EmbalagemMarca 154

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Ano XIV • Nº 154 • Junho 2012 • R$ 15,00

entrevista

Leites

absorventes

Rodrigo Wielecosseles, de O Boticário, diz que o cuidado com embalagens ajuda no sucesso da empresa

Leite longa vida em garrafas de PET asséptico com barreira à luz chega ao mercado brasileiro

Fabricantes de absorventes íntimos sofisticam apresentação dos produtos para agregar valor

EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Pioneirismo e inovação Saindo um pouco dos limites da modéstia que, manda a prudência, deve reger nossas vidas, fazemos aqui referência ao 13º aniversário de lançamento de EmbalagemMarca, que se comemora com a edição em mão dos leitores. O simples fato de permanecer no mercado ao longo de treze anos, dizem amigos, é um bom motivo para festejar. Em nosso caso, maiores ainda seriam as razões para alegria. Sem modéstia, podemos afirmar que bem exercitamos o pioneirismo e a inovação, e continuaremos a fazêlo. Nestes treze anos, EmbalagemMarca cresceu em todos os sentidos, fortelecendo seu conteúdo como fonte confiável de informações e de formação na cadeia de valor da embalagem, e também comercialmente. É com fundamento que afirmamos tratar-se de “mais que uma revista”. Com o apoio de leitores e anunciantes, desdobrou-se com sucesso na internet, como a primeira publicação do setor passível de ser folheada em computador. Ganhou um braço eletrônico semanal, na forma de uma newsletter que aprofunda notícias dadas diariamente, em notas sintéticas, no site www.embalagemmarca.com.br. O reconhecimento e a aprovação do público ao conjunto de atividades que giram em torno do eixo EmbalagemMarca como referência de ética e credibilidade é o melhor motivo de regozijo neste aniversário da revista. Dentre as atividades de êxito a comemorar destaque-se que todas não só se consolidaram como ampliaram seu alcance. A instituição do Prêmio EmbalagemMarca – Grandes Cases de Embalagem, chama-se hoje Grandes

Cases de Embalagem denominação que fortalece sua abrangência e justifica sua consagração como principal objeto de desejo entre as premiações do setor. Fruto de parceria entre a Bloco de Comunicação, que edita esta publicação, e a empresa de promoção de negócios Embala Ideias, a iniciativa fincou um marco de seriedade nas ações do gênero, ao inovar nos critérios e no rigor de escolha de vencedores. Seu princípio norteador é o de que o estímulo à cadeia brasileira de embalagem brasileira deve consistir em muito mais do que na atribuição de troféus e diplomas a uma ou outra embalagem. O que se busca – e o mercado brasileiro muito necessita disso – é didatismo, conhecimento e integração entre os elos do packaging. É também com o senso dessa missão a ser levada adiante que, na trajetória percorrida, instalamos o Ciclo de Conhecimento, hoje uma empresa independente, no empenho de complementar a função do conjunto de ferramentas antes citadas, ou seja, transformar informação em conhecimento na cadeia de valor de embalagem no Brasil. O aval que recebemos a todos esses movimentos de parte de leitores, anunciantes e fontes de informação nos anima a prosseguir e nos postarmos como uma central de inovação no ramo da informação especializada. A todos esses amigos a equipe agradece. Até julho.

WIlson palhares

“O reconhecimento e a aprovação do público ao conjunto de atividades que giram em torno de EmbalagemMarca como referência de ética e credibilidade é o melhor motivo de regozijo neste aniversário da revista” Junho 2012 |

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Edição 154 • Junho 2012

Sumário

3 Editorial O reconhecimento e a aprovação do público ao conjunto de atividades que giram em torno do eixo de EmbalagemMarca como referência de ética e credibilidade em seu aniversário de treze anos

8 Painel Dixie Toga apresenta neck foil para garrafas e selo higiênico

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para latinhas de bebidas • “Lata flexível” tem primeiro uso na indústria de bebidas da Tailândia • Projeto brasileiro é laureado no Prêmio DuPont de Embalagens • Tetra Pak lança kit para treinamento em cooperativas de reciclagem 18 Ciclo de Conhecimento A importância que a inovação tem para a indústria e para o País, desde que seja feita de maneira correta e eficaz

20 Absorventes Fabricantes investem em sofisticação das embalagens para agregar valor aos produtos e recuperar mercado 32 Leites Com novo aditivo de barreira contra a luz, Shefa lança primeiro leite longa-vida em garrafa de PET

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36 Entrevista Rodrigo Wielecosseles, do Grupo Boticário, revela a importância das embalagens na estratégia que consolidou a empresa como franquia de maior lucro no País 42 Internacional Vinícola australiana inova com tampa de rosca em alumínio para espumante de alta pressão

44 Color cloud O gerenciamento de cores em nuvens de com-

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putação pela indústria gráfica dá indícios de como o armazenamento de dados em servidores remotos podem auxiliar a área de embalagens



Edição 154 • Junho 2012

Sumário 48 Ideias Designer português desenvolve sistema de identificação de cores para daltônicos, baseado em figuras geométricas, que pode ser aplicado em diversos meios, inclusive em embalagens

50 Rações Premier Pet adota embalagem cujo fundo dispensa dobras e colagens

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51 Rotulagem Novo sistema de impressão desenvolvido pela CCL Label permite aplicação de holografias em rótulos autoadesivos com equipamentos convencionais, sem uso de hot-stamping ou cold-foil 52 Doces Com pote de vidro exclusivo, Aviação “enobrece” doce de leite 54 Evento Grandes Cases de Embalagem terá Guia de Inscrição didático e interativo para orientar possíveis interessados a concorrer à premiação

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55 Reciclagem Johnson & Johnson adota para o Band-Aid cartucho de papel cartão produzido com embalagens cartonadas assépticas recicladas 56 Artigo A praticidade é fator determinante em embalagens de produtos tão distintos quanto tintura para cabelos e ketchup em sachês. POR LYNN DORNBLASER 58 EM Foco Consumidores opinam sobre acabamentos foscos ou brilhantes em embalagens flexíveis

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60 Display Batavo ganha novo logotipo e estreia copos transparentes • Alispec acondiciona doces prontos em stand-up pouch e em bisnaga plástica • Chega ao Brasil bebida afrodisíaca em lata tipo sleek • Linha de molhos para salada da Castelo é reformulada 66 Almanaque Arte de resistência brasileira em garrafas de CocaCola • Pipocas como partículas de proteção em caixas de equipamentos fotográficos • Tampa de alumínio com reclame machista • Johnson & Johnson exagerou na dose ao promover polivitamínico mastigável

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Empresas que anunciam nesta edição Aptar B&H.................................................. 11 Baumgarten.................................... 24 e 25 Bericap.......................................................13 Braskem.....................................................21 Breitner.......................................................57 Catuaí Print................................................51 Ciclo de Conhecimento....................... 53 Comprint.....................................................5 Congraf......................................................41

Crown Roll Leaf...................................... 65 Dow Brasil.................................................19 ECS Sleeve............................................... 63 GiroNews.................................................. 59 Grandes Cases...............................34 e 35 HotGraf..................................................... 65 Husky................................................4ª capa Ibema......................................................... 39 Indexflex.......................................................7

Krones........................................................37 Lamipack.................................................. 23 Markem-Imaje............................................9 Metalgráfica Renner......................3ª capa MLC............................................................ 29 Moltec....................................................... 65 Muller Martini........................................... 47 Novelprint................................................. 55 Papirus..............................................2ª capa

PE Latina................................................... 43 Piloto.......................................................... 49 Prakolar...................................................... 17 Roland........................................................31 SIG Combibloc.........................................15 Simbios-Pack........................................... 65

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Marcelo Marcondes | marcelo@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca. com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@ embalagemmarca.com.br • Assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | arte1@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com. br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Estagiária de eventos: Nathaly Cabral | eventos@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br

Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 04718-040 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 www.embalagemmarca.com.br

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

RÓTULOS

Opção local para vestir embalagens Após dois anos de pesquisa e desenvolvimento, a Dixie Toga começou a oferecer no Brasil duas novas soluções para indústrias de bebidas: o Neck Foil (gargalheira para garrafas de vidro) e o Selo Higiênico para recobrir topos de latinhas, ambos feitos de alumínio. A fabricação local desses itens seria inédita no País. De acordo com a empresa, usuários nacionais desses adereços sempre tiveram de recorrer a importações de forneFabricantes de bebidas passam a cedores europeus – o que ter uma fonte próxima de películas implica alta complexidade para a cobertura de pescoços de de execução em decorrêngarrafas e topos de latas cia da distância, trâmites de importação e deficiência no lead time de entregas. A Dixie Toga afirma que a opção local permite aos clientes adquirir lotes mais competitivos, reduz o prazo de entregas e facilita a execução de ações promocionais, com desenvolvimento de artes específicas para edições limitadas de bebidas. “Percebemos demanda e investimos para oferecer aos clientes opções vantajosas e de qualidade”, diz Luiz Alberto Butti de Lima, diretor da divisão Rígidos e Semirrígidos da Dixie Toga. O executivo comenta que o Neck Foil e o Selo Higiênico foram desenvolvidos conforme especificações dos engarrafadores, sendo, portanto, compatíveis com as linhas existentes. Conti Bier, CBBP (cerveja Proibida), Inab (cerveja Colônia) e Imperial são empresas que já utilizam as novas soluções. Luiz Alberto acredita no sucesso dos lançamentos. “Nossa expectativa é muito otimista”, afirma. Gargalheiras e selos: lançamentos da Dixie Toga procuram oferecer vantagens ante as importações

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EMBALAGENS E DAS MARCAS

FLEXÍVEIS

BISNAGAS

O primeiro uso da “lata flexível”

Notícias do mercado europeu

Demorou, mas veio enfim a adesão. Sete anos após seu lançamento pela finlandesa Huhtamaki (ver EmbalagemMarca nº 70, junho de 2005), o Cyclero – uma embalagem tubular baseada em laminados como os de bisnagas de creme dental – ganhou seu primeiro uso comercial na área de bebidas. Uma versão de 200 mililitros começou a ser utilizada na Tailândia pela Maxx Drink, numa linha de bebidas à base de suco de frutas. O topo do invólucro tem um selo-tampa de fácil remoção, que permite o consumo direto, sem necessidade de canudos ou bicos de vazão. Segundo a Huhtamaki, as bebidas da Maxx Drink têm shelf life de um ano, por serem submetidas à pasteurização (90º C) e pelo fato de a estrutura da embalagem ter uma camada de

alumínio de 8 micra. Para utilizar o Cyclero, a empresa tailandesa adquiriu uma máquina form-fill-seal, da búlgara Mechatronica, capaz de produzir 170 unidades por minuto. Vazia, cada unidade da embalagem recém-lançada pesa menos de 4 gramas. “Podemos criar laminados e barreiras para atender ao envase de qualquer tipo de bebida não-carbonatada”, disse a EmbalagemMarca Gerhard Hartmann, diretor de marketing da área de flexíveis da Huhtamaki. Antes da adoção pela Maxx Drink, o Cyclero teve versões utilizadas na Europa para o acondicionamento de sachês de café e outros produtos sólidos. “Bebidas, porém, são alvos primários da proposta”, revela Hartmann. “Para tais produtos, o conceito funciona como uma lata flexível.”

A Associação Europeia de Fabricantes de Bisnagas (Etma) lançou em maio a primeira edição do Tubes & Trends, boletim focado na divulgação de notícias e tendências do setor. De acordo com Gregor Spengler, secretário geral da entidade, a publicação “é uma reação aos resultados de pesquisas feitas nos últimos dois anos, em que tomadores de decisão em empresas usuárias afirmaram não ter informação suficiente sobre esse tipo de embalagem”. O boletim, gratuito, pode ser requisitado no site www. etma-online.org.

Feito de laminado, Cyclero é aposta da tailandesa Maxx Drinks

Boletim irá municiar end-users com informações sobre bisnagas

Antes . . . DESIGN

Jubileu com mudança de visual Comandada pelos designers Inah Olyntho e Mauricio Speranzini, a Speranzini Design completa 25 anos. Para comemorar a data, a identidade da agência foi modernizada, incorporando o slogan “Criando valor com design” e um semicírculo que procura simbolizar movimento, integração e evolução. Entre recentes projetos da empresa figuram embalagens desenvolvidas para Coco do Vale, Ebba (Dafruta e Maguary) e Jose Cuervo.

. . . e depois 10 | Junho 2012



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EMBALAGENS E DAS MARCAS

PROMOÇÃO

PRÊMIO

Frutas como caixinhas

Reconhecimento internacional

Para promover a ideia de que os néctares Camp, da General Brands, são naturais, a agência ageisobar teve uma ideia criativa: produzir frutas que imitam o formato da embalagem cartonada asséptica da Tetra Pak em que a bebida é vendida. A ação, chamada Real Laranja à moda de Fruit Boxes, consistiu caixinha: meio de no envolvimento, em promover marca moldes plásticos, de frutas cultivadas numa fazenda no interior de São Paulo. Após dois anos foram colhidas goiabas, maracujás, laranjas e limões no shape desejado – e até com o logotipo da empresa em relevo. As frutas foram exibidas em supermercados, em feiras livres e em lojas do varejo hortifrutigranjeiro. Figuraram também no estande da General Brands na APAS 2012, feira do setor supermercadista realizada na capital paulista no início de maio último.

