EmbalagemMarca 166

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Ano XIV • Nº 166 • Junho 2013 • R$ 15,00

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BISCOITOS

Alexandre Colombo, da associação nacional do setor, diz o que é preciso para ampliar as exportações

EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

14 ANOS

ADESIVOS A escolha correta do “sujeito oculto” de rótulos e embalagens pode evitar dores de cabeça e trazer ganhos para marcas e produtos

cosméticos

Natura passa a utilizar stand-up pouch como embalagem principal de seus sabonetes líquidos e cremes



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

O setor de embalagem é maior do que se mostra Com esta

edição, EmbalagemMarca comemora catorze anos de circulação. As mais de 8 000 páginas publicadas desde a edição número 1, retratando as principais ocorrências da cadeia de valor da embalagem no País, mostram que nesse tempo o setor, e a revista com ele, avançaram e se consolidaram. Mas concluímos que o packaging brasileiro não é retratado e não se vê como uma corrente integrada. Aqui não cabem detalhes, e não temos como dimensionar, mas sem dúvida a área de embalagem é muito maior do que o geralmente mostrado quanto a sua abrangência. De nossa parte, temos orgulho de nos incluir nela e de enfatizar o papel por nós exercido ao longo dos últimos catorze anos, levando a seus agentes conhecimento e informação com credibilidade, divulgando suas conquistas, promovendo os profissionais que nela atuam e registrando a memória da indústria. Nem todos levam em conta a importância da mídia impressa para a valorização do setor, e há quem suponha estar na web a pedra de toque do momento e do futuro. Não é tanto assim. Nos Estados Unidos, referência de muitos profissionais de marketing e onde não falta acesso a todo tipo de mídia virtual, revistas especializadas, como nossa parceira Packaging World, circulam com edições impressas cada vez mais recheadas de anúncios. O que se quer demonstrar é que anúncios em revista, embora não sejam a solução para tudo, são poderosas ferramentas de vendas e de fixação

de marcas. Ademais, a mídia revista é a única que possibilita ações de amostragem com eficácia. A propósito, também aí EmbalagemMarca foi pioneira e inovadora. Desde suas primeiras edições a revista, em parceria com anunciantes e suas agências, utiliza de maneira reconhecidamente criativa esse recurso de grande impacto. Indo além, há bom tempo vimos oferecendo ao mercado aquilo que – num superlativo permitido em data festiva como esta – chamamos de arsenal de comunicação. Nele vale destacar, entre outras alternativas de mídia que nos diferenciam da concorrência, além da própria revista, os eventos do Ciclo de Conhecimento, o Prêmio Grandes Cases de Embalagem e a produção de veículos customizados para empresas e setores. Nesta comemoração de aniversário, cabe ainda, evidentemente, registrar nossos agradecimentos à excelente receptividade concedida a essas iniciativas, assim como ao apoio dado a EmbalagemMarca por clientes eventuais e por aqueles que o fazem desde a primeira edição da revista. Por tudo isso continuaremos inovando. Até julho.

WILSON PALHARES

“No aniversário de EmbalagemMarca, registramos o orgulho de integrar a cadeia de valor da embalagem, à qual oferecemos um ‘arsenal de comunicação’, com destaque para a própria revista, para o Ciclo de Conhecimento e para o Prêmio Grandes Cases de Embalagem”

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Edição 166 • Junho 2013

Sumário 3 EDITORIAL O setor de embalagem não é retratado e não se vê como

© foto de capa: cortesia henkel/liofol

Reportagem de capa:

uma corrente integrada. E é maior do que se mostra.

Adesivos

6 CERVEJAS Invenção brasileira, lacre higiênico de plástico é adotado pela Cervejaria Colônia

A escolha correta do adesivo para fazer rótulos e embalagens pode aliminar problemas de contaminação de produtos, falhas em linhas de produção e prejuízos às marcas e às vendas

8 PAINEL Lata Plus, da Brasilata, chega a 1 bilhão de unidades

Por Wilson Palhares

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produzidas • Abre adere a padrão internacional para guiar o desenvolvimento sustentável do setor • Frasco sob medida para o envase a quente de ketchup é criado pela Sipa • Braskem amplia portfólio de plásticos “verdes” • Indústria de autoadesivos premia os melhores rótulos de 2012 • Novelis lança chapa para latas de alumínio com certificação do teor de material reciclado

26 ENTREVISTA Alexandre Colombo, presidente da Associação

Nacional das Indústrias de Biscoitos, comenta os esforços do setor para ganhar percepção de valor e ampliar as exportações

32 PRÊMIO Em Wilmington, nos Estados Unidos, DuPont anunciou os vencedores da 25ª edição de seu prêmio de embalagem. EmbalagemMarca esteve lá 38 HIGIENE PESSOAL Natura inova e passa a utilizar stand-up pouch como embalagem principal de sabonetes líquidos e cremes

42 IDEIAS Opção a embalagens rígidas, bolsa plástica com duas alças e tampa de rosca começa a ser oferecida no mercado brasileiro

44 ARTIGO Quão realmente inovadora é a nova lata da cerveja Budweiser, cujo formato lembra uma gravata borboleta?

POR STERLING ANTHONY

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46 LÁCTEOS Potes de vidro estreiam no mercado brasileiro de iogurtes com lançamento da Danubio 47 HIGIENE PESSOAL Phisalia transforma embalagem de xampu em

microfone

50 ARTIGO Até onde as economias da Europa, dos Estados Unidos, do Japão, do Brasil e de outros emergentes resistirão à desindustrialização?

POR ANTONINHO MARMO TREVISAN

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52 DISPLAY Em ação inédita, cores do Brasil decoram lata de Coca-

Cola • Cartuchos de café se transformam em brinquedos • Olé coloca atomatados premium em potes de vidro • O novo visual da água de coco Kero Coco • Garrafa de PET de 1 litro é novidade da água Crystal • Uísque Passport passa a ter garrafa menor, dedicada à classe C • O Boticário renova apresentação das maquiagens Intense

58 ALMANAQUE Pepsi passou a utilizar cores da bandeira americana na Segunda Guerra Mundial • Aos 50 anos, Mônica, de Mauricio de Sousa, já estampou as mais diversas embalagens • Em 1969, empresa das Filipinas criou creme de cabelos “desenvolvido por astronautas americanos” • Há 25 anos, fitas VHS eram novidade

Empresas que anunciam nesta edição Bericap............................................... 37 Adecol................................................55 Baumgarten............................ 40 e 41 Catuaí Print........................................39 Center Fix.......................................... 51 Colacril...............................................43 Congraf.................................... 3ª capa

Dassault Systémes.................4ª capa Esko-Graphics..................................33 Evertis................................................. 15 GS1........................................................ 7 HB Fuller............................................23 Henkel................................................25 Indexflex.............................................53

Krones................................................29 MD Papéis........................................... 9 Moltec................................................ 57 Novelprint............................................ 5 Pack Expo......................................... 48 PE Latina............................................35 PMMI................................................... 27

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca. com.br • Gerente comercial: Roberto Inson | roberto@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$ 150): Kelly Cardoso | assinaturas@embalagemmarca.com.br

Prakolar...............................................11 SIG Combibloc................................. 13 Silgan White Cap............................. 17 Simbios-Pack.................................... 57 SIMEI...................................................47 Tetra Pak.................................. 2ª capa Vidro Porto........................................ 51 Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 04718-040 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 www.embalagemmarca.com.br

Não é permitida a reprodução, no todo ou em parte, do conteúdo desta revista sem autorização. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista.



Cervejas

Vedação inovadora Ideia brasileira, lacre plástico para latas é adotado por cervejaria um novo tipo

de lacre higiênico para latas de cerveja foi adotado pela Colônia, de Toledo (PR). A solução, apontada como inédita no mundo, foi desenvolvida pela Companhia Brasileira de Embalagens (CBE) em parceria com a petroquímica Braskem. Segundo as empresas, o acessório produzido com polietileno de baixa densidade (PEBD) garante a vedação completa da parte superior da lata, mantendo a superfície limpa – proteção que não seria garantida pelos selos de alumínio utilizados por diversas cervejarias nacionais. Dezenas de testes técnicos foram feitos por institutos no Brasil e na França até que o produto fosse certificado. Para comprovar que a lata permanece limpa depois de removido o lacre, ela foi mergulhada em água contaminada e colocada numa estufa, a fim de estimular a proliferação de bactérias, e a higienização se manteve intacta. “Os laudos garantem que o lacre plástico é 100% hermético e asséptico”, afirma Jacques Pontes, diretor presidente da CBE e idealizador do projeto. O coordenador de embalagem da área de desenvolvimento de mercado da Braskem, Albertoni Bloisi, explica que a grande inovação foi conseguir a garantia de limpeza da lata em temperatura ambiente e, ao mesmo tempo, ter igual desempenho na retirada do lacre nas bebidas geladas, quando o dispositivo geralmente fica mais contraído. “Dedicamos muito

tempo para conseguir equilibrar todas as variáveis”, explica. O acessório é aplicado por meio de um processo automático, desenvolvido com apoio da Krones e da Aro e realizado após etapas de lavagem e secagem das latas numa linha de envase que a Colônia já possuía. Foram necessárias adaptações que não provocaram prejuízo da produtividade. O lacre é encaixado no topo das embalagens por pressão. Sua remoção é inviável sem o destaque de uma banda incorporada à peça, que acaba auxiliando o procedimento de retirada (ver imagens). Caso o conteúdo não seja sorvido de uma só vez, o consumidor pode utilizar o lacre para resselar a lata.

as indústrias envolvidas no projeto dizem ter encomendado pesquisas que revelaram que uma lata totalmente protegida é um desejo do consumidor. O que faltava era disposição da indústria para produzi-la em larga escala. “Verificamos que o consumidor deseja, aprova e valoriza uma solução que ofereça segurança no consumo – e que inclusive está disposto a pagar mais por isso, se preciso”, conta Jacques Pontes. Luiz Cláudio dos Santos, diretor de marketing da Colônia, diz que a cervejaria espera uma reação positiva do consumidor. “Pretendemos dar um salto em nossas vendas com uma solução ainda mais segura para o público e muito

Cervejaria Colônia é a primeira a utilizar o lacre plástico higiênico. No detalhe, a maneira de retirar o acessório Aro (11) 2412-7207 www.aro.com.br

CBE (11) 2548-0734 www.cbedobrasil.com.br

Braskem (11) 3576-9000 www.braskem.com.br

Krones (11) 4075-9500 www.krones.com

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atrativa no ponto de venda”, diz. “A novidade nos permite usar a criatividade na composição das artes utilizadas nas latinhas, com várias possibilidades. É mais um diferencial nas prateleiras.” Segundo o executivo, o uso do lacre não vai alterar o preço da cerveja. Além dos lacres coloridos, utilizados pela Colônia, a CBE disponibilizará ao mercado apetrechos translúcidos, termossensíveis (que mudam de cor conforme a temperatura) e fotossensíveis (que ganham efeitos especiais dependendo do tipo de luz ambiente). “As empresas poderão criar versões que combinem com a decoração da lata ou mesmo fluorescentes”, ressalta Bloisi, da Braskem. As primeiras latas da Colônia com o lacre plástico chegam ao mercado no início do segundo semestre. A expectativa da Braskem é de que o lacre seja adotado em latas de outras bebidas, como refrigerantes, energéticos, coquetéis e sucos.



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

METÁLICAS

Marco para uma inovação Lata Plus para tintas, criada pela Brasilata, alcança 1 bilhão de unidades vendidas

Um bilhão de unidades vendidas.

Foi essa a marca obtida em abril, em um acumulado histórico, pela lata Plus da Brasilata. Lançada em 1995, a solução baseia-se em um sistema de fechamento por travamento mecânico que substitui o tradicional fechamento por atrito, difundido ao longo do século passado no mercado mundial de embalagens de aço para tintas. Para celebrar o feito, a metalgráfica brasileira preparou uma edição especial de um livreto que relata a invenção. O impulso inicial para a criação da lata Plus foi uma onda de adulteração de latas de tintas imobiliárias, no início dos anos 90. “Naquela época, marcas líderes do segmento estavam incomodadas com casos de falsificação e adição de água ao conteúdo”, relata o livreto. Graças a um esforço de diretores e funcionários da Brasilata, já no âmbito do hoje famoso sistema de inovação da empresa (Projeto Simplificação), foi criada uma lata com mecanismo de indicação de abertura e, posteriormente, o conceito da atual lata Plus. A invenção contou com apoio da Finep (Agência Brasileira de Inovação).

