EmbalagemMarca 174

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Ano XV • Nº 174 • Fevereiro 2014 • R$ 15,00

o tr Pa

mercado

Centralização de compras por regiões impulsiona internacionalização de fornecedores

mão de obra As medidas que o setor do packaging está tomando para qualificar a força de trabalho nos EUA

Caminhos para os aerossóis Novas aplicações evidenciam o apelo inovador que as embalagens com sistemas propelentes podem atribuir a produtos de alto consumo



Editorial UMA CONVERSA COM O LEITOR

Falta de imaginação ou de ousadia? Nos quase trinta anos em que vimos acompanhando por dentro o que acontece na cadeia de valor da embalagem no Brasil (e comparando com o que ocorre no mundo inteiro), chegamos à conclusão de que, por mais conquistas e progressos que tenham sido registrados, como de fato ocorreu, existe entre nós vastíssimo território de boas oportunidades para inovar e para avançar. Essa interpretação positiva dos fatos, porém, nos leva a entender que, justamente por serem tão fartas as oportunidades, elas significam sua própria contrapartida: parece prevalecer falta de imaginação ou de ousadia entre os agentes do packaging, a começar por sua mais vital alavanca, ou seja, a indústria usuária. Vejam-se, por exemplo, a reportagem de capa desta edição, sobre aerossóis, de autoria de Guilherme Kamio, e a que trata do uso de stand-up pouches de maneira inovadora em produto de uso pessoal. Elas descrevem a ampliação do uso desses tipos de recipientes, o que não deixa de ser animador, na medida em que incentiva o consumo e fortalece o mercado. Mas ao mesmo tempo pode-se pensar por que isso não acontece nas mesmas proporções do que ocorre em mercados como o americano, que é bem maior que o nosso, e também em países europeus e mesmo vizinhos, de dimensões menores. Para fazer apenas uma comparação, enquanto um brasileiro consome em média, todos os anos, três produtos acondicionados em aerossol, um argentino consome quinze, um europeu, vinte, e um americano, trinta ou mais. Temos a convicção de que a utilização criativa dos mais diferentes tipos de embalagens, não importam os materiais de que são feitas, poderá ampliar mercados e fortalecer a economia do País. Mas

os segmentos e as categorias de produtos em que há tempos não se veem grandes novidades são praticamente incontáveis. Fiquemos num deles, para insistir em tema abordado na reportagem de capa de nossa edição anterior, o do consumo local de vinho, principalmente o produzido aqui. Não conseguimos encontrar resposta à questão de por que a bebida não é acondicionada em proporção maior do que atualmente em recipientes que permitam reduzir os preços para o consumidor final. Referimo-nos sobretudo à possibilidade de facilitar o consumo porcionado, em bares e restaurantes, onde uma taça da bebida é geralmente vendida a preços altíssimos, por “culpa” do preço da garrafa. Alega-se que se o conteúdo não for servido totalmente o que resta acaba azedando se ficar para dias seguintes. Assim, é melhor garantir, na venda de uma taça, a cobertura do valor pelo qual se comprou a garrafa. Como mostrou a citada reportagem, há alternativas, que no entanto não se generalizam. Registre-se que não se propõe aqui substituir algum tipo de embalagem por outro, mas sim diversificar os canais de distribuição dos produtos. Perguntamos também: enquanto águas minerais nacionais geralmente se diferenciam apenas como “sem gás” e “com gás”, por que as importadas são compradas – a preços maiores – por suas marcas? Por trás desse aparente mistério existe um mundo de coisas que merece discussão mais ampla e que exige trabalho intenso de todos os elos do packaging brasileiro. De nossa parte, acreditamos que o uso criativo de embalagens é sem dúvida uma boa parte da solução. Até março.

“A utilização criativa das embalagens, não importam os materiais de que são feitas, poderá ampliar mercados e fortalecer a economia do País. Mas os segmentos e as categorias de produtos em que não se veem novidades são praticamente incontáveis”

WILSON PALHARES Fevereiro 2014 |

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Edição 174 • Fevereiro 2014

Sumário 3 Editorial A utilização criativa dos mais diferentes tipos de

Reportagem de capa:

Caminhos para o aerossol

embalagens poderá ampliar mercados e fortalecer a economia do País. Mas os segmentos e as categorias de produtos que não veem novidades são praticamente incontáveis

Novas aplicações evidenciam o potencial inovador das embalagens com mecanismos propelentes. Brasil, porém, ainda tem questões a resolver para que a tecnologia se dissemine

8 Painel “Garrafa cartonada” com topo destacável já está disponível

Por Guilherme Kamio

no mercado • Parceria entre DuPont e C-Pack viabiliza bisnagas com Surlyn • GS1 tem nova diretora executiva • MWV Rigesa aprimora papéis para caixas de papelão ondulado • Clariant lança nova edição de guia de cores

18 Gestão Tendência de centralização de compras por brand owners leva fornecedores brasileiros a expandir atuação para outros países

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24 Entrevista Nos Estados Unidos, cadeia do packaging toma medidas para aplacar a escassez de mão de obra qualificada. Maria Ferrante, do PMMI, detalha as iniciativas 28 Cuidados pessoais Stand-up pouch surge como apresentação primordial de hidratantes corporais vendidos no varejo 29 Cuidados pessoais Natura altera design e adota frascos de polietileno verde para a linha Tododia

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30 Equipamentos Novo sistema de injeção promete moldagem flexível e econômica de preformas

32 Evento Cadeia brasileira de embalagens precisa se esforçar para ser mais eficiente 34 Artigo Embalagem deveria ser tema obrigatório em encontros de inovação de fabricantes de bens de consumo. Como aproveitar ao máximo essas oportunidades? Por Sterling Anthony 36 Display Fotos de paisagens do Rio de Janeiro estampa latas de cerveja • Catupiry adota embalagens promocionais de vidro • Adoçante líquido adota tampa flip-top • Butter Toffes lança edição premium em stand-up pouches com zíper • Wickbold altera nomes de linhas de pães para seguir regra da Anvisa

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42 Almanaque Cachaças também são “boazinhas” • Como surgiu o PET • O início das embalagens com atmosfera modificada

Empresas que anunciam nesta edição Baumgarten.......................................22 e 23 Catuaí Print...................................................15 Congraf.......................................................... 9 Designful...................................................... 37 Grandes Cases............................................19 Indexflex........................................................17

Interpack.......................................................21 MLC............................................................... 39 Multivac...........................................................5 Munksjo.............................................. 4ª capa MWV..........................................................6 e 7 Optima................................................2ª capa

Prakolar...............................................3ª capa Tradbor......................................................... 27 Tyrex...............................................................41 Vidroporto................................................... 25

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Espaço Aberto Opiniões, críticas e sugestões dos nossos leitores

Criação do linerless Ao parabenizá-los pela qualidade da revista, com matérias atuais e informações precisas, considero oportuno comentar o tópico “O fim dos Resíduos?” do excelente artigo ”Das gôndolas para as indústrias”, publicado na página 38 da edição de EmbalagemMarca de novembro de 2013, em que o processo desenvolvido pela Ritrama é citado como “novidade” para a produção de etiquetas e rótulos adesivos “linerless”. A Novelprint é pioneira mundial no desenvolvimento do liner em filme e começou a utilizar essa tecnologia em 1982. À frente do seu tempo, a Novelprint vislumbrou vantagens econômicas e principalmente ambientais do uso do liner de filme em lugar do liner de papel siliconado. Como conse-

quência natural da larga experiência com o liner filme, a Novelprint tem várias patentes de produtos e/ou processos aproveitando as características desses substratos. Temos especificamente um pedido de patente de um processo “linerless”, sob o número PI 0902205-8, depositado em 15/6/2009; portanto anterior ao da Ritrama. Essa patente descreve um processo mais econômico e simples, que parte de um material autoadesivo normalmente encontrado no mercado, com liner de filme plástico siliconado. O substrato autoadesivo é impresso e o seu próprio liner é delaminado, transposto e relaminado de modo permanente sobre a impressão, com adesivo aplicado na própria máquina, mantendo o lado siliconado do liner na face frontal

da etiqueta. Desse modo, a fita de etiquetas é rebobinada sobre ela mesma, sem liner. Essa sobreposição do liner sobre a face impressa é a inovação do processo. O fato de a Ritrama usar um liner pré-adesivado no verso é até uma desvantagem, pois o convertedor fica dependente de um material autoadesivo especial em vez de poder usar qualquer material com liner filme transparente para produzir o rótulo “linerless”. Jeffrey Arippol Diretor presidente Novelprint – São Paulo, SP N. da R.: Reportamos o processo da Ritrama, apresentado na Labelexpo 2013, em Bruxelas, como inovador. Desconhecíamos a patente depositada pela Novelprint.

