar exemplos de como a Avon tem utilizado embalagens para alavancar vendas de produtos? Temos usado embalagens para potencializar os benefícios de nossas fórmulas. Um exemplo muito bom é o das máscaras de cílios, em que o aplicador faz a diferença e valoriza ainda mais os produtos. Um outro exemplo é a nossa nova linha Avon Baby, cujas tampas flip-top das embalagens ajudam as mães a manusear o produto com uma só mão e sem desperdício. Uma embalagem que libera facilmente o conteúdo de produtos para crianças é uma coisa

“O produto não pode decepcionar quando chega às mãos da consumidora. Além de não poder destoar daquilo que está nos folhetos, ele deve se adequar aos códigos da categoria” bem vista pelas mães em qualquer lugar do mundo. No varejo, as embalagens de produtos desempenham importante função vendedora, sendo um fator de atração da atenção dos potenciais compradores. É, como se costuma dizer, “a mais direta das mídias”, “o vendedor silencioso”. Supõe-se que em vendas diretas essa função não seja tão importante. É assim? Não. A embalagem é também muito importante nas vendas diretas. Os produtos têm que se mostrar e ser atratiLinha Baby: tampas fliptop grandes permitem manuseio com uma só mão

vos para as pessoas. Venda direta não implica venda líquida e certa. Não significa que a consumidora irá escolher seu produto sem compará-lo com o dos concorrentes. O que curiosamente percebemos, a propósito, é que embora não concorram com outras marcas num mesmo ambiente de vendas, como ocorre no varejo, nossos produtos acabam concorrendo entre si em nossos catálogos. Isso acontece por meio da comparação entre os visuais dos produtos. Cabe ressaltar, também, que o produto não pode decepcionar quando chega às mãos da consumidora. Além de não poder destoar daquilo que é mostrado e prometido nos folhetos, ele deve se adequar aos códigos da categoria, do mercado. Xampus, por exemplo, são maciçamente acondicionados em frascos plásticos com tampas bastante funcionais. Temos de estar no mesmo padrão de qualidade e de formato para que o consumidor não fique perdido. O que é mais decisivo para a venda de um cosmético em venda direta: a embalagem ou a exposição dos atributos do produto pela revendedora? É uma combinação, porque depende da categoria. Em muitos produtos, como cremes para o corpo e xampus, a

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Máscaras de cílios têm aplicadores práticos, que agradam à consumidora

embalagem tem um peso muito grande. Mas em cosméticos antiidade, por exemplo, a vendedora tem um papel fundamental. Ela tem a missão importantíssima de explicar à consumidora quais os benefícios do produto, dizer a ela em quanto tempo a pele irá exibir o resultado prometido. A Avon é uma das principais consumidoras de embalagens em seu segmento de atuação. A indústria brasileira de embalagens está em condições de atender às necessidades da empresa? Diria que em 95% das necessidades, sim. A grande maioria de nossas demandas em embalagem pode ser fornecida aqui, por todo o banco local de fornecedores. Só algumas peças com um diferencial ou uma tecnologia exclusiva precisam de fornecedores mais especializados, que não encontramos no País. São os casos, por exem-

“Produto é basicamente fórmula e embalagem. Por isso, temos de fazer sempre o melhor nesses dois campos para estimular a consumidora e encantá-la”

plo, de frascos e tampas que têm de ser um pouco mais elaborados. E há, em outros casos, a qualidade dos frascos de vidro para fragrâncias. Se quisermos lançar fragrâncias muito sofisticadas, de alta qualidade, dificilmente encontramos opção local. No mercado é possível conseguir vidros de qualidade 1, 2 ou 3. As embalagens do tipo 1 não são abundantes no Brasil, e precisamos delas para alavancar alguns produtos. É comum ouvirmos uma frase maliciosa sobre o mercado brasileiro de cosméticos segundo a qual consumidores ricos compram importados, ficando os produtos nacionais restritos à classe média e aos pobres. O que o senhor pensa a esse respeito? Não se trata de uma frase maliciosa só do mercado brasileiro. É uma realidade no mundo todo. A classe A tem muitas oportunidades de viajar e compra e

Vendas diretas continuaram crescendo em 2010 O ano de 2010 foi fabuloso para as vendas diretas no Brasil. Segundo balancete recémpublicado pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), o setor fechou o ano passado com volume nominal de negócios de 26 bilhões de reais – valor 17,2% superior ao de 2009. Descontada a inflação no período, de 5,9%, o crescimento real foi de 11,3%.

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A arrecadação nesse canal praticamente quintuplicou na última década. De acordo com a ABEVD, as chamadas vendas de relacionamento – a entidade rejeita a expressão “vendas porta a porta”, por possíveis associações com a informalidade – já são responsáveis pela geração ou complementação de renda para 2,74 milhões de famílias brasileiras.

testa produtos estrangeiros. Mas ainda assim compra produtos locais de acordo com suas necessidades do dia a dia. O mercado brasileiro em que a Avon atua registrou recentemente importante iniciativa de um fabricante que anunciou a intenção de atuar fortemente em vendas diretas, simultaneamente com vendas pelo sistema de franquias, onde já era forte (ver edição anterior de EMBALAGEMMARCA). Pode-se esperar uma contrapartida por parte da Avon, passando a atuar com mais força em outros canais, como varejo e internet? Essa é uma parte confidencial da Avon. Não estamos autorizados a falar disso neste momento. Como o senhor definiria os principais desafios que se impõem aos fabricantes de cosméticos? O desafio global mais importante é que a consumidora se sinta atraída por nossos produtos. Isso porque a cada dia aumenta a concorrência, a cada dia aumentam oportunidades de compra com benefícios bastante diferenciados uma da outra. Produto é basicamente fórmula e embalagem. Por isso, temos de fazer sempre o melhor nesses dois campos para estimular a consumidora, fazer chegar ao mercado aquilo que ela queira comprar e encantá-la. Não existe segredo.

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Inscrições abertas Entre 1° de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2011 sua empresa colocou no mercado embalagens que se destacaram e trouxeram benefícios concretos para o usuário? Em caso afirmativo, não perca mais tempo. Inscreva-as no Prêmio que se consolidou como um dos mais importantes e criteriosos do setor. prêmio embalagemmarca - grandes cases de embalagem - reconhecimento e divulgação para quem ajuda a melhorar a embalagem no Brasil.

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}}} Lácteos

Nostalgia e quebra de paradigma Com leite e iogurte em PET, laticínios tentam resgatar tradição e abrir novo flanco Garrafas de PET procuram resgatar o mercado de leite pasteurizado

© carlos curado

H

á anos utilizando de forma hegemônica o processo de altíssima temperatura (ou UHT, iniciais de ultra-high temperature, em inglês), em embalagens cartonadas assépticas para acondicionar leite no Brasil, produtores ensaiam uma espécie de retorno ao passado, com nova roupagem para o alimento. Com o lançamento da marca Top Mild em garrafas de PET transparente, uma parceria de empresas acaba de dar um passo para reativar o mercado de leite pasteurizado no País, a exemplo do que vem ocorrendo em alguns países europeus. A Companhia do Leite e a CCL, que produzem o leite, e a Premiumplastic, que fabrica as garrafas em sopradoras de um estágio da Aoki, afirmam em comunicado tratar-se do “resgate da importância do leite pasteurizado que, devido ao processo produtivo, é mais saudável que o obtido via UHT, pois mantém melhor as características originais do produto”. As empresas apostam no êxito da nova embalagem, afirmando terem detectado uma “onda de nostalgia” no mercado. Assim, o design da embalagem do Top Mild é inspirado na antiga garrafa de vidro comercializada até os anos 70 e recentemente relançada pela Verallia (ver EmbalagemMarca nº 136, dezembro de 2010). “Entre outras vantagens, a embalagem de PET é mais leve, além de ser inquebrável”, pondera Marcio Vieira, gerente comercial da Premiumplastic. A decoração é feita com rótulos tipo wrap-around de BOPP transparente, impressos pela Flexoprint, e o fechamento, com tampas de rosca produzidas pela Tampnet.