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Em relação às latas de aço com fechamento tradicional, a Plus promete a indústrias usuárias vantagens como resistência superior a pressões internas, pancadas e quedas, consumo menor de matéria-prima e mais velocidade nas linhas de enchimento. Para o consumidor final, facilitaria o uso progressivo da tinta ao garantir o fechamento hermético e a melhor conservação do produto. Na tampa, a lata Plus traz uma sequência de ilustrações impressas para facilitar a abertura e a resselagem da embalagem com um só toque e sem amassar. A borda da tampa, isenta de canaleta, minimiza a sujeira e favorece o trabalho do pintor profissional. O fechamento Plus é exemplo de tecnologia brasileira que conquistou reconhecimento internacional. Em 1998, obteve a patente na União Europeia e, a partir de 1999, nos Estados Unidos. Além das versões em português e espanhol, as instruções para abrir e fechar estão disponíveis em inglês, francês e italiano para atender o mercado europeu. Na Itália, sua fabricação está licenciada para o Gruppo Asa, de San Marino, desde março de 2006.

A lata Plus em suas diversas opções de volume. Tampa traz instruções de uso, que têm versões em outras línguas. No detalhe (abaixo), livreto comemorativo lançado pela Brasilata



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PLÁSTICAS

Ideia quente para ketchup A Sipa divulgou na Europa o desenvolvimento de um frasco de PET especial para ketchup. O recipiente permitiria o envase a quente (hot fill) do derivado de tomate sem risco de deformações, que costumam ocorrer quando produtos esfriam, perdem volume e criam vácuo no interior de embalagens de PET. Isso seria garantido mesmo sem o uso dos chamados painéis de compensação – regiões com frisos ou ranhuras normalmente acrescentadas às embalagens para evitar distorções, mas que podem ser vistas como prejudiciais ao visual.

Segundo a fabricante italiana de equipamentos de sopro, o feito foi obtido com o encurtamento do gargalo e a suavização dos cantos do frasco, entre outras adaptações estruturais. A produção da embalagem requer o uso de uma resina PET especial, adequada ao hot fill e dotada de um aditivo sequestrador de oxigênio, para atenuar a oxidação do conteúdo. Mesmo assim, a solução teria custo competitivo em relação ao envase asséptico, utilizado por alguns fabricantes de ketchup. O envase pode ser feito sob temperaturas entre 85o e 90o C.

Frasco de PET não sofreria distorções estruturais no hot fill de derivado de tomte

BIOPLÁSTICOS

PEBD terá opção “verde” A Braskem anunciou uma ampliação em sua linha de resinas derivadas do etanol da cana-de-açúcar. Além do polietileno de alta densidade (PEAD) e do polietileno de baixa densidade linear (PEBDL), produzidos em escala industrial desde o final de 2010, a empresa disponibilizará a partir de janeiro de 2014 uma versão “verde” de polietileno de baixa densidade (PEBD) – material utilizado principalmente na produção de filmes para embalagens flexíveis. A novidade, viabilizada por meio de investimentos de valor não revelado, terá oferta anual inicial de 30 000 toneladas.

No comando das etiquetas Empresa que afirma deter a liderança no mercado brasileiro de etiquetas autoadesivas para automação comercial e industrial, a RR Etiquetas passou em maio a ser liderada por Valdir Arjona Gaspar (foto). O empresário é o atual CEO do Grupo CCRR, resultado da fusão, ocorrida em junho de 2011, entre a RR Etiquetas e a fabricante de materiais autoadesivos Colacril.

EQUIPAMENTOS

Antes…

Proposta multifuncional

BRANDING

Evolução e valor Holding brasileira que controla fornecedoras de bens intermediários, a Petropar (Petroquímica Participações) passa a atender pelo nome Évora. A marca, criada pela consultoria Gad Lippincott, é inspirada nas ideias de “evolução” e “valor”. Fundada em 1988 para reunir os ativos da área petroquímica e de plásticos do Grupo Olvebra, a Petropar alcançou receita líquida de 1,8 bilhão de reais em 2012, valor 133% maior que o do ano anterior. Entre seus negócios estão a Crown Embalagens, segunda maior produtora local de latas de alumínio para bebidas (atrás somente da Rexam), e a America Tampas, empresa especializada em fechamentos plásticos.

…e depois 10 | Junho 2013

GENTE

Verificadora de peso, impressora e aplicadora de etiquetas. Todos esses atributos são reunidos na GLM-I, equipamento da alemã Bizerba que a Sunnyvale passa a oferecer no Brasil. De acordo com a distribuidora, a multifuncionalidade proporciona otimização de investimento e espaço a indústrias como a alimentícia e a farmacêutica. Capaz de processar até 200 produtos por minuto, aplicando até sete etiquetas diferentes num mesmo item, o aparelho pode receber escâneres e câmeras de visão para classificação do produto, além de possibilitar a integração dos dados com o sistema de ERP e impressão do código QR. GLM-I: além de verificar peso, equipamento imprime e aplica etiquetas autoadesivas



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SUSTENTABILIDADE

Uma linguagem uniforme O Comitê de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Associação Brasileira de Embalagem (Abre) aderiu ao protocolo Global Language for Packaging and Sustainability, desenvolvido pelo Consumer Goods Forum, que reúne expertise e compromisso ambiental de cerca de 400 indústrias, empresas prestadoras de serviços e stakeholders atuantes em diferentes áreas de setenta países. A iniciativa, assinalada com a tradução daquele documento, com o título de Protocolo Global sobre Sustentabilidade de Embalagens 2.0, tem, segundo Maurício Groke, presidente da Abre, o “objetivo de trazer para todo o setor produtivo, o governo e a sociedade brasileiros uma importante referência internacional em termos de desenvolvimento sustentável”. O documento, que apresenta sistemas e métricas para toda a cadeia produtiva de embalagens e bens de consumo, tem como meta orientar e fundamentar decisões para o desenvolvimento sustentável desses seto-

res. Como lembrou Groke, “também abre caminho para uma cooperação significativa de todas as indústrias brasileiras de embalagem, harmonizando os parâmetros mundiais da Análise de Ciclo de Vida (ACV). Por sua vez, Luciana Pellegrino, diretora executiva da Abre, ressalta que ao traduzir o documento a entidade “oferece ao setor uma linguagem comum que permite uma discussão inteligente e esclarecida sobre o desenvolvimento sustentável de embalagens, considerando todo o produto e a cadeia produtiva, de modo a tomar decisões de forma mais consistente”.

Documento visa orientar e fundamentar decisões para o desenvolvimento sustentável de produtores e usuários de embalagens

GENTE

Rotações na IP A International Paper (IP) anunciou mudanças em seus quadros. Glenn Landau, que já ocupou a gerência geral do negócio de papel para caixas e embalagens e que desde 2011 era vice-presidente de relações com investidores, foi nomeado presidente da empresa na América Latina. Ele substitui Jean-Michel Ribiéras (foto), que assume a presidência para Europa, Oriente Médio e África (EMEA) e Rússia no lugar do brasileiro Maximo Pacheco. Presidente da subsidiária brasileira da IP entre 2004 e 2009, Pacheco irá se aposentar na IP. BIOPLÁSTICOS

PEF obtém mais um apoio Depois da Coca-Cola e da Danone, a Alpla, multinacional alemã especializada na produção de embalagens plásticas rígidas, entrou para o grupo de empresas que irão colaborar com o desenvolvimento de garrafas de PEF (polietileno furanoato), poliéster de origem vegetal criado pela holandesa Avantium. A previsão é de que o material, produzido atualmente em escala limitada na Holanda, esteja disponível comercialmente em 2016. Seria uma alternativa de fonte renovável ao PET.

METÁLICAS

Novo passo para a lata 100% reciclada Chamada Evercan, uma nova chapa de alumínio promete assegurar a produção de latas para bebidas ambientalmente mais amigáveis. A novidade, desenvolvida pela Novelis, tem seu alto teor de material reciclado, de no mínimo 90%, certificado por um órgão independente – o que seria algo inédito em seu mercado. A certificação foi concedida pela SGS Global Services, referência em auditoria e testes relativos a questões ambientais, de sustentabilidade e de qualidade de alimentos. Segundo a Novelis, corpos de latinhas feitos de Evercan permitirão que bebidas sejam

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distribuídas em embalagens-padrão de 350 mililitros dotadas de um mínimo de 70% de alumínio reciclado (a tampa das latas é feita de uma liga diferente). A fabricante da chapa estima que, atualmente, as latas utilizadas no mundo contenham, em média, 40% a 50% de material reciclado. O Evercan já está disponível na América do Norte e na Europa e, até o fim de 2013, estará disponível em todo o mundo. “É um passo importante para alcançarmos nossa meta de uma lata feita 100% de material reciclado”, diz Phil Martens, presidente da Novelis.



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RECICLAGEM

IMPRESSÃO

Mais PET em estofados

Proteção antibacteriana

Lançamento da Volkswagen do Brasil, a picape Nova Saveiro 2014 é o primeiro veículo comercial leve do País a utilizar, no revestimento de bancos e interior das portas, tecidos à base de poliéster obtido da reciclagem de garrafas de PET. Brandidos como uma exclusividade da montadora, os materiais especiais estrearam no mercado nacional no Novo Gol e no Novo Voyage, lançados em julho de 2012. Segundo a Volkswagen, o tecido contendo PET reciclado garantiria o mesmo conforto, qualidade e resistência que os tecidos convencionais utilizados em outros veículos da marca. O material seria composto por até 60% de fio reciclado, sendo que sua matéria-prima bruta é fornecida por empresas recicladoras certificadas por órgãos ambientais internacionais. A montadora não divulga os nomes dessas fornecedoras.

Uma linha de tintas com propriedade antibacteriana começa a ser oferecida a produtores de embalagens pela Anjo Tintas. Denominada ProtectPack, a novidade foi desenvolvida ao longo de dois anos numa parceria entre a Anjo e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “As novas tintas evitam a proliferação de bactérias responsáveis por várias doenças, eliminando-as quando em contato com as embalagens”, explica Maurício Silvério, gerente técnico da indústria fabricante de tintas. Dedicadas a impressões de embalagens plásticas pelos sistemas de flexografia ou rotogravura, as tintas garantiriam até doze meses de proteção contra micro-organismos nocivos à saúde – entre eles salmonela, eschericchia coli e estaphylococcus aureus. Sua eficácia foi verificada em testes da Controlbio Laboratório de Ensaio, organismo credenciado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Segundo a Anjo, a tecnologia na composição da ProtectPack tem por base aditivos especiais que promovem a desnutrição da membrana celular das bactérias, destruindo-as e interrompendo sua reprodução.

Revestimento dos bancos da Nova Saveiro leva até 60% de fios derivados da reciclagem de PET

14 | Junho 2013

Embalagem da nova tinta da Anjo: promessa de até doze meses de proteção a envoltórios

MARCAS

IMPRESSÃO

Processos na tela dos gadgets

P&G adota cores na nuvem

A Marpa, consultoria e assessoria de propriedade industrial e intelectual com escritórios na Região Sul do Brasil, lançou em maio último um aplicativo para smartphones e tablets que permite aos clientes monitorar on-line processos de requisição de marcas e patentes. “O novo canal de atendimento oferecerá acompanhamento detalhado dos processos, incluindo a parte jurídica”, diz Michael Soares, diretor da Marpa e idealizador do projeto. Segundo o executivo, a iniciativa é inédita no País. O aplicativo, distribuído gratuitamente, tem versões para iOS (Apple) e Android.

A Procter & Gamble utilizará o PantoneLive, sistema em nuvem para o gerenciamento de cores, nos processos de decoração das embalagens de seus produtos. Segundo a X-Rite, detentora da marca Pantone, o PantoneLive promete racionalizar a reprodução de cores em invólucros, contribuindo para a padronização e a fidelidade das impressões. A tecnologia baseia-se no uso de servidores remotos, acessíveis através da internet. Empresas usuárias de embalagem podem armazenar paletas próprias de cores em um portal, garantindo acesso a fornecedores e colaboradores de todo o mundo.



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MERCADO

Cinco negócios numa gigante

númeroS

3,3

milhões

de embalagens do analgésico Tylenol Gotas foram retiradas do mercado. Segundo a fabricante Janssen-Cilag, o recall deveu-se a um defeito na embalagem, que poderia causar o desprendimento do gotejador – e eventuais superdosagens.

O fundo de capital privado Sun Capital Partners anunciou no início de maio que combinará as operações de cinco de seus negócios na área de embalagens. Uma nova empresa, a Exopack Holdings, será formada pela união da americana Exopack, produtora de embalagens flexíveis, com quatro companhias europeias: a Britton Group, especializada em flexíveis; a Paccor, fabricante de embalagens

plásticas rígidas; a Kobusch, fornecedora de soluções flexíveis ou rígidas personalizadas; e a Paragon Print & Packaging, líder em embalagens para marcas próprias no Reino Unido. A ficar sediada em Luxemburgo, a nova companhia terá 63 fábricas, 8 650 funcionários e faturamento conjunto de 2,5 bilhões de dólares. Será, segundo a Sun Capital, a sexta maior empresa de embalagens plásticas do mundo.

460 000 reais

BIOPLÁSTICOS

foi o valor da multa aplicada pelo Procon à Refrigerantes Minas Gerais, produtora de CocaCola, por suposta “maquiagem” de produto. Segundo o órgão de defesa do consumidor, a empresa diminuiu o conteúdo da garrafa de PET de 600 mililitros do refrigerante para 500 mililitros sem aviso adequado ao consumidor.

