EmbalagemMarca 155

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Ano XIV • Nº 155 • Julho 2012 • R$ 15,00

entrevista

A embalagem na raiz do sucesso da Cacau Show segundo seu fundador e presidente, Alexandre Costa

suplementos

Apresentações mais requintadas e práticas dão corpo ao mercado de artigos nutricionais para quem malha

Otimismo em tela Avanços tecnológicos e usos inovadores pintam um quadro sorridente para fornecedores e usuários de embalagens plásticas flexíveis



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Vale para empresas, deve valer para o conjunto Anos atrás,

lá pelo final da década de oitenta, atuando como editor da seção de administração de uma importante revista brasileira de economia e negócios, fiz incontáveis reportagens e entrevistas a respeito de um assunto que era uma das principais metas e preocupações das empresas: qualidade. Essa recordação vem a propósito de uma preocupação que se revela cada dia mais presente na cadeia de valor da embalagem, que é a falta de integração entre os participantes de projetos. Tal lembrança veio especificamente focada em uma discussão muito intensa na época, que era a necessidade urgente de as empresas porem em prática a qualidade total, ou TQC, iniciais da expressão em inglês Total Quality Control. Principalmente se discutia como conseguir isso – da mesma maneira que se discute hoje nas empresas como levar à interação entre os elos da corrente do packaging. Não se ouve muito falar do tema qualidade total hoje em dia. Como as expressões “reengenharia” e “globalização”, o assunto parece não ser prioridade no campo editorial e em eventos voltados a assuntos empresariais. Não se atribua isso a modismos. Como disse um filósofo, o homem só se propõe problemas que pode resolver. Assim, as exigências de que a qualidade esteja presente nos produtos, sob pena de que sumam do mercado, induziram as empresas em geral a adotar o princípio básico da TQC, ou seja, o cliente direto de uma fase produtiva é o próximo elo da corrente. Em última instância está se falando de integração.

Essa meta desejável parece ter sido conseguida na maioria das empresas, em âmbito interno, e é comum ver-se notícias de que o nível de qualidade dos produtos e serviços de umas ou outras é comparável ao que há de melhor no mundo inteiro. É uma constatação animadora. No entanto, pelo que observamos em enquetes e na convivência diária com agentes do setor de embalagem, o entendimento de sequência harmoniosa não impregna a noção de cadeia produtiva. O fornecedor de um item de sistema de embalagem não se entende com outros participantes do conjunto. Projetos são concebidos sem que se pergunte como o produto será acondicionado, em que tipo de equipamento, com que material. Profissionais de design, que em tese deveriam participar do projeto desde o início, são chamados a opinar na fase final, como se sua função fosse meramente decorar recipientes. Certamente alguém dirá que somos ingênuos por insistirmos em estimular, dentro de nossas possibilidades, a integração de todos os atores em projetos de embalagem e se enxergarem como complementares entre si, como são. Respondemos que acreditamos ser essa a melhor maneira de alcançar resultados e que assim eles virão mais rapidamente, sem sobressaltos e sem erros a corrigir depois, quando não se corrige nada. Até agosto.

“O princípio básico da qualidade total, em que o cliente direto de uma fase é o próximo elo da corrente, impera na maioria da empresas, mas é uma noção que ainda não impregna o packaging enquanto cadeia produtiva” Julho 2012 |

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Edição 154 • Julho 2012

Sumário

18 Reportagem de capa: FLEXÍVEIS Graças a avanços tecnológicos, difusão de novos formatos e quebras de paradigmas, consumo e percepção de qualidade das embalagens feitas de filmes plásticos devem aumentar POR GUILHERME KAMIO

3 Editorial Chegam notícias acalentadoras sobre o nível de eficiência de produtos e serviços brasileiros, porém, há ainda bastante espaço para melhorar a integração entre os diversos elos da cadeia produtiva 10 Prêmio À medida que se aproxima a data derradeira para as

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inscrições, 24 de agosto, os mais precavidos já pensam na noite da premiação Grandes Cases de Embalagem, em 13 de novembro

11 Espaço aberto Críticas, sugestões e elogios dos leitores 12 Painel Fábricas brasileiras da Fareva e da Tubex são inauguradas • Expositores exprimem satisfação com a Fispal Tecnologia 2012 • Dixie Toga lança bisnaga laminada com alta barreira e “memória” • Tetra Pak promete emplacar duas novas soluções no Brasil • Plástico “verde” da Braskem ganha novas aplicações em embalagem • Surge uma aliança em prol do PET de cana-de-açúcar 26 Fechamentos Zip-Pak, produtora de “zíperes” para

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resselagem de flexíveis, constrói primeira fábrica no Brasil

27 Ideias Caixa impermeável de papel cartão, toda feita a partir de dobras, é nova opção para acondicionar congelados

28 Segurança Indústrias adotam vias mais sofisticadas de uso de etiquetas antifurto, utilizando embalagens para dissimular sua aplicação

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32 Entrevista Alexandre Costa, fundador e proprietário da

Cacau Show, fala sobre a importância das embalagens na trajetória de sucesso da empresa



Edição 155 • Julho 2012

Sumário 36 Curativos Nova identidade visual é a arma da Cremer para ganhar visibilidade no varejo farmacêutico 40 Suplementos alimentares O anabolizado mercado

de suplementos alimentares demonstra ser campo fértil para fornecedores dos mais variados componentes de embalagem

44 Ciclo de Conhecimento Fórum sobre inovação

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reforçou a mensagem de que integração é meio caminho andado para projetos bem-sucedidos de embalagens e produtos

46 Alimentos Pequena produtora de antepastos adota

embalagens exclusivas para concorrer na faixa premium de consumo

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48 Cervejas Rótulos “rasgados” e com design gráfico incomum sobressaem em apresentação de cervejas artesanais mineiras 50 Em Foco O que pensa o consumidor sobre os produtos – e embalagens – das marcas próprias do varejo

52 Display Envoltórios de lenços de papel incorporam

espelhinho • Alexandre Herchcovitch assina linha de cosméticos para hotéis • Cookies são oferecidos em embalagens de polpa moldada • Personagens de A Era do Gelo ganham as caixas de Cremogema • Tirolez lança fondue em bolsa plástica • Coral apresenta novo logotipo

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58 Almanaque A primeira lata cilíndrica de óleo de milho • Rótulo de Aviação já teve outro avião • Índios criaram o primeiro remédio popular brasileiro • O porquê de “azeite de oliva” e de “óleo de azeitona”

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Empresas que anunciam nesta edição Baumgarten.....................................................4 e 5 Catuaí Print............................................................27 Cerviflan.................................................................13 Congraf........................................................38 e 39 Crown do Brasil...................................................57 Designful............................................................... 53 Dow Brasil.............................................................37 ECS Sleeve........................................................... 55

Giro News..............................................................51 Grandes Cases........................................... 30 e 31 HotGraf..................................................................57 Indexflex.......................................................2ª capa Klabin........................................................................9 Krones................................................................... 35 MLC........................................................................ 33 Moltec....................................................................57

Optima.........................................................4ª capa PakTech................................................................. 45 Piloto.......................................................................15 PMMI......................................................................... 7 Prakolar........................................................3ª capa Simbios-Pack........................................................57 Versacolor.............................................................19 Vidro Porto............................................................ 11

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Marcelo Marcondes | marcelo@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca. com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@ embalagemmarca.com.br • Assistente de arte: Wilson Roberto Jr. | arte1@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com. br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$99): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br

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prêmio

Duas datas a lembrar Vem aí a data final para inscrições e já caminham os preparativos para a premiação de Grandes Cases de Embalagem Aproxima-se a data final – 24 de agosto próximo – do prazo para inscrições a interessados em ver homenageadas suas marcas na sexta edição de Grandes Cases de Embalagem, e isso impõe a necessidade de reiterar algumas informações para reforçar ainda mais o reconhecimento da premiação como um aval incomparável de credibilidade. Com esse foco, predomina na iniciativa o incentivo à integração da cadeia, e a cada ano novas providências são tomadas para tornar mais suave o processo de registro dos cases. O resultado tem sido positivo, e as inscrições já chegam em bom número e com boa qualidade. Mas ocorre que, habituados a participar de promoções do gênero, nas quais os critérios de análise não são totalizantes, como são no caso de Grandes Cases de Embalagem, tem ocorrido de alguns profissionais do setor alegarem que encontram dificuldades para atender as exigências do regulamento. Isso veio diminuindo nas sucessivas edições da iniciativa, mesmo porque os organizadores tornaram cada vez mais didática a comunicação sobre o processo. A fim de superar de vez pontos que possam não estar claros, está em fase de conclusão e logo estará à disposição dos interessados um passo a passo para deixar o trabalho muito prático e ágil – sem baixar o nível de exigência das informações. Independentemente dessa providência, vale reiterar a recomendação de que os participantes dos projetos a ser inscritos preencham as fichas após trocarem ideias a respeito. Observou-se nas edições anteriores que a tarefa de descrever os cases foi atribuída, em um

ou outro caso, a profissionais não envolvidos diretamente nos projetos. Isso resultou em descrições falhas ou insatisfatórias, com ausência de informações que poderiam influir de forma positiva no julgamento dos jurados. Afinal, como é possível atribuir notas a aspectos invisíveis numa embalagem? Exemplo aleatório: a redução de alguns milímetros na altura do gargalo de uma garrafa plástica, com economia final de centenas ou milhares de toneladas de resina numa larga produção. Os exemplos podem ser incontáveis, e não cabe aqui ficar a imaginá-los. Da mesma forma que a equipe de EmbalagemMarca, os organizadores da premiação consideram sempre que são as mais avançadas conquistas tecnológicas, aliadas à criatividade, as razões

Faz diferença para você. Faz diferença para sua empresa

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de ser do êxito de embalagens e, portanto, dos produtos nelas contidos. Há muito valor aplicado nos projetos de embalagem, desde sua concepção até as fases de produção, venda, uso e descarte. Cabe então contar a história devidamente. Assim valorizam-se os profissionais, as marcas e as empresas envolvidas – e se transmite conhecimento a todo o setor. Grandes Cases de Embalagem se propõe a homenagear trabalho tão construtivo e a divulgá-lo, como faz de maneira singular. Já correm os preparativos para a cerimônia de premiação, dia 13 de novembro próximo. Será uma festa objetiva, didática e de bom relacionamento de negócios, em clima agradável, com boa comida e boa bebida. Informações: telefone (11) 5181-6533 e www.grandescases.com.br.

(11) 5181.6533

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Espaço aberto opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

Credibilidade e confiança

Fiquei muito contente com a matéria publicada sobre o Desenvolvimento de Embalagens no Grupo Boticário na edição 154 de EmbalagemMarca, edição do 13° aniversário dessa importante publicação. Acho que nem é necessário eu mencionar o tamanho da credibilidade e da confiança que essa instituição que é a revista traz ao nosso mercado nacional de embalagens. A importância que vocês dão aos profissionais da área e a valorização sobre o trabalho que realizamos é de suma importância e de certa forma motivacional para que continuemos imbuídos em nossa função de entregar ao consumidor além do que ele normalmente esperaria em termos de embalagens e conseqüentemente de produtos. Coloco-me sempre à disposição para auxiliar no engrandecimento e reconhecimento de nosso mercado e de nossos profissionais. Rodrigo Wielecosseles Grupo Boticário São José dos Pinhais, PR Fórum Inovação

Parabéns pelo evento. Todas as informações foram muito importantes. O nível das palestras foi algo que chamou muito a minha atenção, principalmente pela qualificação dos palestrantes, que, apesar de atuarem em áreas diferentes, acabaram focando o bem comum do segmento de embalagens. André Habiro Avery Dennison Brasil Vinhedo, SP Parabéns a todos pelo evento. Gostamos muito do material apresentado. Lais de Freitas Müller Martini Brasil São Paulo, SP Parabéns ao evento e aos palestrantes do Ciclo de Conhecimento (Fórum Inovação – Como viabilizar a produção de embalagens criativas), realizado dia 27 de junho no auditório da Panamericana Escola de Arte e Design. Não

tenho dúvidas de que foi agregador de conhecimento e enriquecedor todo o conteúdo proferido. Quando as partes se juntam todo o conjunto fica melhor. Roberto Inson RInson Consultoria Empresarial e Marketing Ltda. São Paulo, SP O Fórum Inovação – Como viabilizar a produção de embalagens criativas, ocorrido no dia 27/6, foi muito bom. Antonio Rufato Innovia Films São Paulo, SP Em nome da Panamericana Escola de Arte e Design, gostaria de agradecer a gentileza, o empenho e o dia produtivo que vocês proporcionaram dia 27 de junho. Paula D’Andrea, professora de Desktop Publishing da Panamericana, veio até mim no dia seguinte à realização do Fórum e disse que amou demais o evento. Ela ficou encantada – aliás, todos nós ficamos. Obrigada pela oportunidade. Ana Carolina Buendía Panamericana Escola de Arte e Design São Paulo, SP Gostaria de parabenizar as equipes do Ciclo de Conhecimento e da revista EmbalagemMarca por mais esse grandioso evento, que ofereceu a nós, profissionais de embalagem, palestras de grande conteúdo, com assuntos atrativos e muito relevantes para a execução do nosso trabalho com excelência. Mais uma vez, parabéns pela escolha dos palestrantes, pela escolha dos temas e pelo ótimo conteúdo das palestras. Paulo E. Pereira Prodesign São José dos Campos, SP

Stick, e não flow pack

Na nota sobre as novas gomas de mascar da Perfetti, publicada na seção Display de EmbalagemMarca nº 152 (abril de 2012), é informado que a embalagem em questão é do tipo flow pack – conceito normalmente baseado em linhas horizontais que trabalham com uma linha (ou canal) por vez. Na realidade, o produto da Perfetti é acondicionado por meio de nossa máquina TS60, do tipo stick pack vertical e de múltiplas pistas. Orgulhamo-nos de ter desenvolvido essa aplicação atípica, que é promissora para o mercado de gomas. Agustin Basso Departamento de Engenharia Optima do Brasil Máquinas de Embalagem Vinhedo, SP


Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

MERCADO

Um local, dois negócios

Exemplos de latas de alumínio para aerossóis produzidas na Europa pela Tubex

Instalada numa área adjacente à fábrica da Fareva, a Tubex afirma que terá no Brasil (SP), a inauguração oficial das fábricas concapacidade instalada de 80 milhões de tubos tíguas (“wall to wall”) da Fareva e da Tubex. de alumínio por ano, calcada em três linhas de As unidades, primeiras das duas empresas no produção. A empresa experimentou atraso na Brasil, ocupam uma área construída de 20 000 entrega dos equipamentos, que ficaram retimetros quadrados e abrigarão operações de dos em trâmites alfandeprodução e acondicionamento gários. A expectativa era de cosméticos e perfumes para Fareva e Tubex, de instalação ainda em outras marcas, vocações da especializadas em julho. “Temos certeza de Fareva, e confecção de tubos envase de cosméticos e que o mercado brasileiro (latas) de alumínio para aerosembalagens de aerossóis, de aerossóis tem muito sóis, especialidade da Tubex. inauguram fábricas a crescer”, disse o direO Brasil será o nono país wall to wall no Brasil tor de operações Leopold de atuação da Fareva. Criada Werdich. “Traremos uma na França em 1985, a empresa série de inovações para os clientes, em modelo possui 31 locais de produção, conta com 6 500 de negócios, em tecnologia de produção e em colaboradores e afirma ter mais de 800 clientes acabamento das embalagens.” em todo o mundo. Bernard Fraisse, diretor Fundada em 1947 na Alemanha, a Tubex geral do grupo, afirma que o investimento na tem também operações na Rússia, na Áusfábrica de Itupeva seguirá três fases, que devetria, na Polônia, na Eslováquia e na China. rão estar concluídas em 2014 após o aporte de Emprega 1 100 funcionários e atua também na quase 42 milhões de euros. “Queremos evoluir produção de bisnagas de alumínio e bisnagas progressivamente para atingir a capacidade de plásticas. Werdich afirma que, por ora, esses 400 milhões de unidades por ano em 2014”, dois outros negócios não serão trabalhados no declarou o dirigente. A instalação no País tem mercado brasileiro. “O foco inicial é aerossol”, como principal cliente a Avon, para a qual já delimita o executivo. são produzidos e acondicionados, desde fevereiro, fragrâncias e outros produtos.

Ocorreu no final de junho, em Itupeva

Convidados se concentram à frente do prédio de 20 000 metros quadrados que abriga as operações

Da esq. para a dir.: Leopold Werdich (Tubex), Joe Thompson (Avon), Martin McGee (Avon), Jean-Pierre Fraisse (Fareva) e Bernard Fraisse (Fareva)

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

Público qualificado marcou a Fispal Tecnologia deste ano

EVENTOS

Apesar da estatística, mais satisfação Ocorrida em São Paulo entre os dias 12 e 15 de junho, a 28ª edição da Fispal Tecnologia – Feira Internacional de Embalagens e Processos para as Indústrias de Alimentos e Bebidas registrou números bastante parecidos aos da montagem anterior, de 2011. Em ambas as ocasiões o evento teve aproximadamente 2 000 expositores, 60 000 visitantes e área ocupada de 80 000 metros quadrados do Pavilhão de Exposições do Anhembi. Porém, para a organizadora BTS Informa, e segundo relatos colhidos pela

reportagem junto a empresas participantes, a mostra deste ano foi melhor sob um aspecto à margem das estatísticas: qualidade – ou, em outras palavras, potencial para gerar negócios. “A qualificação dos visitantes melhorou. Conseguimos fechar bons negócios e prospectar novos clientes”, afirmou Gelson Renato Schmidt, diretor da Indumak, fabricante de máquinas empacotadoras e enfardadeiras. Reunidos no espaço Vila do Aço, associados da Associação Brasileira de Embalagem de Aço

(Abeaço) também demonstraram satisfação com a feira. “Pudemos notar que o potencial de geração de negócios aumentou consideravelmente nesta edição”, disse Tiago Forte, gerente de marketing da produtora de latas Brasilata. Outra metalúrgica, a Rimet, também fez balanço positivo. “Temos uma expectativa de pós-feira de conseguir entre dezoito e vinte novos parceiros para colocar produtos no mercado”, declarou o gerente comercial Luiz Marchi.

CARTONADAS ASSÉPTICAS RÓTULOS

Parques incrementados Duas importantes produtoras de rótulos anunciaram aportes para seus parques industriais. A Baumgarten, de Blumenau (SC), adquiriu sua décima impressora da marca dinamarquesa Nilpeter – a segunda na versão MO4, que combina offset, flexografia, rotogravura e silk screen. O equipamento, que será utilizado na impressão de rótulos termoencolhíveis e autoadesivos, tem previsão de chegada para agosto próximo. Por sua vez, a Prakolar Rótulos Adesivos, de São Paulo, comprou sua segunda impressora flexográfica Mark Andy Performance Series P7, customizada para a impressão de rótulos autoadesivos. As empresas não informaram os valores dos investimentos.

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Chegadas iminentes Tetra Evero e Lokka. São essas as duas novidades da Tetra Pak que em breve deverão ser introduzidas no Brasil. A Tetra Evero, lançada meses atrás na Espanha, é uma garrafa para envase asséptico com corpo cartonado e topo feito de polipropileno – sujeito a remoção, por meio de um sistema de picote, para fins de descarte correto (ver EmbalagemMarca nº 142, junho de 2011). Segundo Eduardo Eisler, vice-presidente de estratégia e negócios da Tetra Pak no Brasil, uma indústria nacional já comprou maquinário necessário para utilizar a embalagem. Já a Lokka (na foto) é uma nova tampa plástica com topo destacável. Começou a ser ofertada no País conjugada a uma versão “shot” da embalagem Tetra Top, com capacidade para 100 mililitros. “Até o final do ano essas duas novidades estarão nas gôndolas brasileiras”, vaticina Eisler. Os nomes dos clientes são mantidos em sigilo.

Lokka: nova tampa com topo removível será adotada no País



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

BISNAGAS

Proteção e “memória” como trunfos A Dixie Toga quer emplacar no mercado de produtos de higiene pessoal, cosméticos e medicamentos um novo tubo (bisnaga) de alta barreira, o ABL390. O invólucro é constituído por um laminado com camada de alumínio barreira, que garantiria alta proteção ao conteúdo. “Essa tecnologia é muito utilizada no mercado internacional, mas ainda pouco explorada no Brasil”, diz Luisa Duque, especialista de mercado da empresa. O maior diferencial da bisnaga seria a “memória”, ou seja, a característica de retornar à condição original após sua compressão – atributo brandido pela Dixie Toga como exclusividade no mercado brasileiro de bis-

nagas laminadas. “A embalagem não amassa. Com isso, garante melhor dosagem, pois não fica expulsando excessos após a compressão”, afirma Luisa. Segundo a executiva, a solução atende até mesmo aos requisitos de fórmulas delicadas e produtos agressivos como alisantes, dependentes de barreira bastante controlada, “sem o risco de avarias ocasionadas por dobras no manuseio”. Em termos de imagem, a tecnologia de impressão plana permitiria mais pontos por centímetro cúbico. A embalagem ainda se destacaria pelo alto brilho e por permitir deixar à mostra o efeito metálico do alumínio.

ABL390 tem barreira de alumínio e volta à condição inicial após compressão (nos detalhes), o que seria um diferencial

DATAS

Quarentonas com pontos em comum Duas empresas que atuam em diferentes segmentos da indústria de embalagem, e que, nascidas modestas, se consolidaram como indústrias de ponta em seus respectivos ramos, comemoraram quarenta anos de existência em junho último. Na área gráfica, a aniversariante foi a Congraf, de São Paulo, que se destaca na impressão de embalagens de alta qualidade em papel cartão, sobretudo para cosméticos e artigos de perfumaria. Nascida num balcão em frente a um restaurante da rua Conselheiro Crispiniano, na capital paulista, atrás do qual seu fundador, Sidney Anversa Victor, vendia cartões de visita, carimbos e convites de casamento, é hoje o que ele descreve como “uma das gráficas mais bem equipadas do mundo”. No campo de embalagens de polipropileno injetadas e termoformadas, o aniversário foi da Fibrasa, que tem fábricas em Abreu e Lima (PE) e Serra (ES). A empresa é hoje uma das maiores fornecedoras de embalagens de PP para as principais indústrias de alimentos, bebidas, sabão em pasta e produtos químicos do Brasil.

GENTE

Mudanças na FEVE A Federação Europeia de Embalagens de Vidro (FEVE) tem novo presidente. Stefan Jaenecke (foto à esq.), diretor executivo da Verallia para o norte europeu, comandará a entidade nos próximos dois anos. Ele sucede a Nial Wall, diretor executivo da Ardagh. Um

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brasileiro assumiu a vice-presidência: José Antonio Ramos Lorente (à dir.), ex-presidente da Owens-Illinois do Brasil e atual líder da Owens-Illinois na Europa. A FEVE congrega sessenta vidrarias, donas de 160 fábricas de recipientes no Velho Continente.


BIOPLÁSTICOS

Aliança em prol da PlantBottle Cinco pesos-pesados da indústria americana – Coca-Cola, Procter & Gamble, Heinz, Ford e Nike – anunciaram a formação do Plant PET Technology Collaborative (PTC), grupo estratégico de trabalho dedicado a acelerar o desenvolvimento de resina PET de origem orgânica para uso em produtos e embalagens. O grupo se apoiará na tecnologia PlantBottle, criada pela Coca-Cola, em que garrafas são

moldadas com PET parcialmente derivado do etanol da cana-de-açúcar. Um dos objetivos do PTC será obter uma resina 100% baseada em matérias-primas vegetais. Segundo a Coca-Cola, já é possível produzir PET “verde” não só de cana, mas também de beterraba, milho, sorgo e mandioca. A meta é encontrar fontes que não causem impacto sobre a produção de alimentos.

RESINAS

Calculadora eletrônica A Milliken lançou um aplicativo para iPhone e iPad que permite calcular o nível de reduções de consumo energético, tempo de ciclo e emissões de gás carbônico na produção de embalagens de polipropileno (PP) clarificado por meio do agente Millad NX 8000. O software, gratuito e em inglês, está disponível na App Store e tem uma versão para uso on-line. De acordo com a Milliken, a novidade permitirá aos clientes ter noção bastante aproximada das vantagens do uso de sua especiaria frente às resinas convencionais de PP clarificado. GENTE

Agora na Cornerstone A Cornerstone Strategic Branding anunciou a contratação de Marina Sanchez. A profissional deixa a direção da Dil Brands para assumir a área de novos negócios da agência de origem nova-iorquina, especializada em gestão de marcas. Com vinte anos de experiência em desenvolvimento de marcas e embalagens, Marina liderou na Dil Brands projetos de packaging para grandes fabricantes de bens de consumo na América Latina e em Portugal.

númeroS

57,1%

Foi o índice de reciclagem de embalagens de PET no Brasil em 2011. A taxa, que equivale a 294 000 toneladas, corresponde a um incremento de 4,25% em relação ao resultado de 2010, informa a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet). Segundo a entidade, o mercado nacional de reciclagem de PET faturou 1,2 bilhão de reais no ano passado.

363,3

bilhões de reais Alcançou, em 2011, o consumo da classe D brasileira (famílias formadas por pessoas com renda per capita mensal entre 79 e 327 reais). O valor, equivalente ao PIB do Chile, foi mensurado pelo Data Popular a partir de dados do IBGE. No ano passado, o consumo da classe D superou o da classe B em categorias como higiene e beleza, medicamentos e eletroeletrônicos.

1,7% Foi o percentual de crescimento físico da indústria de papelão ondulado em 2011 em comparação com 2010. “Foi um ano de fraco crescimento”, registra Ricardo Trombini, presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). As causas básicas da má performance foram o aumento dos juros, que reduziu as encomendas de embalagens de bens duráveis no primeiro semestre, e os sinais de nova ou contínua crise nos países desenvolvidos, que no segundo semestre frearam os pedidos de clientes exportadores.

Aplicativo da Milliken: simulações de vantagens

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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

BISNAGAS

Aposta em concepções ecológicas A C-Pack apresentou ao mercado brasileiro o que afirma ser o primeiro tubo (bisnaga) plástico 100% renovável do mundo. A embalagem é produzida com polietileno (PE) “verde”, à base de cana-de-açúcar, fornecido pela Braskem. Diferentemente do polietileno derivado do petróleo, o PE de fonte renovável absorve gás carbônico (CO2) da atmosfera, ao invés de emitir. Segundo a C-Pack, a novidade, batizada de Tubo PE Verde, pode ser utilizada para o envase de cosméticos, medicamentos, produtos químicos e alimentos. Outra novidade da empresa é a bisnaga biodegradável e compostável. Apresentada durante a conferência da ONU Rio +20, realizada em junho no Rio de Janeiro, a embalagem é feita de resinas de milho e batata e decompõe-se em até um ano após o descarte em ambiente de compostagem. “O tubo é consumido por micro-organismos, num processo que libera água, gás carbônico e húmus”, explica André Michel Kehrwald, engenheiro da C-Pack. “Essas substâncias são fontes de energia para o crescimento de plantas, podendo inclusive ser aproveitadas na mesma cultura que foi fonte para a produção da matéria-prima da embalagem”. A solução foi desenvolvida em parceria com o Senai de Santa Catarina.

