Ano XIV • Nº 159 • Novembro 2012 • R$ 15,00
Fabio Cecília fala de ideias e objetivos da Mãe Terra no campo do acondicionamento de alimentos orgânicos
plásticos
Em ação da Danone, frasco de PET avança com força no mercado nacional de iogurtes para beber
Freio ao plágio Patentes e registros de marca podem reprimir as costumeiras imitações de embalagens. Conheça seus direitos (e seus deveres)
ra id pa ro te nd en /a m z ta .b ui b at em g r id e o ix dr Ba An s. e et d bl pa ta z/i ra .b pa mb EM d e a iP
entrevista
Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR
Na hora de planejar Neste período
do ano, em que as empresas costumam voltar-se para o planejamento de seu futuro de médio e longo prazos, temos algumas informações que, acreditamos, possam ser de seu interesse. Basicamente, elas têm a ver com um conjunto de iniciativas de comunicação voltadas para o objetivo de transformar informação em conhecimento na área de embalagem. Temos desde já a comemorar o fato de que, ao longo do exercício que está se encerrando, tais ações não só se consolidaram como se fortaleceram. Especificamente, no período, esse esforço se materializou na alta qualidade editorial de EmbalagemMarca, nos eventos de transformação realizados sob a égide do Ciclo de Conhecimento e na consagração do Prêmio Grandes Cases de Embalagem como um dos mais importantes instrumentos de estímulo e fortalecimento da cadeia de valor de embalagem no Brasil. Mas é de ações futuras que queremos tratar neste espaço. Com base na experiência adquirida ao levarmos adiante esse feixe de realizações, e com a crescente convivência de nossa equipe com os mais diversos agentes do setor, tanto em âmbito nacional quanto internacional, julgamo-nos hoje cre-
denciados a oferecer-lhes uma altamente especializada gama de serviços de comunicação na área de embalagem. Assim, adiantamos que a Bloco de Comunicação está reativando, sob o selo do Ciclo de Conhecimento, sua Divisão de Livros e Fascículos. Caberão nessa seara não só publicações de autoria de especialistas em campos específicos do packaging, mas também manuais de orientação produzidos sob demanda de fornecedores dedicados a determinados ramos de suprimento. Estamos à disposição para conversar sobre projetos e analisar sugestões. Há, ainda, uma série de outras atividades planejadas e já em andamento para o exercício que em breve se iniciará. Como é costume da casa, optamos sempre por fazer antes de prometer. O que entendemos ser fundamental registrar aqui é nossa sempre renovada expectativa de continuarmos contando com o prestígio de nossos leitores e com o indispensável apoio de nossos patrocinadores e anunciantes. Até dezembro.
“A Bloco de Comunicação está
WILSON PALHARES
reativando, sob o selo do Ciclo de Conhecimento, sua Divisão de Livros e Fascículos. Caberão nessa seara não só publicações de autoria de especialistas em campos específicos do packaging, mas também manuais de orientação produzidos sob demanda de fornecedores”
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Edição 159 • Novembro 2012
Sumário 3 Editorial Iniciativas que se consolidaram, e outras por vir,
Reportagem de capa:
para transformar informação em conhecimento no mercado brasileiro de embalagem
Plágio
6 Painel Abipet contesta anúncio do governo paulista que coloca garrafa de PET como vilã de poluição em rio • Mercado brasileiro de papéis para embalagem pode ter escassez de matéria-prima • EmbalagemMarca recebe prêmio da Abeaço • Latas brasileiras são reconhecidas no exterior
Empresas podem minimizar imitações de suas embalagens por meio de patentes e registros de marca Por Vanderlei Campos
16 Iogurtes Danone adota PET em garrafas de Activia líquido e apresenta embalagem com maior volume para a categoria no Brasil
foto de capa: andré godoy
28 Queijos Piracanjuba apresenta embalagens porcionadas com tampa abre-fácil
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30 Entrevista Fábio Cecília, coordenador de marketing da Mãe Terra, explica a estratégia da empresa de ter produtos naturais, mas sem cara de “natureba”
38 Pack Trends Estudo aponta megatendências que influirão no acondicionamento de produtos no mercado brasileiro
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40 Esmaltes Nova empresa brasileira inova com frascos retornáveis
42 Internacional Embalagens flexíveis especiais facilitam cuidados de pequenos gramados
43 Agroquímicos Frascos mais leves, com menor uso de
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resina, diminuem custos e impactos ambientais em linha de inseticidas da Bayer CropScience
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44 Display Petrópolis troca latas tradicionais por modelos
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50 Almanaque A loira do rótulo da Bohemia • De onde vem o nome da Crush • Lacta: 100 anos de inovação • Dragão presente nos rótulos de água sanitária
sleek nas cervejas Petra e Itaipava • Fleischmann lança misturas para bolos em caixas de cartão • Sorvete Rochinha é oferecido em potes • Lata supereconômica de inseticida tem 630 mililitros • Schincariol redesenha rótulos de refrigerantes
Empresas que anunciam nesta edição Antilhas..............................................2ª capa Aoki...............................................................11 Baumgarten.................................................5 Bericap.......................................................... 7 Bosch Packaging............................3ª capa Catuaí Print................................................ 39 Congraf.........................................................9
Crown......................................................... 49 da Matta 3D................................................41 Designful.................................................... 49 Giro News.................................................. 45 Gráfica Ipê..................................................47 Grandes Cases................................ 26 e 27 Grif............................................................... 29
Hotgraf....................................................... 49 Ibema........................................................... 13 Indexflex............................................4ª capa Krones......................................................... 31 Maxcor........................................................33 Moltec........................................................ 49 Müller Martini............................................. 17
Piloto............................................................23 Plast Imagen..............................................35 Prakolar.......................................................25 SIG Combibloc.......................................... 21 Simbios-Pack............................................ 49
Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: Juliana Lenz | juliana@embalagemmarca.com.br • Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$ 150): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br
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Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS
Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br
PET
Em defesa da criatura de São Paulo, um anúncio intitulado “A abominável garrafa PET” causou indignação da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet). Integrante da campanha “Criaturas do Tietê”, lançada para combater a poluição do famoso rio que corta a capital paulista, a peça publicitária afirma que a garrafa de PET “é muito poluente, demora anos para se decompor e se deposita no fundo, diminuindo a profundidade do Tietê”. Para o presidente da Abipet, Auri Marçon, denegrir o produto não soa razoável como forma de educar os cidadãos. “O PET foi o material de embalagem que mais evoluiu em termos de reciclagem no Brasil nos últimos anos”, afirma. “Além disso, nem todo recipiente plástico presente nos cursos de águas é de PET. De acordo com pesquisas, apenas 12% da produção de embalagens de plástico no País são do material.” A Abipet encaminhou ofício ao Governo do Estado de São Paulo, um dos signatários da campanha (realizada pelas rádios Eldorado e Estadão-ESPN e com apoio também da Sabesp e da ONG SOS Mata Atlântica), com objetivo de rebater a mensagem do anúncio. “As embalagens de PET que aparecem nos rios, principalmente após períodos de chuva, têm impacto muito mais visual do que ambiental”, sustenta o documento. “Trata-se de um produto inerte, que permanece em evidência simplesmente porque boia.”
A réplica da Abipet diz ainda que estudos feitos no Brasil e em outros países mostram que a garrafa PET é uma das embalagens com melhor desempenho no contexto ambiental, pois consome volume reduzido de material em sua fabricação. “Caso outras embalagens substituíssem as de PET, ocorreria um aumento de 200% em viagens para transportar a mesma carga de refrigerantes, água, óleo comestível e outros produtos. Isso geraria um maior impacto das emissões de gases de efeito estufa”, argumenta a entidade. Auri Marçon entende que as chaves para mitigar o descarte inadequado são a melhora da coleta seletiva – apesar do índice elevado em relação a outros países (57%), a reciclagem de PET no País trabalha com ociosidade de 20% a 30% – e uma educação ambiental consistente, capaz de engajar o consumidor em processos de logística reversa da embalagem, conforme previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, a vigorar a partir de 2014. “Para isso, lançamos o LevPET (www.levpet.com.br), que lista pontos de coleta onde é possível dar a destinação adequada à sua embalagem”, ressalta o presidente da Abipet.
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Anúncio que responsabiliza a garrafa de PET pela poluição de rio é rebatido por entidade promotora da embalagem reprodução
Veiculado em outubro na grande imprensa
O anúncio: para a Abipet, peça ignora os atributos ambientais da garrafa de PET
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MERCADO
Nova unidade de negócios Mais conhecida pela atuação no mercado de embalagens decorativas, utilizadas para presentes e artesanato, a Cromus Embalagens anunciou a abertura de uma nova unidade de negócios: embalagens corporativas. A divisão tem como meta desenvolver embalagens para clientes do varejo e abastecer lojas por meio de logística própria. Para o ingresso na nova atividade, a empresa investiu valor nãorevelado em máquinas, ferramentas de venda e contratação e treinamento de profissionais. O leque de soluções para o comércio inclui sacolas de montagem automática, sacos de papel, caixas em diferentes formatos, folhas para presentes, etiquetas e fechamentos – os itens são produzidos na fábrica de 20 000 metros quadrados que a Cromus possui em Mauá (SP). A empresa também inaugurou uma página na internet dedicada ao novo negócio (www.cromuscorp.com.br).