40

A Cromex, empresa brasileira especializada em masterbatches e aditivos para plásticos, foi escolhida pela americana NatureWorks como distribuidora do bioplástico Ingeo para o mercado nacional. Baseado no ácido polilático (PLA), material derivado de fontes vegetais como o milho, o Ingeo é biodegradável e compostável, podendo ser empregado em processos de termoformagem, extrusão e injeção. “Nossa

colaboração com a NatureWorks agora propicia a convertedores e donos de marcas no Brasil a oportunidade de desenvolver uma gama completa de produtos inovadores com pegada de carbono reduzida”, afirma Celso Ferraz, diretor de distribuição da Cromex. Nos últimos anos, o Ingeo vinha sendo distribuído no Brasil pela Cargill – uma das donas da NatureWorks, ao lado da tailandesa PTT Global Chemical.

EQUIPAMENTOS

Para pacotes compactos anos

completa em 2013 a GS1, entidade internacional que determina padrões de identificação e comunicação de produtos e serviços na cadeia de suprimentos. Sua afiliada brasileira, a GS1 Brasil, comemora 30 anos este ano.

16 | Junho 2013

Ingeo tem novo distribuidor

Chega ao mercado uma solução enxuta para empacotar pequenos itens, como talheres e botões de máquinas. É a empacotadora Mini, desenvolvida pela Indumak. Com design compacto (1 metro de largura, 1,24 metro de altura e 1,78 metro de profundidade), o equipamento processa até 70 pacotes por minuto de produtos unitários ou em pequenas quantidades. A alimentação é manual. “As máquinas hoje disponíveis não são planejadas para essas embalagens pequenas”, diz Gelson Schmidt, diretor presidente da Indumak. Mini: solução robusta para embalagens de pequenas dimensões


RÓTULOS

Os melhores de 2012 No final de maio, a Associação Brasileira das Indústrias de Etiquetas Adesivas (Abiea) anunciou os vencedores de seu 30º Prêmio Brasileiro de Excelência em Etiquetas e Rótulos Autoadesivos, relativo a 2012. Os projetos ficam aptos a se inscrever no prêmio mundial do setor, o World Label Awards, promovido pela L9 (Aliança Global de Associações de Rótulos Autoadesivos). Eis os ganhadores:

Categoria Flexo Traço Mack Color - Sport Muscle Limão (Sol Bebidas)

Categoria Flexo Cromia Grif Rótulos – Linha Princesas (Baruel)

Categoria Letterpress Cromia Masterprint – Capricho Verão (O Boticário)

Categoria Serigrafia Traço Giankoy – ATM Siccob (Diebold)

Categoria Offset Cromia Gráfica Ipê – Stravaganzza Moscatel (Abegê Participações)

Categoria Impressão Digital Cromia Ready Rótulos – Chipotle e Maracujá El Fernando Fogaça (West Co.)

Categoria Booklets e Rótulos-bula Flexoprint – Óxido Nitroso Medicinal (White Martins)

Categoria Sleeves Gráfica Nova Fátima – Limpador Perfumado Alpes Lembranças da Infância (Produtos Químicos Orion)

Categoria Segurança Contiplan – Selo de Vistoria 2013 (Departamento de Trânsito Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro)

Categoria Inovação Tyrex – Pulseira de Identificação (Omini)

Fornecedores do ano Matéria-prima: Avery Dennisson • Equipamentos para impressão: Etirama • Facas: MLC • Clicheria: Alfa Clicheria • Tintas: Flint Group Narrow Web

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Anos

A histĂłria da embalagem sem ponto final


Reportagem de capa

Adesivos, a força oculta nas embalagens A escolha correta desse insumo pode evitar problemas de contaminação de produtos, falhas em linhas de produção e prejuízos às marcas e às vendas Por Wilson Palhares

O que têm em comum a Intel, maior fabricante mundial de chips para computadores pessoais, e fornecedores de adesivos para a indústria de embalagens? A resposta é “nada”, do ponto de vista material, e “tudo”, quanto a desempenho. Ambos estão presentes como uma espécie de “sujeito oculto” nos respectivos tipos de produto, indispensáveis para sua boa performance mesmo não sendo visíveis. E ambos concorrem em disputadíssimos segmentos de mercado, que passam por intensa movimentação, por constantes inovações em materiais e por expressivos investimentos em ampliações, em novas fábricas, em aquisições e em parcerias, sobretudo na área de adesivos (ver quadros ao longo desta reportagem). A diferença entre os componentes de informática e os outro é que, com seu programa Intel Inside, caso exemplar de campanha de marketing de absoluto êxito, mantida por duas décadas, a Intel conseguiu consolidar a imagem de seu microprocessador como algo praticamente insubstituível. Mesmo sem dominar conhecimentos técnicos a respeito de componentes eletrônicos, ao adquirir suas máquinas os

A famosa marca de chips para computadores pessoais fez longa campanha que poderia, quem sabe, inspirar fabricantes de adesivos

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usuários de computadores passaram a exigir a presença dos produtos, simbolizada na comunicação da empresa pelo logotipo formado por aquela expressão circundada por uma faixa. No caso de embalagens (e de complementos como rótulos), há adesivos e adesivos. O que pode fazer a diferença entre eles é a escolha acertada, até porque o peso econômico desse insumo na composição das embalagens é extremamente baixo, ainda mais em relação ao prejuízo que uma opção errada pode causar aos produtos e às marcas. Uma laminação mal feita de um invólucro flexível, por exemplo, pode ocasionar contaminações de alimentos. Um rótulo que se descola da garrafa de vinho ou de cerveja, ou do frasco de xampu, formando “orelhas” no ponto de venda, é altamente prejudicial à imagem da marca e quase certeza de venda perdida. Os possíveis problemas são literalmente incontáveis. Assim, a pedra de toque na definição do adesivo a ser usado é a mesma que deveria nortear todo projeto de embalagem: integrar a cadeia de valor desde o princípio, a começar pela inclusão dos responsáveis pelo design, passando pelos fornecedores de matérias-primas (obviamente incluído os de adesivos), pelos convertedores e pela indústria usuária.

“Trabalhando lado a lado do começo ao fim, os parceiros apreendem a cada passo tudo o que está contido no processo para alcançar a melhor laminação de materiais”, diz José Antonio Castro, gerente de adesivos industriais da operação brasileira da alemã Henkel, uma das gigantes mundiais do setor. De modo geral, segundo ele, esse é o melhor caminho para adquirir um conhecimento vital, que muda com muita rapidez, à medida que os clientes, para atender as expectativas dos consumidores, fazem produtos melhores e mais competitivos a cada dia que passa. Carlos Motta, gerente de desenvolvimento e aplicação de adesivos industriais da mesma Henkel, reforça: “A harmonização dos agentes deve mirar a conciliação de adesivos que garantam uma boa laminação, de um lado, com equipamentos confiáveis,

Em estojos de papel cartão o adesivo tem a dupla função de garantir um bom fechamento e uma laminação perfeita

capazes de melhorar a produtividade do convertedor, elaborando um produto final de alta qualidade e competitivo. E o envolvimento do designer deve ser feito já no primeiro momento”. Tais ponderações podem parecer óbvias, mas até pouco tempo atrás era relativamente baixa a demanda por embalagens diferenciadas, com inúmeras versões para linhas diversificadas de produtos de uma mesma marca. “O objetivo era obter escala”, lembra Fernando Cardoso, gerente comercial da Adecol, uma das principais fabricantes do insumo. “Isso foi mudando, a prin-

cípio com certa lentidão, focando-se em nichos de mercado, com a crescente oferta de produtos diversificados, capazes de atender às necessidades da indústria usuária de apresentar seguidas inovações aos consumidores”, ele explica. “O quadro alterou-se rapidamente, e hoje é preciso quase que personalizar as embalagens, pois os produtos oferecidos têm de atender ao mesmo tempo ao conceito de globalização e ao de personalização.” De fato, ao passar em frente a prateleiras e displays nos pontos de venda, o observador atento poderá constatar

Sob medida para enfrentar gigantes A Adecol, maior empresa brasileira de adesivos com capital 100% nacional, oferece ao mercado mais de 500 produtos, que atendem mais de 25 segmentos industriais, com destaque para a área de embalagens. Além do mercado nacional, a empresa atende os países do Mercosul (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai). “Por sermos uma indústria brasileira, para enfrentar as gigantes

multinacionais que atuam no setor produzimos para nossos clientes adesivos sob medida e adequados para nosso País”, afirma Fernando Cardoso, gerente comercial da empresa situada em Guarulhos (SP). Segundo o executivo, esse atendimento é suprido por nove linhas de adesivos para embalagens e “cumprido mesmo que seja para pequenas quantidades”.

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extraordinárias mudanças nas apresentações dos produtos, em relação ao que ocorria há oito ou dez anos. Em substituição a sacos de papel, latas de aço, potes de vidro e de plástico rígido, cresceu e vem crescendo nas lojas o espaço de alimentos, rações para animais domésticos, materiais de limpeza do lar, higiene pessoal e cosméticos – e até de bebidas – expostos em embalagens plásticas flexíveis. Em contrapartida, recipientes de papel cartão substituíram parcialmente sachês e flow packs em certas categorias de produtos, como macarrão e bolos. Estojos plásticos transparentes e translúcidos (clear packs) abrigam, principalmente, embalagens primárias de perfumes e cosméticos E, cada vez mais, dão lugar a caixas de papelão descartáveis as inadequadas caixas K de madeira usadas para o transporte de legumes e frutas (com perdas estimadas em 15% no notório caso de tomates,

havendo citações em torno de 30% e até 40%). Com crescente preferência do varejo e mesmo do atacado, as caixas celulósicas reduzem esse prejuízo, propiciam ganhos de mão de obra na organização da exposição nos pontos de venda e são descartáveis, dispensando a necessidade de desinfecção – nem sempre eficaz – para reaproveitamento. Em síntese, ocorreu grande diversificação das embalagens e, consequentemente, a necessidade da indústria de adesivos de atendê-las. A característica básica de todos esses tipos de embalagem, exceto as chamadas clear packs, é a laminação, ou melhor, a adesão de camadas, sejam do mesmo material, sejam de diferentes substratos. Em uma palavra, e ignorando-se o trocadilho, todas elas têm a uni-las os adesivos. Mesmo naquelas embalagens transparentes, embora não sejam laminadas, além de ter de garantir a adesão dos extremos da lâmina para conformar

Adesivos adequados asseguram estabilidade às embalagens flexíveis e boa presença no ponto de venda

o cartucho, o material colante tem de permanecer absolutamente invisível ao longo da vida útil do recipiente. Não podem ser admitidos “ganhos de cor” ou manchas prejudiciais à qualidade visual do cartucho.

Nesse quadro, embora não caiba

Graças a adesivos eficazes, caixas de papelão vêm substituindo as de madeira no mercado de frutas e legumes

nesta reportagem afirmar que adesivos produzidos por uns ou por outros fornecedores sejam melhores ou piores, é útil adotar um procedimento básico na ocasião de encomendar embalagens: a escolha de cada tipo de material colante deve ser feita de maneira contextualizada. Nesse processo, é fundamental definir pelo menos alguns pontos básicos, lembra Cardoso, da Adecol: 1) quais

De olho no pódio latino-americano A brasileira Artecola acaba de anunciar a incorporação da Pegatex, maior operação de capital nacional da Colômbia em adesivos, o que resultou na criação da Pegatex Artecola S.A., com 55% do capital sob controle da primeira. “Essa aliança posicionará a empresa entre as três maiores da Colômbia em receita líquida, representando um passo estratégico para, em 2015, estarmos entre as três maiores e

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ser referência latino-americana nos segmentos de mercado em que atuamos”, comemora o presidente executivo das Empresas Artecola, Eduardo Kunst. O grupo abrange três operações distintas: Artecola Química (adesivos e laminados), MVC (plásticos de engenharia) e Arteflex (EPIs), com onze plantas industriais no Brasil, cinco na América Latina e uma em implementação na China.


serão os tipos de substratos em que se fará a adesão dos substratos (plásticos, celulósicos, flexíveis, rígidos ou semirrígidos); 2) quais os equipamentos em que serão fabricadas as embalagens; 3) que produtos serão nelas acondicionados; 4) como será seu desempenho nas linhas de envase, 5) quais as condições de transporte e armazenamento do produto pronto. “Todas essas questões fazem muita diferença, por isso na Ade-

col procuramos sempre envolver nos projetos a cadeia de valor completa”, diz o executivo. “Essa integração é crucial.” Ainda sob esse aspecto, Carlos Motta, da Henkel enfatiza: “A harmonização dos agentes deve mirar a conciliação de adesivos que garantam uma boa laminação, de um lado, com equipamentos confiáveis, capazes de melhorar a produtividade do convertedor, garantindo um produto final de

Crescimento com centro de P&D A americana H. B. Fuller anunciou em junho último a aquisição da Plexbond Química (Plex), com o que diz esperar o fortalecimento de sua robusta posição global, entre outros, no mercado de embalagens flexíveis. “Além do crescimento de nosso portfólio e de nossa presença no Brasil, a aquisição da Plex Armazenamento, cuidado a considerar ao longo de toda a cadeia

adiciona outro centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de suporte técnico”, diz Edson Quevedo, diretor comercial da operação para a América Latina. O executivo diz também que com esse passo aumentará a profundidade e a amplitude das ofertas da empresa na região.