À base de cana, tubo de PE “verde” é compatível com diversos produtos

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BIOPLÁSTICOS

Outros novos usos para o PE “verde” A australiana Plantic Technologies firmou acordo com a Braskem para o uso do polietileno “verde” da petroquímica brasileira, obtido da cana-de-açúcar. O material será empregado na produção da linha de embalagens de barreira elevada Eco Plastic, composta por bandejas e filmes para o acondicionamento de alimentos frescos como carnes, pescados e massas. Antes do acordo com a Braskem, as embalagens eram produzidas com 80% de bioplástico à base de amido de milho. A utilização da especiaria da Braskem aumentará o conteúdo renovável para mais de 90% sem comprometer as propriedades de proteção já oferecidas. Outro acordo assinado pela Braskem foi com a alemã Tecnaro. A empresa utilizará o polietileno “verde” na produção de uma linha de compósitos chamada Arboblend. O material visará à produção de embala-

gens e outros objetos por meio de injeção, extrusão (filmes) ou termoformagem. “O objetivo é desenvolver aplicações ainda bastante inexploradas”, ventila Cláudia Cappra, gerente de vendas de químicos renováveis da Braskem. youtu.be/3SmxMO18flU Embalagem para carnes: um dos usos da Plantic para o material da Braskem

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Foco em três pilares Inovação por meio da plataforma tecnológica atual, alta escala de diferenciação e menor custo total de produção. São esses os três pilares da estratégia de inovação apresentada pela SIG Combibloc na Fispal Tecnologia, ocorrida em São Paulo no início de junho. O primeiro deles é ilustrado por Linha combiblocXSlim, tecnologias como a drinksplus (que de caixinhas com volumes reduzidos, possibilita o envase de bebidas com até é uma das novidades da SIG Combibloc 10% de pedaços de alimentos sólidos como frutas e vegetais) e a combiblocEcoPlus (cartonadas assépticas de estrutura especial, sem alumínio, que teriam pegada de carbono até 28% menor). Também faz parte desse pilar a combiblocXSlim, nova embalagem disponível em volumes que variam de 80 mililitros a 180 mililitros. As pequenas dimensões possibilitariam, por exemplo, lançar produtos com a proposta de valor de baixo desembolso unitário. O campo da diferenciação abrange formatos diferenciados e novas soluções de abertura. Nessa categoria, Luciana Galvão, gerente de marketing para a América do Sul, antecipa que a empresa lançará em breve na Europa uma garrafa cartonada. O terceiro pilar refere-se ao menor custo total de produção. A ideia é oferecer, em breve, máquinas com velocidades de envase superiores a 15 000 unidades/hora para embalagens de 1 litro e superiores a 24 000 unidades/hora para tamanhos pequenos. “Essas plataformas se cruzarão ao longo do tempo, combinando novas tecnologias e novos formatos de embalagens e soluções de abertura com máquinas de altíssima velocidade, oferecendo para o cliente cada vez mais possibilidades de se diferenciar”, diz Luciana.



Reportagem de capa

Ao alcance, mais c Avanços tecnológicos e inovações prometem reforçar apelos de Por Guilherme Kamio

Custo atraente, consumo reduzido de insumos, facilidade operacional, maleabilidade produtiva, grandes propriedades de conservação. Graças a credenciais como essas, as embalagens plásticas flexíveis se popularizaram de maneira extraordinária nas últimas décadas em diversos mercados, especialmente no de alimentos. E esses mesmos atributos, cada vez mais valorizados pelas indústrias usuárias em todo o mundo ante o acirramento da concorrência, deverão sustentar um bom desempenho da categoria nos próximos anos. Segundo estimativa da consultoria inglesa Smithers Pira, especializada

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em packaging, o consumo mundial de flexíveis passará das 18,1 milhões de toneladas registradas em 2011 para 22,5 milhões de toneladas em 2016. “Falamos de um salto de 24% em cinco anos”, destaca o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), Alfredo Schmitt. O dirigente assinala que o Brasil e os demais BRIC (Rússia, Índia e China), somados à franja asiática, “onde também não existe crise”, serão os motores desse crescimento. Schmitt prevê que a evolução será pautada por avanços em materiais e equipamentos, além de acreditar em maiores oportunidades para modelos

sofisticados de embalagens, adotados com objetivo estratégico – e não por um desejo sôfrego de economizar, dada a frequente vantagem de custo das flexíveis ante os recipientes rígidos ou semirrígidos. Esse movimento já estaria em curso, tendo como indício o fato de o mercado brasileiro de flexíveis ter crescido mais em valor (4,5%) do que em volume (3,9%) nos últimos cinco anos, conforme mostram os resultados de uma pesquisa apresentada pela consultoria MaxiQuim durante o Flex 2012 – III Fórum Latino-Americano de Embalagens Plásticas Flexíveis, realizado em junho último, em São Paulo, sob coordenação da Abief.


hances de criação venda e elevar o consumo de embalagens plásticas flexíveis

A tendência, segundo especialistas reunidos naquele evento, é que bolsas plásticas com desenhos especiais e usos atípicos de envoltórios, em nome da oferta de praticidade ao consumidor, ganhem mais espaço no País, contribuindo para valorizar a percepção das flexíveis em geral. Da primeira frente, exemplo mais conhecido é o stand-up pouch (SUP), bolsa capaz de ficar em pé devido à base que se abre como uma

sanfona. Fornecedores apostam que esse modelo de flexível, de perfil mais nobre, tem tudo para avançar em diversos mercados, depois de fazê-lo na seção de atomatados e de forma não tão marcante em outras. Conforme observa Alfredo Schmitt, recai sobre o stand-up pouch a expectativa de novidades em formatos e dispositivos de abertura e fechamento. “Esses são e serão grandes focos de inovação”,

arrisca o presidente da Abief. Flexíveis eretas com silhuetas delineadas, por exemplo, já são populares em outros países. Nesse campo, o Brasil engatinha. O primeiro projeto local desse gênero está no mercado há apenas um ano e meio – o dos refis da linha de cosméticos TodoDia, da Natura. Especializada na confecção de stand-up pouches e responsável por aquele case, em parceria com a Dixie Toga, a Tradbor tem se empenhado em convencer clientes de que o uso de formatos personalizados é benéfico. “O brasileiro já se familiarizou com a feição típica do SUP, retangular. Por isso, formatos fora do padrão têm tudo para sobressair nos pontos de venda e serem percebidos como inovações”, considera Alan Baumgarten, diretor da empresa.

Baumgarten relata que a Tradbor investiu no final do ano passado em tecnologia para desencadear concepções de pouches com formato. Um dos predicados da nova linha seria baratear e encurtar o prazo para confecção de facas especiais requeridas para as customizações, aspectos que, segundo ele, sempre causaram desconforto na clientela para aportes em shapes especiais. Outro ponto importante foi a aquisição de uma nova máquina formadora, de marca e valor não revelados, que garantiria alta velocidade na confecção das embalagens (até 400 unidades por minuto), impedindo processamentos mais vagarosos – e mais custosos – que os de SUPs convencionais. O investimento rendeu frutos em projetos de refis para sabonetes líquidos da Suavitrat e para xampus Julho 2012 |

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da Hydrogen (Hypermarcas), ambos com saliências que, recortadas, facilitam a liberação do produto. Outro stand-up pouch com formato especial foi criado em parceria com a química Dow, para promoção do conceito dessa embalagem produzida integralmente em polietileno – o que, para produtos sem alta exigência de barreira, traria vantagens de economia e facilidade de reciclagem. É também resultado da nova linha a criação da embalagem de um novo petisco para gatos da Total Alimentos, o Catlicious – que não é propriamente um SUP, mas um pouch com furação para gancheiras. A Tradbor informa também estar apta a tocar projetos de pouches com bico plástico, que facilita a dosagem e permite resselar a embalagem após a abertura. A empresa possui molde próprio do acessório, de oferta incomum no mercado local. Nesse campo, cliente conquistado foi a Viapol, com a linha F12 de massas para calafetar madeiras. Rompendo de forma mais radical com o formato mais conhecido dos stand-up pouches, outras abordagens para bolsas plásticas que ficam em pé começam a dar as caras no mercado nacional. Uma delas é o BrickPouch. Consiste num pouch que não somente fica em pé, devido à base típica de um SUP, mas que também apresenta área superior “estufada” graças a um desenho de selagem patenteado, formatado a partir de uma única bobina de material. O topo incorpora um bico dosador com tampa, aplicado em linha numa máquina form-fill-seal.

O BrickPouch é um dos focos de prospecção no País pelo grupo italiano Coesia, dono da empresa criadora da embalagem – a Volpak, conhecida fabricante espanhola de equipamentos para o trabalho com flexíveis. Lorenzo Madrid Neto, executivo de contas da Coesia para os mercados de químicos e cosméticos, explica que a embalagem é uma alternativa a soluções rígidas e semirrígidas para o envase de líquidos como sucos, águas e outras bebidas sem gás (e não dependentes de processamento asséptico), itens de higiene pessoal, produtos de limpeza e quími-

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cos em geral, como óleos lubrificantes. Madrid Neto afirma que a ausência da parte superior afunilada, como a dos stand-up pouches convencionais, permite envasar até 11% mais de produto. “O desenho mais racional assegura também melhor aproveitamento de espaços no transporte, nos pontos de venda e na despensa do consumidor”, dis o executivo. Ainda de acordo com ele, já existem marcas de bebidas utilizando o conceito no Leste Europeu e na Ásia, em projetos que teriam confirmado que os custos para o trabalho com o BrickPouch seriam similares aos daqueles para SUPs. A máquina neces-

Stand-up pouches com formatos exclusivos desenvolvidos pela Tradbor

sária é capaz de produzir exemplares de 250 mililitros, 500 mililitros e 1 litro numa velocidade de até cinquenta golpes (unidades) por minuto. Em outra importante fornecedora de equipamentos, a Bosch, a novidade é o SurePOUCH. Trata-se de um novo conceito de embalagem flexível baseado em tecnologia form-fill-seal vertical (VFFS) para o envase de produtos líquidos, viscosos ou em pó. O sistema é oferecido em diferentes versões sanitárias de acordo com as necessidades do produto. Conta, inclusive, com a capacidade de envase asséptico, que permitiria a distribuição de alimentos delicados (lácteos e sucos enriquecidos com vitaminas, por exemplo) sem refrigeração e sob shelf life longo, virtudes

BrickPouch: topo “estufado” renderia ganhos operacionais e mercadológicos

Filmes com efeitos tridimensionais Por meio de sua divisão brasileira, sediada em Camaçari (BA), a Huhtamaki Films passa a oferecer um novo conceito em material para a confecção de embalagens flexíveis. Trata-se da Touch Pack, família de filmes de polietileno que recebem gravações em alto ou baixo relevo, ganhando texturas especiais – ou “efeitos tridimensionais”, conforme define a multinacional finlandesa. “Com esses acabamentos é possível destacar benefícios

dos produtos de forma sensorial, o que rende vantagens competitivas e reforça a imagem de marcas”, argumenta Cristiane Del Nero, do departamento comercial da Huhtamaki Filmes Brasil. “Além disso, a superfície tátil oferece propriedades antideslizantes, ideais para artigos de higiene doméstica ou produtos que devam ser conservados em ambientes úmidos”. Segundo Cristiane, é possível aplicar nos filmes diversos tipos de textura. Tecnologia Touch Pack permite criar embalagens com texturas (no detalhe)


mais associadas às cartonadas assépticas e a embalagens rígidas plásticas ou de vidro. Segundo a Bosch, é possível adotar as embalagens SurePOUCH em variados volumes e formatos, inclusive com o diferencial da tampa plástica (aplicada em linha, durante a formação do stand-up pouch, por meio de selagem ultra-sônica). André Schliemann, do departamento de marketing e vendas da Bosch, conta que a empresa vê potencial no mercado brasileiro para a solução e está lapidando uma estratégia de oferta local. “Teremos condições de divulgar mais detalhes técnicos e operacionais muito em breve”, diz o

Flow pack aprimorou a proteção de biscoitos da Selmi

profissional. No flanco dos usos inovadores de flexíveis, chamam atenção certas quebras de paradigmas recém-executadas no mercado nacional. Exemplo é o acondicionamento de biscoitos tradicionalmente vendidos em embalagens do tipo envelope, com extremidades dobradas e coladas, em flow packs – modelo de flexível caracterizado por três soldas, sendo duas nas extremidades do envoltório e uma longitudinal (“barbatana”). O mais expressivo projeto desse gênero é o do Pastifício Selmi, com a marca Renata. Encampando uma sugestão da fabricante de máquinas empacotadoras Masipack, a Selmi investiu 20 milhões de reais em equipamentos para adotar o novo padrão, no final de 2011, nas linhas de recheados e laminados (“crackers”). Junto à convertedora Cepalgo foram estudados meios de envolver os produtos com uso otimizado de material.

O resultado, segundo as parceiras de projeto, foi a criação de flexíveis com selagem mais rigorosa, que aprimoraram a conservação dos biscoitos. Diretor do pastifício, Ricardo Selmi abstém-se de divulgar números, mas garante que a iniciativa é um sucesso. “As vendas vêm crescendo gradativamente, e uma das percepções para esse êxito vem exatamente do maior sabor, da maior crocância e do maior frescor alcançados com a embalagem selada”, declara o executivo. A partir de agosto, a iniciativa abarcará também os wafers. Com isso, todo o mix de biscoitos Renata, composto por quarenta itens, será comercializado em flow-packs. Iniciativas de caráter parecido, porém na seara de pet food, são protagonizadas pela Royal Canin e pela

SurePOUCH: sistema compatível com envase asséptico e apto a diversos formatos

Premier Pet. As empresas começaram a acondicionar alimentos secos para cães em bolsas plásticas do tipo box pouch. Comparada às flexíveis mais utilizadas no mercado nacional de rações, as novas embalagens exibem uma diferença marcante. Enquanto o fundo daquelas é constituído por um sistema de colagem e dobras, os box pouches são confeccionados por meio de uma tecnologia de selagem que resulta numa base “limpa” para apoio, conhecida como square bottom (ver imagem). Natalie Adler, gerente de desenvolvimento de produtos e novos negócios da divisão de flexíveis da Dixie Toga, provedora da embalagem da Royal Canin, afirma que o sistema de solda do box pouch é mais confiável do que o tradicional. “O sistema com dobras traz maior risco de perda da atmosfera modificada injetada durante o envase”, diz a executiva. Outros benefícios seriam uma aparência mais nobre e menor complexidade no processo de envase. “O box pouch tem mais feição de bolsa plástica, não de saco”, argumenta.

Premier Pet e Royal Canin aderiram a embalagem do tipo box pouch para rações. Fundo “liso” minimizaria riscos de permeabilidade e garantiria aparência mais nobre

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Destaques internacionais Com stick pack, Perfetti Van Melle ganhou operação mais versátil e veloz

Tanto no caso da Royal Canin quanto no da Premier Pet – este, fruto de uma parceria com a Incoplast (ver edição anterior) – contribui para a percepção diferenciada pelo consumidor o fato de os pouches receberem aplicações de laser, para facilitar a abertura, e de fecho plástico (“zíper”), para posterior resselagem. Natalie Adler entrevê oportunidades de adoção de modelos do mesmo gênero para vendas de produtos como chocolates, bombons e cafés, estes até mesmo valvulados. “Já existem experiências de sucesso em outros países”, comenta a profissional da Dixie Toga.

