EmbalagemMarca 167

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Ano XIV • Nº 167 • Julho 2013 • R$ 15,00

o tr Pa

CONFEITOS

Diretor de marketing fala da mudança da Dori Alimentos – e de seus efeitos nas apresentações dos produtos

TECNOLOGIA

Evento internacional aponta tendências e desafios para a impressão digital de rótulos e embalagens



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Nem tudo é o que as manifestações condenam Num retrospecto do que pudemos observar no universo da embalagem, cujo dia-a-dia acompanhamos profissionalmente há mais de três decênios, concluímos que nem tudo está tão mal quanto parece. A cadeia de valor da embalagem, a nosso ver, sintetiza um grande avanço material do País que em nada se compara com o alvo das manifestações de junho, aparentemente longe de acabar. O Brasil é mais do que o poço de coisas ruins que motivou os protestos, e é animador, por menos que estejam claros todos seus objetivos, constatar a existência de um ponto de concordância na maioria das análises a respeito: a paciência do povo parece ter chegado ao fim. Na verdade, a onda de ira trouxe à tona a evidência do cansaço da população brasileira com o estado de atraso das instituições do País e com o oportunismo em proveito próprio por parte dos atores instalados em todas as instâncias de poder. A movimentação com vistas a um freio na mamata geral (e, consequentemente, na moderação da fúria arrecadatória e apropriatória) é, em nosso modesto entendimento, uma rara oportunidade para que o País se ajuste ao muito que já tem de bom e enfim se torne uma terra de igualdade. Tomando-se então em contraponto ao panorama ruim o que se vê na área de embalagem, cabe registrar alguns casos muito concretos de progresso. Bastaria lembrar, por exemplo, que há trinta anos não existiam no Brasil garrafas de bebidas com tampa de rosca. Quando elas começaram a surgir, nos primórdios da década de 1980, eram feitas de alumínio. Só uns poucos anos depois passaram a ser produzidas com plástico. Mesmo assim, só era possível

aplicá-las em recipientes de vidro – basicamente retornáveis nos casos de refrigerantes, água e cerveja. Só bem mais tarde seriam lançadas as hoje onipresentes garrafas de PET one-way para esses e outros produtos. Nem mesmo cerveja era acondicionada em lata, e quando essa embalagem estreou no País, em 1971, foi em formato de três peças (fundo, corpo e tampa), até ceder lugar às hoje predominantes e diversificadas latas de alumínio. Há, enfim, incontáveis inovações para mostrar quanto é mais fácil o consumo do que naqueles tempos. Não se pensava muito no conforto do consumidor, de modo que, em termos de embalagem, não entrava em cogitação o conceito de conveniência, como até hoje parece não ter entrado nas cabeças de nossos homens públicos (salvo as eternas e raras exceções) o respeito ao cidadão, na verdade, contribuinte, para eles. A modernidade chegou, ainda, na generalização do uso de código de barras, um salto de agilização de priscas eras para o futuro. Para concluir, registre-se que até mesmo a noção de reciclagem de resíduos sólidos era quase inexistente. Na verdade, essa é uma prática ainda em vias de consolidação no Brasil no que se refere a embalagens usadas e detritos em geral. Tomamos a liberdade de sugerir que os contribuintes, ao aderirem a tal prática, aproveitem para adotá-la também em relação a quem vai disputar votos em futuras eleições. Até agosto.

WILSON PALHARES

“Em contraponto ao panorama ruim generalizado no País, alvo dos protestos de junho, a área de embalagem registra nos últimos trinta anos muitos exemplos de progresso. Há três decênios, era praticamente ignorado até mesmo o conceito de reciclagem. Conviria estender esta prática à vida pública”

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Edição 167 • Julho 2013

Sumário Reportagem de capa:

Cartonadas

No mercado de caixinhas, aumenta a tendência de ofertas de embalagens cada vez menos parecidas com caixinhas Por Wilson Palhares

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3 Editorial A cadeia de valor da embalagem sintetiza um grande avanço material do País em que nada se compara às manifestações dos últimos meses

6 Food service Unilever faz parceria com lanchonetes e estampa nomes dos estabelecimentos em rótulos de produtos Hellmann’s 8 Logística Silos-bolsa de plástico auxiliam no manejo de safras 10 Painel Garrafa com rolha de cortiça “de rosca” chega

ao mercado europeu • Grupo Boticário instala equipamentos da Optima em nova fábrica na Bahia • Novelprint desenvolve tecnologia para inserção automática de figurinhas em embalagens

14 Leites Cooper aposta no saudosismo do consumidor e lança garrafa de vidro para leite premium 24 Entrevista Jean Carlos Paiva, diretor de marketing da Dori Alimentos, conta como a embalagem está inserida na estratégia de crescimento da empresa

28 Rotulagem Baumgarten apresenta guia de referência em rotulagem para ajudar desenvolvedores de embalagens

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30 Equipamentos HP Indigo realiza evento em Israel com mais de 400 pessoas do mundo inteiro para mostrar viabilidade da impressão digital para embalagens flexíveis e de papel cartão 34 Artigo Serviços de pós-venda de fornecedores de máquinas devem ser aliados para o sucesso de usuários de embalagens Por Marco Nascimento

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36 Display Aurora adota novo modelo de garrafa para

sucos de uva • Dauper lança linha premium de cookies • Camil comemora 50 anos com embalagens retrô • Salera leva atuns para potes de vidro • Josapar amplia linha de preparados para mingau

42 Almanaque Maria, a duquesa que virou biscoito • Cães

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russos que foram ao espaço estamparam embalagens de produtos • Na Copa de 78, craques foram parar nas tampinhas • Frigorífico apostava em carne enlatada

Empresas que anunciam nesta edição Adecol................................................ 17 Baumgarten............................ 32 e 33 Catuaí Print.........................................11 Cerviflan.............................................35 Congraf................................................ 5 Emibra................................................ 31

Evertis................................................... 7 Grandes Cases....................... 22 e 23 GS1...................................................... 15 Ibema..................................................29 Indexflex................................... 3ª capa Krones................................................ 27

MLC.....................................................39 Moltec................................................ 41 Novelprint.......................................... 13 Pack Expo.......................................... 21 PE Latina............................................ 19 Prakolar................................................ 9

Diretor de redação: Wilson Palhares | palhares@embalagemmarca.com.br • Editor executivo: Guilherme Kamio | guma@embalagemmarca.com.br • Redação: Flávio Palhares | flavio@embalagemmarca.com.br • Comercial: Karin Trojan | karin@embalagemmarca.com.br • Wagner Ferreira | wagner@embalagemmarca. com.br • Gerente comercial: Roberto Inson | roberto@embalagemmarca.com.br • Diretor de arte: Carlos Gustavo Curado | carlos@embalagemmarca.com.br • Administração: Eunice Fruet | eunice@embalagemmarca.com.br • Marcos Palhares | marcos@embalagemmarca.com.br • Eventos: Marcella Freitas | marcella@embalagemmarca.com.br • Circulação e assinaturas (assinatura anual R$ 150): assinaturas@embalagemmarca.com.br

SIG.............................................4ª capa Silgan White Cap.............................25 Simbios............................................... 41 Tetra Pak.................................. 2ª capa

Publicação mensal da Bloco Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 04718-040 • São Paulo, SP (11) 5181-6533 www.embalagemmarca.com.br

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food service

Parcerias em molhos

foto: carlos curado

Ketchup e mostarda Hellmann’s exibem, nas embalagens, marcas de lanchonetes que os oferecem a seus frequentadores

Para garantir

fidelidade em um canal importante de experimentação de seus produtos, fortalecendo sua imagem perante o mercado e o grande público, a Unilever iniciou uma ação de trade marketing inédita em sua história: o fornecimento, a restaurantes e lanchonetes, de molhos acondicionados em embalagens personalizadas para os clientes. O projeto baseia-se na venda de ketchup e mostarda Hellmann’s nos mesmos frascos plásticos direcionados ao canal do varejo, porém decorados com rótulos personalizados, que agregam a marca do estabelecimento comprador. Seis renomadas casas de lanches paulistanas já aderiram à ideia: Blooming Burger, Chicohamburger, Frank Phillips, Frevo, Nations Burger e Stop Dog. Adereços especiais foram também criados para o SP Burguer Fest, festival gastronômico realizado durante maio último na capital paulista con-

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tando com a participação de 43 restaurantes e patrocínio de Hellmann’s. Coordenadora de marketing da marca Hellmann’s, Patricia Itabaiana conta que a iniciativa surgiu primordialmente para prestigiar o canal de serviços de alimentação. “A proposta agradou aos clientes, estimulando-nos a prosseguir com ela”, afirma. Segundo a executiva, as ações são regidas por um contrato e não geram ônus (nem descontos) aos estabelecimentos. “É parceria mesmo”, define Patricia.

