EmbalagemMarca 151

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Ano XIV • Nº 151 • Março 2012 • R$ 15,00

decoração

os benefícios prometidos pela produção de rótulos a partir de autoadesivos com suporte plástico (e não de papel)

a patroa pede socorro escassez de empregadas domésticas, gerada pelo avanço da economia, é um estímulo a mais para aprimorar a apresentação de produtos de limpeza

pet food

projeto integrado proporciona a introdução de um formato inédito de embalagem flexível no mercado de rações para cães

entrevista os planos e desafios da coca-cola brasil nas palavras de seu gerente de embalagens, paulo villas



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Novas oportunidades para o setor de embalagem Nesta edição,

mais uma vez abordando em primeira mão possíveis inclinações de comportamento dos consumidores, EmbalagemMarca oferece a seus leitores uma visão de tendência macroeconômica com reflexos no campo da embalagem. É uma análise, pelo prisma do setor, do fato de que a melhora da condição econômica da população brasileira registrada em anos recentes, com a elevação de amplas faixas na escala social, tem como uma de suas consequências a escassez de trabalhadores domésticos. O problema abre oportunidades na área de embalagens. Hoje, a renda de famílias das classes B e principalmente C não oferece folga para pagar serviçais, que subiram dos níveis D e E. Diaristas já não aceitam ralar o dia inteiro para ganhar caraminguás. Babás impõem limites: cuidam dos bebês, mas não limpam a casa, não lavam nem passam roupa, não cozinham. Faxineiras e faxineiros estão cursando o colegial, a universidade, as especializações, qualificando-se para serviços mais leves, mais nobres e mais bem remunerados. Todos esses são fatos que já se tornaram quase corriqueiros na cobertura da imprensa de assuntos gerais. Mas quais as implicações sobre o universo da embalagem no Brasil? Como aponta a reportagem de capa, de autoria de Guilherme Kamio, sobre o tema, com foco eletivo em produtos de limpeza do lar, a influência do novo tipo de comportamento de quem ascendeu na escala social não é imediata na indústria. Ela se dá gradativamente, à medida que as necessidades surgidas nos domicílios desfalcados de prestadores de serviços domésticos vão

se tornando evidentes, até se transformarem em aspirações por produtos mais práticos. Vejam-se, para citar apenas dois exemplos, as pastilhas autocolantes para desinfecção e aromatização de vasos sanitários e os tabletes de dosagem de detergente para máquinas de lavar louça. Seu uso está cada vez mais nas mãos das donas de casa e de seus maridos, já que a (ex-) empregada, depois de galgar degraus na escala social, não faz mais o que fazia e não tem quem o faça para si. O que a reportagem quer mostrar é que, nessa tendência, está se abrindo um campo de oportunidades para a inovação, para a criação de novos produtos, para o design funcional – enfim, para a criatividade nos negócios. A propósito, é esse o tema central de mais um fórum internacional que o Ciclo de Conhecimento realizará dia 27 de junho próximo, em São Paulo. Como nos eventos anteriores ocorridos nesse âmbito, o fórum fará uma abordagem diferenciada do habitual, no caso, sobre a importância do design e de outros instrumentos efetivamente inovadores como alavancas de competitividade e de fortalecimento dos negócios. Em outras palavras, trata-se de assunto em que é crescente a necessidade de a cadeia de valor de embalagem no Brasil discutir, estudar – e agir. Convém não perder. Até abril.

WIlson palhares

“A escassez de trabalhadores domésticos abre espaço para a inovação, para novos produtos, para o design funcional – enfim, para a criatividade nos negócios. Cresce a necessidade de a cadeia da embalagem discutir e estudar o assunto– e agir” Março 2012 |

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Edição 151 • Março 2012

Sumário 3 Editorial Como um movimento socioeconômico pode influenciar a área de embalagens e orientar a inovação

14 Reportagem de capa uma tarefa para a patroa

6 Painel Consultor inglês traça perspectivas para o mercado de embalagens no Brasil e no mundo • Tetra Pak investe em ampliação de fábrica no Paraná • Abre lança nova identidade visual • EUA começam a testar nova rotulagem ecológica

12 Em Foco Consumidores apontam sua embalagem preferida entre três diferentes modelos adotados por uma mesma marca de atomatado

Crescimento da economia brasileira gera escassez cada vez maior de empregadas domésticas nas metrópoles. Isso é bom para o País – e já representa uma oportunidade para a criação de embalagens mais funcionais pelo mercado de materiais de limpeza

20 Cervejas Grupo Petrópolis lança cerveja light em garrafa long neck e lata com atributos inéditos no mercado nacional

24 Hortifrutigranjeiros Agroempresa cria marca e adota embalagens práticas e didáticas para batatas in natura 28 Rótulos Setor de autoadesivos reforça a promoção de

POR GUILHERME KAMIO

materiais com liner de filme plástico para a confecção de rótulos

34 Rótulos Empresa espanhola oferece, para bebidas, rótulo com características de um autoadesivo, porém aplicado com cola fria 36 Entrevista Paulo Villas, gerente de embalagens da

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Coca-Cola Brasil, fala das estratégias, das oportunidades e dos desafios que a empresa tem no País para o acondicionamento de suas bebidas

42 Rações Com apoio da Dixie Toga, Royal Canin introduz no mercado um formato inédito de embalagem de ração

44 Artigo Apresentar produtos em embalagens criativas e inusitadas para suas categorias pode ajudar a vender mais.

POR LYNN DORNBLASER

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46 Display Ypióca troca a matéria-prima da garrafa de sua versão “pocket” • Com long necks e rótulos diferenciados, empresa de água mineral ingressa em cervejas • Frasco mais ergonômico sobressai em redesign de adoçante • Perfumes clássicos de O Boticário ganham nova apresentação 50 Almanaque Nos anos 80, Dr. Pepper e Coca-Cola tinham

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latas resseláveis • Remédio para crianças em embalagens “lúdicas” • Puro malte escocês em garrafas triangulares • Afinal, vidro é sólido ou líquido?

Empresas que anunciam nesta edição Bosch Packaging.......................... 7 Aptar B&H Embalagens...............9 Braskem.............................. 2ª capa Center Fix.....................................43 Ciclo de Conhecimento........... 41 Cognex.......................................... 13 Colacril..........................................29 Congraf.........................................23

Designful....................................... 19 Giro News.....................................47 Grandes Cases.................. 26 e 27 Grif.................................................... 5 Husky...................................4ª capa Ibema............................................. 51 Indexflex........................................35 Krones...........................................39

Markem-Imaje..............................11 Moltec.......................................... 49 Müller-Martini.............................. 31 PE Latina.......................................45 PH Fit.............................................25 Piloto..............................................33 Prakolar......................................... 21 Simbios-Pack.............................. 49

Errata Cartuchos Beauty Candy O fornecedor dos cartuchos das balas Beauty Candy, da Beauty’in, é a Gráfica Rosset, ao contrário do que foi publicado na edição 150 (“Mais fáceis e mais visíveis”, página 14). Gráfica Rosset: (11) 3732-4444 • www.graficarosset.com.br

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Marcelo Marcondes | marcelo@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca. com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@ embalagemmarca.com.br • Assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | arte1@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com. br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Estagiária de eventos: Nathaly Cabral | eventos@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br © Ilustração de capa: Alan Campos | alanscampos@gmail.com

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

MERCADO | ENTREVISTA

Evolução comentada Os próximos cinco anos serão prósperos para a indústria mundial de embalagens, cujo faturamento saltará de 670 bilhões de dólares para 820 bilhões de dólares em 2016. A previsão é de um estudo recém-publicado pela consultoria Pira International, intitulado The Future of Global Packaging Market and Technology Forecasts to 2016 (“O

© Tetra Pak

Urbanização e avanço de países emergentes puxarão demanda por embalagens

6 | Março 2012

O que poderemos presenciar de mais importante em termos de tecnologias de embalagem até 2016? Muitas novidades serão impulsionadas pela preocupação com sustentabilidade – aí embutido, é claro, um olho na redução de custos. Aliviamentos de peso de recipientes prosseguirão em todas as frentes,

embora ironicamente brasileiro de cuidados pessoais. contrabalançadas, como As vendas de cosméticos conjá disse, pelo maior uso tinuarão crescendo e o mercade embalagens menodo irá se sofisticar. Logo, uma res. O clamor ambienmaior necessidade de embalatal irá favorecer o uso gens diferenciadas, inovadoras, de materiais recicláveis será inevitável nessa área. O e de bioplásticos, que desenvolvimento da economia inapelavelmente terão brasileira também abrirá mais destaque nos próximos oportunidades para embalaEmbalagens de bioplástico, anos. Materiais celulógens funcionais, como aquelas como a da margarina Cyclus, continuarão em voga sicos, percebidos como que facilitam o preparo de aliecológicos, poderão se beneficiar. Em outra mentos ou que conservam apropriadamente frente, existem grandes expectativas para refeições prontas. um maior uso da eletrônica em embalagens. Vendas de cosméticos continuarão LEDs, chips e outros dispositivos ficarão mais crescendo, abrindo oportunidades para embalagens mais arrojadas acessíveis. divulgaçã o

Em termos de movimentos econômicos, sociais e culturais, quais serão os principais impulsionadores do crescimento do mercado mundial de embalagens nos próximos cinco anos? O avanço dos países emergentes será crucial. A distribuição de renda continuará a melhorar e o padrão de vida de seus habitantes irá evoluir. Aprimoramentos das cadeias de abastecimento e a urbanização levarão produtos industrializados a mais pessoas. Nas economias desenvolvidas, o envelhecimento da população e a maior preocupação com saúde e bemestar aquecerão a procura por produtos mais sofisticados, com embalagens idem. E os lares ocupados por menos pessoas e o estilo de vida cada vez mais agitado irão favorecer porções menores, que proporcionalmente demandam mais material para acondicionamento.

Futuro do Mercado Global de Embalagens e Projeções Tecnológicas para 2016”, em tradução livre para o português). EmbalagemMarca conversou com o inglês Stephen Harrod, um dos autores do trabalho, sobre perspectivas de alcance abrangente e específicas para o Brasil no campo do acondicionamento de produtos.

Como a indústria brasileira de embalagens deverá se desempenhar nos próximos cinco anos? A demanda por embalagens tem crescido de forma consistente no Brasil. De 2006 a 2010 o consumo de embalagens no País evoluiu a uma taxa média anual superior a 10%. A expectativa é de que esse ritmo de alguma forma decline um pouco em curto e médio prazo, com taxa anual de crescimento ao redor de 4% a 5% entre 2011 e 2016. O senhor antevê oportunidades específicas para o mercado brasileiro em termos de embalagem? Não é novidade a efervescência do mercado



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Expansão estratégica A Tetra Pak anunciou investimentos de 150 milhões de reais na ampliação de sua fábrica situada em Ponta Grossa (PR). O projeto de expansão será iniciado em abril deste ano e contemplará nova área de produção e nova área de armazenagem. A unidade receberá novos equipamentos de impressão, laminação, corte e expedição de embalagens, que devem entrar em operação a partir de julho

de 2013. Com isso, sua capacidade de produção saltará de 6,8 bilhões de embalagens por ano para 11,5 bilhões. Serão gerados 150 novos empregos. Numa segunda fase, com conclusão prevista para 2015, o output da planta alcançará 14 bilhões de embalagens/ano. “Agregaremos ainda mais valor para a fábrica, que já é uma das mais modernas e eficazes do mundo”,

branding

Abre ganha nova imagem A Associação Brasileira de Embalagem (Abre) revelou no fim de fevereiro sua nova identidade visual, resultado de um programa de gestão de marca iniciado no final de 2010. O destaque fica com o novo logotipo adotado pela entidade, em que as iniciais de seu acrograma são dispostas com efeito tridimensional, simulando um recipiente. O projeto gráfico é assinado pela agência Pande*Haus BrandInnovation.

