Ano XIII • Nº 146 • Outubro 2011 • R$ 10,00
ENTREVISTA
Scott Young, da PRS, explica os benefícios do rastreamento do olhar do consumidor
MARKETING
Kits para presentear agregam valor e aumentam as vendas de cosméticos
RECICLAGEM
Refrigerantes aderem ao berço a berço de garrafas de PET reciclado
Nordeste embalado Saem de cena a miséria e a falta de oportunidades. Com consumo em alta, região vira bola da vez para as indústrias – e seus fornecedores de embalagens
Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR
O crescimento do Nordeste e as oportunidades para o setor Já não é mais
novidade, e muito menos surpresa, dizer que o mercado de consumo da região Nordeste do Brasil apresenta hoje um amplo horizonte de oportunidades de negócios, com índices de crescimento do PIB e das vendas em geral que chamam a atenção não só do Brasil, como do mundo inteiro. Tão dinâmico é o crescimento e tão vastas as possibilidades de obter-se êxito na indústria, no comércio e nos serviços na região que se tornou lugar comum ouvir-se repetidamente a afirmação de que “o Nordeste é a China do Brasil”, numa comparação com o impetuoso avanço da economia daquele país asiático. Não é bem assim, e entre as diferenças que podem ser destacadas talvez a mais gritante esteja nas formas como se dão o crescimento da China e o do nosso Nordeste. Como se pode entrever ao fundo da reportagem de capa desta edição, fruto de pesquisa e de recentes visitas do editor executivo Guilherme Kamio a empresas da região, enquanto os asiáticos (abrangendo não só a China, mas também outros “tigres” e a Índia) inundam o planeta com seus cada vez mais amplos leques de produtos – aí incluídos os artigos piratas e as cópias deslavadas, sem perdão sequer para artigos verde-amarelos –, o mercado nordestino cresce de forma sustentável. Em outras palavras, se a base do crescimento chinês são as exportações, a do nordestino é o mercado interno. A leitura do background é então a de que, com todas as falhas que possam ter, as políticas de inclusão social estimuladas pelo governo brasileiro incorporaram ao mercado um contingente de dezenas de milhões de pessoas que antes mal tinham para comer e agora são classificadas como consumidoras regu-
lares de produtos industrializados. Não custa lembrar que isso desperta apetites, especialmente nesta fase enguiçada mundo afora. Para a cadeia brasileira fornecedora de embalagens o crescimento do Nordeste representa uma excelente chance de bons negócios. No entanto, conforme relatos de indústrias de bens de alto consumo na região feitos durante a viagem de Guilherme Kamio e também chegados diretamente à redação em outras oportunidades, elas se ressentem de grave carência de abastecimento, tanto em quantidade quanto em qualidade. O desejável, de acordo com esses depoimentos, é que o suprimento seja feito de preferência por agentes locais. O motivo não é bairrismo, e sim as vantagens que em tese daí advêm, como ganhos de tempo e de custos no abastecimento, com resultados muito positivos em produtividade e competitividade. Enfim, o Nordeste e, supõe-se, o restante do Brasil esperam que o crescimento do mercado regional ocorra de forma realmente sustentável. Assim o “milagre” ampliará o bem-estar de milhões de brasileiros, consolidando a economia da região e, dentro dela, a cadeia de valor da embalagem. A propósito, no âmbito do ambicioso programa governamental Brasil Maior, cujos desdobramentos e análise não cabem neste espaço, vale lembrar às entidades representativas dessa cadeia que a bandeira de incentivos setoriais ao conjunto de seus elos não vem tendo a visibilidade efetiva que se espera.
“Para a cadeia fornecedora de embalagens, o crescimento do Nordeste representa uma excelente chance de bons negócios. No entanto, indústrias de bens de alto consumo na região se ressentem de grave carência de abastecimento, tanto em quantidade quanto em qualidade”
Até novembro.
WIlson palhares Outubro 2011 |
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Edição 146 • Outubro 2011
foto de capa: luna vicente
Sumário
36 Reportagem de capa
nordeste O boom que vem sofrendo a economia da Região Nordeste nos últimos anos reflete o sucesso das políticas de inclusão social e está trazendo conseqüências importantes para as indústrias de embalagem. Porém, carências em distribuição, fornecimento e logística ainda travam o desenvolvimento da região por guilherme kamio
3 Editorial A maturidade econômica do Nordeste e os nós que ainda precisam ser desatados para um maior desenvolvimento da cadeia de valor de embalagens na região 8 Doces Embalagens de doces de amendoim sofrem pequenas mudanças e empresa vê as vendas quadruplicarem
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10 Refrigerantes Começam a estrear no mercado brasileiro as primeiras garrafas recicladas no sistema bottle-to-bottle, graças a iniciativas de Coca-Cola e Ambev 14 Painel Tradbor anuncia instalação de linha de montagem para pouches com formatos especiais • C-Pack ganha duas novas linhas para produção de bisnagas • Anéis das latas da cerveja Budweiser ganham orifício no formato de coroa • Bericap chega a Argentina para produzir tampas de refrigerantes e águas minerais • Cervejaria Petrópolis instala equipamentos de envase de altíssima velocidade da Krones • Presidente da Bosch Packaging fala sobre o aniversário da companhia e dos planos para o futuro • Johnson & Johnson revela ao mercado protetores solares com embalagens ‘verdes’ da Braskem 24 EM Foco A reportagem de EmbalagemMarca foi conferir o que os consumidores estão achando da primeira lata de cerveja com abertura total vendida no Brasil
26 Biscoitos Pastifício lança embalagem de biscoito em flow-pack e prova superioridade da embalagem com teste embaixo d’água
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28 Artigo Resenha do livro Glamour Icons, do célebre designer de cosméticos e perfumes, Marc Rosen POR ERNESTO COHN
Edição 146 • Outubro 2011
Sumário 30 Marketing Empresas de setores variados – de cosméticos a cafés de grife – começam a apostar nos estojos de papel cartão para agregar valor a seus produtos e oferecer aos clientes embalagens presenteáveis
44 Higiene Pessoal Phisalia lança estojo cartonado para produtos de higiene pessoal infantil que toca música ao ser aberto
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46 Entrevista Scott Young, presidente da PRS Eye-Tracking, fala sobre a importância da análise do olhar do consumidor para o desenvolvimento de embalagens mais eficientes
50 Tecnologia Aditivos com insumos orgânicos prometem biodegrabilidade total a embalagens plásticas tradicionais
52 Vidro Empresas de decoração de embalagens de vidro ampliam seus portfólios
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54 Internacional Embalagens de produtos para limpeza doméstica com sistemas de recarga baseados em cápsulas chegam às prateleiras como opções “verdes” 58 Display Coca-Cola lança limonada pronta Del Valle no Brasil envasada à quente • Marca de dermocosméticos repagina-se e ganha novos logotipo e embalagem • Fleischmann lança primeiro chantilly sabor chocolate em cartonadas de 200 mililitros • Globalbev lança isotônico Marathon acondicionado em copos • Vinhos populares ganham embalagem bag-in-box de 3 litros • Palmitos Gini usarão caixas display em prateleiras • Cervejaria catarinense lança bebida comemorativa em garrafa de alumínio • Cera Ingleza ingressa no mercado de cuidados automotivos 66 Almanaque Como que as pastas de dente saíram dos potes de porcelana para os tubos de estanho • Lembranças da primeira incursão da Budweiser pelo Brasil • A guerra das marcas de rapé no Nordeste brasileiro • Os fortes laços entre um dos maiores nomes do Surrealismo e uma popular marca de pirulitos
Empresas que anunciam nesta edição Aptar B&H Embalagens............................................ 3ª capa Aaron......................................................................................63 Abeaço................................................................................... 31 Adecol.................................................................................... 51 Arol...........................................................................................11 Banco do Brasil.......................................................... 34 e 35 Baumgarten................................................................. 12 e 13 Bericap................................................................................... 15 Betim Química..................................................................... 17 BP Filmes............................................................................... 61 Carton Druck.............................................................. 2ª capa
CCL Label..............................................................................27 Ciclo de Conhecimento....................................................29 Congraf.................................................................................. 19 Crespo....................................................................................43 Embala...................................................................................65 Esko-Graphics......................................................................33 Frascomar..............................................................................47 GiroNews...............................................................................59 Grif........................................................................................... 21 Indexflex................................................................................... 5 Markem-Imaje......................................................................25
MetaPack Máquinas............................................................23 MLC.........................................................................................53 Moltec....................................................................................63 Novelprint.............................................................................. 41 Papirus..........................................................................4ª capa PH Fit......................................................................................43 Rigesa....................................................................................... 7 Simbios-Pack........................................................................63 Sulforms.................................................................................23 Technopack..........................................................................63 Tetra Pak..................................................................................9
Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Marcelo Marcondes | marcelo@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | arte1@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Manoel Dias | eventos@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br
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Doces
Paçoca à vista
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Com pequeno ajuste de embalagem, empresa catarinense fortalece imagem no ponto de venda e quadruplica vendas de doces
Para a Juréia
Alimentos, nunca houve semestre tão bom para os doces de amendoim quanto os meses entre março e agosto últimos. Segundo a empresa, nesse período as vendas de suas paçocas em formato de rolha e de pés de moleque registraram aumento de 400%. A façanha, explica a gerente de marketing Natália Schumacher, é resultado de uma mudança singela, porém engenhosa, empreendida nas embalagens: a adoção de luvas de papel cartão para envolver os potes plásticos ovais em que os produtos são comercializados. “Depois da alteração, conseguimos igualar o volume de vendas do ano passado inteiro só no primeiro mês”, conta a executiva. Antes da alteração, a única forma de identificação dos produtos era um rótulo de papel, colado sob a tampa dos potes transparentes de PET em que os doces são comercializados. O recurso trazia limitações. O adereço “sumia”, por exemplo, quando as embalagens ficavam expostas em gôndolas na altura do olhar do consumidor, impossibilitando a identificação da marca. Um estúdio de design, contratado para resolver o problema de (falta de) visibilidade, sugeriu a adoção das luvas cartonadas (e a óbvia eliminação dos
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rótulos) – solução inspirada nas apresentações de sorvetes de massa oferecidos no varejo. “Com o acessório, obtivemos quatro faces para as embalagens”, explica Natália. “Três delas são destinadas exclusivamente ao marketing dos produtos. Na parte inferior, inserimos os dados da empresa e as informações nutricionais.” Para as paçocas, nos sabores natural e chocolate, os potes têm capacidade para 150 gramas e 180 gramas, sendo que esta é usada também para acondicionar os pés de moleque, em versão de 140 gramas, dado o peso específico maior do produto. Conforme explica a gerente de marketing da Juréia, a solução adotada proporcionou aos doces de amendoim exposição nas prateleiras tanto empilhados quanto em pé, sem prejuízo de percepção da marca pelo consumidor – e com vantagens competitivas. “A área impressa não é apenas quatro vezes maior do que a anterior, mas também quatro vezes maior do que a da concorrência”, observa Natália. “Conseguimos isso sem ter de realizar qualquer modificação nos potes.”
potes
Envolvimento de potes com luva cartonada solucionou a comunicação acanhada da apresentação anterior (abaixo)
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refrigerantes
De garrafa a nova garrafa Uso de PET reciclado em embalagens para alimentos e bebidas começa a se tornar realidade no Brasil, tendo o mercado de refrigerantes na dianteira Por flávio palhares
Mais de três anos após a regulamentação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso do PET reciclado em embalagens para alimentos começa a se tornar realidade no Brasil, com o mercado de refrigerantes na dianteira. Primeiro foi a AmBev, com uma versão de 2 litros do seu carro-chefe em refrigerantes, o Guaraná Antarctica (ver EmbalagemMarca nº 144, agosto de 2011). Agora, a Coca-Cola
No rótulo, nova garrafa Bottle-to-Bottle da Coca-Cola informa que contém PET reciclado em sua composição
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ingressa na mesma trilha por meio de uma garrafa de 2,5 litros. A demora para o lançamento se deve ao tempo utilizado em pesquisas e ao prazo de validação dos materiais pela Anvisa. Inicialmente, a nova embalagem será produzida com 80% de resina PET virgem tradicional e 20% de PET pósconsumo reciclado grau alimentício, o chamado PET PCR. No processo de fabricação desta última, as embalagens de PET coletadas após o descarte pelo consumidor são selecionadas e trituradas. Os flocos resultantes passam por um processo de limpeza e descontaminação num reator, sob alta temperatura e pressão, até atingir grau de pureza adequado para utilização na fabricação de embalagens destinadas ao contato direto com alimentos. A tecnologia de fabricação, conhecida como bottle-to-bottle (em tradução para o português, “garrafa a garrafa”), confere ao PET reciclado as mesmas características da resina virgem. De acordo com a Coca-Cola, o processo de fabricação da nova garrafa – batizada de Bottle-to-Bottle – representa utilização de menos água e menos energia do que o necessário em outros sistemas de produção de PET reciclado para uso alimentício, como a despolimerização (processo em que o polímero é decomposto em seus
Garrafa 100% reciclada da Ambev está pronta A Ambev aguarda apenas a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para apresentar uma garrafa de PET 100% reciclada. A informação é do diretor de relações socioambientais da companhia, Ricardo Rolim. “Nossa equipe trabalha para que a PET 100% reciclada esteja em outubro no mercado”, afirmou o executivo em seminário sobre sustentabilidade realizado no final de setembro pelo jornal Valor Econômico. A garrafa será adotada no Guaraná Antarctica de 2 litros, e a distribuição vai começar pelo Walmart, parceiro da Ambev no projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta (ver EmbalagemMarca nº 144, agosto de 2011). A falta de coleta seletiva é o entrave para a Ambev expandir o uso da embalagem totalmente reciclada a outras redes varejistas. De acordo com Rolim, “não há matéria-prima suficiente no mercado para fazer todas as garrafas”.
componentes originais). É claramente diferente, também, da produção de embalagens com múltiplas camadas, em que o PET PCR é “aprisionado” entre duas camadas de resina PET virgem.
Vice-presidente de Técnica e Logística da Coca-Cola Brasil, Rino Abbondi explica que a empresa tem autorização para utilizar até 50% de resina reciclada em suas embalagens. “Tivemos de obter aprovação do Mercosul e da Anvisa”, conta o executivo. “Foram pelo menos quatro anos de trabalho intenso.” A proporção de 20% de PET reciclado poderá ser aumentada se a oferta de PET PCR crescer. Por enquanto, a garrafa de PET PCR está disponível nos mercados atendidos pela engarrafadora Spaipa – Paraná e interior de São Paulo – e é produzida pela CPR, empresa pertencente ao Valgroup, única fonte local da tecnologia, segun-
do a multinacional de refrigerantes. Abbondi informa que a Coca-Cola está negociando com um fabricante de PET reciclado, cujo nome não é divulgado, a instalação de uma fábrica no País. “Temos um fornecedor, que já é parceiro do grupo nos Estados Unidos e na Europa, e que pode vir a instalar uma fábrica no Brasil para atender a nossa demanda por PET reciclado”, afirma o executivo. A Coca-Cola diz que seus engarrafadores vão economizar 5 000 toneladas de PET virgem neste ano graças ao uso da resina reciclada. “Prevemos que até 2014 todas as embalagens de PET do nosso portfólio serão fabricadas com a nova tecnologia, fazendo essa economia chegar a 60 000 toneladas anuais”, explica Abbondi.