Baseado no estabelecimento de um circuito fechado, em que embalagens celulósicas coletadas nos supermercados Pão de Açúcar são recicladas pela Papirus e se transformam em cartuchos de papel cartão para a mesma rede varejista (ver EmbalagemMarca nº 122, outubro de 2009), o projeto Ciclo Verde Taeq faturou um dos cinco prêmios Ouro outorgados pela 24ª edição do DuPont Awards for Packaging Innovation, concurso de embala-

gens promovido pela DuPont. O troféu Diamante, distinção máxima, foi conquistado pela americana Bemis (controladora da Dixie Toga no Brasil) com a FreshCase. Trata-se de uma embalagem a vácuo que promete prolongar o frescor e a boa aparência de carne vermelha in natura, reduzindo desperdícios. O prêmio, que nesta edição teve 200 inscrições, originárias de 21 países, consagrou ainda dez projetos na categoria Prata.

Ciclo Verde Taeq, baseado na reciclagem de papéis, agradou ao júri do prêmio da DuPont.

FreshCase levou prêmio máximo com novo conceito para acondicionar carnes

emb.bz/154camp

RECICLAGEM

FILMES

Máquina recupera latas de aerossóis Um equipamento surge como opção para fomentar a reciclagem de latas de aerossóis, prometendo conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Desenvolvida no Brasil pela RCR Ambiental, a máquina é capaz de perfurar e extrair o conteúdo residual inflamável das embalagens, automatizando um processo que sempre teve de ser executado manualmente por catadores, com riscos de explosões e intoxicação. O projeto já é apoiado pela Unilever, no caso de desodorantes acondicionados em latas de alumínio. Até o fim de julho, a máquina deverá passar por testes de processamento de latas de aço de inseticidas.

12 | Junho 2012

Expansão em filmes de PET

Perfuração de latas de aerossóis, necessária para a reciclagem, agora pode ser feita por máquina

A americana Tredegar Corporation divulgou que fará um aporte de até 80 milhões de dólares nos próximos dois anos para expandir a capacidade de sua fábrica de Cabo de Santo Agostinho (PE), dedicada à produção de filmes de PET – largamente utilizados em embalagens flexíveis e rótulos. “Trata-se de um mercado com forte perspectiva de crescimento em longo prazo”, declarou o vice-presidente da empresa, Kevin O’Leary. O anúncio reafirma uma ação prometida anteriormente pela Terphane, companhia adquirida pela Tredegar em outubro de 2011.



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EMBALAGENS E DAS MARCAS

MÁQUINAS

Agora para vinhos e spirits

Fascículos orientam gestão de cooperativas

RECICLAGEM

Kit visa dinamizar a recuperação de caixinhas Ante a constatação de que as cooperativas de reciclagem podem aprimorar a gestão de suas atividades, a Tetra Pak lançou, no final de maio, um conjunto de material de orientação para essas parceiras. Trata-se do kit Cooperativa em Ação, composto por materiais de treinamento para o autogerenciamento. Desenvolvido em parceria com o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), o Sesccop-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo) e a consultoria Integration, o conjunto consta de dois exemplares de um volume destinado ao coordenador ou instrutor da cooperativa (Manual do Facilitador) e de trinta exem-

plares de quatro diferentes fascículos para distribuição aos demais cooperados. Escritas em linguagem simples e com muitas ilustrações, essas apostilas são, segundo o coordenador de sua edição, Fernando von Zuben, diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak, resultado de dois anos de pesquisa e interação com cooperativas de reciclagem. Um total de seiscentos kits será distribuído, numa fase inicial, a cooperativas localizadas no Estado de São Paulo. “Ao final dos cursos de treinamento as cooperativas estarão mais preparadas para ampliar a eficácia operacional, obtendo material reciclável de melhor qualidade e, portanto, de maior valor agregado”, acredita Von Zuben.

A KHS lançou uma versão da Innofill Glass, enchedora para garrafas de vidro, especialmente dedicada aos segmentos de vinhos, espumantes e destilados. A novidade é uma variação da versão DRS-ZMS, lançada anteriormente com foco nos engarrafadores de cervejas e refrigerantes. Desta, o novo sistema herdaria atributos como design higiênico, baixo consumo energético e menores custos de operação e manutenção. Como diferenciais, traz válvulas de enchimento mais compactas, componentes livres de lubrificação e sistema de transferência de garrafas sem mesa frontal, entre outras características. A máquina processa recipientes de vidro de 100 mililitros a 3 litros, podendo render de 10 000 a 72 000 unidades por hora.

Enchedora traria vantagens operacionais para o engarrafamento de bebidas alcoólicas

númeroS

1,2%

É o total dos resíduos destinados à coleta seletiva na cidade de São Paulo, informou reportagem publicada em maio pelo jornal O Estado de S. Paulo. “Faltam espaço, estrutura e mão de obra às cooperativas, que chegam a desprezar as embalagens separadas pela população”, diz o texto.

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4,5

milhões de toneladas Deverá ser o consumo nacional de alumínio em 2025, de acordo com estimativa da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). O volume previsto para daqui treze anos representa o triplo do atual consumo anual do material, empregado em latas, filmes e acessórios para embalagens.

2,05%

Cresceu a produção de embalagens impressas no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O dado foi divulgado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). O desempenho positivo deveuse à expansão de 4,7% das embalagens impressas de papel cartão, que neutralizou a queda de 8,7% das impressas de plástico.



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EMBALAGENS E DAS MARCAS

Rotulagem

À base de cana A Avery Dennison do Brasil apresenta ao mercado o Fasson Cane Fibre Paper, produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcar, com 95% dessa fibra e 5% de cânhamo e linter de algodão. Segundo Ronaldo Mello, vice-presidente e gerente geral da Avery Dennison América do Sul Divisão de Materiais para Rótulos e Embalagem, “o papel consome 10% menos energia em sua produção, não necessita de branqueamento extra e tem resistência úmida, resultando numa superfície fosca com ótima qualidade de impressão”. O executivo acrescenta que “o material garante ótimo tack e adesão em grande variedade de superfícies, inclusive substratos curvos e levemente enrugados”. É apregoado como ideal para a aplicação em rótulos autoadesivos de cachaças premium e bebidas em geral, e pode ser impresso pelos processos convencionais.

Fusão global Dois gigantes mundiais da área de rotulagem estão se fundindo. De um lado a Fuji Seal, líder global na produção de rótulos termoencolhíveis e máquinas para sua aplicação, além de ser forte protagonista em autoadesivos, in-mold e outros sistemas de decoração de embalagens. De outro, a Pago, com duas megaunidades produtoras de rótulos (autoadesivos e termoencolhíveis), tecnologia de rotulagem, codificação e software na Suíça e na Alemanha. Na verdade, trata-se de uma aquisição pela Fuji Film, que tem a intenção declarada de se transformar numa “empresa de embalagem total”. O valor da transação não foi informado.

16 | Junho 2012

proteção

Resinas

Alemães no Brasil

Brasileiros na Alemanha

O grupo alemão Storopack, fabricante de embalagens de proteção, anunciou no final de maio o início de suas atividades próprias no Brasil. A oferta de produtos da empresa abrange travesseiros de ar, almofadas de papel, sistemas de embalagem de espuma de poliuretano e materiais a granel para almofadar. A operação no mercado brasileiro contará com escritório próprio de vendas em São Paulo e estoque central. Inicialmente os produtos disponíveis no Brasil serão os travesseiros de ar Airplus e as almofadas de papel Paperplus. Futuras parcerias com distribuidores serão estudadas.

A Braskem fechou acordo com a empresa alemã especialista em biocompostos Tecnaro para ampliar as aplicações do polietileno (PE) “verde”, produzido a partir do etanol de cana-de-açúcar. O grupo europeu utilizará a resina brasileira para criar o Arboblend, composto renovável que pode ser processado – dependendo da fórmula – por meio de moldagem por injeção, extrusão (filme) ou termoformagem. “O objetivo é desenvolver aplicações que ainda não foram exploradas, ampliando o portfólio de produtos com PE verde”, diz Claudia Cappra, gerente comercial de Químicos Renováveis da Braskem.

Papéis

Logotipos padronizados A Suzano Papel e Celulose renovou a identidade visual da sua linha de papel cartão. A tipologia é a mesma utilizada no logotipo da empresa, servindo como elo entre as marcas. Os símbolos dos logotipos representam as três camadas para a formação do papel cartão e mostram a diferença entre as divisões dos produtos da Suzano: SBS, Triplex e Duplex. “No símbolo principal do logotipo, o desenho

apresenta uma forma estilizada tridimensional que enfatiza as principais qualidades do papel cartão Suzano, as quais permitem a forte atuação da empresa não somente no mercado de embalagens, mas também nos segmentos promocional e editorial”, diz André de Marco, gerente de grupo de produtos da Unidade de Papel da Suzano Papel e Celulose.



ciclo de conhecimento

“Inovar” errado é perder dinheiro É grande o interesse em evento que visa apontar como a inovação de produtos e embalagens pode ser eficaz Quando esta edição de EmbalagemMarca estiver circulando, é possível (mas difícil) que ainda haja ingressos disponíveis para o Fórum “Inovação – Como viabilizar a produção de embalagens criativas”, mais um evento de transformação que o Ciclo de Conhecimento promove com o apoio desta revista, agendado para a tarde do dia 27 deste mês, no auditório da Panamericana Escola de Arte e Design, em São Paulo. A intensa procura de convites à medida que se aproximava a realização do Fórum confirmou um dos prognósticos dos organizadores: há muitos profissionais e empresários interessados em ver o tema da inovação abordado como deve ser – como instrumento de competitividade e evitando práticas que levam ao desperdício. A propósito, o recém-divulgado Barômetro da Inovação, pesquisa anual de mercado e opinião da consultoria StrategyOne, pertencente ao grupo americano Edelman, mostra que 92% de 200 entrevistados no Brasil (num total de 2 800 em 22 paises) consideram inovação o principal fator para a consolidação de uma economia competitiva.

O estudo da empresa faz uma abordagem macro e, como seria de esperar, não trata de razões que, mais vezes do que se imagina, levam investimentos e grandes esforços com vistas a inovar produtos a dar em nada. Dar em nada, em tais casos, significa trabalho – e dinheiro – perdidos. Uma causa frequente é a falta de integração entre os elos que formam a corrente incumbida de materializar projetos em princípio muito bons, mas que malogram no meio do caminho. Ou, pior, no final, nas linhas de envase. Pior ainda, como será mostrado no evento, com foco sobretudo em embalagens (ver quadro), já nos pontos de venda. Trata-se de um tema que vai além do que se poderia classificar como “pequenos problemas mal resolvidos”. A questão é estratégica para as empresas e, em última análise, para o País, na medida em que a eficácia na produção de embalagens inovadoras (e produtos também) deságua positivamente em competitividade. Ou seja, inovação é vital para crescer no mercado nacional e avançar no internacional. Sob esse prisma, o Fórum “Inovação – Como

Dia 27 de junho de 2012 Panamericana Escola de Arte e Design São Paulo

viabilizar a produção de embalagens criativas” se propõe a ser uma contribuição prática.

Programa • Fred Gelli, da Tátil Design. Gelli é o criador do logotipo das Olimpíadas do Rio 2016, atualmente em voga no Brasil e no exterior, e discorrerá sobre como aproximar a cadeia produtiva em prol da inovação no cliente final, a indústria de bens de consumo. • Renata Barini, Gerente Sr. P&D, Embalagens Brasil da Kraft Foods. Palestra: “Inovação de embalagens na prática”. • Cristina Alvarenga, diretora da BASES, divisão do Instituto Nielsen que avalia os prováveis desempenhos das inovações. A palestrante falará sobre os motivos de mais de 50% das inovações não serem bem sucedidas nos pontos de venda. • Deborah Portilho, D. Portilho Consultoria, Auditoria e Treinamento em Propriedade Intelectual. Inovou? Proteja. Como manter a exclusividade da identidade visual de suas marcas, produtos e embalagens. • Marcos Palhares, diretor da revista EmbalagemMarca. Palestra: Falta de integração - uma barreira para a inovação em embalagem.