Outro rompimento com paradigmas no trabalho com flexíveis é manifestado na mais nova apresentação da goma de mascar Mentos Pure Fresh, da Perfetti Van Melle. Quatro unidades são acondicionadas em uma embalagem que, à primeira vista, parece um flow pack. O envoltório exibe as soldas típicas desse formato, bastante utilizado no mercado de balas e confeitos, mas é na verdade um stick pack – conceito predominantemente utilizado no acondicionamento de produtos em pó, na forma de pequenos e delgados envoltórios de açúcar, refrescos em pó e temperos. Agustín Basso, responsável pelo departamento de engenharia da divisão Single Serve da Optima, fabricante da empacotadora utilizada na operação, afirma que o caso de Mentos representa uma aplicação atípica – “por isso mesmo, inovadora” – para a tecnologia de sticks. Normalmente, máquinas flow pack funcionam sob orientação horizontal e trabalham com uma linha (ou canal) por vez. O equipamento stick pack adquirido pela Perfetti Van Melle tem operação vertical e múltiplas

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Exemplos de flexíveis recentemente lançadas lá fora para inovar em molhos, carnes, cafés e sabões em pó Para molhos no food service Acostumados a ser atendidos com bombonas no consumo de grandes quantidades de molhos para saladas, operadores de restaurantes e outros serviços de alimentação dos Estados Unidos têm à disposição, desde o início do ano, uma opção em embalagem flexível que ofereceria benefícios de custo, conveniência e impacto ambiental. É a YES Pack, uma bolsa plástica de grandes dimensões (3,8 litros) que a Kraft Foods adotou para oito variedades de dressings no mercado americano. Desenvolvida pela empresa americana Smart Bottle, a YES Pack incorpora tampa de plástico rígido e duas alças, uma no topo e outra na base, para possibilitar o manuseio com as duas mãos – facilitando, assim, o despejo do produto diretamente

em saladas ou em frascos oferecidos aos consumidores finais (ver imagem). Afora a praticidade de uso, outras vantagens sobre as embalagens rígidas seriam menor desperdício [[FOTOS EMBALAGENS (segundo a Kraft, é possível extrair atéCOM 99% do CLOSE DAS conteúdo) e descarte maisTEXTURAS]] fácil e ambientalmente mais correto, pelo fato de a flexível ocupar pouco espaço – 86% a menos que uma bombona para a mesma quantidade de produto. Ante esta, demandaria 60% menos resina e 50% menos energia para a produção, e reduziria em 70% a emissão de gás carbônico durante o transporte. O conjunto de atributos é explicitado pelo “YES”, acrônimo para Yield (rendimento), Ease of use (facilidade de uso) e Sustainability (sustentabilidade).

YES Pack: bolsa para grandes volumes de molhos para saladas proporcionaria vantagens de conveniência (manuseio mais fácil com duas alças) e de sustentabilidade numa comparação com bombonas

emb.bz/155yes

Mais proteção para carnes Consagrado recentemente em diversos concursos internacionais de embalagem, o FreshCase, desenvolvido pela divisão Curwood da americana Bemis, é brandido como o primeiro invólucro a vácuo do tipo skin capaz de preservar a cor natural de carnes vermelhas in natura por mais de um mês. A manutenção da cor é obtida por aditivos incorporados na estrutura do filme, que evitam a cor “escurecida” típica das carnes acondicionadas a vácuo. Natalie Adler, gerente de desenvolvimento de pro-

FreshCase: promessa de manutenção da melhor aparência de carnes por tempo prolongado

emb.bz/155fresh

dutos e novos negócios da divisão de flexíveis da Dixie Toga, empresa que pertence à Bemis, diz que o FreshCase apresenta a vantagem de preservação da cor com shelf-life mais prolongado do que o obtido nas embalagens com alta permeabilidade ao oxigênio. O material especial da embalagem é compatível com embaladoras convencionais para vacuum skin e é aprovado para contatos com alimento pelo FDA americano. Natalie informa que o FreshCase está ao alcance do mercado nacional.


Pouch que é cafeteira Na Europa, uma novidade disponível nos últimos meses em embalagem flexível busca oferecer praticidade aos apreciadores de cafés gourmet. Criada pela dinamarquesa Coffeebrewer Nordic, a linha Growers Cup utiliza um stand-up pouch como cafeteira descartável, para o preparo rápido de café torrado e moído. A bolsa plástica acomoda em seu interior um filtro de papel com 26 gramas de café. Basta abrir o topo da embalagem, remover uma fita vermelha, “estufar” o pouch, dando-lhe formato estável, e adicionar meio litro de água quente. Após cinco minutos, três xícaras da bebida ficam prontas. O café é servido por meio de uma fenda superior, aberta com a remoção da fita vermelha. A embalagem pode ser manuseada diretamente com as mãos ou ser colocada em jarras plásticas, como aquelas utilizadas para saquinhos de leite.

Sabões em pó ganham alça Através de uma parceria com a Masipack, fabricante brasileira de máquinas empacotadoras, a Procter & Gamble desenvolveu uma bolsa plástica especial para comercializar grandes volumes de sabão em pó das marcas Ariel e Tide em países do Leste Europeu. O manuseio das embalagens, de 7,5 quilos, ficou mais fácil graças à presença de uma alça integrada. O acessório tem também um atrativo “verde”: permite ao consumidor dispensar sacolas ou caixas para transportar os produtos após a compra. Segundo a Masipack, a solução pôde ser concretizada graças a um reforço extra na parte superior da embalagem e ao emprego de um filme mais resistente. O mesmo modelo de bolsa com alça já foi utilizada por um cliente da África do Sul para o acondicionamento de cereais matinais e está disponível no mercado brasileiro.

Diversas categorias de café são oferecidas sob o conceito, viabilizado com o uso de uma máquina de envase horizontal da espanhola Enflex (integrante do grupo italiano Coesia, atuante no Brasil). Segundo a Coffeebrewer Nordic, o mecanismo embutido na embalagem preserva os óleos naturais do produto, assegurando os melhores aromas e sabores. O pouch, de papel kraft revestido com polietileno, funcionaria como versão descartável de uma prensa francesa – jarra que prepara café por meio de um sistema de êmbolo, método bastante apreciado por bebedores exigentes.

Interior da embalagem traz filtro e pó de café para o preparo de três xícaras. Basta adicionar água quente

emb.bz/155cafeteira

pistas, ocupando menos espaço e possibilitando maior agilidade produtiva. A empresa usuária evita fazer comparações entre os sistemas e detalhar ganhos auferidos pelo projeto. Confirma, porém, que a tecnologia adquirida possibilitou a adoção de um filme espesso, desenvolvido junto à Santa Rosa Embalagens para garantir percepção de qualidade. O material visa facilitar a abertura da embalagem por meio de rasgo e permitir seu fechamento por meio de uma dobra. “O uso desse filme seria inviável em outras máquinas”, afirma Agustín Basso. A nova embalagem, classificada pela Perfetti Van Melle como sachê, surge como segunda opção de baixo desembolso de Mentos Pure Fresh, depois da versão unitária (“monopeça”) lançada em 2008 – o produto é também oferecido em potes plásticos com 28 unidades e em caixinhas flip-top de papel cartão contendo sete gomas. Segundo o diretor de vendas da multinacional italiana, Henrique Veloso, o objetivo é ampliar presença no varejo de áreas de menor poder aquisitivo – bares, botequins, mercadinhos e lojas de vizinhança. “Sabemos, por pesquisas, que o consumidor da classe C quer consumir a marca Mentos”, explica o executivo. “A versão sachê vai atender a esta demanda e ampliar o acesso a um mercado gigantesco.”

Veja na internet: cresce a participação de materiais importados no mercado brasileiro de flexíveis mais em emb.bz/155flexiveis Com auxílio da Masipack, P&G desenvolveu bolsas com alça integrada para grandes volumes de lava-roupas

Bosch (11) 2117-6898 www.bosch.com

MaxiQuim (51) 3328-1078 www.maxiquim.com.br

Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br

Optima (19) 3886-9800 www.optima-bra.com

Cepalgo (62) 4006-6111 www.cepalgo.com.br

Santa Rosa Embalagens (11) 3622-2300 www.santarosa embalagens.com.br

Coesia (11) 2795-2000 www.coesia.com Incoplast (48) 3657-3000 www.incoplast.com.br Masipack (11) 3246-3666 www.masipack.com

Smart Bottle +1 (828) 348-0292 www.smartbottleinc.com Tradbor (11) 3739-4909 www.tradbor.com.br

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fechamentos

Mais abertura para os fechos Prevendo aquecimento da demanda, referência em “zíperes” para flexíveis investe em primeira fábrica no Brasil

Especializada em soluções para resselagem de embalagens flexíveis, a Zip-Pak atua no Brasil há quase duas décadas por meio de importações. A empresa acostumou-se a produzir fechos plásticos (“zíperes”) nos Estados Unidos e no Reino Unido e a estocá-los em pequenas quantidades em São Paulo para abastecer os clientes nacionais. Em breve, esse modelo será aposentado. A empresa está construindo sua primeira fábrica no País, a oitava no mundo. A previsão é de que a inauguração ocorra no início de 2013. Fruto de um investimento de 12 milhões de dólares e com área construída de 5 000 metros quadrados, a unidade ficará em Cabreúva, no interior paulista. Será uma joint venture com a Hi-Cone, empresa fornecedora de soluções em multipacks, e ficará no mesmo terreno da operação industrial da Signode, produtora de fitas de arquear e embalagens de transporte. As três empresas pertencem ao grupo americano ITW (Illinois Tool Works). 26 | Julho 2012

De acordo com a Zip-Pak, a nova fábrica tem sentido estratégico. “A previsão é de que o Brasil será o mercado de maior crescimento mundial para embalagens flexíveis até 2016”, assinala um comunicado da empresa.

Ainda como sinal do interesse alentado no País, a Zip-Pak contratou um novo gerente comercial para a região. É Daniel Richena, egresso do departamento de vendas da Globalpack, uma das principais produtoras brasileiras de embalagens plásticas rígidas. Segundo o executivo, a fábrica estará capacitada para produzir todos os 200 modelos de dispositivos de resselagem desenvolvidos pela empresa, entre fechos de contato (“Press to Close”) e aqueles baseados em mecanismos deslizantes (“sliders”). “As soluções terão maior atratividade, porque estarão isentas das taxas de importação que chegam a representar 35% de seu valor”, diz Richena. À parte a produção, a Zip-Pak pro-

mete aprimorar a proposta de valor para clientes brasileiros por meio de investimentos em serviço técnico de campo para equipamentos e tecnologias. “O objetivo é de aprimoramento geral do negócio”, sintetiza Richena. “Com o avanço da economia e a sofisticação dos padrões de consumo, os brasileiros demandarão embalagens mais convenientes. É essa a nossa aposta.”

Na parte superior da página, exemplo de “zíper” produzido pela Zip-Pak. Acima, o gerente comercial Daniel Richena posa no canteiro de obras


ideias

Para montagem Caixa toda baseada em dobras promete benefícios para a venda de congelados

Embalagem é feita de cartão impermeável e pode ter tampa com trava (no detalhe)

A Fotoimpress desenvolveu o que afirma ser um novo tipo de embalagem para alimentos congelados. Trata-se de uma caixa feita de papel cartão impermeável (com resina coextrudada ou laminado com filme plástico), baseada em um sistema de dobras concebido para evitar vazamentos e que pode incorporar tampa de abas duplas com trava de fechamento. A novidade visa ao acondicionamento de massas, salgados, sopas e sorvetes, entre outros produtos. Pode ter diversos tamanhos e suporta aquecimento em forno de micro-ondas. “É uma embalagem que não exige investimento em moldes e que, por ser desmontável, permite otimizar estoques e tornar a produção mais maleável”, diz José Alexandre Waisel, diretor de mercados e novos negócios da Fotoimpress. Para divulgar a solução, a Fotoimpress produziu versões da embalagem acondicionando sorvetes. As caixas estampavam o selo FSC, que atesta boas práticas socioambientais em sua cadeia de produção, gravações em braile e um código QR, que, decodificado por meio de smartphones, tablets ou computadores com webcam, levava a uma página da internet com informações sobre a ação. Segundo Waisel, a embalagem pode ainda receber acabamentos especiais, como tintas fluorescentes/fosforescentes, cores metálicas, vernizes, laminações e hot stamping. Fotoimpress (11) 4137-2943 www.fotoimpress.com.br


segurança

Vigilância furtiva

mãos leves

que subtraem produtos nas lojas causam sérios prejuízos. Para se ter ideia, furtos provocaram um rombo de 16,5 bilhões de reais nos cofres dos varejistas brasileiros em 2010, segundo um estudo do Provar – Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA) da Universidade de São Paulo (USP)*. Para coibir a ação dos gatunos, ganha força o uso de etiquetas de segurança furtivas, aplicadas de maneira menos evidente nas embalagens de produtos. Tradicionalmente, etiquetas (tags) desse tipo são afixadas nos recipientes na fase de distribuição, sendo facilmente identificáveis e suscetíveis de violações. A nova abordagem, por sua vez, consiste em aplicar os dispositivos na origem, isto é, durante o ciclo de produção, utilizando a embalagem para ocultá-las. Essa prática já coleciona adesões entre indústrias de higiene pessoal e cosméticos – que em 2010 sofreram furtos avaliados em 928 milhões de reais, segundo aquele levantamento do Provar. A acolhida tem sido especialmente calorosa na seara das loções para proteção solar. A MSD, por exemplo, adotou o conceito no Coppertone por meio de

um processo simples. O frasco “nu” do produto, fornecido pela Globalpack, recebe colagem da tag antes da aplicação do rótulo termoencolhível. O adereço, feito pela Sleever International, envolve o recipiente por completo, encobrindo a etiqueta de segurança. L’Oréal e Nasha seguiram um caminho diferente para proteger suas respectivas loções Solar Expertise e Phytoervas Solar. O costado dos frascos dos produtos ganhou uma cavidade, onde o elemento antifurto é acomodado. Pespegados por cima desse rebaixo, contrarrótulos autoadesivos camuflam a presença das tags. Os recipientes foram adaptados pela AB Plast (L’Oréal) e pela Oxyplas (Nasha). Nas linhas Nivea Sun, da Beiersdorf, e Cenoura & Bronze, da Hypermarcas, foi implantado outro tipo de solução. As bases dos frascos recebem um calço plástico injetado em cujo interior a tag é oculta. Nos produtos da Beiersdorf, essa peça extra, produzida pela Mondicap, é acoplada por ultrassom. Nos da Hypermarcas, ela é fornecida pela Star Ferram e colada com adesivo hot melt. Em ambos os casos, os calços têm cores que harmonizam com o visual das embalagens, dissimulando suas funções.