Iogurte também Já no terreno dos iogurtes líquidos, em termos de embalagem, o que vem se registrando é um passo para a frente, ou para o lado, como devem considerar os fornecedores de recipientes predominantes no segmento, ou seja, as garrafinhas sinuosas de polietileno de alta densidade (PEAD) decoradas com rótulos termoencolhíveis. Praticamente desde

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Laticínio paulista inaugura uso de embalagens de PET no segmento de iogurtes para beber

que chegaram ao mercado brasileiro, nos anos 90, os iogurtes para beber são acondicionados nesse tipo de recipiente, que virou sinônimo da categoria. Agora, através de um laticínio de Vargem, no interior de São Paulo, o PET quebra o paradigma. O iogurte líquido com a marca Milk Nobre é o primeiro do Brasil acondicionado em potes feitos desse material pela R² Pack, com tampa de rosca e batoque de polietileno (PE), fornecidos pela Inj-Tamp. “Uma das vantagens para o consumidor final é a facilidade na abertura, já que a embalagem não necessita do selo de indução, garantindo a estanqueidade do produto mesmo depois de violado o lacre”, considera Rodrigo Rodrigues, diretor da R² Pack. O executivo afirma que, em comparação com o polietileno, o PET “reduz a porosidade dos frascos, evitando a concentração de microorganismos e mantendo um aspecto visual excelente, com aplicação de rótulos termoencolhíveis”. Os rótulos do iogurte Milk Nobre, fornecidos pela Propack e pela BR Films, são de PVC. (FP)

Aoki (11) 4071-4385 www.aokitech.co.jp/english/

Inj-Tamp (15) 3218-1728 www.inj-tampasplasticas.com.br

R² Pack (19) 3855-3388 www.r2pack.com.br

BR Films (37) 3229-3400 www.brfilms.com.br

Premiumplastic (11) 4652-0077 www.premiumplastic.net

Tampnet (21) 2653-4131 www.tampnet.com.br

Flexoprint (44) 3232-8100 www.flexoprint.com.br

Propack (11) 4785-3700 www.propack.com.br


}}} Resíduos sólidos

Parece que vai pegar Associações de fabricantes de embalagens começam a se adaptar à PNRS Por Flávio Palhares

A

parentemente, um dos mais avançados projetos mundiais de cuidados com a destinação do lixo urbano, a lei 12 305, que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), caminha para consagrar-se no lado positivo dos diplomas legais brasileiros – isto é, entre os “que pegam”, em contraposição aos “que não pegam”. Regulamentada no final de dezembro de 2010 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a PNRS terá em 2011 seu primeiro ano de implantação. A lei institui o princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o que abrange fabricantes de produtos e embalagens, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Para que a PNRS comece a valer de fato, o governo federal tem até junho deste ano para elaborar uma proposta referente à nova lei que inclua, entre outros aspectos, metas de redução e reciclagem de resíduos e prazos para os diversos setores se adequarem às novas obrigações. Atentas à PNRS, associações integrantes da cadeia de valor da embalagem começam a se adaptar à nova legislação. Os setores do aço, do vidro e do PET foram os primeiros a apresentar planos de logística reversa.

O objetivo do projeto é elevar a remuneração de quem entregar o material. No centro de recebimento, qualquer um – catadores, cooperativas, varejistas, indústria envasadora, consumidor final – poderá vender o aço diretamente. Todos receberão o mesmo valor pelo quilo da sucata. Em valores de fevereiro de 2011, cada quilo de embalagem de aço valia 25 centavos. Hoje, cooperativas de catadores recebem cerca de 7 centavos por quilo do metal. O restante fica com os atravessadores. “Temos a intenção de reduzir a informalidade do setor e minimizar a ação dos intermediários, elevando o

ilustração jorge h.i.f.s.

No aço, centro modelo O Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia de Metais (Siniem) e a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) anunciaram seu sistema próprio de logística reversa, com a construção de um centro de captação de embalagens pós-consumo em São Paulo. O centro-modelo, cujo local exato ainda não foi anunciado, terá 10 000 metros quadrados de área, começará a funcionar em julho e terá capacidade de armazenar embalagens descartadas por 2,5 milhões de pessoas.

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interesse na coleta de embalagens de aço”, diz Antonio Carlos Teixeira Alvares, presidente do Siniem. Até o final do ano, a entidade projeta inaugurar outros três centros de reciclagem na capital paulista. A expectativa é de que outras capitais também recebam esses centros. “Nossa meta é ampliar, em cinco anos, o índice de reciclagem de embalagens de aço dos atuais 47% para 70%”, adianta o presidente do Siniem. A ideia central de criar um centro específico para embalagens de aço, além de atender às exigências da lei, é reduzir custos. “O aço é um metal valioso que, se coletado junto com outros materiais menos nobres, acaba subsidiando a reciclagem de outras embalagens de menor valor de mercado”, ressalta Teixeira Álvares. “Cada tonelada de aço reciclado equivale a 1,5 tonelada de minério de ferro, 0,65 tonelada de cal e 0,3 tonelada de calcário”, lembra Thaís Fagury, gerente-executiva da Abeaço. Paralelamente à inauguração do centro de coleta, haverá uma campanha educativa dirigida aos consumidores finais. Também serão distribuídos sacos plásticos na cor oficial das embalagens metá-

Algumas iniciativas

licas em programas de coleta seletiva – o amarelo – com capacidade para cerca de 2,5 quilos em cada unidade. Inicialmente, as sacolas serão subsidiadas pela indústria, mas o objetivo é que mais adiante o consumidor pague por elas. A iniciativa será o ponto de partida, no Brasil, para a organização de uma cadeia exclusiva de reciclagem de embalagens metálicas, especialmente o aço, já que o problema do alumínio está praticamente solucionado, com a reciclagem de 98% das embalagens. O investimento no projeto é de 2 milhões de reais. O custo será dividido entre fabricantes de embalagens de aço, siderúrgicas e indústrias usuárias.

No vidro, gerenciadora A partir de um estudo desenvolvido pela consultoria Monitor Group, a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro) encaminhou ao Ministério do Meio Ambiente um plano de implementação de logística reversa para o setor, comprometendo-se a recolher todo tipo de embalagem de vidro pós-consumo. A associação propõe instalar no Brasil uma gerenciadora, que terá o papel de intermediar as relações entre o poder público, cooperativas de catadores, beneficiadoras, fabricantes de vidro e indústrias usuárias.

Iniciativa privada tem ações de reciclagem de embalagens O BOTICÁRIO RECICLA a rede de franquias o Boticário criou a campanha Bioconsciência, com o objetivo de incentivar a destinação correta do lixo. o consumidor pode devolver nas lojas da rede as embalagens vazias, de vidro, plástico ou papel, que serão encaminhadas a empresas recicladoras.