CPR (21) 3651-7600 www.cprpet.com.br
ANÚNCIO
Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS
Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br
FLEXÍVEIS
Pouches com shape facilitados ferramental. “Por serem de precisão, os equipamentos de stand-up pouches exigem facas bastante complexas para a produção de shapes especiais, geralmente no sistema de corte macho-femêa e de usinagem cara e demorada”, explica o executivo. “Com a nova linha, poderemos viabilizar ferramentais para formatos especiais em duas a quatro semanas. Além disso, a alta velocidade de confecção das embalagens, de até 300 unidades por minuto, impedirá que o processo fique mais caro do que o de pouches convencionais.” Baumgarten acrescenta que a nova linha
permitirá à empresa operar no sistema “fullshape”, produzindo desde simples formatos de bico de dosagem para SUPs do tipo refil até contornos mais elaborados. “Poderemos fazer pouches com silhuetas de personagens ou com formatos de frutas, para sucos ou gelatinas”, exemplifica. O diretor da Tradbor acrescenta que, no sistema fill-seal (envase de embalagens pré-formadas), os SUPs com formato podem ser processados nas mesmas linhas de enchimento dos formatos “lisos” convencionais. A empresa comercializa também equipamentos para essa tarefa.
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Especializada em stand-up pouches (SUPs), bolsas plásticas que ficam em pé graças à base que se abre como uma sanfona, a Tradbor anuncia para outubro a instalação de uma nova linha, dedicada à produção de embalagens do gênero dotadas de formatos especiais. Com o novo maquinário, adquirido de fonte estrangeira mantida em sigilo, a empresa promete superar barreiras técnicas até então existentes no Brasil para desencadear projetos de shapes personalizados. Uma das dificuldades, segundo o diretor Alan Baumgarten, é o desenvolvimento de
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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS
EMBALAGENS E DAS MARCAS
BISNAGAS
C-Pack com fôlego ampliado Grande produtora nacional de bisnagas plásticas, a C-Pack concretizou em setembro uma nova expansão de seu parque fabril. Duas novas linhas de produção foram instaladas na fábrica da empresa, localizada em São José (SC). Com isso, a capacidade da fabricante salta de 140 milhões para 220 milhões de unidades por ano. A iniciativa faz parte de um pacote de investimentos de 64 milhões de reais anunciado em 2010 e que abrangerá novos acréscimos nos próximos dois anos. “O objetivo é equiparar a oferta à atual demanda anual no Brasil, que corresponde a 300 milhões de tubos”, afirma o presidente da C-Pack, Luiz Gonzaga Coelho. “Alcançaremos essa meta com mais duas linhas, cujas instalações deverão ocorrer até 2013.” Com o mais recente incremento, a fornecedora passa também a oferecer bisnagas nos diâmetros de 22 e de 60 centímetros, que antes não constavam em seu portfólio.
7031 HD: laser a 30 metros por minuto
CODIFICAÇÃO
Para packs de iogurtes Começa a ser oferecida no mercado brasileiro, pela Markem-Imaje, uma nova codificadora a laser especialmente desenvolvida para a impressão em filmes flexíveis de multipacks para frascos de iogurtes. A 7031 HD (High Definition) é indicada para integrar linhas de produção que requerem codificação com diversas cabeças laser e que operam a uma velocidade de 30 metros por minuto. Segundo a fabricante, o equipamento imprime caracteres em alta definição com altura de 1,5 a 100 milímetros, nas versões parada ou em movimento.
PRÊMIO
CARTONADAS ASSÉPTICAS
A vida de uma longa vida O que é uma embalagem cartonada asséptica? Do que é feita? Quais suas funções? Para esclarecer questões como essas, a Tetra Pak inaugurou um website didático, batizado de “A vida de uma embalagem”. Nele é possível obter informações sobre o ciclo de vida das caixinhas longa vida, das florestas até o descarte e a reciclagem. emb.bz/146longavida
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CNI reconhece inovação na Brasilata O Prêmio Nacional de Inovação, projeto da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Movimento Brasil Competitivo, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), teve a Brasilata entre as três finalistas na categoria “Gestão da Inovação Grande Empresa”. Além da fabricante de latas de aço, chegaram à final a Companhia Energética do Ceará (Coelce) e a Siemens – vencedora do troféu.
METÁLICAS
Marketing até nos anéis Recém-lançada pela AmBev no mercado brasileiro, a cerveja Budweiser apresenta uma novidade em sua lata de alumínio. A embalagem é a primeira na América do Sul a incorporar anel de lata recortado (cut out tab). O orifício da peça, vermelha, tem formato de coroa – símbolo da marca americana. Segundo a Rexam, criadora da tecnologia, anéis diferenciados estão sendo desenvolvidos para latas de outros clientes.
FECHAMENTOS
Filial argentina Lata de Bud nacional: primeira na América Latina a ter anel com orifício desenhado
A fabricante alemã de tampas Bericap anunciou a construção de uma fábrica em Buenos Aires, na Argentina. De acordo com a empresa, a filial argentina “irá trabalhar em cooperação com a unidade brasileira”, estabelecida em Sorocaba (SP) desde 1998, “para fortalecer a presença da Bericap na América do Sul”. A nova fábrica irá produzir inicialmente a tampa de rosca DoubleSeal SuperShorty, dedicada a garrafas de refrigerantes e águas minerais, em modelo compatível com o padrão PCO 1881 de gargalo reduzido. Procurada, a Bericap preferiu não revelar valores e outros destalhes envolvidos no empreendimento, cuja inauguração está prevista para janeiro de 2012.
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EMBALAGENS E DAS MARCAS
EQUIPAMENTOS
númeroS
Velocidade extrema Fabricante das cervejas Itaipava e Crystal, a Cervejaria Petrópolis instalou em sua unidade de Rondonópolis (MT) uma linha de altíssima velocidade para o envasamento de cerveja em lata. A linha, composta exclusivamente por equipamentos da Krones, é capaz de processar até 128 000 embalagens por hora. Segundo a fornecedora, o Com nova máquina, Petrópolis é capaz de sistema é capaz de trabalhar não só com envasar até 128 000 latas de suas cervejas latas de 350 mililitros, como tem ocorrido na fábrica mato-grossense, mas também com os tamanhos de 310 mililitros e 269 mililitros, mediante trocas de peças de formato. A Krones e a Petrópolis são frequentes parceiros de negócios. Da grife alemã, a cervejaria brasileira possui outras linhas de envase para latas e garrafas de vidro, além de ter sido pioneira no uso da rotuladora Taxomatic, que aplica selos de alumínio no topo de latinhas.
Em novo ciclo
Será o valor do mercado mundial de embalagens metálicas (de aço e de alumínio) daqui a dez anos. A projeção é de um levantamento de cenários para 2021 realizado pela consultoria britânica Visiongain.
milhões de toneladas
Responsável por trazer ao Brasil a americana TerraCycle, empresa voltada ao reaproveitamento criativo de embalagens pós-consumo, Gui Brammer anunciou seu desligamento da operação. Disposto a explorar oportunidades abertas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, o executivo inaugurou a WiseWaste, companhia de gerenciamento de resíduos que reúne dez empresas recicladoras. O novo negócio visa dinamizar a relação entre indústrias e catadores.
Foi o volume de cartuchos de papel cartão consumidos mundialmente em 2010, segundo estudo da consultoria Pira International. Em valor, o total representou 78 bilhões de dólares.
16,5%
GRÁFICAS
Mudança de gestão na Fênix
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bilhões de dólares
43
GENTE
Uma intensiva reestruturação foi concluída em setembro na Fênix Embalagens, de Belo Horizonte. A empresa, especializada em embalagens de papel cartão, ganhou novos sócios, entre eles Jacks Faria – ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) em Minas Gerais e ex-presidente do Conselho Diretivo da mesma entidade. Além disso, receberá, nos próximos três anos, um
165,4
aporte para modernização da ordem de 10 milhões de reais. A capacidade de produção já aumentou com a recente instalação de uma Lithrone S40, impressora offset da japonesa Komori (representada no Brasil pela Gutenberg). A Fênix também está em processo de obtenção do selo FSC – certificação do Conselho de Manejo Florestal que atesta boas práticas socioambientais.
Cresceu a receita do mercado brasileiro de food service (alimentação fora do lar) em 2010, segundo cálculos da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia). O faturamento chegou a R$ 185 bilhões. A Abia prevê para este ano crescimento similar, entre 15% e 16%.
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EMBALAGENS E DAS MARCAS
RECICLAGEM
Circuito fechado para embalagens industriais Está prevista para outubro a inauguração de uma nova operação no Brasil para a reciclagem de embalagens rígidas industriais. O projeto é do National Container Group (NCG), empresa subsidiária do grupo alemão Mauser. A unidade recicladora, que terá a bandeira Tankpool REPEL, fica em Taubaté (SP), num terreno adjacente às instalações da NCG Tankpool, empresa do mesmo grupo dedicada ao recondicionamento de embalagens industriais. De acordo com o grupo Mauser, ela terá capacidade de reciclar todos os tipos de recipientes de uso fabril produzidos a partir de polietileno de alta densidade (PEAD) – de
Contêiner IBC e tambores: exemplos de embalagens que serão recicladas pela Tankpool REPEL
recipientes de meio litro a contêineres do tipo IBC de mil litros. A resina pós-consumo (PCR) resultante será direcionada para a produção de novas aplicações em embalagem, como tambores plásticos, jarras e acessórios para IBCs. “A nova unidade permite
aos clientes agir de modo sustentável”, diz Ricardo Goldenberg, diretor da NCG Tankpool. “O projeto também está alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que contempla o aprimoramento das atividades de reciclagem e o descarte correto de resíduos no Brasil.”
METÁLICAS
Testes em escala industrial A empresa paulistana PaintPack traz ao Brasil a primeira máquina de testes de impressão para latas de bebidas. Trata-se de uma IPP8, fabricada pela britânica Intercan. Com velocidade de até vinte latas por minuto, o equipamento utiliza o sistema de impressão dry off-set – o mesmo utilizado em linhas de produção de latas – com capacidade para seis cores. Antes, para fazer testes era necessário parar linhas de produção de latas. Como os fabricantes nacionais estão operando com 100% da capacidade tomada, os procedimentos significavam prejuízo. “Agora é possível prever o resultado real que teremos na escala industrial”, garante Rodrigo Korovichenco, diretor geral da PaintPack. Segundo Korovichenco, a nova máquina de provas oferece aos clientes diversas possibilidades. “Dá para fazer teste de cores, para comprovar se a impressão reflete o que foi idealizado pela criação. Além disso, é possível ver
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se um degradê é a melhor opção em uma lata ou para analisar a transparência e a opacidade das tintas sobre o alumínio”, diz o executivo. Para adquirir o equipamento, a PaintPack desembolsou 1,1 milhão de reais.
Com a IPP8, PaintPack passa a oferecer provas realistas para latas. Nos detalhes, uma embalagem feita na máquina
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EMBALAGENS E DAS MARCAS
equipamentos | entrevista
Passado, presente e futuro Em 2011, a Bosch comemora 125 anos de atividades e 150 anos do nascimento de seu fundador, o alemão Robert Bosch. A empresa afirma também estar atingindo a marca de 150 anos de experiência na área de embalagens, pois a Hesser, fabricante de empacotadoras adquirida nos anos 70, surgiu em 1861. Presidente da Bosch Packaging Technology, o alemão Friedbert Klefenz fala, nesta entrevista, da data especial e dos projetos da companhia.
sendo ideal para o manejo de substâncias altamente delicadas. A empresa planeja novas aquisições, tanto nos mercados desenvolvidos quanto nos países emergentes? Estamos sempre à procura de boas oportunidades, e isso certamente inclui os mercados emergentes. Planejamos nos diversificar, tanto em termos de abranger geograficamente um maior número de mercados, quanto em preencher lacunas tecnológicas para oferecer soluções completas e assistência compreensiva. Este ano, por exemplo, celebramos o décimo aniversário de operações na China – onde somos, hoje, a maior empresa de equipamentos de embalagem em termos de volume de negócios. Em 2010, 20% de nossas vendas foram geradas na Ásia. A estratégia de desenvolver produtos para mercados locais deu certo e continuará sendo próspera no futuro. Pretendemos adotar esta estratégia em outras regiões do globo, como na América Latina, incluindo o Brasil, onde iremos ampliar nossas unidades de vendas e serviços.
Por mais difícil que seja resumir 150 anos de atividades, quais os marcos mais importantes da história da Bosch no campo da embalagem? Começaria por 1911, quando nossa história de inovação em embalagens para alimentos teve início. Foi quando a Hesser construiu a primeira máquina totalmente automática para empacotar café. Anos mais tarde, lançamos a primeira embalagem a vácuo da história, o que aumentou a vida útil de perecíveis em um ano e meio. Nos anos 80, introduzimos a tecnologia Hypa-S, permitindo que sucos de frutas e papinhas para bebês fossem selados assepticamente em carO senhor afirma que diversificação é um tonadas com bases e tampas de alumínio. Mais foco estratégico crurecentemente, lançamos cial. Outras compasistemas simplificados e “Alimentos e nhias concentram-se versáteis para o acondiciomedicamentos têm em suas vocações, prenamento de produtos em potencial enorme. ferindo consolidar seus tablete, como chocolates, e Em poucas décadas, portfólios... novos robôs de alta velociNão me entenda mal. dade do tipo delta. a população mundial Também nos concentraalcançará nove bilhões mos naquilo que fazemos E na área farmacêutica? de pessoas. Teremos melhor e decidimos há Na área farmacêutica, um bom tempo focar avanços importantes foram de suportar esse em soluções para duas o lançamento da esterilizadesenvolvimento” indústrias, a de alimenção térmica contínua a seco tos e a farmacêutica. Ambas as indústrias têm e o túnel de esterilização HQL, que ajudaram potencial enorme de crescimento. Em poucas clientes a maximizar a eficiência. O desenvolvidécadas, a população mundial alcançará nove mento da tecnologia de isolamento para máquibilhões de pessoas. Teremos de estar prontos nas de enchimento e selagem de ampolas, em para suportar esse desenvolvimento. 1991, é outro exemplo. Um de nossos mais recentes projetos é o sistema de enchimento PreVas, Como administrar pesquisa e desenvolvipara medicamentos descartáveis. É uma solução mento ante as condições de diversificação, que reduz custos com limpeza e manutenção,
22 | Outubro 2011
Presidente da Bosch Packaging Technology, Friedbert Klefenz avisa que a companhia quer ampliar a atuação no mercado brasileiro
globalização e crescimento? O espírito de inovação foi sempre uma força motriz dentro da Bosch. Nosso slogan, “Invented for Life” (“Inventado para a Vida”, em português) traduz essa filosofia. Compartilhamos mutuamente os esforços de P&D dentro do grupo como um todo, por meio de fertilização cruzada de ideias e transferência de tecnologia. Quais serão os maiores desafios para as indústrias de embalagem nos próximos anos? Sustentabilidade é uma questão importante no mundo inteiro. Ela significa utilizar cada vez menos energia, evitar perdas e utilizar materiais facilmente recicláveis nas embalagens. Nos países emergentes, reduzir o desperdício de comida será um enorme desafio. Se quisermos realizar melhorias sustentáveis, todos nós teremos de agir conjuntamente – governos, indústrias, fornecedores de embalagens e comércio. Acredito que políticas e regulamentações de segurança alimentar continuarão a evoluir numa escala global, acompanhando os rigorosos padrões da indústria farmacêutica. No setor de máquinas de embalagens, um desafio será a concentração. Estou convencido de que a fase de consolidação desse mercado não terminou.