* A pesquisa englobou 103 empresas, entre supermercados, farmácias e lojas de material de construção.

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No frasco de Coppertone, etiqueta antifurto é aplicada antes do envolvimento com rótulo termoencolhível, ficando protegida

fotos: carlos curado

Com embalagens que ocultam etiquetas de segurança, empresas tentam coibir furtos e alavancar vendas, eliminando confinamentos

Nos protetores solares da L’Oréal e da Nasha, dispositivo de segurança é aplicado numa depressão do verso do frasco, ficando encoberto pelo contrarrótulo


Empresa dedicada a soluções de segurança eletrônica e participante dos projetos mencionados, a Plastrom Sensormatic afirma que as novas abordagens eliminam o dilema entre ter mercadorias às claras, mas expostas ao surrupio, ou tê-las protegidas, porém confinadas – geralmente em mostruários fechados a chave, que cerceiam o contato do consumidor com os produtos. Hugo Cabrera, gerente da empresa, enumera benefícios. “Os varejistas recuperam o espaço dedicado ao stockout (confinamento) e podem direcionar funcionários de etiquetagem para outras tarefas. Já as indústrias ganham em vendas, com produtos ao alcance do público, e na relação com o varejo, que dá preferência a fornecedores que trabalham em seu favor.”

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Beiersdorf diz que as etiquetas embutidas aumentaram as vendas de Nivea Sun, mas não divulga números. Retorno similar é dado por André Olegário, do departamento de embalagens da Hypermarcas, sobre a iniciativa de Cenoura & Bronze. “Nossos produtos ficaram mais visíveis no ponto de venda. Isso, sem dúvida, trouxe benefícios”, afirma o executivo.

Nas linhas Nivea Sun e Cenoura & Bronze, etiquetas de segurança ficam escondidas dentro de um calço acoplado à base dos frascos

Na prática, as tags furtivas funcionam como as convencionais: acionam um aviso sonoro quando passam por áreas de contenção, situadas nas saídas das lojas, sem a devida desativação nos check-outs. Lílian Paiva, consultora da Plastrom Sensormatic, conta que as embalagens postulantes à adoção do

fotos: carlos curado

Produtos de maquiagem e cadeados começam a acomodar tags dentro de blisters

sistema são analisadas caso a caso, para a identificação da solução mais adequada. Há restrições de uso. “As etiquetas não podem ser dobradas, pressionadas ou colocadas sobre metal”, esclarece Lilian. A profissional acrescenta que métodos de etiquetagem na origem começam a ser utilizados em outras frentes. Itens de maquiagem da marca Elke (Nasha) e cosméticos da linha Olay, da Procter & Gamble, começaram a ser vendidos no País com etiquetas afixadas em cartelas de papel cartão contidas em blisters. A Papaiz, da área de ferragens, adotou solução similar para a venda de cadeados. Espera-se que o mercado farmacêutico, principal alvo de furtos (15,5% dos casos em 2010, segundo o Provar), demonstre interesse pela tecnologia. “Estamos desenvolvendo ainda bandejas para carnes com etiquetas ocultas”, anuncia Lílian. Má notícia para os ladrões de filé. Procurada pela reportagem, a Checkpoint do Brasil informou atuar com etiquetagem na origem, mas não havia retornado pedidos de mais informações até o fechamento desta edição.

AB Plast (47) 3451-9103 www.abplast.com.br Globalpack (11) 3908-1253 www.globalpack.com.br Mondicap (15) 3225-1650 www.mondicap.com.br Oxyplas (11) 4786-2322 www.oxyplas.com.br Plastrom-Sensormatic (11) 4166-4400 www.plastromsensormatic.com.br Sleever International (11) 2303-2337 www.sleever.com Star Ferram (11) 4226-7292 starferram@ig.com.br

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entrevista

Ingrediente precioso Embalagem contribuiu para o rápido sucesso da maior rede de chocolates finos do País. É o que diz Alexandre Costa, fundador e presidente da Cacau Show

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Muitos dos brasileiros que se aventuram em abrir o próprio negócio sonham em realizar façanhas como a de Alexandre Costa. Em pouco mais de vinte anos, ele transformou uma pequena produção artesanal de ovos de Páscoa, aberta com 500 dólares, na maior rede de chocolates finos e numa das principais franquias do País. A Cacau Show produz mais de 14 000 toneladas de chocolate por ano e conta atualmente com mais de mil lojas, gerando mais de 5 000 empregos diretos e indiretos. Nos últimos cinco anos, seu faturamento saltou de 235 milhões para 1,2 bilhão de reais. O sucesso é fruto de uma enorme dedicação. Por muitos anos Costa submeteu-se a jornadas diárias de trabalho de dezoito horas, fabricando pessoalmente e vendendo seus chocolates porta a porta. Também dedicou muito tempo à criação das embalagens dos produtos, que, em sua opinião, “contribuíram e continuam a contribuir decisivamente” para o êxito da marca. “As embalagens vendem em primeiro lugar, antes da experimentação”, afirma o empresário. Apesar de a Cacau Show contar hoje com uma equipe de designers focada em packaging, Costa faz questão de opinar sobre cada projeto. Esse e outros detalhes sobre as estratégias e a trajetória da marca são contados por ele nesta entrevista. Um fator apregoado em todas as partes como vital para o bom desempenho comercial de produtos em geral é a inovação. Em que aspectos a Cacau Show inovou no segmento de chocolate no Brasil? A Cacau Show democratizou o chocolate fino para todas as classes, trazendo qualidade aliada a preços justos. Acredite ou não, grande parte dos consumidores tem receio de entrar numa rede de chocolates finos. Nossa proposta é oferecer chocolate de qualidade para consumidores das classes A, B, C... Pode colocar o alfabeto todo. Nossa intenção, que temos levado a cabo com sucesso, é democratizar o chocolate fino, permitindo acessibilidade a todos os gostos e bolsos. Temos produtos de vários tipos e valores, temos chocolates em todas as


A embalagem vende primeiro. A experiência tem de atingir e despertar todos os sentidos, e o impacto tem de vir de todos os lados: no toque da embalagem, no design, nos motivos... proporções. Se você, por exemplo, quiser um produto de luxo, temos o Intensidade Premium, composto por minitabletes com diferentes graduações de cacau. Por outro lado, você também pode levar somente uma de nossas trufas. Temos produtos e espaço para todos. Qual a idéia central por trás da marca Cacau Show – isto é, que “mensagem” básica a marca procura transmitir? Poderia dizer que é uma união de mensagens: qualidade, democracia, inovação e, claro, felicidade. Independentemente da qualidade dos produtos da marca, percebe-se que as embalagens da Cacau Show são muito atraentes. Que peso o senhor daria, num índice de 1 a 10, à influência das embalagens para o sucesso do negócio? O índice é 10. A embalagem vende em primeiro lugar, antes da experimentação do produto. Trabalhamos com duas vertentes: chocolates para consumo imediato e chocolates para presentear. A experiência tem de atingir e despertar todos os sentidos. Claro que se você for presentear o impacto tem de vir de todos os lados: no toque da embalagem, no design, nos motivos... Que exemplos recentes o senhor daria de embalagens inovadoras, que efetivamente contribuíram para o êxito de produtos da marca? Nossas embalagens têm estética e acabamento de primeira linha. Na Páscoa deste ano, por exemplo, nossos ovos da linha tradicional receberam uma embalagem feita de filme plástico com soft touch, que muita gente, surpresa. achou que fosse de veludo. Essa embalagem teve cores chamativas que davam todo o charme para o produto. Já na linha Dreams, nossos ovos são vendi-

Dreams: caixas desenvolvidas para garantir proteção dos ovos de chocolate

dos em embalagens com suportes internos, para garantir a proteção da casca, e alguns da linha Premium parecem joias em vitrines, com uma exposição do produto bem chamativa e original. Ouvimos dizer que, quando a empresa estava começando, o senhor ajudava a desenhar embalagens para os produtos. Ainda existe essa participação direta no processo de criação e desenvolvimento dos invólucros? Sim. No começo eu fazia um pouco de tudo. Depois, contratamos pessoas responsáveis por essa área e formamos um departamento interno de criação de embalagens. O trabalho sempre foi feito em casa. Todas as embalagens são desenvolvidas internamente, por uma equipe de designers, e produzidas por


um fornecedor nacional. Mas até hoje acompanho e aprovo, junto com a diretoria, todas as embalagens. Os franqueados contribuem para o desenvolvimento de novos produtos e embalagens? Aliás, as lojas funcionam como meio de captação de ideias e demandas do consumidor? Com certeza. Somos uma empresa que abre espaço para ideias e inovações de todos os nossos clientes e franqueados. Sempre nos reunimos para discutir as preferências do consumidor e desbravar novos produtos e embalagens visando ao aprimoramento contínuo da marca, sempre em busca de oferecer o melhor produto, serviço e atendimento. Meta estabelecida tem que ser objetivo cumprido. Quantas embalagens (em outras palavras, novos SKUs) são criadas por ano? E qual é o mix médio de cada loja da empresa?

Exemplos de embalagens criadas pela equipe da Cacau Show: apelo de nobreza não comprometeria preços acessíveis

Intensidade Premium: coleção de minitabletes apresentada, segundo Costa, “como joia” Ovos da linha tradicional tiveram neste ano envoltório com filme soft touch, de efeito aveludado

São cerca de 100 novos produtos criados a cada ano. Quanto ao mix de produtos, cada loja trabalha com aproximadamente 160 SKUs. Esse número, porém, depende das campanhas criadas pela empresa. A empresa destina algum percentual específico de seu faturamento a pesquisa e desenvolvimento (P&D)? Destinamos, mas prefiro não revelar qual é esse valor. Investir em pesquisa e desenvolvimento é o motor da inovação, é o motor que permite um fluxo contínuo de novos chocolates, sabores e embalagens. Embora comercializando seus produtos apenas em lojas com sua bandeira, o senhor certamente compara a apresentação de seus produtos com concorrentes nacionais e estrangeiros. Quanto a estes últimos, diria que a qualidade da embalagem brasileira fica a dever às dos produtos estrangeiros? De forma alguma. Na realidade, acho que estamos muito à frente das marcas estrangeiras nesse quesito. Temos

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boas embalagens não só no mercado de chocolates, mas em todos os outros.

Números da Cacau Show

Ouvem-se diferentes histórias sobre a fundação da Cacau Show. Umas dizem que a empresa foi criada por sua mãe, outras, que é obra sua, aos 17 anos de idade. Qual é verdadeira? Fui eu o fundador da empresa. Mas foi minha mãe, dona Vilma, com quem trabalhei por algum tempo vendendo utensílios e outros produtos porta a porta, quem criou a marca Cacau Show. Aos 17 anos de idade, quando decidi empreender e ter meu próprio negócio, lembrei-me que minha mãe tentou incluir chocolates artesanais em seu catálogo de vendas, mas não deu certo. O fornecedor dos chocolates não conseguiu honrar as encomendas de Natal e muitos clientes ficaram sem receber seus pedidos. Foi então que pensei: “Pronto! Está ai a minha oportunidade de vender algo que não faz parte do catálogo da minha mãe!”. Comecei, então, a trabalhar como revendedor de indústrias de chocolate. Em 1988, vendi 2 000 ovos de Páscoa de 50 gramas para depois descobrir que o fornecedor não produzia nessa gramatura. Então, tive que me desdobrar para produzir e dar conta do que vendi. Disso nasceu a Cacau Show.

Está há 24 anos no mercado Faturou 1,2 bilhão de reais em 2011 Produziu 14 000 toneladas de chocolate no ano passado Tem 1 150 lojas espalhadas pelo País, que empregam 4 200 pessoas Possui 1 110 funcionários diretos Desenvolve 100 novos produtos por ano

Existe algum momento que o senhor considera especial na trajetória de sucesso da empresa? Diria que em 2010 conquistamos um desafio tremendo. Visualizei com sete anos de antecedência que a Cacau Show poderia ter mil lojas em 2010, como realmente acabou acontecendo. Tinha a intuição de que seria possível, mas só isso não bastava. Fomos buscar embasamento científico antes de definir nossa estratégia de crescimento. Investimos em políticas de qualidade e pesquisamos muito. Com comprometimento e o esforço gigantesco de todos, conseguimos ser a maior rede de lojas de chocolates finos do mundo, oferecendo a nossos clientes e parceiros uma relação duradoura, com foco em crescimento, rentabilidade e responsabilidade socioambiental.


Curativos

Desafio da onda laranja Cremer adota cartuchos elaborados para ganhar destaque nas farmácias

Blister do curativo para espinhas pode ser pendurado ou exposto em pé nas gôndolas

ado fotos: carlos cur

Cartucho de curativo especial tem verso com referências a esporte (acima) e ícones com sugestões de uso

Com a identidade visual adotada pela Cremer em 2011, na qual predomina a cor laranja nas embalagens, chegam ao mercado os novos produtos da marca, dotados de tecnologia hidrocoloide, que segundo a empresa proporciona condições ideais para auxiliar na absorção de secreções da pele. São curativos autoadesivos, integrantes da linha Cremer Advanced, sendo um para acne e espinhas e outro para bolhas, calos e ferimentos em partes do corpo como pés, mãos e cotovelos. A iniciativa da mudança na apresentação foi denominada pela empresa de Onda Laranja, referência também ao formato do novo logotipo, que lembra o movimento de uma vaga marinha. “O desafio agora é seguir a identidade visual nos novos produtos”, diz Felipe Oliani, coordenador de Marketing de Consumo da empresa. Como os adolescentes de ambos os sexos são o público-alvo, os principais traços das embalagens dos produtos para cuidar de espinhas foram mantidos na cor laranja, mas com releitura teen, segundo explica o executivo. “Já há vários produtos para tratamento de acne no mercado”, ele diz. “Então pensamos em fazer uma abordagem diferente da que é utilizada 36 | Julho 2012

por quase todos.” A Cremer desenvolveu um envelope de papel cartão, decorado com um mosaico de ícones modernos e universais, protegido por um blister de PET com gancheira. Nos pontos de venda, o blister pode ser pendurado num strip ou colocado em pé na gôndola, pois tem uma base de sustentação triangular. A peça dispensa a aplicação de lacres adesivos no envelope, graças a seus encaixes, formados por dois círculos na parte superior e duas faixas nas laterais.

