EmbalagemMarca 148

Page 1

Ano XIII • Nº 148 • Dezembro 2011 • R$ 10,00

entrevista

Marcio Gonzalez, diretor de marketing da JBS, fala dos planos para enobrecer as apresentações de carnes no Brasil

bebidas

Garrafa de PET ultraleve e capaz de ser compactada, para facilitar o descarte, é novidade de marca de água mineral

perfumes

Com a ajuda de embalagens que brilham no escuro, fragrância masculina se transforma em sucesso de vendas

Eletrônicos

Suas compras não são decididas pelas embalagens. Mas elas podem fazer diferença numa outra hora da verdade

Venda

Pós-venda



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Para enfrentar a crise que vem de fora Medidas

preventivas recentemente adotadas pelo Banco Central e a sugestão da presidente Dilma Rousseff para que os brasileiros não deixem de consumir, assim estimulando a produção, servem como mais um sinal – se já não houvesse tantos outros – de que o Brasil não deixará de ser afetado pela crise cujo trote no exterior vem ganhando ritmo de galope. O lado bom é que, embora o País não seja uma ilha, como a própria presidente lembrou, tem em seu saudável mercado consumidor interno uma boa ferramenta para enfrentar a tempestade. Um grande complicador é que esse mercado passará a ser ainda mais cobiçado e disputado do que já é por fornecedores estrangeiros, com produtos, embora nem sempre melhores, em geral mais baratos. Não se quer aqui “ensinar o Padre Nosso ao vigário”, dando aos que nos lêem conselhos sobre como conduzir seus negócios. Sabemos que cada um em sua especialidade certamente saberá como cuidar da própria casa sem necessidade de palpites. Todavia, a época é propícia para que ao menos se transmitam votos para o ano que se iniciará logo mais. E os que fazemos, além dos tradicionais augúrios de saúde, alegria e paz, vão no sentido de que a potencial ameaça representada por produtos importados seja vista pelos produtores locais como uma oportunidade no presente e principalmente para amanhã (ver artigo na página 32). As embalagens têm muito a ver com esse quadro, como está exemplificado na reportagem de capa desta edição, sobre produtos eletrônicos, de autoria de Guilherme Kamio. A mensagem

central da matéria, em resumo, é que, mesmo não sendo impulsionadoras de vendas, embalagens podem contribuir para experiências de consumo surpreendentes, agradáveis, fascinantes, que valorizam marcas. O segredo para conseguir tal resultado é simples, embora não seja fácil. Consiste em compromisso com a qualidade que perpasse todo o produto, de maneira que, na elaboração de seus mínimos componentes, não haja espaço para desmazelo ou acomodação. Fazer isso com custos que não sejam impeditivos é um entre muitos outros desafios. Enfrentar desafios, entretanto, talvez seja uma das principais expertises do empresário brasileiro, adquirida no trato com as frequentes crises financeiras, econômicas e políticas que marcaram o não tão distante passado do País. A crise que ora escurece o horizonte, vinda do exterior, baterá num Brasil sem dúvida vacinado contra muitos dos vírus que colocam alguns países em convalescença. Nem por isso se deve acreditar que o Brasil esteja imune a todos eles nem que a tal expertise baste para enfrentá-la. Como se diz popularmente, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. De nossa parte, acreditamos que o melhor preventivo para ameaças como a atual é investir para fortalecer a economia. Vamos em frente, e muito obrigado pelo apoio que continuamos a receber de nossos amigos, clientes e leitores. Feliz Ano Novo a todos.

WIlson palhares

“O Brasil sem dúvida está vacinado contra muitos vírus que colocam alguns países em convalescença. Nem por isso se deve acreditar que o País esteja imune a todos eles. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, e investir para fortalecer a economia ainda é o melhor preventivo”

Dezembro 2011 |

3


Edição 148 • Dezembro 2011

capa: thaddeus araújo

Sumário

24 Reportagem de capa eletrônicos A embalagem dificilmente impulsiona compras de eletrônicos. Mesmo assim, não deixa de representar uma oportunidade para os fabricantes fortalecerem suas marcas, convencendo e surpreendendo os consumidores por guilherme kamio

3 Editorial A importância do compromisso com a qualidade das embalagens no contexto da crise externa 7 Espaço aberto Críticas, sugestões e elogios dos leitores 8 Perfumaria Acabamentos especiais em frasco e cartucho,

8

10

que os fazem brilhar no escuro, contribuem para o rápido sucesso de fragrância masculina

10 Painel Cia. Metalúrgica Prada comemora 75 anos e promete inovações em latas de aço • Empresas britânicas criam rótulo animado em filme de BOPP • Coca-Cola Femsa investe 55 milhões de reais em linha de PET de altíssima velocidade • Com planta ampliada, Agfa Graphics promete mais opções para clientes locais • Maurício Groke assume cargo diretivo na Cromus

18 EM foco A reportagem foi a campo para detectar o que os

18

20

consumidores pensam sobre as garrafas de refrigerante parcialmente feitas de PET reciclado

20 Dentifrício Tendo redução de custos e sustentabilidade como atributos, holografia sem laminação começa a ser empregada em cartuchos de cremes dentais 22 Limpeza doméstica Em plano de expansão, marca regional renova o visual e passa a utilizar alto grau de material reciclado em suas embalagens

26

28

32 Artigo Olhos fechados ao avanço dos importados contribuem para a marcha batida rumo à desindustrialização e podem ocasionar estragos irreparáveis para o parque industrial de embalagens POR WILSON PALHARES



Edição 148 • Dezembro 2011

Sumário 34 Entrevista Líder mundial em carne bovina, brasileira JBS quer valorizar seus produtos e marcas. O diretor de marketing, Marcio Gonzalez, fala sobre a importância que as embalagens terão na nova estratégia de mercado da empresa

40 Águas Crystal ganha garrafa de PET ultraleve, que permite compactação para facilitar o encaminhamento para a reciclagem

34

40

42 Internacional Linha para pesca de última geração busca inovar também em apresentação. Seu blister traz um inédito sistema de abertura e resselagem

44 Internacional Fabricante americana de materiais de limpeza investe no desenvolvimento de embalagens produzidas a partir de plásticos que poluem o oceano

42

44

46 Artigo Integração é fundamental para fazer deslanchar projetos de embalagem que saem do lugar comum. Fornecedores precisam saber disso POR ANDREW EYLES 48 Alimentos Surge o primeiro leite de coco brasileiro acondicionado em garrafa com tampa plástica de rosca. Novidade é da Ducoco 50 Display Microcervejaria adota meia-garrafa com volume

46

48

incomum e decoração serigráfica • Tubo e cartucho metalizados destacam novo creme dental da Colgate • Predilecta Alimentos entra no mercado de suco em caixinha • Energético à base de cranberry chega ao mercado em latinha sleek • Maguary promove estreia de marca própria de água de coco • Flow packs dos preservativos Blowtex passam por reestilização • Wow! Nutrition lança chá preto e mate gelado em lata e copo plástico • A nova identidade da Cerveja Kaiser

58 Almanaque Latinha de cerveja faz passeio espacial • Uncle Ben, do famoso arroz, não era Ben • Houve um achocolatado que virava ioiô • A evolução dos fechamentos de uísque

50

58

Empresas que anunciam nesta edição Abeaço...................................................................................25 Arol..........................................................................................35 Baumgarten.................................................................30 e 31 BoxPrint..................................................................................43 Brasilata.................................................................................. 21 Braskem.......................................................................4ª capa Carton Druck.............................................................. 2ª capa CCL Label................................................................................ 5 Ciclo de Conhecimento....................................................57

Congraf..................................................................................23 Crespo....................................................................................29 CSI...........................................................................................47 Giro News..............................................................................53 Grif...........................................................................................33 Indexflex................................................. 9, 11, 13, 15, 17 e 19 Innovia Films........................................................................... 7 Markem-Imaje...................................................................... 51 MetaPack Máquinas........................................................... 49

MLC.........................................................................................27 Moltec....................................................................................55 MWV Rigesa..........................................................................37 Novelprint.............................................................................. 41 Papirus.......................................................................... 3ª capa Prêmio EmbalagemMarca................................................45 Simbios-Pack........................................................................55 Technopack..........................................................................55 Wheaton................................................................................39

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Marcelo Marcondes | marcelo@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | arte1@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Manoel Dias | eventos@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br

Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 04718-040 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.


Espaço aberto opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

Nordeste embalado

Li ontem mesmo, no meu voo de volta a Recife, Favor transmitir a toda sua equipe, em especial ao editor Guilherme Kamio, os parabéns pela excelente qualidade da reportagem especial sobre o Nordeste em EmbalagemMarca. Para nós, da Herbert Perman Design, foi uma grande alegria ter colaborado com a nossa opinião e com o nosso trabalho para o sucesso dessa edição. Contem sempre conosco! Fred Perman Diretor Comercial Herbert Perman Design Jaboatão dos Guararapes, PE Aerossol de alumínio

Lemos na revista EmbalagemMarca nº 147 (novembro de 2011), na reportagem “ Metálicas – Propulsão extra” (pág. 10), a informação

de que “um aerossol de alumínio costuma ter lead-time de seis meses”. Venho por este meio solicitar a retificação dessa informação, já que o lead-time de tubo de alumínio é de trinta dias. Gisele C. Scaramel Vendas Impacta S/A Indústria e Comércio Cajamar, SP Nota da Redação: A informação citada consta de declaração de pessoa entrevistada.

Correção Na nota “C-Pack com fôlego ampliado”, publicada na seção Painel de EmbalagemMarca nº 146 (outubro de 2011), foi divulgado que a empresa passará a fornecer bisnagas com diâmetros de 22 e de 60 centímetros – e não 22 e 60 milímetros, como é o correto.

Indústria gráfica

Recebi EmbalagemMarca de novembro. Agradeço a exposição da indústria gráfica brasileira, através de minha entrevista. Fabio Arruda Mortara Presidente – Abigraf Associação Brasileira da Indústria Gráfica São Paulo, SP

Fale conosco Entre em contato com a nossa equipe pelo site www.embalagemmarca.com.br Acompanhe-nos também nas redes: twitter.com/EmbalagemMarca facebook.com/EmbalagemMarca


perfumaria

Disparada brilhante Uso de frasco e cartucho com detalhes fosforescentes ajuda a transformar perfume masculino em vedete instantânea A ideia foi

Três meses após o lançamento, ocorrido em agosto, o frasco de vidro do perfume passou também a incorporar o efeito de brilho no escuro. “Planejávamos isso desde o início”, comenta Célia, “mas demoramos um pouco para encontrar um fornecedor que aplicasse corretamente uma pintura em silk screen com esse atributo.” Segundo a gerente de produtos da L’acqua di Fiori, a embalagem especial contribuiu para tornar o lançamento um grande sucesso. “Em poucos meses, a fragrância desbancou o até então campeão de vendas entre nossos perfumes masculinos, o Rhytmus”, relata Célia. Depois de tomar essa liderança, o Night Runner abriu distância. Hoje, suas vendas são 70% maiores do que as do antigo primeiro colocado.

8 | Dezembro 2011

fotos: carlos curado

lançar um perfume para homens com idade entre 25 e trinta anos e praticantes de alguma atividade física. O esporte escolhido pela L’acqua Di Fiori foi a corrida. “Percebemos entre nossos consumidores um número muito grande de profissionais que, ao sair do trabalho, vestem tênis e shorts e vão correr”, afirma Célia Anrelink, gerente de produtos da empresa de cosméticos. Esse público inspirou a criação da Night Runner, fragrância cuja embalagem, por meio de efeitos especiais, explora elementos do universo dos corredores noturnos, fazendo uma associação figurativa com a atividade. Dentro dessa proposta, o cartucho de papel cartão do produto ganhou impressão à base de verniz fosforescente em certas áreas, sobre desenhos que procuram aludir a faixas de uma pista de corrida. O insumo especial tem propriedade de absorver luminosidade e emiti-la em momentos de escuridão.