8 | Março 2012

afirma o presidente da Tetra Pak no Brasil, Paulo Nigro. Segundo o executivo, a expansão é estratégica. “Temos um enorme potencial de crescimento em diversos segmentos, especialmente no mercado de bebidas”, afirma. Além da fábrica de Ponta Grossa, aberta em 1999, a multinacional sueca possui outra planta industrial no País, em Monte Mor (SP), inaugurada em 1978.

EVENTO

Brasil terá encontro sobre PET Nos dias 11 e 12 de junho, em São Paulo, a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) promoverá a I Conferência Internacional da Indústria do PET. Pela primeira vez, um evento do setor apresentará ao mercado sul-americano informações completas sobre a cadeia produtiva do material. O evento terá como destaques o Polyester Recycling Forum (PRF) e o PETtalk. Neste, palestrantes nacionais e internacionais mostrarão novidades tecnológicas para a indústria de embalagens de PET, incluindo a produção da resina, injeção de preformas, sopro das garrafas e reciclagem, entre outros tópicos. Mais informações: www.abipet.org.br.


LITERATURA

Sobre tintas e acabamento Estão disponíveis dois novos guias técnicos sobre tecnologias relacionadas à produção de embalagens. Conheça-os: Migração em pauta Por que usar tintas, vernizes e consumíveis com baixa migração? Quais são esses produtos? Qual tinta de baixa migração devo usar? Essas são algumas das questões abordadas pelo Guia de Melhores Práticas para Impressão de Embalagens com Baixa Migração, da Sun Chemical. Trata-se de material adicional ao Guia Prático de Impressão de Embalagens, editado anteriormente pela empresa. O volume procura responder dúvidas freqüentes sobre pré-impressão, estocagem e legislação, além de oferecer ajuda nas áreas de design e produção de embalagens. Informações: www.sunchemical.com.

Bê-á-bá da decoração O Plastics Decoration Guide (“Guia para Decoração de Plásticos”) é um compêndio editado pela Kurz a respeito de acabamentos de superfícies por meio de hot stamping e tecnologias relacionadas. Dedicados a todos os envolvidos e interessados em processos de decoração de embalagens e objetos plásticos, o volume explica como funcionam os sistemas de hot stamping (vertical e roll-on) e processos de gravação como in-mold e insert-molding. O manual está disponível em alemão ou em inglês. Informações: vendas@kurz.com.br.


Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

RECICLAGEM

EUA testam nova rotulagem “verde” Packaging Recovery Label System. Eis o nome do novo padrão de rotulagem que começou a ser utilizado nos Estados Unidos com vistas a melhorar a reciclagem de embalagens. Criado após três anos de pesquisas pela Sustainable Packaging Coalition (SPC), união empresarial pró-sustentabilidade liderada pela ONG GreenBlue, o sistema procura transmitir de forma mais clara instruções para a destinação correta de cada componente das embalagens (ver imagem). “Consumidores encontram um panorama confuso de mensagens sobre reciclagem e orientações frequentemente inconsistentes ou enganosas”, diz Anne Bedarf, responsável pelo projeto na SPC. “Acreditamos que a nova rotulagem criará um meio harmônico para ajudar pessoas e empresas a contribuir de forma mais eficaz com a recu-

peração de embalagens.” Pelo fato de a disponibilidade de processos de reciclagem variar bastante de município a município nos Estados Unidos, cada componente das embalagens é rotulado como amplamente reciclado, não reciclado ou de reciclagem limitada. Neste caso, o rótulo orienta o consumidor a verificar com autoridades locais a possibilidade de reciclagem – e a acessar um site (www.how2recycle.info) caso ele não saiba como fazê-lo. O novo rótulo já é aplicado pela Seventh Generation nos frascos de seus tira-manchas e de seus lava-roupas líquidos. Ainda neste ano a ConAgra Foods, a Costco Wholesale, a Microsoft e a REI passarão a utilizá-lo no mercado americano.

Seventh Generation já aplica o novo selo em embalagens de lava-roupas

como funciona o packaging recovery label system

Replace Lid

ícone da reciclagem

Informa se o componente pode ou não ser reciclado

Instruções especiais

Dá informações ao consumidor para assegurar que a reciclagem seja bem-sucedida

material da embalagem

Identifica o tipo de material que compõe a embalagem site do programa componente da embalagem

Indica a parte da embalagem a que o rótulo se refere

Fornece recursos e informações do rótulo, reciclabilidade local e reciclagem adequada

BOX

CODIFICAÇÃO

Investimento em série

SmartDate X40: 37 unidades adquiridas pela Opuspac

10 | Março 2012

Fornecedora de máquinas de pequeno porte e materiais para empacotamento, a Opuspac, de Louveira (SP), investiu quantia não revelada na aquisição de 37 codificadoras SmartDate X40, da Markem-Imaje. Os equipamentos, que operam por transferência térmica, foram acoplados a máquinas que acondicionam medicamentos fracionados para hospitais, imprimindo informações (descrição do pro-

duto, quantidade, código de barras) em filme de polipropileno biorientado (BOPP). Outras cinquenta codificadoras do mesmo modelo serão recebidas pela Opuspac até o fim deste ano. A X40 tem como trunfo um menor consumo de energia e ar comprimido, além do uso de ribbon (fita impressora) extralongo (1 100 metros de comprimento), que reduz as paradas para trocas.



EM foco O QUE VAI PELA CABEÇA DO CONSUMIDOR

Apresentação preferida Consumidores de um supermercado paulistano opinam sobre diferentes tipos de embalagem oferecidos por um atomatado Por viabilidade tecnológica e por decisão de marketing das indústrias fabricantes, atualmente é possível encontrar um mesmo produto acondicionado em diferentes tipos de embalagens. Para averiguar como o consumidor reage ante as opções disponíveis para uma categoria de produto – no caso, um molho de tomate da marca Pomarola,

da Cargill – a reportagem de EmbalagemMarca entrevistou alguns deles num supermercado de São Paulo. As opções de embalagem eram uma cartonada asséptica de 520 gramas, uma lata de aço de 340 gramas e um stand-up pouch (bolsa plástica que fica em pé), de 340 gramas. Diferentemente de algumas concorrentes, a marca não utiliza embalagens de vidro.

“Prefiro esta embalagem de plástico (stand-up pouch), porque você corta, usa e já descarta, ela é mais prática” Edna Favaro

“Eu escolheria a latinha, porque ela me dá mais confiança, assim, na parte interna. Acho mais higiênica e me passa mais confiança” Celeste Zanatta

“A de caixinha é mais fácil de guardar, tanto no armário quanto na geladeira, e também fica mais fácil de usar novamente. Esta outra (o stand-up pouch) você abriu, tem que usar inteira” Vera Campos

“Eu prefiro esta (aponta para a lata) por causa da praticidade e da rapidez; para cozinhar, e para raspar o conteúdo todo. Usaria essa, com certeza” Beatriz Barros

“A quadradinha de papel (cartonada asséptica) é mais fácil de lidar e também depois de aberta, para deixar na geladeira, é mais tranqüilo” Carlos José Lourenço

“Prefiro esta primeira (o standup pouch) porque é rápida e prática, prática, muito prática” Caterina Abbatepietro

Assista aos depoimentos na íntegra em emb.bz/151emfoco

12 | Março 2012

“Geralmente eu levo a caixinha, porque é mais prática, e é maiorzinha um pouco também. Ou não!? Esta não me é muito simpática (aponta para o SUP). Porque ela é mais incômoda, né!? Já me escorregou da mão, fiz uma sujeirada na cozinha” Josefina Zorzan



reportagem de capa

Sem Marinete, a vida complicou

© Ilustrações: Alan Campos | alanscampos@gmail.com

Fui!

após retomar os estudos e concluir o colegial, marinete conseguiu emprego como vendedora em um shopping. terminava ali uma história de dez anos trabalhando na casa de dona fernanda, por um salário baixo e sem jornada fixa. Por Guilherme Kamio • Ilustrações: Alan Campos


fernanda não perde tempo. folheia os classificados e liga para amigas atrás de uma nova ajudante do lar. a procura é inútil...

Nada?

sem saída, a patroa decide encarar a limpeza da casa. “como é que a marinete usava estas coisas? ninguém merece!”, indaga-se.

fernanda corre ao supermercado, esperançosa em encontrar produtos de limpeza versáteis e mais fáceis de usar...

Março 2012 |

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enquanto isso… A história

em quadrinhos que introduz esta reportagem retrata uma situação que se tornou corriqueira nas principais metrópoles brasileiras. Donas de casa deixadas por suas empregadas domésticas têm sofrido para encontrar substitutas – algo impensável num passado não tão distante, quando choveriam pretendentes aos postos vagos. Em São Paulo, por exemplo, o número de ajudantes do lar caiu 14% entre 2006 e 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Muitos patrões e patroas já não conseguem repor a perda. Ficam órfãos. E não lhes tem restado saída a não ser arregaçar as mangas e encarar, muitas vezes com pouca ou nenhuma noção, tarefas até então reservadas à criadagem. O quadro é sintomático da melhora da economia nos últimos dez anos. O boom do Nordeste diminuiu o afluxo de moças que imigravam para trabalhar em casas do Sudeste. Estimuladas pelo mercado de trabalho aquecido, faxineiras, cozinheiras, babás e afins têm investido em estudos e migrado para ocupações mais valorizadas. Graças a esses fatores, o Brasil vem se aproximando da realidade dos países desenvolvidos, onde a maioria dos moradores cuida de suas casas e a doméstica é um luxo para poucos. “Nos próximos anos, essa personagem, que já foi onipresente nas casas de maior renda, vai simplesmente deixar de existir no Brasil, ao menos da forma como a conhecemos”, afirma

um artigo publicado recentemente pela revista Época. Obviamente, a extinção dessa figura tão tradicional na paisagem do País não acontecerá de um dia para outro. Mas a oportunidade que desde já se apresenta para as empresas é a oferta de produtos – e embalagens – sintonizados com a tendência. Isso vale especialmente para os fabricantes de materiais de limpeza. Ocorre que, se já se habituou a não depender de empregadas para se alimentar ou para deixar os filhos sob cuidado alheio, o brasileiro sem tempo, ânimo ou prática provavelmente não faz ideia de alternativas para a higiene do lar (como os serviços profissionais, comuns em outros países). O supermercado e as gôndolas de limpeza, com efeito, tendem a representar a primeira instância de socorro para esse consumidor. Conforme constata a designer Gabriela Tischer, diretora da agência Spice Design, o crescente envolvimento dos donos com as tarefas do lar é um ensejo para a criação de apresentações mais alegres, que fujam às feições técnicas e sisudas das embalagens tipicamente associadas a materiais de limpeza. “A consumidora cada vez mais compra não só o que lhe parece bom, eficaz”, diz a profissional, “mas que seja também bonito e combine com seus gostos e seu estilo de vida”. Segundo Gabriela, um detergente para louças, por exemplo, “pode ter a fragrância de um sabonete líquido, não prejudicar as mãos e ainda ficar bonito em cima da pia”, sugere,

method, dos eua, é referência em inovação e quebra de paradigmas no mercado de materiais de limpeza

Linha de limpadores uau perfumes marcantes chegam ao mercado em , da ingleza: fórmulas com fragrâncias e cores frascos translúcidos com formato orgânico

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apontando a americana Method como empresa emérita nesse tipo de abordagem. “A pessoa se dispõe a pagar mais se perceber benefícios e valor agregado.”