BIOPLÁSTICOS
Moda “verde” para o calor A Johnson & Johnson descortinou as embalagens desenvolvidas com base no polietileno “verde” da Braskem, derivado do etanol de cana-de-açúcar, para a linha de bloqueadores solares Sundown. Os frascos, com capacidade para 120 mililitros, têm 60% de sua composição baseada no biopolímero (o restante é de plástico reciclado) e serão utilizados na Sundown Senses, edição limitada para o verão 2011/2012. A decoração das embalagens será feita por meio de rótulos termoencolhíveis com estampas florais, desenhadas pela estilista Adriana Barra.
Sundown: estreia de frascos de plástico “verde” terá rótulos assinados pela estilista Adriana Barra
CORPORATIVO
Adesão a nova imagem A Colacril, fabricante de papéis autoadesivos, que neste ano integrou suas operações com a RR Etiquetas, redesenhou seu logotipo. A proposta mantém os atributos da marca, como a tipografia em caixa alta e a cor verde. O desenvolvimento ficou a cargo da Capacitat Comunicações.
EM foco O QUE VAI PELA CABEÇA DO CONSUMIDOR
Brahma Copaço Por meio da cerveja Brahma, a AmBev promoveu, em setembro último, a estreia no Brasil da embalagem que batizou de Copaço (ver a edição anterior). Trata-se de uma lata de alumínio, desenvolvida pela Crown, que se transforma num copo ao ter seu topo completamente removido durante a abertura. Quais as impressões do público acerca dessa novidade? EmbalagemMarca reproduz nesta página algumas das opiniões colhidas em um supermercado paulistano.
“Achei a embalagem fantástica! É ótima para quando não se tem copos descartáveis ou de vidro por perto”
FOTO: CARLOS CUR ADO
O consumidor avalia o “casamento” entre lata de alumínio e copo de cerveja
“Acho uma ideia interessante. Mas deveria haver um suporte para higienizar o topo da lata, senão eu ficaria meio receoso de beber diretamente da embalagem”
Sílvia Renata Cruz
Dag Dinis “A abertura não machuca nem nada. É bom porque podemos economizar água e detergente, ajudando o meio ambiente”
“Achei bem bolado. Dispensaria o copo numa boa”
Vanessa Salmeron
Marco Aurélio Esteves
“Achei genial, porque sempre tive certo nojo daquele anelzinho ao beber cerveja em lata. O único detalhe que falta é um selo protetor em volta do topo da lata, para ajudar na higiene” Marcela Martinez
Assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/146emfoco
24 | Outubro 2011
“Uma ideia muito legal. Mas acho que uma maior higienização vai ser necessária no local em que a embalagem é vendida, ou o uso de um selinho protetor” Jussara Marchione
biscoitos
Pode até mergulhar Com uso abrangente de flow packs impermeáveis, Selmi ganha visibilidade no mercado de biscoitos
Um teste
impressionante tem sido realizado pelo Pastifício Selmi durante feiras, convenções e encontros com varejistas. Num aquário, promotores mergulham embalagens de biscoitos da empresa e exemplares da concorrência. Minutos depois os pacotes são retirados da água e abertos, para revelar que os produtos da autora da prova continuam enxutos, enquanto os demais, mesmo que levemente, se molharam. A impermeabilidade é fruto do uso, em grau brandido como inédito no mercado nacional, de flexíveis do tipo flow pack como embalagem primária para biscoitos. Iniciado de forma discreta no final de 2009, à ocasião da estreia na categoria da marca Renata, carro-chefe da Selmi na seara das massas, o projeto ganhou visibilidade graças à ampliação da família de produtos, que já abrange 34 itens. Dessa variedade, sobressaem as adoções de flow packs nas linhas de recheados e de laminados (crackers), gêneros tradicionalmente acondicionados em pacotes portfólio – ou “envelopes”, caracterizados pelas extremidades dobradas e coladas. Presidente do pastifício, Ricardo Selmi descreve que a aposta em flow packs para biscoitos partiu de uma sugestão da fabricante de máquinas empacotadoras Masipack. “Depois de diversas análises, constatamos que esse sistema de embalagem já era uma tendência mundial e seria algo inovador para o mercado brasileiro”, conta o executivo. Para viabilizar a iniciativa, a Selmi investiu cerca de 20 milhões de reais em equipamentos de embalagem e destacou pessoal para trabalhar junto aos fornecedores em pesquisa e desenvolvimento. Um objetivo alcançado foi fazer as flow packs, que apresentam áreas de selagem
26 | Outubro 2011
salientes, se amoldar, sem folgas, aos formatos respectivamente redondo e quadrado dos recheados e laminados.
A selagem, a propósito, representou o maior ganho do empreendimento. Além de promover os testes do aquário, a Selmi passou a estampar nas embalagens a mensagem de que a flow pack “evita a oxidação e o envelhecimento, evita que o produto murche e gera maior segurança e higiene alimentar”. A inviolabilidade da embalagem impede, por exemplo, que insetos possam entrar no pacote, afirma Ricardo Selmi. “Essa certeza não é garantida nas embalagens do tipo portfólio.” Segundo Selmi, o arremate da iniciativa irá ocorrer em breve, com a extensão do emprego de flow packs na linha de wafers – a única entre os biscoitos Renata ainda a ser distribuída em invólucros do tipo portfólio. “Como o novo sistema mantém o produto mais crocante e fresquinho, temos recebido muitas manifestações positivas dos consumidores”, relata, exultante, o mandatário da indústria alimentícia. Recheado de morango (na foto maior) é um dos 34 itens acondicionados em flow pack. Nos detalhes, a solda lateral e a mensagem sobre os benefícios da embalagem
Flow packs
Cepalgo (62) 4006-6111 www.cepalgo.com.br
Empacotadoras
Masipack (11) 3246-3666 www.masipack.com
Livros
Ícones do glamour Em livro, Marc Rosen esmiúça o assunto do qual é considerado um dos principais expoentes mundiais: o design de frascos para a perfumaria de luxo Por Ernesto Cohn
Com mais de 200 páginas, obra é fartamente ilustrada. Autor (no detalhe à dir.) fala de seu trabalho e analisa clássicos
28 | Outubro 2011
atração do Fórum Beauty & Personal Care, rodada do Ciclo de Conhecimento realizada em maio de 2010 por EmbalagemMarca, o americano Marc Rosen é apontado como um dos principais criadores de embalagens de perfume da atualidade, colecionando em sua carreira diversos cases de sucesso e importantes premiações – entre elas sete estatuetas do FiFi Awards, considerado o Oscar da indústria mundial de fragrâncias. O designer resolveu compartilhar algumas de suas experiências e pensamentos por meio de um livro. Em Glamour Icons – Perfume Bottle Design (Antique Collectors' Club, 204 páginas), Rosen relata suas passagens por empresas como Revlon, Elizabeth Arden, Karl Lagerfeld e Fendi, além de sua carreira como autônomo, detalha seu processo criativo, discorre sobre frascos clássicos do universo da perfumaria e, por fim, debate o futuro do glamour. O livro tem texto cativante e é ilustrado com nada menos que 200 fotos, a maioria delas de obras do autor. O papel utilizado e a impressão colorida são de alta qualidade, contribuindo, assim como o formato grande do volume (28 centímetros por 28 centímetros), para uma experiência agradável de leitura. É provável que mesmo aqueles sem interesse particular no tema principal gostem do livro, por ele abranger temas como carreira, arte, design em geral e até considerações sobre história e economia. Confesso que fui primeiro seduzido pela estética do volume e pelas fotos dos trabalhos de Rosen, para só depois me deixar conquistar pelo conteúdo. Mas, afinal de contas, diversas vezes não é assim também com um bom perfume? Após ler e reler o livro, continuo sem saber se as melhores fragrâncias vêm nos menores frascos, como prega o velho ditado. Mas não vêm, certamente, em frascos ruins. Em tempo: o vidro reproduzido na capa é o do perfume KL, criado por Rosen nos anos 80, para Karl Lagerfeld, inspirado em um leque – a marca registrada do estilista alemão.
Mantenha-se atualizado. Acesse www.ciclodeconhecimento.com.br | @CicloEM
Embalagens dePapel Cartão Fórum
Como utiliz tipos de em ar o poder de atraçã o balagens d e papel car de estojos, caixas, bli ste tão para for talecer as m rs, carriers e outros arcas e ven “Chamadas de der mais secundárias, a s embalagens de papel cartã o são as prime iras a ser vistas”
Conteúdo:
Na cadeia de valor de embalagem, geralmente se emprega uma expressão limitante para definir as embalagens que acondicionam os recipientes dos produtos de consumo, isto é, as embalagens externas. Ao definir-se como “embalagens primárias” potes, garrafas e frascos, entre outras variedades acondicionadas em caixas e estojos de papel cartão, estes caem automaticamente na categoria das “secundárias”. Mas não é assim que o consumidor enxerga as embalagens de papel cartão.
Público:
e ionais d s s i f o de r ers, p imento v l o v n Design stria e s da indú ing, de s t a e r k p r a m m s dessa ns e co e t e n g a a r l a g inte emb outros e a i r á u us r. de valo cadeia
Para o potencial comprador que está no ponto de venda, a embalagem de papel cartão é, na maioria dos produtos expostos, a primeira coisa que ele vê. A inigualável propriedade do material permite aceitar infinitas possibilidades de formatos, impressão e acabamentos requintados. O visual das embalagens de papel cartão representa a mais eficaz ferramenta para atrair a atenção do consumidor e influir em sua decisão de compra.
Data:
e 2011 22 Novembro d
LI VA M G IT A AD S AS
!
Local:
o Britânico Centro Brasileir Araújo, 741 Rua Ferreira de São Paulo, SP
O Fórum de Embalagens de Papel Cartão vai mostrar como utilizar esses recursos e também a extrema versatilidade de uso do material, que se adapta a praticamente todo tipo de produto. O papel cartão está presente em embalagens de alimentos (naturais, congelados e para aquecer). Em perfumes. Em brinquedos. Em materiais de limpeza. Em roupas. Ele está em praticamente todas.
Patrocínio Ouro:
A ASSOCIADA A QUER TER A SUA MARC EM CONTATO: TRE EN ? TO EN ESTE EV .com.br ciclo@embalagemmarca ou (11) 5181-6533
Marketing
Kits que agregam agregam valor Estojos que agrupam produtos para presentear se fortalecem como instrumento de vendas das indústrias de produtos de higiene e beleza e avançam em outras categorias Por Marcelo Marcondes
Há quem não veja com bons olhos a oferta de conjuntos de cosméticos em estojos, que avança em ritmo avassalador no grande varejo. Para os críticos, os “combos” estimulam as guerras de preço e o rebaixamento da qualidade na categoria. A moda dos estojos, porém, guarda uma outra faceta, que segue em via
contrária à da depreciação. É o uso de conjuntos de produtos oferecidos em embalagens caprichadas, com apelo para presentear, prática visível sobretudo na área de cosméticos, perfumaria e artigos de higiene pessoal. Convencidos de que esses kits agregadores de produtos agregam valor, cada vez mais fabricantes utilizam o recurso
para embalar as vendas nas vésperas de datas comemorativas – e só encontram motivos para continuar nessa batida. A Avon, por exemplo, iniciou o uso de estojos especiais durante o Natal de 2005, com a colocação de cinco variedades no mercado. “Para o Natal deste ano, serão 23 kits à venda”, antecipa o diretor de marketing da empresa,
fotos: carlos curado
Estojos cartonados comemorativos da Avon: os kits de Natal (ao fundo) e do Dia dos Namorados (em primeiro plano) foram bem recebidos
30 | Outubro 2011
Kits da Natura para o Dia das Mães: aumento de 64% nas vendas em um ano
Ricardo Patrocínio. Segundo ele, os kits para o Natal de 2010 geraram um aumento de 35% no volume de vendas em relação ao mesmo período do ano anterior. A “mágica” por trás desse êxito é simples: itens convencionais de higiene e beleza, que normalmente seriam adquiridos de forma avulsa, para uso no dia a dia do consumidor, ao serem reunidos em duas, três ou mais unidades distintas, numa embalagem diferenciada, criativa e com alguma sofisticação, ganham status e se transformam em atrativos presentes. Acresce que são uma opção de compra cômoda, por não exigir muita elucubração para decidir se agradarão a pessoa a ser presenteada: basicamente, são bonitas, vistosas e certamente consumíveis. Assim, uma compra
potencial de um único item, e talvez até a inexistência dessa intenção, se transforma numa aquisição de mais de um, com maior valor agregado pela inclusão da embalagem promocional.
Nessa estratégia mercadológica, dentre os estojos lançados na época natalina de 2009 pela Avon, três em especial se destacaram: cartuchos de papel cartão impressos com cores alusivas ao Natal (verde, vermelho e dourado) e acabamento com detalhes em hot-stamping, reunindo creme, loção, sabonete líquido e outros produtos. Produzidas pela Antilhas, as
ESTE assunto será abordado no evento
mais informações na página 29
embalagens eram envolvidas em sacos de organza, amarrados com um laço, ganhando assim características de presente. O sucesso de vendas abriu a senda para outras oportunidades, que não param de somar-se no calendário comercial das empresas. O fato é que os kits deixaram de ser uma importante peça de vendas somente durante o Natal. “Em comparação com o ano passado, tivemos um incremento de 60% nas vendas de kits para o Dia dos Namorados”, conta o diretor de marketing da Avon. O número é muito expressivo, uma vez que a efeméride é a que responde pelo menor volume de vendas em datas comemorativas, ainda bem atrás do Dia dos Pais e dos especialmente fortes Dia das Mães e Natal.
