Ano XIII • Nº 144 • Agosto 2011 • R$ 10,00
temperos
Em alta, mercado de condimentos e especiarias ainda se ressente de requinte em embalagens
Cresce o apetite Fornecedores tentam difundir no Brasil um conceito que já faz sucesso lá fora: o acondicionamento de alimentos em bisnagas
entrevista
Joice Joppert Leal, da Associação Objeto Brasil, fala dos desafios para a valorização do design brasileiro
bebidas
Guaraná Antarctica é o primeiro refrigerante nacional a adotar garrafa que incorpora PET reciclado
Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR
Um compromisso que convém ampliar Dentre as expressões mais corriqueiras utilizadas no jargão mercadológico, “agregar valor” disputa lugar com as palavras “inovação”, “parceria”, “sustentabilidade” e tantos outros mantras sacados do coldre de marqueteiros ao menor piscar de olhos do interlocutor ou da audiência. É verdade, como foi abordado na edição anterior, que a indústria brasileira (ainda que em volume modesto frente às de países desenvolvidos e emergentes) vem investindo cada vez mais em inovação de produtos. No entanto, no universo da embalagem, no qual a equipe de EmbalagemMarca vivencia o dia a dia prático dos negócios, é perceptível forte resistência de empresas em transformar em atos o discurso que ouvem ou que fazem sobre adição de valor. Não se veja nos exemplos citados a seguir um suposto posicionamento da revista em favor de um ou outro tipo de embalagem, na medida em que a parte central de sua missão é defender e estimular o avanço da cadeia de valor da embalagem em sua totalidade. Mas na apuração para produzir duas das reportagens de maior peso nesta edição – sobre o uso de bisnagas para acondicionar produtos alimentícios e sobre o potencial não aproveitado de adição de valor a temperos gourmet (especiarias) – reforçou-se na equipe a impressão de que predomina em muitas empresas pesado desinteresse em adicionar valor aos produtos por meio de novos tipos de embalagens. No exterior já é comum o uso de bisnagas para acondicionar alimentos pastosos, como queijos e condimentos, não só como forma de substituir outros tipos de embalagem, mas para trans-
mitir a idéia de ampliação de leques de opção e de valor agregado. No campo de produtos destinados à gastronomia, a crescente presença de artigos importados, acondicionados em embalagens sofisticadas, é por si mesma uma demonstração de que existe espaço para colocar-se em recipientes top de linha a inigualável variedade disponível de especiarias nativas, ou mesmo importadas. O assunto é abordado de forma crítica também na Entrevista do mês, com Joice Joppert Leal, diretora executiva da Associação Objeto Brasil. Tudo isso suscita questões que não cabe discutir neste espaço, mas é inevitável colocar que, ao lado da inapetência da indústria usuária em resistir à fórmula fácil de concorrer com preços cada vez mais baixos, os fornecedores de embalagens nem sempre facilitam as coisas. Uma queixa frequente diz respeito aos lotes mínimos exigidos nas encomendas. Para evitar que esta mensagem possa ser tomada apenas como lamúria, fica o registro de uma boa notícia que vai na contramão de tudo que foi tratado nos parágrafos anteriores. Trata-se do excelente nível das inscrições de cases concorrentes à quinta edição do Prêmio EmbalagemMarca que vêm chegando a nossas mãos. A alta qualidade das descrições e dos materiais apresentados nos entusiasma pela antevisão de que a festa de premiação, no dia 18 de outubro, será o coroamento do permanente processo de avanço da cadeia de valor da embalagem no Brasil.
“No jargão mercadológico, falase muito em adição de valor, mas no universo da embalagem, no qual vivenciamos o dia a dia prático dos negócios, é perceptível forte resistência de empresas em transformar em atos o discurso que ouvem ou que fazem sobre essa prática”
WIlson palhares Agosto 2011 |
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Sumário
Edição 144 • Agosto 2011
24 Reportagem de capa
BISNAGAS Dispostos – e aptos – a trocar margens por ganhos de escala, fornecedores querem promover no mercado nacional o uso de bisnagas para o acondicionamento de alimentos pastosos. Que benefícios essas embalagens podem oferecer a produtos comestíveis? POR guilherme kamio
3 Editorial Desinteresse em fugir às convenções no campo das embalagens mostra resistência das empresas em transformar em atos o discurso que ouvem ou que fazem sobre adição de valor
10 Espaço Aberto Críticas, sugestões e elogios dos leitores 12 Limpeza doméstica Estreia no País um novo conceito em
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lava-louças sustentável. Produto, superconcentrado e acondicionado em sachês, pede diluição em água e sugere a reutilização de frascos
14 Painel Videolar estreia em tampas para garrafas de bebidas. Empresa francesa adquire controle da Mappel. Dow retoma projeto de bioplásticos brasileiros. Player chinês em caixinhas se movimenta
22 EM Foco EmbalagemMarca foi às ruas saber o que pensa o consumidor sobre o novo envoltório do bombom Sonho de Valsa
32 Bebidas Inventados por empresa austríaca, destilados e
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energéticos envasados em bisnagas de alumínio já estão presentes em 24 países. Agora, preparam desembarque no Brasil
34 Tecnologia Multinacional americana desenvolve solução que possibilita o envase a quente de bebidas de alta acidez em garrafas e frascos mais leves, propiciando, de quebra, maior liberdade de design
38 Prêmio Novo troféu do Prêmio EmbalagemMarca, além de obedecer processo de criação e fabricação de uma embalagem, apresentará cor diferenciada e estojo sofisticado
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Edição 144 • Agosto 2011
Sumário 42 Entrevista Joice Joppert Leal, diretora executiva da Associação Objeto Brasil, fala sobre a importância da valorização do design brasileiro e o que falta para o País aprimorar na criação de embalagens 48 Ciclo de Conhecimento Fórum Design de Resultados, ocorrido em São Paulo e Curitiba no final de junho último, mostrou maneiras de facilitar a obtenção de resultados por projetos de embalagens
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50 Alimentos Aquecido pela melhora do poder de renda da população e pela demanda por produtos gourmet, segmento de temperos e especiarias ainda se ressente de melhores embalagens
58 Vinhos Até hoje, a impressão digital sempre foi vista como recurso para pequenas tiragens. Novos rótulos de vinícola gaúcha, com dados variáveis e acabamento fino, mostram que tecnologia pode ir além
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60 Sustentabilidade Há dois anos, Walmart criou projeto para estimular fornecedores a tornar produtos mais sustentáveis. Segunda rodada do projeto agora apresenta treze novas conquistas 64 Refrigerantes Em iniciativa inédita no mercado nacional de refrigerantes, AmBev desenvolve garrafa formulada parcialmente com resina PET pós-consumo reciclada 66 Ideias Blisters para medicamentos sensíveis à luz sempre contiveram proteção de alumínio. Multinacional verde-amarela anuncia embalagem fotoprotetora sem necessidade de barreira opaca
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68 Internacional Na Inglaterra, surge o primeiro refrigerante em aerossol, que promete revolucionar o consumo de bebidas gaseificadas
70 Internacional No Canadá, 7Up, da PepsiCo, adota garrafas inteiramente feitas de PET reciclado
72 Display Surge uma nova linha de cosméticos para homens. Aurora lança novos vinhos com tampa de rosca. Sabonetes Palmolive adotam visual internacional. Lysoform agora é também higienizador para pés.
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78 Almanaque A arcaica origem da maquiagem de olhos. Modelo de tampas metálicas inspirou nome de vinho. O sumiço da Peixe, indústria alimentícia com origem no sertão. Obras de arte francesa foram “absorvidas” por latinhas de balas e doces
Empresas que anunciam nesta edição Antilhas.........................................................15 Aaron............................................................81 Abeaço........................................................ 75 Aptar B&H................................................... 33 Arol............................................................... 35 Baumgarten.......................................... 4 e 5 Bispharma....................................................31 Bosch Packaging...................................... 23 BP Filmes.................................................... 43 CCL Label......................................... 2ª capa Ciclo de Conhecimento..........................71
CMP..............................................................61 Congraf.......................................................49 Cryovac............................................. 4ª capa Esko-Graphics........................................... 39 Frascomar................................................... 53 Giro News................................................... 73 Grif.......................................................40 e 41 Ibema........................................................... 47 Inapel........................................................... 29 Indexflex...................................................... 37 Lisboa Turismo..........................................69
Markem-Imaje............................................ 11 MetaPack Máquinas................................. 55 Moltec..........................................................81 Nitro Química................................... 20 e 21 Optima...........................................................7 Owens-Illinois............................................ 59 Pack Point....................................................19 Papirus..........................................................13 Plastic Solution...........................................19 Plastimagen.................................................21 Prakolar......................................................... 9
Prêmio EmbalagemMarca............56 e 57 Rigesa...........................................................51 Santher........................................................ 65 Simbios-Pack..............................................81 Technopack................................................81 Versacolor.................................................. 27 Videojet....................................................... 67 Vidro Porto................................................. 55 Vitória Régia............................................... 63 Wheaton........................................... 3ª capa
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Espaço aberto opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores
Edição de aniversário A edição de junho comemorou com grande estilo – renovador – o 12º aniversário da revista EmbalagemMarca. Parabéns! Este veículo de comunicação não se limita a preparar os empresários que lêem seus artigos e reportagens para o futuro, pois acredita que o futuro é agora e que os recursos e resultados se encontram fora da empresa: nos consumidores, nos fornecedores, nas tendências de mercado. Ao ler a revista, ficou nítido que os resultados provêem do aproveitamento das oportunidades, e estas significam experimentar novos caminhos e novas tecnologias, com sustentabilidade e responsabilidade. Luiz Carlos de Menezes Sócio-administrador General Embalagens Industriais São Paulo, SP
Licenciamentos Muito bacana e oportuna a matéria “Com uma mãozinha de heróis e outras turmas” (EmbalagemMarca 143, julho de 2011). Foi esclarecedora, informou passo a passo, deu ótimos exemplos e imagens, com a linguagem na medida certa. Valeu. Um abraço. Maurício Speranzini Speranzini Design São Paulo, SP
Novo projeto gráfico Parabéns a toda a equipe de EmbalagemMarca pela nova comunicação visual. Ficou bem mais atraente e agradável, além de proporcionar rápido e fácil entendimento ao leitor. Adoramos! Excelente, também, o artigo “Síntese do que há de melhor em conhecimento”. O conteúdo convida os profissionais envolvidos e os consumidores a pensar de maneira mais ampla sobre a embalagem e sua real importância. Elen Nunes Frisson Assessoria São Paulo, SP
Save Food Ao ler na edição nº 140 de EmbalagemMarca (abril de 2011) a reportagem da página 65, “Para salvar comida”, ficamos alarmados com a infor-
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“O mercado de embalagem brasileiro não seria a mesma coisa sem a revista EmbalagemMarca. Parabéns pelos doze anos de vida e por sempre inovarem em todos os sentidos. Espero que continuem sempre nos surpreendendo” Vítor G. de Oliveira Gerente de Compras Novos Negócios – Química Amparo (Ypê) Amparo, SP mação sobre perda de alimentos, da ordem de 1,3 bilhão de toneladas/ano, que equivale a 7,5 vezes a produção total de grãos do Brasil. A perda per capita de alimentos por ano nos países adiantados chega a 300 quilos. Esse volume daria para saciar a fome de 1,5 cidadão faminto do mundo anualmente. Fazendo a conta: se os 667 milhões de cidadãos dos países ricos zerassem suas perdas, teríamos saciada a fome de 1 bilhão de pessoas. Júlio da Silva Rocha Junior Faes - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo Vitória, ES
Ciclo de Conhecimento Acabo de ver várias fotos do Seminário Design de Resultados, do qual participei, e da exposição na Panamericana Escola de Arte e Design. O palestrante principal, Ravi Sawhney, e sua esposa, Amália, pedem-me que lhes transmitamos a satisfação que tiveram em participar e também sua mais sincera gratidão por vocês terem contribuído para que sua estada em São Paulo fosse muito agradável. John Kiehle Gerente de marketing RKS Design Thousand Oaks, Califórnia (EUA)
Maionegg’s no Almanaque Obrigado pela publicação da nota sobre a Maionegg’s na seção Almanaque (EmbalagemMarca 143, julho de 2011). A equipe do Centro de Memória Bunge gostou bastante do registro. Eles pediram apenas para orientar que a empresa que lançou os potes de vidro com a boca larga para a Maionegg´s foi a Sanbra – Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro, outra empresa adquiri-
da pela Bunge, e não a Santista Alimentos, conforme divulgado. Paulo Ricardo Ritta CDN Comunicação Corporativa São Paulo, SP
Não no Brasil Acabo de ler a matéria sobre as embalagens arredondadas da Danone na Espanha (EmbalagemMarca 142, junho 2011). A reportagem diz que ainda não se sabe se o Brasil adotará o formato da Espanha. Informamos que a empresa ainda não planeja adotar esse formato de embalagem no Brasil. Mariana Ramos Andreoli MSL – Assessoria de imprensa da Danone/Activia São Paulo, SP
EM Foco Gostaria de agradecer por ver mais uma matéria relacionada ao Capri-Sun na revista EmbalagemMarca (edição 143, junho 2011, seção EM Foco). Vendo o vídeo no Youtube podemos notar que a embalagem gera a curiosidade de experimentação. Isso é muito bom, além de, claro, dar destaque à nossa marca. Luísa Tovani Benzaquen Coordenadora de Marketing i9 – Inovação em Bebidas São Paulo, SP
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limpeza doméstica
Para preparar em casa Em iniciativa inédita, Soin vende frasco vazio e detergente concentrado em sachê, para ser diluído com água pelo consumidor
Um cartucho de papel cartão trazendo um frasco de PET vazio, uma válvula pump e um sachê envasado com detergente líquido superconcentrado. Nesse kit consiste o Zap Eco, da Soin. O conceito adotado pelo lançamento é inédito no mercado brasileiro de lavalouças: o produto deve ser diluído em água pelo consumidor. “Na primeira compra, leva-se para casa uma embalagem vazia com o sachê para produzir o conteúdo correspondente àquela embalagem”, explica Angela Fernandes, diretora comercial da Soin. A empresa disponibiliza, portanto, o primeiro conteúdo do detergente, incentivando o sistema de dissolução. “Depois, o consumidor poderá optar pelo sistema de refil, adquirindo um novo sachê, vendido separadamente por um preço bem mais em conta do que o dos detergentes do mercado, podendo ainda reaproveitar a embalagem”, ela
Frasco de PET chega vazio ao consumidor, ...
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ressalta. Cada refil, depois de diluído em água, rende 500 mililitros de detergente.
os demais lava-louças disponíveis no mercado têm embalagens produzidas com até 35 gramas de plástico, que são descartadas após o uso. Angela faz a comparação, e diz que “o sachê-refil tem apenas 2,5 gramas de plástico”. Ela ressalta que a embalagem reutilizável reforça o conceito de sustentabilidade, afirmando que a troca de uma descartável por uma reutilizável com refil reduz o descarte de plásticos em até 93%. A diretora da Soin enumera outras vantagens do Zap Eco: “Em relação às embalagens, há economia de 80% de
...que deve enchê-lo de água até a marca indicada
espaço no momento do armazenamento, e no transporte há impacto direto no valor do frete, pois se trata de uma carga 80% mais leve em relação aos detergentes comuns”. O produto em si também tem apelo ecológico: baseia-se num ativo biodegradável que, segundo o fabricante, não agride o ambiente. O design das embalagens foi desenvolvido pela própria Soin, que também sopra os frascos de PET internamente. A empresa não informa quem fornece as válvulas pump.
Depois de cheio, detergente concentrado é acrescentado
Consumidor precisa agitar a embalagem...