Nome importante

do mercado nacional de produtos de limpeza, a Ingleza decidiu seguir tal conselho para projetar a identidade da linha Uau Perfumes de limpadores de uso geral. As fórmulas dos produtos incorporam fragrâncias intensas e têm cores chamativas, realçadas no ponto de venda através de frascos translúcidos e com formas orgânicas, produzidos pela própria fabricante. A tampa plástica é também destaque: busca remeter ao formato de um botão de rosa. Os rótulos autoadesivos, da Grafix, têm projeto gráfico requintado, de autoria da Spice Design. Embalagens igualmente diferenciadas para a categoria são utilizadas desde o final de 2010 pela linha Ecobril, da Bombril. Os 24 itens exploram um apelo claramente direcionado às donas de casa, extrapolando a eficácia preconizada pelas empregadas: sustentabilidade. Os produtos contêm ativos biodegradáveis e são vendidos em frascos da Engratech soprados parcialmente com resina PET reciclada, processada pela Clodam. É possível reabastecer os recipientes por meio de refis, confeccionados pela Canguru Embalagens na forma de standup pouches (bolsas plásticas que ficam em pé), cuja produção demanda menos


matéria-prima. “Acreditamos em embalagem e rotulagem mais próximas das dos cosméticos”, afirmou, à época do lançamento, o diretor de marketing da Bombril, Marcos Scaldelai. Trilhar esse caminho, contudo, ainda é um desafio. Veja-se a ponderação feita por Roberto Soares, gerente de marketing da Ingleza: “Comparado a outras searas, como a de cosméticos, nosso segmento tem menor valor agregado. Ainda temos um custo de moldes e escala que dificulta o desenvolvimento de produtos inovadores.” Outro limitante se refere aos gatilhos spray, cujo uso é considerado uma tendência por oferecer praticidade. “Os modelos disponíveis engessam a criação de recipientes mais ousados”, declara o diretor de uma fornecedora de embalagens que prefere não se identificar. Em que pesem esses alegados embaraços, a presidente executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), Maria Eugenia Proença Saldanha, vê o setor empenhado em inovação e nas demandas franqueadas pela míngua das empregadas domésticas. “O mercado já vem

desenvolvendo produtos mais práticos e mais fáceis de usar”, comenta a portavoz, ressaltando o avanço dos limpadores multiuso, cujas vendas entre 2006 e 2010, ela repassa, registraram crescimento de 45,3% em volume e 51,6% em faturamento. “Essa categoria já tem inúmeras versões, como três em um, quatro em um e até cinco em um, que demonstram a importância dada pelo consumidor à facilidade no momento da limpeza”, observa Maria Eugenia. Nesse filão de produtos multitarefa, um conceito inovador é o Veja Panos Umedecidos, lançado recentemente no Brasil pela Reckitt Benckiser. Com apelo três em um (limpa, perfuma e desinfeta), a novidade permite às donas de casa eliminar sujeiras do lar sem o trabalho de lavar panos. Descartável, o produto é oferecido em vinte unidades de maneira similar à de muitos lenços umedecidos: num flow pack com sistema abre-fecha baseado numa etiqueta autoadesiva resselável.*

Dentro da ideia de oferecer produtos mais práticos e amigáveis a um público em grande parcela neófito

ecobril: embalagens com apelo “verde” buscam sensibilizar donas de casa

em limpeza, didatismo é um aspecto que não pode ser ignorado. Clareza de informação é mais que recomendável num mercado com um número de marcas cada vez maior e no qual abundam extensões de linha. Nesse cenário, avalia Maria Eugenia, da Abipla, “a rotulagem é fundamental, pois tem de explicitar a finalidade e mostrar os diferenciais de cada produto”. (CONTINUA)

Carrossel polivalente Lançado recentemente nos Estados Unidos, o All-In-One Cleaning System é um conceito dos mais inovadores para facilitar a limpeza doméstica por donas de casa. A novidade consiste num aparelho nebulizador com cabo e gatilho capaz de acomodar, num carrossel, três cartuchos preenchidos com versões concentradas de produtos de limpeza da SC Johnson. O consumidor pode escolher entre cinco

soluções disponíveis (um limpa-vidros, um limpa-cozinhas, um limpa-banheiros, um limpamóveis e um limpa-carpetes) para abastecer o dispositivo. Basta, então, girar o carrossel e selecionar o produto que se deseja usar (ver imagens). Ao acionar-se o gatilho, o aparelho promove, em seu sistema de saída, a mistura do concentrado com água (que deve ser previamente adicionada pelo consumidor em um

All-In-One: novidade permite alternar entre três produtos diferentes ao se girar um carrossel

tanque do aparelho). Segundo a SC Johnson, o conceito não é apenas prático, por propiciar ao consumidor um sistema portátil polivalente. É também afinado com a sustentabilidade: cada cartucho, diz a empresa, utiliza 64% menos plástico do que um frasco convencional de 750 mililitros de soluções prontas para o uso. emb.bz/151limpeza Consumidora precisa adquirir os cartuchos com produtos e encaixá-los no carrossel do aparelho

Cartuchos dos concentrados consomem 64% menos plástico do que as versões clássicas (abaixo)

Em seguida, deve-se preencher um compartimento de água presente no dispositivo Ao se acionar o gatilho, a solução limpadora é misturada com a água na saída, logo antes da aspersão

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fotos: carlos gustavo curado

idade em veja panos umedecidos: nov lenços embalagem já utilizada por

Na Ingleza, esse desafio busca ser superado por meio de ilustrações. “Elas são cada vez mais utilizadas nas nossas embalagens para dar dicas do passo a passo de utilização dos produtos com a maior eficácia possível”, relata Roberto Soares. Quando lançou o lava-roupas Omo Líquido Concentrado no final de 2010, em frascos da Alpla, a Unilever igualmente se preocupou em inserir um modo de uso ilustrado nos rótulos do produto (fornecidos pela CCL Label). A tarefa coube à Design Absoluto. Para facilitar ainda mais a assimilação dos atributos do produto, cujo conceito rompe com o sabão em pó, consagrado no País, a fabricante também patrocinou uma campanha na internet, a “Super Nice Responde” – baseada em vídeos em que uma doméstica chama-

da Nice (interpretada pela atriz Thalita Carauta) ensina sua patroa (Marieta Severo) a usar a novidade e de quebra dá dicas para tarefas típicas da área de serviço, como lavar, passar e secar roupas. Nos Estados Unidos, a SC Johnson (Ceras Johnson) decidiu apostar numa maneira high-tech de promover essa integração entre embalagem e a internet para melhor instruir o consumidor. Para facilitar a assimilação do modo de funcionamento de um aparelho doméstico engenhoso, que limpa áreas de banho automaticamente, a empresa estampou um código do tipo QR Code na caixa de papel cartão do produto. Ao “ler” o elemento gráfico por meio de celulares com câmera e softwares decodificadores apropriados, o consumidor acessa diretamente em seu telefone, caso tenha conexão móvel à rede, um vídeo que

fala das características do utensílio e de como operá-lo. Desse modo, é possível esclarecer dúvidas diretamente no ponto de venda. Pode parecer um recurso ainda complexo demais para o mercado ou para o consumidor brasileiro, mas convém guardá-lo no bolso do colete. Afinal, fazer embalagens de produtos de limpeza “conversar” com o público tende a ser cada vez mais importante ante a carência irrefreável das empregadas. Este é um caminho sem volta – e bom para o Brasil, pois gera mão de obra mais qualificada e eleva os padrões de consumo. Só parece ruim para os acomodados, que nunca imaginaram viver sem diaristas e agregadas a um estalo de dedos. Para estes, o velho ditado de que não há crescimento sem dor jamais soou tão verdadeiro. * Procurada por meio de sua assessoria, a empresa preferiu não identificar os fornecedores da embalagem.

Alpla (11) 2104-1400 www.brasalpla.com.br Canguru Embalagens (48) 3461-9000 www.canguru.com.br CCL Label (19) 3876-9300 www.ccllabel.com.br Clodam (11) 4048-1288 www.clodam.com.br Design Absoluto (11) 3089-5500 www.designabsoluto.com.br Engratech (11) 3079-3947 www.grupoengra.com.br Grafix (31) 3212-3212 www.grafix.com.br Spice Design (11) 2977-2203 www.spicedesign.com.br

sc johnson usou qr code (detalhe) para explicar o funcionamento de aparelho de limpeza inovador

omo líquido: ilustrações didáticas no verso do rótulo explicam modo de uso do produto, uma novidade no mercado

18 | Março 2012



cervejas

Tudo light Cerveja da Petrópolis com menos calorias chega ao mercado em lata delgada inédita e em garrafa long neck mais leve (e verde)

o recipiente foi desenvolvido a partir da tecnologia Leve+Verde, que reduz seu peso em 25% em relação às garrafas convencionais.