BRASTEMP RECOLHE EMBALAGENS EM CASA o “Brastemp Viva” é um programa da Whirlpool latin america, fabricante das marcas Brastemp e Consul, que desde 2005 retira na casa do consumidor todas as embalagens dos eletrodomésticos vendidos no sistema porta a porta no estado de São Paulo. Em cinco anos, mais de 100 toneladas de papelão, plástico e isopor foram destinadas à reciclagem por meio da iniciativa. Em 2008,

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a Brastemp firmou parceria com o Wal mart e dividiu seus conhecimentos no processo de logística reversa de embalagens, que abrangem desde a logística para a coleta até a maneira mais sustentável para o descarte.

TETRA PAK INDICA POSTOS DE RECICLAGEM Com base no google maps, a Tetra Pak lançou em 2008 o site rota de reciclagem (www.rotadareciclagem. com.br), serviço que indica postos de coleta seletiva de lixo e reciclagem de

embalagens cartonadas assépticas (longa vida). o sistema aponta onde encontrar locais para entrega de materiais recicláveis, cooperativas e comércios ligados à cadeia de reciclagem de embalagens Tetra Pak em todo o país. Para utilizar, basta digitar um endereço no buscador para que ele informe os locais mais próximos.

TERRACYCLE VENDE PRODUTOS FEITOS COM EMBALAGENS DESCARTADAS mochilas, bolsas, nécessaires, guardachuvas, entre outros itens, com estampas dos salgadinhos da Pepsico, do suco em pó Tang, da kraft Foods, do papel report, da Suzano Papel e Celulose, de chocolates da Nestlé, entre outras, são alguns dos produtos comercializados pela TerraCycle. a empresa é especia-

lizada em transformar lixo considerado não reciclável, como embalagens plásticas flexíveis laminadas, em dinheiro. Subsidiária brasileira da companhia homônima americana, a TerraCycle coleta essas embalagens para transformá-las em produtos com marcas de empresas. É o que ela chama de “lixo patroBolsa produzida pela cinado”. TerraCycle com Voluntários recolhem as embaembalagens de salgadinhos lagens e as enviam à empresa, de onde seguem para cooperativas artesanais que lavam e transformam os invólucros nos itens vendidos no varejo.

MÁQUINA DE “VENDA REVERSA” CHEGA AO BRASIL a Susten Trading traz para o mercado nacional a máquina de Venda reversa

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A entidade – sem fins lucrativos – será responsável por coordenar a participação dos municípios, capacitar e credenciar cooperativas de catadores e beneficiadoras, negociar operações de compra e venda de recicláveis triados, gerir a logística reversa dos recicláveis e promover campanhas de conscientização sobre reciclagem. “A estimativa é de que, após quatro anos de sua instalação, a gerenciadora faça com que o índice de reciclagem do setor vidreiro atinja 50%”, diz Lucien Belmonte, superintendente da Abividro. Entretanto, para que o modelo seja economica-

Abre estimula discussão

(rVm), que utiliza tecnologia avançada para identificar, coletar, compactar e documentar diversos materiais recicláveis. Trata-se de uma vending machine “ao contrário”, que recolhe embalagens descartadas. o equipamento, fabricado pela norueguesa Tomra – que já tem mais de 100 mil dessas máquinas instaladas em outros países – recebe uma programação para reconhecer qual resíduo é inserido e armazená-lo em diferentes compartimentos internos. a rVm aceita embalagens de alumínio, de aço, de vidro, de PET e de outros tipos de plástico. a ideia é fazer parcerias com redes varejistas: o consumidor que insere as

Vending machine “ao contrário” recolhe as embalagens

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para que se alcançasse um aprofundamento sobre o tema e fossem levantados os caminhos para a participação do setor produtivo frente aos Acordos Setoriais.” Ela diz ainda que “a Abre manterá neste primeiro semestre o foco de discussão junto às entidades de classe. Ao mesmo tempo, trabalhará com as indústrias o entendimento tanto das propostas esboçadas como das demais exigências decorrentes da PNRS”. Veja a íntegra do depoimento no site: emb.bz/pnrs

embalagens pós-consumo nas máquinas receba um vale-desconto de volta. a expectativa da empresa é ter 100 máquinas funcionando ainda neste ano, e para isso, está em negociação com uma grande empresa, cujo nome ainda não pode ser divulgado.

VAREJO TEM AÇÕES DE RECICLAGEM a coleta de materiais recicláveis em estações de entrega voluntária atinge números expressivos. Como exemplo, as lojas Pão de açúcar recebem em seus 72 postos de São Paulo uma quantidade de embalagens e outros materiais equivalentes a 20% de todo resíduo reciclável recolhido pela prefeitura na capital. o Carrefour Brasil anunciou a intenção de eliminar até 2014, de forma gradual, o uso de sacolas plásticas tradicionais em suas lojas. o projeto teve início na unidade de Piracicaba (SP), em março de 2010. Segundo a rede varejista, em um ano a loja deixou de distribuir 7,7 milhões de sacolinhas. o Carrefour,

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Depois de participar ativamente junto aos poderes Legislativo e Executivo das discussões que levaram à aprovação da lei que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Associação Brasileira de Embalagem (Abre) criou um Núcleo de Estudos da PNRS cuja missão é promover o debate no setor. Segundo informa a diretora executiva da entidade, Luciana Pellegrino, já foram realizadas “inúmeras reuniões entre todas as entidades setoriais e outros elos da sociedade, e junto à indústria


mente viável, são necessárias a adesão e a participação dos envasadores e empacotadores, que compartilham a responsabilidade sobre a logística reversa do resíduo. Segundo Belmonte, a indústria vidreira investirá inicialmente 10 milhões de reais na criação da gerenciadora, que será administrada por uma equipe profissional independente e terá um conselho composto por membros das várias instâncias envolvidas. A previsão é de que em quatro anos a gerenciadora esteja operando a todo vapor.

PET visa ampliar A Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) lançou o programa LevPet, que visa ampliar a coleta de embalagens de PET pós-consumo (ver EmbalagEmmarca 137, janeiro de 2011). Utilizando o mesmo modelo do programa Rota da Reciclagem, da Tetra Pak (ver quadro), o LevPet (www.levpet.org.br) é um serviço que fornece pela internet, através do Google Maps, a localização dos pontos de coleta onde os cidadãos podem dar destinação às suas embalagens pós-consumo. O serviço conta com mais de mil pontos de coleta cadastrados por todo o Brasil. A meta é aumentar gradativamente esse número, com o

assim como o Pão de açúcar, tem em suas lojas alguns “caixas verdes”, onde os clientes podem descartar embalagens secundárias de produtos na hora da compra. o Walmart Brasil e a Coca-Cola Brasil mantêm programa conjunto de coleta e reciclagem de resíduos, batizado de Estação de reciclagem. São postos de coleta de embalagens metálicas, de plástico, de papel, de vidro e óleo de cozinha em mais de 300 lojas da rede Walmart em todo o Brasil. a parceria beneficiar diretamente cooperativas e gera renda para catadores.