Rótulos
Mark Label (11) 2957-5706 www.marklabel.com.br Cartuchos
Rosset (11) 3732-4444 www.graficarosset.com.br Sachês (Polietileno de baixa densidade + alumínio)
Scodro Embalagens Flexíveis (16) 2101-4949 www.scodro.ind.br
...para homogeneizar o conteúdo
Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS
Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br
FECHAMENTOS
Mídias, filmes e agora tampas Depois de consolidar produções de poliestireno e de filmes de polipropileno biorientado (BOPP), a Videolar anunciou a entrada em mais um negócio no campo dos plásticos: o de tampas de rosca para embalagens de bebidas. A empresa, mais conhecida pela fabricação de CDs e DVDs (mídias virgens ou gravadas), investiu 12 milhões de reais em duas linhas de moldagem por compressão, fornecidas pela italiana Sacmi. Com as aquisições, torna-se apta a produzir 80 milhões de tampas por mês. O objetivo da Videolar é expandir a atuação no setor de transformação de plásticos, no qual já atua com destaque na produção de estojos para CDs e DVDs. “Chegou o momento de conquistar um novo nicho: o setor alimentício”, declarou o presidente da empresa, Phillip Wojdyslawski. A oferta consistirá em tampas de rosca no diâmetro 28 milímetros compatíveis com os padrões de gargalo PCO 1810 e PCO 1881 – este último
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adequado ao emergente formato de gargalo com perfil baixo (short height), crescentemente adotado nas garrafas de PET para refrigerantes e águas minerais. Em ambas Videolar anuncia as versões as tamentrada no mercado pas apresentarão de fechamentos para liner (vedante intergarrafas de PET no) com desenho bilabial – saliência que se amolda aos bocais das garrafas com o intuito de reduzir perdas de carbonatação e aprimorar a estanqueidade do conteúdo.
Os planos da Videolar para o novo negócio não são modestos. A empresa planeja dobrar sua capacidade de produção já no primeiro semestre de 2012, com a aquisição de duas novas linhas da Sacmi. “A expectativa é alcançar a marca de dez linhas até o final do próximo ano, o que nos dará capacidade para 400 milhões de peças por mês e uma representativa participação no mercado nacional”, afirma Wojdyslawski.
Tampas da Videolar terão vedação bilabial e versões para gargalo reduzido
Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS
EMBALAGENS E DAS MARCAS
NEGÓCIOS
Ileos ingressa na Mappel Nome importante do mercado de embalagens para produtos de higiene pessoal e beleza, a francesa Ileos fechou um acordo para adquirir participação majoritária na brasileira Mappel, empresa que afirma deter a liderança no mercado nacional de embalagens para doses únicas e amostras de cosméticos. O valor da transação não foi divulgado. “Com o negócio, poderemos desenvolver nosso know-how e melhor servir nossos clientes nesse país de grande potencial que é o Brasil”, declarou o francês Philippe Geiblat, diretor da Ileos. A empresa possui
catorze fábricas distribuídas por Europa, Estados Unidos e China, conta com 4 000 funcionários e em 2010 faturou 275 milhões de euros. Por sua vez, a Mappel, que atua também como produtora terceirizada de cosméticos, continuará sendo presidida por sua fundadora, a empresária Marion Appel. Aberta em 1970, a empresa conta atualmente com 230 funcionários em suas duas unidades industriais, localizadas na Grande São Paulo (São Bernardo do Campo e Diadema). No ano passado, registrou faturamento de 55 milhões de reais. Ileos passa a controlar a Mappel, referência em doses únicas e amostras de cosméticos, como as mostradas abaixo
Reciclagem
Braskem irá utilizar “nafta reciclada” Depois do etanol de cana-de-açúcar, que dá origem a seu polietileno “verde”, a Braskem anunciou que terá mais uma fonte alternativa de matéria-prima a partir de 2013: nafta produzida a partir de plástico reciclado pós-consumo. A petroquímica espera consumir, no primeiro ano, 1,4 milhão de litros do insumo, fornecido pela Novaenergia – empresa especializada em tratamento de resíduos que irá montar sua primeira usina de reciclagem avançada em Salvador.
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MÁQUINAS
Sacmi e Oystar firmam convênio A Sacmi e o grupo alemão Oystar, dois pesos pesados do mercado de máquinas para embalagem, anunciaram ter firmado um acordo de cooperação para o desenvolvimento de soluções integradas para a indústria de bebidas. Um exemplo seria a combinação de enchedoras da Oystar com sopradoras da Sacmi. As parceiras também vislumbram cooperações entre seus departamentos de engenharia para a criação de soluções inovadoras. “Os portfólios das duas companhias complementam-se fantasticamente”, diz o diretor geral da Sacmi, Pietro Cassani. “Permaneceremos independentes, mas, por meio da aliança, criaremos valor agregado genuíno para os clientes.”
CARTONADAS ASSÉPTICAS
Planta-piloto para alimentos No dia 30 de junho último a Tetra Pak inaugurou a primeira planta-piloto da América Latina dedicada a testar o acondicionamento de alimentos em conserva em embalagens cartonadas assépticas. Fruto de um investimento de 1,4 milhão de reais, a estrutura fica abrigada em um laboratório do campus de São Caetano (SP) do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). De acordo com Fernando Varella, diretor executivo de vendas da Tetra Pak para o mercado de alimentos, a planta-piloto reproduz em menor escala uma linha convencional, facilitando os desenvolvimentos de clientes atuais e potenciais. “Os custos com testes caem e o período pode ser reduzido em no mínimo seis meses”, afirma o executivo. O equipamento é capaz de processar até três lotes por dia, o que equivale a aproximadamente 360 embalagens. Como contrapartida à cessão do espaço, a Tetra Pak oferecerá palestras e demonstrações aos alunos da Mauá sobre a tecnologia de cartonada asséptica processada por autoclave, desenvolvida pela empresa para o setor de conservas. O modelo de embalagem oferecido para essa aplicação é a Tetra Recart – caixinha composta por nove camadas intercaladas de papel cartão, folha de alumínio e filme de polietileno, já utilizada no Brasil por marcas como Quero e Camil para o acondicionamento de vegetais e feijões prontos. A intenção da Tetra Pak é estimular o uso da solução para vendas de outros produtos, como molhos prontos, pescados, sopas e rações.
Com espaço para testes, Tetra Pak quer estimular novas adoções da Tetra Recart por fabricantes de alimentos
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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS
EMBALAGENS E DAS MARCAS
BIOPLÁSTICOS
Dow volta à carga em plástico “verde” Depois de ter anunciado cerca de quatro anos atrás um projeto de produção de bioplásticos no Brasil em parceria com o grupo sucroalcooleiro Crystalsev, e de tê-lo visto naufragar devido a mudanças no controle da sócia, a Dow voltou à carga e anunciou em julho a formação de nova aliança com a mesma finalidade. A parceira, desta vez, é a japonesa Mitsui. As empresas criaram uma joint venture para dividir o controle de uma operação de cana-de-açúcar iniciada pela Dow em Santa Vitória (MG). Segundo a química americana, o objetivo é construir naquele local “a maior
planta integrada do mundo para a produção de biopolímeros feitos a partir de etanol renovável derivado da cana-de-açúcar”. Os materiais serão escoados para a transformação de embalagens flexíveis de alta performance, produtos médicos e artigos de higiene pessoal. “Estamos mais entusiasmados do que nunca sobre o potencial dos produtos químicos sustentáveis nessa economia em crescimento", afirmou Pedro Suarez, presidente da Dow América Latina. Os valores do acordo, bem como outros detalhes da operação, não foram revelados.
CARTONADAS ASSÉPTICAS
Novidades do player chinês
GA Pack, ex-Tralin Pak, quer difundir suas caixinhas no Brasil
númeroS A Tetra Pak divulgou no início de julho os resultados de seu mais recente estudo sobre a indústria mundial de laticínios, o Dairy Index. Veja alguns dos dados que constam do levantamento:
18 | Agosto 2011
Depois de abrir seu capital no final de 2010, tendo ações listadas na bolsa de valores de Hong Kong, a produtora de embalagens cartonadas assépticas Tralin Pak decidiu adotar nova identidade. A empresa mudou seu nome para GA Pack (Greatview Aseptic Packaging), marca que está em curso de implantação por suas subsidiárias – como a brasileira, aberta cerca de dois anos atrás em São Paulo. Em julho, a companhia realizou o lançamento da pedra fundamental de uma nova fábrica, sua primeira na Alemanha. Localizada em Halle
30%
51%
350
70%
Será o aumento do consumo global de leite e bebidas lácteas nos próximos dez anos. O maior consumo desses produtos, especialmente na Ásia, deverá fazer a demanda mundial alcançar, em 2020,
bilhões de litros
(Saale), a unidade tem inauguração prevista para o fim de 2012. Orçada em 50 milhões de euros, deverá gerar 110 empregos diretos e produzir inicialmente 4 bilhões de caixinhas longa vida por ano. As embalagens não serão somente destinadas ao mercado europeu, mas também à América do Sul. “O Brasil é um mercado estratégico, onde queremos nos desenvolver”, diz Peder Berggren, diretor de negócios internacionais da GA Pack. Segundo o executivo, a empresa já tem clientes no País. Prefere, porém, não identificá-los.
Foi a proporção das compras a granel no consumo total de leites, em 2010, nos países em desenvolvimento. Em 2020, porém, o share de produtos acondicionados em embalagens deverá ser de
Fonte: Tetra Pak Dairy Index | julho de 2011
Ásia terá papel importante no aumento do consumo de bebidas lácteas
CELULÓSICAS
Novo logotipo e nova unidade fabril A Rigesa adotou no início de junho último uma nova identidade visual, incorporando em seu logotipo o padrão visual e a sigla MWV, pela qual é conhecida sua controladora, a americana MeadWestvaco. A mudança coincidiu com a abertura da mais nova fábrica de embalagens de papelão ondulado da empresa, a quinta no País, localizada em Araçatuba (SP). Com aproximadamente 27 000 metros quadrados de área construída, a unidade conta com sessenta funcionários. A expectativa é de que, com o aumento da produção, passe a atuar com 250 colaboradores até 2014. “Com a nova fábrica, poderemos impulsionar os negócios, principalmente no interior de São Paulo e do Paraná”, acredita Davis Assis, gerente geral da unidade.
gráficas
Aniversário com investimentos Importante produtora de embalagens de papel cartão, a paranaense Magistral Embalagens completou trinta anos de atividades em julho. A comemoração contou com o anúncio de grandes investimentos. Em jantar realizado em São Paulo, o presidente da empresa, Marcus Conte, informou que a gráfica está aumentando em 125% sua capacidade de produção. Para isso, a Magistral investiu nos últimos meses 35 milhões de dólares na compra de dezesseis novos equipamentos e na ampliação física de sua sede, que totalizará 22 000 metros quadrados de área construída. Entre as novas aquisições da empresa estão máquinas de pré-impressão Heidelberg, Kodak e Lasercom; de impressão Ryobi, KBA, Heidelberg, Manroland e Komori; e de corte e vinco Bobst, Autostamp e SBL, além de equipamentos de colagem. Para 2011, a empresa ainda prevê investimentos de mais 12 milhões de dólares em equipamentos e a abertura de um depósito de matéria-prima e de um centro de distribuição em São Paulo, além da construção e instalação de uma empresa especializada em serviços de acabamento, a Magitech.
EM foco O QUE VAI PELA CABEÇA DO CONSUMIDOR
Sonho de Valsa Consumidores analisam a nova embalagem do bombom da Kraft Foods O bombom
Sonho de Valsa, da Kraft Foods, passou recentemente por uma mudança em sua embalagem (ver EmbalagemMarca nº 141, maio de 2011). O filme de polipropileno biorientado (BOPP) metalizado substituiu o filme de polipropileno translúcido e a folha de alumínio que era utilizada como barreira à luz. A embalagem agora é selada, o que conserva as propriedades do chocolate por mais tempo. Mas será que os consumidores perceberam a diferença? EmbalagemMarca foi a um supermercado de São Paulo ouvir a opinião deles:
“Tudo aquilo que venha beneficiar um produto tradicional como esse só vem melhorar o processo. Realmente agrega bastante.”
“Parece que ficou mais firme, mais durinha. Continua fácil de abrir.” Flávia B. Kell
Antonio Jorge
“Antes, quando a gente fazia ‘assim’, ele já abria. Agora a gente precisa puxar aqui... Isso deve manter o bombom mais crocante. Gostei da nova embalagem.”
“Eu acho que fica melhor. Uma operação a menos. Isso facilita bastante. Ela já vem mais protegida. Maravilha. Mais prática, mais rápida e melhor para degustação.”
Daniela Cabral dos Santos
Vicente Donice
“Muito bacana. Gostei. Acho que na outra embalagem o bombom, dependendo de onde você deixava, ficava mais fofinho, ressecado. Agora acho que conserva mais a consistência.” Raquel Sena
Assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/144emfoco
22 | Agosto 2011
“O material parece ser mais resistente. Não é aquele que você faz ‘assim’ e já solta. Mais seguro, no sentido de não abrir, de você pegar e soltar.” Simone Zancopé
reportagem de capa
De bandeja para Com maiores capacidades de produção e novas tec tentar difundir uma aplicação insólita no Brasil: o ac Por Guilherme Kamio
Assim como
consumidores de
outros países, o brasileiro já se acostumou a adquirir cremes, géis, pomadas e especialidades químicas em bisnagas – ou tubos, como alguns preferem. Contudo, ainda não se habituou a ver produtos comestíveis oferecidos nessas mesmas embalagens. Trata-se de um conceito bem-sucedido lá fora, mas que nunca teve grande cartaz no mercado nacional. Agora, fornecedores querem mudar a situação. Realizada em São Paulo em junho último, a mais recente edição da Fispal Tecnologia, feira de negócios cujo foco principal é a exibição de soluções em packaging
24 | Agosto 2011
um novo mercado
Š andrÊ godoy
nologias, fornecedores redobram os esforços para ondicionamento de alimentos pastosos em bisnagas
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às margens maiores oferecidas pelo mercado de cuidados pessoais.
As circunstâncias mudaram graças a investimentos. Especializada em bisnagas plásticas, a C-Pack tem feito aportes significativos em incremento de produção. Já neste mês de agosto, sua capacidade mensal saltará de 10 milhões para 16 milhões de unidades com a instalação de duas novas linhas. No primeiro semestre de 2012, um novo aparelhamento deverá fazê-la alcançar 24 milhões de unidades/mês. Pelas projeções da fornecedora, a oferta subirá para um nível bastante superior à demanda das indústrias já atendidas. “A sensação é de que o mercado de cosméticos não continuará crescendo no mesmo ritmo acelerado dos últimos anos, abrindo a oportunidade de promovermos o uso de nossas embalagens por produtores de alimentos”, diz Yassuda.
fotos: divulgação
para a indústria alimentícia, serviu para comprovar esse intuito. Durante o evento, duas grandes produtoras locais de bisnagas, a C-Pack e a Impacta, esforçaram-se para espalhar a notícia de que estão em busca de clientes da área de alimentos. Os anúncios não representam simplesmente uma disposição, mas também capacitação. Ocorre que, até hoje, os fabricantes locais de bisnagas contiveram o assédio ao setor de alimentos não por falta de condições técnicas para atendê-lo, mas por nunca terem tido escala adequada. Ano após ano, desde o início da década passada, essas empresas têm operado no limite para dar conta da demanda, aquecida sobretudo pelos mercados de cosméticos e medicamentos. “No nosso caso, enquanto um grande pedido de cosméticos gira em torno de 100 000 unidades, para alimentos seriam normais encomendas de 1 milhão de embalagens”, ilustra Fabio Yassuda, diretor comercial da C-Pack. Com serviços dessa grandeza, fornecedores de bisnagas poderiam ter de dedicar uma linha de produção só para dois ou três itens alimentícios – uma imobilização nada atraente frente
Mostardas, molhos diversos e derivados de tomate são exemplos de alimentos já apresentados em bisnagas em outros países
fotos: reprodução - nordicnibbler.com
Patês e outras iguarias oferecidas em tubos no varejo europeu
26 | Agosto 2011
De acordo com o diretor comercial da C-Pack, os mesmos atributos que fazem das bisnagas alavancas de vendas no setor de personal care tornam-nas atraentes para a apresentação de alimentos pastosos. “São embalagens leves, inquebráveis e portáteis”, diz Yassuda. “Além disso, facilitam a expulsão controlada do conteúdo devido à elevada capacidade de compressão (squeezability).” Tal qualidade convenceu a Apis Vida, que desde o final de 2009 utiliza bisnagas plásticas da C-Pack para acondicionar uma linha de méis. “A ideia foi oferecer ao público uma opção diferenciada em relação aos frascos squeezable, porque a bisnaga facilita ainda mais a liberação do produto”, afirma o gerente de marketing da empresa, Tito Matheus Xanthopulo. Os tubos foram projetados para repousar sobre a tampa flip-top neles aplicada, orientação que permite que o
conteúdo, espesso, fique sempre próximo ao fechamento. Com isso, o consumidor não precisa esperar o produto ‘descer’ até a tampa para dispensá-lo. Destaca-se também o fato de a tampa, fornecida pela Aptar F+B, incorporar válvula de silicone. O componente proporciona controle de fluxo, evitando o acúmulo de mel ao redor do orifício de saída ao cessar a liberação e “cortar o fio” do produto imediatamente, assim que o consumidor para de apertar a embalagem.
