EmbalagemMarca 142

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BEBIDAS

interpack

efeitos

Um conceito inédito surge na Europa: a garrafa cartonada asséptica

Uma visão da feira mundial de embalagens fora do lugar comum

Novos aditivos prometem facilitar o uso de frascos com visuais diferenciados

Ano XIII • Nº 142 • Junho 2011 • R$ 10,00

De ontem para hoje Reeditar embalagens antigas (mas com atributos contemporâneos) pode ajudar a vender

EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

12 ANOS



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Sintonia com o avanço do setor Esta edição, que materializa o 12º ano de lançamento de EmbalagemMarca, tem para nós um significado muito especial, que aqui compartilhamos com os leitores. A revista chega a seu número 142 com novo projeto gráfico (leia a respeito na pág. 10) e em saudável condição comercial, consolidada como a que mais cresceu nos últimos anos no segmento de publicações direcionadas especificamente a profissionais e empresários da cadeia de valor da embalagem. Sem nos deixarmos tomar por humildade que soaria postiça, vemos nesse fato um precioso símbolo. Ele representa para nós um aval à credibilidade de nosso trabalho e o reconhecimento dos leitores e dos anunciantes a nosso empenho em entregarlhes seguidamente um conjunto de informações e conhecimento que contribui de verdade para seu trabalho e seu crescimento. Regozijamo-nos também pela constatação de que tal realidade desautoriza um pouco as vozes que vaticinam o fim das publicações impressas ante o avanço dos meios digitais de comunicação. Isso, quem sabe, poderá ocorrer, mas a equipe de EmbalagemMarca não aposta em profecias, preferindo colocar suas fichas na mídia combinada. Por entendermos ser recomendável a complementaridade dos meios, consolidamos gradativamente a interrelação da revista impressa com outros instrumentos disponíveis para a missão que nos impusemos de transformar informação em conhecimento. Assim, EmbalagemMarca impressa se combina – e se amplia – com sua versão digital, com o portal na internet (também modernizado) e com a newsletter semanal eletrônica que leva seu título. O público total atingido por esses meios ultrapassa 70 000 impactos individuais todos os meses. A citada missão é complementada pelo crescente número dos eventos de transformação do Ciclo de Conhecimento, e pela consagração do Prêmio Embalagemmarca – Grandes Cases de Embalagem, este ano em sua quinta edição, como data obrigatória nos calendário de negócios na área. Esta iniciativa homenageia e estimula o avanço do setor não apenas com a atribuição de

troféus a ganhadores escolhidos, mas, numa ação didática, também e principalmente com a ampla e minuciosa divulgação que dá aos cases. Esta espécie de balanço que aqui fazemos, ao olharmos para os doze anos que nos separam da primeira edição de EmbalagemMarca, nos leva a uma consideração: nesse período, a cadeia de embalagem no Brasil passou por extraordinária transformação para melhor. Nela, é certo, ainda há carências conjunturais. Mas já não se discute que, excetuando-se um ou outro elo mais frágil, o conjunto equipara-se e em muitos casos supera o que de melhor se oferece nos países mais desenvolvidos. Não apostamos em profecias, já foi dito acima. Mas, tendo acompanhado a extraordinária evolução do setor há mais de duas décadas, sentimo-nos à vontade para dizer que, no campo do packaging, o Brasil tem tudo para avançar em passos ainda mais largos. No retrospecto, comparando as primeiras edições da revista com o atual momento em que se encontra o conjunto de meios em que ela é o carro-chefe, entendemos ter acompanhado o setor e, em sintonia com ele, termos avançado também. Pretendemos continuar acompanhando esses passos. Voltamos em julho.

WIlson palhares

A capa desta edição procura aludir, simultaneamente, ao aniversário da revista e à tendência de “volta” das embalagens no tempo, retratada em reportagem de fôlego. A ilustração do artista Tom B (no centro) teve como referência imagem divulgada recentemente pela Procter & Gamble

Junho 2011 |

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Edição 142 • Junho 2011

Sumário 34 Reportagem de capa O retrô está na moda No exterior, multiplicam-se os lançamentos de embalagens que apelam a visuais antigos, mas incorporando tecnologias contemporâneas. São resgates que buscam não somente explorar o sentimento nostálgico dos consumidores, mas também atender a desafios atualíssimos do mercado. Tendência começa a dar as caras no Brasil POR MARCELO MARCONDES

3 Editorial EmbalagemMarca faz 12 anos espelhando a evolução do packaging no mesmo período e em meio a boas perspectivas 9 Espaço Aberto Críticas, sugestões e elogios dos leitores 10 Reformulação Frente ao compromisso de aprimoramento

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contínuo de qualidade, EmbalagemMarca ganha novo logotipo e novos projetos editoriais e visuais para a revista e o website

16 Lácteos Com os usos de uma caixinha inédita no mundo e de outra pioneira no mercado nacional, Piracanjuba, da goiana Bela Vista, renova identidade e marca dois gols para a Tetra Pak

18 Painel Sig Combibloc abre fábrica. Novas embalagens interativas. Verallia começa a importar garrafas premium de vidro. Crown traz ao Brasil latinha de alumínio com boca mais larga

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44 Artigo Embalagens retrô ganham espaço no Reino Unido. A receptividade a elas é inegável e mostra uma faceta explorada desde sempre pelo universo da moda POR ANDREW EYLES 48 Lácteos Requeijão pioneiro, Catupiry completa 100 anos. Data especial tem direito a lata comemorativa, novos rótulos e lançamentos inovadores, em copos com concavidade elíptica 52 Ideias Dow desenvolve materiais e expertise para a produção de stand-up pouches só de polietileno. Plano é substituir flexíveis multimateriais com um apelo ecológico: reciclagem mais fácil

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54 Entrevista Mauro Moreno, VP da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), fala das barreiras que o Brasil tem de superar para não se enfraquecer em um metal importante para embalagens

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Marcelo Marcondes | marcelo@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Manoel Dias | eventos@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Marlyan Dulz | assinaturas@embalagemmarca.com.br • Ilustração de capa: Tom B.

Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 04718-040 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 www.embalagemmarca.com.br

c o n ti n u a na página 8

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.



Edição 142 • Junho 2011

Sumário 58 Efeitos Nova geração de masterbatches para a produção de recipientes plásticos promete conciliar atratividade no ponto de venda com alta produtividade nas linhas dos transformadores

64 Reportagem Especial

60 Alimentos Parceria entre fabricante de vending machines e fornecedora de embalagens “inteligentes” resulta na criação de máquina para a venda automática de pratos prontos aquecidos

Evento Dada a crise vivida pelas economias desenvolvidas nos últimos anos, Interpack 2011 não priorizou exibições de inovações extraordinárias. Nem por isso a feira alemã teve sua qualidade prejudicada

62 Leites Tetra Pak lança garrafa cartonada asséptica. Novidade combina propriedades das caixinhas com formato cilíndrico, ergonômico. Alvo inicial: o acondicionamento de leite longa vida

76 Internacional Na Espanha, Danone cria copo de iogurte com bordas interiores anguladas, que reduzem desperdícios ao proporcionar ao consumidor uma melhor “colherabilidade” POR GUILHERME KAMIO

78 Internacional Marca britânica de geleias começa a utilizar nova tampa de aço que promete facilitar a abertura de potes de vidro para conservas. Solução é construída em duas peças 80 Fechamentos Sempre houve quem enxergasse um risco para a reciclagem nas tampas flip-top com válvula para controle de fluxo. Novas soluções tentam acabar com essa percepção

81 Artigo Muitos podem não perceber, mas embalagem é ainda mais que uma ferramenta de venda; é uma síntese de todo o conhecimento acumulado pelo Homem POR WILSON PALHARES 82 Luxo Valduga lança espumante de alta nobreza que presta homenagem à matriarca da empresa. Apresentação, requintada, combina garrafa italiana e etiqueta metálica dourada 84 Sucos Novidade da Serra Gaúcha: sucos de uva varietais, das

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classes cabernet sauvignon e moscato. Embalagens recorrem a equities consagrados para a apresentação de vinhos premium

85 Sucos Inspirada em tendência para a difusão do consumo de vinhos em pontos de dose, vinícola começa a vender sucos em “refresqueira” alimentada por bolsas plásticas de alta barreira

86 Cosméticos Topz desenvolve frascos com exclusivo formato de estrela para seus novos produtos de higiene para bebês. Linha destaca, ainda, personagens Tom & Jerry POR FLÁVIO PALHARES 90 Display Esmaltes têm rótulos-bula. A atualização dos snacks Sensações. Linha Nestlé Fast tem novo integrante. Ovomaltine, agora também em caixinha. Frutos do mar em bandeja funcional

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98 Almanaque Os 125 anos da Bosch e 150 de seu fundador. No-Cal, o primeiro refrigerante dietético do mundo. O vínculo entre Tarzan e a primeira bala mastigável do mercado nacional

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Espaço aberto opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

Um Bad Boy não tem a ver com o outro Queremos esclarecer que a marca de bebida energética Bad Boy Power Drink é de propriedade da empresa Horizonte Fabricação, Distribuição, Importação e Exportação Ltda., e não tem nenhuma relação de licenciamento com a marca de moda Bad Boy, conforme citado na matéria “Esquenta a Corrida” (EmbalagemMarca 141, abril 2011), no quadro “Energia na fila”, sobre o mercado de energéticos em embalagens PET. Aproveitamos para agradecer a oportunidade na

Energético Bad Boy: sem relaçao com a marca de moda

reportagem e nos colocamos à disposição para qualquer esclarecimento ou pautas futuras. Fernando Caldas Diretor geral Horizonte Fabricação, Distribuição, Importação e Exportação Ltda. São Paulo, SP

Site de fácil acesso Parabéns pelo novo site de EmbalagemMarca. Está bem fácil de acessar as páginas da revista virtual e o layout é dinâmico e moderno. Gostei! Elisa Haetinger Marketing Nova Página Gráfica e Editora Cajamar, SP

Sobre a fusão da Colacril com a RR Na reportagem “Mais auditório do que público”, o quadro “Portfólios e escala maiores” (EmbalagemMarca nº 141, maio de 2011), que aborda a fusão de operações da Colacril com a RR Etiquetas deve-se entender que a iniciativa se refere à fusão com o Grupo RR.

Fale conosco Entre em contato com a nossa equipe através do site www.embalagemmarca.com.br Acompanhe-nos também nas redes sociais: twitter.com/EmbalagemMarca facebook.com/EmbalagemMarca


Reformulação

Mais visual, com mais conteúdo Redesenhados, revista EmbalagemMarca e seu site priorizam a facilidade de leitura e a valorização de informações de qualidade

EmbalagemMarca Novo logotipo tem mais impacto visual e facilita identidade nas redes sociais

O novo projeto gráfico de EmbalagemMarca, materializado nesta edição, atende a múltiplos objetivos: ampliar e aprofundar o conteúdo editorial da revista, tornar a leitura mais dinâmica e mais agradável, oferecer um visual mais atraente e, em consequência desse conjunto de atributos, angariando mais atenção e mais tempo de visualização pelos leitores, fortalecer o impacto dos anúncios. Este número da revista implanta o projeto, que não é “acabado”, no sentido de imutável. Portanto, é aberto a aperfeiçoamentos que deverão ser implementados nos próximos meses. Antes de entrarmos em detalhes, sobre os quais prometemos não nos alongar, fica registrado o agradecimento pelo envio das sempre bem-vindas críticas, opiniões e sugestões. Seguem algumas informações resumidas sobre o projeto. Obviamente, o leitor já percebeu que o logotipo EmbalagemMarca foi transformado numa logomarca formada pelas iniciais das duas palavras que formam o título da revista (que no entanto não desaparece, permanecendo em proporção reduzida sob as letras E e M). Com essa redução e 10 | Junho 2011

com o deslocamento do bloco de imagem para o canto esquerdo superior, ganhou-se espaço para maior campo de informação com fotos, ilustrações e textos (“chamadas”) na capa, de modo a – com o pedido de perdão pela incursão no árido campo da semiótica e no insondável terreno das ciências ocultas – “sintetizar o espírito” da edição. Além de ter potencialmente maior impacto visual, o novo logotipo facilita a identificação nas redes sociais e em todos os tipos de sinalização, como em eventos, folhetos e banners. No caso da capa do exemplar que o leitor tem em mãos, a ilustração central busca destacar o tema das embalagens com visual retrô, tendência mundial que parece ganhar força também no Brasil. Ao mesmo tempo, alude ao 12º aniversário da revista, resgatando a ilustração que o designer gráfico Tom B criou para o lançamento da edição número 1 e que de certa maneira se transformou num dos equities da publicação. É também dele a criação da arte de capa deste número da revista. A mudança da tipologia e da diagramação das páginas resulta em ganho de espaço para notícias e dá margem

Concentrado no canto, logo abre mais espaço para informações na capa

“Chamadas” mostram destaques da edição



Nova tipologia permite acomodar maior quantidade de texto, mesmo com imagens mais generosas

Índice de conteúdo adicional: conteúdo na web (sites externos) conteúdo multimídia (vídeo etc) conteúdo complementar no site www.embalagemmarca.com.br Ícones (ver acima) indicam a existência de informações complementares online

ao uso mais abundante de fotografias, gráficos, tabelas e infográficos, recursos informativos que se pretende aplicar de forma ampla (mas ponderada). Neste aspecto, está contemplado o reforço da interligação da revista impressa com os meios eletrônicos, particularmente o site www.embalagemmarca.com.br, já em nova apresentação (ver o quadro). Essa conexão de conteúdos, de forma incipiente, e em nossa própria visão ainda insatisfatória, passa a ser indicada por meio de ícones colocados ao longo da reportagem. Mas neste campo muitas novidades estão programadas, devendo ser anunciadas quando em condições, na crença que temos de que boas idéias devem amadurecer, sob

risco de, como se usa dizer, sair-se “atirando com metralhadora giratória”.

A diversidade de seções foi reduzida, porém sem prejuízo do volume de informações. Por enquanto ela se resume às seções Editorial, Painel, Display e Almanaque. Sobre esta, que continua a ser veiculada na última página da revista e que incontáveis leitores afirmam ser a primeira que lêem ao receber seu exemplar, os textos estão mais curtos, a fim de ganhar-se espaço para a publicação de maior número de fatos e aspectos nem sempre conhecidos do universo da embalagem. Assim aumenta também a interatividade com a seção ampliada no site.

Site também é modernizado O novo site www.embalagemmarca.com.br está no ar com diversas novidades. Constantemente atualizado com notícias do setor de embalagens, o site ganhou muito mais funcionalidade. O layout foi modernizado: as fotos estão maiores, há espaço para vídeos e links interessantes e foi inserido um calendário de eventos. A página também ganhou muito mais interatividade: todas as notícias agora podem ser comentadas. Informações sobre outros produtos da Bloco de Comunicação (Prêmio EmbalagemMarca - Grandes Cases de Embalagem e todos os eventos do Ciclo de Conhecimento) podem ser acessadas diretamente do site. Também há links diretos para os blogs EmbalagemMarca (blog.embalagemmarca.com) e Almanaque EmbalagemMarca (almanaque.embalagemmarca.com), além de interface com as redes sociais Facebook e Twitter. Os anunciantes também ganharam destaque, com mais área para os banners.

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Na última página, a primeira a ser lida por muitos, seção Almanaque ganha mais notas



Nova seção Painel é fusão das seções Panorama, Painel Gráfico e Só na Web

Números ajudam leitor a conectar imagens às notas

A nova seção Painel substitui, concentrando em seu âmbito, as anteriores seções Panorama, Painel Gráfico e Só na Web e em notas e informações que apareciam esporadicamente um tanto “soltas” na revista. Cabem em Painel, por exemplo, notícias sobre fusões e aquisições de empresas, movimentações de cargos, investimentos e datas significativas para o setor.

Display também passa a ter textos mais enxutos, sem prejuízo do aporte de informações essenciais sobre novidades nos pontos de venda. Foi mantido o critério de publicar informações para localização de fornecedores citados durante o trabalho de apuração. Mas os dados integrantes desse serviço (basicamente números de telefone e endereço na internet), introduzido pioneiramente no Brasil por EmbalagemMarca no segmento de publicações voltadas para o packaging, são agora apresentados com tipologia reduzida, da mesma forma que ocorre nas matérias mais extensas. A relação entre as imagens e os textos das notas é feita por números colocados ao lado dos títulos e das fotos ou ilustrações. Como subseção, Display mostrará, sempre que for o caso, como eram tratados os temas Antes e Depois. Sendo o projeto dinâmico, os leitores podem aguardar novas seções, que serão introduzidas gradativamente já a partir da próxima edição. Com o objetivo de tornar a leitura mais fluente, os intertítulos, que antes

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Mais visual , mantém se Display traz inform aç rviço pion eiro de iden ões sintéticas, mas tificar forn ecedores

vinham em separado encimando blocos de texto, deram lugar a um recurso gráfico mais econômico: sob o espaço em branco, a linha que começa o bloco seguinte tem as palavras iniciais destacadas em negrito. O projeto gráfico, cabe reiterar, não é definitivo, já que a inovação, também no campo da informação, é constante. Sintonizados com a permanente movimentação do conhecimento, que se alarga e se multiplica em velocidade inaudita, e também com os avanços de todo tipo registrados na seara da embalagem, continuaremos nos empenhando para oferecer a nosso público o que representar sempre o estado da arte no campo de nossa atuação.

Subseção “Antes e Depois” mostra cases de redesign



Lácteos

Uma inédita, uma estreia e reformulação total A goiana Piracanjuba renova sua identidade visual e lança bebidas lácteas em caixinhas que representam novidades no mercado nacional A Piracanjuba,

marca do laticínio Bela Vista, de Bela Vista de Goiás (GO), renovou toda a identidade visual de sua linha de produtos, acrescentando a ela uma embalagem inédita no mercado brasileiro e outra que representa uma estréia para a Tetra Pak no Brasil. A primeira é a caixinha asséptica Tetra Brik Edge, de 200 mililitros, com canudinho. Trata-se não apenas de uma novidade no País: a Piracanjuba é a primeira marca no mundo a usar esse tipo de embalagem, cujo formato favorece a exposição de marcas, por ter o topo inclinado. Ao utilizar embalagens assépticas de 500 mililitros, com tampa de rosca, a empresa goiana patrocina a entrada da fabricante de embalagens cartonadas de origem sueca na medida de meio litro no Brasil. Os novos recipientes são acompa-

As embalagens estreantes acondicionam a nova linha de produtos da Piracanjuba, composta por bebidas funcionais: Quinoa e Linhaça com polpa de frutas naturais, proteínas e cálcio (nos sabores Cereais; Ameixa; Banana; e Mamão e Maçã); Leite Crescer, rico em cálcio, vitaminas e minerais; Piracanjuba Dieta +, rico em vitaminas e cálcio; e Piracanjuba Fibras, com zero de gordura e fonte de fibras.

nhados pela reformulação do design gráfico de toda a linha de produtos da Piracanjuba, a começar pelo logotipo, que foi redesenhado e ganhou cores vibrantes, traços mais leves e tipografia simplificada. “Chegamos a um projeto inovador e dinâmico”, afirma Lisiane Guimarães, coordenadora de marketing do laticínio, destacando a praticidade e a facilidade de manuseio propiciadas pelos tamanhos e pelos formatos das novas caixinhas.

