EmbalagemMarca 150

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Ano XIV • Nº 150 • Fevereiro 2012 • R$ 15,00

entrevista

Sam Waller, da Universidade de Cambridge, explica como o design pode gerar produtos socialmente mais justos – e mais vendedores

PLÁSTICOS

Prometendo ganhos a usuários e consumidores, galão retangular de polipropileno estreia no mercado de tintas imobiliárias

CARTONADAS

Uso de transparências pode ampliar o apelo vendedor de caixinhas longa vida para bebidas

Mais beleza nas cestinhas Redes de farmácias apostam alto em marcas próprias de cosméticos. Nessa nova onda, boas embalagens são essenciais



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Sim, elas podem Designers e fabricantes de embalagens certamente devem estar prestando atenção a uma excelente oportunidade de negócios que se consolida, deverá ainda crescer e é tema da reportagem de capa desta edição de EmbalagemMarca, de certa forma Especial por ser a de número 150. Trata-se da tendência de grandes redes de farmácias, ultimamente em agudo processo de fusões e ampliação de presença, de lançarem marcas próprias de produtos para cuidados pessoais. O que vem ocorrendo seria mais ou menos previsível, considerando-se que, ante a proibição de comércio de medicamentos sem a presença de um atendente – e apenas no balcão –, o autosserviço nas farmácias se transformou num privilegiado espaço para produtos como xampus, cremes, desodorantes, protetores solares e até cosméticos. Enfim, nas farmácias os muitos itens que compõem o chamado “hipec” (higiene pessoal, perfumaria e cosméticos) são verdadeiras ilhas. Ali não existe o oceano infinito de marcas e produtos de todas as categorias de consumo presentes num supermercado. Não se concorre com refrigerantes, bebidas, alimentos, materiais de limpeza, brinquedos, confecções, quinquilharias chinesas. Nelas, em suma, as categorias do autosserviço são poucas, concentradas, e o consumidor é de alguma maneira focado. Quem vai às farmácias vai comprar remédio ou os chamados produtos direcionados aos cuidados com seu corpo, seu cabelo, sua pele. Ao comercializarem marcas líderes nas categorias em questão, as farmácias, em especial as grandes redes, adquiriram acentuada expertise comercial, fruto do que se poderia qualificar

como um avançado sistema de pesquisa: o da verificação daquilo que o consumidor deseja, na boca do caixa. Por que, então, não fazer para si o que fazem para as grandes marcas, passaram a se perguntar os profissionais das redes de farmácias, como se pode ver na reportagem de Marcelo Marcondes. O certo é que passos concretos nessa tendência, não tão nova em outros países, estão sendo vistos claramente (e outros ressoam, sob o resguardo das fases preparatórias). Ainda não se chegou, na seara das marcas próprias de farmácias, à fase de sofisticação das embalagens alcançada pelas de redes de supermercados. Mas a intenção de agregar valor a suas marcas por meio das embalagens é latente e declarada. Num passo mais adiante, insinua-se a possibilidade de a adição de valor se dar também por meio de investimentos em marketing e na alta qualidade dos produtos com marcas próprias das farmácias. Afinal, não lhes faltam técnicos e mão de obra especializados, saídos alguns deles de faculdades de farmácia que se situam entre as melhores do mundo. E por que não? Dois exemplos – a propósito, de iniciativa de farmacêuticos – universais e indiscutíveis de que, sim, elas podem, são a Coca-Cola e a Pepsi Cola. Até março.

WIlson palhares

“Ainda não se chegou, na seara das marcas próprias de farmácias, à fase de sofisticação das embalagens alcançada pelas de redes de supermercados. Mas a intenção de agregar valor é latente e declarada, incluindo investimentos em marketing e produtos” Fevereiro 2012 |

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Edição 150 • Fevereiro 2012

Sumário 14 Reportagem de capa

Marcas próprias Redes de drogarias reforçam as apostas em marcas próprias de cosméticos e produtos de higiene pessoal. Nessa nova onda, que cria concorrência com marcas líderes e outros canais de venda, surgem oportunidades para inovações em embalagem por marcelo marcondes

3 Editorial A venda de itens de cuidados pessoais tem tudo para crescer nas farmácias. Elas cada vez mais investem em marcas próprias – e com boas embalagens. Com aportes em qualidade e marketing, aonde essa tendência poderá chegar? 5 Espaço aberto Críticas, sugestões e elogios dos leitores 6 Painel Vem aí o PEF, PET feito de etanol de cana-de-açúcar • Boxal,

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fabricante de embalagens de alumínio, tem novo dono • Tetra Pak amplia oferta de tampas de bioplástico • KHS inaugura laboratório de rótulos na Alemanha • Na internet, Tradbor oferece conteúdo didático sobre stand-up pouches, as bolsas plásticas que ficam em pé

12 Em Foco Consumidores dizem o que pensam da polêmica iniciativa de banir a cessão de sacolas plásticas nas saídas de caixa dos supermercados paulistas 14 Aliméticos Em busca de melhor percepção nas gôndolas, marca de alimentos com alegadas propriedades cosméticas atualiza embalagens de seus principais produtos

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22 Perfumes Frasco de novo perfume de O Boticário é integrado à tampa e alude a uma silhueta feminina com vestido decotado 24 Entrevista Sam Waller, pesquisador da Universidade de Cambridge, explica o que é design inclusivo – e os potenciais ganhos das empresas ao adotá-lo na criação de produtos e embalagens 30 Tintas imobiliárias Surgem os primeiros galões de tinta em baldes plásticos retangulares

32 Internacional Fornecedoras estrangeiras desenvolvem embalagens cartonadas assépticas dotadas de “janelas”, que permitem a visualização do conteúdo

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Empresas que anunciam nesta edição Adecol...................................................31 Braskem................................................. 9 Congraf................................................ 23 GiroNews............................................. 37 Gráfica Piloto...................................... 27 Grif............................................... 2ª capa Indexflex................................................21 Moltec...................................................41 Novelprint............................................ 33

Optima....................................... 4ª capa PakTech...................................................5 Prakolar...................................... 3ª capa Prêmio EmbalagemMarca.............. 29 Programa Embala.............................. 39 Simbios-Pack.......................................41 Tetra Pak.................................................7 Vidro Porto.......................................... 25

34 Prêmio Conheça as cinco embalagens vencedoras do iF Design Gold Awards, realizado na Alemanha

36 Display Lata de edição limitada de cerveja brilha no escuro • Tampa fliptop ganha primeiro uso no Brasil em garrafa de água mineral • Graças ao envase a quente, Del Valle lança mais um refresco sem conservantes • Latas de Pitú homenageiam bloco pernambucano • Resinas odontológicas são distribuídas em stand-up pouches e estojos plásticos • Desenhos de robôs sobressaem em cartuchos de cafés gourmet 42 Almanaque

De onde vem a Água de Colônia, afinal? • Exemplos de embalagens que reproduzem a si mesmas em seus rótulos • Filmes plásticos by Goodyear • Guardando biscoitos junto ao tabaco

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Marcelo Marcondes | marcelo@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca. com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@ embalagemmarca.com.br • Assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | arte1@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com. br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Estagiária de eventos: Nathaly Cabral | eventos@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br

Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 04718-040 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 www.embalagemmarca.com.br


Espaço aberto opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

Imposto sobre embalagens

Na abertura da revista de janeiro (nº 149) o editor mostra-se com um senso de humor estranho. Em outras épocas já enviamos e-mails à revista questionando a ausência de uma seção de cartas, mostrando que a revista não tem esse interesse, quem sabe por julgar-se bastar-se, contrariando as palavras escritas nesse editorial. Sugestões e críticas pedem sempre o feed-back que motiva ação. Matérias que revolucionam a nossa indignação permanecem unilaterais já que as críticas e a indignação ficam apenas no nosso âmbito pessoal. Esse infeliz parlamentar (N. da R. referência ao deputado federal Adrian Mussi Ramos, do PMDB/RJ) que imagina criar mais impostos (de 2 a 20 centavos por embalagem utilizada, cobráveis de diversas cadeias de produção) deveria ter a repercussão devida de revolta dos fabricantes de embalagens, mas só nos resta responder diretamente a ele – como fizemos – uma vez que a revista não tem o mesmo interesse. Gilson Batista – Metaplastic – São Paulo, SP

O leitor deve ter confundido EmbalagemMarca com outra publicação. É prática da casa responder a todas as mensagens que nos chegam. Não há registro de chegada de mensagens suas dirigidas a esta revista. Outro indício de seu equívoco é a alusão à ausência de uma seção de cartas. EmbalagemMarca tem sim uma seção desse tipo, esta em que sua mensagem está sendo publicada. Espaço Aberto é publicada sempre que o volume de mensagens recebidas atinge volume suficiente para preencher no mínimo meia página. Parece ter sido mal interpretado, também, o teor da notícia publicada na revista sobre a ideia do deputado Mussi Ramos de criar mais um imposto a incidir sobre embalagens. Justamente por sintonizar nossa missão jornalística com interesses dos fabricantes de embalagens – e dos contribuintes brasileiros em geral – é que a revista divulgou a iniciativa daquele parlamentar. Não está entre seus deveres “responder diretamente” ao deputado. A redação de EmbalagemMarca entende que isso cabe à cadeia de

valor da embalagem. Por isso ouviu a entidade que a representa, a Associação Brasileira de Embalagem (Abre), na pessoa de seu presidente, sr. Maurício Groke, para que opinasse a respeito.