O coordenador de marketing da Cremer observa que uma das regras do mercado de curativos é colocar uma imagem do produto no canto superior direito das embalagens. “No nosso caso inserimos três unidades para ilustrar os três tamanhos diferentes disponíveis na cartela.” Foi aplicada uma ilustração no formato de balão de histórias em quadrinhos simulando uma janela para visualização do produto, já que, como Oliani ressalta, não foi viável fazer uma janela real. “Isso dificultaria o acondicionamento do produto, além do que os curativos são muito finos e transparentes, impossibilitando uma boa visualização.”

O outro lançamento – para prevenção e tratamento de bolhas e calos – é novidade no Brasil. “Precisávamos de uma diferenciação para mostrar que, apesar de dividir espaço de gôndola com produtos concorrentes regulares, não estamos falando de um curativo normal”, relata o profissional de marketing. A embalagem do produto tem acabamento feito em papel cartão metalizado. “A opção pelo cartucho metalizado foi feita no início do processo de desenvolvimento da embalagem”, conta Oliani. “Sabemos que o apelo visual é crucial quando falamos de produtos que têm formato padrão de embalagem e pouco espaço na gôndola.” Numa das laterais do cartucho foram colocadas três imagens de sugestão de uso, para facilitar o entendimento do produto pelo consumidor. O verso da embalagem tem referencial esportivo, com a imagem de uma corredora e sugestões de locais do corpo em que o curativo pode ser aplicado. Há também uma ilustração explicativa para o consumidor entender como a tecnologia hidrocoloide funciona. Design

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especificidades do sup requerem cuidados Tratar o stand-up pouch como uma embalagem flexível comum: um erro que pode gerar grandes problemas na linha produtiva A familiaridade do brasileiro com as embalagens flexíveis é, sem dúvida, um ponto altamente positivo para as empresas que avaliam a adoção de Stand-Up Pouches (SUPs) - embalagem flexível capaz de ficar em pé - para seus produtos. Por já estar habituado com o manuseio de flow-packs, sachês e sacos almofada, o consumidor se adapta facilmente ao SUP. Os profissionais de embalagem, porém, devem ter em mente que os processos de fabricação do SUP possuem peculiaridades e exigem cuidados e controles de qualidade diferentes daqueles habitualmente empregados na fabricação das embalagens flexíveis. O ponto mais critico é a formação da base. No mesmo processo de solda, uma parte da embalagem tem duas paredes seladas, enquanto quatro paredes são seladas na parte da sanfona. Balancear a solda sem danificar a embalagem requer equipamentos calibrados, muita precisão, resinas de alto desempenho e operadores qualificados. Problemas nessa etapa podem gerar vazamentos e a fragilidade das embalagens. Por isso, a escolha dos fornecedores corretos e dos equipamentos adequados devem ser avaliados como parte integrante de qualquer desenvolvimento em SUP.

Patrocínio

a escolha correta desde o início As resinas AFFINITY™, ELITE™ e DOWLEX™ já são consagradas nas estruturas de filmes para aplicações SUP. Mesmo nas mais difíceis, como produtos gordurosos, pós finos e líquidos em geral, a Dow têm as resinas adequadas para o seu projeto: selagem resistente e íntegra, inclusive no ponto mais crítico do SUP, e selagem à mais baixa temperatura, garantindo integridade do filme.

Ajustes em minutos

A selagem da base é um ponto crítico na formação dos stand-up pouches

Os equipamentos de envase automático para stand-up pouches pré-formados possuem como uma de suas características principais, a versatilidade. Com um sistema de set-up automático, é possível ajustar o equipamento para qualquer volume e tamanho entre 100 ml e 2 Litros em menos de 10 minutos. Esta características possibilita o cliente conjugar uma série de diferentes produtos para serem envasados no mesmo equipamento.

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Suplementos

Transpiração com inspiração Em alta, mercado de suplementos alimentares abre espaço para projetos criativos de embalagens Por Marcelo Marcondes

Favorecidas pelo

crescimento do número de pessoas empenhadas em emagrecer ou tornear os músculos, as vendas de suplementos alimentares alcançaram 2,7 bilhões de reais no Brasil em 2011, valor 70% maior que o de cinco anos atrás, segundo dados da Euromonitor. O aumento da procura por preparados de vitaminas, minerais e outras substâncias com efeitos nutricionais ou fisiológicos tem estimulado apostas locais em produtos e embalagens engenhosos, todos em busca de um lugar ao sol num mercado ocupado expressivamente por produtos importados. Mesmo quando vindos de fora, trazidos por fabricantes locais de produtos similares, não é raro ver-se suplementos sendo expostos nos pontos de venda dentro de embalagens nacionais. Em geral, e curiosamente, em grande parte

das apresentações predominam marcas, informações, advertências e outros dizeres expressos em inglês, ao lado do uso do português. E, se alguém quisesse sintetizar o pensamento central que orienta tanta movimentação, poderia dizer que, adequadamente, as embalagens visam transmitir a ideia de força de seu conteúdo. O Lady Slim, da Smartlife, é um exemplo. Lançado no final do ano passado, o produto – na forma de cápsulas que prometem acelerar o metabolismo e intensificar a queima de calorias durante atividades físicas – se transformou em sucesso de vendas graças à apresentação. Como não dispunha de verba para investir em campanhas de publicidade, a fabricante decidiu apostar no desenvolvimento de uma embalagem especial, que conferisse ao produto apelo premium e que o posicionasse como

algo mais que um emagrecedor convencional: um programa de gerenciamento de peso para mulheres.

Foi projetado um pote com desenho exclusivo, injetado em um material de altíssima transparência: SAN (copolímero de estireno e acrilonitrila), resina usualmente utilizada na moldagem de peças técnicas. O recipiente tem paredes e fundo espessos, que remetem às embalagens de cosméticos. A tampa, de polipropileno (PP), permite fácil acesso ao conteúdo por meio de uma abertura recoberta por uma peça pivotante de polietileno que se movimenta para os lados. Acompanhando o pote vão um pequeno estojo para levar duas cápsulas na bolsa e uma fita métrica. A função de chamariz no ponto de venda é exercida pela embalagem

Potes e Tampa

CSW Plásticos (11) 4056-7911 www.cswsp.com.br Design

Designful (19) 3201-0861 www.designful.com.br Cartucho

Embalagens Santa Inês (11) 3904-0444 www.santaines.com.br Rótulos

Prakolar (11) 2291-6033 www.prakolar.com.br

fotos: carlos curado

Embalagens da Smartlife: Práticas, convenientes e bonitas, tornaram-se importantes peças publicitárias para a empresa. O conceito de Lady Slim (cartucho, corte da sobretampa, gaveta com berço para pote e estojo) foi adotado para outros produtos

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secundária, desenvolvida em três peças de papel cartão (cartucho, sobretampa cortada ao meio do formato total, em curva, e uma gaveta com berços para acomodar o pote e o estojinho). Ao abrir a embalagem a consumidora encontra primeiramente um folheto com dicas de saúde e bem-estar (em português). O acabamento dessa embalagem é esmerado, com elementos impressos com reserva de verniz, e apresenta uma janela para exposição do pote com as cápsulas transparentes recheadas de grânulos azuis e alaranjados. Segundo a Smart Life, o projeto rendeu bons frutos. Em três meses, o Lady Slim tornou-se o best-seller do portfólio da empresa. Logo, o conceito e as mesmas facas de corte da embalagem – ou seja, a caixa com a gaveta contendo pote e estojinho – foram adotados para os energizantes Energy e Epro 1, e para o Detox, um antioxidante.

Frasco

Emplas (11) 3638-3300 www.emplas.com.br

Restart/Amino Recovery e o Hardcore Pack NO3. Criação da Probiótica, empresa com 26 anos de tradição no mercado de suplementos, o Rapid Restart/Amino Recovery é colocado como opção aos já populares shakes, baseados em pós para preparo instantâneo com a adição de água. Trata-se de um 2 em 1 composto por um suplemento energético e um suplemento protéico, ambos prontos, nos sabores laranja e açaí com guaraná. O que chama a atenção é o fato de as duas fórmulas serem acondicionadas numa mesma embalagem, em compartimentos distintos. São duas garrafas sopradas de polietileno de alta densidade (PEAD) unidas por uma haste fixa. Esse conceito de “embalagem siamesa” utiliza como decoração um rótulo termoencolhível único, que envolve as duas garrafas identificando, por meio da impressão, cada uma das fórmulas. A embalagem, idealizada pela própria Probiótica, foi desenvolvida exclusivamente para o produto. Não há números de venda disponíveis. O Hardcore Pack NO3, lançado pelo laboratório ADS sob o guardachuvas de suplementos Atlhetica Evolution, também se propõe a auxiliar

Suplemento pronto para beber da Probiótica é um 2 em 1 para antes e depois do treino, acondicionado em embalagem siamesa

Rótulos

Propack (11) 4785-3700 www.propack.com.br

Dois outros produtos da mesma área se destacam por embalagens que procuram entregar conveniência para os adeptos da malhação, aos quais seria recomendável a ingestão de suplementos específicos antes e depois dos exercícios. São eles o Rapid Fase 1: Cápsulas a serem ingeridas no mínimo uma hora antes do treino

Fase 2: Cápsulas são ingeridas 30 minutos antes do treino

Caixa do Hardcore Pack NO3 possui quatro aberturas laterais que se destacam da caixa master para revelar as gavetas com as cápsulas

Fase 3: Cápsulas acondicionadas em blísteres, para serem consumidas imediatamente antes do treino e completarem o coquetel de estímulo à atividade física

Fase 4: São as cápsulas a serem ingeridas após o treino, para otimizar a recuperação, segundo a Atlhetica

Caixas

Cosgraf (14) 3646-1236 www.cosgraf.com.br Facas Laser

Company Facas Jaú (14) 3624-1330 www.companyfacasjau.com.br

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Pote de suplemento à base de arginina e proteína do soro do leite, da Integralmédica: Rótulo autoadesivo de BOPP fosco para dar uma aparência “bruta” ao produto

curado foto: carlos

Blade N.O. Explode, que promete efeitos de vasodilatação: Estojo com janela acondiciona três cartuchos e um frasco squeeze como brinde

Caixas

Congraf (11) 3103-0300 www.congraf.com.br Rótulos

Indexflex (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br Potes

Indústria Bandeirante (11) 2618-1818 www.indbandeirante.com.br

Cápsulas de termogênico da Integralmédica à base de guaraná em pó: Embalagem caprichada com reserva de verniz com brilho, fundo fosco e desenho texturizado emulando as escamas de uma víbora

atletas a terem a suplementação mais adequada, mas de maneira diferente. O produto consiste num coquetel de quatro cápsulas dedicadas à ingestão em momentos específicos do dia a dia de fisiculturistas. Separadas por tipo, as pílulas são acondicionadas em quatro gavetas presentes numa caixa confeccionada em papelão micro-ondulado com papel cartão triplex acoplado. Cada uma das gavetas traz marcações com a indicação de uso das cápsulas armazenadas – “uma hora antes do treino”, “30 minutos antes do treino”, “15 minutos antes do treino” e “logo após o treino”. De acordo com a ADS, a concepção da embalagem é inédita na categoria e uma exclusividade da empresa. Segundo Douglas de Carvalho, gerente do departamento de propagan-

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da da ADS, responsável pela criação da embalagem do Hardcore Pack NO3, foi preciso recorrer à tecnologia de corte a laser para se chegar ao desenho exigido. O profissional afirma que o acabamento é um ponto forte da embalagem. “A impressão é feita em seis cores, e o plano de fundo da caixa recebe aplicações de verniz texturizado fosco, enquanto alguns detalhes da caixa, como o logotipo, recebem verniz texturizado brilhante”, diz Carvalho. “Como complemento, utilizamos também laminação com filme de BOPP (polipropileno biorientado) e aplicação de hot stamping.”

Também apostando fortemente em estratégias de embalagem como forma de diferenciação, outra empresa atuante no segmento de suple-

Caixa-display de barras protéicas da Integralmédica: acabamento com textura especial e alto relevo

mentos nutricionais, a Integral Médica, atribui aos recipientes de seus produtos a função de transmissores de conceitos como força e virilidade. No caso do Nitro Hard, da linha Darkness, optou por um código de cores escuras numa embalagem que se diferencia sensivelmente dos estojos de papel cartão: um pote de PET preto e brilhante, sobre o qual aplicou um rótulo autoadesivo de BOPP fosco. É justamente na decoração que se encontram os detalhes que conferem o visual “bruto” pretendido para a embalagem. O filme branco, impresso em flexografia, recebeu uma laminação soft touch com tratamento na frente, para receber mais uma impressão, e no verso, para não prejudicar a adesividade. A Indexflex, que imprime os rótulos, utilizou verniz reserva para


Suplemento Allprox é bebida pós-treino à base de proteína: segundo fabricante, é a primeira do tipo acondicionada em garrafas de vidro

Num movimento em que a diferenciação por meio da embalagem se destaca acentuadamente, a Incorpore Foods, que embora seja 100% nacional não destoa da onda dos produtos (e da própria razão social) em inglês, lançou o Allprox, um recuperador pós-treino. A empresa afirma que o produto é o único suplemento alimentar protéico líquido sem conservantes no mercado, pronto para consumo, numa garrafa de vidro. Com capacidade para 250 mililitros de conteúdo, o recipiente, de boca larga, é fechado com tampa de aço e tem rótulo termoencolhível. O Allprox é oferecido nos sabores laranja, limão e morango, em formulação “totalmente zero”: sem açúcar, sem adoçantes, sem gordura e sem lactose. Um apelo adicional é o da conveniência, já que o produto pronto dispensa a necessidade de preparar o mix dos componentes do suplemento. Na profusão de apresentações que parece tomar cada vez mais a indústria da nutrição cosmética, a Probiótica Laboratórios, localizada em Embu Garrafas

Owens-Illinois (11) 2542-8084 www.oidobrasil.com.br

das Artes, na vizinhança de São Paulo, lançou recentemente um produto que amplia sua linha Beauty Inside. É o Slim Gum, uma bala de goma com colágeno enriquecida com uma combinação de óleos de palma e de aveia, e que segundo a fabricante, que se proclama empresa líder no setor de suplementos alimentares na América Latina, “apresenta comprovada eficácia em reduzir o apetite e aumentar a sensação de saciedade”. Disponível nos sabores morango e laranja, o produto, apresentado em caixas com 30 balas de 10 gramas cada, será comercializado, com exclusividade, em 158 drogarias Pão de Açúcar e Extra localizadas em dezessete estados brasileiros.