Embalagens primária e secundária apresentam faixas...

...que brilham no escuro, graças ao uso de verniz e tinta especiais Válvula e tampa

Tinta serigráfica

Verniz do cartucho

Pintura do frasco

Cartucho

Frasco

Aptar (11) 4196-7500 www.aptar.com Decoridea (11) 5562-0000 www.decoridea.com.br

Dubuit Paint (12) 3644-1550 www.dubuitpaint.com.br Kingraf (41) 3072-6262 www.kingraf.com.br

UVPack (11) 3838-1855 www.uvpack.com.br Wheaton (11) 4355-1800 www.wheatonbrasil.com.br



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

METÁLICAS | DATAS

Aniversário com olho no futuro O mês de dezembro marca o aniversário de 75 anos de uma das mais tradicionais produtoras brasileiras de embalagens de aço: a Companhia Metalúrgica Prada. Controlada desde 2006 pelo Grupo CSN, a empresa nasceu da operação de latas de uma refinaria de óleo de cozinha, fundada em 1936 no bairro do Belém, em São Paulo, pela família Prada – originária de Limeira (SP), onde fez fama graças a uma fábrica de chapéus. Depois de alguns anos vendendo excedentes da produção de recipientes da refinaria, os Prada perceberam que o que até então era apêndice poderia ser vocação. Priorizado, o negócio de embalagens progrediu. Em 1963, as atividades foram transferidas para a região de Santo Amaro, na capital paulista, onde até hoje funciona a sede da empresa. Sucederam-se investimentos em capacidade e em tecnologia. Em 1968, por exemplo, a Prada tornou-se pioneira no fornecimento de aerossóis no País. Os aportes em qualificação continuam na ordem do dia para a Prada – algo compreensível frente ao avanço de soluções concorrentes, especialmente as de plástico, nos principais

mercados para a empresa: os de alimentos e de produtos químicos. Para 2012 a companhia promete instalar uma nova linha de aerossóis, buscando atrair clientes do setor de cuidados pessoais, e investir em melhorias tecnológicas e de capacidade nas famílias de baldes e galões, embalagens cuja demanda segue aquecida devido às vendas crescentes de tintas imobiliárias e materiais de construção civil. Recentemente, a empresa lançou uma lata Latas para alimentos e químicos: vocação da empresa capaz de suportar aquecimento em forno de micro-ondas – adotada em primeira mão pela cera depilatória Depilsan, da Helcla Cosméticos (ver EmbalagemMarca nº 133, setembro de 2010) – e uma lata Prada completa 75 anos de 1 litro para bebidas (ver nº 143, prometendo tirar do chapéu julho de 2011). “Já temos diversos mais inovações em latas de aço interessados nesta solução, cuja produção deverá começar já no ano que vem”, diz Fernando de Mello, gerente-geral de vendas da Prada. O executivo revela ainda que, A Prada em números desencadeados por tendências de mercado, outros quarenta projetos de inovação estão em andamento, dez deles sendo geridos como prioé a capacidade anual de produção ridade. “Teremos muitas novidadeas a oferecer”, da companhia metalúrgica assegura Mello.

1 bilhão de latas 3 fábricas

tem a empresa: uma São Paulo, uma em Pelotas (RS) e uma em Uberlândia (MG)

70 modelos compõem o portfólio de latas da empresa

1 000 funcionários colaboram diretamente com a companhia Registro da fábrica de chapéus, que originou a companhia, e uma inovação: a lata para micro-ondas Fonte: Prada | novembro 2011

10 | Dezembro 2011



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

RÓTULOS

PET

Atração eletrônica

Alto nível em dois níveis

foto: bruna abifadel

Como resultado de uma parceria com a PragmatIC Printing, empresa especializada na impressão de circuitos lógicos, a fabricante britânica de filmes plásticos Innovia Films anunciou a criação de rótulos animados de filme de polipropileno biorientado (BOPP), capazes de se iluminar graças à presença de LEDs (diodos emissores de luz) alimentados por minibaterias posicionadas no verso dos rótulos. Aplicados em garrafas de vidro, protótipos desses adereços foram apresentados na Packaging Innovations 2011, feira realizada em outubro em Londres. Nos exemplares exibidos, luzes nos rótulos começavam a piscar assim que as garrafas eram manuseadas. De acordo com Scott White, diretor geral da PragmatIC Printing, é possível criar diversos tipos de efeitos para fazer rótulos e filmes para embalagens interagir com o consumidor. “O próximo passo, já viável, é transpor o conceito para altas escalas industriais”, afirma o executivo. As empresas não se pronunciaram sobre o custo da tecnologia.

Franqueada da Coca-Cola Brasil, a Coca-Cola Femsa iniciou em sua fábrica de Jundiaí (SP) a operação daquela que é apontada como uma das linhas de envase em PET mais velozes do mundo. O sistema, destinado a refrigerantes, é capaz de processar até 72 000 garrafas de 600 mililitros por hora, podendo também rodar com recipientes de 250 mililitros e 400 mililitros. Fabricada pela Krones e avaliada em 55 milhões de reais, a linha funciona sob o conceito de bloco, integrando sopradora com 36 cavidades, enchedora, paletizadora, empacotadora e rotuladora. Uma novidade é a montagem da linha numa estrutura de dois andares, com empacotadora e rotuladora situadas num pavimento superior – layout que, segundo a Krones, é inédito no País para projetos de grande porte. “Com essa nova linha, a 15ª de nossa fábrica, nossa produção aumentará 12%, atingindo um volume de mais de 40 milhões de caixas por ano”, informa Eduardo Lacerda, diretor de assuntos corporativos da Coca-Cola Femsa.

O diretor Lacerda e a nova linha da Coca-Cola Femsa: velocidade em layout inédito, com dois andares Filme de BOPP com circuito impresso é opção promissora

INDUSTRIAIS

Aportes em bag-in-box Referência em embalagens do tipo bag-inbox, em que bolsas plásticas são acomodadas em armações de papelão ondulado, a Embaquim acaba de realizar um pacote de investimentos. Para aprimorar o controle de qualidade, a empresa adquiriu um equipamento de inspeção visual da Pantec para garantir a caracterização dimensional precisa dos bocais e tampas de plástico rígido acoplados às bolsas. Outra aquisição foi um molde com oito cavidades, que

12 | Dezembro 2011

possibilitará aumentar em 140% a produtividade da injeção de bocais de 1 polegada. Além dos ativos de produção, a Embaquim investiu em um novo centro de distribuição. O entreposto, inaugurado em novembro, tem 1 700 metros quadrados e fica próximo à fábrica da empresa, no bairro paulistano do Ipiranga. Com ele, a companhia poderá aumentar o número de itens em estoque, agilizando o atendimento aos clientes.



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

PRÉ-IMPRESSÃO

Vista aérea da fábrica expandida da Agfa, em Suzano

Chapas nacionalizadas

Após quinze meses de obras e um investimento de 20 milhões de dólares, a Agfa Graphics concluiu a ampliação de sua fábrica em Suzano, na Grande São Paulo. A planta ganhou 20% em área. A multinacional belga anunciou que agora está preparada para produzir no Brasil chapas digitais simultaneamente aos lançamentos na Europa, atendendo a toda América Latina. A capacidade produtiva da fábrica cresceu dez vezes e o número de itens em carteira passou de um para cinco. A empresa, que fatura 250 milhões de dólares por ano na América Latina, espera crescer 10% em 2012 graças à ampliação do portfólio. Segundo o presidente da Agfa Graphics Brasil e América Latina, Fabrizio Valentini, a produção local abaterá custos com importação e frete, mas o principal ganho será a agilidade nas entregas. “Quando importamos ficamos sujeitos a variáveis externas que não podemos controlar e temos de manter um estoque muito grande”, afirmou o executivo durante a apresentação da fábrica ao mercado, no final de novembro.

INTERNET

Nos tons da América do Sul Como reflexo de uma estratégia de ampliação de negócios na América do Sul, a Gerresheimer lançou versões de seu site em espanhol e português (www.gerresheimer.com/ brasil), com informações sobre produtos e os meios apropriados de contato. Segundo a multinacional alemã, especializada em embalagens plásticas para o setor farmacêutico, as novas páginas são consequência da aquisição da brasileira Védat, fornecedora da mesma área, ocorrida em março de 2011.

GENTE

20

milhões Foi o número aproximado de leituras de códigos bidimensionais, aplicados em embalagens ou anúncios impressos, efetuadas por consumidores do mundo inteiro por meio de dispositivos móveis (celulares, tablets) entre janeiro e setembro deste ano. O índice, calculado pela Scanbuy, é 440% maior do que o volume de leituras verificado em todo o ano de 2010.

5,2%

Será a taxa média anual de crescimento do mercado mundial de embalagens plásticas rígidas nos próximos cinco anos. Segundo estimativa da consultoria Pira International, a evolução fará com que o volume global de vendas desses recipientes atinja 55,5 milhões de toneladas em 2016.

Presidente na área A Cromus Embalagens anunciou um reforço de peso para sua diretoria de novos negócios. Quem assume a cadeira é Maurício Groke, presidente da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). Conselheiro da entidade há oito anos, Groke chega à nova função depois de ter se desligado, no início do ano, da direção comercial da Antilhas, onde trabalhou por 22 anos.

14 | Dezembro 2011

númeroS

5

bilhões

É a projeção da Tetra Pak para o número de embalagens cartonadas assépticas produzidas no Brasil até o fim de 2011 com base em papel cartão certificado pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). De junho de 2008, quando começou a utilizar o material, suprido pela Klabin, até agosto deste ano, a Tetra Pak havia produzido 4,3 bilhões de unidades certificadas.



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

EVENTOS

PRÊMIO

No top 3 americano

Reconhecimento do setor de águas

De acordo com ranking publicado pela revista Trade Show Executive, a Pack Expo International foi a terceira maior feira de negócios realizada nos Estados Unidos em 2010. O critério utilizado foi área paga de exposição. Com pouco mais de 321 500 metros quadrados, a feira de tecnologias de embalagem – ocorrida em Chicago entre o fim de outubro e o início de novembro do ano passado – ficou atrás somente da 2010 Consumer Electronics Show (CES) e da International Manufacturing Technology Show 2010 (IMTS).

Durante o 20º Congresso Brasileiro da Indústria de Águas Minerais, realizado em setembro, no Rio de Janeiro, a Bericap foi nomeada a mais inovadora fornecedora do setor. O prêmio, segundo a organizadora do encontro, a Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), é fruto de inovações introduzidas no mercado brasileiro pela multinacional alemã, como as tampas de perfil reduzido (para o padrão de gargalo PCO 1881), novas tampas para garrafões com alça incorporada e do fechamento “esportivo” Thumb’Up – utilizado no País em garrafas de águas minerais da Lindoya e da Bioleve (na foto).

Pack Expo: terceira maior feira dos EUA em 2010

CELULósicas

Board “verde” Para analisar matérias estratégicas para seu posicionamento perante a questão ambiental, a Suzano Papel e Celulose anunciou a criação de um Conselho de Sustentabilidade. O board é composto por conselheiros independentes – entre eles os cientistas Carlos Cerri, Décio Zylberstajn e Luis Carlos Beduschi; o diretor do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi; a diretora de sustentabilidade do Banco Santander, Maria Luiza Pinto; e Roberto Smeraldi, jornalista e diretor da ONG Amigos da Terra. O Conselho será presidido por Lineu Siqueira, consultor executivo sênior da Suzano.