Consultas sobre vagas: (11) 5181-6533 ciclo@embalagemmarca.com.br www.ciclodeconhecimento.com.br

Fórum “Inovação – Como viabilizar a produção de embalagens criativas” Patrocínio Ouro

Organização

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18 | Junho 2012

Divulgação


informe publicitário

Polivalente e onipresente Indicados para diversas aplicações, stand-up pouches crescem em todos os segmentos Produtos sólidos, em pó, líquidos ou viscosos, sensíveis à luz, ácidos, neutros, altamente oxidantes. Para cada necessidade, existe uma solução de embalagem diferente. Com desenvolvimentos adequados, o stand-up pouch (SUP) pode ser o sistema de acondicionamento ideal para itens com as mais variadas características. Essa versatilidade está por trás do avanço do SUP nas prateleiras mais diversas. Alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza, rações, cosméticos, tintas imobiliárias e até perfumes sofisticados são alguns dos usos (entre muitos outros) desse práti-

co sistema de embalagem encontrados no Brasil e no exterior. Levando-se em conta as inúmeras alternativas em formatos difereciados e a possibilidade de uso de acessórios como tampas e bicos, percebe-se o potencial inovador do SUP, capaz de colocar em cada mercado embalagens com personalidade própria e grande apelo de venda. A receita para o sucesso está na condução criteriosa do projeto de desenvolvimento da embalagem, envolvendo desde o início empresas capacitadas e com know-how reconhecido no mercado de SUP.

Selagem íntegra e resistência ao impacto e à perfuração A Dow desenvolveu diversas estruturas de filmes para Stand Up Pouch (SUP) que garantem selagem íntegra para evitar vazamentos, excelente resistência ao impacto e à perfuração para não falhar durante armazenagem, transporte, tempo de prateleira e manuseio. Além disso, possui maquinabilidade para a confecção do SUP.

Essas características permitem o uso em inúmeras aplicações, como alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza, lubrificantes e tintas. A Dow desenvolveu o SUP 100% Polietileno (PE), facilitando sua reciclabilidade. Essa solução será promovida no estande da Tradbor, na Fispal 2012, simulando uma embalagem de iogurte.

o todo depende das partes

Versatilidade faz com que stand-up pouch esteja presente em diversos mercados

Patrocínio

O lançamento de bebidas em stand-up pouches depende da coordenação de muitos fatores que podem interferir na qualidade final da embalagem. Além dos aspectos técnicos do pouch, outras escolhas críticas são o equipamento de envase, o canudo adequado, a aplicadora automática de canudos e o sistema de abertura da embalagem. A Tradbor investiu muito nos últimos anos para entregar soluções integradas, com capacidade de 150 a 180 envases por minuto, com uso de tecnologia própria e de parcerias internacionais, como as estabelecidas com

a sul-coreana Leepack, na parte de envase, e com uma multinacional nas soluções de canudo.

Dow Brasil

Tradbor Stand-up Pouches

A Dow alia a força da ciência e da tecnologia ao talento do Elemento Humano para inovar com paixão em produtos que são essenciais ao dia a dia das pessoas.

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Absorventes

Intimidade valorizada Fabricantes de absorventes íntimos investem em embalagens para agregar valor aos produtos Nos últimos anos, principalmente em 2011, o mercado de absorventes femininos – ao contrário da economia brasileira em geral – apresentou retração. As vendas no ano passado totalizaram 5,3 bilhões de unidades no varejo, o que representou queda de 2,8% em relação a 2010, de acordo com a Nielsen. No mesmo período, o preço dessa categoria de produto caiu 3,8%, resultando em uma diminuição de 6,4% do mercado, que movimentou 1,3 bilhão de reais em 2011. A culpada por essa queda, segundo diferentes fabricantes, foi a guerra de preços entre as marcas. A enxurrada

de packs promocionais e embalagens agrupadoras, do tipo “leve três, pague dois” e até “leve dez, pague oito” levou as consumidoras a estocar o produto no final de 2010, quebrando o ritmo de vendas em 2011. Agora, os grandes fabricantes de absorventes apostam em inovações – tanto em produtos como em embalagens – para reverter a redução das vendas. As principais marcas investiram na sofisticação e no design das embalagens, com lançamentos de produtos premium. A Kimberly-Clark, dona da marca Intimus, apresentou a linha Evolution, com preços 30% maiores. De acordo com Eduardo Aron, diretor de cuidados pessoais da multinacional, o desenvolvimento dos novos produtos foi resultado de uma pesquisa que classificou as mulheres a partir de seis perfis compor-

tamentais. As consumidoras brasileiras de absorventes íntimos foram encaixadas na categoria “stylistas”. “A stylista é moderna e ligada em tendências”, explica Simone Simões, gerente de marca da Kimberly-Clark. Para atender a essa consumidora, a empresa fez uma mudança radical nas embalagens: o absorvente externo, que geralmente é acondicionado em um pacote plástico flexível, agora é apresentado em um cartucho de papel cartão preto, com desenhos de arabescos e com uma janela, protegida com um filme transparente. Essa janela mostra os saquinhos coloridos que acondicionam os itens individualmente. “O Intimus Evolution é o único absorvente do mercado em caixinha, mudando a forma de comercializar o produto”, diz Aron. “A cor preta predomina nas

fotos: carlos

curado

Kimberly-Clark inova com cartuchos de papel cartão pretas com janelas que mostram os invólucros individuais coloridos (no detalhe)

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embalagens e destaca o desenho de arabescos que contrastam com o colorido das embalagens individuais internas”. O design das embalagens é da Seragini Farné Guardado. Os cartuchos são impressos pela Ibratec – exceto os do Intimus Interno e do Protetor Ultra Flexível, importados da China.

A Procter & Gamble também modificou as embalagens da sua marca de absorventes Always, que ganharam cores mais fortes e desenhos de arabescos. A marca passa a oferecer produtos premium, de alta performance, numa linha nomeada Always Pink. O produto teve a embalagem desenvolvida pela agência americana LPK de forma a ser facilmente identificada na gôndola por sua cor rosa (pink) e visor transparente, que permite enxergar os novos desenhos de corações e arabescos estampados nas embalagens individuais. Outra que remodelou as embalagens e os produtos da linha de absorventes Sym foi a Santher, criando a linha Sym 360°, que, segundo a companhia, oferece melhor performance às consumidoras. Para as novas embalagens (produzidas pela Canguru), a agência Cornerstone Strategic Branding Bra-

Cores fortes fazem pate da estratégia da P&G para chamar a atencção no ponto de venda

sil buscou referências em universos femininos, incorporando texturas que estão presentes nas passarelas de moda e criações dos principais designers da área de decoração. Estampas célebres, como o zigue-zague da grife italiana Missoni, estampam as embalagens do produto, compondo com o logotipo em fundo preto. “A escolha do preto reflete sofisticação e simboliza a proteção completa que o Novo Sym 360° oferece”, considera Lucia Rezende, gerente

de marketing da marca. “O uso desta cor, especificamente, representa uma grande inovação dentro de uma categoria que sempre destacou uma cartela de tons suaves e coloridos para seus produtos.” A executiva comenta que o segmento está cada vez mais sofisticado e competitivo. Ela descreve: “Não existe liderança absoluta, existem lideranças regionais. Os quatro maiores fabricantes, incluindo a Santher, ocupam

fotos: carlos curado

Santher busca inspiração no universo da moda para posicionar a nova versão premiumk da marca Sym

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posição de líder em alguma região do País e estão atentos a este novo direcionamento de mercado, atualizando suas linhas para conquistar maior valor agregado”. Como parte da estratégia de reposicionamento da marca, o Sym 360° chega às gôndolas 10% mais caro que o antigo produto.

A Johnson & Johnson , que informa ter mais de 33% das vendas de absorventes em volume, com as marcas Sempre Livre, Carefree e o.b., decidiu investir na repaginação das embalagens de Carefree no final de 2011. O objetivo, segundo a J&J, é entregar para a consumidora um produto mais atraente.

As mudanças foram feitas pelo estúdio de design da própria J&J no intuito de desenvolver uma embalagem que comunicasse melhor – em faixas coloridas no frontal dos pacotes – todos os benefícios do produto, de maneira clara e moderna. As embalagens agora contam com uma arte mais feminina.

Canguru Embalagens (48) 3461-9000 www.canguru.com.br Cornerstone Strategic Branding (11) 3081-5224 www.cornerstonebranding.com

Embalagens do Carefree, da Johnson & Johnson, buscam mostrar benefícios do produto

Ibratec (11) 4772-8277 www.ibratecgrafica.com.br LPK www.lpk.com +1 513 241-6401 Seragini Farné Guardado (11) 2101-4300 www.seraginifarne.com.br




Reportagem de capa

Questão

d

Marketing mais ágil, melhor gerencia de produtos, combate à falsificação. digital que podem ficar mais visíve Por Guilherme Kamio

surgiu, em meados da década de 1990, a impressão digital causou enorme surpresa. Afinal, nunca antes se ouvira falar no uso de processos eletrônicos para substituir etapas comuns a métodos tradicionais de impressão, tendo como efeitos produções mais ágeis e afeitas a pequenas tiragens. Não sem motivo, a tecnologia foi classificada como o futuro para o setor gráfico – e isso bem antes do encolhimento generalizado das corridas de livros e embalagens (no primeiro caso pela ascensão da internet e dos e-books; no segundo, pelas segmentações de linhas de produtos). A julgar pelos registros de vendas de máquinas, não soa a exagero dizer que a impressão digital deixou de ser promessa para se tornar realidade. Brandindo a liderança em vendas de impressoras digitais, a HP estima já ter vendido quase 5 500 unidades em nível mundial. Outra força do setor, a belga Xeikon, situa em mil a quantidade de

Quando

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equipamentos já instalados. Mas, na prática, não parece razoável dizer que a via digital já tenha se consolidado como solução para imprimir embalagens e rótulos – produtos para os quais as atenções da indústria gráfica progressivamente convergem, ante o fato de não sofrerem, como outros impressos, concorrência de mídias eletrônicas. Segundo dados divulgados na mais recente edição da Drupa, feira de tecnologia gráfica ocorrida no início de maio em Düsseldorf, Alemanha, a impressão digital ainda abocanha somente 1% dos serviços anuais de impressão de embalagens e rótulos no mundo, hoje avaliados em 7,4 trilhões de páginas (volume que equivaleria a 14% do mercado gráfico global). “A oportunidade de crescimento no segmento de packaging é enorme”, acredita Luis Iglesias, responsável no País pelo marketing das soluções digitais industriais da HP. Pelos cálculos do executivo, apenas 17% (923 unidades) das máquinas digitais

vendidas pela HP estão dedicadas à conversão de rótulos e invólucros. A maioria presta serviços aos segmentos editorial e promocional. O avanço imaginado por

Iglesias contempla um aproveitamento muito maior da versatilidade da tecnologia digital, que vai além do estágio em que se encontra o mercado brasileiro – onde a solução, no campo da embalagem, é basicamente explorada por produtores de rótulos, para o atendimento de pequenas tiragens com alta qualidade e tempo de entrega reduzido. Sugestões dos fabricantes de equipamentos quanto a novos usos incluem a impressão de embalagens flexíveis e cartuchos de papel cartão, que estaria mais propícia graças a novos modelos de máquinas (ver quadro), e trabalhos com dados variáveis como meio de obter ganhos operacionais e diferenciar produtos. Na Europa, por exemplo, a Microsoft recorreu a uma solução de impres-


e

nitidez

mento de estoques, personalizações Eis as possibilidades da impressão . is para os usuários de embalagem

focos em flexíveis e cartonadas Na mesma categoria, a Agfa apresentou o modelo Leopard, capaz de imprimir grandes formatos com tinta UV de qualidade offset, e a Jeti Titan, capaz de incorporar sistema de rolo a rolo para a impressão de substratos flexíveis em bobina que podem chegar a 3,2 metros de largura, com capacidade de impressão em até seis cores mais branco ou verniz localizado. Outro fato importante da Drupa foi o destaque dado pela Heidelberg, nome tradicional do segmento de impressão offset, às

suas soluções de impressão digital. A empresa aprofundou-se na tecnologia no ano passado, por meio da aquisição da alemã CSAT, e mostrou na feira impressoras Linoprint aptas à impressão digital de rótulos e filmes para blisters. “Agregamos toda nossa experiência em impressão digital em um segmento de negócios específico, com soluções para impressão comercial e de embalagens”, afirma Daniel Dreyer, líder global de soluções digitais para embalagens e rótulos da Heidelberg.

fotos: divulgação

A Drupa 2012, feira do setor gráfico ocorrida no início de maio em Düsseldorf, Alemanha, sinalizou movimentos da tecnologia digital rumo à impressão de embalagens flexíveis e cartonadas com maiores formatos. “São mercados cada vez mais influenciados por segmentação, com pedidos fragmentados”, explica Luis Iglesias, gerente de marketing de impressoras digitais da HP. Para atender esses segmentos, a empresa americana lançou na feira os modelos Indigo 20000 e Indigo 30000.