Embalagens corporativas: novidade da Cromus
GENTE
Do sul para o centro O brasileiro Nelson Falavina assumiu o posto de diretorpresidente da Tetra Pak para os países da América Central e do Caribe. Com experiências anteriores pela mesma companhia em mercados como Suécia, Estados Unidos, Colômbia, Equador, Venezuela e Leste Europeu, nestes dois últimos como presidente, Falavina atuou nos últimos meses como vice-presidente de vendas da Tetra Pak para o Brasil. Sistema de pedidos de fitas já ajuda franquias como Cacau Show
CARTONADAS ASSÉPTICAS
Adesão à minicaixinha
ACESSÓRIOS
Embalagem cartonada asséptica de pequenas dimensões, a combiblocXSlim, desenvolvida pela SIG Combibloc, ganhou sua primeira utilização no mundo. A responsável é a FrieslandCampina, da Tailândia. A adoção ocorreu na linha de bebidas lácteas Omega, destinada ao público infantil. A combiblocXSlim está disponível em sete volumes, que variam de 80 a 180 mililitros. Todos podem ser envasados na mesma máquina – a CFA 1224, capaz de processar até 24 000 embalagens por hora. Ralf Mosbacher, líder de gestão de produtos globais da SIG Combibloc, diz que a demanda por caixinhas de pequeno volume é uma tendência mundial. “Com cartonadas pequenas, fabricantes podem adaptar sua oferta e atender uma nova necessidade de mercado”, afirma o executivo.
Omega: primeiro produto em XSlim
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Fitas sob demanda A PH Fit, especializada na produção de fitas têxteis para embalagens, criou uma ferramenta para melhorar o atendimento de clientes do mercado de franquias: o PH Log. Trata-se de um sistema de controle eletrônico de pedidos que, segundo a empresa, dinamiza a logística de entrega de fitas, eliminando a preocupação de franqueadores e franqueados com a manutenção de estoques. “Isso reduz custos no processo como um todo”, afirma Antonio Claret, gerente nacional de vendas da PH Fit. A primeira usuária do PH Log foi a rede de chocolates finos Cacau Show. Outros clientes que aderiram ao sistema foram Victor Hugo, Brasil Cacau, Mahogany, Qoy Chocolate Experience e Body Store.
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CODIFICAÇÃO GENTE
Nova direção Luiz Fernando Magalhães assumiu a diretoria de vendas e marketing Glass Container da fabricante de embalagens de vidro Owens-Illinois do Brasil. Formado em Administração de Empresas, Magalhães tem mais de vinte anos de experiência no mercado de embalagens, com passagens por empresas como Amcor PET, Tetra Pak, Reynolds e Aracruz Celulose.
Lançamentos em três frentes Nomes importantes do mercado brasileiro de equipamentos para codificação de embalagens, a Markem-Imaje, a Sunnyvale e a Videojet anunciam novidades:
Laser de entrada Acessibilidade é o principal atributo brandido pela Videojet em relação à codificadora a laser 3020. Segundo a fabricante, o modelo, de design compacto (pesa apenas 7 quilos), tem custo acessível e fácil operação. “O equipamento foi projetado para gravar códigos simples em embalagens e produtos mais sensíveis ao custo, mas com marcações indeléveis de alta qualidade”, afirma Markus Vetter, gerente de produtos para sistemas a laser de CO2 da Videojet. A 3020 imprime, a velocidades baixas e médias, textos, logotipos, dados variáveis, matriz de ID e códigos de barras com área de até 126 por 87 milímetros. Pode ser instalada como solução independente, por meio de suporte móvel, ou integrada a linhas, com o uso de suportes de apoio.
Compacto, modelo 3020 é apontado como laser acessível
para aprimorar a logística
CELULÓSICAS
O sistema de imprimir e aplicar etiquetas Série 2200 é a novidade da Markem-Imaje para a identificação de paletes. Operando com tecnologia de transferência térmica ou térmica direta, o equipamento imprime e aplica etiquetas autoadesivas em um ou dois lados do palete em velocidades de até 120 paletes por hora. A troca das etiquetas e dos ribbons pode ser feita em menos de 40 segundos, e o sistema é capaz de operar 24 horas por dia, sete dias na semana, com baixo consumo energético (inferior a 60 watts no ritmo máximo). É possível gravar dados variáveis para o rastreamento de cada palete ao longo da cadeia logística.
Pode faltar papel O mercado brasileiro de papéis para embalagem pode sofrer escassez de matéria-prima em um futuro próximo. Foi esse o alerta feito por José Gertrudes Soares, diretor comercial de papéis kraft da Klabin, durante o ABTCP 2012 – 45º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, ocorrido em São Paulo em outubro último. Segundo o executivo, faltam no País investimentos para a produção de celulose de fibra longa, utilizada nos papéis para embalagens. “Praticamente todos os grandes projetos anunciados no Brasil contemplam a produção de celulose de fibra curta branqueada”, apontou. A atual capacidade, nos cálculos de Soares, só será suficiente para atender à demanda nos próximos cinco anos.
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Série 2200: sistema específico para rotulagem de cargas
Nova parceria A Sunnyvale aproveitou a Mercopar, feira de automação e serviços industriais realizada no início de outubro em Caxias do Sul (RS), para apresentar as novas soluções de codificação permanente que passa a oferecer ao mercado nacional graças a uma parceria firmada com a fabricante francesa E.S Laser. A ideia da Sunnyvale é oferecer as codificadoras a laser para usuários de embalagens de embalagens flexíveis e para clientes cujos produtos sofrem exposição a ambientes ou situações que normalmente agridem as marcações baseadas em tintas.
Codificadora da E.S Laser: agora disponível no Brasil
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númeroS
Panorama positivo Feito numa parceria entre o instituto European Bioplastics e a Universidade de Hannover, da Alemanha, um novo estudo projeta para daqui a cinco anos um cenário mais favorável do que se imaginou até hoje para o mercado mundial de plásticos “verdes”. Eis algumas das previsões:
6 milhões
de toneladas Será a capacidade de produção global de bioplásticos em 2016. É um volume quase cinco vezes maior que o de 2011, da ordem de 1,2 milhão de toneladas
80% Será a participação, no total, do PET parcialmente vegetal – como aquele já utilizado pela Coca-Cola. O índice equivalerá a 4,6 milhões de toneladas
250 000 toneladas
Será a produção de polietileno de fonte renovável, como aquele desenvolvido pela Braskem a partir do etanol da cana-de-açúcar
550% Será a diferença da produção de PHA (polihidroxialcanoato) em 2016 – 142 000 toneladas – em relação à de 2012. Biodegradável como o PHA, o PLA (ácido polilático), terá daqui a cinco anos produção de 298 000 toneladas, volume 50% maior que o atual Fonte: European Bioplastics | setembro 2012
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equipamentos
Só pontocom Referência em sistemas de embalagem para bebidas, a Krones do Brasil tem novo lar na internet. O endereço perdeu o sufixo “br”, ficando www.krones.com. A mudança segue um padrão adotado pela matriz alemã para os sites de todas as subsidiárias. Segundo a empresa, a página passa a ter design mais moderno e navegação mais amigável para smartphones e tablets, com destaque para inovações e cases de sucesso. As informações estão disponíveis em quatro idiomas: inglês, espanhol, alemão e chinês. Mas há informações em português, como meios de contato com diferentes departamentos, notícias da empresa no Brasil e o boletim Krones News, publicado há mais de dez anos.
Vidro
Investimento no Nordeste A Verallia divulgou que terá mais uma fábrica de embalagens de vidro no Brasil. Ficará em Estância, município sergipano localizado a 67 quilômetros da capital Aracaju. Segundo Américo Dénes, diretor para a América Latina da divisão de embalagens de vidro da Saint-Gobain, dona da Verallia, a unidade será capaz de produzir 77 000 toneladas de recipientes por
ano. O investimento de 228 milhões de reais será financiado pelo Banco do Nordeste. O governo de Sergipe ofereceu desconto de ICMS e a prefeitura de Estância doou o terreno da fábrica, que deve entrar em operação em 2015, gerando 195 empregos diretos. A Verallia possui hoje três plantas industriais no País: duas em Sâo Paulo e uma no Rio Grande do Sul.
PLÁSTICAS
Fitilho aposentado A Mondelez (ex-Kraft Foods) anunciou, através do Twitter, que o sistema de abertura das embalagens dos biscoitos Club Social foi modificado. Desde outubro, as flexíveis que chegam ao mercado não têm mais fitilhos para facilitar a abertura, utilizados desde 2002 (o produto foi lançado no Brasil em 2000). A empresa não informou o motivo da retirada do acessório. errata
Comprint é Hitachi Na edição de outubro (nº 158), publicamos erroneamente que a Comprint ainda representa a empresa Videojet. Na verdade, desde agosto de 2006, a Videojet tem operação direta no Brasil. Atualmente, a Comprint representa a japonesa Hitachi, na área de marcação e codificação.