ERRATA É da Verallia As garrafas da vinícola Aurora são fornecidas pela Verallia, e não pela Owens-Illinois, conforme veiculado na edição nº 173 de EmbalagemMarca (janeiro de 2014)




Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS EMBALAGENS E DAS MARCAS

Edição: Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br

CARTONADAS ASSÉPTICAS

Topo destacável Embalagem da Tetra Pak incorpora solução que permite a separação de componentes, para facilitar a reciclagem

Para cada

material, o destino adequado. É isso o que a Tetra Pak quer incentivar com o lançamento da embalagem Tetra Top Separable Top. A novidade permite que os consumidores destaquem o componente característico do modelo Tetra Top, o gargalo plástico injetado, do “corpo” do recipiente, composto por um laminado com predomínio de papel cartão. O atributo visa facilitar o encaminhamento de cada elemento ao seu devido processo de reciclagem. A separação do topo da embalagem é possível graças a um procedimento de perfuração realizado na camada cartonada exterior. Segundo a Tetra Pak, o sistema não prejudica o desempenho da embalagem, e o destaque pode ser iniciado por meio de um simples toque do polegar sobre a marcação. “A inovação é uma resposta à exigência crescente dos consumidores por melhores soluções para facilitar a reciclagem, especialmente onde há estímulo da infraestrutura de gerenciamento de resíduos”, diz Charles Brand, vice-presidente de marketing e gestão de produtos da multinacional sueca. A primeira usuária da Tetra Top Separable Top é a Arla Foods, na Europa. A novidade foi adotada em mais de 35 derivados lácteos vendidos na Suécia e na Dinamarca. Ann Bergman, gerente de marca e de marketing da empresa, diz que uma pesquisa de mercado indicou uma recepção positiva. “Mais de 80% dos consumidores apreciaram a possibilidade de

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Em novo modelo da Tetra Top, sistema de perfuração garante a remoção do “gargalo” injetado

separar a parte superior da embalagem e 77% disseram que vão reciclar mais”, comenta a executiva. Segundo a Tetra Pak, o topo separável é oferecido aos usuários da Tetra Top sem incremento de custos. Não há, também, a necessidade de modificações no equipamento de envase. Destinada especialmente a produtos refrigerados, a Tetra Top procura oferecer a conveniência das garrafas com a conservação e das embalagens cartonadas. No Brasil, uma versão de

100 mililitros desse modelo de embalagem vem sendo utilizada pela Vigor Alimentos nas vendas do leite fermentado Actilife. Recentemente, a Piá adotou a solução em sua linha de bebidas lácteas Piá Lac, oferecidas em recipientes de 1 litro. As embalagens não têm o topo removível, mas a Tetra Pak afirma que ele já pode ser utilizado por empresas brasileiras. emb.bz/174tetratop



Painel MOVIMENTAÇÃO NO MUNDO DAS

EMBALAGENS E DAS MARCAS

BISNAGAS

GENTE

Opção de maior nobreza

GS1 tem nova CEO Emprego do Surlyn viabiliza bisnagas com transparência elevada

Uma parceria entre a área de Polímeros e Embalagens da DuPont e a C-Pack, empresa que brande a liderança na produção de bisnagas plásticas na América Latina, redundou no desenvolvimento de uma solução em embalagem inédita no Brasil: bisnagas plásticas de elevada transparência, proporcionada pelo uso do Surlyn – resina da DuPont com características vítreas e alto brilho. “Será a nossa grande aposta para atender os mercados farmacêutico, alimentício, industrial e, principalmente, cosmético ao longo de 2014”, afirma Luiz Gonzaga Coelho, diretor geral da C-Pack. Multicamadas, as bisnagas combinam o Surlyn com EVOH (copolímero de etileno e álcool vi-

nílico), material que proporciona alta barreira a gases e aromas. Apresentariam, ainda, elevadas resistências química e mecânica. “O projeto é inovador por combinar proteção dos produtos com uma aparência inédita no mercado brasileiro de embalagens”, comenta Silvério Giesteira, gerente de vendas do negócio de Polímeros para Embalagens da DuPont. Segundo ele, a novidade será posicionada como uma solução de apelo premium. Além do trabalho com a transparência, capaz de realçar cores intensas de produtos, as bisnagas podem receber qualquer decoração e pigmentação. Ajustes na configuração das camadas também permitem obter efeitos de profundidade (3D).

Virginia Villaescusa Vaamonde (foto) é a nova CEO da Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil, organização responsável pelo padrão global de identificação de produtos e serviços (código de barras e EPC/RFID) e comunicação (EDI e GDSN) na cadeia de suprimentos. A executiva, especializada em marketing e comunicação, atua na GS1 Brasil desde 1997 e substitui Celso Couto, que ocupou o cargo por dois anos. Virginia tem por objetivo ampliar o relacionamento com entidades parceiras, associados, fabricantes, distribuidores e varejo de mais de vinte setores da economia.

PAPÉIS

Benefícios em kraft e miolo

Novos papéis Hyperform são produzidos em Três Barras (SC)

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A MWV Rigesa lançou uma nova geração de papéis kraft e miolo para embalagens de papelão ondulado. Denominada HyPerform, a linha proporcionaria ganhos em resistência e redução de gramaturas, além de melhor uniformidade dos perfis de espessura das embalagens. A novidade é resultado de um investimento de mais de 1 bilhão de reais na plataforma integrada (florestas, papel e embalagens) da empresa, nos últimos três anos. A maior parte do aporte foi direcionada para a expansão da fábrica de papel em Três Barras (SC), por meio da aqui-

sição de uma nova máquina de ponta (MP4) para a produção de papel kraft. De acordo com Jairo Lorenzato, diretor de negócios da MWV, os papéis HyPerform estão “seguramente entre os melhores do mundo em sua categoria” e têm apelo premium. “O produto é inovador, pois possibilita redução de até 20% na gramatura das embalagens e aumentos de produtividade, agilizando processos de nossos clientes”, afirma o executivo. Segundo Lorenzato, a MWV Rigesa está capacitada para produzir mais de 430 000 toneladas por ano dos novos papéis.


CODIFICAÇÃO

CELULÓSICAS

Aposta em diversificação

Presença em São Paulo

A Markem-Imaje, fornecedora de soluções de identificação e rastreabilidade de produtos, anunciou a aquisição da CSAT, fabricante de equipamentos de impressão digital de alta definição para rótulos e blisters de medicamentos. O valor do negócio não foi revelado. Fundada em 1987 em Eggenstein, na Alemanha, a CSAT pertencia desde 2011 à Heidelberg, gigante do segmento de impressão. Seu sistema de impressão por jato de tinta, de gota sob demanda (DOD), é o coração da impressora Linoprint L, distribuída pela suíça Gallus – negócio que, segundo informações extraoficiais, será mantido. De acordo com o presidente da Markem-Imaje, Serge Kral, a ideia é expandir a presença das soluções da CSAT no mercado global “graças à cobertura geográfica e à oferta de serviços que a Markem-Imaje consolidou”.

Especializada na produção de embalagens de papel cartão e papelão micro-ondulado, a Carton Pack inaugurou um escritório comercial em São Paulo. É a primeira unidade na capital paulista. Sediada em Sapiranga (RS), a empresa possui instalações em Cruzeiro do Sul (RS) e outras três fábricas no Ceará. “O objetivo é oferecer aos clientes da região Sudeste um atendimento mais próximo e ágil, focado em serviços e soluções de valor agregado”, explica Gustavo Zambiazi, diretor comercial da Carton Pack. Além da abertura do novo escritório, a empresa contratou Raul Capozzi como gerente comercial. O executivo, que atua no setor papeleiro há mais de quarenta anos, ocupava o cargo de diretor comercial na Jofer Embalagens.

RÓTULOS

Acréscimo no Chile O grupo canadense CCL Industries, provedor de soluções em rótulos e embalagens, anunciou a aquisição de uma participação adicional de 12,5% na Acrus-CCL, fabricante de rótulos para vinhos situada

no Chile. Com o aporte, fechado por 1,2 milhão de dólares, a CCL passa a deter 62,5% do controle da empresa. A sócia no empreendimento, a família Marinetti, continuará a ter poder de decisão equivalente.

MASTERBATCHES

Tendências em cores Referência em masterbatches e outras especialidades químicas, a Clariant acaba de publicar a nona edição do ColorForward, guia de cores para a indústria de plásticos. O volume procura antecipar para designers e transformadores as tendências que poderão influenciar e orientar o mercado de consumo em 2015. “Como elemento natural, a cor possui o poder de transcender e traduzir influências culturais, políticas, religiosas e sociais”, afirma Judith van Vliet, designer do centro de estudos de cores da Clariant, o ColorWorks. “Como ferramenta, é capaz de comunicar emoções e histórias da forma mais

sucinta possível. E, no mundo dos plásticos, a cor age como o fator ideal de promoção de marketing para direcionar as escolhas de compra dos consumidores no futuro”. Mais informações podem ser obtidas no site da ColorWorks. clariant.com/colorworks

númeroS

224 milhões de reais É o valor estimado das perdas da Unilever com a venda dos sucos Ades no Brasil em 2013. A queda foi motivada por uma proibição temporária da comercialização do produto no País, em março do ano passado, após o governo determinar um recall de um lote de suco de maçã da marca. Resíduos de soda cáustica foram encontrados em algumas caixinhas da bebida.

61%

Foi a redução alcançada pela Klabin na emissão de gases de efeito estufa em suas operações de produção de papéis entre 2004 e 2012. A empresa também afirma ter abreviado o consumo de óleo no mesmo período. A economia média foi de 57 000 toneladas/ano – o que teria evitado o lançamento de 171 000 toneladas de CO2 por ano na atmosfera.

1 000

Foi o número de pedidos alcançado pela Krones desde o lançamento da rotuladora Contiroll HS, em 2005. Dedicado à aplicação com cola de rótulos envolventes (wrap around) em garrafas de bebidas, o equipamento atinge rendimento de até 81 000 garrafas por hora. A troca rápida do cilindro de transferência por vácuo permite o processamento de embalagens de diferentes diâmetros e gamas de rendimento.

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reportagem de capa

O aerossol em novas frentes Apreciada pelo consumidor, tecnologia criada há quase um século permanece como oportunidade para inovar em diferentes aplicações no mercado brasileiro Por Guilherme Kamio

Levada a alguns supermercados em caráter experimental desde o final de 2013, uma inovação em óleos de cozinha no Brasil teve seu lançamento oficial marcado para fevereiro. Trata-se de Andorinha Spray & Sabor, azeite de oliva em versão aerossol. O produto é oferecido numa embalagem que, nas palavras de Loara Costa, gerente de marketing para o Brasil do fabricante do produto, o grupo português Sovena, “é fruto de anos de estudos e investimentos em tecnologia”. Como acontece com os demais produtos da mesma marca, a distribuição da novidade no mercado nacional será feita pela Bunge. A lata em que o produto é comercializado, feita de alumínio, é decorada com rótulo termoencolhível e dotada de uma válvula plástica especial. Por meio de diferentes pressões exercidas sobre ela, a peça atuadora permite liberar os 200 mililitros de azeite extravir-

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Graças a atuador especial, Andorinha Spray & Sabor oferece três modos de liberação do azeite: spray, fio e gota

dorantes, inseticidas, tintas spray e lubrificantes de uso geral. No mesmo campo de óleos comestíveis, a Biolivas, de Santo André (SP), lançou há cerca de três anos um azeite em aerossol – o Puerto Madero, importado da Argentina e envasado no Brasil pela Aerogas. Em outras searas, a tecnologia vem sendo adotada para a oferta de artigos como protetores solares, lustra-móveis, medicamentos nasais e novos produtos hidratantes.