CORREÇÃO Na nota sobre a reformulação das embalagens das aveias Nestlé, publicada em Display da edição anterior de EmbalagemMarca (pág. 30), as imagens das versões antigas e novas foram trocadas. Abaixo, a ordem correta:

NOVAS

ANTIGAS


Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

BIOPLÁSTICOS

PEF, o PET orgânico

A Avantium, empresa holandesa de pes- critérios essenciais para se tornar o bioplástico da próxima geração para embalagens de quisa, anunciou ter firmado acordo com a alimentos e bebidas, assim como para outras Coca-Cola para aperfeiçoar uma tecnologia de aplicações em produtos de massa”, declarou o produção de garrafas de polietileno furanoato, diretor geral da Avantium, Tom van Aken. “Já ou PEF. Anunciado como opção ao PET conproduzimos garrafas com excelente desempevencional, derivado do petróleo, o material nho, inclusive em transparência, quesito em pode ser obtido a partir de qualquer matériaque o PET se destaca”, prima de biomassa que contenha carboidratos, Holandeses prometem depurar afirma o executivo. tecnologia para a produção de A expectativa da como cana-de-açúcar, novas garrafas “verdes”, Avantium é iniciar a resíduos agrícolas, vegefeitas de polietileno furanoato produção comercial do tais e grãos. De acordo PEF em até três anos. com a Avantium, o mateEm dezembro de 2011, a empresa inaugurou rial é também 100% reciclável. em Geleen, na Holanda, uma fábrica-piloto A transformação das matérias-primas com capacidade para produzir 40 toneladas vegetais em poliéster “verde” é feita por meio da resina por ano. O próximo passo será levar do uso de um catalisador químico especial a produção a altas escalas. “Dessa forma, o desenvolvido pela companhia holandesa, preço do material se tornará altamente combatizado de YXY (pronuncia-se “íquizi”). petitivo”, promete van Aken. “Acreditamos que o PEF atenda a todos os

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Chapa da terra A AT&T americana começou a utilizar blisters termoformados a partir de uma nova chapa plástica com apelo “verde” em sua linha de acessórios para eletrônicos. O material, batizado de TerraPET, é 30% baseado em etanol de cana-de-açúcar. Segundo sua criadora, a Klöckner Pentaplast, a nova chapa simula sem limitações todas as características das chapas convencionais de PET.



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

METÁLICAS

Capacitação em alumínio O grupo luxemburguês Ardagh, um dos maiores fabricantes mundiais de embalagens de vidro e de alumínio, anunciou a compra da produtora de tubos e garrafas de alumínio Boxal junto à americana Exal Corporation. O negócio foi fechado por 85 milhões de euros. Controlada até 2004 pela Alcan e com unidades na França, na Holanda, na Suíça e na Alemanha, a Boxal tem capacidade anual de produção de mais de 900 milhões de embalagens de alumínio. L’Oréal, Coca-Cola, Heineken, Unilever, Nivea e P&G estão entre seus principais clientes. “Com a aquisição, poderemos diversificar a atuação no mercado de latas de alumínio”, disse Niall Wall, diretor geral da Ardagh. A compradora possui 88 fábricas distribuídas por 25 países.

INTERNET

MÁQUINAS

Repaginadas na web

Uma única empresa

Duas importantes empresas do mercado de packaging, a Jofer (especializada em embalagens de papel cartão) e a Prakolar (fornecedora de rótulos autoadesivos) reformularam suas páginas na internet. Os objetivos das duas iniciativas foram os mesmos: obter sites com projeto visual mais moderno, informações mais bem organizadas e de navegação mais fácil.

Nomes de peso na área de máquinas de embalagem, especialmente aquelas voltadas ao trabalho com flexíveis, a italiana ACMA e a espanhola Volpak passam a formar uma única operação, que a partir de fevereiro responderá por ACMA-Volpak. Segundo o grupo dono das duas companhias – o Coesia, da magnata italiana Isabella Seragnoli –, a fusão tem por objetivo proporcionar maior capacidade de inovação, fortalecer a assistência aos clientes e aumentar o alcance global. Com receita anual de 150 milhões de euros, a nova empresa conta com fábricas na Itália, na Espanha e na Índia, bem como escritórios comerciais em diversos países, inclusive no Brasil – um legado da ACMA.

www.jofer.com.br www.prakolar.com.br

MÁQUINAS

Proteção extra para chocolates Graças à Starpac 600 HL, lançamento da Bosch Packaging Technology, agora é possível acondicionar tabletes de chocolate em embalagens que combinam a proteção das flexíveis plásticas com o visual dos tradicionais envelopes de papel. A máquina é capaz de realizar as dobras típicas dos envelopes em filme de polipropileno orientado (OPP), e depois selá-las hermeticamente. O rendimento é de até 600 unidades por minuto. O equipamento realiza, ainda, aplicação automática de fitilho, para facilitar a abertura dos envoltórios. “O resultado é apelo premium sem sacrifício de qualidade de produto ou de shelf life”, diz a fabricante.

Latas e garrafas da Boxal: agora no portfólio da Ardagh

FECHAMENTOS

Oferta “verde” ampliada Caixinhas da Tetra Pak com tampa de rosca de bioplástico não são mais exemplares especiais, de fabricação restrita. A fornecedora anunciou que todas as tampas de rosca StreamCap produzidas no Brasil passam a ter como matéria-prima o polietileno “verde” da Braskem, obtido do etanol da cana-de-açúcar. Até o início deste ano, somente a Nestlé utilizava a tampa de bioplásti-

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co, nas caixinhas dos leites Ninho e Molico. Com oferta ampliada, a solução terá mais usuários. Em janeiro, por exemplo, os leites da Piracanjuba aderiram ao fechamento “verde”. “Não foram necessárias alterações nos equipamentos ou nos processos para o uso das novas tampas, já que elas têm as mesmas características das antigas”, diz Lisiane Guimarães, coordenadora de marketing do laticínio.

Leites Piracanjuba agora têm tampas de bioplástico

Em sequência, as dobras dos envelopes herméticos produzidos na nova máquina



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

FLEXÍVEIS

Stand-up pouch em curso Para difundir informações sobre os stand-up pouches (bolsas plásticas capazes de ficar em pé), a Tradbor atualizou seu site com vídeos, fotos e explicações detalhadas sobre esse tipo de invólucro. O objetivo é proporcionar conhecimento tanto a empresas que nunca utilizaram a solução quanto àquelas que já a utilizam. “É uma espécie de curso explicativo sobre a embalagem”, define Alan Baumgarten, diretor da Tradbor. Entre o conteúdo oferecido, é possível assistir a vídeos sobre máquinas automáticas para envase de stand-up pouches. Recentemente, a Tradbor firmou acordo para representar no Brasil a Leepack, fabricante sul-coreana de equipamentos para o enchimento dessas embalagens.

ROTULAGEM

Laboratório de decoração A KHS inaugurou um laboratório de rótulos em Dortmund, na Alemanha. Segundo a fabricante de equipamentos, a unidade, intitulada Label Lab, tem equipamentos e técnicos de ponta para avaliar os mais diferentes sistemas de decoração. O objetivo é prover aos usuários das rotuladoras da marca dados sobre compatibilidade de materiais, condições ideais de armazenagem dos adereços e meios de aprimorar a produtividade nas linhas de rotulagem.

GENTE

Reforço para o relacionamento A Markem-Imaje do Brasil, fornecedora de soluções em codificação de embalagens, acaba de contratar Maria Aparecida Fogarolli Figueiredo para gerenciar sua área de CRM (gestão de relacionamento com o cliente). A profissional tem quinze anos de experiência na International Paper, onde exerceu os cargos de gerente geral de operações de supply chain e de gerente geral de vendas.

númeroS

12 97,6% Foi o índice de reciclagem das latas de alumínio para bebidas no Brasil em 2010, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas). Embora seja 0,6% inferior ao índice de 2009, o resultado manteve o País na liderança mundial no processo, posto ocupado há dez anos.

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bilhões de unidades Foi o total de latas de aço fabricadas no mercado nacional em 2011, contra 11 bilhões em 2010. O balanço é da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço). A produção do ano passado equivaleu a 600 000 toneladas e resultou aos fabricantes um faturamento de US$ 4,5 bilhões.

Técnicos no Label Lab da KHS: suporte aos clientes

50

milhões de dólares Será o total investido pela Novelis, referência em laminados e reciclagem de alumínio, na instalação de uma nova linha de revestimento de chapas para tampas de latas de bebidas em sua unidade de Pindamonhangaba (SP). A unidade deverá entrar em operação no final de 2013.


FECHAMENTOS

METÁLICAS

Oxigênio na medida certa Muito se fala da oxidação de vinhos, mas pouco se fala do fenômeno inverso, a redução. Este ocorre devido à falta de ingresso de oxigênio nas garrafas após o envase. O resultado é a geração de sulfetos que alteram o sabor da bebida, criando notas desagradáveis. Uma nova rolha sintética, a Select 100, promete acabam com esse problema. A novidade tem uma construção especial que, segundo sua inventora, a americana Nomacorc, é capaz de gerenciar a entrada de oxigênio na embalagem. De acordo com a Nomacorc, o diferencial da Select 100 é uma mudança automática de características. Durante os estágios iniciais de desenvolvimento do vinho, a rolha proporcionaria ingressos de oxigênio próximos do zero, coibindo a oxidação; nos estágios posteriores de maturação, quando os vinhos ficam mais suscetíveis à redução, permitiria um pequeno e consistente nível de entrada de oxigênio. “É um processo revolucionário, que maximiza a preservação do aroma e do frescor”, diz Stéphane Vidal, enólogo da Nomacorc.

Adesivos

Baldes reciclados A Artecola começou a desenvolver uma série de alterações nas embalagens e rótulos de seus produtos. A primeira linha a passar pela atualização é a Artecol, de adesivos aquosos para diversos mercados, como calçadista, de papel e de embalagens. Os baldes de 10 litros em que os produtos são comercializados, antes produzidos a partir de resina virgem, passam a ser de plástico reciclado. Os rótulos, por sua vez, deixam de ser produzidos em papel e passam a ser Embalagem da confeccionados em Artecola agora é de filme de polietileno plástico reciclado reciclado.