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METÁLICAS
Trabalho reconhecido Realizado no dia 17 de outubro último em São Paulo, o anúncio dos vencedores do 2º Prêmio Embalagens de Aço reservou uma grata surpresa para EmbalagemMarca. Concorrendo com outros dezenove trabalhos, a reportagem “Bicentenária, mas contemporânea”, publicada na edição de maio deste ano (nº 153), foi considerada pela organizadora do concurso, a Associação Brasileira da Embalagem de Aço (Abeaço), a melhor abordagem jornalística feita nos últimos doze meses sobre o mercado nacional de latas de aço. A escolha rendeu a Wilson Palhares, autor do texto e editor da revista, o prêmio Jornalista Destaque de 2012. Confira abaixo as embalagens e empresas fabricantes consagradas nas dez demais categorias do laurel da Abeaço deste ano:
LATAS PARA ALIMENTOS – INOVAÇÃO Manteiga Gran Mestri – Metalgráfica Renner
LATAS PARA TINTAS – INOVAÇÃO Interlight – Cerviflan
Marcos Palhares, diretor de EmbalagemMarca, recebe o troféu da Abeaço em nome de Wilson Palhares, autor de reportagem premiada (acima)
LATAS PROMOCIONAIS – APLICAÇÃO DIFERENCIADA Lata Black & Decker – Princípia
SISTEMA DE ABERTURA – PRATICIDADE Lata Plec Plec – Princípia
LATAS PARA ALIMENTOS – PRATICIDADE Café Duo Grão Nestlé – Metalúrgica Mococa LATAS PROMOCIONAIS – MELHOR LITOGRAFIA Conjunto Vintage – Meister
AEROSSOL – APLICAÇÃO DIFERENCIADA Desengripante Rost-Off Würth – Brasilata
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LATAS PROMOCIONAIS – DESIGN Luminária Santa Edwiges – Princípia
SISTEMA DE ABERTURA – TAMPAS DIVERSAS Tampa Deep – Silgan White Cap
Bebida e Brasil fazem bonito Um estojo de decoração requintada, criado pela metalgráfica francesa Virojanglor para uma edição limitada do uísque Chivas Regal, foi eleito a lata mais inovadora do mundo na edição de 2012 do CATEGORIA: AEROSSÓIS Brasilata (prata) Lata expandida do desengripante Rost-Off, da Würth
CATEGORIA: LATA DE TRÊS PEÇAS PARA ALIMENTOS Metalúrgica Mococa (prata) Lata expandida do café solúvel Nescafé Duo Grão
Cans of the Year, concurso organizado há dezesseis anos pela revista britânica The Canmaker. Inscrições brasileiras alcançaram boas posições. Confira abaixo os projetos e seus respectivos troféus. CATEGORIA: LINHA GERAL Litografia Valença (prata) Lata de 18 litros da textura Suvinil Texturatto Rústico
CATEGORIA: PROTÓTIPOS Litografia Valença (bronze) Lata de 3,6 litros (galão) com acabamento de efeito 3D
Conheça todos os vencedores do Cans of The Year 2012
emb.bz/159coy
Iogurtes
Novo material, novo volume Com troca de PEAD por PET, embalagem de Activia fica 20% mais leve. Garrafa de 1,35 quilo passa a ser o maior volume do mercado nacional
iogurtes líquidos. A empresa substituiu o material das embalagens de Activia de 900 gramas: saiu o polietileno de alta densidade (PEAD), entrou o PET. A companhia francesa também inovou com uma embalagem de PET com volume inédito no Brasil para a categoria: 1,35 quilo. Até agora, a maior garrafa da Danone era de PEAD de 900 gramas. No mercado nacional, a maior embalagem de iogurtes líquidos era da Vigor, com 1 quilo – também de polietileno. As garrafas de 180 gramas de Activia continuam sendo produzidas em PEAD, e a versão de 150 gramas com polietileno “verde” (à base de cana-de-açúcar). A tecnologia de sopro das novas embalagens de PET foi introduzida na Danone pela Plastipak. As garrafas passam a ser produzidas dentro da fábrica multinacional francesa em Poços de Caldas (MG). De acordo com o diretor de marketing e vendas da Plastipak, Michael Weber, o grande apelo e a principal vantagem da garrafa de PET foi a redução de peso. “As garrafas anteriores de 900 gramas pesavam 35 gramas. Agora, pesam 28 gramas, uma redução de 20%”, diz Weber. “E a nova embalagem com capacidade para 1,35 quilo pesa 33 gramas, menos do que a versão anterior de 900 gramas.” A decoração das garrafas continua sendo feita com rótulos termoencolhíveis. Entre 2010 e 2012, a Danone mundial se comprometeu a reduzir em 30% as emissões de gases do efeito estufa. A unidade brasileira conseguiu reduzir em 35% nesse período. Com a redução de peso das embalagens de Activia, “consequentemente, há redução das emissões de gás carbônico, uma das preocupações da Danone”, afirma o presidente da Danone no Brasil, Mariano Lozano. A nova linha de produção da Danone deve aumentar em 50% a capacidade de fabricação de iogurtes líquidos da empresa. A fábrica de Poços de Caldas recebeu investimentos de 50 milhões de reais para iniciar a produção das novas embalagens. Os fabricantes de iogurtes líquidos adotam – desde a introdução desse produto no mercado – as embalagens de polietileno. A primeira empresa a utilizar garrafas de PET foi a Milk Nobre, de Vargem, interior paulista, no ano passado (ver EmbalagemMarca nº 140, abril de 2011).
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foto: carlos curado
A Danone traz novidades para o mercado de
Com PET, Danone aposta em embalagens mais leves e agora tem garrafa com maior volume do mercado de iogurtes
Garrafas
Plastipak (19) 3844-2100 www.plastipak.com.br Rótulos
Zanniello recepcion@zanniello.com.ar www.zanniello.com.ar
Reportagem de capa
Barreiras para as cópias Patentear e registrar embalagens são medidas fundamentais para que as empresas impeçam imitações – e façam valer seus investimentos em inovação Por Vanderlei Campos
a “Sabíamos que faríamos sucesso. Era um
ito na cateembalagem original, com um design inéd pesquisas e goria. Dedicamos a ela mais de um ano em o lançamento, uma pequena fortuna. Seis meses após te. Ficamos contudo, flagramos uma cópia no Nordes fez poucorevoltados. A diretoria foi avisada, mas ca nanica, caso. ‘Relaxem. O plágio é de uma mar -presidente. que não nos ameaça’, sentenciou um vice desdém contiApareceram novos clones regionais, e o acionar o jurínuou. A empresa só resolveu se mexer e rou na onda. dico quando uma grande concorrente ent sta há mais de O caso foi levado à Justiça, onde se arra continuam no três anos. Enquanto isso, as imitações mercado, impunes.” anonimaFornecido à reportagem sob garantia de ng de uma to, o relato acima, do diretor de marketi s, retrata algo grande indústria nacional de alimento s brasileiras: o lamentavelmente habitual entre empresa nções. É uma descuido quanto à proteção legal de inve ens, o efeito conduta temerária. No tocante a embalag perda de venmais óbvio da falta de resguardo legal é a consumidores das, devido a imitações que confundem avolumam-se (nos Estados Unidos e na Europa, aliás, s plágios de denúncias de indústrias contra suposto s de superembalagem perpetrados por marcas própria idores levar mercados, que estariam fazendo consum pode atingir gatos por lebres). O prejuízo, contudo, níveis mais dramáticos.
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Como efetuar os registros Imitações podem pôr a perder construções de imagens de marca únicas, diferenciadas. Na visão de advogados especializados em propriedade intelectual, esse risco evidencia por que a blindagem de invólucros inovadores, por meio de mecanismos como patentes e registros, deve ser seriamente considerada pelas empresas. Uma pesquisa na base de dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – autarquia federal responsável pela gestão do sistema brasileiro de concessão e garantia de direitos de propriedade intelectual – mostra que, entre 2000 e 2008 (dados disponíveis mais recentes), foram concedidos no País 1 015 registros de marca com a palavra “embalagem” presente no título. Computadas expressões como “recipiente”, “frasco” e “garrafa”, entre outras tipicamente utilizadas para o mesmo fim, o índice aumenta quatro vezes. Para o advogado Saulo Murari Calazans, do escritório especializado em propriedade intelectual Dannemann Siemsen, a estatística mostra que as companhias nacionais vêm despertando para a importância do tema. “Mas muitos ainda desconhecem as vantagens do amparo legal”, afirma. “O uso de instrumentos de proteção se concentra em um número restrito de empresas.” Deborah Portilho, advogada espe-
Existem duas modalidades de proteção de propriedade intelectual aplicáveis a embalagens: A patente aplica-se a um novo produto, uma nova tecnologia, um novo método ou processo de fabricação que apresentem um considerável avanço tecnológico (privilégio de invenção) ou uma melhoria funcional (modelo de utilidade). Há, ainda, a possibilidade de registro de desenho industrial – que visa proteger a forma plástica do objeto (formas, linhas, cores e outros elementos ornamentais distintivos). A patente é um título temporário: as patentes de invenção vigoram por até vinte anos; as de modelo de utilidade, quinze anos; por fim, os registros de desenho industrial valem por dez anos e podem ser renovados por mais quinze anos (três períodos sucessivos de cinco anos). Após esses períodos, as patentes caem em domínio público. O registro de marca, por sua vez, visa proteger sinais distintivos, visualmente perceptíveis, que identificam produtos – nomes, desenhos,
cializada em marcas e proprietária da D.Portilho Consultoria e Treinamento em Propriedade Intelectual, avalia que o principal motivo da baixa mobilização é a falta de informação. “Muitas empresas desconhecem conceitos básicos de propriedade intelectual, como a diferença entre marca e patente, e não sabem por que nem como proteger suas invenções”, conta. “Isso facilita as cópias de embalagens e produtos em geral no País.” Em linhas básicas, patente protege as invenções – um novo produto, uma
símbolos e logotipos, entre outros. O registro de marca vale por dez anos e pode ser prorrogado, indefinidamente, por períodos iguais e sucessivos. Qualquer pessoa pode efetuar registros de patentes e marcas. Primeiro, é preciso realizar uma pesquisa para ver se já não há registros conflitantes. Feito isto, é preciso pagar uma taxa para os processos. Os custos partem de 95 reais (patentes) e 140 reais (marcas) no caso de pequenas empresas, pessoas físicas e cooperativas. No entanto, os processos exigem algum conhecimento técnico, tempo e atenção. Por isso, muitos recomendam a contratação dos serviços de agentes de propriedade industrial, profissionais (em grande parte advogados) reconhecidos pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Mais informações podem ser obtidas com escritórios especializados e no site do INPI (www.inpi.gov.br).