O maior poder de compra e a

gem de três modos: névoa (ou “jato”, como prefere a Sovena), fio e gotas, em ordem decrescente de força aplicada (ver imagem). “A embalagem, de fácil uso, auxilia para que seja aplicada apenas a quantidade desejada de azeite, evitando possíveis desperdícios do produto. Também torna mais práticos os procedimentos de temperar saladas, untar frigideiras e dourar ingredientes de preparo rápido”, explica Loara. A iniciativa da Sovena vem se juntar a outras, deflagradas em diferentes categorias de bens de consumo, em que marcas procuram inovar por meio de um recurso que não é exatamente novo: o aerossol. Com invenção atribuída ao norueguês Erik Rotheim, na década de 1920, o conceito de embalagem em que o conteúdo é expulso por meio de gases propelentes tem recebido no Brasil novas aplicações, escapando às tradicionais, como deso-

Puerto Madero: azeite argentino envasado no Brasil

sofisticação dos hábitos de consumo da população são as razões de fundo das crescentes adesões aos aerossóis. “Os consumidores cada vez mais buscam produtos inovadores, práticos e exclusivos”, observa Loara Costa. Segundo a executiva, a Sovena oferece na Europa já há alguns anos, com sucesso, azeites em aerossol. Pesquisas teriam identificado potencial para a introdução do conceito no Brasil. Ação parecida seguiu a Reckitt Benckiser. Meses atrás, a companhia lançou no Brasil, sob a clássica chancela Poliflor, uma opção de lustra-móveis em aerossol. O conceito, popular em países como Argentina e Chile, é uma aposta para o mercado nacional. O produto é importado da Inglaterra já em sua versão final, envasado em lata de aço decorada com rótulo autoadesivo. De acordo com Lais Ferreira, do departamento de marketing da Reckitt Benckiser, a novidade teve boa acolhida no mercado, a despeito da falta de familiaridade do consumidor. “É uma mudança bastante drástica no formato da categoria”, pondera a profissional.

Transformação de traços similares pode ser vista nas prateleiras das farmácias, em especial no espaço dos fluidificantes e descongestionantes nasais, dedicados ao alívio de transtornos como rinite e sinusite. Classicamente oferecidos em frascos com conta-gotas ou squeezable (em que o conteúdo é expulso por meio da compressão da embalagem), tais medicamentos experimentam uma multiplicação da oferta de versões “salinas”, derivadas do soro fisiológico ou da água do mar, em aerossol. Entre os exemplares dessa tendên-

Habitual em outros países, lustra-móveis spray é aposta da Reckitt Benckiser

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Rinosoro Jet é um dos integrantes da onda de descongestionantes em aerossol. Produto é acondicionado em bag-on-valve

cia estão Rinosoro Jet (Hypermarcas), Nasoclean (GlaxoSmithKline), Maresis (Farmoquímica) e Marimer (Merck). A maioria dos produtos possibilita a aplicação sob qualquer ângulo de posicionamento da embalagem, por meio de spray contínuo e homogêneo. O desempenho é garantido por uma tecnologia em ascensão no segmento de aerossóis: o bag-on-valve (BOV). Conforme a expressão em inglês denuncia, o bag-on-valve consiste no envasamento de produtos em bolsas flexíveis, feitas de laminados com complexidade de estrutura variável de acordo com características físico-químicas e requisitos de barreiras do produto envasado (a confecção geralmente combina polietileno, nylon e alumínio). As bolsas são então acomodadas no interior de tubos de metal ou plástico, sendo seladas (“crimpadas”) por meio de uma válvula. No espaço entre as embalagens primária e secundária é injetado ar comprimido. Quando o consumidor aciona o atuador, a diferença entre a pressão interna da embalagem e a pressão atmosférica comprime a bolsa, expelindo o produto. Além de permitir dispensar produtos em qualquer posição, com a lata na horizontal ou mesmo de cabeça para baixo – o que somente é possível conseguir em aerossóis comuns com o uso de uma válvula especial (3600) –, o bag-on-valve proporciona outras vantagens. O uso de gases propelentes convencionais, como aqueles derivados de hidrocarbonetos e éteres, é dispensado. Ademais, não há interação entre propelente e produto, tornando o sistema compatível

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com uma ampla gama de substâncias. “A desvantagem é que o BOV é mais caro quando comparado com aplicações triviais do aerossol”, explica Rubens Massani Filho, diretor da Aeropac, empresa de Bragança Paulista (SP) especializada na fabricação e no envasamento de aerossóis para terceiros. “A válvula, que é um componente fundamental, ainda não tem produção local. Isso encarece bastante o sistema e trava muitos projetos”, diz o empresário. O alto limita o uso do bag-on-valve, que acaba sendo oferecido ao público como especialidade. É o que ocorre, por exemplo, no mercado de

protetores solares. Líder do mercado nacional com sua marca Sundown, a Johnson & Johnson começou a utilizar a tecnologia no Brasil no final de 2009 (ver emb.bz/em122, pág 48), suprida pela Aptar (válvula e atuador) e pela Impacta (tubo de alumínio). Mais ou menos na mesma época, e sob provisão dos mesmos fornecedores, a Natura também lançou uma versão do mesmo gênero de sua loção protetora Fotoequilíbrio. Logo depois, a MSD passou a oferecer no Brasil uma versão BOV de Coppertone, importada dos Estados Unidos. Os produtos permanecem no mercado como opções de maior

Sundown: oferta, no Brasil, de conceito que já é realidade em outros países

Lindoya Verão, Purainova e Vita H2O: águas para borrifar no rosto


valor agregado em relação às loções em frasco, que continuam em linha. Em mercados internacionais, como o norte-americano, a realidade é outra. Loções em frasco foram completamente deslocadas pelos aerossóis (e, em menor proporção, pelas bisnagas).

Postas de lado as transformações provocadas em produtos já consolidados no mercado, chama a atenção o uso de aerossóis para a introdução de novos itens. Entre eles se destacam as chamadas águas termais – águas para espargir no rosto e hidratar a pele, recomendadas para uso posterior a procedimentos estéticos como peelings ou para tratamentos de queimaduras. Consagrados no exterior por grifes de cosméticos como La Roche-Posay, Avène e Vichy, tais produtos já contam com opções nacionais. Uma delas é a Lyndoya Verão Thermal, lançada em 2013 pela engarrafadora da marca homônima de água mineral. Envasada em recipiente de PET decorado por rótulo termoencolhível com efeito soft touch (toque acetinado), produzido pela Sleever International, o produto foi um dos vencedores da mais recente edição do prêmio Grandes Cases de Embalagem, promovido por EmbalagemMarca (ver emb.bz/174lindoya). Produtos similares foram lançados pelo

Hypermarcas e Novartis estão entre as que lançaram “gelo instantâneo” em tubos

laboratório dermatológico Purainova, de São Paulo, e pela Vita H2O (IgSikué), de Ribeirão Preto (SP). Outra proposta inovadora apresentada em aerossol é o spray de gás refrigerante, posicionado como alternativa às bolsas de gelo para alívio da dor de contusões e pancadas. Entre os produtos dessa natureza estão o Calminex Ice (Hypermarcas) e o Cataflam Sport Ice (Novartis). A aparição desses produtos está longe de igualar o mercado brasileiro com o que ocorre no exterior. Em outros países, a oferta de produtos em embalagens com mecanismos pro-

pulsores é muito mais diversificada. Alimentos, por exemplo, contam com diversas inovações viabilizadas pela tecnologia do aerossol: queijos fundidos, coberturas para bolos, massas de panquecas, molhos e condimentos. No Brasil, o único item mais ou menos comparável é um chantilly oferecido há alguns anos pela Vigor. Fontes consultadas pela reportagem entendem que a escassez de apostas em inovações como essas se deve não somente a custos de implantação e operação, mas também a indefinições e a limitações do mercado local. Enquadra-se no primeiro percalço, por exemplo, uma controvérsia quanto à possibilidade de uso de BIP (mistura de butano, isobutano e propano largamente empregada como propelente em aerossóis) em alimentos. Permitida em outros países, a aplicação é vetada em território nacional. No tocante ao segundo problema, além da indisponibilidade de válvulas e atuadores nacionais, o mercado se queixa, dentre outras coisas, de oferta insuficiente de tubos de alumínio. Há relatos de esperas de até 160 dias para recebimento de pedidos. Diretor de marketing e vendas da Impacta, principal fornecedora desses recipientes no Brasil, Sergio Teixeira Rolão reconhece a necessidade de aportes do setor. “Ainda neste primei-


ro semestre inauguraremos uma nova linha, que aumentará nossa capacidade de tubos em 30%”, anuncia o executivo. Hoje, a empresa processa cerca de 10 milhões de unidades por mês. A Tubex também investirá para dilatar o output. Dona de três linhas – transferidas recentemente para um novo prédio em Itupeva (SP), próximo àquele em que se instalou em sua chegada ao País, em meados de 2012 –, a companhia alemã instalará em março uma quarta linha e, até o final do ano, uma quinta. A tiragem anual saltará de 80 milhões de latas para 180 milhões. “Queremos chegar a 2017 com onze linhas em operação”, diz Sergio Marçal, gerente comercial da Tubex no Brasil.