Coim expande produção em 30%

Em estojos de material transparente, o insumo que faz a adesão das extremidades precisa ser totalmente invisível

alta qualidade e competitivo”. E lembra que a atenção focada nos equipamentos diz respeito não só a seu desempenho em prol da embalagem, mas à preservação das próprias máquinas. “É preciso, por exemplo, analisar a que ponto a agressividade de um adesivo pode ser prejudicial à manutenção do equipamento”, adverte Motta. “Ambos devem ser compatíveis, para evitar-se problemas e, principalmente, prejuízos econômicos.” Ao mesmo tempo é indispensável considerar aspectos elementares. Uma deles é o cumprimento das cada vez mais rigorosas normas regulatórias de segurança alimentar (e também de medicamentos e produtos de beleza e higiene pessoal). Outro é a harmonização ambiental, com a garantia de

A Coim Brasil, localizada em Vinhedo (SP), anunciou a conclusão da expansão de sua planta em Vinhedo (SP), aumentando sua capacidade de produção de adesivos e selantes para embalagens flexíveis em 30%, segmento em que afirma deter a liderança na América Latina. A atual capacidade produtiva da empresa é de 48 000 toneladas/ano em

isenção de resíduos contaminantes na fabricação, seja na reciclagem após o uso das embalagens ou ainda no mero descarte. Na elaboração do projeto deve-se ainda perguntar quais as condições em que a embalagem estará sendo utilizada. Uma embalagem de papelão ondulado para frutas ou legumes, por exemplo, é exigida no ambiente geralmente hostil do campo, umas vezes úmido, outras, extremamente secos – e sem climatizações artificiais, como as comumente existentes em fábricas. Em resumo, pode-se concluir que, dando o máximo de atenção também ao adesivo – a parte que não é vista nas embalagens, mas nem por isso menos essencial que seus demais componentes –, os fabricantes e usuários têm muito a ganhar.

Duas gigantes, novas tecnologias A alemã Henkel anunciou parceria com a americana Nordson, que atua na produção de equipamentos de distribuição para adesivos e outros materiais. De acordo com comunicado conjunto, a aliança global tem como objetivo desenvolver novas tecnologias para o mercado de embalagens, aliando a experiência da Nordson em engenharia de equipamentos à capacidade de formulação da Henkel e seu conhecimento de aplicações. A primeira solução criada é o novo sistema Freedom, combinação otimizada do equipamento Freedom Series Hot Melt Dispensing, da Nordson, com o nomelt da Henkel. O sistema incorpora adesivos de alto desempenho ao equipamento

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de distribuição, eliminando os tanques convencionais de adesivo hotmelt, o que promove economia no uso de adesivos. “As duas empresas vão oferecer soluções integradas, sustentáveis e inovadoras que visam aumentar a confiabilidade e a eficiência dos processos, reduzindo custos e incrementando a lucratividade do cliente, além de minimizar o impacto no meio ambiente”, afirma Salvador Alvarado, gerente de adesivos industriais da Henkel para América Latina. Além do anúncio da parceria com a Nordson, a Henkel estaria lançando ainda em junho uma nova série de adesivos especialmente desenvolvidos para atender às mais diversas necessidades da indústria de embalagens.

variadas linhas de produtos para 25 diferentes aplicações. Fundada em 1962 e presente no Brasil há quinze anos, a Coim é especializada em policondensação (ester), poliadição (poliuretanos) e outras especialidades químicas. Além do Brasil, a empresa possui fábricas na Itália, na Alemanha, em Cingapura e nos Estados Unidos.

Adecol (11) 2202-0777 www.adecol.com.br Artecola (51) 3778-5200 www.empresasartecola.com.br Coim Brasil (19) 3876-9600 www.coimgroup.com.br H. B. Fuller www.hbfuller.com Henkel 0800-704-2334 www.henkel.com.br

A resistência da adesivação das embalagens é uma garantia de que alimentos e outros produtos nelas acondicionados não serão contaminados



entrevista

Pode-se dizer que o Brasil é e ao mesmo tempo não é uma referência em biscoitos. Embora seja o segundo maior produtor mundial, com uma fornada anual superada somente pela dos Estados Unidos, o País ocupa uma modesta 33ª posição no ranking de exportações desses alimentos. O biscoito verde-amarelo não tem fama fora de seu próprio mercado. Para tentar mudar esse quadro, a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), com apoio da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), lançou uma nova marca dedicada aos produtos for export. Denominada Happy Goods, a assinatura foi apresentada ao público durante a 29ª edição da feira de negócios da Associação Paulista de Supermercados (Apas), realizada em São Paulo no início de maio. “A divisa faz parte de um esforço para comunicarmos que não temos apenas volume, mas também qualidade”, afirma o presidente da Anib, Alexandre Colombo, diretor de marketing da Piraquê. Nesta entrevista, o executivo fala do papel das embalagens na nova ação e na busca do setor por maior percepção de valor.

Pacote para o fortalecimento Com novos produtos, embalagens melhores e marca para exportações, setor de biscoitos corre atrás de prestígio mundial. Alexandre Colombo, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), fala dessa mobilização

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A Anib acaba de lançar uma marca setorial para fomentar as exportações, a Happy Goods. Quais os objetivos dessa iniciativa? O objetivo básico é termos uma linguagem uniforme e mais comercial para vender nossos produtos no exterior. Trata-se da segunda parceria que firmamos com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em prol da internacionalização dos biscoitos brasileiros. A primeira ação, criada há mais ou menos cinco anos, foi a campanha Brazilian Biscuit. A nova marca, Happy Goods, surge para fortalecer aquele esforço. A Apex nos apoiou para a contratação de uma consultoria de branding (a Gad Lippincott) para criá-la. Ela procura dar uma cara ao biscoito brasileiro, transmitir a característica de nossos produtos. Há uma enorme oportunidade de conquistarmos outros mercados, pois ainda não somos grandes exportadores de biscoitos.


Por que o Brasil jamais se consolidou como uma referência em biscoitos, apesar de ser o segundo maior produtor mundial desses produtos? São diversos os motivos. Um deles é bom. Temos um consumo interno muito relevante. Muitas empresas nacionais não se interessam em exportar porque a demanda local cresce a cada ano. O mercado doméstico está aquecido. Some-se a isso o fato, conhecido por todos, de que não somos um país com tradição de exportar produtos acabados. No caso dos biscoitos, pesa ainda o fato de que jamais tivemos uma identidade, carisma, características de identificação e valorização dos produtos. Até pouco tempo atrás nós brigávamos demais por preço, tanto em âmbito local quanto nas iniciativas de exportação. E cada vez mais as empresas do setor entendem que isso prejudica a competitividade e o crescimento sustentável. Guerra de preço é incompatível com qualidade. Por isso,

Nosso parque industrial é moderno. Não há por que não sermos, além de um grande produtor, um grande exportador de biscoitos

nossa reputação lá fora nunca foi das melhores. O consumidor estrangeiro é exigente. E não dá para ter produto com preço baixo e valor agregado alto. A própria evolução do mercado interno não tem contribuído para tornar os biscoitos brasileiros mais atraentes ao consumidor estrangeiro? Sem dúvida. Tem ocorrido uma migração para produtos de maior valor agregado, produtos mais sofisticados. Cookies e biscoitos cobertos por chocolate, por exemplo, são mais e mais

requisitados. Com a concentração e a entrada de grandes multinacionais no mercado, nosso parque industrial se modernizou bastante. Temos, hoje, fábricas à altura das mais modernas do mundo. Apesar de sermos importadores de trigo, as demais matérias-primas consumidas por nosso setor, como açúcar e gordura, são abundantes em nosso País. Não há por que não sermos, além de um grande produtor, um grande exportador de biscoitos. A presença de biscoitos importados no


varejo nacional tem afetado os negócios do setor? Na verdade, o que chega importado hoje, no Brasil, não nos afeta em quase nada. São produtos de preço muito mais alto, de valor agregado muito mais alto. Nenhum player de fora vai conseguir entregar aqui produtos básicos – um cracker, um maisena, um recheado – com a qualidade e o preço com que entregamos. Quando você encontra produto importado aqui, é porque o produto custa 30 reais, 40 reais o quilo, ou seja, um valor muito maior do que os nossos. A campanha definida para a marca Happy Goods recomenda o uso de um selo, o “Baked in Brazil”, de modo a reforçar a origem dos produtos. Como esse elemento deverá ser utilizado pelas empresas do setor? O uso é somente condicionado à filiação do fabricante à Anib. Daremos sugestões e instruções técnicas de uso desse selo, que remete à qualidade e à origem. A princípio, o associado poderá usar o selo da forma que quiser, seja em peças de publicidade ou em suas embalagens. Sobre embalagens, como o senhor classifica as apresentações dos biscoitos nacionais? Ficam a dever às das marcas estrangeiras? Estamos evoluindo. Hoje, existe uma

Queremos embalagens melhores, mais nobres, mas temos de ter pés no chão. O brasileiro não está acostumado a pagar muito mais caro por nosso produto

migração forte para os produtos de doses menores ou monodose, em porção individual. Existe uma tendência de produtos para consumo mais rápido, para o lanche. Em contrapartida, também ganham força os pacotes maiores, especialmente embalagens de grandes dimensões trazendo pacotes menores no interior, para manter o produto conservado. No Nordeste, onde há um consumo muito alto de biscoitos, vemos esses pacotões. Eles permitem um desembolso menor por mais volume, um maior benefício de custo. Além disso, vejo uma tendência de uso de embalagens que ficam em pé, de pouches que permitem uma exposição verticalizada. Isso é um movimento que ocorre não é de hoje em produtos importados. As embalagens plásticas flexíveis predominam no mercado brasileiro de biscoitos. Não há espaço para usos mais expressivos de outras soluções, como

recipientes plásticos, cartuchos de papel cartão ou até mesmo latas? A embalagem representa de 20% a 30% do custo do produto. Acredito que opções como essas mencionadas na pergunta elevariam demais o custo, porque sairiam um pouco daquilo que o mercado está acostumado. Se uma migração de embalagem resultar em um salto de 7 reais o quilo para, digamos, 15 reais ou 20 reais o quilo, a coisa sai muito da linha. Queremos adotar embalagens melhores, mais nobres, mas também temos de ter pés no chão. Como falei, é notório que existe uma procura maior por produtos mais requintados, mas não podemos voar muito alto. O consumidor brasileiro não está acostumado a pagar muito mais caro por nosso produto. Mas, claro, outras estratégias podem valer para os produtos vendidos para fora. O setor de biscoitos enfrenta dificuldades no relacionamento com o mercado

A indústria de biscoitos no Brasil 1,25 milhão de toneladas foi a produção total registrada em 2012

2,5% foi o crescimento da produção em relação ao ano de 2011 6,18 quilos é o consumo anual per capita de biscoitos no Brasil Porções individuais e embalagens que ficam em pé: tendências em alta no mercado nacional

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Fonte: Anib | maio de 2013

7,02 bilhões de reais foi o faturamento do setor no mesmo período


fornecedor de embalagens? Diria que a indústria de embalagens tem atendido o setor de maneira satisfatória. A relação melhorou muito. Há vinte, trinta anos, era comum a insatisfação com os fornecedores. Em boa parte por isso, a indústria de minha família (Piraquê) montou uma gráfica interna, porque no passado não nos contentávamos com a qualidade das embalagens oferecidas no mercado. Atualmente, no entanto, os fornecedores estão muito bem. Investiram em máquinas moderníssimas. Considero que estamos bem servidos nesse aspecto. De nossa parte, posso afirmar que o setor acredita firmemente que uma embalagem melhor, uma apresentação mais bonita, influencia muito a decisão de compra pelo consumidor. Custos altos para investir em pesquisa e atualização fabril; carga tributária e burocracia; e falta de mão de obra especializada. Destes, qual o senhor apontaria como maior entrave para a inovação no setor de biscoitos? Essa é uma pergunta difícil… Mas acho que a carga tributária talvez seja o maior calcanhar-de-aquiles para o nosso crescimento. Não só em termos de inovação e tecnologia, mas para o crescimento de nossa indústria como um todo. Ainda é forte no País a ideia de que biscoitos são guloseimas de baixo valor nutricional, produtos que pouco ou nada contribuem para uma boa alimentação. O que tem sido feito para mudar esse conceito? Muita coisa. Recrutamos a consultoria do nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg, que é uma sumidade no campo de nutrição, para mapearmos nossos produtos e identificarmos os pontos em que podemos melhorar em qualidade, em composição dos produtos. A legislação brasileira sobre alimentos e a atuação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) são bastante rígidas. Existem movimentos fortes contra a gordura trans, contra o sódio, em breve ganhará corpo uma ação contra o exagero no açúcar… Acompanhamos estudos da comunidade científica e

participamos de congressos de nutrição para melhorarmos nossos produtos e informarmos melhor ao consumidor sobre os níveis adequados de consumo de nossos produtos. Nós, como fabricantes, somos os últimos a querer que nosso consumidor coma biscoitos hoje e não possa mais fazê-lo daqui a quinze anos. A oferta crescente de biscoitos que prometem benefícios à saúde seria reflexo

desse compromisso? É uma tendência forte. Produtos funcionais estão em alta. Mas, sinceramente, penso que não podemos nos aferrar somente à questão funcional, racional. Além de um produto para o desjejum, para substituir um pão no café da manhã, o biscoito é também um produto para consumo num momento de prazer, de indulgência. O lado nutritivo é importante, sem dúvida. Mas o fundamental do biscoito é ser gostoso.