nova tecnologia, um novo método ou processo de fabricação. Por sua vez, a marca protege sinais distintivos, como nome, desenho, símbolo, logotipo ou qualquer característica que seja usada para identificar e distinguir um produto ou serviço de seus concorrentes. Dentro do universo das patentes, a Lei da Propriedade Industrial brasileira prevê uma modalidade de proteção que contempla o design: o registro de desenho industrial. “Tal mecanismo contempla a forma plástica ornamental de um obje-
A linha tênue entre plágio e inspiração Quais os limites entre plágio condenável e inspiração? Para muitos profissionais que vivem de desenvolver embalagens, é inevitável empresas seguirem exemplos de sucesso, referências de mercado e os líderes da categoria quando concebem novos produtos. Hoje em dia, com a maior velocidade com que as informações circulam, existem até correntes de estratégia corporativa que apontam a cópia como estratégia, um modelo de negócio aceitável. “Não digo que concordo com isso, mas é impossível ser autossuficiente em termos de criatividade”, diz Lincoln Seragini, diretor da Seragini Design e tido como um dos maiores papas do País em desenho de embalagens. Para Seragini, é normal empresas sempre buscarem referências e pegar o vácuo de produtos e marcas de sucesso. “Isso sempre existiu, e hoje recebe o elegante nome de benchmarking”, ele nota. “É uma coisa
diferente daquilo que é absolutamente condenável, e que vem crescendo muito, que é a pirataria, a cópia na íntegra, literal”, explica Seragini. “Nem sempre a inspiração é ilegal ou desleal. Ninguém consegue fazer embalagem de amido de milho que não use o amarelo e os grafismos de Maizena. Não dá para deixar de usar personagens em caixa de cereal matinal”, exemplifica. Na opinião do especialista, um caminho legítimo é aquilo que define como imitação criativa. Descreve Seragini: “Utilizei essa abordagem, por exemplo, nas embalagens dos amaciantes Ypê (da Química Amparo). A alça, presente nos frascos de todas as marcas da categoria, ganhou um contorno diferente, de modo a aludir a uma mulher grávida. Isso levou o produto a ser líder de mercado”. Frasco de Ypê: alça O que se constata é que, no campo diferenciada procura ir além da mera cópia e do packaging, muitas empresas não
agregar valor
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to industrial, como uma embalagem, desde que ela apresente um visual diferenciado para o mercado que se propõe”, explica Maria Moura Malburg, advogada do Dannemann Siemsen. “De forma bastante sintética, podemos dizer que o desenho industrial dedica-se à aparência externa dos produtos de forma técnica; a marca, por sua vez, dedica-se a proteger os ativos intangíveis das empresas de modo mais abrangente.”
que O formato, desde de função distintivo e isento otegido técnica, pode ser pr ativa. Já a como marca figur los podem tipologia e os rótu mo ser registrados co marcas mistas Deborah Portilho,
O que muitas empresas não sabem, segundo Deborah Portilho, é que embalagens, desde que visivelmente originais para suas finalidades, podem ser registradas como marca – no caso, marcas tridimensionais ou figurativas. “O formato, desde que distintivo e isento de função técnica, pode ser protegido como marca figurativa. Já a tipologia e os rótulos podem ser registrados como marcas mistas”, explica a advogada. A rigor, não é preciso que embalagens sejam formalmente registradas como marca para barrar imitações. Se a identidade visual for realmente distintiva, ela pode contar com a proteção do Instituto da Repressão à Concorrência Desleal. Detalhe: não é necessário que efetivamente ocorra confusão entre produtos. Riscos de confusão já justificam a atribuição de conduta inadequada. Ações desse gênero costumam apontar prejuízo àquilo que, no jargão do Direito, convencionou-se definir como conjunto-imagem ou trade dress – a
aceitam o que reza uma antiga máxima: que o plágio é a forma mais sincera de enaltecimento – e que, portanto, os imitados deveriam em certo sentido se resignar. Cerca de seis anos atrás, a EMS foi alvo de uma saraivada de ações de grandes laboratórios farmacêuticos por aplicar, em medicamentos genéricos, traços distintivos de versões de marca. Pouco depois, a empresa abortou a estratégia, passando a apostar numa identidade visual própria, calcada na cor azul, para sua linha de medicamentos genéricos – iniciativa saudada pela originalidade e que teve ampla repercussão no mercado. Casos assim dão a sensação de que, não só pelos prováveis conflitos jurídicos, mas por questões mais estratégicas, simplesmente copiar embalagens alheias não é uma saída inteligente. “Isso dificilmente cria marca forte. E, em longo prazo, pode gerar repulsa do consumidor”, avalia Lincoln Seragini. O especialista pondera
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ho
advogada da D.Portil
identidade visual dos produtos. “É um conceito ainda não disciplinado expressamente em lei”, esclarece o advogado Paulo Parente Marques Mendes, sócio do escritório Di Blasi, Parente & Associados. “Embora não seja imperioso que o trade dress esteja registrado como marca para ser protegido, o registro marcário certamente coíbe imitações e facilita a proteção.” Os peritos consultados aconselham as empresas a serem rigorosas quanto à blindagem de invenções. A falta de proatividade, advertem, acaba dificultando a reação quando se percebem perdas efetivas ao negócio. Não se recomenda, por exemplo, subestimar cópias de concorrentes regionais ou pequenos, relaxando com a proteção de embalagens inovadoras quando surgem os primeiros sinais de concorrência predatória – como ilustra, aliás, o depoimento inserido no início desta reportagem. Ocorre que nem sempre adianta protestar quando cópias se multiplicam: a Justiça pode
entender que aquele visual se tornou identidade da categoria – inviável, portanto, de ser reclamado como exclusivo. “Não podem reivindicar proteção contra imitações ou cópias produtos ou serviços que originalmente possuíam uma identidade distintiva, que, por descuido ou desinformação, deixou de ser exclusiva e passou a representar um padrão”, ressalta Deborah Portilho. Afora a questão da falta de conhecimento, a morosidade dos processos de registro, às vezes incompatível com o ritmo da competição no mercado, desanima muitos empresários a proteger adequadamente suas criações. A burocracia, aliás, é um desestímulo muito maior do que o custo do processo, que normalmente não é pesado. A requisição de uma patente exige uma série de exames de mérito e avaliações técnicas, e o tempo mínimo para concessão de um pedido de patente de invenção ou modelo de utilidade (uma melhoria funcional com menor grau de inventividade) é de 21 meses. “O registro de desenhos industriais é mais célere, saindo em cerca de um ano”, repassa Maria Moura Malburg. “Mesmo assim, esse prazo desanima designers e empresas pequenas e médias.” No caso de marcas, a obtenção do registro costuma levar de 18 a 24 meses. O pedido de registro de desenho industrial, na fase inicial do processo, custa 235 reais para empresas, com exceção das micro e pequenas, que, assim
que embalagens emblemáticas correm maior risco de plágio – mas, ao mesmo tempo, são aquelas que mais reprimem e constrangem os copiadores. “Vejam-se os casos de Coca-Cola, Perrier, Yakult e Toblerone. São imagens tão únicas, tão consagradas, que é preciso muita ousadia para copiá-las”.
Yakult, Toblerone, Coca-Cola e Perrier: exemplos de embalagens tão icônicas que escancaram as imitações
Acusações recentes de plágio de embalagem como pessoas físicas e órgãos públicos, pagam 95 reais. Paulo Parente Marques Mendes pondera que o custo total pode ser aumentado conforme a complexidade dos exames técnicos porventura requeridos.
Advogado atuante no Dan-
Natura x Jequiti A Natura acusou a Jequiti de copiar, na linha de cosméticos Comix, sua linha Humor. Segundo a assessoria da Jequiti, as empresas se acertaram – a embalagem de Comix foi retirada do mercado e o caso foi arquivado.