apoio dos próprios usuários. Para isso, o site possui um sistema colaborativo de atualização, onde os usuários podem O presidente da Abief – Associação indicar novos locais. Desde o lançamento Brasileira da Indústria de Embalagens do programa, em dezembro de 2010, o Plásticas Flexíveis, Alfredo Schmitt, número de pontos de coleta do serviço diz que em relação à PNRS a Abief aumentou cerca de 20%. O site une conmantém dois representantes no comitê ceitos de educação ambiental à modernirelativo ao assunto que funciona na dade da Internet, para despertar no cidadão Abre. “O objetivo é acompanhar e para importância do seu papel para o fluxo ticipar de todas as discussões. Como reverso das embalagens. a Abre engloba todos os materiais de “Com o LevPet, a indústria se anteembalagem, julgamos mais pertinente cipou às diretrizes da Política Nacional trabalharmos em conjunto para termos de Resíduos Sólidos, que estabeleceu a mais força e representatividade”. responsabilidade dos três elos envolvidos na questão: cidadão, poder público e indústria”, afirma Auri Marçon, presidente da Abipet. “Estamos trabalhando para resolver o grande entrave que dificulta a ampliação da reciclagem em nossa indústria: a falta de um sistema público abrangente de coleta seletiva.” De acordo com o 6o Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgado no final de 2010, o País recicla 55,6% de todas as embalagens produzidas, índice superior ao desempenho verificado nos Estados Unidos e em alguns países da União Europeia.

reciclado Vitacarta, batizado de Vitacarta gPa (sigla para grupo Pão de açúcar). gráficas como antilhas, Congraf e Emibra adquirem esse cartão e produzem novos cartuchos, displays e luvas, distribuindo-os para as indústrias fabricantes dos produtos da linha Taeq.

Abief acompanha

de óleos lubrificantes pós-consumo, patrocinado pelos fabricantes, importadores e distribuidores de lubrificantes. a coleta é feita na cadeia de revenda do produto, e as embalagens serão transportadas para centrais de recebimento, onde são compactadas e encaminhadas para empresas recicladoras. atualmente, 10% das embalagens novas de óleo já são fabricadas com plástico reciclado. iniciado há cinco anos no rio grande do Sul, o programa funciona no Paraná, em Santa Catarina, no rio de Janeiro e em São Paulo.

TAEQ: CIRCUITO FECHADO

INPEV: EMBALAGENS DE EMBALAGENS

Embalagens celulósicas coletadas nas lojas do grupo Pão de açúcar são recicladas e transformadas em novas embalagens cartonadas para produtos da Taeq, marca própria focada em saúde e bem-estar. o projeto, batizado de logística reversa Taeq, pôde se concretizar através de parcerias costuradas pelo Pão de açúcar. invólucros de papel deixados nas lojas do grupo são coletados e selecionados pela associação Vira lata, cooperativa de catadores sediada na capital paulista. o material é então comprado pela Papirus, que o utiliza na produção de uma versão especial de seu papel cartão

o recolhimento de recipientes vazios de agrotóxicos é uma exigência legal, que o inpev – instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias ajuda a cumprir. a entidade tem um programa que já alcança o índice de 80% de reciclagem do volume produzido. a Campo limpo Plásticos desenvolveu estudos de viabilidade para a produção de embalagens que utilizam resina pós-consumo como camada intermediária e resina virgem como camadas interna e externa. as novas embalagens são usadas por fabricantes de produtos fitossanitários (agrotóxicos).

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POSTOS DE COMBUSTÍVEL RECEBEM EMBALAGENS DE ÓLEO iniciativa do Sindicato Nacional de Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de lubrificantes – Sindicom, o Programa Jogue limpo estabelece o sistema de logística reversa de embalagens plásticas

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Próximo evento do Ciclo de Conhecimento Seminário Design de Embalagens de Resultados 28 de junho, em São Paulo • 30 de junho, em Curitiba Foco: Evento voltado para profissionais das áreas de design, de embalagens e de marketing das empresas de bens de consumo no qual se discutirá a importância do design como ferramenta de fortalecimento de marcas, sinalizando que uma estratégia de design abrangente inclui não só uma preocupação estética, mas também uma visão industrial do processo. Publico-alvo: Designers, diretores, gerentes, coordenadores de embalagens e demais profissionais tomadores de decisão nos departamentos de marketing e embalagens. Empresas atuantes no setor, desde convertedores até end-users. Presença confirmada: RAVI SAWHNEY, fundador e CEO da RKS Design, empresa sediada na Califórnia, líder global em estratégia, inovação e design. PATROCÍNIO:

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PAINEL GRÁFICO Gigante dos autoadesivos Colacril e RR Etiquetas fundem-se para criar nova potência no setor A Colacril, uma das principais fabricantes de bases para rótulos autoadesivos, e a RR Etiquetas, maior convertedora de etiquetas autoadesivas para código de barras no Brasil, anunciaram em março último a integração de suas operações em participações iguais. Segundo as empresas, a fusão origina a maior fornecedora de produtos autoadesivos do País. De acordo com Valdir Arjona gaspar, presidente da Colacril, está sendo criada uma holding para gerir o negócio, no qual cada empresa atuará de forma independente, porém complementar. “Nesta primeira fase, nosso objetivo é construir o conhecimento mútuo e reunir o melhor de cada uma de nossas empresas”, declarou por sua vez Ricardo Rodrigues de Oliveira, presidente da RR Etiquetas. “Vamos somar competências, talentos, experiências e a principal característica que temos em comum: o espírito empreendedor.” No entender de ambos os empresários, conforme comunicado distribuído ao mercado, “em termos práticos a ampliação do portfolio de produtos e a gestão compartilhada já proporcionarão benefícios imediatos para os clientes – e, em curtíssimo prazo, os efeitos positivos resultantes do aspecto complementar entre as linhas de produção constituirão importantes diferenciais”. gaspar e Rodrigues consideram também que “a iniciativa contribuirá para aumentar a competitividade construtiva e para o fortalecimento da indústria nacional de autoadesivos, dotada de intensa rivalidade e grande diversidade de players”. (Wilson palhares)

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}}} MERCADO DE CONVERSÃO E IMPRESSÃO DE RÓTULOS E EMBALAgENS

Para a cadeia do frio Camarão congelado ganha caixa de cartão duplex A alta nas vendas de frutos do mar e as falhas da cadeia de refrigeração no país fizeram o Frigorífico Jahu trocar a embalagem do camarão com a marca Frescatto. Eram utilizadas caixas de papel cartão duplex laminadas na frente e no verso com polietileno, mas que tinham baixa resistência física e à umidade. A empresa adotou uma nova embalagem utilizando um cartão impermeabilizado com alta barreira à umidade que pode ter contato com produtos alimentícios e apta para o uso na cadeia frigorífica. É produzida pela Fotoimpress.

Reciclagem de liner no Sudeste Celulose Reciclada instala galpão em São Paulo A Celulose Reciclada, única empresa no Brasil que recicla liner, base do autoadesivo, instalou um galpão na cidade de Itapevi, na grande São Paulo, para armazenagem de resíduos dos seus fornecedores, que em sua maioria estão na região Sudeste. Como a sede da empresa fica em Pernambuco, isso irá facilitar o rece-

bimento e a logística do material. “Com o novo galpão em São Paulo e a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, esperamos triplicar a captação de material nos próximos meses, evitando que seja jogado em aterros e incineradores”, diz Karina Spina, coordenadora de marketing e negócios da empresa.