Nobel operacional Select 100: rolha regula o ingresso de oxigênio

A nova rolha é designada para vinhos delicados – especialmente para aqueles que requeiram maturação prolongada, como vinhos tintos encorpados. Isso não significa, contudo, que rótulos mais populares não estejam entre seus alvos. A Nomacorc diz que, para esse perfil, a Select 100 é uma opção vantajosa frente à tampa de rosca – segundo a empresa, o sistema de fechamento mais associado a ocorrências de redução. Produzida a partir da coextrusão de uma composição especial de polietileno expandido, processo que a Nomacorc compreensivelmente evita detalhar, a Select 100 tem aparência bastante parecida à das rolhas de cortiça. A novidade integra a primeira categoria de rolhas sintéticas capazes de receber impressão em suas extremidades. Mais detalhes podem ser conferidos no seguinte vídeo: emb.bz/150nomacorc

A Unidade de Águas Claras (RS) da fabricante de latas de alumínio para bebidas Rexam conquistou o Prêmio Shingo, considerado o Nobel da excelência operacional. De acordo com a premiada, é a primeira vez no mundo que uma empresa do setor de latas de alumínio recebe essa distinção. O Prêmio Shingo foi criado em 1988 pela Universidade de Utah para identificar as empresas que melhor adotam o conceito de gestão Lean (processo contínuo de redução de desperdícios e perdas). Participam da premiação empresas de classe mundial, e aquelas que apresentam melhor performance, são avaliadas e auditadas pelo comitê organizador. A Rexam obteve também medalha de prata no mesmo prêmio pelas práticas de uma das fábricas de tampas de alumínio da empresa, localizada em Recife. A fábrica de embalagens plásticas da empresa, em Jundiaí (SP), recebeu a medalha de bronze.

ROTULAGEM

A estreia do Adhesleeve A Hugo Cini Bebidas, de São José dos Pinhais (PR), é a primeira empresa no Brasil a adotar uma rotuladora Roll Adhesleeve, produzida pela italiana P.E. Labellers. O equipamento começou a ser utilizado para a decoração das garrafas dos refrigerantes Cini Guaraná e Cini Abacaxi e Guaraná. Segundo a P.E. Labellers, o sistema Roll Adhesleeve é mais eficiente, ecológico e limpo do que os demais métodos de rotulagem. Por não utilizar hot melt (cola aquecida a 150 graus), a tecnologia desenvolvida pela empresa não necessita de solventes para limpeza de cilindros ou na aplicação dos rótulos, além de não produzir fumaça no momento da rotulagem, o que deixa o local de trabalho mais limpo e em temperatura ambiente. Em vez de transferir a cola para o rótulo durante a rotulagem, o Roll Adhesleeve baseia-se na aplicação em registro, ainda no convertedor, de uma faixa de adesivo acrílico sensível à pressão no verso da bobina impressa (ver EmbalagemMarca nº 129, maio de 2010). Rebobinada, a fita funciona como um rótulo autoadesivo sem suporte (liner).

Garrafas de PET de refrigerantes da Cini passam a ter roll label adesivado, sem hot melt

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EM foco O QUE VAI PELA CABEÇA DO CONSUMIDOR

Sacolas plásticas Consumidores opinam sobre o fim da cessão dessas embalagens nos supermercados paulistanos Desde o dia 25 de janeiro último os supermercados vinculados à Associação Paulista de Supermercados (Apas) deixaram de oferecer sacolas plásticas nas saídas de caixa. Desse modo, os consumidores paulistas passaram a ter de utilizar sacolas retornáveis, caixas de papelão ondulado ou sacolinhas biodegradáveis – vendidas pelas lojas a até 19 centavos de real a unidade – para transportar suas compras. EmbalagemMarca

visitou estabelecimentos para saber a opinião do público sobre a iniciativa, que tem causado polêmica, e fez três perguntas aos consumidores: 1 O que achou do fim do uso de sacolas plásticas pelos supermercados paulistas? 2 O que tem feito (ou planeja fazer) para substituir as sacolinhas? 3 O que acha da venda de sacolinhas biodegradáveis?

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“Os desfavorecidos vão colocar o lixo deles na rua como? As sacolinhas eram super úteis para eles. A gente tem de pensar também no universo deles, que, infelizmente, são a maioria do País”

“Acho que não tem que cobrar (os 19 centavos por sacolinha) porque aí as pessoas vão se acomodar e pagar. Tinha de extinguir totalmente” Cristina de Miranda

Viviane Büchler

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“Sou a favor da sacolinha plástica. Sou a favor da ecologia, mas ainda acho que tem de usar a sacola plástica, porque se tirarem elas, todo mundo que usa como saco de lixo, vai ter de comprar esse produto. É trocar seis por meia dúzia”

“Acho uma boa coisa, porque está colaborando com a natureza, então concordo com isso. Só que nós brasileiros não estamos acostumados. Então deveriam ser fornecidas sacolinhas de papel nos supermercados”

Otavio Watanabe

3 “Penso que tinha de ser saquinhos de papel, de graça. Mas os meus filhos em casa são contra, o mundo está contra, então eu vou entrar na onda, para o bem do ambiente” Suzana de Paula

Assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/150emfoco

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Nair Tillman

2 “Ando sempre com a minha ecobag na bolsa. Uma amiga é quem faz” Edna Mendes



“aliméticos”

Mais fáceis e mais visíveis Beauty’in adota tampa esportiva em bebida funcional e coloca janela em cartucho para visualização de balas

A Beauty’in,

fotos: carlos curado

marca de “aliméticos” (alimentos que, segundo a fabricante, têm propriedades cosméticas) criada em 2010 pela empresária Cristiana Arcangeli, inicia 2012 com novidades: os dois principais produtos da linha ganharam novas embalagens. O Beauty Drink, bebida acrescida de vitaminas, minerais e extratos de frutas orgânicas, tem agora uma embalagem mais prática. A garrafa de PET conta com tampa com bico esportivo, mais fácil de ser aberta. O sistema de fechamento tem um dispositivo que torna a abertura mais simples do que era antes: primeiro, retira-se a sobretampa transparente; em seguida, pressiona-se o bico, para liberar o composto ativo dentro da garrafa; finalmente, basta agitar, puxar o bico para cima e beber. “Antes era necessário girar a tampa para liberar o preparado, chacoalhar e tirar a tampa para consumir”, lembra a empresária Cristiana Arcangeli. Agora é só apertar a tampinha e agitar a garrafa, que a bebida já fica pronta.” O sistema foi criado e patenteado pela empresa chilena The Tapa Company (ver quadro).

O Beauty Candy, bala à base de colágeno, também teve as embalagens trocadas. A Beauty’in decidiu substituir os stand-up pouches (bolsas plásticas que ficam em pé) por cartuchos de papel cartão com janelas de acetato que permitem a visualização dos confeitos Nova tampa facilita operação que libera o pó para formar a bebida funcional

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(no formato “gummy bear”, consagrado pela alemã Haribo). Cristiana Arcangeli explica o motivo da troca: “Como o produto é novo no mercado, inaugurando uma categoria, as pessoas acabavam confundindo as embalagens das balas com refis de cosméticos”. Segundo a empresária, o novo cartucho é mais parecido com embalagens de alimentos, e a janela facilita a identificação do produto pelo consumidor. “Antes ele não sabia que havia balinhas dentro da embalagem.”

Janela nos cartuchos de papel cartão permite vizualização de balas

Rótulos

Kromos (19) 3879-9500 www.kromos.com.br

Tampa

The Tapa Company +56 (2) 441-0900 www.tapacompany.com

Cartuchos

Laborpack (11) 4636-2897 www.laborpack.com.br

Gire, aperte e puxe A empresa chilena The Tapa Company desenvolveu o que define como um revolucionário sistema de embalagem, que permite a elaboração de bebidas 100% naturais, sem a presença de corantes ou de conservantes artificiais. A nova

Primeiro, deve-se girar e remover a sobretampa transparente

tecnologia consiste em uma tampa dispensadora capaz de conter e manter frescos princípios ativos como probióticos e vitaminas. A tampa é totalmente impermeável, apresentando barreira à luz e à umidade. Tem

um dispositivo que armazena os ingredientes em pó que, mediante uma pressão no bico, são liberados e misturados à água contida na garrafa, formando a bebida funcional. Com a pressão, o pó com os componentes ativos da bebida

Depois, é preciso apertar o bico para liberar o composto (pó) na água

O consumidor deve então agitar a garrafa para misturar o conteúdo

empurra e rompe uma película de alumínio. A tecnologia, denominada Hermetic Delivery System Technology, foi criada pelo engenheiro chileno Mauro Canziani, fundador da The Tapa Company, e patenteada em todo o mundo.

Por fim, basta levantar o bico para consumir o produto

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Reportagem de capa

A nova onda das far Em alta, cosméticos criados por redes de drogarias abrem em embalagem – e de concorrência com supermercadistas Por Marcelo Marcondes

Tampas

Aptar (11) 4196-7500 www.aptar.com Frascos de PET

Bypacking (11) 4525-0757 www.bypacking.com.br BISNAGAS

C-Pack (11) 5547-1299 www.c-pack.com.br Design

Dezign com Z (11) 2184-8100 www.dezigncomz.com.br Frascos de PE

Frascomar (11) 4786-5466 www.frascomar.com.br

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PLUII (DROGA RAIA) Linha abrangente destaca uso de frascos que aludem a gotas, obtidos a partir de moldes exclusivos


mácias novo campo para inovações e marcas líderes

foto: andré godoy

Muitos consumidores devem ter se surpreendido ao notar uma nova coleção de cosméticos, a Pluii, nas lojas e no site de vendas da Droga Raia. Sem apoio de publicidade, a linha, composta por 31 itens para cuidados com a pele e os cabelos, debutou no mercado em embalagens de alto requinte. Os frascos têm formato inédito, que remete à imagem de uma gota (não à toa, já que o nome da marca alude à pluie – “chuva”, em francês). Aqueles utilizados nos condicionadores e hidratantes corporais recebem acabamento em textura emborrachada (soft touch). A decoração é feita em serigrafia de alta qualidade. O aspecto mais relevante não é, por si só, o cuidado dispensado à apresentação dos produtos. É o fato de o capricho voltar-se a uma linha que não pertence às grandes indústrias do ramo de higiene pessoal e beleza. Pluii não é um lançamento da Avon, da Unilever ou da Natura. É uma nova marca da própria Droga Raia. A aposta de drogarias em produtos “da casa” não é exatamente uma novidade. Até pouco tempo atrás, porém, poucas redes se arriscavam na seara dos cosméticos, priorizando produtos de primeiros socorros. Os itens de personal care oferecidos geralmente apresentavam qualidade discutível ou eram puras cópias, com vantagens de preço, de referências do mercado. Suas embalagens eram pouco ou nada carismáticas – em geral, modelos standard sem qualquer diferencial em design. (continua)