Na verdade, embora venha se intensificando ultimamente, o recurso a esse instrumento não chega a ser novidade. A Natura, por exemplo, há muitos anos comercializa seus kits nas proximidades o Dia das Mães, do Dia dos Namorados, do Dia dos Pais e do Natal. “Desde a fundação da empresa apostamos em estojos presenteáveis, pois é uma forma de agregar valor a nossa linha de produtos e destacar nossa marca nas datas comemorativas”, relata a gerente de marketing, Cláudia Pinheiro. Um caso típico de sucesso que ela apresenta é o do estojo para presente Dia das Mães Natura 2010, desenhado
32 | Outubro 2011
Best Friends Forever, de O Boticário: kit para efeméride pouco conhecida fez bonito
pela agência Tátil e produzido pela Antilhas, que superou em 5% o volume de vendas estimado para o período e cuja procura foi 64% superior às vendas da data no ano anterior. A embalagem é composta por uma caixa de cartão duplex com certificação FSC, produzida no sistema off-set. Para reforçar a imagem de presente, sua base é forrada com papel de seda, coberta por uma luva cartonada e lacrada por uma fita de tecido. O Boticário, outra gigante do ramo de cosmética e perfumaria, confirma de forma no mínimo tão expressiva quanto suas concorrentes o bom retorno comercial propiciado por essa ferramenta. A gerente da categoria Datas Comemorativas na empresa, Mirele Martinez, conta que entre 2008 e 2010, as vendas dos kits para presente aumentaram 39%. Ante tal resultado, a empresa paranaense decidiu ir ainda mais longe que suas concorrentes e explorar outras datas especiais, como o Dia do Amigo. A data é comemorada em 20 de julho, mas é pouco lembrada pelas pessoas. O produto escolhido para a primeira experiência, este ano,
foi o Kit Best Friends Forever Capricho Day & Night, desenhado pela agência BrainBox e produzido pela Kingraf. Trata-se de um cartucho retangular dividido, fechado por um cadeado de papel e com layout que remete à idéia de um diário. A iniciativa superou as expectativas de vendas da empresa em 18%, e os estoques destinados a franqueados se esgotaram antes do prazo previsto. As possibilidades de incrementar vendas com base nesse instrumento complementar de estímulo obviamente são percebidas em outras categorias de produtos. Tanto é assim que, segundo Sidney Anversa Victor, presidente da gráfica Congraf e também diretor do grupo setorial de embalagem da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), “nos últimos cinco anos houve um crescimento de 70% na demanda de kits promocionais e presenteáveis, abrangendo, além de cosméticos, perfumes e artigos de higiene pessoal, principalmente alimentos”. É o caso da Nestlé, com o Nespresso, marca premium de cafés em cápsula, cujas cafeteiras têm como um dos
fatores de seu sucesso o retorno dos consumidores às butiques da marca para recompra. As lojas, porém, não dispunham de sistemas de acondicionamento apropriados para o transporte das cápsulas, fosse para consumo próprio, fosse para presente. “O consumidor se via obrigado a levar as cápsulas soltas numa sacola”, explica Rômulo Castilho, designer da Futurebrand, agência de design contratada pela Nestlé para desenvolver uma proposta de uso dos sleeves da Nespresso como presente. Foi criado um estojo de papel cartão, produzido pela Gráfica Rosset, em três tamanhos diferentes, com capacidade para quatro, nove ou dezesseis sleeves – cada um contendo dez cápsulas de café. “Houve um forte mpacto de vendas, porque as pessoas acabaram comprando volumes maiores de produtos”, comenta Castilho. “Consumidores que pretendiam adquirir somente duas ou três cápsulas acabavam levando quatro, a fim de ganhar o estojo.”
Curiosamente, trata-se de um objeto de desejo de baixo custo. Segundo fonte ligada ao projeto de criação da Caixa de Presente Nespresso, que pede anonimato, o preço final de cada caixa é 1,50 real – muito menos que o valor unitário de venda de uma cápsula. É, em suma, um exemplo de como embalagens diferenciadas e que agregam valor aos produtos nem sempre precisam ser caras.
Antilhas (11) 4152-1100 www.antilhas.com.br Brainbox Design (11) 3522-1919 www.brainboxdesign.com.br Congraf (11) 3103-0300 www.congraf.com.br Futurebrand (11) 3821-1166 www.futurebrand.com Gráfica Rosset (11) 3732-4444 www.graficarosset.com.br Kingraf (41) 3072-6262 www.kingraf.com.br Tátil Design (11) 2131-2200 www.tatil.com.br
Embalagens para cápsulas de Nespresso: opção bonita e barata para presentear ou transportar
fotos: carlos cu
rado
reportagem de capa
Um Nordeste que não é de barro O consumo bomba numa região do Brasil antes castigada pela pobreza e pela escassez de oportunidades comerciais. Resultado: aquece a demanda por mais e melhores embalagens
© luna vicen
te
Por Guilherme Kamio
2º lugar
7,3%
28,8%
já ocupa o Nordeste no ranking do consumo no Brasil por regiões
é o crescimento médio da renda per capita nordestina há oito anos
foi o aumento real do salário médio no Nordeste entre 2004 e 2009
36 | Outubro 2011
Nova fronteira, bola da vez, menina dos olhos, China interior. Ultimamente, expressões como essas têm se amiudado para definir o status que o Nordeste brasileiro adquiriu no mundo dos negócios. Tudo graças ao progresso extraordinário vivido pela região, sustentado por aportes polpudos do governo e da iniciativa privada. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há oito anos a renda per capita do Nordeste cresce a uma taxa média anual de 7,3%, quase dois pontos percentuais acima do índice nacional. Entre 2004 e 2009, os empregos formais avançaram 50% na região. Nesse mesmo período, o salário médio do trabalhador nordestino registrou o maior aumento real do País – de 28,8%. São ganhos que vêm confluindo para uma frondosa elevação do consumo.
Em 2008, o Nordeste tomou da Região Sul o posto de segundo maior mercado consumidor do Brasil, ficando aquém somente do Sudeste. Quase 20% dos gastos dos brasileiros ocorrem atualmente nos nove estados nordestinos. É praticamente o dobro da realidade de uma década atrás. O fator determinante para essa ascensão foi o florescimento de uma classe média na região, resultado das políticas de inclusão social e sobretudo da maior oferta de emprego. Segundo um estudo do instituto Data Popular, a classe C – formada por famílias com renda entre três e dez salários mínimos – cresceu 50% no Nordeste de 2004 para cá, contra acréscimos de 16% e 21%, respectivamente, no Sul e no Sudeste. No ano passado, essa parcela da população nordestina despendeu 158 bilhões de reais. É um valor quase dez vezes maior do que o verificado em 2003.
Na batida dos bolsos mais bem fornidos, filas nos supermercados já são corriqueiras no dia a dia do Nordeste, como a reportagem pôde comprovar, no início de setembro, em incursões pelo varejo do Recife. Maior giro de bens de consumo alavanca a produção, puxando fatalmente a demanda por embalagens. E não só em termos de quantidade, mas também de qualidade, seguindo o mesmo compasso da cesta de compras do nordestino, cada vez menos recheada apenas por itens de primeira necessidade. Nesse contexto, relatos colhidos por EmbalagemMarca acerca da oferta de embalagens na região pintam um quadro não tão dinâmico – e, exatamente por isso, de oportunidades. “O nordeste é ainda muito carente em termos de packaging”, avalia Iorley Lisboa, gerente de desenvolvimento de embalagens do Walmart. O grupo ame-
© CC - www.acertodecontas.blog.br
ricano tem nas atividades nordestinas sua principal fonte local de receitas – as 207 lojas na região, divididas entre as bandeiras Bompreço e TodoDia, originam quase 60% de seu faturamento no País. Lisboa garante que o saldo da operação poderia ser melhor caso o trabalho com marcas próprias – modelo de negócios apreciado pela companhia – não acarretasse o abastecimento de invólucros por fornecedores do eixo SulSudeste. “São algumas toneladas a cada mês”, expõe o profissional do Walmart. “A competitividade dos produtos é afetada sobremaneira.” Segundo ele, não há saída. “Faltam fornecedores na região capacitados para entregar um resultado melhor. A tecnologia é escassa.” O bloco dos descontentes é engrossado por Juliano Gonzalez, gerente industrial da planta pernambucana da gaúcha Josapar, dona da marca de arroz Tio João. Pelos seus cálculos, mais de 90% das embalagens consumidas pela operação nordestina provém de outros locais. O principal insumo de fora é o laminado técnico para empacotamento de arroz, preparado por transformadores catarinenses situados a mais de
50%
R$ 158 bilhões
foi a taxa de aumento da classe média na região de 2003 para cá
gastou a classe C nordestina em 2010, valor dez vezes maior que o de uma década atrás
Supermercado no Recife: filas evidenciam a febre de consumo gerada pelo desenvolvimento
Outubro 2011 |
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Bons ventos para as latinhas Um efeito da melhora do poder de compra da população nordestina é o aumento do consumo de bebidas em latas de alumínio. Desde 2003, o crescimento sucede a índices anuais até cinco pontos percentuais acima da média nacional. Ante as perspectivas azuis, fabricantes dessas embalagens rumam à região. Seguindo os passos da Rexam, cuja fábrica do Recife remonta à década de 90 (quando era operada pela Latasa), a Crown Embalagens inaugurou em 2009, a partir de um aporte de 122 milhões de reais, uma fábrica em Estância (SE), em frente a uma unidade de uma de suas principais clientes, a AmBev. No fim do ano passado, a empresa anunciou que irá investir para dobrar o output dessa unidade, capacitando-a a processar 2 bilhões de latas por ano. Em 2012, outro grande player, a Latapack Ball, irá inaugurar uma fábrica em Alagoinhas, na Bahia. A obra é orçada em 200 milhões de reais. No mercado de bebidas nordestino, a lata de alumínio compete diretamente com a lata de aço. A presença dessa embalagem, substituída em outros centros do País pela de alumínio a partir dos anos 90, continua expressiva na região graças às atividades da Metalic, empresa integrante do grupo CSN sediada em Maracanaú (CE). Em 2009, segundo a Metalic, a participação das latas de aço no mercado nordestino de recipientes metálicos para bebidas era de 41% (em termos nacionais, esse share era de 6%). Para a empresa, a lata de aço teria uma vantagem sobre a opção de alumínio: sua maior resistência mecânica suportaria melhor os solavancos no transporte – inevitáveis ante as condições ruins de muitas estradas nordestinas.
Melhora da renda na região impulsiona o consumo de bebidas enlatadas e atrai investimentos
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3 500 quilômetros de distância. “Opções próximas seriam bem-vindas”, admite Gonzalez. O executivo comenta que já foram testadas empresas locais de flexíveis. “Nenhuma, contudo, alcançou a homologação.” Para a sucursal nordestina da Josapar, nem é o frete o maior empecilho pelo suprimento por fontes longínquas. “O que pesa é o custo de armazenagem e a administração da logística das embalagens”, expõe Gonzalez. “Geralmente, temos de antecipar bastante o planejamento. Certas entregas demoram até trinta dias.”
Histórias e opiniões parecidas foram compartilhadas por quadros de outras corporações usuárias de embalagens, que, entretanto, preferiram não torná-las públicas. Com efeito, a situação parece no mínimo preocupante, para não entrevê-la, num tom mais alarmante, como obstáculo para o boom manufatureiro da região – mais e mais aquinhoada por exercícios produtivos de importantes indústrias de bens de largo consumo. Danone, Brasil Foods, AmBev, Kraft e Nestlé, para citar só algumas, inauguraram fábricas na região nos últimos meses. Outros empreendimentos estão em fase de conclusão. A Bauducco (Pandurata), por exemplo, prepara a abertura de uma unidade de bolos e biscoitos em Rio Largo, Alagoas. “Aumentaremos o vínculo com o consumidor daquela praça”, aposta a gerente de marketing da empresa, Maricy Gattai (ver quadro na página 40). Não bastassem os deslocamentos de pesos-pesados, a produção no Nordeste vem se dilatando também a reboque da prosperidade dos players de
atuação regional. São empresas como as pernambucanas Asa, Raymundo da Fonte, Ondunorte e Notaro Alimentos (Natto), a sergipana Maratá, a paraibana Cipan (Vitamassa) e a potiguar Simas – sem contar companhias como as cearenses M. Dias Branco e J. Macêdo, já difundidas por todo o território nacional. Sob a óptica da embalagem, não é mesmo fácil arrimar tamanha efervescência. Diretor comercial da Herbert Perman Design, agência fundada no fim dos anos 1980 no Recife e que projeta embalagens para marcas da região, Fred Perman minimiza o problema, alegando não perceber deficiências crônicas daquela indústria de embalagens. “Do que não se duvida é da maior concentração de convertedores no Sul e no Sudeste, o que gera maior concorrência de preços”, argumenta. “Por isso, mesmo com o frete, algumas empresas do Nordeste recorrem a esses centros para adquirir embalagens.” Para Perman, não é exagero afirmar
No Nordeste, Josapar não encontra laminado para empacotar arroz Tio João
Salgadinhos Tobogã (Vitamassa), frango da Natto (Notaro), sabonete Even (Raymundo da Fonte) e Biscoito Vitarella: exemplos de hits regionais de consumo no Nordeste brasileiro
que, pelo menos no tocante ao design, cada vez mais as embalagens da região fazem bonito. Exemplo, segundo ele, é o mix de embalagens da conterrânea Iquine, que afirma deter o posto de maior produtora brasileira de tintas com capital nacional. “Suas apresentações não devem nada às das melhores fabricantes mundiais”, assegura. Outros entendem que o panorama, se ainda não é ideal, tem tudo para evoluir. “O Nordeste está inserido defi-
nitivamente nos planos de expansão do setor”, considera Luiz Fernando Pereira, diretor da Greenfield Business Promotion. A empresa é responsável pela organização da Embala Nordeste, feira de negócios da indústria de embalagens realizada ano após ano desde 2006 no Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon), em Olinda (PE), e cuja edição deste ano ocorreu entre os dias 23 e 26 de agosto último. Pereira fundamenta seu ponto de vista no fato de o índice de
participação de empresas de outros estados ter crescido. “A média, que sempre foi de 75% a 80%, este ano saltou para 90%”, informa o executivo. Três meses antes da realização da feira, 96% do espaço destinado aos expositores já estavam comercializados. A previsão da Greenfield era de que a exibição alavancasse um total de 1,5 bilhão de reais em negócios ao término de seus quatro dias. Durante o evento, a Avery Denni-
ENTREVISTA
Maricy Gattai, gerente de marketing da Bauducco O que o Nordeste representa para a Bauducco? De cinco anos para cá, a Bauducco tem direcionado mais ações para o Nordeste devido ao crescimento contínuo da região. A classe C nordestina vem aumentando e ganhando acesso a produtos premium. Hoje, o Nordeste representa mais ou menos 30% do nosso faturamento. Somos líderes em bolinhos e wafers na região, mas almejamos nos aproximar ainda mais desse consumidor. Por isso, estamos construindo a fábrica em Alagoas (município de Rio Verde). A empresa cria produtos específicos para o Nordeste. Por quê? Identificamos que o consumidor nordestino apresenta uma tendência a consumir porções menores devido ao fator preço. Isso nos levou a desenvolver produtos em quantidades menores. Exemplos são os recheados Gulosos, vendidos no Nordeste em embalagens de 65 gramas, contra as de 140 gramas distribuídas no restante do País, e o wafer de 140 gramas, oferecido em 165 gramas em outros mercados. Também criamos porções individuais para a região, já encontradas em todo o Brasil em embalagens dose única de cookies, torradas, bolinhos e minirrocamboles. O panettone, carro-chefe da empresa, passou também por ajustes? Sim. Para atender ao mercado nordestino e gerar maior experimentação, desenvolvemos versões especiais de 400 gramas (menores do que o padrão 500 gramas), comercializadas exclusivamente naquele mercado. Um grande desafio é fazer do panettone uma tradição na região. Segundo executiva, itens menores, inclusive panettones (no detalhe), surtem efeito na região
son, multinacional americana especializada em materiais para rótulos e com fábrica em Vinhedo (SP), confirmou o investimento em um centro de distribuição na região. Situado em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, o entreposto, de valor não revelado, tem o objetivo de agilizar o suprimento aos clientes. “Poderemos atender em 24 horas onde hoje levamos de doze a quinze dias”, explica o gerente geral da empresa, Jorge Orejuela. “Assim, nossos clientes poderão melhorar seu capital de trabalho ao não possuir inventário in house e, obviamente, ter maior eficiência em seus fluxos de caixa.” Um pouco mais ao norte da localização do futuro hub da Avery Dennison fica a planta recifense recém-inaugurada pela Brasilata, para encurtar a distância de suas latas de aço das unidades locais de clientes como Suvinil (Basf) e Coral (Akzo Nobel). Mais ao sul, situa-se o complexo industrial do Porto de Suape – marco imprescindível nas abordagens sobre o Nordeste brasileiro. É lá que a Fiat irá erguer uma nova fábrica, orçada em 3 bilhões de reais. E é ali que toma forma um pólo de embalagens para a região.