Os primeiros lotes de embalagens customizadas entregues às lanchonetes giraram na casa de 500 unidades. Para viabilizar produções tão pequenas mantendo-se a qualidade de apresentação industrial, as personalizações alicerçaram-se na impressão de rótulos autoadesivos por meio de sistema digital. A afixação aos frascos foi realizada manualmen-

Adereços personalizados são obtidos por meio da impressão digital

te, sobre os rótulos convencionais dos produtos, pela agência de promoções Cross Networking – responsável pela execução do projeto. Até o fechamento desta edição a empresa não havia identificado as gráficas que confeccionaram os rótulos, conforme pedido da reportagem. Patricia Itabaiana esclarece que, além do processo de decoração, a logística de entrega dos produtos personalizados é terceirizada, não acarretando complicações aos processos de produção regulares da Unilever. Isso justifica o investimento, de valor não revelado, mas seguramente ínfimo para os padrões da empresa, na aproximação com os estabelecimentos de alimentação rápida. “Os benefícios vêm em médio e em longo prazo, mas ainda assim são de extrema importância para o desenvolvimento da categoria”, acredita a coordenadora de marketing de Hellmann’s.



logística

Flexíveis para o campo Silos-bolsa, feitos de plástico, podem auxiliar o manejo das supersafras

Trator com embutidora “envasa” um bag da Pacifil. Solução promete conservar colheita por até dois anos

A agricultura nacional está prestes a bater novo recorde de produção. Segundo previsão divulgada em junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar este ano 185,9 milhões de toneladas, volume 15% maior que o de 2012. Espera-se que a colheita de soja, por exemplo, evolua 23,5% em relação à temporada anterior. O cenário é propício para a difusão de um aparato rural que, como uma embalagem, se dedica a acondicionar e a proteger alimentos: o silo-bolsa, tubo feito de filme plástico para armazenagem de grãos, mas capaz também de acomodar fertilizantes, rações e subprodutos da atividade agroindustrial. Já utilizado em larga escala em países como Estados Unidos, Austrália e Argentina, o silo-bolsa é apontado por fornecedores como alternativa vantajosa aos silos metálicos, que exigem grande imobilização de capital. “A solução de plástico implica baixo investimento 8 | Julho 2013

e é de instalação rápida”, diz Gustavo Borrat Bazzano, diretor comercial da Pacifil, empresa que afirma ser a principal fabricante do produto no mercado brasileiro. “Isso auxilia o agricultor em situações recorrentes durante os períodos de safra como problemas logísticos, baixa de preços e necessidade de segregação de grãos pela qualidade.” Denominado Pacifilbag, o silo-bolsa da Pacifil foi desenvolvido em parceria com a Braskem, fabricante da resina de polietileno utilizada em sua confecção, realizada por coextrusão em tripla camada. O produto é oferecido em três versões – todas com 61 metros de comprimento e diâmetros de 1,50 metro, 1,80 metro e 2,70 metros, com capacidades respectivas para 100 metros cúbicos, 145 metros cúbicos e 330 metros cúbicos. O processo de ensilagem é realizado por meio de uma embutidora, implemento que é acoplado a um trator. A operação retiraria o oxigênio do interior das bolsas, impedindo a

proliferação de insetos e outras pragas. “Uma unidade possibilita armazenar até 180 toneladas de grãos por até 24 meses, sem qualquer risco de degradação da colheita pela exposição a intempéries”, detalha Bazzano. Embora os silos-bolsa não sejam exatamente uma novidade, sendo oferecidos há quase dez anos pela Pacifil, a procura sempre ficou muito aquém da esperada pela empresa. “Até pouco tempo atrás, a demanda não passava de mil unidades por ano”, conta Bazzano. Em 2012, porém, as vendas subiram para quase 40 000 unidades. A alta é atribuída não somente às boas colheitas, mas também a um problema de infraestrutura do País: a escassez de silos convencionais, que gera perdas e diminui a competitividade quando exige o transporte de produtos até locais de armazenagem distantes. “Os bags acabam com o desperdício e com a complicação do frete”, assegura o diretor comercial da Pacifil.



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

VIDRO | FECHAMENTOS

Garrafa com cortiça “de rosca” Na Europa, vidraria e fornecedora de rolhas anunciam o lançamento de embalagem para vinhos que une tradição e praticidade Uma parceria

entre a multinacional americana Owens-Illinois, especializada na produção de embalagens de vidro, e a portuguesa Amorim, empresa que brande a liderança mundial na fabricação de rolhas de cortiça, gerou a Helix. Trata-se de uma nova solução para o acondicionamento de vinhos, baseada numa rolha com ranhuras laterais diagonais que permitem o “rosqueamento” numa garrafa de vidro dotada de desenho similar no lado interno do bocal. A novidade facilitaria a abertura – dispensando abridor, porém mantendo o espocar característico das rolhas – e permitiria a resselagem da embalagem, propiciando conveniência aos consumidores. A Helix será direcionada a vinhos de alto giro, com preço final entre 5 e 10 euros. Segundo as empresas, a nova solução será capaz de “dissipar qualquer dúvida sobre qual é a melhor solução: a rolha ou a tampa de rosca”. A embalagem seria de fácil implantação nos ambientes fabris das vinícolas, exigindo ajustes mínimos nas linhas de engarrafamento. França, Itália, Portugal e Espanha serão os primeiros mercados em que a inovação será oferecida, ainda este ano. Indagada por meio de sua assessoria de imprensa quanto a uma previsão de disponibilidade do conceito no mercado nacional, a Owens-Illinois do Brasil não havia se pronunciado até o encerramento desta edição. emb.bz/167helix

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Ranhuras na rolha e no interior do bocal da garrafa assegurariam abertura com as mãos e fácil resselagem

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br


equipamentos

Aparelhamento em beleza

CELULÓSICAS

Papeis na rede Produtora de papéis e papéis cartão para embalagens, a MD Papéis lançou em junho seu novo site na internet. Desenvolvido pela agência Ingrupo/CHP, o portal traz informações sobre toda a linha de produtos da empresa, apresentando características técnicas e exemplos de aplicação. A MD Papéis também ingressou no Facebook (facebook.com/mdpapeis).

Prosseguindo com um ciclo de aportes em ativos industriais e tecnologia que em 2012 consumiu quase 500 milhões de reais, o Grupo Boticário adquiriu um pacote de novos equipamentos de embalagem junto à Optima, para instalação em sua nova fábrica de Camaçari, na Bahia. A compra consiste de encartuchadoras CMF, montadas na Alemanha, e máquinas de envase/fechamento Moduline produzidas localmente, num trabalho de cooperação entre a Optima do Brasil e sua matriz alemã. Uma das unidades Moduline fará o processamento

www.mdpapeis.com.br

Moduline: uma das aquisições recentes do Grupo Boticário

de cosméticos variados, como loções, xampu, condicionador e desodorante. Outra será dedicada ao envase de perfumes. Segundo a Optima, as máquinas atendem às normas de segurança nacionais, incorporando as exigências da nova NR-12 (norma de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos), e contam com assistência técnica brasileira. O Grupo Boticário também confirmou a encomenda de uma Moduline para sua planta de São José do Pinhais (PR), que passa por renovação. Seu uso se dará numa linha de maquiagem.


Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

PESQUISAS

númeroS

Salto expressivo No final de junho, a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) divulgou os resultados do 9º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, relativo ao ano de 2012. Eis os principais dados obtidos pelo estudo:

12,6% Foi o avanço da reciclagem de PET no País em 2012. O volume processado no ano passado foi de 331 000 toneladas, contra 294 000 toneladas em 2011. Com isso, o Brasil atingiu um índice de reciclagem de 59% – maior que o dos Estados Unidos e o da Europa.

18,3% Foi a participação da produção de embalagens entre os destinos do PET reciclado em 2012. O maior consumidor do material foi o setor têxtil (38,2%), seguido pela fabricação de resinas insaturadas e alquídicas (23,9%). Laminados e chapas (6,4%), fitas de arquear (5,5%) e tubos (1,5%) completaram o grupo das principais aplicações.

30% Foi o nível de ociosidade registrado em alguns períodos do ano passado pelas empresas recicladoras. Segundo a Abipet, maiores investimentos dos municípios brasileiros em coleta seletiva minimizariam a demanda reprimida.

Acréscimo de tarimba francesa A Enfoque, empresa brasileira especializada em pesquisa de marketing, anunciou a criação de uma joint venture com a francesa Stratégir, especializada em pesquisa e desenvolvimento de produtos, aromas, embalagens e pontos de venda. A união visa à oferta em toda a América Latina, a partir do Brasil, de metodologias de investigação que a parceira europeia afirma dominar, como a simulação de oferta de pro-

GENTE

Mudanças na Henkel A Henkel anunciou mudanças em seus quadros para o Mercosul. A presidência na região foi assumida pelo americano Jerry Perkins (foto à esq.). Desde 1992 na Henkel, o executivo substitui o argentino Julio Muñoz Kampff, que se aposentou após quase trinta anos de dedicação à companhia. Já a vice-presidência no Mercosul da unidade Adhesive Technologies, que compreende soluções em adesivos industriais para embalagens, passa a ser ocupada pelo português Antonio do Vale (à dir.). Há 28 anos na Henkel, o profissional já comandou as vendas de adesivos para embalagens flexíveis na América Latina e foi gerente de marketing global para adesivos industriais da mesma empresa.