prêmio

Longevidade com credibilidade Chegada aos 25 anos reflete o sucesso de prêmio de embalagem promovido pela DuPont Por Guilherme Kamio, de Wilmington*

Honrarias de empresas para setores de interesse tendem a ser vistas com um pé-atrás, por muitas vezes resumirem-se a afagos estratégicos. Essa desconfiança parece não afetar o DuPont Awards for Packaging Innovation, prêmio mundial de embalagem concedido pela DuPont. É inegável que o status da patrona, de numerosas contribuições no campo da ciência e tecnologia nos últimos duzentos anos, ajuda a dar crédito à iniciativa. Mas, sem critério ou seriedade de condução, ela dificilmente chegaria ao seu 25º aniversário, comemorado este ano. O jubileu de prata foi um componente especial das confraternizações preparadas para o desfecho da edição de 2013 do DuPont Awards. Retrospectivas foram apresentadas em um encontro vespertino, em que participantes dos projetos concorrentes puderam trocar ideias, e no jantar em que os vencedores foram anunciados. Ambos os eventos ocorreram em 16 de maio último no Hotel DuPont, estabelecimento centenário criado pela família fundadora da DuPont e situado no mesmo edifício que abriga em Wilmington, capital de Delaware, a matriz da companhia química americana. Em paralelo à competição de projetos recentes, a DuPont entregou distinções às campeãs históricas de seu prêmio, entre fornecedoras e usuárias de embalagens – por ordem, Bemis, Procter & Gamble, Kraft, Amcor, Cryovac, Heinz, Printpack, Graham Packaging, Multivac, Tetra Pak, ConAgra e Nestlé. Anunciou, também, os resultados de uma enquete on-line dedicada a apontar a principal inovação em embalagem dos

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Convidados analisam projetos e trocam ideias numa das confraternizações do prêmio

últimos 25 anos, a partir de uma lista de seis candidatas. A mais votada foi o atributo de resselagem de embalagens flexíveis (ver gráfico). Diferentemente das duas edições anteriores do prêmio, nesta não houve projetos brasileiros entre os vencedores, apesar de onze inscrições locais. Pela terceira vez consecutiva, porém, um brasileiro integrou o júri da competição. Antonio Carlos Dantas Cabral, professor e coordenador do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem do Instituto Mauá de Tecnologia, foi um dos dez apreciadores dos cases deste ano. Aparecido Borghi, gerente de desenvolvimento de embalagens do Grupo Pão de Açúcar, e Álvaro Azanha, diretor de tecnologia da Sadia (BRF), tiveram o mesmo privilégio em 2012 e 2011, respectivamente.

Conheça, a seguir, os mais novos vencedores do DuPont Awards for Packaging Innovation. * O jornalista viajou a convite da DuPont.

Qual o avanço mais significativo dos últimos 25 anos? 13%

7% 27%

14% 18%

Resselagem de flexíveis Uso de material reciclado Envase a quente

21%

Revolução do micro-ondas Envase asséptico/retort Atmosfera modificada

fonte: dupont | maio 2013 – enquete online com 300 participantes


CATEGORIA: DIAMANTE

Medicamentos em engradados pi 3 (Reino Unido); ColaLife (Reino Unido); Amcor Flexibles (EUA); Charpack (Reino Unido) Na África Subsaariana, medicamentos são recursos escassos. Quinze por cento da mortalidade de crianças de até cinco anos naquela região são atribuídos à diarreia, uma doença facilmente tratável. A ColaLife, organização sem fins lucrativos sediada no Reino Unido, teve a ideia de aproveitar a rede de distribuição da Coca-Cola para abastecer aldeias remotas com um kit antidiarreia. Chamado AidPod, o kit é acondicionado em uma embalagem especial criada pela agência pi 3: um recipiente termoformado selado com um filme-tampa de alta resistência. Seu formato permite o encaixe nos espaços vazios em torno das garrafas nos engradados de Coca-Cola. O próprio recipiente funciona como vasilha para a mistura do medicamento com água e o consumo do preparado.

Medicamentos são acomodados em espaços vazios de engradados de Coca-Cola


CATEGORIA: OURO

Do inkjet para caixas de papelão BCM Inks (EUA); Close the Loop (EUA)

CATEGORIA: OURO

Lâminas mais acessíveis P&G (EUA); Placon (EUA); EcoStar (EUA); Control Group (EUA) Ante as crescentes reclamações de consumidores contra a dificuldade de abrir certas embalagens, a P&G trabalhou junto com a Placon para criar um blister com mecanismo de abertura fácil para o aparelho de depilação Gillette Venus & Olay. O sistema easy open baseia-se em picotes na chapa do blister e no contrarrótulo autodesivo – aplicado sobre uma cavidade que, por meio da inserção de um dedo, garante o movimento basculante exigido para a abertura da embalagem. O compartimento interno termoformado, produzido com mais de 50% de PET reciclado, mantém os componentes do produto organizados em nichos de dimensões variadas e em planos diferentes.

A americana BCM Inks se associou à empresa de recuperação de materiais Close the Loop para criar um novo sistema de reciclagem de cartuchos usados para impressoras a jato de tinta. O plástico é reprocessado e a tinta residual dos cartuchos é recolhida e utilizada na produção de uma nova tinta à base de água chamada PCR Black, utilizada para a impressão flexográfica de embalagens de papelão ondulado. Um tambor de PCR Black evita que aproximadamente 200 000 cartuchos de tinta sejam enviados para aterros sanitários. O processo é capaz de recuperar cerca de 30 milhões de cartuchos por ano.

CATEGORIA: OURO

Até a última gota Clorox (EUA); Alpla (EUA); Graham Packaging (EUA); Guala Dispensing (EUA) Nome importante do mercado americano de produtos de limpeza doméstica, a Clorox Company redesenhou seus frascos para agregar a eles a tecnologia Smart Tube. Um gatilho spray especial permite aproveitamento total do conteúdo sem a necessidade de inclinar ou agitar os recipientes. Com o esvaziamento completo das embalagens pelos consumidores, a Clorox estima reduzir o desperdício de suas fórmulas em cerca de 300 000 litros por ano.

CATEGORIA: OURO

Salada mais “verde” Coop Cooperative (Suíça); Awtec (Suíça) Recipientes com saladas prontas para consumo oferecem conveniência ao consumidor, mas acarretam maior volume de resíduos. Preocupada com isso, a Coop decidiu redesenhar a embalagem de suas saladas, concentrando-se nos aspectos de sustentabilidade, conveniência e economia. A transição do formato redondo para o quadrado assegurou uma redução de peso de 30%. A nova embalagem é feita PET reciclado. A atratividade para o consumidor é trabalhada por meio de uma bandeja interna removível, dotada de diversos nichos para diferentes ingredientes das saladas e que se encaixa firmemente ao recipiente como uma tampa, e uma função “shake”, que permite ao consumidor misturar convenientemente a salada com o molho.

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CATEGORIA: PRATA

Solução brilhante Folmex (México); P&G (Panamá, Venezuela) Com auxílio da Folmex, a Procter & Gamble adotou uma nova bolsa plástica para sabão em pó no mercado mexicano. A embalagem, à base de polietileno, apresenta nível de brilho garantido normalmente pelo polipropileno orientado e sistema de abertura fácil. As medidas do invólucro foram reduzidas em 21%, poupando, por ano, o uso de 111 toneladas de material e a emissão de 20 toneladas de CO2 no processo de extrusão dos filmes. A redução das dimensões também ajudou o dono da marca a aumentar a proporção produto-embalagem em 27% e diminuir as emissões de CO2 resultantes do transporte em 22%.


CATEGORIA: PRATA

Especialidade para embutidos Atlantis-Pak Company (Rússia) O iCel, da Atlantis-Pak, é um filme à base de poliamida que promete proporcionar os benefícios dos materiais permeáveis e de barreira utilizados no preparo de embutidos. O material combina a alta permeabilidade à fumaça e ao vapor d’água dos invólucros de celulose com ótimas propriedades mecânicas, mantendo uma estrutura de baixa espessura. Tempos de cozimento e defumação são reduzidos. A alta resistência mecânica e a elasticidade dos invólucros baseados em poliamida permitem que a indústria de processamento de carne use altas velocidades durante o processo de fabricação de salsichas.

CATEGORIA: PRATA

Alívio com aumento de barreira Amcor Flexibles (Alemanha) Embora sejam feitos de laminados com grandes propriedades de barreiras, blisters de alumínio são suscetíveis a ingressos de umidade através das bordas e dos picotes para permitir o destaque de comprimidos. Para contornar esses riscos, a Amcor reduziu o tamanho das cavidades e removeu as linhas de perfuração de sua linha de blisters Formpack. Segundo a empresa, as mudanças elevam a proteção contra a umidade em mais de 40%, ao mesmo tempo diminuindo a quantidade de material consumido em 33%.

CATEGORIA: PRATA

Ineditismo para carnes Clearly Clean Products (EUA); Weis Markets (EUA) A Clearly Clean desenvolveu aquela que afirma ser a primeira embalagem para o acondicionamento de carnes, aves e pescados sob atmosfera modificada capaz de ser reciclada. Feitas de PET reciclado, as bandejas apresentam um revestimento destacável que, quando removido, permite que as embalagens sejam novamente recicladas. As bandejas, utilizadas inicialmente para as vendas na rede Weis Markets, têm alta barreira e podem ser impressas.


CATEGORIA: PRATA

CATEGORIA: PRATA

Laminado abre-fecha

Proteção e segurança

Pepperidge Farm (EUA); Campbell Company (Canadá, EUA); Sonoco Flexibles (Canadá, EUA)

Beacon Converters (EUA); CardioFocus (EUA); Dahl Packaging Associates (EUA)

Com a embalagem do Baked Naturals Cracker Chips, a Pepperidge Farm é a primeira empresa no mundo a utilizar a tecnologia de resselagem Seal Tab. Desenvolvido em parceria com a Sonoco Flexibles, o recurso baseia-se no uso de um adesivo sensível à pressão numa região da camada superficial do laminado, onde se posiciona a parte frontal da embalagem flexível. Isso forma uma grande aba abre-fecha incorporada à embalagem. O Seal Tab não oblitera as mensagens da marca e proporciona um atributo inovador para os consumidores.

CATEGORIA: PRATA

Selagem aprimorada Toyo Aluminum (Japão) Morinaga Milk Industry (Japão) A Toyal Lotus é um novo material da Toyo Aluminum destinado à produção de filmes-tampa para embalagens de iogurtes. Ele traria benefícios produtivos e de percepção de valor para as indústrias usuárias. Na superfície interna dos filmes-tampa, aprimoraria a selagem, oferecendo alto grau de repelência à água. Também evitaria a aderência do conteúdo na superfície interna da tampa, garantindo que ela fique limpa. No Japão, a Morinaga Milk Industry já utiliza o material em suas linhas de iogurtes.

O Heartlight Balloon Catheter Die Cut Tray dá uma amostra de como o setor hospitalar pode ganhar com racionalizações de embalagens. Trata-se de um estojo desenvolvido pela Dahl Packaging Associates e pela Beacon Converters para a CardioFocus acomodar o HeartLight, instrumento para procedimentos de ablação cardíaca por cateterismo. Feito de uma única folha de polietileno de alta densidade (PEAD), o estojo apresenta cinco diferentes elementos (aba para puxar, presilhas tipo mosquetão, abas no estilo de cinto, abas em forma de U e abas em semicírculo) que foram projetados para manter seguras as diferentes partes do instrumento médico durante o transporte e permitir fácil remoção para utilização. O estojo é enviado totalmente plano para montagem posterior, permitindo maior eficiência no transporte. Quarenta estojos vazios ocupam o espaço de um único estojo antes utilizado.