© divulgação

ná em pó da linha Therma, com fundo preto fosco e as escamas da imagem de uma cobra em alto relevo e reserva de verniz com brilho.

Slim Gum, da linha Beauty Inside da Probiótica é goma de mascar “nutritiva”, segundo a empresa, acondicionado em cartuchos com grafismos minimalistas e cores pastel

Rótulos

Catuaí Print (43) 3552-1186 www.catuaiprint.com.br

Decoração conquista prêmio internacional Um rótulo autoadesivo produzido para um suplemento alimentar – o Con-Cret BCAA, fabricado pela ADS Laboratório Nutricional para a Vita Store – rendeu à Indemetal Gráficos destaque na edição de 2012 do HP Print Excellence Awards, concurso mundial da Hewlett-Packard para reconhecer qualidade e inovação em impressão digital. O adereço, impresso em filme de BOPP metalizado com laminação fosca, faturou o terceiro lugar na categoria Farmacêuticos e Nutracêuticos. A Indemetal Gráficos ficou ainda com bronze na categoria Vinhos e Bebidas Alcoólicas, pelo rótulo autoadesivo produzido para a cachaça Mato Dentro – case também consagrado no Prêmio Grandes Cases de Embalagem 2011. Foram os únicos projetos brasileiros homenageados na competição mundial.

© divulgação

destacar algumas áreas, como o nome do produto, a marca da empresa e a imagem de uma caveira ornamental. Em outro item da linha Darkness, o Blade N. O. Explode, a profusão de detalhes e de recursos enriquecedores é manifesta na embalagem de papel cartão que abriga os recipientes dos três itens componentes de um conjunto de três suplementos. A empresa esmerouse na apresentação de um estojo agregador promocional dessa linha: nela, características básicas da marca (predominância da cor preta, a caveira ornada com duas hárpias e a tipologia rústica) aparecem nas partes externa e interna, impressas em relevo e com detalhes destacados por verniz de reserva. Para a campanha de promoção, que em sua duração de três meses teria implementado as vendas, sem que números sejam revelados, a embalagem ganhou uma janela com lâmina transparente, para exposição de um frasco-brinde plástico squeezable. Para atrair a atenção do consumidor, a Integral Médica capricha até nas embalagens de barras de proteína, como a VO2, feitas de papel cartão com acabamento em textura especial e alto relevo. Ou ainda nas cápsulas de guara-

Rótulos

Indemetal Gráficos (11) 4013-6644 www.indemetalgraficos.com.br

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Evento

Integração com qualidade Fórum sobre inovação em embalagens, do Ciclo de Conhecimento, atrai representantes de indústrias usuárias

fotos: andré godoy

Público, numeroso e qualificado, deu alto índice de aprovação ao evento

O

Fórum

INOVAÇÃO

– Como viabilizar a produção de embalagens criativas, mais um evento de transformação promovido pelo Ciclo de Conhecimento, ocorreu dia 27 de junho último, com total sucesso de público e com elevados índices de aprovação, no auditório da Panamericana Escola de Arte e Design, em São Paulo. Estiveram presentes na ocasião 218 pessoas, entre representantes de diferentes elos da cadeia de valor da embalagem. O segmento mais fortemente representado foi o de empresas usuárias de embalagens, com 116 assistentes, ou 53% do público. Os outros 47% eram compostos por empresários

e profissionais ligados a indústrias fornecedoras, empresas prestadoras de serviço, com expressiva presença, neste caso, de pessoas ligadas a escritórios de design, além de professores e estudantes dessa disciplina. Levantamento de opiniões feito posteriormente pela internet junto aos participantes indicou que 68,3% dos 82 respondentes consideraram que todas as palestras se alinharam com o foco do evento (31,7% entenderam que “sim, mas não todas”, enquanto a pergunta “não, nenhuma”, resultou em zero). Esses resultados indicam que se aperfeiçoa gradativamente a já consolidada estratégia do Ciclo de Conheci-

Exposição mostrou como a harmonização de projetos de embalagem leva ao êxito junto ao consumidor

Fórum “Inovação – Como viabilizar a produção de embalagens criativas” Patrocínio Ouro

Organização

www.ciclodeconhecimento.com.br

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Divulgação


mento, programa permanente de ações voltadas a transformar informação em conhecimento na área de embalagem, de incentivar o relacionamento dos brand owners com a cadeia de fornecedores e prestadores de serviço. Essa meta vem se concretizando por meio de ações com alto conteúdo de informação de qualidade e coerentes entre si. Nesse sentido, manifestações espontâneas de assistentes do Fórum convergiram: as palestras tiveram forte interligação, complementando-se numa unidade com forte acento didático. Vale dizer que refletiram e transmitiram com eficácia a mensagem de que, para criar-se embalagens inovadoras (ou não), com potencial de êxito comercial, é necessária a total integração das partes envolvidas no projeto, do começo ao fim. O risco ao não se proceder assim é de fracasso das idéias durante a execução ou, o que é

pior, com os produtos já nos pontos de venda. Em outras palavras, resulta em retrabalho e perda de tempo e dinheiro. Reforçando o aspecto pedagógico da ação, no dia da realização do evento foi inaugurada nas dependências da Panamericana Escola de Arte e Design uma exposição composta por 56 painéis de 90 centímetros por 90 centímetros com fotografias e textos descritivos de cases de embalagem que ilustram a idéia central do Fórum Inovação. Com projetos apresentados pelos patrocinadores do evento, (fotos ao lado) a exposição centrou-se na demonstração de como a harmonização de projetos de embalagem – do design ao uso de materiais e de tecnologia, bem como adequação comercial e ambiental – é a chave para o êxito junto ao consumidor final. A mostra, com apresentação também dos produtos abordados, se estendeu até dia 4 deste mês.

Quem falou O programa do Fórum Inovação foi sustentado por apresentações dos seguintes profissionais com formação superior e pós-graduação em suas especialidades, atuantes em diversas áreas da cadeia de embalagem: Fred Gelli, diretor da Tátil Design, criador do logotipo das Olimpíadas do Rio 2016 (“Como aproximar a cadeia produtiva em prol da inovação do cliente final, a indústria de bens de consumo”) Deborah Portilho, diretora da D. Portilho Auditoria e Treinamento em Propriedade Intelectual (“Inovou? Proteja. Como manter a exclusividade da Identidade Visual de sua marcas, produtos e embalagens”) Cristina Alvarenga, diretora da BASES, divisão da Nielsen que avalia prováveis desempenhos das inovações (“Motivos por que mais de 50% das inovações falham nos pontos de venda e formas de prevenir que isso ocorra”) Renata Barini, gerente de P&D, Embalagens Brasil da Kraft Foods (“Inovação de embalagens na prática”) Marcos Palhares, diretor da revista EmbalagemMarca (“Panorama de acertos e erros na implementação de inovações em embalagens e a importância da integração da cadeia no processo de inovação”)


Alimentos

Receita correta para aperitivo Indústria artesanal de alimentos lança antepastos em embalagens exclusivas para concorrer na faixa premium de consumo

Há iniciativas que, excetuando-se o imponderável, têm tudo para dar certo. É o caso dos antepastos preparados por La Pianezza, de Santo André, no ABC paulista. A empresa se transformou há pouco mais de um ano numa pequena mas rigorosamente bem montada fábrica do ramo alimentício, depois de pouco mais de dois anos atuando como indústria artesanal de alimentos. Passado um período bem sucedido de atuação em patamar que deixava a desejar, segundo seu sócio proprietário e diretor comercial, Lourival Franchi, o empresário decidiu profissionalizar a empresa. Para tanto, entendeu que a La Pianezza deveria fazer “com nível de importados”, e com receitas trazidas por seu sócio, padrasto e diretor industrial, o italianoVicenzo Barone, pimentões, tomates assados, abobrinhas e berinjelas que a família preparava desde 1934 na região da Calábria e que, no Brasil, amigos e interessados em geral vinham comprando de forma crescente. Eram comercializados em embalagens standard, sem rótulos. Ao decidir “transformar a brincadeira em negócio”, Franchi diz ter se convencido de que a apresentação dos produtos deveria refletir na exata medida a sua qualidade, que ele afirma ser

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superior a de concorrentes importados e com os quais quer conquistar consumidores da faixa premium. “Nossos produtos são 100% naturais, sem conservantes ou corantes, e os legumes que usamos são selecionados e marinados em um blend de azeite importado”, ele afirma. “Acreditamos que passou da hora de o Brasil ter produtos de alta qualidade, para exportar, mas para entregar qualidade também no mercado interno.” Sob essa orientação de Franchi, e depois de dois anos de desenvolvimento, a La Pianezza está colocando no mercado, a começar por São Paulo, mas com ambições para todo o Brasil, seus produtos acondicionados em potes de vidro exclusivos, de 150 gramas de capacidade de conteúdo, com tampa diferenciada e decorados com o logotipo em alto relevo e rótulos autoadesivos (criados por ele e aplicados por enquanto manualmente, enquanto não chega uma rotuladora automática). O ponto de partida para a criação da embalagem foi o fechamento, em geral um dos últimos componentes a ser cogitado em projetos de acondicionamento, com conseqüências quase sempre ruins na fase de execução. Em viagens ao exterior, observando

embalagens de antepastos com o objetivo de adaptar ideias, Franchi trouxe dos Estados Unidos uma tampa que, soube já no Brasil, integra a linha Deep Twist-Off, da Silgan White Cap, que difere das convencionais desse sistema principalmente na altura lateral (de 16 milímetros, contra os usuais 6 ou 7 milímetros). Segundo Eliane Romero, gerente comercial da indústria fornecedora, essa diferença “permite maior visibilidade e possibilidades de layout,


do

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Além dos rótulos nos potes e na tampa, com o nome e a imagem de cada tipo de antepasto, um folheto preso por elástico fornece informações nutricionais

visualização da marca e valorização do produto final na gôndola, destacandoo dos concorrentes”. Ademais, ela diz, “oferece maior área de pega, facilitando a abertura e o fechamento da embalagem pelo consumidor”.

Os potes de vidro têm sua exclusividade ressaltada pelo logotipo em alto relevo

O proprietário da La Pianezza convenceu-se disso, mas o problema é que não existia no mercado local um frasco com rosca adequada para comportar a Deep Twist-Off. Mesmo assim, conta Eliane Romero, a matriz concordou com os argumentos da Silgan White Cap local sobre o potencial da tampa no Brasil, dado seu ineditismo e seu caráter inovador. Assim foi viabilizada a importação de 300 000 tampas prateadas, sem decoração, com vedante

específico para produtos oleosos. A Wheaton Brasil possibilitou a aplicação da tampa, ao desenvolver um lote de 60 000 potes, em formato cilíndrico, com fundo grosso, para transmitir a ideia de valor agregado. A representante comercial da vidraria Karin Fabiana do Nascimento Silva diz que a empresa tem condições de suprir lotes desse porte, usualmente considerado baixo no setor vidreiro. “O problema é o preço inicial, devido ao custo do molde, mas à medida que os pedidos aumentam ele se dilui.” A Silgan, por sua vez, pondera que importações sempre têm custo adicional, e por isso aposta no aumento da demanda para começar a produzir a Deep TwistOff em sua fábrica de Poços de Caldas (MG), de acordo com a gerente comercial da empresa. Assim como a Silgan, a vidraria prevê que esse sistema de embalagem tem forte potencial para ser bem-sucedido e para estimular outras marcas a adotá-lo no acondicionamento de diferentes tipos de produtos. Se depender do interesse demonstrado por visitantes da mais recente edição da Fispal Tecnologia, feira de negócios realizada em junho último em São Paulo, a previsão tem fundamento, ao que rela-

ta Eliane Romero. Mesmo tendo sido lançados sem rótulos e com a tampa sem decoração (o que deverá mudar em lotes futuros, adianta Franchi), o recipiente e a tampa dos antepastos motivaram uma série de consultas de empresas interessadas. As expectativas da Silgan, enquanto afirma predisporse a atender pequenas encomendas, giram em torno de 12 milhões de unidades por ano. De sua parte, Lourival Franchi adianta que está estudando lançar outros produtos, como molhos e patês finos, em embalagens de diferentes capacidades de conteúdo, “todas top de linha”. Em sua definição, “os antepastos são aperitivo”. Ou seja, “já estão em andamento uma extensão de linha e o lançamento de bruschetas e molhos diferenciados – na qualidade dos produtos e nas embalagens”.

Frascos

Wheaton Brasil www.wheatonbrasil.com.br Rótulos

ABC Gráfica Digital (11) 41771354 www.abcgraficadigital.com.br Tampas

Silgan White Cap (11) 5585-0723 www.silganwhitecap.com.br

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Cervejas

Garras afiadas Linha de cervejas artesanais se diferencia com rótulo “rasgado” A 3 Lobos,

marca de cerveja artesanal lançada em 2011, vem conseguindo atrair a simpatia dos consumidores por três razões básicas apontadas por sua dona, a Cervejaria Backer, de Belo Horizonte. A primeira seria a qualidade das bebidas oferecidas, cujos aromas e sabores complexos resultariam do estilo americano de fabricação. O segundo motivo seria a própria marca, que herda o nome de uma boate country fundada na capital mineira pelos proprietários da cervejaria e que parou de funcionar há dois anos. Por fim, mas não menos importante que as duas outras causas, o êxito é atribuído aos rótulos autoadesivos que decoram as garrafas long neck das cervejas. A proposta visual é pouco explorada no segmento, com ilustrações que ocupam a área total do material impresso, em vez dos habituais elementos que remetem ao universo das cervejas.