Méis em bisnaga plástica: aposta da Apis Vida em versão mais prática para o produto
Embora evite divulgar números, Xanthopulo declara que os méis em bisnaga vêm encontrando boa acolhida no mercado. “Dificilmente recebemos mensagens dos consumidores elogiando os produtos, mas para essa linha muita gente nos contat0u para dar parabéns”, declara o gerente de marketing da Apis Vida. “Ademais, o conceito funcionou como um diferencial para
que pudéssemos retomar negócios com uma grande rede varejista.” Não obstante também produza bisnagas plásticas, a Impacta direciona esforços para difundir adoções de um outro tipo de tubo entre indústrias alimentícias: a de alumínio, mais conhecida pelo uso em pomadas, itens químicos e cosméticos como tinturas para cabelo. A empresa também tem feito sucessivos aportes, nos últimos anos, para subir o teto de produção. Os investimentos fizeram com
Impacta emplacou uso de tubo de alumínio em creme de chocolate da Cacau Show
Com tecnologia Bacomex, que permite a criação de “ombros” multicamadas com barreira de EVOH (no detalhe), C-Pack mira produtos sensíveis, como ketchup
que a Impacta alcançasse a capacidade atual de 33 milhões a 37 milhões de bisnagas de alumínio por mês, número que varia em função das dimensões das embalagens fabricadas. Em breve, a fábrica da empresa, situada em Cajamar (SP), receberá mais uma linha, capaz de rodar 4 milhões de unidades/ mês. “Só agora estamos nos expondo para o setor de alimentos porque não podíamos frustrar a demanda”, explica o diretor de marketing e vendas da fornecedora, Sérgio Teixeira Rolão. No estande que montou para a Fispal 2011, a Impacta exibiu diversos cases internacionais de alimentos em tubos de alumínio, com o objetivo de evidenciar aplicações viáveis. Rolão
enumera alguns exemplos. “Mostardas, maioneses e diversos outros molhos acondicionados em bisnagas metálicas fazem sucesso na Alemanha. Na França, variados patês são vendidos da mesma forma. Na Itália, é comum encontrar tubos de extrato de tomate.” Durante o evento a fornecedora destacou também um recente projeto de sua própria lavra: o tubo de alumínio adotado pela rede de chocolataria Cacau Show para a venda de uma pasta de chocolate. Lançado em tiragem limitada, com vistas ao Dia dos Namorados, o produto podia ser utilizado como creme de massagem, para momentos de intimidade dos casais. Conforme explica o diretor de
Cinco razões para cogitar o uso de bisnagas em alimentos 1) Praticidade
2) Portabilidade
3) Conservação
4) Inovação
5) Sustentabilidade
Por terem elevada capacidade de compressão (squeezability), bisnagas propiciam fácil dosagem do conteúdo. É um atributo interessante para molhos como ketchups, maionese, mostarda e dressings para saladas, e também para caldas e glacês
Da mesma forma que ocorre no mercado de cosméticos, bisnagas de pequenas dimensões podem ser levadas em bolsas e bolsos do consumidor, facilitando o consumo on-the-go (em trânsito)
Quando não incorporam alumínio, material de conhecidas propriedades de proteção, bisnagas podem apresentar camadas de barreira garantidas por especialidades plásticas. Resultado: alimentos com shelf life extenso
Por terem sido pouco utilizadas até hoje, apenas em itens para cuidados pessoais ou produtos químicos, bisnagas podem sobressair nas gôndolas de gêneros alimentícios, sendo propaladas como um conceito inovador
Bisnagas podem ser recicladas e, por consumirem menos matéria prima que embalagens rígidas, podem ser promovidas como solução ambientalmente mais correta para vendas de alimentos pastosos
Fontes: Albéa, Bispharma Packaging, C-Pack, Globalpack e Impacta
28 | Agosto 2011
marketing da Impacta, um forte apelo da bisnaga de alumínio para o acondicionamento de alimentos é a proteção do conteúdo. “O alumínio, como se sabe, é um material que propicia altas propriedades de barreira”, realça Rolão. “E como não tem efeito memória, isto é, não retorna ao estado original quando comprimido, o material não deixa entrar ar na embalagem, evitando a oxidação precoce.” Ainda de acordo com o profissional, a fornecedora pode utilizar vernizes internos especiais, desenvolvidos por meio de uma parceria com a PPG (Valspar Renner), específicos para a proteção de alimentos.
O quesito conservação pesou para o emprego do tubo de alumínio por uma iguaria apreciada no Sul do País: o queijo fundido com ervas finas Kraeuterkaese, lançado em 1948 pela Weege, acondicionados em tubos há quase vinte anos e desde 2002 fabricado pela
Laticínios Pomerode, da cidade catarinense homônima. “Sucede que todo derivado de leite é bastante suscetível ao contato com a luz, perdendo suas propriedades”, comenta Henrique Carlini, supervisor industrial do laticínio. “A bisnaga, opaca, alia-se à ultrapasteurização do produto, conferindo-lhe vida de prateleira muito boa, de oito meses.” Hoje, a Pomerode utiliza bisnagas de alumínio da Impacta para o acondicionamento de cinco versões do queijo fundido: tradicional, light, Tomatenkaese (com tomate seco), Paprikaese (com páprica) e Salsa e Cebola. Carlini conta que o produto já está “visceralmente associado” à embalagem, cuja praticidade agrada ao consumidor. “A apresentação é um patrimônio e um diferencial do produto. Com outra embalagem, muito provavelmente não chamaríamos tanto a atenção do público.” Diretora de desenvolvimento da Bispharma Packaging, Lucia Decot
Bisnaga é o diferencial dos queijos cremosos Kraeuterkaese, especiarias de Santa Catarina
Sdoia, encaixa outra qualidade dos tubos de alumínio. “A embalagem é de fácil reciclagem, podendo passar por infinitos ciclos de uso e ser incorporada ao mesmo circuito de reaproveitamento das latas para bebidas”, afirma. Segundo Lucia, a empresa, que também tem passado por ciclos de incremento de capacidade, tem sido consultada por clientes da área de alimentos. “Os principais aspectos que alavancam interesse, contudo, são a praticidade e a proteção oferecida pelo recipiente.” De seu lado, a C-Pack avisa também estar aparelhada para projetar bisnagas plásticas de alta barreira, sob medida para perecíveis. Além de estar apta a produzir corpos (“luvas”) multicamadas a partir do processo de coextrusão, fazendo-os incorporar atributos de elevada impermeabilidade, a empresa equipou-se há cerca de um ano com a Bacomex. Trata-se de uma tecnologia de moldagem por compressão desenvolvida pela suíça Aisapack para a produção de
“ombros” (bicos) com barreiras elevadas, graças à incorporação de camadas de EVOH (copolímero de etileno e álcool vinílico). “É um recurso importante, porque os ombros são conhecidos como brechas potenciais para o contato do conteúdo com oxigênio e aromas”, explica Yassuda. De acordo com o executivo, a Bacomex viabiliza o uso de bisnagas plásticas de shelf life extenso “até para alimentos mais sensíveis, como atomatados”.
Noves fora as questões técnicas, há também as nuances mercadológicas da discussão. “Faz tempo que tentamos popularizar o conceito de alimento em bisnaga junto a indústrias alimentícias, mas há resistência”, relata Daniel Richena, gerente comercial da Globalpack, tradicional produtora de tubos plásticos. “É uma questão que chega a ser cultural. A bisnaga não é a primeira embalagem aventada nos desenvolvimentos de novidades em alimentos.”
Tempos atrás, sobretudo entre o fim dos anos 90 e o início da década de 2000, a Globalpack apoiou adoções de bisnagas por maioneses, ketchups e doces de grandes players do mercado nacional como Unilever, Bunge e Nestlé. Depois de algum tempo nas prateleiras do varejo, os projetos foram descontinuados. Mesmo assim, a fornecedora não desistiu. Sem divulgar números, Richena informa que, como resultados de novos investimentos, a Globalpack aumentará sua capacidade em 30% neste ano e em mais 50% até 2013 – aumentos que permitirão ainda mais à empresa prospectar negócios junto a clientes do setor alimentício. “Tentaremos emplacar a ideia”, diz o gerente comercial, “porém reforçando a noção de que a bisnaga não é commodity, é embalagem premium. Até porque, para alimentos, não temos como competir em custo com pouches e demais embalagens flexíveis.”
Laminadas também querem lugar à mesa Na “coluna do meio” entre as bisnagas plásticas e as de alumínio, por ser um híbrido das duas soluções, a bisnaga laminada, mais conhecida pelo emprego como embalagem de cremes e géis dentais, também pode ter seu lugar à mesa no mercado de alimentos. “Temos tentado desenvolver essa aplicação no Brasil”, situa o vice-presidente e gerentegeral da Albéa (ex-Alcan Packaging Beauty) nas Américas, José Filipe. “Na Europa, a bisnaga laminada é empregada como embalagem para ketchup, maionese, molhos para saladas e queijos”, exemplifica. O principal atrativo dos tubos laminados para as vendas de alimentos, argumenta o executivo, é a barreira à contaminação, devido à camada de alumínio presente na estrutura dessas embalagens. “Quase todos os produtos alimentícios podem ser colocados na bisnaga laminada”, diz Filipe, destacando que a Albéa detém tecnologia para a produção de “ombros”
(bicos) igualmente em estruturas multicamadas, incorporando, assim como os corpos (“luvas”), película de alumínio. Até onde se sabe, o mercado brasileiro comportou até hoje uma única tentativa de oferta de alimentos em bisnaga laminada. Foi na linha Moça Top de leite condensado, doce de leite e outros derivados lácteos produzidos pela Nestlé. Os produtos utilizaram versões de bisnagas laminadas importadas (da Espanha) e nacionais, produzidas pela Dixie Toga (procurada, a fornecedora não havia se manifestado até o fechamento desta edição). De acordo com Filipe, o conceito ainda não vingou no Brasil “porque frascos são mais fáceis de fazer e sua tecnologia é mais barata”. Para o executivo, a situação encontra um paralelo no mercado de beleza. “No Brasil, xampu e loção de banho estão em frascos. Na Europa e nos Estados Unidos, muitos desses produtos estão em tubos plásticos e laminados.”
Aisapack +41 (24) 482-0600 www.aisapack.com
Bispharma Packaging (19) 3893-3544 www.bispharma.com.br
Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br
Impacta (11) 4447-7300 www.impacta-brazil.com.br
Albéa (11) 4723-4700 www.albea-group.com
C-Pack (11) 5547-1299 www.c-pack.com.br
Globalpack (11) 3908-1253 www.globalpack.com.br
PPG (11) 2139-7200 www.ppgbrasil.com.br
30 | Agosto 2011
Moça Top: experiência nacional no uso de tubos laminados para produtos comestíveis
bebidas
Bisnagas de beber Sucesso na Europa, linha de bebidas em tubo de alumínio irá estrear no Brasil
Famosa por suas mostardas acondicionadas em bisnagas de alumínio, a austríaca Wenger teve há sete anos uma ideia arrojada: utilizar o mesmo tipo de embalagem para vender bebidas. A primeira experiência foi com vodca. Deu certo. Depois, sob a mesma premissa, lançou diversos coquetéis, tequila e até cachaça, numa parceria com a brasileira Pitú. A linha de produtos, batizada de Go Tube, já está presente em 24 países. Agora, está prestes a chegar ao mercado brasileiro. “Temos certeza de que o conceito fará sucesso no País, que apresenta uma vida noturna bastante agitada”, diz a representante da Wenger para o mercado nacional, Mariana Aidar, fazendo alusão ao principal canal de vendas explorado pelo Go Tube: pontos de dose em festas e danceterias. “Nesses ambientes, a bisnaga é extremamente conveniente para o consumo direto. Pode ser tampada depois de aberta e transportada nos bolsos, deixando as mãos livres. É também uma embalagem segura. Não quebra e evita
que drogas sejam inadvertidamente despejadas nas bebidas”, argumenta a profissional.
Bebidas alcoólicas não são as únicas opções da Go Tube. A Wenger comercializa também energéticos e isotônicos em tubos de alumínio. “São produtos que atendem aos esportistas e que tornam mais prático o consumo em movimento”, diz Mariana. A esperança de êxito do conceito no Brasil é tão grande que já existe um projeto para a nacionalização dos produtos. Mariana diz que já iniciou buscas de fornecedores para tentar replicar no mercado nacional o mesmo modelo utilizado na Europa pela Wenger. “A empresa faz questão de gerenciar os processos de embalagem, inclusive produzindo as próprias bisnagas a partir da aquisição de discos de alumínio”, detalha a representante. “Pode parecer trabalhoso, mas vem dando certo.”
Bebidas Go Tube miram o consumo em casas noturnas. Segundo inventora austríaca, embalagem é segura e proporciona praticidade durante as “baladas”
32 | Julho 2011
tecnologia
Solução reaquecida Prometendo alívios de peso e maior liberdade de design a garrafas de PET, nova tecnologia busca valorizar o envase a quente de sucos, isotônicos e outras bebidas de alta acidez
Com ThermoShape, Plastipak garante ser possível uso de garrafas para hot fill até 30% mais leves e livres de painéis de vácuo. Sucos da Britvic já aderiram à tecnologia
Sucos, néctares de frutas, chás prontos, águas com sabor, isotônicos. Bebidas como essas, de alta acidez e repletas de vitaminas e ingredientes sensíveis, representam desafios para o acondicionamento em PET quando se tem por objetivo produtos com vida longa, distribuídos sob temperatura ambiente e livres dos cada vez mais indesejados conservantes. Um recurso encontrado pela indústria para atender a tais requisitos, difundido a partir dos anos 80, foi o envase a quente (hot fill). Nos últimos anos, porém, esse processo tem sido ofuscado por tecnologias de envase asséptico, brandidas como mais eficientes e modernas. Multinacional americana com atuação destacada no mercado brasileiro de pré-formas, a Plastipak lançou recentemente uma solução para requalificar o hot fill. Batizada de ThermoShape, ela
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promete alívios expressivos de peso e maior liberdade de design para garrafas de PET envasadas a quente. Uma breve recapitulação ajuda a entender melhor a importância dos benefícios ventilados. O conceito clássico de hot fill para PET baseia-se no enchimento de garrafas por bebidas aquecidas a temperaturas de até 95º C. Os recipientes são imediatamente tampados e inclinados, tendo seus interiores totalmente esterilizados pelo líquido candente. Logo depois, são resfriados por banhos de água, para que o calor não afete demasiadamente as propriedades originais dos produtos. O problema é que, com o arrefecimento, o conteúdo envasado retrai-se em até 3%, criando um vácuo capaz de provocar deformações às embalagens. Para evitar as distorções, convencionou-se utilizar, no envase a
quente, garrafas de paredes espessas e dotadas dos chamados painéis de compensação – áreas dedicadas a “acomodar” o vácuo, geralmente na forma de conjuntos de estrias. Por não sujeitar as embalagens a tal variação térmica, o envase asséptico permite o uso de garrafas mais leves – logo, com apelo de sustentabilidade – e com formatos diferenciados, alforriados dos painéis e com maior potencial em percepção de valor (ver EmbalagemMarca nº 77, janeiro de 2006). “A ThermoShape surge justamente para garantir as mesmas possibilidades ao hot fill”, explicou a EmbalagemMarca o francês Jean-Guy Delage, diretor de integração tecnológica da Plastipak, durante recente passagem por São Paulo. O executivo argumenta que a proposta difere das tecnologias já oferecidas por alguns fornecedores para o
uso de garrafas panel-less (sem painéis de compensação) no envase a quente de PET. “O que temos de inédito é a isenção desses mecanismos em embalagens até 30% mais leves.”