O six-pack de papel cartão que acondiciona as garrafas seguiu o padrão das embalagens primárias. “O desejo do cliente era manter a identidade visual: as latas foram concebidas em alumínio fosco, assim como os rótulos das garrafas”, diz Paulo Vitor Oliveira, gerente da Graphic Packaging, empresa que imprimiu o material. Para conseguir o efeito metálico nas embalagens cartonadas, “as bobinas de papel cartão são laminadas com uma chapa de alumínio, que recebe um primer (verniz), possibilitando a impressão”, ele explica. “O desafio era imprimir num substrato não-absorvente, pelo processo de offset plana com tintas convencionais e verniz base água em linha, garantindo que as embalagens suportassem os processos

Tampa

Aro (11) 2412-7207 www.aro.com.br Design

DesignLuce (11) 5096-1506 www.designluce.com.br Rótulo

Gráfica Rami (11) 4589-4520 www.ramiprint.com.br Garrafa

Owens-Illinois do Brasil (11) 2542-8061 www.oidobrasil.com.br

Lata

Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br

20 | Março 2012

Novidade chega ao mercado em embalagens com produção nacional até então inédita: lata sleek de 350 mililitros e long neck do tipo shot na cor verde

foto: carlos gustavo curado

primeira cerveja de baixa caloria do Grupo Petrópolis, a Itaipava Light, 25% menos calórica do que as cervejas mainstream, chega ao mercado trazendo novidades em embalagem. Tanto a lata quanto a garrafa de vidro long neck que personificam o lançamento apresentam atributos inéditos para a categoria. É a primeira vez que uma cerveja é acondicionada numa lata de alumínio de 350 mililitros produzida no Brasil com o perfil sleek (mais espigado que o formato tradicionalmente utilizado para o mesmo volume), informa a Latapack-Ball, fabricante da embalagem. Conforme detalha Jorge Maurício Bannitz, diretor comercial da fornecedora, o recipiente tem acabamento com verniz fosco, que lhe dá a aparência de estar gelado. “É um recurso adotado também de forma pioneira no mercado brasileiro de cervejas, embora venha sendo utilizado desde o ano passado em outras categorias de bebidas”, repassa o executivo. Por sua vez, a garrafa – uma long neck de 250 mililitros, do tipo “shot” –, além de design novo, exclusivo da Itaipava (com a palavra “light” escrita em alto relevo no vidro), leva na parte superior um rótulo de gargantilha, que assim como a lata recebeu aplicação de verniz fosco. Tratase da primeira long neck de 250 mililitros produzida na cor verde no Brasil, afirma a Owens-Illinois, fabricante da embalagem. Segundo a vidraria,



Six-pack

de corte e vinco, assim como sua utilização em máquinas embaladoras de alta velocidade instaladas na Cervejaria Petrópolis”, relata Oliveira. Para as embalagens do novo produto, a DesignLuce, que atende o Grupo Petrópolis, escolheu o verde como cor predominante, com detalhes em prata. “O verde nas embalagens já é associado internacionalmente a cervejas cuja refrescância é um ponto forte, como Carlsberg, Heineken e Stella Artois, independente de o sabor ser mais intenso ou mais leve”, explica Adriano Pantani, diretor da agência de design. O objetivo do Grupo Petrópolis com o lançamento é consolidar a marca num segmento promissor dentro do setor cervejeiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, a primeira cerveja light foi lançada há quase quarenta anos, e atualmente as marcas que atuam nesse segmento são as mais vendidas no país – como Bud Light e Miller Lite.

Graphic Packaging (11) 4589-4500 www.graphicpkg.com.br Laminação do cartão

Málaga (11) 3601-4630 www.malagapm.com.br Papel cartão

Klabin (11) 4588-7227 www.klabin.com.br Tintas

PrintCor (11) 4066-3500 www.printcor.com.br Verniz

PrintVerniz (11) 4343-7992 www.printcor.com.br

Para harmonizar com os visuais das embalagens primárias, six-pack cartonada recebe laminação com chapa de alumínio

22 | Março 2012

gustavo curad foto: ca rlos

A Schincariol levou a Devassa Bem Loura para a lata sleek de 269 mililitros, a “Devassinha”. A lata nessa medida não é novidade: concorrentes como Skol, Bohemia, Stella Artois e Itaipava já oferecem essa embalagem. A diferença é que a Devassa investiu nas embalagens agrupadoras, com o objetivo de ganhar destaque nas prateleiras. Para isso, foi desenvolvido um pack com laminação holográfica que pode ser levado à geladeira. A embalagem comporta dez latas e funciona como dispenser. A embalagem agrupadora tem uma janela que mostra o fundo de uma das latinhas, para que o consumidor consiga ver o prazo de validade da bebida.

o

Agrupamento caprichado

Pack holográfico

Graphic Packaging International (11) 4589-4500 www.graphicpkg.com.br Latas

Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil



foto : car los gusta vo c urad o

hortifrutigranjeiros

Faixas de filme plástico funcionam como rótulos, trazendo dizeres e imagens sobre o preparo das variedades. Embalagens também incorporam alça

A batata correta Produto in natura recebe marca e tem o melhor uso indicado por embalagens didáticas Depois de ser “descoberta” por conquistadores espanhóis em 1570 e levada do Peru para a Europa como curiosidade botânica, a batata tornouse um ingrediente apreciadíssimo na culinária ocidental. Com o tempo, surgiram diversas formas de prepará-la – e ficou constatado que diferentes tipos do tubérculo são mais apropriados para cada uma delas. Percebendo que muitos consumidores não sabem disso, a mineira AgroBeloni criou uma marca para batatas frescas, a Super Batata, em que três variedades são acondicionadas 24 | Março 2012

em embalagens didáticas, que indicam o melhor uso para o conteúdo. Os produtos da linha são comercializados em sacos de trama de polipropileno envolvidos por uma larga faixa contínua vertical de filme do mesmo material plástico, que desempenha o papel de rótulo. Por meio de dizeres e de fotos, o adereço ressalta a finalidade mais apropriada de cada uma das três variedades disponíveis: a Super Batata Vermelha, “especial para fritar”; a Super Batata Amarela, “especial para assar, cozinhar e purês”. e a Super Batata

Baby, especialmente indicada para o preparo de conservas. As bobinas para a produção de sacos e rótulos vêm direto da Espanha. São fornecidas pela Sorma, empresa italiana cuja matriz ibérica aprovisiona também os equipamentos para a AgroBeloni. “Possuímos três máquinas que fazem todo o processo: pesagem das batatas, enchimento dos sacos, solda dos sacos e rotulagem”, explica Fernando Beloni, proprietário do agronegócio. Segundo Beloni, a ideia é diferenciar o produto no segmento de vege-


Com formato de coração, estojo de PET acomoda os tomates-cereja

tais in natura, em que praticamente inexiste o uso de rótulos sugestivos. “Como produtores, sabemos que cada tipo diferente de batata tem sua aptidão, mas o consumidor não sabe disso”, afirma o empresário. Também de forma a valorizar a percepção dos produtos pelo público, as embalagens dispõem ainda de dois furos na parte superior, que funcionam como alça, e trazem no verso dos rótulos um QR Code. Decodificado por meio de celulares ou tablets com softwares especiais, o código permite ao consumidor obter informações sobre a origem e a data de processamento do conteúdo.

À moda dos bombons Por meio do cruzamento entre sementes de diferentes tipos de tomates-cereja, a japonesa Sakata conseguiu obter uma nova espécie que batizou de Sweet Hearts, com sabor alegadamente ainda mais intenso e doce que o do tomate-cereja tradicional. Graças a uma parceria com a empresa nipônica, a mineira Trebeschi começou a cultivar essa variedade e a vendê-la numa embalagem chamativa: um estojo de PET cristal com formato de coração, que lembra uma caixa de bombons. Criado pelo escritório de design O3, o recipiente traz os tomatinhos dispostos em cinco fileiras diagonais sobre um berço de PET dourado com acabamento perolado. A decoração é feita por um rótulo autoadesivo, aplicado no exterior da tampa do estojo, e por uma luva de papel cartão que, colocada sob o berço, no interior da embalagem, faz as vezes de contrarrótulo. Procurada, a Trebeschi não quis identificar os fornecedores da solução. O3 Design (48) 3234-0458 www.o3design.com.br

Decodificado, QR Code informa dados sobre origem do produto

Sorma Ibérica S.A. +34 (9) 6142-4080 www.sormagroup.com




rótulos

Trilha sintética Fornecedores reforçam o marketing de bases autoadesivas com liner de filme plástico. Promessa é de vantagens importantes para os usuários de rótulos

Empresas de bens de consumo que utilizam rótulos autoadesivos encontram-se frente a uma nova tendência que se acentua nesse campo da decoração de embalagens: o uso de liners (suportes) feitos de filme plástico – e não de papel glassine, hoje predominantes. Qual a importância disso, ou, mais ainda, que vantagens pode trazer para a indústria usuária a troca do material onde os rótulos se apoiam provisoriamente, até a etapa de rotulagem? São diversas, segundo os fabricantes de bases para a produção dos adereços. De acordo com relatos colhidos pela reportagem, liners sintéticos são capazes de proporcionar benefícios como maior qualidade visual dos rótulos, aumento da produtividade nas linhas de rotulagem e uma operação ambientalmente mais amigável quando comparados aos liners de glassine. O ganho em imagem diz respeito à garantia de melhor dispersão do adesivo. Menos porosos do que os papéis, liners sintéticos assegurariam maior homogeneidade na aplicação do adesivo, com alto nível de “lisura”. “O resultado”, diz Fábio Braga, gerente de marketing da Braga Produtos Adesivos, “é um aspecto magnífico em frontais transparentes, elevando ao grau máximo o efeito no label look – isto é, a aparência de decoração direta, sem uso de rótulo, em superfícies transparentes.” Além da melhor integração dos rótulos às embalagens, uma vantagem associada aos suportes sintéticos é o aumento da produtividade nas linhas 28 | Março 2012

de rotulagem. Isso porque filmes plásticos teriam maior resistência à tração do que os papéis normalmente utilizados em liners. “É possível elevar as velocidades das linhas de rotulagem, o que é oportuno para grandes fluxos de produção”, explica Marcos Iório, gerente regional de produtos da Avery Dennison. Dona da famosa marca Fasson de bases autoadesivas, a empresa americana oferece no mercado nacional, há cerca de dois anos, variadas opções com suporte de filme de poliéster (PET). Outros benefícios do liner plástico, acrescenta Iório, são um ambiente de trabalho mais limpo, devido à ausência do pó proveniente do papel, e um menor risco de encanoamento no processo de rotulagem. “Além disso, liners plásticos não reagem quando expostos a ambientes muito úmidos”, assinala o executivo da Avery Dennison.

Mas talvez a característica mais marcante dos liners sintéticos, que segundo os fabricantes de bases abre a possibilidade de ganhos operacionais, financeiros e ecológicos para as empresas usuárias, seja o fato de eles poderem ser menos espessos que os de papel. Os suportes de papel glassine mais utilizados no mercado nacional têm espessura entre 45 e 55 micra (um mícron equivale a 1 milésimo de milímetro). Liners de PET, por exemplo, parecem caminhar para ter como padrão a altura de 23 micra – e reduções drásticas desse índice já foram alcançadas (ver quadro na pág. 32).

foto: divulgação Avery Dennison

Por Guilherme Kamio

Mais fino, o liner sintético permite a alocação de mais rótulos por bobina, em ganhos médios de 15% a 20%. Logo, as paradas para troca, nas linhas de rotulagem, são reduzidas. “O espaço necessário para armazenagem do material cai e o rendimento do transporte aumenta, gerando economia com frete”, acrescenta Iório. Desse modo, a redução no consumo de materiais pode ser adotada pelas indústrias como medida para a diminuição do passivo ambiental de suas atividades. “A descarga de gases de efeito estufa é menor”, pontifica Fábio Braga.

O que é liner?