Heidelberg Linoprint

HP Indigo 30000

Agfa Jeti Titan

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Na Europa, Microsoft utilizou solução digital para imprimir cartuchos do Windows sob demanda

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Jones Soda: exemplo já famoso de uso da impressão digital para personalizar embalagens

(garrafas de cerveja) e da Coca-Cola (latas de Sprite). Este último projeto foi adaptado para o Brasil em 2011. Na Inglaterra, a produtora de chocolates finos Thorntons tem feito bastante sucesso ao possibilitar que consumidores encomendem caixas personalizadas com fotos submetidas através de um website. A ação se escorou em impressoras digitais Xerox. “É um tipo de iniciativa fantástico para conquistar a simpatia do consumidor e estimular sua fidelidade”, afirma Robert Candey, responsável por gerenciar, no Brasil, as divisões Cor e Soluções de Software da Xerox. No mercado brasileiro, constata o executivo, esse tipo de iniciativa ainda é raríssimo. Andreza Carraro, do departamento de marketing da produtora de rótulos Indemetal Gráficos, repassa que a empresa já desenvolveu algumas ações dessa natureza, para identificação de lotes em rótulos de vinhos e cervejas. Os nomes dos clientes são preservados. No fim do ano passado, foi desenvolvida uma ação para a cachaça Mato Dentro, em que, com fins de brinde, o rótulo da bebida recebeu aplicação dos nomes dos destinatários. Dona de uma impressora digital HP Indigo ws4500, a Indemetal receberia em maio um modelo HP ws6600. “Com essa aquisição, esperamos oferecer novos produtos ao mercado”, diz Andreza. Afora as ferramentas personalizadas de promoção, uma possibilidade também cogitada é o uso de dados variáveis como elemento de segurança. Nos Estados Unidos, autoridades avaliaram recentemente o uso de cartuchos per-

sonalizados, com o nome do consumidor impresso digitalmente desde a origem, para as vendas de drogas de uso restrito. No Brasil, onde desde 2009 se discute a implantação de um sistema de rastreamento de fármacos, a tecnologia pode representar uma solução. Quedas de certas barrei-

ras podem dar estímulo às aplicações de maior abrangência. Um dos entraves é o preço dos consumíveis (tintas e toners de impressão), que sempre gerou custos de impressão maiores que os de outros sistemas de impressão. “Houve uma queda expressiva no custo dos suprimentos nos últimos anos, assim como evoluções tecnológicas que permitiram barateá-los”, garante Claudio Gaeta, gerente de ven-

Sprite (acima) e Heineken estão entre marcas contempladas por ações digitais de customização de rótulos

fotos: divulgação

são digital da Xerox, acoplada a uma linha de acabamento da Stora Enso, para produzir cartuchos de papel cartão para o Windows 7 e outros softwares. Cada embalagem trazia estampado o nome do comprador do programa. A inclusão desse extra seria possível com um simples equipamento de codificação, mas o detalhe é que a customização ocorria juntamente com a impressão do cartucho, sob demanda, desencadeada somente quando uma venda on-line era concretizada. Projetos desse naipe podem não apenas contemplar um único elemento da arte, mas assumir contornos mais complexos, chegando mesmo ao design da embalagem por completo. Exemplo já famoso é o da canadense Jones Soda, que desde o final da década de 90 utiliza impressão digital para viabilizar um rodízio de fotos enviadas por consumidores em seus rótulos. Nos últimos anos, a HP, junto a clientes convertedores equipados com impressoras digitais, conseguiu convencer indústrias a investir em ações do tipo web-to-print para consumidores de outros países. Entre os adeptos figuraram nomes como Kimberly-Clark, Heineken e Coca-Cola. Todas as empresas lançaram ações que permitiram a consumidores customizar embalagens – cartuchos dos lenços Kleenex, no caso da Kimberly-Clark, e rótulos termoencolhíveis, nos casos da Heineken


das de impressoras digitais da Agfa, abastecidas por tintas UV (ultravioleta). “Se pegarmos o custo de impressão do início dos anos 2000, já houve uma redução na casa dos 70%”, argumenta Luis Iglesias, da HP. De modo geral, apontam os especialistas, quatro questões técnicas precisam ser resolvidas para a popularização da impressão digital: qualidade de impressão igual à do offset; pro-

Na Inglaterra, Thorntons permite que clientes personalizem caixas de bombons

Amostra fiel de projetos Um recurso interessante da impressão digital é a produção de protótipos e amostras com rapidez e alta qualidade, capazes de auxiliar processos de desenvolvimento de produtos. É para esse tipo de aplicação que a multinacional japonesa Roland oferece impressoras digitais. Uma venda emplacada recen-

temente para o mercado de embalagens ocorreu na Antilhas. A empresa adquiriu uma LEC-330, modelo a jato de tinta UV que dispõe do recurso de recorte integrado, para a confecção de protótipos de embalagens em diferentes substratos – papel cartão, plásticos e papéis de diferentes tipos e gramaturas. “Com o novo

equipamento, podemos apresentar ao cliente um produto que proporciona uma ideia concreta do projeto desenvolvido”, diz Carolina Caldo, supervisora de pré-impressão da Antilhas. Para rótulos e produtos de menores dimensões, a Roland oferece impressoras digitais em versões de mesa.

LEC-330: jato de tinta UV com recorte integrado permite confecção de provas


dutividade igual à do offset; custo por página igual à do offset; e condições de imprimir em qualquer substrato. As duas primeiras dificuldades já teriam sido mais ou menos resolvidas. As duas restantes podem ser solucionadas em curto prazo, graças a novos consumíveis desenvolvidos por meio da nanotecnologia (ver quadro). “A próxima geração de tintas e toners que deve chegar ao mercado em dois ou três anos vai mudar e muito a cara do mercado”, sentencia Miguel Troccoli, diretor geral da PTC Graphic Systems, representante da Xeikon para o mercado brasileiro. “A velocidade de impressão digital poderá ser multiplicada por quatro ou cinco vezes e isso vai mudar totalmente o modo como enxergamos a tecnologia.” Com rapidez e custos mais próximos daqueles dos sistemas convencionais, a tendência é que os predicados da impressão digital fiquem mais claros para os usuários de embalagens, ou lhes sejam comunicados com maior ênfase. Por enquanto, participações efetivas de end-users nas decisões sobre impressão de recipientes e envoltórios

Presenteados tiveram nome gravado no rótulo da cachaça Mato Dentro

Agfa (11) 5188-6444 www.agfagraphics.com Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br Heidelberg (11) 5525 4500 www.heidelberg.com.br

são exceções. “Raramente o cliente solicita um sistema de impressão específico”, relata Christiane Iser Nebelung, gerente de marketing da Baumgarten, grande fornecedora de rótulos autoadesivos. “Nós é que direcionamos o trabalho para o digital quando entendemos que esse é o sistema com melhor custo-benefício para a tiragem em questão”. Robert Candey aproveita a deixa para fazer um comentário

da situação. “Para indústrias, a forma como produtos são impressos ainda pouco importa – infelizmente”, lamenta o executivo da Xerox.

Veja mais: Epson investe no mercado de impressão digital emb.bz/154epson

HP (11) 3074-5242 www.hp.com Indemetal Gráficos (11) 4013-6644 www.indemetalgraficos.com.br Landa Corporation + 972 (77) 344-4444 www.landanano.com PTC Graphic Systems (11) 2097-7290 www.ptcgs.com.br Roland (11) 3500-2600 www.rolanddg.com.br Xerox (21) 4009-1212 www.xerox.com

Nanografia, a nova promessa Benny Landa não é considerado à toa o pai da impressão digital. Foi ele o fundador da Indigo, empresa que lançou a primeira impressora digital industrial do mundo, a E-Print 1000, em 1993. Em 2002, o empresário polonês vendeu o negócio para a Hewlett-Packard (HP) e abriu uma nova companhia, a Landa Corporation, sumindo do noticiário. No início de maio, durante a Drupa, feira de tecnologia gráfica realizada em Düsseldorf, Alemanha, Landa reapareceu para apresentar aquela que define como uma nova categoria de impressão digital: a nanografia.

Como o nome denuncia, trata-se de um processo de impressão baseado na nanotecnologia – ciência que lida com a manipulação de materiais em escala molecular, ou de nanômetros (milionésimos de milímetros). O pulo do gato da novidade é o uso de tintas inéditas à base d’água, as NanoInks, que incorporam partículas nanométricas de pigmentos. No processo de impressão, que combina tecnologias inkjet, piezoelétrica e térmica, o meio aquoso é sublima-

Com processo baseado em nanotecnologia, Benny Landa (no detalhe) promete popularização da impressão digital

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do, gerando, por meio de um método de gravação indireta (as imagens são primeiramente aplicadas numa blanqueta para depois serem transferidas para o substrato de destino), pontos mais precisos e camadas de tinta ultrafinas (com 500 nanômetros de espessura). Segundo a Landa, a nanografia resolveria duas barreiras da impressão digital: a do alto custo, uma vez que o colorante não penetra nas fibras de substratos, exigindo menos insumo para se obter as imagens requeridas, e a da versatilidade, pois o filme de tinta aderiria a qualquer material, incluindo filmes plásticos como os de polietileno, polipropileno, PVC ou PET. Na Drupa, a Landa Corporation apresentou cinco impressoras embarcadas com a tecnologia, entre modelos alimentados por folhas, passíveis de imprimir cartuchos, e alimentados por bobinas – para rótulos e embalagens plásticas flexíveis. A solução deverá estar disponível comercialmente em até dois anos, e será também oferecida por parceiros como Heidelberg, Manroland e Komori.



Leites

Longa vida alternativa

A Shefa, marca da Agropecuária Tuiuti, de Amparo (SP), quebra um paradigma no mercado de leites UHT (longa vida), ao adotar uma embalagem alternativa às cartonadas assépticas adotadas para o produto. A marca é a primeira no Brasil a acondicionar o alimento em garrafas de PET asséptico. Fruto de uma parceria que começou há dois anos entre o laticínio, a Logoplaste e a Colormatrix, a nova embalagem chegou ao mercado em meados de maio. As garrafas são produzidas numa linha in-house que a Logoplaste instalou na planta da Shefa. Desse modo, os recipientes vão diretamente para a linha de enchimento, evitando estoques. Produzida com duas camadas de PET, a garrafa não precisa de rotulagem extra para proporcionar barreira à luz, graças a um aditivo de marca Lactra, fornecido pela Colormatrix (ver quadro). “Trabalhamos com uma tecnologia de vanguarda, sendo a terceira fábrica no mundo e a primeira nas Américas a adotar garrafas assépticas com barreira à luz”, afirma Vicente de Benedictis Neto, gerente de marketing da Agropecuária Tuiuti. O shelf life do produto é de quatro meses, o mesmo das embalagens cartonadas assépticas, que continuam no portfólio da Shefa. “Com a garrafa oferecemos outra opção ao consumidor”, diz o executivo. “Essa embalagem é uma tendência mundial para leite UHT. Se olharmos para o mercado europeu podemos constatar o crescimento da embalagem de PET para leite.”

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Garrafa de PET asséptico do leite longa vida da Shefa tem barreira à luz. QR Code no rótulo leva para o site da empresa

fotos: carlos curado

Com tecnologia inédita no Brasil, Shefa apresenta leite UHT em embalagem de PET asséptico


Barreira eficaz O aditivo de barreira à luz Lactra, desenvolvido pela Colormatrix e utilizado nas embalagens de PET da Shefa é um corante branco que proporciona barreira de alto desempenho à luz e oferece estética aprimorada para embalagens. Sua função é proteger e estender o prazo de validade de produtos lácteos acondicionados em embalagens PET. De acordo com a fabricante, os

principais benefícios são os altos níveis de bloqueio de luz; boa aparência das embalagens com opções de acabamento brilhante (Silk) – utilizado pela Shefa – ou opaco (Matt); opções de grau de performance, dependendo dos níveis necessários de opacidade, conceitos de pré-forma e estética; e compatibilidade de processo com todos os tipos de PET para maior flexibilidade de produção.

Benedicitis Neto conta que onde a garrafa já é comercializada não houve estranhamento por parte do consumidor. “Ele já se acostumou com a migração de alguns itens da área refrigerada para ambientes sem refrigeração, como sucos, creme de leite e até o próprio leite, quando passou da embalagem ‘barriga mole’ (sacos de filme plástico monocamada) para a cartonada asséptica”, relata. Para explicar como funciona, o rótulo da garrafa possui um QR Code no qual se mostra todo o processo de envase do leite”. Para suporte ao lançamento foi feita uma parceria com a Muzzi Cycles, fabricante nacional de bicicletas que utiliza garrafas de PET recicladas como matéria prima. “Cada lote de 300 garrafas de leite de PET recicladas será transformado em uma bicicleta ecológica”, explica Vicente de Benedictis Neto. Também será feita uma campanha de lançamento em mídias de grande visibilidade para divulgar a nova embalagem. Os shrink agrupadores (six-pack) também chamam a atenção para a novidade. O preço do leite na garrafa de PET será o mesmo das cartonadas.