O diferencial da ThermoShape é a presença de uma etapa a mais no processo de envase a quente. Depois que a bebida resfria, a base da garrafa é reaquecida. Um equipamento então aplica pressão nessa região, que age como um diafragma, distorcendose concavamente para o interior da embalagem, fazendo as demais áreas retomar o formato original. A máquina pode processar até 400 garrafas por minuto, sendo capaz de trabalhar com recipientes de 200 mililitros a 2 litros. É compacta – ocupa uma área de aproximadamente 6,25 metros quadrados – e pode ser adaptada a linhas convencionais de hot fill. Segundo Delage, o novo método de envase a quente permite obter produtos com shelf life de seis meses a um ano e com propriedades nutritivas “quase iguais” às daqueles processados por envase asséptico, porém com duas alegadas vantagens. “Primeiro, nossa solução tem custos muito menores, tanto de investimento quanto de manutenção”, assegura o executivo, evitando mencionar valores. “Ademais”, ele argumenta, “o processamento asséptico demanda o uso de
Como funciona a ThermoShape No método convencional de hot fill para PET, garrafas recebem bebidas aquecidas a altas temperaturas, sendo esterilizadas internamente. As embalagens são então resfriadas por água, processo que gera contração do líquido e vácuo no conteúdo das garrafas Para evitar potenciais deformações devido ao vácuo, os recipientes passam por uma etapa adicional, tendo suas regiões inferiores reaquecidas num equipamento especial. Isso faz as bases “dobrarem para dentro”, como um diafragma (ver o detalhe), compensando o vácuo e permitindo às garrafas retomar seus formatos originais.
insumos extras, como desinfetantes químicos, e toda uma administração de risco do processo desnecessária no hot fill. É um método simples, eficiente e seguro.” Duas empresas já utilizam a ThermoShape: a Agthia, dos Emirados Árabes Unidos, numa linha de águas enriquecidas com vitaminas, e a francesa Pressade (marca da britânica Britvic), numa família de sucos orgânicos. O diretor da Plastipak esclarece que a tecnologia não se aplica a produtos
Assepsia ao alcance de PMEs Pequenos e médios produtores de bebidas sempre estiveram distantes das tecnologias de envase asséptico em garrafas de PET, baseadas em máquinas de custo de investimento e produtividade muito altos para suas realidades. A Krones quer mudar essa situação com a PET-Asept D Compact. Trata-se de uma máquina compacta para envase asséptico voltada a linhas produtivas com rendimento entre 6 000 a 12 000 garrafas por hora. O equipamento opera por meio de um
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processo de assepsia a seco, em que as embalagens são esterilizadas com peróxido de hidrogênio gasoso. A área principal, onde se encontra a estação de assepsia, ocupa 6 metros por 2 metros. Segundo a Krones, a PET-Asept D Compact pode ser instalada como uma máquina isolada ou vinculada em bloco com uma sopradora. Compacta, máquina processa de 6 000 a 12 000 garrafas por hora
lácteos e que, no Brasil, o principal foco de oferta será o mercado de sucos – hoje atendido principalmente por embalagens cartonadas assépticas. “Não pensamos em tomar o lugar das caixinhas, até porque as linhas já estão instaladas”, diz Delage. “O que queremos é fornecer uma solução diferenciada, capaz de assegurar maior destaque nas gôndolas para lançamentos ou extensões de linha com apelo premium.” emb.bz/144thermo
Krones (11) 4075-9500 www.krones.com.br Plastipak (19) 3844-2100 www.plastipak.com.br
prêmio embalagemmarca
Inovação, surpresa e informação Entre outros aspectos que poderão tornar mais atraente um evento charmoso, valorizando o conhecimento em embalagem, sobressai o troféu, de cor especial, com um estojo sofisticado
Ao aproximar-se o prazo de encerramento para inscrições na quinta edição do Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem, dia 19 de agosto, a perspectiva de repetição e ampliação do êxito das anteriores vem fazendo os organizadores se empenharem para solidificar ainda mais os principais aspectos que caracterizam a iniciativa como um evento de alta importância para o setor. Tem sido reiterado internamente e para o público que compõe a cadeia de valor da embalagem o compromisso com a inovação, com a credibilidade e com a recusa a “concorrer” com outras premiações do setor. Significa implementar diferenças – ou ainda dizer que para este ano será dada sequência às inovações e aos aperfeiçoamentos que se incorporam a cada edição do Prêmio. Para não eliminar o efeito surpresa que sempre torna todo evento um pouco mais charmoso que o anterior, algumas dessas inovações somente serão dadas a conhecer na data da cerimônia de premiação, 18 de outubro próximo. Porém é possível informar que dentre as providências em andamento já foi definida a cor do troféu criado pelo renomado designer Karim Rashid em 2010. Essa cor será conhecida do público durante a festa, bem
como os nomes dos vencedores e os dos jurados. O uso de nova cor, programado desde o início do projeto e a vigorar sempre em futuras edições do Prêmio, ficou sob inspiração da Clariant, que forneceu o Cleartint utilizado no masterbatch do troféu do ano passado. Ele se enquadra no conceito de adequação da peça aos termos do processo de fabricação de uma embalagem, já que se trata de um prêmio dirigido ao universo da embalagem. A rigor, o que ocorrerá é como que uma mudança de visual, como acontece eventualmente com as embalagens dos produtos comercializados no varejo. Os demais parceiros fornecedores dos insumos do troféu também permanecem, da mesma maneira que os materiais e os processos de fabricação. O polipropileno de altíssima transparência da Braskem usado na produção, clarificado com aditivo da Milliken, mudou apenas sua nomeclatura, em consequência da absorção da Quattor: o nome da resina Luzz 130 deu lugar a Prisma 6410. O molde, produzido pela Formold, será reutilizado na nova rodada de sopro, outra vez a cargo da BMP Plásticos. A Antilhas continua como parceira fornecedora do estojo do troféu.
Patrocínio Platina
Patrocínio Ouro
Patrocínio Prata
Organização
Fique atento! As vagas para a cerimônia de premiação são limitadas. Se você está concorrendo ao Prêmio, faça já a sua reserva! Informações: www.grandescases.com.br ou (11) 5181-6533
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Troféu com embalagem, inovação em prêmio de embalagem A idéia de utilização de um estojo, adotada já na segunda edição do Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem, representou o ápice da idéia de troféu-conceito, já que consiste na perfeita representação de uma embalagem primária (o troféu) acondicionada numa embalagem secundária (o estojo). Tal inovação em premiações, que surpreendeu o público, foi uma evolução daquele propósito, como pode ser observado num retrospecto (ver sequência de fotos). O troféu da primeira edição representava figurativamente, na harmonização de placas de vidro plano (depois, de acrílico), as formas essenciais de embalagens feitas de diferentes materiais (alumínio, celulose, plásticos, metais
e vidro). Na segunda edição, em 2008, o troféu foi entregue aos homenageados já acondicionado em sofisticado e impactante estojo criado e produzido pela Antilhas. Entre outras aplicações inovadoras de acessórios, o recipiente era dotado de ímãs de fechamento e de um led que, no ato de abertura das portas, se acendia automaticamente e alumiava o troféu. Foi utilizado também na edição de 2009, com uma única diferença: a placa com o logotipo do Prêmio, usada como fecho, mudou de cor de um ano para outro. Nova caixa foi desenvolvida pela Antilhas para a edição de 2010, com a orientação de que ao mesmo tempo acondicionasse e permitisse boa visibilidade do troféu concebido por Karim
Rashid, em si um desafio à produção, dada a assimetria de suas formas. Atingiu plenamente esse objetivo, demonstrando ainda na prática como uma embalagem – no caso, elegantíssima, com predominância de uso de tons prateados – pode adicionar valor e dar realce a um conteúdo já em si precioso. O estojo do Prêmio deste ano dará continuidade a essa trajetória inovadora. Mais novidades – e inovações – estão em preparação para a festa de 18 de outubro, que só não mudará num aspecto: será compacta e informativa, sem deixar de ser ao mesmo tempo agradável, com boa bebida, boa comida e público de alto nível ligado aos diferentes elos da cadeia de embalagem.
2007
2008
2009
2010
Primeiro troféu remetia às formas básicas de diferentes embalagens
Na segunda edição, estojo reforçou a idéia de troféu-conceito
Na edição de 2009, a embalagem teve placa com logo modificada
Em 2010, estojo e troféu criado por Karim Rashid se harmonizavam
entrevista
Ela diz ser curadora, mas talvez a definição que melhor lhe caiba seja a de incentivadora. Há mais de trinta anos Joice Joppert Leal batalha para fazer o design brasileiro ser valorizado no País e no exterior. O interesse pelo tema surgiu nos anos 60, quando trabalhou em agências no Rio. Na década seguinte, depois de prestar serviços na Itália para o Itamaraty, recebeu um convite do célebre empresário José Mindlin (1914-2010) para criar o Núcleo de Desenho Industrial da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), coordenando-o de 1980 a 1998. Desde então, Joice atua como diretora executiva da Associação Objeto Brasil, entidade dedicada a fazer um meio-decampo entre indústrias, universidades e designers tupiniquins. Um dos gols da entidade foi a instituição de uma versão nacional do prêmio americano Idea Awards, aberto também a projetos de embalagens. Joice fecha no time que aposta no design brasileiro, que segundo ela “existe sim, embora tenha muito a melhorar”. Nesta entrevista, ela comenta que “infelizmente pouco se inova no Brasil em design”, discute as razões disso e aponta possíveis caminhos para a afirmação do design como instrumento de competição comercial.
A propalada criatividade do brasileiro pode ser mais bem aproveitada na criação de produtos em geral, e na de embalagens em particular. Essa é a opinião de Joice Joppert Leal, diretora executiva da Associação Objeto Brasil 42 | Agosto 2011
FOTO: yuri zoubaref
Uma aposta no design
Volta e meia o Brasil é apontado como um país com vocação para a criatividade e com amplo potencial para o design. A senhora concorda com essa visão? Totalmente. A criatividade é uma qualidade do brasileiro, está no nosso DNA. Acho que ocorreu conosco um processo darwiniano, de desenvolvimento de uma maleabilidade, de uma capacidade incrível de adaptação, devido ao meio conturbado em que vivemos. Só na história recente tivemos de suportar inflação, alterações da moeda, ajustes fiscais, tablita, URP (Unidade de Referência de Preço) e um sem-número de outras reviravoltas. Tudo isso contribuiu para que o brasileiro adquirisse uma capacidade enorme de improvisação nas atitudes e nos negócios, de dar cambalhota o dia inteiro, de assoviar e chupar cana. Além disso, somos um país jovem e alegre, que
O famoso design brasileiro existe, sim. Ele tem suas características de cor, de formatos. Mas temos muito a melhorar para chegarmos ao mesmo estágio de outros países não à toa é conhecido como o país do carnaval, o país do futebol. Essa faceta também estimula a nossa criatividade. Por que essa capacidade inata para a criatividade não se traduz numa valorização mais ampla do design? Porque a valorização do design é ainda uma coisa muito recente no Brasil. Começou, de leve, na década de 70, quando se iniciou no País uma mobilização mais forte com foco na substituição das importações de manufaturados. Naquela época, porém, o design era muito voltado à cópia. Um sentimento mais amplo de necessidade de design só ganhou força no início dos anos 90, com a abertura da economia e o fim das reservas de mercado. O empresariado percebeu que tinha de arregaçar a manga. Já não bastava visitar feiras no exterior com máquina fotográfica. Até então, havia muito preconceito dos empresários em relação aos designers e vice-versa. O designer era visto como um artista, um criador de delírios e apoteoses cerebrais inviáveis. O empresário era visto como um castrador, um bedel, um síndico de prédio. Isso foi se dissolvendo. Conseguimos alcançar uma capacidade de diálogo muito boa entre quem demanda e quem oferece design. O governo teve alguma participação nesse processo de valorização? Sim. Lembro que, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso, trabalhamos com a então ministra da Indústria e Comércio, Dorothéa Werneck, na implantação do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade. Insisti muito junto à ministra para que tivéssemos um upgrade em relação à qualidade da produção industrial. O argumento era o de que a falta de criatividade também poderia ser uma barreira técnica para nossas exportações. Que sentido faria, por exemplo, exportar cópias de
sapatos italianos para a Itália? Isso foi um embrião do Programa Brasileiro de Design. Depois, quando houve a criação da Apex (Agência de Promoção de Exportações), pleiteamos programas para disseminar a ideia da importância do design junto a indústrias exportadoras, o que foi atendido. Tudo isso ajudou a alastrar a noção de que design pode ser um instrumento de ganho de competitividade – como tem sido considerado nos mais recentes mecanismos de incentivo oficial a projetos de inovação. Existe um design brasileiro, típico do País? Em que áreas ele é reconhecido como uma linha, ou escola, própria lá fora? O famoso design brasileiro existe, sim. Ele tem suas características de cor, de formatos. Na moda, temos ótimos designers. Veja como fazemos, de forma fantástica, biquínis, tangas. Mas temos muito a melhorar. Falta muito para chegarmos ao mesmo estágio de uma indústria americana, de uma indústria alemã. Já alcançamos uma identidade no campo das embalagens? Acredito que não. Vejo muitos escritórios de design daqui dizendo que desenham embalagens. Mas o que fazem, na verdade, é graphic design, é comunicação visual das embalagens. E só. Em shape (formato), infelizmente pouco se inova no Brasil. Pode ser um reflexo da falta de especialização de profissionais e agências. Repare, por exemplo, que pouquíssimos escritórios no Brasil vivem exclusivamente de desenho de produto. Temos uma montanha de empresas que se intitulam de desenho industrial, mas que vivem de projetar brindes, estandes de feira... Nada contra. Mas, no fundo, não vivem de design de produto. Nos Estados Unidos, a realidade é completamente diferente. A maioria dos escritórios de design é de produto.
Da mesma forma que ocorre nos setores de calçados, moda e têxteis, a cadeia de valor de embalagem acaba sendo prejudicada pela enxurrada de importações, na medida em que produtos de consumo já vêm para cá acondicionados. O design de embalagens pode constituir um instrumento de competição para os produtos nacionais? Já que somos o país do carnaval, diria que a embalagem é como a comissão de frente para um produto. Compra-se muito em função da embalagem. Por isso, não tenho dúvida de que a apresentação pode fazer toda a diferença para a competitividade de produtos. Essa é uma questão que merece ser olhada com carinho. Afinal, 80% ou mais dos produtos são oferecidos em embalagens. E é triste ver manufaturados importados aniquilando artigos nacionais. Mas vale reforçar: a ousadia em design depende do demandante, do contratante do serviço de design. E investir em um novo shape, em um novo molde, exige desembolso alto. Aí partimos para a questão do custo Brasil, dos impostos absurdos, do que ainda pode ser melhorado em termos de incentivos e financiamentos...
ças enormes no número de depósitos de patentes. Em seu envolvimento e seu compromisso com a inovação do produto brasileiro, a senhora percebe alguma movimentação que prenuncie uma redução dessa distância? Essa situação vem melhorando. Mas a diferença é ainda muito grande. Gosto de usar o exemplo do que aconteceu na Coreia do Sul. Há vinte anos, a Coreia era desconhecida. O país é pequeno, a população é menor que a do Estado de São Paulo. Eles criaram um programa em que o governo injeta dinheiro nas empresas com vocação exportadora. Como você acha que a Samsung chegou aonde chegou? Como a LG e a Kia-Hyundai se agigantaram? O governo deles investiu maciçamente em qualidade partindo do princípio do design. Aqui, o empresário ainda encontra enormes dificuldades.