O setor de latas de aço para aerossóis também tem incrementado a produção. A Cerviflan, por exemplo, injetou 11 milhões de euros na aquisição de equipamentos entre 2008 e 2012, fazendo sua produção alcançar 200 milhões de unidades/ano – volume 65% maior que o de 2011. Em termos de novidades tecnológicas, a empresa passou a oferecer latas com aplicação de película de PET na base, para evitar a corrosão. O objetivo é atrair clientes da área de

Chantilly da Vigor é um precursor no mercado brasileiro de alimentos

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Exemplos internacionais de alimentos em aerossol: molho para saladas, massa de panqueca, queijos e massa de churro

cuidados pessoais, ombreando com a lata de alumínio em termos de desempenho e percepção de valor. Fabricantes do segmento de espuma para barbear já teriam adotado embalagens do gênero. A Brasilata, outra referência do mesmo mercado, também aposta na solução, tendo emplacado adesões entre clientes de sprays para cabelo e outros cosméticos. As movimentações são compreensíveis. Embora o consumo de aerossóis no Brasil venha crescendo ano após ano a taxas entre 25% e 30% ao longo da última década, o consumo per capita anual de produtos do gênero no Brasil é baixo: três tubos por habitante. Na Argentina, por exemplo, o índice é quatro vezes maior; na Europa, cinco vezes maior. “A alta carga tributária e tudo relacionado ao chamado custo Brasil prejudicam a competitividade do produto”, avalia Roberto Rodrigues Santos, executivo de negócios da Aerogas, especializada na produção e no envasamento de aerossóis. Vive-se ainda, no mercado, outra expectativa. São fortes os rumores de que multinacionais da área de personal care estariam interessadas em trazer para o Brasil suas operações de desodorantes, concentradas na Argentina devido a subsídios daquele país aos gases propelentes. Motivo: a proibição do governo argentino de empresas remeterem lucros ao exterior. Especula-se que a Unilever capitanearia esse movimento, investindo em aerossóis em sua fábrica de Aguaí (SP), atualmente em construção. A empresa nega.

Ideal para os grafiteiros Decidida a oferecer produtos sob medida para os grafiteiros, a Sherwin Williams desenvolveu a linha de tintas spray Colorgin Arte Urbana. O produto se tornou um sucesso, com mais de 135 000 unidades vendidas menos de seis meses após seu lançamento, em 2013. Uma das razões atribuídas ao êxito é a embalagem do produto. O design, criado pela agência PH2 Full Creativity, traz detalhes nas cores cobre e prata sobre um fundo preto fosco que ocupa toda a lata. O nome Arte Urbana, posicionado na vertical, faz alusão aos altos e baixos dos prédios e ao cotidiano da cidade. “Lido” por smartphones, um QR Code, utilizado de maneira inédita no segmento, dá acesso a um site dedicado, com informações adicionais sobre o lançamento. Produzida pela Brasilata, a embalagem de aço em que o produto é acondicionado incorpora válvula que permite liberação mais suave da tinta, ajudando artistas a ter maior controle e precisão do traço. Para as empresas envolvidas no projeto, todos os atributos contribuíram para gerar identificação do público-alvo com a novidade.

Tintas para grafiteiros: visual jovem e sucesso de vendas



GESTÃO

É preciso estar junto Tendência de centralização de compras por regiões leva fornecedores brasileiros a instalar-se também em outros países Por Wilson Palhares

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O aumento da competitividade em âmbito global e a redução de barreiras ao comércio internacional tornam o ambiente negocial cada vez mais complexo, e a premência pela diminuição de custos, avassaladora. Embora não se perceba movimentação expressiva no setor, essa é uma tendência que tem muito a ver com o universo da embalagem e merece alguma reflexão. Em tal panorama, grandes fabricantes, sobretudo multinacionais,

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vêm internacionalizando cada vez mais seus departamentos de compras, com base em três estratégias: 1) redução de despesas operacionais, com o emprego de menos compradores – um departamento regional se responsabiliza pelo suprimento de várias plantas situadas em diferentes países de um bloco continental, em vez de a empresa manter uma área de compras para cada uma; 2) reforço do poder de barganha ao fazer encomendas; 3) aproveitamento

de oportunidades fiscais e aduaneiras em transações internacionais. Esse movimento, comum aos mais diversos setores da economia, tem efeito inverso no lado dos fornecedores: eles precisam ampliar suas presenças, para estar o mais próximo possível dos clientes. A tendência já se reflete nos negócios do packaging. Veja-se o caso da aquisição da convertedora de rótulos Etiquetas Rodak, localizada na Cidade do México, anunciada em janei-



ro último pela brasileira Baumgarten, uma das mais importantes indústrias gráficas da América Latina. É o mais recente exemplo localizado na cadeia de valor de embalagem da tendência de empresas nacionais expandirem suas operações para outros países a fim de atender clientes globais. Mas não é o único exemplo. Há pouco mais de cinco anos, a Gráfica Gonçalves, também atuante no ramo de rótulos, inaugurou uma planta industrial no mesmo México, com objetivo declarado semelhante ao da Baumgarten: suprir clientes em diferentes países das Américas (ver o quadro).

Segundo opiniões de crescente número de economistas e estrategistas de negócios, o caminho da centralização de compras é irreversível, o que coloca um desafio para os fornecedores, no caso aqui abordado, de embalagens e de seus insumos, como rótulos, tampas, válvulas, caixas de transporte e outros. Inúmeras provedoras de recipientes prontos e de complementos foram consultadas para este trabalho que tenta apontar possíveis respostas a esse desafio, mas a maioria não revela – ou não sabe – o que pretende fazer. No entanto, com a condição de preservar o anonimato, são quase unânimes em responder que a saída para o desafio, se tiverem poder financeiro para tanto, será instalar ou adquirir plantas industriais nos países em que seus grandes clientes têm produção e demandam embalagens e seus insumos. E não faltam revelações – cautelosas – de que existe movimentação, pelo menos em termos de especulação e consultas sobre oportunidades. Na verdade, os exemplos daquelas duas gráficas talvez representem o que se poderia chamar de “ponta do iceberg” na resposta à onda da concentração regionalizada de compras. Num quadro mais amplo, empresas brasileiras, em passado não muito distante vistas como sócias menores no vai e vem das grandes fusões e aquisições globais, são hoje ativas participantes do jogo, observa o advogado Robson Barreto, sócio da Veirano Advogados, um dos maiores escritórios do Brasil

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nessa área e com experiência de mais de três décadas na assessoria de uniões e compras transnacionais. “Pouco mais de dez anos atrás, a economia do Brasil tinha peso quase insignificante quando comparada à dos grandes mercados consumidores”, ele recorda. “De lá para cá nossa economia cresceu e se sofisticou, e o mercado consumidor também. Assim, foi natural que os fornecedores da indústria de produtos de consumo acompanhassem esse aprimoramento e que tratassem de alinhar-se à centralização das compras.” Barreto lembra existirem setores, como o automobilístico, em que a internacionalização dos departamentos de compras arrasta provedores de pneus e de variados componentes dos veículos, já que as marcas impõem padrões globais para homologação. Convém levar em conta também que a atual parafernália da tecnologia virtual conecta em tempo real o comprador com gigantescos bancos de informações sobre aquilo que pretende negociar: desde cotações de preços de matérias-primas até valores de venda de produtos acabados, passando pelos níveis de estoque e até de eventuais demandas futuras, ele está superinformado. Muitas vezes, sabe mais sobre um determinado item do que o próprio vendedor. Em outras palavras, hoje a área de compras das empresas (pelo menos das grandes) deixou de ser um mero instrumento de atividades operacionais para tornar-se, reconhecidamente, um núcleo cada vez mais estratégico de negócios. Naturalmente, não é diferente quando se trata de embalagens. Formatos, cores e imagens de marcas internacionais de recipientes e invólucros de produtos de consumo são homogêneos, respeitadas diferenças como exigências legais de informação e de idioma. Obviamente é mais fácil superar esses tipos de dificuldades quando se está localizado próximo ao cliente, com vantagens logísticas e de preços indiscutíveis. Garantem-se assim pronto atendimento e custos de transporte que seria inviável alcançar em despachos de um país para outro. Adicione-se a esses pontos positivos a chance de disputar clientes no mercado local, que

Dois momentos de um objetivo Baumgarten e Gonçalves, as duas gráficas brasileiras atuantes no segmento de rótulos que se instalaram no México, tiveram praticamente a mesma motivação. Depois de três anos de presença naquele país por meio de um escritório comercial, em 2008 a Gonçalves inaugurou uma moderna planta industrial, com a intenção declarada de se fortalecer para atuar como fornecedora regional para clientes globais. A unidade mexicana conta com equipamentos de ponta e incorpora a mesma filosofia de trabalho e as mesmas práticas adotadas no Brasil: foco no cliente, qualidade, flexibilidade, agilidade na entrega e preços competitivos. O objetivo é “atender clientes nos vários países das Américas”. Por sua vez, ao anunciar a aquisição da Etiquetas Rodak, Ronaldo Baumgarten Jr., presidente da Baumgarten, fez uma declaração que deixa vislumbrar projetos de novas expansões da empresa: “Com esta e futuras aquisições, nossa intenção é fortalecer a presença no mercado internacional e ampliar a parceira com os clientes e fornecedores, locais e multinacionais”. Como parte da integração, a Rodak, que foi incorporada integralmente, passará a se chamar Baumgarten México. A proposta da empresa é que essa subsidiária ofereça os mesmo níveis de tecnologia, qualidade de produtos e atendimento que disponibiliza no Brasil.