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Pluii talvez seja a amostra mais contundente de ruptura com esse antigo status quo, mas não é a única. Veja-se o caso da Musique, marca criada pela holding Brazil Pharma – dona das redes Farmais, Mais Econômica, Guararapes Rosário Distrital e Big Ben. Constituída por quatro linhas (Momentos, Mimo, Família e Cromo Homem), que abarcam de antissépticos bucais a cremes para assaduras e hidratantes, a linha apresenta embalagens cuja identidade gráfica e cujo acabamento não ficam a dever aos de marcas tradicionais. Na Rahda, da rede Ultrafarma, sobressaem frascos de PET âmbar, vedados por tampas disc-top douradas e decorados por rótulos autoadesivos de apelo “rústico chique”, utilizados em loções hidratantes, sabonetes líquidos e óleos desodorantes. Criada pela Ultrafarma em 2006, a assinatura hoje conta com uma vasta gama de produtos – até mesmo perfumes. Os itens são comercializados pelo site da varejista farmacêutica e até mesmo numa loja própria da marca, localizada na Zona Sul de São Paulo. Presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), Neide Montesano interpreta a situação como um avanço, nas farmácias, daquela que define como quarta geração das marcas próprias. “É uma ‘geração valor’, também em ascensão nos supermercados, em que as marcas de empresas de distribuição são pensadas como verdadeiras concorrentes das marcas notórias”, explica a executiva. Os produtos emergentes seriam uma evolução natural dos produtos genéri-

Rótulos

Mack Color (11) 2095-4499 www.mackcolor.com.br Frascos e tampas

Vibraço (21) 3219-1999 www.vibracoembalagem.com.br

MUSIQUE (BRAZIL PHARMA) Identidade e acabamento das embalagens não ficam a dever aos das grandes marcas

cos (primeira geração); dos genéricos com identificação do varejista (segunda geração); e dos produtos com qualidade razoável, porém que buscam replicar visualmente as grandes marcas (terceira geração). “O que se vê nos novos itens”, afirma Neide, “é alta qualidade, preços similares aos das líderes de mercado, identidades bem definidas e embalagens de alto valor agregado.”

Para Neide Montesano, da Abmapro, novos produtos representam uma nova geração de marcas próprias, focadas em valor

18 | Fevereiro 2012

encaixa-se no perfil traçado pela presidente da Abmapro. Para a criação das fórmulas, da comunicação visual e das embalagens de Pluii, a rede farmacêutica investiu aproximadamente 100 000 reais num projeto de dois anos. Os frascos, desenhados pela Dezign com Z, usual prestadora de serviços para indústrias de cosméticos, demandaram aportes em moldes exclusivos – não só para os exemplares com soft touch, soprados em polietileno, mas também para versões de PET transparente, utilizadas no acondicionamento dos xampus e sabonetes líquidos da linha (complementada por finalizadores para cabelos, envasados em bisnagas de polietileno com efeito

RAHDA (ULTRAFARMA) Itens acondicionados em recipientes com apelo “rústico chique” são destaques da linha

fotos: carlos curado

divulgação

O lançamento da Droga Raia


translúcido). “Decidimos oferecer algo novo e diferente dos produtos com que o consumidor está acostumado”, comenta Ariane Haddad, gerente de novos produtos da Droga Raia. “A obtenção de embalagens exclusivas era fundamental para nos distinguirmos.” Sob garantia de anonimato, a executiva de uma importante bandeira de drogarias deu à reportagem o seguinte depoimento, que ajuda a entender a ascensão dos novos cosméticos patrocinados pelas farmácias. “As margens proporcionadas pelos medicamentos é pequena. Com eles, a rentabilidade líquida é de 2%, 3%. Em xampus, hidratantes e companhia, o lucro é muito maior. Como as vendas desses produtos crescem a taxas anuais de dois dígitos desde os anos 90, por que não valorizá-los?”, diz. “Ademais, a resolução da Anvisa que proibiu a venda livre de medicamentos isentos de prescrição

Tampas

Bral-Max (24) 2242-8799 www.bral-max.com.br Frascos

Spiltag (14) 3408-1100 www.spiltag.com.br Rótulos

Mack Color (11) 2095-4499 www.mackcolor.com.br

Os cinco C da onda Fatores que impulsionam o lanç amento de cosméticos com marcas próprias por redes de farmácias

CAIXA. Medicamentos geram retorno baixo às farmácias – uma margem líquida de aproximadamente 2% ao ano. Itens de higiene pessoal e beleza proporcionam, em média, margens cinco vezes maiores

lojas pequenas e espalhadas pelas cidades, as farmácias oferecem conveniência para a aquisição de itens de higiene pessoal e beleza

CONTROLE. Publicada há pouco mais de dois anos, a resolução da Anvisa que proCONCENTRAÇÃO. O íbe a venda livre de medicavarejo farmacêutico vive uma mentos isentos de prescrição onda de fusões e aquisi(RDC 44/2009), obrigou as ções. Entre outros exemredes de farmácias a reorplos recentes, Droga Raia e ganizar seus layouts de loja. Drogasil uniram-se, Drogaria Gôndolas vêm sendo mais e São Paulo adquiriu a rede mais recheadas por itens de Pacheco e a Brazil Pharma cuidados pessoais arrematou a Big Ben. Pague Menos e Ultrafarma estariam CONCORRÊNCIA. As estudando fusão. O aumento redes de drogarias vêm se de “punch” cria mais condidando conta de algo que os ções para apostas em marcas supermercados já sabem há próprias décadas: que produtos de marca própria têm grande COMODIDADE. O potencial de aumentar a renbrasileiro vai cada vez mais tabilidade do negócio. Além às lojas e prioriza cada vez disso, podem ser utilizados mais as compras “picadas”. nas mesas de negociações, Nesse contexto, o varejo de como instrumento para presvizinhança ganha força. Com sionar fornecedores

(RDC nº 44/09, publicada há pouco mais de dois anos e meio), trouxe estímulo extra. Reforçou a necessidade de as lojas serem recheadas com gôndolas de beleza.” Não é difícil perceber as vantagens acenadas ao trade. “Marcas próprias têm menores custos de distribuição e marketing, podendo ser vendidas a preços mais baixos que os dos fornecedores. Para as redes de farmácias, assim como para qualquer varejista, são instrumentos com grande potencial de aumentar a rentabilidade”, esclarece Claudio Felisoni De Ângelo, professor titular da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e diretor do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). Segundo o especialista, as private

labels das farmácias colocam enorme pressão sobre o grande varejo. “Desde a estabilização da moeda, em meados da década de 90, a forma de o brasileiro fazer compras vem mudando. A frequência de visitas às lojas aumentou e o fator conveniência é crescentemente valorizado”, esclarece De Ângelo. “Com lojas pequenas cada vez mais espalhadas pelas grandes cidades, as farmácias oferecem comodidade para a compra de cosméticos – inclusive para a nova classe média, que tem puxado as vendas desses produtos.” Com efeito, a proliferação do canal farma é impressionante. Segundo dados do Conselho Regional de Farmácia, havia quase 55 000 farmácias e drogarias no País em 2004. Em 2010, esse número já era de 82 000 (62 500 delas integrantes de redes). Levantamentos da AssoFevereiro 2012 |

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20 | Fevereiro 2012

as redes de farmácias passando cada vez mais a atuar como indústrias. Devido à onda de concentração pela qual passa o setor, deflagrada por um verdadeiro festival de fusões e aquisições (ver quadro), o potencial para o surgimento de novas marcas próprias de cosméticos, cuidadosamente geridas por drogarias, só aumenta. A tendência é que essa estratégia seja crescentemente adotada como ferramenta de diferenciação (das redes concorrentes e das marcas notórias) e de fidelização de consumidores, alçando as drogarias a um posto importante no comando das inovações em embalagem. É algo já consolidado em outros países, graças às estratégias de marcas próprias de redes como a inglesa Boots, a alemã DM e as americanas CVS e Walgreens (a propósito, circulam rumores de que esta última estaria interessada em aportar no Brasil). Nesse panorama, a cadeia do packaging tem motivos para se animar. Os donos de marcas líderes e o grande varejo, nem tanto.

Segundo Renata Ferreira, a Panvel, rede em que trabalha, já se deu conta da força da embalagem como ferramenta de valor

BABY CLUBE (PANVEL) Com novos frascos, personalizados, linha registrou expressivo aumento de vendas

Rótulos

Gráfica 43 (47) 3221-1200 www.43sagrafica.com.br Frascos e tampas

Itali (51) 3066-3202 www.itali.com.br Design

Up Design (51) 3061-2146 www.updesign.com.br

foto: carlos curado

Nessa batida, o que mais e mais fica patente para as drogarias é a importância da embalagem dentro de seus novos modelos de negócios. “As marcas próprias não investem no marketing tradicional, por isso precisam muito das embalagens para funcionar como chamariz”, diz Neide Montesano, da Abmapro. O desafio é convencer um consumidor exigente, acostumado com o nível de apresentação das marcas líderes, a experimentar as novidades. “Sabíamos muito bem com quem iríamos concorrer. Por isso, nosso objetivo foi lançar uma marca de alto valor agregado”, diz Ariane Haddad, da Droga Raia. O que passa também a ser percebido pelas redes de farmácias é a qualidade das embalagens enquanto alavancas de vendas. Amostra é dada pela gaúcha Panvel, reconhecida como uma das redes de drogarias que mais valorizam o negócio de marcas próprias (distinguindo-se por fabricar seus produtos, e não recorrer ao outsourcing). A empresa decidiu reformular as embalagens de sua linha de itens de higiene para bebês Baby Clube, substituindo os modelos standard por recipientes exclusivos. Por valor não divulgado, a empresa encomendou moldes para frascos com formato de pêra, fechados com tampas push-pull proprietárias e decorados com rótulos termoencolhíveis impressos em offset.