Ajuda para designers UPM Raflatac lança site com dicas de design de rótulos A UPM Raflatac, que recentemente comprou a fabricante brasileira de bases autoadesivas gumtac (ver edição anterior de EMBALAGEMMARCA), lançou um site para designers de embalagens e rótulos. O site Pro Label Studio (www.prolabelstudio.com) apresenta exemplos visuais e traz informações sobre as inúmeras possibilidades de uso dos rótulos autoadesivos. No site, há informações sobre os desafios e exigências de diferentes materiais de embalagem, efeitos especiais e técnicas de impressão sobre diversos tipos de substratos.

O site auxilia os designers a selecionar os materiais indicados para rótulos de diversos tipos de produtos, como vinhos, bebidas destiladas e itens de higiene pessoal.

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Flexografia em HD Nova tecnologia permite impressão com mais definição A Mondi Coatings & Consumer Packaging (www.mondigroup.com), do Reino Unido, apresentou uma nova tecnologia de impressão flexográfica de alta definição para embalagens flexíveis, rótulos e etiquetas. A nova tecnologia promete resultados de impressão com elevada qualidade e com contornos definidos, tanto em materiais laminados quanto em papel. O segredo é o uso de uma superfície especial na placa de impressão, que transfere maior quantidade de tinta, permitindo à impressora trabalhar em áreas sólidas com alta densidade, porém com menor pressão. Na prática, a tecnologia flexo HD aumenta a resolução de impressão para 70 linhas por centímetro quadrado em comparação com a cobertura convencional, de até 42 linhas por centímetro quadrado.

Impressão flexo “normal” – 43 linhas por cm²

Impressão em flexo HD – 70 linhas por cm²

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Novas marcas no mercado Divisões da Avery Dennison têm nomes comerciais alterados A Avery Dennison anunciou a alteração dos nomes comerciais de suas divisões. A divisão antes denominada Materiais em Rolo (“Roll Materials”) passa a ser chamada de Materiais para Rótulos e Embalagens(“Label & Packaging Materials”). Segundo a empresa, o novo nome reflete “a firme intenção de oferecer inovações em embalagem para o mercado”. Mudanças similares de nomes ocorrerão em todas as unidades de negócios da Avery Dennison. A transição para o novo nome será feita de forma gradual. Primeiro serão renovados os materiais de comunicação, o site e, aos poucos, outros instrumentos de contato com o cliente. O nome Fasson permanecerá como marca de materiais autoadesivos.

Rotulagem sem liner Innovia apresenta filme para embalagens de alimentos A Innovia Films, fabricante de substratos especiais de BOPP e celulose para rotulagem e de filmes flexíveis, lançou a nova linha de filmes Rayoface NB, adequada para aplicações de etiquetas sem liner. Os novos filmes foram desenvolvidos para uso na linha de rotuladoras sem liner Nobac da Ravenwood Packaging. Os filmes Rayoface NB estão disponíveis nas tonalidades branca e transparente e com espessuras de 92 micra (adequada para substituir envoltórios de papel cartão) e 60 micra (para substituição de etiquetas convencionais sensíveis à pressão e wrap around). Quando convertidos em etiquetas sem liner, os filmes Rayoface NB podem ser usados em bandejas de alimentos frescos. Como a etiqueta é aplicada diretamente à embalagem, pode ser obtida uma redução de mais de 30% do peso, diz a fabricante.

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ARTIGO }}} ANDREW EYLES

A little less consternation...* Cópias de produtos são tão aborrecedoras quanto inevitáveis. Por que não aceitá-las, mas agir para sempre estar à frente?

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imitação talvez seja a forma mais sincera de enaltecimento. No entanto, indústrias não se sentem lisonjeadas quando confrontadas com clonagens de seus produtos. Ver uma cópia quase indistinguível de sua embalagem é algo que se sente como uma agressão. Grandes quantidades de tempo e dinheiro são gastos em pesquisa, marketing, publicidade e acondicionamento para a construção de marcas fortes. Daí ser totalmente compreensível a irritação provocada pelos produtos “me-too”. O plágio é um problema antigo. Existe em todo o mundo. Nesse ramo, a China é indiscutivelmente a meca. Lá, inúmeros produtos e marcas são recriados, muitas vezes de forma divertidamente tosca (mas nada divertida para as fontes de inspiração). Não se trata somente de um benefício de um terceiro, não-autorizado, sobre a propriedade intelectual de outra companhia. A inferioridade das imitações pode causar danos à reputação da marca original. Recentemente, a montadora chinesa Hongqi lançou o HQD, uma cópia descarada do Rolls-Royce Phantom, mas com preço oito vezes menor. A Rolls-Royce é o epítome da engenharia de luxo e, claro, deve se sentir prejudicada ao ver um clone de seu automóvel sendo vendido ao equivalente a 80 000 reais. Mas produtos superpremium ou de design sofisticado não são os únicos alvos dos plagiadores. No Reino Unido, o mercado de réplicas é dominado por cigarros falsificados e itens de mercearia “me-too”. Os primeiros

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Creme vegetal I Can’t Believe It’s Not Butter foi clonado pelo You’d Butter Believe It!

Rolls-Royce viu seu modelo Phantom (acima) servir de “inspiração” para carro chinês

são perigosos para a saúde tanto daqueles que os consomem quanto para daqueles que os traficam, como mostraram recentes assassinatos ocorridos no submundo do crime organizado. Também não deixam de ser trágicas as cópias de produtos de marca vendidos nos supermercados. Quando digo cópias, quero dizer cópias mesmo, produtos quase idênticos. Comparem-se, por exemplo, as embalagens do creme para untar I Can’t Believe It’s Not Butter, da Unilever, com seu clone, o You’d Butter Believe It!, dos supermercados Asda. Ou o cartucho do cereal matinal Cheerios, da Nestlé, com o de seu genérico, o Hoops, da varejista Tesco. No negócio de marcas próprias

* Em português, “Um pouco menos de consternação”. Brincadeira com o verso de uma famosa canção de Elvis Presley: “A little less conversation, a little more action” (“Um pouco menos de conversa, um pouco mais de ação”).

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do varejo, cópias costumavam explorar os incautos, que procuram embalagens que lhes são familiares sem prestar muita atenção. Até pouco tempo atrás tinha-se como inegáveis os fatos de que a maioria das pessoas fazia o supermercado ligando o piloto automático. Fortes referências visuais seriam, então, suficientes para atraí-la. Contudo, uma pesquisa da Blue Marlin mostra que um dos efeitos da recessão foi ter feito os consumidores aqui na Europa operar no manual, analisando produtos antes de os retirarem das gôndolas. A mais nova campanha publicitária da rede de varejo low cost Aldi parece querer se enquadrar nessa nova realidade de maneira curiosa. Anúncios encorajam clientes a ver clones como escolhas conscientes, terminando com o slogan “Como as marcas, apenas mais baratos”. É possível ver um vídeo da campanha aqui: http:// emb.bz/aldi.