Embalagem antiga (acima) ganhou mais movimento e novo logotipo

Embalagens inéditas no mercado brasileiro (Tetra Edge de 200 mililitros e Tetra Brik de 500 mililitros) acondicionam novos produtos funcionais da Piracanjuba

Design

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Seragini Farné Guardado (11) 2101-4300 www.seraginifarne.com.br

Embalagens

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Sig Combibloc inicia produção local Era prevista para o dia 6 de junho, poucos dias depois do fechamento desta edição, a inauguração da primeira fábrica no Brasil da suíçoalemã Sig Combibloc, fornecedora de embalagens cartonadas assépticas (caixinhas longa vida) e máquinas de enva-

se para alimentos e bebidas. Controlada desde 2007 pelo grupo neozelandês Rank, a empresa investiu aproximadamente 200 milhões de reais na construção de uma planta fabril na cidade paranaense de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. A unidade

Com produção local, empresa vislumbra aumentar participação no Brasil

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tem 12 000 metros quadrados e inicia operações com capacidade para produzir 1 bilhão de embalagens por ano, que deverão atender não só o mercado brasileiro, mas todo o continente americano, incluindo Estados Unidos e Canadá. Ampliações, previstas até 2016, deverão fazer o output saltar para 2 bilhões de embalagens por ano. A Sig Combibloc vinha atuando no Brasil desde o fim da década de 90 por meio de um escritório de vendas e embalagens importadas da Alemanha. Com a fábri- Fábrica da empresa, ca, pretende aumentar seu em Campo Largo quinhão no negócio local (PR), irá produzir de cartonadas assépticas, inicialmente 1 bilhão dominado pela multinacio- de caixinhas por ano nal sueca Tetra Pak, detentora de algo em torno de 95% do mercado. A Sig Combibloc havia confirmado para o início de junho uma solenidade de inauguração do empreendimento. Em sua próxima edição, EmbalagemMarca mostrará como foi o evento e dará mais detalhes do projeto da fornecedora para o País.



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TECNOLOGIA

Ainda sobre interatividade Em sua edição anterior, EmbalagemMarca mostrou como os códigos bidimensionais e a realidade aumentada podem ser aplicados em embalagens para viabilizar ações de marketing de vanguarda,

que estimulam a interação dos consumidores com marcas. Após o fechamento da edição, mais notícias relativas àquelas tecnologias foram divulgadas no mercado brasileiro. Eis as novidades:

Mu-Mu distribui brindes

Cartão ativa jogo on-line

Braço do grupo Vonpar, a Vonpar Alimentos começou a gravar códigos do tipo QR Code nas flexíveis que acondicionam o chocolate em barra Mu-Mu. Ao decodificar o código com softwares leitores em seu celular, o consumidor é levado ao Twitter da fabricante (@vonparoficial), onde poderá participar de sorteios e ganhar produtos da empresa e ingressos para festas, shows e jogos de futebol. O presidente da Vonpar Alimentos, Sérgio Copetti, diz que a tecnologia deverá ser adotada nas embalagens dos demais produtos da empresa.

A Nestlé lançou uma ação promocional vinculada ao desenho animado Rio, dos mesmos produtores do sucesso A Era do Gelo. Os cartuchos de papel cartão dos cereais matinais da empresa trazem uma área estampada com um código especial. Basta o consumidor acessar o site www.nestle-rio.com e posicionar em frente à webcam o pedaço recortado da embalagem, contendo o código, para “ativar” um jogo tridimensional baseado no filme. A novidade é fruto de uma parceria entre a multinacional suíça de alimentos e a Twentieth Century Fox Film.

Vonpar usa QR Code para ativar promoção

Nestlé aposta em realidade aumentada

EZcodes em tampinhas

Sistema para rastrear

Agora dá para criar ações de marketing com códigos bidimensionais gravados em tampinhas plásticas de garrafas de bebidas. A novidade é da Closure Systems International (CSI). Tampas da fornecedora já podem receber impressões de EZcodes, códigos matriciais pequenos, de no mínimo 0,65 centímetro de altura, para a leitura por telefones celulares ou tablets equipados com câmera. A decodificação é feita pelo ScanLife, programa disponibilizado gratuitamente na internet. “Buscamos um parceiro para realizar um estudo de mercado com a tecnologia”, avisa Noelia Francioli, analista de marketing da CSI para a América Latina.

Por meio de sua divisão de segurança Digital Hologram, a Dotter do Brasil está lançando um sistema que permite o rastreamento e a verificação da autenticidade de produtos por meio da leitura de QR Codes em telefones celulares. A solução, denominada Virtual ID, baseia-se em aplicativos que geram códigos únicos (ou “identidades virtuais”) para cada item. Gravados nas embalagens, os códigos permitem, por exemplo, que indústrias avisem consumidores sobre cargas roubadas. “É possível enviar um alerta que será exibido em uma janela popup quando o consumidor efetuar a leitura do código”, ilustra Eduardo Salles, diretor comercial da Dotter.

Tampas da CSI podem incorporar código 2D

20 | Junho 2011

Autenticidade de produtos pode ser verificada pelo celular



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ROTULAGEM

Na língua pátria Por orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2005 as embalagens de diversos itens de higiene pessoal e beleza fabricados no Brasil informam as composições dos produtos por meio da Nomenclatura Internacional de Ingredientes de Cosméticos (INCI). Criado para uniformizar as definições de mais de 12 000 insumos no mundo todo, o padrão segue um estilo peculiar, apresentando muitas vezes nomes em inglês que não seguem acepções corriqueiras para as substâncias. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) quer acabar com essa prática. O órgão decidiu que a Anvisa deve exigir das indústrias nacionais o uso de nomes em português para os ingredientes. Segundo notícia publicada no portal G1, a decisão baseou-se numa ação protocolada pelo Ministério Público Federal devido a reclamações de consumidores. Para o procurador da República responsável pela ação, Claudio Gheventer, uma norma da Anvisa não pode ir contra o Código de Defesa do Consumidor.

“O Código determina que os produtos tenham suas embalagens em português, e o INCI não é suficiente para o consumidor”, diz o procurador. “A falta de conhecimento sobre o que vem na embalagem pode trazer riscos sérios à saúde do usuário.” A Anvisa ainda não decidiu se irá recorrer da decisão.

Xampu comercializado no Brasil indica composição com nomenclatura internacional

MERCADO

O número

BO Packaging no Brasil Nome forte no mercado chileno de embalagens, a BO Packaging prepara ingresso no Brasil. A empresa confirmou investimento de 115 milhões de reais na construção de uma fábrica em Ponta Grossa (PR), com inauguração prevista para 2012 e que inicialmente deverá gerar oitenta empregos diretos. Tendo em sua carteira clientes como Nestlé, Coca-Cola,

Danone e McDonald’s, a BO Packaging atua no Chile como uma espécie de one-stop shop em invólucros plásticos, produzindo embalagens flexíveis, termoformadas, injetadas e sopradas (garrafas de PET para refrigerantes). De acordo com informações da prefeitura de Ponta Grossa, a tendência é que a empresa estreie no Brasil fabricando copos de papel parafinado. Diversificada em embalagens no Chile, empresa aporta no Brasil com copos de papel parafinado (no destaque)

22 | Junho 2011

TRF quer que embalagens de cosméticos listem ingredientes através de nomes em português

316,7

bilhões de dólares Será o valor alcançado pelo mercado global de embalagens para alimentos e bebidas ao fim de 2011. A estimativa é de um estudo da consultoria britânica Visiongain sobre tendências em acondicionamento para os próximos dez anos. Segundo o documento, essa cifra poderá dobrar até 2021 devido ao aumento do consumo de produtos industrializados em países emergentes e à difusão de embalagens com maior valor agregado, como embalagens de alta barreira shelf stable, capazes de conservar alimentos sensíveis sem necessidade de refrigeração.



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CODIFICAÇÃO

GENTE

Renovação em Goiás

A riqueza do packaging

Fabricante das marcas de arroz Cristal, Califórnia, Madalena, Sol e Pureza, especialmente populares na região CentroOeste, a Arroz Cristal acaba de renovar o parque de codificação de embalagens de sua fábrica de Aparecida de Goiânia (GO). As linhas de marcação por hot stamping foram substituídas por seis impressoras modelo 8018i, da Markem-Imaje, que operam por meio da tecnologia de transferência térmica, propiciando codificação digital automática.

Cristal troca hot stamping por transferência térmica na codificação de embalagens de arroz

Publicada no fim de abril último pelo jornal The Sunday Times, a lista das mil maiores fortunas entre os moradores da Grã-Bretanha ganhou destaque no noticiário brasileiro pelas presenças de Lily Safra (viúva do banqueiro Edmond Safra), Antônio Luiz Seabra (fundador e um dos donos da Natura) e Michel de Carvalho (ex-ator e banqueiro). Liderada pelo sétimo ano consecutivo pelo indiano Lakshmi

Mittal, dono da mineradora ArcelorMittal e de um patrimônio de 17,5 bilhões de libras, a compilação aponta sete riquezas oriundas de negócios em embalagem. O sueco Hans Rausing, um dos fundadores da Tetra Pak, encabeça esse grupo, com seus 4,2 bilhões de libras esterlinas (aproximadamente 11 bilhões de reais) assegurando-lhe o 13º posto na classificação geral. Veja quem é quem nesse sub-ranking. (em R$)*

No Top 1000

Fundador da Tetra Pak

11 bilhões

13º

Kirsten e Jorn Rausing

Herdeiros da Tetra Pak

10,3 bilhões

16º

Michael Cornish

Ex-dono da Linpac

1,3 bilhão

160º

Christoph Henkel

Acionista da Henkel

1,18 bilhão

178º

Sir Michael Smurfit

Acionista da Smurfit Kappa

899 milhões

232º

Peter Shalson

Ex-dono da Braitrim

290 milhões

650º

Dono da Europackaging

211 milhões

871º

Nome

Quem é

Hans Rausing

Abdul Alimohamed

Fortuna

*Conversões da libra esterlina em cotação de 23/05/2011 | Fonte: The Sunday Times Rich List 2011 - abril 2011

GESTÃO

EQUIPAMENTOS

Inovação na Antilhas

Da Austrália para o Brasil

A Antilhas passou por mudanças estratégicas nos seus processos internos. Uma das novidades foi a criação da área de Inovação e Negócios, que planeja e acompanha todo fluxo de trabalho, entregando consolidadas todas as informações necessárias para a área de Planejamento de Logística da empresa. A nova estrutura, sob gerência de Miriam Corraleiro, conta com doze profissionais. A nova área engloba a equipe de Engenharia e também a de Inovação. Com o redesenho, a Engenharia atua desde o início do processo, analisa a entrada das cotações e dos pedidos, realiza uma avaliação técnica e faz uma conexão com outras áreas internas para definir a viabilidade do projeto. A equipe de Inovação fica mais focada no desenvolvimento de soluções de embalagens.

24 | Junho 2011

No dia 9 de maio último, a Tronics, fabricante australiana de equipamentos aplicadores de rótulos autoadesivos, inaugurou em Taboão da Serra (SP) sua primeira planta fora do seu país de origem. O empreendimento, de valor não-revelado, é fruto de uma joint-venture entre a matriz da empresa e a Label Fix, que nos últimos quinze anos a representou no Brasil, tendo comercializado até hoje cerca de 200

Com rotuladoras produzidas no Brasil, Tronics quer quer atender médios volumes

rotuladoras da marca. Segundo o diretor de operações da Tronics, Michael Best, a distância da origem e os altos custos de importação sempre reprimiram voos mais altos da empresa no País. “Agora, com a fábrica, poderemos nos aproximar do substancial mercado de médios volumes, oferecendo máquinas montadas localmente”, afirma o executivo.



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EMBALAGENS E DAS MARCAS

IMPRESSÃO

Um guia para alimentos Para ajudar convertedores e end-users a definir adequadamente a impressão de embalagens de alimentos, a fornecedora de tintas Flint Group está lançando o compêndio Guide to Best Practice for Print. “O guia traça um panorama dos principais aspectos relacionados às regulamentações para embalagens de alimentos e proporciona às gráficas e fornecedores de embalagens noções gerais dos fatores a se atentar sobre interação de embalagens impressas com os alimentos acondicionados”, explica Jens Zimmermann, diretor global de marketing para embalagens e banda estreita da Flint Group. O documento pode ser solicitado junto às representantes da empresa e está disponível em diversas línguas, mas não em português.

METÁLICAS

SuperEnd no Brasil A Crown Embalagens lançou em abril a tampa SuperEnd no Brasil. A peça de alumínio tem a borda saliente levemente inclinada, de modo que a circunferência fique um pouco menor que a das tampas convencionais. A modificação traz redução entre 5% e 7% no uso de insumos. Segundo a Crown, o design da nova tampa proporciona ao consumidor uma melhor maneira de ingerir a bebida, já que possui parede com ângulo que melhor se adapta à boca, além de reduzir a retenção do liquido. O diretor comercial da empresa, Altair Frulane, diz que a SuperEnd também traz ganho de produtividade, “já que proporciona recravação mais eficiente em função de sua melhor adaptação à lata”. Com 200 bilhões de unidades produzidas em outros países desde 2001, quando foi apresentada ao mercado, a tampa já propiciou economia de cerca de 50 000 toneladas de alumínio. No Brasil, a SuperEnd é produzida na unidade da Crown em Manaus (AM).

26 | Junho 2011

PRÊMIO

Gravura prestigiada Foi realizada no dia 13 de abril último, na sede da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), em São Paulo, a premiação do 1º Prêmio Ibema Gravura. Organizado pela Ibema – Companhia Brasileira de Papel, fornecedora de papéis para a produção de embalagens, o concurso buscou valorizar o recurso da gravura e foi aberto a estudantes de cursos superiores e de escolas técnicas de artes gráficas do Brasil. Cento e vinte trabalhos foram inscritos. O primeiro lugar ficou com a obra Dorota, xilogravura sobre papel Wenzou (na foto) feita por Rafael Pagatini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Todos os trabalhos farão parte de uma exposição itinerante e de um catálogo exclusivo a Xilogravura sobre papel ser distribuído pela Ibema vencedora do Prêmio em eventos pelo País.

DATAS

Printbill faz 15 anos Convertedora de invólucros de papelão microondulado e de papel cartão sediada em Birigui (SP), a Printbill Embalagens completa 15 anos de atividades. Para comemorar a data, a empresa reformulou sua logomarca e sua página na internet, e adquiriu também novas máquinas para atender ao aumento da demanda, que fez seu faturamento crescer 60% em 2010. Os principais clientes da empresa são dos setores de calçados, confecções, eletroeletrônicos, utilidades domésticas e bebidas.


VIDRO

Bormioli Rocco em novas mãos O grupo de investimentos britânico Vision Capital anunciou a aquisição de 95% do controle da produtora italiana de embalagens e utilidades domésticas Bormioli Rocco junto ao Banco Popolare. A transação, intermediada pelo banco JPMorgan Chase, é avaliada em 238 milhões de euros (540 milhões de reais). A Bormioli Rocco é mais conhecida na cadeia do packaging pela fabricação de recipientes de vidro para perfumes, cosméticos, fármacos e alimentos, mas produz também embalagens plásticas. Em 2010 a empresa faturou o equivalente a 1,2 bilhão de reais.

Garrafas de vidro produzidas pela Bormioli Rocco


Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

VIDRO

ROTULAGEM

Nova linha premium

Primera no Brasil

A Verallia começa a oferecer no mercado brasileiro uma nova linha de garrafas de vidro premium, voltada a produtos de prestígio. Nomeada Selective-Line, a linha, importada da França, é composta por catorze modelos, produzidos a partir de vidro ultratransparente e dotados de design exclusivo. De acordo com a fornecedora, cada uma das opções é exclusiva e adaptada a diferentes categorias, como vinhos, uísques, licores, cachaças e águas

minerais, entre outras bebidas. De acordo com Orlando Cardoso, gerente responsável pela comercialização da nova linha de garrafas no Brasil, o lançamento ocorre em função da carência de recipientes de alta nobreza no mercado local. “Atualmente existem opções de bebidas sofisticadas, mas sem garrafas adequadas”, entende o executivo. “Identificamos essa tendência e buscamos entregar ao cliente modelos de alto padrão.”

Verallia diz que garrafas importadas da França “suprem carência de alta nobeza no mercado local”

LEIS

Fumo controlado

CODIFICAÇÃO

Separados pela cor As embalagens dos ribbons para impressão de código de barras da Vitória Régia passam a ter cores. O objetivo é facilitar a identificação dos produtos e garantir a procedência do material. As cores são: preto para ribbons Embalagens coloridas identificam cada tipo de ribbon

28 | Junho 2011

A Primera Technology, fabricante de impressoras especiais para rótulos e rotuladoras, abriu um escritório em São Paulo. A filial brasileira será responsável por vendas, suporte e treinamento técnico para todos os clientes da empresa nas Américas do Sul e Central e no México. Carlos Levenstein assume o cargo de diretor geral da empresa para a América Latina. Nos últimos dez anos o executivo foi o diretor geral da Zebra Technologies para o Brasil.

de cera, amarelo para cera e resina, verde para resina, azul para ribbon têxtil (dry clean) e cinza para ribbons para embalagens flexíveis (near edge).

A Receita Federal publicou no dia 16 de maio último uma instrução normativa no Diário Oficial da União determinando que as embalagens de cigarros destinadas à venda no exterior devem passar a conter um código de barras especial que permita a diferenciação desses produtos em relação aos comercializados no mercado interno. O código de barras deverá permitir a identificação do fabricante, a marca comercial, o tipo de embalagem e o país de destino. Antes, os fabricantes eram obrigados a imprimir apenas o CNPJ da empresa. As embalagens dos cigarros destinados a países da América do Sul e da América Central, inclusive Caribe, devem conter também a expressão “Somente para exportação – Proibida a venda no Brasil”. As medidas visam coibir o mercado negro.


PAPÉIS

Branding

Couché para rótulos e novo cartão

Inspiração em assinatura

A fabricante sino-indonésia de papeis APP (Asia Pulp & Paper) traz novos produtos ao mercado brasileiro. De acordo com Geraldo Ferreira, diretor geral da Cathay, subsidiária brasileira da APP, a empresa passa a oferecer papel couché para rótulos e papel cartão para produtos congelados. O executivo destaca também o incremento da estrutura local da companhia, com a ampliação das equipes comercial e de pós-venda, a implantação de serviços de atendimento aos clientes e a estruturação de uma área para armazenamento e entrega de produtos.