Por garantir melhor dispersão do adesivo nos rótulos, liner plástico aprimora efeito no label look

Rótulos autoades ivos são basicamente co nstituídos por trê s elementos: um frontal, película plástica ou de papel que, impressa e reco rtada, acaba sendo efetivamen te percebida co mo o adereço; um adesivo, resp onsável pela fixaç ão do frontal à superfície de de stino; e, por fim , um liner (pronuncia-se “lá iner”), camada sil iconada que funciona como suporte provisó rio para frontal e adesivo até a etap a de aplicação.



foto: carlos Gustavo curado

“Menos é mais” Confiante na disposição dos fabricantes de bens de consumo em investir no “esverdeamento” de seus processos de embalagem, a Flexcoat tomou a sustentabilidade como principal argumento de venda do Labelless, nova marca de autoadesivos com liner plástico comercializada com apoio da empresa de representações Tradepack. A novidade é fruto de pesquisas que permitiram a criação de bases com componentes ultrafinos. O liner, de PET, tem 19 micra de espessura. O resultado, segundo a Flexcoat, são bases para rótulos até 45% menos espessas do que as normalmente adotadas no mercado. A entrega é feita em bobinas com 30% a mais de rótulos – e, garante a empresa, a um preço unitário aproximadamente 15% menor na comparação com uma opção convencional, dotada de liner glassine. Por causa desses prometidos ganhos, a novidade é promovida sob o slogan “Menos é mais”. Conforme explica Alberto Lopes, diretor da Tradepack, a proposta é que a tecnologia atue como catalisadora de políticas de acondicionamento ambien-

Reciclagem também entra nessa equação. Não é fácil nem usual dar nova utilidade aos liners de glassine descartados durante a rotulagem. (No País, até onde se sabe, somente a pernambucana Celulose Reciclada recicla o material – transformando-o em papel tissue para a produção de lenços, papéis-toalha, papel higiênico e afins). “Já os liners fílmicos são facilmente recicláveis e compostos por materiais muito atrativos aos recicladores”, aponta Ronaldo Baumgarten Júnior, presidente da Baumgarten, uma das maiores gráficas produtoras de rótulos autoadesivos do mercado brasileiro. Gerente geral das atividades locais da finlandesa UPM Raflatac, que também oferece no Brasil autoadesivos com base de PET, Maurício Médici diz que os end-users podem até cogitar a venda dos liners como fonte de receita adicional – algo na linha do que fazem as cervejarias com os rótulos de papel que restam na forma de resíduos após a lavagem das garrafas retornáveis. “Se houver condições, compensa. Os produtos da reciclagem de PET, como sacos, fitas de arquear e cerdas, têm alto valor”, lembra o executivo. Liners plásticos não são propriamente uma novidade. Existem desde

30 | Março 2012

Amostras do Labelless: com linha, baseada em liner de PET, Flexcoat promete vantagens operacionais e menor impacto ambiental

talmente mais amigáveis. Diz Lopes: “Queremos incentivar o uso do Labelless em soluções monomaterial, isto é, de embalagens e rótulos feitos do mesmo material plástico. Sem a necessidade de separação do rótulo da embalagem, a triagem de resíduos é acelerada, tornando o processo de reciclagem mais econômico.” Outra ideia é oferecer aos clientes do Labelless um sistema de logística reversa

dos liners e até dos cilindros de papelão em que as bobinas são entregues. “Desse modo, a indústria terá uma operação de decoração de embalagens em sintonia com a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)”, apregoa Lopes.

Flexcoat oficializa entrada no negócio de conversão. Saiba mais em: emb.bz/151liners

os anos 70 em outros países e são utilizados há pelo menos três décadas no Brasil (ver quadro). Porém, sempre tiveram participação acanhada no mercado nacional, por três motivos básicos. Primeiro, por uma falta de disposição de convertedores em fugir do padrão glassine, impulsionada por receios acerca do controle mais rigoroso exigido nos trabalhos com suportes sintéticos, especialmente do processo de meio-corte (liners plásticos avariados podem causar problemas no processo de rotulagem). Segundo, por oferta limitada, decorrente de falta de capacitação dos fabricantes de bases. Terceiro, por questões de custo. Liners plásticos sempre foram mais caros do que os de papel.

A diferença de preço vem caindo nos últimos anos, como resultado do aumento dos preços da celulose, e encurtou a partir do ano passado, devido à aplicação, pelo governo, de taxas antidumping para o glassine importado – responsável por grande parte do abastecimento do mercado local, fiado numa única produtora (a MD Papéis). Por seu turno, a oferta vem crescendo graças a aparelhamentos dos fabricantes de autoadesivos. “Embora

tenhamos o produto em linha desde 1999, este será o ano em que teremos escala e condições mais competitivas para comercializá-lo”, anuncia Fábio Braga, referindo-se ao recente investimento da Braga numa nova laminadora, dotada de tecnologia mais apropriada para a cura do silicone nos liners sintéticos. Paralelamente a aportes em capacitação, o setor de bases tem patrocinado treinamentos e workshops das gráficas clientes, para aplacar receios acerca da tecnologia. Na Baumgarten, cinco clientes, cujos nomes não são revelados, já aderiram ao liner de PET. “A expectativa é de que, até o final do ano, o uso desse material evolua dos atuais 5% para 15% de nossa produção total”, repassa Ronaldo Baumgarten Júnior. Atenta à onda dos suportes plásticos, mas decidida a trilhar um caminho diferente do das principais concorrentes, a Colacril têm priorizado a oferta de bases autoadesivas com liner de filme de polipropileno biorientado (BOPP). Nesse modelo, a empresa mantém uma parceria com a petroquímica Braskem e a fabricante de filmes Vitopel. O resultado foi o lançamento, em maio de 2011, do Green Liner, projeto de cunho sustentável que visa facilitar



a reciclagem de um novo liner, baseado em um filme cujas propriedades facilitariam a reciclagem (ver EmbalagemMarca nº 141). Segundo a Colacril, o usuário do autoadesivo pode destinar o liner de BOPP para a fabricação de um novo frontal ou até mesmo um novo liner – aplicação que está em estudo. “O plano é colocar ao alcance dos endusers o chamado berço a berço, isto é, o fechamento do ciclo de utilização do produto”, explica Patricia Lombardi, gerente de marketing da Colacril. A Colacril informa que recentemente foi concluída uma análise de ciclo de vida do liner criado pela empresa, que teria confirmado suas vantagens ambientais, principalmente no que se refere à redução de emissão de gases de efeito estufa e de resíduos sólidos, em comparação às soluções de papel glassine. O material está sendo testado por indústrias cujas identidades são mantidas em sigilo. “O projeto atende aos fundamentos da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), pois reduz o volume de resíduos e apresenta uma solução para a sua reciclagem, considerando a responsabilidade compartilhada de todos os elos da cadeia”, afirma Patrícia.

Por características da matéria-prima, liners de BOPP não costumam apresentar aliviamentos de espessura tão expressivos quanto os liners

Com nova tecnologia, liner ultrafino A Avery Dennison surpreendeu o mercado ao anunciar em outubro último, na mais recente edição da feira Labelexpo Europa, realizada em Bruxelas (Bélgica), a possibilidade de produção de liners de PET de apenas 12 micra de espessura – praticamente a metade da espessura atualmente mais utilizada para esse tipo de suporte (23 micra). O feito tornou-se possível graças a uma tecno-

logia batizada de ThinStream, desenvolvida em parceria com a fabricante suíça de máquinas Gallus. O pulo do gato é uma unidade que separa o frontal impresso do liner, recorta o rótulo através do adesivo e então junta novamente os componentes. A separação elimina o risco de avarias do liner no processo de corte, fator que pode gerar problemas

de PET. No mercado, convencionou-se o uso de suporte do material no calibre 40 micra. Conforme explica Patricia Lombardi, a preferência da Colacril pelo BOPP se deve a uma questão de custo. “A cotação do PET vem numa curva muito mais acentuada nos últimos anos”, diz a gerente de marketing. Nesse terreno, avalia Patrícia, as aplicações de direitos antidumping às importações de filme de PET (primeiro para produtos indianos e tailandeses, desde 2008, e a partir deste mês de março para aqueles dos Emirados Árabes Unidos, do México e da Turquia), que implicam recolhimento de taxa extra de até 1 000 dólares por tonelada, podem ter efeitos complicadores para a disponibilidade ou para a viabilidade da alternativa. (Existe no Brasil um único fabricante local de filmes de PET para liners, a Terphane.)

operacionais durante a rotulagem. Para realizar um corte “limpo”, a máquina incorpora um sistema de resfriamento por nitrogênio líquido, que impede a fixação do adesivo nas facas. Segundo a Avery Dennison, o liner ultrafino gera até 40% menos resíduos de liner e proporciona um ganho de 17% a mais de rótulos por bobina em relação aos materiais com liner de 23 micra.

Muito embora o peso nas planilhas não possa ser ignorado, os fornecedores de bases aconselham os fabricantes de bens de consumo a deixar de lado as puras comparações de preço para a escolha do material de seus rótulos, privilegiando análises totais de custo. Outro recado importante para os endusers: a adoção do liner sintético exige ajustes dos equipamentos de rotulagem. “São necessários controles mais rigorosos de tensão e de outros parâmetros, mas nada de outro mundo”, lembra Maurício Médici, da UPM Raflatac. Contornar esse desafio tem ficado cada vez mais fácil porque muitos end-users vêm modernizando seus parques de rotulagem. Esse é, para Patrícia Lombardi, mais um fator sorridente aos suportes sintéticos. “Máquinas mais velozes exigem liners melhores”, argumenta a executiva da Colacril.

Avery Dennison (19) 3876-7700 www.averydennison.com.br Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br Braga Produtos Adesivos (19) 3897-9720 www.braga.com.br Celulose Reciclada (81) 3542-1432 www.celulosereciclada.com.br Colacril (11) 3074-0800 www.colacril.com.br Flexcoat (19) 3948-4000 www.flexcoat.com.br Novelprint (11) 3760-1500 www.novelprint.com.br Tradepack (11) 5093-6511 www.tradepack.com.br UPM Raflatac (19) 3837-9570 www.upmraflatac.com

De alternativa a preferência

32 | Março 2012

Novelprint afirma ser pioneira no uso de liners plásticos, hoje presentes em todos os rótulos que produz foto: carlos gustavo curado

Produzir rótulos autoadesivos a partir de bases com liner sintético não é novidade para a Novelprint. A convertedora paulista utiliza suportes de polipropileno biorientado (BOPP) desde o início dos anos 80. “Fomos a primeira empresa no mundo a desenvolver liner de filme plástico”, afirma Régis Sá, gerente de marketing da empresa. Segundo ele, a invenção não se deveu a uma demanda dos clientes, mas sim a um problema então enfrentado de oferta do papel glassine. O uso de liner de BOPP revelou-se tão vantajoso para os negócios que, há cinco anos, a empresa parou de utilizar liner de papel. (A propósito, a Novelprint tem como peculiaridade o fato de produzir suas próprias bases autoadesivas). “Em termos de produtividade, a vantagem do liner plástico sobre o de papel é gritante”, diz Sá. “Dependendo do tipo de frontal utilizado, conseguimos colocar até 150% a mais de rótulos por rolo”.



rótulos

Magazine como um autoadesivo Gráfica apresenta rótulo com atributos dos adesivados, porém aplicado com cola fria

Uma nova opção de rótulos para engarrafadoras de bebidas, como cervejarias, fabricantes de refrigerantes e envasadores de água. Isso é o que oferece o grupo espanhol Savasa, que desenvolveu e patenteou um novo tipo de rótulo de polipropileno biorientado (BOPP) para substituir, sem troca de maquinário, os tradicionais rótulos cut-and-stack (magazine) de papel tradicionalmente utilizados em garrafas de cerveja, principalmente nos vasilhames de 600 mililitros. O novo tipo de adereço, chamado Drystick, é um rótulo plástico aplicável em rotuladoras de cola fria à base de água. De acordo com Leandro Bellonia Reis, diretor administrativo e financeiro da Savasa, “o know-how está no tratamento do plástico para que ele tenha o mesmo comportamento e desempenho do papel, utilizando as mesmas máquinas e a mesma cola”. O executivo afirma que “funciona tanto para garrafas descartáveis quanto para retornáveis, porque, no segundo caso, sai na lavagem, como os rótulos de papel”. O rótulo plástico pode ter base transparente, branca ou metalizada, e a aplicação pode ser feita em garrafas de vidro, PET, polietileno (PE) e polipropileno (PP). Segundo o fabricante, o Drystick seria “uma excelente alternativa para visuais no-label look (que simulam