Suape abriga, por exemplo, uma fábrica de resina PET do grupo italiano Mossi & Ghisolfi (M&G)¸ aberta em 2007, e uma filial da fornecedora de pré-formas Plastipak. No mesmo local, a Petrobras, por meio da Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape), anunciou que irá produzir resina PET a partir de 2012. Também fica nesse complexo portuário a Terranor, fabricante de embalagens flexíveis fundada quatro anos atrás de olho na consolidação do parque industrial dos arredores. A carteira da empresa já coleciona vinte clientes, entre grifes de atuação nacional, como a Elma Chips (PepsiCo), e regionais dos portes de Vitamassa e Vitarella. Gerente industrial da fornecedora, Daniel Zanfelice conta que a exigência das companhias atendidas já fica no nível daquela observada nos grandes centros. “Mesmo no Nordeste não existe mais empresa pequena”, pondera o executivo. Daí a montagem da fábrica
da Terranor com equipamentos novos, brandidos como de última geração e grande capacidade. “Não trouxemos ativos de segunda mão para cá, como já foi comum entre empresas que se alojavam na região”, diz Zanfelice. A Terranor não fugiu à regra de muitos startups do Nordeste, tendo aproveitado estímulos oficiais para lá se instalar. São mecanismos capazes de prover empurrões convenientes para firmas de packaging dispostas a iniciar atividades na região. No território pernambucano, por exemplo, vigora o Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe), cujo principal atrativo é a oferta, durante até doze anos, de crédito presumido de 75% a 95% do saldo a pagar de ICMS (quanto mais distante da capital, maior é o abono). Outras ações de fomento são o Programa de
Iquine: maior produtora de tintas com capital nacional capricha na apresentação dos produtos
Embala Nordeste: edição deste ano teve maior presença de empresas de outros estados
Nordeste brasileiro em números 9 Estados 1 793 municípios 1,5 milhão de km² 3 300 km de litoral 54 milhões de habitantes PIB de R$ 420 bilhões 18 terminais marítimos 18 aeroportos, 9 internacionais 405 396 km de rodovias 8 231 km de ferrovias 27 767 129 kW de capacidade instalada de energia
Fonte: IBGE | junho 2011
Desenvolvimento Industrial e de Integração (Desenvolve) e o Programa de Defesa da Economia Baiana (Prodecon), na Bahia, e o Programa de Desenvolvimento Integrado (Prodesin) de Alagoas. Na Paraíba, empresas incentivadas de transformação pagam somente 1% de ICMS sobre as vendas. Existem, ainda, amparos governamentais direcionados à região como aqueles oferecidos por meio do Banco do Nordeste (BNB). Diretor de Gestão do Desenvolvimento dessa instituição, José Sydrião de Alencar Júnior informa que a procura de empresas das cadeias de recipientes e envoltórios ainda é acanhada. “Em 2010, o BNB financiou aproximadamente 35,5 milhões de reais para a indústria e segmentos comerciais do setor de embalagens. Desse total, 33,7 milhões de reais foram destinados a empreendimentos industriais”, repassa o executivo. “Neste ano, até o fim de agosto, financiamos 15,3 milhões para essa mesma finalidade.” O BNB pode atender às indústrias de embalagens com financiamentos de curto ou longo prazo para a implan-
O alojamento nem sempre é confortável
reprodução
Indústrias que desejam se instalar no Nordeste é raro deparar com indústrias de embalagens sem partir do zero têm nas aquisições uma altermal equipadas ou mesmo sucateadas”, comenta nativa óbvia. Foi o que fez a Owens-Illinois. No uma fonte que prefere não se identificar. “Nesses final do ano passado, a fabricante de embalagens casos”, aconselha, “convém seguir uma lógica dos de vidro desembolsou pouco mais de 1 bilhão profissionais de construção civil: às vezes é melhor de reais na Companhia Industrial de Vidros (CIV), começar uma casa do zero do que reformá-la.” que abastecia o mercado do Nordeste por meio Os percalços não se limitam à escolha do de três fábricas (duas em Pernambuco e uma no modo de instalação. Diretor do Grupo EmpresaCeará). “Antes, tínhamos rial de Embalagens da seatuação tímida na região”, ção paulista da Associação lembra João Éder, diretor Brasileira da Indústria Gráfica comercial da Owens-Illinois (Abigraf), além de diretor para o Norte/Nordeste. da Congraf, fabricante de Beneficiada pelas encoembalagens de papel cartão, mendas crescentes das sucurSidney Anversa Victor diz sais de grandes empresas e perceber gráficas nordestinas por potências sediadas na investindo em máquinas e se região, como a cearense modernizando – mas lembra Ypióca e a pernambucana que isso não basta para a Pitú, da área de cachaças, e consolidação de uma operaa alagoana Sococo, de leite ção de alto nível. “O processo e outros derivados de coco, de aprimoramento requer a vidraria inclusive reativou também tempo, qualificação uma operação em Fortaleza, dos fornecedores de insumos suspensa há alguns anos. “O e conformidade com normas crescimento tem sido fantásambientais e de sustentabilitico”, relata Éder. dade”, assinala o empresário. Seguir a trilha da Owens“Isso sem falar na qualificaIllinois depende, é claro, de ção de mão-de-obra. Esse é disponibilidade de unidades um grande embaraço para o Sococo, de Alagoas, está entre as que fabris satisfatórias. “Não Nordeste.” puxam o consumo de vidro no NE
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tação, ampliação, realocação e capital de giro de empreendimentos por meio de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), repasses do Finame (BNDES) e recursos internos. “Através do programa FNEIndústria, por exemplo, financiamos implantações com prazos de até doze anos, com até quatro anos de carência incluídos”, ilustra Alencar Júnior. Os juros, no caso do FNE, variam de 6,75% a 10% ao ano, sendo a menor alíquota para as microempresas e a maior para as grandes corporações. Para o capital de giro, o BNB financia até 35% do investimento total, valor que pode chegar a 50% nos pedidos justificados. Em consultas realizadas antes e durante a Embala Nordeste deste ano, a reportagem apurou que outras empresas estão em processo de pleito ou mesmo já de uso de vantagens como essas para consolidar linhas de produção ou estocagem in situ. Estas, porém, preferiram não se pronunciar.
Embora classifique como bom o grau de desenvolvimento do parque industrial de embalagens do Nordeste, Gilson Paraíso, gerente comercial da Indústrias Reunidas Renda, produtora de recipientes metálicos e plásticos para os setores alimentício e químico baseada em Abreu e Lima (PE), não nega que as condições são propícias para o robustecimento da atividade na região. “O momento é excelente para a instalação de empresas”, opina o profissional. “Temos o mercado interno que mais cresce, além de ser bastante interessante, em aspectos logísticos, para exportação.” Às empresas receosas de que o crescimento do Nordeste seja uma bolha calçada no assistencialismo, cabe ressaltar que especialistas convergem para a opinião de que ele é sustentado – e a tendência é melhorar ainda mais. Conforme o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, observou semanas atrás num artigo do jornal O Estado de S. Paulo, o aumento de quase 14% do salário mínimo previsto para 2012 pode levar o crescimento do consumo das famílias do Nordeste a taxas chinesas – “especialmente no caso de itens de baixo valor
© simone medeiros / ascom suape
Nonon nonono nono onon ononon ono nn on ono non onon onon on ononon on
Complexo portuário e industrial de Suape: joia do governo pernambucano para fazer a atividade produtiva acelerar na região
unitário, como alimentos e bebidas”. “Diferentemente do que costumava ocorrer no passado, empresas não têm se instalado na região para abastecer outros centros”, acrescenta Armando Porto Pimentel, diretor de desenvolvimento de produtos e negócios da MWV Rigesa – grande fabricante de embalagens de papelão ondulado, presente no Nordeste com fábricas em Pacaju, no Ceará, e em Feira de Santana, na Bahia. “Os empreendimentos são para municiar o próprio mercado regional.” Na corrida das marcas rumo ao mercado nordestino, novos ensejos tendem a surgir para o setor do packaging. Para ficar num só exemplo, no início de setembro O Boticário divulgou que aportará 355 milhões de reais na
construção de uma fábrica e de um centro de distribuição na Bahia, em local indefinido. A porta está aberta para os provedores de embalagens para cosméticos e perfumaria. É só mais uma possibilidade em um cenário dinâmico, que poderá deixar para trás a imagem do Nordeste brasileiro como “terra mais que seca, calcinada, de onde tudo fugia e só pedra ficava”, como descreveu um dia o finado poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto. Tomara. Saiba sobre os produtos sob medida para o Nordeste e outras estratégias de marketing para a região alicerçadas em embalagens mais em emb.bz/146nordeste
Avery Dennison (19) 3876-7700 ww.averydennison.com.br Banco do Nordeste 0800 728-3030 www.bnb.gov.br Brasilata (11) 3871-8500 www.brasilata.com.br Congraf (11) 3103-0300 www.congraf.com.br Crown Embalagens (11) 4529-1000 www.crownembalagens.com.br Greenfield (81) 3343-1101 www.greenfield-brm.com Herbert Perman Design (81) 3461-9810 www.herbertperman.com.br Indústrias Reunidas Renda (81) 2121-8100 www.renda.com.br Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br M&G (81) 2119-8200 www.gruppomg.com Metalic (85) 3299-7300 www.metalic.com.br MWV Rigesa (19) 3881-8800 www.rigesa.com.br Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br Petroquímica Suape www.petroquimicasuape.com.br Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil Terranor (81) 3316-5307 rodrigo.p@terranor.com.br
Higiene pessoal
Caixa de som
Criança gosta de música. Partindo desse princípio, a Phisalia traz ao mercado um cartucho de papel cartão que emite sons ao ser aberto. A novidade chega para acondicionar uma edição especial da linha de produtos infantis para cabelos Trá Lá Lá Kids. O kit, denominado pela empresa de Caixa Cantante, é composto por xampu e condicionador e, na parte sonora, toca um jingle criado para a marca. O cartucho tem um mecanismo que funciona com três pequenas baterias e um alto-falante, mesmo princípio utilizado em cartões musicais de natal. Quando a aba da embalagem é aberta, o mecanismo é ativado, e a música começa a tocar. A Phisalia recebe os cartuchos impressos, e monta o mecanismo musical internamente, já que tem uma linha dedicada a kits promocionais. Além das embalagens musicais, os rótulos dos xampus e condicionadores ganharam motivos que remetem à música, com desenhos de instrumentos e notas musicais As mudanças nos rótulos não terminam aí. “Além da sonoridade da marca, incluímos na arte elementos musicais, como partitura, instrumentos e os próprios personagens, que estão sempre ‘curtindo música’”, relata Adriana Amiralian, gerente de Trade Marketing da Phisalia. A linha de xampus e condicionadores teve alteração também no tipo de rótulo utilizado, com a substitução da manga plástica (stretch sleever), por um termoencolhível. Este, na opinião da executiva, permite explorar melhor 44 | Outubro 2011
Embalagem incorpora circuito eletrônico parecido com o utilizado em cartões musicais comemorativos
fotos: carlos curado
Estojo cartonado com produtos da Phisalia para o público infantil toca música ao ser aberto
a comunicação, pois oferece maior área de decoração, “além de conferir mais qualidade ao produto”. Mesmo com os rótulos decorando a embalagem em 360°, a transparência das embalagens de PET foi mantida. “Com o novo sistema de decoração, conseguimos incluir um medidor de banhos nos frascos”, conta Adriana. “Assim, o consumidor pode acompanhar a quantidade de banhos que ainda restam na embalagem por meio do uma janela que mostra o nível do produto dentro da embalagem.”
Na parte de trás de cada Caixa Cantante há um passo a passo para a criança montar em casa instrumentos musicais brasileiros, como o ganzá (uma espécie de chocalho) e o gri-gri (que faz o som parecido com o de um grilo), e também recortar outros tipos de instru-
Área transparente do rótulo deixa ver nível do conteúdo
Verso da caixa ensina a montar instrumentos de brinquedo
mentos, como guitarras e baterias. Para identificar os kits com música basta olhar na parte da frente da caixa, onde está indicado que aquela é uma Caixa Cantante. A novidade está disponível em três versões: exclusiva para meninos, com a Linha Nutrikids, especial para meninas, com a Linha Hidrakids; e o Kit com a Linha Sem Embaraço, para ambos os sexos. Os kits têm edição limitada. Apesar de as embalagens terem ficado mais caras, o preço final ao consumidor será mantido. A expectativa da Phisalia é de que as vendas do kit musical sejam quatro vezes maiores que as de kits tradicionais. Design
Cartuchos
Tampa
Rotulo
Frascos
Frascos
Benchmark Design Total (11) 3057-1222 www.bench.com.br CCL Label (19) 3876-9300 www.ccllabel.com.br
Congraf (11) 3103-0300 www.congraf.com.br Engratech (19) 3837-8100 www.grupoengra.com.br
Sigmaplasth (11) 3186-1100 www.sigmaplasth.com.br Vibraço (21) 3219-1999 www.vibracoembalagem.com.br
entrevista
dentre os recursos voltados a descobrir como os consumidores reagem (ou podem reagir) ante produtos expostos em pontos de venda, um dos mais populares é o eye tracking, expressão cuja tradução para o português – algo como “rastreamento do olhar” – é de certa forma descritiva da técnica. Basicamente, o método consiste na análise dos padrões de olhar das pessoas, registrando, por meio de microcâmeras, tudo aquilo que chama sua atenção – e o que passa despercebido – numa embalagem. Especializada nesse serviço, do qual afirma ser pioneira (e prestadora para nomes do quilate de Unilever, Kraft, Procter & Gamble e Johnson & Johnson), a americana Perception Research Services (PRS) está entrando no mercado brasileiro, por intermédio da firma de pesquisas Provokers. Nesta entrevista, Scott Young, presidente da PRS, explica os atributos do eye tracking e fala de uma suposta novidade que traz ao País nesse campo: um sistema móvel, que propicia pesquisas em ambientes de vendas reais – e não em laboratórios, onde o sistema tradicional é realizado. Quando começou o uso das técnicas de eye tracking para a avaliação de produtos? Iniciamos nos anos 1980. À época, era uma ferramenta utilizada para avaliar o alcance de peças publicitárias. Logo percebemos que a visibilidade desempenha papel crucial no sucesso das embalagens. Era tão ou mais importante do que o que as pessoas realmente diziam. Notamos também uma grande correlação entre visibilidade e aquisição dos produtos.