16 | Dezembro 2011

INVESTIMENTOS

Aposta reforçada em lácteos Em solenidade ocorrida no dia 18 de novembro último, a Nestlé inaugurou sua 31ª fábrica no Brasil. Fruto de investimentos de 163 milhões de reais, a unidade ocupa uma área de 20 000 metros quadrados em Três Rios, no Rio de Janeiro, e criará mais de mil empregos. Seu foco será a produção de leites longa vida (das marcas Ninho e Molico) e bebidas à base de soja (Sollys), envasados em embalagens cartonadas assépticas da Tetra Pak. Os produtos irão abastecer não só o Rio, mas também os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Em 2012, começarão a ser produzidas na planta as bebidas lácteas da linha Nestlé Fast, acondicionadas por meio da tecnologia de PET asséptico. Quando funcionar a pleno vapor, a fábrica terá capacidade para produzir 124 000 toneladas anuais de bebidas.

Linha de produção do leite UHT Molico na nova fábrica da Nestlé

Cèline Cousteau: apoio ao vidro

VIDRO

Valorização em ação mundial Em evento realizado em novembro em São Paulo, a Owens-Illinois (O-I), maior produtora mundial de embalagens de vidro, apresentou oficialmente sua campanha “Vidro é Vida” (“Glass is Life”) ao mercado brasileiro. Presente em doze países do mundo, a iniciativa é estrelada por clientes e formadores de opinião, tendo por objetivo ressaltar as qualidades das embalagens feitas do material. Uma das estrelas da campanha, a ambientalista e documentarista Céline Cousteau, neta do famoso oceanógrafo francês Jacques Cousteau (1910-1997), participou do encontro. A profissional falou sobre seus diversos projetos em favor da conservação ambiental e das razões para ter se vinculado à ação da O-I. “O vidro é inerte e não prejudica a vida marinha”, argumentou Céline.



EM foco O QUE VAI PELA CABEÇA DO CONSUMIDOR

foto: divulgação

Garrafas bottle-to-bottle Testamos o grau de receptividade às embalagens feitas de PET reciclado para bebidas Depois de muita expectativa gerada desde o início de 2008, quando o governo brasileiro liberou a venda de alimentos em embalagens de PET reciclado, Ambev e Coca-Cola adotaram garrafas parcialmente feitas do material para a venda de refrigerantes (ver EmbalagemMarca nº 146, outubro de 2011). A reportagem foi a campo para saber a reação dos consumidores à novidade. “É importante (esse tipo de iniciativa), porque tem sustentabilidade e eficiência de custos, que pode vir para o consumidor também”

“Eu acho genial a ideia de as garrafas serem totalmente recicladas*. Para o meio ambiente, isso é tudo de bom” Regina Lichy Lopes

José Eduardo

* Na verdade, a garrafa é parcialmente feita de PET reciclado.

“Excelente ideia, porque o universo precisa de mais controle”

“Acho que é uma ótima preocupação. Deixei de consumir (refrigerantes) porque acho que o impacto que esse tipo de embalagem causa no ambiente é criminoso”

Ruth Fedoruk

Paula Mineoka Rodrigues

“Ah, eu acho ótimo! A natureza agradece” Aldryn Passos

Assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/148emfoco

“Eu acho a ideia ótima, porque faz bem pro planeta” Gisely da Luz

“Acho bom. Precisamos no nosso País de mais reciclagem” Felipe Rebouças

18 | Dezembro 2011



foto: carlos curado

dentifrícios

Efeito com mais efeitos

Colgate é o primeiro cliente da Dixie Toga a ter cartucho com holografia que dispensa filme plástico

Aplicação de holografia sem laminação reduz custo e facilita a reciclagem de cartucho de creme dental

A aplicação

de holografia em cartuchos de papel cartão é tradicionalmente feita por meio da laminação do material celulósico com um filme plástico que incorpora o efeito. Apesar de conferir o visual desejado, essa solução, estruturada em duas camadas, dificulta a reciclagem. Pensando em resolver esse embaraço, a Dixie Toga investiu numa tecnologia que permite a gravação direta de acabamentos holográficos no papel cartão, dispensando o uso do substrato plástico. O primeiro cliente a utilizar a tecnologia é a Colgate-Palmolive, com os cartuchos dos cremes dentais Colgate Total 12. Segundo a transformadora, o processo, baseado numa máquina de marca não revelada (e de custo também mantido em sigilo), é exclusivo no mercado brasileiro.

Especialista de mercado da Dixie Toga, Luisa Duque argumenta que o cancelamento da etapa de laminação traz outros ganhos além da simplificação da reciclagem. “A produtividade é

20 | Dezembro 2011

maior, e os custos são menores”, afirma a profissional. Diferentemente de muitas alternativas de cunho sustentável, que costumam provocar limitações em termos visuais, a nova tecnologia não prejudicou atributos vendedores das embalagens de Colgate Total 12. “Entregamos ao cliente

um cartucho holográfico de alto brilho e excelente definição”, ressalta Luisa. Para a Colgate-Palmolive, o mais importante foi o aprimoramento obtido sem o efeito colateral típico dos upgrades em decoração de embalagens: o aumento do preço dos produtos, devido a um forçoso repasse de custos.

Cartucho

Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br

Lançamento tem atributo similar Novo creme dental da Colgate-Palmolive com ação branqueadora (ver seção Display), o Luminous White chega ao mercado também acondicionado em cartucho de papel cartão com acabamento sofisticado, dotado de efeito holográfico. O atributo é resultado da aplicação daquilo que a Nilpel, produtora da embalagem, define como sistema de transferência de metalização indireta. Assim

como o sistema de holografia direta da Dixie Toga, empregado nos cartuchos dos cremes dentais Colgate Total 12, o recurso da Nilpel não se baseia em laminação. “A tecnologia foi adquirida a pedido da própria ColgatePalmolive”, situa Renato Juarez, gerente comercial da Nilpel. “A cliente queria cartuchos holográficos mais facilmente recicláveis, sem o revestimento de película plástica.”

Luminous White: acabamento cintilante sem película

Cartucho

Nilpel (11) 2191-2300 www.nilpel.com.br



limpeza doméstica

Do interior para fora Para ganhar novas praças, marca regional adota frascos com alto grau de polietileno reciclado e atualiza o visual

Bem-sucedida

no Vale do Paraíba, região situada a meio caminho entre São Paulo e Rio de Janeiro, a Higiex, fabricante de materiais de limpeza de São José dos Campos (SP), decidiu ampliar seu raio de atuação. Para poder fazer frente aos grandes players em novas praças, como a Grande São Paulo, a empresa decidiu atualizar as embalagens de sua principal linha, a Tay. Os frascos dos campeões de venda da marca – alvejantes com e sem cloro, água sanitária e cloro desinfetante – sofreram revisões estruturais que lhes garantiram expressivos alívios de peso e um importante apelo de sustentabilidade: agora são 75% compostos por polietileno reciclado pósconsumo, índice elevado e incomum para os recipientes da categoria. A resina reciclada provém de duas fontes: a Campo Limpo Reciclagem e a Dinoplast, que processam predominantemente embalagens vazias de defensivos agrícolas. Ao contrário do

22 | Dezembro 2011

que costuma ocorrer com materiais reciclados, o custo do polietileno reprocessado, segundo Silvia Delgado, sóciaproprietária da empresa, “fica abaixo do produzido com resina virgem”.

Ganhos financeiros foram também obtidos com a redução do peso dos recipientes. Os frascos de 1 litro tiveram massa reduzida de 38 gramas para 33 gramas. Os de 2 litros passaram de 70 gramas para 62 gramas. Mais drástico foi o enxugamento dos frascos de 5 litros: de 183 gramas, o peso baixou para 145 gramas, um decréscimo de 23%. “Os aliviamentos empreendidos não afetam a qualidade das embalagens e as mantêm dentro da legislação de produtos clorados, que determina pesos mínimos para os invólucros”, comenta Paulo Pereira, gerente de desenvolvimento da agência que coordenou o projeto, a ProDesign. Além do redesign estrutural, as embalagens ganharam nova identida-

de, com aplicação de um novo logotipo da marca Tay, um código de cores definido e elementos visuais mais modernos. Os rótulos dos frascos de 1 litro, antes confeccionados em papel, foram modificados e passaram a ser feitos de filme de polipropileno biorientado (BOPP), material resistente à umidade. Para implantar as mudanças, a Higiex desembolsou aproximadamente 900 000 reais em aprimoramentos de seu parque interno de sopro, impressão e envase. Não obstante o aporte, Silvia Delgado acredita que será possível repassar aos preços dos produtos a economia de escala proporcionada pelo redesign. A expectativa é de que a competitividade da linha Tay aumente ainda mais com um esperado reforço das vendas. “A nova identidade facilita a identificação dos produtos e amplia sua visibilidade no ponto de venda”, acredita a sócia-proprietária da indústria.

Frascos dos produtos Tay agora apresentam novos rótulos, novo logotipo, estão mais leves e incorporam 75% de resina reciclada

PET reciclado

Campo Limpo Reciclagem (12) 2125-2400 www.campolimpoplasticos.com.br PET reciclado

Dinoplast (11) 3878-2175 www.dinoplast.com.br Tampas

Hokkaido Plastics (12) 4009-1061 www.hokkaidoplastics.com.br Design e engenharia

ProDesign (12) 3942-6675 www.prodesign.art.br Rótulos

Silflex (11) 4449-3799 silflex@silflex.com.br



Reportagem de capa

Em vez de venda,

Mesmo sem influenciar as decisões de compra, deixa de representar uma oportunidade para an do consumidor - e fortalecer marcas - no merc Por Guilherme Kamio

Steve Jobs era obcecado por embalagem. Dedicava-se com afinco ao packaging, não sossegando enquanto não encontrasse maneiras arrebatadoras de apresentar seus produtos. Na opinião do jornalista americano Leander Kahney, autor de A cabeça de Steve Jobs (Agir Editora, 2008), essa era uma manifestação evidente e emblemática do talento e do perfeccionismo do executivo, morto no início de outubro. “Para Jobs, o ato de tirar o produto de sua caixa é uma parte importante da experiência do usuário”, assinala Kahney no prefácio do livro. “Como tudo o mais que ele faz, isso é pensado com muito cuidado.”

24 | Dezembro 2011

Para o lançamento do primeiro Macintosh, em 1984, o midiático dirigente da Apple decidiu acondicionar o então desconhecido dispositivo de comando que acompanhava o computador – o mouse – num compartimento exclusivo e saliente. O objetivo era obrigar o usuário a desembrulhar o artefato e a manuseá-lo antes de qualquer outra coisa, promovendo sua familiarização com a novidade. Dali em diante, tornou-se habitual a adoção de invólucros didáticos, criativos e instigantes pela grife da maçã. A caixa do iMac foi toda projetada de modo a deixar claro como conectar a máquina à internet. As pri-


pós-venda

embalagem não gariar a simpatia ado de eletrônicos

Embalagem da quarta geração do iPod: exemplo da preocupação da Apple em oferecer embalagens criativas, capazes de surpreender o consumidor

arlos

c fotos:

o

curad


meiras gerações do iPod eram entregues ao consumidor em embalagens repletas de dobras, encaixes e combinações, cujas aberturas demandavam rituais lúdicos (um exemplo é mostrado na abertura da reportagem). Já as caixas do iPhone e do iPad recebem a aplicação de um verniz que retarda propositalmente a retirada das tampas, para gerar sensações de suspense e descoberta. Em princípio, tanto primor pode soar a exagero – ou até mesmo a tolice. Afinal, faz sentido investir tempo e dinheiro para planejar um componente que, diferentemente do que acontece nas vendas de bens não-duráveis, exerce pouca ou nenhuma influência nas decisões de compra de eletroeletrônicos? Na opinião do designer Fabio Mestriner, coordenador do Núcleo

de Estudos da Embalagem da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), faz – e esse cuidado com o acondicionamento de gadgets e demais artigos tecnológicos deve ser visto como um legado valioso de Steve Jobs. “Ele foi talvez o primeiro em sua área a perceber que a embalagem pode ser uma ferramenta de relacionamento, algo capaz de contribuir para engajar consumidores com marcas e produtos”, diz.