Colormatrix (11) 4591-0100 www.colormatrix.com/pt Logoplaste (11) 2132-0400 www.logoplaste.com

Filmes dos sixpacks chamam a atenção para a nova embalagem

Para divulgar novidade, bicicleta “ecológica” será produzida com garrafas de PET recicladas

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entrevista

Em contraste

com as noticiadas decepções da Avon e da Natura com seus desempenhos recentes, no outro colosso do mercado brasileiro de cosméticos, O Boticário, o clima é de festa. A receita de 5,5 bilhões de reais obtida em 2011, 19% maior que a do ano anterior, fez a grife de beleza desbancar o McDonald’s do posto de franquia mais rentável do País. Deliberadamente, o balanço positivo foi divulgado no dia 22 de março último, data do aniversário de 35 anos do negócio, surgido de uma pequena farmácia de manipulação aberta por Miguel Krigsner, em Curitiba, com 3 000 dólares emprestados por um tio. Em sua trajetória de sucesso, a empresa se notabilizou pelo zelo com a apresentação de seus produtos – não obstante um dos maiores ícones desse cuidado, o frasco com formato de ânfora para perfumes, tenha sido fruto de uma casualidade, como confirma nesta entrevista o gerente de desenvolvimento de embalagens do Grupo Boticário, Rodrigo Wielecosseles. Além de contar essa história, o executivo dá detalhes da gestão de packaging na corporação, que em sua alçada hoje tem também Eudora, marca dedicada às vendas diretas.

“O apoio é significativo” Referência em franquia de cosméticos festeja aniversário de 35 anos e mais um balanço positivo. Para RODRIGO WIELECOSSELES, gerente de desenvolvimento de embalagens do Grupo Boticário, o packaging cuidadoso é uma das razões do êxito da marca

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Recente reportagem na grande imprensa atribuiu, com base em comunicado de O Boticário, o crescimento expressivo do faturamento da empresa a fatores como a ampliação da rede de franqueados, lançamentos de novos produtos, investimentos em marketing, ações com consumidores e a adoção da nova identidade da empresa. A embalagem também contribuiu para o desempenho positivo? Sim, com certeza. A embalagem sempre contribui nos quesitos novidade, atratividade, presença de prateleira e geração de desejo pelo público. Quando lançamos um produto, a embalagem desempenha a função de “vendedor silencioso”, atraindo o consumidor, gerando nele o desejo de experimentar o produto e, como consequência, de levá-lo para casa. O Grupo Boticário tem uma atuação extremamente importante no


mercado nacional e nossas embalagens contribuem de forma significativa para confirmar esse posicionamento, fazendo com que os produtos das unidades de negócio O Boticário e Eudora cheguem com qualidade e segurança a um grande número de lares brasileiros. Apresentações de produtos são percebidas e geridas como ferramentas de marketing? Por quê? Se considerarmos os cinco P de marketing como ferramentas – preço, prazo, praça, produto e promoção –, é possível afirmar que todos eles são utilizados nas apresentações de produtos. A embalagem influencia diretamente no preço praticado; nos prazos de lançamento e entrega de produtos à apreciação dos consumidores; nas praças onde são lançados – recentemente, por exemplo, a unidade de negócio O Boticário lançou a Acqua Fresca com ânfora comemorativa ao aniversário de São Luís, no Maranhão – e também são meios para a promoção do produto. Desta forma, as embalagens compõem importante ferramenta do marketing mix das unidades de negócio do Grupo Boticário. Elas agregam valor ao negócio, já que contribuem para atrair o cliente ao ponto de venda, e proporcionam acondicionamento seguro aos produtos. Há participação do departamento de marketing nos processos de desenvolvimento de embalagens? Em quais estágios? Sim, o departamento de marketing participa ativamente e lado a lado com a equipe de desenvolvimento de embalagens. O processo começa com um briefing detalhado, no qual o time de marketing passa a orientação sobre os principais caminhos e estratégias a serem seguidos para a criação da embalagem. A partir daí, o contato entre as duas áreas é constante, passando pela definição do design das embalagens, validação das artes, mock ups, até chegar ao produto acabado. Quais foram os valores investidos em publicidade tradicional em 2011? E em desenvolvimento de embalagens?

As embalagens compõem importante ferramenta do marketing mix das unidades do Grupo Boticário. Elas agregam valor ao negócio e proporcionam acondicionamento seguro aos produtos


O Grupo Boticário não divulga o montante total investido em publicidade de suas unidades de negócio. Também não é prática da empresa divulgar valores de investimentos segmentados por áreas da organização. Como está estruturado o departamento de desenvolvimento de embalagens no Grupo Boticário? No Grupo Boticário, o departamento de Desenvolvimento de Embalagens faz parte da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento, que, por sua vez, responde à Diretoria Executiva de Operações. Por ser um departamento corporativo, atende todas as unidades de negócio do Grupo Boticário. As embalagens são totalmente criadas em âmbito interno ou o departamento conta com o apoio de terceiros, como agências de design? Em que proporção e em que condições? Para a criação do design inicial de embalagem, contamos com a parceria de agências especializadas, que trabalham em conjunto com a equipe de Desenvolvimento de Embalagens. Durante os estudos de viabilidade e desenvolvimento, também alinhamos a expertise da equipe interna com o apoio de fornecedores e parceiros estratégicos. Ou seja, trata-se de uma soma de

Os prazos em um mercado aquecido e em uma empresa que cresce acima da média do mercado são sempre desafiadores. Por isso, esperamos excelência na execução das entregas e pró-atividade dos fornecedores conhecimento e experiência que nos permite chegar aos resultados mais satisfatórios. No segmento de perfumaria e cosméticos, parte das embalagens é importada. O que determina a decisão de importar? A grande maioria de nossas embalagens é fabricada no Brasil, o que permite maior velocidade e capacidade produtiva, além de valorização da indústria e de parceiros nacionais. Somente algumas embalagens, especialmente frascos e periféricos, que exigem tecnologias ainda não aplicadas no Brasil, são importadas. O que o Grupo Boticário espera e exige de seus fornecedores de embalagens em termos de qualidade, prazos e outros fatores que integram esse componente dos produtos? O Grupo Boticário trabalha com altos níveis de qualidade. Os prazos em um mercado aquecido e em uma empresa

que cresce acima da média do mercado são sempre desafiadores. Assim, por meio de pré-acordos com os fornecedores, esperamos excelência na execução de suas entregas. Algo que também esperamos de nossos fornecedores é que tenham pró-atividade, tragam novidades de mercado antecipadamente e procurem sempre soluções alinhadas à estratégia da empresa. Os fornecedores nacionais atendem a contento a essas expectativas? Sim, os fornecedores nacionais fazem parte da história de sucesso do Grupo Boticário, juntamente com os internacionais e multinacionais. Alguns, inclusive, se estabeleceram e cresceram junto com o Grupo Boticário, especializando-se no atendimento à contínua e crescente exigência do Grupo e dos consumidores de perfumaria e cosméticos no Brasil. Diria que já atingimos um nível de excelência e qualidade de embalagens no Brasil que se equipara ao das empresas estrangeiras.

Active Dermato, fragrâncias roll-on e eau de parfum Lily Essence: exemplos de projetos inovadores de embalagem consagrados no Prêmio Grandes Cases em 2011

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Quais os principais produtos exportados? Aqui, vale lembrar que a unidade de negócio O Boticário está presente em oito países, além do Brasil – Portugal, Estados Unidos, Japão, Angola, Moçambique, Arábia Saudita, Venezuela e Paraguai. Mandamos para o exterior os mesmos itens do nosso portfólio nacional. Em sua opinião, o suprimento dos diferentes componentes das embalagens, como frascos, tampas, bisnagas e outros tipos de recipientes, bem como sua decoração, evoluíram nos últimos anos? Quais os principais avanços? Sim, e continuam evoluindo. Há duas décadas, não se tinha no País o leque de possibilidades decorativas que temos hoje, como metalização, galvanoplastia, hot stamping, tampografia, termolustragem, entre tantas outras. Houve avanços em equipamentos, processos e também nas próprias tecnologias, por meio de investimentos dos fabricantes de embalagens, terceiristas de decoração, além da reprodução no País de linhas de decoração específicas dos fornecedores multinacionais. O que, a seu ver, teria influenciado essas mudanças? Sem dúvida, os desafios do mercado – tanto nas questões de custos e prazos, quanto na demanda, na competitividade e no nível de exigência do consumidor, que são crescentes. O frasco com formato de ânfora, utilizado em perfumes, é um clássico das embalagens de O Boticário. Tem fundamento a história de que a marca foi criada com esse recipiente, do qual teria sido adquirido um lote em vidraria (Wheaton) do qual a empresa que o encomendou (Grupo Sílvio Santos) teria desistido? Sim. Em 1979, em uma viagem a São Paulo, Miguel Krigsner, fundador de O Boticário, adquiriu aproximadamente 70 000 ânforas que serviram para acondicionar a primeira fragrância fabricada pela empresa, a Acqua Fresca.

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Há duas décadas não se tinha no País o leque de possibilidades decorativas que temos hoje. Houve avanços em equipamentos, processos e também nas próprias tecnologias

Frasco com formato de ânfora se tornou equity da marca e está em edição comemorativa da colônia Acqua Fresca (à dir.)

Depois, foram produzidas outras que também foram envasadas no mesmo tipo de frasco. A ânfora, de formas arredondadas, acabou se tornando um ícone de O Boticário. Em que aspectos a embalagem ânfora evoluiu ao longo do tempo (decoração, fechamento, peso do frasco, ampliação de linha)? Não houve alterações de peso ou qualquer outra mudança ou adequação significativa. Já as tampas, que foram de madeira e de pedra-sabão, hoje são de plástico. Mudanças também ocorreram em relação à decoração, que possui uma gama de possibilidades a serem feitas, de acordo com o conceito da fragrância acondicionada. O Boticário possui alguns produtos em seu portfólio de perfumaria com essa embalagem, tais como Acqua Fresca, Thaty, Free e Cecita. O item mais recente foi lançado em março deste ano – uma edição de Acqua Fresca comemorativa dos 35 anos de O Boticário, que pode ser encontrada em uma de nossas 3 260 lojas espalhadas pelo Brasil.

Números de O Boticário Completa neste ano 35 anos de atividades É a maior franquia do Brasil em número de lojas e faturamento Conta com 3 260 lojas no Brasil, que empregam mais de 22 000 funcionários Faturou 5,5 bilhões de reais em 2011 Registrou crescimento de 19% em relação a 2010 Portfólio com mais de 800 itens divididos em perfumaria, maquiagem, cuidados para o corpo e para o rosto, protetores solares, desodorantes, sabonetes e xampus Lançou 428 produtos no ano passado, entre itens de linha e edições limitadas



internacional

Para os não tranquilos Vinícola australiana lança primeiros espumantes de alta pressão com tampa de rosca

Vem da Austrália, um dos países mais inovadores quando se fala em embalagens de vinhos, uma novidade em fechamentos de espumantes. As tampas de rosca (screw caps) de alumínio, presentes em 85% das garrafas de vinhos tranquilos (que não contêm gás) produzidos naquelas paragens, estrearam em espumantes de alta pressão. A De Bortoli Wines anuncia ser a primeira vinícola no mundo a levar um espumante para garrafas com tampas de rosca. Esse tipo de fechamento já vem sendo adotado por produtores de vinhos frisantes, cuja pressão criada pelo gás carbônico no interior da garrafa é menor. Batizada de Viiva, a tampa foi desenvolvida em conjunto pelas subsidiárias australianas da Guala Closures e da Owens-Illinois. De acordo com as empresas, a novidade surge em resposta às queixas da indústria vinífera australiana sobre os custos da rolha de cortiça. Reclamações de consumidores quanto às dificuldades de abertura e perda de carbonatação com as tradicionais tampas também foram levadas em conta. “A Viiva proporciona maior comodidade para os consumidores, por ser fácil de abrir. Como pode ser resselada, também minimiza o desperdício e aumenta a percepção de valor pelo consumidor”, argumenta o gerente de vendas da De Bortoli, Peter Yeoman. “A tampa de rosca elimina questões de segurança associadas à abertura de rolhas de cortiça e permite aos consumidores beber apenas uma taça. Retampada, a garrafa mantém a bebida com gás por alguns dias após a abertura.” O sistema de fechamento demorou

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cinco anos para ser desenvolvido e recebeu investimentos “significativos”, mas não revelados, em pesquisa e desenvolvimento. As duas empresas fornecedoras também trabalharam no desenvolvimento de uma nova garrafa que se ajustasse à nova tampa. A Viiva exige que o pescoço da garrafa seja 1 milímetro mais alto em comparação aos 17 milímetros necessários para acomodar a rolha de cortiça e a gaiola de arame nas garrafas de espumantes comuns. Projetada para suportar o volume tradicional de gás de vinhos espumantes (5 volumes de gás carbônico), a tampa foi testada para garantir sua segurança: a garrafa, cheia de espumante e tampada, passou pela “caixa quente”, ou seja, foi aquecida a 50 graus por 24 horas e depois a 60 graus por uma semana, e passou nas provas. Para o gerente de marketing da Guala Closures Austrália, Simon Yudelevich, o novo sistema de fechamento propicia benefícios significativos a produtores e vendedores de vinhos. “Na produção, a vantagem é trabalhar com um fechamento que ajuda a reduzir a complexidade das linhas de enchimento e melhora a produtividade”, ele diz. “A tecnologia é ainda a solução ideal para estabelecimentos que desejam servir vinho em taças e para o consumo doméstico em pequenas doses.”