CATEGORIA: PRATA

Efeito multissensorial Trexel (EUA); Paccor (Alemanha); Britton Decorative (França); Unilever (Europa) Na Europa, a Unilever adotou uma tecnologia que promete efeitos tridimensionais na decoração do tipo in-mold labeling (IML). O 3D IML consiste numa combinação do in-mold com a tecnologia MuCell, que, por meio de um método especial de aplicação de nitrogênio, permite criar padrões de bolha ou braile nos rótulos, oferecendo ao consumidor uma experiência multissensorial. As partes ressaltadas são obtidas com o uso de uma máscara seletiva, que cria regiões sem aderência nos rótulos para a expansão por meio do gás.

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CATEGORIA: PRATA

Proposta jovem Campbell’s Soup Company (EUA); C&K Propack (Coreia) CATEGORIA: PRATA

Evolução sem ruptura Heinz (EUA); Graham Packaging (EUA); Aptar (EUA) A Heinz introduziu no mercado americano um novo modelo de frasco plástico para seu famoso ketchup. O design incorpora diversos elementos da clássica embalagem de vidro de 400 gramas, incluindo a geometria do painel do rótulo. Além da manutenção de aspectos estéticos, a nova embalagem garante maior estabilidade durante o envase e apresenta maior propriedade de compressão (squeezability), voltando rapidamente ao formato original após ser deformada para expulsar o conteúdo. O novo frasco é 20% mais leve do que o antecessor.

Para atrair consumidores mais jovens, da chamada geração Y, a Campbell’s criou a linha Campbell’s Go de sopas acondicionadas em stand-up pouches (bolsas plásticas que ficam em pé). Além de sobressair em relação a outras sopas nas gôndolas dos supermercados, por repousar na posição vertical, a embalagem oferece comodidade por suportar aquecimento direto no forno de micro-ondas.



Higiene pessoal

Baratos e menores Natura torna stand-up pouch, normalmente utilizado como refil, embalagem principal de nova linha de produtos populares

Formato de gota e tampa flip-top dariam caráter inédito á bolsa plástica

Para ampliar sua base de consumidores, a Natura apresentou em maio último uma nova linha de produtos para cuidados pessoais, denominada Sou. Com preços menores do que itens similares do portfólio da empresa, os novos artigos – 27, no total – são acondicionados em embalagens brandidas como inéditas no mundo. São stand-up pouches (bolsas plásticas que ficam em pé) de 200 mililitros, em formato de gota, selados com tampa flip-top. Todos os invólucros têm tamanho e formato iguais, diferenciando-se apenas pela cor e pelos textos. “O objetivo foi criar uma linha de produtos com baixo impacto ambiental e baixo custo”, explica José Vicente Marino, vice-presidente executivo da Natura. Segundo ele, os recipientes consomem 70% menos plástico em sua produção do que embalagens rígidas com o mesmo volume. “A ideia é 38 | Junho 2013

Maleabilidade garantiria aproveitamento alto do conteúdo da embalagem


dar ao consumidor apenas o essencial”, diz. O filme laminado de PET, nylon e polietileno (PE) chega impresso – em bobinas – à linha de produção, onde é formatado, enchido e fechado, em duas estações form-fill-seal (FFS) da espanhola Volpak. Esse processo, cuja produtividade é de 100 unidades por minuto. proporciona economia de espaço no transporte, observa a gerente de inovação e sustentabilidade Pâmela Maiuolo. “Um rolo com 1 000 embalagens flexíveis ocupa a mesma área no caminhão que apenas 28 frascos vazios”, exemplifica. Nas contas da empresa, isso significou uma redução de 60% nas emissões de gás carbônico. Ressaltando que a adoção de stand-up pouches seria um pioneirismo na categoria de produtos de personal care, Pâmela lembra que “normalmente embalagens flexíveis são utilizadas como refis, não como embalagem principal”. Do ponto de vista do consumidor, os novos pouches são “aliados contra o desperdício”, argumenta José Vicente Marino. “São pequenos e práticos, e por serem flexíveis consegue-se usar o conteúdo até a última gota.” De acordo com o executivo, no planejamento estratégico de 2008 e 2009 a Natura identificou a necessidade tanto de atingir pessoas que já consomem produtos da marca quanto outras que querem consumir,

“mas que, em algumas categorias, não o fazem porque não têm condição financeira”. Pelos cálculos do executivo, esses consumidores não estariam dispostos a pagar 30 reais por um hidratante, mas podem ser estimulados se o preço final estiver ao alcance de seu orçamento. Ele compara: “O hidratante da linha Todo Dia, por exemplo, custa 31,80 reais; o da linha Sou vai custar 10,60 reais. Um tem 400 mililitros, o outro tem 200 mililitros. É mais barato por unidade e também por mililitro”.

De cabeça para baixo, “Sou” se transforma em “Nós”

Para baixar custos, a fórmula dos produtos foi simplificada, com as gorduras animais e minerais tendo sido substituídas em até 80% por componentes vegetais. “Reduzimos os ingredientes para diminuir custos de logística, mas a principal redução se deu no custo da embalagem”, conta Marino. A nova linha começou a ser desenvolvida há três anos e meio, e suas embalagens foram testadas por dez meses em cidades do interior de São Paulo. O logotipo permite uma brincadeira: quando a embalagem é virada de cabeça para baixo, para dispensar o produto, a marca “Sou” se transforma em “Nós”. Em julho próximo, cinco produtos da linha começarão a ser comercializados – dois sabonetes líquidos e três hidratantes. Os demais estarão disponíveis até o final do ano.

Stand-up pouches

Dixie Toga (11) 2928-9200 www.dixietoga.com.br Tampas

Menshen +49 (0) 2721-5180 www.menshen.com Design

Questto Nó Design (11) 3875-5552 www.questtono.com Design

Tátil Design (21) 2111-4200 www.abstratil.com.br equipamento

Volpak (11) 2795-2000 www.volpak.com




ideias

Ela pede licença Comandado pela Dow, projeto “tropicaliza” bolsa plástica dotada de tampa e duas alças

Sob o nome PacXpert, uma bolsa plástica de design sofisticado começa a ser oferecida no mercado nacional como opção a embalagens rígidas e a outros tipos de flexíveis. Trata-se de um pouch cujo topo traz selada uma tampa plástica de rosca, de diâmetro amplo, e que em seu corpo incorpora duas alças, uma na parte superior e outra na base, para facilitar o transporte e o despejo do conteúdo – processo capaz de ser feito por usuários finais com o uso das duas mãos. A novidade é fruto de uma iniciativa liderada pela Dow Brasil. A companhia química adquiriu direitos exclusivos para licenciar na América Latina o uso da embalagem, criada nos Estados Unidos por uma empresa chamada Smart Bottle – e já utilizada no mercado americano pela Kraft Foods, em molhos para saladas direcionados a restaurantes e prestadores de serviços de alimentação (ver EmbalagemMarca nº 155, julho de 2012). “Estamos trazendo uma solução completa, da produção da embalagem até o descarte final”, anuncia Bruno Pereira, gerente de soluções para embalagens da Dow no mercado latino-americano. Diversas empresas participaram da “tropicalização” da embalagem. A Dow desenvolveu um filme plástico específico para a solução, adequado ao parque de máquinas brasileiro. Testes de formatação e desempenho foram conduzidos pela Tradbor, empresa especializada na produção de bolsas plásticas, sob supervisão da Smart Bottle. Um equipamento específico de envase, batizado de PX-Filler, foi projetado pela Modenapak. A mesma empresa criou um dispositivo para limpeza da emba42 | Junho 2013

lagem no pós-consumo, com vistas a criar valor para o PacXpert no mercado de reciclagem.

Em conjunto com a Ibema, a Embalagens Santa Inês e a MWV Rigesa, foram concebidas opções de embalagens celulósicas secundárias para a flexível, para otimizar o transporte ou propiciar apresentações requintadas no ponto de venda. Uma opção de rotulagem foi também desenvolvida em parceria com a Avery Dennison, com o objetivo de tornar o PacXpert viável para pequenos e médios volumes de produção. Todo o projeto teve orientação do Núcleo de Estudos da Embalagem da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), por meio do professor Fabio Mestriner.

A ideia é que o PacXpert seja utilizado para a venda de produtos com volume entre 3 e 20 litros. Segundo Bruno Pereira, a Dow já está em processo avançado de negociação com vários convertedores para sublicenciar a tecnologia. A fabricante de impermeabilizantes Mactra e o Walmart já confirmaram adoções da embalagem, respectivamente em aditivos para argamassa e em rações. Alimentos (molhos, cereais matinais, farináceos, óleos), produtos de limpeza e defensivos agrícolas são outras potenciais aplicações da solução. “A expectativa é fechar 2013 já com produtos nas prateleiras”, afirma o executivo da Dow.

Assista ao vídeo de apresentação do produto: emb.bz/166packxpert

Amostras do PacXpert exibidas pela Dow. No detalhe, uso da Kraft nos EUA mostra função da alça inferior

Avery Dennison (19) 3876-7700 www.averydennison.com.br Dow (11) 5184-8722 www.dow.com Embalagens Santa Inês (11) 3904-0444 santaines.com.urlpreview.net Ibema (41) 3240-7400 www.ibema.com.br Modenapak (11) 2759-8100 www.modenapak.com.br MWV Rigesa (19) 3707-4000 www.rigesa.com.br Tradbor (15) 3459-9900 www.tradbor.com.br



Artigo

Reflexões sobre a gravata Teria a Budweiser se contorcido por nada ou as latas com silhuetas especiais irão moldar o futuro? Por Sterling Anthony*

A indústria de cervejas adotou nos últimos anos rótulos com tintas que mudam de cor para indicar a temperatura, garrafas com gargalo diferenciado e latas com topos especiais, perfuráveis (pinch-top) ou removíveis. Em maio, a Anheuser-Busch (AB Inbev) serviu nos Estados Unidos mais uma rodada de uma suposta inovação em embalagem: uma lata de alumínio acinturada para a cerveja Budweiser. Embora apelidada de “lata gravata borboleta” (bowtie can), a semelhança com a peça de roupa é incidental, sendo a intenção remeter ao logotipo da marca (ver a edição anterior de EmbalagemMarca). Por não fazer alterações na cerveja (ingredientes, sabor, cor etc.), a Budweiser evidencia a crença de que a embalagem inovadora é uma ferramenta estratégica capaz de revigorar a marca. Isso é motivo suficiente para que outras fabricantes de bens de largo consumo, dispostas a ações similares, se interessem em saber mais sobre a novidade. Um ponto de partida natural são as informações tornadas públicas por meio de comunicados de imprensa. Como esperado, esses documentos acentuam aspectos positivos, mas também fornecem material para análise. “A lata mais singular e inovadora” é a qualificação da Budweiser para sua nova cria. Algo é único simplesmente por não ter igual, o que, afinal, a lata bowtie é. Mas seria ela realmente inovadora? Em que função essencial da embalagem residiria a inovação? Eu não a vejo no tocante à proteção, já que

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não há ampliação da vida de prateleira do produto. Nem a vejo no quesito utilidade/conveniência, uma vez que não há indícios de que a lata seja mais fácil de abrir ou de que caiba melhor na geladeira. Alguém poderia argumentar que a lata inova em comunicação, na medida em que comunica o logotipo da marca não só graficamente, mas estruturalmente. Suponhamos que a embalagem seja realmente inovadora. Que objetivo a inovação deve alcançar? Inovação que

Uma empresa deve evitar tornar-se tão enamorada de uma inovação a ponto de tomar como certo que os consumidores serão igualmente arrebatados


não está ligada a uma meta é a inovação pela inovação, um exercício de auto-indulgência. Seja qual for o objetivo, é sempre bom quando ocorre valorização pelo público-alvo. Quais consumidores estão na mira da Budweiser? Bebedores mais jovens, por exemplo? Não importa. A questão é se a forma da lata influencia positivamente a decisão de compra. Um analista que não esteja a par do pensamento da Budweiser pode apenas especular sobre como tal influência seria exercida. Existe um fator “cool” ou aspecto social associado a ser visto segurando uma lata bowtie de Budweiser? Espere... O formato de gravata borboleta fica ao menos evidente quando seguramos a lata?