Caixas do iPhone e do iPad recebem aplicações de verniz para retardar a abertura, criando expectativa e suspense

Hoje, embalagens de eletroeletrônicos que extrapolam o propósito de proteção para também cativar o consumidor no pós-venda – oportunidade que os teóricos de marketing definem como “segunda hora da verdade” (a primeira seria a da atração no ponto de venda) – já não são mais prerrogativa da Apple. Um número

o

rad

s cu

rlo

a o: c fot

Funcionalidade, reciclagem e reutilização Embalagens charmosas podem não só beneficiar fabricantes de eletroeletrônicos, mas também os distribuidores. Essa é a aposta da Fnac. Prestes a lançar no País uma ampla linha de acessórios de áudio, vídeo, informática e energia com sua própria marca, a rede de varejo decidiu conciliar as apresentações dos produtos com seu lema, criado na França em 1954: “Um posicionamento exclusivo de marcas, baseado na exaltação do prazer da descoberta de culturas e tecnologias”. Contratada para tocar o projeto, a Bordoni Design criou um único modelo de

26 | Dezembro 2011

blister do tipo concha (clamshell) capaz de acondicionar todos os 48 modelos de cabos, conectores e aparelhos que integram a linha. A única parte variável é um postiço que, no interior da embalagem, acomoda cada produto. “Graças a essa concepção, que permite alta escala de produção, o projeto foi viabilizado”, comenta o designer Ricardo Bordoni. O blister, produzido pela taiwanesa GreenStep, é formado por duas metades simétricas que se unem por meio de uma dobradiça na parte inferior. Na parte superior, uma alça

confere apelo “grab and go” e serve também para o posicionamento em gancheiras. Diferentemente das conchas tradicionais, seladas ao longo das extremidades, a embalagem da Fnac apresenta um dispositivo macho/fêmea para abertura e resselagem, incorporado na alça. A função de lacre é desempenhada pelo rótulo termoencolhível que recobre o blister. Exigido pela Fnac, o atributo da sustentabilidade é atendido pelo fato de as embalagens serem feitas de PET reciclado. Cada blister resulta da recuperação de doze garrafas do material. E uma funcionalidade


crescente de empresas vem se convencendo de que apresentações caprichadas podem ser úteis. Tome-se como exemplo o mercado de telefones celulares. Urdido pelo avanço de aparelhos cada vez mais multifuncionais e charmosos – os tão falados smartphones – suas embalagens estão mais e mais sofisticadas. “Já são praticamente caixas de joias”, avalia Sidney Anversa Victor, diretor da gráfica Congraf. De acordo com o empresário, a aplicação de acabamentos especiais, como metalizações e vernizes de efeito, além do uso de construções diferenciadas, com nichos para acomodação de cada componente dos aparelhos, já se tornou mesmo algo fatal. “Muitas vezes a compra é a realização de um sonho de consumo”, justifica Victor. “Nesse contexto, uma embala-

especial é oferecida ao consumidor: a reutilização. Após a abertura, a embalagem pode ser utilizada como um porta CDs ou DVDs. Segundo Ricardo Bordoni, a nova embalagem garante dois diferenciais, um tangível e outro intangível. “O primeiro é uma embalagem mais bonita que a da concorrência e que ainda permite um reuso inteligente”, diz o designer. “O segundo diferencial é o fato de a solução ser amigável ao ambiente. Isso não é visível, mas é importante, uma vez que sustentabilidade é um dos assuntos mais comentados dos últimos tempos.”

Adotado em 48 produtos, novo blister da Fnac têm alça e sistema de fácil abertura. Após a compra, pode ser reutilizado como porta DVDs


gem requintada é capaz de prolongar a percepção de qualidade, especialmente quando possibilita uma espécie de degustação do produto adquirido, revelando pouco a pouco cada detalhe do equipamento.” Principal cliente da Congraf na área de telefonia celular, a Sony Ericsson ratifica o discurso do fornecedor. “Acreditamos que a embalagem é parte vital para a experiência total dos consumidores com seus produtos”, afirma a diretora de marketing da empresa nipo-sueca, Ana Peretti. “Estamos constantemente testando conceitos e qualidades das nossas embalagens e temos um time de engenheiros e designers gráficos especializados nessa área. Clientes e consumidores têm uma grande expectativa com nossos produtos e é importante que suas apresentações não os decepcionem.”

Dona de uma longa ficha de serviços prestados a indústrias de eletroeletrônicos, atendendo atualmente nomes como Philips, Sony, LG, AOC e NKS, a Nova Página vem também tendo de responder à tendência de embalagens mais “vendedoras”. Gerente comercial da gráfica, Célia Santos cita como exemplo as caixas das placas-mãe produzidas em Manaus pela Digitron. Para atrair aficionados

do

ura

c los

: car foto

por jogos de computador e “micreiros”, como são chamados os adeptos do faça você mesmo na área de informática, as peças são acondicionadas em caixas com design apurado, que demandam impressão de alta qualidade. O viés de sofisticação das embalagens do setor fez a Nova Página investir – segundo a empresa, em caráter pioneiro no País – em tecnologias para a produção de papelão micro-ondulado de onda F, caracterizado pela baixa espessura (0,75 milímetro). “Caixas

feitas desse material têm acabamento mais sofisticado, sem prejuízo da característica primordial de proteção do produto”, argumenta Célia. “A iniciativa contribuiu para mudar o perfil dos recipientes de micro-ondulado, elevando-os ao padrão de embalagens primárias.” Também com base no uso do micro-ondulado de onda F, a Printbill Embalagens tem conseguido aprimorar a produção de invólucros para aparelhos eletroeletrônicos. Superintenden-

Para tablet da Multilaser, Printbill desenvolveu caixa com filme fosco e verniz localizado. Para notebook da Megaware, caixa com alça plástica

28 | Dezembro 2011

Sony Ericsson prioriza caixas caprichadas para não decepcionar usuários de seus celulares


te geral da empresa, Rogério Junqueira destaca como exemplos de refinamento as caixas desenvolvidas para tablets da Multilaser – produzidas com acabamento em filme de BOPP fosco e verniz UV localizado – e para os notebooks da Megaware – dotadas de impressão em alta definição e de alça plástica, para facilitar o transporte. Tendo atualmente A cabeça de Steve Jobs em sua cabeceira, Junqueira antecipa que a empresa estuda a aplicação de etiquetas RFID (baseadas em sistemas de identificação por radiofreqüência) em embalagens voltadas a eletrônicos e produtos de informática. “Acreditamos que esse tipo de tecnologia de segurança pode agregar muito valor ao produto, à cadeia de distribuição, aos lojistas e ao próprio consumidor”, afirma o profissional.

Responsável pelo departamento de desenvolvimento e criação da Jofer, outra convertedora com negócios junto ao setor de eletrônicos, Silvia Laluce ressalta serem variadas as

possibilidades de desenvolvimento de embalagens para eletrônicos e outros bens duráveis. “A impressão em off-set já garante alta qualidade a soluções em micro-ondulado acoplado a papel cartão. Mas podemos trabalhar também com laminação em BOPP fosco, relevo, hot stamping, verniz UV localizado e gofragem”, diz a executiva. Segundo Silvia, o interesse por esses meios de enobrecimento tem eclodido não só em fabricantes de gadgets (a Motorola é atendida pela empresa), mas também em indústrias de eletrodomésticos (a Lorenzetti e a Karcher, por exemplo, estão entre os clientes da Jofer). De acordo com a profissional, a expectativa é de que a demanda por embalagens de ponta evolua não só em produtos mais glamourosos, “mas no setor de aparelhos eletrônicos em geral”. Perdoado o trocadilho, a previsão, enfim, é de que o que hoje ainda são jobs possam ser em breve um padrão de exigência do mercado. Resta aguardar o upgrade. Apresentação de placamãe da Digitron: esmero para atrair “micreiros”

Bordoni Design (19) 3327-9887 www.bordonidesign.com.br

Congraf (11) 3103-0300 www.congraf.com.br

GreenStep +886 (9) 8860-6782 www.green-step.net

Jofer Embalagens (18) 3643-4000 www.jofer.com.br

Nova Página (11) 3531-7000 www.novapagina.com.br

Printbill Embalagens (18) 3649-9000 www.printbill.com.br




Artigo

Competitividade para competir Não se pode eliminar a China (e companhia) do mapa dos negócios brasileiros, mas é preciso saber pelo menos a dimensão do estrago que seus produtos causam POR wilson palhares

Já houve quem classificasse como versão tardia e ingênua do mote “delenda est Cartago” (Cartago deve ser destruída) nossa insistência na necessidade de reação aos crescentes estragos causados à economia brasileira pelas importações de produtos industrializados chineses – principalmente, mas não só –, a preços arrasadores e nem sempre internalizados por vias diretas e claras. Cabe então, preliminarmente, deixarmos claro que, por não rezarmos pela cartilha de Catão, o Antigo (ou o Censor), pregador sistemático da destruição da grande rival comercial da velha Roma, não sonhamos com a eliminação da China do mapa dos negócios brasileiros. Temos também consciência de que nossa voz tem alcance infinitamente menor do que tinha a do tribuno romano. Mas não deixa de haver quem a ouça, ainda que, como o alguém citado no início deste artigo, seja para nos criticar. Isso posto, vamos ao que nos propúnhamos. Não cabe neste espaço a análise pormenorizada da célere marcha da China para tornar-se um Império do Meio comercial (sem prejuízo de ser uma potência econômica e militar), tendo por vassalos países fornecedores que garantam o suprimento de matériasprimas para sua indústria e alimentos para sua população. Mas é prudente anotar que, nessa estratégia, o Brasil tem papel fundamental, dada sua tão decantada abundância de terras férteis, sol, água doce e tantos bens naturais que chineses e muitos outros não têm e de que necessitam. Mas a chineses e companhia isso tudo parece interessar somente na medida em que contribua para que permaneçamos assim e eles possam continuar oferecendo manufaturados a preços internacionais muito menores que os brasileiros, inclusive aqui. Importar bens industriais, só se for para clonar e depois concorrer globalmente com os originais. Querem daqui o minério de ferro, a soja em grão, a celulose, que transformam em itens com valor

32 | Dezembro 2011

que informem como o universo da embalagem vem sendo afetado pelas importações. Da mesma forma que no próprio dimensionamento do setor, máquinas para a produção de embalagens e seus complementos (tampas, rótulos), bem como equipamentos para linhas de envase, ao ser importados não são contados nas estatísticas como integrantes da cadeia de valor da embalagem. Da mesma forma, produtos prontos para consumo, de lápis e guloseimas a equipamentos eletrônicos, entram no Brasil já acondicionados, mas suas embalagens não são computadas como tal.