A nova tampa, entretanto, acaba com uma tradição ao abrir garrafas de espumantes, que é o espocar das rolhas. Isso poderia atrapalhar a aceitação pelos consumidores. O gerente da Guala afirma que esse argumento

No Willowglen, gargalheira destaca facilidade de refechamento da nova tampa

é levado em conta pela empresa, mas diz esperar que “os consumidores considerem os benefícios da nova tampa e aceitem o produto”. A novidade foi adotada para a linha de espumantes populares Trevi, que tem três variedades, e para o espumante premium Willowglen Sparkling Brut. “Tomamos a decisão de converter toda a linha Trevi e Willowglen exclusivamen-


No Trevi, mensagem reforça a inexistência de rolha na garrafa

te para o novo sistema de fechamento porque a tecnologia é realmente inovadora e coloca a indústria do vinho da Austrália na vanguarda da inovação”, diz Yeoman, da De Bortoli. As novas garrafas também tiveram os rótulos redesenhados e ganharam uma gargalheira, que chamam a atenção para a nova tampa com frases como “Olhe, não tem rolha” e “Fácil de retampar”.

Guala Closures (11) 4166-2400 www.gualaclosures.com Owens-Illinois do Brasil (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br


gerenciamento de cores

As cores da embalagem A cloud computing avança na indústria gráfica com o lançamento de softwares e soluções para o gerenciamento remoto de cores – e a área de embalagem não ficará de fora dessa nova tecnologia

O uso de soluções tecnológicas baseadas no conceito de cloud computing, ou computação na nuvem, consolidou-se nos últimos anos como um caminho irreversível para praticamente todas as atividades econômicas contemporâneas – incluído aí, naturalmente, o setor de embalagem. Dentre as muitas características usadas para definir essa tendência, a possibilidade de compartilhamento instantâneo de arquivos e projetos, a partir de qualquer ponto do planeta em que haja uma conexão com a web, parece ser a que mais irá impactar o modelo produtivo vigente. Afinal, com o planeta tendo se tornado um mercado unificado, onde praticamente não há fronteiras, nada mais apropriado para as companhias com interesses transnacionais do que a possibilidade de trabalhar, em tempo real, com colaboradores em diferentes partes do globo. Com a indústria gráfica não haveria de ser diferente, e a última Drupa deixou isso claro para todo o setor. Dentre as várias tecnologias baseadas na nuvem apresentadas em Düsseldorf,

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as mais significativas para o segmento de embalagem foram as voltadas para o gerenciamento de cores. Em linhas gerais, essas soluções são ecossistemas dinâmicos para a integração de diferentes softwares e hardwares, e têm por objetivo entregar digitalmente cores consistentes e padronizadas ao longo de todo o fluxo de trabalho da indústria gráfica – da elaboração do design até a pós-impressão. De acordo com os desenvolvedores, ao colocar os fabricantes de embalagens em contato direto com os diferentes stakeholders (designers, agência e cliente), essas soluções aperfeiçoam drasticamente o processo de padronização e aprovação das cores em diferentes substratos e processos gráficos, reduzindo custos e disponibilizando com maior rapidez os produtos no mercado. Oferecidas por vários desenvolvedores, essas plataformas funcionam, basicamente, da seguinte forma: o dono da marca estabelece a palheta de cores “master” e os substratos com os quais irá trabalhar; a partir da conjunção dessas variáveis, o software desenvolve os


vão à nuvem

padrões secundários para cada substrato; com tudo seguramente armazenado na nuvem, o dono da marca autoriza que os diferentes stakeholders acessem o sistema; a partir desse mapa, a gráfica pode utilizar softwares de desenvolvimento de cores para definir qual a melhor mistura de tintas para se chegar ao resultado desejado.

Entre os fabricantes que já oferecem esse tipo de tecnologia, estão a GMG Color, com o GMG CoZone; a Pantone, com o PantoneLIVE; a Konica Minolta, com o Colibri Gatway; e a FujiFilm, com o ColorPath. Embora anunciados com estardalhaço durante a última Drupa, muitas dessas tecnologias ainda não estão disponíveis no mercado brasileiro, e algumas sequer possuem previsão de lançamento por aqui. Entretanto, com o elevado interesse internacional pelo mercado consumidor brasileiro, é provável que um número crescente de marcas e agências de criação passe a exigir a utilização dessa tecnologia pelos fabricantes de embalagens nacionais. Afinal, para

algumas marcas, a consistência colorimétrica de seus rótulos e embalagens é um fator quase tão decisivo quanto o próprio conteúdo. Exemplos recentes ilustram bem o valor atribuído à cor por algumas das mais tradicionais marcas do planeta. Famoso por seu rótulo alaranjado, o champagne Veuve Clicquot ganhou em novembro do ano passado, em uma corte belga, o direito de uso exclusivo da cor, correspondente à Pantone 137C, após identificar o uso indevido da mesma coloração pela Cava Don Jaime, um vinho espumante de origem espanhola. Já no caso de uma subsidiária britânica da gigante alimentícia americana H.J. Heinz, o problema não era a

A cor como componente de marca é um patrimônio que a Veuve Clicquot defende ferrenhamente

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confusão gerada pelo uso mal-intencionado de cores semelhantes por produtos concorrentes, e sim garantir que sua linha de feijões enlatados tivesse embalagens exatamente iguais em qualquer supermercado do planeta. Para se certificar de que o consumidor reconheceria o azul característico do Heinz Beanz em prateleiras lotadas de produtos semelhantes, a marca decidiu unificar a cadeia produtiva de suas embalagens com o auxílio do PantoneLIVE, uma solução desenvolvida pela Unidade de Negócios Digitais da Pantone, uma subsidiária do grupo X-Rite. De acordo com a H.J. Heinz, o resultado foi uma redução de 50% na variação colorimétrica em todos os formatos de embalagens utilizados pelo Heinz Beanz. Famosa pelo pioneirismo na utilização das cores para influenciar o comportamento do consumidor, a H.J. Heinz implementou recentemente, em parceria com a Pantone e a Sun Chemical, um sistema para o gerenciamento de cores em diferentes processos de impressão em papel, filme plástico e outros substratos utilizados pelo Heinz Beanz. Para a definição dos padrões de cores foram utilizadas ferramentas como o espectrômetro SpectroEye e o software de formulação de cores IFS 6, ambos da X-Rite. Uma vez armazenados na nuvem, esses padrões puderam ser compartilhados digitalmente e de forma precisa por toda a cadeia pro-

dutiva, com o auxílio do PantoneLIVE. Mas nem toda aplicação depende de processos tão complexos e demorados. Segundo o diretor de negócios para a América Latina da GMG Color, Paulo Monteiro, a solução GMG CoZone deve gerar boas oportunidades de negócios para os diferentes segmentos da indústria gráfica. “As empresas de produção poderão disponibilizar aos seus clientes, a um custo simbólico, uma ferramenta produtiva que, de outra forma, teria um custo mensal elevado e que impactaria no preço final do produto”, informa o executivo. Segundo Monteiro, o GMG CoZone surgiu da necessidade dos clientes de interagirem de forma rápida e eficiente com a parte produtiva da indústria, de modo a permitir que eventuais ajustes sejam feitos mesmo após a aprovação

Com o uso do PantoneLIVE a Heinz garantiu o padrão azul de seus feijões enlatados

Como funciona A computação em nuvem, ou cloud computing, consiste, em linhas gerais, num modelo de processamento e armazenamento de dados através de servidores localizados em qualquer lugar do planeta e conectados via internet. Com o uso dos aplicativos e ferramentas que aplicam essa tecnologia, tornou-se possível acessar e-mails, arquivos e programas remotamente, através da web. Lançado comercialmente na segunda metade da década passada, com a criação da Amazon Web Services (AWS) e de outros serviços voltados para desenvolvedores de software,

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do produto final. Para tanto, o CoZone permite ao cliente acompanhar remotamente o status do projeto, garantindo um eficaz gerenciamento do processo produtivo. O programa oferece ainda um sistema de prova suave e aprovação remota, que, nas palavras do executivo, não elimina a necessidade de realização de uma prova contratual, em papel. Ainda segundo Monteiro, o objetivo do CoZone é a eliminação de processos intermediários, liberando a equipe técnica das gráficas de tarefas pouco produtivas como manutenção de equipamentos e atualização de softwares. O sistema, que acaba de ser lançado na Inglaterra, deverá estar disponível no Brasil somente a partir de setembro.

a computação em nuvem é, hoje, dominada por todo o mercado de TI. Para muitos especialistas, em futuro próximo o termo deixará de ser usado, por representar a evolução natural da computação. Entre as vantagens apresentadas pela cloud computing está a redução de custos com o armazenamento de dados, uma vez que os servidores passam a ser compartilhados, reduzindo a capacidade ociosa. Outra vantagem é a possibilidade de atualização remota dos softwares. Veja como funciona, no diagrama elaborado com base no sistema GMG CoZone, da GMG Color.

GMG Color +1 781-775-1180 www.gmgcolorla.com/pt Fuji Film emb.bz/154fuji Konica Minolta emb.bz/154mmc Pantone do Brasil (11) 3611-0095 www.pantone.com/live



ideias

Braile cromático Sistema de identificação de cores para daltônicos busca adeptos, inclusive entre empresas usuárias de embalagens

Por que não criar um código visual para permitir a daltônicos decifrar as cores reais de objetos? O português Miguel Neiva teve essa ideia doze anos atrás, durante sua pós-graduação em design gráfico. Consolidado nos anos seguintes e lançado em 2008, esse sistema, batizado como ColorAdd, vem recebendo elogios da comunidade científica. Figurou até numa lista de quarenta ideias que vão melhorar o mundo, elaborada recentemente pela revista Galileu, da Editora Globo. Em maio, Neiva esteve em São Paulo para ministrar uma série de workshops e palestras na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Numa trégua de sua agenda, o designer recebeu a reportagem de EmbalagemMarca para falar da ferramenta que desenvolveu. Baseado na atribuição de símbolos para as três cores primárias (amarelo, azul e vermelho) e para branco e preto, com combinações entre eles representando desdobramentos para cores secundárias (ver quadro), o ColorAdd já é utilizado em Portugal em mapas de metrô, em pulseiras de pacientes de hospitais e em selos postais. Neiva afirma, porém, que é viável – e potencialmente benéfico para empresas – utilizar o sistema nas vendas de produtos. Um uso oportuno seria em roupas, para facilitar escolhas nas lojas. Mas, garante o designer, aplicações em embalagens são também cabíveis. Diz Neiva: “Muitas mercadorias distinguem-se por meio de cores em seus pacotes, frascos, caixas, rótulos e etiquetas antes mesmo que as letras o façam. Pessoas com daltonismo simplesmente não conseguem assimilar essa informação. O ColorAdd permitiria a daltônicos, por exemplo, identificar facilmente variedades de cigarros (convencional, light, mentolado), de leites (inte48 | Junho 2012

Como funciona o ColorAdd Símbolos representam cores primárias e, por meio de combinações, tons secundários. São possíveis 30 000 ordenações. Veja exemplos:

vermelho

azul

amarelo

branco

laranja

verde

violeta

marrom

rosa

azul claro

amarelo claro

laranja claro

verde claro

lilás

cáqui

cinza claro

bordô

azul escuro

amarelo escuro

laranja escuro

verde escuro

roxo

marrom escuro

cinza escuro

gral, semidesnatado, desnatado) ou de xampus (para cabelos normais, para cabelos oleosos, anticaspa)…”

Por ora, o único uso em embalagens foi feito pela portuguesa Viarco. A empresa adotou o ColorAdd para a identificação de seus lápis de cor e destaca a iniciativa nas caixas do produto, que trazem, ainda, uma legenda para os símbolos. Empresas interessadas devem procurar Neiva por meio de seu site (www. coloradd.net). Um valor de licenciamento é calculado de acordo com a

preto

DOURADO

PRATA

escala de uso do sistema, e tem validade vitalícia. Para o designer, empresas não deveriam perder de vista que adotar o recurso pode ser um meio de conquistar a simpatia de um número significativo de consumidores – segundo estudos recentes, existe no mundo algo próximo a 350 milhões de daltônicos. O desafio será convencer designers e gestores de marketing de que esse elemento extra não “polui” os já concorridos espaços das embalagens. “O sistema pode ser aplicado em dimensões discretas, sem prejudicar a aparência dos produtos”, assegura Neiva.