A discussão ressalta a necessidade de se entrar na psique do consumidor-alvo. Tem sido dito que a inovação não deve ser limitada pela capacidade do consumidor de articular suas necessidades não-atendidas e que as empresas não devem ter receio de arriscar na busca da inovação. Seja como for, essa filosofia não deve ser interpretada como sentença de morte para pesquisas de design de embalagem conduzidas com competência. A Budweiser divulgou que o desenvolvimento da lata bowtie começou em 2010. Considerando-se o produto final, três anos foi um tempo impressionantemente curto, excessivamente longo ou adequado para o processo? Difícil de dizer. O que se pode afirmar é que o tempo de desenvolvimento é um dos principais componentes do speed to market; portanto, cada empresa tem um incentivo para agilizar o caminho desde a concepção até a comercialização. Quanto mais curto o caminho, menos tempo é concedido para que a concorrência fareje o que está em curso, além de se poder começar a

Existe um fator ‘cool’ associado a ser visto segurando a nova lata de Bud? Espere... O formato de gravata borboleta fica ao menos evidente quando seguramos a lata? colher as recompensas financeiras mais rapidamente. Este último ponto não é uma defesa da pressa em detrimento da investigação; na verdade, é um reconhecimento de que vendas, participação de mercado e lucros podem ser perdidos devido a tempo extra evitável despendido em desenvolvimento. A lata gravata-borboleta contém mais alumínio do que a tradicional cilíndrica, mas aliviamento de peso não é a única tendência de sustentabilidade a que a Budweiser parece estar resistindo. Comparado com o processo draw & iron de produção de latas cilíndricas, a lata bowtie é fabricada em um processo mais complexo de dezesseis etapas, consumindo mais energia. Ademais, seu conteúdo é de 335 mililitros, abaixo dos 355 mililitros comportados por uma lata cilíndrica, resultando numa proporção menor de produto por embalagem. Não é sinal de que a Budweiser não se comprometa com a sustentabilidade, afinal as latas de alumínio são recicláveis. É mais sinal de que a sustentabilidade é um ato de malabarismo, com as “bolas” mantidas no ar sendo o planeta, as pessoas e os lucros. É uma realidade que aspirantes a inovadores em embalagem devem ter em mente. A referida redução de conteúdo tem outra dimensão: é uma forma de aumento de preço (assumindo-se que a Budweiser em lata bowtie terá preço por mililitro comparável ao da Budweiser em lata cilíndrica). Nunca se deve pressupor que os consumidores não reconhecerão um aumento de preço de fato. Mais ainda, nunca se deve

pressupor que os consumidores estão dispostos a sacrifícios sem a oferta de incentivo adequado. A Budweiser poupará 20 mililitros de cerveja por lata, multiplicados por oito (a nova lata é vendida em eight-packs), multiplicados por milhões (se não bilhões) de packs – economias capazes de contribuir para o retorno do investimento em despesas feitas não só nas fábricas de latas, mas também nas instalações de enchimento. O retorno sobre o investimento é menos provável se os consumidores entenderem que não estão recebendo valor, no sentido de estarem pagando mais, mas recebendo menos. Uma empresa deve evitar tornar-se tão enamorada de uma inovação a ponto de tomar como certo que os consumidores serão igualmente arrebatados. Se um romance de fato aflorar, não será devido à inovação em si, mas graças à forma como seus atributos se traduzem em benefícios para os consumidores. Dito isso tudo, só a administração da Budweiser sabe tudo o que pesou na decisão de lançar a lata gravata borboleta. Embora não tenha sido o objetivo deste artigo especular sobre a sabedoria do lançamento da Budweiser, eu respeito os direitos de outros que desejem fazê-lo. Só o tempo dirá quem foi mais wiser (sábia): a crítica ou a Bud. *Sterling Anthony é consultor especializado no uso estratégico de marketing, logística e embalagem. Seu site: www.pkgconsultant.com

Copyright 2012 Summit Media Group, Inc. Todos os direitos reservados. Este artigo de Packaging World (www.packworld.com) é reproduzido sob permissão do Summit Media Group, Inc. Packaging World é uma marca registrada do Summit Media Group, Inc.

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evento

Oportunidades na mão Avanço de smartphones e tablets abre novas frentes de comunicação, e embalagens podem representar gatilho poderoso para iniciar a interação com o consumidor

Cerca de 82 milhões de brasileiros com mais de doze anos têm, hoje, acesso à internet. Desses, 43 milhões usam dispositivos móveis, e quase todos participam de ao menos uma rede social, onde compartilham experiências e opiniões com os amigos. Três em cada dez consumidores usam seus smartphones no ponto de venda para comparar preços e coletar informações sobre produtos, levando-os eventualmente a desistir da compra naquele momento para realizá-la em outra loja, física ou virtual.

36% dos consumidores usam dispositivos móveis pouco antes ou durante uma compra. 5% participam de ao menos uma rede social. Menos de 1% acessam QR Codes

fotos: andré godoy

Marcelo Bazán

Seminário sobre mobile marketing na GS1 Brasil teve forte presença de público

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Esse foi o cenário retratado no seminário “A embalagem na estratégia de mobile marketing”, realizado no dia 14 de junho na sede da GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação), em São Paulo, com organização do Ciclo de Conhecimento, braço de eventos da revista EmbalagemMarca. Aos cerca de 100 profissionais presentes, os palestrantes mostraram como a conectividade está afetando a maneira com que as pessoas se relacionam com as marcas e realizam compras, e trouxeram insights sobre o manancial de oportunidades que essas mudanças de comportamento trazem para o setor de embalagens. Marcelo Bazán, gerente de planejamento da agência de publicidade F/ Nazca Saatchi & Saatchi, traçou um perfil do internauta mobile brasileiro, com base em dados levantados na 13ª edição da pesquisa F/Radar, apresentada em primeira mão no evento. Ao

Patrocínio

31% dos consumidores levam seus smartphones para comparar preços e se informar sobre os produtos que buscam

APOIO

41% de quem buscou informações sobre produtos ou serviços em smartphones falaram sobre isso a outras pessoas Eduardo Fleury

explicar que as embalagens podem se tornar uma porta relevante de acesso a conteúdos digitais, o publicitário condenou o uso indiscriminado de QR codes, em ações que nem sempre têm relevância para o consumidor. Para ele, o que deve prevalecer é a existência

EmbalagemMarca

ORGANIZAÇÃO


de gatilho digital claro (elemento que estimule o consumidor a agir), a integração com o restante da comunicação e a possibilidade de compartilhamento. Bazán relativizou a importância de se ligar a embalagem ao mundo digital a qualquer custo, pois o consumidor não fica frustrado quando isso não ocorre. Destacou, contudo, que ignorar esse recurso é deixar de aproveitar uma oportunidade. Eduardo Fleury, diretor comercial da PontoMobi, agência especializada em ações de marketing para dispositivos móveis, mostrou exemplos de como as embalagens e os pontos de venda podem ser usados para expandir conteúdo com o uso de diferentes plataformas digitais, como SMS, QR Code e Realidade Aumentada. O executivo destacou que mesmo mecanismos simples, como torpedos, tendem a ser muito eficazes, se bem utilizados, já

que todos os aparelhos celulares recebem mensagens, com taxas de leitura beirando 95%. A mensuração dos resultados e a capacidade de interação imediata com o consumidor estão entre as grandes vantagens de ações desse tipo destacadas por Fleury. Joe Horwood, gerente de pesquisa e comunicação do escritório global da GS1, mostrou o grande impacto que smartphones e tablets estão tendo sobre consumidor e varejo. O profissional destacou a visão da GS1 de que a qualidade dos dados ao longo de toda a cadeia de distribuição é vital para que a experiência de consumo seja positiva. O objetivo da entidade é que brand-owners compartilhem informações sobre seus produtos com provedores de aplicativos, a fim de que estes possam transferi-las aos consumidores no momento oportuno, independentemente de como ou onde isso ocorrer.

579 minutos, em média, foi o tempo que o brasileiro passou em redes sociais em dezembro de 2012. A média mundial no mesmo período foi de 328,3 minutos Depois de pesquisarem em seus smartphones, 45% dos consumidores compram pelo computador, e 30% compram off-line Joe Horwood


artigo

Cumplicidade autodestrutiva Até que ponto as economias da Europa, dos Estados Unidos, do Japão, do Brasil e dos demais emergentes resistirão à desindustrialização? Por Antoninho Marmo Trevisan*

Um competente

executivo que conheço foi enviado por sua empresa a um país asiático, com a missão de estudar a possibilidade de passar a fabricar lá um dos itens de sua linha de produtos industriais. Na capital, foi recebido com pompa e mordomia pelo candidato a fornecedor, com direito a hotel seis estrelas, restaurantes gourmet, passeios turísticos e carro de luxo com motorista à disposição 24 horas. Na programação intensa, interrompida apenas para explanações sobre o baixíssimo custo da produção e as facilidades da exportação ao Brasil, o profissional sentiu acentuada resistência à sua solicitação de conhecer a fábrica. Porém, ante sua insistência, acabou sendo atendido. Tudo muito diferente do que conhecia em nosso País e em outras nações. Dentre outros detalhes que lhe causaram negativa surpresa, estava o fato de os operários fazerem suas refeições na própria linha de montagem, intercalando mastigação e colocação de parafusos. No lado externo, a fumaça densa e negra denunciava a irresponsabilidade ambiental. O executivo voltou ao Brasil e recomendou que sua empresa não terceirizasse a produção com a fábrica asiática… Essa história merece reflexão: será que vale a pena a prática, adotada por crescente número de empresas brasileiras e de outros países, de produzir bens de consumo ou comprar insumos em nações cujos diferenciais competitivos são a poluição ambiental e salários e condições de trabalho que resvalam na indignidade? Não bastasse a questão ética, há uma razão matemática importante a ser considerada: até que ponto as economias da Europa, dos

© Maksym Yemelyanov | Dreamstime

Estados Unidos, do Japão, do Brasil e dos demais emergentes resistirão à desindustrialização? Há um limite para o remanejamento de trabalhadores da indústria para outros setores de atividade. A partir daí, o desemprego cresce e a recessão ameaça. Não tardará para que os produtos fabricados com custo mais baixo na Ásia não tenham mais consumidores no Ocidente e no Japão. Em certa medida, já é o que acontece nos Estados Unidos, onde, na alta prosperidade da Era Clinton, nos anos 90, transferiu-se numerosa parcela da produção industrial para outros países. Não seria esta uma das presentes dificuldades de os norte-americanos vencerem a crise mundial desencadeada em 2008? Barack Obama parece achar que sim…

É óbvio que o “custo Brasil”, nossa burocracia, a propalada insegurança jurídica e deficiências de infraestrutura reduzem a competitividade da indústria. Porém, é prudente perguntar se entre as causas da desindustrialização em curso no País não se inclui a exagerada e espontânea procura de nossas empresas pelos fornecedores baratos de algumas nações asiáticas, numa cum-

plicidade autodestrutiva. É legítimo buscar o menor custo. É a lógica do capitalismo. No entanto, se matarmos o mercado pelo alto desemprego industrial, não haverá mais lucro, pois faltarão compradores. Assim, outro conceito capitalista deve ser considerado: o ganho em escala, com crescimento sustentado da produção. Por isso, ao mesmo tempo em que se recorre ao governo para pedir, com justiça e pertinência, desoneração da folha de pagamentos, reduções tributárias, menos juros e proteção alfandegária, também é preciso adotar atitude em favor da economia brasileira. Cada produto final ou insumo comprado em países que concorrem sem ética no comércio exterior conspira contra a sobrevivência da indústria nacional. Em tempo: o executivo personagem deste artigo foi promovido e sua indústria continua produzindo no Brasil! *Antoninho Marmo Trevisan é o presidente da Trevisan Escola de Negócios, membro do Conselho Superior do MBC (Movimento Brasil Competitivo) e do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República) Junho 2013 |

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Lácteos

A primeira em vidro Danubio ousa ao preterir o plástico em nova linha de iogurtes

Na Europa, é comum encontrar nos supermercados iogurtes tanto em recipientes plásticos, como ocorre no Brasil, quanto em embalagens de vidro, empregadas principalmente em produtos com apelo premium. Esse segundo artifício de apresentação passa a ser explorado no mercado nacional pela Danubio, joint-venture entre a Vigor (JBS) e a escandinava Arla Foods. A empresa acaba de lançar uma linha de iogurtes sem lactose obtidos localmente e acondicionados em potes de vidro com capacidade para 110 gramas. A novidade está disponível nos sabores morango, phisalys e integral,

e, segundo a fabricante, “inaugura uma nova categoria de iogurtes no País”. “O produto é 100% natural e apresenta consistência mais firme que a dos demais iogurtes existentes no mercado”, afirma Samuel Prado, gerente de marketing da Danubio. Conforme detalha o executivo, os novos matinais têm como alvo as classes A e B, que buscariam produtos mais naturais. Fornecida pela Owens-Illinois do Brasil, a embalagem de vidro foi escolhida, nas palavras de Prado, “por ser feita de um material mais natural que o plástico e capaz de preservar totalmente a integridade e o frescor do alimento”. O

gerente de marketing da Danubio acredita, ainda, que a embalagem transparente “dá mais credibilidade ao produto, já que o consumidor pode ver o que está comprando”. De acordo com a Owens-Illinois, o pote de Danubio é fruto de três anos de estudos. Seria um resultado do Glass Smart, metodologia criada pela vidraria para a geração de novos negócios por meio do mapeamento de oportunidades e da consequente oferta de soluções exclusivas (ver EmbalagemMarca nº 152, abril de 2012). Outros projetos de cunho inovador, como o dos novos iogurtes, podem surgir em breve.