Matte Leão x Mate Attiva
nemann Siemsen, Rafael Dias de Lima A Coca-Cola acusou o Grupo Attiva de diz que é difícil obter números, mas que copiar o visual do Matte Leão na embalagem do chá pronto Mate Attiva. “O assunto os litígios judiciais envolvendo embalafoi resolvido juridicamente através de um gens têm aumentado no País. Quando acordo com a empresa. Mudamos as emocorre um litígio, o juiz pode requisitar balagens e há um ano o Mate Attiva já está sendo distribuído com a nova roupagem”, uma perícia ou decidir por conta pródeclarou o presidente do Grupo Attiva, pria, caso o plágio seja evidente. “Para Bruno Marini. a indústria prejudicada, é muito importante a qualidade da prova”, ressalta Vanish x Vantage A Reckitt Benckiser entendeu que a o profissional. “Em algumas situações, Bombril copiou elementos visuais do tiraapresentamos um parecer de análise -manchas Vanish para lançar o Vantage, semiótica (estudo de interpretação de e entrou com ação. O Tribunal de Justiça de São Paulo desconsiderou a alegação da elementos da comunicação), até para Reckitt, que recorreu. O caso seguiu para tentar uma liminar, para suspensão das instâncias superiores e segue à espera de vendas do produto ou da embalagem novos capítulos. denunciada até a conclusão do processo. Red Bull x Red Horse Melhor ainda é se apresentamos uma Alegando plágio de embalagem, a Red Bull pesquisa de opinião, de um instituto entrou com ação para impedir a venda do independente e com credibilidade. Isso energético Red Horse, produzido pela 101 do Brasil Indústria, de Santa Catarina. A permite chegar ao juiz com o argumento Justiça concordou com a Red Bull, mas a de que a suposta cópia já está con101 do Brasil recorreu e obteve liminar para fundindo os consumidores e causando continuar vendendo o produto. O caso segue sem desfecho. prejuízo”, detalha. Sua colega de escritório, Maria Moura Malburg, observa que a nal agência de design de elaboração do registro, seja de embalagens, diz que esse patente, marca ou desenho é um erro comum. “Muitas industrial, não deve ser simUm registro com empresas registram planos plesmente um processo burotécnicos e não conceitos. crático e jurídico. A advogada especificações Isso permite que qualquer defende que se aproveite a pobres ou redação milímetro mudado já seja oportunidade para que os inadequada faz co considerado legalmente um diversos especialistas, dos m outro desenho.” designers aos profissionais que a empresa No caso de patentes de vendas, definam o que seja prejudicada relacionadas a embalagens, é o diferencial e o que o por ela mesma nem sempre o depósito da cliente identifica e valoriza. patente significa vedação Esse trabalho permitiria a Maria Moura Malbu rg, advogada total a cópias. Por exemplo, antecipação a problemas, da Dannemann Sie msen se uma indústria cria uma como um concorrente embalagem ou processo que fazer uma pequena alteconsuma menos matériaração para descaracterizar prima ou energia, e explouma cópia que confunda o consumire o apelo de marketing de “sustentador. “Um registro com especificações bilidade” e “meio ambiente”, seria um pobres ou redação inadequada faz com contrassenso reclamar de imitações de que a empresa seja prejudicada por ela empresários “igualmente preocupados mesma”, adverte Maria. Fernando Muniz em salvar o planeta”. Ainda assim, é justo Simas, diretor da DIL Brands, tradicio-
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D.Portilho (21) 2542-1591 www.dportilho.com.br Dannemann Siemsen (21) 2237 8700 www.dannemann.com.br Di Blasi, Parente & Associados (21) 3981-0080 www.diblasi.com.br DIL Brands (11) 4191-9711 www.dilbrands.com Seragini Design (11) 3021-6131 www.seragini.com.br
que os consumidores, principalmente os engajados na causa ambiental, saibam quem investiu na ideia. No caso de marcas, fica mais evidente qualquer intenção de enganar o mercado por aproximação fonética ou do logotipo. No campo do desenho industrial de embalagens, Maria Moura Malburg avalia que a Lei da Propriedade Industrial tem mecanismos eficientes de proteção. No entanto, falta um planejamento para o controle. “Depois que têm um primeiro grande problema, as indústrias buscam a prevenção. De nossa parte, os advogados, cabe nos aproximar mais dos clientes, inclusive das áreas de design e marketing, para que todos entendam as características e a importância da propriedade intelectual”, reconhece Maria. Veja mais em: emb.bz/159plagio
Queijos
Pequenas e práticas Queijos fatiados ganham embalagens de 200 gramas com tampa abre-fácil peso padrão no código de barras. É mais simples e ágil”, completa. “Em porções de 200 gramas, o produto fica sempre fresquinho. Além disso, o supermercadista não precisa fracionar os queijos maiores para comercializá-los em embalagens menores”, argumenta Costa. O executivo ressalta que, para o consumidor, as pequenas porções são
mais adequadas, pois evitam o desperdício. “O abre-fácil também torna o produto mais higiênico”, destaca o gerente da Piracanjuba. Aproveitando o lançamento da nova embalagem, a empresa redesenhou toda a linha de queijos e manteigas, que agora seguem o padrão visual dos outros produtos lácteos da Piracanjuba.
fotos: carlos curado
A Piracanjuba, marca do Laticínio Bela Vista, traz para o Brasil uma tendência mundial em embalagens de queijo: porções padronizadas de 200 gramas com sistema de fácil abertura. Os invólucros termoformados dos queijos mussarela, prato e minas padrão agora têm uma espécie de tampa selada na própria embalagem. Basta puxar, sem o menor esforço, para que a embalagem seja aberta. “É uma questão de praticidade e de custo-benefício tanto para o comércio quanto para o consumidor”, afirma Cláudio Costa, gerente da unidade de refrigerados da Piracanjuba. Tradicionalmente, esses tipos de queijos são comercializados em porções maiores, de 500 ou 600 gramas, que são fracionadas, pesadas e precificadas no varejo. Também é comum encontrar peças maiores, de 3 quilos ou mais, para serem fracionadas ou fatiadas em supermercados, padarias e rotisserias, e que também servem para o canal de food service, como pizzarias. “O queijo não precisará ser pesado na frente do consumidor, já que vem com o seu
Tampa selada na própria embalagem facilita processo de abertura, dispensando utensílios como tesouras e facas
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Embalagens
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entrevista
Em contraste com o galope dos maus hábitos alimentares, cresce também no País a procura por melhor nutrição. Daí o sucesso da Mãe Terra. Ano após ano, desde 2007, o faturamento dessa fabricante paulista de alimentos orgânicos, fundada em 1979, evolui na casa dos 30%. Seus produtos, antes restritos ao varejo especializado, já são encontrados em mais de 30 000 pontos de venda no Brasil, a maioria supermercados. A expansão foi impulsionada pela compra do negócio por Alexandre Borges, criador do site Flores Online, e Marília Rocca, ex-diretora do instituto Endeavor de fomento ao empreendedorismo. Clientes da marca, eles decidiram arrematá-la para tentar difundir no mercado nacional o conceito de alimentos naturais, porém não “naturebas” – ou seja, benéficos à saúde, mas com sabor e outros apelos dos produtos convencionais. “Inclusive embalagens, também dedicadas a comunicar nossa crença”, afirma Fábio Cecília, coordenador de marketing da Mãe Terra. Tal papel, entre outros atribuídos pela empresa aos seus invólucros, é abordado pelo profissional nesta entrevista.
Natural, mas não “natureba” Alimentos nada insossos, em embalagens com os pés no chão, são a receita do sucesso de empresa paulista do mercado de orgânicos. Fábio Cecília, coordenador de marketing da Mãe Terra, fala dos desafios dessa estratégia
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A Mãe Terra procura evitar que seus alimentos sejam classificados como “natureba” – isto é, saudáveis, porém insossos. Essa preocupação se reflete de alguma forma nas embalagens dos produtos? Completamente. Cabe, aqui, uma recapitulação. A Mãe Terra é uma empresa tradicional, tem mais de trinta anos. E nasceu numa época diferente, para atender um público muito específico – que chamamos, sem carga pejorativa, de “natureba”. São aquelas pessoas que consomem o produto natural independentemente do sabor. Consomem porque faz bem. Mas a empresa foi crescendo, adotou uma estratégia mais ampla de mercado, com vistas a novas categorias e novos consumidores. E o público mainstream não está disposto a comer produto que não gosta só porque é saudável. Existe um limite, que é baixo. O produto natural tem de ser gostoso. E as embalagens devem comunicar isso. Antes, a marca tinha uma identidade pesada, predominantemente verde-escura.