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decoração direta dos recipientes, dissimulando rótulos), por ser uma solução mais barata do que as existentes no mercado e, ademais, não exigir troca de equipamentos”. Outro argumento da fornecedora é que, “em termos de tornar a embalagem premium, a vantagem é a mesma do rótulo autoadesivo, já que o Drystick é mais sustentável, por dispensar a necessidade do liner (suporte), indispensável no caso de autoadesivos”. Reis considera que a opção pelo Drystick não resulta em custos adicionais para as empresas que utilizam rótulos magazine, pois seu produto é entregue no mesmo formato, já cortado e em blocos. A empresa espanhola brande ainda como vantagem adicional para seu produto a economia de material, pois a aplicação do Drystick consumiria cerca de metade da cola utilizada nos rótulos magazine de papel. O produto foi lançado em 2011 na Europa, onde foi adotado inicialmente pela cerveja italiana Nastro Azzurro, uma das marcas da Sab Miller. Outras seis empresas do Velho Continente, entre cervejarias e engarrafadoras de refrigerantes e água, passaram a utilizar o rótulo. No Brasil, nenhuma empresa adotou ainda o produto. Grupo Impressor Savasa (11) 4792-4214 www.savasa.com/bra/

Desenvolvido pela Savasa, rótulo plástico é entregue cortado e em blocos, como os cut-and-stack de papel



entrevista

Dentre As

as empresas cujas histórias confirmam a importância da embalagem para seu desenvolvimento, dificilmente alguma se destacará mais, em âmbito mundial, do que a CocaCola. Nem é preciso remeter à quase centenária garrafa contour de 250 mililitros adotada nos primórdios da distribuição do refrigerante (em 1916), ícone irrecorrível em todas as referências ao potencial da embalagem como instrumento de fortalecimento de marca e de vendas. Embora empresas especializadas costumem fazer por conta própria frequentes avaliações desse ícone, os bilionários valores aventados não são considerados na estratégia de embalagem da empresa, como destaca Paulo Villas, gerente corporativo de embalagens da Coca-Cola Brasil, cargo que abrange decisões sobre o acondicionamento do amplo leque de produtos feitos sob a égide da Coca-Cola. Isso significa mais de mil diferentes itens (SKUs) no País. Aqui o executivo discorre sobre a eficaz maneira como o empreendimento Coca-Cola no Brasil administra e conduz a importante questão de suas embalagens no relacionamento com engarrafadores, fornecedores e prestadores de serviços. Há, sem dúvida, bons subsídios a tirar daí, a começar pela pedra de toque de toda a atividade: integração.

Opção é o que não falta Paulo Villas, gerente corporativo de embalagens da Coca-Cola Brasil, explica como funcionam as operações de packaging da empresa, que abrangem mais de mil apresentações de produto 36 | Março 2012

Qual a importância da embalagem para as estratégias de marketing da Coca-Cola? A história da Coca-Cola se confunde com a história das embalagens, desde a contour, em 1916. A Coca-Cola está entre as empresas que têm o maior portfólio de embalagens, e a tendência é que ele aumente. A estratégia da companhia é ter a embalagem ideal para cada ocasião de consumo. Qual a atual variedade de embalagens da Coca-Cola Brasil? Em torno de mil, se considerarmos o sistema de embalagem já com o rótulo aplicado. O Sistema Coca-Cola Brasil é um dos que têm o maior número de SKUs de embalagens. No caso de


Coca-Cola regular, temos dezessete formatos de PET one-way, oito formatos de vidro, entre one-way e retornável, dois formatos de PET retornável e quatro de latas. Se compararmos com os Estados Unidos, que alguns anos atrás tinha somente dois formatos de PET – o de 600 mililitros contour e o de 2 litros street wall, alterado recentemente –, a diferença é absurda. Não incluí aqui a garrafa de alumínio, que o Brasil foi o segundo país a lançar, em 2005 (ver EmbalagemMarca nº 75). É uma embalagem que atende a um canal muito específico. Ela não chegou a ser descontinuada, mas o volume é muito pequeno. É para colecionador, quase que um troféu. Estamos avaliando trazer uma nova série com a última geração desse tipo de embalagem, que tem uma tampa diferente. Em que canal de venda a garrafa contour tradicional – feita de vidro, de 200 mililitros e retornável – é encontrada, e quais as perspectivas para essa embalagem? Isso é interessante. Algumas embalagens que em teoria não deveriam ser premium, como as latas, acabam ocupando um papel nos restaurantes que, em princípio, não seria o seu. As embalagens acabam construindo sua própria história, por mais que a com-

Parte do portfólio de mais de mil itens geridos pelo departamento de embalagens da Coca-Cola Brasil

Algumas embalagens que em teoria não deveriam ser premium, como as latas, acabam ocupando um papel nos restaurantes que, em princípio, não seria o seu. As embalagens acabam construindo sua própria história, por mais que a companhia tenha uma estratégia por trás delas

panhia tenha uma estratégia por trás delas. No caso das garrafas retornáveis, de vidro e de PET, a ideia é nos permitir comercializar e ser competitivos em canais principalmente de baixa renda. Para isso temos a garrafa de 200 mililitros; a de 290 mililitros – a antiga, que está sendo convertida para Ultra (garrafa que utiliza 25% menos vidro em sua composição – ver EmbalagemMarca nº 135, novembro de 2010); a de 600 mililitros, apenas na região de Marília (SP); a de 1 litro modelo antigo, que estamos migrando para o modelo Ultra; e a de 1,25 litro, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. É uma base grande. Como funciona o processo de inovação de embalagem na Coca-Cola? Primeiro, temos três pipelines distintos, mas que andam juntos: de produtos, de embalagens e de equipamentos

como post mix e geladeiras. Em muitos momentos eles interagem, como no lançamento de novos produtos, na ativação de um novo canal etc. Implantamos há alguns anos um sistema de stages and gates, similar ao de outras empresas grandes, em que uma determinada ideia vai sendo submetida a estágios de aprovação. A cada estágio superado o time vai ganhando recursos financeiros, de pessoas, e vai avançando. Inicia-se então o idea scoping e passa-se para o preliminary business case, em seguida para o full development, depois para o launch preparation, até chegar ao post launch review, quando avaliamos e aprendemos o que aconteceu. Em cima desse mecanismo, buscamos todas as possibilidades de inovação disponíveis junto aos nossos fornecedores parceiros – grandes empresas, como Rexam, Owens-Illinois, CSI, Bericap e outras. Temos também uma ferramenta online muito interessante, que é o Global Packaging Network. Do que se trata? É um grupo que reúne todos os profissionais de embalagens do Sistema Coca-Cola no mundo. Quando participamos do desenvolvimento da tampa 1881 (de perfil mais baixo, adotada desde 2009 pela empresa), acontecia de postarmos um raciocínio, um ponto de vista, uma dúvida, e no dia seguinte tínhamos muitas respostas. Temos também um relacionamento muito forte com os colegas da América Latina e com a equipe de Atlanta. Utilizando essas ferramentas, o time de embalagem participa de grupos multifuncionais para, dentro desse sistema de stages and gates, viabilizar o lançamento de novos produtos ou otimi-

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zar embalagens. Em paralelo, temos um trabalho muito forte de excelência operacional. Muitas vezes não estamos lançando produto algum, mas temos um projeto pesado de aumento de eficácia de embalagens, seja sob o ponto de vista de suas funcionalidades, seja de custos de manufatura ou alguma demanda que tenha surgido do consumidor, através do SAC. Temos fontes de informação com as quais podemos intercambiar ideias e trabalhar. O senhor falou da tampa 1881, que vem se tornando um padrão de mercado. Não é um contrassenso despender tempo e dinheiro num projeto que depois é seguido pela concorrência? Quando mudamos uma cadeia de suprimento, como nesse caso, temos exclusividade temporal e geográfica, mas temos também a responsabilidade de mudar esse supply chain para melhor. A Coca-Cola Brasil participou ativamente do desenvolvimento da tampa 1881, ou minitampa, que hoje é um projeto aberto e virou padrão para refrigerantes no mundo. Lançamos na frente, mas hoje os concorrentes a estão usando. Essa é uma responsabilidade que a Coca-Cola tem com todas as inovações que desenvolve. Há perspectiva de mais inovações em tampas? A Coca-Cola está incentivando e direcionando os fornecedores de preformas e tampas para a implantação do indicador de entrada de rosca, a fim de que o controle de aplicação das tampas passe a ser feito através de marcas na tampa e na preforma. Isso tem benefício para a operação e para o consumidor. O controle do encapsulamento passa a ser não destrutivo. Por conseguinte tem-se menor geração de resíduo. Esse é um projeto nosso para este ano. Também estamos trazendo para o Brasil, e implantando em definitivo, a tampa de uma peça (sem vedante), que não chega a ser uma inovação, mas é uma novidade no sistema Coca-Cola. Neste ano ainda teremos um volume significativo de tampas de uma peça.

Todas as unidades de negócios da The Coca-Cola Company têm de seguir os manuais de homologação de embalagens, sejam elas em PET, vidro ou alumínio

Como está estruturado o departamento de embalagens da Coca-Cola Brasil? A Coca-Cola Brasil – também conhecida como CCIL (Coca-Cola Indústrias Limitada), como Recofarma ou como Coca-Cola Divisão Brasil – conta com uma equipe focada exclusivamente em embalagens. Contamos com especialistas em embalagens, analistas e técnicos. No laboratório fazemos todos os ensaios de embalagens antes do lançamento e também para antever eventuais problemas que possam ocorrer, ou para vislumbrar oportunidades de melhoria.