“Queríamos que os produtos fossem, também, uma opção de presente. Daí a aposta em embalagens diferenciadas”, conta Renata Ferreira, coordenadora de marcas próprias da Panvel. Deu certo. Em um ano, as vendas da linha aumentaram 53%. “Atribuímos o desempenho ao novo visual, que reafirma a força da embalagem na construção da percepção de marca”, declara Renata. A expectativa é de que episódios como o da Panvel se multipliquem, com divulgação

ciação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) mostram que a participação da venda de produtos de higiene pessoal e beleza no faturamento do setor cresce ano após ano. No primeiro semestre de 2011, ela atingiu 30,3%, o equivalente a 3,46 bilhões de reais. No mesmo período do ano anterior, ficara em 26,6%. Conforme aponta varredura da Nielsen, o número total de itens de marcas próprias desse segmento aumentou 36% entre 2010 e 2011. “A tendência de desenvolvimento de produtos de higiene e beleza com marcas próprias de farmácias e drogarias é crescente. De dois anos para cá a procura triplicou”, relata Giorgio Bighinzoli, gerente de Marcas Próprias da Laboratórios Boniquet, empresa que atua como “terceirista” – indústria que fabrica produtos para marcas de terceiros, como os varejistas.



perfumes

Vestido com decote Frasco de novo perfume de O Boticário simula uma silhueta feminina e é integrado à tampa

Patrocinador oficial da São Paulo Fashion Week, O Boticário aproveitou a realização do evento, no final de janeiro, para apresentar a Fashion Collection, coleção outono/inverno 2012, composta pela fragrância Linda Fashion e por 36 novos itens de maquiagem da linha Make B. Carrochefe da nova coleção, o perfume é acondicionado num frasco de vidro rosa choque, segundo Isabella Wanderley, diretora de marketing de produtos da perfumaria paranaense, “criado para mulheres autênticas, positivas e contemporâneas”. O recipiente, de 100 mililitros, simula uma silhueta feminina com vestido e um decote, “símbolos da sensualidade da mulher brasileira”, na interpretação da executiva. Ao que Rodrigo Wielecosseles, gerente de desenvolvimento de embalagens do Grupo Boticário, acrescenta: “O frasco e a tampa precisavam estar alinhados ao conceito de sensualidade”. Para se atingir esse objetivo, o fechamento é feito com uma tampa produzida em resina Surlyn, da Du Pont. “A transparência da resina chamou a atenção da equipe de desenvolvimento de embalagem do Grupo Boticário, que demandava uma peça que proporcionasse a perfeita continuidade entre a tampa e o frasco. Um desafio importante foi o desenho da peça”, explica José Boaventura, gerente de Marketing da divisão de Polímeros para Embalagem e Produtos de Consumo da DuPont Brasil. Na linha de maquiagem Make B, um lançamento que se destaca é o Delineador em Gel, único no mercado brasileiro com pincel embutido. Nos demais produtos, que vão de esmaltes (seis novas cores) a brilho para os lábios e blush, o toque diferencial das embalagens, como em coleções anteriores de Make B, são aplicações de cristais Swarovski.

22 | Fevereiro 2012

Formato da tampa acompanha design do frasco, dando harmonia à embalagem

Válvula

Aptar (11) 4196-7500 www.aptar.com Cartucho

Box Print (11) 5505-2370 www.boxprint.com.br resina

DuPont (11) 4166-8000 www.dupont.com Design

Futurebrand (11) 3821-1166 www.futurebrand.com Tampa

Incom (11) 4173-9900 www.incom.com.br Frasco

Pochet (França) (11) 4432-1350 www.verreries-pochet.fr



entrevista

As luvas exibidas ao lado têm propósito científico. Segundo o pesquisador Sam Waller, que as utiliza na foto, elas podem simular perdas de destreza provocadas pelo envelhecimento e por doenças como a artrite – e ajudar a estudar como tais percalços afetam a interação entre indivíduos e objetos. O aparato é uma das invenções do Centro de Engenharia de Design da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, para viabilizar aplicações do chamado design inclusivo. Conhecido também como design universal ou design for all (“design para todos”, traduzindo-se do inglês), o design inclusivo busca proporcionar experiências de consumo satisfatórias não só para as pessoas que gozam de plenas capacidades motoras e sensoriais, normalmente privilegiadas pela indústria. A ideia é estimular, entre empresas e designers, a busca pelo desenvolvimento de produtos – e embalagens – que possam atender ao maior número possível de indivíduos, independentemente de idade ou saúde. “Não se trata da concepção de artigos específicos, assistenciais, mas da adequação de produtos mainstream, de massa, às necessidades das minorias”, afirma Waller. Na seguinte entrevista, concedida por e-mail, o especialista detalha os princípios da abordagem inclusiva e fala, além das luvas, de outras soluções criadas em Cambridge para auxiliar sua prática.

O valor de agregar Sam Waller, pesquisador da Universidade de Cambridge, explica o que é design inclusivo – e como sua aplicação em embalagens pode ajudar as empresas a conquistar novos consumidores 24 | Fevereiro 2012

O que é design inclusivo? A ênfase do design inclusivo é entender as necessidades reais dos usuários no contexto da diversidade da população. A ideia é aprofundar o conhecimento das necessidades específicas de cada grupo e utilizá-las no desenvolvimento de produtos mainstream, de massa, com o objetivo de satisfazer às necessidades de mais pessoas. Não é um novo gênero de design, tampouco a aplicação de um design específico, para alvos específicos. É uma abordagem que procura garantir que produtos e serviços sejam mais abarcantes e universais, que


atendam às necessidades do público mais amplo possível, independentemente de idade ou condição física dos indivíduos. Isso gera potencial para produtos de massa satisfazerem a um maior número de pessoas – e para serem, portanto, mais bem-sucedidos. Pelo que sabemos, esse conceito surgiu nos anos 60, nos Estados Unidos, para adaptar a arquitetura e o urbanismo às necessidades dos deficientes físicos. Quando e como ele começou a ser utilizado no desenvolvimento de produtos? No contexto do design de produtos, as origens do design inclusivo remontam ao início dos anos 90, graças a estudos de pessoas como (o inglês) Roger Coleman (professor da Royal College of Arts, de Londres). Isso cresceu a partir da constatação de que tecnologias assistenciais geralmente redundam em produtos caros, estigmatizados e não usados. É interessante notar que mui-

Tecnologias assistenciais geralmente redundam em produtos caros, estigmatizados e não usados. Com design inclusivo, é possível criar produtos que sejam melhores tanto para o consumidor quanto para o fabricante

tos produtos de tecnologia assistencial tentam substituir problemas que nem deveriam existir caso produtos tivessem recebido melhor design desde o princípio. Por exemplo: chaleiras com “tippers” (apoios basculantes) são produtos assistenciais que buscam substituir chaleiras mal projetadas, com peso desbalanceado. Amplificadores para telefones buscam contornar o fato de que muitos aparelhos telefônicos apresentam pobreza em volume e clareza de sinal. Para os fabricantes de bens de con-

sumo, qual a importância do uso do design inclusivo? O design inclusivo proporciona melhores informações para as decisões de negócios, para aprimorar a experiência de uma ampla gama de usuários. Com um melhor entendimento da diversidade da população, é possível criar produtos que sejam melhores tanto para o consumidor quanto para o fabricante – ou seja, que apresentem não só melhor usabilidade, utilidade e atratividade, mas que sejam mais técnica e comercialmente viáveis. Convém lembrar dois importantes fatores. Um é o aumento


da população mundial de idosos, que em quatro décadas deverá saltar de 890 milhões para 2,4 bilhões de pessoas. Em 2020, um em cada dois europeus terá mais de 50 anos de idade. O outro fator é o clamor crescente pela integração dos deficientes físicos à sociedade e ao mercado de consumo. Diante disso, a oportunidade que se abre para as empresas é a de valorizar um design não apenas socialmente mais justo, mas também mais lucrativo. Quais as diferenças da aplicação do design inclusivo em relação aos processos convencionais de design de produtos? Diria que a principal diferença é de mentalidade. O design inclusivo é essencialmente um processo focado nas necessidades dos diferentes perfis de usuários, e sobre como projetar mercadorias e serviços os mais razoáveis possível para atender às diversas demandas. Nesse sentido, o design inclusivo pede que testes junto a usuários sejam complementados por estimativas da proporção da população que os projetos podem excluir. Como toda decisão de design tem potencial de incluir ou excluir consumidores, o sucesso do design inclusivo requer decisões tomadas sempre com muitas informações desde o estágio conceitual. Na prática, como isso é feito? Por onde as empresas interessadas em trabalhar o design inclusivo podem começar? Recomendamos às empresas que iniciem seus projetos de design inclusivo atentando às perguntas fundamentais do design conceitual. Quais são as necessidades? Como atendê-las? Em que medida elas foram atendidas? O que fazer em seguida? Essas perguntas, bastante genéricas dentro de qualquer disciplina de design, devem ser respondidas através de exploração, criação, avaliação e gerenciamento de projeto. Após anos de estudo sobre o tema (o Centro de Engenharia de Design de Cambridge tem um grupo especializado em design inclusivo há doze anos), criamos uma página na internet (www. inclusivedesigntoolkit.com) em que

listamos alguns princípios para a geração de design inclusivo (ver quadro) e sugerimos procedimentos, descrevendo atividades específicas que podem ser realizadas. O objetivo é que o site funcione como um manual básico de como proceder – até porque não existe fórmula mágica. O Centro de Engenharia de Design da Universidade de Cambridge desenvolveu alguns aparelhos e softwares para auxiliar os processos de design inclusivo. Como eles funcionam? Uma de nossas criações foi batizada de calculadora de exclusão. É um software gratuito que permite avaliar o grau de exigência de uma tarefa sobre as capacidades dos usuários, para então calcular a proporção da população do Reino Unido que seria incapaz de realizá-la. Por sua vez, o software simulador de comprometimento demonstra alguns dos principais efeitos de deficiências visuais e auditivas em arquivos de imagem e som. Uma versão básica desse software está disponível gratuitamente, em nosso site. Você pode, por exemplo, enviar uma imagem e depois ter uma ideia de como sua percepção é afetada por limitações. Uma edição mais avançada está disponível para compra. Já no tocante a aparelhos, desenvolvemos óculos que simulam uma perda geral da capacidade de ver detalhes finos. Esse tipo de perda ocorre normalmente com o envelhecimento e a maioria das doenças oculares, bem como para quem não utiliza óculos adequados. Estes óculos estão disponíveis para compra. Por fim, criamos luvas, também à venda, que reduzem a capacidade funcional das mãos. Tiras de plástico limitam a força e a amplitude de movimento de cada dedo e do polegar. Diversas doenças, como artrite, podem causar reduções nessas habilidades funcionais. Essas ferramentas de simulação substituem satisfatoriamente as pesquisas de campo? Não. Elas não são e nunca foram destinadas ao uso isolado. Elas visam complementar pesquisas junto a usuários ao permitir que designers tenham ideia dos efeitos de limitações físicas. continua

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Onze passos básicos Princípios para a aplicação do design inclusivo

1

Repita para aprimorar. Ciclos sucessivos de exploração, criação e avaliação devem gerar um entendimento mais claro das necessidades dos consumidores, de soluções melhores para atendê-las e evidências mais claras da chegada a resultados.