FECHAMENTOS

Vedação com apelo de nobreza Referência em tampas de aço para recipientes de vidro, a Silgan White Cap quer difundir o uso de suas soluções junto a fabricantes de cosméticos e itens de higiene pessoal. Com essa intenção, a empresa exibiu possibilidades de trabalho durante a Fispal Tecnologia, feira de negócios realizada no final de junho em São Paulo. A iniciativa baseou-se em embalagens-conceito criadas em parceria com a Wheaton, vidraria de destacada atuação no fornecimento

Exemplos de uso da tampa de aço em potes de cosméticos

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dutos em ambientes de venda com tamanho real. “Procuramos sempre descobrir meios de melhorar produtos tanto para o shopper quanto para a indústria”, disse a EmbalagemMarca Luc Milbergue, diretor geral da Stratégir. Em 27 anos de atividades, a empresa francesa já teria participado de mais de 2 500 projetos de bens de consumo. Entre seus principais clientes estão L’Oréal, Nestlé, Mondelez e Danone.

de recipientes para produtos de beleza. Foram apresentados potes vedados com a tampa Deep Twist Off, modelo dotado de lateral mais alta e mais ampla, já utilizado no Brasil nas embalagens de conservas e antepastos da marca La Pianezza. “Além de garantir a conservação para as fórmulas, o fechamento de aço pode garantir um complemento de apelo premium para os cosméticos”, afirma Eliane Romero, gerente comercial da Silgan White Cap.


BRANDING

Injeção de novidade A Costaplastic, produtora de embalagens plásticas injetadas com pouco mais de quinze anos no mercado, adotou nova identidade: Costapacking. De acordo com o sócio-diretor Rodrigo Gomes da Costa, o novo nome surge para refletir um novo posicionamento da empresa, marcado pelo desenvolvimento de novas políticas comercial, industrial e de qualidade. “É uma evolução natural”, diz o executivo. Sediada em Pirassununga (SP), numa fábrica de 20 000 metros quadrados que abriga quarenta injetoras, a Costapacking produz tampas diversas e recipientes como copos e potes de parede fina. Entre seus principais clientes estão Colgate Palmolive, Cia. Muller de Bebidas (Caninha 51), J&J, Bombril e Hypermarcas.

PROMOÇÕES

Solução para as ações com figurinhas Desenvolvida pela Novelprint, uma tecnologia de inserção automática de figurinhas ou cards no interior de embalagens promete facilitar as promoções on-pack. A solução baseia-se em um material autoadesivo específico e num sistema de aplicação por meio de rotuladoras convencionais, sobre o qual a empresa evita dar detalhes. “Normalmente, operações do gênero são manuais, o que traz riscos de problemas sanitários”, ressalta a empresa. As figurinhas são fornecidas em rolos e a velocidade de aplicação atinge até 30 metros lineares por minuto, atendendo o rendimento das linhas de produção nacionais. Segundo a Novelprint, o recurso atende a todos os princípios de boas práticas de fabricação (GMP) e é uma exclusividade, protegida desde maio último por patente de âmbito nacional. A empresa solicitara a proteção intelectual há dez anos, período em que a oferta da solução ficou suspensa.

Aplicação automática é feita com rotuladoras convencionais, a partir de bobinas

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Leites

O retorno de um ícone

Leite em garrafa de vidro. Para os mais nostálgicos, essa solução, habitual no Brasil até a década de 1970, nunca deveria ter saído do mercado. Mas os vasilhames feitos desse que é um dos mais tradicionais materiais de embalagem foram substituídos, ao longo dos anos, pelas embalagens plásticas flexíveis (“barrigas moles”) e pelas cartonadas, que hoje personificam 85% dos leites nacionais. Decidida a resgatar a tradição do que foi um ícone de consumo, a Cooper, cooperativa de laticínios de São José dos Campos (SP), acaba de lançar um leite de apelo premium em recipiente de vidro de 1 litro. Ao contrário do leite longa-vida, o produto da Cooper não é UHT (ultrapasteurizado). O alimento passa por um processo de pasteurização que exige distribuição refrigerada, entre 20 e 5o Celsius, e consumo em até cinco dias após o enchimento. A pasteurização é complementa-

da por um sistema de fechamento a vácuo. Essa combinação, nas palavras do presidente da Cooper, Benedito Vieira Pereira, “reduz os microorganismos presentes no leite e mantém suas propriedades organolépticas – aquelas que podem ser percebidas pelos consumidores, como a cor, o sabor, a textura e o odor”. A tampa, desenvolvida pela Silgan White Cap, é inédita para a categoria no mercado nacional. Baseada em sistema de rosca, ela oferece a possibilidade de fechar a garrafa após a abertura, permitindo o consumo paulatino do leite. Desenvolvida pela Owens-Illinois do Brasil, a garrafa também apresenta design dedicado a favorecer a praticidade. A silhueta anatômica procura garantir firmeza no manuseio, e um anel de vidro, situado abaixo da tampa, evita que a garrafa escorregue. O projeto foi elaborado com o objetivo de que as embalagens fossem retor-

Projetada para possível uso com retorno, a nova garrafa de vidro para leite é por enquanto descartável, e a renda obtida com cacos reverte para a APAE de São José dos Campos. No manuseio, um anel sob a tampa impede que a garrafa escorregue das mãos do consumidor

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fotos: carlos curado

Cooper aposta no saudosismo do consumidor e adota garrafa de vidro para leite premium


náveis – daí a decoração das garrafas ser feita com serigrafia, que resiste ao tempo, às idas e vindas e à higienização. Mas isso ainda depende do aumento do volume. Por enquanto, os recipientes são one-way (descartáveis), e a renda obtida com os cacos encaminhados para a reciclagem é destinada à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São José dos Campos. “Como a embalagem do produto é 100% reciclável, toda a renda adquirida com a reciclagem das garrafas será revertida à entidade”, diz Pereira.

A Cooper e a Owens-Illinois do Brasil fizeram diversas pesquisas de mercado, que teriam apontado receptividade positiva do consumidor ao leite em embalagem de vidro. “Muitos consumidores consultados destacaram a memória afetiva que os remete aos ‘Anos Dourados’, quando o produto era acondicionado em vidro”, relata Luiz

Fernando Magalhães, diretor de marketing e vendas da vidraria. “Além disso, os testes comprovam que o leite em vidro convida à experimentação, pois a transparência da embalagem demonstra a sua qualidade.” A cooperativa de laticínios conta com um serviço de entrega domiciliar, que atende diariamente cerca de 12 000 famílias na região do Vale do Paraíba. Distribuidores estão sendo definidos para fazer a entrega na casa do consumidor na capital paulista. O Leite Cooper Premium também será comercializado nos supermercados, padarias, bares e cozinhas industriais de 22 municípios atendidos pela empresa no Vale do Paraíba, na Serra da Mantiqueira, na Grande São Paulo e no Sul de Minas.

GARRAFA

Owens-Illinois (11) 2542-8000 www.o-i.com

TAMPA

Silgan White Cap (11) 5585-0723 www.silganwhitecap.com.br

Paulista também disponível em PET A Danone passou a acondicionar o leite longa vida Paulista em garrafas de PET asséptico. O envase é terceirizado, feito pela Agropecuária Tuiuti na linha dos leites Shefa – disponíveis em PET desde o início de 2012. A embalagem, inclusive, é a mesma, produzida in-house na fábrica da Shefa pela Logoplaste. A diferença está apenas nos rótulos e nas tampas, que têm a marca da Paulista.