Marco Pórcio Catão, o Censor (234 a.C-149 a.C)

agregado e mandam de volta para nós. Alivia um pouco ver notícias recentes indicando preocupação do governo brasileiro, assustado com a crise mundial que se arma no horizonte, dizer que vai se mexer com vistas à reversão da marcha batida do País rumo à desindustrialização. Já era mais que hora. Essa é também uma preocupação de muitos empresários nacionais, principalmente daqueles que já sentiram ou vêm sentindo na pele o flagelo da concorrência imbatível em preços enquanto arcam com o peso da desvalorização cambial e do famigerado custo Brasil. Outros há, porém, que ainda não se dão conta de até onde a coisa chegou. Aí parece situar-se boa parte dos agentes da cadeia de valor da embalagem. Não se pode culpá-los por não enxergarem, pois, até onde sabemos, não existem dados

Qual a importância de ter-se a dimensão do possível estrago que as importações de itens como os citados podem estar causando aos diferentes segmentos integrantes da corrente de embalagem? A nosso ver, no mínimo pode servir para abrir os olhos de quem não percebe que as caixinhas de papel cartão com lápis de cera ou chiclete vindas da China tiram do mercado não só os lápis de cera e a goma de mascar fabricados aqui, mas também suas embalagens. Afinal, a maioria dos objetos vem acondicionada nos mais diversos tipos de recipientes e de materiais. Tal panorama, que deverá se acirrar e certamente estará presente nas considerações das empresas nesta hora de planejamento de seu futuro, pode ser um estímulo para investir o mais pesadamente possível em inovação, em processos e em embalagens que atendam com excelência às necessidades do consumidor brasileiro. Na expectativa de que o governo venha a cumprir sua parte, racionalizando a carga tributária, os encargos trabalhistas e a burocracia, se as empresas fizerem a sua o Brasil ganhará em competitividade para concorrer internamente e internacionalmente. Wilson Palhares é diretor presidente da Bloco de Comunicação e Publisher de EmbalagemMarca



foto: Cláudio Cammarota

entrevista

Por mais molho no filé Empresa brasileira que é líder mundial em carne bovina põe em marcha uma campanha para valorizar marcas e produtos. Marcio Gonzalez, diretor de marketing da JBS, explica o papel – decisivo – que a embalagem terá nesse projeto

Desde o fim de outubro, telespectadores têm sido pegos de surpresa por um anúncio da Friboi. Afinal, a marca, embora quase sessentona, jamais tivera grande exposição na mídia. O comercial na tevê é só o início de um projeto audacioso. Dono da Friboi – e do maior naco do mercado mundial de frigoríficos, graças a uma série de aquisições feitas no Brasil e no exterior nos últimos anos –, o grupo JBS quer aumentar a rentabilidade de marcas e produtos em carne bovina. Segundo o diretor de marketing da divisão de carnes da empresa, Marcio Gonzalez, a meta é estabelecer grifes no segmento in natura e avançar em processados – ou seja, pôr molho no filé. Na seguinte entrevista, o executivo dá detalhes dos planos, nos quais a embalagem terá, em sua avaliação, papel decisivo. “Será nosso principal recurso para agregar valor, inovar e dialogar com o consumidor”, ele esclarece. Por que o Grupo JBS decidiu investir numa campanha de marketing, uma ação inédita em sua história? Pela posição que a empresa alcançou, após as aquisições dos últimos anos, e pelo contexto do mercado brasileiro. Hoje, o consumo de carnes no Brasil é de aproximadamente 40 quilos per capita ao ano. O brasileiro compra carne bovina de duas a cinco vezes por semana. Esse hábito é forte, faz parte da vida das famílias. E é importante para o varejo, porque representa de 10% a 20% do faturamento das lojas. Apesar disso tudo, de toda essa relevância, a categoria ainda não tem dono. Açúcar é União. Arroz é Tio João. E carne? Não tem marca. Daí o insight de investir para sair de uma relação meramente funcional e criar uma relação emocional com marcas de carne. Entendemos ser esse o caminho natural para valorizar nossos produtos. Foram feitas pesquisas para chegar à constatação dessa carência de apelo de marca no mercado de carnes? Sim. No primeiro semestre, encomendamos diversos estudos para entender melhor o mercado. Para se ter ideia, em pesquisas não-estimuladas 83% dos entrevistados afirmaram não conhecer

34 | Novembro 2011


ou não lembrar de uma marca de carne. Não tinham referência. Mas em pesquisa estimulada, com menção ao nome Friboi, houve 85% de awareness. Por que, então, o consumidor não respondeu antes, por lembrança espontânea, que nos conhecia? Não o fez por não ter muito contato com nossa marca – apesar de, curiosamente, consumir nossos produtos com grande frequência. Qual o valor dos investimentos em publicidade? Por sermos uma empresa de capital aberto, não divulgamos essa informação. Mas é possível encontrar facilmente valores de referência através das agências e no noticiário do mercado publicitário (especula-se que o aporte seja de 120 milhões de reais). Pelo que saiu na grande mídia, a campanha integra um projeto mais amplo, de reformulação do modelo de negócios. Que mudanças essa

O brasileiro compra carne bovina de duas a cinco vezes por semana, o que gera de 10% a 20% do faturamento do varejo. Apesar disso, a categoria não tem dono. Açúcar é União. Arroz é Tio João. E carne? Não tem marca. Queremos criar esse vínculo emocional iniciativa trará para a gestão das marcas da companhia? A campanha é o marco inicial de um projeto estratégico desenhado para os próximos cinco anos. Ele é fundamentado em cinco pilares. O primeiro deles é justamente sobre gestão de marcas. Das mais de cinquenta marcas hoje registradas, a empresa concentrará o business de carnes em apenas duas, Swift e Friboi. Por que Friboi? Por ser um nome histórico para a companhia, além de nossa marca de maior awareness, de maior geração de negócios, positivada mensalmente em mais de 120 000 clientes. Seu

perfil será de acessibilidade, de blindagem comercial, de primeiro preço. Já a Swift será a marca que vai chancelar inovação, diferenciação e status. Esse posicionamento será reforçado por assinaturas como Swift Orgânica, linha sem par no mercado, Swift Maturatta, única família de carnes maturadas específicas para churrasco, e Swift Angus, derivada de uma raça especial. Quais os outros quatro pilares do projeto? O segundo pilar é o investimento em pesquisa. Aplicamos um valor conside-


fotos: reprodução

rável neste primeiro semestre de 2011. Contratamos institutos como Ibope, TNS e Millward Brown para ouvir consumidores do Brasil inteiro sobre os hábitos de consumo de carne, a percepção da categoria, a estatura de nossas marcas. Tudo isso para chegar a uma nova arquitetura e a um novo posicionamento de Friboi e Swift. O terceiro pilar é a quadruplicação da base de clientes ativos. Como já disse, vendemos mensalmente a marca Friboi para 120 000 clientes. Mas, para Swift Maturatta, por exemplo, esse número cai para 15 000. Queremos alavancar a presença de nossas linhas mais nobres em cima da base já existente de Friboi. O quarto pilar é a gestão de portfólio. Eliminaremos SKUs que não contribuem como o esperado em termos de volume ou margem, que não têm papel estratégico. E introduziremos novos itens, que chamamos de PVA, ou seja, produtos de valor agregado. Serão produtos com margem de contribuição de duas a quatro vezes superior à dos produtos atuais e que deverão ter algum diferencial em quali-

dade ou serviço. Quinto e último pilar: fortaleceremos os programas de relacionamento com o trade, por meio de ações de endomarketing e da participação em feiras de associações supermercadistas.

Cenas do novo comercial da Friboi. Filme apresenta novo visual dos produtos da marca

emb.bz/148jbs

O senhor pode dar um exemplo concreto do que serão esses produtos com maior valor agregado? Recentemente, lançamos treze cortes diferenciados dentro da linha Friboi de carnes in natura, que chamamos de porcionados. Em vez de ir até a loja e encontrar uma peça de contrafilé com, digamos, 4 quilos, oferecemos pacotes com pedaços que totalizam 1,1 quilo, 1,2 quilo. Isso traz basicamente três benefícios. Para o consumidor, permite um desembolso menor e gera conveniência, pois ele não precisa ficar cortando a carne em casa e congelando frações. O varejista, por sua vez, tem economia com mão de obra e uma gôndola mais organizada, mais agradável ao público. Para nós, o benefício é maior visibilidade para a marca, além de uma margem diferenciada, devido ao repasse do ser-

Lançamos treze cortes porcionados de carne in natura. Para o consumidor, eles permitem um desembolso menor. O varejista economiza com mão de obra e organiza melhor a gôndola. Para nós, o benefício é maior visibilidade para a marca, além de margem diferenciada 36 | Dezembro 2011

viço de corte e limpeza da carne. Esse lançamento é um sucesso. Já tivemos mais de 500 toneladas em pedidos. O projeto contempla mais alterações nas embalagens dos produtos da empresa? Contempla. As carnes in natura da Friboi passam a ter rótulos mais coloridos, destacando a logomarca. Linhas como Swift Angus e Swift Orgânica ganharão embalagens termoformadas, que garantem apresentação visual diferenciada no ponto de venda. Haverá algumas alterações nas tecnologias de nossas latas, utilizadas para milho, ervilha, feijoada, quitute, fiambre, salsicha viena... O objetivo será tornar esses recipientes mais amigáveis aos consumidores, com abertura mais fácil. Isso acontecerá a partir do ano que vem. Adotaremos também embalagens maiores, para atender ao mercado transformador. E temos duas supernovidades no gatilho, mas infelizmente ainda não posso revelá-las para vocês. Não fiquem chateados... (risos) São desenvolvimentos em parceria com uma universidade dos Estados Unidos. Foi traçada alguma estratégia centrada no papel das embalagens enquanto mídia para as marcas que a empresa manterá no mercado? A JBS vê na embalagem uma ferramenta de marketing? Sem dúvida. Diria que a embalagem tem papel fundamental na comunicação com os consumidores, especialmente



A JBS tem apostado em novos conceitos de acondicionamento de alimentos. Exemplos são os pratos prontos em embalagens flexíveis shelf stable, que dispensam refrigeração, e as conservas de vegetais em stand-up pouch (bolsa plástica que fica em pé). A empresa pretende continuar a desenvolver projetos com esse perfil de inovação? Sim. Esses projetos serão turbinados a partir de abril de 2012, com a consolidação de um plano de comunicação para a marca Swift. Da marca Friboi você pode esperar inovação em embalagem, mas não breakthroughs, nada absolutamente novo. Se não me engano, técnicos chamam isso de inovação complementar... Qual é uma definição bonita para isso? Inovação incremental, talvez... Pois é. Para Friboi, teremos inovações, sim, porém incrementais. Já da marca

Swift, podemos esperar iniciativas de impacto, sem precedentes no mercado, como adoções de embalagens que rompam com paradigmas do mercado. Uma divulgação incisiva dessas iniciativas em embalagem será considerada nos novos aportes da empresa em publicidade e propaganda? O comercial que está no ar para a marca Friboi (veiculado na tevê aberta entre os dias 23 de outubro e 15 de dezembro) já apresenta o pack shot (imagem) dos produtos com a nova identidade. Em paralelo, a reformulação visual vem sendo divulgada em materiais de PDV. Queremos ajudar o consumidor a lembrar da publicidade nas lojas, durante a compra. E, indiscutivelmente, a comunicação é também determinante para explicar atributos e benefícios dos produtos mais inovadores. Mas o desafio não é fácil. Veja-se o prato pronto shelf stable, em embalagem flexível. É uma baita inovação, que traz vantagens plenas ao dispensar a cadeia fria. É só alegria em termos de custos, de qualidade do alimento, de sustentabilidade, de logística. Mas é difícil mudar a cultura do consumidor. Quando vai buscar um estrogonofe no supermercado, ele vai direto à seção de congelados. Precisamos fazê-lo assimilar que existem soluções melhores. A JBS encontra dificuldades no mercado de embalagens – alguma indisponibilidade tecnológica ou algum serviço deficiente, por exemplo? Uma coisa que nos incomoda, mas que

foto: carlos curado

nas lojas. Sete em cada dez decisões de compra são tomadas no ponto de venda. E quem conversa com a consumidora nesse local importante é a embalagem – associada, é claro, a dois outros elementos, que são material de ponto de venda e ações de amostragem, via promotores. Esse tripé, ou esse triunvirato, como queira chamar, é pai, filho e espírito santo do ponto de venda. É fundamental. Faremos uma nova pesquisa, em dezembro, e os resultados comprovarão o poder de uma boa embalagem. Com cores, com um visual marcante, nossas marcas serão mais bem percebidas. Não tenho dúvida.

não está ligada ao mercado fornecedor, é a demora na regularização de tecnologias de embalagem. Alguns processos de aprovação no Brasil, junto a alguns ministérios, ainda são muito lentos. Quem trabalha com vendas ou com notícias, como vocês, costuma ter certa ansiedade. E alguns órgãos competentes não compartilham dessa urgência. Os timings são diferentes. Vemos lá fora uma tecnologia muito interessante, trazemos o fabricante aqui, instalamos máquina, testamos, fazemos shelf life, segurança de produto, ficamos felizes. Depois, quando a coisa vai para registro e aprovação, muitas vezes a demora é maior do que o tempo gasto em todo o desenvolvimento. Haja paciência!