Marcas e formatos insubstituíveis Tem-se aí o ponto nevrálgico da discussão. “Me-toos” se parecem com os produtos que macaqueiam, mas nunca são tão bons – sejam eles cópias na forma de itens apadrinhados pelo varejo ou pela indústria. A mesma pesquisa da Blue Marlin detectou que algumas marcas, como a Heinz no segmento de ketchup, são insubstituíveis mesmo nos tempos mais bicudos. Certos consumidores até confessaram que experimentaram opções mais baratas durante a crise, mas logo acabaram voltando às marcas que conhecem e adoram. O comercial da Aldi vinculado ao link publi-

cado acima, que tenta mostrar a vantagem de se comprar um ketchup que imita claramente o da Heinz, levanta uma outra questão interessante. O formato emblemático do frasco squeezable lançado pioneiramente pela Heinz tornou-se a linguagem visual da categoria, da mesma forma que a igualmente icônica embalagem branca do lava-louças Fairy Liquid tornou-se a norma da categoria na Grã-Bretanha. A Fairy Liquid mudou para uma embalagem totalmente diferente e o mercado a seguiu. Existem dezenas de exemplos em que o líder estabelece os padrões do mercado. Mas qual é a linha que separa as marcas que tentam obedecer às regras da categoria e de propriedade intelectual daquelas que simplesmente roubam ideias? É evidente que os proprietários de marcas devem protegê-las, bem como defender os investimentos feitos para estabelecêlas. Mas não há um elemento de inevitabilidade quanto às cópias das marcas mais bem-sucedidas? E não é papel das marcas e dos consultores especializados, como nós, movimentarmonos, atualizando ou reinventando embalagens para que estas se mantenham sempre um passo à frente da concorrência? Por que não construir patrimônios de marca muitíssimo bem-protegidos por leis de propriedade industrial? Decorre dessa reflexão o título deste artigo. Acredito que as marcas são os faróis que iluminam o caminho do consumidor. Marcas líderes devam fazer exatamente o que delas se espera: liderar. E serem seguidas por todas as outras.

Abaixo, outros exemplos de imitações de embalagens perpetradas no mercado europeu. As originais estão à esquerda

VEJA EXEMPLOS DE CÓPIAS CHINESAS DE PRODUTOS E MARCAS DE PRESTÍGIO:

emb.bz/chinesas

Comercial da Aldi tenta mostrar vantagem de preço da imitação genérica do ketchup Heinz

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Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand Design (www.bluemarlinbd.com), consultoria de marcas e design sediada no Reino Unido e com filiais na Europa, na Ásia, na Austrália e nos Estados Unidos. Ele pode ser contatado através do e-mail andrew.eyles@bluemarlinbd.com.

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}}} Destilados

Venha, Absolut Vodca nacional, com garrafa de luxo, almeja competir com marca sueca

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Grupo Petrópolis, terceira maior cervejaria do país, que ingressou no segmento premium em 2007 com a marca de cervejas alemã Weltenburger, estreia agora no segmento de vodcas. A empresa lançou a bebida premium Blue Spirit Unique, produzida com álcool de cereais, sem adição de açúcar, e destilada cinco vezes. O objetivo da fabricante é fazer a nova bebida concorrer diretamente com a vodca sueca Absolut, que hoje detém aproximadamente 70% do mercado de vodcas premium no Brasil. Para isso, o Grupo Petrópolis decidiu não somente caprichar na fórmula da bebida, em desenvolvimento desde 2009, mas também na embalagem. Uma elegante garrafa com tons azuis, fechada com tampa de rosca, acondiciona a vodca. A embalagem é decorada por meio de duas técnicas: pintura em degradée na base e serigrafia no logotipo e nos textos. A produção inicial da Blue Spirit Unique é de 15 000 litros. A bebida será também vendida na versão ice, misturada com limão, em latas sleek de 269 mililitros. A previsão da empresa é que daqui a dois meses a versão ice chegue ao mercado em mais uma opção: a garrafa long neck de vidro. (FP)

Garrafa de vidro tem pintura em degradée e serigrafia. Versão ice chega em lata sleek

Lata Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br Design Multi Solution (11) 2823-2000 www.multisolution.art.br Garrafa Owens-Illinois do Brasil (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br Decoração da garrafa PlastClean (11) 4619-8540 www.plastclean.com.br

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}}} inteRnacionaL

Toda vegetal PepsiCo anuncia a criação de garrafa de PET 100% derivada de recursos agrícolas

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uase um ano e meio após sua grande rival Coca-Cola lançar a PlantBottle, garrafa de PET composta em 30% por etanol de canade-açúcar, a Pepsi anunciou sua versão “verde” de embalagem para refrigerantes. A novidade, divulgada sem um nome comercial, é brandida pela multinacional americana como a primeira garrafa de PET do mundo totalmente baseada em recursos vegetais. De acordo com a PepsiCo, dona da Pepsi, a nova embalagem está muito à frente das tecnologias industriais similares hoje existentes. A produção da garrafa será inicialmente feita a partir de materiais como capim, casca de pinha e palha

de milho. Num segundo estágio, a ideia é utilizar subprodutos agrícolas “da casa” na obtenção da resina vegetal empregada nas garrafas. Seriam os casos, ventila a empresa, das cascas de laranja, batata e aveia não aproveitadas nas operações de sucos, salgadinhos e cereais matinais.

Como o PET convencional A PepsiCo evita dar detalhes da tecnologia envolvida na criação da nova garrafa. O que diz, por ora, é que identificou métodos para criar uma estrutura molecular vegetal idêntica à do PET derivado do petróleo através da combinação de processos biológicos e químicos. Segundo a empresa, sua garrafa “verde” tem aparência e propriedades de desempenho similares à da garrafa de PET convencional. A empresa decidiu também não antecipar detalhes sobre como a nova embalagem será implantada – nem mesmo se terá alcance mundial, como a PlantBottle da Coca-Cola. O que se sabe é que os primeiros testes de mercado com a garrafa começarão em 2012. A expectativa depositada na novidade é grande. “Trata-se de uma inovação revolucionária, um resultado direto de nosso compromisso com pesquisa e desenvolvimento que irá transformar a indústria de bebidas”, exulta a diretora mundial da empresa, a indiana Indra Nooyi. (GK) A nova embalagem cercada por algumas de suas fontes: capim, batata, aveia, milho e laranja

A CEO da PepsiCo, Indra Nooyi: “inovação irá revolucionar a indústria de bebidas”

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}}} bricolagem

Beleza suspensa Cola ganha destaque com novo rótulo e tampa “pendurável”

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esign de embalagens nunca foi uma grande preocupação no mercado de colas de madeira. A Acrilex, porém, decidiu mudar essa escrita. De olho no crescente uso do produto por marceneiros de fim de semana e praticantes de artesanato, a empresa resolveu adotar um visual mais moderno para sua cola. O frasco do produto é agora decorado por um rótulo termoencolhível de BOPP graficamente rico e que o envolve por completo – o que ajuda a atrair a atenção nos

pontos de venda. Outro destaque da embalagem, também desenvolvido para melhorar a exposição nas lojas, é a tampa. Batizado de Hang, o novo fechamento plástico incorpora um furo do tipo “euro slot”, que facilita pendurar a cola em gancheiras – amplamente utilizadas em casas de artesanato e papelarias, onde existe pouco espaço para exibição dos produtos em prateleiras ou caixasdisplay. A Acrilex, que fabrica internamente o frasco e a tampa, avisou que irá estender o uso da solução para outros produtos. (FP)

Desenho do rótulo chama a atenção no PDV. Tampa com furação permite a exposição em gancheiras

Design Los3 Publicidade (11) 2598-8277 www.los3.com Rótulo Metrolabel (11) 3603-3888 www.metrolabel.com.br


DISPLAy

}}} lançamentos

e novidades – e seus sistemas de embalagem

Identidade multicor O Boticário institui nova comunicação visual, marcada por variadas combinações de cores Aos 34 anos, O Boticário decidiu mudar radicalmente sua identidade. O logotipo da principal franquia de cosméticos do País deixa de destacar o verde, como ocorria desde 1977. A assinatura passa a ser feita com diversas combinações de cores, escolhidas com base naquelas utilizadas com mais frequência nas coleções de moda dos últimos três anos e entre outras apontadas como fortes tendências para o futuro. Foi criado um “brand book” com amplas possibilidades de conjugação das tonalidades, desenvolvidas para “conversar” com os variados públicos da marca. Entre outras mudanças do logotipo, a letra “B” passa a ser rodeada de “florais” e ganha status de ícone da marca. O sublinhado, presente no logotipo anterior, desaparece. Um novo slogan será também adotado. “A vida é bonita. Mas pode ser linda” substitui o “Acredite na beleza”, lançado em 2007.