2

Teste cedo e sempre. Promova testes rápidos com protótipos em estágio inicial, o quão cedo for possível nos processos, para que ainda haja tempo para mudanças significativas.

3

Lute pelo simples. A simplicidade é poderosa, porém difícil de ser alcançada. Requer uma visão clara e sucinta do que é o produto. Pergunte: “É possível fazê-lo com menos?”

4

Ser diferente é normal. É comum o desejo por coisas diferentes e a realização de coisas de modos diferentes. Entenda a diversidade entre seus consumidores. Entender limitações é somente uma parte do entendimento da diversidade.

5

Priorize o ciclo inteiro. Satisfazer os objetivos dos consumidores significa aplicar design para jornadas do início ao fim e que acontecem em contextos reais.

6

O detalhe é importante. Aprofunde-se para descobrir e atender às coisas que as pessoas realmente fazem, realmente querem e realmente precisam.

7

Além dos usuários. Atente às necessidades de stakeholders como órgãos reguladores, acionistas, fabricantes, varejistas, compradores, apoiadores e assistentes.

8

Desafie convenções. É fácil prender-se ao pensamento de que a forma com que determinada coisa foi feita é a única forma possível. Liste opiniões e pergunte-se: “por quê?”.

9

Deixe as ideias respirar. Dê a ideias estranhas a oportunidade de se tornarem grandes ideias.

Experimente. Complemente opiniões com evidência.

Seja plural. Seja criativo, seja crítico e saiba quando mudar os planos e testar outros caminhos.

10 11

Fonte: www.inclusivedesigntoolkit.com



O senhor pode citar exemplos bemsucedidos da aplicação dessa abordagem em embalagens? Nosso grupo de pesquisa no Centro de Design da Universidade de Cambridge vem trabalhando com a Nestlé para aprimorar suas embalagens. Temos obtido resultados bastante interessantes (ver quadro). Lembro, também, que a Amazon vem se empenhando fortemente para promover embalagens do tipo “frustration free”, isto é, que não decepcionem os consumidores por serem difíceis de abrir. Esse tipo de iniciativa pode também ser visto como um esforço em prol do design inclusivo. Infelizmente, porém, embalagens inclusivas ainda são raríssimas. Como conciliar a busca por embalagens inclusivas e ao mesmo tempo originais, únicas sob o ponto de vista estético? Essas duas metas não são conflitantes, não criam um dilema? Por vezes esses critérios de sucesso são conflitantes, por outras não. Dou

uma amostra em termos de produto. O telefone BT Freestyle, que faz sucesso no Reino Unido, é um exemplo de produto com atributos de acessibilidade, mas divulgado à moda dos produtos de massa e vendido a um preço competitivo. Acredito que a partir de uma visão clara e sucinta sobre a natureza do produto, enxergando-a do início ao fim, é sempre possível solucionar conflitos em design. Como convencer as empresas de que essa abordagem, que implica aumentos de tempo e de custos de desenvolvimento, é vantajosa? O design inclusivo não é necessariamente mais caro ou mais lento. É sobre a tomada de decisões mais informadas através do melhor uso dos recursos disponíveis. Além disso, a consideração exclusiva do tempo e orçamento necessários para lançar um produto é uma medida pobre de sucesso. Devoluções de produtos e reparos de problemas encontrados após o lançamento costumam sair extremamente caro. Temos

Design inclusivo é a tomada de decisões mais informadas. Em geral, custos com reparos poderiam ter sido evitados na origem, por meio de uma melhor concepção registros de muitos cases de mercado cujos custos pós-lançamento poderiam ter sido facilmente evitados desde o início caso tivessem uma melhor concepção. Como diz o velho ditado, é sempre melhor prevenir do que remediar. Quais os erros mais comuns cometidos pelas empresas em seus projetos de design inclusivo? O design inclusivo é uma jornada para indivíduos e organizações. Infelizmente, em geral apenas um ou outro funcionário recebe esse treinamento nas empresas. Quando esses profissionais saem das companhias, tudo volta à estaca zero.

Nestlé abraça o packaging inclusivo Considerada uma das empresas mais cuidadosas e inovadoras no campo do packaging, a Nestlé anunciou em janeiro que, nos próximos anos, seus projetos de embalagem em todo o mundo serão cada vez mais orientados pelo design inclusivo. “Isso significa centrar o desenvolvimento nas necessidades do consumidor e criar produtos e invólucros que sejam fáceis de usar, não importando idade ou limitações físicas”, declarou Anne Roulin, diretora global de Embalagem e Design da gigante suíça da área de alimentos e bebidas. Na realidade, a Nestlé não é neófita no campo do design inclusivo. Desde 2009 a empresa tem um acordo para utilizar metodologias criadas pelo Centro de Engenharia de Design da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, em projetos de design e redesign de embalagens. Um resultado é o pote do café solúvel Nescafé Gold disponível no mercado europeu. O reci-

Nescafé Gold: pote ficou mais ergonômico e mais fácil de abrir e resselar

28 | Fevereiro 2012

Com apoio de luvas especiais, pesquisador da Nestlé australiana estuda efeitos da artrite

piente ganhou formato mais sinuoso, tampa com rosca abreviada (“click-and-lock”) e um selo de vedação interna de fácil remoção. Nos Estados Unidos, a garrafa da linha de bebidas funcionais Boost também passou por ajustes inclusivos. Ganhou shape mais ergonômico e tampa de rosca de diâmetro maior, que requer menos força para a abertura. Graças a atributos de barreira incorporados na nova tampa, foi possível eliminar o uso de selo de vedação no gargalo do recipiente, descomplicando o procedimento de consumo para quem tem comprometimentos de

destreza, como muitos idosos (o público-alvo das bebidas da marca, aliás, são os americanos com mais de 50 anos de idade). Novos resultados poderão ser vistos em breve na Austrália. Naquele país, a Nestlé tem utilizado luvas especiais, desenvolvidas pelo instituto americano Georgia Tech, para estudar as dificuldades dos portadores de artrite. Estima-se que quase 4 milhões de australianos tenham a doença, índice que deverá alcançar 7 milhões de indivíduos em 2050. O objetivo é utilizar resultados das pesquisas na reformulação de embalagens de best-sellers na terra dos cangurus. “Iniciativas parecidas chegarão ao Brasil, porque o design inclusivo foi guindado a diretriz global”, antecipa Eduardo Yugue, gerente de embalagem da Nestlé local. “Receberemos orientações para utilizar o conceito da melhor maneira possível.”

Com nova garrafa (à dir.), Boost ficou mais amigável ao seu alvo, os idosos


Inscrições A partir do dia 5 de março

Anote na agenda Vem aí sexta edição da mais inovadora premiação do setor de embalagens Cerimônia de entrega dos troféus 13 de novembro de 2012 Informações: 11 5181.6533

www.grandescases.com.br

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patrocínio prata

organização

divulgação


tintas imobiliárias

Um novo galão Balde plástico retangular de 3,6 litros é introduzido no mercado de tintas imobiliárias

Hidracor e Fortex, do Ceará, são as primeiras adeptas da nova embalagem

Já presentes no mercado de tintas imobiliárias de grandes volumes, como 12 e 18 litros, os baldes plásticos retangulares estão agora disponíveis também em volume menor, o tradicional galão (3,6 litros). Apresentado ao mercado pela Bomix na Abrafati – Exposição Internacional de Fornecedores para Tintas, realizada no final de novembro do ano passado, o recipiente, feito de polipropileno (PP), dotado de desenho cônico e com alça, ganha seus primeiros usuários. Confirmando o bom momento da economia nordestina, as duas primeiras fabricantes de tintas a adotar a nova embalagem são do Ceará, maior pólo fabril de tintas da região: o galão de plástico estreia com as tintas da Fortex e da Hidracor. A embalagem é decorada por meio de in-mold label – técnica de aplicar rótulos de filme plástico

30 | Fevereiro 2012

por calor, durante a fase de moldagem do recipiente. Com qualidade fotográfica de alta resolução, os rótulos dos galões são também produzidos em PP, o que facilita o processo de reciclagem. Uma grande inovação para esse modelo é o uso de rótulo na tampa da embalagem, o que amplia a exposição da marca e do produto ao consumidor. Segundo o gerente de marketing da Bomix, Sergio Weiss, a família de baldes retangulares pode ser utilizada em qualquer mercado: químico, tintas, alimentício ou industrial. “Mas o foco dos galões retangulares são os produtores de tintas”, afirma o profissional. “O apelo para os nossos clientes é a percepção de extensão de linha para aqueles que já usam o modelo retangular de 18 litros da Bomix e a introdução da novidade ao portfólio.” “Vimos nesse mercado de baldes retangulares


fotos: ca rlos

curado

uma grande oportunidade, por isso resolvemos apostar nessa nova embalagem de 3,6 litros”, afirma Daniel Mota, diretor industrial da Fortex. “Além de o galão retangular ocupar menos espaço na nossa linha de produção, estoque acabado e transporte, o nosso cliente também ganha espaço na ocupação nas lojas”, ele argumenta. “Outra vantagem é que as tampas são padronizadas com nossa marca.” Sergio Weiss, da Bomix, enumera outras vantagens do balde plástico: “ganho em transporte e estocagem, graças ao formato cônico, o que facilita o empilhamento quando vazio (efeito luneta, ou telescópio); menor perda, pois os baldes plásticos não amassam e são resistentes a quedas; lacre que impede adulteração do produto; facilidade de abertura, sem necessidade do uso de ferramentas, e de retampamento; facilidade de verter e aproveitar toda a tinta, pois não há anel interno; e não enferruja”. Para completar, segundo o gerente de marketing, “as dimensões da embalagem permitem o uso total da superfície dos paletes do padrão brasileiro (PBR), de 1 metro por 1,20 metro, sem perdas logísticas”.