A JBS em datas e números 1953. José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, inaugura um açougue em Anápolis (GO) 1957. O estabelecimento se muda para a região da futura Brasília 1969. Após as primeiras aquisições, a empresa adota o nome Friboi 2005. Aquisição da Swift Armour, principal frigorífico da Argentina 2006. A Friboi deixa de ser empresa limitada e vira sociedade anônima, com JBS como razão social

Pratos prontos para gôndola seca: inovação que precisa de divulgação para deslanchar

Carne porcionada: segundo Gonzalez, vantagem para marca, varejo e consumidor

2007. Grupo abre capital e adquire a Swift Foods (EUA), tornando-se o maior frigorífico do mundo 2009. Anunciada a fusão com a concorrente brasileira Bertin

R$ 55 bilhões foi a receita líquida obtida pela empresa em 2010

140 fábricas tem o grupo, somando plantas nacionais e internacionais

47 000 cabeças é a capacidade diária de abate de gado da companhia

120 000 funcionários tem a empresa, considerando todas as suas operações fonte: jbs

38 | Dezembro 2011



Águas

Deformação benéfica

© fotos: carlos curado

Para um melhor descarte, nova garrafa de água permite torção após o uso

o aliviamento

de peso e o uso de matérias-primas de fonte renovável têm sido questões de ordem para a Coca-Cola quando o assunto é embalagem de PET. Intitulada Eco, a mais nova garrafa de 500 mililitros da versão natural da Crystal, marca de águas da empresa, cumpre aqueles compromissos e vai mais longe. Ocorre que, além de ser 20% mais leve do que o modelo antes utilizado para o mesmo volume (12 gramas contra 15,6 gramas) e de incorporar a tecnologia PlantBottle (em que até 30% da resina PET deriva do etanol da cana-de-açúcar), a garrafa tem uma propriedade benéfica ao descarte: ela pode ser facilmente compactada após o consumo, por meio de uma torção que exige mínima força (ver fotos). Com isso, seu volume é reduzido em até 37%, o que facilita o processo de encaminhamento para a reciclagem. Apelidado de “crushable” (“esmagável”, em inglês), o atributo de fácil compactação é resultado do uso de design estrutural e preformas peculiares. Estas são mais curtas e têm base mais fina

40 | Dezembro 2011

do que as das preformas tradicionais, proporcionando distribuição uniforme da resina no molde, formando paredes ultrafinas. Apesar da baixa espessura, a embalagem apresenta, quando cheia, rigidez comparável à das garrafas comuns de PET. Vazia, apresenta grande maleabilidade.

Na parte estrutural, um conjunto diferenciado de vincos, desenvolvido pela Coca-Cola inicialmente para a água Ciel, do México (ver quadro), também contribui para tornar a embalagem facilmente “amassável” pelo consumidor. Por último, mas não menos importante, também colabora para a leveza da embalagem o uso de gargalo de perfil baixo, com tampa Xtra Lok mini, da CSI Closures, que leva menos polipropileno em sua composição. Diretor de Meio Ambiente e Regulamentação da CocaCola Brasil, Ilton Azevedo explica que a garrafa Eco é uma exclusividade para a água sem gás de 500 mililitros. “Com volumes maiores, a garrafa acabaria

perdendo a estabilidade”, comenta o executivo. “E bebidas carbonatadas teriam seu prazo de validade reduzido devido à menor barreira das paredes mais finas da embalagem.” A nova embalagem de Crystal chega primeiro aos mercados atendidos pela Coca-Cola Femsa Brasil (São Paulo, Mato Grosso do Sul, partes do Rio de Janeiro, de Goiás e de Minas Gerais), a partir de janeiro de 2012. O lançamento oficial aconteceu durante o festival de música SWU, realizado em Paulínia (SP) de 12 a 14 de novembro.

A Coca-Cola Femsa teve de mudar o processo de produção das garrafas em sua planta em Mogi das Cruzes (SP). Segundo o diretor de marketing da engarrafadora, Rodrigo Campos, equipamentos novos, como o maquinário de sopro das embalagens, foram trazidos da Alemanha, totalizando um investimento de 10 milhões de dólares. A adaptação das linhas de produção das garrafas levou um ano e meio. Campos acredita que o menor volume das garrafas vai estimular a recicla-

Vazia, a nova garrafa, de paredes ultrafinas, pode ser facilmente compactada. Redução de volume facilita a reciclagem

emb.bz/148crys


Barulho em outros países Embora seja novidade no Brasil, a garrafa “torcível” da Coca-Cola já faz barulho em outros mercados há algum tempo. Seu primeiro uso se deu no Japão, em 2009, acondicionando a água I-Lohas. Com uma forte estratégia de marketing e comunicação totalmente baseada nas embalagens, em seis meses a marca atingiu a liderança no

mercado nipônico de águas minerais. Inicialmente, a garrafa era toda feita de PET convencional, mas desde o ano passado incorpora a tecnologia PlantBottle, sendo parcialmente feita de etanol de cana. Em 2010, o mesmo modelo de garrafa foi também lançado no México, com a marca Ciel, e no Equador e nos Estados Unidos, com a marca Dasani.

gem. “Hoje, o problema da reciclagem é o espaço. Muitas pessoas precisam carregar seu lixo reciclável até os pontos de coleta em sacolas enormes. As garrafas menores ajudarão e estimularão o consumidor”, afirma o executivo. A Coca-Cola aproveita o lançamento da embalagem com menos matériaprima em sua composição também para rebater o argumento daqueles que são contrários à água engarrafada. Diz Ilton Azevedo: “Muitas pessoas têm ideia de que água envasada é desnecessária. Buscamos levar conveniência

Cheia, nova garrafa apresenta resistência similar à das embalagens convencionais. Vazia, tem grande maleabilidade

ao consumidor. Embalagem descartável pode ter um papel na sociedade de consumo moderno, desde que seja tratada com responsabilidade.” A expectativa da Coca-Cola é que em três anos todas as garrafas de 500 mililitros de água sem gás da marca Crystal já sejam do modelo Eco. Tampa

Sopradoras

Preformas

Rótulo

CSI Closures (11) 4134-2593 www.csiclosures.com Engepack (11) 2149-8800 www.engepack.com.br

Krones (11) 4075-9500 www.krones.com.br Plasc (48) 2106-9900 www.plasc.com.br


internacional

Nobre escama Conceito high-tech de linha para pesca surge em blister inédito, que abre e fecha Resultado

da união de fibras microscópicas por meio de nanotecnologia, a Berkley NanoFil é apontada por sua fabricante, a americana Pure Fishing, como introdutora de uma nova geração de linhas para pesca, dotadas de resistência antes só encontrada em filamentos de bitolas maiores. Aclamado em eventos, revistas e sites de pesca esportiva, o produto surpreende antes mesmo de ser testado na água. Isso porque sua embalagem é um blister também brandido como inédito, por ser dotado de sistema abre-fecha. Para acessar o conteúdo, basta o consumidor girar a bolha plástica da embalagem em sentido anti-horário. O movimento desprende uma saliência da peça que, colada entre as duas camadas de papel cartão que estruturam a cartela, atua como trava – tanto para impedir violações quanto para manter o rótulo do carretel da linha sempre orientado na horizontal, assegurando a melhor exposição das informações. Após o uso, basta encaixar novamente o carretel no receptáculo plástico e girá-lo na cartela no sentido contrário. A aba volta a entrar numa abertura da cartela, promovendo o encaixe do blister (ver infográfico). Como é habitual o uso de um único novelo para abastecer mais de um molinete ou carretilha ou para fazer diversas reposições, o armazena-

ilustração: daniel das neves

1. Para abrir a embalagem, o consumidor deve girar o receptáculo plástico em sentido anti-horário

42 | Dezembro 2011

mento na embalagem evita a formação de nós e emaranhados (“cabeleiras”) nos estojos dos pescadores.

O mecanismo abre-fecha é uma evolução do Natralock, conceito desenvolvido pela MeadWestvaco como opção aos blisters do tipo concha (clamshell) – e ao alcance do mercado brasileiro por meio da subsidiária local da empresa americana, a MWV Rigesa. Diferentemente das conchas, constituídas pela união de duas chapas plásticas termoformadas soldadas ao longo das bordas, a Natralock baseia-se na colagem de uma bolha em peça única, de dimensões reduzidas, entre duas camadas de papel cartão (unidas a partir de um processo exclusivo de selagem a quente). Além de reduzir o consumo de plástico, esse “sanduíche” facilita a abertura pelo consumidor – atributo aprimorado com o sistema abre-fecha. Segundo David Lund, vice-presidente de marketing da Pure Fishing, o blister reforça o apelo da nova linha para pesca. “O ineditismo da embalagem complementa o do conteúdo”, comenta o executivo. “É um feliz caso de inovação total, por dentro e por fora do produto.” MeadWestvaco +1 (804) 444-1000 www.meadwestvaco.com

MWV Rigesa (19) 3707-4000 www.rigesa.com.br

3. Para guardar o produto, basta acomodar o carretel na peça plástica e girá-la na cartela, agora em sentido horário

2. O movimento faz descolar uma trava oculta, colada entre as duas lâminas que formam a cartela

4. A flange (aba) do blister entra novamente pela abertura da peça cartonada

emb.bz/148pesca



Internacional

Mensagem em frasco Surge a primeira embalagem derivada de plástico recuperado do oceano

ETAPA 1: TRITURAÇÃO

fotos: reprodução

Autoridade em produtos com apelo ecológico para higiene pessoal e do lar, a americana Method anunciou em setembro uma embalagem inovadora feita de polietileno reciclado. Sua novidade é a origem da matéria-prima. A fonte é o mar – mais precisamente, o enorme bolsão flutuante de detritos conhecido como Grande Lixão do Pacífico, situado entre a costa da Califórnia e o Havaí. Por meio de uma parceria com a Envision Plastics, uma das principais companhias de reciclagem dos Estados Unidos, a Method conseguiu desenvolver um processo de transformação dos mais diferentes plásticos descartados no oceano em polietileno, que, segundo a empresa, teria a mesma qualidade da resina virgem (ver fotos). O material pode ser utilizado na moldagem de recipientes em combinação com polietileno reciclado pelas vias convencionais. Os primeiros resultados apresentados foram frascos para lava-roupas líquido feitos com 25% do “plástico oceânico”.

Recolhidos, plásticos descartados no mar são triturados. Não há triagem por cor ETAPA 2: EXTRUSÃO

Num primeiro processamento, as aparas “oceânicas” geram uma massa amorfa ETAPA 3: GRANULAÇÃO

A Method pretende iniciar

Lava-roupas líquido foi o primeiro produto a ter recipiente de “plástico oceânico”

44 | Dezembro 2011

o uso comercial das embalagens que incorporam plástico reciclado do Pacífico em 2012, mas se esquivou de detalhar como o processo funcionará. Ainda não se sabe, por exemplo, quais produtos terão esses invólucros e como funcionará a coleta dos resíduos (o material empregado nos frascos exibidos em setembro foi produzido a partir de plásticos que se desgarraram do lixão flutuante e deram em praias californianas). Fundador da Method, Adam Lowry explica que a iniciativa não tem a presunção de resolver o problema do lixo à deriva. “O objetivo é criar consciência de que a real solução para a poluição plástica reside no reuso e na reciclagem daquilo que já existe no planeta”, afirma o executivo.