Na edição anterior de EmbalagemMarca (nº 143, julho de 2011), o entrevistado do mês, o consultor de empresas Edson Schrot da Silva, cita o grande gap entre o Brasil e outros países emergentes, como a China e a Coreia do Sul, traduzido em diferen-
Mais parcerias entre o setor privado e as universidades não poderiam também gerar mais projetos de inovação, inclusive focados em design? A possibilidade existe. O problema é que a indústria ainda tem medo da Academia, assim como teve do designer –
Não tenho dúvida de que a apresentação pode fazer toda diferença para a competitividade de produtos. Mas a ousadia em design de embalagem depende do contratante tachando-o como um artista, um hedonista, um barbudinho de jeans. Ocorre que muitos empresários brasileiros são self made men, e ficam inseguros porque não têm um diploma – o que não os desabona. E acho que a Academia também tem lá seus pecados. Vou tocar numa ferida, mas é inevitável. Recordome de um trabalho de análise dos institutos do CNPQ e do Ministério da Ciência e Tecnologia que fiz a convite do exministro José Israel Vargas (ministro da Ciência e Tecnologia entre 1992 e 1999). Via alguns abusos: doutores com quatro, cinco grupos de mestrandos que ficavam pesquisando coisas para ele, ganhavam salário e ficavam na Universidade com apoio de bolsas. É verdade que existem guetos em todas as áreas. Mas algumas distorções são absurdas. A senhora pode citar exemplos em que o design de embalagens contribuiu efetivamente para o êxito comercial de produtos? Um caso clássico, se não me engano da lavra do Lincoln Seragini, é o frasco de xampu desenvolvido muitos anos atrás para a Johnson & Johnson que apresenta
Linha Fun Ice Cream, de O Boticário, criada pela Lúmen Design; linha Natura Ekos, de autoria da Chelles & Hayashi; produtos Fun Milk, de O Boticário, também da Lúmen; lata do Guaraná Jesus, desenvolvida pela Dia Comunicação; e invólucros da marca Taeq, do Pão de Açúcar, assinados pela FutureBrand. Exemplos de embalagens brasileiras premiadas nos últimos anos pelo Idea Awards
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Há embalagens que não indicam direito como utilizá-las. Design é forma e função. Não adianta o produto ser somente bonito. Tem de ser fácil, proporcionar o uso intuitivo orientação invertida, tendo a tampa na base. Esse é um exemplo perfeito de design que fez sucesso, tanto é que diversas outras empresas seguiram a mesma trilha. E é um exemplo perfeito de como o design é observação. A embalagem facilita o consumo, porque à medida que o produto vai acabando, fica mais próximo ao orifício de saída. Por que alguém inventou uma cadeira com braços? Provavelmente porque reparou alguém com os braços caídos ou “perdidos” enquanto estava sentado. Ocorre-me também o caso do leite acondicionado em caixinha dotada de tampa plástica basculante, com formato de alçapão. Essa tampa facilita muito o uso, pois evita derramamentos na hora da abertura. Que categorias de bens de largo consumo carecem de um melhor design no Brasil? Design é forma e função. Há embalagens que não indicam direito como utilizar. Outro dia, num hotel, vi um frasco de xampu cuja tampa necessitava de uma rotação para dar acesso ao produto. Perdi minutos tentando entender como abrir aquela embalagem – que, vale ressaltar,
era esteticamente muito bonita. Então, design é forma e função. Não adianta o produto ser somente bonito; tem de ser conveniente, fácil, proporcionar o uso intuitivo. Design industrial é a aplicação de inteligência a produtos. E isso, obviamente, vale para as embalagens. No caso de embalagens, designers brasileiros de produtos de consumo se queixam que as indústrias usuárias muitas vezes dão preferência aos serviços de designers estrangeiros. Por que isso acontece? Acho que essa busca de serviços estrangeiros não ocorre por falta de competência e criatividade do Brasil. Temos talentos, mas falta divulgação, marketing. Claro que quando ficamos sabendo, por exemplo, que a (agência americana de design) Landor fez a marca do Bradesco, não é possível que os diretores do banco não tenham se informado sobre opções nacionais. Acho que o Brasil tem um lado meio caipira, como dizia o expresidente Fernando Henrique Cardoso. Temos um pouco de complexo de inferioridade, uma admiração exagerada por coisas de outros países. É aquela coisa
de alto executivo jogando golfe ou pólo e dizendo: “Olha, minha marca custou 5 milhões de dólares”. Não é subalternidade, parece mais coisa de país subdesenvolvido, mesmo. Acho, também, que muitas vezes isso passa pelas agências de publicidade. Muitas vezes elas indicam agências estrangeiras superbadaladas também influenciadas por esse complexo de que o que vem de fora é melhor. Ou então devido a algum interesse implícito. .. Não influiria também um fator de, chamemos assim, “política decisória”? Isto é, como parte muito expressiva das indústrias de bens de consumo de massa têm suas matrizes fora do País, o centro de decisão sobre o design das embalagens fica nas sedes, cabendo às subsidiárias apenas cumprir, adaptando o visual das embalagens à linguagem local. É correta essa interpretação? Isso acontece, claro. Mas acho que cada vez mais as subsidiárias locais das grandes empresas estão ganhando autonomia para desenvolver projetos regionais, adaptados à realidade de cada mercado. No caso de design de produtos, lembro do caso da Motorola, que é americana, mas tem investido em produtos desenvolvidos no Brasil. A empresa inclusive tem inscrito projetos locais em prêmios como o nosso (Idea Brasil). Em seu longo contato com o universo do design, a senhora diria que os pro-
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fissionais brasileiros atuantes nessa área – especificamente no campo das embalagens – estão plenamente capacitados? Muito poucos. Aí a conversa entra na questão da formação. O ensino está melhorando muito. Mas como designer se tornou uma profissão da moda, proliferaram as escolas. Hoje, são mais de 300 escolas de graduação superior e umas cento e tantas de nível técnico. Então, é natural que a qualidade do ensino deixe lacunas em alguns casos. Isso não acontece só no design de embalagens. Também falta capacitação técnica maior no campo do design de produtos. Não falta mais conhecimento prático? Sim. Os designers, sejam de produtos ou de embalagens, precisam conhecer chão de fábrica. Os alunos têm de visitar indústrias. O designer trabalha em equipes multidisciplinares, então tem de conversar com engenheiros de processos, de materiais, tem de ver como chegam os suprimentos. Para quem deseja se tornar designer de embalagens é salutar visitar a Braskem, visitar a Saint-Gobain, entender como são os processos de vidros, ir à Alcoa, por exemplo, saber de alumínio. E as empresas, obviamente, precisam autorizar visitas às suas unidades industriais. É uma via de duas mãos. As próprias indústrias podem ganhar com isso, captando novas ideias, ajudando a formar potenciais talentos que no futuro ela poderá absorver. A questão, então, é mudar um establishment. Nosso desejo é justamente esse, o de haver maior interação entre alunos, técnicos, profissionais de indústrias, corpo docente das escolas. Isso nos ofereceria profissionais mais completos. No campo do packaging, não raro ouvimos clamores por designers que não sejam apenas desenhistas gráficos, mas que dominem o conhecimento de processos, materiais, equipamentos. Esse tipo de profissional existe lá fora? Existe, mas não são muitos. O ensino lá fora é muito bom. Acho que obriga mais os alunos a ter contato com materiais, equipamentos e processos. Mas a ques-
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Os designers, sejam de produtos ou de embalagens, precisam conhecer chão de fábrica. Têm de conversar com engenheiros de processos, de materiais tão é complexa. O designer não trabalha sozinho. Ele é fundamental porque concentra a missão de inovação. Tenho ido bastante aos Estados Unidos, e reparo que o designer de lá tem densidade de demanda de trabalho, e tem experiência prática tão grande que acaba aprendendo muito. Acaba criando enorme repertório e uma tremenda vocação para a prática, para colocar a mão na massa. Ante o crescimento da classe C, temos observado duas escolas: uma que prega a necessidade de entender melhor essa camada social, para poder desenvolver um design específico para ela, e outra que defende que isso é bobagem, porque o design que esse público deseja é o mesmo que os consumidores das classes A e B apreciam. Qual é a abordagem mais sensata? Lembro daquele argumento da ditadura militar: não são necessárias eleições porque o povo não sabe votar. Não é verdade, e isso vale para o design. Todo mundo sabe o que é bom. Todo mundo (enfática). Há inclinações mais kitsch, mais barrocas, mas são coisas subjetivas, de gosto. Mas todos gostamos do que é bom. Sou a favor do bom para todos. Por que não pode haver sofás mais confortáveis nas Casas Bahia, no Magazine Luiza ou no Ponto Frio? Mas é claro que alguma adaptação pode ser necessária, e é aí que entra o pensamento de design. Por que o sofá mais confortável não pode ser dobrável, para facilitar a passagem na porta do consumidor da classe C? Já vi isso acontecer: o consumidor popular junta o dinheiro, compra o móvel e ele não passa pela porta de sua casa. Isso de racionalizar, de ter design, não é luxo. É qualidade de resultado, de performance. Dá para fazer coisas boas, bonitas e baratas. Elas não são utópicas. Dá o mesmo trabalho fazer o certo ou o errado. Então, façamos certo.
ciclo de conhecimento
Força estratégica em rodada dupla Reunindo palestras sobre a importância de projetos inovadores de embalagem, Fórum Design de Resultados lotou auditórios em São Paulo e Curitiba
A importância do design de embalagem como instrumento de diferenciação e de êxito comercial de produtos foi o tema de mais um evento de transformação do Ciclo de Conhecimento, o Fórum Design de Resultados, realizado em 28 de junho em São Paulo e dois dias depois em Curitiba. Os locais de ambos os eventos, respectivamente Panamericana Escola de Arte e Design e Auditório Tristão de Atahyde/PUC Paraná, tiveram público de aproximadamente 200 pessoas. Na Panamericana, após as apresentações, realizadas em período de meio dia, foi oferecido pela Eastman e pela revista EmbalagemMarca um coquetel de abertura de exposição, com quinze dias de duração, de oitenta painéis retratando trabalhos do designer canadense Ravi Sawhney, CEO da RKS Design, empresa baseada no estado americano da Califórnia. Sawhney é autor, em parceria com a estrategista de negócios Deepa Prahalad, do livro Predictable Magic – Unleash the Power of Design Strategy to Transform your Business, não traduzido para o português. Sua palestra centrou-se no tema da psicoestética, processo por ele desenvolvido
para liberar a força do design estratégico (ver entrevista em EmbalagemMarca nº 138, de fevereiro de 2011). Naquilo que se poderia definir como “evento redondo”, as demais palestras tiveram como pontos em comum o foco na importância estratégica do design para os negócios e a afirmação de que seu peso nesse sentido crescerá ainda mais. Além de Sawhney, palestraram em São Paulo: Lincoln Seragini, presidente da Seragini Farné Guardado Design; Gian Franco Rocchiccioli, diretor da Abedesign e CEO da Sart Dreamaker; Gaylon White, diretor de Design da Eastman; Cristiana Tavares, gerente de design da Procter & Gamble, como representante de indústria usuária; em Curitiba, nesta condição, falou Marcella Nogueira, gerente de Marca de O Boticário. A sessão curitibana contou ainda com a participação de Marcos Minini, diretor de criação da Brainbox Design, em painel com Gian Franco Rocchiccioli. Todas as apresentações receberam alto índice de aprovação (média de “ótimo” e “bom” superior a 90%) dos assistentes, segundo enquetes feitas nas duas ocasiões.
AUDITÓRIO em são paulo
AUDITÓRIO em curitiba
LINCOLN SERAGINI
RAVI Sawhney
Gaylon White
Cristiana Tavares
GIAN FRANCO Rocchiccioli
MARCELLA NOGUEIRA
PATROCÍNIO OURO
PATROCÍNIO PRATA
REALIZAÇÃO
Veja mais fotos:
PROMOÇÃO MARCOS MININI
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Evento de SP, na Escola Panamericana: emb.bz/144sp Evento de Curitiba, na PUC Paraná: emb.bz/144pr
alimentos
O que falta para o bom tempero Segmento de especiarias, aquecido pelo boom da gastronomia gourmet, carece de boas embalagens Por Marcelo Marcondes
© Marilyn Barbone | Dreamstime.com
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Condimentos, temperos, azeites especiais e tantos outros itens que compõem a categoria das especiarias, tão presentes hoje em prateleiras de supermercados, padarias e até vendinhas de beira de estrada Brasil afora, têm um ponto em comum: embalagens pobres, que em sua esmagadora maioria mal lembram a importância que a pimenta, o cravo, a canela e todo o arsenal de exotismos culinários tiveram no tempo das grandes navegações. As especiarias foram causa – se não total, em expressiva parcela – de conquistas como a rota marítima em torno da África, o caminho das Índias, a chegada ao Novo Mundo. A cobiça por elas levou mesmo a humanidade a muitas guerras, algo espantoso ante o atual lugar comum em que se encontram. Há, é claro, exceções nesse horizonte banal mas aberto para o tempero das boas embalagens. Em meio à mesmice e à qualidade duvidosa, aqui e ali despontam embalagens com requintes de acabamento e de impressão, com itens de alta funcionalidade e de conveniência. Em última instância, tal panorama demonstra que, do ponto de vista mercadológico, a opção por recipientes mais adequados que aqueles de formato padrão para ingredientes de culinária sofisticada vacila no Brasil entre o otimismo quanto ao crescimento do consumo e a falta de visão para oportunidades. De um lado, há quem identifique um bom futuro para embalagens que adicionam valor a ervas, vinagres balsâmicos, flor de sal e outros temperos requintados. Na outra ponta ficam os que apostam na preferência do consumidor gourmet por aditivos culinários com aura artesanal, caseira, comercializados a granel, ou no máximo em frascos corriqueiros e singelos sachês, em feiras livres e “mercadões”. Segundo Lincoln Seragini, CEO da Seragini Farné Guardado Design, isso explica a tranquila
Outro ponto notável é que vem se difundindo entre a classe média alta o hábito de preparar alimentos fora do trivial em casa. Os recém-ascendidos a faixas mais altas da escala social, hoje incluídos em parcelas de milhões na classe C, também já não se contentam, como ocorria nos primeiros anos do Plano Cruzado, com a cota garantida de iogurte e de frango congelado. Querem agora o que entendem ser iguarias – temperadas com o que entendem ser requinte. Ou seja, estão abertos para a oferta de bens com valor agregado, o que no caso em questão tem tudo a ver com embalagens. Na verdade, numa era em que as sensações e os estímulos são maciçamente virtuais, ressalta-se a importância do paladar. Não é descabido, assim, imaginar que a busca por novos sabores, de preferência de elaboração própria, talvez seja um dos últimos percursos sensoriais inexplorados pelas pessoas. Tampouco é temerário concluir que a prática da gastronomia em círculos fechados se reforça e abre perspectivas mercadológicas para ações e produtos fortemente direcionados.