Acima, algumas das combinações de cores do novo logotipo. Abaixo, os logotipos antigos, de 1977 e 2007. Adeus ao uso do verde

Design FutureBrand (11) 3821-1166 • www.futurebrand.com

Da telinha para sabonetes Backyardigans estão em embalagem da Biotropic

Slogan AlmapBBDO (11) 2161-5600 • www.almapbbdo.com.br

Depilação em qualquer lugar Lenços para depilação em embalagem portátil A Depi Roll traz para o mercado lenços para depilação em embalagens para viagem, que podem ser levadas na bolsa. São duas versões: para o corpo e para a face. Os cartuchos de papel cartão, em formato triangular, contêm 16 unidades dos lenços prontos para depilação e um sachê de lenço umedecido com óleo de limpeza pós depilatório. A empresa não informou de quem é o design.

Cartucho Ycar Artes Gráficas (11) 3531-6611 www.ycar.com.br

Design Vy2 Studio Design (11) 5081-7813 www.vy2.com.br

© carlos curado

A Biotropic Cosmética Licensing amplia sua linha de produtos de higiene infantil com o sabonete em barra Baby Backyardigans. O produto é acondicionado em cartucho de papel cartão decorado com design que destaca os personagens do desenho Backyardigans, do canal de TV Nickelodeon.

2007

1977

Sachê Grand Pack (11) 4053-2143 www.grandpack.com.br Cartuchos Rosset Artes Gráficas (11) 3732-4444 www.graficarosset.com.br

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Jardinagem arrumadinha

Vasilhame resgatado

Embalagens diferenciam ferramentas na gôndola

Garrafa de vidro de 1 litro do Guaraná Antarctica volta ao mercado

A Bellota investiu na apresentação de sua linha de jardinagem para diferenciar os produtos no ponto de venda. Na parte frontal das embalagens há especificação do produto e desenho de alguma vantagem que o uso proporciona, como “corte 2x mais rápido”, no caso do serrote dobrável. No verso da embalagem, além da garantia da peça e das instruções de segurança, é especificado cada item que compõe a ferramenta, como cabos, molas e material de fabricação. Design Audaz Comunicação (19) 3471-0800 www.audaz.com.br

A Ambev anunciou o relançamento do guaraná Antarctica em garrafa retornável de vidro de 1 litro. Há dezenove anos fora do portfólio da empresa, a embalagem voltou ao mercado no fim de março último. Garrafa Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br


DISPLAy

}}} LANçAMENTOS

E NOVIDADES – E SEUS SISTEMAS DE EMBALAgEM

Centenário marcante

Opções de bolso

Tramontina lança embalagens comemorativas aos seus 100 anos

Bebidas da Campari ganham versões em minigarrafa

Para comemorar seu centésimo aniversário, em 2011, a fabricante de ferramentas e utilidades domésticas Tramontina lança um selo comemorativo e uma linha de produtos em embalagens diferenciadas. São caixas de papel cartão e latas de aço que seguem uma identidade gráfica encomendada para a data especial. O principal elemento trabalhado nas embalagens e no selo é a caracterização dos zeros do número 100 como se formassem o símbolo do infinito.

O bitter Campari e o uísque Old Eight, da Campari do Brasil, passam a estar disponíveis em petacas – como são conhecidas as garrafas de bolso de 200 mililitros utilizadas em bebidas alcoólicas. “A embalagem menor é prática e

tem custo-beneficio adequado ao mercado brasileiro”, afirma Roberto Abreu, diretor comercial da Campari do Brasil. As garrafas, de vidro e importadas da Alemanha, seguem o design standard da marca utilizado na Europa.

Tampa (Old Eight) Altec Tampas Metálicas (11) 3534-7171 www.altectampas.com.br Rótulos CCL Label (19) 3876-9311 www.ccllabel.com.br Tampa (Campari) Federfin Tech (Itália) +39 (0) 382 809-856 www.federfintech.com Garrafas Glaswerk Ernstthal +49 (0) 202 648-2450 www.glaswerk-ernstthal.de

Sabonete para a cozinha Produto protege as mãos durante lavagem de louça A Mahogany passa a comercializar o sabonete líquido concentrado Chef de Cuisine, que, segundo a empresa, oferece proteção para as mãos durante a lavagem de louças. Nas variantes Calêndula e Chá Branco, os produtos são acondicionados em frascos de PET com válvulas pump de polipropileno. O cartucho é produzido em papel cartão triplex. O design das embalagens é da própria Mahogany. Válvula Aptar B+H (11) 4196-5000 www.aptarbhlatinamerica.com

Caixas de papel cartão Box Print (11) 5505-2370 www.boxprint.com.br Latas de aço Meister (47) 3433-3133 www.meister.com.br

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Design Zon Design (51) 3029-6202 www.zondesign.com.br

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Frasco Engratech (19) 3837-8100 www.grupoengra.com.br Cartucho Lavezzo (11) 3392-2832 www.lavezzo.com.br


Edição: FLÁVIO PALHARES ||| flavio@embalagemmarca.com.br

Abelha engarrafada Inseto inspira apresentação de aperitivo de cachaça Chega ao mercado a B (lê-se bee, “abelha” em inglês), cachaça com mel e limão criada pelos empresários Eduardo Jorge e Hendrik Wolff e pelo piloto de corridas Nelsinho Piquet. A garrafa de vidro em que o produto é acondicionado, fabricada pela francesa Saverglass e obtida no Brasil por meio da representante oficial, é decorada pelo processo de serigrafia. A cápsula da garrafa, assim como o símbolo da bebida, é marcada pela combinação de faixas pretas e amarelas, numa alusão ao padrão de cores associado às abelhas. O logotipo do produto estampará o macacão de Nelsinho Piquet durante a temporada 2011 da Nascar, competição americana de automobilismo. O produto deverá ser lançado nos Estados Unidos e na Europa ainda este ano. Design Pereira & O’Dell pereiraodell.com

Decoração DG Decor (11) 4705-3153 www.dgdecor.com.br

Garrafa Premier Pack (11) 4612-0756 www.premierpack.com.br

Do túnel do tempo Sucesso antigo, farofa é relançada em flow packs A Granfino aposta no resgate de um produto que fez sucesso da década de 1980. Na época, a empresa produzia farofa torrada com sabor bacon. Passados trinta anos, o produto é relançado, ao lado de outros sabores (Tradicional e Carne). O design das flow packs que acondicionam as farofas é do departamento de marketing da empresa.