Scott Young, presidente da Perception Research Services (PRS), empresa americana pioneira em pesquisa de mercado pelo sistema de eye tracking, baseado no que o olhar do consumidor revela sobre embalagens, afirma trazer inovações em sua atuação no Brasil 46 | Outubro 2011
foto: andré godoy
Olhar analítico
Como o eye tracking pode efetivamente ajudar a melhorar a atuação de uma embalagem? Ajudando a desvendar pontos falhos nas embalagens. Se uma empresa nos informa que seus produtos estão encalhando ou que pessoas estão tendo dificuldade de encontrar suas marcas nas gôndolas, o eye tracking pode auxiliar a desvendar imprecisões. É uma ferramenta capaz de avaliar como o consumidor enxerga determinada embala-
gem: se pega o produto da prateleira, quantos segundos passa olhando para ela e o que seu olhar percebe ou negligencia – textos, grafismos, formas e diversos outros elementos. A análise desses dados revela como a embalagem é realmente vista e fornece uma orientação sobre como melhorá-la. Com o uso do eye tracking é possível descobrir, por exemplo, que um alimento está vendendo mal por não oferecer informações sobre saúde e nutrição, cada vez mais procuradas pelos consumidores. Certa vez Steve Jobs argumentou que pesquisa de mercado não é uma ferramenta adequada para detectar e definir a inovação, porque os consumidores são capazes de avaliar somente suas experiências passadas, não podendo, assim, detectar tendências revolucionárias. De acordo com ele, a pesquisa de mercado teria provavelmente convencido a Apple a não desenvolver produtos como o iPod ou o iPhone. O que acha disso? Em relação a alguns setores, essa afirmação pode ser em parte verdadeira. Lembro-me particularmente de outra frase de Jobs, em que ele dizia não ser papel dos consumidores saber qual vai ser a próxima invenção útil para suas vidas – e eu concordo com ele. Isso cabe às empresas. Mesmo assim, acho que pesquisas podem ajudá-las a comunicar para as pessoas quais são suas inovações e como elas poderão ajudar em seu dia a dia. As inovações, por mais que sejam marcantes e revolucionárias,
precisam conquistar os consumidores no ponto de venda. Para concluir, digo que, embora eu não deva esperar que meus consumidores ditem a ideia de como deverá ser a embalagem do meu mais novo lançamento, é sensato que, após o desenvolvimento dessa embalagem, eu faça um teste com eles para aferir se estão entendendo a ideia que tive, e se isto lhes está sendo comunicado de modo que faça sentido. Existe algum índice do grau de sucesso de projetos que seguem os insights obtidos por análises do olhar, como o eye tracking? Não tenho um número preciso da taxa de sucesso dos testes, mas posso garantir que é alto – se não fosse assim, o eye tracking não estaria em voga há tanto tempo. A ferramenta não é, obviamente, infalível. Sempre esclarecemos aos clientes que o sucesso é mais provável se trabalharmos com eles desde a criação do conceito do produto e da embalagem, para assimilarmos suas forças e fraquezas. A chance de a embalagem atingir seus objetivos é muito maior. Em linhas básicas, como são feitas as avaliações de produtos por meio do eye tracking? A abordagem mais corriqueira consiste em testes realizados em ambiente controlado. Esse ambiente pode ser tanto um minissupermercado montado por nós, pôsteres em tamanho real de gôndolas de supermercados ou ainda exibições em vídeo com imagens em tamanho real, simulando prateleiras de uma loja de varejo. Quando o consumidor é
confrontado com essas imagens, captamos, por meio de um aparato eletrônico, seus padrões de olhar (ver quadro). Depois de analisarmos as informações, conduzimos entrevistas com os participantes da avaliação, para verificar suas opiniões formais, ponderadas – do que gostaram e do que não gostaram no objeto de pesquisa. A partir disso, elaboramos um diagnóstico para os clientes, relatando o que funciona ou o que não está funcionando em sua embalagem. Parece ser um processo tradicional. Ele é suficiente sozinho ou é complementado por outros métodos para a avaliação de embalagens e produtos? O eye tracking é na verdade apenas um dos serviços que oferecemos. Costumamos utilizar um conjunto de ferramentas. Além da abordagem mais tradicional, temos testado ultimamente o eye tracking móvel. Nessa modalidade, levamos o consumidor a um supermercado real. Pedimos para ele colocar óculos especiais, dotados de uma microcâmera acoplada, e fazer seu passeio de compras. A câmera capta exatamente o que o indivíduo vê, e repassa as informações para um computador, que registra aquilo que mais atrai sua atenção. Por meio desse método podemos também entender melhor o comportamento do consumidor no ambiente de compras. Além dessas variantes de eye tracking, temos empregado técnicas de neurociência. Elas proporcionam uma leitura emocional da reação das pessoas quando em contato com embalagens.
No método mais ortodoxo do eye tracking, os testes são realizados em laboratório. O consumidor é colocado sentado diante de uma tela de quatro metros quadrados, que exibe os objetos que se quer avaliar. Uma microcâmera, posicionada na parte inferior da tela, capta o reflexo que as imagens vistas produzem nos olhos do consumidor. Os dados são enviados para um computador, que “desenha” o padrão do olhar obtido durante o teste.
Uma nova variante, móvel, permite aplicar a técnica também em pesquisas de campo, para a avaliação de objetos em seus “habitats” naturais – como embalagens expostas em supermercados. Os movimentos dos olhos do consumidor e sua interação com o objeto de pesquisa são registrados por óculos dotados de microcâmeras e também mapeados por um computador. Para produtos em desenvolvimento, o teste pode ser feito em ambientes virtuais.
reprodução: www.eyetracker.co.uk
Como funciona o eye tracking
Óculos com câmera podem mapear olhar em lojas reais
Desodorante Lady Speed Stick, cereal Special K, batata Pringles e salgadinho Baked!Lays: embalagens que, segundo Young, seguiriam princípios desejáveis para a apresentação nos supermercados
Permitem entender não só o que uma pessoa vê, mas também o que sente a respeito de uma embalagem. O senhor pode dar um exemplo prático de uso da pesquisa neurocientífica para a análise de embalagens? Recentemente fizemos um estudo de neurociência que envolvia o uso de uma faixa que, colocada na altura da testa, media respostas neurológicas e nos permitiu entender como as pessoas estavam reagindo a embalagens apresentadas a elas. Estavam se sentindo bem ou mal? Estavam se concentrando na embalagem ou abstraindo as informações transmitidas por ela? Com esse teste pudemos traçar uma série de correlações entre engajamento e estado de espírito dos consumidores ao entrar em contato com uma embalagem. Há quem questione a eficácia de procedimentos como esse e também do eye tracking, sob a alegação de que a espontaneidade do consumidor é prejudicada em ambientes de testes. Qual sua opinião a respeito? Diferentemente das abordagens neurocientíficas, incluídos os testes biométricos (em que sensores medem as reações fisiológicas do consumidor, como mudanças de temperatura corporal e da frequência cardíaca, em sessões de observação de produtos), o eye tracking
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é uma abordagem extremamente nãointrusiva. E estudamos constantemente formas de reduzir qualquer tipo de preparação dos testes para não interferir na espontaneidade. No método tradicional, não utilizamos nenhum tipo de capacete ou óculos, como já foi comum no passado. Há somente o consumidor e o objeto de análise, e procuramos dissimular a natureza da pesquisa, para evitar respostas viciadas. Se fôssemos às ruas e perguntássemos às pessoas o que acham de determinado produto, não obteríamos resultados mais espontâneos. Existem os métodos não-detectáveis de análise, em que câmeras escondidas registram atitudes do consumidor. Podem até ser valiosos para entender o comportamento fundamental das pessoas nos supermercados, mas não substituem o eye tracking, pois não dão a exata dimensão daquilo que estão vendo ou não. É possível criar uma lista de características gráficas de eficácia comprovada para o uso em embalagens? Estabelecer fórmulas é complicado. De todo modo, delineamos alguns princípios que a nosso ver deveriam ser levados em consideração ao se criar uma embalagem. O primeiro deles é o da visibilidade. O segundo é evitar a confusão no ponto de venda. O terceiro é a diferenciação e o contraste em rela-
A embalagem deve ressaltar aquilo que o produto tem de especial, mas ao mesmo tempo não pode ser poluída por promessas ‘marqueteiras’ ção aos demais produtos. O quarto e último princípio é o realce simplista das qualidades do produto. A embalagem deve ressaltar aquilo que o conteúdo tem de especial, mas ao mesmo tempo não pode ser poluída com frases de efeito e promessas “marqueteiras”. Para cada um desses princípios há algumas estratégias em particular que funcionam melhor do que outras. Cite, por favor, exemplos concretos de aplicação desses princípios. Falemos de visibilidade. Nossos estudos de eye tracking revelam a importância do contraste entre cores nas embalagens. Um dos meios mais eficazes de se produzir contraste é criar um bloqueio de cores. É o caso da embalagem do desodorante Lady Speed Stick, cujo roxo predominante cria um contraste com a caixa de texto branca na qual está inserido o nome do produto. Outro exemplo é a linha de produtos para
cabelos Garnier Fructis, com seu verde claro chamativo, que ressalta o texto em branco. Sobre confusão no ponto de venda, que é o segundo princípio que mencionei, as empresas podem evitála ao adotar um símbolo ou grafismo próprio. Exemplo disso é o “K” gigante nas embalagens do cereal Special K, da Kellogg, que facilita a identificação diante de diversas marcas de cereais colocadas numa mesma prateleira. Em termos de diferenciação, que é o terceiro princípio, cito embalagens com formatos únicos. É o caso da batata Pringles, vendida em um tubo, num mundaréu de batatas chips vendidas em pacotes. Quanto ao quarto princípio, lembro as novas embalagens das batatas chips Baked! Lays. Elas ficaram minimalistas e, de acordo com nossos testes, muito mais apelativas ao consumidor. O que é mais importante para garantir o êxito de uma embalagem nas prateleiras: seus grafismos ou seu formato? Esses elementos têm de ser complementares entre si, e ambos têm de funcionar. Testamos produtos que mudaram somente os grafismos e outros que mudaram somente o formato ou a estrutura. Ficou comprovado que o consumidor se sente mais atraído por embalagens que modificaram sua forma e seus grafismos do que por aquelas que promoveram somente uma mudança nos elementos gráficos. O formato é uma característica muito poderosa nas embalagens. Se uma mudança estrutural for promovida de
Nas embalagens, cor e forma se conectam de maneira muito mais forte com o consumidor do que palavras. Uma prateleira cheia de produtos concorrentes não é seara das informações escritas
maneira correta, a chance de aumento das vendas é enorme. O que a experiência do eye tracking aponta em termos de influência das cores na decisão de compra do consumidor? Concluímos que, nas embalagens, cor e forma se conectam de maneira muito mais forte com o consumidor do que palavras. Uma prateleira de produtos num supermercado, de uma dada seção, cheia de produtos concorrentes – que chamamos de clutter –, não é seara das informações escritas. O olhar do consumidor, na hora da compra, é muito mais atraído por cores, formas e símbolos que ajudam a remeter a uma dada marca. É por isso que, quando lançam produtos novos sem respeitar seus equities e sua história, grandes marcas geralmente experimentam resultados lastimáveis nas vendas. Por quê? Porque não há reconhecimento instantâneo daquela marca, e os consumidores vão atrás de outros produtos. O senhor esteve em outras oportunidades no Brasil. Ao visitar supermercados, quais foram suas impressões sobre as embalagens locais?
Omo Super Concentrado e Guaraná Antarctica: para o entrevistado, exemplos de embalagens competentes
A de que geralmente são embalagens menores, mas que estão aumentando de tamanho à medida que as empresas oferecem soluções do tipo “mais por menos”. Em termos de cores, notei muito o uso de tons vivos, em comparação com embalagens de coloração mais sóbria na América do Norte e principalmente na Europa. Nas primeiras vezes que vim para cá, há dez anos, havia um número muito menor de marcas e produtos. Isto está mudando rapidamente, pelo que observo. A questão da opressora variedade de produtos nas gôndolas, tão comum nos Estados Unidos, começa a aparecer por aqui. O que ocorre particularmente nos supermercados brasileiros é, ainda, uma enorme – e muitas vezes opressora – variedade de cores. Isto pode se tornar um grande problema, uma vez que as pessoas se vêem obrigadas a enveredar por uma selva de cores e embalagens para encontrar o que querem. O senhor poderia citar exemplos de embalagens brasileiras que, de acordo com as pesquisas do eye tracking, são bem-sucedidas? Nestes seis meses em que estamos operando no Brasil, dois produtos que estão sendo muito bem-sucedidos nas gôndolas, de acordo com nossas pesquisas, são o Guaraná Antarctica, da AmBev, e o Omo Líquido Super Concentrado, da Unilever. O primeiro, por conta de sua nova identidade visual, que ressalta o contraste entre um tom de verde mais escuro e alguns raios amarelos em volta do logotipo central. Já o segundo é uma marca top of mind que apostou numa embalagem de formato diferente da concorrência ao lançar uma extensão de linha que conseguiu cativar a atenção e o apreço do consumidor.
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tecnologia
Mais uma via “verde” Disponíveis no mercado local, aditivos com insumos orgânicos prometem conferir biodegradabilidade total a embalagens plásticas convencionais
Começou a ser oferecida no Brasil uma nova tecnologia que promete acelerar a biodegradação de artefatos plásticos descartados em aterros sanitários ou encaminhados para a compostagem. A novidade chega ao mercado nacional em duas versões, Eco-One e EcoPure, criadas respectivamente pelas empresas americanas Ecologic LLC e Bio-Tec Environmental LLC e comercializadas, nessa ordem, pela Tiv Plásticos,
distribuidora de filmes para gráficas e fabricantes de embalagens flexíveis, e pela trading chilena Global Market. Os dois produtos têm por base o mesmo princípio. Apresentam-se na forma de um aditivo granulado capaz de fragmentar a cadeia molecular dos plásticos e permitir que micro-organismos, em ambientes anaeróbicos, promovam rápida biodegradação de embalagens e outros derivados de polímeros fósseis.