dificilmente estariam na mira de um fornecedor localizado a milhares de quilômetros de distância. “Exportar diretamente a partir do Brasil está muito difícil, a falta de competitividade do País impede que isso aconteça”, destaca Renato Massara, diretor comercial da Wheaton Brasil, principal fornecedora brasileira de frascos de vidro para as indústrias de perfumes, cosméticos e medicamentos. “O setor produtivo brasileiro, incluindo a área de embalagens, precisa ir para o mundo, e tem condições técnicas para isso”, afirma o executivo. Há cerca de cinco anos, a própria Wheaton chegou a montar uma operação comercial nos Estados Unidos, com o objetivo de fornecer embalagens para o mercado local, mas teve de desistir, devido principalmente ao que Massara chama de “complicadores de custos”. Entre os agravantes do investimento, ele cita o desequilíbrio cambial. O diretor da Wheaton informa que, se esses entra-


ves vierem a ser superados, a idéia de instalar uma fábrica nos EUA não está descartada, levando-se em conta que foi lá que a empresa se originou.(*) Parece não haver muitas dúvidas quanto à necessidade de empresas brasileiras darem o passo de se internacionalizar. No entanto não é fácil, a começar de que a estratégia de centralização de grandes clientes, ou, mais precisamente, a determinação dos locais em que ficam os centros de decisão, costumam mudar. Durante a apuração de informações para este trabalho, duas grandes empresas foram frequentemente citadas como exemplos dessa prática: a Avon e a Unilever, cujas sedes compradoras para as Américas já se alternaram entre Nova York, Cidade do México, Buenos Aires e São Paulo. Outras dificuldades são a eventual escassez de capital próprio e a obtenção de recursos financeiros a custo compatível e com bom potencial de retorno em prazos razoáveis. O que se pode concluir é que o horizonte externo é mais amplo para gigantes e restrito para empresas de pequeno porte. Para estas, as alternativas mais viáveis de crescimento (para não se dizer de sobrevivência) são a especialização, a associação com concorrentes ou a simples venda. Já para empresas médias, o caminho aparentemente mais plausível seria o da fusão com similares nacionais, para ganhar escala, ou o da associação com fabricantes locais, hipótese esta que viabilizaria fornecimentos com vantagens logísticas e de preços nas respectivas pontas. Seja como for, ressalta Fernando Gabel, diretor executivo da Baumgarten, “os clientes querem que os fornecedores estejam onde eles estiverem – e os fornecedores não têm opção a não ser estar junto deles”. (*) Fundada como pequena produtora de frascos farmacêuticos em 1888 em Milville, no estado americano de Nova Jersey, a T. C. Wheaton chegou a ter 41 fábricas nos Estados Unidos, com o nome de Wheaton Industries, e subsidiárias em vinte países, entre elas a brasileira. Esta foi instalada em São Paulo em 1952 e teve seu controle totalmente adquirido na década de 1990 pelos acionistas locais. Fica hoje em São Bernardo do Campo (SP).




entrevista

Contratar tornou-se um martírio no Brasil. Divulgado no início de 2014, um estudo feito pela Fundação Dom Cabral aponta que 91% das empresas nacionais não conseguem preencher seus quadros. O principal motivo ao qual se atribui a dificuldade (83,3%) é a falta de mão de obra qualificada. Segundo o levantamento, a produção/chão de fábrica é a área com maior escassez de profissionais gabaritados (47,3%). O despreparo seria especialmente notado em funções técnicas e operacionais, como aquelas imprescindíveis aos parques de acondicionamento. Não se trata de um fenômeno localizado. Nos Estados Unidos, 67% das indústrias não acham trabalhadores aptos. Lá, governo e iniciativa privada redobraram os esforços para sanar o problema. Existem até mesmo ações específicas do setor de embalagem. Elas são comentadas nesta entrevista por Maria Ferrante, vice-presidente de Educação e Desenvolvimento de Força de Trabalho no PMMI, instituto que congrega a cadeia de valor do packaging na América do Norte. Podem ser ideias oportunas para o Brasil.

Carência há, assim como cá Estados Unidos criam ações para aplacar um problema comum ao Brasil: a falta de mão de obra qualificada. Maria Ferrante, vice-presidente do PMMI para Educação e Desenvolvimento da Força de Trabalho, detalha as iniciativas específicas do setor do packaging naquele país

Qual é a gravidade da falta de mão de obra enfrentada pela indústria dos Estados Unidos? Quantos postos em atividades fabris permanecem vagos devido à escassez de trabalhadores qualificados? Indústrias americanas têm algo em torno de 600 000 vagas para as quais não conseguem encontrar trabalhadores com aptidão para preenchê-las, de acordo com uma pesquisa realizada recentemente pela (consultoria) Deloitte e pelo Manufacturing Institute (organização privada dedicada ao fomento da atividade industrial nos Estados Unidos). O estudo aponta que 5% dos postos de trabalho hoje existentes nas fábricas dos Estados Unidos não estão ocupados por falta de candidatos preparados. Sessenta e sete por cento das indústrias afirmaram enfrentar dificuldade de moderada a grave para achar trabalhadores com aptidão para exercer as funções de que necessitam. E 56% delas acreditam, infelizmente, que essa escassez aumentará nos próximos três ou cinco anos. Como esse problema afeta os processos

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As novas gerações cada vez mais associam o ambiente industrial a calor, sujeira e decrepitude. Isso está longe da realidade atual

de embalagem? Quais são as principais áreas ou tarefas prejudicadas? Os serviços de manutenção provavelmente formam o maior grupo afetado pela falta de qualificação da mão de obra. Mecânicos de manutenção industrial precisam ser profissionais altamente preparados, dotados de habilidades de mecatrônica para manter as linhas atuais de processamento e envase automatizado funcionando bem. Mas eu diria que nenhuma operação de acondicionamento ou mesmo de fabricação de embalagens está livre do problema. Com o nível de desemprego ainda um tanto elevado nos Estados Unidos, por que as pessoas não estão olhando para a atividade fabril como uma opção de carreira viável? Essa é uma boa pergunta. E acredito que tenha mais a ver com uma questão de percepção do que com a realidade. As novas gerações cada vez mais associam o ambiente industrial a calor, sujeira e decrepitude, com trabalhos sem perspectiva que podem ser transferidos a qualquer momento para o exterior. Eles pensam: exigências baixas, salários baixos. Isso, no entanto, está longe da realidade do atual ambiente de fabricação automatizada, em que equipamentos de altíssima tecnologia precisam ser integrados e mantidos em funcionamento. Os empregos na indústria cada vez mais exigem conhecimento e dedicação, e são cada vez menos repetitivos, maçantes. Muitas plantas de manufatura são extremamente limpas e têm clima controlado. E as empresas, mais conscientes das vantagens da retenção de funcionários, têm oferecido a eles planos de carreira consistentes e pacotes de benefícios. A senhora não acha que a alocação de atividades fabris em países emergentes, bem como a disseminação da automa-


ção e da robótica, ajudaram a criar a percepção negativa dessas ocupações entre os jovens norte-americanos? De fato, eu acho que tem havido uma percepção de que os trabalhos fabris estão se movendo para o exterior - e, possivelmente, de que a automação e os robôs estão deslocando os humanos em algumas atividades. Mas, na realidade, a automação criou uma necessidade maior de trabalhadores altamente qualificados, hábeis em mecatrônica. Esses postos, portanto, exigem qualificação. E o preparo é recompensado com uma remuneração melhor e pela maior garantia de estabilidade no emprego. O que pode ser feito para reverter essa situação? O que está sendo feito especificamente pelo PMMI? Muitos anos atrás o PMMI reconheceu essa carência no setor manufatureiro e trabalhou com a indústria para desenvolver normas de qualificação, detalhando os tipos de habilidades necessárias em nossa atividade. Em seguida, começamos a desenvolver um programa de credenciamento na área de mecatrônica – agora conhecido como o Programa PMMI de Certificação Mecatrônica. Essas avaliações testam habilidades, conhecimento e discernimento em áreas tais como as de componentes mecânicos, eletricidade industrial, CLPs (controladores lógicos programáveis) e transmissão hidráulica. Tais testes vêm sendo utilizados por faculdades comunitárias e escolas técnicas na América do Norte como base para o desenvolvimento de um currículo para treinar trabalhadores para empregos em embalagem e processamento. Os testes são reconhecidos nacionalmente e os empregadores os estão adotando tanto como uma ferramenta de contratação como de capacitação de funcionários. Em que consiste a iniciativa JumPPstart? O JumPPstart é uma iniciativa de cunho espontâneo baseada na formação de grupos regionais de fabricantes preocupados com o futuro da força de trabalho. A ideia é que essas empresas se reúnam e promovam atividades junto a estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior para estimulá-los, educá-los

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Estudantes participam de gincana na feira Pack Expo: ação de estímulo

e engajá-los em relação às atividades de embalagem e processamento. Atualmente, temos três grupos JumPPstart – em Milwaukee, em Minneapolis e em Chicago - e outros deverão ser formados em breve. Temos, nos Estados Unidos, o projeto Lead the Way – organização sem fins lucrativos que busca intensificar a quantidade de estudantes que optam por carreiras nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Alguns dos nossos grupos JumPPstart, particularmente o de Milwaukee, relacionam-se com essa iniciativa, como forma de atingir o público infantil. O PMMI é o organizador das feiras de embalagem Pack Expo. Estes eventos são utilizados para mobilizar estudantes em aspectos de embalagem e para incentivá-los a se tornar profissionais de embalagem? Sim, muito. Na Pack Expo mais de 600 estudantes universitários de todos os aspectos de embalagem e processamento vão ao show para interagir com os expositores e aprender mais sobre nossa indústria. Promovemos diversas atividades para esses alunos – realizamos tours pela área de exposição e organizamos vários concursos, como Pack Solutions Challenge (Desafio de Soluções de Embalagem) e a Amazing Packaging Race (competição em que times de alunos devem realizar tarefas explorando os pavilhões e interagindo com expositores durante três horas). Também patrocinamos o Future Innovators Robotics Showcase, em que estudantes de robótica são convidados a trazer suas invenções para o evento e apresentá-las para expositores, de modo a detectar oportunidades para direcionar suas habilidades.