Lata com textura já tem usuário Já estão no mercado as primeiras embalagens em aço com texturas desenvolvidas pela Litografia Valença. A tecnologia inédita de reprodução de texturas e efeito 3D em latas foi desenvolvida pela metalgráfica em 2010, mas só agora tem usuário (ver EmbalagemMarca nº 135, novembro de 2010). O cliente é a Coral (Akzo Nobel), e o produto, o verniz premium Sparlack Cetol. Em embalagens de um quarto (900 mililitros) e galão, as latas ganharam textura que, aplicada em determinadas regiões, reproduz os veios da madeira.

Cetol: veios de madeira simulados na embalagem

Bomix (11) 4523-0100 www.bomix.com.br Litografia Valença (21) 2599-2000 www.lvalenca.com.br


internacional

De janelas abertas Fornecedoras estrangeiras querem difundir um conceito novo: embalagens cartonadas assépticas dotadas de áreas transparentes

Em cartonadas da Elopak adotadas por linha de sucos, janelas laterais indicam a quantidade de produto restante

Trabalhada em embalagens, a transparência costuma ser um recurso valorizado pelo consumidor, sobretudo em apresentações de produtos naturais ou que apelam ao bem-estar. Agora, graças a tecnologias desenvolvidas no exterior, esse atributo passa a poder ser incorporado em embalagens tradicionalmente feitas de materiais 100% opacos: as cartonadas assépticas. A novidade é anunciada por duas empresas internacionais, a norueguesa Elopak e a americana Evergreen Packaging. Ambas começaram a divulgar a viabilidade de caixinhas longa vida dotadas de pequenas “janelas” – áreas vazadas e vedadas por filmes plásticos transparentes.

32 | Fevereiro 2011

Os filmes são aplicados pelo lado interno das folhas laminadas que constituem as embalagens, numa etapa adicional entre a impressão e o habitual processo de corte e vinco gerador das luvas (peças intermediárias, com base e topo abertos) que abastecem as máquinas de envasamento das empresas. Os filmes têm dupla camada, combinando PET – que fica em contato com o produto envasado – e polietileno de baixa densidade (PEBD) – mesmo material da face interna da folha laminada (composta ainda por alumínio e papel cartão). Um processo de selagem a quente promove a adesão entre essas duas camadas feitas da mesma resina plástica.

O uso pioneiro de cartonadas assépticas da Elopak dotadas de janelas aconteceu na Inglaterra, na linha de sucos Five-a-day Not From Concentrate, lançada em 2011 pela rede de supermercados Sainsbury. As caixinhas, de 1 litro, apresentam numa face lateral quatro círculos transparentes, cada um com 23 milímetros de diâmetro. A ideia é permitir que o consumidor veja o nível do conteúdo e que possa regular doses de 200 mililitros da bebida, estimulando-o a seguir uma recomendação do governo inglês: a ingestão de frutas ou vegetais cinco vezes ao dia. O projeto faturou um dos troféus da edição de 2011 do UK Packaging Awards, considerado o principal prêmio de embalagens da terra da rainha.


Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, a Evergreen Packaging utilizou a feira Pack Expo Las Vegas, ocorrida em setembro último, como plataforma de lançamento de sua tecnologia Fresh-Look para a produção de caixinhas com janela. A fornecedora destacou a possibilidade de personalização das janelas – dando-lhes, por exemplo, formatos capazes de se integrar ao design gráfico aplicado nas embalagens. “Combinadas com impressão de alta qualidade, as áreas transparentes propiciam aos clientes comunicações de marca de grande apelo”, diz Erin Reynolds, gerente de marketing da Evergreen.

Ante as novidades, uma pergunta é inevitável. A adição dessas janelas não pode comprometer as propriedades de barreira das embalagens? Ingrid Thorsen, gerente de comunicação e marketing da Elopak, garante que não. “A adesão do filme plástico transparente às caixinhas é perfeita, assegurando impermeabilidade ao oxigênio”, diz. Segundo a profissional, também

Evergreen sugere a harmonização das janelas (áreas amarelas na foto) com o design gráfico

Elopak +47 31 27 10 00 www.elopak.com Evergreen Packaging +1 (319) 399-3200 www.evergreenpackaging.com

não há motivo para apreensão com possíveis efeitos degradantes da luz que passa através das áreas transparentes. “Fizemos testes com sucos envasados e expostos à luz fluorescente por cerca de um ano. Após essa exposição, a degradação do produto foi mínima, e o gosto ficou praticamente inalterado”, relata Ingrid. Tanto a Elopak quanto a Evergreen afirmam ser possível não apenas envasar sucos e néctares nas novas caixinhas, mas também bebidas lácteas, mais delicadasem termos de perecibilidade. Por ora, as caixinhas com janelas estão somente ao alcance de indústrias americanas e europeias. Consultada pela reportagem sobre a possibilidade de atendimento a clientes brasileiros, a Elopak diz estudar incursões pela América do Sul. Para a Evergreen, o caminho seria teoricamente mais fácil. Ela integra o grupo neozelandês Rank, do qual também faz parte a SIG Combibloc – fornecedora de sistemas longa vida já instalada no País. A empresa, contudo, preferiu não se pronunciar a respeito.


prêmio

Premiados entre os premiados iF Design Awards é concedido a 53 embalagens, com distinção para cinco projetos por Marcos Palhares*

Mu-Mu, da Vonpar Alimentos, não levou o ouro, mas foi a única brasileira entre 53 embalagens laureadas no iF Awards

Tradicional chancela para indicar itens com bom design, o iF Design Awards há alguns anos procura ampliar sua atuação e expandir suas fronteiras. Hoje, a empresa que organiza o evento (International Forum Design, com sede na Alemanha) premia, além de produtos, ações de design em comunicação, materiais e embalagens, e vem buscando atrair cada vez mais inscrições de fora da Europa. A cerimônia de divulgação dos premiados, realizada no suntuoso prédio do BMW Welt, em Munique (Alemanha) no dia 10 de fevereiro último, juntou pela primeira vez os vencedores de todos os módulos do iF Design Awards, escolhidos entre os 4 322 concorrentes, vindos de 48 países diferentes. Na ocasião foram revelados os cem ganhadores do Gold Award (aqueles que, na opinião dos jurados, mereceram distinção em relação aos demais 1 118 vencedores nos quatro módulos). Das 53 embalagens laureadas (uma delas brasileira – Leites Mu-Mu, da Vonpar Alimentos, com design da agência gaúcha Bendito Design), cinco receberam o Gold Award, e são mostradas por EmbalagemMarca, único veículo de comunicação brasileiro presente à cerimônia.

Produto: E.C.O (Eco package/Cost savings/Operating system) Categoria: Embalagens de varejo Cliente: Seoul Commtech Co. (Coreia do Sul) Design: Seoul Commtech Co. (Coreia do Sul) Opinião do júri: “Essa embalagem usa uma caixa standard que pode ser ajustada para diversos modelos, sendo classificada com o uso de autoadesivos. Uma ótima implantação de uma ideia muito simples, com design gráfico simplificado. Além de tudo, é ambientalmente amigável.”

Produto: Diving watch (relógio vendido submerso em água) Categoria: Embalagens de varejo Cliente: Festina Uhren GmbH (Alemanha) Design: Scholz & Friends (Alemanha) Opinião do júri: “Produto moderno para fãs de esportes radicais, acondicionado numa embalagem extremamente moderna. Ela comunica de forma precisa o significado e as características de um relógio para mergulho, com visual esportivo e elegante.”

34 | Fevereiro 2012


Produto: Nestlé gift 2010 | Nestlé corporate gift 2010 Categoria: Caixa de presente / edição limitada / embalagem promocional

Nachtmann Glas (Alemanha): sinos e copacking dos sinos Schelling SA (Suíça): embalagens dos sinos e embalagens de transporte

Cliente: Nestlé Suisse SA (Suíça)

Design: Nestec SA (Suíça) – Wiebke Steffen, diretor de arte Atelier oï (Suíça) – design do produto / caixa dos sinos Ueli Hofer (Suíça) – silhueta

Fornecedores: Sonderegger AG (Suíça): corte a laser da caixa dos bombons ModelPrimePac (Suíça): caixa dos bombons

Opinião do júri: “Essa embalagem se destaca por sua atenção aos detalhes, assim como pela aplicação da marca, muito sutil e estética.”

Produto: Elastine (jogo de frascos para xampu) Categoria: Estudos avançados Cliente: LUNAR Design Inc. (Estados Unidos) Design: LUNAR Design Inc. (Estados Unidos) Opinião do júri: “Uma embalagem muito minimalista, maravilhosamente desenhada, que venceu por sua simplicidade.”

iF Packaging Design Award 2012 Produto: Bobble jug (filtro de mesa para água) Categoria: Embalagens de varejo Cliente: Move Collective LLC (Estados Unidos) Design: Safari Sundays (Estados Unidos) Opinião do júri: “Esse filtro único consegue se destacar com sua embalagem ousada. Menos embalagem, às vezes, é mais, e esse certamente é o caso aqui, onde a cor do filtro pode ser vista por uma fresta na caixa. Um destaque dessa embalagem é a maneira como ela evidencia tanto cor como forma do produto nela contido.”