A química americana Milliken & Company, mais conhecida na cadeia brasileira do packaging pelo negócio em aditivos e masterbatches para plásticos, reformulou sua identidade visual. Desenvolvido ao longo de dois anos com auxílio da agência Salt Branding, de São Francisco, o novo logotipo da Milliken baseiase na assinatura de Roger Milliken,

Novo logotipo baseia-se na rubrica de Roger Milliken, fundador da empresa

fundador e comandante da empresa por quase setenta anos, falecido no fim de 2010. É a primeira mudança de imagem da companhia em quarenta anos. Veja vídeo

emb.bz/milliken


Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

INVESTIMENTOS

impressão

Mais sete sopradoras na Niely

Catálogos em português

A fabricante de produtos de cuidados pessoais Niely adquiriu sete novas máquinas de moldagem de embalagens por extrusão-sopro. Todos os equipamentos, adquiridos gradualmente ao longo dos últimos dez meses, são da grife alemã Bekum. Atualmente a Niely possui um total de dezesseis máquinas de moldagem por sopro, todas da mesma fabricante. O primeiro exemplar, instalado em 1994 na fábrica da empresa, situada no Rio de Janeiro, está em uso até hoje.

A Heidelberg do Brasil passa a oferecer em seu website (www. br.heidelberg.com) opções de consulta e download de informações técnicas e editoriais, tais como encartes, edições especiais, catálogos e publicações de seus equipamentos e serviços. Um dos destaques é o catálogo de peças em português, que ajuda a identificar os detalhes técnicos de cada item.

PLÁSTICAS

Equipamentos

Mudança de nome e ampliação de portfólio

CJS representa suíça Frei-Ag no Brasil

Splack é o novo nome da SPL Dessecantes, empresa que desde o início da década passada fornece soluções de combate à umidade para embalagens de medicamentos e outros produtos. A mudança de nome deve-se ao fato de a empresa ter diversificado sua atuação, oferecendo agora também frascos e soluções completas em embalagens plásticas com dessecantes incorporados – resultado da aquisição, por valor não revelado, dos ativos para produção de frascos da Apotek. Além dessa mudança, a empresa anunciou uma associação com a Imap, destacada fornecedora de frascos no mercado argentino. “Como resultado, estamos ampliando as opções de frascos cilíndricos para fármacos, fornecidos com ou sem dispositivo dessecante”, explica o diretor-geral da empresa, Luciano Villano Almeida.

30 | Junho 2011

A CJS Representações fechou parceria para representar no Brasil a empresa Suíça Frei-Ag, fabricante de equipamentos para a industria de embalagens metálicas. A Frei-Ag produz braços para aplicação e estufas de secagem de

verniz side-stripe e recentemente lançou uma nova tecnologia para aplicação de verniz em pó e em latas de alta precisão e para proteção interna de latas de duas peças de aerossóis, tubos e bisnagas.

medicamentos

Blisters montados no Brasil O grupo indiano Bilcare Research, maior produtor mundial de filmes e laminados de alumínio exclusivos para a indústria farmacêutica, passa a ter operações próprias no Brasil. A empresa, que antes mandava para o país blisters finalizados em suas fábricas de Cingapura e da Índia, agora importará apenas as partes (filmes e laminados de alumínio). A Bilpress, representante exclusiva da Bilcare, cuja fábrica em Itupeva (SP) ficou pronta em fevereiro, fará a montagem das embalagens para o mercado nacional. A unidade tem capacidade de corte e impressão de 16 toneladas de embalagens por mês. Segundo Izabel Fittipaldi, gerente de marketing e de negócios para a América Latina da Bilcare Research, “foram investidos

2 milhões de dólares em máquinas de corte, impressão e revisão e na infraestrutura física da Bilpress”. A executiva diz que a intenção da empresa é fornecer embalagens “inteligentes e diferenciadas” para medicamentos, agregando dispositivos contra falsificação e clonagem, e layouts que são um grande instrumento de comunicação e marketing A Bilcare quer aproveitar as oportunidades no Brasil, principalmente no segmento dos genéricos. O objetivo é conquistar 30% do mercado de filmes (barreiras para medicamentos), que movimentou cerca de 44 bilhões de reais em 2010 e que espera um crescimento de 2,2% para este ano, segundo a Associação Brasileira de Embalagem (Abre).


PAPÉIS

investimento

Finesse para impressão digital

Retorno à ponta da cadeia

Depois de homologar a linha de papéis Digital Labels para impressão de rótulos em impressoras digitais da linha Indigo, da HP, a Arjowiggins acaba de receber certificados de homologação também para os papéis Evenglow Opalina Liso Digital e Markatto Stile Digital. A empresa é a primeira fabricante sul-americana de papéis finos a ter produtos ratificados para impressão nessa vertente de equipamentos. Os materiais são também certificados pelo FSC, entidade que atesta boas práticas no manejo de recursos florestais. “Em breve, teremos mais produtos homologados”, antecipa o diretor comercial da divisão de Papéis Finos da Arjowiggins, Ronald C. Dutton.

Arjowiggins amplia portfólio de papéis homologados para impressão em equipamentos digitais

A Flexcoat, empresa de laminação de substratos autoadesivos, está retornando ao mercado de conversão de rótulos. Criada em 2005 como divisão da Prodesmaq – uma das maiores gráficas de autoadesivos do Brasil, adquirida pelo grupo canadense CCL em 2006 –, a empresa manteve-se no início da cadeia produtiva até agora. Recentemente, porém, adquiriu duas impressoras Gallus: uma EM 280, flexográfica UV com serigrafia e acabamento em linha, e uma ECS 430, offset combinada com estações de flexografia, serigrafia e aplicação de hot stamping. Os equipamentos credenciam-na a atender o mercado de prime labels. Em meados de maio último, as máquinas foram mostradas em um open house realizado na sede da empresa, em Louveira (SP).




Reportagem de capa

Retrô, mas com tecnologia da hora No exterior, marcas famosas apostam em embalagens com visual “antigo-atual” e lançam seguidas edições com esse apelo, mas sintonizadas com o estado da arte da produção. No Brasil, a tendência começa a se firmar Por Marcelo Marcondes

34 | Junho 2011


Reprodução de versão eletrônica de recente reportagem do The Wall Street Journal sobre o fenômeno retrô

Na contramão do crescente recurso ao senso de modernidade e futurismo imprimido às embalagens de bens de consumo, transformando em monótona onda repetitiva a avalanche de lançamentos que chegam diariamente ao mercado (e explicando em parte porque, segundo diferentes estimativas, de 75% a 80% deles fracassam), vem se fortalecendo em países desenvolvidos uma espécie de volta ao passado, sem desligar-se do presente e com os olhos fixos no futuro. Nessa tendência, as grandes estrelas são as embalagens com imagem retrô – porém com a incorporação das mais avançadas tecnologias de produção. Sobretudo em países europeus e nos Estados Unidos, especialistas das áreas de marketing, de design e de pesquisa de mercado convergem para uma explicação quase unânime para o fenômeno. Atingidos pela crise econômica que se mantém renitente, os consumidores teriam de certa maneira, nas embalagens vintage, como que um passe de retorno psicológico a tempos de menos pressões, menos rigor e mais autocondescendência no consumo. Afinal, mesmo sem ser especialista nas exegeses do consumismo, dificilmente haverá quem não perceba nas pessoas referências ao passado sempre de forma favorável. Ou, como costumam dizer os vizinhos argentinos, nos dias atuais com mais razão do que nunca pelo menos em sua terra natal, “todo lo que fué pasado fué mejor”.

Seja por esses motivos, seja como forma de se defender, mostrando ser diferenciadas em meio ao turbilhão de marcas próprias e de concorrentes menores que buscam assemelhar-se a elas por meio das embalagens, cada vez mais marcas tradicionais são lançadas em recipientes retrô. Grifes históricas como Bounce, Pepsi e Downy ressurgem lembrando seus primórdios. O fato é que o estilo está muito em moda no packaging lá fora. Tão em moda, na verdade, que mesmo marcas ainda em sua primeira infância, e por isso destituídas de certidões de nascimento centenárias, aplicam nas embalagens de seus produtos características de decoração próprias de líderes ancestrais (veja artigo a respeito na pág. 44).

Mas o esforço de reafirmação das históricas é mais notável. A voga está tão forte que Pepsi Throwback: recentemente foi registrada com destaresgate de fórmula e imagem do que no The Wall Street Journal. Segundo fez sucesso o jornal, as americanas Procter & Gam- passado – e garantiu a permanência ble, General Mills, Hostess Brands e do produto PepsiCo “estão tirando da gaveta velhos no mercado desenhos de embalagens para marcas como Tide, Cheerios, Bounce e Doritos e recolocando-os nas prateleiras das lojas”. O motivo básico seria que, ante produtos com rótulos de ares antigos, menos complexos que os contemporâneos, os consumidores compram mais. Na reportagem, Amy Wirtanen, diretora de marketing da PepsiCo Beverages America, conta que mais da metade das pessoas que compraram uma versão vintage do refrigerante lançada em 2009 levaram mais bebida do que normalTide: lava-roupas da P&G acaba de mente fariam. ganhar embalagem Tratava-se da Pepsi Cola Throwback, retrô nos EUA – porém com com mudanças na fórmula (o refrige“a performance rante é adoçado com verdadeiro açúcar de hoje” branco, em vez do execrado xarope de frutose de milho) e acondicionado em latas de alumínio com visual idêntico ao ostentado pela marca no período de 1970 a 1987 – faixa vertical vermelha sobre fundo branco, culminando no logotipo azul e vermelho com o nome da marca ao centro. Resumo: o que era uma ação de marketing com data de expiração (a lata trazia os dizeres “por tempo limitado”) acabou se tornando um sucesso da marca. Depois de regisJunho 2011 |

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Clamor do consumidor estimulou Mococa a reeditar manteiga em lata

embalagens retrô teriam a seu favor, para chamar mais a atenção no pdv, o fato de se basearem em modelos mais básicos

Um dos traços que fazem um produto retrô ser lançado com sucesso é a fidelidade não só aos grafismos e à tipografia do passado, mas a preservação da simplicidade “de antigamente”, presente nos elementos gráficos das embalagens. Esses elementos gráficos “traziam uma simplicidade intrínseca, típica da estética das décadas passadas”, afirma Brian Collins, diretor do escritório de design americano Collins. Mas não basta maquiar. Em ensaio intitulado Everything Old is New Again: Staging Successful Retro Revivals (“Tudo o que é velho é novo: pondo em prática relançamentos retrô de sucesso”), Alison Cenna, estrategista

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sênior da agência de publicidade DDB Chicago, comenta a importância de certas práticas para o sucesso dos produtos com visual antiquado (ver quadro). Uma delas, ela diz, é o estabelecimento de comunidades nas quais os consumidores possam trocar experiências e recomendar o produto a seus amigos. “A tecnologia moderna é fator importante no sucesso do relançamento de marcas retrô”, conclui. Foi o que fizeram a fábrica de laticínios paulista Mococa, com a manteiga de sua marca, e a Schincariol, com o refrigerante Itubaína. Em 2010, o laticínio fez 91 anos e decidiu relançar a manteiga em lata, produto pioneiro da marca e que estava

fora de linha fazia vários anos. “Optamos pela manteiga, pois, além de ser o primeiro produto que a casa produziu, em 1919, sua volta às prateleiras era muito requisitada pelos consumidores”, conta Denis Bover, gerente de marketing da empresa. A Mococa decidiu então editar uma versão retrô similar à vendida no longínquo ano de 1957. Na época a manteiga da marca era acondicionada em latas de aço com pinturas em amarelo e verde, e com a icônica vaquinha, sua mascote, ao fundo. Em julho de 2010, a Mococa criou um blog para a mascote e um perfil no Twitter. Em ambos os ambientes, o apelo visual retrô não passa despercebido.

Para não ser ultrapassado Os quatro pontos essenciais para criar um produto retrô convincente

Possibilite a redescoberta Resgates bem-sucedidos de produtos e marcas proporcionam sentimentos de descoberta ou redescoberta a diferentes gerações. O que pode ser pura nostalgia para os mais velhos pode ser percebido como novo, diferente e genuíno para os mais novos Trabalhe valores eternos O visual alinhado a valores eternos, relevantes para qualquer geração, é importante para o sucesso de um produto retrô. Quais são esses valores?

Autenticidade (o apelo a algo real, verdadeiro); simplicidade (o desejo de volta a tempos menos complicados); identidade (a busca por coisas originais); associação (a vontade de se vincular a pessoas com interesses comuns); independência (o anseio de liberdade); e diversão (a necessidade de experiências vibrantes) Seja fiel, mas contemporâneo Um relançamento exatamente igual ao do passado redunda somente num produto ultrapassado. Produtos retrô de

sucesso são aqueles revividos apresentando adaptações aos padrões atuais. Têm apelo clássico, mas também novos atributos Construa uma comunidade Produtos retrô podem se beneficiar da construção de comunidades de entusiastas, que militam a seu favor e ajudam a conquistar novos consumidores por meio do compartilhamento de suas experiências. A internet é uma ferramenta providencial para descobrir e reunir esses arautos.

Fonte: Everything Old is New Again, de Alison Cenna (DDB Worldwide)

trar vendas de 41 milhões de dólares em pouco mais de um ano, a Throwback entrou para o portfólio definitivo de produtos da Pepsi. Embalagens retrô teriam a seu favor, como atributo para chamar mais a atenção no ponto de venda, o fato de que se baseiam em modelos projetados num tempo em que tudo deveria ser mais básico. As tecnologias de embalagem eram menos avançadas, os meios de comunicação disponíveis eram limitados (a TV não existia, e quando surgiu foi em branco e preto e com baixa definição), não havia internet nem outras tecnologias que permitem interação, transformando rótulos e decorações de embalagens em portais para o consumidor, como foi mostrado na reportagem de capa da edição anterior de EmbalagemMarca. O retrô eficaz incorpora tais ferramentas.



Sucesso obtido com Leite Moça fez a Nestlé lançar nova série de latas com decorações históricas – desta vez, para o Nescau

Não obstante o crescente número de e-mails pedindo a volta da lata retrô, a Mococa teve o cuidado de encomendar pesquisas de mercado antes do relançamento. Também contratou uma agência de design, a Brander Branding Expression, para levar a cabo o projeto. A agência foi responsável pelo novo posicionamento da marca, pela criação de uma nova logomarca (que trouxe de volta a vaquinha) e pelo design das embalagens - fabricadas pela Metalúrgica Mococa inspirado livremente na latinha clássica. Passado um ano, o produto continua firme no portfólio da empresa. Cases bem-sucedidos e exemplos interessantes de que o aspecto formal parece estar bem incorporado às atividades de design não são ainda suficientes para acreditar que a onda retrô venha ocorrendo no mesmo ritmo registrado em outros países. No Brasil, embalagens que remetem ao passado são normalmente empregadas para festejar datas, em edições limitadas – mas acabam dando resultados comerciais inesperados. Assim, a onda é estimulada. Exemplos recentes são os resgates feitos pela Nestlé, em séries limitadas, de latas históricas do Leite Moça e de Nescau, e os rótulos históricos da Cachaça 51 (lançados em 2010). Em solo brasileiro, onde se afirma que o tsunami da crise global chegou na forma de marolinha, não ocorreria a ânsia de fugir emocionalmente da crise apoiando-se na muleta das embalagens com toques de nostalgia. Mas o que é oportunidade para

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indústrias estrangeiras pode ser também para empresas brasileiras, e na verdade tudo que é retrô tem se mostrado comercialmente eficaz. A nostalgia anda forte. Haja vista festas temáticas de décadas passadas, cada vez mais realizadas nas cidades brasileiras. Em São Paulo firma-se uma rede de barbearias à moda dos anos 40 e 50, só para fazer barba e cabelo. Lotam diariamente.

No campo específico da embalagem, “o recurso ao retrô não é um artifício que se limite aos grafismos antigos, podendo abarcar também apresentações utilizadas antigamente”, encaixa Lincoln Seragini, diretor-presidente da Seragini Farné Guardado Design. “Lançar um produto retrô que remete tanto à forma quanto aos desenhos e aos materiais antigos dessa marca é o ideal”, acredita o designer, “pois aumenta a autenticidade do relançamento, elevando ainda mais o destaque nas gôndolas.” Para Seragini, como todas as embalagens têm hoje visual mais ou menos parecido, “um produto remetendo ao que no imaginário das pessoas eram bons tempos automaticamente entra em evidência.” A Nestlé é uma das grandes referências nessa tendência.

Com produtos presentes no mercado brasileiro há 135 anos (embora a primeira fábrica no País tenha sido inaugurada em 1921), a empresa tem material de sobra para fornecer aos consumidores nostálgicos. Pensando no potencial de vendas da onda, sua área comercial e de marketing decidiu resgatar, no começo de 2010 (marcando os 120 anos do Leite Moça no Brasil), cinco embalagens históricas do produto: as de 1937, 1946, 1957, 1970 e 1983. Porém, preservando-se as conquistas alcançadas em tecnologia de embalagem, óbvia e sensatamente as cinco latas chegaram ao mercado com o formato exclusivo utilizado pelo Leite Moça desde 2004. O produto atual não foi retirado do mercado, e a ação promocional durou um ano. A Nestlé não fornece números, mas por intermédio de sua assessoria de imprensa garante que “a ação foi um sucesso de vendas”. Todos os mode-

a nostalgia anda forte. haja vista festas temáticas de décadas passadas, cada vez mais realizadas nas cidades brasileiras



a inclinação para as embalagens vintage pode ir além do design gráfico, justificando até o resgate de materiais los das latas, num exemplo de apelo ao traço colecionador do consumidor, foram muito procurados no varejo. O lançamento ganhou destaque em estudos da consultoria Mintel, sendo apontado como modelo da tendência denominada pelo instituto de “New Retro”. Dois meses depois do fim da ação promocional do Leite Moça, a Nestlé emplacou outra campanha promocional semelhante, e lançou quatro edições colecionáveis do achocolatado Nescau. O ensejo, desta vez, era a celebração dos noventa anos da instalação da primeira fábrica da gigante suíça no País. Com layout da agência de design FutureBrand, a série apresentava os grafismos mais importantes desde o lançamento do produto em 1932 (quando seu nome era ainda grafado Nescao), passando pela edição de 1960, 1986 e 1998. Lançadas em fevereiro último, as embalagens ainda estão à venda (por tempo limitado não especificado pela Nestlé) nos supermercados, o que, na falta de números, indicaria boa aceitação pelos consumidores. A inclinação para as embalagens vintage pode ir além do design gráfico, justificando até mesmo o resgate de

Em caráter temporário, Heinz relança ketchup com imagem clássica

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materiais que haviam sido substituídos por outros desenvolvidos mais recentemente. Ilustrando o primeiro caso, em maio último a Heinz americana anunciou que iria acondicionar seu principal produto, o ketchup tradicional (desde 1990 distribuído em frascos de PET), no icônico recipiente de vidro com tampa de metal em que o produto surgiu pela primeira vez, em 1876. O rótulo, é claro, remete ao visual predominante durante mais de um século. Uma visão panorâmica do mercado brasileiro mostra lançamentos pontuais em que também sobressaem a estética e a simplicidade típica dos produtos de consumo geral brasileiros das décadas de 50 e 60. É o caso do refrigerante Itubaína, do Grupo Schincariol. Primeiro produto lançado pela empresa de Itu, chegou ao mercado paulista em 1954. Em 2008, marcando os 54 anos da marca, recebeu roupagem retrô, com rótulos que remetem aos anos 50 e 60. A garrafa da bebida ganhou acabamento mais nobre do que as demais embalagens de refrigerantes da marca, geralmente de PET, e recebeu formato longneck de vidro. Segundo a empresa, de 2008 a 2010 as vendas saltaram, e a participação da marca no segmento de refrigerantes chegou a 4%, contra o máximo de 2% alcançados anteriormente. Já o faturamento da linha aumentou 33% de 2009 para 2010 no País, enquanto o mercado de refrigerantes cresceu 16%. Em consequência, a Itubaína Retrô, comercializada antes apenas em bares e restaurantes, começou, no segundo semestre de 2010, a ser vendida também em supermercados e hipermercados de São Paulo e a empresa recebeu, no mesmo ano, investimentos para a modernização da linha.