Ela identificava muito bem um produto natural, saudável, mas não trazia esse atributo de sabor. Por isso, a marca foi reformulada para comunicar essa nova estratégia. Os produtos acompanharam a mudança. Muitos foram relançados, outros descontinuados. A embalagem, por fim, tornou-se o grande cartão de visita para o nosso público consumidor. Seria esse o motivo de a empresa adotar embalagens com padrões gráficos coloridos, dinâmicos, enquanto outras marcas de produtos naturais priorizam embalagens de apelo rústico, baseadas em papéis pardos e visuais muito sóbrios? O brasileiro valoriza alegria, cor. A cultura é essa. Um erro cometido pelas empresas, em marketing e ainda mais em embalagem, é copiar ipsis litteris algumas estéticas internacionais. E lá fora o mercado é diferente. Na Europa e nos Estados Unidos, onde o mercado de naturais é muito mais desenvolvido do que no Brasil, o gosto é diferente. As embalagens podem ser muito mais minimalistas, ter outro conceito. O brasileiro gosta mais de cor, de alegria. Procuramos transmitir isso. Não adianta ter uma embalagem super sóbria, diferenciada, pois ela não vai chamar a atenção nesse mercado. Se for um chocolate fino, que atenda a um nicho, tudo bem. Existe também uma forte associação entre alimentos naturais e embalagens com características sustentáveis – reutilizáveis, recicladas, com menor consumo de materiais. A Mãe Terra, contudo, utiliza invólucros bastante parecidos aos dos alimentos convencionais, inclusive muitos feitos de plástico. Isso não frustra o consumidor típico dos produtos oferecidos pela empresa? É um assunto delicado. A resposta é relativamente simples, mas a questão é complexa. Sim, as embalagens muitas vezes frustram os consumidores, principalmente os mais radicais, mais exigentes em termos de alimentação e cuidado com meio ambiente. O (macarrão instantâneo) Caseirito, por exemplo, que tem uma embalagem mista, com um berço interno de plástico, é motivo
de críticas. Mas o berço está lá para proteger um produto que é frágil, que não pode chegar quebrado... Tentamos explicar isso. Há o outro lado da moeda. Nossos custos com matéria-prima são muito altos. Sucede que trabalhamos com insumos naturais de qualidade. E embalagem é um custo muito relevante, vocês da revista sabem disso. Muitas vezes ficamos sem uma opção mais “verde” porque a conta não fecha. Ao
Macarrão instantâneo Caseirito: conteúdo é protegido por berço de plástico rígido que é alvo de críticas
mesmo tempo em que muitas pessoas querem uma embalagem mais “verde”, não pagam mais caro por ela. Sabemos, por pesquisas e empiricamente, que existe uma elasticidade muito pequena do consumidor. Para o comprador de naturais, essa elasticidade é até maior. Mas para o público amplo, que queremos atingir, cai muito. Ele está disposto a pagar no máximo, estourando, 30% a mais do que num produto convencional. Isso não quer dizer que estejamos de braços cruzados. Temos estudado bastante para melhorar o caráter ecológico de nossos produtos. O que tem sido feito? Lançamos um projeto, chamado Pensando Bem, que visa calcular sete impactos ambientais de nossos produtos ao longo das cadeias de produção e distribuição. Essa ferramenta, descrita em nosso site (www.maeterra.com.br/pensandobem), tem nos ajudado a identificar pontos em que precisamos melhorar, reduzir o passivo ambiental. No tocante à embalagem, temos estudado alternativas, conversado com fornecedores. Chamou-nos a atenção, por exemplo, o polietileno “verde”, obtido da cana-de-açúcar. O problema é que o polietileno tem características que atendem algumas de nossas necessidades, outras não. E tem a questão da cultura da cana, com grande uso de água, pesticida, herbicida etc. Soubemos, também, dos aditivos que fragmentam plásticos convencionais, mas para nós não soou como algo satisfatório. Existe muita controvérsia nesse campo dos bioplásti-
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Poderíamos ter embalagens com barreira menor e, consequentemente, shelf life menor. Mas não cogitamos colocar conservante no produto para compensar cos. Por ora, temos como diretriz evitar o uso de materiais ruins de reciclar. O filme laminado com PET é um exemplo. Dizem que é uma estrutura difícil de reprocessar, que tem menor valor de mercado para a indústria da reciclagem. Por isso, evitamos o uso de flexíveis com PET. A verdade é que ainda não temos um manual fechado, uma grande cartilha. Mas estamos aprofundando estudos para um projeto de médio a longo prazo. É um desafio grande. Reconhecemos que a embalagem é um dos nossos pontos a melhorar. Mas nosso olhar é crítico. Não fazemos marketing “verde” sem fundamento. Sem querer criticar outras indústrias, não fazemos greenwashing. Queremos ser convincentes. Os alimentos da Mãe Terra têm ingredientes orgânicos e são isentos de aditivos e conservantes artificiais. Que desafios isso implica à distribuição dos produtos? Nossos produtos têm shelf life menor. Isso gera um impacto na empresa como um todo. A logística é mais complicada, ocorrem mais trocas nos clientes... Há,
enfim, uma série de desdobramentos. Mas o uso de ingredientes naturais é uma diretriz da qual não abrimos mão. Não usar aditivos químicos é uma questão de valor, uma crença que é explicada numa carta de princípios estampada em nossas embalagens. Isso cria desafios enormes, uma luta diária. Hoje mesmo conferi que o quilo de um aroma artificial de baunilha custa 19 reais. No nosso aroma natural de baunilha, que é extraído da fava, que tem todo um desenvolvimento difícil, pagamos 80 reais pelo quilo. Já pagamos 200 reais... E há um agravante: o aroma natural tem força menor do que o artificial. Resumo: além de pagar mais caro, temos de usar mais. É necessário o uso de embalagens mais sofisticadas? A embalagem obviamente tem um papel crucial de conservação, porque oferece uma barreira ao ambiente externo. Temos, sim, de utilizar embalagens protetoras, parrudas, embora não fiquemos tão diferentes dos padrões de mercado em termos de estrutura e barreira. Poderíamos ter embalagens com barreira menor e, consequentemente, shelf life menor. Mas não cogitamos colocar conservante no produto para compensar a embalagem ou para aumentar shelf life. Se não me engano, um salgadinho convencional não tem menos do que um ano de shelf life. Os nossos salgadinhos têm cinco meses.
Salgadinhos integrais: conservação é um desafio
Sobre a meta de popularizar alimentos naturais, a Mãe Terra tem procurado aumentar a penetração no grande varejo, extrapolando a oferta em lojas especializadas. Os supermercados têm oferecido os produtos da empresa de forma adequada? Na nossa visão, não. Nos supermercados, produtos naturais ainda tendem a ficar segregados numa área específica. São classificados como uma categoria à parte, um nicho. Isso está mudando, mas em ritmo vagaroso, muito aquém do que gostaríamos. Nosso objetivo é conquistar espaço no meio dos convencionais. Em outros países existe a opção de escolher o natural e o convencional na mesma prateleira. No Brasil, a coisa
ainda está restrita a açúcar normal ou orgânico, a arroz... O mercado brasileiro de produtos com apelo saudável está muito focado no light – que tem tradição, que já está misturado aos convencionais, mas que nem sempre é mais saudável, porque pode estar cheio de aditivos químicos. Temos suado para quebrar o paradigma e vender nossos mais de cem produtos do jeito que sonhamos. Nosso salgadinho orgânico, por exemplo, é uma batalha que ainda não conseguimos vencer. Queríamos tê-lo ao lado dos demais salgadinhos, mas tivemos que voltar ao espaço de naturais, até porque a indústria é muito agressiva. Você coloca seu produto lá, eles arrancam... (risos) A briga na ponta é de pancadaria mesmo, de guerrilha. E os compradores dos varejistas ainda têm um olhar muito focado para rentabilidade, só para número. Estão pouco ligados em conceito, em tendência. A Mãe Terra não costuma – pelo menos ainda – investir em grandes campanhas publicitárias para divulgar seus produtos. Nesse sentido, a empresa atribui à embalagem a função de mídia, de ferramenta de marketing? Totalmente. Isso faz muito sentido para nós do ponto de vista estratégico, de marketing. E ainda faz mais sentido pelo fato de sermos uma empresa que
Temos uma proposta de estabelecer uma comunicação visceral, quase que de amizade com o público, de remover aquela barreira entre empresa e consumidor não pode investir pesado em comunicação publicitária, em comercial na Rede Globo. Na realidade, praticamente não investimos em publicidade. Por isso, o ponto de venda é a hora de conquistar o consumidor. E temos sido bemsucedidos. Temos feedback de consumidores pelo nosso SAC, recebemos cartas e mensagens no Facebook. “Não conhecia a marca, mas comprei porque a embalagem me atraiu”. “Nossa, que cuidado vocês têm com embalagem!” Ficamos satisfeitos, porque nossas embalagens são cheias de detalhes, de elementos inusitados, de mensagens diferentes, de brincadeiras e elementos lúdicos para as crianças. Temos uma proposta de estabelecer uma comunicação visceral, quase que de amizade com o público, de tirar aquela barreira entre empresa e consumidor. Como normalmente ocorrem os desenvolvimentos de embalagens pela empresa? Existe um departamento interno de criação ou esse processo é geralmente delegado a agências de design? Nos últimos anos passamos por fases
Grande varejo reluta em exibir produtos da Mãe Terra como a empresa quer: junto aos convencionais, e não segregados
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distintas. Trabalhamos com algumas agências, algumas delas maiores, outras menores. Atualmente, fazemos tudo in-house, com alguns profissionais próprios. A Mãe Terra sempre foi um cliente, entre aspas, chato, muito exigente, que tem um olhar crítico em relação à embalagem. Mesmo quando tínhamos agência, profissionais, briefing, todo aquele protocolo, sempre colocamos muito a nossa mão na arte. Sempre quisemos fazer as coisas com a nossa verdade. Acreditamos nas coisas sendo feitas de dentro para fora: nosso dia a dia, nossas crenças, sendo o ponto de contato com o consumidor. E tem um limite do que você consegue passar para uma agência. Você não consegue, em reuniões, passar essa verdade do dia a dia. Acabamos influenciando muito, dando muito pitaco, direcionando muito as artes. Agora, com a miniagência in-house, isso fica mais fácil. Temos mais controle sobre os processos. E não ficamos com a pecha de perfeccionistas, de superexigentes, de detalhistas – de chatos, enfim. Veja mais: emb.bz/159entrevista
Pack Trends 2020
O que o consumidor quer Estudo mostra tendências da indústria de embalagem até o fim da década
As principais
macrotendências da indústria da embalagem foram apresentadas no final de outubro no Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), em Campinas (SP). Denominado Brasil Pack Trends 2020, o estudo foi realizado pelo ITAL, em parceria com o Programa Embala, e coordenado por uma equipe de pesquisadores do Centro de Tecnologia de Embalagens (CETEA). O Brasil Pack Trends 2020 foi ela-
borado a partir de elementos de influência de mercado no país e do mundo, levando em consideração fatores demográficos, econômicos, políticos, culturais e educacionais, renda e consumo da população, além do apelo pela busca de produtos mais sustentáveis. Da relação desses fatores, os pesquisadores chegaram a cinco macrotendências na área de embalagens, detectadas a partir do levantamento
de relatórios de pesquisas, artigos, consultas a empresas e outras fontes de informação. “No estudo, as macrotendências são desdobradas, apresentando esforços de pesquisa, desenvolvimento e inovação que as empresas do setor poderão aplicar na produção das embalagens”, diz Claire Sarantópoulos, coordenadora do estudo. As tendências detectadas foram as seguintes:
Conveniência e Simplicidade: o consumidor busca o chamado timesaving. Ele está cada vez mais atento às características que trazem praticidade à sua vida, como facilidade de abertura, possibilidade de refechamento ou consumo em trânsito. A facilidade de abertura, que já está presente em uma série de produtos, passa a levar em conta consumidores com necessidades especiais, como idosos. Foi detectada a preferência por produtos que consigam agregar praticidade ao preparo e no consumo, minimizando uso de utensílios, além daqueles porcionados, com possibilidade de uso em micro-ondas.