O design gráfico faz referência ao mundo do bangue-bangue, com paisagens típicas do oeste americano como canyons, desertos, fazendas de gado, caubóis e índios pele-vermelha. Sobressai, nos adereços, um corte vazado triplo, concebido para simular um arranhão de garras de lobo. “É um recurso que se destaca sobre o vidro da garrafa”, destaca Ana Paula Lebbos, diretora de marketing da Backer. Os rótulos foram desenvolvidos pelo designer gráfico Maurízio Manzo sob a ideia de buscar algo inusitado e despojado. São impressos em flexografia sobre filme de polipropileno (PP) metalizado, com acabamento em verniz fosco e brilho, garantindo destaque às partes metalizadas do rótulo. Segundo a Baumgarten, produtora dos adereços, a inovação em termos de tecnologia de conversão foi desenvolver uma faca diferenciada para possibilitar o “efei-

to rasgado” sem que isso interferisse de alguma forma em características ou etapas das produções do rótulo e da embalagem. A aplicação nas garrafas é feita de forma automática. A cor prata é utilizada também nos rótulos do gargalo, de formato redondo, e nas rolhas metálicas, que têm o desenho de três lobos sentados sobre uma lua crescente. Além do design, os rótulos da 3 Lobos têm diferenciais nas informações: a marca é uma das poucas nacionais que trazem a escala de amargor IBU (International Bitterness Unit) para cervejas. As bebidas estão disponíveis em quatro variantes: Três Lobos (do tipo american pilsen), Pele Vermelha (indian pale ale), Exterminador de Trigo (wheat) e Bravo (imperial porter). Rótulos

Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br

Tampas

Mecesa (85) 4009-2244 www.mecesa.com.br

Garrafas

Verallia (11) 2246-7402 www.verallia.com.br

“Rasgos”, que simulam ataque de lobos, dão ar inovador aos rótulos

fotos: carlos curado

Tampas seguem o padrão visual dos rótulos, trazendo os lobos que dão nome à marca

Cerveja é uma das poucas que informam nos rótulos o índice de amargor (IBU)

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EM foco O QUE VAI PELA CABEÇA DO CONSUMIDOR

Marcas próprias Que imagem têm os produtos e as embalagens apadrinhados pelas redes de varejo nacionais? Ainda que estejam longe de ter no Brasil o mesmo prestígio que têm na Europa, onde abocanham 39% das vendas de bens de consumo, os produtos de marca própria estão mais e mais presentes nas prateleiras nacionais. Segundo a Nielsen, a oferta desses itens pelos três principais varejistas do País cresceu mais de 31% nos últimos quatro anos. Atualmente, quase “Não compro produtos de marca própria porque não os conheço. A embalagem não é o problema” Leda Hoguer

65 000 artigos desse gênero disputam o mercado nacional, somando-se iniciativas de supermercados, atacados e farmácias. O que o consumidor acha desses produtos, geralmente encontrados a preços mais em conta? E o que ele pensa das embalagens utilizadas para acondicioná-los? EmbalagemMarca colheu as seguintes opiniões em um supermercado paulistano. “Em geral, compro sim. Mas percebo que há diferença entre produtos de marcas próprias e das marcas convencionais. O design e a parte gráfica são inferiores aos das marcas consagradas. E, às vezes, as embalagens de marcas próprias são cópias, o que acho muito ruim. Isso acaba enganando o consumidor” Luiz Carlos Mazzi Carrero

“A qualidade do produto é pior, não tem nada a ver com a embalagem. A aparência (da embalagem) não me diz muito” Ester Araújo dos Santos

“Compro, mas acho que as embalagens dos produtos de marcas próprias são mais feias, em geral, do que as das marcas tradicionais. Compro porque há vantagem no preço” Patrizia Zagni

Assista a estes e outros depoimentos em: emb.bz/155emfoco

“Adquiro alguns produtos. Quando é algo que eu já conheço e gostei, pego da marca própria porque o preço é menor. A embalagem não é um critério de decisão. A qualidade da embalagem é praticamente a mesma (daquela dos produtos convencionais), porque temos cinco, seis, empresas que fornecem embalagens, e o material muda pouco” Hans Topf

“Costumo comprar produtos de marcas próprias porque eles são mais baratos. Quanto às embalagens, elas costumam ser mais chamativas, e, por isso, me dão a impressão de serem de melhor qualidade do que as das marcas tradicionais” Fernanda Queiroz

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br

Design

Higiene pessoal

Embalagem utilitária

Nova linha de lencinhos de papel da Kimberly-Clark, a Kleenex Reflection traz um diferencial: um espelhinho, na forma de um rótulo autoadesivo metalizado colado no invólucro. De acordo com a empresa, a embalagem é perfeita para apoiar a mulher em retoques de maquiagem, tirar a oleosidade da pele, ou apenas para “verificar o visual”. Há duas séries da embalagem: uma com o design gráfico inspirado nas princesas da Disney e outra com ilustrações de elementos abstratos.

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B+G, the Brand-in (11) 5090-1460 www.bmaisg.com.br Embalagens

Uniflexo (11) 4619-9600 www.uniflexo.com.br



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Design

Usina Escritório de Desenho (11) 3254-6788 www.usinadesenho.com.br Cartuchos

IGB (81) 2138-1299 www.igb-embrasa.com.br

3

1

Pouches

Diadema (11) 4066-9000 www.efd.com.br Pouches

Felinto (83) 3315-1515 www.felinto.com.br Design

Mais Packing (11) 3074-6611 www.packing.com.br

Condimentos

Amenities

molho em flexível 1

Banho de grife

O ketchup tradicional em stand-up pouch é a novidade da Tambaú Alimentos. A embalagem, de 200 gramas, é feita de filme laminado de PET, alumínio e polietileno, com impressão em rotogravura.

O estilista Alexandre Herchcovitch ajudou a criar fragrâncias e embalagens da H;A, linha de cosméticos para hotéis lançada pela Realgem’s. Os produtos são acondicionados em frascos de PET âmbar produzidos pela própria fabricante. Completam a linha três opções de sabonete em barra.

Matinais

Antes . . .

Era do Gelo nas caixas 3

2

Cervejas

museu no rótulo A cervejaria Cidade Imperial, de Petrópolis (RJ) reformulou a apresentação de suas cervejas pilsen, helles e dunkel. Nas garrafas long neck de 355 mililitros, os rótulos agora trazem a imagem do Museu Imperial, antiga residência de verão de Dom Pedro II.

Design

PP3 (21) 2215-5289 www.estudiopp3.com

. . . e depois 2

Herchcovitch; Alexandre (11) 3063-2888 www.herchcovitch.uol.com.br

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Os personagens da animação A Era do Gelo 4 estão estampados nas caixas de papel cartão da linha Cremogema, de Maizena (Unilever). A ação abrange as embalagens de 200 gramas e de 500 gramas do produto.


4

Design

100% Design (11) 3032-5100 www.100porcento.neT

Doces

cookies em polpa

Doces 4

A doceria Kukla, de São Paulo, adotou uma embalagem de polpa celulósica moldada para acondicionar seus cookies recheados Kuklies. O recipiente, cujo nome de fornecedor não foi informado, procura reproduzir o formato dos biscoitos.

Ideais para festas

5

A Bel Chocolates lança três produtos dedicados a festas: o Mini Teta Festa Ao Leite e duas versões (Ao Leite e Branco) do Mini Bel’s Festa. Os doces são oferecidos em 72 unidades, acon-

dicionadas em caixas de papel cartão. As embalagens têm picotes na tampa que permitem transformá-las em expositores, para uso nas festas ou venda unitária dos produtos.

5

Design

Artigo Design (14) 3413-7345 www.artigodesign.com Caixas

Serzegraf (41) 3026-9460 www.serzegraf.com.br


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Design

Cartucho

Brander (11) 3067-5990 www.brander.com.br

Gráfica Zanardo (11) 2940-3021 www.graficazanardo.com.br

3

1 Cartucho

Antilhas (11) 4152-1100 www.antilhas.com.br Rótulo

Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br Design

Brainbox Design (41) 3018-1695 www.brainboxdesign.com.br Válvula

MWV (11) 3638-4850 www.meadwestvaco.com FRASCO

Wheaton (11) 4355-1800 www.wheaton.com.br

Preservativos

Queijos

Namoro especial

Fondue família

1

A DKT do Brasil colocou à venda no Dia dos Namorados deste ano o kit Prudence Fetiche. Duas embalagens de preservativos, um gel lubrificante, uma calcinha e uma liga de renda foram oferecidos numa caixa de papel cartão com acabamento em verniz brilhante.

Perfumes

Antes . . .

Para o dia e para a noite

2

Uma versão de 600 gramas de fondue de queijo, para servir até seis pessoas, foi lançada pela Tirolez em um stand-up pouch (bolsa plástica que fica em pé). A novidade é promovida como “uma maneira econômica de se divertir com amigos e familiares”.

marcas

logotipo mais colorido A multinacional holandesa AkzoNobel adotou nova identidade visual para a marca Coral de tintas e vernizes. O novo logotipo é mais colorido que o anterior e apresenta um ícone humano pintando uma onda multicolorida sobre a assinatura. A tipologia foi modernizada. Todas as embalagens e materiais de PDV da companhia passam a estampar o novo logo.

Design

Design Bridge +44 (0) 20 7814-9922 www.designbridge.com

2

Design

Benchmark (11) 3057-1222 www.bench.com.br Pouch

Flexpack (11) 3721-0100 www.flexpack.com.br

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3

Direcionados a garotas de 13 a 17 anos, os perfumes Capricho Day & Night, de O Boticário, tiveram o design gráfico renovado. O visual agora segue o padrão aplicado aos demais itens da linha (maquiagem e loção).


4

Design

Pande Design Solutions (11) 3849-9099 www.pande.com.br

Embalagens

Diadema (11) 4066-9000 www.efd.com.br

Cafés

Roupa de frio

4

Com o tema “Sabor do Inverno”, a 3 Corações coloca no mercado embalagens especiais de inverno para seus cafés torrados e moídos. As flexíveis de 250 gramas e de 500 gramas, nas versões a vácuo e bolsa, estampam o Carinhoso, mascote da marca, esquiando em um cenário repleto de neve.

Antes . . .

Matinais

Modernização de All-Bran A linha de cereais matinais All-Bran, da Kellogg’s, ganhou novas fórmulas e apresentações. Os códigos de cores aplicados às caixas de papel cartão dos dois sabores – vermelho para o All Bran Original e roxo para o All Bran Flakes – foram preservados, assim como a imagem da colher mostrando o produto. O lettering e outros elementos visuais, porém, foram modificados.

Design

Pauta Creativa +52 (55) 5000-5210 www.pautacreativa.com.mx Design (adaptação)

SPO Design (11) 3168-9166 www.spodesign.com.br

. . . e depois

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Almanaque A primeira redonda Na década de 1980, a Sanbra (atual Bunge) relançou o Óleo de Milho Refinado Pérola com nova embalagem. O produto passou a ser acondicionado em lata de aço cilíndrica. Teria sido o primeiro óleo de milho a adotar essa embalagem, que, dizia a empresa, oferecia a vantagem de não ter em seu topo a tampinha característica das latas retangulares – utilizadas pela concorrência e que costumavam causar vazamentos.

De um a três motores. E só Conhecida por preservar seus equities de marca, que dão apelo de tradição a sua manteiga e a seus demais produtos, a Laticínios Aviação promoveu poucas alterações em seu logotipo e nas suas embalagens. Uma modernização se deu no início da década de 1940. O avião presente no rótulo, que desde a criação da empresa, em 1920, era um biplano monomotor, foi substituído por um trimotor Junker. Evoluções aeronáuticas posteriores parecem não ter comovido a empresa.

Baú digital Saiba por que as garrafas do uísque Johnnie Walker são quadradas

emb.bz/155bau

Contra picadas de cobra e outros males Os poderes terapêuticos de espécies da flora brasileira ganharam fama já no século 18, e deram origem ao que teria sido o primeiro remédio fabricado em larga escala por aqui – desde aquele tempo com

Marquês de Pombal expulsando os jesuítas, pintura de louis-michel van Loo e Claude-joseph vernet (1766)

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forte influência da experiência indígena. Em meados daquele século, os padres jesuítas do Colégio da Bahia aproveitaram os conhecimentos medicinais dos primitivos habitantes de Pindorama para produzir uma teriaga, ou composição com vários ingredientes, que se tornou sucesso. Na receita entravam 27 raízes, folhas e sementes de espécies vegetais nativas. Com o nome de Triaga Brasílica, o remédio era tido como infalível na cura dos efeitos de picadas de cobras e insetos peçonhentos, bem como cólicas, melancolia, sarampo e vários outros males. Chegou a ser exportado para Portugal e Espanha, por altos valores, até que em 1755, quando o Marquês de Pombal expulsou a Companhia de Jesus da colônia, a fabricação parou. Os padres levaram consigo o segredo da fórmula.

acima, O primeiro rótulo da Aviação, gravado em tampa de edição comemorativa. ao lado, aquele que o sucedeu: troca de avião

Salada linguística Quando se vai a fundo, nota-se que, na origem dos mais puros azeites de oliva, hoje expressivamente incorporados aos hábitos alimentares dos brasileiros, há forte mistura – de idiomas. O termo latino “oliva” variou para “oleum”, ou “óleo” em português, designação comum de gorduras líquidas. Nos idiomas ibéricos (português e castelhano), o nome do fruto da oliveira foi substituído pelo árabe “az-zaitän”, que virou “azeitona” e “aceituna”, de onde se obtinha o “az-zait” (“azeite”/“aceite”). Em outras palavras, numa boa salada lingüística, caberia “azeite de oliva” ou “óleo de azeitona”.




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