O resultado do processo é a formação de húmus e gás metano (CH4). Ambos os aditivos são formulados a partir de resinas petroquímicas comuns e ingredientes orgânicos especiais, de composição não revelada, que funcionam como atrativos para a atividade microbiana. Segundo as representantes, as novas tecnologias sobressaem porque não têm custo alto nem escala restrita, como os bioplásticos, e também não se enqua-
Como funcionam as novas tecnologias biodegradantes
*O processo também ocorre em ambiente microbial aeróbico, porém de forma mais lenta
ilustração: daniel das neves
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Colocadas em ambiente anaeróbico*, como no interior de pilhas de aterros e usinas de compostagem ou enterradas no solo, as embalagens plásticas atraem fungos e bactérias. A “convocação” ocorre graças a um aditivo orgânico somado às embalagens durante seus processos de moldagem
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As colônias de micróbios começam rapidamente a biodegradar a embalagem. Isso porque o aditivo utilizado inclui também um ingrediente que “relaxa” a cadeia molecular dos plásticos, devolvendo-lhes uma capacidade de biodegradação anulada durante os processos de fabricação das resinas
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Os plásticos são rapidamente transformados pelos microorganismos em húmus e gás metano (CH4). O tempo para o processo varia de acordo com a espessura e o tipo de resina. Para filmes de polietileno com até 35 micra, é de um ano. Para peças rígidas mais grossas, a decomposição total pode levar até dez anos
dram na categoria dos oxi-biodegradáveis – oferecidos no Brasil desde o início da década passada e alvo de polêmica, por haver quem alegue que eles não se desintegram completamente, deixando partículas livres no ambiente (fato contestado por seus distribuidores). No entanto, a confusão com a tecnologia oxi-bio é frequente, pelo fato de ambas se basearem em aditivos. “Venho tendo de desmistificar a palavra ‘aditivo’, porque ela remete a oxi-biodegradável, e muitos clientes ficam com um pé atrás”, relata Tamas Vero, diretor geral da Tiv Plásticos. O empresário diz que, além da biodegradabilidade anaeróbica comprovada por testes como o ASTM D 5.511 e o ISO 15.985 – que responderiam às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de seu equivalente americano, o Food and Drug Administration (FDA) – o Eco-One, ao contrário dos aditivos oxi-biodegradáveis, atende a uma gama maior de resinas plásticas. “Existem graus compatíveis com polietileno, polipropileno, poliestireno, nylon, poliéster (PET) e PVC”, arrola Vero.
agente Da Global Market para o mercado brasileiro, Celso Domene afirma que o EcoPure proporciona a mesma flexibilidade. “É possível utilizar o aditivo nos processos de extrusão, injeção ou sopro de embalagens”, explica. “A proporção de uso do composto é de 1% ou menos em relação ao total de resina utilizada.” Em sua opinião a tecnologia é especialmente promissora para a produção de sacolas de boca de caixa para supermercados – objeto de sanhas extintoras que, embarcado com o adi-
tivo, levaria cerca de um ano para se biodegradar em ambiente anaeróbico. “Queremos que os varejistas e os detratores das sacolas avaliem a tecnologia como um recurso ambientalmente amigável”, diz Domene. O representante do EcoPure conta que mantém conversas com diversos convertedores nacionais e que aguarda as primeiras adesões. Vero, por seu turno, diz que a Tiv Plásticos já emplacou cerca de trinta contratos de uso no País, entre produtores de sacolas, filmes, vasos e até embalagens rígidas para cosméticos (por questão de confidencialidade, ele não divulga nomes). Segundo ele, até uma grande multinacional já estaria em testes finais para aplicar a tecnologia em autopeças. “É um exemplo conveniente para deixar claro que a tecnologia não interfere na resistência nem em outras propriedades dos produtos finais”, encaixa Vero. O dirigente da Tiv Plásticos assegura que o shelf life, por exemplo, não é afetado nas embalagens. E que, ao contrário dos bioplásticos como o PLA (ácido polilático, derivado de fontes vegetais como o amido de milho), o novo aditivo orgânico não compromete a reciclabilidade dos plásticos. “A possibilidade de reaproveitamento é total”, garante.
Bio-Tec Environmental LLC +1 (505) 999-1160 www.goecopure.com Ecologic LLC +1 (630) 869-0490 www.ecologic-llc.com Global Market (19) 3035-8801 www.globalmarket-sudamerica.com Tiv Plásticos (11) 3474-5400 www.tivplasticos.com.br
Vidro
Decoração ganha força e se amplia Plastclean aposta em garrafas de bebidas e SGD amplia estrutura para decorar frascos de perfumes e cosméticos
Pouco mais de dois meses depois de a Wheaton ter comprado as operações de decoração de embalagens de vidro de perfumes e cosméticos da Plastclean (ver EmbalagemMarca nº 143, julho de 2011), o segmento continua movimentado. A Plastclean acaba de anunciar novos investimentos, e já funciona em outro endereço, agora com o foco voltado para a pintura de garrafas de bebidas e de utilidades domésticas (pratos, copos, jarras etc). Ao mesmo tempo, a SGD, principal concorrente da Wheaton em perfumaria e cosmética, também apresenta novidades, com a verticalização daquela atividade. Especializada em pintura e serigrafia em embalagens de vidro, a Plastclean investiu cerca de 4,5 milhões de reais em sua nova estrutura, que funciona em um galpão industrial de 5 000 metros quadrados em Osasco, na Grande São Paulo. Com a venda para a Wheaton, a companhia viu a oportunidade de mudar definitivamente seu foco de atuação. “O mercado em que agora atuamos traz a chance de se ter maior número de clientes, já que o setor de frascos para cosméticos é muito concentrado”, comenta Kleber Von Dentz, presidente da empresa. “Quando a Plastclean atuava na área de cosméticos e perfumaria, mais de 90% dos trabalhos eram feitos para a SGD, que terceirizava alguns clientes.” Mas mesmo antes de vender seu negócio de perfumaria e cosméticos, a Plastclean já tinha dado seus primeiros passos na decoração de garrafas para bebidas, com serviços prestados para clientes como a Diageo (vodca Smirnoff pintada de prata), Grupo 52 | Outubro 2011
Petrópolis (vodca Blue Spirit pintada e serigrafada) e AmBev (cerveja Bohemia Oaken pintada). Agora, a empresa se prepara para crescer e se firmar definitivamente nesse mercado. “Estamos nos preparando com o que há de melhor em tecnologia, estrutura fabril e profissionalização dos colaboradores. Importamos recentemente da Itália uma máquina de serigrafia de até oito cores no mesmo ciclo, um dos equipamentos mais modernos e produtivos à disposição e também investimos em uma linha de pintura automática”, conta Von Dentz. De acordo com o executivo, o mercado de bebidas ainda vê na decoração de garrafas uma ação premium, que pode ser voltada a edições limitadas.
“Lá fora essa demanda é maior. Mas o mercado por aqui vai mudar”, ele acredita. “Não há limites para este tipo decoração, que pode ser aplicada em garrafas de bebidas de segmentos variados como vodcas, cachaças, cervejas, espumantes, vinhos e licores.” Com a nova estrutura, a Plastclean terá capacidade produtiva inicial de 3 milhões de peças por mês. A empresa espera atingir esse volume dentro de dois anos, e para isso foca também o mercado de utilidades domésticas, onde a demanda por copos e pratos serigrafados é grande.
A vidraria SGD Brasil, assim como a Wheaton, especializada no mercado de embalagens para perfumes e
Algumas garrafas pintadas e serigrafadas pela Plastclean, que agora foca o mercado de bebidas
Com a crise europeia, operação brasileira da vidraria francesa SGD ganha importância
cosméticos, também anunciou investimentos na área de decoração de frascos, em paralelo à construção de seu segundo forno para a produção de vidro, previsto para entrar em funcionamento em janeiro de 2012. O investimento de 8 milhões de reais na área de serigrafia faz parte do aporte de 70 milhões de reais que a multinacional francesa está realizando em sua unidade no país. Com o agravamento da crise econômica na Europa, o Brasil ganhou importância na operação da SGD. Em 2007, a unidade brasileira respondia por 5% dos resultados globais da empresa. Hoje, os números representam 10%. De acordo com André Liberali, diretor geral da SGD Brasil, com os novos investimentos em 2013 o país pode alcançar uma participação de 15% nos resultados do grupo. Além da expansão do espaço, que passará de 1 500 para 2 850 metros quadrados, o setor de decoração da empresa ganhará novos equipamentos, incluindo duas máquinas automáticas equipadas com sistema de cura UV (ultravioleta) que permitirão a decoração em até quatro cores no mesmo frasco. Serão instaladas máquinas de aplicação de hot-stamping, tornando possíveis efeitos prateado e dourado na
serigrafia. As obras, iniciadas em outubro deste ano, devem estar concluídas em meados de 2012. O objetivo da companhia é elevar a capacidade interna de decoração de frascos, reduzindo a dependência de fornecedores externos. A capacidade de decoração da SGD chega hoje a cerca de 30% das unidades vendidas pela empresa. A expectativa é de que chegue ao patamar dos 70% ao final dos próximos dois anos. A capacidade de fabricação de frascos de vidro da companhia também será ampliada, passando de 1,3 milhão de unidades para 2,6 milhões de embalagens por dia. O foco agora é o aumento do nível de sofisticação dos produtos do setor de beleza, que representa mais de 60% dos negócios da unidade. Os outros 40% vêm do setor de farmácia. “O setor de perfumaria brasileiro está mais exigente”, observa Liberali. “Vamos trazer para o mercado sul-americano serviços até então apenas disponíveis na Europa e nos Estados Unidos.” Os investimentos são bancados por recursos vindos da matriz francesa e pelo caixa próprio da filial brasileira. Plastclean (11) 3603-3395 www.plastclean.com.br
SGD Brasil (11) 3883-4300 www.sgdbrasil.com
Internacional
Refis de vanguarda Embalagens com sistemas inteligentes de recarga, baseados em cápsulas, propõem uma saída “verde” e mais racional para os produtos de limpeza doméstica
Nos Estados Unidos
e no Canadá, a mais nova moda entre artigos de limpeza doméstica com apelo ecológico é a venda de kits compostos por um frasco spray vazio e uma pequena embalagem recheada com uma fórmula superconcentrada. Para utilizar o produto é preciso encher o recipiente aplicador com água da torneira e diluir o concentrado. Quando o conteúdo acaba, basta o consumidor adquirir um refil do agente limpador para reutilizar o mesmo frasco comprado anteriormente. Até aí, a proposta não soa diferente do que diversas marcas já oferecem mundo afora e mesmo no Brasil (ver EmbalagemMarca nº 144, agosto de 2011), sob as credenciais “verdes” da redução do descarte de embalagens e da menor emissão de gases, graças aos ganhos obtidos no transporte (aspectos que parecem no mínimo justificar uma opção mais racional, haja vista que muitos itens de limpeza têm 95% de água em sua composição). Alvissareira, porém, é a forma com que novos produtos desse gênero começam a ser veiculados no mercado norte-americano: acondicionados em embalagens especiais, capazes de ser reabastecidas por meio de cápsulas – ou “cartuchos”, como alguns preferem. Nos casos da americana Jaws (acrônimo para Just Add Water System, ou “Sistema Somente Adicione Água”, em tradução livre para o português) e da linha iQ, da canadense Planet People,
54 | Outubro 2011
Para preparar os limpadores da canadense iQ, consumidor deve utilizar água da torneira para preencher o frasco da marca, encaixar uma cápsula no gargalo do recipiente e atarraxar o gatilho spray. A cânula do aplicador rompe a cápsula e o concentrado é diluído
a mecânica de recarga é muito parecida. Baseia-se em diminutas cápsulas cilíndricas que se encaixam no interior dos gargalos dos frascos disponibilizados. Ao atarraxar gatilhos spray nos recipientes, a cânula dos aplicadores atravessa as cápsulas, liberando o agente concentrado na água (ver imagem). De acordo com ambas as empresas, os frascos são suficientemente robustos para suportar diversos ciclos de reuso. Caso quebrem, podem ser encaminhados para a reciclagem. Um aspecto importante é que tanto a Jaws quanto a Planet People desenvolveram frascos e gatilhos spray específicos para suas aplicações. Resultado: os cartuchos de cada marca
emb.bz/146iq
são compatíveis apenas com seus respectivos frascos exclusivos, inviabilizando o uso das soluções concentradas em outro recipiente qualquer, como permitem os produtos similares baseados em embalagens standard. “Para materializarmos a ideia do cartucho tivemos de bancar a criação de um frasco com gargalo mais alto”, contou a EmbalagemMarca Ami Shah, diretora da marca iQ na Planet People. “Consequentemente, o nebulizador é também sui generis, desenvolvido por um parceiro sul-coreano.”
Sistema de recarga dos frascos da linha Jaws é similar ao da iQ. No detalhe, a forma com que as cápsulas-refil são vendidas
emb.bz/146jaws
Um terceiro player, a americana Replenish Bottling Company, se destaca pelo uso de um método de recarga para o seu limpador multiuso que segue princípio similar, mas que é ao mesmo tempo original. A empresa desenvolveu uma cápsula plástica especial, cujo formato lembra um pequeno frasco de perfume, capaz de ser rosqueada na base de um frasco maior, dotado de um gatilho spray. Este apresenta um compartimento medidor na parte inferior, logo acima de onde fica o gargalo da cápsula. Para preparar o produto, basta o consumidor acoplar o recipiente que traz a solução concentrada ao frasco aplicador, colocar o conjunto de cabeça para baixo e comprimir a cápsula com as mãos, liberando o agente de limpeza na câmara dosadora até enchê-la. Depois, basta adicionar água ao frasco (ver imagem). Quatro diferentes fragrâncias são oferecidas nas cápsulas, que acondicionam 118 mililitros de produto concentrado. É o suficiente para o preparo de quatro porções de limpador multiuso. Jason Foster, fundador e diretor geral da Replenish, entende que as versões solúveis e baseadas em refis representam o futuro da categoria de limpeza doméstica, pois gerariam ganhos para todos os elos da cadeia de consumo. Ele diz: “Para os produtores, elas proporcionam economia com custos de embalagem e logística. Para os varejistas, podem representar uma vantagem por ocuparem menos espaços nas gôndolas. Para o público, representam uma opção antenada com
sustentabilidade – e, se tiverem bons preços e bom desempenho, também uma melhor escolha financeira.” Outro ponto interessante para a indústria partidária dessa via é o potencial ganho de imagem. Antes de tudo, isso tende a ocorrer pelo engajamento com a causa ambiental. “Pelos nossos cálculos, se todos os lares norte-americanos adotassem os nossos produtos, em um ano seria possível evitar o envio de 100 000 toneladas de resíduo plástico a aterros e uma emissão de gases
nocivos equivalente à circulação de 200 000 caminhões”, diz Ami Shah, da Planet People. Mas não é só. Por meio do conceito de recarga é possível oferecer uma embalagem aplicadora de design mais refinado, para estimular a percepção premium. “O visual cativante dos nossos produtos tem sido fundamental para o sucesso que começamos a experimentar”, afirma Ami. “Queremos que o consumidor transforme nossos limpadores em um elemento visível na decoração de sua casa.”