Logoplaste (11) 2132-0400 www.logoplaste.com

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reportagem de capa

Projeção fora da caixa No mercado de caixinhas, acentua-se a tendência da oferta de embalagens menos e menos parecidas a caixinhas Por Wilson Palhares

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extremamente simples, singelo mesmo, mas ao mesmo tempo cômodo em termos de processamento e de custo, além de favorável ao transporte e ao armazenamento, a embalagem com formato de tijolo (brick) contribuiu enormemente para o sucesso das cartonadas assépticas. A solução se consolidou no Brasil, onde, em harmonia com seu próprio conceito de longa vida, parece ter futuro garantido – sobretudo no comoditizado mercado de leite, em que seu atributo de permitir a distribuição sob temperatura ambiente evita o uso da cadeia do frio, complicado pelas imensas dimensões do País e por habituais “descuidos” dos varejistas. Apesar disso tudo, fornecedores vêm ampliando a oferta de caixinhas de contornos diferentes, divulgando-as como novas opções para a construção de imagens fortes de produtos. A ideia de “pensar fora da caixa”, no sentido de fugir ao convencional, define bem essa tendência. Atentas às possibilidades latentes no próprio segmento do leite e em outros, e às voltas com expectativas do consumidor quanto à conveniência e a inovações, há alguns anos as duas fornecedoras locais de sistemas

A Tetra Evero Aseptic em formato de garrafa, adotada pioneiramente no Brasil pela Lácteos Brasil (LBR) para o leite Parmalat, utiliza o equipamento Tetra Pak A6 iLine, que combina a técnica de esterilização com processo de moldagem

para o trabalho com cartonadas assépticas, Tetra Pak e SIG Combibloc, vêm diversificando a oferta. O movimento atingiu um grau sem precedentes com recentes anúncios de versões daquelas embalagens em formatos alusivos ao de uma garrafa, promovidas sob promessas de diversas vantagens – até mesmo ambientais (ver quadro). No caso da Tetra Pak, a solução à moda de garrafa é a Tetra Evero Aseptic. Em caráter pioneiro no País, a Lácteos Brasil (LBR), detentora da marca Par-

© carlos curado

De perfil


Sustentabilidade, mote em comum Na voga mundial – e brasileira – da produção com o mínimo possível de impacto negativo sobre o meio ambiente, a Tetra Pak e a SIG Combibloc, que no Brasil disputam sozinhas o mercado de embalagens cartonadas, lançaram recentemente iniciativas de promoção com foco na sustentabilidade. Dentro do que Paulo Nigro, presidente da Tetra Pak Brail, qualifica de “motivo de grande orgulho em termos de parceria em favor do meio ambiente”, a Tetra Pak vai utilizar o polietileno de baixa densidade (PEBD) produzido pela Braskem a partir de cana-de-açúcar nas camadas externas protetoras de suas embalagens no Brasil. A petroquímica nacional fornecerá o plástico “verde” I’m Green para a multinacional sueca a partir de 2014. O material derivado do etanol será utilizado inicialmente em duas das cinco camadas de plástico que compõem suas embalagens cartonadas produzidas no Brasil (ver abaixo). O plástico verde para uso nas películas internas, que têm contato com alimentos, ainda está em desenvolvimento. Segundo Nigro, “o novo acordo com a Braskem é mais um passo para desenvolver uma embalagem 100% renovável, meta da empresa para 2020”. A Tetra Pak já utiliza desde 2011 no Brasil polietileno de alta densidade (PEAD) à base de etanol, fornecido pela Braskem, nas tampas light cap (de rosca). No início de junho, a companhia passou a utilizar globalmente essa tampa produzida com o plástico verde. De acordo com o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, a previsão é de produzir aproximadamente 30 000 toneladas de PEBD por ano, sendo que 15 000 toneladas já estão comprometidas para a produção da Tetra Pak. “O restante será disponibilizado ao mercado 6

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1 Polietileno – Proteção contra umidade exterior 2 Papel – estabilidade e resistência da embalagem 3 Polietileno – camada de aderência 4 Alumínio – barreira contra oxigênio, aroma e luz 5 Polietileno – camada de aderência 6 Polietileno – proteção para o produto

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de embalagens flexíveis”, promete Fadigas. Por sua vez, a SIG Combibloc lançou no final de junho o portal “Eu Penso Meio Ambiente”, com informações sobre como preservar a natureza e cuidar dos recursos naturais. O site mostra também atitudes e produtos (imagem abaixo) sustentáveis e valoriza o consumo consciente, além de oferecer ações interativas. Segundo Luciana Galvão, gerente de marketing da SIG para a América do Sul, o projeto faz pare da estratégia de sustentabilidade ambiental da empresa, que tem metas para reduzir a pegada ecológica de seus produtos e processos de produção. O portal tem cinco áreas principais: Cuidados com a Natureza, Educação Ambiental, Atitudes Sustentáveis, Produtos Sustentáveis e Consumo Consciente. Todos os temas têm conteúdo informativo e textos dinâmicos que permitem a interatividade do leitor. As atualizações serão semanais. Há ainda duas áreas nas quais as crianças podem interagir: um quiz e um jogo, na seção de Educação Ambiental. Os clientes da SIG Combibloc também poderão participar do projeto a partir de páginas personalizadas, com conteúdos específicos. Uma das principais formas de promoção do site será a impressão do endereço do portal nas embalagens. “Essa é uma importante ferramenta que contribui para que nossos clientes divulguem sua preocupação com o meio ambiente junto ao consumidor final”, explica Luciana. A parceria consiste em compartilhar informações, iniciativas em sustentabilidade e conteúdos relacionados à preservação do meio ambiente com a criação de domínios específicos com o nome do cliente.

Portal “Eu Penso Meio Ambiente” procura valorizar o consumo consciente e o descarte adequado de embalagens após o uso

malat no mercado nacional, começou a utilizar essa embalagem em junho. A silhueta é obtida com a selagem de um topo cônico feito de plástico, com propriedades de barreira, a um corpo feito de material laminado (papel cartão, polietileno e alumínio), tipicamente empregado nos demais modelos de embalagem da fornecedora. A novidade foi adotada inicialmente pela LBR nas linhas de leites Parmalat Classic (integral, semidesnatado e desnatado) e Zymil. Os produtos com a nova roupagem já estão disponíveis no varejo de São Paulo e do Rio de Janeiro. “A nova embalagem reforça nossa atenção com o consumidor”, diz Rafael Berardi, gerente de marketing da LBR. “Agora temos o sabor, a cremosidade e os nutrientes do leite fresco na melhor embalagem cartonada disponível.”

Lançada mundialmente há cerca de dois anos, tendo seu primeiro uso na Espanha e depois em Portugal, a Tetra Evero Aseptic “é emblemática de uma busca da Tetra Pak por sofisticação e distinção”, diz Eduardo Eisler, vice-presidente de estratégia de negócios da multinacional sueca para América Central e do Sul. O foco inicial da nova embalagem é o mercado de leites longa vida, incluindo os enriquecidos com cálcio, proteínas, fibras, vitaminas A e D e alguns minerais. Em breve, segundo a fabricante, a garrafa atenderá também a outros produtos, incluindo leites aromatizados, creme de leite e leites sensíveis ao oxigênio, como os enriquecidos com ômega 3, ferro, zinco e vitamina C. “A caixinha continua sendo um ícone, mas há embalagens para todos os mercados, produtos e bolsos”, diz Eisler. “Existem incontáveis possibilidades; o importante é ter portfólio, e nesse quadro a garrafa é mais um formato, dentro da tendência de diversificação.” Curiosamente, a Tetra Evero irrompe no mercado no exato momento em que se comemoram cinquenta anos da introdução da Tetra Brik Aseptic, caixinha de formato paralelepípedo que impulsionou o sucesso da Tetra Pak. A rigor, a novidade não surpreende. Seu lançamento ocorre na esteira de uma


série de desenvolvimentos focados em novos formatos. Meses atrás, por exemplo, a Tetra Pak introduziu no mercado a Tetra Brik Aseptic 1000 Edge, que se diferencia da tradicional Tetra Brik pelo topo inclinado e é envasada em equipamento que permite injeção da tampa diretamente no material de embalagem, dentro da máquina. Inicialmente adotada pela Batavo-BRF, várias outras marcas e variedades de leite passaram a usá-la, sendo a Piracanjuba, do Lati-

A caixinha Tetra Brik Aseptic, que impulsionou o sucesso da Tetra Pak e é mostrada aqui em anúncio de época, antecedeu em exatos cinquenta anos a mais recente inovação da empresa, a Tetra Evero Aseptic, em formato de garrafa

A tendência à diversificação de formatos começou a se acentuar a partir da adoção da Tetra Brik Aseptic 1000 Edge pela Batavo-BRF


ponsável pela produção da Tetra Evero Aseptic é uma Tetra Pak A6 iLine, que combina a técnica de esterilização com o processo de moldagem.

direta da Tetra Pak, a SIG Combibloc mostra que auferir atributos de garrafas a cartonadas assépticas parece mesmo ser uma inclinação do mercado. Ao anunciar o lançamento de sua opção nesse terreno, batizada de combidome, a empresa ressalta o fato de ser “a primeira garrafa 100% cartonada do mercado”. Diferentemente da Tetra Evero, a embalagem incorpora um “gargalo” em forma de domo (“quatro águas”) feito do mesmo laminado do corpo. A nova embalagem utiliza a tampa de rosca domeTwist, de diâmetro amplo (28 milímetros) para garantir boa vazão aos produtos acondicionados. Exige envase em um novo modelo de máquina, capaz de, por ora, trabalhar com embalagens de 500 mililitros, 750 mililitros e 1 litro. O rendimento do equipamento seria de até 12 000 unidades por hora. Inicialmente, a combidome estará disponível para sucos e néctares. Luciana Galvão, gerente de marketing da SIG Combibloc para a América do Sul, diz que, em breve, será lançada uma versão para leites e derivados lácteos. Informa também que a novidade é “mais voltada para produtos com apelo premium”, e que projetos no mercado brasileiro podem ser viabilizados em cerca de seis meses. O lançamento foi feito em 25 de junho (sem usuário no momento, mas “com várias indústrias interessadas”, ao que afirma a fornecedora), pratica-