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Nesse sentido, basta lembrar, como indício da difusão do ato de cozinhar por prazer ou como hobby, a notável valorização de empreendimentos imobiliários com um ambiente até há pouco inexistente nos apartamentos: a varanda gourmet. Seria surpreendente o fato de as embalagens não terem protagonismo mais enfático nesse panorama, não fosse uma alegada dificuldade em obter com os fornecedores disponíveis embalagens incrementadas, em lotes geralmente pequenos. Os custos, no caso, são sempre mais elevados que os de tiragens convencionais. Empresas que seguiram o caminho de valorizar produtos gourmet com o uso de embalagens com maior valor agregado que as triviais não se mostram arrependidas. A Mercato, de Recife, é um exemplo. Em abril de 2010, seus proprietários, os irmãos Gustavo e Bruno Accioly, lançaram a linha de temperos premium Kook. A empresa comercializa sais e pimentas em grãos, provindos de países diversos, como Índia, Chipre, Austrália, Estados Unidos, Indonésia e Chile. Os sais especiais e as pimentas da marca são acondicionados em frascos de vidro de 90 gramas, com moedor de
plástico, em acabamento cristal, acoplado no topo. O acessório é importado da China, fabricado pela Zibo Jr Co. Já a linha de sais do Mediterrâneo Kook é apresentada em frascos de vidro de 50 gramas, fabricados pela Vidraria Anchieta, com tampa twist-off de aço. O recurso a embalagens de certa forma complexas e de volume limitado para sal, o mais comoditizado dos temperos culinários, é uma clara forma de transmitir a idéia de adição de valor e de produto incomum. “Sempre acreditamos no poder que uma bela apresentação tem para um consumidor desse tipo de produto”, diz Bruno Accioly. “Por isso investimos em embalagens inovadoras, valorizando as cores e reforçando o aspecto decorativo.” Valeu a pena. Apesar de estarem há apenas um ano no mercado, os produtos da Mercato já são comercializados em nove Estados do Brasil, com destaque para São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco, e estão em andamento tratativas para uma primeira exportação, para Portugal. O caso da Mercato é apenas um exemplo da possibilidade de beneficiarse de uma tendência de negócios para a qual potenciais fornecedores de emba-
Sais e pimentas da pernambucana Kook: o ‘trivial chique’ em frascos de vidro com moedor acoplado
© fotos: carl os curado
aceitação do consumidor por temperos acondicionados em sachês, por exemplo. Em sua interpretação, ao chegar em casa o consumidor coloca os produtos em recipientes com fechamento hermético – atitude que, a rigor, mais que enfraquecer fortalece a argumentação favorável ao bom potencial de mercado para embalagens adequadas à conservação dos produtos e sofisticadas, com apelo para vendas por impulso. Nesse confronto de opiniões, em que prevalece o lema do “deixar como está”, um dos poucos pontos claros é que é importada a maioria dos artigos apresentados em recipientes premium, cada vez mais presentes nos pontos de venda. Diferentemente da maioria dos produtos nacionais, percebe-se neles um grande cuidado e acentuado uso de acabamentos em aço escovado, rótulos serigrafados, grafismos minimalistas, vidros jateados e pintura matte.
lagens não estariam prestando a devida atenção. Na busca pela atenção do sempre exigente cliente de produtos gourmet, um dos pioneiros do setor, Nelo Linguanotto, ex-proprietário da Temperos Linguanotto e hoje dono da empresa de especiarias Bombay, prefere imprimir identidade artesanal e caseira nos produtos da marca, por via de potes de vidro e rótulos de papel. A Bombay comercializa especiarias variadas, acondicionadas em potes de vidro espesso em formato cúbico e boca larga “para caber uma colher de chá”. Simples e práticos, são fechados com uma rolha com o nome Linguanotto grafado na parte superior e recebem lacre termoencolhível. “As embalagens foram desenhadas para remeter ao ambiente caseiro, porque no Brasil muitas pessoas associam a cozinha à família e ao lar”, destaca o empresário. O certo é que “a gastronomia nunca esteve tão em alta como nos dias de hoje”,
ao que comenta Patrícia Herrmann, gerente de marketing da Companhia das Ervas, que também vem tirando bom proveito da onda. A empresa se esforça para atender as crescentes levas de gastrônomos de horas vagas, produzindo temperos variados e comercializando especiarias como curry, manjerona, cúrcuma e zattar. Para seu amplo portfólio, adotou um relativamento diversificado leque de embalagens, no qual a padronização de formatos, como no caso de frascos de vidro para grãos e para pimenta, é valorizada com o uso de rótulos de papel pardo muito identificados com a linha. Mas aí já se trata de um implemento de ação anterior. É reconhecida no mercado como um verdadeiro pulo-do-gato e uma das razões de seu êxito comercial a iniciativa da Companhia das Ervas, alguns anos atrás, de utilizar pré-formas de garrafas de PET para acondicionar ervas. Essa alternativa se tornou quase um equity
Os temperos da Bombay têm todos identidade singular, acondicionados em potes de vidro de tampa larga para caber uma colher
da marca, hoje copiado por outras, ao mesmo tempo em que descortinou para a indústria de acessórios de cozinha um novo mercado: o de estantes aramadas para colocação dos frascos.
O aquecimento das vendas de especiarias tem favorecido adicionalmente também o varejo, como conta o gerente de uma loja de grande rede de supermercados que prefere não ser identificado. Ele relata que o consumidor de gastronomia busca utensílios de cozinha que fujam do trivial, como caçarolas revestidas com cobre, facas, medidores de volumes e objetos “especiais”, ao mesmo tempo úteis e decorativos. “Não dá para colocar uma embalagem tosca numa varanda gourmet”, defende Rebeca Couto, proprietária da marca francesa de azeites premium Oliviers & Co. no Brasil. Na onda que avança, cresce naturalmente o segmento de casas de venda de alimentos premium. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, há relação entre o aumento da demanda por produtos gourmet e a abertura de empórios e mercados de alimentos com
Pré-formas de PET da Companhia das Ervas: Ainda que seja uma solução simples, distingue até hoje os produtos da marca nas gôndolash
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Conservas e temperos da Sapori receberam grafismos mais atraentes nos rótulos, que foram aprovados pelo consumidor
alto valor agregado, procurados majoritariamente por pessoas das classes A e B. Honda informa que bandeiras como St. Marché, em São Paulo, Verdemar, em Belo Horizonte, e Perini, em Salvador, “vão começar a expandir suas redes, justamente para atender a essa demanda”. Uma esperada expansão do mercado de especiarias, porém, parece esbarrar num antigo problema: o do custo de
embalagens personalizadas, que se diferenciem dos modelos standard adotados necessariamente para produtos cujas vendas são modestas em comparação com itens de alto consumo. Atuando num segmento vizinho daquele das especiarias, a fabricante de molhos, conservas e antepastos Sapori busca incrementar suas embalagens por meio de rótulos mais atraentes, segundo Angela Rappa Sanos, proprietária da marca. “Tivemos um salto nas vendas quando mudamos os rótulos para um estilo mais colorido, de maior visibilidade nas gôndolas”, ela conta. Mas a agência responsável pelo desenvolvimento das embalagens, a Ad-One Propaganda, de Jundiaí (SP), teve de limitar-se a isso e ao uso de frascos padrão, fornecidos pela Embavidros e pela Nadir Figueiredo. Indagada se uma apresentação incrementada de seus produtos, com recipientes personalizados, não implementaria ainda mais as vendas da empresa, Angela foi sintética: “Seria muito positivo, mas não temos cacife para bancar uma produção de potes exclusivos”. No entanto não se trata de um caminho fechado. Ao decidir acondiconar industrialmente os molhos e coberturas de sua marca que comercializava em embalagens artesanais, a rede de restaurantes e cafés Bazzar, do Rio, firmou parceria com a Wheaton para a produção de um pote de vidro exclusivo (que, segundo Cristiana Beltrão, sócia-diretora da empresa, “contribuiu para multiplicar
as vendas). Isso foi possível graças a ajustes no design, dotado de curvas, sem ângulos, o que facilita a produção. “O que impede que outras empresas do setor firmem parceria semelhante?”, pergunta-se Marta Oliveira, gerente de marketing da Wheaton. Ela conta que, atualmente, a vidraria vem desenvolvendo para uma vinícola (não identificada) um pote exclusivo para geléia, em esquema similar ao firmado com a Bazzar. Marta afirma não serem necessárias tiragens muitos grandes para o desenvolvimento de embalagens exclusivas. “Um pedido em torno de 100 000 unidades já viabiliza a produção.” Ante o quadro generalizado de aumento da demanda de produtos gourmet e a razoável flexibilidade demonstrada por uma indústria de vidros, setor tradicionalmente resistente a fornecer lotes modestos, coloca-se para os supridores de embalagens feitas de outros materiais um desafio que não deixa de ser uma oportunidade: como atender um segmento de mercado onde a demanda pelo tão celebrado atributo de insumos para adicionar valor está praticamente desassistido? Ou, dito de outra forma, o que é necessário para colocar tempero no atraente mercado de especiarias?
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Vinhos
Funcional com digital Com rótulos impressos com dados variáveis e múltiplos recursos, Vinícola Garibaldi mostra que impressão digital pode ser usada em diversas situações
O vinho branco
seco Acquasantiera Lorena Ativa, da Cooperativa Vinícola Garibaldi, traz novidades para o mercado – no conteúdo e nas embalagens. No que diz respeito ao produto em si, além de ser um inovador resultado de tecnologia inédita no Brasil, fruto de parceria com a Embrapa Uva e Vinho, o Lorena Ativa possui quatro vezes mais antioxidantes naturais. Com propriedades e método de vinificação semelhantes aos dos vinhos tintos, já que a uva é fermentada com a casca, além de oferecer o diferencial em substâncias benéficas à saúde o Acquasantiera Lorena Ativa mantém as características aromáticas da variedade da uva, conforme argumenta a vinícola. O produto agora lançado pela Garibaldi procura situar-se no conceito de bebida funcional e beneficiar-se do apelo à saúde, na medida em que os vinhos tintos teriam preferência dos consumidores por apresentarem maior concentração de polifenóis, antioxidantes com poder anti-inflamatório encontrados também no azeite, em frutas e em vegetais.
Quanto às embalagens, as novidades situam-se na decoração. Os rótulos são produzidos em impressão digital com dados variáveis, pelo processo de offset digital da HP, em filme de BOPP (polipropileno biorientado) com acabamentos de hot stamping. Foram usadas três imagens distintas, para diferenciar o produto nos pontos
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Acquasantiera: decoração baseada em offset digital para “derrubar o mito” das baixas tiragens
de venda. “Esse caso mostra que a impressão digital pode aumentar os recursos gráficos e derruba o mito de que só pode ser utilizada para pequenas tiragens”, explica Celiano Cenci, diretor da Brazicolor, gráfica que confecciona os rótulos. Segundo o executivo, o processo digital foi escolhido com o objetivo de conseguir melhor definição das imagens. O lote encomendado para o vinho da Garibaldi, de 30 000 unidades, é considerado médio, mas, ao que afirma o diretor da Brazicolor, “não seria possível fazer em outro processo de impressão com o mesmo padrão de qualidade offset digital, entrega rápida e imagens variadas.”
Brazicolor (54) 3225-1853 www.brazicolor.com.br HP (11) 3074-5242 www.hp.com
sustentabilidade
“Verde” do começo ao fim Na segunda fase do projeto end-to-end do Walmart, treze indústrias apresentam embalagens e produtos que geram menor impacto ambiental Em parceria com grandes empresas fornecedoras, o Walmart lançou, no início de 2010, o projeto Endto-End, cujo objetivo era contribuir com o desenvolvimento sustentável do mercado brasileiro. Em julho deste ano, a rede varejista lançou a segunda etapa da ação. A ideia do projeto, agora rebatizado de “Sustentabilidade de Ponta a Ponta”, é induzir as indústrias a escolher os principais itens em cada categoria e trabalhar para aprimorar os processos envolvidos. A nova edição do projeto conta com a participação de treze empresas: AmBev, Danone, Kimberly-Clark, Kraft Foods, L’Oréal, Mars, Philips, Reckitt Benckiser, Santher, Sara Lee, SC Johnson, Whirlpool e Nat Cereais, responsável pela marca Sentir Bem, do Walmart. De acordo com a vice-presidente de assuntos corporativos do Walmart Brasil, Daniela de Fiori, os treze produtos lançados (ver quadros) “foram pensados para causar o mínimo de impacto ambiental, desde a matéria-prima utilizada até o descarte de resíduos”. Os fornecedores escolheram um item líder de categoria para análise técnica de todo o seu processo de produção. A ideia, explica Marcos Samaha, presidente do Walmart Brasil, foi fazer as indústrias se comprometerem a
Guaraná Antarctica PET 2 litros AmBev Primeira garrafa de bebidas no Brasil a utilizar uma parcela de PET pós-consumo reciclado grau alimentício (ver reportagem na página 64). Foram alcançadas melhorias no processo produtivo e no transporte. Segundo a AmBev, o uso de PET reciclado vai reduzir em 60,7 toneladas/ano o consumo de resina virgem.
Papel higiênico Neve Naturali Kimberly-Clark A Kimberly-Clark passou a aproveitar o plástico do refugo industrial e dos resíduos das embalagens que chegam com as matérias-primas e insumos na empresa. O material foi reunido e passou a ser entregue para um fornecedor, que recupera a resina e a devolve como 10% de plástico novo para os fardos de embalagens de transporte. Os ganhos ambientais, ao longo de um ano, foram economias de 455 000 litros de água, redução de 30 200 quilos de resíduos sólidos destinados a aterros sanitários e menos 58,2 toneladas de CO2 equivalente emitidas. Fornecedores*:
Danoninho morango 360 gramas Danone Com o uso de uma tecnologia que expande a chapa plástica, tornando-a aerada, a Danone conseguiu reduzir em 9,4% o volume de matéria-prima consumido nas bandejas do queijo petit suisse Danoninho. O processo, inédito no País, foi transferido pela empresa a um fornecedor brasileiro. Fornecedores*: chapas de poliestireno
Coexpan (11) 4581-7963 www.coexpan.com.br máquinas termoformadoras
Dinieper (11) 3604-5499 www.dinieper.com.br chapas de poliestireno
Microservice (11) 2105-1300 www.microservice.com.br
Halls Kraft Foods A Kraft Foods reduziu materiais de embalagem e descartes industriais. As mudanças nas embalagens alcançaram toda a linha Halls (Base e Creamy). Na caixa-display que acondiciona e expõe o produto, houve redução tanto na gramatura da caixa quanto na espessura do filme de BOPP que envolve e protege o display. Foram feitas mudanças também na embalagem de transporte: as caixas de papelão foram eliminadas e os displays passaram a ser transportados diretamente em paletes. Fornecedores*: papel cartão
Ibema (41) 3240-7400 www.ibema.com.br
filme strecth
Valfilm (35) 3363-9200 www.valfilm.com.br
display
Ibratec (11) 4772-8277 www.ibratecgrafica.com.br
impressão
Zaraplast (11) 3952-3000 www.zaraplast.com.br
filme de BOPP
Vitopel (11) 3883-7700 www.vitopel.com.br
Linha Elsève L’Oréal
TV LED 32” Philips
A partir do redesenho do frasco do creme de pentear Elsève, houve redução de peso de até 21%, com aumento da resistência. Para a produção da nova embalagem foi otimizado o processo de sopro. Assim, houve redução da quantidade de emissão de gases e do consumo de energia elétrica.
Esta é a primeira TV da Philips com a embalagem em papel kraft, retirando-se o componente químico do branqueamento e pintura até então utilizados, o que gerou diferença de 10% no custo da matéria-prima, além de menos refugos no processo industrial. As mudanças possibilitaram um consumo de energia 35% menor, um produto mais leve, manual com menos papel e instruções na tela e embalagem com menor utilização de fontes não renováveis.