Pelo que lemos e ouvimos, há uma tendência para o aumento da automação na indústria, indo além da necessidade de robôs para substituir trabalhadores não qualificados. Nesse sentido, não seria razoável para a indústria pensar um pouco além do que apenas no que está faltando atualmente? Mas isso é exatamente o que está acontecendo. O PMMI e seus associados estão utilizando os grupos do projeto JumPPstart como campo de semeadura para futuros trabalhadores entusiasmados, comprometidos e bem-educados. Estamos alcançando crianças do jardim de infância até jovens com 18 anos de idade, esforçando-nos para torná-los conscientes quanto às possibilidades e oportunidades que a indústria proporciona. Estamos mobilizando universitários na Pack Expo, como já disse. E com nosso programa de certificado em mecatrônica, nossos programas de e-learning e outras oportunidades educacionais, estamos fornecendo maneiras de ajudar estudantes e trabalhadores a continuar a desenvolver as suas competências, para que se tornem profissionais de primeira categoria, com oportunidades abundantes. O PMMI possui um braço latino-americano. Podemos esperar ver esforços como esses postos em prática nos países da região? O JumPPstart é uma iniciativa nova para o PMMI. Focaremos nossos esforços onde há grande concentração de associados, e veremos aonde eles nos levarão. Neste momento não temos planos de levar o JumPPstart para outros países. No futuro, isso pode mudar.


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Loções com reduções Custo e impacto ambiental menores levam à adoção de flexíveis em hidratantes corporais

Dominado por embalagens rígidas, o mercado de hidratantes corporais abre espaço para uma proposta arrojada da Nazca Cosméticos. A empresa brasileira, de atuação expressiva em sua área, passa a utilizar stand-up pouches para a venda das loções Origem Corpo. As bolsas plásticas, conhecidas pela capacidade de ficar em pé, foram desenvolvidas para substituir os frascos de polietileno empregados na linha há quase doze anos. Os stand-up pouches da Nazca chamam a atenção por exibir atributos especiais. Em vez do tradicional formato de linhas retas, eles têm silhueta acinturada e incorporam bico aplicador, na forma de uma tampa flip-top selada numa de suas quinas superiores. O shape foi desenvolvido em parceria com a Tradbor, empresa especializada em stand-up pouches. Na arte, assinada pela Fósforo Design, sobressai a associação de cores que já era trabalhada nos frascos: vermelho para a versão Frutas Vermelhas, azul para Proteínas do Leite e laranja para Óleo de Argan. A novidade é mais uma aposta de que uma solução geralmente escalada como coadjuvante em cuidados pessoais possa ser a protagonista. Sucede que, nesse mercado, o stand-up pouch sempre foi mais aproveitado como embalagem de recarga (refil) para frascos. Com sua ação, a Nazca segue caminho parecido ao que a Natura tomou no início de 2013, nas vendas diretas de cosméticos, com a linha Sou (ver emb.bz/172sou). Priscila Gardinal de Almeida, gerente de produtos da Nazca, diz não temer comparações entre as iniciativas. “Os canais 28 | Fevereiro 2014

Stand-up pouches da Nazca têm formato acinturado e bico aplicador com tampa flip-top

de atuação são diferentes”, ela afirma, lembrando que as loções Origem Corpo são escoadas no varejo.

Os motivos que levaram a Nazca a abraçar a bolsa plástica, porém, são basicamente os mesmos da Natura: redução de impacto ambiental e possibilidade de prática de preços mais em conta, devido ao menor teor de matéria-prima exigido pelos pouches em relação aos frascos. “Além de moderno, prático e econômico, o stand-up pouch é reciclável e tem maior valor agregado graças a sua sustentabilidade”, argumenta Priscila. A executiva explica que a Nazca tentara emplacar projeto parecido em 1999, que não vingou “porque a consciência sustentável ainda não estava tão madura no segmento de cosméticos”.

Na operação preparada para o projeto, a Embalagens Flexíveis Diadema é a encarregada pela produção do filme plástico. O material é enviado à Tradbor, que formata e inspeciona os pouches. Na fábrica da Nazca, em São Bernardo do Campo (SP), os invólucros são envasados e selados em equipamento dedicado, cuja instalação exigiu ajustes no parque da empresa. A sintonia entre a usuária da embalagem e os fornecedores garantiu que o projeto de implantação fosse concluído em apenas três meses. Confiante na jogada, a Nazca promete ampliá-la. “Teremos mais novidades neste ano”, afiança Priscila.


Cuidados pessoais

Verdes e ergonômicos Com plástico verde, Natura torna embalagens da linha Tododia mais amigáveis e práticas

Sistemas de fechamento mais práticos facilitam aplicação dos produtos

Rótulos têm aplicação de braile e tripla camada, com maior número de informações

A Natura, segunda maior marca global de hidratantes corporais, atrás somente da alemã Nivea, segundo dados da Euromonitor, quer consolidar sua posição nesse mercado. E o Brasil, maior mercado de hidratantes corporais do mundo, é a base dessa estratégia. A empresa anunciou o relançamento da linha Tododia, composta por hidratantes, sabonetes e splashes corporais, como resultado de um trabalho multidisciplinar que vem sendo feito há quatro anos. Além de ter sido mudada a formulação dos produtos, as embalagens ganharam atenção especial. No aspecto formulação, os resultados prometidos pela Natura com a nova linha Tododia são dois: maior cremosidade, com o uso de manteiga de karité, um condicionador natural produzido a partir da castanha da árvore shea-karité, nativa da África; e a formação de uma película que prolonga a hidratação da pele. A linha ganhou duas novas fragrâncias: avelã & romã e amora & amêndoas. Agora, são mais de quarenta unidades de produtos (SKUs), exploradas em sete fragrâncias.

As embalagens foram redesenhadas, em um trabalho conjunto entre as agências Tátil Design de Ideias, Dezign com Z e Chelles & Hayashi, e ganharam em aspectos como ergonomia e sustentabilidade. Para os hidratantes corporais e hidratantes de banho com enxágue, a Natura substitui o PET dos antigos frascos por polietileno “verde”, à base de etanol de cana de açúcar, fornecido pela Braskem, que reduz em 8% a emissão de carbono. O formato mais ergonômico das embalagens facilita a pega. A válvula “pump” dos hidratantes corporais ficou mais larga, e agora encaixa na palma da mão, tornando a aplicação mais fácil. Ainda seguindo a linha da praticidade, a Natura adotou tampas flip-top para os frascos dos hidratantes de banho com enxágue. Os rótulos, com inscrições em braile, têm duas camadas. Na parte externa, há um descritivo do produto; nas camadas internas, o modo de usar e as informações legais. Veja o vídeo sobre o produto: emb.bz/174tododia Fevereiro 2014 |

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Equipamentos

Top em injeção Novo sistema promete moldagem flexível e econômica de preformas

referência em máquinas injetoras, a canadense Husky anunciou o lançamento da HPP5, nova geração de seu sistema HyPET de moldagem de preformas – produto intermediário para a confecção de garrafas de PET. O equipamento recebeu melhorias que, de acordo com a fabricante, garantem um custo total de produção mais baixo aliado a uma qualidade de fabricação “excepcional”. Os aprimoramentos permitiriam aumentar a produtividade em até 12% em comparação com a versão anterior, além de proporcionar novos níveis de flexibilidade de operação. Kits de compatibilidade possibilitariam continuidade no uso de moldes de versões anteriores da plataforma. Segundo a Husky, a versatilidade do novo modelo facilita a modernização de linhas de injeção de preformas, por dispensar a necessidade de preservação de equipamentos antigos. “Durante o desenvolvimento da HyPET HPP5 escutamos as opiniões dos nossos clien-

tes e, com as informações em mãos, projetamos um sistema mais competitivo”, afirma Robert Domodossola, vice-presidente de engenharia e desenvolvimento de negócios da Husky. “A novidade é resultado de importantes melhorias tecnológicas em muitas áreas que, combinadas, resultam no sistema integrado de moldagem por injeção mais completo da atualidade para a fabricação de preformas.”

Ainda segundo a fabricante, um diferencial significativo da HyPET HPP5 é a incorporação de uma solução inédita que permite prolongar a vida útil dos moldes. Sensores garantiriam a instalação adequada dos moldes e detectariam possíveis desalinhamentos entre as duas metades do ferramental durante as operações. Quando um desvio é detectado, os sensores avisam o operador e fornecem informações detalhadas para a correção do desajuste, permitin-

do o alinhamento da posição vertical da metade fria do molde sem a utilização de uma grua. O recurso de monitoramento avançado do molde melhoraria o desempenho e reduziria os custos de manutenção. A Husky assegura que os intervalos de manutenção dos moldes aumentam em 60%, e que a vida útil do ferramental é incrementada em até 10 milhões de ciclos, sem desgaste excessivo ou criação de rebarbas. Os recursos adicionais para reduzir manutenções e tempos de inatividade da máquina incluem um método aprimorado de alinhamento das castanhas de conformação do gargalo (neck-rings) com a placa da cavidade, assim como revestimentos antidesgaste capazes de adiar intervalos para lubrificação, permitindo até 120 000 ciclos.

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Husky diz que HPP5 pode aumentar a produtividade de preformas em até 12%

30 | Fevereiro 2014


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Produtividade em alta Se quiser se manter competitiva, cadeia brasileira de embalagens não pode adiar esforços para ser mais eficiente Por Marcos Palhares, de Las Vegas*

Como fazer a sua empresa ser mais eficiente, mais produtiva e, por consequência, ganhar mais dinheiro? Essa pergunta foi o pano de fundo da conferência Connect 2014, realizada entre 21 e 24 de janeiro em Las Vegas, nos Estados Unidos. O evento anual, organizado pela EFI, empresa do Vale do Silício (Califórnia, EUA) que produz softwares e equipamentos para a indústria de impressão, chegou à sua 15ª edição com público próximo de 1 500 pessoas, em sua maioria clientes da EFI em algum dos diversos segmentos de atuação da empresa de tecnologia – rótulos e embalagens entre eles. Todos estavam interessados em buscar novidades para se manter, como eles dizem, “cutting-edge”. Das palestras mais focadas no gigantesco portfólio de produtos da EFI (que vai de soluções de ERP – sistemas integrados de gestão empresarial – e softwares de produtividade a equipamentos de impressão industrial) às discussões sobre tendências de mercado, a cultura americana ficou evidente: eficiência nas linhas de produção e orientação para vendas são requisitos de sobrevivência num ambiente cada vez mais competitivo.