Concorrente

Dotada de perfil de garrafinha e tampa Lokka, filme-tampa de fácil remoção, a Tetra Top 100 mililitros foi adotada pioneiramente no mundo pela Vigor, para o leite fermentado Actilife, e seguida por outras marcas

cínio Bela Vista, a primeira a adotá-la no mundo, em 2011, na medida de 200 mililitros. Igualmente pioneira global, a Vigor adotou, também da Tetra Pak, a Tetra Top 100 mililitros, com perfil de garrafinha e com a tampa Lokka, um filme-tampa de fácil remoção, para seu leite fermentado Actilife, no que foi seguida por outras marcas. Apesar do formato parecido, a Tetra Top distingue-se da Tetra Evero por necessitar de refrigeração. A Tetra Evero incorpora papel cartão certificado com o selo FSC (Forest Stewardship Council, entidade que atesta boas práticas no manejo de recursos florestais). A parte superior da embalagem é fechada com uma tampa plástica de rosca. Segundo Eduardo Eisler, o recipiente “reúne as vantagens de assepsia das cartonadas multicamadas e da ergonomia da forma cilíndrica de uma garrafa”. O equipamento res-

A embalagem em forma de garrafa da SIG Combibloc utiliza máquina de enchimento para 500 mililitros, 750 mililitros e 1 litro

20 | Julho 2013

A combidome vai estar disponível inicialmente para sucos e néctares, mas segundo a SIG Combibloc em breve será lançada uma versão para leites e seus derivados

mente em simultaneidade com o lançamento mundial. Segundo Luciana Galvão, “a proposta tem baixo nível de complexidade e vantagens em termos de sustentabilidade”, não obstante tratar-se de um produto laminado com alumínio, papel e polímero. Além disso, ela argumenta, por ter a base quadrada, a combidome pode ser acondicionada em maior número num palete do que se consegue com embalagens cilíndricas, pois estas perdem espaço ao ser agrupadas. Análises de ciclo de vida


de embalagens de 1 litro fornecidas pela matriz suíça da empresa mostram que, enquanto cabem numa plataforma padrão 672 unidades de combidome, o mesmo espaço comporta 600 garrafas PET monocamada, 324 garrafas PET multicamada e 576 garrafas de vidro. O estudo não coteja nesse quesito a combidome e a Tetra Evero, que embora tenha seu topo cilíndrico é abaulada em apenas duas laterais. Uma vantagem comum a ambas refere-se ao empilhamento: quando se aplica uma tampa num recipiente formato paralelepípedo, é necessário utilizar-se uma caixa de papelão fechada para o transporte e para formar pilhas. No caso das duas embalagens, o peso exercido sobre a tampa é distribuído igualmente para as laterais, eliminando o chamado efeito coluna. Assim, podem ser usadas caixas de transporte de papelão sem tampa, com economia de material. Assim como a Tetra Pak, a SIG

Combicloc também já vinha se inclinando ao desenvolvimento de formatos menos “quadrados”. Exemplo é a combifit, lançada em 2001 com capacidade de 1 litro e hoje consolidada pelo uso de várias marcas de leite, em volumes de 150 mililitros a 1,5 litro. Trata-se de uma embalagem dotada de tampa de rosca no topo e que se destaca pelo visual diferenciado, propiciado pela inclinação do ombro e por linhas perpendiculares paralelas que partem da boca em sentido descendente. A variação, enfim, é cada vez maior. Com a exasperação da concorrência em todos os mercados e a criação de novos nichos e produtos, somados à sofisticação dos padrões de consumo, é natural supor que a proliferação de novos tipos de caixinha mantenha-se firme e forte nos próximos anos. Será – e já é – um meio engenhoso de assegurar vida longa à embalagem longa vida.

Mais produção local A SIG Combibloc está dando mais um passo em direção a sua autossuficiência no País. Em junho último, a empresa de origem suíça confirmou que inaugurará uma linha de coextrusão para a produção de suas embalagens em 2014. Terá condições, portanto, de produzir laminado local, material que, por ora, é importado. Luciana Galvão, gerente de marketing da companhia para a América do Sul, informa no entanto que a linha local não significará que as importações cessarão. “Se continuarem a ser financeiramente vantajosas, permanecerão”, ela diz. Uma produtora brasileira de papel cartão, inclusive, já teria sido homologada, mas a executiva evitou definir qual será.




entrevista

Peça-se aos

Doces com valor renovado Para crescer, uma das principais fabricantes de balas e confeitos do País redobra a atenção ao varejo e à embalagem. Jean Carlos Paiva, diretor de marketing da Dori Alimentos, fala de causas e efeitos dessa mudança de eixo

24 | Julho 2013

brasileiros para citar fabricantes de balas e doces e, muito provavelmente, a lembrança da Dori Alimentos não condirá com sua importância no mercado. É ela, por exemplo, quem lidera no País as vendas de confeitos de chocolate, amendoim confeitado e balas de goma de amido, superando dezenas de conterrâneas e multinacionais dos calibres de Arcor, Mars e Mondelez. Apesar do sucesso, a Dori jamais teve muito cartaz junto ao público por quase não investir em propaganda, baseando sua operação em preços baixos e vendas no atacado. Esse modelo está com os dias contados. De olho em maiores margens e mais prosperidade, a empresa começa a focar-se no varejo e na construção de marcas. Um dos efeitos da guinada no negócio é o aprimoramento das apresentações dos produtos. “O novo modelo depende bastante de mais e melhores embalagens”, define o diretor de marketing da companhia, Jean Carlos Paiva. A EmbalagemMarca, o executivo falou do andamento da transformação e das dificuldades enfrentadas até aqui. A Dori sempre se pautou por balas e confeitos de preços baixos e circulação predominante em atacados. Agora, a empresa quer enobrecer seus produtos e ampliar sua presença no varejo. Por quê? Foi uma decisão estimulada pelo meio. Os padrões de consumo e o panorama do mercado de candies evoluíram bastante nos últimos anos. Sentimos potencial para nos valorizar redobrando a atenção ao varejo. O objetivo é ganhar rentabilidade com uma cadeia mais curta, em que estejamos mais próximos do consumidor final. Hoje, o varejo não chega a responder por 25% de nossas vendas no mercado interno. Queremos atingir um índice de 35% em curto prazo. Para isso, a empresa impôs a si os desafios de agregar valor aos produtos, de inovar, de investir em branding para ter marcas fortes e embalagens com personalidade, carismáticas, que sejam lembradas e procuradas pelo consumidor. Há uma inclinação nítida do mercado para produtos mais sofisticados e com visual atraente. Tudo indica que seguir essa tendência trará ao negócio


melhores margens e, como consequência, crescimento. O que mudará na empresa com essa nova estratégia? Quase tudo. Estamos praticamente reestruturando a operação. Fizemos uma análise minuciosa das fábricas, para ajustar as linhas de produção. Compramos pesquisas da Nielsen, para obter mais informações sobre consumidores e canais. Essas ações permitiram que iniciássemos, neste ano, uma revisão de portfólio. É a primeira vez que isso acontece em quase cinquenta anos de empresa. A meta, num primeiro momento, é renovar 22% de nossos produtos até o final de 2013. Quase sessenta itens serão trocados, cedendo espaço para novidades com maior valor agregado. Já lançamos quinze novos itens, entre balas, confeitos e amendoins com novos sabores e tamanhos de embalagem. O arco da transformação inclui mudanças do modelo comercial. Estamos ampliando o número de distribuidores, que já saltou de setenta para 85. O objetivo é chegar a 100 até o final de 2014. Até lá, investiremos 2 milhões de reais em ações de trade marketing, como eventos e premiações por resultados. Foi noticiado que a Dori construiria um centro de inovação e tecnologia. Em que

estágio está esse projeto? Bem lembrado. No início deste ano foram sacramentados os apoios para viabilizar o empreendimento, como os da Finep (Agência Brasileira de Inovação) e da Investe São Paulo (Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade). O projeto é de aproximadamente 13 milhões de reais e a construção do prédio, em Marília, já começou. A inauguração deve ocorrer no início do ano que vem, entre março e

Alguns dos produtos da Dori. Embalagens flexíveis têm uso predominante

abril. O centro de inovação nos dará um impulso fantástico, subsidiando os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento e de marketing. Ele nos permitirá aprofundar o processo de modernização do negócio em três P: pesquisa, processo e produto. O centro de inovação não auxiliará inovações em embalagem? Sim, sem dúvida. Quando falo de produto, isso abrange tudo, desde formulação até a apresentação. Com o centro, teremos uma área de inovação trabalhando mais próxima do marketing, para a criação de embalagens diferenciadas. Na realidade, um aprimoramento das embalagens já está em curso. O que já foi alterado na roupagem dos produtos da Dori? Quais os destaques entre as novidades? Um projeto interessante é o das embalagens da linha de snacks de amendoim Pettiz. O envase dos flow packs desses produtos é realizado com a injeção de nitrogênio, para preservar crocância e sabor por mais tempo. Antes, não utilizávamos essa tecnologia de gás inerte. Outro destaque dessas embalagens é a presença do eurolock (furação para exposição em gancheiras). Superamos o desafio de acrescentar esse elemento à embalagem sem que houvesse rasgos,