Itubaína: relançamento atualizado de bebida original ajudou Schincariol a ganhar share

um de músicas retrô e outro de games, além de um perfil no Orkut, uma página no Facebook e um perfil no Twitter. As páginas proporcionam interatividade e trazem informações sobre o universo retrô. Nos seis meses iniciais no ar, os blogs obtiveram mais de 110 000 acessos. A empresa investirá em outras ações nas mídias sociais e firmou parceria com o Google Maps para a criação de um guia colaborativo para a internet, informa seu diretor de marketing, Luiz Claudio Taya de Araújo. O Itubaína Mapas pode ser conferido por meio dos dois blogs e permite ao internauta encontrar e cadastrar os pontos de venda do produto. Em abril de 2010, imbuída de intenção semelhante à da Schincariol, a AmBev lançou extensão de linha do mais retrô de seus produtos, a Antarctica Original. Essa marca de cerveja sempre teve um apelo ao pretérito. Desde sua criação, em 1906, até hoje, é apresentada do mesmo modo: em garrafas de vidro âmbar de 600 mililitros. O rótulo utilizado, impresso em papel monolúcido, mantém alguns equities mais que cente-

Numa evidência concreta de que o recurso ao retrô decididamente não significa retrocesso, a Schincariol criou para a Itubaína dois blogs na internet:

Original: apelo ao pretérito motivou resgate da meia-garrafa



se de um lado satisfaz carências nostálgicas do consumidor, de outro as embalagens retrô podem beneficiar o varejo

Vitalatte: novidade apela ao método antigo de comercializar leite

Top Mild: releitura de leite em vidro, porém em PET

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nários, como o fundo amarelo, o losango azul, a inscrição “pilsen” a faixa azul e os pingüins herdados da marca-mãe Antarctica. Decidida a explorar o potencial de vendas da marca, a AmBev lançou uma embalagem para consumo individual, que propicia maior margem de contribuição do que as tradicionais garrafas de 600 mililitros, geralmente compartilhadas por dois ou mais consumidores. Assim foi ressuscitada uma embalagem de cerveja que é retrô pelo próprio formato: a garrafa de vidro de 300 mililitros, mais conhecida por meia garrafa, ou ainda “meínha”. Surgida em 1965, foi retirada de circulação nos anos 90. Sempre retida com saudade na memória dos consumidores, segundo constantes manifestações espontâneas, a embalagem é fabricada pela Owens-Illinois. Um exemplo de ação retrô baseada no resgate do material de embalagem foi conduzido em dezembro último pela Vitalatte Laticínios, do Rio de Janeiro. A marca, mesmo não fazendo uso de elementos gráficos retrô, decidiu “reviver o passado”, com o lançamento de seus leites integral e desnatado em garrafas de vidro. O lançamento só foi possível graças a uma parceria entre a empresa e a vidraria Verallia, que tinha projeto de relançar o leite naquele ícone das embalagens há bom tempo, segundo o gerente comercial Paulo Dias. Ele revela que há alguns anos a empresa investe em pesquisas para a retomada definitiva do vidro no mercado de leites. Embalada pela oportunidade aberta com a onda de nostalgia, as paulistas Companhia do Leite decidiu lançar versão própria do produto e colocou no

Resgate de visuais antigos gerou incremento de vendas para a Bauducco

mercado, em abril último, o leite pasteurizado Top Mild, envasado em garrafas PET – com design inspirado nas garrafas de vidro que dominaram o mercado brasileiro de leite até boa parte da segunda metade do século passado.

Algumas empresas optam por um posicionamento mais conservador e cauteloso ao lançarem produtos retrô. Para tanto, lançam mão de campanhas promocionais, colocando no mercado produtos com embalagens vintage por tempo limitado. Trata-se de uma estratégia no mínimo sensata, adequada para quando não se quer perder (e que empresa quer?) os clientes que têm apreço pelo padrão atual das embalagens. “É importante manter tanto a embalagem atual quanto a retrô, porque, ainda que o visual de outrora consiga atrair pela simplicidade e pela nostalgia, sempre há uma clientela cativa da marca que gosta e aprova as coisas do jeito que estão”, explica o diretor presidente da Seragini Farné Guardado Design. Uma das empresas que faz uso dessa estratégia é a Pandurata, com seus panetones Bauducco. Desde 2009, na época de Natal, a empresa lança uma edição limitada em lata de aço, cada qual com motivos diferentes. Ao mesmo tempo, continua vendendo seus tradicionais produtos acondicionados em embalagem de papel cartão, elaboradas pela agência Design Aboluto. Segundo Rodrigo Mainieri, gerente de

produtos sazonais da Pandurata, o volume de vendas de panettone em lata vem crescendo exponencialmente, a cada ano. “Essa embalagem retrô, especificamente, trouxe um adicional de vendas significativo”, ele diz, sem especificar o aporte atingido. Se de um lado satisfaz carências sentimentais e nostálgicas do consumidor, respondendo a expectativas das empresas como fator que estimula as vendas, de outro as embalagens retrô podem beneficiar o próprio varejo. As recentes releituras de produtos da P&G e da General Mills nos Estados Unidos foram lançados em parceria com a rede varejista Target. Sob garantia de anonimato, o gerente de embalagens de uma grande rede varejista nacional fez a seguinte declaração à reportagem: “produtos retrô são grandes estímulos para as compras por impulso, aumentando os tíquetes médios dos consumidores.” Nas entrevistas e nas pesquisas feitas pela equipe de EmbalagemMarca para a elaboração desta reportagem, foi possível concluir que tende a aumentar na cadeia de valor de embalagem o resgate de valores do passado com muitas chances de ganhar força nova. Trazê-los de volta como se fossem meramente apanhados num baú de velharias sem dúvida não basta para que reassumam o vigor que tiveram em seus bons tempos. O que se vê onde o retrô está pegando firme é que para reviver embalagens clássicas é preciso ter marcas fortes, tecnologia de ponta e criatividade.

Brander Branding FutureBrand Design Absoluto Metalúrgica Mococa Owens-Illinois Seragini, Farné Verallia Expression (11)38211166 (11) 3071-0474 (19) 3656-9300 (11) 2542-8084 e Guardado (11) 2246-7402 (11)3067-5990 www.futurebrand.com www.designabsoluto.com.br www.metalurgicamococa.com.br www.oidobrasil.com.br (11) 2101-4300 www.verallia.com.br www.brander.com.br www.seraginifarne.com.br



artigo

O que há de novo em retrô Explorar o imaginário coletivo da infância de quem hoje tem trinta e poucos anos é um tremendo artifício de vendas Por Andrew eyles

No reino unido, embalagens retrô têm se tornado comuns em produtos de consumo. Isso ocorre em parte como resultado da recessão global. Como os britânicos foram obrigadas a apertar os cintos, tornaram-se nostálgicos quanto a tempos mais felizes e prósperos. Explorar o imaginário coletivo da infância de quem hoje tem trinta e poucos anos é com certeza um baita artifício para vender produtos. No entanto, alguns exemplos de destaque antecedem a míngua de crédito no Reino Unido. O Monster Munch é um daqueles produtos como o Marmite¹, que alguns amam e outros detestam. É praticamente impossível ficar ambivalente em relação a um snack de milho apresentado em sabores como cebola em conserva e tomate picante. E esse é o pulo-do-gato do produto: o Monster Munch sempre foi despudoradamente Technicolor em sabor e embalagem. Durante os sisudos anos noventa os personagens nas embalagens foram diluídos e os sabores passaram por várias encarnações em uma tentativa de torná-los socialmente mais aceitáveis para os tempos politicamente corretos. Não deu certo. O Monster Munch pertencia a uma época de moda acidamente brilhante, cabelos esvoaçantes e paletós com ombreira. No final de 2008, 1. Pasta para untar pães e torradas bastante popular no mercado britânico, feita de levedura de cerveja, e com gosto peculiar

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Monster Munch: embalagens Technicolor foram resgatadas

a Walkers, dona da marca, percebeu enfim a oportunidade de cavalgar a onda do revival dos anos 80, trazendo de volta as embalagens originais em toda sua glória escabrosa. Da mesma forma, a Cadbury reviveu em 2008 o Wispa, um chocolate aerado em barra lançado na década de 80, após pressões de consumidores. Reza a lenda que chocólatras ensandecidos invadiram o palco durante uma apresentação de Iggy Pop num grande festival de música, em 2007, para exigir o retorno do produto (sou um tanto cético quanto à espontaneidade desse ato). Parece que a reivindicação dos consumidores vinha se intensificando na internet há algum tempo e a resposta do público a uma edição limitada, colocada no mercado em 2007, garantiu seu relançamento, para valer, no ano seguinte. Para alguns, foi um uso inteligente da mídia social. Mas o que quer que tenha sido, resultou em vendas impressionantes. Enquanto marcas como a Hovis, que produz pães desde 1886, aderem a um uso tático das embalagens retrô para sublinhar a sua experiência e conhecimentos, outras buscam macaquear embalagens

Wispa: clamor do público, na internet e em eventos, trouxe o chocolate de volta ao mercado



Hovis: embalagens e publicidade que buscam valorizar sua tradição

tradicionais para ganhar credibilidade instantânea. O gim Hendrick’s é um exemplo providencial. Embora sua embalagem utilize todos os elementos de design tradicionalmente associados a uma imagem vintage – desde o formato da garrafa com estilo medicinal até os rótulos com pergaminhos e florais –, ela busca criar uma aura de patrimônio e um posicionamento crível para uma marca que nasceu em 1999...

Outra utilização rentável do retrô é a embalagem comemorativa utilizada paralelamente à sua contraparte contemporânea, anulando, assim, o risco de sua marca parecer demodée ou perder relevância. As latas alusivas aos 125 anos da Coca-Cola, criadas recente-

mente, dão uma lição de design comemorativo. Elas têm estilo, e as Varga Girls² presentes na decoração lhes conferem aparência atraente. O resultado é divertido, cheio de vida, perfeito para o ethos da marca. Quando saímos do campo da embalagem e olhamos para a moda, o retrô praticamente sempre foi fashion. Cada era “descobre” uma época passada e comemora aquele estilo, apropriandose dele por meio de uma reengenharia que dá um toque moderno às antigas tendências. A cada nova geração, crianças vestem camisetas vintage de grupos musicais que eram grandes antes que elas tivessem sido concebidas. Essa apropriação nostálgica sempre foi vista como uma atitude cool. E se você precisa

Gim Hendrick’s: uso de equities de uma época em que ainda não existia

de provas reflita sobre o fato de que a principal fonte de renda dos Ramones nunca foi o ganho com turnês ou a venda de discos, mas as vendas de camisetas da banda. Um dos conjuntos musicais mais influentes dos anos 70, os Ramones mudaram a música pop para sempre. No entanto, ganharam dez vezes mais com T-shirts do que com seu principal produto. 2. Expressão pela qual ficaram conhecidos os desenhos de pin-ups (modelos em poses sensuais), que tiveram no pintor peruano Alberto Vargas (1896-1982) um de seus mais famosos autores.

Latas comemorativas de Coca-Cola: resultado perfeito para o ethos da marca

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Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand Design (www.bluemarlinbd. com), consultoria de marcas e design com sede no Reino Unido e filiais na Europa, na Ásia, na Austrália e nos Estados Unidos. Ele pode ser contatado através do e-mail andrew.eyles@bluemarlinbd.com



Lácteos

Centenário em grande estilo Festejos por um século de Catupiry incluem novidades em embalagem

Lata de aço comemorativa, com apelo para coleção, será encontrada em clube seleto de supermercados

O catupiry,

primeiro requeijão cremoso a ser lançado no Brasil, completa neste ano um século de vida. Para celebrar o centenário em grande estilo, a Laticínios Catupiry preparou novidades no que diz respeito à apresentação da iguaria. A principal delas é o lançamento de uma versão em aço da tradicional embalagem redonda do produto, recipiente que a fabricante convencionou chamar de “forma”. Trata-se de uma lata dourada que irá incorporar diferentes decorações litográficas, compondo uma série com apelo para coleção. A venda será feita no decorrer deste ano somente em alguns supermercados. Afora a edição especial metálica, foi criado um selo alusivo ao centenário, que será incorporado ao design gráfico de todas as embalagens de linha

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do requeijão clássico – “formas” de 410 gramas e de 250 gramas, standup pouch de 250 gramas, bisnaga de filme plástico (“Pratic”) de 1,5 quilo, balde plástico de 3,6 quilos e bag de 10 quilos. O emblema irá também figurar nos novos rótulos da família de requeijões mais populares da marca, a Copocrem, comercializada em copos de polipropileno contendo 220 gramas. Antes realizada por meio de autoadesivos confeccionados em filme de BOPP, a decoração passa a ser feita por rótulos termoencolhíveis. O laticínio prefere não identificar os fornecedores de suas operações de packaging. O centenário do Catupiry será marcado ainda por uma extensão de linha: a família de requeijões Sabores, nas versões Tomate seco, Azeitona, Ervas finas e Cheddar. A novidade chegará

Selo alusivo aos 100 anos será aplicado na tradicional “forma” e nos rótulos da linha Copocrem (ao lado). Estes passam a ser termoencolhíveis, e não mais autoadesivos


ag – andré go doy © fotos studio

Linha Sabores, a estrear em julho, trará “quebra de paradigma” ao mercado de requeijões: potes com concavidade elíptica

ao varejo a partir de julho próximo exibindo aquilo que o superintendente comercial e de marketing da Laticínios Catupiry, Alexandre Delmanto, considera “uma quebra de paradigma” nos balcões refrigerados de requeijões e especialidades lácteas. “Todas as marcas da categoria utilizam copos redondos”, analisa o executivo. “Com a nova embalagem, além de conseguirmos formar ‘paredões’ nos pontos de venda, teremos ganhos em logística, com faci-

lidade de encaixe e empilhamento.” Criado pelo imigrante italiano Mário Silvestrini na cidade mineira de Lambari, o Catupiry logo alcançou sucesso graças à sua qualidade – seu nome, a propósito, significa “excelente” em tupi-guarani. Notabilizou-se, também, pelas “formas” redondas, produzidas em madeira até a década de 90, quando passaram a ser moldadas em polipropileno. Mesmo com a troca da madeira por

plástico, alguns saudosistas, segundo a empresa, ainda procuram o produto na embalagem original. Para esses consumidores, é produzida uma pequena tiragem de “formas” de madeira, vendidas apenas na loja de fábrica, em São Paulo. Pode-se ver nisso uma espécie de reverência à mídia que tem grande mérito pela fixação da marca no imaginário público. Afinal, o Catupiry jamais teve apoio de ostensivas campanhas publicitárias.




ideias

Bebidas, produtos de limpeza, rações e iogurtes estão entre os potenciais usuários do novo conceito de embalagem

Em pé e só em PE Composição integral em polietileno, alegadamente benéfica à reciclagem, é a aposta da Dow para popularizar ainda mais o stand-up pouch no mercado brasileiro O amplo campo de oportunidades aberto no Brasil para o uso dos stand-up pouches (SUPs) atraiu a atenção da Dow. Durante um ano a fornecedora de resinas envidou esforços e investiu valor não revelado no desenvolvimento de tecnologias e know-how para viabilizar a produção daquelas bolsas plásticas, que se notabilizam pela capacidade de ficar em pé, a partir de estruturas de filmes baseadas num único material: o polietileno (PE). A novidade, patenteada pela empresa, foi apresentada durante a Brasilplast, feira de negócios realizada em maio último em São Paulo. O principal benefício relacionado ao novo conceito diz respeito à sustentabilidade. Geralmente os stand-up pouches têm por base estruturas multimateriais, que combinam filmes de poliéster (PET), poliamida (nylon), polipropileno, alumínio e também de polietileno, entre outros. A composição exclusiva em PE, segundo a Dow, facilitaria a reciclagem das embalagens após o uso. “Diversos fabricantes de bens de consumo poderão adotar uma apresentação de produto mais amigável ao meio ambiente”, afirma Dolores Brizuela, gerente de marketing da companhia para embalagens especiais de alimentos, higiene e saúde. “Além disso, o mercado da reciclagem será favorecido.” A aposta da Dow é que o diferencial “verde” do novo conceito faça aumentar a percepção de valor dos stand-up 52 | Junho 2011

pouches entre os end-users. “Trata-se de uma embalagem que já vem construindo uma boa reputação por ser conveniente, funcional e ao mesmo tempo atraente em termos de custo – o que pode auxiliar os modelos de negócios direcionados aos consumidores emergentes”, argumenta Dolores. Entre os diversos produtos potencialmente adeptos da embalagem, a executiva arrola gêneros alimentícios como cereais matinais, açúcar, iogurtes e rações secas, materiais de limpeza, lubrificantes, tintas imobiliárias e itens de cuidado pessoal como xampus, sabonetes líquidos e loções corporais.

O uso de um único material naturalmente traz limitações. Não dá para o stand-up pouch 100% de polietileno igualar o desempenho de estruturas multimateriais com barreira elevada, como aquelas utilizadas no acondicionamento de alimentos ácidos e altamente sensíveis à oxidação. Mesmo assim, a Dow diz ter conseguido combinar diferentes resinas para criar filmes de PE com desempenho aprimorado em termos de proteção contra umidade e resistência ao impacto e à perfuração. Outra preocupação foi obter rigidez capaz de garantir sustentação adequada à embalagem. Tal objetivo foi atingido com o uso de estruturas mais espessas. No entanto, isso pode acarretar certa aparência “leitosa” aos trabalhos com apresentações transparentes.