ColorAdd +351 917 526 446 www.coloradd.net



Rações

Fundo econômico Premier Pet desenvolve embalagem selada no fundo, que dispensa dobra e colagem

fotos: carlos curado

A Premier Pet anuncia ter adotado “as embalagens mais sofisticadas e seguras do mercado” para suas as rações super premium. A empresa, em parceria com a fornecedora Incoplast, desenvolveu as embalagens Incobox, que conservam melhor os alimentos, pois garantem, segundo o fabricante, maior barreira física, capacidade de solda e resistência, além de serem práticas. O projeto é fruto de dois anos de pesquisa e desenvolvimento das duas empresas. As embalagens Incobox, diferentemente das square – tradicionalmente adotadas nesse mercado –, não possuem a dobra do fundo, evitando a colagem, o que reduz o consumo de adesivos e “permite melhor exposição na gôndola, pois a base é retangular”, diz o gerente de suprimentos da Premier Pet, Marcos Oliveira. O fundo da nova embalagem é formado através de soldas. Na embalagem anterior o fundo era dobrado e colado. A empresa segue os passos da Royal Canin, que recentemente adotou embalagem semelhante para suas rações (ver EmbalagemMarca 154, março de 2012). Assim como a da concorrente, a nova embalagem da Premier Pet é dotada de sistema de abertura easy

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open, serrilhado a laser, e de um zíper que permite o refechamento dos pacotes. Marcos Oliveira informa que foram feitas pesquisas na Europa e nos Estados Unidos até se chegar ao formato ideal da embalagem. “Houve um grande investimento em toda a cadeia produtiva, desde empacotadeiras até os processos de envase, com inclusão de nitrogênio ou fechamento a vácuo, padronização no formato das soldas e consequente aumento da produtividade”, conta o executivo. As linhas Ambientes Internos e Raças Específicas serão acondicionadas no novo formato de embalagem, nos volumes de 1 quilo e 2,5 quilos. “Inicialmente, o equipamento está preparado para rodar estruturas de PET. Estamos trabalhando para num segundo momento rodar toda linha Golden Gatos em BOPP”, conta o gerente de suprimentos da fabricante de rações. Por enquanto, a Incobox é exclusiva da Premier Pet. “O equipamento para produção da embalagem foi trazido ao Brasil porque a Premier se interessou pelo novo formato e garantiu ao fornecedor abastecer a demanda do equipamento”, explica Oliveira.

Picote e ziper facilitam abertura e refechamento

Primeiras embalagens tipo Incobox são produzidas em PET. Em breve, também em BOPP

Embalagem antiga (à esquerda) tinha dobra e colagem, que foram eliminadas no modelo novo

Incoplast (48) 3657-3000 www.incoplast.com.br


Rótulos

Efeitos especiais na mesma passada Tecnologia desenvolvida pela CCL Label viabiliza holografia em 3D por impressão convencional

A canadense CCL Label desenvolveu e patenteou uma tecnologia inédita que, garante, permite criar rótulos autoadesivos holográficos com efeitos em terceira dimensão (3D) sem necessidade de equipamentos off-line. A aplicação dos efeitos especiais é possível graças a um sistema chamado de 3D OVD – Optical Variable Device (“Sistema Óptico Variável”, em português). Segundo a CCL Label, trata-se de um processo de impressão que viabiliza a produção de qualquer tipo de desenho com texturas microscópicas, como hologramas e imagens em 3D, em linha com outros processos de impressão. A empresa afirma que o sistema se baseia em processos convencionais de impressão, sem prejudicar velocidades, e não requer equipamentos off-line, como aplicação de hot stamping ou de cold foil. Isso traria vantagem econômica em relação aos processos tradicionais, possibilitando o uso de efeitos holográficos em aplicações que hoje são descartadas por questões de custo. A empresa diz que outra vantagem do 3D OVD é permitir o completo controle do processo de produção holográfica. “Trata-se de um passo simples e de baixo custo em direção ao melhor reconhecimento de marcas”, afirma a empresa em comunicado. Por enquanto, a tecnologia está disponível apenas na planta da empresa em Holzkirchen, na Alemanha. A CCL Label do Brasil não informou quando o novo sistema de impressão chegará ao País.

Com a nova tecnologia, texturas microscópicas são impressas em equipamentos convencionais CCL Label (19) 3876-9300 www.ccllabel.com.br


Doces

Pouso nas mesas Aviação investe em pote exclusivo de vidro para criar versão nobre de seu doce de leite

vendido desde a década de 1970 em latas de aço e há alguns anos também em potes de polipropileno, o doce de leite Aviação começou a chegar ao varejo em nova versão: pote de vidro. É, segundo definição da fabricante, uma embalagem com maior apelo de nobreza, “para ser levada à mesa”. Conforme explica Ana Luisa Resende Pimenta, diretora da Laticínios Aviação, o lançamento de uma

opção do doce de leite em vidro era um projeto antigo da empresa. “Decidimos finalmente procurar a Nadir Figueiredo, que produz os copos de nossos requeijões, para desenvolver essa embalagem”, conta a executiva. Juntas, cliente e fornecedor projetaram um recipiente de 600 gramas com formato exclusivo para o produto. O rótulo – uma tira autoadesiva que circunda quase toda a embalagem – teve o formato também criado pelo

laticínio. A parte do pote que o rótulo não cobre tem a marca da Aviação em alto relevo. O fechamento cabe a uma tampa de rosca, feita de aço. Ana Luisa diz que as primeiras impressões obtidas junto aos consumidores confirmaram a percepção premium da novidade, como a Aviação desejava. “O público tem elogiado bastante a embalagem”, relata a diretora da empresa de laticínios, sem esconder a satisfação.

foto

s: carl os c

urad

o

Recipiente de 600 gramas chega para ser opção mais premium frente às versões em lata e pote plástico. No detalhe, marca em relevo no verso do pote

Pote

Nadir Figueiredo (11) 2967-8800 www.nadir.com.br

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Rótulo

Indemetal Gráficos (11) 4013-6644 www.indemetalgraficos.com.br

Tampa

Rojek (11) 4447-7900 www.rojek.com.br


o ã ivas ç t a i r c ns e a g a l a v emb e o d o çã u d n o r p i ar a liz

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2012 e d o junh 8h

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Divulgação


evento indispensável

Simplicidade, sem transigência Premiação integradora da cadeia de embalagem tem Guia de Inscrição que suaviza esse trabalho – sem abrir mão do rigor Entre outras novidades, a edição deste ano de Grandes Cases de Embalagem terá um Guia de Inscrição que deverá reforçar significativamente seu caráter didático e interativo. Esse instrumento de orientação dos interessados em concorrer a um troféu e a um certificado da iniciativa, que em cinco edições se consolidou como uma das mais sérias premiações da área de embalagem no Brasil, estará disponível a partir do próximo mês em endereço eletrônico a ser divulgado. O Guia visa simplificar o processo de descrição dos cases concorrentes, porém sem reduzir o rigor de julgamento e a exigência de precisão nas informações que orientarão a decisão dos jurados. Por isso, oferece um passo a passo voltado a suavizar o trabalho de preenchimento das fichas em que são apresentados os atributos dos cases. Além disso, apresenta a descrição de um case real (não concorrente), a título de modelo orientador. Essas providências reforçam o aspecto integrador da promoção, na medida em que estimulam a troca de informações entre os todos os profissionais e empresas que tenham participado do desenvolvimento das embalagens inscritas.

sustentabilidade das matérias-primas e dos processos utilizados até seu desempenho nos pontos de venda e na redução do impacto que possam causar ao ambiente ao serem descartadas. Entre essas duas pontas são verificadas questões como otimização na produção das embalagens e em seu uso nas linhas dos clientes usuários, a harmonia entre forma e função (isto é, o design), desempenho nos pontos de venda, melhorias logísticas e benefícios para o consumidor final. É, a rigor, uma prática de estudos de cases, que se enquadra na missão das empresas organizadoras, Ciclo de Conhecimento e Embala Ideias, de transformar infor-

mação em conhecimento para o avanço do setor de embalagem. O prazo para inscrições vai até 24 de agosto próximo, mas é animador destacar que várias empresas acataram a sugestão da organização no sentido de apresentar seus cases com a maior presteza possível, e bom número já está registrado. Paralelamente às providências relativas ao conteúdo do evento, os organizadores estão trabalhando desde já com vistas a fazer da cerimônia de premiação, dia 13 de novembro, em São Paulo, um momento ainda mais memorável – imperdível mesmo – do que foram as festas relativas às edições anteriores.

Faz diferença para você. Faz diferença para sua empresa

O objetivo dessas providências é auxiliar na descrição o mais precisa possível dos cases, pois elas são essenciais para a informação dos membros do júri. Em Grandes Cases de Embalagem os jurados analisam as peças inscritas de forma abrangente, segundo a totalidade de seus atributos. Vale dizer, verificam desde a economia no volume, nos custos e na

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Reciclagem

Do leite ao curativo Parceria entre diversos elos da cadeia transforma embalagens cartonadas assépticas em cartuchos de Band-Aid

Cartucho de Band-Aid produzido parcialmente com aparas de caixas da Tetra Pak

Qual a relação

entre embalagens de leite e caixinhas de Band-Aid? Todos os cartuchos do curativo da Johnson & Johnson que chegam ao mercado brasileiro são agora produzidos com papel cartão cuja composição tem no mínimo 30% de aparas de embalagens cartonadas assépticas. A novidade foi anunciada no início de maio pela Suzano Papel e Celulose: as embalagens do Band-Aid são produzidos com o papel cartão Art Premium PCR (Post Consumer Recycled, reciclado pós-consumo), que utiliza embalagens da Tetra Pak recicladas. O projeto teve início em 2010, quando a Johnson & Johnson Brasil procurou a Suzano para desenvolver uma embalagem diferenciada para o Band-Aid. “Tínhamos como objetivo criar uma embalagem que fosse não só certificada, mas que também contasCiclo (11) 4137-7850 www.cicloindustria.com.br

se com materiais reciclados pós-consumo”, conta Carlos Souto, diretor de Embalagens da Johnson & Johnson Brasil. A partir daí, foi feita uma parceria entre a Suzano, a Tetra Pak, a Ciclo – fabricante de telhas para a construção civil que utiliza embalagens cartonadas assépticas como matéria-prima – e a Johnson & Johnson. O processo de recuperação das embalagens da Tetra Pak é executado pela Suzano na fábrica de Embu, situada nas vizinhanças de São Paulo, e consiste na separação das fibras de papel do polietileno (PP) e do alumínio. A unidade processa, atualmente, 200 toneladas de embalagens longa vida por mês, mas a capacidade é de mil toneladas mensais. As fibras de papel são usadas na fabricação do Art Premium PCR. O material restante (PP + alumínio) é vendido para a Ciclo.

Suzano Papel e Celulose 0800-0555100 www.suzano.com.br

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br


artigo

Alavanca de mudanças Embalagem pode ser decisiva na criação de apelos de consumo inéditos, capazes de sacudir categorias de produtos Por Lynn Dornblaser

Se não me falha a memória, foi no verão de 1999. Lembro-me que folheava uma revista quando topei com um anúncio da Yoplait. A empresa divulgava o lançamento de um iogurte em tubinho flexível. Pressenti que aquilo faria sucesso. E realmente fez. Eliminando a necessidade de uma colher para o consumo, o Go-Gurt transformou o iogurte em algo verdadeiramente fácil de ser usufruído em trânsito, além de conveniente para ser colocado nas lancheiras da criançada. Essa é uma história frequentemente contada em minhas palestras. Ocorre que considero o Go-Gurt um exemplo fantástico de como empresas podem lucrar e se distanciar da concorrência ao criar propostas de consumo criativas, inéditas em suas categorias – e de como a embalagem pode ser decisiva para dar sentido a essas inovações. Recentemente, deparei-me com dois produtos que me despertaram sensação parecida com aquela tida treze anos atrás. O primeiro deles é uma tintura para cabelos lançada no Reino Unido pela Kevin Murphy. Não se trata de uma fórmula líquida ou viscosa apresentada em frasco ou bisnaga, como normalmente são os colorantes. É um pó para ser aplicado em cabelos secos. A embalagem primária é o que torna única a proposta do produto. Consiste numa cápsula plástica meio-esférica com reentrâncias laterais para facilitar o manuseio. Para utilizar a tintura, o consumidor deve remover uma tampa presente na parte plana da embalagem e friccionála sobre as madeixas, espalhando o pó. A ideia do produto, disponível em 56 | Junho 2012

Color.Bug: “joaninha” de plástico funciona como aplicador...

três cores extravagantes (rosa, laranja e roxo), é proporcionar aos jovens um visual passageiro – para uma noite de badalação, por exemplo. A cor sai após uma lavagem. De forma inventiva, o produto se chama Color.Bug, ante o fato de a embalagem aplicadora lembrar uma joaninha (ladybug, em inglês).