Que outras mudanças são previstas para os invólucros da empresa? Hoje, as embalagens plásticas flexíveis têm uso hegemônico nos produtos da Dori. Isso vai mudar um pouco. Um dos princípios da nossa revitalização dos produtos é o trabalho com novos formatos de apresentação. Cogitamos ampliar o uso de soluções de papel cartão. Pensamos em adotar blisters. Queremos oferecer embalagens maiores, que facilitem o compartilhamento de

Flow pack dos snacks Pettiz: injeção de gás e furo para gancheira impuseram desafios

26 | Julho 2013

Queremos oferecer embalagens maiores, que facilitem o compartilhamento de petiscos, e opções menores, ideais para o consumo on-the-go. Temos muitos planos

petiscos, e opções menores, ideais para o consumo on-the-go (durante deslocamentos). Acabamos de lançar, por exemplo, um amendoim confeitado com chocolate branco disponível em versão de 70 gramas, ideal para o varejo e para o consumo rápido fora do lar. No caso de snacks, por que não adotar um recipiente que elimine o emprego de um utensílio para servir o produto? Temos muitos planos, muitas ideias. Uma preocupação é o negócio de balas, que é um produto extremamente comoditizado. Temos pensado em soluções cartonadas ou mesmo de plástico rígido para agregar valor, fugir do trivial. Alguns projetos estão sendo tocados em parcerias com co-packers (prestadores de serviços de embalagem). O intuito é inovar sem grande imobilização de recursos, sem a necessidade de compra de máquinas de embalagem. Esse modelo nos permite dividir o custo de investimento em equipamentos e planejar com mais calma as aquisições para um segundo momento, quando surge a necessidade de ampliar a produção. O setor de embalagens tem atendido satisfatoriamente as necessidades da Dori? Acho que ainda falta qualificação em alguns aspectos... E a questão dos volumes é um problema. O setor de embalagens flexíveis, especialmente, depende de grandes volumes. É um obstáculo para experimentos e testes de mercado. Para se ter ideia, a maioria de nossos lançamentos em gestação tem exigido reuniões semanais e em certos casos até diárias com fornecedores, por causa de prazos. A sensação é de sobrecarga, o que impossibilita a entrega de novidades. Em embalagens metalizadas, por exemplo, estamos partindo para o terceiro fornecedor, porque não conseguem dar conta do nosso volume. Nesta fase, de lançamentos e renovação de produtos, a embalagem virou um

gargalo para nós. Como já disse, estamos tentando trabalhar com co-packers, mas isso também não tem sido suave. Percebemos que eles operam fortemente associados a determinados clientes, os processos são muito padronizados. Qualquer solicitação que fuja à rotina gera problemas. Temos conversado com muitas empresas da cadeia de embalagens para criar novidades, inclusive com companhias internacionais. Mas certas coisas são ainda caras para o mercado de candies. Infelizmente, como costumamos dizer, inovação não tem linha.

Diversificar porções é uma das metas da Dori. Novo amendoim confeitado oferece três opções

Números da Dori Alimentos 46 anos de atividades 480 milhões de reais foi o faturamento da empresa em 2012 4 fábricas: duas em Marília (SP), uma em Rolândia (PR) e outra em Bauru (SP) 2 200 funcionários tem a empresa 260 produtos no portfólio

Fonte: Dori | junho 2013

normalmente produzidos quando há rupturas de filmes biorientados. No caso de Pettiz, esse tipo de filme foi adotado para que exibíssemos um visual fosco, muito atraente nos pontos de venda. O sucesso foi obtido com um filme produzido a partir de um processo de trilaminação. Com tecnologia em todos os sentidos, essa embalagem nos garantiu um posicionamento de mercado completamente diferenciado, com margem de contribuição de 40% a 50% maior da que temos em outras linhas de amendoim. Planejamos ter packs promocionais para essa linha e estender o mesmo design a outros formatos e tamanhos de embalagem.


A empresa contratou agências de criação para colocar em marcha a remodelagem de seu portfólio? Sim. Temos atualmente três agências conosco. Procuramos esses serviços depois daquele mapeamento de nossas operações e da chegada a um diagnóstico do que podia ser feito. Às agências, encaminhamos os trabalhos que envolvam construção de personificação de marca, revisão de conceito de comunicação, ações maiores de publicidade e propaganda. Geralmente, recorremos a elas para trabalhos que impliquem mais do que somente embalagem. Temos um birô interno, com três pessoas, que desenvolve embalagens. Nele é feita toda a parte de legislação, textos para os versos das embalagens e até algumas campanhas. Quando é simplesmente para pegar uma arte e criar uma extensão de linha, faço internamente. Balas, petiscos e confeitos dependem bastante das compras por impulso, e a Dori, como o senhor disse, nunca teve muito apelo de marca para estimulá-las. A embalagem seria a principal mídia de divulgação para os produtos da empresa? Até hoje, sim. Nunca foi muito o perfil da Dori fazer publicidade tradicional. Queremos, no futuro, mudar isso. Hoje, a embalagem é muitas vezes nosso único veículo de comunicação. Todos os apelos de marketing, todos os atributos do conteúdo têm que caber na embalagem. E entra, aí, um fator complicador: a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) impõe uma série de restrições de comunicação a candies. Fica extremamente difícil dizer tudo o que queremos ou precisamos. É por isso que estamos empenhados em construir marcas e ter embalagens diferenciadas, marcantes: para facilitar a comunicação, para abreviar a necessidade de inserir dados nos pacotes. A proposta é de que as embalagens sejam pontos primordiais para estabelecermos identidades de marca que, depois, possam ser usadas em materiais de ponto de venda – stoppers, wobblers, cartazes – e em anúncios e comerciais. Ainda no sentido de estimular vendas, teremos em breve uma novidade importante: entraremos

com licenciamentos. Fechamos acordos com a Warner e teremos itens associados a produtos de entretenimento. Soubemos que a empresa prepara a abertura de uma fábrica nos Estados Unidos. Em que pé está esse projeto? O que existe, por ora, é um trabalho de avaliação de internacionalização. Avaliamos a possibilidade de uma fábrica no exterior, mas o projeto não chegou a

uma definição de construção de fábrica lá fora. Talvez faça mais sentido abrir um escritório no outro país e ampliar as exportações, porque se tivermos de aumentar a fabricação local de bala de goma de amido, por exemplo, só conseguiríamos fazê-la para volumes muito grandes. E o governo, lembremos, dá uma série de incentivos à exportação. Estamos, enfim, estudando as possibilidades de modelo.


Rotulagem

Referência em decoração Guia lançado pela Baumgarten procura ajudar designers e desenvolvedores de embalagens a escolher rótulos para produtos

A Baumgarten, importante fornecedora de soluções para decoração de embalagens, investiu no desenvolvimento de uma publicação didática sobre sua área de atuação. Com enfoque prático, o Guia Baumgarten de Referência em Rotulagem explica os conceitos fundamentais dos principais sistemas de rotulagem trabalhados pela gráfica catarinense (autoadesivo, termoencolhível, in-mold label, roll label e rótulo magazine), de modo a mostrar a designers e profissionais de desenvolvimento de embalagens as melhores práticas e os equívocos mais comuns que influenciam o desempenho de produtos nos pontos de venda. Em suas 56 páginas, o volume fornece minuciosas orientações para a condução de projetos, incentivando os profissionais a pensar no rótulo já nas etapas iniciais de desenvolvimento de produtos, de modo a facilitar a escolha da solução mais adequada. A abordagem dos temas visa esclarecer dúvidas frequentes das indústrias usuárias de embalagens e agências de design. É oferecido, ainda, um breve comparativo de tecnologias de impressão, destacando os pontos fortes de cada um.

Ronaldo Baumgarten Jr., presidente da Baumgarten, considera o lançamento um recurso interessante para ajudar os altos níveis de gerência a compreender que, pelo fato de embalagens e rótulos serem atividades complexas, que envolvem diferentes áreas da empresa, é preciso que a execução de projetos seja conduzida de forma criteriosa. “Um pequeno descuido nas etapas iniciais pode resultar em grandes problemas nas linhas produtivas”, adverte o empresário. “A melhor maneira de evitar isso é trabalhar em conjunto e compartilhar informações, que é justamente o objetivo do Guia.” O Guia Baumgarten de Referência em Rotulagem foi apresentado no estande montado pela empresa durante a Fispal Tecnologia 2013, feira de negó-

cios realizada no final de junho em São Paulo. Sua elaboração ocorreu em parceria com a Bloco de Comunicação, editora da revista EmbalagemMarca, e contou com o apoio das seguintes empresas: Avery Dennison, Designful, EPET, Flint Group, HP, Heidelberg, Kurz, MLC, Nilpeter, PE Latina Labellers, Tesa, UPM Raflatac e Yupo.