Dow (11) 5188-9000 www.dow.com


25 de agosto - Recife Mais informações: www.ciclodeconhecimento.com.br

Apoiada por convertedores cujos nomes não são revelados, a fase de pesquisa e desenvolvimento teve como grande desafio o acúmulo de expertise quanto à formação dos pouches. Ocorre que uma estrutura integral de polietileno tende a exigir temperaturas menores de selagem, trazendo a ameaça de as embalagens ficarem com áreas grudadas ou deformadas quando processadas sob os parâmetros de máquina ajustados para as composições multimateriais. Segundo a gerente de marketing da Dow, foi possível eliminar esse risco e o conceito “pode rodar tranquilamente” tanto em processos fillseal (envase de bolsas pré-formadas) quanto em form-fill-seal (formatação, envase e selagem da embalagem feitos em linha, a partir de bobinas). “Assistiremos os clientes com todas as informações para o uso adequado da solução”, diz Dolores. A Dow evita detalhar comparações de custos entre a nova classe de stand-up pouches e aqueles baseados em múltiplos materiais. Dolores, contudo, assegura que os investimentos seriam competitivos e acrescenta que conversas com fabricantes de bens de consumo já vêm sendo mantidas para que a novidade tenha adoções em breve. A empresa química irá sugerir aos brand owners o uso, nas embalagens, de um selo com a inscrição “100% PE”. “Isso tenderá a valorizar a embalagem junto ao consumidor final e ao mercado reciclador”, acredita a executiva da Dow.


entrevista: Mauro Moreno

Desafio de crescimento Com produção e consumo no mesmo nível, falta de alumínio é uma ameaça à indústria, incluindo a área de embalagem

Ao fim deste ano,

o consumo doméstico deverá atingir o teto da capacidade instalada da indústria brasileira de alumínio. O alto custo da energia elétrica no País reprime novos investimentos na produção do material e já começa a estimular mudanças de fábricas para países vizinhos. Vive-se também uma situação preocupante no mercado de semimanufaturados. Com incentivos tributários de países asiáticos, chapas e folhas para a produção de embalagens, por exemplo, começam a

ganhar espaço cada vez maior no mercado interno. De acordo com o vicepresidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Mauro Moreno, não há motivo – por enquanto – para pânico. Mas medidas devem ser tomadas para que o Brasil não perca mais uma oportunidade e se transforme num coadjuvante, com condições reduzidas de gerar inovações alicerçadas no material. “Temos vocação natural para sermos um dos principais produtores de alumínio primário do mundo”, lembra Moreno.

O alumínio no Brasil

1,55 milhão de toneladas É a capacidade instalada de produção do metal no País

1,5 milhão de toneladas É a previsão de consumo do material para 2011

Os principais segmentos consumidores (2010): BENS DE CONSUMO MÁQUINAS E OUTROS 11% EQUIPAMENTOS 9% 5% EMBALAGENS 31%

TRANSPORTES 21%

CONSTRUÇÃO CIVIL 14% ELETRICIDADE 9%

Fonte: Abal | maio 2011

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Segundo previsão da Abal, o consumo interno de alumínio deverá crescer 13,2% em 2011, chegando a 1,5 milhão de toneladas, quase alcançando a capacidade de produção de alumínio primário do setor (1,55 milhão de toneladas). Isso obrigará o setor a reduzir as exportações e aumentar as importações para atender a demanda. Qual o motivo da escassez de matéria-prima local? Houve forte crescimento da demanda interna nos últimos anos, puxado por diversos segmentos consumidores, como o de embalagens, responsável por quase um terço do consumo interno. Some-se a isso o fato de que há 25 anos não são construídas fábricas de alumínio primário no Brasil. Agora, o custo da energia elétrica torna proibi-


redução de 150 000 toneladas na oferta de metal. Diante disso, é perfeitamente aceitável considerar que as empresas aqui instaladas possam encerrar as atividades de produção de alumínio primário e se instalar em outros países com melhores condições de oferta de energia. O que pode ser feito para que a situação mude? Entendemos que o Brasil não deve prescindir de suas indústrias, principalmente as de base como a de alumínio, nesse caminho rumo ao crescimento econômico e desenvolvimento social. Somente as indústrias permitem distribuir o valor das riquezas naturais, rigidamente localizadas ao longo de todo o vasto território nacional. Por conta disso, a Abal considera que o governo deve investir numa política industrial forte, que desenvolva o setor produtivo capaz de agregar valor à matéria-prima e desenvolver as regiões onde essas fábricas se instalam. Nesse sentido, estamos trabalhando para que a indústria do alumínio seja incluída na nova

© Zoom-zoom | Dreamstime.com

tiva a ampliação da capacidade produtiva de alumínio primário no País. Em dez anos o preço da energia elétrica pago pela indústria aumentou 180%, o que afugenta novos investimentos. Isso apesar de termos vocação natural para sermos um dos principais produtores de alumínio primário, por possuirmos a terceira maior reserva de bauxita do mundo, enorme potencial de geração hidrelétrica e uma indústria solidamente instalada. Foi noticiado recentemente que a RioTintoAlcan, tradicional fabricante de alumínio primário e que poderia investir em novas fábricas no território nacional, estaria cogitando produzir o metal no Paraguai. O senhor acredita que o alto custo local de energia pode ocasionar fechamentos de fábricas locais e migrações para outros países? As empresas que produzem alumínio primário são globais e se instalam onde houver energia elétrica disponível e a custos competitivos. Há trinta anos, quando o Brasil vivia esse cenário, tivemos o desenvolvimento local da indústria do alumínio, a ponto de nos tornarmos o sexto maior produtor do metal. No entanto, a realidade agora é outra. Já enfrentamos o fechamento de duas plantas, a Valesul, no Rio de Janeiro, em 2009, e uma unidade da Novelis, na Bahia, em 2010. Isso provocou uma

“Estamos trabalhando para que a indústria do alumínio seja incluída na nova Política de Desenvolvimento Produtivo”

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“O avanço das importações de chapas e folhas para embalagens oriundas da China configura uma ameaça à indústria nacional. Vendas vem sendo perdidas e linhas de laminação vêm sendo desativadas”

© Ivana Rauski | Dreamstime.com

Política de Desenvolvimento Produtivo, que deverá ser anunciada pelo governo em junho. Ante a oferta restrita de matériaprima local, o receio dos consumidores de embalagens de alumínio e de qualquer produto derivado do material é de que possa haver problemas de abastecimento. Existe esse risco? É importante ressaltar que o suprimento doméstico de alumínio está normalmente estabelecido, até porque conta com um grande componente que é a reciclagem, responsável por 35% desse suprimento, alavancada pela notável participação do reaproveitamento das latas de alumínio para bebidas. Quanto aos produtos acabados que utilizam alumínio na produção de embalagens, que são as folhas e chapas, o consumo neste ano deverá aumentar, respectivamente, 16,4% e 11,9% – e as empresas produtoras desses materiais têm capacidade instalada suficiente para atender ao aumento de demanda. Novas fábricas de tubos para aerossóis e garrafas de alumínio estão sendo construídas no País, abrindo a perspectiva da diversificação da produção local de embalagens do material. Há condições de fabricantes nacionais de alumínio primário ou de produtos semiacabados atenderem possíveis aumentos de demanda causados por tais projetos? Os fabricantes de alumínio primário têm reduzido as exportações, enquanto o setor como um todo tem aumentado gradualmente as importações para suprir o mercado interno. Quanto à etapa de transformação em produtos semimanufaturados de alumínio – chapas e folhas –, como eu disse anteriormente, as empresas têm capacidade instalada suficiente para produzir e atender ao aumento da demanda. Existem relatos de crescimento das importações de folhas e chapas originárias da China, beneficiadas por incentivos tributários concedidos pelo governo daquele país. A Abal tem ideia do volume dessas importações? Elas já chegam a configu-

rar uma ameaça à indústria? Sem dúvida, os subsídios à exportação concedidos pelo governo daquele país fazem com que vários produtos chineses cheguem ao Brasil com um preço muito abaixo da média dos preços internacionais. As chapas chinesas já representam 50% do total importado desse produto, enquanto as folhas de alumínio provenientes da China respondem por pouco mais de 40%. Esse avanço configura, sim, uma ameaça à indústria nacional, que vem perdendo vendas consideráveis e vem inclusive desativando algumas linhas de laminação. Mesmo assim, os produtores locais desses materiais continuam a investir em aumento de capacidade e inovação tecnológica para enfrentar a concorrência externa. O real supervalorizado e vantagens alfandegárias têm estimulado importações de embalagens acabadas de materiais como plástico e vidro. Isso pode se intensificar no caso das embalagens de alumínio? Em caso positivo, em quais tipos de embalagem? No caso do alumínio esse risco ocorre principalmente com as embalagens descartáveis – bandejas e formas, por exemplo – e com os rolos de folha de alumínio para a utilização doméstica. Num movimento que já é forte em outros mercados e que começa a ganhar força no Brasil, a folha de alumínio tradicionalmente utilizada em embalagens flexíveis de chocolates e outros produtos vem sendo substituída por filmes plásticos metalizados. Um caso recente e emblemático é o do envoltório do bombom Sonho de Valsa. Uma das justificativas para esse tipo de mudança é a busca por produtos mais sustentáveis, uma vez que a eliminação do alumínio reduziria consideravelmente o peso total das embalagens. O senhor concorda com essa argumentação? De modo algum. A embalagem de alumínio é altamente sustentável. A eliminação da folha de alumínio reduziria consideravelmente a vida útil do alimento ou medicamento embalado;


Além disso, a embalagem apenas de alumínio é facilmente e totalmente reciclável, ao contrário dos filmes plásticos. Inclusive, como exemplo, em diversos países as tampas de iogurte são apenas de alumínio, justamente pela sua fácil reciclagem. Além das aplicações já citadas, o senhor vê oportunidades promissoras para usos inovadores ou mais expressivos do alumínio em embalagens? Latas de alumínio para alimentos, por exemplo, têm razoável popularidade em outros países, porém são raras no Brasil. A Abal acredita nesse tipo de solução? Sim, vemos uma oportunidade na modernização das embalagens, à medida que o consumo de alimentos, cosméticos e bebidas cresce e aumenta o número de lançamentos em prazos cada vez menores. Esse cenário é favorável para o alumínio participar do portfólio de produtos das empresas, num curto espaço de tempo. Já houve um início dessa modernização com as latas de alumínio para alimentos, em especial para atum e sardinha, e estamos prevendo que esse segmento cresça, pois o alimento embalado na lata de alumínio preserva a coloração e sabor natural. Outro exemplo são as embalagens aerossóis, mais modernas que os sprays e que proporcionam menor desperdício. O alumínio é largamente utilizado nessas embalagens pela sua leveza, fácil estampabilidade e por não oxidar. O alumínio é amplamente percebido como um material caro. Isso não é um desestímulo a uma maior popularização de usos do material? As latas de alumínio para bebidas provam que isso não é verdade. As características próprias do alumínio permitem a fabricação de embalagens em um único material, tanto o corpo como a tampa, e com espessuras mais finas que as latas de aço e sem a permeabilidade do PET, além de ser facilmente reciclável. O também empresário está passando a reconhecer os novos custos que a sustentabilidade demanda e nesse quesito o alumínio tem vantagens consideráveis devido à reciclagem infinita.


plásticas

© carlos curado

Efeito duplo Nova geração de masterbatches para visuais especiais promete encantar nas gôndolas e nas linhas produtivas

Frascos com efeitos especiais: imagem de luxo, tecnologia, sofisticação e valor agregado

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dar aparências peroladas ou iridescentes a embalagens plásticas rígidas é um recurso que costuma extasiar os profissionais de marketing dos fabricantes de bens de consumo. Mas pode-se dizer que o mesmo entusiasmo nunca ecoou no chão de fábrica dos transformadores. Isso porque os masterbatches (aditivos) que proporcionam os visuais especiais reduzem a produtividade nas linhas. Os insumos contêm partículas, mais conhecidas como pérolas, que normalmente sofrem cisalhamentos quando passam pela rosca das extrusoras. As partículas maceradas acabam se acumulando no cabeçote das sopradoras ou nos bicos de injeção. “Quando isso ocorre, os fragmentos podem riscar a peça produzida”, explica Ricardo David, diretor de engenharia da Graham Packaging, importante fabricante nacional de recipientes plásticos. “Nesses casos”, comenta o profissional, “é preciso parar a produção para fazer a limpeza das máquinas.” Danificadas, as pérolas também perdem eficiência óptica, podendo gerar embalagens com aparência esbranquiçada e com brilho inferior ao esperado. Para contornar esse problema, alguns transformadores costu-


mam aumentar o emprego de masterbatches, o que acaba por elevar o custo do processo. Agora, o fim desses inconvenientes é prometido pela suíça Clariant, nome importante do setor de masterbatches, com forte posição no Brasil. A empresa diz ter desenvolvido uma nova geração de sua linha de efeitos especiais, batizada de Pearlfect, em que as pérolas ficariam protegidas ao passar pela extrusora, terminando pouco afetadas após o processamento. O que preserva a integridade das partículas é um segredo guardado a sete chaves. Desenvolvida pela subsidiária brasileira da Clariant, a tecnologia será implantada nos próximos meses nas 53 plantas mundiais da empresa. Já existem embalagens nacionais sendo produzidas com a nova tecnologia. A empresa, contudo, diz não poder identificá-las, por política interna. Responsável na Clariant pelo mercado de embalagens para a América Latina, Alessandra Funcia afirma que os novos masterbatches assegurariam também mais brilho e maior profundidade do efeito na peça pronta. “De uma só vez minimizamos um problema do transformador e atendemos a uma demanda do end-user”, afirma a profissional.

dores, que a utilização de pigmentos de efeito transmite a produtos e marcas uma imagem de luxo, tecnologia, sofisticação e alto valor agregado”, diz o executivo. Vale ressaltar, contudo, que a nova tecnologia da Clariant não elimina as linhas de fluxo, uma dor de cabeça para os designers que desejam projetar peças injetadas com efeitos especiais.

“As linhas de fluxo são inerentes ao processamento com perolados, pois as paredes da partícula da pérola são irregulares e, quando se alinham no processo de injeção, ficam inevitavelmente marcadas”, explica Alessandra. “A solução para esse problema continua sendo trabalhar com o design da peça, a fim de não deixar essas marcas tão visíveis ao consumidor.”

Clariant (11) 5683-7233 www.clariant.com.br Graham Packaging (11) 2135-7900 www.grahampackaging.com Merck (11) 3346-8600 www.merck.com.br

para a fornecedora, o maior rendimento dos novos insumos pode ajudar a viabilizar o uso de efeitos mais sofisticados, hoje restritos a itens de luxo, em mercados menos exclusivos, como o de produtos de higiene pessoal para uso diário. “Como há menos quebra de pérolas, podemos utilizar menores dosagens de masterbatches na produção das embalagens, o que diminui o desembolso em coloração e resulta em melhor relação custobenefício”, diz Alessandra. Na opinião de Francisco Veloso, gerente do segmento de pigmentos da Merck, empresa que fornece as pérolas utilizadas nos masterbatches da Clariant, a difusão do uso de embalagens com visuais perolados ou iridescentes abre grandes oportunidades para os fabricantes de bens de consumo. “Percebemos, em pesquisas com consumiJunho 2011 |

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alimentos

Refeição on-the-go Embalagens avançadas viabilizam criação de vending machine para pratos prontos Acima, exemplo de refeição acondicionada no Simple Steps. Embalagem é aquecida na máquina por meio de micro-ondas

apresentado recentemente na Europa, um novo conceito em vending machine busca mostrar que é possível oferecer algo melhor que fast food nas vendas automatizadas de alimentos. Trata-se de uma máquina capaz de servir pratos prontos aquecidos na hora. A novidade é fruto de uma parceria entre a fabricante espanhola de equipamentos Jofemar e a Sealed Air Cryovac, referência em soluções de embalagem para a indústria alimentícia. Batizada de Jofemar Gourmet, a nova vending machine traz em seu interior uma câmara fria para o armazenamento de pratos prontos refrigerados e um forno de micro-ondas. As refeições que abastecem o sistema são acondicionadas por meio de uma nova tecnologia da Cryovac chamada Simple Steps – embalagens plásticas flexíveis a vácuo, do tipo skin, dotadas de um sistema de ventilação para a liberação automática de vapor e gases durante o aquecimento de alimentos por micro-ondas. Graças a esse mecanismo, não há necessidade de perfurar ou abrir parcialmente a embalagem, como pedem outras soluções do gênero, e o alimento pode ser aquecido por pressão. Para facilitar a vida do consumidor, as refeições são servidas em bandejas compartimentadas, também envolvidas pelo filme skin. Basta o consumidor retirar o envoltório plástico e apanhar talheres fornecidos junto com a refeição aquecida na comporta da vending machine para satisfazer o apetite. As bandejas utilizadas são produzidas a partir de uma espuma plástica especial, termo-isolante, para evitar que o consumidor queime as mãos no manuseio dos alimentos. De acordo com a Sealed Air Cryovac, a novidade “é perfeita” não somente para estações de trem, postos de combustível, supermercados e pequenos hotéis – locais em que vending machines já costumam ser instaladas –, mas também para escritórios, universidades, hospitais e outros locais em que não seja viável montar refeitórios e sistemas de catering. “Trata-se de uma solução requintada que mostra os benefícios da combinação entre alimento de qualidade, embalagem adequada e a conveniência do aquecimento”, resume Carles Lapeña, gerente de vendas da Sealed Air Cryovac para a Península Ibérica. Jofemar +34 (948) 75-1212 www.jofemar.com

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Sealed Air Cryovac (11) 3833-2830 www.sealedair.com.br



LeiteS

Chegou a caixinha-garrafa para leite Apresentada pela Tetra Pak na Europa, primeira garrafa cartonada asséptica do mundo estará disponível no Brasil em 2012

A Tetra Pak

apresentou em maio último em sua matriz, em Lund, na Suécia, a primeira garrafa cartonada asséptica do mercado, expectativa que laticínios no mundo inteiro sempre mantiveram em aberto. Destinado especificamente a acondicionar leite UHT (longa vida) e batizado de Tetra Evero Aseptic, o produto “reúne as vantagens de assepsia das embalagens cartonadas multicamadas com a ergonomia da forma cilíndrica de uma garrafa”, segundo a empresa. A garrafacaixinha é fabricada com papel cartão certificado com o selo FSC (Forest Stewardship Council) e promete shelf life de seis meses para o alimento envasado, sem necessidade de conservantes ou de refrigeração. A rigor, a caixinha-garrafa consiste de estruturas diferentes que compõem uma peça única, e visualmente é parecida com a Tetra Top, que já faz parte do portfólio da Tetra Pak. A diferença é que, além de ser asséptica, “a Tetra Evero tem outro formato e a composição do cartão é a mesma que a das demais embalagens assépticas da Tetra Pak, ou seja, seis camadas intercaladas de papel, plástico e alumínio. Além disso, o processo de envase, bem como o de esterilização e formação da embalagem na máquina, são bem diferentes daqueles da embalagem Tetra Top”, explica Eduardo Eisler, vice-presidente de Estratégia e Negócios para as Américas Central e do Sul da Tetra Pak. O topo do recipiente, em formato de cone,