...e viabiliza aplicação de tintura momentânea nos cabelos

o segundo conceito que me fascinou é fruto da observação de como os consumidores utilizam um produto. Trata-se do Dip & Squeeze, versão single serve do célebre ketchup Heinz. É uma ruptura com o padrão de sachê oferecido pela marca há pelo menos quatro décadas no canal do food service dos Estados Unidos. Acondicionado numa pequena bandeja termoformada vedada com um

emb.bz/154colorbug


filme-tampa, o novo produto permite que o consumidor expulse o conteúdo por meio da compressão, como se acostumou a fazer com os sachês (ao que basta a quebra de um bico de vazão), ou utilize a embalagem para mergulhar batatas fritas no molho (com a remoção total do filme-tampa). O invólucro oferece o triplo do conteúdo dos sachês convencionais de molho. Faz todo sentido. Afinal, quem usa somente uma unidade dessas embalagens? O recipiente primário não é propriamente novo, tendo merecido reportagem de EmbalagemMarca à época de seu lançamento (ver nº 127, março de 2010). Quero, porém, destacar a embalagem secundária criada para tornar pertinente a venda do Dip & Squeeze em supermercados. Trata-se de um cartucho de papel cartão que acomoda dez unidades do produto de forma prática. Com picote para abertura numa extremidade inferior, ele permite a retirada das unidades uma a uma. Repousando em prateleiras e armários, o ten-pack evita pilhas bagunçadas de “sachês”. É, ainda, conveniente – bonito, até – para ficar à mesa. Bela sacada.

Ten-pack cartonado assegura a venda de dose individual de ketchup no varejo de autosserviço

emb.bz/154heinz

Lynn Dornblaser é especialista em tendências de consumo e diretora da divisão CPG Trend Insight da consultoria Mintel International. Pode ser contatada pelo e-mail lynnd@mintel.com


EM foco O QUE VAI PELA CABEÇA DO CONSUMIDOR

Fosco ou brilhante? Novidade há alguns anos, as embalagens flexíveis com acabamento fosco se consolidaram. Mas será que elas viraram as preferidas dos consumidores? A reportagem de capa da edição nº 68 de EmbalagemMarca (abril de 2005), sobre embalagens flexíveis com vernizes foscos, mostrava que, à época, os usuários, especialmente as empresas produtoras de snacks, passavam a considerar, de forma crescente, que tais acabamentos aumentavam a percepção de valor em almofadas de salgadinhos e petiscos pelo con-

sumidor final. Passados sete anos, os flow-packs foscos acondicionam ampla gama de produtos, numa possível indicação de que caíram no gosto do consumidor. Para saber em que medida isso é verdadeiro, ou se a preferência maior ainda recai sobre as embalagens flexíveis com brilho, e porquê, a reportagem entrevistou consumidores num supermercado e em ruas de São Paulo.

“Prefiro as foscas. São mais simpáticas, menos chamativas”

“Eu não consumo biscoitos nem outros produtos com embalagens foscas, principalmente em se tratando de batatas (chips). Prefiro as brilhantes, porque estou mais acostumado com essa embalagem, que já conheço há muitos anos, pois tinha lanchonetes em colégios, e vendia salgadinhos com embalagens assim”

Maria Isabel Nielsen

Edson Antonioli

“Prefiro a fosca, acho que é mais bonita” Raymundo Costa Neto

“Prefiro as foscas, com certeza. As brilhantes me dão a impressão de que estão querendo mascarar alguma coisa. As foscas têm aspecto mais natural”

“As foscas, porque são melhores para o meio ambiente”

Daniela Agostinho

Assista a estes e outros depoimentos em: emb.bz/154emfoco

58 | Junho 2012

Silvia Moraes

“Prefiro as brilhantes. Produtos com embalagens brilhantes me atraem mais, sinto mais vontade de comê-los” Irene da Boite Ferreira



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br

lácteos

transparência e etiquetas

A Brasil Foods reposicionou a sua principal marca de produtos lácteos, a Batavo. A iniciativa contempla nova identidade e o lançamento de novas linhas de iogurtes, entre elas Pedaços (na foto) e Grãos. Os produtos estão disponíveis em potes de polipropileno transparente, de 170 gramas e de 500 gramas, adotados para garantir melhor exposição no ponto de venda. Os rótulos autoadesivos estampam ilustrações feitas em aquarela colorida, com acabamento metalizado, e destacam o novo logotipo da marca (ver quadro) como se fosse uma etiqueta pendurada.

Antes . . . Mais expressão A Batavo teve seu logotipo atualizado. A figura da moça holandesa, ícone da marca, ganhou mais expressão. O lettering mudou. A assinatura agora incorpora o slogan “Pensado para sua natureza”.

. . . e depois Design

a10 (11) 2344-1010 www.a10.com.br

60 | Junho 2012

Potes e tampas

Dixie Toga (11) 2928-2000 www.dixietoga.com.br

Rótulos

Mack Color (11) 2095-4499 www.mackcolor.com.br



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

2

4

Embalagens

Cepalgo (62) 4006-6111 www.cepalgo.com.br

Design

Speranzini Design (11) 5685-8555 www.speranzini.com.br

Design

Pande Design Solutions (11) 3849-9099 www.pande.com.br

Embalagens

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

Alimentos

Refrescos

Bebidas

Snacks

individual ou em trio

Coco para os Eua... 2

...e para o Nordeste

volta do lanchinho

A Coco do Vale começou a exportar água de coco, natural e com sabores, para os Estados Unidos. As caixinhas Tetra Prisma de 200 mililitros tiveram linguagem adaptada para o inglês.

Produto exclusivo para o Nordeste, o Old Eight Coco é novidade da Campari do Brasil. A bebida, à base de uísque e com sabor de coco, chega ao mercado em garrafa de vidro de 1 litro.

1

A Jasmine Alimentos lança a granola Grain Flakes na versão barrinha. Três sabores chegam ao mercado em embalagem individual (flow pack) e na opção de caixa trazendo três unidades.

3

Ingredientes

Sob a chancela da Mabel, a Pepsico relança os biscoitos Mirabel, fora do mercado desde 2001. Os “lanchinhos” vêm em flow packs de 40 gramas, que estampam o logotipo clássico da marca.

3 Design

Design Absoluto (11) 3089-5500 www.designabsoluto.com.br

5

Rótulo

Gráfica Gesa (54) 3332-1301 www.graficagesa.com.br Garrafa

Owens-Illinois do Brasil (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br

1 Design

Sart Dreammaker (11) 3044-4074 www.sart.com.br Embalagens

Santa Rosa Embalagens (11) 3622-2300 www.santarosaembalagens.com.br

62 | Junho 2012

4

Design

B+G, The Brand-in (11) 5090-1460 www.bmaisg.com.br Stand-up pouches

Plastrela (51) 3736-1122 www.platrela.com.br

Bolos em pouches 5 Paçoca, Abacaxi, Banana e Maçã com Canela são as novas opções de misturas para bolos da Fleischmann. Os produtos chegam ao mercado em stand-up pouches (bolsas que ficam em pé) de 450 gramas.


8

6

Design

M Design (11) 3833-0969 www.mdesign.com.br

Lata e tampa

Rojek (11) 4447-7900 www.rojek.com.br

Higiene pessoal

Doces

Dermacyd 24 horas 6

Festas diferentes

O sabonete líquido íntimo Dermacyd agora tem a versão 24 horas, de ação prolongada. A Sanofi, fabricante do produto, não informa quem fornece as embalagens.

A Alispec criou novas apresentações para a linha de doces prontos Bom da Festa. Brigadeiro, Beijinho, Recheio e cobertura são ofereci-

Atomatados 7

dos em stand-up pouches (bolsas que ficam em pé). O Brigadeiro é também disponibilizado em bisnaga plástica de 30 gramas.

7

Bisnaga

Impacta (11) 4447-7300 www.impacta-brazil.com.br

pouches (impressão)

Maquiplast (11) 4619-9696 www.maquiplast.com.br

pouches (montagem)

Tradbor (11) 3739-4909 www.tradbor.com.br

EstrEia da heinz

8

Surgem os primeiros atomatados produzidos no Brasil com a marca Heinz: extratos de tomate em latas de aço de 130 gramas e de 340 gramas, este com tampa de fácil abertura. São efeitos da aquisição da Quero Alimentos pela empresa americana, sacramentada em 2011.


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

pouches

4

Flex Pack (11) 3721-0100 www.flexpack.com.br Design

i10as www.i10as.com.br

Design

Ti22 (11) 3845-6579 www.ti22.com.br

1

Queijos

Bebidas

Sabonetes

Fresco e Saudável

Néctar afrodisíaco

Relançamento com estilo

1

A Tirolez lança o Biofrescal, queijo frescal com probióticos. O produto é acondicionado em filme termoformado envolvido por uma luva de papel cartão. A empresa não identifica os fornecedores.

A bebida afrodisíaca Yxaiio pheromones, lançada na Europa em 2008, passa a ser produzida também no Brasil. O produto, que promete intensificar as sensações sexuais, é acondicionado em latas tipo sleek de 296 mililitros.

2

A Flora, empresa do grupo JBS, relança os sabonetes em barra Francis em um projeto que inclui novas versões dos sabonetes, com maior concentração de perfume e nova identidade visual. As embalagens das linhas Francis

Snacks 3

Clássico e Francis Suave – em cartucho de papel cartão e em papel encerado – foram modernizadas, mas mantêm ícones como a cor dourada e o brasão. A nova assinatura da marca é “Francis. O Encanto da Nobreza”.

Matinais

bolsinhas individuais

Vendidos em cartuchos e flexíveis com maior capacidade, os snacks de fruta Frootiva ganham versões individuais. São stand-up pouches (bolsas que ficam em pé) com 30 gramas de produto.

5

2

3

design

Design Absoluto (11) 3089-5500 www.designabsoluto.com.br Embalagens

Latas

Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil

64 | Junho 2012

Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br

4

Design

Fly Jabuti (11) 3628-5222 www.flyjabuti.com.br

Ovomaltine em vidro 5 Chega ao mercado o Creme Crocante Ovomaltine, importado da Bélgica. O creme está disponível em duas opções de embalagem de vidro (180 gramas e 380 gramas), com shelf life de doze meses.


Antes . . .

Molhos

Economia e visibilidade A Castelo Alimentos reformulou as embalagens da sua linha de molhos para salada. O novo frasco de PET tem o pescoço mais estreito, mas o volume continua o mesmo: 236 mililitros. O rótulo termoencolhível – com picote na altura da tampa, que serve como lacre – ganhou maior área de transparência para melhorar a visualização do conteúdo dos frascos. O sabor do molho foi destacado com letras maiores e com faixas em cores diferentes. A tampa flip-top agora tem um travamento mais suave após o uso, e conta com bico que facilita a aplicação do molho e dificulta o acúmulo do líquido no local.

. . . e depois Rótulos

Metrolabel (11) 3603-3888 www.metrolabel.com.br

Design

Projeto Integrado (11) 3884-9344 www.projetointegrado.com.br

Frascos e tampas

Premium Plastic Embalagens (11) 4652-0077 www.premiumplastic.net

Junho 2012 |

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Almanaque Contestação em garrafas Nos anos 70, em plena ditadura no Brasil, Cildo Meireles lançou o movimento “Inserções em circuitos ideológicos”. A ação consistia em escrever críticas ao regime militar e ao imperialismo americano em garrafas de vidro retornáveis de Coca-Cola. Utilizando serigrafia com tinta branca vitrificada, o artista plástico gravava frases que passavam despercebidas quando o vasilhame estava vazio. Quando a embalagem voltava a circular, preenchida com o refrigerante de cor escura, nela surgiam frases como “Yankees, go home” e até receitas para coquetéis molotov.

mensagens contra o regime militar e os Eua apareciam quando garrafas eram enchidas

dose exagerada Ministrar remédios a crianças nunca foi fácil. Com a vitamina Mastiguinhas, nos anos 80, a Johnson & Johnson tentou dourar a pílula – mas exagerou na dose. O produto caiu no gosto da criançada por ser doce e colorido como um confeito. O ar de guloseima era reforçado pelo cartucho com um rosto de criança desenhado. Para evitar confusão, avisos nas embalagens recomendavam a ingestão de uma unidade por dia. Afinal, era remédio. Mas que parecia doce, parecia.

inclusão ou discriminação?

Para proteger, pipocas

fotos: divulgação

Muito antes do frenesi em torno dos plásticos derivados do milho, a californiana DeJur-Ansco propôs o uso de um “transformado” do cereal para a proteção de produtos – tarefa em que se consagrariam, mais tarde, os plásticos expandidos e o plástico bolha. Em 1951, a empresa começou a utilizar pipoca para a forração das caixas de despacho de equipamentos fotográficos. À época, a tarefa era cumprida com serragem e aparas de papel. Segundo a DeJur-Ansco, a vantagem da pipoca é que ela era à prova de fogo. E até comestível.

baú digital Qual a origem das s carinhas nos rótulo da tradicional groselha Milani? Veja em

emb.bz/154quiz 66 | Junho 2012

Estados Em 1953, a Alcoa desenvolveu nos alumínio, de feita rosca de a Unidos uma tamp tura de a HyTop, dedicada a facilitar a aber ou um frascos de ketchup. A novidade ganh de casa dona a típic uma de foto a com anúncio r dizer que americana e o seguinte título: “Que depois, uma mulher pode abrir isso?”. Anos exemplo um peça a riam idera cons s nista femi muito que as lheir genuíno de machismo. Patru up... ketch m umia cons não provavelmente




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