Estética e Identidade: o novo consumidor se caracteriza cada vez mais pela maior consciência, nível de exigência e busca de informações que auxiliem na decisão de compra. A demanda tenderá para produtos premium, associados ao luxo, ou por itens que remetam à sensação de “fazer parte do grupo”, que valorizam a qualidade de vida e o bemestar. Há espaço para edições limitadas e produtos atestados por celebridades, lançados em ocasiões específicas e que atraem pessoas que buscam algo diferenciado.
Qualidade e Novas Tecnologias: as inovações estão associadas a embalagens ativas e inteligentes, a novos materiais de menor impacto ambiental e à nanotecnologia. São absorvedores de oxigênio, controladores de umidade, removedores de colesterol, filmes antimicrobianos, antioxidantes, embalagens self heating (que esquentam sozinhas) ou self cooling (que gelam sozinhas). Essa tendência passa por componentes eletrônicos menores e mais baratos, que favorecem a interatividade, o entretenimento e personalização, além dos biossensores e nanosensores, que indicam tempo, temperatura, frescor, presença de microorganismos e toxinas. O mercado de biopolímeros está crescendo e a nanotecnologia garante melhoria de propriedades como a barreira a gases, à umidade, à radiação UV, flexibilidade e resistência térmica. O uso da nanotecnologia também está relacionado à sustentabilidade, por meio da redução do peso das embalagens.
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Sustentabilidade e Ética: pode ser resumida por “repensar a embalagem associada ao seu ciclo de vida”. Destacam-se a otimização do sistema de produto/embalagem (fazer mais com menos), reutilização e reciclagem, gerenciamento de resíduos e logística reversa, e credibilidade e ética. Com todas essas propriedades, a embalagem não pode ser uma fonte de contaminação química, física ou microbiológica do alimento.
Segurança e Assuntos Regulatórios: destacam a confiabilidade, legislação e conformidade, que variam entre os países, apesar dos esforços para harmonização por parte de importadores e exportadores. A tendência é pelo desenvolvimento de sistemas eficientes que estimulem a melhoria contínua e a transparência dos processos de fabricação da embalagem, que incluem certificações de sistemas de qualidade (ISO, FSSC, PAS) e sistemas de gerenciamento de segurança de processo. A rastreabilidade de materiais de embalagem já é uma exigência de algumas legislações. “Como ela se torna cada vez mais necessária para a segurança e identificação de origem dos produtos, oferece oportunidades significativas para os fabricantes, varejistas e consumidores”, conclui Claire Sarantópoulos.
O estudo completo pode ser visto no site www.brasilpacktrends.com.br
Esmaltes
Vai e volta Marca nacional inova com embalagens retornáveis Manicure há 40 anos, Maria Helena Soares, de 78 anos de idade, acaba de lançar sua própria marca de esmaltes em sociedade com duas empresárias, Ruchelle Crepaldi, 26 anos, e Liliane Lelis, 47. O conceito da marca Maria Helena Misturinhas é de “cores com história”. Todos os produtos são desenvolvidos pela manicure-empresária, que prima por cores exclusivas. Maria Helena explica que os tons “são inspirados em sentimentos ou itens cotidianos”, como flores, frutas e legumes. “Já criei cores berinjela, amora e morango. Na produção, chego ao tom exato usando como exemplo o próprio fruto”, explica. Ruchelle e Liliane cuidam para que embalagem e a composição dos esmaltes tenham máxima qualidade. “Posso afirmar que apresentamos um produto diferente de tudo que existe no mercado nacional”, afirma Ruchelle. Com tecnologia recém-chegada ao
Brasil, o pincel, achatado e com cerdas chanfradas, é exclusivo da marca e, segundo as empresárias, espalha melhor o esmalte. A tampa é emborrachada e dentro do frasco há uma pequena esfera de aço inoxidável para manter o conteúdo homogêneo. Mas a grande novidade em termos de packaging é a proposta de sustentabilidade da marca, já que as embalagens são retornáveis. A preocupação com os recipientes usados faz parte do plano de logística reversa da empresa que, além de dar a destinação correta ao conteúdo que fica no final do vidro, também oferece aos seus consumidores uma redução no custo dos produtos. Os clientes que juntarem cinco embalagens vazias podem ir até algum ponto de venda e trocar por um produto novo. Os vidros e tampas passam por um processo de limpeza de resíduos e são reaproveitados. O pincel é trocado a cada ciclo. Como
as embalagens vão e voltam, os frascos são serigrafados apenas com a marca e o volume, além do selo Tox Free (o que indica que os esmaltes são livres de DBP – dibutil ftalato –, tolueno e formoldeído, substituídos por resina natural para dar brilho). A identificação das cores é feitas por uma tag presa à tampa, A primeira coleção da Maria Helena Misturinhas, chamada Origem, possui uma base, um extrabrilho e oito cores: Sucesso, Rosa Flor, Bouquet, Felicidade, Sonho, Lavanda, Camélia e Dom. A ideia é lançar quatro coleções por ano, sendo que a próxima sai em janeiro de 2013. Por enquanto, os produtos da marca estão disponíveis em salões de beleza de São Paulo. Em breve, a empresa prevê a expansão para outras capitais brasileiras. A empresa não informa quem são os fornecedores das embalagens.
Esfera de inox garante homogeneidade do esmalte
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Internacional
Apoio à jardinagem Flexíveis especiais garantem funcionamento de sistema para cuidar de gramados Casas com recuos generosos são uma tradição nos Estados Unidos, estimulando entre vizinhos a conhecida disputa sobre quem tem o quintal mais verde. Isso talvez explique o alvoroço em torno do Scotts Snap, um sistema de manutenção de pequenos gramados lançado naquele país. A solução consiste num aparelho compacto de adubação alimentado por stand-up pouches de grandes dimensões. Oito itens – entre fertilizantes, herbicidas e inseticidas – são oferecidos nessas bolsas plásticas, cuja capacidade de ficar em pé é ofuscada por outro atributo: uma válvula especial, que assegura conexão das embalagens ao equipamento e o lanço (distribuição) dos produtos nas áreas desejadas. A válvula consiste numa peça rígida, injetada em polietileno de alta densidade, selada à base das bolsas plásticas. Para utilizar o sistema, o consumidor deve simplesmente acomodar um pouch em um nicho do aparelho, acionar uma trava e pressionar o manete disposto junto ao guidão (ver imagens). Isso faz com que
Aparelho adubador abastecido diretamente por pouches oferece conveniência. Embalagens têm alça para facilitar o manuseio
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agroquímicos
Alívio no campo Redesenho de frascos reduz consumo de resina e emissões de gases nocivos uma comporta da válvula se abra, iniciando o lançamento do conteúdo. Soltando-se o gatilho a passagem é fechada e o processo para. Após destravar o conjunto, o usuário pode guardar sobras sem se preocupar em vedar a embalagem. Segundo a Scotts, o sistema Snap foi concebido para os consumidores urbanos que exigem conveniência e que não têm muita intimidade com jardinagem. A adubadeira é injetada com pigmentos metálicos, que lhe conferem ar de eletrodoméstico. O aparelho pode ser dobrado, ocupando menos espaço na armazenagem. Os pouches, produzidos no Canadá, trazem no topo orifícios que funcionam como alça, facilitando o manuseio (os produtos da linha pesam entre 3,2 a 5,8 quilos). Apresentam, ainda, design gráfico de cores vibrantes e impressão de alta qualidade. O maior destaque, porém, é mesmo a peça plástica aplicada na base das bolsas plásticas. “Trata-se de algo inédito em componentes para pouches”, declara a Scotts em ofício dirigido à imprensa. O desenho da comporta da peça varia de acordo com cada produto. “Isso garante um fluxo de liberação correto para as diferentes soluções de manutenção”, explica a empresa. Detalhes sobre o desenvolvimento e a produção dessa válvula especial são mantidos em segredo. http://emb.bz/159internacional
1 Válvula de plástico rígido, na base dos pouches, assegura acoplamento ao aparelho lançador.
2 Após acomodar a
Reduzir o peso
de embalagens para diminuir custos operacionais e impacto ambiental é uma preocupação que irrompe no setor agroquímico. Gigante dessa área, a Bayer CropScience criou em seu centro de tecnologia de embalagem, na Alemanha, uma linha de frascos de peso alegadamente aliviado para inseticidas, herbicidas e fungicidas. Nomeada SmartLine, a série de recipientes começou a ser adotada no Brasil. Segundo Ricardo Comparsi, coordenador de desenvolvimento de embalagem da Bayer CropScience no Brasil, os novos frascos demandam até 20% menos resina plástica (polietileno de alta densidade) do que aqueles tradicionalmente utilizados pela empresa. A implantação seguirá etapas. “Numa primeira fase priorizaremos as embalagens de cinco litros, que representam o maior volume de vendas”, conta Comparsi. “As demais embalagens – de 250 mililitros, 500 mililitros e 1 litro – deverão estar no mercado até 2013.” Calcula-se que a troca de embalagem gerará uma diminuição da emissão de gás carbônico em 800 toneladas já neste ano, somadas as amortizações na produção e no transporte dos frascos. “O volume equivale ao gás gerado por um carro grande percorrendo 3,2 milhões de quilômetros, ou seja, 80 voltas ao redor do mundo pela linha do Equador”, compara Comparsi. A expectativa é que até 2013 deixem de ser emitidas 1 330 toneladas de CO2 na atmosfera, uma redução de 14% em relação às embalagens utilizadas anteriormente. Além do menor consumo de matéria-prima, a Bayer CropScience destaca outros atributos das embalagens SmartLine, como design em cascata, translucidez, marcação de nível e tampa com sistema de corte de selo. “Os invólucros proporcionam mais segurança durante o manuseio e facilitam a visualização, a abertura e a limpeza após o uso (tríplice lavagem)”, diz Ricardo Comparsi. De acordo com o executivo, o projeto não exigiu aparelhamento, apenas ajustes em máquinas de envase já existentes na fábrica de Belford Roxo (RJ). A empresa evita divulgar o valor do investimento no projeto e os nomes dos fornecedores envolvidos. Mais leves, embalagens da Bayer gerarão menos CO2
embalagem no nicho apropriado, o consumidor deve acionar uma trava.