• 9 categorias

Embalagens de varejo Caixas de presente / edições limitadas / embalagens promocionais Displays Embalagens de transporte Grafismos Materiais Forma Processo Estudos avançados

• 248 inscritos • 53 vencedores iF Design Awards • 5 vencedores iF Gold Awards

* Marcos Palhares viajou a convite do iF Design Fevereiro 2012 |

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br

Promocionais

Cerveja para poucos No final de 2011, a Ambev enviou a alguns de seus parceiros e colaboradores dois kits especiais da cerveja Budweiser. O primeiro é uma maleta personalizada composta por quatro garrafas de alumínio e um jogo de pôquer da marca com fichas, baralhos e dados personalizados. O outro kit é composto por cinco DVD’s de artistas que a marca trouxe para o Brasil no ano passado. Os estojos são produzidos em fibra de madeira (MDF) coberta com papel cartão laminado fosco.

36 | Fevereiro 2012

Criação

Do Brasil Projetos e Eventos (11) 2769-9332 www.dobrasileventos.com.br Desenvolvimento e execução

Embox (35) 3261-3786 www.embox.com.br



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

4 1

tampa

Aptar F+B (11) 4196-7500 www.aptar.com

cartuchos

Pancrom (11) 3340-6900 www.pancrom.com.br

Águas

Cervejas

Cosméticos

Nova flip-top

Brilho próprio

brasilidade em pet

1

A Bioleve começou a utilizar um novo fechamento na garrafa de PET de sua água mineral Bio Kids, voltada ao público infantil. É a 1881 Light Original, da Aptar F+B. A ação marca a primeira adoção dessa tampa no mercado nacional, onde é oferecida desde meados de 2011.

2

Numa edição limitada, distribuída durante o festival de música Planeta Atlântida, ocorrido no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina em janeiro último, a lata da cerveja Nova Schin exibiu decoração que brilha no escuro. A tecnologia é similar à utilizada nos interruptores elétricos fluorescentes, em que o brilho resulta da absorção prévia de luminosidade ambiente.

Cafés 3

Baseados em frutos típicos do País (açaí, castanha do pará, maracujá e urucum), os hidratantes Dolce Brazilis, da paraibana Botica, chegam ao

mercado em frascos de PET de 380 mililitros. Os recipientes apresentam válvula pump e são decorados por rótulos autoadesivos.

3

2

Design

Indesign (11) 3284-0570 www.indesignsp.com.br Rótulos

Indexflex (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br

Latas

Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil

38 | Fevereiro 2012

Frascos

Spiltag (14) 3408-1100 www.spiltag.com.br

robôs nas caixas

4

A Martins Café lança uma linha de cafés especiais, disponíveis nas versões 100% arábica e com adição de especiarias. Os produtos são vendidos em cartuchos de papel cartão em que sobressaem tons pastel e desenhos de robôs estilizados, elaborados pelos designers Núbia Lima e Jonas Pacheco.



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

4

1

Design

Casa das Três (11) 4301-3013 www.casadastres.com.br

Design

Monstro Studio (11) 4485-5306 www.monstruosidades.com.br

Embalagens

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

Lata

Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil

Sucos

Leites

Cafés

Também na lata 1

Agora com tampa 2

tributo às metrópoles

Bebidas

Os sucos Fast Fruit são agora também oferecidos em latas de alumínio de 335 mililitros. Antes, a linha era encontrada somente em embalagens cartonadas assépticas. Estas permanecem no portfólio da fabricante, a Globalbev.

As embalagens cartonadas assépticas das linhas de leites Zymil, Especiais e Classic, da Parmalat, estão mais práticas. Elas passam a incorporar tampas plásticas de rosca.

3

A Sara Lee homenageia as cidades do Rio de Janeiro, com o Café Palheta, e de São Paulo, com o café Moka. As flexíveis dos produtos têm ilustrações de pontos emblemáticos das duas capitais. No Palheta, são destacados o Sambódromo, o Maracanã e os Arcos da Lapa. Por sua vez, o Moka traz estampas da avenida Paulista, do Parque do Ibirapuera e do Centro paulistano.

3 2

caixinhas

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

40 | Fevereiro 2012

Design

Benchmark Design Total (11) 3057-1222 www.bench.com.br

Embalagens

Embalagens Flexíveis Diadema (11) 4066-9000 www.efd.com.br

Mix funcional

4

Conceito importado dos Estados Unidos, o mix de água de coco com chá é a novidade da Amazon Waters. A linha Coco + Tea chega ao mercado em embalagens cartonadas assépticas de 250 mililitros e de 1 litro. Nas caixinhas, os códigos de barras receberam tratamento artístico: algumas linhas se transformam em coqueiros.


Design

Extra Comunicação (81) 3463-9094 www.extracom.com.br

5

7

Lata

Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil

tampa

CSI Closures (11) 4134-2500 www.csiclosures.com Rótulo

Dase Seal +56 (2) 544-0790 www.daseseal.com Garrafa

Graham Packaging (11) 2135-7900 www.grahampackaging.com Design

Oz Design (11) 3024-2670 www.ozdesign.com.br Ilustrações

Serge Bloch www.sergebloch.net

Cachaças

Odontológicos

Refrescos

Carnaval na latinha

Resinas caprichadas

mais uma natural 7

5

Como fez nos últimos anos, a cachaça Pitú lançou uma lata em homenagem a um bloco pernambucano para o Carnaval de 2012. Neste ano o escolhido foi a Troça Ceroula de Olinda, que completou seu cinquentenário. Um selo comemorativo é estampado na lata.

A TDV Dental, fornecedora de produtos odontológicos, passa a acondicionar suas resinas para próteses em embalagens diferenciadas para o setor. As resinas Auto e Termo agora chegam ao mercado em stand-up pouches (bolsas que ficam em pé) metalizados e com bico dosador. Os produtos para reembasamento Cold Liner Reembase, Soft Denso e Soft Provisório são apresentadas em caixas de polipropileno (PP) translúcidas. Uma cinta de papel cartão serve como lacre e traz informações sobre os produtos.

6

Caixas

Confetti (11 ) 5696-3600 www.confetti.com.br Stand-up pouches

Rangel Embalagens (11) 3346-6666 www.rangel.ind.br

Design

TWC Comunicação (47) 3422-1755 www.twccomunicacao.com.br

Depois da Limão&Nada, lançada no final de 2011, a Del Valle (Coca-Cola) agora introduz a Maracujá&Nada. Graças ao envase a quente (hot fill), a bebida, feita com suco da fruta, pode ser comercializada à temperatura ambiente sem necessidade de conservantes. A novidade chega ao mercado em garrafas de PET de 300 mililitros e de 1 litro, decoradas por rótulos termoencolhíveis.

Este espaço está reservado para a sua empresa

anuncie aqui (11) 5181-6533


Almanaque A água é de Colônia criada. Água-de-colônia deve o seu nome à cidade onde foi uma por sto compo e, perfum de Trata-se de um tipo suave de Água A . diluído etanol em s etéreo óleos de solução Johann Colônia (Eau de Cologne) foi inventada pelo italiano a, Colôni de alemã cidade na o radicad Maria Farina (à esq.), muito era cia fragrân nova A 18. século do s meado em na fresca, em comparação com os perfumes fortes usados ida conhec ficou a Colôni que aroma esse a época. Foi graças a como “Cidade da Fragrância”. Muitos copiaram a fórmul de e o nome, e como não havia a proteção de marcas “eau cia. fragrân de tipo um inar denom a passou e” cologn

A embalagem na embalagem A técnica de reproduzir a embalagem em desenhos ou fotos na própria embalagem é chamada de “efeito Droste”. Trata-se, na verdade, do nome popular para a recursividade (aquilo que se pode repetir um número indefinido de vezes). O nome foi dado porque a primeira marca a utilizar esse recurso em suas caixas foi o chocolate em pó holandês Droste, em 1904. Se a resolução do processo de impressão, a precisão do ilustrador e a visão do consumidor não forem fatores limitantes, o efeito é infinito. No Brasil, uma das embalagens mais conhecidas por usar esse recurso é o fermento em pó Royal. Veja outros exemplos em emb.bz/150droste

Primeiro tabaco, depois biscoitosgens mais procuradas

Algumas das embala por colecionadores nos Estados Unidos foram criadas no início do século passado pela a American Tobacco Company. A empresa lançou edições especiais de seus fumos mais nobres em latas de aço de duas peças. Os recipientes tinham formato arredondado com pinturas de pessoas fumando cachimbo. A identificação do fumo era feita por um desenho da embalagem original, de papel cartão, na parte de trás da lata. A fabricante do tabaco sugeria que depois de usado o seu produto, os recipientes poderiam ser reaproveitadas para guardar biscoitos. As embalagens – design estrutural e design gráfico – foram patenteadas pela American Tobacco Company em 1912. Veja mais em emb.bz/150latas

42 | Fevereiro 2012

reprodução de embalagens em embalagens coemçou na holanda (à esq.). royal é exemplo clássico no brasil

QUIZ O Saci-Pererê, personagem do folclore brasileiro imortalizado por Monteiro Lobato, virou garotopropaganda na década de 1930. Mas a estratégia não deu certo. Saiba por quê em

emb.bz/150quiz

A água-de-colônia original

Borracha protetora Desenvolvido em 1934 pelo americano Charles Goodyear (primeiro a vulcanizar a borracha), o Pliofilm (hidrocloreto de borracha) era usado no acondicionamento de produtos alimentícios. Tratava-se de uma película (filme) transparente, que garantia a conservação dos produtos. Foi muito utilizado na Segunda Guerra Mundial para proteger armas em ambientes úmidos, como no desembarque das tropas aliadas nas praias da Normandia no Dia D, situação mostrada no filme “O Resgate do Soldado Ryan” (ver EmbalagemMarca nº 56, abril de 2004 – Almanaque). Nas décadas de 1940 e 1950, a Goodyear anunciava o produto em revistas, como reproduzido abaixo. Hoje, a companhia saiu do negócio e se concentra nas áreas química e de pneus.




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