Empresa diz ter escolhido o pote de vidro pela capacidade de conservação do conteúdo e por uma “questão de credibilidade”

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Design

Oz Design (11) 3024-2670 www.ozdesign.com.br Potes

Owens-Illinois do Brasil (11) 2542-8084 www.o-i.com Rótulos

Rhossprint (19) 3936-8383 www.rhossprint.com.br Tampas

Silgan White Cap (11) 5585-0723 silganwhitecap.com.br


Higiene pessoal

Cantoria no chuveiro Embalagens de linha para banho agora têm formato de microfone Uma das principais marcas do mercado brasileiro de produtos de higiene infantil, a Trá Lá Lá Kids, da Phisalia, ganhou embalagens que procuram reforçar sua associação com a musicalidade. Os frascos dos xampus e condicionadores, feitos de PET, têm agora formato de microfone. A aparência é complementada por uma nova tampa flip-top, arredondada, com textura que procura imitar uma “cabeça” de microfone. Comparados aos frascos anteriores da marca, igualmente de PET, os novos apresentam estrutura reforçada. “A embalagem precisa ter rigidez suficiente para passar por dois túneis de calor, um antes e outro depois do envase do produto, a fim de receber o rótulo termoencolhível utilizado em sua decoração”, explica Francis Canterucci, gerente de marketing da Phisalia. Toda a linha de envase e rotulagem dos produtos, desenvolvida pela EPET, teve de passar por ajustes. Os rótulos termoencolhíveis sofreram adaptações de design, para evitar deformações dos desenhos na amoldagem ao formato da nova embalagem. O frasco-microfone é um centímetro mais baixo do que o recipiente substituído, o que, segundo Francis Canterucci, “facilita o envase do produto e melhora a exposição em gôndola”. Os rótulos continuam com o “medidor de banho”, uma área longitudinal transparente que permite ver a quantidade de produto restante na embalagem.

Combinação de frasco e tampa procura reforçar a associação da marca ao universo musical FRASCOS

Engratech (11) 3079-3947 www.grupoengra.com.br

EQUIPAMENTOS

EPET (11) 2076-0021 www.epet.ind.br

DESIGN (ADAPTAÇÃO)

MN Design (11) 2345-6644 www.mndesign.com.br


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Refrigerantes

Bandeira nas latas Pela primeira vez, a Coca-Cola muda a cor da sua tradicional lata. As embalagens ganharam as cores da bandeira do Brasil: verde, azul e amarelo. O verso das latas continua vermelho. A ação faz parte da campanha nacional “Vamos juntos colorir o Brasil”, criada para homenagear o País durante a Copa as Confederações, torneio de futebol que ocorre no território nacional entre os dias 15 e 30 de junho. Embora já tenha lançado edições comemorativas com outras cores, em ações regionais, a Coca-Cola informou que a mudança da cor da lata do refrigerante em âmbito nacional é uma ação inédita. “Até então, o que tínhamos feito eram mudanças dentro da embalagem, mas em setores limitados”, diz Javier Meza, vice-presidente de marketing da Coca-Cola Brasil.

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Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

4 Design gráfico

Basea Comunicação (11) 3889-9930 www.basea.com.br

Rótulos

Guará Embalagens (48) 3478-0366 guaraembalagens.com.br

Rótulo

Mack Color (11) 2095-4499 www.mackcolor.com.br

Design

Giordani Studio (46) 3025-3390 www.giordanistudio.com.br

Tampa

Metalgráfica Rojek (11) 3227-4789 www.rojek.com.br

Tampas

Meplast (11) 4039-4717 www.meplast.com.br

Pote

Owens-Illinois (11) 2542-8000 www.o-i.com

3

1

Design

Cornerstone Strategic Branding (11) 3081-5224 www.cornerstonebranding.com

Farinhas

Cafés

Energéticos

Atomatados

volta ao negócio

quadrilha de cartão 2

De outro mundo 3

Aos pedaços

De olho nas festas juninas, a Melitta criou embalagens especiais para o café Bom Jesus. São nove opções de cartuchos de papel cartão que, no verso, trazem desenhos recortáveis, para a montagem de brinquedos que representam personagens das danças de quadrilha.

Alien é o nome do novo energético da Carba. A bebida faz sua aparição em garrafas de PET de 2 litros e de 440 mililitros, decoradas com um rótulo termoencolhível. Destaca-se, no adereço, a figura estilizada de um alienígena.

Nos sabores Tradicional, Manjericão e Azeitona, o Molho Refogado com Pedaços de Tomate é nova aposta da Conservas Olé. O pote de vidro, exclusivo, contém 340 gramas do produto. O rótulo autoadesivo é posicionado na parte inferior, para dar maior visibilidade ao conteúdo.

1

A Bunge retorna ao mercado de farinhas de trigo para consumo doméstico, do qual se afastara em 2004, com a marca All Day. A volta se apoia em embalagens plásticas flexíveis contendo 500 gramas, 1 quilo e 5 quilos. Os fornecedores das embalagens não foram revelados pela empresa.

Rótulos

Baumgarten (47) 3321-6666 www.baumgarten.com.br Ready www.ready.com.br (31) 3232-8900 Embalagens a vácuo

Cryovac (11) 3833-2830 www.cryovac.com.br

5

Design

Obah Design (31) 3309-3099 www.obahdesign.com.br Cartuchos

Schmidt Embalagens (32) 3229-0300 www.schmidtembalagens.com.br

2 Design

Além dos Outdoors (41) 3029-6627 www.alemdosoutdoors.com.br Embalagens

Brasilgrafica (11) 4133-7777 www.brasilgrafica.com.br

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Carnes 4

Apelo saudável

5

O Frigorífico Saudali renovou as embalagens das linhas Apreciatta e Saudali. O trabalho de redesign incluiu a modernização do logotipo Apreciatta e a adoção de uma nova assinatura para a linha Saudali: “Saudali para você. Saudali para quem você ama”.


Antes . . .

águas de coco

querer remodelado As embalagens cartonadas assépticas de 200 mililitros, 330 mililitros e 1 litro da água de coco Kero Coco, da PepsiCo, exibem novo visual. As caixinhas agora apresentam grafismos mais leves e tipo-

grafia inspirada na escrita manual. Exibem, ainda, o selo “Nova Embalagem, Mesmo Produto”. O azul, associado à marca, continua predominante no novo design, cuja autoria não é revelada pela Pepsico.

caixinhas

Tetra Pak (11) 5501-3200 www.tetrapak.com.br

. . . e depois


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

1 Tampa

America Tampas (11) 2504-7000 www.americatampas.com.br

5

Rótulo

Plasc (48) 2106-9900 www.plasc.com.br

Cartuchos

Brasilgrafica (11) 4133-7777 www.brasilgrafica.com.br Flow-packs

Empax (11) 5693-5400 www.empax.com.br Design

Fly Jabuti (11) 3628-5222 www.flyjabuti.com.br

Águas

Méis

destilados

Lácteos

Agora de litro

como as geleias 2

passaporte menor 3

Fondue para dois

O pote standard de vidro cede a vez a um recipiente exclusivo no mel da Homemade. A embalagem – a mesma adotada para as geleias da marca (ver EM nº 156) – é decorada com rótulo autoadesivo e incorpora, no gargalo, uma alça feita de aço.

Oferecido há cinquenta anos em embalagem de 1 litro, o uísque Passport ganha versão em garrafa de 670 mililitros. Segundo a Pernod Ricard Brasil, fabricante da bebida, a apresentação é dedicada à classe C. A novidade será vendida a 29,90 reais.

Fondue de queijo em stand-up pouch, bolsa plástica que fica em pé. A ideia, encampada pela Tirolez há cerca de um ano com uma embalagem de 600 gramas, recebe nova versão, de 250 gramas. A quantidade seria ideal para servir duas pessoas.

1

Uma garrafa de PET de 1 litro é a nova opção da água mineral natural Crystal. Segundo a Coca-Cola, detentora da marca, o volume é inédito no mercado nacional. A embalagem tem tampa esportiva flip-top, para facilitar o consumo em movimento.

snacks 4

kellogg’s em barras

5

Famosa por seus cereais matinais, a Kellogg’s investe em barras de cereais. Sob as marcas Sucrilhos e Kellness, os produtos surgem em duas opções: a unitária, em flow-pack, e a tripla, com três barrinhas acomodadas em um cartucho de papel cartão.

2 Rótulo

Goldlabel (11) 2955-8337 www.goldlabel.com.br Tampa e alça

Metalgráfica Rojek (11) 4447-7900 www.rojek.com.br Design

Müller & Camacho (11) 3819-4417 www.mullercamacho.com.br Frasco

Nadir Figueiredo (11) 2967-8800 www.nadir.com.br

3 rótulo

Gráfica 43 (47) 3221-1200 www.43sagrafica.com.br Tampa

Guala Closures (11) 4166-2400 www.gualaclosures.com garrafa

Owens-Illinois (11) 2542-8000h www.o-i.com

56 | Junho 2013

4 Design

Benchmark (11) 3057-1222 www.bench.com.br pouch

Scholle (19) 3826-8800 www.scholle.com.br


maquiagem

DESIGN

A10 Design (11) 2344-1010 www.a10.com.br

revisão intensiva Intense, de O Boticário, foi renovada. A marca de maquiagem ganhou novo logotipo e novas embalagens. Os estojos do blush e do pó agora incorporam espelho. Os recipientes da sombra e do corretivo passam a contar com um pincel aplicador. Novidade na linha é o demaquilante,

de fórmula cremosa. Ele é acondicionado em frasco de polietileno com 150 mililitros, decorado por serigrafia e vedado por tampa de rosca, feita de polipropileno. Os itens são vendidos em cartuchos de papel cartão que sobressaem pelo topo irregular, inclinado.

ESTOJOS

Albéa (11) 4723-4726 www.albea-group.com APLICADOR

Cosmogen +33 (1) 4318-1700 www.cosmogen.fr FRASCO

Globalpack (11) 3908-1253 www.globalpack.com.br CARTUCHOS

Gonçalves (11) 4689-4700 www.goncalves.com.br TAMPA

Sigmaplasth (11) 3186-1100 www.sigmaplasth.com.br

Errata Na reportagem “Rápido e prático,” publicada na edição 163 de EmbalagemMarca (março 2013), os créditos sobre os fornecedores das embalagens termoformadas da Arcólor foram publicados com erros. O design estrutural das embalagens foi desenvolvido pela Multivac. O design gráfico dos rótulos é da eba! eba! Multivac (11) 3624-4766 (19) 3251-8818 www.sitedaeba.com.br www.multivac.com

Agosto 2012 |

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Almanaque Logotipo patriótico O símbolo da Pepsi foi vermelho em fundo branco até a década de 1940. Durante a Segunda Guerra Mundial, como forma de mostrar seu patriotismo, a marca recebeu o azul, formando as cores da bandeira dos Estados Unidos. O refrigerante lançou na época uma tampa em edição especial, que trazia o logotipo Pepsi-Cola em cor vermelha, aplicado sobre um fundo vermelho,

branco e azul. Após a guerra, em 1945, o logotipo com as cores foi oficializado e passou a ser utilizado em todos os produtos da empresa. Desde então, o logotipo mudou várias vezes, mas as cores da bandeira continuam. Em 1945, edição especial de tampinhas mostrava nas cores o apelo da marca ao patriotismo

Cinquentona onipresente Mônica, personagem de Mauricio de Sousa que recém completou 50 anos, apareceu pela primeira vez em 3 de março de 1963, em uma tira do Cebolinha, publicada no jornal Folha de S. Paulo, antes de tornar a figura principal da série de quadrinhos. Junto com sua turma, a Mônica está presente em centenas de produtos – desde

frutas até sorvetes, passando por fraldas, hidratantes, xampus, macarrão e comida congelada, entre muitos outros. Alguns itens, entretanto, já são peças de museu. É o caso do chocolate da Mônica e dos refrigerantes, que, além dela, estampavam Cebolinha, Magali e Cascão em latinhas de 350 mililitros e de 237 mililitros.

Picaretagem espacial

Em 1969, quando os astronautas americanos Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin retornaram da bem-sucedida missão da nave Apol lo 11 à Lua, pipocaram lançamentos de produtos, algu ns sérios, outros nem tanto, que pegaram carona no epis ódio. Assim como os pedaços de lua “legítimos” trazidos pelos astronautas, apareceu um creme para pentear cabelos, produzido pelo H. H. Cosmetic Laboratory, com sede nas Filipinas, com a fórmula “desenvolvida pelo s astronautas”. Além da versão normal, com a foto dos três, havia uma edição especial com o nome de Armstron g. Os astronautas nunca aprovaram oficialmente os produtos – nem há notícia de que tenham desenvolvido a fórmula.

Acima, primeira história da turma da mônica. Ao lado e abaixo, refrigerantes e chocolate dos personagens

Na época do VHS O primeiro projeto de embalagens da Speranzini Design chegou ao mercado em 1988, criada por Manlio Speranzini e Maurício Speranzini. As embalagens foram desenvolvidas para produtos que faziam sucesso

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na época: fitas cassete, fitas VHS e compact discs (CDs). A empresa tinha iniciado suas atividades um ano antes, em 14 de maio de 1987, com projetos de sinalização para eventos da Cia. Antarctica Paulista.




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