3 Basta, então, pressionar
um manete próximo ao guidão do equipamento para iniciar o lançamento do conteúdo
Design
CBX +1 (212) 404-7970 www.cbx.com Pouches
Peel Plastic Products +1 (905) 456-3660 www.peelplastics.com
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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
foto: carlos curado
Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br
Cervejas
Agora é sleek O Grupo Petrópolis substituiu as embalagens de duas cervejas do seu portfólio. A Itaipava Premium e a Petra passam a ser comercializadas em latas sleek de 350 mililitros, com selo protetor de alumínio na tampa. As novas embalagens ficam no lugar das latas tradicionais, também de 350 mililitros, mas são mais altas e mais finas. O modelo adotado é
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o mesmo utilizado pela cerveja Itaipava Light. De acordo com comunicado da empresa, “a mudança é importante pela diferenciação de produto na gôndola e também pela exclusividade da utilização no segmento premium”. As duas cervejas em latas sleek são comerciliazadas individualmente e em shrinks com doze unidades.
Latas
Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br Design
Design Luce (11) 5096-1506 www.designluce.com.br
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
Pote
Copobras (48) 3657-3000 www.copobras.com.br Rótulo
4
2
Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br
Design
B+G (11) 5090-1460 www.bmaisg.com.br
Inseticidas
Bolos
Matinais
Doces
tamanho max 1
Misturas nobres 2
Torrada com grãos
Festa colorida
A Reckitt Benckiser lança um inseticida aerossol em embalagem brandida como supereconômica. O SBP Max é apresentado em lata de aço de 630 mililitros. O conteúdo equivale ao de duas latas tradicionais de inseticida.
Usuária de flexíveis em misturas clássicas para bolos, a Fleischmann adotou caixas de papel cartão para lançar suas misturas para bolos especiais. O verso das embalagens contém ilustrações sobre o modo de preparo.
Rica em fibras, MultiGrãos é a mais nova opção de torrada da Bauducco. O sabor chega ao mercado em envelope de filme laminado com alumínio, contendo 160 gramas. O design segue o visual característico da marca.
Latas
1
Cerviflan (11) 2432-5629 www.cerviflan.com.br Tampas
Revpack 11 4070-7755 www.revpack.com.br
3 Design
Design Absoluto (11) 3089-5500 www.designabsoluto.com.br Envelope
Felinto (83) 3315-1515 www.felinto.com.br
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3
Sorvetes 4
Cores fortes marcam as novas embalagens das sobremesas lácteas Áurea Festa, da Áurea Alimentos. Os produtos são comercializados em potes plásticos exclusivos, decorados com rótulos de filme plástico termoencolhível.
Rochinha em potes 5 A Rochinha passa a oferecer sorvetes premium em potes de polipropileno com rótulos in-mold, aplicados às embalagens durante a etapa de moldagem. Os novos produtos têm dois tamanhos: 150 ou 500 mililitros.
Snacks
Aqui e nos EUA
6
A King of Palms lança simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos sua castanha do pará fatiada e salgada. O produto é vendido em stand-up pouch (bolsa que fica em pé) de 50 gramas dotado de janela frontal transparente.
6 Design
Pande (11) 3849-9099 www.pande.com.br
5 Design
Nanci Vasconcellos (11) 99756-3459 nancivasconcellos.carbonmade.com Pote
Pavão (11) 2967-3337 www.pavao.ind.br
Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA
1
3
Design
Design
Share Brand Entertainment (11) 2307-7899 www.sharebe.com.br
Design Absoluto (11) 3089-5500 www.designabsoluto.com.br Balde de aço
Prada (11) 5682-1000 www.csn.com.br
Lata
Latapack-Ball (12) 2127-4700 www.latapack.com.br
Sucos
VINHOS
Construção
Sucos
agora em latinhas 1
Revisão nacional
Abertura ao aço 3
Vitamina em copo 4
A Juxx, fabricante de bebidas funcionais, leva seus sucos de cranberry e de cranberry com morango para latas de 248 mililitros, com formato slim. As latinhas substituem as embalagens cartonadas assépticas de 200 mililitros. Os sucos de cranberry com ameixa e com romã continuam nas caixinhas.
Os vinhos franceses Cave de Ladac tiveram os rótulos atualizados. A marca foi criada pela importadora Max Brands para uso no mercado brasileiro. Garrafas e rótulos são produzidos na França.
Dominado por baldes plásticos, o mercado de impermeabilizantes abre espaço para a lata de aço. A iniciativa é da Mactra. Segundo a empresa, a embalagem tem visual inédito na categoria, priorizando cores vibrantes e riqueza de informações.
Copos plásticos transparentes de 290 mililitros foram escolhidos para a apresentação de Agittus + C, nova linha de bebidas do grupo Attiva. São três variedades de sucos de frutas ricos em vitamina C.
2
2 Design
Zauberas e Associados (11) 3877-1132 www.zauberas.com.br
4
Copo
Rioplastic (19) 3682-8200 www.rioplastic.com.br Design
Tok Final (24) 3343-7070 www.tokfinal.com.br
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Antes . . . Refrigerantes
Novo visual A linha de refrigerantes Schin, da Schincariol, teve o layout das embalagens renovado. O logotipo ganha maior visibilidade e a tabela com os valores diários de referência (à direita do rótulo) também teve o layout modificado. Foram modernizados os rótulos das garrafas de PET de 2 litros e as latas de toda a linha. O design é da equipe da Schincariol.
Lata
Rexam (21) 2104-3300 www.rexam.com/brazil Rótulo
Rhotoplás (11) 4199-2555 www.rhotoplas.com.br
. . . e depois
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Almanaque Dragão sempre presente Em 1948, em Recife, o empresário pernambucano Godofredo de Abreu e Lima Primo criou a Interlândia, indústria de produtos de limpeza. A empresa passou a produzir a Dragão, primeira água sanitária industrializada das regiões Norte e Nordeste. O Dragão que dá nome à marca está presente em todas as versões do rótulo.
A loira do rótulo A cervejaria Bohemia foi fundada em 1853, em Petrópolis (RJ), como Imperial Fábrica de Cerveja Nacional, pelo imigrante alemão Henrique Kremer, mas só passou a ter esse nome em 1859. No final do século 19, Carolina Kremer, casada com o neto de Henrique Kremer, passou a comandar a fábrica, dando grande impulso à produção e crescimento da empresa. A Bohemia é apontada por historiadores como a primeira fábrica e, consequentemente, a primeira marca de cerveja do Brasil. Em homenagem a Carolina, o rótulo da Bohemia estampa seu desenho – uma loira com roupas típicas da Baviera. Hoje, a Bohemia faz parte do portfólio da Ambev.
O nome da Crush O refrigerante de laranja Crush – hoje fora do mercado brasileiro – foi inventado nos Estados Unidos em 1906 e não tem esse nome por acaso. A palavra “crush” na língua inglesa significa espremer, uma alusão ao ato de tirar o sumo da laranja. A propaganda ao lado, foi publicada na década de 1950 em revistas brasileiras.
1948
1958
1966
1975
1985
2004
100 anos de inovaçõe
s
A Lacta, que comp letou 100 anos cios da marca, pr no dia 21 de jan oduzidos por pin eiro deste ano, fo toi res como o italia fundada em São no radicado em Paulo como Sociè Sã o té Paulo Umberto De Anonyme de Choc lla Latta. A Lacta olats Suisses pe lo também foi a pr cônsul suíço Achil imeira marca a te les Izella. No início r um , anúncio luminoso os chocolates er am trazidos da Su na cidade de São íça. Paulo, como mostr Em 1917, já como a o cartão posta Lacta, passou a pr l de o- 1926. Hoje, duzir no Brasil (fo marca da Mondele i a primeira fábric z (Kraft a Foods), a Lacta já de chocolates do pertenceu a gran País a ter escala des grupos, como industrial). Naqu ela época começa Zanotta, Lorenzi e ram Cia, Diários Asso a ser divulgados ciados, Adhemar os primeiros anún de Barros e Philip Mo rris.
Baú digital Veja como figurinhas salvaram uma marca de sabonetes
emb.bz/159bau 50 | Novembro 2012
anúncio criado pelo italiano latta em 1917 umberto della (esq) e primei ro luminoso da cidade de são paulo, na rua quinze de nov embro