Com 56 páginas, obra detalha o trabalho com diversos tipos de rótulos

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28 | Julho 2013



Equipamentos

Aposta na expansão HP trabalha para disseminar máquinas digitais para imprimir embalagens flexíveis e de papel cartão Por Flávio Palhares, de Tel Aviv (*)

30 | Julho 2013

coordenado pela holandesa Eshuis. Ao apresentar o case da Coca-Cola, a HP visou ressaltar a importância da aproximação de donas de marcas com os fornecedores de suas embalagens e, ao mesmo tempo, mostrar a viabilidade da impressão digital para grandes tiragens. (veja mais sobre o case da Coca-Cola em emb.bz/167cocadigital) O objetivo da HP agora é introduzir no mercado as recém lançadas impressoras HP Indigo 20000, para embalagens flexíveis, e HP Indigo 30000, para embalagens de papel cartão. Para isso, a estratégia da empresa é aproximar-se cada vez mais dos usuários finais de embalagens, com ênfase nas proprietárias de grandes marcas, mas não só. “Marcas de todos os portes utilizam cada vez mais embalagens com efeito apelativo nos pontos de venda, usando os recursos de impressão digital da HP Indigo”, afirma Alon Bar-Shany, vice-presidente e gerente geral daquela divisão. “Nossas mais recentes atua-

lizações em produtos HP Indigo e as soluções de fluxo de trabalho ajudam os provedores de serviços de impressão e convertedores a acomodar a produção de um maior volume de trabalho com maior eficiência e maior tempo de operação, além de suportar uma gama mais diversa de aplicações sem comprometer a qualidade.” Segundo a HP, mais de 100 uni-

Para Alon BarShany, impressão digital ajudará convertedores a modernizar o mercado de embalagens

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Amostras de embalagens flexíveis e de papel cartão impressas nos equipamentos HP Indigo

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consolidada em impressão digital no mercado global de rótulos autoadesivos, a HP vem se empenhando para mostrar que o processo é não apenas viável, mas muito vantajoso, também para embalagens flexíveis e de papel cartão. Para apresentar as qualidades dessa alternativa à impressão convencional, a companhia reuniu em junho último em Israel, sede de sua divisão Indigo, mais de 400 empresários e profissionais representantes de gráficas e de imprensa especializada em embalagem de mais de trinta países. Além de palestras feitas por técnicos e especialistas em criação, desenvolvimento e produção de embalagens, bem como de usuários, a HP organizou visitas às suas fábricas de impressoras e de tintas. Um dos exemplos apresentados durante o evento, para ilustrar os benefícios da integração entre gráficas e usuários finais, foi o da Coca-Cola da Europa, com a impressão de mais de 800 milhões de rótulos personalizados em impressoras HP Indigo WS 6000 e WS 6600. Os rótulos da campanha “Share a Coke” (com os nomes dos consumidores nos rótulos, como os feitos recentemente para a Coca-Zero no Brasil) foram impressos em cinco tipos de substratos, em oito tamanhos, em quinze idiomas diferentes e em cinco tipos de alfabetos, e distribuídos para 35 países, com os 150 nomes mais comuns em cada um deles. O trabalho foi feito de forma combinada entre equipamentos convencionais e digitais. Ao todo, foram utilizadas doze impressoras digitais HP Indigo e dez convencionais de oito gráficas espalhadas pelo Velho Continente, trabalho

© ca rlos

Com participação


HP Indigo 20000 Desenvolvido para embalagens flexíveis, este equipamento digital é alimentado por bobina de 76,2 centímetros de largura com até 1,1 metro de comprimento de repetição. Isso significa que a impressora pode ser usada nas linhas de produção padrão, possibilitando aos convertedores produzir todas as aplicações possíveis de embalagens flexíveis. A desbobinadeira de ajuste permite a impressão em materiais como filme, papel e alumínio, de 10 micra até 250 micra, mantendo a qualidade de cores de rotogravura. A velocidades de impressão é de 34,1 metros por minuto a 4 cores; 44,8 metros por minuto no modo de produtividade aprimorada e 26,8 metros por minuto a 5 cores.

HP Indigo 30000 É uma impressora para embalagens cartonadas com formato de alimentação por folha de 75 centímetros. O equipamento tem sete estações de tinta. A velocidade de impressão é de até 4 620 folhas por hora. O tamanho máximo do papel é de 75 centímetros x 53 centímetros. De acordo com a HP, as sete estações de tinta permitem atingir qualidade de impressão igual à obtida no processo offset.

dades das novas impressoras Indigo 20000 e Indigo 3000 já estão encomendadas no mundo inteiro. A primeira – uma HP Indigo 30000 – será instalada nos Estados Unidos, na gráfica Multi Packaging Solutions, de Nova York, no primeiro semestre de 2014. “A impressão digital ajudará os convertedores e provedores de serviços de impressão a modernizar de forma fundamental o mercado de embalagens”, acredita Bar-Shany. (*) O jornalista viajou a convite da HP




artigo

Além do suporte básico Serviços pós-venda de fornecedores de máquinas devem ser aliados fundamentais para o sucesso dos usuários de embalagem Por Marco Nascimento*

abatimento de custos fabris, redução do consumo de materiais e obtenção de produções mais sustentáveis são influências decisivas para a implantação de soluções de embalagem nas indústrias de bens não-duráveis como alimentos e medicamentos. O aumento da concorrência amplia as pressões referentes a tais metas, impondo desafios consideráveis. Atualizações de práticas de packaging costumam ser vitais para atender aos requisitos do mercado, mas nem sempre a aquisição de uma nova máquina é a solução mais adequada. A análise do contexto e o aconselhamento sobre o caminho a tomar é uma vantagem para quem conta com fornecedores de equipamentos com serviços pós-venda personalizados, atentos à realidade de cada cliente. A cooperação com um provedor de tecnologia dotado de um portfólio de serviços abrangente é fundamental para a produção eficiente e confiável. A dimensão do apoio pós-venda varia de acordo com o fornecedor. Uma assistência básica oferecida por muitas empresas costuma incluir desde serviços de instalação e aquisição de peças sobressalentes à modernização de máquinas e equipamentos. O atendimento especializado, contudo, oferece muito mais do que conhecimento de máquinas. Com o auxílio de serviços sob medida de consultoria e modernização, as máquinas são atualizadas de modo regular, para que os usuários possam responder às demandas do mercado com mais rapidez e menor esforço. Para os fornecedores, é indispensável um entendimento completo das necessidades do cliente, do desenvolvimento do mercado, das tendências e tecnologias inovadoras. Conforme as condições do mercado se alteram, uma consultoria que ajude o 34 | Julho 2013

fabricante a responder e se dedicar a inovações sustentáveis é uma obrigação. A Bosch Packaging Technology, por exemplo, concentrou seu know-how de serviços, que abrange suporte básico e consultoria, em uma divisão específica – a Bosch Packaging Services. O uso otimizado de recursos é um ponto de partida importante para responder rapidamente a novas demandas e ao aumento das pressões de custo. Um consultor especializado em Eficácia Geral do Equipamento (OEE, Overall Equipment Effectiveness) é capaz de determinar possibilidades de racionalização, reduzindo os custos de produção. Com o auxílio da consultoria em OEE são calculadas as causas possíveis de perdas e altos custos da operação. Três áreas são avaliadas com precisão: disponibilidade, desempenho e qualidade. Elas formam a base de conselhos subsequentes em OEE e oferecem informações sobre a eficiência geral dos equipamentos da linha de embalagem. A OEE é um indicador de desempenho central, com o qual o provedor do serviço pode definir as fraquezas do sistema e responder com soluções e sua implantação.

O desempenho de máquinas e linhas de embalagem é também aprimorado com uma estratégia de manutenção preventiva. A manutenção personalizada e regular pode estender consideravelmente a vida útil de uma máquina. Apenas um equipamento com boa manutenção pode oferecer a performance necessária. Para determinar os intervalos corretos de manutenção exigidos, a produção e as linhas de embalagem serão avaliadas de acordo com a estrutura do Serviço de Manutenção Preventiva. Esse cálculo medirá, por exemplo, o nível de maturidade da manutenção

atual do cliente, o ambiente fabril e as flutuações sazonais de produção. Por consequência, as perdas são reduzidas, e a disponibilidade e a eficiência de custo dos sistemas aumentam. Um bom provedor de serviços presta consultoria diversa e abrangente, facilitando a produção contínua do fabricante. Convém oferecer, por exemplo, aquisição rápida e fácil de peças sobressalentes por meio de uma plataforma de pedidos on-line. Isso facilita a pesquisa de componentes – custo e disponibilidade podem ser verificados on-line a qualquer momento. O uso dessas plataformas on-line pode contribuir com uma melhor garantia de planejamento e um processamento mais eficiente dos processos de tomada de decisão e aquisição. O resultado é um processo de pedidos mais simples e uma logística otimizada na reposição. Um bom provedor de serviços com um conhecimento extenso contribui com alta produtividade. Enquanto o parceiro de serviços busca soluções para seus clientes, respondendo a mudanças de mercado com rapidez, de modo econômico e competente, o fabricante pode continuar a se concentrar nas competências centrais da empresa. Um fornecedor de serviços que responda às necessidades individuais e desafios do cliente e que ofereça soluções personalizadas ajuda marcas a sobressair em meio à intensa concorrência no mercado mundial. * Marco Nascimento é engenheiro de serviços da Bosch Packaging Services. Oferece suporte técnico a empresas usuárias de embalagens na América Latina.