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é feito de polietileno de alta densidade (PEAD), injetado na própria máquina de enchimento. Também a tampa é de PEAD, enquanto o gargalo é de polietileno de baixa densidade (PEBD), como mostra a ilustração ao lado. O resultado final é uma garrafa com duas laterais retas e duas abauladas. Segundo a empresa sueca, a Tetra Evero Aseptic tem a primeira abertura em um passo, isto é, para abrir basta um giro. E conta com duplo recurso de segurança: a inviolabilidade do recipiente é garantida pela tampa e por uma película de polietileno na parte interna. A boca é a mais larga entre as embalagens cartonadas, facilitando o ato de verter o leite. O material de divulgação do produto lembra que a impressão flexográfica, com efeito fotográfico, pode ocupar toda a superfície da embalagem, aumentando a exposição das marcas nos pontos de venda. “A grande inovação da Tetra Evero Aseptic não está apenas na embalagem, mas em como fazê-la”, diz Michael Grosse, vice-presidente executivo de Desenvolvimento e Engenharia da Tetra Pak. Segundo ele, o equipamento

Impressão flexográfica confere qualidade de fotografia

Envase é feito pela parte de baixo

Tampa é aberta em apenas um giro Inviolabilidade da embalagem é garantida por película de polietileno

Topo de polietileno garante barreira à luz Moldagem por injeção funde o topo ao corpo da garrafa

A estrutura, de dentro para fora: duas camadas de polietileno, uma camada de alumínio, uma quarta camada de polietileno, uma quinta camada, de papel cartão, e uma sexta camada, de polietileno

Formato da garrafa facilita a pega


Capsa, maior laticínio da Espanha, foi o primeiro a adotar a Tetra Evero Aseptic

A nova garrafa da Tetra Pak tem a boca mais larga entre as embalagens cartonadas no mercado

que a produz, o Tetra Pak A6, tem capacidade de até 10 000 unidades por hora e ocupa metade do espaço ocupado por linhas de garrafas assépticas de PET. Por enquanto, a novidade está disponível apenas para leites brancos e, até o final de 2011, só para o mercado europeu. A partir do ano que vem poderão ser acondicionados leites saborizados, leite de soja, cremes e outros produtos lácteos. A Capsa – Corporación Alimentaria Peñasanta, maior laticínio da Espanha, é a primeira empresa a utilizar a garrafa cartonada asséptica para seus produtos premium. Foi adotada também pelo laticínio Weihenstephan, um dos maiores da Alemanha. Em 2012 a garrafa estará disponível comercialmente para as demais regiões além da Europa, inclusive a América Latina, adianta Eduardo Eisler. emb.bz/142evero

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br


interpack

Inovar com pés no chão Nada de reinvenções. Em sua edição de 2011, a Interpack, frequentemente apontada como a mais importante feira mundial de packaging, privilegiou soluções para agora Por Guilherme Kamio, de Düsseldorf

Pode soar frustrante dizer que a edição de 2011 da Interpack, realizada entre 12 e 18 de maio último em Düsseldorf, na Alemanha, não apresentou grandes inovações. Afinal, trata-se daquela que é frequentemente apontada como a principal exibição mundial de tecnologias de embalagem – e cuja periodicidade, de três anos, ajuda a gerar enormes expectativas entre os profissionais de packaging. A falta de novidades extraordinárias, na verdade, era previsível. E não tornou o evento ruim. Ante a bolha recessiva vivida no último triênio pelos países desenvolvidos, provocada pelo colapso do sistema financeiro, o empresariado internacional colocou os pés no chão. A cautela diminuiu os espaços para soluções industriais muito complexas, exclusivas ou ousadas. Fortaleceu-se o sentimento de que vale mais envidar esforços para lapidar o que já existe do que buscar soluções feéricas. Em síntese, a débâcle econômica valorizou o pragmatismo contra reinvenções da roda.

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Os destaques foram refinamentos de soluções centradas na dinamização da produção aliada a reduções de custos

Sipa mostrou sistema compacto com rotulagem Adhesleeve

Como não poderia deixar de ser, a primeira Interpack pós-crise foi sensivelmente influenciada por esse espírito. A maioria dos produtos e serviços apresentada pelos 2 700 expositores da feira revelou prioridade aos refinamentos de soluções já conhecidas, sobretudo daquelas centradas na dinamização da produção aliada a reduções de custos. “A oportunidade para evoluções ainda é maior do que para revoluções”, constatou, durante a feira, o americano Ben Miyares, diretor do Packaging Management Institute e tido como um dos maiores experts do mundo quando o assunto é embalagem. Na feira, um dos reflexos desse

cenário foi a apresentação de sistemas integrados, em muitos casos unindo fornecedores situados em diferentes elos da cadeia do packaging. A italiana Sipa, por exemplo, destacou o Sincro-TriBloc, sistema quatro em um altamente compacto para o envase de bebidas em garrafas de PET. Disponível em configurações para saídas entre 12 000 a 48 000 garrafas por hora, o conceito incorpora estações de sopro, enchimento, vedação e rotulagem numa área que a Sipa diz ser 55% menor que as ocupadas pelas linhas standard. A integração garantiria redução de 15% em custos operacionais devido à ausência de estações de buffer (armazenamento intermediário) entre os processos.



Um destaque do conceito SincroTriBloc é a incorporação da tecnologia Adhesleeve. Trata-se de uma nova proposta de rotulagem com roll-labels (cintas plásticas obtidas a partir de bobinas) criada pela P.E. Labellers (ver EmbalagemMarca nº 129, maio de 2010). Nela, a rotulagem não é feita por meio da transferência de cola hot-melt durante o processo de aplicação, como ocorre tradicionalmente. Em vez disso, bobinas impressas apresentam em seu verso uma pequena faixa autoadesiva para cada unidade, num processo mais limpo e que reduziria o consumo energético. Ademais, seu método menos complexo de corte dos rótulos seria capaz de eliminar dificuldades de calibração de facas e eliminar paradas de linha. Num dos estandes mais concorridos da feira, o da Krones, outro sistema de rotulagem de vanguarda atraiu as atenções. A empresa realizou demonstrações de sua rotuladora Sleevematic ES, que aplica em garrafas de bebidas rótulos do tipo Super Stretch Sleeve (Triple S). Trata-se de uma classe de rótulos esticáveis criada pela CCL Label para concorrer sobretudo com os termoencolhíveis. A

Aplicação de novos rótulos stretch da CCL chamou atenção no estande da Krones emb.bz/142triple

Krones adquiriu licença para ser provedora mundial de máquinas aplicadoras para essa via de decoração. Graças à alta capacidade de estiramento do filme de polietileno de baixa densidade em que o Triple S é baseado – de 55%, taxa propagandeada como inédita no mercado – os rótulos podem ter dimensões expressivamente menores que os shrink labels para aplicações equivalentes, reduzindo o consu-

Quatro conceitos visionários Na Interpack 2011, a Sidel apresentou quatro conceitos de embalagem que atendem a diferentes propósitos dos usuários finais. Eis os modelos: Cluster Trata-se de uma embalagem que agrega uma série de pequenas garrafas de gargalo curto, por meio de anéis verdes, que, por sua vez, são anexados a um tronco principal, tal como uma árvore. As garrafas Cluster são indicadas para o uso de diferentes produtos, como água mineral, suco de frutas e leites.

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DailyDose É uma solução multiembalagens dirigida especialmente a famílias e a consumidores que desejem ingerir pequenas quantidades de sucos de frutas ou iogurtes ao longo do dia, de maneira regular. Para tanto, seis garrafas são envolvidas individualmente e unidas por meio de um só rótulo, de maneira conveniente.

Modulomold Tecnologia que permite que várias garrafas do mesmo tamanho (até 700 mililitros) sejam produzidas em um único molde, por meio de insertos removíveis. É uma solução voltada para ocasiões em que há a necessidade de alterações simples e rápidas de formato, como em tiragens muito pequenas – voltadas, por exemplo, a edições limitadas. Segundo a Sidel, a mudança de insertos leva menos de trinta segundos entre a abertura do primeiro molde para a abertura do segundo.

FreeShape Tecnologia que promete dar liberdade ao design de garrafas de PET independentemente da tecnologia de envase. Um desenho de embalagem similar poderia ser utilizado tanto para envase a quente quanto para envase asséptico. O segredo é que a base das embalagens, patenteada, faz as vezes dos tradicionais painéis de compensação incorporados às garrafas, necessários para evitar deformações causadas pela variação de temperatura da bebida acondicionada.



Stand-up pouch com vácuo, adotado pela Kikkoman

Bosch valorizou apresentação de linha de pouches assépticos

Outro aspecto confirmado: formatos mais sofisticados de embalagens flexíveis estão em evidência

mo de matéria-prima. “A maleabilidade do rótulo é tamanha que permite sua conformação a recipientes de formatos complexos, antes não atendidos adequadamente por rótulos stretch com menores índices de deformação”, afirma Josef Mayer, diretor de desenvolvimento de tecnologias de rotulagem da Krones. Além de requerer menos matériaprima para sua produção, o Triple S ainda traria outra vantagem óbvia frente aos rótulos termoencolhíveis: a de dispensar os túneis de encolhimento, reduzindo o consumo de energia – e proporcionando ao usuário um processo mais afinado com a sustentabilidade. “É uma solução amigável ao ambiente, mas também impactante nas gôndolas e de custo atraente”, argumenta Mayer. Outro aspecto confirmado pela Interpack 2011 foi que os formatos mais sofisticados de embalagens flexíveis

Abre e fecha com Surlyn A DuPont apresentou na Interpack 2011 o Multipeel Flow Wrap, um novo conceito em resselagem para embalagens flexíveis do tipo flow-pack. Desenvolvida em parceria com a convertedora alemã Südpack, a novidade consiste na aplicação de um grau especial da resina ionomérica Surlyn na selagem superior dos invólucros, que permite tornar a selá-los simplesmente por meio da aplicação de leve pressão na região de abertura. Segundo a DuPont, a solução é pertinente para prolongar a conservação, após a abertura, de produtos como snacks, doces, balas e queijos.

emb.bz/142multipeel Flow-packs são resseladas através de nova junção da abertura

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estão em evidência. A Bosch, dona de um dos maiores estandes do evento, procurou realçar sua solução em pouches assépticos, a Sure Pouch. O conceito é comercializado pela divisão Bosch Pouch Systems através de uma abordagem one-stop shop, incluindo máquina form-fill-seal vertical, materiais de embalagem, válvulas dispensadoras e equipamentos para fim de linha.

de acordo com o presidente da Bosch Packaging Technology, Friedbert Klefenz, o principal objetivo da tecnologia Sure Pouch é oferecer uma alternativa mais versátil e econômica às linhas de embalagens cartonadas assépticas. “O processo de assepsia dos pouches é menos intensivo em termos de energia, o que configura uma opção com apelo sustentável”, assevera o dirigente. Os pouches podem ter volume entre 50 mililitros a 10 litros e podem acondicionar produtos com partículas de até 25 milímetros de diâmetro. Outra solução interessante em embalagens flexíveis foi apresentada pela japonesa Asahi Kasei: stand-up pouches com sistema a vácuo. Por meio do uso de uma estrutura de filme especial e a incorporação de uma válvula que impede a entrada de ar, as embalagens são capazes de prolongar a conservação das propriedades ideais de consumo de produtos altamente sensíveis ao oxigênio. A primeira usuária mundial da novidade é a japonesa Kikkoman, numa linha de molhos de soja. À medida que



Permasafe: uma das alternativas emergentes às metálicas

o produto é consumido, o pouch vai murchando devido ao vácuo em seu interior. Frente à maioria dos holofotes dirigidos a soluções em embalagens plásticas, a associação European Metal Packaging (Empac) montou na Interpack um espaço dedicado a realçar as possibilidades de uso dos diversos tipos de embala-

Participação verde-amarela Além da Braskem, que fez sucesso na feira apresentando seus plásticos “verdes”, outras empresas brasileiras expuseram produtos e serviços na edição de 2011 da Interpack. Pela terceira vez consecutiva, o Programa Export Plastic, iniciativa do Instituto Nacional do Plástico (INP) apoiada pelo governo brasileiro, levou uma caravana de empresas atuantes na cadeia do packaging ao evento. Desta vez, a missão contou com quinze integrantes (Acinplas, Braspack, Cartonale, CleverPack, Cromex, Embaquim, Europackne, Geraldiscos, Mazda, Plasc, Topack, Védat,

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Vitopel, Wyda e Zaraplast). “A iniciativa gerou 561 contatos com compradores internacionais e gerou negócios que, em projeção para os próximos doze meses, devem alcançar 9 milhões de dólares”, relata Iara Bentes, especialista em marketing e comunicação do Programa Export Plastic. Quem também participou da feira pela terceira vez, mas em missão solo, foi a SPL Dessecantes. A propósito, a fornecedora de soluções em acondicionamento para a indústria farmacêutica já utilizava no evento seu novo nome comercial, Splack (ver Painel desta edição).

gens metálicas. Mais que demonstrar inovações, o local, denominado Metal Packaging Plaza, buscou ressaltar os predicados de cunho sustentável do aço e do alumínio na produção de embalagens. Apesar desse esforço, ficou visível que, exceto por aplicações cativas como latas para bebidas e tubos para aerossol, a posição dos recipientes de metal é crescentemente ameaçada por contratipos plásticos. Isso acontece de maneira mais crítica na área de alimentos.

Alguns expositores, como a britânica RPC e a alemã Weidenhammer, mais conhecida pela produção de embalagens cartonadas multifoliadas (composite cans, ou “fibralatas”) mostraram em seus estandes que a receptividade ao uso de recipientes plásticos de alta barreira retortable (passíveis de esterilização em autoclave) tem crescido na Europa. Na Weidenhammer, a linha de potes com essa finalidade, batizada de Permasafe, já é utilizada por diversos clientes para o acondicionamento de refeições prontas, rações úmidas, carnes e pescados processados, entre outros alimentos sensíveis. “Os recipientes plásticos retortable garantem maior percepção de valor e geram custo de operação mais competitivo que o das latas”, diz Martina Zöbele, diretora de comunicação da Weidenhammer. Também como opção às embalagens metálicas, uma novidade foi revelada no estande da produtora suíça de máquinas



injetoras Netstal. Em parceria com a produtora de moldes Glaroform e a fornecedora de robôs Ilsemann, a empresa desenvolveu um conceito de embalagem multicamadas baseado no ensanduichamento de uma película de alumínio entre duas camadas de plástico injetado. A camada de barreira fica, então, protegida de avarias pelo lado externo e não entra em contato com o alimento acondicionado. Segundo a Netstal, outro benefício proporcionado pelo conceito é a eliminação do risco do “retort shock” – a fragilização da propriedade de barreira durante o processo de esterilização, devido à absorção de água por filmes plásticos.

no campo da sustentabilidade, chamou a atenção o fato de, desta vez, os bioplásticos não serem tratados como algo excêntrico, para o futuro. Se nas edições anteriores as empresas proponentes desses materiais ocupavam espaços anexos à feira, na Interpack de 2011 elas de fato faziam parte da feira, integradas ao seus principais pavilhões. Um dos destaques, nesse sentido, foi a participação da Braskem. A petroquímica brasileira levou à Interpack sua tecnologia de plásticos “verdes”, derivados do etanol de cana-de-açúcar. O estande da empresa atraiu grande número de visitantes e destacou adoções do material atualmente em curso de chegada ao mercado europeu, como os

Netstal criou solução em injeção para “ensanduichar” foil de alumínio

casos dos frascos dos xampus e condicionadores Pantene, da Procter & Gamble, e as garrafinhas do iogurte para beber Actimel, da Danone. A propósito, a Danone aproveitou o evento para fazer a avant-première de uma novidade: o novo copo de ácido polilático (PLA), resina de origem vegetal, desenvolvido para os iogurtes funcionais Activia comercializados no mercado germânico. “Com a iniciativa, deixaremos de consumir mensalmente um volume de materiais fósseis que seria capaz de abastecer 13 000 domicílios na Alemanha”, diz Andreas Ostermayr, diretor geral da Danone alemã. O projeto de Activia é considerado um divisor de águas no uso de embalagens de PLA. Por isso, foi amplamente destacado nos estandes da Ingeo, fornecedora da resina de PLA (representada no Brasil pela Cargill), e da Paccor, a convertedora dos copos de Activia. Além de fato relevante para o merca-

Estande da Braskem, concorrido, mostrou soluções da empresa em plásticos “verdes”

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Um papel social Congresso paralelo à Interpack realçou o papel que a embalagem pode ter no combate à fome Pote de PLA do Activia foi uma das atrações do evento

emb.bz/142pla

do de bioplásticos, a nova embalagem de Danone pode também ser interpretada como pedra de toque para a retomada de investimentos das empresas europeias em inovação. Só agora a economia do Velho Continente parece começar a se livrar da ressaca da crise, e a Interpack já mostrava representantes da cadeia do packaging mais otimistas. “Igualamos, nos últimos meses, a receita do mesmo período de 2008”, comentou Friedbert Klefenz, da Bosch Packaging Technology. “A perspectiva, agora, é que as coisas melhorem.” Para a Messe Düsseldorf, organizadora da Interpack, a edição de 2011 confirmou o panorama de recuperação. “A sensação, compartilhada por muitos expositores com quem conversei, é similar: a feira mostrou que a inclinação das tendências conjunturais é positiva”, disse o presidente da Interpack 2011, o alemão Cristian Traumann, diretor da fornecedora de máquinas Multivac. Para o executivo, o grande afluxo de visitantes endossa esse ponto de vista. “O público total de 166 000 visitantes recebidos deixou evidente o reaquecimento da atividade industrial e colocou a edição de 2011 entre aquelas de maior êxito na história da Interpack.” Asahi Kasei +81 (3) 5217-5851 www.asahi-kasei.co.jp/pax

Krones (11) 4075-9500 www.krones.com.br

Bosch Packaging (11) 2117-6807 www.boschpackaging.com

P.E. Labelers (11) 3744-1430 www.pelatina.com

Braskem (11) 3576-9999 www.braskem.com.br

Sidel (11) 3132-9090 www.sidel.com

Cargill (11) 5099-3998 www.cargill.com.br

Sipa (11) 4772-8300 www.sipasulamerica. com.br

CCL Label (19) 3876-9311 www.ccllabel.com.br

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DuPont (11) 4166-8000 www.dupont.com

Paccor +48 (32) 358-8500 www.paccor.com Weidenhammer (11) 4646-4462 www.weidenhammer.de