Fornecedores*:
Fornecedor*:
frascos
Brasalpla (11) 2104-1400 www.alpla.com
caixas de transporte
Klabin (11) 4588-7227 www.klabin.com.br
60 | Agosto 2011
embalagens de transporte
EMAS Amazônia (92) 2129-5500 www.emas.ind.br
melhorar seus processos produtivos. “A opção por produtos líderes se deu por dois motivos”, comenta Samaha. Primeiro, para que o consumidor não abrisse mão do produto de sua preferência. Depois, a iniciativa poderia influenciar outros fornecedores a adotar ações semelhantes, gerando um efeito multiplicador.” A partir da definição, o produto passa por uma análise técnica de todo o processo de produção para gerar as mudanças possíveis, do início ao fim da cadeia. O Walmart Brasil garantiu apoio técnico, por meio do Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea), ligado ao Instituto de Tecnologia de Alimentos do Governo de São Paulo. Durante dezoito meses foram realizadas reuniões com as indústrias, sugeridas mudanças e avaliados resultados do início ao fim da cadeia produtiva. A rede varejista ofereceu, ainda, garantia de compra, maior visibilidade e exposição diferenciada desses itens nos pontos de venda, além de divulgação destacada em materiais promocionais específicos para os clientes. De acordo com o Walmart, a reformulação dos treze produtos vai trazer redução de mais de 250 toneladas de materiais consumidos por ano, considerando a estimativa de um ano de venda na rede, sendo 79 550 quilos em matéria prima de embalagens. A redução no uso de água será de 2 milhões de litros, e a de energia, de 19 milhões de quilowatts/hora. Em relação às emissões de gases de efeito estufa (GEE), a redução chega a 3 171 toneladas de dió-
Ração Whiskas lata Mars
Veja Perfumes Sensações
O produto era acondicionado em lata de aço de 94 milímetros de altura, com corpo de 0,15 milímetro de espessura e capacidade para 340 gramas de produto. A nova linha utiliza latas menores (83 milímetros de altura), com corpo mais fino (0,14 milímetro) e capacidade para 290 gramas. A nova embalagem permitiu a redução do consumo de aço e a diminuição do tamanho do rótulo. As instruções de abertura foram excluídas da tampa abre-fácil e inseridas no rótulo, eliminando consumo de tinta.
Reckitt Benckiser
Fornecedores*: latas
Rimet (11) 2877-5000 www.rimet.com.br
Café Pilão Origem
Toalha de papel Snob Eco Santher
Sara Lee
Por ser mais compacto, tendo 33% a mais de folhas por rolo, o produto garante menor volume de descarte de subprodutos como filmes plásticos das embalagens primária e secundária e papel cartão dos tubetes. Também proporciona menor cubagem no transporte, emitindo menos CO2. A quantidade de filme plástico utilizado no novo pacote também diminuiu.
A embalagem primária usa 9% menos matéria-prima que as embalagens similares, com 70% menos tinta de impressão. Também houve mudanças nas embalagens de transporte: as caixas são confeccionadas a partir de papelão ondulado 100% reciclado com certificação FSC (Forest Stewardship Council). Reduziu-se para zero o uso de etiquetas de identificação nas caixas e o filme stretch, envoltório dos paletes, teve sua espessura reduzida em 20%. Fornecedores*:
Pato pastilha adesiva SC Johnson
embalagens laminadas de polietileno, alumínio e PET
Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br caixas de transporte
Jari Celulose (11) 4689-8700 www.grupoorsa.com.br filme strecth
Valfilm (35) 3363-9200 www.valfilm.com.br
Os principais resultados do projeto • Redução de emissões de gases de efeito estufa: 3,171 toneladas de CO2 equivalente (economia de 17,3 milhões de quilômetros rodados) • Mais espaço nos caminhões com as reduções de embalagem. Aumento entre 32% e 64% na capacidade das carretas • Certificação de produtos e processos, engajamento em campanhas de interesse coletivo e outras iniciativas com foco social • Redução no consumo de óleo diesel: 232 430 litros • Redução no consumo de energia elétrica: 19,27 gigawatts-hora (economia de 8,03 milhões de lâmpadas de 100 watts) • Redução no consumo de água: 2,4 milhões de litros • Redução de massa das embalagens: 79 450 quilos • Redução de resíduos (industrial ou agrícola, excluindo pós-consumo): 250 400 quilos Fonte: Walmart Brasil
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A empresa desenvolveu a versão de 2 litros, que usa 47% menos material por litro de produto quando comparado com a embalagem de 500 mililitros. Foi reduzido em 7% o material da tampa e em 6% a gramatura do rótulo, que agora é impresso com tinta à base de soja. Foram reduzidos a energia no sopro das embalagens e o consumo de papelão nas bandejas que transportam o produto.
As pastilhas são vendidas em caixas de cartão com três unidades, com embalagens unitárias. Para viabilizar o novo produto, a empresa investiu na nacionalização do processo. Por um lado, incentivou dois fornecedores a produzir no Brasil o filme para as flow packs primárias, que antes era importado. Na outra ponta, a SC Johnson implantou uma linha de produção em Manaus, em substituição à importação do produto. Com isso, houve diminuição da complexidade logística, que reduziu o consumo de combustíveis e a emissão de CO2. O lançamento do produto em embalagens individuais levou a um redimensionamento das embalagens secundárias e de transporte, diminuição do consumo de matérias-primas e otimização dos fretes com ganhos de 35% a 63% no aproveitamento do transporte. Fornecedores*: flow packs
Converplast (11) 2462-1177 www.converplast.com.br cartuchos
Bureau Comercial (92) 3631-0732
flow packs
PCE Embalagens (92) 3615-1292
xido de carbono equivalentes (CO2e), o que corresponde a uma economia de combustível para um caminhão rodar 17,3 milhões de quilômetros. Em sua primeira edição, o projeto do Walmart contou com dez fornecedores (ver EmbalagemMarca nº 126, fevereiro de 2010): 3M (Ponjita), Cargill (Liza), Coca-Cola (Matte Leão), Colgate-Palmolive (Pinho Sol), Johnson & Johnson (Band-Aid), Nestlé (Pureza Vital), PepsiCo (Toddy), Procter & Gamble (Pampers), Unilever (Comfort) e o próprio Walmart Brasil (Top Max). A rede varejista diz que tais produtos tiveram um crescimento médio nas vendas de 40% após o seu lançamento, atestando a aprovação pelos consumidores.
Aveia Sentir Bem Walmart/Nat Cereais A linha de aveias Sentir Bem é composta por seis itens e produzida pela Nat Cereais, de Lagoa Vermelha (RS). O produto teve seu ciclo de vida redesenhado, num processo que contemplou seis iniciativas que melhoraram a cadeia produtiva, desde o plantio da aveia até o descarte da embalagem pelo consumidor final. Foram reduzidos o peso da embalagem e a utilização do papel sem perda de qualidade. As caixinhas, produzidas com menos papel cartão (certificado pelo FSC – Forest Stewardship Council), utilizam 10% menos massa de celulose. Foi possível aumentar de 80 para 100 o número de caixas de produto transportado por palete. Fornecedores*: Design
Sart Dreamaker Brand Design (11) 3044-4074 www.sart.com.br
Refrigerador Brastemp Inverse Viva Whirpool Projeto visa reforçar a coleta e reciclagem de embalagens do produto nos centros onde a Brastemp já faz esse trabalho em parceria com o Walmart. Na entrega de um produto, a embalagem de transporte é retirada e levada para a reciclagem. Eficiência energética, seleção de insumos e campanha educacional com foco em sustentabilidade ambiental foram os focos do projeto.
* citados apenas os fornecedores da cadeia de embalagens
refrigerantes
Barreira superada Guaraná Antarctica é a primeira bebida do Brasil a utilizar garrafa que incorpora PET reciclado
Projetos de uso de PET pós-consumo reciclado (PET-PCR) em embalagens de alimentos existem há anos, mas sempre esbarraram no desafio de agregar a tecnologia de incorporação da resina reciclada à matéria-prima virgem, de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O obstáculo acaba de ser superado pela AmBev, que, num trabalho concentrado em sua fábrica do Rio de Janeiro, desenvolveu uma garrafa de 2 litros para o Guaraná Antarctica. É a primeira no País a ter aprovação do órgão regulador para utilização do PET-PCR grau alimentício. Fruto de parceria entre a AmBev e o Walmart no projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta (ver reportagem na página 60), o recipiente é formado por uma parcela não declarada, mas ainda pequena, de resina reciclada. O objetivo é aumentar paulatinamente a substituição da quantidade de resina virgem utilizada no processo de fabricação. No rótulo da garrafa haverá informações que identificam o percentual de resina de origem de PET reciclado. Segundo a fabricante, a relevância da nova embalagem é enorme no seu portfólio, já que o Guaraná Antarctica é sua principal marca de refrigerante, e o recipiente de 2 litros, o principal da marca no mercado. Para viabilizar o projeto, a AmBev investiu na qualificação de uma cadeia de cooperativas de reciclagem que serão as fornecedoras do insumo. “Temos necessidade de garantir o fornecimento de matéria-prima para reciclar, preservando a qualidade do produto”, diz Thiago Ely, gerente de Inovações de Refrigerantes da empresa. “Por isso, ampliamos o incentivo a cooperativas de reciclagem, o que já vínhamos fazendo há muitos anos.” Por ser uma marca tradicionalmente brasileira, o produto será comercializado somente no mercado nacional. Segundo a empresa, os recursos utilizados no projeto, de valor não divulgado, foram aportados totalmente pela unidade brasileira.
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Garrafa de 2 litros, a mais popular do Guaraná Antarctica, foi escolhida para ser a pioneira na incorporação de resina derivada de material pós-consumo
ideias
Barreira sem opacidade Material desenvolvido no Brasil substitui alumínio em blisters de medicamentos que precisam de barreira à luz
Reduzir drasticamente o custo de blisters para acondicionar medicamentos que precisam de proteção contra a luz. Isso é o que promete uma embalagem com material desenvolvido no Brasil pela Vulcan, multinacional brasileira controlada pela Brascom Participações, por meio da holding ILP – Indústria de Laminados Plásticos, com matriz no Rio de Janeiro e fábricas em São Roque (SP), na França e na Holanda. O material desenvolvido pela empresa é o Vinitherm PHC UV, com proteção contra raios ultravioleta (UV). Trata-se de um laminado de PVC para o mercado farmacêutico. No nome comercial do produto, as letras PH se referem ao mercado a que se destina (Pharma), enquanto C alude a “colorido”, já que a chapa tem cor. Segundo o fabricante, o laminado protege os remédios sensíveis aos raios ultravioleta graças a uma barreira translúcida (antes, somente embalagens 100% opacas conseguiam cumprir essa função). O gerente comercial de embalagens rígidas da Vulcan, Benito Conde Cid Neto, diz que o Vinitherm PHC UV “pode substituir o alumínio usado em algumas embalagens, reduzindo o custo, pois o produto feito à base daquele metal é cerca de 250% mais caro”. Novidade no mercado brasileiro, o desenvolvimento do novo material recebeu investimentos de cerca de 800 000 reais. “Pelo que temos conhecimento, é o primeiro material desse tipo no mundo”, afirma o executivo. A nova embalagem foi homologada pela Furp – Fundação para o Remédio Popular do governo de São Paulo. O processo de pesquisa e homologação do novo material pela entidade durou dois anos, e a embalagem deve começar a ser utilizada pela Fundação ainda no segundo semestre de 2011. “Apesar de termos feito o desenvolvimento em conjunto com a Furp, não há exclusividade, e o material está à disposição do mercado”, relata Benito Neto. A previsão da Vulcan é que no curto prazo sua divisão para produtos farmacêuticos eleve a produção em 10%, e as receitas, em 15%.
66 | Agosto 2011
Blisters translúcidos com proteção UV são alternativa mais barata ao alumínio
Vulcan (21) 3362-2340 www.vulcan.com.br
internacional
Inovação a jato Refrigerante em aerossol lançado na Inglaterra promete revolucionar mercado de bebidas carbonatadas
Turbo Tango. Esse foi o nome escolhido para uma variante do refrigerante de laranja Tango, da britânica Britvic, que busca conquistar o público jovem por meio de uma apresentação inusitada. A novidade é acondicionada numa embalagem aerossol totalmente produzida em plástico, iniciativa anunciada como inédita no campo das bebidas carbonatadas. A ideia é que o consumidor utilize a bebida esguichando-a diretamente na boca. Para facilitar essa tarefa, o recipiente incorpora um bico dispensador especial, também moldado em plástico. O acessório apresenta uma espécie de cânula que garante o direcionamento do jato da bebida. Patenteada pela Britvic, a tecnologia cria a sensação de que se está ingerindo uma espuma cremosa. “Trata-se de uma inovação com potencial para criar, no futuro, um segmento totalmente novo no mercado de refrigerantes”, acredita Jonathan Gatward, diretor de marketing da fabricante da bebida. Segundo ele, a invenção é uma resposta ao consumidor jovem, que busca produtos diferenciados no mercado. O projeto do Tango Turbo foi tocado em conjunto pela Britvic e pela consultoria de marcas e design Blue Marlin. O desenvolvimento foi complexo. Contou com a colaboração de mais de quarenta parceiros internacionais para a obtenção do resultado final. Segundo Andrew Eyles, diretor
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da Blue Marlin, todo o projeto de criação da embalagem norteouse pelos ideais de quebra de normas da categoria e de comunicação irreverente com os jovens. “Quisemos fazer algo diferente de tudo o que há no mercado”, diz o profissional. Como consequência, o recipiente plástico, com capacidade volumétrica de 375 mililitros, ganhou formato sinuoso e decoração com rótulo termoencolhível dotado de grafismos que apelam à irreverência, destacando imagens de cilindros de oxigênio e composições que aludem a grafites. O design gráfico com estilo urbano, explica Jonathan Gatward, “é inerente à marca Tango”, que tem se notabilizado por utilizar desenhos extravagantes em suas embalagens. Um exemplo, lançado cerca de dois anos atrás, foi uma lata com a decoração de cabeça para baixo (ver EmbalagemMarca nº 118, junho de 2009). A Britvic evita divulgar detalhes sobre a embalagem do Turbo Tango, como os nomes dos fornecedores dos componentes e os materiais em que são produzidos. Mas alardeia, sem cerimônias, que a receptividade do conceito pelo público-alvo “tem sido muito boa”.
Bico direcional (no detalhe) garante que jato da bebida seja dispensada diretamente na boca
Blue Marlin www.bluemarlinbd.com
m V ai set elh isit s or or e co c fe a nh om ir ec q a d e ue o o ev m en to
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PROGRAMA BÁSICO • Saída de São Paulo: 25 de setembro de 2011 • Companhia Aérea: TAM • Hotel: BEDFORD HOTEL BRUSSELS (categoria 1ª Classe, 4 estrelas), localizado no centro de Bruxelas, próximo da Grand Place, com fácil acesso à feira pelo metrô.
PREÇOS DOS PACOTES DE VIAGEM POR PESSOA, A PARTIR DE*
US$ 1,905.00 + taxas aeroportuárias
US$ 2,530.00 + taxas aeroportuárias
Voo em classe econômica São Paulo/Paris/São Paulo (traslado Paris-Bruxelas feito com o trem de alta velocidade TGV diretamente ao centro de Bruxelas) apartamento duplo, por 5 noites (26/9/11 a 1/10/11), com café da manhã
Voo em classe econômica São Paulo/Paris/São Paulo (traslado Paris-Bruxelas feito com o trem de alta velocidade TGV diretamente ao centro de Bruxelas) em apartamento individual, por 5 noites (26/9/11 a 1/10/11), com café da manhã
* PARA SOLICITAR MAIS DETALHES DOS PACOTES, ENTRE EM CONTATO COM feiras@lisboaturismo.com.br IMPORTANTE: A viagem tem de ser adquirida em sua totalidade, com parte aérea e hospedagem em conjunto. Os preços estão sujeitos a alteração sem prévio aviso, já que podem mudar por aumentos tarifários da companhia aérea ou por diferenças cambiais na paridade entre o dólar e o euro.