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Sucos

modernização geral Uma nova garrafa exclusiva, de perfil quadrado e tom verde-oliva, foi adotada pela Vinícola Aurora em sua linha de sucos de uva integrais Aurora. O novo recipiente tem quatro versões: 300 mililitros, 500 mililitros, 1 litro e 1,5 litro. O suco de uva tinto é envasado nos quatro tama-

nhos, enquanto o branco apenas nos de 500 mililitros e 1,5 litro. Outra novidade em relação à garrafa anterior, standard, é que as tampas plásticas foram substituídas por tampas de aço. Os rótulos de papel com cola foram trocados por autoadesivos. emb.bz/167aurora

Evolução das embalagens do suco de uva Aurora, de 1982 - data do lançamento - até 2013

36 | Julho 2013

Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br


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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

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Biscoitos

Conservas

Bebidas

cartuchos refinados 1

apelo gourmet

Pirata exclusivo

Top Sense é a nova linha de cookies e biscoitos finos da Dauper. Os produtos são comercializados em cartuchos de papel cartão pretos, dotados de acabamento fosco. Nas embalagens, fotos dos produtos são realçadas com a aplicação de verniz brilhante. emb.bz/167cookie

Composta por palmitos em conserva e patês de palmito, a linha Gourmet é a aposta da Jureia Alimentos. Nos potes dos produtos, rótulos com formato diferenciado e luvas de papel cartão são alguns dos recursos adotados para estimular percepção de nobreza. emb.bz/167jureia

2

3

3

A catarinense Multidrink adotou uma embalagem com formato exclusivo para seu rum de maçã Pirata. A garrafa de vidro, de 1 litro, tem base e ombro proeminentes. A decoração cabe a um rótulo autoadesivo com detalhes metalizados. emb.bz/167rum

Águas

Arroz

identidade renovada 4

jubileu retrô 5

Conhecida pelas garrafinhas de PET pigmentado com perfil arredondado, a linha de águas Gourmet da Ouro Fino, há cerca de dez anos no mercado, tem novo design nos rótulos. A revisão visa uniformizar e modernizar a linguagem dos produtos. emb.bz/167ourofino

Para comemorar seus 50 anos, a Camil lança embalagens especiais de arroz e feijão, com ilustrações no estilo “vintage”. Um selo que resgata o primeiro logotipo utilizado pela empresa ganhou destaque no layout dos pacotes. emb.bz/167camil

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38 | Julho 2013


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Conservas

Lácteos

Atum em vidro 6

Brinde no Danoninho

A Salera Produtos Gastronômicos lança uma linha de atuns em conserva em potes de vidro. A decoração é feita com cartuchos de papel cartão que incorporam uma abertura numa das quinas, possibilitando diversas maneiras de apresentação nos pontos de venda. emb.bz/167salera

Mini Dinos – Poderes da Natureza é a nova promoção da Danone para o queijinho petit suisse Danoninho. A iniciativa, prevista para durar até setembro próximo, oferece miniaturas do mascote da marca, Dino, acopladas às

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bandejas com oito unidades do produto. O brinde é comunicado em uma cinta de papel cartão que envolve os potinhos. Outro destaque da ação é a oferta de um novo sabor da iguaria láctea: amora. emb.bz/167danoninho 7


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Biscoitos

Matinais

Bebidas

dicas de consumo

Biju para todos 2

trio de coquetéis

A Josapar amplia a linha Meu Biju, direcionada á classe C, com o Meu Biju 8 Grãos Integrais e os preparados para mingau à base de cereais Meu Bijuzinho. Ambos os lançamentos são oferecidos em bolsas plásticas. emb.bz/167biju

Askov Luxury Sense Desire é a nova linha de coquetéis da Asteca Hinomoto. Nas versões Margarita, Mojito e Chocolate com Pimenta, as bebidas são acondicionadas em garrafas de vidro com 900 mililitros, decoradas com rótulos de contornos dourados. emb.bz/167askov

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As embalagens flexíveis dos biscoitos Germani foram repaginadas. O novo design preserva traços como as cores das flâmulas e os nomes dos itens, mas agora traz imagens dos produtos acompanhadas de ilustrações com sugestões de consumo. emb.bz/167germani

2

40 | Julho 2013

3 3

higiene pessoal

rótulos artísticos

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A Davene renovou as embalagens dos sabonetes líquidos íntimos Nuss. Os rótulos autoadesivos que ornamentam os frascos dos produtos passam a exibir ilustrações assinadas pela artista plástica Cris Conde. emb.bz/167nuss


6

Chocolates

Desenhos individuais

Vinhos 5

O wafer coberto e recheado com chocolate Hershey’s Mais ganha novas embalagens primárias. Elas passam a exibir ilustrações baseadas em dois temas: Hershey’s Mais Adventure, sobre esportes de ação, e Hershey’s Mais Smile Style, baseado em ícones digitais. emb.bz/167hersheys

Garrafa âmbar 6 Mudança em Dom Bosco, da Cereser: os vinhos são agora acondicionados em garrafas de vidro de cor âmbar. De acordo com a fabricante, o objetivo é proteger a bebida da ação da luz solar, evitando a oxidação e alterações em suas características. emb.bz/167dombosco

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Agosto 2012 |

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Almanaque História da Maria

Pioneiros do espaço Durante a Guerra Fria, os soviéticos deram um passo importante à frente dos americanos na corrida espacial. Foram os primeiros a enviar seres vivos à órbita da terra e a conseguir trazê-los de volta com vida. Os “heróis” foram os cães Belka e Strelka. Os animais passaram um dia no espaço a bordo do foguete Sputnik 5, em 19 de agosto de 1960. Os cãezinhos ganharam fama mundial e se tornaram ícones da propaganda do regime socialista da antiga União Soviética. Estamparam desde selos dos correios até produtos como creme para mãos. Também viraram marca do chocolate Belka i Strelka – Kosmicheskiye Puteshestvenniki (“Belka e Strelka – Viajantes no Espaço”). Na espaçonave, os cães tiveram companhia de um coelho, 42 camundongos, dois ratos e pássaros. Todos sobreviveram, mas não alcançaram a mesma fama.

O biscoito Maria existe desde 1874 e tem esse nome no mundo inteiro. Foi criado por um confeiteiro inglês para festejar o casamento do Duque de Edimburgo com a Duquesa Maria Alexandrovna, da Rússia, em São Petersburgo. O biscoito já exibia o formato redondo e o nome Maria gravado em sua superfície. Apesar de ter sido criado na Inglaterra, o biscoito não se tornou muito popular naquele país. Conquistou mais sucesso em outras plagas da Europa, como Espanha e Portugal. Depois, ganhou o mundo.

Craques nas tampinhas Na Copa do Mundo da Argentina, em 1978 – aquela em que o Brasil foi “campeão moral”, ou seja, eliminado sem perder nenhuma partida – a CocaCola lançou a promoção “Tecobol”. Craques da seleção brasileira, como Zico, Rivelino e Leão, estampavam o lado interno das tampas de Coca-Cola e de Fanta. Com os 35 “selecionados”, era possível montar times de Tecobol, disputados nos mesmos “estrelões” dos jogos de botão.

a Duquesa Maria e algumas embalagens do biscoito. veja outras marcas ao redor do mundo em emb.bz/167maria

cãezinhos Belka e Strelka em embalagens chocolate (acima) e creme de mãos (ao lado)

O negócio era em aço O frigorífico americano Armour chegou ao Brasil em 1917, fixando-se em Santana do Livramento (RS). A prosperidade veio rápido. O grande negócio da empresa no Brasil era vender carne enlatada, em embalagens de aço. Durante a Segunda Guerra Mundial, a falta de carne no mercado fez surgir produtos como o extrato de carne Armour. O anúncio, publicado no início de 1945, mostrava a “embalagem econômica em lata de meio quilo”. Em 1972, após a fusão com a Swift, foi criada uma nova empresa, a Swift-Armour, que em 1989 passou a fazer parte do Grupo Bordon, cujas portas se fecharam no ano 2000.

42 | Julho 2013

abaixo, museu dos conquistadores do espaço, em moscou, onde os animais estão expostos embalsamados




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