Cápsulas do limpador multiuso Replenish se encaixam à base do frasco aplicador. O consumidor deve virar o produto de ponta-cabeça e comprimir a cápsula, liberando o concentrado até encher uma câmara medidora no frasco. Basta, então, preencher a embalagem com água e utilizar o produto. Cada cápsula rende quatro porções de multiuso
emb.bz/146replenish
Julho 2011 |
55
Patrocínio Platina
Patrocínio Ouro
De cara nova, com o sucesso de sempre Em sua quinta edição, o Prêmio EmbalagemMarca — Grandes Cases de Embalagem passou por aprimoramentos no regulamento, no julgamento e na cerimônia. E ainda ganhou uma marca redesenhada e uma nova versão para o troféu, criado pelo designer Karim Rashid. O que não mudou foi o sucesso da iniciativa. Projetos de embalagem com elevada qualidade foram submetidos ao júri, que escolheu trinta vencedores. Veja quem são eles na edição de novembro.
Patrocínio Prata
Promoção
EmbalagemMarca
Apoio Educacional
Organização
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
sucos prontos
PUREZA COM HOT FILL
Com a assinatura da Del Valle, a Coca-Cola lança uma limonada no mercado brasileiro, a Limão & Nada, nome inspirado no fato de a bebida ser produzida com suco da fruta sem adição de conservantes. Tal isenção é fruto do envase a quente (hot fill), a até 95ºC, que esteriliza produto e embalagem na linha da fabricante e que permite, também, a distribuição da bebida sob temperatura ambiente. A novidade chega ao mercado em garrafas de PET de 300 mililitros e de 1 litro, decoradas com rótulos termoencolhíveis. As ilustrações dos rótulos são do artista francês Serge Bloch.
Tampas
Design
Rótulos
ILUSTRAÇÕES
America Tampas (11) 2504-7000 www.americatampas.com.br Dase Seal (Chile) +56 (2) 544-0790 www.daseseal.com Garrafas
Graham Packaging (11) 2135-7900 www.grahampackaging.com
58 | Outubro 2011
Oz Design (11) 3024-2670 www.ozdesign.com.br Serge Bloch www.sergebloch.net
Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
Embalagens
SIG Combibloc (11) 3028-6744 www.sig.biz/brasil
1
Rótulos
Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br Design rótulos
The Getz (41) 3028-8200 www.getz.com.br
3
Esmaltes
Sobremesas
Cores tropicais
mais cremes
1
A Beauty Color apresenta a coleção de esmaltes Mistura Brasileira, composta por oito cores brandidas como inéditas no mercado nacional. Os frascos de vidro e as tampas aplicadoras dos produtos são importados. A decoração é feita com rótulos autoadesivos confeccionados a partir de filme transparente.
Lácteos
Antes . . .
leite com rosca 3
2
A Fleischmann ampliou sua linha de Creme Tipo Chantilly com o sabor chocolate. O produto é apresentado em embalagens cartonadas assépticas de 200 mililitros. A versão tradicional do creme, que antes era comercializada em caixinhas de 200 mililitros, ganhou versão de 1 litro.
cosméticos
Destaque para a marca A marca de dermocosméticos Universal, da Merck, ganhou novo logotipo e novas embalagens. Os principais códigos cromáticos de cada produto da família foram mantidos, para garantir o reconhecimento pelos consumidores no ponto de venda. A marca Merck ganhou maior destaque nas embalagens.
Bisnagas
Globalpack (11) 3908-1253 www.globalpack.com.br Cartuchos
Macron (11) 4393-8369 www.macron.com.br Design
Matriz Escritório de Desenho (11) 5083-2022 www.matrizdesenho.com.br
. . . e depois
2
Design
B+G Designers (11) 5090-1460 www.bmaisg.com.br Embalagens
Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br
60 | Outubro 2011
A Shefa passa a acondicionar sua linha de leites ultrapasteurizados (UHT) enriquecidos com vitaminas A e D em cartonadas assépticas de 1 litro dotadas de tampa de rosca. Os leites estão disponíveis nas versões integral, semidesnatado e desnatado.
Flow Packs
Camargo Cia de Embalagens (15) 3285-5200 www.camargociaembalagens.com.br
7 4
Flow packs sachês
Inapel (11) 2462-8800 www.inapel.com.br Design
Narita Design (11) 4052-3700 www.naritadesign.com.br
Doces
Vodcas
Isotônicos
caramelos recheados 4
Roskoff é ice 5
No copo
A Arcor lança a versão dos caramelos Butter Toffees com recheio de polpa de frutas. Flow packs de BOPP laminado de 160 gramas e de 750 gramas agrupam os confeitos. A empresa também modernizou o layout das embalagens.
A vodca com limão Roskoff, da Cereser, ganha sua versão ice. A bebida é acondicionada em garrafas que utilizam 20% menos vidro em sua composição (pesam 172 gramas, enquanto os modelos standard chegam a 220 gramas).
Temperos 6
Marathon em copos é a novidade da Globalbev. As embalagens de 200 mililitros, uma inovação na categoria, têm layout exclusivo, com design anatômico, fácil de segurar. Estão disponíveis em copos os sabores tangerina e limão.
Sabores em cores
7
Amarelo (cebola, alho e pimenta do reino) e Laranja (cebola, alho e orégano) são as novas extensões da linha “Temperos Completos Arisco”, da Unilever. Os produtos são acondicionados em flow packs de 50 gramas, cada um contendo dez envelopes de 5 gramas.
6 5
Rótulo
Crespo Rótulos e Embalagens (17) 2139-6950 www.crespoimpressora.com.br design
DZ Design (19) 3256-4440 www.dzdesign.com.br Garrafa
Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br
Design
A La Carte (11) 2371-0071 www.alacarte.net.br Copos
Fibrasa (11) 5051-2984 www.fibrasa.com.br Tampas
Politampas (11) 4146-6000 www.politampas.com.br
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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
1
4
5 Design
Benchmark Design Total (11) 3057-1222 www.bench.com.br Rótulo
EPRGraf (11) 2894-7370 www.eprgraf.com.br Design
B+G designers (11) 5090-1460 www.bmaisg.com.br
Cartucho
Wheaton Brasil (11) 4355–1800 www.wheaton.com.br
Vinhos
acqua em barra
populares na caixa
A linha de produtos infantis para banho Acqua Kids, da Nazca Cosméticos, foi ampliada com sabonetes em barra. Com fórmula hipoalergênica, os sabonetes nas versões Maçã com Camomila e Erva Doce com Hortelã são acondicionados em cartuchos de papel cartão.
SPO Design (11) 3168-9166 www.spodesign.com.br
Garrafa
Emibra (11) 4741-9600 www.emibra.com.br
Sabonetes 1
design
2
Os tradicionais vinhos Sangue de Boi e Mosteiro, da Cooperativa Vinícola Aurora, ganham nova opção de embalagem: bag-in-box de 3 litros, volume equivalente ao de quatro garrafas de 750 mililitros. A embalagem consiste de uma bolsa de filme flexível, fechada a vácuo, que permite que o vinho seja retirado por meio de uma torneira com válvula que impede a entrada de ar. O conjunto é acondicionado em uma caixa de papelão microondulado.
Embalagens
Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br
Alimentos
Cachaça
Palmitos em destaque 3
caráter artesanal
atomatados
A Inaceres, empresa detentora da marca Gini, lança uma caixa display com capacidade para nove frascos de palmito. Voltada para o pequeno varejo, a embalagem foi desenvolvida para estimular o consumo do palmito em conserva da marca.
A cachaça Engenho São Luiz, de Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, é lançada em embalagem que acentua o caráter artesanal do produto. A garrafa de 600 mililitros tem formato exclusivo, e o rótulo é produzido em papel kraft.
4
2
3
Caixa
Embanor (54) 3454-9500 www.embanor.ind.br Design
Plano Design (54) 3451-4160
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Bolsa
Scholle Packaging (19) 3826-8830 scholle.com.br
Design
Ozônio (19) 3402-5573 www.ozoniopropaganda.com.br
Caixa
Klabin (11) 4588-7227 www.klabin.com.br
safra dourada
5
A Brasfrigo lança uma edição limitada da polpa de tomate Jurema em embalagens cartonadas assépticas douradas. A polpa é produzida e envasada no mesmo dia da colheita. A embalagem especial será comercializada durante a época da colheita do tomate, que vai até o final de outubro.
6
Garrafa
Boxal (França) +33 (0) 4 7479-2200 www.boxal.com
7
Cervejas
Automotivos
primeira na garrafa 6
Cera na garagem
Para comemorar seus 5 anos, a cervejaria Opa Bier, de Joinville (SC), lança uma edição especial limitada em garrafa de alumínio de 500 mililitros. A embalagem amarela, com design criado pela própria Opa, traz desenhos dos sumérios, inventores da cerveja. É a primeira cerveja produzida no Brasil engarrafada nesse tipo de embalagem.
Rótulo autoadesivo
7
A Ingleza ingressa no mercado de produtos para cuidado automotivo com a linha Fórmula Max, composta por nove itens. Os destaques são o xampu, o detergente 2 em 1, o limpa vidros e a cera automotiva, cujas fórmulas incorporam nanotecnologia para evitar a aderência de partículas de sujeira às superfícies dos veículos. O xampu é apresentado em frasco de PET de 500 mililitros decorado com rótulo de papel com cola e dotado de tampa dosadora. O detergente 2 em 1 chega ao mercado em frasco de PVC de 200 mililitros, ornado com rótulo termoencolhível e fechado com tampa flip-top. O limpa vidros é acondicionado em frasco de polietileno de 500 mililitros com gatilho spray acoplado e decorado com rótulo autoadesivo de papel. As embalagens desses produtos são produzidas pela Ingleza. A cera é acondicionada em lata de aço. O design gráfico é da própria fabricante.
Maxcor (31) 3303-6000 www.maxcor.com.br Tampas
WR Plásticos (11) 4612-2589 www.ferramentariawr.com.br Rótulo de papel
Crespo Rótulos e Embalagens (17) 2139-6950 www.crespoimpressora.com.br Lata de aço
Masafer (24) 3350-1728 www.masafer.com.br Rótulo termoencolhível
Propack (11) 4785-3700 www.propack.com.br
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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
1
4
Design da garrafa
O3 Design (11) 4063-9551 www.o3design.com.br Design rótulo
Rótulo
Baumgarten (47) 3321-6781 www.baumgarten.com.br
DlaCruz Diseño (México) contacto@dlacruz.mx www.dlacruz.mx
Garrafa
Sellpet Embalagens (48) 9948-9759 www.refrigerantespureza.com.br
Design (rótulo e garrafa)
Braza Branding (47) 3227-2707 www.brazabranding.com
Sucos
Tintas
cores valorizadas 1
Galão grátis
A Pioneira Sul investiu no redesign das embalagens do suco SUQ. As novas garrafas, em formato de bulbo, têm rótulos termoencolhíveis que valorizam as cores das frutas em harmonia com os tons das tampas.
Por meio de sua marca própria Luxens, a rede de home centers Leroy Merlin passa a oferecer tintas imobiliárias acrílicas em nova embalagem com apelo de custo-benefício. Trata-se de uma lata de aço cilíndrica com 21,6 litros. Segundo a varejista, essas embalagens têm preço equivalente ao das latas de 18 litros, volume tradicional na categoria. O conteúdo extra, de um galão (3,6 litros), é levado gratuitamente pelo consumidor.
2
Águas
Antes . . . 2
Novo posicionamento A Pernod Ricard revê o posicionamento da vodca Orloff para atingir o público jovem. Para isso, lança uma nova garrafa, com shape cilíndrico. A águia, símbolo da marca, foi reestilizada. As novas cores do rótulo – preto em contraste com o vermelho – dão destaque à embalagem nos pontos de venda.
Design
Tampa
Rótulo
Garrafa
100% Design (11) 3032-5100 www.100porcento.net Gráfica 43 (47) 3221-1200 www.43sagrafica.com.br
Guala Closures (11) 4166-2400 www.gualaclosures.com Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br
. . . e depois Lata de aço
Novalata (11) 6168-5255 www.novalata.com.br
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espirais em destaque 4 A Bonafont, marca da Danone, lança no mercado mexicano uma linha de bebidas para crianças. A água mineral saborizada “Bonafont Kids con Jugo” tem os sabores maçã, uva e laranja. Com formas de espirais em destaque, a garrafa de 330 mililitros segue a identidade da linha Bonafont. O bico dosador garante a segurança das crianças.
Almanaque Das tintas para os dentes Os primeiros produtos em bisnagas surgiram graças ao pintor americano John Goffe Rand. Ele começou a produzir tubos de estanho para acondicionar suas tintas. A criação foi patenteada na Inglaterra e nos Estados Unidos em setembro de 1841. Mas a popularização dessas embalagens só ocorreu em 1892, quando o dentista americano Washington Wentworth Sheffield, inventor da pasta de dentes, teve a ideia de acondicionar seu produto, até então vendido em potes de porcelana, nos tubos de metal.
patente da primeira bisnaga metálica, criada por John Goffe Rand
As marcas no Brasil ana Em 1873, a fábrica bai ., Cia e n uro Mé é de rap o que vendia seu produt em saquinhos de papel com a inscrição Rapé sa Área Preta, viu a empre a & Cia reir Mo ana buc nam per da em lançar o Rapé Área Par ante uma embalagem semelh na ar par foi o cas O . à sua de Justiça, que deu ganho visconde de ana. Mas ouro preto causa à fabricante bai cia criou lei o julgamento em instân para marcas tença, superior inverteu a sen ia lei alegando que não hav . O episódio chamou a gio plá o se que proibis eiro Affonso Celso min do atenção do deputa Visconde de Ouro de Assis Figueiredo, o lei, promulgada em a um igiu Preto, que red de o fabricante ito 1875, regulando o dire dutos. pro s seu nos s rca ma colocar
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lápide do inventor das bisnagas no cemitério Woodlawn, em Nova York
anúncio de pasta de dentes em tubo, de 1892
Curta duração A Budweiser, marca lançada recentemente pela Ambev no Brasil, já esteve por aqui, trazida pela Antarctica, em 1997. Diferentemente dos Estados Unidos, onde só é vendida em long necks e em latas, no Brasil a cerveja era acondicionada em garrafas retornáveis de 600 mililitros. Ficou pouco tempo no mercado. Em 1999, com a fusão entre Brahma e Antarctica, a Ambev tirou o produto de seu portfólio.
Dalí e o pirulito Em 1957, o catalão Enric Bernat Fontlladosa inventou um produto simples e inovador: balas espetadas em palitos para as crianças não sujarem as mãos. O pirulito foi inicialmente chamado de Gol, devido ao formato de bola, mas depois teve o nome mudado para Chups. Porém, o jingle criado para promover o produto – “chupa chupa chupa Chups” – se tornou tão famoso que acabou transformando a marca em Chupa Chups, cujo logotipo foi criado pelo pintor catalão surrealista Salvador Dalí. Em 1969, Enric visitou o artista, que durante a refeição fez o desenho em um pedaço de jornal. O logo em forma de margarida sofreu alterações ao longo dos anos, mas mantém as características definidas por Dalí.
QUIZ Um acessório utilizado em sistemas de fechamento de embalagens nasceu para ser utilizado em calçados. Veja em o que é em
emb.bz/146quiz