Mais que viabilizar

o sistema de consumo, as embalagens podem também ter outro papel decisivo no mundo moderno: o de erradicar a fome. Foi esse o mote do Save Food, congresso realizado entre os dias 16 e 17 de maio último, paralelamente à Interpack, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo estudos da ONU, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados por ano. Esse volume seria capaz de mitigar o problema da fome no mundo, mas acaba sendo desperdiçado por processos inadequados ou por más práticas ao longo da cadeia de abastecimento – ou, como ressaltou o programa do evento, por “desatinos sucessivos entre as fazendas e os garfos dos consumidores”. De acordo com um dos palestrantes do evento, Julian Carroll, diretor do Europen – Organização Europeia de Embalagem e Meio Ambiente, a embalagem é a ferramenta capaz de acabar com o problema. “No entanto, ela é como uma Cinderela”, diz o executivo. “As indústrias alimentícias ainda não perceberam seu real valor e suas possibilidades para uma melhor gestão dos produtos.” Durante o congresso, algumas tecnologias foram apontadas quase unanimemente como soluções potenciais para conter os desperdícios e otimizar o aproveitamento de alimentos. Entre elas destacaram-se as embalagens com atmosfera modificada (MAP) e os selos de indicação de frescor de alimentos que não se baseiam unicamente em tempo, mas na real condição do produto acondicionado. É o caso, por exemplo, de um selo que denuncia condições impróprias para o consumo de carnes e pescados quando “ativado” por gases resultantes de processos de contaminação. Tal solução foi desenvolvida recentemente pelo Instituto Fraunhofer, de Munique, com apoio do ministério alemão de Pesquisa e Educação. Evento destacou soluções como os selos de indicação de frescor (no detalhe)



internacional

Melhores colheradas Na Espanha, Danone lança pote com base diferente para reduzir desperdícios de seus iogurtes

De acordo com a Danone, bordas arredondadas (à direita no diagrama ao lado) reduzem perdas de iogurtes em até 4% na comparação com o pote com quinas

Formato do pote Alcance da colher

Depois de três anos de estudos, a filial espanhola da Danone anunciou uma evolução nas embalagens de seus iogurtes. Os potes termoformados utilizados pela empresa agora têm as bordas inferiores arredondadas. Com a mesma quantidade que o formato anterior (125 gramas), os novos recipientes proporcionam melhor aproveitamento do conteúdo e uma nova experiência de consumo – o que a Danone define como mais “colherabilidade” (cucharabilidad, em espanhol). As bordas internas do novo pote apresentam inclinação de 60o, garantindo maior contato da colher com a parede da embalagem e facilitando o deslizamento do talher durante o consumo. Com isso, é possível aproveitar o conteúdo que normalmente ficaria impregnado nas quinas do recipiente de bordas retas – algo em torno de 4% do

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volume da embalagem. “Adotamos um ângulo que propicia o consumo mais rentável possível do iogurte”, explica a chefe de Pesquisa e Desenvolvimento de Embalagens da Danone na Espanha, Michelle Boadas. “Com essa nova embalagem há boa economia de produto em cada unidade consumida.” Pesquisas realizadas com consumidores de iogurte na Espanha mostraram que, comparado com as embalagens anteriores, o novo design foi aprovado por 85% dos entrevistados. “A nova embalagem valoriza tanto a experiência de consumo como a de compra, facilitando o reconhecimento do produto nas prateleiras”, afirma o diretor de marketing da Danone espanhola, Santi Mier.

O produto escolhido para introduzir a nova embalagem na Espanha foi o iogurte Activia – marca da

Danone mais vendida no mundo. Em uma primeira fase, dezoito linhas de produção foram adaptadas nas plantas da Danone em Parets del Valles (Barcelona), Tres Cantos (Madri) e Sevilha. A empresa diz que o novo pote será utilizado por todos os iogurtes produzidos na Espanha, numa implantação progressiva que termina neste mês de junho. O projeto exigiu investimentos de cerca de 10 milhões de euros em P&D, novos moldes e adaptação das linhas de envase. Trinta profissionais do departamento de embalagem da Danone espanhola tocaram o projeto de inovação, que contou com a colaboração da engenharia de embalagem da matriz, na França. Ainda não se sabe se a Danone levará o novo formato de embalagem a outros mercados. Procurada pela reportagem, a Danone do Brasil preferiu não se pronunciar.



internacional

Facilidade em dobro Crown lança na Inglaterra tampa para pote de geleia que reduz à metade dificuldade de abertura

Vantagem da fácil abertura propiciada pela tampa Orbit é estampada nos rótulos e na própria tampa das geleias Duerr’s

a inglesa duerr’s acaba de adotar uma tampa de aço que promete facilitar a abertura dos potes de vidro de suas geleias orgânicas – ou pelo menos reduzir a dificuldade à metade, conforme garante a fornecedora da solução, a Crown Closures Europe. Batizada de Orbit, a nova tampa oferece como “inovação revolucionária”, de acordo com a Crown, a facilidade de abertura duas vezes maior do que a das tampas twist-off convencionais para potes de conservas. Isso foi conseguido graças a um sistema formado por duas peças: um painel central “flutuante”, aplicado a vácuo no bocal dos recipientes, e um anel externo acoplado, que tem a função de abrir e fechar a embalagem novamente.

A novidade está disponível nos diâmetros de 63 e de 70 milímetros. Segundo a Crown, não há necessidade de mudanças significativas nas linhas de envase nem de alteração na terminação (finish) dos potes para o emprego da nova solução.

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Gerente de marketing e de novos produtos da Crown Closures Europe, Jason Hegarty argumenta que a tecnologia leva conveniência a consumidores de todas as idades. Além disso, propiciaria à embalagem um diferencial que pode fazer produtos sobressaírem nos pontos de venda. “As duas peças podem ser fabricadas em cores diferentes, para chamar a atenção do consumidor”, explica o executivo. Para dar evidência à adoção da Orbit, a Duerr’s começou a utilizar rótulos que incluem informações sobre a sequência de abertura e fechamento e um convite para os consumidores visitarem o website da empresa e participarem de uma pesquisa on-line sobre a novidade. A mensagem “easy open” (“fácil abertura”) é também gravada na decoração da própria tampa.

Quando o anel externo é girado...

...as duas peças se soltam e o painel interno se levanta,...

...rompendo o lacre sem resistência

emb.bz/orbit

Crown Closures Europe +44 1202 774 366 www.crowncork.com



Fechamentos

Silicone que nada Novas soluções buscam eliminar receios de que tampas com controle de fluxo comprometam a reciclagem

Talvez mais

conhecida pelo público brasileiro devido à aplicação no frasco de um blockbuster internacional, o ketchup Heinz, a tampa flip-top com válvula de silicone, que propicia vazão controlada de produtos pastosos com o extra de evitar o acúmulo de resíduos no orifício de saída, é uma solução de fechamento conveniente e moderna. No entanto, sempre houve quem nela visse um risco à reciclagem. Ocorre que muitas usinas de reciclagem realizam a triagem de plásticos em tanques de flotação, classificando materiais por meio de sua capacidade de flutuar ou não. Como a válvula de silicone tem densidade similar à do PET empregado nos frascos em que são acoplados, pode submergir e acabar ingressando no circuito de reciclagem da outra resina, comprometendo-o. Buscando sanar esse problema, a Aptar Food + Beverage acaba de lançar uma nova geração de sua conhecida válvula de silicone SimpliSqueeze. A solução recebeu o nome Swimming Silicone – ou “silicone capaz de nadar”, em tradução livre para o português. O nome alude ao fato de a novidade incorporar um “ingrediente ativo”, não revelado pela fornecedora, que dá à válvula uma densidade diferente da do PET. Resultado: ela se torna capaz de flutuar, enquanto o PET afunda nos tanques de triagem. O presidente da Aptar Food + Beverage, Eric Ruskoski, classifica o lançamento como “revolucionário”. “Ele apoia nosso compromis-

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empresa lançou uma tampa de polipropileno sem válvula, mas alegadamente capaz de desempenhar a mesma função daquelas com a peça adicional.

Batizada de CleanFlow, a tampa

Swimming Silicone: alteração da densidade faz válvula de silicone flutuar em tanques de triagem

so de buscar soluções ambientalmente sustentáveis”, diz. Outra importante fornecedora de sistemas de fechamento, a Bericap, decidiu também lançar uma proposta de resolução para o problema. Sua abordagem, porém, é diferente. A

CleanFlow: controle de fluxo sem válvula, por meio de anteparo. Primeiro adepto é ketchup turco

propociona controle de fluxo do produto acondicionado graças a uma câmara criada por um anteparo provido de orifícios (ver foto). Tal construção transfere e exerce vácuo sobre o produto, “sugando” o excesso de produto de volta à embalagem. De acordo com a empresa, a construção num único material eliminaria qualquer risco de “contaminação” durante o processo de reciclagem. “Além disso, é uma solução de custo reduzido em relação à opção tradicional”, diz Aurel Forgaci, diretor geral da Bericap no Brasil. Forgaci detalha que a nova tampa é fabricada na unidade da Bericap na Turquia. O primeiro uso da CleanFlow ocorreu naquele país. Um ketchup com a marca Oba, da Assan Foods, estreou recentemente no mercado turco apresentando o novo fechamento.

Aptar Food + Beverage (11) 4143-8900 www.aptar.com Bericap (15) 3235-4500 www.bericap.com


Artigo

Síntese do que há de melhor em conhecimento Quanto de avanços em química, em física, em mecânica, em artes gráficas, em teoria das cores, em psicologia – enfim, em saber humano – existe por trás de uma embalagem? Por Wilson Palhares*

Ao percorrer os corredores de um supermercado ou de outras casas comerciais, o consumidor provavelmente não se dá conta de uma boa realidade: o que existe hoje de mais avançado em termos de materiais, tecnologia, técnica e arte está reunido em grande parte dos milhares de produtos ali expostos e cujo alvo é, exatamente, conquistar seu interesse. Essa é uma forte expressão do saber humano a serviço da vida moderna, mas o personagem central a que é dirigida apenas a usufrui, sem maiores reflexões. Ao fazerem compras para satisfazer suas necessidades essenciais e até eventuais desejos de artigos que outros diriam ser luxos, muitas pessoas chegam mesmo a classificar a embalagem como um mal necessário. É compreensível que o público leigo veja dessa maneira, ainda que embalagens dos mais diferentes tipos contribuam para melhorar quase todos os momentos de seu dia a dia. No ato de comprar, o consumidor tem sua atenção centrada em fazer o orçamento disponível render o máximo. Isso não deixa muito espaço nem tempo para considerações mais profundas. Menos aceitável – na verdade, lamentável – é verificar que tal desatenção ocorre também entre profissionais relacionados à atividade ao longo de toda a cadeia e em empresas que muitas vezes têm nas embalagens de seus produtos a única forma eficaz de comunicação com o consumidor. Enxergam esse componente indispensável do produto apenas como custo. É bem verdade que a sensatez manda não se entronizar a embalagem como obra de arte. Cabe situá-la no campo das utilidades, dos objetos feitos em série, com fim específico e duração limitada (embora sejam incontáveis os exemplos de peças fabricadas em escala indus-

trial, para acondicionar produtos de consumo, esteticamente mais interessantes do que muitas esculturas e pinturas que enfeiam salões de recém-ascendidos sociais).

Em benefício da melhora da qualidade geral da cadeia do packaging – desde as fornecedoras de matérias-primas, as transformadoras e as prestadoras de serviços até as usuárias, o comércio, o consumo e o descarte após o uso – seria porém desejável que os agentes dessa rede ainda alheios procurassem conscientizar-se de um fato: uma boa embalagem sintetiza o que o Homem, em sua jornada ao longo do tempo, conquistou de melhor em todos os campos do conhecimento. Quanto de avanços em química, em física, em mecânica, em artes gráficas, em teoria das cores, em psicologia – enfim, em saber humano – contém em si uma embalagem? Quanto de engenharia foi preciso para desenvolver um equipamento ou o material destinado a produzir uma garrafa, um rótulo, uma tampa? Em minha já longa convivência com representantes dos mais diferentes elos da cadeia de valor da

embalagem, pude constatar que, infelizmente, o assunto preocupa pouquíssimas cabeças. Frente a tal situação, fica registrada a esperança de que este modesto artigo contribua para a difusão e o reconhecimento de um aspecto fascinante: o de que, além de preservar o conteúdo que nelas é colocado, as embalagens preservam em sua própria composição a soma das disciplinas formadoras do saber humano. Esse benefício pouco percebido, entre os muitos que elas prestam à sociedade, mereceria ser ressaltado sempre que possível. Visto por esse ângulo, o tema poderá, quem sabe, servir de base para artigos, palestras e discussões mais amplas e profundas por parte de todos aqueles que tiverem oportunidade de fazê-lo, certamente com mais autoridade que a do autor deste precário ensaio. Ações desse gênero são aquilo que classificamos como iniciativas capazes de transformar informação em conhecimento. Na pior das hipóteses podem ajudar a entender a diferença entre custo e investimento lucrativo. (*) Editor de EmbalagemMarca Junho 2011 |

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Luxo

Joia engarrafada Maria Valduga chega para disputar mercado com espumantes importados, em embalagem super-requintada

A Casa Valduga coloca

no mercado o que classifica de “verdadeira joia”: o espumante Maria Valduga safra 2006. A vinícola apresentou oficialmente o produto ao mercado durante a feira Expovinis, realizada no final de abril em São Paulo – e fez isso de forma espetacular: a garrafa número 000 teve o rótulo confeccionado com 42 gramas de ouro 18 quilates e aplicação de um cristal Swarovski. A embalagem especial não foi colocada à venda: as que chegam ao mercado não têm ouro nem cristais, mas mesmo assim atendem ao segmento de luxo. A garrafa, importada da Itália, é decorada com uma etiqueta metálica dourada e tem contrarrótulo com as informações legais impresso em filme transparente. “Trata-se de um produto com uma proposta inédita no mundo quanto à forma de comunicar através da embalagem”, afirma Fabiano Olbrisch, gerente de marketing da Casa Valduga. “Não há como ter outro formato de garrafa para esse tipo de espumante, então fomos obrigados a trabalhar o rótulo para diferenciar nosso espumante top dos demais concorrentes e distanciá-lo dos espumantes brasileiros”, ele explica. A

Casa Valduga está comemorando com euforia o fato de, além de posicionar a marca no segmento luxo, ter obtido “um produto com a mesma precificação de um grande espumante importado, porém com apresentação mais glamourosa”, nas palavras do executivo. O produto é uma homenagem à matriarca da empresa, Maria Valduga – falecida em 2007 –, e representa a realização de seu sonho de elaborar espumantes pelo método champenoise de vinificação, segundo a tradição da região de Champagne, na França. O resultado é um vinho cremoso, produzido com uvas chardonnay e pinot noir e que passou quatro anos descansando nas caves subterrâneas da Casa Valduga, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. emb.bz/142champ

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Espumante Maria Valduga foi lançado em garrafa decorada com ouro e cristal

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Sucos

Tem cor de vinho e jeito de vinho, mas… Casa Madeira lança primeiro suco feito de uvas varietais do Brasil, com posicionamento premium

Com uma

Inscrição “0% álcool” tem destaque nos rótulos

seleção das melhores uvas cabernet sauvignon e moscato de seus parreirais no Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, a Casa Valduga está colocando no mercado um suco branco e um rosé, da safra de 2011, com assinatura da Casa Madeira, grife de produtos gourmet da Famiglia Valduga. Os produtos compõem, segundo a vinícola, a primeira linha de sucos varietais no Brasil, qualificação que, no segmento de vinhos, somente pode ser aplicada a bebidas obtidas a partir de pelo menos 75% da mesma variedade de uva. A complementação com 25% compostos por uma ou mais variedades não altera o status de varietal do produto. “A idéia de ter sucos varietais partiu do DNA da empresa”, explica Fabiano Olbrisch, gerente de marketing da Casa Valduga. A fundamentação do posicionamento se apoiou no fato de que, no segmento de vinho, a definição como produto varietal é muito importante, mas no de suco “tudo é visto como commodity”, na interpretação do executivo. “Decidimos então posicionar o nosso suco como algo distinto, assim como se distingue a diferença entre um vinho de mesa acondicionado em garrafão e um vinho fino com uma embalagem bem elaborada.” Para alcançar tal resultado a empresa acondicionou os sucos em garrafas de vidro incolor de 500 mililitros que remetem de alguma forma a embalagens de vinho. Por sua vez, os rótulos – autoadesivos, produzidos em BOPP acetinado, resistência à umidade do refrigerador e ao contato com água, e que incorporam elementos impressos em hot stamping prateado – destacam as variedades de

Tampas

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Astro (54) 3464-7084 www.astrogroup.it

Rótulos

Gráfica Cometa (51) 3726-0755 www.graficacometa.com.br

uvas do terroir Casa Valduga, expressão em francês que designa extensão limitada de terra usada para produção vitícola (e também um produto próprio de área limitada). Ao justificar o recurso a equities do mercado de vinhos na elaboração das embalagens, Olbrisch, responsável pela execução do projeto, conta que a empresa procurou utilizar a mesma linguagem empregada para a comunicação com o consumidor de vinho e de cervejas especiais. “Assim”, ele diz, “os rótulos contêm alguns valores percebidos pelos consumidores para trabalhar em três níveis: o alto impacto e a surpresa de ter algo diferente no mercado, a referência a valores do vinho, e o destaque em relação aos demais sucos existentes no mercado.”

o patamar de preço unitário para o consumidor final situa-se em faixa superior, pois o balizamento de preço é feito pelo mercado de vinhos, e não pelo de sucos: cada garrafa é vendida por cerca de 13 reais. “Nossa intenção com os sucos varietais é chegar ao consumidor que gosta de vinho fino, mas que por alguma razão não pode beber”, conta Juciane Casagrande, diretora comercial da Casa Madeira. “Por termos um produto posicionado como vinho, destacamos no rótulo que não há presença de álcool”, diz ela. O canal de vendas escolhido pela empresa para o produto é formado por delicatessen e mercados especiais, em que prevaleça a preferência do consumidor por produtos de melhor qualidade percebida e que traduzam status, esclarece Fabiano Olbrisch. Garrafa

Verallia (11) 2246-7402 www.verallia.com.br


Também como vinho Seguindo tendência, vinícola vende sucos em dispenser alimentado por bags

Máquina de sucos é abastecida por bags de 10 litros

NOS ÚLTIMOS MESES, algumas vinícolas gaúchas têm adotado máquinas dispensadoras, abastecidas por embalagens do tipo bag-in-box (bolsas plásticas de alta barreira dotadas de válvula dispensadora e armazenadas em caixas de papelão) para levar seus vinhos a pontos de dose (ver EmbalagemMarca nº 138, fevereiro de 2011). A Cooperativa Nova Aliança, de Caxias do Sul (RS), começa a abraçar estratégia parecida para a venda de sucos integrais, de uva – seu carrochefe – e outras frutas. A “refresqueira”, parecida com uma máquina post mix para refrigerante, é capaz de servir três variedades de bebidas geladas, acondicionadas em bags de 10 litros. A cooperativa tem cerca de 200 unidades do dispenser em teste em distribuidores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. “Os resultados são surpreendentes”, afirma Marciano Paviani, gerente comercial da Nova Aliança. Tão bons, ele garante, que a cooperativa se colocou o desafio de, a médio prazo, implantar mais 2 000 dispensers, abrangendo outros estados e regiões do país. Dispenser (projeto)