Garrafas de vidro de 290 mililitros estão sendo convertidas para o modelo Ultra, que usa 25% menos matéria-prima

Qual a formação desses especialistas? Temos na equipe engenheiro mecânico, engenheiro químico, engenheiro de alimentos, administrador de empresas, engenheiro de produção e químico industrial. Nosso departamento de embalagens é uma das cinco áreas de supply chain da CCIL. Trabalhamos muito próximos do departamento de procurement (compras). Não conseguiríamos trabalhar com esse portfólio todo, com dezesseis grupos engarrafadores, quase 120 fornecedores de embalagens, se não mantivéssemos um relacionamento íntimo com o procurement. Trabalhamos também muito próximos da área de infraestrutura e engenharia, que abrange equipamentos. Faz parte do protocolo de testes a adequação das embalagens a esses equipamentos. Tem ainda a área de engenharia de envase, que cuida desde a formulação da bebida até as enchedoras, as empacotadoras, as paletizadoras. É uma área muito próxima da área de embalagem. Percebemos diferenças patentes

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entre embalagens similares utilizadas pela Coca-Cola em diferentes mercados. Isso se deve à inexistência de padrões universais, a variados requisitos de performance, a questões de exigências legais de cada país ou a outros motivos? Todas as unidades de negócios da The Coca-Cola Company têm de seguir os manuais corporativos de homologação de embalagens, sejam elas de PET, vidro ou alumínio. Independentemente de a divisão ser grande o suficiente para ter um laboratório próprio, como a nossa, ou se vai usar laboratórios terceirizados, forçosamente tem de seguir os manuais. Vejamos o caso do PET: o Brasil tem um volume expressivo, como a quarta maior unidade de negócios do mundo, e temos o supply chain do PET extremamente otimizado. Eu diria que Brasil e México estão disputando a primazia de estar na frente numa embalagem ou na outra, a mais leve, a mais otimizada. Por conta disso temos injetoras de última geração – a esmagadora maioria tem até três anos de uso, em média. Tivemos um trabalho muito forte para otimizar as preformas, cujo desenho é proprietário nosso. Nossos fornecedores parceiros convertem preformas exatamente iguais. Em água mineral, existem nos Estados Unidos e na Europa embalagens muito leves… Realmente, na Europa e nos Estados Unidos algumas marcas de renome usam garrafas abaixo de 10 gramas. Primeira ressalva a se fazer: diminuem o peso de PET, mas muitos comercializam unitizando com caixas de papelão, o que, de certa maneira, compromete a eficiência do sistema de embalagem. Lançamos recentemente em São Paulo a Eco Bottle da Crystal, com


12 gramas, com um sistema de embalagem eficiente. Reduzimos o peso das embalagens, com design otimizado e sopro de ultima geração, mantendo as propriedades funcionais para que o consumidor recebesse o produto com conveniência e conforto ao consumir, embora a embalagem não seja tão rígida quanto a de 25 gramas de alguns anos atrás. Qual tem sido a receptividade da Eco Bottle pelo consumidor? Boa. O que temos recebido de feedback é positivo, mas passa por uma adaptação, desde o canal de comercialização até o usuario final. Como a Coca-Cola trabalha o gerencimento das artes das embalagens? O desenvolvimento da arte começa na área de propaganda, que é uma área do marketing. Recebendo um briefing da área de marcas, seja Coca-Cola, Fanta, Sprite, ou da área de promoções, são criadas as artes junto com as agências de criação. Após esse briefing e depois de a proposta de criação ser aprovada, a arte segue para as agências de finalização, que estão sob gestão da área de embalagens. Aí começamos a assumir. Nossa enorme base de SKUs gera uma complexidade. Produzimos em média duas mil artes novas por ano, que vão para o mercado, que são homologadas. Nem falo das tentativas. É um desafio fazer essas artes chegarem aos fornecedores corretos, no momento correto de cada campanha sem perda de eficiência para o supply chain. Temos cerca de 45 empresas fornecedoras de embalagens já decoradas. Cada empresa dessas eventualmente tem cinco ou seis unidades fabris. É muito complexo. A unidade brasileira é uma das poucas da Coca-Cola em que a área de embalagens é responsável por isso. Tem muito a ver com como o Sistema Coca-Cola Brasil está desenhado, dividido em dezesseis grupos engarrafadores. Não é tarefa fácil, mas se não fôssemos nós a fazer, ninguém mais teria capacidade de fazer, porque ninguém tem todas as informações e conexões. É a área de embalagem que faz isso, que faz as artes chegarem certas.

Há muito retrabalho? O que é feito para evitá-lo? Com esse volume muito grande de embalagens e de artes, criamos processos, mas ainda assim nosso índice de retrabalho é de 20%. Já ocorrências de artes erradas enviadas aos fornecedores é um numero bem baixo graças a um controle de qualidade muito exigente, à padronização e a barreiras

que colocamos. Mas entendemos que ainda tem muito espaço para as áreas de criação e finalização conversarem, pois dá para se obter melhores recursos com uma comunicação mais efetiva entre essas duas áreas. A Coca-Cola ampliou o uso das garrafas PlantBottle nos Estados Unidos. Há planos de expansão no


Brasil, onde a garrafa é utilizada na Coca regular e na água Crystal Eco? A matriz acabou de cobrir as duas costas americanas com as PlantBottles da Dasani (água mineral da CocaCola, pioneira no uso da PlantBottle). Agora anunciou a intenção de ir para outros produtos. Acredito que no Brasil teremos, em breve, a produção do bio-MEG, que é o monômero do PET produzido com cana-de-açúcar. O Brasil tem um papel fundamental na produção dos biopolímeros em função da cana-de-açúcar. A cana é uma biomassa muito importante para os biopolímeros devido a sua eficiência comprovada em LCA (analise de ciclo de vida), muito embora a CocaCola acredite que outros polímeros tenham o seu papel. Quando falamos do PTA, o segundo monômero do PET, ele provavelmente virá de outras origens vegetais. Deveremos anunciar em

Deveremos anunciar em breve a primeira planta de bioMEG (componente do PET à base de cana-de-açúcar, utilizado para a produção da garrafa PlantBottle)no Brasil. Será a planta mais importante de bio-MEG no mundo

Coca-Cola quer aumentar uso de resina reciclada (à esquerda) e de PET à base de canade-açúcar em suas garrafas

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breve a primeira planta de bio-MEG no Brasil. Será a planta mais importante de bio-MEG no mundo. Há perspectiva de ampliação do uso das garrafas bottle-to-bottle (produzida com PET reciclado)? Desde o início da década passada, a Coca-Cola trabalhou bastante com os governos dos países do Mercosul para conseguir a aprovação da legislação. Depois trabalhou com a Anvisa para ajudá-la nessa aprovação, até conseguirmos lançar no ano passado a bottle-to-bottle. Nós temos autorização da Anvisa para produzir essa embalagem com até 50% de material reciclado em várias engarrafadoras. Estamos produzindo com 20% por enquanto apenas na embalagem de Coca-Cola de 2,5 litros. Nossa intenção é aumentar a cobertura de embalagens e posteriormente o teor de resina. Muitas pessoas avaliam que a introdução da garrafa de PET pela CocaCola, no início dos anos 90, foi um tiro no pé, no sentido de ter aberto caminho para o crescimento das marcas regionais de refrigerantes. A experiência influenciou as políticas de embalagem da CocaCola tomadas posteriormente? Temos o exemplo da Kodak, que tinha boas inovações, não implantou, e algumas décadas depois ficou para trás. A Coca-Cola viabilizou uma tecnologia que impulsionou a indústria de bebidas, mas que também popularizou a base de produtores. Em todas as inovações que introduzimos, preocupamonos em mudar significativamente a cadeia de suprimento. Queremos que o consumidor perceba a diferença de comprar um produto da Coca-Cola, em função de todos os esforços que fazemos para gerir essa cadeia, para entre-

gar uma embalagem e produtos com qualidade superior. Não existe nenhum arrependimento pelo ocorrido, muito pelo contrário. O PET continua sendo nossa principal embalagem. Responde por mais da metade do nosso volume. E quanto ao PET asséptico? A CocaCola apresentará novidades? Hoje a Coca-Cola Brasil está muito forte no hot-fill (envase a quente). Temos o Powerade, o Limão & Nada, o Maracujá & Nada e outras frutas que podem vir por aí… E tem um pipeline que nos próximos anos vai trazer muitas opções para os consumidores. Parte disso será em PET asséptico, que terá a sua hora. Na Europa a Coca-Cola já tem asséptico. O Oriente, que era mais reticente e tem uma base muito forte de hot-fill, já começou com asséptico. Agora estamos estudando se trazemos o asséptico via México ou via Brasil. Que ele vem, vem. veja mais em emb.bz/151entrevista

Bebidas envasadas a quente (hot-fill), como o Powerade, têm base sólida na Coca-Cola Brasil. PET asséptico deve chegar nos próximos anos


Como viabilizar a produção de embalagens criativas Dia 27 de junho de 2012

Não há palavra mais corriqueira no mundo corporativo do que “INOVAÇÃO”.

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Designers, profissionais de P&D, fornecedores de embalagens e demais prestadores de serviços dessa cadeia produtiva estão empenhados em criar conceitos que façam a diferença para os consumidores. Muitas ideias, porém, são incríveis na fase de projetos, mas tornam-se um pesadelo nas linhas de produção. Tudo pela falta de integração da cadeia. O Fórum “INOVAÇÃO - Como viabilizar a produção de embalagens criativas” será um espaço para reunir os agentes econômicos envolvidos em projetos de

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para reduzir a necessidade de retrabalho e o consequente desperdício de recursos e de tempo no desenvolvimento de projetos.

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rações

Début em pet food

Um dos destaques da nova embalagem da Royal Canin é o sistema de fácil abertura (easy open), que evita rasgos

Parceria entre Royal Canin e Dixie Toga traz embalagem tipo box pouch para o Brasil

A fabricante de rações para cães e gatos Royal Canin do Brasil traz para o País uma embalagem flexível com tecnologia de ponta que agrega segurança e qualidade, além de garantir maior conservação dos alimentos. A embalagem tipo box pouch (“caixa bolsa”, em tradução livre do inglês), batizada de Single Layer, desenvolvida em parceria com a Dixie Toga, é inédita no Brasil e deve chegar ao mercado ainda neste primeiro semestre. A principal diferença das atuais embalagens de ração, que são do tipo square, para a Single Layer são as camadas para selagem e o fundo do saco. Hoje, a square tem o fundo colado e dobrado, deixando a embalagem retangular, com quatro camadas laterais na boca do saco. Quando a selagem é realizada, a temperatura precisa ser alta para garantir que nenhuma camada se desprenda posteriormente, ocasionando vazamento do nitrogênio aplicado durante o envase. Com o box pouch Single Layer, as dobras são internas, permitindo que a selagem seja feita somente em duas camadas, proporcionando maior eficácia no processo. “A selagem das embalagens Single Layer tem melhor aparência, com desenho homogêneo e precisão. O novo fundo apresenta quatro selagens, proporcionando melhor exposição dos produtos nos pontos de venda”, explica Ricardo Borim, da área de compras da Royal Canin. O novo formato da embalagem permite que sejam empregadas condições mais brandas de temperatura e pressão na hora do fechamento, “minimizando eventuais riscos de comprometimento da estrutura na região da selagem”, ressalta Borim. Outro diferencial da Single Layer é o sistema de fácil abertura (easy open). Há uma serrilha a laser na boca da embalagem, evitando que ela rasgue e cause danos à sua estrutura. 42 | Março 2012

Box pouch chegará ao mercado de rações ainda no primeiro semestre


“Além do easy open, as Single Layer possibilitam a aplicação de zíper, o que facilita a abertura e o fechamento das embalagens, garantindo por mais tempo as características do alimento”, diz o profissional. Para atender às exigências da Royal Canin,a Dixie Toga importou da Alemanha uma nova máquina produzida pela japonesa Totani, que formata os pouches. Inicialmente, somente os pacotes de 1 quilo de ração serão adaptados para o novo formato. Depois, a migração acontecerá gradativamente para volumes maiores.