VISITAS TÉCNICAS Informe-se sobre a possibilidade de integrar o grupo que realizará visitas guiadas a empresas nos arredores de Bruxelas. Dia 27 de setembro: Reynders (convertedora de rótulos e etiquetas) e Agfa (demonstração da impressora digital Dotrix). No final da tarde, passeio por Bruges e parada numa cervejaria belga. Retorno para o hotel, em Bruxelas, previsto para as 22h00. Informações e Reservas
(11) 3218-7911 feiras@lisboaturismo.com.br
Assistência Viagem:
Assessoria e Marketing
Internacional
Uma soda mais “verde” Em caráter inédito nas Américas, 7UP ganha no Canadá garrafa para refrigerante integralmente feita a partir de PET reciclado
Três anos de pesquisa e desenvolvimento culminaram no lançamento, no dia 13 de julho último, da EcoGreen. Trata-se daquela que é brandida pela PepsiCo como a primeira garrafa para refrigerante 100% produzida a partir de PET reciclado a ser utilizada na América do Norte – e, até onde se sabe, nas Américas. A nova embalagem estreou no mercado canadense acondicionando o refrigerante de limão 7UP. De acordo com a PepsiCo, a nova embalagem atende a todos os requisitos de segurança sanitária para o acondicionamento de bebidas e representa “uma inovação revolucionária”. “Criar uma garrafa para refrigerantes 100% feita de plásticos reciclados é mais desafiador do que criar uma garrafa do mesmo gênero para bebidas não-gasosas, por causa do stress que os materiais sofrem com a pressão da carbonatação”, declarou a empresa em comunicado sobre o lançamento. Calcula-se que a EcoGreen permitirá reduzir o consumo de resina PET virgem em aproximadamente 2 700 toneladas ao longo de um ano. Levando-se em conta os atuais volumes de produção do 7UP no Canadá, estudos da Association for PostConsumer Plastic Recyclers estimam que as emissões de gases de efeito estufa diminuirão 30% e que o consumo de energia cairá 55%.
A garrafa EcoGreen estará disponível em diversos tamanhos para o 7UP e o Diet 7UP a partir de agosto no mercado canadense. Segundo a PepsiCo, a embalagem irá parecer com qualquer outra garrafa de PET para refrigerantes.
70 | Agosto 2011
“Os consumidores não detectarão qualquer diferença em relação à embalagem ou ao gosto das bebidas”, assegura a empresa. Diversas fábricas da PepsiCo no Canadá irão produzir o recipiente. A empresa investiu 1 milhão de dólares em aprimoramentos produtivos nas unidades industriais, incluindo sistemas de processamento de resinas e tecnologias de inspeção. Embora a novidade incida num maior custo de produção, a ideia é que não haja repasses ao consumidor e que a linha 7UP fique no mesmo patamar de preço dos demais refrigerantes canadenses. Presidente da divisão de bebidas da PepsiCo no Canadá, Richard Glover entende que a ação vale a pena. “Os consumidores querem produtos e embalagens que reflitam seu desejo de proteger o ambiente”, afirma.
EcoGreen pode “salvar” o uso de 2 700 toneladas de resina virgem
emb.bz/144ecogreen
PlantBottle chega à África Garrafa soprada em PET parcialmente derivado (30%) do etanol da cana-de-açúcar, a PlantBottle, da Coca-Cola, estreou no mercado sul-africano. A primeira fábrica dedicada à embalagem foi inaugurada no início de julho em Heidelberg, cidade próxima a Joanesburgo. O primeiro produto a ser acondicionado no recipiente será a água mineral Valpré. “A nova garrafa representa um passo enorme na estratégia ‘verde’ da indústria local de águas”, disse a diretora executiva da Associação Sul-africana de Águas Engarrafadas (SANBWA), Charlotte Metcalf.
Valpré: água mineral sulafricana ganha garrafa parcialmente obtida de etanol da cana-deaçúcar
Mantenha-se atualizado. Acesse www.ciclodeconhecimento.com.br | @CicloEM
Embalagens dePapel Cartão Fórum
Como utiliz tipos de em ar o poder de atraçã o balagens d e papel car de estojos, caixas, bli ste tão para for talecer as m rs, carriers e outros arcas e ven “Chamadas de der mais secundárias, a s embalagens de papel cartã o são as prime iras a ser vistas”
Conteúdo:
Na cadeia de valor de embalagem, geralmente se emprega uma expressão limitante para definir as embalagens que acondicionam os recipientes dos produtos de consumo, isto é, as embalagens externas. Ao definir-se como “embalagens primárias” potes, garrafas e frascos, entre outras variedades acondicionadas em caixas e estojos de papel cartão, estes caem automaticamente na categoria das “secundárias”. Mas não é assim que o consumidor enxerga as embalagens de papel cartão.
Público:
e ionais d s s i f o de r ers, p imento v l o v n Design stria e s da indú ing, de s t a e r k p r a m m s dessa ns e co e t e n g a a r l a g inte emb outros e a i r á u us r. de valo cadeia
Para o potencial comprador que está no ponto de venda, a embalagem de papel cartão é, na maioria dos produtos expostos, a primeira coisa que ele vê. A inigualável propriedade do material permite aceitar infinitas possibilidades de formatos, impressão e acabamentos requintados. O visual das embalagens de papel cartão representa a mais eficaz ferramenta para atrair a atenção do consumidor e influir em sua decisão de compra.
Data:
e 2011 22 Novembro d
LI VA M G IT A AD S AS
!
Local:
o Britânico Centro Brasileir Araújo, 741 Rua Ferreira de São Paulo, SP
O Fórum de Embalagens de Papel Cartão vai mostrar como utilizar esses recursos e também a extrema versatilidade de uso do material, que se adapta a praticamente todo tipo de produto. O papel cartão está presente em embalagens de alimentos (naturais, congelados e para aquecer). Em perfumes. Em brinquedos. Em materiais de limpeza. Em roupas. Ele está em praticamente todas.
Patrocínio Ouro:
A ASSOCIADA A QUER TER A SUA MARC EM CONTATO: TRE EN ? TO EN ESTE EV .com.br ciclo@embalagemmarca ou (11) 5181-6533
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br
cosméticos
Feito para homens
A Feito Brasil Cosméticos amplia sua oferta para o público masculino com a linha Homem-Urbano. Com embalagens criadas pelo departamento de marketing da empresa, a linha reúne diversos itens. O xampu capilar e corporal é acondicionado em frasco de PET dotado de válvula pump e decorado com rótulo autoadesivo confeccionado em filme de BOPP. Um recipiente similar é utilizado para o hidratante corporal, com a diferença de incorporar válvula spray. A pomada capilar finalizadora e o creme hidratante para as mãos são apresentados, respectivamente, em pote e em frasnaga – ambos de PET e decorados com rótulo autoadesivo de BOPP. Por fim, o sabonete em barra é oferecido em cartucho de papel cartão.
72 | Agosto 2011
Rótulos
Cartucho
Frascos
Pote
Válvulas
frasnaga
All Flex (44) 3306-3100 www.allflex.ind.br Bypacking (11) 4525-0757 www.bypacking.com.br
Gráfica Massoni (44) 3263-6712 www.graficamassoni.com.br Master Pumps (11) 4072-5353 www.masterpumps.com.br
Plasticase (11) 4159-6939 www.plasticase.com.br Tsubaki Embalagens (11) 4783-1022 www.tsubakiembalagens.com.br
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
3
1
Tampas
Inesa (53) 3249-1542 www.inesa.cl LoliPlast (11) 3812-2763
Design (rótulos)
Bendito Design (51) 3333-2022 www.benditodesign.com.br
Design
MN Design (11) 2345.6644 www.mndesign.com.br
Rótulos
Brazicolor (54) 3225-1853 www.brazicolor.com.br
Tubos
TuboCap (11) 3070-6200 www.tubocap.com.br
Garrafa
Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br
Vinhos
iogurtes
Mais leve e com tampa de rosca 1
Cores para sabores 2
A Cooperativa Vinícola Aurora segue, em seu vinho Saint Germain, a tendência mundial de utilização de tampas de rosca (screw cap). A garrafa mantém o formato acinturado original, mas usa 10% a menos de vidro em sua composição. O rótulo foi atualizado, com cores específicas para cada variedade de uva.
higiene pessoal
Antes . . .
A companhia de laticínios Tirol está diferenciando, com cores fortes, os sabores de seu iogurte natural. O selo de alumínio, antes único para toda a linha, passa a acompanhar o matiz do copo em cada variedade do produto.
cuidado dos pés em aerossol 3
sabonetes
BANHO EM DESIGN Seguindo uma estratégia de design criada no exterior, os sabonetes em barra Palmolive, da Colgate-Palmolive, apresentam embalagens com novos visuais, substituindo o padrão colocado no mercado em 2008. Os grafismos aplicados nos novos envelopes de papel buscam destacar ainda mais os ingredientes naturais dos produtos.
2
ENVELOPES
Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br
. . . e depois Copos
Dixie Toga/ Bemis (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br Design
Design Inverso (47) 3028-7767 www.designinverso.com.br
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Tampas
Politampas (11) 4146-6000 www.politampas.com.br
Lysoform Desodorizador de Calçados, produto indicado contra fungos e bactérias que causam maus odores, micose e frieira, é o mais recente lançamento da Bombril. A linha é composta pelas fragrâncias limão e talco, acondicionadas em embalagens tipo aerossol de 145 mililitros.
7 Design
A La Carte (11) 2371-0071 www.alacarte.net.br Tampas
CSI Closures Systems (11) 4134-2593 www.csiclosures.com
4
Rótulos
Sol PP (11) 4199-1316 www.solembalagens.com.br
Rótulo
CCL Label (19) 3876-9311 www.ccllabel.com.br Frasco
Frascomar (11) 4786-5466 www.frascomar.com.br Design
VY2 Studio Design (11) 5081-7813 www.vy2.com.br
higiene pessoal
cervejas
fraldas
cabeça do herói
Stella sleek 5
mais uma da turma
A AmBev lança a cerveja Stella Artois em latas de alumínio do tipo sleek, de 269 mililitros. O Brasil é o primeiro país a ter a cerveja belga nesse tipo de embalagem. A versão nacional da bebida é produzida em Jaguariúna (SP).
Huggies Turma da Mônica Conforto Dia e Noite é a nova fralda da Kimberly-Clark Brasil, cujos pacotes de polietileno de baixa densidade têm a decoração baseada nos personagens de Mauricio de Sousa.
4
Com os produtos licenciados do Homem-Aranha, a Biotropic amplia sua linha de produtos infantis. Os frascos do xampu dois em um, xampu, condicionador, gel fixador e sabonete líquido têm o formato da cabeça do super-herói. A decoração é feita por meio de rótulos termoencolhíveis.
isotônicos 6
distinção por cores
7
A Globalbev apresenta o novo Marathon, que teve fórmula e visual modificados. Os novos rótulos ressaltam as características do isotônico, com cores diferentes para cada sabor.
6
Design
Oz Design (11) 3024-2670 www.ozdesign.com.br Embalagens
5
Rhotoplás (11) 4199-2555 www.rhotoplas.com.br
Latas
Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil
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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
1
2 Caixinhas
Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br Design
New 360 (31) 2108-2222 www.new360.com.br Bandeja
Advento do Brasil (11) 4055-0072 www.adventodobrasil.com.br flexíveis
Cordel Embalagens (11) 4582-6388 www.cordel.ind.br
cereais
Novos “aliméticos” 1 A linha de cubos de cereais orgânicos Beautybar é a novidade da Beauty’In em “aliméticos” – alimentos alegadamente capazes de proporcionar benefícios estéticos. Flow packs confeccionados em filme de BOPP apresentam a novidade, comercializada em porções de 30 gramas. No interior das flexíveis, os cubinhos são acomodados em bandejas termoformadas.
Antes . . . ALIMENTOS
Roseflor com novo visual A Farinha de Trigo Roseflor, produzida pelos Moinhos Galópolis, aposta no design para melhorar a leitura da marca e rejuvenescê-la. A rosa presente no símbolo foi atualizada. A embalagem do produto, de papel Kraft branco monolúcido impresso em flexografia, também sofreu leve mudança, em sua barra ondulada verde.
bebidas
vinhos
Açaí na caixa 2
S de Salton
Disponível em embalagens cartonadas assépticas de 1 litro e de 250 mililitros, o açaí cremoso Amazoo é a novidade da Globalbev. O produto pode ser encontrado nas versões tradicional, batido com banana e batido com morango.
Design
3
Gustavo D. Spegiorin (54) 9951-7789 gustavo@mogasa.com.br Impressão
Moschetti Embalagens (51) 3477-4299 www.moschetti.com.br
. . . e depois
Rótulos
Gráfica Gesa (54) 3332-1301 www.graficagesa.com.br Tampas
Royo Cápsulas (54) 3226-2022 Design
YG Design Yañez Gioia Design +54 (261) 425-7037 www.yg-d.com
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A Vinícola Salton renovou o design da Linha Salton Classic. A letra “S”, de Salton, foi estilizada para compor um desenho que dá movimento ao rótulo, que ganhou cores com efeito brilhante.
4 Frascos e tampas
Embale (47) 3436-5677 www.embalebisnagas.com.br Rótulos
Maxcor (31) 3303-6000 www.maxcor.com.br
Higiene pessoal
Frascos atualizados
Antes . . . Sucos
4
Big Apple
Com design de seu departamento de marketing, a Farmax modernizou as embalagens do sabonete íntimo Hidraderm. Os rótulos autoadesivos, de filme de BOPP, são aplicados em um novo modelo de frasco, moldado em polietileno de alta densidade. As tampas, de polipropileno, são do tipo flip-top.
A Yakult reformulou o design gráfico da embalagem cartonada asséptica de 200 mililitros cartonada asséptica de 200 mililitros do seu suco de maçã. Uma grande fruta toma praticamente todo o espaço da caixinha, cujo plano de fundo é agora branco, e não mais amarelo.
Design
100% Design (11) 3032-5100 www.100porcento.net Embalagens cartonadas assépticas
Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br
. . . e depois
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Almanaque A Peixe sumiu Fundada em 1898, a Indústrias alimentícias Carlos de Britto, de Pesqueira, no agreste pernambucano, ficou conhecida como “Fábrica Peixe”. A Peixe foi a maior indústria do Norte/Nordeste do Brasil no início do século 20 e chegou a ter fábricas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Doces de frutas e produtos à base de tomates eram os principais produtos da Peixe. No final da década de 90, depois de passar por diversas crises, a empresa foi comprada pela italiana Cirio, que acabou entrando em colapso em seu país de origem. Junto com a Cirio, a marca Peixe sumiu do mercado.
“Inspiração” para a moça A Sönksen, indústria paulistana de chocolates, criada em 1888 por Alfredo Richter e fechada definitivamente em 1983, ficou famosa também por suas balas de diversos sabores, como cevada, tangerina, leite, anis, mel e abacaxi, conhecidas como “azedinhas”. Elas eram acondicionadas em latinhas de aço ovais. O símbolo da Sönksen era uma moça que carregava uma bandeja com um copo d’água e uma caneca com chocolate quent e. A moça foi inspirada (para não dizer copiada) no quadro La Belle Chocolatière, do pintor suíço Jean Etienne Liotard (1702-1789). A escolh a foi feita em 1888, quando a empresa ainda se chamava La Bombonière.
PINTURA ORIGINAL DO SUÍÇO LIOTARD (À ESQUERDA) E CARTAZ COM A MOÇA DA SÖNKSEN
TRADICIONAL LATINHA DAS BALAS AZEDINHAS
moda que veio do egito antigo Dizem que começou no Egito Antigo o costume de pintar as pestanas – naquela época com o kôhl, pasta baseada em pó de galena, mel e outros ingredientes. O conceito moderno de máscara para cílios só se popularizaria em meados do século 19, na Europa, graças a uma marca que se tornaria sinônimo do produto: a Rimmel, criada pelo perfumista francês Eugène Rimmel. Anúncios DA DÉCADA DE 1950 de dois produtos tradicionais da peixe: goiabada (Acima) E suco de TOMATE
símbolo da beleza egípica, rainha nefertiti usava cílios pintados, como retrata seu busto
Origem na tampa vinho Chapinha Fabricado desde 1927, o popular arin, de Pass os Vinh da foi o primeiro produto recebeu da bebi a que a lend a Diz Jundiaí (SP). eira embalagem, esse nome por causa da sua prim rolha metálica uma garrafa de 600 mililitros com “chapinha”. o com a ecid conh n), (crow a tipo coro rOLHA METÁLICA TIPO COROA DEU ORIGEM AO NOME DO VINHO CHAPINHA
QUIZ Em 1989 foi lançado um sistema de fechamento de copos de vidro que marcou o início de uma nova era. A novidade estreou no requeijão em copo Chisi, da Laticínios Poços de Caldas, hoje pertencente à Leitbom. Veja em o que era em:
emb.bz/144quiz
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