32 | Fevereiro 2014

“The imaging of things” Brincado com a expressão “the internet of things”, usada para designar a conectividade cada vez maior de utensílios como microondas, televisores e geladeiras, o CEO da EFI, Guy Gecht, definiu o escopo de atuação da empresa, que atuaria com “the imaging of things” (ou a transformação das coisas em imagens, numa versão livre do inglês). Com um leque de produtos que inclui soluções em fluxo de trabalho de MIS (sistemas de gestão

de informações) e ERP (sistemas integrados de gestão empresarial), plataformas web-to-print, comércio eletrônico e gerenciamento de front-ends digitais, além de equipamentos industriais de impressão digital com tecnologia inkjet, a EFI esforça-se para estar em todos os pontos necessários para melhorar a eficiência da indústria de impressão. Muito de seu crescimento recente pode ser atribuído à busca por sinergia e convergência entre seus produtos mais diversos.

Robustez no processamento Uma das grandes novidades apresentadas durante a conferência Connect 2014 foi a parceria firmada entre a EFI e a Landa Corporation – empresa liderada por um dos precursores da impressão digital, Benny Landa – para o desenvolvimento de um DFE (Digital Front-End, também conhecido como RIP ou processador de imagem raster, numa tradução livre). O objetivo é utilizar o DFE com tecnologia Fiery, da EFI, nos equipamentos de impressão nanográfica da Landa (inclusive nos destinados à impressão de rótulos e embalagens). Segundo as empresas, o desenvolvimento é uma resposta aos desafios no processamento de informações criados pela maior velocidade dessas impressoras, já que os operadores ganhariam em velocidade e em flexibilidade ao processar os trabalhos. A gestão da gráfica também pode melhorar, já que o novo DFE coletará informações operacionais das impressoras e permitirá a automatização do processo de controle e

inspeção de cores. O acordo foi anunciado pelo CEO da EFI, Guy Gecht (à esquerda na foto), e pelo presidente da Landa Corporation, Benny Landa, na abertura da Connect 2014.


Orçamento descomplicado

Impossível não fazer um paralelo com o Brasil, onde se costuma atribuir ao “custo Brasil” todas as mazelas que nos levam a ser tão pouco competitivos globalmente – pouco se olhando para os sérios problemas de ineficiência que temos “da porta para dentro”. Talvez porque as margens de lucro em nosso país sejam (ainda) mais generosas do que em economias maduras a baixa produtividade incomode pouco. Por aqui, a busca é sempre pela “redução de custos” – quase que invariavelmente entendida como “pagar menos” – ou seja, espremer os fornecedores. Faz parte do jogo, é verdade, e acontece mundo afora. O problema torna-se grave quando essas reduções são buscadas apenas com ajustes nos preços. Elas vão sendo divididas ou repassadas para o início da cadeia, até que alguém (quase sempre o fabricante de embalagens) encontra um fornecedor mais forte, que não cede, comprometendo a rentabilidade da cadeia. Investir em eficiência, portanto, não é mais uma escolha. É o caminho necessário para quem quiser se manter competitivo, a ser trilhado imediatamente. Caso contrário, seremos, para sempre, o país do futuro. Ou seja, o país do passado. * Marcos Palhares viajou a convite da EFI

Desenvolvido pela equipe da EFI Metrics no Brasil, o IQuote, sistema de orçamentos e gestão comercial voltado para a indústria gráfica, foi um dos destaques do Connect 2014. A partir de agora, passará a integrar o portifólio global da empresa de tecnologia. Simples e intuitivo, graças a uma interface gráfica amigável, o sistema, operado via web, calcula todas as etapas da produção para criar o produto a ser orçado, a partir das especificações inseridas. Com base no banco de dados da empresa, e respeitando regras e restrições de produção parametrizadas, o IQuote calcula o melhor roteiro para a execução do serviço, comparando inclusive as diferentes tecnologias produtivas disponíveis. Com isso, espera-se a eliminação de problemas recorrentes no processo de orçamentação, tais como a falta de padronização de processos e falhas no fluxo de aprovação de propostas. Baseado em tecnologia JDF, o sistema transfere automaticamente as especificações técnicas do produto orçado para o software de gerenciamento da pré-impressão, eliminando erros também nessa etapa. Assista ao vídeo:

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“A dor levará à mudança” De olho nas inúmeras oportunidades que a impressão digital vem criando para os brand owners, a EFI mostra planos de crescimento no Brasil – especialmente com as impressoras industriais inkjet Jetrion da linha 4900, mais velozes que as da geração anterior. Stephen Emery, vice-presidente do negócio de tintas e da divisão Jetrion da EFI, acredita que o setor gráfico passará por uma transformação acelerada rumo às soluções digitais, que seriam mais eficientes para lidar com a realidade atual do mercado, de lotes menores, prazos cada vez mais curtos e necessidade de estoques quase zerados. “Como estamos falando de uma quebra de paradigma importante, em gráficas que cresceram utilizando a impressão convencional, não é uma mudança fácil”, revelou Emery em entrevista exclusiva para EmbalagemMarca. “Mas ela virá quando as gráficas começarem

a sentir a dor de continuarem a trabalhar como antes num cenário que se altera diariamente.” Vídeo [em inglês]:

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Artigo

Preparado para o encontro A embalagem é um componente fundamental dos meetings de inovação. Eis alguns pontos a ter em mente antes de comparecer a essas reuniões © Ratch0013 | Dreamstime.com

Por Sterling Anthony

nas empresas, conferências de inovação congregam quadros internos (e por vezes convidados externos) de diferentes competências, com o objetivo de identificar oportunidades de se obter vantagens competitivas por meio de ações inéditas. Raramente essas reuniões levam menos do que um dia, mas a duração aumenta quando o tamanho da empresa ou sua complexidade divisional justificam. Os principais participantes têm cargos com títulos sublimes e salários polpudos, mas subordinados-chave normalmente também marcam presença. Quando a promotora do encontro é uma fabricante de bens de consumo, é impensável que a embalagem não esteja entre as pautas. Os representantes da matéria devem reconhecer que meetings de inovação são grandes palcos, onde a embalagem – tanto quanto outras disciplinas, se não mais – tem oportunidade de brilhar intensamente. Por quê? Porque a embalagem é tão intrinsecamente interdisciplinar que afeta stakeholders de todos os tipos, do P&D e do marketing à produção e logística. Além disso, por ser uma ferramenta estratégica, a embalagem deve (ou deveria...) ser um assunto muito caro ao alto escalão das companhias. 34 | Fevereiro 2014

É esperado que os resultados de uma conferência de inovação orientem investimentos em tecnologias e guiem lançamentos de novos produtos, entre outras iniciativas que determinam o futuro de um negócio. Com tanta coisa em jogo, os emissários da embalagem devem chegar bem preparados à reunião. Um requisito imperioso é a compreensão de certas verdades fundamentais sobre inovação. Em primeiro lugar, a inovação não é absoluta, mas repleta de subjetividade. Uma empresa precisa ter sua

própria definição de inovação, mais particular do que as acepções de dicionários – uma nova invenção, um novo dispositivo, um novo método... Idealmente, a definição de inovação de uma empresa deve estar assimilada a priori pelos participantes da reunião. Contudo, jamais se deve presumir que sua comunicação foi feita. É aconselhável compartilhar essa definição com todos ainda no início do encontro. Tal tarefa deve recair ao moderador do evento. Se isso não for feito, a conferência pode perder o rumo, enveredan-


do por conceitos questionáveis ​​que, se implantados, redundarão enigmáticos ou mesmo ineficazes. Mas, assim como a inovação não deve ser definida de forma muito ampla, também não deve ser definida muito estritamente. É claro que uma empresa deve analisar horizontes dentro de sua própria indústria para detectar oportunidades para inovar. Há ouro a ser extraído em negócios diferentes. O quão distante uma empresa pode ir é algo influenciado pelo tempo e pelos recursos que podem ser designados a esses esforços. Em relação à embalagem, esse é um desafio, devido à amplitude e à diversidade. É salutar que a divisão de embalagens de uma empresa disponha de canais, incluindo uma rede de informações através da qual se mantenha a par de oportunidades de inovação. Aliás, conferências de inovação costumam incluir apresentações de várias disciplinas, que ressaltam seus posicionamentos específicos, contribuições e potencial inovação vis-à-vis. Certamente, o grupo de embalagem deve comparecer à conferência com uma apresentação, à qual a referida rede de informações ajudaria muito na preparação. Após as apresentações, interações com os conhecidos, declarações de propósito, apresentações e tudo o mais, uma conferência de inovação eventualmente, deve chegar à geração de ideias e à avaliação das mesmas. A metade do processo destinada à sugestão de ideias deve ser fiel ao ditado: “A melhor maneira de ter uma boa ideia é ter muitas ideias”. E na segunda metade, a da avaliação, as boas ideias têm de ser separadas do resto.