Pela falta da triagem, a massa gera pellets escuros, diferentes da resina virgem (à dir.) ETAPA 4: SOPRO

O resultado é um frasco escuro, mas com desempenho parecido ao do original (à dir.)

Envision Plastics +1 (336) 342-4749 www.envisionplastics.com


Anote na agenda Vem aí sexta edição da mais inovadora premiação do setor de embalagens. Inscrições De 1° de março a 24 de agosto de 2012 Cerimônia de entrega dos troféus 13 de novembro de 2012

www.grandescases.com.br

twitter.com/GrandesCases


artigo

Sobre união e empurrões A integração é vital para o sucesso dos projetos de embalagem. Mas nem sempre é fácil convencer disso os fornecedores POR andrew eyles

Nas palavras do americano Freeman Thomas, célebre designer de automóveis, “um bom design começa com honestidade, perguntas duras, colaboração e confiança na intuição”. Isso não se aplica somente ao desenvolvimento de veículos. A declaração faz todo sentido para o design de embalagens. Comecemos pela honestidade, ou pelo que podemos chamar de verdade da marca. Descascamos camadas e camadas de informação para revelar a essência da marca e examinamos o que ela significa para seus mais diferentes stakeholders. Fazemos, então, perguntas incisivas. O briefing está correto? As aspirações do cliente são adequadas? Existe uma maneira melhor de abordar o problema da marca? Quão longe, numa escala de evolução até revolução, podemos ou devemos ir? E quanto à colaboração? Entendemos que nenhum escritório poderá se definir como integrado se não abraçar a cooperação em seu sentido pleno. Vista a questão sob esse ângulo, fica claro que todas as disciplinas devem harmonizar-se. Designers estruturais devem trabalhar em sintonia com designers gráficos. Planejadores devem envolver-se visceralmente com o desenvolvimento de projetos do começo ao fim, e os especialistas em inovação, ligar-se às equipes de projeto desde o início. Para entregar soluções ideais, é preciso formar times compostos por profissionais de marketing e de desenvolvimento de embalagens do cliente,

46 | Dezembro 2011

da agência e das empresas fornecedoras. Se para nós e para alguns clientes o trabalho colaborativo é algo natural, para os fornecedores ele pode ser um desafio. Quando começamos o trabalho com a Isklar, água mineral captada numa deslumbrante geleira norueguesa, entendemos que sua embalagem deveria reluzir, literal e figurativamente. A primeira reação dos engarrafadores para o design todo facetado da garrafa foi de rejeição total. “É inviável”, diziam. Não era. Sabíamos disso. Desenhamos a embalagem para que fosse exequível. Mas convencer os fornecedores foi um parto. Fazê-los comprar a ideia e se entusiasmar com a oportunidade de criar algo genuinamente diferente era crucial para que o projeto decolasse. Um fator decisivo para mudar a visão dos fornecedores foi o apoio persistente do cliente. A Isklar acreditou no projeto e teve paciência para nos deixar transformar o conceito em realidade. O que

Enquanto a garrafa facetada da água Isklar (acima) só deu certo após um processo tortuoso, cartucho com efeito lenticular do Sensodyne Repair & Protect teve percurso tranquilo


começou como um esforço de persuasão terminou como colaboração, e hoje já é uma parceria de longa data. É sensacional quando encontramos um cliente talentoso. Recentemente, tivemos o prazer de trabalhar com um profissional apaixonado e obstinado da GlaxoSmithKline, que insistia que a mais nova tecnologia de impressão lenticular do tipo Fresnel* podia e deveria ser aplicada ao cartucho do creme dental Sensodyne Repair & Protect. Essa técnica proporciona um efeito tridimensional tão realista e fantástico que atrai o consumidor e o estimula a apanhar o produto nas lojas. Vendo-a, é fácil entender porque lutamos para implantá-la. Para encurtar a história, o empenho do cliente rendeu enormes dividendos. O produto se tornou um dos mais bem-sucedidos casos de lançamento de um dentifrício em todos os tempos. Sua materialização envolveu sintonia fina entre a laminadora, a gráfica, a agência de design e, claro, o

fabricante da novidade. Os melhores resultados são obtidos quando a equipe inteira está disposta a desafiar as convenções e determinada a inovar. É vital envolver os fornecedores de embalagens o mais cedo possível no processo, para que eles possam ter algum grau de responsabilidade pelo conceito. Desse modo, o processo de provocar mudanças se torna mais fácil e mais eficiente, e os resultados são mais efetivos. Alguém poderá pensar: “Se envolver fornecedores desde o início, terei uma despesa enorme!”. É uma preocupação pertinente. No entanto, erros no alinhamento de aspectos técnicos, criativos e comerciais podem redundar em falhas de qualidade, atrasos no lançamento ou custos com retrabalho. Emparceirar com fornecedores de confiança – ou desenvolver com eles, de fato, o tipo de relacionamento que mencionamos – pode gerar um melhor custobenefício para todo o processo.

Há fornecedores que não conseguem ver além da oferta daquilo que sempre ofereceram. “Isto é o que fazemos. É pegar ou largar.” Mas existem outros que necessitam apenas de um empurrãozinho para abraçar a mudança. Se o designer ou o escritório de design dispuseremse a ajudar os fornecedores a ganhar mais dinheiro, para que percebam o lado positivo da coisa, eles não descansarão enquanto não virem os resultados ideais desejados para os projetos. Pode acreditar. *Lente criada pelo físico francês Augustin-Jean Fresnel (1788-1827) originalmente para o uso em faróis marítimos, e hoje utilizada em diversas aplicações.

Andrew Eyles é CEO da Blue Marlin Brand Design, consultoria britânica com filiais nos Estados Unidos, na Ásia e na Austrália. Seu e-mail: andrew.eyles@bluemarlinbd.com


alimentos

Fácil de abrir e guardar Surge o primeiro leite de coco brasileiro em garrafa com tampa de rosca

A embalagem clássica de leite de coco, a garrafinha de vidro com tampinha recravada de aço (rolha metálica), já não é a única na categoria. Para se diferenciar da concorrência e ganhar maior percepção de valor, a Ducoco Alimentos decidiu romper com esse paradigma, lançando uma garrafa fechada com tampa de rosca, feita de polipropileno. Segundo a empresa, trata-se de uma iniciativa inédita no segmento. Conforme explica Mauro Bálsamo, gerente de compras da Ducoco, o objetivo da nova embalagem é oferecer um produto mais moderno e conveniente. Neste último quesito, a tampa de rosca ofereceria, na opinião do executivo, algumas vantagens óbvias: dispensa o uso de abridor e é resselável, facilitando a conservação quando o conteúdo não é utilizado de uma só vez pelo consumidor. “As embalagens tradicionais com

tampa metálica eram de difícil abertura”, comenta Bálsamo. “Além disso, a tampinha podia apresentar oxidação, aspecto capaz de diminuir a vida útil do produto, inviabilizando seu uso parcial.”

O projeto exigiu uma reconfiguração fabril na Ducoco. A empresa teve de adquirir um novo equipamento para adequar sua linha de envase ao novo sistema de fechamento. Mas se, por um lado, a iniciativa demandou esse investimento (de valor e fonte não revelados), de outro ela minimizou as perdas da operação. “No processo de recrave da tampa metálica, as garrafas eram submetidas a uma grande pressão vertical, o que ocasionava algumas quebras de recipientes”, relata Bálsamo. “Já na aplicação da tampa de rosca ocorre apenas uma força rotacional, e por isso as avarias diminuíram.”

Proteção metalizada

© fotos: carlos curado

O leite de coco não foi o único produto da Ducoco Alimentos a ter apresentação remodelada. A família de cocos ralados também ganhou novas embalagens. Confeccionadas pela Zaraplast, as flow packs da linha agora levam metalização interna, o que garante melhor conservação do

conteúdo. É a terceira versão das embalagens do produto, lançadas em 1982 e redesenhadas dez anos depois pela primeira vez. O novo layout traz a foto de uma consumidora utilizando o coco, além da imagem de um doce pronto, cuja receita aparece no verso da embalagem.

1982

Nova garrafa possui formato anatômico e contrasta com o padrão da categoria, de garrafas de pescoço curto e corpo robusto, usadas até há pouco pela Ducoco

48 | Dezembro 2011


Novo rótulo é colado em apenas pequenas áreas, e traz, no verso, receitas e informações sobre o produto

Como não seria possível utilizar a nova tampa na mesma terminação da garrafa anterior, a Ducoco decidiu atualizar a apresentação por completo. A embalagem de vidro bojuda e com pescoço curto, utilizada desde 1982, foi substituída por um modelo com corpo mais estreito e pega anatômica, que visa facilitar o manuseio e o despejo do conteúdo. De acordo com a Owens-Illinois, fornecedora do recipiente, trata-se de um formato standard, porém não utilizado por outros clientes. O rótulo, de papel colado, foi também aprimorado. Ele agora traz receitas impressas no verso, numa área isenta de cola posicionada no dorso da embalagem. Para acessá-las, basta o consumidor cortar uma parte lateral do adereço.

Formato antigo era caracterizado por corpo mais largo e tampa metálica, que dificultava a resselagem

2011

Tampa

Berry Plastics (15) 3414-5300 www.kerrgroup.com Rótulo

Fanapel +598 2915-0917 www.fanapel.com.uy Garrafa

Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br

1992

Design gráfico

Plano Propaganda (19) 3242-2974 www.planopropaganda.com.br Flow packs

Zaraplast (11) 3952-3000 www.zaraplast.com.br


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br

cervejas

garrafa serigrafada A microcervejaria curitibana Way Beer, que só vendia chope em barril, passou a acondicionar sua cerveja nas tradicionais meias-garrafas. Mas ao invés de 300 mililitros, como acontece com outras marcas, a embalagem tem conteúdo de 310 mililitros. A marca aposta em um público jovem e utiliza nas embalagens uma

50 | Dezembro 2011

linguagem contemporânea: o logotipo utiliza mais de uma fonte, abusa de texturas e de cores fortes, uma para cada tipo de cerveja. A grande novidade, entretanto, é que a garrafa não tem rótulo de papel. A decoração é feita em serigrafia. A bebida está à venda em Curitiba e em São Paulo.

serigrafia

Deda Decorações (41) 3399-3397 Design

Komm Design Estratégico (11) 3443-7761 www.komm.com.br Garrafas

Owens-Illinois do Brasil (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

4

1

Latas

Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil

Cartucho

Nilpel (11) 2191-2300 www.nilpel.com.br

DENTIFRÍCIOS

Refrescos

Cosméticos

Energéticos

Clarão luminoso

maguary no coco 2

Barbie para presente 3

Pista iluminada

A Maguary, marca da Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos (ebba), amplia seu mix de produtos prontos para beber e lança a água de coco PuroCoco. A bebida chega ao mercado em embalagens cartonadas assépticas de 330 mililitros e de 1 litro.

A linha Barbie Loves Glitter, da Avon, ganhou embalagem agrupadora especial para presente, composto por colônia perfumada e mini lip gloss. O estojo de papel cartão, com alça na cor preta, tem o formato de uma bolsa, com fechamento personalizado por uma presilha de cabelo em formato de laço.

A Juxx amplia a oferta de produtos de cranberry. Chega ao mercado o novo energético Play, primeiro no Brasil à base da fruta, em latas de alumínio sleek de 269 mililitros. A embalagem tem aplicação de tinta UV, que faz a lata brilhar quando exposta à luz negra. A bebida é comercializada em casas noturnas.