DB Industrial Design (54) 3268-0189 www.dbprojetos.com.br

Dispenser (fabricação)

Monofrio (54) 3458-1222 www.monofrio.com.br

Bag-in-box

Scholle (19) 3826-8800 www.scholle.com


Cosméticos

Estrelas com supernovas Com Tom & Jerry na primeira idade, em embalagem de formato exclusivo, Topz quer dobrar vendas de linha de cuidados para bebês por flávio palhares

As crianças brasileiras – ou, mais exatamente, seus país – já podem ter acesso a produtos decorados com os personagens Tom & Jerry em aparência supernova por aqui. Até agora privilégio de consumidores de países asiáticos, o gato e o rato de desenhos animados estreiam na linha de produtos de cuidados pessoais para bebês da Topz Cosméticos como seriam na primeira infância, se já não tivessem nascido adultos das mãos de Joe Barbera. A renovação da linha foi além das ilustrações: as até então remotas estrelas da Warner entram em cena no Brasil decorando frascos com formato de estrela. A mudança vinha sendo estudada há bom tempo, conta Vania Bitencour, gerente de marketing da Topz. Em 2006 a empresa lançou sua linha bebê com imagens dos personagens da Warner, “adultos”, em embalagens standard. De lá para cá o mercado mudou bastante, com a entrada de novos players, novos produtos e novas propostas de embalagens, além de verdadeira invasão de personagens licenciados, como recorda a executiva. “Precisávamos abordar o consumidor de maneira diferente”, ela diz. O caminho encontrado foi o da revitalização dos personagens e da radical modificação das embalagens. “Tom & Jerry é uma licença clássica, que se mantém ativa na mídia e na cabeça de adultos e crianças há mais de setenta anos”, Vania observa. “Porém, o traço dos personagens é clássico, fiel à série de TV, e não passa a ideia de fofura e ternura, características procuradas pelas mães para seus bebês.” O desafio que os responsáveis pela mudança se colocaram 86 | Junho 2011

foi: “Como embutir tais conceitos na mudança?”. A Topz tinha notícia de que a Warner, dona da licença, dispunha, apenas para a Ásia, de um guia de estilo Tom & Jerry em versão bebê, com vários motivos infantis, entre eles uma estrelinha. Além de o gato e o rato bebês representarem um forte diferencial na categoria, a estrela serviu de inspiração para o desenvolvimento de uma embalagem naquele formato (a partir de um desenho bidimensional e, em seguida, de modelagem em massa em três dimensões). A executiva, que é desenhista industrial e pratica modelagem, conta que as embalagens da Topz nasceram de suas mãos.

No “Projeto Estrela”, adquiridos os direitos de uso dos personagens e aprovada a idéia de Vania, a área de desenvolvimento de produtos da Topz encaminhou a proposta, que esbarrou nos custos. “Não podíamos cobrar mais do que o consumidor pagava pela embalagem da linha anterior, mas ao mesmo tempo precisávamos ter um diferencial competitivo percebido justamente pela embalagem”, ela recorda. A solução foi uma tampa de polipropileno com formato aproximado ao de ponta de estrela arredondada, que a equipe de desenvolvimento de produto da empresa encontrou no mercado. Foi dessa tampa que partiu o desenvolvimento exclusivo do frasco. “Trabalhamos o desenho original adaptando-o à volumetria de 200 mililitros necessária. O frasco de 120 mililitros foi mais difícil, pois tinha de partir da mesma tampa e parecer um conjunto, ou seja,


Embalagens da Topz são as primeira a estampar os personagens Tom & Jerry bebês fora da Ásia

Sobre os anos de chumbo. uma estrela”, conta a gerente de marketing da Topz. O frasco é produzido em polietileno fosco de alta densidade (PEAD) coextrudado com efeito soft touch, segundo ela “importante para reforçar o conceito de conforto para o bebê”. Os rótulos autoadesivos, também de formato especial, foram igualmente produzidos em material fosco (BOPP com verniz), de modo que a junção entre frasco e rótulo seja praticamente imperceptível. Vania lembra de um apelo adicional: as embalagens podem ser usadas como decoração para o quarto ou o banheiro do bebê. Além das embalagens, a linha ganhou quatro novos produtos: protetor solar FPS 50, condicionador, xampu hidratante e água de colônia. Como os produtos continuam com os mesmos preços praticados com a embalagem anterior, a meta da Topz é dobrar as vendas mensais dos produtos, cujo volume atual não informa qual é.

Estrela substitui embalagens standard, com Tom & Jerry adultos Rótulo

Indexflex (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br

Tampa

Plásticos Castro (11) 4648-6791 www.plasticoscastro.com.br

Frasco

Vibraço (21) 3219-1999 www.vibracoembalagem.com.br

http://livroarquivoaberto.blogspot.com


Uma nova imagem. A mesma credibilidade. Em constante evolução, o Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem apresenta seu novo logotipo O Prêmio EmbalagemMarca chega à sua quinta edição com novidades. A primeira delas é a modernização do logotipo, trabalho confiado à agência Brainbox Design, de Curitiba. A nova arte foi criada para ficar em harmonia com o layout do troféu – assinado por Karim Rashid – e faz alusão às ideias de movimento e de fluidez. Além da inserção do ícone, o logotipo ganhou nova tipografia e destaca o nome do Prêmio EmbalagemMarca. Outras novidades já estão a caminho. Aguarde nossos próximos anúncios.

Patrocínio Prata

Promoção

Organização


Inscrições abertas Entre 1° de janeiro de 2010 e 30 de junho de 2011 sua empresa colocou no mercado embalagens que se destacaram e trouxeram benefícios concretos para o usuário? Em caso afirmativo, não perca mais tempo. Inscreva-as no Prêmio que se consolidou como um dos mais importantes e criteriosos do setor. Prêmio EmbalagemMarca - Grandes Cases de Embalagem - reconhecimento e divulgação para quem ajuda a melhorar a embalagem no Brasil.

Cerimô n de ent ia reg dos tro a féus

18 de outubr o

Informações sobre o regulamento e inscrições em www.grandescases.com.br Dúvidas? Entre em contato com a nossa equipe: premio@embalagemmarca.com.br ou (11) 5181-6533


Display

Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br

© carlos curado

O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

esmaltes

área útil A Bonyplus, empresa com forte presença nas gôndolas de tinturas de cabelo, entrou na briga por um quinhão do valioso mercado de esmaltes de unha, com o lançamento da linha Beauty Color. Os rótulos autoadesivos, criados pela equipe da Bonyplus, foram impressos com a combinação de serigrafia, letterpress, hot stamping e verniz UV brilho. A solução para incluir, em tamanho legível, maior volume de informações na pequena área disponível foi recorrer a contrarrótulos do tipo bula. As embalagens de vidro são importadas.

Rótulos

Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br

90 | Junho 2011



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

1

3 Design

O3 (48) 3234-0458 www.o3design.com.br

Design frasco

FutureBrand (11) 3821-1166 www.futurebrand.com Design rótulo

Pande Design Solutions (11) 3849-9099 www.pande.com.br

frutos do mar

energéticos

Direto ao forno

queimando a pista 2

1

As ostras e mexilhões congelados da Fazenda Marinha Atlântico Sul, de Florianópolis (SC) passam a ser vendidas em bandejas de papel cartão dotadas de abas que permitem o encaixe das mãos. As embalagens podem ir direto do freezer ao forno – convencional ou de micro-ondas.

O energético Burn, da Coca-Cola, ganha uma lata sleek de 260 mililitros com o logotipo do Rock in Rio. O produto é patrocinador do festival, que ocorre no fim de setembro próximo.

Antes . . . snacks

sensações em preto A Elma Chips (PepsiCo) alterou as embalagens de sua família de salgadinhos com sabores Sensações. Antes predominantemente claras, as flow packs de BOPP fosco agora têm fundo preto e cores especiais.

Flow pack

Graffo (41) 2102-8000 www.graffo.ind.br

design

Oz Design (11) 3024-2670 www.ozdesign.com.br

design

lata

Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil

2

92 | Junho 2011

Narita Design (11) 4052-3700 www.naritadesign.com.br Flow pack

Tecnoval (12) 2124-4400 www.tecnoval.com.br

. . . e depois

lácteos

molico é fast 3 A Nestlé amplia sua linha Fast de bebidas acondicionadas em garrafas de PET asséptico com a bebida láctea Molico Fast Frutas Vermelhas. Os recipientes, de 280 mililitros, são decorados com rótulos termoencolhíveis.



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

1 3 eMBALAGENS

RR Gráfica (19) 3242-2327 www.rrgrafica.com.br Design

Ypsilon2 (19) 3621-5274 www.ypsilon2.com

pet care

cachaça

janela aberta

ouro para cambraia 2

1

O Grupo Windauto reformulou as embalagens da linha de biscoitos para cães Procão. As caixas de papel cartão reciclado têm, no painel frontal, uma janela que permite a visualização do produto.

Antes . . .

A embalagem da cachaça Cambraia Extra Premium, da Pirassununga 21, faturou ouro no concurso realizado em Londres pela revista Spirits Business Master, na categoria Embalagem e Design.

marca

cepêra com novo logo A Cepêra Alimentos renova seu posicionamento após 64 anos no mercado. Foi criado um novo logotipo e as embalagens de 120 produtos, distribuídas em oito categorias, foram reformuladas.

2

limpeza

alimentos

Saco de lixo. de lixo 3

pão em pouch 4

A Ingleza está aproveitando aparas de plástico geradas na fabricação de embalagens da empresa. Colocou no mercado sacos plásticos para lixo com a marca Ultraflexx, feitos com 84% de material reciclado.

Há seis anos no mercado, a linha de Misturas para Pão da Fleischmann é reforçada com mais um sabor: Pão Australiano. O produto é acondicionado em stand-up pouches (bolsas que param em pé) de PET.

4

Design

100% Design (11) 3032-5100 www.100porcento.net

design

. . . e depois

B+GDesigners (11) 5090-1460 www.bmaisg.com.br stand-up pouch

Santa Rosa (11) 3622-2300 www.santarosaembalagens.com.br Design

FazPropaganda&DesignBox (16) 3623-1277 www.fazbox.com.br

94 | Junho 2011


5

Design

Selection (Itália) +39 02 380771 www.selection.it

candies

Antes . . .

cuidados pessoais

Alma renovada A Memphis atualizou as embalagens da linha Alma de Flores, pouco alterada desde seu lançamento, em 1949. A moça, símbolo da marca, ganhou mais curvas e um penteado mais moderno, como pode ser visto na comparação da caixa antiga do sabonete com a atual.

cervejas

goma na carteira

Design

Bendito Design (51) 3333.2022 www.benditodesign.com.br Cartucho

Magistral Embalagens (41) 2141-0408 www.magistralembalagens.com.br

5

A Perfetti Van Melle lança Mentos Pure Fresh 3, goma de mascar sem açúcar com três camadas, nos sabores Fresh Mint e Spearmint. A embalagem é uma carteira produzida em papel cartão com laminação holográfica pela própria Perfetti, na Turquia.

cerveja da balada 6 A Skol apresenta uma lata sleek de 269 mililitros criada para a festa de música eletrônica Skol Sensation, realizada em São Paulo. A embalagem traz a logomarca, a data e o local do evento e a informação “Venha de branco” (requisito para a festa).

6

. . . e depois design

Narita Design (11) 4052-3700 www.naritadesign.com.br

lata

Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil

Junho 2011 |

95


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

5

1

Ilustrações

Hiro Kawahara (11) 2729-1675 www.hiro.art.br Design

Seragini Farné Guardado (11) 2101-4300 www.seraginifarne.com.br caixinha

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

achocolatados

alimentos

pronto para beber 1

mudança de códigos 2

O Ovomaltine agora tem uma versão pronta para beber. A novidade, acondicionada em caixinha longa vida de 180 mililitros, será inicialmente vendida somente no estado de São Paulo.

O Creme de Leite Nestlé está com nova roupagem. O logotipo, antes inclinado, foi posto na horizontal, e fotos de pratos salgados aparecem como alternativas para ilustrar latas de aço e cartonadas assépticas da marca. Na versão tradicional, o azul deu lugar ao vermelho.

3

AZEITES

cuidados pessoais

com design brasileiro 3

Disney para crianças 4

A Sandéleh Alimentos traz ao Brasil o azeite espanhol extravirgem Hojiblanca. A Indústria da Imagem foi a responsável pela escolha da garrafa e pela criação do rótulo. Trata-se do primeiro azeite em garrafa de vidro com rótulo termoencolhível comercializado no Brasil. O produto é engarrafado na Espanha.

O Laboratório Boniquet do Brasil trouxe personagens da Disney para as embalagens da linha Boni Baby de cosméticos hipoalergênicos para crianças de até 3 anos de idade. Flexíveis

Canguru (48) 3461-9000 www.canguru.com.br Tubos laminados

Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br Design

Legend www.legenddesign.com.br Cartuchos

Sarapuí (11) 2149-0990 www.graficasarapui.com.br

Design

Pande Design Solutions (11) 3849-9099 www.pande.com.br

design

Indústria da Imagem (31) 3889-8192 www.designdeembalagem.com.br

caixinhas

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br Latas

Nestlé

2

96 | Junho 2011

4


Six pack de papel cartão

Graphic Packaging (11) 4589-4500 www.graphicpkg.com.br Latas

Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br Design

SPO Design www.spodesign.com.br (11) 3168-9166 Garrafas

Verallia (11) 2246-7402 www.verallia.com.br

6

cervejas

alimentos

visibilidade no zero 5

coco em movimento

O Grupo Petrópolis lança a cerveja Itaipava 0,0% e renova a embalagem da cerveja Crystal 0,0%, ambas com zero de teor alcoólico. Os dois produtos são acondicionados em latas de 350 mililitros, em garrafas de 250 mililitros e em garrafas de 350 mililitros. A expressão 0,0% foi trabalhada para dar boa visibilidade aos produtos nas gôndolas.

A Coco do Vale, indústria de derivados de coco, mudou sua identidade visual. Substituiu o fundo vermelho chapado da bandeira que é o logotipo da empresa por um degradê, retirou uma das “dobras” da flâmula e a inclinou um pouco, para agregar movimento ao logo. No leite de coco, novos rótulos trazem ilustrações mais realistas.

6

Fique por dentro dos principais eventos do setor de embalagem. Rótulos

Gráfica Amália (81) 3455-2707 Garrafas

Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br Design

Speranzini Design (11) 5685-8555 www.speranzini.com.br

www.ciclodeconhecimento.com.br Inscrições abertas!

www.grandescases.com.br Junho 2011 | 97


Almanaque Data überespecial O ano de 2011 tem dois significados importantes para a Bosch. Faz 125 anos que a empresa foi fundada, num pequeno galpão na cidade de Stuttgart. E faz 150 anos que nasceu seu fundador, o engenheiro Robert Bosch (1861-1942). Saiba um pouco mais sobre criação e criador: • O primeiro nome da Bosch foi “Oficina para Mecânica de Precisão e Engenharia Elétrica”. A empresa teve sua primeira sede num pequeno galpão da cidade alemã de Stuttgart. • O sucesso do sistema de ignição por magneto fez a Bosch ser uma das primeiras empresas a adotar a jornada de trabalho de oito horas diárias. Antes, operários costumavam trabalhar no mínimo dez horas. Com a iniciativa, a empresa pôde adotar o modelo de dois turnos de produção.

Robert Bosch em 1888, dois anos após a fundação de sua empresa

Os primeiros supervisores de turno da empresa

veja mais em emb.bz/142bosch

• O primeiro grande invento da empresa foi o sistema de ignição por magneto para motores de automóveis. A Bosch depois criaria outras inovações para a indústria automobilística, como o motor a diesel, a injeção eletrônica, o sistema de freios ABS, o controle de estabilidade ESP e a sonda lambda. • A globalização sempre foi um pilar do modelo de negócios da empresa. Entre a última década do século 19 e a primeira do século 20 a empresa inaugurou escritórios comerciais em outros países europeus, nas Américas, na África, na Ásia e na Oceania. A empresa teve sua primeira representação no Brasil em 1910. Em 1954, começou a produzir no País.

• Embora tenha entrado de fato no mercado de tecnologias de acondicionamento no início dos anos 60, a Bosch brinca que sua divisão Packaging Technology também completa 150 anos em 2011. Ocorre que a Hesser, fabricante de máquinas de embalagem adquirida em 1969, foi fundada em 1861. Operário trabalha, em 1974, na fábrica da Bosch em Campinas (SP)

No-Cal, um pioneiro Qual foi o primeiro refrigerante dietético do mundo? Segundo registros, o No-Cal. Lançado em 1952 pela Kirsch Beverage Company, de Nova York, o produto fez razoável sucesso em seus primeiros anos. Chegou até a ter anúncios estrelados por atrizes famosas como Kim Novak e Julie Adams. Mas sucumbiu nos anos 60, quando Coca-Cola e Pepsi introduziram seus diet soft drinks no mercado americano. No Brasil, o primeiro produto do gênero foi o Diet Dolly, surgido em 1987 e até hoje na ativa.

Legitimamente brasileira Apesar de muita gente acreditar que a Elma Chips seja uma marca estrangeira, ela é legitimamente brasileira. Surgiu em 1974, quando a americana PepsiCo comprou duas empresas brasileiras de salgadinhos, a American Potato Chips,

QUIZ Depois de brilhar na Copa da Suécia e aparecer para o mundo, Pelé foi escolhido para ser garoto-propaganda de uma embalagem criada poucos anos antes naquele país. Sabe qual era essa embalagem? Veja em

emb.bz/quiz142

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de São Paulo, e a Elma Produtos Alimentícios, de Curitiba. O nome da unidade de negócios correspondente nos Estados Unidos, a Frito-Lay, tem origem parecida. Foi criada após as aquisições das companhias de snacks Frito Company e H.W. Lay.

estrelas como julie adams e kim novak estamparam anúncios da marca nos anos 60

Inspiração na macaca Não é preciso ser gênio para adivinhar de onde vem o nome Chita, daquela que é considerada a primeira bala mastigável do Brasil. A inspiração foi o chimpanzé que contracenava com o ator Johnny Weissmulller nos filmes de Tarzan dos anos 40 e 50. O espanhol João Rucian Ruiz, criador do produto, era fã das películas. Hoje produzida pela Cory, a guloseima preserva em seus envoltórios a ilustração de macaca utilizada desde os anos 40.

acima, A macaca Chita e os atores Johnny Weissmuller e Maureen O’Sullivan no filme Tarzan, o homem macaco (1932). ao lado, envoltório da bala chita da década de 70




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