Flow pack Incoplast (48) 3657-3000 www.gruposbde.com.br


}}} índice de anunciantes

Empresa

Página

Telefone

Site

63

(85) 3260-2666

www.aaron.ind.br

6e7

(47) 3321-6666

www.baumgarten.com.br

Bericap

4ª capa

(15) 3235-4500

www.bericap.com

Boxprint

37

(51) 2111-1311

www.boxprint.ind.br

Brainbox

39

(41) 3018-1695

www.brainboxdesign.com.br

34 e 35

(11) 3871-8500

www.brasilata.com.br

Center Fix

63

(11) 4122-2988

www.centerfix.com.br

Ciclo de Conhecimento

51

(11) 5181-6533

www.ciclodeconhecimento.com.br

Clever Pack

29

(21) 2573-6426

www.cleverpack.com.br

Congraf

31

(11) 3103-0300

www.congraf.com.br

Cryovac

13

(11) 3833 -2830

www.cryovac.com.br

Embala Nordeste

55

(11) 3567-1890

www.embalaweb.com.br

Esko-Graphics

53

(11) 5583-1311

www.esko.com

Excel Marcas e Patentes

63

(11) 5041-1021

www.excelmarcas.com.br

Giro News

41

(11) 3874-1311

www.gironews.com

Gráfica Piloto

21

(62) 4005-0022

www.gpiloto.com.br

Grif

23

(11) 2146-1150

www.grifetiquetas.com.br

Idea

61

(11) 5051-7569

www.iivp.com.br

3ª capa

(11) 3618-7100

www.indexflex.com.br

Innovia Films

17

(11) 5094-9945

www.innoviafilms.com

Label Summit

47

+1 (262) 782-1900

www.labelsummit.com/brazil

MetaPack Máquinas

57

(54) 3454-9215

www.metapack.ind.br

Metrolabel

45

(11) 3603-3888

www.metrolabel.com.br

Moltec

63

(11) 5693-4600

www.moltec.com.br

Optima

9

(19) 3886-9800

www.optima-bra.com

Papirus

15

(11) 2125-3900

www.papirus.com

PH Fit

59

(19) 3476-8000

www.ph-fit.com

Plastic Solution

27

(11) 2872-1555

www.plasticsolution.com.br

2ª capa

(11) 5682-1000

www.prada.com.br

43

(11) 5181-6533

www.grandescases.com.br

5

(11) 5585-0723

www.silganwhitecap.com.br

Technopack

65

(51) 2139-9000

www.technopack.com.br

Tyrex

57

(11) 3617-8888

www.tyrex.com.br

Vemax

49

(19) 3881-8990

www.vemax.com.br

Vidro Porto

27

(19) 3589-3199

www.vidroporto.com.br

Aaron Baumgarten

Brasilata

Indexflex

Prada Prêmio EmbalagemMarca Silgan White Cap

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}}} eVentos

Para “salvar” comida ONU e Interpack se unem para debater maneiras de a embalagem minimizar um problema grave: o desperdício de alimentos

U

m dos contrastes perturbadores do mundo atual é o fato de milhões de pessoas passarem fome enquanto um volume excessivo de alimentos é perdido. Pelas estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as perdas podem atingir 1,2 bilhão de toneladas por ano. Nos países desenvolvidos o desperdício chega a 300 quilos per capita por ano. A entidade acredita que a embalagem pode desempenhar um papel importante no combate a esse flagelo. Por isso, fechou uma parceria com a alemã Messe Düsseldorf, organizadora da feira Interpack, para realizar paralelamente ao evento, nos dias 16 e 17 de maio próximo, um congresso sobre o tema: o Save Food.

Cadeia reunida O objetivo da FAO e da Messe Düsseldorf é reunir no evento representantes de indústrias de alimentos e embalagem, do varejo, políticos, pesquisadores e organizações não-governamentais (ONGs). Para os organizadores, medidas têm de

ser tomadas agora para evitar uma catástrofe ainda maior no futuro. “A expectativa é que até 2050 a população mundial cresça 50%, totalizando 9 bilhões de pessoas”, diz Robert van Otterdijk, responsável na FAO pela iniciativa Save Food. “Todo o crescimento será urbano, e se dará majoritariamente em países em desenvolvimento. Hoje, nesses países, a maioria das perdas de alimentos ocorre durante a cadeia produtiva, como resultado de práticas inadequadas de fabricação, acondicionamento, transporte e venda. Aprimoramentos em embalagem podem ajudar a reverter a situação”. Durante o evento, a FAO irá apresentar os resultados de três estudos atualmente em curso. O primeiro deles investiga as razões e o grau de perdas de alimentos em países desenvolvidos e calcula o nível em que diferentes tipos de embalagem podem ajudar a remediá-las. O segundo estudo é similar, mas calcado em economias emergentes. Já o terceiro visa quantificar os investimentos necessários para garantir, nesses mesmos países subdesenvolvidos, o suprimento suficiente de alimentos embalados. (GK)

SAIBA MAIS SOBRE A INICIATIVA E O CONGRESSO:

www.save-food.org

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Almanaque Peça de museu em pleno vigor Completa seu cinquentenário em 2011 uma embalagem que está presente na maioria dos restaurantes japoneses – se não a original, suas cópias. O frasco de vidro de 150 mililitros do molho de soja (shoyu) Kikkoman foi desenhado em 1961 por um dos mais importantes designers do Japão, Kenji Ekuan, nascido em 1929. Com silhueta curva e rótulos serigrafados, a embalagem tem como grande sacada a tampa dispensadora com dois furos, um de cada lado. Originalmente produzida em plástico vermelho, ela permite ao usuário o controle de fluxo do líquido com os dedos, por meio da regulagem da obstrução de uma das entradas de ar. A embalagem da Kikkoman tornou-se um clássico do design e faz parte da exposição permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).

Frasco criado por Kenji Okuan para a Kikkoman, com sua tampa “inteligente”, virou sinônimo de embalagem de molho de soja

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Da mesa à vitrola A prática de afixar mídias a embalagens de cereais matinais, como hoje costuma ser feito com CDs ou DVDs, surgiu nos Estados Unidos nos anos 50. Filmes finíssimos de vinil gravados com faixas de áudio, chamados flexi-discs, começaram a ser laminados diretamente nas superfícies cartonadas de cartuchos. Bastava recortar os disquinhos das caixas e tocá-los em vitrolas. O

recurso foi adotado pioneiramente pela General Mills, mas depois se difundiu entre outros fabricantes. No início, os discos traziam músicas infantis e narrações de contos. Depois, passaram a divulgar variados artistas e gêneros musicais. Até discursos políticos entraram na onda. Veja mais exemplos de cartuchos com flexi-discs e ouça amostras: emb.bz/cdbox

Primeiras mídias com áudio distribuídas em caixas de cereais surgiram nos Estados Unidos na década de 50

A Original original A história da cerveja Original teve início em 1906, quando Henrique Thielen, recém-chegado da Alemanha, fundou a Cervejaria Adriatica, em Ponta Grossa, no Paraná, com equipamentos trazidos de seu país natal. Ele deu o nome de Original à sua cerveja Pilsen. Em 1943, a família Thielen vendeu a Cervejaria Adriatica para a Cia. Antarctica Paulista. Foi aí que ela ganhou o nome que tem até hoje: Antarctica Original. O rótulo ainda mantém alguns elementos originais – como o fundo amarelo, a tipologia e o losango azul com a inscrição “pilsen” – e herdou da Antarctica os pingüins e a faixa azul (que hoje desapareceu da “marca mãe”, Antarctica). Hoje a Original faz parte do portfólio da Ambev.

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Rótulo atual (à direita) mantém elementos do original, da Cervejaria Adriatica

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abril 2011




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