1

O Luminous White é o mais novo creme dental da Colgate-Palmolive com ação branqueadora. O produto é acondicionado em bisnaga laminada de 90 gramas dotada de tampa flip-top, produzida pela própria empresa. A bisnaga destaca acabamento em vermelho metálico, recurso também explorado no cartucho que a acomoda, confeccionado em papel cartão metalizado.

2

3

Design

Fly Jabuti (11) 3717-3477 www.flyjabuti.com Cartonadas assépticas

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

Cartucho

Antilhas (11) 4152-1100 www.antilhas.com.br

52 | Dezembro 2011

4



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

3 1

Impressão dos filmes

Lamipack (49) 3561-1600 www.lamipack.com.br Impressão dos filmes

Plastimar (41) 3366-2829 www.plastimar.ind.br Design

Design

Benchmark Design Total (11) 3057-1222 www.bench.com.br embalagens

Embalagens Flexíveis Diadema (11) 4066-9000 www.efd.com.br

Team Créatif (11) 3491-5580 www.team-creatif.com

Frutas

Sucos

Secas e em pé 1

Novo player

As frutas secas da La Violetera chegam às prateleiras com novo visual. As embalagens tipo almofada foram substituídas por standup pouches (bolsas que ficam em pé), montadas pela La Violetera.

A Predilecta Alimentos ingressa no mercado de bebidas com néctares de frutas. São seis opções de sabores em embalagens cartonadas assépticas de 1 litro: Goiaba, Laranja, Manga, Uva, Pêssego e Caju.

Cafés

Antes . . . 2

Preservativos

cores vibrantes A Blowtex revitaliza seu logotipo e reestiliza as embalagens de seus preservativos. A nova grafia tem fonte com linhas curvas e traçado clean. As flow-packs ganharam cores vibrantes e acabamento fosco. Imagens e ícones indicativos do tipo do produto ganharam destaque para gerar a imediata identificação.

2

Design

Sapien Design (11) 3815-7026 www.sapiendesign.com.br flow-packs

Santa Rosa Embalagens (11) 3622-2300 www.santarosaembalagens.com.br

. . . e depois Cartonadas assépticas

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

54 | Dezembro 2011

Safra assinada

3

A Sara Lee lança uma edição limitada do Café Pilão Safra Especial 2011. A embalagem a vácuo tem impresso um selo assinado pelo especialista em café da Sara Lee, Antonio Pereira, identificando que o café foi produzido exclusivamente com blendas de grãos da safra 2011 selecionados das melhores regiões cafeeiras do Brasil – Cerrado Mineiro, Sul de Minas, Mogiana e Espírito Santo.


4

Rótulos

Gráfica Boca Boa (11) 4587-6869 www.bocaboa.com.br Embalagens termoformadas

Ilip (Itália) +39 (0) 51 671-5411 www.ilip.it

Soulis (Grécia) +30 23 8108-2400 www.soulis.gr Design

Speranzini Design (11) 5685-8555 www.speranzini.com.br

Frutas

Antes . . .

embalagens com chaves 4

Lácteos

Mimi agora é Languiru A gaúcha Cooperativa Languiru substitui a marca Mimi pela Languiru na linha de produtos lácteos. A mudança atende à estratégia de reposicionamento da empresa e tem como objetivo aproveitar o reconhecimento já existente nos segmentos de aves e embutidos, onde a marca Languiru é utilizada. O carro chefe do segmento de lácteos é o leite longa vida em embalagem cartonada asséptica, que teve o design reformulado e estendido para os demais itens da linha de derivados de leite.

Design

Attitude Comunicação e Marketing (51) 3710-2820 www.attitude.com.br

Cartonadas assépticas

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

. . . e depois

A MJR Frutas adota novas embalagens para uvas e kiwi. As cumbucas plásticas transparentes termoformadas permitem melhor visualização, conservação e conveniência do produto sem que estas se danifiquem no transporte e no manuseio. Os rótulos têm os personagens do desenho animado Chaves.


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

4

1

Design

The Brand Union +44 (0) 20 7559-7000 www.thebrandunion.com

Latas

Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br Copos

Thermovac (48) 3465-4000 www.thermovac.com.br Design

Tônica de Idéias (11) 3572-0990 www.tonica.com.br

Chás

Cosméticos

Protetores solares

Na lata e no copo

Formato de obelisco 2

Compacto e ergonômico

1

A WOW!Nutrition amplia seu portfólio com o lançamento dos chás e energéticos naturais Mr. Green. A nova linha está disponível nos sabores Chá Preto com Pêssego, Mate com Limão e bebida mista de Guaraná e Açaí nas versões lata de 330 mililitros e copo de 300 mililitros.

A AK Cosméticos lança dois produtos da linha Elle para cuidado masculino: Gel Fixador e Gel Hidrantante. Os produtos são acondicionados em frascos multicamadas com formatos que lembram um obelisco, fechados com tampas de polipropileno. A decoração é feita com rótulos autoadesivos de BOPP transparente. Todas as peças são produzidas pela empresa.

Cervejas 3

A MSD reformulou as embalagens dos protetores solares Coppertone. Os frascos, desenvolvidos internamente nos Estados Unidos, são ergonômicos e compactos. De acordo com a empresa, são as embalagens com menos uso de plástico na categoria. A decoração é feita com rótulos termoencolhíveis.

2

3

Embalagens

Globalpack (11) 3908-1253 www.globalpack.com.br

56 | Dezembro 2011

Rótulos

Sleever International (11) 2303-2337 www.sleever.com

Nova Kaiser

4

A Heineken anunciou o reposicionamento da cerveja Kaiser. A cerveja teve sua fórmula modificada, ganhou novo logotipo e novos rótulos. O nome da cerveja, que sempre foi grafado em vermelho, agora aparece prateado e branco, com efeitos de 3D. O brasão, que tem a letra “K” em destaque, traz o ano de lançamento da cerveja (1982). A bebida é comercializada em latas de alumínio de 350 e de 473 mililitros, em garrafas de vidro de 250 mililitros, de 600 mililitros e de 1 litro.


Mantenha-se atualizado. Acesse www.ciclodeconhecimento.com.br | @CicloEM

Embalagens dePapel Cartão Fórum

Como utiliz tipos de em ar o poder de atraçã o balagens d e papel car de estojos, caixas, bli ste tão para for talecer as m rs, carriers e outros arcas e ven “Chamadas de der mais secundárias, a s embalagens de papel cartã o são as prime iras a ser vistas”

Conteúdo:

Na cadeia de valor de embalagem, geralmente se emprega uma expressão limitante para definir as embalagens que acondicionam os recipientes dos produtos de consumo, isto é, as embalagens externas. Ao definir-se como “embalagens primárias” potes, garrafas e frascos, entre outras variedades acondicionadas em caixas e estojos de papel cartão, estes caem automaticamente na categoria das “secundárias”. Mas não é assim que o consumidor enxerga as embalagens de papel cartão.

Público:

e ionais d s s i f o de r ers, p imento v l o v n Design stria e s da indú ing, de s t a e r k p r a m m s dessa ns e co e t e n g a a r l a g inte emb outros e a i r á u us r. de valo cadeia

Para o potencial comprador que está no ponto de venda, a embalagem de papel cartão é, na maioria dos produtos expostos, a primeira coisa que ele vê. A inigualável propriedade do material permite aceitar infinitas possibilidades de formatos, impressão e acabamentos requintados. O visual das embalagens de papel cartão representa a mais eficaz ferramenta para atrair a atenção do consumidor e influir em sua decisão de compra.

NOVA DATA:

Abril de 2012

LI VA M G IT A AD S AS

!

Local:

o Britânico Centro Brasileir Araújo, 741 Rua Ferreira de São Paulo, SP

O Fórum de Embalagens de Papel Cartão vai mostrar como utilizar esses recursos e também a extrema versatilidade de uso do material, que se adapta a praticamente todo tipo de produto. O papel cartão está presente em embalagens de alimentos (naturais, congelados e para aquecer). Em perfumes. Em brinquedos. Em materiais de limpeza. Em roupas. Ele está em praticamente todas.

Patrocínio Ouro:

A ASSOCIADA A QUER TER A SUA MARC EM CONTATO: TRE EN ? TO EN ESTE EV .com.br ciclo@embalagemmarca ou (11) 5181-6533


Almanaque l lanpacia esanos ejaos americ Cerv Rich T. e B. Danny bro de 2011,

Em novem uiram çaram a primeira lata de cerveja no espaço – e conseg cional da recuperá-la. A experiência fez parte de uma ação promo convisão bebida da fãs os que em Light, cerveja Natural (Natty) colocaram em amigos dois Os ”. “épicas ideias ntar aprese a dados uma lata um balão meteorológico uma geladeira de isopor com regisque vídeo, de câmera uma e GPS um de Natty Light cheia, ento ocorreu trou uma lata vazia, presa do lado de fora. O lançam de duas horas no dia 17 de novembro, e as latinhas ficaram cerca e, chealtitud de metros 000 27 os ssou ultrapa no ar. A “nave” quilômetros gando à estratosfera. O material caiu a cerca de 100 GPS. do local do lançamento, e foi encontrado graças ao vista em: ser pode e e Youtub no da coloca foi ra aventu a Toda emb.bz/148natty

Na verdade, Ben é Frank A figura que aparece nas embalagens do arroz Uncle Ben’s não é, como se faz supor, do “Tio Ben”. Trata-se de Frank Brown, garçom de um restaurante de Chicago. A marca surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial, quando a empresa Converted Rice, fornecedora do exército americano, perdeu seu maior cliente. Gordon Harwell, proprietário da companhia, resolveu vender seu produto no varejo. Ele conhecia um fazendeiro negro apelidado de Uncle Ben (Tio Ben), famoso em Houston (Texas) pela qualidade do seu arroz, e adotou o nome como marca. Como não havia nenhuma fotografia de Ben, Gordon pediu que o garçom do restaurante onde sempre almoçava, Frank Brown, se vestisse com uma gravata borboleta e posasse para a foto que ainda aparece nas embalagens do arroz Uncle Ben’s.

Rosto no logo do uncle ben’s é do garçon frank brown

58 | Dezembro 2011

Tampa de duplo uso Em meados da década de 1970, o achocolatado Muki, da Kibon (hoje marca da Unilever) criou um brinde inusitado. Na compra de dois vidros do produto, que eram agrupados com um papel colado, o consumidor formava um ioiô. Como? Depois que o achocolatado acabava, bastava juntar as duas tampas, amarrar um pedaço de barbante e o brinquedo estava pronto.

as Das rolhas às rosc

m rolhas eram fechadas co rrafas de uísque ga as A rolha , . 13 las 19 rié At lhas para ab ndo um saca-ro i invenfo s, ão m de cortiça, exigi as m a ser retirada co di po e o de qu el, inh av br rosque Bergius, so s William Manera arca a m a eir im tada pelo escocê pr , que Teacher’s uís do no do garr, de he s Adam Teac fas (batizada ma em suas garra te sis rew vo (sc a no o sc ro ar adot metálica de ertura). A tampa lands, rafas de autoab britânico Dan Ry lo pe 89 18 em da ea nt White te ch pa cap), 26, pelo scot r utilizada em 19 em em ar br do só começou a se da marca o fez as vendas to adoen am ch Horse. A inovaçã fe de a m es. Hoje é o siste apenas seis mes das marcas. tado pela maioria

vo O Almanaque tem um no que nos endereço na web. Marue .blog.br seus favoritos: almanaq tem O site foi reformulado efira! várias novidades. Con

Rolha rosqueável estreou em 1913 com teacher’s (à esquerda). a screw cap da white horse (abaixo) tornou-se a tampa padrão de uísques




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.