Tanto a geração quanto a avaliação de ideias devem refletir a capacidade da empresa de compensação de seus pontos fortes e fracos. No entanto, as ideias relacionadas à embalagem merecem critérios adicionais. A razão é simples e importante: o bem mais valioso de uma empresa é a sua marca, e a embalagem pode ser um recurso poderoso para construí-la. É, portanto, lógico que os critérios para o que constitui uma marca de sucesso

“O critério de que a

marca seja diferente traz consigo o critério de que a embalagem ao menos comunique a diferença, quando não for uma fonte de diferenciação” e os critérios para o que constitui uma embalagem de construção de marca tenham muita coisa em comum. Qualquer estudo de marcas de sucesso revelará que cada uma delas é baseada em um conceito simples, capaz de ser transmitido em uma única frase ou um slogan distintivo. O que uma determinada marca representa deve ser facilmente compreendido pelo consumidor alvo, mesmo quando a marca incorpora tecnologias sofisticadas. Ainda não há exemplos melhores do que certos gadgets, de grande sucesso por serem tecnologicamente inovadores, mas ainda assim fáceis de usar. O critério de simplicidade de uma marca traz consigo o critério de que a embalagem seja tão inovadora quanto necessário, mas sem exigir demasiadamente a compreensão do consumidor. Nos últimos anos, muito tem sido dito e escrito sobre embalagens “inteligentes”. Nenhuma empresa precisa obrigatoriamente adotá-las para comunicar uma inovação engenhosa. Marcas bem-sucedidas promovem-se como diferentes da concorrência – mesmo nos casos em que a diferença é mais de percepção do que realidade. Isso explica, em grande parte, por que certas iniciativas, como citar resultados de testes às cegas, produzem resultados decepcionantes quando as comparações são entre marcas notórias. Alegar paridade não é tão persuasivo quanto a alegação de diferença. A exceção pode ocorrer quando se tem uma marca notória versus uma marca própria; mesmo assim, este último se

sustenta em paridade acompanhada por um preço mais baixo. O critério de que a marca seja diferente traz consigo o critério de que a embalagem ao menos comunique a diferença, quando não for uma fonte de diferenciação. Marcas de sucesso devem ser importantes para o consumidor. Uma marca pode incorporar um conceito simples e uma diferença e ainda assim não ser considerada relevante. Há uma noção superestimada pelos donos de marcas de que os consumidores são irresistivelmente atraídos pelo que é novo. Nem sempre é verdade. O novo também representa o não testado, o desconhecido, o que significa risco. Consumidores têm de ser convencidos a abandonar sua relutância, sua inércia, caso contrário algo visto como uma inovação por um proprietário de marca pode ser encarado simplesmente como novidade por um consumidor. O critério de se ter uma marca relevante traz consigo o critério de que a embalagem seja relevante. Marca e embalagem devem convencer os consumidores-alvo que a oferta é feita sob medida para eles. E por falar em relevância, as considerações aqui expostas servem também para as empresas de bens de consumo que não pratiquem conferências de inovação – mas que procurem inovar, uma vez que não fazê-lo significa não sobreviver. Profissionais de embalagem precisam estar preparados e de prontidão para contribuir para a inovação a qualquer momento e em qualquer cenário. É uma responsabilidade enorme, mas inevitável e corriqueira para qualquer profissional de embalagem nos dias de hoje. O desafio, portanto, já não é nada novo.

*Sterling Anthony é consultor especializado no uso estratégico de marketing, logística e embalagem. Seu site: www. pkgconsultant.com Conteúdo publicado originalmente em Packaging World (www.packworld.com). Todos os direitos reservados.

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Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

Informações adicionais sobre fornecedores das embalagens estão nos links em vermelho no final dos textos.

Cervejas

o rio retratado De olho no Carnaval, a cerveja Devassa, da Brasil Kirin, passa a contar com latas temáticas que homenageiam o Rio de Janeiro. A ação foi feita em parceria com o movimento #RioEuTeAmo, da Conspiração Filmes. São sete versões de latas, cada uma destacando uma letra da marca e estampando uma foto em preto e branco de cenas do Rio: Arcos da Lapa, Baía da Guanabara, futebol na praia de Ipanema, Bar, Praia de Copacabana, Pão de Açúcar e Calçadão de Copacabana. A impressão baseia-se numa tecnologia de alta definição. Diferentes versões da lata podem ser encontradas em um mesmo pack.

emb.bz/174devassa

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Edição: flavio palhares flavio@embalagemmarca.com.br



Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

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Cosméticos

Lácteos

Molhos

creme em bisnaga 1

resgate do vidro

rótulo com lacre

Uma bisnaga plástica acondiciona a novidade da Ecologie, marca da Bril Cosméticos: o Creme para as Mãos com Óleo de Argan. O produto será vendido em porção de 70 gramas. emb.bz/174bril

Lançado em 2003 em copo de vidro, para anos depois rumar para o copo de polipropileno, o requeijão cremoso Catupiry retorna à sua apresentação original numa edição limitada. A decoração exibe as chamadas petit-pois – estampas de bolinhas coloridas. emb.bz/174catupiry

1

2

Piscinas

alusão a pastilhas

3

A Castelo Alimentos mudou fórmula e embalagem de seu molho balsâmico cremoso. O produto passa a ter sabor mais frutado. O frasco de PET é decorado com rótulo termoencolhível, que integra lacre de segurança. A tampa flip-top traz bico dosador. emb.bz/174castelo

4

3

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4

Para dar um ar mais moderno aos seus produtos para tratamento de piscinas, a Buschle & Lepper adotou embalagens com design gráfico alusivo. Ele remete às pastilhas coloridas de vidro ou cerâmica amplamente utilizadas para a decoração de balneários. emb.bz/174bel

Sucos

mistura geral 5 Uma combinação de zonas em amarelo, laranja e rosa sobressai na embalagem cartonada asséptica do Vem Meu Bronze – nome que a Do Bem adotou para seu novo suco rosa, que mistura laranja, cenoura e beterraba. A novidade está disponível em caixinhas de 1 litro e de 200 mililitros. emb.bz/174dobem


6

2

Higiene pessoal

Energéticos

aposta no Charme 6

garrafa exclusiva

A linha de produtos para maquiagem Bellacotton, da Flexicotton, passa a ter embalagens com a silhueta de Penélope Charmosa. A personagem da Hanna Barbera está nos potes dos algodões e dos lenços removedores de esmalte e no pacote dos aplicadores de maquiagem. emb.bz/174penelope

A Cini Bebidas ingressa no mercado de energéticos com o Scorpion Energy Drink. A bebida é envasada em garrafas de PET pretas de 1,5 litro com formato exclusivo. O rótulo tem um escorpião estampado. emb.bz/174scorpion

7

7


Display O QUE HÁ DE NOVO NOS PONTOS DE VENDA

5

2

1

Energéticos

Atomatados

Medicamentos

Pães

Confeitos

Mais um da Petrópolis

Personagens no copo 2

Embalagens renovadas 3

A regra é clara 4

Caramelo chique 5

Em parceria com a SBT Licensing, área de licenciamento do SBT, a Conservas Olé apresenta ao mercado sua linha de extrato de tomate com estampas da novela infantil Chiquititas. São dez copos colecionáveis de vidro, fechados com tampas de aço com sistema abre-fácil. emb.bz/174ole

As embalagens dos produtos da Biolab Farmacêutica mudaram. O azul da companhia foi substituído pelo branco e a tipografia ficou mais leve. Os ícones ficaram maiores e mais iluminados na parte frontal das embalagens. emb.bz/174biolab

A Wickbold alterou o nome da sua linha “Light” de pães. A mudança para “Estar Leve” ocorreu para adequar os produtos à nova regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determina que a expressão “light” só pode ser empregada em rótulos de alimentos que apresentem redução mínima de 25% na quantidade de algum nutriente, como açúcar ou sódio, em comparação com a versão convencional do produto. emb.bz/174paes

A Arcor do Brasil apresenta a linha premium dos caramelos Butter Toffees em embalagens especiais. A linha é composta pelos caramelos White (Capa de Chocolate Branco) e Dark (Capa Chocolate Semi-Amargo) nos sabores Damasco, Laranja, Gianduia, acondicionados em stand-up pouches com zíper. emb.bz/174toffees

1

O Grupo Petrópolis traz ao mercado o Magneto Energy Drink em garrafas de PET de um litro decorada com rótulo termoencolhível. A empresa já tinha a marca de energéticos TNT. emb.bz/174magneto

3

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6

Rações

visual repensado

Adoçantes

tampa diferente

6

As embalagens das rações úmidas para gatos Fancy Feast, da Purina, foram totalmente remodeladas. O uso das cores dourada e preta na comunicação foi repensada para agregar valor e destacar o appetite appeal, redefinindo a utilização da imagem do gato persa branco, ícone da marca. emb.bz/174fancy

7

7

Os adoçantes líquidos Lowçucar e Magro, da Lightsweet, tiveram o sistema de fechamento modernizado. Nos frascos, tampas de rosca foram substituídas por tampas flip-top. A Lightsweet afirma ser a primeira no Brasil a utilizar esse modelo de tampa em sua área de atuação. emb.bz/174adoc


Almanaque Caninhas comportadas Não são apenas os rótulos de “caninhas safadinhas” (ver Almanaque de EmbalagemMarca nº 156, agosto de 2012) que chamam a atenção. Cachaças

“benditas” também fazem sucesso no mercado brasileiro há muito tempo. Abaixo, uma sequência de rótulos de marcas “comportadas” da bebida.

Do tecido à garrafa

O início da embalagem a vácuo Segundo diversos historiadores, a era das embalagens com atmosfera modificada, para prolongar a conservação de alimentos frescos, começou em 1963. Foi quando o engenheiro alemão Karl Busch e sua esposa, Ayhan, criaram o primeiro equipamento dedicado à eliminação do ar do interior de invólucros. A bomba de vácuo, batizada de Huckepack, foi projetada e construída na garagem do casal em apenas seis semanas. No Brasil, a difusão da tecnologia é atribuída à Selovac, fundada em 1970, em São Paulo, pelos irmãos Cornelis e Theodorus Borst.

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Uma das grandes invenções do século XX ocorreu por acaso. Em 1941, os químicos ingleses Rex Whinfield e James Dickson faziam uma pesquisa sobre etilenoglicol, em Manchester, quando notaram o aparecimento de um material pegajoso que, ao ser esticado, dava origem a longas e resistentes fibras. Tratava-se de um éster capaz de formar cadeias poliméricas (polímeros). Devido a essa composição, foi definido como “poliéster” (politereftalato de etileno). Após a descoberta, eles conseguiram produzir fibras para substituir o algodão, o linho e a lã, que estavam em falta devido ao desabastecimento provocado pela Segunda Guerra Mundial. A primeira fibra de PET foi lançada no mercado pela antiga ICI (Imperial Chemical Industries, hoje Akzo Nobel), com o nome de Terylene. No início dos anos de 1970, o poliéster – mais conhecido como PET – revolucionou o mercado de bebidas, quando começaram a ser produzidas nos Estados Unidos garrafas com o material, graças ao processo de injeção e sopro. As garrafas de PET chegaram ao Brasil em 1988, mas apenas a partir de 1993 passaram a ser utilizadas em larga escala para refrigerantes.




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