Embalagem atual (acima) possui fundo colado e depois dobrado. No novo sistema as dobras são internas, com quatro selagens nas bordas

Novo formato dos sacos (à direita) minimiza riscos de comprometimento da estrutura, pois fechamento é feito a temperaturas mais baixas

Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br

Totani +49 (211) 935-0610 www.totaniamerica.com


artigo

O valor da surpresa Embalagens inusitadas podem ser grandes aliadas para atrair a atenção do consumidor e vender. Eis algumas novidades nesse departamento Por Lynn Dornblaser

Quem me acompanha em EmbalagemMarca já deve ter percebido meu apreço por embalagens incomuns. Sou fã de designs ousados, que fujam às convenções, que façam produtos sobressair por meio de formatos ou recursos visuais incomuns em suas categorias. Peço licença para mostrar uma nova rodada de achados com esse perfil. O primeiro exemplo vem das Filipinas. Lá, um novo salgadinho da Pepsico à base de batata, o Lay’s Munch & Mash, tem feito barulho com uma proposta curiosa, que se apoia na embalagem empregada – um copo de papel parafinado de alta barreira, vedado com um selo-tampa. O produto é oferecido na forma de palitos prontos para serem saboreados. Mas, se preferir, o consumidor pode preparar um snack aquecido. Basta esmagar o salgadinho e deitar água quente no recipiente para se ter uma espécie de purê de batata. Jamais havia visto algo parecido. Ainda na seara dos alimentos, deparei-me recentemente com uma embalagem de refeição congelada dotada de um artifício normalmente visto em apresentações de medicamentos de venda livre, como analgésicos e antigripais: um rótulo multipáginas. A inovação é obra da Strauss Josef, na Itália. A luva cartonada que envolve a bandeja dos bolinhos de queijo da marca, servindo-lhe de rótulo, tem dois painéis que se desdobram. As faces extras trazem receitas, com sugestões para incrementar o preparo do produto. É um meio interessante de ajudar o consumidor a utilizar o produto

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Copo ajuda no preparo exótico de salgadinho: purê feito com água

da melhor forma. O uso de embalagens inusitadas, com formatos engenhosos, tem crescido bastante no mercado de personal care – especialmente em itens portáteis, concebidos para serem carregados em bolsas ou bolsos. Vejam-se, por exemplo, os casos de dois brilhos labiais recentemente lançados nos Estados Unidos e na Holanda. Predominantemente voltada à venda de artigos de decoração, a rede varejista americana Pier 1 Imports tem cada vez mais adicionado produtos para presentear singulares e de preço baixo ao seu portfólio. Nessa classe estão os lipglosses comercializados em um pequenino estojo com formato de coruja. O produto é acessado a partir da base da embalagem, por meio de uma escotilha baseada numa tampa flip-up.

No caso holandês, a Dr. Kurt Wolff lançou um lipgloss de uma linha para adolescentes, a Just My Style, numa embalagem única. O produto é acon-

Empresa italiana adotou “rótulo-bula” para prato pronto congelado

dicionado em um estojo redondo que recebe um laço, funcionando como um pingente ao redor do pescoço. Desse modo, o lipgloss está sempre por perto, funcionando, de quebra, como adereço para a usuária. Gostaria, por fim, de destacar duas amostras de produtos cujos formatos inesperados das embalagens produzem efeitos muito bons. Dar ares artísticos e decorativos a caixas de lenços de papel não é exatamente uma novidade. Mas saltou aos olhos a iniciativa da rede de farmácias SuperPharm, de Israel, de oferecer seus lenços Life num cartucho


Estojo de brilho labial holandês pode ser carregado como colar

Corujinha armazena lipgloss da Pier 1 em compartimento com acesso pela base

Cartucho valoriza apelo decorativo de embalagem de lenços

Pinhead: frasco “espetado” dá ideia da função do conteúdo

de papel cartão de formato complexo. Como resultado de um trabalho esmerado de corte, vinco e impressão, a embalagem simula a aparência de um globo. É um objeto realmente interessante para deixar à mostra nas casas. Também no quesito impacto visual, a Ecoco oferece no Vietnã um gel para cabelos cujo shape da embalagem procura evidenciar o que o produto pode fazer. O invólucro em questão – um frasco de polietileno de alta densidade, moldado por extrusãosopro e fechado por uma tampa fliptop de polipropileno – traz no topo um inserto injetado com quatro vertentes, que simulam um cabelo espetado. (Espirituosamente, a marca do gel é a Pinhead – “cabeça de alfinete”, em português). É um tipo de solução que só se pode considerar feliz, porque, além de surpreender, ajuda a transmitir atributos essenciais do produto veiculado. Lynn Dornblaser é especialista em tendências de consumo e diretora da divisão CPG Trend Insight da consultoria Mintel International. Ela pode ser contatada pelo e-mail lynnd@mintel.com


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br

Novas embalagens, de plástico transparente (à esquerda), substituem as antigas, de PVC esverdeado

Tampas

Cachaças

Transparência valorizada A Ypióca adota um novo material para a garrafa plástica da sua versão Sport, de bolso. O PVC com pigmentação verde foi substituído por um copoliéster incolor, o Eastar GN001, produzido pela Eastman. “A nova embalagem é extremamente transparente”, afirma Gisela Telles Fujiwara, assessora da presidência da empresa. “O copoliéster é mais resistente que o PVC antes utilizado e não contém Bisfenol A”, ressalta a porta-voz, referindo-se à substância que cientistas afirmam ser prejudicial à saúde. Gisela explica que o rótulo do produto teve os traços modernizados, mas que foi mantido o mesmo layout, “que é bem aceito pelo público”. A garrafa, de 190 mililitros, é produzida pela Yplastic, divisão de embalagens da Ypióca.

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

3 1

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CristalPet (81) 3202-9292 www.cristalpet.com.br

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Embalagens/tampas

WM Plásticos (41) 3667-2005 www.wmplasticos.com.br

Suplementos

Águas

Soja em potes 1

Caixinha dourada

O Sinhá Soy, extrato de soja em pó instantâneo, é a novidade da Caramuru Alimentos. O produto é apresentado em potes de polipropileno decorados com rótulos termoencolhíveis. As tampas têm cores diferentes para distinguir cada um dos seis diferentes sabores.

A empresa paranaense Águas Ouro Fino levou sua água premium para caixinhas douradas de 300 mililitros. A embalagem cartonada tem o selo de certificação florestal FSC (Forest Stwardship Council). O produto foi distribuído durante o Carnaval em Salvador.

Refrigerantes

Antes . . . 2

tática bicolor

Perfumes

clássico em nova estação As embalagens dos perfumes Floratta passam pela primeira mudança desde o lançamento da linha, há dezessete anos. Foram alterados logomarca, frascos e cartuchos, num projeto que consumiu dezoito meses de trabalho e que teve auxílio de pesquisas com consumidores. O destaque do redesign é o novo frasco de vidro, cujo formato alude a uma flor desabrochando.

2

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Tampas

Cartuchos

Válvulas

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Frascos

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3

Os Estados do Sul e do Sudeste, além de Tocantins, são as praças do Black Cola, novo refrigerante da cervejaria Kalena. As latas de alumínio de 350 mililitros e as garrafas de PET de 2 litros em que o produto é encontrado estão disponíveis em duas versões: uma predominantemente vermelha e outra predominantemente preta.


4 Flow packs

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Preservativos

Pele premium

Cervejas

Antes . . . 4

Feito de poliisopreno, material brandido como mais confortável que o látex, o Skyn é o mais novo preservativo da Blowtex com apelo premium. O produto chega às lojas em versões de três ou seis unidades, acondicionadas em flow packs pretas, com acabamento fosco e detalhes dourados.

Adoçantes

melhor pega Os frascos do adoçante Só Stevia, da Lightsweet, foram reformulados. De acordo com a empresa, o novo recipiente é mais ergonômico, facilitando a pega. O rótulo autoadesivo também mudou, num projeto assinado pelo marketing da empresa.

da água à cerveja

5

Graças a uma parceria com a microcervejaria curitibana Gaudenbier, a Águas Ouro Fino entra no segmento de cervejas especiais. As bebidas chegam ao mercado em garrafas de vidro de 600 mililitros e em long necks decoradas com rótulos autoadesivos de formato assimétrico.

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Almanaque Triângulo inovador

Pioneirismo nos anos 80 O refechamento de latas para bebidas sempre foi um desafio para a indústria. No início dos anos 1980, a Continental Can, fabricante americana de embalagens metálicas, lançou as primeiras latas de alumínio desse tipo, com 500 mililitros. A embalagem tinha uma tampa plástica, com uma aba. Depois de quebrado o lacre, a aba se encaixava novamente na boca da lata, garantindo o refechamento. A solução chegou a ser adotada por grandes marcas de bebidas nos Estados Unidos, como Coca-Cola e Dr. Pepper, mas não teve muito sucesso, possivelmente pelo elevado custo de produção.

Em 1957, o uísque escocês Grant’s apresentou uma inovação em sua embalagem: a primeira garrafa triangular do mercado, que rapidamente se tornou um ícone da marca. Hans Schleger, um refugiado da Alemanha nazista, foi o responsável pela invenção. A criação se deu não somente pela necessidade

de diferenciar Grant’s das demais marcas de uísque, que utilizavam garrafas cilíndricas ou quadradas, como também para evitar que rolassem e se quebrassem durante o transporte. A forma triangular também fez sucesso na hora de servir a bebida, já que a garrafa tem a pega mais fácil.

Evolução da garrafa de grant’s, que desde 1957 tem o formato triangular

Carrinhos de remédios

lata resselável teve primeiro teste de mercado na década de 1980: tampa plástica tinha uma aba para ser puxada

Em 1955 o laboratório McNeil, fundado em 1879, introduziu no mercado americano o Tylenol Elixir for Children, um analgésico e antitérmico em xarope para crianças, que não continha os princípios ativos da aspirina (ácido acetilsalicílico – AAS), e sim paracetamol. O lançamento se deu numa época em que havia a possibilidade de associação da aspirina com a síndrome de Reye’s, uma doença que ataca o cérebro e o fígado. Como era um produto infantil, as embalagens eram direcionadas ao seu público-alvo: as caixinhas tinham formato de carros de bombeiros e de ônibus escolares.

O Tylenol para adultos foi lançado apenas em 1961, quando o McNeil já havia sido comprado pela Johnson & Johnson.

Tylenol, primeiro analgésico para crianças à base de paracetamol, tinha embalagem com formato de brinquedo

Sólido, mas líquido Cientificamente, o vidro é um material cerâmico transparente obtido com o resfriamento de uma massa líquida à base de sílica (dióxido de silício). A produção do vidro consiste em aquecer um líquido a altíssimas temperaturas e depois resfriá-lo até ultrapassar o ponto de congelamento, tornando-o rígido antes do início do processo de solidificação. Quando um líquido chega a esse

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ponto, sua viscosidade torna-se muito alta e o material adquire maior dureza, rigidez e forma constante, semelhante aos sólidos. Para ser sólido o vidro teria de apresentar estrutura cristalina definida, mas isso não acontece, pois não possui estrutura microscópica organizada. Assim, o vidro é um sólido amorfo, ou seja, um líquido com grande viscosidade.

QUIZ Sabe qual bebida com o “legítimo sabor brasileiro” era vendida apenas nos Estados Unidos?Veja em

emb.bz/151quiz




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